A Vida No Mundo Espiritual Um Estudo Sobre o Livro
A Vida No Mundo Espiritual Um Estudo Sobre o Livro
A Vida No Mundo Espiritual Um Estudo Sobre o Livro
MUNDO ESPIRITUAL
UM ESTUDO DA OBRA DE
ANDRÉ LUIZ
NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE
Sumário
Resumo do Livro ......................................................................................................... 4
1. Estudando a Mediunidade........................................................................................... 5
Questões iniciais para o estudo: ........................................................................................ 5
2. O Psicoscópio.......................................................................................................... 7
Questões iniciais para o estudo: ........................................................................................ 7
3. Equipagem Mediúnica ............................................................................................. 10
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 10
4. Ante o Serviço ...................................................................................................... 14
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 14
5. Assimilação de Correntes Mentais ............................................................................... 17
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 17
24. Luta Expiatória .................................................................................................... 20
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 21
6. Psicofonia Consciente ............................................................................................. 24
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 24
7. Socorro Espiritual .................................................................................................. 26
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 26
8. Psicofonia Sonambúlica ........................................................................................... 28
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 28
9. Possessão ............................................................................................................ 32
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 32
10. Sonambulismo Torturado ........................................................................................ 34
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 34
11. Desdobramento emServiço ..................................................................................... 37
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 37
12. Clarividência e Clariaudiência .................................................................................. 39
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 39
26. Psicometria ........................................................................................................ 42
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 42
............................................................................................................................. 43
13. Pensamento e Mediunidade..................................................................................... 45
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 45
19. Dominação Telepática ........................................................................................... 48
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 48
14. Em Serviço Espiritual ............................................................................................ 51
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 51
15. Forças Viciadas .................................................................................................... 54
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 54
16. Mandato Mediúnico ............................................................................................... 59
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 60
18. Apontamentos a Margem ........................................................................................ 63
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 64
20. Mediunidade e Oração ........................................................................................... 68
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 68
21. Mediunidade no Leito de Morte ................................................................................ 70
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 70
22. Emersão no Passado .............................................................................................. 72
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 72
23. Fascinação ......................................................................................................... 75
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 75
25. Em Torno da Fixação Mental ................................................................................... 78
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 78
27. Mediunidade Transviada ......................................................................................... 81
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 81
28. Efeitos Físicos ..................................................................................................... 84
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 85
29. Anotações em Serviço ........................................................................................... 88
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 89
30. Últimas Páginas.................................................................................................... 89
Questões iniciais para o estudo: ....................................................................................... 89
Senhor Jesus! ............................................................................................................ 91
“Nos Domínios da Mediunidade”
Resumo do Livro
Estuda o intercâmbio com o mundo espiritual em várias situações, amplia consideravelmente o conceito de
mediunidade, admitindo que ela está presente em todas as manifestações do homem, e analisa a sua manifestação
nos aspectos técnico, moral e assistencial. Formatado em trinta capítulos, é o oitavo livro da coleção “A vida no
Mundo Espiritual”, no qual André Luiz e Hilário partem da colônia espiritual Nosso lar rumo à Crosta e, sob a
orientação do instrutor Áulus, assistem reuniões mediúnicas domiciliares (capítulos 27 e 28) e em instituições
espíritas, com a finalidade de aprofundar conhecimentos a respeito das percepções psíquicas do homem,
considerando sempre o que ouvira do instrutor Albério, no Ministério das Comunicações, “[...] que a mente
permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos.” Reconhece a importância do intercâmbio e demonstra que
o homem coexiste com os ditos mortos, recebendo-lhes a influência que lhe norteia os passos, comprovando que a
vida não cessa com a morte do corpo físico. Em seus estudos o autor examina a assimilação de correntes mentais
entre encarnados, as nuances da psicofonia, as agruras da possessão, a complexidade do desdobramento, as dúvidas
da clarividência e da clariaudiência, as limitações das forças curativas os delicados meandros da obsessão telepática
entre encarnados, os enigmas da psicometria e os riscos da materialização para o médium de efeitos físicos que não
esteja sob a responsabilidade de entidades superiores, além de alguns temas de importância central da
mediunidade, como sejam o poder da prece, a fixação mental, a emersão do subconsciente, sugerindo o fenômeno
do animismo, a licantropia, as energias viciadas da obsessão conivente, a fascinação dominante, a lei de causa e
efeito e o desdobramento no leito de morte. O médico de Nosso Lar repassa todo o seu aprendizado de forma singela,
fugindo as terminologias complexas, tão ao gosto dos metapsiquistas quando estudam o fenômeno mediúnico. No
capítulo 16 revela os mecanismos do receituário mediúnico, desfazendo muitas dúvidas a respeito dessa forma de
assistência espiritual, e deixa claro quais os motivos dos possíveis enganos nas ministrações de receitas e orientações
oriundas do plano espiritual para os encarnados. Adverte sobre a responsabilidade do mandato mediúnico e o
empenho da espiritualidade superior para proteger o mandatário das interferências mentais dos encarnados e
desencarnados no desempenho de suas tarefas. Ensina que a mediunidade é patrimônio comum a todos, mas cada
homem e cada grupo de homens resistiram-lhe as evidências segundo seus modos de pensar, mas que é possível
abordá-la com a simplicidade evangélica, baseando-se nos ensinamentos claros do Mestre, quando curou obsidiados,
levantou enfermos e ouviu os mensageiros celestiais em Getsemani sem segredos e aparatos verbais. Apresenta os
recursos oferecidos pela psicometria na leitura dos pensamentos fixados em um objeto a partir da análise de um
aparelho do século XVII, em um museu, vigiado por uma jovem desencarnada, desvendando os acontecimentos por
ele testemunhados, entrando em sintonia com as vibrações mentais nele plasmadas pelos circunstantes. Interessados
e oportunos ensinamentos são encontrados no estudo do Sonambulismo torturado, em que o autor se detém na
análise dos problemas oferecidos pelo enfermo que busca a casa espírita e é levado imediatamente à mesa de
trabalho mediúnico sem a devida educação de suas faculdades, devendo se considerar, como diz o instrutor Albério
no capítulo primeiro: “Mediunidade não basta só por si. É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos
para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção.”
4
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
1. Estudando a Mediunidade
1.a) Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos”.
A comunicação mediúnica, como sabemos, processa-se mente a mente, isto é, dá-se através da ligação entre
a mente do espírito comunicante e a mente do médium, transmitindo-se a ideia da mensagem pelo pensamento. A
mente, portanto, funciona como o instrumento operador da mediunidade, ou, como disse o instrutor Albério, é a
base dos fenômenos mediúnicos.
1.b) Qual a definição de mente? O que é? Qual sua importância na comunicabilidade entre os Espíritos?
A definição de mente é questão que ainda não está claramente elucidada. Resumidamente, o que nos é dado
saber é que a mente é uma parte do ser espírito, onde tem a sua sede. André Luiz, no livro "Evolução em Dois
Mundos", nos dá notícia de que a mente é envolvida por um corpo especial, à parte do perispírito, que denominou
"corpo mental". Assim como o perispírito serve como envoltório do espírito, o corpo mental é o envoltório da mente.
Aos três elementos constitutivos do homem - espírito, perispírito e corpo de carne – André Luiz, em mais um passo
na complementação da terceira revelação, acrescenta um quarto: o corpo mental.
Seminário
Embora afirme que esse corpo mental ainda não possa ser melhor conceituado, por falta de terminologia na
linguagem terrena, esclarece o Autor espiritual que o corpo mental preside a formação do perispírito, do mesmo
“Nos Domínios da Mediunidade”
modo que este preside a formação do corpo físico.
A mente é, assim, a usina geradora da vontade do espírito. Por seu intermédio, o espírito produz uma força
inteligente, que podemos chamar de "ideia", que ganha forma e direção através do pensamento. Por esse motivo,
assume papel de fundamental importância nas manifestações mediúnicas, para as quais serve de base. Conforme a
natureza da ideia que exterioriza, através do pensamento, será a qualidade do espírito atraído pelo medianeiro.
Por força da lei de afinidade, o médium atrai para si espíritos com os quais se identifica pela natureza de seus
pensamentos. Isto se aplica tanto no aspecto moral como intelectual. Um médium que tenha um sistema de vida
pouco afeito aos bons costumes e á pratica o bem atrairá espíritos do mesmo modo perseverantes nos maus
hábitos e na prática do mal. Aquele que convive com os bons hábitos e se dedica ao bem, ao contrário destes
últimos, trará para o seu campo mental espíritos igualmente dedicados a atos e pensamentos edificantes. O
mesmo se dá com relação ao valor intelectual da comunicação. Conforme explicou o Instrutor Albério, um espírito
sábio não poderá se comunicar através de um médium inculto senão para assuntos triviais, de que este tenha
conhecimento. Nesse caso, campo mental receptivo não estaria capacitado para pensamentos mais complexos que
aqueles com os quais convive. Por outro lado, um espírito com pouca evolução intelectual não
poderia transmitir, mesmo através de um médium sábio, mais do que o pouco que conhece.
2-A) Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “A ideia é um ser organizado por nosso espírito, a que o pensamento
dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção. Do conjunto de nossas ideias resulta a nossa própria
existência".
A ideia é o produto da força criadora do espírito; o pensamento é o veículo que a transporta, através do fluido
cósmico universal; a vontade é o sentimento que lhe dá movimento e direção. A mente, como órgão criador, produz
a ideia; o pensamento é o modulador que lhe dá a forma; a vontade é o guia que a porá em ação.
2-B) O que é o pensamento? Qual sua relação com o campo mental? E qual sua relação com a comunicabilidade entre
Espíritos?
Para os cientistas materialistas, o pensamento é um produto químico-cerebral, ou seja, como que uma
secreção produzida pelo cérebro. Seria, segundo esses pensadores, algo semelhante à bílis, que é segregada pelo
fígado ou à urina, proveniente dos rins.
O Espiritismo, porém, como a ciência que estuda o espírito sob as mais variadas óticas, ensina que o
pensamento é produto da mente e, por conseguinte, do ser espiritual. O pensamento é, pois, uma energia que
transporta a criação mental através de ondas magnéticas que se propagam pelo espaço como raios. Como explicou
Kardec em "A Gênese", "sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o
ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som." Mergulhando no fluido cósmico universal, o
pensamento é transportado a distâncias ilimitadas, chegando às mentes de encarnados e desencarnados. Com isso,
cria um vínculo fluídico entre os que se afinizam por pensamentos da mesma natureza, numa troca de valores
mentais de idênticas qualidades.
Daí sua importância na comunicabilidade com os espíritos. Pela natureza do pensamento do médium, através
da sintonia vibratória que produz, é que se vai estabelecer a conexão mental entre comunicante e médium, sendo
a comunicação sempre pautada pelas suas naturezas. A força criadora produzida pela mente e exteriorizada pelo
pensamento é a continuação do próprio espírito, refletindo o seu estágio de evolução moral e intelectual.
4
3) Seminário
O que são "vibrações compensadas"? E qual sua correlação com a comunicabilidade entre espíritos?
4) Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada
dia. Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos”.
A mediunidade é uma condição natural do espírito, esteja ele encarnado ou não. Desde sempre as
manifestações mediúnicas aconteceram no seio da humanidade. Tanto o Antigo Testamento como os quatro
evangelhos que nos legaram a Boa Nova que Jesus veio trazer encontram-se repletos de relatos de fenômenos
mediúnicos. Dessa forma, a mediunidade reflete o estágio evolutivo da humanidade. No momento, como a evolução
é gradativa, pois a natureza não dá saltos, a humanidade ainda se encontra distante do estado crístico, uma vez
que ainda estamos no início da nossa evolução. Somos, então, médiuns ainda sujeitos a dificuldades e a servir de
instrumentos ao plano inferior da espiritualidade.
A recomendação do Instrutor é para que nos aprimoremos a cada dia, para que melhoremos, à medida que
vamos nos aprimorando, a qualidade da comunicação mediúnica que nos chega. Isto somente iremos conseguir
através do processo de autotransformação. É um processo de renovação interior, que envolve a substituição de
sentimentos como egoísmo, orgulho e desamor ao próximo pelo desapego às questões terrenas e o amor ao nosso
semelhante. Implica substituir os prazeres fúteis, as conquistas fáceis e a indolência, pelo socorro e consolo aos
necessitados, pelo amor ao próximo como a um verdadeiro irmão. Numa frase: fazer ao próximo o que gostaríamos
que ele nos fizesse, como ensina a regra áurea de Jesus.
5) Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “Elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem
conduzido (...). A mediunidade não basta por si só.”
5
Referência bibliográfica: Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
O Livro dos Médiuns (item 159, Caps. XIX, item 223 – perguntas: 6a a 8a, 15a, item 224 1o parag., item 225, XX,
XXI);
A Gênese (cap. XIV, item 14);
O Livro dos Espíritos;
Estudando a Mediunidade – Martins Peralva;
Mediunidade – J. Herculano Pires;
Médiuns e Mediunidades - Divaldo P. Franco por Vianna de Carvalho;
Texto: Pensamentos (FCX por Emmanuel. In: Pensamento e Vida, cap. I).
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
2. O Psicoscópio
Informa sobre a utilidade do psicoscópio e adverte sobre a necessária afinidade mental dos membros de um
grupo mediúnico. Esclarece Áulus que o estudo sobre a mediunidade será feito numa entidade espírita com a
cooperação de um grupo de dez médiuns, com lastro moral respeitável e com o sincero objetivo de contribuir,
considerando que os serviços mediúnicos entre os encarnados se mostram comprometidos. André Luiz e Hilário fazem
uso de um pequeno aparelho, pesando alguns gramas, na forma de um óculos, denominado psicoscópio, que
identifica as vibrações da alma e observa a matéria, sem necessidade de grande concentração mental. Com ele
pode-se classificar as possibilidades de um médium ou de um grupo mediúnico, segundo as radiações que projetem,
medindo-se a moralidade, o sentimento, a educação e o caráter. Acrescenta que, em um grupo mediúnico, a busca
de melhores condições morais e espirituais se faz imprescindível, e que os elementos arraigados no mal dele se
distanciarão aos poucos por falta de afinidade com os demais, sem que seja necessário sofrer a exclusão por parte
dos companheiros; e se um programa na instituição se degenera em desequilíbrio, a espiritualidade superior se
distancia e deixa que a vida se encarregue da correção, na certeza de que o sofrimento altera-nos o panorama
mental, aprimorando-nos os valores. A equipe da casa se dirige à sala reservada aos trabalhos mediúnicos, onde os
médiuns oram, oferecendo suas melhores intenções, rogando apoio dos companheiros espirituais. André Luiz e
Hilário deslumbram-se ao observarem, com o psicoscópio, que a matéria física tem aspecto distinto, distinguindo as
correntes de força em cada objeto, e notando que os dez médiuns estão ligados, entre si, por um fio luminoso e que
cada um deles resplandece sua cor própria, recebendo do alto jorros de luz. Áulus ensina que o homem gera força
eletromagnética com uma oscilação por segundo, conforme as batidas do coração; que todos os seres vivos emitem
energias de radiação ultravioleta e projetam raios vitais ou ectoplasma, na linguagem espírita, sendo com esta que
se efetuam as materializações. Finalizando, diz que “O estudo da mediunidade repousa nos alicerces da mente com
o seu prodigioso campo de radiações.”
1) Como podemos entender o psicoscópio, aparelho de que nos dá notícia André Luiz, neste capítulo?
O psicoscópio é um aparelho existente no plano espiritual que tem a propriedade de definir a qualidade das
vibrações mentais emanadas de encarnados e de desencarnados, caracterizando os mais íntimos sentimentos de que
são portadores aqueles que a ele são submetidos. O espírito, quando encarnado ou no plano espiritual, é uma fonte
irradiante de energias resultantes do seu produto mental, que vibram em torno de si, propagam-se e revelam o
estado de evolução em que ele se encontra. O psicoscópio permite que essa energia emanada seja percebida e
analisada pelos benfeitores do plano espiritual. Dentre outras possíveis finalidades, vemos, nesta obra, a sua
utilização num grupo mediúnico, com o objetivo de, analisando a personalidade de seus integrantes, medir-lhes as
reais possibilidades de trabalho. Funciona à semelhança de aparelhos existentes na Terra, como o estetoscópio, o
eletrocardiógrafo, os raios X, dentre outros. Estes aparelhos, usados pela medicina terrena, revelam o estado
orgânico do paciente, do ponto de vista fisiológico, permitindo o acesso a informações inacessíveis senão através
deles. O psicoscópio, da mesma forma, tem esse caráter revelador e impede que os trabalhadores envolvidos no
serviço mediúnico, tanto os médiuns como os espíritos comunicantes, ocultem ou dissimulem seus sentimentos e
suas intenções.
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2) Seminário
Qual a sua importância para o desenvolvimento da mediunidade?
Conforme ensina o assistente Áulus, a abordagem ao mundo espiritual deve ser precedida de atitude nobre e
digna, para permitir a atração de companhias espirituais do mesmo nível. A prece, a palestra ou a leitura de uma
página evangélica ou outra que transmita algum ensinamento moral harmonizam previamente o ambiente,
procedendo a uma verdadeira profilaxia energética do local. Como vimos no estudo do capítulo anterior, a sintonia
mental está na base de toda e qualquer comunicação mediúnica. Através da prece, buscamos o amparo e a intuição
do Alto para que nos sintonizemos com espíritos que se dedicam à prática do bem, possibilitando a obtenção de
mensagens sérias, que possam trazer aos necessitados que somos o consolo e o esclarecimento que precisamos para
o enfrentamento de nossas provas.
Vimos, também, no estudo do capítulo anterior, que a sintonia, que o Instrutor Albério denominou vibrações
compensadas, isto é, a ressonância psíquica entre dois espíritos que nutrem pensamentos da mesma natureza, é
fator determinante da qualidade da comunicação mediúnica. Através dela, os espíritos encarnados e desencarnados
estabelecem entre eles uma imantação pelo pensamento, vinculando-se, magneticamente, uns aos outros. Essa
troca de energias da mesma natureza faz com que as mentes envolvidas entrem em sintonia e se alimentem
mutuamente com seus pensamentos. O grupo visitado pela equipe de benfeitores da qual André Luiz participava não
era composto de espíritos sublimados, grandes missionários, mas de espíritos que já possuíam consideráveis
conquistas evolutivas. Suas mentes estavam voltadas aos ideais superiores de fé e ao amor pelo próximo. Pautavam-
se pela disciplina e esforço na prática do bem e se conduziam com espírito de renúncia e dedicação ao estudo
doutrinário. Com esse comportamento, emanavam de suas mentes radiações de elevado teor vibratório, atraindo
para o trabalho espíritos de elevada evolução moral.
5) O que são raios vitais ou raios ectoplásmicos? Qual a sua importância nas manifestações mediúnicas?
O ectoplasma ou raios vitais, ou, ainda, raios ectoplásmicos, é uma substância formada por uma combinação
de fluidos emanados do plano espiritual, de médiuns e de todas as formas vivas da natureza, como demais pessoas,
animais e plantas que se encontrem próximos ao local onde se realiza a reunião mediúnica.
8
Seminário
É uma substância semi-fluídica e semi-material, como "uma pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e
“Nos Domínios da Mediunidade”
semi-líquida", segundo descrição de André Luiz em outro capítulo. Emana do corpo de todas as pessoas pelos orifícios
naturais do corpo físico, como as narinas, o ouvido e a boca. Há pessoas, contudo, cujo organismo físico permite
que essa emanação fluídica se dê de maneira mais intensa e com mais facilidade. São os chamados médiuns de
efeitos físicos. Serve para a produção de fenômenos de efeitos físicos, ou seja, aqueles que podem ser percebidos
pelos sentidos do corpo material. Nos trabalhos mediúnicos, essas energias são utilizadas para a produção de
manifestações conhecidas como de efeitos físicos (materialização, transporte, cura, dentre outras). Os espíritos
extraem essa energia e a manipulam, conforme necessitam para a obtenção do resultado pretendido.
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
3. Equipagem Mediúnica
Apresenta os componentes do grupo mediúnico que servirão de instrumentos para o estudo da mediunidade,
enfatizando a necessidade do estudo e do equilíbrio moral de seus componentes: Raul Silva, dirigente do núcleo,
ardoroso na fé e fiel instrumento dos desencarnados; Eugênia, médium consciente, coopera com eficiência, sendo
muito equilibrada e de clara intuição; Anélio Araújo, clarividente, clariaudiente e psicógrafo ainda em
desenvolvimento; Antônio Castro, médium sonambúlico, requer de nós muito cuidado pela sua estremada
passividade, necessita de mais estudo e de mais experiência para alcançar a segurança ideal; dona Celina , viúva,
suportou os inúmeros obsessores que assediavam o marido, é hoje abnegada servidora que detém a clarividência, a
clariaudiência, a incorporação sonambúlica e o desdobramento de personalidade. André, com uso de uma lente
especial, observa o campo encefálico da irmã Celina, que se assemelha a uma estação radiofônica, com os
equipamentos necessários a uma retransmissão. Informa Áulus que o cérebro físico possui centros especiais que
governam os sentidos, a fala, a memória, a escrita, o registro de temperatura e da dor, e assegura que “Não
podemos realizar qualquer estudo de faculdades mediúnicas, sem o estudo da personalidade.” Acrescenta que
o pensamento e a vontade influem consideravelmente em todos os fenômenos mediúnicos, desde a pura intuição à
materialização, sendo necessário que Espíritos beneméritos defendam os médiuns na tarefa de amor e sacrifício,
para que suas mentes não sejam ocupadas pelos pensamentos de entidades inferiores; que mesmo aqueles irmãos
já seguros e iluminados são passíveis de invasão mental pelos Espíritos perversos, já que se encontram em prova de
longo curso, podendo ocorrer surpresa no final do percurso, como é o caso da irmã Celina que, não obstante seus
testemunhos de boa vontade e fé, ainda não possui plena quitação com o passado. Todos somos, portanto,
combatentes que ainda não podemos abandonar a disciplina, render-se à vaidade e ao desânimo, sob pena de
fracassar novamente. Muitos médiuns, por se acreditarem donos de faculdades infalíveis ou por recuarem diante
das aflições, recolhem-se no improdutivo repouso. A mediunidade como instrumento para uso das inteligências
superiores não é fácil de ser conduzida a bom termo.
1) O Assistente Áulus começa a apresentação da equipe mediúnica pelo dirigente das atividades, Raul Silva,
enfatizando-lhe as qualidades positivas.
b) Qual a influência que as características do dirigente (positivas ou negativas) imprimirá, tanto ao grupo,
quanto às atividades do Centro Espírita?
O dirigente é o ponto de equilíbrio do grupo, responsável pela conduta, pela harmonia, pela seriedade e pela
sua disciplina e, assim, quanto mais elevadas forem suas qualidades morais, intelectuais e espirituais, maior a
eficácia com que consegue captar e inserir as instruções do Plano Superior no desenvolvimento dos trabalhos.
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2) Seminário
O que seria um "médium de grande docilidade", como no caso de Eugênia?
“Nosdisciplinado,
Corresponderia a um médium Domínios da Mediunidade”
consciente de suas responsabilidades medianímicas, evitando
qualquer interferência pessoal, aliando a isso a vivência evangélica que lhe dá a distinção moral.
O estudo é fundamental para o médium. Segundo Martins Peralva, em "Estudando a Mediunidade", "ser médium
é investir a criatura de sagrada responsabilidade perante Deus e a própria consciência, uma vez que é ser intérprete
dos pensamentos das esferas espirituais, medianeiro entre o Céu e a Terra". Daí se conclui que quanto maior o seu
conhecimento, tanto maior também será a qualidade do trabalho mediúnico, pois se tornará um instrumento mais
capacitado a ser utilizado pelos espíritos superiores, assim como entre os encarnados os elementos mais capacitados
são sempre os escolhidos para os trabalhos que requerem maior especialização e confiança.
b) O que nós poderíamos considerar como sendo essencial para um médium estudar?
"(...)Para um correto estudo das mediunidades e dos médiuns não se pode deixar em plano secundário a
doutrina espírita, que é a luz capaz de penetrar-lhes os escaninhos mais esconsos, liberando-os dos mitos e
atualizando-os de conformidade com as leis naturais que regem a vida. Particularmente, O Livro dos Médiuns, que
é o compêndio insuperável para o entendimento da grave percepção mediúnica e de como se devem comportar
aqueles que lhe são portadores.
“(...)Assim, essencialmente se deve estudar (referindo-se para todo espírita) as obras básicas da codificação:
O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese e O Céu e o Inferno e ao
médium especificadamente deve ele estudar e reestudar sempre O Livro dos Médiuns. Esses são essenciais.
Todas as demais obras subsidiárias devem ser estudadas também, mas lembrando-se que elas não estão acima
da doutrina espírita, que vez que a DE "paira acima de quaisquer conceitos de revisionismo e de superação científica"
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5) Comente se seguintes afirmações: Seminário
a) “Nos
"Numa viagem de cem léguas Domínios
podem dasurpresas
ocorrer muitas Mediunidade”
no derradeiro quilômetro do caminho."
Todos nós somos alunos do educandário da vida e, portanto, todos nós somos sujeitos, somos suscetíveis de quedas,
de erros, de equívocos, de influenciações negativas. Daí o lembrar e relembrar sempre a assertiva do Mestre:
- Orai e Vigiai. Paulo, em Filipenses, 4:8 também já alertava: "... Se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”, portanto, trabalhemos vigiando nossos pensamentos e nossos
atos.
b) "Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que
não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e
da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais
se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato da terra em abandono." "A cada um segundo
suas obras". Necessário sim que busquemos o conhecimento, o estudo, que estejamos sempre em busca do auto
aprimoramento; mas sem a ação todo o esforço se torna estanque, se torna parado; eis que se sabemos e não
fazemos aquilo que já conseguimos compreender e assimilar, de nada nos adiantará pois que seremos agentes da
inutilidade, ao invés de obreiros do bem, da evolução, do crescimento.
Assim, devemos estar em constante busca do estudo e do auto aprimoramento, mas aliado a eles o exercício do
aprendizado de forma prática e vivenciada.
c) "Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra
do nosso passado. É imprescindível muita cautela com a sementeira do bem para que a ventania do mal não as
arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores,
não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da
luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor."
Estamos ainda no começo de nosso processo evolutivo; onde uma reencarnação não traz com ela, por mais
que caminhemos buscando e exercendo o bem, todos os reajustes que necessitamos realizar.
Transitamos, pois, entre o mundo de expiação e o de regeneração, e com isto somos convidados
incessantemente pela vida: estimulando-nos à ascensão ou estimulando-nos a estagnação e inércia.
Assim, entre aqueles que vêm com a tarefa medianímica apresentada para orientar-lhes e ajudar-lhes a caminhar e
a se reajustar - muitos ainda dormem ou - se já conscientes - se deixam aceitar pelos convites do ciúmes, da soberba,
do orgulho, do egoísmo, da materialidade, da leviandade, das imperfeições morais.
Estes pululam por toda parte, indicando o estágio inferior no qual ainda transitam. Poucos exercem a
mediunidade com elevação. engrandecendo-se e engrandecendo a nobre tarefa; poucos têm a necessária abnegação
que leva o ser a se doar à serviço da humanidade. Poucos têm a conduta da mediunidade com Jesus.
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Seminário
Transcrevendo Vianna de Carvalho em psicografia de Divaldo P. Franco, em Médiuns e Mediunidade:
"Todo aquele que consegue exercer a mediunidade com elevação. engrandecendo-se e alçando-a aos nobres
“Nos Domínios da Mediunidade”
cimos da vida, no cumprimento da gloriosa missão de ser instrumento do Divino Pensamento, alcança, na Terra, a
excelência do mediunato. Dever de grande abrangência, a sua desincumbência revela-se difícil pelos impositivos de
que se reveste, pelos sacrifícios que impõe e pelas dificuldades a superar. Poucos discípulos da verdade se hão
entregado com a necessária abnegação, graças à qual, ao largo do tempo, o homem se doa em espírito de serviço à
humanidade, com tal renúncia de si mesmo, que ultrapassa a sua condição para lograr o apostolado mediúnico, o
mediunato.
(...) Nesse caminho atulhado de pedrouços, os desafios se sucedem, ameaçadores, ao mesmo tempo ferindo
e macerando os audaciosos transeuntes que põem os olhos nas metas à frente e buscam alcançá-las. Não se trata
de um empreendimento fácil ou de curto prazo, antes, de uma realização prolongada, na qual são enfrentados os
perigos que procedem da inferioridade, que teima em permanecer, dominadora.
Definido o rumo e aceito o compromisso, torna-se mais factível a vitória, ganhando-se, dia a dia, o espaço
que medeia entre a aspiração e o objetivo. (...)"
Bibliografia Complementar
Estudando a Mediunidade - Martins Peralva- Ed. FEB; Capítulos 6 - Irmão Raul Silva e 7 - Médiuns
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
4. Ante o Serviço
Descreve o ambiente espiritual de uma reunião de assistência aos enfermos desencarnados, esclarecendo as
razões de seus sofrimentos. Alguns Espíritos se apresentam buscando socorro e esclarecimento do que se passa;
outros, contrariados por chegarem até ali não sabem como. Informa que muitas entidades perturbadas e
perturbadoras que acompanham familiares, amigos e desafetos as reuniões públicas deles se desligam diante da
renovação mental dos encarnados e são ali assistidos, tomando novos rumos, mas que nem sempre os humanos são
beneficiados igualmente com as lições recebidas na palestra: a mente continua encarcerada nos interesses
inferiores. Em todos os atos públicos das diversas religiões, a presença dos desencarnados em busca de
esclarecimento para sua transformação interior é bastante considerável e “os expositores da boa palavra podem ser
comparados a técnicos eletricistas desligando tomadas mentais, através dos princípios libertadores que distribuem
na esfera do pensamento [...], e que, por essa razão, entidades vampirizantes entorpecem alguns ouvintes menos
atentos, adiando-lhes a renovação interior. Analisa as condições dos Espíritos retardados que se apresentam envoltos
em nuvem cinza-escuro, com membros lesados, mutilados e com paralisias, e ulcerações confirmam que a
enfermidade sobrevive no períspirito, alimentada pelo pensamento malsão, e que somente a renovação mental,
pela assimilação de ideias novas e elevadas, proporciona melhoras em seu aspectos e alívio de suas dores,
confirmando que a morte não é liberdade para a conquista da paz no céu nem tormento no inferno. Um sofredor,
vítima de sugestão pós-hipnótica de algum perseguidor de grande poder sobre os seus recursos mnemônicos, diz não
saber seu nome, imantado completamente às sensações físicas, comprovando que a dominação obsessiva continua
no além túmulo, e que o Espírito, nesta condição de anmésico, ao incorporar reflete no médium o mesmo sintoma,
sendo esta situação, para qualquer doutrinador, um enigma a desvendar. Entidade com o braço direito paralítico e
ressecado informa que esbofeteou o pai e por ele praguejado, desejando que seu braço ficasse ressecado e que,
impressionado com a praga do genitor, embriagou-se e foi acidentado, perdeu o braço e sobreviveu. Mas, ao
desencarnar, com a mente cristalizada na praga do pai e subjugada pelo remorso, se vê com o braço ressecado e
inerte, a pender-lhe do corpo perispiritual como um galho seco. Informa que na incorporação, suas sensações físicas
e psíquicas serão refletidas no médium, em vista da imanização em que se baseiam os serviços de intercâmbio
mediúnico.
Turvação mental foi a expressão de que se serviu o instrutor Áulus para definir o estado em que se
apresentaram os numerosos espíritos que compareceram na reunião mediúnica narrada neste capítulo. Eram
parentes, amigos e desafetos dos encarnados que lá se encontravam, todos mantendo um padrão vibratório inferior
e em acentuado estado de perturbação. Encontravam-se ligados aos encarnados por sintonia, que os vinculava
magneticamente.
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2) Seminário
O que é vampirização? Como e por que ela se dá?
“NosdaDomínios
Vampirização é a ação através qual um espíritoda Mediunidade”
de baixo nível de evolução imanta-se a outro, encarnado
ou desencarnado, com o objetivo de sugar-lhe substância vital. Dá-se por sintonia magnética, como em todo processo
obsessivo. Os casos mais frequentes são os motivados por desregramentos no uso de alimentos, alcoólicos, fumo e
até na prática sexual. Os espíritos vampirizadores fazem uso de suas vítimas como instrumento para lhes propiciar
a satisfação de seus desejos, aspirando as emanações fluídicas que decorrem das práticas mencionadas.
Sintonia é a ressonância psíquica existente entre dois seres que nutrem pensamentos da mesma natureza.
Alimentando a mesma qualidade de ideias, dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados, imantam-se pelo
pensamento, vinculando-se magneticamente uns aos outros." Dessa forma, identificam-se quanto à faixa vibratória
em que transitam. Quando o espírito age, pensa ou sente, emite ondas vibratórias magnéticas que ganham o espaço,
através do fluido cósmico universal. Sendo as ações, os pensamentos ou os sentimentos de natureza idêntica,
frequentam a mesma faixa vibratória, interligando esses espíritos, que se influenciam, reciprocamente. O
perispírito, sendo o corpo espiritual e extraído do fluido cósmico universal identifica-se com este, assimilando essas
emanações fluídicas e as repassando, no caso de encarnados, ao corpo físico.
4) Áulus comenta a importância das reuniões públicas da Instituição. Qual a importância delas e qual a sua
correlação com as reuniões mediúnicas?
Nos casos de obsessão, o esclarecimento doutrinário que é prestado nas reuniões públicas da casa espírita
pode romper o vínculo magnético que une as duas partes, indispensável à instalação do processo. Para tanto, é
necessário, porém, que o encarnado que lá comparece esteja receptivo a esses ensinamentos, através do desejo
sincero de modificar seus hábitos mentais. Modificada a natureza de seus pensamentos, deixa de existir aquela
identidade vibratória mencionada, sendo o desencarnado perturbador "despejado" do centro mental do obsidiado,
como Áulus se expressou.
Já as reuniões mediúnicas, em regra, devem ser reservadas, pois é indispensável uma identidade de propósitos
entre seus participantes. Qualquer que se apresente desarmonizado com o restante do grupo vai gerar, certamente,
uma quebra de homogeneidade de pensamentos e propósitos, abrindo as portas para entidades perturbadoras. Não
significa que estas não devam ser admitidas. Elas devem, sim, ser trazidas para receberem o esclarecimento
doutrinário que poderá tirá-las daquela condição. Mas o grupo mediúnico deve ser homogêneo para poder lidar com
elas convenientemente.
O socorro espiritual se dá em toda a parte. O que o determina não é a localização física onde se encontre o
necessitado, mas o seu nível de receptividade, a sua sintonia mental. Os benfeitores espirituais estão sempre aptos
a nos socorrerem. Contudo, precisamos fazer a nossa parte. A casa espírita funciona como um ponto de apoio, um
local imantado de fluidos salutares pelo plano espiritual, onde podem se reunir necessitados e servidores do bem.
É o local ideal para a prestação de socorro, embora, como se disse, este possa se dar em qualquer parte.
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6) Seminário
Áulus novamente se refere à mente. O que se deve entender por "tomadas mentais"?
Resumidamente, podemos dizer que o perispírito é a estrutura intermediária entre o espírito e o corpo físico,
extraída do fluido cósmico universal do planeta onde o espírito habita. Sua constituição muda de mundo para mundo,
conforme o seu grau evolutivo. É o veículo das nossas emoções e preside a formação do corpo físico, funcionando
como seu molde. Nele ficam gravadas todas as nossas experiências. É constituído de matéria quintenssenciada,
plástica, flexível e por isto possibilita que o espírito se apresente da forma determinada pelo seu padrão mental. À
medida que o espírito evolui, o perispírito vai se desmaterializando, até um ponto em que irá se confundir com o
próprio espírito, como nos casos dos puros espíritos.
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
5. Assimilação de Correntes Mentais
Tece apontamentos em torno da energia mental e descreve o processo do intercâmbio mediúnico pela
irradiação do pensamento. Clementino, o dirigente espiritual, atenua seu tom vibratório e favorece a sintonia com
o dirigente encarnado, Raul Silva, e transfere-lhe energia mental que resulta em palavras de súplica ao Mais Alto,
proporcionando mais forte ligação entre os componentes do grupo. André observa com o psicoscópio que os
encarnados em concentração se diferenciam, cada um deles, pela sua luminosidade, comprovando a individualidade
espiritual a ser respeitada no estudo da mediunidade. Raul Silva recebe ondas de força magnética que se concentram
no seu plexo solar e estendem-se até o cérebro, e passa a receber jatos de forças mentais de clementino, cujo teor
do pensamento foi graduado para ser mais bem assimilado, respeitando–se a sua organização psíquica e a capacidade
receptiva do ambiente. Compara a lâmpada, que recebe impulso elétrico e o transforma em luz, com a alma, que
assimila os impulsos do pensamento das mentes que lhe circundam e lança fora de si os princípios espirituais aceitos,
pois as almas influenciam-se mutuamente, por intermédio dos agentes mentais que produzem. Ensina que o
pensamento tem seu peso específico e coeficiente de força na concentração silenciosa, e que a ele estamos
subordinados pelas criações mentais que projetamos. A comunhão entre Clementino e Silva, no momento da prece,
assegura perfeita assimilação de correntes mentais, assemelhando-se este a um aparelho receptor radiofônico e
aquele ao emissor, cujos raios mentais atingem Silva primeiramente pelos poros, para, em seguida, se conduzirem
aos centros de força do corpo espiritual, seguindo os impulsos pelo sistema nervoso, em direção ao cérebro, onde
se processam ações e reações mentais, determinando vibrações criativas que se manifestam em pensamentos ou
palavras. Acrescenta que nosso pensamento flui do nosso campo cerebral, mas, às vezes, é difícil distinguir entre o
que é nosso e o que vem de fora se possuímos uma vida mental parasitária e os costumes estabelecidos, ou com a
moda do dia a dia e com as opiniões dos afeiçoados. O exercício da meditação, o estudo edificante e o hábito de
discernir ajudam-nos a distinguir nossas ondas mentais das que passamos a assimilar de outras mentes. Em razão da
negligência com nossa mente, surgem fenômenos mediúnicos em comezinhas situações da vida, sem que saibamos
distinguir os próprios pensamentos dos que são oferecidos à guisa de sugestão.
1) O que fez com que os componentes encarnados emitissem tanta luz, conforme a descrição de André Luiz,
antes do início da reunião? Todas as pessoas tem essa mesma capacidade? Explique.
Conforme a explicação do assistente Áulus, a luz identificada por André Luiz emitida pelos médiuns
participantes da reunião foi gerada pelas forças mentais do benfeitor Clementino, dirigente espiritual do trabalho.
Segundo explicou, essas forças atuaram sobre a organização psíquica do irmão Silva, dirigente encarnado do
trabalho, como uma corrente elétrica em direção a uma lâmpada. Apoiando-se no plexo solar, que é a região do
abdome, atingiu o sistema neuro-cerebral, espalhando-se e produzindo o fenômeno da luz.
Nem todas as pessoas, porém, têm essa capacidade. Somente a possuem os que levam uma existência
dedicada ao bem, à busca do autoaperfeiçoamento e do atendimento aos ensinamentos evangélicos. Como vimos no
capítulo, o grupo que ali se encontrava reunido, embora ainda longe da angelitude a que somos destinados, longe
de serem grandes missionários, já possuíam consideráveis conquistas evolutivas. Suas mentes estavam voltadas aos
ideais superiores de fé e ao amor pelo próximo. Pautavam-se pela disciplina e esforço na prática do bem e se
conduziam com espírito de renúncia e dedicação ao estudo doutrinário. Com esse comportamento, emanavam de
suas mentes radiações de elevado teor vibratório, permitindo-lhes captar as luzes emanadas de clementino.
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2) Seminário
Qual a dedução que podemos tirar da seguinte explicação do Assistente:
“Nos Domínios
"Em qualquer estudo mediúnico, da Mediunidade”
não podemos esquecer que a individualidade espiritual, na carne, mora na
cidadela atômica do corpo, formado por recursos tomados de empréstimo ao ambiente do mundo. Sangue, encéfalo,
nervos, ossos, pele e músculos representam materiais que se aglutinam entre si para a manifestação transitória da
alma, na Terra, constituindo-lhe vestimenta temporária, segundo as condições em que a mente se acha."
Podemos concluir que, enquanto encarnado, o espírito reflete a sua realidade espiritual no corpo físico. Este
é o veículo que nos é disponibilizado pela bondade de Deus para buscarmos a perfeição possível. Reflete o estágio
evolutivo em que se encontra o espírito, espelhando suas conquistas e as viciações das quais ainda não conseguiu se
despojar. A individualidade espiritual daqueles trabalhadores lhes permitia a recepção dos raios luminosos emanados
do benfeitor, refletindo em seus veículos físicos.
3) Como é possível aos espíritos desencarnados amortecer o seu tom vibratório, como fez o irmão Clementino,
e com que finalidade fazem isso?
Um espírito que já tenha alcançado um nível evolutivo elevado, como no caso narrado por André Luiz, pode,
através de sua força mental, tornar denso seu perispírito, graduando sua densidade conforme a necessidade. Sendo
matéria plasticizada, o perispírito pode ser moldado pela simples manifestação de vontade do espírito. É claro que
a força dessa manifestação de vontade depende da evolução do espírito. Um espírito pouco evoluído não tem essa
mesma capacidade. Seu corpo perispiritual é plasmado conforme o direcionamento dado por seu psiquismo,
independentemente de qualquer manifestação de vontade. Os espíritos superiores assim procedem quando desejam
transmitir suas comunicações a médiuns encarnados que se encontram em grau de evolução inferior ou para inspirá-
los em seus trabalhos mediúnicos ou nos estudos doutrinários.
4) Porque os espíritos desencarnados necessitam dos encarnados para socorrer os necessitados? Não poderiam
por eles mesmos efetuar esse socorro?
O plano espiritual pode executar esse tipo de trabalho, independentemente da participação de encarnados.
E o faz com frequência, como vimos em relatos do próprio André Luiz, principalmente nos livros "Libertação" e
"Entre a Terra e o Céu". No entanto, casos há em que a cooperação de trabalhadores encarnados se faz necessária,
pois o magnetismo humano pode auxiliar na doutrinação do espírito em perturbação. É comum essa prática no caso
de tratamento de espíritos que se encontram ainda muito presos às sensações da matéria, que ainda não
conseguiram se despojar inteiramente das influências do corpo físico. Esses espíritos, para melhor recepcionarem a
doutrinação, precisam que esta lhes seja ministrada por intermédio de um instrutor encarnado, que podem manter
com eles uma sintonia mais apropriada. Para o trabalhador, o auxílio prestado constitui uma importante
oportunidade não só de trabalho, mas, também, de aprendizado.
5) Pode um espírito desencarnado comunicar-se através de qualquer um dos médiuns? O que é necessário para
que haja tal comunicação?
Nem todos os espíritos encontram-se em condições de se comunicarem com o plano terreno. Os que o podem
fazer, contudo, necessitam de um médium cujo padrão vibratório seja compatível com o seu. É a questão da
sintonia, das vibrações compensadas, da afinidade, que temos estudado e que criam uma ressonância psíquica entre
dois seres que nutrem pensamentos da mesma natureza. Sintonizados psiquicamente, dois ou mais seres alimentam
mutuamente suas mentes.
Seminário
Na comunicação mediúnica, a sintonia é fator de grande relevância. Em geral, um espírito não pode se
“Nos Domínios da Mediunidade”
comunicar senão através de um médium com quem mantenha relativa identidade de pensamento e que possa
assimilar suas ideias. Os Espíritos Superiores, porém, como vimos acima, possuem a capacidade de adaptar seu
padrão vibratório ao do médium que servirá de intermediário, se entender necessária a comunicação e que o
medianeiro está apto a recebê-la. Por isso, o exercício da mediunidade não prescinde da reforma íntima, para que
o médium esteja em condições de recepcionar espíritos que tragam mensagens construtivas.
Plexo é uma denominação que se dá aos múltiplos sistemas de componentes que permitem o funcionamento
dos órgãos vitais do nosso corpo físico. O plexo solar é um desses sistemas. É relativo ao ventre, ao abdome, onde
funciona o sistema gástrico. Responsabiliza-se pelo processamento dos alimentos ingeridos e, como descreve Áulus,
também assimila as forças fluídicas com as quais nos identificamos.
São os fatores que irão determinar o caráter homogêneo do grupo, indispensável a um resultado positivo do
trabalho mediúnico. Podemos citar, dentre esses fatores, a identidade de propósitos, a disciplina, o conhecimento
doutrinário, a elevação moral e, principalmente, o amor e a vontade de servir.
A Doutrina Espírita não traz uma fórmula pronta e acabada para se fazer o reconhecimento quanto ao
fenômeno anímico, ou seja, o proveniente do próprio espírito encarnado e o mediúnico. Áulus esclarece que os
nossos pensamentos são intrínsecos, isto é, fluem de dentro para fora, vêm do nosso cérebro. O pensamento do
espírito é extrínseco, vindo de fora para dentro. Os nossos estão sempre de acordo com o grau de evolução que já
alcançamos, traduzindo nossas inclinações e têm sempre o mesmo conteúdo moral e intelectual. Já os pensamentos
vindos do plano espiritual são diferentes quanto à forma e ao conteúdo, variando conforme o espírito que se
comunica. A maneira do médium adquirir a capacidade de distinguir se o pensamento é seu ou do espírito é estudar
a doutrina e manter um padrão comportamental compatível com os seus ensinamentos morais, que são os do Cristo.
LM - LE
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
24. Luta Expiatória
Estuda o caso de histeria de natureza mental e o intercâmbio mediúnico entre os membros de uma família,
pela troca de influência. Senhor idoso, que está na reunião para receber assistência espiritual, cai repentinamente
tremendo e gemendo com voz rouca, enquanto duas entidades de aspecto desagradável assistem impassíveis às
agitações nervosas do cavalheiro sem nenhuma interferência magnética. Áulus informa que se trata de espírito em
luta expiatória que, desde a infância, apresenta enfermidades várias, experimenta tratamentos severos sem
resultado positivo, assim, se comporta quando sente a presença dos companheiros inferiores conquistados no
passado, antes da atual existência. Américo recebe os recursos do passe, acalma-se, mas se mantém apático e
melancólico. Acrescenta que o problema de Américo e de natureza mental, radicada na sua sensibilização psíquica,
tal como nas ocorrências de ordem mediúnica, mas não pode ser considerado médium, por enquanto, mas, sanada
sua desarmonia, assumindo a dor como experiência a torná-lo apto à tarefa produtiva, poderá cultivar suas
faculdades medianímicas com bom proveito. Revela que Américo vagueou nas trevas por muitos anos e foi vítima
de hipnotizadores cruéis que que com eles se afinava em razão da delinquência em que viveu na terra e, ao retornar
a ela, veio com organismo perispiritual deficiente, apresentando ataques histéricos a partir dos sete anos de idade,
quando se plenifica a reencarnação; luta e se desgasta fisicamente com os severos tratamentos a que se submete e
supõe nascido com estigma de doença congenial, não se acreditando capaz de qualquer realização nobre, busca a
vida de solidão e se apresenta com perturbações da inteligência e contraturas repentinas que o afastam do trabalho
digno. Finda a reunião, Áulus e André acompanham o cidadão até sua residência, onde é recebido carinhosamente
por sua mãe, que expressa sua alegria com sua chegada e informa que o irmão Márcio chegou mais uma vez
embriagado. Américo, indiferente, se acomoda em seu leito e logo se desdobra para sair amedrontado em busca do
seu pai enfermo, que dorme em cômodo ao lado do seu, e pede-lhe ajuda. André Luiz ausculta o cérebro do enfermo
preso à cama e registra que ele desenvolve aflitivo monólogo, dizendo não saber quem está ao seu lado pedindo sua
ajuda, e roga forças para acatar os desígnios do senhor e não ser abandonado na sua velhice, e chora o impacto das
vibrações clamorosas do seu filho. Júlio, pai de Américo, acometido de paralisia nas pernas, encontrou no espiritismo
o consolo e a esperança; aprendendo a verdade da reencarnação, marcha com resignação e fortaleza na fase difícil
que atravessa. Com o apoio da heroica esposa, trouxe ao mundo cinco filhos: Américo, Márcio, Guilherme, Benício
e Laura, esta abnegada companheira dos pais. Os quatro filhos em vida passada foram aliciados pelo atual pai para
fazerem parte de um bando de salteadores de viajantes indefesos e, atualmente, dão-lhe preocupações e desgostos,
mas, mesmo assim, Júlio luta para incutir-lhe nova orientação que aprendeu com a doutrina Consoladora. Laura,
desdobrada pelo sono, entra no aposento do pai, dele se aproxima e o leva para fora. Referindo-se à jovem, Áulus
assegura que, durante o sono, os que amam e trabalham pelo bem continuam com a semeadura, e os que se envolvem
com o mal prolongam o sono com seus pesadelos. Que os que partilham do mesmo teto agem e reagem uns sobre os
outros pelos pensamentos e, muitas vezes, os obsessores que nos espezinham residem conosco, assim como os
Espíritos protetores participam de nossas experiências diárias; que o intercâmbio de alma para alma entre os
membros da família é resultantes da mediunidade latente em todos nós. “Sem perceber, consumimos ideias e forças
uns dos outros”.
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Questões iniciais para o estudo: Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
1) Há um processo obsessivo narrado no capítulo? Justifique.
Um processo obsessivo existe, mas de forma pouco vista por nós, onde a influência obsessiva não se dá
diretamente, mas sim na forma de correntes de assimilação, onde o encarnado percebe os pensamentos dos
obsessores de agora, mas amigos de outrora. Isso mostra que a obsessão pode estar presente, mesmo sem que haja
laços fluídicos, por isso André Luiz e seus amigos procuraram, mas não acharam os elos fluídicos de ligação entre
obsessor e obsidiado.
"Não longe, duas entidades de presença desagradável reparavam-lhe os movimentos, sem, contudo, interferir
magneticamente, de maneira visível, na agitação nervosa de que ele se fazia portador."
Propriamente dita não é uma mediunidade que assim dizemos ostensiva, ou seja, Américo ainda não é um
médium ostensivo.
- De imediato, não. Presentemente, é um enfermo que reclama cuidado assistencial, no entanto, sanada a
desarmonia de que ainda é portador, poderá cultivar preciosas faculdades medianímicas, porque a moléstia, nesses
casos, é fator importante de experiência. A dor em nossa vida íntima é assim como o arado na terra inculta. Rasgando
e ferindo, oferece os melhores recursos à produção."
3) Correlacione, através do caso narrado, a diferença entre processo obsessivo e lei de causa e efeito.
A Justiça Divina dá "A cada um conforme a sua obra", embasada que é no princípio da lei de causa e efeito
(ou ação e reação). Esta lei, que é uma lei natural, nos indica que todas as ações (a nível físico ou mental) trazem
em si mesmo a reação correspondente. Isto significa que cada atitude nossa, positiva ou negativa, tem uma
consequência, positiva ou negativa. A Lei Divina não visa a "punição" de quem errou, mas o seu reajustamento,
sendo que este dependerá da atitude de cada um, ou seja, havendo brechas mentais para que haja a influência de
espíritos com os quais tenhamos débitos passados (ou não) , elas serão por eles utilizadas para termos o processo
obsessivo (em diferentes graus); uma vez que se faculta o acesso do Espírito ao nosso psiquismo; ou ao contrário se
fecharmos nossa casa mental não haverá acesso para que se dê a obsessão. Vianna de Carvalho, em psicografia de
Divaldo P. Franco, diz que" seja, porém, qual for o processo através de cujo mecanismo se apresente, a obsessão
resulta da identificação moral de litigantes que se encontram na mesma faixa vibratória, necessitados de
reeducação, amor e elevação." Todos nós estamos, pois, sujeitos a padecer de obsessão, cabendo a nós a
manutenção de hábitos saudáveis, do lembrar-se do orai e vigia, através dos quais adquirimos resistências e defesas
contra a influência de espíritos estagnados na evolução. Lembrando, ainda, o instrutor Áulus, no capítulo anterior estudado
que disse: - " ... Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade. Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre.
Não basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz do trigo, para
que não venhamos a esmagar um e outro. Não há dor sem razão. ..."
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4) Seminário
Toda anomalia no corpo físico tem a sua gênese no espírito? Qual a relação entre o desequilíbrio físico e a
lei de causa e efeito?
“Nos Domínios da Mediunidade”
"As doenças congênitas ou hereditárias são necessariamente fruto do nosso passado, ou pela necessidade de
aprendizado, quando escolhemos um processo doentio para nosso trabalho de crescimento, ou pela reparação de
nossos atos menos felizes (As doenças congênitas estão sempre relacionadas com experiências de encarnações
passadas ou escolhas do próprio espírito para seu crescimento espiritual). Ou seja: as doenças previamente marcadas
no código genético têm uma causa anterior. No entanto, as doenças ocasionais, muitas delas relacionadas com o
estágio evolutivo do planeta, não tem relação com o nosso passado, outras são resultado da nossa invigilância,
criando piso orgânico ou psíquico para tais moléstias. Toda doença é fruto da nossa condição moral, mesmo aquelas
vinculadas as condições do planeta, pois nossa estadia aqui é resultado do nosso processo evolutivo "
5) O que é desdobramento?
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6) Seminário
Correlacione desdobramento e sono do corpo físico.
O desdobramento pode ocorrer durante o sono ou, mais raramente, quando o subject estiver acordado;
nessa última categoria, podemos citar Eurípedes Barsanulfo e Yvonne Pereira. Allan Kardec tratou deste assunto no
capítulo VIII, parte 2a, de O Livro dos Espíritos. Indagados pelo Codificador, os Espíritos disseram que, durante o
sono, os laços fluídicos que prendem o espírito ao corpo físico se afrouxam, permitindo que ele, que está sempre
ativo, se desprenda e se lance pelo espaço. Nesses momentos, a que Kardec denominou de emancipação da alma,
o espírito pode entrar em relação mais direta com outros. Portanto, o sono do corpo físico liberta parcialmente o
espírito, que passa a viver no estado em que fica normalmente quando desencarna. Nesses momentos de libertação,
o espírito permanece de posse ao seu invólucro semi-material inseparável, que é o perispírito. Nem sempre, porém,
o espírito deixa o local. Muita das vezes permanece ao lado de seu organismo físico, aguardando que este retorne
ao estado de vigília. O sonho é a lembrança que o espírito tem desses momentos. É, comumente, uma recordação
dos lugares e dos acontecimentos que presenciou ou que presenciará nesta ou em outra encarnação. Livre dos
embaraços do corpo físico, o espírito pode investigar sobre o passado, o presente e o futuro. Nem sempre, porém,
essa lembrança é possível, face à densidade grosseira de nosso organismo físico. Tudo sempre dependendo do estágio
evolutivo e da afinidade que o Espírito tenha.
7) Comente sobre Expiação e Lutas Expiatórias tendo por base o capítulo em estudo.
A dor pode de fato opor obstáculo ao exercício da liberdade do espírito, sem, contudo, ser considerada uma
simples punição; é o resultando da lei de causa e efeito, e devemos considerá-la um instrumento pedagógico que
objetiva recoloca-nos no caminho do bem; podemos dizer, sem medo de errar, que sem a dor não há evolução, em
qualquer reino da natureza.
Só que há diversos graus de evolução; então uns sofrem mais que outros.
Assim, costumamos reservar o termo "expiação" para os processos em que a pessoa não tem escolha. Ela sofre
como consequência inevitável de suas atitudes e comportamentos anteriores.
Assim, como disse o Márcio a expiação está diretamente ligada a lei de causa e efeito e as lutas expiatórias
não são castigos, já que são oportunidades dadas pela lei, e são bastante difíceis de serem vencidas de acordo com
a gravidade dos erros pretéritos e de acordo com a abnegação do espírito na vivência da expiação.
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
6. Psicofonia Consciente
Demonstra o possível controle que um médium consciente exerce sobre o Espírito que se comunica por seu
intermédio, permitindo mesmo assim, que ele expresse suas emoções e seus sentimentos. Entidade perturbada,
surda e cega, entra na sala de reunião, conduzida por três guardas espirituais, para receber socorro. Informa Áulus
que ele desencarnou em plena vitalidade orgânica, sem nenhum preparo para a vida espiritual e se apresenta como
um alienado mental, não sabendo o que se passa consigo; mantém-se ligado à ex-namorada, que o atrai com suas
aflições e saudade doentia e, dessa forma, vê ouve, se alimenta e, muitas vezes, fala por intermédio dela, há cinco
anos. Localizado ao lado de Eugênia, nela se incorpora “[...], à maneira de alguém a debruçar-se numa janela [...]”,
em verdadeiro processo de enxertia neuropsíquica, enquanto Eugênia-alma tem sua fronte ligada à dele por fios
brilhantes, que lhe permitem controle sobre o que ele diz e o que pretenda fazer, dando-lhe, ao mesmo tempo, a
liberdade de expressar seus sofrimentos, suas mágoas e conflitos, mantendo a ordem e a respeitabilidade exigida
no ambiente. Ensina que na psicofonia consciente o médium mantém-se próximo ao seu veículo físico enquanto o
empresta ao sofredor, permitindo um consórcio momentâneo com ele; que as cadeias de que reclama a entidade
incorporada, não lhe permitindo o movimento desejado, são decorrentes, em 50%, da médium que controla seus
impulsos, demonstrando que tem condições que lhe presta benefícios; que nem sempre, nessas situações, o médium
identifica as expressões fisionômicas do hóspede momentâneo, em razão do esforço de concentração exercido na
oferta de energias, mas sente o mal-estar e as condições conduzidas por ele. Informa ser infrutífero e descridos
inquirir o sofredor na condição de alienado mental, sobre sua identidade e demais dados pessoais, pois nada deseja
no momento além de manter-se junto de quem lhe oferece condições de vida parasitária. Quanto à dúvida do
médium sobre se o que fala ou sente durante a incorporação é ou não do Espírito, pode anular a oportunidade do
socorro, expulsando a entidade da sua organização física.
1) No trecho entretanto, adaptando-se ao organismo da mulher amada que passou a obsidiar, nela encontrou
novo instrumento de sensação, vendo por seus olhos, ouvindo por seus ouvidos, muitas vezes falando por sua boca
e vitalizando-se com os alimentos comuns por ela utilizados. Verificamos que tipo de obsessão segundo Kardec?
Quais as suas características?
Em O Livro dos Médiuns, capítulo XXIII, item 237, os Espíritos informam que "a obsessão apresenta caracteres
diversos... A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de
fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação."
Ainda no mesmo livro e capítulo, item 240, definem o que venha a ser subjugação: A subjugação é uma
constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica
sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a
tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é
uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos
involuntários. (...) Vai, às vezes, mais longe a subjugação corporal; pode levar aos mais ridículos atos..."
Assim é que, conforme nos narra André Luiz, a mulher encontrava-se subjugada.
24
2) Seminário
De que maneira podemos nos defender das obsessões?
“Nos
a) Em O Livro dos Médiuns Domínios
capítulo da
XXIII, item 249,
deve tomar para combater a obsessão, como por exemplo:
Mediunidade”
Kardec faz uma enumeração de atitudes que o médium
1) para a obsessão simples, o médium tem que fazer duas coisas essenciais: provar ao Espírito que não está iludido
por ele e que lhe é impossível enganar e cansar-lhe a paciência, mostrando-se mais paciente que ele, deve dirigir
apelo aos Espíritos bons, interromper toda comunicação escrita;
2) para a fascinação diz que "a única coisa a fazer-se com a vítima é convencê-la de que está sendo ludibriada e
reconduzir-lhe a obsessão ao caso da obsessão simples";
3) para a subjugação, como muitas vezes o obsidiado perde a energia necessária para dominar o mau espírito, é
necessário a intervenção de terceiros que atue ou pelo magnetismo ou pelo império da sua vontade. Não há, no
entanto, nenhuma fórmula fixa ou definitiva, os meios de se combater a obsessão variam de acordo com o caráter
que ela reveste.
b) Nós todos, no entanto, podemos combater a obsessão utilizando-nos sempre o "Orai e Vigiai; através da
prece, do trabalho no bem, nos autoconhecendo e nos reformando intimamente a fim de podermos vivenciar dia a
dia os ensinamentos evangélicos tão bem exemplificados por Jesus.
3) Neste capítulo apresentou-se o fenômeno da psicofonia consciente. Como definimos os médiuns falantes
intuitivos?
Podemos definir o médium falante intuitivo como aquele que intermediário cuja palavra dos Espíritos se
exprimem através dos órgãos da palavra e que mantém a consciência do que irão manifestar, uma vez que a
comunicação dar-se-á também através de sua alma; agindo, então, o médium falante intuitivo como um intérprete
do Espírito comunicante.
A Ação do Espírito se dá através da alma do médium; mas não desloca ou substitui a alma do médium,
comunica-se dominando-a através do pensamento. O médium, nessas situações têm consciência do que exprime
através das palavras, sendo que o pensamento para ele vai surgindo à medida que inicia a comunicação, o médium
consciente irá agir como um intérprete do pensando do Espírito comunicante, e para tanto terá que compreender e
apropriar-se dele para o transmitir fielmente.
5) De que forma um médium deve se preparar para agir com total controle nas manifestações dos espíritos?
Na esfera da mediunidade, cada servidor se revestirá de características próprias; o conteúdo sofrerá sempre
a influenciação do entendimento e vocabulário do médium, daí a mediunidade, e seu exercício, requerer
conhecimento doutrinário, estudo constante e devotamento ao bem. Sendo, ainda, necessário o aprimoramento
pessoal como condição primária de êxito no intercâmbio. O bom médium é aquele que está sempre disposto a servir,
sem exigências, com apurada sensibilidade espiritual e disposição física que registre a presença dos Espíritos.
Assim é que, nas palavras de Martins Peralva: "a educação mediúnica, aliada à melhoria interior, sob o ponto
de vista moral, possibilita, indiscutivelmente, a disciplina do comunicado.(...) é justo lhes seja lembrado que o
aprimoramento espiritual, o devotamento, a bondade com todos e o desejo de servir conduzem o medianeiro ao
maior controle da própria vontade, assegurando, assim, o êxito da tarefa."
25
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
7. Socorro Espiritual
1) Além da dedicação do guia espiritual clementino, o que foi determinante em Raul para que Libório pudesse
amenizar seu comportamento?
A sincera compaixão e o interesse fraternal. Estes são elementos fundamentais no auxílio a qualquer espírito
- encarnado ou desencarnado - que esteja passando por momentos de sofrimento e dor. Aos dirigentes e
esclarecedores nas reuniões mediúnicas, então, tornam-se imprescindíveis. A compaixão - entendida aqui como
empatia, proximidade, verdadeiro exercício do amor ao próximo - permite uma aproximação e um entendimento
mais amplo da dor do outro (mesmo quando esta dor se expressa em palavras rudes de revolta, como no caso de
Libório). O interesse é o passo inicial para a atenção, que por sua vez é o requisito para estabelecimento da sintonia.
Prestar atenção ao outro, com interesse real, ouvi-lo expressar-se, deixar que destile sua mágoa ou dor, é colaborar
grandemente.
2) Qual foi o elemento principal para que as palavras "Libórnio, meu irmão!", usadas por Raul, levasse Libórnio
ao pranto?
Mais que as palavras, o importante é o sentimento que as gerou e que faz com que sejam carregadas de
energia positiva. É fácil dizer "meu irmão", mas é difícil sentir verdadeiramente isto por um quase desconhecido.
Apenas o exercício constante, metódico e disciplinado da fraternidade legítima, pode produzir os resultados
alcançados por Raul.
26
3) Seminário
Que procedimento deve ter um doutrinador diante de um comportamento rebelde de um irmão obsessor?
4) Podemos afirmar que Libório praticou o suicídio, como foi suposto pelos que acharam seu corpo inerte?
Justifique.
Sim, suicídio indireto, ou para usarmos o termo usado pelos espíritos da codificação (O Livro dos Espíritos,
quest. 952, à qual remetemos os colegas de estudo), um suicídio moral. Lembremos que o próprio André Luiz foi
categorizado como suicida. Naturalmente, as consequências deste tipo de suicídio não se comparam com as do
suicídio direto já que não há a intenção de se matar, e os espíritos (LE 954) afirmam que não há culpabilidade
quando não há intenção ou a consciência positiva de se fazer o mal. A responsabilidade é pelo mal-uso do corpo
físico, pelo desgaste prematuro das energias orgânicas, pelo comportamento autodestrutivo.
5) Que máquina foi utilizada por Clementino, com a ajuda de Raul, para que Libórnio tomasse conhecimento
de seus últimos momentos da sua vida material? De que forma ela funciona?
O aparelho foi denominado por Áulus como sendo um "condensador ectoplasmático", ou seja, condensa (torna
mais denso, mais "material") o ectoplasma (que é a energia emitida pelos componentes encarnados da reunião,
energia essa ainda em estudo). Os nomes variam (Áulus por exemplo também o chama de "raios de força"), mas o
que obtemos do estudo de vários textos é que o ectoplasma é uma energia típica dos seres orgânicos, mais ou menos
abundante nos encarnados, e que, manipulada pelos espíritos técnicos do assunto, é usada principalmente em
fenômenos de efeitos físicos. No caso em estudo, o ectoplasma foi usado para "materializar" o pensamento de
Libório, a fim de refletir a projeção de suas lembranças. O aparelho funcionou à semelhança das telas de cinema,
que recebem a projeção de luz dos filmes. Atentemos de que, induzido por Raul, é o próprio Libório que projeta
seu conteúdo, que estava "oculto" ou "adormecido" em seu inconsciente, como mecanismo de defesa psicológica.
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
8. Psicofonia Sonambúlica
Entidade desencarnada há mais de dois séculos, com aspecto asqueroso, exalando mau cheiro, é introduzida
no recinto, demonstrando frieza e maldade na face, de olhos abertos, mas sem nada enxergar: seus escravos
fugitivos eram levados ao tronco e tinham os olhos queimados. Latifundiário perverso, apresenta-se estalando o
chicote, demonstrando autoridade, diz-se vítima de arbitrariedade por ter sido levado até ali contra sua vontade.
Afirma que os privilégios dos nobres são invioláveis, pois foram dados pelos reis, os quais são escolhidos por Deus e
que, por essa razão, os ideais da revolução Francesa (1789) não alcançariam as terras brasileiras. Acredita -se na
carne, no cárcere, atormentado por suas vítimas. Diante do espanto de André Luiz de ser aquela entidade pestilenta
indicada a incorporar em dona Celina, o melhor instrumento mediúnico da casa, Áulus esclarece: a entidade
adentrou no recinto por ordem dos mentores da instituição; os fluídos deletérios do visitante recuam à frente da luz
emanada da médium; cada médium, como cada assembleia, possui ambiente e corrente magnética própria capaz
de se preservar, assim como as nuvens infecciosas da crosta são extintas diariamente pelas irradiações solares. Dona
Celina se desvencilha do corpo e se apresenta de aura brilhante, e o ex-escravocrata desesperado, de nome José
Maria, se arroja ao veículo físico da médium, sendo envolvido por fios luminosos, deixando-o semelhantemente a
um peixe na rede, contido nos seus gesto e palavras pelas qualidades morais da médium, devidamente vigiado e
controlado. Diante da serenidade de dona Celina, sem controlar diretamente o hóspede do seu corpo, Áulus
esclarece que a médium é sonambula perfeita e “A psicofonia, em seu caso, se processa sem necessidade de ligação
da corrente nervosa do cérebro mediúnico à mente do hóspede que ocupa.” Ela oferece extrema passividade e o
comunicante se revela mais seguro, mais espontâneo, sem que isso signifique irresponsabilidade de sua parte no
trabalho de intercâmbio mediúnico. Acrescenta que a inferioridade moral de José Maria faz com que ele se contenha
nas expressões e gesticulações, por força das virtudes da médium. A psicofonia sonambúlica em médiuns
despreparados produz belos fenômenos, mas não é tão útil na construção espiritual do bem, e pode levar à possessão
se o seu portador não possuir méritos morais suficientes à própria defesa. Quando se trata de médiuns devotados ao
bem, dando guarida a alguma entidade intelectualmente superior, mas perversa, os mentores controlam sua
atuação, no entanto, se o Espírito for virtuoso, o médium se beneficia com as suas vibrações amorosas, deixando a
entidade em total liberdade, por confiar nos seus elevados propósitos.
1.a) "O amigo dementado penetrou o templo com a supervisão e o consentimento dos mentores da casa."
A explicação acima foi dada por Áulus ante a surpresa de André Luiz com o fato daquele espírito, que se
encontrava em elevado grau de desequilíbrio, ter sido encaminhado pelos dirigentes espirituais à Dona Celina,
considerada o melhor instrumento mediúnico da casa. Esclareceu o Instrutor que o espírito ali chegara com
supervisão e o consentimento dos mentores espirituais presentes, razão por que a médium não correria nenhum
risco em acolhê-lo. A reunião narrada neste capítulo destinava-se justamente ao atendimento de espíritos
desequilibrados, que seriam tratados com o esclarecimento.
28
Seminário
1.b) "Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz
espiritual que os fustiga ou desintegra.
“Nos Domínios da Mediunidade”
" Uma casa espírita que estuda e pratica o Espiritismo com objetivos sérios está sempre envolvida pela
proteção dos benfeitores espirituais a serviço de Jesus. Quando se trata de reunião mediúnica de desobsessão,
principalmente, os espíritos benfeitores a cercam com uma espécie de barreira vibratória, isolando-a da psicosfera
pouco sadia que ainda predomina em nosso Planeta. Essa barreira vibratória visa a impedir que a reunião venha a
ser perturbada por espíritos malfazejos, com o fim de impedir que o esclarecimento chegue aos que dele necessitam,
tirando-os da situação de desequilíbrio.
Assim, a sintonia com esse tipo de espíritos é inviabilizada, da mesma forma que os fluidos deletérios que
dele emanam são diluídos pelos fluidos sadios de que são portadores os benfeitores espirituais. Como esclareceu o
Instrutor, ante a luz emanada desses benfeitores, os fluidos deletérios trazidos pelos espíritos desequilibrados que
serão esclarecidos se desintegram, não vindo a manchar a psicosfera ambiente.
1.c) "É por isso que cada médium possui ambiente próprio e cada assembleia se caracteriza por uma corrente
magnética particular de preservação e defesa. Nuvens infecciosas da Terra são diariamente extintas ou combatidas
pelas irradiações solares, e formações fluídicas, inquietantes, a todo momento são aniquiladas ou varridas do
Planeta pelas energias superiores do Espírito. Os raios luminosos da mente orientada para o bem incidem sobre as
construções do mal, à feição de descargas elétricas."
Como ensina o Espiritismo, o espírito é um ser individualizado, que possui vibrações próprias, cuja natureza
vai depender de seu estado evolutivo. Assim, cada um de nós formamos uma psicosfera à nossa volta resultante de
nossas qualidades já adquiridas e das imperfeições das quais não logramos ainda nos despojar. Uma assembleia
mediúnica, como acentua Kardec, é o resultado do teor vibratório emanado de cada um de seus componentes. Por
sua vez, quando se trata de uma reunião séria e com fins nobres de auxílio aos necessitados, o plano espiritual
superior, através dos mentores responsáveis pelo trabalho, atua no sentido de purificar o ambiente espiritual do
local, impedindo a atuação de entidades perturbadoras. No mesmo sentido, os espíritos encarregados do controle
das forças da natureza, com suas irradiações positivas, à semelhança dos mentores das assembleias mediúnicas,
promovem, em escala muito mais ampla, a limpeza ambiental do Planeta, de que nos fala Áulus, eliminando os
miasmas produzidos pelas baixas vibrações daqueles que ainda permanecem em estado de sofrimento. Como a luz
que dissipa a escuridão e "...à feição de descargas elétricas", essa energia superior faz desintegrar esses miasmas
deletérios que pairam sobre o solo terreno.
1.d) "O sonambulismo puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na
construção espiritual do bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes para
própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos
que se renderam às forças vampirizantes." A mediunidade, qualquer que seja a modalidade com se apresente, não
é boa nem má. É neutra. Dependendo da maneira como é exercida, pode ser motivo de adiantamento ou de queda
para o espírito. Por essa razão, Allan Kardec sempre recomendou aos médiuns que se aprimorassem nos estudos da
prática mediúnica e, principalmente, na sua moralização. Como temos estudado nos capítulos anteriores, a sintonia
é o fator determinante da qualidade da mensagem a ser obtida, daí a importância da necessidade de o médium
manter um comportamento consoante as leis naturais. No caso da mediunidade que se manifesta em estado
sonambúlico, a falta de moralidade do medianeiro pode ter um resultado ainda mais desastroso, pois o médium
entrega o equipamento mediúnico ao espírito. Como única maneira de influenciar a comunicação, resta a sua
ascendência moral, pois, embora desprendido do corpo e sem poder de atuação sobre ele, o médium permanece
presente em espírito e, sendo evolutivamente superior ao comunicante, a natural hierarquia moral que vige no
mundo espiritual permite alguma vigilância quanto ao uso do aparelho mediúnico.
29
2) Como se dá a psicofonia de Dona Celina? Qual a diferença entre a psicofonia de Celina e de Eugênia?
“Em qualquer lugar que estejamos e independente do que estiver acontecendo só depende de nós, da
essência que está dentro de nós, que fará vivermos na harmonia e na confiança.
Se há guerra fora de ti, mas dentro estiver a paz como te abalarás?
Fiquem atentos aos tesouros que carregam dentro do coração, se forem de amor lhe garantirão as vitórias e
a felicidade que precisas. Se não olharem para isso, continuarão se colocando em perigo. Cada um deve se
responsabilizar por essa bagagem que é carregada. Se exercitem no amor, se exercitem na confiança, tudo sempre
pode ficar melhor.
É necessário dedicação constante para aperfeiçoar todos os sentimentos que carregamos em nossa essência.
Pense, que assim como podemos ajudar a nutrir o plantio do amor nos outros, também somos responsáveis
pelo nosso. Cada um precisa buscar habilidades de cultivar em si, a semente do amor, o verdadeiro amor.”
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O Sorriso se expande,
O abraço acalma,
A luz vai chegando,
E a cada um serenando.
O sol aquece,
A lua ilumina,
E você?
Por acaso se esquece que existe um Deus?
O Deus que alimenta,
Sustenta,
Se encanta a cada pequeno avanço que consegues.
A luz se expande mais e mais...
Todos estão sendo envolvidos por ela,
não haverá mais como não se entregar
O Amor vencerá.
Analisa o caso de um jovem com ataques epiléticos, concluindo se tratar de uma possessão. Clementino
permite a entrada de entidade aloucada no recinto da reunião, que avança em direção a um jovem, vociferando:
Pedro! Pedro! O qual desfecha um grito e cai violentamente desamparado. Retirado da sala e levado para outra
próxima, o rapaz é acamado sob os cuidados de dona Celina. Áulus analisa as condições psicofísicas do obsesso e
conclui se tratar de uma possessão ou epilepsia essencial. Embora Pedro, materialmente falando, esteja
inconsciente, espiritualmente arquiva todas as minudências da situação e se enriquece de experiências necessárias
ao seu reerguimento, e que o fenômeno, embora considerado pela medicina humana como ataque epiléptico, trata-
se de transe mediúnico de baixo teor, tendo em vista serem os envolvidos duas mentes desequilibradas. Não logrando
êxito com suas palavras esclarecedoras, dona Celina toma cuidado para não se apassivar e prestar o socorro em
plena consciência: profere vibrante oração e implora a compaixão divina para as suas vítimas do ódio, fazendo com
que o perseguidor se desprenda da sua vítima e seja conduzido para atendimento em local de emergência. Áulus
ensina que Pedro não é um médium, na acepção comum do termo, mas um Espírito endividado a redimir-se e
descarta a possibilidade do desenvolvimento de sua faculdade mediúnica, pois desenvolvimento é fazer progredir
ou produzir; que Pedro necessita desenvolver recursos pessoais no próprio reajuste. Frequentando a instituição
espírita, encontrará a melhora de sua saúde; vivendo em contato com amigos orientados pelo Evangelho, ele e seu
desafeto se transformarão interiormente, sendo possível aperfeiçoar sua faculdade. Adverte que o aparelho
mediúnico valioso não se improvisa e que Pedro traz consigo aflitiva mediunidade de provação. Áulus ausculta o
passado do jovem e o vê como médico desonesto e aventureiro que enclausura o irmão (o obsessor) em um
manicômio e toma-lhe a esposa (hoje sua mãe), e que se manteve em franco duelo com seu algoz em zonas
purgatoriais, tendo seu corpo perispiritual lesado em alguns centros vitais importantes, recebendo esta
reencarnação por benção. Finalizando, ensina que Pedro, como médium torturado, não é um elemento valioso no
conjunto, mas não está ali por acaso, devendo receber o apoio fraterno daqueles que com ele se ligam pelos laços
da afetividade, e que sua cura dependerá dele e do seu algoz, renovando-se ambos para a reconciliação final.
32
3) Seminário
Por que a magnetização do encarnado em tratamento auxilia o possessor?
“Nos Áulus,
Conforme explicou o instrutor Domínios
"salutaresda Mediunidade”
e renovadores pensamentos assimilados pela dupla de
sofredores em foco expressam melhoria e recuperação para ambos, porque, na imantação recíproca em que se
veem, as ideias de um reagem sobre o outro, determinando alterações radicais." Assim, a atuação magnética
aplicada ao encarnado aproveita ao possuidor, operando em ambos os seus efeitos.
Revista Espírita de 1862 — Estudo sobre os Possessos de Morzine, as causas da obsessão e os meios de combatê-la;
33
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
10. Sonambulismo Torturado
Estuda o drama de um casal cuja esposa sofre a perseguição do seu pai adotivo por ela assassinado, em vida
passada, ligando-se a ela diretamente pelo cérebro. Tresloucado Espírito, com aspecto repugnante, que apresenta
a cabeça ferida e enorme úlcera na garganta, se dirige furioso em direção a uma senhora que passa a emitir frases
rouquenhas e desconexas. Raul Silva aplica-lhe passe na região do tórax, libertando-lhe a voz e ela clama: “Filha
desnaturada! Criminosa! Criminosa! Nada te salva! [...] Não te perdoarei, não te perdoarei!...” Áulus informe que
a obsessa se encontra ligada cérebro a cérebro com seu algoz, que lhe transmite tudo o que pensa e sente, mas que
ela de nada se lembrará, porque nesse tipo de transe o médium cai em profunda hipnose e retrata o desequilíbrio
psicofísico do perseguidor, por isso tem ela a glote dominada por enfermidade momentânea, apresentando-se
intumescida, dificultando que se exprima com clareza. Narra a vida doentia da senhora desde sua infância, passando
pelos médicos que a não diagnosticam o verdadeiro mal e sua causa, ministrando-lhe medicamentos e tratamentos
inúteis. Casada, deveria receber como filho o perseguidor, mas sentiu por ele aversão e o abortou, complicando
mais ainda o seu quadro de sofrimento, levando o esposo a buscar o concurso do Espiritismo. Áulus diz que uma nova
maternidade ajudaria no processo, mas a crueldade do aborto meditado desequilibrou o seu centro genésico,
devendo ela esperar que o tempo coopere na sua restauração, já que “A perfeita entrosagem dos elementos
psicofísicos filia-se à mente. A vida corpórea é síntese das irradiações da alma. “Revela que o atual esposo da
sonâmbula induziu-a, no passado, a envenenar o pai adotivo (atual obsessor), para assegurar a vultosa herança,
tendo em vista que ele pretendia alterar o testamento, por não concordar com a filha na escolha do futuro marido,
por considera-lo um estroina interesseiro. Casada, o marido revelou-se um jogador inveterado, relegando-a à miséria
moral e física, quando, então, o tutor desencarnado imantou-se a ela, desejoso de vingança, aumentando-lhe os
tormentos íntimos. O parricídio passou despercebido da justiça humana, mas aqui encontramos as três consciências
entrelaçadas na provação redentora. Afiança que a obsidiada é uma médium em processo de reajustamento e que
se purifica nas complicações do sonambulismo torturado, sendo instrumento para o desenvolvimento da paciência e
da boa vontade dos componentes do grupo que frequenta, mas sem perspectiva de produção mediúnica imediata no
campo do auxílio. Frequentando a instituição ao lado do esposo, têm os dois a oportunidade de adestramento de
suas boas qualidades, enquanto seu perseguidor, registrando-lhe as melhoras íntimas, sentirás a necessidade do
perdão e poderão, os três, conquistar a felicidade almejada.
34
2) Seminário
O que fazia com que o espírito obsessor se apresentasse de forma repugnante, com os ferimentos descritos?
“Nos
A forma com que o espírito Domínios
se apresenta dadeMediunidade”
no estado erraticidade depende de seu psiquismo. Como relata
André Luiz, o espírito obsessor encontrava-se mentalmente fixado no desejo de vingança contra a filha adotiva de
outrora. Sendo a lei de Deus de amor e de perdão, todas as ações e pensamentos do espírito que contrariem estas
duas determinações divinas causam um desequilíbrio em seu psiquismo, que se reflete, de imediato, no corpo
perispiritual. Encontrando-se impregnado de maus sentimentos, o obsessor causou um desequilíbrio em seu corpo
mental, o que veio ocasionar a desorganização do seu perispírito, resultando naquela forma aterrorizante.
5) Se a moça obsidiada sofria a presença do obsessor desde a puberdade, como afirma o Assistente, por que
somente agora ele se manifesta de forma ostensiva?
O processo obsessivo pode ter várias fases de evolução. No início, é uma influência maléfica, que perturba o
obsidiado e o leva a agir de maneira diferente à que normalmente o faria, sempre no sentido de prejudicá-lo.
Agravando-se a obsessão, por não tratar o obsidiado de fechar a sua porta de entrada, através de sua reformulação
interior, pode chegar chegar à situação que estamos estudando, de subjugação. Desde cedo, o assédio do obsessor
se fazia sentir através dos distúrbios por que passava a mulher quando ainda contava pouca idade. O agravamento
da obsessão foi motivado pelo aborto praticado, que impediu o retorno do obsessor para a nova experiência que
tanto necessitava.
6) Por que Áulus afirma que a senhora em questão não poderia conseguir nova maternidade?
Naquele momento, isto não seria possível por ter a obsidiada causado desequilíbrio em seu centro genésico.
Como dissemos na resposta à questão 2 acima, todas as vezes que o espírito violenta a Lei Divina, por mais íntimo
que seja o ato ou o pensamento, ainda que permaneça oculto a todos, como explicou Áulus, o seu perispírito é
danificado. A jovem mulher, antes de pensar em nova maternidade, terá de reparar o dano causado naquele centro
de força.
35
7) É possível a recuperação de centros de força danificados por invigilância, durante a própria vida corporal?
Explique. Dependendo da gravidade da falta e da extensão da lesão perispiritual, é possível, mediante uma
transformação internado espírito. Para tanto, torna-se necessária a reforma íntima, com a modificação de seus
valores morais e, principalmente, com a reparação do dano.
36
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
11. Desdobramento em Serviço
Estuda o fenômeno da transmissão de mensagen espiritual a distância, descrevendo a viagem astral feita pelo
médium desdobrado. Antônio Castro recebe passes longitudinais de Clementino, adormece e se desdobra, mas se
apresenta com a indumentária perispiritual em tamanho maior que o do seu corpo físico, em cores variadas e
movimenta-se inseguro. Procedimentos magnéticos são renovados e Castro retorna ao corpo físico e se desdobra
novamente em condições normais. Vestido com um roupão esbranquiçado que lhe encobre os pés, movimenta-se
levemente pelo salão, revestido com suas próprias energias ectoplásmicas. Esclarece Áulus que o médium se
desdobrou carregando consigo o duplo etérico, formado de emanações neuropsíquicas pertencentes ao campo
fisiológico, daí a deformação e necessidade de retornar para que o corpo somático absorvesse as energias que lhe
asseguram o equilíbrio entre ele e a alma. Adverte Áulus, que se o espaço que ocupa for ferido violentamente por
alguém, o médium sentirá dor, pois está ligado ao seu corpo pelo cordão fluídico. Quanto a sua vestimenta, o
médium desdobrado, por força da concentração mental, se mostra na expressão que desejar, buscando, no entanto,
adequar-se aos costumes do ambiente espiritual em que se situa; acrescenta que a Arte e a Ciência no plano
espiritual são mais aprimoradas que no mundo dos encarnados e que, por isso, as construções mentais de espíritos
já libertos dos condicionamentos da crosta são mais apuradas; podendo usar o seu pleno poder mental, assume a
forma que deseja e pode submeter-se a inteligências amigas mais vigorosas que a dele, assumindo as formas que
elas imprimirem, mas também corre o risco de se render a Espíritos perversos, como sói acontecer com as
consciências culpadas, vindo a sofrer as deformações que lhe são impostas. Dois guardas colocam um capacete em
Castro, preparando-o para uma viagem astral, cuidando para que não disperse a atenção enquanto volita por regiões
inóspitas. Em viagem, amparados por Rodrigo e Sérgio, o médium começa a dizer pela sua boca física que vê formas
estranhas, que está no escuro e sente a elevação do teor vibratório dos irmãos em viagem, recebendo a notícia de
que tudo melhorou. Castro se encontra com Oliveira, colaborador daquela instituição desencarnado há pouco tempo,
e diz-se surpreso e entusiasmado por revê-lo. Oliveira se diz ainda inapto à comunicação direta, mas que pode se
dirigir aos companheiros da terra por meio do médium, e este se coloca à disposição, iniciando a retransmissão do
recado de Oliveira: “Meus amigos, que o Senhor lhes pague. [...] As preces do nosso grupo alcançam-me cada noite,
como projeção de flores e benções! [...] Meus amigos, a caridade é o grande caminho! ... Jesus nos abençoe...”
Desdobramento é o fenômeno pelo qual o espírito, sempre envolvido por seu perispírito, separa-se do corpo
físico, o qual se mantém ligado apenas por um laço fluídico conhecido como "cordão de prata" e vai estar em outros
lugares. Este fenômeno pode ocorrer de forma anímica ou mediúnica, consciente ou inconscientemente,
dependendo de existir ou não a interferência do plano espiritual e da vontade ou não do espírito que se desloca. O
caso narrado no capítulo que estamos estudando é de desdobramento mediúnico e consciente. O médium deslocou-
se conscientemente ao plano espiritual, em espírito, com o objetivo de se encontrar com um antigo trabalhador da
casa que desencarnara há pouco e de transmitir uma sua mensagem, deixando seu corpo no local onde se realizava
o trabalho mediúnico.
37
2) Existiriam condições inerentes ao médium, Cap XV, Ed. FEB)
Para produzir o fenômeno de desdobramento mediúnico consciente, o espírito deve contar já com algum
adiantamento moral, que lhe possibilite, através do pensamento, desprender-se do corpo físico e desdobrar-se.
Martins Peralva, na obra acima citada, elenca as condições que contribuem para a produção do fenômeno e que
devem ser observadas pelo médium: vida pura, aspirações elevadas, potência mental, cultivo da prece e exercício
constante.
3) E existiriam também condições para os demais membros do grupo auxiliarem o médium? (OBS: mesma fonte
citada acima).
Como em todo trabalho mediúnico, o grupo deve ser uniforme, ter uma unidade de pensamento e de
propósitos. Os componentes do grupo mediúnico, analisa o mesmo Autor, também devem observar determinados
deveres para que possam prestar ao médium o auxílio necessário ao êxito do desprendimento: prece, concentração
e exortação.
Ao deixar o corpo físico, o espírito desdobrado ingressou em região próxima à Terra que recebia todas as
emanações fluídicas negativas próprias de um mundo de provas e de expiações. A substância mental expelida pela
humanidade encarnada do Planeta refletia o seu desequilíbrio, consequente das paixões inferiores, vícios, crimes,
ódios e outros sentimentos nada nobres ainda comuns no plano terreno. Castro, o médium em desdobramento, ao
ingressar nessa região, que descreveu como "... um trilho estreito e escuro...", sentiu-se amedrontado, imaginando
achar-se em " ... pleno nevoeiro...". Uma prece realizada pelo grupo mediúnico elevou o seu padrão vibratório,
fortalecendo o médium em serviço, que afirmou a ter recebido como "... um chuveiro de luz...". Vemos, pois, o
valor da prece também nesse tipo de trabalho, renovando as forças e mantendo o grupo mediúnico numa sintonia
elevada, com vibrações altamente positivas.
É através da concentração mental que o espírito direciona o pensamento de modo a manejar seu perispírito,
impulsionando o desprendimento do corpo físico e dando-lhe a forma como se apresentará durante o período de
desdobramento.
6) E do estudo constante?
Na Introdução do Livro dos Médiuns, Allan Kardec recomenda àquele que deseje lidar seriamente com a
mediunidade que primeiro leia o Livro dos Espíritos. Estabeleceu, assim, o Codificador, como premissa para a prática
de qualquer atividade mediúnica o estudo. Sem o conhecimento dos princípios básicos que regem a relação entre os
dois planos de vida, o médium ficará sempre sujeito a produzir fenômeno mediúnico não confiável, refletindo o
pensamento de espíritos perturbadores, que não têm nenhum compromisso como a seriedade do trabalho.
38
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
12. Clarividência e Clariaudiência
Analisa as dificuldades que tem o médium em ver e ouvir o plano espiritual, em razão ao seu condicionamento
ao corpo físico, da fixação de algum tema do seu interesse e da interferência de vibrações mentais de encarnados
e desencarnados. Aproxima-se o final da reunião e Clementino fluidifica a água contida em um vasilhame de vidro
sobre a mesa, e enfatiza que “HÁ deficiências no veículo espiritual a se estamparem no corpo físico, que somente
a intervenção magnética consegue aliviar, até que os interessados se disponham a própria cura”. O dirigente
encarnado orienta os médiuns a buscarem ensinamentos pela vidência e clarividência e Áulus adianta que não
convém ampliar, por ora, aquelas faculdades, pois os encarnados, com raras exceções, não devem ter capacidade
plena para vislumbrar o mundo espiritual que os cerca, contrariando a ordem das coisas, sob pena de se
desequilibrarem. Ensina que as faculdades mediúnicas podem ser idênticas, mas cada médium fará uso de suas
potencialidades segundo sua maneira de ser, sempre restrita ao seu grau evolutivo. Fala que toda percepção é
mental e varia em cada um de nós, impondo as diferenças. Ensina que dona Celina vê e ouve o irmão Clementino
acreditando ser pelos olhos e ouvidos da carne, por hábito simplesmente, mas a percepção se dá pelo cérebro,
sendo uma prova disso o sonho, em que o Espírito desdobrado registra visual e auditivamente as experiências
noturnas, sem fazer uso dos aparelhos do corpo físico. Clementino pronuncia em voz clara e pausada: “Concentremos
mais atenção na prece, adestrando-nos para o serviço do bem!” e dona Celina e Eugênia assimilam a rogativa com
precisão e de forma intuitiva, respectivamente, mas Antônio Castro nada ouve. Dona Celina vê com detalhes a
presença de Clementino; Eugênia, com menos clareza; e Castro o vê com perfeição, mas fica alheio a sua influência
mental, porque está interessado em se reencontrar com a mãe desencarnada. Dona Celina diz, mentalmente, ao
esposo, que dela se aproxima, que se encontrarão mais tarde, demonstrando disciplina na tarefa que executa, mas
Antônio se desdobra novamente, levado pelo desejo de se reencontrar com a progenitora. Dona Celina informa que
viu um rio onde enfermos se banhavam na esperança de cura, e Eugênia diz ter visto um edifício repleto de crianças.
Áulus explica que elas estão ligadas à faixa magnética de Clementino e lhe veem os pensamentos relacionados a
projetos assistenciais a serem materializados na instituição, acrescentando que há fenômenos de Clarividência e
Clariaudiência que são produtos de sugestões de encarnados e desencarnados, favorecendo as mais diversas
interpretações.
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Vale citar essas belas palavras de Emmanuel:
" Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades físico-psíquicas ou
nos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas
orações, espera e confia. O orvalho do Plano divino magnetizará o líquido, com raios de amor em forma de bênçãos
e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus." (em "Segue-me")
3) Um médium clarividente pode ser considerado mais importante numa sessão mediúnica por veros espíritos e
os clariaudientes ser considerados menos importantes por apenas ouvir a espiritualidade?
A importância de um médium não se mede pelo tipo de fenômeno mediúnico que se encontre capacitado a
produzir. Todos os tipos de mediunidade podem ser valiosos. O fenômeno em si é neutro. Não é bom nem ruim. A
qualificação reside nos objetivos de sua utilização. O que qualifica um médium é a sua moral, é a sua capacidade
de se sintonizar com bons espíritos. A faculdade mediúnica pode ser idêntica em várias pessoas. Porém, cada uma
a empregará conforme o seu adiantamento moral.
4) Um médium mal sintonizado com os mentores da casa pode receber os mesmos fluidos recebidos pelos
demais médiuns nas sessões mediúnicas?
Um médium que se mantenha distante da sintonia com os dirigentes espirituais da reunião, pelo
distanciamento mental em que se situa, não conseguirá se sintonizar na mesma onda dos demais e não perceberá a
atuação dos mentores. Como ocorreu com Castro, que, por um momento, fixou-se mentalmente no desejo de
reencontrar a genitora desencarnada, desligando-se dos objetivos do trabalho. Embora a ação magnetizadora de
Clementino tenha sido idêntica em relação aos três médiuns, em Castro ela praticamente não surtiu efeito.
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Neste trecho, André Luiz demonstra a diferença de sintonia entre os três médiuns, com resultados igualmente
diferentes. Dona Celina, mais disciplinada, sintonizava-se perfeitamente com o Mentor, percebendo todos os seus
movimentos; Dona Eugênia, embora também concentrada nos objetivos da reunião, não mantinha a mesma sintonia
da companheira. Percebia Clementino com menos facilidade; Castro, que se distanciara mentalmente dos propósitos
do trabalho, apenas o percebia mecanicamente. Sua sintonia com o mentor era nenhuma.
Clarividência, também denominada vista psíquica, vista espiritual ou dupla vista, é a visão com os olhos da
alma (espírito encarnado). Manifesta-se através da emancipação do espírito em relação ao seu corpo físico, quando
ele se desprende da matéria, quer em estado de sono, sonambúlico, extático ou mesmo em vigília. As pessoas
dotadas dessa faculdade deem à distância, pois a visão não se opera com os olhos do corpo físico. O clarividente
desloca-se no espaço e no tempo, vendo o mundo material em outro local ou em outra época, passada ou futura. É
a alma a atuar fora do corpo, segundo Kardec, em A Gênese (cap. XI, item 22).
Ainda na mesma obra, Kardec explica que, não se operando por meio dos olhos do corpo, a visão não se
verifica mediante a luz ordinária, mas pela luz espiritual, que não é embaraçada pela distância nem pela matéria.
Pode ela se dar, prossegue Kardec:
" 1. pela percepção de certos fatos materiais e reais, como o conhecimento de alguns que ocorrem a grande
distância, os detalhes descritivos de uma localidade, as causas de uma enfermidade e os remédios convenientes;
2. pela percepção de coisas igualmente reais do mundo espiritual, como a presença dos espíritos;
3. imagens fantásticas criadas pela imaginação, análogas às criações fluídicas do pensamento".
É, um fenômeno anímico, como o desdobramento, por exemplo, e, como este ou o sonambulismo, pode ser
utilizado para uma manifestação mediúnica, como no caso narrado no capítulo em estudo. Difere-se da vidência,
que é um fenômeno mediúnico, que depende da intervenção dos espíritos e que consiste na faculdade de ver o
mundo espiritual, de ver espíritos desencarnados. O vidente é necessariamente um médium; o clarividente, não. A
vidência depende de uma manifestação mediúnica, da ação de um espírito; a clarividência depende tão somente do
estado de emancipação da alma.
A clariaudiência é faculdade idêntica à clarividência, ambas pertencendo à categoria dos fenômenos anímicos
e decorrentes do sentido espiritual da pessoa. O clariaudiente ouve com os ouvidos da alma, tanto o que se diz no
ambiente, quanto à distância, inclusive com relação a fatos passados ou futuros. Como a clarividência, pode ser
usada nas manifestações mediúnicas.
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
26. Psicometria
Estuda a faculdade mediúnica que permite ler as impressões e recordações plasmadas nos objetos pelos seus
donos, pelo simples toque do médium ou pela sua concentração mental. Em um museu, a equipe espiritual observa
que encarnados e desencarnados se cruzam e, muitos dos objetos se revestem de fluidos opacos com pontos
luminosos, significando que são fortemente lembrados por aqueles que os possuíram. André Luiz toca em um relógio
e percebe, mentalmente, reunião familiar com alguns jovens e dois anciões, que acontece em ampla sala, na Áustria
do século XIX. Nota que o relógio na parede está revestido das correntes mentais daqueles que a ele se apegam.
Esclarece Áulus que o objeto do antigo dono, quando impregnado de suas formas-pensamento, serve para encontra-
lo onde estiver e conhecer seus pensamentos. Adverte que somente dispomos de recurso para alcançar o pensamento
dos que estão a nossa retaguarda, não nos sendo possível fazer o mesmo com aqueles que estão em condição
espiritual superior a nós, pois o pensamento nos condiciona ao círculo em que devemos e merecemos viver. Instrui
que pela psicometria se chega a conhecer a história da própria matéria que serve à confecção do objeto analisado,
e que pode ser um meio para se entrar em contato com os que ainda estão interessados nele. Analisa um quadro do
século XVIII e diz que não é possível identificar qualquer lembrança por seu intermédio; que não funciona mais como
medidor de relações espirituais, por estar plenamente esquecido pelos seus ex-proprietários. Jovem desencarnada,
que admira singular espelho, enciumada, toca na senhora encarnada que também observa a relíquia, sente calafrios
e se afasta imediatamente. Anota Áulus que a senhora demonstra sensibilidade mediúnica e que, se devidamente
educada, poderá, mentalmente, entrar em contato com a jovem e auscultar-lhe as razões do seu interesse pelo
espelho. O instrutor toca o espelho e revela que ele foi presente dado aquela jovem por um rapaz que lhe prometera
casamento, mas que a família dele, após a Revolução Francesa do século XVIII, retorna a Paris e o noivo, lá chegando,
se enamora de outra mulher e esquece a noiva brasileira, que vigia o espelho até hoje, por simbolizar a esperança
de sua felicidade ao lado dele. A vida não se engana e o reencontro dos três personagens dessa história se dará
inevitavelmente, pois é necessário que a promessa de amor seja cumprida de qualquer forma. Expõe sobre a parcela
de verdade que existe no mito das joias enfeitiçadas e do perigo do uso de roupas e de peças pertencentes a outras
pessoas, pois, havendo sensibilidade mediúnica, o novo proprietário poderá entrar em sintonia com os antigos donos,
registrando lhe as sensações, sentindo-se bem ou mal, conforme os pensamentos e os sentimentos alimentados por
eles. Conclui que tais fenômenos são denominados pelos experimentados do mundo científico de criptestesia
pragmática, metagnomia tátil ou telestesia, mas, na verdade, tudo é mediunidade, já que “[...] através do
pensamento, comungamos uns com os outros, em plena vida universal.”
42
Seminário
2) “Nos
O fenômeno da psicometria Domínios
pode ser da Mediunidade”
considerado como apego material praticado por certas entidades?
O fenômeno, como vimos, é a faculdade de apreender psiquicamente fatos relacionados a um determinado
objeto e aos que o possuíram. O apego com que alguém, encarnado ou desencarnado, se entrega a um objeto é
fator determinante das impressões psíquicas que nele são registradas e que possibilitam a manifestação do
fenômeno.
Esclarece Martins Peralva que "quando tocamos num objeto, imantamo-lo com o fluido que nos é peculiar. E
se, além do simples toque ou uso, convertermos inadvertidamente esse objeto, seja um livro, uma planeta, uma
joia ou, em ponto maior, uma casa ou um automóvel em motivo de obsessiva adoração, ampliando, excessivamente,
as noções de posse ou propriedade, o volume de energias fluídicas que sobre o mesmo projetamos é de tal maneira
acentuado que a nossa própria mente ali ficará impressa" (em "Estudando a Mediunidade").
3) Baseado no trecho abaixo, podemos dizer que todos os objetos existentes hoje em nosso mundo físico são
possível através de um exame mais apurado rever cenas de sua construção, como as pessoas que fizeram parte de
sua história, mesmo sem vínculos diretos por partes das entidades?
"- Imaginemos disse por minha vez que nos propuséssemos fixar a atenção num exame mais circunstanciado.
Poderíamos, assim, conhecer a história da matéria que serve à formação de relógio que analisamos?
- Sem dúvida. Isso demandaria mais trabalho, mais tempo, contudo, é iniciativa perfeitamente viável."
Segundo o instrutor Áulus, sim. Qualquer objeto pode servir como meio para se entrar em relação com as
pessoas que por ele se interessam e para se obter um registro de fatos da Natureza. Para uma melhor compreensão,
o instrutor faz uma comparação com o trabalho desenvolvido por um paleontologista, que reconstitui determinadas
peças partindo de um simples pedaço de osso. O exercício dessa faculdade, no entanto, esclarece, exige que se
apure a sensibilidade de maneira mais intensiva.
5) Com determinadas entidades vinculadas a certos objetos, podem assim obsidiar quem vier a adquiri-los?
Alguém que adquira um objeto ao qual esteja fortemente ligado uma determinada entidade vai, sem dúvida,
levá-la para o seu ambiente. A instalação ou não de um processo obsessivo, no entanto, vai depender se a pessoa
que o adquiriu o permitirá, pela sintonia vibratória em que se situe. Para que ocorra obsessão, como temos estudado,
é indispensável que o obsidiado permita o acesso do obsessor ao seu campo mental, o que pode se dar pela
identidade quanto à natureza de seus pensamentos, atos e sentimentos.
6) Áulus no caso então seria um médium psicômetra ou isso só está vinculado a encarnados?
A mediunidade é uma faculdade inerente ao espírito, independente da circunstância de estar ele encarnado
ou não. Também no mundo espiritual, como temos visto, pratica-se a mediunidade. Com seu adiantado nível de
evolução, Áulus é um médium de grandes possibilidades, portando, dentre outras modalidades mediúnicas, a
faculdade de psicometria.
43
7) Houve com a jovem do espelho uma fixação mental, como visto no capítulo anterior estudado?
Vimos em capítulo anterior que a fixação mental se dá quando o espírito, encarnado ou desencarnado,
cristaliza seu psiquismo em torno de determinados fatos, acontecimentos ou sentimentos do passado, isolando -se
do mundo externo e passando a viver unicamente em função daquelas ideias, não se interessando por outro assunto.
No caso da jovem do espelho, narrado por André Luiz, seu estado de desequilíbrio é evidente. A fixação mental se
deu em torno de uma decepção amorosa por ela vivenciada em passagem anterior pela Terra. O espelho em questão
era para ela o símbolo da esperança no retorno do jovem por quem se apaixonara e que a abandonara. Embora
decorridos mais de um século, a moça ainda não conseguira se libertar do trauma ocasionado pelo abandono,
fixando-se no infausto acontecimento através do espelho que recebera de presente do antigo amor.
8) Por que Áulus não precisou tocar no relógio para ver a história do mesmo?
Como todo fenômeno mediúnico, a psicometria tem o seu grau de desenvolvimento determinado de acordo
com a evolução do espírito psicômetra. No caso de Áulus, pelo nível evolutivo em que se encontra, sua sensibilidade
mediúnica se encontra fortemente desenvolvida, permitindo-lhe que, ao simples olhar em direção ao objeto, sem
precisar tocá-lo, perceba, sem maiores dificuldades, as impressões psíquicas que se encontram nele registradas.
André Luiz, por seu turno, encontrando-se em escala evolutiva inferior, precisou tocar no objeto para ter as mesmas
percepções.
9) Somente pessoas sensíveis mediunicamente é que sentirão e sofrerão a influência dos objetos vinculados às
entidades?
Sendo a mediunidade uma faculdade inerente ao espírito, toda e qualquer pessoa pode sofrer influência de
entidades que se encontrem apegadas a determinados objetos. O grau dessa influência é proporcional ao do
desenvolvimento de sua sensibilidade mediúnica.
44
Resumo
Seminário
“Nos
13. Domínios da Mediunidade”
Pensamento e Mediunidade
Repassa mensagem de entidade superior sobre a força do pensamento na prática mediúnica e no processo
evolutivo. Em silêncio todos esperam a palavra da espiritualidade superior. Dona Celina desliga-se do corpo físico e
se prepara para transmitir a mensagem de um benfeitor a distância, tal como acontece com o rádio e a televisão,
que ao sintonizar o aparelho com a estação emissora, ouve-se e vê-se o que ela está transmitindo. A entidade
distante, através de fluidos teledinâmicos, se liga às células cerebrais da médium e envia sua mensagem,
enfatizando a importância do pensamento na prática mediúnica e no processo evolutivo de todos nós, ensinando
que não existe a neutralidade nos domínios de Espírito; encarnar-se ou desencarnar-se simplesmente nada significa
se não há renovação interior com acréscimo de visão para seguirmos à frente, com a verdadeira noção da eternidade
em que nos deslocamos no tempo; consciência revestida de remorsos e de ambições desvairadas somente atrai
forças semelhantes; a obsessão é conúbio da mente com o desequilíbrio; os desejos afloram em nós pelas amostras
de nossos pensamentos; se persistirmos na experiência humana, atraídos pelo tipo de nossos impulsos inferiores,
absorveremos as substâncias mentais que emitimos; toda criação mental tem vida e movimento que impõe
responsabilidades à consciência que a manifesta, sendo indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto
o que devamos receber; devemos vigiar nosso pensamento, purificando-o no trabalho incessante do bem; é da forja
viva da ideia que saem as asas dos anjos e as algemas dos condenados; a mediunidade torturada é produto da
aproximação de almas em aflitivas provações e reajuste, exigindo a renovação mental, para recuperação da
harmonia interior; não bastam os títulos de fé, acobertando-nos as deficiências e fraquezas, porque ninguém é
verdadeiramente espírita por ter conseguido a cura de uma enfermidade, com o amparo de entidades amigas, ou
porque aceite simplesmente a intervenção do além túmulo na sua vida, já que convicção de imortalidade, sem
altura de espírito correspondente, será projeção de luz no deserto; para ser médium, na elevada acepção do termo,
não basta ser órgão de comunicação entre os dois mundos, porque as almas convertidas ao Cristo lhe refletem as
beleza nos mínimos gestos de cada hora; o pensamento é tão significativo na mediunidade, quanto o leito é
importante para o rio, e para atingir o aprimoramento ideal, o detentor de faculdades psíquicas não deve se deter
apenas no intercâmbio, não bastando ver, ouvir, ou incorporar Espíritos desencarnados, deve, antes de tudo, atentar
para o autoaperfeiçoamento; amor e sabedoria são as asas para nosso voo definitivo, no rumo da perfeita comunhão
com o pai celestial; o pensamento puro e operante é a força que nos arroja do ódio ao amor, da dor à alegria, da
Terra ao Céu; comecemos nosso esforço de soerguimento espiritual desde hoje, e amanhã teremos avançado
consideravelmente no grande caminho.
1) André Luiz narra que Dona Celina encontrava-se extática. O que é o êxtase? Quais as principais
características deste fenômeno?
O êxtase é o estado de emancipação da alma pelo qual a independência entre esta e o corpo físico se
manifesta de forma mais acentuada. É um sonambulismo mais aprofundado, que permite ao espírito maior
independência em relação ao corpo físico. Neste estado, o espírito pode penetrar mundos desconhecidos, entrando
em relação com desencarnados que habitam esses mundos.
45
Seminário
No estado de êxtase o aniquilamento do corpo é quase completo, praticamente apenas conservando a vida
orgânica. A alma mantém-se ligada por um fio tênue, que com um esforço a mais poderia ser rompido
“Nos Domínios da Mediunidade”
irremediavelmente. Todos os pensamentos terrenos do extático desaparecem, passando a ter uma real noção da
sua realidade espiritual, da sua própria essência imaterial. Conforme for mais ou menos elevado, é também mais
ou menos apto a conhecer e a compreender as coisas. Sendo um espírito algo evoluído, que se dedica à prática do
bem, pode ver os mundos superiores e compreendera felicidade dos que os habitam. Vemos um exemplo neste
capítulo, em que André Luiz relata haver notado no rosto da médium "uma ventura misteriosa e ignorada na Terra".
Para um aprofundamento do estudo deste fenômeno, recomendamos o capítulo VIII da parte 2ª do Livro dos
Espíritos, em particular as questões 439 a 446.
2) O instrutor que transmitia mediunicamente a mensagem final da reunião não se encontrava no local. Como
é possível ao espírito se comunicar sem estar próximo ao médium?
Temos visto em estudos anteriores que a sintonia é fator de grande relevância numa comunicação mediúnica.
Em geral, sendo a comunicação intuitiva, um espírito não pode se comunicar senão através de um médium com
quem mantenha relativa identidade de pensamento e que possa assimilar suas ideias. Daí a importância do
pensamento na comunicabilidade com os espíritos. Pela natureza de seus pensamentos e pela sintonia vibratória
por ele gerada é que o médium vai estabelecer a conexão mental com os desencarnados. A natureza da comunicação
é compatível com o grau de evolução moral e intelectual do espírito, que, por sua vez, reflete estes mesmos
atributos do médium.
4) O Instrutor ensina que o pensamento imprime existência ao objeto idealizado. Como se dá isso?
Como explica Allan Kardec em "A Gênese", no capítulo XIV, "sendo os fluidos o veículo do pensamento, este
atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som." Pelo
pensamento, podemos imprimir aos fluidos uma ou outra direção, como que materializando as ideias. Mergulhando
no fluido cósmico universal, o pensamento é transportado a distâncias ilimitadas, chegando às mentes de encarnados
e desencarnados a quem o dirigimos. Algumas vezes, esse processo resulta de uma intenção; noutras, são produto
de um pensamento inconsciente. Basta que pensemos numa determinada coisa, para que a ideia ganhe existência e
se propague.
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5) Interpretemos os seguintes trechos da mensagem do Instrutor:
Jesus nos advertiu que "onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração". Nesse sentido também
o ensinamento do Instrutor, mostrando que o nosso coração é o guia da alma, ou seja, somos o resultado dos nossos
pensamentos e dos nossos sentimentos. Caminhamos no sentido das nossas próprias criações mentais. Em se tratando
de mediunidade, a coisa não é diferente. Assim como na vida física a posição do campo mental é fator decisivo para
estabelecer a nossa destinação, na relação mediúnica estaremos sempre sintonizados com o padrão compatível com
o que a nossa mente produz. Por isso a importância do pensamento na produção do fenômeno mediúnico.
b) "Não vale encarnar-se ou desencarnar-se simplesmente. Todos os dias, as formas se fazem e se desfazem."
A lição é no sentido de demonstrar que a reencarnação é um fenômeno meramente físico, que por si só não
é bastante para a evolução do espírito. O que realmente impulsiona o progresso espiritual é a nossa renovação
interior. Para operá-la, é preciso que tenhamos o que o Instrutor chamou de "noção da eternidade", isto é,
conscientizarmo-nos de que somos espíritos imortais e que as ocorrências terrenas são passageiras. O que
guardaremos para sempre é o nosso patrimônio moral, que as traças e a ferrugem não consomem nem os ladrões
roubam e que é conquistado com a glória do bem.
Para se instalar o processo obsessivo, é indispensável uma combinação de fluidos vibratórios entre as mentes
envolvidas, possibilitando a sintonia. A mente do obsidiado, estando em desequilíbrio, sintoniza-se com a do
obsessor, também em estado de desequilíbrio, permitindo que este a influencie negativamente.
d) "Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão
perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela
responsabilidade que ela impõe."
Não basta a rotulação religiosa para sublimar o espírito. Na vida espiritual, as ações exteriores pouca
influência exercem na evolução do espírito. O que realmente conta é a sua transformação moral, a sua valorização
interior, através do aperfeiçoamento moral. Da mesma forma, nenhum valor têm os títulos honoríficos dados pelos
homens, se não estiverem acompanhados da devida valorização moral e do seu uso em favor do próximo. Diz o
Instrutor que tanto um quanto outro são fatores de perigo para o espírito, pelo poder de levá-lo a uma ilusão que,
certamente, ao desencarnar, vai se desfazer e causar-lhe sofrimento.
Rica em ensinamentos, podemos apontar como o principal deles o alerta que o Instrutor nos faz para a
necessidade de nosso aprimoramento moral ou, em outras palavras, a nossa reforma interior. Sem ela, em nada
aproveita a reencarnação.
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Resumo
Seminário
“Nos19.
Domínios da Mediunidade”
Dominação Telepática
Ana lisa a dominação telepática entre encarnados, considerando o clima de influência mútua existente entre
cônjuges. Teonília solicita a intercessão de Áulus para ajudar Anésia, companheira de trabalho da instituição em
que se encontram fazendo estudos, e informa que seu esposo, fascinado por outra mulher, esquece totalmente a
missão de pai e de marido, agindo como adolescente apaixonado. O Instrutor diz que a obsessão é enfermidade
mental, cujo tratamento é de longo curso e que vai sondar o passado de Jovino, admitindo que talvez não esteja
sabendo se comportar diante de prova redentora, e convida André Luiz a estudar o fenômeno mediúnico em questão.
Em modesta residência estão Anésia e Jovino, acompanhados das filhas Marcina, Marta e Márcia à mesa, fazendo a
refeição, onde se mantém palestra familiar, mas o chefe da casa demonstra aborrecimento, e não se interessa pelo
assunto. Após o almoço, Anésia solicita ao marido que retorne mais cedo para participar do culto do Evangelho e
ele responde que estará em reunião tratando de negócios importantes; que não tem tempo a perder com petitórios
a Deus, que deve estar satisfeito onde mora, sem se lembrar deste mundo. André Luiz observa que, enquanto ele
fala, a imagem de uma mulher surge a sua frente de forma intermitente, como um pisca-pisca. Jovino bate à porta
e sai irreverente, deixando Anésia inconsolada, revelando, mentalmente, saber da existência da outra, quando, aos
olhos das entidades amigas, surge, novamente, a imagem da referida mulher, que passa a conversar telepaticamente
com Anésia. A esposa enganada inicia um monólogo mental, dizendo que a outra é uma boneca de perversidade,
que está levando seu lar à derrocada, que é uma víbora traiçoeira e, se pudesse, esmagaria sua cabeça, mas sua fé
a impede dessa violência. Seus pensamentos negativos fortalecem a imagem projetada de longe e se torna mais
densa, passando a contender com a esposa de Jovino; ferindo-se as duas com pensamento agressivos, Anésia passa
a sentir desarranjos orgânicos e desequilíbrio total. Áulus aplica-lhe recursos magnéticos, restituindo-lhe o
equilíbrio. Esclarece que o caso é de dominação telepática sobre Jovino, mas, considerando que marido e mulher
vivem em regime de influência mútua, ela passa a sofrer junto com ele as consequências do conúbio, caracterizando-
se no caso a influência de encarnado para encarnado, muito comum no lar, na família e nas instituições, onde somos
colocados frente aos adversários do passado para o possível reajuste que, na maioria das vezes, não se dá porque
ainda não aprendemos a perdoar os nossos ofensores. O pensamento forma imagens e conduz sugestões sobre o
objeto pensado; se benigno, cria harmonia e felicidade; se desequilibrado, deprime quem é por ele atingido,
estabelecendo aflição e ruína. Conclui o mentor: “A fraternidade operante será sempre o remédio eficaz, ante as
perturbações dessa natureza.”
1) Nós já tivemos visto e considerado a realidade da temática obsessiva em nossas vidas. Lembramos quais
as causas que as geram?
Sabemos que a obsessão é a influência que um espírito exerce sobre outro, agindo persistentemente sobre
sua mente e, com isso, criando-lhe dificuldades. Na maioria das vezes, a obsessão é consequência de relações
conflituosas do passado entre as partes envolvidas. Pode acontecer, no entanto, que a sua origem esteja em vínculos
criados naquela mesma encarnação, como no caso do presente capítulo. De qualquer modo, o processo obsessivo é
sempre uma via de mão dupla, que somente se instala mediante o consentimento da vítima, pela sua imperfeição
moral, que dá ensejo à sintonia com o obsessor, permitindo-lhe a ascendência espiritual sobre si.
48
2) Seminário
Invariavelmente temos a predisposição de fazer rogativas a nossos guias espirituais para que nos favoreçam
as disposições naqueles momentos. Contudo, que poderão eles fazer?
“Nos Domínios da Mediunidade”
Os nossos guias espirituais, assim como os benfeitores do Mundo Maior, estão sempre dispostos a nos socorrer,
sob variadas maneiras. Sendo assim, poderemos sempre contar com suas influências, inspirando-nos e nos intuindo,
aconselhando-nos, fortalecendo-nos, enfim, fazendo o que está ao seu alcance para nos ajudar a vencer a situação.
No entanto, sem a transformação moral do obsidiado, todo o esforço do plano espiritual para ajudá-lo resultará
inútil. É indispensável que se feche o canal de sintonia com o obsessor.
3) Muitas vezes, as dificuldades que enfrentamos tem suas raízes em nosso ontem. Como reconheceremos essa
probabilidade?
É difícil podermos afirmar com precisão se a causa da obsessão está nesta ou em existência pretérita sem que
haja uma informação confiável do plano espiritual, geralmente obtida nas mesas de desobsessão. O que podemos
dizer é que, como Kardec explica em "O Evangelho segundo o Espiritismo", se as causas das aflições não se encontram
na presente vida, é porque, certamente, encontram-se em vidas passadas.
Podemos identificar como indícios da obsessão desde ideias em total desacordo com o pensamento do
obsidiado, face à influência moral do obsessor até a perturbação completa de seu organismo físico e das suas
faculdades mentais, sem causas aparentes.
5) Quando somos visitados por situações tão molestas, pode a prece ser feita com bons resultados?
Sem dúvida, como ensina Kardec, qualquer que seja o tipo de obsessão, "a prece é o mais poderoso meio de
que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor."
6) Estabelecida a conexão mental entre os seres afins, ela poderá manifestar-se de variadas formas. Neste caso,
o livro nos assinala uma. Não podendo ela ser perceptível com clareza, porque ela toca elementos peculiares de
nós, como desvencilhar-se de sua influência?
O instrutor Áulus dá a forma para se romper essa conexão mental entre as partes envolvidas: "A melhor
maneira de se extinguir o fogo é recusar-lhe combustível". Enquanto o obsidiado alimentar o fogo da obsessão com
o combustível do ódio, dos maus sentimentos e do comportamento moral equivocado, não conseguirá se desvencilhar
da influência maléfica do obsessor. Não se deve revidar o mal com o mal. Apagar o fogo é praticar o perdão sincero
e incondicional, é tratar o obsessor com amor e compreensão e não da forma como Anésia vinha reagindo, com
desespero e ódio.
49
7) Seminário
Pode a influência obsessiva estender-se ao Grupo Familiar?
“Nos
a) Como empregar o conhecimento Domínios
espírita nestes casos?da Mediunidade”
Num planeta cuja destinação é servir como palco das provas e expiações dos espíritos a ele vinculados, a
formação da família é projetada no plano espiritual tendo em vista os ajustes necessários aos espíritos que a
comporão. Assim, são reunidos num mesmo grupo familiar espíritos reciprocamente desafetos em vidas passadas
para se reajustarem. No curso da nova existência, as situações que terão de vivenciar vão reavivar sentimentos de
antipatia gerados no passado. Como no caso desse capítulo, em que vemos que a união entre Josino e Anésia não
foi motivada pelo amor. Tudo indica se tratar de um casamento provacional. Não estando ambos unidos pelo amor
verdadeiro, não conseguem, juntos, enfrentarem o assédio da outra mulher.
E como esclarece Áulus, " ... marido e mulher respiram em regime de influência mútua ... ", um sendo
envolvido pela psicosfera em que o outro se situa. As vibrações envoltas de sentimentos negativos, como ódio,
ciúme, desespero e outros podem atingir todo o grupo familiar, por estarem suas mentes associadas em decorrência
da vida em comum. Os fluidos negativos que vibram em torno da família podem ocasionar enfermidades físicas e
espirituais aos que não saibam praticar o ensinamento do Cristo: "amor aos adversários, auxílio aos que nos
perseguem e oração aos que nos caluniam".
Qualquer de nós, desde de invigilantes, estaremos sujeitos a passar por idêntica situação. Por isso, devemos
estar sempre atentos, vigiando e orando, para não nos deixarmos cair quando em tentação.
Para que não se permita a sintonia que possibilita a incursão de obsessores. Depois de instalada a obsessão,
a sua eliminação se torna difícil e exige muito mais trabalho. Portanto, evitá-la, pelos meios que temos visto, é
ainda a melhor solução.
10) Qual o remédio mais eficaz para dissolver uma má influência? Como dissemos acima, Allan Kardec considera,
em qualquer tipo de obsessão que esteja se manifestando, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para
demover de seus propósitos maléficos o obsessor.
"Jovino permanece atualmente sob imperiosa dominação telepática, a que se rendeu facilmente, e,
considerando-se que marido e mulher respiram em regime de influência mútua, a atuação que o nosso amigo vem
sofrendo envolve Anésia, atingindo-a de modo lastimável, porquanto a pobrezinha não tem sabido imunizar-se, com
os benefícios do perdão incondicional.
" Como vimos na resposta à questão nº 7, as vibrações negativas podem atingir todos os espíritos que integram
o ambiente familiar, pois a união da família não se dá por acaso. Todos têm uma vinculação a mantê-los juntos, são
espíritos que têm afinidade. Assim, a possibilidade dos fluidos maléficos que atinge a um vier a atingir os demais é
grande, desde que não saibam como evitá-lo, vigiando e orando.
50
Resumo
Seminário
“Nos14.
Domínios da Mediunidade”
Em Serviço Espiritual
Faz anotações sobre o verdadeiro amor no casamento e analisa um caso de obsessão recíproca. Encerrada a
reunião, Abelardo, ex-esposa de dona Celina, solicita de Áulus ajuda a favor de Libório (ver capítulo 7), que está
sendo assediado mentalmente pela esposa. O instrutor revela que Abelardo desencarnara cedo pelos excessos
cometidos e tentou vampirizar a esposa, mas, não conseguindo, vagueou pelas zonas umbralinas e, com ajuda de
preces intercessorias da esposa, foi amparado pela instituição socorrista onde hoje atua como vigilante de irmãos
desequilibrados. Acrescenta que ele e a médium, não obstante as diferenças morais e espirituais, estão ligados por
amor de profundas raízes, chegando ele a partilhar da vida doméstica da ex-esposa: descansa no jardim da sua
residência, participa do culto do evangelho no lar e de sua companhia em trabalhos assistenciais, á noite, quando
desdobrada. Ensina que, em alguns casamentos, a separação pela morte de um dos cônjuges é apenas aparente,
mas na maioria, onde o matrimônio é provacional, aquele que se retira primeiro do envoltório físico, se resgatado
seu débito, liberta-se para outras experiências, mas quando a união está acima da das emoções carnais, um segundo
casamento, na falta de um dos cônjuges, não interrompe a comunhão espiritual existente entre eles. “Depois da
morte somos compelidos a aprender a amar, não conforme nossos desejos, mas segundo a Lei do Senhor.” Mães,
esposos e esposas são compelidos a renunciar para a sublimação dos seus sentimentos eivados de egoísmo, não
pensando na felicidade do ser amado, mas antes de tudo, na sua. Áulus, André Luiz, Hilário e dona Celina
acompanham Abelardo até um hospital de emergência, em região purgatorial, onde psicopatas desencarnados fazem
um curto estágio, para depois serem conduzidos à recuperação positiva em outro estabelecimento. Libório se
apresenta com semblante de louco, atormentado, vitimado pelos pensamentos doentios de sua ex-esposa, que ele
vampirizava. Áulus adianta que se trata de uma obsessão recíproca, caracterizando-se pela nutrição mútua de
fluídos deletérios entre obsessor e obsidiado, sendo muito difícil a dupla recuperação. A esposa de Libório surge no
hospital chamando desesperada por ele, confessando sentir a sua falta e ele se transforma e se comporta como uma
criança feliz. A mulher, ao ver dona Celina ao lado dele, fica enciumada e a agride com palavras amargas e abandona
o recinto às carreiras, enfurecida; Libório recebe passes calmantes e adormece. O instrutor conclui que o processo
é comum, já que muitas pessoas se adaptam às doenças que tem e quando delas se livram sentem-se vazias e,
então, provocam sintomas e impressões, chamando para si outras enfermidades para se colocarem sempre em
condição de vítimas, para receberem a atenção e o carinho que exigem.
1) Qual a condição do Espírito após a morte? Há diferenças de comportamento entre um Espírito encarnado e
um desencarnado? Quais? Justifique.
Ao nascer para o mundo espiritual não haverá modificações quanto ao que somos. De acordo com a nossa vida
na terra será a nossa vida como espírito e assim ficará em condições de agir ou não para o Bem, em conformidade
com o grau de consciência e de evolução que tenhamos. Evoluiremos pouco a pouco, segundo o roteiro de nossos
desejos e vontade, ou seja, em conformidade com nosso livre-arbítrio. Assim, não deixamos de ser quem somos
apenas por termos nos desvestido da roupagem física. Continuaremos tendo um comportamento compatível com
nosso grau evolutivo, podemos ter uma maior ou uma menor consciência, mas não seremos diferentes do que somos
e continuaremos também nos utilizando de nosso livre arbítrio podendo escolher entre permanecer estagnado na
evolução ou começar a efetivar mudanças.
51
2) Seminário
Comente, explicando, a questão da influência do sono para o espírito encarnado e qual sua relação com a
mediunidade?
“Nos Domínios da Mediunidade”
Quando entramos em repouso de nosso corpo físico, o nosso corpo semi-mterial, chamado perispírito se
emancipa parcialmente, e vai entregar-se ou as suas ocupações do cotidiano, ou vai em busca de algumas
experiências do passado ou do presente, ou ainda a esfera espiritual, aprender e encontrar-se com pessoas com os
quais tenha afinidade vibratória (pensamentos e sentimentos semelhantes ao nosso). Daí o resultado dos sonhos,
que copiando Martins Peralva "Todos eles revelam, em sua estrutura, como fundamento principal, a emancipação
da alma, assinalando a sua atividade extracorpórea, quando então se lhe associam, à consciência livre, variadas
impressões e sensações de ordem fisiológica". Nesse aspecto, o repouso do corpo físico nos é importante, pois esse
estado nos fornece a oportunidade de relacionamento com outros espíritos e ainda de interação mediúnica. Sendo,
pois, através do sono do corpo físico que o espírito pode ajudar, ser ajudado, se prejudicar, ser prejudicado, tudo
em conformidade com o grau evolutivo do ser; ou seja, poderemos, se assim desejarmos, ocupar as horas com
atividades benéficas ao nosso crescimento e aprendizagem ou perder mais essa oportunidade de crescimento que
nos é dada, isto a todos, independentemente do exercício mediúnico. Àqueles que dele têm compromisso de
atividade na terra, devem, ou deveriam ter, a consciência de que a atividade de intercâmbio não é exclusiva de um
momento pré-determinado apenas, mas que é uma atividade sem solução de continuidade de trabalho, que se inicia
antes do dia e hora marcados para a comunicação efetiva, e continua após ela, inclusive durante o repouso do corpo
físico.
3) Como podemos entender a comunhão afetiva de um casal, estando cada um em planos diferentes de vida?
4) Como podemos entender a comunhão afetiva de um casal, estando cada um em planos diferentes de vida?
5) Qual a ligação e/ou a importância de um lar terreno harmonizado para os Espíritos afins desencarnados?
O lar é o lugar comum dos corações que partilham afeto e interesses de evolução. Em vista disso é possível
considerar também que ele se faz de escola para as almas todas. A harmonia sempre proporciona boas companhias.
A harmonia do lar mantém um intercâmbio onde nós encarnados teremos a Proteção de Espíritos que querem nosso bem
e nós poderemos também ofertar alívio aos entes que se encontram necessitados de se verem envolvidos em afeto como o
capítulo também relata poderemos proporcionar apoio ao ente querido que vive no plano invisível, como no caso do capítulo
onde Celina oferta apoio ao Abelardo.
52
6) Seminário
Qual a importância e a função do serviço para o Espírito? Está ele relacionado apenas à mediunidade?
“Nos
O trabalho é a oportunidade Domínios
de evoluirmos, da Mediunidade”
não importa a função exercida, seja no plano espiritual seja no
plano material. Ele não está somente relacionado à mediunidade, pois todas as funções têm igual importância na
engrenagem evolutiva. O trabalho, seja ele qual for, é o remédio para todos os males, pois assim nós espíritos
conseguimos através dele desapegar de nós mesmos, da materialidade na qual nos encontramos. O serviço põe em
funcionamento todas as capacidades da alma e como disse Áulus "a inércia é simplesmente ilusão e a preguiça é
fuga que a Lei pune com as aflições da retaguarda". A questão 674, do LE diz: O trabalho é uma lei da natureza, e
por isso mesmo é uma necessidade(...); na questão 675: O espírito também trabalha, como o corpo, toda ocupação
útil é trabalho; seguindo-se a questão 676, assim afirma: é uma consequência da sua natureza corpórea. É uma
expiação e ao mesmo tempo um meio de aperfeiçoar a sua inteligência. Sem o trabalho o homem permaneceria na
infância intelectual(...) No Evangelho Segundo o Espiritismo, no XVI, item 7: ... a atividade que esses mesmos
trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na
satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais... Pergunta
colocada por Isabel: Faz pouco tempo que acompanho os estudos, mas ainda tenho dúvidas quanto a mediunidade,
eu sei que todos possuem um certo grau de evolução, mais como não ter medo? Eu não tenho certeza se posso ver
espíritos desencarnados mais mesmo assim tenho muito medo de ver principalmente dentro da minha casa onde
sinto muito a presença de pessoas desencarnadas.
Resumo:
A mediunidade é uma faculdade humana, natural, onde mantemos a comunicação e as relações entre
encarnados e desencarnados; poderíamos dizer que a mediunidade é a área da comunicação entre um plano e outro
de vida e que se encontra em todos os indivíduos, apenas que cada um tem um grau maior ou menor de
potencialidade nas "antenas" psíquicas. Ser uma pessoa com um grau ou um poder maior de ser intermediário entre
os Espíritos e os homens realmente não é algo fácil, pois trazemos nossas falhas, nossos defeitos, nossa história
anterior, enfim trazemos as lições necessárias ao nosso aprendizado e isso significa que não somos puros ou santos
ou iluminados, ao contrário estamos buscando nosso aperfeiçoamento. Daí a necessidade do conhecer: conhecer a
mediunidade, conhecer seu método, conhecer como ela se dá, enfim estudar e saber, pois, aquilo que a gente
aprende, a gente sabe, nos torna mais seguros do processo e isso retira de nós o medo daquilo que aparentemente
não conhecemos.
53
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
15. Forças Viciadas
Estuda a força da influenciação espiritual sobre os encarnados, demonstrando as sérias consequências
resultantes deste processo. Frente a um restaurante, um homem embriagado perturba a ordem, sendo vampirizado
por um desencarnado. Adverte Áulus que é da lei que se colha na morte o que se planta em vida, e os que se
entregaram aos prazeres e às emoções animalizadas continuam, após a libertação do corpo, presos aos seus vícios,
servindo-se dos que com eles se afinam. Várias enfermidades, como o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a
cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença, funcionam em benefício daqueles que se
fartaram nas loucuras dos vícios, sendo uma forma de libertá-los do jugo das viciações, para se recuperarem e se
libertarem de suas companhias vampirizadoras. O conúbio entre Espíritos viciados com seus afins encarnados é,
também, mediunidade em ação, já que “Ser médium não quer dizer que a alma esteja agraciada por privilégios ou
conquistas feitas.” Por ser força neutra, a mediunidade precisa das diretrizes do Espiritismo e do Cristianismo puro
para ser conduzida a favor da sublimidade espiritual. Dentro do restaurante, desencarnados se locupletam com as
emanações do fumo e do álcool oferecidas pelos encarnados. Dentre eles, observa-se um jovem jornalista que bebe
e fuma desvairadamente, e escreve sob a influência de uma entidade espiritual de aspecto repugnante, destinando-
lhe sentimentos de ódio e de crueldade. O obsessor com ajuda do jovem maledicente, pretende jogar uma jovem
da alta sociedade à execração, por meio de reportagem tendenciosa, que exagera sua culpa em um homicídio,
objetivando seja levada à depressão, amolecendo-lhe o caráter e favorecendo a que se jogue no charco do vício em
que ele, o obsessor, se debate, completando sua vingança por sentir-se abandonado pela jovem, já que estão unidos
um ao outro por longo tempo. Ensina que “Onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais
existe associação.” Para assimilar pensamentos que enobrecem, se faz necessário o trabalho digno, a bondade, a
fraternidade, a solidariedade, o respeito a natureza e o hábito da oração. Na via pública, uma ambulância abre
caminho com a sirene e, ao lado do condutor, homem de fisionomia simpática é acompanhado por entidade que lhe
envolve em suaves e calmantes vibrações. Áulus esclarece que se trata de médico em tarefa socorrista e, como
profissional humanitário e generoso, se faz credor do auxílio espiritual de elevado teor, podendo ser considerado
médium de abençoados valores humanos. Finaliza assegurando que a influência espiritual do bem e do mal se espalha
em todas as direções, e que os médiuns estão presentes em todos os cantos, assimilando ou repelindo as irradiações
dos diversos pensamentos, segundo a condição mental que se encontrem.
1) Faça a comparação entre os dois quadros: o do jovem jornalista e o do médico, explicando acerca da
mediunidade existente entre ambos.
São duas realidades inteiramente opostas: o jovem jornalista, com sua dedicação ao consumo desregrado de
alcoólicos e a escrever maledicências a cerca de terceiros, sintonizava-se com espírito de baixo nível vibratório,
que o obsidiava fortemente, incentivando a exacerbação dessas práticas nocivas; o médico, embora André Luiz não
conhecesse detalhes de sua vida comportamental, demonstrava sintonia com entidade elevada, que se dedica à
prática do bem. No capítulo, não se tem notícia de serem portadores de uma mediunidade mais ostensiva.
Entretanto, ambos recebiam a inspiração do plano espiritual que mereciam e que buscavam pelo seu psiquismo,
ainda que de modo inconsciente. Um, estava inspirado pelo plano espiritual inferior; outro, por espíritos de nível
mais elevado. Cada um recebendo conforme suas obras.
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2) Seminário
Como podemos definir o caso de nosso infeliz irmão? Ele se encontra obsidiado porque está embriagado ou
está embriagado porque está obsidiado? Conforme mencionado no texto: "Achava-se o pobre amigo abraçado por
“Nos Domínios da Mediunidade”
uma entidade da sombra, qual se um polvo estranho o absorvesse. Num átimo, reparamos que a bebedeira alcançava
os dois, porquanto se justapunham completamente um ao outro, exibindo as mesmas perturbações.". Por que o
obsessor também sente os efeitos do álcool em excesso, mesmo desencarnado? Quais os efeitos dos vícios para o
espírito?
O Espiritismo nos ensina que, aquele que se deixa levar pelo vício do alcoolismo, perde a consciência e o
domínio de suas ações. Torna-se presa fácil de espíritos ainda muito atrasados em sua evolução, viciados, que dele
se utilizam como instrumento de satisfação de seus desejos. Como são atrasados espiritualmente, ainda sentem
necessidade, mesmo fora da matéria, de consumir a bebida. Não podendo fazê-lo sem o concurso do corpo físico,
utilizam-se do encarnado como instrumento para alcançar seus objetivos, num processo de vampirização. Ensina-
nos, ainda, que o processo de alcoolização causa danos não apenas no corpo físico atual como, também, no corpo
perispiritual, gravando-o com lesões que serão levadas após a desencarnação. Os centros perispirituais ligados às
funções hepáticas e digestivas são gravemente atingidos, restando danificados. Em consequência, futura mente,
com o perispírito lesionado, vai ser plasmado um corpo físico que irá apresentar lesões patológicas nesses
organismos. Para limpar o perispírito desses gravames, serão necessárias outras encarnações, em corpo doente, que
funcionará como um exaustor a expelir as moléculas perispirituais enfermas.
3) De acordo com esta passagem: "Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste
feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo
calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras
impenitentes.", o que dizer das famosas danceterias com que nós mesmos e nossos filhos frequentam?
Muitos fumantes reclamam quererem se livrar do vício, porém dizem ser muito difícil. Qual o primeiro passo
para se livrar do vício e como podemos ajudar um amigo viciado? Todo ambiente onde impere o desregramento
comportamental é nocivo. De toda sorte, qualquer que seja a atmosfera espiritual reinante, o espírito terá sempre
o seu livre-arbítrio para agir e pensar e, por isto, responderá perante a lei de causa e efeito. É claro que, num
planeta onde reencarnam espíritos ainda muito infantis e imperfeitos, a atmosfera espiritual exerce forte influência
sobre esses espíritos. Um espírito elevado que, circunstancialmente, viesse frequentar um local semelhante a esse
onde ocorreram os fatos narrados por André Luiz, não se deixaria contaminar pelo ambiente. Como, porém, a quase
totalidade da humanidade encarnada não se enquadra nesta classificação e, até, desconhece a ocorrência de
influência espiritual, o mais prudente é que se abstenha de ir a esses locais. Quanto à questão da libertação de um
vício, é realmente um processo demorado e penoso. Aliás, um dos objetivos da reencarnação é justamente
impulsionarmos a nossa evolução espiritual, para cujo êxito a libertação dos vícios é um requisito fundamental. No
caso específica da viciação no tabagismo ou nos alcoólicos, o primeiro e indispensável passo é que a pessoa envolvida
nesse problema se conscientize da necessidade de se liberar do vício. Sem que ela tome uma decisão neste sentido,
nada há a fazer. E é nesse sentido que mais podemos ajudar.
55
4) Seminário
Muitos dos espíritos que se apegam ao vício material, quando desencarnados, continuam tendo as mesmas
necessidades, e por isso se abraçam literalmente a amigos ainda encarnados e que possuem ao mesmo vício para
“Nos Domínios da Mediunidade”
poderem se satisfazerem de seus desejos em comum. Muitos destes espíritos se apegam tão cegamente que
demoram por séculos para se regenerarem. Através da passagem a seguir elucide o que é a "prisão regeneradora":
"Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício.
Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o
aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em
benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes
processos de cura, prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem..."
A "prisão regeneradora" a que se referiu o instrutor Áulus são os sofrimentos que o espírito recalcitrante tem
de suportar nas reencarnações expiatórias, como consequência da incidência da lei de causa e efeito. A misericórdia
divina concede ao espírito inúmeras chances para reencontrar o equilíbrio, através do fenômeno da reencarnação.
No entanto, muitos, pode-se mesmo dizer a maioria, retornam à carne e dela saem com as mesmas imperfeições e
os mesmos vícios. São existências que resultam pouco úteis. Mas os desígnios de Deus têm que ser cumpridos. E a
esses espíritos persistentes no vício, que se negam a aceitar a regeneração, serão, um dia, chamados à "prisão
regeneradora" por meio de uma experiência física dolorosa. São os exemplos citados pelo Instrutor de mongolismo,
hidrocefalia, paralisia e outros. Não se trata de punição, mas, sim, de um remédio amargo, porém necessário. A
reencarnação é o instrumento pedagógico de que Deus se utiliza para impulsionar o espírito à evolução.
5) Costumamos ouvir por aí que a mediunidade é um dom, porém é mais válido dizer que a mediunidade é uma
tarefa árdua e séria na qual o espírito encarnado se compromete servir como ferramenta para o plano espiritual em
prol de caridade e benevolência. No caso do escritor, porque ele permitiu que um obsessor se aproximasse e se
tornasse companheiro profissional? O que cabe a moça fazer para livrar-se das vibrações e intenções negativas da
dupla? Através destas passagens, elucide sua resposta:
"Indiscutivelmente, a jovem e o infeliz que a persegue estão unidos um ao outro, desde muito tempo... Terão
estado juntos as regiões inferiores da vida espiritual, antes da reencarnação com que a menina presentemente vem
sendo beneficiada. Reencontrando-a na experiência física, de cujas vantagens ainda não partilha, o desventurado
companheiro tenta incliná-la, de novo, à desordem emotiva, com o objetivo de explora-la em atuação vampirizante."
Temos visto no estudo dessa obra o papel importante que a qualidade da sintonia entre os dois planos exerce
na produção da manifestação mediúnica. Alimentando ideias da mesma natureza, dois ou mais espíritos, encarnados
ou desencarnados, imantam-se pelo pensamento, vinculando e magneticamente uns aos outros. Dessa maneira,
situam-se numa mesma faixa vibratória, numa troca permanente de pensamentos, um influenciando o outro. Com
sua antena mental ligada na maledicência, o escritor atraiu para junto de si o espírito obsessor, desafeto da moça
que seria vitimada infâmia jornalística que redigia, que o influenciava, visando provocar um fato que a fragilizas se
moralmente, com o que a traria para "o charco vicioso" em que se situava.
56
6) Seminário
"À frente, ao lado do condutor, sentava-se um homem de grisalhos cabelos a lhe emoldurarem a fisionomia
simpática e preocupada. Junto dele, porém, abraçando-o com naturalidade e doçura, uma entidade em roupagem
“Nos Domínios da Mediunidade”
lirial lhe envolvia a cabeça em suaves e calmantes irradiações de prateada luz."
"... Aqui, tanto quanto lá, seria lícito ver a mediunidade em ação?
- Sem qualquer dúvida - confirmou o orientador -; recursos psíquicos nesse ou naquele grau de
desenvolvimento, são peculiares a todos, tanto quanto o poder de locomoção ou a faculdade de respirar,
constituindo forças que o Espírito encarnado ou desencarnado pode empregar no bem ou no mal de si mesmo. Ser
médium não quer dizer que a alma seja agraciada por privilégios ou conquistas feitas. Muitas vezes, é possível
encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades
sombrias ou delinquentes, com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação, em vez
de cooperarem na extensão do bem. Por isso é que não basta a mediunidade para a concretização dos serviços que
nos competem. Precisamos da Doutrina do Espiritismo, do Cristianismo Puro, a fim de controlar a energia
medianímicas, de maneira a mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé religiosa, tanto quanto disciplinamos
a eletricidade, a benefício do conforto da civilização."
“... faculdades medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda parte. Onde há pensamento,
há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e
influenciação recíproca..."
Como explica-nos muito bem as passagens, neste mundo nem tudo são forças viciadas, há também aqueles
espíritos que procuram evoluir espiritualmente servindo no caminho do bem, como no caso do médico. Como
podemos nos proteger das obsessões?
a) " - Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às
sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados
nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar. (...)
- Hilário - (...) - o que a vida começou, a morte continua... Esses nossos companheiros situaram a mente nos
apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da
animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos, não se preocuparam em atender aos
princípios da fé que abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de satisfações menos dignas,
com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de
impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que
dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as ilusões que lhes são peculiares, porquanto, na
posição em que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz."
57
Seminário
"O que a vida começou, a morte continua...". Esta frase de Áulus é incisiva e não deixa margem a dúvidas. A morte
do corpo físico tão somente promove a desencarnação do espírito, que muda de dimensão. A sua natureza moral, o
“Nos Domínios da Mediunidade”
seu psiquismo, no entanto, não sofre quaisquer modificações. Suas conquistas, seus vícios, suas imperfeições
permanecem intocados, até que o espírito, usando de seu livre-arbítrio, decida-se por sua renovação. Aqueles
espíritos encontrados no restaurante visitado por André Luiz e seus companheiros mantinham, mesmo após a
desencarnação, os mesmos hábitos viciosos cultivados durante a vida física. Seu psiquismo continuava com os
mesmos valores. Não conseguiram se despojar de seus vícios, que eram a única coisa lhes trazia alguma satisfação.
Por isso, ali se encontravam, comprazendo-se com o consumo desregrado de álcool por parte dos encarnados
presentes. A sintonia mental comum a todos os juntava pela afinidade.
b) "No entanto - comentei -, e se os nossos irmãos encarnados resolvessem reconsiderar o próprio caminho?!... Se
voltassem à regularidade, através da renovação mental com alicerces no bem?!... - AH! isso seria ganhar tempo,
recuperando a si mesmos e amparando com segurança os amigos desencarnados...Usando a alavanca da vontade,
atingimos a realização de verdadeiros milagres... Entretanto, para isso, precisariam despender esforço heroico. "
A cura dos nossos males, sejam físicos ou morais, encontra-se dentro nós próprios. O espírito traz no seu
íntimo todas as potencialidades da Divindade. Por isso se diz criado à imagem e semelhança de Deus. Entretanto,
nem todos sabem disso e, mesmo os que o sabem, defrontam-se com grandes dificuldades para potencializar esses
atributos. O caso dos espíritos encontrados naquele restaurante é um exemplo claro disso. Ao invés de assumirem a
potência divina que trazem em si, preferem a porta fácil dos falsos prazeres do vício. Se optassem pela reforma
interior, não apenas se adiantariam na evolução como influenciariam positivamente os desencarnados que os
acercavam, arrastando-os para o caminho da transformação moral.
- Será mais justo dizer "se não quiser", porque a Lei não nos confia problemas de trabalho superiores à nossa
capacidade de solução. (...)"
Áulus ensina que não há justificativa para a permanência no erro. Somente ao espírito, usando seu livre-
arbítrio, cabe a decisão pelo processo de reajuste. E não há fardo superior às nossas forças. Ninguém pode se
esquivar do cumprimento da Lei, pois Deus não exige de nós nada superior às nossas forças, à nossa capacidade de
cumprimento. Como ensinou Jesus, "porque o meu jugo é suave e leve o meu fardo".
58
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
16. Mandato Mediúnico
Revela como se realiza a segurança de uma reunião mediúnica, em que o médium detém um mandato
mediúnico. Áulus, em companhia de André e Hilário, visita uma instituição espírita onde, na entrada, os Espíritos
maus são separados dos encarnados que ali entram. No interior de amplo salão, vê-se uma mesa protegida por faixas
magnéticas sob o cuidado de guardas cautelosos do plano espiritual, e dona Ambrosina, que há vinte anos se dedica
a tarefa assistencial, apresenta-se com um pequeno funil fluídico sobre a cabeça, assemelhando-se a um precioso
adorno. Esclarece Áulus que ela detém um mandato mediúnico do plano superior e, pela sua influência espiritual e
social, é bombardeada de solicitações desconcertantes, petitórios e súplicas advindas dos dois planos, merecendo,
por isso, o recurso de se comunicar mais intimamente com seu instrutor, evitando as interferências de pensamentos
vários. Dona Ambrosina vê cenas da expressão mental de dois homens presentes na sala, e certifica- se de que um
homem foi por eles assassinado, e fica sem saber o que fazer, quando ouve: “Acostuma-se a ver nossos irmãos
infelizes na condição de criaturas dignas de piedade.” Restabelecida emocionalmente, ela passa ao atendimento
costumeiro, conversando com um e com outro, distribuindo, palavras de esclarecimento e consolação, Gabriel, o
mentor da casa, penetra o salão acompanhado de médicos, professores, enfermeiros e auxiliares diversos, que se
acomodam frente à mesa, onde se estabelece larga faixa de luz azulínia, que impede a invasão das sombras oriundas
da maioria dos encarnados e desencarnados ali presentes. Áulus esclarece que os servidores que ali estão com o
mentor Gabriel são almas em processo de sublimação, credores de reverência dos quais, no entanto, não se pode
exigir qualidades dos que já atingiram a sublimação absoluta, pois carregam ainda a probabilidade do desacerto e
que podem ser vítimas de equívoco nos diagnósticos a serem dados naquela noite. Esclarece, ainda, que o grupo
conta com médicos que perderam a indumentária física, mas que, nem por isso, adquiriram a sabedoria integral.
Todos estão auxiliando e sendo auxiliados, sabendo que o milagre que derrota as leis da natureza não existe. Iniciada
a reunião, Ambrosina atende à multidão com receituários e esclarecimentos. No plano espiritual, se vê estranhas
formas-pensamentos, obsessores desanimados e em desespero; perseguidores hipnotizam suas vítimas, levando-os
ao sono irresistível, para que não assimilem os ensinamentos construtivos ali oferecidos. Os técnicos espirituais,
diante de um grande espelho fluídico, situado ao lado da médium, observam as imagens das pessoas ausentes citadas
nas petições; registram lhe os pensamentos e diagnosticam suas necessidades, oferecendo soluções possíveis as quais
são levadas a médium Ambrosina, que se encontra protegida por larga faixa de luz azul, somente atravessada pelos
seus amigos espirituais, que lhe influenciam a que responda psicograficamente às consultas formuladas. Áulus
esclarece que toda aquela atenção e cuidado com a psicógrafa é porque um mandato mediúnico reclama ordem,
segurança e eficiência, e que dona Ambrosina, antes da reencarnação, assumiu o compromisso com seu atual
mentor, mas adianta que ela poderia, na experiência carnal, cancelar o contrato, já que é livre para decidir seu
destino; em razão do uso do livre arbítrio, muitos médiuns adiam seus compromissos, buscando outros caminhos que
não o da mediunidade, deixando para outras existências a sua tarefa redentora. Mesmo os que caminham longo
tempo sob a tutela do seu mentor podem cair, já que” [...] um mandato mediúnico é uma delegação de poder obtida
pelo crédito moral, sem ser um atestado de santificação.” O espelho fluídico é um televisor manobrado com recursos
da esfera espiritual e que por ele se faz o exame perispiritual do paciente; que o serviço recebe a cooperação de
várias regiões, onde se captam as imagens de acordo com os endereços oferecidos pelos consulentes; que podem
ocorrer enganos, tendo em vista que o serviço não é automático e milagroso, e depende, em grande parte, do auxílio
de vários colaboradores distantes do local da consulta, nem sempre com experiência necessária, sendo possível se
oferecer, pela médium, uma resposta a quem já desencarnou. Assegura que tais enganos superficiais não abalam a
fé sincera de quem a possui, mas para consulentes levianos, com o propósito de estabelecer descrença, essas
respostas, com aparência de engano, servem como colheita justa de espinhos que plantam.
59
Questões iniciais para o estudo:
1) André Luiz e Hilário indagam ao instrutor sobre pequeno funil de luz, "à maneira de delicado adorno” que
existia sobre a cabeça de Ambrosina. O que vem a ser e por que sua existência?
Segundo a explicação do instrutor Áulus, o pequeno funil de luz que André Luiz e Hilário notaram sobre a
cabeça de Ambrosina tratava-se de um aparelho magnético ultrassensível, que permitia à médium manter-se em
permanente contato com o instrutor espiritual que a orientava em suas tarefas mediúnicas. Servia-lhe como
proteção, uma vez que, devido à seriedade com que trabalhava e à solicitude com que atendia os que a procuravam,
recebia apelos de toda a natureza, muitos dos quais revelando grandes sofrimentos. Eram irmãos perturbados pelas
dores expiatórias a que se submetiam, obsessores que compareciam para serem doutrinados, enfim, todos portando
uma forte carga de desespero, desânimo e perturbação. Se não contasse com a proteção permanente de seu mentor
espiritual, a médium poderia ser levada a um estado de desequilíbrio, devido à carga de fluidos maléficos que,
nesses momentos, girava à sua volta, com possibilidade de atingi-la. Embora contasse muitas conquistas a seu favor,
Ambrosina era ainda um espírito falível, vulnerável, nestas circunstâncias.
2) Os mentores espirituais são sempre Espíritos Iluminados e infalíveis, bem como suas mensagens são isentas
de erros?
Os mentores espirituais que nos auxiliam no trabalho de socorro aos necessitados, no estudo e divulgação da
palavra de Jesus, que nos enviam mensagens de fé, de consolo e de esperança são espíritos ainda ligados ao orbe
terreno. São colaboradores a serviço do Cristo, para nos consolar e instruir. São espíritos, sem nenhuma dúvida, de
elevada evolução, muito à frente do restante da humanidade. Porém, ainda não concluíram sua caminhada
evolutiva. Não se encontram em seus estados definitivos. Por essa razão, encontram-se ainda sujeitos a acertos e a
erros. Dedicam-se ao trabalho de consolo e esclarecimento com denodo e muito amor, são verdadeiros apóstolos da
fraternidade. Mas não são seres já sublimados. Ainda necessitam do remédio da reencarnação para alçarem novos
posições na hierarquia espiritual. Reencarnarão uma vez mais no seio do mundo físico, sem que, contudo, sejam
compelidos a passarem pelos dolorosos processos expiatórios que com frequência presenciamos no Planeta, por já
terem se despojados das imperfeições mais graves e por já não mais praticarem o mal.
3) O que ocorre no plano material e no plano espiritual em uma palestra na Casa Espírita?
A casa espírita é o grande hospital-escola dos espíritos, encarnados e desencarnados. Numa casa espírita bem
assistida pelo Alto, durante a palestra, um clima de harmonia e equilíbrio envolve os espíritos presentes, de ambos
os planos. Espíritos sofredores são trazidos para receberem esclarecimentos, ensinos morais são prestados, a
mensagem do Evangelho é levada aos presentes e até tratamento médico-espiritual é realizado.
O mandato mediúnico é uma missão atribuída pelo Plano Espiritual Superior a alguém que já tenha cultivado
a faculdade mediúnica ao longo das inúmeras reencarnações sucessivas. Somente é confiada a médium que já tenha
sido provado pela renúncia aos próprios interesses, pelo sacrifício despendido para o desempenho da tarefa, pelas
ingratidões a que está sujeito, enfim, àquele que já provou sua opção pelo trabalho em favor do próximo. Como
explicou Áulus, não se trata de faculdade mediúnica diferente da comumente praticada. O que caracteriza o
mandato mediúnico é a natureza da missão que é confiada ao seu portador. É a confiança que o Alto deposita no
medianeiro, ao lhe atribuir tarefas grandiosas e, principalmente, penosas, cuja quota de sacrifício para a sua
execução será enorme e exigirá absoluto espírito de renúncia à vida privada.
60
5) Comente os seguintes trechos: Seminário
5.1) "Desencarnados, em
“Nos Domínios da Mediunidade”
grande cópia, congregavam-se no recinto e fora dele. Vigilantes de nosso plano
estendiam-se, atenciosos, impedindo o acesso de Espíritos impenitentes ou escarnecedores. Variados grupos de
pessoas ganhavam ingresso à intimidade da casa, mas no pórtico experimentavam a separação de certos Espíritos
que as seguiam, Espíritos que não eram simples curiosos ou sofredores, mas blasfemadores e renitentes no mal."
Ao contrário das reuniões destinadas a palestras, onde todos os espíritos têm acesso, mesmo os mais
atrasados, que lá comparecem ou são levados para obterem esclarecimentos, em reuniões como a de que trata o
presente capítulo, o ingresso no recinto tem de ser controlado pelo plano espiritual. A presença de espíritos
perturbadores, zombeteiros, que apenas vivem a se divertir das dificuldades que nos criam e de espíritos
perseverantes no mal, inevitavelmente iria contaminar a atmosfera espiritual do local. Como vimos, pelo estado de
sofrimento das pessoas que buscavam amparo através do trabalho mediúnico que lá se realizava, um grande
quantidade de fluidos deletérios rodeava os trabalhadores da casa. Se a essa energia vibratória negativa se somasse
a emanada de espíritos perturbadores e dedicados ao mal, a dificuldade para manter a médium principal numa boa
sintonia seria muito maior. Por essa razão, os dirigentes espirituais da casa a protegem com um cinturão fluídico,
uma barreira vibratória, que impede o ingresso de espíritos perturbadores.
5.2) "Gabriel e os assessores abraçaram-nos generosos. Dir-se-ia partilhávamos brilhante festividade, tão vivo se
mostrava o júbilo dos instrutores e funcionários espirituais da instituição. O trato com doentes e sofredores dos dois
planos não lhes roubava a esperança, a paz, o otimismo...Compareciam ali, com o abnegado e culto orientador, a
quem Áulus não regateava os seus testemunhos de veneração, médicos e professores, enfermeiros e auxiliares
desencarnados, prontos para servir na lavoura no bem. Irradiavam tanta beleza e alegria, que Hilário, tão
deslumbrado quanto eu, retornou às perguntas que lhe caracterizavam o temperamento juvenil."
Neste trecho, André Luiz descreve a atmosfera espiritual saudável criada pelos trabalhadores do plano
espiritual, através da alegria e dedicação com que se entregavam ao trabalho. Eram espíritos que, embora ainda
sujeitos às imperfeições que caracterizam o estágio evolutivo em que se encontra a humanidade terrena, já haviam
agregado ao seu patrimônio espiritual a fraternidade, o amor ao próximo e um conhecimento superior que lhes
permitia servir como benfeitores do plano espiritual.
5.3) "Entre Dona Ambrosina e Gabriel destacava-se agora extensa faixa elástica de luz azulínea, e amigos
espirituais, prestos na solidariedade cristã, nela entravam e, um a um, tomavam o braço da medianeira, depois de
lhe influenciarem os centros corticais, atendendo, tanto quanto possível, aos problemas ali expostos. Antes, porém,
de começarem o trabalho de resposta às questões formuladas, um grande espelho fluídico foi situado junto da
médium, por trabalhadores espirituais da instituição e, na face dele, com espantosa rapidez, cada pessoa ausente,
nomeada nas petições da noite, surgia ante o exame dos benfeitores que, a distância, contemplavam-lhe a imagem,
recolhiam lhe os pensamentos e especificavam lhe as necessidades, oferecendo a solução possível aos pedidos
feitos."
A faixa de luz que aparecia entre a médium e seu instrutor consistia numa barreira vibratória que visava
protegê-la, controlando o acesso mediúnico por parte dos espíritos que tentassem se comunicar por seu intermédio.
Pela importância do trabalho a ser executado, a médium não poderia ficar à mercê do plano espiritual inferior, que
poderia se infiltrar através de seu pensamento, desequilibrando-a. Gabriel, o seu instrutor, controlava as energias
da médium, somente permitindo a conexão mediúnica com a sua supervisão. A comunicação somente se efetuaria
com a sua aprovação.
61
Seminário
5.4) "Em qualquer cometimento, não seria lícito desvalorizar a liberdade de ação. Ambrosina comprometeu-se;
isso, porém, não a impediria de cancelar o contrato de serviço, não obstante reconhecer-lhe a excelência e a
“Nos Domínios da Mediunidade”
magnitude. Poderia desejar imprimir novo rumo ao seu idealismo de mulher, embora adiando realizações sem as
quais não se erguerá livremente no mundo. Os orientadores da Espiritualidade procuram companheiros, não
escravos. O médium digno da missão do auxílio não é um animal subjugado à canga, mas sim um irmão da
Humanidade e um aspirante à sabedoria. Deve trabalhar e estudar por amor... É por isso que muitos começam a
jornada e recuam. Livres para decidir quanto ao próprio destino, muitas vezes preferem estagiar com indesejáveis
companhias, caindo em temíveis fascinações. Iniciam-se com entusiasmo na obra do bem, entretanto, em muitas
circunstâncias dão ouvidos a elementos corruptores que os visitam pelas brechas da invigilância. E, assim, tropeçam
e se estiram na cupidez, na preguiça, no personalismo destruidor ou na sexualidade delinquente, transformando-se
em joguetes dos adversários da luz, que lhes vampirizam as forças, aniquilando lhes as melhores possibilidades. Isso
é da experiência de todos os tempos e de todos os dias..."
O instrutor Áulus ensina que o livre-arbítrio é sempre observado pela Espiritualidade Superior. Como afirmou,
o Plano Superior quer trabalhar com companheiros e não com escravos. Ninguém é forçado a nada. Ambrosina, em
que pese os compromissos assumidos no plano espiritual, uma vez revestida do corpo de carne, sob a influência da
matéria poderia ignorar a missão a que se comprometera e dedicar-se a uma vida diferente, limitada às questões
terrenas, em busca da falsa felicidade. Como acontece com muitos espíritos que para aqui retornam. Livres para
decidir sobre o seu destino, optam pelos prazeres da vida material. Muitos até iniciam o trabalho, mas logo deixam-
se levar pela influência dos espíritos que se dedicam a obstruir a obra do bem. Caem diante das mazelas que ainda
se encontram fortemente presentes na Terra e, com essa opção, perdem uma preciosa oportunidade de progresso.
5.5) "Isso, porém, não acontecia com o meu companheiro, porque Hilário, fixando o espelho fluídico em que os
benfeitores do nosso plano recolhiam informações rápidas para respostas às consultas, solicitou de nosso orientador
alguma definição sobre o delicado instrumento, que funcionava às mil maravilhas, mostrando quadros com pessoas
angustiadas ou enfermas, de momento a momento.
- É um televisor, manobrado com recursos de nossa esfera.
Entretanto – inquiriu Hilário, minucioso – a face do espelho mostra o veículo de carne ou a própria alma?
- A própria alma. Pelo exame do perispírito, alinham-se avisos e conclusões. Muitas vezes, é imprescindível
analisar certos casos que nos são apresentados, de modo meticuloso; todavia, recolhendo apelos em massa,
mobilizamos meios de atender a distância. Para isso, trabalhadores das nossas linhas de atividades são distribuídos
por diversas regiões, onde captam as imagens de acordo com os pedidos que nos são endereçados, sintonizando as
emissões com o aparelho receptor sob nossa vista. A televisão, que começa a estender-se no mundo, pode oferecer
uma idéia imediata de semelhante serviço, salientando-se que entre nós essas transmissões são muito mais simples,
exatas e instantâneas."
André Luiz nos dá notícia de mais um recurso instrumental de que dispõe o plano espiritual superior para
auxiliar suas equipes socorristas. Tratava-se de um aparelho semelhante à nossa televisão, que espelhava o
perispírito das pessoas a serem socorridas e que se encontravam à distância. O aparelho em questão permitia aos
benfeitores espirituais estudar sua situação espiritual e operar o trabalho de socorro à distância, como se elas
estivessem presentes.
62
Resumo
Seminário
“Nos
18.Domínios da Mediunidade”
Apontamentos a Margem
Descreve os limites da Cooperação dos Espíritos aos encarnados, esclarecendo qual a finalidade do
intercâmbio mediúnico segundo o Espiritismo. Dona Ambrosina psicografa as mensagens e preletores se revezam
desenvolvendo temas evangélicos e doutrinários, ouvidos atenciosamente por muitos desencarnados, enquanto
alguns encarnados, vitimados por seus obsessores, se rendem ao sono. Ensina Áulus que as mensagens trazem
palavras de reconforto e consolação, mas não oferecem a solução direta dos problemas de cada um; que o
intercâmbio entre os dois mundos obedece á lei de cooperação, que permite encarnados e desencarnados se
ajudarem, conquistando simpatias recíprocas, construindo facilidades para o dia de amanhã, tendo em vista que os
encarnados, terminada sua passagem pela crosta, voltam ao plano da verdadeira vida, na esperança de encontrarem
amigos, e os desencarnados, na sua grande maioria, necessitados de retornar à terra, esperam encontrar ambiente
favorável, previamente construído, para nova batalha evolutiva. A ideia de que o intercâmbio com os Espíritos deve
oferecer soluções objetivas para os problemas de cada um de nós é produto de viciação mental no planeta, pois
Jesus, auxiliando doentes e aflitos, não os afastou das questões fundamentais da reforma íntima e das experiências
necessárias ao seu progresso espiritual, pois não se deve “[...] subtrair a lição ao aluno necessitado de luz.” Mãe
desesperada, cujo o filho suicidara-se, roga comunicação dele pela médium e, por força de sua mentalização, o
filho se apresenta, sem que ela o veja, em lastimável estado, transferindo à matrona suas emoções, dizendo-se vivo
e arrependido do que fez; ela, transformada, recebe passes calmantes de Áulus, enquanto o suicida é afastado,
considerando que ela não teve seu problema resolvido, mas, frequentando aquela reunião, incorpora energias para
se refazer gradualmente, vencendo suas fraquezas e eliminando suas dúvidas. Comenta sobre a mediunidade que
foi usada indevidamente para promover status de profetas e sacerdotes que a circunscreviam nos templos,
conspurcando-a com os espetáculos do culto exterior e que, por isso, o Mestre Jesus deliberou que a mediunidade
fosse arrancada do colégio sacerdotal e levada para as ruas, na esperança de que a mente anestesiada do povo, por
longos séculos, fosse despertada. Gabriel aproxima-se de Ambrosina, domina sua máquina cerebral, toma-lhe o
braço e escreve elevada mensagem, elaborando conceitos em torno da mediunidade, da qual se destacam as
seguintes ideias: não transformar os médiuns em oráculos e adivinhos; Espiritismo é Jesus que retorna ao mundo,
conclamando-nos ao aperfeiçoamento individual; é justo buscar a cooperação dos Espíritos, sem esquecer as nossas
necessidades intransferíveis de reforma interior; não atribuir ao médium obrigações que nos competem, pois só a
cada um de nós cabe o árduo serviço da própria ascensão; encarnados e desencarnados estão, da mesma forma, em
campo de experiências e provas; Espiritismo e mediunidade não nos oferecem soluções absolutas e definitivas às
nossas aflições, mas neles reencontramos o pensamento puro do cristo e recolhemos deles informações quanto aos
problemas do ser, do destino e da dor, e a eles devemos a luz para vencer os labirintos da morte. “Reverenciamos,
pois o Espiritismo e a Mediunidade como dois altares vivos no templo da fé, [...]”.
63
Questões iniciais para o estudo:
Martins Peralva, no livro "Estudando a Mediunidade", apresenta, no capítulo XXIX, um quadro em que sintetiza
"os principais benefícios da prática mediúnica com Jesus":
Para os encarnados:
Para os desencarnados:
Preparação de facilidades para os que tiverem de reiniciar o aprendizado, pela reencarnação, mediante o
auxílio aos atuais desencarnados. Auxílio a reencarnados e desencarnados no esforço de libertação das teias da
ignorância e do sofrimento. Transmissão, aos reencarnados, dos esclarecimentos edificantes dos grandes Instrutores
que operam com Jesus na redenção da Humanidade.
2) Que lições podemos extrair das seguintes passagens evangélicas mencionadas por Áulus:
" Zaqueu, o rico prestigiado pela visita que lhe foi feita, sentiu-se constrangido a modificar a sua conduta.
Maria de Magdala, que lhe recebeu carinhosa atenção, não ficou livre do dever de sustentar-se no árduo combate
da renovação interior. Lázaro, reerguido das trevas do sepulcro, não foi exonerado da obrigação de aceitar, mais
tarde, o desafio da morte. Paulo de Tarso foi por Ele distinguido com um apelo pessoal, às portas de Damasco,
entretanto, por isso, o apóstolo não obteve dispensa dos sacrifícios que lhe cabiam no desempenho da nova missão."
Áulus quis demonstrar que mesmo aqueles que, conhecendo os ensinamentos de Jesus, operaram
transformações em suas vidas, fizeram-no mediante esforço próprio, sem se isentarem de suas provas. O auxílio do
Alto sempre chegará, mas nunca nos carregará no colo. Os Espíritos amigos não nos trazem uma solução pronta.
Como bem mencionou André Luiz, equivocamo-nos quando "no mundo habituamo-nos a esperar do Céu uma solução
decisiva e absoluta para inúmeros problemas que se nos deparam...". Se os Espíritos pusessem termo às dificuldades
humanas que temos de experienciar na vida terrena, estariam furtando-nos o trabalho que sustentará o nosso
progresso e subtraindo a lição que necessitamos como aprendizes ainda imaturos.
64
Portanto, o mentor quis deixar claro que os desencarnados não podem oferecer uma solução concreta aos
sofrimentos dos encarnados, pois não é esse o papel que devem desempenhar na obra do Criador. O papel do plano
espiritual é de cooperação, de fortalecimento, de sustentação na nossa fé, sem, contudo, eliminar uma prova que
seja pela qual devamos nos submeter. Zaqueu, Maria de Magdala, Lázaro e mais notadamente Paulo foram
iluminados pelos ensinos de Jesus e souberam assimilá-los, transformando-se profundamente. No entanto, ainda
assim, tiveram que passar por suas provas, como vemos com o exemplo de Paulo, submetido a dolorosos flagelos
até o sacrifício final, impostos pela incompreensão e falta de sensibilidade dos poderosos de então, enquanto
desempenhava a missão que lhe fora confiada pelo Cristo, de levar o Evangelho a todos os cantos do mundo onde as
precárias condições materiais da época o permitiam.
3) André Luiz narra o comparecimento de um espírito suicida, em estado de grande desequilíbrio, que fora
evocado pela mãe, presente à reunião. Quais as consequências ocasionadas pelo suicídio para o espírito?
Como é comum aos casos de suicídio, o rapaz evocado pela mãe apresentou-se na reunião em deplorável
estado de desequilíbrio, afirmando encontrar-se em grande sofrimento. Como demonstra o infeliz rapaz, a primeira
grande decepção com que se depara o suicida é constatar que continuava vivo e que o ato praticado de nada
adiantou. Experimentava o rapaz um sentimento de frustração, consciente que se encontrava de que o fim da vida
física resultou absolutamente inútil. Já demonstrava arrependimento pelo desatinado ato e absorvia os efeitos da
condenação imposta sua consciência, ao declarar-se envergonhado. Ao invés de se livrar de um problema, adquiriu
outro, provavelmente ainda mais graves, com sofrimentos futuros indescritíveis. A vida física nos é concedida por
Deus e somente a Ele assiste o direito de definir o momento de dela nos retirar, conforme as leis cósmicas que
comanda o Universo.
Uma vez mais recorremos a Martins Peralva, que, na obra acima citada, apresenta, no capítulo XXX, um breve
resumo das consequências que o ato do suicídio acarreta para o espírito infrator:
4) Áulus explica que o fenômeno mediúnico não é novo e que "nova é tão somente a forma de mobilização dele.
"Que ensinamento pretendeu transmitir o orientador com essa afirmação? Como o Espiritismo se enquadra nesse
ensino?
A mensagem do mentor é no sentido de que a mediunidade existe de todo o sempre. Vem de épocas remotas.
É uma faculdade inerente à condição humana. Todas as criaturas a possuem, umas, em estado de latência, quase
imperceptível; outras, de modo permanente e ostensivo. Conforme explicou, as castas sacerdotais de antigamente
a guardavam como um privilégio seu, utilizando-a em demonstrações nos culto exteriores, como forma de impor seu
domínio sobre as classes menos esclarecidas. Os profetas do passado, que aparecem com frequência tanto no Antigo
como no Novo Testamento, eram inspirados por Espíritos Superiores. Tanto um como outro livro são obras de origem
mediúnica.
65
O uso da mediunidade, então, não tinha o mesmo caráter de ajuda, de comunhão espiritual, de intercâmbio
com os espíritos desencarnados, como hoje se pratica nos centros espíritas. Os portadores de mediunidade eram
tidos como pessoas especiais, dotadas de poderes sobrenaturais e a prática mediúnica se dava em ambientes
fechados, restritos a determinados grupos e com objetivos nem sempre nobres. Com o advento do Espiritismo, o
fenômeno mediúnico ganhou nova dimensão e seriedade, passando a ser uma conquista de toda a humanidade. O
Espiritismo libertou os seus princípios em benefício de todos, trazendo-os ao seio do povo. Tirou a mediunidade do
campo do sobrenatural, transformando-a num instrumento de comprovação da sobrevivência do espírito e da
eternidade da Criação.
Para trazer esses novos conceitos à humanidade, Deus enviou ninguém menos que o próprio Jesus, Governador
Espiritual do Planeta, o Cristo Planetário, para que, com seus ensinamentos e, principalmente, com seu exemplo,
viesse conduzir a humanidade a ingressar numa nova era. Para tanto, legou-nos seu ensino moral, curou enfermos,
pacificou aflitos, fez paralíticos andarem, cegos enxergarem, aliviou obsidiados e terminou por deixar o sepulcro
vazio, como forma de demonstrar a continuação da vida.
5) André Luiz finaliza o presente capítulo com a transcrição de uma mensagem final de Gabriel, dirigente spiritual
a reunião. Vamos interpretar alguns trechos desta mensagem:
5.1) "...é indispensável procurar na mediunidade não a chave falsa para certos arranjos inadequados na Terra,
assim o caminho direito de nosso ajustamento à vida superior.
A mediunidade deve ser usada para a prática da caridade. É uma oportunidade preciosa que é concedida ao
espírito como meio de impulsionar a sua evolução. Não nos é concedida para a busca de soluções para os problemas
do dia a dia, para as questões corriqueiras que a vida na matéria se nos apresenta e que temos de resolver por nós
mesmos. Tampouco deve ser exercitada com outra finalidade que não a prática da caridade. O médium que a utiliza
como meio de obter alguma vantagem pessoal, seja ela material ou não, ao invés de encontrar "o caminho direito
de nosso ajustamento à vida superior", como ensinou o Instrutor, estará encontrando o duro caminho da queda. "Dai
de graça o que de graça recebeste", como disse Jesus, é o mandamento primeiro do medianeiro.
"Pouco antes de deixar a vida física, Jesus prometeu-nos que retornaria. As religiões que se formaram em
torno de seus ensinamentos interpretam essa promessa literalmente, como, aliás, desse modo interpretam todo o
ensinamento do Mestre. E estão aí, a aguardar uma nova vinda do Cristo à carne. Jesus, na realidade, nunca nos
deixou. Está e sempre esteve no meio de nós, como o guia e modelo da humanidade terrena, governando os destinos
do Planeta e nos enviando seus emissários, de tempos em tempos, para nos impulsionar o progresso.
O retorno prometido pelo Cristo não tem natureza material. É um retorno de natureza espiritual, como o foi
todo o seu ensinamento. É o retorno de sua Doutrina, que não foi até hoje assimilada corretamente pelos homens.
O Espiritismo, Como a Terceira Revelação das Leis de Deus, veio para relembrar os ensinamentos e o exemplo do
Cristo, esclarecendo sobre coisas que a humanidade, á época de sua passagem pela vida material, não estava ainda
evoluída o suficiente para compreender. Cumpre-se, com o seu advento, a promessa de Jesus de que retornaria ao
mundo.
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5.3) "Não atribuamos, assim, ao médium obrigações que nos competem, em caráter exclusivo, e nem aguardamos
da mediunidade funções milagreiras, porquanto só a nós cabe o serviço árduo da própria ascensão, na pauta das
responsabilidades que o conhecimento superior nos impõe.
Como temos visto, a mediunidade não é salvação para ninguém. Aliás, o Espiritismo nos ensina que ninguém
salva ninguém, nem mesmo os Espíritos amigos, que através do fenômeno mediúnico tanto nos auxiliam. A lei é de
evolução a chamada "salvação", tão utilizada por alguns segmentos religiosos, nada mais é do que o alcance da
perfeição relativa a que estamos irreversivelmente destinados e da felicidade definitiva. No entanto, estas são
conquistas próprias do espírito imortal, que somente as alcançará através do árduo trabalho em busca da ascensão.
O médium é uma ferramenta preciosa de que os Espíritos benfeitores se utilizam para nos orientarem. São
nossos parceiros de luta evolutiva. Não são os nossos salvadores nem a mediunidade nosso porto milagroso. Mais
uma vez recordemos a lição de Jesus: "Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos;
e então retribuirá a cada um segundo as suas obras."
5.4) "Diante de nossas assertivas, podereis talvez indagar, segundo os velhos hábitos que nos caracterizam a
preguiça mental na Terra: - Se o Espiritismo e a Mediunidade não nos solucionam os enigmas de maneira absoluta,
que estarão ambos fazendo no santuário religioso da Humanidade? Responder-vos-emos, todavia, que neles
reencontramos pensamento puro do Cristo, auxiliando-nos a compreensão para mais amplo discernimento da
realidade. Neles recolhemos exatos informes, quanto à lei das compensações, equacionando aflitivos problemas do
ser, do destino e da dor e deixando-nos perceber, de alguma sorte, as infinitas dimensões para as quais evolvemos.
E a eles deveremos, acima de tudo, a luz para vencer os tenebrosos labirintos da morte, a fim de que nos
consorciemos, afinal, com as legítimas noções da consciência cósmica.
67
Resumo
Seminário
“Nos20.
Domínios da Mediunidade”
Mediunidade e Oração
Ensina a cerca da oração, demonstrando que ela não modifica os fatos em si, mas favorece a quem faz com
sinceridade, tornando-se mais apto a aceitar o que não pode ser mudado. Dona Elisa necessita de cuidados especiais,
pois se encontra enferma e vive seus últimos dias na carne. Ao seu lado, entidade de aspecto desagradável agrava
seus sofrimentos resultantes de dispneia, que lhe consome as forças. Trata-se do filho assassinado há muitos anos,
em estado de embriaguez, e que é por ela atraído por considera-lo um herói. Anésia, para minorar os sofrimentos
de sua genitora, ora, irradiando luz em torno de si, e vários Espíritos sofredores adentram o recinto, buscando
absorver-lhe as benfazejas emanações fluídicas. Áulus informa que aquelas entidades se situam ainda na mesma
faixa vibratória dos encarnados e, naquelas condições, tiram melhor proveito da prece proferida por Anésia, que é
um apelo à renovação mental de todas elas que estão no seu raio de ação vibracional. Inspirada por Teonília, Anésia
abre um livro de meditações cristãs e lê tema relacionado ao trabalho, ao perdão e à tolerância e, após a leitura,
sente-se envolvida pela mente de Teonília e começa a falar como se estivesse diante de uma grande multidão. Em
seguida, recebe dos amigos espirituais recursos magnéticos que a fazem dormir e, desdobrada, sai em busca do
marido como se soubesse, de antemão, onde ele está. O instrutor de André Luiz ensina que a convivência dos
cônjuges cria entre eles uma imantação que os favorece a se reencontrarem em situações como a que se apresenta.
Anésia encontra Jovino em clube noturno, ao lado de uma mulher e de amigos, cercados, ao mesmo tempo, de
vampiros espirituais que se locupletam com as vibrações de baixo teor, oriundas das conversações inferiores e das
emanações de bebidas alcóolicas. Constrangida, grita e sai correndo para avia pública, sendo socorrida por Áulus,
que a reconforta, lembrando-lhe a leitura feita minutos antes, mas ela, revoltada, se diz desesperançada por ter
sido traída. O instrutor esclarece sobre a verdadeira finalidade do casamento e lembra que o lar é cadinho na terra
onde almas se juntam para a própria regeneração; que o casamento não é simples excursão no jardim da carne e
que, às vezes, o esposo é mais um filho espiritual que necessita de compreensão e sacrifício; que o amor é luz que
inspira coragem, renúncia e perdão incondicional, e que aquela se envolve com Jovino é irmã vitimada por
lastimáveis enganos que necessita de compreensão e compaixão. Seguindo os conselhos de Áulus, Anésia retorna ao
lar; consolada, desperta como criança resignada, sentindo-se firme, encorajada e disposta a defender o seu lar de
forma equilibrada, sem mágoa, confiante em Deus e sem revolta, acreditando que Jovino necessita de compaixão
em vez de crítica e azedume. Observa Hilário que todo aquele processo de renovação teve início com uma prece, e
Áulus complementa: ”Em todos os processos de nosso intercâmbio com os encarnados, desde a mediunidade
torturada à mediunidade gloriosa, a prece é abençoada luz, assimilando correntes superiores de força mental que
nos auxiliam no resgate ou na ascensão.”
Tão logo colocou-se em prece, Anésia iniciou significativa mudança em seu interior. Raios de luz passaram a
sair de seu coração, afastando de si as vibrações de tristeza que lhe alcançavam o espírito. Segundo André Luiz,
como o efeito de uma luz que se acendera na escuridão, vários espíritos desencarnados, em grandes sofrimentos,
apareceram diante dela, tal qual verdadeiros enfermos em busca de medicação que lhes trouxesse algum alívio.
68
2) Seminário
É certo que quando oramos entramos em sintonia com espíritos afins? Em que momento, neste capítulo, isso
ficou claro?
“Nos Domínios da Mediunidade”
A prece, qualquer que seja a circunstância, nos coloca em sintonia com o plano espiritual. A natureza dos
espíritos com os quais nos sintonizamos obedecerá sempre as leis de sintonia mental que regem a comunicação
entre os dois planos de vida. De acordo com essas leis, estaremos sempre nos sintonizando com espíritos afins, que
frequentam a mesma faixa vibratória em que nos situamos e que mantêm pensamentos da mesma natureza que os
nossos. O momento em que isto ficou claro no presente capítulo, a nosso ver, foi quando Anésia começou a orar e,
imediatamente, atraiu para sua companhia espíritos que também passavam por sofrimentos e que, igualmente,
buscavam um lenitivo para a sua dor.
3) Com que objetivo seus orientadores espirituais atenderam ao pedido de Anésia, com relação a Jovino?
A ida de Anésia ao encontro de Jovino, que se encontrava em ambiente de dedicação ao vício e à conversa
pouco edificante, cercado por espíritos inferiores, que sequer perceberam a presença dos benfeitores, objetivou
lhe mostrar que, na realidade, não era ela a infeliz sofredora, mas seu marido e a mulher a quem se ligara. Áulus
procurou sensibilizar Anésia para que ela percebesse essa realidade, até então desconhecida por ela. Com isso,
buscou demonstrar o valor do perdão, da compreensão e do amor para com os adversários, que estão nesta condição
temporariamente, pois a nossa destinação é, um dia, constituirmos uma grande família universal, onde todos se
amam.
Num planeta de provas e de expiações, a grande maioria das uniões conjugais têm suas motivações na
necessidade de reajustes entre os espíritos envolvidos, que, na maioria dos casos, endividaram-se mutuamente no
passado. Foi nesse sentido o ensinamento de Áulus. Segundo o Instrutor, o objetivo do casamento, na Terra, é servir
como educandário a esses espíritos, dando-lhes a oportunidade do reajuste perante a lei. É uma oportunidade de
aprendizado visando o aprimoramento espiritual que os levará à perfeição possível e, com ela, à felicidade
definitiva.
5) Qual a orientação que Anésia recebeu dos seus amigos espirituais, com relação à mulher que Jovino estava
ligado telepaticamente?
A principal orientação de Áulus com relação à mulher a quem Jovino encontrava-se ligado foi para que Anésia
se abstivesse de julgá-la. Lembrou o Instrutor o ensinamento de Jesus, no sentido de que dediquemos amor aos
nossos adversários, ao invés de ódio ou desejos de vingança. Aconselhou-a a dedicar-lhe suas preces, mostrando que
aquela irmã está necessitada de assistência fraterna. Aludindo à lei de causa e efeito, lembrou-lhe a possibilidade
de ser alguém a quem feriu no passado e que, em existência futura, poderá vir a ser sua mãe ou sua filha, a quem,
certamente, dedicará o amor materno ou filial. Por fim, orientou-a a substituir o ódio pelo amor, esclarecendo que
o bem neutraliza o mal e transforma o malfeitor em servidor do bem.
O Instrutor ressaltou que a prece é "abençoada luz, assimilando correntes superiores de força mental que nos
auxiliam no resgate ou na ascensão", ou seja, quando estamos expiando algum equívoco do passado, a prece nos
auxilia, nos conforta, dando-nos força e resignação para suportar a provação; quando estamos no serviço edificante
que nos elevará, não só nos fortifica para que prossigamos no trabalho, como nos dá a intuição e a inspiração para
que melhor possamos desempenhar nossa missão.
69
Resumo
Seminário
“Nos
21. Domínios dano
Mediunidade Mediunidade”
Leito de Morte
Estuda o fenômeno da incorporação obsedante em um moribundo, esclarecendo as razões dos seus delírios e
alucinações. Revela o mecanismo da visita do moribundo a pessoas vivas no momento da morte. Dona Elisa aproxima-
se da morte com muito sofrimento, com exaustão cardíaca, infecção urinária e estranha perturbação mental,
dizendo-se perseguida por um homem que pretende assassiná-la a tiros, em meio a aranhas e serpentes. Anésia
acompanha o quadro doloroso da mãe e busca acalmá-la com palavras de esperança e consolação, mas a enferma
insiste em manter o fantasma do filho alcóolatra assassinado junto de si, acreditando ser anjo protetor, sem saber
que ele ainda está preso às sensações do álcool, vampirizando encarnados que lhe oferecem as emanações
deletérias. Áulus observa que o filho mantém-se ligado à genitora, que o atrai fortemente, e explica que ela, em
razão do seu enfraquecimento, transfere seu campo emocional da esfera carnal para do Espírito e, imantada a
Olímpio, vive a mesma faixa de impressões e sensações do filho, podendo o processo ser comparado ao da
incorporação mediúnica. Elisa, não sabendo se defender da influência do filho, reflete-lhe as reminiscências do
momento do seu assassinato e as alucinações comuns às vítimas do alcoolismo já em delírio tremens. Diz que não
há injustiça no sofrimento de Elisa porque ama o filho, mas que ela está recebendo a presença que procura e maneja
valores mentais em que o Senhor permite que ela aprenda com a situação, tirando preciosos valores da experiência
dolorosa. A equipe espiritual favorece a desencarnação da mãe de Anésia com recursos magnéticos potentes,
afastando o desventurado filho, e ela perde a excitação mental que dele recebia e desfalece subitamente, não
reagindo mais ao auxilio magnético oferecido pelos amigos espirituais. Estertorando, Elisa revê todo o seu passado,
excursionando mentalmente pela infância, mocidade e madureza. Deseja ardentemente despedir-se da irmã mais
velha, que reside distante, concentra suas forças mentais e busca satisfazer sua última vontade. Ainda ligada ao
corpo pelo fio prateado, se afasta rapidamente e volita em direção à residência da irmã, vence dezenas de
quilômetros e entra no aposento chamando-a pelo nome de Matilde, tentando despertá-la. A irmã ouve o chamado
pelos ouvidos da alma, ergue-se assustada da cama e diz a si mesma que Elisa morreu. Áulus esclarece que ali se
deu uma comunicação muito comum nas ocorrências da morte, conhecida por alguns como fenômeno de monição
e, por outros, como simples transmissão de ondas telepáticas, mas que o Espiritismo considera como a natural
comunhão entre as almas imortais que se amam e que somente acontece se houver concentração mental no
propósito dessa natureza. Elisa Espírito volta imediatamente ao lar e pretende reaver o corpo acreditando-se em
pesadelo, mas não sendo mais possível, fica a flutuar sobre os despojos, ligada, ainda, pelo fio prateado. Hilário
revela desejo de auxiliar a recém-desencarnada, desfazendo o cordão que a liga ao corpo hirto e Áulus ensina que
ele tem sua função definida, atuando no reequilíbrio da alma, e que irmãos da esfera espiritual, especializados
naquela tarefa, irão libertá-la no momento oportuno.
1) Como podemos definir, segundo o Espiritismo, a estranha perturbação mental da qual dona Elisa era vítima?
Com o corpo físico extremamente fragilizado pela enfermidade e com o funcionamento de seus órgãos prestes
chegarem a termo, a mencionada senhora vivia seus últimos momentos nesta encarnação. Os laços fluídicos que
ligavam o espírito ao corpo afrouxavam-se de modo irreversível. Nestes momentos, o espírito tem uma maior
percepção do mundo espiritual. Passa vivê-lo mais intensamente, vendo e ouvindo os espíritos que se aproximam,
geralmente espíritos afins, que vêm recebê-lo em seu regresso ao plano espiritual e dando a impressão de que a
pessoa está delirando.
70
Seminário
Pensando incessantemente no filho desencarnado, a pobre mulher, inconscientemente, o evocava, trazendo
-o para a sua companhia. Olímpio - o filho evocado pelo pensamento insistente da mãe - encontrava-se em situação
“Nos Domínios da Mediunidade”
espiritual de grave perturbação, pois não se libertara, com a desencarnação, da viciação no álcool, que o levara à
morte prematura. Por força da sintonia, dona Elisa e o filho mantinham-se jungidos através da união mental, com
Olímpio " ... à maneira de planta parasitária asfixiando um arbusto raquítico ... ", no dizer de André Luiz. Devido à
fragilidade de seu organismo físico, do qual ia se libertando aos poucos, Elisa não mais contava com o anteparo do
corpo, passando a absorver todo o influxo pernicioso que emanava do filho. Refletia as alucinações comuns aos
alcoólatras, por que o filho passava.
"Muita vez, pedimos o que não conhecemos, recolhendo o que não desejamos. No fim, porém, há sempre
lucro, porque o Senhor nos permite retirar, de cada situação e de cada problema, os preciosos valores da
experiência."
Nossos desejos intensamente manifestados funcionam como imã, atraindo espíritos a quem dirigimos o
pensamento ou provocando fatos que alimentamos em pensamento. Todavia, na ignorância das Leis de Deus,
acabamos atraindo para nós situações que muitas vezes não temos capacidade para controlar. Quando não
conseguimos manter a nossa mente em equilíbrio, estamos dando abertura a influências negativas, de funestas
consequências. Mas, como sabemos, estamos todos em processo de aprendizado e todas as experiências são
acréscimos para a nossa própria evolução, desde que saibamos extrair a devida lição.
3) Como podemos explicar o fenômeno da comunicação pós-morte entre Dona Elisa e sua irmã Matilde?
Trata-se do fenômeno de desdobramento. Pela força do seu pensamento, pela forte vontade de avisar a irmã
da sua desencarnação, Elisa, já quase totalmente desligada do corpo físico, ao qual ainda se encontrava presa por
tênues laços fluídicos, consegue se desprender e se deslocar até o local onde se encontrava a irmã Matilde.
Obs.: Desdobramento é o fenômeno pelo qual o espírito, sempre envolvido por seu períspirito, separa-se do corpo
físico, ao qual permanece ligado apenas pelo cordão de prata e vai estar em outros lugares. Pode ocorrer o fenômeno
de forma anímica ou mediúnica, consciente ou inconscientemente, dependendo de existir ou não a interferência do
plano espiritual e a vontade ou não do espírito que se desloca.
4) Por que Áulus afirma que é importante que os recém-desencarnados desejem, para poderem entrar em
contato com seus entes queridos?
Desembaraçado do corpo físico pela desencarnação ou em desdobramento, pelo sono ou quando o organismo
físico está tão enfraquecido que o mantém preso por frágeis laços fluídicos, o espírito se libera e pode se deslocar
pelo espaço, o que o faz pela força e na velocidade do pensamento. Porém, para que isto se realize, como explica
o instrutor Áulus, é preciso que o espírito manifeste um desejo firme, determinado, que lhe dê força mental
suficiente.
71
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
22. Emersão no Passado
Estuda o fenômeno do animismo pela emersão ao passado para esclarecer questão da mistificação
inconsciente. No grupo presidido por Raul Silva, André observa uma senhora em transe, maldizendo um suposto
homem que lhe desfere punhalada, chamando-o de covarde e jurando-lhe vingança. Raul busca acalmá-la,
convidando-a ao perdão e à entrega de sua sede de justiça a Deus, mas ela diz que não consegue se libertar do
passado odiento em que ele a fez infeliz. Hilário não vê nenhuma entidade feminina incorporada ou próximo dali se
manifestando por telepatia, mas somente um desencarnado a fitar impassível o sofrimento da mulher. Áulus
esclarece que ela manifesta sua personalidade de outra existência, porque se vê diante do antigo desafeto, que
ainda a persegue, e revive sua experiência que se deu no Velho Mundo, no século passado (XIX). Ela mobilizou grande
quantidade de energia emocional na referida existência e reencarnou na esperança de esquecer, mas o corpo físico
não superou a cristalização mental dos seus sofrimentos e eles ressurgem quando ela se vê diante do seu algoz,
comportando-se como se tudo estivesse acontecendo novamente, parecendo aos desavisados ser outra entidade a
se manifestar, mas na verdade se trata de alguém que retorna mentalmente ao passado e se comunica com o
presente. Para a psiquiatria é candidata a tratamentos rigorosos, mas é enferma espiritual, exigindo amparo moral
para sua renovação íntima. “Mediunicamente falando, vemos aqui um processo de autêntico animismo.” A médium
supõe permitir a manifestação de outra personalidade, quando exterioriza a si mesma. Ensina que não cabe
denominar a emersão do passado de mistificação inconsciente ou subconsciente, pois o fato é decorrente dos
próprios sentimentos da nossa amiga arrojados ao passado, de onde recolhe os sintomas que ora apresenta. É uma
doente mental, devendo ser tratada da mesma forma que os sofredores que se comunicam rogando amparo. Um
doutrinador inexperiente e antifraterno agravaria o problema, impondo à médium corretivo inoportuno em vez de
socorrê-la. “Primeiro, é preciso remover o mal, para depois fortificar a vítima na sua própria defesa.” Como médium,
é um vaso defeituoso, mas com paciência e amor é possível consertá-lo. Não se pode negar que a mulher que ela
busca no passado exista. Lembra que muitas criaturas reencarnam numa condição, mas vivem em outra, tal como o
mendigo que enverga o manto da fidalguia, o escravo que se apresenta orgulhoso... Renasceram pela carne, massa
não se renovaram em espírito.
O capítulo em estudo trata do fenômeno denominado animismo, que se caracteriza por ser produzido pelo
próprio espírito encarnado, sem expressar a vontade de uma inteligência externa.
Esse fenômeno acontece quando o espírito imobiliza seu pensamento e suas emoções em função de um fato
vivenciado em experiência passada. Fixando seu pensamento fortemente em torno desse fato, mesmo com a
reencarnação, o esquecimento do passado não funciona integralmente, voltando o espírito a rememorá -lo ante a
ocorrência de determinadas situações, como, no caso presente, a aproximação daquele que também foi protagonista
do fato. Geralmente, acontece em relação a fatos que são extremamente traumáticos ao espírito, que lhe causaram
grande sofrimento e dor.
72
3) Explique e comente as seguintes passagens: Seminário
3.a) "Isso quer dizer que nossa“Nos Domínios
irmã imobilizou grande da Mediunidade”
coeficiente de forças do seu mundo emotivo, em torno
da experiência a que nos referimos, a ponto de semelhante cristalização mental haver superado o choque biológico
do renascimento no corpo físico, prosseguindo quase que intacta. Fixando-se nessa lembrança, quando instada de
mais perto pelo companheiro que lhe foi irrefletido algoz, passa a comportar-se qual se estivesse ainda no passado
que teima em ressuscitar. É então que se dá a conhecer como personalidade diferente, a referir -se à vida anterior".
A mulher que se manifestava cristalizou seu pensamento e suas emoções em torno da morte violenta do corpo
físico, motivo de sua desencarnação em vida pretérita. De tal modo deixou-se fixar no fato que, conforme explicou
Áulus, nem mesmo " ... o choque biológico do renascimento no corpo físico ..." logrou trazer o esquecimento do
passado, que lhe facilitaria o processo renovador. Diante da aproximação daquele que foi seu algoz no trágico
acontecimento, transportou-se àquela época, assumindo a personalidade que representou naquela encarnação e,
assim, exteriorizando seus sentimentos.
3.b) "Muitos companheiros matriculados no serviço de implantação da Nova Era, sob a égide do Espiritismo, vêm
convertendo a teoria animista num travão injustificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do
bem; portanto, não nos cabe adotar como justas as palavras "mistificação inconsciente ou subconsciente" para
batizar o fenômeno. Na realidade, a manifestação decorre dos próprios sentimentos de nossa amiga, arrojados ao
pretérito, de onde recolhe as impressões deprimentes de que se vê possuída, externando-as no meio em que se
encontra. E a pobrezinha efetua isso quase na posição de perfeita sonâmbula, porquanto se concentra totalmente
nas recordações que já assinalamos, como se reunisse todas as energias da memória numa simples ferida, com
inteira despreocupação das responsabilidades que a reencarnação atual lhe confere."
Áulus tenta demonstrar que a qualificação de mistificação para o episódio é inconveniente, uma vez que se
trata de uma manifestação espontânea e que espelha a real situação mental daquela mulher. A manifestação resulta
dos sentimentos alimentados durante anos em seu psiquismo e que vieram à tona ante a aproximação do desafeto.
3.c) "Para o psiquiatra comum é apenas uma candidata à insulino-terapia ou ao eletrochoque; entretanto, para nós,
é uma enferma espiritual, uma consciência torturada, exigindo amparo moral e cultural para a renovação íntima,
única base sólida que lhe assegurará o reajustamento definitivo".
A ciência humana em geral e, em particular, a medicina terrena, vêem o problema unicamente sob a ótica
da matéria corporal. Se examinada por um médico psiquiatra comum, como disse o Assistente, com toda certeza,
seria diagnosticada uma enfermidade no cérebro, mais um caso clínico a receber tratamento medicamentoso. O
plano espiritual, no entanto, com uma visão mais ampla do ser integral, pôde perceber que a enfermidade não era
corporal, mas mental, vale dizer, espiritual. O tratamento de que necessitava a enferma era de natureza moral,
que a levasse a uma renovação interior, possibilitando-lhe o reequilíbrio espiritual.
73
4) Pode o animismo ser considerado uma mistificação?
O animismo, assim como o mediunismo, é um fenômeno natural, que não pode ser considerado mistificação.
O que o difere é o fato de, no fenômeno anímico, a pessoa manifestar ideias e sentimentos oriundos de si própria,
que são recolhidos no passado e que manteve fixados em seu psiquismo, apesar da renovação corporal. Sendo uma
manifestação natural e espontânea, como a narrada no presente capítulo, não pode o animismo ser considerado
uma mistificação. O espírito que se manifesta através de um fenômeno anímico, demonstrando o seu sofrimento, é
tão merecedor de tratamento caridoso e esclarecedor quanto o que se manifesta pela via mediúnica.
5) Como pode o doutrinador diferenciar o animismo do mediunismo? Explique.
Ao doutrinador encarnado é tarefa das mais difíceis fazer esta distinção. Cada caso tem a sua peculiaridade
e não se pode estabelecer uma regra geral para distingui-los. Ambos os fenômenos podem se apresentar de tal modo
interligados que se torna impossível a separação do que é resultado de um ou de outro. Mesmo no fenômeno
mediúnico, há uma grande influência do médium, que pode, inclusive, não expressar fielmente a vontade do espírito
comunicante. Por outro lado, o fenômeno anímico também pode receber a influência de desencarnados. Desse
modo, é praticamente impossível se fazer, com segurança, a distinção entre um e outro. O plano espiritual superior,
com a faculdade que tem de penetrar na mente de outro espírito, conhecendo-lhe o arquivo mental, como já vimos
em diversas passagens desta obra, pode reconhecer, mais facilmente, quando a manifestação é anímica ou
mediúnica, como o fez Áulus.
6) A pessoa que é instrumento de manifestações anímicas também pode ser considerada como médium?
Aquele que produz uma manifestação anímica pura, sem qualquer influência do plano espiritual, não pode
ser considerado médium, no sentido restrito do termo, que Kardec utiliza no Livro dos Médiuns. Qualquer pessoa,
sendo ou não portadora de mediunidade ostensiva, pode produzir um fenômeno anímico. O animismo, como temos
visto, caracteriza-se por ser um fenômeno produzido pelo próprio espírito encarnado, sem que expresse a
manifestação de uma inteligência estranha, o que caracterizaria o fenômeno como mediúnico. Todavia, como vimos
acima, na prática, tanto pode ocorrer uma manifestação predominantemente anímica, mas sob influência pelo plano
espiritual, como uma manifestação mediúnica influenciada pelo médium. Segundo o assistente Áulus, no caso em
questão, a senhora enferma era portadora de mediunidade ostensiva, provavelmente, médium ainda carecedora de
educação mediúnica, tanto que a qualificou como um "vaso defeituoso", que "pode ser consertado e restituído ao
serviço".
7) Qual a importância do perdão aos inimigos para o equilíbrio espiritual?
Ao ser indagado por Pedro se, quando um irmão pecar contra nós, devemos perdoar até sete vezes, Jesus
respondeu-lhe que devemos perdoar não sete vezes, mas até setenta vezes sete, ou seja, sempre. Quando se cria
uma desavença ou uma desafeição para com um irmão, independentemente de quem deu causa, um elo fluídico é
formado entre os espíritos envolvidos na relação conflituosa, que os prende, um ao outro, numa permanente troca
de energias negativas. Enquanto não se reconciliam e alimentam a animosidade, essa troca de energias negativas
perdura, influenciando em ambos. Hoje, a Ciência já comprova que o estado emocional ocasionado por
circunstâncias como essas podem gerar um número grande de doenças, não apenas psicológicas mas, até, no
organismo físico, como tumores, doenças cardíacas, etc.
Quando se perdoa ou se roga o perdão, aquele que assim age se libera desse elo malévolo, libertando-se da
ação fluídica negativa gerada pela desafeição. Toda a carga negativa provocada pela desafeição fica agindo apenas
naquele que não quis ou que não soube perdoar ou ser perdoado.
74
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
23. Fascinação
Estuda um caso de fascinação sob ação cruel de um obsessor e esclarece o mecanismo e a natureza da
mediunidade poliglota ou xenoglossia. Certa senhora, à espera de assistência, na reunião se levanta, rodopia e cai
em convulsões, adquiri animalesco aspecto e debate-se no piso da sala, dominada por entidades da sombra, sob o
comando de insensível hipnotizador, que a faz vítima de complexa fascinação. Áulus explica que, sem o concurso
daquele santuário de prece, a irmã descambaria para a licantropia deformante, produzida por entidades que abusam
do poder da inteligência que detêm para enviar suas presas aos manicômios. Assegura que não há processo obsessivo
sem o conúbio dos envolvidos, por isso “Não seria lícito guardarmos a pretensão de lavrar sentenças definitivas pró
ou contra ninguém, [...]. “Para ajudar efetivamente, é necessário buscar a causa na história dos dois e que o
concurso da palavra não resolve o problema de imediato, mas, dada com sentimento de amor, coopera a favor deles.
Áulus consulta os cérebros das duas entidades e descobre que estão anelados numa história iniciada no século X,
quando ele, para atender aos caprichos da mulher amada, matou os próprios pais e não foi por ela correspondido
como esperava. Esclarece que a obsessa se expressa em dialeto provençal já extinto porque ela e o comunicante
estão profundamente sintonizados no tempo, permitindo que ele se comunique como há séculos, pois tem a mente
cristalizada na época em que viveram o drama comum, e que se trata, portanto, de um caso de mediunidade
poliglota ou xenoglossia. Os desencarnados interferem, por meio de impulsos automáticos, nas energias da
subconsciência da encarnada que lhe é afim no tempo. Quando um médium, mesmo analfabeto, passa a escrever
sob o comando de um desencarnado, significa que o psicógrafo, em outras encarnações, se adestrou na arte de
escrever, sem o que o comunicante não conseguiria vencer a barreira da ignorância própria do médium naquela
ocasião. Em mediunidade, é necessário se levar em conta o problema da sintonia no tempo, O espírito obsessor,
depois de retirado, foi encaminhado a uma organização socorrista, enquanto a obsedada recebe passes de
reconforto. Áulus informa que ele em breve reencarnará como filho de sua atual vítima, utilizando-se, os dois, da
benção do lar no trabalho redentor.
1) O que é fascinação?
"A fascinação tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre
o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações O
médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que
o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos
de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erra
acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de espírito. Dela
não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos,
o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem. (...) "
75
Fascinação Seminário
Allan Kardec disse, em "O“Nos Domínios
Evangelho da Mediunidade”
Segundo o Espiritismo", que a fascinação é o pior tipo de obsessão. Trata-
se de uma ilusão provocada por um Espírito hipócrita que domina a mente do paciente, distorcendo seu senso de
realidade. O Espírito obsessor planeja muito bem seu intento destrutivo e busca envolver o indivíduo em artimanhas
mentais bem preparadas. As portas de entrada para a fascinação, como sempre, são as falhas morais. É no orgulho
de sua vítima que o Espírito hipócrita encontra o alimento para fascinar-lhe a personalidade. Para conseguir seu
domínio, a entidade maldosa exalta a vaidade do obsedado, fazendo-o sentir-se infalível e autoconfiante. A ilusão
é tamanha que o fascinado adquire uma grandiosa cegueira, o que não lhe permite perceber o ridículo de certas
ações que pratica. Doutrinas absurdas, ideias contraditórias, teorias impraticáveis podem ser oriundas da ação de
médiuns ostensivos ou não, que estão sob o império da fascinação. A pessoa fascinada dificilmente aceita sua
condição de enferma, o que dificulta a cura do processo obsessivo. Geralmente se aborrece com as críticas e com
as pessoas que não participam de sua admiração e afasta-se de quem quer que possa abrir-lhe os olhos. Do simples
e ignorante, ao intelectual e letrado, todos podem ser vítimas da fascinação.
A principal característica para o médium é a paralisação de seu raciocínio, havendo a hipnose do obsidiado
pelo obsessor, fazendo ocorrer patologia mental, a qual se torna o obsidiado em marionete do obsessor.
3) O que é licantropia?
"(...) Enquanto a fascinação tem sentido mais psicológico, a licantropia vai mais além reveste-se de aspecto
mais objetivo, exteriorizando-se na própria organização somática, ou perispirítica, se a vítima for encarnada ou
desencarnada. Há casos extremos de licantropia deformante, em que a pessoa imita "costumes, posições e atitudes
de animais diversos", bem assim de licantropia agressiva, que se expressa através da violência, da alucinação e, até,
do crime. (...)
"Quando falamos em fascinação a explicação se dá ao processo inicial, no qual há, ainda que seja obsessão,
uma "limitação" psicológica que seriam as outras formas: alucinatórias, atitudes excêntricas e fanáticas; que
agravada rompe essa "limitação e engloba a questão do corpo físico que é quando se dá a licantropia e assim, quando
falamos em licantropia a referência se faz a essas deformidades, que englobam a questão subjetiva (de sentido
psicológico) acrescida e somada com a questão somática; havendo as duas há a licantropia.
4) Que ensinamentos podemos extrair da citação seguinte do instrutor Áulus:
- " ... Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade. Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre. Não
basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz do trigo, para que
não venhamos a esmagar um e outro. Não há dor sem razão. ..."
As causas da obsessão são, geralmente, ligações afetivas mal resolvidas ou mesmo de ódio, que se perpetuam,
sem solução. Aponta o instrutor, como causa da dificuldade de se obter sucesso nesse tipo de tratamento, o fato
de, comumente, apenas se procurar afastar o obsessor, sem se atacar a causa. Às vezes, em existência passada
longínqua, foi criado uma situação que se arrasta por muitas encarnações sem solução. Salienta a dificuldade de se
rebentar, de uma hora para outra, as "algemas seculares" que prendem obsessor e obsidiado. Sendo a obsessão
sempre uma via de mão dupla. Para que ela se instale, o obsidiado precisa consentir, quer por sua fraqueza, quer
por desejá-la.
76
5) Seminário
Quais os meios de tratamento indicados por Áulus para o caso de licantropia, narrado no capítulo?
(...) Três condições principais podem ser indicadas como favorecedoras da cura de pessoas que sofrem a
atuação dessas pobres entidades, a saber:
Xenoglossia ou mediunidade poliglota, item 191, de O Livro dos Médiuns: os que têm a faculdade de falar, ou
escrever, em línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros."
Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que as forças do passado são trazidas ao presente. Os
desencarnados, elaborando fenômenos dessa ordem, interferem, quase sempre, através de impulsos automáticos,
nas energias subconsciênciais, mas exclusivamente por intermédio de personalidades que lhes são afins no tempo.
Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não
quer dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Mostra simplesmente
que o psicógrafo traz consigo, de outras encarnações, a arte da escrita já conquistada e retida no arquivo da
memória, cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar."
77
Resumo
Seminário
“Nos Domínios
25. Em Torno da
daMediunidade”
Fixação Mental
Ensina sobre a cristalização do Espírito em torno de certas situações e sentimentos dando origem à fixação
mental. Áulus afirma que o Espírito, ao desencarnar, mantém os pensamentos que cultivou na experiência carnal e,
fixa a ideia em algum ponto, dá-se a parada da vida mental no tempo. Na terra a batalha é santificante e a mente
é soldado em luta que, saindo vencedora, sobe verticalmente para zona superior, mas se fracassa, pela incúria ou
rebeldia, volta horizontalmente para a retaguarda e se mistura com os desajustados para o tratamento devido. O
tempo pelo relógio é sempre o mesmo, mas para a mente varia segundo sua condição. Oara a alma vencedora, as
horas se tornam minutos que se diluem em segundos, mas para aquela sufoca pela angústia do fracasso e pelo
aguilhão da dor, os segundos se arrastam em implacáveis minutos e estes, em duras horas. Se, na situação adversa
o Espírito não desenvolve esforço para superar a ideai aflitiva que lhe corrói a vida mental, gravitando em torno
dela, dá-se a fixação, e o tempo mental não corre naturalmente. O fenômeno se dá porque o Espírito se rebela
contra o imperativo da marcha incessante com o bem; se deixa envolver com as malhas da sombra; não trabalha
pela sua renovação e progresso moral, e se enfurna nas chagas íntimas, alimentando ódio, vingança e rebeldia contra
as leis divinas. Não se dispondo a criaturas à renúncia, enrola-se nos seus problemas por anos e anos, e por vezes
séculos, repetindo as lembranças desagradáveis, das quais se nutre e vive, sendo inevitável a fixação. Quando a
alma valoriza demasiadamente o problema que lhe atormenta, ao desencarnar, fica isolada do mundo que lhe rodeia
e vibra somente na faixa que lhe compraz, não vê, não ouve e nem sente além de si mesma. Temos exemplos de
fixação mental nas entidades que padecem deplorável amnésia quando se comunicam com os encarnados ( nas
reuniões de desobsessão) e fala somente das suas preocupações doentias, requerendo carinho no trato pessoal.
Muitos Espíritos, após a desencarnação, passam a dormir como se fossem múmias, porque continuam cultivando as
condições em que julgam encontrar a felicidade (o sono dos justos, por exemplo), e despertam em plena alienação,
que pode perdurar por muito tempo e, quando se entediam, buscam a regeneração por si mesmos; outros são
despertados nos serviços assistenciais, assumindo responsabilidades renovadoras; e mais outros, recalcitrantes e
inconformados, são constrangidos ao retorno à luta evolutiva pela reencarnação, muitas delas compulsórias, em
posição difícil. Tais criaturas nem sempre se reajustam de imediato no retorno à carne, tendo como exemplo as
crianças com retardo mental, podendo se assegurar que “Quase todas as perturbações congeniais da mente, na
criatura reencarnada, dizem respeito, à fixação que lhe antecederam a volta ao mundo.
1. Segundo o texto:
A fixação mental é o estado em que o espírito, encarnado ou desencarnado, cristaliza seu psiquismo em torno
de determinados fatos, acontecimentos ou sentimentos do passado, isolando-se do mundo externo e passando a
viver unicamente em função daquelas ideias. O espírito perde a noção de tempo e sua mente apenas enxerga esses
fatos, acontecimentos ou sentimentos que lhe causaram profundo desequilíbrio e desarmonia interior. Para ele, é
como se o tempo não tivesse passado, ficando estacionado nesta situação anos seguidos, gravitando em torno da
própria perturbação, que pode perdurar durante séculos.
78
Seminário
Segundo o instrutor Áulus, "não se interessando por outro assunto a não ser o da própria dor, da própria
ociosidade ou do próprio ódio, a criatura desencarnada, ensimesmando-se, é semelhante ao animal no sono letárgico
“Nos Domínios da Mediunidade”
da hibernação. Isola-se do mundo externo, vibrando tão-somente ao redor do desequilíbrio oculto em que se
compraz. Nada mais ouve, nada mais vê e nada mais sente, além da esfera desvairada de si mesma".
O que gera o estado de fixação mental é a perturbação interior do espírito, causada pela ocorrência de um
acontecimento vivenciado em experiência reencarnatória anterior, que lhe trouxe dor e sofrimento e desencadeou
sentimentos de ódio, paixão, ciúme ou desejo de vingança. Devido ao seu nível evolutivo ainda atrasado, o espírito
não consegue vencer a luta contra a dor e o sofrimento, entregando-se à imobilização por tempo indeterminado e
vibrando unicamente em torno desses pensamentos.
A consequência dessa imobilização pela fixação mental é adiamento do processo de evolução do espírito.
Quando retorna ao mundo espiritual, o espírito leva consigo os mesmos pensamentos que cultivou durante a
existência física. Mantém-se na posição espiritual que conquistou. Tendo sustentado uma existência de tormentos,
rebeldia e desejos de vingança, o espírito volta como mais um desajustado a necessitar de tratamento, estacionado
em zonas inferiores e com perspectiva de reencarnação dolorosa no futuro.
2. Uma vez estabelecido o processo da fixação mental, a alma torna-se estacionária. Existe a reversão dessa
situação? De que forma ela pode ocorrer?
Essa situação dolorosa pode ser perfeitamente revertida pelo espírito. Para tanto, tem ele que aprimorar os
seus sentimentos e abrandar o coração. Isto pode ser conseguido nas reuniões de desobsessão, em que o espírito
que se encontra neste estado é recebido com muito amor e fraternidade pelo grupo mediúnico e instruído com
conhecimentos doutrinários e evangélicos. Muitos aceitam essa doutrinação, até mesmo por estarem entediados do
mal e procuram a regeneração. Outros, porém, mantêm-se aferrados em suas idéias, permanecendo recalcitrantes
e inconformados. Para estes, o recurso é a reencarnação num corpo débil, em que o choque provocado pelo ingresso
compulsório na carne poderá levá-los ao restabelecimento.
Questão 337 do Livro dos Espíritos: Pode a união do espírito a determinado corpo ser imposta por Deus?
Resposta dos Espíritos: "Certo, do mesmo modo que as diferentes provas, mormente quando ainda o espírito não
está apto a proceder a uma escolha com conhecimento de causa. Por expiação, pode o espírito ser constrangido a
se unir ao corpo de determinada criança que, pelo seu nascimento e pela posição que venha a ocupar no mundo, se
lhe torne instrumento de castigo."
79
Seminário
Esclarece, ainda, o instrutor Áulus que "a reencarnação, em tais circunstância, é o mesmo que conduzir
80
Resumo
Seminário
“Nos
27.Domínios da Mediunidade”
Mediunidade Transviada
Adverte sobre o mercantilismo da mediunidade, dando origem à escravização de Espíritos inferiores a médiuns
que não orientam pelo Espiritismo. Um grupo de pessoas realiza uma reunião mediúnica, onde Espíritos inferiores
ou iguais aos humanos ali presentes se misturam, dando comunicações e atendendo aos caprichos infantis dos
encarnados. O irmão Cássio, como guardião simpático do mundo espiritual, lamenta o comportamento do médium
Quintino, que não capta as advertências por ele mobilizadas pelos livros, impressos e conversações de procedência
respeitável, mantendo-se irresponsável, sustentando um grupo mediúnico de natureza inferior, onde os Espíritos
que se comunicam são convertidos em serviçais dos encarnados, cuidando de coisas de ordem material, como
dinheiro, emprego, questiúnculas domésticas, namoro, etc. André Luiz, questiona o fato de homens e mulheres
lúcidos, que gozam de boa saúde, fazerem do intercâmbio com os Espíritos um sistema de exploração, usando a
oração de forma ultrajante em peremptórios descabidos, no propósito de fugirem das responsabilidades que lhe
dizem respeito. Áulus esclarece que se trata de psiquismo transviado, em que encarnados e desencarnados, vítimas
da ignorância viciosa, vivem em regime de vampirização recíproca; abusam da oração, desprezam a oportunidade
do trabalho digno, lembrando que o homem que se acomoda na ociosidade encontra a dor pela frente, levando-o a
movimentar-se em direção de nobres realizações; que muitos irmãos dos dois planos da vida se entregam à prática
do menor esforço no campo da mediunidade, porque não são adeptos da doutrina Espírita e que, na terra, ainda é
compreensível encontrar os que preferem trabalhar com os subalternos ou seus iguais para fugir da disciplina que
lhes conduz à melhora interior. Adverte que é crime manter os desencarnados em posição inferior, tirando-lhes
proveito, escravizando-os aos caprichos mesquinhos da vida terrena. Se o erro procede da ignorância bem-
intencionada, os esclarecimentos virão a seu tempo, no formato de caridade, mas se houver abuso deliberado, a
correção também virá no tempo devido, exigindo a quitação do débito. Informa que as entidades que ali se
comunicam são mais vampirizadoras, porque estão fascinadas pelos médiuns, acreditando serem eles seus mentores,
os quais, após a desencarnação, serão cobrados pelos que lhe servem, exigindo-lhes orientação e socorro e, quem
sabe, nas próximas reencarnações, estarão reunidos pelos laços sanguíneos, como pais e filhos, buscando o equilíbrio
de que necessitam. “Cada serviço nobre recebe o salário que lhe diz respeito e cada aventura menos digna tem o
preço que lhe corresponde.”
Martins Peralva, em sua conhecida obra "Estudando a Mediunidade", define mediunidade transviada como
"aquela que se exerce em função de interesses inferiores, à revelia, portanto, das salutares normas que o Espiritismo
estabelece para o intercâmbio com os Espíritos". Acrescenta, ainda, que a mediunidade transviada "se reveste, pois,
das seguintes características:
a) Consultas e exploração de Espíritos ainda ignorantes sobre assuntos materiais (casamentos, negócios,
empregos, etc.);
b) Consultas e exploração de Espíritos ainda ignorantes sobre assuntos espirituais inferiores (ação maléfica
sobre a saúde e a vida do próximo).
81
2) Seminário
Por que a presença do guardião Cassio não era detectada pelos encarnados e nem pelos desencarnados?
“Nos
Cassio encontrava-se naquele Domínios
ambiente da Mediunidade”
como um benfeitor espiritual, desejoso de orientar o grupo mediúnico
a praticar a mediunidade em seu sentido mais nobre, a serviço de Jesus. O grupo, entretanto, tinha o pensamento
voltado para interesses puramente materiais, tanto os médiuns que davam passividade como aqueles que buscavam
os seus serviços e os espíritos que ali se manifestavam. A diferença de sintonia vibratória entre estes e o benfeitor
os impedia de perceber a sua presença e de acolher pelo pensamento as suas orientações.
3) Baseando-se nas solicitações feitas pela credora, pelo desempregado e pela mãe, o que podemos concluir
dos serviços que estavam sendo realizados através da mediunidade de psicofonia? Eram esses serviços de moral?
Praticava-se a mediunidade completamente desvirtuada de seus nobres objetivos, que são os de ordem
superior, espirituais. Grupos mediúnicos que exploram os espíritos comunicantes com fins de resolverem os
problemas inerentes da vida terrena estão se desviando dos mais nobres objetivos da prática mediúnica. A
mediunidade é um dom de Deus para nos ajudar a alcançar os mais elevados valores espirituais, através da
orientação dos espíritos superiores e não para ser utilizada com fins obter facilidades materiais. O Espiritismo traça
as diretrizes que devem nortear o seu exercício, sempre obedecendo à moral cristã. Qualquer prática que se desvie
dessas normas não pode ser considerada espírita nem instrumento de nossa evolução moral.
4) Como se explica "pessoas sadias e lúcidas", médiuns, reunidas ali em nome de Deus, mas "a interpretarem o
intercâmbio com o mundo espiritual como um sistema de criminosa exploração, com alicerces no menor esforço"?
Tanto os encarnados como os desencarnados ali presentes denotavam um nível de evolução ainda atrasado.
Buscavam o benefício com o menor esforço, ignorando a Lei do Trabalho como uma das Leis Naturais que devem ser
seguidas no nosso caminho evolutivo.
O fenômeno denominado vampirismo é uma das modalidades pelas quais pode se manifestar um processo
obsessivo. Num processo de vampirização, o obsessor explora os maus hábitos do obsidiado, com quem se afiniza
pelos sentimentos e pensamentos inferiores. No caso em estudo, como explicou Áulus, encarnados e desencarnados
se beneficiam mutuamente de suas más inclinações. Os desencarnados, fascinando-se com a valorização de suas
obras por parte dos encarnados que lhes buscam os serviços; os encarnados, julgando conseguir benefícios
facilidades materiais através dos desencarnados.
6) Por que estes espíritos se deixaram abater pela influência destes irmãos inferiores? Você concorda com o que
Áulus acha sobre a escolha deles? O que é preciso para se prever destas companhias, como devemos agir para que
apenas atraiamos espíritos superiores para trabalhar conosco?
Esses espíritos se deixam envolver porque comungam dos mesmos sentimentos inferiores, numa mesma
sintonia vibratória. Para nos precaver de semelhantes companhias, devemos praticar os ensinamentos trazidos por
Jesus, através da lei de justiça, de amor e de caridade. E quanto à mediunidade, somente deve ser praticada de
conformidade com os preceitos espíritas, a serviço de Jesus e sem interesses outros que não os espirituais.
82
7) Seminário
De acordo com Áulus, Teotônio e Raimundo agem por pura ignorância bem-intencionada, o que acontecerá
com eles ao desencarnarem?
“Nos Domínios da Mediunidade”
Teotônio e Raimundo já se encontram desencarnados. Segundo Áulus, quando o dirigente do grupo e os
médiuns que com ele exploram as entidades comunicantes desencarnarem, provavelmente, encontrar-se-ão para o
devido reajuste no bem, através da reencarnação, com a constituição de um grupo familiar.
A lei de ação e reação ou de causa e efeito é uma lei divina, cósmica, que é acionada automaticamente pelos
atos e pensamentos que praticamos. No caso presente, sem dúvida nenhuma, ela também incidirá sobre todos os
envolvidos na prática mediúnica desvirtuada de seus nobres objetivos. Como mencionou Áulus, "cada serviço nobre
recebe o salário que lhe diz respeito e cada aventura menos digna tem o preço que lhe corresponde".
83
Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
28. Efeitos Físicos
Analisa o comportamento da mediunidade de efeitos físicos e suas relações com o ambiente e as pessoas numa
sessão de materialização. Em acanhado apartamento, um grupo de pessoas reúne-se com o objetivo de recolher o
socorro dos Espíritos materializados para duas senhoras enfermas. Áulus informa que somente o motivo nobre do
evento o leva até ali, pois com raras exceções, a maioria das reuniões de materialização, exceto as respeitáveis
experiências com vistas a beneficiar a humanidade, não justifica o esforço da espiritualidade maior. Aparelhos para
emissão de raios curativos são instalados, o ambiente é ionizado para o combate às bactérias, o médium recebe
amparo no sistema circulatório e no aparelho digestivo. Apaga-se a luz e se entoam hinos evangélicos para se manter
o equilíbrio vibracional do recinto. Desencarnados extraem energias das pessoas e de coisas da sala e da natureza
em derredor e combinam com elementos espirituais, sendo levados para a câmara do médium, o qual, com ajuda
dos mentores, desdobra-se e se afasta, deixando seu corpo totalmente inerte a expelir uma substância assemelhada
a uma geleia viscosa e semilíquida por todos os seus orifícios naturais. Informa que o ectoplasma é uma substância
associada ao pensamento do médium, por isso todo cuidado com ele é dispensado pelos companheiros do plano
espiritual, pois a intervenção do médium nos trabalhos pode acontecer em virtude da sua educação mediúnica não
satisfatória, considerando que a materialização de Espíritos e de objetos do plano espiritual exige a
desmaterialização moral do médium e dos assistentes encarnados. O material usado para a materialização é um
composto de forças superiores e sutis da esfera espiritual, de recursos oferecidos pelo médium e pelos assistentes,
e de energias tomadas á natureza da terra que, dependendo da quantidade maior ou menor de um desses elementos,
a materialização varia em quantidade, pois onde predomine aqueles oferecidos pelos encarnados, o concurso da
espiritualidade fica reduzido, dependendo substancialmente de forças inferiores. Em qualquer trabalho mediúnico,
há necessidade de completa isenção de ânimo do médium e dos assistentes para que as formas materializadas não
sofram a intervenção de suas vontades. A mediunidade de efeitos físicos, como qualquer outra na terra, não traz
consigo nenhuma sublimidade, pois é neutra e seus resultados dependem das qualidades morais de quem a possui.
O ectoplasma é manipulado como são as outras forças da mediunidade no intercâmbio, tendo origem no psicofísico
do sensitivo. Se ele estiver alimentado interesses inferiores ou distintos dos objetivados no momento, e os
assistentes imbuídos de propósitos malsãos, influirão nos resultados da experiência em foco. Reconhecemos serem
fatores insipientes com os quais ainda necessitamos contar na falta de outros mais dignos e conscientes do mandato,
e que melhor correspondam à tarefa enobrecida pelos seus propósitos. Garcez, um dos técnicos, solicita auxilio
magnético de Áulus, observando que a câmara do médium está sufocada de toxinas, pela falta de pensamentos
elevados dos encarnados, deixando diminuída a capacidade de ação do médium fora do corpo, e diz que a
materialização de ordem superior não será atingida e que o médium desdobrado apenas poderá incorporar a
enfermeira para oferecer o socorro às irmãs enfermas. Áulus transfere energias do corpo físico do médium para seu
períspirito, melhorando sua atuação enquanto seu veículo se prosta profundamente, seu períspirito demonstra mais
vitalidade, e se movimenta incorporado na benfeitora espiritual, que o conduz cuidadosamente em direção à sala.
Informa que ele está consciente de tudo o que se passa enquanto fora do corpo, mas ao retornar, de nada se
lembrará e que, embora esteja sob controle da enfermeira, não está anulado psiquicamente, podendo alimentar
qualquer desejo menos digno e prejudicar o resultado do esforço da equipe espiritual. À medida que o medianeiro
adentra a sala, sua luminosidade se esmaece, sendo atingido pelas emissões mentais escuras dos presentes, que
expressam petições absurdas e críticas veladas a certas particularidades do fenômeno. A enfermeira aplica raios
curativos nas enfermas e, terminada essa tarefa, um desencarnado toma diminuta porção de ectoplasma e forma
seu polegar e indicador de ambas as mãos, sai e colhe flores do ambiente externo e as distribui entre os presentes.
Esclarece Áulus que isso é possível porque o ectoplasma não encontra obstáculos de transposição na parede e porque
o ato está sob o controle de técnicos especializados em desmaterializar os elementos físicos e reconstituí-los
84
imediatamente; que também, o próprio médium traspassaria a parede, tal como aconteceu com as flores. Alguns
Espíritos materializam mãos e flores e mergulham em um balde de parafina fervente e deixam para os encarnados
os primorosos moldes como lembrança daqueles momentos.
1) Quais deveriam ser, pelo que percebemos nesse capítulo, os objetivos das reuniões de efeitos físicos?
As reuniões de efeitos físicos, como toda e qualquer reunião mediúnica, devem ter por finalidade objetivos
sérios e não a satisfação de curiosidades ou caprichos de seus participantes. Assim, devem se destinar ao
atendimento a enfermos e àqueles que, de um modo geral, necessitam do amparo espiritual. Outra finalidade nobre
a que pode ser dedicada esse tipo de reunião mediúnica é a experimentação com fins de investigação científica,
como as conhecidas experiências levadas a efeito por William Crookes, nas quais, através da célebre médium
Florence Cook, era materializado o espírito Katie King.
É o tipo de mediunidade que possibilita aos espíritos produzirem manifestações físicas, ou seja, aquelas que
se traduzem por efeitos sensíveis ao organismo físico dos encarnados, tais como ruídos, batidas, movimentos e
deslocamento de corpos sólidos. O médium de efeitos físicos possui em sua organização física uma aptidão especial
que produz uma emanação fluídica animalizada, semi-material, necessária à produção do fenômeno, denominada
ectoplasma.
a) Para a reunião?
Em "A Gênese", Allan Kardec explica que uma reunião é um foco de pensamentos de qualidades diversas,
resultando uma multiplicidade de fluidos de toda natureza, recebendo cada uma a impressão desses fluidos pelo
sentido espiritual.
Basta um foco de maus pensamentos para que se produzam efeitos deletérios no ambiente espiritual do local.
Numa reunião mediúnica não é diferente. Se o conjunto é harmonioso e os objetivos são nobres, a impressão fluídica
é saudável; se, ao contrário, é discordante ou dirigido a propósitos fúteis ou mesmo nocivos, tem-se uma ambiência
espiritual negativa. Dessa forma, se pretendemos um resultado positivo, a mediunidade deve ser praticada num
ambiente onde predominem objetivos sérios e pensamentos benévolos, a fim de se obter uma atmosfera espiritual
de fluidos sadios, que permita a aproximação e comunicação de espíritos moralmente elevados e de bons propósitos.
b) Para o médium?
Trabalhando num ambiente nestas condições, o médium não tem a tranquilidade de que necessita para manter
o seu equilíbrio espiritual. Além disso, como conseqüência dos pensamentos heterogêneos e desarmônicos, é criada
uma atmosfera espiritual impregnada de formas-pensamentos de natureza inferior, geradora de energias nocivas,
venenosas, que irão se imiscuir nos fluidos emanados do médium para a formação do ectoplasma. Como esses fluidos
retornarão ao organismo físico do médium, este os absorverá impregnados de energias venenosas e de impurezas
que o afetarão.
85
4) O que é o ectoplasma? Seminário
“Nos
O ectoplasma é uma substância Domínios
semi-fluídica da Mediunidade”
e semi-material que emana do corpo de determinados médiuns,
denominados médiuns de efeitos físicos, pelos orifícios naturais do corpo, como as narinas, o ouvido e a boca. É
usado para a produção de fenômenos de efeitos físicos, que, como vimos acima, são aqueles que podem ser
percebidos pelos sentidos do corpo material.
André Luiz o descreve como "uma pasta flexível, à maneira de uma geleia viscosa e semilíquida". Essa
substância se caracteriza "por um cheiro especialíssimo, que não conseguimos descrever". "Está situado entre a
matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é
recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza", acrescenta, ainda, o Autor. Por sua
vez, explica o instrutor espiritual Áulus:
" ... Podemos dividi-lo em três elementos essenciais, ... a saber: fluidos A, representando as forças superiores e
sutis de nossa esfera; fluidos B, definindo os recursos do médium e dos companheiros que o assistem e fluidos C,
constituindo energias tomadas à Natureza terrestre."
Portanto, resumidamente, segundo as explicações dos mencionados benfeitores, podemos concluir que o
ectoplasma é uma substância formada por uma combinação de fluidos emanados do plano espiritual, do médium e
das demais forças da natureza, como outras pessoas, animais e vegetais que se encontrem próximos ao local onde
se produzirá o fenômeno de ectoplasmia.
O fenômeno de transporte consiste em trazer para determinado local objetos ali inexistentes, que se encontram em
outro local. Em geral, servem de objeto a esse fenômeno flores, frutos, joias e outros objetos de pequeno porte e,
mais raramente, até pessoas. Podem, também, ser trazidos objetos pertencentes ao mundo espiritual, que os
espíritos fabricam no laboratório daquele mundo, através de manipulação que operam no fluido universal. Trata-se
de manifestação mediúnica de efeitos físicos, que, para sua realização, exige a presença de médiuns dotados de
faculdades de expansão e de penetrabilidade, de modo a permitir a doação de fluido animalizado. É necessária
certa afinidade entre o espírito e o médium de quem vai se servir, possibilitando que a parte expansível do fluido
períspiritico encarnado se una com o desencarnado, tornando-se uma força única. Só assim, por meio de certas
propriedades que ainda não conhecemos inteiramente, é possível isolar o objeto a ser transportado, tornando-o
invisível e o conduzindo para outro local. À época de Kardec, o mecanismo do fenômeno de transporte ainda não
era bem compreendido, tendo o espírito Erasto, que o instruiu a respeito, dito, no Livro dos Médiuns, não ser possível
explicá-lo com relação a determinados aspectos. No presente capítulo, no entanto, André Luiz traz novas
informações, através do instrutor Áulus, que esclarece que o fenômeno se dá através da desmaterialização dos
elementos físicos do objeto, que, volatilizado, é transportado para onde queira o espírito e reconstituído de
imediato. O objeto transportado pode penetrar a matéria, ultrapassando portas e paredes. É o que esclarece Áulus,
segundo o qual "qualquer construção da forma física, não são fortalezas maciças, qual acontece em nossa própria
esfera de ação. O espaço persiste em todas as formações e, através dele, os elementos se interpenetram". Sendo
assim, é através desses espaços que pode ocorrer a interpenetração da matéria, mediante a desestruturação do
objeto transportado e a sua posterior recomposição, sempre sob a ação do operador espiritual.
86
Sobre o Fenômeno de Materialização:
A materialização pode se dar em graus variados. Pode ter pouca consistência, sendo uma forma mais vaporosa,
quase imperceptível ou apresentar a forma tangível, com todas as características de uma pessoa. Essa espécie de
materialização foi a que se deu no célebre caso acima citado, com o espírito Katie King, por intermédio da médium
Florence Cook e sob a orientação científica de William Crookes. No caso de materialização de espírito, tanto pode
se verificar na sua totalidade (corpo inteiro), como no caso de Katie King, acima mencionado, em que o espírito se
apresentava materializado de corpo inteiro, andando e falando como qualquer encarnado, como pode se dá apenas
com relação a partes do corpo (cabeça, mão, braço, etc.). Por outro lado, pode se materializar tanto um espírito
desencarnado como um encarnado, através de seu períspirito desdobrado do corpo físico, fenômeno conhecido como
"bicorporiedade".
Um exemplo também clássico de materialização de pessoa viva é o que ocorreu com Antônio de Pádua,
narrado por Kardec no Livro dos Médiuns. Exemplos de materialização total ou parcial podem ser encontrados tanto
no Antigo como no Novo Testamento. No Antigo Testamento, no livro de Daniel, 5.5, é narrado um episódio ocorrido
em banquete promovido pelo rei Belsazar, em que, à certa altura, apareceu uma mão materializada que escreveu
na parede do palácio uma mensagem, conforme a narrativa bíblica:
"Na mesma hora, apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura
da parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo." No Novo Testamento, exemplos de
materialização de corpo inteiro vamos encontrar nos episódios da transfiguração do Tabor e do aparecimento de
Jesus às mulheres, após a crucificação:
"Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto
monte; e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas
como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele." (Mateus, 17.1-3) "E eis que Jesus lhes veio
ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram. Então lhes disse Jesus:
Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão." (Mateus, 28.9-10)
87
Resumo
Seminário
“Nos29.
Domínios da Mediunidade”
Anotações em Serviço
Apresenta a avaliação de André Luiz quanto ao seu aproveitamento ao lado do instrutor Áulus no
aprofundamento do estudo da mediunidade. Na casa do instrutor, analisa suas várias nuances da mediunidade e,
acima de tudo, o aspecto moral de quem detém a faculdade e dos que dela se servem. Lamenta que a ciência
humana complique o estudo das faculdades psíquicas que favorecem o intercâmbio com o mundo espiritual,
adotando terminologia complicada, dificultando sua compreensão por grande parte das criaturas. Áulus considera
que a mediunidade é patrimônio de todos, mas cada homem e cada grupo de homens interpretam-na segundo o seu
modo de ver as coisas, e lembra que o mestre esteve entre nós e lidou da maneira mais natural possível com as
potências invisíveis ao vulgar, curando obsidiados e levantando enfermos. Não devemos nos preocupar com os nomes
que os estudiosos deem aos fenômenos, pois o que vale é a sinceridade com que nos devotamos ao bem. No seu
laborioso esforço, a ciência, rebuscando os fenômenos mediúnicos e dando-lhes nomes esquisitos, chegará ao
registro das vibrações psíquicas que irá garantir a dignidade da religião na Era Nova. Aos que interpretam a
mediunidade atormentada de formas diversificadas e aos médiuns que se isolam na torre de marfim do orgulho,
fixando-se em discussões brilhantes e estéreis, tomemo-los como viajantes em repouso, enquanto outros sofrem
para a implantação da fraternidade e da paz no mundo; mas chegará o dia em que a dor os convidará a sair do
repouso para que recomecem a experiência que lhes é necessária. Sabe-se que, por comodismo, muitos estudiosos
asseveram que somente se deve manter convívio com os Espíritos superiores, admitindo que as manifestações
mediúnicas sob a guante da obsessão e da enfermidade devem ser entregues a si mesmas. Mas os gênios realmente
superiores da Espiritualidade não abandonam os sofredores. Há os que não suportam qualquer manifestação
primitivista no terreno mediúnico, e se o médium não lhes correspondem à exigência, no campo da compreensão ou
competência, afastam-se categorizando por fraude ou mistificação valiosas expressões da fenomenologia, mas são
eles, porém os campeões do menor esforço, ignoram que o sábio e a criancinha foram alfabetizados no começo de
suas existências, e se esquecem que o professor lhes ofereceu na escola primária. O que desertam do serviço dizem
que o Espiritismo erra quando abriga os desequilibrados e os enfermos, convertendo seus templos de oração em
refúgios de alienados mentais, mas se pode perguntar a eles qual a diminuição que sofre a medicina por se dedicar
aos doentes. O médium não é responsável pelos que sofrem desequilíbrios e lhe pedem amparo, tanto quanto o
médico não pode responder pelas enfermidades dos que lhe requisitam a intervenção. “É muito fácil inventar teorias
que nos exonerem do dever de servir, é muito difícil aplicar os princípios superiores que esposamos, [...]”. Se a
recuperação do mundo dependesse de lindos discursos prenhes de teorias, o Cristo não precisaria ter vindo até nós:
enviaria proclamações angélicas à humanidade, sem sofrer junto com ela. Para os que afirmam que a obsessão é
produto implacável da lei de causa e efeito, não valendo a pena interferir, pergunte se os doentes devem ser
abandonados sob o pretexto de que são devedores perante a lei. De fato, não há dor sem justificação, mas, sabemos
que para garantir a nossa redenção frente ao outro, como desprezar o companheiro que sofre, em nome de princípios
a cujos funcionamentos estamos submetidos por nossa vez? Muitos equivocados sustentam que cada criatura deve
procurar a verdade por si, admitindo que as religiões não devem se intrometer em assuntos da própria orientação,
como se pudéssemos suprimir a escola dedicada as crianças, desqualificar o instrutor frente ao seu discípulo e
vilipendiar o amor imanente na Criação inteira. “O forte é tutor do fraco. O sábio responsabilizar-se-á pelo
ignorante. A criancinha na terra não prescinde do concurso dos pais.” O homem ainda não pode arrogar o direito de
apelar para a Verdade total. A ausência das religiões ou a supressão dos instrutores constituiriam a multiplicação
dos hospícios e o rebaixamento do nível moral do homem.
88
Questões iniciais para o estudo:
1) De um modo geral, quais os objetivos que podem motivar uma reunião mediúnica?
Martins Peralva, no livro "Estudando a Mediunidade", resume da seguinte maneira os objetivos que podem
motivar uma reunião mediúnica:
b) atividade limitada aos templos de iniciação, a distância dos necessitados de todos os matizes;
c) investigações científicas;
"Trata-se de uma classificação esquemática mas que bem resume as circunstâncias que podem nortear uma
reunião mediúnica, considerando os objetivos buscados por seus participantes. A mediunidade, em termos morais,
é neutra; não é boa nem má. Aos que receberam esse dom cabe, usando do livre-arbítrio, escolher com que objetivos
será ela praticada, se nobres ou fúteis e interesseiros. No primeiro caso, temos a mediunidade em sua expressão
mais nobre, praticada de conformidade com o exemplo de Jesus, tendo a caridade como fim; no segundo, é a
mediunidade improdutiva, sem propósitos caritativos; a terceira hipótese é instrutiva, desde que não se limite em
si mesma; e a quarta, é a forma mais imprópria da prática mediúnica, em que os praticantes buscam nos espíritos
a solução de seus problemas.
Para o Espiritismo, as reuniões mediúnicas devem buscar atender a objetivos elevados, acima de quaisquer
interesses materiais ou pessoais. No presente capítulo, o instrutor Áulus ensina que a mediunidade deve ser
vivenciada tomando-se Jesus como modelo. Como afirma o instrutor, o Mestre sempre esteve em contacto com as
potências invisíveis aos homens, curando obsidiados e enfermos em geral, conversando com Moisés e Elias no Monte
Tabor e voltando a se comunicar com os discípulos após o episódio da crucificação.
Por esses ensinamentos, portanto, podemos resumir em três os objetivos que devem ser buscados nas reuniões
mediúnicas numa casa espírita que pratique a mediunidade com Jesus: a prestação de socorro a encarnados e
desencarnados que sofrem das mais variadas formas de enfermidades; o recebimento de mensagens instrutivas e
trazedoras do ensino moral dos benfeitores espirituais do Mundo Maior e a experimentação de caráter científico
visando a demonstrar a imortalidade do espírito e a continuidade da vida após a morte do corpo físico.
A mediunidade é uma faculdade orgânica inerente ao ser humano e, sendo assim, nas palavras de Áulus, um
patrimônio comum a todos. Todos a possuem em grau maior ou menor, conforme seus órgãos de manifestação
estejam mais ou menos desenvolvidos. Os mesmos não são, contudo, os objetivos que levam à sua prática. Como
frisou, cada homem e cada grupo de homens no mundo dela se utilizam conforme o progresso moral que já tenham
conquistado. Uns a praticam conforme os ensinamentos de Jesus, dedicando seus esforços aos carentes do corpo e
da alma, dando de graça o que de graça receberam; outros, como vimos do relato de André Luiz em capítulo anterior,
a praticam para buscar dos espíritos a solução para os problemas vivenciados na vida material.
b) Seminário
"...o santuário de iniciação religiosa, qualquer que ele seja, é para nós venerável como posto avançado de
Qualquer templo religioso, não importa a denominação, desde que nele se pratique a adoração sincera a Deus,
é um posto de distribuição de luz espiritual, como disse Áulus. A adoração a Deus é um ato sublime, que nos eleva
e nos coloca em sintonia com o Criador, por intermédio de seus mensageiros. No entanto, os que nele se refugiam,
deixando de atender à cooperação com obra da Criação, prendendo-se a uma pregação ainda que brilhante, porém
improdutiva, estão, na verdade, isolando-se em torno de seu orgulho, numa prática religiosa que não atende aos
objetivos por que reencarnamos. Perdem, com discussões infecundas, um tempo precioso que poderia ser dedicado
ao trabalho de auxílio aos necessitados, como fez Jesus em sua passagem terrena. A religião deve servir como
instrumento e não como um fim em si mesmo.
c) "O Espiritismo não pode responsabilizar-se pelos desequilíbrios que lhe pedem amparo, tanto quanto não
podemos imputar ao médico a autoria dos males que lhe requisitam a intervenção. Aliás, temos nele o benfeitor da
mediunidade torturada e da mente doentia, propiciando-lhes os bálsamo e o esclarecimento indispensáveis ao
reajuste."
Nesta passagem, Áulus refuta a crítica dos que alegam que o Espiritismo não deveria atender aos que padecem
de alguma forma de desequilíbrio, sob a alegação de que essa prática converteria seus templos de oração em locais
destinados a refúgio de alienados mentais. Tal pensamento, evidentemente, trata-se de um equívoco. Com bem
comparou o instrutor, seria admitir uma diminuição da Medicina pelo fato de buscar a cura dos que padecem das
mais variadas enfermidades. Assim como o médico não pode ser responsabilizado pelas doenças, o Espiritismo
também não o pode pelos desequilíbrios dos que nele buscam o alívio para seus males. É através do esclarecimento
que o Espiritismo proporciona àqueles que estão psiquicamente desequilibrados e aos médiuns que se encontram
desviados do trabalho enobrecedor que esses males são gradativamente atenuados, até serem afastados dos que
deles padecem.
4) A mediunidade praticada nos centros espíritas deve se restringir a comunicações de Espíritos Superiores?
As reuniões mediúnicas em que os Espíritos Superiores comparecem para nos trazer mensagens instrutivas
deve ser uma das metas dos centros espíritas. Entretanto, não apenas ao plano espiritual superior deve ser dedicada
a prática da mediunidade. Permitir que os irmãos sofredores do mundo espiritual se manifestem é um ato de
caridade que não pode deixar de ser praticado. É através dessas manifestações que muitos processos obsessivos são
debelados; que muitas enfermidades são tratadas e que inimizades seculares são convertidas em fraternidade. As
manifestações da Espiritualidade Superior deve sempre ser muito bem recebida nos centros espíritas. Mas não se
deve jamais fechar o canal mediúnico aos sofredores do mundo espiritual que necessitam de esclarecimento.
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Resumo
Seminário
“Nos Domínios da Mediunidade”
30. Últimas Páginas
Relata os últimos momentos de André Luiz e Hilário ao lado do instrutor Áulus, quando são tecidas as
considerações em torno da mediunidade. O Instrutor identifica, de maneira sublime e poética, a mediunidade nas
profissões, dizendo que o lavrador é o médium da colheita; o carpinteiro, o médium das utilidades preciosas; o
escultor, o médium da obra-prima; o gari, o médium da limpeza pública; e o juiz o médium das leis. No lar onde
será prestado o socorro a uma criança, Áulus tece comentários sobre a família consanguínea, considerando-a como
uma reunião de almas em processo de evolução, reajuste, aperfeiçoamento ou santificação. Acrescenta que o
homem e a mulher no matrimônio em que honram o compromisso perante a harmonia universal são médiuns da
própria vida, materializando amigos e adversários de ontem em filhos e irmãos, e que, além do lar, é difícil
identificar onde a mediunidade seja mais espontânea. O instrutor prepara-se para partir, deixando nos amigos no
cumprimento de sua tarefa naquele singelo lar e pede a André Luiz que faça a oração de despedida, a qual se inicia
com a expressão “Senhor Jesus! Faze-nos dignos daqueles que espalham a verdade e o amor! “. Áulus humildemente
entendeu a referência amiga e, comovido e silencioso, abraça os amigos, deixando -os entregues ao trabalho de
socorro à criança enferma.
1) Como podemos entender a seguinte assertiva: "A mediunidade como instrumentação da vida urge em toda a
parte"?
A mediunidade, como fenômeno estudado pelo Espiritismo, é uma faculdade inerente ao homem, que lhe
possibilita receber a influência do mundo espiritual. Na dissertação em questão, narrada por André Luiz neste
capítulo, porém, o Assistente Áulus dá uma outra conotação ao termo, destacando a importância daquele que, no
mundo da matéria, tal qual o médium que serve de instrumento do mundo espiritual nos fenômenos mediúnicos,
com sua força de vontade, esforço e aptidão para o trabalho, produzem algo de útil à coletividade, como o artista
em relação à arte e o varredor em relação à limpeza. Enfim, "todos os homens, em suas atividades, profissões e
associações são instrumentos das forças a que se devotam", completa o Assistente. E não apenas o homem pode ser
considerado médium e instrumento da vida. Até mesmo a planta, que intermedeia o surgimento do fruto e a flor,
que propicia o perfume, podem ser considerados médiuns, segundo a conceituação de Áulus, pois "produzem, de
conformidade com os ideais superiores ou inferiores em que se inspiram, atraindo os elementos invisíveis que os
rodeiam, conforme a natureza dos sentimentos e ideias de que se nutrem.
" Todos podemos ser considerados médiuns, pois "em todos os lugares, damos e recebemos, filtrando os
recursos que nos cercam e moldando-lhes a manifestação, segundo as nossas possibilidades".
Conforme os Espíritos responderam a Kardec, toda ocupação útil é trabalho. Sendo assim, a lei do trabalho é
uma das Leis Naturais que devem ser observadas pelo homem para alcançar o seu progresso espiritual. A
mediunidade, como temos visto no presente estudo, quando praticada com Jesus, é trabalho santificado, que eleva
e sublima o médium, mesmo quando não manifestada de maneira consciente.
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3) De que forma entendermos as seguintes afirmativas:
3-a) "A família consanguínea é uma reunião de almas em processo de evolução, reajuste, aperfeiçoamento ou
santificação."
O núcleo familiar é programado quando ainda nos encontramos no plano espiritual, preparando-nos para a
reencarnação. São reunidos num mesmo ambiente devedores em resgate de antigos compromissos mutuamente
assumidos, desafetos do passado, companheiros de erros praticados em experiências pretéritas, espíritos ligados
por laços afetivos, enfim, alguma vinculação sempre há entre os espíritos, de modo a motivar a formação do grupo
familiar para a vinda em conjunto à Terra. No decorrer da jornada terrena, esses espíritos vão vivenciar situações
que motivaram o planejamento feito. Num planeta de provas e expiações, morada destinada a espíritos ainda com
grandes dificuldades, a família, via de regra, é formada pela necessidade de reparação mútua entre os espíritos. O
lar é o lugar onde se dá esse reencontro de espíritos que estão reiniciando a luta, unidos pelos laços da afeição ou
da reparação. Ninguém é pai, mãe, filho, irmão, marido ou mulher de outrem por acaso. A reencarnação é o
mecanismo divino para propiciar esse reencontro desses espíritos, propiciando a oportunidade de se harmonizarem
e aprenderem a perdoar e a amar. Algum vínculo anterior sempre há entre os espíritos que se reúnem num mesmo
grupo familiar, que o esquecimento do passado não nos permite lembrar nesta existência. Como se disse durante o
estudo, "o lar é o lugar onde as almas se agrupam para produzir as grandes manifestações de transformação e
reajuste num clima de interação mutua, colimando atingir o final dos processos de libertação ou resgate."
3-b) "O homem e a mulher, abraçando o matrimônio por escola de amor e trabalho, honrando o vínculo dos
compromissos que assumem perante a Harmonia Universal, nele se transformam em médiuns da própria vida,
responsabilizando-se pela materialização, a longo prazo, dos amigos e dos adversários de ontem, convertidos no
santuário doméstico em filhos e irmãos."
A união conjugal entre o homem e a mulher dá ensejo ao retorno de espíritos que necessitam da volta à carne
para os devidos processos de reparação e reajuste. É a satisfação de antigos compromissos assumidos perante a Lei
Universal, que é de harmonia e não admite desequilíbrios. Proporcionando o retorno desses espíritos como filhos, o
homem e a mulher assim se transformam em "médiuns da própria vida", na sábia expressão utilizada por Áulus.
Médiuns da própria vida porque servem de instrumento para a reunião desses espíritos afetos ou desafetos do
passado, convertendo-os em filhos e irmãos e fazendo com que a afeição de ontem seja consagrada pelo amor de
hoje ou que nele seja transformada a desafeição.
3-c) "A paternidade e a maternidade, dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para o
Espírito reencarnado na Terra, pois, através delas a regeneração e o progresso se efetuam com segurança e clareza."
Aos pais cabem cumprir a sua missão de reeducar o espírito que estão recebendo como filho. Ensinam os
Espíritos que a paternidade (aqui, empregado o termo em sentido amplo, que abrange também a maternidade) "é
uma verdadeira missão". Deus colocou o filho sob a tutela dos pais a fim de que estes o dirijam pela senda do bem.
Se o filho vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos da queda e partilharão com ele os sofrimentos,
por não terem feito o que lhes estava ao alcance. No entanto, sabemos que cada espírito tem a sua história, a sua
natureza. Nem sempre os pais conseguem êxito na tentativa de cumprirem sua missão. Ao espírito reeducando cabe
assimilar os ensinamentos que lhe são dirigidos. É, portanto, uma via de mão dupla, cujo final somente será o
desejado se ambos atenderem aos seus deveres.
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3-d) "Quem caminha com a responsabilidade não deve esquecer as horas."
Áulus sentiu que era chegado o momento final de mais um ciclo e assim, dali pra frente, começaria uma nova
etapa na vida de André Luiz e Hilário. Percebendo que André Luiz sentia o mesmo, pediu-lhe que fizesse uma prece,
onde André Luiz se externou de forma tão espontânea que depois acabam se emocionando, ele e Hilário.
5) Comente de que forma entendeu, o que mais lhe chamou a atenção, enfim faça seu comentário acerca do
capítulo em estudo.
O que mais chama à atenção neste capítulo é o enfoque final, tendo presente que a objetivação do fenômeno
é inovadora e esclarecedora. Voltamos para o começo e relembremos que o fato mediúnico não fica encerrado nos
poucos minutos que dura uma reunião de serviço espiritual. A vida do espírito palpita em todo minuto, e seu
relacionamento com o seu entorno é incessante. Enfrentar essa realidade é o desafio que se propuseram aqueles
que organizaram esta obra. Alertar seus irmãos em torno a responsabilidades da vida que continua fluindo de
maneira permanente. No primeiro Capítulo da obra, o Instrutor Albério afirmava com clareza que "agimos e reagimos
uns sobre os outros, através da energia mental em que nos renovamos constantemente, criando, alimentando e
destruindo formas e situações, paisagens e coisas, na estruturação de nossos destinos". Tudo isso é vida, é
relacionamento e é mediunidade, porque ficamos no meio dos acontecimentos que irão a modelar-nos para o amanhã
de luz que o Senhor nos tem reservado.
Senhor Jesus!
Acrescenta os tesouros da sabedoria nas almas que se engrandecem no amparo aos semelhantes.
Ajuda aos que se despreocupam de si mesmos, distribuindo em Teu Nome a esperança e a paz...
Ensina-nos a honrar-te os discípulos fiéis com o respeito e o carinho que lhes devemos.
Extirpa do campo de nossas almas a erva daninha da indisciplina e do orgulho, para que a simplicidade nos
favoreça a renovação.
Não nos deixes confiados à própria cegueira e guia-nos o passo, no rumo daqueles companheiros que se elevam,
humilhando-se, e que por serem nobres e grandes, diante de Ti, não se sentem diminuídos, em se fazendo
pequeninos, a fim de auxiliar-nos...
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