Adesão e Adesivos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 27

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
MÓDULO DE TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO, PAINES
POLPA E PAPEL

ADESÃO E ADESIVOS: ADESIVOS SINTÉTICOS


Discentes
Nelson Mulungundione
Osvaldo Hale
Arão Pita
Quissimo Chamo
Samuel Pazura
Fernando Isaías
Docente:
Cláudio Juízo PHD
INTRODUÇÃO

Atualmente, as restrições impostas pela legislação


impedem que a crescente demanda por matéria-prima
florestal seja atendida apenas por florestas nativas, e a
expansão da área ocupada por florestas plantadas ainda
não é capaz de atender tal demanda.
Diante desse cenário, a colagem de madeira para obtenção de peças
maiores, se destaca como uma alternativa para minimizar o consumo
de madeiras na forma de toras.

A colagem da madeira é uma técnica muito antiga, mas também


muito complexa, pois envolve diversas variáveis, que vão desde as
características da madeira utilizada até as propriedades do adesivo.
ADESÃO

Fenômeno físico-químico que provê um mecanismo


de transferência de tensões entre duas peças
sólidas, através de processos moleculares
ADESIVOS

Adesivo é uma substância com propriedades


aderentes capaz de unir outros materiais em sua
superfície formando uma ligação forte e
duradoura. (IWAKIRI, 2005). Eles podem ser
naturais ou sintéticos.
(Carneiro 2010) relata que os adesivos naturais podem ser obtidos de
proteínas animais e vegetais, celulose, tanino, amidos, gomas
naturais, entre outros.
Os adesivos sintéticos são fabricados pelo homem, com
características semelhantes aos naturais, porém adaptados para cada
tipo de uso e mais resistentes à água (ECKELMAN, 1997)
ADESIVOS SINTÉTICOS

Os adesivos sintéticos podem ser separados em termofixos e termoplásticos.

Os adesivos termofixos ou termoendurecedores sofrem reações químicas


com ou sem calor e passam a ter caraterísticas de insolubilidade de forma
irreversível.

Já os adesivos termoplásticos resistem apenas a mudanças fisicas, sofrendo


alterações com a ação do calor ou solventes.
OS PRINCIPAIS ADESIVOS SINTÉTICOS
TERMOFIXOS OU TERMOENDURECEDORES

Ureia-formaldeído, o fenol-formaldeído, a melanina-


formaldeído e o resorcinol-formaldeído.
Juntos eles correspondem a 90% de todos os adesivos
utilizados em processos de colagem de madeira (CAMPOS;
LARH, 2004).
A ureia-formaldeído possui coloração branca leitosa, teor de
sólidos entre 64 a 66%, pH entre 7,4 a 9,0, viscosidade entre 400
a 1000cp, temperatura de cura entre 90º a 120ºC e pode ser
armazenada por 3 meses em estado líquido e até por um ano em
sua fase de pó. É mais indicada para peças de madeira que são
protegidas da umidade, como móveis e peças de uso interior
(IWAKIRI, 2005).
Os adesivos fenol-formaldeído apresentam coloração marrom
avermelhado, teor de sólidos ente 48 a 51%, pH entre 11 a 13,
viscosidade entre 300 a 600 cp, temperatura de cura entre 130º a
150ºC e podem ser armazenados por 4 a 5 meses em temperatura
ambiente. São mais resistentes à água do que a ureia-formaldeído,
sendo, por isso, até 2,5 vezes mais caros (EMERSON, 2010).
De acordo com Iwakiri (2005), a melanina-formaldeído é uma
resina com qualidade intermediária entre ureia-formaldeído e
fenolformaldeído. Tem a vantagem de ser mais resistente que a
ureiaformaldeído, e a cura mais rápida que a fenol-formaldeído.
podendo ser armazenada, por até um mês, em estado líquido e,
até um ano, em forma de pó.
A resorcina-formaldeído possui cura a frio, com o
uso de um catalisador, é muito utilizada na
construção naval e na aviação devido à sua alta
resistência à umidade. Possui um custo bem mais
elevado em relação às outras
ADESIVO TERMOPLÁSTICO

Segundo Lima (2006), o adesivo termoplástico mais importante para a


colagem da madeira é o PVA. Esse adesivo é uma emulsão de acetato de
polivinila, utilizado para fabricação de móveis, colagem de lâminas e em
serviços de marcenaria e carpintaria em geral. Conforme Iwakiri (2005),
as resinas PVA, por serem à base de água, apresentam vantagens como
manuseio simples e seguro, ausência de odor, não são inflamáveis,
possuem baixo custo se comparadas a outras resinas comerciais,
possuem secagem rápida sob condições adequadas,
são de fácil limpeza e possuem boa estabilidade à
estocagem. Ainda segundo o mesmo autor, a sua cura
acontece em temperatura ambiente e é restrito ao uso
interior, em virtude da baixa resistência à umidade.
PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS ADESIVOS

Almeida et al. (2010) destacam que as principais


propriedades dos adesivos que influenciam
diretamente na colagem da madeira são:
viscosidade, tempo de trabalho, teor de
substâncias solidas e pH.
VISCOSIDADE

A viscosidade é a propriedade dos fluidos que corresponde ao seu


transporte. Quanto maior a viscosidade, menor a velocidade com
que o fluido se movimenta (AZEVEDO, 2009).

Almeida (2009) menciona que a fluidez de um líquido está


relacionada com sua viscosidade e que essa propriedade pode
determinar o tempo de validade de um adesivo.
Para a colagem da madeira, são desejados valores medianos de
viscosidade, pois adesivos com viscosidade muito alta tendem a
distribuir-se de forma irregular na madeira, gerando uma linha de cola
espessa por causa da diİcil penetração do adesivo na madeira. Todavia,
quando a viscosidade é muito baixa, ocorre uma maior penetração na
estrutura da madeira, gerando assim uma linha de cola faminta.
De acordo com César (2011), a determinação da viscosidade é
realizada pelo método do copo graduado “cup-method” ou
“Ford”, em que ocorre a medição do tempo de passagem do
líquido pelo oriİcio do copo, sendo a viscosidade calculada em
Centipoase (cP).
TEMPO DE TRABALHO

Stella (2009) descreve o tempo de trabalho como sendo o


tempo de vida úƟl do adesivo, que se estende desde a sua
preparação até a fase de gel, em que este aƟnge a sua
máxima rigidez. O tempo de trabalho dos adesivos não deve
ser muito longo, pois aumentaria o tempo de prensagem.
Contudo, Carneiro (2006) menciona que um
tempo de trabalho muito curto dificulta a aplicação
e o espalhamento do adesivo na madeira, devido
à sua rápida polimerização, provocando queda na
resistência da linha de cola.
TEOR DE SUBSTÂNCIAS SÓLIDAS
O teor de sólidos é uma propriedade muito importante no que se refere
à qualidade da colagem. Esse material forma a linha de cola
propriamente dita, uma vez que a água e outros materiais voláteis
evaporam durante a prensagem. Sua quantidade pode prejudicar a
colagem, tanto pela escassez de material sólido na linha de cola, tanto
pelo excesso de materiais que podem causar deformações na peça
colada (ALMEIDA, 2009).
O teor de substâncias sólidas é obƟdo secando-se 1 grama do
adesivo em estufa à temperatura de 103ºC, por 3 horas, e deixando
esfriar em dessecador, por 15 min. Após esse tempo, é realizada
novamente a pesagem. O teor de sólidos percentual pode ser
calculado pela diferença entre a massa inicial e final dividida pela
massa inicial (CÉSAR, 2011).
POTENCIAL HIDROGENIÓNICO (PH)

O pH de uma solução aquosa é caracterizado pela concentração de íons


dissociados de H+ e OH-. Para se determinar o seu valor, é necessário
um aparelho chamado pHmetro ou potenciômetro.

Stella (2009) considera importante a influência do pH, tanto na madeira,


quanto na resina. Ainda segundo a autora, resina com valores abaixo de
2,5 e acima de 11 podem degradar a fibra da madeira.
Marra (1992 apud IWAKIRI, 2005) afirma que pH com valores muito
baixos formam espuma em excesso, o que dificulta a aplicação do
adesivo.

A ureia-formaldeído possui cura em meio ácido, logo, madeiras com


pH alto tornam o processo de cura do adesivo mais rápido, podendo
inclusive provocar pré-cura da resina durante a prensagem dos painéis
Iwakari et al. (2000) reforçam que madeiras com pH
muito ácido podem causar a pré-cura de ureia-
formaldeído durante a fase de fechamento da
prensa, prejudicando as propriedades finais da
chapa.
FIM
OBRIGADO

Você também pode gostar