Livro 2021
Livro 2021
Livro 2021
3º PASSO – ESCREVER UMA FRASE AFIRMATIVA E ARGUMENTATIVA SOBRE O TEMA ESPECÍFICO, CARACTERIZANDO O PROBLEMA.
TESE AMPLA: ISSO POSTO, É FUNDAMENTAL QUE O PODER PÚBLICO BRASILEIRO, COM O DEVIDO APOIO DA SOCIEDADE CIVIL CIDADÃ,
VOLTE SUAS ATENÇÕES PARA O COMBATE ÀS CAUSAS E ÀS CONSEQUÊNCIAS DESSA GRAVE PROBLEMÁTICA, A QUAL PREJUDICA
PRECEITOS MANTENEDORES DA CIDADANIA.
TESE COM CAUSAS: ISSO POSTO, É FUNDAMENTAL O COMBATE ÀS CAUSAS MAIS NOTÓRIAS DESSA PROBLEMÁTICA, A SABER: (CAUSA
01), BEM COMO (CAUSA 02).
5º PASSO – ELABORAR A CONTEXTUALIZAÇÃO – HISTÓRIA, MITOLOGIA, CONTRATO SOCIAL, ALUSÃO À FALA DE AUTORIDADE,
1º PARÁGRAFO (EXEMPLO)
PARA VIVER EM PLENITUDE A CIDADANIA, É FUNDAMENTAL QUE TODO CIDADÃO..., COMO PREVÊ O CONTRATO SOCIAL
BRASILEIRO – A “CARTA MAGNA DE 1988. NESSE SENTIDO, É PREOCUPANTE O FATO DE QUE..., SITUAÇÃO INACEITÁVEL FRENTE À
CONDIÇÃO CIDADÃ. ISSO POSTO, É FUNDAMENTAL QUE O PODER PÚBLICO BRASILEIRO, COM O DEVIDO APOIO DA SOCIEDADE CIVIL
CIDADÃ, VOLTE SUAS ATENÇÕES PARA O COMBATE ÀS CAUSAS E ÀS CONSEQUÊNCIAS DESSA GRAVE PROBLEMÁTICA, A QUAL
PREJUDICA OS PRECEITOS DA CIDADANIA.
2º PARÁGRAFO
6º APRESENTAR O ARGUMENTO PRECEDIDO DE ELEMENTO DE COESÃO.
3º PARÁGRAFO
9º PASSO – REPETIR OS PASSOS 6, 7 E 8.
4º PARÁGRAFO
10º PASSO – INTERVENÇÃO: RETOMADA DA TESE +AGENTE (DETALHAR)+AÇÃO (DETALHAR)+MEIO(DETALHAR). COM ESSA MEDIDA
SERÁ POSSSIVEL = EFEITO
PORTANTO, PARA QUE ... SEJA COMBATIDO, ENQUANTO PROBLEMA QUE AFETA A SOCIEDADE BRASILEIRO, É FUNDAMENTAL
QUE...
VAMOS!!!
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INTRODUÇÃO
OPÇÃO 01
O Brasil, enquanto Estado Democrático de Direito, estabelece, no Contrato Social vigente – a Carta Magna de 1988 -, que todo cidadão
tem o direito à/ao... Nessa perspectiva, é preocupante que, no âmbito..., essa condição esteja sendo vilipendiada, visto que... Isso
posto, é fundamental que as mais notórias causas dessa problemática sejam combatidas, a saber: (causa 01), bem como (causa 02).
Para viver em plenitude a cidadania, como bem preconiza a Constituição Cidadã, assim denominada pelo presidente da Assembléia
Constituinte, Ulysses Guimarães em 1988, em função do teor contratualista da Carta Magna, é fundamental que todo cidadão... Nessa
perspectiva, é preocupante que, no âmbito..., essa condição esteja sendo vilipendiada, visto que... Isso posto, é fundamental que as
mais notórias causas dessa problemática sejam combatidas, a saber: (causa 01), bem como (causa 02).
EXEMPLO DE USO:
O DESAFIO DE COMBATER O FEMINICÍDIO NO BRASIL
Para viver em plenitude a cidadania, como bem preconiza a Constituição Cidadã, assim denominada pelo presidente da Assembléia
Constituinte, Ulysses Guimarães em 1988, em função do teor contratualista da Carta Magna, é fundamental que todo cidadão TENHA
RESPEITADO O DIREITO À VIDA, À SEGURANÇA, À LIBERDADE E À DIGNIDADE. Nessa perspectiva, é preocupante que, no âmbito DA
PREVALÊNCIA DESSES DIREITOS NO COTIDIANO DAS MULHERES BRASILEIRAS, essa condição esteja sendo vilipendiada, visto que O
BRASIL É, LAMENTAVELMENTE, REFERÊNCIA EM VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER CARACTERIZADO PELO FEMINICÍDIO. Isso posto, é
fundamental que as mais notórias causas dessa problemática sejam combatidas, a saber: A INEFICIÊNCIA DO ESTADO EM EFETIVAR AS
MEDIDAS JURÍCAS FRENTE À PROBLEMÁTICA, bem como A HERANÇA HISTÓRICO-CULTURAL MISÓGINA LIGADA A TAL SITUAÇÃO, PARA,
ASSIM, MUDAR ESSE FATÍDICO QUADRO.
DESENVOLVIMENTO 01
Primeiramente, segundo o pai da Sociologia francesa do século XIX, Émile Durkheim, todo problema que afeta o Corpo Social constitui
situação anômica, a qual deve ser combatida em prol da manutenção do Contrato Social idealizado pelo contratualista suiço Rosseau.
Assim, é fundamental que o Estado brasileiro, que é contratualista, promova políticas públicas mais eficientes em relação à/ao..., o que
não tem acontecido como deveria. Isso porque... Por conseguinte, ...
DESENVOLVIMENTO 02
OPÇÃO 01
Ademais, além da/do..., outro fator que, notoriamente, causa... é... . Essa situação permite recuperar o discurso do jornalista brasileiro
contemporâneo Gilberto Dimenstein, que, no livro “O Cidadão de Papel”, aponta para o fato de que muitos dos direitos dos brasileiros
figuram tão somente impressos, sobretudo na realidade vivida pelo mais pobres, o que se aplica à/ao... Essa situação caracteriza-se
pelo fato de que... Exemplo preocupante disso é..., posto que...
DESENVOLVIMENTO 02
OPÇÃO 02
Ademais, além da/do..., outro fator que, notoriamente, causa... é... . Essa situação permite recuperar o discurso do filósofo alemão
contemporâneo Jürgen Habermas, que o princípio da irracionalidade, quando mesmo tendo acesso ao conhecimento, os indivíduos
agem de modo irracional e corroboram a problemática, o que se aplica à/ao... Essa situação caracteriza-se pelo fato de que... Exemplo
preocupante disso é..., posto que...
CONCLUSÃO
OPÇÃO 01
Portanto, dada a necessidade de combater o/a..., enquanto problemática que afeta diretamente o Contrato Social vigente, é
fundamental que medidas concretas e viáveis sejam promovidas. Assim, é fundamental que o Poder Público, por meio do/da...,
crie/invista/realize/desenvolva..., o que será possível com..., caracterizando-se por... . Assim, será possível..., o que é fundamental para
a sociedade brasileira no sentido da promoção da cidadania plena para todos os cidadão irrestritamente.
CONCLUSÃO
OPÇÃO 02
Dada a complexidade da problemática supracitada, é fundamental que medidas sejam promovidas para mitigá-la. Nesse sentido, é
fundamental que o Estado brasileiro, por meio do..., enquanto agente institucional diretamente responsável pelas polícas públicas
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relacionadas à/ao..., crie/invista/realize/desenvolva..., o que será possível com..., caracterizando-se por... . Assim, será possível..., o que
é fundamental para a sociedade brasileira no sentido de promover a cidadania plena para todos os cidadão irrestritamente.
DICA ESPECIAL
CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS INSTITUCIONAIS
ENGAJADAS
• PODEM SER USADAS COMO CAUSAS DE PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS DA SOCIEDADE, VISTO QUE MUITAS VEZES O
PODER PÚBLICO NÃO UTILIZA RECURSOS LINGUÍSTICOS E ARGUMENTATIVOS EFICIENTES PARA ORIENTAR A POPULAÇÃO
SOBRE QUESTÕES COMO SAÚDE, A FUNÇÃO DAS LEIS, OU MESMO SOBRE A NATUREZA DA CIDADANIA EM VÁRIOS ÂMBITOS.
• PODEM SER USADAS COMO ESTRAÉGIA DE INTERVENÇÃO PARA INFORMAR À POPULAÇÃO E, ASSIM, PERMITIR MUDAÇA
COLETIVA COMPORTAMENTAL E PROL DO COMBATE A ALGUMA CELEUMA QUE AFETA A SOCIEDADE.
Drogas lícitas são todas as substâncias que genram algum tipo de dependência química, mas que o consumo é autorizado
pelo Estado. Nesse sentido, é preocupante que uma parcela considerável de cidadãos consuma frequentemente cigarro, álcool,
ansiolíticos, entre outras drogas lícitas, o que pode trazer inúmeros males para a saúde pública. Isso posto, é fundamental combater a
influência negativa da mídia comercial, bem como o baixo poder de discernimento de grande parte dos indivíduos, principais entraves
que cerceiam a resposta da pergunta: como conscientizar a sociedade civil acerca dos malefícios desses produtos?
Sob essa perspectiva, é notório que a publicidade comercial da maioria das drogas lícitas gera um impacto negativo sobre o
público consumidor. Nessa perspectiva, é fato que os comerciais e as propagandas exercem um poder simbólico- PIERRE BOURDIEU- ao
atrelar a felicidade à compra desses produtos que geram dependência, o que estimula o consumo pela mera ilusão capitalista de que
ser feliz só é possível quando o indivíduo está, por exemplo, em festas ingerindo bastante álcool. Por conseguinte, observa-se o
desenvolvimento da dependência química em um número cada vez mais expressivo de indivíduos, o que representa a necessidade de
gastos públicos mais vultosos com o tratamento dos pacientes.
Ademais, outro fator intrínseco ao consumo desenfreado de drogas lícitas é a falta de consciência crítica frente às
advertências de especialistas. Sob essa ótica, é possível referenciar o pensamento do filósofo iluminista Kant, o qual lucidamente
defende que o conhecimento científico só tem valia quando os cidadãos o aplicam no cotidiano. Porém, percebe-se que essa não é
uma realidade palpável no contexto brasileiro vigente, visto que, por mais que haja o acesso às informações sobre os males do
tabagismo, da automedicação e da ingestão de álcool, um enorme contingente populacional não adota uma postura racional em
relação ao uso dessas drogas. Em razão disso, analisa-se um aumento dos infartos do miocárdio, dos doentes de câncer e das
complicações respiratórias, conforme dados públicos on-line do DATASUS, os quais estão disponíveis para todos os ciadadãos.
Portanto, dada a necessidade de que a população se conscientize, é preciso que o Ministério da Saúde, por meio da atuação
de engenheiros da computação das universidades federais, desenvolva plataformas digitais interativas e de fácil acesso com a
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finalidade de permitir a formação de uma consciência crítica acerca dos perigos e dos danos causados pelo consumo de drogas lícitas.
Assim, serão promovidos fóruns e palestras, orientados por médicos e por agentes de saúde, sobre como evitar a ingestão desses
produtos, além de disponibilizar suporte on-line de psicólogos e vídeos de testemunho de ex-dependentes químicos, o que é fulcral
para a conscientização da sociedade civil.
É fundamental que, após escolher as causas que julga serem as mais significativas, seja realizada a defesa do argumento
central por meio de descrição, explicação, exemplificação, exposição de consequências, apresentação de dados, uso de falas de
autoridades, comparações, ou mesmo a utilização de outras causas para a defesa do núcleo argumentativo do parágrafo.
EXEMPLO DE 2º PARÁGRAFO COM A CAUSA HERANÇA HISTÓRICO-CULTURAL – TEMA: OS DESAFIOS DA MULHER BRASILEIRA
CONTEMPORÂNEA
Inicialmente, é notório que a misoginia tem como causa significativa a formação histórico-cultural do Brasil ao longo de cinco
séculos. Nessa perspectiva, vê-se que mesmo com os avanços dos direitos civis e com o acesso à educação formal, a mácula do preconceito e
da violência moral e física contra a mulher, pautado na tradição pratriarcalista, persiste no país no início do século XXI, o que é lamentável.
Consequência dessa realidade, segundo a historiadora Mary Del Priori, é a baixa representatividade política e a prevalência de salários
injustos, que desvalorizam o direito ao sufrágio e à carteira de trabalho, estabelecidos durante o governo de Getúlio Dorneles Vargas.
EXEMPLO DE TERCEIRO PARÁGRAFO COM A CAUSA INEFICIÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS – TEMA: OS DESAFIOS DA MOBILIDADE
URBANA
Outro fator que condiciona a precariedade da mobilidade urbana no Brasil é a ineficiência das prefeituras em aplicar a Política
Nacional de Mobilidade Urbana, criada em 2014. Essa preocupante realidade, que se notabiliza nos municípios com mais de cem mil
habitantes, aponta para a falta de gestores que planejem as mudanças necessárias a médio e longo prazo, o que exigiria a construção de vias,
de passarelas e a dinamização do transporte público, a fim de torna-lo eficiente, seguro e atrativo aos cidadãos, o que não condiz como a
realidade atual. Essa problemática se confirma por pesquisa...
EXEMPLO DE 2º PARÁGRAFO COM A CAUSA BAIXO PODER DE DISCERNIMENTO FRENTE À PROBLEMÁTICA – TEMA: O IMPACTO DAS FAKE
NEWS SOBRE A CIDADANIA
A princípio, é importante analisar o comportamento da população, que comumente não tem o conhecimento sobre os preceitos
constitucionais sobre liberdade de expressão, como um dos fatores determinantes para a disseminação de notícias falsas. Isso posto, é
preocupante que mesmo o texto constitucional estando disponível para todos os cidadãos, a maioria não o busque para por em prática,
enquanto condição essencial para a cidadania. Esse comportamento permite recuperar o pensamento do iluminista prussiano Imannuel
Kant, o qual apontava para o fato de que o conhecimento e as leis só têm valia quando usadas no cotidiano em prol de todos, o que não tem
sido prática dos brasileiros frente ao compartilhamento de fake news.
EXEMPLO DE 3º PARÁGRAFO COM A CAUSA IMPUNIDADE – TEMA: OS CAMINHOS PARA COMBATER A HOMOFOBIA
Outro fator realmente relevante quanto ao preconceito e violência contra os indivíduos do grupo sociocultural LGBT é a
impunidade em relação às agressões que eles sofrem em função da orientação sexual que fazem parte de suas identidades de gênero. Nessa
perspectiva, esse crime de ódio é praticado em função da sensação de impunidade que paira sobre o mesmo, vez que são raros os casos de
punição, o que remete ao pensamento do filósofo iluminista Marquês Cesare Beccaria, o qual defendia a tese de que a certeza do infrator
sobre a impunidade contribui para a prática do delito. Portanto, a impunidade no Brasil, a qual se dissemina em função da internet, da falta
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de conhecimento sobre as leis, ou mesmo motivada pela lentidão de processos criminais em curso tem como consequência latente o
dissabor cotidiano de muitos brasileiros que têm tolhido o direito à liberdade e àplena felicidade.
EXEMPLO DE 2º PARÁGRAFO COM A CAUSA COMPORTAMENTO ANTIÉTICO – TEMA: O IMPACTO DAS FAKE NEWS SOBRE A CIDADANIA
Em primeira análise, é importante entender que para viver em plenitude a cidadania, é fundamental que o indivíduo assuma uma
postura ética, pautada no conceito de justiça dos antigos gregos, voltada para a preocupação com o bem-estar da coletividade. Nessa
perspectiva, é preocupante que muitos brasileiros hajam de modo não ético ao disseminar notícias falsas, sobretudo por meio da internet,
pondo em risco o princípio da dignidade humana, visto que a maioria das fake News está pautada na cultura do ódio. Exemplo dessa
realidade foi o que ocorreu com a vereadora Mariele Franco, que depois de assassinada teve a sua imagem e legado denegridos nas redes
sociais por meio de inverdades.
EXEMPLO DE 2º PARÁGRAFO COM A CAUSA BAIXO PODER DE DISCERNIMENTO FRENTE À PROBLEMÁTICA – TEMA: A QUESTÃO DO
INDÍGENA NO BRASIL
Para entender o conjunto da problemática, é preciso reconhece como notório que as violências e desvalorização da cultura
indígena brasileira está ligada à falta de conhecimento por grande parte dos brasileiros não-indígenas acerca da história do Brasil e do artigo
231 da Constituição Federal de 1988, que estabelece os diretos dos índios. Nessa perspectiva, mesmo que os nativos originais estejam sob a
égide do Estado, é evidente os preconceitos de que são vítimas, visto que comumente são estereotipados como indolentes, ou sofrem
violências morais ligadas ao nítido baixo senso crítico de outros brasileiros frente ao conjunto das tradições e direitos dos ameríndios.
EXEMPLO DE 2º PARÁGRAFO COM A CAUSA BAIXO PODER DE DISCERNIMENTO FRENTE À PROBLEMÁTICA – TEMA: OS CAMINHO PARA
COMBATER A DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO BRASIL.
Para entender as dificuldades em relação ao tratamento de dependentes químicos, é importante, a princípio, reconhecer o
impacto do preconceito, que parte da população em geral promove frente aos que buscam cura para a dependência. Esse comportamento
está notoriamente ligado à falta de conhecimento acerca do uso e dos efeitos das drogas lícitas e ilícitas sobre os que desenvolvem
dependência química e buscam tratamento, o que relaciona-se ao fracasso da sociedade civil, da família e do Estado frente a esse quadro
trágico. Consequência dessa realidade é o isolamento social dos dependentes, o que põe em risco o processo de recuperação.
EXEMPLO DE 3º PARÁGRAFO COM AS CAUSAS FORMAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL E BAIXO PODER DE DISCERNIMENTO FRENTE À
PROBLEMÁTICA – TEMA: O DESAFIO DE PROMOVER A DEMOCRACIA RACIAL NO BRASIL.
Outro fator que deve ser analisado para entender o conjunto da problemática da falta de uma democracia racial no Brasil é a
história da escravidão e as nódoas que permanecem na sociedade brasileira como causa para a segregação. Nesse sentido, é possível
referenciar o documentário “Brasil: uma história inconveniente” (2000), produzido pela BBC de Londres e disponível nas plataformas de
compartilhamento de vídeo. Nessa obra, retrata-se o quão cruel foi a escravidão de negros entre 1610 e 1888, o que não se resumiu ao
cerceamento da liberdade, mas sobretudo à degradação moral e humana daqueles que receberam os grilhões não só de ferro, também de
intolerância. Isso posto, vê-se notoriamente que ainda há uma segregação humana no início do século XXI, que determina a baixa
representatividade em todas as esferas sociais e culturais
EXEMPLO DE DESENVOLVIMENTO COM AS CAUSAS CULTURA DO INDIVIDUALISMO E INEFICIÊNCIA ESTATAL – TEMA O DESAFIO DE CRIA
UMA CULTURA DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO BRASIL.
Inicialmente, é preciso reconhecer que a cultura do individualismo é fator cultural que prejudica a valorização da formação de uma
cultura da doação de órgãos. Nesse sentido, vê-se que ainda persiste na sociedade brasileira a premissa de agir tão somente em prol do
bem-estar individual, comportamento criticado e estudado por grandes pensadores da cultura brasileira, a exemplo de Sérgio Buarque de
Holanda como sua obra “Raízes do Brasil”, produzido nos anos 30. Por conseguinte, milhares de cidadãos em todo país esperam pelo
transplante, o que só é possível a partir da ação cidadã de terceiros.
Outro fator importante relacionado à baixa adesão à doação de órgãos é a falta de eficiência do SUS. Isso ocorre tanto no que
concerne à necessidade de informar sobre o procedimento de doação, quanto em apresentar à sociedade estrutura acessível e confiável
para solidificar a confiança do cidadão. Essa situação caracteriza-se pelo fato de que a maioria da população notoriamente não conhece os
procedimentos para a doação, bem como ignora o conhecimento científico envolvido, o que se coaduna como a própria qualidade da
educação formal no país. Desse modo, o déficit de órgãos e tecidos tornam-se cada vez mais evidente e preocupante.
Estrutura e conectivos
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Outro fator que deve ser analisado frente à problemática é..., à medida que contribui para...
Ademais, fator que também contribui para... é ..., devendo, pois, ser analisado.
Outrossim, ... é outra causa determinante para ...., visto que...
Para entende a problemática, a partir de uma visão holística, é preciso analisar..., enquanto causa indissociável dessa
realidade, visto que...
Considerando esse quadro, fica evidente que...
Outro fator determinante frente à/ao... é..., posto que...
Consequência relevante dessa problemática é...
Por conseguinte, nota-se que...
Dito isso, vê-se como preocupante efeito dessa celeuma, o tolhimento da cidadania no que concerne à/ao..., o que leva
à/ao...
Nesse sentido, é preocupante que...
Sob essa perspectiva, é notório e preocupante que...
Essa situação caracteriza-se pelo...
Isso posto, torna-se necessário...
Desse modo, vê-se como problema...
Partindo desse pressuposto, é possível aplicar o pensamento de...
Assim, não menos importante é analisar..., enquanto fator determinante para...
Entre os desafios ...
No âmbito...
A sociedade brasileira contemporânea enfrenta como significativo desafio...
Exemplo empírico dessa realidade...
Nesse sentido, não são raros os casos dessa natureza noticiados pela mídia jornalística brasileira...
Para melhor entender a problemática, é possível recuperar o pensamento de ..., posto que...
Portanto, considerando a complexidade da problemática, é fundamental que AGENTE promova AÇÃO. Essa medida viável e
necessária deve ser realizada por meio de DETALHAMENTO, tendo como principal fito EFEITO. Assim, será possível
FINALIDADE AMPLA.
Usando algumas das expressões acima, treine a produção de parágrafos e frases a partir dos temas abaixo.
3º PASSO – ESCREVER UMA FRASE AFIRMATIVA E ARGUMENTATIVA SOBRE O TEMA ESPECÍFICO, CARACTERIZANDO O PROBLEMA.
1º PARÁGRAFO
PARA VIVER EM PLENITUDE A CIDADANIA, É FUNDAMENTAL QUE TODO CIDADÃO..., COMO PREVÊ O CONTRATO SOCIAL
BRASILEIRO – A “CARTA MAGNA DE 1988. NESSE SENTIDO, É PREOCUPANTE O FATO DE QUE..., SITUAÇÃO INACEITÁVEL FRENTE À
CONDIÇÃO CIDADÃ. ISSO POSTO, É FUNDAMENTAL QUE O PODER PÚBLICO BRASILEIRO, COM O DEVIDO APOIO DA SOCIEDADE CIVIL
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CIDADÃ, VOLTE SUAS ATENÇÕES PARA O COMBATE ÀS CAUSAS E ÀS CONSEQUÊNCIAS DESSA GRAVE PROBLEMÁTICA, A QUAL
PREJUDICA OS PRECEITOS DA CIDADANIA.
10º PASSO – INTERVENÇÃO: RETOMADA DA TESE +AGENTE (DETALHAR)+AÇÃO (DETALHAR)+MEIO(DETALHAR). COM ESSA MEDIDA
SERÁ POSSSIVEL = EFEITO
PORTANTO, PARA QUE ... SEJA COMBATIDO, ENQUANTO PROBLEMA QUE AFETA A SOCIEDADE BRASILEIRO, É FUNDAMENTAL
QUE...
CABEDAL CULTURAL
O Cidadão de Papel: A infância, a adolescência e os Direitos Humanos no Brasil, do jornalista Gilberto Dimenstein foi ganhador
do Prêmio Jabuti 1994, Melhor livro de Não-Ficção, publicado pela Editora Ática. O livro surgiu da iniciativa do autor para abordar em
sala de aula e discutir assuntos de uma linguagem de fácil entendimento para os jovens sobre assuntos sérios.
Dividido em 10 capítulos, o primeiro se chama “As engrenagens do colapso social”. Gilberto Dimenstein explica que o livro surgiu na
década de 90, quando ministrou uma palestra para adolescentes e percebeu a preocupação dos jovens com a violência nas grandes
cidades. “Vi que a falta de informação e de reflexão poderia levá-los a uma postura perigosa: o uso de mais violência”, alerta o
jornalista. Então, o autor se propôs a abordar alguns dos problemas da sociedade,
como as crianças de rua, a violência e a pobreza. Por que Cidadão de Papel? Segundo
Dimenstein, porque a cidadania está garantida nos papeis, mas não existe de verdade.
O capítulo 4 fala sobre a renda. Neste caso, o meu exemplar traz várias informações desatualizadas, que na época podiam ser usadas
como referencial, agora nem tanto. Porém, algumas informações e conceituações facilitam a compreensão dos jovens, como PIB
(Produto Interno Bruto), a distribuição desigual de renda e o PIB per capita. Muitas vezes, como bem lembra Gilberto Dimenstein, os
números impressionam, mas são só números perto da realidade da pobreza de um lado e riqueza do outro, em que uns têm além do
necessário e outros não têm o suficiente para sobreviver com dignidade.
O quinto capítulo aborda a mortalidade infantil batendo novamente na tecla da ilusão dos números. O jornalista afirma que entre as
estatísticas para analisar o desenvolvimento econômico e social de um país, a taxa de mortalidade infantil é importante. Apesar de
muitas informações estarem defasadas, a mortalidade infantil ainda é uma realidade no país. Dimenstein aborda o contraste entre
primeiro e terceiro mundo quando se trata do desenvolvimento das crianças e da mortalidade infantil.
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A população é comentada no sexto capítulo do livro. Nesta parte, é comentada a importância do nível de instrução das mães sobre a
necessidade de higiene e saneamento básico, as campanhas educativas e distribuição de anticoncepcionais e orientações sobre
doenças sexualmente transmissíveis, a gravidez na adolescência e a taxa de fecundidade de acordo com as condições financeiras dos
pais.
O desemprego é tema do capítulo 7, em que Dimenstein aborda a crise econômica no Brasil marcada pela estagflação (recessão e
preços altos), o círculo vicioso da criança que sai da escola ou não estuda para trabalhar e continua ganhando pouco, os efeitos
políticos sentidos no país e o efeito nas universidades, em que os estudantes viveram períodos de insegurança.
O capítulo 8 discute a urbanização no Brasil. A ida de populações rurais para as grandes cidades, surgimento das favelas e o aumento
do número de moradores de rua. Já o capítulo 9 aborda a desnutrição. O jornalista descreve as consequências da desnutrição infantil
no desenvolvimento físico e mental do ser humano, além de atingir também os adultos e aborda de forma breve a questão dos
transgênicos (organismos geneticamente alterados) e discussões que estavam em alta na época.
Diante de todos os problemas mencionados nos outros capítulos, o meio ambiente é tão importante quanto e é destaque do capítulo
10. Gilberto Dimenstein afirma a importância do saneamento básico na prevenção de doenças, a questão da reciclagem do lixo, a
poluição ambiental e o tratamento da água.
A última parte do livro, o capítulo 10, traz informações e propõe reflexões sobre a educação. É comentada a necessidade de investir na
educação desde o ensino fundamental para que as pessoas saibam seus direitos e obrigações e possam ter melhor qualidade de vida, a
questão da produtividade, a evasão e desigualdade social no nível de ensino, o analfabetismo e a exclusão digital.
Dimenstein conclui o livro abordando a importância de entender as engrenagens da crise social brasileira e da fragilidade da cidadania,
a importância da democracia e dando exemplo de um projeto que ajuda a tirar as crianças da rua e oferece aulas de dança, escultura,
informática e tem livros.
Como mencionado ao longo deste texto, algumas das informações no meu exemplar estavam desatualizadas, no entanto acredito que
devem ter saído edições mais atuais de O Cidadão de Papel. Se por um lado algumas estatísticas estão antigas, por outro os debates e
reflexões ainda são necessários se fazerem presentes na vida dos jovens alunos do Brasil. Para quem se interessou pelo tema do livro,
acredito que alguns assuntos são mais complexos e merecem uma leitura mais aprofundada. Para o público-alvo, as informações estão
fáceis de serem entendidas e Gilberto Dimenstein cumpriu com o seu papel como jornalista na tradução do conteúdo, tornando-o
acessível para os adolescentes.
Cada um dos tópicos comentados no livro podem ser entendidos melhores através das recomendações de leitura e de filmes deixadas
pelo próprio autor ao longo da obra. O Cidadão de Papel pode ser o pontapé para trabalhar o assunto em sala de aula, no entanto por
abordar vários assuntos e cada um deles serem complexos para serem todos debatidos em um só livro, cabe aos jovens e educadores
continuaram estudando. Outros pontos interessantes disponibilizados pelo autor são os roteiros de discussão ao final de cada capítulo,
as fotografias e as reportagens
Sobre o autor – Gilberto Dimenstein é jornalista, idealizador do site Catraca Livre. Entre os seus livros publicados estão: A guerra dos
meninos, A democracia em pedaços, O aprendiz do futuro e As aventuras da reportagem.
SOBRE O RESENHISTA: Ben Oliveira é escritor independente, redator freelancer, blogueiro e jornalista por formação. Asperger
diagnosticado em março de 2019, aos 29 anos. Tem contos publicados na Amazon e em diversas coletâneas e é autor dos livros de
fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e do livro Escrita Maldita,
publicado na Amazon. Nasceu em 1989, morou grande parte da vida em Campo Grande (MS) e atualmente vive em Blumenau (SC).
Mantém o blog www.benoliveira.com.
ANÁLISE DE TEXTO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “OS ENTRAVES QUE CERCEIAM A
REPRESENTATIVIDADE DA MULHER NA DEMOCRACIA BRASILEIRA”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
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TEXTO II
Legislação
As campanhas da Justiça Eleitoral em prol da presença feminina na política nacional são previstas no art. 93-A da Lei nº 9.504/1997 (Lei
das Eleições), introduzido pela Lei nº 12.891/2013, conhecida como minirreforma eleitoral. O dispositivo traz mais um estímulo à
participação feminina na política ao estabelecer que o TSE, “no período compreendido entre 1º de março e 30 de junho dos anos
eleitorais”, (...) “poderá promover propaganda institucional, em rádio e televisão, destinada a incentivar a igualdade de gênero e a
participação feminina na política”.
As campanhas passaram a ser obrigatórias a partir da Reforma Eleitoral 2015 (Lei nº 13.165/2015) que inseriu regras para ampliar a
participação feminina. O artigo 93 da norma garante cinco inserções diárias de mensagens dirigidas às mulheres, durante os quatro
meses anteriores às eleições.
(FONTE: http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2017/Marco/participacao-feminina-na-politica-brasileira-e-defendida-e-
incentivada-pela-justica-eleitoral)
TEXTO III
Brasil ocupa 115º lugar em ranking de mulheres na política
( FONTE: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2017-03/brasil-ocupa-115o-lugar-em-ranking-de-mulheres-na-politica).
Em 1932, durante o governo do estadista Getúlio Dorneles Vargas, as mulheres brasileiras passaram a ter direitos políticos,
que se consagrariam com a Constituição Federal de 1988, permitindo-lhes a condição de representatividade no cenário político
nacional.Todavia, no início do século XXI, notoriamente essa representatividade esbarra no pífio número de cidadãs com cargos
eletivos no legislativo e no executivo, o que constitui desafio para a democracia brasileira. Isso posto, é fundamental combater a
herança histórico-cultural misógina, bem como a falta de conhecimento de parte da população sobre representatividade democrática.
Inicialmente, é preciso reconhecer que a sociedade brasileira ainda não superou a visão patriarcal que está ligada à formação
histórico-cultural do país. Essa realidade é preocupante, visto que ela está pautada na subserviência da mulher à figura masculina em
todas as esferas de poder, segundo a historiadora Mary Del Priori em sua obra “História das mulheres no Brasil” (editora Contexto).Vê-
se, pois, que mesmo com o avanço dos direitos políticos ao longo do século XX e com a melhoria do acesso à educação, as mulheres
brasileiras têm pouca voz, por exemplo, no Congresso Nacional, o que impede a plena defesa de seus anseios.
Além da formação histórico-cultural, a baixa representatividade da mulher brasileira na política está perceptivelmente ligada
à falta de conhecimento sobre democracia e sobre o texto constitucional de 1988. Nessa perspectiva, fica evidente que a educação
brasileira ainda não consegue formar cidadãos críticos e autônomos como defendia o patrono da educação do país, Paulo Freire, visto
que a maioria não busca a leitura dos textos legais e dos que versam sobre democracia. Assim, as mulheres que constituem a maioria
do eleitorado, segundo dados de 2018 do Tribunal Superior Eleitoral(TSE), não chegam a exceder 10% de componentes do legislativo e
do executivo em todo o Brasil.
Assim, para mudar o atual quadro da baixa representatividade da mulher no cenário político do país, é fundamental que o
TSE amplie a promoção de campanhas publicitárias institucionais engajadas, nas quais os publicitários apresentem o discurso sobre a
importância da representatividade de todos. Para tanto, é preciso que por meio das mídias televisiva, impressa, digital e radiofônica
sejam utilizadas linguagem dinâmica e atrativa, posto que como defende o linguista Marcos Bagno, a comunicação só é efetivada com
eficiência quando a variante linguística adequada é usada no texto. Por sua vez, o Ministério da Educação e Cultura deve, a partir da
orientação de pedagogos, cientistas políticos e professores de história, ampliar na Base Curricular Nacional, o número de horas-aula
sobre política e cidadania. Essas medidas promovidas pelo Poder Estatal terão como principal fito o acesso ao conhecimento, o qual
permitirá o desenvolvimento da criticidade e a posterior equidade entre mulheres e homens no cenário político nacional.
ANÁLISE DE TEXTO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os caminhos para combater o
preconceito linguístico no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
DEFINIÇÃO
Problema
1º PARÁGRAFO CAUSAS:
4º PARÁGRAFO
13
ARGUMENTAÇÃO
TESE?
1. AMPLA – Isso posto, é fundamental que o Estado Democrático de Direito, em consonância com o Contrato Social vigente,
combata as inaceitáveis causas e consequências da problemática ora posta, visto que ela fere princípios fundamentais da
cidadania.
2. CAUSAS – Assim, é preciso que..., bem como ... sejam combatidas enquanto causas determinantes frente a essa grave
problemática, a qual prejudica o bem-estar da sociedade brasileira no âmbito...
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS:
DETERMINAR O ARGUMENTO – FRASE TÓPICO (CAUSA) + POR QUE É UM PROBLEMA;
CAUSAS: INEFIÊNCIA DO ESTADO (EXPLICAR), BAIXO PODER DE DISCERNIMENTO (EDUCAÇÃO = VISÃO CULTURAL SOBRE O
CONHECIMENTO ACADÊMICO/ESTABELECIDO), DESIGUALDADE SOCIAL, FALTA (PROFISSIONAIS, ESPAÇOS FÍSICOS,
RECURSOS, TECNOLOGIAS, ADESÃO DA SOCIEDADE, GESTÃO ... ESTADO), IMPUNIDADE (ESTADO), FORMAÇÃO HISTÓRICO-
CULTAL;
EXEMPLOS;
FALAS DE AUTORIDADE;
COMPARAÇÕES;
ENUMERAÇÃO DE EXEMPLOS;
O Brasil, enquanto Estado Democrático de Direito, estabelece no Contrato Social vigente – Carta Magna de 1988 – que é
direito do cidadão..........., para assim garantir o princípio da dignidade da pessoa humana no âmbito... Nessa perspectiva, é
preocupante o fato de que... Isso posto, é fundamental que o Estado, em consonância com a Constituição, combata as inaceitáveis
causas e consequências da problemática ora posta, visto que ela fere princípios fundamentais da cidadania.
SE LIGA!
A orientação dada acima pelo ENEM, você já conhece. No entanto, como podemos colocá-la em prática para ter um excelente
desempenho? Resposta simples: planejamento, técnica e conhecimento sobre o tema.
(Foto: Reprodução/Inep)
"O ser humano é social: necessita viver em comunidade e estabelecer relações interpessoais. Porém, embora intitulado, sob a perspectiva aristotélica,
político e naturalmente sociável, inúmeras de suas antiéticas práticas corroboram o contrário. No que tange à questão religiosa no país, em contraposição
à laicização do Estado, vigora a intolerância no Brasil, a qual é resultado da consonância de um governo inobservante à Constituição Federal e uma nação
alienada ao extremo.
Não obstante, apesar de a formação brasileira ser oriunda da associação de díspares crenças, o que é fruto da colonização, atitudes preconceituosas
acarretam a incrédula continuidade de constantes ataques a religiões, principalmente de matriz africana. Diante disso, a união entre uma pátria cujo
obsoleto ideário ainda prega a supremacia do cristianismo ortodoxo e um sistema educacional em que o estudo acerca das disparidades religiosas é
escasso corrobora a cristalização do ilegítimo desrespeito à religiosidade no país.
14
Sob essa conjectura, a tese marxista disserta acerca da inescrupulosa atuação do Estado, que assiste apenas a classe dominante. Dessa forma, alienados
pelo capitalismo selvagem e pelos subvertidos valores líquidos da atualidade, os governantes negligenciam a necessidade fecunda de mudança dessa
despótica realidade envolta na intolerância religiosa no país. Assim, as nefastas políticas públicas que visem a coibir o vilipêndio à crença – ou descrença,
no caso do ateísmo – alheia, como o estímulo às denúncias, por exemplo, fomentam a permanência dessas incoerentes práticas no Brasil. Porém, embora
caótica, essa situação é mutável.
Convém, portanto, que, primordialmente, a sociedade civil organizada exija do Estado, por meio de protestos, a observância da questão religiosa no país.
Desse modo, cabe ao Ministério da Educação a criação de um programa escolar nacional que vise a contemplar as diferenças religiosas e o respeito a elas,
o que deve ocorrer mediante o fornecimento de palestras e peças teatrais que abordem essa temática. Paralelamente, ONGs devem corroborar esse
processo a partir da atuação em comunidades com o fito de distribuir cartilhas que informem acerca das alternativas de denúncia dessas desumanas
práticas, além de sensibilizar a pátria para a luta em prol da tolerância religiosa."
Usar a fala de autoridade é uma boa estratégia para dar maior força ao texto, pois demonstra que o redator ou redatora
apresenta cabedal de conhecimento. Todavia, cuidado para não reproduzir de modo simplista o discurso alheio, o que pode mesmo
comprometer o texto.
A Constituição Federal brasileira de 1988 assegura para todos os cidadãos a plena liberdade de construção e vivência plena
da identidade individual em todos os âmbitos. Desse modo, é lamentável que muitos brasileiros sofram com o preconceito e com a
violência em função de suas identidades de gênero diferirem da heteronormativa, o que fere o princípio da dignidade humana. Essa
situação preocupante está notoriamente ligada à formação histórico-cultural da nação brasileira, bem como à constante
impunidade frente aos casos de homofobia.
A princípio, observa-se que a formação social e cultural da sociedade brasileira esteve por séculos pautada em valores
patriarcais, machistas e marcados pela violência frente a qualquer um que se opusesse à essa visão de mundo, simbolizada, por
exemplo, pela estrutura de poder dos senhores de engenho. Essa condição permite supor que os indivíduos que tinham orientação
homossexual eram alvo de violências e exclusão. Por conseguinte, mesmo com os avanços dos direitos civis e do acesso à educação
ao longo do século XX, o Brasil ainda carrega a mácula da violência contra cidadãos do grupo LGBT (Gays, Bissexuais, Travestis,
Transexuais e Transgêneros). Assim, é possível relacionar esse comportamento ao pensamento do pedagogo Paulo Freire, o qual
defendia a ideia de que a educação precisa formar agentes de transformação da realidade individual e coletiva para que todos
possam viver em harmonia, o que parece não ocorrer no cotidiano brasileiro.
Outro fator realmente relevante quanto ao preconceito e violência contra os indivíduos do grupo sociocultural LGBT é a
impunidade em relação às agressões que eles sofrem em função da orientação sexual que fazem parte de suas identidades de
gênero. Nessa perspectiva, esse crime de ódio é praticado em função da sensação de impunidade que paira sobre o mesmo, vez que
são raros os casos de punição, o que remete ao pensamento do filósofo iluminista Marquês CesareBeccaria, o qual defendia a tese
de que a certeza do infrator sobre a impunidade contribui para a prática do delito. Portanto, a impunidade no Brasil, a qual se
dissemina em função da internet, da falta de conhecimento sobre as leis, ou mesmo motivada pela lentidão de processos criminais
em curso tem como consequência latente o dissabor cotidiano de muitos brasileiros que têm tolhido o direito à liberdade e plena
felicidade.
Considerando a necessidade de combater o preconceito de gênero no Brasil, é fundamental a realização de projetos
educacionais nas escolas públicas e privadas, sob a necessária orientação do MEC, a fim de promover discussões sobre sexualidade,
cidadania e ética, o que permitiria aos jovens o desenvolvimento de uma visão mais ampla sobre preconceito e identidade. Além
dessa ação, é necessária a divulgação, por meio das mídias televisiva, impressa, digital e radiofônica, das leis relativas ao
preconceito de gênero, bem como dos canais de denúncia já existentes para a efetiva participação cidadã no combate ao problema.
A partir dessas ações, haverá maior perspectiva para a construção de Brasil mais justo e humano para todos e todas.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Os anabolizantes e a cultura de supervalorização do
corpo: uma questão cultural e de saúde pública, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTOI
15
O uso de anabolizantes vem se tornando, a cada dia, um hábito comum, principalmente pelas
pessoas que praticam esportes, para aumentar a competitividade, ajudar na cura de lesões ou
simplesmente por questões estéticas.
Porém, o consumo excessivo desse tipo de produto é muito perigoso e pode causar danos
irreparáveis ao corpo humano.
TEXTOIII
16
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Os anabolizantes (esteroides androgênicos anabólicos)são substâncias desenvolvidas pela famacêutica para fins medicinais,
mas que, por seu potencial de alteração física, passou a ser utilizado para fins estéticos. Todavia, seu uso indiscrimiado e crescente
entre jovens tornou-se um significativo problema de saúde pública no Brasil, em função, sobretudo, da sua potencial relação de causa
com doenças hepáticas e renais.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O fácil acesso aos anabolizantes contribui para sua disseminação. Essa situação é facilitada pela internet, regulamentação
ineficiente e falta de fiscalização com o rigor necessário.
A pressão exercida pela sociedade de consumo, que através da mídia cria esteótipos de beleza jovial e comumente
caracterizada pela musculatura exagerada, leva muito jovens a usar anabolizantes como forma de conseguir ser aceito socialmente, ou
mesmoconstruir uma auto imagem mais positiva de sí.
Em não raros casos, o uso de anabolizantes está ligado a quadros de vigorexia, distúbio psicológico que deturpa a imagem
que o indivíduo tem de seu corpo.
O uso de anabolizantes sem orientação médica é proibido, sobretudo no caso dos jovens.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Realização de fóruns, debates e palestras nas escolas, a fim de promover um esclarecimento para os jovens sobre os riscos
dos anabolizantes.
Fiscalização por meio de ratreamento de produtos que entram no país, bem como aplicando multas e prisão para os que
venderem irregularmente o produto.
Realização de campanhas através das mídias televisiva, impressa e digital, divulgando os riscos do uso não adequado de
anabolizantes.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Cidades arborizadas: um desafio para a sociedade
brasileira”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
17
Texto II
Atualmente o que se observa é o aumento significativo da população preocupada com as questões ambientais urbanísticas e, por
conseguinte, com a qualidade de vida presenciada nas cidades. Por qualidade de vida se entende os diversos aspectos envolvendo
questões sociais, culturais, ambientais e de biodiversidade de cada região.
Assim, a arborização urbana compõe nos dias atuais, uma relevância sem tamanho em que se envolve a gestão urbana devendo fazer
parte dos planos, projetos e programas urbanísticos das cidades, mesmo porque a arborização urbana não contribui apenas para as
questões ambientais, mas também reflete na qualidade de vida humana propiciando a comunidade atendida, autoestima e bem estar.
Neste diapasão, Santos (2001, p. 4), assim se manifesta:
A arborização é essencial a qualquer planejamento urbano e tem funções importantíssimas como: propiciar sombra, purificar o ar,
atrair aves, diminuir a poluição sonora, constituir fator estético e paisagístico, diminuir o impacto das chuvas, contribuir para o balanço
hídrico, valorizar a qualidade de vida local, assim como economicamente as propriedades ao entorno.
O que se pode constatar com o crescimento populacional nas cidades, não é raro se deparar com a ausência de um planejamento
urbano, aumentando desta forma a necessidade do homem reconciliar-se com a natureza. Entende-se que o planejamento deve ser
priorizado no contexto da urbanização urbana, uma vez realizado esse planejamento, é possível desfrutar dos benefícios que eles
podem trazer para população.
Nestes termos, é notório que o clima urbano difere indubitavelmente do ambiente natural. Como bem realça Gonçalves (2000, p. 21),
“a amplitude térmica, o regime pluviométrico, humildade do ar, o balanço hibrido, a ocorrência de geadas, granizos e vendavais são
fenômenos naturais que precisam ser levados em consideração”. Usar os benefícios da arborização e a vegetação como um todo é
tremendamente importante.
A esse respeito explanam Pivetta e Silva Filho (2002), as vegetações, em virtude dos seus incontáveis benefícios no meio urbano,
exerce um papel fundamental para reestabelecer a relação do homem e o meio ambiente, em que a qualidade de vida é o principal
objetivo. Logo, a presença do verde das plantas nos espaços urbanos torna-se uma condição fundamental para equilibrar a qualidade
ambiental nas urbes.
Percebe-se que a arborização urbana, não tem apenas princípios ambientais, mas também responsabilidade social enfatizando a
qualidade de vida. Nesse mesmo raciocínio, Moura (2010, p. 39), assim ressalta:
A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que essas áreas oferecem à população. Com relação a este
aspecto, deve-se considerar a necessidade de hierarquização, segundo as tipologias e categorias de espaços livres. A função estética diz
respeito à diversificação da paisagem construída e o embelezamento da cidade. Com relação a este aspecto deve ser ressaltada a
importância da vegetação.
Os vegetais, portanto, exercem extraordinárias funções biológicas, climáticas e ambientais que favorecem a conservação da
biodiversidade e do equilíbrio nas cidades. Sendo assim, é mais que imprescindível que se conserve espaços livres arborizados no
interior da malha urbana.
A arborização urbana, desse modo, conforme destacam Dantas e Souza (2004, p. 8): “é fundamental, através dela, pode-se
salvaguardar a identidade biológica da região específica são elas também que oferecem abrigo e alimentação à fauna local e desta
forma protegem o ecossistema como um todo”.
Embora exista uma multiplicidade de espécies arbóreas da flora brasileira, Lorenzi (2009), diz que não são todas as espécies de árvores
que servem para o plantio em áreas urbanas, visto que algumas têm alto porte ou raízes volumosas, outras com frutos enormes ou
quebram seus galhos facilmente com o vento e, isso acaba por colocar a população em riscos.
Diante dessas funções que afetam a vida do homem, do ponto de vista ecológico, a arborização urbana é de fundamental importância,
assim nada mais justo que discorrer ainda que sucintamente, algumas técnicas aplicadas na arborização urbana.
(Fonte: https://jus.com.br/artigos/57680/arborizacao-urbana-e-a-sua-importancia-a-qualidade-de-vida)
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Regulação da umidade do ar, redução da temperatura, proteção contra a erosão e combate à poluição são algumas das
vantagens proporcionadas pela arborização urbana, situação prevista em lei no Brasil. Todavia, essa não é, infelizmente, a realidade da
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maioria das cidades brasileiras, que sofrem com a ausência ou escassez de árvores que poderiam contribuir com a melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos que nelas residem.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O crescimento desordenado da construção civil tem contribuido decisivamente para a derrubada de árvores na cidades
brasileiras, o que aponta para a falta de uma ação eficiente do Estado frente a essa realidade.
O crescimento dos bolsões de miséria, os quais são caracterizados pela ocupação de encostas e mangues, também
contribuem para a derrubada de árvores, a exemplo do que acontece nas cidades do Rio de Janeiro e Recife, o que, a longo prazo,
prejudica ainda mais a qualidade de vida nessas comunidades pobres.
A maior parte da população brasiliera parace não entender a importância da arborização das cidade, o que pode estar ligado
à cultura do individualismo que corrobora com a não formação de uma consciência ambiental.
A floresta da Tijuca no Rio de Janeiro é um marco histórico no que diz respeito à arborização, pois foi reflorestada a mando de
Dom Pedro II, o qual percebeu a relação entre árvores, clima e recursos hídricos.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Incentivo fiscal (redução do IPTU) para família que plantarem árvores em suas propriedades.
Programas de planejamento com arborização promovidados pela SUDEMA.
Fiscalização mais rigorosa pelos órgãos competentes sobre a construção civil.
Construção de casas populares em bairros planejados com a adequada arborização.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “A educação formal como instrumento para a
formação da consciência coletiva”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
(Fonte: http://www.essaseoutras.com.br/charges-engracadas-de-educacao-ensino-critica-alunos-e-professores/)
Texto II
Educação, uma palavra pequena, singela e ao mesmo tempo com dimensões imensuráveis, devido a sua amplitude que se concretiza
na própria existência humana, advém daí a enorme dificuldade em conceituá-la.
A existência de diferentes acepções de educação que se perpetua ao longo da história; ocasionando diferentes formas conhecer do
termo, tais como vulgar, teológico, filosófico, seja pelas ciências, como a pedagogia, a filosofia, sociologia, a política, o direito e muitas
outras.
Mas é inegável que um conceito prévio se faz necessário, contudo não existe um conceito único de educação, tal como do direito.
Tomando por base estes dois paradigmas e a própria Constituição, podemos afirmar que educação é um direito social indispensável,
constituindo o instrumento pelo qual o cidadão atinge a sua formação plena, e o exercício de sua liberdade.
O renomado ministro administrativista Celso de Melo (MELLO, 1986. p. 533) ao conceituar educação deixa transparecer o seu valor
para a formação do cidadão e de toda a sociedade:
“É mais abrangente que o da mera instrução. A educação objetiva propiciar a formação necessária ao desenvolvimento das
aptidões, das potencialidades e da personalidade do educando. O processo educacional tem por meta: (a) qualificar o educando
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para o trabalho; (b) prepará-lo para o exercício consciente da cidadania. O acesso à educação é uma das formas de realização
concreta do ideal democrático”.
O mesmo autor afirma que na educação se encontra o poder de transformar toda a realidade de uma pessoa, de um Estado, de um
País, pois constitui fonte de libertação, capaz de gerar segurança, reconhecimento, valoração do trabalho humano, respeito aos
princípios basilares da vida em sociedade, tais como, liberdade, igualdade, solidariedade, enfim sem educação não há saúde,
segurança, não há democracia, não há futuro.
A educação detém a capacidade de ao mesmo tempo proporcionar meios para o desenvolvimento pessoal do indivíduo e
consequentemente da sociedade na qual ele se encontra inserido.
A Constituição Federal no Capítulo III, artigo 205, estabelece a educação como direito de todos e dever do Estado e da família,
ingressando no ordenamento jurídico pela norma de hierarquia superior, motivo pelo qual a sua aplicação encontra sujeita ao controle
do direito.
“Art.205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Neste contexto é possível afirmar que a educação é uma sequência de atos praticados dentro de um processo, que constitui o meio
para se alcançar as finalidades, prescritas na Lei Maior, que é o pleno desenvolvimento da pessoa, cidadania, qualificação para o
trabalho.
A educação é um processo contínuo, que inicia com o nascimento com vida, quando passamos a ser sujeito de direito, cabendo à
família e ao Estado o dever de cuidar, de propiciar a realização plena do ser humano, para assim como sujeito de direito e dever se
inserir no Estado Democrático de Direito, devidamente qualificado para o mercado de trabalho, concluindo assim a tríplice função
estabelecida na Constituição. Sendo que tanto o Estado, como a família ou a sociedade, sempre estará presente no processo
educacional, às vezes em menores ou maiores dimensões.
(FONTE: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15775&revista_caderno=9)
Texto III
Discutindo O Tema:
PROBLEMA
A baixa qualidade da educação pública no Brasil não contribui com a formação de indivíduos críticos e formadores de opinião.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO
Segundo a Constituição Federal, que foi promulgada em 1988, todo brasileiro tem direito de acesso à educação pública,
gratuita e de qualidade para garantir a sua cidadania. Todavia, os baixos níveis de leitura, escrita e conhecimentos matemáticos básicos
indicados, por exemplo, pelos exames do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), apontam para a deficiência da educação
brasileira e a consequente formação de uma sociedade com baixo senso crítico.
Falar de educação no segundo governo Vargas (1951-1954) nos obriga voltar ao primeiro governo (1930-1945). Foi ali que se criou o
Ministério da Educação e Saúde (1930), que se construiu um sistema nacional público de ensino, e que foram feitas reformas que
20
perduraram muitas décadas além da de 1940. A Reforma do Ensino Secundário de 1942, a Reforma Universitária, com a criação e
padronização do sistema universitário público federal, a criação da Universidade do Brasil, a criação do Serviço Nacional da Indústria
(Senai), em 1942, estão entre tais iniciativas. No caso do ensino primário, a política que talvez melhor exprima o tom daquele governo
tenha sido a nacionalização do ensino, ou seja, o fechamento de escolas estrangeiras, a construção de unidades escolares e a
imposição de um sistema nacional de ensino. A educação do primeiro governo Vargas ficou identificada com o ministro Gustavo
Capanema, que esteve à frente do ministério da Educação por 11 anos, de 1934 a 1945. (fonte FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS)
ALGUNS ARGUMENTOS
DICAS DE INTERVENÇÃO:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Leite materno: os desafios para criar uma cultura de
aleitamento”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
ECA - Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos
filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao
planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação
complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite
humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Texto II
21
PROBLEMA: No Brasil, grande parte das mães não amamenta seus filhos até os seis meses como é recomendado pela ORGANIZAÇÃO
MUDIAL DE SAÚDE.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO
Aumento da imunidade, menor chance de desenvolver obesidade, vínculos afetivos mais fortes com a mãe, melhor
desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo. Essas são algumas das vantagens do aleitamento até os seis meses, que no
Brasil é um direito previsto no artigo nono do ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, de 13 de julho de 1990. Entretanto, esse
direito da criança e da mãe não é comumente posto em prática, o que se torna um significativo problema de saúde pública.
ALGUNS ARGUMENTOS:
Muitas mães não amamentam seus filhos por trabalharem de modo informal e, consequentemente, não terem licença
maternidade.
O baixo nível educacional de muitas mães corrobora para que elas adotem conhecimento popular sobre a amamentação e
alimentação do bebê, o que leva ao desmame.
Em muitas cidades brasileiras, os postos do ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA não funcionam a contento, o que leva a não
realização do pré-natal e, consequente, não orientação para as mães sobre os benefícios do leite materno.
O aleitamento materno só faz bem à criança, e à mamãe também! É um grande aliado contra diversas doenças e é facilmente digerido
e absorvido.
O Super Leite
O leite materno contém nutriente e enzimas perfeitamente balanceadas, com substâncias imunológicas que protegem o bebê e
provêm tudo o que a criança necessita no seu comecinho de vida. O ato de amamentar também supre as necessidades emocionais e
diminui a ansiedade de ambos, por meio desse primeiro contato pele a pele e olhos nos olhos.
Fora a grande vantagem do vínculo afetivo que o ato cria, esse leite ainda protege a criança contra uma infinidade de problemas.
Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, a lista é extensa. O leite materno protege contra doenças alérgicas, diversos tipos de
câncer, desnutrição, diabetes mellitus, doenças digestivas, doenças crônicas como osteoporose, doença cardiovascular e aterosclerose,
obesidade, meningites, sarampo e outras doenças infecciosas, doenças respiratórias e otites, doenças do trato urinário e cáries. E ainda
promove, melhor desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo, aumenta o QI, promove melhor padrão cardiorrespiratório
durante a alimentação, melhor resposta às imunizações e melhor equilíbrio emocional.
Não é só o bebê que sai ganhando, a mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa, tem diminuição mais rápida do
volume do útero, corre menor risco de hemorragia no pós-parto, ter anemia, contrair câncer de mama e de ovário, é menos propensa à
osteoporose, volta ao peso normal mais rapidamente.
E ainda tem o fator econômico. O leite que a mãe produz é suficiente para alimentar o filho até os seis meses de idade, sem
necessidade de gastos com água, gás, bicos, mamadeiras, sabão, açúcar, embalagens etc. O leite materno é de graça e está pronto para
servir a qualquer hora!
Paula R. F. Dabus
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DICAS DE INTERVENÇÃO:
Criação de um salário maternidade para mães que trabalhem de modo informal (diaristas, por exemplo).
Cartilhas de esclarecimento distribuídas pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE, esclarecendo sobre os benefícios da amamentação.
Fiscalização pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE, a partir da ampliação do número de agentes fiscalizadores, da ação dos postos de
saúde em prol do pré-natal e do incentivo à amamentação.
15- Permanentemente conectado: os problemas causados pela dependência do uso de smartphones no cotidiano do cidadão
comum.
PROBLEMA:
A dependência em relação ao uso da internet está causando problemas na vida do indivíduo comum, o que se dá nos âmbitos da saúde
física e mental, na produção laboral e mesmo no ambiente educacional.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO
Os smartphones se popularizaram na última década, permitindo que seus usuários estejam permanentemente conectados à
internet, o que facilita a comunicação e o acesso à informação. Todavia, muitos indivíduos tornaram-se dependentes psicologicamente
desses aparelhos, o que leva ao Distúrbio de Dependência da Internet, situação absolutamente preocupante. Portanto, o Ministério da
Saúde e o Poder Público devem passar a ver essa situação como um problema significativo para a sociedade brasileira.
ALGUNS ARGUMENTOS:
A internet se popularizou no Brasil a partir dos anos 90 e teve sua portabilidade possível graças à disseminação dos
smartphones nos últimos 10 anos.
Essa tecnologia facilitou a vida dos seus usuários, uma vez que é a mais importante ferramenta de comunicação, acesso à
informação e entretenimento do início do século XXI. Todavia, ela proporcionou o surgimento de duas enfermidades reconhecidas pela
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, a saber: a Nomofobia, que é o medo de não está conectado por meio do smartphone, e o
Distúrbio de Dependência da Internet.
O uso de smartphone ao volante aumentou o número de acidentes de trânsito no Brasil, o que se confirma pelas campanhas
promovidas pelo DETRAN para combater a prática.
Tem crescido o número de estudos sobre o impacto do uso de smartphones e computadores sobre a postura física do
indivíduo.
O uso exagerado dos smartphones e da internet podem comprometer a privacidade do indivíduo e até mesmo expor crianças
a conteúdos impróprios.
A produção no ambiente de trabalho e o desempenho escolar são prejudicados no cotidiano do indivíduo que sofre como a
dependência.
O sociólogo polonês ZygmuntBauman afirma que o uso exagerado da internet está criando uma situação antropológica de
ilhamento digital, uma vez que tem se tornado mais comum a interação digital do que a física e afetiva interpessoal.
DICAS DE INTERVENÇÃO
dezenas de livros que viraram best-sellers. Seus 32 títulos lançados no Brasil venderam 350 mil exemplares. O mais recente é Vigilância
líquida (Zahar, 160 páginas, R$ 36,90). Bauman é autor do conceito de “modernidade líquida”. Com a ideia de “liquidez”, ele tenta
explicar as mudanças profundas que a civilização vem sofrendo com a globalização e o impacto da tecnologia da informação. Nesta
entrevista, ele fala sobre como a vida, a política e os padrões culturais mudaram nos últimos 20 anos. As instituições políticas perderam
representatividade porque sofrem com um “deficit perpétuo de poder”. Na cultura, a elite abandonou o projeto de incentivar e
patrocinar a cultura e as artes. Segundo ele, hoje é moda, entre os líderes e formadores de opinião, aceitar todas as manifestações,
mas não apoiar nenhuma.
NA ATIVA
O professor ZygmuntBauman em 2012. Aos 88 anos, ele faz palestras, dá aulas e lança livros (Foto: Leonardo Cendamo/AFP)
ÉPOCA – De acordo com sua análise, as pessoas vivem um senso de desorientação. Perdemos a fé em nós mesmos?
ZygmuntBauman – Ainda que a proclamação do “fim da história” de Francis Fukuyama não faça sentido (a história terminará com a
espécie humana, e não num momento anterior), podemos falar legitimamente do “fim do futuro”. Vivemos o fim do futuro. Durante
toda a era moderna, nossos ancestrais agiram e viveram voltados para a direção do futuro. Eles avaliaram a virtude de suas realizações
pela crescente (genuína ou suposta) proximidade de uma linha final, o modelo da sociedade que queriam estabelecer. A visão do
futuro guiava o presente. Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro. Fomos repelidos pelos atalhos do dia de hoje. Estamos mais
descuidados, ignorantes e negligentes quanto ao que virá.
ÉPOCA – Segundo o senhor, a decadência da política acontece desde o século passado. A situação piorou agora?
Bauman – A decadência da política é causada e reforçada pela crise da agenda política. As instituições amarram o poder de resolver os
problemas à política. Ela seria capaz de decidir que coisas precisariam ser feitas. Nossos antepassados conceberam uma ordem que
dependia dos serviços do Estado-nação. Mas essa ordem não é mais adequada aos desafios postulados pela contínua globalização de
nossa interdependência. Com a separação do poder e da política, a gente se encontra na dupla situação de poderes livres do controle
político e da política que sofre o deficit perpétuo do poder. Daí a crise de confiança nas instituições políticas, uma vez que a política
investiu nos parlamentos e nos partidos para construir a democracia como atualmente a compreendemos. Mais e mais pessoas
duvidam que os políticos sejam capazes de cumprir suas promessas. Assim, elas procuram desesperadamente veículos alternativos de
decisão coletiva e ação, apesar de, até agora, isso não ter representado uma alteração efetiva.
ÉPOCA – As redes sociais aumentaram sua força na internet como ferramentas eficazes de mobilização. Como o senhor analisa o
surgimento de uma sociedade em rede?
Bauman – Redes, você sabe, são interligadas, mas também descosturadas e remendadas por meio de conexões e desconexões...
As redes sociais eram atividades de difícil implementação entre as comunidades do passado. De algum modo, elas continuam assim
dentro do mundo off-line. No mundo interligado, porém, as interações sociais ganharam a aparência de brinquedo de crianças rápidas.
Não parece haver esforço na parcela on-line, virtual, de nossa experiência de vida. Hoje, assistimos à tendência de adaptar nossas
interações na vida real(off-line), como se imitássemos o padrão de conforto que experimentamos quando estamos no mundo on-line
da internet.
ÉPOCA – Os jovens podem mudar e salvar o mundo? Ou nem os jovens podem fazer algo para alterar a história?
Bauman – Sou tudo, menos desesperançoso. Confio que os jovens possam perseguir e consertar o estrago que os mais velhos fizeram.
Como e se forem capazes de pôr isso em prática, dependerá da imaginação e da determinação deles. Para que se deem uma
oportunidade, os jovens precisam resistir às pressões da fragmentação e recuperar a consciência da responsabilidade compartilhada
para o futuro do planeta e seus habitantes. Os jovens precisam trocar o mundo virtual pelo real.
"Para mudar o mundo, os jovens precisam trocar o mundo virtual pelo real".
ÉPOCA – Como o senhor vê a nova onda de protestos na Europa, no Oriente Médio, nos Estados Unidos e na América Latina, que
aumentou nos últimos anos?
Bauman – Se Marx e Engels escrevessem o Manifesto Comunista hoje, teriam de substituir a célebre frase inicial – “Um espectro ronda
a Europa – o espectro do comunismo” – pela seguinte: “Um espectro ronda o planeta – o espectro da indignação”. Esse novo espectro
comprova a novidade de nossa situação em relação ao ano de 1848, quando Marx e Engels publicaram o Manifesto. Faltam-nos
precedentes históricos para aprender com os protestos de massa e seguir adiante. Ainda estamos tateando no escuro.
ÉPOCA – O senhor afirma que as elites adotaram uma atitude de máximo de tolerância com o mínimo de seletividade. Qual a razão
dessa atitude?
Bauman – Em relação ao domínio das escolhas culturais, a resposta é que não há mais autoconfiança quanto ao valor intrínseco das
ofertas culturais disponíveis. Ao mesmo tempo, as elites renunciaram às ambições passadas, de empreender uma missão iluminadora
da cultura. A elite deixou de ser o mecenas da cultura. Hoje, as elites medem sua superioridade cultural pela capacidade de devorar
tudo.
ÉPOCA – Essa diluição dos valores explica por que artistas como DamianHirst e Jeff Koons buscam mais fama do que reconhecimento
artístico?
Bauman – Prefiro não generalizar sobre esse tema. Os artistas, suas performances e produtos são hoje em dia muitos e diferentes, e os
veredictos apressados são equivocados. Pessoalmente, detesto e me aborreço com os DamiensHirsts, Jeff Koons e similares. Mas eles
são ostensivamente sustentados pelas correntes e modas guiadas pelo mercado. Os mercados usurparam o mecenato das artes das
igrejas e dos Estados. Por isso, o meio é realmente a mensagem da arte contemporânea.
ÉPOCA – Como diz o crítico George Steiner, os produtos culturais hoje visam ao máximo impacto e à obsolescência instantânea. Há
uma saída para salvar a arte como uma experiência humana importante?
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Bauman – Bem, esses produtos se comportam como o resto do mercado. Voltam-se para as vendas de produtos na sociedade dos
consumidores. Uma vez que a busca pelo lucro continua a ser o motor mais importante da economia, há pouca oportunidade para que
os objetos de arte cessem de obedecer à sentença de Steiner...
ÉPOCA – O senhor diz que a cultura se tornou dependente da moda. Por que isso ocorre?
Bauman – Modas vêm e vão e são tão velhas quanto a cultura, tão antigas quanto o homo sapiens... O que a fez tão espetacularmente
presente em nossa vida diária é o impacto combinado da comunicação digital em tempo real e da produção em massa com a
associação entre butiques de alta-costura e grandes redes de lojas. As manifestações culturais e artísticas são arrastadas pelo motor da
moda.
ÉPOCA – A moda pode dar sentido à vida das pessoas?
Bauman – A moda tem seus usos e uma demanda enorme e crescente. Ela fornece um modelo para a constante troca de identidades
de nosso mundo. Funciona também como antídoto contra o horror de falhar num mundo em alta velocidade e contra o resultante
abandono e degradação social. Não há nada de inútil na moda. Pelo contrário, é uma necessidade num mundo de flutuação e
desorientação.
ÉPOCA – Seus livros parecem pessimistas, talvez porque abram demais os olhos dos leitores. O senhor é pessimista? Ou busca a alegria
de alguma forma, apesar de todos os problemas?
Bauman– A meu ver, os otimistas acreditam que este mundo é o melhor possível, ao passo que os pessimistas suspeitam que os
otimistas podem estar certos... Mas acredito que essa classificação binária de atitudes não é exaustiva. Existe uma terceira categoria:
pessoas com esperança. Eu me coloco nessa terceira categoria. De outra forma, não veria sentido em falar e escrever... ,
PROBLEMA:
A internet tem sido usada como ferramenta para promoção de crimes, o que constitui um grave problema, uma vez que ela é a mais
importante ferramenta de comunicação, acesso à informação e entretenimento do início do século XXI.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O maior responsável pelos crimes cometidos pela internet é a dificuldade de identificar os criminosos.
A adesão ao Marco Civil e a lei Carolina Dieckmann ainda não resolveram o problema da impunidade.
Outro fator contribuinte para o problema é a falta de uso adequado da internet pelos internautas, uma vez que muitos não
tomam as medidas necessárias para se proteger de hackers e ataque por vírus digital.
Questões técnicas para garantir a neutralidade de rede, além de privacidade, acesso e desenvolvimento da internet precisam de
atenção urgente.
Um ano atrás: manifestantes durante a votação do Marco Civil na Câmara. Tanto tempo depois, ainda falta regular aspectos da lei
O Marco Civil da Internet (MCI) é lei em vigor no Brasil desde 23 de junho de 2014. Um ano depois, alguns aspectos da lei ainda
carecem de regulamentação a fim de facilitar sua implementação. O caso mais evidente é a questão das exceções técnicas para a
neutralidade de rede, mas outros temas como privacidade e acesso e desenvolvimento da Internet também precisam ser enfrentadas.
A demora justifica-se e legitima-se pelo amplo debate público sobre o texto do decreto, promovido pelo Ministério da Justiça (MJ),
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e a Anatel. Todo o processo de formulação e tramitação da lei também foi marcado pelas
consultas públicas feitas por meio da Internet e presencialmente.
Essa dinâmica foi crucial para que o conteúdo afirmasse importantes direitos para toda a população brasileira no uso da rede mundial
de computadores e estabelecesse regras claras e adequadas para as empresas que prestam serviços na Internet.
Até aqui, a regulamentação do MCI contou com diversas consultas de diferentes órgãos que têm voz e responsabilidade na decisão
final do texto do decreto. Ainda em 2014, em dezembro, o CGI.br abriu a sua plataforma de participação. Já em 2015, em janeiro, o MJ
começou um debate público em seu portal na internet. Na sequência, a Anatel, visando angariar subsídios especificamente para o tema
da neutralidade de rede, também recebeu contribuições.
O MJ publicou os números da participação online. Foram mais de 44,8 mil visitas de usuários únicos, 339 discussões sobre a
regulamentação abertas, somando 1,2 mil comentários, de 28 de janeiro a 30 de abril de 2015. No aniversário de um ano do MCI, as
contribuições recebidas pelo MJ encontram-se em fase de sistematização. Interessados ainda podem enviar sugestões de redação do
texto do decreto.
Entendemos que a abertura de contribuições para a formulação do decreto que regulamentará a lei foi necessária e oportuna para
consolidar toda a metodologia participativa implementada no processo democrático adotado ao longo de processo de construção do
MCI[2]. Mesmo assim, organizações da sociedade civil, especialistas em tecnologia e ativistas consideram importante a abertura para
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comentários da minuta do decreto, em uma plataforma online, para uma última análise da sociedade – conforme as práticas já
adotadas anteriormente.
O efeito perverso, porém, é que as boas regras previstas na lei – apesar de estarem vigentes - vão se tornando exceções à espera da
regulamentação. Os exemplos mais marcantes durante esse um ano referem-se às práticas de zero rating que efetivamente ferem a
neutralidade de rede. A TIM já tem planos pré-pagos desde o final de 2014 relacionados ao WhatsApp que dá acesso gratuito e
ilimitado ao aplicativo de mensagens de texto, voz e imagem.
Já em fevereiro deste ano, a parceria com foi estendida para outros planos, agora pós-pagos e tal ação motivou, inclusive, investigação
do Ministério Público da Bahia sobre a alegação de que um dos planos poderia violar a neutralidade de rede. Já a Claro havia encerrado
sua parceria com Facebook e Twitter em abril, inclusive alegando “que os clientes não deveriam ficar limitados a aplicativos
específicos”. Porém, em junho, a operadora anunciou que traz a promoção de volta e estende ela ao WhatsApp com Facebook e
Twitter.
Além disso, a possibilidade de chegada do programa do Facebook chamado Internet.org traz mais uma ameaça à neutralidade de rede,
já que também faz uso da discriminação de tráfego para prover um aplicativo com serviços específicos e de suposto interesse da
população de forma gratuita. A empresa alega que não há violação da neutralidade de rede, pois não há “dados patrocinados” e que os
serviços oferecidos funcionariam como um incentivo inicial a um posterior consumo de planos de internet.
Assim, com o objetivo de coibir essas violações ao MCI, e que as boas previsões da lei sejam consolidadas, é necessário que o decreto
de regulamentação seja editado com brevidade. A realização dos direitos adquiridos com a entrada em vigor do MCI não pode esperar
por mais um ano.
Laura Tresca e Luiz Alberto Perin Filho são integrantes da área de Direitos Digitais da ARTIGO 19
No ano do lançamento da proposta, 2009, foram mais de 800 contribuições, entre comentários, e-mails e referências propositivas
na plataforma digital. Em 2010, foi aberto mais um processo de consulta pública online, agora sobre o anteprojeto que havia sido
elaborado com base nas contribuições do ano anterior. Foram mais de 2.000 contribuições e comentários online.
Após mais de um ano, em agosto de 2011, o projeto sistematizado foi finalmente encaminhado à Câmara dos Deputados. Entre 2012 e
2014, foram realizadas dez audiências públicas, regionais e nacionais, para aprofundar o projeto. O portal E-democracia, da Câmara dos
Deputados, também realizou consulta pública online e os comentários feitos foram incorporados ao texto pelo relator da lei, o
deputado AlessandoMolon .
É verdadeiro que todos os ambientes de participação criados buscaram trazer o maior número de visões possíveis sobre os temas
debatidos – o que acabou por revelar a pluralidade e divergência de opiniões e interesses presentes entre organizações da sociedade
civil, empresas e de outros vários setores como Ministério Público ou Polícia. Apesar de ampla mobilização e panorama favorável à
pluralidade de ideias, vale notar que o debate ainda se concentrou nos diversos atores que têm interesse direto no ambiente de rede.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
PROBLEMA:
A maioria dos jovens brasileiros não participa da vida política do país, o que contribui para que a democracia representativa não seja
plenamente eficiente.
ALGUNS ARGUMENTOS:
Cultura do individualismo (aqui, lembremo-nos de Sérgio Buarque de Holanda com o livro “Raízes do Brasil”.). O indivíduo
não zela pelo bem-estar da coletividade, o que seria uma atitude cidadã.
Descrença na política brasileira em função dos muitos casos de corrupção, bem como de impunidade, no país.
O baixo nível educacional da maior parte dos brasileiros faz com que o cidadão não tenha o senso crítico e conhecimento
necessários para que ele possa entender a necessidade da participação política. Lembremos aqui o que afirmou o pedagogo Paulo
Freire: “A educação não muda um país. Ela muda pessoas e elas mudam o país”.
Em consequência do desinteresse, o país sofre com a eleição de políticos que não representam adequadamente os anseios do
povo.
Lembre-se de que o Brasil é uma democracia representativa desde 1985 com o final da Ditadura Militar e de que muitos
jovens morreram nos anos 60 e 70 em prol da democracia e liberdade de expressão.
Segundo o SUPERIOR TRIBUNAL ELEITORAL, a procura pelo título eleitoral para o voto optativo de jovens entre 16 e 18 anos
foi abaixo do esperado.
De 21 a 25 de outubro, a Justiça Eleitoral realiza a "Semana do Jovem Eleitor" com objetivo de atrair o público entre 16 a 18 anos para tirar o
título de eleitor pela primeira vez. O interessado deve agendar seu atendimento no site do Eleitoral. Ele deve comparecer ao cartório indicado
com os documentos necessários: RG, certidão de nascimento ou certidão casamento e comprovante de residência. Segundo levantamento
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, dos 3,17% de jovens nesta faixa de idade residentes no estado
apenas 11,71% possui título de eleitor.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Investimento maciço na formação escolar com atenção especial para a discussão sobre cidadania. Lembre-se de que Jean
Jaques Rousseau afirmava que a criança está no período de formação do seu caráter e, por isso, pode ser moldado como um cidadão
mais consciente. Por sua vez, Paulo Freire, no seu livro “Pedagogia do Oprimido”, defende a ideai de que apenas cidadão com
consciência crítica são capazes de mudar suas realidades.
Devem ser ampliados os poderes da polícia Federal e do Ministério Público, a fim de punir políticos corruptos, com medidas
como a classificação de crimes dessa natureza como hediondos, uma vez que prejudicam direta e indiretamente a vida de todos os
cidadãos.
Realização de fóruns e debates para instigar a politização dos jovens.
PROBLEMA:
A cultura do consumismo em países como o Brasil está afetando gravemente o meio ambiente.
ALGUNS ARGUMENTOS:
A realização da ECO 92 deu início mais significativo à discussão sobre o impacto da ação humana sobre o meio ambiente.
Apesar disso, a ação da mídia comercial e a melhoria das condições financeiras do cidadão brasileiro nos últimos 30 anos aumentaram
a produção de lixo e seu descarte inadequado no meio ambiente.
Deve-se discutir no texto a relação entre cidadania e consumo consciente, haja vista que cuidar da natureza, consumindo de
modo consciente é pensar no bem-estar da coletividade, deixando de lado uma atitude individualista.
É importante lembrar que ativistas ambientais como Paul Watson, um dos fundadores do GREEMPEACE, defendem que
destruir o meio ambiente para encontrar no consumismo a felicidade é uma atitude irracional.
É importante dar exemplos de consumo não consciente e seu impacto. Nesse sentido, a grande produção de lixo eletrônico é
uma referência viável. Não deixe de explicar como celulares e computadores podem poluir o meio ambiente.
O sociólogo polonês ZygmuntBauman, em livro como “Capitalismo Parasitário”, afirma que o consumismo surgido nos anos
cinquenta como expressão para a felicidade corrompe o indivíduo e torna-o irracional.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
A educação ambiental de modo interdisciplinar no espaço escolar voltadas para crianças e jovens é um caminho possível para
fazer com que a próxima geração promova o consumo consciente.
A realização de fóruns e debates tematizando o impacto do lixo sobre o meio ambiente também é importante como forma de
mudar a cultura coletiva.
Incentivos fiscais e bolsas sociais para comunidades que adotarem o consumo consciente.
EU, ETIQUETA
Carlos Drummond de Andrade ANDRADE, C. D. Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América, 1989.
A crise da gestão hídrica no Brasil compromete desde a economia do país com o aumento dos alimentos, indo até os gastos com saúde
pública, uma vez que crescem os casos contaminação por água imprópria para o consumo.
ALGUNS ARGUMENTOS:
DICAS DE INTERVENÇÃO
Recuperação de matas e nascentes com a intervenção direta do IBAMA e da AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS.
Criação de tecnologias de uso consciente da água.
Investimento na formação de gestores responsáveis pela distribuição da água.
Medidas de combate à poluição dos rios e lagos, a exemplo da construção de aterros sanitários e saneamento básico.
O crescimento do número de jovens que consomem álcool e se tornam dependentes químicos é um grave problema de saúde pública e
mesmo social para o país.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
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O consumo de álcool faz parte da cultura da sociedade brasileira, sendo uma droga desde sempre lícita no país. No entanto, o
consumo de bebidas alcoólicas tem se tornado um problema grave em função do crescente número de jovens que as consomem e que,
tendem a se tornar dependentes da mesma, o que constitui problema significativo para a sociedade brasileira, sobretudo no âmbito da
saúde pública.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O fácil acesso ao álcool e sua condição iminente de uso para socialização e aceitação levam muitos jovens a consumir bebidas
alcoólicas, o que pode levar à dependência.
Há uma glamourização das bebidas alcoólicas pela mídia, o que atrai sobretudo os jovens, os quais ainda não têm o senso
crítico necessário para discernir sobre o impacto nocivo do álcool.
O álcool apresenta propriedades que podem gerar dependência.
O jovem ao se tornar dependente do álcool, pode desenvolver graves doenças no decorrer da sua vida, a exemplos de
cardiopatias e doenças hepáticas.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Restringir o acesso a bebidas alcoólicas com maior fiscalização, quando o jovem for menor de idade.
Expor na mídia jornalística o aumento dos casos de alcoolismo entre jovens maiores e menores de idade no Brasil, a fim de
conscientizar toda a população civil sobre o problema.
Criar grupos especiais de apoio a jovens com dependência de álcool.
21- Ditadura da beleza: a pressão da mídia comercial e artística sobre a estética do jovem brasileiro.
PROBLEMA:
Os jovens são pressionados pela cultura de massa a seguir padrões de beleza física que, em não raros casos, contribuem para o
desenvolvimento de patologias físicas e até mesmo sociais.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O jovem que não se encaixa em padrões de beleza midiáticos sofre muitas vezes com a exclusão social, o que, por exemplo,
levar ao bullying no ambiente escolar ou na internet.
Muitos jovens consomem produtos como anabolizantes para atingir o desejado modelo estético. Há casos extremos como os
de injeção de óleo mineral por jovens acometidos por vigorexia.
A ideia da felicidade consumista associa a beleza estética com o bem-estar emocional. Essa situação pode atingir com maior
intensidade os adolescentes, que estão num período conturbado em função da mudança dos hormônios e da própria estética.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Inicialmente, vê-se que mídia e a sociedade de consumo, segundo o sociólogo polonês ZygmuntBauman, no seu livro “44
Cartas do Mundo Líquido Moderno”, vendem a ideia do consumismo como um projeto de felicidade, que normalmente está ligado à
beleza jovial, a qual segue um padrão que desrespeita a diversidade estética e estabelece um padrão a ser seguido dentro da sociedade
de consumo. Tal situação pode levar o jovem, que ainda é frágil em seu caráter, a ser vitimado por distúrbios como a bulimia, anorexia
e vigorexia, situação preocupante do ponto de vista da saúde pública.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Criação de centros de apoio para jovens que sofrem com problemas psicológicos causados pela pressão estética.
Campanhas de boicote realizadas por ONGs, a fim de pregar o não consumo de produtos e empresas que usam
acentuadamente a mídia para promover a cultura da estética como símbolo de felicidade na sociedade consumista.
Discussão em fóruns e debates presenciais e virtuais, tendo a participação de especialistas e tendo por público alvo jovens em
período de formação escola, a fim de discutir a condição antropológica da pressão midiática sobre a estética, podendo, assim combater
e modificar a situação.
UMA REFLEXÃO:
Bauman entende que o ser humano atual é um produto do que acontece na modernidade líquida. Nos seus escritos, ele aborda o
indivíduo como alguém que integra uma sociedade e responde a ela, modelando-se aos seus ditames. A corrente filosófica chamada
“estruturalismo” serve de parâmetro para compreender esse pensamento do filósofo e sociólogo polonês. Segundo essa escola, “a
30
categoria ou ideia de fundo não é o ser, mas a relação, não é o sujeito, mas a estrutura. *…+ Os homens não têm significado
e não existem fora das relações que o instituem e especificam o seu comportamento” (REALE; ANTISERI, 2008, p. 83).
PROBLEMA:
O Brasil precisa melhorar a qualidade da sua educação pública, a fim de ser mais competitivo no futuro, uma vez que atualmente o país
produz pouca tecnologia e tem a maioria da mão de obra não especializada.
ALGUNS ARGUMENTOS:
Os investimentos em produção de tecnologias nas universidades públicas ainda são parcos. Um exemplo disso é o pequeno
número de bolsas de iniciação científica nos cursos de engenharia espalhados pelo país.
A criação dos institutos federais é uma iniciativa governamental para ampliar o número de técnicos habilitados e gerência
tecnológica no Brasil, o que precisa ser mantido, uma vez que nas próximas décadas o país deve alimentar a sua economia com a
produção tecnológica, deixando o perfil de país que apenas produz commodities (petróleo e metais), para tornar-se um produtor de
tecnologia manufaturada.
O Brasil necessita de jovens melhor alfabetizados e com melhores níveis de conhecimentos básicos em matemática, haja vista
que os últimos resultados internacionais de avaliação da qualidade educacional do país indicaram baixo desempenho em relação a
países de pequeno porte e potencial econômico, a exemplo do Uruguai e Argentina.
A capacidade de formar profissionais capacitados é o capital humano e econômico necessário para o Brasil crescer nas
próximas décadas.
É importante lembrar que o pedagogo Paulo Freire defendia que a educação é a única ferramenta verdadeiramente eficiente
para a ascensão social e humana.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Observação: Esse tema se coaduna com o anterior, podendo usar em grande parte alguns dos mesmos argumentos, havendo algumas
mudanças que indicamos a seguir.
Apesar dos avanços da educação no Brasil, a partir de sua universalização, reconhecimento como direito e criação de
programas como o CIÊNCIAS SEM FRONTEIRAS, a escola brasileira, sobretudo pública, ainda não atingiu seu propósito pleno de
mudança social e de caminho para a cidadania. Desse modo, é fundamental que o Poder Público, por meio do MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, bem como a sociedade civil se mobilizem para fazer da educação uma verdadeira ferramenta de dignificação do ser.
ALGUNS ARGUMENTOS:
Muitas escolas públicas no interior do Brasil, sobretudo municipais, não contam com a qualidade necessária para a formação
do aluno, haja vista que nela, normalmente faltam: professores qualificados, estrutura física adequada, uma cultura de valorização da
escola como ferramenta social.
Os índices de desempenho na educação fundamental no Brasil são muito baixos.
A metáfora iluminista do século XVIII defendia que o conhecimento é a luz que tira o indivíduo da escuridão social, cultural e
humana.
Em “Pedagogia do Oprimido”, o pedagogo Paulo Freire afirma que a escola é uma ferramenta de opressão.
Cidadãos que têm acesso à educação de qualidade possuem maior senso crítico e podem, por exemplo, ser melhores
eleitores, contribuindo, assim, como a democracia representativa.
A educação de qualidade corrobora como o combate a preconceitos culturais, étnicos e de gênero, dado o fato que o
indivíduo compreende melhor a noção de cidadania.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
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Intervenção federal nas escolas geridas por prefeituras, a fim de conferir a elas a mesma qualidade, por exemplo, dos
Institutos Federais, que são referência de qualidade.
Melhoria da remuneração do corpo docente, a fim de tornar mais atrativo o magistério.
Participação ativa da sociedade civil, sobretudo acadêmica, por meio de projetos de voluntariado desenvolvidos por ONGs, a
fim de intervir diretamente nas escolas.
O turismo sexual é uma mácula que persiste na realidade brasileira, estando estreitamente ligado à desigualdade social, à
aceitação pela sociedade e sobretudo ao ineficiente combate ao problema, sobretudo quando fere a dignidade de menores, o que é
crime previsto pelo ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, de 13 de julho de 1990. Desse modo, é fundamental uma maior
atenção da sociedade brasileira, sobretudo das autoridades, em relação a essa lamentável realidade.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O turismo sexual é uma realidade ligada à pobreza e à desigualdade social, estando mais presente nas regiões Norte e
Nordeste do Brasil, em praias como Iracema em Fortaleza, na cidade de Manaus, no estado da Amazônia, nos quais essa realidade está
entranhada social e culturalmente.
A falta de políticas eficientes de combate ao turismo sexual contribui para a prática do mesmo.
A visão cultural apresentada pelo cinema, mídia jornalística, a música e até mesmo da literatura (Jorge Amado) contribuem
para uma visão no exterior do Brasil como um país em que a prática da prostituição e a mulher como objeto sexual são práticas vistas
positivamente.
O mais grave é a exploração sexual de crianças, o que fere de modo mais forte o futuro do país, pois perpetua o problema.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Ação conjunta do Itamaraty junto a EMBRATUR por meio de campanhas midiáticas no exterior, a fim de combater a imagem
do Brasil como rota de turismo sexual.
Investimento em geração de empregos nas regiões, nas quais a prostituição apresenta-se como problema. Para tanto, deve-
se criar medidas de incentivo fiscal para as empresas contratantes e criação de cursos para capacitação de mão-de-obra, que deveriam
ser direcionados às vítimas da prostituição.
O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, de 13 de julho de 1990, bem como o CÓDIGO PENAL BRASILEIRO, apontam
como crime grave e inafiançável a prostituição e exploração sexual de menores de idade. Entretanto, como aponta o jornalista
brasileiro Gilberto Dimenstein, no livro “Meninas da noite”, esse crime já se tornou um lugar comum da sociedade brasileira, o que
atenta lamentavelmente contra o próprio país.
ALGUNS ARGUMENTOS:
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Ação conjunta das polícias Federal, Militar e Civil, a fim de combater a prostituição e exploração sexual de menores, bem
como maior celeridade da justiça na punição dos infratores.
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Investimentos na educação fundamental, com a ampliação das bolsas sociais para atrair os jovens e crianças para o ambiente
escolar e lhes permitir uma dignidade mínima, haja vista que a educação liberta de toda forma de opressão, segundo o pedagogo Paulo
Freire.
O Brasil está sofrendo com uma das mais graves crises de produção de energia elétrica de sua história, o que está
diretamente ligado à matriz de produção, que é predominantemente hidroelétrica. Desse modo, é preciso diversificar a matriz
energética a fim de criar as condições para que o país continue crescendo.
ALGUNS ARGUMENTOS:
A usina de Itaipu é a maior produtora de energia elétrica do país, mas sua produção não é suficiente para abastecer todo o
território nacional.
Com a diminuição da oferta de energia, há aumento da inflação e consequente redução do consumo, o que denota
diminuição do crescimento.
O MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA não tem sido eficiente quanto à gestão e o planejamento a longo prazo da expansão da
matriz energética brasileira.
O país precisa investir mais maciçamente em fontes de energia eficientes e de menor impacto ambiental, a exemplo de
usinas nucleares, energia eólica e solar, aproveitando a condição geográfica privilegiada do Brasil.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Estabelecimento de metas a médio e longo prazo com a contratação de gestores em produção energética formados em
universidades brasileiras e de outros países.
Criação de programas populares de instalação de receptores de energia solar residencial.
Maiores investimentos na criação de tecnologias de produção e armazenamento de energia elétrica.
27- O impacto da produção e da falta de manuseio adequado do lixo sobre o meio ambiente do Brasil.
O Brasil, por meio do MINISTÉRIO DO MEIO AMBIETE, estabeleceu metas para o tratamento e reciclagem do lixo. No entanto,
as metas não têm sido cumpridas e tanto o governo, quanto a sociedade civil não se mostram suficientemente atentos para o impacto
da grande produção e descarte inadequado de resíduos sólidos no meio ambiente, na condição de problema que afeta a vida humana,
ambiental e até mesmo econômica do país.
ALGUNS ARGUMENTOS:
A sociedade brasileira é fortemente consumista, não havendo uma consciência ambiental coletiva, o que faz o cidadão
comum não se preocupar com o impacto nocivo do lixo.
Os lixões cada vez maiores, dado o fato que cada brasileiro produz quantidade significativa de lixo todos os dias, poluem o
lençol freático com o chorume e a atmosfera como o metano, que contribui para o aquecimento global e o aumento do buraco na
camada de ozônio.
A falta de políticas de reciclagem joga milhares de toneladas de metais e outros recursos recicláveis como vidro e papel no
lixo, o que é uma atitude irracional, haja vista que força a exploração de mais recursos naturais renováveis e não-renováveis.
É possível produzir empregos e riquezas a partir do manuseio adequado do lixo.
É necessário observar a política de tratamento de lixo de países como a Bélgica, que conseguiram reduzir a produção e
ampliar a reciclagem e reutilização do lixo, sendo apontado pela ONG GREEMPEACE, como exemplo a ser seguido.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Os brasileiros com necessidades especiais, a exemplo do autismo e de deficientes auditivos, têm cerceado o direito
constitucional de acesso à educação, o que é um grave desrespeito à cidadania. Esse problema apresenta-se motivado por vários
fatores, dentre os quais se destacam a falta de profissionais especializados, a estrutura física das escolas inadequada e a exclusão
causada pelo preconceito. Desse modo, é necessário que o Poder Público interceda em prol dos direitos desses cidadãos.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O artigo quinto da Constituição de 1988 garante o direito de acesso à educação para todos os brasileiros.
Os brasileiros com necessidades especiais sofrem com a falta de profissionais os equipamentos adequados para o
desenvolvimento do aprendizado.
Entendam-se crianças com necessidade especiais não só cadeirantes, mas também: as que sofrem com a síndrome de Down,
portadoras de HIV, obesos em grau elevado, deficientes visuais e auditivos.
Faltam fiscalização e ação efetiva do Estado para as devidas adaptações tanto na escola pública quanto no ensino privado.
A exclusão escolar gera problemas de desenvolvimento, sobretudo nos casos das crianças.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Capacitação dos professores com a oferta de cursos pelas universidades federais, bem como incentivo com bolsa.
Discussão sobre cidadania no ambiente escolar para que os estudantes entendam melhor a noção de cidadania e aceitação
social.
Fiscalização pelo MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO em relação à adaptação das escolas para receber todo e qualquer cidadão com
necessidades especiais, o que deve ser realizado a partir de metas estabelecidas pelo Ministério Público.
Direito ao voto e entrada maciça nas universidades nos anos 30; planejamento familiar com a invenção da pílula
anticoncepcional nos anos 60; participação ativa na Revolução Sexual dos anos 60 e 70; reconhecimento da cidadania na Constituição
de 1988. Essas são algumas das conquistas das mulheres brasileiras ao longo do século XX. No entanto, no princípio do século XXI,
ainda há muito pelo que se lutar, sobretudo, no que diz respeito à sexualidade, à violência física, à representação política no legislativo
e ao combate à mídia que usa sua sexualidade como chamariz midiático.
ALGUNS ARGUMENTOS:
A mulher brasileira é usada pela mídia como chamariz midiático para vender produtos como cerveja e desodorantes, o que
corrobora com a criação de uma cultura de violência sexual contra a mulher.
As mulheres compõem menos de 10% do Congresso e do Senado, o que aponta para o fato de que a política brasileira ainda
está pautada em valores patriarcais e machista.
A violência sexual, que vitimou historicamente sobretudo a mulher negra, pode ser melhor entendida por meio da leitura do
sociólogo Gilberto Freyre, que no seu livro “Casa Grande e Senzala”, que aponta o estupro como uma situação comum durante a
formação da sociedade brasileira.
O feminicídio e o estupro são crimes que por vezes ficam impunes.
Texto de apoio:
Mulher brasileira é vítima de seu próprio machismo, diz historiadora
Paula Adamo Idoeta Da BBC Brasil em São Paulo – CARTA CAPITAL
BBC Brasil - Você vê traços de machismo ou preconceito em seus ambientes profissional e pessoal?
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Mary Del Priore - No ambiente profissional, não vivi nenhum problema, porque desde os anos 1980 o setor acadêmico sofreu grande
"feminilização". As mulheres formam um bloco consistente nas disciplinas (universitárias) mais diversas.
O fato de que elas busquem se realizar resgatando o trabalho doméstico, manual ou artesanal é uma prova de que a singularidade
feminina tem muito a oferecer. A mulher pode, sim, realizar-se através do trabalho doméstico e não necessariamente no público
Mas, na sociedade, acho que o machismo no Brasil se deve muito às mulheres. São elas as transmissoras dos piores preconceitos. Na
vida pública, elas têm um comportamento liberal, competitivo e aparentemente tolerante. Mas em casa, na vida privada, muitas não
gostam que o marido lave a louça; se o filho leva um fora da namorada, a culpa é da menina; e ela própria gosta de ser chamada de
tudo o que é comestível, como gostosa e docinho, compra revistas femininas que prometem emagrecimento rápido e formas de
conquistar todos os homens do quarteirão. O que mais vemos, sobretudo nas classes menos educadas, é o machismo das nossas
mulheres.
BBC Brasil - Mas muitas até querem que os maridos ajudem em casa, mas será que essas coisas do dia a dia acabam virando motivos de
brigas justamente por conta do machismo arraigado? E também há mulheres estudadas, ambiciosas e fortes - mas também vaidosas,
que ao mesmo tempo querem se sentir desejadas por um parceiro/a que as respeite. Isso é uma conquista delas, não?
Del Priore - Ambas as questões não podem ter respostas generalizantes. Mais e mais, há maridos interessados na gerência da vida
privada e na educação dos filhos. Quantos homens não vemos empurrando carrinhos de bebê, fazendo cursos de preparação de parto
junto com a futura mamãe ou no supermercado? Tudo depende do nível educacional de ambos os parceiros. Quanto mais informação
e mais educação, mais transparente e igualitária é a relação. Quanto às mulheres emancipadas, penso que preferem estar sós do que
mal acompanhadas. Chega de querer "ter um homem só para chamar de seu". Elas estão mais seletivas e não desejam um parceiro que
queira substituir a mãe por uma esposa.
BBC Brasil - Como a mulher mudou – e o que permanece igual – no último século?
Na vida privada, muitas se revelam não só machistas mas racistas e homofóbicas. Muitas não gostam que o marido lave a louça; se o
filho leva um fora da namorada a culpa é da menina, ela própria gosta de ser chamada de tudo o que é comestível, como gostosa e
docinho, compra revistas femininas que prometem emagrecimento rápido e formas de conquistar todos os homens do quarteirão
Del Priore - Temos uma grande ruptura nos anos 60 e 70 no Brasil, que reproduz as rupturas internacionais, com a chegada da pílula
anticoncepcional. As mulheres começaram a ocupar postos nos diversos níveis da sociedade, a ganhar liberdade sexual e financeira. Ela
passa atuar como propulsora de grandes mudanças. Quebra-se o paradigma entre a mulher da casa e a mulher da rua.
(Mas) a mulher continua se vendo através do olhar do homem. Ela quer ser essa isca apetitosa e acaba reproduzindo alguns
comportamentos das suas avós. Basta olhar algumas revistas femininas hoje. Salvo algumas transformações, a impressão é de que a
gente está lendo as revistas da época das nossas avós.
A mulher não consegue se ver fora da órbita do homem, diferentemente de algumas mulheres europeias, que são muito emancipadas.
O que ela quer é continuar sendo uma presa desejada.
A (antropóloga) Mirian Goldenberg diz que a mulher brasileira continua correndo atrás do casamento como uma forma de realização
pessoal. No topo da agenda dela não está se realizar profissionalmente, fazer o que gosta, viajar, conhecer o mundo – está encontrar
um par e botar uma aliança no dedo. Mesmo que o casamento dure uma semana.
BBC Brasil - Ao mesmo tempo em que a mulher avança no mercado de trabalho, algumas também têm perdido a vergonha de parar de
trabalhar para cuidar dos filhos; ou resgatado, como hobbies ou profissão, antigas "tarefas de mulher", como tricô, cozinha, artes
manuais. Desse ponto de vista, existe um poder maior de escolha das mulheres?
Del Priore- Sempre apostei que as mulheres não deveriam buscar ser "um homem de saias", mas apostar em sua diferença e
singularidade. As marcas do gênero, segundo sociólogos, são a criatividade, a diplomacia, capacidade de dialogar, etc. O fato de que
elas busquem se realizar resgatando o trabalho doméstico, manual ou artesanal é uma prova de que a singularidade feminina tem
muito a oferecer.
A mulher pode, sim, realizar-se através do trabalho doméstico e não necessariamente no público. Desse ponto de vista elas só estariam
dando continuidade a uma longa tradição, discreta e oculta, que é a independência adquirida por meio de atividades desenvolvidas no
lar. Nossas avós, quando trabalhadoras domésticas, já conheceram essa situação. A tecnologia só nos ajuda a torná-lo mais eficiente.
BBC Brasil - Que papel a educação teve na mulher que você é hoje?
Hoje o grande desafio, em qualquer idade, é o equilíbrio interior, estar bem consigo mesma. Quando começamos a envelhecer – o que
é o meu caso, aos 61 anos –, é preciso olhar isso com coragem, ver isso como um investimento positivo
Del Priore - Tive uma trajetória peculiar. Resolvi fazer universidade (aos 28 anos) quando já era mãe de três filhos. A maturidade me
ajudou muito a progredir. Tive a sorte de ter na PUC-RJ e na USP um ambiente muito receptivo, porque era um momento em que a
universidade estava largando aquela camisa de força marxista e se abrindo para estudos de cultura e sociedade, que me interessavam.
BBC Brasil - Quais os principais desafios que você enfrenta como mulher?
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Del Priore - Hoje o grande desafio, em qualquer idade, é o equilíbrio interior, estar bem consigo mesma. Quando começamos a
envelhecer – o que é o meu caso, aos 61 anos –, é preciso olhar isso com coragem, ver isso como um investimento positivo. E ter
tempo para a família, para as pessoas em volta da gente.
Quando era mais jovem, eu me preocupava muito com grandes projetos. Hoje me preocupo com o pequeno – acho que é por aí que
você muda a realidade. É no dia a dia, na maneira como você trata as pessoas à sua volta, no respeito que você tem pelo seu bairro.
Não temos condições de abraçar o mundo. Através do micro, a gente consegue aos poucos transformar o macro.
Essa entrevista faz parte da série "100 Mulheres - Vozes de Meio Mundo". A série, publicada globalmente pela BBC, trata dos desafios
da mulher contemporânea.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Realização de campanhas de conscientização pelo Tribunal Superior Eleitoral acerca da importância democrática da
representação da mulher no Congresso e No Senado (Legislativo).
Ampliação do número de unidades da Delegacia da Mulher, bem como de maior celeridade nos processos que envolvem
feminicídio ou qualquer espécie de violência contra a mulher.
Campanhas de boicote a empresas e canais midiáticos que usam a sexualidade feminina como chamariz comercial. Essas
ações devem ser realizadas pela sociedade civil por meio de ONGs.
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A BANALIZAÇÃO NO BRASIL DA
VIOLÊNCIA NA MIDIA JORNALÍSTICA E NA INTERNET, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
TEXTO II
TEXTO III
Entre nós, as notícias desses episódios se misturam à insegurança pública crescente, sobretudo nos grandes centros urbanos,
e se perdem, muitas vezes, sem que aqueles com responsabilidade pela condução da coisa pública se debrucem sobre suas causas e
consequências.
Há episódios de violência, no entanto, que não podem ser ignorados, em particular, por quem estuda a mídia e busca
compreender seu papel e suas responsabilidades na sociedade contemporânea.
Inspirado na TV
Foi preso na semana passada em Brasília um aparentemente pacato vendedor de carros usados, residente no aglomerado
urbano de Vicente Pires, que fica entre a cidade-satélite de Taguatinga e o Plano Piloto, sequestrador e assassino agora confesso de
três pessoas e suspeito da morte de até outras duas, no curto período de pouco mais de 4 meses.
Em pelo menos um dos crimes que cometeu, o vendedor de carros teve como cúmplice um policial da Rotam – Rondas
Ostensivas Táticas Motorizadas do Distrito Federal – que mantém perfil no site de relacionamento Orkut com o nome de "Iceman".
O que há de diferente em relação a esses crimes e a essas prisões?
Segundo noticia o Correio Braziliense em sua edição de quarta-feira (1/4 – "Horror pautado na ficção", caderno Cidades, pág.
22), o vendedor de carros "teria confessado em depoimento (prestado na Divisão de Repressão a Sequestro) ter se inspirado em dois
seriados de TV exibidos por canais pagos para matar e ocultar as provas dos crimes: o CSI – Investigação Criminal e Dexter". Além disso,
dezenas de DVDs das duas séries foram apreendidas no seu apartamento.
Violência em série
Qual o conteúdo dessas séries, originalmente disponíveis apenas na TV fechada (AXN e FOX), mas que podem ser vistas
também nos DVDs – piratas ou não – vendidos a preços acessíveis em todo o país?
No site sobre a série Dexter encontra-se a seguinte descrição:
Como um homem cujo trabalho é ajudar a solucionar os piores crimes de Miami durante o dia comete os mesmos atos
brutais durante à noite? O que acontece numa cidade onde serial killers são perseguidos por um deles? Onde começa e termina a linha
que separa um serial killer de um herói incomum?
"DEXTER" é uma história cheia de reviravoltas sobre um especialista em medicina forense da polícia que passa parte de seu
tempo perseguindo assassinos que ultrapassaram os limites da justiça. Mas será esse um caminho possível para um serial killer?
(...) Dexter é um personagem complexo cujo código moral e ações talvez sejam chocantes para alguns — e totalmente
injustificáveis para outros. Na superfície, Dexter é um homem bom e charmoso. Durante o dia, ele é um especialista em sangue que
trabalha ao lado da equipe da divisão de homicídios do departamento de polícia de Miami e vai além do seu trabalho para solucionar
os assassinatos. Seu trabalho na verdade serve para ocultar sua verdadeira ocupação, a de serial killer, que consiste em matar aqueles
que conseguiram escapar da polícia.
Logo se descobre as origens do seu comportamento: após ficar órfão aos 4 anos e guardar um traumático segredo, Dexter é
adotado por Harry Morgan, um policial que reconhece as tendências homicidas dele e guia seu filho para mudar sua terrível paixão em
dissecar humanos para algo mais construtivo.
Como todos os serial killers, o lado obscuro de Dexter é escondido das pessoas com quem ele passa mais tempo, principalmente
daqueles que ele ama. (...)
Já o site da série CSI informa:
Eles estão 24 horas nos casos, investigando a cena do crime, coletando evidências irrefutáveis e encontrando peças
desaparecidas que solucionarão o mistério. Gil Grissom, o supervisor do turno noturno, lidera a equipe de investigadores do
laboratório de criminalística de Las Vegas.
A equipe é formada por Catherine Willows, uma batalhadora mãe solteira com um passado comprometedor e uma filha
adolescente que ela tem que criar sozinha; Nick Stokes, um jovem homem que simpatiza com as vítimas através de suas próprias
experiências; Greg Sanders, o estranho técnico do laboratório que se tornou um investigador de campo; e Riley Adams, a nova membro
da equipe que é fascinada pelas pessoas desprotegidas da sociedade e não se choca ou é intimidada por nada.
A equipe do CSI também trabalha com o Capitão Jim Brass, o ex-chefe, agora designado para o departamento de homicídios;
o Dr. Albert Robbins , o sempre profissional médico legista, e o assistente dele, David Phillips; e David Hodges, um técnico do
laboratório especializado na análise de marcas e substâncias desconhecidas.
Sem simplificações
Não se pretende aqui, simplificar as complexas razões que produzem uma mente criminosa e levam alguém a cometer um
crime. Os fatos relativos ao recente episódio do sequestro de Santo André e a cobertura que dele fez a grande mídia ainda estão vivos
em nossa memória (ver "As lições do caso Santo André" e "A liberdade de comunicação não é absoluta"). Não se pode, no entanto,
ignorar que a assustadora presença de conteúdo violento nas séries de televisão – e nos filmes, DVDs, videogames – tenha também
alguma responsabilidade na criminalidade urbana.
Na mesma semana em que a "responsabilidade" da grande mídia brasileira e da televisão, em particular, foi louvada em voto
no Supremo Tribunal Federal, é preocupante que um assassino declare ter se inspirado nela para cometer seus crimes. Será que
estamos falando da mesma televisão?
A mídia jornalística e a internet têm contribuído de modo acentuado para a banalização da violência no Brasil e no mundo,
criando uma cultura do medo e paradoxalmente a aceitação dessa situação como parte razoável do cotidiano. Desse modo, é
necessário mudar essa realidade como condição essencial para construir uma sociedade digna e verdadeiramente desenvolvida.
ALGUNS ARGUMENTOS:
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS:
Realização de fóruns e debates com a participação de psicólogos, antropólogos, jornalistas e áreas afins, como o intuito de
estabelecer um quadro comportamental da sociedade contemporânea e tentar mudá-lo.
Também é importante a discussão sobre a ética na mídia jornalística, o que deve ser feito pelos conselhos de ética do setor.
Não menos importante é debater com os jovens a banalização da violência por meio de aplicativos como o WATSAPP e da
rede de compartilhamento de vídeos YOUTUBE.
Durante todo o decurso do século XX, o acesso à saúde no Brasil apresentou melhora significativa, tendo como um dos
principais marcos a criação do Ministério da Saúde por Getúlio Vargas em 1930, e a Constituição de 1988, quando a saúde passou a ser
um direito do cidadão. No entanto, o investimento em medicina preventiva ainda é insuficiente no Brasil, o que faz como que a saúde
pública ainda sofra com a falta de leitos nos hospitais, o que é um grave problema de saúde pública.
ALGUNS ARGUMENTOS:
O ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA foi criado contribuir com medidas de saúde preventiva a exemplo de: pré-natal,
puericultura, campanhas de vacinação e exames clínicos preventivos.
A primeira campanha de vacinação marca o início da saúde preventiva no Brasil. Ela ocorreu em 1904 e foi realizada pelo
sanitarista Oswaldo Cruz para combater a varíola.
Faltam médicos e postos de saúde adequados para promover medidas de saúde preventiva, o que amplia posteriores gastos
com saúde pública.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Observação: Esse tema se coaduna com o anterior, podendo usar em grande parte alguns dos mesmos argumentos, havendo algumas
mudanças que indicamos a seguir.
O atendimento médico pelo SUS, normalmente, não é humanizado, haja vista que carece de atendimento multidisciplinar e
acompanhamento da vida do paciente pelos profissionais de saúde. Desse modo, fere-se o direito do cidadão referente ao acesso à
saúde pública de qualidade.
Médicos, enfermeiros e outros profissionais ligados à área da saúde costumam se distanciar emocionalmente dos pacientes. De outra
forma, como sair ileso? A tática utilizada para minimizar essas emoções é manter preocupar somente em tratar a doença do paciente.
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Isso virou algo tão inquestionável que os pacientes até se espantam que conversa olhando em seus olhos, não para a tela do
computador. O médico e professor de emergências clínicas Marco Antônio de percebeu há cinco anos essa "deficiência" nos
estudantes de medicina a empatia dos futuros doutores, a fim de melhorar a relação médico-paciente que ministra aulas para o sexto
ano de medicina, notou que os alunos chegavam quase prontos para exercer a profissão nessa etapa do curso, com inúmeras
habilidades técnicas, mas, na prática, não se sentiam à vontade ao atuar nos consultórios e lidar diretamente com o paciente. "Faltava
algo, então fomos entender o que era", comenta o docente.
A primeira iniciativa foi alterar a grade horária de um dos cursos mais disputados do país (203 alunos por vaga, segundo o último
vestibular). Além disso, os coordenadores passaram a convidar médicos renomados, que "gostam de ser médicos e nasceram para isso"
para dar palestras aos alunos do primeiro ano da faculdade e contar um pouco dos desafios da carreira. Os alunos também participam
de palestras de pacientes, para estabelecer um contato inicial com eles. Outra técnica adotada e que vem surtindo efeito é utilizar
obras de artes e música para discutir e induzir à reflexão sobre temas espinhosos, como morte, perda e frustração. Na opinião de
Marco Antônio, apesar da morte ser inerente à medicina, ninguém discute abertamente o assunto. "É como se tivéssemos que ser
infalíveis o tempo todo, ter respostas para tudo. Compartilhar os sentimentos que envolvem uma situação dessas pode ser considerado
um sinal de ineficiência", destaca.
No segundo ano, é estimulada a habilidade de comunicação dos -futuros médicos. "Como devemos iniciar uma conversa com o
paciente e como fazer com que ele se sinta à vontade? É importante ficar claro que não oferecemos verdades ou regras absolutas,
somente uma oportunidade de o estudante refletir", emenda.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
33- O Desafio de equilibrar o desenvolvimento econômico e social com a exploração de recursos naturais de forma
sustentável.
PROBLEMA:
É um complexo desafio criar uma cultura do consumo consciente e continuar crescendo economicamente num país no qual a economia
gira em torno da cultura consumista de bens de manufaturados.
A cultura do consumismo se instalou no Brasil mais fortemente com o advento do crescimento econômico nas últimas três
décadas.
O consumo não consciente de bens de consumo, sem que haja reciclagem ou reaproveitamento, gera forte impacto natural.
Parte da economia brasileira está pautada na exploração desenfreada dos recursos naturais. Desse modo, uma abrupta
parada geraria desemprego em massa.
Os atuais padrões de consumo preveem o consumo e o descarte como indicativos de felicidade pessoal e progresso
econômico.
O Brasil não investe na economia limpa, na qual há muitas empresas de reciclagem de reaproveitamentos de recursos
provenientes do lixo.
A poluição do meio ambiente é uma consequência da falta de uma economia verde.
A longo prazo, países como o Brasil não terão recursos para sustentar suas economias.
Não há mudanças na economia e no modo de consumo, se não houver uma mudança no estilo de vida de cada cidadão,
deixando de projetar no consumismo a felicidade e aceitar acriticamente o discurso da obsolescência planejada difundida pela mídia
comercial.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Criar planos a médio e longo prazo da estrutura econômica do país, que deve deixar o modelo pautado no consumismo
extremo e passar a investir na economia verde.
Investir em tecnologias limpas e na recuperação de florestas, bem como no reflorestamento de áreas devastadas.
Criar empregos a partir de incentivos fiscais para empresas de reciclagem e reutilização de resíduos sólidos.
PROBLEMA:
A reprodução ilegal de produtos patenteados constitui crime, mas no Brasil o próprio cidadão contribui com ele, uma vez que compra e
vende produtos piratas.
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EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A reprodução ilegal, bem como a compra de produtos patenteados a exemplo de eletrônicos, roupas, relógios e mídias
artísticas, constitui crime de acordo como o Código Penal brasileiro. Todavia, é comum nas cidades brasileiras centros de comércio
desses produtos, o que aponta para o fato de que existe no Brasil uma cultura dessa prática criminosa.
ALGUMAS REFLEXÕES:
A alta carga tributária contribui para que o cidadão comum, que no Brasil, normalmente, apresenta pouco poder aquisitivo,
compre esses produtos como alternativa mais viável.
A cultura do desrespeito às leis é uma constante no cotidiano dos brasileiros, o que remete para a cultura de malandragem e
a referência literária a obras como “Macunaíma”, de Mário de Andrade, e “Memórias de um sargento de milícias”, de Manuel Antônio
de Almeida.
A internet facilitou os meios para fazer o download de música, filmes e livros, o que remete também à pirataria.
O desemprego contribui para que muitos brasileiros busquem vender produtos pirateados no mercado informal.
A pirataria prejudica a arrecadação de impostos e prejudica a coletividade, por conseguinte.
Produtos pirateados podem prejudicar a saúde da população, uma vez que não atendem a testes de qualidade e segurança,
bem como contribui para o crime organizado.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Redução de impostos.
Geração de empregos no mercado formal por meio de incentivo fiscais a empresas e qualificação da mão de obra por meio da
criação de cursos técnicos e ampliação dos institutos federais.
Maior rigor no que diz respeito à venda de produtos pirateados, o que se faria como a contratação de mais agentes
fiscalizadores do estado.
O acesso à saúde é um direito constitucional de todos os brasileiros desde a Constituição de 1988, mas essa condição tem
sido desrespeitada em função da má qualidade da saúde pública no Brasil, o que constitui problema significativo no que tange à
cidadania. Essa situação está ligada, sobretudo, à falta de profissionais de medicina com especialização, à má gestão pública e à falta de
políticas públicas eficientes no que diz respeito à saúde preventiva.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a
justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
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PROBLEMA:
O Brasil vive uma crise ética no que tange à representação democrática, haja vista que são inúmeros os casos de corrupção
no país.
O Brasil vive uma democracia representativa desde o fim da Ditadura Militar em 1985 e as eleições diretas em 1989. Todavia,
há no Brasil uma crença de que os anseios do povo não são verdadeiramente representados, uma vez que são comuns na política casos
de corrupção.
O principal problema da representação política é a impunidade frente a casos de corrupção.
A falta de formação crítica da maioria dos brasileiros, o que decorre da má qualidade da educação do país, contribui
decisivamente para a escolha inadequada dos representantes na política.
A constante exibição de casos de corrupção brasileira em todas as esferas pela mídia jornalística indica que o fato é
generalizado e já se entranhou na cultura do país.
A democracia brasileira foi construída sobre pilares patriarcais, corruptos e pautados na vantagem individual, o que aponta
para o Brasil colônia.
É possível citar autores como Gregório de Matos Guerra do século XVII ou Lima Barreto, do início do século XX, como
referências literárias para compreender a histórica corrupção ligada aos dirigentes da nação.
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS:
Ampliação dos poderes do Ministério Público e da Polícia Federal, a fim de combater a impunidade frente a crimes de
corrupção promovidos por políticos.
Ampliação dos investimentos em educação formadora do senso crítico, haja vista que os jovens estão no período de
formação do seu caráter e podem se tornar cidadãos mais conscientes.
PROBLEMA:
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A sociedade pós-moderna criou por meio da internet a cultura da superexposição da vida pessoal e do cotidiano de outras
pessoas, bem como é cada vez mais comum a publicação de imagens que ferem a dignidade humana na rede. Desse modo, fica claro
essa é uma situação problemática, a qual fere os princípios da privacidade e, em não raros casos, a própria dignidade humana.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A internet criou um legado: cada vez mais as pessoas querem ser vistas na rede, e para tanto, muitos tomam atitudes
absurdas. Dentre essas atitudes, destacam-se o exagero no número de fotos postadas, cenas de nudez pessoal e publicação de fotos
que agridem a dignidade humana, a exemplo de selfies em velórios, como o realizado por uma pernambucana no velório de Eduardo
Campos, cena que “viralizou” na internet.
Não existe ainda uma ética do uso da internet e leis eficientes e aplicáveis para coibir imagens que desrespeitam a dignidade
humana.
Segundo o sociólogo polonês ZygmuntBauman, um dos medos do indivíduo da sociedade pós-moderna é não ser visto na
rede.
Muitos artistas e figuras públicas publicam cenas chocantes na rede para continuarem chamando a atenção do público.
A cultura da selfie põe crianças em risco, uma vez que elas ainda não têm o senso crítico apurado para entender os riscos da
auto exposição da imagem.
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS:
Selfie — junção do substantivo self (em inglês "eu", "a própria pessoa") e o
sufixo ie — ou selfy é um tipo de fotografia de autorretrato, normalmente
tomada com uma câmera fotográfica de mão ou celularcom câmera. Foi
considerada a palavra internacional do ano de 2013 pelo Oxford
EnglishDictionary.
]
Selfies são frequentemente associadas com redes sociais . Elas são muitas vezes
casuais, normalmente tomadas com uma câmera segura ao comprimento do
braço (também podendo ter o auxílio de umbastão) ou através de um espelho, e
normalmente incluem apenas o fotógrafo ou o número de pessoas que pode
estar em segundo plano.
Selfies que envolvem várias pessoas são conhecidas como "selfies em grupo".
David Slater reivindica fotos feitas por macaca da espécie macaca nigra por ser
um trabalho de um animal não-humano é inelegível de direitos autorais.
A palavra selfie pode ser encontrada pela primeira vez no ano de 2002 quando
foi utilizada num fórum online australiano:
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publica nesta semana uma resolução que proíbe médicos de publicar na internet "selfies"
(autorretratos) com pacientes. A medida está incluída em um pacote de proibições com objetivo de limitar o "sensacionalismo e a
autopromoção" dos médicos, afirma um comunicado do conselho.
As novas regras, que devem ser publicadas no Diário Oficial da União, também impedem médicos de participarem de anúncios
comerciais, mesmo que não sejam de produtos de saúde, como alimentos e artigos de higiene e limpeza.
As "selfies" foram vetadas após a constatação de que um grande número de médicos estava postando fotos de pacientes em redes
sociais sem seu consentimento. “Trata-se de uma decisão que protege a privacidade e o anonimato inerentes ao ato médico”, afirmou
José Fernando Maia Vinagre, corregedor do CFM.
O uso de redes sociais continua sendo vedado para promoção de serviços. Médicos não podem usar Facebook ou Twitter, por exemplo,
para divulgar endereço e telefone de consultório ou clínica.
Na primeira imagem, oftalmologista faz cirurgia para retirada de membrana de olho em Brasília; na segunda, paciente está com os
olhos ainda inchados após plástica nas pálpebras (Foto:
Instagram/Reprodução)
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO
A falta de um comportamento ético e altruísta e uma cultura comum no cotidiano dos brasileiros, o que é reflexo de fatores
históricos e causador da crise moral em que o país está submerso. Desse modo, é preciso que haja uma mudança comportamental para
dar fim à cultura da malandragem e referenciar o Brasil como um país marcado pela ética e pelo senso de coletividade de seus
cidadãos.
REVISTA VEJA
O famoso "jeitinho brasileiro" tem como objetivo, muitas vezes, obter alguma vantagem financeira.
Classificada pela própria presidente Dilma Rousseff (PT) como uma “senhora idosa”, a corrupção, segundo ela, pode estar em todo
lugar. Será que o brasileiro está realmente acostumado a cometer deslizes morais e éticos e talvez nem perceba quando está
corrompendo ou sendo corrompido?
O Terra preparou uma lista com os principais deslizes cometidos em nosso País. Se você quer o fim da corrupção e já se viu cometendo
algum desses atos, pense bem, você pode ser um corrupto.
1. Sonegação de imposto
2. Carteirinha falsa
É comum o uso de carteirinha de estudante na compra de ingressos
Se você não tem, deve conhecer alguém que possui uma carteirinha de estudante falsificada. “O ingresso é muito caro”, dirão alguns,
tentando justificar seu ato de corrupção. O fato é que a carteirinha falsa já se espalhou de tal maneira, que produtores de espetáculos
praticamente dobraram o valor das entradas no Brasil para poder compensar o dinheiro perdido com as falsificações.
Sendo assim, quem é honesto e não cria um documento falso acaba pagando valores absurdos por causa da indústria das carteirinhas.
5. Pirataria
Pirataria é comum no Brasil
Sabe aquela barraquinha de CDs piratas que existe em qualquer bairro? Ela é um exemplo clássico de crime que está incorporado na
sociedade brasileira. As vendas são feitas à luz do dia e sem o menor constrangimento, tanto para o vendedor quanto para o
comprador. A mesma regra se aplica à cópia ilegal de músicas ou conteúdos com direitos autorais feitas pela internet.
6 . Desrespeitando os outros
Estacionamento em local proibido
Aquela vaga de deficiente não é sua, a não ser que você tenha alguma deficiência, claro. É uma regra simples, mas facilmente ignorada
em nosso País. Do mesmo modo que não é difícil encontrar idosos em pé no ônibus ou metrô enquanto jovens ocupam os lugares
reservados para tirar aquele cochilo. Sem falar nas mães e pais que insistem em colocar crianças enormes, de 5 anos, por exemplo, no
colo apenas para furar a fila no caixa preferencial. Estamos de olho.
7. Ganhando no troco
O rapaz do caixa te dá um valor a mais em troco e você finge que está tudo certo e comemora a “sorte do dia”. A malandragem
existente em nossa cultura pode fazer com que a “lei do mais esperto” transforme tudo em uma bola de neve.
8. Pagando um "cafezinho"
Oferecer o famoso "cafezinho" para uma autoridade
Já viu alguém gostar mais de um "cafezinho" do que agente corrupto? Pode ser policial rodoviário, policial militar, delegado ou agente
de trânsito. Se ele achar que está na hora de tomar aquela xícara de café, vai te pedir uma ajudinha. O "café" certamente será mais
barato do que pagar pelo que você fez de errado. De novo, a lei do mais esperto entra em ação e muita gente se deixa corromper.
9. "Contrabando Gourmet"
Muitos usam as viagens internacionais para o contrabando de produtos
Quem nunca viu aquele amigo indo para o exterior lotado de pedidos de quem ficou por aqui. “Me compra um Iphone 6 e finge que ele
é seu, tira da caixa”. É um contrabando "gourmet", um pouco mais sofisticado do que já existe há décadas na velha fronteira com o
Paraguai. Quem passa a perna na Receita Federal, muitas vezes, é tratado como herói no Brasil, quando deveria ser chamado de
corrupto. Concordam?
10. Gatonet
Muita gente já ouviu falar naquele aparelhinho mágico que “abre todos os canais da sua TV a cabo”. Basta pagar uma vez e pronto,
você tem todos os canais livres para consumo. Se não rolar dessa maneira, tem o primo do amigo do irmão que trabalha na operadora
de TV a cabo e consegue liberar tudo por uma quantia bem camarada. Mais uma vez, a corrupção entrando na casa de cada um.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Investimento maciço em educação, uma vez que segundo o pedagogo Paulo Freire, a escola é o espaço de formação de um
indivíduo crítico e que respeita as leis.
Maior rigor dos órgãos punitivos, a fim de combater a impunidade como uma situação comum no Brasil.
Campanhas de valorização do comportamento ético, os quais devem ter a participação de artistas e outros formadores de
opinião ligados aos jovens.
PROBLEMA:
Os brasileiros negros e mestiços sofrem com a segregação social e cultural, bem como são as principais vítimas da violência e da
estigmatização sexual.
O documentário “Brasil: Uma história inconveniente”, da BBC de Londres, aponta para o fato de que se promoveu no Brasil o
mais cruel sistema escravocrata da história da humanidade.
Diferentemente do que defendia o abolicionista Joaquim Nabuco, os escravos libertos em 13 de maio de 1888 não foram
indenizados ou e mandados para as escolas.
45
Segundo o IBGE (2014), jovens negros como idade entre 15 e 23 anos, moradores de comunidades pobres, são as principais
vítimas de homicídios.
A mulher negra é comumente associada ao sexo e à prostituição, bem como chamariz sexual em eventos turísticos como o
carnaval. Isso leva à construção da imagem estereotipada da mulata, por exemplo.
As religiões dos africanos trazidos para o Brasil e escravizados foram demonizadas para criar uma suposta moral escravocrata.
Em “Casa grande e senzala”, Gilberto Freyre aponta para o fato de que culturalmente, o brasileiro aprendeu a assumir uma
postura eurocêntrica e determinista (lembre-se aqui de obras como “O cortiço”, de Aluísio Azevedo), patriarcal e segregadora em
relação ao negro.
O Racismo (lei número 7716/1989) e a Injúria Racial (artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal) foram criminalizados como
medidas de proteção para o cidadão negro brasileiro.
O estabelecimento de cotas e a instituição do ensino sobre a cultura negra nas escolas brasileiras são medidas para a inserção
sociocultural do negro.
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS:
Maior fiscalização frente ao cumprimento das leis, bem como maior celeridade frente a processos em andamento.
Combate por meio de boicotes promovidos pela sociedade contra empresas e seguimentos midiáticos que usarem a mulher
negra como chamariz sexual.
Criação de centros culturais de valorização da cultura negra.
A internet é uma ferramenta essencial para o acesso à informação, à comunicação e ao entretenimento na sociedade pós-
moderna. No entanto, muitos brasileiros ainda não têm acesso à rede, o que se caracteriza como um problema social e, cultural e
educacional.
FATOS E ARGUMENTOS:
DICAS DE INTERVENÇÃO:
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Depressão: um grave problema de saúde
pública, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
46
TEXTO 2
TEXTO 3
Diagnóstico e tratamento
Existem tratamentos eficazes para depressão moderada e grave. Profissionais de saúde podem oferecer tratamentos psicológicos,
como ativação comportamental, terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia interpessoal ou medicamentos antidepressivos. Os
provedores de saúde devem ter em mente a possibilidade de efeitos adversos associados aos antidepressivos, a possibilidade de
oferecer um outro tipo de intervenção (por disponibilidade de conhecimentos técnicos ou do tratamento em questão) e preferências
individuais. Entre os diferentes tratamentos psicológicos a serem considerados estão os individuais ou em grupo, realizados por
profissionais ou terapeutas leigos supervisionados.
Os tratamentos psicossociais também são efetivos para depressão leve. Os antidepressivos podem ser eficazes no caso de depressão
moderada-grave, mas não são a primeira linha de tratamento para os casos mais brandos. Esses medicamentos não devem ser usados
para tratar depressão em crianças e não são, também, a primeira linha de tratamento para adolescentes. É preciso utilizá-los com
cautela.
Resposta da OMS
A depressão é uma das condições prioritárias cobertas pelo Mental Health Gap ActionProgramme (mhGAP) da Organização Mundial da
Saúde (OMS). O programa visa ajudar os países a aumentar os serviços prestados às pessoas com transtornos mentais, neurológicos e
de uso de substâncias, por meio de cuidados providos por profissionais de saúde que não são especialistas em saúde mental. A
iniciativa defende que, com cuidados adequados, assistência psicossocial e medicação, dezenas de milhões de pessoas com transtornos
mentais, incluindo depressão, poderiam começar a levar uma vida normal - mesmo quando os recursos são escassos.
Fonte: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/52122-depressao-e-tema-de-campanha-para-o-dia-mundial-da-saude-de-2017
47
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE aponta a depressão como um problema que vem se tornando cada vez mais grave na
sociedade contemporânea. Desse modo, é importante que as autoridades brasileiras por meio do MINISTÉRIO DA SAÚDE, atentem
para essa questão, a qual está ligada sobretudo a fatores culturais, econômicos e biológicos.
DEPRESSÃO
Que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura,
desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.
É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são
inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os
desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas, etc. Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes,
mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa
aparente. O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dia e dias seguidos, e desaparece o interesse pelas
atividades, que antes davam satisfação e prazer.
SAIBA MAIS:
1. OMS
MAIS DE 350 MILHÕES DE PESSOAS SOFREM DE DEPRESSÃO NO MUNDO
2. TESTE
DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO
De cada 10 pessoas que procuram o médico, pelo menos uma preenche os requisitos da depressão. Descubra se você possui sintomas
da doença
A depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de
intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves.
Causas
Existem fatores genéticos envolvidos nos casos de depressão, doença que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do
cérebro. Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam
como gatilho para as crises: acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas (ex:
hipotireoidismo), consumo de drogas lícitas (ex: álcool) e ilícitas (ex: cocaína), certos tipos de medicamentos (ex: as anfetaminas).
Mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados depressivos em virtude da oscilação hormonal a que estão expostas
principalmente no período fértil.
Sintomas
Além do estado deprimido (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e da anedonia (interesse e prazer
diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão: 1) alteração de peso (perda ou ganho de peso não
intencional); 2) distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva praticamente diárias); 3) problemas psicomotores (agitação ou
apatia psicomotora, quase todos os dias); 4) fadiga ou perda de energia constante; 5) culpa excessiva (sentimento permanente de culpa
e inutilidade); 6) dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se); 7) ideias suicidas (pensamentos
recorrentes de suicídio ou morte); 8) baixa autoestima, 9) alteração da libido.
Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis
referências a ideias suicidas ou de autodestruição.
Diagnóstico
O diagnóstico da depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. Além de espírito
deprimido e da perda de interesse e prazer para realizar a maioria das atividades durante pelo menos duas semanas, a pessoa deve
apresentar também de quatro a cinco dos sintomas supracitados.
Como o estado depressivo pode ser um sintoma secundário a várias doenças, sempre é importante estabelecer o diagnóstico
diferencial.
Tratamento
Depressão é uma doença que exige acompanhamento médico sistemático. Quadros leves costumam responder bem ao tratamento
psicoterápico. Nos outros mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar e profissional e em sociedade, a indicação é
o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.
Existem vários grupos desses medicamentos que não causam dependência. Apesar do tempo que levam para produzir efeito (por volta
de duas a quatro semanas) e das desvantagens de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, a prescrição deve ser mantida, às
vezes, por toda a vida, para evitar recaídas. Há casos de depressão que exigem a associação de outras classes de medicamentos – os
ansiolíticos e os antipsicóticos, por exemplo – para obter o efeito necessário.
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Há evidências de que a atividade física associada aos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos representa um recurso importante
para reverter o quadro de depressão.
Recomendações
* Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de preguiça nem de irresponsabilidade. Se você anda
desanimado, tristonho, e acha que a vida perdeu a graça, procure assistência médica. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para
colocar a vida nos eixos outra vez;
* Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. Os sintomas podem variar
conforme o caso. Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a características da personalidade e nos idosos, ao desgaste
próprio dos anos vividos;
* A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos. É
importante que ela ofereça um ponto de referência para certos padrões, como a importância da alimentação equilibrada, da higiene
pessoal e da necessidade e importância de interagir com outras pessoas. Afinal, trancafiar-se num quarto às escuras, sem fazer nada
nem falar com ninguém, está longe de ser um bom caminho para superar a crise depressiva.
Publicado em 14/03/2013
A depressão está ligada à brutal pressão exercida pela pós-modernidade no cotidiano do indivíduo comum, que deve ser
consumista e ser visto na rede para sentir-se parte do todo. No entanto, segundo Bauman, essa situação cria uma espécie de medo
líquido que pode levar ao mal-estar e consequente depressão.
O indivíduo acometido pela depressão apresenta problemas para relacionar-se em sociedade e tende a se ilhar. Também é
importante observar o impacto sobre a saúde, haja vista que ele reduz a imunidade.
Falta estrutura para o SUS, no que tange ao tratamento de indivíduos acometidos por depressão.
Outro problema a ser observado é o fato de que o indivíduo acometido pela depressão tende a se automedicar, ou mesmo,
desrespeitando orientação médica, exagerar no uso de antidepressivos.
Os jovens comumente sofrem depressão relacionada à aceitação de sua sexualidade e aparência, o que aponta para a tirania
da mídia, como fator preponderante.
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS:
42- Os contrastes na ocupação do espaço urbano no brasil e os caminhos que o país deve seguir para permitirdignidade para
todos os brasileiros.
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema OS DESAFIOS PARA
COMBATER A DESIGUALDADE SOCIAL A PARTIR DA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO NO BRASIL, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição
TEXTO II
"Conceito de moradia popular reforça segregação"
por Paloma Rodrigues
Para Elisabete França, ex-secretária de Habitação de SP, padronização ignora a pluralidade das famílias de baixa renda
Políticas de moradia consagradas no País, de construções padronizadas e de larga escala, podem reforçar a segregação dentro das
cidades. O alerta foi feito pela arquiteta Elisabete França, responsável pela Secretaria de Habitação da prefeitura de São Paulo, no
governo Gilberto Kassab (PSD), durante seminário internacional do núcleo USP Cidades, no início de outubro.
“As pessoas falam de moradia de interesse social, que são mais baratas, mas isso não tem sentido. Não existe cidadão de primeira e
segunda categoria”, diz ela a CartaCapital. França faz parte de um movimento que contesta a política de moradia com estrutura rígida
e em grande escala.
A iniciativa da USP tem como lema “reunir conhecimento e compartilhar práticas urbanas”. A ideia é reunir especialistas de grandes
cidades de todo o mundo para debater suas experiências. Neste primeiro encontro, o coordenador do African Center for Cities, Edgar
Pieterse, apresentou os revezes obtidos pelas políticas habitacionais na África do Sul no período pós-apartheid.
49
A política para a garantia de moradia para a faixa mais pobre da sociedade sul-africana iniciou-se em 1994. Desde então subsidiou 3,6
milhões de casas populares e construiu e entregou mais 2,4 milhões, números expressivos para uma população de 44 milhões de
habitantes. O contraponto da questão foi o modelo das casas populares construídas pelo governo. “Isso *o programa de construção de
moradias] foi incrível, realmente significante. O problema foi que, ao mesmo tempo em que essa foi uma das maiores e mais
ambiciosas políticas habitacionais do mundo, o efeito social e, principalmente, o efeito econômico que se sentiu foi que a segregação
se agravou ainda mais”, disse Pieterse.
Na prática, o modelo das casas populares construídas pelo governo não se diferenciava do modelo das casas de baixa renda
construídas na década de 50 e 60. Arquitetonicamente, as semelhanças estão claras, com casas de alvenaria, simples e um andar
único. “Em um sentido muito macabro, nós reproduzimos, em alguns sentidos, a imaginação que tínhamos das casas populares e de
baixa renda.”
Apesar de apresentar um contexto político muito diferente do brasileiro, com o legado do regime do apartheid influenciando
diretamente às discussões em torno das políticas públicas, os projetos sociais para a inclusão da população de baixa renda são, há mais
de duas décadas, o carro chefe do governo sul-africano.
“Mesmo que uma casa custe um pouco mais na construção, porque você vai realizar um trabalho integrado, você vai evitar o que a
gente tem vivido no Brasil”, afirma. Ela aponta as moradias construídas pelo Banco Nacional da Habitação (BNH) como um plano que
fracassou em utilizar os apartamentos construídos para incluir aqueles moradores dentro de seus bairros e, de uma maneira mais
ampla, dentro da cidade.
“Foram construídos milhões e milhões de apartamentos de baixa qualidade nas periferias e hoje o que a gente tem? Cidade de Deus,
Cidade Tiradentes... Onde todos os espaços públicos viraram favelas e reproduzem a segregação.” O projeto também foi oneroso para
o Estado, pois o obrigou a gastar milhões em obras. “O setor público teve que gastar rios de dinheiro para levar transporte público até
lá. Até hoje não conseguiu levar trabalho. Então, quando você faz essa equação, você vê que o custo é muito mais caro”.
Para Elisabete, é preciso que se mude a visão que a sociedade civil tem dos beneficiados em projetos sociais. “No País, pensa-se que as
moradias populares têm que custar um limite de 70 mil reais, não pode ter mais do que 50 metros quadrados...Como se todas as
famílias de baixa renda fossem iguais”, aponta.
Sobre a crítica que se faz em relação à especulação imobiliária, ela afirma que é um discurso elitista. “O discurso de que bons projetos
de arquitetura de qualidade resultam em especulação imobiliária e mais segregação é extremamente elitista. Vê os mais pobres como
incapazes de decidir sobre suas vidas”, diz ela. “Ou seja, (o lema é) vamos produzir moradias baratas e distantes, porque assim os mais
pobres não vão vender e vão ficar ali.”
A solução, no seu entender, é levar moradias de qualidade para as regiões onde as famílias já moram. “As pessoas que fazem esse tipo
de crítica não têm a menor noção das redes sociais que os moradores das áreas mais pobres constroem, dado o seu alto índice de
vulnerabilidade social”, afirma. "Foi o que tentamos fazer, durante o governo, em Paraisópolis, porque as pessoas já trabalhavam ali,
iam a pé para o serviço. Por que deslocá-los? O que é preciso fazer é tornar aquela região um bairro da cidade."
Ela afirma que cabe às prefeituras tentar se integrar ao programa federal Minha Casa, Minha Vida de uma maneira que não se
estabeleçam regras rígidas, como metragem e tipologia. "A Secretaria de habitação de São Bernardo está fazendo uma investida nesse
sentido, Barueri também está. Eu acho que essa tendência vai se espalhar", aposta.
TEXTO III
Apenas 52,5% das moradias do Brasil têm condições adequadas, diz IBGE
2,3 milhões de domicílios não possuem nenhum dos serviços essenciais.
Entre os requisitos estão abastecimento de água, esgoto e coleta de lixo.
Do G1, em São Paulo
Apenas 52,5% dos domicílios brasileiros têm abastecimento de água, esgoto sanitário ou fossa séptica, coleta de lixo e até dois moradores por
dormitório, condições consideradas adequadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os dados do Censo
Demográfico de 2010, divulgados nesta quarta-feira (17), são 30 milhões de domicílios brasileiros que possuem essas características, de um total
de 57,3 milhões.
O levantamento mostra 2,3 milhões de moradias (4,1%) não apresentam nenhuma dessas condições. Entre as regiões do país, o Norte
apresentou o pior quadro, com apenas 16,3% de domicílios considerados adequados. Enquanto isso, no Sul (68,9%) e no Sudeste (59,35%) mais
da metade das casas está ligada a redes de saneamento básico.
Há desigualdade também quando se leva em conta a cor dos moradores: 63% dos brancos vivem em domicílios adequados, enquanto esse
percentual cai para 45,9% entre os pretos e 41,2% entre os pardos.
Em 2010, o rendimento médio do domicílio adequado era de R$ 3.537,95. O ganho das moradias semiadequadas era de R$ 1.746,35. Nas casas
inadequadas, o valor era de R$ 708,94.
Saneamento básico
De acordo com dados do Censo 2010, a pior situação entre os serviços analisados é do tratamento de esgoto: apenas o Centro-Oeste (51,8%)
possui mais da metade das residências com esgotamento sanitário ou fossa séptica. Na região Norte, entre 2000 e 2010, o número de casas com
esse tipo de serviço caiu de 36,3% para 32,9%.
Com relação ao abastecimento de água, o IBGE aponta que houve crescimento em todas as regiões, que apresentam índices acima dos 50%. O
Nordeste teve o maior crescimento, saindo de 52,8%, em 1991, para 76,3% em 2010.
O Censo 2010 mostra ainda que o serviço de coleta de lixo foi ampliado em todas as regiões. Entre 1991 e 2010, a região Norte passou de 36,9%
de atendimento para 74,4%. O Nordeste saiu de 41,6% para 75%.
O IBGE também avaliou o fornecimento de energia elétrica, que chega a quase todos os domicílios do Sul (99,3%) e do Sudeste (99%).
Moradores por domicílio
50
Para medir o bem-estar dos brasileiros, o Censo 2010 também avaliou quantos domicílios possuem até dois moradores por dormitório, número
considerado adequado. No Brasil, o índice de residências nesse padrão passou de 62,9% em 1991 para 81,9% em 2010.
Na região Sul, 90,1% dos domicílios têm até dois moradores por quarto, enquanto no Norte apenas 66,2% se enquadram nessa característica.
Outro fator de adequação é a presença de paredes externas revestidas e casas de alvenaria. O Censo 2010 mostra que 80% dos domicílios
possuem ambos.
Entre as regiões, o Sudeste tem o maior percentual (88,6%) das casas com esse tipo de construção. As regiões Norte e Nordeste são as que mais
apresentam domicílios com paredes externas de alvenaria sem revestimento, 13,3% e 12,3% respectivamente.
Tipo de moradia
O levantamento apontou que no Brasil há predomínio de casas (88,6%) em comparação com os apartamentos (10,8%).
De acordo com o Censo 2010, a maioria dos brasileiros vive em domicílios próprios (73,5%), seguido por habitações alugadas (18,0%) e cedidos
(7,8%).
Entre as regiões, o Norte tem 77,2% das residências próprias. Depois aparecem Nordeste (76,9%), Sudeste (71,8%), Sul (75,1%) e Centro-Oeste
(65,1%).
TEXTO IV
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O direito à moradia digna é uma condição essencial para a cidadania, segundo a Constituição de 1988. Todavia, muitos
brasileiros vivem em condições precárias, não contando com saneamento básico e outras condições mínimas, o que constitui grave
problema social para a sociedade brasileira.
As políticas urbanas no Brasil foram intensamente e historicamente utilizadas como instrumento de exclusão social e
perpetuação de privilégios e desigualdades.
Um fator segregador no espaço urbano é o saneamento básico, haja vista que em bolsões de miséria ele é, normalmente,
inexistente.
A população de baixa renda só tem como opção a ocupação de áreas periféricas ou problemáticas, como morros e mangues.
O êxodo rural nos anos 60 contribuiu em definitivo para o atual quadro, uma vez que as cidades como São Paulo cresceram
rápida e desordenadamente.
Após a abolição da escravidão em 13 de maio de 1888, formaram-se bolsões de miséria, uma vez que não houve qualquer
forma de assistencialismo aos brasileiros negros libertos.
As diferenças na ocupação do espaço urbano também ampliam situações de violência.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Planejamento urbano.
Ampliação dos investimentos governamentais em moradias populares.
Instalação imediata de saneamento básico nos bairros mais pobres.
A moradia adequada foi reconhecida como direito humano em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tornando-se
um direito humano universal, aceito e aplicável em todas as partes do mundo como um dos direitos fundamentais para a vida das
pessoas.
51
Carlos Cazalis
Vários tratados internacionais após essa data reafirmaram que os Estados têm a obrigação de promover e proteger este direito. Hoje,
já são mais de 12 textos diferentes da ONU que reconhecem o direito à moradia. Apesar disso, a implementação deste direito ainda é
um grande desafio.
Mais que um teto e quatro paredes
O direito à moradia integra o direito a um padrão de vida adequado. Não se resume a apenas um teto e quatro paredes, mas ao direito
de toda pessoa ter acesso a um lar e a uma comunidade seguros para viver em paz, dignidade e saúde física e mental. A moradia
adequada deve incluir:
Segurança da posse: Todas as pessoas têm o direito de morar sem o medo de sofrer remoção, ameaças indevidas ou
inesperadas. As formas de se garantir essa segurança da posse são diversas e variam de acordo com o sistema jurídico e a cultura de
cada país, região, cidade ou povo;
Disponibilidade de serviços, infraestrutura e equipamentos públicos: A moradia deve ser conectada às redes de água,
saneamento básico, gás e energia elétrica; em suas proximidades deve haver escolas, creches, postos de saúde, áreas de esporte e
lazer e devem estar disponíveis serviços de transporte público, limpeza, coleta de lixo, entre outros.
Custo acessível: O custo para a aquisição ou aluguel da moradia deve ser acessível, de modo que não comprometa o
orçamento familiar e permita também o atendimento de outros direitos humanos, como o direito à alimentação, ao lazer etc. Da
mesma forma, gastos com a manutenção da casa, como as despesas com luz, água e gás, também não podem ser muito onerosos.
Habitabilidade: A moradia adequada tem que apresentar boas condições de proteção contra frio, calor, chuva, vento,
umidade e, também, contra ameaças de incêndio, desmoronamento, inundação e qualquer outro fator que ponha em risco a saúde e a
vida das pessoas. Além disso, o tamanho da moradia e a quantidade de cômodos (quartos e banheiros, principalmente) devem ser
condizentes com o número de moradores. Espaços adequados para lavar roupas, armazenar e cozinhar alimentos também são
importantes.
Não discriminação e priorização de grupos vulneráveis: A moradia adequada deve ser acessível a grupos vulneráveis da
sociedade, como idosos, mulheres, crianças, pessoas com deficiência, pessoas com HIV, vítimas de desastres naturais etc. As leis e
políticas habitacionais devem priorizar o atendimento a esses grupos e levar em consideração suas necessidades especiais. Além disso,
para realizar o direito à moradia adequada é fundamental que o direito a não discriminação seja garantido e respeitado.
Localização adequada: Para ser adequada, a moradia deve estar em local que ofereça oportunidades de desenvolvimento
econômico, cultural e social. Ou seja, nas proximidades do local da moradia deve haver oferta de empregos e fontes de renda, meios
de sobrevivência, rede de transporte público, supermercados, farmácias, correios, e outras fontes de abastecimento básicas. A
localização da moradia também deve permitir o acesso a bens ambientais, como terra e água, e a um meio ambiente equilibrado.
Adequação cultural: A forma de construir a moradia e os materiais utilizados na construção devem expressar tanto a
identidade quanto a diversidade cultural dos moradores e moradoras. Reformas e modernizações devem também respeitar as
dimensões culturais da habitação.
FONTE: http://direitoamoradia.org/?page_id=46&lang=pt
52
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Ao longo da história, a humanidade convive com algumas espécies de animais numa relação de domínio, ora os utilizando
para fins econômicos, ora para proteção e companhias. Na sociedade contemporânea, essas relações são mais claras, indo desde o
animal de estimação até o uso de animais para finalidade comercial ou desenvolvimento de pesquisas. Todavia, são muitos os casos em
que essas relações são marcadas pela violência e a falta de ética por parte do ser humano.
ARGUMENTOS E FATOS:
Há leis que protegem os animais, mas a impunidade é mais comum que o castigo.
No Brasil, não são raros o caso de animais domésticos abandonados nas ruas, bem como em contrapartida, cresce o número
de abrigos criados por ONGs.
Na sociedade consumista, muitas vezes os pets são vistos como objetos de consumo, sendo por vezes descartados.
O uso de animais para experiência, na qualidade de cobaias gera polêmicas, uma vez que são comuns os casos de maus tratos
e desconforto para eles.
UMA REFLEXÃO: A VIDA É UM BEM GENÉRICO E, PORTANTO O DIREITO A ELA CONSTITUI UMA CONDIÇÃO TAMBÉM PARA OS ANIMAIS.
PORTANTO, MESMO QUE O ANIMAL NÃO TENHA RECONHECIMENTO COMO CIDADÃO PENSANTE, SUA EXISTÊNCIA DEVE SER
DEFENDIDA E RESPEITADA DE ACORDO COM SUA NATUREZA.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
44- O indígena brasileiro e a preservação do homem pela sociedade que precisa de raízes.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO
Desde o primeiro contato dos indígenas brasileiros como os navegantes portugueses no final do século XV, que os nativos
tupiniquins perdem sua identidade e espaço no Brasil. Desse modo, vê-se que o grande desafio do indígena brasileiro é recuperar sua
identidade, autovalorização e espaço de convivência.
Os indígenas brasileiros não têm representação política, por isso veem-se abandonados pelo Poder Público, na figura da
FUNAI (FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO).
O índio foi mitificado nas escolas como herói e nativo, mas na realidade sofrem com a violência de posseiros e fazendeiros
que os enxotam de suas próprias terras.
53
A violência contra a cultura indígena começou com a catequização jesuítica, o que se dá a partir de 1549, como a chegada da
Companhia de Jesus.
O interesse econômico de mineradores, agropecuaristas e posseiros grilam as terras das reservas indígenas e ficam impunes.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Assassinatos, chacinas, acidentes, estupros, sequestros, tortura, latrocínios, espancamentos. Esses são alguns dos exemplos
de violência comuns na mídia jornalística brasileira, que os espetacularizam como o propósito de angariar audiência. No entanto, a
maioria da população, de modo não ético, vê nesses fatos um espetáculo a ser compartilhado nas redes sociais e pelos aplicativos
como WHATSAPP, o que é um lamentável comportamento cultural que se intensifica na sociedade brasileira.
Na sociedade do espetáculo midiático, segundo ZygmuntBauman, a dor do outro se transforma em espetáculo, apontando
para o aumento do individualismo e da insensibilidade humana na sociedade pós-moderna.
A impunidade alimenta a violência e dá uma sensação de que nada há a fazer.
Os cidadãos criam suas próprias prisões atrás de cercas elétricas, condomínios fechados e carros blindados.
A violência alimenta até mesmo o esporte.
A mais grave consequência é o fim da indignação frente ao quadro.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Investir em educação formadora do senso crítico, para que os brasileiros passem a não valorizar programas jornalísticos que
espetacularizem a violência, bem como o próprio cidadão se conscientize e não mais compartilhe imagens que firam a dignidade
humana.
O governo deve ser mais rigoroso, assim como fez o governo do Uruguai, frente à exposição de imagens de assassinatos e
acidentes na mídia jornalística. Para tanto, deve haver discussões sobre a regulamentação da mídia jornalística no Brasil.
TEXTO II
A internet é mais importante tecnologia de acesso à informação, comunicação e entretenimento do início do século XXI.
Desse modo, essa tecnologia exerce forte influência em todos os âmbitos da sociedade pós-moderna, como se vê, por exemplo, na
politização do cidadão comum. Todavia, vê-se que grande parte da população brasileira não tem usado a rede como espaço
democrático e de politização do modo mais adequado.
São comuns as agressões políticas pela internet, o que aponta para uma discussão política pautada no desrespeito e falta de
bom senso.
A falta de uma legislação que regulamente a punição contra a difamação e calúnia na rede tem sido comum a disseminação
de informações inverídicas sobre personalidades políticas, sobretudo próximas às eleições, o que prejudica a idoneidade do processo
eleitoral.
“A mentira dá uma volta ao mundo inteiro, enquanto a verdade mal levantou da cama e se vestiu.” A frase do estadista
inglês Winston Churchill representa bem a situação das eleições sob a influência da internet numa sociedade mal letrada como a
brasileira.
Como fator positivo, vê-se que a internet pode colaborar para a realização de denúncias e a promoção da democracia quando
os internautas se propõem realmente a vivenciar a liberdade democrática e de expressão possíveis com o uso da rede.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Os protestos ocorridos no Brasil a partir de 2012 apontaram para o fato de que há um crescente interesse do jovem brasileiro
pela participação política, o que foi facilitado pelo uso da internet. Entretanto, ainda é pífia a participação política consciente e cidadã,
haja vista que apesar do crescimento do engajamento, a maioria ainda se afasta da política, não entendendo o valor da democracia
representativa, o que é lamentável.
ALGUNS ARGUMENTOS:
Segundo o Tribunal Superior Eleitora, (site), o número de jovens, cujo voto em função da idade era opcional, não retirou o
título eleitoral, o que aponta pelo desinteresse frente à participação no processo democrático.
Um dos motivos prováveis para a baixa participação dos jovens brasileiros na política do país reside, provavelmente, no fato
de que os constantes casos de corrupção na política do país levam o jovem a não crer que a democracia representativa funcione a
contento.
Segundo o pedagogo Paulo Freire, a falta de uma educação libertadora faz surgir indivíduos de baixo senso crítico e
consequentemente alienados tanto no âmbito político quanto social, não percebendo o potencial dos jovens para a transformação do
país.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
O investimento maciço em educação básica parece ser o melhor caminho para a formação de jovens mais conscientes do seu
papel na sociedade, uma vez que permite o surgimento de cidadãos mais críticos frente à realidade.
A ação efetiva do Estado frente à corrupção pode levar os jovens a participarem mais ativamente da vida política do país, haja
vista que poderão passara acreditar na democracia representativa.
É fundamental que ONGs organizem palestras, fóruns e passeatas em prol da participação política efetiva dos jovens
brasileiros. Esse tipo de evento deve zelar pela organização e se estender por meio de cursos sobre política e cidadania.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
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É inegável que a internet mudou em definitivo as relações interpessoais afetivas no início do século XXI. Nesse sentido, o
sociólogo polonês ZygmuntBauman afirma no seu livro “O amor líquido”, que o amor e a sociedade mudaram, pois as relações
interpessoais afetivas se tornaram mais instáveis e superficiais.
ALGUNS ARGUMENTOS:
Redes sociais e aplicativos como o TINDER corroboram para que os usuários estabeleçam relações interpessoais afetivas num
espaço de tempo nunca antes imaginado pela humanidade. O problema é que essas relações podem ser precárias e não confiáveis,
uma vez que não há, na maioria das vezes, garantias familiares ou de grupos de amigos.
Não são raros os casos denunciados pela mídia de pessoas que caíram em “armadilhas” de bandidos que usavam as
possibilidades dos namoros virtuais para encontrar vítimas.
Outro problema relacionado ao amor na internet é o aumento dos casos de adultério, uma vez que essa ferramenta
empiricamente ampliou as possibilidades da traição, ora virtual, o que se dá a partir de sites de bate-papo, ou mesmo de
compartilhamento de imagens.
O status de relacionamento na rede tem se tornado mais forte que compromissos firmados em cartório ou em eventos
religiosos. A maioria dos usuários de internet busca representar suas disponibilidades ou indisponibilidade afetiva por meio da rede.
DICA DE INTERVENÇÃO:
Antropólogos, sociólogos, filósofos e psicanalistas devem discutir em fóruns e debates o papel da internet nas relações
interpessoais afetivas, a fim de ampliar a gama de leituras sobre o assunto e permitir que a sociedade entenda melhor essa marca
cultural característica da sociedade que vive em rede.
A tecnologia das conexões instantâneas e dos contatos imediatos via Twitter, Facebook e sites de encontro revolucionam as relações
afetivas
A era digital torna superficiais as relações afetivas? Banaliza os sentimentos? Potencializa o circuito efêmero do “ficar”? Distancia as
pessoas do “olho no olho” e do “cara a cara”, no filtro embaçado do Facebook e do Twitter? Favorece os vícios online, por exemplo, na
zona obscura da pornografia?
As acusações contra os usos e abusos na web são muitas, mas o psicanalista Jorge Forbes tende a repetir quantos “nãos” forem
necessários para responder às dúvidas regadas a ceticismo aí de cima.
Forbes é um otimista da modernidade. “O amor na era digital é responsável”, diz ele. “Se alguém está com alguém é porque quer
livremente estar.” As relações afetivas não são mais intermediadas, como no passado, pela natureza, por algum deus ou pela razão
iluminista. “O amor é o laço social por excelência desta nova era”, acredita.
Forbes participou da última edição dos Diálogos Capitais, promovida por esta revista na Livraria Saraiva do Shopping Morumbi. Com ele
debateu o cronista e jornalista Xico Sá. Ressalvando que tudo o que sabe desse amor internético é o aprendizado “de tantos pés na
bunda que levou”, Xico Sá preferiu ressaltar, no turbilhão emocional da rede, “o dado da paranoia”, o ciúme, a suspeita, a traição, todo
mundo detetive de todo mundo, a ação em rede gerando “uma agressividade de dimensão sem fim numa velocidade que amplia essa
paranoia ao infinito”.
Poucos amores hão de sobreviver, quem sabe, a tanta superexposição, a tamanho exibicionismo. Será que o Facebook é a inevitável
antecâmara do adultério e da separação? A Xico Sá incomoda, isso sim, “a angústia de gerar felicidade” aos olhos dos outros, a
ansiedade de criar uma boa notícia todos os dias, mesmo que seja para alimentar, nas redes sociais, no Twitter, no Instagram, a ficção
de sua própria alegria. De seu divã, Forbes observa, contudo, que há uma saudável dissociação entre o que uma pessoa tende a falar e
a mostrar de si mesma, na internet, e a essência dela – o que ela verdadeiramente é.
E-mails podem ser tóxicos, assim como mensagens tuitadas num impensado atropelo. Não é de estranhar, portanto, que a internet se
converta numa estufa de choroso arrependimento. Escorregadas profissionais ou gafes sociais não podem ser, porém, nem de longe
comparadas aos perigos do que você escreve quando o coração sangra – ou rejubila. “Desconfie daquele horário das corujas”,
aconselha o escritor Xico Sá. Quando aquela antiga paixão é relembrada, quando um surto de coragem impõe a urgência de um e-mail
irrefletido. O psicanalista Forbes admite que já acordou de manhã sobressaltado com as possíveis consequências de um SMS que, de
fato, nem tinha mandado. “Devia haver lei seca para usar o computador”, brinca Xico Sá. “O pior é que, hoje, a gente tem, com o
iPhone, um computador dentro do bolso.” Dois americanos, David Shipley e Will Schwalbe, chegaram a escrever uma cartilha – Send,
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Vintage Press – para ensinar bons modos digitais aos apressadinhos. Mas já existem aplicativos – como o Undo, do Gmail – que criam
um crivo preventivo para aquilo que seria uma tremenda ressaca no dia seguinte.
Todas as cartas de amor serão ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. O que Fernando Pessoa/Álvaro de Campos
disse a respeito de súplicas derramadas em folhas vitorianas de papel perfumado continua valendo hoje, ainda que em novo figurino.
“Escrevo imensas cartas de amor por e-mail”, confessa o cronista Xico Sá. “E, independente de eles darem certo ou não, gosto de
guardá-los.” São como “panfletos líricos”, define. Admite que deve ser um “traço de nostalgia”, mas faz ostensiva campanha – na web
– para que a web não persista num de seus defeitos: o de ser tão lacônica. “O discurso do amor é longo, lento, redundante”, diz o
cronista. Portanto, não é escrevendo #amor no seu tweet que vc vai provar q a/o ama.
O americano Bill Tancer, geniozinho em pesquisa online, apurou que o acesso a sites de contato é, no mundo todo, dez vezes maior do
que o do conjunto dos sites de venda, a Amazon incluída. Quer dizer, na web as pessoas tentam adquirir mais amor (no espectro que
vai do encontro ao sexo, passando pela mera fantasia) do que mercadorias. Match.com, OkCupid, e Harmony lideram uma operação
bilionária que, em certos casos mais aberta, em alguns casos mais restrita, vai hoje em dia preenchendo todos os nichos de gênero,
raça, orientação sexual e até religião. Há quem seja pego em arapucas (as mais recentes queixas miram o site myZamara, de um
indiano esperto sediado em Boston, EUA). As aproximações obedecem a uma linguagem de programação baseada em algoritmos, que
é uma sequência definida de instruções que, se seguida, pode executar uma tarefa. A de aproximar corações solitários, por exemplo. E
dá certo. Aplicativos com recursos de geolocalização trazem o cupido para perto de você. A matemática, que em geral afasta, na web
aproxima.
Sophie Calle é a xodó da arte pop francesa. Vivia tórrida paixão com GrégoireBouillier, autor de um romance autobiográfico – O
Convidado Mistério, de 2004 – dedicado, por sinal, a ela, Sophie. Texto apaixonadíssimo. Sophie estava em Berlim quando ouviu o bip
de mensagem no seu celular. Era um e-mail de Grégoire. Ele avisava que estava pulando fora da relação. Mensagem curta, que
terminava com um brusco “se cuida”. “Não sabia como responder”, contou Sophie. Em vez de fazer drama, decidiu fazer arte.
Compartilhou sua perplexidade com outras 107 mulheres. Propôs que elas comentassem, cantassem, dançassem, pintassem o tema
“se cuida”. Resultou numa exposição com esse título. A mostra peregrinou pelo mundo. Passou pelo Brasil. Sophie veio para o
lançamento, em julho de 2009, enquanto acontecia a Feira Literária de Paraty (Flip), da qual Grégoire era um dos convidados. Acabou
instada a sentar com ele na mesma mesa de debate. Para quem passou pela humilhação de ter sido demitida de um amor por SMS,
Sophie se comportou admiravelmente. Ela e Grégoire ficaram no mesmo hotel. Em quartos separados.
“A internet é um meio de perdermos o medo juntos”, diz o sociólogo catalão Manuel Castells, estudioso dos hábitos e costumes de
rede. Vale para a vida civil assim como para a vida afetiva. Nem em uma nem na outra o medo é bom parceiro. Castells, que se alterna
entre Berkeley, o MIT e a Universidade Aberta da Catalunha, esteve no Brasil como convidado do Fronteiras do Pensamento. Está para
lançar o livro Redes de Indignação e Esperança.
A ambiguidade do título reflete um dos papéis que Castells atribui à internet: a de aglutinar “demandas emocionais” até então
desarticuladas e muitas vezes incoerentes. A era da “autocomunicação de massa”, que atropela a mídia convencional e desafia a
representação política, tende a se converter em fator coletivo de mobilização, por um lado, mas acaba por radicalizar o culto umbilical
de sua mera individualidade. “Somos anjos e demônios”, adverte Castells. “Viver na internet tem um perigo: nós mesmos.”
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Celulares, baterias de lítio, metais pesados presentes em placas de circuito, monitores de vidro, plástico. Esses são alguns dos
exemplos de lixo eletrônico produzidos pela sociedade de consumo na pós-modernidade. Esse quadro, que se apresenta de modo
muito significativo no Brasil, causa forte impacto ambiental e está contribuindo para a destruição do planeta.
Assim como na maior parte do mundo contemporâneo, o Brasil tem produzido grande quantidade de lixo eletrônico, o qual
não é reciclado ou reaproveitado, mas tão somente jogado no meio ambiente, causando prejuízos ambientais em função da poluição
do lençol freático, do solo e mesmo do ar.
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Outro problema claro é o fato de que a maior parte do lixo eletrônico é produzido a partir de recursos não renováveis como
metais, o quer é ainda mais preocupante.
Dois dos fatores contribuintes para a grande produção e o mau descarte do lixo eletrônico são a obsolescência planejada e a
obsolescência perceptível.
Faltam políticas eficientes por parte do governo brasileiro para reduzir a produção de lixo eletrônico, o que poderia se dar,
por exemplo, por meio da logística reversa.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS deve ser mais específica e eficiente no que tange ao lixo eletrônico, o que
pode ser realizado por meio de regulamentações e ampliação da fiscalização através do aumento do número de agentes.
A população brasileira precisa ser conscientizada por meio de campanhas sobre o impacto do lixo eletrônico sobre o meio
ambiente. Para tanto é importante a realização desde palestras, até a exibição de documentários na TV aberta.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
É crescente o fenômeno do individualismo nas ações humanas na sociedade marcada por projetar sua felicidade no consumo
e viver em busca de relações em rede, em detrimento de laços afetivos mais humanizados. Nesse sentido, ainda que proliferem ONGS
e instituições filantrópicas, parece que o ser humano torna-se mais sozinho.
A busca desenfreada por encontrar a felicidade em roupas, carros ou smartphones aponta, segundo ZygmuntBauman, para a
perda do sentido de comunidade e fraternidade.
A sociedade brasileira é um exemplo desse comportamento. Todos os dias, milhares de brasileiros enfrentam o trânsito
caótico, a violência apavorante e a constante descrença na política, todavia os cidadãos não se unem, buscando se proteger por trás de
muros de condomínios e de automóveis que os isolem do mendigo no sinal.
A não preocupação com o bem-estar coletivo está caracterizada também na destruição do meio ambiente.
ALGUMAS REFLEXÕES POSSÍVEIS:
É preciso investir no senso de altruísmo dos jovens por meio de projetos nas comunidades e no ambiente escolar, a fim de
que as crianças, que ainda estão no período de formação do caráter possam ver o planeta e a sociedade a partir de uma perspectiva de
que tudo faz parte de um organismo que deveria ser cooperativo.
Fóruns internacionais são essenciais para que a humanidade se uma em prol de alcançar as metas do milênio.
PROBLEMA:
Durante todo o século XX, houve um aumento evidente do consumo de alimento industrializado por parte da
população brasileira, o que aumentou o consumo de sódio, gordura e açúcar, haja vista que a alimentação da população passou a ser
essencialmente industrializada.
ALGUMAS REFLEXÕES:
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O ritmo de vida da sociedade brasileira contemporânea faz como que o cidadão comum tenha que se valer cada vez mais de
produtos alimentícios industrializados para facilitar sua vida e administrar o tempo.
Os alimentos industrializados são, normalmente, ricos em só, conservantes, açúcar e gordura, o que atrai o paladar do
consumidor, mas pode causar-lhe sérios problemas de saúde, a exemplo da diabetes.
A indústria alimentícia usa a mídia para cria uma aura de atração sobre seus alimentos, que à primeira vista se confundem
com o que há de mais saudável e parecem levar à própria felicidade.
Alguns exemplos de alimentos industrializados são: refrigerantes, embutidos (salsicha, presunto, etc.), salgadinhos de milho.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
O governo precisa regulamentar os produtos alimentícios industrializados com mais rigor, haja vista a necessária preocupação
com a saúde do brasileiro.
Outra medida é a exposição para a sociedade brasileira dos riscos que os produtos podem causar para a população.
É possível aumentar significativamente os impostos sobre produtos ricos em sódio, por exemplo, para o incentivo do
consumo de alimentos mais saudáveis.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O tabagismo é um problema, que apesar de todas as campanhas promovidas pelo Ministério da Saúde e alertas da ciência
médica, ainda constitui grave problema de saúde pública no Brasil. Portanto, é necessário que Poder Público e a sociedade civil se
unam em prol de combater esse quadro.
ALGUMAS REFLEXÕES:
O alto índice de fumantes no Brasil ainda é fruto da histórica glamourização do cigarro pela mídia e pelo cinema até os anos
2000.
As propagandas de cigarro no Brasil são proibidas, bem como o consumo de tabaco por menores de idade.
O maior número de consumidores de tabaco, está entre os jovens e os menos instruídos, ou de mais baixa classe social.
Algumas das enfermidades relacionadas ao cigarro são: enfisema pulmonar, AVC/AVE, ataque cardíaco, câncer de pulmão e
garganta. Essas doenças são muito onerosas para os cofres públicos.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Durante todo o século XX, houve um aumento evidente do número de crianças obesas no Brasil, havendo superado os
números de desnutrição, mas se configurando como um novo problema de saúde pública. Desse modo, é necessário que o Ministério
da Saúde, juntamente com a sociedade, civil atentem para esse problema.
ALGUMAS REFLEXÕES:
A mídia, sobretudo televisiva, incentiva ao consumo de alimentos não saudáveis, uma vez que apresentam achocolatados,
refrigerantes, salgadinhos de milho, balas e bombons como alimentos saudáveis e vinculados à felicidade.
Em parte, a culpa pela obesidade é dos pais, o que aponta para negligência, que deve ser observada por curadorias da
infância e da juventude a fim de preservar a saúde das crianças que chegam a casos de obesidade grave.
Na maior parte do Brasil, não há restrições para as cantinas escolares, o que corrobora para que as crianças se alimentem de
modo inadequado.
A cultura do fast food também leva as crianças a uma alimentação desregrada e prejudicial à saúde.
Se nada for feito, o Brasil continuará engordando e sofrendo com o aumento dos gastos públicos com saúde.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
Devem ser restritos alimentos prejudiciais às crianças nas cantinas escolares de todo o Brasil.
O governo precisa regulamentar os produtos alimentícios industrializados com mais rigor, haja vista a necessária preocupação
com a saúde do brasileiro.
Outra medida é a exposição para a sociedade brasileira dos riscos que os produtos podem causar para a população.
É possível aumentar significativamente os impostos sobre produtos ricos em sódio, por exemplo, para o incentivo do
consumo de alimentos mais saudáveis.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
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A espionagem digital é uma realidade numa sociedade regida pela internet, uma vez que não governos se observam e
invadem arquivos secretos, como o próprio cidadão é observado por governos, instituições privadas, pela mídia e por outro cidadão
comuns que nem sempre são bem intencionados. Nesse sentido, é preocupante a superexposição da intimidade criada pela internet.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Tem se disseminado na rede fotos de nudez roubadas de computadores ou smartphones, a exemplo do que ocorreu com o
ator Stênio Garcia e sua esposa.
Ao instalar um simples programa no smartphone, o cidadão perde sua privacidade, uma vez que aceita ser até mesmo
rastreado pelo celular.
As redes sociais conhecem os gostos, caminhos e até mesmo amores dos seus associados, o que lhes permite negociar
informações dos seus clientes como empresas, por exemplos, de publicidade.
A exposição do internauta em redes sociais como o INSTAGRAM aponta para o fato de que a própria noção de privacidade foi
modificada no século XXI.
A sociedade precisa refletir sobre os limites da exposição da privacidade, uma vez que as mudanças de valores, como defende
ZygmuntBauman, são cada vez mais líquidas.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
As leis brasileiras asseguram liberdade de expressão sexual para todos os seus cidadãos. Entretanto, são comuns os casos de
violência e preconceito sexual presentes no cotidiano de cidadãos como orientação sexual homoafetiva.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Travestis e transgêneros têm grande dificuldade para entrar no mercado de trabalho formal, o que contribui ainda mais para
a segregação de gênero.
No ambiente escolar é comum que homossexuais sofram como o preconceito, o que dificulta a formação escolar, condição
necessária para que o indivíduo atue como cidadão.
O preconceito de gênero apresenta raízes culturais, uma vez que a sociedade brasileira ainda não superou sua visão patriarcal
e machista.
O filósofo contemporâneo Michel Foucault, no seu livro “História da sexualidade”, defende a sociedade segue padrões de
identidade sexual, mas não se arrisca a viver uma sexualidade plena e livre.
A impunidade frente aos casos de preconceito e violência são catalizadores do problema.
PARA PENSAR MAIS
Trata-se de questionar a sociedade que, desde o século passado, se maltrata pela sua hipocrisia.
A Sociedade vive, desde o séc. XVIII, uma fase de repressão sexual. Nessa fase, o sexo se reduz à sua função reprodutora e o casal passa
a ser o “modelo”. O que sobra torna-se “amor mal” – é expulso, negado e reduzido ao silêncio. Mas a sociedade burguesa se vê forçada
a permitir algumas coisas. Ela restringe as sexualidades ilegítimas a lugares onde possam dar lucros – que, numa época em que o
trabalho é muito explorado, as energias não podem ser dispensadas nos prazeres.
Para Foucault, essa repressão é chamada por ele de hipótese repressiva, mas ele destrói esse pensamento e formula uma nova
hipótese, mostrando que certas explicações funcionem, elas não podem ser encaradas como as únicas verdadeiras.
A hipótese repressiva não pode ser contestada, já que serve para a sociedade atual. Para nós é gratificante formular, em termos de
repressão, as relações de sexo e poder por muitos motivos. Primeiro porque, se o sexo é reprimido, o simples fato da repressão e falar
do sexo ultrapassa todos os limites; afinal, aceitando a hipótese repressiva, se pode vincular revolução e prazer, se pode falar num
período em que tudo vai ser bom: o da liberação sexual. Sexo, revelação da verdade, inversão da lei do mundo, são hoje coisas ligadas
entre si. Mas insiste-se na hipótese repressiva pois, dessa forma, tudo o que se diz sobre sexo ganha valor mercantil. Certos psicólogos,
por exemplo, são pagos para “ouvirem falar da vida sexual dos outros”.
Essa “hipótese repressiva” vem acompanhada de uma forma de pregação: a afirmação de uma sexualidade reprimida é acompanhada
de um discurso destinado a dizer a verdade sobre o sexo. Foucault, no livro, interroga a hipocrisia da sociedade. A questão é contra nós
mesmos, que somos reprimidos. A partir daí, ele propõe uma série de questões: a repressão sexual é mesmo uma evidência histórica,
como se afirma? Serão os meios que se utiliza e o poder repressivo o mesmo? Será que são formas discretas de poder?
Não é que ele diga que o sexo não vem sendo reprimido; ele afirma que essa interdição não é o elemento fundamental a partir do qual
se pode escrever a história do sexo, a partir da idade moderna. Ele coloca a hipótese repressiva numa economia geral a partir do séc.
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XVII. Mostra que todos os elementos negativos ligados ao sexo (proibição, repressão, etc.), têm função numa técnica de poder e numa
vontade de saber.
A hipótese de Foucault é que há, a partir do séc. XVIII, uma proliferação de discursos sobre sexo.
Ele diz que foi o próprio poder que incitou essa proliferação de discursos, através da igreja, da escola, da família, do consultório
médico. Essas instituições não visavam proibir ou reduzir a pratica sexual; visavam o controle do indivíduo e da população.
É suposto que deve-se falar de sexo, mas não apenas como uma coisa que a ser tolerada, mas a ser gerida e inserida para o bem de
todos, fazê-lo funcionar. “O sexo não se julga apenas, mas administra-se”. Regula-se o sexo, mas não pela proibição, e sim por meio de
discursos úteis, visando fortalecer e aumentar a potência do Estado como um todo.
Um exemplo prático dos motivos para se regular o sexo foi o surgimento da população como problema econômico e político, sendo
necessário analisar a taxa de natalidade, a idade do casamento, a precocidade e a frequência das relações sexuais, a maneira de torná-
las fecundas ou estéreis e assim por diante.
Pela primeira vez, o dinheiro e o futuro da sociedade eram ligados à maneira como cada pessoa usava o seu sexo. O aumento dos
discursos sobre sexo pode, então, ter visado produzir uma sexualidade economicamente útil.
Também passou a despertar as atenções de pedagogos e psiquiatras. Na pedagogia, há a elaboração de um discurso sobre o sexo das
crianças; na psiquiatria, são estabelecidas as perversões sexuais. Ao assinalar os perigos, despertam-se as atenções em torno do sexo
como um “perigo incessante” – o que incita cada vez mais o “falar sobre sexo”.
O exame médico, a investigação psiquiátrica, o relatório pedagógico, o controle familiar – que aparentemente visam apenas vigiar e
reprimir essas sexualidades – funcionam, na verdade, como mecanismos de incitação: prazer e poder. “Prazer em exercer um poder
que questiona, fiscaliza, espia, investiga, revela; prazer de escapar desse poder. Poder que se deixa invadir pelo prazer a que persegue.
Poder que se afirma no prazer de mostrar-se, de escandalizar, de resistir”. Prazer e poder reforçam-se.
“Dizendo poder, não quero significar “o poder”, como um conjunto de instituições e aparelhos que garantem a sujeição dos cidadãos
num determinado estado. Também não entendo poder como um modo de sujeição que, por oposição à violência, tenha a forma de
regra. Enfim, não entendo o poder como um sistema geral de dominação exercida por um elemento ou grupo sobre o outro e cujos
efeitos, por derivações sucessivas, atravessem o corpo social inteiro. A análise em termos de poder não deve postular, como dados
iniciais, a soberania do Estado, a forma de lei ou a unidade global de uma dominação; estas são apenas e, antes de mais nada, suas
formas terminais. Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro, como a multiplicidade de correlações de forças imanentes ao
domínio onde se exercem e constitutivas da sua organização; o jogo que, através de lutas e afrontamentos incessantes as transforma,
reforça, inverte; os apoios que tais correlações de força encontram umas nas outras, formando cadeias ou sistemas ou ao contrário, as
defasagens e contradições que as isolam entre si; enfim, as estratégias em que se originam e cujo esboço geral ou cristalização
institucional toma corpo nos aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias sociais”. (FOUCAULT, 1993 pág. 88-89).
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Incentivos fiscais para empresas que abrirem vagas para travestis e transgêneros.
Intensificação do combate a casos de violência, o que pode ocorrer por meio de criação de canais de denúncia e participação
da sociedade civil.
Campanhas de conscientização são necessárias para que a população entenda o princípio da isonomia e a necessidade de
respeito à cidadania de todos os brasileiros.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
No livro “Estação Carandiru”, o médico oncologista e escritos Dráuzio Varela retratou a precariedade, violência e falta de
eficácia daquele que se tornaria o maior exemplo do fracasso do sistema carcerário brasileiro. Depois de mais de uma década do
massacre de Carandiru, os presídios brasileiros continuam a ser ineficientes e precários, não cumprindo o papel de recuperar o infrator.
ALGUMAS REFLEXÕES:
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Uma das principais caudas da falência do sistema carcerário é a má gestão dos recursos destinados ao setor.
Os muitos casos de corrupção dentro dos presídios divulgados pela imprensa apontam para o fato de que a estrutura
carcerária em todo o Brasil é marcada pela violência, falta de ética e crise moral.
A presença de armas e celulares dentro dos presídios contribui para a disseminação do crime organizado e de violências
cometidas dentro e fora das instituições.
O presídio de Pedrinhas no Maranhão é um dos mais graves exemplos contemporâneos da crise penitenciária no Brasil.
Muitos presos poderiam estar fora dos presídios, mas a morosidade do sistema penal prejudica essa realidade.
Segundo o filósofo francês contemporâneo Michel Foucault, o simples encarceramento não resolve a questão carcerária. É
preciso que sejam realizadas ações socioeducativas e socioeconômicas para combater a própria formação do infrator.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O sociólogo polonês ZygmuntBauman afirma no seu livro “Medo Líquido” que um dos temores da sociedade pós-moderna é
perder a integridade física, sofrendo alguma violência. Paradoxalmente a essa realidade, em países como o Brasil, os cidadãos temem a
violência, mas se entretém com a mesma em jornais sensacionalistas e lutas de MMA, ou mesmo compartilham em seus celulares
cenas de extrema violência que os divertem, o que aponta para a lamentável perda do sentimento de indignação.
Algumas reflexões:
A banalização da violência está ligada à formação da sociedade, que não entende criticamente que associá-la ao prazer pode
contribuir para a formação de jovens violentos.
A falta de regulamentação rígida frente à espetacularização da violência para menores é um risco no que diz respeito à formação
do caráter do indivíduo.
Telejornais usam casos de violência como chamariz midiático.
DICA DE INTERVENÇÃO:
É importante discutir em palestras, fóruns e debates a banalização da violência que ocorre nas mídias.
Outra medida essencial é a punição contra aqueles que ferirem a dignidade humana por meio de publicações que expõem
cenas de violência.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Nas últimas três décadas, devido, sobretudo, ao aumento da expectativa de vida, cresceu a proporção de idosos no Brasil, o
que levanta novos paradigmas e leva à necessidade de rever velhos problemas. Nesse sentido, vê-se necessário dar condições de
cidadania plena para os idosos do país, o que lamentavelmente ainda não é uma realidade.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Os idosos são vistos culturalmente como aqueles que não contribuem mais para sociedade e já não são modelos de
felicidade. Essa falsa visão está ligada à ação da mídia sobre os idosos, uma vez que na sociedade de consumo, o modelo de felicidade
vendido é o jovial.
Os idosos brasileiros sofrem como a falta de mobilidade urbana, o que prejudica até mesmo sua integração social.
O atendimento do SUS terá que se adaptar a uma nova realidade, na qual grande parte da população será de idosos e
consequentemente, aumentarão os gastos como saúde pública.
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A reforma da previdência será importante para que a mesma possa permitir no futuro aposentadoria digna para os
brasileiros.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Desde o fim da Ditadura Militar e do AI5 (Ato Institucional número 5), a sociedade brasileira vive a liberdade de expressão no
jornalismo e no cotidiano do cidadão comum. Nesse contexto, a TV passou a ser o mais importante veículo de comunicação do país,
mas em verdade a qualidade da maior parte dos canais de TV aberta do país em pouco contribui para a formação do cidadão.
A princípio, é importante atentar para o fato de que a sociedade brasileira não apresenta apreço pela leitura, tendo como
fonte de informação a TV aberta e mais recentemente a internet. Desse modo, historicamente, o cidadão formou o seu senso crítico
a partir das telas de TV, o que é perigoso, haja vista que a maior parte da sociedade teve e tem acesso a uma educação que pouco
contribui para formação do senso crítico, situação que pode levar o indivíduo à alienação política, por exemplo.
Em segundo lugar, vê-se que a TV aberta no Brasil depende de anúncios comerciais que induzem a sociedade ao
consumismo inconsequente, o que é um dos grandes problemas ligados ao meio ambiente na sociedade contemporânea. Nesse
sentido, fica claro que o consumo consciente e sustentável não é valorizado, o que pode afetar, sobretudo, as crianças e os jovens.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Regulamentação mais clara da TV aberta para a sociedade, bem como criação de códigos de ética, que devem ser
apresentados para sociedade, a fim de combater a manipulação da informação e o incentivo ao consumismo.
Incentivo fiscal para canais de TV aberta que apresentem programação cultural voltada para a formação ética do cidadão.
Discussão junto a sociedade em fóruns e debates sobre o papel da TV na formação do cidadão, o que deve ocorrer com a
participação de especialistas em diversas áreas.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O Brasil é, segundo a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, um dos países que mais realiza partos do tipo cesariana no
mundo, sem que aja a verdadeira necessidade clínica para o mesmo. Esse quadro é lamentável do ponto de vista da saúde pública,
devendo ser objeto de atenção do Poder Público e da sociedade civil.
ALGUMAS REFLEXÕES
A cultura do parto cesariana está ligadaà falta de conhecimento por parte de muitas mães sobre os problemas que o
procedimento pode ocasionar.
É comum que médicos do setor privado prefiram o parto cesariana para poder planejar suas agendas, o que não seria possível
com o parto natural.
A falta do acompanhamento do pré-natal também leva muitas mães a terem que, em função de riscos para o bebê, se
submeter ao parto cesariana.
Observe o texto de Juliana Conte sobre o parto cesariana (disponível no site do Doutor Dráuzio Varella -
http://drauziovarella.com.br/mulher-2/tipos-de-parto-qual-o-mais-adequado-para-voce-e-seu-bebe/)
A cesárea se tornou um dos procedimentos mais comuns no país, e quase 50% dos brasileiros vêm ao mundo dessa maneira. Entre os
países da América Latina, o Brasil está em primeiro no ranking dos que mais realizam a cirurgia. Nos hospitais privados, o número de
gestantes que fazem cesáreas chega a 85%, segundo o Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos). A OMS (Organização
Mundial da Saúde), por sua vez, preconiza que somente 15% dos partos sejam cirúrgicos.
O aumento dos números pode ser explicado por alguns motivos, segundo a ginecologista e obstetra Alessandra Bedin, do Hospital
Israelita Albert Einstein. Contudo, pode ser resumido em duas palavras: comodidade e segurança.
“Um dos principais recursos disponibilizados pelos médicos na cesárea, que é o tempo, acaba sendo muito menor. Em
aproximadamente 45 minutos a cirurgia termina, ao contrário do parto normal, que pode durar mais de 8 horas. Portanto, ela é
amplamente indicada porque é rápida. A paciente pode até marcar a hora do parto e assim o hospital se programa em relação à
disponibilidade de leitos”, explica a médica.
Além disso, os médicos ficam com receio de acontecer algum problema no parto normal e a paciente ou o bebê morrer. “Com a
cesárea o médico se sente mais seguro, pois ele tem mais controle da situação. Se acontece alguma coisa vão lhe perguntar depois:
‘Por que não fez cesárea?’”, sintetiza Alessandra.
Desde 2001, segundo informações do Sinasc , a cidade de São Paulo vem registrando um aumento gradativo de partos cesarianos, que,
a partir de 2005, superaram os partos por via vaginal (normal). Para se ter uma ideia desse aumento, em 2001, 52% dos partos
realizados pelo SUS eram normais. Nove anos depois, esse número caiu para 46%.
Outro mito que favorece a escolha da cesárea entre as gestantes é o medo de sentir dor na hora do parto normal. “É algo cultural. A
brasileira tem medo da dor. Entretanto, no parto normal é possível dar anestesia a qualquer momento. Quando chega a um nível
intolerável de dor para a gestante, cabe ao anestesista utilizar recursos para amenizar o sofrimento”, esclarece. Além disso, é possível
utilizar técnicas de respiração e massagem, com movimentos circulares nas costas da gestante.
Se a cesárea, todavia, pode parecer prático para os médicos e hospitais, para a mulher ela não é tão conveniente assim, já que o
procedimento é considerado uma cirurgia de médio porte, com risco de infecções e perda sanguínea.
“Fazemos a abertura da cavidade abdominal, com uma incisão transversal, um pouco acima do púbis, de aproximadamente 12
centímetros. São cortadas sete camadas de tecido, entre pele, tecido muscular e peritônio, até chegar ao útero e retirar o bebê”,
explica a obstetra.
Segundo a dra. Bedin, um dos únicos riscos do parto normal – extremamente raro de acontecer – é o de a mulher ficar com
a bexigacaída.
“Quando a cabeça do bebê passa pela pelve, pode ocorrer alguma lesão na musculatura. Mas esse risco nem se compara com os da
cesárea”, diz a médica.
Mas como saber a hora exata em que o bebê está pronto para vir ao mundo? Em tese, isso não é possível. O que os médicos fazem é
a a
uma estimativa. “Em casos de cesárea, nós orientamos que seja marcada quando a mãe entra na semana 39 ou 40 da gestação, pois
aí temos certeza de que o bebê está bem formado. Mas ele simplesmente pode ‘escolher’ nascer antes. Não dá para prever”, alerta a
dra. Bedin.
Como é uma cirurgia, o tempo de recuperação da cesárea também é maior se comparado ao do parto normal, em que a mulher recebe
alta hospitalar em aproximadamente 24 horas. Na cesárea, a paciente fica em observação no hospital de dois a três dias. Ela pode
começar a fazer caminhadas leves em 15 dias. Contudo, atividades de maior esforço, como subir escadas ou retomar a atividade sexual
requerem um mês de pausa.
O preço do parto normal e da cesárea não são muito diferentes. O primeiro tem valores iniciais de aproximadamente R$2.500,00,
enquanto a cesárea custa cerca de R$3,5 mil. Entretanto, os valores são estimados e tudo vai depender do hospital escolhido, do
tempo de permanência no local, do tipo de acomodação e da equipe médica.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Ampliação das campanhas de esclarecimento sobre os ricos e a real necessidade do parto cesariana, o que pode ser realizado
pela mídia televisiva e com a distribuição de cartazes em unidade do ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA.
Maiores investimentos do Ministério da Saúde no ESTRATÉGIAS DE SAUDE DA FAMÍLIA, a fim de ampliar o atendimento de
pré-natal, bem como fiscalizar mais rigorosamente a aplicação dos recursos pelas prefeituras de todo o país.
Dar incentivos financeiros significativos para médicos do SUS que promovem a conscientização frente ao valor do parto
natural.
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EXEMPLO DE INTERVENÇÃO:
Aborto, eutanásia, manipulação genética, humanização do atendimento, avanço da nano tecnologia na medicina, cirurgias
realizadas por robôs, diagnósticos via internet. Esses são alguns dos desafios que os profissionais da medicina no Brasil terão que
enfrentar na próxima década. Desse modo, é necessário repensar a ética médica, que necessariamente precisará se adequar a uma
sociedade em frenética mudança.
São muitos os casos de falta de ética na medicina denunciados pela imprensa e pelo Ministério Público, o que aponta para o
fato de que há necessidade de mudanças nas legislações voltadas para medicina, bem como a necessária revisão dos códigos de ética
médica no Brasil.
Os novos paradigmas da sociedade contemporânea como o desenvolvimento da tecnologia voltada para medicina e mesmo
os dilemas legais como o aborto legalizado são questões significativas para os médicos do Brasil e do mundo.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Realização de congressos, fóruns e debates sobre a atual situação da ética médica no Brasil e a busca pelos novos rumos a
serem traçados.
Maior rigor frente aos casos de falta de ética no exercício da profissão, o que deve ser observado, sobretudo, pelo conselho
federal de medicina.
PARA APROFUNDAR:
I - A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma
natureza.
II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor
de sua capacidade profissional.
III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter boas condições de trabalho e ser remunerado de forma
justa.
IV - Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina, bem como pelo prestígio e bom conceito da
profissão.
V - Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do
paciente.
VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para
causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e
integridade.
VII - O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua
consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou
quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.
VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir
quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.
IX - A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio.
X - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade política ou religiosa.
XI - O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção
dos casos previstos em lei.
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XII - O médico empenhar-se-á pela melhor adequação do trabalho ao ser humano, pela eliminação e pelo controle dos riscos à saúde
inerentes às atividades laborais.
XIII - O médico comunicará às autoridades competentes quaisquer formas de deterioração do ecossistema, prejudiciais à saúde e à
vida.
XIV - O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos serviços médicos e em assumir sua responsabilidade em relação à saúde
pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde.
XV - O médico será solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja por remuneração digna e justa, seja por
condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da Medicina e seu aprimoramento técnico-científico.
XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico,
dos meios cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo
quando em benefício do paciente.
XVII - As relações do médico com os demais profissionais devem basear-se no respeito mútuo, na liberdade e na independência de cada
um, buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente.
XVIII - O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração e solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os
postulados éticos.
XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relação
particular de confiança e executados com diligência, competência e prudência.
XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico
aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que
adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.
XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos
desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.
XXIII - Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico agirá com isenção e independência, visando ao maior
benefício para os pacientes e a sociedade.
XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas
nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa.
XXV - Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, considerando-se suas repercussões tanto nas gerações
presentes quanto nas futuras, o médico zelará para que as pessoas não sejam discriminadas por nenhuma razão vinculada a herança
genética, protegendo-as em sua dignidade, identidade e integridade.
62- A prática do altruísmo como caminho para a construção da cidadania e de um país melhor.
O filósofo e educador Mário Sérgio Cortella defende a ideia de que o altruísmo é uma condição essencial para a prática da
cidadania e construção de um país mais justo e cidadão. Nesse sentido, é necessário combater a cultura do individualismo ainda tão
forte na sociedade brasileira contemporânea.
ALGUMAS REFLEXÕES:
a) Uma sociedade desenvolvida e na qual haja a premissa da cidadania deve valorizar o voluntariado como condição para o
bem-estar da coletividade.
b) No Brasil tem crescido o número de ONGs programas de voluntariado como o DOUTORES DA ALEGRIA, no entanto ainda é
tímida a participação do brasileiro em ações de voluntariado.
c) A cultura brasileira é marcada pela ideia do individualismo, o que sê desde o século XIX em obras como “Memórias de um
sargento de milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, romance que apresenta o primeiro malandro da literatura brasileira.
d) O trabalho voluntário também pode contribuir para que o jovem entre no mercado de trabalho como alguma experiência,
ainda que não seja na sua área de formação.
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INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
a) Criação de projetos ainda na educação infantil para associar o voluntariado a situações de satisfação pessoal.
b) O Poder Público e a sociedade civil, por meio de ONGs, devem incentivar por meio de campanhas midiáticas o trabalho
voluntario, apontando esse comportamento cultural como medida para a construção de um país mais desenvolvido.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Falta de mobilidade, enchentes, saneamento básico insuficiente, desigualdade social na ocupação do espaço, bolsões de
miséria, trânsito caótico. Esses são alguns dos mais graves problemas das metrópoles brasileiras, que cresceram de modo desenfreado
nas últimas décadas, e lamentavelmente viram seus problemas se multiplicarem.
ALGUMAS REFLEXÕES:
O Poder Público deve estabelecer planos de metas para saneamento e coleta de lixo.
Construção de casas populares com a estrutura adequada.
Criação de área de lazer distribuídas pelas cidades.
Projetos de arborização.
Investimentos maciços em transporte público.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O advento da internet e das redes sociais possibilitaram em países livres como o Brasil o ativismo político, ambiental e social
de modo dinâmico e abrangente. Todavia, essa ferramenta tecnológica ainda não é adequadamente usada no Brasil, uma vez que
ainda é usada para promover o discurso vazio e a disseminação da falta de politização da maioria dos internautas.
65- Acessibilidade é um direito do cidadão, não um privilégio: o que fazer para que todos a tenham.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Todo cidadão brasileiro que não cumpre alguma pena infracional dispões do direito constitucional de acessibilidade como
condição cidadã. No entanto, muitos brasileiros não dispõem das condições necessárias para exercer esse direito em função de suas
necessidades especiais de limitações físicas. Portanto, é necessário observar esse quadro e modifica-lo.
66- A dengue e outras epidemias: são necessárias ações efetivas para evitá-las.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Todos os anos, o Poder Público, por meio das secretarias de saúde e da SUCAM, tem promovido campanhas de combate à
dengue em todo país. Todavia, assim como no combate a várias outras possíveis epidemias, tem-se falhado em função da não
participação efetiva da população, o que aponta para o fato de que a saúde pública deve ter contribuição essencial da sociedade civil.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
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O narcotráfico no Brasil movimenta milhões de reais e contribui definitivamente para o aumento da violência no país, bem
como com os gastos referentes ao tratamento de dependentes de drogas a exemplo do crack. Portanto, é necessário que o Poder
Público, juntamente como a sociedade civil, combata os principais causadores desse problema brasileiro: a desigualdade social e a
impunidade.
68- Os caminhos para combater a crescente banalização da AIDS como doença infeciosa e mortal.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A AIDS de disseminou pelo planeta nos anos oitenta, matando milhões de pessoas. Depois de décadas sugiram medicamentos
para amenizar os sintomas da doença, mas ainda está distante a cura desse mal. Nesse sentido, mostra-se preocupante a crescente
cultura de descaso frente à AIDS, situação cada vez mais comum no Brasil, o que leva jovens a praticar sexo sem segurança e por suas
vidas em risco.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O transplante de órgãos é uma das mais importantes tecnologias médicas desenvolvidas ao longo do século XX, o que
permitiu salvar milhares de vidas em todo o mundo. Esse feito da medicina, infelizmente, ainda não tem todo o seu potencial de uso no
Brasil em função do fato de que no país não há uma cultura de doação de órgãos, o que deve ser mudado.
ALGUMAS REFLEXÕES:
A cultura individualista arraigada na sociedade brasileira vai de encontro ao altruísmo representado pela doação.
Parte da população não acredita na idoneidade do SUS.
A maior parte da população não tem conhecimento técnico sobre os procedimentos ligados à doação de órgãos.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A necessidade de criar uma cultura de doação de
órgãos no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Cerco à 'Máfia dos Transplantes' atinge deputado do PSDB (REVISTA CARTA CAPITAL)
Justiça de Minas Gerais pede investigação de deputado Carlos Mosconi por suposta participação na quadrilha acusada de operar uma
central clandestina de órgãos, citado na "Máfia dos Transplantes"
por Renan Truffi — publicado 21/07/2014
69
Pedro Presotto
Médicos acusados de envolvimento no tráfico de órgãos trabalhavam na Santa Casa de Poços de Caldas (MG)
“São pessoas de bem e bons profissionais”, escreveu o médico e deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB-MG) no Facebook, no
último dia 7 de fevereiro, sobre seus colegas de profissão: Celso Scafi, Cláudio Fernandes e Sérgio Gaspar. Na mesma data em que ele
postou a mensagem os três foram condenados à prisão pela Justiça de Minas Gerais. Os médicos retiraram os órgãos de um menino de
10 anos quando ele ainda estava vivo, em Poços de Caldas (MG), em abril de 2000. Segundo a Justiça mineira, a intenção dos réus era
vender rins e córneas do garoto, em mais uma ação da ‘Máfia dos Transplantes’.
A solidariedade do deputado em seu perfil na rede social é só mais um indício da estreita ligação entre ele e os condenados. Mas
somente agora, após 14 anos da divulgação do caso, a relação poderá ser esclarecida. Além de determinar a pena dos colegas de
Mosconi, a sentença do juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, determina que o deputado
seja investigado o mais rápido possível por suas “supostas atividades ilícitas” ao lado dos réus. O escândalo foi divulgado
por CartaCapital em três reportagens. Outro médico também citado nos processos, o nefrologista, Álvaro Ianhez, será levado a júri no
próximo dia 31 de julho.
Há 14 anos, o menino Paulo VeronesiPavesi, de 10 anos, deu entrada no Hospital Pedro Sanches, em Poços de Caldas, depois de cair de
uma altura de 10 metros no playground de seu prédio. O garoto estava consciente e conversava, mas apresentava traumatismo
craniano e teve que passar por uma cirurgia. No dia seguinte, o pai da criança, Paulo Pavesi, foi informado da morte do filho e da
possibilidade de doar os órgãos. Ele autorizou a retirada.
Algum tempo depois, Pavesi recebeu uma conta de R$ 11 mil do hospital. A cobrança incluía, entre outras coisas, os gastos com o
transplante feito no garoto. Intrigado, ele resolveu pesquisar e descobriu que a operação para retirada de órgãos é feita com recursos
do Sistema Único de Saúde (SUS) e, portanto, não pode ser cobrada. O pai denunciou o hospital, então, ao programa Fantástico, da TV
Globo. A reportagem levou o então ministro da Saúde José Serra (PSDB-SP) a pedir uma auditoria na unidade. O que se descobriu foi
que a irregularidade era apenas parte de um esquema de venda de órgãos gerenciada por uma central clandestina, a MG Sul
Transplantes. A central estava registrada como uma ONG e usava um nome similar ao do órgão estadual responsável por este tipo de
procedimento, a MG Transplante.
O menino Paulinho foi atendido pelo médico nefrologista Álvaro Ianhez, coordenador do setor de transplantes do hospital e, ao mesmo
tempo, um dos fundadores da ONG MG Sul Transplantes. Com a ajuda de Celso Scafi, Cláudio Fernandes e Sérgio Gaspar, Ianhez
decretou a morte encefálica do garoto quando ele ainda estava sedado. O único exame feito pela equipe, contudo, atestou que não
havia morte cerebral. Nada disso impediu que os médicos prosseguissem com a retirada dos órgãos.
A reportagem de CartaCapital teve acesso à integra da sentença do juiz Narciso Alvarenga. De acordo com o magistrado, as
investigações revelaram outros oito casos semelhantes. “Tudo corria bem, achavam que era mais um paciente pobre, de família com
baixa instrução, e ainda era feriado. Até que tentaram cobrar também pelo transplante, a ganância foi muita. A partir daí se descobriu
um verdadeiro filme de horror”, resumiu Alvarenga.
E foi a apuração dessas denúncias que colocou em evidência o nome do deputado Mosconi. Na última sentença, ele é citado 70 vezes.
Entre os indícios apontados pelo juiz do que seria sua participação no esquema estão provas que mostram que o tucano é um dos
fundadores da MG Sul Transplantes, a ONG clandestina apontada como a agenciadora dos órgãos.
“Os órgãos não foram distribuídos pela CNCDO (Central de Notificação e Captação de Órgãos), a MG Transplantes, e sim pela central
clandestina MG Sul Transplantes, coordenada por Álvaro Ianhez e idealizada por Carlos Mosconi”, conclui o juiz na sentença.
A prova de que ambos foram os criadores da instituição é um texto no Jornal Brasileiro dos Transplantes, que noticia a fundação da
ONG. O documento que formaliza a criação e foi publicado pelo jornal é assinado por Mosconi e alguns dos médicos condenados, como
Celso Scafi e Cláudio Rogério. “Tal entidade manipulava uma lista própria de receptores, interestadual, juntamente com outra
entidade, a Pro Rim”. Ainda segundo o texto judicial a Pro Rim era dirigida por Lourival Batista, conhecido por ser o primeiro
transplantado de Poços de Caldas. E quem fez a cirurgia em Batista? Justamente Carlos Mosconi.
“A Pro Rim gerenciava uma lista própria de receptores de órgãos. Sendo que a lei fala que tem que ser uma lista única, municipal,
estadual ou nacional. Essa lista era interestadual, e tinha pacientes de cidades vizinhas, no estado de são Paulo. São irregularidades e
ilegalidades sérias”, explica o juiz.
O pedido de investigação do tucano também se baseia em um depoimento do pai do menino Paulinho. No último mês de junho, a
Justiça brasileira solicitou que Paulo Pavesi fosse ouvido por autoridades inglesas, pois o gerente de sistemas vive hoje em Londres sob
proteção policial, após receber ameaças.
70
“As investigações feitas por autoridades brasileiras descobriram dezenas de crimes, em diversos casos semelhantes ao do meu filho.
Em geral, os pacientes tiveram seus tratamentos terapêuticos suspensos ou negligenciados propositalmente e foram empurrados para
a morte a fim de fornecer órgãos para transplantes. Álvaro Ianhez criou uma rede de captação e distribuição de órgãos completamente
clandestina, com o auxílio e proteção política de Carlos Mosconi. [...]. Carlos Mosconi possui o controle política da cidade. Ele comanda
a polícia, o Ministério Público, os órgãos de fiscalização municipal e até estadual”, afirmou Pavesi, em depoimento às autoridades
inglesas.
O deputado tucano teria usado, por exemplo, sua influência para desaparecer com provas. O delegado Célio Jacinto, responsável pelas
investigações da PF, revelou na época a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fornecimento de
um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha (MG). A carta, segundo o delegado, foi apreendida entre os documentos de
Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais.
Episódios como este levaram a Justiça e o Ministério Público a classificarem o esquema como uma “máfia”. Cerca de dois anos depois
da morte do menino Paulinho, o diretor da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas, Claudio Marcondes, foi encontrado morto
dentro do próprio carro com um tiro na boca. Com base em depoimentos que constam nos autos, o juiz afirma que Marcondes teria
gravações de conversas comprometedoras dos médicos envolvidos no tráfico de órgãos.
A arma encontrada no local nunca foi periciada e sumiu. Além disso, as mãos de Marcondes foram lavadas, raspadas e enfaixadas, o
que impossibilitou qualquer exame para saber se foi ele mesmo quem atirou contra si próprio. Segundo a Justiça, o carro da vítima
ainda foi lavado duas vezes por Sérgio Roberto Lopes. Ex-PM, “Serjão” fecha o círculo em torno de Mosconi. Segundo o juiz Narciso
Alvarenga, Sérgio era advogado da Santa Casa e foi levado para a política pelo deputado tucano. Ele seria ainda o responsável pelo
estatuto da Pro Rim, a entidade parceira da MG Sul Transplantes.
A sentença ainda alerta para a possibilidade de que o deputado esteja por trás de outros negócios escusos. Uma das maiores
fornecedoras de equipamentos hospitalares da Santa Casa de Poços é a empresa Mantiqueira Distribuidora de Produtos Hospitalares. A
companhia está registrada nos nomes dos filhos de Mosconi, mas ele seria o dono. O deputado destinaria emendas ou recursos para o
hospital que, por sua vez, usaria a verba para comprar equipamentos da Mantiqueira.
Se for mesmo investigado, Mosconi terá de conciliar sua defesa com mais uma campanha eleitoral. Ele é candidato a deputado federal
pelo PSDB.
Outro lado
Os advogados de todos os acusados citados na reportagem negam que a MG Sul Transplantes tenha sido uma central clandestina. Eles
se baseiam em uma decisão da Justiça Federal que desmente a existência tanto da “máfia” como afirma ainda que a ONG estava
regularizada nos devidos órgãos.
Em entrevista à reportagem, o deputado estadual Carlos Mosconi também afirmou que nunca participou de nenhum esquema de
tráfico de órgãos. Na opinião dele, os médicos estão sendo injustiçados. “Eu não tenho nenhum envolvimento nessa história. Tem uma
denúncia caluniosa feita pelo pai da criança, pelo Pavesi, que sempre teve um grande ódio em relação a minha pessoa”, afirma. Ele
explica que entrou com várias representações na Justiça contra o juiz Narciso Alvarenga Monteiro de Castro por conta de sua atuação e
classifica as denúncias como “políticas”, ao citar que o caso também foi divulgado em blog do PT.
Sobre as denúncias relacionadas à empresa Mantiqueira, o tucano confirma que a companhia é de um de seus filhos, mas diz que não
sabe com quais hospitais ele tem negócios. “Vendem para o Brasil inteiro. Meu filho é empresário”, se defende. Ele garante, no
entanto, que na época em que a Santa Casa recebeu um empréstimo para quitar dívidas, a empresa Mantiqueira não tinha negócios
com a unidade de saúde.
O defensor de Álvaro Ianhez, Leonardo Bandeira, nega que ele tenha participado, tanto do diagnóstico como do transplante do menino
Paulinho. Bandeira também defende o médico João Alberto Góes, que é réu em outros casos relacionados à suposta máfia, mas critica
a sentença do juiz por afirmar a existência do esquema de tráfico de órgãos. O advogado dos médicos Celso Scafi e Cláudio Fernandes,
José Arthur Kalil, desmente a informação de que a criança não teria tido morte cerebral. Segundo ele, o exame confirmou que a criança
teve morte encefálica. Ele ainda explica que seus clientes fizeram todos os exames.
70- Brasil sem nenhum caráter: o brasileiro precisa entender e preservar sua identidade depois de cinco séculos de busca pela
brasilidade.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Segundo o livro “Raízes do Brasil”, do sociólogo brasileiro Sérgio Buarque de Holanda, a identidade do povo brasileiro é tão
complexa quanto a pluralidade na formação do próprio país. Desde 1500, ainda não se compreendeu totalmente o que é ser brasileiro,
condição essencial para construção de uma cidadania plena e para combater o preconceito de uma sociedade que ainda olha da casa
grande para a senzala.
71- As medidas necessárias para reduzir os altos índices de acidente de trabalho no Brasil.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Com a criação do CONJUNTO DE LEIS TRABALHISTAS no governo de Getúlio Vargas, o trabalhador passou a conquistar direitos
para garantir sua dignidade por meio do trabalho. Nesse sentido, os altos índices de acidente de trabalho no Brasil constituem latente
desafio a ser superado para que o país continue a valorizar o trabalhador.
71
72- Geração “NEN-NEM”: é preciso combater esse crescente problema que compromete o futuro dos jovens brasileiros e do
próprio país.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A falta de acesso a uma educação formadora e que confere perspectivas futuras para o jovem, como defende o pedagogo
Paulo Freire no livro “Pedagogia do oprimido” fez surgir no Brasil uma geração de jovens que abandonam precocemente os estudos e
que se tornam pais e mães ainda na adolescência, sem que haja verdadeiras perspectivas de um futuro digno. Esse quadro se configura
como um dos mais graves problemas da atual realidade da sociedade contemporânea brasileira.
73- A problemática dos moradores de Rua no Brasil: todos têm direito à dignidade.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Milhares de brasileiros vivem nas ruas sem a menor condição de dignidade humana e cidadania, o que constitui um
desrespeito à Constituição. Desse modo, vê-se que a situação do morador de rua é um problema social e histórico que deve ser
combatido pelo Estado.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O potencial do Brasil para a promoção do turismo ecológico é bastante significativo, podendo ser um caminho para a geração
de empregos e para a sustentabilidade. No entanto, ainda são pequenos os investimentos no setor, tanto pelo governo quanto pela
iniciativa privada.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O conceito de família vem mudando no Brasil ao longo do século XX, uma vez que com a legalização do divórcio, o surgimento
da mulher independente, os arranjos familiares mais plurais e mais recentemente, a legalização do casamento civil entre pessoas do
mesmo sexo. No entanto, a sociedade brasileira ainda não se adaptou a essa nova realidade, que exige que sejam repensadas desde
instituições como a escola, até as leis que regem herança e pensão.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Desde que começou a se popularizar nos anos 90, a internet se tornou a mais importante ferramenta de acesso à informação,
comunicação e entretenimento da história da humanidade. No entanto, essa tecnologia também abriu espaço para promoção de
crimes vários, o que é preocupante, se considerarmos seu potencial de uso.
72
ALGUMAS REFLEXÕES:
A falta de conhecimento de muitos usuários contribui para que eles se exponham mais facilmente aos crimes.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Oferta gratuita de ferramentas de proteção digital.
Aplicação do Marco Civil.
Distribuição de cartilhas sobre segurança digital.
Canais de denúncia e delegacias especializadas devem ser criadas.
77- O poder da imagem na sociedade contemporânea: da ferramenta de denúncia e justiça ao desrespeito pela dignidade
humana.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A sociedade pós-moderna é marcada pela grande quantidade de imagens produzidas em todo o planeta, graças, sobretudo, à
disseminação dos smartphones. Nesse sentido, a câmera fotográfica, ainda que acoplada a um smartphone, tornou-se uma arma de
combate a injustiças e uma ferramenta de esclarecimento para a população.
78- A necessária participação da soiciedade civil nas medidas de combate ao mosquito Aedes Aegypti.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Em 1904, a população do Rio de Janeiro promoveu a Revolta da Vacina, reagindo contrariamente às medidas sanitárias do
médico e sanitarista Oswaldo Cruz contra a febre amarela, transmitida pelo Aedes Aegypti, e varíola, combatida por meio da vacinação.
Esse fato histórico parece atual no que se refere à saúde preventiva no Brasil, uma vez que, lamentavelmente, a maior parte da
população brasileira ainda não participa das medidas de saúde preventiva, a exemplo do que tem ocorrido em relação ao combate ao
Aedes Aegypti.
ALGUMAS REFLEXÕES:
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O baixo nível educacional da maior parte da população contribui para agravar o problema, uma vez que os indivíduos tornam-
se incapazes de mudar a realidade ao seu redor.
Cidadãos que vivem em bolsões de miséria sem saneamento ou coleta de lixo acabam por não se mobilizar para combater o
mosquito em função da própria falta de estrutura em que vivem.
Só com a participação da sociedade é possível mudar a atual realidade.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Os casos de microcefalia têm crescido de modo significativo no Brasil, já estando comprovada sua relação com o Zika Vírus e
consequentemente com o mosquito Aedes Aegypti. Desse modo, o país passa a enfrentar uma situação que compromete a vida de
milhares de famílias, que precisarão do apoio do Estado para dar dignidades às crianças com microcefalia, tanto no âmbito do
atendimento médico-hospitalar, quanto de apoio psicológico.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Ainda não há centros de apoio em todas as regiões para crianças com microcefalia.
A maioria das famílias com crianças microcefálicas é pobre.
A criança como microcefalia requer cuidados médicos especiais, bem como a presença constante de um acompanhante.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Criação de centro de tratamento e inclusão.
Apoio psicológico para as famílias.
AEDES AEGYPTI
Dráuzio Varella
O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana. Parece que chegou às Américas nos navios que
traziam escravos da África.
Menor que os mosquitos comuns, o Aedes aegypti é preto com pequenos riscos brancos no dorso, na cabeça e nas pernas. Suas asas
são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano.
O macho, como os de qualquer espécie, alimenta-se exclusivamente de frutas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o
amadurecimento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas de objetos, próximos a extensas superfícies de
água limpa, local que lhes oferece melhores condições de sobrevivência. No momento da postura são brancos, mas logo se tornam
negros e brilhantes.
Mesmo quando a água seca, os ovos não morrem e eclodirão ao primeiro contato com a água. Se foram postos por uma fêmea
contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença.
O Aedes aegypti é um mosquito urbano, embora já tenha sido encontrado na zona rural. Acredita-se, porém, que para lá tenha sido
levado em recipientes que continham ovos ou larvas. Próprio das regiões tropical e subtropical, não resiste a baixas temperaturas nem
a altitudes elevadas. Desenvolve-se por metamorfose completa. Seu ciclo de vida, portanto, compreende quatro fases: ovo, larva, pupa
e adulto.
Estudos demonstram que, uma vez infectada e isso pode ocorrer numa única inseminação, a fêmea transmitirá o vírus por toda a vida,
havendo a possibilidade de pelo menos parte de suas descendentes já nascerem portadoras do vírus.
As fêmeas preferem o sangue humano como fonte de proteína ao de qualquer outro animal vertebrado. Em geral, escolhem pés e
tornozelos porque voam baixo. Atacam de manhãzinha ou ao entardecer. Sua saliva possui uma substância anestésica, que torna quase
indolor a picada. Tanto as fêmeas quanto os machos abrigam-se dentro das casas ou nos terrenos ao redor.
Aedes albopictus
O Aedes albopictus é outro transmissor potencial do vírus da dengue. No entanto, não existe comprovação científica de que tenha
transmitido a doença. Seu ciclo evolutivo é semelhante ao do Aedes aegypti. Encontrado tanto na zona urbana quanto na rural,
alimenta-se de sangue humano ou de qualquer outro animal e é mais resistente ao frio que o Aedes aegypti. Essa capacidade para
adaptar-se, torna seu combate mais difícil.
Dengue e febre amarela
Dengue e febre amarela são causadas por um arbovírus do gênero Flavivírus da família Flaviviridae.
A febre amarela é uma doença viral de curta duração. Provoca febre e, nos casos graves, complicações hepáticas e renais que podem
ser fatais.
Há dois tipos diferentes de febre amarela: a urbana e a silvestre. Ambas apresentam praticamente os mesmos sintomas e são
transmitidas pela picada de mosquitos.
A forma urbana, praticamente erradicada do Brasil, é transmitida pelo Aedes aegypti que se infectou com o vírus ao picar uma pessoa
portadora da doença: ciclo homem-mosquito-homem.
O transmissor da forma silvestre é o mosquito Haemagogus, que adquiriu o vírus de um macaco infectado e transmitiu-o ao homem:
ciclo macaco – mosquito – homem. Na verdade, é uma doença de animais que ataca o homem. No Brasil, ainda ocorre em algumas
regiões.
Para a prevenção da febre amarela, existem vacinas o que não ocorre com a dengue.
Grande parte da infestação do mosquito Aedes aegypti e da prevalência das doenças dele decorrentes são notificadas em
bairros pobres e periféricos, nos quais não há saneamento básico, o que indica a relação entre as realidades. Desse modo, para
combater esse terrível inseto, é necessário investir no saneamento básico como medida mais ampla que campanhas culpabilizando tão
somente a sociedade civil.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Diarreia, dengue, verminoses, cólera, leptospirose. Essas são algumas das doenças que proliferam em lugares nos quais não
há saneamento básico. Desse modo, fica claro que essa realidade presente no cotidiano de milhões de brasileiros, precisa mudar para
que todos tenham respeitados seus direitos constitucionais à vida, à saúde e à moradia dignas.
ALGUMAS REFLEXÕES:
A falta de saneamento básico, aliada a fatores socioeconômicos e culturais, é determinante para o surgimento de infecções
por parasitas, sendo as crianças o grupo que apresenta maior susceptibilidade às doenças infectocontagiosas. Nos países
mais pobres ou em regiões mais carentes, as doenças decorrentes da falta de saneamento básico (viróticas, bacterianas e outras
parasitoses) tendem a ocorrer de forma endêmica. No Brasil, figuram entre os principais problemas de saúde pública e ambiental.
O saneamento básico é, geralmente, uma atividade econômica monopolista em todos os países do mundo, já que seu
monopólio é um poder típico do Estado, sendo que este pode delegar, a empresas, o direito de explorar estes serviços através das
chamadas concessões de serviços públicos. Tendo em vista a dificuldade física e prática em se assentar duas ou três redes de água e/ou
esgotos de empresas diferentes no equipamento urbano, geralmente apenas uma empresa, pública ou privada, realiza e explora
economicamente esse serviço.
O setor de saneamento básico também se caracteriza por necessidade de um elevado investimento em obras e constantes
melhoramentos, sendo que os resultados destes investimentos, na forma de receitas e lucros, são de longa maturação. Por este motivo
e outros, a concessão dos serviços de saneamento a empresas privadas deve ser muito bem fiscalizada pelo Estado, uma vez que o
objetivo de uma companhia privada é sempre o lucro máximo, o que pode inviabilizar um bom serviço em certos casos, como o de
comunidades carentes.
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EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A supervalorização da beleza jovial, a disseminação rápida das tecnologias de comunicação e a exclusão social em função do
consumismo são fatores estreitamente ligados à pressão que os idosos sofrem na sociedade de consumo. Essa situação é preocupante,
pois a crescente população idosa no Brasil deve ter todas as condições para integrar-se ativamente, não sofrendo preconceitos ou
exclusões.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Bullying, espancamentos, agressões contra professores, tráfico de drogas. Esses são algumas das situações de violência
crescente nas escolas brasileiras, o que é preocupante e deve ser combatido pelo Poder Público e pela sociedade civil, uma vez que põe
em risco aquela que é mais importante instituição para o desenvolvimento de uma nação.
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EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Ao longo do século XX, as mulheres brasileiras alcançaram muitos direitos para vivenciar o direito à cidadania, a exemplo do
voto, acesso à educação, criminalização da violência doméstica e criação das delegacias da mulher. No entanto, as brasileiras ainda
enfrentam muitos problemas que ferem sua dignidade, dentre os quais destaca-se a violência sexual, também conhecida como cultura
do estupro.
ALGUMAS REFLEXÕES:
A cultura do estupro é a cultura que normaliza a violência sexual. As pessoas não são ensinadas a não estuprar, mas sim
ensinadas a não serem estupradas.
Cultura do estupro é duvidar da vítima quando ela relata uma violência sexual. É relativizar a violência por causa do passado
da vítima ou de sua vida sexual. É ser mais fácil acreditarmos em narrativas de uma suposta malícia inerente das mulheres do que
lidarmos com o fato de que homens cometem um estupro.
A cultura do estupro é visível nas imagens publicitárias que objetificam o corpo da mulher. Nos livros, filmes, novelas e
seriados que romantizam o perseguidor. No momento que acatamos como normal recomendar às meninas e mulheres que não saiam
de casa à noite, ou sozinhas, ou que usem roupas recatadas.
Todas essas ações revelam o que chamamos de cultura de estupro porque todas normalizam que a responsabilidade pelo
estupro é da vítima. Não é. O protagonista do estupro é o estuprador.
A cultura do estupro é machista, e o machismo cria e mantém a cultura do estupro. É machismo partir do pressuposto de que
o que uma mulher revela sobre estupro é invenção. É machismo duvidar das mulheres por partir do pressuposto que uma declaração
sobre estupro é falsa.
Na cultura machista que sustenta a cultura do estupro, a voz das mulheres é tomada como dissimulação. Na cultura machista
as mulheres são malignas (olá Eva, bruxas e súcubos do imaginário coletivo), e os homens são eternas vítimas de nossas calúnias.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Canais de denúncia.
Delegacias especializadas.
Fóruns e debates para esclarecer o problema junto à sociedade.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
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A internet é a mais importante ferramenta de comunicação, acesso à informação e entretenimento do início do século XXI,
tendo se popularizado no Brasil a partir dos anos 90. Todavia, essa inovação tecnológica tem sido muitas vezes usada para agressão
promovida por jovens, os quais por meio da rede, promovem o cyberbullying, situação preocupante e que deve ser combatida.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Rompimento de barragem, deslizamentos de barreiras naturais, enchentes, poluição de rios e mares são desastres
ambientais causados pela ação direta do impacto ambiental causado pelo homem em consonância com a sociedade de consumo e falta
de consciência ambiental. Desse modo, é fundamental que no Brasil, mude-se essa lamentável realidade, a qual tem criado quadros
como o que ocorreu como o Rio Doce.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Foram os modernistas de 1922 que primeiro reconheceram irrestritamente toda a diversidade cultural brasileira,
característica que é representada, entre muitos outros vieses, pela música nacional em toda a sua dinamicidade, como propunham
antropófagos, tropicalistas, ou mesmo o ilustre maestro Vila Lobos. Todavia, pouco a população brasileira atenta para essa riqueza e
patrimônio imaterial.
ALGUMAS REFLEXÕES:
A música do Brasil é uma das expressões mais importantes da cultura brasileira. Formou-se, principalmente, a partir da fusão
de elementos europeus e africanos, trazidos por colonizadores portugueses e pelos escravos.
Até o século XIX, Portugal foi a principal porta de entrada para a maior parte das influências que construíram
a música brasileira, tanto a erudita como a popular, introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e
boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes elementos não fossem de origem
portuguesa, mas genericamente europeia. A maior contribuição do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e
instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, florescendo especialmente a partir
do século XX. O indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros folclóricos de ocorrência
regional.
A partir de meados do século XVIII se intensificou o intercâmbio cultural com outros países além da metrópole portuguesa,
provocando uma diversificação, como foi o caso da introdução da ópera italiana e francesa, das danças como a zarzuela,
o bolero e habanera de origem espanhola, e das valsas e polcas germânicas, que se tornaram vastamente apreciadas. Com a crescente
influência de elementos melódicos e rítmicos africanos, a partir de fins do século XVIII a música popular começou a adquirir uma
sonoridade caracteristicamente brasileira, que se consolida na passagem do século XIX para o século XX principalmente através da
grande difusão do lundu, do choro e do samba.
No século XX verificou-se um extraordinário florescimento tanto no campo erudito como no popular, influenciado por uma
rápida internacionalização da cultura e pelo desenvolvimento de um contexto interno mais rico e propício ao cultivo das artes. É o
período em que a música nacional ganha também em autonomia e identidade própria, embora nunca cessasse — e de fato crescesse
— a entrada de novas referências estrangeiras. A produção de Villa Lobos é o primeiro grande marco do brasilianismo musical erudito,
mais tarde desenvolvido por muitos outros compositores, e combatido por outros, que adotam estéticas como o dodecafonismo e mais
tarde a música concreta e a música eletrônica. No mesmo período a música popular ganha o respeito das elites e consolida gêneros
que se tornaram marcas registradas do Brasil, principalmente o samba, a bossa nova, o Tropicalismo e a Jovem Guarda, ao mesmo
tempo em que o rock e o jazz norte-americanos são recebidos no país com grande sucesso, adquirem feições próprias e conquistam
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legiões de fãs. Gêneros regionais de origem folclórica como a música sertaneja, o baião, o forró e vários outros também ganham força e
são ouvidos em todo o território nacional.
Esse crescimento exponencial em quantidade e qualidade da atividade musical ao longo do século XX, que inclui o surgimento
de inúmeras escolas básicas e academias superiores, gravadoras, fábricas de instrumentos, orquestras sinfônicas e conjuntos
diversificados, emissoras de rádio e televisão, editoras de partituras, festivais e outras vias de produção e divulgação, tornou a música
brasileira conhecida e apreciada internacionalmente, sendo objeto também de intenso estudo especializado no Brasil e no estrangeiro.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A internet é a mais importante ferramenta de comunicação, acesso à informação e entretenimento do início do século XXI,
tendo se popularizado no Brasil a partir dos anos 90, e se tornado portátil na última década graças à disseminação dos smartphones.
Todavia, essa inovação tecnológica pode gerar problemas a exemplo do que tem ocorrido frente ao mau uso das redes sociais,
marcado pela superexposição e dependência.
ALGUNS ARGUMENTOS:
Essa tecnologia facilitou a vida dos seus usuários, uma vez que é a mais importante ferramenta de comunicação, acesso à
informação e entretenimento do início do século XXI. Todavia, ela proporcionou o surgimento de duas enfermidades reconhecidas pela
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, a saber: a Nomofobia, que é o medo de não está conectado por meio do smartphone, e o
Distúrbio de Dependência da Internet.
O uso de smartphone ao volante aumentou o número de acidentes de trânsito no Brasil, o que se confirma pelas campanhas
promovidas pelo DETRAN para combater a prática.
Tem crescido o número de estudos sobre o impacto do uso de smartphones e computadores sobre a postura física do
indivíduo.
O uso exagerado dos smartphones e da internet podem comprometer a privacidade do indivíduo e até mesmo expor crianças
a conteúdos impróprios.
A produção no ambiente de trabalho e o desempenho escolar são prejudicados no cotidiano do indivíduo que sofre como a
dependência.
O sociólogo polonês ZygmuntBauman afirma que o uso exagerado da internet está criando uma situação antropológica de
ilhamento digital, uma vez que tem se tornado mais comum a interação digital do que a física e afetiva interpessoal.
Veja o que disse o sociólogo polonês ZygmuntBauman sobre as redes sociais:
A comunidade precede você. Você nasce em uma comunidade. De outro lado temos a rede, o que é uma rede? Ao contrário da
comunidade, a rede é feita e mantida viva por duas atividades diferentes: conectar e desconectar.
Eu penso que a atratividade desse novo tipo de amizade, o tipo de amizade de facebook, como eu a chamo, está exatamente aí: que é
tão fácil de desconectar. É fácil conectar e fazer amigos, mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar.
Imagine que o que você tem não são amigos online, conexões online, compartilhamento online, mas conexões off-line, conexões reais,
frente a frente, corpo a corpo, olho no olho. Assim, romper relações é sempre um evento muito traumático, você tem que encontrar
desculpas, tem que se explicar, tem que mentir com frequência, e, mesmo assim, você não se sente seguro, porque seu parceiro diz que
você não têm direitos, que você é sujo etc., é difícil.
Na internet é tão fácil, você só pressiona "delete" e pronto, em vez de 500 amigos, você terá 499, mas isso será apenas temporário,
porque amanhã você terá outros 500, e isso mina os laços humanos."
DICAS DE INTERVENÇÃO
Discussão em fóruns e debates com a participação de especialista para discutir os impactos dos problemas causados pelos
smatphones e redes sociais.
Estabelecer regulamentações e leis para o uso de smartphones no ambiente laboral e escolar.
Ampliação das pesquisas na área de comportamento sobre o impacto do uso da internet.
90- O impacto econômico das tecnologias digtais de informação e a situação do Brasil frente a essa novarealidade.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A internet se tornou uma ferramenta tecnológica tão importante que passou a ser essencial para o desenvolvimento
econômico e democrático de qualquer país. Nesse sentido, o Brasil precisa investir mais na qualidade da internet no país, uma vez que
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a população sofre com a qualidade dos serviços prestados, o que prejudica o acesso à informação e consequentemente a própria
cidadania.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento econômico do Brasil gerou um legado paradoxal: a indústria automobilística cresceu exponencialmente,
mas consigo trouxe a crise de mobilidade e o aumento da poluição. Desse modo, é preciso repensar essa realidade que afeta
drasticamente o bem-estar de todos os brasileiros.
Muita gente talvez não concorde. Pode ser também que exista uma dose de exagero na afirmação. Ou será que não? O certo é que
temos observado um inédito questionamento ao império do automóvel.
Soberano ao longo de muitos anos e cercado de toda admiração. Assim foi a trajetória do carro. Agora muitas vozes se levantam contra
ele como um grande problema, a perturbar a vida de todos. Aliás, não parece estar ocorrendo um fenômeno semelhante ao ocorrido
com o cigarro no século passado? Portanto, guardadas as devidas proporções, será realmente loucura pensar que não assistiremos no
século 21 com os veículos de transporte individual o mesmo que ocorreu no passado com o cigarro?
No passado, fumar representava um símbolo de status, charme e elegância. Durante um bom período o consumo de cigarros foi objeto
do desejo de inúmeras gerações. Os muitos jovens até arriscavam levar surras paternas se fossem pegos no ato. Celebrizado, entre
outros, por Clark Gable, Cary Grant, Rita Hayworth, James Dean e Clint Eastwood, os ícones do cinema entre os anos 40 e 60. Todo
mundo que se prezava, naquela época, fumava. E o que aconteceu com o passar do tempo e os mais do que comprovados problemas
causados pelo cigarro? Quase a demonização do ato de fumar!
Para as novas gerações fica até difícil explicar que, na maior parte do século 20, fumar em qualquer lugar era a coisa mais comum do
mundo. Em bares, restaurantes e até mesmo dentro de claustrofóbicos aviões, os fumantes viviam o auge de seu vício com toda a
liberdade. Hoje todos nós sabemos sobre os males causados pelo fumo, inclusive para aqueles expostos a fumaça de cigarros alheios, o
chamado fumante involuntário. Cigarro mata e ponto final!
A publicidade ainda tinha o desplante de vincular o fumo à virilidade e à prática de atividades esportivas. Uma barbaridade digna de
criminosos!! Não foi por outra razão que, posteriormente, a propaganda de cigarros foi banida dos meios de comunicação.
Bem, não dá para afirmar o mesmo em relação aos carros, ou será que é possível fazer essa relação? Dados divulgados pela ONG Saúde
e Sustentabilidade em parceria com vários estudiosos, entre eles, o médico e pesquisador da USP Paulo Saldiva, mostram que a
poluição no estado de São Paulo, foi responsável pela morte de quase 100 mil pessoas em seis anos. Só em 2011, a pesquisa revelou
que o ar contaminado, boa parte dele vindo de escapamentos de veículos, contribuiu para a morte de mais de 17 mil e 400 pessoas.
Esse trabalho é o primeiro de abrangência estadual que fez uma relação direta entre índices de poluição e número de mortes.
Portanto, temos aí uma relação carro e saúde semelhante como no passado foi feito entre cigarro e saúde.
Outro interessante ponto de convergência das trajetórias do cigarro e do automóvel está localizado no exercício de sua prática. Como
disse antes, fumar era algo exercido com total liberdade até começarem a surgir diversas leis obrigando a exercer o hábito a lugares
pré-determinados e o veto total a outros. Hoje em dia, o pobre fumante se vê quase num ato clandestino e de banimento social para
poder dar algumas boas tragadas. Isso em prol da saúde coletiva.
Em relação aos carros algo parecido está em processo acelerado de implantação. Recentemente a prefeitura de São Paulo definiu que a
velocidade máxima na cidade passou de 60 para 40 quilômetros por hora. A ação visa reduzir as mortes de pedestres e ciclistas
vitimados entre outras razões pelo excesso de velocidade. Se somarmos essa a outras medidas em vigor como o rodízio de veículos, a
proibição de circular em faixas de ônibus e as restrições para locais de estacionamento, teremos aí mais exemplos de coerção ao livre
uso do carro, até pouco tempo praticamente “dono” das ruas e avenidas das cidades contra qualquer planejamento minimamente
civilizado de mobilidade urbana que buscasse uma convivência pacífica com outros usuários de transporte público, pedestres e
ciclistas.
Sonho da juventude. Quem, como eu, já entrou na casa dos 50 anos de idade sabe bem o que um garoto ou garota de minha época
sonhava em ter os 18 anos. Até outras gerações posteriores enxergavam e ainda enxergam no fato de ter um carro o alcance definitivo
do mundo adulto e da independência. Isso, claro, ainda não mudou, mas parece ir por um caminho bem diferente.
Uma tendência observada em pesquisas realizadas na Inglaterra e nos Estados Unidos é que os jovens desses países já não possuem o
mesmo desejo por veículos particulares. Eles acham mais interessante utilizar transporte público como ônibus e metrô e até mesmo
andar de bicicleta. As pesquisas mostram que eles não estão dispostos a gastar boa parte de seus recursos na manutenção de um
automóvel. E, além de mais barato, também consideram mais saudável o uso cotidiano de outras modalidades de transporte. Isso
significa que a posse do carro próprio está perdendo o encanto? Com o cigarro não se passou algo bastante parecido?
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/carro-o-cigarro-do-seculo-21-4760.html.
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EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O pedagogo Paulo Freire defendia a ideia de que a educação mudava as pessoas para que elas pudessem mudar o mundo.
Todavia, essa realidade só se possível quando a sociedade passa a ter apreço pela leitura, o que no Brasil ainda não é uma realidade
por motivos históricos, sociais e culturais.
ALGUMAS REFLEXÕES:
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Cada vez mais são comuns os episódios em que uma chamada falsa compromete o atendimento policial ou de saúde
emergencial nas cidades brasileira. Nesse sentido, vê-se a realização do trote telefônico como um problema significativo, pois pode até
mesmo por em risco a vida dos cidadãos.
A Polícia Militar da Paraíba recebe por mês cerca de 70 mil ligações telefônicas por meio do Centro Integrado de Operações Policiais
(Ciop), o que representa uma média de 2.300 por dia. No entanto, 60% desse total são telefonemas com informações falsas ou
'brincadeiras', os chamados trotes. Os dados são de um levantamento feito pelo próprio Ciop.
O comandante do Ciop, major Marcos Benevides, afirma que essa prática atrapalha muito o trabalho da Polícia Militar. “Enquanto
alguém gasta tempo no telefone enganando o telefonista, alguém que realmente tem uma denúncia para fazer tem que ficar na espera
para que a linha desocupe”, ressalta.
O levantamento do Ciop aponta que apenas no mês de agosto foram registrados 42 mil ligações falsas. E o major Benevides apresenta
um outro dado alarmante: em dois meses, 40 números juntos passaram 11 mil trotes. Entre estes telefones está um que liga em média
28 vezes para a Polícia Militar diariamente. “Estou encaminhando ao secretário de Segurança Pública a relação com esses números
para que ele designe um delegado para investigar. Isso não pode ficar impune”, destaca.
saiba mais
A Polícia Militar explica que não existe um perfil determinado das pessoas que passam trote, variam de criança, passando por jovens e
até adultos. O major Benevides cita um caso recente de uma criança que ligou várias vezes no mesmo dia e, para conseguir falar com
um responsável por ela, um policial retornou a ligação, afirmou que o número tinha sido sorteado com um prêmio e que ele precisava
entrar em contato com um adulto. Com isso, a criança passou o número da mãe, a polícia entrou em contato e contou a situação.
A Paraíba tem pelo menos três leis elaboradas com o objetivo de reduzir a incidência de trotes telefônicos, não só para a polícia, mas
também para outros órgãos de segurança. Elas estabelecem punições contra os infratores e a realização de campanha educativa sobre
a gravidade de se fazer ligações falsas para órgãos de segurança e também de saúde.
Sancionada em dezembro de 2011, a Lei 9.544 institui a aplicação de multas contra o proprietário de linhas telefônicas das quais sejam
originadas as ligações falsas para a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(Samu). De acordo com o texto, a norma estabelece que os órgãos devem encaminhar às operadoras telefônicas um relatório com os
números de onde partiram os trotes e as empresas, por sua vez, devem informar os nomes dos donos dos telefones. A multa prevista é
de R$ 100 por cada trote realizado, duplicando-se o valor em caso de reincidência.
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A Lei 9.544 é similar à 9.002, de autoria do deputado Ivaldo Moraes (PMDB) sancionada em 2009. A diferença é que esta última
estabelece que o dinheiro do pagamento das multas (50 Ufir's por trote) deve ser revertido para a modernização tecnológica das
unidades operacionais dos órgãos vítimas das ligações telefônicas falsas.
Já a Lei 9.376 obriga as escolas da rede pública estadual a implementar campanha educativa contra os trotes. A lei estabelece que a
Secretaria de Educação é responsável pela iniciativa.
O major Marcos Benevides defende as campanhas educativas como solução contra os trotes.
Só que, diferente das leis, o comandante do Ciop acha que essa iniciativa deve acontecer em meios de comunicação. “Vamos buscar
fazer uma campanha para conscientizar a população. Esse é o primeiro passo. O segundo passo é identificar as pessoas que passam
trotes. Precisamos acabar com essa prática, pois cada dia aumenta o número desse tipo de ligação”.
Fonte: http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2013/09/trotes-representam-60-das-ligacoes-telefonicas-feitas-para-pm-da-
paraiba.html.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Os índices de obesidade, diabetes, hipertensão arterial e ataques cardíacos estão crescendo de modo significativo, segundo o
DATASUS. Essa situação está claramente ligada à alimentação do brasileiro, o qual é fortemente influenciado por uma mídia comercial
que transforma alimentos ricos em açúcares, sódio e gordura em verdadeiros projetos de felicidade, o que é característico da
sociedade de consumo.
ALGUMAS REFLEXÕES:
O ritmo de vida da sociedade brasileira contemporânea faz como que o cidadão comum tenha que se valer cada vez mais de
produtos alimentícios industrializados para facilitar sua vida e administrar o tempo.
Os alimentos industrializados são, normalmente, ricos em só, conservantes, açúcar e gordura, o que atrai o paladar do
consumidor, mas pode causar-lhe sérios problemas de saúde, a exemplo da diabetes.
A indústria alimentícia usa a mídia para cria uma aura de atração sobre seus alimentos, que à primeira vista se confundem
com o que há de mais saudável e parecem levar à própria felicidade.
Alguns exemplos de alimentos industrializados são: refrigerantes, embutidos (salsicha, presunto, etc.), salgadinhos de milho.
DICAS DE INTERVENÇÃO:
O governo precisa regulamentar os produtos alimentícios industrializados com mais rigor, haja vista a necessária preocupação
com a saúde do brasileiro.
Outra medida é a exposição para a sociedade brasileira dos riscos que os produtos podem causar para a população.
É possível aumentar significativamente os impostos sobre produtos ricos em sódio, por exemplo, para o incentivo do
consumo de alimentos mais saudáveis.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Ao Poder Público cabe zelar pelo bem-estar da sociedade, estabelecendo medidas para garantir o desenvolvimento social,
cultural e humano, segundo prevê a Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, as bolsas sociais e educacionais são de fundamental
importância para possibilitar a criação de um país verdadeiramente desenvolvido. Todavia, a sociedade parece ainda não ter entendido
a importância dessa medida, vendo-a como preconceito, bem como o governo ainda não investe o suficiente nessas medidas.
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EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O Brasil é um país com graves problemas sociais, tendo grande parte de sua sociedade vivendo em condições de pobreza
absoluta e não tendo respeitado direitos básicos como moradia e saúde. Agrava essa realidade o preconceito contra os cidadãos que
vivem em situação de pobreza ou miséria, sendo comumente marginalizados e segregados, o que é um grave problema que precisa ser
combatido pelo Poder Público e pela sociedade civil.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Considerar-se aos mais pobres como tipicamente preguiçosos e pouco trabalhadores, ou como mais virtuosos em função de
suportarem suas condições mais desfavoráveis; aos mais ricos como conspiradores inescrupulosos em preservar um status quo que os
favorece, ou como prodígios nas áreas de atuação em que conquistaram suas riquezas.
Pessoas em nível socioeconômico intermediário podem ser alvo de preconceitos similares aos dirigidos aos mais pobres ou
aos mais ricos, mas também podem ser vistos como tendo características particulares (como sendo subservientes aos mais ricos, ou
trabalhadores mais esforçados e dignos que os pobres e que os ricos).
O preconceito se dá mais comumente quanto a um grupo do qual ele não se vê como pertencente, mas as pessoas podem
também ter preconceito social quanto ao próprio grupo.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Geração de emprego por meio de planejamento econômico.
Investimento em formação de mão-de-obra.
Discussão sobre essa forma de preconceito no ambiente escolar.
97- Poluição sonora: um problemas de saúde pública e organização social nas cidades brasileiras.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que um som deve ficar em até 50 db (decibéis – unidade de medida do
som) para não causar prejuízos ao ser humano. A partir de 50 db, os efeitos negativos começam. Alguns problemas podem ocorrer em
curto prazo, outros levam anos para serem notados. Desse modo, é fundamental combater a crescente poluição sonora nas cidades
brasileiras, sobretudo as de grande porte.
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EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Um dos mais significativos problemas da sociedade brasileira contemporânea é o crescimento do medo da população frente
aos altos índices de violência noticiados pela imprensa. Essa situação gera ainda mais medo, que somada à falta de confiança na ação
do Estado, gera segregação representados pela constante tensão social e as muitas cercas elétricas em muros de simples residências.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Automedicar-se é uma ação simples e racional quando um indivíduo bem instruído conhece bem as propriedades do
medicamento, age dentro da lei e respeita limites sintomáticos. Todavia, essa prática pode torna-se um grave problema quando está
ligado à irresponsabilidade e falta de conhecimento. Desse modo, é fundamental que o Ministério da Saúde atente para o crescente
número de brasileiros que se automedicam e põem em risco a saúde.
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EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A liberdade de imprensa é fundamental para a construção de uma sociedade livre e democrática, na qual todos os cidadãos
tenham acesso à liberdade de informação e possam participar ativamente do combate à falta de ética na política. Desse modo, é
fundamental combater a imprensa que manipula informações ou que se torna obstáculo para o jornalismo ético.
101- Os efeitos da implatação do ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE depois de 26 anosde sua promulgação.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Com 25 anos de existência, o ECA é considerado uma referência internacional. No entanto, o documento não produziu todos
os efeitos desejados, aponta Mario Volpi, gerente de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e um dos criadores
do estatuto. Ao mesmo tempo em que reduziu os níveis de mortalidade infantil e aumentou o comparecimento ao ensino
fundamental, o Brasil não conseguiu eliminar a alta taxa de homicídios entre os adolescentes, principalmente os negros que vivem em
comunidades pobres. A violência é a principal causa de morte de jovens na faixa entre 16 e 17 anos.
ALGUMAS REFLEXÕES:
É importante esclarecermos que, segundo o ECA, artigo 2º, caput, “considera-se criança, para todos os efeitos desta Lei, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”.
O legislador não determinou, ao seu bel prazer, a idade legal das crianças e adolescentes. Houve estudos com psicólogos e
juristas onde a ciência foi buscada com o intuito de trazer coerência ao texto legal e à realidade do mundo dos fatos e do mundo
jurídico.
A criança possui a tendência de copiar padrões de condutas, por este motivo, retrata as atitudes que vivencia e observa. Não
é punida pelos seus atos, mas protegida, através de procedimentos que a põe a salvo da discriminação, dos maus tratos e da
exploração. Geralmente, guardam o medo e a timidez que ecoam negativamente, de uma forma ou de outra, eis que reproduzem os
padrões do lugar em que vivem e das pessoas que convivem.
O adolescente também não é punido como um adulto, mas sofre medidas socioeducativas as quais podem levá-lo a perda da
liberdade. Já possui certo discernimento de seus atos, mas intimamente traz as vivências da infância, do descaso, do excesso e, enfim,
tentará agredir a sociedade através da ilicitude, da infração.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Liberdade religiosa deriva da liberdade de pensamento, uma vez que quando é exteriorizada torna-se uma forma de
manifestação do pensamento. Ela compreende três outras liberdades: liberdade de crença, liberdade de culto e liberdade de
organização religiosa, situação prevista pela Constituição Federal brasileira de 1988, como condição para a construção da cidadania.
Contudo, é comum o preconceito religioso no país, o que fere a dignidade de milhares de cidadãos, situação que certamente deve ser
combatida.
ALGUMAS REFLEXÕES:
O preconceito religioso no Brasil está, sobretudo, ligado à marginalização das religiões de matriz africana.
Um dos principais problemas é a impunidade.
Apesar de Laico, o Estado promove por meio de feriados e símbolos esse problema.
O baixo senso crítico da maior parte da população contribui com o problema.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O Brasil ao longo do século XX teve em nomes como Nise da Silveira, nomes que lutaram pelo tratamento adequado dos
cidadãos como problemas mentais, defendendo a ideia de que lobotomias, encarceramentos e eletrochoques e simples
encarceramento não eram os caminhos adequados, bem como feriam o princípio da dignidade da pessoa humana. Portanto, é preciso
que o Brasil continue evoluindo nesse sentido, extinguindo definitivamente velhas práticas de tratamento.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Educação sexual é o ensino sobre a anatomia e psicologia da reprodução humana e demais aspectos do comportamento que
se relacionam ao sexo, saber essencial para a formação de indivíduos saudáveis físico e emocionalmente, sendo dever da escola, do
Estado e da família promovê-la para as crianças e jovens. Todavia, esse viés educacional sofre com o preconceito e falta de estratégias
didáticas no Brasil, o que constitui sério problema.
ALGUMAS REFLEXÕES:
O problema está ligado ao machismo, patriarcalismo e preconceitos religiosos.
Há pouco conhecimento sobre o que realmente seria educação sexual, o que leva a sociedade a rechaça-la.
A maioria dos professores parece não ser bem preparada para discutir essa matriz educacional nas escolas.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Cursos de capacitação para professores.
Criação de programas específicos sobre o assunto.
Promoção de debates e fóruns a fim de esclarecer aos pais a natureza do conteúdo das aulas.
88
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Depois de 128 anos da abolição da escravidão no Brasil, o país ainda convive com o preconceito e violência promovidos
contra negros e descendentes daqueles milhares de indivíduos que vivenciaram a maior migração forçada da história da humanidade,
segundo o documentário “Brasil: uma história inconveniente”, da BBC, de Londres. Assim, é preciso que o Brasil passe a viver de modo
pleno a tão sonhada democracia racial.
ALGUMAS REFLEXÕES:
O documentário “Brasil: Uma história inconveniente”, da BBC de Londres, aponta para o fato de que se promoveu no Brasil o
mais cruel sistema escravocrata da história da humanidade.
Diferentemente do que defendia o abolicionista Joaquim Nabuco, os escravos libertos em 13 de maio de 1888 não foram
indenizados ou e mandados para as escolas.
Segundo o IBGE (2014), jovens negros como idade entre 15 e 23 anos, moradores de comunidades pobres, são as principais
vítimas de homicídios.
A mulher negra é comumente associada ao sexo e à prostituição, bem como chamariz sexual em eventos turísticos como o
carnaval. Isso leva à construção da imagem estereotipada da mulata, por exemplo.
As religiões dos africanos trazidos para o Brasil e escravizados foram demonizadas para criar uma suposta moral escravocrata.
Em “Casa grande e senzala”, Gilberto Freyre aponta para o fato de que culturalmente, o brasileiro aprendeu a assumir uma
postura eurocêntrica e determinista (lembre-se aqui de obras como “O cortiço”, de Aluísio Azevedo), patriarcal e segregadora em
relação ao negro.
O Racismo (lei número 7716/1989) e a Injúria Racial (artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal) foram criminalizados como
medidas de proteção para o cidadão negro brasileiro.
O estabelecimento de cotas e a instituição do ensino sobre a cultura negra nas escolas brasileiras são medidas para a inserção
sociocultural do negro.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Maior fiscalização frente ao cumprimento das leis, bem como maior celeridade frente a processos em andamento.
Combate por meio de boicotes promovidos pela sociedade contra empresas e seguimentos midiáticos que usarem a mulher
negra como chamariz sexual.
Criação de centros culturais de valorização da cultura negra.
106-
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
89
As mulheres brasileiras passaram a ter o direito ao voto durante o primeiro governo de Getúlio Dorneles Vargas, passando a
ter o direito de participar da democracia representativa brasileira. Apesar disso, mesmo sendo maioria dos eleitores, infelizmente, o
baixo e desproporcional número de mulheres no Legislativo e no Executivo aponta para o fato de que as brasileiras não são
plenamente representadas em seus direitos e anseios.
Desde que a professora Celina Guimarães Viana conseguiu seu registro para votar, há 86 anos, a participação feminina no processo
eleitoral brasileiro se consolidou. Celina é apontada como sendo a primeira eleitora do Brasil. Nascida no Rio Grande do Norte, ela
requereu sua inclusão no rol de eleitores do município de Mossoró-RN, onde nasceu e viveu, em novembro de 1927.
Foi naquele ano que o Rio Grande do Norte colocou em vigor lei eleitoral que determinava, em seu artigo 17, que no Estado poderiam
“votar e ser votados, sem distinção de sexos”, todos os cidadãos que reunissem as condições exigidas pela lei. Com essa norma,
mulheres das cidades de Natal, Mossoró, Açari e Apodi alistaram-se como eleitoras em 1928.
Assim, o Rio Grande do Norte ingressou na História do Brasil como o Estado pioneiro no reconhecimento do voto feminino. Também no
Rio Grande do Norte foi eleita a primeira prefeita do Brasil. Em 1929, Alzira Soriano elegeu-se na cidade de Lages.
Somente em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, que pela primeira vez a mulher brasileira pôde
votar e ser votada em âmbito nacional. Oitenta anos depois, elas passaram a ser maioria no universo de eleitores do país.
Já em 2008 havia uma maioria feminina no universo de 130 milhões de eleitores. Desses, 51,7% eram mulheres. Essa maioria vem se
consolidando ao longo dos anos. No pleito de 2010, elas somaram 51,82% dos 135 milhões de eleitores. Nas eleições de 2012, as
mulheres representaram 51,9% dos 140 milhões de eleitores.
Marco inicial
O marco inicial das discussões parlamentares em torno do direito do voto feminino são os debates que antecederam a Constituição de
1824, que não trazia qualquer impedimento ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por outro lado, também não era
explícita quanto à possibilidade desse exercício.
Foi somente em 1932, dois anos antes de estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram o direito de votar, o que veio a
se concretizar no ano seguinte. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de 1932, que, além dessa e de outras grandes
conquistas, instituiu a Justiça Eleitoral, que passou a regulamentar as eleições no país.
O artigo 2º do Código Eleitoral continha a seguinte redação: “É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na
forma deste Código”. A aprovação do Código de 1932 deu-se por meio do Decreto nº 21.076, durante o Governo Provisório de Getúlio
Vargas.
Somente dois anos depois, em 1934, quando da inauguração de um novo Estado Democrático de Direito, por meio da segunda
Constituição da República, esses direitos políticos conferidos às mulheres foram assentados em bases constitucionais. No entanto, a
nova Constituição restringiu a votação feminina às mulheres que exerciam função pública remunerada.
O voto secreto garantia o livre exercício desse direito pelas mulheres: elas não precisariam prestar contas sobre seu voto aos maridos e
pais. No entanto, somente as mulheres que trabalhavam (aquelas que recebiam alguma remuneração) eram obrigadas a votar. Isso só
mudou em 1965, com a edição do Código Eleitoral que vigora até os dias de hoje.
O direito do voto foi finalmente ampliado a todas as mulheres na Constituição de 1946 que, em seu artigo 131, considerava como
eleitores “os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei”.
Em 1985, outra barreira foi superada em relação aos direitos políticos das mulheres: o voto do analfabeto. Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na década de 1980, 27,1% das mulheres adultas eram analfabetas.
Exposição
Essa e outras histórias sobre o processo de inclusão de diferentes segmentos da população brasileira no processo eleitoral são temas
da exposição “Voto no Brasil: uma História de Exclusões e Inclusões”, inaugurada no TSE nesta quarta-feira (17).
A partir desta quinta-feira (18), os interessados em conhecer a exposição podem comparecer ao edifício-sede do TSE, em Brasília-DF,
no 1º subsolo. A exposição ficará aberta ao público até o dia 19 de dezembro deste ano no Museu do TSE, localizado ao lado do
Plenário da Corte.
Eleitas
Com a consolidação da participação feminina nas eleições, a mulher passou a conquistar cada vez mais o seu espaço no cenário político
brasileiro. Hoje, há mulheres em todos os cargos eletivos. Além da Presidência da República, exercem mandato duas governadoras, 11
senadoras, 45 deputadas federais e 134 deputadas estaduais.
Nas Eleições 2012, 134.296 mulheres se candidataram aos cargos de prefeito e vereador, o que representou um aumento de 9,56% em
relação à eleição municipal de 2008. Destas mulheres, 132.308 (31,8% do total de candidatos) estavam aptas a concorrer ao cargo de
vereador. Para prefeito, os dados correspondem a 13,3%, o que equivale a um total de 1.988 mulheres candidatas.
Do total de eleitos em 2012, 8.287 foram mulheres, representando 13,19%. Ao todo, foram eleitas 657 prefeitas, que correspondem a
11,84% do total das 5.568 vagas, e 7.630 vereadoras, o que equivale a 13,32% dos eleitos.
O número comprova um crescimento em relação a 2008, quando 7.010 mulheres foram eleitas a esses mesmos cargos, representando
12,2%.
Para a ministra do TSE Luciana Lóssio, ainda é necessário avançar, se compararmos a participação das mulheres no mundo político com
a inserção delas, por exemplo, no Judiciário. “Hoje, na mais alta Corte Eleitoral, temos uma maioria feminina. Nos cargos eletivos, ainda
temos pouco, cerca de 10% de representação. Acho que ainda precisamos caminhar um pouquinho no Poder Legislativo e Executivo”,
alerta.
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Cotas
A Lei nº 9.100/1995, que regeu as eleições de 2006, trouxe uma grande conquista feminina ao determinar que pelo menos 20% das
vagas de cada partido ou coligação deveriam ser preenchidas por candidatas mulheres. A Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições)
determinou que no pleito geral de 1998 o percentual mínimo de cada sexo fosse de 25%. Já para as eleições posteriores, a lei fixou em
30%, no mínimo, a candidatura de cada sexo.
Em 2009, a reforma eleitoral introduzida pela Lei n° 12.034 instituiu novas disposições na Lei dos Partidos Políticos (Lei n° 9.096/1995)
de forma a privilegiar a promoção e difusão da participação feminina na política.
Entre essas disposições está a determinação de que os recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados na criação e manutenção de
programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, conforme percentual a ser fixado pelo órgão nacional de
direção partidária, observado o mínimo de 5% do total repassado ao partido.
A reforma eleitoral exige ainda que a propaganda partidária gratuita promova e difunda a participação política feminina, dedicando às
mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10%.
FONTE: http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2013/Abril/serie-inclusao-a-conquista-do-voto-feminino-no-brasil
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
107- Os desafios para os brasileiros terem os serviços públicos que respondam à alta cargatributária.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A arrecadação de impostos tem por finalidade manter o Estado, que deve suprir os direitos constitucionais de todos os
cidadãos. No entanto, essa realidade está presente tão somente impressa, uma vez que a maioria dos brasileiros não usufrui dos
direitos que a alta carga tributária que paga lhes daria o direito.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Carga tributária: enquanto o Brasil está no grupo dos que têm menos impostos sobre a renda e lucro, é um dos que mais cobram sobre
a seguridade social
Fernando Nakagawa, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo
Londres - O Brasil é o país com a maior carga tributária em toda América Latinae Caribe. Estudo da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que brasileiros pagam o equivalente a 33,4% do tamanho da economia em taxas e
impostos.
Proporcionalmente, o montante é mais de 50% superior à média da região. Apesar de liderar a incidência de impostos, a cobrança é
desigual.
Enquanto o Brasil está no grupo dos que têm menos impostos sobre a renda e lucro, é um dos que mais cobram sobre a seguridade
social.
Um novo estudo sobre estatísticas tributárias confirma a percepção dos brasileiros de que a carga tributária é elevada. Em 2014,
brasileiros desembolsaram o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto (PIB) para pagar impostos, taxas e contribuições.
Essa é a maior carga entre 22 países listados e o dado brasileiro é mais de dez pontos porcentuais superior à média de 21,7% registrada
na América Latina e Caribe. O indicador brasileiro tem girado entre 32% e 33% do PIB desde 2005.
"Argentina (com 32,2% do PIB), Barbados (30,4%) e Brasil (33,4%) estão consideravelmente acima da média regional", destaca o estudo
divulgado pela OCDE.
"Países com níveis mais elevados de PIB per capita são mais propensos a apresentar os coeficientes mais elevados de impostos em
relação ao PIB." Na região, a menor carga é a da Guatemala, que arrecada 12,6% do PIB dos contribuintes.
O estudo revela que, efetivamente, o Brasil já tem uma carga tributária comparável a dos países ricos da OCDE - grupo dos 34
economias mais desenvolvidas do mundo -, onde a média de impostos equivale a 34,4% do PIB.
91
O Brasil está um ponto porcentual abaixo da média. Nesse grupo, o México tem a menor carga, com o equivalente a 19,5% do PIB. Na
outra ponta, a Dinamarca arrecada o equivalente a 50,9% do tamanho da economia em impostos.
Desigualdade
Apesar de proporcionalmente o Brasil arrecadar o maior montante em impostos na região, a carga tributária brasileira é desigual entre
as diferentes atividades da economia.
Entre os grandes, o Brasil é o segundo país que menos obtém arrecadação com a renda e o lucro. Em 2014, 20,7% da arrecadação
brasileira veio por essa fonte, à frente apenas da Argentina (18,9%).
Na média da região, a renda e lucro geram 27,8% dos impostos e a proporção chega a 33,8% na OCDE.
Enquanto obtém proporcionalmente menos com a renda e lucro, o Brasil é o grande que mais arrecada com contribuições sobre a
seguridade social.
Por essa fonte, o governo brasileiro consegue 26,2% da arrecadação, bem acima da média de 16,9% da região ou os 11% do Peru.
A OCDE explica que países como o Brasil, Paraguai e Uruguai têm elevada arrecadação com taxas sobre a seguridade social por terem
grandes sistemas públicos de Previdência Social.
"Em países como a Colômbia e Peru, onde os programas públicos e privados competem, as contribuições representam níveis entre 11%
e 13% (menos da metade do Brasil)", cita o documento.
Ainda segundo o estudo, a arrecadação sobre a venda de mercadorias e serviços foi responsável por 41,7% dos impostos obtidos pelo
Brasil. A participação é menor que a média da América Latina e Caribe que ficou em 48,5%.
FONTE: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasil-tem-maior-carga-tributaria-da-america-latina.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Para exercer de modo pleno a cidadania, é fundamental que o indivíduo assuma uma postura participativa frente à sua
sociedade, assim como defendia o sociólogo Betinho, um dos criadores do programa fome zero. Todavia, a maior parte dos brasileiros
assume uma postura individualista, não atentando para o comportamento ético e solidário, o que é preocupante.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Em seu livro “Raízes do Brasil”, Sérgio Buarque de Holanda aponta para o individualismo como característica cultural da
sociedade brasileira, o que está estreitamente ligada ao processo de formação da identidade cultural do país ao longo de sua história.
Poucos são os brasileiros que participam de ONGs ou de ações solidárias.
O desrespeito às leis é comum do Brasil, como se fizesse parte comum do cotidiano.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
É fundamental promover ações de cidadania com a participação dos jovens, pois eles ainda estão no processo de formação
do caráter e podem assumir uma postura mais cidadã frente a essa realidade.
Incentivo por parte do Poder Público à criação de ONGs.
Realização de fóruns e debates sobre participação social, a fim de promover uma concepção mais ampla de cidadania.
ESSE TEMA SE COADUNA COM O ANTERIOR, PODENDO USAR EM GRANDE PERTE OS MESMOS ARGUMENTOS.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Um grave problema enfrentado pela sociedade brasileira contemporânea é o crescimento da imagem do país como
referência para o turismo sexual, situação ligada aos âmbitos social, cultural e até mesmo legal. Assim, é preciso que o Poder Público e
a sociedade civil atentem para essa realidade preocupante.
ALGUMAS REFLEXÕES:
O turismo sexual está, sobretudo, ligado à situação de pobreza enfrentada por milhares de pessoas, que veem na prostituição
uma saída para a sobrevivência. Essa realidade torna-se oportuna para aliciadores que promovem essa ilegal modalidade “turística”, o
que ocorre sobretudo em cidades turísticas nas quais há maior desigualdade social.
Exemplos do turismo sexual são as cidades de Fortaleza no Ceará, Maceió em Alagoas e Natal no Rio Grande do Norte.
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O turismo sexual vitima muitas crianças, o que torna o problema ainda mais sério, devendo ser preocupação das curadorias
da Infância e Juventude.
A mídia internacional corrobora com o problema ao veicular uma imagem estereotipada da sociedade brasileira.
INTERVENÇÕES SUGERIDAS:
Investimento govenamental na geração de empregos, o que seria possível por meio de programas de isenção fiscal e
transferência e oferta de cursos de formação de mão-de-obra.
Maior fiscalização das áreas onde há incidência de prostituição infanto-juvenil, a fim de punir aliciadores.
Realização de campanhas midiáticas internacionais, a fim de promover uma imagem do país desvinculada da prática de
prostutituição.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
O uso da bicicleta como meio de transporte urbano é uma solução para muitas cidades, permitindo não só a mobilidade,
como também um estilo de vida saudável e versátil. Desse modo, é lamentável que muitos brasileiros não possam gozar dessas
vantagens em função da falta de políticas públicas eficientes e da formação de condutores de veículos automotivos que não respeitam
o Código de Trânsito Brasileiro, pondo em risco a segurança dos ciclistas.
ALGUMAS REFLEXÕES:
Os municípios são responsáveis pela implantação da Política Nacional de Mobilidade Urbana, o que os responsabiliza pela
criação de ciclovias e estacionamentos para ciclistas, o que ainda parece ser uma meta de muitos gestores.
O ciclista não é comumente respeitado por motoristas, o que que provoca acidentes e mortes.
Faltam cursos e orientação para os ciclistas.
PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O
IMPACTO NEGATIVO DO CELULAR NO TRÂNSITO BRASILEIRO, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 01
TEXTO 02
Multa para quem usar o celular no trânsito vai ficar mais cara
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Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/07/multa-para-quem-usar-o-celular-no-transito-vai-ficar-mais-cara.html
TEXTO 03
Motivos para Você Não Usar o Celular Enquanto Dirige
Você sabia que mais de 50% dos acidentes de trânsito são causados pelo uso indevido do celular?
Checar WhatsApp, mandar um SMS, atender uma ligação ou atualizar o status das redes sociais pode parecer inofensivo, mas além da
multa de R$ 85 reais e a perda de 4 pontos na carteira os motoristas ainda podem se envolver em acidentes fatais e prejudicar também
a vida de terceiros.
De acordo com pesquisas sobre o tema, checar o celular enquanto dirige aumenta em até 400% o risco de acidentes de trânsito.
O uso do aparelho de telefonia móvel retira o foco da atenção dos motoristas e compromete a capacidade perceptiva das pessoas
aumentando as chances de colisão.
Para se ter uma ideia, usar celular enquanto dirige é tão ruim quanto guiar sob efeito de drogas e álcool.
Se você ainda não acha que os celulares podem ser prejudiciais para a saúde no trânsito aqui vão 7 motivos para não usar o aparelho
enquanto dirige:
1.Médicos, físicos e especialistas garantem que é impossível realizar diversas
tarefas ao mesmo tempo. A capacidade cerebral humana limita-se a executar
uma tarefa por vez, já que dirigir exige foco, atenção e nenhuma distração,
devido a necessidade de raciocínio rápido e reflexos imediatos, dirigir falando
ao celular se torna inadmissível.
2- As grandes empresas automotivas, cientes do alto risco de acidentes
causados pelo uso indevido do celular, estão promovendo campanhas
educativas para que os motoristas não desviem a atenção da estrada e
respeitem as leis de segurança do trânsito.
3- Estudos apontam que 1 em cada 3 acidentes que acontecem no Brasil são
devido ao uso incorreto do aparelho celular, ou seja, a melhor prevenção é o bom senso. Jamais deve-se admitir ao condutores falar ao
telefone ou checar mensagens enquanto dirige.
4- Para se ter uma noção real das estatísticas, os acidentes causados por pessoas que trocam mensagens pelo celular no trânsito já
ultrapassam os acidentes ocasionados pelo uso excessivo de álcool.
5- Existem hoje diversas ações para conscientizar os motoristas dos riscos do uso de celular ao volante, uma delas é a criação de
aplicativos que bloqueiam as funções do aparelho móvel enquanto o condutor estiver com o veículo em movimento. Ao liberar o
aplicativo, o motorista recebe então uma mensagem com as ligações recebidas para retornar.
6- Seja consciente! Ao usar o celular o motorista perde a visão 360 graus possibilitada pelos retrovisores e vidros dianteiros, ficando
com a visão limitada, o que pode aumentar drasticamente o número de colisão com outros veículos, muretas, postes e etc.;
7- Pense nos outros! Os acidentes de trânsito geralmente envolvem terceiros. A irresponsabilidade de não cumprir com a lei pode
acabar prejudicando pessoas que não tem nada a ver com a sua negligência ao volante.
Agora que você já sabe de todas as consequências que essa imprudência pode ocasionar é importante estar atento e respeitar a lei!
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FONTE: http://ddsonline.com.br/dds-temas/transito/1114-7-motivos-para-voce-nao-usar-o-celular-enquanto-dirige.html
TEXTO 04
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Discurso de ódio no Brasil: das ruas à
rede”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Brasil cultiva discurso de ódio nas redes sociais, mostra pesquisa
Cerca de 84% das menções sobre temas como racismo, política e homofobia são negativas
— Aquele brasileiro cordial não usa a internet no Brasil — diz Thiago Tavares, presidente da ONG SaferNet Brasil. — O que a gente tem
visto nas redes sociais é o acirramento do discurso de ódio, de intolerância às diferenças.
Como resultado do panorama político gerado a partir das eleições de 2014, “coxinhas” e “petralhas” realizam intenso debate nas
redes, na maioria das vezes com xingamentos e discursos rasos, que incentivam o ódio e a divisão. Do total de mensagens analisadas,
219.272 tinham cunho político, sendo que 97,4% delas abordavam aspectos negativos. A segregação virtual foi materializada no muro
erguido no gramado do Congresso Nacional para separar manifestantes contra e a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
O segundo tema com maior número de mensagens foi o ódio às mulheres. Muitos internautas parecem não entender que lugar de
mulher é onde ela quiser, e a misoginia se alastra pelas redes. Assédio, pornografia de vingança, incitação ao estupro e outras
violências são, por vezes, travestidos de “piadas” que são curtidas e compartilhadas, reforçando no ambiente virtual o machismo
presente na sociedade. Ao todo, foram coletadas 49.544 citações que abordavam as desigualdades de gênero, sendo 88% delas com
viés intolerante.
Pessoas com algum tipo de deficiência, que lutam no dia a dia por seus direitos, também são achincalhadas nas redes sociais. O
levantamento captou 40.801 mensagens sobre o tema, sendo 93,4% com abordagem negativa. Termos como “leproso” e “retardado
mental” e o uso da deficiência para “justificar” direitos são usados nessas citações.
Em números absolutos, o Rio de Janeiro foi o estado onde mais citações sobre intolerância foram captadas, com 58.284, à frente de
São Paulo e Minas Gerais, que têm maior população. Em termos relativos ao número de habitantes, o Distrito Federal lidera o ranking,
com 11.986 citações para 2.914.830 habitantes.
— Ao contrário do que muita gente acha, o Brasil é intolerante. A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no país; a cada 11
minutos, uma mulher é estuprada — ressalta Bob Vieira, diretor executivo da agência nova/sb. — As redes sociais fazem nada mais que
amplificar esse ódio, reafirmar os preconceitos que as pessoas já têm.
AGRESSÃO INVISÍVEL
Vieira destaca que o levantamento captou dois tipos de intolerância. O visível, em que o agressor vai direto ao ponto; e o invisível, mais
sutil, que se esconde em comentários que podem passar despercebidos, pois abordam discursos que já foram incorporados pela
sociedade, mas não pelas vítimas.
— É quando a professora fala para a aluna alisar o cabelo para ficar bonita ou o crítico trata o Bolsa Família como esmola — diz Vieira.
O racismo também tem forte presença nas redes sociais brasileiras, com 17.026 menções, sendo 97,6% negativas. Casos recentes de
ataques a celebridades negras geraram repercussão na sociedade. Em julho do ano passado, a apresentadora do Jornal Nacional Maria
Júlia Coutinho foi uma das vítimas. Após investigação, o Ministério Público de São Paulo indiciou quatro homens por injúria e racismo.
95
Em novembro do ano passado, o alvo de comentários racistas foi a atriz Taís Araújo. Na semana passada os haters miraram na cantora
Preta Gil.
— Fiquei surpresa com uma premeditada avalanche de comentários corrosivos, ofensivos e gratuitos que mostram como a educação e
os bons princípios estão perdendo a guerra para essa onda de ódio e violência que estamos vivendo — diz a cantora, que levou o caso à
Polícia Civil. — Fiz a denúncia para mostrar que eu sou apenas mais uma a sentir na pele esse ataque virtual. Ninguém quer ter a janela
apedrejada. Nem o negro, nem o branco, nem o gay, nem o gordo, nem o deficiente físico, nem a menina que frequenta o candomblé.
O levantamento também mensurou a intolerância pela aparência, homofobia, classes sociais, idade/geração, religião e xenofobia. Mais
que constatar a existência do preconceito nas redes sociais, o estudo quer debater a tênue linha que separa o discurso de ódio do
direito à liberdade de expressão. Paula Martins, diretora executiva da ONG Artigo 19, acredita que o combate à intolerância deve
acontecer pelo fomento à tolerância e à pluralidade, não por medidas restritivas.
— O direito à liberdade de expressão não é absoluto, legislações tratam o discurso de ódio explicitamente como um limitador da
liberdade de expressão — avalia. — Mas cada caso deve ser tratado de forma individualizada.
Essa é a mesma opinião de Lincoln Werneck, do Instituto Coaliza. O especialista acredita em ações educativas e de conscientização para
reduzir a intolerância entre os internautas, que, se apoiando no anonimato, expressam seus preconceitos:
— Internet não é terra sem lei. Se houver interesse investigativo, os agressores serão identificados.
Texto II
Todos temos o direito assegurado pela Constituição Federal de 1988 de expressarmos nossas ideias e convicções, desde que não
ferindo o direito legítimo de terceiros, conforme artigo 5º, IV e IX:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;”
Porém, a liberdade de expressão não é um direito absoluto, sendo que nas hipóteses onde o exercício da liberdade de pensamento e
expressão fere direito constitucionalmente consagrado de outrem, há de existir a devida limitação e punição. Aplica-se essa lógica
também na expressão intelectual e artística, de modo que se um livro prega o preconceito contra uma minoria, tal livro deve ser
retirado de circulação e os responsáveis por ele devidamente punidos. Vê-se que apesar de ser proibida a censura e dispensada a
licença, deve haver a responsabilização daqueles que praticarem abuso no exercício do seu direito de liberdade de expressão.
O discurso de ódio ocorre quando um indivíduo se utiliza de seu direito à liberdade de expressão para inferiorizar e discriminar outrem
baseado em suas características, como sexo, etnia, orientação sexual, religião, entre outras.
Ante o exposto, já percebemos duas características necessárias para o discurso de ódio acontecer: discriminação e exteriorização de
pensamento.
O discurso de ódio visa objetificar uma pessoa ou grupo de pessoas, sendo que a vitimização é difusa. Quando um homossexual é
ofendido por sua orientação sexual, todos homossexuais são ofendidos, assim como quando um negro é ofendido pelo simples motivo
de ser negro, todos os negros são ofendidos.
Texto III
A partir da leitura da coletânea a seguir, e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “A exclusão social do idoso no mercado de
trabalho”. Apresente uma proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, com coerência e
coesão, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto base 1:
Um novo olhar sobre um velho tema, o idoso
por Luis Nassif
No Dia do Idoso, o movimento Nova Cara da Terceira Idade
convoca a sociedade para repensar a imagem dos maiores de
60 anos
Texto base 2:
Texto base 3:
o
Art. 1 É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
o
Art. 2 O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
o
Art. 3 É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
o
Art. 4 Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
o
§ 1 É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
o
§ 2 As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
o
Art. 5 A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
o
Art. 6 Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.
o o
Art. 7 Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei n 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
o
Art. 8 O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
o
Art. 9 É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
A Lei de Execução Penal estabelece que o Estado deve criar as ferramentas para a promoção da recuperação do presidiário
enquanto indivíduo privado de liberdade em função de sentença, a fim de permitir que ele volte à sociedade como cidadão. Todavia,
essa não é a realidade da maioria dos ex-detentos da maioria dos presídios brasileiros, posto que o sistema de reabilitação tem se
mostrado falho em seu propósito.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Dá-se o nome de poluição visual ao excesso de elementos ligados à comunicação visual (como cartazes,
anúncios, propagandas, banners, totens, placas, outdoor, etc.) dispostos em ambientes urbanos, especialmente em centros
comerciais/shoppings centers e de serviços. Acredita-se que, além de promover o desconforto espacial e visual daqueles que transitam
por estes locais, este excesso enfeita as cidades modernas, desvalorizando-as e tornando-as apenas um espaço de promoção
do fetiche e de trocas comerciais. Acredita-se que o problema, porém, não é a existência da propaganda, mas o seu descontrole, o que
gera graves prejuízos.
ALGUMAS CAUSAS:
Cultura do consumismo;
Baixo senso crítico frente à problemática.
Entre os muitos desafios referentes à saúde pública no Brasil, um dos mais significativos é o combate aos crescentes índices
de obesidade infantil, posto que é dever do Estado, da família e da sociedade civil zelar pela saúde das crianças. Desse modo, é
fundamental que sejam analisadas as causas e consequências dessa problemática, posto que põe em risco o bem estar de toda
uma geração de brasileiros.
ALGUMAS REFLEXÕES:
A obesidade é um dos distúrbios nutricionais cada vez mais prevalentes entre as crianças nos países desenvolvidos e em
desenvolvimento, predispondo o indivíduo ao aparecimento precoce de doenças crônicas não-transmissíveis, como as
cardiovasculares e metabólicas. É multifatorial e depende de aspectos ambientais e genéticos, por isso seu combate é
responsabilidade da família, da escola, dos serviços de saúde e da sociedade e a questão deve ser abordada de modo a
promover melhora na qualidade de vida como um todo.
Para isso, a informação e a educação são as armas mais eficazes.
O desafio para o combate à obesidade infantil exige um modelo de atenção à saúde pautado na integralidade do indivíduo. O
trabalho interdisciplinar é fundamental e precisa incluir ações junto às famílias, a discussão sobre a publicidade, em especial
quando dirigida a crianças, a oferta de espaços de lazer e atividades físicas e o estímulo ao consumo de alimentos saudáveis – o
que envolve os programas de alimentação escolar, as cantinas, os projetos de hortas escolares e comunitárias e outras
iniciativas que podem agregar mais conhecimento e gerar maior impacto do que a simples inclusão de um tema no currículo
escolar.
Setembro Laranja
A Sociedade de Pediatria de São Paulo acredita que os cuidados com a saúde não se iniciam com o diagnóstico e o tratamento
de morbidades já estabelecidas. “A atenção à saúde deve sempre ter como ponto de partida a discussão dos riscos e, também,
dos males que já estão presentes em uma população para que se estabeleçam programas de ação com medidas reais, visando
não só a cura das doenças e diminuição de suas sequelas, mas, em especial, a prevenção, o que é a terapêutica mais efetiva”,
afirma Claudio Barsanti, presidente da SPSP.
Nesse sentido, ações conjuntas entre o Estado, as sociedades civis, órgãos de classe, organizações não governamentais, dentre
outros, são fundamentais para que se obtenha uma ideia real do que ocorre na questão da obesidade infantil para o
desenvolvimento de uma atenção eficaz A SPSP tem se envolvido em discussões sobre o assunto, por meio de seus
Departamentos Científicos, e agora lança a campanha Setembro Laranja no Combate à Obesidade Infantil. O objetivo é divulgar
o problema, mas, principalmente, desenvolver e implementar ações de promoção de hábitos e práticas alimentares saudáveis
na escola e estimular a atividade física, visando a melhoria da qualidade de vida das crianças, suas famílias e as comunidades nas
quais estão inseridas. Em julho último, por meio de carta encaminhada ao Ministério Público do Estado de São Paulo, a SPSP se
colocou à disposição para
discutir, desenvolver e realizar ações conjuntas.
Texto original publicado no Boletim “Pediatra Informe-se” número 194 – Jul/Ago 2017
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor”. A frase do pedagogo brasileiro Paulo Freire
ilustra bem a falência da escola brasileira, a qual tem como um de seus maiores problemas o sistema avaliativo, o qual não fustiga no
discente o senso crítico e o entendimento sobre a importância do conhecimento.
Com base nos textos motivadores abaixo, produza uma redação dissertativo-argumentativa sobre o tema: AS AÇÕES PARA COMBATER
A PEDOFILIA NO BRASIL.
Texto 1
Pedofilia: pesadelo que começa na infância e em casa
Todos os dias, 20 crianças de até 9 anos são vítimas de abuso sexual; Ministério da Saúde admite subnotificação
99
A cada dia, pelo menos 20 crianças de zero a nove anos de idade são atendidas nos hospitais que integram o Sistema Único de Saúde
(SUS) no país, após terem sido vítimas de violência sexual, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo dados do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do ministério, em 2012, houve 7.592 notificações de casos desse tipo de violência nessa
faixa etária, sendo 72,5% entre meninas e 27,5% em meninos. Isso corresponde a 27% de todos os casos de violência registrados pelos
hospitais entre crianças e adolescentes. Entre pessoas de 10 a 19 anos de idade, foram 9.919 casos de abuso sexual, ou 27 por dia, no
mesmo ano.
Mas a quantidade de vítimas de violência sexual na infância e na adolescência no país deve ser ainda maior. É que nem todos os
municípios brasileiros enviam os dados para o SINAN — dados preliminares de 2012 do ministério indicam que 2917 encaminharam,
das mais de 5 mil cidades do país. São Paulo, por exemplo, contabiliza as ocorrências em um sistema próprio de dados. Só no hospital
estadual Pérola Byington, na capital, a quantidade de casos novos de pessoas de até 17 anos de idade atendidas em 2013 foi de 2.048
— 54% a mais que em 2003. Além disso, as ocorrências de pessoas que são atendidas pela rede privada e as que nem chegam aos
hospitais não estão computados nos dados do ministério da Saúde.
Algozes conhecidos
Nos números do SINAN estão incluídos todos os tipos de violência sexual, incluindo estupros cometidos por desconhecidos e também
casos em que o agressor é conhecido da família. Dos 7.592 casos ocorridos entre crianças de zero a nove anos em 2012, em 3%
acredita-se que houve exploração sexual e em 2,9%, pornografia infantil. Na maior parte dos casos (70% para crianças de até nove anos
e 58% para os de 10 a 19 anos), a violência sexual aconteceu dentro de casa e o agressor era do sexo masculino. Segundo o ministério,
o provável autor do abuso foi um amigo ou conhecido da vítima em 26,5% dos casos entre crianças de até nove anos de idade e em
29,2% dos até 19 anos.
Denúncias anônimas
Para a ministra Maria do Rosário, da secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, cada vez mais a população está
procurando denunciar casos de violência sexual contra crianças e adolescentes a órgãos diretos de investigação, como a polícia. Por
isso é que, segundo ela, o número de denúncias que chegam anonimamente ao Disque Cem, serviço telefônico da secretaria, diminuiu
de 2012 para 2013. Em 2012, foram 37.803 e no ano passado, 31.895, ou seja, cerca de 6 mil a menos. Os estados de São Paulo, Rio e
Bahia, aparecem como os três com mais denúncias, segundo a ministra, porque concentram grande parte da população.
Porém, na opinião de Maria do Rosário, a quantidade de denúncias que chegam ao Disque Cem diariamente ainda é muito alta. Em
2013, foram recebidas 87 denúncias de violência sexual por dia, principalmente de casos em que o agressor era conhecido da vítima ou
da família dela.
— A Organização Mundial da Saúde estima que 20% das meninas e mulheres de até 18 anos sofram algum tipo de violência sexual no
mundo. As autoridades chegam a uma parcela pequena. A violência é mantida sob um manto de segredo quando se trata do abuso
sexual intrafamiliar. É difícil romper esse segredo. É preciso haver a atenção de todos para as crianças — diz Maria do Rosário.
Na opinião do coordenador de projetos da organização não governamental Childhood Brasil, Itamar Gonçalves, os números de
violência sexual contra crianças e jovens precisam provocar indignação.
— Temos que ficar indignados e pressionar os governos para qualificar e ampliar o atendimento. Sabemos que muitos conselhos
tutelares, por exemplo, nem têm carros para fazer visitas às famílias. Falta engajar todos e ter mais políticas públicas que atuem na
ponta do problema — diz Gonçalves.
Fonte: http://oglobo.globo.com/brasil/pedofilia-pesadelo-que-comeca-na-infancia-em-casa-11828021
Texto 2
Governo federal recebe cerca de 70 denúncias de abuso contra crianças por dia
Meninas são maioria das vítimas e, em 48% dos casos, o abuso acontece dentro de casa
No ano de 2014, o governo federal recebeu, por meio do disque 100, mais de 180 mil denúncias de violência contra crianças e
adolescentes. Desse total, 26 mil tratavam de abuso sexual, o que representa uma média de 70 denúncias por dia. São Paulo lidera os
casos, com 14,5%, seguido da Bahia, com 8,74%, e do Rio de Janeiro, com 8,34%.
Esta segunda-feira (18) é Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Os dados alarmantes
indicam um aumento do número de casos em comparação ao ano de 2013, quando foram feitas 150 mil denúncias no mesmo canal,
sendo 23 mil de abuso sexual.
Do total, 48% das crianças e adolescentes foram agredidas dentro de casa e 23%, na casa do próprio suspeito. Esses dados serviram
como base de estudo para a 4ª Delegacia de Repressão à Pedofilia de São Paulo, criada em novembro de 2011. Desde então, a unidade
tem feito um levantamento do perfil dos abusadores e das vítimas, que pode ajudar a entender a ação dos suspeitos.
Nos casos registrados no período entre janeiro de 2012 e março de 2014, 60% dos abusos sexuais não foram cometidos por parentes
da vítima. Em 15% das ocorrências, o suspeito era o pai; em 10%, o padrasto; em 15%, outro grau de parentesco, como avô, tio ou
primo. Em 80% dos casos, as vítimas eram meninas e 60% tinham a idade entre sete e 13 anos.
As meninas também são a maior parte das vítimas na internet. Juliana Cunha, coordenadora psicossocial da ONG Safernet, diz que os
pais precisam falar com os filhos sobre a sexualidade na internet.
— As fotos que alimentam os grupos de pedofilia são de pré-adolescentes que fazem selfies de nudez ou pouca roupa e mandam para
o garoto que estão paquerando. Eles quebram a confiança e começam a enviar a imagem até que ela vai parar nesses grupos. Os pais
precisam conversar sobre o assunto com as meninas para não cederem a uma pressão dos garotos. E é preciso conversar com os
meninos também para que eles respeitem suas amigas e namoradas. Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade machista e que
tem a mulher como objeto sexual. As fotos que circulam nas redes de pedofilia geralmente foram vazadas por pessoas que conheciam
a vítima.
100
As denúncias de abuso sexual estão em quarto lugar no disque 100. Em 2014, o canal recebeu 40 mil ligações por denúncias sobre
violência física, 45 mil por violência psicológica (chantagem, humilhação, perseguição) e 67 mil por negligência, que envolvem falta de
higiene, medicamentos e irresponsabilidades no geral.
O Disque Direitos Humanos — Disque 100 — é um serviço mantido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
As ligações podem ser feitas a partir de telefone fixo ou celular, de qualquer lugar do Brasil. O anonimato é garantido. Todas as
denúncias recebidas são encaminhadas às autoridades locais competentes. Denuncie.
Fonte: http://noticias.r7.com/cidades/governo-federal-recebe-cerca-de-70-denuncias-de-abuso-contra-criancas-por-dia-18052015
Texto 3
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_R8GueqnkiOo/TITsPvFHFSI/AAAAAAAAA80/RXjrDlaVpp4/s1600/perfil_pedofilo.jpg
120- As mudanças etárias da população brasileira: as medidas necessárias para o futuro de todos.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Ao longo do século XX, a expectativa de vida no Brasil cresceu de modo significativo, o que se deu graças à evolução da
Medicina e aos avanços sociais. No entanto, esse no quadro etário traz consigo desafios, dentre os quais destacam-se a as condições do
idoso no mercado de trabalho e adequações das políticas públicas para garantir o futuro econômico do país.
Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e
os poderes que eles trazem consigo.
Michel Foucault
A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos que apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os
une.
Milton Santos (geógrafo brasileiro)
Existem apenas duas classes sociais, as do que não comem e as dos que não dormem com medo da revolução dos que não
comem.
Milton Santos
O terrível é que, nesse mundo de hoje, aumenta o número de letrados e diminui o de intelectuais. Não é esse um dos dramas
atuais da sociedade brasileira?
Milton Santos
Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.
Milton Santos
101
A globalização mata a noção de solidariedade, devolve o homem à condição primitiva do cada um por si e, como se
voltássemos a ser animais da selva, reduz as noções de moralidade pública e particular a um quase nada.
Milton Santos
Jamais houve na história um período em que o medo fosse tão generalizado e alcançasse todas as áreas da nossa vida: medo
do desemprego, medo da fome, medo da violência, medo do outro.
Milton Santos
Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.
Karl Marx (pensador alemão)
Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor. Paulo Freire (pedagogo brasileiro)
Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.
“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.”
Não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem
trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.
“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de
vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala
que um ganhador do Prêmio Nobel” Após uma cerimônia na Universidade de Turim, 2015
Sobre o que se lê na internet: “Atribuem-me muitas frases célebres de outros. Ou mesmo situações erradas, como a que me
atribuíram há uns anos, de que eu dissera que um escritor famoso tinha morrido e até o jornal The New York Times me ligou para
confirmar” Diário de Notícias, 2015
“O problema da internet é que produz muito ruído, pois há muita gente a falar ao mesmo tempo. Faz-me lembrar quando na
ópera italiana é necessário imitar o ruído da multidão e o que todos pronunciam é a palavra ‘rabarbaro’. Porque imita esse som quando
todos repetem ‘rabarbarorabarbarorabarbaro’, e o ruído crescente da informação faz correr o risco de se fazer ‘rabarbaro’ sobre os
acontecimentos no mundo. “Diário de Notícias, 2015
“Populismo midiático significa apelar diretamente à população por meio da mídia. Um político que domina bem o uso da
mídia pode moldar os temas políticos fora do parlamento e até eliminar a mediação do parlamento”. The New York Times, 2007
“Sou firmemente da opinião que o Macintosh (denominação dos computadores Mac da Apple até 1997) é católico e o DOS
(sistema operacional usado em computadores pessoais nos anos 1980 e 1990) é protestante. De fato, o Macintosh é contra reformista
e foi influenciado pelo ‘ratio studiorum’ (o plano de padronização da educação) dos jesuítas. Ele é caloroso, amigável, conciliador, diz
ao fiel como ele deve proceder, passo a passo, para alcançar, se não o Reino dos Céus, o momento em que o documento é impresso.
Ele é catequista: lida-se com a essência da revelação por meio de fórmulas simples e ícones esplêndidos. Todos têm direito à salvação.”
Em ensaio de 1994
" O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você pode riscar à vontade. (...) Os tablets e e-
books servem como auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de riscar, anotar e interferir nas
páginas de um livro. Isso ainda não é possível fazer num tablet. “Em entrevista a ÉPOCA em 2011