Regras para Radicais - Saul D. Alinsky
Regras para Radicais - Saul D. Alinsky
Regras para Radicais - Saul D. Alinsky
Por que é
tão fácil para eles ridicularizarem seus oponentes? A resposta está aqui. Como as vezes
parece tão fácil (de forma até artística) eles colocarem seus adversários em verdadeiras
armadilas! "o#ando! certas vezes! até com as re#ras do outro? $ovamente! ficará muito
mais fácil voc% entender isso aqui.
&stamos prontos para começar a "ornada por dentro da mente de 'aul Alins.
Prólogo
'aul Alins nasceu em *+,+ e morreu em *+-! um ano depois a pu/licação deste
01ules for 1adicals2. &le não teve a felicidade de ver que seu tra/alo #erou frutos dos
quais a esquerda se alimenta vi#orosamente até o"e (aliás! cada vez mais)! enquanto os
conservadores de direita ficam zonzos sem perce/er o que está acontecendo com eles.
Alins! mesmo aos 3 anos na época do lançamento do livro! tina sua ca/eça
sintonizada corretamente no que diz respeito 4 #uerra cultural. &screvia para os "ovens!
que estavam para entrar ou "á estavam nas universidades. 5ma /oa parte do seu p6/lico
na época era composta de líderes sindicais! ippies (especialmente aqueles contra a
#uerra do 7ietnã)! feministas e adeptos dos movimentos de quaisquer outras minorias.
&m uma entrevista 4 Pla/o em *+-! dois meses antes de sua morte! ele disse que 0se
e>istisse vida aps a morte! e me fosse per#untado a respeito! eu escoleria sem
pestane"ar a oportunidade
motivos! rece/endo de ir em
a resposta! pararetorno
o inferno2. @ entrevistador
0@ inferno seria um le per#untou
paraíso os Boda
para mim.
mina vida eu estive "untos aos que não tem. Por aqui! se voc% é um que não tem! voc%
não está aderente 4 massa. as se voc% é um que não tem no inferno! é pouco virtuoso.
5ma vez que eu ce#ue ao inferno! começarei a or#anizar os que não tem por lá2.
'uas idéias "á eram adaptadas no início dos anos 3, para uso pela esquerda nas
universidades americanas por causa de sua o/ra 01eveille for 1adicals2! escrita em
*+D3. Ali "á aviam soslaios de sua idéia a respeito do que seria um radical! mas a forma
detalada de como ele devia a#ir para pro"etos de conquista de poder está em 01ules for
1adicals2. &ntre as duas o/ras! ele escreveu apenas 0Eon =. =eFis $a 5nautorized
Gio#rap2! em *+D+! dedicando o resto do seu tempo a vários tipos de militHncias.
&m/ora como veremos suas idéias são inspiradas no mar>ismo! ele luta para não se
identificar com eles! preferindo se autoIrotular como parte de 0uma esquerda
independente2 (em/ora seu modelo de cate#orização das classes se"a uma réplica do
modelo esquerdista! apenas com outra terminolo#ia! como veremos no pr>imo post da
série). &le tam/ém era um crítico ferreno da forma de atuação radical e violenta de
al#uns esquerdistas da época. 'e#undo ele! esse tipo de 0participação democrática
8ativista;se transforma em sua antítese J assassinatos e e>plos<es niilistas2. Por isso ele
sempre dizia se distanciar das 0panacéias do passado! como as 1evoluç<es na 16ssia e
Cina! que se tornaram a mesma coisa de sempre apenas so/ um nome diferente2. &m
sua visão! 0a /usca pela li/erdade não parece ter uma estrada ou destino2.
Para Alins! se uma 9eclaração da Kndepend%ncia fosse escrita por "ovens em *+-*!
trataria de quest<es 0 do 7ietnã e da população ne#ra! das vidas nos #uetos me>icanos e
portoIriquenos! dos tra/aladores imi#rantes! da Appalacia! do dio! i#norHncia!
doença e fome no mundo2. 'e#undo ele! 0uma carta de direitos enfatizaria o a/surdo
das relaç<es umanas e do desamparo e vazio! assim como da solidão terrível que
resulta de não sa/ermos se á al#um si#nificado para as nossas vidas2. A causa
revolucionária! dos 0radicais2! seria essa causa para as vidas dos "ovens compondo o
p6/lico alvo de Alins. A o/ra traria! nas palavras do autor! 0a e>peri%ncia e o conselo
pelos quais muitos "ovens o questionaram em sess<es que duravam por toda a noite em
centenas de campus na America2. Conclui Alins 0&sta o/ra é para aqueles "ovens
radicais que são comprometidos com a luta! comprometidos com a vida2.
&le afirma que 0e>istem certos conceitos centrais de ação na política umana que
operam independente da cena ou tempo2. Conecer estes conceitos de ação 0é /ásico
para que um ataque pra#mático se"a feito ao sistema2. Aqui quero ressaltar que! para a
a/sorção melor do que Alins tem a dizer! atacar um sistema de altos impostos! por
e>emplo! é tam/ém um ataque ao sistema! s que um ataque ao sistema esquerdista. &m
mina análise! ataques ao sistema dei>am de ser! portanto! e>clusividade dos
esquerdistas. Por outro lado! o rtulo 0radical2! utilizado por Alins! é 6til para ele!
mas não sei se os conservadores de direita deveriam utilizáIlo.
@utro diferencial do material é a defesa do uso do umor. Para Alins! 0em outro nível
de comunicação! umor é essencial! pois através do umor muito é aceito ao contrário
do que ocorreria se o mesmo material fosse apresentado seriamente. &sta é uma #eração
triste e solitária. &la ri muito pouco! e isto tam/ém é trá#ico2.
&m/ora crente em seus ideais! Alins diz 0Como or#anizador! eu parto de onde o
mundo é! e como ele é! não como eu #ostaria que fosse. Lue ns aceitemos o mundo
como ele é não enfraquece! de qualquer forma! nosso dese"o de mudáIlo para o que ns
acreditamos que deve ser2. $o que um conservador de direita poderia contraI
ar#umentar que o mundo "á está 0mudado2 de acordo com as perspectivas esquerdistas!
incluindo as de Alins (e>emplo estado incado)! portanto um mundo com redução do
tamano e>cessivo do estado! tam/ém é uma perspectiva de mudança. =o#o! lemas
como 0ope for te can#e2! declarados por @/ama! serviriam tam/ém para al#uém da
direita. $o Grasil! á um de/ate so/re a redução da maioridade penal. &sta é uma
proposta da direita! e uma 0mudança2 na impunidade! e um ataque ao sistema de
impunidade criado pela esquerda. Atenção o discurso de 0mudança2 não pode ser
esquerdista apenas. & sendo que á mudança! ela deve ocorrer! para Alins
0tra/alandoIse dentro do sistema2.
&le cita uma outra razão para se tra/alar a partir de dentro do sistema! citando
9ostoevs! quando este reconeceu que 0dar um novo passo é aquele que as pessoas
mais temem2. Assim! 0qualquer mudança revolucionária deve ser precedida por uma
atitude passiva! afirmativa! distante de desafios a respeito da mudança pela opinião
p6/lica2. Alins diz que 0eles devem se sentir tão frustrados! tão derrotados! tão
perdidos! tão sem futuro no sistema vi#ente que este"am dispostos a a/andonar o
passado e apostar no futuro2. &sta aceitação seria 0a reforma essencial a qualquer
revolução2. Para convencer a opinião p6/lica em massa (incluindo a classe média e os
po/res) a aceitar seus ideais é preciso 0atuar de dentro do sistema2.
5ma metáfora so/re a paci%ncia é uma das partes mais interessantes do prlo#o
$ossos "ovens são impacientes com as preliminares essenciais 4s aç<es que #erem
resultado. A or#anização efetiva é frustrada pelo dese"o para mudança instantHnea e
dramática! ou como eu citei anteriormente pela demanda pela revelação ao invés da
revolução. &ste é o tipo de coisa que vemos nas peças de teatroM o primeiro ato introduz
os persona#ens e o ar#umento! no se#undo ato o ar#umento e os persona#ens são
desenvolvidos ao passo que a peça vai o/tendo a atenção da platéia. $o ato final o /em
eterceiro
o mal tem
ato! sua confrontação
pulando dramáticaeeem
os dois primeiros! a resolução.
tais casos Anão
#eração atualuma
á sequer querpeça!
ir direto
nadaao
além de confrontação pela causa da confrontação J uma luz é ofuscada! com o
consequente retorno 4s trevas. Para se construir uma or#anização poderosa #astaIse
tempo. N tedioso! mas esta é a maneira pela qual o "o#o é "o#ado J isso se voc% quiser
"o#ar e não apenas #ritar 0atem o império2.
Para ele! sair citando frases de 0ao! Castro e Ouevara2 não vai funcionar em uma
cultura americana na qual estes seriam quase aliení#enas. Aliás! ele diz que nos países
comunistas á menos li/erdade do que na América! e isso deveria ser aproveitado pelos
radicais.
5m ponto de discordHncia mina é quando Alins diz 0Aqueles que! por quaisquer
com/inação de raz<es! encora"am o oposto da reforma! se tornam aliados irrestíveis da
direita política2. @ pro/lema é que aqui! como "á mostrei! ele toma 0mudança2 como
apenas al#o inerente 4 esquerda. & esta terminolo#ia é uma que precisamos eliminar do
nosso voca/ulário. 'e conse#uimos reduzir impostos! isso é uma 0mudança2 da direita!
mas se os impostos são aumentados! isso é uma 0mudança2 da esquerda. 'e á aumento
de punição para criminosos! isso é uma 0mudança2 da direita! mas se á retirada de
punição aos criminosos! isso á uma 0mudança2 da esquerda. Ksto defende
satisfatoriamente mina tese de que! em/ora não se"amos 0revolucionários utpicos2! ou
0radicais2! a luta pelo processo de mudança é uma constante em pessoas tanto da direita
como da esquerda! especialmente aqueles que este"am em oposição ao sistema. 'omente
com a retirada destes truques semHnticos (0mudança é da esquerda2! 0reacionários são
da direita2) de nossa mente! conse#uiremos assimilar melor este conte6do.
O Propósito
O texto anterior desta série é “Um Raio X das regras para radicais de Saul Alinsky –
Introdução! "omo sempre con#ém a#isar nesta série$ assumo um tom não cr%tico &ao
in#és da maioria dos meus textos$ em 'ue re(uto a es'uerda)$ pois meu o*+eti#o a'ui é
capturar a ess,ncia do pensamento de Saul Alinsky como um todo! -n(im$ entender
como pensa#a o ar'uiteto das estratégias democratas para con'uista do poder!
A primeira coisa que devemos ser o/ri#ados a reconecer é que Alins foi um
esquerdista versátil. 5m e>emplo disso está em sua capacidade de ao mesmo tempo
citar ensinamentos cristãos como antiIcristãos. $o início deste capítulo ele cita E -*
(0A vida do omem so/re a terra é uma #uerra2). as lo#o anteriormente ele dizia que
o primeiro radical! de todeas as lendas! mitolo#ia e istria era =6cifer! 0o primeiro a se
re/elar contra o status quo! fazendoIo tão efetivamente que ao menos conquistou seu
prprio reinado2.
@utra característica do autor! que ele demonstra lo#o no início! é a capacidade de 0não
associação2 a uma corrente específica de pensamento! mesmo que ele a defenda por
completo. &>emplo ele defende que os seres umanos se dividem em tr%s classes @s
que tem! o que não tem! os que tem um pouco e querem mais. &le faz isso ao mesmo
tempo em que diz não ter nenum tipo de associação com o mar>ismo. as essa
terminolo#ia! no entanto! é simplesmente a releitura do mar>ismo! na qual e>istiriam os
Gur#ueses (@s que tem)! os Proletários (@s que não tem)! e os PequenoIGur#ueses (@s
que tem um
a direita pouconão
(em/ora e querem mais).
com suas 'e adaptarmos
motivaç<es! utilizar/asta
o/viamente)! o paradi#ma de Alins
adicionarmos para
uma nova
cate#oria! @s que tem tudo! e mudarmos al#umas das demais cate#orias! convertendo
0@s que tem2 para 0@s que tem muito2! e 0@s que tem pouco e querem mais2 para 0@s
que tem pouco2. Ksso por que todos 0querem mais2! independente do quanto tenam.
Assim! ficaríamos com as se#uintes cate#orias
*. Os 'ue tem tudo. @s /urocratas donos de um estado incado! se"a ele de /em
estar social ou uma ditadura do proletariado.
Q. Alins afirma o se#uinte 0@ Príncipe foi escrito por aquiavel para os que tem
muito manterem o poder. 1e#ras para radicais é escrito para aqueles que não tem
nada tomarem tiráIlo dos que tem muito.2. Portanto! uma reconstrução de
Regras para Radicais conforme ns! da direita! possamos perce/%Ilo
adequadamente deveria ser a se#uinte 0Regras para radicais é escrito para dar o
poder aos que tem tudo! que são os /urocratas! através de um discurso em que
idelo#os simulam que estão do lado dos que não tem nada.2 ina adição
0&sta refutação é escrita para atrapalar os planos de quem tem tudo.2
5m ponto interessante é quando Alins diz que quer dar aos seus leitores uma
cance de 0viver por valores que dão si#nificado 4 vida2. N por isso que esquerdistas
tem conse#uido capitalizar /astante com um discurso de que 0lutam pelos
oprimidos2. 5ma análise deste discurso mostra que a direita somente pode reverter o
quadro demonstrando que ao mesmo tempo em que os esquerdistas na verdade não
lutam pelos oprimidos (é possível demonstrar que a direita pode fazer mais pelos
oprimidos do que a esquerda)! quem é de direita pode ter como sentido da vida lutar
contra a tirania e a favor da li/erdade individual! a qual seria eliminada com o
esta/elecimento do totalitarismo de esquerda. A re#ra é clara sem um sentido claro
para a luta! não vale a pena sequer começar! pois não averá motivação para aç<es
que causem revoluç<es.
lins não raro entra em contradição! não quando apresenta suas técnicas! mas sim
quando define a si prprio. Por e>emplo! ele diz que 0detesta e teme o do#ma2.
&ntretanto! diz que o lema dos pais fundadores (0Pelo /em estar social2! o qual é um
do#ma) é um defendido por ele. &le reconece! pá#inas a frente! que sua crença 0no
ser umano2 pode ser um do#ma! o qual entraria em contradição com sua re"eição
aos do#mas. &m relação a isso! declama 0Budo /em! o ser umano é contraditrio
em ess%ncia2. @ que nos leva a se#uinte constatação no "o#o político! do#ma é al#o
que o outro tem. 'endo o que o outro tem um do#ma! isso si#nifica que a posição do
outro é condenável por não ter sido questionada o suficiente. @ inverso deve ser
aplicado 4s prprias crenças! que não serão afirmadas como do#mas! mas sim como
idéias passíveis de correção contínua. $ão faz diferença se eles são do#mas
imutáveis ou não! o que importa é como elas são transmitidas. Assim! sendo que suas
idéias são declaradas como 0passíveis de mudança2! o p6/lico o perce/erá como
mais tolerante e menos infle>ível. Por isso! não se deve declarar nenuma crença
particular como imutável! mas suscetível a mudança. &sta é uma das primeiras liç<es
ensinadas por Alins 09o#ma é al#o que pertence ao seu oponente! "amais a voc%2.
@ lema central de Alins é o pra#matismo! e para ele as aç<es devem ser focadas
em resultados. &le afirma 0&u espero que estas pá#inas contri/uam para a educação
dos radicais de o"e! e para a conversão de pai><es quentes! emocionais e impulsivas
atuais! que são impotentes e frustrantes! em aç<es que se"am calculadas! focadas e
efetivas2. &le cita o caso de centenas de advo#ados que foram protestar contra a
prisão de quatro deles pelo "uiz Soffman. Ao redor do frum se reuniram vários
militantes! um #rupo de estudantes radicais e Panteras $e#ras "unto a uma multidão
de advo#ados. &is que sur#e o "uiz Camp/ell! avisando que se a /aderna não fosse
interrompida! pris<es começariam a ocorrer. 5m dos manifestastantes #ritou 0TodaI
se! Camp/ell2. Aps um sil%ncio tenso! os manifestantes a/andonaram o local. 7e"am
como Alins avalia o ocorrido! relatado por Eason &pstein em 0Be Oreat
Conspirac Brial2! de *+-,
&le diz que os radicais devem ser 0resilientes! adaptáveis a circunstHncias políticas
mveis! e sensíveis o suficiente ao processo de ação e reação para evitar serem
capturados por suas prprias táticas e forçados a caminar por uma estrada que não
escoleram2. &m resumo 0os radicais devem ter um controle so/re o flu>o de
eventos2. &m nome disso! Alins defende uma 0ci%ncia da revolução2.
Alisn entende que! por causa da Ouerra Tria! a luta entre esquerda U direita ficou
conecida como uma luta dos conservadores contra o mar>ismo. 'e#undo ele! isso criou
a noção de que 0a revolução dos que não tem induz um medo paranico2 na população!
mas o mesmo pode ser dito da noção de que 0a revolução de direititas! como os do Bea
Part atual! #eram um medo paranico2 na esquerda. 9iz ele 0$s aceitamos uma
revolução se é #arantido que este"a do nosso lado! e mesmo quando perce/emos que a
revolução é inevitável2. &m tese! portanto! 0revoluç<es são coisas a serem evitáveis2
pela maioria. &m relação ao mar>ismo! ele afirma 0ns Vos esquerdistas em #eralW
permitimos que uma situação suicida se desdo/rasse quando o comunismo e revolução
se tornaram um s2. Por isso! o autor defende que todas suas pá#inas são
0comprometidas a dividir este átomo político! separando esta identificação e>clusiva do
comunismo com revolução2. 9iante disso! afirma 0&sta é a razão principal pela qual eu
forneço um manual revolucionário que não está sedimentado nos moldes comunistas ou
capitalistas! mas como um manual para os 'ue não tem do mundo! independente da cor
de sua pele! ou sua prefer%ncia política. eu o/"etivo aqui é su#erir como se or#anizar
para o/ter poder como o/t%Ilo e como utilizáIlo2. &m uma adaptação! devemos
tam/ém se#uir Alins no que diz respeito a al#umas separaç<es! evitando que o termo
0revolução2 fique apenas associado aos esquerdistas. @utro ponto! se#uindo ainda a
idéia de Alins! deveria ser 0separar o antiIesquerdismo do conservadorismo do tipo
cristão2! o que si#nifica que conservadores cristãos e conservadores ateus devem lutar
pelo mesmo fim de atacar o esquerdismo! mas um não pode ser identificado como o
outro. 'e a associação com o mar>ismo! torna um esquerdista facilmente atacável! a
associação direta com o cristianismo! faz o mesmo em relação a um conservador de
direita. $ote que isto não é ser contra o cristianismo! mas simplesmente evitar a
associação! mostrando que o conservadorismo de direita pode e>istir com uma
identidade particular! que transcende o cristianismo.
A revolução sempre avançou como uma lança ideol#ica! assim como o status quo
inscreveu sua ideolo#ia so/re o estudo. Budo na vida é partidário. $ão á o/"etividade
desapai>onada. A ideolo#ia revolucionária não se limita a uma frmula específica
limitada. N uma série de princípios #erais! enraizados na declaração feita por =incoln
em *+ de maio de *XQ3 0$ão vos en#aneis. 1evoluç<es não voltam atrás.2.
esmo que al#uém da direita se incomode com Alins! não dá para dei>ar de
reconecer o realismo desta declaração. 'im! é fato que não e>iste o/"etividade
desapai>onada! e que tudo na vida é partidário. 5m e>emplo pode ser a questão da
causa #a. uitos pais conservadores de direita se incomodam com o fato dos #azistas
tentarem impor sua /andeira aos seus filos! impondo o casamento #a como al#o
normativo. Lualquer
e>iste. 'endo questão podem
que revoluç<es da vidaser
umana
feitas épor
politizável!
am/os osportanto
lados (seneutralidade
o status quonão
é
esquerdista! como atualmente! ser da direita é mais revolucionário do que ser de
esquerda o"e em dia! ou se"a! o "o#o virou)! o conecimento dos princípios #erais de
revoluç<es devem pertencer a am/os os lados da contenda.
A ideologia da mudança
$essa seção! Alins continua ao mesmo tempo em que se declara a/solutamente nãoI
do#mático! afirmando que possui uma 6nica convicção! a de que 0as pessoas! se tiverem
poder para a#ir! a lon#o prazo irão! na maior parte do tempo! tomar as decis<es
corretas2. &ssa afirmação si#nifica que al#uém que diz lutar do lado do povo! cr% que a
decisão do povo é so/erana! o que deve ficar como um pu>ão de orela para muitos da
direita. Ao rene#ar 0a so/erania do povo2! estão! ao mesmo tempo! dizendo que a
opinião do povo não importa! e! então! saindo do "o#o político. Ao contrário! Alins
diz que 0quando se acredita no povo! o radical assume a função de or#anizáIlos de
forma que eles tenam poder e oportunidade para melor rea#ir a cada crise futura
imprevisível assim como caminam em sua eterna /usca por valores como i#ualdade!
"ustiça! li/erdade! paz! e todos aqueles direitos e valores propostos pelas tradiç<es
políticoIdemocrática e "udaicoIcristãs2. &le diz que a 0democracia não é um fim! mas
um meio para se alcançar estes valores2. Conclui ele 0esse é o meu credo! pelo qual eu
vivo e! se necessário! morrerei por ele2.
&u seu pra#matismo! Alins diz al#o /astante contundente (se"a para al#uém da direita
ou da esquerda)! ao dizer que o processo de mudança em política passaa por
0reconecer o mundo como ele é2. Citando aquiavel! ele diz que deveIse o/servar o
mundo da mesma maneira que todos os realistas políticos! nos termos do que 0os
omens fazem! e não do que deveriam fazer2. Alins diz que devemos nos livrar da
rede de ilus<es que temos so/re a vida. 'e#undo ele! 0a maioria de ns visualizamos o
mundo não como ele é! mas como #ostaríamos que fosse2. 'omente em pro#ramas da
televisão! 0onde o /em sempre vence2! isso é possível
Alins é perspicaz ao reconecer que o mundo é uma 0arena de política pelo poder
movida principalmente por autoIinteresses imediatamente perce/idos! onde a
moralidade é uma racionalização retrica para "ustificação de aç<es relacionadas a autoI
interesse2. 'endo assim! 0neste mundo! leis são escritas pelo ale#ado o/"etivo de 8/em
comum; e então orquestradas de fato na /ase da 8#anHncia; comum2. 'o/re este mundo!
ele ainda afirma que 0a irracionalidade se ape#a ao omem como uma som/ra! de modo
que coisas certas se"am feitas por raz<es erradas J depois! arrumamIse raz<es certas
para "ustificação2. $ão dá para ne#ar que em uma a/orda#em realista do animal
umano! Alins está correto neste caso. Ainda em sua análise crua! ele diz que este não
é 0um mundo de an"os! mas de Hn#ulos2! onde 0os omens falam de princípios morais!
mas atuam em princípios de poder2! um lu#ar 0onde ns sempre somos morais! e nossos
inimi#os sempre imorais2. &nfim! 0um mundo onde 8reconciliação; si#nifica que
quando um lado o/tem o poder e o outro lado aceita a situação! então ns temos
reconciliaçãoM um mundo de instituiç<es reli#iosas que tem! como foco principal apoio e
"ustificação do status quo de forma que o"e em dia a reli#ião or#anizada está
materialmente desfeita e espiritualmente corrupta2. &specificamente so/re a reli#ião! ele
afirma 0$s vivemos em uma ética "udaicoIcristã que não s acomodouIse a si prpria!
como tam/ém "ustificou escravidão! #uerra e todas outras perversas e>ploraç<es
orríveis que o status quo dese"ava2.
&is! então! o ponto de partida de Alins
$s vivemos em um mundo onde 0o /em2 é um valor que depende do quanto ns
queremos al#o. $o mundo como ele é! a solução de cada pro/lema inevitavelmente
cria um novo pro/lema. $o mundo como ele é! não á felicidade permanente ou
tristeza sem fim. Bais coisas pertencem ao mundo da fantasia! o mundo como ns
#ostaríamos que fosse! o mundo dos contos de fadas das crianças onde 0eles
viveram felizes para sempre2. $o mundo como ele é! temos um flu>o de eventos
com picos intermitentes! sendo que a morte é o 6nico ponto terminal. Al#uém "amais
alcançará o orizonteM mas sempre focará no futuro! sempre acenando 4 frenteM
enfim! a /usca vital em si prpria. Ksto é o mundo como ele é. &ste é seu ponto de
partida.
Alins se#ue dizendo que! aps o leitor reconecer o mundo como ele é (ao invés de
como #ostaríamos que fosse)! é possível esma#ar falácia por falácia da visão anti#a.
Como por e>emplo! na derru/ada da ilusão de que as coisas podem ser vistas separadas
de suas contraIpartidas. Assim! em sua visão! podeIse notar que 0a ameaça de destruição
a partir da ener#ia nuclear traz em si prpria a oportunidade de paz e prosperidade2! e
assim tudo funciona no universo. 'e#undo ele 0$estas contradiç<es e suas tens<es que
constantemente intera#em é que a criatividade começa. Assim que começamos a aceitar
o conceito das contradiç<es! passa a ser possível visualizar cada pro/lema ou questão
em seu sentido como um todo e interIrelacionado.2 Assim! 0reconecemos que para
cada positivo á um ne#ativo! que não á nada positivo sem o seu ne#ativo
concomitante! nem qualquer paraíso político sem seu lado ne#ativo2.
A mensa#em que ele quer passar é ainda mais profunda! ao constatar que! em qualquer
discussão ou análise de movimentos de massa! não se pode afirmar que se 0U é feito! Y
será resultante2. 5ma visão modesta! assumida por Alins! é a de que podemos no
má>imo 0esperar entender as pro/a/ilidades inerentes a certas aç<es2. Alins tam/ém
quer precaver seu leitor de que com certeza aquilo que 0/eneficiará um lado! tende a
pre"udicar o outro2. Por isso! ele diz que definir os pontos como 0positivos2 e
0ne#ativos2! de forma do#mática! é a marca de um iletrado político. Sá uma
conseqZ%ncia ainda mais profunda deste raciocínio! que é notar que para cada ação
revolucionária! á uma ação contraIrevolucionária! e que! se aqueles que atuam no
processo de mudança aceitarem este fato! 0aprenderão a antecipar a inevitável contraI
revolução2! e! daí! alterar o padrão istrico de uma revolução se#uida por uma contraI
revolução! isto é! a/andonar um processo de mudança lento! definido por dois passos
para a frente e um passo para trás.
$ão podemos esquecer as tr%s classes de Alins para seu mapeamento de classes no
conflito político! ao passo que! em uma visão de direita! aqui proposta! e>istem quatro.
A ar#umentação dele para arre#imentar a classe dos que não tem nada contra os que tem
muito é /aseada em várias dicotomias que! com certeza! foram e>tremamente 6teis para
o convencimento dos adeptos. 'e#undo ele! os que tem muito querem se opor 4 pro"etos
de mudança! pois viveriam rodeados de poder! dineiro! se#urança e lu>o. &le constata
oos/vio ao dizer
de maior que estes
n6mero. estãoas
&is então! emdicotomias
menor n6mero! enquanto
0@s que aqueles
tem muito que tem
querem reter!muito são
e os que
não tem querem o/ter. Bermopoliticamente! estes são uma massa de resi#nação e
fatalismo! mas dentro deles á uma crescente quantidade de esperança que pode ser
ativada pela construção de meios para o/tenção de poder2. Alins lança a se#uinte
constatação 05ma vez que a fe/re se inicia a cama irá se se#uir. &les não tem para
onde ir! a não ser para cima2.
Alins nota que os que não tem odeiam o que ele cama de 0opul%ncia arro#ante2 dos
que tem! e isso si#nifica tudo o que representaria! em sua visão! o status quo da
/ur#uesia. Assim! as leis! políticas e i#re"as são representaç<es desta /ur#uesia. Para ele!
termos como 0"ustiça! moralidade! lei e ordem2 são apenas palavras para a "ustificação
do status quo. &m outra mensa#em com %nfase no 0levantamento da moral da tropa2!
Alins diz que o poder dos que não tem reside apenas em seu n6mero. ais uma
dicotomia com efeito potencial efeito psicol#ico é a se#uinte 0@s que tem vivem
encarando a questão 8quando ns dormimos?;! enquanto os que não tem pensam o
tempo todo em 8quando ns comemos?2.
&le diz que entre os que tem e os que não tem! estão os 'ue tem um pouco e 'uerem
mais! o que é e>atamente i#ual o termo pequenoI/ur#u%s do dialeto mar>ista. &stes
seriam a classe média! que em sua visão são seres de personalidade dividida. Por
e>emplo! estes sempre /uscariam a maneira se#ura de levar a vida! 0onde eles podem
lucrar com a mudança mas ainda assim sem riscos de perder o pouco que tem2. Por isso!
Alins diz que os pequenoI/ur#ueses são 0enraizados na inércia2! entretanto! mesmo
vivendo com interesses conflitantes e contradiç<es! são uma fonte de criatividade. 9aí
ele constata que estas contradiç<es! na classe média! #eraram #randes líderes de
mudança na istria recente. Alins afirma que esta classe e>pressa comprometimento
com mudanças sociais para 0ideais de "ustiça! i#ualdade e oportunidade2! e daí 0se
a/stém da luta e desencora"am todas as aç<es efetivas para mudança2. &le reconece a
classe média pelo se#uinte lema 0&u concordo com seus fins! mas discordo de seus
meios2. Ce#ando até a citar o conservador de direita &dmund Gure! Alins diz que a
pequena /ur#uesia é composta daqueles referidos pela famosa frase do autor 0A 6nica
coisa necessária para o triunfo do mal é que os omens /ons não façam nada2.
7oltando aos que tem muito! Alins se ilude ao ilustráIlo como aqueles que vivem em
um estado no qual estão 0anestesiados2! portanto! podem cometer erros na proteção de
seu status quo! menosprezando o poder dos que não tem. 9aí! para motivar aqueles que
ele #arante representar! afirma que 0a #rande lei da mudança prepara o anestesiamento
da vítima antes da cirur#ia social ocorrer2. 'e"a lá como for! independente do
mapeamento das classes de Alins ser contestável! a proposta dele é reta 0são pá#inas
para cooperar com a #rande lei da mudança2.
=o#icamente! ele tam/ém entende que sem palavras de motivação! nada funcionaria!
portanto sua ação tem que ser /aseada no otimismo! de forma a conta#iar os outros.
Assim! o ato de se ima#inar um futuro /elo! não si#nifica que ele vai ser conquistado!
mas sim que esta esperança dará uma motivação para a mudança. &>atamente por isso
ele "á alerta seu leitor 0[s vezes ns desanimamos! mas isso não si#nifica que não
este"amos fazendo pro#ressos2. &sta é a mensa#em que ele quer transmitir 0A /usca da
felicidade não tem fim! e a felicidade está nessa /usca2.
Alins
0#eradasdoura todo e espirituais
por valores qualquer escrito seu constatando
e consideraç<es que todas
so/re "ustiça! as revoluç<es
i#ualdade! paz e são
fraternidade2. 9aí! ele conclui que a 0maior revolução a ser #ana no futuro imediato é
o desmantelamento da ilusão do omem de que o seu /em estar pode e>istir separado de
todos os outros2. Teito isso! o ponto de partida dele é /aseado em idealizar esta utopia!
mesmo que ele tena afirmado o contrário anteriormente. Ainda mais rancoroso! ele diz
que o 0desape#o ao /em estar dos outros é imoral de acordo com os preceitos da
civilização "udaicoIcristã! mas ainda pior! sendo uma estupidez di#na dos animais mais
/ai>os2.
Bentando racionalizar seus idéias! ele diz que a constatação de que cada um deve ser 0o
protetor de seu irmão2 não deve sur#ir por causa da 0/oa natureza2 umana! mas por
autoIintereresse! pois 0'e ele não divide o seu pão! pode ter medo de dormir! "á que seu
vizino irá matáIlo. Para alimentar e dormir em se#urança o omem deve fazer a coisa
certa! mesmo que pelas raz<es erradas! e! na prática se tornar o protetor de seu irmão2.
Por fim! Alins conclui seu capítulo so/re o propsito de sua iniciativa afirmando que
esta é sua 0/ase moral2! sempre profetizada em tom ameaçador! copiado do estilo
mar>ista 0@ omem precisa aprender que ou ele divide parte de seus /ens pessoais ou
perderá tudoM e que ele precisa respeitar e aprender a viver com outras ideolo#ias
políticas se ele quiser que a civilização avande2. Al#uns pensariam por que Alins usa
este tom? &is a resposta! com a qual ele conclui seu primeiro capítulo 0&ste é o tipo de
ar#umento que a e>peri%ncia atual do omem o permite compreender e aceitar. -sta é a
estrada #il para a moralidade! /ão 01 outra!
D. @ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na qual a ação ocorreu e não a
partir de qualquer outro ponto de vista cronol#icoM
3. Luanto menos importante o fim a ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar
em avaliar a ética dos meiosM
-. Oeralmente o sucesso ou fala é um fator poderosamente determinante das
éticasM
*,. 7oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáIlo com tons
moraisM
as eu entendo que devamos procurar olar um pouco além e entender um pouco a
mente de Alins e o que ele quis dizer com al#umas de suas re#ras morais. 9e
onde elas se ori#inam? Luais suas motivaç<es? Por que elas são tão facilmente
"ustificáveis aos que a defendem? 'e#undo ele! o questionamento so/re meios e fins
é equivocado! pois a questão 0@s meios "ustificam os fins2 é vazia de sentido.
elor seria a questão 0&ste fim particular "ustifica este meio particular?2 Ksto se
adaptaria melor ao mindset do que ele define como um omem de ação! que
deveria pensar em termos estraté#icos e pra#máticos. 9esta forma
&le não tem qualquer outro pro/lema. &le pensa de acordo com seus meios atuais e
as possi/ilidades dentre várias escolas de ação. &m relação aos fins! ele os
questiona apenas no que diz respeito a eles serem alcançáveis e valerem a penaM em
relação aos meios! no que diz respeito a se irão funcionar ou não. Ao dizer que os
meios corrompem os fins estamos acreditando na concepção imaculada dos fins e
princípios. A arena verdadeira é corrupta e san#renta.
&les assumem uma situação nãoIe>istente onde os omens plane"am e definem meios de
maneira desapai>onada e racional como se estivessem estudando uma carta de
nave#ação em terra.
$otaIse que ele não possui muito respeito para com aqueles que discutem muito
quest<es morais antes de a#irem. Para ele! podeIse reconecer estas pessoas por duas
marcas ver/ais 0$s concordamos com os fins! mas não com os meios2! ou 0&ste não é
o momento2. &m cima destes mapeamentos! ele avalia que 0os moralistas dos meiosIeI
fins ou omissos nunca conse#uem seus fins! sem usar quaisquer meios2.
Assim como ar> criticava a 0ética /ur#uesa2! Alins diz que estes moralistas dos
meiosIeIfins que são o/cecados com a 0ética dos meios e fins utilizadas pelos que não
tem contra os que tem2 deveriam reavaliar qual sua real posição política. Para ele! quem
fica muito ape#ado 4 ética de meios e fins! está do lado dos /ur#ueses. 'eu desprezo por
estas pessoa é tamano que ele ce#a a comparáIlos aqueles que poderiam ter usado
muito mais meios no início da 'e#unda Ouerra undial para /arrar os nazistas mas não
o fizeram! e! com isso! condenaram os "udeus ao Solocausto . Ksso o leva a mais uma
racionalização que com certeza tem efeito poderoso 0Ksto é o cumulo da imoralidade. @
menos ético de todos os meios relacionaIse 4 nãoIutilização de quaisquer meios2 .
A partir de a#ora! ve"amos em maior detale al#umas das racionalizaç<es que Alins
traz aos seus leitores para facilitar a di#estão de uma ética na qual tudo é permitido e
nada é vetado.
&m relação a re#ra um (0A preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia
inversamente com o seu interesse particular na questão2)! ele afirma que quando não
estamos diretamente preocupados com uma questão! nossas intenç<es morais se tornam
a/undantes. &le cita =e 1ocefoucauld 0todos ns temos força suficiente para suportar
as des#raças dos outros2. Para esta re#ra! Alins define uma outra! paralela 0A
preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia inversamente com a distHncia
dele em relação 4 cena do conflito2.
Para "ustificar a re#ra dois (0@ "ul#amento da ética de meios é dependente da posição
política daqueles participando do "ul#amento2)! ele novamente relem/ra a questão da
#uerra contra os nazistas. &le afirma que 0os que se opuseram ativamente aos nazistas e
se "untaram a 1esist%ncia! adotaram os meios do assassinato! terror! destruição de
propriedades! /om/eamento de t6neis e trens! seqZestro e a disposição em sacrificar
reféns inocentes para atender ao o/"etivo de derrotar os nazistas2. @s que se opunam
aos conquistadores nazistas avaliavam a 1esist%ncia 0como um e>ército secreto de
idealistas patriticos! dedicados! cora"osos além das e>pectativas e dispostos a sacrificar
suas vidas
nazista! de acordo0estas
entretanto! com pessoas
suas convicç<es morais2.fora
eram terroristas Paradaaslei!
autoridades
assassinos!dasa/otadores!
ocupação
que acreditavam que o fim "ustifica os meios! e a#iam de forma completamente antiI
ética de acordo com as re#ras místicas da #uerra2. A #lorificação da 1esist%ncia até o"e
pelos vitoriosos na #uerra provaria este ponto.
Alins afirma que a istria é composta de 0"ul#amentos morais2 com /ase em
política. 7e"a a afirmação a/ai>o
$s condenamos o fato de =enin ter aceito dineiro dos alemães em *+*- mas fomos
discretamente silenciosos enquanto nosso Coronel \illiam G. Bompson no mesmo ano
contri/uiu com um milão de dlares para os antiI/olceviques na 16ssia. Como
aliados dos soviéticos na 'e#unda Ouerra undial! ns louvamos e comemoramos as
táticas comunistas de #uerrila quando os russos as usaram contra os nazistas durante a
invasão alemã da 5nião 'oviéticaM e ns denunciamos as mesmas táticas quando elas
são utilizadas por forças comunistas em diferentes partes do mundo contra ns.
$essa análise! ele conclui que 0os meios da oposição! utilizados contra ns! são sempre
imorais e nossos meios são sempre éticos e enraizados nos valores éticos mais
elevados2.
'o/re a terceira re#ra (0$a #uerra! os fins "ustificam quase quaisquer meios2)! ele
afirma que os acordos so/re as convenç<es de Oene/ra s são respeitados por medo de
retaliação dos oponentes! e não por causa dos acordos em si. &le cita o caso de Curcill
quando este foi questionado por sua aliança com os russos na época da 'e#unda Ouerra
undial e se a acava constran#edora 09e maneira al#uma. &u teno apenas um
o/"etivo! a destruição de Sitler! e mina vida se torna muito simplificada deste modo.
'e Sitler invadisse o inferno eu teria feito ao menos uma refer%ncia favorável ao
dem]nio na CHmara dos Comuns2.
Alins ilustra a quarta re#ra (0@ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na
qual a ação ocorreu e não a partir de qualquer outro ponto de vista cronol#ico2)
trazendo uma citação de Eon C. iller a respeito do caso do assacre de Goston ! que
reproduzo tam/ém a se#uir
As atrocidades in#lesas! por si s! não foram capazes de convencer a população de que
avia ocorrido um crime na noite de Q de março avia uma confissão o/tida no leito de
morte de Patric Carr! afirmando que os a/itantes locais aviam sido os a#ressores e
que os soldados atiraram em le#ítima defesa. &sta declaração indese"ada de um dos
mártires que estavam morrendo no odor da santidade com a qual 'am Adams os avia
vestido lançou uma onda de alarme nas linas patriotas. as Adams amaldiçoou o
testemuno de Carr aos a/itantes da $ova Kn#laterra denunciandoIo como um
0papista2 irland%s que provavelmente morreu em confissão da K#re"a Catlica 1omana.
Aps 'am Adams ter demolido pu/licamente Patric Carr nem mesmo os Bories
ousavam citáIlo para provar que os /ostonianos foram responsáveis pelo massacre.
Alins avalia este relato dizendo que 0para os /ritHnicos este foi um e>emplo de
mentiras e vilezas! pelo uso de táticas imorais e intolerantes! que seriam características
dos revolucionários2. Para para os Tilos da =i/erdade e os patriotas! a ação de 'am
Adams foique
&le avalia umao"e
0estraté#ia /rilante!
em dia ns podemosdi#na de um
avaliar as salvador
aç<es de de vidasda
Adams enviado
mesmapor 9eus2.
forma que
os in#leses fizeram! mas lem/ra que o"e em dia não estamos envolvidos em uma
revolução contra o império /ritHnico. Por isso! Alins defende que os padr<es éticos
devem ser elásticos para esticaremIse com os tempos.
$a defesa da re#ra cinco (0A preocupação com a ética aumenta com o n6mero de meios
disponíveis e vice versa2)! ele cita uma istria pessoal na qual um simpatizante! do
lado dele! tina evid%ncias que um dos e>ecutivos de uma corporação contra a qual
lutavam era #a. Alins diz que declinou de usar isso! mas ao mesmo tempo declara
Bão lon#e! tão no/reM mas! se eu estivesse convencido de que a 6nica maneira pela qual
eu poderia vencer fosse usar isso contra ele! então sem quaisquer reservas eu usaria.
Lual seria mina alternativa? AfundarIme em indi#nação 0moral2 autoIindul#ente
dizendo 0&u preferiria perder do que corromper meus princípios?2! e então ir para casa
com meu ímem ético intacto? @ fato de que D,!,,, po/res iriam perder sua #uerra
contra a falta de esperança e desespero seria trá#ico demais.
Alins não dá uma "ustificativa para a seta re#ra (0Luanto menos importante o fim a
ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar em avaliar a ética dos meios2)! mas em
relação a sétima (0Oeralmente o sucesso ou fala é um fator poderosamente
determinante das éticas2) ele nos relem/ra que o "ul#amento da istria tem muito mais
a ver com o sucesso das aç<es do que com os meios utilizados par alcançáIlos. N por
isso que! se#undo ele! os pais fundadores são considerados eris patriotas! e não
meramente traidores. 'e tivessem fracassado! a istria os teria perce/ido de maneira
diferente.
Eá na oitava re#ra (0A moralidade dos meios depende do quanto os meios este"am sendo
empre#ados em um momento de derrota iminente ou vitria iminente2)! ele nos
relem/ra que al#uns meios considerados altamente imorais possuem um atenuante! em
termos de "ul#amento p6/lico! caso tenam sido usados em circunstHncias desesperadas.
&le cita o lançamento da /om/a at]mica so/re Sirosima! que #arantiu a vitria dos
aliados. Até o"e e>iste um questionamento so/re a imoralidade dessa ação! "á que o
Eapão estava prestes a se render. Alins diz que se a /om/a fosse lançada
imediatamente aps o ataque a Pearl Sar/or (quando a nação temia uma invasão da
Costa Pacífica! a frota pacífica estava no fundo do mar e todas as forças americanas na
&uropa)! então 0o uso da /om/a naquele momento seria alardeado universalmente como
uma retri/uição "usta de fo#o! #ranizo e en>ofre2. ais ainda! seria considerado 0um
triunfo so/re o mal2. Para ele! quem ne#a estes fatos (o de que o "ul#amento so/re o
lançamento da /om/a seria completamente diferente se os &stados 5nidos estivessem
em situação desesperadora)! são 0ou tolos! ou mentirosos! ou am/os2.
Luanto a re#ra nove (0Lualquer meio efetivo é automaticamente "ul#ado pela oposição
como sendo antiIéticos2)! Alins traz a istria de um dos maiores eris
revolucionários! Trancis arlon! da Carolina do 'ul. arlon ficou conecido por suas
táticas de #uerrila que inspiraram muitos dos #uerrileiros modernos. CornFallis e o
&>ército GritHnico tiveram suas operaç<es e planos completamente desnorteados e
desor#anizados pelas táticas de arlon. Turiosos com a efetividade de suas operaç<es! e
incapazes de lidar com elas! os /ritHnicos o denunciaram como criminoso! dizendo que
ele não atuou no com/ate 0como um omem onrado! ou mesmo um cristão2. &ssa
denunciação contundente
principalmente pelo uso dea respeito de sua
suas táticas falta de ética
de #uerrila comoe moralidade
um meio deocorreu
se vencer a
1evolução.
Para a décima re#ra (07oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáI
lo com tons morais2)! ele diz que no campo de ação! a primeira questão determinante é
se os meios (para um fim em particular) estão disponíveis. Para isso! é preciso avaliar as
forças presentes e que possam ser utilizadas. 7e"amos um pouco mais so/re essa
avaliação
Ksso envolve passar por uma peneira os m6ltiplos fatores que se com/inam na criação
das circunstHncias em um dado período! e um a"ustamento 4s vis<es da opinião p6/lica
e seu clima. Luest<es a respeito do quanto tempo é necessário ou está disponível devem
ser consideradas. Luem! e quantos mais! irão apoiar a ação? A oposição possui poder a
ponto de poder suspender ou mudar as leis? A e>tensão de seu controle do poder de
polícia ce#a ao ponto onde a mudança le#al e ordenada é impossível? 'e as armas são
necessárias! e>istem armas adequadas disponíveis? A disponi/ilidade dos meios
influencia o quanto voc% atuará de forma clandestina ou p6/lica! rápida ou
va#arosamenteM movido por mudanças e>tensivas ou a"ustes limitadosM ou mesmo se
voc% irá realizar movimentos. A aus%ncia de quaisquer meios poderá levar al#uém ao
martírio na esperança de que este fato se"a um catalizador! iniciando uma cadeia de
reaç<es que culminariam em um movimento de massa. Aqui uma simples declaração
ética pode ser usada como um meio para o/tenção do poder.
&>emplos dessa re#ra estão naquilo que Alins perce/e como a ess%ncia dos discursos
de =enin aps seu retorno do e>ílio. 5m resumo do pensamento de =enin era 0&les tem
as armas e portanto ns precisamos declarar que lutaremos pela paz e por reformas
através das eleiç<es. Luando ns tivermos as armas! então iremos nos impor pela /ala2.
& foi e>atamente isso que ocorreu.
@ maior e>emplo está na visão popular de Oandi como uma ilustração do mais alto
comportamento moral! no que diz respeito aos meios e fins. Para demolir a visão
in#%nua que muitos tem do apstolo da nãoIviol%ncia! Alins traz re#istros istricos
mostrando que Oandi fez uma avaliação das forças e fraquezas do e>ército
revolucionário ao seu lado! e re#istros em sua auto/io#rafia mostram que ele se
indi#nava com a aus%ncia de retaliação em direção aos /ritHnicos. &m resumo! Oandi
fez uma avaliação dos meios disponíveis! e desco/riu que não apenas não dispuna de
armas! como tam/ém não dispuna de pessoas motivadas a lutar. Oandi disse em *+,
0&spiritualmente! o desarmamento compulsrio tirou nossa virilidade! e a presença de
um e>ército de ocupação estran#eiro! utilizado com efeito mortal para nos a/alar no
espírito de resist%ncia! nos fez pensar que não podemos cuidar de ns mesmos ou
esta/elecer uma defesa contra a#ressoras estran#eiros! ou mesmo defender nossas casas
e famílias2. Alins nota que estas palavras 0mais que su#erem que se Oandi tivesse as
armas para a resist%ncia violenta e as pessoas para utilizáIlas! este meio não seria
re"eitado com tantas reservas como o mundo #osta de pensar2. ' que! quando $eru
encarou uma disputa com o Paquistão so/re ^asmir! não esitou em usar força /élica.
as aí os arran"os do poder se alteraram! pois a _ndia tina armas e um e>ército
treinado para utilizáIlas.
$eru Oandi foi um e>ímio estrate#ista! pois! quando não tina os meios 4 sua
disposição!
possíveis! e!ele fez o que
aí entrou seupodia comdea tentativa
discurso de rotular
nãoIviol%ncia. Budosuas aç<es asainda
funcionou maismelor
moraispor
que seus oponentes /ritHnicos vinam de uma tradição moral em que pre#avam ideais
de 0li/erdade e tolerHncia2! lo#o! ele entrou em um territrio que poderia constran#%Ilos
ao optar pela política de não viol%ncia. @/viamente! isso não funcionaria diante de um
#overno totalitário em sua ideolo#ia como o de Sitler! por e>emplo. 9e forma
pra#mática! Alins conclui a análise da estraté#ia de Oandi! dizendo que 0de um
ponto de vista pra#mático! a resist%ncia passiva não era apenas possível! como o meio
mais efetivo que podia ser selecionado para a/ortar o controle /ritHnico so/re a _ndia2.
Para Alins! apelos a 0uma lei maior que a lei feita pelos omens2 si#nificam apenas
manifestaç<es dos poderosos para controlar a massa e manter o status quo. $ão s a
moral vi#ente! como as leis! seriam feitas para a manutenção do poder. Luando os que
não tem possuem sucesso e se tornam pessoas que tem o poder! 0eles estão na posição
de tentar manter o que conse#uiram e seu padrão de moralidade se modifica com esta
mudança de posição no padrão de poder2 . @ caso de Oandi! usando a moral da
resist%ncia passiva contra os /ritHnicos! mas descarre#ando forte poder de fo#o so/re os
paquistaneses! é sintomático. 'am Adams! que lutou como revolucionário! teve que
mentir manipulando os valores morais da população! mas! aps o sucesso da 1evolução
americana! demandou a e>ecução dos americanos que participaram da 1e/elião de
'a! dizendo que nin#uém tina direito de participar de uma revolução contra os
&stados 5nidos.
N nesse ponto! com esse tipo de constatação realista e crua! que Alisn começa a se
distanciar de aquiavel. 7e"a
&le nos relem/ra que todos os #randes líderes (Curcill! Oandi! =incoln e Eefferson)
sempre invocaram 0princípios morais2 para co/rir a nudez de aç<es de autoIinteresse
com roupas como 0li/erdade2! 0i#ualdade para a umanidade2! 0uma lei acima das leis
dos omens2! e daí por diante. &le faz um adendo especial a essa re#ra! que e>plica
muita coisa 0Bodas aç<es efetivas requerem o passaporte da moralidade2.
Por fim! a décima primeira re#ra (0@s o/"etivos devem ser ver/alizados em termos
#erais como 8=i/erdade! K#ualdade e Traternidade;! 09o /em estar comum2! 8Gusca da
felicidade;! ou 8Pão e paz;2)! estende os padr<es da re#ra anterior. &le cita \itman!
que teria dito 0@ o/"etivo uma vez nomeado! não pode ser revo#ado2.
&stas onze re#ras morais definidas por Alins devem ser o começo do "o#o interno de
todo aquele que for participar de aç<es de mudança! caso estas aç<es se"am de esquerda.
Bodos os valores mais 0elevados2 devem dar adorno a qualquer ação. &le diz que 0a
democracia não é um fimM mas sim o melor meio político disponível na conquista
destes valores2. &le retorna! ao final do capítulo! 4 sua asserção com que o a/riu. A
verdadeira questão! para Alins! "amais deveria ser 0@ fim "ustifica os meios?2! mas
sim 0&ste fim particular "ustifica esse meio particular?2. Ksso tudo torna toda a questão
da ética de meios e fins elástica o suficiente para qualquer coisa que um esquerdista
queira fazer.
Aco muito difícil aplicar as onze re#ras morais para qualquer #rupo político de direita!
especialmente pelo fato de que a moral "udaicoIcristã! que define a /usca da verdade!
pode criar uma série de dissonHncias co#nitivas nos adeptos. &m mina e>peri%ncia
neste /lo#! sempre que eu divul#uei uma informação inconsistente! leitores
conservadores me pediram para corri#ir. ('e fosse um /lo# de esquerda! e e>istissem
informaç<es falsas contra os oponentes! me pediriam para prosse#uir nas mentiras)
=o#o! uma moral que diz 0faça o que quiser2 simplesmente não vai servir! e colocará os
conservadores em um conflito interno tão #rande que não conse#uirão aproveitar nada.
A questão que resta é adotando o mindset conservador de direita! ainda é possível
assimilar al#o a respeito de todo o tra/alo que Alins fez em sua ela/oração destas **
re#ras éticas? A resposta é sim:
Antes! vamos com cuidado. @ que quero dizer é que a /ase destas re#ras so/re a ética
não pode se so/repor 4 uma ética pessoal que o direitista tena. &ntretanto!
conscientizaç<es devem ser feitas para que a sua ética não o torne um in#%nuo perante
os esquerdistas. Por e>emplo! um fator que faz a diferença para os esquerdistas em
de/ate contra os direitistas é que estes tem uma e>trema a/ilidade em mentir. Como se
nota nas re#ras de Alins! mentir não é um pro/lema! pois é um meio para se o/ter um
resultado (e! se#undo ele! não o/ter um resultado é mais imoral que não o/t%Ilo). as se
um oponente tem o direito de mentir! e voc% não! isso si#nifica que o "o#o está perdido
para voc%? $ão! pois é possível converter essa possível fraqueza (no "o#o! e não uma
fraqueza moral! que fique /em claro) em al#o positivo.
@ uso da mentira deli/erada faz a diferença na #uerra intelectual para a esquerda. Como
vimos em Alins! que nada mais faz do que levar 4s 6ltimas conseqZ%ncias aquilo que
ar>! =enin e Brost "á pre#aram! se a informação é conveniente 4 classe! ela é
divul#ada! e até ampliada. 'e não for! maquiaIse a informação de forma a favorecer 4
classe. A mentira passa a ser uma estraté#ia que definirá os #randes representantes da
ideolo#ia. @s maiores mentirosos serão os líderes.
0A lei! a moral! a reli#ião são preconceitos /ur#ueses! atrás dos quais se ocultam
outros tantos interesses /ur#ueses.2 (ar>)
0@ comunismo! porém! a/ole as verdades eternas! a/ole a reli#ião e a moral2 (ar>)
0A moral! é a impot%ncia colocada em ação2 (ar>)
0Eusto é o que favorece a 1evolução e in"usto é o que dificulta2 (=%nin)
0'u/ordinamos nossa ética 4 tarefa da luta de classes2 (=enin).
0@ melor revolucionário é um "ovem desprovido de toda moral2 (=%nin)
0=%nin ensinou! como se sa/e! que! para atin#ir o o/"etivo alme"ado! os /olcevistas
podem! e 4s vezes devem! usar qualquer estrata#ema! como o sil%ncio e a dissimulação
da verdade`2 (=%nin).
0N necessário sa/er adaptarIse a tudo! a todos os sacrifícios e até! se necessário for!
usar vários estrata#emas! en#anos! procedimentos ile#ais! usar o sil%ncio! a
dissimulação da verdade para penetrar nos sindicatos! permanecer neles! desenvolver
neles a qualquer custo o em/rião comunista.2 (=%nin)
0Knvocar
retroceder em nossos dias(Brots)
o pensamento.2 as 0verdades eternas2 da moral si#nifica tentar fazer
0Luem não quiser voltar a oisés! Cristo ou aomé! nem satisfazerIse com um
ecletismo arlequinesco! deve reconecer que a moral é um produto do desenvolvimento
socialM que ela não tem nada de imutávelM que serve aos interesses da sociedadeM que
esses interesses são contraditriosM que! mais que qualquer outra forma ideol#ica! a
moral tem um caráter de classes.2 (Brots)
0$ão e>istem! então! preceitos morais elementares ela/orados pelo desenvolvimento
da umanidade e indispensáveis 4 vida de qualquer coletividade? &>istem! sem d6vida!
mas sua eficácia é muito incerta e limitada. As normas 0o/ri#atrias para todos2 são
tanto menos eficazes quanto mais áspera se torna a luta de classes. A #uerra civil! forma
culminante da luta de classes! suprime violentamente todos os laços morais entre as
classes adversas.2 (Brost)
&ssa é uma das motivaç<es (mas não a 6nica) para o desenvolvimento do meu
frameFor de ceticismo político! de forma que! a partir do momento em que um
esquerdista a/rir a /oca! começa uma investi#ação. A partir do momento em que se
inicia um de/ate com um esquerdista! deveIse estar preparado para que ele minta o
quanto conse#uir (pois! de acordo com a l#ica de Alins! este é o seu meio
disponível)! e! caso estas mentiras sur"am! desmascare todas as mentiras! sem dei>ar de
e>por claramente 4 platéia que o oponente se trata de um mentiroso. 'endo a mentira a
principal iniciativa
aceitável de dos esquerdistas!
um direitista mas não
deve ao mesmo dosestar
tempo direitistas ! a com
alinada 6nicaoscontraImedida
princípios desse
direitista e tam/ém neutralizar a ação da esquerda. 5ma mentira s pode ser
neutralizada com uma refutação! e a conseqZente e>posição deste mentiroso.
'enão! de que forma desco/rimos os picaretas dentro das or#anizaç<es senão através da
função de Auditoria? & a função da Auditoria é feita dentro de parHmetros totalmente
alinados com a 9ireção da @r#anização! e ela é /asicamente onesta. 5ma das
principais características de um /om auditor é a onestidade. Por isso! da mesma forma!
não vamos nos re/ai>ar ao nível do oponente e usar a ferramenta de mentira deli/erada
que eles usam. A su#estão é! ao contrário! aumentar o foco no ceticismo e na auditoria
das ale#aç<es deles. &! para isso! a atitude onesta deve ser um valor que não pode ser
ne#ado de forma al#uma.
Por e>emplo! se á uma re#ra que define o uso de metas associadas a valores 0elevados2
por esquerdistas! mesmo que isso esconda iniciativas torpes! somente a desmoralização
p6/lica desta falsa rotula#em poderá neutralizar a iniciativa esquerdista. &! se Alins
diz que a rotula#em pode ser mentirosa no caso do esquerdista! faça então a rotula#em
correta! divul#ue isso ao p6/lico e dei>e claro que o esquerdista mentiu na rotula#em.
A 6nica coisa que eu poderia definir como intolerável! a partir desse conecimento que
voc% tem a#ora! é adotar uma postura de in#enuidade em relação até onde os
esquerdistas podem ir. Kndependentemente de eu colocar aqui uma recomendação de
restrição na aplicação nas re#ras de Alins (se para ele vale tudo! eu defendo que não
se ce#ue a este ponto se voc% for de direita)! não dei>e que isso se transforme em
in#enuidade. Ao contrário! transforme aquilo que poderia ser convertido em
in#enuidade a seu favor! para aumentar o aspecto moral de suas refutaç<es 4s mentiras
do oponente.
@ capítulo (ver a parte anterior! 0Pt*. J @ Propsito2! de 05m 1aio U das re#ras para
radicais de 'aul Alins2) de 1e#ras para 1adicais é o mais complicado! em termos
morais! para ser assimilado por quem é de direita! pois nele 'aul Alins simplesmente
"ustifica a 0moral esquerdista2. &sta pode ser resumida em 0não á re#ras! desde que
venam os resultados2. Para isso! ele delineou as se#uintes re#ras morais relacionadas
especificamente a meios e fins
D. @ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na qual a ação ocorreu e não a
partir de qualquer outro ponto de vista cronol#icoM
Q. A preocupação com a ética aumenta com o n6mero de meios disponíveis e vice
versaM
3. Luanto menos importante o fim a ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar
em avaliar a ética dos meiosM
*,. 7oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáIlo com tons
moraisM
@ que se nota é que quando @lavo de Carvalo denuncia a esquerda por seu raciocínio
de que quaisquer meios "ustificam os fins! em uma e>tensão do maquiavelismo adotado
por Oramsci ! ele não está e>a#erando. 'im! é verdade que um dos maiores motivos de
preocupação pela e>ist%ncia de uma e#emonia de esquerda é o fato de que temos no
poder pessoas que entendem que tudo está a priori "ustificado! por causa do futuro
maraviloso prometido .
as eu entendo que devamos procurar olar um pouco além e entender um pouco a
mente de Alins e o que ele quis dizer com al#umas de suas re#ras morais. 9e onde
elas se ori#inam? Luais suas motivaç<es? Por que elas são tão facilmente "ustificáveis
aos
poisque a defendem?
a questão 'e#undo
0@s meios ele! o os
"ustificam questionamento so/re
fins2 é vazia de meioselor
sentido. e fins seria
é equivocado!
a questão
0&ste fim particular "ustifica este meio particular?2 Ksto se adaptaria melor ao mindset
do que ele define como um omem de ação! que deveria pensar em termos estraté#icos
e pra#máticos. 9esta forma
&le não tem qualquer outro pro/lema. &le pensa de acordo com seus meios atuais e as
possi/ilidades dentre várias escolas de ação. &m relação aos fins! ele os questiona
apenas no que diz respeito a eles serem alcançáveis e valerem a penaM em relação aos
meios! no que diz respeito a se irão funcionar ou não. Ao dizer que os meios corrompem
os fins estamos acreditando na concepção imaculada dos fins e princípios. A arena
verdadeira é corrupta e san#renta.
&les assumem uma situação nãoIe>istente onde os omens plane"am e definem meios de
maneira desapai>onada e racional como se estivessem estudando uma carta de
nave#ação em terra.
$otaIse que ele não possui muito respeito para com aqueles que discutem muito
quest<es morais antes de a#irem. Para ele! podeIse reconecer estas pessoas por duas
marcas ver/ais 0$s concordamos com os fins! mas não com os meios2! ou 0&ste não é
o momento2. &m cima destes mapeamentos! ele avalia que 0os moralistas dos meiosIeI
fins ou omissos nunca conse#uem seus fins! sem usar quaisquer meios2.
Assim como ar> criticava a 0ética /ur#uesa2! Alins diz que estes moralistas dos
meiosIeIfins que são o/cecados com a 0ética dos meios e fins utilizadas pelos que não
tem contra os que tem2 deveriam reavaliar qual sua real posição política. Para ele! quem
fica muito ape#ado 4 ética de meios e fins! está do lado dos /ur#ueses. 'eu desprezo por
estas pessoa é tamano que ele ce#a a comparáIlos aqueles que poderiam ter usado
muito mais meios no início da 'e#unda Ouerra undial para /arrar os nazistas mas não
o fizeram! e! com isso! condenaram os "udeus ao Solocausto . Ksso o leva a mais uma
racionalização que com certeza tem efeito poderoso 0Ksto é o cumulo da imoralidade. @
menos ético de todos os meios relacionaIse 4 nãoIutilização de quaisquer meios2 .
A partir de a#ora! ve"amos em maior detale al#umas das racionalizaç<es que Alins
traz aos seus leitores para facilitar a di#estão de uma ética na qual tudo é permitido e
nada é vetado.
&m relação a re#ra um (0A preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia
inversamente com o seu interesse particular na questão2)! ele afirma que quando não
estamos diretamente preocupados com uma questão! nossas intenç<es morais se tornam
a/undantes. &le cita =e 1ocefoucauld 0todos ns temos força suficiente para suportar
as des#raças dos outros2. Para esta re#ra! Alins define uma outra! paralela 0A
preocupação de al#uém com a ética de meios e fins varia inversamente com a distHncia
dele em relação 4 cena do conflito2.
Para "ustificar a re#ra dois (0@ "ul#amento da ética de meios é dependente da posição
política daqueles participando do "ul#amento2)! ele novamente relem/ra a questão da
#uerra contra os nazistas. &le afirma que 0os que se opuseram ativamente aos nazistas e
se "untaram a 1esist%ncia! adotaram os meios do assassinato! terror! destruição de
propriedades! /om/eamento de t6neis e trens! seqZestro e a disposição em sacrificar
reféns inocentes para atender ao o/"etivo de derrotar os nazistas2. @s que se opunam
aos conquistadores nazistas avaliavam a 1esist%ncia 0como um e>ército secreto de
idealistas patriticos! dedicados! cora"osos além das e>pectativas e dispostos a sacrificar
suas vidas de acordo com suas convicç<es morais2. Para as autoridades da ocupação
nazista! entretanto! 0estas pessoas eram terroristas fora da lei! assassinos! sa/otadores!
que acreditavam que o fim "ustifica os meios! e a#iam de forma completamente antiI
ética de acordo com as re#ras místicas da #uerra2. A #lorificação da 1esist%ncia até o"e
pelos vitoriosos na #uerra provaria este ponto.
Alins afirma que a istria é composta de 0"ul#amentos morais2 com /ase em
política. 7e"a a afirmação a/ai>o
$s condenamos o fato de =enin ter aceito dineiro dos alemães em *+*- mas fomos
discretamente silenciosos enquanto nosso Coronel \illiam G. Bompson no mesmo ano
contri/uiu com um milão de dlares para os antiI/olceviques na 16ssia. Como
aliados dos soviéticos na 'e#unda Ouerra undial! ns louvamos e comemoramos as
táticas comunistas de #uerrila quando os russos as usaram contra os nazistas durante a
invasão alemã da 5nião 'oviéticaM e ns denunciamos as mesmas táticas quando elas
são utilizadas por forças comunistas em diferentes partes do mundo contra ns.
$essa análise! ele conclui que 0os meios da oposição! utilizados contra ns! são sempre
imorais e nossos meios são sempre éticos e enraizados nos valores éticos mais
elevados2.
'o/re a terceira re#ra (0$a #uerra! os fins "ustificam quase quaisquer meios2)! ele
afirma que os acordos so/re as convenç<es de Oene/ra s são respeitados por medo de
retaliação dos oponentes! e não por causa dos acordos em si. &le cita o caso de Curcill
quando este foi questionado por sua aliança com os russos na época da 'e#unda Ouerra
undial e se a acava constran#edora 09e maneira al#uma. &u teno apenas um
o/"etivo! a destruição de Sitler! e mina vida se torna muito simplificada deste modo.
'e Sitler invadisse o inferno eu teria feito ao menos uma refer%ncia favorável ao
dem]nio na CHmara dos Comuns2.
Alins ilustra a quarta re#ra (0@ "ul#amento deve ser feito no conte>to da época na
qual a ação ocorreu e não a partir de qualquer outro ponto de vista cronol#ico2)
trazendo uma citação de Eon C. iller a respeito do caso do assacre de Goston ! que
reproduzo tam/ém a se#uir
As atrocidades in#lesas! por si s! não foram capazes de convencer a população de que
avia ocorrido um crime na noite de Q de março avia uma confissão o/tida no leito de
morte de Patric Carr! afirmando que os a/itantes locais aviam sido os a#ressores e
que os soldados atiraram em le#ítima defesa. &sta declaração indese"ada de um dos
mártires que estavam morrendo no odor da santidade com a qual 'am Adams os avia
vestido lançou uma onda de alarme nas linas patriotas. as Adams amaldiçoou o
testemuno de Carr aos a/itantes da $ova Kn#laterra denunciandoIo como um
0papista2 irland%s que provavelmente morreu em confissão da K#re"a Catlica 1omana.
Aps 'am Adams ter demolido pu/licamente Patric Carr nem mesmo os Bories
ousavam citáIlo para provar que os /ostonianos foram responsáveis pelo massacre.
Alins avalia este relato dizendo que 0para os /ritHnicos este foi um e>emplo de
mentiras e vilezas! pelo uso de táticas imorais e intolerantes! que seriam características
dos revolucionários2. Para para os Tilos da =i/erdade e os patriotas! a ação de 'am
Adams foi uma 0estraté#ia /rilante! di#na de um salvador de vidas enviado por 9eus2.
&le avalia que o"e em dia ns podemos avaliar as aç<es de Adams da mesma forma que
os in#leses fizeram! mas lem/ra que o"e em dia não estamos envolvidos em uma
revolução contra o império /ritHnico. Por isso! Alins defende que os padr<es éticos
devem ser elásticos para esticaremIse com os tempos.
$a defesa da re#ra cinco (0A preocupação com a ética aumenta com o n6mero de meios
disponíveis e vice versa2)! ele cita uma istria pessoal na qual um simpatizante! do
lado dele! tina evid%ncias que um dos e>ecutivos de uma corporação contra a qual
lutavam era #a. Alins diz que declinou de usar isso! mas ao mesmo tempo declara
Bão lon#e! tão no/reM mas! se eu estivesse convencido de que a 6nica maneira pela qual
eu poderia vencer fosse usar isso contra ele! então sem quaisquer reservas eu usaria.
Lual seria mina alternativa? AfundarIme em indi#nação 0moral2 autoIindul#ente
dizendo 0&u preferiria perder do que corromper meus princípios?2! e então ir para casa
com meu ímem ético intacto? @ fato de que D,!,,, po/res iriam perder sua #uerra
contra a falta de esperança e desespero seria trá#ico demais.
Alins não dá uma "ustificativa para a seta re#ra (0Luanto menos importante o fim a
ser dese"ado! mais al#uém pode se preocupar em avaliar a ética dos meios2)! mas em
relação a sétima (0Oeralmente o sucesso ou fala é um fator poderosamente
determinante das éticas2) ele nos relem/ra que o "ul#amento da istria tem muito mais
a ver com o sucesso das aç<es do que com os meios utilizados par alcançáIlos. N por
isso que! se#undo ele! os pais fundadores são considerados eris patriotas! e não
meramente traidores. 'e tivessem fracassado! a istria os teria perce/ido de maneira
diferente.
Eá na oitava re#ra (0A moralidade dos meios depende do quanto os meios este"am sendo
empre#ados em um momento de derrota iminente ou vitria iminente2)! ele nos
relem/ra
termos deque al#uns meios
"ul#amento considerados
p6/lico! altamente
caso tenam imorais
sido usados em possuem um atenuante!
circunstHncias em
desesperadas.
&le cita o lançamento da /om/a at]mica so/re Sirosima! que #arantiu a vitria dos
aliados. Até o"e e>iste um questionamento so/re a imoralidade dessa ação! "á que o
Eapão estava prestes a se render. Alins diz que se a /om/a fosse lançada
imediatamente aps o ataque a Pearl Sar/or (quando a nação temia uma invasão da
Costa Pacífica! a frota pacífica estava no fundo do mar e todas as forças americanas na
&uropa)! então 0o uso da /om/a naquele momento seria alardeado universalmente como
uma retri/uição "usta de fo#o! #ranizo e en>ofre2. ais ainda! seria considerado 0um
triunfo so/re o mal2. Para ele! quem ne#a estes fatos (o de que o "ul#amento so/re o
lançamento da /om/a seria completamente diferente se os &stados 5nidos estivessem
em situação desesperadora)! são 0ou tolos! ou mentirosos! ou am/os2.
Luanto a re#ra nove (0Lualquer meio efetivo é automaticamente "ul#ado pela oposição
como sendo antiIéticos2)! Alins traz a istria de um dos maiores eris
revolucionários! Trancis arlon! da Carolina do 'ul. arlon ficou conecido por suas
táticas de #uerrila que inspiraram muitos dos #uerrileiros modernos. CornFallis e o
&>ército GritHnico tiveram suas operaç<es e planos completamente desnorteados e
desor#anizados pelas táticas de arlon. Turiosos com a efetividade de suas operaç<es! e
incapazes de lidar com elas! os /ritHnicos o denunciaram como criminoso! dizendo que
ele não atuou no com/ate 0como um omem onrado! ou mesmo um cristão2. &ssa
denunciação contundente a respeito de sua falta de ética e moralidade ocorreu
principalmente pelo uso de suas táticas de #uerrila como um meio de se vencer a
1evolução.
Para a décima re#ra (07oc% deve fazer o que puder com o que tiver em mãos e adornáI
lo com tons morais2)! ele diz que no campo de ação! a primeira questão determinante é
se os meios (para um fim em particular) estão disponíveis. Para isso! é preciso avaliar as
forças presentes e que possam ser utilizadas. 7e"amos um pouco mais so/re essa
avaliação
Ksso envolve passar por uma peneira os m6ltiplos fatores que se com/inam na criação
das circunstHncias em um dado período! e um a"ustamento 4s vis<es da opinião p6/lica
e seu clima. Luest<es a respeito do quanto tempo é necessário ou está disponível devem
ser consideradas. Luem! e quantos mais! irão apoiar a ação? A oposição possui poder a
ponto de poder suspender ou mudar as leis? A e>tensão de seu controle do poder de
polícia ce#a ao ponto onde a mudança le#al e ordenada é impossível? 'e as armas são
necessárias! e>istem armas adequadas disponíveis? A disponi/ilidade dos meios
influencia o quanto voc% atuará de forma clandestina ou p6/lica! rápida ou
va#arosamenteM movido por mudanças e>tensivas ou a"ustes limitadosM ou mesmo se
voc% irá realizar movimentos. A aus%ncia de quaisquer meios poderá levar al#uém ao
martírio na esperança de que este fato se"a um catalizador! iniciando uma cadeia de
reaç<es que culminariam em um movimento de massa. Aqui uma simples declaração
ética pode ser usada como um meio para o/tenção do poder.
&>emplos dessa re#ra estão naquilo que Alins perce/e como a ess%ncia dos discursos
de =enin aps seu retorno do e>ílio. 5m resumo do pensamento de =enin era 0&les tem
as armas e portanto ns precisamos declarar que lutaremos pela paz e por reformas
através das eleiç<es. Luando ns tivermos as armas! então iremos nos impor pela /ala2.
& foi e>atamente isso que ocorreu.
@ maior e>emplo está na visão popular de Oandi como uma ilustração do mais alto
comportamento moral! no que diz respeito aos meios e fins. Para demolir a visão
in#%nua que muitos tem do apstolo da nãoIviol%ncia! Alins traz re#istros istricos
mostrando que Oandi fez uma avaliação das forças e fraquezas do e>ército
revolucionário ao seu lado! e re#istros em sua auto/io#rafia mostram que ele se
indi#nava com a aus%ncia de retaliação em direção aos /ritHnicos. &m resumo! Oandi
fez uma avaliação dos meios disponíveis! e desco/riu que não apenas não dispuna de
armas! como tam/ém não dispuna de pessoas motivadas a lutar. Oandi disse em *+,
0&spiritualmente! o desarmamento compulsrio tirou nossa virilidade! e a presença de
um e>ército de ocupação estran#eiro! utilizado com efeito mortal para nos a/alar no
espírito de resist%ncia! nos fez pensar que não podemos cuidar de ns mesmos ou
esta/elecer uma defesa contra a#ressoras estran#eiros! ou mesmo defender nossas casas
e famílias2. Alins nota que estas palavras 0mais que su#erem que se Oandi tivesse as
armas para a resist%ncia violenta e as pessoas para utilizáIlas! este meio não seria
re"eitado com tantas reservas como o mundo #osta de pensar2. ' que! quando $eru
encarou uma disputa com o Paquistão so/re ^asmir! não esitou em usar força /élica.
as aí os arran"os do poder se alteraram! pois a _ndia tina armas e um e>ército
treinado para utilizáIlas.
$eru Oandi foi um e>ímio estrate#ista! pois! quando não tina os meios 4 sua
disposição! ele fez o que podia com a tentativa de rotular suas aç<es as mais morais
possíveis! e! aí entrou seu discurso de nãoIviol%ncia. Budo funcionou ainda melor por
que seus oponentes /ritHnicos vinam de uma tradição moral em que pre#avam ideais
de 0li/erdade e tolerHncia2! lo#o! ele entrou em um territrio que poderia constran#%Ilos
ao optar pela política de não viol%ncia. @/viamente! isso não funcionaria diante de um
#overno totalitário em sua ideolo#ia como o de Sitler! por e>emplo. 9e forma
pra#mática! Alins conclui a análise da estraté#ia de Oandi! dizendo que 0de um
ponto de vista pra#mático! a resist%ncia passiva não era apenas possível! como o meio
mais efetivo que podia ser selecionado para a/ortar o controle /ritHnico so/re a _ndia2.
Para Alins! apelos a 0uma lei maior que a lei feita pelos omens2 si#nificam apenas
manifestaç<es dos poderosos para controlar a massa e manter o status quo. $ão s a
moral vi#ente! como as leis! seriam feitas para a manutenção do poder. Luando os que
não tem possuem sucesso e se tornam pessoas que tem o poder! 0eles estão na posição
de tentar manter o que conse#uiram e seu padrão de moralidade se modifica com esta
mudança de posição no padrão de poder2 . @ caso de Oandi! usando a moral da
resist%ncia passiva contra os /ritHnicos! mas descarre#ando forte poder de fo#o so/re os
paquistaneses! é sintomático. 'am Adams! que lutou como revolucionário! teve que
mentir manipulando os valores morais da população! mas! aps o sucesso da 1evolução
americana! demandou a e>ecução dos americanos que participaram da 1e/elião de
'a! dizendo que nin#uém tina direito de participar de uma revolução contra os
&stados 5nidos.
N nesse ponto! com esse tipo de constatação realista e crua! que Alisn começa a se
distanciar de aquiavel. 7e"a
&le nos relem/ra que todos os #randes líderes (Curcill! Oandi! =incoln e Eefferson)
sempre invocaram 0princípios morais2 para co/rir a nudez de aç<es de autoIinteresse
com roupas como 0li/erdade2! 0i#ualdade para a umanidade2! 0uma lei acima das leis
dos omens2! e daí por diante. &le faz um adendo especial a essa re#ra! que e>plica
muita coisa 0Bodas aç<es efetivas requerem o passaporte da moralidade2.
Por fim! a décima primeira re#ra (0@s o/"etivos devem ser ver/alizados em termos
#erais como 8=i/erdade! K#ualdade e Traternidade;! 09o /em estar comum2! 8Gusca da
felicidade;! ou 8Pão e paz;2)! estende os padr<es da re#ra anterior. &le cita \itman!
que teria dito 0@ o/"etivo uma vez nomeado! não pode ser revo#ado2.
&stas onze re#ras morais definidas por Alins devem ser o começo do "o#o interno de
todo aquele que for participar de aç<es de mudança! caso estas aç<es se"am de esquerda.
Bodos os valores mais 0elevados2 devem dar adorno a qualquer ação. &le diz que 0a
democracia não é um fimM mas sim o melor meio político disponível na conquista
destes valores2. &le retorna! ao final do capítulo! 4 sua asserção com que o a/riu. A
verdadeira questão! para Alins! "amais deveria ser 0@ fim "ustifica os meios?2! mas
sim 0&ste fim particular "ustifica esse meio particular?2. Ksso tudo torna toda a questão
da ética de meios e fins elástica o suficiente para qualquer coisa que um esquerdista
queira fazer.
Aco muito difícil aplicar as onze re#ras morais para qualquer #rupo político de direita!
especialmente pelo fato de que a moral "udaicoIcristã! que define a /usca da verdade!
pode criar uma série de dissonHncias co#nitivas nos adeptos. &m mina e>peri%ncia
neste /lo#! sempre que eu divul#uei uma informação inconsistente! leitores
conservadores me pediram para corri#ir. ('e fosse um /lo# de esquerda! e e>istissem
informaç<es falsas contra os oponentes! me pediriam para prosse#uir nas mentiras)
=o#o! uma moral que diz 0faça o que quiser2 simplesmente não vai servir! e colocará os
conservadores em um conflito interno tão #rande que não conse#uirão aproveitar nada.
A questão que resta é adotando o mindset conservador de direita! ainda é possível
assimilar al#o a respeito de todo o tra/alo que Alins fez em sua ela/oração destas **
re#ras éticas? A resposta é sim:
Antes! vamos com cuidado. @ que quero dizer é que a /ase destas re#ras so/re a ética
não pode se so/repor 4 uma ética pessoal que o direitista tena. &ntretanto!
conscientizaç<es devem ser feitas para que a sua ética não o torne um in#%nuo perante
os esquerdistas. Por e>emplo! um fator que faz a diferença para os esquerdistas em
de/ate contra os direitistas é que estes tem uma e>trema a/ilidade em mentir. Como se
nota nas re#ras de Alins! mentir não é um pro/lema! pois é um meio para se o/ter um
resultado (e! se#undo ele! não o/ter um resultado é mais imoral que não o/t%Ilo). as se
um oponente tem o direito de mentir! e voc% não! isso si#nifica que o "o#o está perdido
para voc%? $ão! pois é possível converter essa possível fraqueza (no "o#o! e não uma
fraqueza moral! que fique /em claro) em al#o positivo.
@ uso da mentira deli/erada faz a diferença na #uerra intelectual para a esquerda. Como
vimos em Alins!
ar>! =enin que"ánada
e Brost mais faz
pre#aram! se adoinformação
que levar 4s 6ltimas conseqZ%ncias
é conveniente 4 classe! elaaquilo
é que
divul#ada! e até ampliada. 'e não for! maquiaIse a informação de forma a favorecer 4
classe. A mentira passa a ser uma estraté#ia que definirá os #randes representantes da
ideolo#ia. @s maiores mentirosos serão os líderes.
0A lei! a moral! a reli#ião são preconceitos /ur#ueses! atrás dos quais se ocultam
outros tantos interesses /ur#ueses.2 (ar>)
0Luem não quiser voltar a oisés! Cristo ou aomé! nem satisfazerIse com um
ecletismo arlequinesco! deve reconecer que a moral é um produto do
desenvolvimento socialM que ela não tem nada de imutávelM que serve aos
interesses da sociedadeM que esses interesses são contraditriosM que! mais que
qualquer outra forma ideol#ica! a moral tem um caráter de classes.2 (Brots)
conte6do
mais de classe!
cate#rica istomenos
quanto é! um conte6do anta#onístico.
é 0o/ri#atria A norma
para todos2. moral é tanto
A solidariedade dos
operários! especialmente nas #reves ou por detrás das /arricadas! é infinitamente
mais 0cate#rica2 que a solidariedade umana em #eral.2 (Brosts)
&ssa é uma das motivaç<es (mas não a 6nica) para o desenvolvimento do meu
frameFor de ceticismo político! de forma que! a partir do momento em que um
esquerdista a/rir a /oca! começa uma investi#ação. A partir do momento em que se
inicia um de/ate com um esquerdista! deveIse estar preparado para que ele minta o
quanto conse#uir (pois! de acordo com a l#ica de Alins! este é o seu meio
disponível)! e! caso estas mentiras sur"am! desmascare todas as mentiras! sem dei>ar de
e>por claramente 4 platéia que o oponente se trata de um mentiroso. 'endo a mentira a
principal iniciativa dos esquerdistas! mas não dos direitistas ! a 6nica contraImedida
aceitável de um direitista deve ao mesmo tempo estar alinada com os princípios desse
direitista e tam/ém neutralizar a ação da esquerda. 5ma mentira s pode ser
neutralizada com uma refutação! e a conseqZente e>posição deste mentiroso.
'enão! de que forma desco/rimos os picaretas dentro das or#anizaç<es senão através da
função de Auditoria? & a função da Auditoria é feita dentro de parHmetros totalmente
alinados com a 9ireção da @r#anização! e ela é /asicamente onesta. 5ma das
principais características de um /om auditor é a onestidade. Por isso! da mesma forma!
não vamos nos re/ai>ar ao nível do oponente e usar a ferramenta de mentira deli/erada
que eles usam. A su#estão é! ao contrário! aumentar o foco no ceticismo e na auditoria
das ale#aç<es deles. &! para isso! a atitude onesta deve ser um valor que não pode ser
ne#ado de forma al#uma.
Por e>emplo! se á uma re#ra que define o uso de metas associadas a valores 0elevados2
por esquerdistas! mesmo que isso esconda iniciativas torpes! somente a desmoralização
p6/lica desta falsa rotula#em poderá neutralizar a iniciativa esquerdista. &! se Alins
diz que a rotula#em pode ser mentirosa no caso do esquerdista! faça então a rotula#em
correta! divul#ue isso ao p6/lico e dei>e claro que o esquerdista mentiu na rotula#em.
A 6nica coisa que eu poderia definir como intolerável! a partir desse conecimento que
voc% tem a#ora! é adotar uma postura de in#enuidade em relação até onde os
esquerdistas podem ir. Kndependentemente de eu colocar aqui uma recomendação de
restrição na aplicação nas re#ras de Alins (se para ele vale tudo! eu defendo que não
se ce#ue a este ponto se voc% for de direita)! não dei>e que isso se transforme em
in#enuidade. Ao contrário! transforme aquilo que poderia ser convertido em
in#enuidade a seu favor! para aumentar o aspecto moral de suas refutaç<es 4s mentiras
do oponente.
Alins sa/e que as pai><es umanas perfazem todas as áreas da política! incluindo o
voca/ulário. As palavrasIcave da política normalmente resultam em resposta ne#ativa!
emocional e condicionada! em termos psicol#icos! por parte da maioria das pessoas.
&le lem/ra que a e>pressão 0política2! que si#nifica! se#undo o 9icionário \e/ster! a
0ci%ncia e a arte de se #overnar2! é normalmente vista em um conte>to no qual está
associada 4 corrupçãoV*W.
Assim como e>iste uma sensação ne#ativa em relação 4 palavra política! o mesmo
ocorre em relação 4s se#uintes palavras poder! autoIinteresse! acordo! e#o e conflito.
&stas se tornaram! se#undo Alins! sím/olos do mal! aps terem sido continuamente
distorcidas e deformadas. A i#norHncia política! para ele! é a doença que levou a este
sintoma.
Poder
Alins começa falando da palavra 0poder2! tratando a se#uinte o/"eção 0Por que não
utilizar outras palavras J aquelas que si#nifiquem o mesmo mas se"am pacíficas e não
resultam em reaç<es
su/stituição. emocionais?2.
Primeiramente! por que&le defende
o uso várias raz<es
de e>press<es comopara não fazer esta de
0aproveitamento
ener#ia2! ao invés da e>pressão 0poder2! diluiria seu si#nificado. &stes sin]nimos
purificadores não trazem todos os aspectos de amor e dio! a#onia e triunfo! além da
an#6stia! todos associados a essa palavra! e isso nos levaria apenas a uma imitação
ascética da vida! e não a uma o/servação da vida como ela é. @ uso de outras palavras
em lu#ar de 0poder2 si#nificaria mudar o si#nificado de todas as aç<es propostas por
AlinsVW.
&le defende que 0cedermos 4queles que não possuem est]ma#o para a lin#ua#em
direta! insistindo em douráIlas com temperos /randos e intermediários! é perda de
tempo2. 'implesmente por que! por causa de al#umas travas mentais! 0eles não
conse#uem ou deli/eradamente não irão entender o que estamos discutindo aqui2VW.
Ao re"eitar o si#nificado real da e>pressão 0poder2! estaríamos! de acordo com Alins!
0nos tornando aversos a pensarmos em termos onestos! vi#orosos e simples2. ais
0Poder2! que si#nifica 0a/ilidade! se"a ela física! mental ou moral! para a#ir2! se tornou
uma palavra mali#na! com conotaç<es e tonalidades que su#erem o sinistro! o doentio! o
maquiavélico. &la su#ere uma fantasma#oria de re#i<es inferiores. $o momento em que
a palavra poder é mencionada é como se as portas do inferno tivessem sido a/ertas!
e>alando o ceiro de es#oto da corrupção demoníaca. &la evoca ima#ens de crueldade!
desonestidade! e#oísmo! arro#Hncia! totalitarismo e sofrimento a/"eto.
ais ou menos como um 0Prozac2 mental! teríamos criado artifícios em nossa mente
para entender a e>pressão 0poder2 de uma forma mali#na! como se estivéssemos em um
filme de Eames Gond! no qual a e>pressão 0poder2 é sempre aquela associada a um
vilão. Ksso fez com que essa e>pressão se transformasse! em nossas mentes! quase como
um 0sím/olo de corrupção e imoralidade2VDW.
&le ce#a a citar uma interpretação popular de =ord Acton! que diria 0Poder corrompe!
e poder a/soluto corrompe a/solutamente2. as a citação correta é diferente 0@ poder
tende 4 corrupção! e o poder a/soluto corrompe a/solutamente2. Alins avalia que
nossas mentes possuem tantas travas a respeito da palavra 0poder2 que nem sequer
somos capazes de ler a citação de Acton de fato.
Alins acerta em ceio ao dizer que 0a corrupção do poder não está no poder! mas em
ns mesmos2. Aqui! ele e>plica! de forma simples e didática! o poder! começando pelo
questionamento 0@ que é esse poder pelo qual os omens /uscam e pelo qual a um #rau
si#nificante vivem por ele?2
&le traz al#umas citaç<es de autores a respeito do poder. Ale>ander Samilton! em Be
2ederalist 3apers! afirmou 0@ que é o poder senão a a/ilidade ou faculdade de fazer
al#o? @ que é a a/ilidade de se fazer al#o senão o poder de empre#ar os meios
necessários para sua e>ecução?2. Pascal o/servou o se#uinte 0Eustiça sem poder é
impotenteM poder sem "ustiça é tirania2. 'ão K#nácio (fundador da @rdem Eesuíta) disse
0Para fazer /em al#o! um omem precisa de poder e compet%ncia2. &m resumo! em sua
análise! ele mostra que vários plaers de várias denominaç<es sempre utilizaram a
palavra 0poder2 em seus discursos e escritos quando atuavam para mudar a istria.
&le diz! então que a escola não é so/re poder ou não! mas sim so/re 0poder or#anizado
ou poder desor#anizado2. A prpria construção e manutenção da sociedade depende 0do
aprendizado de como desenvolver e or#anizar instrumentos de poder para alcançar
ordem! se#urança! moralidade e a vida civilizada em si prpria! ao invés da mera /usca
por so/reviv%ncia física2. Lualquer tipo de or#anização conecida pelo omem (se"a
#overnamental ou não) s tem uma razão de e>istir 0@r#anização para o poder a fim de
colocar em prática ou promover seu propsito comum2.
Alins conclui! so/re poder 0Conecer o poder e não tem%Ilo é essencial para seu uso
e controle construtivo2.
#uto%interesse
Para Alins! a e>pressão 0autoIinteresse2 tam/ém traz uma car#a ne#ativa e "á é
encarada de antemão com suspeita. &la seria 0associada a um con#lomerado repu#nante
de vícios como estreiteza! e#oísmo e e#ocentrismo! tudo o que é oposto 4s virtudes do
altruísmo e a/ne#ação2. &ntretanto! ele considera que esta análise vai contra toda nossa
e>peri%ncia cotidiana! e é /aseada em um 0mito que dita o altruísmo como um fator
motivante em nosso comportamento2. Para Alins! isto não é mais que 0um dos
clássicos contos de fada americanos2.
&m sua análise! desde o passado lon#ínquo dos filsofos #re#os e da moralidade
"udaicoIcristã! 0sempre ouve um acordo universal a respeito do fato que o autoI
interesse é uma das forças essenciais no comportamento umano2. &le traz al#umas
citaç<es! como de Eesus Cristo (Eoão *Q*) afirmando 0$in#uém tem maior amor do
que este! de dar al#uém a sua vida pelos seus ami#os2! ou de Aristteles dizendo! em
sua 3ol%tica 0Bodos pensam em si prprios! raramente no interesse p6/lico2. @utro
autor citado é Adam 'mit! em A Ri'ue4a das /aç5es 0$ão é da /enevol%ncia do
açou#ueiro! do cerve"eiro ou do padeiro que esperamos nosso "antar! mas da
consideração de seu prprio interesse. $s apelamos não 4 sua umanidade! mas ao seu
amorIprprio! e nunca falamos com ele de nossas necessidades! mas de suas vanta#ens2.
&le afirma que ne#ar este componente central de autoIinteresse no ser umano si#nifica
0se recusar a ver o omem como ele é! para v%Ilo como #ostaríamos que ele fosse2.
Claro
estudoque ele não poderiaumano
do autoIinteresse dei>ar de mencionar aquiavel como um dos ícones do
Assim! enquanto o príncipe a#ir com /enevol%ncia! eles se doarão inteiros! le
oferecerão o prprio san#ue! os /ens! a vida e os filos! mas s nos períodos de
/onança! como se disse mais acimaM entretanto! quando sur#irem as dificuldades! eles
passarão 4 revolta! e o príncipe que confiar inteiramente na palavra deles se arruinará ao
verIse despreparado para os reveses.
Alins! mesmo sendo inspirado por aquiavel! diz que o clássico autor político recaía
em um erro mortal quando definia os 0fatores 8morais; da política e tratava unicamente
do autoIinteresse em sua concepção2! a qual era limitada. Provavelmente por que a
e>peri%ncia de aquiavel na prática política não era das melores. 'enão! aquiavel
não teria 0su/estimado a fluidade /via do autoIinteresse de cada omem2. 5ma análise
por completo do autoIinteresse umano deveria ser 0e>tensa o suficiente para incluir e
e>plicar todas as dimens<es mutáveis do autoIinteresse2. &le detala um pouco mais
7oc% pode apelar a uma faceta do autoIinteresse para me levar ao campo de /atala para
lutar! mas! uma vez que eu este"a lá! meu principal interesse tornaIse permanecer vivo!
e! se formos vitoriosos! meu autoIinteresse pode! como #eralmente ocorre! ditar
o/"etivos inesperados diferentemente daqueles que eu tina antes de adentrar 4 #uerra.
Por e>emplo! os &stados 5nidos na 'e#unda Ouerra undial fervorosamente se aliaram
com a 16ssia contra Alemana! Eapão e Ktália! e lo#o aps a vitria! fervorosamente se
aliaram com seus anti#os inimi#os J Alemana! Eapão e Ktália J contra o seu e>Ialiado! a
16ssia.
Claro que pode ser complicado admitir que 0operamos na /ase do autoIinteresse puro e
simples! então desesperadamente tentamos reconciliar quaisquer mudanças de
circunstHncias que se relacionem ao nosso autoIinteresse em termos de uma "ustificação
ou racionalização moral mais a/ran#ente2. Ksto se e>plica devido 4s 0camadas de
ini/ição em nossa civilização moralista2. @ fato é que! se#undo Alins! ns não
0admitimos o verdadeiro fato nosso prprio autoIinteresse2. $os dois casos citados da
'e#unda Ouerra! todas as aç<es de autoIinteresse foram vendidas ao p6/lico so/re as
/andeiras da 0li/erdade e dec%ncia2. @ comunismo russo não incomodou os americanos
na época da 'e#unda Ouerra undial! mas depois sim. @ discurso seria al#o como
0&les podem ter o tipo de #overno que quiserem! contanto que este"am do nosso lado e
não ameacem nosso autoIinteresse2.
Alins diz que é normal entrarmos em conflito com os valores morais por ns
professados e as raz<es reais pelas quais ns fazemos as coisas. N fácil 0mascarar as
raz<es reais em palavras de /ondade /eneficente J li/erdade! "ustiça! e daí por diante2.
9iz ele 0Bais lá#rimas! dispostas na fá/rica do /aile de máscaras da moral! 4s vezes
ce#am a nos constran#er2.
@ autor cita a istria de @rFell! que se alistou durante a Ouerra Civil &spanola para
com/ater os fascistas! e! mesmo tendo a oportunidade de não estar lá! quis ir para o
campo de /atala. as estas seriam apenas transfi#uraç<es episdicas do espírito
umano! mais esparsas que os lampe"os dos va#aIlumes.
#cordo
@utra palavra que para al#uns si#nifica 0fraqueza! vacilo! traição aos ideais! a/andono
de princípios morais2. $o mundo ideol#ico! é uma palavra 0feia e repu#nante2. as
para um or#anizador! acordo é 0uma palavra cave e /ela2! parte presente do
pra#matismo operacional. 9iz ele 0'i#nifica fazer um acordo! rece/endo o respiro
vital! normalmente a vitria2. Luem começa com nada! e demanda *,, por centro!
entrando em acordo por , por cento! o/tém um #ano de , por cento em relação a
nada.
&m uma sociedade orientada a conflitos! estes somente são interrompidos vez por outra
por acordos! 0os quais se tornam o início de novos conflitos! novos acordos! e assim! ad
infinitum2. @ controle do poder seria /aseado em um 0acordo em nosso Con#resso! e
entre os tr%s poderes! e>ecutivo! le#islativo e "udiciário2. Alins diz que 0qualquer
sociedade desprovida de acordos é totalitária2. &is então que! para ele (e com muita
razão)! se 0uma sociedade a/erta e livre pudesse ser definida em uma palavra! esta
palavra seria 8acordo;2.
&go
Alins diz que as definiç<es de palavras! como tudo o mais! são relativas! dependentes
principalmente da posição partidárias do o/"eto da definição. Assim
&#o! conforme define Alins! não tem nada a ver com e#olatria! pois para ele nenum
or#anizador que se preze conse#uiria animar as massas com arro#Hncia e desrespeito
pelos outros. 5m e#latra afastaria as pessoas e as alienaria.
'onflito
@utra e>pressão tomada como ne#ativa pela opinião p6/lica em #eral. Para Alins!
isso é conseqZ%ncia de duas influ%ncias na sociedade (*) a reli#ião or#anizada (por
causa de sua retrica de 0dar a outra face2)! () criação de uma mentalidade orientada 4
fu#a dos conflitos. 9iz ele
Consenso é uma palavra cave J nin#uém deve ofender ao outroM e o"e em dia ns
vemos pessoas demitidas na mídia de massa por e>pressar suas opini<es ou sendo
0controversas2M nas i#re"as! despedidas pela mesma razão! mas as palavras usadas são
0falta de prud%ncia2M e nos campus universitários! mem/ros da faculdade são demitidos
tam/ém pela mesma razão! mas as palavras usadas são 0dificuldades de temperamento2.
Alins conclui dizendo que o 0conflito é parte essencial de uma sociedade a/erta e
livre2. &! 0se fossemos pro"etar um modo de vida democrático na forma de uma peça
musical! seu tema maior seria a armonia da dissonHncia2 V-W.
V*W Ksto não é /em assim. $a verdade! Alins citou apenas um dos si#nificados de
política. &ntretanto! política tam/ém é a arte de uma pessoa ou #rupo o/ter vanta#em
so/re outra pessoa ou #rupo na luta pela o/tenção de poder. 9esta maneira! a defesa de
Alins da política poderia ter sido adiada um pouco! pois lo#o a frente ele falará da
definição de 0poder2! que não deveria ser perce/ida de maneira tão ne#ativa como é.
VW Eá que! se ele desenvolve um modelo de ação para tomada do poder! isso não é o
mesmo que ter um modelo de ação para 0aproveitamento de ener#ia2. Balvez essa
palavra ficaria melor na academia de #inástica.
VW &ste é um ponto interessante que tem tudo a ver com o meu empreendimento!
levando os conceitos da #uerra política para a direita! pois muitos leitores da direita de
fato não possuem est]ma#o para tal. N a vida.
VDW 5m conservador de direita não #ostou deste tipo de a/orda#em em meu /lo#! e
escreveu o se#uinte 0@ verdadeiro conservador pensa em valores. &le não se importa
com o poder! ele se importa em construir as /ases de uma sociedade que se"a slida.2.
$o que le respondi 0&le diz que o conservador não se importa com o poder! mas sim
construir as /ases de uma sociedade que se"a slida. as como farão isso se os
oponentes da direita estão com o poder? &le diz que os conservadores não tem o"eriza
dos esquerdistas! mas a verdade é que os esquerdistas tem o"eriza dos conservadores!
polarizam o discurso e capitalizam com isso. @u se"a! mais uma in#enuidade da parte
dele. &le diz que os conservadores querem suar a camisa para que o mundo se"a um
lu#ar onde as pessoas possam resolver seus pro/lemas sem enfrentar in"ustiças! mas as
in"ustiças são inerentes 4 espécie umana. @ má>imo que podemos am/icionar é que
estes praticando in"ustiças não este"am no estado! onde estão com e>cesso de poder.
as isso s poderá ser feito! ora ve"am s! assumindo o poder. Ksto é o que si#nifica
pensar em seus valores! mas esquecendoIse de que! sem conquistar o poder! esses
valores serão e>pur#ados com uma cuspida por aqueles que tiverem o poder.2
V3W Lue será tratado na prpria seção! mas fica em um nível acima dos líderes.
V-W Por incrível que pareça! isso tem tudo a ver com a tese do duelo cético.
# educaç(o de um organizador
&sse capítulo (e os dois que o se#uirão) são essenciais para que Alins qualifique!
defina e oriente aquilo que ele define como um or#anizadorV*W.
Antes! ele nos relem/ra que a assimilação de uma série de or#anizaç<es de poder em
uma força nacional de poder não ocorre sem uma série de or#anizadores. As
or#anizaç<es são criadas! na maior parte dos casos! pelo or#anizador. Por isso é
importante! para ele! definir o que 0cria um or#anizador2. $o conte>to pelo qual
Alins viveu nos anos D, a -,! #rande parte de sua atuação envolvia or#anizaç<es
relacionadas ao movimento ne#ro! atividades de campus universitários! militantes
indí#enas e #rupos ispHnicos. Bodos #rupos que tinam uma ou outra demanda! e que
requeriam al#um tipo de orientação de forma a lutar por poderVW.
Para ele! um potencial or#anizador não s pode como deve utilizar sua e>peri%ncia
pessoal! como /ase para o ensino. Bodas as e>peri%ncias adquiridas seriam 6teis apenas
se forem relacionadas ou puderem iluminar um conceito central.
5m outro ponto importante para a educação de um or#anizador tem a ver com o fato de
que os melores or#anizadores são aqueles que apreendem a l#ica do que é ser um
or#anizador! ao invés apenas de ficar repetindo o que aprendeu com um outro
or#anizador. Alins diz que os que mais falaram no aprendizado eram aqueles que
pareciam 0uma fita sendo tocada! repetindo e>atamente o que eu disse em mina
apresentação! palavra por palavra2. 'e não tinam um entendimento e>ato do que ser
um or#anizador era! 0não podiam fazer mais do que or#anizaç<es /ásicas2. &le nos diz
mais
@ pro/lema com muitos deles era (e é) sua fala em entender que uma declaração de
uma situação específica é si#nificativa apenas em sua relação com a ilustração de um
conceito #eral. &m vez disso! visualizam a ação específica como um ponto terminal.
&les acam
nenuma difícil
tática devecompreender o fato ademesma
ser precisamente que nenuma situação sempre se repete! e que
em sua aplicação.
as não adianta al#uém fin#ir aquilo que não é. N melor manter sua prpria
identidade. 'endo ns mesmos! podemos nos comunicar com o outro! aumentando o
#rau de empatia. Comportamentos dissimulados tendem a não durar. Podemos até ser
ousados em nossa comunicação (as vezes até li#eiramente ofensivos)! mas isso é muito
mais produtivo do que ficar utilizando 0técnicas profissionais2! aprendidas com #urus
da comunicação! que serão perce/idas como falsas a cada vez que o conecerem
melor. A re#ra aqui é mesmo que al#uém tena que plane"ar suas aç<es no sentido de
or#anizar #rupos! sua personalidade não deve ser fin#ida. Com isso! as pessoas com as
quais a interação ocorre serão tratadas como pessoas de fato! e não macacos de
la/oratrio. &m retorno! elas reconecerão isso e se sentirão #ratificadas.
Curiosidade
Krrever%ncia
Kma#inação
'enso de umor
"uriosidade
Para Alins! um or#anizador é 0diri#ido por uma curiosidade compulsiva que não
conece limites2. 'ua vida seria 0uma /usca por um padrão! por similaridades em
semelanças aparentes! uma ordem no caos que nos rodeia! por um sentido para a vida
ao seu redor e seu relacionamento com sua prpria vida J em uma /usca que nunca
termina2. @ questionamento de 0comportamentos e valores atuais é o está#io da
reformação que precede e é tão essencial 4 revolução2VDW. @ questionamento socrático!
que sur#iu para levantar quest<es que a#itavam o modo de pensar padronizado! é um
e>emplo da curiosidade que Alins diz que um or#anizador deve ter.
Irre#er,ncia
A irrever%ncia
outra. camina lado0nada
Para o questionador! a ladoécom a curiosidade.
sa#rado2 5maelenão
VQW. $ão raro! pode
será e>istir
visto comosem a
0desafiador! ofensivo! a#itador! desacreditador2.
Krrever%ncia aqui é mais definida como uma iconoclastia radical. Kdéias são lançadas e
tornamIse vi#entes e aceitas. So"e em dia nossa sociedade está carcomida por causa do
politicamente correto! que esta/eleceu uma série de idéias que não podem ser
questionadas e comportamentos que não podem ser criticados. A postura na qual al#uém
está pronto a desafiar estas vacas sa#radas é o que se define aqui por irrever%ncia. @u
se"a! aus%ncia de rever%ncia ao préIesta/elecido.
Ksso vale tanto para os do#mas dos oponentes! como os do#mas internos. &m outras
palavras! vale tanto para questionar as idéias que o seu oponente acredita (e que voc%
perce/e como falsas! e tem como demonstrar que são falsas)! como tam/ém as táticas
que aqueles que estão do seu lado possuem para rea#ir ao oponente! e que não estão
funcionando.
Imaginação
Além da ima#inação ser 6til para que o or#anizador encontre a motivação necessária! é
vital para as táticas e as aç<es que funcionem. 'endo que cada ação de mudança vai
#erar uma reação! o or#anizador deverá ter em mente quais as possíveis reaç<es que
seus oponentes terão. Luanto mais ele conse#uir se antecipar a estas reaç<es! melor.
Senso de 0umor
Para Alins! o or#anizador deve ter a capacidade de poder rir de si prprio. 'a/endo
que 0as contradiç<es são as placas de sinalização do pro#resso! ele sempre estará alerta
para as contradiç<es2. Além disso! o umor é vital para um tático de sucesso! pois 0a
arma mais potente conecida pela umanidade é a satirização e o ridículo2.
@utro ponto no qual o umor pode ser 6til é na manutenção de sua irrever%ncia. @
or#anizador deve manter uma identidade pessoal 0que não pode ser perdida pela
a/sorção ou aceitação de qualquer tipo de disciplina de #rupo ou or#anização2.
Para Alins! um or#anizador deve 0ser /em or#anizado em si prprio de modo que se
sinta confortável em uma situação desor#anizada! sendo racional em um mar de
irracionalidades2. Para direcionar aç<es de mudança! é vital que ele se"a capaz de
0aceitar e tra/alar com irracionalidades2! pois! como ele diz várias vezes! 0com
e>ceç<es raríssimas! as coisas certas são feitas pelas raz<es erradas2. &le nos diz mais
@ or#anizador deve sa/er e aceitar que a razão correta é apenas introduzida como uma
racionalização
sido alcançado moral apserrada
pela razão o fim correto ter sido
J portanto alcançado!
ele deve /uscar mesmo
e usar asque ele possa
raz<es terpara
erradas
alcançar os fins certos. &le deve ser apto! com a/ilidade e cálculo! a usar a
irracionalidade em suas tentativas de evoluir na direção de um mundo racional.
&le tam/ém nos diz que por várias raz<es! 0o or#anizador deve tra/alar so/ várias
quest<es2. Cada pessoa ou #rupo possui uma ierarquia de valores. Gasta olar para as
pessoas do /airro. PodeIse encontrar al#uém que tena como meta enviar seu filo 4
escola! mas um outro que quer viver 4s custas de uma pensão! e daí por diante. Cada um
tem um valores específicos e o/"etivos específicos. 5ma or#anização focada em poucas
quest<es! não tem muito para onde evoluir! mas aquela que atua so/ m6ltiplas quest<es
tem muito o que fazer.
@ termo esquizide aqui tem a ver com o alerta de Alins para que o or#anizador não
caia na armadila de se tornar um fanático! como aqueles mencionados no livro de &ric
Soffer (0Brue Geliever2). &le nos dá mais detales
Antes que as pessoas possam a#ir! uma questão deve ser polarizada. @s omens irão
a#ir quando estão convencidos que sua causa está *,, por cento do lado dos an"os e que
a oposição está *,, por cento do lado do dem]nio. &le sa/e que não pode aver ação até
que as quest<es este"am polarizadas neste nível.
-go
Como "á mencionado no capítulo anterior! o e#o do or#anizador deve ser monumental!
em termos de solidez. &#o! que não pode ser confundido com e#olatria! é 0confiança
sem reservas em sua prpria a/ilidade de fazer o que acredita que deve ser feito2. 5m
or#anizador! para Alins! 0deve aceitar! sem medo ou preocupaç<es! que as cances
estão sempre contra ele2. Pensando assim! ele se torna um omem de ação realmente
pronto para a#ir.
&le sa/e que a vida é uma /usca pela incertezaM que o 6nico fato ine>orável da vida é a
incertezaM e ele pode conviver com isso. &le sa/e que todos os valores são relativos! em
um mundo de relatividade política. Por causa dessas qualidades! ele dificilmente se
desinte#ra em cinismo e desilusão! pois ele não é dependente de ilusão.
Por fim! Alins nos lem/ra que o or#anizador 0está constatemente criando o novo a
partir do velo2. Com a noção de que 0todas as idéias sur#em do conflito2! #rande parte
de sua atuação é /aseada em criar.
N quando fica clara a distinção entre um or#anizador e um líder. Para ele! um líder tende
a se motivar pela luta pelo poder! enquanto um or#anizador teria sua meta na criação do
poder para que os outros o usem.
V*W N importante alertar que muito do que Alins falava em termos de or#anizaç<es
tina muito a ver com a época em que ele vivia! pois o"e em dia o cenário para o
desenvolvimento de or#anizaç<es para o poder pode ocorrer não apenas em seminários
e con#ressos 0in loco2 e comunidades de /airro! mas tam/ém por aç<es virtuais a partir
das redes sociais. Por isso! muito do material que ele escreveu deve ser a/straído tanto
para quem resolver atuar com um #rupo sindical! 0mano a mano2! como para al#uém
que resolva criar um #rupo na Knternet para lançar uma ação "udicial via inistério
P6/lico Tederal contra um #rupo oponente.
VW N aqui que temos que fazer tam/ém uma lem/rança aos conservadores de direita.
Com a opressão esquerdista! o"e em dia muitos conservadores de direita possuem
demandas! como! por e>emplo! necessidade de redução de impostos e aumento de
puniç<es aos criminosos (para o conseqZente aumento da se#urança). &stes são apenas
al#uns e>emplos! dentre vários! de conte>tos onde pessoas com filosofia de direita
possuem demandas! e estes #rupos podem ser or#anizados da mesma forma que Alins
or#anizava #rupos de esquerda.
VW $ão se dei>e en#anar. Ksso não si#nifica que as or#anizaç<es sindicais estão 0fora2
do "o#o político! muito pelo contrário! mas sim que seus líderes raramente assumem
posição dianteira no "o#o das or#anizaç<es de massa. 5ma e>ceção 4 re#ra é o caso de
=ula! que foi ao mesmo tempo um líder sindical! como tam/ém al#uém que usou as
re#ras de Alins para ce#ar ao poder reconecido como um a#re#ador de várias
or#anizaç<es de massa.
VDW 5m outro ponto! em relação ao qual não se deve en#anar. 'e temos um #rupo que
não está acostumado a questionar! por e>emplo! a autoridade! e a partir de um a#ente de
mudança e>terno! adquire a confiança neste questionamento! é disto que Alins está
falando. 1evolução neste conte>to! não tem a ver com a utopia! mas com a mudança
radical de um comportamento. Como sempre! vale tanto para uma demanda de esquerda
como de direita. Por e>emplo! a solicitação para a redução da maioridade penal é uma
demanda de direita. 'e or#anizar para e>i#ir essa mudança é uma ação que requer uma
mudança nas formas de se pensar e a#ir que! o/viamente! não estão funcionando.
VQW &ssa é uma das /ases de meus paradi#mas do ceticismo político e do duelo cético!
onde questiono a autoridade moral in"ustificada dos cientificistas. &m suma! 0não
e>istem vacas sa#radas2.
V-W &! como ficou claro! 0mundo melor2 não é mais e>clusividade da esquerda! a não
ser na questão de uma utopia.
'omunicaç(o
Alins diz que um or#anizador pode até so/reviver no ramo sem nenuma das
qualidades apontadas anteriormente (ver Pt. D J A &ducação de um @r#anizador)! menos
uma a da comunicação. Para ele! não importa o quanto al#uém sa/e a respeito de al#um
assunto! pois! se isso não for comunicado adequadamente 4s partes interessadas!
simplesmente não fará diferença al#uma.
A comunicação com os outros somente ocorre 0quando eles entendem o que voc% está
tentando transmitir a eles2. Caso esse 0lin2 não ocorra! simplesmente voc% não está
comunicando nada. Alins não se cansa de afirmar que 0as pessoas apenas entendem
as coisas nos termos de sua e>peri%ncia! o que si#nifica que voc% precisa entender a
e>peri%ncia de sua audi%ncia2. Caso al#uém não prestar atenção em relação ao que os
outros tem a dizer a voc%! 0é melor esquecer2 qualquer tentativa de levar suas idéias
aos outros.
5ma frmula que ele utiliza para sa/er se a comunicação ocorreu é ver que os olos do
outro /rilam e ele responde 0&u sei e>atamente o que voc% quer dizer. Aconteceu al#o
comi#o que tem tudo a ver com o que voc% disse:2. Luando isso ocorre! Alins diz 0A
partir daí! eu sei que ocorreu a comunicação2.
esmo que um or#anizador não se"a capaz de a/sorver toda a e>peri%ncia de sua
audi%ncia! ele deve ter ao menos uma /reve familiaridade com ela. Além da
comunicação! 0isso aumenta a identificação pessoal do or#anizador com os outros! e
facilita qualquer posterior comunicação a partir daí2.
&m outros casos! onde voc% tenta comunicar al#o! e 0não pode encontrar o ponto de
e>peri%ncia da outra parte! através do qual ele pode rece/er e entender sua mensa#em!
então voc% deve criar a e>peri%ncia para ele2. Alins conta um caso no qual ele
conse#uiu confundir uma #arçonete (na frente de seus alunos)! que era acostumada a
entender os pedidos em termos numéricos! mesmo que os ouvisse pela forma te>tual J
assim! mesmo que o cliente falasse /acon com ovos! ela entendia! em sua mente! como
0n6mero *2! e daí por diante. Alins pediu um omelete com fí#ado de fran#o! mas
tam/ém que o omelete não fosse misturado com o fí#ado de fran#o (isto é! o omelete de
um lado! e o fí#ado do outro). A #arçonete trou>e um prato de omelete puro! e outro
prato de fí#ado de fran#o! quer dizer! dois pedidos ao invés de um. &le usou esse
e>emplo para e>plicar aos alunos como um mero pedido /ásico foi mal compreendido
por ter fu#ido da e>peri%ncia da #arçonete. &le reafirma que! em qualquer or#anização
de massa! não se pode ir além da e>peri%ncia das pessoas.
$a comunicação com foco em persuasão! como em ne#ociatas! 0á al#o além de entrar
na área da e>peri%ncia do outro! pois falamos em fazer uma correção nos valores e
o/"etivos do outro2! sempre com um o/"etivo em mente. Por isso! a comunicação não
deve ser focada apenas em fatos racionais ou na ética de uma questão. Para e>emplificar
seuponto! Alins cita a ne#ociação entre oisés e 9eus em b>odo -I*D
&ntão disse o '&$S@1 a oisés 07ai! desceM porque o teu povo! que fizeste su/ir do
&#ito! se tem corrompido! e depressa se tem desviado do camino que eu le tina
ordenadoM eles fizeram para si um /ezerro de fundição! e perante ele se inclinaram! e
ofereceramIle sacrifícios! e disseram &ste é o teu deus! Ksrael! que te tirou da terra
do &#ito.2 9isse mais o '&$S@1 a oisés 0Beno visto a este povo! e eis que é povo
de dura cerviz. A#ora! pois! dei>aIme! para que o meu furor se acenda contra ele! e o
consumaM e eu farei de ti uma #rande nação.2 oisés! porém! suplicou ao '&$S@1 seu
9eus e disse 0@ '&$S@1! por que se acende o teu furor contra o teu povo! que tiraste
da terra do &#ito com #rande força e com forte mão? Por que ão de falar os e#ípcios!
dizendo Para mal os tirou! para matáIlos nos montes! e para destruíIlos da face da terra?
BornaIte do furor da tua ira! e arrependeIte deste mal contra o teu povo. =em/raIte de
A/raão! de Ksaque! e de Ksrael! os teus servos! aos quais por ti mesmo tens "urado! e les
disseste ultiplicarei a vossa descend%ncia como as estrelas dos céus! e darei 4 vossa
descend%ncia toda esta terra! de que teno falado! para que a possuam por erança
eternamente.2 &ntão o '&$S@1 arrependeuIse do mal que dissera que avia de fazer
ao seu povo.
5m outro ponto importante na comunicação efetiva é dei>ar que as pessoas tomem suas
prprias decis<es! mesmo que sendo direcionadas por um questionamento socrático.
'e#undo Alins! 0nenum or#anizador pode dizer o que uma comunidade deve fazer2.
0esmo que na maior parte do tempo ele tena uma idéia clara do que eles deveriam
fazer! ele deve atuar apenas su#erindo! mano/rando e persuadindo a comunidade em
direção 4quela ação2! afirma. Ao invés de dizer o que a comunidade deve fazer! o
or#anizador deve utilizar quest<es direcionadas. A/ai>o está um e>emplo tirado do
livro! no qual ele demonstra como a#ia
*+der /) Gem! eu não sei. Parece uma tática /oa! mas al#o me preocupa. @ que
Organizador) &u teno um palpite! e não uma certeza! mas eu me lem/ro que
ontem voc% e o =íder * estavam conversando e me e>plicando que al#uém "á
tentou al#o como a tática U e isso o dei>ou des#uarnecido! e! nesse ponto não
funcionou /em! ou al#o do tipo. 7oc% se lem/ra disso! =íder *?
*+der - (que estava ouvindo e a#ora sa/e que a tática U não deve funcionar) N
verdade! tem razão. &u me lem/ro. 'im! ns sa/emos que a tática U não vai
funcionar.
Organizador) 'im. $s tam/ém sa/emos que a não ser que a/andonemos tudo
o que não vai funcionar! não atin#iremos a meta. Certo?
Alins diz que o questionamento sempre deve ser feito dessa forma! com cada fala
encontrada na tática proposta sendo testada por quest<es. 9aí! 0eventualmente al#uém
su#ere a tática ! e! novamente! através de quest<es direcionadas! suas características
positivas
#rupo (deemer#em
acordo come a odecisão
métodoé acima)!
feita porse"a
ela2.aquela
'upona
que que a tática ! "á
o or#anizador escolida pelo
queria de
forma antecipada! Alins avalia 0Ksto é manipulação? Certamente! assim como
qualquer professor que se preze manipula! ou até mesmo 'crates2. N claro que o
or#anizador sa/e a tática adequada! mas é melor que os outros as descu/ram por si
prprios. Caso ele lançasse ordens e 0e>plicando2 detaladamente como os outros
deveriam a#ir! automaticamente sur#iria um 0ressentimento su/consciente! uma
sensação de que o or#anizador os está re/ai>ando! sem respeitar a di#nidade deles como
indivíduos2. ais
@ or#anizador sa/e que é uma característica umana al#uém pedir por a"uda e rea#ir
não apenas com #ratidão! mas com uma ostilidade su/consciente em direção aquele
que o a"udou. N um tipo de 0pecado ori#inal2 psíquico! pois ele sente que aquele que o
a"udou está sempre alerta de que se não fosse por sua a"uda! ele ainda seria um zero 4
esquerda. Budo isso envolve uma atuação talentosa e sensível por parte do or#anizador.
$o início! o or#anizador é o #eneral! pois ele sa/e onde! o que e como! mas nunca usa
as quatro estrelas! nunca é mencionado como o direcionador e nem sequer a#e como um
#eneral J ele é um or#anizador.
&m al#uns momentos! o futuro poderá mostrar que a tática não é a mais adequada! e o
e#o forte do or#anizador deve 0ser forte o suficiente para permitir que al#um outro
tena a resposta correta2.
Comunicação em uma /ase #eral! sem ser fraturada nas e>peri%ncias específicas dos
ouvintes! se torna retrica e carre#a muito pouco si#nificado. N a diferença entre ser
informado da morte de um Q,.,,, pessoas J o que se torna uma estatística J ou a
morte de um ou dois ami#os pr>imos ou queridos da família de al#uém. $o 6ltimo
caso! temos o impacto emocional completo da finalidade de uma tra#édia.
uito provavelmente! isso e>plique por que a esquerda dificilmente é afetada pelo fato
de que sua ideolo#ia causou ,, mil<es de mortos no século UU. A maioria entenderá
isso apenas como um con"unto de estatísticas e nada mais! sem impacto emocional.
&ntre os cidadãos comuns! muitos nem sequer sa/em quantos mil<es comp<em um
/ilão. $6meros #randes! mais pr>imos da análise estatística! fo#em da e>peri%ncia do
cidadão comum. Por isso! 0é essencial que as quest<es se"am simples o suficiente para
serem tratadas como foco de aç<es de #rupo! transformadas em #ritos de #uerra2.
Alins conclui 0&las não podem ser quest<es #erais como pecado ou imoralidade ou a
/oa vida ou até mesmo a moral. &las devem ser vistas como esta imoralidade deste
senorio de favela neste cortiço onde estas pessoas sofrem2.
0o começo
9epois da Pt. Q J Comunicação! Alins a#ora trata de um momento crítico para o
or#anizador o de quando ele ce#a a uma comunidade. N quando ele é o/servado com
desconfiança pelos mem/ros que lá estão. N indispensável! para ser aceito!
0primeiramente! convencer as pessoasIcave de que se está do lado deles! e! se#undo!
que ele tem idéias e sa/e como lutar para mudar as coisas2. &nfim! ele deve convencer
os outros de que pode fazer a diferença.
7amos avaliar outra possi/ilidade e se o or#anizador não tiver uma reputação préI
esta/elecida? $este caso! ele deve 0inseminar um convite para si prprio! para a#itar!
introduzir idéias! em/utir esperança nas pessoas e faz%Ilas dese"ar a mudança!
identificandoIo como a pessoa mais qualificada para a"udáIlas nesse o/"etivo2.
Cidadão @ que voc% quer dizer com 0por que eu vivo lá2? @nde mais eu vou
morar? &u vivo de a"uda do estado.
@r#anizador A! si#nifica que voc% pa#a alu#uel por aquele lu#ar?
Cidadão @ que é isso? N uma piada? uito en#raçado: 7oc% sa/e onde
podemos morar de #raça?
@r#anizador Smm. Aquele lu#ar parece que tem vários insetos e ratos
raste"ando por lá.
Cidadão Bente falar com ele a respeito de qualquer reclamação: 0'e voc% não
#osta! saia2. N tudo o que ele tem a dizer. Sá muitas pessoas procurando lu#ar
para morar.
Cidadão &les iam "o#ar` &i! é verdade! eles iam se dar mal se "o#assem todos
para fora! não aca?
@r#anizador N! eu aposto que iriam ter pro/lemas.
Cidadão &i! foi interessante o que voc% disse J eu #ostaria que voc% conecesse
al#uns de meus ami#os. Lue tal uma /e/ida?
5m dos maiores pro/lemas no início dos tra/alos de uma or#anização é que 0as
pessoas "amais sa/em o que querem2. N como 0uma esquizofrenia de uma sociedade
livre na qual ns e>teriormente a/raçamos a fé nas pessoas! mas internamente temos
fortes d6vidas em relação a confiar nelas2. &stas reservas 0podem destruir a efetividade
até mesmo do or#anizador mais talentoso e criativo2. Alins conta mais detales de
como isso
maioria porfunciona em #rupos de /ai>a renda! como em um #ueto a/itado em sua
afroIamericanos
&m um #ueto de ne#ros se voc% per#unta 0@ que está ocorrendo de errado?2! ouve
0Gem! as escolas são se#re#adas2. 0@ que voc% aca que deve ser feito para termos
melores escolas?2 0Gem! elas devem ser dese#re#adas2. 0Como?2 0Gem! voc% sa/e2.
& se voc% disser que não sa/e! a partir daí a possível falta de conecimento ou
ina/ilidade daquele com quem voc% está conversando pode se transformar em uma
reação ostil e defensiva 07oc%s! /rancos! foram responsáveis pela se#re#ação no
início. $s não fizemos isso. &ntão é seu pro/lema! não nosso. 7oc% começou com o
pro/lema! resolvaIo2. 'e voc% tenta aprofundar mais no ponto questionando 0@ que
mais á de errado com as escolas atualmente?2 0@s prédios são velos! os professores
são ruins. $s temos que mudar2. 0Gem! que tipo de mudança2 0Gem! todos sa/em o
que precisa ser mudado2. &ste é normalmente o fim de lina para a conversa. 'e voc%
pressionar um pouco mais! novamente o/terá uma resposta ostil e defensiva ou até o
a/andono da reunião por parte deles! pois eles lem/rarão de imediato que á al#o mais a
fazer em qualquer outro lu#ar.
A l#ica é clara se as pessoas não confiam que voc% é um a#ente de mudança! então
eles não tem motivos para pensar em sua a"uda. 05ma vez que as pessoas estão
or#anizadas de forma que elas tenam o poder para fazer mudanças! então! quando
confrontadas com quest<es so/re mudança! elas começam a pensar e questionar a
respeito de como fazer as mudanças2. A partir daí é que as soluç<es construtivas
começam a aparecer! mas para isso é preciso 0desco/rir que acreditar nas pessoas não
passa de um mito romHntico2. 0as aqui voc% desco/re que o primeiro requisito para a
comunicação
conecimento.e Na educação é que
a criação do as pessoasoutenam
instrumento uma razão para
das circunstHncias o/ter oque fornecem
de poder
a razão e aí tornam o conecimento essencial2.
$ão se pode esquecer que 0a resolução de um pro/lema particular irá trazer outro
pro/lema2. $ormalmente o or#anizador sa/e disso (e se não sou/er é um pro/lema para
ele)! mas não vai sequer mencionáIlo! pois 0se o fizesse! iria trazer um senso de
futilidade vindo dos demais2. @ fato é que as vitrias ocorridas o"e mudarão situaç<es!
que mudarão os dese"os e as motivaç<es. ais ou menos como 0Antes estávamos
lutando por am/6r#uer! e a#ora queremos filé mi#non. & por que não?2
'a/er lidar com tudo isso! com os dese"os mutantes e elementos voláteis! é um dos
talentos do or#anizador! e ainda assim ele deve 0a#ir dentro da e>peri%ncia das pessoas
com as quais ele está atuando! e a#ir em termos das resoluç<es e quest<es específicas2.
K#norar este aspecto levariaIo a criar um #rupo que não vai a lu#ar al#um.
$unca se deve esquecer que é 0praticamente impossível para as pessoas entenderem por
completo J muito menos aderir a J uma idéia completamente nova2. Como discutido
anteriormente! o medo da mudança é um de nossos maiores medos! 0e uma nova idéia
deve ser pelo menos revestida na lin#ua#em de idéias passadasM #eralmente! ela deve
ser! primeiramente! diluída com vestí#ios do passado2.
Racionalizaç(o
$o início! uma lacuna que sur#e nas or#anizaç<es é a aus%ncia de racionalizaç<es! mas!
se#undo Alins! todos 0tem uma racionalização para o que faz ou dei>a de fazer2.
0$ão importa o que for! cada ação carre#a sua racionalização2.
Ao atuar como or#anizador! é preciso estar ciente da enorme importHncia do papel que
reside nas racionalizaç<es em lar#a escala! o que não é diferente da racionalização em
escala individual.
em relação 0&m lar#a
aos motivos pelosescala! os residentes
quais eles e líderesfazer
não conse#uiram da comunidade se "ustificam
nada até a ce#ada do
or#anizador2. Ksso os leva a! inconscientemente! sentiremIse incapazes e diminuídos!
com menos inteli#%ncia até. A maioria das pessoas a#e assim! não para se "ustificarem
ao or#anizador! mas 0para "ustificaremIse a si prprias2.
=íder índio 7e"a /em. 'e ns nos or#anizarmos! isso si#nifica que vamos lutar
da maneira que voc%s nos dizem para fazer! e isso si#nifica que ns seríamos
corrompidos pela cultura do omem /ranco! e perderíamos nossos valores.
Alins Luais são esses valores que voc% perderia?
=íder índio Pesca criativa.
Alins 7oc% "á falou isso. as o que é a pesca criativa?
=íder índio Gem! ve"a s! quando voc%s! /rancos! vão pescar! voc%s apenas
saem e pescam! certo?
=ider índio Pois /em! quando ns saímos para pescar! ns pescamos de forma
criativa.
Alins Gem! é a terceira vez que voc% me fala disso. as o que é a pesca
criativa?
=íder índio Gem! para começar! quando ns vamos pescar! ns nos
desconectamos de tudo. $os em/renamos na floresta.
Alins Gem! ns! /rancos! não vamos pescar e>atamente na Bimes 'quare!
voc% sa/e disso.
=íder índio 'im! mas conosco é diferente. Luando ns vamos pescar! ns
caímos na á#ua e voc% pode ouvir as ondas no casco da canoa! e os pássaros nas
árvores e as folas caindo! e J voc% entende o que quero dizer?
Alins $ão! eu não entendo. as a propsito! eu aco que tudo isso é uma
#rande /o/a#em. 7oc% acredita nisso de fato?
Aps esse diálo#o! sur#iu um sil%ncio causado por coque. as Alins avia
plane"ado ser profano com um o/"etivo. A partir daí! o assunto mudou para 0/emIestar
criativo2! no qual Alins ar#umentava que 0desde que os /rancos rou/aram as terras
dos índios! todos os pa#amentos de /emIestar social para os índios não seriam caridade!
mas sim prestaç<es pelo uso da terra2. Aps al#uns minutos! sur#iram outras
0racionalizaç<es2! todas elas 0criativas2! e não demorou para ce#arem 4 causa da
or#anização.
'o/re esta istria! Alins nos conta so/re um documentário feito pela $ational Tilm
Goard of Canada! no qual um líder índio disse 0Luando o 'r. Alins nos disse que
estávamos somente falando /o/a#em! foi a primeira vez que um omem /ranco
realmente nos tratou como i#uais J voc% Vapontando para um líder comunitário /ranco
localW "amais diria isso para a #ente. 7oc% normalmente diria 8Gem! estou vendo seu
ponto de vista! mas estou um pouco confuso;! e coisas do tipo. &m outras palavras! voc%
nos tratava feito crianças2.
O processo de poder
0Poder é a razão de ser de uma or#anização. Luando as pessoas entram em acordo so/
certas
camam idéias
issoreli#iosas e querem
de uma i#re"a. o poder
Luando para propa#ar
as pessoas entram sua fé! elesem
em acordo se or#anizam e
certas idéias
políticas e querem o poder para colocáIlas em prática! eles se or#anizam e camam isso
de um partido2. $unca se deve esquecer! portanto! que 0poder e or#anização estão
"untos2.
A idéia é sacudir as pessoas! faz%Ilas a#ir. &m resumo! 0desenvolver e armar o poder
necessário para entrar em conflito efetivamente com os padr<es predominantes e mudáI
los2. Por isso! muitos irão descrever um or#anizador como um 0a#itador2! pois está é
sua função 0a#itar até o ponto de conflito2. uitos estão conformados com o padrão
atual! 0mas isso por causa da falta de oportunidade para ação efetiva2. Ao lem/rar das
or#anizaç<es sindicais! Alins fala que #rande parte do tempo dispendido é focado em
o/ter o poder para então ir 4s mesas de ne#ociaç<es. &le resume 0$in#uém pode
ne#ociar sem o poder para forçar a ne#ociação2.
As or#anizaç<es devem ser focadas em muitas quest<es! pois a ação é necessária para as
or#anizaç<es assim como o o>i#%nio é necessário para os animais. 0Cada pessoa tem
uma ierarquia de dese"os ou valoresM ele pode ser simpático a sua questão em particular
mas não preocupado o suficiente a respeito daquela outra em particular! a ponto de lutar
por ela. uitas quest<es si#nificam muitos mem/ros2. Por isso! elas são mais
comple>as que os tradicionais sindicatos.
@utro ponto a não ser esquecido é que na sociedade mvel e ur/anizada! a palavra
0comunidade2 si#nifica comunidade de interesses! 0não comunidade física2. Luando
Alins escreveu isso nem e>istiam soslaios do que a Knternet se tornou o"e. So"e uma
pessoa morando em anaus e outra em 'ão Paulo podem fazer parte da mesma
comunidade.
Tundamental para um a#ente de mudança é sa/er que 0se voc% respeita a di#nidade do
indivíduo com o qual voc% está atuando! então os dese"os dele! não os seus! os valores
dele! não os seus! as escolas de liderança dele! não as suas! os pro#ramas dele! não os
seus! são importantes e devem ser se#uidosM e>ceto se os pro#ramas dele violam os mais
altos valores de uma sociedade livre e a/erta2. Alins diz que a estrela norte é sempre
a 0di#nidade do indivíduo2. 0@/viamente! qualquer pro#rama que op<e pessoas por
causa de raça! reli#ião! credo! ou status econ]mico! é a antítese da di#nidade
fundamental do indivíduo2.
V*W Oarantindo que decidiu dei>ar essa passar /atido! mesmo que o/viamente fosse uma
afirmação falsa! "á que a umanidade desde os tempos imemoriais sempre se or#anizou!
independente de raça ou cor! sempre que quiseram mudar al#o
1,ticas
9e todos os capítulos do livro de Alins! este é o que ficou mais conecido! pois são
suas táticas para a #uerra política. Báticas! para ele! não são nada mais que os meios que
temos para fazer o que precisamos fazer com aquilo que temos em mãos.
*. Poder não é apenas o que voc% tem! mas o que o inimi#o pensa que voc% tem.
*,. A maior premissa para táticas é o desenvolvimento de operaç<es que irão manter
uma pressão constante na oposição.
Começando pela re#ra *! Alins cita Eesus Cristo em =ucas ** 0Luem não é
comi#o é contra mimM e quem comi#o não a"unta! espala.2 As pessoas s conse#uem
atuar efetivamente! e com motivação adequada! se acreditarem que estão do lado dos
an"os e seus inimi#os estão do lado dos dem]nios! senão não á motivação para a ação.
uitas vezes é difícil personalizar seus inimi#os! mas uma o/servação dos eventos
políticos atuais nos mostra que a identificação de uma classe ou or#anização com um
indivíduo so/ ataque é muito mais eficiente do que se não atri/uíssemos
responsa/ilidades para o lado inimi#o. 'em isso! não averá identificação e nem pressão
centralizada suficiente. &! normalmente! outros tendem a sur#ir em apoio aquele que
está sendo atacado. Alins cita o istrico do líder sindical Eon =. =eFis! do #rupo
radical C.K.@.! nos anos ,! que nunca atacou a Oeneral otors! mas seu presidente
Alfred 'loan! nem a 1epu/lic 'tell! mas seu presidente Bom Oirdler. Alins cita que
não foi atacar o sistema escolar! mas sim seu superintendente Gen"amin \illis. A razão
para isso é /via 0$ão é possível desenvolver uma ostilidade suficiente contra!
di#amos! a Prefeitura! pois esta é uma estrutura concreta! física e inanimada2.
$o ataque ao superintendenteV*W! muitos moderados afirmavam que o ele não era uma
pessoa má! e que ia 4 K#re"a toda semana! sendo um /om pai de família! além de
contri/uir com caridade. Alins decreta 07oc% pode ima#inar em uma arena de
conflito acusar um oponente de ser um /astardo racista e depois diluir o impacto do
ataque com afirmaç<es elo#iosas como 8&le é um /om omem! #eneroso e /om
marido?;. Ksto seria uma idiotice política2.
&m relação 4 re#ra Q (0@ ridículo é a arma mais poderosa do ser umano2)! as
possi/ilidades novamente são ilimitadas. Para Alins! 07oc% pode ameaçar o inimi#o e
se dar /em. 7oc% pode insultáIlo e incomodáIlo. as uma coisa que é imperdoável e
que certamente o fará rea#ir é rir dele. Ksso causa uma raiva irracional2. A reação do
inimi#o! pelo seu e>cesso de raiva! tende a faz%Ilo se atrapalar mais e mais.
&le conta! por e>emplo! que su#eriu que *,, assentos fossem comprados para o p6/lico
ne#ro em uma apresentação da orquestra sinf]nica de 1ocester. @ evento seria
selecionado em uma data na qual a m6sica fosse suave. @s *,, ne#ros que rece/eriam
os convites participariam antes de um "antar! oras antes do concerto! onde comeriam
nada além de fei"ão cozido! em #rande quantidade. Com isso! iriam para o concerto!
com conseqZ%ncias /vias.
&sse cenário ipotético (pois ficou apenas na su#estão 4 comunidade) pode ilustrar
al#umas táticas. @ momento em que vários começassem a peidar fu#iria completamente
da e>peri%ncia do status quo! que normalmente esperaria manifestaç<es de rua e
confrontos com a polícia. &m se#uida! iria ridicularizar a lei vi#ente! pois não á lei (e
provavelmente nunca averá)! /anindo funç<es fisiol#icas. As pessoas iriam relem/rar
do ocorrido com a apresentação da orquestra! e rea#ir com risada. Ksso lançaria o
ridículo so/re a @rquestra 'inf]nica de 1ocester! e o esta/lisment. & não averia
nada que as autoridades pudessem fazer contra quaisquer ataques futuros do tipo! pois
nin#uém poderia proi/ir nin#uém de comer fei"ão cozido antes do concerto. Como a
tática estaria dentro da e>peri%ncia da comunidade local! satisfaz a re#ra que dita que a
tática deve ser uma que a sua comunidade aprecie. 'e#undo Alins! nos #uetos! uma
das fantasias alimentadas era defecar em cima 0dos opressores2! e portanto! peidar
poderia ser uma sim/olização deste ato. @ fedor que causariam no local da orquestra
seria si#nificativo.
&m outro e>emplo! Alins ilustra a tática + (0A ameaça #eralmente é mais aterrorizante
que a coisa em si2)! tam/ém envolvendo funç<es fisiol#icas. 'e#undo ele! acordos
feitos entre o #ueto de \oodlaFn com os responsáveis pela campana de EonsonI
OoldFater! não foram cumpridos pela administração da cidade. Como a or#anização
não tina como pressionar na arena política! decidiram 0atacar2 o aeroporto de @;Sare.
Como a tend%ncia é que todos usem o /aneiro do aeroporto! e raramente o das
aeronaves! a idéia era 0travar2 os /aneiros para que nin#uém mais pudesse usáIlos. A
e>ecução desta tática! para Alins! seria 0uma fonte de #rande mortificação e em/araço
para a administração da cidade2. A ameaça da tática foi 0vazada2 (propositalmente)! e!
em DX oras! a or#anização de \oodlaFn estava em reunião com as autoridades! que
a#ora afirmavam 0que iriam cumprir o com/inado e "amais puderam entender onde
estava a ca/eça de al#uém que resolveu descumprir uma promessa formal da prefeitura
de Cica#o2. A partir daí! nunca mais ocorreu uma menção a/erta 4 ameaça
representada pela tática em direção ao aeroporto de @;Sare.
' que Alins alerta 09eveIse tomar cuidado com e>cesso de /lefes neste "o#oM pois
se voc% é pe#o /lefando! esqueça o uso de ameaças no futuro. A partir desse ponto! voc%
está neutralizado2.
&m outra ameaça para 0travar2 um soppin# center que não contratava ne#ros! uma
tática foi 0vazada2 o plano era levar .,,, ne#ros para o soppin# center! inundar o
local de #ente! não comprar nada o dia inteiro e! ao fim do dia! fazer uma série de
encomendas para serem entre#ues em suas casas. ' que todas essas compras seriam
re"eitadas na entre#a! causando ainda mais pre"uízos ao soppin#. 9epois da tática
0vazada2! *X3 novos postos de tra/alo foram a/ertos! e vários deles destinados a
ne#ros.
'e#undo Alins! 0este é o tipo de tática que pode ser usada pela classe média tam/ém.
Comprar de forma or#anizada! encomendar e posteriormente re"eitar na entre#a!
adicionaria custos eventuais para o revendedor! que viveria sempre com a ameaça de
repetição contínua2VW.
'ompetiç(o
Alis defende que os donos do poder devem ser afetados pela pressão! pois eles
continuamente disputam poder entre eles. 0&ste é o ventre vulnerável do status quo2.
05ma vez que al#uém entenda esta /atala interna por poder dentro do status quo!
al#uém pode aprender a desenar táticas efetivas para e>ploráIlas. N triste ver a
estupidez de or#anizadores ine>perientes que fazem erros #rosseiros ao não
conse#uirem ter sequer uma apreciação elementar deste padrão2.
&le conta um erro tático! quando foi proposto um /oicote #eral durante a época do
$atal. as nenuma família dei>aria de comemorar o $atal. Para Alins! o ideal seria
um /oicote a um soppin# específico! o que faria com que os outros se aproveitassem
da fra#ilidade momentHnea do soppin# alvo. Ksso seria se aproveitar da
competitividade que e>iste entre as #randes empresas no deseno das táticas.
$a #uerra política! a tática /ásica é o que ele define como "iuI"itsu de massa. & como o
status quo posa! se#undo ele! como defensor da 0responsa/ilidade! moralidade! lei e
"ustiça2! eles podem quase sempre sucum/ir pelo seu prprio livro de re#ras (tática D).
Ksto por que! nenuma or#anização! incluindo a reli#ião or#anizada! pode se#uir 4 risca
seu prprio cdi#o de leis e re#ras. 'e#undo Corintios 3 0@ qual nos fez tam/ém
capazes de ser ministros de um novo testamento! não da letra! mas do espíritoM porque a
letra mata e o espírito vivifica.2 N por isso que Alins diz que voc% pode 0matar Vem
termos políticosW o seu inimi#o com essa tática2.
5m outro aspecto importante das táticas é que elas provoquem a reação de seu inimi#o
(se#undo a re#ra *! 0Poder não é apenas o que voc% tem! mas o que o inimi#o pensa que
voc% tem2). as! se uma tática é e>ercida e o seu inimi#o a i#noraVW! aqueles que estão
ao seu lado perce/em que fracassaram. $o caso do /oicote que falou! nin#uém sequer
prestou atenção 4 ameaça! e esse fracasso foi o suficiente para /ai>ar a moral da
or#anização.
1empo na cadeia
'e#undo Alins! ir para a cadeia! para um revolucionário! até que não é uma má idéia.
Claro que não pode ser por muito tempo! portanto 0o revolucionário deve se asse#urar
que suas violaç<es a lei se"am /randas o suficiente para que ele vá para a cadeia por
períodos de * dia a dois meses! no má>imo2. ais do que isso seria um risco para a sua
atuação! pois sua or#anização poderia esquec%Ilo.
Para um revolucionário ir para a cadeia tem tr%s funç<es vitais (*) é perce/ido como
um ato por parte do status quo que por si s coloca o revolucionário em conflito com o
status quoM () fortalece de forma imensurável a posição do líder revolucionário com seu
povo! pois o líder preso é rodeado de uma aura de martírio! () aumenta a identificação
do líder com seu povo! "á que a reação instantHnea da comunidade é sentir que seu líder
se preocupa tanto com eles! é tão comprometido com a causa! que é capaz de sofrer na
prisão por causa deles. 01epetidamente em situaç<es onde o relacionamento entre o
povo da comunidade e seu líder estava a/alado! o remédio foi o aprisionamento do líder
pelo status quo. Kmediatamente as fileiras se apro>imaram dele e os líderes o/tiveram
novamente o apoio da massa2.
9e forma até en#raçada! Alins racionaliza a questão e diz que o tempo na prisão 0é
um elemento essencial no desenvolvimento de um revolucionário2. Ksso por que lá ele
poderá refletir so/re suas idéias! rever seus pontos fracos! e filosofar. &le lem/ra que os
profetas do $ovo e 7elo Bestamento encontravam oportunidade para suas síntese pela
remoção voluntária de si prprios para o deserto. 0Toi durante o período em que estive
na prisão que a /ase para a mina primeira pu/licação e o primeiro arran"o ordenado
filosoficamente de minas idéias ocorreu2! afirma Alins.
1,ticas e timing
5ma das raz<es para isso é 0@ simples fato de que os seres umanos podem sustentar o
interesse em um assunto particular apenas por um período limitado de tempo. A
concentração! o fervor emocional! mesmo a ener#ia física! uma e>peri%ncia particular
e>citante! desafiadora e convidativa! pode durar apenas um tempo limitado J isto é
verdadeiro para toda #ama do comportamento umano! do se>o ao conflito. Aps um
período de tempo! a ação se torna montona! repetitiva! emocionalmente estéril! e pior
do que tudo! a/orrecida. A partir do momento em que um tático entra em um conflito!
seu inimi#o é o tempo2. Luando /oicotes forem considerados! este é um ponto a se ter
em mente.
5ma outra forma de evitar que uma tática se transforme em um o/stáculo! por levar
tempo e>cessivo! envolve 0lançar novas quest<es durante o curso da ação! pois quando
onoentusiasmo e a emoção
cenário trazendo por uma questão
um reavivamento começar&sta
das aç<es.2 a diminuir!
é a re#rauma nova questão
X (0antena a sur#e
pressão! com diferentes táticas e aç<es! e utilize todos os eventos do período para o seu
propsito2). 9iz Alins 0Com a introdução constante de novas quest<es! a ação pode
se#uir para sempre2.
9eveIse tomar cuidado com a re#ra ** (0'e voc% produzir um efeito e>cessivamente
ne#ativo e profundo no oponente isso poderá se voltar contra voc%2). Alins conta que
uma vez os ataques foram levados a tal ponto! que uma corporação ce#ou a mandar
falsos assaltantes invadirem sua casa para tentar incrimináIlo! mas estavam tão
desor#anizados que cometeram vários erros! que permitiram que a prpria corporação
ficasse so/ ameaça de processo "udicial. @u se"a! até um revés! que poderia ser
devastador! por causa do risco mencionado na re#ra **! permitiu que ele pudesse se#uir
a re#ra *, (0A maior premissa para táticas é o desenvolvimento de operaç<es que irão
manter uma pressão constante na oposição2). Ksto é! um fato novo que permitiu a
manutenção da pressão constante so/re o oponente.
Por isso! Alins defende que suas * re#ras para táticas! não se"am vistas como táticas
em si! mas re#ras #erais para o desenvolvimento de táticas específicas! de acordo com
princípios /ásicos su#eridos por ele.
@ or#anizador vai se defrontar com aç<es inesperadas em seu diaIaIdia! e o seu tra/alo
é desenvolver ao mesmo tempo uma racionalização para sua ação como tam/ém
ela/orar táticas. 0Ber uma racionalização dá si#nificado e sentido 4 ação2.
VW $ovamente! é /om dei>ar /em claro que a maioria das táticas específicas citadas por
Alins! o"e em dia! seriam não s consideradas 0man"adas2! como inviáveis. Por
e>emplo! em uma época em que os ne#ros alcançaram uma posição na sociedade muito
melor do que tinam nos anos 3,! é claro que eles não querem estar associados a
0#rupos que peidam2 em uma orquestra. Balvez al#uns! se"am /rancos ou ne#ros!
#ostariam de fazer! mas dificilmente reuniriam muitas pessoas para tal situação
umilante. Por outro lado! 0/ei"aços2 feitos em praça p6/lica! ou coisas como a
arca das 7adias! se tornaram um padrão. Por isso! a/straia para notar que novas
táticas específicas! se#uindo o mesmo padrão as * re#ras para táticas de Alins! tem
sido feitas o"e em dia. @u se"a! se os e>emplos específicos podem não servir o"e! as
re#ras para táticas continuam valendo.
VW Cuidado aqui. Ksso não si#nifica que as táticas devam ser i#noradas! mas sim que
e>istem al#umas táticas específicas! como a de um /oicote #eral (que as empresas
sa/em que não vai vin#ar)! que podem ser i#noradas. $ão cometam o erro de i#norar a
maioria das táticas feitas atualmente pela esquerda! apenas al#umas especialmente
selecionadas.
5ma das liç<es mais essenciais que Alins transmite é a de que 0táticas não são o
produto de uma razão fria! e não se#uem uma ta/ela or#anizacional ou plano de
ataque2. Para ele! 0reaç<es acidentais e imprevisíveis em relação 4s suas prprias aç<es!
necessidades e improvisaç<es ditam a direção e a natureza das táticas2. &m outras
palavras! o raciocínio l#ico é essencial para al#uém conse#uir se situar onde está!
diante dos eventos do mundo! mas! em/ora os princípios se"am importantes! conforme
falados no capítulo anterior (Pt. - J Báticas)! a ess%ncia de cada tática específica deve
ser modificada de acordo com o conte>to e o cenário. Por isso! a#ilidade de raciocínio e
capacidade de se adaptar ao caos são requisitos importantes para um or#anizador.
Pensando assim! 0é possível ter uma análise que o prote"a de ser um prisioneiro ce#o de
uma tática e dos acidentes que a acompanam2.
@ or#anizador deve 0ser diri#ido pela ação2. Bodas as oportunidades que sur#em no
curso de eventos devem ser aproveitadas. &le cita A/raam =incoln quando este disse
ao seu secretário! no m%s em que a #uerra se iniciou 0ina proposta política é viver
sem proposta política2. Br%s anos depois! em uma carta a um ami#o de ^entuc! ele
confessou ter sido 0controlado pelos eventos2.
'e#undo Alins! comunicar a noção de que um or#anizador deve ter uma lina mestra
de re#ras! para selecionar suas táticas! e selecionar suas táticas de forma á#il de acordo
com os eventos do mundo e>terno! é uma das maiores dificuldades no momento do
treinamento. Ksso por que as pessoas são treinadas! pelo sistema educacional padrão!
para 0enfatizar ordem! l#ica! pensamento racional! direção e propsito2. Ksso seria uma
0disciplina mental2! resultando sempre em uma ação 0estruturada! estática! fecada e
rí#ida2. $o "o#o de fute/ol! os "o#adores devem rea#ir 4s investidas do time adversário!
e serem á#eis! muitas vezes intuitivos! nessas reaç<es! mesmo que eles possam nortear
as /ases de suas aç<es de forma l#ica e coerente. Por e>emplo! é preciso marcar a saída
de /ola do adversário! assim como dei>ar al#uns za#ueiros em seu prprio campo
quando atacamos em pressão! e daí por diante. &ssas são apenas re#ras /ásicas! mas! na
ora do "o#o! a intuição se mistura a esses princípios! que devem estar internalizados na
mente do "o#ador. esmo assim! Alins diz que mesmo que várias coisas sur"am
intuitivamente no diaIaIdia! os outros acavam que todas as suas aç<es eram fruto 0de
uma l#ica sistematizada! com todos os eventos plane"ados2V*W.
&le
Paraapresenta
ele! essa um
seriae>emplo
uma dasdoprincipais
caso da criação da cenário
táticas do estraté#ia do 1epresentante
político futuro. CreioBático.
que ele se
iludiu um pouco com essa esperança! mas os insi#ts que ele traz a respeito dessa
época! e de como os eventos se sucederam! são e>tremamente 6teis.
'e#undo Alins! essa estraté#ia 0não foi o resultado da razão e da l#ica J foi parte
acidental! parte uma necessidade! parte resposta a uma reação! e parte ima#inação!
sendo que cada parte afetou as demais2. Claro que 0;ima#inação; é tam/ém uma
sensi/ilidade tática2! isto é! 0quando o 8acidente ocorre! o or#anizador com /oa
ima#inação tática reconeceIo e se a#arra 4 oportunidade antes que ela escape2. esmo
assim! a mídia criou uma mitolo#ia de que a estraté#ia do 1epresentante Bático foi uma
ação com elementos de 0razão! propsito e or#anização2! mas a realidade foi /astante
diferente. 0A mitolo#ia da 8istria; é normalmente tão a#radável ao e#o do su"eito que
ele a aceita com um sil%ncio 8modesto;! como uma afirmação da validade da mitolo#ia.
Aps um tempo! ele passar a acreditar nisso.2
$o caso da criação do Conselo Gac of te Yards! de Cica#o! muitos dizem que a
escola da data de sua fundação! *D de Eulo de *++! foi feita "ustamente para coincidir
com o 9ia da Gastila. &m termos istricos! isso foi tratado como uma 0omena#em2!
mas na verdade a escola foi acidental! pois era um dia que não avia nenuma reunião
sindical! muitos padres estavam disponíveis! além da a#enda do /ispo 'eil estar livre.
0$unca e>istiu qualquer idealização de 9ia da Gastila em nossas ca/eças2. as foi
assim que se criou uma mitolo#ia.
Oeralmente! Alins era questionado a respeito de todos os seus movimentos! sendo que
vários eram feitos intuitivamente. as as pessoas esperavam por 0raz<es2! e daí era s
inventar al#uma coisa que 0ficasse /em na foto2. 9iz ele 0&u me lem/ro de que as
8raz<es; eram tão convincentes! até para eu mesmo! que eu pensava 8Por que! é claro! eu
fiz tudo isso por estas raz<es J &u deveria sa/er que era pois eu fiz tudo isso2.
@ que importa não é a estraté#ia do 1epresentante Bático em si! que #erou al#um
/ur/urino nos anos 3,! mas o"e "á foi su/stituída por outras estraté#ias (que! como de
costume! a esquerda domina muito /em)VW. @ que Alins quis apresentar neste
capítulo é anoção de um or#anizador tem que se orientar por linas #erais! re#ras
/ásicas! mas "amais se#uir manuais passoIaIpasso. Assim como ele salientou no capítulo
D! so/re a educação de um or#anizador! um or#anizador não deve ter como prioridade
controlar os eventos (mesmo que possa fazer isso vez por outra)! mas principalmente
rea#ir /em aos diversos eventos que sur#em em um mundo catico.
V*W Atenção as táticas devem ser plane"adas! mas novas táticas devem sur#ir de acordo
com novos eventos. Ksso é o que Alins diz! por isso a importHncia de não esquecer das
re#ras /ásicas para ela/oração de táticas específicas. @ que Alins prop<e não é o
0sam/a do crioulo doido2 mental! com aç<es desordenadas! mas sim aç<es ordenadas
por princípios #erais! e que o "o#ador do "o#o político em questão sai/a adaptar suas
táticas para o momento. &m síntese! rea#ir aos eventos e>ternos com mais talento! ao
invés de ficar apenas se#uindo 0manuais passoIaIpasso2.
VW Pois a empresa monopolizava o mercado! e nin#uém dei>aria de tirar fotos! pois os
/e/%s continuariam a nascer! casamentos continuariam a ocorrer! etc.
VW &>istem al#umas adaptaç<es que a esquerda tem feito! e eu me precipiter a acar que
a estraté#ia do 1epresentante Bático não foi 4 frente. $a verdade! ela se materializou em
coisas /izarras como as novas le#islaç<es para participação de a#entes e>ternos nas
corporaç<es. 7er aqui.
4uito 5 frente
Alins conclui seu livro falando da importHncia da classe média americana! que!
se#undo ele 0é onde está o poder2! pois 0mais de D da população americana estão na
classe média! tanto do ponto de vista econ]mico como de sua autoIidentificação2. &stes
seriam a 0maioria silenciosa2! carentes de açãoV*W.
A classe média reluta em aderir ao ativismo! pois são pessoas que 0lutaram todas suas
vidas pelo que possuem2! possuindo medo de perder o que "á conse#uiram!
especialmente a classe média /ai>a. &m muitos casos! os da classe média /ai>a 0nunca
foram além do cole#ial2. 9iz Alins 0'uas vidas tem sido +,R composta de sonos
nãoIpreencidos. Para escapar de suas frustraç<es eles se a#arram a uma 6ltima
esperança de que seus filos o/tenam formação universitária e realizem aqueles
sonos não preencidos2. 7ivem com medo de depender da assist%ncia social! ou de
perderem seus empre#os! além de duelarem com ipotecas orripilantes. 'e#undo
Alins! 0os prazeres da classe média são simples praticar "ardina#em em um quintal
min6sculo de uma casa pequena! com /an#al]s ou outras coisas /re#as! nos su/6r/ios!
via"ar pelo país de vez em quando! e "antar fora uma vez por semana no SoFard
Eonson2.
0&les olam para os po/res desempre#ados como dependentes parasitas! que rece/em
uma #rande variedade de pro#ramas p6/licos! todos pa#os por eles2. Luando os po/res
demandam aç<es sociais e camam isso de 0direitos2! a classe média /ai>a entende
como uma ofensa.
A classe média mais alta! na visão de Alins! tende a assumir um viés esquerdista! e daí
adotam uma posição 0mais pura do que os outros2! e atacam a suposta 0intolerHncia2 da
classe média /ai>a. @u se"a! além de terem que /ancar os desempre#ados! a classe
média /ai>a ainda é ofendida pela classe média alta.
A maioria dos mem/ros da classe média /ai>a são 0mem/ros de sindicatos! i#re"as!
clu/es de /olice! e or#anizaç<es diversas2. 0Ao re"eitáIlos! si#nifica perder a luta por
default. $ão é possível mudar os canais e se livrar deles. Ksto é o que voc% espera que
ocorra em seu sono de radical! mas eles estão aqui e permanecerão por aqui! no mundo
real2.
&m resumo! o lado que usar melor a classe média a seu favor! vence.
V*W @ que a esquerda não esperava é que! em ,*,! um movimento sur#ido da classe
média americana! o Bea Part! foi o maior movimento da direita em muito tempo. Pela
primeira vez na istria recente! a direita começou a a#ir um pouco inspirada no que a
esquerda começou a fazer antes.
T@$B& ttplucianoaan.comestudosIdeIcaso