Lei Orgânica Do Município de Currais Novos
Lei Orgânica Do Município de Currais Novos
Lei Orgânica Do Município de Currais Novos
PREÂMBULO
Nós, Vereadores eleitos pela população currais-novense, reunidos em Assembléia Municipal Constituinte, para
organizar o Município nos termos assegurados pela Constituição da República e pela Constituição do Estado coerentes
com os princípios de uma sociedade democrática, invocando a proteção de Deus, promulgamos a seguinte Lei
Orgânica:
Art. 1° - O Município de Currais Novos, localizado na Micro-Região do Seridó, é uma unidade territorial que integra a
organização político-administrativa do Brasil, dotado de autonomia política, administrativa, financeira e legislativa nos
termos assegurados pela Constituição da República, pela Constituição do Estado e por esta Lei Orgânica tendo como
fundamentos:
I - a autonomia do Município e suas povoações;
II - a cidadania;
III - a dignidade de sua pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo Único - Todo o poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos diretamente, na forma
da Lei, nos termos desta lei Orgânica e da Legislação Federal.
Art. 3º - O Município deverá prover tudo quanto diga respeito ao seu peculiar interesse e ao bem-estar de sua
população, competindo-lhe, privativamente, as atribuições para:
I - zelar pelo cumprimento, no âmbito de sua competência, do que dispõe a Constituição Federal, a Constituição
Estadual, a presente Lei Orgânica e as demais Leis;
II - legislar sobre assuntos de interesse local;
III - suplementar a Legislação Federal e a Estadual no que couber;
IV - instituir e arrecadar os tributos de sua competência e fixar preços públicos;
V - criar, organizar e suprimir distritos, dentro de sua esfera territorial, observada a Legislação Estadual;
VI - dispor sobre a organização e execução dos serviços públicos locais;
VII - organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico de seus servidores;
VIII - cuidar da saúde, da educação, da assistência pública, da proteção e garantia ao idoso, ao menor, ao deficiente e ao
reconhecidamente desamparado, residentes no território municipal;
IX - proteger os documentos, as obras, monumentos e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, assim como as
paisagens naturais encravadas no Município;
X - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência e ao desporto;
XI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
XII - preservar áreas verdes, com especial atenção à fauna e à flora;
XIII - decretar as normas de utilização dos açudes, lagos ou mananciais encravados no território municipal;
XIV - promover a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
XV - promover programas de construção de moradias, melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
XVI - adquirir bens, inclusive através de desapropriação;
XVII - dispor sobre administração, alienação e utilização de seus bens;
XVIII - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
XIX - estabelecer normas de edificações, de loteamento e zoneamento urbano, bem como, as limitações do perímetro
urbano;
XX - regulamentar a utilização dos logradouros públicos no perímetro urbano, determinar os locais de estabelecimento
de taxis e demais veículos, fiscalizar e administrar os serviços de transporte coletivo, fixando as respectivas tarifas,
disciplinar os serviços de carga e descarga, inclusive fixar e sinalizar os limites das zonas de silêncio;
XXI - prover a limpeza pública dos logradouros e coleta do lixo domiciliar e hospitalar;
XXII - conceder alvará de licença para funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de
serviços, inclusive fixar as condições e horários de funcionamento, respeitada a legislação trabalhista;
XXIII - exercer o poder de polícia para as atividades específicas que requeiram esta ação;
XXIV - regulamentar a publicidade por qualquer meio, bem como os cartazes ou faixas indicativas;
XXV - promover o registro e vacinação de animais, bem como sua apreensão nas vias e logradouros públicos;
XXVI - combater as causas da pobreza e os fatores da marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;
XXVII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito de pesquisa e exploração de recursos minerais no
território municipal;
Art. 4º - O Município garantirá a imediata e plena efetividade das garantias e dos direitos individuais e coletivos,
mencionados na Constituição da República e na Constituição do Estado, bem como daqueles constantes dos tratados e
convenções internacionais firmados pela República Federativa do Brasil.
Art. 5º - Será concedido a qualquer cidadão o direito de receber dos órgãos públicos municipais no prazo máximo de
cinco (5) dias, informações de seu interesse particular ou quando represente interesse coletivo, salvo a hipótese de
sigilo imprescindível à segurança da sociedade ou do Município.
Parágrafo Único - O não cumprimento do prazo previsto neste artigo implicará em desobediência, cabendo ao
interessado exigi-la judicialmente.
Art. 6º - Os Poderes Legislativo e Executivo poderão realizar consultas populares para decidir sobre assuntos de
interesse específico do Município, incluindo bairros, distrito, povoados e vilas, cujas medidas deverão ser tomadas de
acordo com a competência de cada um dos poderes.
§ 1º - A consulta popular poderá ser realizada mediante proposição:
I - da maioria absoluta dos membros da Câmara;
II - formulada por 5% do eleitorado inscrito no Município;
II - do Chefe do Poder Executivo.
§ 2º - A votação será organizado pelo poder proponente, no prazo de dois(2) meses após a apresentação da proposição,
adotando-se cédula oficial para tal fim, sendo considerada aprovada se o resultado lhe tiver sido favorável pelo voto
da maioria de, pelo menos, 50% mais um dos que se manifestaram.
§ 3º - Serão realizadas, no máximo, duas consultas por ano, sendo vedada sua realização nos quatro (4) meses que
antecederem às eleições para qualquer nível de governo.
Art. 7º - O Município organizará sua administração e planejará as suas atividades, atendendo às peculiaridades locais, os
princípios legais e técnicos convenientes ao desenvolvimento da comunidade.
Art. 8º - São Símbolos do Município: a Bandeia, o Brasão de Armas e o Hino existente na data da promulgação desta
Lei Orgânica.
Parágrafo Único - Os Símbolos do Município poderão ser modificados, no todo ou em parte, através de consulta
popular.
Art. 11 - Constituem bens municipais todos os que anualmente lhes pertencem e os que forem adquiridos a qualquer
título, incluindo-se também as áreas remanescentes por ocasião de loteamento urbano.
Art. 12 - Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da Câmara Municipal quanto
aos que lhe couber.
Art. 13 - A alienação, a qualquer título, de bens imóveis e móveis do Município depende de licitação e prévia
autorização legislativa.
Parágrafo Único - Dispensa-se licitação quanto o adquirente for pessoa jurídica de direito público interno ou entidade de
sua administração indireta.
Art. 14º - O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores, bem como os servidores municipais, independentemente de cargo
ou função, não poderão utilizar qualquer bem público do Município ou de terceiros à disposição deste, a qualquer título,
em benefício próprio ou de familiares seus.
Art. 15 - Os distritos, povoados e vilas existentes ou que forem criados no território municipal regem-se por esta Lei
Orgânica.
§ 1º - A criação de distrito municipal depende da implantação e funcionamento de, no mínimo, energização,
abastecimento d'água, um posto policial, um posto de saúde, um posto de serviço telefônico e uma escola pública
para atender à população.
§ 2º - Cada distrito, exceto no da sede, haverá um Conselho Distrital composto por três conselheiros eleitos pela
respectiva população e um administrador distrital nomeado em comissão pelo Prefeito Municipal, devendo
residirem na sede distrito há um (1) ano.
§ 3º - A Lei disporá sobre a organização, o funcionamento e as atribuições do administrador e do Conselho Distrital.
Art. 16 - A instalação do distrito será feita perante o Presidente da Câmara Municipal na sede distrital.
Parágrafo Único - A Câmara Municipal dará nome ao Distrito.
Art. 17 - O Município somente sofrerá intervenção do Estado nos casos previstos no art. 25 da Constituição Estadual.
§ 1º - O Governo do Estado deverá consultar previamente a Câmara Municipal sobre a escolha do interventor.
§ 2º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento
legal.
Art. 18 - A administração pública municipal obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, como também:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em
Lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, ressalvada as nomeações para cargos em comissão, declarados em Lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público é de dois ( 2 ) anos, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas
ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre os novos concursados para assumir cargo ou emprego na
carreira;
V - a Lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiências e definirá
critérios de sua admissão;
VI - a Lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público, com prévia autorização do Poder Legislativo;
VI - a Lei fixar o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores, observado
como limite máximo e no âmbito dos respectivos poderes, os valores percebidos como remuneração, em espécie, a
qualquer título, pelo Prefeito e pelos Vereadores;
VIII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
IX - ressalvados os casos especificados na Legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da Lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;
X - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
XI - a revisão geral da remuneração dos servidores municipais, sem distinção de índices entre os poderes Legislativo e
Executivo, será feita na mesma data.
XII - é vedada a prática de nepotismo no âmbito dos Poderes Executivo e Legislativo do Município de Currais Novos.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanha dos órgãos públicos deve ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo conter nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridade ou servidores públicos.
§ 2º - Os atos de improbidade administrativa importam a cassação do mandado, a perda da função pública e o
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 3º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, respondem pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.
§ 4º - Na composição de comissão de concurso público para investidura em cargo ou emprego na administração direita
ou indireta do Município é obrigatória, sob pena de nulidade, a inclusão de um ( 1 ) representante do Poder Legislativo,
indicado por dois terços (2/3) dos seus membros, e um ( 1 ) representante eleito, por voto direto ou secreto, pelos
servidores do órgão para o qual é feito o concurso.
§ 5º - A Comissão Municipal de licitação, obedecido ao que dispõe o inciso IX e a Legislação Federal pertinente, terá
um (1) representante do Poder Legislativo escolhido em votação por dois terços (2/3) dos seus membros.
§ 6º- Constituem práticas de nepotismo:
a) O exercício de cargo de provimento em comissão ou de função gratificada e a contratação por tempo determinado
para atender excepcional interesse público, de cônjuge, companheiro(a) ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade,até o terceiro grau, do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais do âmbito do Poder Executivo e
dos Vereadores no âmbito do Poder Legislativo, excetuando-se os servidores ocupantes de cargo de provimento
efetivo.
b) A contratação, por inexigibilidade ou dispensa de licitação, de pessoa jurídica da qual tenha como sócio cônjuge,
companheiro (a) ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, do Prefeito, do Vice-Prefeito e
dos Secretários Municipais no âmbito do Poder Executivo e dos Vereadores no âmbito do Poder Legislativo, ressalvado
quando vencedor de certame público licitatório na forma do artigo 22 da Lei 8.666/93 e suas modificações posteriores.
§ 7º- As vedações previstas no inciso XII e Parágrafo 6º deste Artigo, não se aplicam quando a designação ou nomeação
do servidor tido como parente para a ocupação de cargo comissionado ou de função gratificada, for anterior ao
ingresso/investidura do Agente Político ( Prefeito, Vice-Prefeito, Secretário Municipal e Vereador ) gerador do
incompatibilidade, bem como quando o início da união estável ou do casamento for posterior ao tempo em que ambos
os cônjuges ou companheiros já estavam investidos no exercício do cargo.
Art. 20 - É vedada, na Administração Pública direta, indireta e fundacional do Município, a contratação de empresas
que reproduzem práticas discriminatórias na admissão de mão-de-obra.
Art. 21 - O Município atua em cooperação com a União e o Estado, visando coibir a exigência de atestado de
esterilização e de teste de gravidez como condição para admissão ou permanência no trabalho.
Art. 22 - A Lei estabelecerá o regime jurídico e planos de carreira para os servidores públicos municipais da
administração direta, indireta e fundacional, atendendo aos princípios da legislação pertinente e ainda:
I - isonomia de vencimentos e salários para cargos ou empregos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo poder
ou entre servidores dos Poderes Legislativo e Executivo, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à
natureza ou ao local de trabalho;
II - pagamento de salários compatíveis com a formação profissional do servidor, com a natureza e com o local de
trabalho;
III - oportunidade de progresso funcional e acesso a cargos de escalão superior;
IV - oferta constante de programas de formação de mão-de-obra, aperfeiçoamento e reciclagem, visando oportunizar o
crescimento profissional e a melhoria salarial do servidor;
V - oferta de serviços de atendimento médico, odontológico e de assistência social para os servidores e seus
dependentes;
VI - apoio às formas de organização entre os servidores públicos municipais que objetivem o acesso ao ensino, ao lazer
e ao desporto;
VII - participação de um ( 1 ) representante dos servidores, indicado em assembléia, quando da elaboração de leis
pertinentes à vida funcional dos servidores públicos.
Art. 23 - Além do que estabelece o artigo anterior, fica assegurado aos servidores municipais;
I - incorporação das vantagens individuais percebidas ininterruptas ou não, a qualquer título, aos vencimentos ou e
remuneração, a partir do sexto (6%) ano da sua percepção, à razão de um quinto (1/5) por ano, calculadas pela média de
cada ano ou do último ano, se mais benéfica;
II - pagamento dos vencimentos até o último dia de cada mês, corrigindo-se monetariamente os seus valores, caso o
pagamento se der além desse prazo;
III - incorporação integral do tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, inclusive autárquico e
fundacional para efeito de aposentadoria, disponibilidade, promoção por tempo de serviços e adicional qüinqüenal;
IV - garantia de remuneração para os cargos iniciais, nunca inferior ao salário mínimo fixado a nível nacional;
Parágrafo Único - Além do que estabelece o inciso III do artigo anterior, incorporar-se-á integralmente:
I - o tempo de serviço prestado como extranumerário ou sob qualquer outra forma de admissão desde que remunerado
pelos cofres públicos;
II - o tempo de serviço ativo das Forças Armadas.
Art. 24 - São estáveis após dois (2) anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de aprovação em
concurso público.
§ 1º - O servidor público municipal estável só perde o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado e o eventual ocupante da
vaga reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade.
§ 3º - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável fica em disponibilidade remunerada até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.
Art. 25 - O Município garante proteção especial à servidora pública gestante, adequando ou mudando temporariamente
suas funções, nos tipos de trabalho comprovadamente prejudiciais à sua saúde e à do nascituro, sem que decorra
qualquer ônus posterior para o Município;
Art. 26 - O Município concederá conforme a Lei dispuser, licença remunerada aos servidores que fizerem adoção na
forma da legislação civil;
Art. 27 - O chefe do Poder Executivo poderá colocar servidores à disposição de outros Municípios, Estados ou da
União, mediante solicitação formal e concordância do servidor por período nunca superior a dois (2) anos.
Parágrafo Único - A cessão dar-se-á sem ônus para o Município.
SEÇÃO II - DA APOSENTADORIA
Art.28 - As condições, os direitos e as vantagens dos servidores aposentados serão definidos em Lei, obedecendo ao que
dispõem as Constituições Federal, Estadual e a Legislação pertinente.
Parágrafo Único - Os proventos e as pensões pagas pelo erário municipal são revistas na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
Art. 29 - O Governo Municipal e constituído pelos Poderes Legislativo e Executivo, regidos por esta Lei Orgânica,
atendendo aos princípios estabelecidos nas Constituições Federal, Estadual e nos seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores para mandato de quatro (4) anos, mediante pleito direto e
simultâneo realizado em todo País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito até noventa (90) dias antes do término do mandato dos que devem suceder;
III - a eleição do Prefeito importará a do Vice-Prefeito com ele registrado;
IV - posse do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
V - número de Vereadores proporcional à população existente no Município, observando os limites previstos no art. 29,
inciso IV da Constituição Federal;
VI - remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores fixada pela Câmara Municipal em cada legislatura,
para a subseqüente , podendo inclusive adotar os critérios da progressividade e da atualização;
VII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
Município;
VIII - proibições e incompatibilidades no exercício da vereança na forma como dispõe esta Lei Orgânica;
IX - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
X - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
XI - iniciativa popular de projeto de lei de interesse específico do Município, da cidade, dos bairros, dos distritos, dos
povoados, das vilas e das organizações da sociedade civil, através da manifestação de, no mínimo, cinco por
cento (5%) do eleitorado;
XII - perda do mandato do Prefeito quando assumir outro cargo ou função na Administração Pública, ressalvada a posse
em virtude de concurso público e observando o disposto no art. 58,II,IV e V da Constituição Federal;
XIII - fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município exercida pelo Poder
Legislativo Municipal, mediante controle de auxílio externo e pelos sistemas de controle do Poder Executivo Municipal,
observando:
a) controle esterno exercido com auxilio do Tribunal de Contas do Estado, Mediante parecer prévio emitido no prazo
máximo de noventa (90) dias, contados a partir do recebimento das contas anuais e remetidas à Câmara Municipal para
apreciação;
b) o parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado somente deixará de prevalecer por deliberação de dois terços (2/3)
dos membros da Câmara;
XIV - autonomia financeira do Poder Legislativo, mediante repasse até o dia Vinte (20) de cada mês, pelo chefe do
Poder Executivo, da previsão orçamentária, inclusive as que forem fixadas em Lei;
XV - competência suplementar sobre assuntos que digam respeito ao peculiar interesse do Município.
Art. 31 - A Câmara Municipal Compõe-se de Vereadores eleitos pelo sistema proporcional para mandato de quatro (4)
anos.
§ 1º - São condições de elegibilidade para o mandato de Vereador:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento e domicilio eleitoral na circunscrição;
IV - alfabetização e idade mínima de 18 anos.
§ 2º - O número de Vereadores será fixado pela Justiça Eleitoral, com base na população do Município, respeitando os
limites fixados pelo art. 29, IV da Constituição Federal.
Art. 32 - As sessões da Câmara serão realizadas em recinto destinado ao seu funcionamento, salvo as exceções previstas
em Lei.
§ 1º - Comprovada a impossibilidade de acesso ao recinto da Câmara, ou outra causa impeditiva de sua utilização, as
sessões poderão ser realizadas em outro local a critério da Mesa Diretora.
§ 2º - As sessões serão públicas, salvo deliberação de dois terços (2/3) dos Vereadores.
Art. 33 - As sessões somente poderão ser abertas com a presença de, no mínimo, um terço (1/3) da Câmara.
Parágrafo Único - Considerar-se-á presente á sessão o Vereador que assinar o livro de presença até o início da Ordem
do Dia, participar dos trabalhos do Plenário e das Votações.
Art. 34 - Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor sobre todas as matérias de competência do
Município e, especialmente:
I - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas;
II - autorizar isenções, anistias fiscais e remissão de dívidas;
III - votar o orçamento anual e plurianual de investimentos, bem como autorizar a abertura de créditos suplementares e
especiais;
IV - deliberar sobre a obtenção e concessão de operação de crédito, bem como a forma de pagamento;
V - autorizar a concessão:
a) de auxilio e subvenções;
b) de serviços públicos, nomeadamente o de transporte coletivo;
c) do direito real de uso de bens municipais
d) administrativa de usos de bens municipais;
VI - autorizar toda e qualquer alienação de bens imóveis pertencentes ao Patrimônio Municipal, como sejam: doações,
aforamentos, vendas e permutas.
VII - autorizar a aquisição de bens imóveis, excerto quando se tratar de doação sem encargos;
VIII - criar, transformar, extinguir cargos, empregos e funções públicas, fixando os respectivos vencimentos, inclusive
os da Câmara;
IX - criar, estruturar Secretarias, Departamentos e órgão da administração pública, assim como conferir atribuições a
seus respectivos titulares;
X - aprovar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
XI - autorizar conventos com entidades públicas ou particulares e consórcios com outros municípios;
XII - delimitar o perímetro urbano;
XIII - autorizar a alteração e a denominação de preditos, vias e logradouros públicos;
XIV - estabelecer normas urbanísticas, particularmente as relativas a zoneamento e loteamento.
Art. 36 - Fixar até a última sessão ordinária do último ano de cada legislatura para vigorar na seguinte, inclusive
reajustar anualmente, os seguintes:
a) subsídios dos Vereadores, do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais;
b) valor da parcela indenizatória pela realização de sessão extraordinária;
c) valor da verba de manutenção administrativa e de apoio ao exercício do mandato legislativo;
d) valor da verba indenizatória por desempenho durante o recesso legislativo, equivalente, no máximo, ao valor de 1
(um) mês se subsídio.
Art. 37 - haverá obrigatoriamente, na Câmara Municipal, uma Comissão Permanente dos Direitos do Homem e da
Mulher.
Art. 38 - Os Vereadores são agentes políticos, detentores de mandato legislativo municipal, investidos de poder
representativo Constitucional.
§ 1º - Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.
§ 2º - Ao Vereador não incide obrigação de testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
exercício do mandato.
Art. 39 - A competência do Vereador no exercício do mandato relacionada ao cumprimento desta Lei Orgânica e do
Regimento Interno da Câmara Municipal.
Art. 40 - Será concedida licença ao Vereador por decisão de dois terços (2/3) dos membros da Câmara nos seguintes
casos:
I - para tratamento de saúde, devidamente comprovado;
II - para desempenhar o Cargo de Ministro de Estado Secretário do Governo Estadual ou Secretário Municipal;
III - para tratar de interesse particular não inferior a 30 (trinta) dias, nem superior a 120 (cento e vinte);
IV - para participar de eventos de alta significação para o Poder Legislativo.
§ 1º - Ao Vereador licenciado, nos termos deste artigo, fica assegurado o direito de reassumir o mandato a qualquer
tempo.
§ 2º - Exceto o caso previsto no inciso III deste artigo, fica assegurado ao Vereador licenciado o direito de perceber a
sua remuneração integral, podendo inclusive optar no caso previsto no inciso II.
§ 3º - O vereador ocupante de cargo, emprego ou função pública é inamovível, durante o tempo do seu mandato.
§ 4º - O suplente será convocado nos casos de vaga de investidura em função de confiança prevista no inciso II ou de
licença igual ou superior a 30 (trinta) dias, na forma disposta no inciso III deste artigo.
Art. 41 - A Câmara Municipal reunir-se-á, mensalmente, na Sede do Poder Legislativo, cujas sessões serão realizadas
06 (seis) vezes por mês, sedo 02 (duas) por semana, nos períodos compreendidos entre 15 de fevereiro a 30 de junho e
de 1º de agosto a 15 de dezembro, cujos dias de sua realização serão regulamentados pelo Regimento Interno.
§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente quando recaírem em
sábados, domingo ou feriados.
§ 2º - A Câmara Municipal se reunirá em sessões ordinárias, extraordinárias ou solenes, conforme dispuser o Regimento
Interno.
§ 3º - O Regimento Interno disporá sobre os meses e a duração dos períodos.
Art. 43 - As comissões da Câmara deverão ser constituídas, observando-se a representativa partidária e terão caráter
permanente ou temporário.
Parágrafo Único - O Regimento Interno da Câmara Municipal disporá sobre a definição, o funcionamento e as
atribuições das comissões.
SEÇÃO V - DA POSSE
Art. 44 - A Câmara Municipal reunir-se-á, em sessão preparatória no 1º dia de janeiro, no primeiro ano da legislatura
após as eleições municipais, para a posse do Prefeito e do Vice-Prefeito Municipal.
§ 1º - Sob a presidência do Vereador mais idoso entre os presentes, os demais Vereadores tomarão posse e prestarão o
compromisso descrito no Regimento Interno.
§ 2º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste artigo, deverá fazê-lo no prazo máximo de dez (10) dias,
salvo motivo justo devidamente comprovado.
§ 3º - No ato da posse, os Vereadores deverão fazer declaração de seus bens.
§ 4º - O Regimento Interno da Câmara Municipal disporá sobre os demais procedimentos do ato da posse.
Art. 45 - Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a Presidência do Vereador mais idoso entre os
presentes e elegerão os componentes da mesa que ficarão automaticamente empossados.
§ 1º - O mandato da Mesa será de 2 (dois) anos, com eleição para o segundo biênio dos membros da Mesa Diretora
realizada até o dia 15 de dezembro do segundo ano de cada legislatura, empossando-se os eleitos no dia 1º de janeiro
seguinte.
§ 2º - Nenhum Vereador poderá subscrever mais de uma chapa concorrente aos cargos da Mesa Direto, seja como
candidato ou como de apoiador ou voto, considerando-se válida, apenas, a assinatura contida na chapa que primeiro for
registrada na Secretaria da Câmara.
§ 3º - Cada candidato à presidência da Câmara, usando o prazo máximo de vinte (20) minutos, fará exposição clara e
objetiva das diretrizes e metas propostas para o biênio.
CAPÍTULO VI - DO PROCESSO LEGISLATIVO
Art. 48 - A iniciativa dos Projetos de Lei cabe a qualquer Vereador, ao Prefeito Municipal e aos cidadãos na forma
como dispõe esta Lei Orgânica.
§ 1º - São de iniciativa privada do Prefeito Municipal as Leis que disponham sobre:
I - criação de cargos, funções ou empregos da administração municipal;
II - servidores públicos do Município, seu regime jurídico, plano de carreira, remuneração, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;
III - matéria tributária e orçamentária;
IV - criação, estruturação e atribuições das Secretarias e Departamentos.
§ 2º - Os projetos de iniciativa popular observarão ao que dispõe o Art. 29, XI desta Lei Orgânica.
§ 3º - Não serão admitidas emendas nos projetos de iniciativa do Prefeito quando:
I - incidir aumento da despesa prevista;
II - alterar a organização do quadro funcional administrativo.
§ 4º - O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência para apreciação de Projeto de sua iniciativa.
Art. 49 - O Projeto de Lei aprovado ou rejeitado pela Câmara Municipal será enviado à sanção do Prefeito ou
arquivado.
§ 1º - O Prefeito terá o prazo de quinze (15) dias úteis contados da data do recebimento para sancionar o Projeto,
podendo também, vetá-lo, no todo ou em parte, considerando interesse público ou inconstitucionalidade.
§ 2º - Decorrido o prazo previsto no parágrafo anterior e, não tendo o Prefeito comunicado ao Presidente da Câmara os
motivos do veto, considera-se o Projeto sancionado.
§ 3º - Comunicado o veto ao Presidente da Câmara, este fará convocação e, no prazo máximo de quinze (15) dias úteis
deverá ser apreciado, considerando-se acolhido o veto não apreciado no prazo previsto.
§ 4º - O veto só poderá ser rejeitado por deliberação da maioria absoluta dos membros da Câmara.
§ 5º - Se o veto não for mantido, o Projeto será enviado ao Prefeito Municipal para promulgação.
§ 6º - Se a lei não for promulgada no prazo de quarenta e oito (48) horas, pelo Prefeito Municipal nos casos dos
parágrafos 2º e 5º, o Presidente da Câmara Municipal a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao
Vice- Presidente fazê-lo.
Art. 50 - O Poder Executivo, localizado na sede no Município, é exercido pelo Prefeito e seus auxiliares com a
participação das organizações da sociedade.
§ 1º - A eleição e a posse do Prefeito e do Vice-Prefeito obedecerão ao disposto no art. 29, I, II, III e IV desta Lei
Orgânica.
Art. 51 - O Prefeito e o Vice-Prefeito do Município são empossados em sessão especial perante a Câmara Municipal,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir as Constituições Federal, Estadual e esta Lei Orgânica.
Parágrafo Único - Se decorrido dez (10) dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo motivo de
força maior, não tiver assumido o cargo, é este declarado vago.
Art. 53 - Em caso de impedimento do prefeito e do Vice-Prefeito, ou vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício do cargo o Presidente e o Vice-Presidente da Câmara Municipal.
Art. 54 - Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito do Município, nos dois (2) primeiros anos de mandato, far-se-á
eleição noventa (90) dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrido a vacância a partir do terceiro ano de mandato, o cargo é exercido pelo Presidente da Câmara Municipal
e na sua recusa, pelo Vice presidente.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos ou sucessores deverão completar o período do mandato de seus antecessores.
Art. 55 - Será declarado vago o cargo de Prefeito por decisão de dois terços (2/3) dos membros da Câmara Municipal
nos seguintes casos:
I - não tomar posse na data fixada ou no mínimo nos dez (10) dias seguintes, salvo motivo de força maior, devidamente
comprovado;
II - ausência do território municipal por mais de quinze (15) dias se prévia licença da Câmara Municipal;
III - fixação de residência fora do território municipal.
Art. 57 - será concedida licença ao Prefeito por decisão de dois terços, (2/3) dos membros da Câmara nos seguintes
casos:
I - para tratamento de saúde, devidamente comprovado;
II - para gozo de férias de, no mínimo, trinta (30) dias por ano;
III - em missão de representação do Município, quando exceder a quinze (15) dias fora do território municipal;
IV - para tratar de interesse particular não superior a cento e vinte (120) dias.
§ 1º - O Prefeito licenciado, nos termos deste artigo, poderá reassumir o mandato a qualquer tempo.
§ 2º - Exceto no caso previsto no inciso IV deste artigo, fica assegurado ao Prefeito o direito de perceber a sua
remuneração enquanto licenciado.
SEÇÃO III - DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS
Art. 58 - Os Secretários Municipais, bem como os demais cargos de provimento em comissão, são de nomeação e
exoneração do Prefeito Municipal, salvo os casos previstos em Lei.
§ 1º - O Secretário Municipal e seus auxiliares diretos deverão possuir, preferencialmente, adequada formação
profissional para o exercício do cargo.
Art. 59 - O Prefeito Municipal por intermédio da lei estabelecerá as atribuições dos seus auxiliares diretos, definindo-
lhes competência e deveres, observando:
I - responsabilidade solidária pelos atos que assinarem, ou ordenarem ou praticarem;
II - obrigatoriedade da efetivação de declaração de bens no ato de sua posse em cargo ou função pública municipal e
quando se sua exoneração;
III - obrigatoriedade pela prestação de informações à Câmara quando convocado ou solicitado.
Art. 61 - Poderá ser cassado o mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e do Vereador nos seguintes casos:
I - de perda ou suspensão dos direitos políticos;
II - de condenação criminal em sentença transitada em julgado;
III - de utilização do mandato para a prática de atos de improbidade administrativa;
IV - de não tomar posse sem motivo justificado no prazo estabelecido nesta Lei Orgânica;
V - de procedimento declarado incompatível com o decoro parlamentar, devidamente apurado por dois terços (2/3) da
Câmara Municipal;
VI - de infração às determinações legais contidas nesta Lei Orgânica e no Regimento Interno da Câmara.
Art. 62 - A Receita Pública constituir-se-á dos seguintes tributos, instituídos pelo Município:
I - imposto sobre:
a) propriedade predial e territorial urbana;
b) transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato onerosos de bens imóveis, por natureza ou cessão física e de
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição;
c) vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;
d) serviços de qualquer natureza;
II - taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos
específicos ou divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
III - contribuição de melhoria decorrente de obras públicas.
Art. 63 - A Administração Tributária é atividade vinculada e essencial ao Município, devendo estar dotada de recursos
humanos e materiais necessários ao fiel exercício de suas atribuições, principalmente, no que se refere a:
I - cadastramento dos contribuintes e das atividades econômicas;
II - lançamento dos tributos;
III - fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias;
IV - inscrição dos inadimplentes em dívida ativa e respectiva cobrança amigável ou encaminhamento para cobrança
judicial.
Art. 64 - O Município deverá criar colegiado constituído, paritariamente, por servidores designados pelo Prefeito
Municipal e contribuintes indicados por entidades representativas de categorias econômicas e profissionais, com
atribuição de decidir, em grau de recursos, as reclamações sobre lançamentos e demais questões tributárias.
Parágrafo Único - Enquanto não for criado o órgão colegiado que se refere o Caput deste artigo, os recursos serão
decididos pelo Prefeito Municipal.
Art. 65 - O Código Tributário do Município disporá sobre a atualização monetária, a cobrança e a isenção dos tributos
municipais, observando:
I - reajuste tomando-se por base os índices oficiais de atualização monetária vigente;
II - cobrança efetuada de acordo com a Unidade Fiscal de Referência;
III - critérios específicos de isenção para cada tributo.
Parágrafo Único - A concessão de isenção e de anistia de tributos municipais depende de autorização legislativa,
aprovada por maioria de dois terços (2/3) dos membros da Câmara Municipal.
Art. 66 - A remissão de créditos tributários somente poderá ocorrer nos casos de calamidade pública ou notória pobreza
do contribuinte, devendo a Lei que autoriza ser aprovada por maioria de dois terços (2/3) dos membros da Câmara
Municipal.
Art. 67 - A concessão de isenção, anistia ou moratória não será direito adquirido, revogada de ofício sempre que se
apure que o beneficiário não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, não cumpria ou deixou de cumprir os
requisitos para sua concessão.
Art. 68 - É de responsabilidade do órgão competente da Prefeitura Municipal a inscrição em divida ativa dos créditos
provenientes de impostos, taxas, contribuições de melhoria e multas de qualquer natureza, decorrentes de infração à
legislação tributária, com prazo de pagamento fixado pela legislação ou por decisão proferida em processo regular de
fiscalização.
Art. 69 - Ocorrendo a decadência do direito de constituir o crédito tributário ou a prescrição da ação de cobrá-lo, abrir-
se-á inquérito administrativo para apurar as responsabilidades na forma da Lei.
Parágrafo Único - A autoridade municipal, qualquer que seja seu cargo, emprego ou função e independentemente do
vínculo que possuir com o Município, responderá civil, criminal e administrativamente pela prescrição ou decadência
ocorrida sob responsabilidade, cumprindo-lhe indenizar o Município do valor dos créditos prescritos ou não lançados.
Art. 70 - Para obter ressarcimento da prestação de serviços de natureza comercial, industrial ou de sua atuação na
organização e exploração de atividades e economias, o Município poderá cobrar preços públicos.
Parágrafo Único - os preços devidos pela utilização de bens e serviços municipais deverão ser fixados de modo a cobrir
os custos dos respectivos serviços a serem reajustados quando tornarem deficitários ou excedentes.
Art. 73 - Os planos e programas municipais de execução anual serão elaborados em consonância com o plano plurianual
e apreciados pela Câmara Municipal.
Art. 75 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, ao orçamento anual e aos créditos adicionais suplementares e
especiais serão apreciados pela Câmara Municipal na forma do Regimento Interno.
§ 1º - Caberá à Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara Municipal:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos de plano plurianual, orçamento anual e sobre as contas do Município
apresentadas pelo Prefeito;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas municipais, acompanhar e fiscalizar as operações resultantes
ou não da execução do orçamento, sem prejuízo das demais comissões criadas pela Câmara Municipal.
§ 2º - As emendas serão apresentadas à Comissão de Orçamento e Finanças que sobre elas emitirá parecer e apreciadas
na forma do Regimento Interno pelo plenário da Câmara Municipal.
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou projetos que o modifiquem somente poderão ser aprovadas
caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesas, excluídas as que
incidam sobre:
a) dotação para o pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferência tributária para autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal;
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões;
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º - O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor modificação nos projetos a que
refere este artigo enquanto não iniciada a votação na Comissão de Orçamento e Finanças e da parte cuja alteração é
proposta.
§ 5º - Os projetos de lei do plano plurianual do orçamento anual serão enviados pelo Prefeito Municipal nos termos de
lei municipal, enquanto não vigorar a lei complementar de que trata o § 9º do art. 165 da Constituição Federal.
§ 6º - Aplicam-se aos projetos referidos neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas
relativas ao processo legislativo.
§ 7º - Os recursos que em decorrência do veto, emenda, ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficaram sem
despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante abertura de créditos adicionais
suplementares ou especiais com prévia e específica autorização legislativa.
Art. 76 - A execução orçamentária do Município se refletirá na obtenção das suas receitas próprias, transferidas e
outras, bem como na utilização das dotações consignadas às despesas para a execução dos programas nele
determinados, observando sempre o princípio do equilíbrio.
Art. 77 - O prefeito Municipal fará publicar, até trinta (30) dias após o encerramento de cada bimestre, o relatório
resumido da execução orçamentária.
Art. 79 - Na efetivação dos empenhos sobre as dotações fixadas para despesa será emitido o documento Nota de
Empenho, que conterá características já determinadas nas normas gerais de direito financeiro.
§ 1º - Fica dispensado a emissão da Nota de Empenho nos seguintes casos:
I - despesas relativas a pessoal e seus encargos;
II - contribuições para o PASEP;
III - amortização, juros e serviços de empréstimos e financiamentos obtidos;
IV - despesas relativas ao consumo de água, energia elétrica, utilização dos serviços de telefone, postais, telegráficos
outros que vierem a ser definidos por ato normativo próprio.
§ 2º - Nos casos previstos no parágrafo anterior, os empenhos e os procedimentos de contabilidade terão a base legal
dos próprios documentos que originarem o empenho.
Art. 80 - As receitas e as despesas orçamentárias serão movimentadas através de caixa única regularmente instituída.
Parágrafo Único - A Câmara Municipal poderá ter a sua própria tesouraria por onde movimentará os recursos que lhe
forem liberados.
Art. 81 - As disponibilidades de Caixa do município e de suas entidades de administração indireta inclusive dos fundos
especiais e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal, serão depositadas em instituições financeiras
oficiais.
Parágrafo Único - As arrecadações das receitas próprias do Município e de suas entidades de administração indireta
poderão ser feitas através de rede bancária privada, mediante convênio.
Art. 82 - Poderá ser constituído regime de adiantamento em cada uma das unidades de administração direta, nas
autarquias, nas fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal e na Câmara Municipal para cobrir as
despesas miúdas de pronto pagamento definidas em Lei.
Art. 83 - O Prefeito Municipal deverá encaminhar à Câmara Municipal, no prazo de sessenta (60) dias os balancetes
mensais acompanhados dos comprovantes de receitas e despesas, que ficarão a disposição dos membros do Poder
Legislativo durante trinta (30) dias, sendo em seguida encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado para apreciação.
Art. 84 - Até sessenta (60) dias após o início da sessão legislativa de cada ano, o Prefeito Municipal encaminhará à
Câmara Municipal as contas do Município que em seguida serão remetidos ao Tribunal de Contas do Estado para
emissão de parecer.
Parágrafo Único - As contas de que trata o Caput deste artigo compõe-se de:
I - demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras da administração direta e indireta, inclusive dos fundos
especiais e das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras consolidadas dos órgãos da administração direta com a dos
fundos especial, das fundações e das autarquias instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal;
III - demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras consolidadas nas empresas municipais;
IV - notas explicativas às demonstrações de que trata este artigo;
V - relatório circunstanciado da gestão dos recursos públicos municipais no exercício demonstrado.
Art. 85 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano, tem por fim assegurar a todas existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observando os princípios previstos nas Constituições Federal e Estadual,
cabendo ao Município no âmbito de sua competência tudo fazer para assegurar sua realização com transparência.
§ 1º - É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade economia, independentemente de autorização de
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
§ 2º - A intervenção do Município na economia é sempre precedida de consulta às entidades de classe interessadas na
atividade objeto da intervenção e parecer prévio do Poder Legislativo.
§ 3º - A exploração de atividade econômica, pelo Município, só é permitida quando necessário à segurança pública ou
para atender relevante interesse social nos termos da Lei e dependerá de autorização prévia do Poder Legislativo.
Art. 86 - Incumbe ao Poder Público, na forma de Lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Art. 87 - O Município favorece a organização de atividades garimpeiros em cooperativas, levando em conta a proteção
do meio ambiente e a promoção sócio-econômica dos garimpeiros.
Parágrafo Único - O Município cria programas de apoio aos garimpeiros durante o período de estiagem.
Art. 89 - Na elaboração de planos e programa de desenvolvimento municipal, recomenda-se a integração com os demais
órgãos governamentais sediados no território municipal.
Art. 90 - O Município dispensa às micro-empresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento
jurídico diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias e
creditícias ou pela eliminação ou redução por meio de lei.
Parágrafo Único - A Certidão de registro de micro-empresa ou de empresa de pequeno porte, assim definidas em lei, na
Junta Comercial ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas e documento para inscrição cadastral em todos os órgãos da
administração municipal, independentemente de qualquer outra formalidade.
Art. 92 - O Município promoverá programas destinados ao desenvolvimento de mão-de-obra local, inclusive em regime
de cooperação com instituições especializadas.
Art. 93 - O Município promove e incentiva o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico, devendo
fazê-lo em harmonia com a preservação dos recursos paisagísticos, o equilíbrio da natureza e o respeito às tradições
culturais do Município.
Art. 94 - É de responsabilidade do Município, no campo de sua competência, a realização de investimento para formar e
manter a infra-estrutura básica capaz de atrair, apoiar ou incentivar o desenvolvimento de atividades produtivas, seja
diretamente ou mediante delegação ao setor privado para esse fim.
Parágrafo Único - A atuação do Município dar-se-á, inclusive no meio rural para a fixação de contingente
populacionais, possibilitando-lhes acesso aos meios de produção e geração de renda, estabelecendo a necessária infra-
estrutura destinada a viabilizar este propósito.
Art. 96 - Como principais instrumentos para o fomento da produção na zona rural, o Município utilizará a assistência
técnica, a extensão rural, o armazenamento, o transporte, o associativismo e a divulgação das oportunidades de crédito e
de incentivo fiscais.
Art. 97 - O Município poderá consorciar-se com outras municipalidades com vistas ao desenvolvimento de atividades
econômicas de interesse comum, bem como de integra-se em programas de desenvolvimento regional a cargo de outras
esferas de governo.
Art. 99 - A política urbana a ser formulada no âmbito do processo de planejamento municipal terá por objetivo o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e o bem-estar dos seus habitantes, em consonância com as políticas
sociais e econômicas do Município.
§ 1º - As funções sociais da cidade dependem do acesso de todos os cidadãos aos bens e aos serviços urbanos,
assegurando-lhes condições de vida e moradia compatíveis com o estágio de desenvolvimento do Município.
§ 2º - Para assegurar as funções sociais da cidade, o Poder Executivo deverá utilizar os instrumentos jurídicos,
tributários, financeiros e de controle urbanístico existentes à disposição do Município.
Art. 100 - O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é o instrumento Básico da política urbana a ser executado
pelo Município.
§ 1º - O Plano Diretor fixará os critérios que assegurem a função social da propriedade, cujo uso e ocupação deverão
respeitar a legislação urbanística, a proteção do patrimônio ambiental natural e construído e o interesse da coletividade,
observando:
I - a participação das entidades representativas da comunidade no processo de elaboração, alteração e execução do
Plano Diretor;
II - a definição de áreas especiais de interesse social urbanístico e ambiental para as quais será exigido aproveitamento
adequado;
III - a definição de diretrizes adequadas para o uso e ocupação do solo urbano.
§ 2º - Importa em crime de responsabilidade administrativa, a concessão de licença de parcelamento, loteamento e
localização expedidas em desacordo com a Lei Orgânica e ao Plano Diretor.
§ 3º - O Código Tributário do Município deverá prever multas especiais para os casos de infração à legislação urbana.
Art. 101 - O Município, na prestação de serviços de transporte público, fará obedecer os seguintes princípios básico:
I - segurança e conforto dos passageiros, garantindo, em especial, acesso às pessoas portadoras de deficiência físicas;
II - prioridade a pedestres e usuários dos serviços;
III - tarifa social, assegurada a gratuidade aos maiores de sessenta e cinco (65) anos;
IV - integração entre sistemas e meios de transportes e racionalização de itinerários;
V - proteção ambiental contra a poluição atmosférica e sonora;
VI - criação de conselho de usuários, constituído por membros de entidades representativas da comunidade para
fiscalização dos serviços.
Art. 102 - O Município em consonância com sua política urbana e segundo o imposto em seu Plano Diretor, deverá
promover planos e programas setoriais destinados a melhorar as condições do transporte público, da circulação de
veículos e da segurança do trânsito.
Parágrafo Único - A concessão do transporte coletivo terá apreciação da Câmara Municipal.
Art. 103 - O Município deverá promover, dentre outros, planos e programas setoriais destinados a melhorar as
condições da vida da população de baixa renda, priorizando:
I - o saneamento básico;
II - o transporte Coletivo;
III - a habitação popular.
Parágrafo Único - A ação do Município, a ser empreendida em consonância com a sua política urbana e o seu Plano
Diretor, deverá orientar-se para:
I - facilitar o acesso da população carente aos serviços públicos;
II - apoiar, técnico e financeiramente, os projetos comunitários e associativos de construção de habitação e serviços;
III - executar programas de educação sanitária e ambiental.
Art. 104 - O Município poderá realizar obras e serviços de interesse comum, mediante convênio com a União, com o
Estado, com entidades particulares ou mediante consórcios com outros Municípios.
§ 1º - A constituição de consórcios municipais dependerá de autorização legislativa.
§ 2º - Independerá da autorização legislativa o consórcio entre município para a realização de obras ou serviços, cujo
valor não atinja o limite exigido para licitação mediante convite.
Art. 105 - Na política agrária, agrícola e de abastecimento, o Município fomentará a produção agropecuária e a
organização do abastecimento alimentar. Através de ações comuns, isoladas ou conjuntas com a União e o Estado,
levando em conta, especialmente:
I - a garantia de comercialização agrícola e abastecimento;
II - incentivo à promoção de pesquisa que favoreça o desenvolvimento tecnológico;
III - assistência técnica e extensão rural garantida à família do produtor rural nos aspectos econômico e social;
IV - incentivo à organização do cooperativismo;
V - a implantação de expansão da eletrificação rural e da irrigação;
VI - a garantia de saúde para o trabalhador rural e sua família;
VII - a garantia de condições de trabalho seguras e dignas para o trabalhador rural.
Parágrafo Único - As ações e serviços de fomento ao pequeno produtor são de natureza pública, cabendo ao Município
sua normatização, controle, e execução através de serviços públicos gratuitos.
Art. 106 - O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural criado na forma da Lei assegurará a participação das
entidades de classe e das associações ligadas ao meio rural no processo de planejamento, execução e avaliação da
política agrária, agrícola e de abastecimento, competindo-lhe, dentre outras, as seguintes atribuições:
I - coordenar a elaboração e recomendar a aprovação do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural, devidamente
compatibilizado com as políticas federal e estadual;
II - participar da elaboração e acompanhar a execução dos planos operativos anuais dos diferentes órgãos atuantes no
meio rural do município, integrando as suas ações;
III - opinar cobre a aplicação de recursos de qualquer origem destinados ao atendimento da área rural do município;
IV - acompanhar, avaliar e apoiar a execução dos planos e programas agrícolas em desenvolvimento no município,
apresentando sugestões de medidas corretivas ou de ações que possam aumentar a sua eficácia.
Parágrafo Único - Ao Conselho Agrícola de Desenvolvimento rural será franqueado o acesso a toda documentação e
informações sobre qualquer ato, fato ou projeto da administração.
Art. 107 - O Fundo de Assistência Agrícola ao Pequeno Produtor FUNAP é constituído de dez por cento (10%) da
receita global do Município, compreendidas as transferências constitucionais, destinado a apoiar:
I - pequenos empreendimentos de produção agrícola;
II - unidade de transformação de matéria prima local;
III - a aquisição de insumos, equipamentos e implementos necessários a produção associativa;
IV - a criação de animais de pequeno porte e, excepcionalmente, de grande porte;
V - a construção, a nível de comunidade, de pequenos depósitos para estocagem e aquisição de equipamentos de
armazenagem da produção agrícola;
VI - a restauração de barreiros e açudes comunitários, bem como construção de Cisternas, atendendo às prioridades
associativas;
VII - a construção e recuperação de estradas utilizadas pelos pequenos produtores;
VIII - a construção de mata-burros para atender aos pequenos produtores;
IX - o abastecimento d'água nas pequenas comunidades;
X - o peixamento dos açudes públicos e os pertencentes aos pequenos produtores;
XI - a fiscalização do nível de qualidade dos alimentos ofertados pelos produtores;
XII - a perfuração de poços tubulares para o pequeno produtor;
XIII - incentivo ao fornecimento de mudas frutíferas aos pequenos produtores;
XIV - desenvolvimento de projetos relacionados à produção hortifrutigranjeira para pequenos produtores;
XV - projeto de apoio ao pescador no período da piracema, através de incentivo a arrendamentos para plantios de
roçados.
Art. 108 - O Fundo de Assistência Agrícola ao Pequeno Produtor - FUNAP, administrado pela Prefeitura, será
executado mediante parecer prévio do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.
Art. 109 - Entende-se por pequeno produtor rural para efeito de participação no programa, os trabalhadores das
seguintes categorias:
I - pequenos proprietários com até cem hectares (100 ha) que trabalham em regime familiar, ainda que utilizem mão-de-
obra de terceiros em casos eventuais;
II - posseiros, obedecendo os preceitos aplicados aos pequenos proprietários;
III - trabalhadores rurais sem terra, arrendatários, parceiros e comodatários.
Parágrafo Único - No caso dos trabalhadores rurais sem terra, arrendatários, parceiros e comodatários haverá
participação no programa mediante comprovação da terra a ser trabalhada.
Art. 110 - São isentos do pagamento da taxa de ocupação de solo em vias e logradouros deste Município, os pequenos
produtores de hortifrutigranjeiros que comercializarem sua produção diretamente nas feiras livres.
Art. 111 - A lei disciplinará sobre o uso e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e a fins, vedada a
concessão de qualquer beneficio ou incentivo a produtos potencialmente causadores de poluição ou degradação do meio
ambiente.
Art. 112 - São isentas dos impostos municipais as operações de transferências de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária.
Art. 113 - O município por decisão da maioria dos seus servidores, obedecendo ao que dispõe a Legislação Federal e
Estadual pertinente optará:
I - por um plano municipal de previdência social;
II - por um plano intermunicipal de previdência social;
III - pela celebração de convênios com órgãos de previdência pública Federal ou Estadual.
Parágrafo Único - A Lei disporá sobre o plano municipal de previdência social.
SEÇÃO II - DA SAÚDE
Art. 114 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante política social e econômica que visem à
redução do risco de doenças, de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
Art. 115 - A lei estabelece o plano municipal de saúde, de duração plurianual, visando à integração das ações do Poder
Público que conduzem a:
I - melhoria das ações e serviços ofertados à população, especialmente a de baixa renda;
II - universalização do atendimento;
III - prevenção de doenças e de outros agravos à saúde da população;
IV - participação da sociedade no processo de planejamento, controle e avaliação do plano municipal de saúde;
V - valorização dos profissionais de saúde, mediante planos de carreira, baseados nos princípios e critérios aprovados
em nível nacional, observando ainda:
a) pisos salariais nacionais;
b) incentivo à dedicação exclusiva e tempo integral;
c) capacitação e reciclagem permanentes;
d) condições adequadas de trabalho para a execução de suas atividades em todos os níveis.
Art.16 - O conselho Municipal de Saúde, órgão de deliberação e de consulta, objetivando a formulação e o controle da
execução da Política Municipal de Saúde, inclusive nos aspectos e financeiros e será composto por 14 (quatorze)
membros, sendo:
I - 07 (sete) membros representativos das seguintes instituições governamentais e Entidades profissionais:
a) 01 (um) representante de Secretaria Municipal de Saúde e Ação Comunitária;
b) 01 (um) representante das instituições de Saúde a nível Federal;
c) 01 (um) representante das instituições de Saúde a nível Estadual;
d) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Educação e Cultura;
e) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Finanças;
f) 01 (um) representante do Sindicato dos Servidores da Saúde a nível Federal;
g) 01 (um) representante do Sindicato dos Servidores de Saúde a nível Estadual.
II - 07 (sete) membros representativos dos usuários:
a) 01 (um) representante dos Conselhos Comunitários legalmente instituídos, a ser escolhido em assembléia composta
pelo titular de cada Conselho ou seu substituto legal;
b) 01 (um) representante dos Sindicatos não ligados à Saúde, a ser escolhido pelo fórum de entidades locais:
c) 01 (um) representante dos 05(cinco) Povoados existentes no município, a ser escolhido sob a coordenação da
entidade de moradores, onde houver, ou pelo Chefe do Posto de Saúde local;
d) 01 (um) representante da APAE Currais Novos;
e) 01 (um) representante dos Educadores do ensino municipal, a ser escolhido em assembléia, coordenada pela entidade
de classe;
f) 01 (um) representante do Centro Integrado de Ação Comunitária Dom Manoel Tavares CIAC;
g) 01 (um) representante do Clube de Diretores Lojista CDL.
§ 1º - A Escolha dos representantes referidos nos incisos I, letras “f” e “g'' e
II, letras a, b, c, d e e, será feita através de processo eleitoral interno e oficializado ao Prefeito Municipal e os titulares
dos órgãos e entidade a que se referem os incisos I, letras a, b, c, d e e, II, letras f e g indicarão seus representantes.
§ 2º - A Lei disporá sobre o Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde, cuja proposta será elaborada pelos
seus membros titulares e enviada ao Chefe do Poder Executivo.
Art. 117 - O município, obedecendo ao que dispõe a legislação Federal e Estadual pertinente atuará prioritariamente:
I - no apoio ao controle de doenças endêmicas e epidêmicas;
II - nas ações de saneamento básico, observando a destinação adequada dos dejetos;
III - nas ações e serviços de promoção nutricional;
IV - em programas de saúde oral;
V - em programas especiais ligados à saúde da mulher, da criança, do adolescente e do idoso;
VI - na assistência farmacêutica básica, mediante celebração de convênio com órgão Federal e estadual responsáveis
por tal desempenho.
Art. 118 - A lei regulamentará as atribuições, o funcionamento e as penalidades aplicáveis pelo Serviço de Vigilância
do Sanitária do Município, observando:
I - adequada formação profissional dos seus membros;
II - o controle da qualidade dos alimentos comercializados;
III - a fiscalização dos abatedouros públicos;
IV - controle do sistema de coleta e destinação do lixo, inclusive do hospitalar.
Art. 119 - É vedada a destinação de recursos para auxílios ou subvenções a instituições privadas com fins lucrativos.
Art. 120 - visando o efetivo cumprimento de suas finalidades, o Município poderá celebrar convênios de cooperação
técnica e financeira com órgãos públicos e instituições especializadas, mediante parecer técnico do Conselho Municipal
de Saúde e autorização prévia do Poder Legislativo.
Art. 122 - As ações e os serviços de saúde realizados no Município integram uma rede regionalizada e hierarquizada,
constituindo o Sistema Único de Saúde no âmbito do Município, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - comando único exercido pela Secretaria Municipal de Saúde, integrado com o Conselho Municipal de Saúde;
II - integridade na prestação das ações de saúde;
III - organização de distritos sanitários;
IV - participação da sociedade na formulação, gestão e controle da política municipal e das ações de saúde através do
Conselho Comunitário de Saúde;
V - direito do indivíduo de obter informações e esclarecimento sobre assuntos pertinentes à promoção, à proteção e à
recuperação de sua saúde e da coletividade, bem com da aplicação dos recursos financeiros destinados à saúde.
Parágrafo Único - O conjunto dos recursos destinados às ações e aos serviços de saúde do Município constituem o
Fundo Municipal de Saúde conforme Lei Municipal.
Art. 123 - O Município incorporará práticas alternativas de Saúde, considerando a experiência de grupos ou instituições
de defesa dos direitos da mulher.
Art. 124 - O Município garantirá a implantação, o acompanhamento e a fiscalização da política de assistência integral à
saúde da mulher em todas as fases de sua vida, de acordo com suas especificidades , assegurando nos termos da lei;
I - assistência ao pré-natal, parto e purepério, incentivo ao aleitamento e assistência clínico-ginecológico;
II - direito à auto-regulação da fertilidade, com livre decisão da mulher, do homem ou do casal, para exercer a
procriação ou para evitá-la, vedada qualquer forma coercitiva de indução;
III - assistência à mulher em caso de aborto previsto em lei ou de seqüelas de abortamento;
IV - atendimento à mulher vítima de violência.
Art. 126 - O menor carente e o deficiente físico, sensorial ou mental terão atendimento prioritário em programas e ações
do Poder Público Municipal.
SEÇÃO I - DA EDUCAÇÃO
Art. 127 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, é promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania econômica, política
e social e a sua qualificação para o trabalho.
Art. 129 - O Conselho Municipal de Educação e Cultura é o órgão de consulta e de deliberação, objetivando a
formulação e o controle da execução da política municipal de educação e cultura, inclusive nos aspectos econômicos e
financeiros e dele participam como membros natos:
I - o Secretário Municipal de Educação e Cultura;
II - o representante local do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Rio Grande do Norte;
III - o Diretor ou representante das instituições de Ensino Superior sediados no Município;
IV - um representante do Poder Legislativo Municipal, eleito por dois terços (2/3) dos seus membros;
V - um representante dos pais dos alunos, indicado pelo conjunto dos conselhos escolares;
VI - um representante do movimento estudantil a nível local.
Parágrafo Único - A lei disporá sobre as atribuições de caráter deliberativo e consultivo, o funcionamento e a
composição dos demais membros do Conselho a que se refere o Caput deste artigo.
Art. 130 - O Município organiza em regime de colaboração com a União e o Estado seu sistema de ensino, visando à
garantia de:
I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiverem acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio;
III - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero (0) a seis (6) anos de idade;
IV - acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística, considerando-se o ritmo de
aprendizagem e as potencialidades do educando;
V - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VI - atendimento ao educando no ensino fundamental e pré-escola, através de programas suplementares de material
pedagógico, didático-escolar, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º - o município atua prioritariamente no ensino fundamental e pré-escolar.
§ 2º - compete ao Poder Público Municipal recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e
zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola;
§ 3º - o não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Publico ou sua oferta irregular importam responsabilidades
da autoridade competente.
§ 4º - o município assegura à criança de quatro (4) anos a educação pré-escolar obrigatória, laica, pública e gratuita,
com o objetivo de promover o seu desenvolvimento biosocial, psico-afetivo e intelectual.
§ 5º - o Município garantirá atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência física, metal ou
sensorial, mediante:
a) criação e manutenção de Centros Especializados com vistas a proporcionar a socialização e a integração dos
excepcionais na sociedade;
b) celebração de convênios com instituições especializadas, visando a expansão e a melhoria do atendimento ao
excepcional;
c) atendimento educacional especializado, através da rede regular de ensino municipal.
Art. 131 - O Município aplica, anualmente, nunca menos de vinte e cinco por cento (25%) da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferência, na manutenção e desenvolvimento de ensino, observando as
seguintes prioridades:
I - ensino fundamental e pré-escolar;
II - capacitação, aperfeiçoamento e atualização do pessoal do magistério;
III - aquisição de material didático e pedagógico necessário ao trabalho escolar;
IV - construção, ampliação e manutenção da rede física escolar;
V - transporte de alunos residentes nos distritos, povoados e vilas para a sede do município, desde que não exista oferta
de ensino adequado às necessidade de prosseguimento de estudos.
Art. 132 - Os recursos financeiros são destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidas às escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, mediante autorização do Poder Legislativo, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional ou ao Poder
Público no caso de encerramento de suas atividades;
III - apresente prova de legalização nos termos da legislação educacional pertinente.
§ 1º - As atividades universitárias de pesquisa e extensão, atendidas às exigências do peculiar interesse local, podem
receber apoio financeiro do Poder Público Municipal.
Art. 133 - A lei estabelece o Plano Municipal de Educação de duração plurianual, visando à articulação e ao
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à:
I - erradicação ao analfabetismo em suas diferentes formas;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - capacitação, aperfeiçoamento e atualização dos trabalhadores da educação;
V - valorização e difusão das manifestações culturais;
VI - formação para o trabalho;
VII - promoção humanística, científica e tecnológica;
VIII - profissionalização educacional em todos os níveis pelo ensino de um ofício.
Art. 134 - Tendo em vista garantir a visão de globalidade do ensino municipal e o peculiar interesse local a Inspeção no
sistema municipal de ensino será realizado de forma conjunto envolvendo o Estado e o Município, visando:
I - a verificação da qualidade do ensino;
II - a legalidade da via escolar do aluno e a desburocratização do processo e organização administrativa;
III - a simplificação do processo de autorização e de reconhecimento de Escola.
Art. 135 - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino de primeiro e segundo graus.
Art. 136 - As escolas públicas municipais de primeiro e de segundo graus incluem entre as disciplinas oferecidas, o
estudo da cultura norte-riograndense envolvendo noções básicas de literatura, artes plásticas e folclore do Estado,
enfatizando os aspectos locais.
Art. 137 - Os professores municipais serão regidos por estatuto próprio, na forma da lei, observando, entre outros, os
seguintes itens:
I - pagamento do piso salarial profissional, nos termos dos ats. 260, V da Constituição Federal e 135, V da Constituição
Estadual;
II - ingresso nos quadros do magistério, exclusivamente por concurso público de provas ou de provas e títulos;
III - regime jurídico único;
IV - garantia de um processo sistemático de capacitação, atualização e aperfeiçoamento profissional;
V - melhor remuneração por desempenho de atividades em locais de difícil acesso, pela atuação como especialista junto
aos portadores de deficiência e pela especialização, atualização e aperfeiçoamento profissional;
VI - gestão democrática do ensino público municipal, mediante eleição direta para Diretores, Vice-Diretores e
Conselhos de Escolas, escolhidos pelos corpos docentes, discentes, servidores e pais de alunos;
VII - jornada de trabalho semanal de quarenta (40) horas para os professores que lecionarem na pré-escola e no ensino
fundamental;
VIII - o cumprimento do horário destinado à extra-regência, a cargo de cada unidade escolar, podendo ser cumprido
dentro ou fora da escola;
IX - redução pecuniária da carga horária proporcional ao tempo de serviços e à idade;
X - gratificação de extra-regência pelo efetivo exercício no magistério;
XI - participação das associações representativas do Município no processo de elaboração do Plano Municipal de
Educação observando:
a) as diretrizes dos planos Federal e Estadual de Educação;
b) o peculiar interesse local e a competência supletiva nos termos do art. 30, I e II da Constituição Federal;
c) os aspectos sócio-econômiso e culturais do Município e da região;
D) os meios necessários à qualidade do ensino;
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço (1/3) a mais do que o salário normal pago até o dia
trinta (30) do mês de janeiros (férias coletivas do professor).
Art. 138 - Fica criada, no âmbito do Município, a Conferência Municipal de Educação, convocada anualmente pelo
Prefeito Municipal com ampla representação popular, objetivando avaliar a situação do Município e fixar as diretrizes
da política municipal de educação e cultura a realizar-se, preferencialmente, no primeiro trimestre de cada ano.
Art. 139 - Não haverá distinção entre ensino urbano e rural, exceto no que se refere a sua contextualização, ao
ensinamento de um ofício e à iniciação profissional.
Art. 140 - O calendário escolar municipal será flexível e adequado às peculiaridades climáticas e às condições sociais e
econômicas dos alunos.
Parágrafo Único - Fica assegurada a participação da comunidade escolar, rural e urbana, no processo de elaboração do
calendário escolar.
Art. 141 - O Município deverá estabelecer e implantar políticas de educação para a segurança do trânsito em articulação
com o Estado.
SEÇÃO II - DA CULTURA
Art. 142 - O Município, no exercício de sua competência e de acordo com a legislação Federal e Estadual pertinente:
I - apoiará as diferentes formas de manifestação culturais a nível do Município;
II - protegerá, por todos os meios aos seu alcance, obras, objetos, documentos e imóveis de valor histórico, artístico,
cultural, paisagístico, ecológico, arquitetônico, paleontológico, social, científico e espeleológico;
III - criará e manterá espaços públicos devidamente equipados, visando garantir a produção e o consumo das
manifestações culturais;
IV - valorizará os profissionais da produção e da difusão cultural, mediante programas de formação e aperfeiçoamento.
Art. 143 - Ficam isentos do pagamento do imposto predial e territorial urbano os imóveis tombados pelo Município em
razão de suas características históricas, artísticas, culturais e paisagísticas.
Art. 144 - A lei disporá sobre a isenção dos de impostos e taxas aplicáveis aos produtores culturais do Município,
mediante parecer técnico do Conselho Municipal de Educação e Cultura.
Art. 145 - A lei disporá sobre a definição dos espaços temporários para a localização de circos, parques de diversão e
congêneres.
Art. 146 - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significado local.
Art. 147 - Cabe ao Poder Publico, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para
franquear sua consulta à coletividade.
Art. 148 - Fica criada e mantida pelo Poder Público Municipal a Fundação Cultural José Bezerra Gomes, como órgão
máximo de coordenação, planejamento, execução e avaliação da política cultural do Município.
§ 1º - A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e as atribuições observando:
I - presidência nomeada pelo Chefe do poder Executivo para um mandato de três (3) anos, a partir de uma lista trípice
formulada pelos segmentos culturais do Município;
II - membros do Conselho Deliberativo indicados pelo Conselho Municipal de Educação e Cultura, através de votação
secreta.
§ 2º - Para a consecução dos fins a que se dispõe a Fundação instituída nos termos deste artigo, fica assegurada como
fonte de receita, dentre outras, as seguintes:
I - destinação de recursos incluídos no orçamento geral do município;
II - celebração de convênios e contratos com instituições governamentais e não-governamentais.
Art. 149 - O Município, através do órgão competente elaborará, anualmente, o Plano Municipal de Eventos Desportivos
urbano e rural, com a participação das entidades desportivas dirigentes e associações, observando:
I - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e em casos específicos, para o
do desporto de alto rendimento;
II - o tratamento diferenciado para o desporto profissional o não profissional.
Parágrafo Único - O município consignará no orçamento anual os recursos necessários à execução do plano a que se
refere o caput deste artigo.
Art. 150 - O Poder Público Municipal ouvindo as entidades desportivas interessadas, desapropriará, denominará e
manterá campos de futebol localizados na periferia da cidade e na zona rural do Município.
Art. 151 - O Plano Diretor do Município disciplinará sobre áreas destinadas à construção de Centros de Esporte e Lazer
em bairros periféricos e aglomerados rurais.
Art. 152 - A política municipal de desporto, turismo e lazer será executada através do Departamento de Esporte,
Turismo e Lazer, órgão vinculado à Secretaria de Educação e Cultura, observando, entre outros, os seguintes itens:
I - incentivos fiscais às empresas locais que aplicarem recursos financeiros no desporto escolar e no de alto rendimento
nos termos e condições a serem definidos em lei;
II - obrigatoriedade da existência de locais adequados à prática de educação física nas escolas a serem contruídas no
Município;
III - participação das entidades desportivas dirigentes e associações ano processo de elaboração e controle da execução
do Plano Municipal de Eventos Desportivos.
Art. 154 - O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, obedecerá ao que dispõe a legislação Federal e Estadual
pertinente, é o órgão de deliberação superior no que se refere à formulação e ao controle da execução da política
municipal de defesa do meio ambiente.
Parágrafo Único - A lei disporá sobre as atribuições, o funcionamento e a composição do conselho a que se refere o
Caput deste artigo, observando:
I - a participação das associações representativas da sociedade, assegurando, dentre outras, as seguintes:
a) um representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais;
b) um representante do Sindicato dos Mineradores;
c) um representante do Sindicato dos Professores;
d) um representante do Sindicato da Saúde;
e) um representante do Poder legislativo eleito por dois terços (2/3) dos seus membros;
f) um representante do Poder Executivo indicado pelo Prefeito Municipal;
g) um representante das instituições ligadas à defesa do meio ambiente.
II - atuação mediante planejamento, controle e fiscalização das atividades públicas ou privadas, causadoras efetivas ou
potenciais de alteração significativas no meio ambiente;
III - ampla divulgação das informações relativas às agressões ao meio ambiente e as ações de proteção ambiental
promovidas pelo Poder Público.
Art. 155 - O Município, ao promover a ordenação de seu território, definirá zoneamento e diretrizes gerais de ocupação
que assegurem a proteção dos recursos naturais em consonância com o disposto na legislação estadual pertinente.
Art. 156 - A política urbana do Município e seu Plano Diretor deverão contribuir para a proteção do meio ambiente,
através da adoção de diretrizes adequadas de uso e ocupação do sob urbano, observando:
I - definição de áreas adequadas à destinação final dos lixos, domésticos e hospitalar;
II - definição de uma política de aproveitamento técnico do lixo;
III - definição de áreas urbanas e rurais destinadas ao cultivos de espécies nativas, visando a preservação do verde e o
lazer, aplicando-se, inclusive, aos loteamentos residenciais e não residenciais;
IV - estabelecimento de diretrizes adequadas à proteção da fauna e da flora do Município.
Art. 157 - Nas licenças de parcelamento, loteamento e localização, o Município exigirá o cumprimento da legislação de
proteção ambiental emanada da União e do Estado, mediante parecer do Conselho Municipal de Defesa do Meio
Ambiente.
Art 158 - As empresas concessionária ou permissionárias de serviços públicos deverão atender, rigorosamente, aos
dispositivos de proteção ambiental em vigor, sob pena de cancelamento da concessão ou permissão pelo Município.
Art. 159 - O Município garantirá amplo e irrestrito acesso dos interesses às informações sobre as fontes de poluição e de
gradação ambiental ao seu dispor.
Art. 160 - O Poder Público Municipal criará e manterá um horto florestal destinado ao cultivo de árvores frutíferas, de
arborização e reflorestamento que melhor se adaptarem às condições climáticas da região.
Parágrafo Único - As escolas, no âmbito do Município, deverão participar das atividades de criação, implementação e
manutenção do horto florestal.
Art. 161 - O poder Público Municipal desapropriará, para fins de interesse social, a faixa de terra situada às margens do
Rio Seridó, visando a formação da área verde, o lazer e a preservação ecológica.
Parágrafo Único - O órgão próprio da Prefeitura estudará os limites legais, observando os critérios técnicos hídricos e
pluviais.
Art. 162 - Fica determinantemente proibido o desmatamento de áreas situadas até vinte (20) metros às margens de rios e
córregos de significação ecológica, a serem definidos em lei, observando os critérios técnicos hídricos e pluviais.
Art. 164 - As escolas municipais, ao elaborarem suas programações curriculares, enfatizarão a educação ambiental
visando a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Art. 165 - O Pico do Totoró, a Lagoa dos Santos e as encostas da Serra de Santana, pertencentes ao Município, são
patrimônio comuns de todos os currais-novenses, merecendo, na forma da lei, especial tutela do Município.
Art. 166 - O município dispensará proteção especial à família, na pessoa de cada um dos que a integram, priorizando
aqueles que não tiverem acesso aos bens culturais e materiais, observando os seguintes princípios:
I - prevalência dos direitos e condições fundamentais ao pleno exercício da cidadania;
II - rejeição a todas as formas de discriminação;
III - atenção especial à gestante e à nutriz, inclusive através de programas especiais.
Art. 167 - O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente a ser instituído na forma da Lei, objetiva a
formulação e o controle da execução da política municipal de promoção, proteção e defesa dos direitos da Criança e do
Adolescente e será composto por 10 (dez) membros, sendo:
I - 05 (cinco) membros representando o município, indicados pelo Poder Executivo:
a) Gabinete do Prefeito;
b) Secretaria Municipal de Saúde e Ação Comunitária;
c) Secretaria Municipal de Educação e Cultura;
d) 01 (um) representante das instituições que atuam junto a Criança e o Adolescente;
e) Secretaria Municipal de Finanças.
II - 05 (cinco) membros pelas seguintes organizações representativa da participação popular:
a) 01 (um) representante dos Sindicatos legalmente instituídos, escolhidos em assembléia mediante edital expedido pelo
Chefe do Poder Executivo;
b) 01 (um) representante dos Conselhos Comunitários legalmente instituídos, a ser escolhido em assembléia convocada
pelo Chefe do Poder Executivo, mediante edital;
c) 01 (um) representante da Igreja Católica;
d) 01 (um) representante das Igrejas Evangélicas;
e) 01 (um) representante das instituições educacionais não governamentais, legalmente reconhecidas, que atuam junto a
Criança e o Adolescente.
§ 1º - A Lei disporá sobre as atribuições, o funcionamento e a composição dos demais membros do Conselho Municipal
de Defesa da Criança e do Adolescente.
§ 2º - A ação do Município no campo da assistência à criança e ao adolescente deverá orientar-se para:
I - Criação e manutenção de casas de apoio à criança e ao adolescente considerados em situação de vulnerabilidade por
abandono, orfandade e autoria de infração penal;
II - a integração com instituições a nível Federal, Estadual e Municipal;
III - o desenvolvimento de programas preventivos.
Art. 168 - O Poder Publico Municipal, a sociedade e a família têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar, garantindo-lhes o direito à vida.
Parágrafo Único - Para assegurar e efetividade a esse dever, o Poder Público Municipal atuará no segundo de:
I - manter estabelecimento com a finalidade de dar abrigo ao idoso maior de sessenta (60) anos que dele necessite;
II - desenvolver, com recursos próprios ou mediante convênio, programas especiais relacionados à saúde, a promoção e
a integração social do idoso.
Art. 169 - O município apóia financeiramente, grupos ou associados de crianças, adolescentes, jovens e adultos,
constituídos com a finalidade de promover a formação moral, social, religiosa e cultural dos seus integrantes.
Parágrafo Único - o apoio financeiro a que o Caput deste artigo só poderá ser concedido à entidade que atenda às
seguintes exigências.
I - ser de caráter filantrópico;
II - estar legalmente constituída nos termos da legislação pertinente, no âmbito do território municipal.
Art. 170 - O Município cria e apóia programas alternativos destinados à profissionalização do menor abandonado.
Art. 171 - Esta Lei Orgânica aprovada e promulgada pelo Câmara Municipal, estará em vigor nesta data, revogadas as
disposições em contrário.
Currais Novos, 03 de abril de 1990.
Art. 1º - O Município, através do Poder Executivo, no prazo de um (1) ano, após a promulgação desta lei editará o que
refere ao art. 18, inciso V.
Art. 2º - Salvo disposições em contrário, vigorará para fins do que determina o art. 18, VI, a Lei Municipal nº 1.134/89.
Art. 3º - A lei editada em cumprimento ao que dispõe o art. 24 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal, observará ainda, ao que determina os art. 22 e 23 desta Lei.
Parágrafo Único - Poderá ser adotado o princípio da progressividade, caso as despesas decorrentes extrapolem o
disposto no art. 38 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.
Art. 4º - O Colegiado a que se refere o parágrafo único do art. 64 desta Lei, deverá ser instalado até cento e vinte (120)
dias após a promulgação desta Lei Orgânica.
Art. 5º - No prazo de cento e vinte (120) dias, contados a partir da promulgação desta Lei Orgânica, o Chefe do Poder
Executivo encaminhará ao Poder Legislativo projetos de Lei, regulamentando o que dispõe os arts.116, 118, 129 e 148.
Art. 6º - O Poder Executivo apresentará no prazo máximo de sessenta (60) dias, projeto de Lei que disponha sobre a
proteção e preservação de que trata o art.142, inciso II.
Art. 7º - Decorrido o prazo de um (1) ano após a promulgação desta Lei, ficam automaticamente canceladas todas as
licenças concedidas que estejam em desacordo ao dispõe o art. 157.
Art. 8º - As atuais funções gratificadas pagas aos Diretores e Vice-Diretores de escolas municipais serão, no prazo de
trinta (30) dias, após a promulgação desta Lei, transformadas em Cargos Comissionados, cujos valores serão definidos,
considerando a dimensão de cada escola e como limite máximo a remuneração, pelo exercício da direção a ser atribuída
ao diretor do Colégio Comercial de Currais Novos.
Art. 9º - Nos dez (10) primeiros anos da promulgação da Constituição Federal, o Município desenvolverá esforços com
a mobilização de todos os setores organizados da sociedade e com a aplicação de, pelo menos, cinqüenta por cento
(50%) dos recursos a que refere o art. 212 da Constituição Federal, para eliminar o analfabetismo e universalizar o
ensino fundamental, como determina o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Art. 10 - No prazo improrrogável de um (1) ano, contado após a promulgação desta Lei, deverá ser editada a lá a que se
refere o art. 165.
Art. 11 - O município, através dos Poderes Legislativo e Executivo, promoverá a distribuição gratuita do texto integral
da Lei Orgânica, aos cartórios, escolas, entidades representativas, órgãos públicos e outras instituições.
Ar. 12 - Exclui-se, para fins do que dispõe o art. 14 desta Lei, a utilização da residência oficial pelo Prefeito até 28 de
dezembro de 1992, cuja destinação do imóvel a partir da data referida será a que estiver definida ou vier a ser definida
em Lei especifica, na forma disposta no art. 48, desta.