Atlas Sao Borja

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ATLAS GEOAMBIENTAL

DE SÃO BORJA

2007
ELABORAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
LABORATÓRIO DE GEOLOGIA AMBIENTAL
Luís Eduardo de Souza Robaina
Romario Trentin
Dionara De Nardin
Thiago Bazzan

U58a Universidade Federal de Santa Maria. Laboratório de


Geologia Ambiental
Atlas geoambiental de São Borja / Universidade
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BORJA Federal de Santa Maria, Laboratório de Geologia Ambiental,
Prefeitura Municipal de São Borja. Santa Maria : UFSM,
Mário Lago LAGEOLAM, 2007.
59 p. : il. ; 30 x 43 cm.

1. Geografia São Borja 2. Geologia São Borja


3. Atlas geoambiental São Borja 4. São Borja - Atlas
geoambiental I. São Borja. Prefeitura Municipal II.
Título.
AGRADECIMENTOS
CDU 912.43(816.5)
A equipe agradece a todos que contribuiram para a realização deste trabalho, 912.43(816.5SÃO BORJA)

especialmente, ao secretário Léo Tatsch e aos


Ficha catalográfica elaborada por
funcionários Maria Adenir Vallinoto Camargo, Pedro Ferreira da Costa e Alenir Inácio Goularte CRB-10/990
Biblioteca Central - UFSM
Eduardo Martinez da Prefeitura Municipal de São Borja.
ATLAS GEOAMBIENTAL
DE SÃO BORJA

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BORJA

LABORATÓRIO DE GEOLOGIA AMBIENTAL ADMINISTRAÇÃO 2005/2008


ATLAS GEOAMBIENTAL
DE SÃO BORJA
APOIO:

Conselho Nacional de Desenvolvimento


Científico e Tecnológico
SUMÁRIO
Apresentação.............................................................7
Metodologia de Trabalho.......................................8
Ocupação do Território e Formação do
Município.....................................................................9
Município de São Borja..........................................14
Hidrografia...............................................................16
Atributos do Relevo................................................20
Geologia...................................................................24
Solos...........................................................................31
Condições Climáticas.............................................38
Classificação da Imagem de Satélite .................43
Uso da Terra e Cobertura Vegetal......................47
Áreas de Proteção e Fragilidade Ambiental....50
Mapa Geoambiental..............................................52
Conheça São Borja.................................................56
Bibliografia...............................................................58
APRESENTAÇÃO

O
presente Atlas resulta do trabalho coletivo do Com esta edição do Atlas, temos a convicção de que as
grupo de Pesquisa do Laboratório de Geologia inúmeras instituições, cujas ações contribuem para o desenvolvimento
Ambiental do Departamento de Geociências da do município, e que, portanto, se baseiam no conhecimento da
Universidade Federal de Santa Maria e da Prefeitura Municipal de São realidade como Prefeitura, Universidades, Conselho de
Borja. Incorpora, ainda, as discussões e o acúmulo produzido pelos Desenvolvimento, entre outros, contarão com um importante e amplo
diversos agentes sobre o desenvolvimento regional. quadro de apoio às suas atividades.
A iniciativa baseia-se na demanda existente, por parte de Esperamos que esta publicação cumpra plenamente com os
educadores e técnicos, de informações ligadas a diferentes temas de seus objetivos e contribua para a qualificação da discussão sobre os
forma espacializada e georreferenciada. rumos de São Borja.
Para pensar e implementar um projeto de desenvolvimento,
é preciso que se apreenda com a maior precisão possível as várias
dimensões da realidade geográfica do município. Dessa forma, o Atlas
Geoambiental é uma importante ferramenta de consulta e referência. A Prof. Luís Eduardo de Souza Robaina
publicação traça um amplo perfil ambiental do município de São Borja e Coordenador do LAGEOLAM
os dados estão formatados e apresentados dentro de um singular
projeto gráfico, que se traduz em informação qualificada, através de
seus textos e mapas, utilizando técnicas de sensoriamento remoto e Mariovane Gottfried Weis
geoprocessamento. Prefeito do Município de São Borja
O trabalho serve, também, como um recurso para o
aprendizado podendo ser utilizado pelas escolas do município e como
ferramenta técnico-científica.

7
METODOLOGIA DE TRABALHO

A figura abaixo mostra a distribuição das Cartas

O
s trabalhos foram realizados utilizando como Cartas

Base as folhas de levantamento do DSG (Diretório de Topográficas no município de São Borja.


Serviço Geográfico) do Exercito, em escala 1:50.000,

com as seguintes identificações: Butuí SH.21-X-A-V-3; Itacorá - SH.21-X-A-V-4;

São Borja - SH.21-X-A-V-2; São Borja E - SH.21-X-A-VI-1; Nhuporã - SH.21-X-A-


Rincão das Rincão do
VI-3; Conde de Porto Alegre - SH.21-X-A-VI-4; São José - SH.21-X-A-VI-2; Igreja Samburá
Mercedes
Baixa - SH.21-X-B-IV-1; Rincão do Samburá - SH.21-X-A-III-4; Rincão das

Mercedes - SH.21-X-A-III-3; Passo do Goulart - SH.21-X-D-I-1; Cândida Vargas -

SH.21-X-B-IV-3, Três Bocas - SH.21-X-C-III-2.; São Borja São Borja E São José

Para os levantamentos, utilizou-se como procedimento perfis de

campo onde descreveu-se os afloramentos de rochas e perfis de solo.

A análise de imagens de satélite Landsat 7 sensor ETM bandas 1, 2,


Butuí Itacorá Nhuporã Conde de Cândida
Porto Alegre Vargas
3, 4 e 5 com órbita ponto 224/80 de 03 de março de 2001, CBERS-2 bandas 1,2,3

e 4 com órbita ponto 162/132 de 21 de fevereiro de 2006 e a imagem de satélite

Ikonos de 26/09/2002, 14/10/2002 27/10/2002 e 14/11/2002 permitiram a Passo do


Três Bocas Goulart
definição do uso e ocupação do município.

Os mapas foram elaborados utilizando um SIG (Sistema de

Informação Geográfica) SPRING 4.2 desenvolvido pelo Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (INPE) e o software SURFER 8.0, que permitem o

georreferenciamento. Para edição final dos mapas e confecção do Atlas, utilizou-

se o software Corel Draw 12 desenvolvido pela Corel Inc.

8
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO

O
s primeiros habitantes do território foram os indígenas. Foi quando os bandeirantes paulistas avançaram sobre essas

As reduções jesuíticas, fundadas a partir de 1626, foram reduções, destruindo-as, o que deu motivo para se transportarem para outra

os primeiros núcleos estáveis no espaço sul-rio- margem do rio Uruguai, na mesopotâmia Uruguai-Paraná, em 1638, onde

grandense. Por volta de 1640, os jesuítas abandonaram a área e passaram para estariam fora do alcance das incursões dos bandeirantes, tendo o Uruguai por

a outra margem do rio Uruguai. Cerca de 40 anos depois, começaram a retornar barreira facilmente defensível.

organizando a estrutura comunitária dos Sete Povos das Missões. Estes se A Segunda fase foi iniciada em 1682 com a fundação de “São

tornaram centros econômicos importantes, dedicando-se a produção de erva- Francisco de Borja“ e dos outros povos que formaram os “Sete Povos das

mate, à extração de couro e às atividades criatórias. Missões Orientais do Uruguai“, com os mesmos índios que tinham emigrado há

São Borja foi o primeiro dos chamados Sete Povos, na segunda fase cerca de quarenta anos antes, e que voltavam, conduzidos pelos jesuítas a se

das Missões Orientais do Rio Uruguai, fundado em 1682 pelo Padre Francisco estabelecerem nas terras de seus antepassados.

Garcia de Prada, da Companhia de Jesus. O “povo de São Francisco de São O declínio dos “Sete Povos” passa a contar, especialmente, da

Borja” foi instalado com famílias que cruzaram o rio Uruguai oriundas da Redução assinatura do Tratado de Madrid, em 13 de Janeiro de 1750, celebrado entre as

de Santo Tomé. Essa redução era de origem Tape, provinda da imigração dos cortes de Portugal e Espanha, onde esta cedia àquela o Território das Missões,

índios que habitavam os campos banhados pelo rio Jaguari, à margem direita do recebendo em troca a Colônia do Sacramento, hoje integrante da República

Ibicuí, local onde fora fundada a primitiva Santo Tomé a 13 de junho de 1632. Oriental do Uruguai.

Devido aos contínuos assaltos dos bandeirantes, às reduções Os padres da Redução de São Borja, como os das demais, não

instaladas no território do Rio Grande, viram-se os jesuítas na necessidade de conseguiram convencer os índios a obedecerem o Tratado. Com sua volta aos

emigrarem para outra banda do Uruguai. Uma delas, a de Santo Tomé, antigos Povos, originaram-se os atritos que conduziram à chamada “Guerra

estabeleceu-se no local onde está a cidade argentina de mesmo nome, quase Guaranítica“, contra os interesses já coligados de Portugal e Espanha.

fronteira a São Borja. A formação dos municípios no Rio Grande do Sul está intimamente

A cultura jesuítica teve duas fases no Rio Grande do Sul: a primeira, ligada à história da sua ocupação. A partir das sesmarias e dos núcleos açorianos

iniciada em 1626, com a fundação de São Nicolau em território tape, abrangendo no Rio Grande do Sul, inaugurou-se o processo de divisão do seu território em

desde o Jacuí até o Uruguai. áreas administrativas.

9
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO

No século XVIII, a estratégia adotada pela Coroa Portuguesa para Em 1809, a divisão administrativa do território separava a então

garantir a posse e defesa das terras localizadas ao sul de suas colônias foi a Província de São Pedro em quatro áreas: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e

instalação de acampamentos militares e a construção de fortes e presídios, bem Santo Antônio das Patrulha.

como a distribuição de sesmarias a pessoas de prestígio e/ou militares. Isso Ao serem distribuídas as terras para os primeiros povoadores, após a

determinou as características da região onde encontra-se o Município de São conquista das Missões, essa gente já encontrou os campos com ocorrência de

Borja. Na região formam-se diversas estâncias que, continuadamente, iam gado bovino que ficara após o abandono dos Sete Povos, disseminando-se em

sendo estabelecidas, sobretudo pelos militares, após as repetidas incursões estado selvagem. Dessa forma, São Borja teve a Estância como seu núcleo e

guerreiras. Ao correr dos anos, essas antigas sesmarias de campo matriz social e econômica.

transparecem, ainda, nas grandes fazendas atuais. São Borja desmembrou-se de Rio Pardo quando da criação da

A propagação das estâncias se dá na segunda metade do referido Comarca em 11 de Março de 1833. Através das eleições regulares, foi eleita sua

século, a partir da fortificação de Rio Pardo em 1750, que irá exercer uma função primeira Câmara. Finalmente, após haver tomado posse em 04 de abril de 1834,

de ponto de apoio à ocupação. No Sul, com a vinda dos açorianos a partir de perante as autoridades de Rio Pardo, Município a que pertencia São Borja, João

1752, fixando-se em Rio Grande, Mostarda, São José do Norte, Taquari, Santo José da Fontoura Palmeiro instalou, em 21 de maio de 1834, a primeira Câmara

Amaro (próximo a Rio Pardo), Porto Alegre, Santo Antônio das Patrulha, Municipal da Vila. Esta, portanto, é a data de emancipação política de São Borja.

Cachoeira do Sul e Conceição do Arroio (Osório), originaram-se “pequenas Até 1850, a região Norte do Rio Grande do Sul era praticamente

propriedades rurais”, e também criou-se a base para o surgimento de inúmeros composto por apenas três municípios: São Borja, Cruz Alta e Santo Antônio da

núcleos urbanos nestes locais. Patrulha, enquanto que o sul e a região próxima à cidade de Porto Alegre já

A passagem de São Borja e as demais Reduções ao domínio da contavam com dezoito.Essa tendência se manteve até a segunda metade do

Coroa de Portugal ocorreu a partir de 02 de agosto de 1801. A 04 de agosto de século XIX, quando o norte também começou a sofrer um processo de

1809, assumiu o Comando Geral o Cel. Chagas Santos, cujo governo se fracionamento e a vinda de imigrantes estrangeiros para povoar e colonizar as

estendeu até 1820. áreas.

Após a assunção de Chagas Santos, São Borja e demais Povos das Os primeiros imigrantes estabeleceram-se no Sul em pequenas

Missões eram incorporados ao termo de Rio Pardo pela “Provisão Provincial” de propriedades no vale do rio Taquari, Sinos e Caí.

07 de outubro de 1809.
10
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO

O desenvolvimento destes núcleos fez surgir uma região bastante Finalmente, na década de 90, mais 164 municípios foram criados, 94

dinâmica, onde ocorreu a formação de novos e inúmeros núcleos. em 1992, inclusive o município de Garruchos, que se emancipava de São Borja,

O crescimento populacional e o fracionamento excessivo das 40 em 1995 e 30 em 1996, somando então os atuais 496 municípios.

colônias, somada à chegada de novos grupos étnicos, resultou na expansão das

áreas coloniais para o norte do Estado.

Em São Borja, após a proclamação da República, na última década

do século XIX, chegaram os primeiros imigrantes de origem germânica: a família


Santo Antônio
de Pedro Gottfried. Após 1910, por iniciativa das famílias Vargas e Batista, Rio Pardo Porto Alegre da Patrulha

colonos alemães de sobrenome Frederich, Krug e Ramborger, estabeleceram-se

em São Borja dedicando-se à cultura do milho e linho.

Vale a pena lembrar que a agricultura em São Borja iniciou sua Divisão Municipal - 1809
Rio Grande
4 municípios
expansão a partir da cultura do linho com sementes trazidas pelo Eng. Baglioni de

Córdoba, Argentina. Com a maquinização da lavoura na década de 1950, o trigo Fonte: SAA
Elaboração: SCP/DEPLAN - 05/2004

toma o lugar do linho revezando-se com a soja. A cultura do arroz ocorre desde

de 1937, mas toma impulso cultivada por descendentes de colonos alemães a

partir de 1960.
São Borja Cruz Alta

Os mapas que seguem apresentam a divisão municipal em

diferentes épocas. Em 1900, o Norte do Estado possui 41 municípios, passando Taquari


São
Leopoldo
Santo Antônio
Alegrete Triunfo
Uruguaiana da Patrulha
Cachoeira Rio Pardo
Porto Alegre
para 128 em 59 anos. Em 1959, São Borja manteve a mesma área. Até 1966, o São Gabriel
Caçapava Encruzilhada
do Sul do Sul

Estado criou mais de 80 municípios, emancipando-se de São Borja o município


Bagé Piratini

de Santo Antônio das Missões. Nessa época o Estado contava com 232 Pelotas

São José
do Norte
Rio Grande
municípios, número que não se alterou, por força de lei federal, até o início dos Divisão Municipal - 1850 Jaguarão

21 municípios

anos 80. Durante esta década, surgiram mais 100 municípios, 11 em 1982, 29 em
Fonte: SAA
Fonte: SAA SCP/DEPLAN - 01/2005
Elaboração:
1987 e 60 em 1988, nesta época se emancipou de São Borja, Itacurubi. Elaboração: SCP/DDRU

11
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO

Fonte: SAA Fonte: SAA


Elaboração: SCP/DEPLAN - 05/2004 Elaboração: SCP/DEPLAN - 05/2004

Paraguai

Santa Catarina
Santa Rosa
Argentina
Passo
Fundo

São Borja Cruz Alta

Caxias
Do Sul
Torres

Alegrete Santa Maria


Uruguaiana

Porto
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Uruguai

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Divisão Municipal 2003 - 496 municípios

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Rio Grande


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Fonte: IBGE - 2002 0 5 1 1


Elaboração: SCP/DEPLAN - 05/2004 km
Chuí
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Garruchos
Mapa Político-
Administrativo

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de São Borja

LEGENDA:

na Limite Municipal
Santo Antônio das Missões
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Curvas de Nível
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Drenagem

Linha Férrea

Rodovias Federais Pavimentadas

Rodovias sem Pavimentação:

s28°42’
Tráfego Permanente

Tráfego Periódico

s28°50’
ESCALA GRÁFICA:
Itacurubi
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

Unistalda
s28°58’
ELABORAÇÃO:
Itaqui

Maçambará

w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°57’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

13
MUNICÍPIO DE SÃO BORJA

A área do município é de 3610,0 km², conforme os dados da malha Economia

municipal fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB (Produto Interno Bruto) do município de São Borja apresenta-

Área Urbana se com uma estimativa de R$ 346.146.339,00 o que gera um PIB per capita de

A área urbana do município é de 10,1395 km², com uma malha viária aproximadamente R$ 5.340,00.

de 211,87 km, dos quais 53,411 km são vias com calçamento em pedra e 19.638 Quanto ao perfil econômico do município, o mesmo apresenta o setor

km com pavimentação asfáltica, totalizando 73.049 km (34%) de calçamento e primário, aí incluído o parque de beneficiamento de grãos, como sendo o carro

138.821 km (66%) sem pavimentação. Segundo dados do IBGE, referente ao chefe da economia local.

ano de 2002, a população urbana era de 57.228 habitantes (88,74%) e a rural de O município de São Borja conta ainda com atividades turísticas que

7.592 habitantes (11,71%). A densidade demográfica do município era de 17,951 atualmente estão sendo desenvolvidas, como o turismo cultural; desportivo;

hab/km². O manancial que abastece a cidade é o Rio Uruguai. Atende um náutico; pesca amadora; rural e ecoturismo.

percentual de 99% de domicílios na rede urbana. A extensão da rede de água Infra-Estrutura

tratada é de 187,781 metros tendo uma vazão de 240 litros por segundo. Possui Possui um Aeroclube e Aeroporto João Manoel com capacidade para

duas estações com laboratório. No sub-solo, ocorrem rochas reservatórias do aviões de médio porte. O transporte rodoviário de passageiros é feito por várias

Aqüífero Guarani, maior reserva subterrânea de água potável do mundo. empresas que atuam no transporte intermunicipal e internacional. Os serviços de

População comunicação são prestados pela EBCT (Correios), com uma agência central e

A população é constituída pelas Etnias: Indígena, Espanhola, uma franqueada e pela Brasil Telecon, com um posto telefônico franqueado. Em

Portuguesa, Africana, Germânica, Italiana, Polonesa, Árabe e outras. A taxa de relação ao esgoto, a CORSAN possui uma estação de tratamento, com rede

alfabetização do município de São Borja é de 86,56%, com uma taxa de coletora, atendendo parte da área urbana (em torno de 27.5%).

mortalidade infantil de 11/mil hab e uma taxa de escolarização de 95,78%. A

expectativa de vida ao nascer (IBGE, 2000) é de 72,35 anos. Nos serviços de

Saúde, apresenta dois hospitais: São Francisco de Borja e Hospital Ivan Goulart

e ainda um pronto socorro, um Centro de Saúde e 13 postos de atendimento nos

bairros.

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Imagem Ikonos da Cidade de São
Borja do ano de 2004 retirada do
programa Google Earth no mês
de agosto de 2006

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Aeroporto

ESCALA GRÁFICA:

s28°40’
ELABORAÇÃO:

s28°40’
w56°03’ w56°02’ w56°01’ w56°00’ w55°59’ w55°58’

15
HIDROGRAFIA

B
acia Hidrográfica pode ser entendida segundo a As três Regiões Hidrográficas que compõem o território do Rio

Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) como um Grande do Sul são: a Bacia do Uruguai, a qual faz parte da Bacia do Rio do Prata e

conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus abrange cerca de 57% da área total do Estado; a Bacia do Guaíba com 30% do

afluentes. A noção de bacia hidrográfica inclui naturalmente a existência de total e a Bacia Litorânea com 13% do total.

cabeceiras ou nascentes, divisores d'água, cursos d'água principais, afluentes, No Rio Grande do Sul, a gestão dos recursos hídricos vem

subafluentes, etc. alcançando importantes avanços com a instalação dos Comitês de

A Constituição Estadual do Rio Grande do Sul, através do artigo 171, Gerenciamento de Bacias Hidrográficas, cujo trabalho visa definir instrumentos

estabelece um modelo sistêmico para a gestão das águas, no qual a bacia de planejamento e gestão dos recursos hídricos, promovendo a sua recuperação

hidrográfica foi definida como unidade básica de intervenção para o e conservação.

planejamento e gestão. A Lei das Águas n°10.350/1994, que regulamenta este Atualmente na Bacia Hidrográfica do Uruguai, existe uma comissão

artigo, determina a existência de três Regiões Hidrográficas para o Rio Grande do provisória para a formação do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica

Sul, as quais foram subdivididas em bacias hidrográficas, totalizando 23 Butuí-Piratinim-Icamaquã. Ao Comitê caberá a coordenação das atividades dos

unidades. A referida lei estabelece ainda, para cada bacia do Estado, a formação agentes públicos e privados, relacionados aos recursos hídricos,

de um Comitê de Gerenciamento de bacia. compatibilizando no âmbito dessa Bacia Hidrográfica, as metas do Plano

Estadual de Recursos Hídricos contido na Lei das Águas n°10.350/1994.


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Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Sul A tlâ

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Bacia hidrográfica do Uruguai

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Bacia hidrográfica do Guaíba

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Bacia hidrográfica Litorânea

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Limite Municipal de São Borja

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Fonte: SEMA - 2002
16 Elaboração: SCP/DEPLAN - 10/2004
0 5 1 1 km
HIDROGRAFIA

O município de São Borja apresenta uma hidrografia diversificada A presença de Banhados é significativa nessa área, sendo os

com a presença significativa de açudes, barragens, banhados, nascentes de principais o Banhado Piriri, Banhado Butuí, Banhado Caçaquã e o Banhado Três

sangas e arroios que formam a rede de drenagem. Capões.

As principais Bacias Hidrográficas do município são as Bacias A Bacia Hidrográfica dos Afluentes do Arroio Puitã está localizada a

Hidrográficas dos rios Butuí e Icamaquã, afluentes do Rio Uruguai e pela Bacia sudeste do município de São Borja, onde ocorrem processos erosivos

Hidrográfica dos afluentes do Arroio Puitã. intensificados pela ação hídrica com a formação de voçorocas, ravinas e areais .

A Bacia Hidrográfica do Icamaquã é a mais significativa no município Apresenta uma área de 84,6 km² com hierarquia fluvial de 4ª ordem, onde os seus

de São Borja. Estende-se no sentido noroeste-sudeste apresentando uma área principais afluentes são a Sanga Itaimbé e Restinga de São Pedro. O Arroio Puitã

de 1.305,9 km² com hierarquia fluvial de 6ª ordem. Abrange também os é afluente do Rio Itu, que pertence à Bacia Hidrográfica do Ibicuí.

municípios de Santiago, Bossoroca, Santo Antônio das Missões, Itacurubi e As demais Bacias Hidrográficas são constituidas por afluentes

Unistalda. No município de São Borja, os principais afluentes da Bacia diretos do Rio Uruguai, apresentando em conjunto uma área de 1.259,3 km² e

Hidrográfica do Icamaquã são o Arroio Restinga do Guabiju, Sanga das Carretas, estão localizadas ao norte e centro-oeste do município. Os arroios de maior

Sanga Funda e Arroio Piauí. ordem de drenagem são Sanga do Lagoão, da Estiva, do Matadouro, do Padre e

Além desses, um importante afluente do Icamaquã é a Sub-Bacia Grande de 3ª ordem e pelos arroios do Salso (4ª ordem) e os Arroios Urucutaí e

Hidrográfica do Arroio Iguariaça, localizada a leste do município com uma área Santa Luzia (5ª ordem).

total de 371,9 km², e os principais afluentes são a Sanga Preta, Sanga Ximbocu, Os açudes e barragens são áreas onde ocorre o represamento das

Sanga do Passo Grande e a Restinga Piriri. águas, principalmente, das cabeceiras de drenagem, apresentam uma área total

A Bacia Hidrográfica do Rio Butuí se estende no sentido leste-oeste de 82,35 km² e estão localizados de forma dispersa pela área do município,

ao sul do município e apresenta uma área de 918 km² com hierarquia fluvial de 5ª sendo que ao sul aparecem em maior quantidade. Os canais da rede de

ordem. Sua área de drenagem abrange também os municípios de Maçambara e drenagem são constituídos pelos arroios, sangas e restingas que totalizam uma

Itaqui. O rio Butuí é formado a partir da confluência da Sanga do Lajeado com a extensão de 3.451,63 km com uma elevada quantidade de nascentes. Os

Sanga das Pedras. Os principais afluentes são a Sanga das Pretas e o Arroio banhados são porções de terras baixas inundadas pelos rios e arroios totalizando

Butuí-Mirim. uma área de 482,66 km². Os banhados se apresentam bastante degradados

pelas atividades das lavouras.


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P ed r
o

w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°57’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

18
Fotografia do Rio Uruguai -
Principal rio do município de São
Borja que dá nome à grande
região hidrográfica da Bacia do Fotografia de Açude - Indicação
Uruguai. É o rio que apresenta da intensa ocorrência de açudes
maior magnitude em relação às no município de São Borja muito
outras bacias hidrográficas que utilizados para a irrigação agrícola
compõem a rede de drenagem.
Suas águas são fonte de
abastecimento para a população
para a pesca e irrigação das
lavouras.

Fotografia do Rio Icamaquã - A Fotografia do Rio Ivai -


bacia hidrográfica do Rio identificação da elevada
Icamaquã juntamente com a sub- degradação da mata ciliar e do
bacia do Arroio Iguariaça drenam canal de drenagem devido ao uso
a maior parte do município. agrícola

Fotografia do Rio Butui - Este rio Fotografia do Rio Puitã -


serve de limite entre o município Fotografia aérea mostrando as
de São Borja e Itaquí. nascentes do Arroio Puitã

19
ATRIBUTOS DO RELEVO

A
ltitude é a altura do relevo em relação ao nível do mar, O Intervalo >15% marca o limite máximo para uso de mecanização agrícola.

sendo indicada diretamente nas cartas topográficas. Nestas vertentes podem ocorrer processos de movimentos de massa e

escorregamentos.

O mapa hipsométrico representa a distribuição das altitudes do


DECLIVIDADE CLASSIFICAÇÃO
relevo de uma determinada área. <2% Plano Amplitude Declividade Formas de
local (m) predominante relevo
3,49 a 8,75% Brando <5% Rampa
As altitudes no município de São Borja aumentam de Oeste para
8,75 a 17,6% Moderado < 100 5 a 15% Colina
>15% Morrote
Leste. Na porção norte, as maiores altitudes estão ao redor de 120 metros com 17,6 a 30% Pouco íngreme 5 a 15% Morro com
30 a 57,7 % Íngreme 100 a 300 encosta suave
ponto cotado atingindo 143 metros, no divisor do Arroio Amânoa. Na porção >15% Morro
54,7 a 100% Muito íngreme > 300 >15% Montanha
centro-leste, as altitudes são em torno de 140 metros e no extremo leste as > 100% Penhasco

altitudes chegam a 200 metros. O ponto mais elevado no município de São Borja

encontra-se no extremo sudeste, junto ao divisor do Arroio Puitã, na localidade Valores de declividades encontrados para o município de São Borja:
Intervalo de declividade Área (km²) Porcentagem (%)
conhecida como Matos do Paredão, com altitude de 255 metros. Na porção
0 - 2% 2593,08 72
sudoeste, ocorrem as menores altitudes, junto ao rio Uruguai, com valores ao 2 - 5% 769,81 21
5 - 15% 236,08 6,7
redor de 50 metros.
>15% 8,86 0,3
Declividade ou inclinação da vertente refere-se à relação entre a
No município de São Borja, as principais declividades estão no intervalo
amplitude e o comprimento da vertente, expressa em porcentagem.
inferior a 5%, que corresponde a mais de 90% da área total do município. As
Para a elaboração do mapa, utilizou-se três limites de declividade,
vertentes com maiores declividades se encontram no extremo sudeste do
constituindo quatro classes: < 2%; 2 a 5%; 5 a 15% e > 15%.
município.
O intervalo < 2% representa áreas muito planas, quando ocorrem Conforme as declividades encontradas, o relevo pode ser classificado
junto às drenagens, formam áreas de inundação; o intervalo entre 2% e 5% como Brando, constituído principalmente por colinas e rampas. Formas de relevo
caracteriza áreas planas onde se registram processos deposicionais; o intervalo do tipo Morrotes ocorrem apenas na porção sudeste do município, associados à
entre 5% e 15% representa áreas onde os processos erosivos começam a ser bacia do Puitã, e morrotes isolados constituindo terraços fluviais na porção norte
significativos. do município próximo ao rio Uruguai.

20
Mapa
Altimétrico
de São Borja

000
LEGENDA:

6860
NN
250

0 0
00
230

685
210
190

0
000
170

684
150
130

00 0
110

6 8 30
90
70
50

000 0
682
Área Urbana
Drenagens

0
000
681
0 00
ESCALA GRÁFICA:

6 800
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

6600000
6400000 6500000 ELABORAÇÃO:
6300000
6200000
6100000
600000
590000
580000
570000

21
Mapa de
Declividades

s28°26’
de São Borja
LEGENDA:

Declividades Maiores que 15%

s28°34’
Declividades entre 5 e 15%

Declividades entre 2 e 5%

s28°42’
Declividades Menores que 2%

s28°50’
ESCALA GRÁFICA:

3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

s28°58’
ELABORAÇÃO:

w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°57’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

22
ATRIBUTOS DO RELEVO

Fotografia mostrando elevação de Fotografia de uma área de relevo


aproximadamente 10 metros de plano associado à planície de
amplitude, representando um inundação do Rio Uruguai.
terraço fluvial do Rio Uruguai.

Fotografia mostrando um relevo Fotografia mostrando ao fundo


de colinas suaves com presença relevo com vertentes inclinadas da
de surgências formando açudes serra do Iguariaça.
em patamares na base das colinas

Fotografia mostrando relevo de


Fotografia de área plana formando
colinas suaves predominantes no
banhado.
município de São Borja.

23
GEOLOGIA

A
geologia do município de São Borja está representada A Bacia do Paraná é conhecida como Bacia Intracratônica, por sua

por rochas pertencentes à Bacia do Paraná e a depósitos posição no interior do continente.

recentes associados aos rios e arroios da região. O conjunto de rochas da bacia têm idade de 450 milhões de anos,

final do Paleozóico, a 60 milhões de anos, final do Mesozóico. Na região de São

DEPÓSITOS DA BACIA DO PARANÁ Borja, as rochas da Bacia do Paraná aflorantes representam um período entre

A Bacia do Paraná representa uma vasta região constituída aproximadamente 170 milhões a 120 milhões de anos, ou seja, da Era Mesozóica

predominantemente de rochas sedimentares e seqüência de rochas vulcânicas. entre o Período do Jurássico Superior ao Cretáceo.

Dentro de seus limites, alojam-se porções territoriais do Brasil meridional, A Figura a seguir mostra a coluna estratigráfica da Bacia do Paraná

Paraguai oriental, nordeste da Argentina e norte do Uruguai, numa área total que para o RS.S S. Borja W
Venâncio
E
Rosário
S. Livramento do sul Jaguarí Santa Maria Áires Taquarí Taquára Torres

se aproxima de 1.500.000 km², conforme pode-se visualizar na Figura abaixo.

CRETÁCEO
FM SERRA GERAL
SEQÜÊNCIA
INFERIOR FM BOTUCATU NEOCOMIANA
80º 70º 60º 50º 40º
20º 20º
SUPERIOR SEQÜÊNCIA
FM GUARÁ
NEOJURÁSSICA

JURÁSSICO
10º
Venezuela 10º MÉDIO

Colômbia Guiana


INFERIOR
Equador 0º
ARENITO MATA SEQÜÊNCIA RÉTICA
Peru BRASIL SUPERIOR FM CATURITA
10º FM SANTA MARIA SEQÜÊNCIA
10º
LADINIANA -
Brasilia

TRIÁSSICO
EONORIANA
Bolívia
MÉDIO

20º
20º
Paraguai Bacia do
Paraná
INFERIOR
Bacia do
Chaco FM SANGA DO CABRAL SEQÜÊNCIA
Paraná PERMIANO
30º FM PIRAMBÓIA EOSCYTIANA
30º SUPERIOR FM RIO DO RASTRO
Uruguai
Argentina

40º SISTEMA EÓLICO SISTEMA FLUVIAL SISTEMA LACUSTRE ROCHAS VULCÂNICAS


40º

Adaptado de Holz e De Ros, 2002.


50º
50º

0 1000 km
60º
70º 60º 60º
80º 50º 40º

Fonte: Holz e De Ros, 2002.

24
GEOLOGIA

A seqüência de base, aflorante em pequena área nas nascentes do ESTRUTURAÇÃO DE UM DERRAME

arroio Puitã, região sudoeste do município, está representada por arenitos A estruturação interna de um derrame de lava é formada de quatro

médios a conglomeráticos, com estratificações cruzadas acanaladas e plano- partes ou zonas, que de acordo com a velocidade de resfriamento se dispõem de

paralelas, depositadas por um sistema fluvial entrelaçado, correspondendo forma distinta. A base de um derrame é constituída de um material vítreo, formado

estratigraficamente a Formação Guará. a partir do rápido resfriamento da lava em contato com a superfície fria. Por sobre

Sobrepostos ocorrem afloramentos, na região leste do município, de a base vítrea, forma-se uma camada de basaltos microcristalinos, que se

arenitos com origem eólica, representando grandes dunas de um ambiente dispõem de forma horizontal, formando uma espécie de grandes chapas devido

desértico. às diáclases horizontais. Nesta zona pode ocorrer a formação de vesículas mais

O topo da seqüência de rochas, amplamente dominante no alongadas horizontalmente, porém, são em pequeno número. No centro do

município, está representado por derrames vulcânicos, pelo menos 2 derrames. duto/canal de lava, as diáclases são verticais, constituídas de um basalto mais

A origem está relacionada com a ruptura do continente da Gondwana, que se grosseiro. Essa disposição vertical se deve a seu lento resfriamento.

apresenta associado no tempo e no espaço com extensos e espessos pacotes de No topo do derrame, forma-se a zona vesicular, que é uma faixa

lava de natureza básica toleítica, os quais constituem o chamado vulcanismo de caracterizada pela presença de vesículas e amigdalas. Estas vesículas se

platô. Em algumas províncias de grande expressão areal e volumétrica, os formam porque as fases gasosas do magma não conseguem escapar por causa

estudos demonstram que a quase totalidade dos derrames é extravasada em do rápido resfriamento da lava. Podem aparecer sob formas e tamanhos

menos de 10Ma, o que é um tempo muito curto se considerado o volume de lava diferentes e podem estar preenchidas por zeólita, ágata, cristais de rocha e

envolvido. ametista. As ametistas que são gemas importantes do Estado ocorrem,

Esse panorama magmático complexo é registrado em sua totalidade principalmente, nesta porção do derrame.

no território do Rio Grande do Sul, onde mais da metade da área do Estado, na A faixa vesicular e a de diáclase horizontal são mais frágeis quando

região setentrional, é recoberta por uma pilha vulcânica de derrames basálticos se trata de decomposição, isso porque retém maior quantidade de água. Por este

sobrepostos ou intercalados com unidades ácidas, que constituem a Formação motivo, é nestas zonas que afloram as fontes de água e se desenvolvem as

Serra Geral da Bacia do Paraná. vegetações.

25
GEOLOGIA

O pacote vulcânico da Bacia do Paraná no Rio Grande do Sul DEPÓSITOS RECENTES

representa até o presente momento a unidade litoestratigráfica com maior

importância econômica para o Estado pelas mineralizações de ágata e ametista Os sedimentos depositados pelos rios e arroios são classificados

associadas e pela extensa aplicação dessas rochas como material pétreo na como de canal, e de transbordamento. Os depósitos de canal correspondem a

construção civil. seixos, cascalhos ou areia depositada no leito do rio. Os depósitos de

transbordamento se formam em períodos de cheias e correspondem aos diques


3º Derrame

marginais e planícies de inundação. Os depósitos de dique marginal são


Base vítrea do derrame

} Zona vesicular arenosos e formam pequenas elevações que seguem o canal. Hoje estão muito

} Zona de diáclases verticais


degradados devido a retirada da vegetação ciliar. Os depósitos da planície de

inundação correspondem as frações silte/argila e são comumente utilizados para

a fabricação de tijolos.
} Zona de diáclases horizontais
Outro tipo de depósito está representado por terraços fluviais. As

Base vítrea do derrame mudanças climáticas ocorridas durante o Quaternário influenciaram

1º Derrame decisivamente nas mudanças hidrodinâmicas do sistema fluvial, devido à


Figura mostrando a estrutura de Derrames Vulcânicos. implicação no revestimento vegetal e na distribuição das chuvas. A passagem do

clima semi-árido para úmido provoca aumento da descarga concomitante com o

aumento da vegetação. Dessa forma, as vertentes tendem a estabilizar-se e os

cursos d'água passam a encaixar-se. O fundo do vale sofre erosão até o

reestabelecimento de um novo equilíbrio.

Os cascalheiros constituem em grande parte a estrutura fundamental

dos terraços fluviais encontrados ao longo do rio Uruguai.

Fotografia mostrando geodo de ametista.

26
GEOLOGIA
V V V V
V
V V V V V
V V V V V
V V V V V V
V V V V V V
V V V V V V
V V V V
Proposta de evolução da paisagem no Quaternário e formação de terraços fluviais V
V
V

V
V

V
V
V V
V

V
V
V
V
V
V
V

V
V V
V V
V

V V V
V V V V V
V
V V V V V V

Úmido
E V

V
V
V
V
V

V V V V
V
V V V V V
V V V V V
V V V V V V
V V V V V
V V V V V V
V V V V V V
V V V V V
V V V V V
Transição para V V V V V

o Semiárido D V

V
V
V

V
V V V
V

V
V
V
V

V
V
V
V V
V

V
V V V
V V

Semiárido
V V V
V V V V V V
V V
V V V
V V
V V

C V

Úmido
DUNAS EÓLICAS

B
Fonte: Suguio e Bigarella, 1990.

As Fotografias a seguir mostram depósitos de Terraços Fluviais do Rio Uruguai.

Adaptado de Holz e De Ros, 2002.


Figura esquemática das rochas presentes no município de São
Borja. A - Sistema Fluvial origem da Formação Guará, arenitos e
intercalações de lamitos; B - Sistema Desértico com depósitos de
grandes dunas, arenitos; C - Derrames Vulcânicos; D - Esquema
que mostra a grande área de exposição das rochas vulcânicas e na
porção leste do município a ocorrência de arenitos eólicas e fluviais;
E - Depósitos Recentes, canal, transbordamento e terraços fluviais. 27
Mapa Geológico
de São Borja

s28°26’
LEGENDA
Arenito Fluvial

s28°34’
Arenito Botucatu

3º Derrame: Vulcânica Brechóide

2º Derrame

s28°42’
1º Derrame

Depósitos Recentes

Terraços Fluviais

Drenagens

s28°50’
ESCALA GRÁFICA:
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

s28°58’
ELABORAÇÃO:

w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°47’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

28
GEOLOGIA

Fotografia mostrando afloramento


Fotografia mostrando margem do de rocha vulcânica vesicular com
Rio Butui com depósitos arenosos aspecto brechóide
recentes

Fotografia mostrando afloramento


Fotografia mostrando depósito de de rocha vulcânica na forma de
terraço fluvial formando elevação blocos na meia vertente
no terreno

Fotografia mostrando corte de Fotografia de corte de estrada


estrada com afloramento de rocha com rocha vulcânica vesicular
vulcânica maciça muito alterada

29
GEOLOGIA

Fotografia mostrando afloramento Fotografia mostrando contato de


de arenito botucatu. Rocha vulcânica com arenito
botucatu na BR287 porção Leste
do município

Fotografia mostrando afloramento


de arenito botucatu em forma de
degrau no relevo.

Fotografia mostrando arenitos


fluviais friáveis formando areais e
ao fundo cerro de arenito fluvial
coeso

Fotografia mostrando cerro de arenito fluvial coeso com


presença de areal na base

30
SOLOS

INTEMPERISMO Os arenitos em geral, pelo seu alto conteúdo de quartzo, geram solos

I
ntemperismo é o termo geral que descreve todas as trocas que arenosos. As rochas areníticas tornam-se menos alteráveis e mais resistentes à

resultam da exposição do material rochoso à atmosfera. Erosão ação erosiva, quando ocorre preenchendo os poros entre os grãos minerais

é a remoção das partículas do intemperismo por fluídos (água precipitados (cimento), em especial compostos de sílica ou de óxidos de ferro.

corrente, gelo, vento) e pelo impacto de partículas sólidas carregadas pelos As rochas vulcânicas apresentam respostas diferentes aos

fluidos (abrasão). processos superficiais nas diferentes partes dos derrames. As porções

O intemperismo ocorre porque as rochas buscam o equilíbrio nas superiores e inferiores são as que mais prontamente se alteram, principalmente

condições de temperatura e pressão da superfície, além dos gases e a água. por apresentarem muita matéria vítrea, metaestável, e um grande número de

O intemperismo age sobre o material rochoso sólido, decompondo caminhos para a água, devido às fraturas e vesículas.

em pequenos fragmentos que podem ser removidos pelos agentes erosivos. Os O basalto é a principal rocha vulcânica da região e a composição

produtos do intemperismo após ação de processos pedogenéticos formam os mineralógica do basalto facilita a ação dos processos de alteração, pois é

solos, que são a base da vida terrestre. formado por piroxênio e plagioclásio cálcico, minerais pouco estáveis na

O intemperismo mecânico é a quebra da rocha em vários fragmentos superfície da Terra. Devido a isso, em condições de clima úmido e topografia

pela ação de agentes físicos. suave, os derrames basálticos geram espessos e argilosos pacotes de solos.

O intemperismo químico ou decomposição química envolve

importantes reações entre os elementos da atmosfera e os minerais das rochas. PROCESSOS PEDOGENÉTICOS

Neste processo, a estrutura interna dos minerais originais é destruída e novos Segundo Simonson (1959), os processos pedogenéticos consideram

minerais são formados, com novas estruturas cristalinas mais estáveis sob a adição ao solo dos materiais minerais e orgânicos nos estados sólido, líquido e

condições superficiais. Tais reações causam uma significante troca na gasoso, a transformação, a perda e a translocação desses materiais no perfil do

composição química e na aparência física das rochas. solo. Na formação do solo, não ocorre um processo pedogenético isoladamente,

Em São Borja ocorrem rochas do tipo arenito e, dominantemente, mas a predominância de pelo menos um deles.

rochas vulcânicas. No processo de adição, substâncias sólidas (matéria orgânica e

sedimentos), líquidas (água) e gasosas (O2, CO2, N2, S2, Cl2) são incorporadas

ao solo.
31
SOLOS

Nos solos com horizonte B latossólico, por exemplo, predominam os Camada difere de horizonte pelo fato de o conjunto de propriedades

processos de transformação e perda de materiais, enquanto que nos solos de não ser resultante, ou estar pouco influenciadas pela atuação dos processos

horizonte B textural, predomina o processo de transporte de materiais. pedogenéticos. Os horizontes ou as camadas podem ser de natureza mineral ou

O processo de transformação refere-se à humificação da matéria orgânica e são assim simbolizados: O, H, A, E, B, C, F e R.

orgânica, à formação de concreções no solo, às reações entre a fração argila e a Por definição A, E e B sempre são horizontes, enquanto O, H, C e F

matéria orgânica. qualificam horizontes ou camadas, conforme a evolução pedológica, e R

As perdas no solo ocorrem pelo processo de desnitrificação (o simboliza exclusivamente camada. A Figura da próxima página apresenta um

nitrogênio perde-se na forma de NO2), pela oxidação da matéria orgânica ( o perfil de um solo hipotético.

carbono perde-se na forma de Co2), pela evaporação da água ( o nitrogênio e o O horizonte, ou a camada O, caracteriza-se pelo acúmulo de matéria

oxigênio perdem-se na forma de vapor) e pela erosão (assoreamento dos orgânica sobre o solo mineral; o símbolo H, é horizonte ou camada de

riachos). constituição orgânica superficial ou não, formado ou em formação, composta de

Finalmente, no perfil, ocorre o processo de translocação, onde a resíduos orgânicos acumulados sobre condições de estagnação de água, salvo

água arrasta em profundidade, argila, matéria orgânica, sesquióxidos, nutrientes se artificialmente drenado, ou em drenagem livre, porém saturado com água por

e sais minerais. prolongado período do ano. O horizonte A mineral superficial (ou subjacente ao

PERFIL DO SOLO horizonte ou à camada O ou H) é formado pela mistura de matéria orgânica com

O perfil do solo é o conjunto dos horizontes que abrange, as frações minerais. Forma-se o horizonte E pela remoção vertical de materiais,

verticalmente, desde a superfície até o material originário. tais como argila, óxidos de ferro e alumínio, e matéria orgânica, por isso, sua cor é

O horizonte é uma seção de constituição mineral ou orgânica, mais clara do que o horizonte A. O horizonte mineral B, que é subsuperficial,

geralmente paralela à superfície do terreno, que possui propriedades geradas normalmente ocorre abaixo do horizonte A e E. O horizonte B textural é formado

por processos formadores do solo, que lhe conferem características de quando acumula subsuperficialmente a argila removida do horizonte A. O

interrelacionamento com outros horizontes do perfil. Os horizontes diferenciam- horizonte B latossólico é caracterizado pela imensa intemperização sem acúmulo

se pela diversidade de propriedades resultantes da ação da pedogênese. de argila.

32
SOLOS

O horizonte B é incipiente quando a intemperização e a iluviação são As figuras abaixo mostram a formação de formas arredondadas

reduzidas. Forma-se o horizonte B nátrico quando é elevada a saturação por durante a ação do intemperismo. Os vértices e arestas reagem com maior

sódio no complexo de troca ( T ou TCC), ou forma-se o horizonte B podzol quando velocidade que as faces, dessa forma, os blocos de rocha fraturados vão se

há acúmulo subsuperficial de matéria orgânica e/ou ferro e alumínio. É muito alterando e desenvolvendo formas arredonadadas e um desplacamento como

importante registrar que o horizonte B é denominado diagnóstico de superfície, cebola conhecido como esfoliação esferoidal.

porque apresenta o grau máximo de desenvolvimento de cor, estrutura,

consistência e material translocado (se ocorrer). O símbolo C é horizonte ou

camada mineral de material inconsolidado sobre o solum, relativamente pouco Alteração esferoidal resultado da produção de
formas arredondadas a partir de blocos de rochas
afetado por processos pedogenéticos.

Perfil esquemático de solo com observação dos principais horizontes.

Fonte: Teixeira et al. 2000.

Fonte: Teixeira et al. 2000.

33
SOLOS

DESCRIÇÃO DOS SOLOS DE SÃO BORJA Esta unidade de mapeamento é constituída por solos pouco

NITOSSOLOS (NVdf2) - UNIDADE DE MAPEAMENTO SÃO profundos, imperfeitamento ou mal drenados, pretos argilosos, muito plásticos e

BORJA muito pegajosos, desenvolvidos a partir do basalto. Ocorrem junto as drenagens

O termo nitossolo lembra agregados nítidos e brilhantes no horizonte associados a neossolos litólicos nas vertentes.

B. Os nitossolos são solos profundos, apresentando no perfil a seqüência de LUVISSOLO (TCp) UNIDADE DE MAPEAMENTO VIRGINIA

horizontes A-B-C, onde o horizonte B é do tipo nítico. Esses solos têm uma O termo luvissolo significa acumulação subsuperficial de argila. Os

aparência muito similar aos latossolos, uma vez que possuem pouco incremento luvissolos são geralmente solos pouco profundos, em geral imperfeitamente

de argila com a profundidade e transição difusa ou gradual entre os horizontes. drenados, apresentando no perfil uma seqüência de horizontes A-B-C onde o B

Nesta unidade estão incluídos solos profundos, bem drenados, vermelhos, pode ser do tipo textural ou nítico.

argilosos, friáveis em toda extensão do perfil e derivados de basalto. Essa unidade de mapeamento é constituída por solos mediamente

Estes solos apresentam um perfil de solo bem desenvolvido, profundos, bruno amarelados, imperfeitamente drenados, com horizonte B

formados por A, B e C, sendo que A+B, variam de 170 a 200. Não há uma grande textural e saturação de base alta. São formados a partir de sedimentos de

diferenciação entre horizontes A e B, sendo a transição gradual e difusa entre basalto.

eles. Ocorrem associados aos nitossolos, em geral nas meia vertentes.

NEOSSOLO LITÓLICOS (RLe4) - UNIDADE DE MAPEAMENTO GLEISSOLOS (GXe) UNIDADE DE MAPEAMENTO BANHADO

GUASSUPÍ E PEDREGAL O termo gleissolo lembra o processo de gleização (redução do ferro)

O termo neossolo lembra solos novos, pouco desenvolvidos. Na atuante em ambientes alagadiços.

porção Leste, estão associados à vulcânicas e arenitos Botucatu. Ocorrem Predominam nessa unidade solos escuros, gleizados, argissolos,

associados a afloramentos de rochas e a vertissolos nas baixadas. mas com elevados teores da fração silte, mal drenados, pouco porosos, firmes,

VERTISSOLO (VEo2) - UNIDADE DE MAPEAMENTO ESCOBAR muito plásticos e muito pegajosos, situados em relevo plano, próximos aos

O termo vertissolo lembra os solos que modificam suas cursos d'água.

características físicas por expansão e contração. São solos bastante influenciados pelas condições de umidade,

podendo permanecer com água a superfície durante algumas partes do ano.

34
SOLOS

PLINTOSSOLOS (Fte) UNIDADE DE MAPEAMENTO DURASNAL PLANOSSOLOS (SGe1)

O termo plintossolo lembra a ocorrência de plintita (segregações de O termo planossolo lembra áreas planas. Os planosssolos são solos

ferro). Esta unidade de mapeamento compreende solos medianamente imperfeitamente ou mal drenados, encontrados em áreas de várzea, com relevo

profundos, gleizados, apresentando teores elevados da fração silte nos plano a suave ondulado. Ocorrem próximos às drenagens associadas às

horizontes superficiais e B argiloso. São solos mal a imperfeitamente drenados. seqüências de substratos de arenitos.

Apresentam mosqueados abundantes de várias tonalidades, desde o horizonte

superficial, o que evidencia as condições de influência da água na sua formação.

Característica importante nestes solos é a ocorrência de cascalhos

(concreções de Fe e Mn), algumas vezes em grandes concentrações formando


Fotografia mostrando perfil de
uma camada concrecionária. Ocorrem em porções um pouco mais elevadas em solo pouco desenvolvido sobre
rocha vulcânica
relação ao gleissolos.

ARGISSOLO (PVAa3) - UNIDADE DE MAPEAMENTO JÚLIO DE

CASTILHOS

O termo Argissolo deriva da presença de um horizonte superficial

mais argiloso no perfil. Os argissolos são solos geralmente muito profundos e

bem drenados. Ocorrem na região e associados a substratos de rochas

vulcânicas e arenito Botucatu.

Essa unidade é constituída na maior parte da área por solos de Fotografia mostrando perfil de
solo do tipo Nitossolo com ravinas
profundidade média (em torno de 150 cm), de coloração avermelhada, argilosos, devido a erosão superficial

bem drenados e desenvolvidos. Apresentam um horizonte B textural, com

características bem pronunciadas.

35
Mapa de
NVdf2
RLe4-VEo2 Solos de

s 28°26’
GXe GXe São Borja
RLe
4-VE
o2
NVdf2-TCp LEGENDA

Nitossolo - NVdf2
GXe

s 28°34’
RLe4-VEo2-AR
Argissolo - PVAa3
Planossolo - SGe1
FTe
RLe4-VEo2
Vertissolo - VEo2
Neossolo Litólico - RLe4

s 28°42’
Nitossolo Luvissolo
NVdf2-TCp - NVdf2-TCp
GXe RLe4 Plintossolo - FTe
RLe4
Gleissolo - GXe
FTe Areais - A

s 28°50’
ESCALA GRÁFICA:
GXe 3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8km

GXe

VEo2
ELABORAÇÃO:
RLe4-VEo2 PVAa3

s 28°58’
RL
RLe4

e4
-V
Eo
2-
e1

RA
SG
A

w56°20’ w56°12’ w56°04’ w55°56’ w55°48’ w55°40’ w55°32’ w55°24’


36
SOLOS

Fotografia mostrando afloramento


de solo hidromórfico (Gleissolo -
Gxe) associado a um curso de
água.
Fotografia mostrando perfil de
solo do tipo Nitossolo, solo mais
comum no município de São
Borja.

Fotografia mostrando relevo plano


com drenagem imperfeita
c a r a c t e r í s t i c a s d o
desenvolvimento dos Plintossolos

Fotografia mostrando a formação


de uma carapaça de óxido de ferro

Fotografia mostrando formação de areal na bacia do Arroio


Puitã.

37
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

O
clima da região de São Borja é classificado como

Temperado Subtropical.

Temperatura

A temperatura média anual do município de São Borja é 20º C.

Temperatura média superior a 20º C (26,9º C) nos meses de janeiro e

temperatura média inferior a 20º C (15,6º C) nos meses de julho. A temperatura

máxima absoluta registrada foi de 43º C em Dezembro de 1985 e a temperatura

mínima absoluta registrada foi de -5º C em julho de 1975.

Precipitações

A média do número de dias de chuvas é de 87 dias por ano, geadas,

nos meses de maio a setembro, em número de 18 dias.

A precipitação máxima absoluta registrada foi de 529,2 mm em

outubro de 2002 e a precipitação mínima absoluta registrada foi de 1,1 mm em

fevereiro de 1962. Nevadas não foram registradas e nevoeiros eventualmente

ocorrem no inverno.

Ventos

Os ventos são amenos predominando na direção NE, exceto nos

meses de junho, julho e agosto que prevalece a direção N, há casos de vendavais

em abril, maio, agosto, setembro e outubro.

Fonte: FEPAGRO - Estação Meteorológica de São Borja

38
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

EFEITOS DO “EL NIÑO” Na faixa tropical, o ar que sobe no Pacífico oeste tende a descer

O Rio Grande do Sul, localizado no extremo meridional do Brasil, sobre as águas frias do Oceano Pacífico leste (alta pressão atmosférica),

pertence à chamada Região Sudeste da América do Sul (entre 20 e 40S e do leste definindo a Célula de Circulação Equatorial de Walker. Em conseqüência, tem-se

dos Andes até o Oceano Atlântico), que apresenta forte sinal do El Niño/La Niña. ausência de nuvens e de precipitação pluvial na região leste.

Conhecendo “El Niño” Em condições de EI Niño (Figura b), os ventos de leste (alísios)

Em condições normais (Figura a), os ventos superficiais sobre o enfraquecem, podendo até mesmo inverter de sentido, passando a soprar de

equador sopram de leste para oeste, sendo denominados ventos alísios. Os oeste. Com isso diminui tanto o acúmulo de água quente no Pacífico oeste, como

alísios carregam a água quente superficial para oeste, determinando um a ressurgência das águas frias no Pacífico leste. Diminui a diferença de

aumento do nível do mar, em torno de 60cm, no Pacífico oeste e uma diferença de temperatura entre leste e oeste, assim como diminui a diferença de pressão

temperatura entre as águas do Pacífico leste e oeste. Próximo à Indonésia, as atmosférica entre leste e oeste, o que reduz ainda mais os ventos alísios. A

águas têm temperaturas médias superiores a 28°C. Na parte leste desse oceano, termoclina assume menor inclinação, sendo mais profunda do que o normal no

próximo à América do Sul, as águas são mais frias, com temperaturas ao redor de Pacífico leste (costa da América do Sul) e mais rasa do que o normal no Pacífico

22°C, na mesma latitude. O carregamento da água quente superficial para oeste oeste (Indonésia). A atenuação da ressurgência das águas profundas determina

faz com que, a leste, águas frias sejam trazidas à superfície (ressurgência). A que peixes e outros animais marinhos busquem alimentos nas águas mais

ressurgência de águas profundas traz à superfície nutrientes químicos que profundas. Isto acarreta grandes prejuízos na atividade pesqueira da região,

alimentam o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha,o que favorece a aliada à diminuição na população de pássaros que abandonam seus ninhos,

fauna local. A termoclina (fronteira entre a água quente superficial e a água fria do migrando para outras regiões. As mudanças na Temperatura da Superfície do

fundo) apresenta inclinação para oeste, ou seja, aproxima-se da superfície a Mar, devido à grande extensão, modificam a circulação atmosférica tropical. A

leste (costa da América do Sul) e é mais profunda a oeste (Indonésia). Sobre as Célula de Circulação Equatorial de Walker enfraquece e em casos de eventos

águas quentes na Indonésia, o ar é mais quente e úmido, devido à grande fortes de EI Nino pode desaparecer. O ar que, em condições normais, sobe no

evaporação local, caracterizando-se por baixa pressão atmosférica. Essas são Pacífico oeste e desce no Pacífico leste, passa a subir no Pacífico central e

condições propícias para ascensão de ar na atmosfera, formação de nuvens e de descer no Pacífico oeste e norte da América do Sul, diminuindo as chuvas nessas

precipitação pluvial. regiões.

39
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Além disso esse fenômeno impede o avanço de frentes frias do pólo

que ficam estacionadas no sul do Brasil, provocando grandes períodos de

precipitação.

Em condições de La Niña (Figura c), há um fortalecimento das

condições normais do oceano e da atmosfera na região tropical do Oceano

Pacífico. A Célula de Circulação Equatorial de Walker se intensifica, os ventos

alísios sopram com mais intensidade, causando aumento no carregamento de

águas quentes para oeste e aumento da ressurgência das águas frias no Pacífico

leste. Esse aumento da ressurgência de águas frias profundas, ricas em

nutrientes, favorece a vida marinha na região. A termoclina tende a acentuar sua

inclinação e, em condições de eventos muito fortes de La Niña, pode ficar muito

próxima da superfície no Pacífico leste por longo período de tempo. As diferenças

de temperatura entre leste e oeste tendem a se acentuar, o que, por sua vez,

causam a intensificação dos ventos alísios.

A figura ao lado apresenta as condições oceânica e atmosférica no

Oceano Pacifico tropical no final da primavera e verão do Hemisfério Sul em

situação normal (a), El Niño (b) e La Niña (c).

Fonte: BERLATO E FONTANA, 2003.

40
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

EFEITOS NA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL Mapa mostrando anomalia média


de precipitação pluvial nos meses
Fontana e Berlato (1997), com base em séries históricas de 29 de outubro a dezembro em anos
de El Niño.
estações meteorológicas e período básico de 1913-1995, estudaram a

distribuição temporal e espacial da precipitação pluvial do Estado em anos de El

Niño e La Niña comparada com a média climatológica. Legenda


Limite municipal de São Borja

Em relação à distribuição temporal, os autores mostraram que em

anos de El Niño ocorre precipitação pluvial superior à média em quase todos os

meses do ano, mas com destaque para dois períodos. O período principal é na

primavera e início do verão, especialmente em outubro e novembro do ano de


Mapa mostrando anomalia média
início do fenômeno, com um "repique" no final do outono e início do inverno do de precipitação pluvial nos meses
de outubro a novembro em anos
ano seguinte, especialmente maio e junho. Durante La Niña, observa-se de El Niño.

precipitação pluvial abaixo da média na maioria dos meses do ano, com destaque

para dois períodos mais ou menos coincidentes com os do El Niño. O período de Legenda
Limite municipal de São Borja

maiores anomalias negativas é também na primavera, especialmente outubro e

novembro do ano de início do fenômeno com um "repique" no outono e início do

inverno do ano seguinte. Com relação à distribuição espacial, os autores

mostraram, ainda, que os maiores impactos, tanto de El Niño como La Niña na

precipitação pluvial, ocorrem na região noroeste do Rio Grande do Sul. Mapa mostrando anomalia média
de precipitação pluvial no mês de
Nas Figuras a seguir, observa-se, claramente, que os efeitos novembro em anos de El Niño.

associados ao EI Niño são maiores na região noroeste do Rio Grande do Sul,

notando-se um gradiente de anomalias no sentido sudeste-noroeste.


Legenda
Limite municipal de São Borja

41
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Nas figuras a seguir, observa-se que a distribuição geográfica das

anomalias de precipitação pluvial no Estado do Rio Grande do Sul em eventos La

Niña é muito semelhante àquela observada em eventos EI Niño, com maiores

impactos na região noroeste do Estado.

É importante ressaltar que a região de maiores impactos de EI Niño e

La Niña (noroeste do Estado) é a região onde se concentram as culturas maiores


Legenda
produtoras de grãos do Rio Grande do Sul, com exceção do arroz, que são a soja, Limite municipal de São Borja

o milho e o trigo. Por outro lado, o trimestre outubro-dezembro é crítico para a Mapa mostrando anomalia média de Figura mostrando a disribuição do
precipitação pluvial no mês de déficit hídrico associado ao El Niño,
agricultura gaúcha. Nesse período são implantadas e se desenvolvem as novembro em anos de La Niña. neutro e La Niña.
culturas de primavera-verão, que representam mais de 90% da produção de

grãos do Estado, as principais não irrigadas e altamente dependentes da EFEITOS NO DÉFICIT HÍDRICO

precipitação pluvial. Nesse trimestre, também amadurecem e são colhidas as Os efeitos de EI Niño e La Niña na precipitação pluvial demonstrados

culturas de inverno, principalmente a do trigo. em item anterior se transferem às variáveis derivadas do balanço hídrico,

principalmente déficit e excesso hídricos. A figura acima mostra a distribuição do

déficit hídrico (EI Niño, neutro e La Niña) Os déficits analisados nessas figuras

ocorrem, normalmente, no final da primavera e verão.

Observa-se que, embora ocorram déficits nas três categorias (EI

Niño, neutro e La Niña), esses déficits não são muito grandes e há uma tendência

geral de anos de EI Niño reduzirem significativamente os déficits hídricos, ao


Legenda Legenda
Limite municipal de São Borja Limite municipal de São Borja
passo que em anos de La Niña a tendência de aumento do déficit (comparação de

Mapa mostrando anomalia média de Mapa mostrando anomalia média de EI Niño e La Niña com o neutro).
precipitação pluvial nos meses de precipitação pluvial nos meses de
outubro a dezembro em anos de La outubro a novembro em anos de La
Niña. Niña.

42
CLASSIFICAÇÃO DA IMAGEM DE SATÉLITE

A
busca contínua de conhecimento sobre o nosso universo Sistemas de Informações Geográficas ( Geographic Information System - GIS).
associada à evolução da ciência e tecnologia espacial Obtenção de Imagens por Sensoriamento Remoto

das últimas décadas, possibilitaram a geração e aquisição

de imagens orbitais do Planeta Terra, obtidas por sensores remotos instalados

em satélites artificiais.

Essa tecnologia denominada de Sensoriamento Remoto é definida

por Novo (1989) como “a tecnologia que permite a aquisição de informações

sobre objetos sem contato físico com eles”. Um sensor é o equipamento capaz de Fonte: FLORENZANO, T. G.

transformar radiação eletromagnética em um sinal que contém informações Um dos satélites que realiza o imageamento da superfície terrestre é
sobre o ambiente que são registradas e transformadas em imagens. o LANDSAT 7 - ETM+ , desenvolvido pela NASA (National Aeronautics and Space
A história do Sensoriamento Remoto está ligada diretamente ao Administration) com o objetivo de permitir a aquisição de dados com resolução
desenvolvimento dos sensores. Em um primeiro momento, no período de 1860, espacial de 30 m na superfície terrestre de forma global, sinóptica e repetitiva.
baseava-se na utilização de sensores fotográficos, e posteriormente, no período O uso das imagens do sensoriamento remoto associado às técnicas
de 1960 até os dias atuais, compreende uma multiplicidade de sistemas de geoprocessamento são recursos que vem sendo utilizados na realização de
sensores. Esse desenvolvimento ocorreu por etapas, iniciando com a utilização mapeamentos para a definição de áreas de risco, na delimitação de APA's (Áreas
de câmaras fotográficas a bordo de balões, passando para a utilização de aviões de Proteção Ambiental), UC's (Unidades de Conservação), APP's (Áreas de
e radares e finalmente ao uso de satélites, que trouxeram muitos benefícios para Preservação Permanentes) e no ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico) e
a aquisição de imagens. criação de banco de dados para o planejamento ambiental, rural e urbano.
As informações contidas na imagem de satélite são manuseadas e O aspecto multitemporal das imagens de satélite nos permite
analisadas em aplicativos de geoprocessamento. Geoprocessamento é a monitorar as mudanças que ocorrem, como por exemplo, a substituição das
tecnologia que abrange o conjunto de procedimentos de entrada, manipulação, florestas e matas ciliares por pastagens e criação de gado. Assim, podemos
armazenamento e análise de dados espacialmente referenciados. Os aplicativos acompanhar as transformações dos ambientes ao longo do tempo e registrá-las
mais usados são os de processamento digital de imagens e os denominados em mapas. A figura a seguir apresenta a imagem de satélite Landsat.

43
Imagem do
Satélite

s28°26’
LandSat 7 ETM+
LEGENDA
Área Urbana

Área Agrícola

s28°34’
Campo

Solo Exposto

Banhados

Florestas

s28°42’
Barragens

Mata Ciliar

Imagem LandSat7 - Sensor ETM+


Imagem Colorida Natural - 123 RGB
Resolução Espacial 30 X 30 metros
Órbita Ponto: 224/80

s28°50’
Data: 03.03.2001

ESCALA GRÁFICA:
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

s28°58’
ELABORAÇÃO:

w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°57’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

44
CLASSIFICAÇÃO DA IMAGEM DE SATÉLITE

CÓSMICOS
A

RAIOS
interpretação da imagem do satélite CBERS-2 (Satélite

Ultravioleta
300
Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) desenvolvido

RAIOS
GAMA
através da cooperação entre Brasil e China, permitiu a

RAIO X

400
Comprimento de onda (nanômetros)
Banda 1

U-V
classificação do uso e ocupação do município de São Borja. As imagens obtidas +

500
VERMELHO
de sensores remotos contêm dados brutos, que só se tornam informação após

Espectro Visível
INFRA
sua interpretação, sendo estas representadas nos mapas.
=

ONDAS
MICRO

600
Banda 2
Nas imagens coloridas, a cor de um objeto vai depender da energia
+
por ele refletida, da associação das cores primárias (azul, vermelho e verde) com

T-V

700
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 km

as respectivas bandas do espectro eletromagnético e da mistura dessas cores.

RÁDIO

Infravermelho
Imagem Colorida Natural de São Borja, obtida a partir das
Banda 3
Na imagem colorida natural, cada cor primária está associada com a sua imagens mosaicadas CBERS-2 de 21.02.2006 e

1000
18.02.2006 dos canais 1,2 e 3 com as cores azul, verde e

ELÉTRICA
ENERGIA
vermelha respectivamente.
respectiva cor no espectro visível. No entanto, a imagem falsa-cor não reproduz

1500
as cores verdadeiras, ou seja, como as cores vistas pelo olho humano.

CÓSMICOS
RAIOS
A escolha da imagem falsa-cor para a classificação ocorreu devido a

Ultravioleta
300
RAIOS
GAMA
necessidade da maior diferenciação de usos da terra. Nessa imagem,

RAIO X

400
destacam-se as áreas agrícolas e de mata ciliares facilmente confundidas com

Comprimento de onda (nanômetros)


Banda 1

U-V
campo, na imagem colorida verdadeira. Na imagem falsa cor, as matas e as +

500
VERMELHO

Espectro Visível
plantações apresentam maior refletividade no espectro eletromagnético na faixa
INFRA
=
do infra-vermelho e pode ser facilmente diferenciado dos outros tipos de uso.
ONDAS
MICRO

600
Banda 2

Tipo de Imagem Objeto Cor/Tonalidade +


T-V

Matas ciliares e florestas Verde escuro


700

Campo Verde
Composição Colorida natural Verde claro e escuro
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 km

Área agrícola
Solo exposto Marron
RÁDIO

Infravermelho

Matas ciliares e florestas Vermelho escuro Banda 4 Imagem Falsa-Cor (infravermelho) de São Borja, obtida a
1000

Composição Infra-vermelho Campo Azul claro partir das imagens mosaicadas CBERS-2 de 21.02.2006 e
Falsa-cor 18.02.2006 dos canais 2, 1 e 4 com as cores verde, azul e
ELÉTRICA

Vermelho claro e laranja claro


ENERGIA

Área agrícola
Solo exposto Branco vermelha respectivamente.
1500

45
Classificação
da Imagem de

s28°26’
São Borja
LEGENDA

Área Agrícola - 573,6 km² (15,9%)

s28°34’
Campo - 2.431 km² (67,3%)

Floresta e Matas Ciliares -


498,2 km² (13,8%)

Solo Exposto - 107,3km² (3%)

s28°42’
Rede de Drenagem

Classificação do Mosaico de Imagens


CBERS-2
Imagem Falsa Cor - 421 RGB
Resolução Espacial 20 X 20 metros
Órbita Ponto: 162/132 e 163/132

s28°50’
Data: 21.02.2006 e 18.02.2006

ESCALA GRÁFICA:
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

s28°58’
ELABORAÇÃO:

w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°57’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

46
USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL

A
paisagem do município de São Borja é caracterizada pela Área de Banhado com Agricultura

presença de banhados, campos com bosques de mata nativa e As áreas de banhados constituem ecossistemas com grande

cursos da água com matas ciliares típicos do Bioma do Pampa. fragilidade ambiental e constituem-se em refúgios da fauna e flora local. No

Nestas áreas desenvolvem-se as atividades rurais de pecuária, pastoreio e cultivos município de São Borja, as áreas de banhados têm sido intensamente utilizadas

anuais como arroz irrigado, soja, e trigo. Uma evidência que se encontra como para o cultivo do arroz irrigado. Essas áreas ocupam 14,9% do município e estão

decorrência destas atividades é a freqüente exposição dos solos, assoreamento dos localizadas nas várzeas do Rio Uruguai, Rio Icamauqã e Rio Butuí.

cursos da água, alteração do regime das inundações e alagamentos e o Área de Associação de Atividades

desmatamento, principalmente, da mata ciliar. É a área que apresenta uma associação de atividades agropecuárias

Áreas de Campo com Pecuária e agroindustriais, que integra lavouras de soja, arroz, milho e mandioca, além da

Essas áreas apresentam cobertura vegetal de gramíneas com bosques de pecuária e pastagens. A presença de silos para o armazenamento de arroz é

eucalyptus. As principais atividades são: cultivo de pastagem (inverno) e pecuária em significativa nesta área. Está situada próxima à área urbana do município e

grandes propriedades. Os campos com atividade de pecuária predominam no ocupa 8,0% da área total de São Borja.

município ocupando 44,0% da área e se estendem acima do Rio Icamaquã ao norte e Áreas de Assentamentos (pequenas propriedades)

na forma de amplas áreas a leste de São Borja. São áreas caracterizadas pelo predomínio de pequenas

Área de Campo com Agricultura propriedades em assentamentos rurais do INCRA (Instituto Nacional de Reforma

São áreas de campo onde a vegetação nativa foi retirada e substituída pelo Agrária), do Governo Estadual e do Banco da Terra. Os assentamentos federais

uso agrícola com culturas de inverno (trigo) e verão (soja). O intenso uso da terra São Marcos e Cambuxim estão localizados ao norte e os assentamentos

nessas áreas expõe os solos aos processos de erosão. As áreas de campo com estaduais Santo Cristo e Cassacan ao sul. Essas áreas de pequenas

agricultura ocupam 28,2% da área total do município de São Borja e encontram-se sob propriedades ocupam uma parcela pouco significativa do município de São Borja

a forma de grandes manchas localizadas ao norte, sul, centro e leste. de apenas 0,5%, onde possuem uma produção diversificada.

47
USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL

Assentamentos Ano de Área Famílias Tipo de


criação Assentamento
São Marcos 3 dez. 1997 400,35 17 Estadual
Cambuxim 14 dez. 1998 590,38 30 Estadual
Santo Cristo 01 jan. 1992 255,01 15 Federal
Cassacan 13 nov. 2001 395,32 15 Federal

Matas Ciliares

As matas ciliares ocorrem ao longo dos cursos da água e os locais onde se

encontram em maior estado de preservação é no Rio Icamaquã, Iguariaça e no Arroio

Urucutaí. Ocupam uma 3,7% da área do município de São Borja.

Areais com Florestamento

As áreas com processos erosivos avançados denominados de areais,

estão sendo utilizadas para o uso de florestamento. O processo de degradação dessas Fotografia mostrando campo com pecuária e bosque de
Eucaliptos ao fundo.
áreas está associado aos intensos usos agrícolas e pecuárias.

Fotografia mostrando lavoura com pastagem Fotografia mostrando lavoura de arroz

48
Mapa de Uso e
Cobertura
Vegetal de

s28°26’
Ass. Cambuxim
São Borja
LEGENDA
Ass. São Marcos
Área Urbana

s28°34’
Área de Campo com Pecuária

Área de Campo com Soja-Trigo

Áreas de Banhado com Arroz

s28°42’
Ass. Cristo Redentor Área com Associação de Atividades

Pequenas Propriedades

Matas Ciliares

s28°50’
Ass. Cassacan

Areais com Reflorestamento

ESCALA GRÁFICA:
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

s28°58’
ELABORAÇÃO:

w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°57’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

49
ÁREAS DE PROTEÇÃO E FRAGILIDADE AMBIENTAL

Resolução CONAMA n. 302, de 20/03/2002 - Dispõe sobre APP's para

A
tualmente vem aumentando a preocupação com a preservação reservatórios naturais, artificiais e uso do entorno. Constitui objeto da
presente Resolução o estabelecimento de parâmetros, definições e
e utilização dos recursos naturais, principalmente em áreas limites para as Áreas de Preservação Permanente de reservatório e a
instituição da elaboração obrigatória de plano ambiental de
com intensa fragilidade. Nesse sentido, a Constituição Federal conservação e uso do seu entorno.

desde 1988 traz a discussão ambiental para o âmbito dos municípios que lhes delega o Lei Federal n° 6.766/79 de Uso e Parcelamento do Solo Urbano - Art.
3°: Em um raio de 50 metros em torno das nascentes além das faixas
poder de atuação nas questões ambientais. A garantia do direito ao meio ambiente de 30 metros ao longo das drenagens de ambos os lados, conforme
Código Florestal.
ecologicamente equilibrado para toda sociedade requer o cumprimento de leis e <10 30 Nascentes (APP): 50 m ao seu redor
Código Florestal 10 - 50 50 APP=50 m APP=50 m

normas de proteção ambiental, licenciamento e avaliação de impactos pelo poder Área de Preservação 50 - 200 100
Permanente 200 - 600 200
> 600 m 500 m
público.

Olho d’ água
Vegetação Nativa
As APPs (Áreas de Preservação Permanente) conforme Lei Federal nº.

4.771, de 15/09/1965 (art. 1º § 2º, inciso II) são consideradas como áreas protegidas
Lençol Freático

Córrego
nos termos dos arts. 2º e 3º desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a Fonseca et al, 2001 Eletronorte

Fonte: Adaptado de NEVES, C. B. das; & BORGES, R. O.


função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade Representação das APPs conforme código florestal.

geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar Ao verificar os limites estabelecidos em leis aos atuais usos

o bem-estar das populações humanas. realizados pelo município, foi possível diagnosticar os locais como no Rio

Ao confrontar a problemática do município de São Borja com as legislações Icamaquã e Iguariaçá onde a mata ciliar encontra-se preservada dentro da faixa

pertinentes às questões do meio ambiente, foi possível diagnosticar a relação entre os de preservação permanente permitida pelo Código Florestal. O Rio Butuí possui

diferentes usos e a adequabilidade desses usos estabelecidos em Lei. algumas faixas dentro dos limites exigidos, e outras encontram-se em conflito

Os critérios foram definidos através da seguintes leis: com a legislação, devido principalmente ao avanço das lavouras de arroz dos

Lei n°. 4.771/65 alterada pelas Leis 7.803/89 e 7.875/89 - Código Florestal banhados para as proximidades dos rios, trazendo grande ameaça à
Brasileiro. Art. 2°. Considera-se de preservação permanente, pelo só efeito
desta lei, as florestas e demais formas de preservação natural situadas: a) biodiversidade. Nas margens do Rio Uruguai, de acordo com o Código Florestal,
ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde seu nível mais alto em
faixa marginal cuja a largura mínima seja 30 (trinta) metros para cursos o leito deveria ter uma faixa de matas protegidas de 500m, porém esse fato não
d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; [...] b) nas nascentes ainda
que intermitentes e nos chamados “olhos d’ água”, qualquer que seja a sua foi observado existindo em suas margens apenas pequenas manchas de
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinqüenta)metros. c) faixa
marginal de 500 m para as larguras superiores a 600 m. vegetação.

50
Mapa das Áreas
de Proteção e

s28°26’
Fragilidade
Ambiental
de São Borja

s28°34’
LEGENDA

Área urbana

Mata ciliar

Áreas de fragilidade ambiental -


areais

s28°42’
Áreas de preservação - 30 m

Áreas de preservação - 500 m

Cabeceiras de drenagem - 50 m

s28°50’
ESCALA GRÁFICA:
3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8 Km

ELABORAÇÃO:

s28°58’
w56°19’ w56°11’ w56°03’ w55°55’ w55°57’ w55°39’ w55°31’ w55°23’

51
MAPA GEOAMBIENTAL

C
artografia Geoambiental pode ser entendida, de forma ampla, Recuperação e proteção são necessárias e devem ter como base

como todo o processo envolvido na obtenção, análise, ações como: Identificação de espécies vegetais mais adequadas para replantio,

representação, comunicação e aplicação de dados e vazão dos principais cursos de água, determinação dos materiais em suspensão,

informações do meio físico, considerando-se as potencialidades e fragilidades naturais análise físico-química, educação ambiental e fiscalização.

do terreno, bem como os perigos, riscos, impactos e conflitos decorrentes da interação UNIDADE COM PROCESSOS DE ARENIZAÇÃO (III)

entre a ação humana e o meio ambiente fisiográfico. Pode, por isso, incorporar Esta Unidade está localizada no extremo sudeste do município de

elementos bióticos, antrópicos e sócio-culturais em sua análise e representação. São Borja, na bacia hidrográfica do Arroio Puitã. Representa uma área de grande

UNIDADE DE USO URBANO (I) fragilidade ambiental, marcando uma forma acelerada de erosão dos solos e que

Esta unidade está representada pela cidade de São Borja e pela tem suscitado muita preocupação regional. Os areais estão associados a um

localidade de Nhu-Porã. substrato de arenitos friáveis com grânulos esparsos. Forma-se pela ação

Nesta Unidade a atividade antrópica é muito significativa causando hidrodinâmica das chuvas em um solo de baixa cobertura vegetal, arenoso e

modificações na fisiografia e fisiologia da paisagem através de cortes e aterros, friável. Ocorrem junto aos areais morrotes e cerros de arenitos coesos devido ao

impermeabilização de terrenos, modificações na rede de drenagem, deposição de cimento de óxido de ferro intergranular.

resíduos, etc. Apesar da origem natural, a arenização é intensificada pelo pastoreio

UNIDADE DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (II) e pela adoção de práticas agrícolas incompatíveis com a fragilidade do

Esta unidade está representada pela rede de drenagem e suas margens ecossistema local. A expansão da lavoura de soja nos anos 70, e o uso

definidos pelas leis do Código Florestal 7.803/89 e 7.875/89 de no mínimo 30 metros indiscriminado da mecanização, com seus desastrosos efeitos na estrutura do

em cada margem. solo, são fatores antrópicos responsáveis pelo agravamento da “desertificação”

Cada vez mais se apresenta como a grande questão para o futuro da no Sudoeste do Rio Grande do Sul, conforme SOUTO (1985).

humanidade: quanto tempo o planeta resistirá à forma atual de uso dos recursos UNIDADE DE PEQUENAS PROPRIEDADES (IV)

naturais? A água é um ponto chave nesta análise, dessa forma, as unidades de Esta Unidade geoambiental é definida pelo uso do solo

preservação ao longo dos cursos d'água e em torno das nascentes são essenciais para representando as pequenas porções do território de São Borja, onde

o manejo do meio ambiente. predominam as pequenas propriedades.

52
MAPA GEOAMBIENTAL

Isso reflete na ocorrência de lavouras de subsistência e uma pecuária Os processos erosivos podem gerar sulcos e ravinas em vertentes

leiteira de pequena produtividade. São áreas que necessitam forte intervenção do com declividades superiores a 15% de inclinação e quando o arenito encontra-se

estado através de apoio técnico e organização das atividades de comercialização dos friável. A atividade predominante é a pecuária.

produtos. UNIDADE DO ICAMAQUÃ (IX)

UNIDADE DE SOLOS HIDROMÓRFICOS (V) Esta unidade ocorre na porção centro-leste do município de São

Esta Unidade está representada pelas várzeas e planícies de inundação Borja. Caracteriza-se pela presença de drenagem dendrítica com substrato de

das drenagens da região. São áreas planas com lençol freático próximo da superfície, rochas vulcânicas e solos constituído por uma associação de Nitossolos e

os solos predominantes são do tipo Gley e o uso lavouras de arroz. Luvissolos e um relevo de colinas suaves com declividades predominantes

UNIDADE DO BUTUÍ (VI) próximas de 8%. O uso é de campo com pecuária e lavouras de soja.

Esta unidade está representada na região entre o Rio Butuí e Rio Uruguai a UNIDADE DO BUTUÍ MIRIM (X)

sudoeste do município São Borja. Está representada por relevo de colinas suaves onde Esta Unidade ocorre na porção centro-sul do município de São Borja.

ocorrem as menores altitudes do município. O substrato da área é de rocha vulcânica, O substrato é de rocha vulcânica e solos com predomínio da associação

com uso predominante de lavouras de arroz, com grande presença de açudes. Nitossolos e Luvissolos. As características que diferenciam da Unidade IX, são o

UNIDADE DO IGUARIAÇA (VII) relevo relativamente mais plano, o número mais elevado de açudes e uso

Esta unidade ocorre no Leste do município, onde predominam vertentes associado predominantemente a lavouras.

com declividades de 5 a 15%, não sendo raras declividades acima de 15%. O substrato UNIDADE DO ARROIO URUCUTAÍ (XI)

é de rocha vulcânica, solos rasos e o uso predominante é de campos com pecuária. Esta unidade ocorre no extremo noroeste do município de São Borja,

Ocorrem evidências de extração de Ametista. é constituída por um relevo de colinas, com substrato de rochas vulcânicas. A

UNIDADE DOS CERROS DO PUITÃ (VIII) principal característica está representada pela ocorrência de Nitossolos no topo

Esta Unidade ocorre no Leste e Sudeste do município de São Borja. O das vertentes e na meia encosta até próximo das drenagens, solos rasos com

substrato é arenítico, que devido ao grau de coesão afloram como blocos, lajeados e afloramento de rochas. Predominam áreas de campo e, no município são as

degraus na meia encosta. áreas com maior preservação das matas ciliares.

53
MAPA GEOAMBIENTAL

XI - COLINAS DO
II - PROTEÇÃO IV - PEQUENAS V - SOLOS VI - COLINAS VIII – CERROS IX - COLINAS DO X - COLINAS DO
UNIDADES I - URBANO III - AREAIS VII – IGUARIAÇA ARROIO
AMBIENTAL PROPRIEDADES HIDROMÓRFICOS DO BUTUÍ DO PUITÃ ICAMAQUÃ BUTUÍ MIRIM
URUCUTAÍ
Drenagem Relevo de colinas,
dendrítica com substrato de
Áreas planas com Relevo de Declividades de 5
Significativas Ocorrência de substrato de Relevo rochas vulcânicas,
Representada Áreas com lençol freático colinas suaves a 15%, não sendo
modificações Predomínio de cerros e degraus rochas vulcânicas relativamente ocorrência de
pela rede de desenvolvimento próximo da superfície com as raras declividades
CARACTERÍSTICAS fisiográficas e pequenas na meia encosta e solos plano, número Nitossolos no topo
drenagem e suas de campos de e solos menores acima de 15%
fisiológicas da propriedades constituídos de constituídos por elevado de das vertentes e
margens areia predominantes do altitudes do com substrato de
paisagem arenitos coesos. uma associação açudes. afloramento de
tipo Gley. município. rocha vulcânica.
de Nitossolos e rochas na meia
Luvissolos. encosta
Áreas
ecologicamente
muito específicas.
Disponibilidade A água é recurso Constituem Solos bem
Uso para lavouras Relevo
s de bens e básico para o refúgio de uma Disponibilidade Áreas favoráveis desenvolvidos no
Produção que necessitam Refúgio ecológico suavemente Disponibilidade de
serviços desenvolvimento vegetação de água e ao uso para topo das colinas e
POTENCIALIDADES diversificada de grande associado aos ondulado e solos água e solos bem
aumentando a da sociedade em xerofítica, que solos bem pecuária, extração Degradação das
consumo direto disponibilidade de areais. bem desenvolvidos
qualidade de seus diferentes registram desenvolvidos mineral. matas ciliares não
água desenvolvidos
vida usos. condições muito avançados.
climáticas semi-
áridas do
passado.
O uso sem
cuidados
Intensa
ambientais tem Áreas associadas as
degradação
provocado unidades de
ambiental, Degradação de
assoreamento e Baixa proteção, exigindo Solos rasos com Processos de
aumento da Terras muito Degradação Solos rasos cabeceiras de Processos
poluição da rede produtividade e necessidade quanto risco de perda do ravinamento junto
FRAGILIDADES poluição, frágeis ao uso de cabeceiras pedregosos muito drenagens e dos erosivos na forma
de drenagem, agregação de a manutenção da horizonte a cabeceiras de
colocando em agropastoril de drenagens arenosos. arroios pelo uso de ravinas
colocando em renda vegetação ciliar e superficial. drenagem
risco a intensivo
risco o vazão dos cursos de
sobrevivência
desenvolvimento água.
de espécies.
das gerações
futuras.

54
Mapa
Geoambiental

s 28°26’
de São Borja

LEGENDA

UNIDADE XI

s 28°34’
UNIDADE X
UNIDADE IX
UNIDADE VIII
UNIDADE VII
UNIDADE VI
UNIDADE V

s 28°42’
UNIDADE IV
UNIDADE III
UNIDADE II
UNIDADE I

s 28°50’
ESCALA GRÁFICA:

3.2 0 3.2 6.4 9.6 12.8km

ELABORAÇÃO:

s 28°58’
w56°20’ w56°12’ w56°04’ w55°56’ w55°48’ w55°40’ w55°32’ w55°24’
55
CONHEÇA SÃO BORJA

S
ão Borja está localizada no oeste do Rio Grande do Sul,

entre as regiões do Pampa e das Missões e na fronteira

com a República Argentina.

Em São Borja você encontra os mais autênticos usos e

costumes do gaúcho, o chimarrão, a música, o churrasco e a hospitalidade

são características próprias da gente desta terra.

São Borja foi o primeiro dos Sete Povos das Missões; também a

cidade é conhecida como a Terra dos Presidentes Getúlio Vargas e João Goulart.

Possui museus com acervos que reverenciam seus filhos mais ilustres.

56
CONHEÇA SÃO BORJA

O cais do Porto e o Rio Uruguai oferecem excelentes opções de lazer,

diversão e esportes, em um ambiente único e característico da cidade. Através da

Ponte da Integração é possível visitar a República Argentina e desfrutar de

excelentes atrações.

Ponte da Integração

Rio Uruguai

Cais do Porto

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BIBLIOGRAFIA

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59

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