Slide de Nutrição Enteral

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PARÁ

ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO
PROF. MSC. SIMONE MARQUES

NUTRIÇÃO ENTERAL

Belém-PA
2019
CONCEITO
 Nutrição enteral é a alimentação para fins especiais, com ingestão
controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de
composição definida ou estimada, especialmente formulada e
elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não,
utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar
a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas
necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou
sistemas.
INDICAÇÕES
 Pacientes com ingesta via oral insuficientes para suprir necessidades
nutricionais
 -< 75% por 3 dias consecutivos sem expectativas de melhora

Pacientes com dificuldade na deglutição/ tolerância a consistência solida


da dieta via oral
-insuficiente para suprir as necessidade nutricionais.

Condições clinicas que exijam maior aporte proteico-calorico:


cicatrização de feridas ,ulceras por pressão, queimaduras, HIV, câncer,
pré operatório de cirurgias de grande porte, poli trauma , síndrome do
intestino curto, síndrome de má absorção, preparo pré-operatório, doença
inflamatória, intestinal, disfagia e desnutrição associadas a doença e
DPOC.
INDICAÇÕES

 Indicada também quando há dificuldade de acesso ao intestino de


forma normal como: lesões na face mandíbula e obstrutivas de
cavidade oral,câncer de cabeça e pescoço e deglutição comprometida
por causas musculares ou anatômicas

 Outras indicações :depressão, anorexia nervosa, anormalidades


metabólicas intestinais, pacientes com baixo nível de consciência,
pacientes intubados ou sedados.
 Indicações
 Contra-indicações
 Benefícios
 Fisiológicos:
 Recebe nutrientes complexos (proteínas, fibras);
 O processamento intestinal dos nutrientes estimula fatores
hormonais tróficos;
 Reforça a barreira da mucosa intestinal;
 Mantém o pH e flora intestinal normais;
 Reduz a proliferação de bactérias oportunistas no intestino
delgado
 Fortalece imunidade intestinal.

 Segurança:
Reduz complicações infecciosas.
 Custo/Benefício: Custos são menores.
 Vias de acesso

 Para pacientes cirúrgicos de pré-opertório deve


durar pelo menos 10 dias.

 Difere pelo período:


< 6 semanas – curto prazo
Sondas nasoenterais (posição gástrica, duodenal ou jejunal)

> 6 semanas – longo prazo (estomia – gástrica ou jejunal)

Pré-pilórico: sonda nasogástrica ou gastrostomia


Pós-pilórico: sonda nasojejunal, jejunostomia ou gastrojesjunostomia
 Vias de acesso
 Vantagens e desvantagens
 Vantagens e desvantagens
Classificação das Dietas

 Densidade calórica:
 É a expressão da quantidade de calorias fornecidas
por mililitro de dieta pronta.
Classificação das Dietas
 Quantidade de água
 É frequentemente relacionada em ml de
água por 1000 ml de fórmula ou ml de
água/L de fórmula.
Classificação das Dietas

 Quanto ao preparo:

 Dieta caseira ou artesanal:


Classificação das Dietas
 Dieta enteral industrializadas:

 Em pó para reconstituição:
Vantagens Desvantagens

Permite Exige manipulação maior


individualização da que as dietas
fórmula com menor industrializadas líquidas.
manipulação que as
dietas caseiras
Menor manipulação Tem maior custo
operacional
Maior establidade Exige área de preparo
microbilógica
Classificação das Dietas

 Líquidas Semiprontas para uso


Classificação das Dietas
 Prontas para uso
Classificação das Dietas

 Quanto ao valor nutricional:

 Dietas enterais nutricionalmente completas

 Suplemento nutricional

 Módulo
Classificação das Dietas

 Quanto a complexidade dos nutrientes:


 Dietas enterais poliméricas: São aquelas em que os macronutrientes apresentam-se na
sua forma intacta. (Caseina, proteina isolada de soja )

 Dietas enterais oligoméricas: São aquelas em que os macronutrientes, (ex: proteína),


apresentam-se na sua forma parcialmente hidrolisada (oligopeptídeo).

 Dietas enterais elementares ou monoméricas: São aquelas em que os macronutrientes


(ex: proteína) apresentam-se na sua forma totalmente hidrolisada (aminoácidos).
Classificação das Dietas
Quanto a apresentação: Apresentação da embalagem.

 Pó,

 líquido;

 Com sabor/Sem sabor;

 Tipo de embalagem (tetra pack, sachê, lata...)

 Quantidade (g/ ml/ L)

 Preço de comercialização
Administração

 Administração Intermitente
- Bolo: infundir de 100 a 300 ml da dieta a cada 2-4 hs. A regularidade e o
volume depende da condição do paciente, geralmente o volume
administrado demora menos que 15 minutos, procedida e seguida por
lavagem da sonda com 20 a 30 ml de água potável.

- Gravitacional:100 a 500 ml administrada por gotejamento (60 a 150ml/h)


a cada 3-6h, procedida e seguida por lavagem da sonda com 20 a 30 ml
de água potável.
Administração

Vantagens Desvantagens
Oferece maior segurança em pacientes Retardo do esvaziamento gástrico com
em estado crítico e na fase inicial da risco de aspiração.
nutrição enteral, para testar a tolerância.

Redução dos custos e o fácil manuseio Aumento da atividade contrátil do


em nível ambulatorial. estômago com aumento da velocidade de
administração.
Para pacientes com esvaziamento gástrico Maior risco de aspiração, náuseas,
normal vômitos, diarreia.
Terapia Nutricional domiciliar. Intolerância à alimentação e maior
instabilidade na glicemia capilar
Administração

 Administração Continua
- Bomba de infusão: 25 a 250 ml/h por 20 horas, localizada no estômago ou
jejuno, sendo pausada por 4 horas, deve ser realizada a administração de 40 a
50 ml de água pela sonda de 4 em 4 horas.

• Continua: para pacientes incapazes de tolerar alimentação intermitente,


imobilizados, que requerem infusões mais lentas.
Administração
Vantagens Desvantagens
Bem tolerada pelos pacientes Exige bomba de infusão.

Menos risco de aspiração, diarreia, Oferece menor liberdade ao paciente.


náuseas e vômitos.
Possibilidade de fornecer maior Maior risco de obstrução da sonda.
aporte energético, pois os
constituintes da dieta são mais
completamente absorvidos.
Maior custo.
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS
 Erosão nasal e necrose
 Abcesso septonasal
 Sinusite aguda, rouquidão, otite.
 Faringite.
 Esofagite, úlcera esofágica, estenose.
 Fístula traqueoesofágica.
 Ruptura de varizes esofágicas.
 Obstrução da sonda.
 Saída ou migração acidental da sonda.

As condutas competem a equipe médica e de enfermagem.


Complicações gastrointestinais

 Náuseas.

 Vômitos.

 Distenção abdominal, cólicas,


empachamento, flatulência.

 Diarreia/Obstipação.
NÁUSEAS E VÔMITOS
ETIOLOGIA CONDUTA
Intolerância à lactose Usar formula isenta de lactose
Excesso de gordura A gordura não deve exceder a 30% do
valor calórico total
Infusão rápida Iniciar com 40/50ml/h quando a
sonda for posicionada no estomago;
20/25ml/h quando a sonda
posicionada no duodeno e jejuno.
Progredir criteriosamente.

Solução hiperosmolar Usar formulas isotônicas


Sabor desagradável Acrescentar flavorizante
Estate gástrica (resíduo gástrico Reduzir a oferta em bolo
maior que 50% do volume da dieta 2h
após infusão)
Refluxo gastresofágico Suspender a dieta até identificar o
problema. Se for nasogástrica,
reposicionar a sonda e infundir no
Fonte: WAITZBERG, 2006. intestino delgado lentamente.
DIARRÉIA
ETIOLOGIA CONDUTA
Infusão rápida da dieta Reduzir a infusão para 40-50ml/h quando a
sonda for posicionada no estomago; 20-25ml/h
quando a sonda posicionada no duodeno e
jejuno. Progredir criteriosamente.

Dieta muito fria Suspender a dieta e aquecer até a temperatura


ambiente.
Contaminação bacteriana Controlar regulamente o preparo e a quantidade
bacteriológica da dieta.
Sonda duodenal ou jejunal Se for possível, reposicionar a sonda no nível
gástrico.
Dieta sem fibra Trocar por formulas contendo fibras solúveis.
Solução hiperosmolar Usar formulas isotônicas ou hipertônicas
diluídas.
Diminuir velocidade de infusão (40-50ml/h ou
menos).
Diarreia intensa e rebelde ao Suspender a dieta por 12h e tentar reiniciar a 40-
controle 50ml/h ou menos.
OBSTIPAÇÃO

ETIOLOGIA CONDUTA
Diminuição da prensa Uso de dietas ricas em fibra
abdominal para o movimento
evacuatório (acamadas e
neurológicos)
Desidratação Administrar água após as
dietas
Balanço hídrico.
Fonte: WAITZBERG, 2006.
CÓLICAS, EMPACHAMENTO E
DISTENSÃO ABDOMINAL

ETIOLOGIA CONDUTA
Grande volume de dieta Reduzir o volume e aumentar
lentamente
Administração em bolos Administrar a dieta com
gotejamento intermitente
gravitacional
Rápida infusão da dieta Diminuir o gotejamento para 40-
50ml/h
Intolerância a lactose Substituir para formula isenta de
lactose
Fonte: WAITZBERG, 2006.
Complicações Metabólicas
COMPLICAÇÕES ETIOLOGIAS CONTROLE

Hiper-hidratação - Desnutrição grave - Diminuir e concentrar o


- Excesso de líquidos volume da dieta.
administrado - Balanço hídrico diário.
- Controle de peso diário.
Desidratação - Uso de formulas - Diluir a dieta, usar formulas
hipertônicas isotônicas.
- Diarreia - Controlar a diarreia
- Baixa oferta de água - Repor água após as dietas
- Balanço hídrico
- Observar a pele e mucosa

Hiperglicemia - Deficiência de insulina - Administrar insulina e/ou


(diabetes, trauma, sepse) hipoglicemiantes orais.
- Administrar dietas isentas
de sacarose.
- Monitorar a glicemia
diariamente no mesmo
horário.
Fonte: WAITZBERG, 2006
Complicações Metabólicas
COMPLICAÇÕES ETIOLOGIAS CONTROLE

Hipoglicemia - Suspensão súbita da dieta em - Monitorar os níveis de


pacientes com glicemia.
hiperglicêmicos. - Administrar 20ml de glicose a
- Excesso de administração de 50% EV e repetir a glicemia.
insulina

Anormalidades de eletrólitos -Diarreia - Monitorar os níveis séricos de


- Desnutrição eletrólitos.
- Infecção - Observar sinais clínicos:
- Disfunção renal tremores, anemia, dificuldade
de cicatrização.
- Observar uso de
medicamentos que interferem
na absorção

Alterações das funções hepáticas - Sobrecarga calórica, substratos - Observar os níveis das
inapropriados, toxinas transaminases
- Utilizar dietas especializadas.

Fonte: WAITZBERG, 2006


COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS

Gastroenterocolite: contaminação microbiana no preparo, utensílios e na administração

das formulas.

Controle:

 Manipular as fórmulas artesanais ou industrializadas em área estéril;

 Usar água fervida ou tradada;

 Armazenar as dietas em frascos descartáveis, fechados e em refrigerador exclusivo;

 A fórmula pode permanecer até 4 horas em temperatura ambiente e até 24 horas em

refrigerador;

 Os funcionários devem ser treinados em técnicas antissépticas e submetidos a exames

de laboratórios e físicos periodicamente.


COMPLICAÇÕES RESPIRATORIAS
Aspiração pulmonar:

Etiologia:

 Velocidade excessiva na administração da dieta .

 Estase gástrica detectada pela presença de distensão e pelo grande volume de


resíduo gástrico.

 Posicionamento inadequado da sonda

Controle:

 Avaliar presença de resíduo gástrico

 Manter a cabeceira da cama elevada em torno de 30º.


PREPARO E ADMNISTRAÇÃO

a) Cuidados de higiene

 Higienização adequada dos materiais, equipamentos,


utensílios e matéria prima (dieta artesanal);

 Bom asseio do manipulador;

 Conhecer a procedência da água de forma que ela não


seja veículo de perigos (físico, químico e biológico).
PREPARO E ADMNISTRAÇÃO

b) Cuidados no transporte
 A dieta enteral deve ser acondicionada em recipiente atóxico que
tenha compatibilidade físico-químico com a composição do seu
conteúdo.

 Os frascos devem ser rotulados de forma a ter a identificação do


paciente, composição, volume e a velocidade de infusão da dieta.

 Deve ser transportada em temperatura recomendada pelo fabricante


 Termoplastic  2 – 8°C.
PREPARO E ADMNISTRAÇÃO
c) Cuidados na administração.
 Ao administrar a dieta deve ser verificado a identificação e
prescrição do paciente;
 Manter paciente em decúbito elevado de 30 – 45°;
 Utilizar equipo apropriado;
 Antes de administrar a dieta, verificar a estase gástrica. Caso o
volume de retorno seja maior que 50%, suspender a dieta
neste horário.
 Administrar refeições em temperatura ambiente;
 Após a administração, lavar a sonda com água (20-30ml) para
reduzir o resíduo alimentar;
 Registrar sempre que a dieta ou líquidos são introduzidos.
PREPARO E ADMNISTRAÇÃO
Nutricionista

 Prescrição dietética da nutrição enteral.


 Orientar quanto aos horários para administração.
 Orientar quanto ao preparo da dieta e higiene do
manipulador.
 Trabalhar em conjunto com a equipe
multidisciplinar afim de contribuir para melhora
do quadro clínico do paciente.
REFERÊNCIAS
 WAITZBERG, Dan Linetzky. Nutrição oral, enteral e parenteral
na prática clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. v. 2. il.

 CUPPARI, Lilian (Coord.). Guia de nutrição : nutrição clínica no


adulto. 2. ed. São Paulo: Manole, 2007. 474p. il.(Guias de medicina
ambulatorial e hospitalar da UNIFESP-EPM).

 Protocolo De Terapia Nutricional Enteral Adultos.


Faculdade De Medicina De Marília. 2012.

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