Monografia GUACO

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 72

MINISTÉRIO DA SAÚDE

MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Mikania glomerata (GUACO)

Organização: Ministério da Saúde e Anvisa

Fonte do Recurso: Ação 20K5 (DAF/SCTIE/MS)/2012

Brasília

2014
2

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Aspecto geral da Mikania glomerata Spreng 10

Figura 2 - Aspecto das folhas de Mikania glomerata Spreng 11

Figura 3 - Ramos de Mikania glomerata Spreng: (A) não floridos; (B) floridos 13

Figura 4 - Detalhe das folhas de Mikania glomerata Spreng 13

Figura 5 - Mikania glomerata Spreng. (A) Folha padrão. (B-C) Corte frontal 15
Epiderme superior e inferior, respectivamente. Seta em B indica
células subepidérmicas com paredes espessas e silicificadas. Em C, a
seta indica células dispostas radialmente em torno da base de
tricomas. (D-E) Tricoma glanular unisseriado e peltado,
respectivamente. (F-G) Corte transversal do terço-médio da lâmina
foliar. Seta no G indica o teor lipídico do ducto secretor. (H) Corte
transversal da nervura mediana indicando os canais secretores (setas).
(CO) Colênquima; (EP) Epiderme; (X) Xilema

Figura 6 - Principais metabólitos secundários encontrados em Mikania 23


glomerata: cumarina (1), lupeol (2), ácido--isobutiriloxi-caur-16-en-
19-oico (3), ácidos diterpênicos (4), caurenoico (5), grandiflórico (6),
cinamoilgrandiflórico (7), caurenol (8), -sitosterol (9), friedelina
(10) e estigmasterol (11)

Figura 7 - Biossíntese de cumarina 24


3

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características da Mikania glomerata presentes no anexo da RDC 35


10/2010

Tabela 2 - Mikania glomerata Spreng na lista de produtos tradicionais 37


fitoterápicos

Tabela 3 - Estudos pré-clínicos, in vitro, de atividade farmacológica da espécie 45


Mikania glomerata

Tabela 4 - Estudos pré-clínicos, in vivo, de atividade farmacológica da espécie 52


Mikania glomerata

Tabela 5 - Formulações descritas para o xarope de Mikania glomerata 63

Tabela 6 - Medicamentos fitoterápicos que apresentam em sua formulação ativa 65


derivados da espécie Mikania glomerata

Tabela 7 - Patentes solicitadas para a espécie Mikania glomerata no banco de 68


dados do INPI
4

LISTA DE ABREVIATURAS

ACh - Acetilcolina
Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CBM - Concentração Bactericida Mínima
CCD - Cromatografia de camada delgada
CCE Curva concentração-efeito
Cd - Cádmio
CG - Cromatografia gasosa
CG-EM - Cromatografia gasosa acoplada a espectro de massa
CIM Concentração Inibitória Mínima
CLAE - Cromatografia líquida de alta pressão
CMNC - Concentração máxima não citotóxica
DNA - Ácido desoxirribonucleico
EPO - European Patent Office
HIV - Human imunodeficiency virus
Hist - Histamina
IN - Instrução Normativa
INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial
KOH - Hidróxido de potássio
LBA - Lavado bronco alveolar
MAO - Monoamina oxidase
MAO-A - Monoamina oxidase A
MAO-B - Monoamina oxidase B
ODS - Octadecilsilano
OMS - Organização Mundial da Saúde
Pb - Chumbo
q.s.p. - Quantidade suficiente para
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada
Rf - Fator de retenção
SFE - Extração por fluido supercrítico
SFE-CO2 - Extração por fluido supercrítico utilizando dióxido de carbono
SFE-Hexano - Extração por fluido supercrítico utilizando hexano
UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora
UV - Ultravioleta
VSM - Veneno, soro e extrato
5

SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO ........................................................................................................................ 9

1.1 NOMENCLATURA BOTÂNICA ............................................................................................. 9

1.2 SINONÍMIA BOTÂNICA ......................................................................................................... 9

1.3 FAMÍLIA.................................................................................................................................... 9

1.4 FOTO DA PLANTA .................................................................................................................. 9

1.5 NOMENCLATURA POPULAR .............................................................................................. 10

1.6 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA ........................................................................................... 10

1.7 OUTRAS ESPÉCIES CORRELATAS DO GÊNERO, NATIVAS OU EXÓTICAS


ADAPTADAS....................................................................................................................................... 11

2 INFORMAÇOES BOTÂNICAS ................................................................................................. 11

2.1 PARTE UTILIZADA / ÓRGÃO VEGETAL .......................................................................... 11

2.2 DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA PARTE DA PLANTA UTILIZADA ......................... 11

2.4 INFORMAÇÕES SOBRE POSSÍVEIS ESPÉCIES VEGETAIS SIMILARES QUE POSSAM


SER UTILIZADAS COMO ADULTERANTES ................................................................................. 15

3 INFORMAÇÕES DE CONTROLE DA QUALIDADE ............................................................. 16

3.1 ESPÉCIE VEGETAL / DROGA VEGETAL .......................................................................... 16

3.1.1 Caracteres organolépticos ...................................................................................................... 16

3.1.2 Requisitos de pureza .............................................................................................................. 17

3.1.2.1 Perfil de contaminantes comuns ......................................................................................... 17

3.1.2.2 Microbiológico ................................................................................................................... 17

3.1.2.3 Teor de umidade ................................................................................................................. 17

3.1.2.4 Metal pesado....................................................................................................................... 18

3.1.2.5 Resíduos químicos .............................................................................................................. 19

3.1.2.6 Cinzas ................................................................................................................................. 19

3.1.3 Granulometria ........................................................................................................................ 19


6

3.1.4 Prospecção fitoquímica .......................................................................................................... 19

3.1.5 Testes físico-químicos ........................................................................................................... 20

3.1.6 Testes de identificação ........................................................................................................... 20

3.1.7 Testes de quantificação .......................................................................................................... 20

3.1.7.1 Componentes químicos e suas concentrações: descritos e majoritários, ativos ou não ... 21

3.1.8 Outras informações úteis para o controle de qualidade ..................................................... 24

3.2 DERIVADO VEGETAL .......................................................................................................... 25

3.2.1 Descrição ............................................................................................................................... 25

3.2.2 Método de obtenção............................................................................................................... 25

3.2.3 Caracteres organolépticos ...................................................................................................... 26

3.2.4 Requisitos de pureza .............................................................................................................. 26

3.2.4.1 Perfil de contaminantes comuns ......................................................................................... 26

3.2.4.2 Microbiológico ................................................................................................................... 26

3.2.4.3 Teor de umidade ................................................................................................................. 26

3.2.4.4 Metal pesado....................................................................................................................... 27

3.2.4.5 Resíduos químicos .............................................................................................................. 27

3.2.5 Testes físico-químicos ........................................................................................................... 27

3.2.6 Prospecção fitoquímica .......................................................................................................... 27

3.2.7 Testes de identificação ........................................................................................................... 28

3.2.8 Testes de quantificação .......................................................................................................... 28

3.2.8.1 Componentes químicos e suas concentrações: descritos e majoritários, ativos ou não ... 28

3.3 PRODUTO FINAL ................................................................................................................... 29

3.3.1 Forma farmacêutica ............................................................................................................... 29

3.3.2 Testes específicos por forma farmacêutica ............................................................................ 30

3.3.3 Requisitos de pureza .............................................................................................................. 31

3.3.4 Resíduos químicos ................................................................................................................. 31

3.3.5 Prospecção fitoquímica .......................................................................................................... 31

3.3.6 Testes de identificação ........................................................................................................... 31


7

3.3.7 Testes de quantificação .......................................................................................................... 31

3.3.7.1 Componentes químicos e suas concentrações: descritos e majoritários, ativos ou não .... 32

4 INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA E EFICÁCIA .................................................................. 32

4.1 USOS POPULARES / TRADICIONAIS ................................................................................. 32

4.2 PRESENÇA NA NOTIFICAÇÃO DE DROGAS VEGETAIS ............................................... 33

4.3 ESTUDOS NÃO-CLÍNICOS ..................................................................................................... 34


4.3.1 Estudos toxicológicos ............................................................................................................ 35

4.3.1.1 Toxicidade aguda................................................................................................................ 35

4.3.1.2 Toxicidade subcrônica ........................................................................................................ 35

4.3.1.3 Toxicidade crônica ............................................................................................................. 35

4.3.1.4 Genotoxicidade ................................................................................................................... 37

4.3.1.5 Sensibilização dérmica ....................................................................................................... 38

4.3.1.6 Irritação cutânea ................................................................................................................ 38

4.3.1.7 Irritação ocular .................................................................................................................. 38

4.3.2 Estudos farmacológicos ......................................................................................................... 38

4.3.2.1 Ensaios in vitro ................................................................................................................... 38

4.3.2.2 Ensaios in vivo .................................................................................................................... 45

4.3.2.3 Ensaios ex vivo ................................................................................................................... 52

4.4 ESTUDOS CLÍNICOS ............................................................................................................. 53

4.4.1 Fase I...................................................................................................................................... 53

4.4.2 Fase II .................................................................................................................................... 54

4.4.3 Fase III ................................................................................................................................... 54

4.4.4 Fase IV ................................................................................................................................... 54

4.4.5 Estudos observacionais .......................................................................................................... 54

4.5 RESUMO DAS AÇÕES E INDICAÇÕES POR DERIVADO DE DROGA ESTUDADO.... 54

4.5.1 Vias de Administração ................................................................ Erro! Indicador não definido.

4.5.2 Dose Diária ............................................................................................................................ 55

4.5.3 Posologia (Dose e Intervalo) ................................................................................................. 55


8

4.5.4 Período de Utilização ............................................................................................................. 55

4.5.5 Contra Indicações .................................................................................................................. 56

4.5.6 Grupos de Risco..................................................................................................................... 56

4.5.7 Precauções de Uso ................................................................................................................. 56

4.5.8 Efeitos Adversos Relatados ................................................................................................... 57

4.5.9 Interações Medicamentosas ................................................................................................... 57

4.5.9.1 Descritas ............................................................................................................................. 57

4.5.9.2 Potenciais ........................................................................................................................... 58

4.5.10 Informações de superdosagem ............................................................................................. 58

4.5.10.1 Descrição do quadro clínico............................................................................................. 58

4.5.10.2 Ações a serem tomadas ..................................................................................................... 58

5 INFORMAÇÕES GERAIS ......................................................................................................... 58

5.1 FORMAS FARMACÊUTICAS /FORMULAÇÕES DESCRITAS NA LITERATURA ........ 58

5.2 PRODUTOS REGISTRADOS NA ANVISA E OUTRAS AGÊNCIAS REGULADORAS .. 61

5.3 EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO ............................................................................... 63

5.4 ROTULAGEM ......................................................................................................................... 63

5.5 MONOGRAFIAS EM COMPÊNDIOS OFICIAIS E NÃO OFICIAIS .................................. 63

5.6 PATENTES SOLICITADAS PARA A ESPÉCIE VEGETAL................................................ 63

5.7 DIVERSOS ............................................................................................................................... 64

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 65
9

1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 NOMENCLATURA BOTÂNICA

Mikania glomerata Spreng (1-3).

1.2 SINONÍMIA BOTÂNICA

Mikania hatschbachii GM Barroso, Willoughbya glomerata (Spreng.) Kuntze,


Mikania glomerata var montana Hassl, Mikania scansoria DC e Cacalia trilobata Vell (1-3).

1.3 FAMÍLIA

Asteraceae (2-6).
A maioria dos trabalhos utilizados para a elaboração desta monografia cita que a
espécie Mikania glomerata pertence à família Asteraceae. Em alguns deles, no entanto, é
possível ver referência à família Compositae (7-10). Por essa razão, é válido relembrar que os
termos Asteraceae e Compositae são sinônimos (2).

1.4 FOTO DA PLANTA


10

Figura 1 - Aspecto geral da Mikania glomerata Spreng (11, 12)

Figura 2 - Aspecto das folhas de Mikania glomerata Spreng (13)

1.5 NOMENCLATURA POPULAR

Guaco (4, 14-17), guaco-liso, guaco-de-cheiro (10), guaco-cheiroso (18, 19), guaco-
trepador (20), cipó-almecega (4), cipó-caatinga, coração-de-jesus e erva-de-cobra (10, 18, 20,
21). Conhecida também como chá-porreta na comunidade Bom Jardim, em Cuiabá, Mato
grosso (22). Denominada cipó-almesca no bairro Barra do Jucu, em Vila Velha, no estado do
Espírito Santo (23).

1.6 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

O gênero Mikania compreende cerca de 430 espécies (24, 25), distribuídas nas regiões
tropicais e subtropicais da América, África e Ásia (24, 26). No Brasil, são encontradas cerca
de 170 espécies (21, 25, 27), que ocorrem geralmente nas regiões sul e sudeste (21). Uma das
espécies mais estudadas, pertencente a este grupo, é a Mikania glomerata (24).
Mikania glomerata é uma espécie nativa do Brasil (23, 28-32), comumente encontrada
em regiões de mata atlântica (4, 33) e cultivada em quase todo o território brasileiro (19, 34,
35). Tem seu habitat nas margens dos rios, crescendo espontaneamente em matas primárias,
capoeiras, orlas de matas, terrenos de aluvião, várzeas sujeitas a inundações, além de possuir
boa adaptação ao cultivo doméstico (25).
11

Sua distribuição geográfica na América do Sul abrange, principalmente, as regiões sul


e sudeste do Brasil, podendo ser encontrada ainda na Bahia, Paraguai e noroeste da Argentina
(18, 36).

1.7 OUTRAS ESPÉCIES CORRELATAS DO GÊNERO, NATIVAS OU EXÓTICAS


ADAPTADAS

A espécie Mikania laevigata é, muitas vezes, utilizada e comercializada de forma


indistinta junto à Mikania glomerata (26, 37, 38). Essas duas espécies são confundidas por
apresentarem morfologia, composição química e usos medicinais muito semelhantes (13, 39),
além de ocorrerem, com frequência, no mesmo local (18). Além disso, Mikania glomerata e
M. laevigata são, frequentemente, citadas de forma equivocada na literatura (25).

2 INFORMAÇOES BOTÂNICAS

A família Asteraceae, na qual está inserido o gênero Mikania, compreende,


aproximadamente, cerca de 1500 gêneros que abrangem um total de 23.000 espécies (18). O
gênero Mikania Willdenow foi estabelecido em 1803 (26) e compreende cerca de 430 (24, 25)
espécies distribuídas em regiões tropicais e subtropicais (24-26). No Brasil, o gênero é
amplamente distribuído, com cerca de 170 espécies relatadas (21, 24).

2.1 PARTE UTILIZADA / ÓRGÃO VEGETAL

Folhas (15, 40, 41).

2.2 DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA PARTE DA PLANTA UTILIZADA

Segundo descrição da Farmacopeia Brasileira, as folhas são pecioladas, oval-


lanceoladas, agudas, podendo medir de 10 a 15 cm de comprimento. Possuem margens
inteiras e sinuosas, glabra e lazidia, sobre ambas as páginas, sensivelmente lobada, com a base
arredondada (41). Com relação às nervuras, são tri ou pentanervadas, oriundas do ápice do
pecíolo, que mede de 3 a 6 cm de comprimento, por até, 0,5 cm de diâmetro na base (41, 42).
12

Segundo Capaldi (2007), o pecíolo possui uma forma quase cilíndrica e, com frequência,
apresenta a base torcida (42).
A Farmacopeia Brasileira cita ainda que, quando secas, as folhas perdem, quase que
totalmente, seu odor característico, entretanto, o sabor aromático e amargo se mantém (41).

Figura 3 - Ramos de Mikania glomerata Spreng: (A) não floridos; (B) floridos (42).

Há, ainda, outras descrições importantes na literatura científica. A espécie é citada


como uma trepadeira sub-lenhosa, de grande porte, perene, com folhas obtusas na base, de
forma quase deltóide (11). Segundo Freitas (2006), apresenta-se como um subarbusto
silvestre, escandente, com folhagem densa e perene. O caule é descrito como cilíndrico,
ramificado, glabro e, quando seco, apresenta fratura fibrosa e aspecto estriado no sentido
longitudinal. A planta jovem apresenta coloração verde-claro passando a arroxeada e a
cinzento-escura nas partes suberificadas (43).
Outros autores citam ainda que as folhas da espécie M. glomerata são simples, de
consistência subcoriácea e apresentam-se opostas (18, 44, 45), além de possuírem medidas de
comprimento e largura muito próximas (18).

Figura 4 - Detalhe das folhas de Mikania glomerata Spreng (43).


13

2.3 DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA DA PARTE DA PLANTA UTILIZADA

Segundo a Farmacopeia Brasileira, as folhas possuem um epiderme glabro, formado


na página superior por células poligonais de paredes levemente curvas e, na inferior, por
células de parede ondeadas (41). Os estômatos anomocíticos ocorrem com maior frequência
na porção inferior da epiderme e são, geralmente, circundados por três a quatro células
epidérmicas não diferenciadas (18, 41, 44). As células da face abaxial mostram-se menores
que as da superfície adaxial (18, 44). Ambos os epidermes possuem pelos glanulosos
unisseriados, pluricelulares, recurvados, situados nas depressões epidérmicas (41, 43).
O mesófilo é heterogêneo e assimétrico, variando de acordo com as diferentes regiões
da lâmina foliar (41, 43, 44). Formado, na parte superior, por uma ou duas camadas de células
paliçádicas, frequentemente lobadas, e que permitem braços adquirindo formas
características; e na parte inferior, por parênquima lacunoso, formado por células
arredondadas ou elípticas (41-43).
Nos tricomas glandulares encontrados em M. glomerata (peltado e unisseriado) (18,
44), o pelo é simples e possui aspecto claviforne recurvado. Os tricomas devem ser
considerados como glândulas que secretam néctar diluído. Os pelos capitados e os canais
secretores também representam estruturas secretoras da espécie e estão distribuídas por todo o
eixo vegetativo (42). A presença de ductos secretores em M. glomerata parece esta associada
aos feixes vasculares (18, 42).
O texto contido na Farmacopeia Brasileira cita ainda informações relacionadas à
nervura da folha. Essa nervura é mediana, biconvexa e apresenta de 3 a 5 feixes líbero-
lenhosos, dispostos em arco e formados por um cordão lenhoso. Próximo a esses feixes, existe
a presença de pequenos canais secretores (41).
Além disso, a folha da espécie Mikania glomerata Spreng possui, células isoladas que
contém uma substância resinífera, finamente granulosa (41).
14

Figura 5 - Mikania glomerata Spreng. (A) Folha padrão. (B-C) Corte frontal Epiderme superior e inferior,
respectivamente. Seta em B indica células subepidérmicas com paredes espessas e silicificadas. Em C, a
seta indica células dispostas radialmente em torno da base de tricomas. (D-E) Tricoma glanular
unisseriado e peltado, respectivamente. (F-G) Corte transversal do terço-médio da lâmina foliar. Seta no
G indica o teor lipídico do ducto secretor. (H) Corte transversal da nervura mediana indicando os canais
secretores (setas). (CO) Colênquima; (EP) Epiderme; (X) Xilema. (44)
15

2.4 INFORMAÇÕES SOBRE POSSÍVEIS ESPÉCIES VEGETAIS SIMILARES QUE


POSSAM SER UTILIZADAS COMO ADULTERANTES

No mercado de fitoterápicos, adulterações da matéria-prima vegetal ocorrem,


comumente, sob a forma de substituições e falsificações. Frequentemente, espécies diferentes
são comercializadas em substituição à farmacopeica, devido à dificuldade de obtenção desta
ou, até mesmo, pelo emprego intencional de espécies de valor econômico inferior. Diante
desses fatos, torna-se necessária a realização de estudos que busquem a identificação da
constituição química de espécies com amplo uso medicinal, que apresentem características
morfológicas semelhantes, a fim de evitar adulterações (38).
Uma espécie muito semelhante a Mikania glomerata que, muitas vezes, é
comercializada indistintamente, é Mikania laevigata (26, 37, 38) As duas espécies são
conhecidas popularmente como “guaco” e são facilmente confundidas, pois ocorrem com
frequência no mesmo local, apresentam semelhança morfológica, composição química e usos
medicinais muito parecidos (13). Além disso, as duas espécies são, frequentemente, citadas de
forma errada na literatura (25).
A espécie M. glomerata consta da 1ª edição da Farmacopeia Brasileira (41), enquanto
a M. laevigata, encontra-se descrita no sexto fascículo da Farmacopeia Brasileira 4ª edição
(46). A principal diferença entre as duas espécies é a época de floração. A floração da espécie
M. laevigata ocorre em setembro, diferente da M. glomerata, que tem suas flores no mês de
janeiro (12). Outra diferença, porém pouco expressiva, está relacionada à morfologia e pode
ser visualizada no formato das folhas de ambas as espécies de Mikania, onde M. glomerata
apresenta lobos menos proeminentes do que M. laevigata (13, 36, 43).
A comparação entre características das células do xilema das duas espécies mostrou
que os elementos presentes nesta região são muito semelhantes. Além disso, o mesmo estudo
avaliou a anatomia do caule, que também não mostrou diferenças estatisticamente
significativas entre as espécies. Diante desses resultados, a diferenciação morfológica entre
M. glomerata e M. laevigata torna-se muito difícil (47)
Cumarina (1,2-benzopirona) é o marcador químico descrito para as duas espécies (38,
48, 49). De acordo com trabalhos descritos na literatura, espécies pertencentes a um mesmo
gênero podem sim, apresentar diferenças na constituição química (38). Os resultados obtidos,
por meio da comparação dos perfis cromatográficos por cromatografia de camada delgada
(CCD), mostraram que as duas espécies apresentam constituição química semelhante, onde
foi detectada a presença da cumarina (1,2-benzopirona), triterpenos/esteróides e heterosídeos
16

flavônicos. Características semelhantes também foram observadas nos perfis cromatográficos


obtidos por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) dos extratos etanólicos das duas
espécies, e os teores de cumarina mostraram-se bem próximos (38).
Outro estudo, realizado por Freitas (2006), encontrou concentrações diferentes de
cumarina entre as duas espécies. Na espécie M. glomerata, a cumarina estava presente em
cerca de 0,5% das folhas secas, enquanto que, na espécie M. laevigata, o marcador foi
encontrado em maior quantidade, cerca de 2,6% (43).
Alguns autores sugerem que as espécies M glomerata e M. laevigata podem ser
utilizadas de forma indistinta (38) e, até mesmo sugerem a unificação em termos de
nomenclatura (47). Entretanto, novas investigações relacionando essas duas espécies devem
ser realizadas, a fim de corroborar e fortalecer a utilização das mesmas como uma alternativa
terapêutica segura, eficaz e de qualidade (18).

3 INFORMAÇÕES DE CONTROLE DA QUALIDADE

3.1 ESPÉCIE VEGETAL / DROGA VEGETAL

Considerando que a monografia farmacopeica descrita para a espécie M. glomerata


consta da primeira edição do documento oficial, muitos limites não são padronizados,
especificamente, para a espécie em questão (41). Nestes casos, os limites descritos neste
trabalho são gerais ou aqueles encontrados na literatura pesquisada.

3.1.1 Caracteres organolépticos

A folha apresenta-se com odor fraco aromático de cumarina e coloração esverdeada


(26). Além disso, possui sabor aromático e amargo (41).
17

3.1.2 Requisitos de pureza

3.1.2.1 Perfil de contaminantes comuns


Conforme métodos gerais descritos na Farmacopeia Brasileira, devem ser avaliados os
contaminantes macroscópicos. A porcentagem de elementos estranhos não deve ser superior a
2% (50).
O procedimento consta da separação manual de materiais estranhos à droga,
inicialmente a olho nu e, em seguida, com auxílio de lentes de aumento, a partir de uma
quantidade específica da amostra. Para finalizar, deve-se pesar o material separado e
determinar sua porcentagem com base no peso da amostra submetida ao ensaio (50).

3.1.2.2 Microbiológico
Os métodos utilizados no controle microbiológico são os presentes nas metodologias
gerais da Farmacopeia Brasileira (50).
A partir da publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 26/2014, é
necessária a avaliação da presença de micotoxinas. Esse teste não precisa ser realizado em
todas as matérias-primas, apenas naquelas que possuem histórico de contaminação por essas
substâncias e também naquelas que possuem referências em monografias oficiais e literatura
científica (51).
Em estudo realizado por Bochner e colaboradores (2012), foi verificado que a
preparação e o armazenamento da droga vegetal podem influenciar nas taxas de contaminação
microbiológica. Por exemplo, a realização do processo de secagem, sem prévia lavagem da
folha de M. glomerata resultou em maior contaminação microbiológica (52).

3.1.2.3 Teor de umidade


Não existe limite farmacopeico descrito para a espécie M. glomerata (41), porém, a
Farmacopeia Brasileira cita que, quando a porcentagem não for indicada, é permitido um
máximo de 5% (41). Para a espécie M. laevigata - já citada anteriormente como espécie muito
semelhante e, muitas vezes, comercializada indistintamente à M. glomerata -, o limite
máximo para teor de umidade é de 10% (46).
Segundo a Farmacopeia Brasileira, podem ser empregados três tipos de métodos para
a determinação de água em drogas vegetais. O mais simples e rápido de ser executado é o
método gravimétrico (dessecação), porém, não é aplicável quando a droga contém substâncias
18

voláteis. O método azeotrópico (destilação com tolueno) e o volumétrico (Karl Fischer)


também podem ser empregados para a determinação de teor de água, porém, compreendem
técnicas mais complexas e necessitam de equipamentos especiais (50).
Na maioria da literatura pesquisada, pôde ser notado que o método mais utilizado para
avaliar o teor de umidade em amostras vegetais de M. glomerata, é o gravimétrico. Esse fato
se deve a maior simplicidade e rapidez na realização deste, frente aos outros métodos
farmacopeicos existentes (26, 38).

3.1.2.4 Metal pesado


A detecção de metais pesados em drogas vegetais deve ser realizada conforme os
métodos gerais descritos na Farmacopeia Brasileira (50). A Organização Mundial da Saúde
(OMS) recomenda que o limite máximo para detecção de chumbo seja de 10 mg/Kg (10
ppm), enquanto o de cádmio não deva ultrapassar 0,3 mg/Kg (0,3 ppm) em todas as espécies
vegetais medicinais. No Canadá e na China, os limites de detecção para metais pesados não
devem ultrapassar 10 e 20 ppm, respectivamente (53).
Um estudo desenvolveu um método simples de redissolução anódica de pulso
diferencial para a determinação simultânea de cádmio (Cd) e chumbo (Pb), utilizando um
eletrodo de mercúrio. A preparação da amostra foi um importante passo a ser considerado e, a
incineração utilizada no estudo, mostrou-se adequada na etapa anterior a realização do teste.
A determinação limite do método foi de 0,12 e 0,010 mg/Kg (0,12 e 0,010 ppm) para chumbo
e cádmio, respectivamente. O método foi aplicado para a quantificação desses metais em
amostras de várias espécies vegetais, inclusive para M. glomerata, e mostrou ser útil no
controle de contaminantes em plantas medicinais (54).
Outro estudo foi realizado com o objetivo de desenvolver um sistema de
espectrometria de absorção atômica, para determinar o teor de um metal pesado importante, o
chumbo, em plantas medicinais. Eles utilizaram um sistema de pré-concentração, acoplado a
um espectrômetro de absorção atômica. As amostras de M. glomerata foram analisadas após
digestão em ácido nitroperclórico. O sistema proposto foi otimizado por meio da avaliação
dos seguintes parâmetros: natureza, concentração e volume da solução, taxa de eluição, fluxo
de eluente, eficiência da eluição, a pré-concentração, taxa de fluxo e tempo de pré-
concentração. O sistema proposto apresentou bom desempenho, com alta precisão e
repetibilidade, excelente linearidade, baixo consumo de amostra (10,5 mL por determinação)
e frequência de amostragem de 55 amostras/hora. Os autores concluíram, então, que a
19

inclusão de uma coluna de pré-concentração no coletor de fluxo melhorou a sensibilidade do


espectrofotômetro (55).

3.1.2.5 Resíduos químicos


Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Não há metodologia
descrita na monografia de M. glomerata (41).
Não foram encontradas informações sobre a existência de um protocolo específico
para detecção de pesticidas em plantas medicinais. Conforme disposto no Guia da OMS, os
limites de quantidade máxima de resíduos químicos permitida são individualizados e podem
ser obtidos de pesquisas relacionadas à alimentos (53).

3.1.2.6 Cinzas
O teste deve ser realizado conforme a descrição contida na Farmacopeia Brasileira, em
seus métodos gerais (46). Não existe limite farmacopeico descrito para a espécie M.
glomerata (41), apenas para a espécie M. laevigata, que é de 15% (46).

3.1.3 Granulometria

O teste deve ser realizado conforme a descrição contida na Farmacopeia Brasileira, em


seus métodos gerais (50). Informações específicas sobre limites farmacopeicos para a espécie
não foram encontradas na literatura pesquisada. Não há metodologia descrita na monografia
de M. glomerata (41).
Em estudo realizado por Alvarenga e colaboradores (2009), amostras de folhas de M.
glomerata foram submetidas a uma tamisação sequencial (MESH 10, 20, 32, 80 e fundo) e as
frações retiradas em cada tamis foram pesadas e armazenadas. Porém, o objetivo do teste foi
apenas determinar a porcentagem de material estranho nas amostras (26).

3.1.4 Prospecção fitoquímica

A espécie é rica em compostos cumarínicos, triterpenos/esteróides e heterosídeos


flavônicos (29, 38), além dos componentes voláteis como os óleos essenciais (25). Alguns
autores citam ainda, a presença de estigmasterol e taninos hidrolisáveis (25, 56).
20

A avaliação dessas classes de compostos deve ser realizada por meio de metodologias
específicas como CCD e CLAE (26, 38).

3.1.5 Testes físico-químicos

Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser


realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.1.6 Testes de identificação

A Farmacopeia Brasileira descreve vários métodos que podem ser utilizados para
identificação de espécies e de substâncias, por exemplo, cromatografia em papel e
cromatografia em coluna (50). Considerando que não existe a informação farmacopeica de
qual metodologia deve ser realizada para a espécie M. glomerata, vale citar que, para a
espécie M. laevigata, o teste preconizado é a CCD (46).
Informações encontradas na literatura pesquisada reforçam o que é preconizado pela
Farmacopeia. A identificação da constituição química da espécie M. glomerata, na maioria
dos trabalhos, foi realizada por CCD (26, 38). Entretanto, outros estudos utilizaram CLAE a
fim de avaliar o perfil cromatográfico das amostras (56).

3.1.7 Testes de quantificação

Assim como no teste de identificação, não existe essa informação para M. glomerata
descrita na Farmacopeia (41). Diante do fato de que as espécies M. glomerata e M. laevigata
possuem composição química muito semelhante e, apresentam o mesmo marcador químico -
cumarina, torna-se relevante citar os parâmetros preconizados pela monografia de M.
laevigata (26, 37).
Para a quantificação da cumarina, segundo a Farmacopeia Brasileira, deve-se utilizar
CLAE. Utilizar cromatógrafo provido de detector ultravioleta (UV) 275 nm; pré-coluna
empacotada com sílica octadecilsilanizada (ODS), coluna de 150 mm de comprimento e 3,9
mm de diâmetro interno, empacotada com sílica quimicamente ligada a grupo
octadecilsilano (5 μm), fluxo da fase móvel de 0,5 mL/minuto. Sistema isocrático. A fase
21

móvel que deve ser utilizada neste teste é a mistura de metanol e água, na proporção de
47:53 (46).
Bueno e Bastos (2009) propuseram outro método para quantificação de cumarina nas
folhas da espécie Mikania glomerata Sprengel. O trabalho descreveu a validação completa de
metodologia analítica empregando cromatografia gasosa capilar com padronização interna
para quantificação da cumarina (1,2-benzopirona). A análise foi realizada utilizando-se uma
coluna capilar HP-5 (30 m x 0,32 mm x 0,25 μm), hidrogênio a 1,8 mL/minuto e rampa de
temperatura de 100 °C a 250 °C, a 15 ºC/min. A temperatura do injetor foi de 250 °C e do
detector, 270 °C. Os limites de detecção e quantificação da cumarina foram de 0,5 μg/ mL e
1,5 μg/ mL, respectivamente. A precisão do método proposto apresentou desvios padrões
relativos menores que 2,5 % e os teores de cumarina presentes nas folhas foi de 0,38 % m/m
(40).

3.1.7.1 Componentes químicos e suas concentrações: descritos e majoritários, ativos


ou não
Entre os componentes químicos já descritos estão os compostos cumarínicos,
diterpenóides, fenilpropanóides, triterpenóides e esteróis, além dos componentes voláteis
como os óleos essenciais (25, 57).
O composto cumarínico cumarina (29) está presente em cerca de 0,5% de folhas secas
de M. glomerata, entretanto, concentrações mais altas normalmente são encontradas em
folhas frescas (58). A cumarina é o componente utilizado como marcador de M. glomerata
(18) e, seus percentuais podem apresentar largas variações em folhas frescas de M. glomerata
de ocorrência natural e cultivadas ex situ. Essas variações podem ocorrer devido ao
processamento, secagem e estocagem do material vegetal (58).
Quanto a classe dos diterpenoides, já foram isolados a partir da espécie M. glomerata
o ácido caurenóico, que ocorre em muitas espécies de Mikania (13), além do 15--
cinamoilgrandiflórico, 15--isobutiriloxi-caur-16-eno-19-oico, 15--isobutiriloxi-caur-16-
eno-19-oico, 15--isobutiriloxi-caur-16-eno-19-oico e 16--benzoiloxi-caur-16-eno-19-oico
(56, 58). Além disso, os fenilpropanóides ácido orto-hidroxicinâmico (56) e ácido 2-acetoxi-
trans-cinâmico também já foram isolados da espécie (58).
Outros metabólitos secundários como o siringaldeído (59), friedelina, lupeol,
estigmasterol (25, 38), fitol e ácido palmítico também já foram isolados da espécie M.
22

glomerata (58). Componentes voláteis também já foram identificados, sendo que os principais
constituintes registrados dos óleos essenciais foram o -cubebeno e espantulenol (58).

O O
H

HO CO2CH3
CO2H
1 2 3

H H
H
OH
O O
CO2H CO2H
CO2H
4 5 6

H
H

CO2CH3 H
CH2OH HO
8
7

H H H H
CO2H

H
O HO OH

9 10 11

Figura 6 - Principais metabólitos secundários encontrados em Mikania glomerata: cumarina [1], lupeol
[2], ácido--isobutiriloxi-caur-16-en-19-oico [3], ácidos diterpênicos: caurenoico [4], grandiflórico [5],
cinamoilgrandiflórico [6], caurenol [7], -sitosterol [8], friedelina [9], estigmasterol [10] e ácido o-
cumárico [11] (13).
23

O metabólito secundário majoritário descrito para a espécie é a cumarina, que é


considerada também o marcador químico de M. glomerata (25, 38, 56, 60), ou seja, confere
identidade à espécie. Acredita-se que, parte desta substância seja formada durante o
processamento da planta, a partir da lactonização do ácido orto-cumárico, por ação enzimática
e pelo calor. Cumarina ocorre principalmente nas folhas da planta e caracteriza o odor
fragrante e aromático da espécie, além de ser um dos principais responsáveis pelas ações
farmacológicas da planta (25). Diante disso, o doseamento desta substância é muito utilizado
no controle da qualidade de preparações extrativas de M. glomerata (13).
Outro metabólito secundário que, juntamente com a cumarina, destaca-se por suas
ações farmacológicas tais como anti-inflamatória e expectorante, é o ácido caurenóico. Esse
diterpeno ocorre em muitas espécies do gênero Mikania e parece possuir ação antimicrobiana
contra Staphylococcus aureus e epidermidis, além da atividade antifúngica, inibindo o
crescimento de Candida albicans (13).

CO2H CO2H CO2H CO2H

HO OH -2O OH -2O PO
2PO 2 O CO2H O CO2H
OH OH OH OH

ácido chiquímico ácido 3-fosfatochiquímico ácido 3-fosfatoenolpiruvil- ácido corísmico


chiquímico (EPSP)

CO2H NH2 O

O
CO2H CO2H HO2C
NH3 CO2
H2O CO2H

OH
ácido cinâmico fenilalanina ácido fenilpirúvico ácido prefênico

CO2H CO2H

CO2H

O-gli
OH O-gli

O O

ácido o-cumárico ácido-D-glicosil-o-cumárico cumarina


Figura 7 - Biossíntese da cumarina (25).
24

3.1.8 Outras informações úteis para o controle de qualidade

É de fundamental importância o conhecimento sobre quais fatores podem influenciar


na composição química da espécie vegetal. A produção e, consequentemente, a proporção dos
metabólitos secundários podem variar com alterações sazonais e circadianas, além de
dependerem também da idade e do desenvolvimento da planta (25). Em muitas espécies de
uso medicinal, também tem sido constatado certa plasticidade fisiológica e anatômica, em
função das condições ambientais de cultivo (57).
Há uma relação importante entre intensidade da luz e produção de metabólitos
secundários. O teor de cumarina, especialmente, pode apresentar alterações significativas com
relação às variações de luminosidade tendo, muitas vezes, maior produção em pleno sol (25).
Outro estudo, realizado por Medeiros (2006), avaliou a variação sazonal quantitativa e
qualitativa da cumarina presente na espécie M. glomerata, e constatou que os fatores
climáticos não influenciaram, de forma significativa, a biossíntese de cumarina. Isso porque,
não foi observada variação sazonal no rendimento da mesma ao longo do ano (21).
Importantes variações de cumarina também podem ser encontradas dependendo do órgão da
planta. Para a espécie M. glomerata, os maiores teores deste metabólito são observados em
folhas jovens, seguidos por flores, caules e raízes (25).
Em trabalho que avaliou as variações estruturais foliares de Mikania glomerata
cultivada em diferentes condições de luminosidade (100%, 26,4% e 13,8% de intensidade
luminosa), foi constatado que os maiores valores médios de área e massa fresca foliar
ocorreram no tratamento sombra (13,8% de luminosidade) (61). Outro estudo que também
avaliou aspectos anatômicos e fisiológicos de plantas de guaco (M. glomerata) submetidas a
fotoperíodos de 8, 12, 16 e 20 horas, constatou que, após 90 dias de tratamento, os teores de
clorofila foram maiores nos fotoperíodos de 8 e 12 horas nas regiões superior e mediana da
planta, e menores no fotoperíodo de 8 horas na região basal. A espessura da epiderme adaxial
nas regiões mediana e basal da planta aumentou até o fotoperíodo de 16 horas e, quanto ao
parênquima esponjoso nestas regiões houve aumento progressivo até o fotoperíodo de 20
horas (62).
A adaptação de espécies vegetais às mudanças ambientais pode resultar em eventos
integrados que ocorrem em todos os níveis de organização, desde o anatômico, celular,
bioquímico, até o molecular. Diante desse fato, é de extrema importância a execução de
pesquisas de bio-monitoramento, considerando as alterações anatômicas, químicas e
fisiológicas em vegetais de interesse medicinal, sob diferentes condições de crescimento (57).
25

3.2 DERIVADO VEGETAL

Não existe, nas farmacopeias oficiais, monografia para derivados da espécie M.


glomerata. Diante disso, devem ser empregados os métodos gerais descritos e estabelecidos
para droga vegetal, disponíveis na Farmacopeia Brasileira. Podem ser empregados ainda, os
métodos e especificações existentes na literatura científica.

3.2.1 Descrição

A parte de M. glomerata mais utilizada são as folhas (8, 63, 64), entretanto, também
são encontrados estudos realizados com partes do caule e da raiz da planta (33). O derivado
mais utilizado é o extrato hidroalcoólico (65-68). Contudo, estudos têm sido realizados com
vários solventes e diversos métodos de extração.

3.2.2 Método de obtenção

A obtenção de derivados hidroalcoólicos de M. glomerata, na maioria dos estudos, foi


realizada por meio de maceração ativa, durante 24 horas (33, 56), utilizando, usualmente, 200
g de planta seca para 1000 mL de diferentes concentrações água:etanol (24, 69, 70). Outro
método bastante citado é a percolação exaustiva com etanol (15, 38, 71).
O derivado aquoso de M. glomerata também é bastante utilizado. Soares de Moura e
colaboradores (2002) obtiveram o extrato aquoso da planta por meio de infusão, utilizando 15
g de folhas da planta para 100 mL de água destilada (8). Em outro estudo que avaliou os
efeitos genotóxicos e antiproliferativos de M. glomerata, as folhas da espécie foram secas e
submetidas a infusão, durante 10 minutos. As infusões foram preparadas em duas
concentrações: 4 g/L e 16 g/L (72).
Vilegas e colaboradores (1997) avaliaram cinco métodos para a extração de compostos
de baixa polaridade de folhas de M. glomerata. Foram comparados: maceração convencional,
maceração com ultrassom, Soxhlet e extração com fluido supercrítico (SFE) utilizando
hexano (SFE-hexano) ou dióxido de carbono (SFE-CO2) como fluido de extração. A
avaliação destes métodos pela correlação entre o rendimento e tempo de extração, mostrou
que SFE-hexano foi o método mais eficiente. O SFE-CO2 apresentou um rendimento mais
baixo, porém significativamente mais elevado do que os métodos convencionais (maceração e
26

Soxhlet). SFE-hexano e maceração apresentaram o maior rendimento de cumarina, enquanto


maceração sob sonicação forneceu o maior rendimento de ácido caurenóico (73).
Em outro estudo que avaliou diferentes métodos extrativos, Celeghini e colaboradores
(2001) compararam os seguintes procedimentos: 1) maceração: utilizando 1 g de folhas para
10 mL solução extrativa (etanol:água), durante 7 dias; 2) maceração sob sonificação: 1g
folhas para 10 mL solução hidroalcoólica, durante 30 minutos; 3) infusão: 1 g folhas para 10
mL água; 4) Extração em fluído supercrítico. O estudo apresentou como melhor escolha a
maceração sob sonicação, principalmente quando considerada a relação tempo/rendimento
(10).

3.2.3 Caracteres organolépticos

Na literatura pesquisada, apenas um estudo descreveu a avaliação de características


organolépticas de amostras de soluções hidroalcoólicas (tinturas) adquiridas em farmácias de
manipulação de Belo Horizonte. Os resultados encontrados mostraram que as 3 amostras de
tinturas analisadas exibiram odor aromático próprio, mas apresentaram cores e aspectos
diferentes (26).

3.2.4 Requisitos de pureza

3.2.4.1 Perfil de contaminantes comuns


Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser
realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.2.4.2 Microbiológico
Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser
realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.2.4.3 Teor de umidade


Foram encontrados dois estudos que avaliaram o teor de umidade em extratos
hidroalcoólicos, posteriormente liofilizados, de M. glomerata. Braz e colaboradores (2012),
27

em estudo para avaliar a qualidade de espécies vegetais comumente encontradas no mercado


brasileiro, avaliaram o teor de umidade do extrato seco de M. glomerata por meio do método
gravimétrico (dessecação), descrito, inclusive, na farmacopeia brasileira (74). No segundo
trabalho encontrado, a metodologia utilizada para a avaliação do teor de umidade, também em
extrato seco, foi a utilização de um determinador de umidade com fonte de calor
infravermelho durante o processo (63).

3.2.4.4 Metal pesado


Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser
realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.2.4.5 Resíduos químicos


Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser
realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.2.5 Testes físico-químicos

Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser


realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.2.6 Prospecção fitoquímica

A avaliação da constituição química dos derivados vegetais da espécie M. glomerata


deve ser realizada através de metodologias específicas como CCD e CLAE (26, 38).
Lanças e colaboradores (1997), ao obter um derivado hidroalcoólico em extrator com
fluído supercrítico, analisaram, qualitativamente, sua composição química. Todos os extratos
brutos obtidos por SFE tiveram que ser analisados por CCD, devido à alta concentração de
clorofila presente nestes extratos, o que inviabilizou a análise por CLAE. A realização de uma
etapa de "clean-up" para eliminação de clorofila mostrou-se inviável devido à perda no teor
do marcador (64).
28

A identificação dos constituintes voláteis dos óleos essenciais derivados da espécie M.


glomerata foi realizada por Duarte e colaboradores (2007), por meio de cromatografia em
fase gasosa (CG) e espectrometria de massa (CG-EM). Foi utilizado um cromatógrafo de gás,
equipado com um detector seletivo de massa. Os componentes presentes no óleo essencial
foram identificados por comparação com os dados da literatura e por co-injeção de padrões
autênticos, quando disponível (28).

3.2.7 Testes de identificação

A identificação de cumarina em derivados vegetais de M. glomerata, na maioria dos


trabalhos, foi realizada por CLAE (21, 26, 75), seguida da metodologia por CCD (35, 70).
Alguns trabalhos mostram a utilização de cromatografia gasosa para a identificação do
marcador da espécie, sendo a grande maioria para derivados diclorometanólicos e
clorofórmicos (20, 73, 76).

3.2.8 Testes de quantificação

Segundo a Farmacopeia Brasileira, a quantificação de cumarina deve ser realizada por


CLAE (46). A maioria dos trabalhos encontrados reforça o que é preconizado pela
Farmacopeia (38, 63, 75). Medeiros e Kanis (2010) utilizaram uma mistura de acetonitrila e
água (40:60 v/v) como a fase móvel, o fluxo foi de 1,0 mL/min, temperatura de 40 °C,
detecção em 274 nm, coluna Supelcosil LC18, 15 cm x 4,6 mm, 5 μm, e o volume injetado foi
de 20 μL (75). Outro trabalho, desenvolvido por Alvarenga e colaboradores (2010), utilizou a
coluna LiChrocart-LiChrospher 100 RP–18, a 40 ºC, fluxo de 0,5 mL/min, detecção UV 275
nm e, como fase móvel, uma solução de água e metanol (53:47), com eluição isocrática (26).

3.2.8.1 Componentes químicos e suas concentrações: descritos e majoritários, ativos


ou não
Entre os componentes químicos descritos para os derivados vegetais de M. glomerata
estão os compostos cumarínicos, triterpenos/esteróides e heterosídeos flavônicos (29, 77),
além dos componentes voláteis como os óleos essenciais (5).
29

Em estudo que avaliou a composição química de óleos essenciais derivados da


espécie, muitos componentes voláteis foram identificados, entre eles: limoneno, elemeno,
copaeno, humeleno, elemol, biciclogermacreno, espatulenol (5).
O metabólito secundário majoritário descrito para a espécie é a cumarina (25, 38, 56).
Além de conferir o odor fragrante e aromático da espécie, é a principal substância responsável
pelas ações farmacológicas da planta (25). Outro metabólito secundário que, juntamente com
a cumarina, destaca-se por suas ações farmacológicas tais como anti-inflamatória e
expectorante, é o ácido caurenóico. Esse metabólito parece possuir ação antimicrobiana contra
Staphylococcus aureus e S. epidermidis, além da atividade antifúngica, inibindo o
crescimento de Candida albicans (13).

3.3 PRODUTO FINAL

O Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª edição, apresenta


algumas informações sobre produtos farmacêuticos derivados da espécie Mikania glomerata.
A fórmula e as orientações de preparo da solução extemporânea, xarope e tintura estão
descritos no documento oficial (78).
Não há monografias nas farmacopeias oficiais sobre formas farmacêuticas contendo
M. glomerata e nem a descrição de testes específicos de controle de qualidade para produtos
finais contendo essa droga vegetal. Diante disso, devem ser realizados os testes gerais para
produtos finais constantes nas farmacopeias oficiais e, também, aqueles descritos em literatura
científica.

3.3.1 Forma farmacêutica

Apesar da atividade farmacológica da espécie Mikania glomerata ser conhecida desde


longa data, existem poucos estudos visando preparar produtos padronizados que garantam
produção uniforme, doses eficazes e estabilidade (56). Os estudos disponíveis indicam que a
principal forma farmacêutica utilizada, contendo derivado da droga vegetal, é o xarope (14,
19, 40, 56). Em menor proporção, também foram encontrados trabalhos que citam a
preparação de soluções antissépticas contendo derivados de M. glomerata, além de alguns
testes de controle da qualidade das mesmas (14, 71).
30

Um estudo foi realizado com o objetivo de otimizar o processo extrativo, o tratamento


da droga vegetal para o preparo de tinturas, a determinação da melhor forma de estocagem e,
por fim, otimização da preparação da forma farmacêutica (xarope) (56). Os resultados
encontrados levaram os autores à conclusão de que, para se obter um produto final de
qualidade, com maior teor de princípio ativo, a planta Mikania glomerata fresca deve ser
secada em estufa com circulação de ar à 40 ºC por 48 horas. Após a secagem, a mesma deve
ser transformada imediatamente em tintura utilizando-se para sua extração uma mistura
hidroalcoólica a 70%. O xarope de guaco deve ser preparado pela adição da tintura ao xarope
simples a quente. A preparação da forma farmacêutica final mostrou que, apesar de a
cumarina ser uma substância volátil, houve elevação de seu teor quando o processo envolveu
manipulações que permitiram a elevação da temperatura da matéria-prima, como secagem da
planta em estufa, moagem e preparação do xarope a quente (56).

3.3.2 Testes específicos por forma farmacêutica

Um estudo avaliou a estabilidade de soluções antissépticas e xaropes que continham a


droga vegetal, por meio da análise do efeito dos produtos sobre o crescimento de S. mutans.
Primeiramente, a atividade antibacteriana dos extratos e formulações sobre S. mutans ATCC
25175 foi realizada pelo método de difusão em ágar e, posteriormente, pela aplicação desse
mesmo procedimento, determinou-se a estabilidade das soluções antissépticas submetidas à
temperatura ambiente e sob refrigeração (8ºC - 10ºC), mensalmente, por um período de três
meses. Como resultado, os autores relatam que formulações contendo guaco, com ou sem
própolis, foram ativas sobre S. mutans, mas podem perder a estabilidade em decorrência da
diminuição da temperatura (35).
Outro estudo com objetivo principal de estudar a estabilidade do xarope de guaco
produzido na Farmácia Universitária da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais
(UFJF), teve, como ponto de referência, a determinação do teor de cumarina nas amostras
armazenadas em diferentes temperaturas. A partir dos resultados encontrados, os autores
concluíram que a temperatura ótima de armazenamento é de 45 °C, pois assim, ocorre a
conversão do isômero trans em cis com subsequente conversão deste a cumarina (29).
31

3.3.3 Requisitos de pureza

Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser


realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.3.4 Resíduos químicos

Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser


realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.3.5 Prospecção fitoquímica


Informação específica não encontrada na literatura pesquisada. Os testes devem ser
realizados conforme descrições contidas na Farmacopeia Brasileira, em seus métodos gerais
(50).

3.3.6 Testes de identificação

Em estudo de Souza e colaboradores (2006), o monitoramento da cumarina em


formulações contendo extratos de M. glomerata foi realizado através de cromatografia em
camada delgada. O teste utilizou uma cromatoplaca de alumínio com sílica gel de 17 cm, fase
móvel constituída de mistura de hexano e acetona (10:3 v/v) e 100 μL das amostras. Extrato
fluido do guaco e solução de cumarina padrão foram empregados para comparar o fator de
retenção (Rf) e a concentração dos constituintes cumarínicos, observada durante revelação na
lâmpada ultravioleta a 365 nm e na reação com hidróxido de potássio (KOH) 5% (35).

3.3.7 Testes de quantificação

A maioria dos estudos encontrados utilizou CLAE para avaliar a quantificação de


metabólitos de M. glomerata em formas farmacêuticas (14, 19). Entretanto, outros estudos
também citaram a CCD para o monitoramento da cumarina em formulações contendo extrato
32

de guaco (35), além da utilização de técnicas espectrofotométricas para avaliar o teor da


substância (19, 29).
Bueno e Bastos (2009) propuseram uma nova metodologia analítica empregando
cromatografia gasosa capilar com padronização interna para quantificação da cumarina (1,2-
benzopirona) em xarope contendo Mikania glomerata. O procedimento utilizado foi o
seguinte: 10,0 g de amostra do xarope e 20,0 mL de acetato de etila contendo 100 g/mL de
piperonal, foram transferidos para um Erlenmeyer de 50,0 mL. O erlenmeyer foi
hermeticamente selado e mantido num agitador magnético durante 30 minutos a 40 ºC.
Depois disso, a amostra foi arrefecida e submetida a centrifugação por três minutos. Uma
alíquota do sobrenadante (2,0 mL) foi transferida para um frasco para análise por CG. Como
resultado do estudo, o método desenvolvido parece ser adequado para a análise quantitativa
rotineira de cumarina em xarope de guaco (40).

3.3.7.1 Componentes químicos e suas concentrações: descritos e majoritários, ativos ou


não
Em todos os trabalhos encontrados que se referiam às formas farmacêuticas derivadas
de M. glomerata, foi realizada apenas a identificação e a quantificação de compostos
cumarínicos (19, 35, 56). Este fato pode ser explicado pelo fato de que tanto a cumarina
quanto seu precursor, o ácido orto-cumárico, parecem fazer parte de um fitocomplexo
responsável pelas atividades terapêuticas da espécie (13).

4 INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA E EFICÁCIA

4.1 USOS POPULARES / TRADICIONAIS

Muitos registros do uso medicinal de M. glomerata têm mostrado que a espécie é


bastante utilizada no tratamento de doenças respiratórias (22, 30, 37) como bronquite (31, 79),
asma (80), gripe (81-83), tosse (25, 37, 83) e resfriados (37). Suas propriedades analgésicas
(31), antipiréticas (4), anti-inflamatórias (80), broncodilatadoras (25, 84) e expectorantes (18,
85) parecem ser as responsáveis pelos efeitos terapêuticos.
Alguns estudos, incluindo o realizado na cidade de São João de Polesine, no Estado do
Rio Grande do Sul, no Brasil, utilizando o infuso e decocto das folhas de M. glomerata,
relataram o uso da espécie no combate à enfermidades gastrointestinais (4, 18, 25, 39),
33

problemas relacionados a visão, além das já citadas doenças respiratórias (16). Há, ainda,
relatos de utilização da espécie nos casos de picadas de escorpião (18), além de muitos
estudos descreverem uma possível ação antiofídica (30, 31, 39).
Na comunidade de Barra do Jucu, município de Vila Velha, no estado do Espírito
Santo, o decocto das partes aéreas da planta é utilizado em casos de epilepsia, derrames e
reumatismo (23). Outros estudos, realizados em outras regiões do Brasil, também citam o
potencial antireumático de M. glomerata (4, 30).

4.2 PRESENÇA NA NOTIFICAÇÃO DE DROGAS VEGETAIS

A espécie M. glomerata está incluída na RDC 10 de 2010, que dispõe sobre a


notificação de drogas vegetais junto à Anvisa, conforme mostrado na Tabela 1 (86).

Ainda, a espécie M. glomerata está incluída na IN 02/2014, que dispõe sobre a "Lista
de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado" e a "Lista de produtos tradicionais
fitoterápicos de registro simplificado" (Tabela 2) (87).
34

Tabela 1 - Características da Mikania glomerata presentes no anexo da RDC 10/2010 (86).


Informações
Nomenclatura Nomenclatura Parte Formas de Posologia e Contra
Via Uso Alegações Efeitos adversos adicionais em
Botânica Popular utilizada utilização modo de usar indicações
embalagem
Gripes e A utilização pode
Infusão: 3g resfriados, interferir na coagulação
Pode interagir
(1 col bronquites sanguínea.
Mikania Utilizar 1 xic com
Guaco Folha sopa) em Oral A/I alérgicas e ___________ Doses acima da
glomerata chá 3 x ao dia. antiinflamatórios
150 mL infecciosas, recomendada podem
não-esteroidais.
(xic chá). como provocar vômitos e
expectorante. diarréia.

g: grama; mL: mililitro; col: colher; xic: xícara; x: vezes; A: adulto; I: infantil.

Tabela 2 - Mikania glomerata Spreng na lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado (87).
Nomenclatura Nomenclatura Padronização / Restrição de
Parte utilizada Derivado vegetal Indicações Dose diária Via
Botânica Popular Marcador uso
Venda sem
Mikania glomerata Expectorante e 0,5 a 5 mg de
Guaco Folha Cumarina Extrato / Tintura Oral prescrição
Sprengel broncodilatador cumarina
médica

mg: miligrama
35

4.3 ESTUDOS NÃO-CLÍNICOS

4.3.1 Estudos toxicológicos

4.3.1.1 Toxicidade aguda


Foram encontrados três estudos de toxicidade pré-clínica aguda na literatura
pesquisada (72, 77, 88). Dois destes utilizaram extrato aquoso na realização dos testes (72,
88), enquanto um terceiro utilizou extrato metanólico de M. glomerata (77). Esses estudos
apontam níveis diferentes de toxicidade para os diferentes extratos da planta.
O estudo que utilizou o extrato metanólico da planta, preparado a partir de 50 g da
planta seca, macerada em metanol (3 x 200 mL) por cinco dias, avaliou a toxicidade do
extrato através da realização do teste com Artemia salina. O resultado obtido demonstra
níveis significativos de toxicidade para o extrato de M. glomerata,com DL50 no valor de 63
ug/mL (77).
Um segundo estudo, realizado por Dalla Nora e colaboradores (2010) com o objetivo
de avaliar o efeito antiproliferativo e genotóxico de infusões de folhas de M. glomerata sobre
o ciclo celular da cebola (Allium cepa), demonstrou que M. glomerata, nas concentrações de 4
g/L e 16 g/L, inibe significativamente a divisão celular. Este resultado indica a capacidade
antiproliferativa dos extratos aquosos da planta (72).
A citotoxicidade do extrato aquoso de M. glomerata também foi demonstrada por
meio de um estudo realizado com a linhagem celular MDBK de rim bovino. A avaliação das
alterações morfológicas dessas células e a obtenção da concentração máxima não citotóxica
(CMNC) no valor de 500 µg/ mL, indicaram toxicidade fraca a moderada da planta (88).

4.3.1.2 Toxicidade subcrônica


Informação não encontrada na literatura pesquisada.

4.3.1.3 Toxicidade crônica


Três estudos pré-clínicos de toxicidade crônica, foram encontrados na literatura
pesquisada. Em todos os experimentos, foram utilizados extratos hidroalcoólicos preparados
com partes aéreas da planta e o efeito desse extrato foi avaliado em vários sistemas de cobaias
submetidas a tratamento crônico (67, 68, 89).
36

No primeiro estudo, ratos Wistar machos, com trinta dias de idade, foram divididos
aleatoriamente em dois grupos (tratamento e controle) de 20 animais cada. Os ratos do grupo
tratamento receberam, uma vez por dia, 1 mL de extrato de M. glomerata na dose de 3,3 g/kg
de peso corporal, durante 90 dias. Os ratos do grupo controle foram submetidos ao mesmo
protocolo, entretanto, receberam apenas 1 mL de água destilada (68).
Durante o período do experimento, os animais foram observados duas vezes ao dia
para a detecção de sinais clínicos de toxicidade. Além disso, o peso corporal foi registrado em
intervalos semanais e o consumo alimentar foi monitorado. No dia 91, os animais foram
sacrificados e, imediatamente após a morte, os animais foram submetidos à laparotomia para a
remoção e pesagem de diversos órgãos. Espermatozoides também foram coletados e
avaliados, além da análise dos níveis de testosterona (68).
Como resultado, os autores não observaram nenhuma alteração significativa das
variáveis analisadas e o tratamento não afetou o consumo de ração. Diante desses dados, os
autores sugeriram que, na dose utilizada, o extrato hidroalcoólico de M. glomerata não
apresentou efeito tóxico e nem interferiu com a fertilidade de ratos Wistar, quando
submetidos a um tratamento de longa duração (68).
Resultados semelhantes foram obtidos em estudo realizado por Silveira e Sá e
colaboradores (2003), no qual foram avaliados os efeitos de altas doses de extrato de M.
glomerata, administrado durante o ciclo espermatogênico de rator Wistar. Parâmetros muito
semelhantes àqueles avaliados no estudo anterior também foram analisados aqui e indicaram
que não há atividade antifertilidade ou efeitos tóxicos durante a administração do extrato (89).
O terceiro estudo encontrado na literatura pesquisada fez uma avaliação da fertilidade
de cobaias expostas ao extrato de Mikania glomerata. Neste estudo, ratos Wistar machos
foram tratados com 1 mL de extrato da planta (3,3 g/Kg de peso corporal), durante 52 dias.
Esses animais foram acasalados com fêmeas não tratadas em dois momentos do estudo. O
primeiro acasalamento ocorreu uma semana antes do início do tratamento com o extrato da
planta, enquanto, o segundo, na semana seguinte ao término do tratamento (67). Algumas
variáveis foram analisadas após os acasalamentos, como o número de: embriões implantados;
reabsorções e corpos lúteos; índices de acasalamento; gestações; perda de pré-implantações;
filhotes nascidos vivos e de animais desmamados (67).
Após a análise dessas variáveis, os autores concluíram que a administração de M.
glomerata não interferiu na fertilidade dos animais testados. Além disso, não foram
observadas alterações significativas das variáveis analisadas, o que sugere a ausência de efeito
mutagênico da planta em ratos Wistar (67).
37

Estudos que avaliam os efeitos do extrato de plantas sobre o sistema reprodutor de


cobaias pode ser justificado, diante do fato de que, plantas medicinais podem apresentar, em
sua constituição, alguns compostos capazes de causar muitos efeitos adversos ao organismo.
Compostos como a cumarina e os flavonoides são substâncias encontradas em muitas espécies
vegetais, cuja interferência na fertilidade de ratas e cadelas, respectivamente, já foi
evidenciada em estudos prévios (68). Mikania glomerata Spreng é uma planta muito utilizada
popularmente no tratamento de doenças respiratórias e, em suas folhas, foi detectada a
presença de cumarina e flavonoides (25, 38). Diante desse fato, estudos que avaliam os efeitos
da mesma sobre o sistema reprodutor são de grande relevância (67, 68, 89).

4.3.1.4 Genotoxicidade
Na literatura pesquisada, foram encontrados três estudos que avaliaram a
genotoxicidade de extratos da espécie M. glomerata. Em estudo realizado por Dalla Nora e
colaboradores (2010), que avaliou o efeito genotóxico de infusões de folhas de M. glomerata,
sobre o ciclo celular da cebola (Allium cepa), concentrações de 4 g/L e 16 g/L do extrato da
planta foram testadas e os resultados demonstraram causar aberrações cromossômicas
importantes nas células de A. cepa (72).
A capacidade de extratos de M. glomerata induzirem danos ao ácido
desoxirribonucleico (DNA) também foi avaliada, in vitro, em células de hepatoma HTC,
através da realização de ensaio cometa e teste de micronúcleos. Neste estudo, foram
preparados dois extratos diferentes da planta, um obtido por infusão (MI) e outro por
maceração em etanol 80% (MM80). Os resultados obtidos demonstraram que a espécie pode
causar genotoxicidade e, além disso, pode-se perceber que os danos ao DNA foram mais
acentuados quando doses mais altas dos extratos foram utilizadas (6).
Por fim, resultados diferentes dos citados anteriormente foram obtidos em estudo
realizado por Soares de Moura e colaboradores (2002), onde foi avaliado o potencial
genotóxico de uma fração diclorometano (MG1), obtida de um extrato hidroalcoólico de M.
glomerata. O teste foi realizado com a utilização de um plasmídeo DNA pUC 9.1, utilizando
um procedimento de lise alcalina. O resultado obtido mostrou que a fração MG1, em todas as
concentrações testadas (1, 10 e 90 µg/mL), não apresentou qualquer tipo de dano sobre o
DNA (8).
38

4.3.1.5 Sensibilização dérmica


Informação não encontrada na literatura pesquisada.

4.3.1.6 Irritação cutânea


Informação não encontrada na literatura pesquisada.

4.3.1.7 Irritação ocular


Informação não encontrada na literatura pesquisada.
A falta de estudos de avaliação dérmica, como os três itens anteriores, pode ser
justificada pela pequena utilização tópica de M. glomerata. Conforme a literatura pesquisada,
não há estudos com a utilização de formulações tópicas.

4.3.2 Estudos farmacológicos

4.3.2.1 Ensaios in vitro


A maioria dos estudos com extratos de Mikania glomerata, foram realizados na área
de farmacologia pré-clínica, onde os trabalhos com experimentos in vitro foram os mais
encontrados na literatura pesquisada.
Foram encontrados 18 trabalhos avaliando diferentes atividades, de variados extratos
obtidos da planta, como: atividade antiofídica (33, 90), potencial inibição da monoamina
oxidase (MAO) (91), além da atividade antimicrobiana (5, 71, 77, 92, 93).
A atividade antiofídica foi avaliada em dois estudos encontrados. Um deles avaliou a
atividade antiofídica de M. glomerata frente ao veneno de Lachesis muta. O extrato aquoso da
planta foi submetido a alguns ensaios utilizando concentrações diferentes do veneno. Um
deles determinou a atividade da fosfolipase A2, utilizando teste de hemólise indireta com
eritrócitos humanos e da emulsão de gema de ovo de galinha como substrato. A atividade de
coagulação também foi avaliada a partir de amostras normais de plasma humano de
voluntários saudáveis. Por fim, a atividade proteolítica também foi determinada, utilizando
azocaseína como substrato, na presença ou na ausência de extratos de plantas (90).
Os resultados obtidos em todos os testes frente ao veneno de L. muta mostraram que o
extrato de M. glomerata não foi capaz de inibir por completo qualquer atividade (90).
Resultados diferentes foram obtidos frente a venenos de outras espécies, como
Bothrops e Crotalus durissus terrificus. Em experimento realizado por Maiorano e
39

colaboradores (2005), que utilizou extratos aquosos de diferentes partes da planta (folhas,
caules e raízes), a atividade fosfolipase A2 foi inibida em torno de 100% para o veneno de
Crotalus durissus terrificus. Além disso, a atividade de coagulação induzida pelo veneno de
Bothrops jararacussu, Bothrops neuwiedi e Bothrops moojeni, foi inibida pelos diferentes
extratos obtidos a partir de Mikania glomerata (33).
Outro estudo avaliou o potencial de inibição da monoamino oxidase (MAO-A e MAO-
B), por extratos de diferentes polaridades, obtidos a partir de folhas da planta. Os extratos
hexânico, diclorometânico e metanólico foram testados a partir de uma suspensão de
mitocôndrias e os resultados encontrados indicam que, os extratos hexânico e diclorometânico
foram ativos frente a MAO-B, sem apresentar atividade de inibição da MAO-A. Por outro
lado, o extrato metanólico apresentou atividade de inibição da MAO-A e MAO-B, sem
seletividade (91).
A maior parte dos estudos in vitro, relacionados à M. glomerata, testaram a atividade
antimicrobiana da planta. Muitos avaliam seu efeito frente a diversas bactérias como,
Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus, Staphylococcus aureus, Pseudomonas
aeruginosa, Salmonella typhimurium, Shigella sonnei, Klebsiella pneumoniae, Escherichia
coli, entre outras (24, 71, 77, 94). Foram encontrados também, estudos que avaliaram a
atividade antiviral (88), antiprotozoária (9, 17), antifúngica (5, 65, 92) e nematicida (70) de
diferentes soluções extrativas da espécie.
Os estudos realizados com bactérias apontam para a existência de algum grau de
atividade tanto contra bactérias gram-positivas, como para gram-negativas (92). Atividades
importantes contra cepas do gênero Streptococcus (24, 65), Staphylococcus aureus
multirresistente (91), Escherichia coli (28) e Klebsiella pneumoniae (77) foram encontradas.
Um dos trabalhos concluiu que, dos extratos e frações que apresentaram atividades de
inibição notáveis contra cepas de Streptococcus mutans, as frações de hexano foram as mais
potentes. Esta constatação sugere que a maioria dos compostos farmacologicamente ativos
possuem características não-polares (24).
Em contrapartida, um estudo realizado por Pereira (2006), ao avaliar a atividade
antibacteriana do extrato hidroalcoólico de M. glomerata, obteve um resultado negativo. A
ausência de atividade frente a quatro bactérias testadas (Bacillus subtilis ATCC 6633,
Staphylococcus aureus ATCC 25923, Aeromonas hydrophila ATCC 7966 e Pseudomonas
aeruginosa ATCC 27853) foi constatada por visualização da não ocorrência de halos de
inibição de crescimento (94).
40

Outro trabalho realizou um estudo avaliando o potencial de sinergismo na utilização


concomitante de plantas medicinais e conhecidos fármacos antimicrobianos. O extrato
hidroalcoólico de M. glomerata foi testado, juntamente com os fármacos, frente a 32 cepas de
S. aureus, que foram isoladas de amostras clínicas de recém-nascidos, internados na Unidade
Neonatal do Hospital da Faculdade de Medicina, Botucatu, SP, Brasil. Este estudo avaliou
ainda a concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos. Como resultado, M. glomerata
apresentou sinergismo antimicrobiano com os seguintes fármacos: tetraciclina, cloranfenicol,
netilmicina, gentamicina, vancomicina, penicilina, cefalotina. Além disso, apresentou CIM de
3,80 mg/mL (93).
A atividade antimicrobiana foi testada, também, em produtos acabados contendo
Mikania glomerata em sua formulação. Pinheiro e colaboradores (2012) realizaram um estudo
avaliando as atividades bacteriostática e bactericida de tinturas de Mikania glomerata sobre
bactérias responsáveis pela cárie dentária e comparou às da clorexidina. A tintura
hidroalcoólica de Mikania glomerata foi obtida na concentração de 20% (200 mg/mL), em
farmácia de manipulação, na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil, e a CIM foi determinada
pela técnica da microdiluição. O resultado encontrado no estudo, foi de que a tintura de
guaco, apesar de apresentar atividade antimicrobiana, ainda foi considerada inferior à
clorexidina (95).
O efeito de formulações (soluções antissépticas e xaropes) contendo extratos de M.
glomerata, sobre o crescimento de Streptococcus mutans foi avaliado em estudo realizado por
Souza e colaboradores (2006). No mesmo estudo, as soluções antissépticas também foram
avaliadas quanto à estabilidade em temperatura ambiente e sob refrigeração (8 ºC a 10 ºC),
mensalmente, por um período de três meses, tendo como parâmetro a inibição do crescimento
bacteriano (35).
As soluções antissépticas testadas inibiram o crescimento do microrganismo. A
inibição foi mais eficiente na utilização da maior concentração testada (20%), observando-se
ainda que a atividade foi potencializada na presença de extrato de própolis. Quanto ao teste de
estabilidade, pode-se perceber que no primeiro mês, com exceção da solução anti-séptica na
menor concentração do extrato (5%), todas as demais inibiram o crescimento de S. mutans. Já,
no segundo mês, somente aquelas que continham, além do extrato da planta, o própolis,
inibiram o crescimento da bactéria (35).
Estes achados corroboram não apenas com a ocorrência de um possível sinergismo
entre o extrato de M. glomerata e o própolis, mas sugerem também, uma participação
relevante deste último no efeito antibacteriano. Outro ponto do estudo a ser considerado é a
41

influência das condições ambientais sobre a estabilidade dos extratos. Temperaturas mais frias
parecem diminuir a eficácia antimicrobiana das formulações estudadas, enquanto que a
estocagem a temperaturas próximas a ambiente favorecem a atividade após três meses de
observação (35).
A atividade antifúngica foi testada em três trabalhos e todos utilizaram cepas de
diferentes espécies de Candida (5, 65, 92). Os resultados encontrados mostraram que o
extrato hidroalcoólico possui potencial atividade antifúngica frente às espécies C. krusei e C.
tropicalis (92). A atividade frente à espécie C. albicans foi testada com extratos
hidroalcoólicos, etanólicos e com o óleo essencial da planta, sendo apenas o óleo fortemente
ativo frente a essa espécie (5).
Um estudo avaliou ainda a atividade antiviral de derivados da planta, entretanto M.
glomerata apresentou fraca atividade antiviral, frente ao herpesvírus bovino e suíno (88).
Outra atividade relatada foi a nematicida que, em estudo realizado em placas de vidro
transparentes, contendo 20 nematóides, expostos a concentrações diferentes do extrato da
planta, foi avaliada com um estereomicroscópio após os tempos de exposições de 12 e 24
horas. Como resultado, foi avaliada a taxa de nematóides imóveis e, diante do que foi
encontrado, a espécie M. glomerata, parece apresentar significativa ação nematicida (70).
Por fim, dois estudos avaliaram a atividade antiprotozoária de derivados da planta,
frente a diferentes protozoários. Em estudo realizado por Luize e colaboradores (2005), o
extrato hidroalcoólico da espécie M. glomerata foi avaliado quanto a sua ação antiprotozoária,
frente à Leishmania amazonensis e ao Trypanosoma cruzi e, como resultado do estudo, pode-
se concluir que a espécie apresenta efeito significativo contra ambos parasitas, com uma
porcentagem de inibição de crescimento de 49,5% para T. cruzi e 97,5% para L. amazonensis
(17).
O outro trabalho que avaliou a atividade antiprotozoária do extrato hidroalcoólico de
M. glomerata, utilizou a espécie Herpetomas samuelpessoai em seus testes e não obteve bons
resultados. Após incubação de 72 horas, a 28 ºC, do protozoário juntamente com o extrato da
planta (1000 g/ mL), o crescimento celular foi estimado e pode-se perceber que não ocorreu
inibição. Assim, conclui-se que o extrato hidroalcoólico da planta não apresentou atividade
frente a esta linhagem de H. samuelpessoai (9).
42

Tabela 3 - Estudos pré-clínicos, in vitro, de atividade farmacológica da espécie Mikania glomerata.


Parte da Extrato Padronização Concentração do Metodologia Resultado Referênci
planta do extrato extrato utilizada a
Atividade Antiofídica
Foram utilizadas
Foram realizados os testes de Inibição da
diferentes proporções O extrato de M. glomerata não foi capaz de
Folhas Aquoso Não informado atividade da Fosfolipase A2, da atividade (90)
da mistura veneno + inibir completamente qualquer atividade.
coagulante e atividade proteolítica.
extrato.
A atividade fosfolipase A2 foi inibida em torno
Foram utilizadas de 100% para o veneno de Crotalus durissus
Foram realizados os testes de Inibição da
Folhas, caules e diferentes proporções terrificus. A atividade de coagulação induzida
Aquoso Não informado atividade da Fosfolipase A2 e da (33)
raízes da mistura veneno + pelo veneno de Bothrops jararacussu, Bothrops
atividade coagulante.
extrato. neuwiedi e Bothrops moojeni, foi inibida pelos
diferentes extratos da planta.
Atividade IMAO
Hexânico: 1.10-2 Os extratos hexânico e diclorometânico foram
3 diferentes A atividade foi medida utilizando uma
mg/mL ativos frente a MAO-B, sem apresentar
extratos: suspensão de mitocôndrias e o substrato
Diclorometanólico: atividade de inibição da MAO-A, enquanto o
Folhas hexânico, Não informado da reação utilizado foi a kinuramina. A (91)
1,5.10-2 mg/mL extrato metanólico apresentou atividade de
diclorometanóli formação do produto hidroxiquinolina foi
Metanólico: 1.10-1 inibição da MAO-A e MAO-B, sem
co e metanólico. monitorada a 314 nm.
mg/mL seletividade.
Atividade Antimicrobiana
Foram realizadas diferentes
metodologias: Método de disco, onde
as zonas de inibição foram registradas M. glomerata apresentou sinergismo
em milímetros; ensaios de sinergismo antimicrobiano com as seguintes drogas:
Foram utilizadas
Extrato entre os extratos da planta e drogas tetraciclina, cloranfenicol, netilmicina,
Folhas Não informado variadas concentrações (93)
hidroalcoólico. antimicrobianas e foi avaliada gentamicina, vancomicina, penicilina, cefalotina.
do extrato.
também, a concentração inibitória A CIM (90%) encontrada para a M. glomerata foi
mínima (CIM). Foram utilizadas de 3.80 mg/mL.
trinta e duas cepas de S. aureus nos
testes.
3 diferentes Os discos com 100 μL dos extratos
extratos: Discos contendo 100 uL brutos foram inoculados em placas de A espécie Mikania glomerata apresentou
Folhas hexânico, Não informado. dos 3 extratos foram Petri contendo meio de cultura já substâncias ativas frente ao crescimento da cepa (91)
diclorometânico preparados. semeado com a bactéria S. aureus multirresistente de S. aureus.
e metanólico. multirresistente.
Extrato Para o Teste de Difusão Foi realizada a técnica de difusão em A espécie M. glomerata parece possuir ação contra:
Folhas Não informado (77)
metanólico em ágar o extrato foi ágar, frente a 7 cepas bacterianas. A Pseudomonas aeruginosa, Salmonella typhimurium,
43

dissolvido em DMSO ocorrência de halos foi avaliada e o Klebsiella pneumoniae e Bacillis cereus.
estéril a uma diâmetro dos mesmos foi registrado.
concentração de 100 Ensaios para a determinação da CIM
mg/mL. Enquanto que, também foram realizados.
para o ensaio de
diluição em série
(CIM), foram utilizadas
diluições variadas.
Foi realizada a técnica de difusão em A espécie M. glomerata apresentou ausência de
Extrato ágar, frente a 4 cepas bacterianas. A atividade antibacteriana frente as 4 bactérias
Folhas Não informado 10 mg/ mL (94)
hidroalcoólico ocorrência de halos foi avaliada e o testadas. Não ocorreu a formação de halo de
diâmetro dos mesmos foi registrado. inibição.
Os extratos e frações apresentaram atividades de
Extrato
Diferentes inibição notáveis contra Streptococos mutans,
etanólico e Ensaios para a determinação da CIM
concentrações dos especialmente as frações de hexano. Esta
Folhas frações Não informado e CBM foram realizados frente a (24)
extratos e das frações constatação sugere que a maioria dos compostos
hexanicas e de vários isolados de Streptococcus.
foram utilizadas. farmacologicamente ativos possuem características
acetato de etila.
não-polares.
Diferentes
Ensaios de CIM foram realizados M. glomerata apresentou fraca inibição para os 13
concentrações do óleo
Folhas Óleo essencial. Não informado através de microdiluição, frente a 13 sorotipos diferentes de E. coli, apresentando, em (28)
essencial foram
sorotipos diferentes de E. coli. todos os testes, MIC acima de 1000 ug/mL.
utilizadas.
O extrato Concentrações de 5, 10
hidroalcoólico e 20% do extrato da Os resultados mostram que formulações
de M. glomerata planta foram contendo guaco, com ou sem própolis, foram ativas
Foi utilizado o método de difusão em
foi incorporado adicionados a sobre S. mutans, entretanto, aquelas que
ágar, frente a cepa de Streptococcus
Folhas nas Não informado formulações bases de apresentavam própolis em sua composição, tiveram (35)
mutans (ATCC 25175). A zona de
formulações- xarope e soluções potência maior. Ocorreu perda de
inibição foi medida e avaliada.
base de xarope e antisépticas bucais, com estabilidade em decorrência de mudanças de
de solução anti- ou sem a presença de temperatura.
séptica bucal. própolis.
Tintura
Foram determinadas as CIM e CBM
hidroalcoólica
dos das tinturas frente as linhagens
obtida em Concentrações da planta A tintura utilizada apresentou atividade
bacterianas padronizadas de
Não informado. farmácia de Não informado que variaram de 0,78 a antimicrobiana, entretanto foi inferior a da (95)
Streptococcus mutans (ATCC 25175)
manipulação de 100 mg/mL. Clorexidina.
e Streptococcus oralis (ATCC
João Pessoa,
10557).
Paraíba, Brasil.
Extrato Foram utilizadas As concentrações inibitórias mínimas M. glomerata apresentou algum grau de atividade
Folhas Não informado (92)
hidroalcoólico diferentes (CIM) dos extratos foram contra bactérias gram-positivas e gram-negativas.
44

concentrações do determinadas por meio das técnicas


extrato. de microdiluição frente a vários
microorganismos (bactérias e
leveduras).
Ensaios de CIM foram realizados
Foram utilizadas
Extrato através de microdiluição, utilizando O óleo da M. glomerata possui forte atividade
concentrações que
Folhas etanólico e óleo Não informado placas de 96 poços. O produto contra Candida albicans (CIM = 0,25 mg/mL). Já, (5)
variaram de 2 a
essencial Nistatina (Merck) foi utilizado como o extrato etanólico, não apresentou atividade.
0,03mg/mL.
controle.
Foi determinada a CIM através da
M. glomerata apresentou apresentou MIC até 0,5
Foram utilizadas teste de microdiluição.
Extrato mg/ mL (0,1 mg/mL) apenas para a cepa de
Folhas Não informado variadas concentrações Diversas cepas de bactérias e uma (65)
hidroalcoólico Streptococcus faecium. O que representa forte
do extrato. cepa de C. albicans foram utilizadas
atividade contra o microorganismo.
nos testes.
Foram utilizadas
Foi determinado o Indice de Inibição
diferentes
Não informado Extrato aquoso Não informado Viral frente ao herpesvírus bovino e M. glomerata apresentou fraca atividade antiviral. (88)
concentrações do
suíno.
extrato.
Realizou-se incubação de 72 horas, a
28ºC, do protozoário (Herpetomas
Extrato Não ocorreu inibição no crescimento celular do
Folhas Não informado 100ug/mL samuelpessoai) juntamente com o (9)
hidroalcoólico protozoário.
extrato da planta (1000 ug/mL) e o
crescimento celular foi estimado.
Os ensaios anti-protozoários foram
realizados a partir da incubação,
durante 96 horas, a 28ºC, dos A espécie apresentou efeito significante contra
Diferentes
Extrato parasitas (1.106/ mL), mais 1,0 mL do ambos parasitas, com a porcentagem de inibição de
Folhas Não informado concentrações foram (17)
hidroalcoólico extrato da planta diluído (100 ug/mL). crescimento de 49,5 para T. cruzi e 97,5% para L.
testadas.
O crescimento celular foi amazonensis.
determinado pela contagem dos
parasitas.
Foram utilizadas A ação nematocida foi avaliada
Extrato diferentes através da taxa de nemotóides mortos A espécie M. glomerata apresentou significativa
Folhas Não informado (70)
etanólico concentrações do (não móveis), após incubação de 12 e ação nematocida.
extrato. 24 hs com o extrato da planta
45

4.3.2.2 Ensaios in vivo


Foram encontrados dez estudos na área de farmacologia pré-clínica, in vivo,
relacionados à espécie M. glomerata. Nesses estudos, foram testadas as atividades
antitussígena e expectorante (96, 97), antiofídica (33, 90, 98), antidiarreica (34), anti-
inflamatória (7, 99, 100), analgésica (99), antibacteriana (101) e antialérgica (7).
Na maioria dos estudos avaliados, foram utilizados extratos aquosos das partes
aéreas da planta, (33, 34, 99); porém, extratos obtidos de outras partes da planta, como
raízes e caules também foram citados (33). Extratos hidroalcoólicos (100), frações
etanólicas (7), entre outros derivados da espécie, também foram testados (96, 97).
A atividade antitussígena e expectorante da planta foi analisada em dois
trabalhos que apresentaram o mesmo objetivo: avaliar formulações fitoterápicas que
continham, como um dos componentes, extrato fluido de Mikania glomerata (96, 97).
Em um dos estudos, o produto Melagrião®, cuja formulação apresenta
alcoolatura de agrião (Nasturtium officinale), extrato fluido de guaco (Mikania
glomerata), extrato fluido de polígala (Polygala sp.), bálsamo de tolú (Myrospermum
erytroxylon) e acônito, foi testada (96). O estudo utilizou três modelos biológicos
diferentes onde foram utilizados ratos Wistar no modelo da secreção das vias aéreas,
cobaias no modelo de tosse induzido por ácido cítrico e, na determinação da velocidade
de transporte mucociliar, foram utilizadas codornas japonesas. Os animais foram
distribuídos em grupos (teste e controles) e tratados, oralmente, com doses da
formulação equivalentes a 10 vezes a terapêutica recomendada (96).
Os resultados demonstraram que a formulação foi eficaz no reflexo da tosse,
causando uma redução de 27,3%. Entretanto, nos modelos de secreção das vias aéreas e
na determinação da velocidade de transporte mucociliar, a formulação não apresentou
eficácia significativa (96).
Os mesmos três modelos biológicos utilizados no estudo citado anteriormente,
também foram utilizados na avaliação do produto Fimatosam Solução®, cuja
formulação compreende: extrato fluido de jucá (Caesalpinea ferrea), agrião
(Nasturtium officinale), guaco (Mikania glomerata), cambará (Lantana camara),
maracujá (Passiflora alata), erva silvina (Polipodium vaccinifolium) e óleo vermelho
(Myrospermum erytroxilon). Os resultados demonstraram que o produto reduziu
significativamente o reflexo da tosse em cobaias, quando comparado ao controle
46

negativo. Isso mostra uma potencial atividade antitussígena do fitoterápico. Entretanto,


a eficácia expectorante não pode ser comprovada, afinal, não ocorreu aumento da
velocidade de transporte mucociliar em codornas tratadas, quando comparado ao grupo
controle (97).
Popularmente, a espécie Mikania glomerata é, também, muito utilizada como
agente anti-inflamatório e analgésico. Foram encontrados três estudos que avaliaram
essas possíveis atividades terapêuticas da planta (7, 99, 100).
Um dos estudos avaliou essas potenciais atividades a partir do extrato aquoso
das folhas da planta. Primeiramente, foi administrado (via oral) o extrato vegetal de M.
glomerata ou água (grupo controle). Duas horas após a administração do extrato, foi
administrado (via intravenosa), o corante Azul de Evans e o ácido acético. A fim de
avaliar a atividade analgésica dos extratos, durante 30 minutos, foi registrado o número
de contorções dos animais. Para avaliação da atividade anti-inflamatória, após os 30
minutos, os animais foram sacrificados, a cavidade peritoneal foi aberta e a
concentração do corante extravasado foi determinado em espectrofotômetro a 590 nm
(99).
O resultado desses experimentos mostrou que o extrato da planta apresenta
atividade analgésica (inibiu contrações na taxa de 63,10 %). Para a atividade anti-
inflamatória, o resultado não foi tão bom, apresentando uma taxa de inibição de apenas
48,92 % para difusão do corante (99).
Em estudo realizado por Fierro e colaboradores (1999), foi obtida uma fração a
partir do extrato etanólico de M. glomerata, e esta foi testada frente às possíveis
atividades anti-inflamatórias e antialérgicas da espécie. Foram realizados os ensaios de
pleurisia alérgica induzida por ovalbumina, histamina, serotonina ou PAF, além do
experimento com modelos de inflamação local induzida por aminas biogênicas. Como
resultado, o pré-tratamento dos animais (ratos Wistar machos) com a fração, apenas
reduziu o edema pleural na dose mais elevada (110 mg /kg). Em contraste, a inibição da
infiltração de leucócitos ocorreu precocemente (4 hs) e, também, tardiamente (24 hs)
(7).
O terceiro estudo encontrado, que avaliou a atividade anti-inflamatória de
derivados da planta M. glomerata, foi realizado a partir de extratos hidroalcoólicos de
folhas da espécie. Ratos Wistar receberam pré-tratamento com o extrato da planta
durante 2 semanas e, no 15º dia, soluções de pó de carvão ou de solução salina (grupo
47

controle) foram administrados diretamente no pulmão das cobaias, por instilação


endotraqueal. Quinze dias após a instilação de pó de carvão, os animais foram mortos e
o lavado bronco-alveolar (LBA) foi obtido. Níveis de proteína total, atividade da lactato
desidrogenase e contagem de células totais foram variáveis analisadas no LBA e, os
resultados obtidos, sugeriram que M. glomerata pode se tornar um bom candidato à
prevenção de lesão oxidativa do pulmão (100).
Alguns estudos apontam para uma possível atividade antiofídica da espécie.
Todos utilizam o extrato aquoso da planta, porém, de partes diferentes da mesma (33,
90, 98). Um dos trabalhos avaliou a atividade hemorrágica e indutora de edema, de
extratos das folhas, caules e raízes da planta e, como resultado, foi encontrado que,
apenas o extrato obtido a partir das raízes da espécie foi eficiente no combate ao edema
induzido pelo veneno de Crotalus durissus terrificus (inibição em torno de 40%) (33).
Outro estudo que também avaliou a ocorrência de sinais clínicos e laboratoriais
de envenenamento por Crotalus durissus terrificus, foi realizado por Floriano e
colaboradores (2009). As cobaias do experimento foram divididas em três grupos
experimentais: grupo C (controle); grupo VS (veneno + soro/ Vencofarma®); grupo
VSM (veneno + soro + extrato M. glomerata). Foram realizados exames físicos e
laboratoriais nas cobaias, em diferentes momentos após a inoculação do veneno (98).
Algumas alterações clínicas significativas foram encontradas nos grupos VS e
VSM, quando comparado ao grupo controle (C), como: diminuição da temperatura;
edema no membro onde foi inoculado veneno; sedação e diminuição da locomoção. A
recuperação mais rápida da sedação foi observada somente para os animais do grupo
VSM, quando comparado com VS. Houve um aumento do número de leucócitos, de
neutrófilos e de creatina quinase nos grupos VS e VSM, em relação ao grupo C. Apesar
dos resultados obtidos, estudos adicionais são necessários. Diferentes doses, tempo de
tratamento, diferentes métodos de administração e estudos histológicos e imunológicos
são essenciais para que o mecanismo de ação da M. glomerata, frente a este veneno,
possa ser esclarecido (98).
Foi avaliada também a atividade antiofídica de M. glomerata frente ao veneno
de Lachesis muta. O experimento quantificou lesões hemorrágicas produzidas na
região abdominal de ratos Wistar, por injeção intradérmica do veneno, na ausência e
na presença do extrato da planta. O resultado mostrou que o extrato de M. glomerata
não foi capaz de inibir a atividade hemorrágica causada pelo veneno (90).
48

Dentre a literatura pesquisada, foi encontrado um estudo de revisão com foco em


trabalhos que investigam medicamentos à base de plantas e outros produtos naturais,
bem como sua aplicação terapêutica, efeitos colaterais e possíveis interações
medicamentosas. A única citação relacionada com a espécie em questão relata que
extratos e frações de M. glomerata mostram atividade contra Streptococus do grupo
mutans (101).
Por fim, um estudo testou a atividade antidiarreica do extrato aquoso das folhas
de Mikania glomerata. Os resultados encontrados mostraram uma diminuição nos
movimentos de propulsão do conteúdo intestinal em camundongos albinos. A
administração oral produziu inibição do trânsito gastrointestinal de forma tão eficaz
como aquela produzida pela loperamida. Esses dados sugerem que o extrato aquoso de
Mikania glomerata contém substâncias farmacologicamente ativas com propriedades
antidiarreicas (34).
49

Tabela 4 - Estudos pré-clínicos, in vivo, de atividade farmacológica da espécie Mikania glomerata.


Parte da Padronização do
Extrato Dose / Posologia Metodologia Resultado Referência
planta extrato
Atividade Antitussígena
Utilizou três modelos biológicos: secreção
Extrato fluido Apresentou
das vias aéreas, tosse induzida por ácido
Não informado (Formulação Não informado 9 mL/Kg atividade (96)
cítrico e determinação da velocidade de
Melagrião®) antitussígena.
transporte mucociliar.
A dose utilizada foi Utilizou três modelos biológicos: secreção
Extrato fluido Apresentou
correspondente a dez vezes a dose das vias aéreas, tosse induzida por ácido
Não informado (Formulação Não informado atividade (97)
terapêutica recomendada pelo cítrico e determinação da velocidade de
Fimatosan®) antitussígena.
fabricante para seres humanos. transporte mucociliar.
Atividade Anti-inflamatória, Antialérgica e Analgésica
Apresentou
atividade analgésica
(inibiu contrações
na taxa de 63,10 %).
Atividade analgésica: número de contorções. Já, para a atividade
Atividade antiinflamatória: difusão do antiinflamatória, o
Folhas Extrato aquoso Não informado 0,1mL/Kg (99)
corante Azul de Evans na cavidade peritoneal resultado não foi tão
das cobaias. bom, apresentando
uma taxa de
inibição de 48,92 %
para difusão de azul
de Evans.
O pré-tratamento
dos animais com a
fração conseguiu
reduzir o edema
Não informado.
pleural apenas
O artigo, através de Foi realizado o ensaio de pleurisia alérgica
quando foi utilizada
testes de controle de induzida por ovalbumina, histamina,
Fração obtida do Foram utilizadas dosagens que a dose mais elevada
Folhas qualidade do serotonina ou PAF. Realizou-se também, o (7)
extrato etanólico variam de 10-110 mg/Kg. (110 mg/kg). Em
derivado, constatou experimento com modelos de inflamação
contraste, inibiu a
que a fração continha local induzida por aminas biogénicas.
infiltração de
12,9% de cumarina.
leucócitos
precocemente (4 hs)
e tardiamente (24
hs).
50

O extrato de M.
glomerata parece
Após pré-tratamento com o extrato da planta,
ser um bom
as cobaias foram expostas ao pó de carvão.
candidato para a
Variáveis como o número total de células e
Folhas Extrato hidroalcoólico Não informado 100mg/Kg prevenção de lesão (100)
de proteínas, assim como atividade da lactato
oxidativa do
desidrogenase, foram avaliadas no LBA dos
pulmão, quando
ratos.
exposto ao carvão
mineral.
Atividade Antiofídica
Estudos adicionais
com diferentes
doses, tempo de
As cobaias foram separadas em 3 grupos: VS tratamento,
(veneno + soro), VSM (veneno+soro+extrato diferentes métodos
da planta) e C (controle). A ocorrência de de administração e
Folhas Extrato aquoso Não informado 10mg/Kg (98)
sinais clínicos e laboratoriais de estudos histológicos
envenenamento foi avaliada em diferentes e imunológicos são
momentos após a inoculação. necessários para
entender a ação da
M. glomerata frente
a este veneno.
O extrato de M.
O experimento quantificou lesões glomerata não foi
hemorrágicas produzidas na região abdominal capaz de inibir a
Raízes Extrato aquoso Não informado Não informado de ratos Wistar, por injeção intradérmica do atividade (90)
veneno, na ausência e na presença do extrato hemorrágica
da planta. causada pelo
veneno.
Apenas os extratos
obtidos da raíz da
Veneno + extratos vegetais de planta inibiram (em
Folhas, caules e Atividade indutora de edema e atividade
Extrato aquoso Não informado diferentes partes da planta, na torno de 40%) o (33)
raízes hemorrágica.
proporção de 1:50. edema induzido
pelo veneno de
Crotalus.
Atividade Antibacteriana
Extratos e frações
Não informado Não informado Não informado Não informado Revisão de M. glomerata (101)
mostram atividade
51

contra
Estreptococus do
grupo mutans.
Atividade Antidiarreica
A administração
Camundongos foram divididos em 3 grupos: oral do extrato
o teste recebeu os extratos vegetais (500 e produziu inibição
1000 mg /kg), enquanto o grupo controle do trânsito
negativo recebeu solução estéril de NaCl gastrointestinal de
0,9% e o grupo controle positivo recebeu forma eficaz.
Folhas Extrato aquoso 100 mg/mL 500 e 1000 mg/Kg Loperamida (5 mg/kg). Noventa minutos O extrato aquoso de (34)
após a administração dos extratos, foi Mikania glomerata
administrado carvão vegetal, por via oral, contém substâncias
para cada animal. A distância percorrida pelo farmacologicamente
carvão vegetal, no intestino delgado (desde o ativas com
piloro para o ceco) foi determinada. propriedades anti-
diarréicas.
.
52

4.3.2.3 Ensaios ex vivo


Na literatura pesquisada, foram encontrados apenas dois estudos ex vivo. Um
deles avaliou a atividade antiespasmódica de diferentes extratos de M. glomerata (15),
enquanto o outro testou a eficácia broncodilatadora de uma fração diclorometano obtida
a partir de soluções extrativas da planta (8).
Para a avaliação da atividade antiespasmódica, foram utilizadas quatro soluções
extrativas de folhas da espécie, obtidas a partir de dois métodos extrativos, percolação e
refluxo e dois líquidos extratores, etanol a 96% e mistura hidroetanólica (50%) (15). A
metodologia utilizada no teste partiu da utilização de fragmentos de tecidos do íleo de
porquinhos da Índia e do jejuno de ratos Wistar machos. Esses fragmentos, com
aproximadamente 2 centímetros (cm) de comprimento, foram preparados e expostos a
solução de Tyrode e o registro das contrações isotônicas foi realizado. Foram
registradas curvas concentração-efeito (CCE) cumulativas com acetilcolina (ACh) ou
histamina (Hist) na ausência (controle) e na presença de concentrações crescentes dos
extratos da planta ou do padrão de cumarina, incubados durante 20 minutos (15).
Como resultado da avaliação da atividade antiespasmódica, as soluções
extrativas etanólicas, obtidas por percolação ou por refluxo, foram mais potentes
quando comparadas às soluções hidroetanólicas. Entretanto, parece que este efeito
antiespasmódico não está relacionado apenas ao conteúdo de cumarina presente nos
extratos, visto que a substância de referência não afetou as curvas CCE de ACh e Hist
(15).
O segundo estudo encontrado, avaliou a atividade broncodilatadora de extratos e
frações obtidas a partir das folhas frescas da planta. Extratos aquosos, hidroalcoólico e
frações diclorometano foram testados frente a partes de traquéia e de aorta obtidos de
cobaias, além de pequenos segmentos de pulmão humanos, que foram expostos a
histamina e acetilcolina, na presença e ausência dos diferentes derivados obtidos da
espécie. Os resultados encontrados neste estudo sugerem que os produtos obtidos de
folhas de M. glomerata podem ter potencial ação benéfica no tratamento de doenças
broncoconstritivas (8).
53

4.4 ESTUDOS CLÍNICOS

4.4.1 Fase I

Foram encontrados dois estudos clínicos de fase I na literatura pesquisada.


Ambos tiveram como objetivo avaliar a segurança clínica de formulações fitoterápicas
de xaropes, em combinação com outras espécies medicinais, em pequenos grupos de
voluntários saudáveis (102, 103). Porém, até o momento, não há na literatura ensaios
clínicos apenas para a espécie Mikania glomerata.
No primeiro trabalho encontrado, o fitoterápico Calmatoss®, xarope composto
por tinturas de guaco (Mikania glomerata), grindélia (Grindelia robusta), copaíba
(Copaifera officinalis), bálsamo de Tolú (Myroxylon toluifera), álcoolatura de agrião
(Nasturtium officinale), própolis e mel, foi avaliado quanto seu potencial de toxicidade
em um ensaio clínico, não controlado, realizado com 24 voluntários saudáveis (102).
Os 24 voluntários receberam, ambulatorialmente, doses de 15 mL do xarope,
quatro vezes ao dia, durante 21 dias, sem interrupção. Foram realizadas avaliações da
função hepática, renal, cardio-respiratória, exames físicos e laboratoriais antes do início
do estudo, repetidas após a primeira, segunda e terceira semanas de tratamento e sete
dias após o término do estudo (102).
A análise dos exames laboratoriais comparados ao período antes do tratamento
não mostrou significância estatística que apontasse toxicidade nos diversos órgãos e
sistemas avaliados. Não foram constatados, nem mesmo, efeitos de inibição da
coagulação sanguínea, estes que já são bem conhecidos e descritos, causados pelos
compostos cumarínicos presentes na espécie M. glomerata. Portanto, os autores
concluíram que a administração do fitoterápico Calmatoss®, nas doses testadas,
mostrou-se segura, em indivíduos saudáveis (102).
Em outro estudo, realizado por Tavares e colaboradores (2006), o fitoterápico
Saratosse® (formulação composta da associação de Mikania glomerata, Mentha
piperita, Eucalyptus globulus e Copaifera multijuga, incorporadas a própolis e mel) foi
avaliado quanto à sua segurança clínica. O ensaio foi realizado com 26 voluntários
sadios, que receberam quatro doses diárias orais de 15 mL do fitoterápico, durante 28
dias ininterruptos (103).
54

Foram realizados exames clínicos, físicos, eletrocardiograma e extensa avaliação


laboratorial, antes, durante e após a realização do estudo. Os resultados encontrados
foram submetidos à Análise de Variância, obtendo-se a menor diferença significativa
(p˂0,05). O fitoterápico foi bem tolerado pelos voluntários e todos os exames realizados
não evidenciaram sinais de toxicidade nos órgãos e sistemas avaliados (103).
Na pesquisa realizada, não foi encontrado nenhum estudo clínico que avaliasse a
toxicidade de um produto contendo apenas derivados de M. glomerata.

4.4.2 Fase II

Informação não encontrada na literatura pesquisada.

4.4.3 Fase III

Informação não encontrada na literatura pesquisada.

4.4.4 Fase IV

Informação não encontrada na literatura pesquisada.

4.4.5 Estudos observacionais

Informação não encontrada na literatura pesquisada.

4.5 RESUMO DAS AÇÕES E INDICAÇÕES POR DERIVADO DE DROGA


ESTUDADO

Diferentes extratos de M. glomerata apresentam efeitos terapêuticos no


tratamento de doenças do trato respiratório, ocasionando relaxamento da musculatura
lisa e a fluidificação dos exsudatos traqueobrônquicos que, dessa maneira, podem ser
mais facilmente expulsos pelo reflexo da tosse. Alguns estudos atribuem também à
55

espécie a ação broncodilatadora, espasmódica, vasodilatadora, antimicrobiana,


analgésica, antiinflamatória (sendo empregada em reumatismos e nevralgias),
antiulcerogênica, antiofídica, inseticida, moluscicida e antialérgica. Outros autores
relatam ainda um eficiente efeito antitérmico e lhe atribuem as propriedades tônica,
depurativa, estimulante do apetite, antigripal e como cicatrizante (38, 43, 56, 102, 104).
Em contrapartida aos efeitos benéficos da espécie, alguns estudos também têm
verificado a existência de efeitos tóxicos ou indesejáveis, principalmente, quando um
componente isolado do extrato é testado. Por exemplo, a cumarina, descrita como o
marcador e principal componente dos extratos de M. glomerata causou extravasamento
de células vermelhas do sangue do tecido pulmonar de cobaias. Este efeito não ocorreu
no grupo que utilizou o extrato bruto da planta (105).
De acordo com a IN 02/2014, a Mikania glomerata faz parte da lista de produtos
tradicionais fitoterápicos de registro simplificado (87).

4.5.1 Vias de Administração

Oral (78, 87, 106).

4.5.2 Dose Diária

Segundo a legislação brasileira, a dose diária deve estar entre 0,5 a 5 mg de


cumarina (87).

4.5.3 Posologia (Dose e Intervalo)

A dose diária pode ser dividida em três doses (87).

4.5.4 Período de Utilização

Informação não encontrada na literatura pesquisada.


56

4.5.5 Contra Indicações

Extratos de M. glomerata são contraindicados para pacientes com histórico de


hipersensibilidade e alergia reconhecida à espécie vegetal ou outras espécies da mesma
família (Asteraceae) (107).
Não utilizar durante a gravidez e amamentação devido à falta de estudos
disponíveis (107).
Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso
prolongado (107).
Recomenda-se maior critério na administração de guaco em pacientes com
quadros respiratórios crônicos não diagnosticados, devendo-se afastar a hipótese de
tuberculose e câncer (107).

4.5.6 Grupos de Risco

A varfarina, cuja estrutura química resulta de uma modificação da cumarina, é


um anticoagulante oral que atua como inibidor da vitamina K. M. glomerata é rica em
cumarinas, assim, seu uso é desaconselhável para crianças com idade inferior a um ano
e mulheres no período gestacional (25).
Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso
prolongado, portanto, o uso de fitoterápicos que contenham a espécie é desaconselhável
nesses casos (107).

4.5.7 Precauções de Uso

A utilização dessa planta pode interferir na coagulação sanguínea (86). Desta


maneira, pacientes que fazem utilização deste fitoterápico devem interromper o uso do
mesmo, pelo menos, uma semana antes de qualquer procedimento cirúrgico (107).
Doses acima da recomendada podem provocar vômitos e diarreia (86).
57

4.5.8 Efeitos Adversos Relatados

Não foram encontrados relatos ou estudos indicando efeitos adversos graves ou


que coloquem em risco a saúde dos pacientes utilizando extratos de M. glomerata nas
doses recomendadas. Em raras ocasiões, podem ocorrer reações de hipersensibilidade.
Nesses casos, suspender o uso e procurar orientação médica (107).
Doses acima da recomendada ou uso muito prolongado podem ocasionar
aumento da frequência dos batimentos cardíacos, vômitos e quadros diarreicos, que
desaparecem com a descontinuação da terapia (86, 107).
Em estudo realizado por Santos (2005) foi observado um efeito hemorrágico
com o uso do extrato de M. glomerata e, por isso, o autor sugeriu estudos mais
detalhados de seu efeito anticoagulante. Esse efeito pode ser visualizado pela ocorrência
de vasodilatação acentuada nos cortes histológicos pulmonares das cobaias, causando
estase sanguínea com consequente extravasamento de hemáceas e plasma,
caracterizando um exsudato hemorrágico. Nesse sentido, sangramentos indesejáveis
podem ocorrer e é preciso estar atento a esse sintoma (13).

4.5.9 Interações Medicamentosas

4.5.9.1 Descritas
Analisando os resultados obtidos no trabalho de Santos (2005), recomenda-se
que pacientes que fazem uso de substâncias anticoagulantes não utilizem chá ou xarope
derivados de M. glomerata. O tratamento dos camundongos com o chá, extrato
hidroalcóolico, ácido orto-cumárico e cumarina, levou a modificações nos cortes
histológicos pulmonares das cobaias. O que foi visualizado sugeriu, segundo o autor,
exsudato hemorrágico (13).
Derivados da planta não devem ser empregados simultaneamente com
anticoagulantes e com produtos que contenham Tabebuia avellanedae. As cumarinas,
além de potencializarem os efeitos de outros anticoagulantes, podem antagonizar a
vitamina K. Além disso, as saponinas presentes na planta aumentam a absorção do
lapachol, princípio ativo presente na Tabebuia avellanedae (ipê-roxo) (107).
58

4.5.9.2 Potenciais
Pode interagir com anti-inflamatórios não-esteroidais (86).
Um estudo mostrou que extratos secos de M. glomerata podem interagir
sinergicamente, in vitro, com alguns antibióticos como tetraciclinas, cloranfenicol,
gentamicina, vancomicina e penicilina, no entanto, o mecanismo de ação ainda é
desconhecido (25).
Alguns medicamentos utilizados por pacientes portadores do vírus da
imunodeficiência humana (HIV - human imunodeficiency virus) como: zidovudina,
didanosina, estavudina, lamivudina, tenofovir, nevirapina, indinavir, lopinavir,
nelfinavir, ritonavir e saquinavir podem provocar pancitopenia. A utilização
concomitante com produtos que contenham M. glomerata pode exacerbar esse efeito
(108).

4.5.10 Informações de superdosagem

4.5.10.1 Descrição do quadro clínico


Não foram encontrados relatos de intoxicações por superdosagem de Mikania
glomerata.
Doses acima da recomendada ou uso muito prolongado, podem provocar
aumento da frequência dos batimentos cardíacos e problemas gastrointestinais, como
náuseas, vômitos e diarreia (86). Além disso, devido ao efeito anticoagulante da
cumarina, sangramentos indesejáveis podem ocorrer (13).

4.5.10.2 Ações a serem tomadas


Deve-se interromper o uso e procurar orientação médica (107).

5 INFORMAÇÕES GERAIS

5.1 FORMAS FARMACÊUTICAS /FORMULAÇÕES DESCRITAS NA


LITERATURA
59

A espécie M. glomerata consta da 1ª edição da Farmacopéia Brasileira (41) e


está descrita também no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira, 1ª
edição (78). As formas farmacêuticas citadas na literatura, derivadas da planta, são:
preparações extemporâneas, tintura e xarope. Todas possuem indicação como
expectorante (58, 78).
Para a preparação extemporânea, o Formulário de Fitoterápicos (2011) cita que
devem ser empregados 3 gramas de folhas secas da planta para cada 150 mL de água
(78). Outra referência cita uma quantidade maior de folhas secas na formulação, em
torno de 5 gramas, para 150 mL de água fervente (58).
O preparo da infusão deve considerar a proporção indicada na fórmula (78).
Além disso, deve-se abafar durante 10 minutos e, em seguida, filtrar (58). Sua utilização
deve ser realizada logo após o preparo, duas vezes ao dia, apenas a partir dos 12 anos de
idade (78).
Algumas advertências importantes citadas na literatura devem ser consideradas.
O infuso não deve ser utilizado em casos de tratamento com anti-inflamatórios não-
esteroidais. A utilização pode interferir na coagulação sanguínea. Doses acimas das
recomendadas podem provocar vômitos e diarreia (78).
Outra forma farmacêutica citada para a espécie M. glomerata é a tintura. Neste
caso, deve-se utilizar 20 gramas de folhas secas da planta, submetidas previamente a
secagem em estufa a 40ºC, por 48 horas. A extração deve ser realizada por percolação,
com 100 mL de álcool a 70% (78). Esta preparação deve ser realizada imediatamente
após a secagem da droga vegetal, o que retém 70% do conteúdo original de cumarina
após um período de 5 meses de estocagem (58).
A tintura deve ser acondicionada em frasco de vidro âmbar, bem fechado, em
local fresco, seco e ao abrigo da luz (78). A tintura parece ser a melhor forma para
estocagem da droga, afinal é a forma farmacêutica que melhor estabiliza o teor de
cumarina (58).
Além das advertências já citadas para o infuso da planta, outras devem ser
consideradas quando tratamos de tinturas. Esta preparação não deve ser utilizada em
gestantes, lactantes, crianças menores de dois anos, alcoolistas e diabéticos (78).
O modo de utilização da tintura difere um pouco do infuso. O Formulário de
Fitoterápicos (2011) indica a administração de 2 a 7 mL da tintura diluída em 75 mL de
60

água, três vezes ao dia (78). Outra referência cita, como dosagem padrão, 5 mL, que
deve ser ingerida 3 a 4 vezes ao dia, com água e açúcar ou mel (58).
O xarope é outra formulação citada no emprego da espécie M. glomerata. O
preparo, segundo o Formulário de Fitoterápicos (2011), pode ser realizado utilizando
dois derivados da planta, conforme descrito na Tabela 5 (78).

Tabela 5 - Formulações descritas para o xarope de M. glomerata (78).


Componentes Quantidade
Tintura de guaco 20% 10 mL
Xarope simples q.s.p. 100 mL

Extrato fluido de guaco 5 mL


Xarope simples q.s.p. 100 mL

As orientações para o preparo compreendem as seguintes etapas: preparar a


tintura ou o extrato fluido; transferir a tintura 20% ou o extrato fluido para recipiente
adequado; solubilizar com o auxílio da formulação básica de xarope; completar o
volume e homogeneizar. Durante o preparo, a formulação básica de xarope deve ser
utilizada fria (78).
Uma forma caseira do xarope também pode ser preparada. Para isso, devem
ser utilizadas folhas frescas de M. glomerata em água (1:10), fervê-las por cinco
minutos, até que se perceba o odor adocicado característico de cumarina. Em seguida,
deve-se coar e acrescentar um peso igual de açúcar ou mel a mistura. Para finalizar,
aquecê-la brandamente até se tornar homogênea (58).
O acondicionamento do xarope deve ser realizado em frasco de vidro âmbar,
em local fresco, seco e ao abrigo da luz (78). A formulação caseira deve ser estocada
em vasilhame esterilizado (58).
O prazo de validade deste tipo de formulação pode variar de acordo com a
temperatura de estocagem do mesmo. Após seis meses, o xarope armazenado a 10 ºC
perde cerca de 5 % do teor de cumarina; a 37ºC perde em torno de 10 %. Assim,
sugere-se um prazo de validade de um ano para o produto armazenado à temperatura
ambiente (58).
61

Diabéticos não devem utilizar a formulação xarope devido ao alto teor de


açúcar presente. Assim como para a tintura, gestantes, lactantes e crianças menores
de dois anos não devem fazer uso desse produto (78).
O modo de uso do xarope varia de acordo com a idade: crianças de três a sete
anos: tomar 2,5 mL do xarope, duas vezes ao dia; crianças de acima de sete a 12 anos:
tomar 2,5 mL do xarope, três vezes ao dia; acima de 12 anos: tomar 5 mL do xarope,
três vezes ao dia. Agitar antes de usar (78).

5.2 PRODUTOS REGISTRADOS NA ANVISA E OUTRAS AGÊNCIAS


REGULADORAS

Mikania glomerata possui registro simplificado como medicamento fitoterápico


na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (87).
Produtos registrados na Anvisa e em outras agências reguladoras que possuem
como ativo a M. glomerata estão descritos na Tabela 6 (109).
62

Tabela 6 - Medicamentos fitoterápicos que apresentam em sua formulação ativa derivados da espécie M. glomerata.
Produto Laboratório Forma farmacêutica Padronização
Aglix Austen Xarope 0,1 mL/mL - 120 mL Tintura de M. glomerata Sprengel (padronizada em 0,08 mg de cumarina).
Xarope 100 mg/mL - 150 mL Extrato padronizado de M. glomerata (1,46 mg de cumarina por 10 mL de xarope)
Apiguaco Apis Flora
Solução oral Edulito 100 mg/mL - 150 mL Extrato padronizado de M. glomerata (1,46 mg de cumarina por 10 mL de xarope)
Bioexpecto Brasmed Xarope 0,167 mL/mL - 150 mL Extrato fluido de M. glomerata (0,1 mg/mL cumarina)
Biotoss Mariol Xarope edulito 60 mg/mL - 120 mL Extrato fluido de M. glomerata (0,036 mg de cumarina em cada mL do xarope)
Blumel Guaco Brainfarma Xarope - 120 mL Não foram encontradas informações de padronização
Expectrat Cazi Xarope 0,083 mL/mL - 150 mL Extrato fluido de guaco 0,083 mL/mL
Fimatosan MGS (M.
LabSimões Xarope 0,1mL/mL - 100, 150 e 250 mL Xarope de Mikania glomerata 0,030 mL/mL (0,08% cumarina)
glomerata + associações)
Xarope 0,1 mL/mL - 150 mL Não foram encontradas informações de padronização
Finetoss HB Farma
Solução oral 0,1 mL/mL - 150 mL Não foram encontradas informações de padronização
Guaco Edulito Herbarium Solução oral 81,50 mg/mL - 120, 150 e 200 mL Extrato concentrado de M. glomerata Sprengel (0,3 mg/mL de cumarina)
Guacoflus Austen Xarope 0,1 mL/mL - 100, 120 e 150 mL Tintura de Mikania glomerata Sprengel (0,8 mg/mL de cumarina)
Guacolin Kress Xarope 0,0833 mL/mL - 120 mL Extrato fluido de M. glomerata 0,4165 mL/5 mL (0,05 mg/mL de cumarina)
Guaconat Pharmascience Xarope 0,0325 mL/mL - 150 mL Não foram encontradas informações de padronização
Guacoplex Vitamed Xarope 0,0833 mL/mL - 120 mL Extrato fluido de M. glomerata Sprengel.
Guacovita
(M. glomerata + Vitalab Xarope 0,00833 mL/mL - 150 mL Extrato fluido de M. glomerata Sprengel.
associações)
Guax Mercofarma Xarope 0,1 mL/mL - 100 mL Não foram encontradas informações de padronização
Livtós Vidora Xarope 0,08 mL/mL - 100 mL Não foram encontradas informações de padronização
Melagrião
(M. glomerata + Catarinense Xarope 100 e 150 mL Extrato fluido de M. glomerata 0,00830 mL/mL (equivalente a 25 mcg de cumarina)
associações)
Peitoral Martel Kley Hertz Xarope 0,08 mL/mL - 150 mL Extrato fluido de M. glomerata - padronizado em 0,0352 mg de cumarina (0,044%)
Xarope de Guaco Belfar Belfar Xarope 0,0583 mL/mL - 100, 120 e 200 mL Não foram encontradas informações de padronização
Xarope de Guaco
Herbarium Xarope 0,5 mL/5mL - 120 mL Extrato hidroalcoólico de M. glomerata 0,5 mL/5 mL - equivalente a 0,175 mg de cumarina.
Herbarium
Xarope de Guaco
Natulab Xarope 35 mg/mL - 80, 100, 120 e 150 mL Não foram encontradas informações de padronização
Natulab
Xarope de Guaco IFAL IFAL Xarope 0,05 mL/mL - 100 mL Não foram encontradas informações de padronização
63

5.3 EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO

Acondicionar em frasco de vidro âmbar (78).


Armazenar em local fresco, seco e ao abrigo da luz (78).

5.4 ROTULAGEM

Nos casos onde a forma farmacêutica utilizada é o xarope, deve-se informar que
não deve ser utilizado em pessoas com Diabetes mellitus. Nos casos onde a forma
farmacêutica é a tintura, a informação é de que não deve ser utilizada por alcoolistas e
diabéticos (78).

5.5 MONOGRAFIAS EM COMPÊNDIOS OFICIAIS E NÃO OFICIAIS

A espécie M. glomerata possui monografia oficial na Farmacopeia Brasileira 1ª


edição (41). Além disso, está presente também no Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopeia Brasileira, 1ª edição. Neste documento, são citadas três formulações
farmacêuticas derivadas da planta: preparações extemporâneas, tintura e xarope (78).

5.6 PATENTES SOLICITADAS PARA A ESPÉCIE VEGETAL

As buscas por patentes foram realizadas utilizando-se a nomenclatura botânica e


popular da espécie em quatro diferentes escritórios de patentes: Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI), European Patent Office (EPO), Japan Patent Office
(JPO) e The United States Patent and Trademark Office (USPTO)
Foram encontrados dois depósitos de patentes para diferentes extratos de
Mikania glomerata, em pesquisa realizada no banco de dados do INPI, no dia
08/06/2014 (110).
No banco de dados da EPO a pesquisa foi realizada, primeiramente, com a
utilização da nomenclatura botânica da espécie, porém, não foi obtido nenhum
resultado. Assim, uma nova pesquisa foi realizada no dia 08/06/2014, apenas com o
64

gênero "Mikania", e resultou em 38 solicitações. Entretanto, nenhuma se referia à


espécie M. glomerata (111).
Nos bancos de dados da JPO e USPTO, a pesquisa foi realizada com a utilização
da nomenclatura botânica da espécie, entretanto, nenhum resultado foi encontrado.
Posteriormente, outra pesquisa foi realizada apenas com o gênero da espécie, porém, o
resultado obtido foi o mesmo (112, 113).

Tabela 7 - Patentes solicitadas para a espécie M. glomerata no banco de dados do INPI


(110).
Depósito Títulos Detalhes
A presente invenção trata do processo de
Processo para extração de frações do extrato hidro-
obtenção de frações a partir do extrato
alcoólico da Mikania glomerata; fração MG1
30/07/1999 hidro-alcoólico de folhas de Mikania
obtida pelo processo; composição farmacêutica
glomerata com atividade dilatadora da
contendo a dita fração e uso terapêutico da
musculatura lisa respiratória, anti-edema e
composição em doenças respiratórias em geral.
anti-alérgica
Esta invenção refere-se a uma formulação
farmacêutica com propriedades ansiolíticas,
Formulações farmacêuticas a partir do extrato derivada do extrato etanólico padronizado
09/12/2011 etanólico das folhas de Mikania glomerata das folhas da espécie Mikania glomerata
Sprengel. Sprengel. Refere-se à produção de um
agente ansiolítico e depressor do sistema
nervoso central.

5.7 DIVERSOS

Em estudo de farmacovigilância, desenvolvido por Balbino e Dias (2010), foi


realizada uma avaliação retrospectiva, em bancos de dados da Gerência de
Farmacovigilância da Anvisa, onde foram selecionadas notificações de eventos adversos
relacionadas com plantas medicinais e seus derivados fitoterápicos (114).
Foram observadas duas notificações de reação adversa relacionadas à espécie M.
glomerata. Uma delas foi desenvolvida por uma criança de sete anos que apresentou
petéquias após o uso de xarope que continha derivado da espécie em sua formulação. A
outra notificação ocorreu a partir do uso de uma associação, preparada em farmácia de
manipulação, de M. glomerata, Myroxylon balsamum e Cephaelis ipecacuanha (114).
65

REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Lista de espécies Flora do Brasil.


Brasília: Ministério do Meio Ambiente; 2012 [acesso em 18 abril 2013]. Disponível em:
http://floradobrasil.jbrj.gov.br.
2. TROPICOS. Missoury botanical garden; 2014 [acesso em 07 fevereiro 2014].
Disponível em: http: //www.tropicos.org.
3. IPNI. The International plant name index; 2005 [acesso em 18 abril 2013].
Disponível em: http: //www.ipni.org/ipni/plantnamesearchpage.do.
4. Botsaris AS. Plants used traditionally to treat malaria in Brazil: the archives of
Flora Medicinal. Journal of ethnobiology and ethnomedicine. 2007;3:18.
5. Duarte MCT, Figueira GM, Sartoratto A, Rehder VLG, Delarmelina C. Anti-
Candida activity of Brazilian medicinal plants. Journal of ethnopharmacology.
2005;97(2):305-11.
6. Costa RdJ, Diniz A, Mantovani MS, Jordao BQ. In vitro study of mutagenic
potential of Bidens pilosa Linne and Mikania glomerata Sprengel using the comet and
micronucleus assays. Journal of ethnopharmacology. 2008;118(1):86-93.
7. Fierro IM, Borges Da Silva AC, Da Silva Lopes C, Soares De Moura R, Barja-
Fidalgo C. Studies on the anti-allergic activity of Mikania glomerata. Journal of
ethnopharmacology. 1999;66(1):19-24.
8. Soares de Moura R, Costa SS, Jansen JM, Silva CA, Lopes CS, Bernardo-Filho
M, et al. Bronchodilator activity of Mikania glomerata Sprengel on human bronchi and
guinea-pig trachea. The Journal of pharmacy and pharmacology. 2002;54(2):249-56.
9. Barbieri Holetz F, Ueda-Nakamura T, Dias Filho BP, Garcia Cortez DA,
Palazzo Mello JC, Vataru Nakamura C. Effect of plant extracts used in folk medicine on
cell growth and differentiation of Herpetomonas samuelpessoai (kinetoplastida,
trypanosomatidae) cultivated in defined medium. Acta Scientiarum - Biological and
Health Sciences. 2002;24(3):657-62.
10. Celeghini RMS, Vilegas JHY, Lanças FM. Extraction and Quantitative HPLC
Analysis of Coumarin in Hydroalcoholic: Extracts of Mikania glomerata Spreng.
("guaco") Leaves. Journal of the Brazilian Chemical Society. 2001;12(6):706-9.
11. Lorenzi H, Matos F. Plantas Medicinais no Brasil nativas e exóticas. Nova
Odessa: Instituto Plantarum; 2002.
12. Napimoga MH, Yatsuda R. Scientific evidence for Mikania laevigata and
Mikania glomerata as a pharmacological tool. Journal of Pharmacy and Pharmacology.
2010;62(7):809-20.
13. Santos SC. Caracterização cromatográfica de extratos medicinais de guaco:
Mikania laevigata SCHULTZ BIP. EX BAKER e M. glomerata SPRENGEL e ação de
M. laevigata na inflamação alérgica pulmonar. [Dissertação de Mestrado]. Itajaí:
Universidade do Vale do Itajaí; 2005.
14. Gasparetto JC, Guimaraes De Francisco TM, Campos FR, Pontarolo R.
Development and validation of two methods based on high-performance liquid
chromatography-tandem mass spectrometry for determining 1,2-benzopyrone,
dihydrocoumarin, o-coumaric acid, syringaldehyde and kaurenoic acid in guaco extracts
and pharmaceutical preparations. Journal of separation science. 2011;34(7):740-8.
66

15. Aboy AL, Ortega GG, Petrovick PR, Langeloh A, Bassani VL. Atividade
antiespasmódica de soluções extrativas de folhas de Mikania glomerata Sprengel
(guaco). Acta Farmaceutica Bonaerense. 2002;21(3):185-91.
16. Dorigoni PA, Ghedini PC, Froes LF, Baptista KC, Ethur ABM, Baldisserotto B,
et al. Levantamento de dados sobre plantas medicinais de uso popular no município de
São João de Polesine, RS, Brasil. I - Relação entre enfermidades e espécies utilizadas.
Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2001;4(1):69-79.
17. Luize PS, Tiuman TS, Morello LG, Maza PK, Ueda-Nakamura T, Dias Filho
BP, et al. Effects of medicinal plant extracts on growth of Leishmania (L.) amazonensis
and Trypanosoma cruzi. Revista Brasileira de Ciencias Farmaceuticas. 2005;41(1):85-
94.
18. Gasparetto JC, Campos FR, Budel JM, Pontarolo R. Mikania glomerata Spreng
e Mikania laevigata Sch Bip ex Baker, Asteraceae: Estudos agronômicos, genéticos,
morfoanatômicos, químicos, farmacológicos, toxicológicos e uso nos programas de
fitoterapia do Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2010;20(4):627-40.
19. Da Silva CR, Gomes VS, Kulkamp IC, Kanis LA. Método espectroscópico para
determinação de cumarina em xarope de Mikania glomerata Sprengel. Revista
Brasileira de Farmacognosia. 2008;18(4):594-9.
20. Taleb-Contini SH, Santos PA, Veneziani RCS, Pereira AMS, França SC, Lopes
NP, et al. Differences in secondary metabolites from leaf extracts of Mikania glomerata
Sprengel obtained by micropropagation and cuttings. Revista Brasileira de
Farmacognosia. 2006;16(supl):596-8.
21. Medeiros FD. Determinação da Variabilidade Sazonal de Marcadores Químicos
de Plantas de Interesse Medicinal [Dissertação de Mestrado]. João Pessoa: Universidade
Federal da Paraíba; 2006.
22. Pasa MC. Saber local e medicina popular: a etnobotânica em Cuiabá, Mato
Grosso, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi: Ciências Humanas.
2011;6(1):179-96.
23. Albertasse PD, Thomaz LD, Andrade MA. Plantas medicinais e seus usos na
comunidade da Barra do Jucu, Vila Velha, Espírito Santo. Revista Brasileira de Plantas
Medicinais. 2010;12(3):250-60.
24. Yatsuda R, Rosalen PL, Cury JA, Murata RM, Rehder VLG, Melo LV, et al.
Effects of Mikania genus plants on growth and cell adherence of mutans streptococci.
Journal of ethnopharmacology. 2005;97(2):183-9.
25. Czelusniak KE, Brocco A, Pereira DF, Freitas GBL. Farmacobotânica,
fitoquímica e farmacologia do Guaco: revisão considerando Mikania glomerata
Sprengel e Mikania laevigata Schulyz Bip. ex Baker. Revista Brasileira de Plantas
Medicinais. 2012;14(2):400-9.
26. Alvarenga FCR, Garcia EDF, Bastos EMAF, Grandi TSM, Duarte MGR.
Avaliação da qualidade de amostras comerciais de folhas e tinturas de guaco. Revista
Brasileira de Farmacognosia. 2009;19(2 A):442-8.
27. Lima NP, Biasi LA, Zanette F, Nakashima T. Produção de mudas por estaquia
de duas espécies de guaco. Horticultura Brasileira. 2003;21(1):106-9.
28. Duarte MCT, Leme EE, Delarmelina C, Soares AA, Figueira GM, Sartoratto A.
Activity of essential oils from Brazilian medicinal plants on Escherichia coli. Journal of
ethnopharmacology. 2007;111(2):197-201.
29. Do Amaral MDPH, Piresvieira F, Leite MN, Do Amaral LH, Pinheiro LC,
Fonseca BG, et al. Determinação do teor de cumarina no xarope de guaco armazenado
em diferentes temperaturas. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2009;19(2 B):607-11.
67

30. Brandao MGL, Cosenza GP, Grael CFF, Netto Jr NL, Monte-Mor RLM.
Traditional uses of American plant species from the 1st edition of Brazilian Official
Pharmacopoeia. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2009;19(2 A):478-87.
31. Garcia D, Domingues MV, Rodrigues E. Ethnopharmacological survey among
migrants living in the Southeast Atlantic Forest of Diadema, São Paulo, Brazil. Journal
of ethnobiology and ethnomedicine. 2010;6(29):1-19.
32. Boeger MRT, Alquini Y, Negrelle RRB. Características anatômicas da região
nodal de estacas em diferentes fases de desenvolvimento de guaco (Mikania glomerata
Sprengel - Asteraceae) e formação de raízes adventícias. Revista Brasileira de Plantas
Medicinais. 2004;6(2):1-6.
33. Maiorano VA, Marcussi S, Daher MAF, Oliveira CZ, Couto LB, Gomes OA, et
al. Antiophidian properties of the aqueous extract of Mikania glomerata. Journal of
ethnopharmacology. 2005;102(3):364-70.
34. Salgado HRN, Roncari AFF, Moreira RRD. Antidiarrhoeal effects of Mikania
glomerata Spreng. (Asteraceae) leaf extract in mice. Revista Brasileira de
Farmacognosia. 2005;15(3):205-8.
35. Souza DHd, Yamamoto CH, Pinho JdJRG, Alves MS, Araújo AdLAd, Sousa
OVd. Atividade antibacteriana frente ao Streptococcus mutans e estabilidade de
produtos naturais contendo extrato de Mikania glomerata Sprengel. HU rev.
2006;32(1):11-4.
36. Lima NP, Biasi LA, Zanette F, Nakashima T. Estaquia semilenhosa e análise de
metabólitos secundários de guaco (Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata
Schultz Bip. Ex Baker). Rev Bras Pl Med. 2003;5(2):47-54.
37. Niehues J, Bonetti P, Souza MRd, Maia AL, Piovezan AP, Peters RR.
Levantamento etnofarmacológico e identificação botânica de plantas medicinais em
comunidades assistidas por um serviço de saúde. ACM arq catarin med. 2011;40(1):34-
9.
38. Bolina RC, Garcia EDF, Duarte MGR. Estudo comparativo da composição
química das espécies vegetais Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schultz
Bip. ex Baker. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2009;19(1 B):294-8.
39. Rufatto LC, Gower A, Schwambach J, Moura S. Genus Mikania: Chemical
composition and phytotherapeutical activity. Revista Brasileira de Farmacognosia.
2012;22(6):1384-403.
40. Bueno PCP, Bastos JK. A validated capillary gas chromatography method for
guaco (Mikania glomerata S.) quality control and rastreability: From plant biomass to
phytomedicines. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2009;19(1 B):218-23.
41. Dias da Silva RA. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. Companhia
Editora Nacional, 1ª ed, 1929.
42. Capaldi M. Reguladores vegetais no desenvolvimento de Plantas de Guaco
(Mikania glomerata SPRENGEL) [Dissertação de mestrado]. Marília: Universidade de
Marília; 2007.
43. Freitas TP. Avaliação dos efeitos de Mikania glomerata Sprengel e Mikania
laevigata Schulyz Bip. ex Baker (Asteraceae) no processo inflamatório induzido pela
exposição aguda ao carvão mineral [Dissertação de mestrado]. Criciúma: Universidade
do Extremo Sul Catarinense; 2006.
44. Milan P, Hayashi AH, Appezzato-Da-Glória B. Comparative leaf morphology
and anatomy of three Asteraceae species. Brazilian Archives of Biology and
Technology. 2006;49(1):135-44.
68

45. Oliveira Fd, Akisue G, Akisue MK, Jorge LIF. Morfodiagnose de Mikania
laevigata Schultz Bip. ex Baker - guaco-do-mato - estudo do Axófito. 1986:45-57.
46. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC
313 de 25 de outubro de 2005. Aprova o fascículo 6 da parte II da 4ª edição da
Farmacopéia Brasileira. 2005.
47. Bastos CL, da Mata CS, Maia VH, Borges RAX, Franco LO, Ferreira PCG, et
al. Anatomical and molecular identification of "guaco" Mikania glomerata and Mikania
laevigata (Asteraceae), two important medicinal species from Brazil. Journal of
Medicinal Plant Research. 2011;5(18):4579-83.
48. Bertolucci SKV, Pereira ABD, Pinto JEBP, Ribeiro JADA, De Oliveira AB,
Braga FC. Development and validation of an RP-HPLC method for quantification of
cinnamic acid derivatives and kaurane-type diterpenes in Mikania laevigata and
Mikania glomerata. Planta medica. 2009;75(3):280-5.
49. Bertolucci SKV, Pereira ABD, Pinto JEBP, Oliveira AB, Braga FC. Seasonal
variation on the contents of coumarin and kaurane-type diterpenes in Mikania laevigata
and M. glomerata Leaves under different shade levels. Chemistry and Biodiversity.
2013;10(2):288-95.
50. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC
49 de 23 de novembro de 2010. Aprova a Farmacopéia Brasileira, 5ª edição, e dá outras
providências. 2010.
51. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC
26 de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o
registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. 2014.
52. Bochner R, Fiszon JT, Assis MA, Avelar KES. Problemas associados ao uso de
plantas medicinais comercializadas no Mercadão de Madureira, município do Rio de
Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2012;14(3):537-47.
53. OMS. WHO Guidelines for assessing quality of herbal medicines with reference
to contaminants and residues. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2007.
54. Mamani MCV, Aleixo LM, De Abreu MF, Rath S. Simultaneous determination
of cadmium and lead in medicinal plants by anodic stripping voltammetry. Journal of
pharmaceutical and biomedical analysis. 2005;37(4):709-13.
55. Campos MMA, Tonuci H, Silva SM, Altoe BDS, De Carvalho D, Kronka EAM,
et al. Determination of lead content in medicinal plants by pre-concentration flow
injection analysis-flame atomic absorption spectrometry. Phytochemical Analysis.
2009;20(6):445-9.
56. Rocha L, Lucio EMA, Franca HS, Sharapin N. Mikania glomerata Spreng:
desenvolvimento de um produto fitoterápico. Revista Brasileira de Farmacognosia.
2008;18(SUPPL.):744-7.
57. Contin D. Alterações anatômicas e fisiológicas em plantas de Mikania glomerata
Sprengel e Mikania laevigata Shultz Bip. ex Baker, sob diferentes condições luminosas
e nutricionais [Dissertação de mestrado]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo;
2009.
58. Gilbert B, Ferreira J, Alves L. Monografias de plantas medicinais brasileiras e
aclimatadas. Curitiba: Sépia Editora e Gráfica; 2005.
59. Pedroso APD, Santos SC, Steil AA, Deschamps F, Barison A, Campos F, et al.
Isolation of syringaldehyde from Mikania laevigata medicinal extract and its influence
on the fatty acid profile of mice. Rev bras farmacogn. 2008;18(1):63-9.
69

60. De Castro EM, Pinto JEBP, Bertolucci SKV, Malta MR, Cardoso MDG, Silva
FADM. Coumarin contents in young Mikania glomerata plants (guaco) under different
radiation levels and photoperiod. Acta Farmaceutica Bonaerense. 2006;25(3):387-92.
61. Espindola Junior A, Boeger MRT, Maccari Júnior A, Reissmann CB, Rickli FL.
Variação na estrutura foliar de Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) sob diferentes
condições de luminosidade. Revista Brasil Bot. 2009;32(4):749-58.
62. Castro EMd, Pinto JEBP, Melo HCd, Soares ÂM, Alvarenga AAd, Lima Júnior
ÉdC. Aspectos anatômicos e fisiológicos de plantas de guaco submetidas a diferentes
fotoperíodos. Horticultura Brasileira. 2005;23(3):846-50.
63. Soares e Silva LS, da Santos da Silva LS, Brumano L, Stringheta PC, Aparecida
de Oliveira Pinto M, Moreira Dias LO, et al. Preparation of dry extract of Mikania
glomerata Sprengel (Guaco) and determination of its coumarin levels by
spectrophotometry and HPLC-UV. Molecules (Basel, Switzerland). 2012;17(9):10344-
54.
64. Lanças FM, Vilegas JHY, Vasconcelos EC, Celeghini RMS. NOVAS
APLICAÇÕES DE SISTEMAS SFE "HOME MADE": I. PLANTAS MEDICINAIS
BRASILEIRAS. Ciência e Tecnologia de Alimentos. 1997;17(4):413-7.
65. Duarte MCT, Figueira GM, Pereira B, Magalhães PM, Delarmelina C. Atividade
antimicrobiana de extratos hidroalcólicos de espécies da coleção de plantas medicinais
CPQBA/UNICAMP. Revista brasileira de farmacognosia. 2004;14(supl):6-8.
66. Moraes VL, Santos LF, Castro SB, Loureiro LH, Lima OA, Souza ML, et al.
Inhibition of lymphocyte activation by extracts and fractions of Kalanchoe,
Alternanthera, Paullinia and Mikania species. Phytomedicine : international journal of
phytotherapy and phytopharmacology. 1994;1(3):199-204.
67. Sá RdCdSe, Leite MN, Peters VM, Guerra MdO, Almeida RNd. Absence of
mutagenic effect of Mikania glomerata hydroalcoholic extract on adult wistar rats in
vivo. Braz arch biol technol. 2006;49(4):599-604.
68. da Silveira e Sa RC, Leite MN, de Almeida RN. Toxicological screening of
Mikania glomerata Spreng., Asteraceae, extract in male Wistar rats reproductive system,
sperm production and testosterone level after chronic treatment. Revista Brasileira de
Farmacognosia. 2010;20(5):718-23.
69. Vigo-Schultz SC, Stangarlin JR, Franzener G, Portz RL, Kuhn OJ, Schwan-
Estrada KRF. Avaliação da eficácia da tintura etanólica de guaco (Mikania glomerata)
no controle da podridão negra (Xanthomonas campestris pv. campestris) em couve-flor.
Semina ciênc agrar. 2006;27(4):515-24.
70. Slomp L, Pereira PS, De Castro Franca S, Zingaretti S, Beleboni RO. In vitro
nematocidal effects of medicinal plants from Sao Paulo State, brazil. Pharmaceutical
Biology. 2009;47(3):230-5.
71. Lessa FCR, Grillo CHB, Pinto FE, Lorencon BB, Martins JDL, Bertolucci SKV,
et al. Efficacy of guaco mouthwashes (Mikania glomerata and Mikania laevigata) on
the disinfection of toothbrushes. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2012;22(6):1330-
7.
72. Dalla Nora GD, Pastori T, Laughinghouse Iv HD, do Canto-Dorow TS, Tedesco
SB. Antiproliferative and genotoxic effects of Mikania glomerata (Asteraceae). Biocell
: official journal of the Sociedades Latinoamericanas de Microscopia Electronica et al.
2010;34(3):95-101.
73. Vilegas JHY, De Marchi E, Lancas FM. Extraction of low-polarity compounds
(with emphasis on coumarin and kaurenoic acid) from Mikania glomerata ('Guaco')
leaves. Phytochemical Analysis. 1997;8(5):266-70.
70

74. Braz R, Wolf LG, Lopes GC, de Mello JCP. Quality control and TLC profile
data on selected plant species commonly found in the Brazilian market. Brazilian
Journal of Pharmacognosy. 2012;22(5):1111-8.
75. de Medeiros J, Kanis LA. Avaliação do efeito de polietilenoglicóis no perfil de
extratos de Mikania glomerata Spreng., Asteraceae, e Passiflora edulis Sims,
Passifloraceae. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2010;20(5):796-802.
76. Vilegas JHY, De Marchi E, Lancas FM. Determination of coumarin and
kaurenoic acid in Mikania glomerata ('guaco') leaves by capillary gas chromatography.
Phytochemical Analysis. 1997;8(2):74-7.
77. Bouzada MLM, Fabri RL, Nogueira M, Konno TUP, Duarte GG, Scio E.
Antibacterial, cytotoxic and phytochemical screening of some traditional medicinal
plants in Brazil. Pharmaceutical Biology. 2009;47(1):44-52.
78. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos
da Farmacopéia Brasileira, 1ª edição. 2011.
79. Corrêa MFP, De Melo GO, Costa SS. Substâncias de origem vegetal
potencialmente úteis na terapia da asma. Revista Brasileira de Farmacognosia.
2008;18(SUPPL.):785-97.
80. Ustulin M, Figueiredo BDB, Tremea C, Pott A, Pott VJ, Bueno NR, et al.
Plantas medicinais comercializadas no Mercado Municipal de Campo Grande-MS.
Revista Brasileira de Farmacognosia. 2009;19(3):805-13.
81. Martinazzo AP, Martins T. Plantas medicinais utilizadas pela população de
Cascavel/PR. Arq ciências saúde UNIPAR. 2004;8(1):3-5.
82. Macedo AF, Oshiiwa M, Guarido CF. The use of herbal medicine by inhabitants
of a part of the city of Marilia (SP, Brazil). Revista de Ciencias Farmaceuticas Basica e
Aplicada. 2007;28(1):123-8.
83. Oliveira ER, Menini Neto L. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais
utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte - MG. Rev bras plantas
med. 2012;14(2):311-20.
84. Ogava SEN, Pinto MTC, Kikuchi T, Menegueti VAF, Martins DBC, Coelho
SAD, et al. Implantação do programa de fitoterapia "Verde Vida" na secretaria de saúde
de Maringá (2000-2003). Revista Brasileira de Farmacognosia. 2003;13(supl.1):58-62.
85. Oliveira MJR, Simoes MJS, Sassi CRR. Fitoterapia no sistema de saúde pública
(SUS) no Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais.
2006;8(2):39-41.
86. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC
10 de 10 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2010.
87. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. IN 02
de 13 de maio de 2014. Publica a "Lista de medicamentos fitoterápicos de registro
simplificado" e a "Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado".
2014.
88. Kaziyama VM, Fernandes MJB, Simoni IC. Atividade antiviral de extratos de
plantas medicinais disponíveis comercialmente frente aos herpesvírus suíno e bovino.
Rev bras plantas med. 2012;14(3):522-8.
89. De Cassia Da Silveira E Sa R, Leite MN, De Moura Reporedo M, Nobrega De
Almeida R. Evaluation of long-term exposure to Mikania glomerata (Sprengel) extract
on male Wistar rats' reproductive organs, sperm production and testosterone level.
Contraception. 2003;67(4):327-31.
71

90. de Paula RC, Sanchez EF, Costa TR, Martins CHG, Pereira PS, Lourenco MV,
et al. Antiophidian properties of plant extracts against Lachesis muta venom. Journal of
Venomous Animals and Toxins Including Tropical Diseases. 2010;16(2):311-23.
91. Do Amaral RR, Arcenio Neto F, Carvalho ES, Teixeira LA, De Araújo GL,
Sharapin N, et al. Avaliação da atividade IMAO e antibacteriana de extratos de Mikania
glomerata Sprengel. Revista brasileira de farmacognosia. 2003;13(supl.1):24-7.
92. Holetz FB, Pessini GL, Sanches NR, Cortez DA, Nakamura CV, Filho BP.
Screening of some plants used in the Brazilian folk medicine for the treatment of
infectious diseases. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz. 2002;97(7):1027-31.
93. Betoni JEC, Mantovani RP, Barbosa LN, Di Stasi LC, Fernandes Jr A.
Synergism between plant extract and antimicrobial drugs used on Staphylococcus
aureus diseases. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz. 2006;101(4):387-90.
94. Pereira AC. Purificação e Caracterização de Antibacterianos de Plantas do
Município de Lavras [Dissertação de mestrado]. Lavras - MG: Universidade Federal de
Lavras; 2006.
95. Pinheiro MA, Brito DBdA, Almeida LFDd, Cavalcanti YW, Padilha WWN.
Efeito antimicrobiano de tinturas de produtos naturais sobre bactérias da cárie dentária.
Rev bras promoç saúde 2012;25(02).
96. De Mello FB, De Mello JRB. Avaliação dos Efeitos Antitussígenos e
Expectorantes de Duas Formulações Fitoterápicas Existentes no Mercado Brasileiro.
Acta Farmaceutica Bonaerense. 2006;25(1):64-70.
97. Mello FB, Mello JRB. Eficácia antitussígena de duas formulações fitoterápicas.
Arq Bras Med Vet Zootec. 2007;59(3):705-10.
98. Floriano RS, Nogueira RM, Sakate M, Laposy CB, da Motta YP, Sangiorgio F,
et al. Effect of Mikania glomerata (Asteraceae) leaf extract combined with anti-venom
serum on experimental Crotalus durissus (Squamata: Viperidae) envenomation in rats.
Revista de biologia tropical. 2009;57(4):929-37.
99. Ruppelt BM, Pereira EF, Goncalves LC, Pereira NA. Pharmacological screening
of plants recommended by folk medicine as anti-snake venom: I. Analgesic and anti-
inflammatory activities. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz. 1991;86 Suppl 2:203-5.
100. Freitas TP, Silveira PC, Rocha LG, Rezin GT, Rocha J, Citadini-Zanette V, et al.
Effects of Mikania glomerata Spreng. and Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker
(Asteraceae) extracts on pulmonary inflammation and oxidative stress caused by acute
coal dust exposure. Journal of medicinal food. 2008;11(4):761-6.
101. Groppo FC, De Cassia Bergamaschi C, Cogo K, Franz-Montan M, Motta RHL,
De Andrade ED. Use of phytotherapy in dentistry. Phytotherapy Research.
2008;22(8):993-8.
102. Soares AKA, Carmo GC, Quental DP, Nascimento DF, Bezerra FAF, Moraes
MO, et al. Avaliação da segurança clínica de um fitoterápico contendo Mikania
glomerata, Grindelia robusta, Copaifera officinalis, Myroxylon toluifera, Nasturtium
officinale, própolis e mel em voluntários saudáveis. Revista brasileira de farmacognosia.
2006;16(4):447-54.
103. Tavares JP, Martins IL, Vieira AS, Lima FAV, Bezerra FAF, Moraes MO, et al.
Estudo de toxicologia clínica de um fitoterápico a base de associações de plantas, mel e
própolis. Revista brasileira de farmacognosia. 2006;16(3):350-6.
104. Radünz LL, Melo EC, Barbosa LCA, Rocha RP, Berbert PA. Rendimento
extrativo de cumarina de folhas de guaco (Mikania glomerata Sprengel) submetidas a
diferentes temperaturas de secagem. Rev bras plantas med. 2012;14(3):453-7.
72

105. Biavatti MW. Synergy: An old wisdom, a new paradigm for pharmacotherapy.
Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. 2009;45(3):371-8.
106. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. IN 05
de 11 de dezembro de 2008. Determina a publicação da "Lista de medicamentos
fitoterápicos de registro simplificado". 2008.
107. Xarope de Guaco Herbarium. Mikania glomerata Spreng. Herbarium
Laboratório Botânico LTDA. Farm. Resp.: Anny M. Trentini - CRF-PR 4081 . Bula de
remédio. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/BularioEletronico/.
108. Sales PM, de Sousa PM, da Silveira CA, Silveira D. The use of herbal medicine
by aids patients from hospital universitário de Brasília, Brazil. Boletín Latinoamericano
y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas. 2008;7(4):207-16.
109. BRASIL. Portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Agência
Nacional de Vigilância Sanitária; 2014 [acesso em julho de 2014] Disponível em:
www.anvisa.gov.br.
110. INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial 2014 [acesso em 08 de junho
de 2014]. Disponível em: http://pesquisa.inpi.gov.br.
111. EPO. European Patent Office 2014 [acesso em 08 de junho de 2014]. Disponível
em: www.epo.org.
112. JPO. Japan Patent Office 2014 [acesso em 17 de setembro de 2014]. Disponível
em: www.jpo.go.jp.
113. USPTO. The United States Patent and Trademark Office 2014 [acesso em 17 de
setembro de 2014]. Disponível em: www.uspto.gov.
114. Balbino EE, Dias MF. Pharmacovigilance: A step towards the rational use of
herbs and herbal medicines. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2010;20(6):992-1000.

Você também pode gostar