A Violação Dos Direitos Humanos Na Abordagem Policial
A Violação Dos Direitos Humanos Na Abordagem Policial
A Violação Dos Direitos Humanos Na Abordagem Policial
RESUMO
ABSTRACT
Every day thousands of citizens are victims of aggression and abuse by the
police. These unfair and prejudiced actions occur in all corners of the world, as
well as in Brazil. Given this fact, the initial objective of this study is to discuss
police approaches in Brazil. Then, there is also a discussion on how these
measures have impacted Human Rights. With the choice of this theme, he
intends to emphasize that the police approach today has not been effective in
the sense of respect for citizens, where there is often an excess in the approach
through the use of physical and moral violence. It also discusses the reasons
for this action and the framing of a profile of individuals who are most vulnerable
to these approaches. In the methodology, this research fits into the literature
review, based on scientific articles, current legislation and legal doctrines. In the
results, it was clear that the police approach significantly affects the guidelines
defended by Human Rights. In the search to resolve this issue, the ideal path
found is through Education, that is, the inclusion of courses to improve
approach practices, with a focus on respect for human dignity.
INTRODUÇÃO
Por essa previsão legal, é possível verificar que o constituinte, na busca por
manter a ordem pública, determinou que em determinadas situações órgãos
policiais podem realizar abordagens policiais, revistas pessoais, de residenciais
ou de automóveis, apenas com mandado judicial autorizando tal ato
(MAGALHÃES, 2018).
Por fim, também se faz importante analisar quais as penalidades que são
impostas aos que praticam o abuso de autoridade policial e quais medidas
preventivas pode ser implantadas na busca para solucionar esse problema.
A violência policial é um dos temas mais discutidos nas últimas décadas, uma
vez que é perceptível o quanto a sociedade tem sido vítima de todo tipo de
agressão e atos violentos por parte da polícia ou de outros integrantes da
Segurança Pública brasileira. A mídia tem mostrado diariamente casos
envolvendo violência policial, e as estatísticas mostram um crescimento no
número desses casos a cada ano.
A violência policial é uma realidade fática no Brasil, passando a ser usada,
sobretudo, como instrumento de controle social e mais especificamente como
instrumento de controle da criminalidade. Esse fato acaba por gerar efeitos
negativos, tanto para a estrutura policial como para a sociedade e pro Direito.
Como bem enfatiza Neto (2017), os casos de violência policial acabam por
gerar uma ideia de descontrole e insegurança resultando numa ampliação nas
formas de violência. A violência policial, principalmente quando os
responsáveis não são identificados e punidos, é percebida como um sintoma
de problemas graves de organização e funcionamento das polícias.
Nota-se pelas correntes acima descritas, que as causas que geram a violência
policial são variadas, a ponto de não haver apenas um único motivo ou
condição. Nesse ponto, é possível entender que os policiais, no exercício de
suas funções, praticam atos de violência em decorrência da desigualdade
social (onde as vítimas geralmente são de baixa renda, negros e com baixa
escolaridade); em resposta a um conflito político ou social ou até mesmo em
causa própria (NETO, 2017).
[...] ato administrativo, em que o policial, capacitado na autoridade que lhe foi
conferida, interpela o cidadão, com base em fundadas suspeitas, interferindo
assim em direitos e garantias individuais, em prol de um interesse público
maior, qual seja, o de proporcionar segurança pública a toda à população.
Ocorre que essa ação frequentemente utilizada pelas equipes policiais é muito
questionada, pois remete a relação Estado/cidadão a uma fronteira delicada,
onde direitos são tolhidos em nome da coletividade e da paz social.
O ato da abordagem autoriza, portanto, o contato físico, pois sem ele não é
possível encontrar os objetos que adornam o possível crime, como por
exemplo, armas e drogas. Obviamente, os infratores que carregam consigo
esse tipo de objetos, optam por escondê-los da melhor maneira (GAECO,
2020).
Com isso, o que se tem discutido nos últimos anos é o aumento de casos onde
é possível verificar um excesso nas práticas de abordagem policial. Muitos
desses profissionais aproveitam de sua função para praticar ações que fogem
do intuito inicial da abordagem, o que configura nitidamente um desrespeito
aos Direitos Humanos, ao qual será analisado no tópico seguinte.
2 DIREITOS HUMANOS: ASPECTOS GERAIS
Com isso, nos poucos dados existentes sobre esse tema no Brasil, em todos
eles apontam que as questões raciais, econômicas e de escolaridade como
razões para que a abordagem policial seja imediata e truculenta. Perfis de
indivíduos considerados negros, pobres e de baixa escolaridade, são mais
vulneráveis a sofrerem uma abordagem policial do que em outros perfis.
Por conta disso, é nítido constatar que é majoritário um determinado grupo com
mesmo perfil seja mais suscetível a abordagens truculentas da polícia. No geral
são grupos formados por jovens negros (as) e pardo (as), pobres e com baixa
escolaridade, além de muitos não possuírem emprego. Com isso, fica evidente
que há uma segregação racial e econômica presentes na estrutura e dinâmicas
relacionais da sociedade brasileira, assim como sua negação e/ou certa
naturalização, influenciam a “tomada de decisão” e o modo de atuar da polícia
frente à esses grupos.
(...)
XXXIX- agir com isenção, equidade e absoluto respeito pelo ser humano, não
usando sua autoridade pública para a prática de arbitrariedades;
(BRASIL, 2012)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inúmeros casos têm sido expostos pela mídia e pela sociedade em geral onde
mostra a agressividade das abordagens policiais nos espaços urbanos. Muitas
dessas agressões são traduzidas em forma de chutes, murros, tapas no rosto
e/ou de maneira verbal. Frente a essa realidade, discutir sobre essa ação se
tornou relevante.
Ficou claro observar nos casos apresentados, que a polícia possui forte
tendência a criminalizar erroneamente determinados “tipos” de cidadãos, como
os citados acima. A abordagem policial para essa parcela da sociedade é cruel
e desumana, afrontando a liberdade e dignidade da pessoa humana, princípios
fundamentais na norma jurídica brasileira.
Pelo cenário encontrado, uma das principais medidas ao qual esse estudo se
baseia seria a aplicação mais enfática de medidas educacionais e de
conscientização a esses profissionais, para que tenham consciência e não
apenas o entendimento, sobre os limites de sua abordagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOPES JUNIOR, A. Direito Processual Penal. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
MORAES, Tadeu Franklin Barbosa de. Agentes que atuam nas centrais de
monitoramento iniciam curso de abordagem policial. 2019. Disponível em:
<https://cidadaniaejustica.to.gov.br/noticia/2019/6/3/agentes-que-atuam-
nascentrais-de-monitoramento-iniciam-curso-de-abordagem-policial/>. Acesso
em: 28 mar. 2021.
ROSA, A. M. da. Guia Compacto do processo penal conforme teoria dos jogos.
2 ed., rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014.