Lei Uso Ocupação Solo - Projeto

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PROJETO DE LEI Nº__________

Dispõe sobre o Uso e Ocupação do


Solo no Município de Salinópolis-
Pa. e dá outras providências.-

O PREFEITO MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE SALINÓPOLIS-PA:

Faço saber que a Câmara Municipal aprova e eu sanciono e promulgo a


seguinte Lei:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS E DOS OBJETIVOS

Art. 1º - Esta Lei disciplina o uso e ocupação do solo do Município de


Salinópolis –Pa. que atende a dispositivos da Lei Orgânica do Município e do Plano Diretor.

Parágrafo único – Todo e qualquer parcelamento de terreno, inclusive o


decorrente de divisão amigável ou judicial, sua ocupação, desmatamento, construção,
reforma, ampliação, e utilização de edifícios, são regulamentados pela presente Lei,
observada, no que couber, as disposições das Legislações Federal e Estadual pertinentes,
o Plano Diretor e o Código de Obras do Município.

Art. 2º - Esta Lei tem como objetivos:

I – regulamentar a abertura de vias públicas e a subdivisão de glebas


em lotes para fins urbanos;
II – disciplinar a localização de atividades urbanas dentro do território
do Município;
III – regulamentar a implantação de edificações nos lotes.

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES

Art. 3º - Para os fins desta Lei considera-se que:

I – Zonas são porções do território do Município definidas por Lei e


caracterizadas pela função social específica;
II – Alinhamento é a linha divisória entre terreno de propriedade
particular e logradouro público;
III – Alvará de parcelamento e alvará de obras são documentos de
obras sujeitas à fiscalização do Executivo Municipal;
IV – Área construída é a soma das áreas de todos os pavimentos de
uma edificação;
V – Área de uso institucional é o espaço reservado para fins específicos
de utilidade pública, tais como educação, saúde, cultura e administração;
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VI – Área ocupada é a área de projeção horizontal da edificação sobre o


terreno;
VII – Desmembramento é a subdivisão de gleba com área inferior a
5.000 m² em lotes destinados à edificação, com aproveitamento do sistema viário existente
desde que não implique na abertura de novos logradouros públicos nem no
prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes;
VIII – Desdobro é a subdivisão de um lote urbano em dois;
IX – Embargo é o ato administrativo que determina a paralisação de
uma obra;
X – Equipamentos comunitários são os equipamentos públicos de
educação, cultura, saúde, lazer e similares;
XI – Equipamentos urbanos são os equipamentos públicos de
abastecimento de água, serviços de esgoto, energia elétrica, iluminação pública, coleta de
lixo, rede telefônica e gás canalizado;
XII – Espaço ou área livre de uso público é a área de uso comum ou
especial da população, destinada, exclusiva ou predominantemente, à recreação ou lazer
ao ar livre;
XIII – Faixa de rolamento é cada uma das faixas que compõem a área
destinada ao tráfego de veículos nas vias de circulação;
XIV – Faixa de domínio é a área de propriedade pública destinada à
circulação, que poderá ter largura superior à do conjunto das faixas de rolamento e
calçadas;
XV – Faixa não edificante é a área do terreno onde não é permitida
qualquer construção, vinculando-se o seu uso a uma servidão;
XVI – Faixa sanitária é a área não edificante cujo uso está vinculado a
servidão de passagem para efeito de drenagem e captação de águas pluviais ou construção
de rede de esgoto;
XVII – Frente do lote é a divisa lindeira à via oficial de circulação que
dá acesso ao lote;
XVIII – “Habite-se” é o documento que autoriza a ocupação de
edificações sujeitas à fiscalização do Executivo Municipal;
XIX – Lote é a parcela de terreno, constituindo unidade autônoma de
propriedade, com pelo menos um acesso por via oficial de circulação;
XX – Logradouro público é a área de uso comum ou especial da
população, destinada exclusiva ou predominantemente à circulação;
XXI – Loteamento é a subdivisão da gleba em lotes destinados a
edificação de qualquer natureza, com abertura de novas vias de circulação,
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes;
XXII – Gleba é a área de terra que não foi objeto de parcelamento para
fins urbanos;
XXIII – Habitação de interesse social é aquela destinada à população
que vive em condições de habitação precária ou aufere renda familiar inferior a 3 (três)
salários mínimos;
XXIV – Parcelamento é a subdivisão de gleba sob forma de loteamento,
desmembramento ou desdobro;
XXV – Passeio ou calçada é a parte do logradouro público reservado ao
tráfego de pedestres;
XXVI – Recuo é a distância entre o limite externo da área ocupada pela
edificação e a divisa do lote;
XXVII – Taxa de ocupação é o quociente entre a área ocupada pela
edificação e a área total do terreno a ela vinculada;
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XXVIII – Termo de verificação é o ato através do qual o Executivo


Municipal, após a devida vistoria, certifica a execução correta das obras exigidas pela
legislação competente;
XXIX – Uso do edifício ou terreno é a atividade exercida no edifício, em
parte dele ou no terreno;
XXX – Via de circulação é o espaço de uso comum da população
destinado à circulação de veículos, de pedestres ou de ambos;
XXXI – Via de circulação interrompida é aquela em que uma de suas
extremidades não desemboca em outra;
XXXII – Vistoria é a diligência efetuada pelo Executivo Municipal,
tendo por fim verificar as condições de uma obra ou o uso de um edifício ou terreno;
XXXIII – Potencial construtivo de um lote ou terreno é a área possível
de nele ser construído, aplicando-se o coeficiente de aproveitamento;
XXXIV – Solo urbano não edificado, não utilizado ou sub-utilizado é a
área, lote ou terreno desocupado, sem edificações, sem utilização por atividade social ou
econômica ou que apresente coeficiente de aproveitamento menor que aquele definido
como mínimo;
XXXV – Corredores de comércio e serviços são as faixas constituídas
pelos lotes lindeiros, de cada lado da rede de vias principais urbanas, destinadas,
preferencialmente, aos usos associados a veículos ou geradores de grande volume de
tráfego.

TÍTULO II
DAS NORMAS DE PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I
DAS DIRETRIZES PARA O PARCELAMENTO DO SOLO

Art. 4º - Antes da elaboração dos projetos de parcelamento de gleba o


interessado deverá solicitar ao Executivo Municipal a expedição de diretrizes,
apresentando, para este fim, requerimento acompanhado dos seguintes elementos e
informações:

I – duas vias de planta da gleba na escala de 1:1000, contendo:

as divisas da área a ser parcelada;


as curvas de nível de metro em metro;
a localização dos cursos d'água, bosques, árvores e
construções existentes;
a indicação dos arruamentos contíguos em todo o perímetro
com a localização das vias de comunicação, das áreas livres e
equipamentos urbanos e comunitários existentes em suas
adjacências;
o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;
as características, dimensões e localização das zonas de uso
contíguas;
a proposta de abertura das vias de circulação, quadras, lotes e
reservas de áreas públicas;
o croqui de localização da gleba, em escala 1:5000, contendo
as referências que possibilitem a perfeita localização da
mesma;
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Art. 5º - Atendendo ao requerimento do interessado, o Executivo Municipal


expedirá as diretrizes preliminares contendo:

I – anteprojeto com as vias de circulação a integrarem o sistema viário


do Município, quadras, lotes e as áreas de uso público;
II – as obras necessárias que permitirão a implantação do loteamento
em terrenos baixos, alagadiços, sujeitos a inundação e insalubres, a serem executadas
antes do parcelamento;
III – as obras e as diretrizes dos dispositivos necessários à retenção e
absorção das águas pluviais, visando a prevenção da erosão;
IV – a fixação de zonas de uso, assim como corredores de comércio e
serviços;
V – as obras e equipamentos mínimos, de acordo com o Anexo I desta
Lei.

§ 1º - Decorrido o prazo de 1 (um) ano, sem que o interessado tenha


apresentado o requerimento para a aprovação definitiva do parcelamento, as diretrizes
serão canceladas automaticamente.
§ 2º - Caso as informações fornecidas pelo responsável técnico pelo
empreendimento estejam em desacordo com a realidade, as diretrizes fornecidas ficam
canceladas.

Art. 6º - O projeto de parcelamento elaborado em conformidade com as


diretrizes expedidas será apresentado pelo interessado que requererá, junto ao Executivo
Municipal, a correspondente aprovação, juntando as seguintes informações:

I – título de propriedade do imóvel;


II – certidão de ônus reais que pesem sobre o imóvel;
III – certidão negativa de tributos municipais sobre o imóvel;
IV – projeto em 5 (cinco) vias assinadas pelo proprietário e
profissionais habilitados, devidamente aprovadas pelos órgãos estaduais, contendo:

subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas divisões e numeração, localização


e configuração das áreas que passarão ao domínio do Município no ato de registro do
loteamento;
sistemas de vias com as respectivas hierarquias;
as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, pontos de tangência e
de ângulos centrais das vias;
os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e praças;
a indicação de marcos de alinhamentos e nivelamentos localizados nos ângulos de
curvas de vias projetadas;
a indicação de plantas de níveis em perfis de todas as linhas de escoamentos das
águas pluviais;

V – uma via do projeto em meio eletrônico;


VI – projetos dos equipamentos urbanos de responsabilidade do
loteador, previstos no Plano Diretor, em 5 (cinco) vias, preliminarmente aprovados pelas
concessionárias respectivas dos serviços a serem implantados;
VII – memorial descritivo em 5 (cinco) vias, assinado pelo proprietário e
pelo profissional habilitado, contendo:
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a descrição sucinta do loteamento com as suas características;


a descrição das áreas públicas que passarão ao domínio do
Município no ato de registro do loteamento;

VIII – cronograma físico-financeiro de execução das obras e


equipamentos urbanos que deverão ser executados pelo loteador dentro dos prazos
previstos no Plano Diretor.
IX – Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), devidamente
recolhida pelos profissionais envolvidos no projeto.

Art. 7º - Estando o projeto de acordo com esta Lei e com as legislações federal
e estadual pertinentes, o mesmo será aprovado pelo Executivo Municipal.

Art. 8º - O loteador caucionará como garantia da execução das obras de


infra-estrutura previstas na aprovação do parcelamento de solo, imóvel cujo valor será
correspondente a, no mínimo, 120% do custo das obras a serem realizadas.

§ 1º - A caução deverá ser apresentada mediante escritura pública de


hipoteca e o seu valor será fixado a juízo do Executivo Municipal.
§ 2º - A critério do Executivo Municipal, o loteador poderá oferecer como
instrumento de garantia, fiança bancária.
§ 3º - No ato de aprovação do projeto, bem como do instrumento de
garantia mencionado neste artigo, deverão constar especificamente as obras e serviços que
o loteador fica obrigado a executar, nos prazos fixados no cronograma físico-financeiro.

Art. 9º - Pagos os emolumentos devidos e outorgada a escritura de caução


mencionada no artigo anterior, o Executivo Municipal expedirá o competente alvará de
parcelamento.

§ 1º - No alvará de parcelamento serão explicitados o cronograma físico-


financeiro aprovado para a execução das obras e a aceitação da garantia.
§ 2º - Caso haja necessidade de alteração nos projetos aprovados, o
loteador deverá obter autorização do Executivo Municipal e/ou concessionárias
anteriormente às suas execuções.

Art. 10 - Findo o prazo definido no § 3º do artigo 8º (Inciso VIII do artigo 6º),


caso não tenham sido realizadas as obras e os serviços exigidos, o Executivo Municipal,
sem prejuízo de outras medidas legais cabíveis, deverá implementá-las, executando a
garantia oferecida e comunicando a omissão do loteador ao Ministério Público da Comarca
ou ao Delegado de Polícia local.

Art. 11 - Uma vez realizadas todas as obras e serviços exigidos, o Executivo


Municipal, a requerimento do loteador e após a devida fiscalização, expedirá o termo de
verificação e liberará o loteador da garantia oferecida.

Parágrafo único – O requerimento do loteador deverá ser acompanhado de


uma cópia em meio eletrônico dos projetos do loteamento, tal como executados, que será
considerada oficial para todos os efeitos.

TÍTULO III
DAS NORMAS TÉCNICAS
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CAPÍTULO I
DO PARCELAMENTO DO SOLO

Art. 12 - Nenhum parcelamento, para quaisquer fins, será permitido em


terrenos baixos, alagadiços, insalubres ou sujeitos a inundações, antes de executados os
serviços ou obras de saneamento e escoamento de águas.

§ 1º - O parcelamento para quaisquer fins só poderá ser executado na


Zona Urbana, na Zona de Expansão Urbana e na Zona de Urbanização de Interesse
Turístico.
§ 2º - Os empreendimentos em forma de condomínio fechado, atendendo a
legislação federal, ou mesmo de caráter associativo, somente serão permitidos caso
estejam contidos em processo regular de parcelamento do solo.
§ 3º - Na Zona Rural é permitido o parcelamento que resulte em lotes com
área igual ou superior ao Módulo Mínimo Rural definido pelo INCRA para o Município e as
edificações não poderão exceder o coeficiente de aproveitamento de 0,03 (três centésimos).

Art. 13 - O leito carroçável das vias de circulação deverá apresentar:

I – declividade longitudinal não superior a 10% e não inferior a 0,5%;


II – declividade transversal do eixo das faixas até o meio fio de 1% a 3%;

Art. 14 - O alinhamento nos cruzamentos das vias de circulação de veículos


deverá ser concordado por um arco de circunferência comum, de raio não inferior a
9,00m.

Art. 15 - Os taludes resultantes de movimentos de terra deverão ter as


seguintes características:

I – declividade não superior a 50% (1:2) para taludes em corte e 40%


(1:2,5) para taludes de aterro;
II – revestimentos com vegetação rasteira apropriada para controle de
erosão, podendo ser dispensado, a critério do Executivo Municipal, em taludes de altura
inferior a um metro e declividade inferior a 1:3;
III – canaletas e outros dispositivos de drenagem na crista e na saia do
talude, caso este tenha altura superior a dois metros;
IV – altura máxima de 2,50 m quando os taludes, de corte e/ou de
aterro, forem resultantes da implantação do sistema viário.

Parágrafo único - Os taludes podem ser substituídos por muros de arrimo


ou proteção, às expensas do loteador.

Art. 16 - Deve ser preservada até a edificação, a cobertura vegetal de lotes ou


terrenos, devidamente aparada e livre de lixo ou entulho.

Parágrafo único - Por motivo de saúde pública, o Executivo Municipal


deverá notificar o loteador para executar, à suas custas, a capinação e a remoção de
entulho.

Art. 17 - Devem ser preservadas as linhas de drenagem natural dos terrenos,


na posição original e a céu aberto.
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Art. 18 - Nos lotes em declive, quando a diferença entre as cotas da frente e


do fundo do lote for igual ou maior que 1,00 m, os lotes situados à jusante deverão ser
dotados de servidão de passagem, com largura mínima de 0,50 m para drenagem das
águas pluviais e escoamento dos esgotos provenientes dos lotes vizinhos situados a
montante.

Parágrafo único – A referida servidão deverá constar do memorial


descritivo do lote.

Art. 19 - O parcelamento de solo já instalado e que esteja em


desconformidade com a presente Lei, na data de sua publicação, deverá proceder à sua
regularização, submetendo-se às seguintes disposições:

I – solicitar a regularização junto ao Executivo Municipal dentro dos


prazos previstos no Plano Diretor do Município;
II – apresentar aprovação dos órgãos estaduais e federais competentes;
III - atender aos seguintes critérios mínimos:

a) sistema de abastecimento de água, coleta de esgoto e resíduos


sólidos, rede de energia elétrica e iluminação pública aprovados,
conforme a competência, pelo Executivo Municipal ou pelas
empresas concessionárias de tais serviços públicos.

SEÇÃO I
DO PARCELAMENTO NA ZONA URBANA E ZONAS DE EXPANSÃO URBANA

Art. 20 – Qualquer gleba objeto de parcelamento deverá ter acesso por uma
via com faixa de domínio de, no mínimo, 14,00 m de largura, interligando a gleba a uma
via do sistema existente.

Parágrafo único – O ônus das obras eventualmente necessárias para a


construção ou alargamento da referida via de acesso recairá sobre o loteador.

Art. 21 – Todas as vias de circulação devem ter largura mínima de 14,00 m


sendo 9,00 m para o leito carroçável e 2,50 m para cada um dos passeios.

§ 1º - As vias de circulação de qualquer loteamento deverão garantir


continuidade de traçado com as vias de circulação das áreas adjacentes.
§ 2º - As vias de circulação que constituírem prolongamento de vias
existentes deverão ter a mesma seção transversal dessas com o mínimo de 14,00 m de
largura.
§ 3º - A medida referente à largura das vias públicas, mencionadas no
caput deste artigo, não será exigida quando se tratar de área circundada por outras já
loteadas devendo as vias a serem abertas acompanhar pelo menos o traçado de uma das
vias já existentes.
§ 4º - As vias “sem saída” deverão apresentar uma praça de retorno com
14,00 m de diâmetro no leito carroçável.
§ 5º - Deverá ser prevista a implantação, quando necessário, de vias
marginais ao longo de rodovias.

Art. 22 – As quadras terão comprimentos máximos definidos no Anexo II.


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Art. 23 - As áreas da gleba a ser parcelada que serão transferidas ao


patrimônio municipal, conforme definido no Plano Diretor, devem obedecer aos seguintes
critérios de localização:

estarem agrupadas em, no máximo, duas áreas com o mínimo de 1.000,00 m² cada;
ter frentes para, pelo menos, três vias públicas ou ser contíguas às existentes;
não ter divisas comuns com lotes privados do parcelamento;
no caso de existência de Áreas de Preservação Permanente na gleba a ser parcelada, as
áreas livres deverão se localizar junto àquelas.

§ 1º - No caso de parcelamento de gleba, com área inferior a 30.000 m², o


disposto no parágrafo anterior poderá ser dispensado a critério do Executivo Municipal.

§ 2º As exigências do “caput” deste artigo não se aplicam ao


desdobramento de lotes resultantes de processo regular de parcelamento do solo para fins
urbanos.

Art. 24 - Qualquer parcelamento ou desmembramento deverá prever lotes


com as características constantes do Anexo II.

Art. 25 - São responsabilidades do loteador as obras e instalações constantes


no Plano Diretor e no Anexo I desta Lei.

Art. 26 - No caso de desmembramento ou desdobro de lote edificável que já


seja resultado do parcelamento efetuado anteriormente, o interessado deverá requerer
aprovação ao Executivo Municipal apresentando:

I – título de propriedade do imóvel a desdobrar;


II – planta do imóvel a desdobrar assinada pelo proprietário e por
profissional habilitado, contendo:

Situação atual e situação proposta;


Planta da quadra onde se localiza o lote ou terreno com as respectivas dimensões,
numerações e ruas adjacentes àquela;
Indicação de faixas não edificantes, se houver;
Indicação dos confrontantes.

Art. 27 - Sempre que houver projeto simultâneo de desmembramento ou


desdobro de terreno e de edificações, os processos correrão separadamente.

SEÇÃO II
DO PARCELAMENTO NA ZONA DE URBANIZAÇÃO DE INTERESSE TURÍSTICO

Art. 28 – Na Zona de Urbanização de Interesse Turístico (ZEIT) será permitida


a implantação de empreendimento de parcelamento do solo, observando-se as normas
definidas no Plano Diretor e ainda:

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I – os empreendimentos deverão ser condominiais, associativos ou
públicos e submeter-se aos seguintes procedimentos:

solicitação de Diretrizes Preliminares junto ao Executivo Municipal;


aprovação junto aos órgãos estaduais e federais competentes;
aprovação junto ao Executivo Municipal.

II – manutenção das áreas públicas fora do condomínio ou solução


similar.

Art. 29 – Os projetos técnicos deverão ter soluções compatíveis para que a


ocupação não implique na supressão da mata nativa, primária ou secundária, em estágio
médio ou avançado de regeneração ou mesmo de espécies isoladas de médio ou grande
porte.

§ 1º - Implantação de cobertura vegetal ou outro tipo de proteção


superficial em todas as áreas terraplenadas ou desprovidas de vegetação.
§ 2º - Execução das vias de acesso, das calçadas, dos estacionamentos e
pátios com técnicas e materiais que permitam a infiltração de águas pluviais.

Art. 30 – São de responsabilidade do loteador as obras e instalações de:

I – sistema autônomo de abastecimento de água incluindo captação,


tratamento, reserva e distribuição, conforme projeto específico a ser aprovado pela
concessionária;
II – sistema autônomo de esgoto sanitário devidamente aprovado pela
concessionária ;
III – abastecimento de energia elétrica e de iluminação pública,
conforme projeto previamente aprovado pela empresa concessionária;
IV – guias e sarjetas;
V – sistema autônomo de coleta interna de resíduos sólidos, com
destinação ao aterro sanitário municipal.

CAPÍTULO II
DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 31 – O coeficiente de aproveitamento, taxa de ocupação, recuo frontal e


outros parâmetros permitidos para os lotes contidos na Zona Urbana, na Zona de
Expansão Urbana, e na Zona de Urbanização de Interesse Turístico são aqueles
constantes no Anexo II da presente Lei.

Art. 32 – No caso de construções com mais de dois pavimentos acima do


nível do solo, exige-se recuo de frente igual a 1/6 da medida da altura total da construção,
observando-se o mínimo de 3,00 m.

Art. 33 – Para construção com mais de dois pavimentos acima do nível do


solo, exige-se recuo e afastamento de 1/4 da medida da altura da construção, nas divisas
laterais e na divisa de fundo, observando-se o mínimo de 1,50 m.

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Parágrafo único – Se a edificação possuir faces com parede-cega, admite-se
para estas o recuo e afastamento de 1/6 da altura total da construção, observando-se o
mínimo de 2,00 m.

Art. 34 – Os lotes com frentes para as rodovias, preferencialmente deverão


ser para fins comerciais, devendo seus proprietários, fazerem consultas prévias no
executivo municipal.

Art. 35 – As atividades julgadas incômodas por razão de perigo, ruídos,


odores ou tráfegos, bem como de outras atividades praticadas permanentemente, somente
poderão ser instaladas a mais de 100 m de hospitais, unidades de saúde e de
estabelecimentos de ensino, mediante a anuência da vizinhança, através de documento
elaborado pelo Executivo Municipal.

§ 1º - Para fins deste artigo a vizinhança é constituída pela totalidade dos


proprietários e usuários dos imóveis situados num raio de 100,00 m de distância do
imóvel considerado.

§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica àquelas atividades cuja


implantação é incentivada nos corredores de comércio.

Art. 36 – As áreas destinadas a estacionamento de veículos nos edifícios


comerciais deverão ser na proporção de uma vaga para cada 100 m² da área bruta
construída ou fração.

Parágrafo único – Nos casos de edificações que contenham diversas salas


comerciais deverá ser garantida, no mínimo, uma vaga para cada sala ou unidade.

CAPÍTULO III
DA CLASSIFICAÇÃO DE USOS

Art. 37 – Para efeito desta Lei ficam instituídas as seguintes categorias de


uso para fins urbanos:

I – residencial (R), compreendendo:

habitações unifamiliares;
habitações agrupadas horizontalmente e/ou verticalmente;
habitações coletivas tais como internatos, asilos, casas de repouso e pensões,
excluídos motéis e hotéis;
conjuntos habitacionais.

II – comércio e serviço local, compreendendo todos aqueles que são


extensão natural de residências ou compatíveis com estas e que não causem incômodo,
utilizando, quando for o caso, equipamentos de isolamento acústico. Podem ser:

comércio: supermercados, mercearias, padarias, bares, quitandas, açougues,


farmácias, casa de jornais e revistas, bazares, floriculturas e similares;
higiene pessoal: cabeleireiras, barbearias, salões de beleza e similares;

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oficinas de reparação de artigos pessoais: sapatarias, lavanderias, tinturarias,
bicicletarias, ateliês de costura e similares;
serviços médicos: consultórios médicos, odontológicos e veterinários, fisioterápico, casa
de estética e similares;
serviços gerais: escritórios contábeis, de arquitetura, de engenharia, de advocacia,
cartórios, templos religiosos, estabelecimentos educacionais, culturais e similares.

III – comércio e serviços diversificados, compreendendo aqueles que


são compatíveis com o uso residencial enquanto não causadores de incômodos. Podendo
ser:

clínicas médicas e laboratórios;


lojas de eletrodomésticos e magazines;
pensões, hotéis e congêneres;
comércio de produtos veterinários, sementes, adubos, inseticidas e similares.

IV – comércio e serviços incômodos em geral, compreendendo todos


aqueles que são incompatíveis com o uso residencial em virtude de gerarem incômodos,
como ruídos, odores, calor, fumaça e detritos (poeiras). Podendo ser:

estabelecimentos que comercializem aparelhos sonoros, discos e fitas, desprovidos de


cabinas com isolamento acústico;
estabelecimentos que utilizem máquinas e utensílios ruidosos ou abriguem atividades
que provoquem pó, fumaça, mau cheiro, trepidações ou clarões, como serrarias,
carpintarias, marcenarias, serralherias e oficinas de funilaria, pintura e similares em
geral;
estabelecimentos que atraiam tráfego de veículos pesados como transportadoras,
garagens de ônibus e caminhões, depósitos, comércio atacadista, máquinas de
beneficiamento e similares.

V – comércio e serviços incômodos de lazer, compreendendo todos


aqueles que são incompatíveis com o uso residencial, em virtude de gerarem ruídos e
aumento de fluxo de veículos. Podem ser:

estabelecimentos de recreação ou lazer com horário de funcionamento atingindo o


período entre 22h e 06 h como clubes noturnos, cafés, bares, salões de baile e congêneres;

VI – desmanches e ferro velho, compreendendo as atividades ligadas à


comercialização de peças provenientes de desmanches de veículos, sucatas e recicláveis
em geral;
VII – postos de combustíveis para veículos conforme definidos em Leis
especificas das esferas estaduais e federais;
VIII– público, compreendendo todos aqueles ligados às atividades
administrativas dos órgãos públicos federal, estadual e municipal.

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CAPÍTULO IV
DOS LOTES E DO SEU USO
Art. 38 – Atividades comerciais como estábulos, cocheiras, granjas, avícolas,
currais, chiqueiros e estabelecimentos congêneres somente serão permitidos na Zona
Rural.

Art. 39 – A utilização, ampliação e as mudanças de uso dos imóveis situados


na Zona Urbana e na Zona de Expansão Urbana só serão autorizadas se os usos, os lotes
e as edificações estiverem de acordo com o disposto na presente Lei e na legislação
específica.

Parágrafo único – Nos casos de estabelecimentos comerciais, industriais


ou de prestação de serviços, a expedição das licenças de localização e de funcionamento é
condicionada ao atendimento do disposto na presente Lei e deverá ser solicitada pelo
interessado mediante requerimento indicando:

I – nome da pessoa ou razão social responsável pela atividade;


II – endereço do local onde a atividade deverá ser exercida;
III – descrição sucinta de cada atividade exercida em um mesmo
endereço, sob uma mesma razão social.

CAPÍTULO V
DA RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Art. 40 – Para efeito desta Lei somente profissional legalmente habilitado


poderá ser responsável técnico por projetos ou especificações a serem submetidos ao
Executivo Municipal.

Parágrafo único – A responsabilidade civil pelos serviços do projeto,


cálculo, especificação e execução cabe aos seus autores, responsáveis técnicos e
construtores.

Art. 41 – Só poderão ser inscritos no Executivo Municipal profissionais que


apresentarem a certidão de registro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia – CREA.

TÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 42 – A infração a qualquer dispositivo desta Lei poderá acarretar, sem


prejuízo das medidas de natureza civil e criminal previstas no Código Civil , a aplicação
das seguintes penalidades:

multa;
embargo;
interdição;
demolição.

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Art. 43 – No caso de qualquer infração aos dispositivos desta Lei, ou no de


realização de obra ou serviço que ofereça perigo às pessoas, o infrator ou dono da obra ou
serviço será notificado para, dentro do prazo que lhe for determinado, regularizar a
situação.

Art. 44 – O decurso do prazo da notificação, sem que tenha sido regularizada


a situação que deu causa, acarretará:

I – multa de R$500,00 (quinhentos reais) no caso de infração


consistente na apresentação de projeto para exame do Executivo Municipal, com indicação
falsa sobre o imóvel a ser parcelado, modificado ou utilizado.
II – o embargo da obra ou do serviço ou do imóvel até sua
regularização, nos outros casos de infração.

Art. 45 – O desrespeito ao embargo da obra, serviço ou uso do imóvel,


independentemente de outras penalidades cabíveis, sujeitará o infrator às multas
especificadas no § 1º deste artigo, aplicadas por dia de prosseguimento da obra ou serviço
ou de uso de imóvel à revelia do embargo, e ainda, a demolição das partes em desacordo
com as especificações desta Lei.

§ 1º - As multas diárias aplicáveis, conforme o tipo de infração são as


seguintes:

I – executar obras em descordo com as indicações apresentadas no


projeto ou no alvará de parcelamento: R$500,00 (quinhentos reais);
II – executar obras em desconformidade com as normas técnicas desta
Lei: R$500,00 (quinhentos reais);
III – executar qualquer obra de parcelamento sem respectivo alvará:
R$1.000,00 (um mil reais);
IV – edificar sem o respectivo alvará: R$1.000,00 (um mil reais);
V – faltar com as precauções necessárias para a segurança ou causar
danos a pessoas ou propriedades, ou acarretar prejuízo a logradouros públicos em razão
da execução de obras: R$ 100,00 (cem reais);
VI – anunciar, por qualquer meio, a venda, promessa ou cessão de
direitos relativos a imóveis, sem aprovação no Executivo Municipal e o devido registro no
Cartório de Registro de Imóveis do parcelamento ou após o término de prazos concedidos
em qualquer caso, quando os efeitos formais ou materiais contrariarem as disposições da
legislação municipal vigente: R$500,00 (quinhentos reais);
VII – utilização de imóvel para residência ou para exercício de atividade
de comércio, serviços ou indústrias sem “habite-se” ou sem licença para localização e
funcionamento, ou utilização em desacordo com os termos de licença expedida, inclusive
prazo de validade: R$ 100,00 (cem reais).

§ 2º - Nas reincidências, a multa será em dobro.

Art. 46 – A aplicação das penalidades previstas neste capítulo não dispensa o


atendimento das disposições desta Lei, de suas normas regulamentares, bem como não
desobriga o infrator de ressarcir eventuais danos resultantes da infração na forma da
legislação vigente.

Projeto de Lei nº - Fls. 14

TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 47 – Os proprietários de imóveis urbanos deverão pavimentar os


passeios públicos fronteiriços e mantê-los limpos e desobstruídos.

Art. 48 - São considerados não conformes os usos, lotes e edificações


utilizadas em datas anteriores à da promulgação da presente Lei, e que não atendam às
suas disposições.

Art. 49 – Os lotes não conformes são considerados edificáveis.

Parágrafo único – São permitidas alterações de área ou configuração de


lotes não conformes, desde que não agravem sua desconformidade em relação à presente
Lei.

Art. 50 – As condições não conformes só poderão sofrer reformas ou


ampliações que não agravem sua desconformidade em relação à presente Lei.

Art. 51 – As mudanças de uso em lotes ou edificações não conformes são


permitidas desde que o novo uso seja permitido pela presente Lei na zona em que
estiverem situados.

Art. 52 – Esta Lei e sua execução ficam sujeitas a contínuo


acompanhamento, revisão e adaptação às circunstâncias emergentes mobilizados, para
tanto, os mecanismos de participação previstos no Plano Diretor.

Parágrafo único – Cabe ao Conselho Municipal de Desenvolvimento


Urbano analisar os casos omissos nesta Lei.

Art. 53 – As despesas decorrentes com a execução da presente Lei correrão


por conta da dotação orçamentária vigente, suplementada se necessário.

Art. 54 – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as


disposições em contrário.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SALINÓPOLIS – Pa.


EM DE DE 2006

Raimundo Paulo dos Santos Gomes


PREFEITO MUNICIPAL

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