Regras para Radicais - Saul D. Alinsky

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Por que os esquerdistas dominam a arte da polarização? A resposta está aqui.

Por que é
tão fácil para eles ridicularizarem seus oponentes? A resposta está aqui. Como as vezes
parece tão fácil (de forma até artística) eles colocarem seus adversários em verdadeiras
armadilas! "o#ando! certas vezes! até com as re#ras do outro? $ovamente! ficará muito
mais fácil voc% entender isso aqui.

&stamos prontos para começar a "ornada por dentro da mente de 'aul Alins.

Prólogo

'aul Alins nasceu em *+,+ e morreu em *+-! um ano depois a pu/licação deste
01ules for 1adicals2. &le não teve a felicidade de ver que seu tra/alo #erou frutos dos
quais a esquerda se alimenta vi#orosamente até o"e (aliás! cada vez mais)! enquanto os
conservadores de direita ficam zonzos sem perce/er o que está acontecendo com eles.

Alins! mesmo aos 3 anos na época do lançamento do livro! tina sua ca/eça
sintonizada corretamente no que diz respeito 4 #uerra cultural. &screvia para os "ovens!
que estavam para entrar ou "á estavam nas universidades. 5ma /oa parte do seu p6/lico
na época era composta de líderes sindicais! ippies (especialmente aqueles contra a
#uerra do 7ietnã)! feministas e adeptos dos movimentos de quaisquer outras minorias.

'e#undo ele 0a força revolucionária2 lem/rava em certos pontos os 0primeiros


cristãos2! mesmo que ele reconesse que estes mesmos revolucionários! em sua visão!
0proclamavam a viol%ncia e #ritavam 89erru/em o sistema:;2. 5ma das forças mais
marcantes em sua análise! todavia! estava naquilo que ele definia como ao mesmo
tempo 0aus%ncia de ilus<es em relação ao sistema! mas muitas ilus<es a respeito de
como mudar o mundo2! um sinal de que ele tina consci%ncia de sua utopia. =o#o no
primeiro pará#rafo ele diz que as pá#inas que o leitor estava por ler 0foram escritas em
desespero2.

&m uma entrevista 4 Pla/o em *+-! dois meses antes de sua morte! ele disse que 0se
e>istisse vida aps a morte! e me fosse per#untado a respeito! eu escoleria sem
pestane"ar a oportunidade
motivos! rece/endo de ir em
a resposta! pararetorno
o inferno2. @ entrevistador
0@ inferno seria um le per#untou
paraíso os Boda
para mim.
mina vida eu estive "untos aos que não tem. Por aqui! se voc% é um que não tem! voc%
não está aderente 4 massa. as se voc% é um que não tem no inferno! é pouco virtuoso.
5ma vez que eu ce#ue ao inferno! começarei a or#anizar os que não tem por lá2.

'uas idéias "á eram adaptadas no início dos anos 3, para uso pela esquerda nas
universidades americanas por causa de sua o/ra 01eveille for 1adicals2! escrita em
*+D3. Ali "á aviam soslaios de sua idéia a respeito do que seria um radical! mas a forma
detalada de como ele devia a#ir para pro"etos de conquista de poder está em 01ules for
1adicals2. &ntre as duas o/ras! ele escreveu apenas 0Eon =. =eFis $a 5nautorized
Gio#rap2! em *+D+! dedicando o resto do seu tempo a vários tipos de militHncias.

&m/ora como veremos suas idéias são inspiradas no mar>ismo! ele luta para não se
identificar com eles! preferindo se autoIrotular como parte de 0uma esquerda
independente2 (em/ora seu modelo de cate#orização das classes se"a uma réplica do
modelo esquerdista! apenas com outra terminolo#ia! como veremos no pr>imo post da
série). &le tam/ém era um crítico ferreno da forma de atuação radical e violenta de
al#uns esquerdistas da época. 'e#undo ele! esse tipo de 0participação democrática
8ativista;se transforma em sua antítese J assassinatos e e>plos<es niilistas2. Por isso ele
sempre dizia se distanciar das 0panacéias do passado! como as 1evoluç<es na 16ssia e
Cina! que se tornaram a mesma coisa de sempre apenas so/ um nome diferente2. &m
sua visão! 0a /usca pela li/erdade não parece ter uma estrada ou destino2.

Para Alins! se uma 9eclaração da Kndepend%ncia fosse escrita por "ovens em *+-*!
trataria de quest<es 0 do 7ietnã e da população ne#ra! das vidas nos #uetos me>icanos e
portoIriquenos! dos tra/aladores imi#rantes! da Appalacia! do dio! i#norHncia!
doença e fome no mundo2. 'e#undo ele! 0uma carta de direitos enfatizaria o a/surdo
das relaç<es umanas e do desamparo e vazio! assim como da solidão terrível que
resulta de não sa/ermos se á al#um si#nificado para as nossas vidas2. A causa
revolucionária! dos 0radicais2! seria essa causa para as vidas dos "ovens compondo o
p6/lico alvo de Alins. A o/ra traria! nas palavras do autor! 0a e>peri%ncia e o conselo
pelos quais muitos "ovens o questionaram em sess<es que duravam por toda a noite em
centenas de campus na America2. Conclui Alins 0&sta o/ra é para aqueles "ovens
radicais que são comprometidos com a luta! comprometidos com a vida2.

&le afirma que 0e>istem certos conceitos centrais de ação na política umana que
operam independente da cena ou tempo2. Conecer estes conceitos de ação 0é /ásico
para que um ataque pra#mático se"a feito ao sistema2. Aqui quero ressaltar que! para a
a/sorção melor do que Alins tem a dizer! atacar um sistema de altos impostos! por
e>emplo! é tam/ém um ataque ao sistema! s que um ataque ao sistema esquerdista. &m
mina análise! ataques ao sistema dei>am de ser! portanto! e>clusividade dos
esquerdistas. Por outro lado! o rtulo 0radical2! utilizado por Alins! é 6til para ele!
mas não sei se os conservadores de direita deveriam utilizáIlo.

5m dos pontos mais contundentes do material é a a/orda#em realista (atenção apenas


no conte>to da #uerra cultural! é claro). @/servem como Alins apresenta suas re#ras
0&stas re#ras fazem a diferença entre ser um radical realista e aquele retrico que utiliza
as velas palavras e frases de efeito! camando a polícia de 8porcos; ou 8racistas
fascistas /rancos; ou 8filos da puta;! tornando a si prprio tão estereotipadosque outros
rea#em
Alinsapossui
ele dizendo 0@! ele
suas utopias é um daqueles2!
particulares! e então
ao menos ele éorealista
desprezam2. &nfim!
em relação aose
conte>to
da #uerra política! e este é seu diferencial. Crítico 4 prpria atuação dos esquerdistas em
seu tempo! ele diz 0A fala de muitos de nossos "ovens ativistas em entender a arte da
comunicação tem sido desastrosa2. &m resumo! á tam/ém uma comparação da
inutilidade de se pisar so/re a /andeira americana! e ele su#ere que para ampliar a
comunicação com a platéia deveIse saudar a /andeira! e! em cima dela! proclamar seus
valores! mesmo que diferentes do inimi#o. Caso um radical de fato entenda que usar
ca/elos lon#os 0cria /arreiras psicol#ica para comunicação e or#anização! ele deve
cortar seu ca/elo2. Caso se or#anize uma manifestação em uma comunidade "udaica
ortodo>a! 0não se deve andar por lá comendo um sanduíce de presunto! a não ser que o
o/"etivo se"a ser re"eitado e arrumar um prete>to para desistir da luta2.

@utro diferencial do material é a defesa do uso do umor. Para Alins! 0em outro nível
de comunicação! umor é essencial! pois através do umor muito é aceito ao contrário
do que ocorreria se o mesmo material fosse apresentado seriamente. &sta é uma #eração
triste e solitária. &la ri muito pouco! e isto tam/ém é trá#ico2.
&m/ora crente em seus ideais! Alins diz 0Como or#anizador! eu parto de onde o
mundo é! e como ele é! não como eu #ostaria que fosse. Lue ns aceitemos o mundo
como ele é não enfraquece! de qualquer forma! nosso dese"o de mudáIlo para o que ns
acreditamos que deve ser2. $o que um conservador de direita poderia contraI
ar#umentar que o mundo "á está 0mudado2 de acordo com as perspectivas esquerdistas!
incluindo as de Alins (e>emplo estado incado)! portanto um mundo com redução do
tamano e>cessivo do estado! tam/ém é uma perspectiva de mudança. =o#o! lemas
como 0ope for te can#e2! declarados por @/ama! serviriam tam/ém para al#uém da
direita. $o Grasil! á um de/ate so/re a redução da maioridade penal. &sta é uma
proposta da direita! e uma 0mudança2 na impunidade! e um ataque ao sistema de
impunidade criado pela esquerda. Atenção o discurso de 0mudança2 não pode ser
esquerdista apenas. & sendo que á mudança! ela deve ocorrer! para Alins
0tra/alandoIse dentro do sistema2.

&le cita uma outra razão para se tra/alar a partir de dentro do sistema! citando
9ostoevs! quando este reconeceu que 0dar um novo passo é aquele que as pessoas
mais temem2. Assim! 0qualquer mudança revolucionária deve ser precedida por uma
atitude passiva! afirmativa! distante de desafios a respeito da mudança pela opinião
p6/lica2. Alins diz que 0eles devem se sentir tão frustrados! tão derrotados! tão
perdidos! tão sem futuro no sistema vi#ente que este"am dispostos a a/andonar o
passado e apostar no futuro2. &sta aceitação seria 0a reforma essencial a qualquer
revolução2. Para convencer a opinião p6/lica em massa (incluindo a classe média e os
po/res) a aceitar seus ideais é preciso 0atuar de dentro do sistema2.

5ma metáfora so/re a paci%ncia é uma das partes mais interessantes do prlo#o

$ossos "ovens são impacientes com as preliminares essenciais 4s aç<es que #erem
resultado. A or#anização efetiva é frustrada pelo dese"o para mudança instantHnea e
dramática! ou como eu citei anteriormente pela demanda pela revelação ao invés da
revolução. &ste é o tipo de coisa que vemos nas peças de teatroM o primeiro ato introduz
os persona#ens e o ar#umento! no se#undo ato o ar#umento e os persona#ens são
desenvolvidos ao passo que a peça vai o/tendo a atenção da platéia. $o ato final o /em
eterceiro
o mal tem
ato! sua confrontação
pulando dramáticaeeem
os dois primeiros! a resolução.
tais casos Anão
#eração atualuma
á sequer querpeça!
ir direto
nadaao
além de confrontação pela causa da confrontação J uma luz é ofuscada! com o
consequente retorno 4s trevas. Para se construir uma or#anização poderosa #astaIse
tempo. N tedioso! mas esta é a maneira pela qual o "o#o é "o#ado J isso se voc% quiser
"o#ar e não apenas #ritar 0atem o império2.

Para ele! sair citando frases de 0ao! Castro e Ouevara2 não vai funcionar em uma
cultura americana na qual estes seriam quase aliení#enas. Aliás! ele diz que nos países
comunistas á menos li/erdade do que na América! e isso deveria ser aproveitado pelos
radicais.

5m ponto de discordHncia mina é quando Alins diz 0Aqueles que! por quaisquer
com/inação de raz<es! encora"am o oposto da reforma! se tornam aliados irrestíveis da
direita política2. @ pro/lema é que aqui! como "á mostrei! ele toma 0mudança2 como
apenas al#o inerente 4 esquerda. & esta terminolo#ia é uma que precisamos eliminar do
nosso voca/ulário. 'e conse#uimos reduzir impostos! isso é uma 0mudança2 da direita!
mas se os impostos são aumentados! isso é uma 0mudança2 da esquerda. 'e á aumento
de punição para criminosos! isso é uma 0mudança2 da direita! mas se á retirada de
punição aos criminosos! isso á uma 0mudança2 da esquerda. Ksto defende
satisfatoriamente mina tese de que! em/ora não se"amos 0revolucionários utpicos2! ou
0radicais2! a luta pelo processo de mudança é uma constante em pessoas tanto da direita
como da esquerda! especialmente aqueles que este"am em oposição ao sistema. 'omente
com a retirada destes truques semHnticos (0mudança é da esquerda2! 0reacionários são
da direita2) de nossa mente! conse#uiremos assimilar melor este conte6do.

O Propósito
O texto anterior desta série é “Um Raio X das regras para radicais de Saul Alinsky –
Introdução! "omo sempre con#ém a#isar nesta série$ assumo um tom não cr%tico &ao
in#és da maioria dos meus textos$ em 'ue re(uto a es'uerda)$ pois meu o*+eti#o a'ui é
capturar a ess,ncia do pensamento de Saul Alinsky como um todo! -n(im$ entender
como pensa#a o ar'uiteto das estratégias democratas para con'uista do poder!

A primeira coisa que devemos ser o/ri#ados a reconecer é que Alins foi um
esquerdista versátil. 5m e>emplo disso está em sua capacidade de ao mesmo tempo
citar ensinamentos cristãos como antiIcristãos. $o início deste capítulo ele cita E -*
(0A vida do omem so/re a terra é uma #uerra2). as lo#o anteriormente ele dizia que
o primeiro radical! de todeas as lendas! mitolo#ia e istria era =6cifer! 0o primeiro a se
re/elar contra o status quo! fazendoIo tão efetivamente que ao menos conquistou seu
prprio reinado2.

@utra característica do autor! que ele demonstra lo#o no início! é a capacidade de 0não
associação2 a uma corrente específica de pensamento! mesmo que ele a defenda por
completo. &>emplo ele defende que os seres umanos se dividem em tr%s classes @s
que tem! o que não tem! os que tem um pouco e querem mais. &le faz isso ao mesmo
tempo em que diz não ter nenum tipo de associação com o mar>ismo. as essa
terminolo#ia! no entanto! é simplesmente a releitura do mar>ismo! na qual e>istiriam os
Gur#ueses (@s que tem)! os Proletários (@s que não tem)! e os PequenoIGur#ueses (@s
que tem um
a direita pouconão
(em/ora e querem mais).
com suas 'e adaptarmos
motivaç<es! utilizar/asta
o/viamente)! o paradi#ma de Alins
adicionarmos para
uma nova
cate#oria! @s que tem tudo! e mudarmos al#umas das demais cate#orias! convertendo
0@s que tem2 para 0@s que tem muito2! e 0@s que tem pouco e querem mais2 para 0@s
que tem pouco2. Ksso por que todos 0querem mais2! independente do quanto tenam.
Assim! ficaríamos com as se#uintes cate#orias

*. Os 'ue tem tudo. @s /urocratas donos de um estado incado! se"a ele de /em
estar social ou uma ditadura do proletariado.

. Os 'ue tem muito. @s mais /em sucedidos omens de ne#cio.

. Os 'ue tem pouco. @s que não alcançaram o está#io .

D. Os 'ue não tem nada. &sses seriam os moradores de rua.

Q. Alins afirma o se#uinte 0@ Príncipe foi escrito por aquiavel para os que tem
muito manterem o poder. 1e#ras para radicais é escrito para aqueles que não tem
nada tomarem tiráIlo dos que tem muito.2. Portanto! uma reconstrução de
Regras para Radicais conforme ns! da direita! possamos perce/%Ilo
adequadamente deveria ser a se#uinte 0Regras para radicais é escrito para dar o
poder aos que tem tudo! que são os /urocratas! através de um discurso em que
idelo#os simulam que estão do lado dos que não tem nada.2 ina adição
0&sta refutação é escrita para atrapalar os planos de quem tem tudo.2

5m ponto interessante é quando Alins diz que quer dar aos seus leitores uma
cance de 0viver por valores que dão si#nificado 4 vida2. N por isso que esquerdistas
tem conse#uido capitalizar /astante com um discurso de que 0lutam pelos
oprimidos2. 5ma análise deste discurso mostra que a direita somente pode reverter o
quadro demonstrando que ao mesmo tempo em que os esquerdistas na verdade não
lutam pelos oprimidos (é possível demonstrar que a direita pode fazer mais pelos
oprimidos do que a esquerda)! quem é de direita pode ter como sentido da vida lutar
contra a tirania e a favor da li/erdade individual! a qual seria eliminada com o
esta/elecimento do totalitarismo de esquerda. A re#ra é clara sem um sentido claro
para a luta! não vale a pena sequer começar! pois não averá motivação para aç<es
que causem revoluç<es.

&ste é outro ponto em que preciso fazer um esclarecimento antes de prosse#uir. @


termo 0revolução2! no conte>to dos esquerdistas é a /usca de um paraíso! ao passo
que a direita deve utilizar o termo de uma maneira diferente. 5m país que aumenta
seus impostos de *,R para ,R está fazendo uma revolução de esquerda! pois o
estado está sendo incado. as um pro#rama seríssimo de austeridade! que reduza os
impostos a níveis /ai>os! tam/ém é uma revolução. @ movimento ori#inal Bea Part!
ocorrido em *3 de dezem/ro de *-- em Goston! no qual colonos atiraram várias
car#as de cá ao mar! eram um protesto revolucionário contra aumento de impostos.
9iante disso! podeIse utilizar o material de Alins (com as devidas adaptaç<es!
especialmente quanto ao capítulo ! cu"a análise será pu/licada nos pr>imos dias)
para qualquer causa revolucionária! se"a ela utpica ou não. @s esquerdistas #ostam
de dourar a pílula com utopias! mas quem é da direita não. Alins apresenta o seu
material da se#uinte forma 0$este livro eu propono certas o/servaç<es #erais!
proposiç<es!
são utilizadasepara
conceitos
aç<es do ciclo de ação e reação nas revoluç<es.2 As técnicas aqui
revolucionárias.

lins não raro entra em contradição! não quando apresenta suas técnicas! mas sim
quando define a si prprio. Por e>emplo! ele diz que 0detesta e teme o do#ma2.
&ntretanto! diz que o lema dos pais fundadores (0Pelo /em estar social2! o qual é um
do#ma) é um defendido por ele. &le reconece! pá#inas a frente! que sua crença 0no
ser umano2 pode ser um do#ma! o qual entraria em contradição com sua re"eição
aos do#mas. &m relação a isso! declama 0Budo /em! o ser umano é contraditrio
em ess%ncia2. @ que nos leva a se#uinte constatação no "o#o político! do#ma é al#o
que o outro tem. 'endo o que o outro tem um do#ma! isso si#nifica que a posição do
outro é condenável por não ter sido questionada o suficiente. @ inverso deve ser
aplicado 4s prprias crenças! que não serão afirmadas como do#mas! mas sim como
idéias passíveis de correção contínua. $ão faz diferença se eles são do#mas
imutáveis ou não! o que importa é como elas são transmitidas. Assim! sendo que suas
idéias são declaradas como 0passíveis de mudança2! o p6/lico o perce/erá como
mais tolerante e menos infle>ível. Por isso! não se deve declarar nenuma crença
particular como imutável! mas suscetível a mudança. &sta é uma das primeiras liç<es
ensinadas por Alins 09o#ma é al#o que pertence ao seu oponente! "amais a voc%2.

@ lema central de Alins é o pra#matismo! e para ele as aç<es devem ser focadas
em resultados. &le afirma 0&u espero que estas pá#inas contri/uam para a educação
dos radicais de o"e! e para a conversão de pai><es quentes! emocionais e impulsivas
atuais! que são impotentes e frustrantes! em aç<es que se"am calculadas! focadas e
efetivas2. &le cita o caso de centenas de advo#ados que foram protestar contra a
prisão de quatro deles pelo "uiz Soffman. Ao redor do frum se reuniram vários
militantes! um #rupo de estudantes radicais e Panteras $e#ras "unto a uma multidão
de advo#ados. &is que sur#e o "uiz Camp/ell! avisando que se a /aderna não fosse
interrompida! pris<es começariam a ocorrer. 5m dos manifestastantes #ritou 0TodaI
se! Camp/ell2. Aps um sil%ncio tenso! os manifestantes a/andonaram o local. 7e"am
como Alins avalia o ocorrido! relatado por Eason &pstein em 0Be Oreat
Conspirac Brial2! de *+-,

@s advo#ados militantes "o#aram por terra uma maravilosa oportunidade de criar


uma questão em nível nacional. Ali parecia aver duas escolas! am/as capazes de
criar pressão so/re o "uiz e manter a questão so/ discussão um dos advo#adores
poderia ter caminado "unto ao "uiz Camp/ell! aps a voz solitária ter #ritado 0TodaI
se! Camp/ell2! e afirmado que os advo#ados não davam apoio 4 o/scenidades
pessoais! mas mesmo assim eles não iriam a/andonar o localM ou então que todos os
advo#ados "untos começassem a #ritar 0TodaIse! Camp/ell2. &les não fizeram
nenum dos doisM ao invés disso! dei>aram a iniciativa passar deles para o "uiz! e! em
consequencia! não conse#uiram nada.

&le diz que os radicais devem ser 0resilientes! adaptáveis a circunstHncias políticas
mveis! e sensíveis o suficiente ao processo de ação e reação para evitar serem
capturados por suas prprias táticas e forçados a caminar por uma estrada que não
escoleram2. &m resumo 0os radicais devem ter um controle so/re o flu>o de
eventos2. &m nome disso! Alins defende uma 0ci%ncia da revolução2.

Preparando o seu eleitor!


penalizam idéias ele que
escritos avisaameaçam
que 0todas as sociedades
o status desencora"am
quo vi#ente2. e que
9eveIse notar
0status quo vi#ente2 pode ser descrito tam/ém como o status quo esquerdista! em
todo @cidente que o"e pa#a impostos a/surdos! tolera a criminalidade e permite
que al#uns esquerdistas ainda consi#am implantar ditaduras! como ocorre na
Ar#entina e na 7enezuela. Por isso! desafio ao status quo! como "á afirmado antes!
não é prioridade de esquerdistas! na verdade é o oposto o"e em dia o status quo é
esquerdista! portanto as re#ras de Alins o"e devem ser mais 6teis a quem está na
direita do que na esquerda.

Alisn entende que! por causa da Ouerra Tria! a luta entre esquerda U direita ficou
conecida como uma luta dos conservadores contra o mar>ismo. 'e#undo ele! isso criou
a noção de que 0a revolução dos que não tem induz um medo paranico2 na população!
mas o mesmo pode ser dito da noção de que 0a revolução de direititas! como os do Bea
Part atual! #eram um medo paranico2 na esquerda. 9iz ele 0$s aceitamos uma
revolução se é #arantido que este"a do nosso lado! e mesmo quando perce/emos que a
revolução é inevitável2. &m tese! portanto! 0revoluç<es são coisas a serem evitáveis2
pela maioria. &m relação ao mar>ismo! ele afirma 0ns Vos esquerdistas em #eralW
permitimos que uma situação suicida se desdo/rasse quando o comunismo e revolução
se tornaram um s2. Por isso! o autor defende que todas suas pá#inas são
0comprometidas a dividir este átomo político! separando esta identificação e>clusiva do
comunismo com revolução2. 9iante disso! afirma 0&sta é a razão principal pela qual eu
forneço um manual revolucionário que não está sedimentado nos moldes comunistas ou
capitalistas! mas como um manual para os 'ue não tem do mundo! independente da cor
de sua pele! ou sua prefer%ncia política. eu o/"etivo aqui é su#erir como se or#anizar
para o/ter poder como o/t%Ilo e como utilizáIlo2. &m uma adaptação! devemos
tam/ém se#uir Alins no que diz respeito a al#umas separaç<es! evitando que o termo
0revolução2 fique apenas associado aos esquerdistas. @utro ponto! se#uindo ainda a
idéia de Alins! deveria ser 0separar o antiIesquerdismo do conservadorismo do tipo
cristão2! o que si#nifica que conservadores cristãos e conservadores ateus devem lutar
pelo mesmo fim de atacar o esquerdismo! mas um não pode ser identificado como o
outro. 'e a associação com o mar>ismo! torna um esquerdista facilmente atacável! a
associação direta com o cristianismo! faz o mesmo em relação a um conservador de
direita. $ote que isto não é ser contra o cristianismo! mas simplesmente evitar a
associação! mostrando que o conservadorismo de direita pode e>istir com uma
identidade particular! que transcende o cristianismo.

&is uma parte importante

A revolução sempre avançou como uma lança ideol#ica! assim como o status quo
inscreveu sua ideolo#ia so/re o estudo. Budo na vida é partidário. $ão á o/"etividade
desapai>onada. A ideolo#ia revolucionária não se limita a uma frmula específica
limitada. N uma série de princípios #erais! enraizados na declaração feita por =incoln
em *+ de maio de *XQ3 0$ão vos en#aneis. 1evoluç<es não voltam atrás.2.

esmo que al#uém da direita se incomode com Alins! não dá para dei>ar de
reconecer o realismo desta declaração. 'im! é fato que não e>iste o/"etividade
desapai>onada! e que tudo na vida é partidário. 5m e>emplo pode ser a questão da
causa #a. uitos pais conservadores de direita se incomodam com o fato dos #azistas
tentarem impor sua /andeira aos seus filos! impondo o casamento #a como al#o
normativo. Lualquer
e>iste. 'endo questão podem
que revoluç<es da vidaser
umana
feitas épor
politizável!
am/os osportanto
lados (seneutralidade
o status quonão
é
esquerdista! como atualmente! ser da direita é mais revolucionário do que ser de
esquerda o"e em dia! ou se"a! o "o#o virou)! o conecimento dos princípios #erais de
revoluç<es devem pertencer a am/os os lados da contenda.

A ideologia da mudança

$essa seção! Alins continua ao mesmo tempo em que se declara a/solutamente nãoI
do#mático! afirmando que possui uma 6nica convicção! a de que 0as pessoas! se tiverem
poder para a#ir! a lon#o prazo irão! na maior parte do tempo! tomar as decis<es
corretas2. &ssa afirmação si#nifica que al#uém que diz lutar do lado do povo! cr% que a
decisão do povo é so/erana! o que deve ficar como um pu>ão de orela para muitos da
direita. Ao rene#ar 0a so/erania do povo2! estão! ao mesmo tempo! dizendo que a
opinião do povo não importa! e! então! saindo do "o#o político. Ao contrário! Alins
diz que 0quando se acredita no povo! o radical assume a função de or#anizáIlos de
forma que eles tenam poder e oportunidade para melor rea#ir a cada crise futura
imprevisível assim como caminam em sua eterna /usca por valores como i#ualdade!
"ustiça! li/erdade! paz! e todos aqueles direitos e valores propostos pelas tradiç<es
políticoIdemocrática e "udaicoIcristãs2. &le diz que a 0democracia não é um fim! mas
um meio para se alcançar estes valores2. Conclui ele 0esse é o meu credo! pelo qual eu
vivo e! se necessário! morrerei por ele2.

&u seu pra#matismo! Alins diz al#o /astante contundente (se"a para al#uém da direita
ou da esquerda)! ao dizer que o processo de mudança em política passaa por
0reconecer o mundo como ele é2. Citando aquiavel! ele diz que deveIse o/servar o
mundo da mesma maneira que todos os realistas políticos! nos termos do que 0os
omens fazem! e não do que deveriam fazer2. Alins diz que devemos nos livrar da
rede de ilus<es que temos so/re a vida. 'e#undo ele! 0a maioria de ns visualizamos o
mundo não como ele é! mas como #ostaríamos que fosse2. 'omente em pro#ramas da
televisão! 0onde o /em sempre vence2! isso é possível

Alins é perspicaz ao reconecer que o mundo é uma 0arena de política pelo poder
movida principalmente por autoIinteresses imediatamente perce/idos! onde a
moralidade é uma racionalização retrica para "ustificação de aç<es relacionadas a autoI
interesse2. 'endo assim! 0neste mundo! leis são escritas pelo ale#ado o/"etivo de 8/em
comum; e então orquestradas de fato na /ase da 8#anHncia; comum2. 'o/re este mundo!
ele ainda afirma que 0a irracionalidade se ape#a ao omem como uma som/ra! de modo
que coisas certas se"am feitas por raz<es erradas J depois! arrumamIse raz<es certas
para "ustificação2. $ão dá para ne#ar que em uma a/orda#em realista do animal
umano! Alins está correto neste caso. Ainda em sua análise crua! ele diz que este não
é 0um mundo de an"os! mas de Hn#ulos2! onde 0os omens falam de princípios morais!
mas atuam em princípios de poder2! um lu#ar 0onde ns sempre somos morais! e nossos
inimi#os sempre imorais2. &nfim! 0um mundo onde 8reconciliação; si#nifica que
quando um lado o/tem o poder e o outro lado aceita a situação! então ns temos
reconciliaçãoM um mundo de instituiç<es reli#iosas que tem! como foco principal apoio e
"ustificação do status quo de forma que o"e em dia a reli#ião or#anizada está
materialmente desfeita e espiritualmente corrupta2. &specificamente so/re a reli#ião! ele
afirma 0$s vivemos em uma ética "udaicoIcristã que não s acomodouIse a si prpria!
como tam/ém "ustificou escravidão! #uerra e todas outras perversas e>ploraç<es
orríveis que o status quo dese"ava2.
&is! então! o ponto de partida de Alins

$s vivemos em um mundo onde 0o /em2 é um valor que depende do quanto ns
queremos al#o. $o mundo como ele é! a solução de cada pro/lema inevitavelmente
cria um novo pro/lema. $o mundo como ele é! não á felicidade permanente ou
tristeza sem fim. Bais coisas pertencem ao mundo da fantasia! o mundo como ns
#ostaríamos que fosse! o mundo dos contos de fadas das crianças onde 0eles
viveram felizes para sempre2. $o mundo como ele é! temos um flu>o de eventos
com picos intermitentes! sendo que a morte é o 6nico ponto terminal. Al#uém "amais
alcançará o orizonteM mas sempre focará no futuro! sempre acenando 4 frenteM
enfim! a /usca vital em si prpria. Ksto é o mundo como ele é. &ste é seu ponto de
partida.
Alins se#ue dizendo que! aps o leitor reconecer o mundo como ele é (ao invés de
como #ostaríamos que fosse)! é possível esma#ar falácia por falácia da visão anti#a.
Como por e>emplo! na derru/ada da ilusão de que as coisas podem ser vistas separadas
de suas contraIpartidas. Assim! em sua visão! podeIse notar que 0a ameaça de destruição
a partir da ener#ia nuclear traz em si prpria a oportunidade de paz e prosperidade2! e
assim tudo funciona no universo. 'e#undo ele 0$estas contradiç<es e suas tens<es que
constantemente intera#em é que a criatividade começa. Assim que começamos a aceitar
o conceito das contradiç<es! passa a ser possível visualizar cada pro/lema ou questão
em seu sentido como um todo e interIrelacionado.2 Assim! 0reconecemos que para
cada positivo á um ne#ativo! que não á nada positivo sem o seu ne#ativo
concomitante! nem qualquer paraíso político sem seu lado ne#ativo2.
A mensa#em que ele quer passar é ainda mais profunda! ao constatar que! em qualquer
discussão ou análise de movimentos de massa! não se pode afirmar que se 0U é feito! Y
será resultante2. 5ma visão modesta! assumida por Alins! é a de que podemos no
má>imo 0esperar entender as pro/a/ilidades inerentes a certas aç<es2. Alins tam/ém
quer precaver seu leitor de que com certeza aquilo que 0/eneficiará um lado! tende a
pre"udicar o outro2. Por isso! ele diz que definir os pontos como 0positivos2 e
0ne#ativos2! de forma do#mática! é a marca de um iletrado político. Sá uma
conseqZ%ncia ainda mais profunda deste raciocínio! que é notar que para cada ação
revolucionária! á uma ação contraIrevolucionária! e que! se aqueles que atuam no
processo de mudança aceitarem este fato! 0aprenderão a antecipar a inevitável contraI
revolução2! e! daí! alterar o padrão istrico de uma revolução se#uida por uma contraI
revolução! isto é! a/andonar um processo de mudança lento! definido por dois passos
para a frente e um passo para trás.

Distinções de classe: a trindade

$ão podemos esquecer as tr%s classes de Alins para seu mapeamento de classes no
conflito político! ao passo que! em uma visão de direita! aqui proposta! e>istem quatro.

A ar#umentação dele para arre#imentar a classe dos que não tem nada contra os que tem
muito é /aseada em várias dicotomias que! com certeza! foram e>tremamente 6teis para
o convencimento dos adeptos. 'e#undo ele! os que tem muito querem se opor 4 pro"etos
de mudança! pois viveriam rodeados de poder! dineiro! se#urança e lu>o. &le constata
oos/vio ao dizer
de maior que estes
n6mero. estãoas
&is então! emdicotomias
menor n6mero! enquanto
0@s que aqueles
tem muito que tem
querem reter!muito são
e os que
não tem querem o/ter. Bermopoliticamente! estes são uma massa de resi#nação e
fatalismo! mas dentro deles á uma crescente quantidade de esperança que pode ser
ativada pela construção de meios para o/tenção de poder2. Alins lança a se#uinte
constatação 05ma vez que a fe/re se inicia a cama irá se se#uir. &les não tem para
onde ir! a não ser para cima2.

Alins nota que os que não tem odeiam o que ele cama de 0opul%ncia arro#ante2 dos
que tem! e isso si#nifica tudo o que representaria! em sua visão! o status quo da
/ur#uesia. Assim! as leis! políticas e i#re"as são representaç<es desta /ur#uesia. Para ele!
termos como 0"ustiça! moralidade! lei e ordem2 são apenas palavras para a "ustificação
do status quo. &m outra mensa#em com %nfase no 0levantamento da moral da tropa2!
Alins diz que o poder dos que não tem reside apenas em seu n6mero. ais uma
dicotomia com efeito potencial efeito psicol#ico é a se#uinte 0@s que tem vivem
encarando a questão 8quando ns dormimos?;! enquanto os que não tem pensam o
tempo todo em 8quando ns comemos?2.
&le diz que entre os que tem e os que não tem! estão os 'ue tem um pouco e 'uerem
mais! o que é e>atamente i#ual o termo pequenoI/ur#u%s do dialeto mar>ista. &stes
seriam a classe média! que em sua visão são seres de personalidade dividida. Por
e>emplo! estes sempre /uscariam a maneira se#ura de levar a vida! 0onde eles podem
lucrar com a mudança mas ainda assim sem riscos de perder o pouco que tem2. Por isso!
Alins diz que os pequenoI/ur#ueses são 0enraizados na inércia2! entretanto! mesmo
vivendo com interesses conflitantes e contradiç<es! são uma fonte de criatividade. 9aí
ele constata que estas contradiç<es! na classe média! #eraram #randes líderes de
mudança na istria recente. Alins afirma que esta classe e>pressa comprometimento
com mudanças sociais para 0ideais de "ustiça! i#ualdade e oportunidade2! e daí 0se
a/stém da luta e desencora"am todas as aç<es efetivas para mudança2. &le reconece a
classe média pelo se#uinte lema 0&u concordo com seus fins! mas discordo de seus
meios2. Ce#ando até a citar o conservador de direita &dmund Gure! Alins diz que a
pequena /ur#uesia é composta daqueles referidos pela famosa frase do autor 0A 6nica
coisa necessária para o triunfo do mal é que os omens /ons não façam nada2.

7oltando aos que tem muito! Alins se ilude ao ilustráIlo como aqueles que vivem em
um estado no qual estão 0anestesiados2! portanto! podem cometer erros na proteção de
seu status quo! menosprezando o poder dos que não tem. 9aí! para motivar aqueles que
ele #arante representar! afirma que 0a #rande lei da mudança prepara o anestesiamento
da vítima antes da cirur#ia social ocorrer2. 'e"a lá como for! independente do
mapeamento das classes de Alins ser contestável! a proposta dele é reta 0são pá#inas
para cooperar com a #rande lei da mudança2.

=o#icamente! ele tam/ém entende que sem palavras de motivação! nada funcionaria!
portanto sua ação tem que ser /aseada no otimismo! de forma a conta#iar os outros.
Assim! o ato de se ima#inar um futuro /elo! não si#nifica que ele vai ser conquistado!
mas sim que esta esperança dará uma motivação para a mudança. &>atamente por isso
ele "á alerta seu leitor 0[s vezes ns desanimamos! mas isso não si#nifica que não
este"amos fazendo pro#ressos2. &sta é a mensa#em que ele quer transmitir 0A /usca da
felicidade não tem fim! e a felicidade está nessa /usca2.

Alins
0#eradasdoura todo e espirituais
por valores qualquer escrito seu constatando
e consideraç<es que todas
so/re "ustiça! as revoluç<es
i#ualdade! paz e são
fraternidade2. 9aí! ele conclui que a 0maior revolução a ser #ana no futuro imediato é
o desmantelamento da ilusão do omem de que o seu /em estar pode e>istir separado de
todos os outros2. Teito isso! o ponto de partida dele é /aseado em idealizar esta utopia!
mesmo que ele tena afirmado o contrário anteriormente. Ainda mais rancoroso! ele diz
que o 0desape#o ao /em estar dos outros é imoral de acordo com os preceitos da
civilização "udaicoIcristã! mas ainda pior! sendo uma estupidez di#na dos animais mais
/ai>os2.

Bentando racionalizar seus idéias! ele diz que a constatação de que cada um deve ser 0o
protetor de seu irmão2 não deve sur#ir por causa da 0/oa natureza2 umana! mas por
autoIintereresse! pois 0'e ele não divide o seu pão! pode ter medo de dormir! "á que seu
vizino irá matáIlo. Para alimentar e dormir em se#urança o omem deve fazer a coisa
certa! mesmo que pelas raz<es erradas! e! na prática se tornar o protetor de seu irmão2.

Por fim! Alins conclui seu capítulo so/re o propsito de sua iniciativa afirmando que
esta é sua 0/ase moral2! sempre profetizada em tom ameaçador! copiado do estilo
mar>ista 0@ omem precisa aprender que ou ele divide parte de seus /ens pessoais ou
perderá tudoM e que ele precisa respeitar e aprender a viver com outras ideolo#ias
políticas se ele quiser que a civilização avande2. Al#uns pensariam por que Alins usa
este tom? &is a resposta! com a qual ele conclui seu primeiro capítulo 0&ste é o tipo de
ar#umento que a e>peri%ncia atual do omem o permite compreender e aceitar. -sta é a
estrada #il para a moralidade! /ão 01 outra!

Dos meios e fins


@ capítulo  (ver a parte anterior! 0Pt*. J @ Propsito2! de 05m 1aio U das re#ras para
radicais de 'aul Alins2) de 1e#ras para 1adicais é o mais complicado! em termos
morais! para ser assimilado por quem é de direita! pois nele 'aul Alins simplesmente
"ustifica a 0moral esquerdista2. &sta pode ser resumida em 0não á re#ras! desde que
venam os resultados2. Para isso! ele delineou as se#uintes re#ras morais relacionadas
especificamente a meios e fins

*. A preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia inversamente com o


seu interesse particular na questãoM

. @ "ul#amento da ética de meios é dependente da posição política daqueles


participando do "ul#amentoM

. $a #uerra! o fim "ustifica quase quaisquer meiosM

D. @ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na qual a ação ocorreu e não a
partir de qualquer outro ponto de vista cronol#icoM

Q. A preocupação com a ética aumenta com o n6mero de meios disponíveis e vice


versaM

3. Luanto menos importante o fim a ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar
em avaliar a ética dos meiosM
-. Oeralmente o sucesso ou fala é um fator poderosamente determinante das
éticasM

X. A moralidade dos meios dependem do quanto os meios este"am sendo


empre#ados em um momento de derrota iminente ou vitria iminenteM

+. Lualquer meio efetivo é automaticamente "ul#ado pela oposição como sendo


antiIéticosM

*,. 7oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáIlo com tons
moraisM

**. @s o/"etivos devem ser ver/alizados em termos #erais como 0=i/erdade!


K#ualdade e Traternidade2! 09o /em estar comum2! 0Gusca da felicidade2! ou
0Pão e paz2.
@ que se nota é que quando @lavo de Carvalo denuncia a esquerda por seu
raciocínio de que quaisquer meios "ustificam os fins! em uma e>tensão do
maquiavelismo adotado por Oramsci ! ele não está e>a#erando. 'im! é verdade que
um dos maiores motivos de preocupação pela e>ist%ncia de uma e#emonia de
esquerda é o fato de que temos no poder pessoas que entendem que tudo está a priori
"ustificado! por causa do futuro maraviloso prometido .

as eu entendo que devamos procurar olar um pouco além e entender um pouco a
mente de Alins e o que ele quis dizer com al#umas de suas re#ras morais. 9e
onde elas se ori#inam? Luais suas motivaç<es? Por que elas são tão facilmente
"ustificáveis aos que a defendem? 'e#undo ele! o questionamento so/re meios e fins
é equivocado! pois a questão 0@s meios "ustificam os fins2 é vazia de sentido.
elor seria a questão 0&ste fim particular "ustifica este meio particular?2 Ksto se
adaptaria melor ao mindset do que ele define como um omem de ação! que
deveria pensar em termos estraté#icos e pra#máticos. 9esta forma

&le não tem qualquer outro pro/lema. &le pensa de acordo com seus meios atuais e
as possi/ilidades dentre várias escolas de ação. &m relação aos fins! ele os
questiona apenas no que diz respeito a eles serem alcançáveis e valerem a penaM em
relação aos meios! no que diz respeito a se irão funcionar ou não. Ao dizer que os
meios corrompem os fins estamos acreditando na concepção imaculada dos fins e
princípios. A arena verdadeira é corrupta e san#renta.

@ que podemos entender é que! para o esquerdista! a l#ica da ine>ist%ncia de re#ras


morais é muito fácil de ser assimilada! pois eles entendem que o mundo no qual estão é
/aseado nestas re#ras. Assim! para eles os /ur#ueses são os responsáveis por todos os
males! mesmo que mintam e simulem uma moralidade que não possuiriam. Por isso! o
que ele defende é 0faça ao oponente e>atamente o que acou que ele faz com voc%2. &le
cita Ooete quando ele dizia que 0consci%ncia é uma virtude dos o/servadores e não dos
a#entes de ação2. 5ma ação ao mesmo tempo consistente com sua consci%ncia
individual e o 0/em da umanidade2 é um lu>o que não ca/eria aos a#entes de
mudança. $a d6vida! a escola deveria ser pelo /em da umanidade! ao invés de sua
prpria
massa econsci%ncia. &sta
não 4 salvação frase resume
pessoal /em essa má>ima 0Ação serve 4 salvação de
do indivíduo2.

&ssas racionalizaç<es todas facilitam muito a internalização do conceito de! conforme


apontado por @lavo! todas as aç<es estarem a priori "ustificadas. Alins contraI
ar#umenta vários discursos de pessoas que questionam essa ética maquiavélica. Para
ele! 0estes estão comprometidos de forma apai>onada com uma o/"etividade mística
onde as pai><es são suspeitas2. &le sentencia

&les assumem uma situação nãoIe>istente onde os omens plane"am e definem meios de
maneira desapai>onada e racional como se estivessem estudando uma carta de
nave#ação em terra.

$otaIse que ele não possui muito respeito para com aqueles que discutem muito
quest<es morais antes de a#irem. Para ele! podeIse reconecer estas pessoas por duas
marcas ver/ais 0$s concordamos com os fins! mas não com os meios2! ou 0&ste não é
o momento2. &m cima destes mapeamentos! ele avalia que 0os moralistas dos meiosIeI
fins ou omissos nunca conse#uem seus fins! sem usar quaisquer meios2.
Assim como ar> criticava a 0ética /ur#uesa2! Alins diz que estes moralistas dos
meiosIeIfins que são o/cecados com a 0ética dos meios e fins utilizadas pelos que não
tem contra os que tem2 deveriam reavaliar qual sua real posição política. Para ele! quem
fica muito ape#ado 4 ética de meios e fins! está do lado dos /ur#ueses. 'eu desprezo por
estas pessoa é tamano que ele ce#a a comparáIlos aqueles que poderiam ter usado
muito mais meios no início da 'e#unda Ouerra undial para /arrar os nazistas mas não
o fizeram! e! com isso! condenaram os "udeus ao Solocausto . Ksso o leva a mais uma
racionalização que com certeza tem efeito poderoso 0Ksto é o cumulo da imoralidade. @
menos ético de todos os meios relacionaIse 4 nãoIutilização de quaisquer meios2 .

Racionalizações sobre a ética do vale tudo alinskyana

A partir de a#ora! ve"amos em maior detale al#umas das racionalizaç<es que Alins
traz aos seus leitores para facilitar a di#estão de uma ética na qual tudo é permitido e
nada é vetado.

&m relação a re#ra um (0A preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia
inversamente com o seu interesse particular na questão2)! ele afirma que quando não
estamos diretamente preocupados com uma questão! nossas intenç<es morais se tornam
a/undantes. &le cita =e 1ocefoucauld 0todos ns temos força suficiente para suportar
as des#raças dos outros2. Para esta re#ra! Alins define uma outra! paralela 0A
preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia inversamente com a distHncia
dele em relação 4 cena do conflito2.

Para "ustificar a re#ra dois (0@ "ul#amento da ética de meios é dependente da posição
política daqueles participando do "ul#amento2)! ele novamente relem/ra a questão da
#uerra contra os nazistas. &le afirma que 0os que se opuseram ativamente aos nazistas e
se "untaram a 1esist%ncia! adotaram os meios do assassinato! terror! destruição de
propriedades! /om/eamento de t6neis e trens! seqZestro e a disposição em sacrificar
reféns inocentes para atender ao o/"etivo de derrotar os nazistas2. @s que se opunam
aos conquistadores nazistas avaliavam a 1esist%ncia 0como um e>ército secreto de
idealistas patriticos! dedicados! cora"osos além das e>pectativas e dispostos a sacrificar
suas vidas
nazista! de acordo0estas
entretanto! com pessoas
suas convicç<es morais2.fora
eram terroristas Paradaaslei!
autoridades
assassinos!dasa/otadores!
ocupação
que acreditavam que o fim "ustifica os meios! e a#iam de forma completamente antiI
ética de acordo com as re#ras místicas da #uerra2. A #lorificação da 1esist%ncia até o"e
pelos vitoriosos na #uerra provaria este ponto.
Alins afirma que a istria é composta de 0"ul#amentos morais2 com /ase em
política. 7e"a a afirmação a/ai>o

$s condenamos o fato de =enin ter aceito dineiro dos alemães em *+*- mas fomos
discretamente silenciosos enquanto nosso Coronel \illiam G. Bompson no mesmo ano
contri/uiu com um milão de dlares para os antiI/olceviques na 16ssia. Como
aliados dos soviéticos na 'e#unda Ouerra undial! ns louvamos e comemoramos as
táticas comunistas de #uerrila quando os russos as usaram contra os nazistas durante a
invasão alemã da 5nião 'oviéticaM e ns denunciamos as mesmas táticas quando elas
são utilizadas por forças comunistas em diferentes partes do mundo contra ns.
$essa análise! ele conclui que 0os meios da oposição! utilizados contra ns! são sempre
imorais e nossos meios são sempre éticos e enraizados nos valores éticos mais
elevados2.

'o/re a terceira re#ra (0$a #uerra! os fins "ustificam quase quaisquer meios2)! ele
afirma que os acordos so/re as convenç<es de Oene/ra s são respeitados por medo de
retaliação dos oponentes! e não por causa dos acordos em si. &le cita o caso de Curcill
quando este foi questionado por sua aliança com os russos na época da 'e#unda Ouerra
undial e se a acava constran#edora 09e maneira al#uma. &u teno apenas um
o/"etivo! a destruição de Sitler! e mina vida se torna muito simplificada deste modo.
'e Sitler invadisse o inferno eu teria feito ao menos uma refer%ncia favorável ao
dem]nio na CHmara dos Comuns2.

Alins ilustra a quarta re#ra (0@ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na
qual a ação ocorreu e não a partir de qualquer outro ponto de vista cronol#ico2)
trazendo uma citação de Eon C. iller a respeito do caso do assacre de Goston ! que
reproduzo tam/ém a se#uir

As atrocidades in#lesas! por si s! não foram capazes de convencer a população de que
avia ocorrido um crime na noite de Q de março avia uma confissão o/tida no leito de
morte de Patric Carr! afirmando que os a/itantes locais aviam sido os a#ressores e
que os soldados atiraram em le#ítima defesa. &sta declaração indese"ada de um dos
mártires que estavam morrendo no odor da santidade com a qual 'am Adams os avia
vestido lançou uma onda de alarme nas linas patriotas. as Adams amaldiçoou o
testemuno de Carr aos a/itantes da $ova Kn#laterra denunciandoIo como um
0papista2 irland%s que provavelmente morreu em confissão da K#re"a Catlica 1omana.
Aps 'am Adams ter demolido pu/licamente Patric Carr nem mesmo os Bories
ousavam citáIlo para provar que os /ostonianos foram responsáveis pelo massacre.

Alins avalia este relato dizendo que 0para os /ritHnicos este foi um e>emplo de
mentiras e vilezas! pelo uso de táticas imorais e intolerantes! que seriam características
dos revolucionários2. Para para os Tilos da =i/erdade e os patriotas! a ação de 'am
Adams foique
&le avalia umao"e
0estraté#ia /rilante!
em dia ns podemosdi#na de um
avaliar as salvador
aç<es de de vidasda
Adams enviado
mesmapor 9eus2.
forma que
os in#leses fizeram! mas lem/ra que o"e em dia não estamos envolvidos em uma
revolução contra o império /ritHnico. Por isso! Alins defende que os padr<es éticos
devem ser elásticos para esticaremIse com os tempos.

$a defesa da re#ra cinco (0A preocupação com a ética aumenta com o n6mero de meios
disponíveis e vice versa2)! ele cita uma istria pessoal na qual um simpatizante! do
lado dele! tina evid%ncias que um dos e>ecutivos de uma corporação contra a qual
lutavam era #a. Alins diz que declinou de usar isso! mas ao mesmo tempo declara

Bão lon#e! tão no/reM mas! se eu estivesse convencido de que a 6nica maneira pela qual
eu poderia vencer fosse usar isso contra ele! então sem quaisquer reservas eu usaria.
Lual seria mina alternativa? AfundarIme em indi#nação 0moral2 autoIindul#ente
dizendo 0&u preferiria perder do que corromper meus princípios?2! e então ir para casa
com meu ímem ético intacto? @ fato de que D,!,,, po/res iriam perder sua #uerra
contra a falta de esperança e desespero seria trá#ico demais.
Alins não dá uma "ustificativa para a seta re#ra (0Luanto menos importante o fim a
ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar em avaliar a ética dos meios2)! mas em
relação a sétima (0Oeralmente o sucesso ou fala é um fator poderosamente
determinante das éticas2) ele nos relem/ra que o "ul#amento da istria tem muito mais
a ver com o sucesso das aç<es do que com os meios utilizados par alcançáIlos. N por
isso que! se#undo ele! os pais fundadores são considerados eris patriotas! e não
meramente traidores. 'e tivessem fracassado! a istria os teria perce/ido de maneira
diferente.
Eá na oitava re#ra (0A moralidade dos meios depende do quanto os meios este"am sendo
empre#ados em um momento de derrota iminente ou vitria iminente2)! ele nos
relem/ra que al#uns meios considerados altamente imorais possuem um atenuante! em
termos de "ul#amento p6/lico! caso tenam sido usados em circunstHncias desesperadas.
&le cita o lançamento da /om/a at]mica so/re Sirosima! que #arantiu a vitria dos
aliados. Até o"e e>iste um questionamento so/re a imoralidade dessa ação! "á que o
Eapão estava prestes a se render. Alins diz que se a /om/a fosse lançada
imediatamente aps o ataque a Pearl Sar/or (quando a nação temia uma invasão da
Costa Pacífica! a frota pacífica estava no fundo do mar e todas as forças americanas na
&uropa)! então 0o uso da /om/a naquele momento seria alardeado universalmente como
uma retri/uição "usta de fo#o! #ranizo e en>ofre2. ais ainda! seria considerado 0um
triunfo so/re o mal2. Para ele! quem ne#a estes fatos (o de que o "ul#amento so/re o
lançamento da /om/a seria completamente diferente se os &stados 5nidos estivessem
em situação desesperadora)! são 0ou tolos! ou mentirosos! ou am/os2.

Luanto a re#ra nove (0Lualquer meio efetivo é automaticamente "ul#ado pela oposição
como sendo antiIéticos2)! Alins traz a istria de um dos maiores eris
revolucionários! Trancis arlon! da Carolina do 'ul. arlon ficou conecido por suas
táticas de #uerrila que inspiraram muitos dos #uerrileiros modernos. CornFallis e o
&>ército GritHnico tiveram suas operaç<es e planos completamente desnorteados e
desor#anizados pelas táticas de arlon. Turiosos com a efetividade de suas operaç<es! e
incapazes de lidar com elas! os /ritHnicos o denunciaram como criminoso! dizendo que
ele não atuou no com/ate 0como um omem onrado! ou mesmo um cristão2. &ssa
denunciação contundente
principalmente pelo uso dea respeito de sua
suas táticas falta de ética
de #uerrila comoe moralidade
um meio deocorreu
se vencer a
1evolução.

Para a décima re#ra (07oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáI
lo com tons morais2)! ele diz que no campo de ação! a primeira questão determinante é
se os meios (para um fim em particular) estão disponíveis. Para isso! é preciso avaliar as
forças presentes e que possam ser utilizadas. 7e"amos um pouco mais so/re essa
avaliação

Ksso envolve passar por uma peneira os m6ltiplos fatores que se com/inam na criação
das circunstHncias em um dado período! e um a"ustamento 4s vis<es da opinião p6/lica
e seu clima. Luest<es a respeito do quanto tempo é necessário ou está disponível devem
ser consideradas. Luem! e quantos mais! irão apoiar a ação? A oposição possui poder a
ponto de poder suspender ou mudar as leis? A e>tensão de seu controle do poder de
polícia ce#a ao ponto onde a mudança le#al e ordenada é impossível? 'e as armas são
necessárias! e>istem armas adequadas disponíveis? A disponi/ilidade dos meios
influencia o quanto voc% atuará de forma clandestina ou p6/lica! rápida ou
va#arosamenteM movido por mudanças e>tensivas ou a"ustes limitadosM ou mesmo se
voc% irá realizar movimentos. A aus%ncia de quaisquer meios poderá levar al#uém ao
martírio na esperança de que este fato se"a um catalizador! iniciando uma cadeia de
reaç<es que culminariam em um movimento de massa. Aqui uma simples declaração
ética pode ser usada como um meio para o/tenção do poder.

&>emplos dessa re#ra estão naquilo que Alins perce/e como a ess%ncia dos discursos
de =enin aps seu retorno do e>ílio. 5m resumo do pensamento de =enin era 0&les tem
as armas e portanto ns precisamos declarar que lutaremos pela paz e por reformas
através das eleiç<es. Luando ns tivermos as armas! então iremos nos impor pela /ala2.
& foi e>atamente isso que ocorreu.

@ maior e>emplo está na visão popular de Oandi como uma ilustração do mais alto
comportamento moral! no que diz respeito aos meios e fins. Para demolir a visão
in#%nua que muitos tem do apstolo da nãoIviol%ncia! Alins traz re#istros istricos
mostrando que Oandi fez uma avaliação das forças e fraquezas do e>ército
revolucionário ao seu lado! e re#istros em sua auto/io#rafia mostram que ele se
indi#nava com a aus%ncia de retaliação em direção aos /ritHnicos. &m resumo! Oandi
fez uma avaliação dos meios disponíveis! e desco/riu que não apenas não dispuna de
armas! como tam/ém não dispuna de pessoas motivadas a lutar. Oandi disse em *+,
0&spiritualmente! o desarmamento compulsrio tirou nossa virilidade! e a presença de
um e>ército de ocupação estran#eiro! utilizado com efeito mortal para nos a/alar no
espírito de resist%ncia! nos fez pensar que não podemos cuidar de ns mesmos ou
esta/elecer uma defesa contra a#ressoras estran#eiros! ou mesmo defender nossas casas
e famílias2. Alins nota que estas palavras 0mais que su#erem que se Oandi tivesse as
armas para a resist%ncia violenta e as pessoas para utilizáIlas! este meio não seria
re"eitado com tantas reservas como o mundo #osta de pensar2. ' que! quando $eru
encarou uma disputa com o Paquistão so/re ^asmir! não esitou em usar força /élica.
as aí os arran"os do poder se alteraram! pois a _ndia tina armas e um e>ército
treinado para utilizáIlas.

$eru Oandi foi um e>ímio estrate#ista! pois! quando não tina os meios 4 sua
disposição!
possíveis! e!ele fez o que
aí entrou seupodia comdea tentativa
discurso de rotular
nãoIviol%ncia. Budosuas aç<es asainda
funcionou maismelor
moraispor
que seus oponentes /ritHnicos vinam de uma tradição moral em que pre#avam ideais
de 0li/erdade e tolerHncia2! lo#o! ele entrou em um territrio que poderia constran#%Ilos
ao optar pela política de não viol%ncia. @/viamente! isso não funcionaria diante de um
#overno totalitário em sua ideolo#ia como o de Sitler! por e>emplo. 9e forma
pra#mática! Alins conclui a análise da estraté#ia de Oandi! dizendo que 0de um
ponto de vista pra#mático! a resist%ncia passiva não era apenas possível! como o meio
mais efetivo que podia ser selecionado para a/ortar o controle /ritHnico so/re a _ndia2.

Para Alins! apelos a 0uma lei maior que a lei feita pelos omens2 si#nificam apenas
manifestaç<es dos poderosos para controlar a massa e manter o status quo. $ão s a
moral vi#ente! como as leis! seriam feitas para a manutenção do poder. Luando os que
não tem possuem sucesso e se tornam pessoas que tem o poder! 0eles estão na posição
de tentar manter o que conse#uiram e seu padrão de moralidade se modifica com esta
mudança de posição no padrão de poder2 . @ caso de Oandi! usando a moral da
resist%ncia passiva contra os /ritHnicos! mas descarre#ando forte poder de fo#o so/re os
paquistaneses! é sintomático. 'am Adams! que lutou como revolucionário! teve que
mentir manipulando os valores morais da população! mas! aps o sucesso da 1evolução
americana! demandou a e>ecução dos americanos que participaram da 1e/elião de
'a! dizendo que nin#uém tina direito de participar de uma revolução contra os
&stados 5nidos.

N nesse ponto! com esse tipo de constatação realista e crua! que Alisn começa a se
distanciar de aquiavel. 7e"a

1acionalização moral é indispensável em todos os instantes da ação no que diz respeito


a "ustificar a seleção ou o uso dos meios e fins. A ce#ueira de aquiavel para a
necessidade de uma roupa#em moral para todas as aç<es e motivos J ele dizia que a
política não tina relação com a moral J foi sua maior fraqueza.

&le nos relem/ra que todos os #randes líderes (Curcill! Oandi! =incoln e Eefferson)
sempre invocaram 0princípios morais2 para co/rir a nudez de aç<es de autoIinteresse
com roupas como 0li/erdade2! 0i#ualdade para a umanidade2! 0uma lei acima das leis
dos omens2! e daí por diante. &le faz um adendo especial a essa re#ra! que e>plica
muita coisa 0Bodas aç<es efetivas requerem o passaporte da moralidade2.

Por fim! a décima primeira re#ra (0@s o/"etivos devem ser ver/alizados em termos
#erais como 8=i/erdade! K#ualdade e Traternidade;! 09o /em estar comum2! 8Gusca da
felicidade;! ou 8Pão e paz;2)! estende os padr<es da re#ra anterior. &le cita \itman!
que teria dito 0@ o/"etivo uma vez nomeado! não pode ser revo#ado2.
&stas onze re#ras morais definidas por Alins devem ser o começo do "o#o interno de
todo aquele que for participar de aç<es de mudança! caso estas aç<es se"am de esquerda.
Bodos os valores mais 0elevados2 devem dar adorno a qualquer ação. &le diz que 0a
democracia não é um fimM mas sim o melor meio político disponível na conquista
destes valores2. &le retorna! ao final do capítulo! 4 sua asserção com que o a/riu. A
verdadeira questão! para Alins! "amais deveria ser 0@ fim "ustifica os meios?2! mas
sim 0&ste fim particular "ustifica esse meio particular?2. Ksso tudo torna toda a questão
da ética de meios e fins elástica o suficiente para qualquer coisa que um esquerdista
queira fazer.

!m calcan"ar de #quiles para a direita$

Aco muito difícil aplicar as onze re#ras morais para qualquer #rupo político de direita!
especialmente pelo fato de que a moral "udaicoIcristã! que define a /usca da verdade!
pode criar uma série de dissonHncias co#nitivas nos adeptos. &m mina e>peri%ncia
neste /lo#! sempre que eu divul#uei uma informação inconsistente! leitores
conservadores me pediram para corri#ir. ('e fosse um /lo# de esquerda! e e>istissem
informaç<es falsas contra os oponentes! me pediriam para prosse#uir nas mentiras)

=o#o! uma moral que diz 0faça o que quiser2 simplesmente não vai servir! e colocará os
conservadores em um conflito interno tão #rande que não conse#uirão aproveitar nada.
A questão que resta é adotando o mindset conservador de direita! ainda é possível
assimilar al#o a respeito de todo o tra/alo que Alins fez em sua ela/oração destas **
re#ras éticas? A resposta é sim:

Antes! vamos com cuidado. @ que quero dizer é que a /ase destas re#ras so/re a ética
não pode se so/repor 4 uma ética pessoal que o direitista tena. &ntretanto!
conscientizaç<es devem ser feitas para que a sua ética não o torne um in#%nuo perante
os esquerdistas. Por e>emplo! um fator que faz a diferença para os esquerdistas em
de/ate contra os direitistas é que estes tem uma e>trema a/ilidade em mentir. Como se
nota nas re#ras de Alins! mentir não é um pro/lema! pois é um meio para se o/ter um
resultado (e! se#undo ele! não o/ter um resultado é mais imoral que não o/t%Ilo). as se
um oponente tem o direito de mentir! e voc% não! isso si#nifica que o "o#o está perdido
para voc%? $ão! pois é possível converter essa possível fraqueza (no "o#o! e não uma
fraqueza moral! que fique /em claro) em al#o positivo.
@ uso da mentira deli/erada faz a diferença na #uerra intelectual para a esquerda. Como
vimos em Alins! que nada mais faz do que levar 4s 6ltimas conseqZ%ncias aquilo que
ar>! =enin e Brost "á pre#aram! se a informação é conveniente 4 classe! ela é
divul#ada! e até ampliada. 'e não for! maquiaIse a informação de forma a favorecer 4
classe. A mentira passa a ser uma estraté#ia que definirá os #randes representantes da
ideolo#ia. @s maiores mentirosos serão os líderes.

'e#ue uma listina /ásica

 0A lei! a moral! a reli#ião são preconceitos /ur#ueses! atrás dos quais se ocultam
outros tantos interesses /ur#ueses.2 (ar>)
 0@ comunismo! porém! a/ole as verdades eternas! a/ole a reli#ião e a moral2 (ar>)
 0A moral! é a impot%ncia colocada em ação2 (ar>)
 0Eusto é o que favorece a 1evolução e in"usto é o que dificulta2 (=%nin)
 0'u/ordinamos nossa ética 4 tarefa da luta de classes2 (=enin).
 0@ melor revolucionário é um "ovem desprovido de toda moral2 (=%nin)
 0=%nin ensinou! como se sa/e! que! para atin#ir o o/"etivo alme"ado! os /olcevistas
podem! e 4s vezes devem! usar qualquer estrata#ema! como o sil%ncio e a dissimulação
da verdade`2 (=%nin).
 0N necessário sa/er adaptarIse a tudo! a todos os sacrifícios e até! se necessário for!
usar vários estrata#emas! en#anos! procedimentos ile#ais! usar o sil%ncio! a
dissimulação da verdade para penetrar nos sindicatos! permanecer neles! desenvolver
neles a qualquer custo o em/rião comunista.2 (=%nin)

0Knvocar
retroceder em nossos dias(Brots)
o pensamento.2 as 0verdades eternas2 da moral si#nifica tentar fazer
 0Luem não quiser voltar a oisés! Cristo ou aomé! nem satisfazerIse com um
ecletismo arlequinesco! deve reconecer que a moral é um produto do desenvolvimento
socialM que ela não tem nada de imutávelM que serve aos interesses da sociedadeM que
esses interesses são contraditriosM que! mais que qualquer outra forma ideol#ica! a
moral tem um caráter de classes.2 (Brots)
 0$ão e>istem! então! preceitos morais elementares ela/orados pelo desenvolvimento
da umanidade e indispensáveis 4 vida de qualquer coletividade? &>istem! sem d6vida!
mas sua eficácia é muito incerta e limitada. As normas 0o/ri#atrias para todos2 são
tanto menos eficazes quanto mais áspera se torna a luta de classes. A #uerra civil! forma
culminante da luta de classes! suprime violentamente todos os laços morais entre as
classes adversas.2 (Brost)

 0As normas morais 0o/ri#atrias para todos2 adquirem! dentro da realidade! um


conte6do de classe! isto é! um conte6do anta#onístico. A norma moral é tanto mais
cate#rica quanto menos é 0o/ri#atria para todos2. A solidariedade dos operários!
especialmente nas #reves ou por detrás das /arricadas! é infinitamente mais
0cate#rica2 que a solidariedade umana em #eral.2 (Brosts)

 0@ fim (a democracia ou o socialismo) "ustifica! em certas circunstHncias! meios


como a viol%ncia e o omicídio.2 (Brots)
 09o ponto de vista das 0verdades eternas2 a revolução é! naturalmente! 0imoral2.
as isso si#nifica apenas que a moral idealista é contraIrevolucionária! isto é! encontraI
se a serviço dos e>ploradores.2 (Brots)
 0@ "uízo moral está condicionado! como o "uízo político! pelas necessidades
internas da luta.2 (Brots )

N aí que o pensador maquiavélico poderia o/"etar de que forma com/ater um mentiroso


senão mentindo ainda mais que ele? Poderia até ser! se não fosse o fato de que esse fator
(o uso da mentira de forma deli/erada) conspira contra a moral a/soluta na qual muitos
conservadores de direita acreditam. 'e eu ce#ar para um conservador de direita e dizer
27amos armar uma mentira com esses dados e capitalizar?2! os leitores fu#iriam. =o#o!
esse fator e>iste e é al#o que conspiraria! a princípio! a favor dos esquerdistas. &les tem
uma ferramenta em mãos que podem usar 4 vontade! e ns! da direita! temos freios
morais que nos impedem de usáIla. 'endo assim! na perspectiva maquiavélica!
perdemos o "o#o? N aí que não! e é aí que o "o#o deve ser revertido a nosso favor! e
"ustamente por um princípio /ásico quem mente mais! tem mais su"eiras a serem
desco/ertas. N o mesmo princípio que e>plica que a pessoa onesta tem muito menos a
temer que o desonesto.

&ssa é uma das motivaç<es (mas não a 6nica) para o desenvolvimento do meu
frameFor de ceticismo político! de forma que! a partir do momento em que um
esquerdista a/rir a /oca! começa uma investi#ação. A partir do momento em que se
inicia um de/ate com um esquerdista! deveIse estar preparado para que ele minta o
quanto conse#uir (pois! de acordo com a l#ica de Alins! este é o seu meio
disponível)! e! caso estas mentiras sur"am! desmascare todas as mentiras! sem dei>ar de
e>por claramente 4 platéia que o oponente se trata de um mentiroso. 'endo a mentira a
principal iniciativa
aceitável de dos esquerdistas!
um direitista mas não
deve ao mesmo dosestar
tempo direitistas ! a com
alinada 6nicaoscontraImedida
princípios desse
direitista e tam/ém neutralizar a ação da esquerda. 5ma mentira s pode ser
neutralizada com uma refutação! e a conseqZente e>posição deste mentiroso.

'enão! de que forma desco/rimos os picaretas dentro das or#anizaç<es senão através da
função de Auditoria? & a função da Auditoria é feita dentro de parHmetros totalmente
alinados com a 9ireção da @r#anização! e ela é /asicamente onesta. 5ma das
principais características de um /om auditor é a onestidade. Por isso! da mesma forma!
não vamos nos re/ai>ar ao nível do oponente e usar a ferramenta de mentira deli/erada
que eles usam. A su#estão é! ao contrário! aumentar o foco no ceticismo e na auditoria
das ale#aç<es deles. &! para isso! a atitude onesta deve ser um valor que não pode ser
ne#ado de forma al#uma.

A su/stituição da tática da mentira praticada pelos esquerdistas pelo uso da refutação


constante e ridicularização do mentiroso do outro lado é um e>emplo de que! com uma
adaptação aqui e ali! podemos aprender /astante com as re#ras de 'aul Alins. Aliás!
podemos! mais do que v%Ilas como re#ras! assumiIlas como constataç<es de como o ser
umano é! e então aumentar ainda mais o #rau de preparação de conservadores de
direita para a #uerra política.

Por e>emplo! se á uma re#ra que define o uso de metas associadas a valores 0elevados2
por esquerdistas! mesmo que isso esconda iniciativas torpes! somente a desmoralização
p6/lica desta falsa rotula#em poderá neutralizar a iniciativa esquerdista. &! se Alins
diz que a rotula#em pode ser mentirosa no caso do esquerdista! faça então a rotula#em
correta! divul#ue isso ao p6/lico e dei>e claro que o esquerdista mentiu na rotula#em.
A 6nica coisa que eu poderia definir como intolerável! a partir desse conecimento que
voc% tem a#ora! é adotar uma postura de in#enuidade em relação até onde os
esquerdistas podem ir. Kndependentemente de eu colocar aqui uma recomendação de
restrição na aplicação nas re#ras de Alins (se para ele vale tudo! eu defendo que não
se ce#ue a este ponto se voc% for de direita)! não dei>e que isso se transforme em
in#enuidade. Ao contrário! transforme aquilo que poderia ser convertido em
in#enuidade a seu favor! para aumentar o aspecto moral de suas refutaç<es 4s mentiras
do oponente.

Dos meios e fins

@ capítulo  (ver a parte anterior! 0Pt*. J @ Propsito2! de 05m 1aio U das re#ras para
radicais de 'aul Alins2) de 1e#ras para 1adicais é o mais complicado! em termos
morais! para ser assimilado por quem é de direita! pois nele 'aul Alins simplesmente
"ustifica a 0moral esquerdista2. &sta pode ser resumida em 0não á re#ras! desde que
venam os resultados2. Para isso! ele delineou as se#uintes re#ras morais relacionadas
especificamente a meios e fins

*. A preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia inversamente com o


seu interesse particular na questãoM

. @ "ul#amento da ética de meios é dependente da posição política daqueles


participando do "ul#amentoM

. $a #uerra! o fim "ustifica quase quaisquer meiosM

D. @ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na qual a ação ocorreu e não a
partir de qualquer outro ponto de vista cronol#icoM
Q. A preocupação com a ética aumenta com o n6mero de meios disponíveis e vice
versaM

3. Luanto menos importante o fim a ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar
em avaliar a ética dos meiosM

-. Oeralmente o sucesso ou fala é um fator poderosamente determinante das


éticasM
X. A moralidade dos meios dependem do quanto os meios este"am sendo
empre#ados em um momento de derrota iminente ou vitria iminenteM

+. Lualquer meio efetivo é automaticamente "ul#ado pela oposição como sendo


antiIéticosM

*,. 7oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáIlo com tons
moraisM

**. @s o/"etivos devem ser ver/alizados em termos #erais como 0=i/erdade!


K#ualdade e Traternidade2! 09o /em estar comum2! 0Gusca da felicidade2! ou
0Pão e paz2.

@ que se nota é que quando @lavo de Carvalo denuncia a esquerda por seu raciocínio
de que quaisquer meios "ustificam os fins! em uma e>tensão do maquiavelismo adotado
por Oramsci ! ele não está e>a#erando. 'im! é verdade que um dos maiores motivos de
preocupação pela e>ist%ncia de uma e#emonia de esquerda é o fato de que temos no
poder pessoas que entendem que tudo está a priori "ustificado! por causa do futuro
maraviloso prometido .

as eu entendo que devamos procurar olar um pouco além e entender um pouco a
mente de Alins e o que ele quis dizer com al#umas de suas re#ras morais. 9e onde
elas se ori#inam? Luais suas motivaç<es? Por que elas são tão facilmente "ustificáveis
aos
poisque a defendem?
a questão 'e#undo
0@s meios ele! o os
"ustificam questionamento so/re
fins2 é vazia de meioselor
sentido. e fins seria
é equivocado!
a questão
0&ste fim particular "ustifica este meio particular?2 Ksto se adaptaria melor ao mindset
do que ele define como um omem de ação! que deveria pensar em termos estraté#icos
e pra#máticos. 9esta forma

&le não tem qualquer outro pro/lema. &le pensa de acordo com seus meios atuais e as
possi/ilidades dentre várias escolas de ação. &m relação aos fins! ele os questiona
apenas no que diz respeito a eles serem alcançáveis e valerem a penaM em relação aos
meios! no que diz respeito a se irão funcionar ou não. Ao dizer que os meios corrompem
os fins estamos acreditando na concepção imaculada dos fins e princípios. A arena
verdadeira é corrupta e san#renta.

@ que podemos entender é que! para o esquerdista! a l#ica da ine>ist%ncia de re#ras


morais é muito fácil de ser assimilada! pois eles entendem que o mundo no qual estão é
/aseado nestas re#ras. Assim! para eles os /ur#ueses são os responsáveis por todos os
males! mesmo que mintam e simulem uma moralidade que não possuiriam. Por isso! o
que ele defende é 0faça ao oponente e>atamente o que acou que ele faz com voc%2. &le
cita Ooete quando ele dizia que 0consci%ncia é uma virtude dos o/servadores e não dos
a#entes de ação2. 5ma ação ao mesmo tempo consistente com sua consci%ncia
individual e o 0/em da umanidade2 é um lu>o que não ca/eria aos a#entes de
mudança. $a d6vida! a escola deveria ser pelo /em da umanidade! ao invés de sua
prpria consci%ncia. &sta frase resume /em essa má>ima 0Ação serve 4 salvação de
massa e não 4 salvação pessoal do indivíduo2.

&ssas racionalizaç<es todas facilitam muito a internalização do conceito de! conforme


apontado por @lavo! todas as aç<es estarem a priori "ustificadas. Alins contraI
ar#umenta vários discursos de pessoas que questionam essa ética maquiavélica. Para
ele! 0estes estão comprometidos de forma apai>onada com uma o/"etividade mística
onde as pai><es são suspeitas2. &le sentencia

&les assumem uma situação nãoIe>istente onde os omens plane"am e definem meios de
maneira desapai>onada e racional como se estivessem estudando uma carta de
nave#ação em terra.

$otaIse que ele não possui muito respeito para com aqueles que discutem muito
quest<es morais antes de a#irem. Para ele! podeIse reconecer estas pessoas por duas
marcas ver/ais 0$s concordamos com os fins! mas não com os meios2! ou 0&ste não é
o momento2. &m cima destes mapeamentos! ele avalia que 0os moralistas dos meiosIeI
fins ou omissos nunca conse#uem seus fins! sem usar quaisquer meios2.

Assim como ar> criticava a 0ética /ur#uesa2! Alins diz que estes moralistas dos
meiosIeIfins que são o/cecados com a 0ética dos meios e fins utilizadas pelos que não
tem contra os que tem2 deveriam reavaliar qual sua real posição política. Para ele! quem
fica muito ape#ado 4 ética de meios e fins! está do lado dos /ur#ueses. 'eu desprezo por
estas pessoa é tamano que ele ce#a a comparáIlos aqueles que poderiam ter usado
muito mais meios no início da 'e#unda Ouerra undial para /arrar os nazistas mas não
o fizeram! e! com isso! condenaram os "udeus ao Solocausto . Ksso o leva a mais uma
racionalização que com certeza tem efeito poderoso 0Ksto é o cumulo da imoralidade. @
menos ético de todos os meios relacionaIse 4 nãoIutilização de quaisquer meios2 .

Racionalizações sobre a ética do vale tudo alinskyana

A partir de a#ora! ve"amos em maior detale al#umas das racionalizaç<es que Alins
traz aos seus leitores para facilitar a di#estão de uma ética na qual tudo é permitido e
nada é vetado.

&m relação a re#ra um (0A preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia
inversamente com o seu interesse particular na questão2)! ele afirma que quando não
estamos diretamente preocupados com uma questão! nossas intenç<es morais se tornam
a/undantes. &le cita =e 1ocefoucauld 0todos ns temos força suficiente para suportar
as des#raças dos outros2. Para esta re#ra! Alins define uma outra! paralela 0A
preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia inversamente com a distHncia
dele em relação 4 cena do conflito2.
Para "ustificar a re#ra dois (0@ "ul#amento da ética de meios é dependente da posição
política daqueles participando do "ul#amento2)! ele novamente relem/ra a questão da
#uerra contra os nazistas. &le afirma que 0os que se opuseram ativamente aos nazistas e
se "untaram a 1esist%ncia! adotaram os meios do assassinato! terror! destruição de
propriedades! /om/eamento de t6neis e trens! seqZestro e a disposição em sacrificar
reféns inocentes para atender ao o/"etivo de derrotar os nazistas2. @s que se opunam
aos conquistadores nazistas avaliavam a 1esist%ncia 0como um e>ército secreto de
idealistas patriticos! dedicados! cora"osos além das e>pectativas e dispostos a sacrificar
suas vidas de acordo com suas convicç<es morais2. Para as autoridades da ocupação
nazista! entretanto! 0estas pessoas eram terroristas fora da lei! assassinos! sa/otadores!
que acreditavam que o fim "ustifica os meios! e a#iam de forma completamente antiI
ética de acordo com as re#ras místicas da #uerra2. A #lorificação da 1esist%ncia até o"e
pelos vitoriosos na #uerra provaria este ponto.
Alins afirma que a istria é composta de 0"ul#amentos morais2 com /ase em
política. 7e"a a afirmação a/ai>o

$s condenamos o fato de =enin ter aceito dineiro dos alemães em *+*- mas fomos
discretamente silenciosos enquanto nosso Coronel \illiam G. Bompson no mesmo ano
contri/uiu com um milão de dlares para os antiI/olceviques na 16ssia. Como
aliados dos soviéticos na 'e#unda Ouerra undial! ns louvamos e comemoramos as
táticas comunistas de #uerrila quando os russos as usaram contra os nazistas durante a
invasão alemã da 5nião 'oviéticaM e ns denunciamos as mesmas táticas quando elas
são utilizadas por forças comunistas em diferentes partes do mundo contra ns.

$essa análise! ele conclui que 0os meios da oposição! utilizados contra ns! são sempre
imorais e nossos meios são sempre éticos e enraizados nos valores éticos mais
elevados2.

'o/re a terceira re#ra (0$a #uerra! os fins "ustificam quase quaisquer meios2)! ele
afirma que os acordos so/re as convenç<es de Oene/ra s são respeitados por medo de
retaliação dos oponentes! e não por causa dos acordos em si. &le cita o caso de Curcill
quando este foi questionado por sua aliança com os russos na época da 'e#unda Ouerra
undial e se a acava constran#edora 09e maneira al#uma. &u teno apenas um
o/"etivo! a destruição de Sitler! e mina vida se torna muito simplificada deste modo.
'e Sitler invadisse o inferno eu teria feito ao menos uma refer%ncia favorável ao
dem]nio na CHmara dos Comuns2.
Alins ilustra a quarta re#ra (0@ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na
qual a ação ocorreu e não a partir de qualquer outro ponto de vista cronol#ico2)
trazendo uma citação de Eon C. iller a respeito do caso do assacre de Goston ! que
reproduzo tam/ém a se#uir

As atrocidades in#lesas! por si s! não foram capazes de convencer a população de que
avia ocorrido um crime na noite de Q de março avia uma confissão o/tida no leito de
morte de Patric Carr! afirmando que os a/itantes locais aviam sido os a#ressores e
que os soldados atiraram em le#ítima defesa. &sta declaração indese"ada de um dos
mártires que estavam morrendo no odor da santidade com a qual 'am Adams os avia
vestido lançou uma onda de alarme nas linas patriotas. as Adams amaldiçoou o
testemuno de Carr aos a/itantes da $ova Kn#laterra denunciandoIo como um
0papista2 irland%s que provavelmente morreu em confissão da K#re"a Catlica 1omana.
Aps 'am Adams ter demolido pu/licamente Patric Carr nem mesmo os Bories
ousavam citáIlo para provar que os /ostonianos foram responsáveis pelo massacre.
Alins avalia este relato dizendo que 0para os /ritHnicos este foi um e>emplo de
mentiras e vilezas! pelo uso de táticas imorais e intolerantes! que seriam características
dos revolucionários2. Para para os Tilos da =i/erdade e os patriotas! a ação de 'am
Adams foi uma 0estraté#ia /rilante! di#na de um salvador de vidas enviado por 9eus2.
&le avalia que o"e em dia ns podemos avaliar as aç<es de Adams da mesma forma que
os in#leses fizeram! mas lem/ra que o"e em dia não estamos envolvidos em uma
revolução contra o império /ritHnico. Por isso! Alins defende que os padr<es éticos
devem ser elásticos para esticaremIse com os tempos.
$a defesa da re#ra cinco (0A preocupação com a ética aumenta com o n6mero de meios
disponíveis e vice versa2)! ele cita uma istria pessoal na qual um simpatizante! do
lado dele! tina evid%ncias que um dos e>ecutivos de uma corporação contra a qual
lutavam era #a. Alins diz que declinou de usar isso! mas ao mesmo tempo declara

Bão lon#e! tão no/reM mas! se eu estivesse convencido de que a 6nica maneira pela qual
eu poderia vencer fosse usar isso contra ele! então sem quaisquer reservas eu usaria.
Lual seria mina alternativa? AfundarIme em indi#nação 0moral2 autoIindul#ente
dizendo 0&u preferiria perder do que corromper meus princípios?2! e então ir para casa
com meu ímem ético intacto? @ fato de que D,!,,, po/res iriam perder sua #uerra
contra a falta de esperança e desespero seria trá#ico demais.

Alins não dá uma "ustificativa para a seta re#ra (0Luanto menos importante o fim a
ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar em avaliar a ética dos meios2)! mas em
relação a sétima (0Oeralmente o sucesso ou fala é um fator poderosamente
determinante das éticas2) ele nos relem/ra que o "ul#amento da istria tem muito mais
a ver com o sucesso das aç<es do que com os meios utilizados par alcançáIlos. N por
isso que! se#undo ele! os pais fundadores são considerados eris patriotas! e não
meramente traidores. 'e tivessem fracassado! a istria os teria perce/ido de maneira
diferente.

Eá na oitava re#ra (0A moralidade dos meios depende do quanto os meios este"am sendo
empre#ados em um momento de derrota iminente ou vitria iminente2)! ele nos
relem/ra
termos deque al#uns meios
"ul#amento considerados
p6/lico! altamente
caso tenam imorais
sido usados em possuem um atenuante!
circunstHncias em
desesperadas.
&le cita o lançamento da /om/a at]mica so/re Sirosima! que #arantiu a vitria dos
aliados. Até o"e e>iste um questionamento so/re a imoralidade dessa ação! "á que o
Eapão estava prestes a se render. Alins diz que se a /om/a fosse lançada
imediatamente aps o ataque a Pearl Sar/or (quando a nação temia uma invasão da
Costa Pacífica! a frota pacífica estava no fundo do mar e todas as forças americanas na
&uropa)! então 0o uso da /om/a naquele momento seria alardeado universalmente como
uma retri/uição "usta de fo#o! #ranizo e en>ofre2. ais ainda! seria considerado 0um
triunfo so/re o mal2. Para ele! quem ne#a estes fatos (o de que o "ul#amento so/re o
lançamento da /om/a seria completamente diferente se os &stados 5nidos estivessem
em situação desesperadora)! são 0ou tolos! ou mentirosos! ou am/os2.

Luanto a re#ra nove (0Lualquer meio efetivo é automaticamente "ul#ado pela oposição
como sendo antiIéticos2)! Alins traz a istria de um dos maiores eris
revolucionários! Trancis arlon! da Carolina do 'ul. arlon ficou conecido por suas
táticas de #uerrila que inspiraram muitos dos #uerrileiros modernos. CornFallis e o
&>ército GritHnico tiveram suas operaç<es e planos completamente desnorteados e
desor#anizados pelas táticas de arlon. Turiosos com a efetividade de suas operaç<es! e
incapazes de lidar com elas! os /ritHnicos o denunciaram como criminoso! dizendo que
ele não atuou no com/ate 0como um omem onrado! ou mesmo um cristão2. &ssa
denunciação contundente a respeito de sua falta de ética e moralidade ocorreu
principalmente pelo uso de suas táticas de #uerrila como um meio de se vencer a
1evolução.

Para a décima re#ra (07oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáI
lo com tons morais2)! ele diz que no campo de ação! a primeira questão determinante é
se os meios (para um fim em particular) estão disponíveis. Para isso! é preciso avaliar as
forças presentes e que possam ser utilizadas. 7e"amos um pouco mais so/re essa
avaliação

Ksso envolve passar por uma peneira os m6ltiplos fatores que se com/inam na criação
das circunstHncias em um dado período! e um a"ustamento 4s vis<es da opinião p6/lica
e seu clima. Luest<es a respeito do quanto tempo é necessário ou está disponível devem
ser consideradas. Luem! e quantos mais! irão apoiar a ação? A oposição possui poder a
ponto de poder suspender ou mudar as leis? A e>tensão de seu controle do poder de
polícia ce#a ao ponto onde a mudança le#al e ordenada é impossível? 'e as armas são
necessárias! e>istem armas adequadas disponíveis? A disponi/ilidade dos meios
influencia o quanto voc% atuará de forma clandestina ou p6/lica! rápida ou
va#arosamenteM movido por mudanças e>tensivas ou a"ustes limitadosM ou mesmo se
voc% irá realizar movimentos. A aus%ncia de quaisquer meios poderá levar al#uém ao
martírio na esperança de que este fato se"a um catalizador! iniciando uma cadeia de
reaç<es que culminariam em um movimento de massa. Aqui uma simples declaração
ética pode ser usada como um meio para o/tenção do poder.

&>emplos dessa re#ra estão naquilo que Alins perce/e como a ess%ncia dos discursos
de =enin aps seu retorno do e>ílio. 5m resumo do pensamento de =enin era 0&les tem
as armas e portanto ns precisamos declarar que lutaremos pela paz e por reformas
através das eleiç<es. Luando ns tivermos as armas! então iremos nos impor pela /ala2.
& foi e>atamente isso que ocorreu.

@ maior e>emplo está na visão popular de Oandi como uma ilustração do mais alto
comportamento moral! no que diz respeito aos meios e fins. Para demolir a visão
in#%nua que muitos tem do apstolo da nãoIviol%ncia! Alins traz re#istros istricos
mostrando que Oandi fez uma avaliação das forças e fraquezas do e>ército
revolucionário ao seu lado! e re#istros em sua auto/io#rafia mostram que ele se
indi#nava com a aus%ncia de retaliação em direção aos /ritHnicos. &m resumo! Oandi
fez uma avaliação dos meios disponíveis! e desco/riu que não apenas não dispuna de
armas! como tam/ém não dispuna de pessoas motivadas a lutar. Oandi disse em *+,
0&spiritualmente! o desarmamento compulsrio tirou nossa virilidade! e a presença de
um e>ército de ocupação estran#eiro! utilizado com efeito mortal para nos a/alar no
espírito de resist%ncia! nos fez pensar que não podemos cuidar de ns mesmos ou
esta/elecer uma defesa contra a#ressoras estran#eiros! ou mesmo defender nossas casas
e famílias2. Alins nota que estas palavras 0mais que su#erem que se Oandi tivesse as
armas para a resist%ncia violenta e as pessoas para utilizáIlas! este meio não seria
re"eitado com tantas reservas como o mundo #osta de pensar2. ' que! quando $eru
encarou uma disputa com o Paquistão so/re ^asmir! não esitou em usar força /élica.
as aí os arran"os do poder se alteraram! pois a _ndia tina armas e um e>ército
treinado para utilizáIlas.

$eru Oandi foi um e>ímio estrate#ista! pois! quando não tina os meios 4 sua
disposição! ele fez o que podia com a tentativa de rotular suas aç<es as mais morais
possíveis! e! aí entrou seu discurso de nãoIviol%ncia. Budo funcionou ainda melor por
que seus oponentes /ritHnicos vinam de uma tradição moral em que pre#avam ideais
de 0li/erdade e tolerHncia2! lo#o! ele entrou em um territrio que poderia constran#%Ilos
ao optar pela política de não viol%ncia. @/viamente! isso não funcionaria diante de um
#overno totalitário em sua ideolo#ia como o de Sitler! por e>emplo. 9e forma
pra#mática! Alins conclui a análise da estraté#ia de Oandi! dizendo que 0de um
ponto de vista pra#mático! a resist%ncia passiva não era apenas possível! como o meio
mais efetivo que podia ser selecionado para a/ortar o controle /ritHnico so/re a _ndia2.

Para Alins! apelos a 0uma lei maior que a lei feita pelos omens2 si#nificam apenas
manifestaç<es dos poderosos para controlar a massa e manter o status quo. $ão s a
moral vi#ente! como as leis! seriam feitas para a manutenção do poder. Luando os que
não tem possuem sucesso e se tornam pessoas que tem o poder! 0eles estão na posição
de tentar manter o que conse#uiram e seu padrão de moralidade se modifica com esta
mudança de posição no padrão de poder2 . @ caso de Oandi! usando a moral da
resist%ncia passiva contra os /ritHnicos! mas descarre#ando forte poder de fo#o so/re os
paquistaneses! é sintomático. 'am Adams! que lutou como revolucionário! teve que
mentir manipulando os valores morais da população! mas! aps o sucesso da 1evolução
americana! demandou a e>ecução dos americanos que participaram da 1e/elião de
'a! dizendo que nin#uém tina direito de participar de uma revolução contra os
&stados 5nidos.

N nesse ponto! com esse tipo de constatação realista e crua! que Alisn começa a se
distanciar de aquiavel. 7e"a

1acionalização moral é indispensável em todos os instantes da ação no que diz respeito


a "ustificar a seleção ou o uso dos meios e fins. A ce#ueira de aquiavel para a
necessidade de uma
política não tina roupa#em
relação com amoral
moralpara
J foitodas as aç<es
sua maior e motivos J ele dizia que a
fraqueza.

&le nos relem/ra que todos os #randes líderes (Curcill! Oandi! =incoln e Eefferson)
sempre invocaram 0princípios morais2 para co/rir a nudez de aç<es de autoIinteresse
com roupas como 0li/erdade2! 0i#ualdade para a umanidade2! 0uma lei acima das leis
dos omens2! e daí por diante. &le faz um adendo especial a essa re#ra! que e>plica
muita coisa 0Bodas aç<es efetivas requerem o passaporte da moralidade2.

Por fim! a décima primeira re#ra (0@s o/"etivos devem ser ver/alizados em termos
#erais como 8=i/erdade! K#ualdade e Traternidade;! 09o /em estar comum2! 8Gusca da
felicidade;! ou 8Pão e paz;2)! estende os padr<es da re#ra anterior. &le cita \itman!
que teria dito 0@ o/"etivo uma vez nomeado! não pode ser revo#ado2.
&stas onze re#ras morais definidas por Alins devem ser o começo do "o#o interno de
todo aquele que for participar de aç<es de mudança! caso estas aç<es se"am de esquerda.
Bodos os valores mais 0elevados2 devem dar adorno a qualquer ação. &le diz que 0a
democracia não é um fimM mas sim o melor meio político disponível na conquista
destes valores2. &le retorna! ao final do capítulo! 4 sua asserção com que o a/riu. A
verdadeira questão! para Alins! "amais deveria ser 0@ fim "ustifica os meios?2! mas
sim 0&ste fim particular "ustifica esse meio particular?2. Ksso tudo torna toda a questão
da ética de meios e fins elástica o suficiente para qualquer coisa que um esquerdista
queira fazer.

!m calcan"ar de #quiles para a direita$

Aco muito difícil aplicar as onze re#ras morais para qualquer #rupo político de direita!
especialmente pelo fato de que a moral "udaicoIcristã! que define a /usca da verdade!
pode criar uma série de dissonHncias co#nitivas nos adeptos. &m mina e>peri%ncia
neste /lo#! sempre que eu divul#uei uma informação inconsistente! leitores
conservadores me pediram para corri#ir. ('e fosse um /lo# de esquerda! e e>istissem
informaç<es falsas contra os oponentes! me pediriam para prosse#uir nas mentiras)

=o#o! uma moral que diz 0faça o que quiser2 simplesmente não vai servir! e colocará os
conservadores em um conflito interno tão #rande que não conse#uirão aproveitar nada.
A questão que resta é adotando o mindset conservador de direita! ainda é possível
assimilar al#o a respeito de todo o tra/alo que Alins fez em sua ela/oração destas **
re#ras éticas? A resposta é sim:

Antes! vamos com cuidado. @ que quero dizer é que a /ase destas re#ras so/re a ética
não pode se so/repor 4 uma ética pessoal que o direitista tena. &ntretanto!
conscientizaç<es devem ser feitas para que a sua ética não o torne um in#%nuo perante
os esquerdistas. Por e>emplo! um fator que faz a diferença para os esquerdistas em
de/ate contra os direitistas é que estes tem uma e>trema a/ilidade em mentir. Como se
nota nas re#ras de Alins! mentir não é um pro/lema! pois é um meio para se o/ter um
resultado (e! se#undo ele! não o/ter um resultado é mais imoral que não o/t%Ilo). as se
um oponente tem o direito de mentir! e voc% não! isso si#nifica que o "o#o está perdido
para voc%? $ão! pois é possível converter essa possível fraqueza (no "o#o! e não uma
fraqueza moral! que fique /em claro) em al#o positivo.

@ uso da mentira deli/erada faz a diferença na #uerra intelectual para a esquerda. Como
vimos em Alins!
ar>! =enin que"ánada
e Brost mais faz
pre#aram! se adoinformação
que levar 4s 6ltimas conseqZ%ncias
é conveniente 4 classe! elaaquilo
é que
divul#ada! e até ampliada. 'e não for! maquiaIse a informação de forma a favorecer 4
classe. A mentira passa a ser uma estraté#ia que definirá os #randes representantes da
ideolo#ia. @s maiores mentirosos serão os líderes.

'e#ue uma listina /ásica

 0A lei! a moral! a reli#ião são preconceitos /ur#ueses! atrás dos quais se ocultam
outros tantos interesses /ur#ueses.2 (ar>)

 0@ comunismo! porém! a/ole as verdades eternas! a/ole a reli#ião e a moral2


(ar>)

 0A moral! é a impot%ncia colocada em ação2 (ar>)

 0Eusto é o que favorece a 1evolução e in"usto é o que dificulta2 (=%nin)


 0'u/ordinamos nossa ética 4 tarefa da luta de classes2 (=enin).

 0@ melor revolucionário é um "ovem desprovido de toda moral2 (=%nin)

 0=%nin ensinou! como se sa/e! que! para atin#ir o o/"etivo alme"ado! os


/olcevistas podem! e 4s vezes devem! usar qualquer estrata#ema! como o
sil%ncio e a dissimulação da verdade`2 (=%nin).

 0N necessário sa/er adaptarIse a tudo! a todos os sacrifícios e até! se necessário


for! usar vários estrata#emas! en#anos! procedimentos ile#ais! usar o sil%ncio! a
dissimulação da verdade para penetrar nos sindicatos! permanecer neles!
desenvolver neles a qualquer custo o em/rião comunista.2 (=%nin)

 0Knvocar em nossos dias as 0verdades eternas2 da moral si#nifica tentar fazer


retroceder o pensamento.2 (Brots)

 0Luem não quiser voltar a oisés! Cristo ou aomé! nem satisfazerIse com um
ecletismo arlequinesco! deve reconecer que a moral é um produto do
desenvolvimento socialM que ela não tem nada de imutávelM que serve aos
interesses da sociedadeM que esses interesses são contraditriosM que! mais que
qualquer outra forma ideol#ica! a moral tem um caráter de classes.2 (Brots)

 0$ão e>istem! então! preceitos morais elementares ela/orados pelo


desenvolvimento da umanidade e indispensáveis 4 vida de qualquer
coletividade? &>istem! sem d6vida! mas sua eficácia é muito incerta e limitada.
As normas 0o/ri#atrias para todos2 são tanto menos eficazes quanto mais
áspera se torna a luta de classes. A #uerra civil! forma culminante da luta de
classes! suprime violentamente todos os laços morais entre as classes adversas.2
(Brost)

 0As normas morais 0o/ri#atrias para todos2 adquirem! dentro da realidade! um

conte6do
mais de classe!
cate#rica istomenos
quanto é! um conte6do anta#onístico.
é 0o/ri#atria A norma
para todos2. moral é tanto
A solidariedade dos
operários! especialmente nas #reves ou por detrás das /arricadas! é infinitamente
mais 0cate#rica2 que a solidariedade umana em #eral.2 (Brosts)

 0@ fim (a democracia ou o socialismo) "ustifica! em certas circunstHncias! meios


como a viol%ncia e o omicídio.2 (Brots)

 09o ponto de vista das 0verdades eternas2 a revolução é! naturalmente! 0imoral2.


as isso si#nifica apenas que a moral idealista é contraIrevolucionária! isto é!
encontraIse a serviço dos e>ploradores.2 (Brots)

 0@ "uízo moral está condicionado! como o "uízo político! pelas necessidades


internas da luta.2 (Brots )
N aí que o pensador maquiavélico poderia o/"etar de que forma com/ater um mentiroso
senão mentindo ainda mais que ele? Poderia até ser! se não fosse o fato de que esse fator
(o uso da mentira de forma deli/erada) conspira contra a moral a/soluta na qual muitos
conservadores de direita acreditam. 'e eu ce#ar para um conservador de direita e dizer
27amos armar uma mentira com esses dados e capitalizar?2! os leitores fu#iriam. =o#o!
esse fator e>iste e é al#o que conspiraria! a princípio! a favor dos esquerdistas. &les tem
uma ferramenta em mãos que podem usar 4 vontade! e ns! da direita! temos freios
morais que nos impedem de usáIla. 'endo assim! na perspectiva maquiavélica!
perdemos o "o#o? N aí que não! e é aí que o "o#o deve ser revertido a nosso favor! e
"ustamente por um princípio /ásico quem mente mais! tem mais su"eiras a serem
desco/ertas. N o mesmo princípio que e>plica que a pessoa onesta tem muito menos a
temer que o desonesto.

&ssa é uma das motivaç<es (mas não a 6nica) para o desenvolvimento do meu
frameFor de ceticismo político! de forma que! a partir do momento em que um
esquerdista a/rir a /oca! começa uma investi#ação. A partir do momento em que se
inicia um de/ate com um esquerdista! deveIse estar preparado para que ele minta o
quanto conse#uir (pois! de acordo com a l#ica de Alins! este é o seu meio
disponível)! e! caso estas mentiras sur"am! desmascare todas as mentiras! sem dei>ar de
e>por claramente 4 platéia que o oponente se trata de um mentiroso. 'endo a mentira a
principal iniciativa dos esquerdistas! mas não dos direitistas ! a 6nica contraImedida
aceitável de um direitista deve ao mesmo tempo estar alinada com os princípios desse
direitista e tam/ém neutralizar a ação da esquerda. 5ma mentira s pode ser
neutralizada com uma refutação! e a conseqZente e>posição deste mentiroso.

'enão! de que forma desco/rimos os picaretas dentro das or#anizaç<es senão através da
função de Auditoria? & a função da Auditoria é feita dentro de parHmetros totalmente
alinados com a 9ireção da @r#anização! e ela é /asicamente onesta. 5ma das
principais características de um /om auditor é a onestidade. Por isso! da mesma forma!
não vamos nos re/ai>ar ao nível do oponente e usar a ferramenta de mentira deli/erada
que eles usam. A su#estão é! ao contrário! aumentar o foco no ceticismo e na auditoria
das ale#aç<es deles. &! para isso! a atitude onesta deve ser um valor que não pode ser
ne#ado de forma al#uma.

A su/stituição da tática da mentira praticada pelos esquerdistas pelo uso da refutação


constante
adaptaçãoeaqui
ridicularização do mentiroso
e ali! podemos do outro com
aprender /astante lado as
é um e>emplo
re#ras de que!
de 'aul comAliás!
Alins. uma
podemos! mais do que v%Ilas como re#ras! assumiIlas como constataç<es de como o ser
umano é! e então aumentar ainda mais o #rau de preparação de conservadores de
direita para a #uerra política.

Por e>emplo! se á uma re#ra que define o uso de metas associadas a valores 0elevados2
por esquerdistas! mesmo que isso esconda iniciativas torpes! somente a desmoralização
p6/lica desta falsa rotula#em poderá neutralizar a iniciativa esquerdista. &! se Alins
diz que a rotula#em pode ser mentirosa no caso do esquerdista! faça então a rotula#em
correta! divul#ue isso ao p6/lico e dei>e claro que o esquerdista mentiu na rotula#em.

A 6nica coisa que eu poderia definir como intolerável! a partir desse conecimento que
voc% tem a#ora! é adotar uma postura de in#enuidade em relação até onde os
esquerdistas podem ir. Kndependentemente de eu colocar aqui uma recomendação de
restrição na aplicação nas re#ras de Alins (se para ele vale tudo! eu defendo que não
se ce#ue a este ponto se voc% for de direita)! não dei>e que isso se transforme em
in#enuidade. Ao contrário! transforme aquilo que poderia ser convertido em
in#enuidade a seu favor! para aumentar o aspecto moral de suas refutaç<es 4s mentiras
do oponente.

!ma palavra sobre palavras


Calma! está tudo /em a#ora. 1econeço que o capítulo anterior deve ter sido
desconfortante (ver Pt.  J 9os meios e fins). Eunto com o capítulo - (onde ele e>i/irá
suas famosas *D táticas para a #uerra política)! é um dos que mais provocam indi#nação
aos que não estão preparados para lidar com o sistema de pensamento esquerdista. &ste
capítulo! por sua vez! fala a respeito do uso de Q palavrasIcave que são parte do
conte>to da #uerra política! e do motivo pelo qual tais palavras devem ser conecidas
em seus sentidos ori#inais! e por que não podem ser su/stituídas por quaisquer outras
mais 0amenas2 ou com sentidos diferentes.

Alins sa/e que as pai><es umanas perfazem todas as áreas da política! incluindo o
voca/ulário. As palavrasIcave da política normalmente resultam em resposta ne#ativa!
emocional e condicionada! em termos psicol#icos! por parte da maioria das pessoas.
&le lem/ra que a e>pressão 0política2! que si#nifica! se#undo o 9icionário \e/ster! a
0ci%ncia e a arte de se #overnar2! é normalmente vista em um conte>to no qual está
associada 4 corrupçãoV*W.

Assim como e>iste uma sensação ne#ativa em relação 4 palavra política! o mesmo
ocorre em relação 4s se#uintes palavras poder! autoIinteresse! acordo! e#o e conflito.
&stas se tornaram! se#undo Alins! sím/olos do mal! aps terem sido continuamente
distorcidas e deformadas. A i#norHncia política! para ele! é a doença que levou a este
sintoma.

Poder

Alins começa falando da palavra 0poder2! tratando a se#uinte o/"eção 0Por que não
utilizar outras palavras J aquelas que si#nifiquem o mesmo mas se"am pacíficas e não
resultam em reaç<es
su/stituição. emocionais?2.
Primeiramente! por que&le defende
o uso várias raz<es
de e>press<es comopara não fazer esta de
0aproveitamento
ener#ia2! ao invés da e>pressão 0poder2! diluiria seu si#nificado. &stes sin]nimos
purificadores não trazem todos os aspectos de amor e dio! a#onia e triunfo! além da
an#6stia! todos associados a essa palavra! e isso nos levaria apenas a uma imitação
ascética da vida! e não a uma o/servação da vida como ela é. @ uso de outras palavras
em lu#ar de 0poder2 si#nificaria mudar o si#nificado de todas as aç<es propostas por
AlinsVW.

&le defende que 0cedermos 4queles que não possuem est]ma#o para a lin#ua#em
direta! insistindo em douráIlas com temperos /randos e intermediários! é perda de
tempo2. 'implesmente por que! por causa de al#umas travas mentais! 0eles não
conse#uem ou deli/eradamente não irão entender o que estamos discutindo aqui2VW.
Ao re"eitar o si#nificado real da e>pressão 0poder2! estaríamos! de acordo com Alins!
0nos tornando aversos a pensarmos em termos onestos! vi#orosos e simples2. ais

A invenção de termos sin]nimos e vazios de si#nificado! teria a 6nica funcionalidade de


nos tranqZilizar! domando nossos processos mentais fazendoIos se distanciar da estrada
da vida principal! direcionada por conflitos! encardida e realisticamente sedimentada em
poder. Ao escolermos atalos mais socialmente aceitáveis! com tonalidades mais
adocicadas! apazi#uadoras! respeitáveis e indefinidas! falamos em o/ter um
entendimento onesto das quest<es que viremos a enfrentar se formos a#ir.

A/ai>o ele detala como a e>pressão 0poder2 é comumente perce/ida

0Poder2! que si#nifica 0a/ilidade! se"a ela física! mental ou moral! para a#ir2! se tornou
uma palavra mali#na! com conotaç<es e tonalidades que su#erem o sinistro! o doentio! o
maquiavélico. &la su#ere uma fantasma#oria de re#i<es inferiores. $o momento em que
a palavra poder é mencionada é como se as portas do inferno tivessem sido a/ertas!
e>alando o ceiro de es#oto da corrupção demoníaca. &la evoca ima#ens de crueldade!
desonestidade! e#oísmo! arro#Hncia! totalitarismo e sofrimento a/"eto.

ais ou menos como um 0Prozac2 mental! teríamos criado artifícios em nossa mente
para entender a e>pressão 0poder2 de uma forma mali#na! como se estivéssemos em um
filme de Eames Gond! no qual a e>pressão 0poder2 é sempre aquela associada a um
vilão. Ksso fez com que essa e>pressão se transformasse! em nossas mentes! quase como
um 0sím/olo de corrupção e imoralidade2VDW.

&le ce#a a citar uma interpretação popular de =ord Acton! que diria 0Poder corrompe!
e poder a/soluto corrompe a/solutamente2. as a citação correta é diferente 0@ poder
tende 4 corrupção! e o poder a/soluto corrompe a/solutamente2. Alins avalia que
nossas mentes possuem tantas travas a respeito da palavra 0poder2 que nem sequer
somos capazes de ler a citação de Acton de fato.

Alins acerta em ceio ao dizer que 0a corrupção do poder não está no poder! mas em
ns mesmos2. Aqui! ele e>plica! de forma simples e didática! o poder! começando pelo
questionamento 0@ que é esse poder pelo qual os omens /uscam e pelo qual a um #rau
si#nificante vivem por ele?2

Poder si#nifica a prpria ess%ncia! o dínamo da vida. N o poder do coração /om/eando


san#ue
pulsandoe sustentando a vida no corpo.
para cima! fornecendo N o poder
uma força da participação
unificada ativa dos
para um propsito cidadãos
comum. N uma
força essencial da vida sempre em operação! se"a mudando o mundo ou se opondo 4
mudança. Poder! ou ener#ia or#anizada! pode ser um e>plosivo que destri vidas ou
uma dro#a que as salva. @ poder de uma arma pode ser utilizado para impor a
escravidão! ou para se o/ter a li/erdade.

&le traz al#umas citaç<es de autores a respeito do poder. Ale>ander Samilton! em Be
2ederalist 3apers! afirmou 0@ que é o poder senão a a/ilidade ou faculdade de fazer
al#o? @ que é a a/ilidade de se fazer al#o senão o poder de empre#ar os meios
necessários para sua e>ecução?2. Pascal o/servou o se#uinte 0Eustiça sem poder é
impotenteM poder sem "ustiça é tirania2. 'ão K#nácio (fundador da @rdem Eesuíta) disse
0Para fazer /em al#o! um omem precisa de poder e compet%ncia2. &m resumo! em sua
análise! ele mostra que vários plaers de várias denominaç<es sempre utilizaram a
palavra 0poder2 em seus discursos e escritos quando atuavam para mudar a istria.

&le diz! então que a escola não é so/re poder ou não! mas sim so/re 0poder or#anizado
ou poder desor#anizado2. A prpria construção e manutenção da sociedade depende 0do
aprendizado de como desenvolver e or#anizar instrumentos de poder para alcançar
ordem! se#urança! moralidade e a vida civilizada em si prpria! ao invés da mera /usca
por so/reviv%ncia física2. Lualquer tipo de or#anização conecida pelo omem (se"a
#overnamental ou não) s tem uma razão de e>istir 0@r#anização para o poder a fim de
colocar em prática ou promover seu propsito comum2.

Alins conclui! so/re poder 0Conecer o poder e não tem%Ilo é essencial para seu uso
e controle construtivo2.
#uto%interesse

Para Alins! a e>pressão 0autoIinteresse2 tam/ém traz uma car#a ne#ativa e "á é
encarada de antemão com suspeita. &la seria 0associada a um con#lomerado repu#nante
de vícios como estreiteza! e#oísmo e e#ocentrismo! tudo o que é oposto 4s virtudes do
altruísmo e a/ne#ação2. &ntretanto! ele considera que esta análise vai contra toda nossa
e>peri%ncia cotidiana! e é /aseada em um 0mito que dita o altruísmo como um fator
motivante em nosso comportamento2. Para Alins! isto não é mais que 0um dos
clássicos contos de fada americanos2.

&m sua análise! desde o passado lon#ínquo dos filsofos #re#os e da moralidade
"udaicoIcristã! 0sempre ouve um acordo universal a respeito do fato que o autoI
interesse é uma das forças essenciais no comportamento umano2. &le traz al#umas
citaç<es! como de Eesus Cristo (Eoão *Q*) afirmando 0$in#uém tem maior amor do
que este! de dar al#uém a sua vida pelos seus ami#os2! ou de Aristteles dizendo! em
sua 3ol%tica 0Bodos pensam em si prprios! raramente no interesse p6/lico2. @utro
autor citado é Adam 'mit! em A Ri'ue4a das /aç5es 0$ão é da /enevol%ncia do
açou#ueiro! do cerve"eiro ou do padeiro que esperamos nosso "antar! mas da
consideração de seu prprio interesse. $s apelamos não 4 sua umanidade! mas ao seu
amorIprprio! e nunca falamos com ele de nossas necessidades! mas de suas vanta#ens2.
&le afirma que ne#ar este componente central de autoIinteresse no ser umano si#nifica
0se recusar a ver o omem como ele é! para v%Ilo como #ostaríamos que ele fosse2.

Claro
estudoque ele não poderiaumano
do autoIinteresse dei>ar de mencionar aquiavel como um dos ícones do

Assim! enquanto o príncipe a#ir com /enevol%ncia! eles se doarão inteiros! le
oferecerão o prprio san#ue! os /ens! a vida e os filos! mas s nos períodos de
/onança! como se disse mais acimaM entretanto! quando sur#irem as dificuldades! eles
passarão 4 revolta! e o príncipe que confiar inteiramente na palavra deles se arruinará ao
verIse despreparado para os reveses.

Alins! mesmo sendo inspirado por aquiavel! diz que o clássico autor político recaía
em um erro mortal quando definia os 0fatores 8morais; da política e tratava unicamente
do autoIinteresse em sua concepção2! a qual era limitada. Provavelmente por que a
e>peri%ncia de aquiavel na prática política não era das melores. 'enão! aquiavel
não teria 0su/estimado a fluidade /via do autoIinteresse de cada omem2. 5ma análise
por completo do autoIinteresse umano deveria ser 0e>tensa o suficiente para incluir e
e>plicar todas as dimens<es mutáveis do autoIinteresse2. &le detala um pouco mais
7oc% pode apelar a uma faceta do autoIinteresse para me levar ao campo de /atala para
lutar! mas! uma vez que eu este"a lá! meu principal interesse tornaIse permanecer vivo!
e! se formos vitoriosos! meu autoIinteresse pode! como #eralmente ocorre! ditar
o/"etivos inesperados diferentemente daqueles que eu tina antes de adentrar 4 #uerra.
Por e>emplo! os &stados 5nidos na 'e#unda Ouerra undial fervorosamente se aliaram
com a 16ssia contra Alemana! Eapão e Ktália! e lo#o aps a vitria! fervorosamente se
aliaram com seus anti#os inimi#os J Alemana! Eapão e Ktália J contra o seu e>Ialiado! a
16ssia.
Claro que pode ser complicado admitir que 0operamos na /ase do autoIinteresse puro e
simples! então desesperadamente tentamos reconciliar quaisquer mudanças de
circunstHncias que se relacionem ao nosso autoIinteresse em termos de uma "ustificação
ou racionalização moral mais a/ran#ente2. Ksto se e>plica devido 4s 0camadas de
ini/ição em nossa civilização moralista2. @ fato é que! se#undo Alins! ns não
0admitimos o verdadeiro fato nosso prprio autoIinteresse2. $os dois casos citados da
'e#unda Ouerra! todas as aç<es de autoIinteresse foram vendidas ao p6/lico so/re as
/andeiras da 0li/erdade e dec%ncia2. @ comunismo russo não incomodou os americanos
na época da 'e#unda Ouerra undial! mas depois sim. @ discurso seria al#o como
0&les podem ter o tipo de #overno que quiserem! contanto que este"am do nosso lado e
não ameacem nosso autoIinteresse2.

Alins diz que é normal entrarmos em conflito com os valores morais por ns
professados e as raz<es reais pelas quais ns fazemos as coisas. N fácil 0mascarar as
raz<es reais em palavras de /ondade /eneficente J li/erdade! "ustiça! e daí por diante2.
9iz ele 0Bais lá#rimas! dispostas na fá/rica do /aile de máscaras da moral! 4s vezes
ce#am a nos constran#er2.

@ autor cita a istria de @rFell! que se alistou durante a Ouerra Civil &spanola para
com/ater os fascistas! e! mesmo tendo a oportunidade de não estar lá! quis ir para o
campo de /atala. as estas seriam apenas transfi#uraç<es episdicas do espírito
umano! mais esparsas que os lampe"os dos va#aIlumes.

#cordo
@utra palavra que para al#uns si#nifica 0fraqueza! vacilo! traição aos ideais! a/andono
de princípios morais2. $o mundo ideol#ico! é uma palavra 0feia e repu#nante2. as
para um or#anizador! acordo é 0uma palavra cave e /ela2! parte presente do
pra#matismo operacional. 9iz ele 0'i#nifica fazer um acordo! rece/endo o respiro
vital! normalmente a vitria2. Luem começa com nada! e demanda *,, por centro!
entrando em acordo por , por cento! o/tém um #ano de , por cento em relação a
nada.

&m uma sociedade orientada a conflitos! estes somente são interrompidos vez por outra
por acordos! 0os quais se tornam o início de novos conflitos! novos acordos! e assim! ad
infinitum2. @ controle do poder seria /aseado em um 0acordo em nosso Con#resso! e
entre os tr%s poderes! e>ecutivo! le#islativo e "udiciário2. Alins diz que 0qualquer
sociedade desprovida de acordos é totalitária2. &is então que! para ele (e com muita
razão)! se 0uma sociedade a/erta e livre pudesse ser definida em uma palavra! esta
palavra seria 8acordo;2.
&go

Alins diz que as definiç<es de palavras! como tudo o mais! são relativas! dependentes
principalmente da posição partidárias do o/"eto da definição. Assim

'eu líder é sempre fle>ível! or#ulandoIse da di#nidade de sua causa! é ina/alável!


sincero! um tático #enial! sempre lutando a /oa luta. Para a oposição! ele não tem
princípios e caminará na direção do vento! com sua arro#Hncia mascarada por sua
umildade falsificada! ele é do#maticamente teimoso! um ipcrita! sem escr6pulos e
antiIético! e irá fazer qualquer coisa para vencerM ele é um líder das forças do mal.

Para um dos lados! seria um 0semiIdeus2! para o outro! um 0dema#o#o2VQW. $a


definição de Alins! se um or#anizadorV3W não tem autoIconfiança! isso si#nifica que a
/atala estaria perdida antes mesmo de ser iniciada.

&#o! conforme define Alins! não tem nada a ver com e#olatria! pois para ele nenum
or#anizador que se preze conse#uiria animar as massas com arro#Hncia e desrespeito
pelos outros. 5m e#latra afastaria as pessoas e as alienaria.

Ao contrário!o e#o é focado na autoIconfiança. Para Alins! o e#o de um or#anizador é


mais forte e monumental do que o dos líderes. 'e#undo ele! o líder é 0direcionado por
poder2! enquanto o or#anizador é 0direcionado por criar2. $o caso de um e#latra (ao
invés de al#uém com e#o forte)! seria impossível respeitar a di#nidade dos indivíduos!
entender as pessoas! ou desenvolver outros aspectos da personalidade que! se#undo
Alins! constituiriam um or#anizador ideal.

'onflito

@utra e>pressão tomada como ne#ativa pela opinião p6/lica em #eral. Para Alins!
isso é conseqZ%ncia de duas influ%ncias na sociedade (*) a reli#ião or#anizada (por
causa de sua retrica de 0dar a outra face2)! () criação de uma mentalidade orientada 4
fu#a dos conflitos. 9iz ele

Consenso é uma palavra cave J nin#uém deve ofender ao outroM e o"e em dia ns
vemos pessoas demitidas na mídia de massa por e>pressar suas opini<es ou sendo
0controversas2M nas i#re"as! despedidas pela mesma razão! mas as palavras usadas são
0falta de prud%ncia2M e nos campus universitários! mem/ros da faculdade são demitidos
tam/ém pela mesma razão! mas as palavras usadas são 0dificuldades de temperamento2.

Alins conclui dizendo que o 0conflito é parte essencial de uma sociedade a/erta e
livre2. &! 0se fossemos pro"etar um modo de vida democrático na forma de uma peça
musical! seu tema maior seria a armonia da dissonHncia2 V-W.

V*W Ksto não é /em assim. $a verdade! Alins citou apenas um dos si#nificados de
política. &ntretanto! política tam/ém é a arte de uma pessoa ou #rupo o/ter vanta#em
so/re outra pessoa ou #rupo na luta pela o/tenção de poder. 9esta maneira! a defesa de
Alins da política poderia ter sido adiada um pouco! pois lo#o a frente ele falará da
definição de 0poder2! que não deveria ser perce/ida de maneira tão ne#ativa como é.

VW Eá que! se ele desenvolve um modelo de ação para tomada do poder! isso não é o
mesmo que ter um modelo de ação para 0aproveitamento de ener#ia2. Balvez essa
palavra ficaria melor na academia de #inástica.

VW &ste é um ponto interessante que tem tudo a ver com o meu empreendimento!
levando os conceitos da #uerra política para a direita! pois muitos leitores da direita de
fato não possuem est]ma#o para tal. N a vida.

VDW 5m conservador de direita não #ostou deste tipo de a/orda#em em meu /lo#! e
escreveu o se#uinte 0@ verdadeiro conservador pensa em valores. &le não se importa
com o poder! ele se importa em construir as /ases de uma sociedade que se"a slida.2.
$o que le respondi 0&le diz que o conservador não se importa com o poder! mas sim
construir as /ases de uma sociedade que se"a slida. as como farão isso se os
oponentes da direita estão com o poder? &le diz que os conservadores não tem o"eriza
dos esquerdistas! mas a verdade é que os esquerdistas tem o"eriza dos conservadores!
polarizam o discurso e capitalizam com isso. @u se"a! mais uma in#enuidade da parte
dele. &le diz que os conservadores querem suar a camisa para que o mundo se"a um
lu#ar onde as pessoas possam resolver seus pro/lemas sem enfrentar in"ustiças! mas as
in"ustiças são inerentes 4 espécie umana. @ má>imo que podemos am/icionar é que
estes praticando in"ustiças não este"am no estado! onde estão com e>cesso de poder.
as isso s poderá ser feito! ora ve"am s! assumindo o poder. Ksto é o que si#nifica
pensar em seus valores! mas esquecendoIse de que! sem conquistar o poder! esses
valores serão e>pur#ados com uma cuspida por aqueles que tiverem o poder.2

VQW Sá um "o#o de palavras na versão ori#inal! em que as palavras são 0demi#od2 e


0dema#o#ue2.

V3W Lue será tratado na prpria seção! mas fica em um nível acima dos líderes.

V-W Por incrível que pareça! isso tem tudo a ver com a tese do duelo cético.

# educaç(o de um organizador
&sse capítulo (e os dois que o se#uirão) são essenciais para que Alins qualifique!
defina e oriente aquilo que ele define como um or#anizadorV*W.

Antes! ele nos relem/ra que a assimilação de uma série de or#anizaç<es de poder em
uma força nacional de poder não ocorre sem uma série de or#anizadores. As
or#anizaç<es são criadas! na maior parte dos casos! pelo or#anizador. Por isso é
importante! para ele! definir o que 0cria um or#anizador2. $o conte>to pelo qual
Alins viveu nos anos D, a -,! #rande parte de sua atuação envolvia or#anizaç<es
relacionadas ao movimento ne#ro! atividades de campus universitários! militantes
indí#enas e #rupos ispHnicos. Bodos #rupos que tinam uma ou outra demanda! e que
requeriam al#um tipo de orientação de forma a lutar por poderVW.
Para ele! um potencial or#anizador não s pode como deve utilizar sua e>peri%ncia
pessoal! como /ase para o ensino. Bodas as e>peri%ncias adquiridas seriam 6teis apenas
se forem relacionadas ou puderem iluminar um conceito central.

$o processo de or#anizar #rupos e treinar pessoas para a or#anização! Alins


reconece que em sua tra"etria visualizou mais fracassos do que sucessos. &le ressalta
que or#anizaç<es diferentes possuem nuances diferentes! e! portanto dificuldades de
or#anização diferentes. Por e>emplo! or#anizaç<es de ativistas universitários! para ele!
#eralmente falam na comunicação e não conse#uem or#anizar tra/aladores de classe
média. Eá líderes de sindicato são focados apenas em quest<es fi>as! como demandas
salariais! pens<es! e períodos de fol#a. Para ele! or#anizaç<es de massa requerem
a/ilidades diferentes! pois não e>i#em pontos cronol#icos fi>os! ou quest<es
definitivas

As demandas estão sempre mudandoM a situação é fluida e continuamente mutávelM e


muitos dos o/"etivos não são e>pressos de forma concreta em termos de dlares ou
oras! mas em a/straç<es psicol#icas e completamente mutáveis! como 0o material do
qual os sonos são feitos2. &u "á presenciei líderes sindicais que ficavam quase fora de
si quando tinam que lidar com o cenário de or#anizaç<es de massaVW.

5m outro ponto importante para a educação de um or#anizador tem a ver com o fato de
que os melores or#anizadores são aqueles que apreendem a l#ica do que é ser um
or#anizador! ao invés apenas de ficar repetindo o que aprendeu com um outro
or#anizador. Alins diz que os que mais falaram no aprendizado eram aqueles que
pareciam 0uma fita sendo tocada! repetindo e>atamente o que eu disse em mina
apresentação! palavra por palavra2. 'e não tinam um entendimento e>ato do que ser
um or#anizador era! 0não podiam fazer mais do que or#anizaç<es /ásicas2. &le nos diz
mais

@ pro/lema com muitos deles era (e é) sua fala em entender que uma declaração de
uma situação específica é si#nificativa apenas em sua relação com a ilustração de um
conceito #eral. &m vez disso! visualizam a ação específica como um ponto terminal.
&les acam
nenuma difícil
tática devecompreender o fato ademesma
ser precisamente que nenuma situação sempre se repete! e que
em sua aplicação.

5m dos pontos centrais (e falaremos /astante disso a se#uir) dos aprendizados de


Alins em todo o período no qual ele tentou ensinar outros or#anizadores é a idéia de
que 0s podemos entender al#o em termos de nossa e>peri%ncia2! assim como s é
possível nos comunicarmos com al#uém em termos da e>peri%ncia dessa pessoa.

Alins! reconecendo que sua e>peri%ncia como educador de or#anizadores nem de


lon#e teve tanto sucesso quanto ele esperava! #arante que ao menos conse#uiu aprender
quais são as qualidades necessárias para um or#anizador ideal! assim como reconecer
que é possível ensinar ou educar os outros para que adquiram estas qualidades.

Para ele! 0a área da e>peri%ncia e comunicação é fundamental para o or#anizador2.


Como "á dito antes! um or#anizador 0s conse#ue se comunicar dentro das áreas da
e>peri%ncia de sua audi%ncia2. 9e outra forma! simplesmente não á comunicação. Por
isso! um or#anizador! 0em sua constante /usca por padr<es! universalidades e
si#nificados! está sempre construindo um corpo de e>peri%ncia2. &m outras palavras!
isso si#nifica al#o que pode ser e>emplificado desta forma supona que al#uém tena
que se comunicar com os #rupos U! Y e . Cada #rupo irá rea#ir de uma forma diferente
4 participação do or#anizador! e nesta interação cada #rupo demonstrará seus padr<es!
características! si#nificados! e compartilará as e>peri%ncias individuais de seus
mem/ros. &sse conecimento o/tido deve fornecer insi#ts ao or#anizador! para que
cada pr>ima comunicação com cada um dos #rupos se"a mais focada. Assim! um
or#anizador não estaria focado apenas em seu mundo! mas sim no mundo dos outros! e
nos si#nificados relacionados aos outros! com os quais ele vai intera#ir. Por isso! sua
ima#inação deve ser receptível o suficiente 0para ter sensi/ilidade em relação aos
eventos que ocorrem na vida dos outros! /uscando se identificar com eles e e>traindo os
eventos relacionados a eles a/sorvendoIos pelo seu prprio sistema di#estivo mental! e
daí acumulando mais e>peri%ncia2. N essencial para sua comunicação 0que ele entenda
e coneça as e>peri%ncias dos outros2. 'endo que a re#ra a não ser esquecida é a de que
al#uém s pode ser comunicar através da e>peri%ncia do outro! 0se torna claro que o
or#anizador deve desenvolver um corpo de conecimento e>traordinariamente e>tenso
so/re as e>peri%ncias umanas2.

as não adianta al#uém fin#ir aquilo que não é. N melor manter sua prpria
identidade. 'endo ns mesmos! podemos nos comunicar com o outro! aumentando o
#rau de empatia. Comportamentos dissimulados tendem a não durar. Podemos até ser
ousados em nossa comunicação (as vezes até li#eiramente ofensivos)! mas isso é muito
mais produtivo do que ficar utilizando 0técnicas profissionais2! aprendidas com #urus
da comunicação! que serão perce/idas como falsas a cada vez que o conecerem
melor. A re#ra aqui é mesmo que al#uém tena que plane"ar suas aç<es no sentido de
or#anizar #rupos! sua personalidade não deve ser fin#ida. Com isso! as pessoas com as
quais a interação ocorre serão tratadas como pessoas de fato! e não macacos de
la/oratrio. &m retorno! elas reconecerão isso e se sentirão #ratificadas.

$o #eral! Alisn delineia al#umas características ideais de um or#anizador! mesmo


sem esquecer do alerta inevitável 0&u duvido que estas qualidades! em altíssimo #rau
de perfeição! al#uma vez tenam ocorrido em con"unto em um omem ou mulerM ainda
assim! os melores or#anizadores devem possuiIlas todas! em um #rau alto! e qualquer
or#anizador precisa ao menos um #rau razoável de cada2.
'ão elas

 Curiosidade

 Krrever%ncia

 Kma#inação

 'enso de umor

5ma visão turva de um mundo melor


 5ma personalidade or#anizada

 5m esquizide politicamente /em inte#rado


 &#o

 5ma mente livre e a/erta! e relatividade política

Talaremos um pouco mais de cada uma delas.

"uriosidade

Para Alins! um or#anizador é 0diri#ido por uma curiosidade compulsiva que não
conece limites2. 'ua vida seria 0uma /usca por um padrão! por similaridades em
semelanças aparentes! uma ordem no caos que nos rodeia! por um sentido para a vida
ao seu redor e seu relacionamento com sua prpria vida J em uma /usca que nunca
termina2. @ questionamento de 0comportamentos e valores atuais é o está#io da
reformação que precede e é tão essencial 4 revolução2VDW. @ questionamento socrático!
que sur#iu para levantar quest<es que a#itavam o modo de pensar padronizado! é um
e>emplo da curiosidade que Alins diz que um or#anizador deve ter.

Irre#er,ncia

A irrever%ncia
outra. camina lado0nada
Para o questionador! a ladoécom a curiosidade.
sa#rado2 5maelenão
VQW. $ão raro! pode
será e>istir
visto comosem a
0desafiador! ofensivo! a#itador! desacreditador2.

Krrever%ncia aqui é mais definida como uma iconoclastia radical. Kdéias são lançadas e
tornamIse vi#entes e aceitas. So"e em dia nossa sociedade está carcomida por causa do
politicamente correto! que esta/eleceu uma série de idéias que não podem ser
questionadas e comportamentos que não podem ser criticados. A postura na qual al#uém
está pronto a desafiar estas vacas sa#radas é o que se define aqui por irrever%ncia. @u
se"a! aus%ncia de rever%ncia ao préIesta/elecido.

Ksso vale tanto para os do#mas dos oponentes! como os do#mas internos. &m outras
palavras! vale tanto para questionar as idéias que o seu oponente acredita (e que voc%
perce/e como falsas! e tem como demonstrar que são falsas)! como tam/ém as táticas
que aqueles que estão do seu lado possuem para rea#ir ao oponente! e que não estão
funcionando.

Imaginação

ais uma outra característica parceira da irrever%ncia e da curiosidade. N através de


uma /oa ima#inação que al#uém 0inflama e alimenta a força que o orienta a or#anizar
para mudança2. Caso a mudança se"a feita para os outros! é preciso se identificar com as
pessoas afetadas por essa mudança e pro"etar os dese"os dessas pessoas no esforço que
será empenado. 9iz Alins 0Ao nos identificarmos com os outros! sofremos com
eles! ficamos com raiva das in"ustiças cometidas com eles e começamos a or#anizar
uma re/elião2V3W.

Além da ima#inação ser 6til para que o or#anizador encontre a motivação necessária! é
vital para as táticas e as aç<es que funcionem. 'endo que cada ação de mudança vai
#erar uma reação! o or#anizador deverá ter em mente quais as possíveis reaç<es que
seus oponentes terão. Luanto mais ele conse#uir se antecipar a estas reaç<es! melor.
Senso de 0umor

Para Alins! o or#anizador deve ter a capacidade de poder rir de si prprio. 'a/endo
que 0as contradiç<es são as placas de sinalização do pro#resso! ele sempre estará alerta
para as contradiç<es2. Além disso! o umor é vital para um tático de sucesso! pois 0a
arma mais potente conecida pela umanidade é a satirização e o ridículo2.

@utro ponto no qual o umor pode ser 6til é na manutenção de sua irrever%ncia. @
or#anizador deve manter uma identidade pessoal 0que não pode ser perdida pela
a/sorção ou aceitação de qualquer tipo de disciplina de #rupo ou or#anização2.

Uma #isão tur#a de um mundo mel0or

Para os mar>istas! a e>pressão 0mundo melor2 si#nifica a utopia de um mundo sem


classes! com a superação de capital. Para os umanistas! um #overno #lo/al com a
fraternidade universal. Para al#uém da direita! um mundo melor teria menos impostos!
mais responsa/ilidade social e maior punição aos criminosos.

Luaisquer conquistas em direção ao 0mundo melor2! em relação ao que está o"eV-W!


devem incluir idéias novas! vindas de outros or#anizadores. @ que pode ser alcançado?
Luais devem ser as metas para as pr>imas aç<es de mudança? &stes pontos devem
estar sempre so/ discussão! "amais se tornarem do#mas.

Uma personalidade organi4ada

Para Alins! um or#anizador deve 0ser /em or#anizado em si prprio de modo que se
sinta confortável em uma situação desor#anizada! sendo racional em um mar de
irracionalidades2. Para direcionar aç<es de mudança! é vital que ele se"a capaz de
0aceitar e tra/alar com irracionalidades2! pois! como ele diz várias vezes! 0com
e>ceç<es raríssimas! as coisas certas são feitas pelas raz<es erradas2. &le nos diz mais

@ or#anizador deve sa/er e aceitar que a razão correta é apenas introduzida como uma
racionalização
sido alcançado moral apserrada
pela razão o fim correto ter sido
J portanto alcançado!
ele deve /uscar mesmo
e usar asque ele possa
raz<es terpara
erradas
alcançar os fins certos. &le deve ser apto! com a/ilidade e cálculo! a usar a
irracionalidade em suas tentativas de evoluir na direção de um mundo racional.

&le tam/ém nos diz que por várias raz<es! 0o or#anizador deve tra/alar so/ várias
quest<es2. Cada pessoa ou #rupo possui uma ierarquia de valores. Gasta olar para as
pessoas do /airro. PodeIse encontrar al#uém que tena como meta enviar seu filo 4
escola! mas um outro que quer viver 4s custas de uma pensão! e daí por diante. Cada um
tem um valores específicos e o/"etivos específicos. 5ma or#anização focada em poucas
quest<es! não tem muito para onde evoluir! mas aquela que atua so/ m6ltiplas quest<es
tem muito o que fazer.

Um es'ui46ide politicamente *em integrado

@ termo esquizide aqui tem a ver com o alerta de Alins para que o or#anizador não
caia na armadila de se tornar um fanático! como aqueles mencionados no livro de &ric
Soffer (0Brue Geliever2). &le nos dá mais detales
Antes que as pessoas possam a#ir! uma questão deve ser polarizada. @s omens irão
a#ir quando estão convencidos que sua causa está *,, por cento do lado dos an"os e que
a oposição está *,, por cento do lado do dem]nio. &le sa/e que não pode aver ação até
que as quest<es este"am polarizadas neste nível.

&le tam/ém lem/ra! mais de uma vez! o e>emplo da 9eclaração da Kndepend%ncia! na


época em que os revolucionários omitiram todas as vanta#ens que as col]nias tinam da
Kn#laterra! e citaram apenas as desvanta#ens.
@ que Alins prop<e é a divisão do or#anizador em duas partes 0uma parte na arena
da ação onde ele polariza a questão para *,, ou nada! e a"uda a liderar suas forças em
direção ao conflito! enquanto a outra parte sa/e que quando a ora das ne#ociaç<es
ce#arem ficará claro que temos apenas uma diferença de *, por cento J e ainda assim
am/as as partes tem que conviver confortavelmente uma com a outra2. Apenas uma
pessoa /em or#anizada pode se dividir e ainda permanecer slido em si prprio. Para
ser um or#anizador! não á escola esta é uma a/ilidade a ser dominada.

-go

Como "á mencionado no capítulo anterior! o e#o do or#anizador deve ser monumental!
em termos de solidez. &#o! que não pode ser confundido com e#olatria! é 0confiança
sem reservas em sua prpria a/ilidade de fazer o que acredita que deve ser feito2. 5m
or#anizador! para Alins! 0deve aceitar! sem medo ou preocupaç<es! que as cances
estão sempre contra ele2. Pensando assim! ele se torna um omem de ação realmente
pronto para a#ir.

Uma mente li#re e a*erta$ e relati#idade pol%tica

&stando todas as características anteriormente citadas presentes! em um certo #rau ou


outro! o or#anizador 0se torna uma personalidade fle>ível! não uma estrutura rí#ida que
se que/ra quando al#o inesperado ocorre2. Por causa de sua prpria identidade! 0ele não
precisa da se#urança de uma ideolo#ia ou panacéia2. ais

&le sa/e que a vida é uma /usca pela incertezaM que o 6nico fato ine>orável da vida é a
incertezaM e ele pode conviver com isso. &le sa/e que todos os valores são relativos! em
um mundo de relatividade política. Por causa dessas qualidades! ele dificilmente se
desinte#ra em cinismo e desilusão! pois ele não é dependente de ilusão.

Por fim! Alins nos lem/ra que o or#anizador 0está constatemente criando o novo a
partir do velo2. Com a noção de que 0todas as idéias sur#em do conflito2! #rande parte
de sua atuação é /aseada em criar.

N quando fica clara a distinção entre um or#anizador e um líder. Para ele! um líder tende
a se motivar pela luta pelo poder! enquanto um or#anizador teria sua meta na criação do
poder para que os outros o usem.
V*W N importante alertar que muito do que Alins falava em termos de or#anizaç<es
tina muito a ver com a época em que ele vivia! pois o"e em dia o cenário para o
desenvolvimento de or#anizaç<es para o poder pode ocorrer não apenas em seminários
e con#ressos 0in loco2 e comunidades de /airro! mas tam/ém por aç<es virtuais a partir
das redes sociais. Por isso! muito do material que ele escreveu deve ser a/straído tanto
para quem resolver atuar com um #rupo sindical! 0mano a mano2! como para al#uém
que resolva criar um #rupo na Knternet para lançar uma ação "udicial via inistério
P6/lico Tederal contra um #rupo oponente.
VW N aqui que temos que fazer tam/ém uma lem/rança aos conservadores de direita.
Com a opressão esquerdista! o"e em dia muitos conservadores de direita possuem
demandas! como! por e>emplo! necessidade de redução de impostos e aumento de
puniç<es aos criminosos (para o conseqZente aumento da se#urança). &stes são apenas
al#uns e>emplos! dentre vários! de conte>tos onde pessoas com filosofia de direita
possuem demandas! e estes #rupos podem ser or#anizados da mesma forma que Alins
or#anizava #rupos de esquerda.

VW $ão se dei>e en#anar. Ksso não si#nifica que as or#anizaç<es sindicais estão 0fora2
do "o#o político! muito pelo contrário! mas sim que seus líderes raramente assumem
posição dianteira no "o#o das or#anizaç<es de massa. 5ma e>ceção 4 re#ra é o caso de
=ula! que foi ao mesmo tempo um líder sindical! como tam/ém al#uém que usou as
re#ras de Alins para ce#ar ao poder reconecido como um a#re#ador de várias
or#anizaç<es de massa.

VDW 5m outro ponto! em relação ao qual não se deve en#anar. 'e temos um #rupo que
não está acostumado a questionar! por e>emplo! a autoridade! e a partir de um a#ente de
mudança e>terno! adquire a confiança neste questionamento! é disto que Alins está
falando. 1evolução neste conte>to! não tem a ver com a utopia! mas com a mudança
radical de um comportamento. Como sempre! vale tanto para uma demanda de esquerda
como de direita. Por e>emplo! a solicitação para a redução da maioridade penal é uma
demanda de direita. 'e or#anizar para e>i#ir essa mudança é uma ação que requer uma
mudança nas formas de se pensar e a#ir que! o/viamente! não estão funcionando.

VQW &ssa é uma das /ases de meus paradi#mas do ceticismo político e do duelo cético!
onde questiono a autoridade moral in"ustificada dos cientificistas. &m suma! 0não
e>istem vacas sa#radas2.

V3W @ ima#inário popular cultivou a idéia de que os esquerdistas são os portadores do


0/em comum2! e portanto seriam os que 0se importam2! enquanto os conservadores de
direita 0não se importam2. A verdade é que am/os 0se importam2! mas por meios
diferentes. A diferença é que os esquerdistas manipularam um discurso mais populista.
Por e>emplo! o Bea Part é um movimento de re/elião movido por or#anizadores que
identificaram que o tra/alador médio norteIamericano estava sofrendo in"ustiças por
um estado opressor! que les co/ra impostos e>cessivos. N um movimento de direita.
&m resumo! esse 0feelin#2! citado por Alins! deve ser até mais a/sorvido por al#uém
de direita do que al#uém de esquerda. So"e! a esquerda é o status quo! e a direita
representa a re/elião.

V-W &! como ficou claro! 0mundo melor2 não é mais e>clusividade da esquerda! a não
ser na questão de uma utopia.
'omunicaç(o
Alins diz que um or#anizador pode até so/reviver no ramo sem nenuma das
qualidades apontadas anteriormente (ver Pt. D J A &ducação de um @r#anizador)! menos
uma a da comunicação. Para ele! não importa o quanto al#uém sa/e a respeito de al#um
assunto! pois! se isso não for comunicado adequadamente 4s partes interessadas!
simplesmente não fará diferença al#uma.
A comunicação com os outros somente ocorre 0quando eles entendem o que voc% está
tentando transmitir a eles2. Caso esse 0lin2 não ocorra! simplesmente voc% não está
comunicando nada. Alins não se cansa de afirmar que 0as pessoas apenas entendem
as coisas nos termos de sua e>peri%ncia! o que si#nifica que voc% precisa entender a
e>peri%ncia de sua audi%ncia2. Caso al#uém não prestar atenção em relação ao que os
outros tem a dizer a voc%! 0é melor esquecer2 qualquer tentativa de levar suas idéias
aos outros.

5ma frmula que ele utiliza para sa/er se a comunicação ocorreu é ver que os olos do
outro /rilam e ele responde 0&u sei e>atamente o que voc% quer dizer. Aconteceu al#o
comi#o que tem tudo a ver com o que voc% disse:2. Luando isso ocorre! Alins diz 0A
partir daí! eu sei que ocorreu a comunicação2.

A comunicação efetiva (em termos de conse#uir falar as coisas nos termos da


e>peri%ncia do outro! isto é! de forma que o outro conse#uirá entender o que voc% diz)
era uma #rande defici%ncia dos professores! e! a cada dia! isso tem melorado. Luando
escreveu seu livro! em *+-*! Alins sentenciava que e>istem 0apenas al#uns poucos
professores de verdade na profissão2! sendo que um professor de fato deveria ser capaz
de usar a arte da comunicação.

esmo que um or#anizador não se"a capaz de a/sorver toda a e>peri%ncia de sua
audi%ncia! ele deve ter ao menos uma /reve familiaridade com ela. Além da
comunicação! 0isso aumenta a identificação pessoal do or#anizador com os outros! e
facilita qualquer posterior comunicação a partir daí2.
&m outros casos! onde voc% tenta comunicar al#o! e 0não pode encontrar o ponto de
e>peri%ncia da outra parte! através do qual ele pode rece/er e entender sua mensa#em!
então voc% deve criar a e>peri%ncia para ele2. Alins conta um caso no qual ele
conse#uiu confundir uma #arçonete (na frente de seus alunos)! que era acostumada a
entender os pedidos em termos numéricos! mesmo que os ouvisse pela forma te>tual J
assim! mesmo que o cliente falasse /acon com ovos! ela entendia! em sua mente! como
0n6mero *2! e daí por diante. Alins pediu um omelete com fí#ado de fran#o! mas
tam/ém que o omelete não fosse misturado com o fí#ado de fran#o (isto é! o omelete de
um lado! e o fí#ado do outro). A #arçonete trou>e um prato de omelete puro! e outro
prato de fí#ado de fran#o! quer dizer! dois pedidos ao invés de um. &le usou esse
e>emplo para e>plicar aos alunos como um mero pedido /ásico foi mal compreendido
por ter fu#ido da e>peri%ncia da #arçonete. &le reafirma que! em qualquer or#anização
de massa! não se pode ir além da e>peri%ncia das pessoas.

$a comunicação com foco em persuasão! como em ne#ociatas! 0á al#o além de entrar
na área da e>peri%ncia do outro! pois falamos em fazer uma correção nos valores e
o/"etivos do outro2! sempre com um o/"etivo em mente. Por isso! a comunicação não
deve ser focada apenas em fatos racionais ou na ética de uma questão. Para e>emplificar
seuponto! Alins cita a ne#ociação entre oisés e 9eus em b>odo -I*D

&ntão disse o '&$S@1 a oisés 07ai! desceM porque o teu povo! que fizeste su/ir do
&#ito! se tem corrompido! e depressa se tem desviado do camino que eu le tina
ordenadoM eles fizeram para si um /ezerro de fundição! e perante ele se inclinaram! e
ofereceramIle sacrifícios! e disseram &ste é o teu deus!  Ksrael! que te tirou da terra
do &#ito.2 9isse mais o '&$S@1 a oisés 0Beno visto a este povo! e eis que é povo
de dura cerviz. A#ora! pois! dei>aIme! para que o meu furor se acenda contra ele! e o
consumaM e eu farei de ti uma #rande nação.2 oisés! porém! suplicou ao '&$S@1 seu
9eus e disse 0@ '&$S@1! por que se acende o teu furor contra o teu povo! que tiraste
da terra do &#ito com #rande força e com forte mão? Por que ão de falar os e#ípcios!
dizendo Para mal os tirou! para matáIlos nos montes! e para destruíIlos da face da terra?
BornaIte do furor da tua ira! e arrependeIte deste mal contra o teu povo. =em/raIte de
A/raão! de Ksaque! e de Ksrael! os teus servos! aos quais por ti mesmo tens "urado! e les
disseste ultiplicarei a vossa descend%ncia como as estrelas dos céus! e darei 4 vossa
descend%ncia toda esta terra! de que teno falado! para que a possuam por erança
eternamente.2 &ntão o '&$S@1 arrependeuIse do mal que dissera que avia de fazer
ao seu povo.

$este e>emplo! oisés teria entendido a onipot%ncia de 9eus e! ao invés de rene#áIla! a


endossou! clamando por uma avaliação menos dura por parte de 9eus.

5m outro ponto importante na comunicação efetiva é dei>ar que as pessoas tomem suas
prprias decis<es! mesmo que sendo direcionadas por um questionamento socrático.
'e#undo Alins! 0nenum or#anizador pode dizer o que uma comunidade deve fazer2.
0esmo que na maior parte do tempo ele tena uma idéia clara do que eles deveriam
fazer! ele deve atuar apenas su#erindo! mano/rando e persuadindo a comunidade em
direção 4quela ação2! afirma. Ao invés de dizer o que a comunidade deve fazer! o
or#anizador deve utilizar quest<es direcionadas. A/ai>o está um e>emplo tirado do
livro! no qual ele demonstra como a#ia

 Organizador) @ que voc% aca que devemos fazer?

 *+der 'omunit,rio -) &u aco que deveríamos fazer a tática U.

 Organizador) @ que voc% aca! =íder ?

 *+der .) 'im! parece uma tática muito /oa para mim.

 Organizador) & voc%! =íder ! o que aca?

 *+der /) Gem! eu não sei. Parece uma tática /oa! mas al#o me preocupa. @ que

voc% aca! @r#anizador?


 Organizador) @ que é mais importante é o que voc%s acam. @ que é que te
preocupa?
 *+der /) &u não sei! é al#o estrano`

 Organizador) &u teno um palpite! e não uma certeza! mas eu me lem/ro que
ontem voc% e o =íder * estavam conversando e me e>plicando que al#uém "á
tentou al#o como a tática U e isso o dei>ou des#uarnecido! e! nesse ponto não
funcionou /em! ou al#o do tipo. 7oc% se lem/ra disso! =íder *?

 *+der - (que estava ouvindo e a#ora sa/e que a tática U não deve funcionar) N
verdade! tem razão. &u me lem/ro. 'im! ns sa/emos que a tática U não vai
funcionar.

 Organizador) 'im. $s tam/ém sa/emos que a não ser que a/andonemos tudo
o que não vai funcionar! não atin#iremos a meta. Certo?

 *+der - (efusivamente) &>atamente:

Alins diz que o questionamento sempre deve ser feito dessa forma! com cada fala
encontrada na tática proposta sendo testada por quest<es. 9aí! 0eventualmente al#uém
su#ere a tática ! e! novamente! através de quest<es direcionadas! suas características
positivas
#rupo (deemer#em
acordo come a odecisão
métodoé acima)!
feita porse"a
ela2.aquela
'upona
que que a tática ! "á
o or#anizador escolida pelo
queria de
forma antecipada! Alins avalia 0Ksto é manipulação? Certamente! assim como
qualquer professor que se preze manipula! ou até mesmo 'crates2. N claro que o
or#anizador sa/e a tática adequada! mas é melor que os outros as descu/ram por si
prprios. Caso ele lançasse ordens e 0e>plicando2 detaladamente como os outros
deveriam a#ir! automaticamente sur#iria um 0ressentimento su/consciente! uma
sensação de que o or#anizador os está re/ai>ando! sem respeitar a di#nidade deles como
indivíduos2. ais

@ or#anizador sa/e que é uma característica umana al#uém pedir por a"uda e rea#ir
não apenas com #ratidão! mas com uma ostilidade su/consciente em direção aquele
que o a"udou. N um tipo de 0pecado ori#inal2 psíquico! pois ele sente que aquele que o
a"udou está sempre alerta de que se não fosse por sua a"uda! ele ainda seria um zero 4
esquerda. Budo isso envolve uma atuação talentosa e sensível por parte do or#anizador.
$o início! o or#anizador é o #eneral! pois ele sa/e onde! o que e como! mas nunca usa
as quatro estrelas! nunca é mencionado como o direcionador e nem sequer a#e como um
#eneral J ele é um or#anizador.

&m al#uns momentos! o futuro poderá mostrar que a tática  não é a mais adequada! e o
e#o forte do or#anizador deve 0ser forte o suficiente para permitir que al#um outro
tena a resposta correta2.

5m dos fatores mutáveis e que modificam todo o aspecto da comunicação é o


relacionamento. Sá áreas sensíveis que não podem ser tocadas até que 0sur"a um
relacionamento
outro nem sequerpessoal forte /aseado
le ouvirá! 0mesmo em
queenvolvimento
suas palavras comum2.
este"am deCaso contrário!
acordo com a o
e>peri%ncia dele2. Por outro lado! caso voc% tena um /om relacionamento! seu
interlocutor é automaticamente receptivo! e suas 0mensa#ens2 são perce/idas em um
conte>to positivo! mesmo que na verdade não se"am.
&m um e>emplo de fala de comunicação típica dos militantes universitários! ele cita
momentos quando eles ce#am para os po/res e dizem 0@uça o que vou dizer mesmo
que voc% tena um /om tra/alo e uma casa confortável! uma B7 colorida! dois carros e
dineiro no /anco! isso ainda não le trará felicidade2. A resposta! sem e>ceção! é al#o
do tipo 0'im! dei>eIme "ul#ar isso J &u te falo quando eu conse#uir tudo isso2. N o fim
da comunicação! conforme ele avalia

Comunicação em uma /ase #eral! sem ser fraturada nas e>peri%ncias específicas dos
ouvintes! se torna retrica e carre#a muito pouco si#nificado. N a diferença entre ser
informado da morte de um Q,.,,, pessoas J o que se torna uma estatística J ou a
morte de um ou dois ami#os pr>imos ou queridos da família de al#uém. $o 6ltimo
caso! temos o impacto emocional completo da finalidade de uma tra#édia.

uito provavelmente! isso e>plique por que a esquerda dificilmente é afetada pelo fato
de que sua ideolo#ia causou ,, mil<es de mortos no século UU. A maioria entenderá
isso apenas como um con"unto de estatísticas e nada mais! sem impacto emocional.
&ntre os cidadãos comuns! muitos nem sequer sa/em quantos mil<es comp<em um
/ilão. $6meros #randes! mais pr>imos da análise estatística! fo#em da e>peri%ncia do
cidadão comum. Por isso! 0é essencial que as quest<es se"am simples o suficiente para
serem tratadas como foco de aç<es de #rupo! transformadas em #ritos de #uerra2.
Alins conclui 0&las não podem ser quest<es #erais como pecado ou imoralidade ou a
/oa vida ou até mesmo a moral. &las devem ser vistas como esta imoralidade deste
senorio de favela neste cortiço onde estas pessoas sofrem2.

&m resumo! para Alins! a comunicação ocorre de forma concreta! a partir da


e>peri%ncia do alvo da comunicação. As teorias #enéricas somente adquirem sentido
quando capazes de serem a/sorvidas e compreendidas em suas partes específicas (e que
se relacionem com a e>peri%ncia do ouvinte)! e somente aí relacionadas de volta em
direção a um conceito #eral. 'e isso não for feito! as especificidades se tornam 0nada
mais que uma série de anedotas interessantes2. Conclui Alins 0&ste é o mundo como
ele é no que tan#e 4 comunicação2.

0o começo
9epois da Pt. Q J Comunicação! Alins a#ora trata de um momento crítico para o
or#anizador o de quando ele ce#a a uma comunidade. N quando ele é o/servado com
desconfiança pelos mem/ros que lá estão. N indispensável! para ser aceito!
0primeiramente! convencer as pessoasIcave de que se está do lado deles! e! se#undo!
que ele tem idéias e sa/e como lutar para mudar as coisas2. &nfim! ele deve convencer
os outros de que pode fazer a diferença.

$ão s é preciso convenc%Ilos de sua compet%ncia! talento e cora#em! mas tam/ém


faz%Ilos 0ter fé2 nessas a/ilidades suas. Gasicamente! eles precisam sentir uma
0#arantia de vitria2 com sua presença. Bam/ém necessitam 0ter fé em sua cora#em de
lutar contra um status quo opressivo2.
5ma das formas disso ocorrer é ser qualificado pelo oponente como um 0inimi#o
peri#oso2. Ksso é o suficiente para que a comunidade que necessita de sua a"uda "á o
perce/a positivamente! pois! se os inimi#os dessa comunidade o definiram como um
0inimi#o2! isso si#nifica que a comunidade deve perce/%Ilo como um ami#o. (N o
famoso lema do 0@ inimi#o do meu inimi#o é meu ami#o2)

Luando aliados do anti#o sindicalista =ula o apresentavam como um 0a#itador2 ou


0inimi#o2! isso permitia que ele pudesse ser apresentado aos sindicalistas como 0ami#o2
deles. Assim como quando a esquerda define @lavo de Carvalo como um 0inimi#o2!
isso facilita sua ader%ncia aos conservadores de direita. &nfim! ser definido pelo inimi#o
do #rupo que voc% quer defender como um 0inimi#o2 aumenta as cances de voc% ser
definido como um ami#o deste #rupo.

@ ponto de partida de um or#anizador é esta/elecer suas credenciais! e sua qualificação


como 0inimi#o2 pelos inimi#os daqueles que voc% se disp<e a defender é o primeiro
passo. 9epois disso! outras credenciais são necessárias! como ser convidado para setores
importantes dessa comunidade! incluindo or#anizaç<es de /airro! i#re"as! #rupos locais!
etc.

7amos avaliar outra possi/ilidade e se o or#anizador não tiver uma reputação préI
esta/elecida? $este caso! ele deve 0inseminar um convite para si prprio! para a#itar!
introduzir idéias! em/utir esperança nas pessoas e faz%Ilas dese"ar a mudança!
identificandoIo como a pessoa mais qualificada para a"udáIlas nesse o/"etivo2.

7e"am um e>emplo tirado da ação de Alins! utilizando o método socrático

 @r#anizador 7oc% vive naquele pardieiro?

 Cidadão 'im. @ que tem?

 @r#anizador Por que dia/os voc% vive lá?

 Cidadão @ que voc% quer dizer com 0por que eu vivo lá2? @nde mais eu vou
morar? &u vivo de a"uda do estado.


@r#anizador A! si#nifica que voc% pa#a alu#uel por aquele lu#ar?
 Cidadão @ que é isso? N uma piada? uito en#raçado: 7oc% sa/e onde
podemos morar de #raça?

 @r#anizador Smm. Aquele lu#ar parece que tem vários insetos e ratos
raste"ando por lá.

 Cidadão Com certeza tem.

 @r#anizador 7oc% "á tentou conversar com o proprietário a respeito disso?


Cidadão Bente falar com ele a respeito de qualquer reclamação: 0'e voc% não
#osta! saia2. N tudo o que ele tem a dizer. Sá muitas pessoas procurando lu#ar
para morar.

 @r#anizador & se voc% não pa#asse o alu#uel?


 Cidadão &les nos "o#ariam fora em *, minutos.

 @r#anizador Smm. & se nin#uém no edifício pa#asse o alu#uel?

 Cidadão &les iam "o#ar` &i! é verdade! eles iam se dar mal se "o#assem todos
para fora! não aca?


@r#anizador N! eu aposto que iriam ter pro/lemas.

 Cidadão &i! foi interessante o que voc% disse J eu #ostaria que voc% conecesse
al#uns de meus ami#os. Lue tal uma /e/ida?

Proposta pol+tica depois do poder

5m dos maiores pro/lemas no início dos tra/alos de uma or#anização é que 0as
pessoas "amais sa/em o que querem2. N como 0uma esquizofrenia de uma sociedade
livre na qual ns e>teriormente a/raçamos a fé nas pessoas! mas internamente temos
fortes d6vidas em relação a confiar nelas2. &stas reservas 0podem destruir a efetividade
até mesmo do or#anizador mais talentoso e criativo2. Alins conta mais detales de
como isso
maioria porfunciona em #rupos de /ai>a renda! como em um #ueto a/itado em sua
afroIamericanos

&m um #ueto de ne#ros se voc% per#unta 0@ que está ocorrendo de errado?2! ouve
0Gem! as escolas são se#re#adas2. 0@ que voc% aca que deve ser feito para termos
melores escolas?2 0Gem! elas devem ser dese#re#adas2. 0Como?2 0Gem! voc% sa/e2.
& se voc% disser que não sa/e! a partir daí a possível falta de conecimento ou
ina/ilidade daquele com quem voc% está conversando pode se transformar em uma
reação ostil e defensiva 07oc%s! /rancos! foram responsáveis pela se#re#ação no
início. $s não fizemos isso. &ntão é seu pro/lema! não nosso. 7oc% começou com o
pro/lema! resolvaIo2. 'e voc% tenta aprofundar mais no ponto questionando 0@ que
mais á de errado com as escolas atualmente?2 0@s prédios são velos! os professores
são ruins. $s temos que mudar2. 0Gem! que tipo de mudança2 0Gem! todos sa/em o
que precisa ser mudado2. &ste é normalmente o fim de lina para a conversa. 'e voc%
pressionar um pouco mais! novamente o/terá uma resposta ostil e defensiva ou até o
a/andono da reunião por parte deles! pois eles lem/rarão de imediato que á al#o mais a
fazer em qualquer outro lu#ar.

A l#ica é clara se as pessoas não confiam que voc% é um a#ente de mudança! então
eles não tem motivos para pensar em sua a"uda. 05ma vez que as pessoas estão
or#anizadas de forma que elas tenam o poder para fazer mudanças! então! quando
confrontadas com quest<es so/re mudança! elas começam a pensar e questionar a
respeito de como fazer as mudanças2. A partir daí é que as soluç<es construtivas
começam a aparecer! mas para isso é preciso 0desco/rir que acreditar nas pessoas não
passa de um mito romHntico2. 0as aqui voc% desco/re que o primeiro requisito para a
comunicação
conecimento.e Na educação é que
a criação do as pessoasoutenam
instrumento uma razão para
das circunstHncias o/ter oque fornecem
de poder
a razão e aí tornam o conecimento essencial2.

$ão se pode esquecer que 0a resolução de um pro/lema particular irá trazer outro
pro/lema2. $ormalmente o or#anizador sa/e disso (e se não sou/er é um pro/lema para
ele)! mas não vai sequer mencionáIlo! pois 0se o fizesse! iria trazer um senso de
futilidade vindo dos demais2. @ fato é que as vitrias ocorridas o"e mudarão situaç<es!
que mudarão os dese"os e as motivaç<es. ais ou menos como 0Antes estávamos
lutando por am/6r#uer! e a#ora queremos filé mi#non. & por que não?2

'a/er lidar com tudo isso! com os dese"os mutantes e elementos voláteis! é um dos
talentos do or#anizador! e ainda assim ele deve 0a#ir dentro da e>peri%ncia das pessoas
com as quais ele está atuando! e a#ir em termos das resoluç<es e quest<es específicas2.
K#norar este aspecto levariaIo a criar um #rupo que não vai a lu#ar al#um.

$os primeiros dias! o or#anizador toma a dianteira em qualquer situação de risco!


especialmente aquelas que podem #erar al#um tipo de retaliação. $este caso! o
or#anizador serve como um escudo protetor 0se al#o dá errado ele assume a culpa! ele
tem a responsa/ilidade. 'e ele o/tém sucesso! todos os créditos vão para as pessoas da
comunidade2. 0$o futuro! assim que o poder aumenta! os riscos diminuem! e
#radualmente as pessoas tomam a frente para assumir os riscos. Ksto é parte do processo
de crescimento! tanto para os líderes da comunidade como para a or#anização2.

$unca se deve esquecer que é 0praticamente impossível para as pessoas entenderem por
completo J muito menos aderir a J uma idéia completamente nova2. Como discutido
anteriormente! o medo da mudança é um de nossos maiores medos! 0e uma nova idéia
deve ser pelo menos revestida na lin#ua#em de idéias passadasM #eralmente! ela deve
ser! primeiramente! diluída com vestí#ios do passado2.

Racionalizaç(o

$o início! uma lacuna que sur#e nas or#anizaç<es é a aus%ncia de racionalizaç<es! mas!
se#undo Alins! todos 0tem uma racionalização para o que faz ou dei>a de fazer2.
0$ão importa o que for! cada ação carre#a sua racionalização2.

Ao atuar como or#anizador! é preciso estar ciente da enorme importHncia do papel que
reside nas racionalizaç<es em lar#a escala! o que não é diferente da racionalização em
escala individual.
em relação 0&m lar#a
aos motivos pelosescala! os residentes
quais eles e líderesfazer
não conse#uiram da comunidade se "ustificam
nada até a ce#ada do
or#anizador2. Ksso os leva a! inconscientemente! sentiremIse incapazes e diminuídos!
com menos inteli#%ncia até. A maioria das pessoas a#e assim! não para se "ustificarem
ao or#anizador! mas 0para "ustificaremIse a si prprias2.

$o mundo da psicanálise! isso seria camado de racionalizaç<es! ou mesmo defesas. $o


mundo da terapia! 0o paciente tem uma série de defesas! que devem ser demolidas para
ce#armos ao pro/lema J com o qual o paciente deve se confrontar2. Guscar por
racionalizaç<es! para Alins! é 0como /uscar o arcoIíris2. &las apenas devem ser
reconecidas como tal! de forma que o or#anizador 0não fique preso em pro/lemas de
comunicação! ou no tratamento das racionalizaç<es como situaç<es de fato2.

Alins nos fala de um diálo#o com um líder indí#ena


 =íder índio Gem! ns não podemos nos or#anizar.

 Alins Por que não?


 =íder índio Por que essa é uma maneira que os /rancos encontraram para lidar
com as coisas.

 AlinsV*W &u não entendo.

 =íder índio 7e"a /em. 'e ns nos or#anizarmos! isso si#nifica que vamos lutar
da maneira que voc%s nos dizem para fazer! e isso si#nifica que ns seríamos
corrompidos pela cultura do omem /ranco! e perderíamos nossos valores.
 Alins Luais são esses valores que voc% perderia?

 =íder índio Gem! e>istem vários valores.

 Alins Como o qu%?

 =íder índio Gem! e>ista a pesca criativa.

 Alins @ que si#nifica a pesca criativa?


=íder índio Pesca criativa.
 Alins 7oc% "á falou isso. as o que é a pesca criativa?

 =íder índio Gem! ve"a s! quando voc%s! /rancos! vão pescar! voc%s apenas
saem e pescam! certo?

 Alins Gem! eu aco que sim.

 =ider índio Pois /em! quando ns saímos para pescar! ns pescamos de forma
criativa.


Alins Gem! é a terceira vez que voc% me fala disso. as o que é a pesca
criativa?

 =íder índio Gem! para começar! quando ns vamos pescar! ns nos
desconectamos de tudo. $os em/renamos na floresta.

 Alins Gem! ns! /rancos! não vamos pescar e>atamente na Bimes 'quare!
voc% sa/e disso.

 =íder índio 'im! mas conosco é diferente. Luando ns vamos pescar! ns
caímos na á#ua e voc% pode ouvir as ondas no casco da canoa! e os pássaros nas
árvores e as folas caindo! e J voc% entende o que quero dizer?

 Alins $ão! eu não entendo. as a propsito! eu aco que tudo isso é uma
#rande /o/a#em. 7oc% acredita nisso de fato?
Aps esse diálo#o! sur#iu um sil%ncio causado por coque. as Alins avia
plane"ado ser profano com um o/"etivo. A partir daí! o assunto mudou para 0/emIestar
criativo2! no qual Alins ar#umentava que 0desde que os /rancos rou/aram as terras
dos índios! todos os pa#amentos de /emIestar social para os índios não seriam caridade!
mas sim prestaç<es pelo uso da terra2. Aps al#uns minutos! sur#iram outras
0racionalizaç<es2! todas elas 0criativas2! e não demorou para ce#arem 4 causa da
or#anização.

'o/re esta istria! Alins nos conta so/re um documentário feito pela $ational Tilm
Goard of Canada! no qual um líder índio disse 0Luando o 'r. Alins nos disse que
estávamos somente falando /o/a#em! foi a primeira vez que um omem /ranco
realmente nos tratou como i#uais J voc% Vapontando para um líder comunitário /ranco
localW "amais diria isso para a #ente. 7oc% normalmente diria 8Gem! estou vendo seu
ponto de vista! mas estou um pouco confuso;! e coisas do tipo. &m outras palavras! voc%
nos tratava feito crianças2.

Conclui Alins! so/re este caso 0Aprenda a encontrar as racionalizaç<es! trateIas


como racionalizaç<es! e rompa com elas. $ão cometa o erro de ficar aprisionado em
conflito com eles! como se estas fossem as quest<es ou pro/lemas com os quais voc%
está tentando envolver as pessoas locais2.

O processo de poder

A partir do momento em que um or#anizador adentra uma comunidade! ele 0vive!


sona! come! respira e dorme apenas uma coisa a construção de uma /ase de poder de
massa do que ele definirá como e>ército2. &ssa é a sua prioridade zero. Até que ele
tena instrumentos e meios de poder! sua 0táticas2 são muito diferentes das táticas de
poder. Luanto mais participantes na or#anização! melor. @ foco é no aumento de força
da or#anização. Afirma ele 0udança vem do poder! e poder vem da or#anização. Para
a#ir! as pessoas precisam se "untar2.

0Poder é a razão de ser de uma or#anização. Luando as pessoas entram em acordo so/
certas
camam idéias
issoreli#iosas e querem
de uma i#re"a. o poder
Luando para propa#ar
as pessoas entram sua fé! elesem
em acordo se or#anizam e
certas idéias
políticas e querem o poder para colocáIlas em prática! eles se or#anizam e camam isso
de um partido2. $unca se deve esquecer! portanto! que 0poder e or#anização estão
"untos2.

@ maior tra/alo do or#anizador é dar 4s pessoas a sensação de que podem a#ir! e! se


todos na or#anização aceitarem a noção de que or#anização si#nifica poder! eles
precisam e>perimentar essa idéia em ação. @ or#anizador deve #erar confiança da
comunidade no ideal da or#anização! e nos prprios participantes 0a idéia é vencer
vitrias limitadas! cada uma das quais construindo confiança e o sentimento de 8se ns
pudemos fazer tanto com o que temos a#ora! ima#ine o que seremos capazes de fazer
quando ns nos tornarmos #randes e fortes2. 0N quase como ser o coac de um pu#ilista
em direção ao título J é preciso ser cuidadoso! selecionando com cuidado seus
oponentes! sa/endo muito /em que certas derrotas seriam desmoralizantes! a ponto de
aca/ar com sua carreira2. &m al#uns casos! 0á tamano ponto de desolação entre as
pessoas2! que o or#anizador deve entrar no rin#ue.
@ or#anizador 0simultaneamente carre#a muitas funç<es! "á que ele analisa! ataca! e
que/ra o padrão de poder predominante2. Aliás! para ele! 0comunidade é o mesmo que
or#anização2. esmo que as pessoas da comunidade este"am apáticas! esta seria a
forma deles se or#anizarem. Para que/rar o padrão atual! Alins diz que 0o primeiro
passo na or#anização de uma comunidade é a desor#anização dela2. Por isso! 0toda
mudança si#nifica a desor#anização do anti#o e a or#anização para o novo2.

Ksso leva o or#anizador de imediato em direção ao conflito. uitas vezes! pessoas da


prpria comunidade terão ressentimentos! e isso é normal! pois em sua trila ele fará
muitos questionamentos inc]modos! na /usca de controvérsias e quest<es. Ao invés de
evitar! o or#anizador deverá a/raçar o conflito. $ão e>istem 0quest<es nãoI
controversas2! pois! se á uma questão (em Hm/itos p6/licos)! ela é controversa por si
s. 'enão! não seria uma questão. 0@ or#anizador deve criar um mecanismo para drenar
a culpa su/"acente por eles terem aceito a situação anterior por tanto tempo. A partir
deste mecanismo! sur#e uma nova or#anização2.

A idéia é sacudir as pessoas! faz%Ilas a#ir. &m resumo! 0desenvolver e armar o poder
necessário para entrar em conflito efetivamente com os padr<es predominantes e mudáI
los2. Por isso! muitos irão descrever um or#anizador como um 0a#itador2! pois está é
sua função 0a#itar até o ponto de conflito2. uitos estão conformados com o padrão
atual! 0mas isso por causa da falta de oportunidade para ação efetiva2. Ao lem/rar das
or#anizaç<es sindicais! Alins fala que #rande parte do tempo dispendido é focado em
o/ter o poder para então ir 4s mesas de ne#ociaç<es. &le resume 0$in#uém pode
ne#ociar sem o poder para forçar a ne#ociação2.

&m resumo! esta é a função do or#anizador de comunidades. 0Lualquer outra coisa! é


Fisful tinin#. Guscar operar com esperança na /oaIvontade ao invés de um foco no
poder si#nificaria alcançar al#o que o mundo ainda não e>perimentou2.

$o começo o or#anizador deve fazer aflorar as quest<es e os pro/lemas! sa/endo lidar


com as racionalizaç<es que envolvem as pessoas que vivem no paradi#ma atual. &m
se#uida! as situaç<es de dificuldades atuais devem ser convertidas em um 0pro/lema2!
ou se"a! al#o
Luando? Poraquais
ser solucionado. 9epois do pro/lema!
meios? 0A or#anização ce#amos
é construída 4s quest<es
das quest<es! Como?
e as quest<es
nascem a partir da or#anização2.

As or#anizaç<es devem ser focadas em muitas quest<es! pois a ação é necessária para as
or#anizaç<es assim como o o>i#%nio é necessário para os animais. 0Cada pessoa tem
uma ierarquia de dese"os ou valoresM ele pode ser simpático a sua questão em particular
mas não preocupado o suficiente a respeito daquela outra em particular! a ponto de lutar
por ela. uitas quest<es si#nificam muitos mem/ros2. Por isso! elas são mais
comple>as que os tradicionais sindicatos.

@utro ponto a não ser esquecido é que na sociedade mvel e ur/anizada! a palavra
0comunidade2 si#nifica comunidade de interesses! 0não comunidade física2. Luando
Alins escreveu isso nem e>istiam soslaios do que a Knternet se tornou o"e. So"e uma
pessoa morando em anaus e outra em 'ão Paulo podem fazer parte da mesma
comunidade.
Tundamental para um a#ente de mudança é sa/er que 0se voc% respeita a di#nidade do
indivíduo com o qual voc% está atuando! então os dese"os dele! não os seus! os valores
dele! não os seus! as escolas de liderança dele! não as suas! os pro#ramas dele! não os
seus! são importantes e devem ser se#uidosM e>ceto se os pro#ramas dele violam os mais
altos valores de uma sociedade livre e a/erta2. Alins diz que a estrela norte é sempre
a 0di#nidade do indivíduo2. 0@/viamente! qualquer pro#rama que op<e pessoas por
causa de raça! reli#ião! credo! ou status econ]mico! é a antítese da di#nidade
fundamental do indivíduo2.

V*W Oarantindo que decidiu dei>ar essa passar /atido! mesmo que o/viamente fosse uma
afirmação falsa! "á que a umanidade desde os tempos imemoriais sempre se or#anizou!
independente de raça ou cor! sempre que quiseram mudar al#o

1,ticas
9e todos os capítulos do livro de Alins! este é o que ficou mais conecido! pois são
suas táticas para a #uerra política. Báticas! para ele! não são nada mais que os meios que
temos para fazer o que precisamos fazer com aquilo que temos em mãos.

Aqui estão as * re#ras para as táticas de poder

*. Poder não é apenas o que voc% tem! mas o que o inimi#o pensa que voc% tem.

. $unca vá além da e>peri%ncia de sua comunidade.

. 'empre que possível! fu"a da e>peri%ncia do seu inimi#o.

D. Taça o inimi#o sucum/ir pelo seu prprio livro de re#ras.

Q. @ ridículo é a arma mais poderosa do ser umano.


3. 5ma /oa tática é uma que a sua comunidade aprecia.

-. 5ma tática que se arrasta por muito tempo se torna um o/stáculo.

X. antena a pressão! com diferentes táticas e aç<es! e utilize todos os eventos do


período para o seu propsito.

+. A ameaça #eralmente é mais aterrorizante que a coisa em si.

*,. A maior premissa para táticas é o desenvolvimento de operaç<es que irão manter
uma pressão constante na oposição.

**. 'e voc% produzir um efeito e>cessivamente ne#ativo e profundo no oponente


isso poderá se voltar contra voc%.

*. @ preço de um ataque /em sucedido é uma alternativa construtiva.


*. &scola o alvo! con#eleIo! personalizeIo e polarizeIo.

Começando pela re#ra *! Alins cita Eesus Cristo em =ucas ** 0Luem não é
comi#o é contra mimM e quem comi#o não a"unta! espala.2 As pessoas s conse#uem
atuar efetivamente! e com motivação adequada! se acreditarem que estão do lado dos
an"os e seus inimi#os estão do lado dos dem]nios! senão não á motivação para a ação.

uitas vezes é difícil personalizar seus inimi#os! mas uma o/servação dos eventos
políticos atuais nos mostra que a identificação de uma classe ou or#anização com um
indivíduo so/ ataque é muito mais eficiente do que se não atri/uíssemos
responsa/ilidades para o lado inimi#o. 'em isso! não averá identificação e nem pressão
centralizada suficiente. &! normalmente! outros tendem a sur#ir em apoio aquele que
está sendo atacado. Alins cita o istrico do líder sindical Eon =. =eFis! do #rupo
radical C.K.@.! nos anos ,! que nunca atacou a Oeneral otors! mas seu presidente
Alfred 'loan! nem a 1epu/lic 'tell! mas seu presidente Bom Oirdler. Alins cita que
não foi atacar o sistema escolar! mas sim seu superintendente Gen"amin \illis. A razão
para isso é /via 0$ão é possível desenvolver uma ostilidade suficiente contra!
di#amos! a Prefeitura! pois esta é uma estrutura concreta! física e inanimada2.

$o ataque ao superintendenteV*W! muitos moderados afirmavam que o ele não era uma
pessoa má! e que ia 4 K#re"a toda semana! sendo um /om pai de família! além de
contri/uir com caridade. Alins decreta 07oc% pode ima#inar em uma arena de
conflito acusar um oponente de ser um /astardo racista e depois diluir o impacto do
ataque com afirmaç<es elo#iosas como 8&le é um /om omem! #eneroso e /om
marido?;. Ksto seria uma idiotice política2.

&m relação 4 re#ra Q (0@ ridículo é a arma mais poderosa do ser umano2)! as
possi/ilidades novamente são ilimitadas. Para Alins! 07oc% pode ameaçar o inimi#o e
se dar /em. 7oc% pode insultáIlo e incomodáIlo. as uma coisa que é imperdoável e
que certamente o fará rea#ir é rir dele. Ksso causa uma raiva irracional2. A reação do
inimi#o! pelo seu e>cesso de raiva! tende a faz%Ilo se atrapalar mais e mais.

Alins tam/ém diz quee! suas


manual passoIaIpasso! re#rasdisso!
ao invés so/recomo
táticas
umanãosérie
devem ser se#uidas
de linas mestrascomo um
que devem
ser conte>tualizadas! e relem/radas! e sempre com/inadas quando a situação for 6til. A
criatividade é essencial. Aps a avaliação do cenário e do que é possível fazer! muitas
coisas podem ser pensadas em relação 4s táticas 05tilize o poder da lei! o/ri#ando o
esta/lisment a se#uir suas prprias re#ras (re#ra D). 'aia da e>peri%ncia do inimi#o
(re#ra )! e sempre fique dentro da e>peri%ncia de sua comunidade (re#ra ). 9% %nfase
nas táticas que sua comunidade aprecia (re#ra 3). A ameaça #eralmente é mais
apavorante do que a tática em si (re#ra +). 5ma vez que todas estas re#ras e princípios
pululem em sua ima#inação! elas começam a se transformar em uma síntese2.

&le conta! por e>emplo! que su#eriu que *,, assentos fossem comprados para o p6/lico
ne#ro em uma apresentação da orquestra sinf]nica de 1ocester. @ evento seria
selecionado em uma data na qual a m6sica fosse suave. @s *,, ne#ros que rece/eriam
os convites participariam antes de um "antar!  oras antes do concerto! onde comeriam
nada além de fei"ão cozido! em #rande quantidade. Com isso! iriam para o concerto!
com conseqZ%ncias /vias.
&sse cenário ipotético (pois ficou apenas na su#estão 4 comunidade) pode ilustrar
al#umas táticas. @ momento em que vários começassem a peidar fu#iria completamente
da e>peri%ncia do status quo! que normalmente esperaria manifestaç<es de rua e
confrontos com a polícia. &m se#uida! iria ridicularizar a lei vi#ente! pois não á lei (e
provavelmente nunca averá)! /anindo funç<es fisiol#icas. As pessoas iriam relem/rar
do ocorrido com a apresentação da orquestra! e rea#ir com risada. Ksso lançaria o
ridículo so/re a @rquestra 'inf]nica de 1ocester! e o esta/lisment. & não averia
nada que as autoridades pudessem fazer contra quaisquer ataques futuros do tipo! pois
nin#uém poderia proi/ir nin#uém de comer fei"ão cozido antes do concerto. Como a
tática estaria dentro da e>peri%ncia da comunidade local! satisfaz a re#ra que dita que a
tática deve ser uma que a sua comunidade aprecie. 'e#undo Alins! nos #uetos! uma
das fantasias alimentadas era defecar em cima 0dos opressores2! e portanto! peidar
poderia ser uma sim/olização deste ato. @ fedor que causariam no local da orquestra
seria si#nificativo.

&m outro e>emplo! Alins ilustra a tática + (0A ameaça #eralmente é mais aterrorizante
que a coisa em si2)! tam/ém envolvendo funç<es fisiol#icas. 'e#undo ele! acordos
feitos entre o #ueto de \oodlaFn com os responsáveis pela campana de EonsonI
OoldFater! não foram cumpridos pela administração da cidade. Como a or#anização
não tina como pressionar na arena política! decidiram 0atacar2 o aeroporto de @;Sare.
Como a tend%ncia é que todos usem o /aneiro do aeroporto! e raramente o das
aeronaves! a idéia era 0travar2 os /aneiros para que nin#uém mais pudesse usáIlos. A
e>ecução desta tática! para Alins! seria 0uma fonte de #rande mortificação e em/araço
para a administração da cidade2. A ameaça da tática foi 0vazada2 (propositalmente)! e!
em DX oras! a or#anização de \oodlaFn estava em reunião com as autoridades! que
a#ora afirmavam 0que iriam cumprir o com/inado e "amais puderam entender onde
estava a ca/eça de al#uém que resolveu descumprir uma promessa formal da prefeitura
de Cica#o2. A partir daí! nunca mais ocorreu uma menção a/erta 4 ameaça
representada pela tática em direção ao aeroporto de @;Sare.

' que Alins alerta 09eveIse tomar cuidado com e>cesso de /lefes neste "o#oM pois
se voc% é pe#o /lefando! esqueça o uso de ameaças no futuro. A partir desse ponto! voc%
está neutralizado2.
&m outra ameaça para 0travar2 um soppin# center que não contratava ne#ros! uma
tática foi 0vazada2 o plano era levar .,,, ne#ros para o soppin# center! inundar o
local de #ente! não comprar nada o dia inteiro e! ao fim do dia! fazer uma série de
encomendas para serem entre#ues em suas casas. ' que todas essas compras seriam
re"eitadas na entre#a! causando ainda mais pre"uízos ao soppin#. 9epois da tática
0vazada2! *X3 novos postos de tra/alo foram a/ertos! e vários deles destinados a
ne#ros.

'e#undo Alins! 0este é o tipo de tática que pode ser usada pela classe média tam/ém.
Comprar de forma or#anizada! encomendar e posteriormente re"eitar na entre#a!
adicionaria custos eventuais para o revendedor! que viveria sempre com a ameaça de
repetição contínua2VW.
'ompetiç(o
Alis defende que os donos do poder devem ser afetados pela pressão! pois eles
continuamente disputam poder entre eles. 0&ste é o ventre vulnerável do status quo2.
05ma vez que al#uém entenda esta /atala interna por poder dentro do status quo!
al#uém pode aprender a desenar táticas efetivas para e>ploráIlas. N triste ver a
estupidez de or#anizadores ine>perientes que fazem erros #rosseiros ao não
conse#uirem ter sequer uma apreciação elementar deste padrão2.

&le conta um erro tático! quando foi proposto um /oicote #eral durante a época do
$atal. as nenuma família dei>aria de comemorar o $atal. Para Alins! o ideal seria
um /oicote a um soppin# específico! o que faria com que os outros se aproveitassem
da fra#ilidade momentHnea do soppin# alvo. Ksso seria se aproveitar da
competitividade que e>iste entre as #randes empresas no deseno das táticas.

2ua própria armadil"a

$a #uerra política! a tática /ásica é o que ele define como "iuI"itsu de massa. & como o
status quo posa! se#undo ele! como defensor da 0responsa/ilidade! moralidade! lei e
"ustiça2! eles podem quase sempre sucum/ir pelo seu prprio livro de re#ras (tática D).
Ksto por que! nenuma or#anização! incluindo a reli#ião or#anizada! pode se#uir 4 risca
seu prprio cdi#o de leis e re#ras. 'e#undo  Corintios 3 0@ qual nos fez tam/ém
capazes de ser ministros de um novo testamento! não da letra! mas do espíritoM porque a
letra mata e o espírito vivifica.2 N por isso que Alins diz que voc% pode 0matar Vem
termos políticosW o seu inimi#o com essa tática2.

5m outro aspecto importante das táticas é que elas provoquem a reação de seu inimi#o
(se#undo a re#ra *! 0Poder não é apenas o que voc% tem! mas o que o inimi#o pensa que
voc% tem2). as! se uma tática é e>ercida e o seu inimi#o a i#noraVW! aqueles que estão
ao seu lado perce/em que fracassaram. $o caso do /oicote que falou! nin#uém sequer
prestou atenção 4 ameaça! e esse fracasso foi o suficiente para /ai>ar a moral da
or#anização.

1empo na cadeia

&u particularmente duvido que os conservadores de direita se interessem em apreender


al#o relacionado a estraté#ia de 0ir para a cadeia2! mas! em todo caso! 0cada um! cada
um2.

'e#undo Alins! ir para a cadeia! para um revolucionário! até que não é uma má idéia.
Claro que não pode ser por muito tempo! portanto 0o revolucionário deve se asse#urar
que suas violaç<es a lei se"am /randas o suficiente para que ele vá para a cadeia por
períodos de * dia a dois meses! no má>imo2. ais do que isso seria um risco para a sua
atuação! pois sua or#anização poderia esquec%Ilo.

Para um revolucionário ir para a cadeia tem tr%s funç<es vitais (*) é perce/ido como
um ato por parte do status quo que por si s coloca o revolucionário em conflito com o
status quoM () fortalece de forma imensurável a posição do líder revolucionário com seu
povo! pois o líder preso é rodeado de uma aura de martírio! () aumenta a identificação
do líder com seu povo! "á que a reação instantHnea da comunidade é sentir que seu líder
se preocupa tanto com eles! é tão comprometido com a causa! que é capaz de sofrer na
prisão por causa deles. 01epetidamente em situaç<es onde o relacionamento entre o
povo da comunidade e seu líder estava a/alado! o remédio foi o aprisionamento do líder
pelo status quo. Kmediatamente as fileiras se apro>imaram dele e os líderes o/tiveram
novamente o apoio da massa2.

9e forma até en#raçada! Alins racionaliza a questão e diz que o tempo na prisão 0é
um elemento essencial no desenvolvimento de um revolucionário2. Ksso por que lá ele
poderá refletir so/re suas idéias! rever seus pontos fracos! e filosofar. &le lem/ra que os
profetas do $ovo e 7elo Bestamento encontravam oportunidade para suas síntese pela
remoção voluntária de si prprios para o deserto. 0Toi durante o período em que estive
na prisão que a /ase para a mina primeira pu/licação e o primeiro arran"o ordenado
filosoficamente de minas idéias ocorreu2! afirma Alins.

1,ticas e timing

5m ponto essencial em relação 4s táticas é o timin#! o qual funciona para as táticas


assim como para tudo na vida 0é a diferença entre o sucesso e o fracasso2. 05ma vez
que uma /atala começa e uma tática é empre#ada! é importante que o conflito não se"a
levado por um tempo e>cessivo2. &le repete mais de uma vez! so/re a tática - 05ma
tática que se arrasta por muito tempo se torna um o/stáculo.

5ma das raz<es para isso é 0@ simples fato de que os seres umanos podem sustentar o
interesse em um assunto particular apenas por um período limitado de tempo. A
concentração! o fervor emocional! mesmo a ener#ia física! uma e>peri%ncia particular
e>citante! desafiadora e convidativa! pode durar apenas um tempo limitado J isto é
verdadeiro para toda #ama do comportamento umano! do se>o ao conflito. Aps um
período de tempo! a ação se torna montona! repetitiva! emocionalmente estéril! e pior
do que tudo! a/orrecida. A partir do momento em que um tático entra em um conflito!
seu inimi#o é o tempo2. Luando /oicotes forem considerados! este é um ponto a se ter
em mente.

5ma outra forma de evitar que uma tática se transforme em um o/stáculo! por levar
tempo e>cessivo! envolve 0lançar novas quest<es durante o curso da ação! pois quando
onoentusiasmo e a emoção
cenário trazendo por uma questão
um reavivamento começar&sta
das aç<es.2 a diminuir!
é a re#rauma nova questão
X (0antena a sur#e
pressão! com diferentes táticas e aç<es! e utilize todos os eventos do período para o seu
propsito2). 9iz Alins 0Com a introdução constante de novas quest<es! a ação pode
se#uir para sempre2.

9eveIse tomar cuidado com a re#ra ** (0'e voc% produzir um efeito e>cessivamente
ne#ativo e profundo no oponente isso poderá se voltar contra voc%2). Alins conta que
uma vez os ataques foram levados a tal ponto! que uma corporação ce#ou a mandar
falsos assaltantes invadirem sua casa para tentar incrimináIlo! mas estavam tão
desor#anizados que cometeram vários erros! que permitiram que a prpria corporação
ficasse so/ ameaça de processo "udicial. @u se"a! até um revés! que poderia ser
devastador! por causa do risco mencionado na re#ra **! permitiu que ele pudesse se#uir
a re#ra *, (0A maior premissa para táticas é o desenvolvimento de operaç<es que irão
manter uma pressão constante na oposição2). Ksto é! um fato novo que permitiu a
manutenção da pressão constante so/re o oponente.

1,ticas novas e vel"as


5ma mensa#em final so/re táticas é que 0desde que uma tática específica se"a utilizada!
ela dei>a de estar fora da e>peri%ncia do inimi#o2. Tuturamente! o inimi#o desenvolverá
contraImedidas que limitem o efeito da tática anti#a.

Por isso! Alins defende que suas * re#ras para táticas! não se"am vistas como táticas
em si! mas re#ras #erais para o desenvolvimento de táticas específicas! de acordo com
princípios /ásicos su#eridos por ele.

@ or#anizador vai se defrontar com aç<es inesperadas em seu diaIaIdia! e o seu tra/alo
é desenvolver ao mesmo tempo uma racionalização para sua ação como tam/ém
ela/orar táticas. 0Ber uma racionalização dá si#nificado e sentido 4 ação2.

V*W &m uma luta para tornar as escolas nãoIse#re#adas.

VW $ovamente! é /om dei>ar /em claro que a maioria das táticas específicas citadas por
Alins! o"e em dia! seriam não s consideradas 0man"adas2! como inviáveis. Por
e>emplo! em uma época em que os ne#ros alcançaram uma posição na sociedade muito
melor do que tinam nos anos 3,! é claro que eles não querem estar associados a
0#rupos que peidam2 em uma orquestra. Balvez al#uns! se"am /rancos ou ne#ros!
#ostariam de fazer! mas dificilmente reuniriam muitas pessoas para tal situação
umilante. Por outro lado! 0/ei"aços2 feitos em praça p6/lica! ou coisas como a
arca das 7adias! se tornaram um padrão. Por isso! a/straia para notar que novas
táticas específicas! se#uindo o mesmo padrão as * re#ras para táticas de Alins! tem
sido feitas o"e em dia. @u se"a! se os e>emplos específicos podem não servir o"e! as
re#ras para táticas continuam valendo.

VW Cuidado aqui. Ksso não si#nifica que as táticas devam ser i#noradas! mas sim que
e>istem al#umas táticas específicas! como a de um /oicote #eral (que as empresas
sa/em que não vai vin#ar)! que podem ser i#noradas. $ão cometam o erro de i#norar a
maioria das táticas feitas atualmente pela esquerda! apenas al#umas especialmente
selecionadas.

# g3nese do Representante 1,tico

5ma das liç<es mais essenciais que Alins transmite é a de que 0táticas não são o
produto de uma razão fria! e não se#uem uma ta/ela or#anizacional ou plano de
ataque2. Para ele! 0reaç<es acidentais e imprevisíveis em relação 4s suas prprias aç<es!
necessidades e improvisaç<es ditam a direção e a natureza das táticas2. &m outras
palavras! o raciocínio l#ico é essencial para al#uém conse#uir se situar onde está!
diante dos eventos do mundo! mas! em/ora os princípios se"am importantes! conforme
falados no capítulo anterior (Pt. - J Báticas)! a ess%ncia de cada tática específica deve
ser modificada de acordo com o conte>to e o cenário. Por isso! a#ilidade de raciocínio e
capacidade de se adaptar ao caos são requisitos importantes para um or#anizador.
Pensando assim! 0é possível ter uma análise que o prote"a de ser um prisioneiro ce#o de
uma tática e dos acidentes que a acompanam2.

@ or#anizador deve 0ser diri#ido pela ação2. Bodas as oportunidades que sur#em no
curso de eventos devem ser aproveitadas. &le cita A/raam =incoln quando este disse
ao seu secretário! no m%s em que a #uerra se iniciou 0ina proposta política é viver
sem proposta política2. Br%s anos depois! em uma carta a um ami#o de ^entuc! ele
confessou ter sido 0controlado pelos eventos2.

'e#undo Alins! comunicar a noção de que um or#anizador deve ter uma lina mestra
de re#ras! para selecionar suas táticas! e selecionar suas táticas de forma á#il de acordo
com os eventos do mundo e>terno! é uma das maiores dificuldades no momento do
treinamento. Ksso por que as pessoas são treinadas! pelo sistema educacional padrão!
para 0enfatizar ordem! l#ica! pensamento racional! direção e propsito2. Ksso seria uma
0disciplina mental2! resultando sempre em uma ação 0estruturada! estática! fecada e
rí#ida2. $o "o#o de fute/ol! os "o#adores devem rea#ir 4s investidas do time adversário!
e serem á#eis! muitas vezes intuitivos! nessas reaç<es! mesmo que eles possam nortear
as /ases de suas aç<es de forma l#ica e coerente. Por e>emplo! é preciso marcar a saída
de /ola do adversário! assim como dei>ar al#uns za#ueiros em seu prprio campo
quando atacamos em pressão! e daí por diante. &ssas são apenas re#ras /ásicas! mas! na
ora do "o#o! a intuição se mistura a esses princípios! que devem estar internalizados na
mente do "o#ador. esmo assim! Alins diz que mesmo que várias coisas sur"am
intuitivamente no diaIaIdia! os outros acavam que todas as suas aç<es eram fruto 0de
uma l#ica sistematizada! com todos os eventos plane"ados2V*W.

&le
Paraapresenta
ele! essa um
seriae>emplo
uma dasdoprincipais
caso da criação da cenário
táticas do estraté#ia do 1epresentante
político futuro. CreioBático.
que ele se
iludiu um pouco com essa esperança! mas os insi#ts que ele traz a respeito dessa
época! e de como os eventos se sucederam! são e>tremamente 6teis.

A idéia do 1epresentante Bático era a se#uinte pessoas aderentes 4 causa comprariam


aç<es de empresas! e com isso! poderiam participar das reuni<es anuais de acionistas.
Claro que não o/teriam o poder de voto! mas teriam o poder de aparecer em uma
reunião! lançar uma campana (por e>emplo! por mais cances de contratação para um
#rupo U)! e adquirir participação na mídia por causa disso. &m suma! um mecanismo de
pressão! principalmente por vir de al#uém! teoricamente! 0de dentro2! mesmo que se"a
um acionista menor. 5m acionista não pode ter sua opinião /arrada.

'e#undo Alins! essa estraté#ia 0não foi o resultado da razão e da l#ica J foi parte
acidental! parte uma necessidade! parte resposta a uma reação! e parte ima#inação!
sendo que cada parte afetou as demais2. Claro que 0;ima#inação; é tam/ém uma
sensi/ilidade tática2! isto é! 0quando o 8acidente ocorre! o or#anizador com /oa
ima#inação tática reconeceIo e se a#arra 4 oportunidade antes que ela escape2. esmo
assim! a mídia criou uma mitolo#ia de que a estraté#ia do 1epresentante Bático foi uma
ação com elementos de 0razão! propsito e or#anização2! mas a realidade foi /astante
diferente. 0A mitolo#ia da 8istria; é normalmente tão a#radável ao e#o do su"eito que
ele a aceita com um sil%ncio 8modesto;! como uma afirmação da validade da mitolo#ia.
Aps um tempo! ele passar a acreditar nisso.2

$o caso da criação do Conselo Gac of te Yards! de Cica#o! muitos dizem que a
escola da data de sua fundação! *D de Eulo de *++! foi feita "ustamente para coincidir
com o 9ia da Gastila. &m termos istricos! isso foi tratado como uma 0omena#em2!
mas na verdade a escola foi acidental! pois era um dia que não avia nenuma reunião
sindical! muitos padres estavam disponíveis! além da a#enda do /ispo 'eil estar livre.
0$unca e>istiu qualquer idealização de 9ia da Gastila em nossas ca/eças2. as foi
assim que se criou uma mitolo#ia.

7e"a o relato de Alins

$aquele dia em uma confer%ncia de imprensa! antes que a convenção se iniciasse! um


reprter me per#untou 07oc% não aca que é revolucionário demais selecionar
deli/eradamente o 9ia da Gastila para sua primeira convenção?2 &u tentei conter
mina surpresa! mas pensei 0Lue maravila: Lue coincid%ncia inesperada:2 &u
respondi 0$em tanto. @ 9ia da Gastila tem tudo a ver com o que fazemos! e por isso
escolemos a data2. &u rapidamente informei todos os palestrantes a respeito do 09ia da
Gastila2 e isso se tornou o fio condutor de praticamente todos discursos. & então a
istria re#istra essa decisão como uma tática 0calculada! plane"ada2.

Oeralmente! Alins era questionado a respeito de todos os seus movimentos! sendo que
vários eram feitos intuitivamente. as as pessoas esperavam por 0raz<es2! e daí era s
inventar al#uma coisa que 0ficasse /em na foto2. 9iz ele 0&u me lem/ro de que as
8raz<es; eram tão convincentes! até para eu mesmo! que eu pensava 8Por que! é claro! eu
fiz tudo isso por estas raz<es J &u deveria sa/er que era pois eu fiz tudo isso2.

7oltando 4 estraté#ia do 1epresentante Bático! tudo começou por causa de um conflito


entre a &astman
empresa ^oda
avia feito e um movimento
um acordo ne#ro
com a TKOSB! camado
mas TKOSB.
a direção 5m e>ecutivo
atual i#norou da
o acordo.
Como não avia a possi/ilidade de um /oicoteVW! a idéia de ter representantes com
aç<es e possi/ilidade de causar um em/araço 4 or#anização veio 4 mente. Com o tempo!
várias corporaç<es tiveram seus 1epresentantes Báticos! o que começou a constituir um
efetivo mecanismo de pressão a partir de fora. Para Alins! os 1epresentantes Báticos
eram uma forma de participação a ser e>plorada especialmente pela classe média. &!
como se v%! tudo sur#iu por uma mistura de acidente e necessidade.

@ que importa não é a estraté#ia do 1epresentante Bático em si! que #erou al#um
/ur/urino nos anos 3,! mas o"e "á foi su/stituída por outras estraté#ias (que! como de
costume! a esquerda domina muito /em)VW. @ que Alins quis apresentar neste
capítulo é anoção de um or#anizador tem que se orientar por linas #erais! re#ras
/ásicas! mas "amais se#uir manuais passoIaIpasso. Assim como ele salientou no capítulo
D! so/re a educação de um or#anizador! um or#anizador não deve ter como prioridade
controlar os eventos (mesmo que possa fazer isso vez por outra)! mas principalmente
rea#ir /em aos diversos eventos que sur#em em um mundo catico.
V*W Atenção as táticas devem ser plane"adas! mas novas táticas devem sur#ir de acordo
com novos eventos. Ksso é o que Alins diz! por isso a importHncia de não esquecer das
re#ras /ásicas para ela/oração de táticas específicas. @ que Alins prop<e não é o
0sam/a do crioulo doido2 mental! com aç<es desordenadas! mas sim aç<es ordenadas
por princípios #erais! e que o "o#ador do "o#o político em questão sai/a adaptar suas
táticas para o momento. &m síntese! rea#ir aos eventos e>ternos com mais talento! ao
invés de ficar apenas se#uindo 0manuais passoIaIpasso2.

VW Pois a empresa monopolizava o mercado! e nin#uém dei>aria de tirar fotos! pois os
/e/%s continuariam a nascer! casamentos continuariam a ocorrer! etc.

VW &>istem al#umas adaptaç<es que a esquerda tem feito! e eu me precipiter a acar que
a estraté#ia do 1epresentante Bático não foi 4 frente. $a verdade! ela se materializou em
coisas /izarras como as novas le#islaç<es para participação de a#entes e>ternos nas
corporaç<es. 7er aqui.

4uito 5 frente
Alins conclui seu livro falando da importHncia da classe média americana! que!
se#undo ele 0é onde está o poder2! pois 0mais de D da população americana estão na
classe média! tanto do ponto de vista econ]mico como de sua autoIidentificação2. &stes
seriam a 0maioria silenciosa2! carentes de açãoV*W.

Para ele! essa constatação deveria mudar um pouco o panorama da militHncia de


esquerda! pois estes #eralmente olam a classe média com desdémVW 0com raras
e>ceç<es! nossos ativistas e radicais são produtos da classe média ou re/eldes em
relação a ela2. as 0a pra#mática do poder não v% outra alternativa2 que não uma
aliança com a classe média! na visão de Alins.

$os anos 3,I-,!


decadente! a classe médiade#enerada!
pequenoI/ur#uesa! era esti#matizada pela esquerda
imperialista! como
defensora 0materialista!
da #uerra! /rutalizada
e corrupta2! em suma! eles 0re"eitaram todos os valores e o estilo de vida da classe
média2. 'e o ativista mudar seu paradi#ma! ele 0vai olar de uma maneira muito
diferente para seus pais! seus ami#os! e a forma como eles vivem2. A dica de Alins é a
se#uinte 0Ao invés de re"eição ostil! ele deve procurar pontes de comunicação e
unidade so/re essas lacunas! conflitos de #eração! valores diferentes e outros2. A
o/servação so/re o comportamento da classe média deve atender a uma 0sensi/ilidade2
que atende 4 estraté#ia de 0partes da classe média ao ativismo2.

A classe média reluta em aderir ao ativismo! pois são pessoas que 0lutaram todas suas
vidas pelo que possuem2! possuindo medo de perder o que "á conse#uiram!
especialmente a classe média /ai>a. &m muitos casos! os da classe média /ai>a 0nunca
foram além do cole#ial2. 9iz Alins 0'uas vidas tem sido +,R composta de sonos
nãoIpreencidos. Para escapar de suas frustraç<es eles se a#arram a uma 6ltima
esperança de que seus filos o/tenam formação universitária e realizem aqueles
sonos não preencidos2. 7ivem com medo de depender da assist%ncia social! ou de
perderem seus empre#os! além de duelarem com ipotecas orripilantes. 'e#undo
Alins! 0os prazeres da classe média são simples praticar "ardina#em em um quintal
min6sculo de uma casa pequena! com /an#al]s ou outras coisas /re#as! nos su/6r/ios!
via"ar pelo país de vez em quando! e "antar fora uma vez por semana no SoFard
Eonson2.

0&les olam para os po/res desempre#ados como dependentes parasitas! que rece/em
uma #rande variedade de pro#ramas p6/licos! todos pa#os por eles2. Luando os po/res
demandam aç<es sociais e camam isso de 0direitos2! a classe média /ai>a entende
como uma ofensa.

A classe média mais alta! na visão de Alins! tende a assumir um viés esquerdista! e daí
adotam uma posição 0mais pura do que os outros2! e atacam a suposta 0intolerHncia2 da
classe média /ai>a. @u se"a! além de terem que /ancar os desempre#ados! a classe
média /ai>a ainda é ofendida pela classe média alta.

A maioria dos mem/ros da classe média /ai>a são 0mem/ros de sindicatos! i#re"as!
clu/es de /olice! e or#anizaç<es diversas2. 0Ao re"eitáIlos! si#nifica perder a luta por
default. $ão é possível mudar os canais e se livrar deles. Ksto é o que voc% espera que
ocorra em seu sono de radical! mas eles estão aqui e permanecerão por aqui! no mundo
real2.

&stas pessoas! que estão 0macucadas! amar#uradas! desconfiadas e re"eitadas2 devem


ser contatadas com respeito e compreensão. &is o plano de Alins 0@ tra/alo Vdo
or#anizadorW deve ser procurar os líderes dessas comunidades de classe média!
identificar suas quest<es principais! encontrar áreas de interesse comum! e e>ercitar a
ima#inação deles com táticas que podem introduzir drama e aventura na vida tediosa
que possuem2. Como sempre! as táticas 0devem partir da e>peri%ncia da classe média!
aceitando a aversão deles 4 rudeza! vul#aridade e conflito2.

&m resumo! o lado que usar melor a classe média a seu favor! vence.

V*W @ que a esquerda não esperava é que! em ,*,! um movimento sur#ido da classe
média americana! o Bea Part! foi o maior movimento da direita em muito tempo. Pela
primeira vez na istria recente! a direita começou a a#ir um pouco inspirada no que a
esquerda começou a fazer antes.

VW @ que tam/ém é previsível! para estudiosos da militHncia esquerdista. Para os


mar>istas! estes são os 0pequenoI/ur#ueses2.

T@$B& ttplucianoaan.comestudosIdeIcaso

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