RABISCADO 1. Tortura-As-Garantias-Judiciais-E-Os-Direitos-Pre-Processuais
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HUMANOS
Tortura; as Garantias Judiciais
e os Direitos Pré-Processuais
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITOS HUMANOS
Tortura; as Garantias Judiciais e os Direitos Pré-Processuais
Sumário
Patrícia Maciel
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Tortura; as Garantias Judiciais e os Direitos Pré-Processuais.. ............................................. 4
Tortura................................................................................................................................................ 4
Previsão Constitucional do Crime de Tortura............................................................................ 4
Previsão Legal.. ................................................................................................................................. 5
As Garantias Judiciais e os Direitos Pré-Processuais............................................................. 11
Direito a Não Ser Torturado.......................................................................................................... 11
Questões de Concurso...................................................................................................................13
Gabarito............................................................................................................................................42
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Patrícia Maciel
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem? Espero que sim!!!!!!
Vamos passar agora ao estudo da tortura, das garantias judiciais e os direitos pré-proces-
suais, e o direito a não ser torturado. Apesar de não haver análise sobre as diversas Conven-
ções que tratam sobre a tortura no presente material, deixarei alguns comentários nas ques-
tões de modo a fundamentar o direito da pessoa a não ser torturada, ok?
Ao final, ainda haverá uma coletânea de questões de diversas bancas, com ênfase na FGV,
de modo a fixar o assunto.
Agora, mãos à obra e bons estudos!
Abraços!
Profa. Patrícia
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Nessa entoada vamos passar à análise da lei que trata sobre a tortura e suas penalidades
no Brasil.
Art. 1º CF A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municí-
pios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III – a dignidade da pessoa humana;
Nessa mesma entoada, de modo a ratificar no Brasil os direitos humanos que coíbem a
prática do crime de tortura, a Constituição tutela em seus direitos fundamentais a prevalência
dos direitos humanos.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
(...)
II – prevalência dos direitos humanos;
Em sequência a Carta Magna ainda garante igualdade, sem nenhum tipo de distinção “aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
1
Mazzuoli, Valerio de Oliveira Curso de Direitos Humanos – 8. ed. – Rio de Janeiro: Forense; MÉTODO, 2021.
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igualdade, à segurança e à propriedade”, prevendo que “ninguém será submetido a tortura nem
a tratamento desumano ou degradante”.
Importante destacar, ainda, o direito do preso, previsto no inciso XLIX do artigo 5º, que as-
segura “aos presos o respeito à integridade física e moral”.
Previsão Legal
Tortura é equiparado aos crimes hediondos. Importante entender que os CRIMES AQUI PRE-
VISTOS, mais precisamente os do inciso I, SÃO CONSIDERADOS CRIMES COMUNS, pois podem
ser cometidos por qualquer pessoa, não se exigindo condição especial do sujeito ativo da conduta.
O crime de tortura possui previsão na Lei n. 9.455/97, a qual define como crimes de tortura:
O que é tortura?
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental:
• com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
• para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
• em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
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A violência mencionada não precisa causar lesão corporal grave ou gravíssima. Pode
acontecer tortura com lesão corporal leve!
O sofrimento pode ser físico ou mental!!!!!!!!
Mas não basta o constrangimento com violência ou grave ameaça! É preciso que haja uma
finalidade para esse constrangimento.
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
preventivo
No caso do inciso II, observe que o sofrimento aqui previsto é INTENSO, em virtude da
GUARDA, DO PODER OU DA AUTORIDADE exercida pelo agente sob a vítima.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a so-
frimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de
medida legal.
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Veja que neste caso, não há a previsão do sofrimento intenso, bastando que haja o sofrimento.
Em suma:
TORTURA PROVA
com o fim de obter
declaração ou confissão
TORTURA DISCRIMINATÓRIA
TORTURA em razão de discriminação
RELIGIOSA OU RACIAL
TORTURA CASTIGO
Submeter alguém
sob sua guarda, poder aplicar castigo pessoal
ou autoridade ou medida de caráter
preventivo
Há crime de tortura por omissão? No caso de tortura, SIM!!!!!!!! Veja o que dispõe o pará-
grafo 2º do artigo 1º:
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
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Tome nota!
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O crime de tortura
é inafiançável STF: Também não
e insuscetível de cabe indulto
graça ou anistia (ADI 2795 MC / DF )
O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Obs.: Cuidado!
A lei de tortura é aplicada ainda quando o crime não tenha sido cometido em terri-
tório nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira
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STJ já decidiu que tortura de preso sob custodia do sistema prisional praticada por agente
penitenciário constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública, além das demais repercussões nas esferas penal e disciplinar (Resp
177910). Vejamos:
Crime material
Tortura
cabe tentativa
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LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegura-
dos o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Ainda na fase pré-processual, ou seja, na fase prévia ao eventual processo judicial deve
ser garantida a prevalência dos direitos fundamentais ao acusado, dispensando-o o Estado o
tratamento como sujeito; e não como objeto.2
Isso porque, apesar das garantias judiciais destinadas aos acusados em geral, o sistema
inquisitivo, de igual modo, deve respeitar a dignidade da pessoa humana, observando as pre-
missas constitucionais acima elencadas, dentre elas, a de não ser condenado com base em
provas ilícitas.
Obs.: Cuidado!
Ou seja, NÃO HÁ EXCEÇÃO! TODOS POSSUEM O DIREITO A NÃO SER TORTURADO, E
PONTO FINAL!
2
Garantias pré-processais, tortura, o direito a não ser condenado com base em provas ilícitas e “controle difuso de convencio-
nalidade”: o caso Cabrera García e Montiel Flores vs. México http://arquivo.ibccrim.org.br/site/boletim/pdfs/Juris323.pdf
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Estrangeiros
em geral
OU SEJA: NINGUÉM
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FGV/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2021) A Lei n. 9.455/1997
tipifica o crime de tortura e aponta as suas diversas espécies. Sobre o delito em questão, ana-
lise as afirmativas a seguir.
I – admite tentativa;
II – é insuscetível de graça ou anistia, mas permite o indulto;
III – pode ser praticado por conduta comissiva ou omissiva.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Letra d.
Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
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I.
Art. § 5º Lei 9.455/97. A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
II.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Letra e.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido por agente público;
Letra c.
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d) submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou ame-
aça, a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal
e) constranger alguém sem emprego de violência nem ameaça, para que faça algo que a lei
não obriga
A Constituição, em seu artigo 5º, inciso XLIX assegura aos presos o respeito à integridade
física e moral;
Letra b.
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a) o agente penitenciário responderá pelo crime de tortura e por infração disciplinar, mas não
poderá ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa, eis que a vítima imediata
do ato ilícito não foi a Administração Pública e não houve dano ao erário;
b) o detento vítima do ato de tortura deverá pleitear diretamente do agente penitenciário que
praticou o ato ilícito indenização pelos danos sofridos, com base na responsabilidade civil
subjetiva, não se aplicando o art. 37, § 6º, da Constituição Federal por ausência de omissão do
poder público;
c) o agente penitenciário responsável direto pelo ato ilícito e o Secretário de Estado de Ad-
ministração Penitenciária responderão, em tese, solidariamente pelo crime de tortura, por
infração disciplinar e por ato de improbidade administrativa, o primeiro por ato comissivo
e o segundo por omissão;
d) a violência policial arbitrária não é ato apenas contra o particular-vítima, mas sim contra a
própria Administração Pública, ferindo suas bases de legitimidade e respeitabilidade, razão
pela qual o agente penitenciário responderá apenas na esfera penal, não havendo que se falar
em improbidade administrativa;
e) a tortura de preso custodiado no sistema prisional praticada por agente penitenciário cons-
titui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Públi-
ca, fora as demais repercussões nas esferas penal e disciplinar.
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Turma, julgado em 24/3/2015. REsp 1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, jul-
gado em 26/8/2015, DJe 17/2/2016
Letra e.
Para responder essa questão, é preciso relembrar a responsabilidade civil do estado. Art. § 6º
CF, prevê que:
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Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e mate-
riais decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais
ocorridos durante o regime militar.
Letra e.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
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Artigo 11º 1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que a sua cul-
pabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da sua prática, não consti-
tuíam acto delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida
pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.
Letra c.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Errado.
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III – São imprescritíveis os crimes de racismo, ação de grupos armados contra o Estado,
tortura e terrorismo.
IV – Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime hediondo
praticado após a naturalização.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Art. 5º XLIV CF - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático
Art. 5º LI CF - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecen-
tes e drogas afins, na forma da lei;
Art. 5º XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Letra a.
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Art. 1º § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de qua-
tro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Letra a.
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d) A pena do crime de tortura não aumenta quando é cometido contra criança, gestante, porta-
dor de deficiência, adolescente ou maior de sessenta anos de idade.
e) Não é considerado crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental como for-
ma de aplicar castigo pessoal.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Letra c.
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e) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a Convenção contra a Tortu-
ra e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei 9.455/97, que
define e pune crime de tortura, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-lo, se omitirem.
A prática de tortura é crime previsto tanto pelos direitos humanos como pelos direitos
fundamentais.
Letra e.
Não restou configurado o crime de tortura por estarem ausentes os requisitos necessários.
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Art. 5º CF XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes he-
diondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Certo.
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tudo, mesmo constatando as lesões, resolveu nada fazer em relação aos seus agentes, uma vez
que os considerava excelentes policiais. Nessa situação, o delegado praticou o crime de tortura, de
forma que, sendo proferida sentença condenatória, ocorrerá, automaticamente, a perda do cargo.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da
pena em regime fechado.
Letra c.
Está(ão) CORRETA(S)
a) I.
b) II.
c) I e III.
d) II e IV.
e) I, II, III e IV.
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§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da
pena em regime fechado.
Letra b.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Certo.
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1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores ou
sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de
obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou
uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta
pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer nature-
za; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no
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exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência.
NÃO se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de
sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Errado.
Art. 1º da Convenção. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam conse-
quência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Letra a.
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c) Consoante disciplina o dispositivo 24 das Regras de Bangkok - Regras das Nações Unidas
para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres
infratoras -, instrumentos de contenção jamais deverão ser usados em mulheres em trabalho
de parto, durante o parto e nem no período imediatamente posterior.
d) Conforme prevê o artigo VIII, da Convenção interamericana sobre o cumprimento de sentenças pe-
nais no exterior, aprovada a transferência da pessoa sentenciada, o Estado sentenciador conservará
sua plena jurisdição para a revisão das sentenças proferidas por seus tribunais, podendo inclusive
conceder indulto, anistia ou perdão á pessoa sentenciada. Por seu turno, o Estado receptor, ao rece-
ber notificação de qualquer decisão a respeito, deverá adotar imediatamente as medidas pertinentes.
3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágrafo 1 terá assegurada facilidades para comuni-
car-se imediatamente com o representante mais próximo do Estado de que é nacional ou, se for
apátrida, com o representante do Estado de residência habitual.
Letra a.
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A questão cobrou apenas as datas que mencionam os diplomas que tratam sobre o crime de
tortura, sendo todas, portanto, corretas.
Letra c.
Segundo a Convenção:
Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de
sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Letra e.
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1. Cada Estado Parte assegurará, em seu sistema jurídico, à vítima de um ato de tortura, o direito à
reparação e a uma indenização justa e adequada, incluídos os meios necessários para a mais com-
pleta reabilitação possível. Em caso de morte da vítima como resultado de um ato de tortura, seus
dependentes terão direito à indenização.
2. O disposto no presente Artigo não afetará qualquer direito a indenização que a vítima ou outra
pessoa possam ter em decorrência das leis nacionais.
Letra b.
1. Cada Estado Parte se comprometerá a proibir em qualquer território sob sua jurisdição outros atos que
constituam tratamento ou penas cruéis, desumanos ou degradantes que não constituam tortura tal como
definida no Artigo 1, quando tais atos forem cometidos por funcionário público ou outra pessoa no exercí-
cio de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Aplicar-se-
-ão, em particular, as obrigações mencionadas nos Artigos 10, 11, 12 e 13, com a substituição das referên-
cias a tortura por referências a outras formas de tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
1. Cada Estado Parte tomará medidas eficazes de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de
outra natureza, a fim de impedir a prática de atos de tortura em qualquer território sob sua jurisdição.
1. Cada Estado Parte tomará as medidas necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre os cri-
mes previstos no Artigo 4º nos seguintes casos:
a) quando os crimes tenham sido cometidos em qualquer território sob sua jurisdição ou a bordo de
navio ou aeronave registrada no Estado em questão;
b) quando o suposto autor for nacional do Estado em questão;
c) quando a vítima for nacional do Estado em questão e este o considerar apropriado.
2. Cada Estado Parte tomará também as medidas necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre
tais crimes nos casos em que o suposto autor se encontre em qualquer território sob sua jurisdição
e o Estado não extradite de acordo com o Artigo 8º para qualquer dos Estados mencionados no
parágrafo 1 do presente Artigo.
3. Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição criminal exercida de acordo com o direito interno.
Letra c.
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Nos termos da Lei, a questão está correta. É o que dispõe artigo 1º, § 7º O condenado por
crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime
fechado. No entanto, se a questão tratasse sobre jurisprudência dos tribunais, poderia estar
errada, uma vez que não é obrigatório o cumprimento inicial em regime fechado.
Certo.
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§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
III – se o crime é cometido mediante sequestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada
Letra e.
Lembre-se de que para que seja configurado o crime de tortura, é indispensável que o crime
tenha uma finalidade.
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Errado.
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Art. 1º II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
Letra a.
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049. (IBFC/CBM-BA/2019) A tortura é proibida pela Constituição de 1988, sendo essa proibi-
ção, inclusive, um direito fundamental. Sua prática é considerada como crime, sendo discipli-
nada pela Lei n. 9455/1977. Sobre os crimes de tortura, assinale a alternativa incorreta.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa
b) Aquele que se omite em face da prática do crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-
-las ou apura-las, também pratica crime
c) O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça e anistia
d) Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com em-
prego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo
e) A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada
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II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
(...)
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
(...)
Letra a.
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GABARITO
1. d 18. E 35. c
2. e 19. C 36. e
3. c 20. a 37. b
4. e 21. a 38. c
5. b 22. e 39. c
6. e 23. c 40. C
7. d 24. d 41. e
8. e 25. b 42. E
9. c 26. C 43. a
10. E 27. c 44. b
11. a 28. a 45. C
12. a 29. C 46. e
13. b 30. C 47. a
14. e 31. a 48. c
15. c 32. E 49. c
16. E 33. a 50. a
17. e 34. a
Patrícia Maciel
Advogada. Professora em cursos de graduação e de preparação para concursos públicos. Mestranda em
Educação. Pós-graduada em Direito Tributário pela Rede de Ensino UNIDERP – LFG. Ex-vice-presidente da
Comissão da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Taguatinga – OAB/DF.
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