(CC) SV1 - 2 - 4 Aut
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MEDICINA VETERINÁRIA
Garanhuns - PE
2021
Sumário
1. Introdução……………….………………………………………………………………3
1.1. Panorama Nacional e Regional da Produção de Caprinos e Ovinos….....3
1.2 Estudo do clima, população e região……………...………………………....3
1.3. Origem dos caprinos e Ovinos………………………………………..………4
1.4. Classificação zoológica dos caprinos e ovinos…………………….……….5
1.5. Características Ontogenicas…………………………………………….…....5
3. Instalações e Equipamentos……………………………………………………....….7
4. Estrutura do rebanho…………………………………………………....……………13
5. Manejo Alimentar…………………...………………………...……....…...….…...…14
5.1 Principais Alimentos…………………………………………….……….……14
5.2 Alimentação por categoria………………………………………....…………15
6. Manejo Reprodutivo…………………………………………………………….……20
6.1 Escrituração Zootécnica….……………………………………………….....20
6.2 Descarte Orientado………………………………….…………………….….21
6.3 Seleção de Matrizes e Reprodutores…………………………………….....21
6.4 Redução do Intervalo de Partos (IEP)......................................................22
6.5 Manejo da Fêmea Gestante……………………………………………...….22
6.6 Manejo das Fêmeas no pré e no pós parto…………………………….…..22
6.7 Manejo das Crias………………………………………………………....…..23
1
9. Manejo Sanitário……………………………….…………..….…………………....…26
9.1 Higiene das Instalações…........................................................................27
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1. Introdução
3
Nesse sentido, é válido priorizar o plantio de forrageiras como capim Buffel ou
outras gramíneas adaptadas a baixa pluviosidade, no período que antecede o
aumento de chuvas (fevereiro e março)
O município de Uáuá, destaca-se por ser um dos 5 maiores produtores do estado de
caprinos e ovinos. Graças a sua produção, a cidade sedia um evento nomeado
expouáuá, que atrai visitantes, criadores, integrantes de entidades, empresários
rurais, técnicos, pesquisadores e pessoas ligadas ao setor da caprinocultura de toda
a região para conhecer a extensão de sua produção, e ganhou o título popular de
“capital do bode” .
Em contraste com tamanho prestígio popular, durante análises financeiras dos
sistemas de produção, Uauá conta com uma produção essencialmente familiar, e
com pouco investimento tecnológico, e nenhuma empresa de grande porte
localizada na região. Os produtores da região trabalham em regime de agricultura
familiar, ou recorrem à formação de cooperativas locais, a fim de agregar forças.
Tanto a domesticação dos caprinos como a dos ovinos ocorreram cerca de 7000
a.c. e foi facilitada devido a seus tamanhos, utilização para fins religiosos e
alimentação. O caprino foi o segundo animal a ser domesticado e o primeiro a ter o
seu leite utilizado pelo ser humano. O ancestral do caprino moderno é o ‘bezoar’ ou
‘pasan’ (Capra aegagrus) que ainda sobrevivem em alguns lugares como ásia,
Paquistão, Afeganistão e algumas ilhas. No passado o couro dos caprinos era
utilizado para fazer odres, que são recipientes para transportar água, vinho, leite,
etc. Também sua pele era utilizada para a fabricação dos pergaminhos, que eram
suportes destinados para a escrita. Os caprinos e ovinos têm origem na Ásia central
1
Imagem retirada do site Stravaganza.
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e foram introduzidos no Brasil através dos colonizadores portugueses e logo
adaptaram-se ao novo ambiente.
Caprinos Ovinos
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Imagem retirada do site medium.com.
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Figura 4 - Caprino e Ovino
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A raça Moxotó, conhecida também como ‘’lombo Preto’' , é uma raça nativa do
nordeste, com pelagem branca, com contorno preto no lombo e no ventre, e com
membros pretos. A presença dessa raça é forte no nordeste, e sua exploração é
feita predominantemente em condições semi extensivas, sem o uso de muitas
tecnologias.
Possui índices de produção de leite baixos, com uma média de 0,5 Litros por cabra
ao dia, em um período de lactação que dura em torno de 4 meses, logo, sua maior
aptidão e indicação são para produção de carne e pele. Seus adultos têm peso
médio de 40kg a 50kg para machos e 30kg a 40kg as fêmeas. Devido a sua
rusticidade, é uma raça recomendada para ser usada como rebanho base em
programas de melhoramento genético para carne, leite e pele. No geral , suas taxa
de fertilidade é de 82%, e suas fêmeas têm uma média de 1,68 cabritos por parto, o
que indica alta possibilidade de nascimentos duplos, que precisam de cuidados
específicos, como suplementação alimentar nos primeiros meses de vida, para
garantir que os efeitos negativos da deficiência nutricional sejam minimizados.
3. Instalações e Equipamentos
Aprisco/ capril: É uma instalação utilizada para recolher os animais durante a noite
ou para confiná-los por todo o dia. Possui grande importância na proteção do
rebanho contra predadores. Podem ser de chão batido, piso suspenso ou piso de
concreto.
● Chão batido
Para construção de apriscos de chão batido pode ser com área coberta ou
descoberta e pode ser direto no chão ou em cima de camas (areia, maravalha,
palha, etc.). Contudo, o piso deve ser de material que permita uma boa
compactação e boa drenagem.
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Figura 6 - aprisco de chão batido
● Piso Suspenso
O chão é feito com ripas de madeira, as paredes podem ser de alvenaria, madeira,
tela, bambu, ou o material mais facilmente encontrado e com menor custo em sua
região. As paredes podem ser inteiras ou meia parede, depende do clima da sua
região, se for muito frio aconselha-se paredes inteiras e se for mais quente meia
parede com o restante em tela.
● Piso de concreto
É indicado somente para locais que tenham bastante disponibilidade de água, pois
deve ser lavado todos os dias e possuir um declive para fácil escoamento da urina
dos animais e da água da chuva.
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Imagem retirada do site www.sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br
8
Figura 8 - aprisco de piso de concreto
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Imagem retirada do site www.google.com
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Imagem retirada do site revistaberro.com.br
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Figura 10 - Exemplo de isolamento
Fonte: FUNDAP
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Figura 12 - Exemplo de brete de contenção
Figura 13 - Esterqueira
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Imagem retirada do site acbbaltec.com.br/
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Imagem retirada do site mfrural.com.br.
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Figura 14 - Exemplo de cerca
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Imagem retirada do site revistarural.com.br
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Imagem retirada do site milkpoint.com.br.
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Figura 16 - Exemplo de saleiro com pneus
4. Estrutura do rebanho
● Sistema semi-intensivo: com certo grau de adoção de tecnologia, uma vez que
envolve a base do sistema extensivo com algumas melhorias dos índices produtivos
por meio da adoção de algumas ferramentas como a suplementação dos animais,
práticas de manejo sanitário, dentre outras.
● Sistema intensivo: tem como objetivo a maior produtividade por animal ou maior
produção por área, por meio da melhor utilização de recursos tecnológicos, como
cultivo e adubação das pastagens, divisão das pastagens em piquetes,
fornecimento de ração balanceada, uso da estação de monta, instalações
adequadas e correto manejo sanitário dos animais. Todas as ações devem ser
muito bem planejadas, pois os custos de produção são superiores aos demais.
10
Imagem retirada do site: www.youtube.com/watch?v=WsVFyki2seg
13
Para a escolha do melhor sistema, o produtor deve:
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agroindustriais. Para completar a nutrição dos caprinos, em algumas fases do ciclo
de produção é necessário o uso de concentrados. A suplementação mineral é
importante em todas as fases de produção, portanto, para que a alimentação seja
completa os suplementos minerais são de fundamental importância.
1. Pasto Cultivado
Existem várias forrageiras que são recomendadas e devem ser usadas na formação
de pastos cultivados e com propósitos específicos para a alimentação animal,
especialmente na região semi-árida. Dentre as espécies mais adaptadas, pode-se
citar: capim-búffel (Cenchrus ciliaris), capim-gramão (Cynodon dactylus),
capim-corrente (Urochloa mosambicensis) e capim-andropogon (Andropogon
gayanus) e como banco de proteína, a Leucena (Leucaena leucocephala).
O manejo dos animais pode ser feito em sistema de lotação contínua (pastejo
contínuo), lotação rotativa (pastejo rotacionado) ou ainda pode ser feito diferimento
do pasto (feno em pé). Para manejar os animais em lotação contínua, são mais
recomendadas as gramíneas de hábito de crescimento estolonífero (crescem se
espalhando, não formando touceiras). As mais usadas neste caso são os capins
tiftons, capim gramão e alguns tipos de brachiaria. Para manejo rotacionado preferir
usar gramíneas que crescem em touceiras (tanzânia, mombaça, andropogon,
búffel).
Algumas culturas podem ser utilizadas nos sistema de produção do Nordeste para
uso na alimentação dos rebanhos, principalmente na época seca.
● Mandioca
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Figura 17 - Plantio de Mandioca
● Palma Forrageira
● Cana-de-Açúcar
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Imagem coletada do site Infobibos.
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Figura 19 - Cana de Açúcar
3. Capineira
Figura 20 - Capineira
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Imagem coletada do site cpt.com.br
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4. Banco de Proteína
O banco de proteína pode ser usado tanto para corte como para pastejo. No
esquema de corte, deve-se fazer um a cada 42 dias na época chuvosa e a cada 81
dias no período seco. A forragem cortada pode ser fornecida in natura ou na forma
de feno. Para pastejo, um hectare suporta de 10 a 15 caprinos adultos.
5. Resíduos Agroindustriais
● Feno
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Imagem coletada do site www.researchgate.net
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Figura 22 - Fardo de Feno
● Silagem
6. Concentrados
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Concentrados são alimentos com menos de 18% de fibra bruta, podendo ser
energético ou protéico. Os principais concentrados energéticos são: o milho e o
sorgo em grão, o milho desintegrado com palha e sabugo (MDPS), o farelo de o
trigo, o farelo de arroz, a raspa de mandioca, a polpa de citros frutas, as nozes, e os
tubérculos a exemplo da mandioca e da batata doce. Já os concentrados protéicos
são os farelos de oleaginosas como o de soja, o de amendoim, o do algodão, o de
girassol, etc; glúten de milho; farelo de coco; subprodutos de origem animal, como
as farinhas de carne, sangue e peixe.
7. Suplementos minerais
6. Manejo Reprodutivo
3) Registros de produtividade;
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4) Informação sobre a sanidade do rebanho.
É uma prática de manejo que deve ser realizada a cada ano, especialmente nas
regiões que apresentam longos períodos de seca, ou a cada ciclo de produção,
facilitando e permitindo aos produtores identificar os animais com características
negativas que comprometem o desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho.
Seleciona-se as seguintes características não desejadas a serem eliminadas: idade
avançada, defeitos genéticos, baixo índice de fertilidade, defeitos físicos, mastite
crônica, baixo escore corporal, má habilidade materna, reduzida taxa de
sobrevivência das crias e caráter mocho de nascença nos caprinos.
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7- Nos machos, presença dos testículos na bolsa escrotal, simétricos e de
consistência firme, além da apresentação de boa libido e aspecto dominante;
8- Ausência de problemas no sistema locomotor.
A duração média da prenhez da cabra é de 145 a 151 dias. Durante o último mês de
gestação, deve-se oferecer alimento de melhor qualidade, pois é nesse período que
ocorre maior crescimento da cria (Como volumoso, fornecer de preferência o feno e
a ração concentrada na quantidade de 400 a 600 g/cab./dia – 20 a 22% de PB – e
suplementação mineral); nesse período os animais devem ser pouco manejados,
evitando-se transportá-los, como também não é aconselhável realizar vacinações ou
vermifugações; não introduzir animais estranhos ao rebanho, evitando-se brigas e
pancadas; ter fêmeas com boa condição corporal e boa saúde antes do parto são
fatores essenciais para a produção de crias saudáveis. O estresse pode abreviar a
duração da gestação, pela liberação de cortisol que inicia o trabalho de parto.
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Imagem retirada do site cpt.com.br
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• Próximo ao parto, deve-se deixar as fêmeas em local tranquilo e próximo à
casa do manejador para facilitar qualquer intervenção, caso esta seja
necessária. Esses locais são conhecidos por “baias maternidade”;
• Auxiliar o parto, se necessário. A expulsão da cria deverá ocorrer dentro das
primeiras duas horas após iniciado o processo de parto;
• Após o parto, realizar limpeza da mãe e da cria;
• Colocar a fêmea e a cria em ambiente limpo e seco;
• No caso de acontecerem complicações como retenção placentária,
endometrite, hipocalcemia e mastite, um médico veterinário deverá ser
consultado.
Figura 26 - Caprinos
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● Aleitamento Artificial
Deverá ser feito logo após o período de ingestão do colostro. O leite artificial, de
vaca ou sucedâneo, poderá ser oferecido em baldes coletivos acoplados a
mamadeiras, sendo fornecido 1,0 a 1,5 L/cabeça/dia, aos animais com quatro a
cinco dias de vida. O desaleitamento poderá ocorrer com dois a três meses de vida.
● Desmame
As crias machos e fêmeas podem ficar no mesmo piquete até os quatro meses de
idade. No entanto, esse período depende da raça, pois algumas são mais precoces
e outras, mais tardias. O importante é que sejam evitadas coberturas indesejadas
que venham comprometer o desenvolvimento dos animais. Uma recomendação é
que não se isolem completamente os machos das fêmeas até atingir a puberdade,
pois a visão e o cheiro do sexo oposto estimulam os animais a estabelecer sua
respectiva sexualidade.
● Castração
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Imagem retirada do site caprilvirtual.com.br
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7. Escolha do método de reprodução
Fonte: Prodanim
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● Inseminação artificial com sêmen congelado: uma única ejaculação pode produzir
até 40 doses, dependendo da qualidade do sêmen. Pode ser feita até três coletas
de sêmen por semana do mesmo reprodutor.
9. Manejo Sanitário
O manejo sanitário se faz necessário para garantir o bem estar animal e prevenir
diversas enfermidades. É um meio econômico e eficaz que abrange diversas
práticas simples, mas que fazem toda diferença na produção. Diversos fatores
relacionados ao manejo de rebanhos caprinos são determinantes para a relação
saúde/doença. Erros de manejo podem causar problemas sanitários, e
consequentemente perda de qualidade de vida para o animal e diminuição na
produção.
Limpeza:
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Fonte: Compilação do autor16
● Limpar o aprisco com vassoura ou rodo, colocar o lixo num carrinho de mão
ou balde com auxílio de uma pá e retirar o lixo do local.
● As fezes devem ser raspadas e varridas diariamente a fim de evitar
contaminações e colocadas na esterqueira ou local isolado. As fezes de
caprinos e ovinos podem ser vendidas e utilizadas como adubo para as
plantações.
● Bebedouros devem ser limpos utilizando água e sabão e em seguida
enxaguar.
● Comedouros devem ser limpos retirando os restos de comida e jogando-os
no lixo. Periodicamente devem ser limpos com água e sabão.
● Colocar um pedilúvio na entrada das instalações a fim de se evitar possíveis
contaminações junto com os animais.
● A entrada de pessoas que possivelmente estiveram em contato com animais
infectados ou infestados por algum agente deve ser evitada.
● Desinfecção:
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Imagem retirada do site milkpoint.com.br
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Fonte: Compilação do autor17
● Antirrábica
● Vacina para clostridioses
● Pasteurelose
●Linfadenite caseosa
● Foot root
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Imagem retirada do site nordesterural.com.br.
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Fonte: Alto do cruzeiro
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agregam muito valor à produção. Além disso, sua carne é bastante saudável,
saborosa e realizar cortes comerciais agrega valor ao produto, pois é visualmente
mais agradável aos olhos do consumidor, é mais fácil de ser consumida já que a
presença de pontas ósseas é diminuída e cortes comerciais são mais valorizados na
gastronomia, consequentemente elevar ainda mais o nível e o alcance do mesmo.
Uma boa dica é procurar parcerias com restaurantes de carnes exóticas já que não
é cultura do país apreciar a carne do caprino no dia a dia.
SILVA, Maria das Graças Carvalho Moura e. Criação racional de caprinos/ Maria
das Graças Carvalho Moura e Silva, Cleiton Rodrigues Diniz, Amanda Carvalho
Rosado. - Lavras: UFLA, 2015. 98 P.: IL. --(Curso de Qualificação Profissional)
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TEIXEIRA, Silvana. Caprinos: conheça as principais raças e faça a melhor escolha.
Disponível em:
https://www.cpt.com.br/cursos-cabras/artigos/racas-de-caprinos-conheca-as-principa
is-racas-e-faca-a-melhor-escolha. Acesso em: 11 dez. 2020.
31
ALVES, Jose Ubiraci. Infraestrutura. Disponível em:
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/territorio_sisal/arvore/CONT000fbaroe
q302wx5eo0wyh66jb6qd7wz.html. Acesso em: 12 jan. 2020.
CODEVASF (Brasilia). Manual de criação de caprinos e ovinos. 1 edição . ed. Brasilia:
[s. n.], 2011. 141 p. v. 1. Disponível em:
https://www.codevasf.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/biblioteca-geraldo-
rocha/publicacoes/arquivos/Manual_Ovinos_e_Caprinos_Verso_Final_rev_jun2011.p
df. Acesso em: 15 dez. 2020.
32
OTSUBO A. A.; Seleção de material de plantio de mandioca: receita de sucesso.
2013. Artigo em Hypertexto. Disponível em:
http://www.infobibos.com/Artigos/2013_1/mandioca/index.htm. Acesso em:
23/1/2021
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