UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG

ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS E MÁQUINAS DE
FLUXO

SELEÇÃO DE BOMBAS

Rio Grande
Novembro de 2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2
2. DADOS DO PROJETO ....................................................................................................... 3
3. SELEÇÃO DOS DIÂMETROS DA TUBULAÇÃO ........................................................ 4
4. CURVA DO SISTEMA ....................................................................................................... 6
5. SELEÇÃO DA BOMBA ...................................................................................................... 7
5.1. CARCAÇA ............................................................................................................................ 7
5.2. ROTOR .................................................................................................................................. 8
5.3. NPSH......................................................................................................................................8
5.4. POTÊNCIA.............................................................................................................................9
5.5. SELEÇÃO DO MOTOR.........................................................................................................9
6. SELEÇÃO DE BOMBAS EM PARALELO ................................................................... 10
6.1. CARCAÇA .......................................................................................................................... 11
6.2. ROTOR ................................................................................................................................ 11
6.3. NPSH E POTÊNCIA............................................................................................................12
6.4. SELEÇÃO DO MOTOR.......................................................................................................14
7. SELEÇÃO DA BOMBA PARA FLUIDO VISCOSO .................................................... 13
7.1. CARCAÇA .......................................................................................................................... 14
7.2. ROTOR ................................................................................................................................ 15
7.3. NPSH E POTÊNCIA............................................................................................................15
7.4. SELEÇÃO DO MOTOR.......................................................................................................15
8. CONCLUSÃO....................................................................................................................16
9. REFERÊNCIAS..................................................................................................................17

1. INTRODUÇÃO

2
 A seleção correta de uma bomba é essencial para o bom funcionamento dos
diversos sistemas de transferência de líquidos tanto em unidades de processamento
industrial, quanto em aplicações como distribuição de água, entre outros.
Para o procedimento de seleção de bombas consiste em escolher o equipamento
mais adequado para uma determinada aplicação. Os parâmetros operacionais da bomba
que impactam mais diretamente nas operações de transferência de fluidos são a vazão, a
altura de elevação, a eficiência, a potência requerida e o NPSH.
O critério econômico é sempre muito importante na seleção de bombas, o custo
operacional total que leva em conta os custos de energia e manutenção, bem como os
custos de aquisição e instalação devem ser considerados. Conforme o tipo de aplicação,
critérios como segurança operacional e riscos ambientais podem ser preponderantes.
Para realizar a seleção das bombas que serão apresentadas no seguinte trabalho
foi utilizada a planilha fornecida pelo professor da disciplina Fernando Torres. Com esta
tabela foi possível efetuar os cálculos necessários para encontrar as bombas corretas para
cada operação e, também, gerar os gráficos das curvas das bombas e do sistema.
Objetiva-se a seleção de uma bomba de acordo com os seguintes critérios:

1) Velocidade na tubulação de sucção em torno de 1,5 m/s e no recalque em torno

de 2,5 m/s, rugosidade aço laminado usado que corresponde ao valor de 0,046mm
2) Para o conjunto de dados recebido de água a 20°C, com os diâmetros definidos no
item anterior, fazer o gráfico da curva do sistema calculando a altura total de
elevação para os percentuais de 50%, 75%, 100% e 125% da vazão do projeto.
3) Bomba do fabricante KSB, modelo CPK para um fluido com características do
fuido A (planilha excel), verificando se haverá cavitação e especificando o motor.
4) Para a mesma altura de elevação, seleção de duas bombas do modelo CPK que,
associadas em paralelo entreguem a mesma vazão do item anterior. Verificação
da ocorrência de cavitação e especificação do motor.
5) No mesmo sistema de tubulações e tanques utilizados nos itens anteriores, cálculo
da altura necessária para o bombeamento de um fluido viscoso, fluido B.
Selecionar uma bomba utilizando o pseudo ponto de operação, verificação da
ocorrência de cavitação e especificação do motor.

2. DADOS DO PROJETO

3
 As tabelas a seguir foram construídas a partir da planilha fornecida, sendo que os
dados utilizados correspondem à coluna “14” para matricula de final “9” somados de 5.

Tabela 1: Características do fluido A

Características Fluido A
Vazão m3/h 220,00
Peso específico kgf/litro 1,00
Viscosidade cinemática cSt 1,00
Pressão de vapor kgf/cm2 0,03
Pressão absoluta no reservatório kgf/cm2 1,03

Tabela 2: Características do fluido B

Características Fluido B
Vazão m3/h 220,00
Peso específico kgf/litro 0,95
Viscosidade cinemática cSt 200,00
Pressão de vapor kgf/cm2 0,12
Pressão absoluta no reservatório kgf/cm2 1,03

Tabela 3: Características da tubulação

Características da Tubulação
Sucção Recalque
Comprimento m 26,00 360,00
Altura estática m 3,50 12,00
Entrada Padrão u
Entrada em Borda u
Curva Padrão 90 u 10,00
Curvas 90 raio longo u 3,00
Joelho 90 u
Curva Padrão 45 u 2,00
Joelho 45 u
Curva 180 u
Válvula Globo u 1,00 1,00
Válvula de gaveta u 1,00 2,00
Válvula globo angular u
Válvula de Esfera u
Retenção de Esfera u
Retenção Portinhola u 1,00
Válvula de pé com crivo u 1,00
Expansão Gradual u
Redução Gradual u 1,00
T com passagem direta u
T com passagem na derivação u
Saída para tanque u 1,00

3. SELEÇÃO DOS DIÂMETROS DA TUBULAÇÃO

4
 Os diâmetros internos de sucção e recalque, foram determinados a partir dos
respectivos valores de velocidade de 1,5 m/s e 2,5 m/s. Para tal, deve-se utilizar a seguinte
equação:

4𝑄
𝐷=√
𝜋𝑉

Para o diâmetro interno da tubulação de sucção temos um resultado de 0,2277m,

de acordo com seguintes cálculos, convertendo a vazão de 220 m3/h para a unidade de
m3/s.

4. (0,0611m3/s)
Di,sucção = √ = 𝟎, 𝟐𝟐𝟕𝟕𝐦
π. (1,5m/s)

Para o diâmetro interno da tubulação de recalque temos um resultado de 0,1764m,

de acordo com seguintes cálculos.

4. (0,0611m3 /s)
Di,recalque =√ = 𝟎, 𝟏𝟕𝟔𝟒𝐦
π. (2,5m/s)

Deve-se considerar toda a tubulação dentro dos padrões SCHEDULE 40 e de acordo

com a norma ANSI B-36.10M, verifica-se os valores comerciais mais aproximados com
os de projeto, sendo feita a seleção através da figura 1:

Figura 1: Dimensões e pesos dos tubos de aço SCHEDULE 40

5
 Como calculado anteriormente, os diâmetros de sucção e recalque tiveram valores
de 227,7mm e 176,4mm respectivamente. Analisando a tabela da Figura 1, foi
selecionado o diâmetro de 202,7mm para a tubulação de sucção e o diâmetro de 154,1mm
para a tubulação de recalque.

4. CURVA DO SISTEMA
Para a obtenção da curva do sistema, devemos calcular a altura total de elevação
para os percentuais de 50%, 75%, 100% e 125% da vazão do projeto. Com a inserção dos
valores de vazão na tabela de perda de carga (encontra-se no arquivo em excel
disponibilizado), encontrou-se os dados mostrados na Tabela 4

Tabela 4: Dados da curva característica do sistema para o fluido A

Q (m3/h) H (m)
0 14
110 19,54
165 26,01
220 34,89
275 46,18

A partir destes dados, gerou-se a curva do sistema, apresentada na Figura 2:

Figura 2: Curva do Sistema para o fluido A

6
 50
45
40
35
30
25
Série1
20
15
10
5
0
0 50 100 150 200 250 300

5. SELEÇÃO DA BOMBA
5.1. CARCAÇA
Para a seleção da carcaça da bomba utilizamos a vazão de 220 m 3/h e sua
respectiva altura de elevação (34,89m). Analisando o catálogo da bomba do fabricante
KSB, modelo CPK de acordo com a Figura 3, podemos escolher o modelo da carcaça.

Figura 3: Diagrama da bomba CPK

7
 O modelo de carcaça escolhido foi o 125-315 com rotação de 1750 rpm.

5.2. ROTOR
Com o modelo de carcaça escolhido, entramos com os valores no gráfico da
curva da bomba para a escolha do diâmetro do rotor.
Assim, com altura de elevação e vazão para uma carcaça 125-315 com rotação
de 1750 rpm, obtêm-se um diâmetro do rotor de aproximadamente 282 mm e uma
eficiência de aproximadamente 78%, de acordo com a Figura 4.

Figura 4: Curva Característica da bomba

5.3. NPSH
De acordo com a tabela de perda de carga disponibilizada na planilha do excel, o
NPSH disponível é igual a 6,54m, de acordo com a tabela 5.

Tabela 5: Tabela de Perda de Carga

Cálculo de Perda de Carga

Velocidade m/s 1,89 3,28
Nr. Reynolds 383.854,96 504.914,99
Rugosidade relativa 0,000227 0,000299
Fator de Atrito 0,01611769 0,01634433
Comprimento Equivalente m 102,40 324,51
Perda de Carga Total mcl 1,49 18,85
NPSH disponível mcl 6,54
Altura manométrica mcl 34,89

8
 De acordo com a curva de NPSH requerido no catálogo da bomba, apresentada na
Figura 5, obtém-se o valor de 2,2m.
Como o NPSH disponível é maior do que o NPSH requerido, é possível concluir
que a bomba não irá apresentar cavitação.

Figura 5: Curva de NPSH requerido da bomba

5.4. POTÊNCIA
De acordo com a curva de potência da bomba, apresentada na figura 6, podemos
concluir que a potência é de 26kW, o que corresponde a 35,3502cv.

Figura 6: Curva de potência da bomba

5.5. SELEÇÃO DO MOTOR

De acordo com a planilha de perda de carga disponível no excel e apresentada na
Tabela 6, a seleção para o motor mais apropriado para o rotor e a carcaça escolhidos pode
ser realizada através da potência estimada.

9
 Tabela 6: Cálculo da potência do motor

Cálculo de Potência
Eficiência 0,78
Pot estimada CV 36,45

A potência estimada para este motor é de 36,45cv, porém devemos adicionar a

uma margem de segurança, de acordo com a tabela 7. Adicionando 10% de margem, a
potência total do motor é de 40,095cv.

Tabela 7: Faixa de valores de potência fornecida pelo motor elétrico

Margem de Segurança
Potência Calculada
(recomendável)
até 2cv 50%
de 2 até 5cv 30%
de 5 até 10cv 20%
de 10 até 20cv 15%
acima de 20cv 10%

Finalmente, para a determinação da potência instalada, os motores elétricos

nacionais são normalmente fabricados com as potências (em cv) apresentadas na tabela
8.
Tabela 8: Potência dos motores elétricos nacionais
1/4 1 1/2 7 1/2 25 50 150
1/3 2 10 30 60 200
1/2 3 12 35 80 250
3/4 5 15 40 100 -
1 6 20 45 125 -

Com a tabela 8, conclui-se que a potência instalada do motor desta bomba é de

45cv.

6. SELEÇÃO DE BOMBAS EM PARALELO

Para uma mesma altura de elevação (H = 34,89m), a vazão total divide-se entre as
duas bombas associadas em paralelo, ou seja, cada bomba terá uma vazão de 110 m3/h.

10
 6.1. CARCAÇA
A carcaça selecionada da bomba CPK do fabricante KSB foi de 80-315 com uma
rotação de 1750 rpm, como mostrado na figura 7.

Figura 7: Diagrama característico das bombas CPK

6.2. ROTOR
De acordo com a figura 8, o diâmetro para o rotor da bomba escolhido foi de
305mm com uma eficiência de 63%.

Figura 8: Curva característica da bomba

11
 6.3. NPSH E POTÊNCIA
De acordo com as curvas apresentadas na figura 9, é possível analisar que o NPSH
requerido da bomba é de 2,3m. Como o NPSH disponível da bomba é de 7,63m, de acordo
com a tabela 9, conclui-se que não irá ocorrer cavitação.
Pela curva de potência da bomba, é possível analisar que a potência é de
aproximadamente 16kW, o que corresponde a 21,75cv.

Figura 9: curvas de NPSH requerido e de potência da bomba CPK

Tabela 9: NPSH disponível da bomba

Cálculo de Perda de Carga

Velocidade m/s 0,95 1,64
Nr. Reynolds 191.927,48 252.457,50
Rugosidade relativa 0,000227 0,000299
Fator de Atrito 0,01740069 0,0173333
Comprimento Equivalente m 102,40 324,51
Perda de Carga Total mcl 0,40 5,00
NPSH disponível mcl 7,63
Altura manométrica mcl 19,54

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 6.4. SELEÇÃO DO MOTOR
A partir do cálculo da potência estimada no item 6.3 e, seguindo os mesmos
métodos aplicados para o cálculo da potência aplicada no item 5.5 para o fluido A,
encontrou-se um valor de 12,63cv, de acordo com a tabela 10, adicionando a margem de
segurança de 15%, de acordo com a tabela 7, encontra-se um valor de potência total do
motor de 14,52cv.
De acordo coma tabela 8, conclui-se que a potência instalada do motor de cada
bomba em paralelo será de 15cv.

Tabela 10: Cálculo da potência do motor

Cálculo de Potência
Eficiência 0,63
Pot estimada CV 12,63

7. SELEÇÃO DA BOMBA PARA FLUIDO VISCOSO

De acordo com as características do fluido B, apresentado na tabela 2, e dos
diâmetros calculados anteriormente, gerou-se a curva do sistema, apresentada na figura
10. Para gerar a curva, calculou-se pela tabela de perda de carga, as alturas totais de
elevação para os percentuais de 50%, 75%, 100% e 125% da vazão do projeto, valores
que estão apresentados na tabela 10.

Tabela 11: Dados da curva característica do sistema para o fluido B

Q (m3/h) H (m)
0 14
110 30,30
165 38,55
220 57,45
275 92,23

13
 Figura 10: Curva do sistema para o fluido B

100
90
80
70
60
50
Série1
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300

Para a seleção da bomba, utiliza-se os valores de vazão e altura de elevação do

pseudo ponto de trabalho, os valores dos mesmos são 238,03m3/h e 62,18m
respectivamente.

7.1. CARCAÇA
A carcaça selecionada da bomba CPK do fabricante KSB, a partir dos valores de
altura de elevação e vazão do pseudo ponto de trabalho, foi de 125-400 com uma rotação
de 1750 rpm, como mostrado na figura 11.

Figura 11: Diagrama da bomba CPK

14
 7.2. ROTOR
Com o valor da carcaça da bomba selecionado, é possível selecionar o diâmetro
do rotor e sua eficiência na curva da figura 12.
Encontrou-se um valor de aproximadamente 372mm para o diâmetro do rotor com
uma eficiência de aproximadamente 76%.

Figura 12: Curva característica da bomba

7.3. NPSH E POTÊNCIA

Com base nas curvas da figura 13, encontrou-se um valor de NPSH requerido de
aproximadamente 2,3m e uma potência necessária de 51kW, que corresponde a 69,34cv.

Figura 13: Curvas de NPSH requerido e potência da bomba

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 De acordo com a tabela 11, o NPSH disponível da bomba é de 4,53m, como o
NPSH requerido é menor que o disponível a bomba não irá cavitar.

Tabela 12: NPSH disponível da bomba

Cálculo de Perda de Carga

Velocidade m/s 1,89 3,28
Nr. Reynolds 1.919,27 2.524,57
Rugosidade relativa 0,000227 0,000299
Fator de Atrito 0,03334882 0,0345186
Comprimento Equivalente m 102,40 324,51
Perda de Carga Total mcl 3,08 39,82
NPSH disponível mcl 4,53
Altura manométrica mcl 57,45

7.4. SELEÇÃO DA MOTOR

A partir do cálculo da potência estimada no item 7.3 e, seguindo os mesmos
métodos aplicados para o cálculo da potência aplicada no item 5.5 para o fluido A,
encontrou-se um valor de 60,92cv, de acordo com a tabela 13. Adicionando a margem de
segurança de 10%, de acordo com a tabela 7, encontra-se um valor de potência total do
motor de 67,01cv.
De acordo com a tabela 8, conclui-se que a potência instalada do motor de cada
bomba será de 80cv.

Tabela 13: Cálculo da potência do motor

Cálculo de Potência
Eficiência 0,73
Pot estimada CV 60,92

8. CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos é possível concluir que quando utilizamos duas
bombas em paralelo o diâmetro e a eficiência das mesmas irão diminuir, porém em
relação a configuração com apenas uma bomba, é mais viável economicamente devido a
potência das mesmas serem menores quando em paralelo.

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 Analisando as curvas é possível concluir que o fluido B, que apresentava uma
viscosidade maior, necessita de uma potência maior para o escoamento do que o fluido A
devido ao seu peso especifico ser maior e pelo mesmo motivo, é possível concluir que a
bomba quando trabalhando como fluido A apresentou um rendimento maior em relação
ao fluido B.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOMBAS DE PROCESSOS PARA APLICAÇÕES QUÍMICAS E INDUSTRIAIS.
KSB. Disponível em <https://www.ksb.com/ksb-br-pt/> , acesso em 30 de outubro de
2020.

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