Matrizes 5
Matrizes 5
Matrizes 5
Matrizes
Apresentação
É comum nos depararmos com conjuntos de números que são operados essencialmente da mesma
maneira. Isto sugere tratá-los em bloco, de forma única. Esta forma de tratamento é possível através do
uso de elementos matemáticos chamados Matrizes.
Foi apenas em meados do século X I X que as matrizes tiveram sua importância detectada e saíram da
sombra dos determinantes. O primeiro a lhes dar um nome parece ter sido Cauchy, por volta de 1.826. Ele
as chamou de tableau (tabela).
O nome Matriz só veio com James Joseph Sylvester, 1.850. Seu amigo Cayley, com sua famosa Memoir
on the Theory of Matrices, 1.858, divulgou esse nome e iniciou a demonstrar sua utilidade. O significado
coloquial da palavra matriz é: local onde algo se gera ou cria. Sylvester as via como “um bloco retangular
de termos... o que não representa um determinante, mas é como se fosse uma MATRIZ a partir da qual
podemos formar vários sistemas de determinantes, ao fixar um número p e escolher à vontade p linhas e p
colunas. . . ”. Observe que Sylvester ainda via as matrizes como mero ingrediente dos determinantes. É só
com Cayley que elas passam a ter vida própria e, gradativamente, começam a suplantar os determinantes
em importância. A referência mais antiga a matrizes, entretanto, data de aproximadamente do ano 2.500
a.C., no livro chinês Chui-Chang Suan-Shu (Nove capítulos sobre a arte matemática). Este livro apresenta
problemas sobre a mensuração de terras, agricultura, impostos, equações, etc. Um destes problemas é
resolvido com cálculos efetuados sobre uma tabela, tais como efetuamos hoje com as matrizes. Atual-
mente, as matrizes são muito utilizadas em várias áreas de conhecimento. Suas aplicações se dão na
Matemática, Física, Engenharia e Computação, por exemplo.
1.1 Definição. Uma matriz é uma tabela retangular de números, ou outro tipo de objetos matemáticos,
dispostos em m linhas (filas horizontais) e n colunas (filas verticais). Dizemos assim que a matriz possui
ordem m × n (lê-se: ordem m por n).
Representamos uma matriz colocando os dados da tabela entre parênteses ou entre colchetes. Ve-
jamos abaixo alguns exemplos de matrizes.
Exemplo 1.1.
7
ÁLGEBRA LINEAR
2 3
1
6 7 2 3 2 3
6 0 7 −3 4 2 −3 1 0 −5
6 7 6 7 6 7
A= 1 0 −3 −5 −7 B =6
6 −3 7
7 C =4 1 0 −7 5 5 D = 4 4 4 −3 5
6 7
4 −5 5 9 15 −6 −3 −1 10 0
−7
⋄ D é uma matriz de três linhas e quatro colunas (matriz 3×3). A matriz D possui o número de linhas igual
ao de colunas. Dizemos, então, que ela é uma matriz quadrada de ordem 3 × 3 ou, simplesmente,
matriz de ordem 3.
Uma matriz A de ordem m × n, pode ser indicada como A = [ai j ]m×n , i ∈ {1, 2, 3, . . . , m} e j ∈
{1, 2, 3, . . . , n}, em que ai j é o elemento da linha i e da coluna j da matriz A. Desta forma podemos
generalizar uma matriz Am×n = [ai j ]m×n por uma tabela da seguinte forma:
2 3
a11 a12 ... a1 n
6 7
6 a21 a22 ... a2 n 7
6 7
6 .. .. .. .. 7
4 . . . . 5
am 1 am 2 . . . amn
Na matriz C do exemplo acima, temos, por exemplo, c23 = −7, c33 = −6 e c31 = 9.
Exemplo 1.2. A matriz B2×3 = [bi j ]2×3 definida por bi j = 3i − 2j , é uma matriz real, representada por 2
linhas e 3 colunas. Assim,
b11 = 3 · 1 − 2 · 1 = 1 b12 = 3 · 1 − 2 · 2 = −1 b13 = 3 · 1 − 2 · 3 = −3 1 −1 −3
B= =
b21 = 3 · 2 − 2 · 1 = 4 b22 = 3 · 2 − 2 · 2 = 2 b23 = 3 · 2 − 2 · 3 = 0 4 2 0
Existem matrizes que, por apresentarem características notáveis, merecem destaque. Vejamos, a
seguir, algumas delas.
A matriz 2 3
a1
6 7
6 a2 7
6 7
6 a3 7
6 7
6 .. 7
6 7
4 . 5
am
de ordem m × 1 é chamada matriz coluna.
8
1.2.2 Matriz Linha
A matriz
a1 a2 a3 . . . an
de ordem 1 × n é chamada matriz linha.
Chama-se matriz quadrada, toda matriz cujo número de linhas é igual ao número de colunas.
2 3
a11 a12 ... a1 n
6 7
6 a21 a22 ... a2 n 7
6 7 ( 1.1)
6 .. .. .. .. 7
4 . . . . 5
an 1 an 2 . . . ann
Diagonal Principal
1.2 Definição. Numa matriz quadrada A = [ai j ] de ordem n, os elementos ai j , em que i = j , constituem a
diagonal principal.
Assim, em 1.1, os elementos a11 , a22 , a33 , . . . , ann constituem a diagonal principal.
Nota 2. Seja A = [ai j ]n×n uma matriz quadrada de ordem n. Denomina-se traço da matriz A, a soma
a11 + a22 + a33 + . . . + ann dos elementos da diagonal principal de A, o qual indicamos por tr(A). Desse
modo temos:
Diagonal Secundária
Assim, em 1.1, os elementos a1n , a2n−1 , a3n−2 , . . . , an1 constituem a diagonal secundária.
1.4 Definição. A matriz quadrada A = [ai j ], de ordem n e que tem os elementos ai j = 0, quando i 6= j ,
é chamada matriz diagonal, ou seja, é toda matriz quadrada em que os elementos que não pertencem a
9
ÁLGEBRA LINEAR
1.5 Definição. É toda matriz em que todos os seus elementos são iguais a zero.
Exemplo 1.4.
0 0 0
0 0 0
é a matriz nula de ordem 2 × 3.
Exemplo 1.5. 2 3
0 0 0
6 7
4 0 0 0 5
0 0 0
é a matriz nula de ordem 3 × 3.
1.6 Definição. A matriz diagonal, de qualquer ordem e a qual os elementos da sua diagonal principal são
iguais a 1, é chamada de matriz identidade.
Exemplo 1.6.
1 0
I2 =
0 1
é a matriz identidade de ordem 2.
Exemplo 1.7. 2 3
1 0 0
6 7
I3 = 4 0 1 0 5
0 0 1
é a matriz identidade de ordem 3.
1.7 Definição. Chama-se transposta de A = [ai j ]m×n a matriz At = [aji′ ]n×m tal que aji′ = ai j , para todo i
e todo j , ou seja, a transposta de A é a matriz obtida de A, trocando-se, “ordenadamente”, suas linhas por
colunas (ou, suas colunas por linhas).
10
Indica-se a matriz transposta de A por At .
Exemplo 1.8.
2 3
3
6 7
a b a c −2
6 7
A= ⇒ At = B= 3 −2 −1 7 ⇒ Bt = 6 7
c d b d 4 −1 5
7
1.8 Definição. Uma matriz quadrada A = [ai j ]n×n é dita simétrica se ai j = aji .
(a) A é simétrica se At = A;
(b) No caso de uma matriz simétrica, a parte superior é uma “reflexão” da parte inferior, em relação
à diagonal principal.
1.9 Definição. Uma matriz quadrada A = [ai j ]n×n diz-se anti-simétrica quando ai j = −aji , para todo
i , j ∈ {1, 2, 3, . . . , n}. Assim,
Nota 4. Observe que a matriz quadrada A é anti-simétrica de ordem n se, e somente se,
At = −A.
2 3 2 3
0 −3 1 0 −b c −d
0 a 6 7 6 7
A= B = 4 3 0 −7 5 6 b 0 −f g 7
−a 0 C =6 7
−1 7 0 4 −c f 0 −i 5
d −g i 0
1.10 Definição. A matriz quadrada A = [ai j ]n×n , que tem os elementos ai j = 0, para i > j , é chamada de
triangular superior, ou seja, quando todos os elementos abaixo da diagonal principal são nulos.
11
ÁLGEBRA LINEAR
Exemplo 1.11.
2 3
1 −3 1
6 7
A=4 0 4 −7 5
0 0 7
1.11 Definição. A matriz quadrada A = [ai j ]n×n , que tem os elementos ai j = 0, para i < j , é chamada de
triangular inferior, ou seja, quando todos os elementos acima da diagonal principal são nulos.
Exemplo 1.12.
2 3
1 0 0
6 7
A = 4 3 −1 0 5
4 2 7
1.12 Definição. Duas matrizes A = [ai j ]m×n e B = [bi j ]m×n são iguais quando ai j = bi j , para todo
i ∈ {1, 2, 3, . . . , m} e todo j ∈ {1, 2, 3, . . . , n}.
De outro modo, a definição anterior nos diz que A e B são iguais se, e somente se, têm a mesma ordem
e os elementos correspondentes (entradas da matriz) são iguais. Indica-se: A = B .
Exemplo 1.13.
1 −3 1 −3
A= é igual a B = ,
7 −4 7 −4
pois, a11 = b11 , a12 = b12 , a21 = b21 e a22 = b22 .
X Reflexiva: A = A;
X Simétrica: Se A = B , então B = A;
X Transitiva: Se A = B e B = C , então A = C .
1.13 Definição. Dada duas matrizes A = [ai j ]m×n e B = [bi j ]m×n , chama-se soma A + B , a matriz
C = [ci j ]m×n tal que ci j = ai j + bi j , para todo i e todo j .
12
Isto significa que a soma de duas matrizes A e B , de mesma ordem m × n, é uma matriz C , de mesma
ordem, em que cada elemento é a soma dos elementos correspondentes em A e B .
Exemplo 1.14.
2 3 2 3 2 3 2 3
2 −1 −2 0 2 + (−2) −1 + 0 0 −1
6 7 6 7 6 7 6 7
4 0 4 5 + 4 −1 3 5 = 4 0 + (−1) 4 + 3 5 = 4 −1 7 5
−2 5 1 0 −2 + 1 5+0 −1 5
Exemplo 1.15. 2 3 2 3 2 3
2 3
5 1 5+1 6
6 7 6 7 6 7
6 11 7 + 6 7 6 11 − 2 7 6 9 7
4 5 4 −2 5 = 4 5=4
3 3 15 5
3 +3
4 4 4
1.14 Teorema. A adição de matrizes do tipo m × n apresenta as seguintes propriedades:
Prova:
1. Fazendo (A + B ) + C = X e A + (B + C ) = Y , temos:
xi j = (ai j + bi j ) + ci j = ai j + (bi j + ci j ) = yi j ,
2. Fazendo A + B = X e B + A = Y , temos:
xi j = ai j + bi j = bi j + ai j = yi j ,
ai j + mi j = ai j ⇒ mi j = 0 ⇒ M = 0, ∀ i , ∀ j ,
isto é, a simétrica da matriz A para a adição é a matriz A′ de mesmo tipo que A, na qual cada
elemento é simétrico da entrada correspondente em A.
2
1.15 Definição. Dada a matriz A = [ai j ]m×n , chama-se oposta de A (indica-se −A) a matriz A′ , tal que
A + A′ = 0.
Exemplo 1.16.
1 −3 −1 3
A= ⇒ −A =
7 −4 −7 4
13
ÁLGEBRA LINEAR
Exemplo 1.17.
2 3 2 3
2 −1 −2 1
6 7 6 7
B =4 0 4 5 ⇒ −B = 4 0 −4 5
−2 5 2 −5
1.16 Definição. Dado um número k e uma matriz A = [ai j ]m×n , chama-se o produto k · A a matriz
B = [bi j ]m×n tal que bi j = k · ai j , para todo i e todo j .
Isto significa que multiplicar uma matriz A por um número real k é construir uma matriz B formada pelos
elementos de A, onde todas entradas são multiplicadas por k .
Exemplo 1.18.
1 −3 5 −15
5· =
7 −4 35 −20
Exemplo 1.19.
2 3
2 3 1
6
0 0 7
1 0 0 2
1 6 7 6 1 7
· 4 6 −1 0 5 = 6
6 3 − 0 7
7
2 4 2
4 2 7 7 5
2 1
2
1.17 Teorema. O produto de um número por uma matriz apresenta as seguintes propriedades:
1. a · (b · A) = (ab ) · A;
2. a · (A + B ) = a · A + a · B ;
3. (a + b ) · A = a · A + b · A;
4. 1 · A = A;
Prova:
3.
(a + b ) · A = [(a + b ) · [ai j ]] = a · [ai j ] + b · [ai j ] = a · A + b · A.
2
14
1.4.3 Produto de Matrizes
1.18 Definição. Dadas duas matrizes A = [ai j ]m×n e B = [bi j ]n×p , chama-se o produto A · B a matriz
C = [ci j ]m×p , tal que
n
X
ci k = ai 1 · b1k + ai 2 · b2k + ai 3 · b3k + . . . + ai n · bnk = ai j · bjk ,
j =1
Matriz A Matriz B
m ×n n ×p
iguais
Cm×p
Nota 6. X A definição dada garante a existência do produto A · B se, e somente se, o número de
colunas de A for igual ao número de linhas de B , pois, A é de ordem m × n e B , n × p .
X O produto A · B é uma matriz que tem o número de linhas de A e o número de colunas de B , pois,
C = A · B é do tipo m × p .
ai 1 · b1 k
ai 2 · b2 k
ai 3 · b3 k
..
.
ai n · bnk
15
ÁLGEBRA LINEAR
2 3
2 1
6 7 1 −1
Exemplo 1.21. Considere as matrizes A = 4 4 2 5eB e calcule, se possível, A · B e B · A.
0 4
5 3
Já o produto B · A não pode ser obtido, porque o número de colunas da primeira é diferente do número
de linhas da segunda.
O produto de matrizes, desde que sejam possíveis as operações, apresentam as seguintes propriedades:
4. (A · B ) · C = A · (B · C );
Prova:
2
16
Nota 7. Em geral, A · B 6= B · A, ou seja, as matrizes não gozam da propriedade comutativa.
2 3 2 3
1 −1 1 1 2 3
6 7 6 7
Exemplo 1.22. Sejam A = 4 −3 2 −1 5 e B = 4 2 4 6 5.
−2 1 0 1 2 3
2 3 2 3
0 0 0 −11 6 −1
6 7 6 7
Então, A · B = 4 0 0 0 5 e B · A = 4 −22 12 −2 5
0 0 0 −11 6 −1
Nota 9. No início deste tema, mencionamos um tipo de matriz chamada matriz transposta. Pode-
mos, agora, apresentar as seguintes propriedades:
Prova: Seja A = [ai j ]m×n , e considere At = (aji′ )n×m tal que aji′ = ai j , para todo i e todo j .
para todos i , j .
1.19 Definição. Denomina-se operações elementares sobre linhas de uma matriz às seguintes:
1. Permutação de linhas;
3. Substituição dos elementos de uma linha pela soma deles com os elementos correspondentes de
outra linha previamente multiplicados por um escalar não-nulo.
17
ÁLGEBRA LINEAR
2. Lr → k · Lr significa que a r -ésima linha foi substituída por ela própria multiplicada pela constante não
nula k .
3. Lr → Lr + k · Ls , ou seja, a r -ésima linha foi substituída por ela mais k vezes a s -ésima linha.
2 3 2 3 2 3
2 4 6 1 2 3 1 2 3
6 7 1 6 7 6 7
Solução: 4 3 5 6 5 L1 → L1 ⇒ 4 3 5 6 5 L2 → L2 + (−3)L1 ⇒ 4 0 −1 −3 5 L2 →
2
4 2 1 4 2 1 0 −6 −11
2 3 2 3
1 2 3 1 0 −3
6 7 6 7
(−1)L2 ⇒ 4 0 1 3 5 L1 → L1 + (−2)L2 ⇒ 4 0 1 3 5 L3 → L 3 + 6 L2 ⇒
0 −6 −11 0 −6 −11
2 3 2 3 2 3
1 0 −3 1 0 −3 1 0 0
6 7 1 6 7 6 7
4 0 1 3 5 L3 → L3 ⇒ 4 0 1 3 5 L1 → L1 + 3 L3 ⇒ 4 0 1 3 5 L2 → L2 + (−3)L2 ⇒
7
0 0 7 0 0 1 0 0 1
2 3
1 0 0
6 7
4 0 1 0 5
0 0 1
As operações elementares sobre as linhas de uma matriz possuem as propriedades: reflexiva, simétrica
e transitiva.
1.20 Definição. Sejam A, B ∈ Mm×n (R), ou seja, matrizes de ordem m × n. Diz-se que B é linha
equivalente a matriz A, quando B pode ser obtida de A por meio de uma seqüência finita de operações
elementares sobre as linhas de A.
2 3 2 3
1 3 5 1 3 5
6 7 6 7
Exemplo 1.24. Sejam A = 4 0 0 2 5 e B = 4 0 1 3 5. A seqüência de operações elementares
0 4 12 0 0 2
a seguir mostra que B é linha equivalente a A.
2 3 2 3 2 3
1 3 5 1 3 5 1 3 5
6 7 6 7 1 6 7
A=4 0 0 2 5 L2 ↔ L3 ⇒ A = 4 0 4 12 5 L2 → L2 ⇒ A = 4 0 1 3 5=B
4
0 4 12 0 0 2 0 0 2
1.21 Definição. Uma matriz Mm×n é dita linha reduzida escalonada ou reduzida à forma de escada
(LRFE) se A = 0 ou satisfaz a todas as seguintes condições:
1.22 Proposição. Toda matriz A ∈ Mm×n é linha equivalente a uma única matriz linha reduzida escalonada.
Prova: Seja A = [ai j ]m×n uma matriz não nula e suponha que A seja equivalente à duas matrizes
LRFE, M e N . Assim, temos que: A ∼ M e A ∼ N , pela propriedade transitiva temos que N ∼ A.
Assim, A ∼ M e N ∼ A ou então N ∼ A e A ∼ M . Segue que, N ∼ M . Mas, tanto M como N são
matrizes LRFE, então M = N . 2
1.23 Definição. Dada uma matriz Am×n , seja Bm×n a matriz linha reduzida escalonada linha equivalente
a A. Chama-se posto (ou característica) de A o número de linhas não-nulas da matriz B e é denotado por
P (A).
1.24 Definição. Chamamos de nulidade( ou grau de liberdade) de uma matriz A o número N (A) =
[n − P (A)], onde n é o número de colunas da matriz A.
2 3
1 0 −1 1
6 7
Exemplo 1.25. Encontre o posto e a nulidade da matriz A = 4 0 1 2 2 5.
0 0 0 0
Solução: Observando que a matriz A é linha reduzida escalonada, como o número de linhas não
nulas de A é igual a 2 ⇒ P (A) = 2 e a nulidade N (A) = [4 − 2] = 2.
1.25 Definição. Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos que A é matriz inversível se existir
uma matriz B tal que AB = BA = In .
1.28 Definição. Dada uma matriz inversível A, chama-se inversa de A a matriz A−1 (que é única) tal que
AA−1 = A−1 A = In .
É evidente que A−1 deve ser também quadrada de ordem n, pois, A−1 comuta com A.
1 3 −1 7 −3 −1 1 3
Exemplo 1.26. A matriz A = é inversível e A = , pois, A · A = ·
2 7 −2 1 2 7
7 −3 1 0 −1 7 −3 1 3 1 0
= eA ·A = · =
−2 1 0 1 −2 1 2 7 0 1
3 7
Exemplo 1.27. Qual a inversa da matriz A = ?
5 11
−1 a b
Solução: Fazendo A = , temos:
c d
−1 a b 3 7 1 0 3a + 5b 7a + 11b 1 0
A · A = I2 ⇒ · = ⇒ =
c d 5 11 0 1 3c + 5d 7c + 11d 0 1
11 7 5 3
Pela definição de igualdade de matrizes, temos: a = − , b = , c = , d = − , isto é,
2 2 2 2
2 3
11 7
−
6 2 2 7
A−1 = 4 6 7
,
5 3 5
−
2 2
pois temos também:
2 3
11 7
−
3 7 6 2 2 7 1 0
−1
A ·A= ·6
4 =7 = I2 .
5 11 5 3 5 0 1
−
2 2
1.30 Teorema. Se An é inversível, então existe uma seqüência finita de operações elementares que torna
An igual a matriz identidade (In ). Estas mesmas sequências de operações aplicadas ao mesmo tempo em
An e em In transformam In em A−1 n .
2 3
1 1 0
6 7
Exemplo 1.30. Encontre a inversa de A = 4 0 1 1 5, caso seja possível.
1 0 2
Solução:
2 3 2 3
1 1 0 | 1 0 0 1 1 0 | 1 0 0
6 7 6 7
4 0 1 1 | 0 1 0 5 L3 → L3 + (−L1 ) ⇒ 4 0 1 1 | 0 1 0 5 L1 → L1 − L2 ⇒
1 0 2 | 0 0 1 1 −1 2 | −1 0 1
2 3 2 3
1 0 −1 | 1 −1 0 1 0 −1 | 1 −1 0
6 7 6 7 1
4 0 1 1 | 0 1 0 5 L3 → L3 + (L2 ) ⇒ 4 0 1 1 | 0 1 0 5 L3 → L3 ⇒
3
0 −1 2 | −1 0 1 1 0 3 | −1 1 1
2
2 3 2 2 1 3
1 0 −1 | 1 −1 0 1 0 0 | −
6 3 3 3 7
6 7 6 7
6 0 1 1 | 0 1 0 7 6 7
6 7 L1 → L1 + (L3 ) ⇒ 6 0 1 1 | 0 1 0 7
6 7 6 7 L2 → L2 + (L3 ) ⇒
4 6 7
1 1 1 5 4 5
0 0 1 | − 1 1 1
3 3 3 0 0 1 | −
2 3 3 3 3
2 2 1
6
1 0 0 | −
6 3 3 3 7
7
6 7
6 1 2 1 7
6 0 1 0 | − 7
6 3 3 3 7
6 7
4 5
1 1 1
0 0 1 | −
3 3 3
Concluímos que A é inversível e sua inversa é
2 3
2 2 2
6
−
6 3 3 3 7
7
6 7
−1 6 1 2 1 7
A =6 − 7.
6 3 3 3 7
6 7
4 1 5
1 1
−
3 3 3
1.31 Definição. Uma matriz elementar de ordem n é uma matriz E obtida de In (matriz identidade) por
meio de uma só operação elementar.
As matrizes 2 3 2 3
1 0 0 1 0 0
6 7 6 7
E1 = 4 0 2 0 5 e E2 = 4 3 1 0 5
0 0 1 0 0 1
1 1
são elementares. A primeira se obtém de I3 multiplicando-se por , L2 → L2 . A segunda se obtém de
2 2
I3 subtraindo à segunda linha desta matriz a sua primeira linha multiplicada por 3(L2 → L2 − 3 · L1 ).
21
ÁLGEBRA LINEAR
Nota 10. Quando efetuamos qualquer operação elementar nas linhas de uma matriz, estamos na
verdade multiplicando a esquerda da matriz por uma matriz elementar.
1 2
Exemplo 1.31. Seja A = uma matriz. Encontre uma matriz linha reduzida à forma escalonada
1 1
(LRFE) à matriz A.
Solução: Iremos obter uma matriz linha reduzida a forma escalonada B . Observe as operações
elementares realizadas.
1 2 ′ 1 2 ′′ 1 2 1 0
A= L2 → L2 − L1 ∼ A = L2 → − L2 ∼ A = L1 → L1 −2L2 ∼ I =
1 1 0 −1 0 1 0 1
E3 · E2 · E1 · A = I .
Pelo fato que E1 , E2 e E3 foram obtidas da identidade de ordem 2 × 2 por uma operação elementar,
temos que estas são inversíveis. Assim,
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