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ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

A "1
^

Apresentação

Acontecimento de relêvo sevi nas disputas do universal,


par futebol o IV.°

Campeonato Mundial de Futebol, a Copa do Mundo, não deixar


pôde de possuir

um repositório dos principais eventos nêle aconteceram, eletrizando


que as

multidões frenéticas e entusiasmadas esporte mais mundo


pelo popular do inteiro.

Nestas páginas encontrará o leitor tu,do o de mais


que perto diz respeito

não só às disputas da Taça Jules Rimet, mas também, quanto ao futebol pra-

ticado nos países disputantes do almejado troféu.

No magestoso Estádio do Derby-Clube mais de cento e cinqüenta mil pes-

soas vibraram de entxisiasmo aos lances de técnica e coração dos seus preferidos.

O Brasil foi distinguido para que nêle tivesse lugar êsse empol-
prélio

gente e a sua capital — dotada agora do maior Estádio do mundo —


foi o palco

imenso onde se feriram os e, certo, os de maior


jogos principais, por significado

Não poupamos esforços nem medimos sacrifícios bem informar


para o

grande público, numa reportagem gráfica e artigos ilustrem o


que que foi

êsse magno certame de 1950.

Pelo texto e ilustrações desta nossa edição especial o leitor am-


ficará

piamente informado do que antecedeu e sucedeu nas eliminatórias,


provas

semi-finais e finais da Taça Jules Rimet, algumas das se realizaram


quais

nos mais distantes países do universo.

Oferecendo este álbum comemorativo ao nosso máximo


grande público,

incentivador, esperamos ter realizado obra e de real interesse


perdurável para

os jiossos dias e a posteridade.


e ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

T^resentación

Acontecimiento de relieve sin igual en Ias disputas dei foot-ball universal,

el IV.0 Campeonato mundial de foot-ball, a la Copa dei Mundo, no podia dejar

de poseer una recopilacion de los principales acontecimientos que se sucedieran,

para electrisar a Ias multitudes frenéticas de entusiasmo, por el esporte mas

popular en todos los paises dei mundo.

En estas paginas, el lector encontrará todo cuanto mas de cerca fué obser-

"Copa
vado con relación, no solamente a Ias disputas de la Jules Rimet", como

tambien en lo que se relaciona al foot-ball practicado en los paises compe-

tidores a este anhelado troféu.

En el magestuoso Estádio de Maracanã,más de ciento cinqüenta mil personas

vibraran de entusiasmo, ora por los esportos de técnica en los juegos, ora por

la emoción que despertabam sus preferidos.

Fué distinguído el Brasil para disputarse esta emocionante competición,

siendo su Capital, dotada ahora dei mayor Estádio dei mundo, el inmenso

ecenário donde tuvieron lugar los principales juegos como asi los de mayor

significación.

No liemos medido esfuerzos ni sacrifícios para mejor informar al grande

publico con un reportaje gráfico y de artículos que ilustran lo que fué el

magno certame de 1&50.

Por el texto e ilustraciones de esta edición especial, el lector quedará

ampliamente informado de los acontecimientos, anteriores y posteriores a Ias

"Copa
pruebas eliminatórias, semi-finales y finales de la Jules Rimet", algunas

de Ias cuales se realisaron en los paises mas distantes dei Universo.

Ofreciendo este Albun Comemorativo al grande publico, nuestro mayor

incentivador, esperamos haber realizado una obra perdurable y de real interés

en los dias actuales y para la posteridad.


ANUÂRIO ESPORTIVO BRASILEIRO S
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UM GRANDE PREFEITO

A brilhante e dinâmica administração do Prefeito

General Ângelo Mendes de Morais

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GENERAL ÂNGELO MENDES DE MORAES

O ilustre Prefeito do Distrito Federal, General de Divisão Ângelo Mendes de

Moraes, fez-se merecedor da estima e inúmeras realizações im-


gratidão públicas pelas

pressas à sua administração, dinâmica e progressista . Juntamente com Passos — o re-

formador — e Antônio Prado — o embelezador — Ângelo Mendes de Moraes


Júnior
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

completa a trindade dos maiores prefeitos o Rio de nestes últimos


que Janeiro possuiu

quarenta e cinco anos.

A cidade do Rio de Janeiro, como se pôde verificar em qualquer carta da me-

trópole, desenvolveu-se entre o mar e as montanhas em forma tentacular vales


pelos

praias, onde foram construídos seus principais bairros residenciais. Desenvolvendo-se

assombrosamente nestes últimos dez anos, atingindo, com as localidades círcumvizinhas

do E. do Rio — cidades dormitórios — como Caxias, Nüópolis, Nova Iguaçu, etc.

o Rio atingiu quase a três milhões de habitantes

Daí achar-se a sua parte central inteiramente congestionada. A solução do pro-

blema da circulação urbana exigiu, tornou necessário o alargamento de ruas, a perfu-

ração de túneis e o desmonte de morros da parte central, cujo material tem sido utilizado

«m aterros de partes alagadiças, ratificação do litoral, da orla ajardinada contorna


que

a cidade, conquistando ao mar áreas necessárias ao desenvolvimento do Porto e às vias

.essenciais de comunicação. O túnel que ligará os bairros de Catumbí a Laranjeiras

permitirá que seja desviada uma grande parte do tráfego do centro. Será executado

também o desmonte do morro de Santo Antônio, bem no coração urbes, e o


da projeto

prevê a ligação da Avenida Brasil com os bairros da zona sul. O trecho dessa grande

via, compreendido entre a Praia do Flamengo e o morro da Conceição, será em dois

níveis, sendo o superior destinado ao tráfego de veículos de velocidade e o


grande

inferior aos veículos pesados e mais lentos. Igualmente trata o de esboçar


grande prefeito
"metropolitano",
as linhas mestras dò futuro a estrada de ferro elétrica subterranea,

única solução definitiva para o descongestionamento do tráfego de superfície.

Como se tudo isso não bastasse para situar o General Mendes de Moraes entre

os maiores prefeitos que o Distrito Federal já possuiu, aí está o o monu-


grandioso,

mental Estádio Municipal — hoje leva, com o seu nome — concluído


que justiça, em

menos de dois anos. Está pronto o maior estádio do mundo de futebol.


para jogos
Inicialmente calculado para 155.000 espectadores, comodamente instalados, comportou

êle mais de 170.000 em vários jogos, sendo na finalíssima, entre uruguaios e bra-
que
sileiros, cerca de 200.000 espectadores assistiram, sem acidentes, ao grande prélio. Um

estádio para 200.000 pessoas, essa a obra ninguém, aqui


portentosa que ou no estran-

geiro, julgava capaz de ser levada a cabo, muito menos em dois anos, sem nenhuma

coluna que impeça a perfeita visibilidade. Pelos detalhes das obras ali colimadas, es-

tima-se a sua amplitude não só como a maior construção em cimento armado da adiantada

engenharia brasileira como, também, das se conhecem em todo o mundo.


que

Êsse o grande prefeito, cujo fim de administração o carioca amante da sua cidade

já entrevê melancólicamente, tantos os benefícios trazidos pela sua administração à

capital da República. E, estamos certos, se um dia o Distrito Federal obtiver a sua

autonomia, Ângelo Mendes de Moraes será um dos nomes mais cotados o


para posto que
hoje, ainda inexplicavelmente, é de confiança do Presidente da República. O carioca é

grato e sabe reconhecer os que cuidaram da Cidade Maravilhosa.

E aqui, nestas linhas, deixamos consignada a homenagem desta edição especial

do Anuário Esportivo Brasileiro ao grande Prefeito da capital da República, General

Ângelo Mendes de Moraes.


ANÜÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

A Confederação Brasileira de Desportos

e seu dinâmico
presidente

A ação da Confederação Brasileira de Desportos no cenário das Competições


desportivas da nação tem sido das mais eficientes e profícua. Atendendo ao
reclamo de vários ramos de esportes, a todos tem ela emprestado o seu apoio de-
cisivo, sem distinção de maiores ou menores categorias. Mas, sobretudo no que
concerne ao esporte por excelência — o futebol —
popular a contribuição da
C. B. D. tem-se feito marcante e definitiva o
para progresso do esporte bretão
entre nós.

O Dr. Rivadavia Correia Meyer, Presidente da prestigiosa entidade, várias


vezes reconduzido ao cargo pelos seus é uma inconfundível
pares, figura de di-
rigente. A êle se deve, na sua maior de a Copa
parcela, que do Mundo tivesse
lugar no Brasil, nêste ano de 1950. Ao indiscutível de
prestígio que goza nas
esféras dos desportos internacionais alia o Dr. Rivadavia Correia Meyer o fas-
cínio da sua personalidade diplomática mas firme nas suas decisões.

O grande presidente da C. B. D., na magna assembléia em que várias


nações porfiavam para que nelas se decidisse o grande prélio em disputa da
Taça Jules Rimet, soube granjear o Brasil o apôio da maioria
para do. conclave
em que a nossa capital obteve a e foi escolhida
primazia para a realização da
Copa do Mundo ern 1950.

Por entre tropeços, obstáculos sem conta, lutando contra a solércia de


inimigos ocultos, soube S. S. vencê-los a todos até o coroamento final.

Tendo a seu lado — na diretoria que preside aos destinos dos desportos na-
cionais — figuras das mais no —
prestigiosas meio a Confederação Brasileira
de Desportos, com o Presidente Rivadavia Correia Meyer à frente, conquistou

para a nossa Pátria um galardão imperecível, hã-de seguramente mere-


que
cer a gratidão atual de todos os brasileiros e o reconhecimento da posteridade.
Infelizmente, poucos dias antes de iniciada a competição
grande desportiva,
enfermou súbita e gravemente, o Dr. Rivadavia Corrêa Meyer, o nosso
privando
futebol do seu grande inspirador e dinâmico impulsionador. Substituiu-o, de
acordo com os Estatutos, o Dr. Mário Pollo, seu Vice-Presidente, que se desem-
penhou em todos os atos e instantes em se fazia necessária a sua
que presença
e a sua atividade, com o máximo zêlo e dedicação, fazendo jús à gratidão dos
desportistas brasileiros.

A diretoria que preside aos destinos da C. B. B. e atuou com tanto


acêrto na organização da quarta Copa do Mundo é a seguinte:

Presidente: Dr. Rivadavia Corrêa Meyer.

Vice-Presidente: Dr. Mário Pollo — (em exercício).

Secretário Geral: José Lins do Rêgo.

1.° Secretário: Manuel Furtado Oliveira.

2° Secretário: Plínio Segurado Pinto.

Diretor de Desportos Aquáticos: Manuel Ferreira de Castro Filho.

Diretor de Desportos Terresrtes: Joaquim Luiz Pizarro Filho.


"História

A da Copa do Mundo"

(Taça Jules Rim et)

O magnífico Troféo, em ouro


maciço
ANOÁRfO ESPORTIVO BRASILEIRO

"História

À da Copa do Mundo"

(Taça Jules Rimet)

"COPA
O histórico da chamada DO MUNDO", (Taça Jules Rimet) é de

passado relativamente recente, pois que a competição foi fundada por decisão

do Congresso da P.I.F.A. em 1928, há precisamente vinte e dois anos, portanto,


com a categoria de Taça do Mundo, e designada, segundo resolução do Con-

gresso do Luxemburgo em 1946, pelo. nome do Presidente da F.I.F.A., Sr. Jules

Rimet.

A Taça Jules Rimet — (Copa do Mundo) disputada em 1950, no Brasil,

é a quarta que se disputou na história deste troféu do futebol mundial.

Os torneios olímpicos de futebol tinham sido considerados competições não


"amadorismo".
oficiais, devido às várias interpretações atribuídas à designação de

A competição fundada pela F.I.F.A. não impunha quaisquer restrições desta


*
natureza sôbre a classificação dos competidores. Como o Uruguai houvesse

triunfado em dois torneios olímpicos consecutivos, a F.I.F.A. resolveu honrar

aquêle país com a organização da primeira competição da Taça, em Montevidéu,

sua capital.

Realizou-se em 1930 e nela tomaram parte 13 nações. Foram divididas

em quatro grupos, disputando as equipes apuradas as semifinais. No fim, saiu

vencedor novamente o Uruguai, que assim completava o seu histórico trio

de vitórias e grangeava, sem margem a dúvida, a hegemonia do futebol mun-

dial, naquela época.

No segundo Campeonato Mundial, realizado na Itália, em 1934, tomaram

parte 29 nações. Constituiram-se 12 grupos ou séries para os desafios prelimi-


nares, classificando-se as oito equipes mais fortes para a segunda rodada. A
"finalíssima",
disputada em Roma entre a Itália e a Checoeslovaquia, só se

decidiu na prorrogação. Ganhou a Itália, classificando-se em terceiro lugar a

Alemanha, possuidora naquêle tempo de um ótimo plantei de jogadores.

Quatro anos mais tarde, em 1938, foi a França a organizadora da terceira

Competição Mundial de Futebol. Inscreveram-se 36 países, tendo comparecido,

porém 25 à rodada preliminar. Formaram-se 8 grupos na Europa, 1 na América

do Sul e outro na América Central, nos Estados Unidos e na Asia. Pela pri-
meira vez, o vencedor do Campeonato anterior e o país visitado, a França, foram

dispensados de tomar parte nos desafios preliminares.

Nos grupos não europeus, os países apurados não tiveram de jogar prélios
de eliminatória. A Bolívia desistiu, deixando o caminho livre ao Brasil; na Amé-

rica Central, a Colômbia o Pôrto Rico, o México e S Salvador abandonaram a

prova e Cuba ficou automáticamente classificada para ir à França. Os Estados

Unidos, que deviam ter jogado com o vencedor do grupa asiático, desistiram,

e o Japão fez o mesmo.

Chegaram às semi-finais a Itália, a Suécia e a Hungria. O campeonato foi


novamente Itália, classificando-se, respectivamente, em segundo e
ganho pela
terceiro lugares a Hungria e o Brasil.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

RESULTADOS DOS CAMPEONATOS MUNDIAIS DE FUTEBOL

DE 1930, 1934 E 1938

Primeiro Campeonato Mundial

(Jogado em Montevidéu, Uruguai, em julho de 1930)

Semi-Jinais Final

Argentina 61

[Argentina 2]
E. U. A.

[¦ Campeão: Uruguai
Uruguai . •61
lUruguai .• 4 j
Iugoslavia lj

Total de (13) — França, México, Argentina, Chile, Iugoslávia


participantes:
Brasil, Bolívia, Rumânia, Uruguai, Perú, Estados Unidos da América, Bélgica
e Paraguai.

Segundo Campeonato Mundial

(jogado na Itália, maio a junho de 1934)

l.a eliminatória 2.a eliminatória Semi-finais Final

Itália 7]

[Itália 1:1)
E. U. 1| 1

[Itália 1]
Espanha 3) |

[ Espanha 1:01
Brasil
I
[Itália
Áustria 3)

[ Áustria 2) I
França 2
I
[Áustria 0|
Hungria 4|

[- Hungria 1|
Egito

Checo-Esl 2)

[Checo-EsI 3)
Rumania 11 |

Checoesl 3
[
Suiça 3]

[Suiça 2)
Holanda

Cheeslovaq 0
Alemanha 5] a
| (após prorroga-
[Alemanha 2) | Ção)
Bélgica 2

S- Alemanha
Suécia 3]

[- Suécia 11
Argentina

Total de (29) — Haiti, Cuba, México,


participantes: Brasil, Argentina, Epito,
Palestina, Suécia, Estônia, Lituânia, Espanha, Portugal, Itália, Grécia;
Bulgária, Hungria. Áustria, Polonia, Checoeslovaquia, Iugoslavia, Suiça,
Rumânia, Irlanda, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, França,
Estados Unidos.

Campeã: Itália; 2.°: Checoeslováquia; 3.°: Alemanha.


ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 1S-

Terceiro Campeonato Mundial

(jogado na França junho de 1938)

l.a eliminatória 2.a eliminatória Semifinais Final

Saiga 1:4)

j-Suiga 0]
Alemanha 1:2]

;Hungr;a ¦51
Hungria 6) I
iHungria 2]
Indias HolandesasOj 2-
J-Hungria
!
Suecia . [Buecia 8 .
^Suecia
(sem oposicao) j
Cuba 3:2) |

[Cuba 01
Rumania 3:11

Franca 3)

}Fran?a 1)
Belgica 1
I
^Italia .
It&lia 2) |

^Italia 2 j
Noruega 11

Itália
Brasil 61

}Brasil 1:2)
Polonia 5
I

iBrasil .
Checoslovaq 3) I

[Checoesl 1:11
Holanda 0

Total ãe — Alemanha, Finlandia, Po-


participantes: (25) Suécia, Estônia,
lonia, Noruega, Irlanda, Iugoslávia, Rumânia, Portugal, Hungria, Pa-
lestina, Grécia, Checoeslováquia, Bulgária, Áustria, Letônia, Lituânia,
Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Brasil, índias Holandesas e Cuba.

Campeã'. Itália; em 2.°: Hungria; em 3.°: Brasil.

O trofeu
troféu denominado COPA do MUNDO eé todo de ouro macifo.
maciço.
Foi confeccionado "Le
em Franca,
França, na ourivesaria Flour". Vale, no
minimo,
mínimo, um milhao
milhão de cruzeiros. Para conquista-lo definitivamente so

o esquadrao
esquadrão que obtiver três
tres triunfos consecutivos.

Como se sabe, a vitoria


vitória foi do Uruguai
primeira em 1930. As
duas seguintes foram da Italia,
Itália, nos anos de 1934 e 1938. Era, por-
tanto, a Italia
Itália o mais credenciado a ficar
pais
país na posse definitiva do
ouplento e disputado troféu.
trofeu. Mas aqueles três
tres a dois dos suecos não
nao
Ihes
lhes permitiu semelhante satisfa^ao.
satisfação.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

"Jules

A organização da Taça Rimet"

(Copa do Mundo)

PARA O ANO DE 1950

Desafios preliminares: A Itália, como detentora da Taça, e o Brasil, como

país visitado, foram dispensados de disputarem os desafios Os


preliminares.
outros competidores agrupados como segue:

a) Inglaterra, Irlanda, Escócia, País de Gales;

b) Áustria, Siria, Turquia;

c) França, Iugoslávia, Israel;

d) Luxemburgo, Suiça, Bélgica;

e) Irlanda (Eire) Finlândia, Suécia;

f) Portugal, Espanha;

g) Argentina, Bolívia, Chile;

h) Equador, Paraguai, Perú, Uruguai;

í) Cuba, México,, Estados Unidos;

j. Birmânia, índia.

A equipe vencedora de cada grupo e a equipe classificada logo a seguir


teriam lugar assegurado entre os dezesseis países apurados a Competição
para
propriamente dita. Quaisquer outras vagas que surgissem depois das elimina-
tórias seriam preenchidas pela Comissão Organizadora.

A Competição final: As dezesseis equipes seriam subdivididas em 4 grupos


.cada um dêles de quatro equipes. Entre cada um, a Comissão selecionaria um
chefe de grupo. As outras três equipes de cada grupo seriam escolhidas em
.sorteio público. Em cada grupo, as quatro equipes um desafio contra
jogariam
cada uma das outras três, isto é: A v B, A v C, A v D, B v C, B v D, C v D.
.Jogar-se-ia assim uma série de 6 jogos dentro de cada grupo, atribuindo-se
2 pcntos a uma vitória, 1 ponto a um empate e O ponto a uma derrota.

Do torneio, sairiam vencedores (depois de jogos de eliminatória, se fosse


necessário, em caso de empate) e com êles constituir-se-ia outro grupo que
jogaria igualmente 6 jogos. O vencedor dêste grupo seria proclamado, con-
"Taça
forme foi dito anteriormente, o vencedor da Jules Rimet".

Os últimos trinta desafios seriam jogados no Brasil, entre as cidades que


a Comissão escolhesse, mas principalmente no colossal Estádio Municipal do

Rio de Janeiro, em São Paulo, Belo Horizonte, Pôrto Alegre e Curitiba.

Todos os desafios teriam de ser jogados à luz do dia, salvo se as equipes

informassem a Comissão, antes da Competição Final, de que estavam dis-

postas a jogar sob luz artificial.

Os primeiros 8 desafios dos 4 grupos jogàr-se-iam a 24 e 25 de julho de


1950; os outros oito a 28 e 29 de julho. Os últimos oito desafios seriam jogados
mo Sábado, 1 de julho, e no Domingo, 2 do mesmo mês.

Os quatro vencedores jogariam os seus desafios entre 8 e 16 de julho.


ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 17

>4 SOLENIDADE DO SORTEIO

DAS SÉRIES

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O Superintendente da C.B.D. e jornalistas, poupo antes de se dar início


ao sorteio das séries

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mm,

O Prefeito Ângelo Mendes de Moraes, tendo à sua direita


o Dr. João Lyra Filho
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

No Salão de Conferências da Biblioteca do Ministério das Relações Ex-

teriores, no solarenga Palácio Itamaraty, realizou-se, na tarde de 22 de maio,

o sorteio as semi-finais da Campeonato Mundial de Futebol.


para

A solenidade foi pelo Chanceler Raul Fernandes, tendo sido


presidida

a mesa formada Prefeito do Distrito Federal, General Ângelo Mendes


pelo

de Moraes, João Lira Filho, Presidente do. Conselho Nacional de Desportos;

J. M. Castelo Branco, Presidente do Conselho Técnico de Futebol da C.B.D.;

Mário Pollo, Vice-Presidente em exercício da Confederação Brasileira de Des-

Otorino Barassi, representante da F.I.F.A. no Brasil e o Ministro


portos;
Interino da Educação.

A cerimônia teve início à hora prevista com a movimentação, pelo Minis-

tro Raúl Fernandes, da primeira bola.

Após os esclarecimentos prestados sôbre os números atribuídos aos con-

correntes, o chanceler R. Fernandes deixou cair a primeira esfera correspon-

dente à lugoslavia, adversária do Brasil.

E no meio de intensa espectativa os números foram surgindo, completando

as chaves, tinham como cabeça o Brasil, a Itália, a Inglaterra


quatro que

e o Uruguai.

As chaves

Daquela maneira, as chaves ficaram assim constituídas.

I: — Brasil — Iugoslávia — México e Suiça;


Série

II: — Inglaterra — Espanha — Estados Unidos e Chile;


Série

III: — Itália — Suécia — Paraguai e índia;


Série

— "X".
IV: — Uruguai — França Bolívia e
Série

"X" Portugal, e deveria vago


O ocupou o lugar reservado a permanecer

caso êsse não atendesse aos apélos do conclave, do Ministro Raul Fernan-
país
des e do General-Prefeito Ângelo Mendes de Morais.

Os números atribuídos

A título de curiosidade abaixo discriminamos os números os números

atribuídos aos semi-finalistas.

Assim a Bolívia foi o número 1, o Chile n.° 2, a Espanha n.° 3, os Estados

Unidos n.° 4, a França n.° 5 a índia n.° 6, a Iugoslávia n.° 7, o México n.° 8,

o Paraguai n.° 9, a Suécia n.° 10, a Suiça n.° 11 e o lugar reservado a Portugal

o número 12.

Fala o Chanceler Raul Fernanaes

Encerrado a cerimônia, o Chanceler do Brasil, S. Ex.a Sr. Raul Fernandes,

congratulou-se com os desportistas brasileiros, exaltou o empreendimento do

Prefeito Ângelo Mendes de Moraes, construindo o grandioso Estádio Municipal,

e fez um apêlo aos homens do esporte, para que as pugnas desportivas decor-

ressem em ambiente da maior cordialidade, para que assim se désse, mais uma

vez, uma demonstração cabal da, educação e espírito acolhedor dos brasileiros.

O ;primeiro jogo

Nessa ocasião ficou deliberado o primeiro jogo tivesse lugar entre o


que

Brasil e o México, na tarde de 24 de junho de 1950, por ocasião da solenidade

oficial da inauguração do IV.0 Campeonato Mundial de Futebol.


A alma do Estádio

eosis

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«i* i » t
^•Xrí.
5

1 ALTO-FIlLflNTE

cada de PESSOAS!
para grupo 500

• O tráfego nos quatro portões, polícia, jugado dentro do Sistema de Interco-


imprensa, secretarias,
juizes, depósitos, municação do Estádio, um dos mais
restaurantes, alojamentos,
gramado... modernos e completos do mundo.
as centenas de serviços, exigidos para Esta é a contribuição da RCA Victor
manter sob controle uma multidão de para o Campeonato Mundial de Fu-
155.000 nos dias dos
pessoas, grandes tebol e para o Estádio Municipal do
jogos... tudo está admiravelmente con- Rio de Janeiro.

RCA RÁDIO S.A.


VlCTOR
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Resultado das Eliminatórias

Na Europa, América e Ásia no !V.° Campeonato Mundial de Futebol

"forfait"
Países que fizeram

Trinta e três foram os países que inicialmente se inscreveram para dls-

putarem o IV.° Campeonato Mundial de Futebol, a saber:

Turquia — Síria — Iugoeslávia — Israel — França — Suiça — Luxemburgo


— Escócia —
Suécia — Irlanda do Sul — Finlandia — Espanha — Portugal
Inglaterra — País de Gales — Irlanda do Norte — Estados Unidos da Amé-
— México — Cuba — Paraguai — Uruguai — Itália — Bolívia
rica do Norte
—Chile — Brasil — Argentina — Áustria — Bélgica — Birmânia — Filipinas
—Equador — Perú e índia — Por diversos motivos os oito últimos desistiram

de concorrer às eliminatórias, ("forfait") sendo que a Argentina alegou um

motivo não convenceu a ninguém, antes devendo levar-se em conta a


que
"soccer"
atual fraqueza do portenho, o que teria motivado, na verdade, o
"foríait" sulino.
dos simpáticos jogadores do país

Foram os seguintes os resultados dos jogos eliminatórios efetuados em

diversos quadrantes do mundo:

GRUPO: Áustria contra o vencedor da síria e Turquia

20-11-949 — Ankara — Turquia x Síria 7x0

A Áustria desistiu de disputar o Campeonato.

Finalista: Turquia.

GRUPO: França contra o vencedor do Israel e da Iugoslávia.

21-8-949 Em Belgrado — Iugoslavia x Israel 6-0;

18-9-949 Em Tel-Aviv — Iugoslávia x Israel 5x2;

9-10-949 Em Belgrado — França x Iugoslávia lvl;

30-10-949 Em Paris — Iugoslávia x França lxl;

11-12-949 Em Florença — Iugoslávia x França 3x2 (e 2x2x na prorrogação).

Finalista: Iugoslávia.

GRUPO: Bélgica contra o vencedor do Luxemburgo e Suiça.

26-6-949 Em Zurich Suiça — — Luxemburgo. 5x2;

18-9-949 Em Luxemburgo — Suiça x Luxemburgo 3x2.

A Bélgica desistiu de disputar o campeonato.

Finalista: Suiça.

GRUPO: Suécia contra o vencedor da Finlandia e Irlanda do Sul (Eire)

2-6-849 Em Estocolmo — Suécia x Irlanda 3x1;


8-9-949 Em Dublim — Irlanda x Finlandia 3x0;
9-10-949 Em Helsinki — Finlandia x Irlanda lxl;
13-11-949 Em Dublim — Suécia x Irlanda 3x1.

Finalista: Suécia. t

GRUPO: Espanha e Portugal.

2-4-950 Em Madrid — Espanha x Portugal 5x1.

9-4-950 Em Lisboa — Espanha x Portugal 2x2.

Finalista: Espanha.

GRUPO: Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales.

Em Belfast — Escócia x Irlanda do Norte 8x2.


1-10-949
Cardiff — Inglaterra x País de Gales 4x1;
15-10-949 Em
Em Glasgow — Escócia x País de Gales 2x0.
9-11-949
16-11-949 Em Manchester — Inglaterra x Irlanda do Norte 9x2.
Cardiff — Irlanda do Norte x País de Gales.
8-3-950 Em
Em Glasgow — Inglaterra x Escócia 1x0.
15-4-950

Finalistas Escócia e Inglaterra (A Escócia disistiu de disputar o Campeonato)


ANUARIO ESPORTIVO BRASILEIRO

GRUPO: Cuba, Estados Unidos e México.

4-9-949 No México — México x Estados Unidos 6x0.


11-9-949 No México — México x Cuba 2x0.
14-9-949 No México — Cuba x Estados Unidos lxl.
-
18-9-949 No México — México Estados Unidos 6x2.
21-9-949 No México — Estados Unidos x Cuba 5x2.
25-9-949 No México — México x.Cuba 3x0.

Finalista: Estados Unidos e México.

GRUPO: Birmânia, Filipinas e índia.

A Birmânia e as Filipinas desistiram de disputar o Campeonato.


"forfait").
Finalista: índia (fez

GRUPO: Argentina, Chile e Bolívia.

A Argentina desistiu de disputar o Campeonato..

Finalista: Bolívia e Chiie.

GRUPO: Equador, Paraguai, Perú e Uruguai.

O Equador desistiu de disputar o Camneonato.


O Perú desistiu de disputar o Campeonato.

Finalistas: Paraguai e Uruguai.

Finalistas:

Por ter sido campeã do último certame mundial realizado:

Finalista: Itália.

Por ser o país séde das finais do, certame:

Finalista: Brasil

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22 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

REGULAMENTO DA TAÇA RIMET


JULES

(COPA DO .. UNDO DE 19o0)

Nome do Troféu A equipe representativa da Associação ven-


cedora do último Campeonato e a equipe re-
Art. l.° — A P.I.P.A. organizará de 4 em
presentativa da Associação organizadora da
4 anos (1930, 1934, 1938 etc.) um Campeo-
Competição Final estarão excluídas das pro-
nato Internacional "Taça
denominado Jules
vas eliminatórias.
Rimet" ("Copa do Mundo"), aberto às equi-
A Competição Final está reservada às 14 .
pes representativas das Associações Nacionais
equipes designadas pela classiíicaçao nas provas
filiadas, à razão de uma equipe por Associação. eliminatórias e ficará aberta a tõdas as equipes
As Associações que desejarem participar do inscritas se o número destas fòr. igual ou in-
Campeonato, terão que enviar e submeter à ferior a 1b".
secretaria da P.I.F.A. o formulário de ins-
crição definitiva e sem reservas,
previsto no Re- comissão organizadora
gulamento (veja-se o Apêndice).
Art. 5.° — Em um máximo de 3 mêses
O objetivo de Arte oferecido F.I.F.A., prazo
pela
depois da designação, feita pelo Congresso, da
que o conservará em seus poder, será entregue
em Associação encarregada da organização da Com-
custódia à Associação Nacional vitoriosa
deverá petição Final (veja-se o art. 6.°) e tendo-se em
e ser devolvido à F.I.F.A. antes de
terminar o conta as necessidades desta Associação, o Co-
ano que preceder o Campeonato se-
mité Executivo nomeará uma Comissão Orga-
guinte. A Associação que ganhar a Taça 3 vezes
ficará de nizadora.
posse definitiva da mesma.
A Comissão Organizadora ficara encarre-
Se por qualquer razão cessar de ser dis-
gada de tõdas as medidas riecessarias para
putada a prova, o objeto de arte será devol-
a conclusão das provas eliminatórias, assim
vido à F.I.F.A,
como de todos os trabalhos preparatórios, or-
Cada Associação cuja equipe participe da
gamzação econômica, sorteios, calendários das
Competição Final terá direito a 11 medalhas de
partidas designação dos campos, etc. da Com-
prata. Final.
petição
Cada jogador que haja participado 2 vezes O Comitê de Organização tem o direito de
nas partidas disputadas equipe vencedora
pela adotar tôda classe de medidas disciplinares,
da Copa receberá uma medalha de ouro. abrangendo tanto as eliminatórias como a Com-
petição Final.
Regras do fogo
A Competição Organizadora fará as recla-
Art.. 2° — As regras do mações contra a classificação de e as
jôgo serão as pro- jogadores
mulgadas pela Internacional F. A. Board. reclamações de aspecto técnico nas partidas
Em caso de divergência sobre a sua inter- eliminatórias. As reclamações contra a cias-
pretação, o texto inglês será o fará fé. sificação de jogadores deverão chegar à Co-
que
missão Organizadora pelo menos 5 dias antes
de cada partida eliminatória. Podem ser envia-
Qualificação
das por via aérea registada ou télegràficamente,
Art. 3.° — Cada Associação formará devendo ser, neste último
sua caso, confirmadas por
equipe representativa nacional com súditos de escrito.
seu país, com a obrigação de que êstes joga- As reclamações de ordem técnica deverão
dores estejam submetidos à sua
jurisdição ou ser remetidas à Comissão Organizadora no
providos de autorização regulamentar da Asso- mesmo dia do jôgo por via telegráfica e con-
ciação a que pertençam. firmadas por via aérea registrada o mais tar-
dar 2 dias depois do jôgo. Cada reclamação
Os jogadores suscetíveis de representar à
Nacionais deverá ser acompanhada de um depósito de 200
várias Federações (dupla nacionali-
francos suíços, que será devolvido à Associação
dade) deverão optar pol' uma Associação, de
recorrente no caso em que a resolução ditada lhe
conformidade com às prescrições do Artigo 21
seja favorável.
do Regulamento da F.I.F.A.
a resolução
Contra da Comissão Organiza-
Art. 4.° — O Campeonato se desenvolverá dora se
poderá interpor recurso ante o Comitê
em duas fases: As provas eliminatórias e a Executivo dentro do prazo de 10 dias após
o ato
competição final. daquela Comissão; tal apelação deve ser a/com-
As provas eliminatórias serão organizadas panhada de um depósito de 200 francos suíços,
no caso em que o número de equipes inscritas que será devolvido no caso da resolução ser
ultrapasse a 16. favorável ao recorrente.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 23

BASES E CALENDÁRIO As partidas serão jogadas à luz do dia, salvo


acordo entre os interessados.
I. Partidas Eliminatórias
As partidas da Competição Final serão jo-
— fase se gadas a títulos excepcional — e somente para
Art. 6.° Na eliminatória procederá
a Copa de 1950 — em 2 fases.
assim:
1.a — As 16 equipes participantes da Com-
A Comissão Organizadora formará, primei-
petição Final serão divididas em 4 grupos de
ramente, os grupos, que terão aproximada-
4 equipes, em cada um de cujos grupos uma
mente a extensão de um Continente.
equipe será designada pela Comissão Organiza-
Em cada um dêstes grupos, a Comissão
dora e as 3 equipes restantes mediante sorteio
classificará as equipes em duas listas iguais em
Os delegados das Associações participantes
número.
serão convidados para assistir ao sorteio.
Depois, oporá cada vez uma equipe de uma
lista, tendo 2.a — As 4 equipes vencedoras de seus gru-
lista a uma equipe da outra em
conta, condições pos jogarão a segunda fase. Nas duas fases
dentro do possível, as geográ-
ficas cada equipe jogará uma só partida contra as
e econômicas.
con- outras 3 de seu grupo.
As decisões da Comissão Organizadora
cernentes à formação dos grupos e a junção das
INSCRIÇÕES E JOGADORES
equipes serão definitivas e inrpeláveis.
Salvo acordo entre duas Associações inte- QUALIFICADOS

ressadas, aprovado pela Comissão Organiza- Art. 7.° — O Comitê Executivo fixará a
dora, as partidas eliminatórias serão disputadas data até a serão recebidas as inscrições
qual
em dois encontros turno e returno, com a se- definitivas das Associações Nacionais, de-
que
guinte classificação: 2 pontos em caso ds vi verão ser feitas de acordo com o formulário de
tória, 1 ponto em caso de empate e 0 ponv> em inscrição regulamentar.
caso de derrota. Em caso de igualdade d° pon- Para as eliminatórias, a lista de 22
provas
tos depois das 2 partidos, será jogada uma ter- deverá ser comunicada, 10 dias antes
jogadores
ceira partida de desempate em um pais neutro. de cada Associações à Associação
partida, pelas
Se desta terceira partida, com prorrogarão de contrária e à Comissão Organizadora.
dois tempos de 15 minutos cada, não se obtiver Para a Competição Final serão qualifica-
um resultado, será declarado o vencedor por dos 22 jogadores por Associação. A lista e 2 foto-
sorteio, que se verificará no fim do encontro na
(Continúa na pág. 93)
presença de um delegado da Comissão Orga-
nizadora.
As datas e lugares das partidas ellminató-
rias assim como as condições econômicas em
Serviço de 1." ordem
que deverão ser disputadas tais partidas, serão
estabelecidas pelas Associações interessadas, de Bar,
Restaurante, Café,
acordo com a Comissão Organizadora.
Chá, Sorvetes, Bebidas
No caso em que as duas Associações não
cheguem a um acordo sôbre as datas e lugares finas, etc.
das partidas eliminatórias ou sôbre as condições
econômicas, a Comissão Organizadora adotará
as disposições pertinentes ao caso.
Todas as provas eliminatórias deverão estai
terminadas, pelo menos, 2 meses antes da data
fixada para a da Competição
primeira partida
Final.

Caíé Novo indo Lida.


II COMPETIÇÃO FINAL

A designação da Associação Organizadora ABERTO ATÉ ÂS 23 HORAS


deverá ser confirmada Congresso da P.I.
pelo
F.A. terá lugar dois anos antes da data
que
fixada a competição dinal Cl-932 para
para
1934, etc...).

A Competição Final deverá ser jogada no


território de uma Associação Nacional. !; Av. Presidente Wilson, 164-A

Asdatas e os lugares das partidas da "
Edifício NOVO MUNDO"
Competição Final serão fixados Comissão
pela
Organizadora, reservando-se. sempre fôr !; Telefone 42-3346
que
possível, um descanso de 48 horas para cada
equipe. Sempre será reservado RIO DE
que fôr possível JANEIRO
um descanso de 72 horas às equipes que tenham
jogado uma í
segunda partida com prorrogação.
24 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Sabão Platino

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ANUÁRIO
ANUARIO ESPORTIVO BRASILEIRO
BRASILEIRO 25

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Da fundamental
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26 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

it

Fase inicial da construção

A construção do Estádio Municipal do Rio tivou em decreto n.° 3.239, de 24 de maio


de Janeiro teve início na gestão do General de 1948.
de Divisão Ângelo Mendes de Moraes, Pre- O contrato foi firmado jom diversas fir-
feito do Distrito Federal, no do Pre-
governo mas construtoras, seis solidárias em consór-
sidente da República General de Exército Eu- cio, sendo solenemente lavrado em 8 de agosto
rico Gaspar Dutra, em face da mensagem
de 1948e os serviços foram iniciados em 1110
enviada pelo Prefeito à Câmara dos Verea- do mesmo mês e ano.
dores do Distrito Federal, cuja autorização
Em linhas gerais o estádio tem uma lo-
legislativa foi consubstanciada na lei n.° 57,
tação para 155.000 pessoas, sendo assim o
de 14 de novembro de 1947.
maior do mundo para a prática do Futebol
A lei em causa autorizava a criação de association e um dos maiores de qualquer ou-
uma autarquia sob a designação de Adminis- tro esporte, mesmo em comparação com os
tração do& Estádios Municipais, o sc efe- "base-ball"
qu<> estádios de dos Estados Unidos,

Vista parcial das cadeiras

' * ' "* *


cativas já colocadas *
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? ; , 1

...^
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 27

"Colosso"
Vista aérea do

em plena fase de constru-

ção

verdadeiros colossos onde se abrigam multi-


pessoas
pões do esporte mais popular na grande de- Arquibancadas de lugares em 30.000
moeracia pé
do hemisfério norte. A par dessa ca- Arquibancada de cadeiras cativas 30.000
pacidade, possui o nosso Estádio condições de Arquibancadas de lugares de assento,
conforto e circulação dificilmente igualáveis. em dois trechos, — 1.° trecho em
pois em cada piso de circulação e acesso às balanço 40.000
arquibancadas, com largura de 21 metros, exis- 2° trecho 50.000
tem 8 bares e 8 instalações sanitárias para
senhoras e cavalheiros. Total da lotação do Estádio 155.0Ü0
O acesso aos diversos pisos é feito por ram-
pas de declive suave, eliminando-se as esca- A estrutura do estádio foi o principal motivo
das. A lotação do Estádio é dividido em três de exploração arquitetônica de linhas sóbrias
lances, a saber: e imponentes. As colunas aparentes da fachada

A construção rã-
progride

pidamente

?
23 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

A grama [oi plantada e

começa a germinar

rematam em suporte de marquise que reco- porta uma tribuna de honra para 250 pessoas
bre 3Cm. da arquibancada dos lugares com com todas as instalações necessárias.
assento. Duas singularidades arrojadas apre- Local privativo para acolhida de delega-
senta a obra, como sejam o balanço de 20m.
ções estrangeiras com dormitórios, restaurantes
da arquibancada dos lugares com assento, re- e demais instalações, inclusive para Adminis-
cobrindo grande parte da arquibancada das tração.
cadeiras numerdas e a marquise com um vão
No sub-solo, local para vestiário, insta-
de 30m. sôbre a última arquibancada.
lações médicas, socorros de urgência e demais
Outra singularidade é o acesso aos diver- instalações. Local juizes, fotó-
privativo para
sos lances de arquibancadas não existindo in- e
grafos policiamento.
terferência de circulação, pois cada arquiban-
Possui ainda mais 30 cabines para a im-
cada possui seu acesso privativo.
prensa e rádio em local privilegiado.
Releva destacar que destas dependências A da escolha do terreno,
questão parece-
destinadas ao público em geral o estádio com- nos não foi objeto de grandes cogitações. Fe-

*
-

Tudo pronto. Só falta re- ¦SlS^^fai^^^^^i^rnw.i.1 ¦¦¦¦ mi*ih

tirar o madeiramento das

arquibancadas
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 29

V ista aérea do Estádio

já terminado

lizmente o terreno do antigo Derby-Clube que com restaurante, cozinha dietética, instalações
era talvez o único terreno disponível que com- para médicos e o demais necessário. As vias
portaria o Estádio, encontra-se em situação de acesso, elevadores e escadas, estão em comu-
privilegiada relativamente à convergência das nicação direta com os túneis que ligam os
populações das Zonas Norte, Sul e Centro. vestiários ao campo.

Verifica-se que a praça da Bandeira, muito Existem 4 túneis de acesso ao campo: dois
próxima dêste local, é um ponto afluxo central. para os times um para os juizes e outro para
A procura de um local adequado para a loca- os jornalistas e polícia.
lização de construção de um grande estádio O público não entra em contato com os
não foi fácil tendo-se em conta os inúmeros jogadores e juizes, pois ao redor do campo
fatores a interferirem, de ordem técnico-es- existe um fôsse de 3,00m. de largura e 3,OOm. de
portiva, técnico-construtiva, abrangendo, na- profundidade, com os bordos em desnível.
turalmente. a última amplcs detalhes de pia- O perímetro do Estádio é de 800m, e sua
nejamento urbanístico geral. altura é de 32,00m.
Abaixo do piso onde se acha situada a O campo terá as dimensões olímpicas, isto
Tribuna de Honra, na altura de 12 metros, é, 110,00x75,00 metros, e possuirá sistema de
está situado o alojamento para 130 atletas, drenagem.

Maquete do conjunto olím-

pico das instalações futu-


ras do Estádio
30 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

"guichets"
O método de financiamento empregado na 13.° Bilheterias com 15 cada,
venda de cadeiras cativas permitiu à ADEM convenientemente localizadas no muro de fe-
tornar-se independente, autônoma financeira- chamento do terreno ao redor do Estádio em
mente, pois o total de cadeiras cativas vendíveis número de 16, com um total de 240;
cobre perfêitamente os gastos na execução da 14.° Entradas monumentais em número de
obra. 4 para acesso ao Estádio.
Nota-se que o estádio ora em construção só 15.° Entradas privativas para veículos em
"foot-ball número de 6;
permitirá a prática do association".
Todos os outros esportes terão locais apropria- 16.° Fabricação própria de gêlo e sorvete;
dos e independentes. 17.° Instalações de refletores na marquise
Foi uma área de 10.500m2 para jogos noturnos em número de 240, elimi-
prevista para
estacionamento de autos e o escoamento do nando-se, assim, as antiquadas torres;
"placards"
estádio se fará em 15 minutos. 18.° Instalação de em número
A construção foi iniciada em 2 de agosto de quatro contendo cada um a marcação dos
"goals",
de 1948 e nela trabalharam diariamente mais um relógio de horas e um relógio
de 1.500 operários. marcando o tempo do jôgo. Esses relogios são
As demais dependências esportivas elétricos e comandados por um sistema central;
que
completam o estádio são as seguintes, cons- 19.° Perfeito serviço de alto-falantes para
tantes do plano de conjunto: comunicações ao público.
a) Pista de atletismo em conjunto com a 20.° Perfeito serviço de intercomunicação
concha orff ônica com arquibancadas. por meio de rêde interna de aparelhos telefô-
c) Ginásio nicos em número de 74 com 86 dispositivos de
coberto.
d) Campo "Basket-ball" "Volley-ball" busca bem como, um magnífico serviço de si-
de e
com a'qirbancada. nalização automática;
e) Quadra de tênis com arquibancada. 21.° No interior do Estádio temos 4 cir-
f) Ptand de tiro. culacõ-fs para público, medindo 14m de largura
Pi ta e quase Ikm. de extenção cada uma:
gV para ciclismo com arquibancada
"Play-ground".
h) 22.° Para o serviço de controle da entrada
Est s r'o cerão instaladas em diferentes pon-
dependências serão realizadas com público
o temp^ e com rendas obtidas com o arrenda- tos apropriados 88 borboletas.

mento do campo "foot-ball". 23.° As saídas do público serão executadas


de em regime de
auto- ufic:ência. modo tal que permitam o escoamento de tô-
da a lotação em 20 minutos.

24.° E tão sendo construídos 8 depósitos


FAZEM PARTE INTEGRANTE DAS OBRAS
de água para atender as necessidades, com ca-
DO ESTÁDIO MUNICIPAL
de 250.000 litros cada um. sendo 4
pacidadt
elevados e 4 subterrâneos.
i.° O campo propriamente dito que já está
25.° Está uma perfeita instala-
pronto, inclusive drenagem prevista
e gramados
ção contra incêndios.
^¦° As dependências da Administração instalados
26.° No alto do Estádio serão
com a tribuna de honra, restaurante, instala- sessenta mastros para o hasteamento de ban-
ções sar> tá rias. etc.;
deiras;
3 o A'ojamento dos atletas com tôdas as 27.° Está a remodelação e am-
planejada
acomodações modernas um
p-ra total de 130 vias de acesso ao Estádio, que.r da
atletas- pliacão das
zona Sul quer da zona Norte, já estando em
4.° Vestiário e serviço médico em número andamento o alargamento da avenida
perfeito
de quatro.
Maracanã e da antiga rua Derby Club.
5.° Cabines para imprensa e rádio em linhas gerais, o que é o
Eis aí, em grandes
número de 20.
Estádio Municipal da capital do Brasil, que
6.° Bares destinados ao público em nú-
mero
deixa longe qualquer outro da América do Sul,
de 58 entre grandes e pequenos. sem dúvida alguma, a concreti-
devendo-se,
7.° Dependências sanitárias. separadas zação dêsse sonho de todos os desportistas
por s6xo, destinadas ao público em número
brasileiros à determinação e espírito dinâmico
de 98:
° do seu atual Prefeito, General Ângelo Mendes
8 Camarotes com capacidade para cinco de Moraes, à capacidade administrativa emé-
e
pessoas, em número de 300.
ritas qualidades de direção do Coronel Her-
9.° Varejos para cigarros em número culano Gomes, à capacidade dos engenheiros
de 90.
brasileiros que o planejaram e construíram, às
10.° Bomboniéres em número de 45. firmas construtoras nacionais e, em parte não
Cl.0 Parques de estacionamento para car- inferiores, aos operários brasileiros se em-
que
ros particulares no interior dos terrenos do dia e noite, "Co-
pregaram, na construção do
Estádio com capacidade aproximada de 4.500 losso do Derbi", numa dedicação indormída de
carros. tôdas as horas, a êsses humildes e anônimos
1.2.° Bomba para abastecimento de com- trabalhadores do Brasil, não encontram
que
bustivel: quem se lhes avantaje no mundo inteiro.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 31

A inauguração ilu Estádio lilunícípal

O foi o inaugaral em venceram


que jogo que

os 3x1
paulistas por

gt&mmà
m^m'***»%*

h'm*n

^mM

"Colosso
O do Maracanã", no dia do jogo inaugural Paulistas x Cariocas

"Colosso
No dia 17 de reu- cias do de Mara- sentaram-se em fôrma,
junho grande
niram-se no do canã" tinham sido franque- vencendo os cariocas, niti-
gramado
magé&toso Estádio Munici- ada ao povo por expressa damente, três a um.
por
pai as duas équipes reprc- vontade do Prefeito-General
Primeiro Tempo
sentativas de São Paulo e Ângelo Mendes de Moraes.

Distrito Federal, a fim de Os haviam Foram equilibrados os


paulistas, que já pri-
jogarem o inaugurai deixado uma magnífica im- meiros e cinco mi-
prélio quarenta
da maior de esportes treinando com o nutos. Os cariocas, nas
praça pressão
do mundo. As depênden- selecionado brasileiro, apre- ações, conduziram-
primeiras
32 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

tória, de um centro de Re-

nato. Assim, venceram me-

recidamente os paulistas fi-

cando de posse da taça

«General Ângelo de Moraes»,

Os Quadros

Paulistas: — Osvaldo; Ho-

mero e Dema; Santos,

Brandãosinho, e Alfredo;

Renato, Ponce de Leon

(depois Augusto) — Au-

gusto (depois Carbone)

Rubens e Brandãosinho II

(depois Leopoldo).

Cariocas; — Ernani (depois


Luiz Borracha) Laert e

Wilson; Mirim, Iraní e

Sula; Aloisio (depois Al-


A tribuna oficial, com a presença dos Srs. Presidente da República, cino) Carlyle Si-
(depois
Prefeito do Distrito Federal e o Sr. Jules Rimet nões), Silas (depois Di-

mas), Didi (depois Ipoju-

can) e Esquerdinha (depois


se cora alguma inspiração, sivo, evidenciandc-se então Moacir).

o que, aliás, se traduziu no que a defesa carioca não


Arbitragem! — A arbitragem
primeiro tento assinalado na estava em condições de re-
foi dupla. Na primeira
tarde, aos 9 minutos , por cistir às investidas paulis-
fase atuou o juiz metropoli-
intermédio de Didi. Depois tas. Apesar dessa impres-
tano Alberto da Gama Mal-
dêsse tento, um chute de são, resistiram os metropo-
cher e no período final o
Carlyle foi à trave. Os litanos até o 39° minuto do
Sr. Mário Viana, tendo
paulistas, porém, aos poucos segundo tempo, quando Bran-
ambos saido-se bem da
foram se adaptando ao dâosinho lançou a bola a
missão.
campo fôfo de Maracanã. Rubens no centro do cam-

Firme a defesa e o ataque, E Rubens atirou cm


po.
acabou entendendo-se A Assistência
melhor. direção a Ponce de Leon,
E aos 15 minutos veio o estava dentro da área,
que
O povo tomou, com exem-
t:nto de empate, de um e este, apesar de hostiliza-
plar espírito de compreen-
corner cobrado por Renato. do Wilson, teve tempo
por
são e pacificamente tôdas
O arqueiro carioca Ernani de virar o corpo e atirar
as dependências da monu-
agarrou a bola, mas largou-a, violentamente bater ina-
para
mental praça de esportes, lo-
que Augusto atirasse, Luiz Borracha,
para pelavelmente
tando-a completamente. Além
indefensàvelmente, às redes substituirá Ernani.
que
do General Prefeito Ângelo
cariocas. Pouco antes de
Pintara a vitória paulista. Mendes de Moraes, compa-
terminar o primeiro tempo,
Os cariocas tentaram reagir, receram ao inaugural
Carlyle arremessou um vio- prélio
mas não houve mais tempo inúmeras altas autoridades,
lento pelotaço que bateu na
nem forças para a reação. côrpo diplomático, de
chefes
trave.
E os paulistas voltaram à delegações e jogadores es-
carga para, aos 44 minutos, trangeiros,
Segundo Tempo que já se acha-
encerrarem a contagem, ca- vam na Capital da Repúbli-
Os paulistas melhoram bendo novamente a Augusto ca, correspondentes de jor-
ainda mais no período deci- (paulista) consolidar a vi- nais, locutores de rádio, etc.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 33

:0C30E :onoc :oaoi :oaoi :onora


JJZ0E30I
O o

Manoel Batista de Oliveira

e o Estádio Municipal

o o
Muitos foram os colaboraram decisivamente na construção
que
0 a
do maior estádio do Mundo. Engenheiros, construtores, eletri-
o o
um sem número de técnicos ali arregimentaram -
cistas, enfim, çe

e, numa insofismável do grande valor profissional.de que


prova
são leveram a cabo, em tempo absolutamente «record»,
possuídos,
essa majestosa e imponente obra, muito orgulha e dignifica
que
os brasileiros, tornando dessa maneira a realização, no o
o possível
Brasil, do IV.0 Campeonato Mundial de Futebol, que porporcionou D
fl
o
o aos nossos olhos festas desportivas levadas a efeito em
jamais
todo mundo.

Entre outros, Manoel Batista de Oliveira foi um dos que

cooperaram de forma decisiva essa maravilhosa realização,


para
motivo a nossa reportagem êsse grande artífice
o porque procurou
colhêr dados sõbre a sua nas obras. D
D patrício para participação
Branco n.° 52 — o
o Em seu escritório, na Rua Visconde do Rio

2." andar — sala 22 — Telefone: 22-0227, fomos encontrá-lo

entregue às suas atividades costumeiras. Ali fomos recebidos de

maneira bastante cordial, tendo o Sr. Manoel Batista de Oliveira

se a nos fornecer todos os dados sôbre a importante


prontificado
o obra, bem como sôbre a sua ativa nos trabalhos.
participação
D D
Ficamos informados que os serviços de revestimentos dos bares,
o o
pisos e dependências sanitárias, foram e estão ainda sendo exe-

cutados pelo Sr. Manoel Batista de Oliveira.

É de se dar portanto parabéns ao Brasil, avança cada


que
vez mais no setor técnico-profissional, como bem o comprova essa
o obra tantos a conheceram, mere-
portentosa que pasmou quantos
Q cendo elogios de tôdas as delegações estrangeiras aqui Q
que esti-
o o
veram, o vem demonstrar a nossa capacidade reali-
que grande
2adora.

Manoel Batista de Oliveira foi um dos soldados dessa grande


batalha culminou na realização do maior sonho de todos os
que
desportistas e que foi a construção do do Mara-
patrícios gigante
canã. A êle, os nossos parabéns e votos a
portanto, para que o
Qr sempre de futuros empreendimentos similares, melhor
participe pois
da sua capacidade realizadora não haver do esta
prova pode que
J3
do Estádio maior do mundo.

o o

30E 30I aoi 30I ío=D


O u» -oi
\-"V Janeiro ^

\*/* aV
34 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

COMO SURGIU A CANDIDATURA DO BRASIL

A REALIZAÇÃO DA IV." COPA DO MUNDO

Foi o velho desportista com o Cônsul uruauaio Du- sériamente, a sua candída-
Sr. Célio de Barros, delegado puy, membro da FIFA, como tura, etc.».
do Brasil no Congresso In- delegado da Confederação Essa a verdadeira origem
ternacional de Paris, Sul-Àmericana de Futebol,' da escolha do Brasil
para a
quem
lançou, nesse Congresso, em do que resultou, mais tarde, séde do 4.° Campeonato Mun-

3 de de 1938, a can- a declaração, em pleno Con- dial de Futebol, em disputa


junho "Coupe
didatura brasileira séde de tôdas as Fe- da Jules Rimet."
para gresso, que
do 4." Campeonato Mundial. derações da América do Sul Ao regressar da Europa,
apoiavam essa candidatura. triste é confessa-lo, teve o
Secundado pelo Cônsul So-
Sr. Célio de Barros oposi-
téro Cosme, seu companheiro Thomaz Mazzoní, o vete-
tores á sua idéia, criticas
de delegação, depois de con- rano e brilhante cronista des-
acerbas sendo feitas ao gesto
sultar o Presidente da FIFA, portivo de São Paulo, que
do desportista. Encontrou,
Mr. Jules Rimet, Célio de acompanhava a nossa dele-
porém, e felizmente, imediato
Barros, diante da resposta gação, assim relata o fato :
e decidido apoio por parte
"Foi
do parédro francês, de que uma surpresa.
grande do Dr. Luiz Aranha, então
a França encararia com sim- O delegado brasileiro, Sr. Presidente da Confederação
patia a pretenção brasileira, Célio de Barros, assim pro- Brasileira de Desportos.
resolveu assumir a respon- certo de um
cedeu prestar Depois do lançamento da
sabilidade do lançamento da bom serviço ao nosso fute- candidatura do Brasil, em
candidatura do Brasil, mesmo ból. — Se em 1942 o Cam- 1938, muita coisa ocorreu,
à revelia da C.B.D., da peonato não for no Brasil, muita tinta e foram
papel
qual era seu Secretário Geral estaremos até a brilhante rea-
quase garantidos gastos,
naquela época. O primeiro de realiza-lo em 1946. Algo lidade de hoje.
trabalho do Sr. Célio de de útil, pois, se fez: — o Mas a origem do caso está
Barros foi de entender-se Brasil pôde e deve sustentar, relatada nas linhas a cirna.

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ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO
35

O MATE

E A ALIMENTAÇÃO

DO ATLETA

'

O Dr. Amilcar Giffoni

é um
grande apre-

ciador do mate.

Tomo mate todos os

'I
dias —
diz ele ao

nosso repórter

Dr. Amilcar Giffoni

A alimentação é fator base na vida dos culsivamente devido à boa alimentçaão que
POVOS.
possuem.
Povos há, e também nações, se fize- A
que dietética é, fator de
portanto, progresso,
ram destacar no cenário mundial, única e ex- e isso prova o interesse que a Ciência de nossos
36 ANUÁRIO ESPORTFVO BRASILEIRO

E' por esta razão que os nossos técnicos

e dietetas esportivos vêm dispensando à ali-

mentação do atleta atencioso cuidado, pesqui-

sando, elaborando, dosando dietas adequadas e,

não raro, removendo prevenções tolas sõbre

determinados alimentos.

Com o intuito de colaborar na divulgação

de sabidos alimentares, resolvemos ave-


preceitos

riguar a das acusações que têm


procedência

sido feitas ao mate, sõbre o qual reinam noções

confusas, contraditórias mesmo, em nossos meios

desportivos. Nada mais aconselhável, pois, do

ouvir a palavra de um especialista, o


que

Dr. Amilcar Giffoni, tantas vezes médico oficial

"O
— mate elementos reconstituintes
possue

de tal ordem sem receio de errar, posso


que.

classificál-o como a verdadeira bebida do

atleta", — diz Flavio Costa, o treinador da

seleção nacional

da seleção carioca de football e da representação

brasileira em torneios internacionais.

Fomos encontrá-lo em plena atividade, no

médico da Federação Metropolitana.


gabinete

Flavio Cosfa A despeito do número de atletas para


grande

examinar, não se furtou o Dr. Amilcar Giffoni


dias dedica ao assunto, não só para a melhoria
à solicitação do repórter e, com cativante sim-
física da humanidade, mas também moral.
colocou-se à nossa disposição por
o apuro plicidade,
No setor esporte, por exemplo,
alguns minutos, declarando que assim procedia
do atleta em treinamento está em razão
físico
importância atribuía ao assunto.
Em verdade, pela que
direta à alimentação adequada.
"sportman" De início, se considerava
embora os perguntamos-lhe
o mal-alimentado, possua

campeão, o maíe um alimento.


requisitos indispensáveis de um futuro
"alimento
—E' um de poupança" — res-
verá sempre suas malogradas em
possibilidades
— um complemento alimentar que
confronto com as de outro bem-alimentado. pondeu-nos
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 37

b, / ^ Jm. C" S -a J '!%L ^

" r' I
, f. I ^$**2

iVão é de hoje Flavio Costa recomenda o uso do mate aos seus atletas. Aqui o vemos, no campo
que
da Gávea, quando ainda treinador do C. R. do Flamengo, no intervalo de um treino

favorece o aproveitamento das reservas or- Que levam-no


propriedade a aconselhar

gânicas. o uso do mate aos nossos desportistas?

— Como, a seu ver, deve o atleta tomar Muitas e variadas. Já os nossos selví-

mate? colas haviam observado .— e a Ciência veio

•— Conforme a oportunidade. Nas con- confirmar — o efeito do mate contra a fadiga,


centrações de verão ser ingerido frio; no o torna aconselhável
pode que o uso dessa infusão
inverno, sob a forma de chá, como todos ncs desportivos.
sabem. prélios Também é conhecida

No caso do atleta em atividade, aconselho o sua ação como hidrante, sobremodo preciosa
mate à temperatura ambiente, razões no football, em
pelas já que, não raro, após a peleja,
compreendidas em alguns dos certos apresentam
nossos grandes jogadores perda de dois até
clubes, os aos
que proporcionam jogadores entre três quilos; em tais casos, o mate, bem doce,
'.
os half times Na Argentina e no Uruguai, é excelente veículo para os hidratos de carbono.
onde é mais difundido o chimarrão, os atletas Seu efeito estimulante devido à teína, também
tomam muito mate sob essa forma, como tive constitue outra vantagem.
oportunidade de observar pessoalmente. Aliás, Há dias Ondino Vieira, falando a um jor-
devido à influência dos players platinos e nalista, contava haver a imprensa do Velho
Saúchos, começa o «amargo» a ter voga nos Mundo publicado que cs jogarores uruguaios,
clubes cariocas.
cuja atuação foi tão brilhante nos gramados
38 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

europeus, entravam e:n campo dopados e — tável ser ainda restrito o uso do mate entre
"coach" "dopping"
acrescentou aquele .— o nossos atletas, contra o qual muitos dêles nutrem

era mate. Nas concentrações sob minha res- tolas prevenções, sem outro fundamento além
"dizem".
ponsabilidade costumo preconizar o consumo de do De fato, diz-se muitas coisa contra

mate, não só porque nem sempre a água à o mate, mas a falta de base dessas incrimi-

disposição dos atletas merece confiança, como nações logo se evidencia, se nos lembrarmos do
"per
ainda por haver observado a eficiência dêle no tradicionalmente elevado consumo capita"
"bebidas
combate às proibidas", pois verifiquei
nas prósperas e cultas Repúblicas do Prata e

que os atletas, tomando mate, não sofrem a


também quando observamos que tais acusações
tentação do álcool. Cumpre ainda ressaltar sua
são, em geral, contraditórias. Assim, por
ação benéfica nas trocas químicas e respira
exemplo, se uns atribuem ao mate efeitos al-
tórias, moderando a desassimilação e, também,

tEÍmente excitantes, outros, ao contrário, con-


seu efeito na eliminação da uréia, fazendo baixar

a tensão arterial sideram-no deprimente. . .

f
mm,
jilfp; Iff

O scratch nacional e apreciador do mate

Dr„ essas vantagens decorrem de ob- Chegaram novos candidatos à revisão mé-'

servações empíricas ou tèm todas fundamentos dica e não mais quisemos roubar o precioso

científicos? tempo do Dr. Amilcar Giffoni. Fizemos-lhe,

Resultaram de muitas pesquisas feitas


então, a última pergunta, já de pé:

pelos franceses. Têm base cien-


principalmente
Alguma contra-indicação, doutor?
tífica, como, aliás, se pode concluir da própria

do mate — além da teína, E o nosso entrevistado, sorridente; esten-


composição química

citada, figuram cálcio, magnésio, sódio, dendo-nos a mão:


ferro e até mesmo um apreciável teor


potássio, .— Só conheço uma, aliás bem tola.

vitamínico, ultimamente dosado no Instituto de


?!...
Manguinhos, na Argentina e na América do

Norte. Isso tudo faz com eu julgue lamen- — Deixar-se de tomar mate...
que
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 39

OLYMPICO

CLUB

Um baluarte do
/ojMKPN

A
¦ ¦
I

VS7
esporte amadorista

O Olympico Club foi fundado quando se Augusto Gonçalves é outro nome iintima-
preparava o evento do profissionalismo em mente ligado à história do Olympico. Infeliz-
nossa metropole. Um pugilo de desportistas, mente não faz dos nossos companheirtxs,
já parte
escudados no mais puro amadorismo, resolveu tendo sido roubado ao conví-
prematuramente
fundar uma agremiação de elite, onde se reu- vio de seus amigos. No entanto, seu nome
nissem aqueles que deviam figurar como van- inesquecível no grêmio que ajudou
permanece
guardeiros na história desportiva brasileira. a fundar.

Dentre os nomes de maior projeção na vida Em 1945, uniu-se ao Olympico o Club dos
do Olympico, destacam-se os de Luís Vinhais, 40. Dessa reunião das duas agremiações ami-
Oswaldo Gomes, Coelho Neto e Augusto gas, resultou tim novo impulso, prosseguindo
João
Gonçalves. o Olympico a sua gloriosa trajetória não só
na vida desportiva da cidade, cdifno também
Luís Vinhais, um dos idealizadores do Club,
em sua vida social.
tem seu nome intimamente ligado à vida do es-
Dessa fusão, resultou a reforma dos esta-
porto nacional. Dentre os títulos de que mere-
cidamente tutos das duas sociedades, estabelecendo a nova
desfruta, vale citar o de
preparador
da Carta Magna como finalidade da agremiação
seleção brasileira que tão retumbantes vitó-
resultante: —- I .— desenvolver
rias alcançou, em 1932, da disputa da a educação fí-
quando
Copa sica» em todas as suas modalidades, com carater
Roca, em Montevidéo.
puramente amadorista; II —• reuniões
promover
Oswaldo Gomes é outro desportista de fibra. e diversões de carater desportivo, social, cul-
Durante muitos anos atuou como remador, ven- tural e cívico.
do-se obrigado depois, esse des-
a abandonar, Esse estatuto foi aprovado a 19 de outu-
porto, trocando-o football, onde também
pelo bro de 1945, contando-se, dai, vida
pois, a
brilhou. Foi também aplaudido cultor do do novo Olympico.
atletismo, de tênis e de water Seu nome
polo.
® um símbolo história nacional.
na do esporte
A parte desportiva e social
João Coelho Neto — Preguinho — é
considerado brasi- O
o mais completo desportista Olympico, através de suas Diretorias,
leiro. Foi campeão de football, de basketball, sempre dispensou cuidados especiais à parte
de remo, natação, atletismo, etc. É o expoente desportiva. Praticando o esporte pura,mente
máximo do amadorismo. A história do Olym- amadorista, a agremiação sempre manteve bem
P)co entrelaçada ao nome de Coelho alto
João o nome que lhe grangeou lugar destacado
no cenário esportivo brasileiro.
40 ANUÀRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Durante muitos anos manteve o Olympico tas promovidas pelo Olympico no periodo de
em plena forma a sua secção de basketball. Momo valem como ponto de referência para a

que tantos sucessos trouxe ao seu cartel de vitó- excelência do Carnaval carioca. Quinzenal-
rias. Em 1938, após renhida luta em «melhor mente o Club da rua Álvaro Alvim promove
de três», sob o
patrocínio da então Liga Ca- uma reunião dansante para os seus associados.
rioca de Basketball, marcou a equipe do Olym- E em ambiente da mais sadia camaradagem, as

pico ulm dos mais brilhantes feitos da tempo- festas do Olyimpico são citadas como o* ponto
rada, sagrando-se campeã carioca de basketball de encontro dos que sabem se divertir.
daquele ano. Surgiram, no entanto, inúmeras
Como se vê, o Olympio é um dos clubes
dificuldades à manutenção da secção, em vir-
que maiores cuidados dispensa ao setor despor-
tude de não dispor o grêmio de quadra própria.
tivo da cidade, praticando quase todos os des-
Seus treinos eram realisados em campos obtí-
portos, além de manter intensa vida social para
dos por empréstimo. Mas nem sempre as qua-
os associados e suas famílias.
dras estavam disponíveis. Dessa forma, viu-se
o Olympico na contingência de suspender suas
atividades desportivas no setor de basketball. A atual administração do Club

Em substituição a esse desporto, iniciou a Após dois períodos de administração do


direção do Olympico uma nova prática: o tênis Major Oscilio de Moura Maia à frente do
de mesa. Tendo sido um dos primeiros clubes Olympico, foi eleito, em 1949, para a sua pre-
a adotar esse novo desporto, vem o Oliypico sidência, o Sr. Alfredo Pedro Santos Sobrinho,
obtendo sucessivas vitórias. Sua equipe de antigo associado do grêmio, que escolheu para
primeira categoria é, em geral, escolhida, em sua completar a sua administração os Srs. Euclides

quase totalidade, para representar a equipe ca- Gallo, 1." Vice-Presidente; Carlos Matoso Sam-
rioca e mesmo brasileira nos prélios interesta- paio Corrêa, 2.° Vice-Presidente; Sílvio Cris-
duais ou internacionais. Orgulha-se o Olym- tófaro, 1." Secretário; Francisco de Souza Pe-

pico de hoje, o melhor «set» de terns reira, 2." Secretário; A. Vilela Marques, 1.®
possuir,
de mesa do continente sulamericano. Tesoureiro; Deodoro Chrisman, 2.° Tesoureiro;
Oscilio de Moura Maia, Diretor de Desportos;
A secção de damas, confiada ao associado Barrocas, Diretor Social. Para
e Waldemar
Sr. Geraidino Isidoro, campeão carioca, é sem Diretoria; escolheu ainda o
completar a sua
favor uma das mais ativas do Olympico. São os
Sr. Santos Sobrinho para subdiretores asso-
incontáveis as vitórias alcançadas pela equipe de xadrês; Nelson Ma-
ciados: Felix Sonnenfeld,
damistas do grêmio da Cinelândia. tênis
galhães, football; Claudemir Barbosa, de
mesa; Luciano Varela, Paulo Miranda e Narciso
Mantém o Club uma equipe de
garbosa
Pereira dos Santos, sede; Renato Melcher, so-
enxadristas, dirigidos pelo antigo sócio Sr. Fe-
ciai e Raimundo Soares, orador oficial. Em
lix Sonnenfeld. Sua sede tem sido escolhida
substituição ao Sr. Claudemir Barbosa, foi de-
para palco dos maiores prélios de xadrês. Por
signado subdiretor da secção de tênis de mesa
várias vezes é a equipe do Olympico campeã.
o Sr. Péricles Chaves. Foram também convi-
A fim. de incentivar a prática do enxadrismo,
dados para subdiretores sociais os Srs. Luís
tem a sua direção promovido, com regularidade,
Pincelli Filho, Helve Gorini e Álvaro Martin.
a realização de torneios internos. Um dos
maiores feitos do Olympico é a conquista do Renunciando o Sr. Sílvio Cristofaro ao
tri-campeonato de xadrês do Distrito Federal, cargo de 1." Secretário, foi o então 2.° Secre-
nos anos de 199, 1940 e 1941, o lhe asse- tário, Sr. Francisco Pereira, transfe-
"Sulacap". que de Souza
gurou a posse da taça rido o vago, sendo escolhido
para pôsto para
ocupar o cargo de 2." Secretário o Sr. Elias
A secção de football puramente amadorista
Sarquis.
tem obtido para o Club um grande número de
vitórias. Seu feito de maior relevância no Essa Diretoria, empossada a 19 de outubro
cenário esportivo é a conquista do Campeonato de 1949 e cujo mandatb terminaria em 1951,
de Veteranos em 1949, no qual a equipe olym- concluirá seu de acordo com o novo
período,
saiu-se invicta dosprélios que disputou. Estatuto do Olympico, agora reformado e
pica que
De seu onze fazem parte verdadeiros azes do reduziu o exercício bienal um ano,
para em
football do
passado ainda em plena forma, tais outubro de 1950.
como Aloisio, Possato, Apolinário, Moisés, Nel-
Muito tem contribuído a atual administra-
son e tantos outros. Um fato merece ser cita-
do Olympico foi a ção do clube pela projeção cada vez maior do
do: a embaixada primeira
nome do Olympico. Seus dirigentes não têm
a realizar, em 1936, uma excursão por via
poupado esforços para que o Clube, de tão glo-
aérea.
riosas tradições no passado, em sua
prossiga
Ufana-se o Olympico de suas realisações vitoriosa trajetória. Após a da
conquista sede
social. Suas festas são tradicionais
no setor própria, hoje uma realidade, estão seus dirigentes
"carnet"
no da sociedade. Seus bailes carna- empenhados, agora, numa outra cam-
grande
valescos merecem destaque especial. Reserva- a obtenção da de desportos do
panha: praça
das exclusivamente aos seus associados, as fes- Olympico.
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42 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Brasil 4

Jogo

Primeira

culou bem, não jogou tudo'


o que sabia. Manéca não
se adaptava bem na ponta
direita e Friaça, na extrema
¦ Jj^H
¦g*
JJNt, ;*§
It yWL
TjmT jb» j^L||ir-.'*i-....gr |L|, esquerda, pecava pela falta

de direção nos arremates fi-


>,l9lHHflBHrw Wif
117
y» ^BHr nais. Como conseqüência,
*
Hip'
Mite i lEi jJpf
JBf H,»-C ' até Ademir não surgia ins-
¦o v*lBgll
pirado, sem aqueles celebres
"rushes",
que dêle fasem um

espetáculo de fama já inter-


nacional. Apenas Jair reve-
lava-se sensacional com a

IpBr^t kW jy^M|||r sua classe, superando as suas


^dfipKv ^
melhroes atuações. O tempo

corria sem que, embora o


domínio absoluto do esqua-

drão brasileiro, fõsse aberta

a contagem. Somente no tri-


O esquadrão do Brasil minuto,
gésimo segundo Jair
deu um passe a Baltazav,

para o arco. O
que investiu
Dando inicio IV." Cam- cação cerrada ao extremo. arqueiro Carvallal saiu para
ao
Mundial Raramente o México ia ao defender, chocando-se com o
peonato de Futebol,
realizou-se .sá- ataque. Entretanto, nesse centro-avante brasileiro. A
na tarde de
bado, 24 de de 1950, meio tempo, o bola escapa para a esquerda
junho primeiro qua-
magno dro do Brasil não se arti- do que se aproveita Ademir
o primeiro jogo do
certame, entre as equipes re-

presentativas do Brasil e do
México, tendo a prestigia-lo
as presenças do Sr. Presiden-
te da República, General de
Exército Eurico Gaspar Du-
tra, General de Divisão À11-

gelo Mendes de Moraes, Pre-


feito do Distrito Federal,
Embaixador do México, Sr.
Rimet, Presidente da
Jules
F.I.F.A., Dr. Mário Pollo,
Vice-Presidente em exercício
da C. B. D., embaixadores
-A*
dos disputantes. Mi-
paísese ^
nistros de Estados e altas

autoridades.

1.° Tempo

L090 a saída foi dada


que
o seleciaondo brasileiro pas- '"' *T"~ '
/ V/ -...^. .^, ¦¦¦£3 4j
sou a comandar as ações. Os
mexicanos, certos
jogadores
da superioridade do quadro
nacional, tinham sempre co-

lados aos atacantes brasi-


"Goal"
leiros um numa mar- 1." do Brasil, feito Ademir
jogador, por
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 43

México O

Inaugural

Rodada

para marcar o tento número


um dos brasileiros e o pri- JBBSSm 111
meiro do IV." Campeonato
Mundial de Futebol, mas que
permaneceria isolado até o
findar da etapa inicial.

2." Tempo

Reiniciada a peleja, con-


1 -A i SraMg. mm warn Sgigggg
tinuaram os mexicanos com a
mesma r*9m>
tática de marcação dí ^|Ti1
*SiwlL
homem homem, fc**-rfii«iF: SB
para a fim L®i» i d aw
de evitar uma 'goleada.
O quadro brasileiro empre-
gou então uma contra-chave:
Manéca, Ademir e Baltazar
começaram a trocar constan-
temente de posição.
Foi quando os mexicanos
não sabiam "tcam"
a quem marcar, O do México
correndo de um lado o
para
outro. Em minutos
quinze
so mexicanos estavam esfal- melhoraram muito e disso lua e passá-la a }air, para
fados, exaustos com velo-
a surgiu o segundo tento do que êste armasse um da-
cidade do jogo pôsto em prá- Brasil, aos vinte e um mi- quêles seus tiros impressio-
tjca cinco avantes
pelos do nutos, cabendo a Danilo con- nantes e Carvallal nem viu
•Brasil. Manéca e Baltazar duzir a até a meia- a bola. . .
pelota
Cinco minutos após êste
feito, ou seja aos 26 minutos,
J| Baltazar marcou mais um
tc-nto para o Brasil. De um
corner batido Ademir,
por
Baltazar meteu a cabeça na
pelota e pulando mais que
os dois zagueiros mexicanos,
assinala o terceiro tento bra-
sileiro. ,

Aos trita e cinco minutos,


sempre dominando o quadro
nacional, Jair recebe o couro
no meio do campo e investe
rápido. Na corrida dribla
LIchõa e Ruiz, indo até a
linha de fundo, de onde es-
tica um longo
passe para
Ademir. O tiro parte fulmi-
nante dos pés de Ademir e
surpreende o arqueiro aztéca.
Estava marcado o quarto
tento do Brasil. Com os bra-
sileiros sempre no ataque,
escôa-se o tempo regulamen-
tar e o juiz encerra o match
Uma fásc do segundo tempo na 79)
(Continua pág.
44 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Inglaterra 2

Primeira

A fibra chilena, no en-

tanto, não foi suficiente para

conter a maior envergadura

técnica cjos ingleses. Seja


4 *'
H Jp
dito, de passagem, que os.

andinai, nesta fase, perde-

ram boas oportunidades de


:$MpMfl^V :'"^W*' -.'¦piv^'M!(
^w" lllll
marcarem tentos, confundin-

¦yif
i§r do-se na área e nos arrema-

tes finais. Finalizou o pri-

^IBm *3L meiro tempo com a vantagem


' mBEii llwy a. W *%MptL •*•¦¦
V-
de 1 a 0 para os ingleses,

tento consignado pelo meia

Mortensen, escorando de ca-

beça um belo passe de Mu!-


"team"
O inglês
len.

2,° Tempo
No seu primeiro compro- glish team", que teve opor-
Iniciada a segunda fase,
tunidade de fazer boas de-
misso pelas semi-finais do
fesas. continuou o jogo com as
IV.° Campeonato do Mundo,

a Inglaterra defrontou-se, na
1° tempo

tarde de 25 de junho, com o

selecionado do Chile, no Es-

tádio de Maracanã.

1.° Tempo

Cora sua característica de

jogo duro e costurado, os .^^yWBSir


Si

ingleses vão ao ataque, des-

feito Jógo pela. intermediária

^jijr»*¦ ^x."
andina. Nos primeiros quinze
.mpm.

minutos de jogo deste meio- ^


¦ .J^' <. ^... w,
^
tempo, os rapazes do Chile

de igual para igual,


jogaram

fazendo da velocidade uma

arma. Criaram mesmo si-

tuações de pânico para o


"en- "team"
arqueiro Williams, do Uma carga do inglês
ANUARIO ESPORTIVO BRASILEIRO 43

Chile 0

Rodada

imesmas características de

domínio britânico, raramente

indo os chilenos ao ataque.

Embora isso acontecesse,

nunca se entregaram os chi-

lenos e mesmo depois do se-

gundo tento consignado pelos 'WvmAW


VJ t k Jfa I. 4
sl
4-'aB|By M! ^*
ingleses, por intermédio do J* jl| WSB

meia Mannion, continuaram

os andinos a lutar brava-

mente, sendo que. duas


por

vezes, de escapadas, viram

seus esforços -malogrados ;•j'

por duas bolas na trave da


O esquadrão do Chile
mita inlgêsa.
denciada neste match a in- E com o escore de dois a
E assim decorreu o resto discutível superioridade dos zero deu o Van der
juiz
do tempo, tendo ficando evi- ingleses sõbre os chilenos. Meer, holandês, por encer-

2° tempo rado o jogo.

( OS TEAMS
t'-

Inglaterra ; — Williams,

Ramsay e Aston; Wrighc,

Hughes e Dickinson; Mui-

len, Mannion, Bentley,

Mortensen e Finey.

Chile; — Livingstone; Farias

e Roldan; Alvarez, Busquet

e Carvalho; Mayna, Cre-

mas, Robledo, Munoz e

Diaz.

O Juiz: — Foi o Sr. Van

der Meer, holandês, que

teve uma boa atuação.

A Renda:: — A renda atin-

Penalidade batida pelo centro avante Robledo a cifra de Cr$ 894.927,00


46 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Espanha 3

Primeira

ocm o bisonho conjunto nor-


te-americano, sendo que o

primeiro tento da tarde foi


"yankees".
assinalado pelos
Apenas movimentação, com
bastante empenho de parte
a parte, mas jogadas sem
nenhuma técnica, funcionando
as peças dos dois conjuntos
em campo sem Qualquer har-
monia, destacando-se apenas
o jogo individual dêste ou
aquele elelmento.

Primeiro (empo

Para todos os que foram


ao belo Estádio curitibano
o selecionado espanhol deve-
ria fazer sentir os seus pre-
dicados técnicos sôbre os
bisonhos nortes-americanos.
Não foi, porém, o que se
O selecionado espanhol viu.
"yankees",
Os levados pelo
entusiasmo, foram logo ao
"Durival
Local; Estádio de pois o que viu foi um jogo ataque e conseguiram esta-
Brito" — Curitiba. pouco acima de medíocre, em belecr superioridade no car-
"fúria"
que a castelhana taz, marcando o
primeiro
Data: 25 de junho de >1950. andou, nos primeiros vinte gôl da tarde. Depois desta
Juiz: Mário Viana (brasi-
minutos da peleja, às tontas surpresa, os castelhanos, alar-
leiro).

QUADROS

Espanha: Elzaguirre; Alonso


e Gonzalvo II; Gonzalvo
III, Antunes e Puchades; ¦ , i , . 4, -.-V . V ¦¦*''<
,. ^--
Basora, Hernandez, Zarra, , ,. .. , ,; ..;.v. . .:, ,4 '. ;..\ ¦¦>¦ - .—%•-•¦•¦¦'
Igoa e Gainza. 'J.?
•*'•••.
.
Estados Unidos: Borghi:
Keough e Maca; Mc II-
venny, Colombo e Bahr;
Wacíaniesns, Souza, Gal-
tyens, Pariani e Valicenti.
Renda: Cr$ 398.180,00.

O povo da capita:! para-


naense teve oportunidade de

assistir a um match inferes-

sante logo na primeira ro-

dada das semi-finais do IV."

Campeonato Mundial de Fu-

teból. A curiosidade, dada

a fama de que vinha prece-


dido o selecionado da Espa-

nha, era realmente bastante

intensa. Mas o público saiu

dêsse embate decepcionado, Carga ao goal . dos Estados Unidos


ÃNUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Estados Unidos 1

Rodada

niados, articularam-se um
pouco melhor e foram ao ata-
que. Mas Zarra e Hernan-
dez, os que mais atiravam
a goal, não conseguiam atin-
gir oalvo e o primeiro
período terminou com a van- llT mL
tagem dos norte-americanos
por um tento a zero.
KfJPS->

Segundo T empo

No período complementar
o panorama geral do jogo
não se modificou. O con-
junto espanhol continuava
a decepcionar, mesmo aos
torcedores provincianos, que
nada viam ae excepcional no
conjunto derrotara os
que
porutguêses por duas vezes
nas eliminatórias européias.
Muito clube curitibano po- Os dois capitães, o Mario
juiz Vianna e bandeirinhas
deria apresentar e téc-
jogo
nica superiores ao selecionado
espanhol. Os americanos taz, que continuava a acusar cartuchos,
resistiam mas sem resulta-
valentemente à vantageem de um a zero do, eis senão
fúria" castelhana e o quando, já aos
jogo para os rapazes da América 36 minutas
se do segundo tem-
aproximava do seu tér- do Norte. Os espanhóis surgiu
mino po, o gôl de empate
sem alteração do car-
queimavam todos os seus dos espanhóis,
por inter-
médio de Igôa. Os ibéricos
animam-se e vão cerrada-
mente ao ataque, co- animo
an ^ m. novo. E são, aos 38 minu-
tos, dois apenas após
o feito
de Igôa, recompensados com
um segundo tento, conquis-
tado por Basora. O arqueiro
"fran-
yankee" cochilou e o
go entrou na méta guarne-
cida italo - americano
pelo
Borghi. O quadro norte-
americano, vinha jogando
que
razoavelmente, se descontro-
mg lou, possibilitando aos espa-
Mgrnm * mf|||lf^.. iyf IX
|Jitt
nhois conquistarem, aos 46
minutos, no dos
(já período
descontos) o seu terceiro
tento, assinalado Zarra,
por
aliás
irregularmente,
já que a
pelota transpuzera a linha
de fundo quando êsse dian-
teiro atirou ao fundo das
rêdes de Borghi.

E assim se escreve a di-

"íeam" "yankee" ficil vitória da Espanha sô-


O
(Contínua na pág. 64)
48 ANUÁRiO ESPORTIVO BRASILEIRO

lugoeslavia 3

europeus, como o italiano, o


inglês e o espanhol.

Veiu o primeiro jogo, que


abaixo descrevemos, e os
adversários dos alpinos se
mostraram desde logo um es-

quadrão cheio de qualidades


técnicas. Este encontro se
desenvolveu no Estádio In-
dependência, em Belo Hori-
zonte, lotado em tôdas as
suas dependências, calculadas
cm cêrca de 40.000 pessoas.
E não perderam o seu tempo
os belo-horizontinos, que assis-
tiram a uma peleja de bom
futebol, pois que as duas se-
leções européias estavam pre-
paradas e jogaram com muito
entusiásmo. mais entusiásmo
do que técnica.

Primeiro T empo
"tem"
O da /uf/oeslaria
Deu-se inicio ao jogo um

Data 25 de de 1950 ante Brasil, pouco retardado, isso em vir-


j junho o no último jogo
(domingo) . das semi-finais. Não tude do forte e frio agua-
possuía
Juiz: Giovanni Cagliatti (ita~ a fama dos grandes teams ceiro da capital montanhesa.
liano) .
Local: Estádio Independência
1." tempo
.— Belo Horizonte.

QUADROS:

lugoeslávia: Mrcusic; Hor-


wart e Stankocic; Cajo-
wsky, Iavanovic e Djajic;
Ognajanov, Mitic, Tomaso-
vich, Bobek e Vulkas.

Suíça: Stuber; Neury e Bou-

quet: Luzenti, Egymant e

Quenche; Bickel, Antenem,


Tamini, Bader e Fatton.

Renda: Cr$ 376.760,00.

A Iugoeslávia não era con-


siderada, ate a sua estréia,
em Belo Horizonte, contra os
suíços, como um selecionado
que pudesse competir com
os grandes, pelo menos com
"big
os four", que eram a
Inglaterra, o Brasil, a Espa-
nha e o Uruguai. Começou,
assim, a sua campanha na
surdina e iria apenas baquear Uma carga dos lugoeslavos
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO
49

Suiça 0

momentos antes do prélio.


Finaltaente, o árbitro Gio- :
vanni trilou o
e os apito
jo-
gadores movimentaram-se na
cancha bastante alagada.
Estes primeiros 45 minutos
apresentaram um panorâma
apenas regular, mostrando-se,
entretanto, os eslavos bem
mais senhores do gramado,
fazendo várias
perigar vezes
o arco de Stuber. Os hei-
véticos
procuravam, com de-
nôdo, resistir aos impetuosos
ataques dos subditos de Tito,
procurando com cjue a sua
méta não fosse vazada. E
nêsse ritmo, com ligeiropre-
domínio dos iugoeslávos,
prosseguiu o jogo.

Decorreram, assim, os 45
minutos da fase inicial sem
que o escore fôsse aberto.

sdecionado suiço .
Segundo Tempo °

Na fase final as coisas vezes. Voltaram os


mudaram dois lávos, mostraram-se
e o
placard deve- porém,
quadros decididos a conquis-
ria ser movimentado melhor articulados, combinan-
três tarem a vitória. Os iugoes- do bem. E logo nos primei-
ros minutos do segundo tempo
2° tempo surgiu o tento inicial. Aos
14 minutos, o meia Mitic ar-
rematou, com brilho, uma
bola defeituosamente rechaça-
da pelos zagueiros helvéticos.
marcando o tento
primeiro
da tarde.
Decepção e tristeza entre
os helvéticos, lutavam
que
bem, mas sem técnica, pelo
menos à altura do jogo que
vinha sendo desenvolvido
"inches".
pelos Mas não
ficou aí. Depois dêsse gôl,
foram os eslávos novamente
ao ataque, insistindo no bom-
bardeio à meta suíça, até
que,
aos 25 minutos, Tomasovich,
recebendo um de
passe pro-
fundidade, emendou, conquis-
tando o segundo tento para
o seu
país. Aos 38 minutos
concretizava-se o terceiro e
último gôl iugoeslávo.
"team" Jã
nessa altura o helvé-
tico não oferecia resistência,
desarticuladas se acha-
que
vam tôdas as suas linhas.
Uma [áse do 2° tempo
(Continua na pág. 79)
50 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Suécia 3

Primeira

suíço, deu início ao encon-


tro, indo logo os italianas
ao ataque, à vontade dentro
^ p% '
¦Ml | do gramado verde do Paca-
:-® .4 i
¦ ^ embú. Aos seis minutos per-
¦•-'•dpN^ j ».:, I
| dem os escandinavos um
"goal"
certo, enquanto os

peninsulares abrem o escore


aos nove minutos por inter-

Jnédio de Carapelese. Os
nórdicos não se intimidam e
lançam-se à luta com redo-
K i brado vigor. Os italianos,
talvez por excessiva confi-
ança em si mesmos e sub-
estimando o valor dos sué-
ccxs. deixam-se encurralar,
iniciando a decepcionar a
todos os que deles espera-
vam uima exibição de gala.
Skoglund começa a dar de-
monstrações de suas ótimas
"team"
O da Suécia qualidades, levando toda a
linha média e dianteira ao
ataque. E aos 28 minutos
"squadra Primeiro Tempo
A azurra" vi- surge o empate as cõ-
para
nha precedida de grande fama Cinco minutos antes das res anil-amarelo, numa joga-
adquirida nos gramados eu- 15 horas, o juiz Jean Lutz, da espetacular de Japsson,
ropeus. Por isso, quando o
onze italiano deu entrada no
1." tempo
Estádio Municipal do Paca-
embú, em São Paulo, nin-

guém, talvês, das sessenta


mil pessoas presentes seria
capaz de supor que os cam-

peões do mundo, decorridos


os noventa minutos de peleja
ccan os suecos, também cam-

peões olímpicos, voltariam


aos vestiários amargando um

desastrado revés. Dest'arte,

a surpresa foi geral, eston-

teante, pois era crença geral


os bi-campeões mundiais
que
do futebol fariam um passeio
na cancha e apontava-se os

da camiseta azul como um

dos mais sérios concorrentes


"sóccer"
ao título máximo do

internacional.

Na luta, porém, o que se


viu foi muito diferente. Os
suécos agigantaram-se, não se
deixando impressionar pela
fama dos adversários. Defesa segura do guardião italiano
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 51

Itália 2

Rodada

que, numa calma impresio-


nante, levou todo o mundo
para a area e arrematou
inapelavelmente, vazando a
méta de Sentimenti. Os
italianos, então, perderam o
controle e se desorientaram.
Os seus adversários apro-
veitam-se disso e aos 37
(minutos nasce o segundo "
r* -V ¦ " --r*- ... , V: ... '
tento dos nórdicos, vindo
dos pés do médio Andersen,
que atirou de fóra do area.
"dormiu"
Sentimenti nessa
"frango".
bola, engulindo o ** '* i
„ * ^
I,
Aos quarenta minutos Boni-
derti perde ótima oportuni-
dade para empatar e atira
o balão à estratosféra...

E o primeiro tempo fi-


naliza com a contagem fa-
voravel aos escandinavos

por 2 a 1. Perigoso ataque à meia dos suécos

Segundo Tempo
mas não só as avançadas chutando de qualquer jeito.
Na segunda fase o esqua- como os arremates finais "entrevero"
Destaca-se nêsse
drão italiano assedia nos são desperdiçados seus
pelos diante da méta suéca, o za-
primeiros minutos a méta atacantes, não
que parecem gueiro Nilsson, desfaz
que
guarnecida por Svenson, querer nada com a bóla, todas as investidas dos até
então campeões do mundo.
Aos dez minutos o arqueiro
escandinavo faz a defesa
mais espetacular da tarde,
arrancando a pelota dos pés
de Capelo, quando êste, só
na pequena area, frente a
frente com o arqueiro, ia
"goal".
chutar em Aos 23
minutos de jogo, Palmer
assinala o terceiro ponto
dos suécos, aliás um belo
tento, marcado com a cal-
ma característica dos nór-
dicos. O jogo, então, as-
ume proporções de grande
movimentação, empregando-
se os italianos a fundo para
descontarem a diferença de
dois tentos, que ameaçava
crescer ainda mais, dada a

pressão dos suécos sôbre a


méta de Sentimenti. Jogaim
os itálicos desesperadamente
e conseguem aos 31 minutos
da sequnda fase o seu se-
"squadra
A azitrra" da Itália na 64)
(Continua pág
52 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Brasil 2

Segunda

de-o para Ademir, que vendo


Alfredo melhor colocado, pas-
sa-lhe a bola. O ponteiro
improvisado por Flávio Costa
é feliz. Atira violentamente
e o couro vai às redes da
Suíça, aos 3 minutos de
jõgo.
Foi quando os helvéticos
iniciaram a sua célebre tática

! .v. ^ do «ferrôlho», de que Flávio

já tinha sido avisado mas


^
contra a qual nenhuma con-
tra-tática ensinou aos seus

pupilos. E surte o resultado


alvejado pelos alpinos. Os
ataques destes são mais fre-

quentes e perigosos, e, de
uma falha clamorosa de Ju-
venal, parte dos pés de
Fatton o tiro de empate.
Sensação no estádio paulis-
tano. Stuber, o arqueiro
"team"
O do Brasil suíço, está espetacular, fa-
zendo defesas arrojadas. O
team inteiro do Brasil vai

Primeiro Tempo era apenas ilusão, para o ataque, fazendo o


pois que
aos dois minutos Bader, suíço, jogo dos helvéticos, que os
"ferrôlho."
Este match no dia iludindo quase abre fecham no
jogado Juvenal,
¦28 ser cha- o Escore. Barbosa salta Apesar disso, aos trinta e
de pôde
junho"match-decepção"
espetacularmente e salva o dois minutos de luta, Balta-
mado de o
O am- arco brasileiro. Respondem zar, de um escanteio tirado
para os brasileiros.
no Estádio de Paca- os brasileiros, Baltazar apode- por Friaça, centrando alto,
biente
em São Paulo, onde ra-se do couro e, atraindo o salta sensacionalmente e man-
embú,
feriu o embate, era de zagueiro direito suíço, esten- da, com uma das suas ca-
se
entusiásmo em face da aus-

piciosa estréia do onze na-


cional frente aos mexicanos.
Apareceram os brasileiros
no gramado verde daquela ma-

gnifica praça de esportes, in-


•% "v
teiramente lotada, saudados

com uma ovação.

Pouco depois entravam os

suíços, recebidos também com


Tirado o «toss»,
palmas.
sáem os brasileiros, que vão

logo ao ataque, por intermé-

dio de Baltazar para Ademir,


atraza para Bauer. Os
que
suíços desarmam o médio na-

cional e tomam a iniciativa,

com uma descida rápida do

seu centro avante. Juvenal,


porém, desarma-o e manda a

Friaça.

Aos poucos o quadro bra-


sileiro parece armar-se, mas
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO
53

Suiça 2

Rodada

beçadas, o balão ao fundo


das rêdes de Stuber, mar-
cando o segundo tento dos
nacionais.

E, com alternativas de
ambos os lados, escõa-se o
primeiro tempo.

Segundo Tempo

Quando a assistência es-


perava que os brasileiros me-
lhorassem, voltam os nossos
patrícios a enervar os torce-
dores, com uma troca de
passes desnecessários. A tor-
cida a ampliação
pede do
placard. Mas os não
goals
surgem. Nessa fase Baltazar
decepciona,
passando mal e
não sabendo arrematar em
goal, já que não se ofereciam
bolas êle
para cabecear,
Aliás, tôda a linha brasileira
decepciona,
pela falta de ha-
bilidade nas finalizações.
Os nossos mas
pressionam,
os suíços resistem e, de es-
capadas,
ameaçam seguida-
l.°"goal" do Brasil, Alfredo
isente o arco brasileiro.
Nesas alutra Barbosa faz al-
gumas boas defesas, salvan- a fazer o jogo dos suíços,
do cança-los.
o arco nacional, Os Jogando à base de
que, ao escaparem, conse-
backs defensiva, mas
brasileiros no contra-ata-
jogam guem sempre vencer Au-
meio cando, fazem
do campo, continuando nesse final de
gusto, sem fôlego para al- match
periqar várias vezes
a meta de Barbosa.
O tempo
escõa-se e o dois a um
per-
manecia no cartaz. Quando
menos se esperava, nos der-
radeiros minutos da peleja,
o ponteiro Fatton apodera-se
da bola e
passa-a ao centro-
avante. Este envia-a de
novo a Fatton. Está livre
o atacante helvético,
que não
tem dificuldade
em empatar a
Peleja. Incrível ! O deses-
pero se apossa dos jogadores
brasileiros. Todo o conjunto
emprega-se na ofensiva, com
os dois zagueiros na área
contrária. Mas o não
goal
surge, terminando o match
pouco depois com um empate
de dois a dois. A assistência
vaia o onze nacional e o
2." tempo — Um avanço dos brasileiros Continua na pág. 79)
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

lugoeslavia 4

Segunda

nhou o estádio sulino em

um dia comum da semana.

O embate se caracterizou
uma série de altos e
por
baixos, mas desde o início o
esquadrão eslavo impoz-se aos
aztécas, num jogo de passes
bem calculados, vistosos e
O quadro mexi-
produtivos.
cano, dos nossos simpáticos
"muchachos"
a quem devo-

tamos sincera amizade, éra,

tio entanto, bem medíocre.


Os aztécas não progredirãm
nada em futebol desde 1930.
Fraco de valores indivi-
duais, mais débil se mostra
em conjunto, sem um obie-
tivo técnico visível. Em
compensação lutaram os his-
até o trilo
pano-americanos
final do juiz e a isso, sem
dúvida, se deve que o es-
Único tinto mexicano, de penalty, Octiz
core dos iugoeslávos não
tenha sido mais dilatado.

Local: — Estádio do Inter» torno do forte esquadrão


Primeiro Tempo
nacional Alegre). dos eslavos, que vinha de
(Porto
vencer brilhantemente a Sui-
Data s — 28 de junho de Tomaram a rédea da par-
ça, para que se compreenda "itches".
1950 (quarta-feira). tida, desde lógo, os
a boa concorrência que apa-

QUADROS

Iugoesláviaj —- Mrkusic; Ho-


wart e Stankovic; Cajko-
wiski, Iovanovic e Mitic;
Mihalovic, Djajic, Tomase-
vitch, Bobek e Vurkas.

México s ¦— Carbajall; Gutie-


rrez e Gomez; Ortiz, mmmfe
-.tit"*
Cuburuh e Rocca; Septien, **& «.n>¦;»
Narajo, Cezarin, Perez e vmmm
Velasquez.

Renda: - Cr$ 320.410,00.

Apesar dessa se ter


peleja
travado num dia útil, no f
^'"
Estádio do Internacional, em

Porto Alegre, assim mesmo

conseguiu uma considerável

multidão de aficionados do

esporte bretão. Como era

natural, êsse prélio não po-


deria despertar maior inte-

rêsse ao torcedor brasileiro.

Por isso, é de se levar

em conta a curiosidade do
1.® da lugoeslavia: Bobek
em goal
público porto-alegrensse
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 55

México 1

Rodada

comandando como bem qui-


zeram as arreraetidas a gõl.
Os mexicanos, embora lutan-
do, decepcionaram os gaú-
chos, acostumados a um
futebol de alta classe, sendo
êles mesmos dos melhores
que
o nosso pais possui, já tendo
imposto derrotas contunden-
tes no exterior a times
categorizados do Uruguai,
Perú, México, Colombia,
etc. Aos 19 minutos da

peleja, abriram os eslavos


o marcador, por intermédio
de Bobek, com um potente
•chute enviezado. O jogo
prosseguiu no mesmo ritmo
de dominio dos jogadores do
Danúbio. Os mexicanos,
abarbados com a pressão
iugoesláva, mantinham-se na
Cezarin atira o Mrkusic lazer uma bela defesa
defensiva, salvar para goleiro
procurando
o seu arco. Vurkas, entre-
tanto, numa perigosa esca-
veis recursos técnicos, não os mexicanos. Ata-
recebe uma bóla cru- ipara
pada,
suportando os rapazes azté- cando firmes e coesos, não
zada, e decreta, o segundo
eslava, tendo tardou para que o marca-
tento as suas côres. cas a pressão
para
mais dois dor fôsse de novo movi-
A sorte da es- de ceder gôls.
partida já
assim a se- mentado em seu favor.
tava desenhada nesses Estava ganha
pri- bem da
vitória dos danubi- Tomasevitch centra
Ineiros 45 minutos. gunda
anos, cujo esquerda, colhe Vurkas em
próximo jogo
com sele- condições, e este marca o
teria de ser o
Segundo Tempo sem
terceiro tento da tarde,
cionado do Brasil.
"Donos Carbajall pudesse esbo-
cancha", que
Na etapa final os iugo- da pro-
çar o mínimo gesto de de-
eslávos fizeram ainda mais vocaram os iugoeslávos não
f esa. Continuou o bom-
alarde dos seus incontesta- poucas situações de pânico
bardeio eslavo, sempre na

área azteca. Todos os


"onze"
componentes do da-
rm . ; cyr nubiano aumen-
procuravam
tar o marcador, para vin-
.
II
I carem ainda mais a sua
atuação. Numa das cargas
9
dos iugoeslávos, novamente
o avante Tomasevitch, que
jogava quase desmarcado,
infiltra-se na pequena área
' 1
dos mexicanos e assinala o
"
4.° tento, que também se-
, ria o último dos seus.

Os mexicanos continuam
lutando «con mucha sangre»,
não desanimando de marca-
rem ao menos um tento
de honra. E êste veio

quando, numa das poucas


"goal"
Segundo iugoeslavo, Vurkas (Continua na pág. 64)
56 ANÜÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Suécia 2

Segunda

*•**
Os adversários dos suécos

pecaram, no entano, desde o


ánico pelo jogo alto.facili-
tando com isso a defesa dos
escandinavos, constituída de
robustos rapazes, de alta
¦estatura. Com essa tatica
não puderam os guaranis
aproveitar os centros que
mandavam à area suéca,

pois que os rapazes eram de


constituição menos corpulen-
ta, de estatura média ou
baixa.
A Suécia poderia ter sido
vencida pelos paraguaios,
caso êles tivessem tido outra
noção do jogo. O time
nórdico, assim, se aproveitou
dessas falhas para se nivelar
"muchachos"
aos aguerridos
de Assunção.

"team"
O da Suécia Primeiro Tempo

A marcha do marcador
Local; — Estádio de Curi- cedores incentivando os nos mostra os
pa- que para-
tiba. iraguaios. Era a colonia guaios sempre estiveram com
Data: — 29 de de italiana bastante numerosa trunfos na mão, não saben-
junho
1950. na bela e capital do do apenas tirar partido dos
grande
Juiz: .— Mitchell (escocês). Estado sulino. mesmos. Depois de dois
Resultado: .— Empate de
dois tentos.

QUADROS

SUÉCIA: — Svensson; Sa-


maessin e Fric Nilsson;
Andersson, Nordhall e
Gaert; Johnson, Palmer,
Jepson, Skoglund e Sun-
dkvist.
Paraquai: — Vargas; Gon
zalito e Céspedes; Gavi-
lan, Leguisamon e Can-
tero; Avalos, Lopez, Jara,
Fretes, e Unzain.
Renda: - CR$ 273.864,00.

A Itália, em que pesasse


o revez sofrido frente aos
suécos, nutria esperanças,
ainda, de se classificar
para as finais. Para tanto
bastava que a Suécia fra-

quejasse diante dos guaranis.


Por isso, ninguém se ad-
mirou que no Estádio curi-
"Goal"
tibano houvesse tantos tor- do Paraguai
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Paraguai 2

Rodada

tentos dos suecos, apro-


Jara
veita-se bem de um centro
bem calculado e assinala o
primeiro tento para o seu
bando. A ofensiva guarani,
era evidente, se refazia in-
centivada pelos «inchas» ita-
lianos. E mandou na can-
cha até o final do primeiro
teimpo, não aumentando o
marcador a favor das suas
côres apenas pelos defeitos
acima apontados.

Finalizou, portanto, o pri-


meiro tempo com o marca-
dor favoravel aos suécos,
por dois a um.

Segundo Tempo

Na fase complementar vol-


tam os guaranis a marcar,
igualando-se "tearn"
no placard. O dos guaranis
Nessa altura da contenda, os

paraguaios, se quizessem, as bolas morrer nas cabeças Essa peleja não teve
poderiam se ter avantajado dos altos escandnávos,
que maiores méritos, senão a de
no marcador, só não o fa- as rechassavam
para o espectativa de uma derrota
zendo, insistimos em repeti- centro. Os paraguaios de- dos suécos, o que possibilita-
lo, pela técnica errada e "squadra
veriam ter feit o um jogo ria à azurra" ali-
deficiente a que nos alu-
já rasteiro, com a bola rolada,
"municiando" mentar esperanças de
dimos, poder
os seus o confundiria
que os suécos,
comparecer nas finais doIV".
dianteiros pelas alturas, indo todos altos e fortes.
Campeonato Mundial de Fu-
teból. Os se
paraguaios
'mostraram
quase irreconhe-

eiveis, sem aquele sangue

que caracteriza as suas arre-


metidas, demonstrada ainda

poucos dias antes frente aos


nacionais, na disputa da
Taça Osvaldo Cruz, que per-
deram por escores diminutos.

Insistindo nos erros apon-


tados, não puderam os gua-
ranís ir além do empate,

o que diminuía as suas chan-

ces e as da Itália. O árbi-

tro, no final dos 45 minutos

HroHHlBsaiii complementares, trilou o api-

to assinalando um empate de
Defesa de Vargas dois a dois.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Espanha 2

Segunda

***' JU^"* *
¦ I III.*' 11/I III
''
'
canã uma peleja sugestiva,
*''
pois os espanhóis tinham rea-

gido bem em Curitiba, quan-


do, erri inferioridade no car-
taz, frente aos norte-ameri-
r tres ten-
canos, conseguiram
tos quase no final do prélio,
^ se vaticinava a
' quando já
r' derrota dos espanhóis. Por
isso mesmo, dado também o
*
apregoado preparo físico e
técnico dos nossos bons ami-
^ gos andinos, os que acorre-
'
ram ao maior estádio do
mundo estavam crentes de

que iriam assistir a uma


^
peleja de bom futebol. Tal
não aconteceu, entretanto.

^
Prmeiro Tempo
^

Os ibéricos vão desde logo


"fúria"
da ao ataque, demonstrando
O selecionado
um ataque infiltra-
possuírem
dor, onde sobresaiam Gainza

espanhola", curiosidade essa e Bassora. A defesa era


Local: — Estádio Municipal
traduzida na renda bastante segura, com Ramallets bri-
do Rio de Janeiro.
regular do embate, num dia lhando no arco. A equipe
Data: — 29 de junho de
comulm. andina, de seu lado, mostra-
1950 (quinta-feira). ainda bisonha, care-
Esperava o bra- va-se
público
Arbitro! — Alberto da Gama sileiro afluiu ao Mara- cendo de classe internacio-
que
Malcher (Brasil).
¦* "

QUADROS

Espanha : — Ramallets, Alon-


so e Gonzalvo II; Gon-
zalvo III, Parra e Pucha-
des; Bassora, Igõa, Zarra,
Panizo e Gainza.

Chile : — Livingstone; Farias


e Roldan; Alvarez Bus-

quet e Carvalho; Prietro,


Cremaschi, Robledo, Mu-
noz e Diaz.

Renda: Cr$ 663.288,00.

Dando seqüência ao IV."

Campeonato, Espanha e Chile

defrontaram-se no colossal es-

tádio de Maracanã, conclu-

a segunda rodada do
indo
mundial. Apesar de
certame
tratar de um dia útil, e
se
não jogava o Brasil,
quando
havia, entretanto, bastante

curiosidade em torno do es-


"fúria "goal" —
1° da Espanha Bassora
da celebrada
quadrão
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 59

CA//e 0

Rodada

nal, composta de elementos


novos, quase todos sem maio-
res dotes individuais e de
conjunto, a não ser o vete-
rano arqueiro Livingstone.
Cumpre, no entanto, salien-
tar que os chilenos atuaram
sempre com grande disposi-

ção e espírito de luta, o que


não foi suficiente para ven-
cerem os seus irmãos de
raça. A Espanha apresen-
tava-nos um futebol orna-
mental, com Zarra, Gainza e
Bassora infiltrando-se fre-

qüentemente na pequena área


dos chilenos, dando insano
trabalho ao arqueiro Livin-

gstone. Aos 5 minutos da


""'
enviava um f ¦
contenda, Zarra I 3 - • / » =
4^^^ a
às traves chilenas. *3bJ&m&»&*
pelotaço ~ - u «* ./
tsgHt* /%"V%fe Ht
Os andinos, jogando duro,
contratacavam perigosamente. O team do Chile
Aos 14 minutos, o imeia es-

querda Munoz perdeu es-


oportunidade cante é Bassora. Daí de Livingstone, com calma
plendida para que
marcar, quando só, em fren- diante os ibéricos co- e precisão.
por
te ao arco de Ramallets, mandaram na cancha até o
mandou o balão longe do final do primeiro tempo Segundo Tempo
arco, isso depois de haver havendo, ainda, aos 32 mi-
fintado o guardião espanhol. nutos de jogo, marcando o Com a vantagem de dois
Aos 17 minutos de jogo, sur- seu segundo e último gõl. a zero no marcador a favor
ge o primeiro tento da tar- Zarra, avançando pela area dos espanhóis reinicia-se a
de, a favor dos espanhóis, adentro, iludiu Farias e Car- Até o vigésimo
partida.
consignado pelo ótimo ata- valho, mandando às rêdes terceiro minuto dessa fase os
bascos comandaram no gra-
mado. Dai por diante os
chilenos reagem, procurando
desfazer a diferença do mar-
cador.

Avultaram, nessa fase, as

qualidades de mérito do guar-


dião que é Ramalletes, que foi
mesmo um espetáculo para
aqueles que foram ao antigo
Derbi-Club. A assistência

quedou-se simplesmente mara-


vilhada, conquistando desde

logo Raimalletes a fama de ser

o melhor arqueiro do certame,


iria se desfazer frente ao
que
selecionado do Brasil, quan-
do, apezar das suas incon-

testaveis virtudes de bom

teve de engulir
goleiro,
seis tentos dos nossos.

Chute de Zarra na trave


60 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Estados Unidos 1

Segunda

dos mineiros prendia-se ape-


nas à exibição de um con-

junto poderoso, que estreara


no Rio contra os chilenos
mostrando todos os seus mé-
ritos técnicos.

Primeiro Tempo

E de fato, dada a saida,


os ingleses foram logo em
busca do goal e por duas
vezes a cidadela norte- ame-
mm mm ricana esteve cair, fal-
por
tando chance a Finney e a
Benltey nos arremates. Pas-
sados, porém, os primeiros
instantes favoraveis aos bri-
'¦ ¦-.£ v'^A Muawirf tânicos, os americanos
IHBnH< IhH aHraHHHHHl se
¦¦¦MB^
ajustam e conseguem equili-
Os capitains se confraternizam brar a peleja, com espanto

geral da assistência. Por


varias vezes, então, ajnea-

çam, os americanos o reduto


de Willians. Foi exata-
Sc o jogo entre o Brasil contagem de tres a um, na mente numa dessas ocasiões
e a Suíça pôde ser classifi- cidade de Curitiba. Era o se observou a insegu-
"match "yankee", que
cado ccpno o - de- modesto quadro rança da zaga Ramsay e
cepção", o encontro ferido sefm maiores O Aston. E aos 23 minutos
pretensões.
entre norte-americanos e in- espetáculo e a curiosidade desta fase,
primeira nasceu
glêses, na quinta-feira, 29 de

Junho, em Belo Horizonte,

perante uma assistência de


cerca de 40.000 pessoas, foi,
"ma-
sem exagero algum, o
tch - surpresa", não só da
Copa do Mundo de 1950,
mas também para os próprios
britâncios e demais paises
"foot-ball
onde se pratica o
association", porque realmen-

te tudo se podia esperar,

mesmo a vitória dos suecos


"azurra'
sobre a esquadra
da Itália ou o empate dos

brasileiros com os suíços me-

nos, que os até então


porém, "reis
cognominados do fute-

ból", os ingleses, fossem per-


der um dos teams me-
para
nos categorizados do certa-

os norte - americanos.
me:
dos
Tanto que os adversários
vI
ingleses não inspiravam maio-
res cuidados a nenhuma se-

leção, tendo sido já antes

vencidos pelos espanhóis pela Borghi defende


ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Inglaterra
0

Rodada

WSSmLV? I

o primeiro e único tento da 1HIs


tarde numa notável 'i '|p|
jogada ?Jf *>
do centro |HK
médio norte-ame-
ricano Colombo, cedeu
que
a pelota a de Souza,
John
que, ante a indecisão de
Ramsay, desviou o couro
para o canto. O arqueiro
Williams sa u da méta, ten-
tando a defesa, mas jã era
tarde, pois a se ani-
pelota
nhára nas redes inglesas.
E estava decretado os
que
americanos susetntariam êsse
placard até o fim dos noventa
minutos regulamentares de
jogo.

Segundo Tempo

Iniciado o segundo tempo,


tudo indicar "english
parecia que os O team"
ingleses haviam voltado ao
campo decididos a desfazer
aquela diferença, se não hu- sultado prático. Embora rea-
do arrematar de curta
milhante os seus fóros e dominando dis-
para gindo ampla-
de "yankees", tância. Assim, baldados
«reis do football», mente aos esses
pelo não
menos incômoda recursos de estilo clássico,
e vexatória, conseguiram o almejado em-
fizeram alterações na linha todos os esforços britânicos
pate. Abusaram os ilhéos
de ataque, não deram re- foram malogrados
que dos passes curtos, ante a
procuran-
segurança do trio final norte-
americano, onde o arqueiro
Borghi praticou uma série de
defesas empolgantes. Nessa
fase final, o prélio se carac-
terizou pela movimentação e
entusiasmo de ambos os
lados.

Quando o juiz da partida,


o italiano Dátilo, deu por
finda a tombara
peleja, sur-
preendentemente a equipe
inglesa, até então encarada
como uma das favoritas para
o triunfo final da Copa do
Mundo de 1950. Sua si-
tuação tornava-se extrema-
mente delicada a cias-
para
sificação final. Teria de
derrubar a Espanha numa

partida que se antecipava


como sensacional, já que o
simples empate com os es-

panhois desclassificaria o
O goleiro Borghi nos ombros da torcida
(Continua na pág. 79)
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO
62

Brasii 2

Terceira

A lugoeslávia, colocada na
nossa chave, seria um adver-
sário de respeito. O seu con-

junto havia impressionado


favoràvelmente nos dois em-
bates travados contra a
Suíça e o México. Os
«itches» prometiam mostrar
ainda mais futebol do que o
das pelejas anteriores e o
ambiente na concentração dos
simpáticos súditos de Tito
era de absoluta confiança
numa expressiva vitória.

Era, assim, de fato a pri-


meira grande batalha que os
brasileiros iriam travar no

gramado do Colosso de Ma-


racanã. Os ânimos não con-
fiavam muito no selecionado
nacional, mormente depois do
empate com a Suíça, onde o
O esquadrão do Brasil se mos-
técnico Flávio Costa
trara mais uma vez o re-

Municipal bastaria, em virtude dos iugos- calcitrante teimoso de sempre,


Local: Estádio
lavos não terem, até então, subestimando o valor dos
do Rio de Janeiro.
A alter- helvéticos, ao alinhar em Pa-
perdido um só ponto.
Data: 1 de julho de 1950 caembú um team inteiramente
nativa para os brasileiros era
(sábado). só uma: vencer ou ser des- «manco», sem a menor coesão,

classificado do Campeonato despido de jôgo de conjunto.


Arbitro : Mr. Griffith (País
Mundial. Para tanto bastaria citar-se o
de Gales).

IJ
QUADROS
:Mi
HHU&&
Brasil: Barbosa; Augusto e

Juvenal; Bauer, Danilo e


Bigode; Maneca, Zizinho,
Ademir, Jaír e Chico.

lugoeslávia : Mrcucic; Orwart

e Broteka; Tchaikowsky I,
e Djajc; Vurkas,
Jovanovich
Mitic, Tomasevich, Bobek e
Tchaikowsky II.

Renda : Cr$ 4.565.620,00

(record mundial).

Êste match era ansiosamen-

te aguardado pela torcida


depois daquele im-
brasileira
empate do selecio-
previsto
nacional frente aos
nado
da Suíça. Para
«players»
o Brasil se classificasse
que
finais do magno cer-
nas
tame tornava-se necessário

vitória sobre a equipe


uma
um empate não Uma defesa de Barbosa
eslava, já que
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 63

Êugoeslavia 0

Rodada

fato de ter êle colocado numa


das extremas a Alfredo, re-
serva do Vasco da Gama,
que Flávio não achara digno
de ser aproveitado no Cam-

peonato de 1949, em que se


sagrou campeão carioca o
grêmio da Cruz de Malta !

Desde cedo começou a


a fluir densa massa de torce-
dores, cada qual procurando
garantir o seu lugarzinho
naquela imensa praça de es-

portes onde cabe tantas pes-


soas como as de uma grande
cidade de 150 a 200.000 pes-
soas. Até então o Rio jamais
tivera uma afluência tão
grande numa partida de fu-
teból. O festivo sábado, en-
solarado, O goleiro Barbosa, que manteve
mas sem calor, fa-
vorecia embates dessa natu- virgem a sua méta
reza. Às onze horas da

manhã, antes mesmo que o


comércio fechasse as suas
portas, a parte reservada às
gerais, com apenas alguns
claros, já estava inteiramente
tomada. Às 14,30 horas antes
do comêço, uma enorme mui-
tidão, calculada em 160.000
espectadores, se comprimia no
majestoso estádio carioca. O
selecionador brasileiro Costa,
desta feita, reunira um quadro
melhor, e a confiança no brio
nacional retomou o seu lugar.
Às 14,40 horas as duas équi-
pes já se achavam em campo,
prontas para darem início a
uma das mais sensacionais
pelejas travadas em todos os
tempos em canchas do Rio de

Janeiro.

Primeiro Tempo

Dando início ao sensacional


cotejo, os brasileiros vão logo
ao ataque, desperdiçando,

porém, na área dos


pequena
eslavos, chutes para fora. Os
nossos adversários mostravam-
se indecisos, do que se apro-
veitaram os nacionais para
pressionar a méta -guarnecida

por Mrcucic. E logo aos pri-


O tento que consolidou nossa vitória, por Zizinho meiros minutos, exatamente
64 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

no surgiu o cantes atacavam e também escapada, os iugoeslavos vi-


quarto, primeiro
do Brasil, de um tento ajudavam à defesa, tantas ram malograda a melhor opor-
gol
de mestre de Ademir, que, re- vezes assediadas pelos iugo- tunidade de marcarem o seu

cebendo de Bauer, numa rápi- eslavos. Barbosa — o ar- tento, quando, frente a frente

da virada muito sua, mandou — teve então com Barbosa vencido,


queiro patrício já
a rédes do arqueiro oportunidade de mostrar as Tchaikowsky II errou o chute,
pelota às
iugoeslávo, decretando inape- suas reais qualidades de guar- mandando a bola pela linha

làvelmente a da cida- da-vala. Fisicamente bem de fundo. Pouco depois, Zi-


queda
dela danubiana. O tento in- preparados, os nossos rapazes zinho marcava outro goal, de
flamou a torcida nacional e resistiram até o final dêsse um tiro fulminante, que o juiz
à eslava, não sabemos bem
os jogadores do «onze» brasi- meio-tempo pressão anulou,
leiro, embora os iugoeslavos, o que, sem dúvida deve ter porque, mas que foi por nós

nessa altura, dessem mostras sido fator preponderante para acatado sem maiores recla-

de começavam a reagir. a vitória final do onze brasi- mações. Aos 23 minutos da


que
Perderam os brasileiros, nessa leiro. peleja, o mesmo pelotiqueiro
fase, ótimas oportunidades de Zizinho confirmava o seu

aumentarem o escore. Segundo Tempo tento número dois, ao receber


de Bauer em profundidade e
Os nossos rapazes mostra-
Na segunda etapa a equipe deixando passar a pelota pelo
vam-se cheios de élan, brio-
nacional melhorou ainda mais, seu corpo, para vencer na
sos, tudo indicando que a
mostrando-se segura a defesa cprrida a um adversário e co-
vitória seria certa.
final, onde Augusto, na fase locar a esfera no canto da
Voltando Mitic à cancha, inicial, se mostrara algo titu- meta iugoeslava. Êsses 2 a 0
de um acidente so- beante. Danilo e Juvenal liquidaram a partida e os
pequeno
frido no túnel, ao entrar em também melhoraram de pro- iugoeslavos. Mais tranqüilos,
campo, êle a organizar dução, mas foi Bauer a maior os nossos a jogar
passou passaram
as investidas dos dianteiros figura no gramado do lado com desenvoltura, fazendo

iugoeslavos e o seu conjunto dos brasileiros.


jõgoSeu gala de um jõgo acadêmico,

entrou a melhorar cem por preciso, regular; sua mobili- bem cuidado, meticuloso, de
'dade e deslocações oportunas, se
cento. E os iugoeslavos pas- passes magistrais. E assim
saram a exigir dos nossos possibilitaram aos dianteiros escoaram os 45 minutos do
tudo o que sabiam e podiam. brasileiros despreocuparem-se período final, sem que os
Mas foi também nessa ocasião de auxiliar a defesa algo fra- eslavos conseguissem nenhum
o selecionado nacional quêjante do período inicial. tento, liquidando-lhes as es-
que
demonstrou que tinha ido a E foram para a frente. De peranças de poderem figurar
campo para vencer. Os ata- uma feita, entretanto, numa nas finais da Copa do Mundo.

Complemento dos seguintes


jogos:

SUÉCIA 3 X ITÁLIA 2 Nordahl e Gaend; Sund- que os espanhóis passaram


kvist, Karl Palmer, Jepsson, por um susto tremendo. E
gundo e último gôl, numa
Skoglund e Stelan Nilson. isso porquê, faltando apenas
jogada individual Mucci- de
Itáliat — Sentimenti, Giovanni nove minutos para finalizar
nelli, o melhor homem da
"squadra e Furiassi; Anovazzi, Parola a contenda, ainda estavam
azurra". Contra-ata-
e Magli; Muccinelli, Boni- perdendo para o team menos
cam os suécos, procurando
perti, Capelo, Lorenzi e credenciado do IV.0 Cajn-
aumentar a contagem a seu
Carnpelese. peonato Mundial.
favor. Quando faltava um
Arbitragem! — O juiz da
minuto para findar o
prélio,
foi o Sr. Lutz, IUGOESLÂVIA 4
a pugna Jean
Capelo apanha pelota, con-
da Suíça, tendo sido im- X
segue driblar os dois zaguei-
parcial a sua arbitragem. MÉXICO 1
ros suécos, e atira fortemente,
A renda foi de Cruzeiros
mas... as traves salvaram cargas dos seus avantes, o
1.483.000,00.
milagrosamente a Suécia do goleiro Mrkusic, aoprati-
empate. E trila o apito de car uma defesa, cometeu a
Estava ESPANHA 3 X ESTADOS
Monsieur Jean Lutz. penalidade máxima no pon-
consumada a primeira grande UNIDOS teiro Velasquez. Ordenado
1
surpresa do IV.0 Campeonato o tiro penal pelo árbitro,
de Futebol. Outras bre o quadro norte-america- Ortiz, com chute,
Mundial potente
no, pela contagem de 3 a 1. assinala o único tento me-
viriam.
Manda a justiça que se diga xicano. Daí por diante o
"TEAMS":
que o quadro das terras de todo o interêsse,
OS jogo perde
Franco foi sempre superior finalizando embate com
o
: — Suenson, Johansen ao das de Tio Sam, mas o escore de 4 a 1 favo-
Suécia
Erik Nilsson; Andersen, também mistér se torna dizer ravel aos iugoeslávos.
e
Lias
Lias Aereas
Aereas Paulistas S. A,
A.

Loide Acreo
Aéreo Nacional S. A.
À.

Transportes Aereos
Aéreos Bandeirantes Ltda."

Tres
Três Empresas
Emprêsas Comerciais servirem ao Brasil. Avioes
Aviões
para

Curtiss Comando" cincoenta e DC-3


para passageiros para

28 passageiros, servindo as cidades de:

CAROLINA
FORMOSA
S. LUIS
LUÍS
NATAL
FORTALEZA
MOSSOR6
MOSSORÓ
CAMPINA
GRANDE
RECIFE
• MACEIO
MACEIÓ
• PENEDO
• ARACAJti
ARACAJÚ
• SALVADOR
• ILHEUS
ILHÉUS
• VIT6RIA
VITÓRIA
S. PAULO
BELO HORIZONTE
SANTOS
IGUAPE
FLORIANOPOLIS
FLORIANÓPOLIS
LAGUNA
ARARANGUA
ARARANGUÁ
P6RTO
PÔRTO ALEGRE

Agenda
Agência de Passagens: — RIO DE JANEIRO

RUA MEXICO,
MÉXICO, 11-c — TEL.
TEL, 42-9967

Escritorios:
Escritórios: RUA MEXICO,
MÉXICO, 11-7."
11-7.° and. — Tel. 32-5195

REDE
RÊDE INTERNA

SAO
SÃO PAULO —
— 24 de Maio, 207
207 —
Rua TEL. 6-7744
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Espanha 1

Terceira

duas derrotas dos inglêses é


tanto maior quando se atentar
o fato, no final do
para
cômputo geral do certame, de
tantos os yankees como
que
os espanhóis não cumpriram

«performances» de modo a
uma superioridade
justificarem
qualquer em matéria de fu-
teból. A surpresa, a estupe-
fação mesmo, com que foram

recebidos pelo público e a cri-


tica internacional essas derro-
tas devem ter sido geradas
pela lenda que se criara em
torno da invencibilidade dos

inglêses, da máquina, precisa


e sem falhas, que seria o

• , ¦ " •-,. ¦ *, :, J? ;¦ «english team». Pouca gente


duvidava de que os inglêses
'¦¦
/ V ."v. levariam o «fogg» lon-
T>> ;^;-<?- ' \-it>r para
drino a Taça Jules Rimet.
"team"
O da Espanha Quando muito avançavam um

páreo final entre o Brasil, a


Itália e, talvez, o Uruguai...

Local: Estádio Municipal não foi o fruto de uma pri- Tanto a Itália, o se-
quanto
do Rio de mazia técnica sôbre o «english lecionado da Inglaterra de-
Janeiro.
2 de de 1950 team», como não havia sido cepcionou o grande público
Data : julho
também o triunfo norte-ameri- acorreu ao monumental
(domingo). que
cano. A dessas Estádio do Maracanã.
Gagliatti (da Itália). gravidade
Juiz:

QUADROS

Espanha : Ramallets; Alonso


e Gonzalvo II; Gonzalvo
III, Parra e Puchades; Ba-
sora, Igôa, Zarra, Panizo e
Gainza.

Inglaterra : Williams; Ramsey


e Ecklynn; Wright, Hughes
e Dickson; Matthews, Mor-
tensen, Melbourne, Bailey e
Finney.

Renda: Cr$ 2.510.320,00.

Os «reis do futebol», que


já haviam experimentado o
amargor de uma derrota inex-

plicável ante o bisonho sele-


cionado dos Estados Unidos,
acabaram por perder defini-
tivamente cétro e coroa neste
embate, frente aos espanhóis,

pelo mesmo escore mínimo.


Se, no entanto, raciocinar-
mos friamente, sem paixões ou
juízos apressados, iremos ver
a façanha dos espanhóis Willians atira-se, o ponteiro passa a Zarra ...
que
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 67

Inglaterra 0

Rodada

A crítica londrina foi a pri-


meira a sentir o choque estu-
pefaciente dessas duas derrotai "*r
jr. ** WK jPBPBB'
desconcertantes do conjunto
inglês. Quedaram-se boquia-
bertos e, no dia seguinte,
apareciam, nos grandes diários
londrinos, anúncios tarjados de
negro, convidando a torcida
inglesa o enterro do fu-
para
teból da sua pátria. . . Ante
o fato insólito, os britânicos
foram, mais uma vez. britâni-
cos, fleugmáticos, embora de
uma fleugma um tanto amar-
9osa.

Como w* <,-._ <Ri -


^B^JoMHiil _^-/^^L *» *^i_i/^™lt_
poderiam os compa- '¦
triotas do «caudillo» levar de
vencida os «boys» da máqui-
na inglesa 1 Essa pergunta,
naturalmente, ficará sem res-
Posta por muito tempo ainda. "team"
O inglês
Para os ingleses e muita
gente
igualmente boa, os espanhóis

eram, no máximo, reis dentro


de uma
praça de touros, com
Manoletes de capa e espada.
Olé ! Mas a pelota nos pés,
os Joselitos teriam ceder
que
aos Johns das Ilhas... Mas,
não poude ser... e os es-
panhóis demonstraram que
tinham também «mucha san-
gre» na arena futebolística!

Primeiro Tempo

Não sepode dizer que os


ingleses tivessem jogado mal.
ou, como recíproca, que os
espanhóis tivessem jogado uma
maravilha de futebol técnico.
Jogaram os ingleses, e aí re-
side talvez a explicação das
suas duas derrotas, concen-
trando-se na defesa, com o
célebre, mas condenado, ter-
ceiro «back» atuando na de-
fensiva total. Jogaram um
jõgo controlado, medido, justo,
técnico, mas polarmente ál-
gido. A cada investida da
«fúria» castelhana, refluíam os
britânicos, concentrando-se em
massa cm tôrno do guarda-
vala.
... que fulmina
[ulmina e desclassifica a Inglaterra
(Continua na pág. 112)
€8 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

/fá//a 2

Terceira

O Paraguai, mercê da sua


conhecida fibra e de regulares

qualidades técnicas de jõgo,


mostrava-se um adversário de
respeito ante o qual os itálicos
teriam de «suar a camisa» se

quizessem vencer. Jogando


sem maiores preocupações de
colocar-se no campeonato, já
definitivamente afastados dos

prélios finais, os italianos


atuaram com a calma precisa
à conquista da vitória.

Primeiro Tempo

Entrou o selecionado ita-


«|raMy» w j* \ / Ihsu liano em campo apresentando
várias modificações na sua
constituição. Os substitutos
mostraram-se muito mais fir-
mes, mais resolutos, aprovei-
tando-se melhor das oportu-
Aspecto da assistência antes do jogo nidades que se lhes apresen-
tavam. Remondini foi supe-
rior a Parola e Pandolfini

Estádio do Pacaem- decepção diante dêsse fato esteve acima de Boniperti.


Local:
irremediável, não encontrando Também Amadei se mostrou
bú, São Paulo.
motivos suficientemente piau- melhor quedoCapello, des-
Data : 1 de julho de 1950
siveis para explicarem o fra- locado para a meia esquerda.
(domingo). casso de suas côres bi-cam- Carapellese foi o autor do

Juiz: Mr. Arthur E. Ellis do mundo. único tento dos italianos nesse
peãs
(escocês).

QUADROS

Itália: Moro; Blason e Fu-


riassi; Fattore, Remondini e HI am

Mari; Mucinelli, Pandolfini,


Amadei, Capello e Cara-

pellese.

Paraguai : -Vargas; Gonzalito


e Cespedes; Gavilan, Legui-
zamon e Canteros; Avalos,
Lopez, Jara, Fretes e Un-
zain.

Renda: Cr$ 853.770,00.

Havia bastante interêsse em


tôrno dessa derradeira exibi-

ção do team italiano em


canchas brasileiras, sobretudo
depois que o Paraguai empa-
tara com a Suécia, tirando
tôda a chance à Itália nas
suas esperanças à participação
nas finais. Os integrantes da
delegação peninsular não po-
diam esconder a sua grande Uma béla defesa do arqueiro italiano
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 69

Paraguai O

Rodada

primeiro meio-tempo. Dada a


saída os italianos se lançam
ao ataque, demonstrando logo
que estavam melhor prepara-
dos do que na peleja contra
a Suécia e que possuíam qua-t
lidades a Copa do
para
Mundo. Mas os paraguaios
exigiram luta do onze penin-
sular, tanto que durante algum
tempo comandaram as ações,
até que se deu a reação da
«squadra azzurra». Passaram,
então, os italianos a uma luta
mais objetiva. E o resultado
dessa reação não se fêz espe-
rar. De um centro cruzado de
Amadei, Carapellese se apro-
veita muito bem e fulmina o
arco guarnecido Vargas,
por
conquistando o tento
primeiro
da tarde. Dai até o final do
meio-tempo as ações se equi-
O team" do Paraguai
libraram, mas os
guaranis pe-
cavam no arremate final a
goal.
Cruz, acreditava na reação da não consentiu a sua
gala, que
Segundo Tempo simpática «muchachada», na meta fõsse vasada pelos pa-
etapa complementar. E o raguaios. Os italianos tratam
Todo mundo assistira empate era esperado a
que qual- de ir para a frente e, depois
ao dos na
jôgo guaranis quer momento. Moro, entre- de um trabalho muito bem
disputa da Taça Osvaldo tanto, atuando numa tarde de urdido de largos, Pan-
passes
dolfini assinala o segundo
* "
iX9Hia3Eai 'll y§J tento para a Itália. Foi um
belo goal, porque o atacante
'&!•?¦'f'"
WJf * ;7 italiano colheu num «sem
*4PFfpfl J* 4'¦
.
pulo» o balão no exato mo-
mento que em
era bloqueado
pelo zagueiro paraguaio Cés-
pedes. Embora em inferiori-
dade no cartaz, continuaram a
lutar bravamente os rapazes
de Assunção em busca do
'' tento de honra.
W^Srr"\ Êste acabou não vindo em
vista da defesa italiana estar
nesta tarde vigilante e segura,
mas não diminui o mérito da
fibra demonstrada pelos gua-
ranís em todo o decurso da
peleja, que os desclassificava
para as finais da Taça do
Mundo.
Ficou demonstrado, nessa
peleja, que o futebol dos ita-
lianos é ainda muito bom,
possuindo grande senso de
marcação e o ataque é hábil,
O arqueiro Vargas defende com dificuldade
(Continua na pág. 107)
70 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Chile 5

Terceira

escore, mínimo, despertara


viva curiosidade nos aficio-
ML , wHH nados do esporte bretão. Os

pernambucanos acorreram ao
campo do Esporte Clube Náu-
tico certos de que iriam assis-
tir a uma contenda de lances
emocionantes e de boa técnica.
Todavia que se assistiu
o foi
inteiramente diferente. Pre-
>* *
feSM! j£ *%#*>$>*
¦ \%?*«ftjj^-.-- /,,<&*,.¦, senciaram os nortistas
- %¦ flESt
HI A\ ;' J; iill
; j$fc a um
bom futebol, mas não de parte
dos yankees e sim do lado
chileno, que, aos poucos, do-
minaram inteiramente a par-
tida, conseguindo impor-se de
forma categórica aos norte-
americanos.

Primeiro Tempo

Não foi dos melhores êsse

periodo, mesmo assim exibi-


"team"
O do Chile ram dois contendores um
os
futebol ligeiro, rápido e de
arremates freqüentes a
goal.
encantos da cidade às margens Ambas as defesas mostravam-
Local: Campo do Náutico
do se atentas, aniquilando as
Capiberibe.
(Recife). dos dianteiros con-
A apresentação dos norte- avançadas
Data: 2 de de 1950 vinham de trários. Pode-se dizer que o
julho americanos, que
bater espetacularmente os primeiro tempo foi de inteiro
(domingo).
«reis do futebol», embora equilíbrio, não permitindo à
pelo
Juiz : Mário G a r d e 11 i

(Brasil).

QUADROS

Chile : Livingstone; Machuca

e Âlvarez; Busquet, Farias

e Rojas; Riera, Cremaschi,

Pietro, Robledo e Riera.

Estados Unidos: Borghi;

Keough e Maca; Mac II-

venny, Colombo e Bahr;

Wallace, Pariani, Galtiens,

Souza I e Souza II.

Renda: Cr$ 290.000,00.

Êste foi o único match que


teve como cenário a encanta-

dora metrópole do norte: Re-

cife. Monsieur Jules Rimet

locomoveu-se até a Veneza

Brasileira, para dar maior


à peleja e, também,
prestígio "Goal"
conhecer mais de perto os do Chile
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 71

Estados Unidos 2

Rodada

torcida um
prognóstico favo-
rável a
qualquer dos esoa-
drões. Depois de haver o Chi-
"boys"
le aberto o escore, os
da camisa estrelada procura-
ram, por todos os meios, vasar
a meta de Livingstone.
¦
ffP 1
Segundo Tempo

No período complementar
ainda se esperou que os norte-
americanos reagissem ou. pelo
menos, continuassem equili-
brando o jôgo.

Os chilenos, porém, volta-


ram dispostos a «liquidar» os
bravos rapazes da república
do hemisfério norte. E foram
logo ao ataque, em linha
cerrada, como aviões a
jacto,
os chilenos bombardeavam
Uma fase movimentada
sem cessar a meta de Borghi,

que, desdobrando-se, fez mais


uma vez galas de excelente
arqueiro. Os americanos, num corpo e alma, em busca do chuca na área perigosa. Bem

contra-ataque rápido, empa- segundo mas foram no- cobrada por Souza I. redun-
goal,
tam a partida intermédio vãmente os mo- dou no segundo tento dos
por yankees que
de Pariani, aos 4 minutos da vimentaram o mostrador, nortea-mericanos, que então
por
segunda fase. Os chilenos, intermédio de uma passaram a igualar no pia-
penalidade
então, atiram-se à luta, com máxima cometida Ma- card. Foi aí que se deu o
por
êddo dos nossos amigos do
norte. Recuaram, passando
todos os seus jogadores ã
defensiva. Os chilenos, per-
cebendo a inferioridade dos
seus adversários, foram para
a frente, conseguindo logo a
seguir empatar o jôgo, por
intermédio de Cremaschi. Os
chilenos continuaram a mandar
no campo, pertencendo-lhes
tõdas as iniciativas. Aos dois
minutos de jôgo foi marcada
uma penalidade máxima con-
tra os chilenos. O zagueiro
Joe Maca converte-a em goal.
Em brilhante reação vão os
J||
f 0 andinos para a frente, en-
curralando o quadro yankee,
até que Cremaschi desempa-
tou, aos 9 minutos; Pietro e
Cremaschi completram a con-
tagem dos chilenos, aos 16 e
37 minutos, respectivamente,
finalizando o jogo com a con-
tagem de 5 a 2 favorável aos
Um tento do avante chileno Cremaschi andinos.
¦72 BRASILEIRO
ANUÁRIO ESPORTIVO

Suíça 2

erceira

tanto, dada a combatividade

de ambos os times e ainda à

circunstância da colônia suíça

ser bastante numerosa na

grande capital gaúcha, logrou

o belo Estádio do Internacio-

nal uma assistência regular,

constituída na sua maioria de

súditos da República Helvé-

tica.

Nenhum dos dois seleciona-

dos contava com vitória, ape-

nas a Suíça empatara com o

Brasil, num jôgo em que esti-

vera sempre na defensiva.

Era, portanto, o favorito da

peleja.

"team" Primeiro Tempo


O da Suíça

Dada a saída pelo juiz


sueco Eglin, os dois times se

Local: Estádio do Interna- selecionado heterogêneo do revezam nas avançadas, de-

• cional Alegre). Brasil, como o México, haviam monstrando um jôgo moroso


(Põrto

: de de 1950 evidenciado serem os esqua- aos olhos dos brasileiros acos-


Data 2 julho
drões mais fracos que- compa- tumados a jogos rápidos, de
(domingo).
receram ao IV." Campeonato improvisações e deslocamentos
Final: Suíça 2 X México 1.
Mundial de Futebol. Entre- constantes. Ainda mais se

QUADROS

. Suíça : Correda; Neury e


'
Bouquet; Luzant, Egimon e

Keuch; Tamine, Antenen,

Friedlaender, Bobek e Fat-

ton.

México: Carbajal; Gutierrez

e Gomez; Ortiz, Uchoa e ^

Rocca; Soares, Naranjo,

Cezarin, Borgonha e Velas-

quez.

Renda: Cr$ 94.700,00.

Juiz: Ivan Eglin (sueco).

Sem dúvida alguma foi

essa a peleja mais fraca do

magno certame do futebol

mundial de 1950. Tanto a


^ ||
Suíça, era que pese o seu
"goal"
inesperado empate com um 1° da Suíça, por Anteneu
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 73

México 1

Rodada
*1,

.
tornou isso evidente ser
por
Porto Alegre uma das cidades

do Brasil onde melhor se pra-


tica o esporte bretão. Vários

foram os momentos de sono-

lência. Em momento algum

conseguiu a peleja despertar

o interesse do público min-

guado que acorrera ao campo

do Internacional, numa tarde

bonita mas bem fria. Os

suíços, nesta fase, consegui-


ram demonstrar a sua classe
i? •• ,*%r~ ¦¦ v \->
superior ao do seu adversário,

os simpaticíssimos rapazes az-

tecas, tantas amizades


que
"team"
conquistaram no nosso O do México
pais,
pela sua modéstia e correta
educação. Mas a verdade é
seguido numa tarde azíaga Segundo Tempo
que só se viu um quadro em frente à seleção do Brasil,
campo e éste foi suiço. Na fase complementar os
o constituída de reservas que o
suíços continuaram a não
Marcaram os seus dois tentos, incrível Costa alinhara no
fazer fôrça, certos de a
com os mexicanos lutando do Pacaembú, que
gramado acha-
vitória já lhes estava asse-
bravamente a fim de resguar- vam naturalmente os az-
que
gurada. Foi então que os
darem a sua meta de uma tecas eram fácil
prêsa para
mexicanos foram a
contagem maior. Os suíços, êles, não se empregando para
a
frente, procurando a todo
inflamados empate con- fundo.
pelo
transe abrir a contagem para
o seu bando. E fizeram o
arqueiro suiço Corrède passar
por vários sustos. Finalmen-
te conseguiram o seu intento,
ou seja, conquistar um goal.
Os suíços, depois desse feito,
abriram os olhos e foram no-
vãmente ao ataque a fim de
marcarem mais um tento, mas
êste não surgiu.

Os mexicanos estavam aten-

tos e a sua defesa trabalhava

melhor. E com 2 a 1 pro-


longou-se a peleja monótona-

mente até o trilo final do juiz.


Não conseguira o México

vencer nenhuma partida no

IV.° Campeonato Mundial de

Uma carga dos mexicanos Futebol.


74 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Uruguai 8

Terceira

s
;
* • : tituido pelos reservas da nossa
5-
seleção.
Demos, como se costuma
dizer na gíria de futebol, um

passeio pela cancha e o es-


core não foi ainda mais ele-
vado, porque depois do nono
tento nossos rapazes se de-
sinteressaram jõgo,do quando
teve oportunidade a Bolívia
de conquistar o seu único
tento de honra.
Assim, tudo parecia prote-
ger o Uruguai: chave «D»,
apenas um opositor e êsse
mesmo o mais fraco do cer-
tame... Pois, apesar de tudo
isso ninguém pensou nessa

preferência dos deuses e...


foi aquela água !
Apesar de se dizer que os
bolivianos haviam progredido
muito depois daqueles nove a
"team"
O oriental um do Sul-Americano, nin-

guém nutria dúvida na vitória


dos orientais sôbre os boli-

Local: Estádio Independên- Americano de 1949, o Brasil vianos. Daí, talvez, a curió-

cia Horizonte). não encontrara nenhuma difi- sidade não ter sido muito
(Belo
culdade em vencê-los pelo ele- grande na bela e grande ca-
Data : 2 de julho de 1950
vado escore de 9 a 1, pitai montanheza.
jogando
{domingo).
o nosso selecionado naquela E não perderam muito os
Juiz : Mr. George Reader
ocasião quase que todo cons- que não foram ao Estádio
{Inglaterra).

QUADROS

Uruguai : Maspoli; Matia.s


Gonzalez e Tejera; Juan
Carloz Gonzalez, Obdulio
Varela e Rodriguez Andra-
de; Gigghia, Júlio Perez,
Miguez, Schiaffino e Vidal.

Bolívia : Edmundo Gutierrez;


Acha e Bustamante; Greco,
Valencia e Farrel Algara-
nez, Ugarte, Capareli, Be-
nigno Gutierrez e Maldona-
do.

Renda: Cr$ 160.720,00.

Ao Uruguai, no sorteio das


séries finalistas coubera o

grupo «D», que, após as de-


.sistências da França e de
Portugal, só teria de enfrentar
a Bolívia, que, como era sa-
bido, se constituía de elemen-
tos ainda bisonhos na prática
•do futebol, tanto no Sul- O tento da
que. primeiro goleada
ANUÁHIO ESPORTIVO BRASILEIRO 75

Bolívia 0

Rodada
4 ' ¦:
¦ •_ ¦' . :• : ^

Independência, o aue
porque
se viu foi o domínio dos
uruguaios de começo ao Hm
do prélio. A vitória conquis-
tada pelos uruguaios sõbre a
«muchachada» andina foi me-
recida. Mostraram-se em todo
o transcorrer da partida sem-
pre senhores da cancha, onde
demonstraram possuir uma
ofensiva insinuante e realiza-
dora, transformando sempre
essa superioridade em tentos.
Quanto aos bolivianos, a con-
tagem de 8 a 0 fala mais
eloqüentemente do que qual-
quer comentário. Em nada
progrediram os rapazes de La
Paz. Continuam praticando
um «soccer» primário, sem
senso de marcação, sem obje-
tividade, salvando-se apenas
o seu espirito de luta. O esquadrão Bolívia
grande
Nunca perderam a calma e a
serenidade, aceitando o revés
mum para determinados adver- prejudicarem, até mandando as
com grande esportividade. E
saber é bem mais im- sários do Brasil, quando jo- suas policias nos esbordoarem
perder
do lá fora, usam em campo. . .
portante que ganhar. O gamos pois que
que, aliás, não é muito co- de todos os meios para nos
.A avalanche dos goals

Não vale quase a pena des-


crever os dois tempos do
prélio, tal o domínio exercido
pelos orientais sõbre os bo
livianos. Basta que se diga
que após os 45 minutos do
primeiro tempo os uruguaios
já venciam por 4 a 0, goals
esses de autoria de
Júlio Perez,
14 minutos; depois Vidal. aos
17 minutos; mais tarde Schafi-
fino, aos 22 minutos e Mi-
guez aos 39 minutos. No se-
gundo tempo, continuou a go-
leada. Miguez. aos seis mi-
nutos, conquista o 5." tento

para as suas cõres; três mi-


nutos depois, Schiaffino marca
o 6.° goal. Nesa altura, os
uruguaios se desinteressam
um tanto do jôgo e só aos
3? minutos conquistava o
7." goal, de autoria de Júlio
Perez. Meia dúzia de minutos
mais tarde. Gigghia encerra-
va a contagem, com o oitavo
Miguez. de fóra da área, consigna mais um tento tento oriental. E mais nada.
76 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Brasil 7

FINAIS

contra os suecos, que vinham


de bater os ex-campeões do
mundo, o aguerrido esquadrão
italiano. Foi dentro de uma
ansiosa espectativa que se
chegou à tarde de 9 de julho,
um domingo ensolarado, mas
de temperatura amena. O
Estádio de Maracanã encheu-
se literalmente. Mais de
150.000 espectadores ocupa-
ram tõdas as suas dependên-
cias, sem que, entretanto, fi-
casse superlotado. Foi quan-
do ficou evidenciado que a
sua lotação comportava muito
mais do que os 155.000 es-

pectadores previstos pelos


construtores. E isso se com-
provaria nos dois outros pré-
lios em que jogou o Brasil,

quando a assistência se eleva-


ria a mais de 200.000 pessoas
O team" da Suécia em cada jôgo.
Opúblico que afluiu ao
Colosso de Maracanã nada
Local: Estádio Municipal o do nosso perdeu ao deslocar-se para o
porque padrão
do Rio de até então algo incerto maior estádio do mundo.
Janeiro. jôgo,
Data: 9 de de 1950 e vacilante, melhorava de
julho Primeiro Tempo
peleja em peleja. Feita a
(domingo).
tabela para os jogos finais, Dada a saída pelo
Contagem Brasil sete juiz
final:
coube-nos jogar inicialmente inglês, Mr. Ellis, vai o qua-
tentos contra um dos suecos.

QUADROS N' ,.j

Brasil: Barbosa: Augusto e

Juvenal; Bauer, Danilo e


Bigode; Maneca, Zizinho,
Ademir, Jair e Chico.

Suécia : Svensson; Samuelsson


iBiiP ^
e Nilsson; Andersson, Nor-
dhal e Gvaerd; Johnsson;
Palmer, Jepsson, Skoglund
e Nilsson.

Juiz: Mr. Arthur E Ellis


' "
(Inglês). J*! y\ t
te^» ->k j

Renda: Cr$ 4.996.177,50

(record mundial de arrecada-

ção).

O quadro brasileiro, qtie


iria disputar as finais, já se * ' "V
' * * • * <*<' V"*, ^
distinguira no contra o », &-SpH V j,"* >-% i w$V^ >*»*#* V*a
i.
jôgo
forte selecionado da Iugoes-
lávia, vencendo-o nitidamente.
A confiança renascera em
"goal"
todos os torcedores, mormente O 1." brasileiro, de um tino indefensávél de Ademir
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Suécia 1

dro nacional ao ataque com


decidido espirito de luta.
Notou-se desde logo que o
selecionado brasileiro estava
bem acertado, com tôdas as
suas peças articulando-se com
precisão. Tão articulado es-
tava o quadro, tal se
gala
evidenciava nos
passes da má-
quina brasileira, que os nossos
se perdiam em filigranas e
passes, demorando-se os dian-
teiros diante da meta sueca
nos arremates finais. A Sué-
cia, que já se distinguira 'yiyA ¦ *¦ '>#' '4"'\1 y '¦-¦¦ '^^B«|biX
contra os italianos demons-
trando possuírem talvez a ^.«?«
melhor defesa entre todos os
quadros estrangeiros concor-
rentes ao IV." Campeonato
Mundial, resistia com bravura,
fazendo alarde de um preparo ¦
<W'**. J*J* .-if^iji! »M_' A V _ ? * ... 4
físico excepcional e de con-
dições técnicas de alta classe.
2." goal do Brasil
Mas, aos poucos, oquadro
brasileiro, que se mostrava
maravilhoso nas suas combi-
nações desconcertantes, aca- arqueiro escandinavo e o pessoas. Dai diante os
bou para
por anular aquela resis- couro chutado pelo comandan- onze componentes do esqua-
tência, conquistando o seu te brasileiro foi se aninhar drão brasileiro fizeram o que
primeiro goal. O artilheiro nas rédes suecas. Vibrou quizeram dos bravos rapazes
do certame, o insuperável aqueal enorme assistência cal- suecos, campeões olímpicos de
Ademir, colheu de surpresa o culada em mais de 160.000 futebol. Àrrazaram comple-
tamente um time de alta ca-
tegoria, Veio o segundo goal
- -' " "tc brasileiro, novamente in-
BHjHH ifllfff por
termédio de Ademir, aos 37
'• ~~ ' ' minutos de
, • ¦..,... . : - jôgo. Zizinho
. \j4 [¦ , :
passou a Danilo, este a Jair
e do meia esquerda, adianta-
j do, para Ademir, des-
que,
viando-se do arqueiro escan-
dinavo, fulminou a sua meta.
Dois minutos mais tarde, de
uma jogada Chico
pessoal,
driblou espetacularmente dois
defensores e chutou violenta-
mente conquistando o terceiro
tento para as cõres nacionais.

Segundo Tempo

Voltam a campo os con-


-;;- '¦. tendores, depois do descanso
''*-\- -ir„.,->. •
^...«<iy*- *t ^ v% A-' _t
*/'
^--v jgj*
?
vV%.<
' * regulamentar, dispostos os
h~ .•"' *'?^i,J •" v
suecos a desmancharem a di-
ferença e os brasileiros a
prosseguirem na marcha para
a frente. E aos sete minutos
desta fase, Ademir conquis-

"goal" tava o quarto goal. Era o


3." do Brasil, ainda no 1° tempo inicio da de um se-
goleada
78 ANUÁRIQ ESPORTIVO BRASILEIRO

mesmo contundido, emendou


um centro de Jair e, em sen-
sacional «sem pulo», marca o
sexto goal brasileiro.

Coube a Chico encerrar a


elevada contagem, num passe
de Ademir, entrando e ati-
rando rasteiro. Estava con-
quistado o sétimo goal do
Brasil. Pouco depois o juiz
trilava o apito,
dando por
encerrado o
prélio com a vi-
tória do Brasil sôbre a Suécia

pelo elevado escore de 7 a 1.


Com êsse triunfo, afastavam
os nacionais o primeiro obs-
táculo sério nas finais da
Copa do Mundo.
O que todos
desejavam queera
os nossos
não se afastassem do caminho
que vinham
trilhando desde o
jôgo com os balcânicos, permi-
tindo que o futebol brasileiro
conquistasse o cobiçado tro-
feu do futebol mundial. Com
os espanhóis ainda iríamos
confirmar êsse mesmo padrão
característico de ligeireza e
perfeito entendimento das di-
lecionado olímpico, vinha ficaz, féz neste versas linhas, mas, depois,
que gala com os
de muita fama, suecos de um jôgo viril, mas, talvez embriagados pelos es-
precedido
porque decorridos apenas freqüentemente, não atentando cores elevados ou subestiman-
cinco minutos após êsse feito para as linhas brancas que li- do um futebol sempre peri-
de Ademir, houve confusão mitavam as suas possibilidades goso como o dos uruguaios,
na área sueca e disso se dejôgo ríspido, sem o perigo iríamos sofrer o choque mais
aproveitou novamente Ade- de marcação da contundente e traumático na
penalidade
mir que marca o quinto tento máxima. Afinal, Maneca, história do «soccer» nacional.
brasileiro. Depois desses
cinco a zero, os nacionais,
como de hábito em canchas
brasileiras, o que é um grave
erro de que podem se apro-
veitar os adversários, lança-
ram-se a um inútil exibido-
nismo de filigranas e passes,
que podem impressionar os
ingênuos ou neòfitos, mas
nunca àqueles que conhecem
futebol e sabem da inutilidade
dessa, por assim dizer, piro-
técnica demagogia pebolística
para as arquibancadas. Foi
necessário que o juiz consig-
nasse aquele penalty, que se
transformou no único goal
sueco, para que os jogadores
brasileiros decidissem ir nova-
mente à meta dos escandinavos
em busca do objetivismo de

goals. Bigode foi o causador


do penalty, aplicando um feio
calço em Palmer, já sôbre a
linha penal. Êsse jogador
«colored», que em outro jôgo
se mostraria tão tímido e ine- O único tento da Suécia, de penalty
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 79

Continuação dos seguintes


jogos:

BRASIL 4 X MÉXICO 0 ESPANHA 2 X CHILE 0 lombo e Bahr; E. Souza,

J. Souza, Dickson, Fariani


com a vitória das nossas Apesar da reação dos
e Varicenzi.
cores por 4 a 0. andinos, os ibéricos conti-
nuaram Ingleses: — Williams, Ram-
a resistir bravamente,
Juiz — Foi Mr. G. Reader,
sabendo manter intacta a say e Aston; Wright, Hu-
inglês.
sua cidadela até o minuto ghes e Dickson; Finney,
final, o foi Manion, Bentley, Morthen-
OS quando prélio
QUADROS
dado encerrado com a sen e Mullen.
por
Brasil: — Barbosa; Augusto justa vitória da Espanha Arbitragem: Dirigiü o
e Juvenal; Eli, Danilo e Bi- por dois tentos a zero.
prélio o juiz italiano Sr,
gode; Manéca, Ademir, Bal- A partida foi dirigida pelo Dátilo.
tazar, Jair e Friaça. árbitro brasileiro Alberto da
Gama Malcher, cujo desem-
México — Carvallal, Zeter
penho foi bom, não prejudi- BRASIL 2 SUÍÇA 2
e Montemayor; Ruiz, Uchõa "teams".
cando qualquer dos
e Roca; Naranjo, Ortiz, Ce- Anulou um tento de Zarrj, técnico Flávio Costa. Estava
zarin, Perez e Velasquez.
em franco impedimento. findo o drama de noventa
minutos. Uma onda de desâ-
A RENDA
nimo e pessimismo invade
Foi de Cr$ 2.565.000.20, ESTADOS UNIDOS 1 todo o
"rceord" pais.
absoluto até então X
na América Ho Sul.
INGLATERRA 0 OS QUADROS
"english
IUGOESLÁVIA 3 team" para as fi- Brasil: — Barbosa; Augusto
nais, Mas o destino reserva- e Bauer Rui e No-
Juvenal;
X va coisa ainda pior aos •ronha; Alfredo, Maneca,
SUÍÇA 0 inglêses. Baltazar, Ademir e Friaça)..
Suiça: — Stuber; Neurej e
Ognajanov, tirando OS TEAMS
partido Broketa; Lusenti, Egimon e
de uma trama bem engendra- Americanos: — Borghi, Gates Quiche ; Biche!, Antenen,
da pelos seus companheiros, e Maca; Mae Ilveney, Co- Tomuno, Bader e Fatton.
concluiu com êxito, assina-
lando o terceiro gôl. Dai
até o final nada mais pu- BRASIL x SUÉCIA
deram os helvéticos fazer
além de se conformarem com
a derrota. Releva notar que
lutaram muito, mas sua técnica
ainda incipiente foi impotente
ante a melhor classe dos jo-
gadores das margens do Da-
núbio. Mostrou-se a defesa
iugoeslava muito segura, sen-
do mesmo ponto alto do o
combinado eslavo, mas que,
dias depois, se mostraria im-

potente aos avanços do trio


atacante brasileiro. Marca-
ram muito bem, anulando
sempre os avanços dos adver-
sários, antecipando-se a estes.
Cajkowsky, ótimo, o melhor
entre os iugos, seguido de
Mitic e Bobek. Entre os
suíços póde-se destacar Neu-
ry, muito firme, o estrema
Fatton, o meia Antenem e o
goleiro Stuber.
Iniciavam, com essa vitória,
os iugoeslávos uma bela cam-
panha que só iria terminar
"goal"
ante o selecionado nacional. 7° do Brasil, Chico
por
SO ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Espanha 2

panha se mostrara aguerrida


vencendo o celebrado esqua-
drão inglês, façanha que lhe
dava singular relêvo na cora-

petição internacional de fu-


teból. Quanto ao Uruguai os
brasileiros tinham a certeza
de se tratar de um bom qua-
dro, capaz de muitas sur-

presas.
,%^*:+>.:jBSft*^ySn^^«aEWE3^BHlK^9P^wg|B^wylffiS
O escore final dessa peleja
fala com bastante eloqüência
sôbre o empenho com que

*" ' ! ¦¦ ¦•¦' ' • • " ""¦


ambas as equipes jogaram no
r'-.'*-^/ :• .¦»/', . ,'. : !?-
> ¦-* ¥,Pgp[ ^ gramado de Pacaembú. Na
^V^'± w
primeira fase os ibéricos se
mostraram mais positivos, com
uma coordenação de jogadas
atraente e perigosa. Em
compensação os uruguaios
reagiram sempre muito bem.

Primeiro Tempo

Um tiro rente às traves que assustou Maspoli Com a característica acima


apontada, o jôgo mostrava-se
mais propenso para o lado

Local: Estádio do Pacaem- A peleja entre uruguaios e dos espanhóis. Contudo, Ob-

bú (São Paulo). espanhóis tinha como princi- dúlio Varela lá estava para
fator de atração a cir- animar os do seu bando e os
Data : 9 de de 1950 pai
julho
cunstância de ambos os orientais resistiam com bravu-
que
(domingo).
ra às investidas da «fúria».
quadros deveriam se empregar
fundo não se verem Por essa razão,
quando tudo
a para
QUADROS
a lugar secundário fazia crer que o escore seria
relegados
Espanha: Ramallets; Alonso na classificação final. A Es- aberto pelos ibéricos, os orien-
e Gonzalvo II; Gonzalvo III»
Parra e Puchades; Basora, ¦«v .„ .V .¦ ... «&M&!8SBSm$7% MMMMMBMp

Igôa, Zarra, Molowny e f


Gaiza.

Uruguai: Maspoli: Gonzalo e


Tejera; Juan Gonzalez, Ob-
dúlio Varela e Rodriguez
Andrade; Gigghia, Júlio
Perez. Miguez. Schiaffino
e Vidal.

Juiz: Mr. Griffith (inglês).

Renda: Cr$ 1.660.130,00.

A primeira rodada da série


final do Campeonato Mundial
despertou enorme interêsse
mesmo em São Paulo onde o

selecionado brasileiro não


m pi
disputaria nenhum jôgo dessa

série.

de 60.000 *55? >K'J'WP *** w &.' ;>


Cêrca pessoas •i''*<i^'i^SP A \v/ !Ur*
assistiram ao jôgo da Espa-

nha contra o Uruguai, em-

bora se vissem muitos claros

nas arquibancadas. Apoiado por Tejera. Maspoli defende


ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 81

Uruguai 2

tais, numa das suas sempre

perigosas escapadas, conse-

guem vazar a meta confiada


à perícia do jovem goleiro
Ramallets, assinalando o pri-
meiro tento da tarde. Os
espanhóis que, como dissemos,
vinham desenvolvendo um

jôgo melhor que os uruguaios,


com uma lucidez mais posi-
tiva, não se intimidaram e
foram à recarga, fulminante-
mente, conseguindo empatar a

peleja.
A partida assumia tonalida-
des dramáticas, sobretudo para
os uruguaios, que, se perdes-
sem a luta, poucas esperanças

poderiam alimentar de obte-


rem uma classificação honro-
sa no final do certame. E os
dois conjuntos se empregaram
a fundo, mas foram os es-

panhóis que marcaram o se-


Difícil defesa de Maspoli
gundo tento para as suas
côres. A partida parecia
equilibrada no fim dos pri-
meiros 45 minutos, embora os bem poucas vezes se conse- Segundo Tempo
ibéricos se mostrassem mais gue assistir em qualquer cam-
resolutos nas suas investidas po de futebol. Com a van- Nesta fase os orientais,
ao arco de Maspoli. Por tagem de um goal para os como se tornou uma ca-

todos os motivos a luta se espanhóis terminou o tempo racterística dêles quando estão
mostrava empolgante, como preliminar. a entraram
perder, para
vencer. E, aos poucos, foram
se armando, reencontrando o
seu jôgo costumeiro, que se
assemelha muito ao dos bra-
sileiros. Os espanhóis, guar-
dando o estilo de jôgo euro-

peu, recuaram para não ce-


derem mais um tento às arre-
metidas dos aguerridos orien-
tais. Varela ordenou que o

jôgo se fizesse pela ala cons-


tituída por Gigghia e
Júlio
Perez, que eram os elemen-
tos que vinham se distinguin-
do desde o inicio. Mas a
111^ if* ff %* SMI*&
' ?jk ® sem alte-
pugna prosseguia
i |*
ração do placard onde os
espanhóis tinham a vantagem
de um goal sôbre os seus

irmãos raciais. Quando tudo


indicar que a peleja
parecia
terminaria com a vitória

dos ibéricos, eis que o vete-

rano Varela, num incrível


de sorte, em avançada
golpe
da linha dianteira do Uru-
"goal" 109)
O do empate do Uruguai (Continúa na pág.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILE1BO

Brasil 6

^mmmMSMlan talvez
se repetisse,
ginava que
com maior nitidez, a goleada
de sete dias atrás, já que o

esquadrão espanhol
possuía
qualidades bem mais acentua-
das de virtuosismo do que o
dos suecos, em que pese o
títuloque ostentavam de cam-
Daí a nova
peões olímpicos.
e alviçareira surpresa, findo
o match, com o triunfo espe-
tacular dos nossos diante do

#;¦ _. , ......... ,£, - aguerrido conjunto da Espa-


nha. O jôgo, para os brasi-
leiros, assumia caráter deci-
sivo em relação ao título,

NMUM j ' iriMI* _JL—i^1"1'' mas o quadro nacional vinha


^ '" ..^¦¦¦¦¦1
•>> reagindo bem, desde o jôgo
"goal" contra os iugoslavos, quando
1° do Brasil
solicitado. O Estádio de Ma-
racanã, que parecia não poder
conter mais espectadores do
Municipal tanto na ofensiva como na
Local: Estádio os que haviam afluído ao
que
do Rio de defensiva.
Janeiro. jôgo do Brasil contra a
13 de de 1950. Com êsse estado de ânimo, Suécia, apanhou uma afluência
Data: julho
confiantes e tranqüilos, acha- de ainda maior, or-
Final do Prélio: Brasil 6 público
vam-se jogadores e torcida casa de 180.000
contra 1 dos espanhóis. çando pela
se deu início ao prélio
quando pessoas a enchente do Colosso
contra o «onze» da Espanha, de Maracanã. Apesar de se
QUADROS
e célebre «fúria» castelhana. ter travado num dia útil a

Barbosa; Augusto e Mas, apesar dessa confiança memorável peleja, o meio fe-
Brasil:
Bauer, Danilo e na superioridade da nossa riado decretado pela indústria
Juvenal;
Friaça, Zizinho, técnica e das qualidades do e comércio do Rio, bem como
Bigode;
e Chico. nosso futebol, ninguém ima- pelos poderes competentes.
Ademir, Jair
Espanha : Ramallets; Alonso e
Gonzalvo II; Gonzalvo III,
Parra e Puchades; Basora,
Igoa, Zarra, Panizo e Gain-
za.

Árbitro: Mr. Leaf (inglês).

A espetacular vitória do
nosso selecionado sôbre o da
Suécia, pela elevada conta-

gem de 7 tentos a 1, tinha


sido algo de embriagador para
a vaidade nacional. Com
tôda a razão se expandiam os
brasileiros em manifestações
de alegria, regosijo êste que
iria se repetir neste prélio.
Comentaristas estrangeiros ha-
viam telegrafado para os seus

jornais dizendo que seria im-

possível a uma equipe de fu-


teból apresentar jôgo melhor
do que aquele desenvolvido

pelos nacionais frente à rapa-


ziada escandinava. Nosso es-

quadrão jogara com uma pre-


cisão de máquina, brilhando Jalr assinala o 2° tento brasileiro
ANUÁHIO ESPORTIVO BRASILEIRO 83

Espanha 1

possibilitou a afluência da-


quela enorme massa humana
ao Estádio Municipal. A ex-
pectativa era bem mgior do
que aquela antes do prélio
contra os suecos. Afinal,
tratava-se do quadro que
vencera os ingleses, conside-
rados até então como os «reis
#
do futebol».

Primeiro Tempo

A constituição dos dois qua-


dros não apresentou quase
nenhuma alteração. Do lado
brasileiro, apenas Friaça subs-
tituira Maneca, contundido no
jõgo contra os suecos. Do
lado espanhol havia voltado
Panizo, saindo Molowny que
se mostrara inferior ao pri-
meiro.
"goal"
Dado inicio à
partida notou- 3." do Brasil: Chico
se o espanhol
que quadro
daria bastante mais trabalho
ao nosso selecionado do do ao nosso dispostos a repetir a feliz
que que quadro.
os suecos. Os nossos antago- E o esquadrão espanhol mos- contra os suecos.
jornada
nistas se mostravam dispostos trava, de saída, aos brasileiros É bem verdade o cami-
que
a empregar tudo o sabiam todo o seu Em con- nho do triunfo foi mais difí-
que poderio.
para a vitória, que, naquela traposição, os representantes cil, demorando mesmo até
altura, sc mostrava aos espa- nacionais também evidencia-
que pintasse o primeiro goal.
nhóis ainda mais necessária ram desde logo estavam
que Entretanto, Ademir
quando
conquistou o primeiro tento

' para as nossas côres, o qua-


dro nacional reencontrou nova-
mente aquêle «élan» demons-
trado no jõgo contra os
suecos.

''''' Pouco a pouco fomos en-


curralando os ibéricos em sua
' área, de raras
própria onde
^ vézes saiam para uma sórtida
sem maiores conseqüências.
'
O terceto final da defesa es-
^ ^
panhola ficou em pânico ante
as arremetidas fulminantes dos
dianteiros do Brasil, com o
^
^ ataque da «fúria» completa-
mente recuado, à procura do
couro que êles não conseguiam
agarrar. Aos 15 e meio mi-
nutos desta fase, Parra, que-
rendo evitar a queda do seu
arco, colocou a perna no ca-
minho e com isso desviou a

esfera da sua trajetória para


o lado oposto que se
ao ati-
"goal"
4.' do Brasil, ainda por intermédio de Chico rara o Ramallets. Era
goleiro
84 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Segundo Tempo

Recomeçada a peleja nota-


se que o «onze» nacional vol-
tava à cancha disposto a con-
firmar a sua «performance» do

primeiro tempo.
O selecionado brasileiro
continuava a produzir da
mesma forma sem tomar co-
nhecimento dos esforços e da
boa técnica desenvolvida pelos
ibéricos, o que lhes aumen-
tava o valor da produção
realmente notável. Os com-

panheiros de Zarra promo-


viam uma intensa luta no
sentido de diminuírem o escore,
mas eram impotentes ante o
ataque dos nossos e a defesa
do triângulo final brasileiro,

que estava numa tarde de gala.


E os goals foram surgindo.
Logo no segundo minuto de
"goal" Chico, «driblando» vá-
Ademir chuta e assinala o 5." jõgo,
rios jogadores espanhóis, es-
tendeu a Friaça bem colocado,

45 minu- que manda fortíssimo tiro à


tento brasileiro, feito final dos primeiros
o 1.°
meta espanhola para Ra-
Ademir, via Parra. tos, o jõgo se caracterizou por
por mallets fazer uma defesa espe-
um inteiro domínio dos nossos,
Aos 23 minutos, oito mi- tacular, verdadeiramente mi-
êsse feito, só não fizeram mais
nutos e meio após que lagrosa.
Ademir orga- tentos, em virtude do desdo-
o comandante Mas o brasi-
quarto goal
nizou um ataque pelo centro, bramento de Ramallets, que leiro estava «pintando» e, aos
a no limite da mostrou ser um dos melhores
passando Jair onze minutos, os brasileiros
área. O meia brasileiro dis- arqueiros do certame. E o organizam magnífico ataque.
para um potentíssimo pelotaço primeiro tempo finalizou com Ademir corre pela ponta di-
e a bola toma fulminantemen- vantagem de três tentos a reita, centra rasteiro o
a para
te a direção do arco espanhol. meio da área. A
zero o Brasil. grande bola
para
Ramallets esboça a defesa e
couro, *• .s>
chega ainda a tocar no
mas, tal a
potência do tiro
de deixa-a escapar, indo
Jair,
a pelota tocar a rêde por
cima para se aninhar defini-
tivamente dentro do arco dos
ibéricos. Jair conquistara es-

petacularmente o segundo
tento do Brasil. Sete minutos
depois, exatamente aos 30 Yl
minutos, Bigode organiza um
ataque, estendendo a bola a
Chico. O veloz ponteiro
corre, invade a área contrária

em direção ao lado direito e

atira ao arco. Ramallets re-

bate e Ademir, bem colocado,

consegue arrematar para o

notável Ramallets rebater no-


vãmente. Mas Chico, que
estava recuado, recebe a bola

nos e manda-a inconti-


pés
nenti, num chute rasteiro, à

meta espanhola, conseguindo


assinalar o terceiro tento para "goal"
bando. Daí até o 6." c último do goleada brasileira, Zizinho
o nosso
ANUÁBIO ESPORTIVO BRASILEIRO 85

"puxada",
vários não logravam êxito para con- coloca-a, de meia
passa por jogadores
espanhóis e vai ter a Chico terem o ímpeto e a técnica para dentro do arco de Bar-
dos nossos, imensamente su- bosa. Um tento de magnífica
que, num tiro fortíssimo, alto
e calculado, vara a cidadela periores a dêles. feitura, devido unicamente à
de Ramallets que se estatela e Aos 22 minutos de
jogo, displiscência dos nossos ao
nada pode fazer. Logo a Zizinho, após receber de se desinteressarem por uma
seguir, como num relâmpago, Ademir um passe macio, con- maior contagem.
decorrido apenas um minuto trolou a pelota, levantou-a e Esse tento foi conquistado
após a saída dos espanhóis, já de dentro da área dispa- aos 26
Yi minutos de jogo.
exatamente aos doze minutos rou potente chute, assinalan- Responderam os brasileiros e
de jõgo da segunda fase, do de maneira brilhante o Ramallets teve oportunidade

quando as aclamações sa- sexto gôl do Brasil. Ramal- de praticar belas defesas nos

grando o feito de Chico ainda lets ficou estatelado no chão. 21 minutos restantes do pré-
não haviam morrido, eis que Daí por diante, colmo de máo lio. Aos 44 minutos desta
Ademir, recebendo de Zizinho, hábito dos nacionais, desinte- fase, Barbosa pratica arro-

que centrara alto para dentro ressaram-se estes em ampliar jada defesa lançando-se aos
da área espanhola, assinala, o placard, perdendo-se em pés de Zarra, salvando a suai
com pontentíssimo tiro, o passes e filigranas, numa de- méta de um tento quase
quinto tento do Brasil. A en- monstração de virtuosismo certo. E com os brasileiros
trada de Ademir foi relam- sem nenhuma objetividade. no contra-ataque terminou a

pagueante e a bola disparada Isso proporcionou aos espa- peleja com o marcador fa-

pelo atacante nacional entrou nhois oportunidade para con- vorável às nossas cores pelo
como uma bala pelo arco es- seguirem o seu tento de honra. escore de 6 a 1. Um nítido

panhol adentro, dando a im- Num ataque melhor orga- e rotundo triunfo sôbre o
pressão de que furara a rêde, nizado, Basora correu pelo aguerrido esquadrão espanhol
tal a «fúria» do arremesso seu setor, centrando alto. A que viera de vencer os in-
brasileiro! Continuava a bola vaiparar na pequena glêses, até então, apesar do

pressão brasileira, com os es- área brasileira, perto de onde seu desastre frente aos
"yankees",
panhóis entontecidos, mais se achava Igôa, que, sem considerados um
desnorteados ainda do que os perda de tempo, junto à tra- dos mais sérios concorrentes
suecos, envidando esforços que ve direita da rnéta nacional, ao título máximo.

GALERIA DOS RÁDIOS LTDA., onde sua palavra representa dinheiro,

lhes oferece máquinas de costura de todas as marcas, electrólas, rádios, bicicletas

e enceradeiras em 10 e 15 sem entrada e sem fiador.


prestações,

AVENIDA MEM DE SÁ, 92

FONE: 22-5279 e 22-1135


86 ANUÁHIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Uruguai 3

da Paz, decretando es-


por
petacularmente o pírjirieiro
'. '
* goal da tarde. Daí por
\ ,
diante os nordicos passaram
a dominar completamente os
uruguaios, até que, aos 39

minutos, Gigghia, o endia-


brado ponteiro do Uruguai,
recebendo a bola de Gam-
betta, empatou a peleja.
Aos 41 minutos, Melberg
ameaçou de novo Paz. O
arqueiro de Montevidéo vai
' '
ao encontro da pelota, mas

" o faz mal, não tendo Sund-


kvist nenhum trabalho em
aninha-la nas rêdes orien-
¦
tais.

Pouco depois terminava o

primeiro meio-tempo, com a


vantagem de 2 a 1 para
os suécos.

Segundo Meio-tempo
Team do Uruguai
No inicio deste segundo
meio-tempo, os escandina-
vos, animados pelos seus
Perante regular concorren- Matias Gonzales, atira certo tentos anteriores, prosegui-
cia realizou-se, no Estádio e forte no angulo esquerdo ram atacando cerradamente
do Pacaembú, em São Pau- da vala oriental, o arco uruguaio. Reagiram,
guarneci-
lo, no dia 13 de julho,
êste cotejo entre uruguaios e
suécos. Ospaulistas, en-
tretanto, estavam mais preo-
cupados com a peleja que
iria se travar, à mesma hora,
no Colosso de Maracanã,
entre Brasileiros e Espa-
nhois, entre a máquina na-
"fúria"
cional e a celebrada
da terra de Dom Quixote.
Não é nenhum exagero afir-
mar-se que o team de
Svensson superou os da ca-
misa azul celeste na etapa
inicial. Durou essa supre-
macia durante todo os pri-
meiros 45 minutos. Mas
vejamos o que se passou no

gramado do belo estádio

paulistano.

Primeiro Tempo

Saem os rapazes da Sué-


cia, que ameaçam logo a
méta uruguaia. Aos cinco
minutos de jogo, Palmer, em
""goal"
magistral dribling diante de 1. dos orientais
BRASILEIRO 87
ANUÁRIO ESPORTIVO

Suécia 2

os orientais, na sua
porém,
celebre virada, que Fia-

vio Costa não souoe tst.-

mar no match final, eque


nos acarretaria uma derrota

de que culpamos inteirajnen-


"testarudo"
te ao trenador
brasileiro. Júlio Perez, neste

inicio do segundo tempo,

perde magnfica oportunidade

de empatar a peleja. In-

vestem novamente os uru-


e, aos nove minutos,
guaios
Perez, outra vez,
perde •¦^¦^J|ti|H^W^^^*||^^18wB^3PP®^ tfjMjM
mais uma oportunidade, só, ^,,*A
diante do goal suéco, des-
a pelota. Aos
perdiçando
16 minutos, porém, o mesmo

Júlio Perez fez perigar a


meta sueca, tendo o arquei-
' ' " ' '
Svensson de mandar a bola -' *
^
a escanteio. Insistem os ce-
lestes, atacando sempre pe-
rigorosamente, criando situa- O arqueiro suéco defende um chute fraco dos uruguaios

ções difíceis para os nórdi-


cos, até que, quase no fim
Isuécas. Esíava empatada dos uruguaios foi alcançado,
da peleja, aos 31 minutos,
com terceiro gôl, o que
Schiafino, passou, na linha a partida.
lhes daria a chance de dis-
dc fundo, a Miguez, Aos 36 minutos, Svenssoa
que
putar a supremacia mundial
sem perda de tempo manda evita um goal certo de Gig-
do futebol, e que, por mais
a bola ao fundo das redes ghia, mas aos 39, o intento
incrível que pareça, have-

riam de conseguir numa

tarde negra e azíaga paira o


futebol brasileiro, três dias
mais tarde, quando a ce-
do orientador não
gueira
mandou recuar
Jair, ame-

drontado, para médio volan-


te, e fazer nosso jogo pelos
flancos, em passes longos,

para forçar os uruguaios a


correrem, deixando mais de-

safogado o marcadissimo trio

atacante do Brasil.

Todos os entendidos vi-


ram isso, menos o teimoso
"coach" "Re-
brasileiro.

quiescat in remorsum", que


isso fique consignado nêste
fiel repositório da Copa do
Mundo, para escarmento do
mesmo. Miguez foi o au-
tor da façanha do terceiro
"goal"
uruguaio contra os
-r-
suecos, como Gigghia iria
ser o do malfadado match
Esgrimagem na porta da méta suéca contra os brasileiros.
88 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Suécia 3

Os espanhóis eram mesmo os


favoritos para a terceira co-
£& locação no certame. Por sua
.
' - <" " vez, a Suécia iria se em-
1 pregar a fundo para conse-
seguir o triunfo, repetindo o
feito anterior contra os uru-

jjjj^ guaios, quando estiveram a


^ vencer, depois empataram

para perder nos últimos mi-


^ ^ nutos do jogo. A grande
praça de esportes da Pauli-
céia, assim mesmo, apanhou
uma concorrência regular,
constituída quase tôda ela de
^ elementos da grande colônia
espanhola de São Paulo. Por
^ ^
isso mesmo, findo o embate,
a decepção era grande, já que
os suecos se mostraram em
tôda altura do match supe-
riores aos ibéricos.

Primeiro Tempo

O feam da Suécia
Logo no inicio da peleja
notou-se a melhor coordena-

ção dos suecos, que lutavam


Data ; 16 de julho de 1950 elevado escore de 6 a 1. Por com bravura e uma técnica

(domingo). isso mesmo a «ex-fúria» sentia mais acurada. Seus homens


a necessidade de uma rehabi- se mostravam mais coesos,
Local: Estádio do Pacaem-
litação, a recolocasse, fazendo alarde de um jôgo
bú (São Paulo). que
menos no seu país, rápido, infiltrador e objetivo.
pelo
dentro daquêle de Suas diversas linhas foram
prestígio
QUADROS
quando levara a poderosa se assenhoreando da cancha
equipe inglêsa de vencida, até forçar, com êxito, o recuo
Suécia: Svenson; Samuelson
embora pelo escore minimo. da defesa espanhola, e, assim,
e Erik Nilson; Anderson,

Johnson e Gvaerd; Johan-


sen, Melberg, Riedel, Pai-

mer e Sundkvist.

Espanha: Elzaguirre; Asenzi

e Alonso; Silva, Parra e

Puchades; Basora, Her-

nandez, Zarra, Panizo e

Jungoza. '§'¦
^ :i 4, ak ^hLAv v^jStwS^Sli'*' |:. <#^W|b
Juiz: Van der Meer (ho- mSb&m <i<y^ jjjH

landes). '
&* '• - :|tj| r
% J.^f'i..'"' \\
Renda: Cr$ 330.550,00.

A última rodada do IV.°


Campeonato Mundial de Fu-
teból, apresentava dois jogos:
Uruguai versus Brasil e Es-

panha contra a Suécia.

A Espanha vinha de sofrer


?v
um revés contundente frente
ao selecionado nacional, pelo Um avanço dos suêcos
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 8©

Espanha 1

conquistarem o primeiro tento


da tarde. Os ibéricos foram
completamente abatidos pelo
entusiasmo e técnica dos es-
candinavos, que pressionavam
velozmente a retaguarda ad-
versária nos primeiros 45 mi-
nutos da peleja. E veio o
segundo tento dos suecos,
deixando os espanhóis com-
pletamente entontecidos, arra-
zados. Pode-se afirmar que
a exibição dos suecos nesta
fase foi primorosa, bastante
aciíma da dos espanhóis, não
dando chance a que os ibé-
ricos se armassem uma só
vez. Mais uma vez, depois
da peleja contra o Brasil,
demonstraram os espanhóis
jogar um fuetból fraco, muito
diferente do nosso.
O goleiro espanhol defende escanteio-
para
Como todos os quadros eu-
ropeus, jogam os espanhóis
um futebol excessivamente a contagem favor
a seu aos ção, que todavia não surtiu
lento, sem aquelas infiltrações 33 minutos, por intermédio do grande efeito em virtude da-
perigosas dos sul-americanos. seu centro-médio Belberg. firme resistência dós escandi-
Gainza, que maravilhara a navos. Tanto assim que, a
crítica européia, nos jogos Segundo Tempo despeito da reação, o placard'
contra Portugal, não provou ainda sofreu alteração a favor-
no Brasil ser um ponteiro à Continuaram os suecos a
dos suecos, que chegaram a
F.Jtura dos seus antagonistas, pressionar a área espanhola,
os brasileiros ou uruguaios. O fazendo de um marcar a vantagem de três-,
gala jõgo
primeiro goal foi conquistado muito mais produtivo. Os tentos a zero. Essa nova
aos quinze minutos por Sundk- ibéricos, é bem verdade, es- conquista da Suécia teve o-
vist, tendo os suecos elevado boçaram nesta fase uma rea-
condão de provocar uma «fu-

liosa» reação dos castelhanos,

que tentaram a todo custo>

vazar as rêdes de Svenson.

Conseguiram, afinal, o seu-

intento, mas os suecos, que-


demonstraram jogar o melhor

futebol da Europa, não per-


mitiram que eles fossem além-

dêsse tento de honra. Mar-

caram goals na fase derra-

deira, para a Suécia, aos

34 minutos, de um magnífico

passe- de Joansen, Palmer.

Três minutos depois, Zarra,

numa arrancada desesperada,

marcou o único tento para o-

seu bando. E o embate ter-

minou favorável à Suécia,,


"goal" "fúria"
3.° da Suécia, que liquidou a per 3 a 1.
|

A VITÓRIA

(9 brilhante
Obdulio Varela feito

Duas vezes

Campeões Olímpicos

Justo se torna enaltecer, nesta resenha sôbre a realização do IV.0 Cam-

peonato Mundial de Futebol, a magnífica atuação do esquadrão uruguaio

frente ao selecionado brasileiro, na- finalíssima da Taça Jules Rimet. Sim,

porque tudo estava a nosso favor: o campo, uma torcida avaliada em cerca

de duzentas mil pessoas, a força moral que trazíamos dos escores espeta-
culares frente aos categorizados esquadrões da Suécia e da Espanha, ven-

cedores da Itália e da Inglaterra, respectivamente, e, sobretudo, a grande,

Matias Gonzalez a incomensuravel vantagem de que um simples empate nos bastaria para
alcançarmos o triunfo sôbre os nossos tradicionais adversários, os denodados

uruguaois. Mas isso não foi possível, porque venceram os uruguaios, com

uma fibra que mais uma vez veio demonstrar a sua grande vocação para
campeões mundiais do futebol.

E mais avulta, todavia, a vitória da camisa celeste quando se sabe que


o onze brasileiro vinha de ser elogiado, em prosa e versos, pela crítica

estrangeira, qualificando-o como invencível, malabarista da pelota, máquina

de fazer gõls, e outros qualificativos encomiásticos. Os orientais pisaram


o gramado com a firme deliberação de vencer, com essa fé que remove

montanhas, os olhos pregados no pendão de sua Pátria estremecida, o


TO Uruguai. E foram a frente. no final do
para Já primeiro tempo eles tinham

ganho a batalha, porque haviam conseguido neutralizar completamente as


investidas, antes desconcertantes, do trio constituído por Zizinho, Ademir
"Colosso
Gambetta e Jair. E agigantou-se no gramado verde do do Maracanã" a
figura do veterano Obdulio Varela, impressionante, com uma flama e um
"élan"
de autêntico mestre da pelota.

Gigghia Júlio Perez Miguez


DO URUGUAI

dos uruguaios Maspoli

D uas vezes

Campeões Mundiais

O capitão uruguaio comandava -e lutava como um-leão-e se a vitória

nos sorrisse teria sido conseguida a alto preço. Mas veio o segundo tempo.

Depois do tento brasileiro, de um tiro indefensável de Friaça, pa-


primeiro
recia o team do Prata iria ser batido. Mas não. A já celebrada e
que
característica virada, a reação dos nossos simpáticos irmãos sulinos fez-se

logo sentir, aproveitando tôdas as brechas, anulando as investidas dos na-

cionais e tirando do fraco do onze brasileiro, onde Bigode


partido ponto

fraquejava. E veio o tento do empate por intermédio de Schiaffino. Mas


Te/era
os nossos antagonistas o empate continuava a significar a derrota e o
para

malogro de suas mais caras aspirações : a conquista, pela quarta vez, do

cétro de campeões do mundo, essa hegemonia que agora lhes pertence sem

sombra de contestação. Não bastava, pois, que houvessem contido a máquina

brasileira. Precisavam marcar mais tentos. Gigghia, o ponteiro relâmpago,


"colored"
numa falha do nacional Bigode, mandou às redes de Barbosa,

decretando, inapelavelmente, a queda das ilusões daqueles que haviam can-

tado vitória antes do tempo.

Mostrou-se a direção técnica uruguaia infinitamente superior à nossa

tanto quanto ao preparo psicológico ccimo à tática empregada pelos seus

decididos pupilos.

Honra, pois, aos quadri-campeões mundiais, os bravos e destemerosos


Rodriguez Andrade
orientais, que souberam, mais uma vez, honrar as gloriosas tra-
jogadores
dições do futebol da sua Pátria. Fizeram jús à brilhante vitória.

Schiaffino Moran
92 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Uruguai 2

Renda: Cr$ 6.272.959,00

(record absoluto do- mundo


em todos os tempos).

E o incrível aconteceu ! Na
batalha decisiva, ao contrário
do que acontece com a Ingla-
terra, que perde tõdas mas

ganha a última, o Brasil

perdeu a derradeira peleja, em


sua própria cancha, com um

ponto de superioridade na ta-


bela, com a torcida de mais
de 200.000 espectadores a seu
favor e havendo consignado o

primeiro tento, quando, prà-


ticamente, êste eqüivalia a um
segundo, pois que os uruguaios
teriam de fazer dois goals
para vencer. Pois o que pa-
recia impossível se tornou

possível devido a fatores que


analisaremos em crônica a

parte. Foi o maior desastre


sofrido até hoje pelo futebol
brasileiro e não temos dúvida
em prognosticar que os seus
efeitos terão profunda reper-
cussão psicológica durante
muitos anos, abalando séria-
mente o ascenso do «soccer»
nacional.

Para nós, a derrota do


Ademir mais uma vez. . . e Maspoli defende,
falha Brasil não teve começo na-
protegido por Varela
quela malfadada tarde de 16

Local: Estádio Municipal,


""
de ¦ ' M
(Rio Janeiro). , v .
Data : 16 de julho de 1950

(domingo).

Primeiro Tempo : 0 a 0.

Segundo Tempo : Uruguai 2


X Brasil 1 (goals de Friaça,
Schiaffino e Gigghia).

QUADROS

Uruguai: Maspoli; Matias


Gonzalez e Tejera; Gam-
beta, Obdulio Varela e
Rodriguez Andrade; Gig-
Miguez, ?¦
Uzsz
ghia, Júlio Perez,
Schiaffino e Moran. '
- ¦
• . i: ..
Brasil: Barbosa; Augusto e - * < >*' •> * - ,&>
V ,
Bauer, Danilo e *
Juvenal; pi. % ^
Bigode; Friaça, Zizinho,
Ademir, Jair e Chico.

Árbitro: George Readers


Maspoli ou Ademir? Ademir ott Maspoli? Maspoli...
(Inglês).
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 93

Brasil 1

de julho no Gigante do Ma-


racanã, mas sim no Estádio
do Pacaembú, frente à seleção
da Suíça, quando o incrível
«técnico» Flávio Costa co-
locou em campo aquele amon-
toado heterogêneo de joga-
dores, crismando-o de sele-
cionado brasileiro. Dava
Costa a mais absurda prova
de incapacidade e subestimava
um adversário aguerrido, ao
colocar Alfredo na extrema

(o Alfredo, da reserva do
Vasco, que éle, Flávio, não
aproveitara uma só vez du-
rante o Campeonato de
1949!!!), e Baltazar, que só
joga de cabeça, no centro, e
satisfazia os paulistas com a
escalação dos decadentes Rui
e Noronha. E o velho Au-

gusto continuava a ser «pau

para tõda obra», cansando


ainda mais já fatigadíssimo
o
Quase. . . defendendo Maspoli com dificuldade, enquanto Obdulio,
zagueiro vascaino... "goal",
no está atento
E o resultado foi o empate.
Um ponto perdido... e o
moral abatido. a capacidade e nervosismo
se subestimamos precipitação
simpá- dos nossos jogadores, desses
Não analisar aqui combativa dos nossos
queremos
mesmos jogadores que deve-
se houve excesso de confiança, ticos vizinhos orientais ou
riam estar serenos, sereníssi-
mos... A vantagem era tõda
do nosso lado. Não havia
razão para nervosismos ou
complexos histéricos. Se ha-
via alguém que devia estar
nervoso, êsses eram os uru-

guaios, que tinham tudo


contra êles. Mas foram os
orientais os que se mostra-
ram serenos e confiantes, não

perdendo um só momento a
cabeça, fazendo alarde de uma
superioridade moral incontes-
tável. Disso não há como
sair e os jogadores que per-
deram para o Brasil a sua
melhor chance de conquistar
a Copa do Mundo não pode-
rão jamais se redimir.

Perdeu o Brasil quando fal-


tavam apenas 13 minutos

para terminar o embate (sem-


pre o número 13) quando Bi-

gode cochilou mais uma vez e

Barbosa enguliu, nervoso, um

Maspoli batido. . . mas a bolai vai Seria, se o destino frango que ficará na história...
para fóra.
"goal"
o da vitória o Brasil E porque venceram os uru-
quizesse, para
94 ANUÁHIO ESPORTIVO BRASILEIRO

deram muitas oportunidades


de aumentarem o escore com
bolas na trave. Bola na trave,

porém, isso sim, é que é do

jôgo e não é falta de sorte.


O que houve é que jogamos
menos e que os uruguaios

jogaram maise por isso se


sagraram campeões mundiais.
Em futebol, nunca é demais
repetir, o que vale são os

goals, os tentos que se con-


: *. *
*iH* *
f* signam a favor de uma equi-

pe. O resto é conversa fiada.


O Brasil não conseguiu sa-

grar-se campeão mundial de


1950, jogando em sua própria'
casa, porque os seus jogadores
jogaram menos e não tive-
ram fibra para vencer. Essa
é que é a verdade, que deve
ser dita, sem rebuços, sepi
receios ,dôa a quem doer,
aqui nestas colunas de um
repositório histórico do que
foi o IV.0 Campeonato Mun-
dial de Futebol.

Duas expressões opostaspara a história :


Primeiro Tempo
Maspoli consola o velho Augusto desolado . . .
Dada a saída para o jôgo,
desde logo se poude veri-
Venceram porque ti- sorte, então foi de a ficar uruguaios
guaios ? parte que os joga-
veram fibra, jogaram com o parte,' já que os orientais per- vam com conhecimento per-
coração e souberam honrar as
suas tradições de campeões do
mundo. Venceram porque
não se mascararam, porque
deram tudo e não apenas no
final quando as coisas já
estavam pretas, como foi o
caso do nosso selecionado.
Venceram porque têm «pinta»
de campeões mundiais, não
sofrem de complexos de infe-
rioridade, não se atemorizam
com torcidas, mesmo quando
sejam essas compostas de
iypy*^ js
200.000 pessoas. Jogam se-
renos, aproveitando tôdas as
brechas, tôdas as oportunida-
des, tôdas as falhas técnicas
ou psicológicas do adversário.
E jogam um jôgo viril, um

jôgo de homens, porque fu-


teból é um jôgo másculo, onde
as amabilidades cedem, na
cancha, terreno para o jôgo
duro, «macanudo».

Não admitimos um só mo-


mento a alegação de falta de
sorte, com que alguns querem
diminuir a nossa derrota e
empanar a vitória merecida do
Uruguai. Se houve falta de O delírio uruguaio numa justa expansão de júbilo
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 35

feito do nosso futebol, demons-


trando que conheciam tôdas
as nossas «manhas», e mali-
cias, anulando-as. Sabiam

que o trio central, constituído


de Zizinho, Ademir e Jair,
era o ponto alto do selecio-
nado brasileiro e
procuraram
marcá-los tenazmente, o que
conseguiram. Nem Zizinho,
nem Ademir, muito menos

Jair, conseguiram «andar».


Ademir, o Ademir dos «ru-
shes» e fintas, parecia um
bisonho principiante; Jair, que
joga sempre pregado ao gra-
mado, amedrontou-se com Te-

jera, Obdulio e Andrade, e


não soube dizer porque es-

tava em campo. Apenas

Zizinho procurava armar os


seus companheiros, mas nada

podia fazer diante da inér-

cia dos mesmos. Não se


"goal"
lembraram de fazer, nesta O de Schiatino. Nessa altura o Brasil ainda era campeão

fase, jôgo pelas alas, onde


Friaça se mostrava o melhor mento de superioridade abso- não lhes davam tre-
guaios
da linha atacante do lutamente indesculpável, guas. O quadro uruguaio se
jogador já
Brasil. Talvez um senti- aqueles uru- mostrava muito bem armado
por que jogadores
e desfazia tôdas as tentativas
de infiltração dos dianteiros
nacionais. A defesa oriental
se evidenciava ainda mais só-
I31S
lida, mais positiva do que a
ofensiva. Schiaffino, jogador
cerebral, tanto ou mais que
Zizinho, armava constantemen-
te situações pânico para o
de
arco de Barbosa. Júlio Perez
esplêndido e Gigghia, de
cujos pés iria surgir a vitória
uruguaia no segundo tempo»
simplesmente infernal'. Mas a
alma do selecionado uruguaio»
desde o primeiro minuto do

prélio até o trilar do apito


do juiz, foi incontestàvelmente
Obdulio Varelà, o veterano
Varela das canchas orientais.
Não tomaram conhecimento
dó poderio do Brasil, das vi-
tórias espetaculares frente aos
selecionados da Suécia e da
Espanha e marcharam firmes

para a vitória. Contudo, de-


corridos os primeiros 45 mi-
nutos do primeiro tempo, em

que a contagem de lado a


lado não foi aberta, apers-
pectiva de vitória continuava
nas nossas mãos, ou melhor,
nos pés dos representantes do
"colored"
O uruguaio Andrade sendo abraçado pelo Brasil. Que culpa têm os
técnico do seu país uruguaios que tenhamos jo-
96 ANÜÁHIO ESPORTIVO BRASILEIRO

PPP^T/'^":
- conquistado o primeiro tento
i\4'
da tarde e a favor do Brasil.
Conquistando esse tento e

quando tudo indicava que o

jôgo continuaria a ser feito

pelas alas, em passes longos,


eis que, obtusamente, o trio
central insistiu na mesma tá-
tica errada de tentarem as
avançadas pelo centro, com
" o trio constituídopor Zizinho,
^¦1 \ISf TM W^*
>wK& ''TftSfifrlfai Ademir e Jair marcadíssimo,
com a agravante dêsse último

jogar recuado, em evidente


demonstração de querer res-

guardar as suas «preciosas»


canelinhas de vidro... E foi
o que se viu, o que se assistiu
desoladamente em Maracanã.
Os que se mostraram mais
positivos, após o feito de
t
Friaça, foram os uruguaios,

que se atiraram de corpo e


alma ao ataque cerrado e
onde brilhava Schiaffino, jo-
gador de grandes recursos
técnicos, improvizador e ce-
rebral cem por cento. Aos
doze minutos de jôgo, Jair,
recebendo a pelota de Bauer,
íO embaixador do Uruguai Dr. Giordano Eccher, a Zizinho,
passa-a que, de-
confraterniza com o arqueiro Maspoli
pois de driblar Tejera.-devol-
ve-a a Jair só, em frente ao
goal uruguaio. Nervoso, o
gado mal, sem a orientação chute que vai morrer no fundo meia nacional arremata para...
«esperada do «técnico» Flávio das redes uruguaias. Estava fora.
•Costa
para o segundo tempo ?
Mas isto são outros quinhen-
tos cruzeiros...

Segundo Tempo 'J; W. .»


¦ 0P/- ,4 Jjjr

A saída é dada pelos uru-


¦guaios
que vão logo ao ataque
por intermédio de Miguez,
mas Juvenal desfaz e despeja

para o campo contrário. Aos


•quatro minutos
de Zi-
jôgo,
zinho, Ademir,
Jair e Chico
trocam constantemente de po-
sição, fazendo com que a de-
fesa uruguaia se confunda um

pouco. Parecia que o team IS^* -1


brasileiro começava a acertar.
De uma feita Zizinho recebe
de Chico e entrega a pelota
a Ademir, êste devolve-a a Ik .^S^ ,<.4£*9k. jk f / M
Zizinho que endereça um passe
rasteiro a Friaça. O magní-
fico ponta direita nacional,
muito oportunista, fecha livre- A Sra. Volper esposa do chefe da delegação uruguaia, tendo de um
mente sôbre o
goal de Mas- lado o seu esposo e do outro o embaixador urugttaio, empunha, sorri-

poli e arremessa potente dente, o troféo conquistado


99
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Varela. O center-half uru-


cionais. Tentam novos avan- Os uruguaios por diante
daí
insiste na jogada e Da-
ços, mas totalmente desorga- envolvem completamente o guaio
nilo acaba mandando a pelota
nizados, desmantelados e a nosso team. Varela, agigan-
aos de ... Júlio Perez
defesa começa a se desmoro- tando-se, impulsiona o ataque pés
mais uma
nar. Em dado momento, o ata- que vendo Gigghia
oriental, enderençando
vez completamente desmarcado
Schiaffino ia repetir o lance sempre ala de Bi-
que pela a O
encaminha-lhe pelota.
do seu Danilo Vamos tentar descrever
goal, quando gode. Uruguai
direita do
consegue deu a vitória ao ponta
salvar a meta de o goal que
corre celeremente para a área,
Barbosa, sem a Uruguai: — que vinha
que, parado, Jair, Bigode brilhava
onde pela
mínima iniciativa, ia engulir com revoltante dis-
jogando ausência, desfere um chute
mais uma bola de
um tento do dianteiro plicência, recebe rasteiro e fraco, sem
quase
uruguaio. Danilo e tenta driblar Obdúlio
ângulo. Barbosa, atrazado,
atira-se, mas a pelota passa-
lhe entre o corpo e a trave
esquerda do goal. Frango
autêntico do indeciso arqueiro

Mui*. nacional, que, com essa sua


A ffeoLwanca de .
fu*
falha clamorosa, decretava a
depende da boa visibilidade tôdas as esperan-
falência de
^ ças nossas, de cinqüenta mi-
do seu oanpof
Ihões de brasileiros... O cro-
nõmetro marcava trinta e cinco
minutos da segunda fase. Cora
essa desvantagem no
placará,
os brasileiros atiram-se ata-
balhoadamente para a frente,
tentando uma reação, mas

para que esta fôsse eficiente


seria necessário queo não
demonstraram possuir em todo
o decorrer da peleja: sangue
e fibra. Nas poucas e desor-
denadas escapadas dos dian-
teiros nacionais a defesa
oriental mostrava-se firme,
inexpugnável. E o tempo
passava.
Os brasileiros, só então, fal-
tando menos de oito minutos

para acabar
o jôgo, tentam
fazer que o
não fizeram du-
AUTOMOBILISTA! A estatística com- rante todo o jôgo e investem
prova que 70 por cento dos acidentes
de qualquer maneira, «à la
sáo causados pela má visibilidade. Casa
diable», sôbre o arco do vi-
<le ferreiro, espeto de pau. Comigo aeon-
m tece o mesmo; só me lenlbro do limpador gilante Maspoli.
nos dias de chuva E o drama se consuma!

Aquela imensa turba, a


Ligações internas., motores, inclusive
palhetas para maior até hoje reunida em
vidros curvos, controles de ar, hastes ajustáveis, um
co- estádio de futebol no
mandos de corda de aço, molas de segurança, reparações mundo inteiro, maior mesmo
para limpadores dc para-brisas, motores a vácuo, apa- que a população de muitas
relhos elétricos de 6 e 12 volts. — Aparelhos cidades da América
de j(ato grandes
d'água, etc. do Sul, assistia estarrecida e
desolada à tremenda derro-
Resolvemos o mais delicado problema, substituímos, adaptamos, cada das suas mais caras e
damos garantia absoluta dos nossos serviços — Técnicos*
justas aspirações. Os sem-
especializados
blantes de mais de duzentos
mil brasileiros era de causar
piedade ao coração mais em-
faca uma visita a
pedernido. Lágrimas silen-
ciosas corriam pelas faces de
PINHEIRO PIRES milhares de espectadores.
TEL 32-OOiO Todos, menos os onze brasi-

(Continúa na pág. 107)


AVENIDA MBM DESA
100 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

Aquêle faltou
que

no selecionado brasileiro...

i.iii: .I i jifiinninr- ""'*

LEON1DAS

Charutaria e Bomboniére
JOALHERIA YPIRANGA

JÓIAS Sul-Americano

RELÓGIOS
Variadu estoque de cigarros nacionais e

OBJETOS PARA
estrangeiros, isqueiros, bijouterias, etc.

PRESENTES
AV. PRESIDENTE WILSON, 198-B

Rua 7 de Setembro, 136 43-3055 Rio de Janeiro


ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 101


REGULAMENTO (Continuação)

grafias individuais deverão chegar à Secreta- Em caso de prorrogação será concedido um


ria de P.I.P.A. 30 dias antes da primeira par- descanço de 5 minutos depois de terminado o
tida da Competição Final. tempo regulamentar, porém não entre os dois

A Secretaria da F.I.F.A. cuidará da tempos da prorrogação.


, pu-
listas. Se não fôr obtido nenhum resultado decisivo
blicação destas
As inscrições deverão ir acompanhadas dc depois de uma partida de desempate seguida de

uma taxa inscrição de 300 francos suíços. prorrogação, continuar-se-á o jôgo com mais
de
uma prorrogação de 15 minutos.
Para a Competição Pinai será percebida
Se depois de três
prorrogações de 15 minutos
uma cota especial suplementar de 500 francos
cada, não fôr marcado nenhum goal, caberá a
suíços por equipe participante.
Comissão Organizadora decidir.
As inscrições recebidas depois da data de
Logo que fôr marcado um goal em uma
encerramento poderão ser excepcionalmente
das prorrogações excepcionais, se dará por ter-
aceitas si o Comitê Executivo reconhecer a con-
minada imediatamente a partida
veniência das mesmas; neste caso as taxas de
inscrições serão pagas em duplicata.
TRIBUNAL DE APELAÇAO E
A retirada ou não comparecimento de uma
RECLAMAÇÕES
Associação Nacional inscrita, se fôr verificada
com menos de 6 meses de antecedência à data
Art. 10 — Os membros do Comitê exe-
fixada para a primeira partida da Competição
Final dar lugar, eventualmente, segundo cutivo da F.I.F.A. presentes à Competição Fi-
pode
as circunstâncias, a fiquem cargo da nal. exceto os que fazem parte da Comissão Or-
que a
dita Associação, decisão do Comitê Executivo, ganizadora. constituirão o Tribunal de Apela-
por
os ocorridos ou decorrentes, em vista da ção para decidir em última instância.
gastos
sua à Competição Final, e todos O Comitê Executivo poderá eventualmente,
participação
os eventuais. para exercer sua missão no Tribunal de Apela-
prejuízos
ção, ser completado com personalidades com-
ÁRBITROS E JUÍZES DE LINHA PEtentes escolhidas fora do seu seio.
Para serem válidas as reclamações contra
— nas
Art. 8 Os árbitros ejuizes de linha a qualificação dos jogadores, deverão estar em
partidas eliminatórias e nas da Competição Fi-
nal. deverão pertencer a um país neutro. Para

as partidas eliminatórias serão indicados pelas


duas Associações interessadas e em caso de de-

sacordo na escolha, pela Comissão da Arbitra-

ficando entendido que os árbitros devem : Restaurante, Café e Bar


gem,
figurar na lista de árbitros internacionais.

Os árbitros e juizes de linha para a Com-


Sol Americano Ltda.
petição Final serão designados pela Comissão
de Arbitragem. Devem figurar em uma lista

prèviamente estabelecida por esta Comissão.

CLASSIFICAÇÃO — DURAÇAO — DAS


ALMOÇOS
— j:
PARTIDAS DESEMPATES

Art. 9.° — Cada partida terá a duração de


90 minutos — em 2 tempos de 45 minutos, com jí CAFÉ
o descanço previsto nas Regras do jôgo — . A
classificação será por pontos: dois pontos em
|: LANCHES
caso de vitória, um ponto em caso de empate e
nenhum em caso de derrota. Se uma
ponto
equipe a uma — salvo
não comparecer partida
motivo de maiorfôrça reconhecido pela Co-
?
missão Organizadora — será considerada como
derrotada e, ainda será castigada perdendo um

ponto da sua classificação.

No caso em que. depois das partidas da

primeira ou da segunda fase, duas equipes se Avenida Presidente Wilson, 198--B


encontrem em igualdade de condições na con-
tagem de pontos, deverá ser jogada entre essas — Rio de
Fone: 32-6134 Janeiro
duas equipes uma partida de desempate com

prorrogação de dois tempos de 15 minutos cada


ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO
102

menos 5 Cada equipe usará as cores de seu pais;


do Tribunal de Apelação pelo
poder constar do
estas cores e sua disposição deverão
dias úteis antes da data da primeira partida
pedido de inscrição regulamentar.
da Competição Final.
No caso em que as cores de duas equipes
Podem ser enviadas por via aérea registra-
devendo, neste último que deverão enfrentar-se, se prestam para pos-
da ou telegràficamente,
sívels confusões a juizo da Comissão Organi-
caso, ser confirmadas por escrito.
zadora, uma delas deverá modificar as suas co-
Tais reclamações serão discutidas pelo Tri-
res. A equipe deverá realizar a troca será
buna! de Apelação. que

de ordem técnica deverão designada por sorteio.


As reclamações
número de acordo
ser entregues por escrito uma hora depois da Os jogadores levarão um
aos representantes do com as indicações que serão dadas pela Comis-
terminação da partida,
Tribunal de Apelação que assistiram ao encontro. são Organizadora.

Serão discutidas pelo Tribunal de Apelação.


deverá ser acompanhada ATAS DAS PARTIDAS
Tôda a reclamação
de uma taxa de 200 Frs. suíços. — de cada o árbitro
Art. 12 Depois partida
Em caso de ser resolvida favoràvelmente relatório em formula-
designado redigirá um
a reclamação, os 200 Frs. suíços serão devol- imediatamente à Co-
rio oficial, que remeterá
vidos à Associação que a formulou.
missão Organizadora.
O Tribunal de Apelação funcionará como é obrigado
Além, dêste relatório, o árbitro
órgão de disciplina e poderá adotar uôda a classe da arbitragem, o
a fazer um relatório especial
de medidas disciplinares, compreendida a im- de Árbitros.
qual será entregue à Comissão
de multas, a desqualificação de joga-
posição
dores e a exclusão de Associações. CAMPOS DE JOGO

Ar. 13 — A Associação Nacional Organi- •


JOGADORES E CORES DAS EQUIPES
zadora da Competição Final deverá assegurar-

Art. 11 — Cada modificar a seu se de os campos, nos quais serão disputadas


país poderá que
composição de sua equipe, de uma as reunam as condições fixadas pelas
gosto a para partidas,
Regras do jôgo para partidas internacionais,
outra partida, incluidos os casos de desempates
estejam em bom estado no que diz respeito ao
de partidas empatadas, com a condição de não
terreno como às instalações, e que a ordem, nas
serem utilizados jogadores ser.ão os 22 decla-
rados na lista. mesmas, estará garantida.

HOMEIUGEM
H0M E M AOS
AOS C1PE0ES
CAMPE0ES I1HS
MUNIS

IE FUTEBOL

DA
DA CID
CIDADE
CIDADE B0T0F0G0
B0T0F0G0 LIDA.
LIDA.

TECIDOS, ARMARINHO, NOVIDADES

Revoluciona o tradicional bairro de

Botafogo com seus artigos da sema-

na, muito abaixo do custo.

40 — RIO
RUA SAO
SÃO CLEMENTE N.°
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO ÍOÍ

URUGUAI

Como uma homenagem, por todos os motivos grata ao nosso espirito, damos,

nesta nossa edição comemorativa do IV." Campeonato Mundial de Futebol, as caracte-

risticas da bandeira uruguaia e seu escudo, btfim como o Hino Nacional do Uruguai, em

castelhano e português. Ei-lost

PAVILHÃO NACIONAL - A lei criadora colocação de ramos à esquerda e direita e pres-


do pavilhão nacional data de 1828 e foi ditada crevia que as inscrições que deve levar o es-

pela Assembléia Geral Constituinte e Legisla- cudo sejam sempre a ouro, ou imitação
pintadas
tiva do Estado. Em seu único artigo estaba- deste, com exclusão de tôda outra cõr.
"O
belece : :Pavilhão Nacional será branco
HINO NACIONAL — A 8 de julho de
com nove faixas de cõr azul celeste, horizontais
1833 o Govêrno declarou Hino Nacional a can-
e alternadas, deixando no lado superior do
ção patriótica devido ao estro poético de Fran-
mastro um quadrado branco no qual se colocará
cisco Acuna de Figueirôa; e a 18 do mesmo
um Sol".
mês, aniversário da Constituição do Estado,
Dias depois o mesmo Poder estabeleceu o
foi cantado por crianças das escolas públicas
botão de lapela nacional de cõr azul celeste.
na praça Mayor e por cõro de artistas no
A 11 de julho de 1830 a mesma Assembléia teatro.
"Cons-
reformou o pavilhão, resolvendo que êle
Foi autor da música do hino nacional o
tará de quatro faixas azuis, horizontais, em
Músico-Mór do Exército e Guarda Nacional.
campo branco, distribuídas com igualdade em
F. J. Debali, segundo comprovantes no Museu
sua extensão, permanecendo nos demais confor-
Histórico Nacional.
me estabelece a lei de 16 de dezembro de 1828",

A 1.° de janeiro de 1829 a bandeira nacional A 12 de julho de 1845 o Govêrno da época

foi benta na Matriz de Montevidéu e arvorada aprovou as correções feitas no poema pelo seu

no alto dos edifícios públicos pela primeira vez, próprio autor.

o que deu motivo a celebrações religiosas e


Damos a seguir duas estrofes do canto e
festas populares de caráter patriótico.
cõro, na linguagem original e em sua tradução

ESCUDO — Quanto ao escudo, a Assem- para o nosso idioma :

bléia estatuiu, com a lei de 14 de março de


"Será
1829, que um oval coroado um sol CANTO
por
e quarteado com uma balança símbolo de
por
Libertad ! Libertad ! Orientales,
igualdade e justiça, colocada sôbre esmalte azul,
este grito a la Patria salvó,
no quadro superior da direita, no da esquerda,
que a sus bravos en fieras batallas
um cavalo solto como símbolo da liber-
de entusiasmo sublime inflamo.
dade, em campo de prata, e no da esquerda,
De este don sacrosanto la
o cêrro gloria
de Montevidéu como símbolo de força,
merecimos... ! Tiranos, temblad !
em campo de no inferior da di-
prata, quartel
! Libertad, en la lid clamaremos,
reita, sôbre esmalte azul, um boi como símbolo
y muriendo también, libertad !
de abundancia".
! Orientales ! mirad la bnndera
Adornam o escudo troféus militares de ma-
de heroísmo fulyente crisól;
rinha e símbolos de comércio.
nuestras lanzas defienden su brillo
Em outubro de 1908 foi baixado um dc- nadie insulte la imagen dei Sol !
creto que. sem modificar o escudo existente,
já De los fueros civiles el
"Êle goce
determinou todavia, seria orlado
que por sostengaincs; el código fiel
y
dois ramos de oliveira e louro, unidos na base veneremos inmune y glorioso,
por um laço azul celeste" e indicava ainda a como el Arca Sagrada, Israel.
104 ANUÁRO ESPORTIVO BRASILEIRO

Itajubá Hotel A RENDA DO CAMPEONATO

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fnglaterra X Estados Unidos 310.785,00

(Belo Horizonte)
! Orientales, Ia Patria o la tumba !
Iuogslavia X Mexico. ...... 320.410,00
! Libertad, o con gloria morir! Alegre)
(Porto
Es el voto qu£ el alma Brcsil X Iugoslavia 4.619.682,00
pronuncia,
(Rio)
y que heroicos sabremos cumplir.
Italia X Paraguai 853.770,00

(Sao Paulo)

Tradução Inglaterra X Epsanha 2.510.320,00

(Rio)
Uruguai X Bolivia... 160.720,00
CANTO
(Belo Horizonte)

Estados Unidos X Chile. . 285.888,00


Liberdade ! Escutai, uruguaios
(Recife)
êste grito que à Pátria salvou;
Sui?a X Mexico 94.700.00
que a seus bravos em féras batalhas
(Porto Alegre)
de entusiasmo sublime inflamou. Brasil X Suecia 4.996.177,50
Liberdade! este dom sacrossanto!
(Rio)
merecemos... Tiranos, tremei! X Espanha 1.670.130,00
Uruguai
Liberdade ! — na luta brademos — (Sao Paulo)

Liberdade ! por ti morreremos. Brasil X Espanha 5.682.000,00

Uruguaios ! olhai a bandeira (Rio)

de heroísmo fulgente Uruguai X Suecia 248 550,00


crisól;
(Sao Paulo)
nossas lanças defendem seu brilho
Brasil X Uruguai.. •• 6.272.959,00
ninguém ouse insultar-nos o Sol !
(Rio)
Sustenhamos dos fôros civis
Succ'a X Espcnha 330.550,00
o prestigio; e ao código fiel.
(Sao Paulo)
Venceremos, imune e glorioso
como a Arca Sagrada, Israel. TOTAL 36.483-601,20

Eis aqui o total geral do campeonato do


CORO
mundo; Cr$ 36.483.601,20.

Novo recorde mundial ! prelio Brasil x


Uruguaios, a Pátria ou a tumba !
Uruguai, efetuado no Maracana, somou a
Liberdade, ou com glória morrer!

voto monumental importancia de Cr$ 6.272.959,00.


Eis o que na alma fazemos

e que heroicos queremos manter!


ANUARIO ESPORTIVO BRASILEIRO 105

0 II
futebol era um crime

O futebol é o espetáculo nacional dos in- cardo II.". Quem quer que praticasse o fute-

Pelo se entre nós, é fácil boi era conduzido à presença do juiz e con-
glêses. que passa,
calcular o se na Inglaterra por oca- denado.
que passa
sião dessas nas os jogadores se Henrique IV.°, Henrique VIII.° e Elisabeth
partidas, quais
uns sôbre os outros com um furor não se contentaram em manter a proibição.
precipitam
inaudito, assistidos por multidões imensas que Agravaram as penas e chegaram a qualificar
servem de de crime o jogo de futebol.
público.
Em Dublin conserva-se o texto de uma
O governo protege-o, desenvolvendo o jogo
sentença proferida em 1579 contra o indivíduo
nos colégios e nos quartéis. Denis Wogan. Num campo afastado reunira
No entanto, nem sempre foi assim. Em Wogan alguns amigos se divertirem
para jo-
certa época da história da Inglaterra, os reis uma bóla deveria entrar num lugar
"sport" gando que
desaprovavam enérgicamente o que era defendido. Denunciaram-n'o. Denis Wogan,
por êles considerado como brutal e capaz de confessou. Condenaram-n'o a duas libras
preso,
dar á mocidade idéias de violência, pouco com- multa
de e a uma semana de prisão.
pativeis com a dignidade moral dos cidadãos. hoje
Se os governos aplicassem, em dia, a.
Eduardo II, em 1314, decretou a mesma sentença a todos os jogadores de futebol,
primeira
proibição que foi reforçada em 1389 Ri- não haveria orçamento com déficit.
por

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106 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

PORQUE EI
PERDE t/1

Quando esta edição comemorativa da Copa outros autênticos valores dos Estados, entre os

do Mundo — o IV.° Campeonato Mundial de quais o magnífico goleiro paranaense Planika, mil

Futebol ¦— estiver circulando em todo o Brasil, furos acima dos outros dois conservados pelo

no Uruguai e nos outros disputantes, já «magister dixit» dos «técnicos»- nacionais... E a


países
terão decorrido cerca de dois meses após o tesoura flaviana continuava impiedosa na sua
pesa-
dêlo durou noventa minutos no verde obra iconoclasta e afiada como gume de alfange.
que gramado
e macio do Gigante de Maracanã. Muito Cortou Píndaro e mais Mauro, com alegações
pro-
teremos deixado medear esse espaço pueris, que o Sr. Martinelli arrazaria mas não
positadamente
de tempo entre a derrota do Brasil e o nosso encontraria eco nem bom senso entre os outros

comentário, qi.e deverá ser sereno, sem a inefáveis paredros da comissão, a qual dizia
paixão

que obumbra os espíritos nos primeiros momentos. «.amém» a tudo que o ex-infantil do Flamengo

Mas nci'i isso deixar de registrar a exigia. E Pinga também não escapou à ceifa
por poderá
verdade, esta edição foi feita flaviena. Por fim, ou «alfim», em estilo quinhen-
já qv.c para perdurar,
c acontece às críticas apressadas da imprensa tista, houve o parto da montanha. Soube-se oa
que
diária, no dia seguinte ao nomes dos selecionados e desde logo, para os
jôgo.
Muito sc escreveu a respeito do inexplicável, isentos de clubismo, o esquadrão brasileiro era.. .

do inaudito, do incomensurável desastre do sele- o «team» do Vasco enxertado de alguns elementos

cionado nacional na tarde de 16 de daqui e de São Paulo para tapear. Barbosa.


fatídica julho
de 1950. Queremos, aqui, neste repositório dos Augusto, Ely, Danilo, Alfredo, Ademir, Maneca,

eventos tiveram lugar durante a disputa da Chico... sendo que, com exceção apenas de
que
Taça deixar consignada a culpa dos Alfredo, os outros estiveram sempre escalados
Jules Rimei

nos levaram àquela irreparável catástrofe, para os jogos da Taça. Era o comêço do fim.
que
outro nome não encontramos situá-la E vieram os jogos. Tivemos como nosso
porque para pri-

do nacional. meiro antagorusta os simpáticos rapazes do sele-


no ponorarr.a futebol
Tiveram tudo os brasileiros cionado mexicano, sem dúvida o mais fraco do
jogadores para
aqui advérbio certame. Vencemos os aztecas de quatro a zero,
conquistarem folgadamente, (e êsse

cabe também ctm o triunfo. Primeira- mas não se diga que arrazamos o esquadrão me-
folga),
mente a concentração o de xicano. Longe disso. Custamos mesmo a acertar
para preparo físico
Poços de Caldas, em clima ameníssimo, com o o passo até que Ademir consignasse o primeiro

máximo conforto, bem melhor estimulados. tento. Veio depois a Suíça e foi aquela água.
pagos e

Depois, o incrível Flávio Costa não con- Quase perdemos dois pontos, que nos desclassi-
quando
seguia coordenar os «players» dos dois ficariam. Afinal conseguimos perder apenas um.
folgados
selecionados — A — E os outros jogos vieram... E o peito do Costa
e B foram êles encaminhados

uma luxuosa vivenda nas montanhas começou a inchar. Inchou tanto de vento
para que que

circundam a Cidade Maravilhosa. E rebentou nos dois a um que o técnico uruguaio e


o fabuloso
selecionador continuava a não acertar a se- Varela lhe arrumaram pela prôa. Dias mais tarde
com

leção, sofria contundentes reveses a veio o selecionador à público para dizer que u
que frente
bisonhos «sp&rrings-teams» se lhe antepunham culpa da nossa derrota não cabia a ele. Cosia,
que
em matches-treinos. Finalmente havia chegado a mas sim... (a quem ?) aos seus pupilos, que não

<hora da onça beber água», ou melhor, haviam obedecido às suas ordens no jôgo final
a hora

em a FIFA saber o nome dos 22 e à imprensa, sim senhores, à imprensa, que tanto
que queria joga-
dores comporiam o selecionado nacional. o prestigiara no seu trabalho demolidor... Arran-
que
E o Costa corta daqui e corta d'acolá, /ara o Flávio Costa não apenas um bóde expia-
acabou

seccionando o de melhor se apresentava como tório, mas doze : os onze rapazes do selecionado
que

legítimas esperanças do «soccer» nacional. e mais a imprensa, hidra de mil cabeças o


para

Aparou cerse a inclusão de Brandãozinho. ex-primus-inter-pares !

dias depois «ensoparia» o selecionado Não queremos, em absoluto, isentar os


que poucos joga-
carioca no jôgo inaugural do Estádio de Mara- dores que integraram o selecionado nacional da
canã. Não convocou Cláudio, como também culpa lhes cabe na nossa derrota. Não.
que
ESPORTIVO BRASILEIRO 107
ANUÁRIO

na consciência a Não determinou o inefável Costa que êsse jôgo


Todos êles devem carregar

de bravura necessária de alas se fizesse em passes longos, o que forçaria


sua [alta de fibra, de sangue,

tão definitivo. Todos êles se fizeram aos marcadores montevideanos a correr e se can-
em jôgo
irremissíveis a opinião sensata e sarem em campo, além de exigir maior tempo nas
réus perante

desapaixonada mas que o Flávio Costa queira o seria de grande vantagem para
jogadas, que

descarregar nas suas costas e na da imprensa a de zero a zero ainda estava ganhando.
quem
conseqüência da sua inabilidade, com isso é que Nem, tampouco, recuar os dois centro-avantes
fèz
não estamos de acordo, que não compactuamos. auxiliarem a defesa. Não, o Flávio não
para
B a êle, em lugar a êle, Flávio Costa, os
primeiro tugiu nem mugiu. Mas, depois do desastre,
cabe noventa por cento da responsabilidade e mais as costas
que culpados foram os seus discípulos
do vexatório desastre. Por todos os motivos já
largas da imprensa brasileira. .. Ora, o Flávio !
apontados e ainda mais pela sua mussulmànica
Não. Se a culpa cabe em parte aos que inte-
indiferença não determinando, no intervalo dos
o esquadrão do Brasil no jôgo final e
graram
45 minutos, que Jair-Canela-de-Vidro,
primeiros decisivo, apatia das suas em muito
pela jogadas,
apavorado com a virilidade de Varela, Gambeta
maior dose cabe a êle, Flávio, que, desde os
e Tejera, recuasse e acudisse ao «colored» Bigode,
iniciais, se mostrou clubista, teimoso,
e mais um seminarista em preparativos
que falhava parecia
julgando-se incriticável, intocável e infalível. Foi,
campo. Falhou o técnico não ordenando que o

portanto, o fruto dessa sua teimosia e incompe-


jôgo se fizesse pelas alas, já que o trio constituído

Ademir e Zizinho vinha sendo eficiente- tência a causa maior do desastre de 16 de julho
por Jair,
mente anulado seus marcadores orientais„ de 1950. — M. F.
pelos

ITÁLIA 2 viam feito o impossível: con- de julgá-los, marcando-lhes na


seguiram perder um jôgo que história do futebol nacional o
X
já estava ganho para o Brasil... lugar que lhes compete.

PARAGUAI 0 A posteridade que se incumba M. F.

controlando bem a pelota.


Quanto aos guaranis, demons-
traram, mais uma vez, tôdas
as suas características de im-

pressionante combatividade,

pecando apenas em demasia-


das filigranas diante do arco ARTIGOLMENS
adversário.

Quando trilou o apito do


Viajantes e
Sr. A. E. Ellis, haviam ven-
cido merecidamente os italia-
escolares
nos pela contagem de dois a
zero.
comprem as

1
BRASIL 1 suas mala*

X na

URUGUAI 2

leiros que em campo conti-

nuavam mongólicamente im-


fflikx h 1^//i?
passíveis, álgidos, polares, in-

sensíveis, alheios à catástro- wShakm


It Fnliiir^ /frT i'lS.tmm

fe por êles provocada, numa


ll 111 ll I' Inllfliillfn fri I
completa ausência de senso de ^ / Mi it
y
responsabilidade. E o trilo
do juiz se fêz ouvir dando

por terminada peleja fatí-a


dica. RUA. DA CONSTITUIÇÃO,
Consumara-se o drama 10
no gramado de Maracanã !
Os jogadores brasileiros ha-
ANUARIO ESPORTIVO BRASILEIRO
108

DISSE:
GAMBETTA

"Os
excesso de favoritismo
brasileiros perderam por

a Confederação Brasi-
28 de Outubro do Maracanã, e isso porque
Na revista O Cruzeiro, de
bela façanha no gramado de
Guimarães, em atraente repor- como prêmio da sua
corrente ano, Josué até agora a do
leira de Desportos retem quota
em Montevidéo com os campeões
tagem procedida decorridos mais de três meses do en-
Uruguai,
celeste, teve oportunidade de Fu-
mundiais da camisa do IV Campeonato Mundial de
cerramento
com- todos êles e conta-nos da simpli- nem se empenham
se avistar teból. . . Mas nada reclamam
dos azes uruguaios. Não do campeonato uru-
cidade característica com menor ardor nos jogos
"mascaramentos" Não se
há nem atitudes falsas. belo exemplo de esportividade e pa-
guaio. Que
de vento aqueles que souberam tão bri-
triotismo fornecem êsses rapazes aos nossos joga-
encheram "propinas,
Taça Rimet , se- de mesmo quando
lhantemente conquistar a Jdles dores, ávidos gordas
êles
nem com- campeonato que estaria ganho se
renamenie, bravamente, sem nervosismos perdem um
uma multidão de tivessem feito mais força.
plexos de inferioridade, perante
artigo na
torciam contra E o repórter assim finaliza o seu
mais de duzentas mil pessoas que
"player" revista carioca : Não temos dúvida
o magnífico orientai prestigiosa
êles. Gambetta,
alguma, agora, do segredo que tornou o Uruguai
teve oportunidade de se externar sôbre a derrota
mundo : absoluta consciência dos
campeão do
cõres ao ágil repórter brasi-
sofrida pelas nossas da responsabilidade que pesava sô-
fôrma transcrevemos seus jogadores
leiro, da seguinte (o que
"O receberiam
"data o campeo- bre cada um, independente de quanto
veoia") : — Brasil perdeu
"excesso
de favori- após a partida ou mesmo após o campeonato ga-
nato mundial de futebol por
disso está no fato de até agora
culpa- nho. E prova
tismo" e os jornalistas são tremendamente Mas
haverem por êsse^ motivo.
criaram os jogadores nada percebido
dos da situação que para
de dar tudo
o Prefeito An- nem por isso deixaram ou deixarão
brasileiros." E acrescentou que
as vitórias da camiseta azul-ce-
Mendes de Moraes, com o seu discurso de que saibam para
gelo terra. A modéstia também faz cam-
da muchachada leste de sua
incentivo destruiu os nervos
"Uma combina bem com a técnica. E
— diz Gam- peões, quando
brasileira. partida de futebol dos campeões do
tem sido essas as duas armas
betta — é para ser ganha em 90 minutos, jogando
o quadro mundo de hoje."
com os pés e com a cabeça. Quando
líquida Vem a propósito essa transcrição sôbre
muito
do Brasil entrou em campo já tinha como
o certo de Gambetta
finali- julgamento psicologicamente
a vitória e isso o derrotou, somente isso,"
sôbrie o método dos
uruguaio na e o apreciação de Guimarães
zou o destemido e inteligente jogador
aquilo contra o que
Guimarães. uruguaios, pois vem reforçar
sua palestra com Josué de en-
sôbre a sempre nos batemos : líricos derramamentos
O jornalista faz, depois, considerações adversários.
tusiasmo e subestimação dos nossos
na risonha
vida que levam os campeões do mundo ro-
minuciosamente E. depois do desastre, procuraram explicações
capital do seu país, descrevendo
derrota. Não, ela foi fruto
irradiante daqueles muchachos sim- mânticas para a nossa
a simpatia e
daquilo acima disseram o jogador uruguaio
sem empáfias, ganham relativamente que
pies, que
o brasileiro.
pouco, atendendo-se ao renome e cartaz de cam- jornalista
até hoje E nada mais .
do mundo. Nada receberam êles
peões

S. A.
CAFETEIRA BRASIL-EIRA
BRASILEIRA

e Comercio
Comércio de Metais e seus Artefatos)
(Industria
(Indústria

88 — FONES : 48-0661 E 48-0560


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FUNDADA EM 21-2-1918

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REALIZADOS CR$ 8.426.859,30
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MAIS ANTIGA, AFAMADA E EF1C1ENTE


EFICIENTE
FABR1CANTES
FABRICANTES DA

"CAFETEIRA BRASiLEIRA"
BRASiLEiRA"
MAQU1NA
MÁQUINA DE FAZER CAF6,
CAFÉ, A
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 109

oficial Uruguai, campeão de 1050


O cotejo

BRASIL X URUGUAI

Eis as classificações da Taça do Mundo


Eis o cotejo oficial entre o
geral
desde que é disputada:
Brasil X Uruguai

I „ 1930 - EM MONTEVIDÉU

— Uruguai 2 a 1 — Buenos Aires


1916 Campeão —- Uruguai.
Brasil 1 a 0 — Montevideu
1916 —
2.° — Argentina.
Uruguai 4 a 0 — Montevideu
1917 .—
3.° — Estados Unidos e Iugos lavia.
— Uruguai 3 a 1 — Montevideu
1917
2 .— Rio Quadro campeão: *— Balesteros; Nasazzi
1919 — Ejmpate 2 a
0 — Rio e Mascheroni; Andrade, L. Fernandez e Ges-
1919 — Brasil 1 a
6 a 0 — Santiago tido; Griarte, Scarrone, Castro, Céa e Dorado.
1920 — Uruguai
Uruguai 2 a 1 — Buenos Aires
1921 —
Empate 0 a 0 —• Rio II _ 1934 — NA ITÁLIA
1922 —
Uruguai 2 a 1 — Montevideu
1923 — — Itália.
Campeã
1931 — Brasil 2 a & <— Rio
— Montevideu 2° — Checoslovaquia.
1932 — Brasil 2 a 1
2 Buenos Aires 3."Alemanha.
1937 v- Brasil 3 a
— 4 a 3 /— Rio 4.° ¦— Áustria.
1940 Uruguai
1940 — Empate 1 a 1 — Rio Quadro caimpeão: — Combi; Alemandi

1942 — Uruguai 1 a 0 — Montevideu e Monzeglio; Ferraris, Monti e Bertolini;

1944 .— Brasil 6 a 1 — Rio Guaita, Meazza, Schiavo, Ferrari e Orsi.

1944 — Brasil 4 a 0 — Sao Paulo

1945 — Brasil 3 a 0 — Santiago III — 1938 — NA FRANÇA

1946 — Empate 1 a 1 — Montevideu


Campeã —- Itália.
1946 — Uruguai 4 a 3 — Montevideu

1946 — Brasil 4 a 2 — Buenos Aires 2.° — Hungria.

1947 — Empate 0 a 0 —- Sao Paulo 3.° — Brasil.

1947 .— Brasil 3 a 2 — Rio 4.° — Suécia.

1948 — Empate 1 a '1 — Montevideu campeão: — Olivieri; Foni e


Quadro
1948 .— Uruguai 4 a 2 — Montevideu Andreolo e Locatelli; Bia-
Rava; Serantoni,
1949 — Brasil 5 a 1 —- Rio Mèazza, Piola, Ferrari e Colaussi.
vatti,
1950 — Uruguai 4 a 3 •— Sao Paulo
1950 Brasil 3 a 2 — Rio 1950 - NO BRASIL
IV -
1950 .— Brasil 1 a 0 .— Rio
— Campeão — Uruguai.
1950 Uruguai 2 a 1 — Rio
2.° — Brasil.
RESUMO : 3.° — Suécia.
4.° <— Espanha.
Vitórias do Brasil 13
do Uruguai campeão: —• Maspoli; Mathias
Vitórias 12 Quadro
e Tejera; Gambetta, Obdulio Varela
Empates 6 Gonzales
Rodrigues Andrade; Gigghia, Perez, Miguel,
e
Total de jogos 31 Schiaffino e Moran.

ESPANHA 2 de chegarem bem colocados só não conseguiram aumentar

no final. a contagem a seu favor de-


X jôgo
Como iria acontecer com o vido à lentidão dos seus dian-
URUGUAI 2 da luta
Brasil, a equipe espanhola se teiros. O resultado

cerrou direita, mostrou fortemente abalada entre uruguaios e espanhóis


guai, pela
dois adversários com êsse inesperado feito de foi mais
o lógico, porque
passou por
e antes de eatrar na Varela. Disso os ambos jogaram de igual para
pequena procuram
área, de uma distãn- uruguaios se aproveitar, mas igual, em equilíbrio
arremata perfeito
se mostra de forças entre espanhóis e
cia de mais de vinte metros, a defesa espanhola
rebatendo aqueles sete dias mais
para conquistar sensacional- à altura, vigilante, que,
tremendos ataques dos tarde, contra todos os prog-
mente o tento de empate para os
orientais, finalizan- nósticos da crônica nacional e
as suas côres, livrando assim dianteiros
o Uruguai da sua do depois a com estrangeira,se sagrariam sur-
primeira pouco peleja
derrota, o empate de dois tentos c a m peões
que seria a frustação para preendentemente
de suas remotas esperanças cada bando. Os espanhóis Mundial de EJiteból.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO
110

Mundiais
nos outros Campeonatos
0 Brasil

foram feitos na seguinte ordem:


DE 1930, Os tentos
1.° CAMPEONATO MUNDIAL
NO Romeu, Pe-
Leonidas, Willimowski, (penalte),
EM MONTEVIDÉO
tempo), Willimowski, Willimowski
rácio (1.°
2.° tempo), Leonidas e Scherfks (prorrogação).
do Brasil no campeonato do
Os dois jogos
em 1930, foram êstes :
Mundo Os quadros:
a Iugoslavia. Venceu a Iugos-
Contra Domingos e Machado;
BRASIL — Batataes,
lavia 2x1. Os quadros :
por e Afonsinho; Lopes, Romeu,
Zézé, Martins
— — Brilhante e Itália; — e Hercules.
BRASIL: Joel Leonidas, Peracio
— Poly —
Hermogenes — Fausto e Fernando; • Ga-
— Madejki; Szepaniak e
POLONIA
Nilo — Araken — Prego e Teofilo.
Nytz e Dytho; Piec I, Pionteck,"
lecki; Cora,
— — Ivkovitcn
IUGOSLAVIA: Jackith Scherifke, Willimowski e Wodarz.
— Arseievich — Atefanovich
e Mihailovich;
— Juiz: Eklin (Sueco).
Djekitch; — Tirmanich — Marjanovich
e
Beck — Vouvadonivich e Sekoulitch.
— Dia 12 de Junho, em Bordeaux
— Tejada. 2."
Juiz: A.
Municipal) contra a Tchecoeslováquia.
Goal do Brasil — Prego. (Estádio
quia.
a Bolivia. Venceu o Brasil
Contra
Empate: t x 1 (após prorrogação).
por 4x0.
tentos: Leonidas tempo) e Ne-
Os (1.°
Os quadros: tempo, de
dejdly (2.° penalte).
— Zé Luiz e Italia; —
Brasil Veloso
— Benc- Os quadros:
Hermogenes — Fausto e Fernando;
— — Carvalho Leite — Prego — Batatais; Domingos e Macha-
dito Russinho BRASIL
•*- Zézé — Martins e Afonso; r- Lopes
e Moderato. do;
Romeu — Leonidas — Peracio e Hercules.
Bolivia — Bermudez — Durandal e Cha-

varria Saenz •— Lara e Vaiderrajma -—¦ Ortiz


TCHECOESLOVAQUIA — Planicka, Bur-
Busatmante •—¦ Mendez <—• Alborta •—- e Fer-
e Dancink; Kostalek, Boncek e Kopechy;
nandez. gues
Riha, Simuneck, Dudl, Nedejdly e Puc.
Juiz. — Belway (francês).
— Moderato — Prego — Prego -— Hertzka (hugáro).
Os tentos Juiz:
e Moderato.
3« Dia 14 de Junho, em Bordeaux

Municipal), contra a Checoslovaquia.


(Estádio
NO CAMPEONATO MUNDIAL DE 1934
Vencedor: Brasil, 2x1.
NA ITÁLIA
Tentos de Kopecky (1.° tempo), Leonidas

do Brasil no e Roberto (2.° tempo).


Foi o seguinte o único jôgo
Campeonato Mundial de 1934:
Os quadros:
BRASIL — Pedrosa — Silvio e Luiz Luz
— — e Nariz; —
BRASIL Walter Jaú
.— Tinoco — Martins e Canali; -— Luizinho
— e Argemiro; — Roberto —
Brito Brandão
— Waldemar Armandinho .— Leonidas e
Luizinho •—' Leonidas Tim e Patesko.
Patesko.
— Burket: —
ESPANHA — Zamora — Ciriaco e Quin- TCHECOESLOVAQUIA
Kostalek — Boucek e Dudi;
coces; — Cillauren — Murgueza e Marculeta Burger e Daucik;
— Horak, Senecky, Kreutz — Kopecky e Rulc.
Lafuente •— Iragori Langara •— Lescue

e Cosostiq. Dia 16 de Junho, em Marselha


4.°
Juiz -— A. Birlen. contra a Itália.
Jean Boin),
(Estádio
Goal do Brasil — Leonidas.
Vencedor: Itália, 2x1.

QUE O BRASIL DISPUTOU Os quadros:


OS JOGOS
CAMPEONATO MUNDIAL DE 1938 — e Ma-
NO BRASIL —• Walter; Domingos
NA FRANÇA — Martins e Afonsinho;
chado; Zézé
Lopes —-Luizinho — Romeu Peracio e
1,° _ Dia 5 de Junho, em Strasburgo
Patesko.
do Racing) contra a Polônia.
(estádio
Brasil — 6 a 5 ITALIA Olivieri; — Foni e Rava;
Vencedor (o prélio
necessária Serantoni •— Andreolo e Locatelli; •— Biavati
terminou empatado de 4x4, sendo
30 minutos). Meazza — Piola Ferrari e Colaussi.
de
lima prorrogaçio
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 111

Principais datas da História do Futebol no Mundo

1710 — Surge o futebol nas esc cilas inglêsas. 1908 — Fundação da Amateur F. A.

—- "Sherried
1855 Fundação do Club". 1912 — A Inglaterra o torneio olímpico
ganha
— "Football de Estocolmo.
1863 Fundação da Association".

il 871 — Instituição da Copa Inglaterra 1914 — Separaram-se a F.I.F.A. e a Ama-


da (1.°
vencedor: Wanderers). teur F. A.
Fundação da Confederação Brasileira
1872 — Primeira internacional — Ingla-
partida de Desportos.
terra x Escócia.

"Scottish 1916 — Disputa do 1.° Campeonato Sul Ameri-


1873 — Fundação da F. A.".
cano de Futebol.
1874 — Primeiro — Oxford x Cambridge.
jôgo
1917 — Fundação da Confederação Sul-Ameri-
—Fundação "Welsh
1876 da F. A.".
cana de Futebol.
— "Irish —
18180 Fundação da F. A." O futebol —
1920 A Bélgica ganha o torneio olímpico de
é introduzido no Rio da Prata.
Antuérpia.
— "International
1882 Criação da Board".
1924 — O Uruguai o torneio olímpico de
ganha
1885 — Legalização do na In-
profissionalismo Paris.
glaterra.
1927 — Institui-se a Taça Internacional.
— "Football
1888 Fundação da League". Institui-se a Taça da Europa.
— "Footbal"
1891 Surge o em Paris.
1928 — O Uruguai ganha o torneio olímpico de
1893 — Primeiro internacional ar-
jôgo entre Amsterdam.
•gentinos e uruguaios.
*1902 1930 — O Uruguai vence o 1.° Campeonato Mun-
— E' disputado em São Paulo o primeiro dial de Futebol.
campeonato de futebol, no Brasil.

— 1933 — Depois da Argentina e Uruguai, o Bra-


1904 Criação da F.I.F.A.
sil adota o profissionalismo.
1908 — Primeira disputa de futebol nos jogos
Londres. 1934 — A Itália vence o 2.° Campeonato Mun-
olímpicos, em
dial.

1936 — A Itália o torneio olímpico de


ganha
O BRASIL NOS OUTROS Berlim.

CAMPEONATOS MUNDIAIS 1938 — A Itália vence o 3.° Campeonato Mun-


dial.
Tentos: Colaussi, Meazza (penalte) e
1948 — A Suécia vence o Torneio de
Romeu tempo). Olímpico
(2.°
Londres.
Juiz: Wutrich (suisso).
1950 — O Uruguai vence o IV.0 Campeonato
5.° — Dia 19 dc Junho, em Bordeaux
Mundial de Futeból.
(Estádio Municipal), contra a Suécia.

Vencedor: Brasil 4x2.

Os quadros:

BRASIL — Batatais; — Domingos e Ma- '


chado; — Alô,
Alo, ami go
amigo ! Onde
— Zézé — Brandão e Afonsinho; Ro- se pode
pode ;
berto — Rolneu — Leonidas .— Peracio e comer bem?
Patesko. — Ainda
# Ainda ? Na Petis-
perguntas
SUÉCIA — Abrahamsson; Enrikssen e
queira do Catete !
Nilssen; Alngren, Linderholn e Swanstron;
Nijberb,Bersen> H. Andersen, e A. a
ã RUA DO 32/34
Joanessen CATETE,
Andersen.
Aberto ate
até as 4 horas
horas I
Os tentos: Joanessen, Nijberg, Romeu
(1-° tempo), Leonidas Leonidas e Peracio Fone: 25-7701
25-7701 ;

(2.° tempo).

Juiz: Langenus (belga).


112 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

IOE= "=ii

O IPASE c uma instituição do Estado, destinada a amparar os servidores públicos,


através dos seus diversos sistemas de assistência médico-hospitalar, prestando-lhes, dentro

seus recursos financeiros, auxílios os atinja em vida e se estendam aos seus


) dos que
I beneficiários, esposa e filhos, à sua morte. Divide-se em cinco setores distintos, por
intermédio dos aos funcionários os benefícios de que dispõe: Presi- O
quais proporciona
« dência, Serviços Gerais de Administração, Departamento de Previdência, Departamento
j
3 de Assistência e Departamento de Aplicação do Capital. O
~
À Presidência, órgão de coordenação entre os Departamentos, subordinam-se a
® Procuradoria, a Publicidade e a Inspetoria de Agências, que dirige os Órgãos Locais e

as Representações do IPASE em todo o País.

Os Serviços Gerais de Administração (S.G.) constituem um órgão coordenador

do pessoal, responsabilizando-se pela parte administrativa do IPASE, e têm, a seu cargo,


a realização de provas de habilitação, internas e públicas, e o recreativismo dos fun- O
cionários do Instituto, incluindo a manutenção de uma Biblioteca. P
Ao Departamento de Previdência (D.P.) cabe amparar a família do funcionário, o
U à morte dêste, pagando-lhe, mensalmente, e em caráter vitalício, a pensão a que a
© mesma tiver direito, mais o pecúlio especial e o auxílio para funerais; êste, pago imediata-
mente após ao falecimento do segurado. Além dêsse seguro social, instituído pelo
Decreto-lei n.° 3.347, de 12 de junho de 1941, abrigatõrio a todos os servidores do
Estado, o D.P., com base nos dispositivos do Decreto-lei n.° 2.865,, de 12 de dezembro
de 1940, o qual permitiu, também ao Instituto a adoção de planos de seguro de vida
de caráter privado, realiza operações dessa natureza, com os contribuintes obrigatórios
do IPASE e, excepcionalmente, com os que percebam seus vencimentos pelos cofres o
jj
públicos federais, estaduais e municipais, ou, ainda, com os segurados de Instituições
Q
O Paraestatais.

mr—,n ¦ .,nr

ESPANHA 1 Segundo Tempo Momentos dramáticos, en-

tão, se desenrolam no gra-


X Nessa fase voltaram os es-
mado do antigo Derby-Clube.
panhóis decididos a tudo en-
A assistência se mostra inde-
INGLATERRA 0
vidarem para a abertura por cisa, não sabendo explicar

É bem verdade os in- éles do marcador. E foram os inglêses até aquele


que porque
logo ao ataque, numa arreme- momento não haviam ainda
glêses jamais cederam terreno
tida violenta, «furiosa»... feito Finalmente, em
e, com aquela férrea defesa, goals.
Mas os ingleses estavam vi- um dado momento, num golpe
davam a impressão à grande
gilantes e se «fecharam» na tão comum em futebol, quando
massa de assistentes de que
retaguarda, sem bre- menos se esperava, surge o
qualquer
a sua cidadela -era inexpug-
chazinha a «muchachada» tento espanhol que Williams
para
nável. De lado a lado, os
em vão tentou defender. Daí
ibérica. Por sua vez, quando
jogadores dos dois teams pro- diante nenhum dos
por dois
os ingleses avançavam em
curavam manter a virginidade contendores faria mais nada,
linha cerrada e com passes
do marcador. porque, estava escrito, quem
bem medidos e calculados, os
fizesse o primeiro seria tam-
E, assim, nesse manipular
espanhóis se retraiam num
bém o vencedor.
de uma vigilância indormida, hemi-ciclo intransponí-
quase Haviam caído os «reis do
em que os contendores, com- vel um
para os que jogam futebol», do «soccer» clássico.
bativos e rijos, se revezavam futebol sem a malícia e os Será o ocaso da Inglaterra
nos ataques e na defesa, deslocamentos dos sul-ameri- em futebolísticos
gramados ?
findou o primeiro tempo sem canos, notadamente dos uru- Só o futuro responder
poderá
abertura do placard. guaios e dos brasileiros... a esta pergunta.
ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 113

Quadro demonstrative
demonstrativo dos maiores estadios
estádios futebolisticos
futebolísticos

do mundo:

I'ais
1'0-ís Capacidade
Capacidade


1.° Brasil
Brasil — Estadio
Estádio Municipal (Rio) 155.000
2.° Gra-Bretanha
Grã-Bretanha — Hampden-Park (Escocia) 140.000
(Escócia)
3.° Gra-Bretanha
Grã-Bretanha — Wembley (Londres) . .. 100.000
100.000
4.° Alemanha — Olimpico
Olímpico (Berlim) 100.000
5.° Argentina — Huracan 100.000
6.° Argentina — River Plate 90.000

7.°
7° Russia
Rússia — Dinamc (Moscou) 85.000
85.000

8.° Espanha — Real Madrid (Madrid) 85.000


9.° Portugal — Nacional (Lisboa) 80.000
10.° Italia
Itália — Torino 80.000
11.° Brasil — Pacaembu
Pacaembú (Sao
(São Paulo) 70.000
12.° Finlanaia
Finlandia — Helsink 70.000
13°
13.° Italia
Itália — Milano
Milano 70.000
70.000

14.° Chile — Nacional (Santiago) 70.000

15.° Uruguai — Centenario


Centenário (Montevideu) 70.000

16.° Franga
França — Colombes (Paris) 65.000

17.° Austria
Áustria — Viena ... 60.000

18°
18.° Espanha
Espanha — Barcelona 60.000

19°
19.° Hungria
Hungria — Wypesti (Budapest) 52.000
20°
20.° Holanda
Holanda — Amsterdao
Amsterdão 50.000
" Belgica — Antuerpia
Bélgica Antuérpia 50.000
" Suecia —
Suécia Estocolmo 50.000
" Tchecoslovaquia —
Tchecoslovaquia Praga 50.000
" Brasil —
Brasil Vasco da Gama (Rio) 50.000
" Argentina
Argentina — San Lorenzo (Buenos Aires) 50.000

NOTA: Os estadios
estádios acima sao
são os de capacidade para alem
além de 50 mil especta-
dores. Nos Estados Unidos existem
existem. 20 estadios
estádios que comportam mais de
50 mil
pessoas e um em Toquio,
Tóquio, estadios
estádios estes
êstes que nao
não servem para o
"association", "rugby" "base-ball".
futebol mas sim para ou

Medalhas comemorativas da construção do Estádio

Em 23 de Junho de 1950, o Prefeito da capital da República, General Ângelo Mendes

de Moraes, ao ensejo da construção do Estádio Municipal, cuja magnitude vale como

penhor da competência da engenharia nacional e que, além de contribuir para o embele-


zamento da cidade, veio ao Brasjpl a realização do IV.° Campeonato Mundial de
permitir
Futebol, resolveu mandar cunhar medalhas comemorativas da inauguração do Estádio,
as quais serão concedidas às altas autoridades da República e municipais, aos chefes de
missões diplomáticas nesta capital e aos cidadãos colaboraram, direta ou indireta'
que
mente, para a construção da grande praça de esportes e cujos nomes serão divulgados
"Diário
no Oficial". A relação será iniciada com o nome do Presidente EURICO
GASPAR DUTRA.
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ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 115

Estádio do Pacaembú
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O belo Estádio do Pacaembú, em S. Paulo, onde cerca de 70.000 espectadores

assistiram a alguns embates importantes das semi-finais e finais.

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ANUARIO ESPORTIVO BRASILEIRO 117

"VARIG"
'VARIG"

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e
e os seus novos

de luxo

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. Wmimmfl. •> .^m
ifcllll' Pp^

-'MBT jsEr -

A grande companhia sulriograndense vem de adquirir tres


três novos e grandes
"Curtiss"
avioes
aviões de luxo para servirem a
à sua linha Rio-Sao
Rio-São Paulo-Porto-Alegre-
Paulo-Pôrto-Alegre-

Montevideu
Montevidéu e vice-versa, independente das outras aeronaves que ja
já fazem d

mesma rota internacional. As caracteristicas


características dos novos avioes
aviões sao
são as seguintes:

dois motores Pratt, de dois mil HP cada um; 32,90 metros de envergadura; 23,30

de comprimento 6,60 de altura; velocidade maxima


máxima 400 km; velocidade de cru¬
cru-

zeiro 322 km; peso


péso total 20430 kg;
kg: pêso
peso vazio 11.
11.£36
£36 kg; capacidade de com-

bustivel
bustível 5.320 litros; consumo medio
médio 570 litros por hora; dois transmissores de

radio;
rádio; autonomia de voo
vôo 9 horas. A gravura qite
qtie encima esta nota representa o

interior de uma das novas aeronaves no dia da viagem inaugural.


118 anuArio esportivo brasileiro

0 intenso movimento do aeroporto

de Porto Alegre

900 AVIÕES MOVIMENTARAM-SE EM S. NO MES


JOÃO,

DE SETEMBRO ÚLTIMO

Segundo os dados oficiais da D AC, que nos foram fornecidos sr. Roberto
pelo
Bourdette Ferreira, administrador do Aeroporto de São o movimento de aviões,
João,
passageiros, bagagem, correios e cargas, foi o seguinte, no mes de setembro último:

Passageiros:

Desembarcados 6.249 passageiros


Embarcados 5.898
Em transito 1.142

TOTAL 13.571 passageiros

Bagagem :

Desembarcada 83.116 quilos


Embarcada 72.150
Em transito 29.611

TOTAL 184.871
quilos

Correio:

Desembarcado 6.148 quilos


Embarcados 5.450
Em transito 2.630

TOTAL 14.228

Carga: ,

Desembarcada 246.285 quilos


Embarcada
376.954
Em transito
23.217

TOTAL 646.456 quilos

Aviões:

VARIG — 377; Panair do Brasil — 36; C. do Sul Ltda. — 67; P.A.A. Inc
- 52; Aérovias, Brasil - 30; REAL - - -
27; SAVAG 65; PLUNA 14; TAC -
14; LAN — 8; Taxi Guarani — 47; FAB — —-
46; Particulares 68; Aeroclubes 46'
USAF - 8; DAC - 2; ITAU - 2. TOTAL: 909 aviões.

Coloca-se, assim, Porto Alegre como o terceiro aeroporto nacional em movimento


de aviões, logo depois dos do Rio e São Paulo. Os dois aeroportos da Fe-
Capital
deral (Galeão e Santos Dumont) colocam-se em lugar na Afmérica do Sul e
primeiro
em 3." no mundo inteiro. No Aeródromo Santos Dumont sai e entra, cm média, um
avião de dois em dois minutos !
»
l

ANUÁHIO ESPORTIVO BRASILEIRO 119

?
O ESTÁDIO? E SUA

FINALIDADE

Aí está o maior estádio futebolístico do Campeonato Mundial de Futebol, ir cogitando

mundo em tôda a sua imponência, tecnicamente de trazer ao Rio grandes conjuntos da Ingla-

perfeito, quase que inútil depois do IV." Cam- terra, Uruguai, Espanha, Itália e Suécia, antes

peonato Mundial de Futebol. Justifiquemos nossa do projetado Campeonato dos Campeões locais.

afirmativa: Com a sua reconhecida autoridade, o


Sempre que o Flamengo está por baixo,
jornalista Mário Filho vem focalizando o assunto
é uma observação curial, decresce o entusias-
no seu jornal. Realmente, passado o prélio, os
mo, o interêsse pelo Campeonato da cidade,
chamados grandes clubes : Vasco da Gama, Fia-
já que, sem duvida, é o Flamengo o club
mengo, Fluminense e Botafogo não correspon- "torcida" "tor-
que possui maior (veja-se bem:
deram, com suas fracas performances, ao anseio
"torcidas". cida" e não quadro social) em todo o Brasil.
de suas Sobretudo os três últimos, "mais
Assim, é obrigação dos dirigentes do
que apresentaram conjuntos bL;.;;.hos, fracos, na
querido" envidarem todos os seus esforços no
disputa do campeonato local. O Flamengo e o
sentido de tornarem os seus quadros profis-
Fluminense até hoje não se recuperaram e vêm "aficcion"
sionais dignos da sua imensa e dis-
perdendo ou empatando para clubes reconheci-
persa por todo Brasil.
damente débeis. Destarte, urge que sejam to-

madas de da administração O ilustre Prefeito Angêlo Mendes de Mo-


providências parte
do Estádio municipal êle não raes, ao levantar num prazo record o Colosso
grande para que
se torne um novo elefante de cimento armado de Maracanã, teve em mente possibilitar o
"soccer"
votado ao ostracismo de inter- aperfeiçoamento do nosso e demais
grandes prélios
nacionais. Somos de opinião con- esportes, através de competições nacionais e,
que poucos

juntos devem obter licença para irem preliar lá sobretudo, internacionais, que venham realmen-

fora. Com a capacidade enorme do colosso de te contribuir para o nosso aperfeiçoamento,

Maracanã qualquer iniciativa no sentido de para a melhoria física das novas gerações.
apresentarmos conjuntos estrangeiros se tornará
O Estádio Angêlo Mendes de Moraes não
remunerativo, mesmo a preços populares, po-
pôde ficar relegado ao papel secundário de
dendo-se até afirmar constituir um bom negócio,
prélios inexpresvios entre equipes ainda mais
muito melhor aquêle de mandar os nossos
que
inexpressivas. Aos grandes clubes compete se
rapazes a estranhas de clima nem
plagas sempre
tornarem ainda maiores e aos pequenos, gran-
ameno.
des. De outra maneira veremos dentro em
O jornalista indicado, em boa hora, bate-se
breve o público desertar daquêle maravilhoso
pelo futuro campeonato mundial dos campeões
recanto do Derbi-Clube.
de cada país, isso fins do ano
para próximo
de 1951. Mas, e até lá? Até A finalidade do Estádio é a de nêle se
agora só está
programado a vinda do travarem embates de fato bons, atraentes, que
para janeiro próximo,
Dinamo , de Belgrado. venham drenar as multidões e os cruzeiros
E assim mesmo para
apenas dois no Rio para as grandes
jogos e outros nos Es- pelejas.
tados. mês impróprio para os europeus. Corroborando no que acima afirmamos,
Deve a Confederação Brasileira de Des- Geraldo A. Matos, escreveu, ainda antes de
portos, que ganhou tanto dinheiro no IV.° inaugurado o Estádio, o abaixo transcre-
que
120 ANUÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO

"data "Vamos
vemos, venia" : citar um exam- facilidade, qualquer que seja o ingresso cobra-

alheio ao futebol: o refrigerante do, desde que o jôgo programado apresente


pio, quando
Coca-Cola entrou no Brasil seus características atraente. No Estádio Maracanã,
produtores

estipularam o de 1 cruzeiro unidade. toda êste público que lota o Vasco se tornará
preço por
A bebida teve aceitação e nossos negociantes, uma gota dágua, tornando-se necessário, para

vislumbrando lucros, desejaram ainda enchê-lo, além da importância do encontro,


grandes
mais, aos o aumento do uma outra condição, no caso, o abaixamento
propondo produtores
da unidade Cr$2,00. Tiveram a do prêço do ingresso. Êste barateamento pro-
preço para
seguinte resposta: .— não desejamos vender mi- porcionaria ao público mais desafortunado fi-

lhares de no Brasil a Cr$ 2,00 e sim, nanceiramente a aquisição das entradas e atra- i
garrafas
milhões e Cr$ 1,00. iria novos adeptos para o esporte das multi-1

dões aumentando em muito a assistência dos!


Êste é o caso no futebol. Para os se-

fazem os não interessa o jogos.


nhores que preços

aquisitivo da massa. Estão raciocinando Meditem os senhores dirigentes sôbre êste


poder j

em relação ao Estádio de Maracanã da mesma assunto. Não resolvam nada em difinitivo sem

forma com raciocinavam em relação a antes consultarem as possibilidades aquisitivas


que
São Esquecem o estádio cruz- de nosso público. No final, lucrará a própria
Januário. que

maltino, se ter tornado o C. B. D. e o Campeonato Mundial que elaj


por pequeno, para

atual futebolístico, é super-lotado com vai patrocinar.''


público

\A MZ
\A

>mnVFJSKW>fH
>mnvFJSP^By>rH BRR81LS1RR
brrsilcirr DO
do CRTETE<
crtete<

CYDACirAn r'V1
cynncirAriFV ^/ ^"lp"» r,nrtTrrFl«A.ein.'FnNF-?V^99-7'i-MQl-Rin
rinTTr'^.on.V0NF-?V:tt99-7VM01-Rl0 DE
DP JANEIRO
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tapecarias\/decoracoes

"*¦ fabfica:
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llilaqgf||i fabfica: Rua Baiao
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MARTINS CARDOSO

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