Este documento fornece informações sobre apreciação crítica, definindo-a como um texto que combina análise objetiva e opiniões subjetivas sobre um tema. Ele discute os passos para escrever uma apreciação crítica, incluindo analisar o objeto, consultar fontes, registrar impressões e usar linguagem valorativa. A estrutura típica inclui introdução, desenvolvimento com argumentos fundamentados e conclusão. Exemplos demonstram diferentes estilos de crítica, desde elogios até comentários sarcásticos.
Este documento fornece informações sobre apreciação crítica, definindo-a como um texto que combina análise objetiva e opiniões subjetivas sobre um tema. Ele discute os passos para escrever uma apreciação crítica, incluindo analisar o objeto, consultar fontes, registrar impressões e usar linguagem valorativa. A estrutura típica inclui introdução, desenvolvimento com argumentos fundamentados e conclusão. Exemplos demonstram diferentes estilos de crítica, desde elogios até comentários sarcásticos.
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Este documento fornece informações sobre apreciação crítica, definindo-a como um texto que combina análise objetiva e opiniões subjetivas sobre um tema. Ele discute os passos para escrever uma apreciação crítica, incluindo analisar o objeto, consultar fontes, registrar impressões e usar linguagem valorativa. A estrutura típica inclui introdução, desenvolvimento com argumentos fundamentados e conclusão. Exemplos demonstram diferentes estilos de crítica, desde elogios até comentários sarcásticos.
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FICHA INFORMATIVA Nº2
APRECIAÇÃO CRÍTICA
1. Definição e principais caraterísticas
Uma “apreciação crítica” é um texto que articula uma dimensão expositiva e uma dimensão crítica, isto é, conjuga a abordagem de um tema com as opiniões fundamentadas do seu autor. Neste sentido, é um texto subjetivo e valorativo que parte da análise do objeto para a formulação de um ou vários juízos de valor. Este tipo de textos pode incidir sobre um largo espetro de temas como, por exemplo, manifestações culturais (uma obra literária, ou uma música, passando por uma peça de teatro, um filme, ou uma pintura), ou mesmo obras científicas. Uma “apreciação crítica”, porque é um texto claramente subjetivo, não tem de obedecer cegamente a um conjunto de normas previamente determinadas, embora se deva subordinar aos princípios da coerência e da coesão. Cada crítico, de acordo com a sua sensibilidade e com o tema escolhido, pode criar o seu próprio estilo e até uma estruturação pessoal.
2. Passos a seguir e caraterísticas da linguagem:
A) Antes de avançar para a crítica é necessária uma análise objetiva do objeto. Determinar-lhe as caraterísticas; as principais ideias; a estruturação; a intenção e o público-alvo. B) Consultar alguma bibliografia quer sobre o objeto quer sobre o(s) autor(es); não apenas para ter mais material para a compreensão a obra como também para evitar erros grosseiros de análise. C) Ter em conta as sensações e as impressões que a obra lhe suscita. D) Por último, depois das opiniões estarem devidamente registadas e estruturadas, é fulcral não esquecer que, na redação da apreciação crítica, deve ser utilizada uma linguagem valorativa, ou seja, apreciativa ou depreciativa. Esta pode ser conseguida através do uso de: Adjetivos - obra suprema; momento deplorável, movimentos fluídos e encantadores... Advérbios - o filme arrasta-se preguiçosamente; infelizmente, lá tive que ler isto; o enredo é demasiado previsível. Comparação - precisava tanto de assistir a este filme como de comprar uma raspadinha já usada e sem prémio. Metáfora /alegoria- ler o livro foi degustar longamente uma soberba e delicada refeição- cada palavra era um condimento novo vindo dos confins da sensibilidade para nos tornar a consciência mais acutilante e atenta. Ironia – gostei tanto do filme que nem o nome fixei; Aconselho a leitura do livro a quem pretenda flagelar-se ou cortar os pulsos, o adormecimento que ele provoca, nestes casos, pode ser realmente útil. Hipérbole - ao fim do primeiro ato, caiu-me o queixo de espanto. Ainda hoje, uma semana depois, o procuro. E) Deve-se usar preferencialmente a 1ª ou a 3ª pessoas gramaticais, do presente do indicativo, e frases declarativas e exclamativas.
3. Estrutura: A estrutura de uma apreciação crítica é a seguinte: título, que deve ser curto, apelativo e sugestivo. introdução, na qual se apresenta ou se descreve sucintamente o objeto analisado e o posicionamento crítico relativamente ao objeto em apreciação. desenvolvimento, que apresente juízos de valor devidamente fundamentados, isto é, argumentos objetivos e consistentes de acordo com o posicionamento crítico indicado na introdução. conclusão, na qual é feita a síntese do que foi apresentado anteriormente e se reforça o posicionamento crítico.
4. Exemplos de críticas As críticas podem ser cáusticas, repare-se neste extrato de uma crítica de Miguel Esteves Cardoso sobre uma banda de nome Spandau Ballet: "Querem ser béu-béus de porcelana, mas parecem-se mais com caniches emperucados, daqueles que assinalam a mobília com a saudação de perna alçada e tremem como varas verdes com o barulho do seu próprio coração a bater. Enfim, mais para o chichi do que para o chique". Mas o mesmo autor também pode tecer maravilhosas loas: “Amália era uma génia da música, mas sentir de perto a facilidade com que cantava tudo era como testemunhar uma sucessão de milagres.” Há várias formas de efetuarmos juízos valorativas que dizem mais do que “gostei” ou “é mau”, por exemplo: “Há tanto para contar (e para “significar”) em Coisas de Homens do belga Lucas Belvaux que o filme não sustenta tanta carga, abandonando pelo caminho as suas personagens, resolvendo a história de maneira demasiado abrupta, “despachada”, como quem se viu com guitarra a mais para tão poucas unhas. “ “Viggo Mortensen passa para trás da câmara com uma história de famílias feridas que revela um realizador de corpo inteiro e dá ao veterano Lance Henriksen o papel da sua vida.” “Não tivesse Rita Redshoes jogado tanto pelo seguro, estaríamos provavelmente diante de uma transformação cumprida por inteiro à primeira. Mas já sabemos que são raros os casos em que estes momentos de reconfiguração de percurso correm sem sobressaltos e sem naturais cedências à insegurança. A boa notícia para Rita Redshoes é que não faltam por aqui boas pistas para dar, em seguida, um mais convicto passo em frente. Sem medo de se lançar, sem receio de cair.” A argumentação pode servir-se de situações objetivas, exemplos ou citações, para comprovar as suas impressões. Um crítico, depois de considerar o último livro de Miguel Sousa Tavares como um entretenimento sofrível, escreveu o seguinte: “Diga-se, por fim, que uma revisão textual talvez pudesse ter evitado (entre outros erros e/ou gralhas) que nos puséssemos a pensar em quantas mãos teria o amigo de Pablo quando lhe pôs “ambas as mãos nos ombros e levou um dedo à boca” (p.122); talvez pudesse ter clarificado o que quis afinal dizer o autor neste passo: “Vocês em Espanha ainda não se deram conta do que aí vem. É como se não acreditassem que esta tempestade destruidora não vai saltar as fronteiras e chegar aqui em dois tempos” (p. 181); talvez pudesse ter mudado certa “mesa sobre a parreira” (p. 256) para lugar mais acessível e seguro.”