VC Drenagem Caudal Aula19

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 24

Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL

VIAS DE COMUNICAÇÃO
Luís de Picado Santos
([email protected])

Drenagem
Caracterização das possibilidades de intervenção
Estimativa do caudal de ponta de cheia
1/24

1
Efeito negativo da água
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

 TALUDES
instabilidade (erosão, rotura).
 PLATAFORMA NA FASE DE CONSTRUÇÃO
redução da traficabilidade; redução da capacidade de suporte; erosão.
 PAVIMENTO E SUA FUNDAÇÃO
 redução da capacidade de carga;
 arrastamento de finos na fundação, sub-base e bases granulares com
consequente redução de resistência (o grau de deterioração pode ser 20 a 50
vezes maior quando as camadas estão saturadas).
 desagregação de misturas betuminosas.
 UTENTES
redução da aderência; redução da visibilidade.
chuva

escoamentos estrato permeável


superficiais água de percolação

obras de captação e
escoamento da água
nível freático
2/24

2
Tipos de drenagem
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

DRENAGEM SUPERFICIAL
Visa assegurar o escoamento para fora da zona da estrada das águas que sobre
ela incidam ou evitar que os cursos de água atravessados interfiram com a
estabilidade da obra (neste último caso também se usa a designação de
“drenagem transversal”).

DRENAGEM SUBTERRÂNEA
 Interceptar e desviar as águas subterrâneas antes de chegarem ao leito do
pavimento;
 Rebaixar o nível freático a fim das águas de capilaridade não afectarem a
estabilidade do pavimento;
 Remover para fora da zona da estrada a água livre contida no solo de
fundação. chuva

escoamentos estrato permeável


superficiais água de percolação

obras de captação e aterro Passagem hidráulica


escoamento da água (aqueduto)
nível freático

3/24

3
Princípios básicos de concepção e execução
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

EM PROJECTO
 No estabelecimento da rasante evitar escavações muito extensas, patamares
ou pontos baixos em escavação
 Adoptar sempre que possível aterros em terrenos planos depois de
assegurada a sua estabilidade
 A directriz deve evitar locais de drenagem difícil ou aleatória, como zonas
pantanosas, vizinhança de linhas de água caudalosas, baixas de nível freático
alto, etc.

EM OBRA
 Nunca deixar ressalto à entrada do dispositivo ou no percurso dentro deste
que possa dar origem a instabilização local da obra que se pretende proteger;
 Ter um especial cuidado com a fundação dos dispositivos, de forma a que esta
possa suportar a carga a que está sujeita sem deformações incompatíveis com
a função do dispositivo.

4/24

4
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

E C

F D

A – vala ou valeta de crista


B – vala ou valeta de banqueta
C – valeta de plataforma em material impermeável
D – dreno de intersecção longitudinal associado a valeta de plataforma
E – valeta de berma para protecção de talude de aterro
F – vala ou valeta de pé de talude de aterro
5/24

5
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

valeta de plataforma

6/24

6
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

valeta de berma para protecção de talude de aterro

7/24

7
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

valeta de pé de talude de aterro

8/24

8
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

valeta de crista (valeta de banqueta)

9/24

9
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Esquema de funcionamento dum dreno

10/24
10/24

10
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Esquema de um dreno de intersecção longitudinal

11/24
11/24

11
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Esquema de drenos de rebaixamento do nível freático

12/24
12/24

12
Dispositivos comuns da zona da plataforma
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Esquema de drenos de intercepção transversal

PAVIMENTO

LEITO DO
PAVIMENTO
DRENO DE
INTERCEPÇÃO
TRANSVERSAL
SOLO DE
FUNDAÇÃO geotêxtil

13/24
13/24

13
Dispositivos de drenagem transversal superficial
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Aquedutos ou passagens hidráulicas

14/24
14/24

14
Escoamento em bacias hidrográficas
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

15/24
15/24

15
Escoamento em bacias hidrográficas
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

tempo
Qmax
I (mm/h)

ta
tempo de ascensão

Hietograma

q (m3/s.m2)
Hidrograma
 a parte da precipitação total que se
transforma directamente em escoamento
superficial ou directo, a que se chama
caudal de base
precipitação útil;
 a parte da precipitação total que se
tb tempo infiltra, tendo um certo tempo de retenção
tempo base no solo, originando o escoamento sub-
tc
superficial e o escoamento subterrâneo
tempo de concentração que regressam à superfície dentro dos
limites da bacia, constituindo o que se
chama o escoamento base;
 a parte da precipitação total que se
perde por evaporação, transpiração,
armazenamento no solo e infiltração
profunda. Esta última parte não participa
no esquema de transformação
precipitação-escoamento.
16/24
16/24

16
Escoamento em bacias hidrográficas
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

 0 “tempo de retorno” T representa o tempo que, em média, decorre entre a ocorrência de uma cheia com
determinado caudal de ponta (caudal máximo) e a ocorrência seguinte de uma cheia com caudal de ponta igual ou
superior.
 Se uma cheia com determinado caudal de ponta ocorre uma vez em 20 anos, o período de retorno será 20 anos e a
frequência de ocorrência da cheia será 1/20, o que corresponde também à probabilidade de ocorrência num dado
período.
Itinerários Principais e Secundários Outras Estradas e Estradas Municipais
Tipo de Drenagem TMD > 2000 TMD < 2000 100 < TMD < 500 TMD < 100
zu zre zr zu zre zr zu zre zr zu zre zr

transversal (aquedutos,
100 100 100 100 50 20 100 50 20 100 50 20
pontes, etc.)
superficial (na
50 20 20 50 10 10 20 10 10 10 10 10
plataforma e margens)

TMD – tráfego médio diário anual de motorizados


zu – afectando zona urbana ou urbanizável
zre – afectando zona rural de interesse económico (exploração agrícola importante, etc.)
zr – zona rural de reduzido interesse económico ou em que a cheia não afecte o seu rendimento

Tempo de Retorno Precipitação total (mm) para duração de


(anos) 10 min 20 min 30 min 60 min
10 11,6 22,4 28,5 37,2
50 18,6 33,1 38,0 46,8
100 21,1 37,6 40,7 50,1
17/24
17/24

17
Avaliação do caudal de ponta de cheia
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

 Em bacias pequenas, com menos de 2500 ha de área:


a) uma chuvada, de certa duração, ocorre com intensidade constante e uniformemente sobre toda a
bacia;
b) a duração da precipitação útil – Pu - é igual à duração da precipitação total – Pt -;
c) para uma mesma bacia hidrográfica, todos os hidrogramas de resposta a chuvadas uniformes
com a mesma duração possuem "tempos de base" iguais e as ordenadas homólogas dos diversos
hidrogramas são proporcionais às intensidades das precipitações úteis correspondentes.
 Considera-se ainda desprezável a influência na cheia do escoamento subterrâneo originado pela
chuvada.

tp
I (mm/h)
tp I (mm/h)

tc > tp tc < tp
q (m3/s.m2)

q (m3/s.m2)
qp
qp,max

ta t ta = tc t
tb tb

18/24
18/24

18
Avaliação do caudal de ponta de cheia (exemplo)
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

LOCALIZAÇÃO - COIMBRA
ÁREA DA BACIA (A em ha) - 1000
DESNÍVEL (h em “m”)-
“m”)- 208
COMPRIMENTO (l em “m”)-
“m”)- 6500
PERMEABILIDADE DO SOLO - C
COBERTURA VEGETAL - 60% rotação de culturas segundo c. n.
40% floresta muito aberta

19/24
19/24

19
Avaliação do caudal de ponta de cheia
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

TEMPO CARACTERÍSTICO - tk
l1,15
t k (horas) = 3,24.10 −4
, com l e h em “m”
h 0,38
t k (horas) = 1,0

PRECIPITAÇÃO TOTAL - Pt

Intensidade de Precipitação – i (obtida através das curvas I-D-F para o


país)
b
i(mm / h ) = a.t p , com tp (min) tempo de precipitação; “a” e “b” parâmetros de
calibração

Fazendo o T (tempo de retorno) = 20 anos e o tp=tk=60 min, vem


i(mm / h ) = 317,74.60 −0,538 = 35,1

Então virá Pt (mm) = i.tp = 35,1.1 = 35,1


20/24
20/24

20
Avaliação do caudal de ponta de cheia
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

21/24
21/24

21
Avaliação do caudal de ponta de cheia
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

N = 0,6 x 81 + 0,4 x 86 = 83

Grupo de Investigação em Vias de Comunicação


22/24
22/24

22
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

PRECIPITAÇÃO ÚTIL – Pu
2
 P 200 
25,4 t − + 2
Pu (mm) =  25,4 N  = 7,9
Pt 800
+ −8
25,4 N

CAUDAL DE PONTA DE CHEIA – Qp


Pu .A
Qp(m 3 / s) = = 14,9
 tp 
480,6. 0,6.t k + 
 2

A (ha), área da bacia hidrográfica


Pu (mm), precipitação útil
tp (horas), tempo de precipitação
tp (horas), tempo característico
23/24
23/24

23
Avaliação do caudal de ponta de cheia (método racional)
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

• Bacias Hidrográficas com A< 80 ha (<100 ha; <30 ha)

C.I.A Qp em m3/s
I em mm/h
Qp = A, área da bacia hidrográfica, em ha
360 C, coeficiente de escoamento (tabela debaixo ou N/100)

Tipo de área de drenagem C


Pavimentos de betão betuminoso ou de cimento 0,70-0,95
Pavimentos não impermeabilizados (de gravilha ou macadame hidráulico) 0,40-0,70
Solo Impermeável 0,40-0,60
Solo impermeável com camada orgânica por cima (1) 0,30-0,55
Solo ligeiramente permeável(1) 0,15-0,40
Solo permeável(1) 0,05-0,10
Floresta (depende da inclinação do terreno e da sua cobertura) 0,05-0,20

C= 83/100
A = 100 ha
tk = 0,25 horas
T = 20 anos => I = 74 mm/h
Qp = 0,83 x 74 x 100 / 360 = 17,1 m3/s
24/24
24/24

24

Você também pode gostar