Apostila - Transmissão de Energia Elétrica - Curso Básico - 2 - 2
Apostila - Transmissão de Energia Elétrica - Curso Básico - 2 - 2
Apostila - Transmissão de Energia Elétrica - Curso Básico - 2 - 2
CURSO BÁSICO
2.1.4.1.3.5.4 – Drycol
Esquema de um Drycol
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2.1.4.1.3.7 – Cromatografia
Combustíveis:
9 H2 = hidrogênio;
9 CH4 = metano;
9 C2H6 = etano;
9 C2H4 = etileno;
9 C2H2 = acetileno;
9 CO = monóxido de carbono.
Não combustíveis:
9 N2 = nitrogênio;
9 O2 = oxigênio;
9 CO2 = dióxido de carbono.
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a) TC tipo barra
É aquele cujo enrolamento primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo
do transformador.
Os transformadores de corrente de barra fixa em baixa tensão são extensivamente
empregados em painéis de comando de elevada corrente, tanto para uso em proteção
quanto para medição.
Os transformadores de corrente do tipo barra fixa são os mais utilizados em subestações
de potência de média e alta tensões.
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Detalhes Construtivos de um TC
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b) TC tipo enrolado
c) TC tipo janela
d) TC tipo bucha
É aquele cujas características são semelhantes ao TC do tipo barra, porém sua instalação
é feita na bucha dos equipamentos (transformadores, disjuntores, etc.), que funcionam
como enrolamento primário, de acordo com a figura.
São empregados em transformadores de potência para uso, em geral, na proteção
diferencial, quando se deseja restringir ao próprio equipamento o campo de ação desse
tipo de proteção.
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Representação de TC e Polaridades
Como regra, temos que a corrente primária I1 entra pela polaridade e a corrente
secundária I2 sai pela polaridade e assim, temos I1 e I2 em fase.
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Os TC's para serviço de medição devem retratar fielmente a corrente a ser medida. É
imprescindível que apresentem erros de fase e de relação mínimos dentro de suas
respectivas classes de exatidão. Segundo as normas da ABNT e ANSI, os
transformadores de corrente devem manter sua exatidão na faixa de 10 a 100% da
corrente nominal, ou seja:
Os TC’s de medição devem manter sua precisão para correntes de carga normal,
enquanto os TC’s de proteção devem ser precisos até o seu erro aceitável para corrente
de curto-circuito de 20 x In.
Para medição, em caso de curto-circuito, não há necessidade que a corrente seja
transformada com exatidão. É até melhor que em condições de curto-circuito, o TC
sature, proporcionando assim, uma auto-proteção aos equipamentos de medição
conectados no seu secundário.
Os núcleos magnéticos dos TC’s de medição são de seção menor que os de proteção
para propositadamente saturarem durante o curto-circuito quando a corrente atinge
valores altos. Essa saturação limita o valor da sobretensão aplicada nos equipamentos de
medição.
Outro detalhe muito importante é que quando o secundário de um TC se abre, tendo
corrente no primário, o TC rapidamente satura, e gera uma sobretensão que pode chegar
ao nível de milhares de volts.
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Os TP’s são enquadrados em uma das seguintes classes de exatidão: 0,3 – 0,6 – 1,2.
Considera-se que um TP está dentro de sua classe de exatidão, nas condições
especificadas (tensão compreendida na faixa de 90 a 110% de nominal, com freqüência
nominal, para todos os valores de fator de potência indutivo da carga, medida no primário
do TP, compreendidos entre 0,6 e 1,0) quando nestas condições, os pontos determinados
pelos fatores de correção relação (FCR) e pelos ângulos de fase (γ) estiverem dentro do
“paralelogramo de exatidão” correspondente as suas classes de exatidão.
São indutâncias com núcleo magnético muito similar aos transformadores de potência.
São utilizados para compensar a potência capacitiva gerada por linhas longas (>200 km),
realizando-se desta maneira uma regulação da tensão, pois, o contrário, em ausência de
uma compensação indutiva, alcançaria valores muito elevados de tensão no extremo da
carga.
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Principais componentes
Reator (ABB)
3) Relé Buccholz: São usados em reatores para proteção contra geração de gases
provocados por descargas internas ou sobreaquecimentos e aumentos anormais de
fluxo de óleo entre o tanque de expansão e o tanque do reator.
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Válvula de Alívio
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9 Temperatura do óleo:
• 1º grau: 85º.
• 2º grau: 95º.
9 Temperatura do enrolamento:
• 1º grau: 105º.
• 2º grau: 120º.
12) Reservatório de Sílica: Tem por finalidade de secar o ar aspirado pelos reatores
resfriados a óleo, quando a temperatura cai, causando a contração do óleo.
O Secador é abastecido com sílica gel, que a propriedade de absorver umidade até
40% do seu próprio peso.
No estado ativo a sílica gel tem a cor laranja e quando saturada com umidade
apresenta a cor branca. A umidade pode, entretanto, ser extraída e a sílica gel ser
reaproveitada.
A tampa inferior do secador é provida de um reservatório (copo) de óleo, que possui a
função de um filtro hidráulico, que tem como finalidade de reter as partículas em
suspensão no ar.
O nível de óleo deverá estar entre as duas linhas vermelhas do reservatório e deverá
estar com o próprio óleo do reator.
13) Dispositivo coletor de gás: Possui a função de tornar acessível “a altura de homem” os
gases recolhidos no relé “Buccholz”, para facilitar o exame e a válvula (1) para permitir
o teste de funcionamento dos contatos mediante a introdução de ar ou nitrogênio pela
válvula (7).
Quando houver a atuação do relé desligando o reator seguir o procedimento abaixo:
Informações que podem ser obtidas através do estado dos gases coletados:
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14) Válvula de separação tipo borboleta: São usadas para retenção de óleo isolante no
tanque do reator. A abertura e fechamento da válvula são feitos liberando-se o parafuso
de travamento e girando-se a borboleta através da porca sextavada, com o auxílio de uma
chave fixa.
15) Indicador de nível de óleo: É utilizado para sinalizar continuamente a posição do nível
de óleo no conservador. A variação do volume implica em movimentação da membrana
que por sua vez movimenta a haste da bóia do indicador atuante sobre o ponteiro do dial
do indicador de nível de óleo.
2.1.4.5 – Disjuntor
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Os tipos construtivos dos disjuntores dependem dos meios que utilizam para extinção do
arco. Existe no mercado uma grande quantidade de marcas e tipos de disjuntores
empregando as mais diversas técnicas, às vezes particulares para certas aplicações.
Independentemente das características elétricas disponíveis entre os vários disjuntores
comercializados, estes podem ser estudados de duas formas básicas: o sistema de
interrupção do arco e o sistema de acionamento.
Será apresentado a título de exemplo, o disjuntor a gás SF6 de fabricação ABB.
2.1.4.5.4 – Componentes
Os componentes foram enumerados de acordo com a figura do disjuntor ABB:
Disjuntor ABB
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9 Molas: consiste em uma bateria de molas, que é carregada por dois motores
dotados de uma barra de parafuso, e um mecanismo para atuação da abertura e
fechamento. A bateria de molas é carregada automaticamente após cada operação
de fechamento.
9 Caixa de equipamentos: onde se localiza os motores que farão o carregamento das
molas.
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9 Níveis Operacionais
9 Termomagnéticas:
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Observação: Caso seja detectado a falta de Vcc no cubículo central do disjuntor, deverá
ser verificada a termomagnética no painel de proteções correspondente ou no painel de
alimentação geral de contínua na sala de equipamentos.
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2.1.4.6.3 – Componentes
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4) Contato Móvel: Lâmina com a função de abrir ou fechar o circuito elétrico de alta
tensão.
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1) Motor trifásico;
2) Freio elétrico do motor;
3) Chave seletora de comando (local/remoto): S8
4) Botoeira de fechamento: S6;
5) Botoeira de abertura: S7;
6) Botoeira de intertravamento: S10;
7) Chave fim de curso para iluminação: S11;
8) Bocal de encaixe da manivela para operação manual: be;
9) Relé de falta e de seqüência de fase: F2;
10) Contatos de intertravamento para operação manual: S9;
11) Relé térmico do motor: F1;
12) Contatos auxiliares;
13) Contatores:
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1) Motor trifásico;
2) Freio elétrico do motor;
3) Botoeira de intertravamento: S10;
4) Chave fim de curso para iluminação: S11;
5) Bocal de encaixe da manivela para operação manual: be;
6) Contatos de intertravamento para operação manual: S9;
7) Relé térmico do motor: F1;
8) Contatos auxiliares;
9) Contatores:
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9 Relé térmico:
• Atuação do relé F1: possível sobrecarga no motor, necessário efetuar o
“reset” do mesmo.
9 Falta de fase no circuito motor:
• Atuação do relé F2: indica falta de uma ou mais fases ou inversão do
sentido de rotação, necessário para normalizá-lo realizar a reposição da
alimentação ou a inversão.
9 Discordância de Pólos:
• Atuação do relé temporizado K5: causado pelo fechamento ou abertura
de apenas um ou dois dos três pólos da seccionadora, ou seja, é a
situação em que os três pólos não cumprem com o mesmo estado
(abertos ou fechados), será necessário normalizar os três pólos e
detectar a possível falha.
9 Chave S8 em posição local:
• Impossibilita a manobra remota desde a IHM (SE ou COS) e UAC (SE),
deverá ser passada para posição remota’.
9 Não aceitação de ordem elétrica (remota ou local) de abertura ou fechamento:
• Para manobra elétrica da seccionadora (local ou remota), não poderá
estar acionado o eixo de acoplamento de manobra manual em nenhum
dos três pólos, o que ocasionaria a falta do negativo de comando.
Observação: Caso seja detectado a falta de Vcc no cubículo central do disjuntor, deverá
ser verificada a termomagnética no painel de proteções correspondente ou no painel de
alimentação geral de contínua na sala de equipamentos.
2.1.4.7 – Pára-raios
Aparelho que tem por fim proteger as instalações elétricas contra o efeito de sobretensões
excessivas de causas internas da instalação ou externas, descarregando-as para a terra.
Apresentam um comportamento automático, onde seu valor ôhmico muda de acordo com
o valor da tensão, chegando a ficar em curto-circuito com uma tensão superior a tensão
disruptiva.
Realiza a proteção do sistema elétrico dos surtos de tensão originados por descargas
atmosféricas nas linhas de transmissão ou nas proximidades, sobretensões no sistema
causados por manobras mal feitas ou por operação automática de equipamentos, sejam
eles disjuntores e/ou banco de capacitores, reatores e compensadores.
Está locado na entrada da subestação e antes do reator.
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Pára-raios
O pára-raios possui:
Contador de Descargas
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Desta forma, a seleção do esquema a ser adotado, bem como as especificações dos
equipamentos associados, deve ser feita em função de um ou mais fatores acima
mencionados.
Por outro lado, as especificações dos equipamentos dos serviços auxiliares devem ser
adequadas para eventualmente permitir a evolução de um esquema mais simplificado
para outro mais sofisticado.
A classificação mais usual das cargas a serem supridas é feita em função da análise das
conseqüências acarretadas sobre a capacidade de transmissão do sistema de uma
eventual perda de suprimento à carga, como pode depreender das definições que se
seguem:
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3.1.2 – Terminologia
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Sistema de Proteção
3.1.3.1 – Preceitos
Os seguintes preceitos são generalizados para qualquer Sistema de Proteção:
9 A Proteção deve desligar o mínimo necessário de componentes para isolar a
falha ou anormalidade, no mínimo de tempo possível (seletividade velocidade);
9 A Proteção deve ter sensibilidade suficiente para cobrir a maior parte possível
do universo de possibilidade de falhas e anormalidades no componente ou
sistema protegido (dependabilidade);
9 A Proteção não deve atuar desnecessariamente (segurança);
9 Deve haver, sempre, uma segunda Proteção, local ou remota, para a detecção
de uma mesma anormalidade (dependabilidade);
9 Um esquema mais simples de proteção, desde que cobertos os requisitos
básicos, apresenta uma menor probabilidade de atuação desnecessária
(simplicidade incrementando a segurança, com economia);
9 Quanto mais caro o Sistema de Proteção, mais se justifica o investimento na
confiabilidade (dependabilidade) do Sistema de Proteção (economia = custo X
beneficio).
3.1.4 – Zonas de Proteção
A filosofia geral de proteção de um sistema elétrico é dividi-lo em “zonas de proteção” de
modo que, quando da ocorrência de uma anormalidade, haja o mínimo de desligamentos
possível, preservando o máximo de continuidade dos serviços.
O sistema é dividido em zonas de proteção para:
9 Geradores;
9 Transformadores;
9 Barras;
9 Linhas de Transmissão e Subtransmissão;
9 Dispositivos e Sistemas de Compensação Reativa;
9 Circuitos de Distribuição;
9 Transformadores de Distribuição;
9 Motores;
9 Outras cargas.
Zonas de Proteção
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É aquela que, por especificação e escolha de projeto, tem condição de detectar uma
anormalidade para a qual foi concebida, no componente protegido, contemplando os
requisitos de seletividade, confiabilidade e de velocidade.
Dependendo da importância do componente protegido, pode existir projeto com duas
proteções principais, que no caso de serem iguais são denominadas “duplicadas” ou
“primária + alternada”. O que caracteriza o fato de serem “principais” é o atendimento aos
requisitos básicos de velocidade, seletividade e confiabilidade.
Mais recentemente no Brasil optou-se por duplicar relés ou funções principais para
proteção de linhas de transmissão de Extra Alta Tensão (níveis de tensão iguais ou
superiores a 345 KV) como exigência da Aneel para novas instalações.
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CURSO BÁSICO
É aquela que, também por especificação e escolha de projeto, tem a finalidade de ser a
segunda ou terceira proteção a detectar uma mesma anormalidade em um dado
componente do sistema de potência, atuando o respectivo disjuntor quando da falha da
proteção principal.
Para garantia da seletividade a proteção de retaguarda utiliza temporização intencional
para que se aguarde a atuação da proteção principal. Apenas no caso de falha da
principal, após uma temporização ajustada, é que atuaria a proteção de retaguarda.
Retaguarda Local
Uma proteção de retaguarda pode estar instalada no mesmo local da proteção principal.
Neste caso é denominada de “retaguarda local”.
Retaguarda Remota
Ou pode estar instalada em um outro componente adjacente àquele original. Neste caso é
denominada de “retaguarda remota”:
Qualquer desbalanço num sistema trifásico, com ou sem terra, faz com que apareça
componentes simétricas de seqüência negativa.
O surgimento da componente de seqüência negativa I2 significa que há desbalanço da
corrente através do circuito onde está aplicada a proteção e pode ser causada por:
O desbalanço de corrente é um fator grave para máquinas rotativas, uma vez que induz
correntes de freqüência dupla no rotor (ferro), causando aquecimento.
Portanto a função de seqüência negativa é utilizada principalmente para proteção de
motores e geradores. Seu código ANSI é 46.
Para Linhas de Transmissão, esta função é utilizada em casos especiais onde há
dificuldades de detecção de curtos-circuitos, como por exemplo uma linha longa em alta
ou média tensão, onde as faltas se confundem com as cargas e as funções de
sobrecorrente e de distancia têm dificuldades. Lembrando que a seqüência negativa de
corrente aparece sempre que há desbalanço, com ou sem terra, e ela pode ser utilizada
para detectar curto-circuito. A exigência é que a carga, em condições normais, deve ser
equilibrada o suficiente para não atingir limite de atuação da proteção.
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Conceito da Função 67
Os relés são conectados para atuar, por exemplo, para correntes saindo da barra para a
linha. Caso haja corrente no sentido inverso, mesmo que de grande intensidade (condição
de curto circuito), essa função direcional de sobrecorrente não atua:
Como o próprio nome menciona, é uma função para detectar condições de tensão
superiores ou inferiores aos valores normalmente aceitos para a Operação do Sistema ou
do Equipamento.
São realizados através de relés específicos conectados nos lados secundários dos
Transformadores de Potencial.
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Para detectar condições de tensão superior a um valor aceitável. Pode ser de dois tipos:
Função de Sobretensão Instantânea ou Função de Sobretensão Temporizada.
A função instantânea não possui temporização intencional, isto é, seu tempo de atuação
depende apenas de suas características construtivas e inerentes ou do seu algoritmo (no
caso de ser digital). Por outro lado, a função temporizada é construída para introduzir uma
temporização intencional e ajustável. Os relés de sobretensão temporizados são,
geralmente, de característica definida de tempo (não inversa):
A função atua quando a tensão cair abaixo de um valor ajustado. Esta função pode ser
utilizada como proteção para equipamentos que não podem operar com tensão abaixo de
um certo limite (geralmente máquinas rotativas), ou pode ser utilizada apenas como relé
de subtensão para desligamento automático de circuito quando de falta de tensão (relé de
manobra).
Considerando o princípio, torna-se evidente que uma função de distância deve ser
alimentada por TC’s (correntes) e TP’s (tensões).
Zonas de Alcance
Uma proteção de distancia não possui apenas uma zona de alcance. Ela possui várias
zonas, sendo que cada zona pode ser ajustada com seus respectivos valores de alcance
e tempo.
As figuras a seguir ilustram o caso de uma proteção com três zonas de alcance no sentido
direcional e uma zona de alcance não direcional.
Zonas de Alcance
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Quando numa configuração disjuntor e meio, a seccionadora de linha está aberta com
pelo menos um disjuntor do terminal fechado, há possibilidade de ocorrer curto-circuito
entre o(s) disjuntor(es) e a seccionadora de linha. A figura a seguir ilustra o mencionado.
Função STUB
A proteção de linha, para este esquema de barras, deve ter uma função denominada
“STUB Bus” que detecta esta condição. A proteção de linha deve ter a informação de
seccionadora aberta (deve haver cablagem para tanto, para uma entrada digital da
proteção).
A proteção STUB é proporcionada por uma função de Sobrecorrente (50-STUB) que atua
instantaneamente para o curto e desliga o(s) disjuntor(es) quando a seccionadora está
aberta.
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Em cada extremidade, se faz a comparação das polaridades das correntes das duas
extremidades e se efetua uma verificação lógica a cada meio ciclo. Na figura acima se
observa sinal constante A ou B, o que dá uma condição de “trip”.
Quando o curto-circuito for externo à LT, tem-se o mostrado na figura a seguir:
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9 Par de fios telefônicos: Neste caso, a proteção é chamada de “Fio Piloto”. Neste
caso, a extensão máxima está limitada a cerca de 12 km, e mesmo assim, em
rota de alta confiabilidade;
9 Equipamento OPLAT (Carrier): Apesar de utilizado em algumas pouca linhas,
não se trata de um meio adequado para a proteção diferencial;
9 Rádio microondas;
9 Rede de comunicações, pública ou privada: Geralmente digital. Tanto uma rede
privada de microondas como uma rede alugada de comunicações poderia
servir, mas também não são indicadas para proteção diferencial;
9 Dielétrico – fibra óptica: Dielétrico específico para comunicação direta entre os
relés das duas extremidades. Trata-se do meio adequado para a proteção
diferencial de LT. Há, entretanto, limitação na distancia (varia de 1,5 a 35 km),
dependendo do tipo de fibra e do tipo de tecnologia de comunicação.
9 Fibra óptica em OPGW: Meio bastante adequado para proteção diferencial de
LT, com a vantagem de não haver limitação da extensão da LT, uma vez que há
repetidoras para a comunicação OPGW.
Vantagens:
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CURSO BÁSICO
9 Não necessita de TP’s para proteção. TP’s são geralmente conectados ao relé
para fins de medição, oscilografia e verificação de tensão para o religamento
automático;
9 Imune a oscilações de potência;
9 Facilita a proteção de linhas com compensação série;
9 Poucos ajustes e alta confiabilidade.
Desvantagens
Uma proteção de sobrecarga (proteção térmica – Código 49) deve, portanto, emular as
condições de aquecimento do componente protegido em função da corrente através
desse componente.
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As instruções de operação definem, neste caso, a forma de atuação dos operadores que
podem ser: acionamento das equipes de manutenção, isolação do equipamento
defeituoso, etc.
Os distúrbios identificados como transitórios, simplesmente não atuam este tipo de relé,
ficando os disjuntores livres para acionamento.
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Terminologia:
9 Permite religamento com tensão na linha e sem tensão na barra (linha viva /
barra morta);
9 Permite religamento com tensão na barra e sem tensão na linha (linha morta /
barra viva);
9 Permite religamento com tensão em ambos os lados, com:
Linhas aéreas em alta tensão são um dos componentes do sistema elétrico que
apresentam maior vulnerabilidade a ocorrências que provocam curtos-circuitos, com
conseqüentes desligamentos forçados de circuitos de LT através da atuação das
proteções.
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A maior parte desses desligamentos forçados está associada a faltas de natureza fugitiva,
isto é, faltas que se extinguem ao se desligar a LT, permitindo que a mesma seja religada
sem problemas imediatamente após o desligamento inicial, restabelecendo a continuidade
do sistema elétrico. Esse restabelecimento pode ser feito:
3.4 – Teleproteção
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Tanto uma rede privada como uma rede alugada de comunicações poderia servir, mas
também não são indicadas para teleproteção.
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Tipos de Esquemas
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Este esquema é uma variação do anterior, para evitar falsos desligamentos quando de
recepções espúrias. No circuito de desligamento pela recepção é colocada uma
supervisão (“permissão”), de tal maneira que o trip é efetuado apenas quando de curto-
circuito com direção e alcance detectados por um elemento de partida direcional.
Com isso, a confiabilidade é aumentada, diminuindo a probabilidade de falsos
desligamentos. Este esquema é bastante sugerido por fabricantes europeus, para linhas
de transmissão de comprimentos médio e longo. Uma falha do canal de comunicação não
compromete a proteção da linha, a menos do tempo de desligamento:
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Deve-se observar que neste tipo de esquema, uma falha no canal de comunicação
compromete a proteção rápida da linha.
Um outro aspecto muito importante a observar é que este esquema pode ser utilizado
com Relés de Sobrecorrente Direcionais (fase e terra) ao invés de relés de distância. Isto
decorre do fato de que o ajuste do alcance não é criterioso para o esquema. Apenas a
direção é crítica.
Neste esquema, o sinal de trip de uma extremidade é utilizado para desligamento direto
na outra extremidade, sem supervisão.
Às vezes é inevitável a necessidade de uso do esquema de transferência direta de
disparo, apesar do risco de desligamentos indevidos, para determinados casos.
Por exemplo, a proteção do Reator Shunt diretamente conectado na linha, sem disjuntor
local exige esquema DTT. Também no caso da proteção de falha disjuntor é necessária a
transferência direta de trip para a outra extremidade da linha.
Na figura a seguir mostra-se um exemplo do esquema:
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O aspecto principal deste esquema é evitar que uma informação crucial para a proteção
seja transmitida sobre uma linha em defeito. Assim, a transmissão é efetuada sobre a
linha apenas para “informar” a outra extremidade que o defeito é externo à linha.
Os relés de proteção S são conectados de tal maneira a detectar defeitos “para trás”.
Quando de defeito em F3, a proteção S da extremidade B ativará o Carrier e transmitirá
sinal para bloqueio da outra extremidade. A proteção P na extremidade A detectará
também o defeito F3. Porém, seu trip é retardado de 13 a 16 ms para que haja tempo
para chegada do sinal de bloqueio.
Para curtos-circuitos em F1 e F2, nenhuma proteção S atuará. Mesmo que haja uma
eventual atuação de um relé S, a atuação da proteção P bloqueará a transmissão. Após
as temporizações CS, os disjuntores serão desligados. O Carrier, neste caso, não tem
influência na proteção.
Evidentemente, as proteções P e S devem ser direcionais. Podem ser utilizados relés de
distância ou relés direcionais de sobrecorrente.
Observa-se, finalmente, que os relés de proteção P deverão ser ajustados com
sobrealcance.
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Para um defeito na linha, pelo menos um dos relés detecta o mesmo na sua 1ª zona. Este
relé desliga o respectivo disjuntor e envia sinal para a outra extremidade da linha. Na
extremidade receptora, o sinal é utilizado no relé de distância para uma das duas
alternativas:
9 Para cancelar a temporização de 2ª zona. A seguir o relé irá atuar (trip). Este
esquema é o chamado Aceleração de Zona;
9 Para prolongar o alcance de 1ª zona. A seguir o relé atuar (trip). Este esquema
é o chamado de Prolongamento de Zona.
O sinal transmitido pela primeira extremidade e recebido na segunda pode ser o sinal de
“trip” ou o sinal de “direção”.
A proteção de barras pode ser feita através de dois modos distintos, quanto à filosofia:
9 Proteção Remota;
9 Proteção Local.
Corrente Diferencial
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Em condição normal de carga, o erro pode não ser muito grande, mas numa condição de
curto-circuito, esse erro seria amplificado.
Assim, esse relé de sobrecorrente que mediria ID teria que ser ajustado com um valor
relativamente alto, o que impediria que a proteção tivesse sensibilidade para curtos
internos de baixa corrente.
Esse esquema de simples balanço de corrente foi tentado apenas nos primórdios da
tecnologia de Proteção (primeira metade do século 20), ou adotado apenas em esquemas
improvisados na falta de outros melhores.
As correntes |IA| + |IB| no circuito de restrição (r) tendem a restringir a atuação do relé. A
corrente diferencial (IA + IB) pelo circuito de operação (o) tende a operar o relé e é
ajustado num valor percentual com relação à restrição.
Para um curto externo, com grande corrente diferencial, a restrição também seria grande,
com o valor percentual da corrente diferencial não atingindo o valor de atuação. Para um
curto interno, a restrição continuaria grande, mas percentualmente a corrente diferencial
seria grande, e a proteção atuaria.
O esquema acima foi desenhado para uma “barra” com dois circuitos e com uma
representação eletromecânica, apenas para mostrar o princípio.
O módulo da soma das correntes seria a corrente de Operação e a soma dos módulos da
corrente seria a corrente de Restrição. Num gráfico, teríamos:
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Instala-se uma resistência ajustável no circuito diferencial, de modo que a tensão através
desse circuito diferencial tenha um determinado valor para um TC totalmente saturado
como mostrado na figura.
Se a proteção for ajustada para operar com valor de I para que a tensão através do
circuito diferencial seja > ∆V, então ela será estável para curto externo, mesmo com um
TC totalmente saturado. Para ajuste dessa proteção há necessidade de se conhecer:
9 Valor das resistências dos cabos secundários dos TC’s até a proteção (adota-se
a maior resistência);
9 Valor da resistência do secundário do TC (valor de fábrica);
9 “Burden” (carga) imposta pelo relé.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Observa-se que há apenas uma zona de proteção delimitada por disjuntores. Neste caso,
utiliza-se uma proteção diferencial trifásica ou três monofásicas (uma por fase). É a
configuração mais simples possível numa subestação que exige proteção diferencial de
barras.
Nota-se que há um espaço, entre os TC’s dos circuitos e os respectivos disjuntores que é
chamada de zona morta. Para detecção de curto-circuito nesse ponto, apesar de baixa
probabilidade de sua ocorrência, há necessidade de esquema ou lógicas específicas.
Trata-se de um problema comum na área de proteção.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Para essa situação, tem-se uma única zona de proteção com a seccionadora fechada, e
duas zonas de proteção com a seccionadora aberta.
Uma proteção diferencial aplicada para proteção dessa barra simples (seccionada) deve-
se adequar (automaticamente) a essa possibilidade de operação com seccionadora
aberta.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Nota-se que há, sempre, duas zonas distintas delimitadas por disjuntores.
Uma proteção diferencial (constituída de um ou mais relés) aplicada para proteção desse
barramento duplo deve adequar-se à configuração e ser seletiva para faltas em cada uma
das zonas.
3.5.2.5 – Barra Dupla com Barra e Disjuntor de Transferência
A figura a seguir mostra em esquema de barramento com barra dupla e barra de
transferência, havendo adicionalmente um disjuntor de transferência (que pode substituir
qualquer dos disjuntores dos circuitos, no caso de manutenção desse último).
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Observa-se que esta situação é bastante semelhante à anterior, sendo que a Barra de
Transferência pode ser incluída na Zona A ou na Zona B, dependendo da barra à qual
está conectada na ocasião.
Uma proteção diferencial (constituída de um ou mais relés) aplicada para proteção desse
barramento duplo deve adequar-se automaticamente à configuração, dependendo da
posição das chaves seccionadoras. E deve ser seletiva para faltas em cada uma das
zonas.
Pode-se afirmar que é um esquema que exige proteção diferencial para o pleno
aproveitamento de suas vantagens e do investimento adicional.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
A figura a seguir mostra um esquema com dois disjuntores por circuito. É raramente
utilizado, mas é possível encontrar esse esquema em sistemas de Extra Alta Tensão. No
Brasil existe na subestação de 500 kV da UHE Água Vermelha, nas interligações com
Furnas e Cemig.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Esquema Anel
Trata-se de uma função que tem a finalidade de detectar falha de abertura de disjuntor
quando de um comando automático de desligar. O disjuntor é parte integrante do sistema
de proteção, sendo que sua função é, através do seu desligamento, isolar o componente
ou trecho sob falha ou sob anormalidade.
No caso de ocorrência de não desligamento quando um comando dado por uma proteção,
haverá necessidade imediata de desconectar outros disjuntores cujos circuitos alimentam
diretamente o disjuntor defeituoso. Estes outros disjuntores ordem estar na mesma
subestação ou em uma subestação remota.
Na figura a seguir, ocorrendo falha de abertura do disjuntor A, o esquema desliga os
disjuntores D, B e C da subestação e deve, obrigatoriamente, transmitir sinal de disparo
direto para o disjuntor X da subestação remota.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Após a atuação da proteção, desde que o sensor de corrente 50BF ainda detecte a
existência de corrente (disjuntor não abriu), conta-se um tempo através do temporizador
62BF (geralmente 0,3 s) e se aciona o esquema de desligamentos na subestação e a
transferência direta de sinal para o disjuntor da outra extremidade (se for o caso).
No caso de proteção de reator shunt de LT, há possibilidade de atuação de proteção do
mesmo para faltas insipientes ou por dispositivo de proteção inerente. Neste caso, não
haveria corrente suficiente para acionar o sensor 50BF. Nesse caso se utiliza uma
variação do esquema anterior, acrescentando contato tipo NA (tipo a) do disjuntor
supervisionado, conforme se mostra funcionalmente a seguir:
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
O mesmo esquema pode ser representado de modo lógico, como mostra a figura a
seguir:
É sempre desejável que o sensor de corrente 50BF detecte correntes de fase e também
de terra, para que o mesmo tenha sensibilidade suficiente para curtos a terra com baixa
corrente.
Para linhas de transmissão, há necessidade de haver segregação de fases para o sensor
50BF, isto é, tenha um para cada fase, de modo que a eventual falha de disjuntor seja
discriminada por fase. Isso é necessário para linhas onde se deseja utilizar esquema de
religamento automático monopolar.
A unidade 50BF necessita ser ajustada de tal modo que detecte todas as condições de
curto-circuito que possam estar associadas ao disjuntor respectivo. Em algumas
instalações, essas correntes podem ser inferiores à corrente de carga (para sensores de
fase). Neste caso, pode-se até manter esses ajustes inferiores à carga, portanto com o
elemento 50BF constantemente atuado em condições de carga.
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CURSO BÁSICO
Vantagens
Desvantagens
Embora a probabilidade de que blecautes generalizados ocorram seja reduzida, eles têm
acontecido algumas vezes, seja no Sistema Elétrico Interligado Brasileiro ou em outros
países, trazendo graves conseqüências à sociedade, hoje em dia tão dependente da
eletricidade. Esse risco, todas as empresas de energia elétrica estão correndo por mais
bem planejado, construído e operado que seja seu sistema elétrico.
Desse modo, em 1989 foi elaborado um trabalho que gerou o relatório GTEO 01-89,
estabelecendo a filosofia e os critérios para a recomposição da malha principal do
Sistema Interligado Brasileiro.
Esse trabalho foi, posteriormente, implantado em todas as empresas que compõe o
Sistema Sul/Sudeste/Centro-Oeste na época.
Em 1996, um novo blecaute voltou a atingir a região Sudeste do Brasil, fato que motivou a
criação de uma nova comissão no âmbito do SCO, com o objetivo de revisar e atualizar a
estratégia de recomposição para o Sistema Interligado Brasileiro. Essa comissão elaborou
o relatório GTEO 01/97.
Em 1º de março de 1999 Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) assumiu a
coordenação da operação do Sistema Interligado Nacional e passou a fazer esta
coordenação através dos centros de Operação da Eletrobrás (CNOS) e dos centros das
empresas estatais: Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul.
Em 11 de março de 1999 tivemos o primeiro grande blecaute da era ONS, e esta filosofia
de recomposição adotada foi peça fundamental na recuperação do sistema interligado
brasileiro. Os tempos gastos na recomposição foram considerados bastantes pequenos
por empresas de consultoria internacional que analisou o desempenho das equipes de
operadores e a filosofia adotada.
Em 21 de janeiro de 2002, tivemos outro grande blecaute no Sistema Elétrico Brasileiro e
novamente a estratégia de recomposição foi bastante eficiente.
Após um blecaute, as instalações operativas procuravam se comunicar com os seus
respectivos Centros de Operação e instalações adjacentes, a fim de fornecer a
configuração da estação no momento e solicitar orientações para o seu restabelecimento.
A falta de uma estratégia levava a um aumento excessivo dessas comunicações e,
consequentemente, ao estrangulamento do processo de recomposição, além dos
problemas decorrentes da centralização das responsabilidades, por parte dos Centros de
Operação.
Desenvolveu-se então, uma filosofia na qual os agentes que possuem recursos de
geração desencadeiam a recomposição de forma planejada, estruturada para que as
energizações dos circuitos indiquem aos operadores das subestações da possibilidade e
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
do montante de carga que estes poderão utilizar para alimentar as cargas essenciais
desatendidas.
Esse processo de recomposição poderá fluir sem a necessidade de comunicação entre os
locais envolvidos até o momento em que restrições operativas impeçam sua continuidade,
ou nos casos em que para atender determinados estágios impliquem em certas condições
de sistema, onde as informações deverão estar concentradas nos Centros de Operação,
assumindo estes, a coordenação das demais etapas.
Para que a proposta de recomposição atenda suas expectativas, torna-se necessário que
sejam observadas pelos agentes envolvidos, as fases da recomposição e as diretrizes
gerais da filosofia que serão apresentadas a seguir.
Fases de Recomposição
A recomposição do sistema se processará em duas fases, denominadas de
Recomposição Fluente e Recomposição Coordenada.
Na primeira fase, Recomposição Fluente, os procedimentos operacionais previamente
definidos permitirão a recomposição de áreas geoeletricamente definidas, com
compatibilização de carga e geração em uma configuração mínima de rede.
Parte-se do pressuposto que o sistema está totalmente desenergizado, com exceção dos
ilhamentos programados, e inicia-se o processo de restabelecimento a partir das usinas
hidráulicas de auto-restabelecimento, que são aquelas que independem de fonte externa
para alimentar seus serviços auxiliares e colocar em operação suas unidades geradoras.
Áreas geoelétricas são configurações mínimas de rede, que contêm uma ou mais usinas
de auto-restabelecimento, e que permitem a recomposição de cargas consideradas
prioritárias da forma mais rápida e segura possível.
A recomposição se processará a partir dessas usinas através da partida e sincronização
de unidades geradoras, energizacao de circuitos de transmissão e alimentação de cargas
prioritárias, com o mínimo de comunicação possível.
Estas usinas podem partir suas unidades geradoras independentemente de suprimento
externo para alimentar seus serviços auxiliares e, através de uma configuração mínima de
transmissão preferencial, são capazes de restabelecer um grande centro de carga
prioritária, de forma independente das restantes áreas de auto-restabelecimento,
perdendo o menor tempo possível com comunicações entre as instalações (via sistema
telefônico).
A partir do número mínimo de unidades geradoras em cada usina de auto-
restabelecimento, se determina a disponibilidade inicial de carga em cada uma das áreas
geoelétricas. O montante máximo de tomada de carga que poderá ser restabelecido em
cada área geoelétrica vai depender também de outras avaliações de estudos elétricos.
Cabe ressaltar que a fase fluente da recomposição não se inviabiliza pelo fato de usinas e
subestações estarem sendo desassistidas, tendência esta que tem se verificado cada vez
mais nas empresas do setor elétrico. Mesmo que as ações para recomposição das áreas
geoelétricas sejam feitas remotamente pelos centros de controle, ou automatizadas
localmente, sem a presença de operadores nas unidades operativas (usinas e/ou
subestações), filosoficamente a idéia de dividir o processo de recomposição em duas
etapas básicas permanece.
Um dos grandes benefícios desta nova filosofia de recomposição é justamente permitir
que cada área de auto-restabelecimento execute isoladamente as ações de restauração
de importantes centros de carga de forma simultânea e independente das demais áreas,
minimizando o trabalho de coordenação.
A fase de recomposição fluente tem como princípio analisar a área geoelétrica, dentro de
áreas geoelétricas, compatibilizando os montantes de carga e geração, dentro dos limites
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CURSO BÁSICO
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CURSO BÁSICO
Tensões Baixas
Tensões Altas
A operação com tensões altas pode acarretar danos ao isolamento dos equipamentos
Surgem também as sempre danosas sobrecorrentes, processos de controle industriais
perdem sua capacidade de operação sob estas condições, pára-raios podem ser
queimados ou até mesmo levados à explosão, máquinas síncronas podem sofrer os
danos de sobreexcitação.
Equipamentos associados ao sistema elétrico de potência podem ser desligados por
atuação de proteções de sobretensão, causando grandes distúrbios no mesmo. Esta
operação, ainda que nos limites máximos das faixas aceitáveis, pode ter conseqüências
graves na ocorrência de rejeições de carga que levem o sistema a níveis insuportáveis de
tensão.
Matematicamente é possível mostrar que uma variação de potência ativa P não provoca
variação apreciável no módulo de V2.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Da mesma forma, provamos que uma variação de potência reativa Q provoca variação no
módulo de V2 em proporção direta.
Logo, se quisermos manter constante o módulo de V2, deveremos fazer com que as
demandas variáveis de Q sejam compensadas localmente na barra 2, de modo que elas
não necessitem ser transportadas pela linha, com os fortes efeitos que resultam sobre o
valor da tensão.
Sistemas de Extra-Alta Tensão que dependem muito dos geradores como fonte de
potência reativa (acontece muito no sistema brasileiro) e nos quais os geradores se
encontram longe dos centros de carga, ficam extremamente susceptíveis a este tipo de
problema.
Dado que a carga nos sistemas elétricos é predominantemente indutiva, devido
principalmente aos motores (enrolamentos), há necessidade de se gerar potência reativa
para atender ao requisito de carga. Sistemas com déficit de potência reativa apresentam
tensões baixas. Sistemas com excesso de potência reativa apresentam tensões altas. EM
resumo, qualquer variação de geração reativa (balanço Q x V) acarretará variações na
tensão do sistema.
As quedas de tensão são bastante afetadas pelo transporte de potência reativa pelas
linhas de transmissão. Sendo assim, um Controle de Tensão Ideal seria suprir as
necessidades de potência reativa próximas às cargas (correção do fator de potência).
Essa correção, além de reduzir as quedas de tensão nas linhas de transmissão, reduz
sensivelmente os carregamentos (correntes) nos equipamentos do sistema elétrico em
geral (linhas, transformadores, etc).
A situação ideal está simbolizada abaixo:
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
As máquinas síncronas tanto podem fornecer como absorver potência reativa, basta tão
somente trabalhar com a mesma sobre ou sub-excitada respectivamente.
Uma máquina síncrona, se usada como compensador síncrono, poderá fornecer ou
absorver a quantidade de reativos requerida ou gerada pelo sistema, mantendo a tensão
em um ponto do sistema variando entre limites estabelecidos ou mesmo constante (se a
máquina tiver capacidade suficiente para isso), a despeito da variação da carga.
Embora o compensador síncrono apresente esta grande versatilidade, ele tem contra si o
problema econômico, pois é dentre todos os meios usados para controle de tensão o mais
caro.
V2
Q= → Potência reativa gerada, em Var.
XC
Esses capacitores, como o próprio nome indica, são colocados em série com a linha de
transmissão com o propósito de reduzir sua impedância e, consequentemente, a queda
de tensão na mesma. Esses equipamentos não atuam como um gerador de reativos
propriamente, mas provocando uma redução na impedância da linha terão grande
influência se o fator limitante do sistema em questão for a instabilidade. Os capacitores
série são constituídos por um conjunto de unidades capacitivas, as quais possuem,
basicamente, o mesmo projeto e características construtivas daquelas aplicadas em
capacitores de derivação, de modo a se alcançar o valor da compensação desejado.
Os valores da reatância capacitiva e da corrente máxima de operação são conseguidos
fazendo-se arranjos de unidades capacitivas com ligação série-paralela.
Os capacitores série são utilizados em sistemas de transmissão para diminuir a reatância
série das linhas e, por conseguinte, a “distância elétrica” entre as barras terminais.
As principais vantagens da utilização do capacitor série são:
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CURSO BÁSICO
Existe um valor de potência ativa (MW) transmitida pela linha de transmissão que
corresponde a um carregamento no qual a linha em questão não gera nem absorve
reativo próprio. Este valor, normalmente denominado “SIL” (iniciais de “Surge Impedance
Load”), é característico do projeto da linha e serve como referência para analisar o efeito
desta linha de transmissão no sistema elétrico.
As linhas longas são predominantemente capacitivas quando operadas com valor de
potência ativa abaixo do SIL e predominantemente indutivas quando operadas com
valores de potência ativa acima do SIL. Quanto mais longe deste valor a linha é operada
maior será o efeito, indutivo ou capacitivo que a mesma representará para o sistema
elétrico. No primeiro caso necessitamos de compensar este efeito através da inserção de
capacitores shunt ou compensadores síncronos sobreexcitados e no segundo caso
através da inserção de reatores shunt ou compensadores estáticos subexcitados.
Com o uso de valores de tensões cada vez mais elevadas na transmissão de energia
elétrica, esse problema torna-se de grande importância, pois o montante de reativo
gerado aumenta com a tensão da linha conforme mostrado na figura a seguir.
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CURSO BÁSICO
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
Esses elementos são geralmente usados em conjunto com linhas longas com o objetivo
de evitar tensões altas no extremo oposto quando de energização da mesma ou nos
casos de rejeição de carga no sistema.
Com o objetivo de controlar a tensão nos períodos de carga leve, por motivos
econômicos, são ligados em terciários de transformadores.
Da mesma forma que os capacitores shunt, a potência reativa que esses equipamentos
fornecem varia com a tensão, entretanto no caso do reator shunt, quando a tensão sobe,
isto é, quando necessitamos absorver reativos a potência fornecida pelo reator também
sobe com o quadrado da tensão, fazendo com que este equipamento seja plenamente
eficaz quando dele necessitamos.
V2
QR = → Potência reativa gerada, em Var.
XR
O fato do transformador possuir tapes, nos permite, por exemplo, alcançar 100% do valor
da tensão no secundário quando tivermos um valor de tensão menor do que a nominal no
primário, ou no caso de termos um valor maior do que a nominal no primário possamos
obter um valor de 100% no secundário.
Os transformadores dotados de tapes com mudança sem carga são equipamentos que
necessitam de planejamento na escolha da posição do tape a ser usado, pois com uma
escolha adequada, podemos reduzir, ou mesmo eliminar a necessidade de elementos
fornecedores de reativos. O estudo para definirmos a melhor posição é importante, pois
temos sempre, ao longo do dia, que transmitir o valor da potência requerido na carga leve
até o valor requerido na carga pesada. Uma posição de tape que atenda bem a carga leve
não deve atender bem a carga pesada e vice-versa. Normalmente, escolhemos um valor
médio e o ajuste fino é feito com equipamentos de controle de tensão. É importante não
esquecer que esse tipo de transformador necessita ser desligado do sistema para ter a
posição do tape alterada, inviabilizando alterações constantes.
Transformadores dotados de tapes com mudança em carga permitem manter a tensão
secundária praticamente constante. A figura ilustra o princípio de funcionamento do LTC.
Um sistema de controle que utiliza um relé sensível à tensão, controla um motor que fará
a mudança de tape de modo que a tensão secundária seja sempre igual ao valor de
referência desejado e ajustado no controle, com isto podemos manter a tensão
secundária constante dentro do raio de ação do LTC.
É importante destacar que o LTC não é um equipamento gerador de reativos, o fato de
manter a tensão secundária constante, a tensão primária apresentará variações com a
carga e a variação do fluxo de reativo será através da linha de transmissão, o que
aumentará as perdas na mesma.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
CURSO BÁSICO
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
9. João Mamede Filho. Manual de Equipamentos Elétricos. 3ª Edição. Editora LTC. 2005;
10. José Roberto R. Cândido, Carlos André S. Araújo, Flávio Câmara de Souza, et al.
Proteção de Sistemas Elétricos. 2ª Edição. Editora Interciência.
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