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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AGRESTE DE PERNAMBUCO - UFAPE

MEDICINA VETERINÁRIA

CAPRINOCULTURA - RAÇA MOXOTÓ NO


MUNICÍPIO DE UAUÁ

Isadhora Antônia Alves de Andrade


Karen Gabrielly Andrade de Araújo
Lara Pyanelly Moreira de Almeida bezerra
Matheus Rios da Silva

Garanhuns - PE
2021
Sumário

1. Introdução……………….………………………………………………………………3
1.1. Panorama Nacional e Regional da Produção de Caprinos e Ovinos….....3
1.2 Estudo do clima, população e região……………...………………………....3
1.3. Origem dos caprinos e Ovinos………………………………………..………4
1.4. Classificação zoológica dos caprinos e ovinos…………………….……….5
1.5. Características Ontogenicas…………………………………………….…....5

2. Principais raças caprinas e ovinas e suas características produtivas…....…5


2.1 Raça Moxotó………………………………………………..…………………...6

3. Instalações e Equipamentos……………………………………………………....….7

4. Estrutura do rebanho…………………………………………………....……………13

5. Manejo Alimentar…………………...………………………...……....…...….…...…14
5.1 Principais Alimentos…………………………………………….……….……14
5.2 Alimentação por categoria………………………………………....…………15

6. Manejo Reprodutivo…………………………………………………………….……20
6.1 Escrituração Zootécnica….……………………………………………….....20
6.2 Descarte Orientado………………………………….…………………….….21
6.3 Seleção de Matrizes e Reprodutores…………………………………….....21
6.4 Redução do Intervalo de Partos (IEP)......................................................22
6.5 Manejo da Fêmea Gestante……………………………………………...….22
6.6 Manejo das Fêmeas no pré e no pós parto…………………………….…..22
6.7 Manejo das Crias………………………………………………………....…..23

7. Escolha do método de reprodução…………………………...……………………25

8. Como organizar a criação e os nascimentos……………………………....…… 26

1
9. Manejo Sanitário……………………………….…………..….…………………....…26
9.1 Higiene das Instalações…........................................................................27

9.2 Programação para prevenção……………………………....…………….…28

10. Considerações Finais…………………………………………………………….....29

11. Referências Bibliográficas………………………………………………...……….30

2
1. Introdução

A produção de caprinos e comercialização de seus produtos é um mercado amplo, e


que vem crescendo cada vez mais no Brasil. Com esse crescimento, cada vez mais
é necessário que os produtores compreendam o processo produtivo dessa cadeia, e
aprendam a como podem tornar sua produção mais eficiente, de acordo com as
individualidades regionais, econômicas e socioculturais. Buscando ajudar nesse
processo, desenvolvemos esse ebook sobre caprinocultura, voltado para regiões de
clima Árido ou semiárido. Utilizamos como exemplo de localização o município de
Uauá - BA, que já é conhecido por sua produção de caprinos, dando destaque à
raça nativa do nordeste Moxotó, justo por sua adaptação às condições climáticas da
região.

1.1 Panorama Nacional e Regional da Produção de Caprinos e Ovinos

A Produção Nacional de Ovinos e Caprinos se localiza essencialmente na região


nordeste, que concentra 92% da produção de caprinos e 65% da produção de
ovinos. No censo de 2017, observou-se um crescimento de 16,1% do rebanho em
relação a 2006 na caprinocultura, enquanto a ovinocultura teve uma queda de 2,8%
em sua produtividade.
No Brasil , o tamanho do rebanho efetivo de caprinos , no ano de 2016, era de :
9.780.533 cabeças, onde se produziam 31.331.486 kg de carne e 253.086.972 kg
de leite. Para Ovinos, os números são 18.433.810 cabeças, que produzem
91.240.798 kg de carne, 9.755.663 kg de lã e 840.000 L litros de leite por ano.

1.2 Estudo do clima, população e região

O município de Uauá localiza-se na mesorregião Nordeste Baiano, no território do


Vale do São Francisco. O município se estende por 3 035,2 km² e contava com 24
240 habitantes no último censo. A densidade demográfica é de 8 habitantes por km²
no território do município.
Utilizando o método de classificação climática de Hargreaves (1974) citado por Gois
e Amorim Neto (1984) , é considerado árido, e com um bioma de caatinga. Sua
temperatura média anual é de 23,6°C, e seu nível de precipitação além de baixo,
tem distribuição irregular, variando entre 400mm e 600mm anuais.
Devido a sua deficiência hídrica, a implantação de uma agricultura de ciclo curto é
uma alternativa viável, pois, dos meses de abril a junho, os índices pluviométricos
são mais estáveis, e o solo armazena maior quantidade de água em função do
decréscimo das precipitações.

3
Nesse sentido, é válido priorizar o plantio de forrageiras como capim Buffel ou
outras gramíneas adaptadas a baixa pluviosidade, no período que antecede o
aumento de chuvas (fevereiro e março)
O município de Uáuá, destaca-se por ser um dos 5 maiores produtores do estado de
caprinos e ovinos. Graças a sua produção, a cidade sedia um evento nomeado
expouáuá, que atrai visitantes, criadores, integrantes de entidades, empresários
rurais, técnicos, pesquisadores e pessoas ligadas ao setor da caprinocultura de toda
a região para conhecer a extensão de sua produção, e ganhou ​o título popular de
“capital do bode” .
Em contraste com tamanho prestígio popular, durante análises financeiras dos
sistemas de produção, Uauá conta com uma produção essencialmente familiar, e
com pouco investimento tecnológico, e nenhuma empresa de grande porte
localizada na região. Os produtores da região trabalham em regime de agricultura
familiar, ou recorrem à formação de cooperativas locais, a fim de agregar forças.

1.3 Origem dos caprinos e Ovinos

Figura 1 - Representação de Caprinos

Fonte​: Compilação do autor​1

Tanto a domesticação dos caprinos como a dos ovinos ocorreram cerca de 7000
a.c. e foi facilitada devido a seus tamanhos, utilização para fins religiosos e
alimentação. O caprino foi o segundo animal a ser domesticado e o primeiro a ter o
seu leite utilizado pelo ser humano. O ancestral do caprino moderno é o ‘​bezoar’​ ou
‘​pasan’​ (​Capra aegagrus​) que ain​da sobrevivem em alguns lugares como ásia,
Paquistão, Afeganistão e algumas ilhas. No passado o couro dos caprinos era
utilizado para fazer odres, que são recipientes para transportar água, vinho, leite,
etc. Também sua pele era utilizada para a fabricação dos pergaminhos, que eram
suportes destinados para a escrita. Os caprinos e ovinos têm origem na Ásia central

1
Imagem retirada do site Stravaganza.

4
e foram introduzidos no Brasil através dos colonizadores portugueses e logo
adaptaram-se ao novo ambiente.

Figura 2 - Pergaminho Figura 3 - Odre de vinho

Font​e: Compilação do autor​2 Fonte: Ardo Beltz

1.4 Classificação zoológica dos caprinos e ovinos

Caprinos Ovinos

Reino: Animalia Reino: Animalia


Filo: Chordata Filo: Chordata
Classe: Mammalia Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla Ordem: Artiodactyla
Sub ordem: Ruminantia Sub ordem: Ruminantia
Família: Bovidae Família: Bovidae
Genero: Capra Genero: Ovis
Espécie: Capra hircus Espécie: Ovis aries

1.5 Características Ontogenicas

Os caprinos e ovinos caracterizam-se por serem bastante adaptáveis às mais


diversas condições ambientais. São bastante seletivos durante a pastagem,
buscando as partes mais nutritivas das plantas forrageiras e possuem nível de
exigência nutricional alto. Ambos os animais são homeotérmicos, ou seja,
conseguem manter a temperatura corporal em níveis constantes, isso favorece a
criação destes animais em ambientes mais áridos.

2. Principais raças caprinas e ovinas e suas características produtivas

2
Imagem retirada do site medium.com.

5
Figura 4 - Caprino e Ovino

Fonte: Surse Exteme

Os caprinos e ovinos podem ser classificados, de acordo com a raça, em caprinos


de corte ou de leite e ovinos de corte, leite e para ​produção de lã.
As principais raças para caprinos de corte são: Anglo-nubiana linhagem corte, a
Boer, Savana, Kalahari, Moxotó e Canindé. Para ovinos de corte são Santa Inês,
Morada Nova, Somalis Brasileira, Dorper, Rabo Largo ou Dâmara, Cariri e o tipo
Sem Raça Definida (SRD).
Para produção de leite, as principais raças de caprinos utilizadas são Saanen,
Toggenburg, Murciana e Parda Alpina e as principais raças de ovinos são Lacaune
e East Friesian. Na produção de lã são mais utilizadas as raças Merino Australiano
e Polwarth.
A escolha da raça vai depender da região escolhida para a criação dos animais.

2.1 Raça Moxotó

Figura 5 - Caprino Moxotó

Fonte: ​Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia​, 2017.

6
A raça Moxotó, conhecida também como ‘’lombo Preto’' , é uma raça nativa do
nordeste, com pelagem branca, com contorno preto no lombo e no ventre, e com
membros pretos. A presença dessa raça é forte no nordeste, e sua exploração é
feita predominantemente em condições semi extensivas, sem o uso de muitas
tecnologias.
Possui índices de produção de leite baixos, com uma média de 0,5 Litros por cabra
ao dia, em um período de lactação que dura em torno de 4 meses, logo, sua maior
aptidão e indicação são para produção de carne e pele. Seus adultos têm peso
médio de 40kg a 50kg para machos e 30kg a 40kg as fêmeas. Devido a sua
rusticidade, é uma raça recomendada para ser usada como rebanho base em
programas de melhoramento genético para carne, leite e pele. No geral , suas taxa
de fertilidade é de 82%, e suas fêmeas têm uma média de 1,68 cabritos por parto, o
que indica alta possibilidade de nascimentos duplos, que precisam de cuidados
específicos, como suplementação alimentar nos primeiros meses de vida, para
garantir que os efeitos negativos da deficiência nutricional sejam minimizados.

3. Instalações e Equipamentos

A estrutura é de grande importância na produção, e um dos principais fatores é


devido a facilidade no manejo, mão de obra, segurança e saúde dos animais, entre
outras maneiras de melhorar a eficácia da produção. Na região Nordeste envolve
também a infraestrutura de suporte alimentar, principalmente na época seca. A
localização de uma instalação está relacionada com as características de cada
propriedade como por exemplo forma geométrica, disposição das pastagens e a
disponibilidade de água. No entanto orientações mais gerais devem ser seguidas,
tais como: O local deve ser uma área convergente das pastagens ou permitir fácil
acesso a todas elas, o terreno deve ser duro ou pedregoso e com boa drenagem;
construída próximo à casa do manejador; de fácil limpeza e desinfecção; resistentes
e duradouras; proteger contra as variações de clima e ser bem arejada; ser de custo
adequado e de baixa manutenção; etc.

Aprisco/ capril: É uma instalação utilizada para recolher os animais durante a noite
ou para confiná-los por todo o dia. Possui grande importância na proteção do
rebanho contra predadores. Podem ser de chão batido, piso suspenso ou piso de
concreto.

● Chão batido

Para construção de apriscos de chão batido pode ser com área coberta ou
descoberta e pode ser direto no chão ou em cima de camas (areia, maravalha,
palha, etc.). Contudo, o piso deve ser de material que permita uma boa
compactação e boa drenagem.

7
Figur​a 6 - aprisco de chão batido

Fonte: Compilação do autor​3

● Piso Suspenso

O chão é feito com ripas de madeira, as paredes podem ser de alvenaria, madeira,
tela, bambu, ou o material mais facilmente encontrado e com menor custo em sua
região. As paredes podem ser inteiras ou meia parede, depende do clima da sua
região, se for muito frio aconselha-se paredes inteiras e se for mais quente meia
parede com o restante em tela.

Figura 7 - Aprisco de piso suspenso

Fonte: Ricardo Garcia

● Piso de concreto

É indicado somente para locais que tenham bastante disponibilidade de água, pois
deve ser lavado todos os dias e possuir um declive para fácil escoamento da urina
dos animais e da água da chuva.

3
Imagem retirada do site www.sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br

8
Figura 8 - aprisco de piso de concreto

Fonte: ​Compilação do autor​4

Pedilúvio:​ A finalidade do pedilúvio é fazer a desinfecção espontânea dos cascos


dos animais, toda vez que eles entrem ou saiam do aprisco.

Figura 9 - Exemplo de Pedilúvio

Fo​nte: Compilação do autor​5

Isolamento: ​Destina-se a abrigar os animais doentes. Devem localizar-se bem


distante do aprisco ou do chiqueiro para evitar o contato de animais doentes com os
sadios e deve oferecer o bem-estar e boas condições de higiene para os animais
doentes.

4
Imagem retirada do site www.google.com
5
Imagem retirada do site revistaberro.com.br

9
Figura 10 - Exemplo de isolamento

Fonte: Ricardo José de almeida silva

O curral de manejo: ​Local onde é feita a contenção dos animais para


vermifugação, vacinação, pesagem, casqueamento, entre outras atividades.
Geralmente é construído em conjunto o capril.

Figura 11 - Exemplo de curral de manejo

Fonte: FUNDAP

Tronco ou brete de contenção: Os bretes são instalações complementares de um


centro de manejo. O tronco de contenção deve permitir a passagem de um único
animal de cada vez, sem que consiga virar.

10
Figura 12 - Exemplo de brete de contenção

Fonte: Compilação do auto​r​6

Esterqueira: ​A esterqueira pode ser de alvenaria ou de terra batida. É uma


construção que deve ser de fácil acesso para os tratadores, porém de difícil acesso
aos animais e cercada.

Figura 13 - Esterqueira

Fonte: ​Compilação do autor​7

Cercas: Um dos maiores pontos de estrangulamento de uma empresa rural é o


capital investido na construção de cercas. Os principais tipos são cerca de Arame
liso ou farpado; Cerca Elétrica.

6
Imagem retirada do site acbbaltec.com.br/
7
Imagem retirada do site mfrural.com.br.

11
Figura 14 - Exemplo de cerca

Fonte: ​Compilação do autor​8

Bebedouros e Comedouros: ​Os comedouros e bebedouros devem estar


localizados fora das baias evitando assim a contaminação fecal de água e
alimentos, bem como facilitando o acesso e a limpeza dos mesmos pelo manejador.
Para bebedouros devem ser evitados recipientes muito grandes, pela dificuldade da
limpeza e da renovação da água. Os comedouros podem ser construídos de
alvenaria, madeira ou outros materiais como pneus. Se o animal estiver recebendo
forragem verde ou silagem como volumoso, as sobras devem ser coletadas
diariamente a fim de evitar que o animal consuma alimento fermentado, podendo
prejudicar sua saúde.

Figura 15 - Comedouro para caprinos

Fonte: Compilação do autor​9

Saleiro: são pequenos cochos distribuídos estrategicamente em meio às


instalações, com a finalidade de promover a suplementação mineral dos animais.

8
Imagem retirada do site revistarural.com.br
9
Imagem retirada do site milkpoint.com.br.

12
Figura 16 - Exemplo de saleiro com pneus

Fonte: Compilação do autor​10

4. Estrutura do rebanho

O quão vantajoso economicamente a criação de caprinos será depende de quatro


elementos básicos: os animais, os recursos naturais disponíveis, os recursos
tecnológicos empregados e as pessoas envolvidas no processo produtivo. Os tipos
de sistema variam de acordo com a quantidade de recursos disponíveis, e o quanto
se é possível investir em tecnologia. São classificados em:

● ​Sistema extensivo: o mais simples, rústico e de menor custo. Normalmente são


criados animais de menor exigência nutricional. São mantidas as pastagens
naturais, sendo que o rendimento da atividade depende totalmente da fertilidade
natural da terra, das condições climáticas e da produção sazonal das pastagens. As
instalações são mínimas, as práticas de manejo sanitário são raramente utilizadas,
o nível de adoção de tecnologia é baixo, o que reflete em baixos índices
reprodutivos, elevada taxa de mortalidade e por consequência, menor produtividade.

● ​Sistema semi-intensivo: com certo grau de adoção de tecnologia, uma vez que
envolve a base do sistema extensivo com algumas melhorias dos índices produtivos
por meio da adoção de algumas ferramentas como a suplementação dos animais,
práticas de manejo sanitário, dentre outras.

● ​Sistema intensivo: tem como objetivo a maior produtividade por animal ou maior
produção por área, por meio da melhor utilização de recursos tecnológicos, como
cultivo e adubação das pastagens, divisão das pastagens em piquetes,
fornecimento de ração balanceada, uso da estação de monta, instalações
adequadas e correto manejo sanitário dos animais. Todas as ações devem ser
muito bem planejadas, pois os custos de produção são superiores aos demais.

10
Imagem retirada do site: www.youtube.com/watch?v=WsVFyki2seg

13
Para a escolha do melhor sistema, o produtor deve:

1​. Definir claramente os objetivos da criação (carne, pele, leite, reprodutores,


matrizes,
etc.), baseado principalmente no conhecimento do mercado consumidor e na
realidade
da região;
2​. Calcular os valores iniciais de investimento e tempo de retorno do capital
investido;
3​. Considerar os componentes dos sistemas de criação, tais como: a infraestrutura
da
propriedade, a mão-de-obra a ser utilizada, a genética do rebanho e os manejos
adotados
(reprodutivo, sanitário, alimentar).

​5. Manejo Alimentar

Apesar de os caprinos se adaptarem bem à alimentação escassa e de baixa


qualidade, para que estes obtenham uma boa produção é necessário que tenham à
disposição alimentos de qualidade e em boa quantidade. A vegetação nativa
geralmente é a principal fonte de alimento, e pode ser melhorada como por exemplo
realizando ​o raleamento, que é a retirada de plantas que não são interessantes para
a nutrição dos animais e fazendo isso as plantas de interesse nutricional irão ter um
melhor desenvolvimento. Também pode ser realizada a semeadura de alguma
gramínea no lugar que foi feito o raleamento.

Levando em conta que os animais possuem diferentes exigências nutricionais em


diferentes fases de criação, deve-se fornecer suplementação alimentar de acordo
com cada fase. A fase do pré-parto, pós parto e lactação são as que possuem uma
maior exigência nutricional, devendo ser feita a suplementação nesta. A
suplementação alimentar pode ser feita através de subprodutos e restos de culturas,
como por exemplo restos da cultura de mandioca e subprodutos da produção de
farinha, como as cascas e aparas. Estes devem ser secados para poderem ser
fornecidos aos animais. Também pode ser utilizado para suplementação bancos de
proteína que podem ser feitos com leguminosas como a leucena e feijão guandu
que podem ser consumidos na forma de feno e triturados verdes.

5.1 Principais Alimentos

Existem várias opções de alimentos a serem utilizados nos sistemas de produção


na região nordeste. Em termos de alimentos volumosos podem ser citados:
Pastagens, culturas específicas para a seca, capineiras, fenos, silagens e resíduos

14
agroindustriais. Para completar a nutrição dos caprinos, em algumas fases do ciclo
de produção é necessário o uso de concentrados. A suplementação mineral é
importante em todas as fases de produção, portanto, para que a alimentação seja
completa os suplementos minerais são de fundamental importância.

5.2 Alimentação por categoria

1. Pasto Cultivado

Existem várias forrageiras que são recomendadas e devem ser usadas na formação
de pastos cultivados e com propósitos específicos para a alimentação animal,
especialmente na região semi-árida. Dentre as espécies mais adaptadas, pode-se
citar: capim-búffel (Cenchrus ciliaris), capim-gramão (Cynodon dactylus),
capim-corrente (Urochloa mosambicensis) e capim-andropogon (Andropogon
gayanus) e como banco de proteína, a Leucena (Leucaena leucocephala).

O manejo dos animais pode ser feito em sistema de lotação contínua (pastejo
contínuo), lotação rotativa (pastejo rotacionado) ou ainda pode ser feito diferimento
do pasto (feno em pé). Para manejar os animais em lotação contínua, são mais
recomendadas as gramíneas de hábito de crescimento estolonífero (crescem se
espalhando, não formando touceiras). As mais usadas neste caso são os capins
tiftons, capim gramão e alguns tipos de brachiaria. Para manejo rotacionado preferir
usar gramíneas que crescem em touceiras (tanzânia, mombaça, andropogon,
búffel).

2. Culturas para uso na Seca

Algumas culturas podem ser utilizadas nos sistema de produção do Nordeste para
uso na alimentação dos rebanhos, principalmente na época seca.

● ​Mandioca

15
Figura 17 - Plantio de Mandioca

Fonte: ​Compilação do autor​11

Entre os cultivos produtores de alimentos energéticos, com tolerância às condições


de semi-aridez, destaca-se a mandioca, que é tradicionalmente cultivada nas áreas
com solos de textura leve e boa profundidade.

● ​Palma Forrageira

​Figura 18 - Plantio de Palma Forrageira

​Fonte: Paulo Rios e Ascom/Seagri

As secas e as incertezas climáticas recorrentes na região semi-árida do Nordeste do


Brasil constituem os fatores mais limitantes à produção animal. Devido às suas
características morfofisiológicas, as cactáceas representam fonte de água e
alternativa alimentar para as regiões sub-úmida e semi-árida. A palma constitui
alimento volumoso suculento de grande importância para os rebanhos, notadamente
nos períodos de secas prolongadas.

●​ Cana-de-Açúcar

11
Imagem coletada do site Infobibos.

16
​Figura 19 - Cana de Açúcar

​Fonte: Ana Maria Diniz

A cana-de-açúcar apresenta uma série de características desejáveis: grande


produção por unidade de área e baixo custo por unidade de matéria seca produzida,
período de colheita e disponibilidade constante ao longo do ano, manejo simples e
manutenção do valor nutritivo por até seis meses depois da maturação (Silva, 1995).
A cana é uma planta de características como: alto potencial de produção, bom
perfilhamento, resistência a pragas e doenças, resistência ao florescimento e alto
teor de açúcar.

3. Capineira

A capineira é uma área de produção intensiva de capim. O capim mais utilizado é o


elefante. A forragem produzida na capineira pode ser utilizada tanto para corte como
para produção de silagem (durante época chuvosa).

Figura 20 - Capineira

Fonte: ​Compilação do autor​12

12
Imagem coletada do site cpt.com.br

17
4. Banco de Proteína

O banco de proteína pode ser usado tanto para corte como para pastejo. No
esquema de corte, deve-se fazer um a cada 42 dias na época chuvosa e a cada 81
dias no período seco. A forragem cortada pode ser fornecida in natura ou na forma
de feno. Para pastejo, um hectare suporta de 10 a 15 caprinos adultos.

Figura 21 - Banco de proteína de Leucena

Fonte: ​Compilação do autor​13

5. Resíduos Agroindustriais

O uso da irrigação tem proporcionado o desenvolvimento da fruticultura em diversas


áreas da Região Nordeste nos últimos anos, produzindo desde a fruta de mesa até
industrializados como polpa, sucos, doces, entre outros (Vasconcelos, 2002). Em
todos os estados dessa região, há produção de algum resíduo agroindustrial com
potencial para uso como alimento para os animais. Na Bahia e em Sergipe,
destaca-se a produção de resíduos da cultura de citrus. E desta maneira,
aproveitam-se a potencialidade do local, objetivando fornecer alimento e nutrientes
para os animais durante todo o ano.

Os subprodutos apresentam bom valor nutritivo e podem ser consumidos na sua


forma ​in natura,​ bem como desidratados na forma de feno e também sob a forma de
silagem. Na inclusão de subprodutos na dieta dos rebanhos, deve-se atentar para a
composição química e balanço dos nutrientes.

●​ Feno

13
Imagem coletada do site www.researchgate.net

18
Figura 22 - Fardo de Feno

Fonte: Maria Eugênia Ribeiro/Divulgação Embrapa

Inúmeras alternativas são encontradas para o fornecimento de volumosos de


qualidade para alimentação dos rebanhos no Nordeste Brasileiro. Entretanto, pelas
facilidades nos processos de produção e armazenamento, bem como pela sua
qualidade nutricional, a administração de feno é uma das alternativas mais viáveis
para os sistemas de produção nordestinos.

● Silagem

Figura 23 - Trituração de Milho para Silagem

Fonte: Wilson Rodrigues/Governo do Tocantins

Silagem é o alimento resultante de um processo controlado de fermentação. Tem


cheiro agradável e deve ter suas propriedades nutritivas semelhantes à forrageira
que lhe deu origem, de modo a garantir bom consumo e consequentemente bons
índices de produtividade. Qualquer forrageira aceitável pelos caprinos e ovinos, na
forma verde, normalmente se presta para silagem, desde que seja colhida no
momento oportuno. O milho, o sorgo e o capim-elefante são as forrageiras mais
utilizadas.

6. Concentrados

19
Concentrados são alimentos com menos de 18% de fibra bruta, podendo ser
energético ou protéico. Os principais concentrados energéticos são: o milho e o
sorgo em grão, o milho desintegrado com palha e sabugo (MDPS), o farelo de o
trigo, o farelo de arroz, a raspa de mandioca, a polpa de citros frutas, as nozes, e os
tubérculos a exemplo da mandioca e da batata doce. Já os concentrados protéicos
são os farelos de oleaginosas como o de soja, o de amendoim, o do algodão, o de
girassol, etc; glúten de milho; farelo de coco; subprodutos de origem animal, como
as farinhas de carne, sangue e peixe.

7. Suplementos minerais

O fornecimento de suplementos minerais é uma prática que deve ser incorporada ao


manejo nutricional de caprinos em todas as fases do ciclo produtivo. Os elementos
minerais encontrados com maior frequência em níveis deficientes em pastagem e
tecido animal de ruminantes, no Brasil, são: o fósforo, o cobre e o cobalto. Por esta
razão, estes elementos não podem deixar de fazer parte de misturas minerais. Por
outro lado, deficiência de ferro, em pastagem para ruminantes, é muito rara, razão
pela qual é dispensável a sua inclusão neste tipo de suplemento.

6. Manejo Reprodutivo

É o conjunto de medidas voltadas para a melhoria do desempenho zootécnico e


econômico do rebanho. Para que um programa de manejo reprodutivo seja eficiente
e seus objetivos alcançados, devem ser cumpridas algumas exigências:

1- Levantamento das condições sanitárias e alimentar;


2- Capacitação da mão-de-obra;
3- Eficiência na identificação dos animais.

6.1 Escrituração Zootécnica

A escrituração trata-se da anotação de todos os eventos produtivos relacionados ao


rebanho, ao tipo de manejo, à alimentação e aos insumos utilizados na exploração.
Essas anotações são feitas por meio de fichas de acompanhamento individual, ficha
de monitoramento das estações de cobertura e ficha de custos. A implementação da
escrituração fornece as seguintes informações:

1) Arquivos de informações zootécnicas da criação;

2) Controle do manejo na propriedade;

3) Registros de produtividade;

20
4) Informação sobre a sanidade do rebanho.

6.2 Descarte Orientado

É uma prática de manejo que deve ser realizada a cada ano, especialmente nas
regiões que apresentam longos períodos de seca, ou a cada ciclo de produção,
facilitando e permitindo aos produtores identificar os animais com características
negativas que comprometem o desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho.
Seleciona-se as seguintes características não desejadas a serem eliminadas: idade
avançada, defeitos genéticos, baixo índice de fertilidade, defeitos físicos, mastite
crônica, baixo escore corporal, má habilidade materna, reduzida taxa de
sobrevivência das crias e caráter mocho de nascença nos caprinos.

6.3 Seleção de Matrizes e Reprodutores

São fatores determinantes para o sucesso do desempenho produtivo e reprodutivo


do rebanho. Devem ser consideradas as seguintes variáveis:

Figura 24 - Avaliação de animal

Fonte: Maíra Vergne Dias

1- Padrão racial dos animais;


2- Bom desempenho ponderal;
3- Boa condição corporal;
4- Ausência de doenças infecciosas;
5- Ausência de defeitos congênitos e hereditários;
6- Nas fêmeas que já pariram, apresentação de boa habilidade materna e
produção de leite suficiente para sobrevivência das crias;

21
7- Nos machos, presença dos testículos na bolsa escrotal, simétricos e de
consistência firme, além da apresentação de boa libido e aspecto dominante;
8- Ausência de problemas no sistema locomotor.

6.4 Redução do Intervalo de Partos (IEP)

A redução do intervalo entre Partos (IEP) garante o número de crias nascidas ou na


produção de leite. Em uma exploração caprina voltada para a produção de carne, o
rebanho deve ser manejado para obter um IEP com oito meses de duração ou 1,5
parto/fêmea/ano.

6.5 Manejo da Fêmea Gestante

A duração média da prenhez da cabra é de 145 a 151 dias. Durante o último mês de
gestação, deve-se oferecer alimento de melhor qualidade, pois é nesse período que
ocorre maior crescimento da cria (Como volumoso, fornecer de preferência o feno e
a ração concentrada na quantidade de 400 a 600 g/cab./dia – 20 a 22% de PB – e
suplementação mineral); nesse período os animais devem ser pouco manejados,
evitando-se transportá-los, como também não é aconselhável realizar vacinações ou
vermifugações; não introduzir animais estranhos ao rebanho, evitando-se brigas e
pancadas; ter fêmeas com boa condição corporal e boa saúde antes do parto são
fatores essenciais para a produção de crias saudáveis. O estresse pode abreviar a
duração da gestação, pela liberação de cortisol que inicia o trabalho de parto.

6.6 Manejo das Fêmeas no pré e no pós parto

Nessa fase são recomendados alguns cuidados:

Figura 25 - Cabra amamentando

Fonte: Compilação do autor​14

14
Imagem retirada do site cpt.com.br

22
• Próximo ao parto, deve-se deixar as fêmeas em local tranquilo e próximo à
casa do manejador para facilitar qualquer intervenção, caso esta seja
necessária. Esses locais são conhecidos por “baias maternidade”;
• Auxiliar o parto, se necessário. A expulsão da cria deverá ocorrer dentro das
primeiras duas horas após iniciado o processo de parto;
• Após o parto, realizar limpeza da mãe e da cria;
• Colocar a fêmea e a cria em ambiente limpo e seco;
• No caso de acontecerem complicações como retenção placentária,
endometrite, hipocalcemia e mastite, um médico veterinário deverá ser
consultado.

6.7 Manejo das Crias

Figura 26 - Caprinos

Font​e: Redação RuralNews

Ao nascimento, duas importantes práticas devem ser realizadas, visando assegurar


a sobrevivência e a saúde do recém-nascido:
• O corte e a cura do cordão umbilical;
• A ingestão precoce do colostro, que deve ser antes de transcorridas 18h
após o parto.

A temperatura ideal para os recém-nascidos fica em torno de 26 a 28 graus celsius,


pois temperaturas muito baixas aumentam a mortalidade do rebanho.

Na falta de colostro, em virtude da morte da matriz, ou caso a matriz não disponha


de colostro ou este seja insuficiente, pode-se oferecer o colostro artificial (que deve
ser fornecido aos recém-nascidos na proporção de 50ml/kg, duas a três vezes ao
dia, durante seis a sete dias seguidos).

23
● ​Aleitamento Artificial

Figura 27 - Caprino recebendo colostro

Fonte: Compilação do autor​15

Deverá ser feito logo após o período de ingestão do colostro. O leite artificial, de
vaca ou sucedâneo, poderá ser oferecido em baldes coletivos acoplados a
mamadeiras, sendo fornecido 1,0 a 1,5 L/cabeça/dia, aos animais com quatro a
cinco dias de vida. O desaleitamento poderá ocorrer com dois a três meses de vida.

● Desmame

O desmame poderá ser realizado dos 56 aos 90 dias, dependendo do manejo


aplicado aos animais. Para que um desmame seja realizado com sucesso, deve-se
ter à disposição das crias um piquete com gramíneas de boa qualidade.

● ​Separação Por Sexo

As crias machos e fêmeas podem ficar no mesmo piquete até os quatro meses de
idade. No entanto, esse período depende da raça, pois algumas são mais precoces
e outras, mais tardias. O importante é que sejam evitadas coberturas indesejadas
que venham comprometer o desenvolvimento dos animais. Uma recomendação é
que não se isolem completamente os machos das fêmeas até atingir a puberdade,
pois a visão e o cheiro do sexo oposto estimulam os animais a estabelecer sua
respectiva sexualidade.

● Castração

A castração é recomendada para machos que não são selecionados para


reprodução, mas destinados para a produção de carne. Existem várias técnicas
para se castrar caprinos, o importante é que seja feita logo nas primeiras semanas
de vida e que não cause sofrimento aos animais.

15
Imagem retirada do site caprilvirtual.com.br

24
7. Escolha do método de reprodução

Figura 28 - Monta a campo

​Fonte: Prodanim

● Monta a campo: machos e fêmeas permanecem juntos, com a proporção de um


reprodutor para 25 fêmeas.

● Monta controlada: a fêmea é mantida separada e quando está no cio é levada ao


reprodutor, sendo retirada após uma única cobertura. Esse processo deve ser feito
duas vezes ao dia, com intervalo de 8 a 12h entre cada cobertura, o que aumenta a
probabilidade de concepção. A proporção ideal é de um reprodutor para 35 fêmeas.

● Inseminação artificial com sêmen fresco: consiste em coletar e utilizar o sêmen


imediatamente, podendo este ser puro ou diluído. A partir de um único ejaculado,
após diluição, é possível produzir em torno de 20 doses.

Figura 29 - Inseminação artificial

Fonte: Milk Point

● Inseminação artificial com sêmen resfriado: após a coleta, o sêmen é diluído e


refrigerado a 4ºC, e deve ser utilizado em até 48h.

25
● Inseminação artificial com sêmen congelado: uma única ejaculação pode produzir
até 40 doses, dependendo da qualidade do sêmen. Pode ser feita até três coletas
de sêmen por semana do mesmo reprodutor.

apesar do seu potencial, a inseminação ainda não é a principal.

8. Como organizar a criação e os nascimentos

É o período estabelecido para reprodução dos animais. Para realização da estação


de monta é necessário que as fêmeas e os machos sejam mantidos em alojamentos
ou piquetes separados, visando-se evitar a ocorrência de coberturas indesejadas.
Quando realizada pela primeira vez, recomenda-se que a estação de monta tenha
duração de 60 a 63 dias para as cabras, pois esses períodos permitem utilizar três
ciclos estrais dessas espécies, dando maior chance para se obter sucesso à
cobertura.

9. Manejo Sanitário

O manejo sanitário se faz necessário para garantir o bem estar animal e prevenir
diversas enfermidades. É um meio econômico e eficaz que abrange diversas
práticas simples, mas que fazem toda diferença na produção. Diversos fatores
relacionados ao manejo de rebanhos caprinos são determinantes para a relação
saúde/doença. Erros de manejo podem causar problemas sanitários, e
consequentemente perda de qualidade de vida para o animal e diminuição na
produção.

9.1 Higiene das Instalações

As instalações devem visar uma boa funcionalidade desde a sua construção,


pensando em sua manutenção e como será feita sua higiene.

Limpeza:

​Figura 30 - Limpeza de aprisco com vassoura

26
Fonte: ​Compilação do autor​16

● Limpar o aprisco com vassoura ou rodo, colocar o lixo num carrinho de mão
ou balde com auxílio de uma pá e retirar o lixo do local.
● As fezes devem ser raspadas e varridas diariamente a fim de evitar
contaminações e colocadas na esterqueira ou local isolado. As fezes de
caprinos e ovinos podem ser vendidas e utilizadas como adubo para as
plantações.
● Bebedouros devem ser limpos utilizando água e sabão e em seguida
enxaguar.
● Comedouros devem ser limpos retirando os restos de comida e jogando-os
no lixo. Periodicamente devem ser limpos com água e sabão.
● Colocar um pedilúvio na entrada das instalações a fim de se evitar possíveis
contaminações junto com os animais.
● A entrada de pessoas que possivelmente estiveram em contato com animais
infectados ou infestados por algum agente deve ser evitada.
● Desinfecção:

Figura 31 - Desinfecção de Aprisco

16
Imagem retirada do site milkpoint.com.br

27
Fonte: ​Compilação do autor​17

● Em sistemas intensivos, realizar desinfecção a cada 15 dias, em sistemas


extensivos a cada mês.
● Retirar toda matéria orgânica das instalações e retirar os animais.
● Lavar com água e sabão, inclusive comedouros e bebedouros e em seguida
utilizar a solução desinfetante.
● Exemplos de desinfetantes: hipoclorito de sódio (água sanitária), cresois
(creolina e lisol) e óxido de cálcio(Cal).
● Utilizar proteção para realizar a desinfecção

9.2 Programação para prevenção

É importante que um programa de prevenção seja adotado na propriedade, para


evitar que enfermidades oportunistas venham a se instalar no rebanho.
Devido ao alto impacto na produção, as principais vacinas recomendadas são:

● Antirrábica
● Vacina para clostridioses
● Pasteurelose
●Linfadenite caseosa
● Foot root

Enquanto para as doenças parasitárias, é importante a administração de vermífugos


anti-helmínticos de acordo com o calendário em todo o rebanho, para evitar que
haja infecções clínicas ou subclínicas.

Imagem 32 - Vermifugação oral

17
Imagem retirada do site nordesterural.com.br.

28
Fonte: Alto do cruzeiro

Um dos protocolos de vermifugação é

● Medicar o rebanho 4 vezes por ano


● Método de famacha ou vermifugação seletiva, onde só animais que
apresentam sinais clínicos são vacinados.

Imagem 33 - Cartão Famacha

Fonte: Ingridy Dutra

É importante manter o controle sempre de quais animais foram medicados, do nível


de infecção dos animais, e qual a taxa de eficácia que aquele medicamento vem
tendo em suas aplicações, para evitar mudanças desnecessárias de medicamento.
A utilização desses protocolos de vermifugação diminui os gastos do proprietário
com vermífugos desnecessários, e auxilia na diminuição da resistência parasitária,
sendo benéfico para a produção de maneira geral.

10. Considerações Finais

Como podemos ver, a caprinocultura é uma área muito grande, e, ao adaptar a


produção à realidade, torna-se muito rentável. A venda de produtos como carne e
pele, bem como a produção de queijos e produtos artesanais de leite de cabra

29
agregam muito valor à produção. Além disso, sua carne é bastante saudável,
saborosa e realizar cortes comerciais agrega valor ao produto, pois é visualmente
mais agradável aos olhos do consumidor, é mais fácil de ser consumida já que a
presença de pontas ósseas é diminuída e cortes comerciais são mais valorizados na
gastronomia, consequentemente elevar ainda mais o nível e o alcance do mesmo.
Uma boa dica é procurar parcerias com restaurantes de carnes exóticas já que não
é cultura do país apreciar a carne do caprino no dia a dia.

11. Referências Bibliográficas

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BOLETIM do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos [recurso


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