Gaspard Monge
Gaspard Monge
Gaspard Monge
Biografia[editar | editar código-fonte]
Filho de Jacques Monge, mascate amolador de facas.[1] Era o gênio da família, e no colégio (dirigido
por uma ordem religiosa) ganhava todos os prêmios. É conhecido pela criação da geometria
descritiva. Sem ela - originalmente usada na engenharia militar – a enorme expansão da maquinaria
do século XIX teria, provavelmente, sido impossível.
Aos quatorze anos construiu um carro de bombeiros. À pergunta de como conseguira tal feito sem
qualquer orientação, respondeu: "eu uso dois trunfos infalíveis: uma tenacidade invencível e mãos
que traduzem meu pensamento com fidelidade geométrica." Foi um geômetra e engenheiro nato
com o dom insuperável de visualizar relações espaciais complicadas. Aos dezesseis anos fez um
excelente mapa completo de Beaune, construindo seus próprios instrumentos de agrimensura. Este
mapa proporcionou-lhe a primeira grande chance: os professores recomendaram-no para a cadeira
de professor de física do colégio de Lyon, dirigido pela mesma ordem religiosa.
Carreira[editar | editar código-fonte]
A seguir, recebeu a oferta da escola militar de Mézières onde fazia o trabalho rotineiro de
agrimensura e desenho, o que lhe deixava tempo livre para a matemática. Uma importante matéria
do curso era a teoria das fortificações em que se buscava projetar métodos de defesa para que
nada ficasse exposto ao fogo direto do inimigo. Para alcançar este resultado, eram necessários
intermináveis cálculos aritméticos. Monge apresentou uma solução rápida para este tipo de
problema, tendo que reafirmar, para os que desacreditavam, que a simplicidade do resultado
baseava-se em que não fora usada aritmética para chegar à solução.
Este foi o começo da geometria descritiva. Foi então colocado como instrutor do novo método para
os futuros engenheiros militares. Durante quinze anos o método foi um segredo militar zelosamente
guardado. Somente em 1794 Monge foi autorizado a apresentá-lo, publicamente, na Escola Normal
Superior de Paris. Lagrange disse após a conferência: "eu não sabia que sabia geometria
descritiva". Esta invenção revolucionou a engenharia militar e o desenho mecânico. Há muitas
maneiras pelas quais a geometria descritiva pode ser desenvolvida ou modificada, mas todas se
relacionam com Monge.
Contribuiu para o avanço da matemática pela sistemática aplicação do cálculo para a investigação
da curvatura das superfícies, preparando o caminho para Carl Friedrich Gaussque, por sua vez
inspirou Bernhard Riemann, que mais uma vez desenvolveu a geometria conhecida por seu nome
(geometria riemanniana) na teoria da relatividade. Em 1788, vinte e dois anos de idade, tornou-se
professor de matemática em Mézières, e três anos mais tarde, com a morte do professor de física,
ele foi promovido para a sua vaga.
Casou em 1777. Em 1780 D’Alembert e Condorcet convenceram o governo a fundar um instituto
no Louvre para o estudo de hidráulica e Monge foi chamado a Paris para se encarregar dos
trabalhos. De 1777 a 1791 permaneceu no emprego de examinador de candidatos a comissões
na marinha, provando ser um servidor incorruptível. Como resultado desta rigidez, a marinha estava
pronta para ação em 1789, quando começou a Revolução.
Em agosto de 1792 foi posto no Conselho Executivo Provisional para propor alguma medida de
apaziguamento do povo que já se descontrolara. Em fevereiro de 1793 tornou-se suspeito de não
ser bastante radical. No dia 13 pediu demissão. No dia 18 foi reconduzido. Em abril de 1793, só
havia um décimo da munição necessária para um exército de 900.000 homens. Importar seria
impossível. Precisava-se de cobre e metal para a manufatura de canhões de bronze, salitre para
a pólvora e aço para as armas de fogo. "Dê-nos salitre da terra e em três dias nós estaremos
carregando nossos canhões", disse Monge para a Convenção. "Tudo bem", disseram eles, "mas
onde nós vamos conseguir o salitre?" Monge e Berthollet mostraram. A nação inteira foi mobilizada
sob a direção de Monge e Berthollet. A França inteira transformou-se numa grande fábrica de
pólvora. Monge era a alma de tudo. Passou seus dias supervisionando as fundições e arsenais e
suas noites escrevendo boletins com ordens para os trabalhadores. Seu boletim "A Arte da
Fabricação do Canhão" tornou-se o manual das fábricas.
Em 1796 Napoleão Bonaparte escreveu uma carta para Monge: "Permita-me agradecer pelas boas
vindas que um jovem oficial de artilharia, sem qualquer importância, recebeu do Ministro da Marinha
em 1792. Este ato ficou preciosamente preservado na minha memória. Aquele oficial hoje é o
general do Exército (da invasão da Itália). Estou feliz por estender-lhe a mão em reconhecimento e
amizade". Assim começou uma longa amizade entre os dois. Monge parece ter sido o único homem
por quem Napoleão teve uma generosa e permanente amizade. Em 1808, Napoleão demonstrou
seu apreço pelos méritos de Monge tornando-o Conde de Péluse (Pelusium).[1] A honra foi aceita
graciosamente e ele conviveu com o título com toda a pompa da nobreza esquecendo-se de que,
certa vez, votara pela abolição dos títulos. Seu declínio iniciou-se ao sofrer um enfarte quando leu o
"Boletim no 29" anunciando o desastre do exército francês na sua invasão da Rússia. Com a
segunda queda de Napoleão, em 1815, os Bourbons de volta ao poder, exigiram que Monge fosse
expulso da Academia.[3] Os acadêmicos, subservientes, obedeceram. O toque final da mesquinhez
dos Bourbons foi dado ao recusarem permissão aos jovens da Politécnica que tinham Monge como
seu ídolo, para homenageá-lo em seus funerais. Disciplinados, os politécnicos acataram a proibição
mas, sendo mais corajosos do que os acadêmicos, entendendo que a ordem do Rei cobria apenas o
funeral, marcharam, no dia seguinte, para o cemitério e colocaram uma coroa na sepultura de seu
mestre e amigo Gaspard Monge.
É um método criado por Gaspard Monge que utiliza dois Planos de projeção
perpendiculares entre si (plano horizontal e plano vertical) e ilimitados onde são
feitas as projeções das figuras que se quer representar em duas dimensões.
PLANOS DE PROJEÇÃO
ÉPURA
OBTENÇÃO DA ÉPURA
GASPARD MONGE
Terminando seus estudos de filosofia, física e matemática, em 1762, transferiu-se par Lyon,
visando a um aperfeiçoamento em física. Lecionou a disciplina em Lyon, retornando à sua cidade natal
em 1764, sem, no entanto, tomar as ordens, como era do desejo dos oratorianos de Beaune. Contando
apenas 16 anos, Monge fez um levantamento e um traçado de sua cidade, construindo, ele próprio, os
instrumentos necessários para a tarefa. Quando esse trabalho foi examinado pelo coronel
Vigneau, comandante da escola militar [École Royal du Génie] de Mézières, Monge foi convidado a
trabalhar naquele estabelecimento, esperando seus diretores que lê os auxiliasse a traçar planos de
defesa bem como a construir obras de arquitetura e a efetuar o corte de pedras. Monge transferiu-se para
Mézières e ali passou vinte fecundos anos de sua vida. Durante seus trabalhos na escola militar, para
resolver um complicado problema de construção de fortificações, Monge inventou método novo, muito
mais simples do que os até então conhecidos – e que viria a ser alicerce da geometria descritiva.
Monge assume o cargo de professor de matemática – tendo revelado, pouco antes, possuir sólidos
conhecimentos de geometria e de análise. Nessa época inicia correspondência com d’Alembert e
Condorcet. Estes haviam sugerido a criação, no Louvre, de um instituto onde se fariam pesquisas em
hidráulica. Monge foi chamado a Paris, para dirigir o instituto, mas precisou comprometer-se a continuar
seu programa de trabalho em Mézières.
Em 14 de janeiro de 1780, foi eleito adjunto de geometria, na Academia de Ciências, Substituindo Aléxis
Théophile Vandermonde [promovido a associado]. Devia, em conseqüência, fixar residência em Paris, aí
permanecendo pelo menos cinco meses de cada ano. Dedica-se com afinco à física e à química. Sua
atividade lhe vale indicação para o cargo de examinador da marinha. Em face das numerosas atribuições
que recebe, deixa, enfim, em 1783, a escola de Mézières. Eleito ministro da Marinha, em 1792,
permaneceu no cargo por um ano apenas. Trabalhou, posteriormente, com que se entrega aos afazeres
se traduz em homenagens oficiais. Além de tomar parte ativa na relevante na fundação da École
Polytechnique, em 1794, tornando-se professor de geometria descritiva de ambos os estabelecimentos.
Mantendo-se escondido por algum tempo, retornou a Paris em 1816. Excluído do instituto e privado de
seus bens, sem contar com o apoio de amigos e colegas, viu, ainda que sua mais cara obra, a École
Polytechnique, era suprimida na reorganização do ensino. Por ocasião de sua morte, não lhe foram
tributadas quaisquer homenagens oficiais, mas sábios que haviam sido seus amigos e os alunos mais
chegados assistiram às exéquias, pronunciando de comparecer às cerimônias fúnebres; todavia, no
primeiro dia de saída, foram visitar o tumulo de Monge, fundador da escola, num ato de reconhecimento e
gratidão, cotizando-se para que o mestre tivesse erigido um monumento em sua memória. Dois de seus
ex-alunos, L. Guyon e Barnabé Brisson, escreveram-lhe a biografia.
Não é fácil obter, dos especialistas, uma caracterização da geometria. Encarando a disciplina sob o
prisma de um enfoque atual [correspondente ao pensamento dominante por volta de meados do séc. XX],
um mínimo de temas deve ser colocado sob o rótulo geometria. Entre eles, os métodos euclidianos, as
geometrias não-euclidianas e o moderno enfoque por meio de postulados; a geometria diferencial,
de Euler, Monge e Gauss até Riemann e seus discípulos, com toda a influência que exerce sobre a
moderna física matemática e sobre a cosmologia contemporânea; os estudos de Cayley, reduzindo
a geometria métrica à projetiva; a geometria algébrica, que se prolonga nas funções abelianas; o
programa unificador de Felix Klein e a sua superação, após 1916; e, por fim, os espaços abstrativos a
topologia, que abrem segundo muitos, novos rumos para a matemática contemporânea.
Monge Investiga, inspirando-se nos trabalhos de Euler, as linhas de curvatura, elaborando teoria geral da
curvatura, que aplicou [em 1795] às quádricas. Consegue, simultaneamente, resolver diversas equações
diferenciais parciais por meio de sua teoria das superfícies. Cabe a Monge o mérito de traduzir muitas
questões relacionadas às equações diferenciais, colocando-as em linguagem geométrica.
A geometria descritiva inteiramente desenvolvida por Monge, pode não ser, do ponto de vista teórico, tão
notável quanto a geometria diferencial. Sem embargo, é de enorme importância do ponto de vista
tecnológico. Sem a geometria descritiva [em alguma de suas formas], é certo que a engenharia não teria
progredido tanto no séc. XX. O esquema de Monge, usando representação de sólidos em superfícies
planas, por meio de duas projeções [plana e elevada], facilitava a visualização de relações espaciais e se
constituía em método uniforme para a resolução gráfica de problemas como o da determinação dos
pontos em que duas superfícies se cortam. Tentativa e erro, no caso de corte de superfícies metálicas,
poderiam conduzir a grandes desperdícios, evitados pelos métodos ensinados por Monge. O desenho
mecânico – de que depende a construção de maquinas – não teria sido possível sem o uso dos
esquemas simples introduzidos por Monge.
"Sur la constructon des fonctions arbitraires qui entrent dans lês intégrales des équations aux différences partielles"
- 1776; sobre a construção de funções arbitrarias que entram nas integrais das equações de diferenças
parciais];
"Sur lê clacul intégral des équations aux différences partielles - [1784; sobre o calculo integral das equações de
diferenças parciais];
"Sur les surfaces developpées, les rayons de courbure et les différents genres d’inflexions des courbes à doublé
courbure " - [1785; sobre as superfícies desenvolvidas, os raios de curvatura e os vários gêneros de
inflexões de curvas de curvatura dupla];