Gestão Escolar Como Política Pública - Até Onde Uma Escola Consegue Chegar

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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

FERNANDO DJALMA CUSTÓDIO - RA 1704756


GABRIELA CREMASCO BARBOSA CAMARGO - RA 1712263
JOICE REGINA SIMÕES - RA 1706130
JOSÉLIA MARIA DOS SANTOS - RA - 1713210
SUELI PEREIRA COSTA - RA - 1706805

Gestão Escolar como Política Pública: até onde uma escola consegue chegar?

Vídeo do Projeto Integrador

<https://youtu.be/jeyskj7MWoo>

VINHEDO - SP

2020
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Gestão Escolar como Política Pública: até onde uma escola consegue chegar?

Relatório Técnico - Científico apresentado na


disciplina de Projeto Integrador para o curso de
Licenciatura em Pedagogia da Universidade Virtual do
Estado de São Paulo (UNIVESP).

VINHEDO - SP

2020
CAMARGO, Gabriela Cremasco Barbosa; CUSTÓDIO, Fernando Djalma; SIMÕES, Joice
Regina; SANTOS, Josélia Maria dos; COSTA, Sueli Pereira. Gestão Escolar como Política
Pública: até onde uma escola consegue chegar? Relatório Técnico-Científico (Licenciatura
em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: João Pedro Lima
Eleutério. Polo Vinhedo-SP, 2020.

RESUMO

A melhor maneira de gerir uma Unidade Educacional pública é por meio de uma gestão
democrática e participativa. Porém, os caminhos, para que isso seja possível e obtenha bons
resultados, são tortuosos e enfrentam dificuldades que dependem da administração pública
vigente e das políticas públicas disponíveis para o trabalho local. Sendo assim, este trabalho visa
mostrar a importância de uma gestão democrática e participativa na Educação, explicitar como
ela depende de investimentos públicos e tentar encontrar soluções para que haja desenvolvimento
real na educação, pelo menos no que diz respeito à relação entre políticas públicas e Gestão
Escolar. Para tanto, serão realizadas coletas de dados em escolas municipais, estaduais e
particulares, entrevistas com gestores dessas escolas e análise dos resultados, além de leitura de
bibliografia especializada em gestão educacional e políticas públicas na Educação, sendo
algumas destas proporcionadas pelas disciplinas estudadas em Pedagogia, na UNIVESP.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão Escolar; Política Pública; Ação Escolar.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1– Brainstorm............................................................................... 9
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1
2. DESENVOLVIMENTO 2
2.1 PROBLEMA E OBJETIVOS 4
2.2. JUSTIFICATIVA 4
2. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5
2.4. APLICAÇÃO DAS DISCIPLINAS ESTUDADAS NO PROJETO INTEGRADOR 8
2.5. METODOLOGIA 9
3. RESULTADOS 12
3.1. SOLUÇÃO INICIAL 13
3.2. SOLUÇÃO FINAL 14
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 17
REFERÊNCIAS 18
ANEXOS 23
1

1. INTRODUÇÃO

Você abriria uma distribuidora de sorvete no Polo Norte? Ou venderia pneus para neve
para motoristas de estradas de asfalto em regiões desérticas? Obviamente não. Qualquer
investidor busca conhecer seu público e suas necessidades para desenvolver e apresentar
produtos que lhes sejam úteis e funcionais (SIMÕES, 2020). Da mesma forma, uma Unidade
Básica de Saúde ou uma UPA - Unidade de Pronto Atendimento -, localizada numa região de
mata, precisa muito mais de estrutura para tratamento para malária ou veneno antiofídico do que
uma região metropolitana, pela probabilidade maior de incidência de casos que necessitem desse
tipo de tratamento.

Em uma Unidade Escolar não é diferente. Através das ações da Gestão Escolar é que se
torna possível atender ao público que compõem seu meio social. Para que esse atendimento seja
eficiente e obtenha resultados reais, é preciso que se considerem as características culturais,
econômicas e estruturais da comunidade em que a Unidade Escolar se insere.

Sendo assim, apesar das semelhanças, há uma diferença muito significativa no que diz
respeito à administração de um segmento público (dependendo de sua função administrativa, é
claro) e a administração privada. Em uma empresa privada o “foco está no desenvolvimento e
no crescimento do negócio, bem como no benefício dos gestores e proprietários”, enquanto na
administração pública o “planejamento e práticas gerenciais têm por meta o desenvolvimento
econômico e social da população” (RAMOS, 2020).

No universo capitalista, o maior lucro e o menor gasto crescente a cada período


previamente determinado (o famoso “bater metas”) torna-se regra e, em muitos casos vemos
exemplos como este que recentemente tornou-se público, em que o CEO da empresa Amazon
faturou US$ 13 bilhões em um só dia no mês de julho de 2020 (UOL, 2020), porém, é acusado
de impor condições insalubres de trabalho a funcionários e, segundo denúncias, chega a proibir
funcionários a irem ao banheiro para não comprometer a produtividade (CORREIO
BRAZILIENSE, 2018).

No caso, a Educação formal tem “por sua origem, seus objetivos e funções um fenômeno
social, estando relacionada ao contexto político, econômico, científico e cultural de uma
sociedade historicamente determinada…” (SCHAFRANSKI, 2005), no entanto, o tempo de
2

retorno de tamanho investimento não é imediato, muito pelo contrário, pode durar anos ou
mesmo décadas, ao contrário do que se espera no setor privado. Essa visão não imediata desse
investimento torna não “perceptíveis” as mudanças significativas e favoráveis para a sociedade,
que não progridem de acordo com a lógica capitalista de nossa sociedade.

Apesar dessa falta de visibilidade, o investimento em educação contribui


expressivamente para o desenvolvimento econômico de um país, seja pela qualificação de mão
de obra, seja pela produtividade científica e tecnológica. Porém, o processo de transformação
social a partir da educação é lento e enfrenta muitos entraves, como o investimento limitado.
Mesmo assim, muitas vezes esperam-se resultados imediatos, o que é profundamente ilusório.
“Países que investem mais em educação tendem a ser mais ricos”, e quem afirma isso não é
ninguém menos que Theodore Schultz, Nobel da Economia em 1979. (DANA, 2017).

Sabemos que a legislação brasileira garante investimento, condições estruturais, sociais


e culturais, além da garantia da dignidade da pessoa humana e do princípio da isonomia (os quais
constam no Art. 1º e 5º da Constituição Federal de 1988), porém, na prática, a meritocracia ainda
é predominante e compromete o desenvolvimento de políticas públicas de qualidade. Isso
atrapalha a Gestão Escolar que pretende ser democrática e participativa.

Segundo o artigo 15 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9.394/ 96


(LDB) (BRASIL, 1996),

Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação


básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e
administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito
financeiro público.

Contudo, de acordo com Moreira e Vieira (2020), “passados mais de vinte anos, ainda é
rara a descentralização de recursos pelos entes, principalmente municípios, para as escolas de
sua rede” e, muitas vezes, eles são condicionados por resultados em avaliações de larga escala.
Existe, com relação a estes resultados, segundo Cerdeira (2018), “a tendência de
corresponsabilizar gestores e professores pelo desempenho dos alunos”. A mesma autora afirma
que existe uma

lógica de “prestação de contas” (accountability), que, no âmbito educacional,


visa também a estimular os profissionais da educação por meio de premiações
e/ou punições pelo desempenho dos alunos nas avaliações, bem como informar
aos pais e à sociedade o desempenho das escolas públicas do país, ampliando,
teoricamente, seu poder de escolha (BROOKE, 2006; VELOSO; PESSÔA;
HENRIQUES; GIAMBIAGI, 2009). É nesse sentido que tais mecanismos
3

promovem pressão e ambiente de cobrança nos estabelecimentos de ensino,


sendo responsáveis também pelo interesse no uso dos resultados .

Todos esses problemas relacionados ao investimento público em Educação precisam ser


pensados e estudados, a fim de que as Unidades de Ensino públicas, por meio de uma Gestão
Democrática e Participativa, tenham o máximo de autonomia no uso de seus recursos financeiros
e sejam capazes de proporcionar reais resultados com relação à educação de seus alunos, sempre
considerando a comunidade escolar que integram.
4

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Problema e objetivos

Este projeto se origina do problema causado pelas barreiras que a Gestão Escolar enfrenta
no que diz respeito às políticas públicas e investimento na educação. Por isso, ao longo deste
trabalho, procura-se responder à questão-título: “Gestão Escolar como Política Pública: até onde
uma escola consegue chegar?”, por meio de análises da realidade vivida por muitas instituições
e de leitura de bibliografia especializada no tema da Gestão Escolar e das políticas públicas na
educação.

Para isso, serão analisadas atuações no âmbito Municipal, Estadual e Privado, em escolas
acompanhadas pelos integrantes desta pesquisa. Além disso, será realizada a verificação dos
problemas relativos à Gestão Escolar e os limites e perspectivas determinadas pelo poder público,
com o objetivo de explicitar o trabalho intensivo da escola na Gestão Escolar e as dificuldades
encontradas para ampliação das ações devido ao suporte limitado advindo da administração
pública.

2.2. Justificativa

Tendo em vista a importância do investimento em educação e os problemas enfrentados


por escolas públicas no que diz respeito ao apoio governamental, a presente pesquisa visa fazer
uma análise sobre a Gestão Escolar e sua atuação como Política Pública, explicitando de maneira
sucinta até onde uma escola consegue chegar de acordo com a administração pública vigente.

É notório que fatores como as avaliações meritocráticas como o SAEB (Sistema de


Avaliação da Educação Básica), os índices estabelecidos pelo IDEB (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica) e os cálculos de bonificação salarial esporádica (que não inclui estruturar
salários compatíveis com a profissão) não apresentaram mudanças significativas no
desenvolvimento da educação, ainda mais, se considerarmos o Accountability, que torna esse
processo ainda mais complexo e moroso. Portanto, as ações necessárias para que o investimento
em educação tenha bons resultados e seja usado de forma inteligente devem ser diferentes das
que atualmente acontecem e precisam levar em consideração cada contexto escolar.
5

Considerando essa importância e necessidade de mudança, este projeto busca soluções


para que haja desenvolvimento real na educação, pelo menos no que diz respeito à relação entre
políticas públicas e Gestão Escolar.

2. 3. Fundamentação teórica

Para que uma escola consiga atingir seus objetivos educacionais, além de receber o
investimento necessário, é importante que sua gestão seja organizada de forma democrática e
participativa. Segundo Rocha e Hammes (2019, p. 648), “a Gestão Democrática em uma escola
pública é um dos fatores considerados essenciais para a melhora do desempenho do ensino e da
aprendizagem”.

O contexto de Gestão Democrática nas escolas surgiu da necessidade de trazer para o


cotidiano educacional recursos e ideias diretamente ligados com a eficácia dos processos e o
fortalecimento da qualidade do ensino. Toda a comunidade escolar deve participar das
deliberações relacionadas à escola, o que certamente favorece o fortalecimento e o vínculo entre
as partes.

Esse modelo de gestão é fundamentado pela Constituição Federal de 1988 e reforçado


pela LDB e pelo Plano Nacional de Educação (PNE).

A Gestão Democrática, porém, encontra alguns desafios, um deles está na própria LDB,
que aponta o contexto geral, mas não indica caminhos a serem seguidos para a implementação
desse tipo de gestão. É necessário aos gestores a compreensão acerca das mudanças existentes
na sociedade como um todo, mudanças essas de aspecto social, econômico e político e que
apresentam novas demandas, exigindo um novo olhar acerca dos conhecimentos necessários para
um panorama positivo, com todos mais engajados e ativos na comunidade.

Para que seja implementada a Gestão Democrática, é necessária a valorização do diálogo,


é de extrema importância dar voz e promover a interação entre os pares. Isso deve ser
proporcionado por um gestor democrático, que costuma apresentar um comportamento menos
voltado às suas próprias decisões e mais direcionado à coletividade.
6

Além de uma Gestão Democrática, as Unidades de Ensino devem contar com uma Gestão
Participativa:

“Esta modalidade de gestão se assenta no entendimento de que o alcance dos


objetivos educacionais, em seu sentido amplo, depende da canalização e
emprego adequado da energia dinâmica das relações interpessoais que ocorrem
no contexto da organização escolar, em torno de objetivos educacionais,
entendidos e assumidos por seus membros, com empenho coletivo em torno da
sua realização” (LÜCK, 1998).

Porém, a efetivação dessa forma de gestão é atravessada por questões que fogem à
administração local e precisam de respaldo de políticas públicas que proporcionem o
investimento necessário às unidades educacionais, para que estas possam cumprir sua função
social.

Para garantir o bem estar da sociedade existem as políticas públicas que abrangem vários
setores como de habitação, assistência social, saúde, lazer, segurança, transporte e, no caso deste
estudo, a educação. As políticas públicas são ações de âmbito nacional, estadual ou municipal
que asseguram direitos de todo cidadão. Pereira (2008) assim define o conceito de políticas
públicas

Política pública não é sinônimo de política estatal. A palavra “pública” que


sucede a palavra “política”, não tem uma identificação exclusiva com o Estado.
Sua maior identificação é com o que em latim se denomina de res publica, isto
é, res (coisa), publica (de todos), e, por isso, constitui algo que compromete,
tanto o Estado quanto a sociedade. (PEREIRA, 2008, p. 94).

A autora permanece destacando a necessidade de uma interlocução e interação entre as


instituições e a sociedade,

É, em outras palavras, ação pública, na qual, além do Estado, a sociedade se faz presente,
ganhando representatividade, poder de decisão e condições de exercer o controle sobre a sua
própria reprodução e sobre os atos e decisões do governo e do mercado (PEREIRA, 2008, p. 94).

Voltando um olhar para a esfera da educação, a gestão escolar tem uma importância
expressiva, pois faz a ponte entre a comunidade escolar e a escola, e as políticas públicas têm
um papel significativo, já que ampara as necessidades dessa comunidade e as transformam em
projetos. Seguindo esse princípio de ter a educação como ação social, Ferreira (2004) destaca
que

gestão da educação significa ser responsável por garantir a qualidade de uma


“mediação no seio da prática social global” (SAVIANI, 1980, p. 120), que se
7

constitui no único mecanismo de hominização do ser humano, que é a educação,


a formação humana de cidadãos. Seus princípios são os princípios da educação
que a gestão assegura serem cumpridos – uma educação comprometida com a
“sabedoria” de viver junto respeitando as diferenças, comprometida com a
construção de um mundo mais humano e justo para todos os que nele habitam,
independentemente de raça, cor, credo ou opção de vida (FERREIRA, 2004, p.
1241).

Lück (1997) explana o conceito de gestão no contexto educacional, tomando por base
seu caráter democrático-processual, reconhecendo a importância de deixar claro que políticas
públicas não é de total responsabilidade do governo. A autora a define dessa forma

gestão é uma expressão que ganhou corpo no contexto educacional,


acompanhando uma mudança de paradigma no encaminhamento das questões
desta área. Em linhas gerais, é caracterizada pelo reconhecimento da
importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões
sobre a orientação e planejamento de seu trabalho. O conceito de gestão está
associado ao fortalecimento da democratização do processo pedagógico, pela
participação responsável de todos nas decisões necessárias e na sua efetivação,
mediante seu compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez mais
efetivos e significativos (LÜCK, 2002, p. 1).

Contudo, a Gestão Escolar caminha de acordo com as Políticas Públicas e pouco


consegue desenvolver fora desse âmbito. Leis, Resoluções e Decretos determinam regras e estas
devem ser seguidas, sendo que, em muitas situações, elas ou são insuficientes para atender a
demanda social ou se encontram na lei, porém, sem qualquer suporte para sua realização.

Um dos pontos determinantes é a condição socioeconômica dos estudantes. Para


estudantes em situação privilegiada economicamente é fácil presumir que estes têm acesso à
tecnologia (computador, celular, internet) que auxiliam na execução de suas tarefas escolares e
que a probabilidade de terem pais com formação superior e conhecimentos que auxiliam estes
estudantes durante sua passagem pela escola é grande. Na outra face dessa mesma moeda, vemos
aqueles que possuem condições econômicas mais precárias, não tendo os mesmos acessos
materiais e, muitas vezes, precisando conciliar trabalho e estudo logo cedo para garantir
subsistência.

Cláudia Costin, Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais


em Edutainment1 na FGV, afirma que “81,7% dos alunos brasileiros estão em escolas públicas”,
e complementa destacando que “entre as 79 economias que participaram do último PISA, fomos

1
Edutainment é a produção de conteúdo educacional, soluções tecnológicas ou métodos de ensino
que utilizam valores do entretenimento.
8

(Brasil) consideradas a 2ª mais desigual entre os países participantes, ou seja, a nossa


desigualdade social se traduz em desigualdade educacional”.

Mesmo com esses dados caóticos relacionados à educação brasileira, foi possível
verificar recentemente que as Redes Públicas e as Particulares de ensino, não atingiram a meta
do IDEB 2019. No entanto, vale ressaltar que as escolas públicas apresentaram mais avanços que
as escolas privadas. Para Cláudia Costin “sem o empenho do professor em se inovar, as
desigualdades educacionais seriam ainda piores”.

Não é novidade que o investimento da educação pública brasileira está aquém da


realidade de países líderes em educação. O Brasil possui a pior remuneração de professores
segundo TALIS (pesquisa realizada pela OCDE) e não apresenta evolução pelos anos
trabalhados (O TEMPO, 2019). Na contramão, temos o Judiciário mais caro do mundo
(STRUCK, 2020) e o Congresso Nacional como o segundo mais caro no mundo
(PASSARINHO, 2020).

A realidade é que existe uma deturpação no que se refere ao funcionário público e


serviços públicos prestados em território brasileiro (CERQUEIRA, 2020) e os serviços básicos
como Educação, Saúde e Segurança são de longe os mais precários. Contudo, vemos que na área
da Educação e Segurança, quando se trata de prestação de serviços em empresas particulares, a
diferença salarial aos profissionais não é acentuada.

No caso da Educação, na escola pública é comum vermos professores investindo


parte do seu salário para comprar materiais básicos buscando atender os estudantes e desenvolver
seu trabalho buscando eficiência. Na verdade, em termos salariais, a diferença da média não é
significativa, o que muda são as condições de trabalho, estrutura material e faixa socioeconômica
dos estudantes atendidos.

2.4. Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador

Para a elaboração deste projeto, foi necessária a leitura de muitas referências que
encontramos em disciplinas da Pedagogia ao longo dos últimos semestres de curso. A disciplina
de Gestão Escolar foi fundamental para a compreensão sobre a importância da temática escolhida
para este trabalho, pois, a partir dos estudos nessa disciplina, entendemos melhor o conceito e a
9

relevância da Gestão Democrática para a educação pública, além de perceber o quanto as


políticas públicas governamentais afetam o processo de Gestão Escolar.

Além dessa disciplina, também foi de grande ajuda o estudo proporcionado pela
disciplina de Educação Não Formal sobre as transformações sociais ocorridas a partir da
educação. Ademais, os Estágios Supervisionados em Gestão, tanto na Educação Infantil, quanto
nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, contribuíram para que houvesse a possibilidade de
conhecimento do contexto escolar real e dos problemas enfrentados pela Gestão Escolar.

2.5. Metodologia

Para a elaboração deste projeto, inicialmente foram necessárias reuniões do grupo de


trabalho, nas quais, a partir de brainstorm, foi decidido o tema a ser desenvolvido e organizado
o plano de ação para que, semana a semana, dados fossem coletados e analisados, e a houvesse
pesquisa bibliográfica relacionada a nosso problema de pesquisa.

Figura 1: Brainstorm online


10

Fazer um projeto sobre educação em tempos de distanciamento social não é fácil - tendo
em vista que, durante a execução deste trabalho, vivemos em meio a uma pandemia. Por isso, a
coleta de dados tem sido feita por meio de ligações, e-mails e videoconferências.

Em situações novas como a que a sociedade atual está vivendo, é preciso pensar em
inovações para que seja possível viver com o maior nível de normalidade possível. Pensando
nisso, o design thinking foi fundamental como estratégia para repensarmos nossa realidade e nos
adequarmos a um contexto cheio de dificuldades e impasses. Sendo assim, em meio ao problema
da falta de recursos públicos destinada à educação, ou à comunidade escolar, que, como
consequência, é um entrave para a uma eficaz gestão democrática, precisamos repensar as
possibilidades e redesenhar as estratégias ao alcance da escola para que essa gestão aconteça da
melhor forma possível.

Para o Brainstorm2, optamos por iniciá-lo no final de julho do presente ano, visto que
os componentes deste grupo já se apresentaram com propósito de estabelecer plano para o último
Projeto Integrador desta graduação. Ao ser disponibilizado o tema no início do mês de agosto, o
grupo deu início às reuniões online.

Tendo sido estabelecida a temática na área de Gestão Escolar, demos início a um debate
no qual todas as ideias foram catalogadas e, em seguida, utilizamos o Diagrama de Ishikawa3
para que fosse possível discriminar problemas e soluções acerca da administração escolar.

O mais indicado seria termos vários componentes para participação nesses encontros
(representantes de gestão escolar, estudantes, representantes da sociedade, entre outros), porém,
devido ao isolamento social e às características do presente projeto, as colocações iniciais
basearam-se nas experiências práticas e conhecimentos teóricos de cada um dos componentes.
Houve debates também dos fatores históricos que resultaram na situação atual.

Todas as questões levantadas incluíram pontos de vista diferentes e ações


multidisciplinares que possibilitariam resoluções de problemas referentes à Gestão Escolar.

2
“O brainstorm é uma dinâmica de grupo que é usada em várias empresas como uma técnica para resolver
problemas específicos, para desenvolver novas ideias ou projetos, para juntar informação e para estimular o
pensamento criativo” (SIGNIFICADO, 2014).
3
“O Diagrama de Ishikawa é um gráfico cuja finalidade é organizar o raciocínio em discussões de um problema
prioritário em processos diversos (...). É uma das mais importantes ferramentas de gestão existentes” (MANICA,
2015).
11

Após ordenadas as ideias, foi possível então levantar uma questão crucial sobre a gestão
escolar, na qual é pretendido que, após este estudo, seja possível seguir rumo ao esclarecimento
de algumas questões que envolvem a Gestão Escolar como Política Pública e até onde uma escola
consegue chegar.
12

3. RESULTADOS

Em uma palestra intitulada “Ser professor”, o filósofo Leandro Karnal, quando cita os
resultados da educação para a sociedade, relembra seu amigo Rubem Alves que diz “Eu entendo
que eu plantei Carvalho, eu não plantei Eucalipto, ou seja, demora muito pra crescer… demora
muito pra dar resultado”4. Esta colocação expressa com profundidade os efeitos dos resultados
da educação no desenvolvimento da sociedade.
Já analisamos anteriormente a necessidade de investimentos na educação e a
impossibilidade de conquistar efeitos imediatos, visto que se trata de uma construção complexa
que demanda várias vertentes, dentre elas, as características socioeconômicas, estas, pela
discrepância no acesso a informações, à tecnologia e pelo ingresso no mercado de trabalho de
maneira precoce da camada social menos favorecida em comparação às mais favorecidas.
Pelo trato humano e sua complexidade, “A Educação não pode jamais ser gerida como
empresa porque tem objetivos completamente diferentes. Educação não visa produzir dinheiro,
mas sim, desenvolvimento humano” (TERRIBILI, 2020). Ao contrário das empresas privadas,
que, mesmo sendo da área educacional, visam ao lucro – seja por venda de material apostilado,
uniformes escolares e mensalidades –, as escolas públicas dependem que o envio de valores seja
proveniente do investimento de recursos públicos e, infelizmente, nem sempre isso ocorre de
maneira efetiva. Isso ocorre muitas vezes porque muitos dos recursos públicos frequentemente
são utilizados em esquemas de desvio de verbas e, comumente, vemos nos meios de comunicação
a frequência com que isso ocorre com verbas que deveriam ser destinadas à saúde e à educação.
Um exemplo recente foi a investigação ocorrida em 2016, denominada pela Polícia Federal como
“Máfia da Merenda”, na qual deputados dos partidos políticos aliados, secretários, coordenadores
e chefias e cargos de confiança da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo participaram
de desvios milionários da merenda escolar. E mesmo com tamanho desfalque, a votação para
uma CPI para averiguação não foi aprovada e os processos judiciais foram engavetados. O
dinheiro desviado nunca foi recuperado (MELO, 2018).
Vale ressaltar que, no Brasil, temos hoje, ano de 2020, 10,3 milhões de pessoas que vivem
em estado de extrema pobreza, entrando automaticamente no que é chamado de “Mapa da Fome”
(SILVEIRA, 2020), e que crianças em idade escolar pertencentes a essa camada da sociedade se
alimentam, quase que exclusivamente, da merenda escolar (GARCIA, 2019).

4
O Carvalho só começa a produzir 50 anos após o plantio, enquanto o Eucalipto necessita apenas de 6 anos.
13

Estes tópicos até aqui discorridos foram colocados porque, em entrevistas com a Gestão
Escolar das escolas públicas acompanhadas no desenvolvimento deste trabalho, gestores
acentuaram, em tom de desabafo, sua impotência ao oferecer “suco de pó e bolacha água e sal
para os estudantes e depois, ‘exigir’ que eles aprendam alguma coisa em sala de aula”.
Casos como este não foram encontrados em estudantes de escolas privadas, o que auxilia
imensamente no desenvolvimento acadêmico destes.
Além de vários depoimentos, os gestores responderam a uma pesquisa escrita, na qual
descrevem os recursos recebidos e como fazem uso deles.

3.1. Solução inicial

No início da presente pesquisa, o tema da Gestão Escolar e Políticas Públicas foi


escolhido porque há resistência a muito do que se pretende desenvolver em escolas públicas. Ao
analisar mais profundamente, tal resistência vinda da Gestão Escolar decorria da falta de recursos
necessários para o desenvolvimento ideal dos processos de ensino e aprendizagem.
O propósito dos componentes do grupo de estudo era o de realizar pesquisas e
observações diretamente nas escolas, porém, devido à pandemia da COVID-19, esta ação
presencial não foi possível. Assim sendo, a alternativa foi realizar pesquisas via preenchimento
de formulário (vide o campo Anexos).
Participaram desta pesquisa de forma remota uma Unidade Escolar Pública Estadual de
Anos Iniciais, uma privada, duas Escolas Estaduais de Programa de Ensino Integral (PEI) e, uma
Organização da Sociedade Civil/OSC (existem também as ONG - Organização Não
Governamental, OS - Organização Social, OSCIP - Organização de Sociedade Civil de Interesse
Público, todas denominadas como 3º Setor), que desenvolvem projetos sociais com finalidade
pública. Participaram dessa pesquisa escolas provenientes de três cidades da região, incluindo a
cidade de Campinas, SP.
Foi possível estabelecer contato com Gestores sendo: Diretores, Vice Diretores,
Coordenadores Pedagógicos e Gerente de Organização Escolar, e, a partir daí, realizar a coleta
de informações para definição do trabalho.
Não foi possível fazer coleta de imagens devido ao isolamento social, porém algumas
escolas se manifestaram em não permitir divulgação de nomes e imagens, já que, por se tratar de
14

um assunto complexo, algumas informações poderiam ser descontextualizadas, comprometendo


assim, uma ruptura do Clima Escolar5 já alcançado.
As análises iniciais estavam compostas de muitos itens os quais não constavam na
pesquisa bibliográfica já realizada. No entanto, serviram como meio para se analisar ainda mais
profundamente outros fatores relacionados à educação escolar, que interferem profundamente
nos processos da Gestão Escolar.
As coletas de informações não apresentaram diretamente alguma solução para o
problema, mas permitiram uma análise crítica sobre as dificuldades encontradas e como a falta
de estrutura impede a progressão para o alcance de uma educação pública de qualidade.

3.2. Solução Final

Foi possível analisar em todas as Unidades Escolares que, tanto escolas públicas como
privadas, recebem suporte do poder público. Nota Fiscal Paulista é um exemplo de suporte
governamental para escolas privadas. Nos relatos, foi possível verificar também que, para
participação de eventos externos, é comum que escolas privadas consigam adquirir suporte para
transporte dos estudantes através da Prefeitura Municipal local. Outro recurso público obtido
pelas escolas privadas é o chamado voucher, o qual se trata de um recurso municipal. Na falta de
vagas para estudantes nas escolas públicas, principalmente da Educação Infantil, a criança é
direcionada à uma escola privada e seu atendimento é pago através deste voucher. No caso da
OSC entrevistada, os recursos são provenientes dos convênios estabelecidos com o Poder Público
Municipal e Empresas Privadas, porém a escola desenvolve ações próprias para arrecadação de
fundos.
As Escolas Públicas Estaduais contam exclusivamente com recursos públicos. Estes
recursos têm origem nos governos Federais, Estaduais e Municipais, sendo: PDDE 6 Básico
(Federal), PDDE Paulista I e II (Estadual), Acessibilidade (Federal), Educação Conectada
(Federal), Merenda Escolar (Municipal através do convênio desta com Governo Estadual) e Rede
de Suprimentos (Estadual). No caso das PEI, o investimento é maior. Essa vantagem no
investimento inclui também o pagamento salarial de professores e Gestão Escolar que contam
com uma bonificação mensal de 75% a mais de acordo com o salário de cada um.

5
O Clima Escolar tem por propósito favorecer relações sociais e auxiliar no processo educativo, bem como na
inclusão escolar, através da estruturação de um ambiente afável, pacífico e positivo, construído a partir do plano
de Gestão, desenvolvido com a participação de todos os envolvidos, sendo os componentes da escola e sociedade.
(MORO, 2018)
6
PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola
15

Já as Escolas Municipais contam com recursos Municipais e verbas do FUNDEB


(Federal), tanto para aquisição de bens consumíveis ou não, quanto para pagamento salarial.
Porém, também recebem materiais como PNLD (Programa Nacional do Livro Didático).
De todas as escolas entrevistadas, todas se manifestaram como promotoras de eventos
para arrecadação de fundos como festas, bazares, apresentações artísticas dos estudantes com
vendas de artesanatos, comidas, bebidas e jogos recreativos, entre outras ações, juntamente com
a APM - Associação de Pais e Mestres.
A utilização de recursos financeiros imediatos só ocorre de maneira efetiva nas Escolas
Privadas. Escolas Públicas em sua maioria possuem pouco dinheiro em caixa de forma que
permitam utilizá-los de maneira independente. Os recursos públicos para reformas e aquisição
de materiais consumíveis seguem meios por vezes burocráticos ou mesmo insuficientes para
atender a demanda.
Nas escolas municipais, quando há algum evento que necessite de reparo imediato
(telhado ou calhas comprometidos pelas chuvas, canos estourados, vazamento de esgotos, por
exemplo), a prefeitura local tem condições de enviar profissionais que façam análises e reparos
de maneira mais efetiva. Quando se trata de escolas estaduais, por outro lado, esse problema é
bem mais complexo, pois, na maioria das vezes, a escola depende do dinheiro da APM para
contratar profissionais para realizar os reparos e comprar peças necessárias (e nem sempre o
dinheiro das APM é suficiente) ou conta com o auxílio de funcionários da escola ou componentes
da sociedade para contribuir no processo de reparo, por não haver uma política mais imediata
para atendimento em casos dessa categoria.
Em algumas situações, as escolas estaduais precisam contar com o apoio da prefeitura
local. Um exemplo dado por uma gestora foi a poda de uma árvore que já estava condenada
localizada dentro de uma escola Estadual. A prefeitura demorou um ano e seis meses para realizar
a poda. Neste período de espera, a queda de galhos podres no telhado da escola causou danos e
necessitou de troca de telhas e calhas. Em outra escola estadual, uma árvore caiu no espaço entre
o pátio e o estacionamento de veículos e a prefeitura local demorou dez dias para fazer a retirada.
De todos os relatos feitos por gestores das escolas públicas, a necessidade de fortalecer
ações diretamente voltadas para o aprendizado em sala de aula foi a mais comentada, como a
necessidade de horários extras para dar atenção mais direcionada a estudantes com dificuldades
de aprendizagem. Escolas privadas possuem o que se chama de aula de reforço escolar, com
professores e espaço no contraturno, porém, a mesma estrutura não acontece nas escolas públicas
estaduais. Mesmo com o apoio dos pais em levar as crianças para a escola no contraturno, essa
modalidade de ensino não acontece, pois não há previsão legal para isso. Nas escolas públicas
16

municipais o projeto de aulas complementares no contraturno depende do plano de cada


secretaria de educação. No caso desta escola em que desenvolvemos a pesquisa, essas aulas
complementares de reforço ocorrem somente em forma de projeto, onde professores utilizam
horários de estudo para atender estudantes que precisam de aulas extras.
Outro ponto destacado por uma escola estadual foi a falta de livros PNLD (Federal) no
corrente ano, pois, em algumas unidades, chegou a faltar livros para 40% dos estudantes.
“Fizemos a solicitação diversas vezes pela plataforma, mas não tivemos retorno. Em uma das
solicitações de remanejamento, nos foi ofertado livros que, para suprir a necessidade, a escola
tinha que buscar em outras escolas. mas quando fomos ver, alguns livros deveriam ser retirados
em uma escola em São Caetano do Sul, outros em Jundiaí, outros em Embu das Artes. Tudo
sobre responsabilidade da escola. Não tem como. Se pudéssemos até iríamos, mas não tinha
como”, relata um dos gestores entrevistado. Além disso, é relatado o receio em decorrência dos
constantes avisos de cortes nas verbas para educação (OLIVEIRA, 2020).
Quanto ao apoio da comunidade, as escolas públicas apontaram que houve crescente
participação desde que os planos de Gestão Democrática / Participativa começaram a ser
implantados. Segundo os relatos, a cada ano, o número de participantes nos Conselhos de Escola
compostos por pais e membros da comunidade aumenta.
Assim sendo, vimos que, dentre as escolas pesquisadas, há empenho por parte da Gestão
Escolar e os resultados obtidos nas avaliações oficiais apontaram evolução, no entanto, há muito
ainda o que estruturar para que se desenvolvam e se alcancem os resultados esperados, seja na
evolução acadêmica, seja no desenvolvimento humano.
Com base nos relatos coletados, concluímos que, em todas as Unidades Escolares, há um
efetivo esforço, tanto por parte da Gestão Escolar, quanto dos professores e demais funcionários
da escola.
Da mesma forma, gestores afirmaram que há, sim, pretensões para buscar novas
alternativas para melhorar cada vez mais. Nos relatos das Escolas Estaduais, os gestores
afirmaram que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo oferece intensivamente cursos
e aprimoramento para professores e gestão, cujo intuito é contribuir com essa busca.
No final, vimos que, havendo um desenvolvimento real das políticas públicas, a ação das
escolas seria mais positiva, e a probabilidade de se alcançar a educação desejada estaria mais
próxima.
17

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Gestão Escolar pode, sim, fazer diferença numa escola pública. O uso dos recursos
públicos recebidos, se utilizados de maneira coerente, realizando pesquisa de mercado, unindo a
sociedade aos propósitos da escola, favorece a construção de um ambiente favorável para o
desenvolvimento das aprendizagens. A Gestão Escolar também pode, através dos Projetos
Políticos Pedagógicos, Planejamentos e Planos de Aulas, aproximar o conteúdo escolar do
cotidiano das pessoas, favorecendo o caminho às aprendizagens necessárias.
Contudo, vimos que o investimento público ainda está aquém do necessário e, além do
investimento financeiro insuficiente, temos professores mal remunerados e com carência de
formação profissional. Muitas vezes, estes atuam em até quatro unidades escolares para garantir
subsistência pessoal. Os recentes cortes no investimento da educação e a falta de fiscalização
quanto aos desvios de recursos públicos também são fatores preocupantes e que dependem
exclusivamente das ações dos governos.
A Gestão Pública fazendo uso dos recursos advindos de Políticas Públicas, podem sim,
mudar de maneira eficiente alguns quesitos para a diminuição das desigualdades, porém ainda
não é possível dar condições de mudança social que favoreçam a atuação dos estudantes na vida
acadêmica. Fatores como fome, desemprego, trabalho infantil após a escola ou entrada precoce
no mercado de trabalho para auxiliar o sustento da família, prejudicam a progressão acadêmica
e, consequentemente, impedem uma ascensão social.
As Políticas Públicas e a atuação no combate à miséria, proporcionando a tão falada
Dignidade da Pessoa Humana, como descrito no Art. 1º da Constituição precisa sair das páginas
dos livros e atuar nas vidas.
18

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2020.
23

ANEXOS

PESQUISA
PROJETO INTEGRADOR VI

UNIVESP - PEDAGOGIA
GESTÃO ESCOLAR

A presente pesquisa não poderá conter qualquer identificação direta do gestor e da Unidade
Escolar a que representa.

1) Em qual categoria de Unidade Escolar você atua?


( ) Municipal
( ) Estadual
( ) Privada

2) Sua escola recebe recursos públicos para desenvolvimento de atividades


educacionais?
( ) Sim
( ) Não

Se sim, qual a proveniência desses recursos?


( ) Municipal
( ) Estadual
( ) Federal
( ) Outros. Especifique: ___________________________________________

3) Cite de quais programas governamentais sua Unidade Escolar recebe recursos:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

4) Quais recursos financeiros sua Unidade Escolar recebe? (valores em dinheiro, isenção
de impostos, créditos de compras).
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5) Desses recursos, tem algum específico que dá liberdade para utilizar em aquisição para
estrutura necessária que atenda sua Unidade Escolar?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

6) Os valores recebidos são suficientes para atender a demanda? Comente.


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
24

7) O suporte dado pela instituição central da sua Unidade Escolar (Secretaria de


Educação, Sistema de Ensino, entidade filantrópica) é suficiente para o andamento das
atividades e cumprimento das exigências estabelecidas por elas? Comente.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

8) A estrutura dada à sua Unidade Escolar permite uma Gestão Democrática/Participativa


por parte da Gestão Escolar?
( ) Sim
( ) Não

Justifique sua resposta:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

9) O que seria necessário, advindo da administração superior, para que sua Unidade
Escolar tivesse um desenvolvimento ideal visando a formação integral dos Estudantes?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Agradecemos por sua colaboração!

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