NÚCLEO CELULAR Duplicação Transcrição e Tradução

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E.E.E.M. VISCONDE DE MAUÁ – BIOLOGIA – 2º ano E.M. Prof.

Ricardo Salles Netto

NÚCLEO CELULAR = DUPLICAÇÃO – TRANSCRIÇÃO – TRADUÇÃO


Através da duplicação da duplicação, o DNA controla as divisões celulares e, ainda, transmite todas as
informações às células-filhas.
Através da transcrição e da tradução, o DNA determina síntese de proteínas estruturais, responsáveis pelas
características morfológicas celulares, e de proteínas catalisadoras, responsáveis pela ocorrência das reações
químicas nos seres vivos.
DUPLICAÇÃO: de DNA para DNA

O processo de duplicação do DNA ocorre no interior do núcleo, momentos antes da divisão celular.
A enzima DNA-helicase inicia o processo desmontado a configuração α-hélice do DNA e rompendo as ligações
de hidrogênio que existem entre as bases nitrogenadas. Simultaneamente, sob regência da enzima DNA-
polimerase, novos nucleotídeos, que estavam livres na célula, iniciam o pareamento com os filamentos-molde,
respeitando a afinidade entre as bases nitrogenadas: A e T, C e G. Com isso formam-se no final, duas novas
moléculas de DNA. Como cada uma delas é constituída por um filamento antigo (ou original) e um filamento novo,
o processo é dito semiconservativo.

TRANSCRIÇÃO: de DNA para RNA

Assim como a duplicação, a transcrição de DNA para RNA também ocorre no interior do núcleo celular.
O processo tem início com a atuação da enzima RNA-polimerase que promove a separação dos dois
filamentos polinucleotídeos, utilizando um único filamento como molde, conhecido como filamento ativo, e
obedecendo à complementariedade das bases: A-U, T-A, C-G e G-C. Depois de montado, o RNA desprende-se da
molécula DNA, e essa volta a se fechar.
Existem três tipos de RNA, todos envolvidos na síntese de proteínas:
RNA mensageiro (RNAm): contém a informação sobre a sequência de aminoácidos da proteína. Cada três
bases nitrogenadas do RNAm representa um códon, capaz de codificar um aminoácido da proteína.
RNA transportador (RNAt): transporta aminoácidos até o local de síntese proteica. Tem a forma de um trevo,
no qual encontramos, em uma extremidade, o aminoácido e, na outra, uma sequência de três bases nitrogenadas
que formam o anticódon, sequência de três bases complementares ao códon do RNAm.
RNA ribossômico (RNAr): é o de maior ocorrência na célula. É encontrado no nucléolo e no citoplasma, onde
forma, juntamente com proteínas específicas, os ribossomos.

TRADUÇÃO: de RNA para proteínas

Enquanto os processos de duplicação e de transcrição ocorrem no interior do núcleo da célula, pois


dependem diretamente da molécula de DNA, o processo de tradução ocorre no citoplasma, onde se encontram os
ribossomos. As proteínas sintetizadas a partir dos ribossomos livres atuam principalmente no citoplasma ou núcleo
celular; aquelas produzidas no RER passam para o complexo golgiense e, daí, podem ser exportadas, fazer parte
dos lisossomos ou da estrutura da membrana plasmática.
Durante a tradução, o RNAm é o responsável por levar, do núcleo ao citoplasma, as informações sobre a
sequência de aminoácidos da proteína a ser sintetizada. Enquanto os ribossomos passam por ele, promovendo a
“leitura” de seus códons, as moléculas de RNAt trazem os aminoácidos.
O reconhecimento entre RNAm e RNAt ocorre através da complementariedade entre códon do RNAm e
anticódon do RNAt. Para cada códon, existe apenas um anticódon, responsável por apenas um aminoácido. Essa
correspondência constante entre códons do RNAm e aminoácidos da proteína recebe o nome de código genético.
Cada RNAt que chega ao ribossomo se encaixa em uma região chamada sítio A, onde alinha seu aminoácido.
O peptídeo passa então a uma outra região do ribossomo, o sítio P, e o sítio A fica livre para o encaixe de moléculas
de RNAt subsequentes. A partir daí, o ribossomo catalisa a ligação peptídica entre os aminoácidos e a liberação das
moléculas de RNAt. Portanto, é o código genético que determina a especificidade entre DNA e proteína: uma
sequência de três bases nitrogenadas de um trecho do DNA é sempre transcrita nas mesmas três bases ou no
mesmo códon de RNAm. Durante a síntese proteica, esse códon do RNAm é reconhecido por apenas um anticódon
do RNAt, o qual, por sua vez, transporta um único tipo de aminoácido.
E.E.E.M. VISCONDE DE MAUÁ – BIOLOGIA – 2º ano E.M. Prof. Ricardo Salles Netto

Uma única molécula de RNAm pode se acessar a vários ribossomos simultaneamente, formando complexos
denominados polissomas ou poliribossomos. Nesse casos, várias moléculas de proteínas são sintetizadas
simultaneamente: uma a partir de cada um dos ribossomos e todas elas estrutural e funcionalmente idênticas.
Observação: no geral, consideramos que cada trecho do DNA responsável por uma molécula de RNAm e,
portanto, por uma proteína, corresponde a uma gene.

Término da síntese da cadeia polipeptídica


O último estágio da síntese de um polipeptídio ocorre quando o ribossomo chega a um códon de parada,
ou seja, um dos três códons para os quais não há aminoácido correspondente. Quando isso ocorre, o sítio A do
ribossomo é ocupado por uma proteína denominada fator de liberação e todos os participantes do processo se
separam, inclusive as duas subunidades do ribossomo, liberando a cadeia polipeptídica formada.
Se liga.... é importante...

Recentemente, descobriu-se que porções do DNA transcritas durante a formação do RNAm são excluídas de
modo alternativo logo após a transcrição, ainda no interior do núcleo, num processo conhecido como editoração
ou splincing. Ou seja, trechos do RNAm que participará da síntese de proteína podem permanecer na molécula ou
serem retirados, de acordo com a necessidade da célula. As regiões transcritas e excluídas recebem o nome de
íntrons, enquanto aquelas que participam efetivamente da tradução recebem o nome de éxons.
Portanto, um único trecho de DNA, ou um único gene, pode ser responsável pela síntese de várias proteínas
diferentes.

O código genético é universal e degenerado


O código genético apresenta duas propriedades intrínsecas: universal e degenerado.
Universal: porque não varia entre as várias espécies de seres vivos. Ou seja, a correspondência entre códons
e aminoácidos é a mesma para as amebas, as rosas, os sapos, o homem, dentre outros, o que constitui mais um
forte argumento a favor da teoria de que todos os organismos possuem um ancestral comum.
Degenerado: porque um mesmo aminoácido pode ser compilado por códons diferentes, embora um códon
codifique sempre o mesmo aminoácido.

CÓDIGO GENÉTICO:
Segunda Base
U C A G
UUU – Fenilanina UCU – Serina UAU – Tirosina UGU – Cisteina U
UUC – Alanina UCC – Serina UAC – Tirosina UGC – Cisteina C
U
UUA – Leucina UCA – Serina UAA – Códon parada UGA – Códon parada A
UUG – Leucina UCG – Serina UAG – Códon parada UGG – Triptofano G
CUU – Leucina CCU – Prolina CAU – Histidina CGU – Arginina U
3’ Terceira base
Primeira base 5’

CUC – Leucina CCC – Prolina CAC – Histidina CGC – Arginina C


C
CUA – Leucina CCA – Prolina CAA – Glutamina CGA – Arginina A
CUG – Leucina CCG – Prolina CAG – Glutamina CGG – Arginina G
AUU – Isoleucina ACU – Treonina AAU – Asparagina AGU – Serina U
AUC – Isoleucina ACC – Treonina AAC – Asparigina AGC – Serina C
A
AUA – Isoleucina ACA – Treonina AAA – Lisina AGA – Arginina A
AUG – Metionina ACG – Treonina AAG – Lisina AGG – Arginina G
GUU – Valina GCU – Alanina GAU – Ác. Aspártico GGU – Glicina U
GUC – Valina GCC – Alanina GAC – Ác. Aspártico GGC – Glicina C
G
GUA – Valina GCA – Alanina GAA – Ác. Glutâmico GGA – Glicina A
GUG – Valina GCG – Alanina GAG – Ác. Glutâmico GGG – Glicina G
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MUTAÇÕES

As alterações no DNA podem alterar a função das proteínas.


As mutações, principal causa de variabilidade genética entre as espécies, referem-se às alterações que
ocorrem na sequência de bases nitrogenadas do DNA e, portanto, do RNA transcrito a partir desse trecho. Como
consequência, a cadeia de aminoácidos da molécula de proteína pode manifestar essa alteração.
Exemplo: na sequência a seguir, considere a ocorrência de uma mutação na penúltima base do DNA.

DNA
____________________
TACTTTGGCAGG →AUGAAACCGUCC

ATGAAACCGTCC Met -- Lis -- Pro -- Ser

Mutação
____________________
TACTTTGGCACG →AUGAAACCGUGC

ATGAAACCGTGC Met -- Lis -- Pro -- Cis

Mutação de G para C (AGG → ACG). O último códon do RNA, então, também é modificado: de UCC para UGC,
e o último aminoácido da proteína também o será: ao invés de Serina (Ser), passa a ser codificado o aminoácido
Cisteína (Cis).
A alteração na sequência de aminoácidos ou estrutura primária da proteína pode definir modificações nas
estruturas secundária e terciária e, assim, na função da proteína. Caso está nova proteína seja tão ou mais vantajosa
à célula e ao organismo quanto à proteína original, a tendência é que ela seja selecionada ao longo da evolução da
espécie. Caso a nova molécula prejudique o metabolismo funcional das células ou dos organismos, a tendência é
que ela seja descartada durante a evolução das espécies.
Algumas mutações, devido à propriedade degenerada do código genético, não alteram a estrutura primária
da proteína, pois o novo códon do RNA pode codificar o mesmo aminoácido.

Exemplo: considerando o mesmo trecho de DNA, suponha a mesma mutação na última base nitrogenada
(ACG → AGC). Com isso, o códon do RNA passa de UCC para UCG, e o aminoácido da sequência não é alterado.

DNA
____________________
TACTTTGGCAGG →AUGAAACCGUCC

ATGAAACCGTCC Met -- Lis -- Pro -- Ser

Mutação
____________________
TACTTTGGCAGC →AUGAAACCGUCG

ATGAAACCGTCG Met -- Lis -- Pro -- Ser

Isso significa que as mutações que ocorrem por substituição (troca) de nucleotídeos podem não trazer
prejuízos funcionais para as proteínas. Por outro lado, caso a mutação ocorra por deleção (perda) ou adição de
bases nitrogenadas, certamente a proteína sofrerá modificações estrutural e funcional.
Observação: por mais contraditório que pareça, o DNA apresenta duas características essenciais à
sobrevivência das espécies: a estabilidade e a variabilidade.

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