APS - Inspeção Sanitária Da Carne Suína em Frigoríficos No Brasil 2021
APS - Inspeção Sanitária Da Carne Suína em Frigoríficos No Brasil 2021
APS - Inspeção Sanitária Da Carne Suína em Frigoríficos No Brasil 2021
CAMPINAS
2021
AMANDA SILVA FERNANDES
CAMPINAS
2021
RESUMO
O Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína há mais de 10 anos.
Embora o Brasil esteja em 5º no ranking mundial de maiores consumidores de carne suína, o
principal destino de produção é para exportações. A inspeção de produtos de origem animal é
uma temática de considerável importância para os setores agropecuários e para a saúde dos
consumidores de carne, por isso, em 1952 foi decretado o primeiro RIISPOA – o qual sofreu
diversas alterações durante os anos até chegar no Decreto nº 9.013/2017. Essas alterações
influenciam até hoje diretamente na economia brasileira e na saúde dos consumidores, tanto do
mercado interno como no externo, além da preocupação com o bem-estar animal e meio
ambiente.
ABSTRACT
Brazil is the fourth largest product and world-wine exporter for more than 10 years. Although
Brazil is in 5th place on world ranking of larger pork consumers, the main destinatiion of
production is for export. An inspection of products of animal origin is a matter of considerable
agricultural importance and for the health of meat consumers, therefore, in 1952, the first
RIISPOA – which suffered seevral changes over the years until the verification in Decree nº
9.013 of 2017. These changes influence directly in the brazilian economy and the health of
consumers, both in the intern and foreigh markets, in addition to concern for animal welfare
and the environment.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IN Instrução Normativa
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................08
2.1. LEGISLAÇÃO.....................................................................................................08
2.2.2. DESOSSA..............................................................................................10
2.2.3. CARCAÇAS..........................................................................................11
2.3. INSPEÇÃO...........................................................................................................12
3. CONCLUSÃO..............................................................................................................17
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................18
1. INTRODUÇÃO
O Sul é a região do país com maior índice de exportação no segmento de carne suína,
sendo 80% das exportações feitas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e São Paulo
e Minas gerais estão voltados para o mercado interno (DEPEC, 2016).
Diante dos dados citados, é perceptível que a produção de carne suína no Brasil vem
crescendo conforme os anos, demonstrando a enorme importância das fiscalizações e
regulamentações existentes na inspeção sanitária em plantéis de suínos, locais de abate e
frigoríficos, contribuindo para a redução dos riscos de consumo de carne suína para a
população.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. LEGISLAÇÃO
A Lei nº 1.283/1950 é considerada por muitos como a ‘’Lei Mãe’’ da inspeção dos
produtos de origem animal no Brasil (JÚNIOR, OSHIRO, 2017). O artigo 1º estabelece a
obrigatoriedade da prévia fiscalização, sob o ponto de vista industrial e sanitário, de todos os
produtos de origem animal, em todos os estabelecimentos que produzem ou vendem estes
produtos (BRASIL, 1950).
2.2.2. DESOSSA
Antes do processo de desossa convém relembrarmos das etapas do abate, que seguem a
seguinte ordem segundo o estabelecido pelo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de
Produtos de Origem Animal – RIISPOA (BRASIL, 2017): realizado por etapas unitárias, no
qual se divide-se em: área suja e área limpa. A área suja inclui o manejo pré-abate,
insensibilização, sangria, escaldagem, depilação, exposição do tendão, pré-toalete, chicote
secador, chamuscamento de carcaça, chamuscamento de cabeça, toalete, remoção do ouvido e
box de chuveiro. E a área limpa que inclui processos como oclusão do reto, amarração do reto,
abertura da papada e abertura do tórax, soltura da língua e abertura do abdômen, inspeção da
cabeça, inspeção da papada, desprendimento das vísceras, remoção das vísceras, deslocamento
da cabeça e remoção da glândula da papada, serragem da carcaça, inspeção da carcaça, remoção
das patas e sangria, remoção da cabeça e papada, retirada do rabo, medula e banha. Depois
deverá ser realizada uma re-inspeção (DIF), carimbo da carcaça, tipificação e pesagem,
lavagem, acondicionamento e resfriamento (BRASIL, 2004), para posteriormente ser
encaminhado para consumo.
2.2.3. CARCAÇAS
A meia carcaça é conduzida por trilho para a esteira com serra de corte, onde é dividida
em grandes cortes, ou seja, cortes primários, os quais são: dianteiro, inclui paleta e sobrepaleta
(copa-lombo), parte central do corpo do animal (carré e barriga com costela), o pernil e os pés
(ABCS, 2010). A padronização dos cortes e nomenclaturas que empregam na designação dos
cortes é importante por tornar a comunicação mais clara e objetiva na indústria e no comércio
com clientes e consumidores (FELÍCIO, 2005). Os cortes secundários são aqueles removidos
da carcaça manualmente com o auxílio da faca, possuem ou não osso. São eles a paleta,
sobrepaleta, barriga, costela, carré, lombo, filezinho, pernil, joelhos e rabo, pés inteiros ou
cortados (ABCS, 2014)
2.3. INSPEÇÃO
A inspeção post mortem é complementar à ante mortem, devendo ser feito exame
macroscópico durante a evisceração do suíno – no máximo 30 (trinta) minutos após a sangria,
a fim de garantir a qualidade do produto para o consumidor (EMBRAPA). As características
de qualidade da carne são influenciadas pelos fatores ante e post mortem, portanto, a avaliação
das características qualitativas da carne e da carcaça suína em frigoríficos, além de oferecer
dados sobre a qualidade geral do produto, pode indicar a qualidade do manejo pré-abate
utilizado no estabelecimento (COSTA et al., 2015).
A inspeção final deverá dispor de no mínimo quatro trilhos paralelos, sendo três deles
considerados desvios, onde, o primeiro servirá para contusões, o segundo para doenças
parasitárias e o terceiro para doenças infecciosas. O quarto trilho tem a função de inspeção final
das carcaças provenientes dos três trilhos que constituem os desvios (MAPA, 1995).
Durante as inspeções ante e post mortem, surgem algumas carcaças com sinais que
levam à condenação delas, ou seja, impróprias para o consumo.
A partir dos resultados obtidos, comprovou-se que a condenação total por Enterite
Hemorrágica (16%) e por Pneumonia (13%) representam as duas maiores causas de condenação
na indústria, no período analisado (GIOVANINNI, 2014).
As contaminações nas carcaças por bile ou fezes podem ser devido a falhas nas boas
práticas de fabricação e por erro do manipulador, causando perfuração das vísceras
(GIOVANINNI et al., 2014). A contaminação por meio de processos de contaminação cruzada,
direta ou, principalmente, a partir de bactérias presentes no material fecal intestinal ou cutâneo,
pode ocorrer em diferentes estágios do abate. Para Costa et al. (2015), em suínos, o efeito da
contaminação fecal e biliar na pele das carcaças é menos direto devido a influência de várias
etapas do processo de abate.
De acordo com o RIISPOA (BRASIL, 2017) carcaças, partes de carcaças e órgãos que
apresentarem extensa contaminação por qualquer natureza devem ser condenadas quando não
for possível a remoção completa da área contaminada. E quando for possível a remoção
completa da contaminação, as carcaças, órgãos ou as vísceras devem ser liberadas.
De acordo com Giovaninni et al. (2014), as condenações parciais ou totais das carcaças
determinam grande prejuízo à unidade frigorífica, sendo importante que estas sejam de
conhecimento da indústria e, principalmente, dos criadores, para que possam atuar em um
melhor manejo destes animais.
3. CONCLUSÃO
Os critérios estabelecidos pelo RIISPOA vão desde itens para instalações, funcionário,
limpeza de objetos até a parte de exame de carcaça ante e post mortem. A inspeção ante mortem
tem como objetivo a detecção de enfermidades cuja sintomatologia é perceptível nos animais
vivos, prevenindo, a permanência de animais portadores de doenças infectocontagiosas no lote
de abate e, consequentemente, evitando a contaminação do ambiente e reduzindo riscos
sanitários. E inspeção post mortem é complementar à ante mortem, devendo ser feito exame
macroscópico durante a evisceração do suíno – no máximo 30 (trinta) minutos após a sangria,
a fim de garantir a qualidade do produto para o consumidor. Durante as inspeções ante e post
mortem, surgem algumas carcaças com sinais que levam à condenação delas, ou seja,
impróprias para o consumo.
Durante as inspeções ante e post mortem, surgem algumas carcaças com sinais que
levam à condenação delas, ou seja, impróprias para o consumo. De acordo com o presente
trabalho, as principais afecções que levam à condenação de carcaça são: enterite hemorrágica,
pneumonia, linfadenite purulenta, osteomielite e contaminação.
BRASIL. Decreto nº 10.419, de 7 de julho de 2020. Dispõe sobre a inspeção ante mortem e
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JÚNIOR, J.M; OSHIRO, M.L. Atualizações importantes introduzidas pelo novo Regulamento
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março de 2017. Revista visa em debate – Sociedade, ciência & tecnologia. Campo Grande
(MS): v. 05, n. 04, p. 73-80, nov, 2017. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/321507375_Atualizacoes_importantes_introduzida
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