Caderno 4 - Currículo Base Do Ensino Médio de Santa Catarina

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 360

2021

Novo Ensino Médio


Componentes Curriculares Eletivos:
Construindo e Ampliando Saberes
Caderno 4 – Portfólio dos(as) Educadores(as)

MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO

Conselho Estadual de Educação


de Santa Catarina
ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE ENSINO
GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO DO ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL

Componentes
Curriculares Eletivos:
Construindo e Ampliando Saberes
Portfólio dos(as) Educadores(as)
2ª edição

FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA


2021
GRÁFICA COAN
S231n Santa Catarina. Secretaria de Estado de Educação
Novo ensino médio: componentes curriculares eletivos: construindo e
ampliando saberes: caderno 4 – portfólio dos(as) educadores(as) /
Secretaria de Estado de Educação. – 2ª edição - Florianópolis : Gráfica
Coan, 2021. 353 p. : il.

Inclui referências.
ISBN 978-65-996330-3-4 (v. 4)

1. Ensino médio. 2. Currículos. I. Título.

CDD: 373.19 - 20. ed.

Ficha catalográfica elaborada pelas Bibliotecárias


Letícia Lazzari CRB 14/1371 e Eliane Dittrich CRB 14/1160
Biblioteca Central da UDESC
APRESENTAÇÃO DA SEGUNDA EDIÇÃO DO
PORTFÓLIO DOS(AS) EDUCADORES(AS)
Após um ano de implantação dos Componentes Curriculares Eletivos nas 120 esco-
las-piloto do Novo Ensino Médio, lançamos a segunda edição do Portfólio dos educadores,
que será agregado ao Currículo Base do Ensino Médio no Território Catarinense. Este do-
cumento foi desenhado com a participação de profissionais e educadores dessas escolas
pioneiras na implementação do Novo Ensino Médio, da Rede Estadual de Ensino, sob a
orientação da Secretaria de Estado da Educação, com o apoio do Instituto Iungo.
A publicação desta segunda edição objetiva subsidiar o trabalho docente, figuran-
do como ponto de partida no contexto escolar. Ressaltamos que estes 25 componentes
foram desenhados e pensados a partir da escuta diagnóstica realizada com os estudantes
das escolas-piloto. Esperamos que este portfólio seja utilizado como instrumento pedagó-
gico para os professores da Rede ao elaborarem seus planejamentos, voltados a atender
as expectativas dos jovens quanto aos seus percursos formativos e seus projetos de vida.
Ao entregar o material desta segunda edição, desejamos que o documento seja apro-
priado, de diferentes formas, tornando-se vida no cotidiano das escolas da Rede Estadual.

Luiz Fernando Cardoso


Secretário de Estado da Educação
FICHA TÉCNICA DA 2ª EDIÇÃO
Governo de Santa Catarina
Governador do Estado de Santa Catarina GERENTE DE EDUCAÇÃO DO
Carlos Moisés da Silva ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL
Letícia Vieira
Vice-Governadora do Estado de Santa Catarina
Daniela Cristina Reinehr
EQUIPE TÉCNICA
Secretário de Estado da Educação de Santa Catarina André Fabiano Bertozzo
Luiz Fernando Cardoso Beatriz Fátima Naue
Beatriz Fleck
Secretário Adjunto
Letícia Vieira
Vitor Fungaro Balthazar
Luiz Alessandro da Silva
Consultor Executivo Marilse Cristina de Oliveira Freze
Rodrigo de Souza Comin Sergio Luiz de Almeida
Sidnei Medeiros Modolon
Consultor Jurídico
Sirley Damian de Medeiros
Jéssica Campos Savi
Tânia Maurícia Willamil Silva
Assessor de Comunicação
Gabriel Duwe de Lima EQUIPE DE REDATORES PROBNCC
Marcelo Martin Heinrichs
Diretor de Administração Financeira
Marilete Gasparin
Jean Paulo Cimolin
Rebeca Amorim
Diretor de Gestão de Pessoas Valmiré de Aguiar
Marcos Vieira
REVISÃO DE CONTEÚDO
Diretora de Ensino
Olires Marcondes do Espírito Santo
Maria Tereza Paulo Hermes Cobra

Diretor de Planejamento e Políticas Educacionais


Marcos Roberto Rosa

Presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Santa Catarina


Patrícia Lueders

Vice-Presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Santa Catarina


Alex Cleidir Tardetti

Presidente da União dos Conselhos Municipais de Educação de Santa Catarina


Claudio Luiz Orço

Presidente do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina


Osvaldir Ramos

Presidente da Federação Catarinense dos Municípios


Clenilton Carlos Pereira
FICHA TÉCNICA DA 1ª EDIÇÃO
Governo de Santa Catarina
GERENTE DE EDUCAÇÃO DO
GOVERNADOR ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL
Carlos Moisés da Silva Maria Tereza Paulo Hermes Cobra

VICE-GOVERNADORA EQUIPE TÉCNICA


Daniela Cristina Reinehr André Fabiano Bertozzo Beatriz
Fátima Naue Beatriz Fleck
SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Letícia Vieira
Natalino Uggioni Luiz Alessandro da Silva
Marilse Cristina de Oliveira Freze
SECRETÁRIO ADJUNTO Sergio Luiz de Almeida
Vitor Fungaro Balthazar Sidnei Medeiros Modolon
Sirley Damian de Medeiros
CONSULTOR EXECUTIVO Tânia Maurícia Willamil Silva
Nelson Isidoro da Silva
EQUIPE DE REDATORES PROBNCC
CONSULTOR JURÍDICO Marcelo Martin Heinrichs
Zany Estael Leite Junior Marilete Gasparin
Rebeca Amorim
ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO Valmiré de Aguiar
Gabriel Duwe de Lima

DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


Jean Paulo Cimolin

DIRETORA DE ENSINO
Zaida Jeronimo Rabello Petry

DIRETOR DE PLANEJAMENTO
E POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Altir Webber de Mello Neto

DIRETOR DE GESTÃO DE PESSOAS


Marcos Vieira
Instituto Iungo

PRESIDENTE
Maria Fernanda Menin Maia

DIRETOR DE EDUCAÇÃO
Paulo Emílio de Castro Andrade

GESTÃO DO PROJETO
Renata Lazzarini Monaco

APOIO À GESTÃO DO PROJETO


Camila Tribess Samuel Andrade

ESPECIALISTAS DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO E DE CONCENTRAÇÃO


Adelmo Eloy (Ciência e Tecnologia)
Ana Lúcia Ramos Auricchio (Ciências da Natureza)
Camila Tribess (Ciências Humanas)
Isabel Porto Filgueiras (Linguagens)
Maria Ignez Diniz (Matemática)
Maria Lívia de Castro (Linguagens)
Marisa Balthasar (Linguagens)
Paulo Edison de Oliveira (Ciências Humanas)
Renata Lazzarini Monaco (Componentes Integradores)
Samuel Andrade (Componentes Integradores)
Silvia Longato (Matemática)

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO E MATERIAIS PEDAGÓGICOS


Joana Rennó

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Amanda Montt Denis Leroy REVISÃO
Ana Tavares Toledo Lucas Ben
Marcia Glenadel Gnanni
Maio 2020
LISTA DE ESCOLAS DO NOVO ENSINO MÉDIO DE SANTA CATARINA
Nome da Escola Coordenadoria Regional de Educação
EEM GOV. ILDO MENEGHETTI Araranguá
CEDUP HERMANN HERING Blumenau
EEB DR. MAX TAVARES D AMARAL Blumenau
EEM YVONNE OLINGER APPEL Brusque
EEB PROF. JOÃO BOOS Brusque
EEB PAULO SCHIEFFLER Caçador
EEB THOMAZ PADILHA Caçador
EEB SANTA TEREZINHA Caçador
EEB TRINTA DE OUTUBRO Caçador
EEB SANTOS ANJOS Caçador
EEB MACHADO DE ASSIS Caçador
EEB CORONEL GASPARIN OZORZI Campos Novos
EEB PROF. VIRGÍNIA P. SILVA GONÇALVES Campos Novos
EEB ALMIRANTE BARROSO Canoinhas
EEB CORONEL ERNESTO BERTASO Chapecó
EEB TANCREDO DE ALMEIDA NEVES Chapecó
EEB CORDILHEIRA ALTA Chapecó
EEB PROF. OLAVO CECCO RIGON Concórdia
EEB GOV. HERIBERTO HULSE Criciúma
EEB URBANO SALLES Curitibanos
EEB IRMÃ IRENE Curitibanos
EEB PROF. OSNI PAULINO DA SILVA Dionísio Cerqueira
EEB PROF. ELZA MANCELOS DE MOURA Dionísio Cerqueira
EEB CEDRENSE Dionísio Cerqueira
INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO Florianópolis
EEB JOSÉ MARIA CARDOSO DA VEIGA Florianópolis
EEB CECÍLIA AX Ibirama
EEB ORLANDO BERTOLI Ibirama
EEB PROF. FRANCISCA ALVES GEVAERD Itajaí
EEB ADELAIDE KONDER Itajaí
EEM ELFRIDA CRISTINO DA SILVA Itajaí
EEB NEREU RAMOS Itajaí
EEB PROF.ARY MASCARENHAS PASSOS Itajaí
EEB PREF. LEOPOLDO JOSÉ GUERREIRO Itajaí
EEB MARIA RITA FLOR Itajaí
EEB HUMBERTO MACHADO Itapiranga
EEB SANTO ANTONIO Itapiranga
EEB SÃO JOSÉ Itapiranga
EEB CRISTO REI Itapiranga
Nome da Escola Coordenadoria Regional de Educação
EEB MADRE BENVENUTA Itapiranga
EEB PADRE VENDELINO SEIDEL Itapiranga
EEB SÃO LOURENÇO Itapiranga
EEB SÃO VICENTE Itapiranga
EEB SANTA HELENA Itapiranga
EEB PE. BALDUINO RAMBO Itapiranga
EEB TERESA RAMOS Jaraguá do Sul
EEB PREF.LAURO ZIMMERMANN Jaraguá do Sul
EEB HOLANDO MARCELLINO GONÇALVES Jaraguá do Sul
EEB PROF. JOSÉ DUARTE MAGALHÃES Jaraguá do Sul
EEM VITOR MEIRELLES Jaraguá do Sul
EEB RUTH LEBARBECHON Joaçaba
EEB MATER DOLORUM Joaçaba
EEB GOV. CELSO RAMOS Joaçaba
EEB FREI CRESPIM Joaçaba
EEB SÃO JOSÉ Joaçaba
EEB NEREU RAMOS Joinville
EEB PROF. JANDIRA D'ÁVILA Joinville
EEM DEP. NAGIB ZATTAR Joinville
EEB ENG. ANNES GUALBERTO Joinville
EEB SÃO JUDAS TADEU Lages
EEB N. SRA. DE FÁTIMA Lages
EEB ANA GONDIN Laguna
EEB CEL. JOSÉ MAURÍCIO DOS SANTOS Laguna
EEB DR. RENATO RAMOS DA SILVA Laguna
EEB GREGÓRIO MANOEL DE BEM Laguna
EEB SANTA MARTA Laguna
EEB SAUL ULYSSEA Laguna
EEB FREDERICO SANTOS Laguna
EEB MARIA CORREA SAAD Laguna
EEB PREF. LUIZ CARLOS LUIZ Laguna
EEB PREF. PEDRO BITTENCOURT Laguna
EEB PROF. EULINA HELEODORO BARRETO Laguna
EEB PROF. LUIZ FÉLIX BARRETO Laguna
EEB ENG. ÁLVARO CATÃO Laguna
EEB JOÃO GUIMARÃES CABRAL Laguna
EEB PROF. GRACINDA AUGUSTA MACHADO Laguna
EEB VISCONDE DORIO BRANCO Laguna
EEM ENG. ANNES GUALBERTO Laguna
EEB VALENTIN GONÇALVES RIBEIRO Mafra
EEB PROF. MANUEL DE FREITAS TRANCOSO Maravilha
Nome da Escola Coordenadoria Regional de Educação
EEB PROF. JUREMA SAVI MILANEZ Maravilha
EEB DELMINDA SILVEIRA Palmitos
EEB FELISBERTO DE CARVALHO Palmitos
EEB EXPEDICIONÁRIO MARIO NARDELLI Rio do Sul
EEB DEP. JOÃO CUSTÓDIO DA LUZ Rio do Sul
EEM VALMIR OMARQUES NUNES São Joaquim
EEB MANOEL CRUZ São Joaquim
EEB MARTINHO DE HARO São Joaquim
EEB SÃO JOSÉ São Joaquim
EEB ARAÚJO FIGUEIREDO São Joaquim
EEB VERÔNICA SENEM São Lourenço do Oeste
EEB SÃO BERNARDINO São Lourenço do Oeste
EEB SOROR ANGÉLICA São Lourenço do Oeste
EEB EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI São Lourenço do Oeste
EEB PROF. OLGA NUNES DE ABREU São Lourenço do Oeste
EEB MARIA MADALENA DE MOURA FERRO São Lourenço do Oeste
EEB SANTA LÚCIA São Lourenço do Oeste
EEB PROF. CECÍLIA LOTIN São Miguel do Oeste
EEB EVERARDO BACKHEUSER São Miguel do Oeste
EEB SARA CASTELHANO KLEINKAUF São Miguel do Oeste
EEB ARABUTA Seara
EEB BENJAMIM CARVALHO DE OLIVEIRA Seara
EEB FRANCISCO MACIEL BAGESTON Seara
EEB BRUNO HEIDRICH Taió
EEB LEOPOLDO JACOBSEN Taió
EEB LUIZ BERTOLI Taió
EEB PROF. GIOVANI TRENTINI Timbó
EEM ANTÔNIO KNABBEN Tubarão
EEB GOV. BORNHAUSEN Videira
EEB GONÇALVES DIAS Videira
EEB CECÍLIA VIVAN Videira
EEB PROF. ADELINA RÉGIS Videira
EEB VINTE E CINCO DE MAIO Videira
EEM PAULO FREIRE Xanxerê
EEB PE. ANTÔNIO VIEIRA Xanxerê
EEB PROF. CORÁLIA GEVAERD OLINNGER Xanxerê
EEB DOM VITAL Xanxerê
EEB JOÃO ROBERTO MOREIRA Xanxerê
EEB ROMILDO CZEPANHIK Xanxerê
EEB GOMES CARNEIRO Xanxerê
SUMÁRIO
1 Apresentação 11
2 Introdução 15
3 Contextualização 21
4 Ciências Humanas e Sociais Aplicadas 27
Estudos e Práticas em Ciências Humanas 30
Diálogos Contemporâneos das Juventudes 47
Pesquisa de Campo e Intervenção Local 61
Estudos e Projetos Culturais 76
5 Ciências da Natureza e suas Tecnologias 91
Conhecimento Científico em Ciências da Natureza 94
Experimentação e Outras Práticas Investigativas 105
Sociedade, Saúde e Meio Ambiente. 119
6 Ciência e Tecnologia 133
Educação Tecnológica 136
Cultura Digital 146
Pensamento Computacional 156
7 Componentes Integradores 165
Estudos Dirigidos 169
Educação Empreendedora 179
Projeto de Intervenção 188
Projeto de Pesquisa e Iniciação Científica 199
8 Linguagens e suas Tecnologias 213
Práticas Corporais 218
Práticas das Linguagens Artísticas 228
Práticas em Libras 241
Práticas de Linguagem no Campo Jornalístico-Midiático 251
Práticas de Linguagens e Intervenção Sociocultural 261
Praticas de Letramento Literário com Ênfase na Literatura Local 270
Práticas de Multiletramentos no Campo Artístico-Literário 280
9 Matemática e suas Tecnologias 298
Educação Financeira 292
Educação Fiscal 309
Jogos de Raciocínio Lógico-Matemático 223
Matemática Aplicada 236
10 Glossário 349
1 APRESENTAÇÃO

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 11


A partir das mudanças efetivadas pela Lei n. 13.415/2017, que alterou a Lei de Di-
retrizes e Bases da Educação (Lei n. 9.394/1996), bem como da homologação da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio, em 2018, além da atualização,
em novembro deste mesmo ano, das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o Ensino
Médio, as Unidades Federativas do Brasil passaram a vislumbrar em seus horizontes o de-
safio da implementação do Novo Ensino Médio em todas as escolas das redes de ensino
que ofertam essa etapa da educação básica até o ano de 2022.
Em Santa Catarina, buscou-se avançar na direção do cumprimento desse desafio,
ainda no ano de 2018, por meio da adesão de 120 escolas-piloto, em conformidade com
o estabelecido na Portaria MEC n. 649/2018, que institui o Programa de Apoio ao Novo
Ensino Médio. Em 2019, a Secretaria de Estado da Educação realizou encontros formati-
vos com as equipes pedagógicas dessas escolas e emitiu documentos orientadores para
referenciar o trabalho pioneiro a ser realizado. Ao longo do ano de 2020, as escolas-piloto
iniciaram ações de flexibilização curricular nas 1as séries do Novo Ensino Médio. Nessa
série, foi efetivada uma organização curricular que compreendia uma parte de Formação
Geral Básica e uma Parte Flexível, consubstanciada na forma de Itinerários Formativos,
contendo, neste caso, os componentes Projeto de Vida, Segunda Língua Estrangeira e
Componentes Curriculares Eletivos (CCEs). A oferta desses componentes compreende
oportunizar aos(às) estudantes condições para realizar escolhas acertadas para a sua
trajetória escolar nos anos seguintes. Importa destacar que a organização para o Novo En-
sino Médio, no estado de Santa Catarina, abrange o início das Trilhas de Aprofundamento
a partir da 2ª série escolar.
Nesse primeiro ano de implementação do Novo Ensino Médio, o maior desafio en-
contrado foi definir as temáticas a serem trabalhadas nos CCEs, compreendendo que estes
devem atender aos anseios dos(as) jovens aprendizes. Assim, a equipe técnica da Diretoria
de Ensino da SED/SC orientou as 120 Unidades Escolares a realizarem uma escuta diag-
nóstica, com a comunidade escolar, visando à busca de assuntos que pudessem ser incor-
porados nos CCEs. Desse processo, resultou o levantamento de mais de 500 sugestões
de temáticas para a composição dos CCEs. A partir desse levantamento, realizou-se um
primeiro movimento, com a participação da Equipe Técnica da Gerência de Ensino Médio e
Profissional da SED, para a seleção e a organização temática dos CCEs, resultando em 52
possibilidades de temas.
À medida que a implementação dos CCEs avançava nas escolas-piloto, a equipe
técnica da SED, em conjunto com a equipe pedagógica e docente dessas escolas, iniciou
o processo de qualificação das ementas que incorporaram as novas temáticas produzi-
das, originando o projeto de produção colaborativa de “Roteiros Pedagógicos”. Para essa
atividade, a Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina contou com o apoio do

12 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Instituto iungo, parceiro atuante, propositivo e responsivo na qualificação desses Roteiros.
O processo de reelaboração dos CCEs foi realizado com a participação de 363
profissionais, envolvendo professores(as) e coordenadores(as) das 120 escolas-piloto do
Novo Ensino Médio, profissionais das Coordenadorias Regionais de Educação, além do
apoio de técnicos(as) do Órgão Central da SED, profissionais da equipe ProBNCC (Progra-
ma de Apoio à Implementação da BNCC), bem como de especialistas do Instituto iungo
que se dedicaram à qualificação dos componentes a partir das ementas elaboradas pelas
escolas-piloto para os CCEs.1
Atendendo ao cronograma de trabalho, realizado entre os meses de agosto e no-
vembro de 2020, e organizados por grupos de trabalhos, obteve-se o resultado de escrita
de 25 Roteiros Pedagógicos. Tais Roteiros serão, agora, apresentados na forma de um
Portfólio, que servirá para subsidiar as escolas-piloto do Novo Ensino Médio na oferta dos
CCEs e integrarão o Currículo Base do Ensino Médio do Território Catarinense.
Além disso, será ofertado aos(às) estudantes um Portfólio específico que proporcio-
nará a eles maior segurança ao realizar as escolhas que definirão suas trajetórias escolares.
Por fim, o presente documento representa outro importante passo para a consoli-
dação de um Novo Ensino Médio com qualidade e conectado à realidade de nossos(as)
estudantes, capaz de empregar novos sentidos e práticas e, por conseguinte, de alcançar
melhores e promissores resultados para essa etapa da educação básica.

Natalino Uggioni
Secretário de Estado da Educação

1
Este processo ocorreu paralelamente à construção do Currículo Base do Ensino Médio do Território Catarinense, que contou com
a participação de outros 250 professores(as) da Rede, além da equipe SED, da equipe ProBNCC e da equipe de consultores(as)
especialistas em currículo.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 13


2 INTRODUÇÃO

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 15


Olá! Sejam bem-vindas e bem-vindos!
A história que será contada a seguir é fruto da crença de que o trabalho em rede fa-
vorece a conquista de maior qualidade. O Novo Ensino Médio vem desafiando o país a criar
mais espaços de participação para os(as) estudantes desta etapa de ensino, que poderão
escolher percursos formativos que vão ao encontro de seus interesses e projetos de vida.
Entretanto, como apoiá-los(as) nessas escolhas? Como apoiar as escolas na estruturação
desse processo? As soluções encontradas pelos diferentes cantos do país são diversas,
mas a Rede de Santa Catarina construiu um caminho bastante peculiar, como poderá ser
conhecido nas próximas linhas. Um material foi idealizado, construído com muito esforço
e colaboração, e será, aqui, apresentado.
Esse documento, agora disponível para leitura e utilização de escolas, educado-
res(as) e de todos(as) os(as) interessados(as) nas inovações na educação pública, é resul-
tado de um trabalho coletivo e colaborativo, envolvendo educadores(as) de todas as áreas
do conhecimento, que trabalharam de forma remota durante o segundo semestre de 2020.
Foram meses difíceis devido à pandemia provocada pelo coronavírus, momento no qual a
educação se viu, mais uma vez, obrigada a se reinventar. Contudo, criatividade, resiliência
e determinação são competências muito desenvolvidas por professores e professoras, que
logo aceitaram o desafio com uma adesão significativa ao projeto de elaboração deste
material inovador. Mais uma vez, a educação pública mostra que não tem receio de inovar
nem de colocar a mão na massa.

16 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS
COM OS COMPONENTES
CURRICULARES ELETIVOS (CCES)
O processo de construção dos Componentes Curriculares Eletivos (CCEs) do Novo
Ensino Médio (NEM) de Santa Catarina passou por diversas fases e envolveu o trabalho
de muitos(as) educadores(as). Desde 2019, as equipes das 120 escolas-piloto na implan-
tação do NEM e das Coordenadorias Regionais de Educação realizaram escutas com as
comunidades, as famílias e os(as) jovens dessas comunidades
escolares: quais são as demandas desses sujeitos para a escola? Quais necessida-
des educativas esses(as) jovens e suas famílias consideram importantes atender? A partir
dessa escuta inicial, mais de 500 indicativos de possíveis temáticas para CCEs foram apre-
sentados por essas escolas e, a partir desse levantamento, realizou-se um primeiro movi-
mento de organização temática dos CCEs, o qual resultou na oferta de 52 componentes à
Rede. À medida que esse processo foi
implementado, a partir de ementas elaboradas pelos(as) professores(as) das es-
colas-piloto, reconheceu-se a necessidade de qualificação dos CCEs. Desse modo, deu-se
início a um processo formativo e colaborativo de reconstrução dos Roteiros Pedagógicos
desses componentes. As ementas colocadas em prática nas escolas de Novo Ensino Mé-
dio, ao longo do ano de 2020, foram consideradas as primeiras versões dos CCEs, configu-
rando-se como elementos de suma importância para subsidiar todo o processo que será
relatado nos próximos parágrafos.
Após esse primeiro movimento, foi identificada a necessidade de criação de um
material orientador que reunisse informações sobre todos os CCEs e apoiasse as equipes
escolares no trabalho de tornar o currículo mais flexível. Foi, então, planejado, de forma
conjunta pelas equipes da Secretaria de Estado da Educação e do Instituto iungo, um per-
curso constituído de forma a figurar, ao mesmo tempo, como formativo e propositivo para
professores e professoras da Rede. Nele, os(as) docentes atuaram como coautores(as)
das propostas dos CCEs e de seus respectivos Roteiros Pedagógicos, pensados como
referência para todas as escolas do Novo Ensino Médio no estado.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 17


A CONSTRUÇÃO DOS PORTFÓLIOS
O processo formativo e de construção coletiva se deu em várias etapas. Teve início
com uma webconferência no mês de agosto, na qual professores e professoras foram
convidados(as) a participar do projeto. Antes mesmo dessa web terminar, mais de 100
profissionais já haviam se inscrito, o que, novamente, mostrou a imensa adesão ao projeto
e o comprometimento de toda a Rede.
Integraram-se ao processo de reelaboração dos CCEs 363 profissionais, envolven-
do professores(as) e coordenadores(as) das 120 escolas-piloto do Novo Ensino Médio da
Rede Pública Estadual; profissionais das Coordenadorias Regionais de Educação, os quais
foram alocados no Componente Curricular Eletivo, conforme indicação no formulário de
inscrição disponibilizado para esta finalidade; 10 especialistas do iungo e 12 técnicos(as)
da SED. Os grupos desenvolveram seus trabalhos entre agosto e novembro de 2020, por
meio de reuniões virtuais, trocas pelo WhatsApp, debates e produção coletiva dos Roteiros
Pedagógicos.
Os componentes, por sua vez, foram organizados por Áreas do Conhecimento (Ci-
ências Humanas e Sociais Aplicadas, Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas
Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias). Já os componentes que integra-
vam mais de uma área, temas contemporâneos transversais e outros foram organizados
em duas “Áreas de Concentração”: Ciência e Tecnologia, e Componentes Integradores.
Cada um desses grupos contou com o apoio de especialistas do Instituto iungo e técnicos
da SED; profissionais responsáveis por apoiar os(as) educadores(as) no processo de escri-
ta das segundas versões dos CCEs.
Para esse percurso, foram construídos vários materiais de apoio, por exemplo, um
documento chamado Roteiro Pedagógico. Esse roteiro buscou estabelecer um parâmetro
para a estruturação de todos os CCEs, visando a um diálogo com os preceitos do NEM e
com a Proposta Curricular de Santa Catarina.
Além do Roteiro, foi criado um protótipo de CCE, baseado na experiência de projetos
anteriores da Rede, ancorados no Ensino Médio Integral em Tempo Integral e no Ensino
Médio Inovador. Esse componente apontava possibilidades para a construção dos demais
Roteiros, elucidando a estrutura básica para essas produções coletivas.
Por fim, um outro material derivado desse processo de escuta, estudo e organiza-
ção foi o documento intitulado Parâmetros de Qualidade dos CCEs, que abordava, de forma
mais aprofundada, cada item do Roteiro.
A cada versão entregue, foram realizadas leituras críticas, devolutivas e encontros
formativos com os(as) especialistas e técnicos(as). Para além da certificação que essa

18 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


equipe de educadores(as) irá receber e da coautoria dos Roteiros aqui publicados, certa-
mente o maior incentivo à participação de todos e todas é saber que esse material será um
apoio inestimável para professores e professoras de todo o estado, e que integrará o Currí-
culo Base do Ensino Médio do Território Catarinense, visando à inovação e à qualidade no
Ensino Médio. Além disso, a Rede contará, também, com o material específico para os(as)
estudantes cujo objetivo é apoiá-los em suas trajetórias escolares; processo que passa por
conhecer as possibilidades de CCEs ofertados pela Rede e pela identificação daqueles que
dialogam com seus interesses e projetos de vida.
Mais uma curiosidade desse percurso é que até a identidade dos Portfólios foi fruto
de uma escolha coletiva. As sugestões de nomes partiram dos(as) educadores envolvi-
dos(as) na construção e a votação final elegeu a seguinte identidade para o material: Com-
ponentes Curriculares Eletivos: construindo e ampliando saberes.
Como poderão perceber, as aspirações das equipes envolvidas com esse traba-
lho foram bem ousadas, mas, depois dessa jornada coletiva de construção dos Portfólios
dos(as) professores(as) e dos(as) estudantes, ficou a certeza de que a Rede Estadual de
Santa Catarina, com sua competência e comprometimento, está criando uma nova cultura
de educação para os(as) estudantes do Ensino Médio.

Boa leitura e um forte abraço!

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 19


3 CONTEXTUALIZAÇÃO

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 21


UM NOVO ENSINO MÉDIO PARA SANTA CATARINA
TEMPO DE MUDANÇAS

O ano de 2020 marca o início de uma grande reestruturação do Ensino Médio nas
escolas da Rede Estadual de Santa Catarina. Neste ano, 120 unidades escolares iniciaram a
implementação do Novo Ensino Médio, que representou um esforço de reorganização dos
tempos, dos espaços e dos sentidos da escola, afetando tanto os(as) estudantes quanto
os(as) educadores(as) e os demais setores das comunidades escolares. Essa implemen-
tação pretende alcançar todas as escolas da Rede em 2022, com o compromisso expres-
so de garantir aos(às) estudantes uma Formação Integral, conectada a seus interesses, a
suas realidades e a seus projetos de vida, e também aos desafios do século XXI.
Para contextualizar todas essas mudanças, vale a pena recordar os desafios que
marcaram o Ensino Médio no Brasil das últimas décadas. O abandono escolar, a defasa-
gem idade-série e os níveis de aprendizagem dos(as) jovens são aspectos que levantam
grande preocupação; afinal de contas, a educação de qualidade é um direito dos(as) estu-
dantes e um dever do Estado. Soma-se a isso a percepção, tanto dos(as) estudantes quanto
dos(as) educadores, pesquisadores(as) e gestores(as) da área, acerca do distanciamento que
existe entre a escola e o contexto em que os(as) jovens vivem, seus modos de vida e suas
perspectivas de futuro.
O Novo Ensino Médio tem potencial para transformar essa realidade. Ele é mais do
que um programa de governo ou uma iniciativa regional das Secretarias de Educação. É, na
verdade, a consolidação de várias proposições legais que resultaram na Lei n. 13.415/2017
e na atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o Ensino Médio.

22 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


PRINCIPAIS DOCUMENTOS E MARCOS LEGAIS
QUE ORIENTAM O NOVO ENSINO MÉDIO
2017

Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017


Altera a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Re-
força a necessidade de uma Formação Integral articulada aos projetos de vida dos(as)
estudantes. Define que os currículos terão variados arranjos curriculares, formados por
uma parte comum (Base Nacional Comum Curricular – BNCC) e outra flexível, alinhada
aos contextos de cada território, denominada Itinerários Formativos.

Base Nacional Comum Curricular Base Nacional Comum Curricular


(BNCC) do Ensino Médio (BNCC) do Ensino Médio
Estabelece as competências, as habilidades Detalha a configuração dos Itinerá-
e os objetos de conhecimento que todas as rios Formativos a partir de quatro Ei-
crianças, os(as) adolescentes, os(as) jovens, xos Estruturantes: Investigação Cien-
os(as) adultos(as) e os(as) idosos(as) têm o tífica, Processos Criativos, Mediação
direito de aprender em sua jornada escolar. e Intervenção Sociocultural, e Empre-
No contexto do Novo Ensino Médio, a BNCC endedorismo; cada um deles com um
conforma o que é chamado de formação ge- foco pedagógico específico e habili-
ral básica ou parte comum. dades vinculadas para que seja viabi-
lizada a sua concretização.
2018

Atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o Ensino Médio


Concretiza e detalha a Lei de Reforma do Ensino Médio. Explicita que o currículo
deve conectar a educação ao mundo do trabalho e à prática social, além de contem-
plar metodologias que favoreçam a contextualização e a articulação entre diferen-
tes campos de saber. Também traça parâmetros para delimitar a configuração dos
Itinerários Formativos e da parte comum do currículo.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 23


CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 23
PARA ENTENDER A ORGANIZAÇÃO
CURRICULAR DO NOVO ENSINO MÉDIO
Como formar integralmente os(as) estudantes? Como acolher, de fato, seus interesses,
suas práticas e seus saberes? Como, enfim, traduzir a legislação em currículos e em práticas
pedagógicas que dialoguem de maneira mais direta com as realidades dos territórios do Brasil?
Os marcos legais não deixam dúvidas de que as respostas a essas perguntas deman-
dam esforço coletivo e a reorganização curricular do Ensino Médio. É por isso que a nova lei
incentiva arranjos flexíveis e interdisciplinares para que os(as) estudantes escolham percursos
de aprendizagem próximos ou alinhados a seus projetos de vida e aos contextos em que vivem,
garantindo a ampliação de aprendizagens e horizontes para suas vidas.
A organização prevista para o Novo Ensino Médio compreende um currículo desdobra-
do em Formação Geral Básica, pautada pela BNCC, e Itinerários Formativos, de caráter flexível.

FORMAÇÃO GERAL BÁSICA


É definida pelas aprendizagens essenciais estabelecidas na BNCC, garantidas a
todos(as) os(as) estudantes brasileiros(as). Prevê o desenvolvimento de competências
gerais, assim como competências específicas a serem desenvolvidas por cada uma das
quatro Áreas do Conhecimento, a saber:

� Ciências Humanas e Sociais Aplicadas


� Ciências da Natureza e suas tecnologias
� Linguagens e suas tecnologias
� Matemática e suas tecnologias

ITINERÁRIOS FORMATIVOS
São a parte flexível dos currículos, definida pelas redes e instituições de ensino, e,
devido a esse caráter de maior flexibilização, podem apresentar uma configuração dife-
renciada entre as escolas, tomando por base as possibilidades organizadas pela Rede. No
estado de Santa Catarina, os Itinerários Formativos são compreendidos por: componente
Projeto de Vida, Trilhas de Aprofundamento, Segunda Língua Estrangeira e Componentes
Curriculares Eletivos, sendo, os três últimos, de escolha dos(as) estudantes. O objetivo é
que aprofundem e ampliem suas aprendizagens em uma ou mais Áreas de Conhecimento
e/ou na Formação Técnica e Profissional.

24 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Ao possibilitar que os(as) estudantes façam escolhas que impactam sua trajetória
escolar, os Itinerários Formativos favorecem o protagonismo juvenil. Portanto, devem:

� Pautar-se pela concepção de Educação Integral da BNCC.


� Dialogar com as competências gerais e competências e habilidades específicas das
Áreas de Conhecimento da BNCC e/ou da Formação Técnica e Profissional.
� Estar alinhados ao contexto local das escolas.
� Estar sintonizados à diversidade de interesses e de experiências dos(as) estudantes.
� Conectar-se às demandas do mundo contemporâneo.
� Adequar-se às possibilidades de oferta das instituições e de sistemas de ensino.
� Estar em consonância com a Proposta Curricular de Santa Catarina, de perspectiva
histórico-cultural.

TRILHAS DE APROFUNDAMENTO
O(a) estudante escolhe, entre as possibilidades de Trilhas de Aprofundamento ofe-
recidas pela Rede, quais deseja cursar, de acordo com seus interesses pessoais e profis-
sionais. Ao percorrer uma Trilha, o jovem cursa um conjunto de unidades curriculares que
se articulam a uma ou mais Áreas do Conhecimento e/ou de Formação Técnica e Profissio-
nal, permitindo o aprofundamento das aprendizagens da Formação Geral Básica.

PROJETO DE VIDA
O Novo Ensino Médio tem por objetivo proporcionar, com base em uma organização
curricular pautada no trabalho por Áreas do Conhecimento, da flexibilização do currículo
e da aplicação de metodologias ativas e centrada nos(as) estudantes, vivências escolares
a partir das quais eles(as) possam desenvolver-se integralmente, em todas as dimensões
que se interseccionam para a formação de suas identidades como sujeitos (intelectual,
física, emocional, social, cultural, entre outras).
Nesse sentido, o componente Projeto de Vida se apresenta, no Currículo do Terri-
tório Catarinense, como uma possibilidade ímpar para o trabalho pedagógico voltado ao
desenvolvimento dos projetos de vida dos(as) estudantes, sendo um espaço constituído,
na organização curricular, para proporcionar vivências que incentivem os(as) jovens a com-
preenderem suas identidades diversas e a partir das quais tenham valorizadas suas cultu-
ras e singularidades. Tem-se por objetivo, ainda, auxiliá-los(las) nas escolhas dos Itinerá-
rios Formativos (Segunda Língua Estrangeira, Componentes Curriculares Eletivos e Trilhas
de Aprofundamento), além de em suas escolhas para a vida e para o mundo do trabalho.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 25


COMPONENTES CURRICULARES ELETIVOS (CCEs)
Os CCEs são componentes semestrais e contribuem para a ampliação e a diversi-
ficação das aprendizagens, e a potencialização do fator de flexibilização do currículo. No
estado de Santa Catarina, foram construídos com base em uma escuta das 120 escolas-pi-
loto da Rede, a partir da qual foram prospectados indicativos do que os(as) jovens gosta-
riam de aprender e vivenciar na escola.

O que é um Componente Curricular Eletivo

� Espaço de ampliação de aprendizagens e conhecimentos que proporciona vivências


diversas, contempladas ou não, na BNCC.
� Oportunidade para os(as) estudantes construírem a própria trajetória escolar, em um
contexto de flexibilização e de promoção do protagonismo juvenil.
� Construção dos(as) educadores da rede, como resultado de diagnóstico realizado nas
escolas-piloto.
� Proposta que resulta de criatividade e de inovação, capaz de gerar mudanças significa-
tivas na organização dos tempos, dos espaços e das práticas escolares.
� Unidade curricular de caráter mais prático e experiencial, desenvolvida com base em
metodologias ativas.

O Portfólio de CCEs, apresentado nas próximas páginas, foi construído por edu-
cadores e educadoras da Rede Estadual de Santa Catarina, com o apoio de técnicos e de
técnicas da Secretaria de Estado da Educação, e de especialistas do Instituto iungo. Ao
abarcar um amplo espectro de interesses dos(as) jovens, o Portfólio busca consolidar uma
oferta variada para que eles(as) personalizem seus percursos escolares, encontrando, na
escola, oportunidades para desenvolver habilidades e construir aprendizagens em conso-
nância com quem são hoje e com suas perspectivas de futuro.

26 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


4 CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 27


O desafio de escrever quatro componentes, de forma coletiva, com a participação de
mais de 50 professores e professoras da rede estadual de Santa Catarina, não foi pequeno.
Mas aqui estamos e, cá entre nós, o resultado é maravilhoso! Em uma construção coletiva, op-
tamos por construir quatro componentes eletivos, os quais, longe de esgotar os temas da área,
abrem diversas possibilidades de trabalho pedagógico, pesquisa e intervenção.
Nossa proposta foi criar componentes os quais, ao mesmo tempo em que são
formativos e constituem um guia de atuação para os professores e as professoras que
vão atuar no Novo Ensino Médio, não são rígidos, mas sim flexíveis, personalizáveis e que
incentivam a pesquisa, a construção coletiva e podem ser contextualizados de acordo com
a realidade de cada escola, conforme os interesses mais marcantes de educadores e de
estudantes, em conexão orgânica com os projetos de vida de cada jovem. Além disso,
buscamos garantir a ampliação de conhecimentos, trazendo teorias e reflexões que nem
sempre são inseridas nos componentes regulares da área, trilhando um percurso metodo-
lógico, que deve ser visto como uma sugestão, com o objetivo de apoiar a construção do-
cente de cada um desses componentes. Gostaríamos de convidar os(as) educadores(as)
a experimentarem as sugestões de metodologias ativas, de avaliação processual e, em
especial, de uma culminância dos componentes eletivos ao final do semestre. Garantimos
que os resultados podem ser surpreendentes!

Os quatro componentes apresentados na sequência deste capítulo são:

ESTUDOS E PRÁTICAS EM CIÊNCIAS HUMANAS


Este componente tem como enfoque a prática de pesquisa empírica, com preocu-
pação especial em possibilitar aos(às) estudantes que tenham experiências de pesquisa
com temas contemporâneos da área e que vivenciem metodologias científicas diferen-
ciadas, estimulando o pensamento científico e crítico(s) dos(as) jovens frente à realidade
social que os(as) cerca.

DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS DAS JUVENTUDES


Este componente traz como seu principal foco a análise, a pesquisa e a discussão
sobre temas caros aos(às) jovens, presentes nas diferentes concepções de juventudes que
marcam cada turma de estudantes. A ideia central do componente é estimular a pesquisa
e a discussão aprofundada sobre problemas, desafios e características dos diferentes gru-
pos juvenis, ajudando a refletir, de forma crítica, sobre estereótipos que, muitas vezes, a so-
ciedade impõe sobre os(as) adolescentes e, ao mesmo tempo, estimular a quebra de pre-
conceitos presentes entre os(as) próprios(as) estudantes, abordando desde temas como
manifestações culturais até preconceitos, diversidade e inserção no mundo do trabalho.

28 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


PESQUISA DE CAMPO E INTERVENÇÃO LOCAL
Fortemente baseado na ideia de projetos de intervenção e estudo do meio, este
componente busca ser um espaço de pesquisa, de reflexão e de atuação sobre as ques-
tões ambientais presentes em cada comunidade. Sem se confundir com o componente
específico sobre sustentabilidade da Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, o
componente em questão traz a relação da comunidade com seu entorno, reflexões epis-
temológicas e conceituais sobre relações capitalistas de consumo e produção, a relação
ser humano e meio ambiente, a atuação crítica frente às questões da integração humana à
natureza e a garantia dos direitos do bem viver.

ESTUDOS E PROJETOS CULTURAIS


O quarto componente nos leva para as discussões sobre cultura, produções cultu-
rais e expressões artísticas, buscando dialogar com/sobre as expressões culturais mais
específicas de cada região até as questões globais. Temas que atraem os(as) jovens e
impactam nas relações sociais presentes e futuras por meio de questionamentos sobre
diversidade cultural, indústria cultural, relações entre cultura e formação local, manifesta-
ções periféricas e outras possibilidades de pesquisas e intervenções nos âmbitos artístico
e cultural. O grupo buscou destacar, como objetivo central, que, ao estudar as manifesta-
ções culturais locais, os(as) estudantes percebam que não existem culturas superiores
ou inferiores umas às outras, mas sim que existe uma diversidade cultural enriquecedora
contribuindo, dessa forma, para o enfrentamento ao etnocentrismo.
Finalmente, gostaríamos de ressaltar o trabalho de professores e professoras que
atuaram na construção desses componentes e que, acima de tudo, demonstraram um
imenso comprometimento tanto com o aprendizado autônomo e protagonista dos(as) jo-
vens quanto com a autoria e a liberdade docentes. O que vocês verão, a seguir, é uma
construção que busca apoiar docentes na trajetória desafiadora e instigante de lecionar
componentes eletivos e, ao mesmo tempo, um convite para a criatividade, a pesquisa, a
interação com a comunidade escolar e a construção coletiva de cada turma de estudantes,
por meio da mediação preciosa de seus professores e professoras.

Boa leitura!
Marilse Cristina de Oliveira Freze e Tânia Maurícia Willamil Silva (Técnicas da SED)
Camila Tribess e Paulo Edson de Oliveira (Especialistas do Instituto iungo)

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 29


Estudos e Práticas em Laboratório de Ciências
Ciências Humanas Humanas e Sociais Aplicadas
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) RESUMO
Agnaldo Maurício Périco Lima O Laboratório de Ciências Humanas e Sociais
Bruna Thomé Aplicadas é um espaço de experienciar múltiplas
Bruno Zanella inteligências, organizado a partir da premissa de
Carlos Roberto Cardoso Júnior que esta área é composta por conhecimentos es-
Célia Reni Barcela truturados em métodos científicos, racionais e, na
Denise Tomé de Oliveira contemporaneidade, integrado a diversos sabe-
Diego Guimarães Fernandes res. Utilizando a abordagem laboratorial na prática
Fernanda Aparecida Silva Dias da investigação científica e nas ações de interven-
Jessica Roberta Sozo ção, este Componente Curricular Eletivo estimula
Jovelino Baldissera a valorização dos procedimentos prático-pedagó-
Loricinei Orsolin gicos que permitem e possibilitam a conexão en-
Luciana Carvalho Prates tre teoria e prática, com uma abordagem ampla,
Luiz Antônio Garcia valorizando a autonomia dos(as) professores(as)
Marjorie Tessie Sozo e alunos(as) para uma melhor adaptação às suas
Mauren Ferreira Lopes realidades locais. Assim, aos(às) estudantes será
Pedro Cristiano de Azevedo possível a compreensão e a experimentação dos
Samuel Batista dos Santos métodos, procedimentos e práticas das Ciências
Sara Krieger do Amaral Humanas e Sociais Aplicadas, percebendo como
Sidinei Rui esses conhecimentos podem auxiliá-los(las) nas
Sidnei Luís Silveira suas vivências cotidianas e no seu crescimento
Vera Lúcia Carpes Schneider pessoal, profissional e social. Este componente
curricular também permite uma flexibilização nos
objetos e conteúdos estudados, uma vez que o
ÁREAS Roteiro Pedagógico está baseado em métodos
e práticas mais amplos, possibilitando aos(às)
Linguagens e suas Tecnologias estudantes e professores(as) definirem os obje-
Matemática e suas Tecnologias tos de pesquisa e a abordagem que será adota-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias da, garantindo autonomia e protagonismo, além
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas de possibilitar o atendimento às necessidades
Ciência e Tecnologia locais e regionais, em diálogo com os temas e
Componentes Integradores desafios e globais.

30 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao longo do estudo deste Componente Curricular Eletivo, espera-se que o(a) alu-
no(a) seja capaz de:

� Questionar os fenômenos sociais, formular hipóteses, considerar a mudança de variá-


veis e sustentar o raciocínio com observação, pesquisa, modelos ou teorias. Analisar e
explicar como as evidências sustentam argumentos e afirmações, identificando infor-
mações falsas, falhas de raciocínio e diferenças de pontos de vista.

� Vivenciar o contraditório de maneira a experienciar o conflito de ideais e o reconheci-


mento do outro, sendo este outro: um indivíduo, a turma, o conhecimento e/ou o mundo.

� Comparar, agrupar e sintetizar informações de diversas fontes,

� inclusive as próprias ideias ou as do(a) colega, para elaborar uma explicação ou um


argumento coeso e embasado, relacionando-o com os conceitos da Área de Conhe-
cimento e os Processos Cognitivos de Assimilação, garantindo uma abordagem mais
ampla e uma análise crítica, criativa e aprofundada dos dados disponíveis.

� Elaborar questões-problema para garantir uma base sólida para a investigação de um


problema ou desafio e interpretar dados e informações de maneira embasada, conside-
rando o contexto em que foram produzidos, para se posicionar criticamente com base
em critérios científicos, estéticos e éticos.

� Identificar a contribuição dos métodos, práticas e conhecimentos das Ciências Huma-


nas e Sociais Aplicadas na compreensão das suas individualidades, do mundo em que
vivem, e auxiliar no desenvolvimento da cidadania, nas suas práticas cotidianas e no
mundo do trabalho.

� Questionar e problematizar, a partir de um olhar crítico, as ideias existentes e criar solu-


ções inovadoras (inclusive tecnológicas e digitais), elaborando planos de investigação
para pesquisar uma questão ou solucionar um problema que afete sua vida ou a da
comunidade em que vive.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 31


JUSTIFICATIVA
Um dos grandes desafios das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas é sua legiti-
mação social como área do conhecimento e seu reconhecimento como saber científico e
racional, a partir da natureza das investigações propostas pela História, pela Geografia e
pela Sociologia, e pela reflexão inerente à Filosofia. Além disso, assim como em outras áre-
as do conhecimento, vivemos uma chamada “crise da verdade”, na qual a ciência tem sido
colocada em xeque por movimentos negacionistas. Para que esta legitimação social seja
possível, é importante que professores(as) e estudantes possam ter acesso a métodos
de coleta, análise, tratamento e sistematização de dados, fontes e informações, que resul-
tem nos conhecimentos construídos a partir das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
e que auxiliem na resolução de problemas cotidianos, nos diferentes níveis das relações
humanas (individuais e/ou coletivas), em um nicho local, regional e/ou global. Por ciência,
compreende-se o campo de produção do saber que produz, a partir do método científico,
conhecimentos provisórios, questionáveis e em movimento dialético de aprimoramento, a
partir das contribuições de toda a comunidade científica.
Dessa forma, torna-se imperativo que a escola oferte oportunidades de aprendiza-
gem que: priorizem o protagonismo e a autonomia juvenil, vivências de trabalho em grupo,
e que dê subsídios para potencializar a capacidade de intervenção na realidade social,
tendo como eixo orientador os conhecimentos e processos metodológicos oriundos e/ ou
inerentes às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas nos seus mais diferentes aspectos,
considerando diferentes linguagens e contextos. (BNCC, 2019, p. 561-569).
Nessa perspectiva, além de contribuir para explicar como as evidências sustentam
argumentos e afirmações, identificando informações falsas, falhas de raciocínio ou de ar-
gumentação e diferentes pontos de vistas, o laboratório possibilita compreender os luga-
res de fala dos atores sociais. Essa abordagem contribui para que o(a) estudante possa
comparar, agrupar e sintetizar informações de diversas fontes, inclusive as próprias ideias,
para elaborar uma explicação ou um argumento coeso e embasado, questionando e proble-
matizando ideias existentes e criando soluções inovadoras para problemas do cotidiano.
Assim, o Laboratório de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas surge dessas ne-
cessidades diagnosticadas para apoiar a construção de conhecimento científico, alinhado
com as práticas pedagógicas e as diversas formas de expressão do conhecimento que
os(as) estudantes trazem consigo – suas próprias experiências e o desejo de se posiciona-
rem como agentes de uma sociedade que influencia e é influenciada por eles(as) — tornan-
do-os(as) capazes de identificar questões-problema, para garantir uma base sólida para
a investigação de um problema ou desafio e interpretar dados e informações de maneira
precisa, considerando o contexto em que foram produzidos para se posicionarem critica-
mente, fundamentados em critérios científicos, estéticos e éticos.

32 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
Que tal serem detetives da realidade e aprenderem a pensar de forma crítica e consciente?
� Têm interesse em analisar, criticar, questionar, investigar a realidade de forma prática e
com uso de novas tecnologias, com abordagem laboratorial e questões relacionadas a
si, ao outro, e às relações que se estabelecem entre si e o outro?
� Desejam intervir na realidade local, de forma criativa, racional, colaborativa, equânime e soli-
dária, por meio de projetos, ações e/ou mediações e interações sociais?
� Almejam ampliar seus conhecimentos sobre o mundo, o ser humano e suas relações
sociais, culturais, políticas e econômicas ao longo do tempo e do espaço, em contextos
locais, regionais e/ou globais, aplicando esses conhecimentos no seu cotidiano, com
foco na resolução de problemas?
� Pretendem vivenciar uma experiência de investigação, estudos e práticas com autono-
mia, protagonismo e abertura para o novo, na qual se tornem agentes do processo de
ensino-aprendizagem, de maneira emancipatória?
� Desejam desenvolver argumentos sólidos e coerentes, para se posicionarem de forma
verbal, escrita, imagética e/ou outros mecanismos de comunicação, diante de diferen-
tes realidades, exercendo a cidadania?

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


� Abertura para mediar um componente curricular organizado como prática laboratorial, que
possibilite a autonomia dos(as) estudantes e reconheça o protagonismo juvenil, desde o
planejamento e execução das atividades e ações até a avaliação dos resultados.
� Familiaridade com as práticas de investigação científica da área do conhecimento para rela-
cionar estudos e práticas em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, a partir das reflexões e
interesses dos(as) estudantes e de abordagens como pesquisas, intervenções, mapeamen-
tos, interações, ações sociais e estudos do meio.
� Disponibilidade e habilidades para a coleta e tratamento de informações, processamen-
to de dados, uso de novas tecnologias e elaboração de conteúdos, bem como capaci-
dade de filtrar, interpretar, analisar e transpor, de forma didática, a grande quantidade
de informação oriunda de diferentes tipos de fontes, possibilitando uma abordagem
racional, crítica e científica.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 33


COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1.Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer


à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

5. Cultura Digital. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e co-


municação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e
coletiva.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

9. Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-


peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos Direitos Humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

34 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir
de procedimentos epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.

� Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com


vistas à compreensão e à crítica de ideias filosóficas e processos e eventos históricos, geo-
gráficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.

� Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, eco-


nômicas, sociais, ambientais e culturais da emergência de matrizes conceituais hege-
mônicas (etnocentrismo, evolução, modernidade, etc.), comparando-as a narrativas que
contemplem outros agentes e discursos.

� Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos


políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na
sistematização de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa (expres-
sões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos, gráficos, ma-
pas, tabelas, etc.).

� Analisar objetos da cultura material e imaterial como suporte de conhecimentos, valo-


res, crenças e práticas que singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no
espaço.

� Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas (como populações nômades


e sedentárias, entre outras) e as oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natu-
reza, civilizados/ bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual, etc.), explicitando as
ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes
circunstâncias e processos.

� Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e de diferentes gêneros textuais e


as tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonis-
mo e autoria na vida pessoal e coletiva.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 35


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS
FORMATIVOS ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica

� Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza


histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional,
nacional e/ou global, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mí-
dias.

� Levantar e testar hipóteses sobre temas e processos de natureza histórica, social, eco-
nômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
contextualizando os conhecimentos em sua realidade local e utilizando procedimentos
e linguagens adequados à investigação científica.

� Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, explo-


ratória, de campo, experimental, etc.) em fontes confiáveis, informações sobre temas e
processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global, identificando os diversos pontos de vista e
posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar as fontes dos recur-
sos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes
mídias.

Mediação e Intervenção Sociocultural

� Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a gru-


pos sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao meio
ambiente, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, com base em fenômenos relacio-
nados às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

� Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Humanas


e Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção
sobre problemas de natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regio-
nal, nacional e/ou global, baseadas no respeito às diferenças, na escuta, na empatia e na
responsabilidade socioambiental.

� Propor e testar estratégias de mediação e intervenção para resolver problemas de natureza


sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, rela-
cionados às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

36 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
Seguem algumas sugestões de linha de pesquisa que abordam diferentes “objetos
do conhecimento” e que dão suporte para o desenvolvimento das competências e habili-
dades deste CCE:
� Tempo, Memória e Mentalidades.
� Espaços, Territórios e Natureza.
� Ética, Estética, Ciência, Política e Cidadania.
� Sociedade, Indivíduo e Relações Sociais.
� Cultura, Linguagens, Diversidade e Identidade.
� Urbanização, Relações de Produção e Tecnologia, Trabalho e Economia.

Importante: Não é possível trabalhar todas as linhas de pesquisa em um componente cur-


ricular eletivo com 40h/a. É preciso fazer escolhas. Nesse sentido, o(a) professor(a) deve
alinhar com os(as) alunos(as) a melhor abordagem de acordo com as adaptações na re-
alidade local. Para isso, deve utilizar essas linhas de pesquisas como “sugestões”, que
darão suporte ao planejamento. É importante que o(a) professor(a) defina o caminho a ser
percorrido, ou seja, uma linha de pesquisa, sem se esquecer das pontes com os demais
conhecimentos da área.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


� Analisar a realidade local e temas contemporâneos, sobretudo aqueles que sejam de
interesse dos(as) educandos(as), para desenvolver pesquisas com base nas metodo-
logias propostas. Propor atividades de campo utilizando os espaços e instituições pre-
sentes na região, prezando pela antecedência, planejamento e organização, desde o
agendamento até a execução das visitas técnicas, imersões, intervenções ou ações que
pretendem ser desenvolvidas.
� Articular parcerias com instituições locais e regionais (universidades, empresas, ONGs,
associações de moradores, conselhos comunitários, conselhos de controle social, ins-
tituições públicas, entidades beneficentes, agremiações, grupos organizados, etc.).
� Desenvolver ações de interação social na comunidade escolar que possam trazer algu-
ma contrapartida social.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 37


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
A prática laboratorial em Ciências Humanas e Sociais aplicadas pode apresen-
tar um leque muito diverso do ponto de vista da abordagem metodológica. Nesse sen-
tido, as abordagens podem ser adotadas utilizando as seguintes estratégias:

� Análise de discursos (ciclo de debates, rodas de conversa, júri simulado, etc.)


� Análise de produções (filmes, músicas, imagens, textos, dados estatísticos, etc.)
� Comunicação (produção de textos, tirinhas, desenhos, vídeos, podcasts,
flipbooks, elaboração de documentários, relatórios)
� Cooperação (trabalhos em grupo, equipes de pesquisas, etc.)
� Uso de redes sociais como fonte de pesquisa (WhatsApp, Facebook, Instagram, etc.)
� Uso de instrumentos (GPS, bússola, mapeamento por aplicativos de mapas ou Auto-
Cad, softwares de Geoprocessamento, pluviômetros, etc.)
� Aplicação de técnicas (restauro e conservação de documentos, fotografias, pinturas,
objetos; reciclagem, separação de resíduos, etc.)
� Pesquisa bibliográfica e documental
� Pesquisa de campo (entrevista estruturada, semiestruturada, livre, etc.)
� Inserções e experiências de imersões (em empresas, universidades, comunidades, ins-
tituições públicas, etc.)

Importante: Professor(a), não é possível usar tudo e em toda situação. Por isso, para
decidir qual estratégia metodológica se adequa à proposta do CEE e organizar seu
planejamento, leia a Sugestão de Percurso Formativo. É importante lembrar que as
estratégias são definidas a partir da pactuação entre estudantes e professores(as), e
deverão considerar: a) o interesse do(a) estudante; b) a formação e domínio teórico-
metodológico do(a) professor(a); c) os recursos disponíveis; d) o tempo e os horários
necessários; e) as questões-problema identificadas; e) as hipóteses levantadas.

38 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
Os recursos devem ser adaptados às realidades locais e à necessidade que o
Componente Curricular apresentar em cada Unidade Escolar, de acordo com o plane-
jamento e a organização dos(as) professores(as) e alunos(as). Sugestões de recursos
a serem utilizados:
Espaços: sala de aula; laboratório de informática; biblioteca; entorno da escola; pátio
e áreas de convivência; espaços de educação não-formal na comunidade; instituições
parceiras (universidades, empresas, ONGs, instituições públicas, etc.).

Equipamentos: data show; computador e/ou notebook e/ou celular e/ou tablet; TV/
DVD e/ou Smart TV; caixa de som; câmera fotográfica; gravador de voz; filmadora/gra-
vador de vídeo; lupas; bússola; GPS; pluviômetro; lousa digital/interativa, etc.

Recursos Digitais: cloud computing (armazenamento em nuvem); soluções digitais


de leitura para o público infanto-juvenil (ex.: Plataforma Guten); plataformas de ensino
adaptativo (ex.: Plataformas DreamBox Learning, ScootPad e Knewton, Geekie Games,
Anchor, SoundClound); aplicativos de estudos (ex.: Redação Nota 1000, AppProva e
CDF); bancos de objetos de aprendizagem (ex.: Plataforma Escola Digital); softwares
de Geoprocessamento.

Material de Uso Comum/Papelaria: cartolina; papel A4 (diferentes gramaturas); papel


com pauta; papel Kraft; prancheta; fichas de anotações; tesoura; cola branca; caneta
hidrocor; caneta esferográfica e/ou lápis; pastas para arquivo (A-Z/catálogo/elástico);
pincel para pintura; pincel para limpeza mecânica; papel vegetal/seda; sacos de acondi-
cionamento; caneta nanquim; caneta de marcação permanente; CD/DVD gravável; qua-
dro branco/quadro negro; pincel de quadro branco/ giz; régua; calculadora; fita adesiva;
material de anotação/rascunho; envelope; papel Paraná; cola quente (pistola e bastão);
pendrive; EVA/ TNT/tecidos; grampeador, etc.

Materiais Didáticos e Fontes de Pesquisa: livros de Literatura; livros técnicos e/ou paradi-
dáticos; livros didáticos; apostilas criadas pelos professores; cópias e fotocópias; jornais;
revistas e periódicos; documentos; fotografias; mapas; CD/DVD com materiais audiovisu-
ais; acervo arqueológico e museológico, sites governamentais, de instituições de pesquisa,
universidades e organismos internacionais; artigos acadêmicos e documentários.

Saídas de Campo (quando necessário): transporte; alimentação; hospedagem.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 39


AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um
Parecer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas
para as escolas. O processo de avaliação sistemática, orientado nas Diretrizes Curri-
culares Nacionais para o Ensino Médio, em seu Art. 8º, prevê a adoção de metodolo-
gias de ensino e de avaliação de aprendizagem que potencializam o desenvolvimen-
to das competências e habilidades dos(as) estudantes, favorecendo a construção do
protagonismo juvenil, considerando uma avaliação processual, formativa, qualitativa,
inclusiva e contínua. Nesse sentido, sugere-se que o acompanhamento seja feito roti-
neiramente, utilizando recursos de avaliação da aprendizagem com devolutivas do(a)
professor(a) e autoavaliação. Por exemplo, o(a) professor(a) observa, a partir dos obje-
tivos de aprendizagem, quais competências são mobilizadas na atividade, diagnostica
se os(as) estudantes estão se desenvolvendo, e então, se necessário, estimula os(as)
estudantes com uma devolutiva que os(as) desloquem em busca da aprendizagem.
A avaliação pode ser realizada por meio de registro de evidência que possibilita
ao(à) estudante refletir sobre seu percurso. Por exemplo: a partir de diário de cam-
po/bordo dos(as) educandos(as) e da avaliação dos resultados, pode ser realizada a
criação de portfólios das atividades desenvolvidas. Por se tratar de um componente
curricular na perspectiva de laboratório, os portfólios podem ajudar na criação de pro-
duções científicas, como artigos e relatórios de pesquisa. Outro mecanismo que pode
ser utilizado, especialmente para comunicação dos resultados, é a realização de se-
minários, colóquios, lives, debates e/ou exposições, que contribuirão para verificar o
engajamento, protagonismo e apropriação dos conceitos pelos(as) estudantes. É im-
portante definir os critérios para a avaliação de forma colaborativa com os(as) estudan-
tes e demais agentes envolvidos. A definição e a criação de critérios é um momento
de aprendizagem e protagonismo, que possibilita ao(à) estudante compreender o que
deve aprender e como. Dentre os critérios, pode-se considerar: delimitação do tema;
apropriação do conteúdo, apresentação estética, capacidade de síntese, capacidade
de análise dos dados, interpretação, autonomia, resolutividade, capacidade de gestão
do tempo, capacidade de trabalho cooperativo, etc.

40 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
Os(as) autores(as) deste CCE criaram um Drive Compartilhado, no qual estão
disponibilizando diversos materiais para consulta dos(as) professores(as) que minis-
trarão o componente, incluindo as obras citadas nestas referências. Link para acesso:
http://bit.ly/LabHumanas

ALDERSON, Priscilla. As crianças como pesquisadoras: os efeitos dos direitos de par-


ticipação sobre a metodologia de pesquisa. Revista Educação & Sociedade. Tradução
Alain François. v. 26, n. 91, 2005. p. 419-442. Disponível em: https://doi.org/10.1590/
S0101-73302005000200007.

BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora:
uma abordagem teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

BECKER, Fernando. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. 4. ed. Petró-


polis: Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar, 2002.

BOURDIEU, Pierre; CHARTIER, Roger. O sociólogo e o historiador. Belo Horizonte: Au-


têntica, 2011.

GINZBURG, Carlo. Os fios e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. São Paulo: Companhia
das Letras, 2006.

LACOSTE, Y. A pesquisa e o trabalho de campo: um problema político para os pesquisado-


res, estudantes e cidadãos. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 84, p. 77-92, 2006.

MORAN, José. Metodologias Ativas de Bolso: como os alunos podem aprender de for-
ma ativa, simplificada e profunda. São Paulo: Editora do Brasil, 2019. Disponível em:
https://issuu.com/editoradobrasil/docs/ metodologias-issuu.

SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo:
EDUSP, 2004.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 41


OBSERVAÇÕES

A proposta de Laboratório de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas é focada


nos processos metodológicos, ou seja, visa a instrumentalizar professores(as) e es-
tudantes para desenvolver ações com objetos de conhecimento de interesse dos(as)
alunos(as) e adequados a cada realidade local. Nesse sentido, propõe-se ao(à) profes-
sor(a) que tenha uma abordagem epistemológica focada na interação aluno(a)-meio,
garantindo o protagonismo e a diversidade de linha de pesquisa teórica e ideológica.
Como sugestão, o(a) professor(a) pode conduzir este Componente Curricular
Eletivo a partir de linhas de pesquisa, as quais devem convergir:

a) à formação do(a) professor(a); b) aos interesses dos(as) alunos(as);


c) à integração da área e entre as áreas do conhecimento. A linha de pesquisa
é um domínio ou núcleo temático da atividade de pesquisa do Componente Curricu-
lar Eletivo, que encerra o desenvolvimento sistemático de trabalhos com objetos ou
metodologias comuns. Este componente curricular propõe um trabalho colaborativo
(estudantes/professores(as)/ sociedade), considerando o(a) professor(a) como me-
diador(a) e os(as) estudantes como protagonistas do processo de ensino-aprendiza-
gem. Para isso, é importante que tenhamos muito presentes alguns elementos nessa
relação, tais como: a empatia, a abertura ao novo, a autogestão, o autoconhecimento, e
o pensamento crítico e criativo.

42 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA CARGA
UNIDADE HORÁ- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
TEMÁTICA RIA

Objetivos
 Elaborar questões-problema para garantir uma base sólida para a investigação de
um problema ou desafio e interpretar dados e informações de maneira precisa,
considerando o contexto em que foram produzidos, para se posicionar criticamen-
te com base em critérios científicos, estéticos e éticos. Vivenciar o contraditório de
maneira a experienciar o conflito de ideais e o reconhecimento do outro, sendo este
outro: um indivíduo, a turma, o conhecimento e/ou o mundo.
Resumo
Nesta unidade, o(a) professor(a) tem como objetivo mapear os interesses dos(as)
alunos(as) a partir de estratégias que proporcionem uma situação desencadeado-
ra de ensino e criar grupos/times de trabalho para desenvolvimento das atividades
do Componente Curricular. O ponto de partida para este componente curricular é
extremamente importante. A partir da definição da problemática da pesquisa, se-
rão definidos os métodos, abordagens, estratégias e ferramentas de pesquisa para
a abordagem laboratorial. Se o grupo optar, por exemplo, por analisar a contribui-
ção da cultura indígena na formação da identidade local, as abordagens deverão
perpassar pela arqueologia, antropologia, etnologia e etnografia. Nesse sentido, o
tema e a questão-problema são fundamentais para o andamento de todo o com-
ponente. Para tanto, sugere-se que, inicialmente, o(a) professor(a) faça um ma-
peamento dos interesses de pesquisa dos(as) alunos(as). Podem ser utilizados
vários recursos para elaborar esse mapeamento: formulários, questionários, rodas
de conversa, debates, etc. É fundamental não atropelar etapas e garantir que os
Situação
Desenca-
interesses dos(as) estudantes sejam contemplados. Após coletar os interesses de
8 aulas
deadora de pesquisa dos(as) estudantes, o(a) professor(a) deverá agrupar os(as) mesmos(as)
Ensino de acordo com estes interesses. O número de grupos vai variar de acordo com os
interesses apresentados.
Dica Metodológica
Nada impede que seja realizado um consenso sobre o tema e a questão-problema,
e defina-se uma única vertente de trabalho, desde que se respeite o protagonismo
juvenil, as aptidões da turma e o grau de exequibilidade da proposta. Em escolas
maiores, o número de grupos pode dificultar os trabalhos. Nesse sentido, suge-
re-se que haja um esforço maior em desenvolver um consenso em torno de um
único tema. Professor(a), lembre-se que, nesse caso, os grupos não precisam ser
paritários, mas sim adequar-se à proposta de trabalho; ou seja, o importante é que
os interesses coadunem-se. A negociação da escolha é, em si, um momento de
aprendizagem, ao exigir dos(as) estudantes a escuta, a argumentação e experiên-
cia do contraditório e do conflito. É uma oportunidade de diagnosticar as habilida-
des dos(as) estudantes de maneira a orientar o planejamento e escolha de quais
competências e habilidades devem ser priorizadas. O(a) professor(a) deve obser-
var e registrar, a partir das competências e habilidades selecionadas para mobilizar
e desenvolver nas aulas, quais as que os(as) estudantes possuem maior dificulda-
de. E, então, replanejar as próximas aulas de maneira a proporcionar novamente
um momento de desenvolvimento das competências e habilidades. O propósito da
avaliação é identificar evidências de quais processos cognitivos e conhecimentos
os(as) estudantes ainda não aprenderam, e então refletir sobre eles, evidenciar e
realizar intervenções por meio de devolutivas (diálogo com o(a) estudante) e pro-
posição de atividades.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 43


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Comparar, agrupar e sintetizar informações de diversas fontes, inclusive as pró-
prias ideias ou as do(a) colega, para elaborar uma explicação ou um argumento
coeso e embasado, relacionando-o com os conceitos da Área de Conhecimen-
to (espaço e tempo; natureza e cultura; sociedade e indivíduo; local e global;
ética; política; trabalho) e os Processos Cognitivos e de Assimilação, garantindo
uma abordagem mais ampla.

Resumo
Nesta unidade, o(a) professor(a) vai apresentar as possibilidades de abordagem
decorrentes dos interesses dos(as) alunos(as) e selecionar a metodologia adequa-
da para resolução da(s) questão(ões)-problema identificada(s) na etapa anterior
pelo(s) grupo(s) de trabalho, e convidar os(as) estudantes a elaborarem um crono-
grama definindo as etapas de execução, ação, intervenção (se houver) e inovação,
modificação ou consolidação de ideias e soluções. O planejamento é uma etapa
fundamental para a concretização deste Componente Curricular. Nele, alunos(as)
e professores(as) deverão detalhar as ações necessárias para o desenvolvimento
dos trabalhos. Para isso, é importante que o(a) professor(a) faça primeiro uma ex-
planação sobre a importância de planejar as ações e comente sobre os problemas
de um trabalho feito sem qualquer tipo de planejamento.
Plano
Estratégico e 8 aulas
Metodológico Dica Metodológica
Sugere-se que o professor demonstre com exemplos práticos e também com lin-
guagem acessível, e depois insira uma linguagem mais acadêmica. Se você vai fa-
zer um bolo, precisa definir o sabor, escolher os ingredientes, verificar se tem todos
os ingredientes; se não tiver, precisa adquirir esses ingredientes, nas quantidades
necessárias; precisa prever eventualidades (acabou o gás, por exemplo), selecionar
os equipamentos necessários, e só depois de verificar como se faz, quanto tempo
demora e quais recursos são necessários é que pode, de fato, começar a fazer o
bolo, sem que o trabalho se perca na metade, por falta de planejamento. O exemplo
do bolo pode ser substituído por qualquer um que seja da realidade do(a) aluno(a).
Após explicar a importância dessa etapa, sugere-se que o(a) professor(a) disponi-
bilize um modelo de planejamento e destine um tempo para que o(s) grupo(s) pos-
sa(m) criar seus planejamentos. É importante neste momento que o planejamento
seja criado com uma versão preliminar, entregue ao(à) professor(a) para validação
e para que sejam feitas sugestões de ajustes, se forem necessários. Além disso,
se o(a) professor(a) optar por criar um diário de bordo ou um relatório de pesqui-
sa no final do processo, é importante que oriente para que sejam feitos todos os
registros necessários nas ferramentas selecionadas (diário, ficha de registro, ficha
de observação, memória de reunião, etc.). Essas situações podem (e devem) ser
adequadas à realidade da Unidade Escolar. É importante lembrar que, se forem
estabelecer parcerias com empresas, universidades, instituições, ONGs, etc. (o que
é muito importante), elas já devem estar previstas nesta etapa de planejamento.

44 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA CARGA
UNIDADE HORÁ- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
TEMÁTICA RIA

Objetivos
 Questionar e modificar ideias existentes e criar soluções inovadoras (inclu-
sive tecnológicas), elaborando planos de investigação para pesquisar uma
questão ou solucionar um problema.
 Formular hipóteses, considerar a mudança de variáveis e sustentar o raciocí-
nio com observação, pesquisa, modelo ou teorias, e analisar e explicar como
as evidências sustentam argumentos e afirmações, identificando informa-
ções falsas, falhas de raciocínio e diferenças de pontos de vistas.

Resumo
Nesta etapa, os(as) professores(as) vão apoiar e orientar as ações dos grupos
de trabalho, atuando como mediadores(as) e sugerindo percursos exequíveis
e adequados à realidade local e ao planejamento das atividades, garantindo o
trabalho colaborativo e estimulando o protagonismo e a autonomia dos(as) edu-
candos(as). Deverão ser colocadas em prática as ações determinadas pelo(s)
grupo(s) de trabalho, e garantir a execução das atividades e estratégias definidas
na fase de planejamento, adequando-as, quando necessário. É importante que
o(a) professor(a) atue como mediador(a), orientando o(s) grupo(s) de trabalho,
Aplicação, especialmente quanto à execução do planejamento, para que as atividades não
Execução e 18 aulas se dispersem do objetivo inicial definido pelo grupo. Os procedimentos metodo-
Desenvolvimento
lógicos, seleção e tratamento de fontes, aplicação de conceitos e estratégias
e demais recursos utilizados nesta etapa devem estar previstos no planejamento
e/ou adaptados, quando for necessário. Vale lembrar que as ações devem ser
registradas de acordo com as ferramentas selecionadas pelo grupo e pelo(a)
professor(a) (diário, ficha de registro, ficha de observação, memória de reunião,
etc.), mantendo-as sempre atualizadas para que seja possível desenvolver a co-
municação, avaliação e diagnóstico da apropriação dos resultados.

Dica Metodológica
O desenvolvimento das atividades deve sempre levar em consideração a reali-
dade local (mesmo que tenha uma abordagem temática global, por exemplo)
e se comunicar com essa realidade. O uso das redes sociais pode ser uma
importante ferramenta para engajar a comunidade local no projeto/ação/
pesquisa/intervenção. Outro ponto que precisa ser lembrado é: o produto fi-
nal dependerá do tema, da questão-problema e das estratégias planejadas
e executadas para resolução da questão apresentada. No entanto, é preciso
que o(a) professor(a) defina os mecanismos para comunicar e avaliar este
produto (relatório, artigo científico, documentário, filme, produção musical,
colóquio, exposição, etc.). Lembrando que o produto final não é o objetivo
da aprendizagem, e sim o processo e a aprendizagem ao longo do percurso.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 45


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Identificar a contribuição dos métodos, práticas e conhecimentos das Ciên-
cias Humanas e Sociais Aplicadas na compreensão das suas individualida-
des, do mundo em que vivem, e auxiliar no desenvolvimento da cidadania nas
suas práticas cotidianas e no mundo do trabalho.

Resumo
Nesta unidade, o objetivo principal é diagnosticar, comunicar, avaliar e apre-
sentar os resultados obtidos pelos(as) educandos(as) ao longo do desen-
volvimento do componente curricular, como mecanismo de contrapartida à
comunidade, buscando refletir sobre a contribuição do CCE, pontuando erros
e acertos a fim de reavaliar estratégias e mensurar o impacto do desenvolvi-
mento das atividades entre os(as) alunos(as) e na comunidade escolar. Um
dos grandes desafios da ciência, em especial na perspectiva de laboratório
Comunicação, (experiência), é devolver à comunidade os resultados das atividades. Nesse
Avaliação e sentido, sugere-se que, para além do produto interno ao CCE, sejam criadas
Apropriação 6 aulas
dos Resul-
estratégias de devolutiva à comunidade escolar por meiode seminários, ma-
tados nifestos, mostras pedagógicas, feiras de ciências, artigos de periódicos, lives
em redes sociais, etc.). É importante submeter o trabalho à avaliação da co-
munidade escolar. Para isso, caberá ao grupo, já na fase de planejamento,
definir essas estratégias de comunicação. A medição dos impactos do CCE
na comunidade poderá subsidiar o planejamento/replanejamento do mesmo
para outros semestres letivos, na medida em que ele pode cada vez mais se
adequar à realidade local.

Dica Metodológica
Além da avaliação coletiva, pode ser interessante realizar também uma auto-
avaliação em cada estudante, e o(a) professor(a) pontuar por escrito o que
cada um(a) aprendeu, o que mais se interessou, no que poderia ter atuado de
forma mais qualificada. Existem diversas estratégias de autoavaliação, e é
importante que os(as) estudantes percebam que, independentemente da exis-
tência ou não de um conceito ou avaliação numérica, o que desenvolveram du-
rante o semestre foi significativo para a sua formação como seres humanos.

46 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Diálogos Contemporâ- Juventudes e Identidades:
neos das Juventudes Jovens de Todas as Tribos
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) RESUMO
Adriana Milanez Suzigan Este componente traz como principal foco a
Agnaldo Cordeiro análise, pesquisa e discussão sobre temas
Ana Janete Gonçalves Turcatto caros aos(às) jovens, que estão presentes
Carla Scherer Rambo nas concepções de juventudes que marcam
Carlos Weinman cada turma de estudantes, de forma indivi-
Claudia Dalpont Borges Borba dual e coletiva. A ideia central do compo-
Cristiana Helena Machado nente é estimular a pesquisa e a discussão
Francieli Anzanelo do Amorim aprofundada sobre problemas, desafios e
Josias Favarin características dos diferentes grupos juve-
Mariana Mar Corre Soares nis, ajudando-os a refletir de forma crítica
Mithie da Silva sobre os estereótipos que a sociedade im-
Pedro Goulart Alves põe sobre os(as) adolescentes. E, ao mes-
Raquel de Abreu mo tempo, estimular a quebra de precon-
Roberto Carlos Dalla Rosa ceitos presentes entre os(as) próprios(as)
estudantes, abordando desde temas como
ÁREAS manifestações culturais até preconceitos e
inserção no mundo do trabalho. Além dis-
Linguagens e suas Tecnologias so, serão pesquisadas as juventudes e suas
Matemática e suas Tecnologias identidades através da história social, e a
Ciências da Natureza e suas Tecnologias construção do pensamento da atualidade,
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas buscando compreender a diversidade cultu-
Ciência e Tecnologia ral no seu sentido mais amplo, desde o âm-
Componentes Integradores bito local até as questões mundiais. O es-
tudo das diferentes culturas e identidades
busca elencar os elementos que integram
as potencialidades, desigualdades (gênero,
crenças, etnias, classes, entre outros) e de-
safios das juventudes, em seu desenvolvi-
mento sociocultural.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 47


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Analisar a construção das identidades sociais, o lugar dos(as) jovens para além da di-
mensão física e psicológica, abrangendo uma formação social, cidadã e contextualiza-
da à realidade histórica.
� Desenvolver o autoconhecimento e compreender as questões históricas, culturais e so-
ciais das identidades juvenis.
� Refletir sobre o processo do que é ser jovem, enfatizando a construção da identidade a
partir da imagem que o(a) jovem tem de si e suas percepções acerca da estrutura cor-
poral, da aparência, dos valores e de como os outros o(a) veem.
� Abordar as diversas manifestações culturais e étnicas, de forma a instigar o respeito
mútuo entre os grupos em sua convivência, problematizar e desconstruir situações de
preconceito e discriminação.
� Ampliar o senso crítico dos(as) jovens, através da vivência com outras realidades culturais,
tanto em âmbito local, quanto frente à diversidade de culturas mundiais.
� Possibilitar aos(às) jovens a reflexão sobre os elementos que constituem suas identida-
des, especialmente os relacionados à vida escolar e profissional.
� Atuar de forma protagonista na escola, na comunidade e na sociedade em geral, de
forma crítica, propositiva e sugerindo soluções criativas e contextualizadas para os de-
safios encontrados.
� Proporcionar momentos em que os(as) jovens experienciem o conflito de ideais e o
reconhecimento do outro, sendo esse outro um indivíduo, a turma, o conhecimento e/
ou o mundo.

JUSTIFICATIVA
Discutir as identidades juvenis no espaço escolar significa uma abertura ao reco-
nhecimento e uma valorização das especificidades das duas categorias – identidades e
juventudes – e sua importância no âmbito escolar e no mundo. Juventudes e identidades
são categorias analíticas que caminham juntas, e estão interligadas nas sociedades atuais,
desde que as políticas educacionais tornaram-se prioridade num mundo onde a escolariza-
ção da população se faz cada vez mais necessária e urgente.
Quando falamos em juventudes e identidades, abordamos também as ambiguida-
des e possibilidades de reflexão para perguntas como: “o que é ser jovem?” e “o que é
identidade?”. Assim, estudar aspectos das interações das juventudes e identificar como
se constitui a formação das identidades juvenis na atualidade pode ser uma contribuição
valorizada pela comunidade escolar, em especial pelos(as) jovens, que se encontram em

48 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


uma fase da vida que é marcada pela descoberta de si e do outro como realidades com-
plexas, complementares. E, ao mesmo tempo, um período em que se questionam valores e
identidades prévias, oriundas de imposições familiares e sociais. Segundo Souza (2006, p.
), ao “falarmos em juventudes implica pensarmos um conceito carregado de ambiguidades
próprias da condição de uma geração, relativamente, entre a faixa etária dos 14 aos 25
anos, que vive um momento intenso, no qual ocorrem transformações bastante marcantes
na sua consciência de indivíduo”.
Em relação às identidades, Goffman (1985) demonstra que identidade é um produ-
to social, ou seja, não pode ser configurada através de atributos essenciais, mas sim cir-
cunstanciais. É nas interações sociais que se constituem as identidades dos indivíduos e,
assim, também podemos pensar que a identidade individual evidencia-se como desdobra-
mento das múltiplas determinações a que o indivíduo está sujeito. De acordo com Berger
e Luckman (2007, p. 228), a “identidade é evidentemente um elemento-chave da realidade
subjetiva, e tal como realidade subjetiva, acha-se em relação dialética com a sociedade. A
identidade é formada pelos processos sociais”.
Os padrões sociais ainda são muito estigmatizados, padronizados, causando atitu-
des preconcebidas em muitos pontos sobre as identidades. É na adolescência/juventude
que saímos da educação familiar para conhecer novos horizontes; é a fase onde nos da-
mos conta de que há um mundo muito maior fora das paredes de nossas casas, há pesso-
as com comportamentos e pensamentos diferentes dos quais estamos acostumados(as).
E isso acaba por trazer certas dúvidas se estamos no caminho certo. E por que não cons-
truir algo novo? Por que não explorar o desconhecido, e conhecer antes de julgar?
Este projeto traz, em seus objetivos: “conhecer para respeitar”. Acredita-se que ape-
nas o conhecimento liberta; então porque não utilizar essa ferramenta para auxiliar nos-
sos(as) jovens na construção de uma sociedade com espaço para todos(as), com respeito
a todas e todos, onde possamos caminhar livres, e falarmos sem medo de ser calados(as)
pelo preconceito? A diversidade das identidades juvenis que se apresentam no espaço es-
colar pode ser identificada e compreendida como uma manifestação coletiva de um tempo
e de um lugar; e é nesse sentido que este componente busca levantar questões conceituais
e práticas da constituição das identidades juvenis, fomentando a pesquisa e a reflexão
coletiva sobre estes temas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 49


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
Que tal pesquisar sobre os desafios de ser jovem hoje?

� Estão interessados(as) em pesquisar e refletir sobre as identidades juvenis, sua forma-


ção enquanto grupo social e suas interrelações com os demais grupos da sociedade?
� Desejam buscar entender melhor a integração e relação de diferentes grupos juvenis,
suas contradições, conflitos e possibilidades?
� Estão conectados(as) com as transformações que os relacionamentos sofreram a par-
tir das mudanças sociais, digitais e tecnológicas, e buscam compreender os efeitos
dessas transformações?
� Querem entender de forma aprofundada a construção dos seus próprios perfis socioe-
mocionais, bem como dos grupos em que estão inseridos(as) e a relação destes perfis
com as identidades juvenis?
� Interessam-se pelos debates acerca do papel cidadão das juventudes e sua inserção no
mundo social e do trabalho?

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


� Conhecimento e/ou disponibilidade para aprender sobre as variadas identidades juvenis.
� Familiaridade com a linguagem, potencialidades e desafios cotidianos dos grupos(as)
jovens da escola, da cidade e da região.
� Habilidade de diálogo e debate com os(as) jovens, em linguagem acessível, mas de forma
a aprofundar temas de discussão e ampliar horizontes teóricos e práticos.
� Compromisso com a investigação científica, com respeito às diversas compreensões e
manifestações culturais existentes na comunidade escolar.
� Abertura para o debate democrático e comprometimento sério com a garantia dos direi-
tos humanos.
� Sensibilidade para escutar e acolher a diversidade de sentimentos, crenças e ideias sem
julgamento e preconceito.

50 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer


à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

3. Repertório Cultural. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
cais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

9. Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-


peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos Direitos Humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Competência Específica 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir
da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a
compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pon-
tos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

� Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial, de modo a identificar co-


nhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizem a identidade e a diversidade
cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 51


Competência Específica 5: Identificar e combater as diversas formas
de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e
solidários, e respeitando os Direitos Humanos.

� Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identifi-


cando processos que contribuam para a formação de sujeitos éticos, que valorizem a
liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática
e a solidariedade.
� Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas, etc., desnatura-
lizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discri-
minação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o
respeito às diferenças e às liberdades individuais.
� Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica, etc.), suas prin-
cipais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos
políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com
base em argumentos éticos.

Competência Específica 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando dife-


rentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

� Analisar os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, recorrendo às


noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à con-
cretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações
concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes espa-
ços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo.
� Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na
análise de documentos (dados, tabelas, mapas, etc.) de diferentes fontes –, propor
medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais
próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus(suas) cidadãos(ãs) e
promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia.

52 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS
FORMATIVOS ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,
atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
� Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afir-
mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores
universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sus-
tentabilidade.
� Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos.

Processos Criativos
� Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por
meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade,
criticidade e criatividade.
� Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.
� Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que
alcancem os(as) interlocutores(as) pretendidos(as).

Mediação e Intervenção Sociocultural


� Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e in-
corporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de deci-
sões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
� Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.
� Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para pro-
blemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global,
corresponsabilizando-se pela realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 53


OBJETOS DE CONHECIMENTO
Seguem algumas sugestões de linha de pesquisa que abordam diferentes “objetos
do conhecimento”, e que dão suporte para o desenvolvimento das competências e habili-
dades deste CCE:

� Identidades.
� Juventudes.
� Cultura.
� Diversidades.
� Multiculturalismo.
� Linguagens e expressões artísticas.
� Cidadania.
� Direitos Humanos.
� Ideologia.

Importante: Não é possível trabalhar todas as linhas de pesquisa em um componente cur-


ricular eletivo com 40h/a. É preciso fazer escolhas. Nesse sentido, o(a) professor(a) deve
alinhar com os(as) alunos(as) a melhor abordagem de acordo com as adaptações na re-
alidade local. Para isso, deve utilizar essas linhas de pesquisas como “sugestões”, que
darão suporte ao planejamento. É importante que o(a) professor(a) defina o caminho a
ser percorrido, ou seja, uma linha de pesquisa, sem esquecer das pontes com os demais
conhecimentos da área.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


� Analisar a realidade local e temas contemporâneos, sobretudo aqueles que sejam de
interesse dos(as) educandos(as), para desenvolver pesquisas com base nas meto-
dologias propostas. Propor atividades de campo utilizando os espaços e instituições
presentes na região, prezando pela antecedência, planejamento e organização desde o
agendamento até a execução das visitas técnicas, imersões, intervenções, ou ação que
pretende ser desenvolvida.
� Articular parcerias com instituições locais e regionais (universidades, empresas, ONGs,
associações de moradores, conselhos comunitários, conselhos de controle social, ins-
tituições públicas, entidades beneficentes, agremiações, grupos organizados, etc.). De-
senvolver ações de interação social na comunidade escolar que possam trazer alguma
contrapartida social.

54 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
As metodologias adotadas para este componente precisam trazer um alto grau de
inovação e criatividade, para estarem em consonância com os anseios dos(as) jovens e
dialogarem de forma coerente com os objetivos de aprendizagem e as competências e
habilidades a serem desenvolvidas. Nesse sentido, sugere-se o uso de recursos metodoló-
gicos, tais como: análise de discursos (ciclo de debates, rodas de conversa, júri simulado,
etc.); análise de produções (filmes, músicas, imagens, textos, dados estatísticos, etc.); co-
municação e produção de conteúdos em diálogo com os temas pesquisados (produção
de textos, tirinhas, desenhos, vídeos, podcasts, flipbooks, elaboração de documentários,
relatórios); aprendizagem colaborativa (trabalhos em grupo, equipes de pesquisas, etc.);
uso de redes sociais como fonte de pesquisa (WhatsApp, Facebook, Instagram, etc.); aulas
interativas, com uso de recursos audiovisuais; pesquisa de campo; rodas de conversa; pro-
dução textual; relatório de atividade; paródia; saídas de estudo; realização de seminários e
debates; estudos de caso, entre outros.

Importante: Professor(a), não é possível usar tudo e em toda situação. Por isso, para de-
cidir qual estratégia metodológica se adequa à proposta do CEE, e organizar seu planeja-
mento, leia a Sugestão de Percurso Formativo. É importante lembrar que as estratégias são
definidas a partir da pactuação entre estudantes e professores(as), e deverão considerar:
a) o interesse do(a) estudante; b) a formação e domínio teórico-metodológico do(a) pro-
fessor(a); c) os recursos disponíveis; d) o tempo e os horários necessários; e) as questões-
-problema identificadas; f) as hipóteses levantadas.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


Espaços: sala de aula; laboratório de informática; biblioteca; entorno da escola; pátio e
áreas de convivência; espaços de educação não-formal na comunidade; sala de multimí-
dia; quadra esportiva, sala de convivência; refeitório; instituições parceiras (universidades,
empresas, ONGs, instituições públicas, etc.).

Equipamentos: data show; computador e/ou notebook e/ou celular e/ ou tablet; TV/ DVD
e/ou smart TV; caixa de som; câmera fotográfica; gravador de voz; filmadora/gravador de
vídeo; lousa digital.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 55


Material de Uso Comum/Papelaria: cartolina; papel A4 (diferentes gramaturas); papel com
pauta; papel Kraft; prancheta; fichas de anotações; tesoura; cola branca; caneta hidrocor;
caneta esferográfica e/ou lápis; pastas para arquivo (A-Z/catálogo/elástico); pincel para
pintura; pincel para limpeza mecânica; papel vegetal/seda; sacos de acondicionamento;
caneta nanquim; caneta de marcação permanente; CD/DVD gravável; quadro branco/qua-
dro negro; pincel de quadro branco/ giz; régua; calculadora; fita adesiva; material de anota-
ção/rascunho; envelope; papel Paraná; cola quente (pistola e bastão); pendrive; EVA/ TNT/
tecidos; grampeador.

Materiais Didáticos e Fontes de Pesquisa: livros de Literatura; livros técnicos e/ou paradi-
dáticos; livros didáticos; apostilas criadas pelos professores; cópias e fotocópias; jornais;
revistas e periódicos; documentos; fotografias; mapas; CD/DVD com materiais audiovi-
suais; acervo arqueológico e museológico; sites na internet; tour a museus virtuais, sites
governamentais, de instituições de pesquisa, universidades e organismos internacionais;
artigos acadêmicos e documentários.

Saídas de Campo (quando necessário): transporte; alimentação; hospedagem.

AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.
O processo de avaliação sistemática, orientado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio, em seu Art. 8º, prevê a adoção de metodologias de ensino e de avaliação de
aprendizagem que potencializam o desenvolvimento das competências e habilidades dos(as)
estudantes, favorecendo a construção do protagonismo juvenil, considerando uma avaliação
processual, formativa, qualitativa, inclusiva e contínua. Nesse sentido, sugere-se que o acom-
panhamento seja feito rotineiramente, utilizando recursos de avaliação da aprendizagem com
devolutivas do(a) professor(a) e autoavaliação. Por exemplo: o(a) professor(a) observa, a partir
dos objetivos de aprendizagem, quais competências são mobilizadas na atividade, diagnostica
se os(as) estudantes estão as desenvolvendo, e então, se necessário, estimula os(as) estudan-
tes com uma devolutiva que os(as) desloquem em busca da aprendizagem.
A avaliação pode ser realizada por meio de registro de evidência, que possibilita ao(à)
estudante refletir sobre seu percurso. Como, conforme exemplo prático, a partir de diário de
campo/bordo dos(as) educandos(as) e da avaliação dos resultados, pode ser realizada a
criação de portfólios das atividades desenvolvidas. Os portfólios podem ajudar na criação de
produções científicas, como artigos e relatórios de pesquisa. Outro mecanismo que pode ser
utilizado, especialmente para comunicação dos resultados, é a realização de seminários, coló-
quios, lives, debates e/ ou exposições, que podem ser utilizados para verificar o engajamento,
protagonismo e apropriação dos conceitos pelos(as) estudantes. É importante definir os crité-

56 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


rios para a avaliação de forma colaborativa com os(as) estudantes e demais agentes envolvi-
dos. A definição e criação de critérios é um momento de aprendizagem e protagonismo, que
possibilita ao(à) estudante compreender o que deve aprender e como.
Dentre os critérios, pode-se considerar: delimitação do tema, apropriação do con-
teúdo, apresentação estética, capacidade de síntese, capacidade de análise dos dados,
interpretação, autonomia, resolutividade, capacidade de gestão do tempo, capacidade de
trabalho cooperativo, etc.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BACICH, Lilian; MORAN, José (Org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora:
uma abordagem teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BERGER; LUCKMANN. A construção social da realidade. 27. ed. Tradução de Floriano de
Souza Fernandes. Petrópolis: Vozes, 2007.
DAYRELL, Juarez. A Escola “Faz” as Juventudes? — reflexões em torno da socialização
juvenil. v. 28. Campinas, out. 2007.
FÁVERO, Osmar; SPÓSITO, Marília Pontes; CARRANO, Paulo; NOVAES, Regina Reys. Juven-
tude e Contemporaneidade. Brasília, 2007.
GODOY, Arnaldo. Juventude Outro Olhar. Revista de Debates Mandato Vereador Arnaldo
Godoy (PT). Ano V, n. 6. Belo Horizonte, nov. 2007. GOFFMAN, Erving. A representação do
eu na vida cotidiana. Tradução de Maria Célia Santos Raposo. Petrópolis: Vozes, 1985.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Tradu-
ção de Mathias Lambert. Digitalização: 2004. Publicação original: 1963.
MATHUEWS, Gordon. Cultura Global e identidade individual. Bauru: EDUSC, 2002. 414 p.
MORAN, José. Metodologias Ativas de Bolso: como os alunos podem aprender de forma
ativa, simplificada e profunda. São Paulo: Editora do Brasil, 2019. Disponível em: https://
issuu.com/editoradobrasil/docs/ metodologias-issuu.
NILAN, Pam; FEIXA, Carles. Uma Juventude Global? Identidades híbridas, mundos plurais.
Política e Trabalho — Revista de Ciências Sociais, n. 31, p. 13-28, set. 2009.
SOUSA, Janice Tirelli Ponte de. Apresentação do dossiê a sociedade vista pelas gerações.
In: Revista Política & Sociedade. Florianópolis, n. 8, p. 09- 29, abr. 2006.
SPOSITO, Marilia Pontes. Muito mais que aluno — Juventude: crise, identidade e escola. In:
SPOSITO, M. P. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
Disponível em: https://www.academia.edu/28820482/ Muito_mais_que_aluno_Juventude_
crise_identidade_e_escola.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. T.
(org.). Identidade e diferença. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000, p. 73-102. Disponível
em: http://www.lite.fe.unicamp.br/papet/2003/ ep403/a_producao_social_da.htm.
VIANA, Nildo. Juventude e Identidade. In: Revista Estudos, Goiânia, v. 36, n. 1/2, p. 145-154,
jan./fev. 2009.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 57


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Analisar a construção das identidades sociais, o lugar dos(as) jovens para
além da dimensão física e psicológica, abrangendo uma formação social, ci-
dadã e contextualizada à realidade histórica.
 Desenvolver o autoconhecimento e compreender as questões históricas, cul-
turais e sociais das identidades juvenis.
Resumo
Ao abordar as juventudes e as identidades, é importante (re)conhecer as manei-
ras como se apresentam as relações e as formas de ser individualmente e nas re-
lações com os outros. É indispensável para o desenvolvimento do sentimento de
pertencimento e de respeito à alteridade, pois impulsiona a percepção da diversi-
dade cultural, das identidades e das formas de ser que compõem a humanidade.
Nesta parte inicial, o(a) professor(a) deve organizar com os(as) estudantes uma
pesquisa local, em que vão abordar as culturas juvenis existentes na escola ou
na comunidade. Essa pesquisa inicial pode ser desenvolvida com uso do Google
Formulários, ou outro instrumento, entre os(as) estudantes da escola ou da comu-
nidade (é preciso definir o escopo coletivamente), ou até com breves entrevistas,
enquetes em redes sociais, etc., buscando levantar informações sobre grupos e
identidades juvenis, bem como as dificuldades que os(as) jovens encontram. Falta de
espaços de lazer? Existem preconceitos de gênero, religião, cor, raça, etnia? Questões
sobre sexualidade precisam ser melhor discutidas e elaboradas? Há dificuldade de
serem reconhecidos como interlocutores(as) importantes nos espaços da escola, da
(Re)Conhecen- família e da sociedade? Existem dúvidas sobre participação política e social dos(as)
do Meu Mundo 10 aulas jovens? Enfim, a ideia aqui é levantar possibilidades entre o grupo de estudantes, que
(Introdução)
deve realizar a pesquisa com seus(suas) colegas na escola, ou na comunidade, e de-
pois no próprio grupo de estudantes. Com o apoio do(a) professor(a), o grupo siste-
matiza e elege alguns dos temas para dar maior enfoque.

Dica Metodológica
É preciso fazer um planejamento prévio desse levantamento de dados, definir a
forma com que a pesquisa inicial será realizada e quais questões serão levanta-
das. É importante também definir se o grupo irá focar nas identidades juvenis pre-
sentes na escola ou se buscará expandir para a comunidade em que está inserido.
Nessa fase, recomenda-se que os(as) estudantes busquem apoio conceitual, em
textos ou vídeos em que os conceitos de juventudes e identidades são discutidos
e problematizados. Porém, não de forma exaustiva, já que o objetivo principal é
levantar os dados da realidade em que estão inseridos(as) e refletir sobre essa
realidade. As aulas e materiais de Projetos de Vida podem trazer questões im-
portantes para essa etapa do CCE. O(a) professor(a) deve observar e registrar, a
partir das competências e habilidades selecionadas para mobilizar e desenvolver
nas aulas, quais as que os(as) estudantes possuem maior dificuldade, e então
replanejar as próximas aulas de maneira a proporcionar novamente um novo
desenvolvimento das competências e habilidades. O propósito da avaliação é
identificar evidências de quais processos cognitivos e conhecimentos os(as) es-
tudantes ainda não aprenderam, e então refletir sobre eles, evidenciar e realizar
intervenções por meio de devolutivas (diálogo com o(a) estudante) e proposição
de atividades.

58 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Refletir sobre o processo do que é ser jovem, enfatizando a construção da identi-
dade a partir da imagem que o(a) jovem tem de si e suas percepções acerca da
estrutura corporal, da aparência, dos valores e de como os outros o(a) veem.
 bordar as diversas manifestações culturais e étnicas, de forma a instigar o res-
peito mútuo entre os grupos em sua convivência, problematizar e desconstruir
situações de preconceito e discriminação.
 Ampliar o senso crítico dos(as) jovens através da vivência com outras realidades
culturais, tanto em âmbito local, quanto frente à diversidade de culturas mundiais.
 Proporcionar momentos em que os(as) jovens experienciem o conflito de ide-
ais e o reconhecimento do outro, sendo esse outro um indivíduo, a turma, o
conhecimento e/ou o mundo.
Resumo
O processo de (re)conhecimento das identidades sobre as juventudes implica na ne-
cessidade de buscar nas fontes históricas, sociais e culturais referências que sejam
capazes de proporcionar o conhecimento das origens de cada grupo social, e olhar
de forma atenta e por um viés científico para as questões e problemas sociais identifica-
dos. Além disso, é importante proporcionar um espaço para que os(as) jovens se questio-
nem, reflitam sobre os contextos e as concepções de mundo e de ser com os quais convi-
vem. Problematizar o conceito de identidade como um sentimento de pertencimento que
se constrói na diferença (se anular para ser incluído ou violentar a forma de ser do outro
(Re)Contruindo
o Meu Pensar e
são possibilidades de abordagem crítica desse conceito). Assim como diferenciar reco-
Meu Mundo nhecimento de recognição. Reconhecer é estar disponível para ouvir e enxergar o outro
(Desenvolvi- 14 aulas independentemente da imagem construída na mente (preconceitos). É um movimento de
mento)
diálogo. A partir dos dados levantados na primeira etapa, esta segunda parte traz como
eixo central a identificação dos problemas levantados no contexto pesquisado (seja na
escola, seja na comunidade) e, a partir deles, o planejamento de uma intervenção sobre
esses temas. O que mais toca esse grupo de estudantes? Sobre quais desses temas
eles(as) gostariam de se aprofundar? Como planejam se apropriar dos temas levantados
e interferir nos contextos locais? Para isso, é importante a elaboração do embasamento
teórico, da pesquisa, de rodas de debates, recorrer a vídeos, reportagens e documentários,
estimulando a reflexão sobre os diversos contextos e desafios da juventude no mundo
contemporâneo. Perceber como é possível que o grupo atue no contexto em que está
inserido, provocando ampliação de seu senso crítico e abordando as diversas manifes-
tações culturais e étnicas. Proporcionar momentos em que os(as) jovens experienciem o
conflito de ideais e o reconhecimento do outro, sendo esse outro um indivíduo, a turma, o
conhecimento e/ou o mundo.
Dica Metodológica
O registro dessas reflexões e análises é importante, tanto para a consolidação
do conhecimento coletivo desenvolvido pelo grupo, quanto para a avaliação pro-
cessual do(a) educador(a). Assim, é importantemeio de devolutivas (diálogo com
o(a) estudante) e proposição de atividades. que o grupo organize formas de regis-
tro, que podem ser desde um diário de campo até um registro em ferramentas e
aplicativos virtuais. Da mesma forma, o planejamento das ações a serem realiza-
das é fundamental para que a próxima etapa aconteça de forma satisfatória. Por
isso, é importante separar algumas aula para uma discussão bem fundamentada
sobre quais ações o grupo quer efetivar.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 59


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA
Objetivos
 Abordar as diversas manifestações culturais e étnicas, de forma a instigar o respei-
to mútuo entre os grupos em sua convivência, problematizar e desconstruir situa-
ções de preconceito e discriminação.
 Possibilitar aos(às) jovens a reflexão sobre os elementos que constituem suas identida-
des, especialmente os relacionados à vida escolar e profissional.
 Atuar de forma protagonista na escola, na comunidade e na sociedade em geral, de
forma crítica, propositiva e sugerindo soluções criativas e contextualizadas para os
desafios encontrados.
Resumo
A ideia desta fase é proporcionar uma análise das juventudes no contexto social, desco-
brindo novas possibilidades, e reconhecer seu papel e responsabilidade social como parte
atuante na sociedade. O protagonismo dos(as) jovens pode ser estimulado na medida em
que têm a possibilidade de fazer a análise dos conteúdos abordados e de socializar as
Nosso Agir reflexões promovidas nas unidades. Esses(as) jovens se colocarão em debates públicos
e Atuar no
Mundo
10 aulas – através de júri simulado, produção de mídias (digitais ou físicas), promoção de palestras
(Intervenção) em que comunicarão suas pesquisas para os(as) estudantes do Ensino Fundamental, por
exemplo, ou através de exposição de fotos e imagens, criação de um programa de rádio
ou podcast, etc. Cabe ao grupo de estudantes escolher de que forma buscará comunicar
sua pesquisa, e isso exige também um planejamento coletivo e a responsabilização de
todo o grupo, para que as ações sejam concretizadas. Essa participação se dá através da
contribuição nas comunidades em que esses(as) jovens vivem, promovendo uma atuação
qualificada e estimulando o protagonismo juvenil.
Dica Metodológica
Talvez alguns estudantes não se sintam confortáveis em realizar uma exposição
oral, por exemplo, mas podem participar de forma preciosa organizando um evento,
realizando registros fotográficos, ou criando as artes de divulgação das interven-
ções. Como se trata de um componente eletivo, é importante que os(as) estudan-
tes se desafiem a realizar tarefas que tenham mais dificuldade. No entanto, um
bom trabalho coletivo aproveita o que cada membro do grupo pode oferecer de
melhor. Não medir todos os(as) estudantes com a mesma régua é um exercício
importante para os(as) educadores(as).
Objetivos
» Avaliar os aprendizados do semestre.
Resumo
Após as atividades planejadas e executadas, é hora de retornar ao grupo de es-
tudantes com uma postura honesta e baseada na confiança, gerada no decorrer
do componente, e buscar avaliar de forma geral o que foi aprendido com essas
atividades, pesquisas e reflexões. O que funcionou melhor? O que foi uma surpresa
agradável para todos(as)? Qual foi o maior desafio? Essa avaliação deve ser em-
Quais basada nos registros processuais que foram realizados no decorrer do semestre e,
Transfor-
mações 6 aulas principalmente, se configurar como um espaço de escuta entre todos(as) do grupo.
Alcançamos? Uma avaliação, não do(a) professor(a) para os(as) estudantes, mas um momento
(Avaliação)
coletivo de análise do caminho percorrido.
Dica Metodológica
Além da avaliação coletiva, pode ser interessante realizar também uma autoa-
valiação, em que cada estudante e o(a) professor(a) pontuam por escrito o que
aprenderam, o que mais lhes interessou, em que poderiam ter atuado de forma
mais qualificada. Existem diversas estratégias de autoavaliação, e é importante
que os(as) estudantes percebam que, independentemente da existência ou não de
um conceito ou avaliação numérica, o que desenvolveram durante o semestre foi
significativo para a sua formação como seres humanos.

60 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Pesquisa de Campo Re-Unindo o Inseparável:
e Intervenção Local Sociedade Humana
Carga horária: 40 horas por semestre e Mundo Natural

AUTORES(AS) ÁREAS
Albamira Lourdes Marquevis Linguagens e suas Tecnologias
Elisete Moissa Reinert Matemática e suas Tecnologias
Erick Alves da Cruz Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Filipe Merlim Ramão Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Filipe de Souza dos Santos Ciência e Tecnologia
Flavia Cruber Componentes Integradores
Jonas Giehl
Juliana Inez da Silva Dias
Marilita Claudia Bertollo
Norton Salazar Teixeira
Ronei Rivelino Grazziolli

RESUMO
A diversidade ambiental de Santa Catarina é surpreendente para um território de apenas 95,4
mil km², o menor Estado do Sul do Brasil. A vegetação é variada, sendo encontrados mangues,
restingas, praias, dunas e Mata Atlântica. Ao mesmo tempo, percebemos que a relação do ser
humano com a natureza provoca transformações no ambiente. Algumas perspectivas científi-
cas identificam e nomeiam essas mudanças como desequilíbrio ambiental. Existem perspecti-
vas que compreendem que a história da humanidade é um continuum da história da natureza.
O principal questionamento é a responsabilidade com as futuras gerações, quer dizer, o que
estamos fazendo com a diversidade ambiental ao consumir de maneira exaustiva e predatória
todos os recursos naturais, tornando-se assim necessário uma conscientização de que a inter-
venção humana precisa ocorrer de forma sustentável e equilibrada.

É fundamental para o futuro de Santa Catarina – e para o planeta – que a exploração dos
recursos naturais ocorra sem causar danos à natureza. E ao realizar uma pesquisa e intervir
na realidade local, a proposta é buscar caminhos para tornar a sociedade humana e o mundo
natural mais unidos e em equilíbrio. Nesse sentido, todas as conjecturas teóricas para edifica-
ção de habilidades e competências objetivam problematizar, refletir e conscientizar sobre os
problemas socioambientais, a partir da perspectiva das Ciências Humanas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 61


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Problematizar a representação de meio ambiente e a relação do ser humano com a
natureza em diferentes tempos, lugares, sociedades e culturas.
� Realizar pesquisa de campo dentro da Metodologia Científica referente à questão am-
biental e social, analisando por meio de entrevistas, imagens, gráficos e tabelas os im-
pactos ambientais provocados pelos seres humanos na natureza, de acordo com a rea-
lidade de cada escola.
� Identificar os problemas ambientais de cada realidade dentro do território e reconhecer
a importância dos recursos naturais do território catarinense.
� Identificar e problematizar os impactos do consumo dos recursos naturais no território
catarinense e/ou em outros.
� Refletir sobre como propor mudanças de atitudes com relação ao meio ambiente, e a
formação de novos hábitos na utilização dos recursos naturais e das relações de con-
sumo.
� Refletir sobre os interesses econômicos presentes na exploração dos recursos natu-
rais.

JUSTIFICATIVA
A espécie humana compõe a grande rede da vida existente no planeta. Todas as espé-
cies que habitam a Terra integram essa teia diversa de ecossistemas, numa relação de interde-
pendência. O ser humano, ao longo da sua existência, se relaciona com o ambiente de modo a
consumir os recursos necessários à sua existência. Em cada época, sociedade, cultura e lugar,
a humanidade se relacionou de maneira distinta com a natureza (espécies, elementos e fenô-
menos). A partir do século XV, no Ocidente, a relação do ser humano com a natureza se alterou, e
nas sociedades industriais intensificaram a extração e consumo dos elementos naturais. Essa mu-
dança aflorou o antropocentrismo e a dicotomia humanidade (cultura) e natureza. Forjou-se, então,
o paradigma contemporâneo que compreende o propósito da existência de todas as espécies vivas
à servidão aos humanos, seja como alimento, força motriz, entretenimento (animais de estimação)
ou experiências (cobaias para teste de remédio e cosméticos). Não obstante, compreendem-se os
elementos presentes na natureza como de uso exclusivo do humano. Ao mesmo tempo, observa-
se uma mudança no planeta causada pelo modo de vida humano, que pode impactar a vida das
futuras gerações de humanos e não-humanos.
Problematizar esse paradigma é propor uma reflexão sobre quais os valores éticos
existentes no modo de vida contemporâneo e a responsabilidade da espécie humana – for-
mada por seres pensantes – na manutenção da vida no planeta Terra. Do global para o local,
podemos observar, no contexto histórico atual, que a maior parte da população brasileira en-

62 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


contra-se nas cidades, e constatamos uma crescente degradação das condições de vida, refle-
tindo numa crise ambiental.
Este componente curricular pretende utilizar o conhecimento e a conscientização para
incentivar os(as) estudantes a buscarem formas de combater o desequilíbrio ambiental, reco-
nectando humanidade e natureza.
O sistema econômico vigente privilegia o lucro e o investimento voraz em produção. O
que ocorre é que, para isso, são necessárias infinitas reservas naturais, que possam ser explo-
radas pelas grandes indústrias. Pensando nessa questão, cabe à escola propiciar a reflexão
sobre um meio ambiente sustentável juntamente com a comunidade escolar. Essas questões
serão levantadas a fim de provocar uma reflexão sobre a necessidade de mudança cultural,
principalmente com relação ao papel dos alunos quanto ao meio ambiente.
A temática é complexa, e necessita do desenvolvimento de uma prática pedagógica
que busque parceria com instituições (poder público e privado) que auxiliem o processo de
percepção da existência da degradação da vida, bem como a conscientização para mudanças
de atitude, em prol da concretização de demandas fundamentais de proteção. O território ca-
tarinense possui uma diversidade social, cultural e ambiental que permitem ao(à) professor(a)
construir, em sua prática pedagógica, um trabalho que proponha fundamentalmente o protago-
nismo dos(as) estudantes. As possibilidades são através da utilização de metodologias ativas,
da elaboração de projetos de pesquisa e intervenção local (envolvendo os sujeitos e entidades
locais para uma possível parceria), de estudo de caso e resolução de problemas e/ ou conflitos.
Também é possível relacionar o tema ao projeto de vida (projeção individual).

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


Que tal pesquisar sobre por que os humanos se comportam como se o planeta Ter-
ra fosse de uso exclusivo? Venha compreender e pensar com mudar essa relação!
� Têm interesse em temas ambientais e a sua relação com História,
� Geografia, Biologia, Política, Economia, Cultura, Direitos Humanos, ética e mundo do
trabalho.
� Almejam ser agentes de transformação da realidade em que vivem, seja no aspecto
individual ou no coletivo no território catarinense.
� Buscam aprender a utilizar as tecnologias para pesquisa e divulgação de seus resulta-
dos, ampliando, assim, seus conhecimentos digitais.
� Desejam desenvolver pesquisas científicas, obtendo, assim, conhecimento para a con-
tinuação de seus estudos em ensino superior ou técnico, ou para o próprio empreende-
dorismo.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 63


COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)
� Conhecimento e/ou disponibilidade para aprender sobre as novas perspectivas da rela-
ção humanidade/natureza.
� Abertura para mediar um componente organizado como projeto de intervenção, em que
os(as) estudantes são protagonistas, trabalham com grande grau de autonomia e to-
mam decisões que definem os rumos das aulas.
� Conhecimento de temas relacionado às humanidades, de preferência quanto às ques-
tões ambientais.
� Familiaridade com metodologias de pesquisa de campo e intervenções em consonân-
cia com os interesses dos(as) alunos(as), incentivando o protagonismo juvenil e mobi-
lizando o desenvolvimento de competências e habilidades.
� Ter disposição para trabalhar com metodologias ativas, buscar instituições parceiras e
estar aberto ao novo, como ponto fundante da práxis pedagógica.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital, para entender e explicar a realidade, continuar aprenden-
do e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

5. Cultura Digital. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comuni-


cação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Projeto de Vida. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, e apropriar-se


de conhecimentos e experiências que lhes possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho, e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

64 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir
da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a
compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pon-
tos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

� Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais


e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, re-
flexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar,
acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Competência Específica 3: Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes gru-


pos, povos e sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impac-
tos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem
e promovam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional, nacional e global.

� Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivas de produção, reaproveitamento


e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas, rurais e comunidades com dife-
rentes características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação
que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o
consumo responsável.
� Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de ca-
deias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agrope-
cuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida
das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunida-
des tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a susten-
tabilidade.
� Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao
consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção
crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos sustentáveis.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 65


Competência Específica 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando dife-
rentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

� Analisar os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, recorrendo às no-


ções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concre-
tização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações
concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes espa-
ços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS


FORMATIVOS ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,
atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
� Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e
evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações cla-
ras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como
liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.
� Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos.

Mediação e Intervenção Sociocultural


� Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
� Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e a resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.
� Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para pro-
blemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global,
corresponsabilizando-se pela realização de ações e projetos voltados ao bem comum.
� Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Hu-
manas e Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação
e intervenção sobre problemas de natureza sociocultural e de natureza ambiental, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no respeito às diferenças, na es-
cuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

66 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
Seguem algumas sugestões de linha de pesquisa que abordam diferentes “objetos
do conhecimento”, e que dão suporte para o desenvolvimento das competências e habili-
dades deste CCE:
� Especismo e antropocentrismo.
� Paradigma: dicotomia natureza e cultura.
� Paradigma: uma comunidade planetária de respeito a todas as formas de vida.
� Meio Ambiente e Ser Humano: uma relação interdependente.
� Impactos do modo de produção capitalista.
� Sustentabilidade: conceitos, teorias e experiências de modo de vida sustentável.
� Consumo consciente e consumo predatório.
� Finitude dos recursos naturais ou finitude da espécie humana.

Importante: Não é possível trabalhar todas as linhas de pesquisa em um componen-


te curricular eletivo com 40h/a. É preciso fazer escolhas. Nesse sentido, o(a) professor(a)
deve alinhar com os(as) alunos(as) a melhor abordagem de acordo com as adaptações na
realidade local. Para isso, deve utilizar essas linhas de pesquisas como “sugestões”, que
darão suporte ao planejamento. É importante que o(a) professor(a) defina o caminho a ser
percorrido, ou seja, uma linha de pesquisa, sem esquecer-se das pontes com os demais
conhecimentos da área.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


Analisar a realidade local e temas contemporâneos, sobretudo aqueles que sejam
de interesse dos(as) educandos(as), para desenvolver pesquisas com base nas metodolo-
gias propostas. Propor atividades de pesquisa bibliográfica, identificando dados geográfi-
cos, históricos relativos às questões ambientais de Santa Catarina e a nível local (municipal
ou regional, bem como saída de campo, etc.), pesquisa de campo utilizando os espaços e
instituições presentes na região, prezando pela antecedência, planejamento e organização,
desde o agendamento até a execução das visitas técnicas, imersões, intervenções ou ação
que pretende ser desenvolvida.
Articular parcerias com instituições locais e regionais (universidades, empresas,
ONGs, associações de moradores, conselhos comunitários, conselhos de controle social,
instituições públicas, entidades beneficentes, agremiações, grupos organizados, etc.). De-
senvolver ações de interação social na comunidade escolar que possam trazer alguma
contrapartida social.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 67


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
A estratégia de ensino deste componente eletivo é baseada no trabalho com proje-
tos, de modo que o(a) estudante poderá desenvolver sua pesquisa de maneira protagonista
e apropriar-se dos conceitos relacionados ao tema, de acordo com a necessidade para a
realização da prática de intervenção.
O(a) professor(a), como mediador(a) desse processo, problematiza as contradi-
ções da relação do ser humano com a natureza, e, assim, poderá trazer contribuições, a
partir do seu repertório científico, à pesquisa dos(as) seus(suas) estudantes. Dessa forma,
o trabalho realizado pelo(a) aluno(a) objetiva sensibilizar a comunidade escolar, para que
ela se sinta responsável pela questão ambiental e se perceba como parte desse ambien-
te. Para desenvolver esta estratégia, será realizada uma aproximação inicial de questões
teóricas e conceituais da área e, em seguida, uma orientação para a escolha do tema de
pesquisa do(a) estudante, e a elaboração do projeto de intervenção de acordo com os
resultados da pesquisa inicial. Por exemplo, dependendo das escolhas, os(as) alunos(as)
poderão montar uma apresentação em software de apresentação de slide, para uma pales-
tra sobre Educação Ambiental. Esta poderá ser apresentada para diversos públicos. Outras
sugestões são trabalhos com mídias sociais, produção de um documentário, curtas metra-
gens e animações, além de organizar exposições itinerantes pela região, seminários com
convidados(as) especiais sobre os temas escolhidos nesta eletiva.

os(as) alunos(as), orientados(as) por seus(suas) professores(as), poderão aplicar


um questionário à comunidade onde a intervenção ocorrerá, obtendo, assim, um diagnós-
tico local e uma análise de dados. Após isso, a produção de relatório e análise detalhada
dos questionários aplicados e debates em sala de aula das experiências vivenciadas nas
comunidades escolares, além da elaboração de painéis relativos à Educação Ambiental,
que serão apresentados na escola.
Importante: Professor(a), não é possível usar tudo e em toda situação. Por isso,
para decidir qual estratégia metodológica se adequa à proposta do CEE e organizar seu
planejamento, leia a Sugestão de Percurso Formativo. É importante lembrar que as estra-
tégias são definidas a partir da pactuação entre estudantes e professores(as), e deverão
considerar: a) o interesse do(a) estudante; b) a formação e o domínio teórico-metodológico
do(a) professor(a); c) os recursos disponíveis; d) o tempo e os horários necessários; e) as
questões-problema identificadas; f) as hipóteses levantadas.

68 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
Espaços: sala de aula; laboratório de informática; biblioteca; entorno da escola; paisagem
da comunidade local (rios, praças, parques, terrenos, ruas); pátio e áreas de convivência;
espaços de educação não-formal na comunidade; sala de multimídia; quadra esportiva,
sala de convivência; refeitório; instituições parceiras (universidades, empresas, ONGs, ins-
tituições públicas, etc.).

Equipamentos: data show; computador e/ou notebook e/ou celular e/ou tablet; TV/DVD
e/ou Smart TV; caixa de som; câmera fotográfica; gravador de voz; filmadora/gravador de
vídeo; lousa digital.

Material de Uso Comum/Papelaria: cartolina; papel A4 (diferentes gramaturas); papel com pau-
ta; papel Kraft; prancheta; fichas de anotações; tesoura; cola branca; caneta hidrocor; caneta
esferográfica e/ou lápis; pastas para arquivo (A-Z/catálogo/elástico); pincel para pintura; pin-
cel para limpeza mecânica; papel vegetal/seda; sacos de acondicionamento; caneta nanquim;
caneta de marcação permanente; CD/DVD gravável; quadro branco/quadro negro; pincel de
quadro branco/ giz; régua; calculadora; fita adesiva; material de anotação/rascunho; envelope;
papel Paraná; cola quente (pistola e bastão); pendrive; EVA/ TNT/tecidos; grampeador.

Materiais Didáticos e Fontes de Pesquisa: livros de Literatura; livros técnicos e/ou paradidáti-
cos; livros didáticos; apostilas criadas pelos(as) professores(as); cópias e fotocópias; jornais;
revistas e periódicos; documentos; fotografias; mapas; CD/DVD com materiais audiovisuais;
acervo arqueológico e museológico; sites na internet; sites governamentais, de instituições de
pesquisa, universidades e organismos internacionais; artigos acadêmicos e documentários.

Saídas de Campo (quando necessário): transporte; alimentação; hospedagem.

AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.
O processo de avaliação sistemática, orientado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio, em seu Art. 8º, prevê a adoção de metodologias de ensino e de avaliação de
aprendizagem que potencializam o desenvolvimento das competências e habilidades dos(as)
estudantes, favorecendo a construção do protagonismo juvenil, considerando uma avaliação
processual, formativa, qualitativa, inclusiva e contínua. Nesse sentido, sugere-se que o acom-
panhamento seja feito rotineiramente, utilizando recursos de avaliação da aprendizagem com
devolutivas do(a) professor(a) e autoavaliação. Por exemplo, o(a) professor(a) observa, a partir
dos objetivos de aprendizagem, quais competências são mobilizadas na atividade, diagnostica
se os(as) estudantes estão as desenvolvendo, e então, se necessário, estimula o(a) estudante
com uma devolutiva que o(a) desloque em busca da aprendizagem.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 69


A avaliação pode ser realizada por meio de registro de evidência, que possibilita
ao(à) estudante refletir sobre seu percurso. Por exemplo, a partir de diário de campo/bordo
dos(as) educandos(as), e da avaliação dos resultados, pode ser realizada a criação de por-
tfólios das atividades desenvolvidas. Os portfólios podem ajudar na criação de produções
científicas, como artigos e relatórios de pesquisa. Outro mecanismo que pode ser utilizado,
especialmente para comunicação dos resultados, é a realização de seminários, colóquios,
lives, debates e/ou exposições, que podem ser utilizados para verificar o engajamento,
protagonismo e apropriação dos conceitos pelos(as) estudantes. É importante definir os
critérios para a avaliação de forma colaborativa com os(as) estudantes e demais agentes
envolvidos. A definição e criação de critérios é um momento de aprendizagem e protago-
nismo, que possibilita ao(à) estudante compreender o que deve aprender e como.
Dentre os critérios, pode-se considerar: delimitação do tema; apropriação do con-
teúdo, apresentação estética, capacidade de síntese, capacidade de análise dos dados,
interpretação, autonomia, resolutividade, capacidade de gestão do tempo, capacidade de
trabalho cooperativo, etc.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora:
uma abordagem teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto
histórico e pressupostos pedagógicos. Brasil: Secretaria de Educação Básica, 2019. Dispo-
nível em: http://basenacionalcomum.mec. gov.br/images/implementacao/contextualiza-
cao_temas_contemporaneos. pdf. Acesso em: 3 dez. 2020.
BRASIL. Lei n. 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, DF: Ministé-
rio da Educação e do Desporto. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9795.htm. Acesso em: 03 dez. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente. Bra-
sil: Secretaria de Educação Fundamental, p. 167-242. Disponível em: http://portal.mec.gov.
br/seb/arquivos/pdf/meioambiente. pdf. Acesso em: 03 dez. 2020.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.
KOPENAWA, Davi. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 2016.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LA ROSA, Jorge de (org). Psicologia e Educação: o significado do aprender. Porto Alegre:
EDIPURS, 2003.

70 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


LOUREIRO, C. F. B.; AZAZIEL, M.; FRANCA, N. (org.). Educação Ambiental e gestão partici-
pativa em unidades de conservação. Rio de Janeiro: Ibase/Edições IBAMA, 2003. Disponí-
vel em: http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/livros/ educacaoambientalegestaoparticipa-
tivaemunidadesdeconservacao.pdf.
MARTINS, Felipe. Educação Ambiental e Candomblé: Afro-religiosidade como consciência
ambiental. Paralellus Revista de Estudos de Religião, vol. 6, 2015. Disponível em: http://
www.unicap.br/ojs/index.php/paralellus/ article/view/353.
MORAN, José. Metodologia Ativas de Bolso: como os alunos podem aprender de forma
ativa, simplificada e profunda. São Paulo: Editora do Brasil, 2019. Disponível em: https://
issuu.com/editoradobrasil/docs/ metodologias-issuu.
MORIN, Edgar. O método 5: a humanidade da humanidade. 5. ed. Porto Alegre: Sulina, 2012.
PARANÁ. Lei n. 17.505, de 11 de Janeiro de 2013. Institui a Política Estadual de Educação
Ambiental e o Sistema de Educação Ambiental e adota outras providências. Paraná: Gover-
no do Estado do Paraná, [2013]. Disponível em: http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/
listarAtosAno. do?action=exibir&codAto=85172. Acesso em: 03 dez. 2020.
SILVA, E. R.; LEITE, eĒ al. A coleta seletiva em EA. In: PEDRINI, A. G. (org.). Metodologias em
Educação Ambiental: um caminho das pedras. Petrópolis: Vozes, 2007.

Vídeo
CARTA escrita em 2070. Sorocaba: Tecnoprint Sorocaba, 06 out. 2009. 1 vídeo (6min41s).
Publicado por Tecnoprints Sorocaba. Disponível em: https:// www. youtube.com/watch?v=-
jUpVH-hjcdo. Acesso em: 03 dez. 2020.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 71


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Problematizar a representação de meio ambiente e a relação do ser humano com a
natureza em diferentes tempos, lugares sociedades e culturas.
 Debater o conceito de Meio Ambiente e os temas possíveis para abordagem do mesmo.
 Romper com a ideia de que Meio Ambiente é somente o estudo do funcionamento
dos ecossistemas.
 Perceber que o desenvolvimento social e ambiental estão altamente interligados, e
que nessa relação não há simplesmente vítimas ou vilões, mas sim que a cultura
organiza a forma como se vê o meio ambiente.
 Refletir sobre as atitudes presentes nas sociedades atuais e nas antigas em rela-
ção à natureza, sua preservação e destruição.

Resumo
O(a) professor(a) propõe aos(às) estudantes pesquisas em diversos gêneros tex-
tuais sobre como os seres humanos em diferentes épocas, lugares, sociedade e
cultura se relacionaram com a natureza. A pesquisa pode ser em trios ou duplas,
para estimular a troca de ideias, e a produção pode ser definida com os(as) es-
tudantes: apresentação, painel, relatório, video, podcasts, etc. Após a pesquisa e
Abordando
o Conceito 2a3
a socialização das produções, realiza-se um debate sobre quais as semelhanças
de Meio aulas e as diferenças dos modos de vida contemporâneos para os de outras épocas,
Ambiente sociedades e culturas. O(a) professor(a) pode problematizar o modo de vida da
sociedade capitalista, ao selecionar e exibir gêneros textuais que dialogam com o
contexto local que possui sentido para os(as) estudantes.

Dica Metodológica
O registro dessas reflexões e análises é importante, tanto para a consolidação do
conhecimento coletivo desenvolvido pelo grupo, quanto para a avaliação processu-
al do(a) educador(a). Assim, é importante que o grupo organize formas de registro,
que podem ser desde um diário de campo até um registro em ferramentas e apli-
cativos virtuais. Da mesma forma, o planejamento das ações a serem realizadas é
fundamental para que a próxima etapa aconteça de forma satisfatória. Por isso, é
importante separar algumas aulas para uma discussão mais bem fundamentada
sobre quais ações o grupo quer efetivar.
O(a) professor(a) deve observar e registrar, a partir das competências e habilidades
selecionadas para mobilizar e desenvolver nas aulas, quais as que os(as) estudan-
tes possuem maior dificuldade, e então, replanejar as próximas aulas de maneira
a proporcionar, novamente, momentos de desenvolvimento das competências e
habilidades. A avaliação em questão busca identificar evidências de quais proces-
sos cognitivos e conhecimentos os(as) estudantes ainda não aprenderam, refletir
sobre elas, e realizar intervenções por meio de devolutivas (diálogo com o(a) estu-
dante) e proposição de atividades.

72 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Planejar como realizar pesquisa de campo dentro da Metodologia Científica re-
ferente à questão ambiental e social, analisando, por meio de entrevistas, ima-
gens, gráficos e tabelas, os impactos ambientais provocados pelos seres huma-
nos na natureza, de acordo com a realidade de cada escola.
 Identificar os problemas ambientais de cada realidade dentro do território e re-
conhecer a importância dos recursos naturais do território catarinense.
Resumo
O(A) professor(a) propõe aos(às) estudantes a realização de uma pesquisa de
campo sobre a relação que o território estabelece com o ambiente. Para tanto, su-
gere-se que, inicialmente, o(a) professor(a) faça um mapeamento do interesse do
tipo de pesquisa que os(as) alunos(as) querem realizar. Sugere-se que o(a) profes-
sor(a) apresente os diversos tipos de pesquisa e até solicite que os(as) estudantes
pesquisem outros. Em seguida, solicita que se organizem grupos, escolham o tipo
de pesquisa, elaborem as estratégias de abordagem e planejem a execução da pes-
quisa (tempo, local, público alvo, recursos, etc).
Os procedimentos metodológicos, seleção e tratamento de fontes, a aplicação de
conceitos e estratégias e os demais recursos que serão utilizados na pesquisa devem
estar previstos no planejamento e/ou adaptados, quando for necessário. Vale lembrar
que as ações devem ser registradas de acordo com as ferramentas selecionadas pelo
grupo e pelo(a) professor(a) (diário, ficha de registro, ficha de observação, memória de
reunião, etc.), mantendo-as sempre atualizadas para que seja possível desenvolver a
Orienta- comunicação, avaliação e diagnóstico da apropriação dos resultados. É fundamental
ção para 2 aulas
Pesquisa não atropelar etapas e garantir que os interesses dos(as) estudantes sejam contempla-
dos. O número de grupos vai variar de acordo com os interesses apresentados.
Dica Metodológica
Sugere-se que o(a) professor(a) demonstre com exemplos práticos e também com
linguagem acessível, e depois insira uma linguagem mais acadêmica. Se você vai
fazer um bolo, precisa definir o sabor, escolher os ingredientes, verificar se tem to-
dos os ingredientes; se não tiver, precisa adquirir esses ingredientes, nas quantida-
des necessárias; precisa prever eventualidades (acabou o gás, por exemplo), sele-
cionar os equipamentos necessários e, só depois de verificar como se faz, quanto
tempo demora e quais recursos são necessários é que pode de fato começar a
fazer o bolo, sem que o trabalho se perca na metade, por falta de planejamento. O
exemplo do bolo pode ser substituído por qualquer um que seja da realidade do(a)
aluno(a). Após explicar a importância dessa etapa, sugere-se que o(a) professor(a)
disponibilize um modelo de planejamento e destine um tempo para que o(s) gru-
po(s) possa(m) criar seus planejamentos. É importante, neste momento, que o plane-
jamento seja criado com uma versão preliminar, entregue ao(à) professor(a) para vali-
dação e para que sejam feitas sugestões de ajustes, se forem necessários. Além disso,
se o(a) professor(a) optar por criar um diário de bordo ou um relatório de pesquisa no
final do processo, é importante que oriente para que sejam feitos todos os registros
necessários nas ferramentas selecionadas (diário, ficha de registro, ficha de observa-
ção, memória de reunião, etc.). Essas situações podem (e devem) ser adequadas à
realidade da Unidade Escolar. É importante lembrar que, se forem estabelecer parcerias
com empresas, universidades, instituições, ONGs, etc. (o que é muito importante), elas
já devem estar previstas nesta etapa de planejamento.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 73


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA
Objetivos
 Realizar pesquisa de campo dentro da Metodologia Científica referente à questão
ambiental e social, analisando por meio de entrevistas, imagens, gráficos e tabelas
os impactos ambientais provocados pelos seres humanos na natureza, de acordo
com a realidade de cada escola.
 Identificar os problemas ambientais de cada realidade dentro do território e reco-
nhecer a importância dos recursos naturais do território catarinense.
 Identificar e problematizar os impactos do consumo dos recursos naturais no terri-
tório catarinense e/ou em outros.
 Mediar e orientar o desenvolvimento da pesquisa de cada grupo.
Pesquisa 10 aulas
 Avaliar e reavaliar a pesquisa dos(as) alunos(as), auxiliando, assim, cada etapa do
processo de pesquisa.
Resumo
A ideia desta fase é proporcionar que os(as) estudantes vivenciem uma experiência de
pesquisa de campo, o trabalho em grupo, e identifiquem a relação que o território es-
tabelece com a natureza. Ao mesmo tempo, o(a) professor(a) irá orientar o desenvol-
vimento das pesquisas de cada grupo, mediando, assim, sua construção, bem como
as mudanças de percursos sempre que necessário. Para isso, sugerem-se reuniões
do(a) professor(a) com o grupo, reuniões com todos o grupos e reuniões do grupo. A
pesquisa só se encerra quando o grupo, em diálogo com o(a) professor(a), identificar
que há informações e dados suficientes para análise.
Objetivos
 Identificar os problemas ambientais de cada realidade dentro do território e reco-
nhecer a importância dos recursos naturais do território catarinense.
 Identificar e problematizar os impactos do consumo dos recursos naturais no terri-
tório catarinense e/ou em outros.
 Refletir sobre os interesses econômicos presentes na exploração dos recursos na-
turais.
 Compartilhar os dados obtidos na pesquisa.
Resumo
A proposta nessas aulas é que os(as) estudantes analisem os dados e compartilhem
Análise e os resultados se utilizando de recursos necessários: recursos tecnológicos ou tradi-
Compartilha- cionais. Para isso, sugere-se que o(a) professor(a) oriente os(as) estudantes a analisar
mento dos 2a4
Resultados aulas os dados e as formas de comunicar, de acordo com a natureza da pesquisa. Após a
das Pesqui- análise, os grupos compartilham seus resultados, realizam um debate relacionando as
sas
pesquisas de campo com as científicas da etapa anterior (relação do ser humano com
a natureza em diferentes épocas, lugares, sociedade e cultura). Então, a turma escolhe
como sistematizar coletivamente todas as pesquisas; isso pode ser em formato de
painéis, exposições, congressos, revistas eletrônicas, blog, etc.
Dica Metodológica
Talvez alguns(algumas) estudantes não se sintam confortáveis em realizar uma ex-
posição oral, mas podem ter participações preciosas ao organizar a sistematização,
por exemplo. Como um componente eletivo, é importante que os(as) estudantes se
desafiem a realizar tarefas que tenham mais dificuldade. No entanto, um bom trabalho
coletivo aproveita o que de melhor cada membro do grupo pode oferecer. Não me-
dir todos(as) os(as) estudantes com a mesma régua é um exercício importante para
os(as) educadores(as).

74 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA
Objetivos
 Refletir sobre como propor mudança de atitudes com relação ao meio ambiente
e a formação de novos hábitos na utilização dos recursos naturais e das relações
de consumo.
 Identificar possíveis formas para intervir na realidade de acordo com a pesquisa
e os dados levantado por cada equipe.
 Trabalhar de forma ativa em grupo na comunidade, para, assim, senecessário e
for a vontade da turma, transformar a realidade de forma positiva.
 Conscientizar, se necessário e for a vontade da turma, a comunidade sobre a im-
portância da preservação do meio ambiente.
Resumo
Nesta etapa, os(as) alunos(as), a partir da reflexão sistematizada das pesquisas, podem
elaborar intervenções na comunidade de acordo com a necessidade local, recursos e dis-
ponibilidade. Pode ser uma ação prática ou a simples divulgação dos dados coletados.
As aulas serão definidas de acordo com a intervenção de cada grupo.
O(A) professor(a) apoia e orienta as ações dos grupos, atuando como mediador(a) e suge-
Prática e
17 aulas rindo percursos exequíveis e adequados à realidade local e ao planejamento das atividades,
Intervenção
garantindo o trabalho colaborativo e estimulando o protagonismo e a autonomia dos(as)
educandos(as). Deverão ser colocadas em prática as ações determinadas pelo(s) grupo(s)
de trabalho, garantindo a execução das atividades e estratégias definidas na fase de plane-
jamento, adequando-as quando necessário. É importante que o(a) professor(a) atue como
mediador(a), orientando o(s) grupo(s) de trabalho, especialmente quanto à execução do pla-
nejamento, para que as atividades não se dispersem do objetivo inicial definido pelo grupo.
Dica Metodológica
O desenvolvimento das atividades deve sempre levar em consideração a realidade local
(mesmo que tenha uma abordagem temática global, por exemplo) e comunicar com essa
realidade. O uso das redes sociais pode ser uma importante ferramenta para engajar a
comunidade local no(a) projeto/ação/pesquisa/intervenção. Outro ponto que precisa ser
lembrado é: o produto final dependerá do tema, da questão-problema e das estratégias
planejadas e executadas para resolução da questão apresentada. No entanto, é preciso
que o(a) professor(a) defina os mecanismos para comunicar e avaliar este produto (rela-
tório, artigo científico, documentário, filme, produção musical, colóquio, exposição etc.).
Lembrando que o produto final não é o objetivo da aprendizagem, e sim o processo e a
aprendizagem ao longo do percurso.
Objetivos
» Avaliar os aprendizados do semestre.
Resumo
Após as atividades planejadas e executadas, é hora de retornar ao grupo de estudantes,
com uma postura honesta e baseada na confiança que foi gerada durante o decorrer do
componente, e buscar avaliar, de forma geral, o que foi aprendido com essas atividades,
pesquisas e reflexões. O que funcionou melhor? O que foi uma surpresa agradável para
todos(as)? Qual foi o maior desafio? Essa avaliação deve ser embasada nos registros
processuais que foram realizados no decorrer do semestre e, principalmente, ser um es-
Avaliação
Final
4 aulas paço de escuta entre todo o grupo. A avaliação, não do(a) professor(a) para os(as) estu-
dantes, mas, sim, um momento coletivo de análise do caminho percorrido.
Dica Metodológica
Além da avaliação coletiva, pode ser interessante realizar também uma autoavaliação
de cada estudante, e o(a) professor(a) pontuar por escrito o que cada um(a) aprendeu, o
que mais cada um(a) se interessou, e no que poderia ter atuado de forma mais qualifica-
da. Existem diversas estratégias de autoavaliação, e é importante que os(as) estudantes
percebam que, independentemente da existência ou não de um conceito ou avaliação
numérica, o que desenvolveram durante o semestre foi significativo para a sua forma-
ção como seres humanos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 75


Estudos e Projetos Culturais Diversidade Cultural no
Território Catarinense e no
Carga horária: 40 horas por semestre Mundo: Direito à Diferença

AUTORES(AS) ÁREAS
Diácomo Antônio Cavalheiro Linguagens e suas Tecnologias
Edvando Santos Cordeiro Matemática e suas Tecnologias
Jonas Gabriel da Silva Ribas Ciências da Natureza e suas Tecnologias
José Vilmar Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Marcelo Galvão Fogaça de Almeida Ciência e Tecnologia
Vianei Luis Hammerschmitt Componentes Integradores
Rosilda Aparecida Meireles

RESUMO
O Componente Curricular Eletivo “Diversidade Cultural no Território Catarinense e no Mundo: um
direito à diferença” visa a desenvolver vivências curriculares escolares e extraescolares (com inser-
ção nas entidades culturais) em torno dos valores socioculturais e identitários do território catari-
nense e da contemporaneidade. Promover uma maior integração e conversação com os valores
da cultura local e regional de cada território, nos aspectos físicos, econômicos, ambientais, com as
múltiplas expressões culturais/sociais decorrentes das formas de ocupação do espaço e com a
construção de elementos que identificam cada povo. Ao mesmo tempo, estabelecer um diálogo
com o mundo globalizado e a multiculturalidade, visando à desnaturalização e ao combate aos
preconceitos, discriminações e violências diante da diversidade cultural.

Quanto aos aspectos sociais que fundamentam a epistemologia desse componente curricular,
entende-se que a multiplicidade deve ser o ponto de partida, levando em consideração a forma,
a análise e o estudo. A multiculturalidade catarinense nasce das visões das populações origi-
nárias indígenas, das populações submetidas à colonização, como os(as) descendentes de
pessoas escravizadas trazidas da África, que lutaram contra essa escravidão, os(as) afrobrasi-
leiros(as) historicamente chamados(as) “caboclos(as)”, bem como das culturas de imigração:
portugueses(as), alemães(ãs), austríacos(as), italianos(as), eslavos(as) (poloneses(as) e ucra-
nianos(as) e, atualmente, haitianos(as) e venezuelanos(as).

Este componente curricular possibilitará aos(às) estudantes momentos para se conhecerem


e se reconhecerem como cidadãos(ãs) e protagonistas dos movimentos sociais e culturais do
seu território, na constituição de uma sociedade plural.

76 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


O convite é para problematizar o sentimento de pertencimento a partir da relação da diferença,
e refletir sobre a construção das identidades na perspectiva contemporânea (móvel, flexível,
dinâmica e em construção). Num movimento de alteridade, o reconhecimento do outro será
vivenciado nas pesquisas que o grupos escolherem realizar (manifestações culturais, bens cul-
turais, patrimoniais, grupos culturais, etc.), e ao lidar com os conflitos considerando o direito
à diferença. A metodologia de projeto deverá focar nas prioridades de seu território e/ou inte-
resses dos(as) estudantes, em diálogo com a diversidade sociocultural catarinense, brasileira
e mundial. Nesse sentido, são pressupostos teóricos para o desenvolvimento de habilidades e
competências os fatos históricos e fontes históricas do território catarinense, e principalmente
da comunidade escolar.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Identificar as manifestações culturais, os bens culturais, patrimoniais, grupos culturais
e os diversos elementos da diversidade cultural do território.
� Identificar e reconhecer os bens culturais e os conhecimentos dos diversos povos e
etnias que compõem o território, assim com a expropriação e supressão cultural.
� Reconhecer o papel da diversidade cultural na formação identitária do território catari-
nense, bem como fomentar o diálogo entre as diversas culturas existentes.
� Analisar de forma crítica, histórica e com embasamento científico o discurso da supos-
ta formação europeia de Santa Catarina, questionando o senso comum racista e xenó-
fobo que se instala na cultura do Estado, e que ignora sistematicamente as heranças
culturais diversas, bem como apaga a violência colonial imputada sobre as populações
indígenas e afrobrasileiras do território.
� Pesquisar a diversidade cultural que forma as cidades catarinenses atualmente, valori-
zando a contribuição das diversas culturas que convivem em cada comunidade, desta-
cando o caráter multicultural do Estado, com foco específico na comunidade em que a
escola se situa.
� Refletir sobre a ideia de etnocentrismo e dialogar com este conceito, de forma a se
apropriar de referenciais teóricos e de dados empíricos, com o objetivo de romper com
os estigmas e preconceitos instaurados pelo senso comum.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 77


JUSTIFICATIVA
Diante das múltiplas especificidades que formam o território catarinense, os Estu-
dos e Projetos Culturais justificam-se pela relevância social, pelo reconhecimento, vivência
e fruição dos valores culturais catarinenses, por uma sociedade justa, solidária, equânime
e responsável com as futuras gerações. A formação e a reflexão sobre as identidades do(a)
estudante através do projeto de vida, bem como este componente curricular, fortalecem o
espírito de pertencimento institucional e de formação da identidade territorial dos(as) estu-
dantes, e de um projeto de uma sociedade ética que reconhece o direito à diferença. Nesse
sentido, a escola oportuniza as vivências dos valores em articulação com a comunidade, a
fim de que os conhecimentos tácitos das entidades culturais, e os explícitos do currículo,
possam conversar em torno da consolidação dos valores culturais estabelecidos e o de-
senvolvimento de novas experiências voltadas à cultura juvenil atual. Este componente cur-
ricular deve ser um energizador de práticas culturais no ambiente escolar, trazendo diferen-
tes elementos da cultura local, como o canto, teatro, a música, a dança, a arte, a culinária,
o artesanato, os contos de tradição oral, a literatura, a escultura, a pintura, etc. Outro ponto
importante deste componente é a interação com a comunidade externa, onde podem acon-
tecer as vivências e as práticas. Outra possibilidade está em aplicar a proposta de trabalho
na própria unidade escolar, onde os(as) estudantes poderão trabalhar com mentoria e pro-
moção de vivência cultural com as demais turmas, familiares e amigos(as) da escola. A
multiplicidade dos espaços em que as vivências de intervenção podem acontecer permite
também inúmeras formas de abordagem, tanto territorial quanto institucional, podendo ser
renovadas e modificadas todos os anos.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


Que tal pesquisar sobre a diversidade cultural da sua região? Venha problematizar e
pensar sobre cultura, diversidade cultural, bens culturais, manifestações e outros elemen-
tos da dinâmica cultural.

� Desejam vivenciar e protagonizar projetos sobre questões da cultura local no ambiente escolar.
� Buscam interagir com a comunidade externa por meio da expressão artística e cultural das
inúmeras manifestações e ritos culturais do território catarinense.
� Querem participar de intercâmbios culturais e sociais com outras escolas da rede estadual e,
se possível, de projetos internacionais.
� Reconhecem e valorizam as diversas culturas regionais e seus espaços de expressão.
� Têm interesse em intervir na comunidade escolar de forma democrática e participativa.

78 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)
� Conhecimento e/ou disponibilidade para aprender sobre a diversidade cultural e o direi-
to à diferença.
� Abertura para mediar projetos de intervenção cultural, valorizando o protagonismo
dos(as) estudantes na identificação, compreensão e expressão de valores da cultura
local e regional.
� Experiência, familiaridade ou interesse em aprender sobre os referenciais teóricos, alinha-
dos à experimentação e vivência na comunidade escolar e seu entorno.
� Busca articular parcerias na sociedade para mediar conhecimentos e processos criati-
vos de produção e expressão artística dos(as) estudantes na comunidade.
� Valoriza as diversas manifestações artísticas e culturais locais e regionais, bem como
seu envolvimento e inserção nas práticas de produção e expressão artístico-cultural do
território.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer


à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

3. Repertório Cultural. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
cais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

9. Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-


peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos Direitos Humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 79


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e
culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plu-
ralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreen-
der e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e
tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

� Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com


vistas à compreensão e à crítica de ideias filosóficas e processos e eventos históricos, geo-
gráficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
� Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econô-
micas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo,
evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento, etc.), avaliando criticamente
seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes
e discursos.
� Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial, de modo a identificar co-
nhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade
cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

Competência Específica 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes


tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as
territorialidades e o papel geopolítico dos Estados-nações.

� Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural)


em diferentes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civiliza-
ção/barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/cam-
po, entre outras).
� Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, eco-
nômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com
destaque para as culturas juvenis.

80 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS
FORMATIVOS ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória,
de campo, experimental, etc.), em fontes confiáveis, informações sobre temas e processos
de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local,
regional, nacional e/ou global, identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se
mediante argumentação, com o cuidado de citar as fontes dos recursos utilizados na pes-
quisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes mídias.

Processos Criativos
� Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crí-
tica sobre temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/
ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global.

Mediação e Intervenção Sociocultural


� Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências Hu-
manas e Sociais Aplicadas para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação
e intervenção sobre problemas de natureza sociocultural e de natureza ambiental, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global, baseadas no respeito às diferenças, na
escuta, na empatia e na responsabilidade socioambiental.

Empreendedorismo
� Desenvolver projetos pessoais ou produtivos, utilizando as Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas para formular propostas concretas, articuladas com o projeto de vida, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 81


OBJETOS DE CONHECIMENTO
Seguem algumas sugestões de linhas de pesquisa que abordam diferentes “objetos
do conhecimento”, e que dão suporte para o desenvolvimento das competências e habili-
dades deste CCE:
� O que é cultura? Um conceito polissêmico.
� Cultura e ideologia.
� Etnocentrismo, relativismo cultural e cultura-valor.
� Perspectivismo/Multinaturalismo.
� Diversidade cultural e pluralidade.
� Direito à diferença.
� Identidade e identidades.
� Movimentos migratórios e ocupação territorial, demografia e características da popula-
ção local, Direitos Humanos.
� Concepções filosóficas que norteiam valores e características da cultura local, alterida-
de, diversidade e pluralidade cultural.
� Valores, estilos e formas da expressão artística local e regional.
� Educação para o multiculturalismo.

Importante: Não é possível trabalhar todas as linhas de pesquisa em um componen-


te curricular eletivo com 40 h/a. É preciso fazer escolhas. Nesse sentido, o(a) professor(a)
deve alinhar com os(as) alunos(as) a melhor abordagem de acordo com as adaptações
na realidade local. Para isso, deve utilizar essas linhas de pesquisas como “sugestões”,
que darão suporte ao planejamento. É importante que o professor defina o caminho a ser
percorrido, ou seja, uma linha de pesquisa, sem se esquecer das pontes com os demais
conhecimentos da área.

82 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS
A aplicabilidade do componente curricular deve ser discutida por cada unidade escolar,
professor(a) e turma para que ele possa se adaptar aos diferentes valores e contextos do perfil
social e cultural de cada escola. Não existe uma cultura melhor ou pior, existem culturas e que
devem fazer parte da plataforma de reflexão, de vivência e de intervenção de cada unidade
escolar. Todo território tem música, arte, dança, culinária, práticas coletivas e individuais de
expressão identitária. Cabe à unidade de ensino identificar o que tem no seu entorno local e
regional, valorizar as expressões do território e dialogar abertamente sobre novas formas de
expressão e criação que fazem sentido no ideário do(a) estudante e da comunidade escolar.
Nesse sentido, para garantir os objetivos de aprendizagem, é fundamental que se apresente
uma abordagem ampla, democrática e multicultural, buscando incluir expressões das mais
diversas presentes na comunidade em questão.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


A inovação pedagógica desse componente perpassa pela metodologia de projetos
e de intervenção social e cultural, podendo ser projetos tradicionais, onde todo o planeja-
mento é realizado antes da execução, como também podem ser projetos com metodologia
ágil, que, ao contrário das tradicionais, é adaptável ao rumo que o projeto toma durante a
execução. O planejamento é feito de forma iterativa, ou seja, as características são defini-
das de acordo com as entregas.
Nesse sentido, deve-se valorizar práticas pedagógicas abertas e democráticas,
como o brainstorm (tempestade de ideias) para elencar propostas, ou eleição por acla-
mação para definição de tema problema do projeto, de modo que o(a) estudante possa se
sentir protagonista do processo.
A metodologia ativa de aprendizagem deve orientar a abordagem teórica e prática
do componente. Entende-se que a divisão do trabalho em grupos temáticos específicos
permite uma maior expressividade, tanto das ações como também do grau de conheci-
mento a ser construído e socializado por meio de pesquisas teóricas, imersão prática em
atividades culturais, vivências, socialização teórica e prática dos resultados, mediação de
atividades no ambiente escolar, intercâmbios culturais locais, regionais e ou internacio-
nais. As experiências, além de serem múltiplas e diversas, podem contemplar a vivência e
a expressão da música, da dança, da culinária, do canto, do teatro, do artesanato, das tribos
urbanas, dos movimentos étnicos (quilombola, indígena, afro e de imigração).

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 83


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
Espaços: sala de aula; laboratório de informática; biblioteca; entorno da escola; paisagem
da comunidade local (rios, praças, parques, terrenos, ruas); auditório da escola e demais
espaços escolares (pátio, biblioteca, quadra, etc.); pátio e áreas de convivência; espaços
de educação não- formal na comunidade; equipamentos culturais do entorno da escola
(clubes sociais, centros de eventos, teatros, fundação cultural, escolas de dança, clubes,
praças públicas e os próprios espaços da escola como áreas cobertas ou ginásios), sala
de multimídia; quadra esportiva, sala de convivência; refeitório; instituições parceiras (uni-
versidades, empresas, ONGs, instituições públicas, etc.).

Equipamentos: data show; computador e/ou notebook e/ou celular e/ou tablet; TV/DVD
e/ou Smart TV; caixa de som; câmera fotográfica; gravador de voz; filmadora/gravador de
vídeo; lousa digital.

Material de Uso Comum/Papelaria: cartolina; papel A4 (diferentes gramaturas); papel com


pauta; papel Kraft; prancheta; fichas de anotações; tesoura; cola branca; caneta hidrocor;
caneta esferográfica e/ou lápis; pastas para arquivo (A-Z/catálogo/elástico); pincel para
pintura; pincel para limpeza mecânica; papel vegetal/seda; sacos de acondicionamento;
caneta nanquim; caneta de marcação permanente; CD/DVD gravável; quadro branco/qua-
dro negro; pincel de quadro branco/giz; régua; calculadora; fita adesiva; material de anota-
ção/rascunho; envelope; papel Paraná; cola quente (pistola e bastão); pendrive; EVA/TNT/
tecidos; grampeador. Materiais Didáticos e Fontes de Pesquisa: livros de Literatura; livros
técnicos e/ou paradidáticos; livros didáticos; apostilas criadas pelos professores; cópias
e fotocópias; jornais; revistas e periódicos; documentos; fotografias; mapas; CD/DVD com
materiais audiovisuais; acervo arqueológico e museológico; sites na internet; sites gover-
namentais, de instituições de pesquisa, universidades e organismos internacionais; artigos
acadêmicos e documentários.

Saídas de Campo (quando necessário): transporte; alimentação; hospedagem.

84 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as esco-
las. Avaliação processual, formativa e qualitativa, de modo a valorizar o desenvolvimento
cognitivo do(a) estudante (comunicação, domínio de conceitos básicos, produção teórica
e comunicação oral) e também socioemocional (motivação, articulação com os(as) co-
legas e pessoas envolvidas no projeto, capacidade de mobilização social, socialização e
vivências de atividades propostas), de modo que se possa ressignificar, diversificar e apro-
fundar o aprendizado dos(as) estudantes no percurso formativo.
O processo de avaliação sistemática, orientado nas Diretrizes Curriculares Nacio-
nais para o Ensino Médio, em seu Art. 8º, prevê a adoção de metodologias de ensino e
de avaliação de aprendizagem que potencializam o desenvolvimento das competências e
habilidades dos(as) estudantes, favorecendo a construção do protagonismo juvenil, consi-
derando uma avaliação processual, formativa, qualitativa, inclusiva e contínua. Nesse sen-
tido, sugere-se que o acompanhamento seja feito rotineiramente, utilizando recursos de
avaliação da aprendizagem com devolutivas do(a) professor e autoavaliação. Por exemplo,
o(a) professor(a) observa, a partir dos objetivos de aprendizagem, quais competências são
mobilizadas na atividade, diagnostica se os(as) estudantes as estão desenvolvendo, e en-
tão, se necessário, estimula-os(as) com uma devolutiva que os(as) desloquem em busca
da aprendizagem.
A avaliação pode ser realizada por meio de registro de evidência que possibilita
ao(à) estudante refletir sobre seu percurso. Por exemplo, a partir de diário de campo/bordo
dos(as) educandos(as) e da avaliação dos resultados, pode ser realizada a criação de por-
tfólios das atividades desenvolvidas. Por se tratar de um componente curricular na perspec-
tiva de laboratório, os portfólios podem ajudar na criação de produções científicas, como
artigos e relatórios de pesquisa. Outro mecanismo que pode ser utilizado, especialmente
para comunicação dos resultados, é a realização de seminários, colóquios, lives, debates
e/ou exposições, que podem ser utilizados para verificar o engajamento, protagonismo
e apropriação dos conceitos pelos(as) estudantes. É importante definir os critérios para
a avaliação de forma colaborativa com os(as) estudantes e demais agentes envolvidos.
A definição e criação de critérios é um momento de aprendizagem e protagonismo que
possibilita ao(à) estudante compreender o que deve aprender e como. Dentre os critérios,
pode-se considerar: delimitação do tema; apropriação do conteúdo, apresentação estética,
capacidade de síntese, capacidade de análise dos dados, interpretação, autonomia, resolu-
tividade, capacidade de gestão do tempo, capacidade de trabalho cooperativo, etc.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 85


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA

SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Ed. Moderna, 2013.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora:
uma abordagem teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BRANDÃO, L. A cidade e a tribo skatista: juventude, cotidiano e práticas corporais na histó-
ria cultural. Mato Grosso: UFGD, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Educação é a
Base. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017.
______. Referenciais curriculares para a elaboração dos itineririos formativos. Brasília: MEC,
2019.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn; SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença:
a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
LARAIA, R. B. Cultura, um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
LOURENÇO, M. Cultura, arte, política & movimento hip-hop. Curitiba: Chaim, 2002.
MACHADO, Nilson José. Ética e Educação: pessoalidade, cidadania, didática, epistemolo-
gia. Cotia: Ateliê Editorial, 2012.
MORAN, José. Metodologia Ativas de Bolso: como os alunos podem aprender de forma
ativa, simplificada e profunda. São Paulo: Editora do Brasil, 2019. Disponível em: https://
issuu.com/editoradobrasil/docs/ metodologias-issuu
MORIN, Edgar. O método 5: a humanidade da humanidade. 5. ed. Porto Alegre: Sulina, 2012.
MOTTA, Flávia de Mattos. Raça, gênero, classe e estupro: exclusões e violências nas relações
entre nativos e turistas em Florianópolis. Physis, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, jan./jul. 2006. Dis-
ponível em: https://doi. org/10.1590/S0103-73312006000100003. Acesso em: 18 set. 2020.
SANTOS, Ademir Valdir dos. Educação e colonização no Brasil: as escolas étnicas alemãs.
Caderno de Pesquisa, São Paulo, v. 42, n. 146, mai./ago. 2012. Disponível em: https://doi.
org/10.1590/S0100-15742012000200012. Acesso em: 19 set. 2020.
SEYFERTH, Giralda. A dimensão cultural da imigração. Rbcs, São Paulo, v. 26, n. 77, p. 47-
64, out. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ rbcsoc/v26n77/07.pdf. Acesso
em: 22 out. 2020.
SILVA. Sérgio F. da, CALDEIRA. Ademir D. Etnomatemática do Sistema de Contagem Guara-
ni das Aldeias Itaty, do Morro dos Cavalos, e M’Biguaçu. Bolema, Rio Claro, v. 30, n. 56, set./
dez. 2016. Disponível em: http://dx.doi. org/10.1590/1980-4415v30n56a08. Acesso em: 20
set. 2020.
TUAN,Y. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: DIFEL, 1983.

86 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Identificar as manifestações culturais, os bens culturais, patrimoniais, grupos culturais
e os diversos elementos da diversidade cultural do território.
 Desenvolver uma visão geral do componente curricular e de suas possibilidades na
construção de uma proposta de trabalho que contemple as necessidades da comuni-
dade escolar e dos(as) estudantes envolvidos no projeto.
Resumo
Neste primeiro momento, sugere-se que o(a) professor(a) mobilize e realize um diagnóstico da
compreensão dos(as) estudantes sobre os objetos de conhecimento do componente. Por exem-
plo, solicitar que respondam: o que é cultura? Quais as manifestações culturais que conhecem na
comunidade/cidade/bairro? Existem algumas manifestações culturais que são consideradas me-
lhores que outras? Sabem as origens das manifestações culturais? Ou seja, perguntas que objeti-
vem incitar a curiosidade e ao mesmo tempo trazer evidências dos conhecimentos dos(as) estu-
dantes. Neste momento, o(a) professor(a) não responde e nem faz intervenções, apenas escuta e
problematiza de maneira a incentivar a reflexão e a desconstrução das verdades construídas pelo
senso comum. Em seguida, pode-se também fazer em forma de brainstorming (tempestade de
ideias) um inventário cultural territorial para identificação de demandas sociais.
Num segundo momento, o(a) professor(a) problematiza com os(as) estudantes qual tema
desejam pesquisar. Pode-se, a partir do mapeamento das manifestações culturais, bens
culturais, conflitos e demandas sociais, sugerir eleger três temas. O(A) professor(a) pode e
deve apresentar outros temas que os(as) estudantes não identificarem e, ao mesmo tem-
po, criar um ambiente que vivenciem a negociação dos desejos contraditórios e convidá-
-los a solucionar. Após a escolha dos temas, sugere-se que os(as) estudantes iniciem a
Introdução 6 aulas reflexão sobre uma definição da proposta de trabalho. Para isso, o(a) professor(a) pode
presentar modelos de projeto e instrumentos que orientarão a proposta de trabalho. Todo
processo deve respeitar as dimensões do diálogo e participação direta do(a) estudante.
Dica Metodológica
No primeiro momento, o(a) professor(a) já realiza a avaliação em processo, e identifica quais
os conhecimentos, competências e habilidades precisa propiciar aos(às) estudantes. São evi-
dências que orientam o planejamento das atividades e as escolhas. A escolha do tema é, em
si, um momento de mobilizar e desenvolver competências e habilidades. A escolha depende
do diagnóstico, assim como depende a estratégia metodologia da atividade. Algumas turmas
podem demandar maior mediação e até uma reflexão sobre se estão considerando a voz do
outro, se todos estão se expressando e se não há violência no discurso. O(a) professor(a) pode
fazer algumas perguntas que auxiliam o planejamento, as orientações para os(as) estudantes
e as escolhas de percurso, como por exemplo:
 Que elementos culturais do território merecem atenção e podem ser objeto de estudo?
 De que forma o objeto de estudo pode estabelecer uma relação de ensino e aprendizagem,
contemplando estudos teóricos, vivências práticas e socialização?
 Quais habilidades e competências sociais e culturais os(as) estudantes estarão desenvol-
vendo com o projeto?
 De que forma as entidades culturais já instituídas no território podem contribuir para os
objetivos do objeto de estudo?
 De que forma a música, a dança, o teatro, o artesanato, o canto, a arquitetura, a culinária, a
religião e as festividades típicas podem enaltecer a proposta de aprendizagem?
 De que forma o(a) jovem pode protagonizar novas visões e expressões culturais urbanas
no universo escolar?

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 87


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA
Objetivos
 Identificar e reconhecer os bens culturais e os conhecimentos dos diversos povos e
etnias que compõem o território, assim com a expropriação e supressão cultural.
 Reconhecer o papel da diversidade cultural na formação identitária do território cata-
rinense, bem como fomentar o diálogo entre as diversas culturas existentes.
 Elaborar o projeto de trabalho, valorizando o protagonismo juvenil.
Resumo
Os temas escolhidos demandam maior apropriação. O professor pode propor grupos de pes-
quisa sobre cada tema utilizando as metodologias ativas (rotação por estações, aprendizagem
em pares, projeto, etc.). O importante é que os(as) estudantes, a partir dos conhecimentos
científicos das Ciências Humanas, conheçam a complexidade dos temas escolhidos. Tam-
bém, dependendo da realidade local e do tema, pode-se realizar uma pesquisa de campo na
comunidade para levantamento de dados (visita a instituições culturais, conversa com artista
e lideranças, etc.). Num segundo momento, os(as) estudantes relacionam as teorias e conhe-
cimentos científicos com os dados colhidos.
Na terceira etapa, independentemente da realização da pesquisa de campo, pode-se debater so-
bre os conhecimentos pesquisados e apresentar a identificação dos bens culturais e/ou conheci-
mentos dos diversos povos e etnias que compõem o território, as relações simbólicas e de poder
existentes, a diversidade cultural, o diálogo ou violência entre as culturas, entre outros. O importante
neste momento é levantar questões-problema que possibilitem aos(às) estudantes elaborar um
projeto de pesquisa. Questões-problema definidas, sugere-se que os(as) estudantes organizados
em grupo elaborem um projeto de pesquisa com cronograma e apresentação dos resultados numa
linguagem artística. A elaboração do projeto de pesquisa é, em si, um aprendizado, mais do que os
Elaboração
do Projeto
8 aulas resultados. Portanto, os(as) estudantes devem vivenciar o rigor acadêmico e, ao mesmo tempo, a
curiosidade e o redirecionamento de rotas de pesquisa. Espera-se que compreendam a diferença
entre o senso comum e um conhecimento científico com valores éticos de uma sociedade justa,
equânime e plural. O que se quer é fomentar o desejo pelo conhecimento.
Dica Metodológica
Sugere-se que o(a) professor(a) demonstre, com exemplos práticos e também com linguagem
acessível, e depois insira uma linguagem mais acadêmica. Se você vai fazer um bolo, precisa
definir o sabor, escolher os ingredientes, verificar se tem todos os ingredientes. Se não tiver, pre-
cisa adquirir esses ingredientes, nas quantidades necessárias; precisa prever eventualidades
(acabou o gás, por exemplo), selecionar os equipamentos necessários e, só depois de verificar
como se faz, quanto tempo demora e quais recursos são necessários é que se pode, de fato,
começar a fazer o bolo, sem que o trabalho se perca na metade, por falta de planejamento. O
exemplo do bolo pode ser substituído por qualquer um que seja da realidade do(a) aluno(a).
Após explicar a importância desta etapa, sugere-se que o(a) professor(a) disponibilize um mo-
delo de planejamento e destine um tempo para que o(s) grupo(s) possa(m) criar seus planeja-
mentos. É importante, nesse momento, que o planejamento seja criado com uma versão pre-
liminar, entregue ao(à) professor para validação e para que sejam feitas sugestões de ajustes,
se forem necessários. Além disso, se o(a) professor(a) optar por criar um diário de bordo ou
um relatório de pesquisa no final do processo, é importante que oriente para que sejam feitos
todos os registros necessários nas ferramentas selecionadas (diário, ficha de registro, ficha
de observação, memória de reunião, etc.). Essas situações podem (e devem) ser adequadas
à realidade da Unidade Escolar. É importante lembrar que, se forem estabelecer parcerias com
empresas, universidades, instituições, ONGs, etc. (o que é muito importante), elas já devem
estar previstas nesta etapa de planejamento.

88 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Vivenciar a parte teórica e prática do projeto.
 Analisar de forma crítica, histórica e com embasamento científico o discurso da
suposta formação europeia de Santa Catarina, questionando o senso comum
racista e xenófobo que se instala na cultura do estado, e que ignora sistemati-
camente as heranças culturais diversas, bem como apaga a violência colonial
imputada sobre as populações indígenas e afrobrasileiras do território.
 Pesquisar a diversidade cultural que forma as cidades catarinenses atualmente,
valorizando a contribuição das diversas culturas que convivem em cada comu-
nidade, destacando o caráter multicultural do estado, com foco específico na
comunidade em que a escola se situa.
 Refletir sobre a ideia de etnocentrismo e dialogar com este conceito de forma
a se apropriar de referenciais teóricos e de dados empíricos, com o objetivo de
romper com os estigmas e preconceitos instaurados pelo senso comum.
Resumo
Desenvolver a parte prática e vivência das propostas. Esta etapa deve ser bastan-
te prática e focada na imersão da proposta de trabalho definida por cada unidade
escolar, como na produção de conteúdo, relatórios, material audiovisual, vivências,
Desenvol-
vimento do 16 aulas práticas, ações escolares e extracurriculares, intercâmbios institucionais e escola-
Projeto res, pesquisa participativa em grupos e entidades culturais, apropriação de ritos e
experiências culturais. Além disso, organizar simulados e ensaios acerca da pro-
posta de socialização.
Dica Metodológica
O registro dessas reflexões e análises é importante, tanto para a consolidação do
conhecimento coletivo desenvolvido pelo grupo, quanto para a avaliação proces-
sual do(a) educador(a). Assim, é importante o(a) professor(a) orientar em cada en-
contro que o grupo organize formas de registro, que podem ser desde um diário de
campo até um registro em ferramentas e aplicativos virtuais. Da mesma forma, o
planejamento das ações a serem realizadas deve ser verificado. Obviamente que
pode-se alterar de acordo com as descobertas. Entretanto, o cronograma macro
deve ser seguido. É fundamental que o(a) estudante realize escolhas e aprenda a
delimitar os focos da pesquisa.
Sugere-se o encontro de orientação e a apresentação dos resultados parciais entre
o(a) professor(a) e o grupo, e outros encontros onde todos apresentam para todos.
A troca entre os grupos é uma possibilidade de vivenciar a escuta e aprendizagem
na diversidade.
Também sugere-se separar algumas aulas para uma discussão bem fundamentada
sobre quais ações o grupo quer efetivar.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 89


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Apresentar os resultados do projeto para toda a comunidade escolar.
 Refletir sobre a ideia de etnocentrismo e dialogar com este conceito de forma
a se apropriar de referenciais teóricos e de dados empíricos, com o objetivo de
romper com os estigmas e preconceitos instaurados pelo senso comum.
 Avaliar (coletivamente e individualmente) as aprendizagens ao longo do percurso.
Resumo
Nesta etapa, cabe a socialização, a apresentação dos resultados do trabalho, bem
como a conclusão do processo avaliativo e autoavaliativo. A socialização deve ser
feita com ampla publicidade, envolvendo os atores escolares e sociais, entidades,
secretarias municipais de cultura, meios de comunicação social e toda a comuni-
dade escolar. Pode-se pensar um evento de culminância com a participação da co-
munidade escolar e convidados(as). Neste evento, que pode ser em parceria com
outro já existente no calendário escolar, os(as) estudantes apresentam os resul-
tados por meio de mostra artística, júri simulado, minicongressos, seminários, ou
seja, de acordo com as escolhas e os gêneros que melhor comunicam o trabalho
dos(as) estudantes. Após as atividades planejadas e executadas, é hora de retornar
ao grupo de estudantes, com uma postura honesta e baseada na confiança que foi
gerada durante o decorrer do componente, e buscar avaliar, de forma geral, o que foi
Socialização
do Projeto e 10 aulas aprendido com essas atividades, pesquisas e reflexões. O que funcionou melhor? O
Avaliação que foi uma surpresa agradável para todos(as)? Qual foi o maior desafio? Essa ava-
liação deve ser embasada nos registros processuais que foram realizados no de-
correr do semestre e, principalmente, ser um espaço de escuta entre todo o grupo.
A avaliação, não do(a) professor(a) para os(as) estudantes, mas sim um momento
coletivo de análise do caminho percorrido.
Dica Metodológica
Professor(a), pode ser que alguns estudantes não se sintam confortáveis em realizar
uma exposição oral. Então, por exemplo, podem contribuir na organizar um evento, re-
alizar registros fotográficos ou criar a arte de divulgação das intervenções. Como um
componente eletivo, é importante que os(as) estudantes se desafiem a realizar tarefas
que tenham mais dificuldade. No entanto, um bom trabalho coletivo aproveita o que há
de melhor em cada membro do grupo, e o que ele pode oferecer. Não medir todos(as)
os(as) estudantes com a mesma régua é um exercício importante para os(as) educa-
dores(as). Além da avaliação coletiva, pode ser interessante realizar também uma auto-
avaliação, em cada estudante, e o(a) professor(a) pontua por escrito o que cada um(a)
aprendeu, sobre o que mais se interessou, ou no que poderia ter atuado de forma mais
qualificada. Existem diversas estratégias de autoavaliação, e é importante que os(as)
estudantes percebam que, independentemente da existência ou não de um conceito
ou avaliação numérica, o que desenvolveram durante o semestre foi significativo para a
sua formação como seres humanos

90 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


5 CIÊNCIAS
DA NATUREZA E SUAS
TECNOLOGIAS

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 91


Todos os dias, é possível se deparar com novos conhecimentos científicos, por
exemplo, descobertas inéditas que surpreendem o mundo ou uma reavaliação de concei-
tos e de ideias que puderam ser reinterpretados com base em novos fatos. Tudo isso por
si só é incrível, representa o caráter dinâmico da Ciência e tem como objetivo interpretar
a natureza e seus fenômenos por meio de modelos. Essa profusão de conhecimentos e
informações, no entanto, traz consigo um desafio para a escola, professores(as) e estu-
dantes: como acompanhar e manter-se atualizados(as) nesse cenário e como diferenciar
conhecimentos científicos daqueles de senso comum ou mesmo da pseudociência?
Essas questões são elementos importantes e desafiadores para o ensino de Ciên-
cias da Natureza, que é poder abordar uma diversidade de temas relevantes na formação
geral básica e propiciar o protagonismo dos(as) estudantes na adoção de uma postura crí-
tica diante desse cenário diverso e instigante, utilizando, a seu favor, práticas investigativas
próprias da Ciência.
Os Componentes Curriculares Eletivos (CCEs) e seus respectivos roteiros, propos-
tos para a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias vêm ao encontro dessa neces-
sidade ao abrir espaço de discussão sobre o ponto de vista da construção do pensamento
científico e das práticas investigativas, apresentando-as de maneira criativa na forma de
projetos e, ao mesmo tempo, permitindo que elas possam ser adotadas em diferentes ter-
ritórios com características socioambientais plurais. Dessa forma, espera-se que os(as)
estudantes se apropriem do “pensar e fazer ciência” para a resolução de problemas, permi-
tindo ampliar ou desenvolver competências que reverterão positivamente no seu desempe-
nho acadêmico e para a sua vida.
Assim, nessa seara, estudantes e professores(as) têm a oportunidade de experimentar
situações diversas, identificando, entre os componentes eletivos, os percursos que, apesar de
serem independentes, complementam-se entre si e expressam situações de aprendizagem,
como descrito nos três componentes a seguir:

CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS EM CIÊNCIAS DA NATUREZA


Este componente apresenta quatro percursos e tem como objetivo proporcionar
espaço para que os(as) estudantes possam compreender o conhecimento científico como
uma construção humana e histórica, assim como refletir sobre o seu impacto na socie-
dade. Permite percorrer inventos científicos e, com isso, vivenciar práticas que auxiliarão
os(as) estudantes a conhecer diferentes metodologias e a diferenciar conhecimentos cien-
tíficos de pseudocientíficos.

92 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


EXPERIMENTAÇÃO E OUTRAS PRÁTICAS INVESTIGATIVAS
Este componente, composto por quatro percursos, tem como objetivo evidenciar o ca-
ráter prático e investigativo da Ciência, além de contribuir para manter o alicerce da experimen-
tação na área. Pretende disponibilizar aos(às) estudantes práticas planejadas, mas possíveis
de serem adaptadas, permitindo que percorram o ciclo cognitivo, que representa a esfera do
pensar em Ciência, e o ciclo investigativo, correspondente à esfera do fazer em Ciência.

SOCIEDADE, SAÚDE E MEIO AMBIENTE


Este componente, composto por quatro percursos, tem como objetivo compreender
a interdependência entre a tríade sociedade, saúde e meio ambiente. Por meio de projetos,
permite contribuir para a melhoria da qualidade de vida, colocando o(a) jovem no centro da
ação, tornando- o(a) protagonista e capaz de resolver problemas de seu entorno. Estimula
a reflexão de que ações como essas não acontecem de forma isolada e requerem a articu-
lação política, seja dentro da escola, seja na comunidade, ampliando a capacidade do(a)
jovem de perceber que ações que impactam a sociedade e o ambiente, necessariamente,
envolvem parcerias de práticas e ideias.
Este é, portanto, o resultado de um trabalho realizado por uma equipe multidiscipli-
nar, composta por professores e por profissionais da Secretaria de Estado da Educação de
Santa Catarina, que se esforçaram na identificação de temas importantes para o aprendi-
zado dos(as) estudantes, propuseram percursos e se articularam para que cada compo-
nente pudesse ter sentido e coerência entre si. Dessa forma, os componentes podem ser
considerados um ponto de partida para que os docentes possam exercer autorias e identifi-
car caminhos de aprendizagem mais direcionados e significativos para os(as) estudantes.

Boa leitura!
Sirley Damian de Medeiros e Sérgio Luiz de Almeida
(Equipe ProBNCC/Técnicos(as) da SED)
Marcelo Martin Heinrich e Marilete Gasparin (Equipe ProBNCC)
Ana Lúcia Ramos Auricchio (Especialista Instituto iungo)

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 93


Conhecimento Científico A Ciência e suas Invenções
em Ciências da Natureza ao Longo do Tempo
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Claudionei Macedo Silva Linguagens e suas Tecnologias
Francieli da Croce da Silva Matemática e suas Tecnologias
Lidiane Getem Artuso de Almeida Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Lorival Inácio Rambo Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Luciana Olivia Almeida Ciência e Tecnologia
Natália Caron Kitamura Componentes Integradores
Samara de Quadros

RESUMO
Este CCE tem como objetivo mobilizar os(as) estudantes a compreenderem a importância das in-
venções das Ciências da Natureza para o desenvolvimento da sociedade e de todas as tecnologias
que temos disponíveis hoje. É voltado para alunos(as) e professores(as) que tenham curiosidade
em saber como a sociedade se desenvolveu em torno das descobertas científicas, e também o que
ainda nos aguarda no futuro, como, por exemplo, as descobertas no campo da Astronomia. Visa
a desenvolver a curiosidade intelectual e a utilizar as ciências com criticidade e criatividade, entre
outras competências e habilidades. Propõe-se que os(as) estudantes aprendam de forma colabora-
tiva e que possam escolher, junto ao(à) professor(a), assuntos de seu interesse. Podem-se realizar
parcerias com indústrias, laboratórios, universidades e centros de tecnologia da região para efetuar
visitas técnicas, palestras, seminários, dentre outras atividades, que permitirão ampliar a compreen-
são sobre a ciência, suas descobertas e aplicabilidade.

94 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Compreender a área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias como uma constru-
ção humana e histórica, e entender como ocorre o processo de construção do conheci-
mento científico.
� Perceber o papel da área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias nos processos
de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
� Identificar a importância das Ciências da Natureza e suas Tecnologias para o desenvolvi-
mento da sociedade atual, do mundo globalizado e de todas as tecnologias disponíveis.
� Apropriar-se de conhecimentos das Ciências da Natureza e suas Tecnologias para, em
situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
� Buscar, selecionar, organizar, analisar informações, comparar dados com conhecimen-
tos científicos sistematizados, para selecionar, avaliar e concluir.
� Desenvolver e divulgar produções de gêneros diversificados
� exercitando a sistematização, a síntese, a crítica e a argumentação em torno de situa-
ções problema.

JUSTIFICATIVA
O plano desse CCE justifica-se pelo fato de que ele propicia aos(às) estudantes
compreenderem a importância das Ciências da Natureza e suas Tecnologias para o desen-
volvimento do mundo como o conhecemos hoje. Em diálogo com a BNCC, propõe localizar a
interpretação de fenômenos naturais e processos tecnológicos de modo a possibilitar aos(às)
estudantes a apropriação de conceitos, procedimentos e teorias dos diversos campos das Ci-
ências da Natureza, o que significa criar condições para que eles possam explorar os diferentes
modos de pensar, falar e fazer da cultura científica, situando-a como uma das formas de organi-
zação do conhecimento produzido em diferentes contextos históricos e sociais, possibilitando-
-lhes apropriar-se dessas linguagens específicas. Cabe ressaltar a Astronomia como um tema
grandioso e desafiador que costuma despertar fascínio e interesse nos(as) estudantes, e cujo
estudo envolve a aplicação de conhecimentos de diversas áreas, e ilustra, de maneira exemplar,
como ocorre o avanço da ciência. A compreensão histórica do processo de se fazer e usar ciên-
cia, como também seu modus operandi, é, portanto, imprescindível para a inserção no mundo
contemporâneo, tanto para compreendê-lo como para nele poder agir de forma mais adequa-
da, sendo justificativa suficiente para criar um componente eletivo. Justifica-se também pela
importância de se conhecer o processo de produção, uso e consequências negativas e posi-
tivas das ciências e tecnologias resultantes. A BNCC também propõe que os(as) estudantes
aprofundem e ampliem suas reflexões a respeito das tecnologias, tanto no que concerne aos
seus meios de produção e seu papel na sociedade atual como também em relação às perspec-
tivas futuras de desenvolvimento tecnológico, tema central deste CCE.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 95


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
� Apresentam curiosidade sobre o desenvolvimento de novas tecnologias e temas rela-
cionados ao universo.
� Almejam conhecer a história de grandes inventos da área de Ciências da Natureza e
suas Tecnologias e o seu impacto na sociedade.
� Pretendem vivenciar projetos de pesquisa e intervenção, sendo autônomos(as) no pro-
cesso de ensino e de aprendizagem.
� Têm interesse nas áreas profissionais associadas, como Engenharia, Biotecnologia,
Biomedicina, Química, Física e Biologia.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


� Adotar postura mediadora que valorize e problematize os conhecimentos prévios
dos(as) estudantes, e que estimule o espírito investigativo e o protagonismo na busca
de resolução de problemas, articulando conhecimentos em diferentes áreas.
� Ter curiosidade para aprender, junto com os(as) estudantes, diversas tecnologias.
� Ser liderança para gerar debates e pesquisas sobre os temas selecionados pelos(as)
estudantes.
� Possuir repertório para relacionar as descobertas e invenções das Ciências da Natureza
com o âmbito local, regional e global.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e
digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar com a sociedade.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as


ciências com criticidade e criatividade para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas, e criar soluções.

5. Cultura Digital. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comuni-


cação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis; formu-


lar, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns, com base nos Direitos
Humanos, na consciência socioambiental, no consumo responsável e na ética.

96 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-
sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Competência Específica 2: Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da
Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento
e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e
responsáveis.

� Analisar e utilizar modelos científicos, propostos em diferentes épocas e culturas, para


avaliar distintas explicações sobre o surgimento e a evolução da vida, da Terra e do uni-
verso.
� Elaborar explicações e previsões a respeito dos movimentos de objetos na Terra, no
Sistema Solar e no universo com base na análise das interações gravitacionais.

Competência Específica 3: Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhe-


cimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos
e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem
demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a
públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias
digitais de informação e comunicação (TDIC).

� Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Na-
tureza e suas Tecnologias, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresenta-
ção dos dados, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando
a construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.
� Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimentos da área
de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (tais como tecnologias do DNA, tratamen-
tos com células-tronco, produção de armamentos, formas de controle de pragas, entre
outros), com base em argumentos consistentes, éticos e responsáveis, distinguindo di-
ferentes pontos de vista.
� Analisar o funcionamento de equipamentos elétricos e/ou eletrônicos, redes de infor-
mática e sistemas de automação para compreender as tecnologias contemporâneas e
avaliar seus impactos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 97


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS
FORMATIVOS ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Investigar e analisar situações-problema e variáveis que interferem na dinâmica de fenô-
menos da natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações
disponíveis em diferentes mídias, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
� Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos
digitais, utilizando procedimentos e linguagens adequados à investigação científica.
� Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, explora-
tória, de campo, experimental, etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a dinâmica
dos fenômenos da natureza e/ou de processos tecnológicos, identificando os diversos
pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar fon-
tes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso
de diferentes mídias.

Processos Criativos
� Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão
crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou processos tecnológicos, com
ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de
realidade virtual, dentre outros).
� Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados às Ciências da
Natureza e suas Tecnologias para resolver problemas reais do ambiente e da socieda-
de, explorando e contrapondo diversas fontes de informação.
� Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais,
considerando a aplicação de design de soluções e o uso de tecnologias digitais, pro-
gramação e/ou pensamento computacional que apoiem a construção de protóti-
pos, dispositivos e/ ou equipamentos, com o intuito de melhorar a qualidade de vida
e/ou os processos produtivos.
Mediação e Intervenção Sociocultural
� Identificar e explicar questões socioculturais e ambientais relacionadas a fenômenos
físicos, químicos e/ou biológicos.
Empreendedorismo
� Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados às Ciências da
Natureza e suas Tecnologias podem ser utilizados na concretização de projetos pes-
soais ou produtivos, considerando as diversas tecnologias disponíveis e os impactos
socioambientais.

98 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
São sugeridos alguns percursos para este Componente Curricular Eletivo que pos-
sibilitam abordar diferentes objetos de conhecimento e desenvolver competências e
habilidades, conforme a escolha dos(as) estudantes. O percurso utilizado como exemplo
neste CCE é “Pensar e fazer ciência: um modo de interpretar o mundo”, e deve servir como
orientador para que os demais percursos a seguir possam igualmente ser executados.

Pensar e fazer ciência: um modo de interpretar o mundo


� O mundo atual visto de acordo com bases científicas.
� Visão das pandemias, endemias e epidemias importantes.
� Processo de desenvolvimento do conhecimento científico.
� Conceito de problema.
� Soluções de problemas a partir das Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
� Instrumentalização da ciência.
Evolução da sociedade associada às descobertas científicas
� A história da ciência.
� A contextualização da ciência em diferentes momentos da História humana.
� Metodologia científica e o positivismo na ciência.
� Aplicações científicas e tecnológicas e suas consequências.
� Anticiência, pseudociência e falsas notícias (fake news).
� Senso comum, crenças e religião versus ciência.
Perspectivas tecnológicas para o futuro
� Perspectivas tecnológicas para o futuro.
� Curiosidade científica.
� Realidade versus ficção científica.
� Sustentabilidade, um caminho para o futuro.
Descobertas científicas associadas ao campo e à indústria
� Associação da ciência ao mundo do trabalho (indústria e campo).
� Processos, produtos e tecnologias desenvolvidas a partir das Ciências da Natureza.
� Desenvolvimento sustentável associado ao campo e à indústria.
� Autoconhecimento e autonomia para a tomada de decisões acerca do mundo do traba-
lho e o futuro fora da escola.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 99


Importante: Não é possível trabalhar todos esses percursos em um componente
curricular eletivo com 40h/a. É preciso fazer escolhas. Nesse sentido, o(a) professor(a)
deve alinhar com os(as) alunos(as) a melhor abordagem de acordo com as adaptações
à realidade local. Para isso, deve utilizar esses percursos como “sugestões”, que darão
suporte ao planejamento. É importante que o(a) professor(a) defina o percurso a ser exe-
cutado, sem esquecer-se das pontes com os demais conhecimentos da área.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


Os percursos, bem como os objetos de conhecimento elencados, podem ser adap-
tados ao contexto local, sem, no entanto, perder a intencionalidade expressa nas compe-
tências e habilidades descritas anteriormente. Para tanto podemos sugerir:

� Realizar as atividades propostas utilizando os recursos disponíveis, como livros, com-


putadores e material impresso.
� Levar em consideração o contexto industrial, social local e flexibilização do currículo.
� Abordar questões relacionadas à atualidade, como, por exemplo, o contexto de pandemia.
� Realizar parcerias e visitas técnicas em indústrias, laboratórios, universidades e centros
de tecnologia da região.
� Adaptar espaços escolares para elaboração e desenvolvimento dos trabalhos.
� Flexibilizar as atividades propostas sem que o CCE perca sua essência de estimular
os(as) estudantes a conhecer as Ciências da Natureza e suas Tecnologias e sua im-
portância para a construção da realidade atual e futura, não havendo prejuízos no
currículo proposto.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


Para apoiar a mediação pedagógica nos percursos deste CCE, o(a) professor(a)
poderá utilizar metodologias inspiradas na educação integral. A aprendizagem significativa
será estimulada a partir da “racionalidade prática” na qual o(a) professor(a), como líder do
processo, deverá propor a temática a partir de um levantamento sobre os conhecimen-
tos prévios e a curiosidade dos(as) estudantes. Sugere-se que o percurso formativo seja
realizado com base na Aprendizagem Colaborativa, estimulando o aprender com os(as)
colegas e possibilitando o enfrentamento coletivo de problemas de maior complexidade,
reconhecendo os saberes diversos e exercitando a empatia e a cooperação. A metodo-
logia da Problematização poderá ser uma aliada, pois, com a prática de fazer perguntas
para os(as) estudantes que os(as) desafiem a refletir sobre o mundo da ciência e querer
buscar respostas para suas dúvidas ou inquietações, o espírito investigativo estará sendo
desenvolvido. A Aprendizagem Baseada em Projetos também constitui uma ferramenta
importante para este CCE. Esta metodologia proporciona uma vivência de construção do

100 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


conhecimento em sua dimensão cognitiva e também socioemocional, pois mobiliza os
interesses e o envolvimento dos(as) jovens com ações. O foco se dirige a ações de reso-
lução de problemas, permitindo ao(à) estudante compreender os conhecimentos de modo
contextualizado, relacionando teoria e prática. A partir de parcerias estabelecidas, pode-se
ampliar a proposta realizando visitas técnicas e de campo a locais que estejam ligados ao
tema trabalhado. Pesquisas, entrevistas, oficinas, modelos e ciclos, miniprojetos e roleplay
compõem ferramentas e estratégias metodológicas para o CCE. Deve-se lembrar que é
muito importante planejar antecipadamente o que será realizado.
Tão importante quanto são as metodologias próprias do pensar e fazer Ciência,
fundamentais para o desenvolvimento do espírito investigativo pelos(as) estudantes. Elas
permitem que o(a) estudante percorra diferentes etapas do ciclo investigativo: observando,
problematizando, levantando hipóteses, experimentando, pesquisando, analisando, con-
cluindo e generalizando, por exemplo. Essas são ações que o(a) professor(a) do compo-
nente não pode abrir mão.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


� Sala de aula e outros espaços da escola, como biblioteca, auditório, horta, horto e pátio.
� Laboratório de ciências.
� Laboratório de informática.
� Computadores, tablets, smartphones com acesso à internet.
� Projetor multimídia.
� Softwares e aplicativos.
� Recursos para efetuar visitas a locais associados aos temas.
� Livros didáticos e paradidáticos, assim como outros materiais impressos.
� Materiais escolares básicos.

AVALIAÇÃO
A avaliação dar-se-á no decorrer do processo de ensino e aprendizagem e, portan-
to, durante todas as etapas do percurso sugerido para este CCE, vivenciado ao longo do
semestre. Sendo processual, considera o contínuo ato de fazer o diagnóstico do ensinar
e aprender, permitindo adequações para o alcance dos objetivos. Visa a valorizar e utili-
zar como instrumentos todos os trabalhos que serão desenvolvidos pelos(as) alunos(as)
(pesquisas, debates, seminários, etc.), a participação nas aulas e no grupo de estudos, o
relacionamento interpessoal, a capacidade de produção, a autonomia intelectual, a assidui-
dade e a expressão oral e escrita. A autoavaliação se constitui um mecanismo importante,
pois a partir dela pode-se perceber se o(a) aluno(a) está satisfeito(a) com seus resultados
e promover o autoconhecimento e reflexões sobre as situações vividas, caminhando para
um saber enriquecido. A avaliação também possui caráter formativo e, por isso, é de suma
importância que seja repassada ao(à) aluno(a) através de relatórios pontuais de cada ativi-

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 101


dade ou conclusões orais apontando questões a serem melhoradas. A avaliação implicará
na busca de informações pela interação cooperativa de ação e reflexão, promovendo a
liberdade de expressão dos(as) estudantes, compartilhando ideias e ações. A avaliação
final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer Descritivo, em
sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


A DESCOBERTA do DNA e o Projeto Genoma. Revista da Associação Médica Brasileira, São
Paulo, Editorial, v. 51, n. 1, fev. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S0104- 42302005000100001&lng=pt. Acesso em: 02 nov. 2020.
CHASSOT, Attico Inácio. Das disciplinas i indisciplina. Curitiba: Appris, 2016.
______. Alfabetização Científica: uma possibilidade para inclusão social. Revista Brasileira
de Educação, n. 22, 2003. Disponível em: http://www. scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf.
Acesso em: 02 nov. 2020.
______. As Ciências Através dos Tempos. São Paulo: Moderna, 1994. FUKUYAMA, F. Nosso fu-
turo pós-humano: consequências da revolução da biotecnologia. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
HARARI, Y, N. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: Editora L&PM, 2015.
______. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
______. 21 lições para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. LE COUTEUR,
P.; BURRESON, J. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história. Rio de
Janeiro: Zahar, 2006, 344 p.
OLIVEIRA, R. 17 possíveis tecnologias que podem revolucionar nossas vidas no futuro.
Disponível em: https://canaltech.com.br/curiosidades/17- tecnologias-que-veremos-no-fu-
turo-e-mudarao-o-jeito-como-vemos-as- coisas-72643/. Acesso em: 22 set. 2020.

Vídeos
AS DESCOBERTAS mais legais dos últimos tempos. Brasil: Canatech, 31 jan. 2018. 1 vídeo
(8min31s). Publicado por Canaltech. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Dr-
GK55hBL2o. Acesso em: out. 2020. INVENÇÕES brasileiras que mudaram o mundo. Brasil: Ca-
naltech, 10 jan. 2018. 1 vídeo (5min47s). Publicado por Canaltech. Disponível em: https:// www.
youtube.com/watch?v=O5X2LmhaqKY&feature=emb_logo. Acesso em: out. 2020.

OBSERVAÇÕES
O presente roteiro disponibiliza um caminho para construir a execução de qualquer per-
curso escolhido pelos grupos sendo que cada um destes representa um tema de gran-
de abrangência que pode ser desenvolvido pela escola, conforme o contexto e escolha
dos(as) estudantes. Outros percursos sugeridos para esse componente eletivo podem ser
encontrados em: https://sites.google.com/sed.sc.gov.br/nemcomponenteseletivos.

102 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
Pensar e fazer ciência: um modo de interpretar o mundo

TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Apresentar o processo de construção do conhecimento científico.
 Despertar o interesse pela importância das Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
 Conceituar o problema em ciência, identificá-lo e delimitá-lo.
Resumo
Os(As) jovens são convidados(as) a identificar um tema (consulte o item deste roteiro
— Objetos de Conhecimento) que gostariam de trabalhar e, a partir daí, elaboram uma
proposta de atividades, partindo de seus interesses e de informações, sugestões e ob-
servações colhidas em pesquisa e diálogos entre os(as) estudantes e o(a) professor(a).
Mobilização 5 aulas Nesse momento, deve-se apresentar aos(às) alunos(as) a ementa do CCE, o percurso que
o estrutura, assim como apresentar avaliação e outras informações sobre o componente.
Estabelecer, assim, um contrato pedagógico entre professor(a) e estudantes para nortear o
caminho a ser seguido durante o desenvolvimento deste componente. Numa roda de con-
versa, iniciar um levantamento sobre os temas científicos atuais que mais chamam a aten-
ção dos(as) estudantes. É possível que temas pseudocientíficos ou com caráter anticiência
sejam citados. Então, é preciso estar preparado(a) para essas questões e, como sugestão,
formar uma lista com esses temas para que possam ser revisitados à medida que os(as)
estudantes compreendam como se constrói o conhecimento científico. A definição de um
tema a ser trabalhado neste componente pode ocorrer por meio de brainstorming ou outra
metodologia ativa mais indicada para a turma.

Objetivos
 Descrever o contexto e situações relacionados ao problema.
 Buscar, selecionar, organizar e analisar informações.
Resumo
Nesta etapa, sob a mediação e orientação do(a) professor(a), os(as) jovens aprofundam os
conhecimentos sobre o tema que foi escolhido e, assim, engajam-se em um trabalho cole-
tivo, aprendendo a liderar e ser liderado(a), argumentando e negociando interesses. Esse
Iniciativa 10 aulas movimento predispõe a construção de um projeto a partir de diagnósticos do grupo, defi-
nindo eventualmente uma proposta de ação — intervenção/invento, que será debatida e
qualificada por todos(as). É possível apresentar como antevisão alguns temas que poderão
ser indicados pelos(as) estudantes. No entanto, é importante iniciar a discussão a partir
do que cada um(a) conhece sobre o tema, e depois realizar uma abordagem de forma a
contextualizar cada um dos conceitos escolhidos pelo grupo e como essas questões se
estabeleceram como situações-problema que necessitaram ser resolvidas e investigadas,
e, por isso, impulsionaram o fazer ciência. Propor um olhar da matemática para essas ques-
tões e como o uso de modelos auxilia na compreensão dos fenômenos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 103


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA
Objetivos
 Comparar dados com conhecimentos científicos sistematizados, para selecionar, ava-
liar e concluir.
 Planejar de forma integrada, e mobilizando o protagonismo juvenil, para a execução do
projeto acordado pelo grupo, de forma a potencializar os aprendizados e aproveitar o
contexto local como exemplificação dos conhecimentos científicos que se quer tratar.
Resumo
Os(as) jovens organizam as ações e tarefas, definem prioridades e elaboram cronogramas,
assim como identificam os recursos humanos e materiais necessários, formalizando e re-
Planejamento 10 aulas
digindo a proposta em um documento. Com base na escolha do tema, e a partir do conhe-
cimento aprofundado sobre ele, planejar que tipo de ação poderá ser realizada. Se o tema
definido pelo time for “Produção Agrícola”, por exemplo, pode-se planejar visitas técnicas a
alguma instituição de pesquisa na região que seja voltada a essa temática, com o objetivo de
conhecer a rotina dos(as) pesquisadores(as), as metodologias empregadas, o problema que
estão tentando resolver e o que se espera dos resultados. Pode-se elaborar um questionário
estruturado a ser aplicado durante a visitação, possibilitando posteriores análises de seu re-
gistro. O exemplo sugerido foi visita técnica, mas, assim como a definição dos temas foi rea-
lizada de forma coletiva, também poderão propor aulas expositivas, aulas práticas, pesquisa
de campo, seminários, palestras, oficinas, dentre outros.

Objetivos
 Perceber o papel da área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias nos processos
de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
 Identificar a importância das Ciências da Natureza e suas Tecnologias para o desenvolvi-
mento da sociedade atual, do mundo globalizado e de todas as tecnologias disponíveis.
 Desenvolver produções de gêneros diversificados (relatório, vídeos, ensaios, etc.).
 Exercitar a sistematização, a síntese, a crítica e a argumentação em torno das situa-
Iniciativa 10 aulas ções-problema.
Resumo
Os(as) jovens colocam em prática as ações propostas, aprendendo com os(as) colegas e
o(a) professor(a)-orientador(a). Durante a execução, podem avaliar as ações para a retomada
do rumo, caso necessário. Seguindo o exemplo da visita técnica, os(as) jovens podem reali-
zar a visita, aplicar um questionário estruturado para entrevistar pesquisadores(as), realizar
um registro fotográfico do ambiente de pesquisa, de seus equipamentos e de manuseios, e
explorar ao máximo a oportunidade da visita.

Objetivos
 Apropriar-se de conhecimentos das Ciências da Natureza e suas Tecnologias para, em
situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
 Apropriar-se dos resultados obtidos no decorrer da pesquisa e sistematizar os aprendizados.
Resumo
Apropriação
Os(as) jovens incorporam aprendizados significativos a partir
dos 5 aulas da experiência das atividades, da avaliação dos resultados e da autoavaliação. E, por fim,
Resultados
compartilham conquistas e aprendizagens com a comunidade escolar, com o entorno e com
a sociedade de modo geral, utilizando as mídias sociais, elaborando palestras, panfletos, entre
outros meios. Novamente no exemplo da visita técnica, ao voltar para a escola, os(as) jovens
podem dar tratamento para todas as informações coletadas, organizar imagens registradas e
interpretar os resultados da pesquisa, contribuindo, assim, para a apropriação dos resultados.
As aprendizagens podem ser divulgadas por meio de seminário para apresentação de resul-
tados, elaboração de cartazes, dentre outras estratégias.

104 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Experimentação e Outras
Práticas Investigativas Ateliê das Ciências
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS)
Ana Nita Minetto Guerini Katia de Almeida do Nascimento
Andrieli Dambrós Lisiane Regina Kappes
Bruna Magarinos Maiconn Christiann Hoffmann Barboza
Carmem Lau Segatto Marcio Gleison Barbosa Santos
Eliane Thomé Marileusa Scholl
Elise Pauli Kuhn Mirian Quandt Hänsch
Fabiane Maroso Alves Mônica Lucas
Gabriela Hörnke Alves Renata de Figueiredo Martins
Geane Cândido Tomé Sérgio Luís Kessler
Gilberto Carlos Henning Shana Aline Perin Sitta
Graziela Fabíola Llano Cabrera Sunah Jessie Makiolki
João Maria Modesto Junior Tiago Neves
Joyceli Maria Paloschi Caetano Valdir José Puhl
Julce Elena Mendes da Rosa Vilson Finta
Jussara Fontana Buzzolaro Vitor Sartor
Karine Feltes

ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Ciência e Tecnologia
Componentes Integradores

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 105


RESUMO
Este Componente Curricular Eletivo propõe o uso de metodologias científicas como
forma de desenvolver e exercitar habilidades e competências que são próprias das Ciên-
cias da Natureza e suas Tecnologias. Aprender a fazer ciência por meio da experimentação
e da investigação é uma forma de entender como essa atividade humana tem se desen-
volvido através dos tempos, como se dá a explicação de fenômenos do cotidiano e como
podemos fazer uso do conhecimento científico na busca por alternativas para melhorar a
vida. As aulas semanais deverão envolver leitura de textos científicos, pesquisas bibliográ-
ficas, pesquisas de campo, entrevistas, rodas de conversas, atividades práticas explorató-
rias ou explicativas, utilização de diferentes mídias e Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (TDICs).

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Desenvolver habilidades básicas de pesquisa por meio de práticas que contribuem para
uma crescente autonomia intelectual, promovendo o cooperativismo e o empreendedo-
rismo na comunidade.
� Reconhecer a importância dos conceitos de Ciências da Natureza para interpretar as
relações entre a tecnologia, o ambiente e a sociedade.
� Mobilizar conhecimentos para emitir julgamentos e tomar posições a respeito de situ-
ações e problemas de interesse pessoal, social, relativos às interações da ciência na
sociedade.
� Aprender a fazer uso de informações e de procedimentos de investigação com vistas a
propor soluções para problemas que envolvem conhecimentos científicos.
� Mobilizar a comunidade escolar por intermédio de práticas sustentáveis.
� Desenvolver responsabilidade na gestão de resíduos sólidos, auxiliando na formação
de cidadãos(ãs) conscientes do seu papel na sociedade.
� Discutir com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar
e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os
direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
dos outros e do planeta.
� Demonstrar uma firme valorização do respeito ao meio ambiente para a sobrevivência
da humanidade e do planeta, e engajar-se no desenvolvimento de ações positivas para
a promoção dos Direitos Humanos e da sustentabilidade social e ambiental.

106 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


JUSTIFICATIVA
Quando se fala em conhecimento científico e tecnológico, a investigação é a base
para a sua construção. Sem a investigação e a experimentação, e as habilidades que per-
meiam essas práticas, nosso mundo certamente não seria o que é hoje, e nosso entendi-
mento sobre a natureza e seus fenômenos estariam mais relacionados ao senso comum.
A maior parte dos conhecimentos científicos construídos através dos tempos está dispo-
nível na internet; porém, as pessoas estão mais interessadas em utilizar os produtos das
ciências do que conhecer — de fato — suas concepções. Dessa forma, percebe-se que uma
das atribuições da escola é instigar a curiosidade científica, permitindo que mais pessoas
— estudantes, pais/mães, profissionais da comunidade escolar, do meio universitário e do
mundo do trabalho — tenham não apenas o acesso à informação, mas também construam
subsídios para intervir em fenômenos, processos e produtos das ciências. Para Chassot
(2003, p. 90) “parece que se pode afirmar que a globalização determinou, em tempos que
nos são muito próximos, uma inversão no fluxo do conhecimento. Se antes o sentido era
da escola para a comunidade, hoje é o mundo exterior que invade a escola”. Nesse sentido,
o componente curricular eletivo Experimentação e Outras Práticas Investigativas busca
fazer a conexão entre o mundo exterior e a escola, mais precisamente entre os fenômenos,
processos e produtos das ciências e o próprio conhecimento científico construído nas au-
las de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Além disso, também permite que o fazer
e o pensar em ciência sejam práticas que contribuam para a compreensão do pensamento
científico e para resolução de problemas com base no conhecimento que a ciência propor-
ciona. As competências e habilidades deste Componente Eletivo estão intimamente liga-
das às competências e habilidades desenvolvidas na área de Ciências da Natureza e suas
Tecnologias. Dessa forma, o percurso formativo escolar do(a) estudante que optar por este
Componente Eletivo tomará um significado pautado no processo investigativo e valorizará
o letramento científico, como orienta a BNCC.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 107


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
� Pretendem vivenciar projetos de pesquisa, intervenção com alto grau de autonomia e
protagonismo, com perspectiva no mundo de trabalho e empreendedorismo, no desen-
volvimento de produtos e despertando o interesse nas questões ambientais.
� Demonstram interesse em trabalhar (auxiliar e executar) em atividades experimentais,
compreendem e aplicam o método científico para resolução de problemas, abordando
a curiosidade em conceitos, fenômenos e processos no mundo das Ciências da Na-
tureza e suas Tecnologias, abordando também a expansão dos conhecimentos sobre
gestão de resíduos e a importância em praticá-las, tornando-os(as) protagonistas dos
saberes.
� Predispõem-se a confrontar o conhecimento empírico com o científico, visando à resolução
de problemas cotidianos voltados à saúde e bem estar exercendo o protagonismo.
� Possuem expectativas de adotar hábitos de uma vida mais saudável, como utilizar recursos
orgânicos, preservando o meio ambiente e contextualizando com situações do cotidiano.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


� Adotar postura mediadora que valorize e problematize os conhecimentos prévios dos(as)
estudantes e a realidade da comunidade escolar, que estimule a curiosidade do(a) aluno(a)
e incentive o protagonismo juvenil, desenvolvendo a capacidade de questionar, refletir, pro-
por hipóteses, interpretar e, dessa forma, estimular o raciocínio científico.
� Possuir conhecimento para diversificar, ampliar/aprofundar e relacionar os conteúdos
do Componente Eletivo aos componentes curriculares, a partir das reflexões e interesses
dos(as) estudantes e de abordagens como pesquisas, mapeamentos e estudos do meio.
� Planejar e ter domínio sobre o tema estudado, integrando-o com as demais áreas, se
possível, para ampliar a apropriação dos conceitos.

108 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à


abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imagi-
nação e a criatividade, para causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas
e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para for-
mular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promo-
vam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos
outros e do planeta.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsa-


bilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios
éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Competência Específica 1: Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com
base nas relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que
aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as
condições de vida em âmbito local, regional e/ou global.

� Analisar e representar, com ou sem o uso de dispositivos e de aplicativos digitais espe-


cíficos, as transformações e conservações em sistemas que envolvam quantidade de
matéria, de energia e de movimento para realizar previsões sobre seus comportamen-
tos em situações cotidianas e em processos produtivos que priorizem o desenvolvi-
mento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação da vida em
todas as suas formas.
� Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, considerando a composição, a
toxicidade e a reatividade de diferentes materiais e produtos, como também o nível de
exposição a eles, posicionando-se criticamente e propondo soluções individuais e/ou
coletivas para seus usos e descartes responsáveis.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 109


� Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e
da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações individuais e/ou
coletivas que minimizem consequências nocivas à vida.
� Realizar previsões qualitativas e quantitativas sobre o funcionamento de geradores, mo-
tores elétricos e seus componentes, bobinas, transformadores, pilhas, baterias e dispo-
sitivos eletrônicos, com base na análise dos processos de transformação e condução
de energia envolvidos — com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais —, para
propor ações que visem à sustentabilidade.

Competência Específica 2: Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da


Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento
e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e
responsáveis.

� Analisar e discutir modelos, teorias e leis propostos em diferentes épocas e culturas


para comparar distintas explicações sobre o surgimento e a evolução da Vida, da Terra
e do Universo com as teorias científicas aceitas atualmente.
� Analisar as diversas formas de manifestação da Vida em seus diferentes níveis de orga-
nização, bem como as condições ambientais favoráveis e os fatores limitantes a elas,
com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação
e de realidade virtual, dentre outros).
� Avaliar e prever efeitos de intervenções nos ecossistemas, e seus impactos nos seres
vivos e no corpo humano, com base nos mecanismos de manutenção da vida, nos ci-
clos da matéria e nas transformações e transferências de energia, utilizando represen-
tações e simulações sobre tais fatores, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos
digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, dentre outros).
� Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando
parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das polí-
ticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.

Competência Específica 3: Analisar situações-problema e avaliar aplicações do conheci-


mento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos
e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem
demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a
públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e Tecnologias
Digitais de Informação e Comunicação (TDICs).

110 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


� Construir questões, elaborar hipóteses, previsões e estimativas, empregar instrumen-
tos de medição e representar e interpretar modelos explicativos, dados e/ou resultados
experimentais, para construir, avaliar e justificar conclusões no enfrentamento de situa-
ções-problema sob uma perspectiva científica.
� Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resultados de análises, pes-
quisas e/ou experimentos, elaborando e/ou interpretando textos, gráficos, tabelas, sím-
bolos, códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de diferentes lingua-
gens, mídias, Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), de modo a
participar e/ou promover debates em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de
relevância sociocultural e ambiental.
� Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Na-
tureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, a
consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando a construir estra-
tégias de seleção de fontes confiáveis de informações.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos
digitais, utilizando procedimentos e linguagens adequados à investigação científica.
� Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, explora-
tória, de campo, experimental, etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a dinâmica
dos fenômenos da natureza e/ou de processos tecnológicos, identificando os diversos
pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar as
fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o
uso de diferentes mídias.

Processos Criativos
� Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão
crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com
ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de
realidade virtual, entre outros).
� Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados às Ciências da
Natureza para resolver problemas reais do ambiente e da sociedade, explorando e con-
trapondo diversas fontes de informação.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 111


Mediação e Intervenção Sociocultural
� Identificar e explicar questões socioculturais e ambientais relacionadas a fenômenos
físicos, químicos e/ou biológicos.
� Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências da Na-
tureza e suas Tecnologias para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e
intervenção sobre problemas socioculturais e problemas ambientais.

Empreendedorismo
� Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das Ciências da Na-
tureza para desenvolver um projeto pessoal ou um empreendimento produtivo.
� Desenvolver projetos pessoais ou produtivos, utilizando as Ciências da Natureza e suas
Tecnologias para formular propostas concretas, articuladas com o projeto de vida.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
São sugeridos alguns percursos para este Componente Curricular Eletivo que possibilitam
abordar diferentes objetos de conhecimento e desenvolver competências e habilidades,
conforme a escolha dos(as) estudantes. O percurso utilizado como exemplo neste CCE é o
“Experimentação e Práticas Investigativas com Ênfase em Alimentos: alimentos e a ciência
por trás da fermentação”, e deve servir como roteiro orientador para que os demais percur-
sos apresentados a seguir possam igualmente ser executados.

Experimentação e Práticas Investigativas com Ênfase em Alimentos — alimentos e a ci-


ência por trás da fermentação: materiais e equipamentos de laboratório de Ciências da
Natureza e suas Tecnologias; segurança no laboratório e/ou manuseio de produtos quí-
micos; manuseio, manutenção e calibração de instrumentos de medida; metodologia da
pesquisa e ciclo investigativo em Ciências da Natureza e suas Tecnologias; biomoléculas
(carboidratos, lipídios e proteínas); práticas de identificação de biomoléculas; princípios
das fermentações; fermentações aplicadas no desenvolvimento de alimentos; tecnologias
de grãos (pães); tecnologias de leite (queijo e iogurte); tecnologias de carne (salame).

Experimentação e Práticas Investigativas com Ênfase em Meio Ambiente — Educação Am-


biental, Ciência da Natureza e suas Tecnologias: lixo; resíduos sólidos; rejeitos; descarte
de rejeitos conforme normas da ABNT; compostagem; técnicas anaeróbicas; minhocário;
hortas; aterro sanitário; ação despoluidora de microrganismos; biogás; biodigestor; separa-
ção de misturas; robótica a partir de sucata; Educação Ambiental.

112 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Experimentação e Práticas Investigativas com Ênfase em Saúde — florescendo saúde:
etnobotânica; princípios ativos de plantas medicinais; tinturas alcoólicas; óleos essenciais;
exsicatas; saponificação; sabonetes medicinais; álcool gel 70%.

Experimentação e Práticas Investigativas com Ênfase em Tecnologias e Alternativas de


Laboratório: experimentação em laboratório virtual; experimentação com análise de mi-
crorganismos; materiais alternativos; modelos didáticos; horta; compostagem; alimentos
orgânicos (agroecologia); plantas medicinais; reciclagem de papel; lenha ecológica; fogue-
tes; educação ambiental.

Importante: Não é possível trabalhar todos os percursos em um componente curricular


eletivo com 40h/a. É preciso fazer escolhas. Nesse sentido, o(a) professor(a) deve alinhar
com os(as) alunos(as) a melhor abordagem de acordo com as adaptações na realidade
local. Para isso, deve utilizar os percursos como “sugestões”, que darão suporte ao plane-
jamento. É importante que o(a) professor(a) defina o percurso a ser executado, sem esque-
cer-se das pontes com os demais conhecimentos da área.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


Os percursos, bem como os objetos de conhecimento elencados, podem ser adaptados ao
contexto local, sem, no entanto, perder a intencionalidade expressa nas competências e
habilidades descritas anteriormente. Para tanto podemos sugerir:

� Optar por trabalhar em busca da solução de um problema cotidiano local, relacionado


ao tema.
� Utilizar materiais de fácil acesso aos(às) estudantes (em caso de não haver laboratório
disponível).
� Buscar novas estratégias de desenvolvimento de produtos regionais.
� Adaptar ao contexto de alimentos fermentados na região à qual a unidade escolar está
inserida.
� Conhecer a biodiversidade “local”.
� Realizar intervenções que auxiliem no bem estar comum e cultivar novos hábitos de
saúde dentro de sua própria casa.
� Resgatar os conhecimentos e usos de diferentes vegetais utilizados pelas gerações anterio-
res, na perspectiva etnobotânica, envolvendo aspectos sociais, familiares e científicos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 113


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
Aulas teóricas e práticas serão ministradas de forma expositiva, dialogada, utilizando-se de
materiais inovadores, buscando a participação dos(as) estudantes através de discussões
sobre o tema em questão. O componente poderá contemplar visitas técnicas, pesquisa
de campo, palestras, oficinas, análises laboratoriais, trabalho e socialização por meio de
feiras na escola e/ou na comunidade local. No final de cada etapa, será feita uma reflexão
sobre os erros e acertos para que se possa aprender com a experiência, trabalhar ativida-
des de fixação e produzir críticas sobre o tema desenvolvido.

Tão importante quanto essas estratégias são as metodologias próprias do pensar e fazer
Ciência, e que são fundamentais para o desenvolvimento do espírito investigativo dos(as)
estudantes. Elas permitem que o(a) estudante percorra diferentes etapas do ciclo investi-
gativo: observando, problematizando, levantando hipóteses, experimentando, pesquisan-
do, analisando, concluindo e generalizando, por exemplo. Essas são ações que o(a) profes-
sor(a) do Componente não pode abrir mão.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS

� Sala de aula e outros espaços da escola, como biblioteca, auditório, horta, horto e pátio.
� Laboratório de ciências (caso a escola não possua, sugere-se disponibilização de uma
sala ambiente).
� Laboratório de informática com internet.
� Projetor multimídia.
� Computadores, tablets, smartphones com acesso à internet.
� Equipamentos, vidrarias básicas (béquer, Erlenmeyer, tubo de ensaio, placa de petri, etc.).
� Reagentes.
� Materiais alternativos às vidrarias e reagentes.
� Livros didáticos e de pesquisa.
� Artigos científicos.
� Tabela periódica.
� Desenhos, esquemas, mapas mentais e conceituais.
� Laboratórios de empresas e universidades parceiras (visitas).
� Laboratório virtual — virtual labs (softwares).
� Recurso de edição Canva.
� Material para exsicatas: cartolina, cola, pinça de ponta arredondada,
� ficha de informações.
� Lousa digital.
� Quadro branco.
� Recursos para efetuar visitas técnicas.

114 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


AVALIAÇÃO
Avaliação diagnóstica, processual, formativa e qualitativa
A avaliação será processual, formativa, contínua e qualitativa, realizada ao longo do semes-
tre, permitindo identificar aspectos da aprendizagem dos(as) estudantes como ampliação
de conhecimentos, clareza de ideias, senso crítico, participação, protagonismo, coopera-
ção entre pares, interesse, iniciativa, organização, entre outros como aqueles diretamente
ligados às competências do fazer e pensar em Ciências. Contribuem para isso a adoção de
instrumentos e estratégias, como pesquisa, apresentação, relatórios experimentais, avalia-
ção escrita, participação em estudo de caso, autoavaliação, seminários, rodas de conversa,
metodologias ativas com recuperação paralela (avaliação descritiva). Esses procedimen-
tos de avaliação pedagógica permitem verificar o grau de desenvolvimento da aprendiza-
gem do(a) estudante, do trabalho docente e da escola, considerando as potencialidades
e dificuldades do processo, levando em conta a recuperação paralela dos conceitos/ con-
teúdos não apropriados pelo(a) estudante em determinado período letivo, sendo isso de
responsabilidade da escola e do(a) professor(a) do Componente Curricular Eletivo. A ava-
liação final do semestre letivo deste Componente será por meio de um Parecer Descritivo,
em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BACICH, L.; HOLANDA, L. STEAM em Sala de Aula: a aprendizagem baseada em projetos
integrando conhecimentos na Educação Básica. São Paulo: Penso, 2020.
BARROS, Augusto Aragão de; BARROS, Elisabete Barbosa de Paula. A química dos alimen-
tos: produtos fermentados e corantes. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 2010.
Disponível em: http://quid.sbq.org.br/ wp-content/uploads/2019/05/SBQ-Cole%C3%A7%-
C3%A3o-Qu%C3%ADmica- no-Cotidiano-Vol4-alimentos.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC/CONSED/
UNDIME, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum. mec.gov.br/images/BNCC_EI_
EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 09 set. 2020.
CRUZ, Joelma Bomfim da. Laboratórios: técnico em multimeios didáticos. Universidade de
Brasília, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ seb/arquivos/pdf/profunc/13_labo-
ratorios.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.
EREBIO-SUL. Fermentação alcoólica: uma abordagem experimental para o ensino de
biologia e química. Disponível em: http://san.uri.br/sites/ anais/erebio2013/comunica-
cao/13346_40_Anelise_Grunfeld_de_Luca.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.
FARIA, L. F. de; LINDEMANN, R. H. Estudando a fermentação e os saberes populares locais:
uma proposta para o ensino de química. Col. O Ensino de Ciências na Região da Campanha.
Disponível em: http://cursos. unipampa.edu.br/cursos/mpec/files/2015/03/ProducaoEdu-
cacional- LaisFrantzDeFaria.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 115


HACHIYA, A, S, J; DOI, J, G; et.al. Fermentação alcoólica como meio de integração entre
a química no Ensino Médio e o curso Técnico em Informática. XIV Encontro de Educa-
ção em Química. Araraquara, São Paulo, p. 11-13, mai. 2016. Disponível em: https://www.
researchgate.net/ profile/Gilson_Junior2/publication/305622152_Fermentacao_Alcooli-
ca_ como_meio_de_Integracao_entre_a_Quimica_no_ensino_medio_e_o_curso_Tecnico_
em_Informatica/links/5796260808aed51475e544a3/ Fermentacao-Alcoolica-como-meio-
-de-Integracao-entre-a-Quimica-no- ensino-medio-e-o-curso-Tecnico-em-Informatica.pdf.
Acesso em: 23 out. 2020.
MACHADO, P. F. L.; MÓL, G. de S. Experimentando Química com Segurança. Química Nova
na Escola, n. 27, 2008.
OLIVEIRA, I. T. de; ZUCCHERATTO,C.; GRANADO, I. Z.; HOMEM-DE-MELLO, P.; OLIVEIRA, H.
P. M de. De onde vêm os nomes das vidrarias de laboratório? Química Nova, v. 41, n. 8, p.
933-942, 2018.
PESSOA, A. C da C. Uma proposta de ensino investigativo para trabalhar biomoléculas
no Ensino Médio. Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais.
Universidade de Brasília, 2015.
POZO, J. I. ; CRESPO, M. Á. G. Aprendizagem e o ensino de Ciências: do conhecimento co-
tidiano ao conhecimento científico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Caderno de Orientações para Utilização do La-
boratório Escolar de Ciências da Natureza da Rede Estadual de Ensino do Paraná. Curi-
tiba, 2013. Disponível em: http://www. biologia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/PDF/cadern_
lab_2013.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.
SOUZA, F. L. de; AKAHOSHI, L. H.; MARCONDES, M. E. R.; CARMO, M. P. do. Atividades expe-
rimentais investigativas no ensino de química. 2013. Disponível em: http:://cpscetec.com.
br/cpscetec/arquivos/quimica_ atividades_experimentais.pdf. Acesso em: 24 out. 2020.
Vídeos
FERMENTAÇÃO. Brasil Escola, 16 fev. 2020. 1 vídeo (9min43s). Publicado por Brasil Escola.
Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=sGFkIpukbDY. Acesso em: 23 out. 2020.
FERMENTAÇÃO Natural: o que é? como se faz? é melhor mesmo? Vai Se Food, 28 jun.
2016. 1 vídeo (6min58s). Publicado por Vai Se Food. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=0CgpJgaJie0. Acesso em: 23 out. 2020.

OBSERVAÇÕES
O presente roteiro disponibiliza um caminho para construir a execução de qualquer per-
curso escolhido pelos grupos, sendo que cada um destes representa um tema de gran-
de abrangência que pode ser desenvolvido pela escola, conforme o contexto e escolha
dos(as) estudantes. Outros percursos sugeridos para esse componente eletivo podem ser
encontrados em: https://sites.google.com/sed.sc.gov.br/nemcomponenteseletivos

116 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
Experimentação e Práticas Investigativas com Ênfase em Alimentos:
Alimentos e a ciência por trás da fermentação
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Propor atividades experimentais utilizando como eixo condutor a produção de alimen-
tos fermentados, conduzindo os(as) estudantes a vivenciarem um ciclo de investiga-
ção científica.
 Contextualizar o trabalho no laboratório com o uso de materiais alternativos, depen-
dendo dos recursos da unidade escolar.
 Discutir ciclos investigativos e metodologias na construção do conhecimento cientí-
fico.
 Identificar as biomoléculas, dentre elas: proteínas, carboidratos e lipídios presentes
em alimentos.
 Contextualizar conceitos da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias por
meio da aplicação no desenvolvimento de produtos alimentícios pela técnica de fer-
mentação, e, dessa forma, estimular os(as) alunos a terem autonomia, criatividade e
interesse pelo empreendedorismo.
 Propor a elaboração de uma feira/exposição com amostras dos produtos desenvolvi-
Mobilização 5 aulas
dos durante as aulas, a partir da técnica de fermentação.
Resumo
O professor deverá realizar a apresentação da ementa do CCE e do percurso, a metodologia
que será adotada e a forma como os(as) estudantes serão avaliados. Após essa introdução,
realizar um piquenique com degustações de alimentos e uma conversa trazendo o contexto
da temática que irá ser trabalhada, por meio de introdução a conceitos da Ciência e Tecnolo-
gia. Ainda na etapa de mobilização, realizar uma pesquisa sobre a composição dos alimen-
tos que fizeram parte da degustação, enfatizando a presença de moléculas que podem
estar descritas nos rótulos de alguns produtos, caso tenham produtos industrializados. Re-
alizar também uma pesquisa e análise das unidades de medida do valor energético (caloria,
quilocaloria, joule), correlacionando aos dados fornecidos nas embalagens dos alimentos,
e o gasto de energia do corpo humano. Promover outras atividades práticas como o uso
de calorímetro caseiro, apresentação de vidrarias, equipamentos e instrumentos de medida
disponíveis na escola, e realizar uma atividade que auxilie na identificação e manuseio dos
mesmos. Na sequência, apresentar as fundamentações de segurança e prevenção de aci-
dentes em laboratório.
Objetivos
 Ampliar o que sabem sobre o tema escolhido, após mobilização feita a partir do pique-
nique, e que permita ao(à) jovem refletir sobre a produção de alimentos fermentados.
 Participar ativamente da construção do conhecimento, vivenciando etapas do ciclo
investigativo em ciências.
Resumo
Para aprofundar o tema proposto neste percurso, algumas ações são indicadas: os(as) estu-
Iniciativa 10 aulas dantes podem aplicar um questionário na comunidade escolar e no ambiente familiar com a
temática alimentos fermentados, relacionando sua composição com intolerância à lactose e
doença celíaca. Após essa ação, os dados serão analisados e os resultados apresentados.
O(a) professor(a) conduzirá uma explanação sobre etapas do ciclo investigativo e qual a sua
relação com a pesquisa realizada pelos(as) alunos(as). Ainda nesta etapa, propor aos(às)
estudantes uma atividade prática para identificação da presença de biomoléculas (lipídeos,
proteínas e carboidratos) em alguns alimentos de interesse do grupo. Após a realização des-
sa atividade prática, o(a) professor(a) irá propor que os(as) alunos(as) se agrupem para a
escolha dos produtos a serem trabalhados nas próximas etapas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 117


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Organizar e sistematizar as informações resultantes da pesquisa, que serão a base
para as escolhas e direcionamentos da produção do alimento fermentado.
 Planejar as ações de execução e apropriação dos resultados de forma integrada,
mobilizando o protagonismo juvenil.
 Antever alterações no percurso, saber dar novos direcionamentos e propor novos
experimentos.
 Potencializar aprendizados que envolvem ações de planejamento.
 Resumo
Planejamento 10 aulas
Após definição do produto a ser trabalhado, o planejamento das ações pode seguir algu-
mas etapas, como identificar o(s) produto(s) que será(ão) o foco da experimentação e
definir conjuntamente um protocolo de experimento que poderá utilizar produtos regionais
que poderão ser testados. Como a atividade é experimental, é necessário planejar o uso
de materiais e equipamentos para a prática, assim como identificar a infraestrutura para
a realização de uma feira de produtos. Da mesma forma, deve-se produzir e planejar a
produção de um folheto explicativo e um questionário sobre a qualidade dos produtos.
Como a atividade proposta possui muitas subdivisões de etapas, é imprescindível que
sejam definidos os papéis de atuação dos(as) estudantes, assim como um cronograma
de atividades.
Objetivos
 Colocar em prática as ações definidas no planejamento.
 Identificar situações e imprevistos durante a sua execução, e saber conduzir sem
prejuízo à proposta.
 Aplicar os conhecimentos obtidos durante a pesquisa sobre o tema escolhido.
Resumo
Execução 10 aulas Os(as) estudantes colocam em prática a produção de alguns alimentos previamente es-
colhidos. Nesta etapa, o(a) professor(a) problematiza e propõe que avaliem a proposição
de hipóteses feita anteriormente. Os(As) estudantes deverão produzir alimentos fermen-
tados (pães, iogurte, queijo e salame) utilizando os ingredientes padrões. No entanto, por
meio da investigação, novos ingredientes (oriundos da região na qual a unidade escolar
está inserida) poderão ser testados, resultando em novas formulações. Essa ação visa
a agregar valor nutricional ao alimento final e valorizar os produtos da região na qual a
escola está inserida.
Objetivos
 Apropriar-se dos resultados obtidos no decorrer da pesquisa e sistematizar os aprendiza-
dos.
 Apropriar-se de conhecimentos das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e identificar como
esse conhecimento pode ser aplicado e disponibilizado a toda a comunidade escolar.
Resumo
Apropriação
5 aulas
de Resultados Para consolidar a aprendizagem, os(as) estudantes poderão socializar os produtos com a
comunidade escolar por meio de uma feira de produtos regionais, e com apoio de material
impresso explicativo associado a cada amostra de produto. Os(As) estudantes também
poderão aplicar um questionário de análise sensorial direcionado ao público visitante,
com a finalidade de identificar os parâmetros de qualidade e aceitação do produto. Após
análise dos dados com a orientação do(a) professor(a), os resultados finais poderão ser
debatidos com a turma, numa roda de conversa.

118 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Sociedade, Saúde e Meio Ambiente Eu, Natureza!
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS)
Adricia Neumann Josiane Maria da Silva Rosa
Aidimara San Vito Nicola Juliana Flávia dos Santos Lima
Alicimar Fernandes Godoy Karla Grazielle Soares Lima
Douglas José da Silva Ribeiro Kênia Fuchter
Doralice Souza da Silva Monteiro Maíra Michalak de Souza
Dulcemari Vidi Silva Marcelo Martin Heinrichs
Edgard Bistulfi Junior Marileusa Scholl
Edinara dos Santos Moura Marizete de Paris
Elaine Dias Mauro Silveira Machado
Flávia Tonon Borghezan Mislei Zenita da Conceição Quito
Fabiane de Oliveira Luz Petrazzini Moisés Ceron
Fabiana Provensi Neiva Maria Panozzo Weigsding
Gabriela de Paula Nascimento Roberto Carlos
Gabriela Nardi Rose Mari Lemos
Gabriela Santiago Barbosa Silva Samara Cattani Sidiane Baruffi
Jaqueline Diana Seghetto Thayse Cechinel Rodrigues
Jocler Marcio Faenello

ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Ciência e Tecnologia
Componentes Integradores

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 119


RESUMO
Entende-se que a educação deve favorecer a formação de cidadãos protagonis-
tas, críticos e bem informados, que tenham habilidades e competências diversas para agir
de forma efetiva em defesa da vida. Portanto, este Componente Curricular Eletivo visa a
proporcionar ao(à) estudante embasamento para que identifique problemas ambientais e
relativos à saúde. Prevê também uma reflexão sobre a importância da preservação e con-
servação do meio ambiente, mostrando os efeitos das ações humanas na natureza. Ainda
tem como objetivo permitir ao(à) estudante buscar seu autoconhecimento, identificando
potencialidades na adoção de práticas de vida saudáveis que também sejam sustentáveis.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Focar o olhar sobre o mundo que os cerca, percebendo o ser humano como parte intrín-
seca da natureza.
� Realizar atividades que aprimorem a qualidade de vida e o compromisso com o bem
estar coletivo.
� Avaliar os efeitos da ação humana na sustentabilidade do planeta.
� Promover um espaço de reflexão sobre saúde e bem estar no ambiente.
� Identificar formas agroecológicas de produção de alimentos, de modo a incorporar nas prá-
ticas agrícolas as questões sociais, políticas, culturais, energéticas, ambientais e éticas.
� Distinguir na química dos alimentos os efeitos dela no organismo dos seres vivos: ani-
mal, vegetal, microrganismos.
� Refletir sobre os desastres ambientais ocorridos nos últimos anos em nível local/regio-
nal/mundial, desenvolvendo a criticidade e reflexão sobre os efeitos deles.
� Desenvolver a participação na construção de sociedades sustentáveis e de políticas
públicas de educação ambiental.
� Aplicar pesquisas individuais e coletivas, desenvolvendo o conhecimento na prática.

120 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


JUSTIFICATIVA
A educação eficaz é aquela que favorece a formação de cidadãos(ãs) críticos(as)
e atuantes na sociedade. É aquela que faz com que o(a) educando(a) tenha habilidades e
competências diversas para agir de forma eficiente em defesa da vida. O Componente Cur-
ricular Eletivo “Sociedade, Saúde e Meio Ambiente” busca mostrar que o desenvolvimento
da sociedade está atrelado às mudanças que ocorrem também na natureza, e como essas
mudanças são impactantes na saúde de todos. Deste modo, é intencionado que os(as)
estudantes percebam estas interfaces, que construam alternativas para a sociedade se
desenvolver de forma equilibrada e sustentável, sentindo-se parte desta sociedade e das
decisões. Nesse sentido, o CCE se alinha à BNCC, que propõe discutir o papel do conheci-
mento científico e tecnológico na organização social, nas questões ambientais, na saúde
humana e na formação cultural. (p. 549). Mas isso só poderá ocorrer por meio de conhe-
cimentos construídos sobre a saúde e sua interdependência com o ambiente, a sociedade
e sua dinâmica, num processo educativo que privilegie atividades práticas, pesquisas e
intervenções. Desenvolvem-se, assim, as competências e valores que conduzirão os(as)
estudantes a repensarem e a avaliarem suas atitudes e, consequentemente, o meio em que
vivem, sendo protagonistas de ações conscientes e responsáveis.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


� Demonstram engajamento com questões socioambientais da atualidade.
� Sentem-se estimulados(as) com o protagonismo juvenil e a discussão de temas atuais
e relevantes.
� Aplicam conhecimentos em situações que interferem na sua qualidade de vida.
� Refletem sobre alternativas para melhorias nas condições do meio em que vivem.
� Viabilizam proposições pessoais para resolução de situações-problemas.
� Vislumbram a uma nova forma de viver.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 121


COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)
� Adotar postura mediadora que valorize e problematize os conhecimentos prévios
dos(as) estudantes, e que estimule o espírito investigativo e o protagonismo na busca
de resolução de problemas, articulando conhecimentos em diferentes áreas.
� Possuir conhecimento científico acerca da biodiversidade e os impactos causados pela
ação humana.
� Mostrar comprometimento para trabalhar com projetos, participar de planejamento co-
letivo e de atividades interdisciplinares.
� Contextualizar aspectos da realidade local para a sala de aula, interligando os conceitos
das Ciências da Natureza e suas Tecnologias com as demais áreas de conhecimento.
� Sensibilizar os(as) jovens para problemas atuais que envolvem saúde, sociedade e am-
biente, articulando o desenvolvimento de atividades que valorizem a vida.
� Ser um(a) propositor(a) de alternativas voltadas ao reequilíbrio do ambiente em seus
aspectos naturais, que abranjam a biodiversidade, beleza, sustentabilidade e uso racio-
nal de recursos.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer


à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

6. Trabalho e projeto de vida. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apro-


priar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações pró-
prias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

8. Autoconhecimento e autocuidado. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde físi-


ca e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções
e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários

122 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com
base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e
coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e
melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global.

� Analisar e representar as transformações e conservações em sistemas que envolvam


quantidade de matéria, de energia e de movimento para realizar previsões em situações
cotidianas e processos produtivos que priorizem o uso racional dos recursos naturais.
� Avaliar potenciais prejuízos de diferentes materiais e produtos à saúde e ao ambien-
te, considerando sua composição, toxicidade e reatividade, como também o nível de
exposição a eles, posicionando- se criticamente e propondo soluções individuais e/ou
coletivas para o uso adequado desses materiais e produtos.
� Analisar a ciclagem de elementos químicos no solo, na água, na atmosfera e nos seres
vivos, e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e da interferência humana sobre
esses ciclos, para promover ações individuais e/ou coletivas que minimizem consequ-
ências nocivas à vida.

Competência Específica 2: Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da


Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento
e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e
responsáveis.

� Avaliar e prever efeitos de intervenções nos ecossistemas, e seus impactos nos seres
vivos e no corpo humano, com base nos mecanismos de manutenção da vida, nos ci-
clos da matéria e nas transformações e transferências de energia, utilizando represen-
tações e simulações sobre tais fatores, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos
digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
� Justificar a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando
parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das polí-
ticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.
� Identificar e analisar vulnerabilidades vinculadas aos desafios contemporâneos, aos
quais as juventudes estão expostas, considerando as dimensões física, psicoemocio-
nal e social, a fim de desenvolver e divulgar ações de prevenção e de promoção da
saúde e do bem estar.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 123


Competência Específica 3: Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhe-
cimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos
e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem
demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a
públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e Tecnologias
Digitais de Informação e Comunicação (TDICs).

� Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimentos da área


de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (tais como tecnologias do DNA, tratamen-
tos com células-tronco, produção de armamentos, formas de controle de pragas, entre
outros), com base em argumentos consistentes, éticos e responsáveis, distinguindo di-
ferentes pontos de vista.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS


FORMATIVOS ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos.

Processos Criativos
� Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.

Mediação e Intervenção Sociocultural


� Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
� Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para pro-
blemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global,
corresponsabilizando-se pela realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

Empreendedorismo
� Utilizar estratégias de planejamento, organização e empreendedorismo para estabele-
cer e adaptar metas, identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos para realizar pro-
jetos pessoais e produtivos com foco, persistência e efetividade.

124 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
São sugeridos alguns percursos para este Componente Curricular Eletivo, que pos-
sibilitam abordar diferentes objetos de conhecimento e desenvolver competências e habi-
lidades, conforme a escolha dos(as) estudantes. O percurso utilizado como exemplo neste
CCE é o “Saúde e Bem Estar”, e deve servir como orientador para que os demais percursos
a seguir possam igualmente ser executados.

Saúde e Bem Estar: Alimentação saudável; Uso de medicamentos e a automedicação; Cui-


dados com o corpo e mente (sedentarismo, estresse, depressão, Síndrome do pensamen-
to acelerado); Vacinas e prevenção de doenças; Sexualidade; Autocuidado e autoconheci-
mento; Biofilia e as relações com a natureza.

Saúde e Meio Ambiente: Saneamento básico; Desequilíbrios ambientais; Doenças infeccio-


sas e parasitárias; Sustentabilidade e os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável);
Riscos da utilização inadequada dos agrotóxicos; Poluentes atmosféricos e sonoros; Me-
tais tóxicos.

Efeitos da Ação Humana na Natureza: Mudanças climáticas; Aquecimento global; Aumen-


to do efeito estufa; Inversão térmica; Geração de energia
e seus impactos; Fontes alternativas de energia; Desenvolvimento sustentável; A proble-
mática do lixo; Desmatamento x Produção de alimentos; Queimadas; Impactos socioam-
bientais causados pelas rodovias, hidrelétricas e outros empreendimentos; Florestas e a
produção de chuvas; Manutenção da biodiversidade; Regulação das temperaturas.

Agroecologia: Produção de alimentos em agroflorestas (Sintropia); Produção de alimentos


orgânicos; Manejo de pragas; Doenças em plantas; Práticas de mandala e hortas; Os riscos
da utilização de agrotóxicos; Permacultura; Produção de adubos com resíduos orgânicos
(compostagem); Aproveitamento da água da chuva e residuárias.

Importante: Não é possível trabalhar todas as unidades em um componente curricular ele-


tivo com 40h/a. É preciso fazer escolhas. Nesse sentido, o(a) professor(a) deve alinhar
com os(as) alunos(as) a melhor abordagem de acordo com as adaptações na realidade
local. Para isso, deve utilizar os percursos como “sugestões”, que darão suporte ao plane-
jamento. É importante que o(a) professor(a) defina o percurso a ser executado, sem esque-
cer-se das pontes com os demais conhecimentos da área.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 125


ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS
Os percursos, bem como os objetos de conhecimento elencados, podem ser adap-
tados ao contexto local, sem, no entanto, perder a intencionalidade expressa nas compe-
tências e habilidades descritas anteriormente. Para tanto, podemos sugerir:

� Partir do conhecimento dos(as) estudantes sobre o meio em que eles(as) estão inseri-
dos(as).
� Procurar conhecer os perfis das turmas e de cada estudante.
� Contextualizar as temáticas de acordo com a realidade e as características sociais e
econômicas de cada região.
� Buscar parcerias com empresas/instituições locais e comunidade para desenvolver ativida-
des que contribuam na construção e reflexões de práticas sobre os temas abordados.
� Mobilizar o trabalho em equipe, promovendo a participação e engajamento entre as
Áreas do Conhecimento.
� Desenvolver práticas para o melhor uso dos recursos naturais, como a gestão de resí-
duos para a produção de adubos e reaproveitamento da água da chuva para os mais
variados fins.
� Promover técnicas de permacultura básica, criando alternativas na escola, como na
estética e funcionalidade de ambiente, em jardins e hortas suspensas, bancos, vasos,
obras de arte, outros.

126 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
Para apoiar a mediação pedagógica em cada percurso proposto neste CCE, o(a)
professor(a) poderá utilizar algumas metodologias adotadas na educação integral. Essas
metodologias criam ambientes facilitadores de aprendizagem e valorizam o protagonismo
dos(as) estudantes. Ao se apoiar, por exemplo, numa metodologia voltada aos Multiletra-
mentos, os(as) professores(as) envolvidos assumem o compromisso de desenvolver ha-
bilidades e capacidades de leitura e de produção textual dos(as) estudantes, em diversos
gêneros, linguagens e manifestações culturais. A metodologia Aprendizagens Baseadas
em Projetos possibilita que os(as) jovens vivenciem de forma concreta a construção do
conhecimento, trabalhando em grupos pequenos com a orientação do(a) professor(a), o
que favorece o desenvolvimento de competências e habilidades. A Aprendizagem Colabo-
rativa contribui para a promoção do trabalho colaborativo entre os(as) jovens, fortalecendo
as aprendizagens entre pares e permitindo que os(as) estudantes possam vivenciar dife-
rentes papéis para a realização do trabalho em equipe. A Problematização convida o(a)
jovem a “aprender a aprender”, pois o(a) professor(a) promove o ensino por meio de boas
perguntas, levando os(as) estudantes a refletirem e elaborarem novas conexões entre os
saberes que já possuem e novos saberes, construindo, assim, seu conhecimento. Tão im-
portantes quanto, são as metodologias próprias do pensar e fazer ciência, e que ainda são
fundamentais para o desenvolvimento do espírito investigativo pelos(as) estudantes. Elas
permitem que os(as) estudantes percorram por diferentes etapas do ciclo investigativo:
observando, problematizando, levantando hipóteses, experimentando, pesquisando, anali-
sando, concluindo e generalizando, por exemplo. Essas são ações que o(a) professor(a) do
Componente não pode abrir mão.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


� Sala de aula e outros espaços da escola, como biblioteca, auditório, horta, horto e pátio.
� Laboratório de Ciências.
� Laboratório de informática.
� Computadores, tablets, smartphones com acesso à internet.
� Projetor multimídia.
� Recursos para efetuar visitas a locais associados aos temas.
� Parques e praças.
� Livros didáticos e paradidáticos, assim com outros materiais impressos.
� Materiais escolares básicos.
� Espaço e equipamentos para cultivo de hortas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 127


AVALIAÇÃO
Avaliação diagnóstica, processual, formativa e qualitativa
A avaliação deve ser um processo contínuo e cumulativo, realizada ao longo do
semestre. Desse modo, o(a) professor(a) poderá avaliar seus(suas) alunos(as) por meio
de registros de observação, levando em consideração a participação em sala e no desen-
volvimento das atividades, anotações e frequência. Poderá também ser realizada a auto-
avaliação, convidando o(a) aluno(a) a olhar para suas aprendizagens, assim fortalecen-
do o protagonismo juvenil e construindo feedbacks formativos. Também, a cada final de
aula, o(a) professor(a) poderá realizar o seu fechamento, para evidenciar as aprendizagens,
diagnosticar as principais dúvidas e para estabelecer possíveis retomadas nos encontros
posteriores. Para efetivar a apropriação dos resultados, poderão ser realizados, ao final
do semestre, seminários na escola, focando nas aprendizagens e práticas desenvolvidas.
Poderá, ainda, realizar a comunicação das construções e práticas para a comunidade, além
de murais na escola e mídias dirigidas. Vale ressaltar que, segundo o Caderno de Orienta-
ções para a Implementação do Novo Ensino Médio, versão 1.0: “a avaliação é um instru-
mento que favorece o diálogo e a relação crítica e ativa entre professores(as) e estudantes,
permitindo a identificação das dificuldades e potencialidades” dos(as) estudantes e corpo
docente (2019, p. 36). A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio
de um Parecer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas
para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.
Brasil: Ministério da Educação, 600p. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.
br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 02 set. 2020.
BRASIL, Anna Maria; SANTOS, Fátima. Equilíbrio Ambiental e Resíduos na Sociedade Mo-
derna. 4. ed. São Paulo: Brasil Sustentável Editora, 2011.
CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São
Paulo: Editora Cultrix, 1996.
______. As Conexões Ocultas: para uma vida sustentável. São Paulo: Editora Cultrix, 2004.
DERISIO, José Carlos. Introdução ao Controle de Poluição Ambiental. 4. ed. São Paulo:
Oficina de textos, 2012.
FELLENBERG, Gunter. Introdução aos Problemas da Poluição Ambiental. São Paulo: Edito-
ra EPU, 1980.

128 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2015.
LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo; LAYARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo
Souza. Sociedade e Meio Ambiente: a educação ambiental em debate. 2. ed. São Paulo:
Cortez Editora, 2002.
PHILIPPI JR, Arlindo. Saneamento, Saúde e Ambiente: fundamentos para um desenvolvi-
mento sustentável. São Paulo: Manole, 2005.
SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação. Caderno de Orientações para a Im-
plementação do Novo Ensino Médio. Florianópolis: Editora Secco, 2019.
______. Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na educação básica.
2014. Disponível em: http://www.sed.sc.gov.br/ professores-e-gestores/16977-nova-pro-
posta-curricular-de-sc-2014. Acesso em: 28 set. 2020.
______. Metodologias Integradoras: educação integral no ensino médio – caderno 3. Belo
Horizonte: Editora AMI Comunicação & Design, 2016.
______. Núcleo Articulador: educação integral no ensino médio – caderno 5. Belo Horizon-
te: Editora AMI Comunicação & Design, 2016.
Vídeos
A POESIA no combate ao bullying é Tema do Educação no Ar. Brasil: Ministério da Educação,
14 jun. 2018. 1 vídeo (10min31s). Publicado por Ministério da Educação. Disponível em: https://
www.youtube.com/ watch?v=1mOKgsDou8s&feature=emb_logo. Acesso em: set. 2020.
VAMOS falar sobre transtornos mentais?. Hospital Israelita Albert Einstein, 23 jan. 2020.
1 vídeo (3min17s). Publicado por Hospital Israelita Albert Einstein. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=C- UXvNq7-PI&feature=emb_logo. Acesso em: out. 2020.

OBSERVAÇÕES
O presente roteiro disponibiliza um caminho para construir a execução de qualquer
percurso escolhido pelos grupos, sendo que cada um destes representa um tema de gran-
de abrangência, que pode ser desenvolvido pela escola, conforme o contexto e escolha
dos(as) estudantes. Outros percursos sugeridos para esse Componente Eletivo podem ser
encontrados em https://sites.google.com/sed.sc.gov.br/nem- componenteseletivos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 129


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
Saúde e bem estar
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Iniciar um espaço de reflexão e autocuidado sobre saúde e segurança dos(as) jo-
vens.
 Identificar temas relacionados à saúde que sejam mais significativos para os(as)
estudantes.
Resumo
Neste momento, deve-se realizar a apresentação da ementa do CCE, do percurso, assim
como a metodologia que será utilizada e como serão avaliados(as). Estabelecer um contrato
Mobilização 5 aulas pedagógico entre professor(a) e estudantes para nortear o caminho a ser seguido durante
o desenvolvimento deste componente. Numa roda de conversa, deve-se iniciar um levan-
tamento sobre os temas relacionados à saúde e ao bem estar (consulte o item Objetos de
Conhecimento) que mais chamam a atenção dos(as) estudantes. A definição de um tema
a ser trabalhado neste componente pode ocorrer sob diversas formas, utilizando-se a me-
todologia ativa a qual o(a) professor(a) definir como mais indicada para essa etapa. Como
antevisão, pois podem ser sugeridos temas como automedicação, saúde do(a) idoso(a) e
saúde mental, o(a) professor(a) deve estar preparado para conduzir uma abordagem que
permita contextualizar cada um desses temas e avaliar junto aos(às) alunos(as) o seu im-
pacto na comunidade escolar.
Objetivos
 Ampliar as abordagens sobre o tema escolhido e que permitam refletir sobre ques-
tões como autocuidado, saúde e segurança dos(as) jovens.
 Desenvolver hábitos saudáveis e de bem estar físico e psicológico.
Resumo
Nesta etapa, e com a orientação e mediação do(a) professor(a), os(as) estudantes ampliam
Iniciativa 10 aulas os conhecimentos sobre o tema selecionado durante a mobilização. No entanto, os(as) es-
tudantes são convidados(as) a apresentar o que sabem sobre ele e, assim, seus conheci-
mentos prévios são valorizados e alinhados numa perspectiva científica. São orientados(as)
sobre como realizar as pesquisas e sobre como identificar e escolher fontes seguras de
informação que tenham como base o conhecimento científico. Nesta etapa, também viven-
ciam experiências diversas do trabalho em grupo, como liderar e ser liderado(a), exercitam
aspectos relacionados à argumentação e definem as propostas de ação sobre a temática a
ser desenvolvida.
Objetivos
 Organizar e sistematizar as informações resultantes da pesquisa, e que serão a base
para as escolhas e direcionamentos da atividade ou projeto a ser executado.
 Planejar as ações de forma integrada, mobilizando o protagonismo juvenil para a
execução do projeto acordado pelo grupo.
 Antever alterações no percurso e saber dar novos direcionamentos.
 Potencializar aprendizados que envolvem ações de planejamento.
Planejamento 10 aulas
Resumo
Com base na escolha do tema, e a partir do conhecimento aprofundado sobre ele, orien-
tar os(as) estudantes a elaborarem um planejamento por escrito, descrevendo que tipo de
ação poderá ser realizada. Se o tema definido pelo time for, porventura, “Saúde Mental”, em
caráter de exemplo pode-se planejar uma campanha na escola para se evitar ou diminuir
o bullying na comunidade escolar. Neste planejamento, pode-se definir quem serão os(as)
envolvidos(as) na ação, e quem será o público alvo, assim como definir abordagens que
apoiem e ampliem os conhecimentos sobre o tema, saindo da condição de senso comum.

130 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Colocar em prática as ações definidas no planejamento.
 Identificar situações e imprevistos durante a sua execução e
 saber conduzir sem prejuízo à proposta.
 Aplicar os conhecimentos obtidos durante a pesquisa sobre o tema escolhido.
Resumo
Execução 10 aulas
Os(As) jovens, sob a orientação do(a) professor(as), colocam em prática o plane-
jamento realizado coletivamente. Exercitam habilidades que permitam, caso ne-
cessário, a retomada de rumos, avaliam e se autoavaliam. Nesta etapa, podem, por
exemplo, e seguindo a temática “Saúde Mental”, realizar uma campanha intitulada
“Semana de Debates Sobre o Bullying na Escola”, e, com isso, trazer profissionais da
área de saúde para apresentar palestras, promover debates e envolver toda a comu-
nidade escolar de forma qualitativa.
Objetivos
 Apropriar-se dos resultados obtidos no decorrer da pesquisa e sistematizar os
aprendizados.
 Apropriar-se de conhecimentos das Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e
identificar como esses conhecimentos podem ser aplicados e disponibilizados
a toda comunidade escolar.
Apropriação Resumo
dos 5 aulas
Resultados
Os(as) jovens refletem sobre os aprendizados que todo o CCE pode proporcionar. São
orientados(as) a produzir materiais em formato digital e/ou impresso, como folhetos,
por exemplo, que informem a importância e os cuidados que a escola deve ter quanto
a questões relacionadas ao bullying, reforçando o envolvimento de todas as esferas es-
colares. Podem, também, ser orientados(as) a produzir um relatório sobre a campanha
realizada, descrevendo o que foi feito, que resultados foram alcançados, que aprendiza-
dos conquistaram e a que conclusões chegaram, ilustrando-o com imagens e utilizando
outros recursos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 131


6 CIÊNCIA E
TECNOLOGIA

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 133


Ao mesmo tempo em que são transversais às diversas áreas do conhecimento, as
novas tecnologias digitais trazem em si próprias oportunidades de aprofundamento e de
experimentação que dialogam fortemente com a cultura e com o interesse juvenis. Quan-
do consideradas em uma sociedade cada vez mais influenciada por mídias digitais, criar
espaços para que os(as) jovens do Ensino Médio reflitam, apropriem-se e construam seu
presente e seu futuro com o apoio dessas novas tecnologias, de forma crítica, reflexiva e
contextualizada, deixa de ser uma possibilidade e se torna um compromisso do Novo En-
sino Médio de Santa Catarina.
Nesse sentido, visando garantir o protagonismo dos(as) jovens de Ensino Médio
diante das novas tecnologias, os componentes curriculares agrupados na Área de Con-
centração Ciência e Tecnologia, a qual se configura na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) como um Tema Contemporâneo Transversal, apresentam oportunidades para es-
tudantes, professoras e professores da rede estadual de Santa Catarina explorarem as tec-
nologias digitais em diferentes dimensões. Ao propor diferentes componentes para essa
área de concentração, buscamos combinar um olhar direcionado a como nossos compor-
tamentos e contextos ressoam o surgimento de novas tecnologias, a apropriação de ferra-
mentas tecnológicas para a ampliação das possibilidades de atuação e de intervenção no
mundo, e o desenvolvimento de estratégias de pensamento com o auxílio de ferramentas
computacionais. São caminhos independentes e complementares entre si, que represen-
tam, também, um desafio – e oportunidade – para que os(as) professores(as) que assumi-
rem esses componentes continuem desenvolvendo suas competências digitais, ao mes-
mo tempo em que estarão oportunizando aos(às) jovens que também as desenvolvam.
Definimos coletivamente, nos Grupos de Trabalho com os professores e com as
professoras da Rede Estadual de Santa Catarina, três componentes para a área de Ciência
e Tecnologia, quais sejam

EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
Este componente tem como objetivo criar oportunidades de identificação e de apro-
priação de tecnologias digitais, contextualizadas aos interesses dos(as) estudantes e dia-
logando com novas ferramentas e possibilidades. Com isso, esperamos que os(as) estu-
dantes não só ampliem seu repertório no mundo digital, mas que também sejam capazes
de fazer escolhas conscientes e críticas quanto à sua aplicação, considerando limitações
e riscos potenciais.

134 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


CULTURA DIGITAL
Este componente tem como objetivo promover oportunidades de investigação
digital, em suas diferentes dimensões, para uma interação mais consciente com novas
tecnologias e mídias digitais, contribuindo para sua formação integral. Nesse sentido,
estudantes encontrarão possibilidades para aprimorar o entendimento sobre quem são
como seres digitais, como as novas tecnologias influenciam as formas como secomuni-
cam e interagem, e, por fim, os obstáculos e as oportunidades de tais mudanças para a
transformação social.

PENSAMENTO COMPUTACIONAL
Este componente visa oportunizar que estudantes se familiarizem e se apropriem
de diferentes capacidades do pensamento computacional e do reconhecimento de pa-
drões à construção de algoritmos para a resolução de problemas em diversas áreas da
vida cotidiana. Para isso, propomos momentos de interação com novas tecnologias com-
putacionais a partir de uma postura protagonista, criando artefatos computacionais com
baseem seus interesses e em suas necessidades.
Por fim, queremos parabenizar e agradecer a todos(as) os(as) professores(as) que
contribuíram para a construção coletiva desses componentes curriculares. A elaboração
desse material contou com a participação de profissionais de todo o estado, em diferentes
fases, que desenvolveram esse trabalho com maestria, valorizando e aprimorando diferen-
tes ideias e caminhos. Considerando, ainda, o desafio dessa área de manter-se contempo-
rânea com do surgimento ininterrupto de novas ferramentas e possibilidades, este grupo vi-
sou redigir roteiros que sirvam de ponto de partida para o trabalho de cada escola e turma,
respeitando as limitações e as oportunidades de cada contexto. Como ponto de partida,
esperamos que inspirem vivências contextualizadas e transformadoras com tecnologias
digitais para os(as) jovens de Santa Catarina.

Boa leitura!
Letícia Vieira e Luiz Alessandro da Silva
(Técnicos(as) da SED)

Adelmo Eloy
(Especialista Instituto iungo)

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 135


Educação Tecnológica O Educando, as Tecnologias
Carga horária: 40 horas por semestre e as Linguagens Digitais

AUTORES(AS) ÁREAS
Carlos Weinman Linguagens e suas Tecnologias
Dalci Clair Reis Matemática e suas Tecnologias
Idenir Bruna Resendes de Souza Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Naira Delazari Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Paulo Henrique de Souza Ciência e Tecnologia
Sirlei Zanelato Miranda Componentes Integradores
Vanderlei Luis Bachendorf

RESUMO
A Educação Tecnológica propõe o entendimento de como as tecnologias digitais funcio-
nam perante a identificação e avaliação de tendências e oportunidades interventivas a
partir da aplicação dessas ferramentas, visando ao desenvolvimento de raciocínio lógi-
co, comunicação, colaboração, resolução de problemas e capacidade de aprender. Tem
por objetivo proporcionar aos(às) estudantes oportunidades de aprendizagem, a partir das
quais possam desenvolver sua habilidade de solucionar problemas e desenvolver projetos
autorais e coletivos, identificando os efeitos do uso das tecnologias em suas vidas e utili-
zando-as de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais. Para
isso, o componente contempla conceitos e práticas como: representação de dados, redes
e comunicação e domínio de diversas tecnologias digitais de informação e comunicação.
Os(as) estudantes participantes terão a oportunidade de identificar e usar tecnologias digi-
tais de forma significativa, a partir da utilização de recursos básicos de informática e suas
ferramentas, focados em exemplos e contextualizações voltadas para o dia a dia pessoal,
escolar e nos mundos do trabalho.

136 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Solucionar problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos, identificando os efei-
tos do uso das tecnologias em sua vida e utilizando-as de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (escolares, pessoais e empregatícias).
� Ampliar e potencializar o uso de instrumentos tecnológicos como ferramentas que con-
tribuam para a produção de conhecimentos, permitindo se comunicar por meio das
diferentes linguagens e mídias, produzindo conhecimentos e materiais didáticos no for-
mato digital.
� Identificar aspectos que caracterizam a evolução do computador ao longo da história,
estimulando a pesquisa e o conhecimento, e contribuindo para o uso consciente de
novas ferramentas tecnológicas.
� Coletar e transformar dados obtidos em linguagem digital em diferentes espaços da
vida e no trabalho, desenvolvendo, assim, a pesquisa e o acesso à produção de conhe-
cimento, ampliando e potencializando o uso de instrumentos tecnológicos como ferra-
mentas que contribuam para a produção de conhecimentos.

JUSTIFICATIVA
É inegável que as novas tecnologias e mídias digitais têm revolucionado as rela-
ções sociais e, de forma mais específica, as formas de ensinar e aprender. Esse processo
demanda um espaço escolar que auxilie os(as) estudantes a agir em relação aos desafios
que a sociedade impõe, sendo indispensável oportunizar o aprendizado e uso da tecnolo-
gia. O uso das tecnologias digitais de comunicação e informação (TDICs) na escola auxilia
a promoção social da cultura, das normas e tradições do grupo, ao mesmo tempo em que é
desenvolvido um processo pessoal que envolve estilo, aptidão e motivação. Nesse sentido,
este componente vem ao encontro das diretivas de uma sociedade digital, que tem como
exigências habilidades na utilização de ferramentas ágeis e rápida adaptação, por parte
dos sujeitos, às mudanças que ocorrem. Por isso, o componente Educação Tecnológica
busca proporcionar situações de aprendizagem ligadas à “educomunicação”, favorecen-
do um ambiente de acesso aos principais elementos informativos e educacionais digitais,
diante de suas múltiplas possibilidades, visando a contribuir para o desenvolvimento do
pensamento crítico, criativo, reflexivo e à aprendizagem colaborativa, uma vez que amplia
as possibilidades e metodologias, tanto de ensino quanto de aprendizagem.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 137


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES

� Desejam ampliar e potencializar seus conhecimentos em relação ao uso de recursos e


ferramentas tecnológicas.
� Querem desenvolver a criatividade, a comunicação, o letramento digital e a alfabetiza-
ção tecnológica, o pensamento crítico e consciente das TDICs para a vida pessoal e
profissional.
� Buscam interagir de forma crítica e qualificada com as tecnologias e instrumentos di-
gitais em diversos níveis, com base em pesquisas, atividades práticas e produção de
novos conhecimentos.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


� Ter domínio ou familiaridade com diferentes recursos e plataformas digitais, tais como:
editores de texto, planilhas e slides, compreendendo conceitos básicos de informática
e tecnologia.
� Formação complementar na área (informática e tecnologia), ou com abertura para de-
senvolver estudos e pesquisas sobre o tema.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer


à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

5. Cultura Digital. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comuni-


cação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

138 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Competências Específicas de Linguagens e suas Tecnologias (adaptadopara o
foco da área):

Competência Específica 7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, consideran-


do as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de
produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender
nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.
� Utilizar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações, por meio de textos mul-
timodais diversos (perfis variados, gifs biográficos, biodata, currículo web, vídeo-currícu-
lo, etc.) e de ferramentas digitais (ferramenta de gif, wiki, site, etc.).
� Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, experimento científico,
levantamento de dados, etc.), objetivando compreender como o conhecimento científi-
co é produzido e apropriar- se dos procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na
realização de pesquisas, de forma a compreender e posicionar-se criticamente sobre
esses conteúdos e estabelecer recortes precisos.

Competências Específicas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (adaptado para o


foco da área):

Competência Específica 3. Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimen-


to científico e tecnológico e suas implicações no mundo, em diversos contextos e por meio de
diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC).
� Comunicar, em diversos contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimen-
tos, elaborando e/ou interpretando textos, gráficos, tabelas, símbolos, códigos, siste-
mas de classificação e equações, por meio de diferentes linguagens, mídias, tecnolo-
gias digitais de informação e comunicação (TDIC).
� Avaliar, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais, tecnologias e possíveis
soluções para as demandas que envolvem a geração, o transporte, a distribuição e o
consumo, as características geográficas e ambientais, a produção de resíduos e os im-
pactos socioambientais e culturais.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 139


Competências Específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
(adaptado para o foco da área):

Competência Específica 1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e


culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plu-
ralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreen-
der e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e
tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.
� Utilizar diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, buscando
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,
atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
� Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos.
� Investigar e analisar situações-problema e variáveis que interferem na dinâmica de pro-
cessos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mí-
dias, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
� Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, explora-
tória, de campo, experimental, etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a dinâmica
de processos tecnológicos, identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se
mediante argumentação, com o cuidado de citar as fontes dos recursos utilizados na
pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes mídias.

Processos Criativos
� Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando
que alcancem os(as) interlocutores(as) pretendidos(as).

140 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
� Evolução da microinformática (relações entre a sociedade contemporânea e a evolução
das tecnologias de informação e comunicação).
� Ferramentas (programas, sistemas, etc.) que podem ser utilizadas nos mundos do trabalho.
� Sistemas de busca na internet.
� Plataformas educacionais.
� Linguagens e produções multimidiáticas.
� Pesquisa científica.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


� Disponibilizar espaços que ofereçam acesso à internet aos(às) estudantes.
� Criar projetos interdisciplinares com as áreas de conhecimento, que permitam o desen-
volvimento da eletiva.
� Promover ações entre escola e comunidade, a partir de projetos de intervenção na es-
cola e na comunidade, além da realização de feiras, seminários e palestras.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


Para sequenciar um caminho metodológico que seja significativo para os(as) estu-
dantes, propomos a utilização de metodologias ativas apoiadas em tecnologias. Em espe-
cial, o processo investigativo, que é central ao componente, pode ser fortalecido por meio
de momentos estruturados de problematização e incorporação de elementos da aprendi-
zagem baseada em projetos para definição de objetivos e organização de etapas, apoiadas
por ferramentas que facilitem a gestão e o compartilhamento de informações.
Além disso, considerando a diversidade de repertórios trazidos pelos(as) estudan-
tes quanto a diferentes tecnologias, sugerimos que os momentos de experimentação e
apropriação de ferramentas sejam estruturados a partir da aprendizagem colaborativa.
Nesse contexto, o(a) professor(a) se encaixa no desafio de ser o(a) mediador(a) do proces-
so, fazendo intervenções quando assim se fizerem necessárias, promovendo a troca entre
pares e instigando os(as) estudantes a chegarem em níveis mais elevados de construção
do conhecimento. Para que isso se torne possível, será possível utilizar métodos como:
� alternância entre aulas expositivas e práticas (visitas a espaços de aplicação de tecnologias);
� integração entre a aprendizagem baseada em projetos e outras áreas do conhecimento;
� trabalhos em grupos e estudos direcionados;
� sala de aula invertida;
� seminários e gincanas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 141


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
� Laboratório de informática ou maker em bom estado de funcionamento, com acesso à
internet de boa qualidade, com caixa de som, lousa digital ou quadro branco e projetor.
� Material de apoio pedagógico (como papel, tesoura, canetas hidrocor, tablets e celulares).
� Materiais didáticos (como livros didáticos, material de apoio aos(às) estudantes) ne-
cessários ao desenvolvimento das atividades ao longo de todo o desenvolvimento da
eletiva.

AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Pare-
cer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as
escolas. A avaliação será contínua, processual e qualitativa, a partir da participação e en-
volvimento dos(as) alunos(as) nas atividades propostas, assim como dos resultados dos
processos de investigação e experimentação de novas tecnologias. Para que seja efeti-
va, os(as) professores(as) podem combinar diferentes estratégias, tais como: observação
compartilhada dos(as) professores(as), autoavaliação dos(as) estudantes, produtos da
pesquisa e portfólios. Além disso, considerando-se a diversidade de saberes e níveis de fa-
miliaridade com tecnologias digitais, a avaliação torna-se um instrumento para regulação
das aprendizagens. Nesse sentido, avaliações com caráter diagnóstico e formativo podem
trazer insumos para que o planejamento de atividades seja construído adequadamente ao
conhecimento da realidade encontrada.

142 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
BACICH, Lilian; NETO, Adolfo Tanzi; TREVISANI, Fernando de Mello. Ensino Híbrido: perso-
nalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. 270 p.
BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. 238 p.
BRASIL, Secretaria de Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/SEC 2018.
______. Referenciais Curriculares para a Elaboração de Itinerários Formativos. Brasília, DF:
MEC/SEC 2020. Disponível em: http:// novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downlo-
ads/pdf/DCEIF.pdf.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens - entre
duas lógicas. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
VIEIRA, A. Formação de Jovens Protagonistas para o Mundo do Trabalho: caderno do edu-
cador - TICs. Ceará: Instituto Aliança, 2013. Disponível em: http://www.institutoalianca.org.
br/new/caderno_educador_tic.pdf

OBSERVAÇÕES
Ao pensar sobre a Educação Tecnológica, é importante perceber a necessidade de
que o modelo de ensino-aprendizagem ocorra de forma processual, considerando o fato de
que os(as) estudantes apresentam diferentes conhecimentos sobre as tecnologias e seus
usos. Por esse motivo, a organização das unidades temáticas apresenta um encadeamen-
to, começando, na primeira unidade, pelas etapas e transformações históricas da tecnolo-
gia, bem como seus impactos sobre a organização social. Em seguida, na segunda unida-
de, o(a) estudante deverá ser instigado(a) ao conhecimento das necessidades midiáticas
e tecnológicas que estão presentes no cotidiano e nos mundos do trabalho na atualidade.
Por fim, na terceira unidade, é apresentado o desafio de utilizar essas noções em vista do
conhecimento dos métodos e dos procedimentos técnicos para as diferentes formas de
comunicação e da pesquisa, condições indispensáveis para a produção do conhecimento.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 143


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Abordar os avanços tecnológicos em perspectiva histórica, visando a proporcio-
nar aos(às) estudantes desenvolver
 conhecimentos sobre a origem e desenvolvimento de diversas tecnologias, para
identificar contextos e possibilidades de uso presentes e futuras.

Resumo
Nesta unidade, os(as) estudantes terão oportunidade de desmistificar o que é “tec-
nologia” e aprofundar sua percepção sobre a evolução de diferentes ferramentas
ao longo da história. Para isso, deverão partir da investigação local, identificando e
Introdução ao sistematizando os usos que fazem de diferentes tecnologias, em espaços físicos e
Conhecimento 10 aulas virtuais. Além disso, terão oportunidade de situar essas ferramentas numa evolução
Tecnológico
histórica, considerando tecnologias presentes em outras gerações e povos. Ao fim
desse processo de investigação, esperamos que sejam capazes de fazer um com-
parativo entre o que era e o que é tecnologia, além de exercitar o olhar para o futuro,
usando elementos presentes nessa sucessão para descrever o que será tecnologia
nos próximos anos e décadas, situada em sua realidade local.
Sugestão de Etapas
1.Compreender o que é tecnologia e também seus avanços na sucessão do tempo.
2.Como a tecnologia está presente no cotidiano da vida humana.
3.Evolução das tecnologias, traduzidas para a realidade local.
4. Comparativo entre o que era, o que é e o que será tecnologia.
Objetivos
 Identificar as necessidades midiáticas e tecnológicas dentro do espaço escolar,
da vida pessoal e do mundo do trabalho, para ampliação de repertório no mundo
digital.

Resumo
Com um melhor entendimento de como diferentes tecnologias se situam em seu
cotidiano, os(as) estudantes terão oportunidade de ampliar seu repertório no mundo
digital, ao se apropriar de ferramentas midiáticas e tecnológicas aplicadas a diferen-
tes contextos. Para isso, passarão por ciclos de experimentação, onde 1) poderão
mapear situações-problema e temas de interesse – pessoal, social e profissional-
TDICs e as
mente –, assim como tecnologias que são relacionadas a eles; 2) organizados(as)
Ferramentas 20 aulas em times, terão oportunidade de experimentar e apropriar-se das tecnologias; 3) irão
Midiáticas
sistematizar e compartilhar resultados e aprendizados com a turma. As tecnologias
possíveis são diversas, como ferramentas utilizadas comumente nos mundos do
trabalho (editores de texto, planilhas, etc.), ferramentas de edição de imagens, áudio
e vídeo, e plataformas de aprendizagem online. Além disso, a depender do tempo
disponível, dois ou mais ciclos podem ser implementados. Espera-se que ao fim dos
ciclos, os(as) estudantes tenham não só ampliado suas habilidades com diferentes
ferramentas, mas sejam capazes de repetir esse ciclo em oportunidades futuras.
Sugestão de Etapas
1. Mapeamento de situações-problema ou temáticas de interesse.
2. Ciclos de experimentação de diferentes tecnologias.
3. Sistematização e compartilhamento de aprendizados.

144 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Resumo
Com um melhor entendimento de como diferentes tecnologias se situam em
seu cotidiano, os(as) estudantes terão oportunidade de ampliar seu repertório
no mundo digital, ao se apropriar de ferramentas midiáticas e tecnológicas
aplicadas a diferentes contextos. Para isso, passarão por ciclos de experi-
mentação, onde 1) poderão mapear situações-problema e temas de interes-
se – pessoal, social e profissionalmente –, assim como tecnologias que são
relacionadas a eles; 2) organizados(as) em times, terão oportunidade de expe-
rimentar e apropriar-se das tecnologias; 3) irão sistematizar e compartilhar re-
sultados e aprendizados com a turma. As tecnologias possíveis são diversas,
como ferramentas utilizadas comumente nos mundos do trabalho (editores
de texto, planilhas, etc.), ferramentas de edição de imagens, áudio e vídeo, e
plataformas de aprendizagem online. Além disso, a depender do tempo dis-
ponível, dois ou mais ciclos podem ser implementados. Espera-se que ao fim
dos ciclos, os(as) estudantes tenham não só ampliado suas habilidades com
diferentes ferramentas, mas sejam capazes de repetir esse ciclo em oportuni-
dades futuras.
Sugestão de Etapas
1. Mapeamento de situações-problema ou temáticas de interesse.
2. Ciclos de experimentação de diferentes tecnologias.
3. Sistematização e compartilhamento de aprendizados.
Objetivos
 Elaborar e implementar um projeto de pesquisa científica com o apoio de
diferentes TDIC.

Resumo
Por fim, os(as) estudantes poderão aprofundar seus conhecimentos sobre
diferentes tecnologias na elaboração e implementação de um projeto de pes-
quisa científica, utilizando-as para coletar dados, organizar informações e
comunicar resultados. Nesse processo, farão a definição de uma questão de
pesquisa para nortear o processo de investigação, que pode estar relacionada
a interesses e cenários de tomada de decisão pessoais ou necessidades do
Comunicação território. Além disso, poderão apropriar-se de métodos e ferramentas tecnoló-
e Pesquisa 10 aulas
Científica
gicas para apoiar o processo investigativo e garantir maior robustez aos resul-
tados obtidos. Ao fim do processo, os(as) estudantes utilizam os resultados
obtidos para comunicar e propor soluções e caminhos para a questão definida,
baseadas em evidências construídas ao longo do processo investigativo.

Sugestão de Etapas
1. Delimitação do assunto da investigação que se pretende realizar.
2. Introdução a formas e metodologias de pesquisa científica.
3. Coleta e seleção de informações, utilizando ferramentas de pesquisa diversas.
4. Organização e compartilhamento de resultados e soluções.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 145


Cultura Digital Pegadas no Mundo Digital
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Andréia Fabiana Hebel da Cruz Linguagens e suas Tecnologias
Carlos Weinman Matemática e suas Tecnologias
Hellen Czekster Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Jocieli Gaboardi Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Luciane Nunes de Siqueira Ciência e Tecnologia
Lucimar Lourenço de Almeida Chiamulera Componentes Integradores
Marcos Crepaldi
Michele Magrini
Sedami Tozoun Romain Agassin

RESUMO
Ao longo das últimas décadas, novos padrões de interação e comunicação, assim
como inúmeras inovações tecnológicas, têm modificado drasticamente a vida humana.
Contudo, ao mesmo tempo em que as tecnologias e seus usos tornaram- se parte cons-
tituinte dos seres humanos e de suas formas de relação neste espaço- tempo, não há ho-
mogeneidade de acesso à população, cabendo uma reflexão crítica e sincera. Ao mesmo
tempo em que possibilitam a democratização de saberes, de processos interativos e da
comunicação, alguns limitantes coíbem setores da sociedade, deixando-os em situação
de desigualdade. Diante deste contexto, o Componente Cultura Digital tem por objetivo: (1)
aprimorar o entendimento de quem somos como seres digitais (eu comigo); (2) compreen-
der as influências das diversas formas de comunicação no século 21 (comunicação e suas
linguagens); (3) entender a responsabilidade que o uso dos diferentes recursos das TDICs
acarretam (responsabilidade, riscos e penalidades aplicáveis por condutas inadequadas);
e (4) possibilitar percepção crítica e ética das constantes transformações do mundo digital
e sua sistemática participação na formação da sociedade (interferências dos avanços tec-
nológicos mais recentes e constantes). Busca-se, assim, a formação integral, de cidadãos
e cidadãs críticos(as) e éticos(as).

146 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Conhecer-se como indivíduo único e social a partir do uso de tecnologias digitais, com-
preendendo a ressonância destas no mundo, nos modos de vida, nas relações e na
sociedade.
� Reconhecer a centralidade do letramento digital e as influências dos diversos modos de
comunicação e das diferentes plataformas de comunicação em massa (redes sociais,
cinema, música, notícias) para as relações sociais, cultura e configurações sociais.
� Compreender e justificar a importância da segurança de dados, da atitude ética na co-
municação e da responsabilidade frente a crimes digitais, bem como suas potenciais
penalidades.
� Analisar os impactos da internet das coisas, das redes sociais ativas, da automação
digital, da inteligência artificial, dos mundos do trabalho na era digital e dos demais
requisitos, mecanismos e recursos que ainda serão inventados.

JUSTIFICATIVA
A sociedade contemporânea, continuamente mutável e baseada no conceito de
rede, está intrinsecamente ligada à evolução tecnológica. Os sistemas computacionais, as
TDIC e os ambientes digitais se tornaram partes integrantes do dia a dia das pessoas nos
ambientes profissionais, escolares e pessoais.
Grande parte do conhecimento produzido, dos documentos e contratos firmados, das
informações e dados estão armazenados de forma digital, demonstrando a dependência da
humanidade, e dos mundos do trabalho, das tecnologias digitais. As redes sociais têm contri-
buído para a formação das próximas gerações e têm interferido, significativamente, por sua di-
namicidade e fluidez. Um número expressivo de profissões envolve componentes computacio-
nais e tecnologias digitais. Por outro lado, a possibilidade de maior agilidade na comunicação
e acesso de dados tem desenvolvido um forte apelo emocional ao imediatismo de respostas, e
o que se chama de efemeridade das informações, privilegiando análises rápidas e superficiais,
o uso de imagens e formas de expressões sintéticas e não-argumentativas. O Componente
Cultura Digital visa a promover reflexão crítica sobre esse cenário, no qual o acesso às TDIC e
à cultura digital não ocorre de forma equitativa, e que necessariamente converse com a justiça
social, possibilitando o protagonismo digital e cidadão.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 147


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
� Têm interesse na diversidade tecnológica digital e nos seus impactos nas relações so-
ciais e nos mundos do trabalho.
� Desejam ampliar seus conhecimentos acerca das TDIC e de que forma interferem na
comunicação, interação e nos modos de vida na sociedade.
� Almejam intervir de forma proativa, crítica e reflexiva no contexto das TDIC, analisando
os impactos do uso da internet, bem como da internet das coisas, das redes sociais ati-
vas, da automação digital, da inteligência artificial, do mundo do trabalho na era digital
e dos demais requisitos, mecanismos e recursos que ainda serão inventados.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


� Apresentar habilidades socioemocionais para interagir de forma significativa com
os(as) estudantes.
� Ter familiaridade com os diferentes recursos e plataformas digitais, como redes sociais,
games, música, cinema, notícias, comercialização de produtos e serviços, segurança de
dados, internet das coisas, automação digital, inteligência artificial, ambientes de traba-
lho e outros temas contemporâneos.
� Compreender as interferências do universo digital em suas diversas amplitudes (pesso-
al, social, colaborativa, comunicacional, ética, tecnológica, profissional, legal, criminal,
dentre outras).

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

4. Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Libras e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,
matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e senti-
mentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Cultura Digital. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comuni-


cação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

148 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


9. Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a co-
operação, fazendo-se respeitar e promovendo respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceito de qualquer natureza.

Ao priorizar o desenvolvimento das competências descritas anteriormente, o Com-


ponente Curricular Eletivo de Cultura Digital não se exime da responsabilidade de contribuir
com o desenvolvimento das outras competências.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


O Componente Curricular Eletivo de Cultura Digital é orientado pelas seguintes com-
petências específicas, articuladas nas diferentes áreas do conhecimento:

� Buscar dados e informações de forma crítica nas diferentes mídias, inclusive as sociais,
analisando as vantagens do uso e da evolução da tecnologia na sociedade atual, como
também seus riscos potenciais.
� Apropriar-se das linguagens da cultura digital, dos novos letramentos e dos multiletra-
mentos para explorar e produzir conteúdo em diversas mídias, ampliando as possibili-
dades de acesso à ciência, à tecnologia, à cultura e ao trabalho.
� Usar diversas ferramentas de software e aplicativos para compreender e produzir conteúdo
em diversas mídias, simular fenômenos e processos das diferentes áreas do conhecimen-
to, e elaborar e explorar diversos registros de representação matemática (BNCC, 2018).
Para além dessas competências específicas, há preocupação com a contribuição
no desenvolvimento das seguintes habilidades das áreas do conhecimento:

Competências Específicas da Área de Linguagens e suas Tecnologias (adaptado para o


foco da área):
� Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias veiculados
nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e in-
tervenção crítica da/na realidade.
� Analisar o fenômeno da pós-verdade – discutindo as condições e os mecanismos de
disseminação de fake news e também exemplos, causas e consequências desse fenô-
meno e da prevalência de crenças e opiniões sobre fatos –, de forma a adotar atitude
crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma postura flexível que permita rever
crenças e opiniões quando fatos apurados as contradisserem.
� Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) na for-
mação do sujeito e em suas práticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em
práticas de seleção, compreensão e produção de discursos em ambiente digital.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 149


Competências Específicas da Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (adaptado
para o foco da área):
� Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas, etc., desnatura-
lizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discri-
minação, e identificar ações que promovam os direitos humanos, a solidariedade e o
respeito às diferenças e às liberdades individuais.
� Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica, etc.), suas prin-
cipais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos
políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com
base em argumentos éticos.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Investigar e analisar situações-problema e variáveis que interferem na dinâmica de pro-
cessos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mí-
dias, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
� Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para refletir sobre os diversos problemas das TDIC.
� Posicionar-se, em relação ao uso das tecnologias digitais e de informação e suas res-
sonâncias na sociedade atual, com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utili-
zando dados, fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por
meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitan-
do valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidarie-
dade e sustentabilidade.
Mediação e Intervenção Sociocultural
� Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
� Compreender e analisar os usos das tecnologias digitais e de informação, consideran-
do a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com empatia, flexibilidade e
resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de conflitos,
o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

150 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
� Identidade Online (incluindo os seguintes conceitos: perfil digital; games e a interação
com o outro; dispositivos digitais no entendimento do mundo da vida e da sociedade).
� Comunicação Digital (incluindo os seguintes conceitos: influência e interferência virtual
no modo de comunicação; o novo mercado (como se expressam as relações de consu-
mo); plataformas de comunicação em massa (cinema, música, notícias).
� Responsabilidade Digital (incluindo os seguintes conceitos: segurança de dados; fake
news e a influência social; direitos autorais; crimes virtuais e suas penalidades).
� Volatilidade do Mundo Virtual (incluindo os seguintes conceitos: internet das
coisas; redes sociais ativas; inteligência artificial; mundo do trabalho na era digital).

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


Por se tratar de um componente no qual as tecnologias e mídias digitais têm pa-
pel central para o desenvolvimento da proposta, é necessário que sejam consideradas as
possibilidades de cada escola ao longo do planejamento das atividades. Além disso, como
caminho para ampliar a oferta de recursos tecnológicos e diversificação das vivências,
podem ser feitas parcerias com instituições da região.


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
As atividades poderão ser desenvolvidas individualmente ou em grupos de diver-
sos tamanhos, buscando sempre o olhar crítico e reflexivo da realidade estudada, a partir
da identificação das interferências da inserção do(a) estudante no universo em análise.
Além disso, vale ressaltar a importância da promoção dos multiletramentos ao longo do
componente, utilizando mídias de diferentes linguagens e formatos, que dialoguem com as
formas próprias de se comunicar dos(as) estudantes e ampliem sua percepção da comu-
nicação, especialmente em meios digitais. Por fim, deve-se fazer uso da problematização
de conceitos e temáticas próprias da cultura digital, para que os(as) estudantes possam
contextualizá-las e desenvolver investigações orientadas a realidades e espaços com os
quais se identificam.
Este componente oferece, ainda, a possibilidade de criação, nas Unidades Esco-
lares, de um Observatório de Cultura Digital. Nesse Observatório, estudos realizados se-
mestralmente (estudos teóricos, etnográficos, qualitativos, quantitativos, acerca da cultura
digital e sua inserção na comunidade escolar) pelos(as) estudantes poderão ser registra-
dos, formando um banco de dados quantitativos e qualitativos sobre a cultura digital nos
espaços-tempo da escola e da comunidade. Esse Observatório pode contar com um espa-

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 151


ço físico, proporcionando vivência e interações aos(às) estudantes, mas também funcio-
nar na forma de plataforma digital, estreitando a relação dos(as) estudantes com as TDIC
e oportunizando que se posicionem como produtores de conteúdo e conhecimento, de
maneira crítica e reflexiva, no contexto da Sociedade em Rede. Além disso, a organização
do Observatório pode incentivar a realização de projetos semestrais, que a partir de meto-
dologias ativas, em especial a educação por projetos, mobilize o protagonismo juvenil e o
aprendizado “mão na massa”.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


Da mesma forma que as metodologias, os recursos didáticos e os ambientes de
aprendizagem serão selecionados com vistas ao desenvolvimento de habilidades e com-
petências.
Os principais recursos didáticos a serem empregados são as mídias digitais pre-
sentes no cotidiano dos(as) estudantes, como sites, vídeos e aplicativos, acessadas por
computadores ou equipamentos equivalentes com acesso à internet.
Quanto aos ambientes de aprendizagem, poderão ser utilizados: sala de aula, de multi-
mídia ou de convivência; laboratório de informática ou orientados às áreas do conhecimento;
biblioteca (física ou online) e demais espaços da escola. Ressaltamos também ambientes vir-
tuais de aprendizagem e interação entre estudantes, em especial redes sociais.
Cabe ao docente selecionar os recursos didáticos e os ambientes de aprendizagem
para o desenvolvimento de cada habilidade e competência, observando tanto a oportunida-
de, como a disponibilidade financeira da escola.


AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Pare-
cer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as
escolas. O processo de avaliação da aprendizagem preconiza o percurso formativo do(a)
estudante, realizado em qualquer momento e durante o percurso. A avaliação deste com-
ponente deve levar em conta os avanços alcançados no desenvolvimento de habilidades e
competências em relação a estágios anteriores. Além disso, considerando os objetivos de
aprendizagem e objetos de conhecimento propostos, reforça-se a importância de proces-
sos de avaliação que valorizem a pluralidade de ideias e interpretações, como mecanismos
de autoavaliação, participação em discussões e debates, produções multimídia, constru-
ção de portfólio, entre outras.

152 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
BACICH, Lilian; MORAN, José (Org.). Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora:
uma abordagem teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma História Social da Mídia: de Gutemberg à internet. Trad.
Maria Carmelita Pádua Dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede: do conhecimento à política. In:CASTELLS, Manuel
(org.) A Sociedade em Rede: do conhecimento à ação política. Portugal: Imprensa Nacional
– Casa da Moeda, 2005. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/sociedade-
-em-rede-do- conhecimento-%C3%A0-ac%C3%A7%C3%A3o-pol%C3%ADtica.
LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informáti-
ca. São Paulo: Editora 34, 2004. Disponível em: http:// fisicaemrede.com/file.php/12/Textos/
Levy_tecnologias_da_inteligencia.pdf. MORAN, José. Metodologia Ativas de Bolso: como os
alunos podem aprender de forma ativa, simplificada e profunda. São Paulo: Editora do Brasil,
2019. Disponível em: https://issuu.com/editoradobrasil/docs/metodologias-issuu.
OLIVEIRA, Nuno Ricardo; MORGADO, Lina. Contributo para o Estudo da Identidade Digital:
caso de uma comunidade de investigadores juniores.Challenges, 2017: Aprender nas Nu-
vens, Learning in the Clouds.
SALES, Tainah Simões; FREIRE, Geovana Maria Cartaxo de Arruda. Os Direitos à Identidade
Digital e ao Acesso à internet como Instrumentosde Concretização dos Objetivos de Desen-
volvimento do Milênio e da Democracia. Justiça do Direito, v. 29, n. 3, p. 563-586, set./dez.,
2015.
THOMPSON, John B. A Mídia e a Modernidade: uma teoria social da mídia.Trad. Wagner
de Oliveira Brandão. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 153


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Analisar o uso de aplicativos digitais para o entendimento de situações compor-
tamentais cotidianas.
 Discutir a interferência dos dispositivos digitais no entendimento acerca do mun-
do, da vida e da sociedade.
 Identificar os efeitos negativos nos aspectos físico, psicoemocional e social do
uso inadequado da tecnologia.
 Examinar a própria identidade em diversos grupos sociais, especialmente virtuais.

Identidade Resumo
10 aulas
Online Nesta unidade, o(a) professor(a) deverá instigar os(as) estudantes a se conhece-
rem, a partir da construção de um avatar, um personagem, uma caricatura. Para
isso, o(a) professor(a) tanto pode utilizar recursos em sala de aula, como desenho
(por exemplo), quanto utilizar ainda aplicativos na sala de informática ou no celular
dos(as) estudantes. Também deverá provocar a reflexão do perfil que se cria nas
plataformas digitais e games, incentivando o entendimento de como cada aluno(a)
se mostra e como os(as) outros(as) conseguem percebê-lo. O(a) estudante deverá
encerrar essa temática com plenas condições de perceber como o mundo digital
influencia a vida, as relações sociais e o próprio mundo. Nesse sentido, são propos-
tos quatro subtemas: (a) meu avatar; (b) perfil digital; (c) games e a interação com o
outro; e (d) dispositivos digitais no entendimento do mundo da vida e da sociedade.

Objetivos
 Analisar as diversas formas de linguagens, nos mais variados dispositivos tec-
nológicos digitais.
 Comparar a diversidade de fontes e narrativas na compreensão de ideias filosó-
ficas, sociais, históricas, políticas, econômicas, geográficas, ambientais e cultu-
rais.
 Apropriar-se de distintas formas de linguagens para a formação crítica, significa-
tiva, reflexiva e ética do cidadão, contribuindo para o processo de comunicação,
difusão de informações, produção de conhecimentos, resolução de problemas e
o exercício do protagonismo e da autoria na vida pessoal e coletiva.

Resumo
Comunicação Em meio a processos comunicativos que ocorrem principalmente no universo vir-
10 aulas
Digital tual, é necessário o discernimento, a interpretação crítica sobre as influências que
cercam e que modelam comportamentos e atitudes. A turma, com base em diver-
sos meios (redigidos ou audiovisuais), deverá fazer análise das interferências de
padrões e valores emitidos pela interação nos diferentes meios de comunicação de
massa e vídeos que representam o poder da comunicação sobre a mudança cultu-
ral. Além disso, a partir da investigação de comunidades específicas com as quais
os(as) estudantes se interessam ou identificam, a análise pode ser contextualiza-
da para tais grupos. Com isso, espera-se que consigam caracterizar e comparar as
diferentes linguagens digitais utilizadas por diferentes comunidades e fatores que
contribuem ou eximem essa diversificação. Os subtemas propostos são: (a) influ-
ência e interferência virtual no modo de comunicação; (b) o novo mercado (com o
enfoque em analisar as diversas formas de comercialização por meio digital e como
se expressam as relações de consumo); (c) letramento digital (uso de novas lingua-
gens); e (d) plataformas de comunicação em massa (cinema, música, notícias).

154 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Perceber a necessidade do uso de recursos e de atitudes para a segurança
dos dados pessoais e familiares.
 Reconhecer fake news e as interferências que elas têm na sociedade e no
conhecimento.
 Identificar os direitos autorais nas diversas modalidades de produções.
 Compreender que um crime virtual traz consigo possibilidades reais de pu-
nições e sanções.

Resumo
Responsabilidade
Digital
10 aulas Neste componente, a cultura digital se pauta na perspectiva da construção da cida-
dania digital consciente, onde a internet não pode ser vista ou tratada como “terra
de ninguém”, mas como espaço para todos se expressarem com senso de respon-
sabilidade e de inclusão. Nesta temática, os(as) estudantes serão instigados(as)
a pesquisar em notícias e eventos relacionados a crimes cibernéticos, suas con-
sequências para a vida das pessoas, bem como das legislações vigentes que
penalizam essas práticas abusivas. Apropriados(as) desses conceitos, realizam
investigações em seus contextos para identificar como se situam no cotidiano.
Com base nas pesquisas e estudos, poderão intervir e exercer sua cidadania digital.
São apresentados os seguintes subtemas: (a) segurança de dados; (b) fake
news e a influência social; (c) direitos autorais; e (d) crimes virtuais e suas pe-
nalidades.
Objetivos
 Compreender as diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para
a produção colaborativa em ambientes digitais e nos mundos do trabalho.
 Caracterizar os impactos das transformações tecnológicas nas redes so-
ciais e no mundo do trabalho, no que se refere às desigualdades sociais,
opressão e violação de direitos.

Resumo
Nesta unidade, os(as) estudantes terão a oportunidade de, além de pensar so-
bre os dilemas éticos intrinsecamente ligados à transformação digital, assumir
papel de inovadores(as) e cocriadores(as) frente à incerteza, à ambiguidade à
Volatilidade do
10 aulas
e complexidade que o mundo digital apresenta de forma instantânea, volátil e
Mundo Virtual
desenfreada. As novas posturas, as habilidades e as formas de pensar siste-
mática, estratégica e criativamente, exigidas pelo mundo do trabalho, são as-
suntos a serem refletidos. O(a) professor(a) deverá ter a capacidade de leitura
da realidade digital atual para propor e provocar discussões. Por fim, espera-
-se que os(as) estudantes elaborem estratégias concretas (Ex.: observatórios,
campanhas, mobilizações, etc.) para promoção do protagonismo humano no
mundo digital, que assegure a tomada de decisões conscientes, colaborativas
e responsáveis.
As sugestões de subtemas são: (a) internet das coisas; (b) redes sociais ativas;
(c) inteligência artificial (seu uso nos mais diversos ambientes); e (d) mundo
do trabalho na era digital. Além desses subtemas, o(a) professor(a) deve estar
atento(a) a novos assuntos, emergentes na contemporaneidade.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 155


Pensamento Computacional Desmistificando o Mundo Digital:
Lógica Aplicada à
Carga horária: 40 horas por semestre Programação e Robótica

AUTORES(AS) ÁREAS

Andreia Salete Sobierai Linguagens e suas Tecnologias


Matemática e suas Tecnologias
Fabiana Santin
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Rafael Brugnera Alcântara
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Roseleine Maria de Almeida Ciência e Tecnologia
Componentes Integradores

RESUMO
Este componente curricular propõe que os(as) estudantes empreguem de forma
adequada os principais pressupostos do pensamento computacional (decomposição de
problemas, reconhecimento de padrões, abstração de informações relevantes e criação
de algoritmos) na resolução de problemas da área de Ciência e Tecnologia, relacionados
à realidade dos(as) estudantes. Para isso, serão ofertados momentos de compreensão e
familiarização com linguagens de programação, componentes lógicos de computadores e
equipamentos eletrônicos, especialmente robóticos, para aplicação em diferentes con-
textos. Este componente é de suma importância para uma transformação educacional e
social, uma vez que é um assunto emergente tanto para o mundo do trabalho quanto para
comunicações contemporâneas.

156 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Identificar e aplicar, em situações-problema, os quatro pilares do pensamento computa-
cional: decomposição, reconhecimento de padrões, abstração e algoritmos.
� Descrever a estrutura lógica de um algoritmo e sua aplicabilidade para diversas tecno-
logias, inclusive as que utilizam inteligência artificial.
� Reconhecer e utilizar linguagens de programação para implementação de algoritmos
em diversos contextos.
� Desenvolver projetos de sistemas eletrônicos, incluindo robótica e circuitos integrados,
considerando aspectos históricos, sociais e econômicos dessas tecnologias.
� Criar hipóteses para resolução de um problema específico, e implementá-las aplicando
algoritmos lógicos.

JUSTIFICATIVA
Diversos países já inseriram aspectos do pensamento computacional e de linguagens
de programação em seus currículos da Educação Básica, a fim de possibilitar a formação inte-
gral de estudantes para o efetivo exercício da cidadania. Ao tratar dessa habilidade e objetos de
conhecimento, o(a) estudante pode ser inserido(a) na zona de compreensão sobre os pilares
que constroem o mundo tecnológico, cada vez mais presente em nosso cotidiano. Nesse con-
texto, o pensamento computacional tem o potencial de promover situações de aprendizagem
que permitem aos(às) estudantes a ação protagonista em relação à elaboração de programas
e redes de interações que ocorrem no meio virtual e fora dele. De forma mais detalhada, pode-
mos destacar quatro pilares do pensamento computacional:

� Decomposição: envolve a decomposição do problema em partes menores e mais ge-


renciáveis.
� Reconhecimento de Padrões: busca semelhanças entre o problema e outras soluções
anteriores e para dentro do próprio problema.
� Abstração: concentra-se nas informações relevantes para o problema, ignorando deta-
lhes que não são importantes.
� Algoritmos: desenvolvem uma solução passo a passo para o problema, incluindo as
regras a serem seguidas para tal.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 157


Esses pilares, assim como alternativas de estruturação do que é o pensamento
computacional, têm o potencial de auxiliar os(as) estudantes a aprofundar seu entendi-
mento sobre como sistemas automatizados de seu cotidiano, de computadores a smar-
tphones e sites de busca e recomendação, de fato funcionam, e aplicar tais mecanismos
em outros contextos. Em especial, ao propor que os(as) estudantes se familiarizem com
os elementos que estruturam o pensamento computacional e os apliquem na construção
de artefatos, especialmente digitais, o componente Pensamento Computacional visa não
só a diversificar os usos de mídias e ferramentas tecnológicas pelos(as) estudantes, mas
também a ampliar suas capacidades de criação e expressão no mundo digital.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


� Têm interesse em desenvolver o raciocínio lógico.
� São curiosos(as) quanto ao funcionamento e aplicação de tecnologias digitais.
� Estão dispostos(as) a investigar e resolver problemas que envolvam programação e robótica.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


Ser multidisciplinar, disposto(a) a fazer parcerias com outros componentes curricu-
lares (planejamento integrado).
� Ter noções básicas de informática, programação e robótica.
� Ter disposição para inovar, criar e transformar o espaço socioescolar, relacionando con-
teúdos e propostas do componente a demandas e oportunidades do território.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer
à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

5. Cultura Digital. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comuni-


cação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

158 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competências Específicas da Área de Linguagens e suas Tecnologias
(adaptado para o foco da área)
� Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo
seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e
adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos.

Competências Específicas da Área de Matemática e suas Tecnologias


(adaptado para o foco da área)
� Reconhecer um problema algorítmico, enunciá-lo, procurar uma solução e expressá-la
por meio de um algoritmo, com o respectivo fluxograma quando possível.
� Utilizar os conceitos básicos de uma linguagem de programação na implementação de
algoritmos escritos em linguagem corrente e/ou matemática.

Competências Específicas da Área de Ciências da Natureza e suas


Tecnologias (adaptado para o foco da área)
� Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecno-
lógico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios
das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem demandas locais, re-
gionais e/ ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados,
em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de infor-
mação e comunicação (TDIC).
� Investigar e analisar o funcionamento de equipamentos elétricos e/ou eletrônicos e sis-
temas de automação para compreender as tecnologias contemporâneas e avaliar seus
impactos sociais, culturais e ambientais.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 159


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosida-
de, atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
� Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos.

Empreendedorismo
� Utilizar estratégias de planejamento, organização e empreendedorismo para estabele-
cer e adaptar metas, identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos para realizar pro-
jetos pessoais e produtivos com foco, persistência e efetividade.
� Refletir continuamente sobre seu próprio desenvolvimento e sobre seus objetivos pre-
sentes e futuros, identificando aspirações e oportunidades, inclusive relacionadas ao
mundo do trabalho, que orientem escolhas, esforços e ações em relação à sua vida
pessoal, profissional e cidadã.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
� Pilares do pensamento computacional (decomposição, reconhecimento de padrões,
abstração e algoritmos, ou definição similar).
� Algoritmos e inteligência artificial (aplicação em situações próximas ao cotidiano
dos(as) estudantes).
� Estrutura lógica e sintaxe de linguagens de programação.
� Robótica (componentes, contexto e aplicação).
� Formulação de situações-problema aplicada à lógica de programação e robótica.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


Caso não seja possível dispor dos recursos tecnológicos necessários, é importante
estimular os(as) estudantes a identificar os padrões gerais dos componentes eletrônicos e
circuitos integrados em seu cotidiano, inclusive sucata eletrônica, e reaproveitá-los quando
possível. Incluímos algumas referências específicas sobre essa abordagem, para apoiar
professores(as) que optem por essa adaptação.

160 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
Diferentes metodologias podem contribuir para um papel mais ativo dos(as) estu-
dantes ao longo do componente. Sugere-se tomar, como ponto de partida, a metodologia
de projetos, visando estimular o(a) estudante a formular e resolver problemas multidiscipli-
nares em aulas experimentais. Considerando o eixo estruturante Empreendedorismo, con-
sidera-se central que este projeto seja desenvolvido de forma a permitir ao(à) estudante
mobilizar conteúdos e conceitos do pensamento computacional para planejar, organizar e
empreender e adaptar metas, identificando caminhos, mobilizando apoios e recursos para
a realização destes projetos. Portanto, um caminho possível é iniciar pelo eixo Investiga-
ção Científica, propondo estratégias de pesquisa para que os(as) estudantes se apropriem
dos conceitos orientadores do Pensamento Computacional para, a partir disso, propor pro-
jetos baseados em ações empreendedoras, utilizando as informações, conhecimentos e
ideias resultantes dessa investigação para a solução de um problema. Destacamos, ain-
da, a importância de atividades práticas de experimentação de tecnologias digitais, onde
os(as) estudantes possam testá-las e decifrar como funcionam, contribuindo também para
a expansão de seu olhar investigativo para contextos de seu cotidiano. Por fim, indica-
mos a aprendizagem baseada em projetos como estratégia apropriada para aplicação do
pensamento computacional, orientando os(as) estudantes a navegarem da formulação à
resolução de problemas com apoio de ferramentas computacionais.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
� Computadores, celulares e/ou tablets, dos(as) estudantes ou da escola, com acesso à
internet.
� Componentes eletrônicos, sucata eletrônica e/ou kits de robótica, a depender dos recur-
sos disponíveis em cada contexto.
� Ambientes virtuais para programação de computadores.
� Laboratório de informática com computadores e recursos multimídia (Ex.: projetor, cai-
xas de som).

AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Pare-
cer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as
escolas. Considerando-se que os objetivos de aprendizagem propõem uma perspectiva
aplicada do pensamento computacional, ressaltamos que o componente cria oportunida-
des e estratégias de avaliação orientadas aos artefatos computacionais desenvolvidos pe-
los(as) estudantes, assim como o próprio processo de construção. Nesse sentido, o uso
de rubricas de avaliação, combinando momentos de autoavaliação, avaliação por pares e
observação dos(as) professores(as), podem gerar insumos para devolutivas ao longo do
semestre e evidências quanto ao atingimento das aprendizagens pretendidas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 161


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
BACICH, Lilian; MORAN, José (Org.). Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: uma
abordagem teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BASE NACIONAL COMUM. Robótica com Sucata, Promovendo a Sustentabilidade. Caderno de
Práticas da Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.
gov.br/ implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-finais/172-ro-
botica-com-sucata-promovendo-a-sustentabilidade-2. Acesso em: 03 nov. 2020.
BRACKMANN, C. P. Desenvolvimento do Pensamento Computacional Através de Atividades
Desplugadas na Educação Básica. 2017. 226 f. Tese (Doutorado) Informática na Educação,
Cinted, Universidade Federal do RioGrande do Sul, Porto Alegre, 2017.
GAROFALO, D. D. D. Robótica com Sucata: uma educação criativa paratodos. RBPG. Revista
Brasileira de Pós-Graduação, 15(34), 2019.
MORAN, José. Metodologias Ativas de Bolso: como os alunos podem aprender de forma ativa,
simplificada e profunda. São Paulo: Editora do Brasil, 2019. Disponível em: https://issuu.com/
editoradobrasil/docs/metodologias-issuu.
VALENTE, José Armando. Integração do Pensamento Computacional no Currículo da Educação
Básica: diferentes estratégias usadas e questões de formação de professores e avaliação do alu-
no. In Revista e-Curriculum. v. 14, n. 3, 2016. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/
curriculum/article/view/29051. Acesso em 03 nov. 2020.
WING, Jeannette M. Computational Thinking. communications of the acm. [s.l.], v. 49, n. 3, p.p.
33-35, 01 mar. 2006. Association for ComputingMachinery (ACM). Disponível em: http://dx.doi.
org/10.1145/1118178.1118215. WING, J. M. Computational Thinking Benefits Society. So-
cial Issues in Computing, 2014. Disponível em: http://www.computacional.com.br/files/ Wing/
WING%202014%20-%20Computational%20Thinking%20Benefits%20 Society.pdf. Acesso em:
12 set. 2020.

162 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA CARGA
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
UNIDADE TEMÁTICA HORÁRIA

Objetivos
 Identificar e aplicar, em situações-problema, os quatro pilares do pensamen-
to computacional: decomposição, reconhecimento de padrões, abs-
tração e algoritmos; descrever a estrutura lógica de um algoritmo e
sua aplicabilidade para diversas tecnologias, inclusive as que utilizam
inteligência artificial.

Resumo
Como ponto de partida, os(as) estudantes resgatam e compartilham o
que sabem (e o que não sabem!) sobre diferentes tecnologias digitais pre-
sentes em seu cotidiano, desde seu propósito a como funcionam. Espe-
ramos que as reflexões aqui combinem tecnologias físicas, como robôs e
smartphones, e virtuais, como sites de busca e inteligência artificial. Tais
conhecimentos são utilizados como contexto para apresentação da lógica
Introdução ao computacional e sua aplicabilidade para solução de problemas essencial-
Pensamento 10 aulas mente tecnológicos e facilitação de ações no cotidiano humano, e para
Computacional
o pensamento computacional como habilidade que orienta a definição e
resolução de problemas com o apoio de soluções computacionais. Em se-
guida, a partir de situações-problema, os(as) estudantes identificam e apli-
cam elementos que compõem o pensamento computacional: decomposi-
ção, reconhecimento de padrões, abstração e construção de algoritmos.
Nesse processo, ambientes virtuais e lúdicos de programação, assim
como atividades “desplugadas”, sem o uso do computador, são utilizadas
para que os(as) estudantes construam e ampliem seu entendimento do
que é o pensamento computacional, de forma contextualizada a cenários
e aplicações presentes em seu cotidiano.
Sugestão de Etapas
1.Reconhecendo tecnologias computacionais no cotidiano.
2. Introdução à lógica computacional.
3. Compreensão e aplicação dos pilares do pensamento computacional.
Objetivos
 Reconhecer e utilizar linguagens de programação para implementação
de algoritmos em diversos contextos.
Resumo
Visando a fortalecer o desenvolvimento do pensamento, os(as) estudan-
tes utilizam e se apropriam de linguagens de programação para conver-
ter algoritmos em artefatos computacionais, como narrativas digitais, jo-
Linguagens de
Programação
10 aulas gos e simulações relacionados a temáticas de seuinteresse. A depender
do tempo disponível e do repertório da turma, inclusive professores(as),
uma ou mais linguagens de programação podem ser exploradas, conside-
rando-se principalmente linguagens de programação em blocos.
Sugestão de Etapas
1. Introdução: o que são linguagens de programação.
2. Oficinas de programação (orientadas à construção de diferentes arte-
fatos).

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 163


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 � Desenvolver projetos de sistemas eletrônicos, tal como robótica
e circuitos integrados, considerando aspectos históricos, sociais e eco-
nômicos dessas tecnologias.
Resumo
Nesta unidade, a robótica é apresentada como a materialização da lógica
de programação. É importante situar esse campo, realizando uma contextu-
alização histórica e cultural da robótica e sua aplicabilidade na indústria, do
surgimento dos sistemas de automação a máquinas providas de inteligên-
Robótica: cia artificial, e seu impacto no mercado de trabalho no futuro. A partir dessa
Contextualização 10 aulas
e Experimentação contextualização, os(as) estudantes realizam atividades lúdicas e orienta-
das à resolução de problemas por meio da construção e programação de
robôs (utilizando kits de robótica ou sucata eletrônica), através dos quais se
apropriam de seus principais componentes e possibilidades de aplicação.

Sugestão de Etapas
1. Contextualização: o que é a robótica.
2. Introdução à robótica e seus principais componentes
(sensores e atuadores).
3. Resolução de desafios com o uso de sistemas robóticos.
Objetivos
 Criar hipóteses para resolução de um problema específico e implementá-
-las aplicando algoritmos lógicos.
Resumo
Estudantes desenvolvem projetos interdisciplinares para exercício do pen-
samento computacional, de modo que seja possível formular um problema
computacional a partir de um contexto ou temática de interesse da turma.
Além disso, os(as) estudantes elaboram uma ou mais soluções para o pro-
Projeto de Lógica blema desenvolvido por meio de algoritmos computacionais, implementa-
10 aulas
Computacional dos com linguagens de programação e/ou sistemas robóticos explorados
nas unidades anteriores.

Sugestão de Etapas
1. Investigação e definição de um problema computacional.
2. Prototipação e comparação de soluções (elaboração de algoritmos) para
o problema computacional.
3. Aprofundamento e implementação de solução computacional, por meio
de linguagens de programação

164 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


7 COMPONENTES
INTEGRADORES

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 165


Introduzir a área de concentração Componentes Integradores demanda, logo de
partida, uma definição. Afinal de contas, quais são as particularidades de seus quatro
componentes, intitulados Educação Empreendedora, Estudos Dirigidos, Projeto de Inter-
venção e Projeto dePesquisa e Iniciação Científica?
Uma de suas principais características é não ter objetos de conhecimentopredefi-
nidos. Os Componentes Integradores são estruturas customizáveis,que podem mobilizar
temas, saberes e habilidades das diferentes Áreas do Conhecimento. Eles são capazes de
promover aprendizagens e saberesarticulados aos interesses, aos desejos e aos desafios
vivenciados pelos(as) estudantes. Configuram, assim, um conjunto de percursos para o
desenvolvimento de projetos e atividades, e a forma como serão pavimentados e trilhados
é uma decisão que caberá aos(às) estudantes,junto com seus(suas) professores(as).
Para exemplificar, vamos nos deter ao componente Projeto de Intervenção. Ele
propõe que os(as) estudantes identifiquem e configurem problemas do contexto em que
vivem (bairro, escola ou comunidade rural, por exemplo), idealizem estratégias para
solucioná-los e, de fato, realizem ações capazes de transformar tal realidade, sempre em
uma perspectiva ética e cidadã. Mas que problemas serão esses? A quais áreasdo conhe-
cimento eles estarão relacionados? Quais estratégias serão criadas pelos(as) jovens? As
respostas a essas perguntas só serão dadas durante a realização do componente, e elas
serão diferentes a cada nova turma de estudantes.
A função dos Roteiros Pedagógicos apresentados nas próximas páginas éoferecer
aos professores e às professoras um apoio para que estrutureme planejem tais projetos
e atividades, sempre garantindo espaços de escolha para os(as) jovens. A participação
dos(as) estudantes na decisãoe construção dos percursos representa uma oportunidade
privilegiada para a conexão entre os objetivos da escola e as identidades, leituras de mun-
do e desafios cotidianos dos(as) jovens.
Idealizar componentes como esses, mais abertos e naturalmente adap-
táveis a diferentes realidades, não foi uma tarefa fácil para os(as) profissionais
envolvidos em sua concepção, mas o resultado tem potencial para engajar os(as)
estudantes e ampliar suas vivências nos campos dos estudos, do empreendedorismo,
da pesquisa e daintervenção no território.
Os(as) professores(as) que assumirem as aulas desses componentes terão a opor-
tunidade de aperfeiçoar suas práticas de mediação de projetos e de promover atividades
estruturadas a partir do contexto social em que atuam, exercendo assim, uma escuta
sensível às demandase aos interesses juvenis.
O convite, agora, é para que conheçam os quatro componentes que compõem
essa área:

166 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


ESTUDOS DIRIGIDOS
É um espaço para apoiar os(as) estudantes a se entenderem como sujeitos corres-
ponsáveis pelas próprias aprendizagens, capazes de planejar seus estudos, ressignificar
a vida estudantil e desenvolver habilidades para aprender mais e melhor, com autonomia.
O eixo central do componente consiste na construção, pelos(as) estudantes, de planos
de estudo que levem em conta seus objetivos na escola e projetos de vida. Há, também,
situações de aprendizagem que desafiam os(as) jovens a criar videoaulas e a participar
de debates sobre dilemas contemporâneos - atividades que demandam que os(as) jovens
aperfeiçoem suas estratégias de estudo, pesquisa e investigação, assim como suas habili-
dades relacionadas à colaboração e à autogestão para os estudos.

EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
O componente Educação Empreendedora visa à prática do empreendedorismo em
diferentes níveis: do indivíduo, da educação, das políticas públicas, dos negócios, entre
outros. Ele é uma oportunidade para os(as) jovens desenvolverem várias competências,
como o protagonismo juvenil, o pensamento crítico e a capacidade de tomar decisões. A
proposta é que os(as) estudantes construam e tirem do papel uma iniciativa empreende-
dora, por exemplo um projeto ou um modelo de negócios. Para isso, serão convidados(as)
a vivenciar as etapas de desenvolvimento do projeto com práticas próprias do universo do
empreendedorismo. Cada grupo de estudantes poderá escolher se vai desenvolver uma
iniciativa mais voltada ao empreendedorismo social ou à orientação profissional, ou mes-
mo uma que mescle esses dois universos de atuação.

PROJETO DE INTERVENÇÃO
Inspirado em um dos princípios do protagonismo juvenil - enquanto o(a) jovem
transforma o seu entorno, transforma-se a si mesmo -, esse componente é um convite
para que os(as) estudantes, organizados(as) em grupos, identifiquem problemas na co-
munidade escolar ou do entorno e pensem em soluções criativas e viáveis. A partir dos
diagnósticos realizados e soluções levantadas, os(as) jovens elaboram seus projetos de
intervenção, que podem ser desenvolvidos, dependendo da sua natureza e complexidade,
em quaisquer áreas do conhecimento.
A metodologia da Aprendizagem Baseada em Projetos está no centro do trabalho
pedagógico. Os(as) professores(as) devem orientar os(as) estudantes a atuarem ativamen-
te em cada etapa do projeto (mobilização, planejamento, desenvolvimento e apropriação
de resultados), que deverá culminar na elaboração de um registro para a sistematização
dos conhecimentos e do compartilhamento da experiência intra e extraescolar.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 167


PROJETO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Este componente, também pautado pela Aprendizagem Baseada em Projetos, tem
como objetivo estimular a curiosidade e o desejo de descobrir dos(as) estudantes, contri-
buindo para a formação de pesquisadores(as)/ investigadores(as). O percurso a ser reali-
zado será fruto da escolha dos(as) estudantes sobre o que gostariam de pesquisar. Para
desenvolver a pesquisa, eles(as) deverão se organizar em equipes, elaborar um projeto e se
apropriar de métodos científicos como pesquisa bibliográfica, entrevista, levantamento de
dados, experimentos científicos, etnografia, estudo de meio, entre outros. A última etapa a
ser desenvolvida consiste no registro e na sistematização dos conhecimentos e no plane-
jamento do compartilhamento da experiência para diferentes públicos.
Queremos deixar aqui o nosso sincero agradecimento a todos(as) os(as) professo-
res(as) que se dispuseram a participar desse percurso de construção coletiva e colabora-
tiva, pela coragem de assumir o novo e de se mostrarem abertos(as) para fazer e refazer,
pelo compromisso para estudar, participar dos encontros virtuais e momentos de redação,
e por trazer para os Roteiros os alinhamentos necessários. Enfim, por acreditarem que é
possível transformar o Ensino Médio a partir do conhecimento que a própria Rede Estadual
de Ensino do Estado de Santa Catarina já tem construído, mas com abertura, ousadia e
responsabilidade para desbravar novos caminhos.

Boa leitura!
Sidnei Medeiros Modolon
(Técnico da SED)

Renata L. Monaco e Samuel Andrade


(Especialistas Instituto iungo)

168 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Estudos Dirigidos Estudo sem Mistérios:
Estratégias para
Carga horária: 40 horas por semestre Aprender Mais e Melhor

AUTORES(AS) ÁREAS
Augustinho José Petry Linguagens e suas Tecnologias
Diane Lewiski Ferro Matemática e suas Tecnologias
Eliriane Ana Tonatto dos Santos Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Joice de Souza Avelina Costa Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Lenemar Lúcia Penso Fraporti Ciência e Tecnologia
Marli Lúcia Schwengber Schaefer Componentes Integradores
Rosangela Furlaneto
Rosilene Gabriel Schneider

RESUMO
Este Componente Curricular Eletivo provoca os(as) jovens a ressignificar e a valo-
rizar o papel da vida estudantil em seus projetos de vida, e a aperfeiçoar seus hábitos
e suas estratégias de estudo. Ele tem como eixo central o processo de construção, de
atualização e de acompanhamento dos planos de estudo, ao longo do qual os(as) jovens
desenvolvem habilidades de autogestão, planejam suas rotinas de estudo e agregamnovos
sentidos ao cotidiano escolar.
Também traçam objetivos de estudo quedesejam alcançar, no contexto escolar e
para além dele, e constroem estratégias para alcançá-los. Além dos encontros dedicados
aos planos de estudo, há ainda outras situações de aprendizagem que mobilizam os(as)
jovens a se responsabilizar pelaprópria aprendizagem e pela dos(as) colegas, assim como
a aperfeiçoar suas estratégias de estudo. Na etapa “Aprender para debater”, aprendem a
realizar pesquisas e resumos a partir dos quais poderão se posicionar criticamente sobre
temas e dilemas em discussão. Na unidade temática intitulada “Aprender para ensinar:
criando videoaulas”, os(as) jovens mapeiam os desafios de aprendizagem da turma e, para
superá-los, engajam-se na criação de videoaulas, processo durante o qual aprofundam
suas aprendizagens para que possam ensinar aos(às) colegas, em uma perspectiva de
colaboração e ajuda mútua. Já nos “Momentos de leitura dirigida”, aperfeiçoam suas habi-
lidades de leitura e compreensão de textos. Ao longo de todo o semestre, os conteúdos e
os objetos de conhecimento que estarão em foco serão definidos pela própria turma, em
consonância com seus desafios de aprendizagem e objetivos de estudo.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 169


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Ressignificar o papel dos estudos em seus projetos de vida, traçando objetivos que
desejam alcançar em relação ao cotidiano escolar e de estudos e planejando maneiras
para alcançar essas metas.
� Aprofundar conhecimentos sobre suas características como estudantes, especialmen-
te no que diz respeito à identificação das formas mais eficazes para estudar e aprender.
� Desenvolver habilidades importantes para a autogestão dos estudos, como foco e res-
ponsabilidade.
� Conhecer e se apropriar de variadas estratégias de estudo, tanto individuais quanto co-
laborativas, que contribuam para aprender a aprender, e ser gestor e protagonista de
seu processo de aprendizagem.
� Desenvolver o pensamento reflexivo e a habilidade para investigar, pesquisar e se posi-
cionar sobre temas e acontecimentos diversos.
� Desenvolver características e competências de estudantes investigadores de conhe-
cimentos, como o pensamento crítico e a resolução de problemas frente a desafios
enfrentados no cotidiano escolar.
� Mobilizar estratégias e práticas de estudo em situações reais de produção criativa e co-
laboração, como no debate e na proposta de criação de videoaulas deste componente.

JUSTIFICATIVA
Tão importante quanto garantir a permanência dos(as) estudantes na escola para a
conclusão da Educação Básica é possibilitar que desenvolvam aprendizagens que fortaleçam
a autonomia, a responsabilidade e outras habilidades para atuarem como cidadãos e cidadãs
críticos e ativos na sociedade em que vivem. Hoje, já se sabe que os modos de aprender são
diversos e singulares, por exemplo: há estudantes que aprendem com mais facilidade quando
trabalham de forma colaborativa; outros(as) quando estão sozinhos(as) e em ambientes si-
lenciosos; grande parte aprende a partir de atividades mais experienciais e tende a se engajar
mais em atividades nas quais enxerga algum sentido prático ou relevância para suas vidas. A
isso se soma o esforço de apoiar os(as) estudantes a se verem como corresponsáveis pela
própria aprendizagem, em um processo de construção da autonomia que os(as) leve a en-
xergar a relevância dos estudos e do percurso escolar para a construção de seus projetos de
vida. Este componente endereça tais questões em um esforço de instigar os(as) estudantes a
desenvolverem habilidades de autogestão (relacionadas à responsabilidade, ao foco, ao plane-
jamento para alcançar seus objetivos) e a se conhecerem melhor, especialmente na dimensão
metacognitiva, para que compreendam como seus pensamentos se estruturam e, assim, en-
tendam as formas de aprender e planejar os estudos que funcionam melhor para si.

170 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Por isso, esse componente eletivo prevê a participação dos(as) estudantes na
construção de seus planos de estudos e na vivência de situações de aprendizagem que
envolvam procedimentos de investigação, pesquisa, práticas e estratégias que apoiem a
compreensão (como a construção de resumos, leituras dirigidas, mapas mentais). Como
não poderia deixar de ser, essas situações são pautadas pelos eixos estruturantes dos Iti-
nerários Formativos e por isso envolvem também processos de criação e de participação
intensa dos(as) estudantes, como uma forma de promover uma educação atenta às suas
demandas e interesses. Além disso, é um componente que abarca, de maneira transversal,
todas as Áreas do Conhecimento; afinal de contas, as atividades propostas nele permitem
que os(as) estudantes escolham os temas sobre os quais realizarão suas pesquisas, leitu-
ras, debates e videoaulas.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


� Querem aprender a aprender mais e melhor.
� Pretendem construir e se apropriar de estratégias para planejar os estudos.
� Almejam ser mais protagonistas na gestão do próprio aprendizado.
� Têm interesse em vivenciar momentos de estudo, pesquisa e produção
� de conhecimento com autonomia, protagonismo e colaboração.
� Têm interesse em vivenciar momentos de estudo em grupos, em que possam compar-
tilhar e se apropriar de procedimentos que potencializem e auxiliem o aprendizado.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


� Compromisso com as aprendizagens de todos(as) os(as) estudantes, adotando uma
postura motivadora, acolhedora e atenta às singularidades dos(as) jovens.
� Interesse em instigar e apoiar os(as) estudantes a se tornarem mais autônomos em
relação aos estudos.
� Abertura e disposição para mediar um componente que será customizado a partir de
escolhas e temas levantados pelos(as) próprios(as) estudantes.
� Ser proativo, atualizando-se constantemente, trazendo ideias inovadoras e parcerias
para desenvolver técnicas de estudo, pesquisa e roteiros de trabalho.
� Trabalhar de forma colaborativa e com disposição para buscar ajuda com os pares
quando encontrar situações mais desafiadoras.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 171


COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre
o mundo físico, social, cultural e digital para entender eexplicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer


à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolverproblemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

4. Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como


Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lin-
guagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, ex-
periências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, res-


ponsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Ao mediar este componente, é importante que o(a) professor(a) mapeie compe-
tências e habilidades específicas das áreas do conhecimento que dialogam com os temas
escolhidos pelos(as) estudantes e as práticas de planejamento, estudo, debate e produção
de videoaulas que os(as) estudantes irão realizar.
Identificar essas competências e habilidades é um exercício fundamental: elas in-
dicarão as aprendizagens que se espera que os(as) estudantes desenvolvam durante o
semestre, de tal forma que o esforço de mediação, orientação e avaliação esteja alinhado
e comprometido com elas. Para além disso, há algumas habilidades que estarão em foco,
independentemente das escolhas realizadas pela turma:

172 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Linguagens e suas Tecnologias
� Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção
coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.
� Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação por meio
de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na
cultura de rede.
� Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, experimento científico,
levantamento de dados, etc.), usando fontes abertas e confiáveis, registrando o pro-
cesso e comunicando os resultados, tendo em vista os objetivos pretendidos e demais
elementos do contexto de produção, como forma de compreender como o conheci-
mento científico é produzido e apropriar-se dos procedimentos e dos gêneros textuais
envolvidos na realização de pesquisas.
� Produzir textos para a divulgação do conhecimento e de resultados de levantamentos e
pesquisas – texto monográfico, ensaio, artigo de divulgação científica, verbete de enci-
clopédia (colaborativa ou não), infográfico (estático ou animado), relato de experimen-
to, relatório, relatório multimidiático de campo, reportagem científica, podcast ou vlog
científico, apresentações orais, seminários, comunicações em mesas redondas, mapas
dinâmicos, etc. –, considerando o contexto de produção e utilizando os conhecimentos
sobre os gêneros de divulgação científica de forma a engajar-se em processos signifi-
cativos de socialização e divulgação do conhecimento.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS


FORMATIVOSASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
� Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afir-
mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores
universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sus-
tentabilidade.
Processos Criativos
� Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 173


Empreendedorismo
� Reconhecer e utilizar qualidades e fragilidades pessoais com confiança para superar desa-
fios e alcançar objetivos pessoais e profissionais, agindo de forma proativa e empreendedo-
ra, e perseverando em situações de estresse, frustração, fracasso e adversidade.
� Refletir continuamente sobre seu próprio desenvolvimento e sobre seus objetivos pre-
sentes e futuros, identificando aspirações e oportunidades, inclusive relacionadas ao
mundo do trabalho, que orientem escolhas, esforços e ações em relação à sua vida
pessoal, profissional e cidadã.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
Os objetos de conhecimento variam de turma para turma, conforme as escolhas te-
máticas dos(as) estudantes para realizar as atividades de leitura dirigida, debate e produção
de videoaulas. Tendo isso em vista, ao longo do semestre, é importante que o(a) professor(a)
mapeie, no currículo do estado e na BNCC, os objetos de conhecimento que se relacionam di-
retamente às práticas da turma. Nesse sentido, duas observações são importantes: a) esse
mapeamento é relevante pois permitirá ao(à) docente um registro mais completo do percurso
formativo do semestre; b) deve-se selecionar apenas os objetos de conhecimento que têm
relação direta com as ações a serem realizadas pelos(as) estudantes.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


A prática central deste componente consiste na orientação e no apoio aos(às) jo-
vens para que construam e atualizem, com periodicidade, seus planos de estudo. Sugere-
-se que o(a) professor recorra(a) à metodologia da problematização para provocar os(as)
estudantes a refletir sobre seus objetivos, planos e desafios em relação aos estudos, assim
como para que reflitam sobre quem são como estudantes e como os estudos se rela-
cionam a seus projetos de vida. As demais situações de aprendizagem, especialmente o
debate e a produção de videoaulas, têm inspiração na aprendizagem baseada em projetos
e partem de situações-problema específicas para as quais os(as) estudantes devem cons-
truir soluções.
Além de se beneficiarem de uma postura problematizadora do(a) professor(a), es-
sas situações de aprendizagem também são propícias para colocar em foco metodologias
que destaquem a colaboração entre os(as) estudantes, no intuito de que se correspon-
sabilizem pelas aprendizagens dos(as) colegas e realizem as ações propostas de forma
colaborativa. A colaboração pode ser mobilizada, inclusive, em momentos de estudo por
pares (ilhas de estudo, grupo de leitura, elaboração de painéis, produção colaborativa de
resumos, investigações, pesquisas).

174 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
� Sala de aula, biblioteca, laboratório de informática, laboratório de Física e Química.
� Smartphones e/ou computadores com acesso à internet.
� Materiais escolares de uso comum: pincéis, folhas A4, cartolinas, fita adesiva
� Material de estudo e pesquisa (livros didáticos, revistas, jornais, mapas, dicionários…).
� Lousa digital.

AVALIAÇÃO
A avaliação deste componente é processual, formativa e qualitativa; por isso deve
ser incorporada como prática rotineira. O foco no diagnóstico das aprendizagens dos(as)
estudantes é uma maneira de fomentar a mediação do(a) professor(a), que pode pautar
seu planejamento das aulas conforme as necessidades e os desafios que identificar na
turma ao longo do semestre. Nesse sentido, o(a) professor(a) pode acompanhar de perto a
construção e a constante atualização dos planos de estudo dos(as) jovens e, a partir deles,
mapear e estabelecer novas metas para sua mediação. Para além disso, sugere-se a obser-
vação compartilhada dos(as) professores(as), na perspectiva de avaliar o desenvolvimento
das competências e habilidades pelos(as) estudantes. Já nas situações de aprendizagem
de viés colaborativo, sobretudo no debate e na produção das videoaulas, recomenda-se a
realização de rodas de conversa avaliativa, que permitam aos(às) estudantes se autoava-
liar e avaliar o trabalho, o envolvimento, o comprometimento e as aprendizagens de seus
colegas e grupos de trabalho. A avaliação final do semestre letivo deste componente será
por meio de um Parecer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e
enviadas para as escolas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 175


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégiaspedagógicas para
fomentar o aprendizado ativo. Série Desafios da Educação. PENSO, 2018.
FAZ Sentido. Aprendizagem e desenvolvimento. Capítulo 11. Disponível em: https://bit.
ly/3oNeQdQ. Acesso em: 02 nov. 2020.
GOMES, Patrícia. As 5 ações e os donos do próprio aprendizado. Disponível em: https://
bit.ly/2I1Ivzj. Acesso em: 02 nov. 2020.
INSTITUTO AYRTON SENNA. Autogestão - Ideias para o desenvolvimento de competên-
cias socioemocionais. Disponível em: https://bit.ly/325xiVt. Acesso em: 02 nov. 2020.
NOVA ESCOLA. Comunicação oral: gênero debate. Disponível em: https:// bit.ly/2I1FnU0.
Acesso em: 02 nov. 2020.
PORVIR. Aprendizagem colaborativa. Disponível em: https://porvir.org/aprendizagem-co-
laborativa/. Acesso em: 02 nov. 2020. VARELLA, Thiago. Para século 21, o importante é
‘aprender a aprender’.Disponível em: https://bit.ly/3mGIhw8. Acesso em: 02 nov. 2020.

Vídeos
ALUNOS no comando. Página do YouTube. Disponível em:https://bit.ly/35URdHO. Acesso em:
2 nov. 2020.
COMO Aprender... a Aprender!. 1 vídeo (20min55s). 15. jon. 2014. Publicado por
Arata Academy. Disponível em: https://youtu.be/PHnBUw1bUCU. Acesso em: 02 nov.
2020.
COMO fazer um cronograma/plano de estudos. Débora Aladim. 1 vídeo (12min16s). 29 mar.
2017. Publicado por Débora Aladim. Disponível em: https://youtu.be/LuiKsNB1GFg. Acesso em:
02 nov. 2020.

176 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Apoiar os(as) jovens a se conhecerem melhor como estudantes (identi-
ficar como aprendem e estruturam o próprio pensamento, por exemplo).
 Apoiar os(as) estudantes a planejar e gerir, de forma protagonista, os
próprios estudos, para que se desenvolvam como estudantes proativos
e autônomos, e ressignifiquem o papel dos estudos em seus projetos
de vida.
 Promover oportunidades diversas para o estudo colaborativo e a apro-
priação de estratégias de estudo.
Resumo
A sugestão é que a carga horária dessa unidade temática seja distribuída
ao longo do semestre, conforme descrição a seguir. Nas primeiras aulas
do componente, 7 horas concentram atividades voltadas à construção de
planos de estudos, exercícios de metacognição e momentos de estudo
colaborativo. O restante das horas podem ser distribuídos ao longo do se-
Estudantes
mestre, para que os(as) estudantes retomem e atualizem seus planos de
14 aulas
Protagonistas estudo, e experimentem novas rodadas de estudo colaborativo.

Sugestão de Etapas
1. Mapeamento individual de aspectos metacognitivos e relacionados ao
cotidiano de estudos, por meio de formulários híbridos, que contemplem
tópicos como: quais os seus principais desafios em termos de aprendiza-
gens, como você aprende melhor, seus principais avanços, os componen-
tes e as áreas nas quais têm mais dificuldade ou facilidade, as metas de
estudo e como elas dialogam com seus projetos de vida e aspirações.
2. Turma cria um mural (físico ou virtual) para indicar seus principais de-
safios em comum, a fim de que possam endereçá-los em momentos de
estudo colaborativo.
3. Construção de planos de estudos individuais, alinhados aos projetos de
vida dos(as) estudantes. O(A) professor(a) pode sugerir diferentes ferra-
mentas para a construção (planners digitais ou físicos, uso de agenda, etc.)
4. Vivências de estratégias de estudo diversas, especialmente de estudo
colaborativo.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 177


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Oportunizar que os(as) estudantes participem de debate sobre um assunto polêmi-
co, escolhido pela turma e relacionado às áreas do conhecimento.
 Mobilizar os(as) jovens para participarem de forma qualificada de uma situação real
que exige argumentação e posicionamento.
 Estudar em profundidade sobre o tema escolhido e construir posicionamentos sobre
questões e dilemas relacionados a ele.
Aprender para
10 aulas Resumo
Debater
A turma faz o levantamento de temas sobre os quais sente necessidade de se aprofun-
dar e se organiza em grupos de acordo com seus interesses e seus desafios de apren-
dizagem. Sugere-se, então, que o(a) professor(a) oriente o aprofundamento das apren-
dizagens, recorrendo, para tanto, a processos de pesquisa e curadoria de materiais, às
estratégias de apoio à compreensão (resumo, mapas mentais) e a rodadas de estudo
colaborativo. Então, os(as) estudantes constroem seus posicionamentos a partir dos es-
tudos que fizeram, assim como as regras e as dinâmicas dos debates. Por fim, realizam
o debate. Uma sugestão é que, ao longo do processo, a turma possa ter uma conversa
com um(a) profissional que a ajude a aprender como debater, a se posicionar.
Objetivos
 Envolver os(as) estudantes na criação de videoaulas que apoiem os(as) colegas da
turma ou da escola de outra turma (ou mesmo aqueles que não cursam o CCE)
Resumo
Recursos digitais são importantes para o desenvolvimento do trabalho e do estudo co-
laborativo. Nesta unidade temática, a turma se organiza em grupos de acordo com seus
Aprender
para Ensinar: potenciais para criar conteúdos educativos e ensinar aos(às) colegas que têm dificul-
10 aulas
criando dades em algum componente ou tema. Então, os grupos se organizam para planejar e
videoaulas
produzir suas videoaulas. A aprendizagem e os estudos estarão envolvidos ao longo de
todo o processo: da elaboração dos roteiros à gravação dos vídeos; afinal de contas, é
preciso que os(as) estudantes aprofundem seus conhecimentos para que possam com-
partilhá-los com outras pessoas. A sugestão é que sejam feitas videoaulas, mas a turma
também pode optar por produzir curtas, documentários e até filmes educativos de ani-
mação. Como inspiração, sugerimos conhecer o projeto “Alunos no Comando’, indicado
nas “Fontes de informação e pesquisa”.
Objetivos
 Promover momentos para que os(as) estudantes ampliem suas habilidades de leitu-
ra e a compreensão de textos diversos, atrativos e relacionados ao que estudam nos
demais componentes curriculares.
Resumo
Esta unidade temática é inspirada na atividade “Intercâmbio com o autor”, do livro “A
sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo”, que
Momentos propõe considerar a leitura como uma conversa entre autor e leitor. Propõe-se, portanto,
de Leitura 6 aulas que, nas aulas, os(as) estudantes sejam desafiados a dialogar e a discutir com a figu-
Dirigida
ra do autor, recorrendo a seus conhecimentos prévios, posicionando-se criticamente a
respeito dos argumentos apresentados, registrando seus entendimentos e ideias rela-
tivos ao texto. Recomenda-se que as aulas desta unidade temática sejam distribuídas
ao longo do semestre e que os textos a serem lidos sejam escolhidos em conjunto com
os(as) estudantes, seguindo o padrão deste componente. Além disso, sugere- se que o
professor forneça um quadro que oriente a leitura dos(as) estudantes e traga categorias
problematizadoras, que favoreçam o diálogo. As categorias que compõem esse quadro
orientador podem ser: “O objetivo do texto é…”, “O texto diz que...”, “Eu penso que…”, “Eu
tenho dúvidas sobre…”, “Eu concluo que…”.

178 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Educação Empreendedora Empreendedorismo,
Carga horária: 40 horas por semestre Ação Transformadora

AUTORES(AS)
Alana Capitanio
Ana Maria Stolfi Lenir Alixandre
Bruna Nunes da Silva Ligia Vieira Dullius Gottschalk
Carlos Alexandre de Freitas Luciana de Fátima Sauer
Célio Barbosa dos Santos Luciane Aparecida dos Santos
Cristiane de Oliveira Maciel Luiz Roberto Liberato
Denize Weiss Coelho Medeiros Mari Marisa Barthel
Edson Ferreira Veiga Maria Aparecida dos Santos
Edson Morais Araújo Maria Cristina Spies Uhry
Emanuele Staudt Dias Maria Estela Machado Vieira Gomes
Fabiano Maurício Ponciano Oscar da Silva
Fabieli Simone Lange Grabin Rosana Richter
Fernanda Krausburg Sartori Roselene Aparecida Flesch Soligo
Franciela Noetzold Shayanne Caroline Rosa
Giane Luci Pantano Cecchin Tárcila Jensen Conzatti
Gisela Cristina Richter Uirajá da Rosa Rodrigues Júnior
Israel Raulino Coelho Veridiana Merque Ferraz
Viviane Brito Kerber Ferraz

ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Ciência e Tecnologia
Componentes Integradores

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 179


RESUMO
O Componente Curricular Eletivo de Educação Empreendedora propõe a realização
de ações que apoiem os(as) estudantes a desenvolver competências e conhecimentos
empreendedores; a identificar possibilidades de atuação empreendedora, tendo em vista
o bem comum do território; e a construir planos de negócio na perspectiva do empreende-
dorismo empresarial. Na primeira unidade temática, intitulada “Introdução ao Empreende-
dorismo”, a turma aprende conceitos-chave do universo do empreendedorismo e define
metas pessoais. Na segunda, “Empreendedorismo: Social e Sustentável”, amplia a pers-
pectiva do empreendedorismo para o contexto social, em perspectiva sustentável, e iden-
tifica possibilidades de atuação para sanar ou amenizar problemas do território. A última
unidade temática, “Empreendedorismo: Social e Sustentável”, propõe que os(as) estudan-
tes construam planos de negócio a partir de ideias inovadoras pautadas por necessidades
da realidade local e com base em estudos de mercado.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Desenvolver habilidades e comportamentos empreendedores.
� Construir senso de coletividade, relacionamento interpessoal e trabalho em equipe no
contexto da educação empreendedora.
� Desenvolver o autoconhecimento, levando em conta aspectos pessoais, estudantis e
empreendedores.
� Desenvolver senso crítico a respeito de situações, dilemas e soluções
� desafiadoras para tomar decisões assertivas.
� Praticar a resiliência para construir planos e alcançar os objetivos estabelecidos.
� Estabelecer metas, com eventos e datas definidas, reforçando uma
� atitude responsável.
� Desenvolver habilidades para o trabalho colaborativo.
� Desenvolver competências socioemocionais como: autonomia nos estudos, proativida-
de, autoconfiança e senso de responsabilidade.
� Ser protagonista no mundo e para o trabalho, por meio de ações empreendedoras.
� Identificar tendências de mercado e oportunidades de negócio no
� contexto local.

180 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


JUSTIFICATIVA
A Educação Empreendedora propicia situações de aprendizagem que aliam conheci-
mentos próprios do universo do empreendedorismo a acontecimentos e contextos vivencia-
dos pelos(as) jovens. Incentiva, também, o autoconhecimento e a busca pelo entendimento do
outro, dos problemas sociais, com o objetivo de criar soluções capazes de transformar a vida
das pessoas e da comunidade. Este componente tem a proposta de enriquecer o universo de
possibilidades dos(as) estudantes, impactando sua formação de modo a aguçar, a partir de
práticas empreendedoras, suas criticidade, criatividade, autonomia, senso de responsabilidade,
liderança, persistência, capacidade de trabalhar em equipe e seu protagonismo. Para tanto, é
necessário proporcionar experiências e processos que garantam ao(à) estudante as aprendi-
zagens imprescindíveis para a leitura da realidade, para o enfrentamento dos novos desafios
da contemporaneidade (sejam eles sociais, econômicos, ambientais e/ou tecnológicos) e para
a tomada de decisões éticas. Esse componente, pautado em atitudes empreendedoras, fun-
damentos de economia e modelagem de negócio, vem preencher uma lacuna na formação
dos(as) jovens e atender à demanda de uma escola atualizada e atuante no tocante à escuta
dos discentes e das necessidades da sociedade.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


� Pautam-se, no cotidiano, pela criatividade, pela iniciativa e pela realização de ações que
demonstrem suas aprendizagens e atitudes empreendedoras.
� Atuam para alcançar interesses individuais e coletivos por meio das ações realizadas
no ambiente escolar, que possam ser generalizadas de maneira eficaz no seu convívio
social e futuro profissional.
� Traçam metas e objetivos e têm interesse em viabilizá-los por meio da obtenção do
conhecimento teórico e prático.
� Têm interesses definidos e direcionados ao meio e ao mercado empreendedor.
� Possuem postura de liderança nas atitudes e nas ações para a resolução de problemas,
com convicção nas próprias ideias para realizar ações que contribuam para o aprendi-
zado e o crescimento de todos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 181


COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)
� Interesse em desenvolver estratégias que mobilizem os(as) estudantes na exploração
do universo empreendedor, bem como das suas potencialidades como empreendedor.
� Habilidade para compartilhar informações inerentes ao mundo empreendedor, levando
ao conhecimento dos(as) estudantes fatos históricos e atualidades do contexto do em-
preendedorismo.
� Conhecer ou ter abertura para empregar as ferramentas estabelecidas para a realização
das atividades de empreendedorismo, conceituando a ferramenta utilizada, estabele-
cendo metodologias de uso e os resultados pretendidos.
� Possuir conhecimento e entendimento do componente para trabalhar com os recursos
disponíveis como: materiais didáticos, ferramentas administrativas e empresariais, tec-
nologias digitais.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender eexplicar a realidade, continuar aprenden-
do e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

6. Trabalho e Projeto de Vida. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho efazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, res-


ponsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Processos Criativos
� Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.

182 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Mediação e Intervenção Sociocultural
� Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
� Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.
� Participar ativamente da proposição, da implementação e da avaliação de solução para pro-
blemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global, corres-
ponsabilizando-se pela realização de ações e de projetos voltados ao bem comum.

Empreendedorismo
� Reconhecer e utilizar qualidades e fragilidades pessoais com confiança para superar
desafios e alcançar objetivos pessoais e profissionais, agindo de forma proativa e em-
preendedora e perseverando em situações de estresse, frustração, fracasso e adversi-
dade.
� Utilizar estratégias de planejamento, organização e empreendedorismo para estabele-
cer e adaptar metas, identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos, para realizar pro-
jetos pessoais e produtivos com foco, persistência e efetividade.
� Refletir continuamente sobre seu próprio desenvolvimento e sobre seus objetivos pre-
sentes e futuros, identificando aspirações e oportunidades, inclusive relacionadas ao
mundo do trabalho, que orientem escolhas, esforços e ações em relação à sua vida
pessoal, profissional e cidadã.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
Introdução à Educação Empreendedora
� Abordagem ao empreendedorismo – conceitos, características, personagens, ações
empreendedoras.
� Estudo sobre experiências pessoais que caracterizem situações de empreendedorismo.
� Descoberta e potencialização das competências e habilidades pessoais.
� Relações: desafios e qualidades no ambiente social.
� Aprender a estabelecer metas, objetivos e a almejar resultados.

Empreendedorismo Social e Sustentável


� Identificação de oportunidades empreendedoras.
� Empreendedorismo social (conceitos, exemplos, resultados).
� Engajamento social, conhecimento, participação e atuação empreendedora.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 183


Empreendedorismo Empresarial
� Características, valores e virtudes do empreendedor.
� Oportunidades do empreendedorismo empresarial.
� Estudos de mercado.
� Definição de negócios.
� Identidade empresarial: nome, logomarca, slogan.
� Propósito empresarial: missão e visão e valores.
� Planos de negócios

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


O(a) professor(a) de Educação Empreendedora terá autonomia para adaptar os pro-
jetos a serem trabalhados de acordo com a realidade local e o perfil dos(as) estudantes.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


Sugere-se que, para planejar e mediar as aulas deste componente, recorra-se a um con-
junto variado de estratégias de organização da aula como: busca de dados e de informações
de forma crítica nas diferentes mídias, inclusive as sociais; rodas de conversa, dinâmicas, pro-
duções textuais e/ou visuais para abordar conceitos que tangem ao empreendedorismo; reali-
zação de núcleos de estudo para explorar aspectos do empreendedorismo social; laboratório
de negócios, em que os(as) estudantes são introduzidos a conceitos de empreendedorismo.
Para a criação dos planos de negócio, recomenda-se o uso do Business Modelo Canvas ou
“Quadro de modelo de negócios”, ferramenta digital de gerenciamento estratégico, que permite
desenvolver e esboçar modelos de negócio. A problematização e o trabalho colaborativo são
metodologias que devem ser mobilizadas em todas essas estratégias.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


� Sala de aula.
� Espaços e ambientes escolares que proporcionem o aprendizado (auditórios, bibliote-
cas, salas de áudio e vídeo, laboratório de informática).
� Instituições de serviços, órgãos públicos e ambientes empresariais;
� Profissionais das diversas áreas (trabalhadores autônomos, empresários, dirigentes e
diretores de associações, clubes de serviços, professores).
� Meios de transportes para saídas a campo.
� Materiais didáticos (livros, apostilas, artigos, materiais impressos – jornais, revistas).
� Recursos tecnológicos (computadores, projetores, aparelhos de áudio, transmissores,
transportadores de mídias e programas de informática).

184 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


AVALIAÇÃO
Avaliação processual, formativa e qualitativa
Recomenda-se que, ao longo do semestre, ocorra a análise da participação dos(as)
discentes e momentos de autoavaliação. Quanto à produção e à apresentação de plano
de negócio, é importante estabelecer previamente critérios de avaliação para que os(as)
estudantes possam realizar suas produções conforme as expectativas do componente.
Espera-se, também, que o professor estabeleça critérios para a avaliação diagnósti-
ca dos(as) estudantes, observando a apropriação que fazem dos conceitos trabalhados e
analisando o desenvolvimento das competências e habilidades previstas. A avaliação final
do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer Descritivo, em sintonia
com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


ANPROTEC. Anprotec. Disponível em: https://anprotec.org.br/site/. Acessoem: 19 out. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC, 2018.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo. Transformando ideias em negócios.
Rio de Janeiro: Elsevier 2008.
DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor: a metodologia de ensino que ajuda a
transformar conhecimento em riqueza. Rio de Janeiro:Sextante, 2008.
ENDEAVOR. Endeavor. Disponível em: www.endeavor.org.br. Acesso em:19 out. 2020.
G1. Pequenas Empresas Grandes Negócios. Disponível em: http://bit.ly/g1-pegn. Acesso
em: 19 out. 2020.
LOTZ, E. G.; GRAMMS, L. C. Aprendizagem organizacional. Curitiba:IFPR, 2013.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed Edi-
tora, 2000.
SEBRAE. Portal Sebrae. Disponível em: http://bit.ly/sebrae-site. Acessoem: 19 out. 2020.
VERGA, E.; SILVA, L. F. S. da. Empreendedorismo: evolução histórica, definições e
abordagens. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, [s.
l.], v. 3, n. 3, p. 3-30, 2014.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 185


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Oportunizar aos(às) estudantes a construção de conhecimentos sobre em-
preendedorismo, especialmente aqueles relacionados a seus contextos e po-
tencialidades de desenvolvimento, resgatando aspectos da realidade vivida,
do convívio familiar e da sociedade contemporânea.
Resumo
Tomando como ponto de partida aspectos da realidade dos(as) estudantes e
de seus interesses, é realizado um mapeamento de suas expectativas para o
componente. Em seguida, ocorre a conceituação do empreendedorismo e de
abordagens próprias desse campo de atuação. Por fim, os(as) jovens vivenciam
um processo em que estabelecem metas pessoais de mudanças.
Sugestão de Etapas
Introdução ao
Empreendedo- 8 aulas  Promover ações em que os(as) estudantes projetam suas expectativas em
rismo relação ao componente, levando em conta suas realidades e as possibilida-
des de mudança que projetam para si.
 Apresentar e promover a apropriação de abordagens e conceitos próprios do
Empreendedorismo a partir de estratégias como pesquisas, leitura sobre os te-
mas da Educação Empreendedora, saídas a campo, palestras, estudos de caso.
 Realizar atividades e dinâmicas, individuais e coletivas, para que os(as) estu-
dantes estabeleçam metas de atuação para alcançar os resultados que es-
peram para si nas dimensões pessoal, familiar, estudantil e empreendedora.
Objetivos
 Promover a apropriação, pelos(as) estudantes, de conhecimentos sobre em-
preendedorismo social e sustentável e realizar projetos nessa perspectiva.
Resumo
Nesta unidade temática, as dimensões social e sustentável do empreendedo-
rismo ganham centralidade. O percurso começa com práticas que permitam
aos(às) jovens compreender aspectos sociais, econômicos e culturais do terri-
tório em que vivem. Depois, eles(as) identificam possibilidades de participação
juvenil e de construção de iniciativas empreendedoras para o enfrentamento de
problemas locais.
Empreendedo-
rismo:
12 aulas
Social e Sugestão de Etapas
Sustentável
1. Promover estudos sobre aspectos sociais, econômicos e culturais do território.
2. Tematizar aspectos e desafios da realidade local que possibilitam a abertura
e a criação de novos empreendimentos sociais e sustentáveis. Para isso, fazer a
projeção de imagens, vídeos
de produção local, matérias jornalísticas que contemplem características da re-
gião, com atratividade para o crescimento e a exploração de empreendimentos.
3. Incentivar que cada estudante identifique possibilidades de participação na
sociedade, contemplando tópicos como serviço público, clubes de serviços e
voluntariado.

186 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Promover a orientação dos(as) estudantes sobre o empreendedorismo no
contexto do mercado do trabalho, contemplando tópicos sobre a perma-
nência no mercado do trabalho (intraempreendedorismo), a participação
e a colaboração na sociedade (empreendedorismo social) e o conheci-
mento de fatores econômicos empreendedorismo empresarial) por meio
da prestação de serviços, da produção industrial e/ou da comercialização.

Resumo
A unidade temática começa com um estudo da economia local, para que
os(as) estudantes conheçam empreendedores locais de sucesso. Essas
ações fomentam a atividade final do semestre, em que os(as) jovens constro-
em seus próprios planos de negócio a partir de estudos de mercado.

Sugestão de Etapas
1. Apresentar um panorama sobre o mercado de trabalho, as atividades e as
empresas existentes no território. Para isso, promover estudo da economia
local, pontuar situações que promovem o crescimento econômico e a divul-
Empreendedorismo:
Foco Empresarial
20 aulas gação da região.
2. Expor situações que contribuem para o entendimento da atuação dos(as)
empreendedores(as) no contexto empresarial, assim como das profissões e
das qualificações necessárias para atuação
no ramo empreendedor de sucesso. Para tanto, realizar visitas, promover
ações empresariais, contatar associações comerciais, industriais e rurais, re-
latar experiências, promover eventos com participação em palestras.
3. Promover a realização de projetos empreendedores a partir da formação
de grupos de trabalho, estimulando a contribuição coletiva.
4. Promover o desenvolvimento de Planos de Negócios, apoiando os(as)
estudantes a estruturar as etapas do plano, a construir um cronograma de
ações e a definir maneiras para apresentar seus resultados.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 187


Projeto de Intervenção Mudar o Mundo?
Carga horária: 40 horas por semestre Comece Pelo Seu!

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Clarice Wrasse Bier
Matemática e suas Tecnologias
Débora Estela Pereira Spolti
Daiane Ferreira Mendes Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Elka Calafi Pouey de Souza Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Fabiano M. Ponciano Ciência e Tecnologia
Janete Aparecida Rodrigues Componentes Integradores
Josiane da Silva
Lilian Zanella
Lisete de Bastos Ditadi
Rosana Aparecida Marcolino
Rosana Richter
Sandra Maria Zardo Morescho
Silmara Savoldi Pastore
Valdinei Deretti
Vera Lucia Gonçalves Carvalho
Veridiana Merque Ferraz

RESUMO
O Componente Projeto de Intervenção considera essencialmente os contextos
dos(as) estudantes nas suas diversas realidades. O trabalho com a aprendizagem baseada
em projetos é o foco deste CCE (algumas características: ter espaços para voz e escolha
dos(as) estudantes em relação a temas e trajetórias dos projetos; estar conectado a pro-
blemas do mundo real; prever sistematização e “produtos públicos” para compartilhamen-
to e comunicação com a comunidade escolar).
Os(as) jovens são convidados(as) a refletir e a dialogar sobre seus contextos (his-
tórico, político, social, cultural, comunitário e ambiental), e a interagir para propor projetos
com possibilidades de transformações. O percurso do componente é dividido em quatro
unidades temáticas:

188 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


1. Mobilização: os(as) jovens são convidados a identificar situações- problema, mapear
realidades do território, sugerir temas, pesquisar e discutir possíveis soluções e, a partir
dessas reflexões, considerando seus interesses, formar grupos para idealizar e identificar
a viabilização de seus projetos de intervenção.

2.Planejamento: os grupos constroem seus projetos; identificam ações e recursos neces-


sários para realizá-los e dividem as tarefas entre seus integrantes;

3.Desenvolvimento: etapa para tirar os projetos do papel e realizar


intervenções por meio de processos criativos e significativos.

4. Apropriação de Resultados: ocorre quando o grande grupo reflete sobre os resultados


das intervenções e sobre o percurso realizado ao longo do semestre, além de se apropriar
das aprendizagens ao sistematizá-las para compartilhar com a comunidade escolar ou
outras instituições.

Com esse processo, para além da realização da intervenção no ambiente ou na


comunidade escolar, espera-se que os(as) estudantes desenvolvam protagonismo e auto-
nomia, aprofundem seus conhecimentos sobre o território, assim como sobre suas dimen-
sões política, social, ambiental e histórico-cultural, para que se reconheçam como poten-
ciais agentes de transformação da realidade em que vivem.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
� Intervir com práticas criativas, dentro e fora da comunidade escolar, valorizando a diversida-
de presente nesses espaços por meio de processos colaborativos, promovendo ações que
proporcionem o bem-estar da coletividade com base nos interesses dos(as) jovens.
� Aprimorar a capacidade de reflexão e análise crítica para identificação de problemas e/
ou de necessidades da comunidade escolar ou extraescolar.
� Aprofundar os conhecimentos de pesquisa, de forma embasada, sobre as problemáti-
cas presentes no seu espaço (escolar ou do entorno da escola e/ou na comunidade de
forma mais abrangente), contribuindo com ações criativas e de transformação, a fim de
amenizar e ou de solucionar os problemas identificados.
� Aprender a desenvolver um projeto em equipe e colaborativamente, percorrendo todas
as suas etapas (mobilização, planejamento,desenvolvimento e apropriação de resulta-
dos) para realizar a intervenção idealizada.
� Utilizar diferentes linguagens e mídias digitais como forma de fomento e de compar-
tilhamento de ações realizadas na comunidadeescolar ou extraescolar.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 189


JUSTIFICATIVA
A proposta deste componente enfatiza ações pedagógicas que contemplam uma
visão plural de juventudes, entendimento de desenvolvimento integral (dimensões intelec-
tual, física, afetiva, social,ética, moral e simbólica) e flexibilidade do currículo com foco
na articulação entre o que os(as) jovens vivenciam e aprendem no EnsinoMédio com seus
projetos de vida.
Abrir espaço para a participação ativa dos(as) estudantes na construção do percur-
so formativo desse componente é uma escolha intencional.
A conexão entre os interesses juvenis e os interesses da escola poderá acontecer
quando os(as) estudantes forem convidados a diagnosticar um problema do seu entorno
(comunidade escolar ou extraescolar) e a construir soluções criativas para intervir na rea-
lidade, desenvolvendo um projeto. Situações de aprendizagem como essas, em que o(a)
estudante vivencia o protagonismo, oferecem oportunidades singulares para o desenvol-
vimento de competências, pois, além de exercitar o pensamento crítico para fazer a leitura
do contexto em que vive, ele(a) é convidado a fazer o percurso em equipe, colaborando,
negociando, resolvendo conflitos e problemas reais.
O protagonismo dos(as) estudantes poderá ser identificado pelas oportunidades de
exercício de escolha que serão ofertadas: escolha do problema que vão querer enfrentar,
escolha do grupo de que vão participar, escolha dos temas que vão estudar e pesquisar,
escolha da solução que vão dar ao problema identificado, entre outras... E qual a
importância dessas escolhas para a formação do estudante? Quanto mais ele
aprende a escolher, com base em critérios e de forma fundamentada, mais ele avança em
direção à conquista da sua autonomia.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


 São protagonistas, abertos ao novo e engajados na construção de diferentes modelos
de transformação política, social, ambiental e histórico-cultural.
 São criativos para sugerir soluções, valorizando e respeitando a diversidade.
 Têm disposição para estreitar laços de amizade e companheirismo com os(as) colegas
de turma, a partir de interesses comuns com trabalhos colaborativos e engajamento
com o outro.
 Têm curiosidade e autonomia para explorar diferentes espaços, desenvolvendo inter-
venções que respeitem a diversidade e o meio ambiente.
 Têm vontade de conhecer para transformar a sociedade da qual fazem parte, respeitan-
do as diferentes realidades existentes.

190 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)
 Ter abertura para mediar um componente como o Projeto de Intervenção no qual os(as)
estudantes são protagonistas, trabalham com autonomia e são convidados a tomar
decisões que definem os rumos das aulas.
 Dialogar a partir da representatividade social e coletiva, ter consciência sobre as diver-
sidades culturais, motivações, ritmos, saberes e habilidades dos(as) estudantes articu-
lando estratégias para mediar possíveis conflitos.
 Desenvolver o componente curricular por meio da aprendizagem baseada em projetos
e outras metodologias ativas afins, despertando o interesse, a motivação e a participa-
ção dos(as) estudantes.
 Fazer do estudo e da pesquisa importantes aliados para o trabalho com o componente
curricular, considerando os interesses juvenis em relação às temáticas e os problemas
atuais que envolvem questões dos contextos dos(as) estudantes (políticas, sociais, am-
bientais e histórico-culturais).
 Ter consciência da importância do planejamento dos temas e conteúdos a serem tra-
balhados, dos objetivos a serem alcançados, bem como da avaliação diagnóstica e for-
mativa ao longo do processo.
 Saber orientar cada etapa de desenvolvimento de um projeto de intervenção com o
compromisso de promover a participação ativa dos(as) estudantes.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Conhecimento - Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprenden-
do e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

4. Comunicação - Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Libras,
e (escrita), corporal, visual, sonora e digital – bem como conhecimentos das linguagens artís-
tica, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

9. Empatia e Cooperação - Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a co-


operação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Responsabilidade e Cidadania - Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 191


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Ao mediar este componente, especialmente após a configuração das situações-
-problema e temáticas sugeridas pela turma, quando será possível definir a qual(is) área(s)
do conhecimento o(s) projeto(s) pertence(m), é importante que o(a) professor(a) mapeie
quais competências e habilidades específicas dessas áreas do conhecimento dialogam
com os projetos a serem desenvolvidos.
Identificar essas competências e habilidades no início desse processo é um exer-
cício fundamental: elas indicarão as aprendizagens que se espera que os(as) estudantes
desenvolvam durante o semestre, de tal forma que o esforço de mediação, orientação e
avaliação do(a) docente esteja alinhado e comprometido com elas.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Processos Criativos
Habilidades relacionadas ao pensar e ao fazer criativo
 Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais por meio
de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, a sensibilidade, a
criticidade e a criatividade.
 Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.
 Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegu-
rando que alcancem os interlocutores pretendidos.

192 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Mediação e Intervenção Sociocultural
Habilidades relacionadas à convivência e atuação sociocultural
 Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
 Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e a resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.
 Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para pro-
blemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global,
corresponsabilizando-se pela realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
Os objetos de conhecimento variam de turma para turma, conforme as escolhas
temáticas e as configurações de situações-problema feitas pelos(as) estudantes. Todavia,
serão construídos durante o processo de mediação deste componente, uma vez que a
turma já tenha consolidado suas definições iniciais a partir da situação-problema na etapa
de mobilização. É importante que o(a) professor(a) mapeie, no currículo do estado e na
BNCC, os objetos de conhecimento que se relacionam diretamente aos projetos da turma.
Nesse sentido, duas observações são importantes: a) esse mapeamento é relevante, pois
permitirá ao(à) docente um registro mais completo do percurso formativo do semestre; b)
devem-se selecionar apenas os objetos de conhecimento que têm relação direta com os
projetos e que serão endereçados de forma intencional por ele, em diálogo com as habili-
dades e competências em foco.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


Esse CCE parte da adaptação ao contexto local, de situações-problema diagnosti-
cadas pelos(as) estudantes no ambiente escolar, do entorno ou da comunidade. Tais adap-
tações podem ser articuladas a partir de:

 Parcerias com universidades locais, bem como entidades públicas ou privadas.


 Parceria com órgãos públicos como posto de saúde, polícia ambiental, civil e militar,
Conselho Comunitário, Associação de Pais e Professores, Associação de Moradores e
outros.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 193


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
O componente tem inspiração na aprendizagem baseada em projetos, partindo de situa-
ções-problema, percorrendo quatro etapas durante um semestre.

Etapa de mobilização dos(as) estudantes - momento que são convidados a fazer uma pes-
quisa orientada para identificar situações-problema. Para tanto, podem usar diferentes mé-
todos como a observação com roteiro de apoio, entrevistas com diferentes integrantes da
comunidade, rodas de conversa, levantamento de dados, consulta a órgãos públicos, etc.

Etapa de planejamento - diálogo sobre a importância do planejamento para a qualidade


das ações; trabalhar com roteiro para desenvolvimento do planejamento, considerando os
itens que normalmente compõem um projeto: o quê? para quê? quando? como? quando?
onde? com quais recursos? etc.

Etapa de desenvolvimento - priorização da aprendizagem colaborativa. De acordo com os proje-


tos, podem ser adotadas diferentes estratégias de intervenção: oficinas, palestras, exposições,
cafés, rodas de conversa com a comunidade local, envolvendo depoimentos e entrevistas.

Etapa de apropriação dos resultados - registro dos projetos em diferentes gêneros (por
exemplo: produção de documentários, portfólios, etc. para devolutiva e discussão dos re-
sultados com a comunidade escolar e/ ou comunidade local por meio de seminários, expo-
sições em eventos escolares e comunitários.

Além da aprendizagem baseada em projetos, o componente também poderá ser desenvol-


vido a partir de outras metodologias ativas afins como a problematização, a sala de aula
invertida, etc.

194 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
 Diferentes ambientes do espaço escolar como dentro ou fora da sala de aula, sala de
informática, auditório, biblioteca, sala de jogos, ambientes de uso comum, espaços da
comunidade, equipamentos e serviços públicos.
 Notebooks, tablets, projetores, equipamentos multimídia diversos com rede de wi-fi.
 Insumos básicos como papéis de diferentes gramaturas, cores e tamanhos, tesouras
pequena e grande, canetas hidrocor de diferentes espessuras, cola, fitas adesivas, ma-
teriais para pintura com tinta, pincéis, etc.
 Transporte para estudantes e professores(as) para realização de saídas de campo,
quando possível.

AVALIAÇÃO
A avaliação dar-se-á de forma diagnóstica, processual, formativa e qualitativa. A
partir de sua interação e participação, o(a) estudante será avaliado ao longo do processo,
considerando o seu percurso formativo, seus avanços e desenvolvimento de habilidades e
competências propostas pelo componente curricular. Alguns aspectos que podem auxiliar
o(a) professor(a) no processo avaliativo são: o envolvimento dos(as) estudantes com o
trabalho desenvolvido, frequência, comprometimento, abertura para o novo e coletividade.
Em razão disso, a avaliação não é uma atividade neutra; ela acontece a todo momento e
nos mais diferentes processos de ensino-aprendizagem. A avaliação da aprendizagem é
um recurso para estudantes, professores e gestores se apropriarem dos avanços e dos
desafios em relação à aprendizagem e ao desenvolvimento de competências cognitivas e
socioemocionais.
É um princípio e uma prática pedagógica que promovem o diálogo, a corresponsa-
bilidade, o autoconhecimento, a autogestão e a construção da autonomia pelos(as) estu-
dantes. A avaliação formativa pode ser pautada em instrumentos como: diários de bordo,
webfólios, avaliação entre pares e avaliação por rubricas, que contribuem para a autoava-
liação dos(as) estudantes e para o feedback dos(as) professores. A avaliação final deste
componente deverá ser realizada por meio de um Parecer Descritivo, em sintonia com as
orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 195


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base -
Ensino Médio. Disponível em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/
BNCC_EnsinoMedio_ embaixa_site_110518.pdf. Acesso em: 21 set. 2020.
BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos - Educação Diferenciada Para o Século
XXI. Porto Alegre: Penso, 2014. 156 p. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes
necessários à práticaeducativa. 51. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2015. 144 p.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. -29. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. 193 p.
LIBÂNEO, J. C. As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debatecontemporâneo
na educação. In: LIBÂNEO, J. C.; SANTOS, A. (org.).
Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplinaridade. Campinas: Alínea,
2005.
MENDES, H. R. Educação inclusiva na prática: experiências que ilustram como podemos
acolher todos e perseguir altas expectativas para cada um/organização Rodrigo Hübner
Mendes, São Paulo: Fundação Santillana, 2020.MÉSZÁROS, István. A educação para além
do capital. São Paulo: Boitempo, 2005. 77 p.
MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias Con-
temporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania:aproximações jo-
vens, v. 2, p. 15-33, 2015.
NOGUEIRA, N. Pedagogia de Projetos. Etapas, papéis e atores. 4. ed. SãoPaulo: Érica, 2008.
NÓVOA, A. Professor se forma na escola. Nova Escola, São Paulo: Abril,2001.
SANTA CATARINA, Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Referenciais
curriculares para elaboração de itinerários formativos. 2020. SANTA CATARINA, Governo
do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular de Santa Catarina: for-
mação integral na educação básica. 2014.
SANTA CATARINA, Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Caderno 2 -
Princípios de Educação Integral - Uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação
de Santa Catarina e o Instituto
Ayrton Senna. p. 29, 23, 54. Disponível em: https://drive.google.com/file/
d/0Bwf0CaczNJj7eTlkc2QzVUk3REE/view. Acesso em:30 set. 2020.
______. Secretaria de Estado da Educação. Caderno 5_ Núcleo Articulador - Uma parceria
entre a Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina e o Instituto Ayrton Senna.
Disponível em: https://drive. google.com/file/d/0Bwf0CaczNJj7TktNd1hKY3g5ekk/view.
Acesso em: 14 out. 2020.
TAVARES, F. G. de O. O conceito de inovação em educação: uma revisãonecessá-
ria. Educação, Santa Maria, v. 44, 2019.

196 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Reconhecer o contexto social no qual os(as) estudantes estão inseridos
e convidá-los para identificar situações-problema, mapear realidades do
território, sugerir temas, pesquisar e discutir, e, a partir dessas reflexões,
formar grupos para idealizar e identificar a viabilização de seus projetos
de intervenção.
Resumo
Etapa para identificação da situação-problema a ser enfrentada pelos(as) es-
tudantes e para a formação dos grupos de trabalho.
A turma realiza o mapeamento das realidades do território da comunidade es-
Mobilização 8 aulas colar ou do entorno e identifica as potencialidades e/ ou problemáticas, além
de aspectos como a possibilidade de acesso e participação das juventudes.
A partir dessas reflexões, os(as) estudantes configuram situações-problema
sobre as quais gostariam de aprofundar seus conhecimentos, organizam-se
em grupos de acordo com seus interesses nas situações elencadas e dão iní-
cio a um processo de investigação e construção de soluções criativas para os
problemas identificados. Então, desenvolvem aprendizagens para qualificar
projetos de intervenção que respondam às suas respectivas situações-pro-
blema. É importante, nesta primeira etapa, estabelecer acordos com os(as)
com os(as) estudantes, como comprometimento, pontualidade, respeito e en-
gajamento com o outro, além da adoção do registro no percurso, por meio de
Diários de Bordo/Webfólios.
Objetivos
 Elaborar os projetos por escrito, buscando fundamentá-los teoricamente
(busca de conhecimento), identificando as ações, os recursos e as parce-
rias necessários para realizá-los, projetando cronogramas de realização e
dividindo as tarefas entre seus integrantes. Compartilhar os planejamen-
tos com a equipe pedagógica da escola.
Resumo
Etapa de escrita e compartilhamento dos projetos. Os(As) alunos(as) deta-
lham e ordenam as ações, definem prioridades, organizam as tarefas, iden-
Planejamento 10 aulas tificam os recursos humanos, os materiais necessários ao projeto e definem
estratégias para resolver problemas previsíveis.
Planejar também é uma maneira de antever os desafios desse processo. Assim,
é necessário definir um cronograma, as responsabilidades dos(as) integrantes de
cada grupo e criar um sentimento de corresponsabilidade pelo processo, a fim de
que os projetos se concretizem de maneira colaborativa. Os grupos apresentam
a primeira versão de seus planejamentos ao(à) professor(a) e à equipe pedagó-
gica da escola e a outros convidados que queiram incluir para que seja discutida
e validada, e, se necessário, fazerem os ajustes propostos pelos educadores. Ao
longo do processo, os grupos mantêm seus Diários de Bordo/Webfólios atualiza-
dos com registros audiovisuais e avaliativos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 197


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Possibilitar que os(as) estudantes coloquem em prática as ações planeja-
das, exercitem o protagonismo diante de seus objetivos, superem obstácu-
los de forma reflexiva, cresçam com as adversidades, arrisquem, acertem,
errem, experimentem, aprendendo por meio do fazer colaborativo.

Resumo
Etapa para tirar os projetos do papel e realizar intervenções por meio de processos
criativos e significativos. O projeto se desenvolve de forma colaborativa; é o mo-
mento de colocar em prática as ações planejadas para a intervenção no território.
Recomenda-se que no primeiro encontro sejam feitos acordos com a turma para
pactuar os cuidados necessários durante esse processo, reforçar a importância da
Desenvolvimento 14 aulas colaboração e de seguirem os rumos dos planejamentos, adaptando-os quando
necessário. No decorrer do desenvolvimento, avaliar o andamento das ações, a
participação dos(as) integrantes em cada grupo e promover avaliações pelos(as)
próprios(as) estudantes a fim de identificarem o que deu certo, o que poderia ser di-
ferente e assim revisarem os seus planejamentos. Eles(as) também podem utilizar
as redes sociais e outras estratégias de comunicação para mobilizar a comunidade
escolar para suas intervenções no território. Ao longo do processo, os grupos man-
têm seus Diários de Bordo/Webfólios atualizados.
Objetivos
 Refletir e avaliar o percurso realizado para apropriar-se e registrar os resulta-
dos obtidos com os projetos, de forma coletiva e individual. Construir uma
proposta de comunicação para compartilhar a relevância das intervenções
com a comunidade escolar e instituições públicas ou privadas.
Resumo
Etapa para sistematizar os aprendizados e registrar os resultados. Possibilitar
que os(as) estudantes reflitam sobre o que vivenciaramao longo do projeto,
aprendam com acertos e erros, tenham crítica sobre o trabalho que foi desen-
Apropriação de volvido, identifiquem o que aprenderam e avaliem as competências desenvol-
8 aulas
Resultados vidas no projeto, por meio de feedbacks coletivos e uma autoavaliação. A par-
tir dos registros e memórias criadas pelos(as) estudantes em seus Diários de
Bordo/Webfólios, dos registros de acompanhamento do(a)(s) professor(as)
(es) e dos registros audiovisuais das intervenções no território, a turma reflete
sobre as vivências que teve ao cursar esse componente curricular. Ao final,
os projetos concluídos devem mostrar que a escola ganhou duas vezes: por
ter se transformado epor ter possibilitado o desenvolvimento de competên-
cias pelos(as) estudantes. Então, os grupos são convocados a planejar e a
criar formas de dialogar e compartilhar com a comunidade escolar e/ ou
com instituições públicas e privadas sobre a relevância dasintervenções no
seu território.

198 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Projeto de Pesquisa Desperte o Cientista
e Iniciação Científica que Está em Você!
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Ana Maria Stolfi Linguagens e suas Tecnologias
Ana Paula Wizniewski Matemática e suas Tecnologias
Augustinho José Petry Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Cristiane Soares Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Daniela Meurer Ciência e Tecnologia
Gisela Cristina Richter Componentes Integradores
Janete Aparecida Rodrigues
Maisa Dill
Marilin Cristine Silveira Schick
Marivane Vedelago Junges
Nislâine Lima da Silva Tamanini
Pamela Jaine Silva da Silva
Soleandro Zambon
Tânia Marise Specht

RESUMO
O Componente Curricular Eletivo Projeto de Pesquisa e Iniciação Científica é uma opor-
tunidade de o(a) estudante despertar a curiosidade e o desejo de vivenciar uma pesquisa, e de
aprender a realizá- la percorrendo as etapas de um projeto construído coletiva e colaborativa-
mente com colegas que tenham os mesmos interesses.
Para o desenvolvimento do componente, primeiramente é importante a realização de
uma escuta com os(as) estudantes para que eles(as) possam sugerir a temática ou a proble-
mática a ser trabalhada. Dessa maneira, a escolha do tema e/ou problema não ficará limitada
aos(às) professores(as), e sim será fruto do diálogo com os(as) estudantes que terão participa-
ção efetiva durante todo o processo, visto que o projeto será desenvolvido a partir de um tema
e/ou problema ligado à realidade dos(as) discentes.
A partir da definição do tema e/ou problema a ser pesquisado, será necessário que se tra-
balhe com os(as) estudantes a teoria referente à concepção de um projeto, articulando com noções
introdutórias e avançadas sobre o conhecimento científico. O desenvolvimento da pesquisa será
baseado em métodos qualitativos e quantitativos, utilizando-se variadas estratégias como pesqui-
sa bibliográfica, coleta/ análise de dados por meio de gráficos, interpretação das informações cole-
tadas, análise crítica dos resultados, uso de recursos tecnológicos, investigação científica.
A construção do projeto envolverá quatro etapas:

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 199


1. Mobilização: os(as) jovens são convidados a identificar os temas e/ ou problemas que
têm interesse em pesquisar e formar grupos para discutir, estudar e idealizar seus projetos
de pesquisa.

2. Planejamento: os grupos constroem seus projetos de pesquisa estruturando-os com


base em itens comuns a projetos: Temática; Problema; Justificativa; Objetivo Geral; Objeti-
vos Específicos; Metodologia da pesquisa; Referência Bibliográfica.

3. Desenvolvimento: os grupos vivenciam os procedimentos de pesquisa que possibilitarão


que aprendam sobre o tema e/ou problema escolhido e respondam à questão da pesquisa.

4. Apropriação de Resultados: ocorre quando o grande grupo reflete


sobre os resultados das pesquisas e sobre o percurso realizado ao longo do semestre,
além de se apropriar das aprendizagens alcançadas, ao sistematizá-las para compartilhar
com a comunidade escolar ou outras instituições.

Com esse percurso, espera-se que os(as) estudantes desenvolvam competências como a
valorização do conhecimento, o Pensamento Científico, Crítico e Criativo, e a argumenta-
ção experimentando ser protagonista de sua aprendizagem.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Desenvolver espírito investigativo a partir de suas curiosidades, inquietações e/ou pro-
blematizações.
 Aprender a levantar hipóteses e realizar pesquisa com base científica para confirmá-las
ou refutá-las.
 Conhecer diferentes métodos científicos e selecionar o mais adequado para realizar a
pesquisa de acordo com as problematizações e hipóteses levantadas.
 Demonstrar e reconhecer a interdependência entre as diversas etapas da pesquisa cien-
tífica, desde a escolha do tema até a estrutura do conhecimento científico.
 Aprender a desenvolver um projeto em equipe e colaborativamente ao percorrer todas
as suas etapas (mobilização, planejamento, desenvolvimento, e apropriação de resul-
tados) para realizar uma pesquisa.
 Analisar os resultados da pesquisa e sistematizá-los adotando gêneros específicos
para comunicá-los de acordo com o perfil do público-alvo (comunidade escolar, comu-
nidade científica, etc.).

200 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


JUSTIFICATIVA
O Projeto de Pesquisa e Iniciação Científica propõe o conhecimento de “conceitos
fundantes das ciências para a interpretação de ideias, fenômenos e processos para serem
utilizados em procedimentos de investigação, voltados ao enfrentamento de situações co-
tidianas e demandas locais e coletivas, e a proposição de projetos e suas apresentações à
comunidade escolar e científica, que considerem o desenvolvimento local e a melhoria da
qualidade de vida da comunidade” (BNCC, 2018, p. 478).
Em meio a tantas informações disponíveis nas mais diversas mídias, sobretudo a
internet, em que facilmente os(as) estudantes dispõem de dados de que necessitam, é ne-
cessário apoiá-los para despertar o interesse em pesquisar, analisar, buscar conhecimento
para adquirir novas aprendizagens e, assim, levar para a vida. É essencial que os(as) estu-
dantes vivenciem pesquisas de maior complexidade e que sejam estruturadas, compreen-
dendo, desse modo, que elas acontecem por etapas, que devem ser cumpridas para que
sejam realizadas e concluídas com êxito.
Por meio deste componente curricular eletivo, espera-se desenvolver a consciência
da importância em considerar o conhecimento científico já produzido ao longo do tempo
pelo ser humano e com ele ver a possibilidade para novas descobertas, sendo os(as) jo-
vens do Ensino Médio sujeitos ativos nesse processo.
Busca-se despertar o interesse pela pesquisa científica, ocasionando a participa-
ção e a vivência do(a) estudante em todas as etapas de construção de um projeto de pes-
quisa. Essa proximidade com os procedimentos metodológicos de pesquisa caracteriza
uma ação que possibilita uma conexão dinâmica, atuante, crítica e transformadora com o
conhecimento científico.
A participação dos(as) professores requer uma postura de professor- pesquisador,
a qual aplica da teoria à prática no percurso da produção de conhecimento, ou seja, ter a
capacidade de promover a interdisciplinaridade nos temas pesquisados. Ainda, formar a
capacidade de pensamento crítico, no sentido de o(a) estudante refletir sobre sua função
social na sociedade, perceber a relação entre a causa e os efeitos dos temas e/ou pro-
blemas a serem pesquisados de forma imparcial, bem como a capacidade de mudança e
inovação, compreendendo, entendendo e opinando sobre o tema pesquisado.
A participação dos(as) estudantes como protagonistas pode ser exemplificada pela
escuta dos seus interesses em relação aos temas e/ ou problemas que desejam investi-
gar, pois pretende-se partir de sua realidade; da vivência das etapas dos projetos, a serem
desenvolvidas de maneira coletiva e colaborativa, permitindo que experimentem a com-
plexidade da realização de um trabalho em equipe e, ao mesmo tempo, oportunizando o
desenvolvimento de importantes competências como a comunicação e a colaboração.
Dessa forma, o presente Componente Curricular Eletivo se justifica diante da neces-
sidade de instigar o protagonismo do(a) estudante, propiciando sua participação ativa em
todo o processo de aprendizagem.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 201


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
 Desenvolvem um olhar investigativo em relação aos problemas sociais, culturais, am-
bientais, econômicos e tecnológicos de cada realidade, buscando soluções, inovações,
descobertas que promovam o bem- estar de todos.
 Têm interesse em desenvolver pesquisa em equipe e de modo colaborativo.
 Têm interesse em conhecer e vivenciar métodos de pesquisa.
 Têm interesse em ampliar seus conhecimentos na área de concentração de sua pesquisa.
 Pretendem vivenciar projetos de iniciação científica com alto grau de autonomia e pro-
tagonismo, e apresentá-lo para diferentes públicos (comunidade escolar, comunidade
científica).

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Ser proativo para orientar os(as) estudantes a desenvolverem o conhecimento científico.
 Saber orientar todas as etapas de desenvolvimento de um projeto de pesquisa, partindo
dos interesses, curiosidades e indagações dos(as) estudantes.
 Ter domínio ou abertura para aprender a usar as tecnologias digitais e utilizar as diferen-
tes ferramentas de pesquisa na prática pedagógica.
 Ter proficiência na construção do Conhecimento Científico, articulando o estudo de Pro-
jeto de Pesquisa e Iniciação Científica às áreas do conhecimento atreladas à temática
dos projetos.
 Trabalhar de forma coletiva, cooperativa, com princípio de formação integral.
 Ter interesse e abertura para trabalhar na perspectiva da aprendizagem baseada em
projetos.

202 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2.Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer


à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações


confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista
e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socio-
ambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamen-
to ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Ao mediar este componente, especialmente após a configuração do projeto de pesqui-
sa, é importante que o(a) professor(a) mapeie quais competências e quais habilidades especí-
ficas das áreas do conhecimento dialogam com os projetos que serão desenvolvidos.
Identificar essas competências e habilidades no início desse processo é um exer-
cício fundamental: elas indicarão as aprendizagens que se espera que os(as) estudantes
desenvolvam durante o semestre, de tal forma que o esforço de mediação, orientação e
avaliação do(a) docente esteja alinhado e comprometido com elas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 203


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Eixo Investigação Científica
Habilidades relacionadas ao pensar e ao fazer científico

 Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,


atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
 Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afir-
mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores
universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sus-
tentabilidade.
 Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos

Eixo Mediação e Intervenção Sociocultural


Habilidades relacionadas à convivência e à atuação sociocultural
 Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
 Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para pro-
blemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global,
corresponsabilizando-se pela realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

Eixo Processos Criativos


Habilidades relacionadas ao pensar e ao fazer criativo
 Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.
 Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando
que alcancem os interlocutores pretendidos.

204 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
Os objetos de conhecimento variam de turma para turma, conforme as escolhas
dos projetos de pesquisa feitas pelos(as) estudantes. Por isso, não é possível prevê-los
neste roteiro pedagógico.
Todavia, durante o processo de mediação deste componente, uma vez que a turma
já tenha consolidado suas definições iniciais na etapa de sensibilização, é importante que
o(a) professor(a) mapeie, no currículo do estado e na BNCC, os objetos de conhecimento
que se relacionam diretamente com os projetos da turma. Nesse sentido, duas observa-
ções são importantes: a) esse mapeamento é relevante pois permitirá ao(à) docente um
registro mais completo do percurso formativo do semestre; b) devem-se selecionar apenas
os objetos de conhecimento que têm relação direta com os projetos e que serão endere-
çados de forma intencional por ele, em diálogo com as habilidades e as competências em
foco. Aqueles objetos considerados secundários não precisam ser citados.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


O componente curricular já traz em seu bojo a adaptação ao contexto local, pois
seu desenvolvimento deve partir das curiosidades dos(as) estudantes e de indagações do
próprio grupo a partir de temas e/ou problemas locais elencados por ele.
Devido à dificuldade de recursos, espaços ou carência de materiais para a reali-
zação de atividades experimentais e de processos específicos diante da diversidade de
temas que podem surgir, podem ser necessárias adaptações e busca por parcerias com
instituições de curso superior ou técnicos, de instituições públicas ou privadas, como Se-
cretaria de Saúde, Polícias Militar e Civil, serviços sociais ou parcerias com outros profis-
sionais, bem como adaptações de espaços e recursos.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


O percurso desse CCE se inspira em algumas abordagens metodológicas, como
aprendizagem baseada em projetos e aprendizagem baseada na investigação. A seguir,
serão destacados alguns aspectos dessas duas metodologias ativas:
Aprendizagem baseada em projetos - os(as) estudantes identificam um tema de in-
teresse ou configuram um problema; levantam questões sobre o tema ou investigam quais
são as possíveis causas do problema (elaboração das hipóteses); planejam e definem os
métodos científicos para realização da pesquisa; executam a pesquisa, que é quando ocor-
re a coleta de dados; registram, sistematizam e analisam os dados, e organizam os resul-
tados para possíveis compartilhamentos. O(A) professor(a) orienta e apoia os grupos em

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 205


cada etapa, procurando não apresentar respostas prontas para os(as) estudantes, mas
instigá-los(as) a buscarem e construírem o conhecimento e o percurso contando com a
colaboração dos(as) colegas.
Aprendizagem baseada na investigação - os(as) estudantes, sob orientação dos(as)
professores(as), desenvolvem a habilidade de levantar questões e problemas e buscam, in-
dividual e grupalmente, utilizando métodos indutivos e dedutivos, interpretações coerentes
e soluções possíveis. Isso envolve pesquisar, avaliar situações, pontos de vista diferentes,
fazer escolhas, assumir alguns riscos, aprender pela descoberta, caminhar do simples para
o complexo. Os desafios bem planejados contribuem para mobilizar as competências de-
sejadas, intelectuais, emocionais, pessoais e comunicacionais.

Fases da aprendizagem por investigação:

Fase I: - Identificação do(s) problema(s) - Formulação de hipóteses - Solicitação de dados


adicionais - Identificação de temas de aprendizagem
Elaboração do cronograma de aprendizagem - Estudo independente;

Fase II: - Retorno ao problema - Crítica e aplicação das novas informações - Solicitação de
dados adicionais - Redefinição do problema
Reformulação de hipóteses - Identificação de novos temas de aprendizagem - Anotação
das fontes

Fase III: - Retorno ao processo - Síntese da aprendizagem - Avaliação.

Em ambas as sugestões de metodologias, o(a) professor(a) assume um papel fun-


damental atuando como mediador(a), conduzindo questionamentos e orientando o proces-
so, além de apoiar os grupos em cada etapa, procurando não apresentar respostas prontas
para os(as) estudantes, mas instigá-los(as) a buscarem e construírem o conhecimento e o
percurso contando com a colaboração dos(as) colegas.
O principal ponto a ser observado pelo(a) professor(a) quanto ao objetivo dessas
metodologias de ensino é incentivar os(as) estudantes para que aprendam de forma autô-
noma, participativa e colaborativa partindo de temas, problemas e situações reais. Nessa
proposta, o(a) estudante está no centro do processo de aprendizagem, participando ativa-
mente e sendo responsável pela construção do conhecimento.

206 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
Na perspectiva de um componente curricular que propõe inovação e da necessária
interação no desenvolvimento da atividade colaborativa, vislumbra-se o uso didático dos
diferentes espaços formais e não formais de aprendizagem existentes na escola, a saber:

 Sala de aula, pátios e o entorno da escola.


 Laboratórios e equipamentos de informática (acesso à internet).
 Laboratórios de biologia, química e física.
 Biblioteca.
 Quadra esportiva.
 Espaço de jardim e horta escolar.

Partindo da premissa de que os temas a serem investigados pelos(as) estudantes


podem resultar em projetos construtivos, projetos investigativos ou projetos explicativos,
demandam-se recursos e materiais diversos, por exemplo:

 Materiais de escritório para confecção de painéis, cartazes, banners e outros.


 Materiais para impressões e fotocópias.
 Uso de equipamentos eletrônicos como celular, aparelho de som, caixa de som, projetor,
televisores, microfone, entre outros.
 Material de apoio como papel de diferentes tamanhos e espessuras, tesouras peque-
nas e grandes, canetas hidrocor de diferentes espessuras, diferentes tipos de colas,
fitas adesivas, materiais para pintura como tintas, pincéis, etc.
 Transporte para visitas técnicas, observação e pesquisa de campo e documental para s
estudantes e professores, quando possível.
 Recursos para preparar o ambiente para o momento de socialização e divulgação dos
resultados dos projetos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 207


AVALIAÇÃO
Avaliação processual, formativa e qualitativa
A avaliação deverá ser contínua, qualitativa e processual, por meio de observações
sistemáticas durante as aulas e do acompanhamento das fases do projeto de pesquisa se-
guindo um cronograma prévio, e abordar diferentes aspectos: envolvimento e participação
dos alunos; orientação do(a) professor(a); resultados alcançados; qualidade dos aprendi-
zados, reflexões e registros gerados.
É fundamental estar atento às especificidades de aprendizagem dos(as) estudan-
tes e às diversas formas de expressar a aprendizagem, respeitando os tempos e as ma-
neiras de aprender. É importante que a avaliação venha acompanhada de reflexão, repla-
nejamento e orientações sobre conceitos ou etapas do processo de que os(as) estudantes
ainda não tenham se apropriado.
Nesta avaliação, o(a) professor(a) irá mediar o pensamento científico de pesquisa
dos(as) alunos, a participação oral, escrita, ideias criativas, colaboração e envolvimento
dos(as) estudantes por meio de registro em diários de bordo, portfólios construídos pe-
los(as) estudantes, seminários, desenvolvimento de protótipos, modelos e artefatos, auto-
avaliação, avaliação entre pares, além de diversas manifestações das linguagens artísticas
e culturais, entre tantas outras formas possíveis.
A avaliação final do semestre letivo deste Componente será realizada por meio de
um Parecer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas
para as escolas.

208 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2020. Disponível em: https://www.nor-
masabnt.org/. Acesso em: 12 set. 2020.

ALBINO, S. F; FAQUETI. Projeto de pesquisa. Camboriú: Instituto Federal Catarinense, [s.


d.]. Disponível em: https://biblioteca.ifc.edu.br/ wp-content/uploads/sites/9/2014/07/Co-
mo-elaborar-um-projeto-de-pesquisa-de-Inicia%C3%A7%C3%A3o-Cient%C3%ADfica.pdf.
Acesso em:13 set. 2020.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília: MEC-Secretaria de Edu-
cação Básica, 2018.
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Projeto de pesquisa: propostasmetodológicas. 20. ed.


Petrópolis: Vozes, 2011.

CARVALHO, A. M. P. de. Ensino de ciências por investigação: condições para implemen-


tação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013.CNPQ. Prêmio Jovem Cientista.
2018. Disponível em: http://www. jovemcientista.cnpq.br/. Acesso em: 15 set. 2020.

CRUZ, C; RIBEIRO, U. Metodologia científica: teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Axcel
Books, c2004. 324 p.

ICB/UFAM. Estratégias didáticas de ensino. 2012. Disponível em: https://sites.google.


com/site/pccbioufam/03-textos-pedagogicos/ estrategias-didatica-de-ensino. Acesso
em: 14 set. 2020.

#FEBRACE. Diário de bordo. 2020. Disponível em: https://febrace.org.br/ projetos/diario-


-de-bordo/ .X2FTgBBKjIU. Acesso em: 15 set. 2020.

FEBRACE. Feira Brasileira de Ciência e Engenharia. 2020. Disponível em: https://febrace.


org.br/. Acesso em: 14 set. 2020.
FEBRACE. Metodologia científica. 2020. Disponível em: https://febrace.org.#br/projetos/
metodologia-cientifica/.X2FLsBBKjIU. Acesso em: 14 set. 2020.
DCMA. Como escolher uma pergunta de pesquisa e definir objetivos de trabalho. Disponível
em: http://dcma.com.br/icnasanta/ic-for-dummies/5-1-como-escolher-uma- pergunta-de-
-pesquisa-e-definir-objetivos-do-trabalho. Acesso em: 14 set.2020.

DIESEL, A.; MARCHESAN, M. R.; MARTINS, S. N. Metodologias ativas de ensino na sala de


aula: um olhar de docentes da educação profissional técnica de nível médio. Revista
Signos, Lajeado, ano 37, n. 1, p. 153-169, 2016.
GIL-PÉREZ, D.; MONTORO, I. A. J; CACHAPUZ, A.; PRAIA, J. Para uma imagem não deforma-
da do trabalho científico. Ciência & Educação, v. 7, n. 2, p. 125-153, [s. d].

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 209


KLEINA, C. Metodologia da pesquisa e do trabalho científico. Curitiba:IESDE BRASIL S.A., 2006.
172 p.

LAVOR,. C. E. et al. Rumo à BNCC metodologias ativas: problematização. Sistema An-


glo de Ensino 2. Disponível em: http:// anglosolucaoeducacional.com.br/wp-content/
uploads/2018/12/Ebook-4- Metodologias-Ativas.pdf. Acesso em: 14 nov. 2020.
MACHADO, A. B.; DIAS S. R.; VOLPATO, A. N. et al. Práticas inovadoras em metodolo-
gias ativas. Florianópolis: Contexto Digital, 2017. Disponível em: https://www.saojose.br/
wp-content/uploads/2018/09/praticas_ inovadoras_em_metodologias_ativas.pdf. Acesso
em: 3 nov. 2020.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda.Educatrix – Dossiê
Currículo, São Paulo: Moderna, a. 7, n. 12, p. 66-69,2013.
SANTA CATARINA, Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Caderno 5
Núcleo Articulador. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0Bwf0CaczNJj7TktN-
d1hKY3g5ekk/view&gt. Acesso em: 22 out. 2020.
UNICAMP. Meninas supercientistas. 2020. Disponível em: https://www.unicamp.br/uni-
camp/eventos/2020/02/12/unicamp-recebe-inscricoes- para-o-projeto-meninas-supercien-
tistas. Acesso em: 10 set. 2020.

OBSERVAÇÕES
Caso seja de interesse dos grupos de estudantes compartilharem suas pesquisas em
eventos científicos, será preciso trabalhar a produção final de acordo com os padrões aca-
dêmicos e buscar espaços para essecompartilhamento.
#Segue link da relação de Feiras Afiliadas à FEBRACE 2020:https://febrace.org.br/feiras-afi-
liadas/2020/ .X4jW1dBKjIU.Acesso em: 15 out. 2020.

210 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Despertar a curiosidade dos(as) estudantes pela pesquisa a partir de levantamento
de temas e/ou problemas que eles(as) identifiquem interessantes para percor-
rerem em grupo; um caminho de investigação.
Resumo
Nesta etapa de mobilização, o(a) professor(a) vai dialogar e instigar os(as) estu-
dantes a identificarem temas e/ou problemas de seus interesses para pesquisa-
rem, formando grupos de estudo a partir de interesses afins. Os(As) estudantes
Mobilização 8 aulas
terão oportunidade de se aprofundar no tema e/ou problema de pesquisa esco-
lhido, relacionando seus conhecimentos prévios com novas descobertas a se-
rem traçadas no percorrer do estudo. O trabalho pedagógico pode ser pautado
na aprendizagem baseada em projetos ou na aprendizagem baseada na inves-
tigação e por dinâmicas para formação dos grupos que vão se consolidando no
decorrer das aulas pelas vivências e pelos interesses comuns. Temas como: “O
que é um projeto de pesquisa”; “O que é uma pesquisa científica”; “Diferença entre
senso comum e conhecimento científico” podem permear esses diálogos iniciais
para compor o trabalho de mobilização.
Objetivos
 Definir as questões da pesquisa, levantar possíveis fontes de informação e ela-
borar um projeto de investigação.
Resumo
Nesta etapa, os(as) estudantes dão continuidade aos estudos nos grupos de in-
teresses afins, delineando o trajeto do Projeto de Pesquisae Iniciação Científica.
O(A)professor(a) vai articular e incentivar os(as) estudantes a aprofundarem o
conhecimento científico com as práticas coletivas e colaborativas.
Durante esta etapa, os(as) estudantes vão se dedicar a elaborar o projeto que
pode ser estruturado a partir dos seguintes itens: Temática;Problema; Justifica-
tiva; Objetivo Geral; Objetivos Específicos; Metodologia da pesquisa; Referência
bibliográfica.
Para apoiar os(as) estudantes nessa estruturação dos projetos,seguem algumas
Planejamento 12 aulas
perguntas:
 Qual o objetivo da pesquisa?
 Por que essa pesquisa é relevante?
 Como a pesquisa será desenvolvida? Qual o método de pesquisa que será ado-
tado pelos diferentes grupos?
 Como será a divisão de tarefas?
 Que recursos serão necessários?
 Que cronograma será seguido?
 Como organizar as referências bibliográficas?
 Quais a regras para fazer uma boa pesquisa?
 Como será feito o registro dos resultados da pesquisa?

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 211


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

É importante o(a) professor(a) analisar junto com cada grupo qual(is) méto-
do(s) de pesquisa mostra(m)-se mais adequado(s) à pesquisa proposta (pes-
quisa bibliográfica, entrevistas, observação direta e indireta, estudo de caso,
pesquisa experimental, pesquisa etnográfica, pesquisa documental, pesquisa
de campo, etc.). Pode ser necessário estruturar um passo a passo de atividades
que promoverão a vivência, pelos(as) estudantes, dos procedimentos adotados
(por exemplo: preparação de roteiro para investigação, orientações para obser-
vação ou elaboração de questionários aberto e fechado, etc.).
Com os projetos escritos, os grupos apresentam suas intenções de pesquisas
para o professor, para a equipe pedagógica da escola e para outros convidados
que queiram incluir, a fim de dialogarem e coletarem orientações e contribui-
ções para a continuidade do trabalho. Caso necessário, ajustes devem ser reali-
zados nos projetos antes de seguirem para a execução.

Objetivos
 Implementar o planejamento, colocando em prática os procedimentos de
pesquisa conquistando os conhecimentos relacionados ao tema e/ou pro-
blema.
Resumo
É o momento em que os(as) estudantes vivenciam os procedimentos de pesqui-
Desenvolvi- sa que possibilitarão que eles aprendam sobre o tema e/ ou problema escolhido
8 aulas
mento e respondam à questão da pesquisa. Ao longo do percurso, o(a) professor(a)
verifica os avanços do grupo, faz devolutivas, esclarece dúvidas, discute os re-
sultados. É essencial que o(a) professor(a) acompanhe atentamente o desen-
volvimento da metodologia de pesquisa escolhida questionando, esclarecendo,
orientando os trabalhos dos grupos, apoiando os(as) jovens na gestão do tem-
po e dos resultados, nos registros das decisões e ações, e a manterem o foco
nas atividades do projeto, de modo que eles(as) conquistem conhecimentos
essenciais e caminhem na construção de respostas às questões de pesquisa.
Objetivos
 Apropriar-se dos resultados obtidos com a pesquisa e planejar, elaborar e pro-
mover o compartilhamento do que os(as) estudantes descobriram e apren-
deram com a comunidade escolar, e/ou com instituições públicas e privadas,
apoiando-se nos resultados e na relevância das pesquisas realizadas.
Resumo
Nesta etapa, os(as) estudantes analisam o percurso, a participação, os conheci-
Apropriação de mentos aprendidos, os desafios enfrentados e os resultados obtidos. Planejam
12 aulas
Resultados como e com quem farão a socialização dos projetos de pesquisa, que pode ser
com seminário,mostra de projetos, em feiras e em mostras internas e externas,
publicações em formas de artigo, por meios digitais e outros, eventos científi-
cos ou outra forma que promova diálogos entre os(as) alunos(as), orientadores
e a comunidade escolar acerca dos aprendizados e das competências desen-
volvidas. Os(As) estudantes organizam uma apresentação da pesquisa, adotan-
do o gênero adequado ao perfil do público. É importante decidirem em conjunto
a forma de apresentação dos resultados: artigo, folder, cartaz, experimento, por
meios digitais e outros.

212 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


8 LINGUAGENS E
SUAS TECNOLOGIAS

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 213


A área Linguagens e suas Tecnologias tem compromisso com o desenvolvimento
de competências e habilidades relativas aos usos críticos e analíticos das diferentes lin-
guagens, em práticas situadas nos diferentes campos de atuação: campo artístico-literá-
rio, campo de atuação na vida pública, campo jornalístico-midiático, campo das práticas de
estudo e pesquisa, campo da vida pessoal.
Em sintonia com o que propõe a BNCC quanto aos direitos de aprendizagem das
juventudes na formação geral, na parte flexível, materializada pelos Itinerários Formativos,
a área deve oportunizar o aprofundamento dessas aprendizagens e, ao mesmo tempo,
dialogar com os contextos de sentidos locais, com centralidade dos interesses dos(as)
estudantes, em quatro eixos: empreendedorismo, investigação científica, mediação e inter-
venção sociocultural, e processos criativos.
Esses eixos são interdependentes e relevantes para uma formação integral conec-
tada com a configuração contemporânea da cidadania, do mundo do trabalho, dos modos
de produzir e circular conhecimentos hoje, das possibilidades de criar e inovar, na transfor-
mação social e na difusão de direitos.
Os sete Componentes Curriculares Eletivos (CCEs) que a área propõe para a parte
flexível do currículo nascem dessas premissas e de escolhas discutidas por professoras
e por professores da rede, de diferentes Coordenadorias/Supervisões Regionais de Edu-
cação espalhadas por todo o estado e com formação nos componentes da área, os quais
trabalharam no processo já envolvendo os CCEs e com a avaliação crítica do que poderia
ser (res)significado.
Resultado dessa autoria coletiva, o conjunto não se traduz como as únicas esco-
lhas possíveis, mas, certamente, como propostas bastante significativas, que zelam por
valores, buscas, marcas do território e compromisso com progressão das aprendizagens.
Desejamos que as demais professoras e os demais professores da área possam
encontrar, nessas propostas, apoio para a construção de suas práticas, exercendo o outro
espaço de autoria, que é o currículo em ação.

214 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


PRÁTICAS CORPORAIS
Este componente contempla interesses dos(as) jovens pelas práticas da cultura
corporal: esportes, ginásticas, jogos e brincadeiras, e lutas e práticas corporais de aventu-
ra. Na abordagem de formação integral, articula aspectos como: possibilidades de expres-
são corporal, escolha de atividades para o projeto de vida, ampliação de conhecimentos
e habilidades para interagir socialmente, estudo científico e cultural de práticas corporais,
estudos em carreiras nesse campo ou em outras atividades profissionais ligadas à saú-
de, à educação e à mediação sociocultural. Independentemente da prática corporal a ser
oferecida, o CCE promove experiências críticas e reflexivas por meio: da contextualização
histórico-cultural da prática em foco; do estudo científico e cultural dos modos de signifi-
cá-la, e da problematização de questões sociais que a permeiam; do desenvolvimento de
propostas de intervenção, com protagonismo dos(as) jovens na comunidade.

PRÁTICAS DAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS


Este componente contempla interesses dos(as) jovens pela Arte. Na perspectiva da
formação integral, promove autoconhecimento e exercício crítico da cidadania na vivência
de práticas artísticas. De acordo com a cultura local, a formação docente e os interesses
estudantis, diferentes manifestações do teatro, da música, das artes visuais e da dança
poderão ser trabalhados. Independentemente da linguagem artística escolhida, conforme
interesses estudantis, o CCE promoverá processos individuais e coletivos de apreciação,
criação e análise reflexiva do papel da Arte na produção cultural e na transformação social,
nos projetos de vida e na sociedade.

PRÁTICAS EM LIBRAS
Este componente contempla interesses dos(as) jovens em construir ou ampliar co-
nhecimentos sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a cultura surda e as possibilida-
des de atuar profissionalmente com esses conhecimentos. Em práticas de investigação e
de pesquisa, artístico- literárias e de atuação na vida pública, os(as) estudantes poderão
ampliar suas possibilidades de se conhecer, de conhecer o outro e de interagir desenvol-
vendo a gestualidade e a expressividade no uso da Libras. Na perspectiva da formação
integral, poderão aprimorar a valorização da diversidade linguística e cultural em seus pro-
cessos formativos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 215


PRÁTICAS DE LINGUAGEM NO CAMPO JORNALÍSTICO-MIDIÁTICO
Este componente contempla interesses dos(as) jovens em ampliar conhecimentos
sobre a esfera jornalística. Promove práticas de leitura, discussão, reflexão e produção
textual (escrita, oral e/ou multimodal), com foco na investigação e na compreensão dos
impactos que as novas tecnologias trazem para a produção da informação e da opinião,
em fenômenos como fake news e pós-verdade. Traz, também, o aprimoramento de habili-
dades de intervenção, com exercício de jornalismo estudantil voltado a questões, temas e
relatos de interesse da comunidade, com planejamento e produção de textos em gêneros
da esfera jornalística e com o uso de novas mídias. Favorece a colaboração e o pensamen-
to crítico, além da inserção na agenda de discussão de temas contemporâneos.

PRÁTICAS DE LINGUAGENS E INTERVENÇÃO SOCIOCULTURAL


Este componente contempla interesses dos(as) jovens em agir sobre problemas,
questões e situações da comunidade pelos processos de análise, de escuta da comunida-
de, de investigação, de reflexão, de debate, de deliberação e da ação por meio das lingua-
gens com o uso de gêneros do discurso adequados para isso. Favorece o aprimoramento
das capacidades de escuta; a produção textual, sobretudo a oral; e a reflexão, em práticas
de intervenção sociocultural, com vivências relevantes para a cidadania e para a experiên-
cia política.

PRÁTICAS DE LETRAMENTO LITERÁRIO COM ÊNFASE NA


LITERATURA LOCAL
Este componente contempla interesses dos(as) jovens em ampliar experiências de
leitura literária, incorporando em seus repertórios a literatura catarinense e local. Os(as)
estudantes, além de aprimorar capacidades de leitura, de produção e de reflexão, poderão:
ampliar a participação em práticas típicas do letramento literário, com o uso de espaços
de circulação da palavra como bibliotecas públicas, clubes de leitura, espaços digitais de
promoção e formação leitora; participar de encontros, presenciais e/ou remotos, com es-
critores(as) para discussões sobre o fazer literário; participar de oficinas de escrita criativa,
com momentos de criação e compartilhamento coletivo; e protagonismo na formação de
outros(as) leitores(as)em oportunidades como organização de feiras de livros, campanhas
de incentivo à leitura, arrecadação de livros e saraus. Assim, em processos de criação e
de intervenção sociocultural, os(as) estudantes poderão aprimorar-se como leitores(as) e
cidadãos e cidadãs na conquista e na promoção do direito à literatura com valorização do
patrimônio local.

216 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


PRÁTICAS DE MULTILETRAMENTOS NO CAMPO ARTÍSTICO-
LITERÁRIO
Este componente contempla interesses dos(as) jovens em ampliar experiências
de leitura literária, associadas à experimentação de gêneros e práticas dos novos e dos
multiletramentos, para o compartilhamento de experiências leitoras. Simultaneamente ao
aprimoramento de capacidades leitoras e à ampliação de repertório leitor por gosto e inte-
resse, os(as) estudantes poderão aprimorar usos críticos, éticos e criativos de diferentes
linguagens inseridas na cultura digital, aguçando a imaginação e a criatividade, na produ-
ção colaborativa de memes, videoclipes, fotonovelas, charges, paródias, biogifs, documen-
tários, curtas, etc. e mídias (foto, vídeo, áudio), em diálogos com suas leituras, exercitando
a intertextualidade e a interdiscursividade. Todas as etapas do percurso sugerem o pro-
tagonismo juvenil, ou seja, o(a) estudante define e poderá compartilhar as leituras de seu
interesse, em time decide e explora as formas como irá poder socializar essa literatura,
organiza as ações para a concretização da reprodução da obra/texto na Web; tudo isso em
um processo democrático mediado pelo(a) professor(a), com aprimoramento das capaci-
dades de dialogar e de se envolver, com engajamento na construção de consensos e com
aprimoramento de aspectos da oralidade.

Boa leitura!
André Fabiano Bertozzo e Beatriz Fátima Naue
(Técnicos da SED)

Rebeca Amorim
(Equipe ProBNCC)

Isabel Filgueiras e Marisa Balthasar


(Especialistas Instituto iungo)

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 217


Ab

Práticas Corporais Cultura Corporal


Carga horária: 40 horas por semestre de Movimento

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Alecsandra de Cacia Bendlin
Matemática e suas Tecnologias
Débora Turmina
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Iraci Paulina Scanagatta
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Ivanildo João Bentz
Ciência e Tecnologia
Michelle Souza Ávila
Componentes Integradores
Priscila Gois de Oliveira
Robson da Cruz

RESUMO
Este componente visa, por meio do estudo, à experimentação e mediação socio-
cultural das práticas corporais, a fim de contribuir para o autoconhecimento, o cuidado de
si, a formação em valores democráticos e direitos humanos. Promove o interesse pelas
Práticas Corporais como forma de se expressar, cuidar da saúde e melhorar a qualidade de
vida individual e coletiva.
Dependendo do contexto da escola, o trabalho pode envolver Práticas Corporais
nos eixos de: 1. Jogos e brincadeiras; 2. Esportes tradicionais, de aventura e alternativos;
3. Danças urbanas, tradicionais e contemporâneas; 4. Ginásticas de consciência corporal;
5. Ginásticas de condicionamento físico; 6. Lutas. Promove o desenvolvimento de habili-
dades motoras, cognitivas e socioemocionais. Proporciona experimentações, bem como
pesquisa, discussões, debates, produções culturais e intervenções na realidade da escola
e da comunidade com o intuito de promover o desenvolvimento do protagonismo juvenil e
das competências previstas na BNCC. A condução da eletiva se ajusta à realidade cultural
e escolar local, concretizando a proposta de flexibilização curricular do Novo Ensino Médio
aos interesses juvenis. Essa perspectiva inclui a adaptação de recursos e de infraestrutura
ao uso de materiais e de espaços alternativos que possibilitem a diversificação da experi-
ência cultural dos(as) estudantes com as Práticas Corporais.

218 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Atuar socialmente de forma cooperativa, ética e cidadã na apreciação e no uso da cul-
tura corporal.
 Utilizar gestos e expressões corporais com intencionalidade, valorizando a expressão
de sentimentos e emoções de forma autoral.
 Analisar relações entre Práticas Corporais e saúde, a partir da perspectiva da saúde
como um valor pessoal e social.
 Experimentar e criar danças, jogos e brincadeiras, esportes, ginásticas, lutas, esportes de
aventura e variadas expressões corporais para ampliar possibilidades de identificação de
práticas a serem cultivadas de acordo com os projetos de vida dos(as) estudantes.
 Refletir e analisar as Práticas Corporais vivenciadas de forma a combater preconceitos
e estereótipos.
 Intervir socialmente de forma protagonista, responsável e comprometida com os valo-
res democráticos na ampliação de conhecimentos e melhoria de atitudes e valores da
sociedade em relação às Práticas Corporais.

JUSTIFICATIVA
As Práticas Corporais são um importante componente da identidade edo pertenci-
mento social das culturas juvenis. O corpo é a síntese de nosso ser e estar no mundo; com
o corpo pensamos e expressamos o que queremos transmitir e, com isso, tornamo-nos
parte integrante do mundo. A dimensão da corporeidade integra todas as dimensões dode-
senvolvimento humano; por isso, o currículo do Novo Ensino Médio deve contemplar opor-
tunidades de aprofundamento no campo da culturacorporal. Esse trabalho permite construir
elos entre pensar, sentir e agir, favorece a busca de realização pessoal, a qualidade de vida
e o protagonismo dos(as) jovens no mundo social e cultural, contemplando a formação
integral de jovens ativos(as) na sociedade, conhecedores(as)do seu próprio corpo, de suas
capacidades de expressão corporal autoral e de circulação de conhecimentos, opiniões
e experiências acerca das Práticas Corporais. O trabalho justifica-se, também, pelo valor
das Práticas Corporais na socialização, na construção de valores e no desenvolvimento
social dos(as) jovens e em suas competências e habilidades para perceber o mundo que
os(as) cerca e assumir papel ativona construção de uma sociedade mais justa e igualitária
em relação ao usufruto das Práticas Corporais, seu papel na saúde individual e coletiva, e
na construção de relações sociais empáticas e solidárias.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 219


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
Estudantes interessados em:
 Desenvolver uma consciência cidadã, que se envolvem quando motivados(as) e estão
disponíveis para novas experiências e possibilidades de estudo das Práticas Corporais.
 Desenvolver coletividade, respeito, autonomia, qualidade de vida e saúde por meio das
Práticas Corporais.
 Vivências corporais, ampliação da consciência corporal, do condicionamento físico, do
aperfeiçoamento autoral de gestos e movimentos e da interpretação crítica da realidade
e dos fenômenos singulares das práticas corporais.
 Processos criativos, de expressão corporal e suas relações no grupo, tendo em vista a
construção da personalidade e o respeito ao outro e ao diferente.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Possuir licença em Educação Física.
 Ter abertura para escuta dos interesses juvenis acerca das Práticas Corporais.
 Ter comunicação aberta e ao mesmo tempo assertiva para conseguir ser claro e direto
na condução das atividades.
 Ter ética e conduta profissional.
 Ter criatividade e inovação, buscando formas eficazes de despertar o interesse dos(as)
estudantes sobre temas relevantes que permeiam a prática corporal estudada.
 Ter interesse em atualização constante.
 Ter presença pedagógica e didática.
 Valorizar o(a) estudante protagonista.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


3. Repertório Cultural. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,
das locais às mundiais, e também participar depráticas diversificadas da produção artís-
tico-cultural.

4.Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Li-
bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lin-
guagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, ex-
periências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

220 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


8.Autoconhecimento e Autocuidado. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde
física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emo-
ções e as dos outros, com autocrítica ecapacidade para lidar com elas.

9.Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a co-


operação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeitoao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades,culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10.Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Competência Específica 5: Compreender os processos de produçãoe negociação de sen-
tidos nas Práticas Corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expres-
são de valores e identidades, emuma perspectiva democrática e de respeito à diversidade.

 Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para inte-


ragir socialmente em Práticas Corporais, de modo a estabelecer relações construtivas,
empáticas, éticas e de respeito às diferenças.
 Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas Prá-
ticas Corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injusti-
ça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.
 Vivenciar Práticas Corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de auto-
conhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 221


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,
atenção, criticidade e ética, utilizando, inclusive, o apoio de tecnologias digitais.
 Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos por meio de afir-
mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores
universais como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sus-
tentabilidade.
 Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos.

Processos Criativos
 Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais por meio
de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, a sensibilidade, a
criticidade e a criatividade.
 Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.

Mediação e Intervenção Sociocultural


 Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
 Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e a resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.
 Participar ativamente da proposição, da implementação e da avaliação de solução para
problemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global,
sendo corresponsável pela realização de ações e projetos voltados ao bem comum.

Empreendedorismo
 Utilizar estratégias de planejamento, organização e empreendedorismo para estabele-
cer e adaptar metas, identificar caminhos e mobilizar apoios e recursos a fim de realizar
projetos pessoais e produtivos com foco, persistência e efetividade.

222 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
Brincadeiras e Jogos: jogos de ludicidade, jogos de invasão, jogos deprecisão, jogos de
competição, jogos cooperativos e jogos de mesa.

Esportes: esportes alternativos: bets (jogo do taco), peteca, punhobol, bocha, tchoukball,
futevôlei, squash, hóquei, flagball, tapembol, beisebol,badminton, foursquare, futebol socie-
ty, rúgbi, espiribol, tênis de mesa, tênis de quadra, lacrosse, boliche e bolão.

Esportes Tradicionais: de precisão, técnico-combinatórios, de marca, de rede/quadra


dividida, de invasão, de campo e de taco.

Esportes de Aventura: slackline, parkour, skate e escalada, entre outrosesportes que pos-
sam se adaptar à realidade da região.

Ginisticas: treinamento funcional, testes neuromotores (flexibilidade, resistência abdomi-


nal localizada, agilidade, velocidade, pisada, força, RCQ) medidas antropométricas (IMC),
ginástica de condicionamento físico e yoga.

Atividades Expressivas: danças (de salão, folclóricas, urbanas, entre outrosestilos), ativi-
dades de relaxamento e dinâmicas de integração e expressão.

Lutas: capoeira, boxe, jiu-jítsu, taekwondo, entre outras lutas que possam se adaptar à
realidade da região.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


 Escuta dos interesses juvenis.
 Estabelecimento de parcerias com entidades locais ou regionais que promovam práti-
cas corporais na comunidade.
 Ajuste de recursos e infraestrutura com uso de materiais e espaços alternativos para a
prática.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 223


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
 Atividades de experimentação individual e em grupos que favoreçam a criatividade e
a autoria dos movimentos, promovendo condições flexíveis de expressão corporal que
se ajustem a diferentes perfis de estudantes.
 Desenvolvimento de projetos de pesquisa e intervenção.
 Uso de textos e produções culturais em diferentes linguagens como vídeos, textos, ima-
gens, quadrinhos, charges, músicas para problematizar e produzir novos significados
das Práticas Corporais.
 Desenvolvimento de sequências de atividades incluindo mapeamento de interesses,
problematização da realidade, ampliação cultural e sistematização do conhecimento
em registros usando diferentes linguagens e gêneros do discurso como produção de
apresentações, relatórios de pesquisa, campanhas publicitárias, vídeos, quadrinhos,
eventos.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


 Sala de aula.
 Quadra esportiva.
 Laboratório de informática.
 Materiais didáticos: livros, apostilas, projetores, etc.
 Materiais esportivos: bolas, redes, tacos, raquetes, cordas, cones, arcos, frisbee ou pra-
tos descartáveis, etc.
 Espaço público do município.
 Parceria com academias, locais de uso público, ONGs, locais de uso Privado, etc.

AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser um processo contínuo, formativo e progressivo que acontece no de-
correr do percurso de ensino e de aprendizagem, permeando toda a ação educativa. Deve
ser pensada de acordo com os objetivos propostos e garantindo a dimensão qualitativa do
desenvolvimento de habilidades e da aquisição de competências, possibilitando a mobili-
zação de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores aprendidos.
Os critérios avaliativos devem levar em conta o envolvimento e o processo singular do(a) estu-
dante. O trabalho avaliativo busca abarcar: a) o processo diagnóstico, no sentido de reorientar
do trabalho pedagógico, tendo como referência central a aprendizagem do(a) estudante; b) a
verificação do aprendizado de acordo com os objetivos estabelecidos; c) a avaliação coletiva

224 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


pela qual os(as) estudantes analisam as ações docentes, assim como as dos(as) seus(suas)
colegas; d) a autoavaliação buscando superar as dificuldades encontradas.
O processo de avaliação não se restringe a testes e medidas para selecionar ou classificar
as notas dos(as) estudantes. Avaliar é levar em consideração a bagagem de conhecimen-
to que o(a) aluno(a) traz; é verificar o processo evolutivo dele(a) nas aulas; é reconhecer
suas limitações e ajudar a superá-las; é analisar se o(a) aluno(a) conseguiu sistematizar,
ampliar, aprofundar os seus conhecimentos no âmbito da cultura corporal.
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer Descritivo,
em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


ARAKI, D. P. Esporte e Educação: saúde e cidadania na escola - 6º Ano. São Paulo: Eureka, 2015.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC).Educação é a
base. Brasília: MEC, 2018.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 9.394, de 20 de Dezembro de1996. Estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional.
BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais Curriculares paraElaboração de Itinerários
Formativos. Brasília: MEC, 2018.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
INSTITUTO REUNA. BNCC Comentada para o Ensino Médio. Disponível em:https://institu-
toreuna.org.br/projeto/base-comentada-para-o-ensino-medio/. Acesso em: 16 set. 2020.
SANTA CATARINA. Caderno de Orientações para a Implementação do Novo Ensino Médio.
Secretaria de Estado da Educação. Florianópolis: Editora Secco, 2019. 60p.
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Proposta Curricular de
Santa Catarina: formação integral na educação básica. Florianópolis, 2014.

OBSERVAÇÕES
Esse roteiro de atividades segue um modelo organizado e estruturado de acordo com a
BNCC Comentada, Referenciais Curriculares bem como a BNCC Geral. As unidades temáti-
cas aqui sugeridas podem ser trabalhadasde acordo com a realidade em que a escola está
inserida. Cabe a cada profissional adaptar e elencar os meios mais viáveis para trabalhar
durante o semestre.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 225


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO

TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Investigar e analisar a organização de projetos de pesquisa em cultura corpo-
ral, desenvolvendo ações ou criação de processos e produtos para ampliar o
acesso democrático às Práticas Corporais.
 Conectar as aprendizagens das Práticas Corporais com a participação ativa e
consciente dos(as) estudantes na sociedade da informação, desenvolvendo
competências e habilidades para que possam acessar, selecionar, processar,
analisar e utilizar dados sobre as Práticas Corporais para compreender e inter-
vir sobre sua presença na sociedade.
Resumo
Utilização da investigação científica para compreender e experimentar de forma
consciente a prática corporal em foco, conhecendo as diferentes formas de sua
manifestação na sociedade, suas características, bem como os conhecimentos
científicos que a embasam. Realização de pesquisas bibliográficas e de levanta-
mento de dados empíricos relativos à prática corporal em foco, que favoreçam
Investigação
olhares críticos sobre ela, bem como novas possibilidades de experimentação.
Científica
14 aulas
em Práticas
Corporais Atividades e Temas
1. Momentos de pesquisas nos laboratórios, quando houver, e/ou professor dis-
ponibiliza material impresso para leitura e pesquisas, ou livros e revistas.
2. Exposição de ideias para as práticas, bem como da escolha de formas de vi-
venciar e de experimentar a prática corporal em foco.
3. Realização de entrevistas, observação de campo, aplicação de questionários
e outras estratégias de pesquisa para coletar dados acerca da prática corporal
estudada.
4. Organizar relatos sobre a testagem dos efeitos sentidos nas práticas realiza-
das.
5. Elaborar projetos de pesquisa na escola, bem como em seu entorno, propa-
gando e experimentando o protagonismo e empreendedorismo juvenil em re-
lação à prática corporal estudada.
6. Usar conhecimentos das ciências humanas e da natureza para analisar as prá-
ticas corporais estudadas.

226 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Experimentar e elaborar propostas de expressão, apresentações e saraus, envol-
vendo Práticas Corporais, reconhecendo vivências e reflexão crítica sobre obras
ou eventos de diferentes Práticas Corporais;
 Experimentar, fruir e criar Práticas Corporais de seu interesse em conexão com
processos criativos em Práticas Corporais.
Resumo
Processos Realização de propostas de experimentação e criação relativos à prática corporal
Criativos em
14 aulas estudada, de forma a favorecer a autoria e o protagonismo dos(as) jovens.
Práticas
Corporais Atividades e Temas
1. Levantamento de repertório gestual dos(as) estudantes.
2. Pesquisa e criação autoral de gestos.
3. Propostas de criação com materiais alternativos.
4. Proposta de criação a partir de valores como cooperação, equidade e respei-
to às diferenças.
5. Sistematização dos processos criativos em produtos para apresentações na
escola e na comunidade.

Objetivos
 Elaborar projetos de intervenção com diferentes públicos da comunidade, sele-
cionando e mobilizando conhecimentos e recursos das Práticas Corporais, para
propor ações individuais e/ ou coletivas de mediação e intervenção sobre formas
de interação e de atuação social, artístico-cultural.
 Promover o olhar dos(as) estudantes para a esfera pública, a mediação e a in-
tervenção comunitária no campo das práticas corporais. O intuito é que os(as)
estudantes identifiquem uma necessidade da comunidade e de seus atores e
proponham atividades no campo das Práticas Corporais, como intervenções em
espaços de lazer, oferta de oficinas, materiais informativos e interativos para a
comunidade, entre outros.
 Elaborar projetos de continuidade de envolvimento em Práticas Corporais ao lon-
Mediação go da vida, desenvolvendo projetos pessoais ou produtivos, utilizando as Práticas
Sociocultural e
Empreendedo-
Corporais relacionadas à saúde.
rismo em
Práticas 12 aulas Resumo
Corporais
Proposição de intervenções na comunidade e de criação de soluções inovadoras
para a ampliação do acesso às Práticas Corporais na comunidade. Desenvolvimento
de protótipos e propostas de desenvolvimento das práticas corporais na sociedade.
Atividades e Temas
1. Levantamento de interesses e necessidades da comunidade.
2. Mapeamento do público-alvo da intervenção.
3. 3Pesquisa de projetos de intervenção, protótipos e produtos já existentes no
campo da prática corporal em foco.
4. Planejamento da intervenção.
5. Desenvolvimento da intervenção.
6. Avaliação da intervenção pelo(a) professor(a), estudantes e público-alvo da in-
tervenção.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 227


Ab
Práticas das Linguagens Artísticas:
Linguagens Artísticas Forma e Equilíbrio,
Conteúdo e Movimento
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Andreise Cristiane Sabadin
Matemática e suas Tecnologias
Andrieli Taísa Werle
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ane Eveline Gomes
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Carmen Maria Werlang
Ciência e Tecnologia
Cheila Denise Barth
Componentes Integradores
Eduardo Aparecido de Souza
Eliane Suffredini de Freitas
Helena Maria Chinato
Letícia Valesca Trevisan
Lucilene Américo de Castro
Lucilene Passoni
Márcia Oliveira e Duarte
Marli de Oliveira Santos
Meire Luiza da Silva Antonio Villa
Melissa Karla Koche da Silva
Rebeca Amorim
Roger Felipe Mariano da Silva
Selma Cristina da Silva Bueno de Oliveira
Silvano Baron
Sônia Coltro Pelisson

228 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RESUMO
Esta proposta de componente eletivo refere-se à função da Arte como ferramenta
de transformação social. O(A)estudante é desafiado(a) a representar reivindicações que
considera necessárias para uma transformação da sociedade, na perspectiva de pensar
as questões éticas, políticas e estéticas que envolvem a Arte hoje, por meio da fruição,
reflexão,pesquisa, criação, produção, expressão em artes visuais, dança, música e teatro.
Trata-se de investigar a materialidade, os elementos e signos das linguagens artísticas e
como expressam características de seu contexto político, social e cultural para desen-
volver processos de criação envolvendo temas que emergem do mundo contemporâneo,
entendendo que a criação em arte gera conhecimento.

Sugere-se o desenvolvimento de processos individuais ou coletivos, que partam


das vivências ou angústias dos(as) estudantes, significando,assim, todo processo de en-
sinar e aprender. Objetiva-se, no desenvolvimento deste componente eletivo: refletir so-
bre os aspectos éticos, políticos e estéticos da Arte e seu potencial transformador na
contemporaneidade; investigar materialidades, elementos compositivos e signos das lin-
guagens artísticas e como expressam características de seu contexto político, social e
cultural; aprofundar conhecimentos sobretemas contemporâneos e articular a Arte com
os demais componentes da área de Linguagens e com as demais áreas do conhecimento;
desenvolver a capacidade expressiva, despertando a curiosidade artístico- investigativa;
refletir sobre as possibilidades de relação entre a Arte, o mundo contemporâneo e a trans-
formação social; desenvolver práticas de criação visando ao equilíbrio entre a forma e o
conteúdo do trabalhoartístico; socializar produções artísticas autorais e compreender a
funçãoda arte e sua autoria como potenciais transformadores da realidade emsua relação
com a mediação sociocultural.

Neste sentido, o componente desdobra-se em quatro unidades: 1) Arte e Socieda-


de; 2) Pesquisa; 3) Processos de criação; 4) Compartilhar Artee conhecimento. Espera-se
que os(as) estudantes, ao desenvolverem processos de criação da linguagem artística de
seu interesse, aprofundemseus conhecimentos sobre os temas contemporâneos que lhes
desafiam. Pretende-se não só o reconhecimento do papel político da Arte, mas o reconhe-
cimento dos(as) estudantes como cidadãos e cidadãs, autores(as) de trabalhos artísticos
e da transformação da realidade em que vivem.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 229


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Refletir sobre os aspectos éticos, políticos e estéticos da Arte e seu potencial transfor-
mador na contemporaneidade.
 Investigar materialidades, elementos compositivos e signos das linguagens artísticas e
como expressam características de seu contexto político, social e cultural.
 Aprofundar conhecimentos sobre temas contemporâneos e articular a Arte com as de-
mais áreas do conhecimento.
 Desenvolver a capacidade expressiva, despertando a curiosidade artístico-investigativa.
 Refletir sobre as possibilidades de relação entre a Arte, o mundo contemporâneo e a
transformação social.
 Desenvolver práticas de criação, visando ao equilíbrio entre a forma e o conteúdo do
trabalho artístico.
 Socializar produções artísticas autorais e compreender a função da arte e sua autoria
como potenciais transformadores da realidade.

JUSTIFICATIVA
Na formação integral, a Arte tem papel fundamental, haja vista a abrangência de
suas dimensões: a criação, a crítica, a estesia, a expressão, a fruição e a reflexão (BRASIL,
2017). Para cumprir tal formação, especialmente na etapa do Ensino Médio, é necessário
que a Arte seja entendida para além de uma fonte de prazer estético. Segundo Schlichta
(2009), quando analisada em seu contexto, a Arte cumpre outras funções, por exemplo, a
humanização ou a conformação ao pensamento vigente. Sobretudo, a Arte é atividade cria-
dora, e é nos processos de criação que percebemos a dependência das faces recíprocas
e complementares do trabalho educativo, do como fazer (forma) o quê fazer (conteúdo).
Para Fischer (1977), “toda arte é condicionada pelo seu tempo e representa a humani-
dade em consonância com as ideias e aspirações, as necessidades e as esperanças de
uma situação histórica particular. Mas, ao mesmo tempo, a arte supera essa limitação e,
de dentro do momento histórico, cria também um momento de humanidade que promete
constância no desenvolvimento” (p. 17).
Nessa perspectiva, “a forma é a manifestação de um estado de equilíbrio alcançado
em um determinado momento. As características imanentes ao conteúdo são o movimen-
to e a transformação” (p. 143). Logo, entende- se que os processos e os estímulos que o
contato com a Arte concretiza, em sua forma e conteúdo, capacitam os(as) estudantes a
fruir, refletir, pesquisar, criar, produzir e expressar, percebendo-se autores(as) de sua pró-
pria história. As possibilidades e a ampliação dessas capacidades se dão pela mediação
cultural dos(as) profissionais da educação, como resultado de conhecimentos artísticos,

230 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


estéticos e políticos, potencializando a cultura como fator de desenvolvimento humano.
Ao aproximar o saber sensível ao inteligível, pretende-se a formação integral do ser huma-
no, envolvendo atitudes conscientes e sustentáveis diante dos desafios contemporâneos.
Oferecer situações de ensinar e aprender por meio das linguagens da Arte, representadas
pelo componente eletivo Práticas de Linguagens Artísticas: a linguagem como interação
e intervenção social, possibilita aos(às) estudantes que desenvolvam habilidades, valores
e atitudes necessários para que sejam capazes de significar os discursos e os valores vei-
culados nas produções, bem como de assumirem a autoria, produzindo e fazendo circular
seus conhecimentos, suas opiniões, seus pontos de vista, experiências e, principalmente,
desenvolvendo e aprimorando sua capacidade de comunicação, colaboração, criatividade,
resolução de problemas, curiosidade investigativa e o pensamento crítico.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


 São potencialmente curiosos(as), podendo demonstrar interesse na investigação de te-
mas contemporâneos e processos de criação em Arte.
 São seres afetivos que, explorando as habilidades artísticas, constroem uma vivência
baseada na integralidade do ser.
 Quando motivados(as) desejam aprender mais, construindo a autonomia e a ação de
interferir positivamente no contexto em que vivem.
 Desenvolvem o fazer artístico com temas que despertem a curiosidade investigativa.
 São dinâmicos(as) e, quando desafiados(as), incorporam a superação de desafios.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Ter abertura para mediar um componente em que o(a) estudante tem autonomia para
escolher a linguagem artística e o tema contemporâneo de seu interesse.
 Ter conhecimento para mediar a relação entre forma e conteúdo da Arte e dos temas
contemporâneos, apoiado nos diversos aspectos dos planos de estudos que coloca
o(a) jovem no centro do processo formativo.
 Ter compreensão de que o desenvolvimento da aprendizagem do estudante depende
do engajamento do(a) próprio(a), por meio da mediação colaborativa.
 Ser o(a) mediador(a) do processo educativo, oferecendo suporte pedagógico e afetivo
para que o(a) estudante se sinta motivado(a), desafiado(a) e aceito(a) nas suas par-
ticularidades.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 231


COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
3.Repertório Cultural. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
cais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4.Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,
matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e senti-
mentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

9.Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coope-


ração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10.Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
DA ÁREA DE LINGUAGENSE SUAS TECNOLOGIAS
Competência Específica 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e
práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e
produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias,
para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de expli-
cação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

Competência Específica 2: Compreender os processos identitários, conflitos e relações de


poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as diversidades, a plurali-
dade de ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios e valores assenta-
dos na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando a empatia, o diálogo,
a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

232 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


 Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos,
valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensí-
vel aos contextos de uso.

Competência Específica 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais)


para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e co-
letiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem
o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável, em âmbito local, regional e global.

Competência Específica 6: Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e


culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus co-
nhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções
autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de
saberes, identidades e culturas.

 Expressar-se e atuar em processos de criação autorais individuais e coletivos nas di-


ferentes linguagens artísticas (artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas
intersecções entre elas, recorrendo a referências estéticas e culturais, conhecimentos-
de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) eexperiências indi-
viduais e coletivas.
 Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política
e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, explora-
tória, de campo, experimental, etc.) em fontes confiáveis, informações sobre as Artes
e/ou bem como suas linguagens específicas, visando a fundamentar reflexões e hipó-
teses sobre a organização, o funcionamento e/ou os efeitos de sentido da semiose de
suas linguagens (imagens estáticas e em movimento/ artes visuais; organização dos
sons/música; linguagens corporais e do movimento/dança, e linguagem dramática/te-
atro), identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumenta-
ção, com o cuidado de citar as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando
apresentar conclusões com o uso de diferentes mídias.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 233


 Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza
artística, abordando os planos histórico, social,econômico, filosófico, político e/ou cul-
tural, em âmbito local, regional,nacional e/ou global, considerando dados e informações
disponíveis em diferentes mídias.

Processos Criativos
 Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão
crítica sobre obras musicais, dramáticas ou visuais, ampliando o repertório/domínio
pessoal sobre o funcionamento e os recursos das linguagens.
 Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais,
utilizando as diversas linguagens artísticas, em um ou mais campos de atuação social,
combatendo a estereotipia, o lugar-comum e o clichê.
 Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais rela-
cionados a temas e processos de natureza artística, envolvendo os planos histórico, social,
econômico, filosófico, político e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global.

Mediação e Intervenção Sociocultural


 Propor e testar estratégias de mediação e intervenção sociocultural e ambiental, sele-
cionando adequadamente elementos das diferentes linguagens artísticas.
 Propor e testar estratégias de mediação e intervenção artística para resolver problemas
de natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/
ou global, relacionados a todas as áreas do conhecimento.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Historiografia das linguagens artísticas.
 Questões emergentes e conceituais na Arte contemporânea.
 Estética como experiência sensível, política, ética nas relações entre subjetividades,
identidades, coletividades e diversidades.
 Arte e cidadania na relação com a diversidade.
 Pesquisa em artes visuais, dança, música e teatro.
 Poética artística pessoal, coletiva e autoral em artes visuais, dança, música e teatro.
 Fruição e ampliação de repertório artístico considerando as diversidades.
 materialidades das linguagens artísticas: artes visuais, dança, música e teatro.
 Processos compositivos e tecnologias das linguagens artísticas;
 autoria em arte visual, dança, música e teatro.
 Recursos sígnicos, considerando contextos de produção, circulação e recepção das ar-
tes visuais, dança, música e teatro.

234 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS
 Sugere-se que o(a) professor(a) apresente propostas já desenvolvidas por artistas con-
temporâneos locais.
 Parcerias com outras instituições como universidades e fundações culturais são bem-
-vindas.
 Parceria com artistas locais.
 A relação entre Arte e tecnologia pode favorecer o desenvolvimento de todas as etapas
do percurso, inclusive a socialização com espaços que extrapolam os muros da escola.
 A presença da comunidade escolar pode qualificar algumas etapas dos componentes.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


As estratégias metodológicas devem possibilitar ao(à) estudante vivenciar momen-
tos de fruição, reflexão, pesquisa, criação, produção e expressão em Arte. Sugere-se o
desenvolvimento de um planejamento integrado e o preparo atento das aulas para apoiar
os(as) estudantes a serem protagonistas. É importante que o(a) professor(a) especifique
para seus(suas) estudantes a especialidade da sua formação artística, mas se coloque
capaz de mediar processos de aprendizagem em qualquer linguagem artística, conside-
rando a possibilidade do hibridismode linguagens.
Quando optarem por desenvolver um processo de investigação, criação e produção
em Artes Visuais: contextualizar as obras por meio do estudo da História da Arte e dos
fundamentos da linguagem visual; propor visita virtual ou presencial a museus; explorar
as diversas ferramentas digitais e audiovisuais, como desenho digital, criação e edição de
vídeos; utilizar a pesquisa de fotografias que contam a história do município, utilizar progra-
mas de edição de imagens para tratar ou alterar com intencionalidade artística a imagem
original; realizar exposição digital e/ ou impressa de fotografias e outras produções em
artes visuais; trabalhar arte urbana e instalação, combinando várias linguagens como víde-
os, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e o universo virtual; desenvolver
princípios básicos e técnicas de desenho, com introdução aos elementos que o compõem
(ponto, linha, volume, cor, luz, sombra, etc.); trabalhar técnicas de ilustração, gravura, cola-
gem e demais produções em artes visuais em diferentes suportes e materiais.
Quando optarem por desenvolver um processo de investigação, criação e produção
em Dança: priorizar atividades que envolvam conhecimento do corpo e de suas capaci-
dades expressivas para expressar questões sociais e humanas; problematizar questões
multiculturais; promover o movimento expressivo trabalhando conceitos/contextos éticos
e estéticos pela vivência coletiva; proporcionar espaço para reflexão do corpo como para-
digma social.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 235


Quando optarem por desenvolver um processo de investigação, criação e produção
em Música: propor a investigação e troca acerca dos conhecimentos e vivências musicais;
possibilitar a audição, o conhecimento e a prática dos elementos constitutivos da música;
construir música a partir de paisagens sonoras; praticar música a partir de atividades lúdi-
cas e de integração coletiva; escutar diferentes estilos de músicas e, a partir delas, instigar
a curiosidade sobre a que cultura elas pertencem e traçar as suas características; favo-
recer a criatividade dos(as) alunos(as) por meio da música; experimentar música e suas
associações com as tecnologias; abordar a fisiologia da voz ou estrutura do instrumento;
apresentar noções de técnica (instrumental/vocal) e praticá-la; estudar, pesquisar e execu-
tar repertórios musicais variados, incluindo música popular brasileira; proporcionar diálogo
com músicos e musicistas convidados(as) da cidade, discussões acerca de temas como
composição e mercado musical; vivenciar práticas de conjunto integrando grupos vocais e
instrumentos; compor e improvisar arranjos simples; apresentar musicais dentro e fora do
ambiente escolar.
Quando optarem por desenvolver um processo de investigação, criação e produção
em Teatro: apresentar o teatro como expressão e comunicação, produção coletiva e cul-
tural; incorporar o estudo da linguagem do teatro: jogos teatrais, técnicas de voz, postura,
concentração e memorização, caracterização de personagens, uso do corpo nas represen-
tações, produção de radionovelas e curta-metragem; conhecer a História do Teatro, conhe-
cer teatrólogos conceituados, elaborar peças teatrais, encenar clássicos da literatura, criar
um musical, teatro de luz e sombra, monólogos e performances.
Em todas as linguagens artísticas, as metodologias adotadas devem favorecer a
abordagem de temas contemporâneos como: Problematização da formação cultural bra-
sileira; Juventudes, mídia e arte: o que os(as) jovens pensam e fazem com a arte que con-
somem; Relações entre celular, tecnologias, música e juventude; Arte e interculturalidade;
Sociedade da informação e do consumo; Respeito e valorização do idoso; Identidades e
sexualidade; Fotografia e redes sociais; Profissões do século XXI.

236 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS PEDAGÓGICOS
 Salas ambiente: materiais necessários para experimentação e processos de criação.
 Auditório: equipamentos de gravação, som e luz.
 Oficina de criação: materialidades das diversas linguagens.
 Biblioteca: material de pesquisa nas mais diversas fontes.
 Pátio da escola, praças públicas, universidades, teatros, fundações culturais entre ou-
tras parcerias.
 Laboratório de informática: computadores, notebooks, data show, lousa digital, caixa de
som, softwares, internet.
 Programas, software e outros: podcast, vídeos, Google Art Project, internet, editores de
imagens, programas de desenhos, Adobe Photoshop, Prezi, Powerpoint, etc.

AVALIAÇÃO
Toda avaliação deve se basear em critérios definidos nas organizações curriculares
vigentes e no planejamento anual do(a) professor(a) a serem apresentados com transpa-
rência e amplitude para todos(as) os(as) envolvidos(as) no processo de ensinar e aprender.
O possível hibridismo de linguagens deve ser favorecido pelo processo avaliativo. É fun-
damental que o(a) professor(a) perceba como os(as) estudantes estabelecem a relação
entre a forma e o conteúdo da Arte se apropriando dos conhecimentos adquiridos e os
transformando. A cada nova atividade de fruição, reflexão, pesquisa, criação, produção,
expressão, espera-se que os(as) estudantes aprofundem seus conhecimentos na elabora-
ção de conceitos mais complexos, assim como demonstrem as habilidades, os valores e
as atitudes desenvolvidos durante todo o processo. Nas atividades individuais, os(as) es-
tudantes desenvolvem sua própria trajetória de criação e autoria qualificando a percepção
do(a) professor(a) sobre os níveis de aprendizagem de cada um(a). Já nas atividades de
criação coletiva, é exercitada a capacidade de escuta e o trabalho em grupo, além da habi-
lidade de compartilhar informações. É uma excelente oportunidade tanto para que os(as)
estudantes aprendam com as potencialidades dos(as) colegas como para que colaborem
na superação de fragilidades.
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 237


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. São Paulo: Nova Versão, 2002. BARBOSA, A. M.
(org.). Inquietações e mudanças no ensino da Arte. SãoPaulo: Cortez, 2003.

BOAL, A. Jogos para atores e não-atores. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a base. Brasília: MEC/
CONSED/UNDIME, 2017.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Temas contemporâ-


neos transversais na BNCC: propostas de práticas de implementação 2019. Disponível
em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_
temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 04 nov. 2020.

FISCHER, E. A necessidade da arte. 6. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. FOGLIANO, F. Arte
e interação: linguagem e produção de significado. ARS. São Paulo, jun. 2015. v. 13. n.
25. p. 134-152. Disponível em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1678-53202015000100134&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 22 set. 2020.
MARQUES I. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.
REVERBEL, O. G. Jogos teatrais na escola: atividades globais de expressão.São Paulo: Sci-
pione, 1996.

SCHAFER, R. M. O ouvido pensante. São Paulo: Editora UNESP, 1991. SCHLICHTA, C. Arte
e educação: há um lugar para a arte no ensino médio? São Paulo: Aymará, 2009.

SOUZA, J. Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: EditoraSulina, 2009.

STRAZZACAPPA, M.; MORANDI, C. Entre a arte e a docência: a formação doartis-


ta da dança. Rio de Janeiro: Papirus, 2006.

238 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Refletir sobre os aspectos éticos, políticos e estéticos da Arte e seu potencial
transformador na contemporaneidade a partir da análise de produções artísti-
Arte e
Sociedade:
cas.
Ética,
Política e
6 aulas Resumo
Estética em Nesta unidade temática, o(a) estudante terá oportunidade de desenvolver uma
Arte
visão introdutória sobre os aspectos éticos, políticos e estéticos das linguagens
artísticas – artes visuais, dança, música e teatro e refletir sobre possíveis relações
entre Arte e sociedade.

Objetivos
 Investigar materialidades, elementos compositivos e signos da linguagem ar-
tística de interesse do(a) estudante ou grupo e como expressam característi-
cas de seu contexto político, social e cultural.
Pesquisa: Resumo
Pesquisa em 6 aulas
Arte Nesta unidade, pretende-se, após uma breve retomada dos conhecimentos adqui-
ridos no Ensino Fundamental sobre as linguagens da Arte - artes visuais, dança,
música e teatro -, desenvolver um aprofundamento da forma e do conteúdo da
linguagem artística, de preferência do(a) estudante ou de um coletivo, pesquisan-
do sobre sua materialidade, seus elementos compositivos e signos, além de como
estes expressam características de seu contexto político, social e cultural.
Objetivos
 Aprofundar conhecimentos sobre temas contemporâneos e articular a Arte às
demais áreas do conhecimento.
Resumo
Pesquisa:
Pesquisa 6 aulas Ao propor um debate entre os(as) estudantes sobre o mundo contemporâneo, su-
Temitica gere-se fazer um questionamento sobre quais aspectos da sociedade precisam
ser transformados. Após levantar vários temas, sugere-se pedir para que o(a) es-
tudante ou um coletivo escolha o tema que mais lhe instiga trabalhar artística e
socialmente. O tema escolhido será investigado, em suas diversas faces, durante
esta unidade.

Objetivos
 Desenvolver a capacidade expressiva, despertando a curiosidade artístico-in-
vestigativa.
Processos
de Criação: Resumo
6 aulas
Chuva de
Ideias Este momento é destinado ao(à) estudante ou ao coletivo perceberemvárias possibilida-
des de articulação entre a linguagem artística pesquisada e o tema escolhido, bem como
os processos de criação possíveis nesta relação. Pode se utilizar dos recursos das novas
tecnologias. Ainda nesta unidade, é preparada uma apresentação das ideias.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 239


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Refletir sobre as possibilidades de relação entre a Arte, o mundo contemporâ-
Processos de neo e a transformação social.
Criação:
Seminário
4 aulas Resumo
de Trocas
Nesta unidade, são apresentadas as ideias para uma banca a ser definida pela
turma, podendo, inclusive, envolver pessoas da comunidade no intuito de qualifi-
car as ideias após reflexão e debate coletivo.
Objetivos
 Desenvolver processos de criação visando ao equilíbrio entre a forma e o con-
Processos de teúdo do trabalho artístico.
Criação:
Práticas
8 aulas Resumo
de Criação
Durante esta unidade, são desenvolvidos os últimos processos de criação,
a prática da linguagem escolhida, até que sua forma e conteúdo estejam bem
resolvidos na composição.
Objetivos
 Socializar produções artísticas e compreender a função da arte e sua au-
toria como potenciais transformadores da realidade em que vivem os(as)
Compartilhar
Arte estudantes.
e Conheci-
mento: 4 aulas Resumo
Potencial
Transformador
Após socialização das produções artísticas e a partir das vivências do semestre,
da Arte os grupos são convidados a dialogar sobre a função da arte e sua autoria como
potenciais transformadoras da realidade em que vivem os(as) estudantes. Para
finalizar o percurso dessa eletiva, os(as) estudantes são convidados(as) a reali-
zar uma autoavaliação e uma avaliação do processo experienciado.

240 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Ab

Práticas em Libras
Carga horária: 40 horas por semestre Surdo, Libras e agora?

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Fabiane Ventura de Jesus
Matemática e suas Tecnologias
Juliana Silva de Jesus
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Lindsay Alessandra Ostrowski Propst
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Lucimar Ferreira de Novaes Alves
Ciência e Tecnologia
Componentes Integradores

RESUMO
Libras é fundamental para o desenvolvimento social e emocional, não apenas do(a)
deficiente auditivo(a), mas de todos(as) que fazem parte do seu convívio. Foi reconhecida
como meio de comunicação e expressão no Brasil, pela Lei nº 10.436/2002. A referida lei
legitima a Libras como idioma advindo das Comunidades Surdas Brasileiras. É uma forma
de comunicação e expressão, com estrutura gramatical própria. Apesar de ser reconhecida
como a língua materna dos(as) surdos(as), ainda não há o devido reconhecimento de sua
importância pela comunidade ouvinte e o interesse sobre esse meio de comunicação fica
restrito aos familiares das pessoas com surdez. Isso evidencia a necessidade de maior
reflexão no sentido de valorizar e aprimorar a Libras no ensino regular nas instituições de
ensino. Neste componente curricular eletivo, propõe-se ao(à) estudante identificar as di-
versas variações linguísticas, culturais e as pessoas que fazem parte de tais grupos. Este
componente será dividido em 4 partes: 1) Conhecimento histórico e cultural; 2) Reconheci-
mento desta comunidade e suas dificuldades; 3) Leis, profissão, práticas e 4) Culminância:
os(as) estudantes irão elaborar um trabalho em grupo que pode ser em forma de teatro,
diálogos, música, brincadeiras e dinâmicas relacionadas ao conteúdo.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 241


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Conhecer e usar a Libras em diferentes práticas de linguagem.
 Valorizar e reconhecer as variações linguísticas.
 Conscientizar-se sobre as diversidades e engajar-se pela valorização delas.
 Conhecer os principais sinais na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
 Reconhecer a importância da aquisição da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas inte-
rações, para uma sociedade mais justa e igualitária.
 Ter noções de Libras.
 Familiarizar-se com a cultura e identidade surda.
 Desenvolver a empatia pelo próximo.

JUSTIFICATIVA
“Eu nasci com a voz em minhas mãos”.

(Kathryn Lomer)

Ao ter noções de Libras, o(a) estudante pode: engajar-se pela acessibilidade e pela
inclusão de pessoas surdas, com acesso à informação para erradicar o preconceito com a
cultura e identidade surda,cultivando valores democráticos e inclusivos em seu processo
formativo; promover a possibilidade de pessoas surdas serem compreendidas e reconhe-
cidas como ativas na sociedade, nas buscas por seus objetivos; destacar-se profissio-
nalmente, pois será um diferencial em seu currículoprofissional, com a ampliação de suas
possibilidades de interação.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


Os(as) estudantes convidados(as) a cursar este componente têminteresse em:

 Diversidade cultural e linguística.


 Aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
 Compreender como atua o(a) profissional intérprete.
 Promover a acessibilidade.

242 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)
O(a) professor(a) precisa possuir ou estar aberto a desenvolver um conjunto de co-
nhecimentos, habilidades, valores e atitudes, com o intuito de promover o desenvolvimento
dos(as) estudantes em todas as suas dimensões: intelectual, física, social, emocional e
cultural. Além disso, especificamente precisa:

 Ter fluência em Libras; a ser comprovada em prova prática.


 Ser formado em Licenciatura Plena em Letras Libras e/ou Pedagogia em Educação Es-
pecial com habilitação em Deficiência Auditiva/DA, ou Pedagogia Educação Especial
com curso de pós-graduação em Libras, ou, ainda, bacharelado em Letras/Libras com
licenciaturas (nas áreas do conhecimento/componentes e/ou Pedagogia)
 Ter empatia e conhecimentos sobre a comunidade surda.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


4. Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Li-
bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
gens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, expe-
riências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

6. Trabalho e Projeto de Vida. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Competência Específica 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e
práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na
recepção e produção de discursos nos diferentescampos de atuação social e nas diversas
mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades
de explicaçãoe interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 243


 Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes lingua-
gens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.
 Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente dis-
cursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).
 Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a com-
preensão e a produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

Competências Específicas 2: Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder


que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de
ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentadosna democracia,
na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a re-
solução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

 Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos,


valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensí-
vel aos contextos de uso.
 Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais
e verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade
assentados na democracia e nos Direitos Humanos.

Competências Específicas 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais)


para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e co-
letiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem
o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável, em âmbito local, regional e global.

 Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens


(artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos,
para produzir sentidos em diferentes contextos.

Competências Específicas 4: Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histó-


rico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo
suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e co-
letivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.

 Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação


comunicativa, aos(às) interlocutores(as) e ao gênero do discurso, respeitando os usos
das línguas por esses(as) interlocutores(as) e sem preconceito linguístico.

244 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Investigar e analisar a organização, o funcionamento e/ou os efeitos de sentido de
enunciados e discursos materializados nas diversas línguas e linguagens (imagens es-
táticas e em movimento; música; linguagens corporais e do movimento, entre outras),
situando-os no contexto de um ou mais campos de atuação social e considerando da-
dos e informações disponíveis em diferentes mídias.
 Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afir-
mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores
universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e
sustentabilidade.

Processos Criativos
 Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão
crítica sobre obras ou eventos de diferentes práticas artísticas, culturais e/ou corporais,
ampliando o repertório/ domínio pessoal sobre o funcionamento e os recursos da(s)
língua(s) ou da(s) linguagem(ns).
 Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando
que alcancem os(as) interlocutores(as) pretendidos(as).

Mediação e Intervenção Sociocultural

 Identificar e explicar questões socioculturais e ambientais passíveis de mediação e in-


tervenção por meio de práticas de linguagem.
 Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do(a) outro(a), agindo
com empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a media-
ção e resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 245


OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Libras: constituição da língua, particularidades de seus sujeitos.
 Cultura surda e Libras.
 Processos de interação e socialização com falantes de Libras (que poderão ser convi-
dados para participar de aulas ou visitados(as) em instituições dedicadas à difusão do
conhecimento de Libras, da identidade e da cultura surda).
 Libras no mundo do trabalho.
 Procedimentos de investigação (curadoria de textos com critérios de qualidade) e gêne-
ros de apoio à compreensão (resumos, esquemas, resenhas) na construção de conhe-
cimentos sobre a profissão tradutor(a)-intérprete em Libras e sobre a literatura surda.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


Como forma de vivenciar as interações com Libras na própria escola, sugere-se
criar cartazes/placas de identificação com os sinais em Libras de locais como banheiro, bi-
blioteca, sala de informática. Procurar estabelecer parcerias com instituições, associações
e/ou pessoas surdas dispostas a falar sobre as adaptações de acessibilidade. Desenvolver
com ou para a comunidade um manual de Libras, como modo de difundir a cultura surda.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


O componente pode ser estruturado por meio de práticas nos diferentes campos de
atuação, articulando as habilidades dos eixos:
Práticas no campo de estudo e pesquisa, com: investigação e construção de sa-
beres sobre o idioma, a cultura surda, história dos surdos no Brasil, literatura e legislação;
planejamento de pesquisas bibliográficas e de campo, com realização de entrevistas com
surdos(as) da comunidade; livros e mídias em Libras sobre os(as) surdos(as) também po-
dem ser utilizados, se disponíveis.
Práticas no campo artístico-cultural, com curadoria de filmes, séries, documentá-
rios e vídeos produzidos por surdos(as) no YouTube; práticas de criação artística com te-
atro, poesias, interpretação de músicas em Libras; práticas no campo de atuação na vida
pública, com participação em eventos voltados aos direitos e à cultura dos(as) surdos(as),
com possibilidade dos(as) estudantes em comunidades de surdos(as), grupos de pesqui-
sas, projetos de instituições, conforme parcerias firmadas pela escola. Sugere- se que as
situações de aprendizagem sejam colaborativas, estimulem a curiosidade, a percepção e a
interação entre surdos(as) e ouvintes.

246 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
Entre outras possibilidades, destaca-se a importância de uso de recursos como:
 Smartphones e/ou computador.
 Acesso à internet.
 Livros.
 Sala de aula e auditório.
 Materiais de papelaria (como papel, tesoura, canetas hidrocor).
 Projetor ou TV com recursos para reproduzir mídias.
 Fichas com gravuras.
 Apostila, textos, imagens, material impresso e fotocopiado.
 Quadro-negro, vídeos, filmes.

AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas. A
avaliação dos componentes curriculares eletivos será processual, formativa e qualitativa.
Recomenda-se avaliação constante, com foco nos objetivos a serem alcançados,
na participação de cada aluno(a), no desenvolvimento das competências e habilidades
desenvolvidas por eles(as). A avaliação de aspectos conceituais poderá ser processu-
almente acompanhada por meio dos processos de investigação e de compartilhamentos
do conhecimento (exposição oral, seminário, debates). Para a avaliação das práticas em
Libras, sugere-se observar e intervir pelo constante empenho dos(as) estudantes na execu-
ção dos sinais, na progressiva fluência rítmica, na interação com os(as) colegas. Sugere-
-se, também, processos de autoavaliação, com a promoção de diálogos e reflexões acerca
da contribuição do componente para o projeto de vida do(a) aluno(a) e para a sociedade.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BRASIL. Decreto n. 5.626, de 22 de Dezembro de 2005. Regulamenta a Lei
n. 10.436, de 24 de Abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o
art. 18 da Lei n. 10.098, de 19 de Dezembro de 2000. Brasília, DF, dez. 2005. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm. Acesso em: 14 nov.
2020. NEIGRAMES, Wáquila Pereira; TIMBANE, Alexandro António. Revista de Estudos Acadê-
micos de Letras: discutindo metodologias de ensino de Libras como segunda língua no Ensino
superior. v. 11, n. 1. Cáceres: Unemat, 2018. 234 p.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 247


RAMOS, Clélia Regina. Revista Virtual de Cultura Surda e Diversidade: Libras como segunda
língua para ouvintes: uma proposta de inclusão. 4 ed. Disponível em: http://www.porsinal.pt/
index. php?ps=artigos&idt=artc&cat=23&idart=172. Acesso em: 14 nov. 2020.
MACEDO, Lino de. Benefícios da aprendizagem da língua de sinais para todos. 2012. Dispo-
nível em: https://diversa.org.br/artigos/beneficios-da- aprendizagem-da-lingua-de-sinais-para-
-todos/. Acesso em: 15 mai. 2019. GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa? São Paulo:
Parábola Editorial, 2010.
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2 ed. rev. Florianópolis: Ed. da
UFSC, 2009.
SÁ, Nilda Limeira de. Cultura, poder e educação de surdos. Existe uma cultura surda? São
Paulo: Paulinas, 2006.

OBSERVAÇÕES
Curadoria de títulos das professoras autoras para integrar os acervos escolares, como apoio ao
trabalho no componente (indicação de aquisiçãode livros para as escolas):
GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa? São Paulo: ParábolaEditorial, 2010.
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2ª ed. rev. Florianópolis: Ed. da
UFSC, 2009.
SÁ, Nilda Limeira de. Cultura, poder e educação de surdos. Existe uma cultura surda? São
Paulo: Paulinas, 2006.
Vídeos
CLÁSSICOS da Literatura em Libras/Português: O Alienista. 2 DVD. Conto de Machado de Assis.
Trad. para Libras por Alexandre Melendez eRoberta Almeida. vol. 6. São Paulo: Arara Azul, 2004.
COMO Enfrentar o Bullying sem Partir para a Briga. 1 vídeo (3min51s).Watchtower Bible and
Track Society of New York Inc.: EUA: 2013.
Publicado por JW.Org. Disponível em: https://www.jw.org/bzs/ensinos- biblicos/adolescentes/
animacoes-no-quadro-branco/enfrente-bullying-sem-briga/.
CRISÁLIDA. Curta nacional l Libras - Mostra de Cinema Infantil. 1 vídeo(17min18s). 21 fev. 2019.
Publicado por Filmesquevoam. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YFnSUNpo-
gqQ&t=6s. Acesso em: 14nov. 2020.

EP01 - Cade - Min e as Mãozinhas. 1 vídeo (8min25s). 26 set. 2018. Publicado por
Paulo Hnrique Rodrigues - Min e as Mãozinhas. Disponívelem: www.youtube.com/
watch?v=zNCczm3jzgo. Acesso em: 09 out. 2018.PRÁTICAS em Libras Surdo Libras
e Agora? 1 vídeo (1min44s). 23 out. 2020. Publicado por Práticas em Libras Santa
Catarina. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pK-rxNdmzI0&feature=-
youtu.be.

Outros vídeos disponíveis em Libras para crianças e adolescentes em:jw.org/bzs/.

248 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Investigar o idioma, seus usos. Desenvolver a curiosidade e a empatia, a von-
tade de aprender o idioma.
 Refletir sobre sua abrangência e relevância na vida dos(as) surdos(as).
 Relacionar esses conhecimentos com as possibilidades de contribuir para
Introdução à
uma sociedade mais inclusiva.
5 aulas
Libras
Resumo
Práticas de investigação, com construção colaborativa de conhecimentos sobre: a
surdez e as particularidades que ela traz para as interações dos(as) surdos(as); o que
é a Libras; o histórico da educação dos surdos no Brasil; cultura, identidade surda e
comunidade surda; legislação que trata da Libras e da inclusão.

Objetivos
 Refletir sobre a Libras no mundo do trabalho. Conhecer a profissão e as pos-
sibilidades de atuação: Onde atua? O que faz? Por que ser um(a) intérprete
de Libras? Quais os requisitos necessários? Média salarial. Oportunidade de
empregos e carreira, novas possibilidades trazidas com a produção e a difu-
são de conhecimentos pela internet. Aspectos éticos; aspectos de realização
Profissão
Intérprete
4 aulas pessoal e profissional). Entrevistar profissionais da área; participar de rodas
de conversa com eles(as).
Resumo
Práticas de investigação, com construção colaborativa de conhecimentos sobre
a profissão de tradutor(a) e de intérprete, além de diferentes aspectos de sua
atuação no mundo do trabalho.

Objetivos
 Conhecer e exercitar os cinco parâmetros da Libras.
Parâmetros da
5 aulas
Resumo
Libras
Aulas de compreensão conjunta, experimentação e exercício dos parâmetros da
Libras: configuração da mão, ponto ou local de articulação, movimento, orienta-
ção ou direcionalidade e introdução à expressão facial e corporal.

Objetivos
 Praticar o parâmetro expressão facial, em favor da percepção e da expressão
de sentimentos nos diferentes momentos.
Resumo
A comunicação humana pode ocorrer de diferentes formas. Nem sempre recor-
Expressio Não-
Manual (Facial)
2 aulas remos à linguagem verbal (seja ela falada ou sinalizada) para nos expressarmos.
Esse pode ser o caso quando duas pessoas não falam a mesma língua. Elas
vão ter de encontrar outra forma para se comunicar como apontar para objetos,
criar desenhos, usar gestos para tentar expressar suas ideias. Por meio delas,
podemos revelar emoções, sentimentos, intenções. No caso das línguas de si-
nais, as expressões faciais desempenham um papel fundamental e devem ser
estudadas detalhadamente.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 249


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Ampliar o repertório com os sinais e o vocabulário de Libras, usando-os em con-
textos significativos de interação, em situações diversas.
Resumo
Práticas de interação em Libras que permitam aos(às) estudantes ampliar repertó-
Práticas 12 aulas rio de vocabulário básico (cumprimentos, família, dias da semana, meses, números,
material escolar entre outros).
A gramática, na formação de frases simples contextualizadas. Simulações de situa-
ções cotidianas de interação em grupos de trabalho.
Quando possível, caso o(a) professor(a) da disciplina não seja surdo(a), convidar
um(a) surdo(a) da comunidade para participar de uma roda de conversa com os(as)
estudantes.
Objetivos
 Desenvolver expressões artísticas com o corpo, seus gestos e movimentos. Re-
alizar a construção de narrativas e/ou personagens. Criar cenas de teatro em
Teatro e Libras e/ou português.
Expressão 5 aulas
Corporal Resumo
Práticas no campo artístico-literário, com processos de sensibilização, experimenta-
ção de gestos e movimentos, e criação de uma expressão artística desenvolvendo a
corporeidade como na interação.

Objetivos
 Organizar formas criativas de compartilhar as produções realizadas, difundindo
o conhecimento produzido na comunidade escolar.
Culminân-
5 aulas Resumo
cia
Práticas de estudo, pesquisa e práticas no campo artístico-literário, com a difusão
do conhecimento construído em campanhas, cinedebates, mesas-redondas e ofici-
na de experimentação de Libras com valorização da produção discente e mobiliza-
ção de seu protagonismo na comunidade.

250 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Ab
Práticas de Linguagem no De Olho no Mundo:
Campo Jornalístico-Midiático Práticas Contemporâneas
com a Informação e a Opinião
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Anna Karine Plautz Linguagens e suas Tecnologias
Graziela Amancio da Silva Kubiak Matemática e suas Tecnologias
Jezebel Batista Lopes Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Karin Regina de Bem Pereira Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Larisa de Fátima Bonadeo Tumeler Ciência e Tecnologia
Paulo Sérgio da Silva Componentes Integradores
Rafaela Cristina Maroli Meireles da Silva
Zaira da Silva Cardoso

RESUMO
O componente curricular permite que os(as) jovens ampliem o desenvolvimento de
habilidades de leitura, reflexão e produção textual, em práticas com textos dos gêneros
jornalísticos, considerando o papel das novas tecnologias e das mídias na produção con-
temporânea da informação e da opinião. Os(as) discentes poderão trabalhar colaborativa-
mente, coma mediação docente, o aprofundamento da compreensão de como informa-
ção é produzida e difundida, o papel das mídias interativas, desenvolvendo o pensamento
crítico, a autonomia, praticando a autoconfiança e tendo o protagonismo em relação ao
próprio aprendizado.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 251


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Construir colaborativamente pautas jornalísticas.
 Fazer curadoria de textos jornalísticos de temas de interesse e de relevância social.
 Investigar temas e registrá-los.
 Formular opiniões e argumentos acerca dos temas.
 Investigar e conhecer formas do jornalismo contemporâneo
 Apurar a veracidade dos fatos e identificar as fake news.
 Discutir o que é pós-verdade e seus efeitos.
 Trabalhar com métodos colaborativos de produção de conteúdo.
 Comentar e produzir notícias, reportagens, artigos de opinião, etc.
 Levantar e coletar dados.
 Desenvolver expressão oral fluente em situações formais e informais (variantes linguísticas).
 Construir discurso próprio, mostrando seu estilo com objetividade, fluência e clareza.
 Reconhecer, compreender e organizar informações dos diferentes textos do campo jor-
nalístico-midiático de modo a organizar os sistemas coerentes da informação.
 Ampliar, progressivamente, o conjunto de conhecimentos discursivos, semânticos e
gramaticais envolvidos na construção de sentidos de textos.
 Participar de eventos da esfera jornalística.

JUSTIFICATIVA
As novas tecnologias trouxeram, nos últimos anos, transformações profundas na
prática do jornalismo. Entre elas, consolidou-se o jornalismo digital, que colocou em crise
os modelos de práticas e rotinas de trabalho e gerou novos requisitos, conhecimentos e
habilidades para quem pratica jornalismo em sites. Para quem consome a informação e a
opinião, fenômenos como fake news e pós-verdade exigem novos letramentos.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


 Gostam de ler, se informar e querer aprender como se faz o jornalismo.
 Querem desenvolver a leitura, a oralidade e a escrita.
 Querem trabalhar em equipe.
 Têm desejo e versatilidade para lidar com as novas mídias.
 Querer aprimorar práticas de levantar, organizar e apresentar informações ao público,
de forma crítica e ética.

252 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPROMETIMENTO DO(S) PROFESSOR(S)
 Gostar, saber e querer ensinar, por meio de práticas significativas, com gêneros textuais
jornalísticos.
 Gostar de se informar, debater perspectivas e narrativas sobre os acontecimentos; pro-
mover pluralidade de ideias e pontos de vista.
 Saber ou querer aprender a utilizar recursos digitais com internet, como apoio para a
pesquisa, para a realização de atividades discentes, para a comunicação com os(as)
alunos(as) e dos(as) alunos(as) entre si, para a integração entre grupos dentro e fora
da turma, para publicação de páginas web, blogs, vídeos, para a participação em redes
sociais, entre outras possibilidades.
 Saber dar centralidade aos(às) estudantes, que devem fazer parte de todo o processo
de ensino-aprendizagem, participando ativamente das práticas educativas, para cons-
truírem os conhecimentos.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

4.Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Li-
bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
gens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, expe-
riências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

5.Cultura Digital. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as di-


mensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produ-
zir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos
campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 253


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práti-
cas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e
produção de discursos, nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para
ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

 Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferen-


tes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais
e coletivos.

Competência Específica 2: Compreender os processos identitários, conflitos e relações de po-


der que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as diversidades, a pluralidade de
ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na
democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando a empatia, o diálogo, a resolu-
ção de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

 Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes


nos discursos veiculados nas diferentes mídias como forma de ampliar suas possibili-
dades de explicação e interpretação crítica da realidade.
 Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os impactos das novas tecnologias
digitais de informação e comunicação, e da Web 2.0 no campo, e as condições que fazem
da informação uma mercadoria e da checagem de informação uma prática (e um serviço)
essencial, adotando atitude analítica e crítica diante dos textos jornalísticos.
 Analisar o fenômeno da pós-verdade – discutindo as condições e os mecanismos de
disseminação de fake news e também exemplos, causas e consequências desse fenô-
meno e da prevalência de crenças e opiniões sobre fatos –, de forma a adotar atitude
crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma postura flexível que permita rever
crenças e opiniões quando fatos apurados as contradisserem.

254 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Competência Específica 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para
exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de
forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e
promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em
âmbito local, regional e global.

 Compreender e posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presen-


tes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de pro-
dução e de circulação.
 Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e
opiniões manifestados, para negociar e sustentar posições, formular propostas, e inter-
vir e tomar decisões democraticamente sustentadas, que levem em conta o bem co-
mum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global.

Competência Específica 7: Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando


as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de pro-
duzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos
campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

 Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) na for-


mação do sujeito e em suas práticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em
práticas de seleção, compreensão e produção de discursos em ambiente digital.
 Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção
coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.
 Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos.
 Usar procedimentos de checagem de fatos noticiados e fotos publicadas (verificar/
avaliar veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, formatação; comparar
diferentes fontes; consultar ferramentas e siĒes checadores, etc.), de forma a combater
a proliferação de notícias falsas (fake news).

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 255


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,
atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando oapoio de tecnologias digitais.
 Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de
afirmações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valo-
res universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedadee
sustentabilidade.

Mediação e Intervenção Sociocultural


 Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e a resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Processos de apreciação (leitura e análise).
 Discussão (oralidade).
 Produção textual (definição de contexto de produção e circulação, planejamento, textu-
alização, revisão e reescrita).
 Gêneros da esfera jornalística-midiática (debate regrado; entrevista; relatos; editorial;
crônicas regionais e locais; charges; fake news; reportagens; artigos de opinião; notí-
cias; gráficos: informação na forma de sinais, desenhos, figuras, signos; resenhas e crí-
ticas; colunas; cartas do leitor).
 Análise de valores e de ideologias nos discursos que circulam na esfera jornalística.
 Gêneros dos novos letramentos e dos multiletramentos (blog; tweets; mensagens ins-
tantâneas; memes; gifs; vlogs).
 Análise de recursos linguísticos e semióticos e de como concorrem para efeitos de
sentidos: efeitos de objetividade, simplicidade, imparcialidade, etc.
 Análise de mecanismos de modalização.
 Processos de investigação de temas, apuração de fatos e opiniões;

 Processos de curadoria e checagem de informação.

256 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


ADAPTAÇÕES AOS CONTEXTOS LOCAIS
Promover nos(as) estudantes as práticas de curadoria, leitura e discussãode textos
verbais e multimodais, do jornalismo local e regional. As análises linguísticas devem pau-
tar-se em textos verbais e não-verbais (mídias digitais) de interesse dos(as) estudantes em
diálogo com as culturas juvenis.
Considerando a realidade local de cada escola, atividades que não são possíveis
de serem realizadas por meio tecnológicos poderão ser adaptadas para material impresso.
Sugere-se, também, parcerias com telecentros, bibliotecas públicas, casas de cultura, equi-
pamentos públicos, nos quais os(as) estudantes possam usar a internet para as atividades.
Quanto ao foco das informações, é necessário destacar a importância de se tra-
balhar também com informações do contexto local para as produções, por exemplo, as-
pectos culturais. Engajar-se com a realidade local, no intuito de aproveitar as plataformas
digitais como podcasts, reportagens multimidiáticas, entrevistas, entre outras, para con-
tar histórias e informações da comunidade, considerando interesses sociais.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


O(a) professor(a) deve possibilitar e organizar as atividades em abordagem metodo-
lógica que dê centralidade ao fazer dos(as) estudantes, na construção de competências e ha-
bilidades necessárias para que sejam capazes de significar os discursos e valores veiculados
nas produções das diferentes linguagens, em apreciação crítica, bem como de assumirem a
autoria, fazendo circular seus conhecimentos, opiniões, pontos de vista, experiências.
Essa centralidade do(a) estudante passa pelas escolhas do que ensinar. O(a) profes-
sor(a) precisa escolher textos e gêneros que dialoguem com os interesses dos(as) estudantes.
Ela também exige rotinas, como criar situações regulares de leituras de periódicos (jornalismo
televisivo, radiofônico e sites noticiosos), possibilitando que os(as) estudantes vivenciem com-
portamentos típicos do leitor/receptor, a saber:

 Propiciar situações em que os(as) alunos(as) vivenciem os papéis dos variados agentes da
esfera – comentar e produzir notícias, reportagens, artigos de opinião, etc., colocar-se no lu-
gar do(a) editor(a), desde o momento de escolha de pauta até o fechamento do jornal, do(a)
publicitário(a), etc. – para que compreendam as condições em que os textos jornalísticos
são produzidos, os interesses que circulam na esfera e possam lidar crítica e responsavel-
mente com a informação e a opinião.
 Cuidar da ampliação de repertórios, com atividades que envolvam diferentes gêneros
da esfera jornalística – notícia, artigo de opinião, editorial, charge, carta de leitor, crôni-
ca, etc. – de maneira que a compreensão de suas características e elementos possam
contribuir com o desenvolvimento de sua competência leitora e escritora.
 Garantir que a voz do(a) estudante seja importante na discussão de temas próprios da
esfera, como o papel da imprensa nas sociedades democráticas, ética no jornalismo,
jornalismo digital X jornalismo online: o que se ganha e o que se perde, etc.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 257


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
 Espaços: sala de aula; auditório; biblioteca; entorno da escola (casas, estabelecimentos
comerciais, locais no bairro para investigação e divulgação de notícias).
 Equipamentos: projetor; caixa de som; computadores com processadores de texto;
smartphones.
 Materiais de uso comum: papel; tesoura; canetas; caderno; impressões.
 Recursos digitais: Google App; Canva; ferramentas de edição de vídeos, imagens, sons, tex-
tos; internet; redes sociais; lousa digital; livro digital; curadoria de sites ligados ao jornalismo.
 Recursos impressos: livros didáticos; jornais impressos; revistas.

AVALIAÇÃO
O processo avaliativo compreende todo o trabalho desenvolvido e acontece de ma-
neira contínua, durante o processo de aprendizagem. Avaliação processual, formativa e
qualitativa. Participação, criatividade e elaboração das atividades.
Sugere-se que o(a) professor(a) realize observações, faça intervenções, dê feedba-
cks individuais e coletivos. A autoavaliação também pode ser promovida, com momento
de escuta dos(as) estudantes sobre seus processos de aprendizagem e organização das
produções em um portfólio digital. A avaliação final do semestre letivo deste componente
será realizada por meio de um Parecer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas
pela SED e enviadas para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BRASIL, Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní-
sio Teixeira. Matriz de Referência para oENEM. Brasília: INEP/MEC 2009.
BRASIL. Referenciais curriculares para a elaboração de Itinerários Formativos. Dis-
ponível em: http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/DCEIF.pdf.
Acesso em: 14 nov. 2019.
______. Base Nacional Comum Curricular Ensino Médio. [Brasília]: MEC,2019.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. P. Bezerra. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
______. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. M. Lahud e Y. F. Vieira.São Paulo: Hucitec, 1988.
DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. Roxane Rojo e Glaís Sales
Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e
funcionalidade. In: Gêneros textuais & Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 19-38.
SANTA CATARINA, Secretaria do Estado de. Orientação para Planos de Aula (OPA): Lingua-
gens – 1º ano 1º bimestre 2017.

258 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Ampliar os conhecimentos sobre a esfera jornalística. Compreender os interesses
que a movem. Aprimorar as capacidades de leitura em textos de gêneros jornalís-
ticos. Compartilhar leituras, elaborando a apreciação pela fala, aprimorando a orali-
dade. Formar-se como leitores habituais. Refletir sobre temas diversos, analisando
criticamente o tratamento dos fatos pelo jornalismo.
Resumo
O jornal é um veículo de informação e formador de opinião. Considerando o interes-
se dos(as) jovens, essa unidade temática busca a imersão e a exploração na esfera
jornalística, pela leitura, escuta e análise de textos que circulam nela, realizando uma
análise compartilhada de versões digitais de jornais, leitura compartilhada de man-
chetes e textos do gênero notícia; e refletindo sobre a escolha lexical e a valoração
Esfera
Jornalística
8 aulas implícita nos textos. A leitura de textos jornalísticos é fundamental para trazer ao(à)
estudante elementos para compreender a realidade em que vive, como cidadãos
e cidadãs críticos(as); afinal, esse tipo de discurso permite o contato com diferen-
tes posicionamentos e ideologias, o que agrega muito ao desenvolvimento social
dos(as) alunos.
Sugestão de Etapas
1. Nós e a esfera jornalística: Como nos informamos e formamos nossa opinião?
2. 2O jornalismo na nossa época: o papel das tecnologias e os fenômenos da
pós-verdade e da fake news.
3. Exploração de diferentes veículos, análise de pautas e coberturas.
4. Mídias sociais e jornalismo independente.
5. Ciclo de investigação, debates e seminário sobre o jornalismo.
Objetivos
 Analisar de maneira crítica a fidedignidade das informações coletadas nos meios
digitais. Entender as nuances da desinformação, explorando as causas e as conse-
quências do fenômeno contemporâneo da poluição informacional.
Resumo
Os(as) jovens poderão aprofundar a análise dos interesses que movem o campo
jornalístico-midiático, com a prática da leitura cuidadosa e reflexiva, interrogando a
informação em vez de simplesmente consumi-la; avaliando o propósito e a qua-
lidade da informação produzida e utilizando mecanismos básicos de checagem.
A Ética na Eles(as) também poderão refletir sobre seu papel no combate à desinformação; as
Esfera 6 aulas relações entre informação e opinião, com destaque para o fenômeno da pós-verda-
Jornalística
de, consolidando o desenvolvimento de habilidades críticas de leitura, na curadoria
de boas informações.
Sugestões de Etapas
1. Fake news (características de conteúdo temático, composição e estilo).
2. Levantamento e coleta de dados.
3. Análise crítica das informações: verificação de informação e sua veracida-
de, análise de fontes e uso de ferramentas de checagem de notícias.
4. Escolha e discussão de boas notícias, reportagens, entrevistas, artigos de
opinião, conforme temas de interesse dos(as) jovens.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 259


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Produzir textos de diferentes gêneros jornalísticos digitais, jornalismo de divul-
gação científica, discussão de temas e questões contemporâneas locais e glo-
bais; e divulgar no ambiente virtual de compartilhamento de conteúdo.
Resumo
Umas das funções da produção e da divulgação de conteúdo digital é possibilitar
que os(as) discentes vivenciem processos colaborativos de apuração de fatos ti-
dos como de relevância social por meio de coberturas diretas, entrevistas, levan-
tamentos de dados e afins, e do tratamento e da divulgação de informações sobre
esses fatos, utilizando ferramentas de escrita colaborativa e de curadoria e agre-
Produção de gadores de conteúdo. Além disso, considerar produções que envolvam diferentes
Conteúdo mídias, de forma que os(as) jovens possam manipular editores de texto, foto, áu-
Jornalístico 16 aulas
para Ambiente dio, vídeo, infográfico e de outros tipos, e explorar elementos e características das
Digital diferentes linguagens envolvidas e os efeitos de sentido que podem provocar de
forma a poder ampliar as possibilidades de análise e concretização de diferentes
projetos enunciativos, envolvendo a divulgação de relato de fatos ou a atitude res-
ponsiva em relação aos relatos e às opiniões em circulação.
Sugestões de Etapas
1. Discussão e definição de pautas, com assuntos que os(as)
2. estudantes considerem relevantes.
3. Produção de textos com gêneros do jornalismo (entrevistas, notícias, reporta-
gem multimidiática, podcasĒ, vlog opinativo), com o uso de diferentes lingua-
gens (foto, áudio, vídeo, infográfico) para circulação em contexto digital.
4. Revisão e reescrita dos textos.
Objetivos
 Organizar ambiente digital de compartilhamento de conteúdo, com notícias da es-
cola, da comunidade, do país e do mundo. Dar protagonismo aos(às) estudantes
na escolha dos meios de comunicação (redes sociais, blog, padlet, etc.) na curado-
ria e/ ou produção dos conteúdos. Aprofundar conhecimentos sobre os gêneros
digitais e usá-los na difusão da informação de qualidade, de modo rápido e que
instigue o(a) leitor(a) a terminar a leitura. Experimentar recursos de design (tipos de
fontes, combinação de cores, combinação com imagens, criação de identidade
visual), “colocando a mão na massa”, na construção colaborativa de ambientes
digitais que favoreçam a circulação criativa da informação.
Resumo
Organizando Uso de ferramentas digitais e experimentação de processos de edição para a com-
um Ambiente posição de ambientes digitais em que os textos produzidos na etapa anterior e
Digital para 10 aulas
Compartilhar
outros possam ser publicados como hipertextos. Oficinas de experimentação e
Conteúdos criação com ferramentas de edição e de design (Canva, por exemplo). Organiza-
ção do ambiente digital, com layout e organização dos conteúdos, de modo que o
leitor se sinta mobilizado a ler.
Sugestão de Etapas
1. Exploração de ambientes digitais de notícias (portais, blogs, páginas de redes
sociais). Análise de aspectos éticos e estéticos (cores, tipos de imagens, orga-
nização de conteúdos, pesos das e tipos de fontes).
2. Escolha de ambientes digitais, com discussão de cuidados éticos e legais.
3. Oficinas de design na produção de layout, identidade visual, com ferramentas
de design digital (Canva, por exemplo).
4. Culminância da eletiva, com a divulgação do ambiente digital de notícias na
comunidade escolar.

260 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Ab
Práticas de Linguagens e LIIS - Linguagem: Interação
Intervenção Sociocultural e Intervenção Sociocultural
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Cristiane Bina Cardoso
Matemática e suas Tecnologias
Elisa Schoenhals Sehnem
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Fabiane Brixner Kessler
Ines de Fátima Alves Gonçalves Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Ivana Jakubiu Ciência e Tecnologia
Juliano Alexandre de Oliveira Componentes Integradores
Kátia Andréia Bruxel
Lisane Maria Rambo Werlang
Lucelia Fatima Nardi dos Santos
Luizane Schneider
Márcia Aparecida Tortora
Marília Claudino Rocha
Marli Roewer
Nayara Maximiano Pereira Hellmann

RESUMO
O componente propõe que os(as) estudantes investiguem suas realidades, para
diagnosticar e intervir em problemas ambientais e sociais de seus contextos por meio de
práticas linguísticas apropriadas. Para tanto, desafia-se a percepção e a participação do (a)
estudante para compreender diferentes pontos de vista em relação à sua realidade, bem
como a dialogar com ela e provocar mudanças intencionais, com uso de gêneros textuais
do campo de atuação na vida pública. Assim, o processo resultará em práticas conscien-
tes, reflexivas, com capacidade de escuta da comunidade local, ampliação de conhecimen-
tos por meio de instrumentos de pesquisa e análise de dados, discussão, com desenvolvi-
mento da oralidade, enfrentamento de problemas, planejamentoe execução de projetos de
intervenção sociocultural.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 261


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Observar criticamente a realidade imediata e identificar possibilidades de transformá-la.
 Fazer escuta da comunidade em relação aos problemas/situações/temas, com uso de
gêneros adequados para isso (entrevista, enquete, etc.).
 Analisar os dados colhidos para contemplar a perspectiva da comunidade em projeto
de intervenção.
 Investigar aspectos legais e outras fontes de conhecimento para apoiar a construção
da intervenção.
 Debater o problema/situação/tema considerando diferentes perspectivas.
 Decidir formas de intervir, com uso de gêneros do campo de atuação na vida pública
(carta aberta, podcast, campanha de esclarecimento, abaixo-assinado, petição online)
ou de outros campos, com essa contextualização (reportagem multimidiática, manifes-
tações artísticas, artigo de opinião).
 Escrever coletivamente projetos de intervenção.
 Aprofundar ou construir conhecimentos sobre os gêneros escolhidos.
 Participar de processos de produção textual.
 Intervir, usando formas e gêneros planejados.
 Desenvolver a oralidade em processos de divulgação do conhecimento, em práticas
do campo de estudos e pesquisa (apresentação multimidiática, com uso, por exemplo,
de slides com animação e locução, podcasts, etc.; apresentação em banca; mostra do
conhecimento).

JUSTIFICATIVA
É consenso entre os(as) especialistas em Educação e os(as) que preconizam os do-
cumentos oficiais que este século exige mudança no processo de formação de nossos(as)
estudantes. A Educação Básica de Santa Catarina, visando desenvolver as competências
e habilidades para uma formação integral “referenciada numa concepção multidimensio-
nal de sujeito” (SANTA CATARINA, p. 20, 2014), apresenta o componente curricular como
espaço para que o(a) estudante da Educação Básica se engaje em aulas mais práticas e
momentos de interação, a fim de que possa ter um papel ativo na construção de seu co-
nhecimento. No trabalho com as linguagens, há de se intensificar práticas em que o sujeito
se centre como protagonista nas diversificadas atividades socioculturais. Nesse sentido,
o componente curricular Linguagem: Interação e Intervenção Sociocultural se apresenta
como uma iniciativa para que os(as) estudantes, por meio das linguagens, conheçam e in-
terajam no contexto em que estão inseridos(as). O espaço escolar se coloca como local de
escuta dos(as) ovens, seus valores, ideais, práticas culturais e projetos de vida que deverão
ser objetos de investigação, a fim de levar os(as) estudantes a serem agentes transforma-
dores, “tendo como horizonte uma sociedade democrática, justa e inclusiva, bem como a
formação de sujeitos autônomos e emancipados” (SANTA CATARINA, 2014, p. 117).

262 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
 Têm interesse em melhorar seu repertório argumentativo para sua vivência cidadã e
acadêmica.
 Buscam ser cidadãos e cidadãs participativos(as) e provocadores(as) de mudança social.
 Desenvolvem e aperfeiçoam suas práticas linguísticas, tanto de forma oral quanto escri-
ta, para exercício do protagonismo.
 Despertam seu espírito pesquisador, observador social e agente de mudança.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Possuir articulação para mediar um componente curricular organizado como práticas
de mediação e intervenção sociocultural, de modo que os(as) estudantes possam: ser
protagonistas, trabalhar com autonomia e tomar decisões relevantes para sua forma-
ção integral.
 Ter conhecimento acerca de conteúdos referentes aos processos argumentativos e de
gêneros textuais, sobretudo do campo de atuação na vida pública.
 Ter habilidade para mediar esses processos de intervenção, como foco no uso adequa-
do das linguagens para provocar transformação.
 Ser um(a) pesquisador(a), estar sempre em busca de novas aprendizagens.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

4. Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Li-
bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
gens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, expe-
riências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, res-


ponsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 263


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e
práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e
produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias,
para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de expli-
cação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

 Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferen-


tes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais
e coletivos.
 Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre, etc.),
agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fóruns
de discussão, etc., exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo de fala,
posicionando-se de forma fundamentada, respeitosa e ética diante da apresentação de
propostas e defesas de opiniões, usando estratégias linguísticas típicas de negociação
e de apoio e/ou de consideração do discurso do outro (como solicitar esclarecimento,
detalhamento, fazer referência direta ou retomar a fala do outro, parafraseando-a para
endossá-la, enfatizá- la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas al-
ternativas e reformulando seu posicionamento, quando for caso, com vistas ao enten-
dimento e ao bem comum.
 Engajar-se na busca de solução para problemas que envolvam a coletividade, denun-
ciando o desrespeito a direitos, organizando e/ ou participando de discussões, campa-
nhas e debates, produzindo textos reivindicatórios, normativos, entre outras possibilida-
des, como forma de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela
ética da responsabilidade, pelo consumo consciente e pela consciência socioambiental.

264 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Mediação e Intervenção Sociocultural
 Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de
decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
 Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.
 Participar ativamente da proposição, implementação e avaliação de solução para pro-
blemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional, nacional e/ou global,
corresponsabilizando-se pela realização de ações e projetos voltados ao bem comum.
 Identificar e explicar questões socioculturais e ambientais passíveis de mediação e in-
tervenção por meio de práticas de linguagem.
 Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos das práticas de lin-
guagem para propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre
formas de interação e de atuação social, artístico-cultural ou ambiental, visando cola-
borar para o convívio democrático e republicano com a diversidade humana e para o
cuidado com o meio ambiente.
 Propor e testar estratégias de mediação e intervenção sociocultural e ambiental, sele-
cionando adequadamente elementos das diferentes linguagens.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Práticas de linguagem com gêneros multimidiáticos.
 Gêneros e práticas no campo de atuação na vida pública.
 Ações artísticas e culturais como intervenções individuais ou coletivas.
 Direitos, democracia, participação cidadã e política.
 Leis e projetos públicos que permeiam a comunidade local.
 Projetos de intervenção.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 265


ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS
No caso de falta de acesso à internet, sugerem-se parcerias com instituições públi-
cas e/ou privadas para que os(as) estudantes possam realizar as atividades, bem como a
consideração do que pode ser trabalhado por meio de recursos impressos.
Garantir aos(às) educandos(as) o levantamento e diagnóstico de quais problemas
de seu contexto, conforme as particularidades da localidade, merecem intervenção: terre-
nos baldios, mobilidade, lixo nas ruas e rios, arborização da escola e cidade, entre outros.
Ademais, considerar possibilidades de intervenções de cunho social como: implementa-
ção de bibliotecas ambulantes, campanhas solidárias ou para conquistas de direitos.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


As atividades devem se estruturar, na metodologia ativa, na resolução de problemas
e em processos de colaboração, na investigação, na análise e na busca conjunta de formas
de solução, com usos de práticas de linguagem próprias para isso, como:

 Aplicação de formulários de pesquisas por meio do Google Classroom.


 Apresentação dos resultados oriundos de pesquisas, pelos quais há a identificação e a ela-
boração de listagens de problemas encontrados na comunidade escolar, a fim de buscar
soluções, por meio de estudos e de ações concretas dentro da escola e fora dela.
 Criação de um mural de curiosidades sobre os problemas abordados.
 Tertúlia dialógica.
 Debates orientados.
 Pesquisas individuais e em grupo.
 Apresentação de filmes, séries, músicas, obras plásticas, obras literárias que ampliem a
compreensão do problema em questão.
 Produções de campanhas publicitárias para explanação, conscientização e que incen-
tivem a mudança de comportamento social da comunidade escolar e da sociedade da
qual fazem parte.
 Produções de cartas abertas ao poder público local, no intuito de pedir apoio para trans-
formar realidades que merecem um olhar diferenciado e a intervenção para modificar o
contexto social vivido.
 Participação dos(as) estudantes com elaboração de projetos de lei para a Câmara de
Vereadores, além de incentivo à participação em variados programas, como: Jovem
Senador, Parlamento Jovem, Câmara Jovem, no intuito de sanar os problemas detec-
tados na escola e comunidade.

266 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
Entre outras possibilidades, destaca-se a importância de uso de recursos como:
 Sala ambiente.
 Biblioteca.
 Espaços de convivência.
 Auditório.
 Espaços e demais recursos em parceria com a comunidade escolar.
 Sala informatizada.
 Aparelho de multimídia.
 Câmera fotográfica.
 Aparelhos celulares.
 Material de apoio.
 Computadores desktop e/ou notebooks com internet.

AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.
A avaliação se dará durante todo o percurso, com observação compartilhada dos(as) profes-
sores(as) durante os processos discentes, acompanhamento de diários de bordo, registros
coletivos de autoavaliação e outros instrumentos que foquem a motivação, a participação e a
colaboração dos(as) estudantes, com foco no desenvolvimento das aprendizagens indicadas.
Trata-se de avaliação processual e formativa, com devolutivas ao longo de todo o componente,
com reflexão e significação dos resultados, produtos e culminâncias, considerando as habilida-
des e as competências em expectativa e os objetivos de aprendizagem.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base.Brasília, MEC/CON-
SED/UNDIME, 2017.
SANTA CATARINA, Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação.Caderno
2 - Princípios de Educação Integral, [s. l.], [s. d.]. Disponível em: https://drive.goo-
gle.com/file/d/0Bwf0CaczNJj7eTlkc2QzVUk3REE/view. Acesso em: 14 nov. 2020.
SANTA CATARINA, Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Caderno 4 -
Avaliação da Aprendizagem. Estado de Santa Catarina: Secretaria de Estado da Educa-
ção, 2017.
SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na educação
básica. Estado de Santa Catarina: Secretaria deEstado da Educação, 2014.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14
ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 21-23

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 267


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Mobilizar os(as) estudantes a interagirem criticamente com a realidade que
os(as) circundam, diagnosticando as fragilidades encontradas no ambiente es-
colar e no seu entorno, e intervir de forma criativa nas situações-problema socio-
ambientais que impactam a vida de todos(as).
Sugestão de Etapas
1. Acolhimento e apresentação.
2. Música ou outra sensibilização pela arte, para a mobilização e percepção do(a)
aluno(a) como agente de transformação.
Mobilização 6 aulas
3. Passeios para observação com registros fotográficos.
4. Socialização, análise e discussão em grupos.
5. Reagrupamento por área de interesse.
6. Debater os problemas ou aspectos em que se compreende ser necessário in-
tervir e construir consensos sobre os temas ou situações.
7. Construir formas de escuta da comunidade quanto a esses problemas/temas:
produção de enquetes, entrevistas, questionários.
8. Coleta e análise qualitativa dos dados, para considerar a opinião da comunida-
de na etapa posterior, de discussão e estruturação do planejamento.
Objetivos
 Intermediar a partir de grupos de trabalho o planejamento e a estruturação de
projetos de intervenção; organizar as etapas para posterior aplicação do projeto.
Sugestão de Etapas
1. Discutir a importância do planejamento e combinar o que será importante dis-
cutir e registrar.
2. Registrar em Diário de Bordo/Webfólios e outros gêneros multimidiáticos (mu-
ral colaborativo, como o padlet) as ações concretizadas.
3. Elaborar um roteiro de trabalho com os objetivos e intervenções a serem execu-
tadas, formas de envolver a comunidade no projeto (canais de escuta).
4. Investigar aspectos legais que envolvem o problema/tema/situação.
Planeja- 5. Estudar o tema, exercitando procedimentos de investigação (tomar notas, rese-
10 aulas
mento nhar, resumir, fazer esquemas), buscando conhecimentos que podem apoiar na
solução.
6. Debater o problema/questão/situação, à luz dos conhecimentos construídos,
para melhor configurar as formas de intervenção/ solução.
7. Decidir que práticas e gêneros serão usados para intervir no poder público e/ou
na sociedade, para a resolução do problema (carta aberta, podcast, reportagem
multimidiática, campanha de esclarecimento, abaixo-assinado, petição online,
etc.).
8. Escrever, com base nos conhecimentos construídos, um projeto, consideran-
do as particularidades do gênero (tema; apresentação; objetivos; metodologia;
ações de linguagem que serão realizadas; cronograma de execução, etc.).
9. Socializar e divulgar os projetos em diferentes meios midiáticos (mídia local,
blog da escola, redes sociais) e/ou ações que envolvam a comunidade escolar.

268 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Apoiar os grupos na execução das intervenções previstas no planejamento
em um esforço contínuo de avaliação do processo, ajustes no projeto e en-
gajamento nas ações.
Sugestões de Etapas
1. Envolvimento de todos(as) nas tomadas de decisões.
2. Mobilização da comunidade, conforme o que foi planejado.
3. Levantar o que se sabe sobre o gênero ou investigar e construir esses co-
nhecimentos, em movimentos de leitura, análise de regularidades linguísti-
Desenvolvimento 18 aulas cas e multissemióticas.
4. Oficinas de produção textual, com a produção dos textos, conforme o gê-
nero escolhido, e com trabalho de adequação de linguagem, discussão e
construção de argumentos.
5. Oficinas de leitura crítica, revisão dos textos e reescrita (entre os(as) estu-
dantes), podendo-se contar com leitor(a) crítico(a) externo(a) ao processo.
6. O grupo concretiza suas intervenções definidas no planejamento.
7. Destaca-se, também, a importância de constante avaliação e replanejamen-
to das atividades.
Objetivos
 Refletir sobre e avaliar o processo vivenciado pela turma no semestre, pro-
mover a própria percepção do(a) aluno(a) no que se refere à sua conduta
social e individual, e sistematizar os aprendizados de modo a apresentá-los
à comunidade escolar.
Resumo
Apropriação dos Cada estudante apresenta seu percurso a partir de seus registros e faz uso da
6 aulas
Resultados palavra em uma socialização no próprio grupo. Outras possibilidades de apro-
priação dos resultados: construção de mural, apresentação multimidiática (sli-
des com animação e locução, podcasts); apresentação em banca; mostra do
conhecimento. Nesses casos, prever no trabalho, com gêneros em que a orali-
dade será importante, um foco com ela: entonação, ritmo, clareza, foco no públi-
co, articulação entre a fala e as imagens (slides, por exemplo). Discutir formas
criativas de comunicar os resultados do projeto na comunidade escolar (relatos,
podcasts, vídeos).

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 269


Ab
Práticas de Letramento Literário Estação SC:
com Ênfase na Literatura Local Embarcando na Leitura
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Adriano Salvi
Bruna Boell Rovaris Matemática e suas Tecnologias
Carla Torteli Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Eliane Maria Carminatti Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Ilário Schaefer Ciência e Tecnologia
Jean Carlos Steinheuser Componentes Integradores
Jocimara Manera Balastrelli
Maria Cristina Ferreira dos Santos
Monica Stolz

RESUMO
O componente sugerido é um embarque na leitura literária catarinense, em que o(a)
estudante viajará pela leitura e pela imaginação, para um universo constituído por palavras
em estado de ficção ou poesia, repleto de sensações, conflitos, aventuras, paisagens, he-
róis e heroínas, vilões e vilãs e tudo o mais que compõe a nossa cena literária. A viagem
visa explorar, além dos livros e autores(as) locais, os espaços de circulação da palavra
como bibliotecas públicas, clubes de leitura, espaços digitais de promoção e formação lei-
tora. Haverá encontros, presenciais e/ou remotos, com escritores(as), e discussões sobre
o fazer literário, processos de criação e circulação de livros. Aos(às) que não se contentam
em apenas ler, mas também sonham em produzir e socializar os seus próprios textos,
prevemos oficinas de escrita criativa com momentos de criação e compartilhamento co-
letivo. A viagem segue no ritmo das palavras e vai aos encontros literários presenciais e/
ou virtuais promovidos por diferentes agentes e instituições de cultura, feiras de livros,
campanhas de incentivo e arrecadação e saraus que contemplem a riqueza e a diversidade
das manifestações literárias existentes. O trajeto se pretende lúdico, interativo e cheio de
descobertas, sobretudo, acerca da rica e variada produção de literatura local que caracte-
riza Santa Catarina como um estado fértil e próspero no campo nacional das letras, dos
processos de produção criativa, de resgate e valorização do patrimônio, da memória e da
identidade de Santa Catarina.

270 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Engajar-se na ampliação do repertório leitor.
 Participar de práticas do campo artístico-literário.
 Expressar-se e partilhar informações, sentimentos, ideias, experiências e produzir sen-
tidos que levem ao entendimento mútuo;
 Desenvolver a leitura literária e crítica.
 Participar de processos de criação, com autoria coletiva, na produção de textos literários.

JUSTIFICATIVA
Um dos escopos do processo de ensino-aprendizagem é formar alunos(as) letra-
dos(as), isto é, capazes de ler/estabelecer sentidos e produzir os mais variados gêneros
textuais. Nessa perspectiva, a leitura literária é imprescindível, posto que é complexa e
articulada com outros saberes, como o histórico-social, cultural, geográfico, entre vários
outros. Além disso, ler literatura propicia o desenvolvimento do pensamento crítico e da
criatividade, ambas competências que auxiliam os(as) alunos(as) em suas interações so-
ciais. Dessa forma, o componente prevê a variedade de textos literários – prosa e poesia,
minicontos, poética metalinguística, (auto)biografia, enredos bélicos e narrativas de via-
gem –, suas leituras, atribuições de sentidos e produções de textos instigando os(as) edu-
candos(as) nas habilidades de leitura e escrita.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


 Gostam de ler.
 Interessam-se por literatura.
 Têm desejo pela produção literária.
 Têm interesse na socialização das experiências leitoras.
 Têm vontade de melhorar a comunicação oral e escrita.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Apreciar leitura literária.
 Interessar-se por literatura catarinense, em especial a contemporânea.
 Entender dos processos de mediação de leitura para promover e
 estimular práticas do letramento literário entre os(as) estudantes.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 271


COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
3.Repertório Cultural. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
cais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4.Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Li-
bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
gens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, expe-
riências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS


DE CONHECIMENTO COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Competência Específica 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e
práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na re-
cepção e produção de discursos, nos diferentes campos de atuação social e nas diversas
mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades
de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

 Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferen-


tes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais
e coletivos.
 Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a com-
preensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

Competência Específica 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais)


para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e co-
letiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem
o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável, em âmbito local, regional e global.

 Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens


(artísticas, corporais e verbais), levando em conta seus funcionamentos, para produzir
sentidos em diferentes contextos.
 Compreender e posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presen-
tes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de pro-
dução e de circulação.

272 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Competência Específica 6: Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e
culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus co-
nhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções
autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de
saberes, identidades e culturas.

 Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais


às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibili-
dade, a imaginação e a criatividade.

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS HUMANAS


E SOCIAIS APLICADAS (CONSIDERAR SE HOUVER TRABALHO
COM OS ROMANCES HISTÓRICOS)
Competência Específica 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir
da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a
compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pon-
tos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

 Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas


linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Processos Criativos
 Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por
meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade,
criticidade e criatividade.
 Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando
que alcancem os(as) interlocutores(as) pretendidos.

Mediação e Intervenção Sociocultural


 Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e a resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 273


OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Apreciação de textos de gêneros literários diversos e variação de autoras e autores locais.
 Processos de criação e produção literária.
 Multiculturalismo.
 Minicontos.
 Poemas metalinguísticos.
 Enredos bélicos/romances históricos.
 (Auto)biografia.
 Literatura fantástica: contos, lendas e mitos regionais.

ADAPTAÇÕES AOS CONTEXTOS LOCAIS


Caso não haja livros, sugere-se a mobilização de uma campanha de arrecadação de livros
que envolva toda a comunidade escolar. Se não houver biblioteca ou sala de leitura, vale considerar
outros espaços e estratégias que possam funcionar para armazenamento e circulação de livros
como murais ou caixas de depósito para a leitura. Pode-se, também, usar o pátio, a biblioteca do
município ou um bosque próximo (evitar sempre que possível a leitura em sala de aula).
Os(as) alunos(as) não leem (sugere-se uma gincana literária com ações de estímu-
lo à leitura como conversa com escritores(as), exposição de títulos, rodas de debates, etc.);
Temas: o(a) professor(a) local terá autonomia na recontextualização do roteiro, ao con-
templar autores(as) e obras com produção e características locais, os quais despertem o in-
teresse dos(as) jovens. Além disso, poderá fazer parcerias culturais com os(as) próprios(as)
escritores(as) do mesmo município, com a biblioteca pública ou SESC, entre outros.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


A prática metodológica desenvolvida pelo(a) professor(a)/mediador(a) de leitura
deve priorizar princípios das metodologias ativas, com centralidade dos(as) estudantes
nas trocas das experiências leitoras e nos processos de criação e produção com a literatu-
ra. Sugere-se planejamento semestral das ações e textos a serem trabalhados em diálogo
com a área de linguagens, levando em consideração a situação e o nível de compreen-
são dos leitores, bem como sua necessidade formativa. Deve- se atentar à organização
de espaços adequados à prática da leitura, seleção e exposição de livros; ao acolhimento
do público; à elaboração de atividades dinâmicas e criativas (rodas de leitura, oficinas de
produção escrita, gincanas literárias, encontro com autores(as), saraus entre outras) e ao
estímulo à autonomia dos(as) jovens leitores(as), para que sintam segurança e interesse
em partilhar suas histórias, leituras, narrativas, e a livre expressão de seus pensamentos.

274 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
Entre outras possibilidades, destaca-se a importância de uso de recursos como:
 Livros de literatura catarinense.
 Biblioteca.
 Laboratório de informática.
 Salas temáticas.
 Laboratório de linguagens.
 Pufes, almofadas e tapetes.

AVALIAÇÃO
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Pare-
cer Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as
escolas. Quanto ao processo de avaliação, dar- se-á numa perspectiva qualitativa indivi-
dual e progressiva, no que tange ao desenvolvimento cognitivo e socioemocional frente
aos estímulos de leitura e à interação propostos no decorrer das atividades e registrados
durante as aulas. Entre os procedimentos possíveis de serem adotados, sugere-se: a ob-
servação compartilhada dos(as) professores(as) e suas ponderações acerca do desenvol-
vimento das potencialidades de seus(suas) alunos(as), considerando as habilidades em
expectativa; a autoavaliação dos(as) estudantes frente ao processo de reflexão de seus
desempenhos, interesse e adesão às aulas, bem como sua motivação em executar tarefas
individuais e coletivas como: produções textuais, participação efetiva das discussões em
grupo, elaboração de questões e entrevista a autores(as) convidados(as), leitura individual
e socializada dos textos selecionados, cooperação e organização na produção de eventos,
por exemplo, círculos de leitura e saraus, entre outros.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 275


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
BARTHES, Roland. Aula. São Paulo: Cultrix, 1980.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular Ensino Médio. Brasília: MEC, 2019.
CANDIDO, Antonio. Vários escritos: o direito à literatura. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2011.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1986. LAJOLO, Marisa. O que
é literatura. São Paulo: Brasiliense, 1986.
______. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.
QUEIRÓS, Vera; SANTOS, Roberto Corrêa de. Linhas para o ensino da literatura. In: BECKER,
Paulo; BARBOSA, Marcia Helena (org.). Questões de literatura. Passo Fundo: UPF Editora, 2003.
SILVA, Vera Maria Tietzmann Silva. Leitura literária e outros saberes: impasses e alterna-
tivas no trabalho do professor. Belo Horizonte: RHJ, 2009. TODOROV, Tzvetan. A literatura
em perigo. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.
ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro. Literatura e pedagogia: ponto e contrapon-
to. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990.

OBSERVAÇÕES
Sugestão de autores(as) por gêneros literários:
Os(as) autores deste componente sugerem que os(as) professores(as) busquem
conhecer previamente os(as) autores(as) literários para realizarem as escolhas com os(as)
estudantes.

Contos: Salim Miguel, Péricles Prade, Carlos Henrique Schroeder, Demétrio Panarotto,
Franklin Cascaes.

Minicontos: Adriano Salvi, André Ricardo Aguiar, Marcio Markendorf, Rodrigo Domit.

Romance: Urda Klueger, Donaldo Schuler, Maicon Tenfen, Marcelo Labes, Carlos Henrique
Schroeder, Lausimar Laus, Cristovão Tezza.

Poesia: Demétrio Panarotto, Nilson Weber, Marcelo Labes, Isadora Krieger, Péricles Prade,
Lindolf Bell, Silvia Teske, Sandra Coelho, Nane Maurici. (Auto)biografias: Pedro Penteado
do Prado, Clarice Fortunato.

276 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Experimentar a microliteratura.
 Criar minicontos.
Resumo
Brevidade, instantaneidade, urgência, minimalismo são características dos mini-
contos que circulam nos mais diversos formatos, sobretudo o digital. Com layout
repleto de imagens, cores e recursos de efeito visual, os minicontos publicados
na internet relacionam a linguagem visual ao texto e estabelecem uma harmo-
niosa relação comunicativa, pautada pelo poder da sugestão e do protagonismo
do leitor, pois ele se vê desafiado a completar a narrativa a partir de suas elipses.
Microliteratura: Sugestão de Etapas
A Leitura num 8 aulas
Click 1. Introdução às micronarrativas.
2. Pesquisa de internet e levantamento de autores(as), obras e espaços de pu-
blicação.
3. Socialização da pesquisa (apresentação de autores(as), textos e espaços de
publicação).
4. Encontro, presencial ou remoto, com escritore(as) que produzem micronarrativas.
5. Oficina de produção de minicontos e/ou criação de hospedagem dos textos
na internet.

Objetivos
 Refletir sobre o fazer poético e a polissemia das palavras.
 Analisar a pertinência da escolha vocabular para o êxito da comunicação e da
produção escrita.
Resumo
Muitos(as) escritores(as), sobretudo os poetas, abordam em seus escritos o
tema da própria escritura, do significado das palavras, da intertextualidade, ou
seja, problematizam a dialética do sentido dos vocábulos. Não raras vezes criam
palavras novas – os neologismos –, fazem usos insólitos de expressões ou va-
lorizam o som e a forma para conferir valor semântico. Destarte, trabalhar com
poemas metalinguísticos de escritores(as) catarinenses ajuda a desenvolver o le-
Metalingua- tramento literário dos(as) estudantes, posto que os(as) leva à reflexão linguística
gem: O Saber
e o Sabor das
8 aulas e, posteriormente, às produções de maior qualidade, nas quais se desafiam a si
Palavras mesmos(as) e aos(às) supostos(as) leitores(as).
Sugestões de Etapas
1. Apreciação e análise de poemas metalinguísticos do escritor Péricles Prade.
2. Atividades semânticas: utilizar palavras oriundas dos poemas analisados e
potencializar seus sentidos em outros contextos.
3. A partir do poema Brevíssimo Inventário de Palavras Nervosas (Péricles Prade),
propor aos(às) alunos(as) que escrevam seus inventários temáticos, isto é, de
palavras interessantes, belas, feias, maldosas, calorosas e assim por diante.
4. Produção de poemas metalinguísticos, ou seja, que tratem do fazer poético,
ou do poeta, ou da polissemia.
5. Socialização das produções poéticas dos(as) alunos(as) na escola (varais, murais
ou jornais impressos) ou na internet (blogs, Facebook, Instagram, Twitter, etc.).

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 277


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Investigar textos autobiográficos que enfoquem temáticas como opreconcei-
to, a exclusão social, a diversidade, gênero entre outros.
 Desconstruir preconceitos literários/sociais.
Resumo
Muitos(as) são os(as) autores(as) catarinenses que partem de suas experiên-
cias pessoais para a ficção como forma de expor, criticar, denunciar e/ou deba-
ter diversas situações relacionadas ao abandono, à violência, à discriminação, à
resiliência e assim por diante. Essas obras compõem um mosaico social e nos
Autobiografias:
Quando a Vida 8 aulas ajudam a entender como indivíduos sensíveis às diversas agruras do mundo se
Dá um Livro colocam frente a elas, dando sentido às suas trajetórias e aos seus projetos de
vida.
Sugestões de Etapas
1. Seleção dos(as) autores(as) e obras a serem trabalhados coletivamente por
meio de leitura compartilhada.
2. Entrevista, presencial ou remota, com os(as) autores(as) selecionados(as).
3. Leitura individual ou em grupos de modo a levantar aspectos pertinentes.
4. Diálogo acerca de impressões, apontamentos e características do texto.
5. Representação do livro pela atividade de releitura, exposição e/ou apresentação.

Objetivos
 Construir entendimento sobre obras literárias catarinenses com viés histórico.
 Reconstruir as narrativas por meio de peças teatrais.
Resumo
Os temas como conflitos, guerras e combates sempre despertam o interesse
dos(as) jovens. Esse assunto é recorrente em algumas obras de escritores(as)
catarinenses, os(as) quais abordam a Revolução Federalista, a República Juliana
e a Guerra do Contestado. Essas batalhas são travadas à luz da literatura como
forma de entender não só o contexto histórico que as envolvem, mas como a
literatura empresta suas tintas para nos lançar para dentro do combate entre
Guerras e
Conflitos: as trincheiras e as glórias de nosso povo. Vários(as) são os(as) autores(as) que
Munição 8 aulas irão resgatar tão retumbantes períodos da nossa História e, com eles(as), as re-
para Muitas
Histórias
flexões e a valorização das conquistas heroicas ou as atrocidades que se come-
teram. Ao conhecer esses enredos, os(as) educandos(as) terão a oportunidade
de ampliar, também, seus conhecimentos históricos de forma dialética, posto
que as narrativas não são maniqueístas. Há, aqui, a possibilidade de articulação
de habilidades da área de Ciências Humanas Sociais e Aplicadas.
Sugestão de Etapas
1. Seleção dos(as) autores(a)s e obras a serem trabalhados coletivamente
com leitura compartilhada.
2. Leitura individual ou em grupos de modo a levantar aspectos pertinentes.
3. Debate acerca das impressões, apontamentos e características do texto.
4. Representação teatral das obras analisadas.

278 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Desvendar os aspectos fantásticos de narrativas orais e escritas.
 Criar um acervo com as narrativas orais coletadas.
Resumo
A literatura oral, mormente a que aborda lendas de seres fantásticos, faz parte
da História da Humanidade. Ao longo do tempo, foi, muitas vezes, usada como
maneira de interação social e fruição estética.
A partir dessa condição e da forte influência desses aspectos na cultura catari-
nense, em especial Florianópolis, é que se optou pela abordagem dessa temáti-
ca neste componente curricular.
Nota-se que bruxas e seres místicos fazem parte do repertório de
crenças e narrativas em Santa Catarina, sobretudo na importante obra de Franklin
Literatura Cascaes, autor referenciado pela temática e linguagem local.
Fantástica:
Mitos/ Lendas/ 8 aulas
Ademais, Péricles Prade tem vários contos em que imperam os seres mitológi-
Bruxas e cos, especialmente o unicórnio.
Folclore
Sugestões de Etapas
1. Investigação e pesquisa sobre as diferentes formas de representação folcló-
rica em Santa Catarina.
2. Pesquisa de campo: os(as) alunos(as) recolhem, com seus familiares e co-
nhecidos(as), relatos orais sobre seres imaginários/ fantásticos, os transcre-
vem e apresentam para os(as) colegas.
3. Criação de um acervo (impresso e/ou digital) das narrativas coletadas pe-
los(as) estudantes.
4. Introdução à obra de Franklin Cascaes (ou outros(as) autores(as) catarinen-
ses de temática fantástica, como os contos de Péricles Prade, em Alçapão
para Gigantes e Os Milagres do Cão Jerônimo.
5. Socialização de leituras.
6. Recriação dos textos para o teatro.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 279


Ab
Práticas de Multiletramentos Processos de Criação
no Campo Artístico-Literário com a Literatura nas Mídias
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Bruna Arenhart Cavalheiro
Matemática e suas Tecnologias
Carolina da Silva Fernandes Meurer
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Édna Polanczyk
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Juliana Campos
Ciência e Tecnologia
Kezia Szynicer de Oliveira
Componentes Integradores
Melania Ferreira Bresciani
Monalise Miely Roos
Joissiane Patrícia Muniz da Silva
Regiani Bertoldi Obeidi Cruz Dias
Roselia Negri Dariva
Saionara de Fátima Almeida Ramos
Simone Aparecida Stelzner
Simone Spiess
Sirleia Brisida Garghetti Gardin
Vania Schuller

RESUMO
O componente tem como objetivo central promover a criatividade dos(as) edu-
candos(as) de maneira que eles(as) sejam protagonistas em processos de criação com
a literatura e com práticas contemporâneas dos novos letramentos e dos multiletramen-
tos. A proposta é que os(as) jovens ampliem repertórios de leitura por gosto e interesse;
compartilhem suas experiências com outros(as) leitores(as),por meio das mídias. Com
essas atividades, eles(as) poderão aprimorar as capacidades de leitura, de oralidade e de
produção textual com diferentes linguagens, em gêneros das culturas juvenis e digitais,
com usos críticos e éticos de ambientes e ferramentas tecnológicas, com construção de
conhecimentos significativos, que ultrapassem os limites de sala, tendo o(a) educador(a)
como mediador(a) de todo o processo.

280 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Ampliar repertórios de leitura por gosto e interesse, diversificando gêneros, autores(as),
literaturas.
 Aprofundar conhecimentos sobre gêneros da cultura digital.
 Compartilhar experiências de leitura com outros(as) estudantes.
 Favorecer a construção de consensos, na definição de contextos de produção e circu-
lação de textos.
 Produzir colaborativamente gêneros das culturas juvenis e digitais, com recriação cria-
tiva das experiências de leitura.
 Discutir aspectos éticos na autoria colaborativa e no uso das mídias para a publicação
das produções.

JUSTIFICATIVA
Ao final do Ensino Médio, os sujeitos envolvidos no processo de educação devem
ter a capacidade de criar a partir de desafios preestabelecidos; mediados(as) pelos(as edu-
cadores(as), os(as) estudantes precisam aprender a utilizar conhecimentos, habilidades e
recursos de forma criativa para propor, inventar, inovar. Este componente curricular eletivo
pode contribuir com esse processo, ao propor investigação, planejamento e produção de
textos com diferentes linguagens, em gêneros digitais contemporâneos, a serem compar-
tilhados com outros(as) estudantes, com a comunidade escolar como um todo e com ou-
tros(as) leitores(as),por meio do uso consciente das ferramentas tecnológicas. Partindo
dessas premissas e em consonância com a Proposta Curricular de Santa Catarina, as ati-
vidades aqui indicadas visam ao trato ético na relação com a palavra, no dialogismo e na
interação com o outro por meio das linguagens.

Os usos das línguas nunca têm origem de fato naquele sujeito que se enuncia; eles
sempre estão em dialogia com outros usos, de outros tempos, de outros sujeitos,
marcados, portanto, por axiologias/ideologias nos planos da ética e da estética.
Cada sujeito, porém, coloca a sua contribuição, o seu tom, o seu acento valorativo,
de modo que o todo dos usos das línguas integra muitas vozes em dialogia, deline-
ando valorações e representações de mundo que convergem ou divergem entre si,
mas que estão sempre em um grande encontro dos sujeitos, por meio das línguas,
encontro que acontece na história e na cultura. (PCSC, 2014, p. 113)

Da mesma forma, quanto à estética que perpassa as atividades, há a questão da


fruição que se sobrepõe ao “belo” ou ao “bonito”, mas que respeita a diversidade cultural.
Com essas vivências, os(as) estudantes serão mobilizados a refletir sobre as dimensões
sociais e políticas que permeiam as obras de arte, literatura e expressão, exercitando visão
ampla dentro da leitura, percebendo-se sujeitos dessa construção, utilizando-se de gêne-
ros textuais de seu tempo, para desenvolver a criticidade com criatividade.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 281


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
Estudantes que se interessem em:
 Ampliar o repertório de leitura de forma criativa.
 Falar sobre experiências de leitura, com aprimoramento da oralidade.
 Desenvolver formas inovadoras e criativas de comunicar-se com outros(as), por meio
de diferentes mídias.
 Aprofundar conhecimentos sobre gêneros textuais das culturas juvenis e digitais.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Ter perfil leitor com abertura para diferentes leituras e aprendizagens alinhadas à tecno-
logia e à expressão criativa.
 Ter facilidade na comunicação com jovens.
 Ser inovador(a)/criativo(a).
 Ter abertura para o novo.
 Ter dinamismo.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


3.Repertório Cultural. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
cais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4.Comunicação. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- motora, como Li-
bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
gens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, expe-
riências, ideiase sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

5.Cultura Digital. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as di-


mensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produ-
zir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos
campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

282 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e
práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na re-
cepção e produção de discursos, nos diferentes campos de atuação social e nas diversas
mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades
de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

 Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente dis-


cursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).
 Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a com-
preensão e a produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

Competência Específica 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais)


para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e co-
letiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem
o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável, em âmbito local, regional e global.

 Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens


(artísticas, corporais e verbais), levando em conta seus funcionamentos, para produzir
sentidos em diferentes contextos.

Competência Específica 6: Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e


culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus co-
nhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções
autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de
saberes, identidades e culturas.

 Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais


às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibili-
dade, a imaginação e a criatividade.

Competência Específica 7: Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, consideran-


do as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de
produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender
nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

 Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção


coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 283


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Investigar e analisar a organização, o funcionamento e/ou os efeitos de sentido de
enunciados e discursos materializados nas diversas línguas e linguagens (imagens es-
táticas e em movimento; música; linguagens corporais e do movimento, entre outras),
situando-os no contexto de um ou mais campos de atuação social e considerando da-
dos e informações disponíveis em diferentes mídias.

Processos Criativos
 Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por
meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade,
criticidade e criatividade.
 Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções
criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incer-
tezas e colocá-las em prática.
 Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando
que alcancem os(as) interlocutores(as) pretendidos(a).
 Selecionar e mobilizar intencionalmente, em um ou mais campos de atuação social,
recursos criativos de diferentes línguas e linguagens (imagens estáticas e em movi-
mento; música; linguagens corporais e do movimento, entre outras), para participar de
projetos e/ou processos criativos.

Mediação e Intervenção Sociocultural


 Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação
e resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

284 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Leituras literárias.
 Compartilhamento de experiências leitoras, com desenvolvimento da oralidade.
 Estratégias de leitura.
 Intertextualidade e interdiscursividade.
 Gêneros textuais do campo artístico-literário.
 Valores artísticos/culturais.
 Esfera midiática.
 Práticas de multiletramentos na contemporaneidade.
 Escrita colaborativa e processos de revisão e reescrita.
 Escrita como prática social.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


 Diagnóstico da realidade dos(as) estudantes (escuta).
 Propiciar a abertura da escola para a comunidade apreciar as criações dos(as) estudantes.
 Investigar os recursos físicos e financeiros para a realização das atividades.
 Apropriação dos resultados em benefício da comunidade escolar.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


Sugere-se o uso dos princípios das metodologias ativas, em processos com centralidade
dos(as) estudantes, com investimento na autonomia e na colaboração, em estratégias como:

 Momentos de escuta e diálogo com os(as) estudantes.


 Aula expositiva e dialogada.
 Rodas de conversa.
 Tempestade de ideias.
 Resolução de problemas ligados aos processos de criação.
 Fórum.
 Pesquisa (sala de aula invertida) sobre autores(as) e obras.
 Aulas práticas e lúdicas.
 Oficinas de criação.
 Uso de ferramentas digitais para a comunicação das ideias.
 Uso de redes sociais (divulgação de atividades elaboradas
 pelos(as) alunos).

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 285


RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS
 Sala ambiente.
 Biblioteca.
 Equipamentos digitais como computadores, projetores, rádios, celulares, câmeras fotográficas.
 Livros.
 Aplicativos de comunicação e edição, por exemplo, Canva, WhatsApp, Padlet, Facebook.

AVALIAÇÃO
A avaliação considerará três processos, com foco nas competências, habilidades e
conhecimentos esperados, e que articulam, conforme a DCNEM, o domínio dos princípios
científicos e tecnológicos que constituem as produções contemporâneas, as práticas so-
ciais e produtivas que permitem novas reflexões de aprendizagem, bem como a compre-
ensão da linguagem em suas formas contemporâneas. Para isso, serão combinados os
seguintes tipos de avaliação: a) diagnóstica, que visa a identificar conhecimentos prévios
do(a) estudante e suas aspirações; b) formativa, com observação e intervenção do(a) pro-
fessor(a) nas situações de aprendizagem; c) cumulativa, considerando a junção de vários
instrumentos avaliativos. Sugestão para a autoavaliação: realização de registros em diário
de bordo, com significação das aprendizagens. A avaliação final do semestre letivo deste
componente será por meio de um Parecer Descritivo, em sintonia com as orientações ela-
boradas pela SED e enviadas para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017.

BRASIL. Resolução n. 3, de 21 de Novembro de 2018. Atualiza as Diretrizes Curriculares


Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, 2018. Disponível em: novoensinomedio.mec.
gov.br/resources/downloads/pdf/dcnem.pdf. Acesso em: 14 nov. 2020.

SANTA CATARINA, Governo do Estado. Secretaria do Estado de Educação.Propos-


ta Curricular de Santa Catarina: formação integral na educação básica. Governo do
Estado. Secretaria do Estado de Educação, 2014.

286 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Compartilhar interesses leitores, com desenvolvimento da oralidade. Ler por
gosto e interesse. Trocar experiências leitoras com desenvolvimento da orali-
dade. Discutir o contexto de produção (Que gêneros serão produzidos? Em que
mídias circularão? O que já sabemos sobre eles?) e os critérios de qualidade da
produção textual.
Resumo
Leituras em Socialização e mapeamento dos interesses leitores da turma em aula.
Interação: do Livro
para a Web –
12 aulas Leitura de diferentes obras/textos sugeridos pelos(as) estudantes e também pe-
Mobilização lo(a) professor(a), discutindo os temas abordados, a qualidade e a relevância da
produção textual e as possíveis formas de partilha no ambiente midiático. Nesse
momento, os(as) estudantes irão compartilhar suas leituras preferidas, discutirão
as sugestões, farão apontamentos de outras de acordo com as preferências do
grupo, pesquisarão outras obras desconhecidas, mas que sigam a linha escolhida,
para, em seguida, mapear e esquematizar como recriar os mesmos para compar-
tilhar na comunidade escolar, de modo a chamar a atenção de outros(as) jovens lei-
tores(as). O(a) professor(a) pode avaliar a articulação com o componente Ciência
e tecnologia para aula de exploração de recursos midiáticos escolhidos.
Objetivos
 Constituir grupos de trabalho com base em critérios produtivos para as
aprendizagens. Discutir e construir, em grupos de trabalho, consenso em
torno da escolha de título comum para a apreciação conjunta e para ser
Leituras em Intera- objetos dos processos criativos. Explorar criativamente mídias
ção: do Livro para
4 aulas
a Web – Planeja-
mento
Resumo
Organização dos grupos, que podem ser formados de acordo com os interes-
ses leitores ou de acordo com o domínio das ferramentas e ambientes digitais
a serem utilizados para a socialização das leituras. Discussão e definição sobre
qual obra/texto será objeto de estudo e produção de cada equipe.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 287


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Reler a obra para análise de particularidades do texto e escolha de aspec-
tos que serão recriados em processos de criação com gêneros midiáticos.
Discutir aspectos dos textos. Aprender mais sobre o gênero que será usa-
do. Vivenciar processos de criação, em diálogo com as leituras, e exerci-
tando a autoria coletiva, em processos de produção textual com o gênero
escolhido. Tornar públicas as produções.
Resumo
Em equipes, os(as) estudantes realizam releituras da obra/texto seleciona-
do, escolhendo e discutindo as particularidades do texto (aspectos da pro-
dução escrita e temas abordados). Definem os gêneros com que exercita-
rão a criatividade (simulação de entrevista com personagens, reportagens,
Leituras em Interação: podcasts, criação de memes, videoclipes, fotonovelas, charges, paródias,
do Livro para a Web – 20 aulas biogifs, documentários, curtas, etc.) e mídias (foto, vídeo, áudio). Discutem
Desenvolvimento
como circularão ou apresentarão suas produções criativas. Sugere-se pági-
na de rede social (Facebook, Instagram, etc.), criada e mantida pela turma,
sob a coordenação do(a) professor(a) ou em outras mídias offline (rádio,
jornal, revista, etc.). Durante o percurso, os(as) estudantes poderão viven-
ciar os processos de recriação dos textos escolhidos, por meio de suas es-
colhas, descobertas e criatividade na hora da construção do material que
irá para a exposição, e também, é claro, pela interação com a comunidade
nas mídias, percebendo o alcance das atividades entre os(as) leitores(as)
que acessarem as redes sociais, ouvirem as rádios locais; enfim, tiverem
contato com a produção final das atividades, levando-os(as) a serem auto-
res(as) de suas próprias leituras. Além disso, os(as) estudantes serão pro-
vocados(as) a realizar avaliações sobre o andamento de suas produções e
a reorganização de suas ações, se necessário.

Objetivos
 Exercitar monitoramento de redes e estratégias de difusão. Refletir so-
bre as aprendizagens conquistadas e relatá-las.
Resumo
Cada equipe realizará frequentemente a divulgação, com estratégias de
Leituras em
incentivo a interações (curtidas, comentários, visualizações, compartilha-
interação: Do livro para mentos, propagandas, etc.) da comunidade em suas postagens, na página
4 aulas
a Web – Apropriação de da turma ou outros veículos de comunicação midiática; analisará os dados
resultados
que demonstram o interesse da comunidade nas produções socializadas;
produzirá um relatório com depoimentos dos(as) estudantes sobre o pro-
cesso de criação e a recepção pública das mídias socializadoras de leitura,
o que poderá servir de base para a realização de novas propostas a serem
desenvolvidas futuramente pelo componente eletivo. Sugere-se parceria
com as mídias locais para se ter mais canais de difusão das produções
estudantis.

288 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


9 MATEMÁTICA E
SUAS TECNOLOGIAS

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 289


A área de Matemática e suas Tecnologias ocupa um espaço privilegiado no Ensino
Médio, como área e como transversal a todas as outras no sentido de ser ferramenta e
trazer recursos diversos para representar e modelar as mais diversas situações-problema.
Nessa perspectiva, um componente eletivo nessa área tem o compromisso de compor a
parte flexível do currículo com atividades educativas para aprofundar e ampliar aprendi-
zagens da área, sempre tendo em vista que será motivo de escolha pelos(as) estudantes
conforme seu interesse e seu alinhamento com seus projetos de vida.
A proposta pedagógica que sustenta os componentes eletivos construídos por pro-
fessoras e por professores da rede estadual de Santa Catarina se concretiza em sequên-
cias de atividades para que os(as) estudantes vivenciem processos investigativos e de pro-
dução criativa, enquanto ampliam seus conhecimentos de matemática e se aperfeiçoam
em habilidades traçadas pela BNCC (2018) para os Itinerários Formativos.
Cada uma das quatro propostas a seguir considerou os conhecimentos e as práti-
cas dos professores(as) que compuseram os grupos de trabalho produtores dos compo-
nentes eletivos e, ao mesmo tempo, trouxe orientações metodológicas e de avaliação que
podem auxiliar cada professor(a) na implementação das aulas junto com seus(suas) estu-
dantes. Houve, ainda, o cuidado de orientar sem tolher a autoria esperada de cada docente.
Assim, as propostas são flexíveis o bastante para que o(a) professor(a) contribua com sua
experiência profissional, seu conhecimento dos(as) estudantes de cada turma e a escuta
atenta dos interesses e das demandas dos(as) estudantes.
A seguir, encontram-se quatro componentes definidos para a área de Matemáti-
ca que podem ser analisados pelos(as) professores(as) como propostas elaboradas para
orientar e inspirar outras produções de componentes eletivos dessa área.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA
A matemática financeira e o planejamento pessoal de gastos podem ser considera-
dos uma estratégia para a gestão financeira pessoal e familiar de acordo com as escolhas
de vida do(a) estudante e a sustentabilidade. Neste componente, os(as) estudantes pas-
sam a conhecer mais de si mesmos(as) ao identificar hábitos de consumo e seu modo de
vida com vistas a fazerem escolhas sustentáveis e éticas.
O planejamento pessoal das finanças pode ser feito por meio de cálculos e plani-
lhas, o que significa trabalhar com os(as) estudantes seu letramento digital.

290 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


EDUCAÇÃO FISCAL
Este componente propõe refletir e dialogar sobre os interesses dos(as) estudantes
em relação à sua inserção no mundo do trabalho, à ampliação dos conhecimentos sobre
os contextos, às características, às possibilidades e aos desafios do trabalho no século 21.
Em estreita relação com os projetos de vida dos(as) estudantes, é possível trazer a
educação fiscal como conscientização do valor dos impostos e, ao mesmo tempo, aplicar
esse conhecimento em sua idealização empreendedora, seja como empreendedor(a) indi-
vidual, seja como assalariado(a), seja como profissional autônomo(a).
A essa proposta podem ser associados recursos tecnológicos e, consequentemen-
te, o letramento digital dos(as) estudantes.

JOGOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO


Saber matemática é resolver problemas. Nessa perspectiva, este curso pode con-
tribuir para a aprendizagem dando foco na resolução de problemas mais complexos como
forma de desenvolver o raciocínio lógico-dedutivo dos(as) estudantes.
Os jogos de estratégia e os problemas não convencionais, por exemplo, os de lógica,
são recursos para se atingir essa forma privilegiada de pensar. No entanto, para completar
essa formação é preciso instituir a meta de leitura e a meta de análise dos problemas, pro-
movendo a reflexão sobre como se lê e como se pensa durante a resolução de um proble-
ma de modo a construir com os(as) estudantes estratégias potentes para o enfrentamento
de situações-problema de matemática e de outras áreas do conhecimento.

MATEMÁTICA APLICADA
O foco deste componente é a construção de uma visão integrada da Matemática,
aplicada à realidade, em diferentes contextos e culturas.
O conceito de área foi a escolha feita para integrar matemática e algumas ativida-
des humanas simples como idealizar e projetar a imagem de uma casa imaginada pelo(a)
estudante, conhecer como o cálculo de áreas é um problema cuja solução tem origem na
Antiguidade e continua sendo tema de estudo até os tempos modernos, e como conheci-
mentos matemáticos foram construídos ao longo dos tempos para responder a questões
que culminamcom a tecnologia atual calculando áreas com muita rapidez e eficiência.

Boa leitura!
Beatriz Verges Fleck
(Técnica da SED)
Valmiré Aguiar
(Equipe ProBNCC)
Silvia Longato e Maria Ignez Diniz
(Especialistas do Instituto iungo)

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 291


Educação Financeira Educação Financeira:
Carga horária: 40 horas por semestre Como Transformar Minha Vida

AUTORES(AS)
Mirtes Balbinot
Alcione Morescho Casonatto Mônica Graciani Pitt
Ana Balensiefer Patricia Maria Engel
Daiane Bonafé Reni Schmitz
Fabiula Grasiela Brandt Rolando Oestreich
Jeferson Licheski Capistrano da Cunha Luisana Zembruski
Jonas Furlan Rosana Fernandes
Josiane Maria Anholeto Silvana Rita Nesi Perin
Karla Patricia Sabatke Simão Abatti
Kelly Ehrat Blasius Simone Lazzari
Luisana Zembruski Sintia Marcela de Oliveira Benatto
Márcia Mariela De Marco Pasqualotto Valéria Weiss

ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Ciência e Tecnologia
Componentes Integradores
RESUMO
Este Componente Curricular Eletivo provoca os(as) estudantes a pensarem: o que
é Educação Financeira? Qual a relação entre gerenciar ganhos e despesas para uma maior
qualidade financeira e o planejamento de futuro? Como avaliar as necessidades individuais
ou familiares de compra e decidir por pagar à vista ou a prazo?
Essas e outras perguntas serão norteadoras e ajudarão o(a) estudante a compreen-
der a Educação Financeira como uma maneira de construir comportamentos básicos para
melhorar a qualidade de vida pessoal, familiar e da comunidade.
Este CCE está organizado em momentos de estudo, pesquisas, reflexões e experi-
ências com simuladores financeiros. Ele pretende apoiar apoiar o(a) estudante para que
compreendam qual a relação cada um(a) tem com o dinheiro, como gerenciar as finanças
pessoais e de que forma esse conhecimento pode contribuir para o bem estar dele(a) mes-
mo(a), de seus familiares e de pessoas próximas.
As propostas de atividades foram planejadas prevendo aplicações práticas para
a vida pessoal e/ou familiar. O uso de vídeos e textos contribuem para trazer situações e
problematizações relacionadas ao cotidiano e atualidades.

292 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Compreender o contexto histórico do dinheiro e as diferentes moedas utilizadas no Brasil.
 Compreender a relação com o dinheiro, o orçamento familiar, e refletir sobre a saúde
financeira.
 Compreender e desenvolver atitudes para evitar gastos desnecessários e buscar um
consumo consciente.
 Identificar o conhecimento matemático como forma de compreender as relações co-
merciais e financeiras, como juros, acréscimos e descontos.
 Conhecer e analisar as formas mais comuns para investir o próprio dinheiro ou o da família.

JUSTIFICATIVA
A escola é um ambiente que permite aos(às) estudantes compreender não somente os
conhecimentos científicos, ela também proporciona o desenvolvimento de capacidades para
que os(as) estudantes administrem sua vida em sociedade, de maneira a aprender a fazer es-
colhas, a sonhar, a descobrir formas de realização de suas metas e projetos de vida.
A Educação Financeira surge para compor esse cenário, travando diálogos com
as diversas disciplinas do sistema de educação do Ensino Médio e com potencial para se
desenvolver tanto em sala de aula quanto em outros espaços da escola.
Nesse sentido, este CCE não se limita a trazer um conjunto de ferramentas de cál-
culo. Ele amplia possibilidades para que os(as) estudantes realizem leituras da realidade,
de seus planejamentos de vida e de realização individual e coletiva. Por isso, se justifica a
Educação Financeira no contexto escolar, afinal, é neste espaço que damos os primeiros
passos para a construção dos nossos projetos de vida.
A relação com o dinheiro está presente no cotidiano de todas as pessoas. Em di-
versas situações do dia a dia, é possível encontrar problemas envolvendo tomadas de
decisões a respeito das melhores taxas de juros, formas de pagamento, empréstimos e
financiamentos. Como é possível que algo tão presente na vida dos cidadãos e das cida-
dãs ainda seja tão pouco trabalhado dentro das salas de aula? Formar estudantes críticos
significa possibilitar que desenvolvam habilidades para analisar, buscar e aplicar conheci-
mentos matemáticos que os(as) auxiliem na tomada de decisões corretas sobre sua saúde
financeira e a dos demais que o cercam. Esse é um processo mediante o qual os indivíduos
e a sociedade melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos finan-
ceiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam resolver seus
problemas financeiros com mais facilidade, estimulando-os a tomar decisões referentes a
consumo, poupança e investimento, prevenção e proteção, considerando seus desejos e
necessidades atuais e futuras.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 293


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
 Têm interesse por seu sucesso financeiro e por ter autonomia nas decisões financeiras.
 Têm interesse em aprender como desenvolver atitudes conscientes para o uso do di-
nheiro, tendo em vista uma maior qualidade de vida pessoal e financeira.
 Têm interesse em conhecer as instituições financeiras e os serviços que oferecem
(como conta-corrente, poupança, cartão de crédito e débito, consórcios, empréstimos),
para avaliar qual o melhor investimento.
 Pretendem compartilhar os conhecimentos construídos nesse Componente Curricular
Eletivo com colegas, familiares e comunidade, para apoiá-los(as) em suas tomadas de
decisão financeira.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Formação na área de Matemática, com prioridade para efetivo na unidade escolar, para
possibilitar a continuidade dos trabalhos.
 Ter interesse no ramo das tecnologias e da Educação Financeira.
 Desenvolver as aulas pensando em atividades engajadoras e que
 propiciem aprendizagens significativas, estabelecendo estratégias que facilitem a com-
preensão do conteúdo, sempre com foco no aprendiz.
 Ter conhecimento ou abertura para buscar por conhecimentos de Educação Financeira.
 Possuir escuta ativa e respeitosa para os conhecimentos e falas dos(as) estudantes, e
estimular a troca e o compartilhamento de ideias e conhecimentos.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer
à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

6. Trabalho e Projeto de Vida. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho, e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

9. Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-


peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

294 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 1: Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemá-
ticos para interpretar situações em diversos contextos, sejam atividades cotidianas, sejam
fatos das Ciências da Natureza e Humanas, das questões socioeconômicas ou tecnológi-
cas, divulgados por diferentes meios, de modo a contribuir para uma formação geral.

 Interpretar criticamente situações econômicas, sociais e fatos relativos às Ciências da


Natureza que envolvam a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções
representadas e das taxas de variação, com ou sem apoio de tecnologias digitais.
 Identificar situações da vida cotidiana nas quais seja necessário fazer escolhas levan-
do-se em conta os riscos probabilísticos (usar este ou aquele método contraceptivo,
optar por um tratamento médico em detrimento de outro, etc.).

Competência Específica 2: Propor ou participar de ações para investigar desafios do mun-


do contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis, com base na aná-
lise de problemas sociais, como os voltados a situações de saúde, sustentabilidade, das
implicações da tecnologia no mundo do trabalho, entre outros, mobilizando e articulando
conceitos, procedimentos e linguagens próprios da Matemática.

 Aplicar conceitos matemáticos no planejamento, na execução e na análise de ações


envolvendo a utilização de aplicativos e a criação de planilhas (para o controle de orça-
mento familiar, simuladores de cálculos de juros simples e compostos, entre outros),
para tomar decisões.

Competência Específica 5: Investigar e estabelecer conjecturasa respeito de dife-


rentes conceitos e propriedades matemáticas, empregando recursos e estratégias
como observação de padrões, experimentações e tecnologias digitais, identificando a
necessidade, ou não, de uma demonstração cada vez mais formal na validação dasrefe-
ridas conjecturas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 295


HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,
atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
 Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afir-
mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores
universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sus-
tentabilidade.
 Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas
para criar ou propor soluções para problemas diversos.

Empreendedorismo
 Reconhecer e utilizar qualidades e fragilidades pessoais com confiança para superar desa-
fios e alcançar objetivos pessoais e profissionais, agindo de forma proativa e empreendedo-
ra e perseverando em situações de estresse, frustração, fracasso e adversidade.
 Utilizar estratégias de planejamento, organização e empreendedorismo para estabele-
cer e adaptar metas, identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos, para realizar pro-
jetos pessoais e produtivos com foco, persistência e efetividade.
 Refletir continuamente sobre seu próprio desenvolvimento e sobre seus objetivos pre-
sentes e futuros, identificando aspirações e oportunidades, inclusive relacionadas ao
mundo do trabalho, que orientem escolhas, esforços e ações em relação à sua vida
pessoal, profissional e cidadã.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Porcentagem (juro simples e composto).
 Infográficos.
 Álgebra.
 Amortização e fluxo de caixa.
 Planilha de cálculos.
 Funções do 1° grau e exponencial.

296 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS
Neste Componente Curricular Eletivo, é indicado, em muitas etapas, o uso de vídeos
que podem ser baixados e utilizados no modo offline. Outra possibilidade é utilizar textos,
desde que se garanta a intencionalidade e os objetivos de aprendizagem no uso das dife-
rentes referências.
As propostas relacionadas à organização das turmas e à gestão das atividades
também podem sofrer adaptações de acordo com a sua maneira de atuar e se relacionar
com os(as) estudantes. No entanto, as metodologias previstas neste Componente Curricu-
lar Eletivo precisam ser tomadas como referência para que o desenvolvimento das propos-
tas alcancem os objetivos de aprendizagem esperados.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


A metodologia proposta neste Componente Curricular Eletivo toma como princípio
processos investigativos voltados à resolução de problemas.
Nesse sentido, os(as) estudantes, a todo momento, são estimulados(as) à partici-
pação e ao engajamento a partir das atividades propostas.O desenvolvimento das ativida-
des leva em conta momentos de: leitura individual e coletiva (textos e vídeos) através de
roteiros de estudos que as apoiam; exposição de ideias e compreensões; estímulo ao exer-
cício de escuta e empatia, ao participarem dos momentos socialização coletiva; investi-
gação de processos aplicados aos conhecimentos relacionados à Educação Financeira e
ao contexto socioeconômico do qual o(a) estudante faz parte.
Além disso, a cada etapa são propostos momentos de exposição do(a) professor(a)
como forma de sistematizar, alinhar e fechar o que foi desenvolvido, incluindo os(as) estu-
dantes para que identifiquem suas aprendizagens e desenvolvimento pessoal, permitindo
que relacione-as ao seu projeto de vida.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


 Sala de aula (quadro).
 Materiais de uso comum (papel, tesoura, cola, canetas hidrocor).
 Materiais didáticos (cadernos, livros e apostilas).
 Espaço externo (visita a instituições, entorno da escola).
 Laboratório de informática (computadores, projetor, caixas de som, internet).
 Equipamentos multimidiáticos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 297


AVALIAÇÃO
A avaliação é um processo contínuo, que será realizado no decorrer de cada aula,
baseada na participação, responsabilidade, iniciativa e sociabilidade, bem como na assi-
duidade, responsabilidade, participação e envolvimento nas atividades propostas. As ati-
vidades propostas são: trabalhos individuais e em grupo, pesquisas, resolução de proble-
mas, apresentações, seminários, produção de textos, relatórios e autoavaliação (processo
metacognitivo a partir da identificação de aprendizagens em cada etapa, ou seja, a partir de
suas experiências e vivências). O(A) professor(a) atuará como mediador(a) neste processo
de construção de conhecimento, desenvolvendo o conteúdo de tal forma que, na medida
do possível, venha a responder questões levantadas pelos(as) estudantes, buscando solu-
ções para amenizar as deficiências na aprendizagem. A avaliação final do semestre letivo
deste componente será por meio de um Parecer Descritivo, em sintonia com as orienta-
ções elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA


BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira: gestão de finanças pes-
soais (conteúdo básico). Brasília: BCB, 2013. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/con-
tent/cidadaniafinanceira/documentos_ cidadania/Cuidando_do_seu_dinheiro_Gestao_de_
Financas_Pessoais/ caderno_cidadania_financeira.pdf. Acesso em: 29 out. 2020.

BOM PRA CRÉDITO. O Que é Educação Financeira e Porque Você Precisa Dela Urgente.
Disponível em: https://www.bompracredito.com.br/blog/ educacao-financeira-importan-
cia-principais-fundamentos/. Acesso em: 29 out. 2020.

BRASIL. Educação Financeira nas escolas: ensino médio livro do professor. Elabo-
rado por Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF). Brasília: CONEF, 2013.
Disponível em: https://www.vidaedinheiro. gov.br/livros-ensino-medio/?doing_wp_
cron=1600362345.77291893959045 41015625. Acesso em: 29 out. 2020.

BRASIL. Estratégia Nacional de Educação Financeira. Vida e dinheiro: jogo tá O$$O. Dis-
ponível em: https://www.vidaedinheiro.gov.br/ta-osso/?doing_ wp_cron=1603970047.588
7110233306884765625. Acesso em: 29 out. 2020.

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.


Ensino Fundamental. Brasília: MEC, 2017.

______. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. EnsinoMédio. Brasília: MEC,
2018. BRASIL.

______. Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio. Brasília: Ministério da


Educação, Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica, 2012.

298 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


_____ Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizese bases da edu-
______.
cação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 1996.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 29 out. 2020.

FAZACONTA.COM. Calculadora Financeira Online. Disponível em: https://


fazaconta.com/calculadora-financeira.htm. Acesso em: 06 nov. 2020. SANTA CATARI-
NA, Governo do Estado. Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental
do Território Catarinense. Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação.
Florianópolis: SEE, 2019.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia.Proposta Cur-


ricular de Santa Catarina: estudos temáticos. Florianópolis: IOESC, 2014.

SICOOB. Orçamento Doméstico (Planilha). Disponível em: http://www. sicoobprevi.com.br/


download/orcamento-domestico-planilha. Acesso em:06 nov. 2020.

______. Você entende de educação financeira? Disponível em: http:// www.sicoobprevi.


com.br/teste/voce-entende-de-educacao-financeira. Acesso em: 06 nov. 2020.

XERPAY. Educação Financeira: tudo o que você precisa saber para organizar suas finan-
ças. Disponível em: https://www.xerpa.com.br/blog/educacao-financeira. Acesso em: 06
nov. 2020.

Vídeos

#A INVENÇÃO da Moeda: a história da civilização 06 foca na história. 1vídeo (3min30s).


19 fev. 2019. Publicado por Foca na História. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=7Ohgvy2GFrw. Acesso em: 06nov. 2020.

DINHEIRO traz felicidade? estudo de um prêmio Nobel sobre o assunto. 1 vídeo (5min56s)
17 abr. 2018. Publicado por Bruno Perini – Você Mais Rico.Disponível em: https://www.you-
tube.com/watch?v=PoBBxBowWtI. Acessoem: 06 nov. 2020.

DINHEIRO traz felicidade? nerdologia. 1 vídeo (7min09s). 24 dez. 2015. Publicado por
Nerdologia. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=fD8VPHGVYU8. Acesso
em: 06 nov. 2020.

DUAS vezes Judite: série “eu e meu dinheiro”. 1 vídeo (6min07s). 9 mar. 2015. Pu-
blicado por Banco Central do Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/wa-
tch?v=k6O554uP2Kc&t=213s. Acesso em: 29 out. 2020.
EDUCAÇÃO Financeira nas Escolas: pra quê? por quê? 1 vídeo (4min59s) 26 mar. 2016.
Publicado por Prof. Dr. Leo Akio Yokoyama. Disponível em: https://www.youtube.com/wat-
ch?v=EclfirCPPN4. Acesso em: 06 nov. 2020.EU vou levar: série “eu e meu dinheiro”. 1 vídeo
legendado (4min13s). 17 jun. 2016. Publicado por Banco Central do Brasil. Disponível em:
https:// www.youtube.com/watch?v=7Z6UbsVS4m4. Acesso em: 24 nov. 2020.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 299


FILHOS da Mama: série “eu e meu dinheiro”. 1 vídeo (5min08s). 9 mar. 2015. Publicado
por Banco Central do Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HQ2HZd-
JNhm8. Acesso em: 29 out. 2020.

HISTÓRIA das Moedas do Brasil. Nerdologia. 1 vídeo (9min25s). 3 dez. 2019. Publicado por
Nerdologia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3PKiaQJdzrM. Acesso em:
06 nov. 2020.

MÉTODOS Para Economizar Dinheiro: guia para iniciar. 1 vídeo (3min01s). 13 jul. 2019.
Publicado por Meu Dinheiro Minha Liberdade. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=0piQdrjXvjY. Acesso em: 06 nov. 2020. SINAIS Que Você Administra Mal Seu Di-
nheiro. 1 vídeo (4min47s). 3 jul.

2019. Publicado por Meu Dinheiro Minha Liberdade. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=YEYF8DSdmFA. Acesso em: 06 nov. 2020.

300 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Compreender a relação do dinheiro no cotidiano das pessoas a partir do con-
texto histórico de seu surgimento e estabelecendo relação com os dias atu-
ais.
Resumo
Nesta etapa, a proposta é trazer a história do dinheiro, o surgimento da moeda e
de que forma ele está relacionada à história da humanidade no âmbito social e
econômico. Além disso, oportunizar aos(às) estudantes conhecerem as dife-
rentes moedas existentes no Brasil.
Sugestio de Etapas
1. Roda de conversa, encaminhando perguntas como, por exemplo: Qual era
o processo de compra e venda antes do surgimento do dinheiro? Como
aconteceriam as relações financeiras e comerciais, em nossos dias, se não
houvesse o dinheiro na forma de moedas e cédulas? Vocês sabem como o
Conhecendo
a História do 4 aulas dinheiro surgiu? Como as antigas civilizações realizavam suas transações
Dinheiro comerciais?
2. Ilustrar esse tema com o vídeo sobre o surgimento da moeda A Invenção da
Moeda – A História da Civilização, indicado o item Fontes de Informação e
Pesquisa.
3. Sugestão de roteiro com perguntas para nortear os(as) estudantes no acom-
panhamento do vídeo.
4. Registro individual dos(as) estudantes sobre as impressões e a relevância do
que foi assistido.
5. O(A) professor(a) poderá fazer no quadro uma síntese das ideias trazidas
pelos(as) estudantes a partir de seus registros.
6. Retomar as ideias iniciais, identificando conhecimentos ampliados e discutindo
de que forma o contexto histórico trazido se relaciona com a atualidade.
7. Fechamento: levantamento do que aprenderam nesta etapa. Solicitar que re-
gistrem a relevância desse estudo.

Objetivos
 Conhecer as diferentes moedas usadas no Brasil. Relacionar e situar as mu-
danças das moedas no contexto histórico e social no Brasil.
Resumo
Esta etapa tem como objetivo possibilitar aos(às) estudantes o acesso às dife-
rentes moedas no Brasil, através do resgate histórico e social que justificaram
suas mudanças. A intenção é que os(as) estudantes conheçam essas mudan-
ças, num primeiro momento, pela história de pessoas próximas (pais, avós, etc.)
e as moedas correntes nesses contextos, além das relações comerciais e so-
ciais da época, levando em conta o que se conseguia comprar e negociar, o valor
dos produtos e a sua equivalência com os dias atuais.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 301


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Sugestão de Etapas
1. Preparação inicial: conversa com pais e avós ou pessoas mais velhas sobre
moedas antigas, suas experiências, as trocas de moedas e os reflexos na
vida cotidiana na época.
2. Registro dos depoimentos em seus cadernos.
3. Se possível, coleta de moedas e cédulas antigas para uma exposição na es-
cola. Identificar o ano ou período em que eram usadas.
4. Em sala, dialogar com os(as) estudantes sobre as histórias contadas pelas
As Diferentes
Moedas no 4 aulas
pessoas com quem conversaram e apresentação das moedas e cédulas co-
Brasil letadas para organização da exposição.
5. Para ampliar, como sugestão, passar o vídeo História das Moedas do Brasil –
Nerdologia, indicado no item Fontes de Informação e Pesquisa.
6. Organizar um roteiro com perguntas para orientar os(as) estudantes no
acompanhamento do vídeo.
7. Ao final, convidar os(as) estudantes a trocarem ideias sobre o que ouviram das
pessoas próximas e o que compreenderam e ampliaram ao assistirem o vídeo.
8. Levantamento das aprendizagens dos(as) estudantes nesta etapa.

Objetivos
 Discutir sobre a relação do dinheiro com a felicidade e as emoções das pessoas.
Compreender de que forma as relações emocionais (crescimento pessoal) afe-
tam ou não seu desempenho em organizar suas finanças e gastos.
Resumo
Nesta etapa, o objetivo é promover um diálogo com os(as) estudantessobre a rela-
ção do dinheiro com a ideia de “ser feliz”, levando em conta as implicações diretas
ou indiretas dela para a administração dos recursos e para uma boa gestão do di-
nheiro, que contemple conquistas, projetos e sonhos.
Sugestão de Etapas
1. Bate-papo com os(as) estudantes, por exemplo, a partir das perguntas: O dinheiro
é responsável pela sua felicidade? O dinheiro traz felicidade?
2. Construir um painel das ideias trazidas pelos(as) estudantes em suas respostas.
3. Propor que assistam ao vídeo Dinheiro Traz Felicidade?, ou ao vídeo Dinheiro Traz
Felicidade? – Estudo de Um Prêmio Nobel Sobre o Assunto, indicados no item
O dinheiro é Fontes de Informação e Pesquisa.
Responsável
4 aulas
pela Felici- 4. Após terem assistido ao vídeo, retomar o mapa de ideias e discutir, acrescentando
dade?
novas ideias sobre o que chamou atenção a partir do que assistiram. E provo-
cá-los(as), perguntando quais fatores podem ser modificados, acrescentados ou
ampliados.
5. Entregar a letra da música Pra ser Feliz (Daniel, e composição de Elias Muniz).
Os(as) estudantes poderão também assistir ao videoclipe.
6. Levantar com os(as) estudantes, a partir do que assistiram e leram (letra e músi-
ca), a que conclusão chegaram ou quais os fatores que consideram relevantes em
relação às perguntas iniciais.
7. Enfatizar que o dinheiro não é o único responsável por uma existência feliz, mas
a má administração dele pode trazer infelicidade. Ou seja, sabendo administrar o
dinheiro é possívelconquistar projetos e sonhos.
8. Avaliação: após os alunos assistirem aos vídeos sugeridos, será feito um pequeno
debate sobre o tema e será proposta a elaboração, em grupos, de cartazes com
frases e imagens indicando o posicionamento contra ou a favor em relação à ideia
de que “o dinheiro traz felicidade”. Os cartazes serão expostos em um mural na
escola, para conhecimento da comunidade escolar.
302 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Identificar conhecimentos prévios dos(as) estudantes em relação à Educação
Financeira. Subsidiar os(as) estudantes através de textos sobre a importância
desse conhecimento. Identificar, através de um questionário online, a relação
pessoal com a saúde financeira.
Resumo
A intenção desta etapa é promover espaços de discussão, reflexão e análise da
importância da Educação Financeira no que se refere ao modo de organizá-la. Sa-
ber organizar gastos, poupar, acumular recursos para ações futuras, acompanhar e
registrar suas despesas, tomar decisão para adquirir um bem são alguns dos aspec-
tos que serão tematizados nas atividades.
Sugestão de Etapas
1. Roda de conversa: O que é Educação Financeira e qual a importância desse co-
nhecimento para a vida das pessoas? Produzir um mapa de ideias a partir das
respostas apresentadas.
Educação
5 aulas 2. Organizar os(as) estudantes em grupos. Sugere-se entregar a cada grupo o tex-
Financeira
to Educação Financeira: Tudo o Que Você Precisa Saber Para Organizar Suas
Finanças ou O Que é Educação Financeira e Porque Você Precisa Dela Urgente,
indicados no item Fontes de Informação e Pesquisa. Solicitar que façam uma
primeira leitura individualmente, e marquem as ideias que julgarem relevantes.
3. No grupo: discutirem sobre o que, individualmente, destacaram nos textos. E
então, organizarem uma síntese para ser compartilhada no coletivo, em um se-
minário.
4. Como sugestão, poderá, ainda, utilizar o vídeo Educação Financeira nas Escolas
– Pra quê? Por quê?, indicado no item Fontes de Informação e Pesquisa.
5. Como fechamento, os(as) estudantes poderão participar de um questionário
online sobre Educação Financeira, intitulado Você Entende de Educação Finan-
ceira?, indicado no item Fontes de Informação e Pesquisa.
6. Retomar o mapa de ideias e dialogar sobre o questionário, convidando os(as)
estudantes a trazerem suas observações e considerações sobre a experiência.
7. Retomar o mapa de ideias finalizado e levantar aprendizagens a

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 303


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Conhecer processos para analisar e acompanhar a gestão financeira
pessoal e/ou familiar.
 Identificar e listar aspectos considerados fundamentais, que possam
contribuir para organização e gestão financeira.
Resumo
Nesta etapa, o intuito é promover momentos em que os(as) estudantes
terão oportunidade de analisar suas despesas e receitas como forma de
compreender como essas informações estão diretamente relacionadas às
situações financeiras pessoal e/ ou familiares. Também espera-se que, a
partir da leitura de textos de apoio, reflitam sobre como se planejar a fim
de alcançar metas
possíveis a curto, médio e a longo prazo, relacionando as discussões e
estudos realizadas no componente a seus projetos de vida.
Sugestio de Etapas
1. Roda de conversa, em que se promova um diálogo a partir dos seguintes
questionamentos: Qual a sua relação com o dinheiro? Você tem algu-
ma renda? Qual a sua participação na gestão financeira da sua família?
Qual a Relação
Pessoal ou Como a sua família faz o planejamento das despesas mensais ou di-
Familiar com o 4 aulas árias? Você participa desse planejamento? Como você e/ou a família
Dinheiro?
organiza essas informações/dados? Há previsão para despesas emer-
genciais?
2. Após a conversa inicial, e a partir das informações trazidas pelos(as) es-
tudantes, ajudá-los(as) a identificarem semelhanças e diferenças entre
suas práticas e contextos. Será importante que, neste processo, os(as)
estudantes tragam exemplos concretos para situações com resultados
em que a gestão financeira esteja associada a escolhas conscientes, tra-
zendo benefícios tanto individuais quanto familiares na gestão da renda.
3. Para ampliar a discussão e conhecimento dos(as) estudantes, poderá
utilizar como sugestão o vídeo Sinais que Você Administra Mal Seu Di-
nheiro, indicado no item Fontes de Informação e Pesquisa.
4. Após assistirem ao vídeo, retomar as discussões iniciadas nesta etapa,
e novamente promover uma conversa sobre quais pontos chamaram a
atenção dos(as) estudantes e se eles(as) identificam relações entre o
conteúdo do vídeo e sua vida financeira pessoal ou familiar.
5. No coletivo: listar quais são pontos que consideram importantes e que
podem incorporar ao seu contexto pessoal e/ou familiar.

304 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Construir e analisar planilhas eletrônicas ou não para listar receitas e gas-
tos como forma de conhecer e ter uma vista ampla da gestão financeira
praticada.
 Planejar, a partir do levantamento de gastos e receita, a projeçãopara uma
vida consciente a curto, médio e longo prazo.
Resumo
O foco desta etapa é promover momentos em que os(as) estudantes serão
convidados(as) a construir planilhas eletrônicas ou não de forma a organiza-
rem informações em relação a ganhos e gastos mensais. Inicialmente, para
conhecimento, os(as) estudantes analisarão uma planilha já estruturada, mas
possibilitando que, ao final, construam suas próprias planilhas, mais próximas
de suas realidades e do contexto familiar.
Sugestão de Etapas
1. Realizar uma conversa inicial resgatando a etapa anterior sobre a organi-
zação e gestão financeira.
2. Trazer ou solicitar que acessem a planilha de orçamento doméstico, inti-
tulada Orçamento Doméstico (Planilha), indicada no item Fontes de Infor-
mação e Pesquisa.
3. Após a apresentação da planilha, encaminhar perguntas para ajudar
os(as) estudantes a compreenderem a relação das informações. Como se
Entendendo trata de uma planilha pronta, simular valores para que os(as) estudantes
e Construindo
uma Planilha:
6 aulas compreendam como os dados são processados.
Receitas e Gastos 4. A partir da apresentação, propor aos(às) estudantes que elaborem suas
planilhas. Para isso, poderão usar dados reais ou fictícios de orçamento
familiar. A ideia é que os(as) estudantes compreendam o significado de
orçamento familiar. Portanto, se o(a) estudante não quiser usar dados re-
ais, poderá simular valores fictícios.
5. Ao final, um ou mais estudantes, por interesse, poderão socializar suas
planilhas para que você, professor(a), a partir delas, encaminhe, no cole-
tivo, um processo de análise e discussão pautado por perguntas como
esta: Será que a decisão de onde gastamos o dinheiro é a melhor para
nossa saúde financeira e para atingir objetivos futuros? Importante ana-
lisar também que as diferenças de ganhos e despesas farão com que
quem ganha pouco, se souber administrar bem o que ganha, também po-
derá prosperar e ter sucesso financeiro.
6. Você, professor(a), poderá, ainda, incluir uma discussão estabelecendo
integração com a Geografia através da análise de dados e gráficos rela-
cionados à distribuição de renda familiar (PIB – Pesquisa de Orçamento
Familiar), utilizando sites oficiais e dialogando sobre como esses dados
são utilizados para definir o cálculo de inflação do país. Poderá também
incluir uma pesquisa do valor da cesta básica na região e impactos ou não
desse valor no orçamento familiar.
7. Fechamento: discutir e avaliar o percurso desta etapa, identificando apren-
dizagens. Poderá ser utilizada como produto a organização de um semi-
nário.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 305


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Compreender a diferença entre consumo e consumismo.

 Compreender e analisar quando realizar uma compra à vista ou aprazo, iden-


tificando vantagens e desvantagens entre uma ou outra possibilidade.
 Construir uma lista de dicas para um consumo consciente.
Resumo
Nesta etapa, a proposta é promover um estudo sobre consumo e consumismo
(Compro porque quero ou porque preciso?) e em que medida um e outro afeta o
orçamento financeiro. Vivenciar situaçõesde compras e simular quando o paga-
mento for à vista ou a prazo, envolvendo o cálculo de juros.
Sugestão de Etapas
1. Levantamento de ideias a partir do questionamento: Há diferença entre consu-
mo e consumismo? Qual?
2. Lista no quadro, construindo um mapa de ideias.
3. Promover um momento em que os(as) estudantes pesquisem o significado
das palavras em um dicionário (físico ou digital).
4. Sistematizar, destacando as diferenças de suas pesquisas e entendimentos.
Você, professor(a), poderá incluir, a título de ilustração, o vídeo Eu Vou Levar
Consumo – Série ”Eu e Meu Dinheiro” – Legendado, indicado no item Fontes de Informa-
4 aulas
Consciente ção e Pesquisa.
5. A partir do que discutiram e assistiram no vídeo, trazer para debate o contexto
apresentado sobre pagamento à vista e a prazo com juros, a partir da pergun-
ta: O que vale a pena, comprar à vista ou a prazo?
6. Solicitar, com antecedência, que os(as) estudantes tragam folhetos como
sugestão para análise e cálculo de juros. Poderão utilizar uma calculadora
científica, indicada no item Fontes de Informação e Pesquisa.
7. Discutir sobre o consumo consciente, a partir dos vídeos Duas Vezes Judite
– Série “Eu e Meu Dinheiro” e Filhos da Mama – Série “Eu e Meu Dinheiro”, indi-
cados no item Fontes de Informação e Pesquisa.
8. Explorar métodos para economizar dinheiro e, de forma participativa, elaborar
um guia com 5 ou 10 dicas do consumo consciente. O vídeo Métodos Para
Economizar Dinheiro: Guia Para Iniciar, indicado no item Fontes de Informação
e Pesquisa, pode ser utilizado como exemplo.
9. Como sugestão, desenvolver o jogo Tá Osso, indicado no item Fontes de Infor-
mação e Pesquisa, que trabalha atitudes para economizar.
10. Fechamento: socialização dos resultados do guia de atitudes que possibilitem
avaliar o aprendizado que o(a) aluno(a) teve, se realmente entendeu o signifi-
cado de gerenciar o seu dinheiro. Poderá confeccionar uma cartilha, um folder,
sobre como conseguiram fazer economias em casa, usando a cultura digital,
para divulgar na escola e nos meios sociais.

306 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Conhecer formas de investimento do dinheiro através de pesquisas e visita-
ção a instituições financeiras do município.
 Realizar simulações financeiras utilizando ferramentas digitais para identifi-
car vantagens e desvantagens de uma ou outra forma de investimento.
Resumo
A proposta, aqui, é promover momentos em que os(as) estudantes sejam leva-
dos(as) a compreender e realizar simulações relacionadas a formas de inves-
timento que se apresentam no mercado financeiro, e que permitam analisar e
fazer escolhas mais assertivas, possibilitando aos(às) estudantes que ampliem
a renda pessoal ou familiar, entendendo melhor como funcionam os diferentes
mecanismos para isso.
Sugestão de Etapas
1. Organizar a classe em dois times.
2. Realizar pesquisa bibliográfica ou pesquisa de campo (em instituições financei-
ras do município ou online) sobre quais as formas existentes de investimento.
Como Investir 5 aulas
Meu Dinheiro
3. Desenvolver um trabalho em parceria com o componente de Matemática
(currículo da área comum) sobre juros simples e compostos, para conseguir
diferenciar as formas de juros nos investimentos.
4. Um grupo pode pesquisar sobre Renda Fixa: Tesouro Direto; CDB (Certificado
de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário); LCA (Letra de Crédi-
to do Agronegócio); LIG (Letra
5. Imobiliária Garantida); LC (Letra de Câmbio); LF (Letra Financeira); debêntu-
res; fundos de investimento; COE (Certificado de Operações Estruturadas).
6. Outro grupo pode pesquisar sobre Renda Variável: ações; fundos de ações;
fundos multimercado; fundos imobiliários; ETFs; derivativos (como opções
de ações e contratos de dólar); commodities (como ouro e petróleo); COE
(Certificado de Operações Estruturadas).
7. Organização de um seminário para apresentação, no coletivo e com slides,
dos resultados das pesquisas, destacando pontos positivos e negativos de
cada investimento.
8. Finalizar com uma roda de conversa utilizando-se de perguntas norteado-
ras, como: Por que a poupança não foi citada como forma de investimento?
Dentre as opções apresentadas, vocês acreditam que é possível fazer este
investimento utilizando os recursos que temos? Quais atitudes temos que
desenvolver para investir?
9. Fechamento e avaliação: sistematização dos conhecimentos e do que foi
aprendido. Serão avaliadas a apresentação dos(as) estudantes no seminá-
rio, valorizando os conceitos pesquisados, a desenvoltura na explanação, a
coerência, dedicação e a participação na roda de conversa.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 307


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Retomar o percurso vivenciado, um movimento de metacognição, levan-
tando pontos relevantes e que contribuíram para a formação pessoal e
coletiva.
 Identificar evidências de que o componente tenha contribuído para a forma-
ção cidadã e para potencializar os projetos de vida dos(as) estudantes no
que diz respeito à gestão financeira.
Resumo
Nesta etapa, a finalidade é promover espaços de escuta dos(as) estudantes
sobre o percurso realizado e as aprendizagens adquiridas, que demonstram
avanços em relação aos conhecimentos iniciais.
É importante que os(as) estudantes explicitem seus avanços e conquistas.
Avaliação do
Para isso, poderão se valer de relatos que indiquem novas posturas no uso
Percurso do
4 aulas
do dinheiro ou que tenham adotado no seu cotidiano familiar algumas das
Componente atitudes analisadas no decorrer deste percurso.
Curricular Eletivo
Sugestão de Etapas
1. Realizar uma roda de conversa e retomar registros, caminhos de estudos,
temáticas exploradas, conhecimentos matemáticos que foram importan-
tes para compreenderem o contexto financeiro, aspectos que foram, por
eles, considerados relevantes para a sua formação integral.
2. Produção de texto: tendo como referência suas vivências e estudos rea-
lizados, o que você indicaria para uma atitude mais consciente sobre os
gastos e investimentos a um(a) colega ou a familiares, etc.?
3. Apresentação de algumas produções: enquanto os(as) estudantes reali-
zam suas leituras, você, professor(a), ou um(a) estudante, registra no qua-
dro palavras chave que tenham grande significado.
4. Montar um painel (estilo nuvem de palavras) na escola juntamente com as
fotos e registros das atividades desenvolvidas ao longo do curso.

308 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Educação Fiscal Escola Cidadã:
Carga horária: 40 horas por semestre Educação Fiscal

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Cláudia Teles Santana Matemática e suas Tecnologias
Cleubéta Aparecida Pasqualon Canton Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Daiane Policarpo Tomé Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Marines Iung Figueiredo Ciência e Tecnologia
Miriam Fátima Gonçalves Componentes Integradores
Simoni Zanete Nesi
William Roberto Packer

RESUMO
Compreender questões relacionadas à situação social e econômica de pessoas e
comunidades, entender o que é Educação Fiscal e as implicações que podem ocorrer ao
pagar os impostos, comprar um produto ou adquirir um serviço são exemplos de situa-
ções presentes no cotidiano do(a) professor(a) e dos(as) estudantes. Nesse sentido, a
intenção deste Componente Curricular Eletivo é promover momentos de estudos, análise,
discussões e reflexões na intenção de perceber em que medida a cobrança de tributos e
impostos afeta direta ou indiretamente a vida e as condições das pessoas se relacionarem
e compreenderem seus direitos e deveres.
Portanto, neste Componente Curricular Eletivo, o(a) estudante terá, apoiado(a) na
mediação do(a) professor(a), oportunidades para buscar e se envolver em propostas cuja
finalidade é ajudá-lo(a) a compreender que a qualidade de um cidadão e uma cidadã cons-
cientes passa por conhecer seus direitos e deveres sociais, compreendendo como os tri-
butos cobrados ao obter um produto ou serviço trazem implicações diretas ou indiretas no
âmbito social, econômico e na saúde dos cidadãos, das cidadãs e da comunidade. A partir
de atividades práticas, estudos e debates, espera-se que os(as) estudantes desenvolvam
atitudes favoráveis para a melhoria da qualidade de vida de uma sociedade.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 309


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Reconhecer a importância de conhecimentos relacionados à Educação Fiscal como
agentes de intervenção e apoio à comunidade escolar e social, envolvendo impostos
e tributos.
 Realizar pesquisas, adquirindo experiência de curadoria de informações que tenham
fontes seguras para embasar suas ideias, e compartilhá-las com firmeza entre seus
colegas e a comunidade.
 Utilizar a argumentação no debate público, expondo-se oralmente, defendendo seu pon-
to de vista, respeitando a opinião do outro, socializando e desenvolvendo a empatia.
 Utilizar o conhecimento matemático para compreender as implicações e resultados na
aplicação dos tributos em situações de consumo ou prestação de serviço.
 Discriminar as controvérsias das leis nas aplicações no contexto social, na interpreta-
ção de tabelas e gráficos.

JUSTIFICATIVA
A Educação é um direito fundamental, e somente através dela é possível construir
uma sociedade mais justa e igualitária. Tendo em vista sua importância para o desenvolvi-
mento social, faz-se necessário adequá-la ao contexto atual da nossa comunidade escolar
e, consequentemente, de nossos(as) jovens. A juventude é uma época de construção da
personalidade, questionamentos, contestações e busca de modelos para se espelhar. Nos-
sa sociedade atual traz jovens tecnológicos, que se interessam por políticas públicas, so-
ciais e possuem acesso constante a informações em relação à corrupção, ao desrespeito,
à violência, a incertezas do mercado de trabalho, ao preconceito, levando-os à insatisfação.
A Escola, então, local de construção do conhecimento, deve amparar esses(as) jo-
vens, atendendo às suas necessidades. Baseado nesses anseios, conclui-se que eles(as)
necessitam de um ensino que dê sentido à sua vida. Nessa reflexão, o(a) professor(a) tem
papel importante, mediando, incentivando, engajando os(as) estudantes e inovando em
sala de aula, fazendo com que sejam protagonistas na construção de seu aprendizado,
envolvendo-os(as) em atividades de relevância que os(as) ajudarão a resolver problemas
reais em seu cotidiano.
É nesse cenário que a Educação Fiscal surge, tendo como foco a formação integral
dos sujeitos. Nesta linha de pensamento, este Componente Curricular Eletivo se justifica
pelo fato de explorar temáticasque influenciarão os(as) estudantes a desenvolverem, com
embasamento, seu raciocínio lógico, crítico, empatia, respeito, senso de justiça, consci-
ência da realidade, e entender seus direitos e deveres. A finalidade, então, é auxiliá-los(as)
nesse processo de aquisição do conhecimento, contribuindo para o seu desenvolvimento
socioemocional. Espera-se que os(as) estudantes, através dos conhecimentos que irão
circular neste Componente Curricular Eletivo, compreendam seu papel como cidadãos e
cidadãs que refletem e intervêm em questões como a desigualdade, corrupção, violência, e
na transformação da sociedade atual, pelo bem comum.

310 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
 Têm curiosidade para compreender a finalidade socioeconômica dos tributos.
 Têm interesse em questões que contribuam para a promoção da qualidade de vida em
sociedade.
 Têm interesse em conhecer direitos e deveres pessoais e da comunidade para entende-
rem sua realidade.
 Têm interesse em compreender e se envolver com questões sociais e financeiras coti-
dianas.

COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)


 Fazer uso das metodologias ativas, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia
do(a) estudante.
 Possuir ou ter abertura para desenvolver conhecimento tecnológico.
 Ser engajado(a) com a comunidade escolar.
 Ter abertura para a pesquisa e para envolver-se com as temáticas que serão abordadas
no Componente Curricular Eletivo.
 Ter abertura para mediar um componente organizado como projeto de intervenção, em
que os(as) estudantes são protagonistas.
 Ter comprometimento com o seu desenvolvimento profissional.
 Ter facilidade de desenvolver trabalho em grupo.
 Ser empático(a), organizado(a) e criativo(a).

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

10. Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 311


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE
CONHECIMENTO MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Competência Específica 1: Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos
para interpretar situações em diversos contextos, sejam atividades cotidianas, sejam fatos
das Ciências da Natureza e Humanas, das questões socioeconômicas ou tecnológicas,
divulgados por diferentes meios, de modo a contribuir para uma formação geral.

 Interpretar criticamente situações econômicas, sociais e fatos relativos às Ciências da


Natureza que envolvam a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções
representadas e das taxas de variações, com ou sem apoio de tecnologias digitais.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS


Competência Específica 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando dife-
rentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia,consciência crítica e responsabilidade.

 Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira — com base na


análise de documentos (dados, tabelas, mapas, etc.) de diferentes fontes — e propor
medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais
próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e cidadãs e
promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória,
de campo, experimental, etc.), em fontes confiáveis, informações sobre a contribuição da
Matemática na explicação de fenômenos de natureza científica, social, profissional, cultural,
de processos tecnológicos, identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se me-
diante argumentação, com o cuidado de citar as fontes dos recursos utilizados na pesquisa
e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes mídias.
 Levantar e testar hipóteses sobre temas e processos de natureza histórica, social, eco-
nômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
contextualizando os conhecimentos em sua realidade local e utilizando procedimentos
e linguagens adequados à investigação científica.

312 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Mediação e Intervenção Sociocultural
 Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos matemáticos para
propor ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção sobre problemas
socioculturais e problemas ambientais.
 Identificar e explicar situações em que ocorram conflitos, desequilíbrios e ameaças a
grupos sociais, à diversidade de modos de vida, às diferentes identidades culturais e ao
meio ambiente, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, com base em fenôme-
nos relacionados às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Matemática Financeira (porcentagem, juros simples e compostos, função do 1º grau e
exponencial).
 Estatística: tabelas e gráficos.
 Educação Fiscal: artigos constitucionais; sistema econômico.
 Relação Estado-sociedade: conceito de sociedade e Estado; Estado democrático (ele-
mentos, organização dos poderes, administração pública, democracia e direitos huma-
nos); IDH; ética.
 Tributos e cidadania: histórico dos tributos; legislação tributária nacional; conceito, clas-
sificação e tipos de tributos; documentos fiscais.
 Gestão democrática dos recursos públicos: orçamento; participação popular; execução
orçamentária; responsabilidade na gestão fiscal; compras no setor público; controle,
transparência e participação social; acompanhamento das contas públicas.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


As propostas relacionadas à organização das turmas e à gestão das atividades podem
sofrer adaptações de acordo com a sua maneira de atuar e se relacionar com os(as) estudan-
tes. No entanto, as metodologias previstas neste Componente Curricular Eletivo precisam ser
tomadas como referência para que se alcance os objetivos de aprendizagem esperados.
Os profissionais da área fiscal que serão indicados em momento específico deste com-
ponente podem ser escolhidos por critérios definidos pelo(a) professor(a) ou em combinação
com os interesse dos(as) estudantes. As sugestões de textos e vídeos podem ser ampliadas
ou modificadas, desde que atendam às intencionalidades e objetivos das atividades.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 313


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
Com o intuito de incentivar os discentes a serem protagonistas na construção do seu
próprio conhecimento sobre a Educação Fiscal, esse Componente Curricular Eletivo estará es-
truturado estrategicamente para o desenvolvimento de projetos de intervenção social, pesqui-
sas científicas, rodas de conversas, debates, apresentações e trabalhos em grupo.
Cada etapa a ser realizada utilizará as seguintes metodologias ativas: sala de aula
invertida, aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem baseada em projetos, e
aprendizagem entre pares, em que o foco principal são os(as) alunos(as). Eles(as) serão
orientados(as) a realizar as próprias pesquisas temáticas, e terão autonomia para o le-
vantamento de questionamentos a serem discutidos em sala de aula. Os docentes, nesse
caso, atuarão como mediadores desse processo, colaborando, assim, para a ampliação de
conhecimentos e para a aprendizagem dos(as) estudantes.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


 Sala de aula.
 Biblioteca.
 Laboratório de informática.
 Projetor.
 Caixa de som.
 Materiais para registros pessoais e coletivos (canetas, papéis, etc.).
 Entorno da escola (visitação ao comércio local).

AVALIAÇÃO
O ato de avaliar é inerente ao trabalho do(a) professor(a), e está validado nos Parâ-
metros Curriculares Nacionais. Visando a uma formação sólida, consciente e significativa
para os(as) estudantes, o processo de avaliação durante todo o percurso desse Compo-
nente Curricular Eletivo será diagnóstico, processual, formativo e qualitativo, com caráter
transdisciplinar, observando os seguintes aspectos: a compreensão e aplicação de conhe-
cimentos; a criatividade; o raciocínio lógico e capacidade de interpretação; a capacidade de
trabalho em equipe e socialização; e a frequência nas aulas. Além dos aspectos elencados
anteriormente, contaremos com alguns instrumentos avaliativos, que são relevantes para
que possamos analisar o desempenho da aprendizagem do(a) aluno(a). No Compartilha-
mento de Ideias, observar a interação com a temática do vídeo exposto, assim como a res-
posta da pergunta norteadora; nas Pesquisas, o trabalho em grupo e a entrega do relatório
final; na Roda de Conversa, a exposição de ideais e as perguntas formuladas pelos grupos,

314 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


assim como trazer um(a) profissional da área fiscal; na Matemática Cidadã, a resolução do
questionário da atividade sobre cupom fiscal e a criação de tabelas e gráficos no Excel; no
Mitos e Verdades, analisar o posicionamento dos(as) estudantes, suas ideias, justificativas
e argumentos; na Confecção de Cartazes, observar a participação na sua criação e criativi-
dade; na Apresentação, analisar desenvoltura, participação e a forma como será apresen-
tado o trabalho final. O resultado esperado, nesse quesito, é promover a transgressão da
aprendizagem dos(as) protagonistas deste processo.
Durante o processo de desenvolvimento do Componente Curricular Eletivo, outros as-
pectos serão observados como participação, engajamento nas propostas e frequência dos(as)
alunos(as), que serão utilizados nas etapas do componente instrumentos avaliativos, como:

 registros produzidos a partir das pesquisas, de maneira a explicitar a temática escolhi-


da ou distribuída nos grupos;
 aplicação dos conhecimentos matemáticos na resolução de problemas decorrentes
das atividades propostas;
 construção e análise de gráficos e tabelas que expressam relações e tendências dos
dados, em relação a juros simples e compostos;
 construção e uso de planilhas eletrônicas para manipular e modelar os dados;
 apresentar e compartilhar os conhecimentos adquiridos, argumentando com base na
perspectiva do desenvolvimento de competências socioemocionais, como, por exem-
plo, a empatia e aprendizagem colaborativa.

A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 315


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
#COLABORA. Sem Direitos: 28,2% da população não têm acesso à educação. Disponível em:
https://projetocolabora.com.br/ods8/sem- direitos-282-da-populacao-nao-tem-acesso-a-edu-
cacao/. Acesso em 09 out. 2020.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de Aula Invertida: uma metodologia ativa de apren-
dizagem. (Tradução Afonso Celso da CunhaSerra). Rio de Janeiro: LTC, 2016. 104 p.
BORDEAUX, A.L.; RUBINSTEIN, C.; FRANÇA, E.; OGLIARI, E.; PORTELA, G. Matemática na
Vida e na Escola. Vol. 4. 2 ed. São Paulo: Editora Positivo, 2006.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Consulta Pública. Brasília, MEC/CONSED/
UNDIME, 2015. Disponível em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_
EF_110518_versaofinal_ site.pdf. Acesso em: 25 nov. 2020.
BRUM, Luciana; SOUZA, Vandete. Projeto Educação Fiscal Na Escola: aprendendo para a vida
em sociedade. Disponível em: http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/content/conn/UCMServer/
uuid/ dDocName:3966079. Acesso em: 02 set. 2020.
FACULDADE UNYLEYA. Saiba o Que É Metodologia Ativa e Como Aplicá-la. Disponível em:
https://blog.unyleya.edu.br/inicie-sua-carreira/dicas-de- estudos1/saiba-o-que-e-a-metodolo-
gia-ativa-e-como-aplica-la/. Acesso em: 02 set. 2020.
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. São Paulo: Cortez/Autores Associados,1999.
______. Perspectivas Atuais em Educação. São Paulo: AP, jun. 2000. HOFFMANN, Jussara.
Avaliação – Mito e Desafio: uma perspectiva construtiva. 35 ed. Porto Alegre: Editora Media-
ção, 2005.

Vídeos
A HISTÓRIA dos Tributos. 1 vídeo (13min). Publicado por Programa Nacionalde Educação
Fiscal. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=- V6vFtYmqHQ. Acesso em: 01
set. 2020.
COMO Calcular Juros Simples e Composto no Excel. 1 vídeo (14min29s) Publicado
por Flávio Moita. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=SkV2yWUB9g.
Acesso em: 20 out. 2020.
EDUCAÇÃO Fiscal e Cidadania – Tributos: que história é essa? 1 vídeo
(20min32s). 17 nov. 2011. Publicado por TV Escola. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=VUcDz_twyeo&t=19s. Acesso em: 01 set. 2020.

316 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Ampliar e aprofundar os conhecimentos dos(as) estudantes sobre tributos
e a sua importância socioeconômica para construir as primeiras ideias a
respeito da Educação Fiscal.
Resumo
Nesta etapa, a intenção é aproximar os(as) estudantes do tema deste Compo-
nente Curricular Eletivo. Para isso, serão utilizados vídeos
que trazem a história dos tributos e como eles foram, com o tempo, incorpora-
dos às ações sociais e econômicas. Além disso, serão promovidos momentos
de reflexão e discussão sobre a função social dos tributos no contexto atual.
Sugestão de Etapas
1. Roda de conversa: Que ideias vocês trazem quando falamos sobre Educa-
ção Fiscal?
Ideias Iniciais: o 2. Construção de um mapa de ideias (quadro ou recurso tecnológico como
2 aulas
Que Já Sabemos? o mentimiter).
3. Elaboração de um roteiro para apoiar os registros dos(as) estudantes en-
quanto assistem ao vídeo. Por exemplo: Quais informações ou ideias apre-
sentadas nos vídeos vocês desconheciam? Que aspectos trazidos pelos
vídeos chamaram sua atenção? O que aprenderam sobre a função social
dos tributos? Como entendem a função dos tributos nos dias de hoje?
4. Apresentação de vídeo A História dos Tributos, indicado no item Fontes de
Informação e Pesquisa.
5. Debate coletivo sobre o vídeo e retomada do mapa de ideias para amplia-
ção dos conhecimentos.
6. Questionamento sobre a relação entre os tributos na atualidade e a cidadania.
7. Fechamento: produção coletiva de texto sobre aspectos relevantes em re-
lação ao que foi discutido.
8. Espaço de escuta sobre as aprendizagens dos(as) estudantes.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 317


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Realizar pesquisas em grupo sobre temas relacionados à Educação Fiscal.
 Aprender a selecionar fontes confiáveis para o desenvolvimento das pes-
quisas, de forma a embasar conhecimentos sobre a temática.
Resumo
Esta etapa tem como foco envolver os(as) estudantes em um ambiente dinâ-
mico, em que o ato de pesquisar sobre o tema seja a fonte para ampliar e ali-
nhar os conhecimentos iniciais. A mediação e envolvimento do(a) professor(a)
têm papel fundamental, acolhendo e trocando ideias com os(as) estudantes
tanto nos grupos quanto no coletivo.
Sugestão de Etapas
1. Apresentar a proposta desta etapa aos(às) estudantes.
2. Organizar a turma em quatro grupos, onde cada um será responsável por
uma linha de pesquisa.
3. Apresentar as linhas de pesquisa propostas:
a) Educação Fiscal-contexto social (O que pesquisar? Artigos constitu-
cionais (1º, 3º, 5º, 6º e 7º); sistema econômico atual; papel da Educa-
Pesquisa para ção Fiscal para a transformação da sociedade).
Aprofundar
Conhecimentos
12 aulas b) Relação Estado-sociedade (O que pesquisar? Conceito de sociedade
Sobre a Temática e Estado; Estado democrático; Índice de Desenvolvimento Humano –
IDH; ética).
c) Tributos e cidadania (O que pesquisar? Breve histórico dos tributos; le-
gislação tributária nacional; conceito, características, classificação e
tipos de tributos; crimes contra a ordem tributária; documentos fiscais).
d) Gestão democrática dos recursos públicos (O que pesquisar? Edu-
cação Fiscal e cidadania: orçamento, participação popular, execução
orçamentária; responsabilidade na gestão fiscal; compras no setor pú-
blico; controle; transparência fiscal e participação social).
4. Durante as pesquisas, o acompanhamento, a orientação e o apoio feito
por você, professor(a), é fundamental, seja sugerindo sites ou auxiliando
os(as) estudantes na compreensão de termos e expressões utilizadas
nesse contexto de Educação Fiscal, seja sugerindo pesquisas em dicioná-
rios ou sites pertinentes.
5. Orientação para organização e registros das informações coletadas na pes-
quisa. Coletivamente, definir o formato do produto dessa sistematização.
6. Apresentação, debates e trocas de ideias e conhecimentos dos e entre os grupos.
7. Fechamento: avaliação do processo e explicitação das aprendizagens
dos(as) estudantes.

318 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Socializar o resultado da pesquisa a partir de seus focos.
 Argumentar a partir de fatos e evidências baseados nas informações e co-
nhecimentos adquiridos na pesquisa.
 Contribuir, no debate, com perguntas e questionamentos com o objetivo de
compor ideias e ampliar conhecimento.
Resumo
A proposta, nesta etapa, é abrir espaço para os grupos realizarem a socializa-
ção das ideias principais, geradas a partir das pesquisas realizadas. A intenção
é criar um ambiente de compartilhamento de ideias e conhecimentos na pers-
pectiva da aprendizagem colaborativa. Para isso, a mediação do(a) professor(a)
Solicitação pode ajudar a criar um ambiente participativo, de crescimento e aprendizagem.
das Pesquisas
e Roda de
4 aulas Sugestão de Etapas
Conversa
1. Contextualizar o momento, indicando tratar-se do compartilhamento e socia-
lização das pesquisas.
2. Retomar as temáticas geradoras das pesquisas.
3. Combinar com os(as) estudantes a ordem das apresentações.
4. Combinar que, durante as apresentações, os(as) estudantes participem com
perguntas ou contribuam para complementar as falas dos colegas com co-
nhecimentos construídos em suas pesquisas.
5. Sugestão: trazer pessoas (profissionais) locais ligados à área fiscal local que
possam acompanhar as apresentações ou destinar um momento específico
para dialogar com a turma, contribuindo para ampliação das aprendizagens
dos(as) estudantes.
6. Fechamento e sistematização das aprendizagens.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 319


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Aplicar e identificar os conhecimentos matemáticos que possibilitam compre-
ender a relação entre tributos e consumo.
 Construir e analisar gráficos que representam as variações e relações dos
tributos em situações cotidianas.
Resumo
Nesta etapa, os(as) estudantes terão a oportunidade de manipular e aplicar co-
nhecimentos matemáticos relacionados ao contexto da Educação Fiscal. Utiliza-
rão fórmulas para calcular juros simples e compostos para expressar relações de
tributos em valores de produtos consumidos.
Sugestão de Etapas
1. Apresentar o contexto desta etapa.
2. Solicitar com antecedência que os(as) estudantes tragam para a aula cupons
fiscais.
3. Problematizar: O que é um cupom fiscal? Qual a sua finalidade? Qual a relação
com o que vocês pesquisaram na etapa anterior? Por que pedir a nota fiscal?
4. Construção coletiva de um mapa de ideias. Sugestão: usar o quadro ou um
suporte digital como o mentimiter.
5. Propor aos(às) estudantes que analisem um cupom fiscal, identificando e lis-
tando as informações que estão contidas nele. Você, professor(a), poderá en-
caminhar a leitura a partir de questionamentos como: Qual o valor da compra?
Matemática
Cidadã
6 aulas Do total pago pela compra, qual foi o valor dos impostos? Sem o valor do im-
posto, qual seria o valor a pagar pela compra? Qual o percentual dos impostos
sobre o valor da compra?
6. Roda de conversa a partir de questionamentos: Os tributos arrecadados pelo
cupom fiscal correspondem a quais esferas? Por quê? Além do cupom fiscal,
conhece outro tipo de documento fiscal? Qual? Qual o destino desses impos-
tos recolhidos? Você sabe o que é sonegação fiscal? Qual a importância do
documento fiscal para combatê-la? Quantos anagramas (novas palavras) po-
dem-se determinar com a palavra CUPOM? E se só fossem anagramas inicia-
dos por vogais?
7. Procurar oportunizar a fala dos(as) estudantes e observar como argumentam
e se pautam nos estudos realizados na etapa anterior.
8. Organizar os(as) estudantes em duplas ou trios.
9. “Mão na massa”: propor situações-problema envolvendo contextos relaciona-
dos a juros simples e compostos.
10. Construção de tabelas e gráficos utilizando planilhas (eletrônicas ou não).
11. Incentivar a pesquisa da relação de valores obtidos à vista, aplicando-se juros
(simples ou compostos), identificando variações e tendências (comportamen-
to exponencial ou linear) a partir dos gráficos que representam a incidência de
juros.
12. Fechamento e avaliação: no coletivo, levantar pontos fortes a partir do desen-
volvimento desta etapa e indicação (pode ser uma produção textual) do que
aprenderam.

320 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Discriminar as controvérsias das leis e suas aplicações no contexto social.
Resumo
Nesta etapa, a proposta é gerar um grande debate em que os(as) estudantes te-
rão a oportunidade de se expressar a partir do que aprenderam até aqui, com
foco em suas ideias sobre mitos e verdades relacionadas à lei de aplicação dos
tributos nas relações socioeconômicas, e sobre os direitos e deveres do Estado,
da família e da sociedade.
Sugestão de Etapas
1. Contextualizar aos(às) estudantes a proposta da atividade.
2. Organizar a turma em três grupos, sendo que cada um assumirá um papel
durante o debate: concordo, discordo e não opino.
3. Organizar um slide em que esteja representada uma tabela com situações
relacionadas ao contexto do Componente Curricular Eletivo, indicando quais
são verdades e quais são mitos. Por exemplo: a Constituição Federal de 1988
diz que a educação é direito de todos(as) e dever do Estado e da família, de-
vendo ela garantir uma educação digna, gratuita, pública e de qualidade, sen-
do considerada um direito fundamental assegurado a todos(as) os cidadãos
Mitos e 6 aulas e cidadãs. Essa afirmação é verdadeira? Todos(as) os cidadãos e cidadãs
Verdades
têm os mesmos acessos à educação?
4. Primeiro momento do debate: nos grupos, os(as) estudantes discutem sobre
a situação apresentada a partir do perfil definido (concordo, discordo e não
opino) e desenvolvem uma síntese de argumentos para apoiá-los(as) durante
o debate.
5. Abertura da plenária para início dos debates.
6. O(A) professor(a) poderá apoiar ou problematizar os grupos durante o de-
bate, trazendo alguns dados referentes à situação apresentada, como, por
exemplo, gráficos que mostram a situação de aprendizagem de estudantes e
o acesso à educação no país.
7. Outra possibilidade é observar os argumentos dos grupos e provocá-los a
refletirem através de perguntas, como, por exemplo: por que no Brasil há
tantas pessoas analfabetas? Por que todas não estão na escola? Quantas
pessoas correspondem a essas taxas de analfabetismo? Qual a importância
dos investimentos públicos na educação? Como os tributos recolhidos nos
municípios e estados são distribuídos? Por que esse recolhimento não está
atendendo às necessidades de todas as crianças e jovens na promoção de
uma educação de qualidade e igualitária? Qual região tem a maior taxa de
analfabetismo e por que?
8. Fechamento e autoavaliação: roda de conversa sobre as aprendizagens e co-
nhecimentos adquiridos, evidenciando de que forma as leituras, discussões
e vivências os ajudaram a promover o debate e argumentar com elementos
potentes.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 321


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Desenvolver a criatividade trabalhando em grupo, sistematizando o conheci-
mento científico adquirido nas pesquisas e nas discussões promovidas no
percurso deste Componente Curricular Eletivo.
Resumo
Esta etapa tem a intenção de proporcionar a retomada pessoal e coletiva dos(as)
estudantes na perspectiva de se perceberem no contexto trabalhado (Educação
Fiscal), para que reconheçam as transformações e aprendizagens desenvolvidas
no semestre (quem eram e o que sabiam no início desse processo, e quem são
e o que sabem ao fim desse percurso, levando em conta conquistas, aprendiza-
gens, interação com os(as) colegas, desenvolvimento de competências socioe-
mocionais). A proposta de um portfólio assume uma perspectiva de historiar o
percurso individual.
Registro do Sugestão de Etapas
Percurso:
10 aulas
Estudos e 1. Contextualizar aos(às) estudantes esta etapa.
Aprendizagens
2. Ter uma fala que estimule e mobilize os(as) estudantes a “mergulharem” no
percurso vivenciado no Componente Curricular Eletivo.
3. Apoiar os(as) estudantes a buscarem e revisitarem os registros e referências
de cada etapa anteriormente: fotos, registros coletivos e individuais, temática
trabalhadas, produtos produzidos, registros de aprendizagens, etc.
4. Organizar a turma em grupos.
5. Nos grupos, os(as) estudantes dialogam e trocam ideias sobre como orga-
nizarão seus registros e sistematizarão as aprendizagens conquistadas no
percurso.
6. Combinar com os(as) estudantes formas que podem utilizar para socializar
suas conquistas, aprendizagens e desafios, como, por exemplo: paródia, sli-
des, cartazes, etc.
7. Finalização do Componente Curricular Eletivo.

322 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


Jogos de Raciocínio Desafiando e Conhecendo
Lógico-Matemático Melhor a Mente:
Jogos Matemáticos
Carga horária: 40 horas por semestre

AUTORES(AS) ÁREAS
Alessandra Dorini Linguagens e suas Tecnologias
Analieze Aparecida Leopoldino Cardoso Matemática e suas Tecnologias
Ariane Farias Furtado Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Claudinara Trentin Kolleht Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Cláudio Joel de Oliveira Ciência e Tecnologia
Daniela Crispim da Costa
Componentes Integradores
Fernanda Padilha Rodrigues
Jaciana Zanelatto de Lima
Luis Augusto Uliana
Moacir Zandoná Pazini
Pedro de Medeiros Goulart
Renata Villa João
Rolando Oestreich
Samanda Gomes Frozza Dos Santos
Silvana Napoleão Espíndola
Tatiane Raquel Adam Scheidt

RESUMO
O cérebro é uma máquina de possibilidades infinitas, que realiza, a cada segundo, mi-
lhões de novas ligações entre os neurônios. Que tal apoiar a turma a conhecer melhor essa
máquina tão poderosa? A proposta é que os(as) estudantes desenvolvam o raciocínio lógico,
aprendam a analisar como cada um constrói conhecimento e estratégias para enfrentamen-
to de situações-problema, ao mesmo tempo em que ampliam seus repertórios de formas de
pensar. Será colocado em prática o exercício de pensar de modo reflexivo, com o objetivo de
avançar no desenvolvimento de habilidades diretamente ligadas aos principais estilos de pen-
samentos (numérico, lógico, criativo, tático e estratégico), essenciais na hora de “enxergar” um
determinado problema e também as suas possíveis soluções. Neste CCE, serão elaborados e
aplicados jogos para que os(as) estudantes desenvolvam pensamento lógico, ajudando-os(as)
a analisar problemas sob diferentes ângulos.
As atividades e jogos estão organizados em unidades com diferentes focos e formas. Para
começar, estão os jogos lógicos, cujo objetivo é o desenvolvimento das diferentes habilidades que
compõem o raciocínio dedutivo. Entre eles, estão dois jogos de origem na cultura africana, e que
podem ser vencidos com boas estratégias. Na sequência, estão os problemas lógicos dos mais
simples aos mais complexos. Isso para que, ao final, com o repertório adquirido ao longo das aulas,
os(as) estudantes sejam convidados(as) a elaborar um projeto de construção de jogos para serem
divulgados na escola ou fora dela.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 323


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Expressar, por meio de argumentos consistentes, sua forma de pensar e representar
soluções para situações-problema.
 Utilizar diferentes representações para expressar raciocínios, através de diálogos, es-
quemas, listas, tabelas e escrita na linguagem matemática.
 Demonstrar autoconfiança e determinação no desenvolvimento das atividades.
 Trabalhar em equipe de modo colaborativo e respeitoso.
 Elaborar e resolver problemas utilizando raciocínio lógico-dedutivo.
 Identificar formas de pensar específicas do raciocínio lógico, tais como antecipação,
levantamento e checagem de hipóteses, inferência, tentativa e erro, prova por absurdo,
tomada de decisão.
 Mobilizar conhecimentos diversos na construção de estratégias para resolução de uma
situação desafiadora.

JUSTIFICATIVA
A importância do ensino-aprendizagem dentro deste Componente Curricular Eletivo
não está atrelada apenas ao saber matemático, mas sim a todas as áreas do conhecimen-
to humano, pois, nelas, os saberes se entrelaçam na perspectiva de uma formação integral.
A partir das metodologias e da avaliação aqui apresentadas, foram traçadas estratégias
para motivar os(as) estudantes para a aprendizagem, para apoiá-los(as) a desenvolver a
concentração, a atenção, o raciocínio lógico- dedutivo e o senso de colaboração.
A opção pelos jogos tem como meta, além de desenvolver o raciocínio lógico, estimular
o desenvolvimento do pensamento crítico, científico e criativo, da capacidade de resolver pro-
blemas, favorecendo a interpretação e a autonomia de maneira a auxiliar na vida cotidiana e,
consequentemente, na construção dos projetos de vida desses(as) estudantes.
Os jogos de raciocínio lógico-matemáticos são excelentes aliados no processo de
ensino-aprendizagem, mobilizando os(as) estudantes pelo prazer de vencer desafios, fa-
vorecendo o desenvolvimento das habilidades e competências apontadas como direitos
de aprendizagem na BNCC e nos Referenciais Curriculares para os Itinerários Formativos.
A metodologia escolhida para o desenvolvimento das atividades permite que se-
jam desenvolvidas pelos(as) estudantes habilidades dos eixos estruturantes: investigação
científica, processos criativos e empreendedorismo. Eixos que são enfatizados no currícu-
lo estadual, atendendo às atuais demandas da comunidade escolar e ao desenvolvimento
integral dos(as) jovens do Ensino Médio, formando-os(as) para a ação crítica de ser, agir e
interagir consigo mesmos(as) e com o meio ambiente e social no qual estão inseridos(as).

324 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


SOBRE OS(AS) ESTUDANTES
 Querem conhecer melhor a máquina tão poderosa que é o cérebro e suas infinitas pos-
sibilidades.
 São curiosos(as) e interessados(as) em desenvolver soluções criativas e estratégias
variadas de resolução.
 Gostam de descobrir padrões e testar hipóteses.
 Identificam-se com jogos de regras.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer
à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

7. Argumentação. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.

9. Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-


peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10.Responsabilidade e Cidadania. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, respon-


sabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 325


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
Competência Específica 3: Utilizar estratégias, conceitos, definições e procedimentos ma-
temáticos para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contex-
tos, analisando a plausibilidade dos resultados e a adequação das soluções propostas, de
modo a construir argumentação consistente.

Competência Específica 4: Compreender e utilizar, com flexibilidade e precisão, diferentes


registros de representação matemáticos (algébrico, geométrico, estatístico, computacio-
nal, etc.), na busca de solução e comunicação de resultados de problemas.

Competência Específica 5: Investigar e estabelecer conjecturas a respeito de diferentes


conceitos e propriedades matemáticas, empregando estratégias e recursos, como observação
de padrões, experimentações e diferentes tecnologias, identificando a necessidade, ou não, de
uma demonstração cada vez mais formal na validação das referidas conjecturas.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 » Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na explicação ou resolução
de uma situação-problema, elaborando modelos com a linguagem matemática para
analisá-la e avaliar sua adequação em termos de possíveis limitações, eficiência e pos-
sibilidades de generalização.

Processos Criativos
 Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados à Matemática,
para resolver problemas de natureza diversa, incluindo aqueles que permitam a produ-
ção de novos conhecimentos matemáticos, comunicando com precisão suas ações e
reflexões relacionadas a constatações, interpretações e argumentos, bem como ade-
quando-os às situações originais.
 Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras, considerando a aplica-
ção dos conhecimentos matemáticos associados ao domínio de operações e relações
matemáticas simbólicas e formais, de modo a desenvolver novas abordagens e estra-
tégias para enfrentar novas situações.

Empreendedorismo
 Reconhecer e utilizar qualidades e fragilidades pessoais com confiança, para superar desa-
fios e alcançar objetivos pessoais e profissionais, agindo de forma proativa e empreendedo-
ra e perseverando em situações de estresse, frustração, fracasso e adversidade.

326 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Linguagem matemática.
 Lógica argumentativa.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


 As atividades e os jogos que compõem este Componente Curricular Eletivo podem ser
adaptados de acordo com a disponibilidade de recursos e as singularidades dos dife-
rentes contextos a partir da realidade de cada comunidade escolar.
 Alguns jogos e atividades podem ser explorados de maneira online, ou até mesmo
os(as) próprios(as) estudantes podem confeccionar o material, peças e tabuleiros que
serão utilizados, de maneira que o jogo se torne veículo de aprendizagem e comunica-
ção na busca do exercício do protagonismo.
 O respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem dos(as) estudantes pode gerar a am-
pliação ou redução da quantidade de atividades propostas, para que seja assegurado o
avanço de todos(as) e a conquista de um conjunto compartilhado de saberes.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS
O componente é estruturado para desenvolver o raciocínio lógico e estimular a
criatividade, a capacidade de resolver problemas por meio de jogos e situações-problema.
Assim, é necessário que a metodologia exercida pelo(a) professor(a) seja a da problema-
tização, colocando-se como orientador do pensamento do(a) estudante por meio de boas
perguntas, tanto no decorrer da atividade como nos momentos finais de socialização e de
avaliação. Sugerimos, a seguir, na forma de etapas, três momentos das atividades: a mo-
bilização inicial, o desenvolvimento da atividade e a socialização das aprendizagens e das
dúvidas, das conquistas e das dificuldades.

1ª Etapa: Cada conjunto de atividades possui objetivos específicos detalhados em sua descri-
ção, e, para cada caso, é preciso utilizar diferentes estratégias para mobilizar diferentes habili-
dades que se deseja que os(as) estudantes desenvolvam. A motivação inicial e a apresentação
de um jogo podem ser feitas de diferentes maneiras, contemplando a mobilização de conheci-
mentos prévios e a aprendizagem colaborativa, a partir de estratégias como:
 uma roda de conversa para levantamento do que os(as) estudantes já sabem ou conhe-
cem de um determinado jogo;
 jogar com um(a) estudante, sem apresentar todas as regras para que os(as) estudantes
as descubram;
 solicitar que um grupo aprenda um jogo e o ensine aos(à) colegas;
 projetar ou colocar no quadro as regras ou o texto da atividade, e solicitar a leitura cole-
tiva para discussão sobre o que os(as) estudantes entenderam ou não.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 327


Essa diversidade de formas traz em cada uma delas a possibilidade de desenvolvimen-
to de competências ou habilidades diferentes, além de imprimir maior dinamismo às aulas.

2ª Etapa: Durante a atividade, é feito o acompanhamento da aprendizagem. Para isso, a


observação dos(as) estudantes no momento do jogo deve ser acompanhada de boas per-
guntas, como, por exemplo: Expliquem: Por que tomaram essa decisão?; ou Por que essa
estratégia é melhor?; ou ainda, Como vocês registrariam essa ideia? O registro de falas
dos(as) estudantes, de jogadas criativas ou inesperadas, de dúvidas e eventuais conflitos
são valiosas evidências do que abordar ao final do jogo, quando se torna importante a so-
cialização das aprendizagens.

3ª Etapa: Ao final, sugerimos sempre uma conversa coletiva ou roda de conversa, na qual
são tratadas as observações feitas durante o jogo ou atividade. Recomendamos, também,
alguma forma de registro para compor o processo de avaliação e de autoavaliação dos(as)
estudantes, como buscamos descrever no item Avaliação, a seguir.

É preciso, ainda, destacar que, para alguns dos jogos, as questões “de conhecimen-
to específico” podem ser resolvidas com uma breve retomada inicial; já as questões “de
objetivos de cada atividade” devem ser aprofundadas e até mesmo registradas pelos(as)
estudantes nessa discussão de fechamento da atividade.

Lembrando que a maioria dos jogos são essencialmente atividades coletivas, e é


natural que existam conflitos, que podem ser analisados pelo grupo ou pelo coletivo da
classe, de modo que haja negociação e consenso sobre como minimizar as dificuldades
de convivência com o diferente.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


 Local adequado com espaço para jogos em grupo e confecção de jogos.
 Preparação dos jogos e dos materiais necessários para cada um deles.
 As regras dos jogos ou das atividades para trabalho autônomo nos grupos.
 Para consulta do(a) professor(a), é preciso acesso aos livros e sites citados como refe-
rências na descrição de cada uma das unidades temáticas.
 De acordo com a disponibilidade da escola: projetor, lousa digital, materiais de laborató-
rio de matemática, tabuleiros de xadrez/ tabuleiros de jogos.

328 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


AVALIAÇÃO
Avaliação processual, formativa e qualitativa
Avaliar é parte integrante da prática pedagógica, e precisa estar presente no planeja-
mento das aulas. Os objetivos traçados para cada atividade ou sequência de atividades são
orientadores da avaliação, que se compõe da observação e dos registros do(a) professor(a) e
das produções dos(as) estudantes. A avaliação acontecerá ao longo do processo de ensino-
aprendizagem, de forma contínua, diagnóstica e efetivada em todas as atividades propostas,
levando em consideração cada um dos objetivos de aprendizagem, sem descuidar daqueles
aspectos mais formativos, como: a mobilização e interesse do(a) estudante em relação ao
tema e sua respectiva participação, na colaboração respeitosa no grupo e com todos(as) da
classe; na persistência frente aos desafios mais complexos; na autoconfiança para expor suas
ideias e dúvidas.
Para isso, o ambiente da classe deve ser de confiança, no qual erros são bem vindos
como oportunidades para pensar sobre eles e avançar. Ideias podem ser expostas sem julga-
mento prévio, mas com orientação para que bons argumentos acompanhem cada uma delas.
O registro das aprendizagens pode ter múltiplas formas, como, por exemplo:

 Todos os registros do(a) professor(a), resultados de suas observações durante as ativi-


dades e nas rodas de conversa finais.
 Um caderno com as sínteses elaboradas pelo(a) estudante ao final de cada sequência
de atividades.
 Registros pontuais de cada estudante sobre suas dúvidas, com a descrição de estraté-
gias mobilizadas nos jogos.
 Gravação de trechos de uma atividade, ou da apresentação de um(a) ou mais estudantes.
 Fotos de resoluções apresentadas no quadro ou de um mural com diferentes resolu-
ções ou estratégias para uma mesma situação ou jogo.

O(a) estudante também poderá se autoavaliar, realizando análise crítica do seu desem-
penho, destacando suas aprendizagens exitosas, bem como as que necessita melhorar, ou,
ainda, analisando seu avanço em relação às estratégias que ele(a) desenvolveu ao longo das
atividades. Neste processo, o(a) professor(a) ocupa o papel de mediador(a), analisando to-
das as produções e explicitando ao(à) estudante sua potencialidade, seu crescimento e sua
fragilidade, permitindo que ele(a) conquiste outro olhar sobre si mesmo(a) e sobre sua forma
de pensar. Nessa perspectiva, as orientações metodológicas e a avaliação são os principais
meios para o desenvolvimento integral, constituindo todo um processo transversal, não classi-
ficatório, sustentado por dados e registros, e dinâmico.
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 329


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
AGRANIONIH, Neila Tonin; SMANIOTTO, Magáli. Jogos e Aprendizagem Matemática: uma
interação possível. Erechim: Edifapes, 2002.
ALBRECHT, Evonir; CHICO, Angélica do Carmo da Silva; SBRANA, Mariade Fátima Costa. Edu-
cação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades: o desenvolvimento de
habilidades cognitivas e socioemocionais por meio do jogo e da mediação. 2016. Disponível
em:http://www.sbembrasil.org.br/enem2016/anais/pdf/6697_3272_ID.pdf. Acesso em: 13 out.
2020.
BATISTA, Helena Diniz Meira. Jogos Matemáticos para Trabalhar o Raciocínio Lógico em Ope-
rações Fundamentais. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de
Educação. Os Desafios da Escola Pública Paranaense na Perspectiva do Professor PDE
2013. Curitiba: SEED/PR., 2016. v. 1. (Cadernos PDE). Disponível em: http:// www.gestaoes-
colar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo. php?conteudo=20. Acesso em: 10 set.
2020.
#BIRELO, Solange. Jogos: a maneira divertida de ficar inteligente. 2008. II Mostra Cultu-
ral e Científica “Léo Kohlef – 50 Anos construindo história. Disponível em: http://www.
teoleokohler.seed.pr.gov.br/redeescola/ escolas/7/2740/31/arquivos/File/Projeto%20
5E.pdf. Acesso em: 31 ago. 2020. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília:
MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/ apresenta-
cao. Acesso em: 04 set. 2020.
#BRITO, João E. (ed.). Batalha Naval com Desafio. 2013. Departamento de Matemática –
UNESP. Disponível em: https://www.ibilce.unesp.br/ !/ departamentos/matematica/extensao/
lab-mat/jogos-no-ensino-de- matematica/6-ao-9-ano/. Acesso em: 08 out. 2020.
CERBASI, Gustavo. Investimentos Inteligentes. Rio de Janeiro: EdiouroPublicações, 2012.
DALFRÉ, Ana Paula de Próspero. As relações Entre Abstração Reflexiva e Condutas de
Escolares no Jogo A Hora do Rush. 2013. CAMPINAS. Disponívelem: http://repositorio.uni-
camp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/250802/1/Dalfre_ AnaPauladeProspero_M.pdf. Acesso
em: 13 out. 2020.
DVORSKY, George. Por Que Computadores Estão Tendo Dificuldades com Esse Problema de
Xadrez Enganosamente Simples. 2017. Disponível em: https://gizmodo.uol.com.br/computa-
dores-problema-simples-xadrez/. Acesso em: 10 set. 2020.
FANTI, Ermínia de Lourdes Campello; SILVA, Flávia Souza Machado da; SILVA, Aparecida F.
da; FARIA JUNIOR, Denis Cesar; RODRIGUES, Rhaissa Rogéria. Trabalhando com os Jogos
Traverse e Mancala. 2015. Disponívelem: https://www.ibilce.unesp.br/Home/Departamentos/
Matematica/ mc4d_erminia_flavia.pdf. Acesso em: 19 out. 2020.
GELEDÉS. Jogos Africanos: a matemática na cultura africana. Geledés Instituto da Mulher
Negra. Disponível em: https://elegbaraguine. wordpress.com/jogos-africanos-a-matematica-
-na-cultura-africana/. Acesso em: 08 out. 2020.
GONÇALVES, Amanda. Estimulando o Raciocínio Lógico Através dos Jogos Mancala. Dispo-
nível em: https://educador.brasilescola.uol.com. br/estrategias-ensino/estimulando-raciocinio-
-logico-atraves-dos-jogos- mancala.htm. Acesso em: 15 set. 2020.

330 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


GOUVEIA, Rosimar. Exercícios de Raciocínio Lógico. Disponível em: https://www.todamateria.
com.br/raciocinio-logico-exercicios/. Acesso em: 08 out. 2020.
MIND LAB. Mind Lab. Disponível em: http://mindlab.net/. Acesso em:05 nov. 2011.
PAES, RUI SANTOS. Coleção Concursos Públicos: o passo decisivo para sua aprovação, racio-
cínio lógico 2. Barueri: Editora Gold, 2008.
RUSSELL, Stuart; NORVIG, Peter. Inteligência Artificial. Rio de Janeiro:Campus, 2004.
SERAFIM, Thiago. Geniol. 2014. Disponível em: https://www.geniol.com.br/ logica/sudoku/.
Acesso em: 08 set. 2020.
______. Robox. 2006. Disponível em: https://rachacuca.com.br/raciocinio/robox/. Acesso em:
08 out. 2020.
______. Teste de Einstein. 2014. Disponível em: https://www.geniol.com. br/logica/sudoku/.
Acesso em: 08 out. 2020.
SMULLYAN, Raymond. O Enigma de Sherazade: e outros incríveis problemas das mil e uma
noites à lógica moderna. Rio de Janeiro: JorgeZahar Ed., 2008.
STAREPRAVO, Ana Ruth. Jogando com a Matemática: números e operações. Curitiba: Ed.
Aymará, 2009.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 331


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO
TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Apresentar Componente Curricular Eletivo e propor vivência de duas atividades
mobilizadoras.
Resumo
A mobilização dos(as) estudantes para as aulas depende de uma apresentação
adequada do que ele(a) vivenciará nas aulas. Para isso, essa primeira etapa traz
uma breve experimentação da forma e do conteúdo das próximas aulas.
Sugestão de Etapas
Mobilização 1. Apresentação do componente, enfatizando que os jogos e atividades são apenas
para o 2 aulas
Curso
meios para aprender a conhecer sua própria forma de pensar e desenvolver aspec-
tos importantes do raciocínio lógico, essencial para aprender cada vez mais.
2. Vivenciar um problema de lógica em todas as etapas descritas nas sugestões
metodológicas.
3. Roda de conversa final, para que os(as) estudantes tragam suas percepções
sobre o que vivenciaram e suas expectativas para a continuidade do curso e,
especialmente, para que o(a) professor(a) explicite que, na resolução desse pro-
blema, cada um(a) teve que formular hipóteses, testá-las, tomar decisões, cons-
truir alguma forma de registro, e que essas são etapas básicas do pensamento
lógico dedutivo.
Objetivos
 Desenvolver habilidades de inferência, previsão, tomada de decisão e análise de
erros, por meio de jogos de raciocínio lógico.
Resumo
Nesta etapa, sugere-se um determinado tipo de jogo para realização solitária ou em
grupo, que tenha como principal meta o desenvolvimento de algumas das habilida-
des que compõem o raciocínio lógico dedutivo. Jogos mais adequados.
 Sodoku
 Batalha Naval
 Traverse
 Hora do Rush
 O Desafio das Oito Rainhas
 O Passeio do Cavalo
Jogos
Lógicos
16 aulas  Hora do Rush ( jogo comercial)
 Robox (para computador)
Sugestão de Etapas
1. Apresentar os objetivos dessa etapa e organizar a classe de
2. acordo com as especificidades de cada jogo.
3. Escolher uma forma de apresentação das regras (ver o item Sugestões Metodológicas).
4. Acompanhar o desenvolvimento do jogo, registrando indícios de aprendizagens
e estratégias. Realizar a socialização das estratégias e dúvidas ao final de cada
jogo, sempre problematizando se há uma estratégia melhor que outra e incen-
tivando a argumentação dos(as) jovens sobre suas ideias. Novamente, ao final
da etapa dos jogos que possuem os objetivos propostos, organizar nova rodada
de avaliação coletiva e uma autoavaliação.
Para a sua mediação, sugerimos a consulta às seguintes referências: Brito (2013),
Dalfré (2013), Dvorsky (2017), Fanti (2015), Serafim (2006, 2014).

332 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Ampliar as habilidades propostas nos jogos anteriores, incluindo, agora, o plane-
jamento das jogadas com maior exercício da
Resumo
Nesta etapa, os(as) estudantes jogam jogos aparentemente simples e divertidos,
mas que são mais complexos em termos de habilidades de raciocínio lógico, neces-
sárias para a construção de estratégias vencedoras.Sugestão de Etapas
Jogos de
2 aulas Sugestão de Etapas
Estratégia
1. Apresentar jogos simples de origem na cultura africana, jogados pelas crianças
em seus momentos de simples lazer, mas que possuem forte apelo a capacida-
des cognitivas mais complexas.
2. Repetir as etapas de 2 a 4 da sequência de jogos anteriores, ampliando a ava-
liação final para explicitar aos(às) estudantes a necessidade do planejamento
reflexivo antes de cada jogada.
Para a sua mediação, sugerimos a consulta às seguintes referências: Geledés e Gon-
çalves.

Objetivos
 Desenvolver habilidades de inferência, previsão, tomada de decisão e análise de
erros, por meio de problemas verbais de raciocínio lógico.
Resumo
 Problemas de lógica são o foco dessa sequência de atividades, que tem os
mesmos objetivos dos jogos. Agora, os(as) estudantes devem enfrentar cada
situação individualmente, para depois discutir em duplas ou pequenos grupos
suas ideias e dúvidas, e, dessa forma, ampliar sua capacidade de argumentar e
de exercer a colaboração e o respeito com os(as) outros(as).
Sugestão de Etapas
Problemas 1. Apresentar a mudança na forma de trabalho, com a substituição dos jogos por
de Lógica 6 aulas
Dedutiva problemas de texto, como o utilizado na aula inicial do curso.
2. Resolver coletivamente um desses problemas, sem enfatizar uma estratégia de
resolução ou de registro, mas apenas problematizando como os(as) estudan-
tes resolvem a questão.
3. Propor, a cada aula, 2 ou 3 desses problemas, escolhendo-os em grau crescen-
te de dificuldade.
4. Repetir a etapa 4 das sequências anteriores, sempre visando a avaliação mais
formativa e a inserção cada vez maior do(a) estudante no processo de acompa-
nhar suas aprendizagens, no sentido de raciocinar logicamente.
Para a sua mediação, sugerimos a consulta às seguintes referências: Batista
(2016), Cerbasi (2012), Gouveia, Paes (2008).

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 333


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Elaborar problemas na forma de jogos lógicos.
 Construir textos de regras consistentes e adequados a objetivos determina-
dos.
 Exercer a criatividade e a colaboração na produção em grupo de um jogo ló-
gico.
Resumo
A BNCC traz a elaboração de problemas como uma das habilidades mais ci-
tadas, mas sempre envolvendo algum objeto de conhecimento específico, o
que nem sempre acontece nos jogos lógicos cujo foco é o raciocínio, e não o
conteúdo específico. Utilizando como apoio o repertório de jogos e de proble-
mas, adquirido nas aulas anteriores, a proposta agora é a elaboração de jogos
ou problemas, de modo a desenvolver a capacidade de criar e construir jogos
Elaboração
de Jogos I
2 aulas ou problemas de modo consistente. A avaliação dessas produções será feita
pelos(as)colegas da classe, intencionando a valorizar as aprendizagens dos(as)
jovens.
Sugestão de Etapas
1. Apresentar o projeto.
2. Incentivar que os(as) estudantes se organizem em pequenos grupos e esco-
lham o tipo de jogo, seu formato e os materiais necessários para a sua cons-
trução.
3. Solicitar que os(as) estudantes registrem suas primeiras ideias e distribuam
entre os(as) colegas do grupo as tarefas necessárias para a concretização de
seus planos iniciais nas próximas aulas.
4. Socializar os primeiros planos dos(as) estudantes para que toda a turma pos-
sa fazer uma primeira avaliação, sempre no sentido de aperfeiçoar a proposta
dos(as) colegas.

Objetivos
 Desenvolver o raciocínio pautado pela antecipação, pelo levantamento e pela
checagem de hipóteses e o raciocínio por absurdo.
Resumo
Nesta etapa, os jogos colocam em foco os problemas de lógica argu-
mentativa dos(as) estudantes.
Problemas de
Lógica Sugestão de Etapas
4 aulas
Argumenta-
tiva
1. Apresentar esse novo tipo de problema de lógica resolvendo um deles com a
turma. De preferência, iniciar com uma suposição quegere o absurdo.
2. Sugerimos as etapas 2 a 4 das atividades anteriores, mas agora com foco no tipo
de registro desenvolvido pelos(as) estudantes para acompanhar sua resolução, e,
especialmente, no raciocínio utilizado para descartar possibilidades.
Para a sua mediação, sugerimos a consulta às seguintes referências:
Gouveia, Paes (2008), Serafim (2014).

334 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Elaborar problemas na forma de jogos lógicos.
 Construir textos de regras consistentes e adequados a objetivos determina-
dos.
 Exercer a criatividade e a colaboração na produção em grupo de um jogo lógico.
Resumo
Nesta etapa, os(as) estudantes analisam seus planos iniciais para a construção
de um jogo lógico, para desenvolver as regras e produzir os materiais necessá-
rios para o jogo. A avaliação das produções de cada grupo é feita por seus pares.
Sugestão de Etapas
1. Com os(as) estudantes nos grupos organizados, é importanteque analisem
Elaboração
de Jogos II
6 aulas novamente seus planos iniciais em função das discussões feitas na aula
anterior e as contribuições dos(as) colegas.
2. Os grupos precisam ter tempo adequado para a elaboração deseus jogos.
3. Os jogos prontos devem ser trocados entre os grupos para quesejam anali-
sados e recebam contribuições dos(as) colegas, sempre no sentido do aper-
feiçoamento.
4. A avaliação entre grupos pode ser registrada, assim como suas ob-
servações durante a elaboração dos jogos, no sentido de verificar
se os jogos propostos permitem o desenvolvimento de habilidades
características do pensamento lógico.
5. Por fim, ocorre uma etapa de apresentação dos jogos. Trata-se de uma cul-
minância cujo desenvolvimento pode ser planejado pelos(as) estudantes e
cujo alcance e complexidade dependemdas condições e espaços da escola.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 335


Matemática Aplicada
Carga horária: 40 horas por semestre Calcular, Projetar, Construir!

AUTORES(AS) ÁREAS
Linguagens e suas Tecnologias
Barbara Cristiana dos Santos Borba Matemática e suas Tecnologias
Clarice Siviero Lopes Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Elizandra Vieira de Jesus Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Elzi Clara Lehmann Custódio de Oliveira Ciência e Tecnologia
Fábio Braga Pacheco Componentes Integradores
Graziela Trentin
Joseane Patricia Chegatti
Nelson Antonio dos Santos Garcia
Renato Spinelli Carmona
Soeli Aparecida Brasil
Solange Maria Bona

RESUMO
Para que serve a Matemática? Essa é, sem dúvida, uma frase muito ouvida entre os(as)
estudantes, especialmente quando, nos anos finais da Escola Básica, os conceitos e procedi-
mentos se tornam mais complexos e abstratos. Uma das formas de responder a essa indaga-
ção é enveredar-se pelas aplicações da Matemática, e é esse o tema central deste CCE.
Com o uso de recursos tecnológicos como softwares, aplicativos e atividades lúdi-
cas, pretende-se que os(as) estudantes se apropriem de conceitos básicos da Matemática
e de outras áreas, numa espécie de construção pessoal de uma moradia idealizada e repre-
sentada com recursos diversos.
O percurso das atividades é pautado pela proposição de situações- problema e pela
investigação, de modo que o(a) estudante possa desenvolver habilidades como as de compre-
ender e interpretar situações, tomar decisões, analisar, avaliar, colaborar e ser persistente. O ob-
jeto de conhecimento central é o conceito de área que será explorado tanto sob a perspectiva
histórica quanto pela sua aplicação na Matemática, assim como no projeto da moradia.

336 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Utilizar conceitos matemáticos na elaboração e resolução de situações-problema aplicadas.
 Elaborar a planta baixa de uma moradia, utilizando as regras básicas do desenho técnico.
 Converter representações planas em modelos espaciais correspondentes.
 Relacionar o desenvolvimento histórico do cálculo de áreas a resultados da álgebra e
da física.

JUSTIFICATIVA
Para oferecer aos(às) estudantes uma oportunidade de conhecer mais sobre apli-
cações da Matemática em diversas áreas, eles(as) serão melhor orientados em relação a
perspectivas possíveis de futuro.
Este CCE possibilita aos(às) jovens conhecimentos para realizarem escolhas diante
das várias opções do mercado profissional, de modo que eles(as) possam se inserir na
vida adulta de maneira mais qualificada e menos improvisada.
A proposta é lúdica no sentido do planejamento de uma moradia ideal, o que pode
incentivar a construção de novos projetos e maior participação do(da) jovem na concreti-
zação de seus sonhos e na construção de sua identidade pessoal e social.
A proposta é transpor conhecimentos matemáticos da sala de aula para um projeto
futuro. Assim, enquanto investigam conceitos matemáticos e geométricos presentes na
construção civil, em específico, na elaboração de plantas baixas e na execução de obras,
os(as) estudantes se desenvolvem de modo integral.

SOBRE OS(AS) ESTUDANTES


 Querem conhecer aplicações da Matemática na elaboração de plantas e modelos na
forma de maquetes.
 São curiosos(as) e interessados(as) em desenvolver soluções criativas e estratégias
variadas de resolução.
 Gostam de colocar a “mão na massa” na produção de modelos físicos para ideias e
abstrações.
 Têm interesse pela origem das ideias e conceitos que aprendem em Matemática.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 337


COMPROMETIMENTO DOS(AS) PROFESSORES(AS)
 Estimular o diálogo e a contribuição do(a) estudante para que ele(a) seja protagonista
na construção de seu conhecimento, através de pesquisas e exposição de ideias, tor-
nando-se, assim, um(a) aliado(a) na busca do seu aprendizado.
 Utilizar as ferramentas tecnológicas e as metodologias ativas propostas, para mediar
aulas mais dinâmicas e significativas para os(as) estudantes.
 Exercitar a empatia, a resolução de problemas e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indi-
víduos, sem preconceitos de qualquer natureza.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1.Conhecimento. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprenden-
do e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2.Pensamento Científico, Crítico e Criativo. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abor-


dagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e
a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

9. Empatia e Cooperação. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-


peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus sa-
beres, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Competência Específica 1: Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos
para interpretar situações em diversos contextos, sejam atividades cotidianas, sejam fatos
das Ciências da Natureza e Humanas, das questões socioeconômicas ou tecnológicas,
divulgados por diferentes meios, de modo a contribuir para uma formação geral.

Competências Específicas 2: Propor ou participar de ações para investigar desafios do


mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis, com base na
análise de problemas sociais, como os voltados a situações de saúde, sustentabilidade,
das implicações da tecnologia no mundo do trabalho, entre outros, mobilizando e articulan-
do conceitos, procedimentos e linguagens próprios da Matemática.

338 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


 Propor ou participar de ações adequadas às demandas da região, preferencialmente
para sua comunidade, envolvendo medições e cálculos de perímetro, de área, de volu-
me, de capacidade ou de massa.

Competências Específicas 3: Utilizar estratégias, conceitos, definições e procedimentos


matemáticos para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contex-
tos, analisando a plausibilidade dos resultados e a adequação das soluções propostas, de
modo a construir argumentação consistente.

 Empregar diferentes métodos para a obtenção da medida da área de uma superfície


(reconfigurações, aproximação por cortes, etc.) e deduzir expressões de cálculo para
aplicá-las em situações reais (como o remanejamento e a distribuição de plantações,
entre outros), com ou sem apoio de tecnologias digitais.

Competência Específica 4: Compreender e utilizar, com flexibilidade e precisão, diferentes


registros de representação matemáticos (algébrico, geométrico, estatístico, computacio-
nal, etc.), na busca de solução e comunicação de resultados de problemas.

HABILIDADES ESPECÍFICAS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


ASSOCIADAS AOS EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação Científica
 Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade,
atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
 Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na explicação ou resolução
de uma situação-problema, elaborando modelos com a linguagem matemática para
analisá-la e avaliar sua adequação em termos de possíveis limitações, eficiência e pos-
sibilidades de generalização.
 Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados,
fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afir-
mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores
universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sus-
tentabilidade.

Processos Criativos
 Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados à Matemática
para resolver problemas de natureza diversa, incluindo aqueles que permitam a produ-
ção de novos conhecimentos matemáticos, comunicando com precisão suas ações
e reflexões relacionadas a constatações, interpretações e argumentos, bem como os
adequando às situações originais.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 339


OBJETOS DE CONHECIMENTO
 Noções de desenho geométrico e de desenho técnico.
 Cálculo de áreas por decomposição, aproximação e com o uso de tecnologia.
 Aplicações do conceito de área na álgebra geométrica.
 História da Matemática em relação ao conceito de área.

ADAPTAÇÕES A CONTEXTOS LOCAIS


A proposta de idealização de uma moradia pode ser adaptada para outros espaços,
como um novo ambiente na escola, a ampliação ou reforma de um espaço da escola, a
construção no bairro de um novo espaço para utilização dos(as) jovens da comunidade
local, a proposta de melhoria de uma área degradada.

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS


O componente é estruturado para o entendimento de que o conhecimento matemá-
tico pode ser aplicado ao mesmo tempo em que se busca o desenvolvimento, pelo(a) estu-
dante, das capacidades de resolver e elaborar situações-problema aplicadas a um contexto
criado por ele(a) mesmo.
Assim, é necessário que a metodologia exercida pelo(a) professor(a) seja a da pro-
blematização, colocando-se como orientador(a) do pensamento do(a) estudante por meio
de boas perguntas, tanto no decorrer da atividade como nos momentos finais de socializa-
ção e de avaliação.
Sugerimos, a seguir, na forma de etapas, três momentos das atividades: a mobili-
zação inicial; o desenvolvimento da atividade; e a socialização das aprendizagens e das
dúvidas, das conquistas e das dificuldades:

1ª Etapa: Cada conjunto de atividades possui objetivos específicos detalhados na des-


crição de cada um deles, e, para cada caso, é preciso utilizar diferentes estratégias para
mobilizar diferentes habilidades que se deseja que os(as) estudantes desenvolvam. A mo-
tivação inicial e a apresentação de uma atividade podem ser feitas de diferentes maneiras,
contemplando a mobilização de conhecimentos prévios e a aprendizagem colaborativa, a
partir de estratégias como:

340 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


 uma roda de conversa para levantamento do que os(as) estudantes já sabem ou conhe-
cem de um determinado assunto;
 a retomada da atividade anterior, para que todos(as) relembrem e possam iniciar a nova
etapa conhecendo o percurso já realizado;
 solicitar a leitura ou pesquisa de uma nova informação e questionar a relação do que
está ali com o que foi feito até o momento;
 projetar, ou colocar no quadro, o texto da atividade e solicitar a leitura coletiva para dis-
cussão sobre o que os(as) estudantes entenderam ou não.

Essa diversidade de formas traz em cada uma delas a possibilidade de desenvolvimen-


to de competências ou habilidades diferentes, além de imprimir maior dinamismo às aulas.

2ª Etapa: Durante a atividade é o momento de acompanhamento da aprendizagem. Para


isso, a observação dos(as) estudantes pode ser orientada por boas perguntas, como, por
exemplo: Expliquem: Por que tomaram essa decisão? ou Como vocês fizeram esse cálcu-
lo?; ou, ainda, Como vocês registrariam essa ideia?. O registro de falas dos(as) estudantes,
criativas ou inesperadas, dúvidas e eventuais conflitos, são valiosas evidências do que
abordar ao final da atividade, quando é importante a socialização das aprendizagens.

3ª Etapa: Ao final, sugerimos sempre uma conversa coletiva ou roda de conversa, na qual
são tratadas as observações feitas durante a atividade. Nesta etapa, sugerimos alguma
forma de registro para compor o processo de avaliação e de autoavaliação dos(as) estu-
dantes, como buscamos descrever no item Avaliação, a seguir.

É preciso destacar que, para algumas das atividades, as questões de “conhecimen-


to específico” podem ser resolvidas com uma breve retomada inicial; já as questões de
“objetivo de cada atividade” devem ser aprofundadas e até mesmo registradas pelos(as)
estudantes nessa discussão de fechamento da atividade.

RECURSOS, ESPAÇOS E MATERIAIS DIDÁTICOS


 Materiais de desenho (papel, lápis, borracha, régua, esquadro, entre outros).
 Calculadora e instrumentos de medida, como fitas métricas ou trenas.
 Materiais reciclados.
 Acesso à internet em alguns momentos específicos.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 341


AVALIAÇÃO
Avaliação Processual, Formativa e Qualitativa
Avaliar é parte integrante da prática pedagógica, e precisa estar presente no plane-
jamento das aulas. Os objetivos traçados para cada atividade ou sequência de atividades
são orientadores da avaliação, que se compõe da observação e dos registros do(a) profes-
sor(a) e das produções dos(as) estudantes.
A avaliação acontecerá ao longo do processo de ensino-aprendizagem, de forma contí-
nua, diagnóstica e efetivada em todas as atividades propostas, levando em consideração cada
um dos objetivos de aprendizagem, sem se descuidar daqueles aspectos mais formativos
como: a mobilização e interesse do(a) estudante em relação ao tema e sua respectiva partici-
pação, a colaboração respeitosa no grupo e com todos(as) da classe, a persistência frente aos
desafios mais complexos, a autoconfiança para expor suas ideias e dúvidas.
Para isso, o ambiente da classe deve ser de confiança, no qual erros são bem vin-
dos, e vistos como oportunidades para se pensar sobre eles e avançar. Ideias podem ser
expostas sem julgamento prévio, mas com orientação, para que bons argumentos acom-
panhem cada uma delas.

O registro das aprendizagens pode ter múltiplas formas, como, por exemplo:

 Todos os registros do(a) professor(a), resultados de suas observações durante as ativi-


dades e nas rodas de conversa finais.
 Um caderno com as sínteses elaboradas pelo(a) estudante ao final de cada unidade
temática.
 Registros pontuais de cada um(a) dos(as) estudantes sobre suas dúvidas.
 Gravação de trechos de uma atividade, ou da apresentação de um(a) ou mais estudantes.
 Fotos de resoluções apresentadas no quadro ou de um mural com diferentes resolu-
ções ou estratégias para uma mesma situação.
 A produção da planta baixa e da maquete, criadas pelos(as) estudantes.

O(a) estudante também poderá se autoavaliar, realizando análise crítica do seu de-
sempenho, destacando suas aprendizagens exitosas, bem como as que necessita melho-
rar; ou, ainda, analisando seu avanço em relação a seus conhecimentos iniciais e aos que
ele(a) desenvolveu ao longo das atividades. Neste processo, o(a) professor(a) ocupa o
papel de mediador(a), analisando todas as produções e explicitando ao(à) estudante sua
potencialidade, seu crescimento e sua fragilidade, permitindo que ele(a) conquiste outro
olhar sobre si mesmo(a) e sobre sua forma de pensar.
Nessa perspectiva, as orientações metodológicas e a avaliação são os principais
meios para o desenvolvimento integral, constituindo todo um processo transversal, não-
-classificatório, sustentado por dados e registros, e dinâmico.
A avaliação final do semestre letivo deste componente será por meio de um Parecer
Descritivo, em sintonia com as orientações elaboradas pela SED e enviadas para as escolas.

342 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


FONTES DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
#BECKER, Renata Leandro. A Álgebra Geométrica de Euclides. Dissertação de Mestrado
pela Universidade Federal De Santa Catarina. Centro de Ciências Físicas e Matemáticas.
Departamento de Matemática, 2004. Disponível em: https://repositorio.ufsc. br/xmlui/bits-
tream/handle/123456789/96581/Renata_Leandro_ Becker.pdf?sequence=1&isAllowed=y
:~:text=O%20problemas%20 encontrados%20pelos%20gregos,oes%20deviam%20ser%20
interpretadas%20geom%C3%A9tricamente. Acesso em: 02 nov. 2020.

CALDEIRA, Cinderela. Criatividade para a Resolução de Problemas. Revista Espaço Aberto.


Disponível em: https://www.usp.br/espacoaberto/?materia= criatividade-para-a-resolucao-
-de-problemas. Acesso em: 15 out. 2020.
CATAPAN, Márcio Fontana. Apostila de Desenho Técnico I. Curitiba: UFPR, 2017. Dis-
ponível em: http://www.exatas.ufpr.br/portal/degraf_marcio/wp- content/uploads/si-
tes/13/2014/09/Apostila-DT-Prof-Marcio-Catapan-1.pdf. Acesso em: 13 out. 2020.

DECORANDO CASAS. Planta Baixa Construir. Disponível em: https:// decorandocasas.


com.br/2014/02/04/plantas-de-casas-para-construir/ plantas-casas-construir6/. Acesso
em: 15 out. 2020.

ENTENDA ANTES. Entenda o Que é Planta Baixa, Para Que Serve e Exemplos. Disponível
em: https://entendaantes.com.br/o-que-e-planta- baixa/. Acesso em: 15 out. 2020.

FIORELLI, Juliano. Apostila de Desenho Técnico. USP. Disponível em: https://edisci-


plinas.usp.br/pluginfile.php/5144869/mod_resource/ content/0/Apostila%20Dese-
nho%20T%C3%A9cnico_Alimentos.pdf. Acesso em: 13 out. 2020.
FURQUIM, Darcy. 7 Dicas para um Planejamento Escolar Eficiente. Disponível em: ht-
tps://escolasdisruptivas.com.br/tecnologia-educacional/planejamento-escolar-eficiente/.
Acesso em: 18 set. 2020.

GASPAR, Maria Terezinha; MAURO, Sueli. Explorando a Geometria Atravésda História da Ma-
temática e da Etnomatemática. Publicado no VIII Enem, Recife, 2004. Disponível em http://
www.sbem.com.br/files/viii/pdf/07/ MC10721746500.pdf. Acesso em: 03 nov. 2020.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 16 ed. São Paulo: Cortez, 2005.

MOVIMENTO PELA BASE. Guia de Referência Para o Planejamento e Redação de Ob-


jetivos de Aprendizagem. Disponível em: http:// movimentopelabase.org.br/wp-content/
uploads/2017/03/Guia-de- Refer%C3%AAncia-para-reda%C3%A7%C3%A3o-de-objetivos-
-de- aprendizagem.pdf. Acesso em: 15 out. 2020.

POSKITT, Kjartan. Isaac Newton e Sua Maçã. São Paulo: Cia das Letras, 1999. VIVA DE-
CORA PRÓ. Conheça as Normas de Desenho Técnico Usadas no Brasil Para Arquitetura
e Deixe Seus Projetos Dentro das Normas ABNT. Disponível em: https://www.vivadecora.
com.br/pro/arquitetura/normas- de-desenho-tecnico/. Acesso em: 13 out. 2020.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 343


SUGESTÃO DE PERCURSO DO COMPONENTE CURRICULAR ELETIVO

TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Identificar conhecimentos sobre medidas e áreas.
 Expressar expectativas em relação ao desenvolvimento deste CCE.
Resumo
Para mobilizar os(as) estudantes para este CCE, eles(as) devem conhecem as te-
máticas e a proposta de construir uma planta e sua correspondente maquete para
uma moradia. Os(as) estudantes podem se organizar em pequenos grupos e elabo-
rar um registro de suas primeiras ideias.
Sugestão de Etapas
A sugestão é apresentar os objetivos do curso e, em seguida, apresentar uma plan-
ta baixa modelo para análise dos(as) estudantes. Escolhida a planta entre as mui-
Mobilização 2 aulas tas opções que existem na internet, os(as) estudantes podem ser orientados(as)
com perguntas como:
1. O que este desenho representa?
2. O que significa este ou aquele símbolo?
3. Esta moradia foi idealizada para quantos(as) moradores(as)?
4. Como saber a área ocupada por essa residência? Qual é o papel da escala
apresentada nesta planta?
5. Em seguida, em uma roda de conversa, os(as) estudantes devem ser incentiva-
dos(as) a expressar o que imaginam que vão vivenciar neste CCE. Essas ideias
iniciais podem ser registradas no quadro pelos(as) estudantes para compa-
ração, em outros momentos, com o que realmente estão desenvolvendo ao
longo do curso.

344 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Selecionar e mobilizar recursos criativos relacionados à Matemática para cons-
trução de novos conhecimentos e resolução de problemas de natureza diversa.
 Interpretar e construir representações de acordo com as regras básicas do de-
senho técnico.
 Empregar diferentes métodos para a obtenção da medida da área de uma su-
perfície (reconfigurações, aproximação por cortes, etc.), com ou sem apoio de
tecnologias digitais.
Resumo
Para a construção de uma planta baixa, os(as) estudantes precisam conhecer
as regras básicas do desenho técnico, e então idealizarem uma planta baixa sob
condições escolhidas no coletivo da turma, e registrarem as medidas correspon-
dentes. Ao final desta unidade temática, os(as) estudantes constroem maquetes
correspondentes às plantas baixas produzidas por eles(as).
Sugestão de Etapas
1. Partindo da observação da planta baixa da unidade temática anterior, os(as)
estudantes, em pequenos grupos, devem pesquisar mais sobre o que é uma
planta baixa e os elementos presentes nela, tais como linhas de dimensão, es-
cala e tipos de itens. Para isso, eles(as) podem ser orientados(as) a consultar
os diversos textos e sites sugeridos nas referências deste CCE.
A Cons-
trução de
12 aulas
2. Nesse processo inicial, os(as) estudantes podem também conhecer os(as)
uma Planta
Baixa
profissionais que utilizam e os(as) que elaboram plantas como profissão, as-
sim como recursos digitais para a elaboração de plantas, inclusive com vistas
tridimensionais com a utilização de softwares específicos.
3. Os grupos devem propor o tipo de planta que desejam produzir para uma deter-
minada moradia, destacando o tipo de terreno, a quem se destina essa moradia,
o número e tipo de cômodos, e a metragem total; apresentar suas propostas a
toda a turma para críticas construtivas; e elaborar as plantas correspondentes
com a utilização de instrumentos de desenho geométrico, com destaque às
medidas e áreas e, especialmente, à escala utilizada na planta.
4. Então, apresentar suas produções com todas as informações necessárias para
que elas possam ser avaliadas por um outro grupo, sem qualquer explicação
dos(as) estudantes que a idealizaram.
5. Em uma roda de conversa, pode ser feita a apresentação final da planta baixa,
após eventuais correções de cada produção.
6. Finalmente, nos grupos, com a utilização de materiais recicláveis, os(as) estu-
dantes constroem maquetes correspondentes às plantas baixas elaboradas
por eles(as). Aqui, novamente, a questão de escala deve ser considerada como
essencial.
7. Além das produções feitas ao longo do processo, que podem ser indicadores
importantes para a avaliação dos(as) estudantes, este é um bom momento
para propor uma autoavaliação de cada um dos(as) estudantes, sobre suas
aprendizagens, contribuição no grupo e eventuais dúvidas.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 345


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos para entender e
explicar a realidade e continuar aprendendo.
 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à investigação e à reflexão para investi-
gar processos de medição desde a Antiguidade até os dias atuais.
Resumo
Na forma de uma investigação orientada pelo(a) professor(a), os(as) estudantes de-
vem conhecer e resolver situações-problema utilizando os métodos da Antiguidade e
os mais atuais para medição de áreas. Uma referência para esta etapa é o texto Explo-
rando a Geometria Através da História da Matemática e da Etnomatemática, de Maria
Terezinha Gaspar e Sueli Mauro, indicado no item Fontes de Informação e Pesquisa.
Sugestão de Etapas
Ampliando
o Conheci- 1. Relembrar as fórmulas de cálculo de área de figuras planas com os(as) estudantes
mento Sobre 8 aulas
o Cálculo de
e problematizar que nem sempre as áreas foram calculadas desta maneira.
Áreas 2. Organizar os(as) estudantes em 5 grupos, de modo que cada um deles analise e
apresente aos demais uma das cinco justificativas para a fórmula egípcia de cálcu-
lo da área de um círculo, e analisem em cada caso o erro entre o valor obtido pelos
antigos e o valor atual. Para isso, é possível utilizar a referência a seguir.
3. Em seguida, solicitar que os(as) estudantes calculem a área de uma figura irregular
utilizando as ideias dos sábios do Antigo Egito, apresentada a eles(as) em uma
folha quadriculada.
4. Apresentar um programa como Google Maps para que os(as) estudantes esco-
lham uma região ou terreno próximo à escola e aprendam a utilizar essa ferramen-
ta para medir distâncias e áreas.
5. Na socialização das aprendizagens, enfatizar como a humanidade, para resolver
situações-problema, vem construindo novos conhecimentos que vão muito além
das fórmulas de cálculo de áreas das figuras básicas.

Objetivos
 Relacionar duas unidades temáticas da área de Matemática na construção de no-
vos conhecimentos.
 Aplicar relações entre áreas para a concretização de identidades algébricas: produ-
tos notáveis.
Resumo
Ampliando a análise sobre o conceito de área, os(as) estudantes devem investigar e
analisar relações entre áreas de figuras geométricas simples e os produtos notáveis.
Dessa forma, eles(as) vivenciam a origem dessas relações algébricas com os conheci-
mentos usados pelos matemáticos da Grécia Antiga.
Áreas e a
Álgebra 6 aulas
Sugestão de Etapas
Geométrica 1. Apresentar os objetivos desta unidade e propor que os(as) estudantes, em grupos,
estudem as provas dos produtos notáveis feitas pelos gregos na Antiguidade, e
compilados na obra de Euclides. Uma referência é a dissertação de Renata Leandro
Becker, intitulada A Álgebra Geométrica de Euclides, indicada no item Fontes de
Informação e Pesquisa.
2. Utilizando a referência a seguir, cada um dos grupos pode se aprofundar na demonstra-
ção de um dos produtos notáveis para apresentar em detalhes a toda a classe.
3. Apresentar aos(às) estudantes a prova da Fórmula de Bhaskara para equações do
segundo grau como aplicação dos produtos notáveis analisados no item anterior.
4. Socializar as aprendizagens feitas, em especial a valorização dos conhecimentos
historicamente produzidos.

346 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TÍTULO DA
CARGA
UNIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E TEMAS
HORÁRIA
TEMÁTICA

Objetivos
 Ampliar conhecimentos matemáticos conhecendo formas de cálculo de áreas
sob o gráfico de funções.
 Valorizar conhecimentos historicamente construídos.
Resumo
Dando continuidade à abordagem histórica e à análise sobre o conceito de área,
os(as) estudantes conhecem um pouco da história de Isaac Newton, pela leitura
e discussão do livro Isaac Newton e Sua Maçã, de Kjartan Poskitt e Philip Reeve.
O cálculo de áreas sob o gráfico de funções pode gerar ampliações, como a apre-
Um Passo sentação aos(às) jovens de conceitos básicos do cálculo diferencial, conhecimento
Maior em
Direção ao 6 aulas
fundamental para as carreiras de engenharia, economia, arquitetura, entre outras.
Cálculo de Sugestão de Etapas
Áreas
1. Apresentar os objetivos da unidade temática e iniciar a leitura do texto paradidático
sugerido a seguir, de modo a mobilizar os(as) estudantes para a leitura do livro.
2. Orientar a leitura com foco nas ideias das páginas 49, 56 a 64 e 92 a 95 do referi-
do livro, para, em uma aula específica, intermediar a discussão, trazendo à tona
alguns questionamentos para que os(as) estudantes comparem a forma de cal-
cular área das figuras da planta baixa com a forma desenvolvida por Newton.
3. Se for o caso, dependendo da motivação da turma, apresentar aos(às) estudan-
tes o conceito de integral de uma função em um intervalo de números reais, e
motivá-los(as) a conhecer as ementas de cursos de cálculo dos cursos iniciais
de engenharia, arquitetura, entre outras da área de exatas.

Objetivos
 Fazer uma avaliação individual e da equipe ao longo do semestre.
Resumo
Avaliar o percurso com os(as) estudantes, para que todos(as) possam refletir e so-
cializar sobre as vivências e aprendizagens desenvolvidas neste CCE.
Sugestão de Etapas
Apropriação
das 1. Os(as) estudantes devem se organizar para rever o percurso vivenciado com
2 aulas
Aprendiza- apoio do registro das observações do(a) professor(a), das produções dos(as)
gens
estudantes e de suas autoavaliações, assim como de qualquer outro documen-
to que tenha registrado a memória deste CCE.
2. Ao relembrar, os(as) estudantes podem produzir uma síntese do processo, na
forma de texto, depoimentos, desenhos, vídeos, fotos, ou qualquer outra forma
adequada para comunicar a outros(as) colegas que queiram fazer esse curso
no futuro, ou para simplesmente compartilhar entre os(as) colegas da turma
suas percepções e aprendizagens.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 347


10
GLOSSÁRIO

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 349


NOVO ENSINO MÉDIO (NEM)
O Novo Ensino Médio é a consolidação de várias proposições legais que resultaram
na Lei n. 13.415, homologada em 2017, concretizada e detalhada pela homologação da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o
Ensino Médio. Para isso, a organização curricular prevista para o Novo Ensino Médio pos-
sui um formato mais flexível, com o currículo desdobrado em uma parte de Formação Geral
Básica e uma parte flexível, de Itinerários Formativos. Esse formato permite aproximar a
escola dos anseios da comunidade e dos(as) estudantes, bem como prioriza o protagonis-
mo destes últimos a partir da oferta de percursos de aprendizagem variados e alinhados
aos seus projetos de vida, seus anseios pessoais e profissionais, e seus contextos, garan-
tindo a ampliação de aprendizagens e horizontes para suas vidas.

COMPONENTES CURRICULARES ELETIVOS (CCEs)


Os Componentes Curriculares Eletivos (CCEs) são componentes de oferta semes-
tral e figuram como fatores de potencialização da flexibilização curricular. No estado de
Santa Catarina, foram construídos com base em uma escuta realizada pelas 120 escolas-
-piloto do Novo Ensino Médio da Rede, a partir da qual foram prospectados indicativos do
que os(as) jovens gostariam de aprender e de vivenciar na escola. Cada estudante escolhe
os componentes eletivos que deseja cursar durante o ano letivo, de acordo com a oferta
da Rede e da Unidade Escolar. Os CCEs são espaços de ampliação e de diversificação de
aprendizagens e de conhecimentos, que proporcionam vivências diversas, contempladas
ou não na BNCC. Além disso, caracterizam-se por dispor de oportunidades para que os(as)
estudantes personalizem seus percursos escolares, em um contexto de flexibilidade e de
promoção do protagonismo juvenil.

COMPETÊNCIAS
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e
procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e dos mun-
dos do trabalho. Ou seja, desenvolver competências é a possibilidade de unir conhecimentos
teóricos e práticos, com valores éticos e ação cidadã para atuar na vida, na comunidade e na
sociedade como um todo. No Currículo de Base do Ensino Médio do Território Catarinense,
são elencados objetos de conhecimento voltados a apoiar o processo de desenvolvimento das
habilidades e a auxiliar na promoção das competências previstas na Base.

350 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC
A BNCC aponta para a necessidade de os(as) estudantes mobilizarem os saberes
que adquirem para agir no dia a dia. Logo, para além de saberes cognitivos, é importante
que as escolas oportunizem situações de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimen-
to social, físico, emocional e cultural, compreendendo o ser humano como ser integral,
que se desenvolve e aprende em múltiplas dimensões, na perspectiva de uma educação
integral. Essas competências gerais não são “disciplinas”: consubstanciam os Direitos de
Aprendizagem do percurso da educação básica, devendo ser desenvolvidas pelos(as) es-
tudantes ao longo desse percurso. Dessa forma, as competências gerais fazem parte de
todos os componentes curriculares da Formação Geral Básica e da Parte Flexível do Cur-
rículo – sendo que, esta última, possui, nos Eixos Estruturantes, uma garantia de foco nas
dez competências gerais da BNCC. Tais competências gerais são: 1) Conhecimento; 2)
Pensamento Científico, Crítico e Criativo; 3) Repertório Cultural; 4) Comunicação; 5) Cultura
Digital; 6) Trabalho e Projeto de Vida; 7) Argumentação; 8) Autoconhecimento e Autocuida-
do; 9) Empatia e Cooperação; 10) Responsabilidade e Cidadania.

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO


Em cada uma das Áreas de Conhecimento, são estabelecidas competências espe-
cíficas, as quais apresentam, de forma mais aprofundada, indicativos de promoção das 10
competências gerais a partir das especificidades de cada área. Essas competências espe-
cíficas estão também relacionadas às competências específicas do Ensino Fundamental,
mobilizando a ideia de continuidade do percurso formativo da educação básica.

ÁREAS DE CONHECIMENTO
Ao incentivar o trabalho interdisciplinar e integrado em áreas de conhecimento, a
BNCC busca incentivar ações e projetos mais coletivos nas escolas, fomentando a integra-
ção dos diversos saberes em benefício da aprendizagem dos(as) estudantes. As quatro
áreas do conhecimento previstas pela BNCC para o Ensino Médio são: Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecno-
logias, e Matemática e suas Tecnologias, e cada uma delas tem competências específicas
da sua área, que devem ser promovidas ao longo de todo o Ensino Médio.
No material aqui apresentado, foram acrescentadas outras duas áreas, denomina-
das Áreas de Concentração, que são parte dos chamados eixos transversais, ou seja, dia-
logam com as quatro áreas citadas anteriormente. Essas outras duas áreas incluídas são
Ciência e Tecnologia, e Componentes Integradores, e se aplicam somente para os CCEs,
com a finalidade de melhor organizar e apresentar aos(às) estudantes e aos(às) educado-
res(as) os componentes referentes aos Temas Contemporâneos Transversais.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 351


TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS
Visando oportunizar situações de aprendizagem que favoreçam a formação integral
dos(as) estudantes, vinculam-se à BNCC os chamados Temas Contemporâneos Transver-
sais, que são temas atuais, os quais dialogam com a realidade dos(as) jovens e são abor-
dados em componentes curriculares de todas as áreas. Por exemplo, questões ambientais,
econômicas, de cidadania, ética e direitos humanos são temas que podem ser estudados
simultaneamente em diversas áreas e, assim, garantir a pluralidade e o aprofundamento
da aprendizagem dos(as) jovens. Além disso, conectar os conteúdos específicos das áreas
às questões atuais, que despertam o interesse dos(as) jovens, é uma das principais vanta-
gens dessa perspectiva transdisciplinar.

ITINERÁRIOS FORMATIVOS
São a parte flexível dos currículos, definida pelas redes e pelas instituições de en-
sino, e, devido a esse caráter de maior flexibilização, podem apresentar uma configuração
diferenciada entre as escolas, tomando por base as possibilidades organizadas pela Rede.
No estado de Santa Catarina, os Itinerários Formativos são compreendidos por: Compo-
nente Projeto de Vida, Trilhas de Aprofundamento, Segunda Língua Estrangeira e Compo-
nentes Curriculares Eletivos, sendo os três últimos de escolha dos(as) estudantes. O obje-
tivo é que os(as) discentes aprofundem e ampliem suas aprendizagens em uma ou mais
Áreas de Conhecimento e/ou na Formação Técnica e Profissional.

EIXOS ESTRUTURANTES DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS


As Diretrizes Curriculares do Novo Ensino Médio estabelecem que os Itinerários
Formativos devem ser organizados a partir de quatro eixos estruturantes, quais sejam: In-
vestigação Científica, Processos Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural, e Em-
preendedorismo. Tais eixos buscam integrar as diferentes formas de se organizar os Itine-
rários Formativos, bem como criar oportunidades para que os(as) estudantes vivenciem
experiências educativas associadas à sua realidade, aos desafios contemporâneos e que
promovam a formação integral. Por isso, tem-se por objetivo que a passagem por esses ei-
xos oriente o trabalho nos Itinerários Formativos de forma a criar oportunidades de apren-
dizagem nas quais os(as) estudantes produzam e se apropriem criticamente dos conheci-
mentos historicamente acumulados, intervenham em seus contextos socioculturais, criem
e empreendam projetos diversos.

352 CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021


TRILHAS DE APROFUNDAMENTO
O(a) estudante escolhe, entre as possibilidades de Trilhas de Aprofundamento ofe-
recidas pela Rede e pelas Unidades Escolares, quais os campos de saber nos quais deseja
se aprofundar, de acordo com seus interesses pessoais, seus projetos de vida e suas pers-
pectivas profissionais. Ao percorrer uma Trilha, o(a) jovem cursa um conjunto de unidades
curriculares que se articulam a uma ou mais Áreas do Conhecimento e/ou da Formação
Técnica e Profissional, permitindo o aprofundamento das aprendizagens da Formação Ge-
ral Básica.

INTEGRAÇÃO CURRICULAR
A integração dos componentes curriculares em Áreas do Conhecimento, conforme
proposta pela BNCC, visa ultrapassar as barreiras do conhecimento localizado, visando
a que sejam abordados em uma perspectiva universal e contextualizada, mobilizando a
ação integrada e coletiva de toda a escola. Nesse sentido, o planejamento dos(as) pro-
fessores(as) deve dialogar com as definições coletivas e, principalmente, com a oferta
de oportunidades de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento das competências
dos(as) estudantes. Tanto nas Trilhas de Aprofundamento Integradas quanto em parte dos
Componentes Curriculares Eletivos, essa integração se mostra ainda mais potente, pois
ambos articulam conhecimentos de diversas áreas, além de serem organizados a partir de
temas mobilizadores de conhecimentos diversos, os quais exigem tal integração tanto no
currículo da escola quanto no próprio fazer docente.

CURRÍCULO BASE DO ENSINO MÉDIO DO TERRITÓRIO CATARINENSE - 2021 353


MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO

Conselho Estadual de Educação


de Santa Catarina

Você também pode gostar