Era Vitoriana

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Era vitoriana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na história do Reino Unido, a era vitoriana foi o período do


reinado da rainha Vitória, de junho de 1837 até sua morte em
janeiro de 1901. Localiza-se entre o período georgiano e o
eduardiano, e a sua segunda metade coincide com o começo da
Belle Époque na Europa continental. Alguns estudiosos poderiam
estender o início do período à aprovação do Ato de Reforma de
1832, como a marca do verdadeiro início de uma nova era
cultural.[1]

Foi um longo período de paz e relativa prosperidade para o povo


britânico, também conhecido como Pax Britannica, com os lucros
adquiridos a partir da expansão e domínio do Império Britânico no
exterior, bem como o auge e consolidação da Revolução Industrial
e o surgimento de novas invenções. Tudo isso permitiu que uma
grande e instruída classe média se desenvolvesse. Três grandes
nomes do pensamento moderno foram forjados na época: Charles
Darwin, Sigmund Freud e Karl Marx. Apesar dos seus impulsos de
modernização na ciência, no mergulho no indivíduo e na dinâmica
econômica, esta Era foi marcada também por rígidos costumes,
moralismo social e sexual, fundamentalismo religioso e exploração
capitalista. A rainha Vitória deu o nome para a
era histórica.
Ao final do século, as políticas do novo imperialismo levaram ao
aumento de conflitos coloniais e posteriormente, à Guerra Anglo-
Zanzibari e a Guerra dos Bôeres na África. Internamente, a política se tornou cada vez mais liberal, com
uma série de mudanças graduais na direção de reformas políticas e ao alargamento dos direitos do voto.

Durante a era vitoriana, a população da Inglaterra quase duplicou, passando de 16,8 milhões em 1851 para
30,5 milhões em 1901. A população da Irlanda diminuiu rapidamente, de 8,2 milhões em 1841 para menos
de 4,5 milhões em 1901.

No início da era vitoriana, a Câmara dos Comuns foi dominada por dois partidos, os whigs e os tories. A
partir de 1850, os whigs são chamados de liberais e os tories ficaram conhecidos como conservadores.
Ambas as partes foram lideradas por estadistas proeminentes, incluindo lorde Melbourne, sir Robert Peel,
lorde Derby, lorde Palmerston, William Gladstone, Benjamin Disraeli e lorde Salisbury.

Em 1901, com a morte da rainha Vitória e a ascensão de Eduardo VII, iniciou-se a era eduardiana.[2]

Índice
Economia
População na era vitoriana
Taxa de fecundidade
Taxa de fecundidade
Taxa de mortalidade
Sociedade
As classes sociais
Prostituição
Trabalho infantil
A cultura do ópio e de outras drogas
A obsessão para com a morte
Cultura e entretenimento
Cronologia
Ver também
Referências
Bibliografia

Economia
Nesta época, a indústria da Grã-Bretanha continuou a ser
predominantemente têxtil e, juntamente com a indústria do
vestuário empregava quase 40% da mão-de-obra industrial
em 1880. A mecanização aconteceu de forma distinta nos
setores: alguns, como o do algodão, adotaram-na mais
rapidamente, enquanto outros, como o da lã, com um maior
atraso.[3] A indústria siderúrgica cresceu de forma bastante
rápida, mas perdeu força ao longo da época.[3] O nível de
exportações britânicas foi maior na segunda fase da
Revolução Industrial, entre 1840 e 1860.[4]

Abertura da linha ferroviária entre Liverpool No período vitoriano, uma das mais importantes medidas
e Manchester (1830) econômicas adotadas foi a revogação dos Atos de
Navegação, que foram instituídos por Oliver Cromwell no
século XVII. Tal fato deu-se em razão do crescimento naval
de outras nações o que estava afetando o comércio e a economia inglesa. O não envolvimento em questões
de guerra na Europa também contribuiu para o efetivo desenvolvimento económico que já era acelerado. A
participação mundo afora nos transportes públicos, com as companhias de capital, e produtos
industrializados terminaram por consolidar o apogeu económico do período.

A revolução ao nível dos transportes, com a introdução do comboio e do barco a vapor, fez com que
fossem necessárias maiores quantidades de materiais pesados como o ferro e o aço e ainda o carvão, o que
fez com que estes mercados se expandissem. Entre 1850 e 1873, o Reino Unido produziu dois terços do
carvão a nível mundial, metade do algodão e quase metade dos produtos metálicos.[5]

Em 1850, a Grã-Bretanha tinha pouco mais de 200  000 trabalhadores em 3  000 minas. Este número
aumentou e atingiu o meio milhão de pessoas ainda antes do final do século. O elevado número de mineiros
em certos distritos tornava este grupo decisivo em alturas de eleições e muitos, motivados pela falta de
condições de segurança no trabalho e aos baixos ordenados, acabaram por aderir a sindicatos de ideologia
socialista.[6]

Em meados do século XIX, metade das empresas era de pequena dimensão. No Lancashire, em 1841,
apenas 0,5% das empresas tinha mais de 500 trabalhadores e 50% das empresas não chegavam aos 100
trabalhadores. Em 1871, mais de 23 000 fábricas tinham em média 86 trabalhadores.[5]

Os caminhos-de-ferro conheceram um grande crescimento na época. Desde a inauguração da primeira


ferrovia, que ligava Liverpool e Manchester em 1830 até 1875, construíram-se mais de 70% das linhas
ferroviárias. Em 1850, 19 companhias ferroviárias tinham um capital superior a 3 milhões de libras, sendo
que na época poucas empresas ultrapassavam as 500 000 libras.[5]

Também foi durante a era vitoriana que se construíram e desenvolveram as primeiras linhas do metro de
Londres.

População na era vitoriana


Na era vitoriana houve um aumento demográfico sem precedentes no Reino Unido. A população aumentou
de 13,9 milhões em 1831 para 32,5 milhões em 1901. O Reino Unido foi o primeiro país a passar pela
transição demográfica e pelas revoluções agrícola e industrial.

A Grã-Bretanha era líder no rápido crescimento económico e populacional. Na época, Thomas Malthus
acreditava que a falta de crescimento fora do Reino Unido se devia à “armadilha malthusiana” que dita que
a população tem tendência a aumentar mais rapidamente do que os recursos materiais, o que resultava em
crises (tais como fomes, guerras ou epidemias) que reduziam a população para números mais sustentáveis.
O Reino Unido escapou à “armadilha malthusiana” devido ao impacto positivo da Revolução Industrial nas
condições de vida da população.[7] As pessoas tinham mais dinheiro e podiam melhorar as suas
circunstâncias, portanto o aumento da população era sustentável.

Taxa de fecundidade

A taxa de fecundidade aumentou em todas as


décadas da era vitoriana até 1901, ano em que
começou a estabilizar. Existem várias razões que
justificam o aumento da taxa de natalidade. Uma
delas é biológica. Uma vez que as condições de
vida melhoraram, a percentagem de mulheres
capazes de engravidar aumentou. Uma outra
explicação pode ser social. No século XIX, o
número de casamentos aumentou e a população
em geral casou-se em idades bastante jovens. As
razões que levavam as pessoas a casarem-se tão
jovens são incertas. Uma das possíveis
explicações prende-se ao facto de a prosperidade Família vitoriana. Óleo de David Henry Friston
económica permitir que as pessoas conseguissem
pagar o casamento e as novas habitações mais
cedo do que era possível anteriormente.

As taxas de natalidade começaram por ser medidas através do método da taxa de natalidade bruta, que
media os nascimentos por ano na população por cada mil pessoas. Este método não é considerado o mais
preciso uma vez que as taxas de fertilidade dos grupos-chave não é clara. O método também não tem em
consideração as mudanças populacionais, tais como o mesmo número de nascimentos numa população
mais reduzida (como quando os homens vão para a guerra, etc.).

A estabilização da taxa de fecundidade no início do século XX deveu-se sobretudo a algumas grandes


mudanças: certos contraceptivos foram disponibilizados e o comportamento a nível sexual da população
alterou se [8]
alterou-se.[8]

Taxa de mortalidade

A taxa de mortalidade no Reino Unido mudou bastante durante o século XIX. Não houve nenhuma
catástrofe de fome ou surto epidémico na Inglaterra e na Escócia durante esse século, sendo a primeira vez
na História do país que essa situação se verificou. As mortes por cada mil habitantes na Inglaterra e no País
de Gales desceram de 21,9 entre 1848 e 1854 para 17 em 1901.[9] O estatuto social teve um grande
impacto na taxa de mortalidade uma vez que as classes mais elevadas tinham uma taxa mais baixa de morte
precoce no início do século XIX do que as classes mais baixas.[10]

As condições ambientais e de saúde também melhoraram durante a era vitoriana. As melhorias na nutrição
também tiveram um papel importante.[9] As redes de esgotos foram melhoradas, assim como a qualidade da
água. Com melhores condições ambientais, as doenças espalhavam-se mais dificilmente e as pessoas eram
menos contaminadas. Houve também evoluções a nível da medicina uma vez que a população tinha mais
dinheiro para gastar em inovações na área médica (tais como técnicas para prevenir a morte durante o parto,
pelo que mais mulheres e crianças sobreviviam), o que também levou a que se encontrassem mais curas
para as doenças. Porém, houve uma epidemia de cólera em Londres entre 1848 e 1849 que matou 14 137
pessoas e mais 10 738 quando voltou a surgir em 1853. Há quem atribua esta anomalia à substituição das
fossas sépticas nos esgotos de Londres.

Sociedade
A sociedade da era vitoriana era pródiga em
moralismos e disciplina, com preconceitos rígidos e
proibições severas.[11] Os valores vitorianos podiam
classificar-se como “puritanos”, e na época a
poupança, a dedicação ao trabalho, a defesa da
moral, os deveres da fé e o descanso dominical eram
considerados valores de grande importância.[12]

Os homens dominavam, tanto em espaços públicos,


como em privado e as mulheres deviam ser
submissas e dedicar-se em exclusivo à manutenção
do lar e à educação dos filhos. Existem vários
exemplos de como a sociedade levava a moralidade
A diferença entre classes expressa na forma de
ao extremo, mas um dos mais notáveis foi a
vestir em 1871. Mulher aristocrática e mulher da
condenação de Oscar Wilde e de Lord Alfred
classe trabalhadora.
Douglas a dois anos de trabalhos forçados por
sodomia, por terem mantido um caso.[13]

Talvez tenha sido esta moralidade acentuada que levou o psicanalista Jacques Lacan a dizer que sem a
rainha Vitória não teria existido a psicanálise, uma vez que foi ela que fez com que fosse necessário o que
Lacan apelidou de “despertar”.[14]

Certas condições como a preguiça e o vício estavam vinculados à pobreza e o sexo era alvo de repulsa
social, uma vez que era associado a paixões baixas e o seu caráter animalesco provinha da carne.[15] Por
estas razões, considerava-se que a castidade era uma virtude que devia ser protegida.[16]

A insatisfação feminina, em qualquer circunstância, era considerada um distúrbio de ansiedade e tratada


com medicamentos e psicanálise e, se a mulher tivesse recursos econômicos suficientes, o distúrbio era
tratado por um “especialista” que a estimulava sexualmente com as suas mãos.[17]
t atado po u espec a sta que a est u ava se ua e te co as suas ãos.

Uma novidade da época foi o abandono da ruralidade: em 1851, e pela primeira vez na História, o número
de habitantes das cidades ultrapassou o das aldeias. Nos anos seguintes, o número de populações rurais
diminuiu de forma acelerada, ainda que o número de camponeses se tivesse mantido estabilizado. Em 1880,
a população rural constituía apenas 10% da população total ativa e a falta de alimentos era resolvida com a
importação.[18]

A industrialização deu origem a uma classe média burguesa que aumentou gradualmente a sua influência
nas normas culturais, estilo de vida e valores morais da sociedade. A casa da classe média passou a ter
características que a identificavam de forma clara. Anteriormente, tanto nas vilas como nas cidades, o
espaço residencial era adjacente ou incorporado no local de trabalho e ocupava virtualmente o mesmo
espaço geográfico. A vida privada e a vida profissional passaram a ser distintas. Na era vitoriana, a vida
familiar inglesa tornou-se cada vez mais compartimentada: o lar era uma estrutura autossuficiente que
abrigava a família imediata e que era alargada de acordo com as circunstâncias e podia incluir outras
relações de sangue. O conceito de privacidade tornou-se um marco da vida da classe média. “…A casa
inglesa fechou-se e tornou-se mais escura no decorrer desta década (1850), o culto da vida doméstica
associou-se ao culto da privacidade”. A burguesia vivia num espaço interior, escondido atrás de cortinas e
desconfiava das intrusões, abrindo apenas as suas portas com convites para festas ou para o chá.[19] “O
facto de as pessoas não se conhecerem umas às outras e de a sociedade contribuir para a manutenção de
uma fachada que escondia inúmeros mistérios, foram os temas que preocuparam muitos dos romancistas de
meados do século”.[20]

As classes sociais

A imagem quotidiana da era vitoriana é a de uma


sociedade burguesa e de classe média. Porém, as
diferenças dentro desta classe não estavam muito
definidas. A burguesia inglesa definia-se a si
mesma como middle class, o que a distinguia da
upper class, constituída pela nobreza e pelos
aristocratas de grandes famílias. A alta burguesia
era constituída por banqueiros, homens de
negócios e financeiros que tinham conseguido a
sua fortuna em virtude das novas características
da economia.[21]

A classe média comum e a classe média baixa Segunda versão da obra de Abraham Solomon, First
tentavam imitar os costumes das classes mais altas Class - The Meeting (1855). A obra original causou
e os seus membros eram pequenos comerciantes e polémica por mostrar dois jovens a falar enquanto o
empresários, médicos e advogados, entre homem mais velho dormitava e teve de ser alterada
outros.[22] para se ajustar à moral vitoriana.

As normas sociais eram definidas pelas classes


mais elevadas. Os aristocratas possuíam propriedades com mais de quatro mil hectares nas quais passavam
os meses de verão e, no inverno, iam para Londres. Os gentry, um grupo social do qual faziam parte cerca
de três mil famílias que possuíam propriedades de tamanho superior a cem e inferior a quatro mil hectares,
seguiam também estas normas.[22]

No seu conjunto, a classe alta controlava, em 1873, quase 80% da superfície da Inglaterra [23] e possuía
ainda uma representação no Parlamento e no conselho de ministros que chegava a atingir os 80% e 60%
respetivamente.[24] Além disso, ocupava os postos de chefia do exército (três quartos destas posições
espet va e te. é d sso, ocupava os postos de c e a do e é c to (t ês qua tos destas pos ções

estavam nas mãos de membros da classe alta em 1838) e da igreja anglicana (até ao final do século, cerca
de metade dos bispos estavam casados com mulheres da aristocracia).[25][26]

A classe trabalhadora, a baixa, possuía um elevado número de empregados domésticos. Em 1851, cerca de
1 900 indivíduos realizavam esse tipo de tarefas, em 1871 esse número atingia já quase o meio milhão e, no
final do século XIX eram já quase dois milhões e meio de pessoas.[27]

Os trabalhadores não possuíam quaisquer benefícios sociais. A única regulação que existia consistia na Lei
dos Pobres, mas ela servia de pouco.[27]

Prostituição

A dupla moral sexual era comum na era vitoriana. Se por um lado a rainha mandou aumentar as toalhas de
mesa do palácio para que cobrissem as pernas da mesa na sua totalidade, uma vez que dizia que elas
podiam fazer lembrar as pernas de uma mulher aos homens, por outro, desenvolvia-se um mundo sexual
clandestino onde proliferava o adultério e a prostituição. Existiam ainda as cortesãs, mulheres que
“cuidavam” exclusivamente dos monarcas.

A noite encarregava-se de ocultar os vícios: no Este de Londres aglomeravam-se os bordéis, as salas de


espetáculos e as salas de jogos. Nas ruas vendiam-se drogas, sexo e faziam-se apostas. Além disso, havia
orgias, espetáculos eróticos, abuso sexual e violência. Nesta Inglaterra, desenvolveu-se o primeiro
preservativo em látex, numa época em que em público se defendia que as relações sexuais deveriam existir
apenas com fins reprodutivos.[28]

A prostituição era uma atividade bastante frequente no Reino Unido do século XIX. Só em Whitechapel, a
polícia metropolitana estimava que existiam cerca de 1  200 prostitutas de classe social baixa e 62
bordéis.[29] No geral, estas mulheres vendiam os seus serviços por valores bastante baixos e tinham
diferentes nacionalidades. Londres era uma capital em crescimento económico acentuado e um destino
popular para muitos estrangeiros.

As prostitutas enchiam os bares e as ruas de Whitechapel, um dos bairros mais pobres do East End de
Londres. Porém, também se encontravam perto de teatros e de estabelecimentos de ócio masculinos, desde
bordéis até locais onde os homens bebiam e viam espetáculos eróticos, muitas vezes protagonizados por
menores. A prostituição homossexual também existia, ainda que o seu secretismo fosse ainda maior.

Em 1864, foram aprovadas as Contagious


Diseases Acts (leis que regulavam as doenças
transmissíveis), que foram modificadas em 1866 e
em 1869. Estas leis estabeleciam a criação de um
comité que deveria investigar as doenças venéreas
nas forças armadas e nas áreas adjacentes. Estas
leis permitiam que os polícias detivessem e
submetessem as prostitutas a controles venéreos e,
se alguma doença fosse diagnosticada, a prostituta
era enviada para um hospital e ficava isolada até à
sua recuperação. Uma das primeiras mulheres que
pediu a abolição destas leis foi Josephine Buttler,
The Whitehall Mystery, uma ilustração da descoberta
que ajudava prostitutas numa instituição de
de um torso humano numa cave em 1888
caridade católica e considerava que elas eram
vítimas da opressão masculina. Buttler iniciou
h t t l i 1869
uma campanha contra estas leis em 1869.

Um estudo realizado no final da era vitoriana revelou que mais de 90% das prostitutas na prisão de
Millbank eram filhas de trabalhadores não qualificados ou semi-qualificados e mais de 50% tinham sido
criadas por serventes e as restantes por mulheres com trabalhos precários como vendedoras ambulantes,
lavadeiras e empregadas de limpeza.

O surgimento de Jack, o Estripador no verão de 1888 foi devastador para as prostitutas de Londres. A
histeria apoderou-se não só de Londres, mas também do país inteiro que lia as notícias nos jornais com
assombro e indignação por a polícia não ter detido nem um só homem. O homicídio de prostitutas era
comum na altura. Registavam-se bastantes esfaqueamentos, assim como suicídios de mulheres que
cortavam as suas próprias gargantas com facas (na época, este método de suicídio era bastante comum),
mas o modus operandi do assassino surpreendeu até os mais insensíveis. O assassino nunca foi encontrado.

Trabalho infantil

O livro Oliver Twist de Charles Dickens é talvez o


melhor reflexo da vida precária de muitas crianças na era
vitoriana. Foi publicado em 1838 e caiu como um “balde
de água fria” nos britânicos, fazendo uma crítica mordaz
à hipocrisia social, às instituições e à justiça devido aos
estragos que causaram e por terem levado a fome, o
trabalho e a mortalidade às crianças.[30] Charles Dickens
começou a trabalhar na adolescência, aos 12 anos, numa
empresa que produzia graxa de sapatos quando a sua
Trabalho infantil numa mina de carvão no Reino família se encontrava detida numa prisão civil.
Unido
Na época as crianças oriundas de famílias mais pobres
deviam contribuir para o orçamento familiar e faziam muitas vezes trabalhos de alto risco em troca de
ordenados bastante baixos.[31] As fábricas procuravam crianças a partir dos 4 anos de idade para trabalhar.
Os rapazes mais ágeis limpavam chaminés e as crianças pequenas eram contratadas pelas indústrias mineira
e têxtil onde entravam por túneis demasiado estreitos e baixos para adultos e em máquinas em
funcionamento para as limparem, procurar cones e encontrar linhas rotas nos teares.[30] Os acidentes de
trabalho eram comuns e muitas crianças morreram nos seus locais de trabalho. O pó e a humidade das
fábricas faziam com que muitas crianças morressem de doenças contraídas no trabalho tais como
tuberculose, asma e alergias. Um inquérito realizado em 1878 mostrou que as crianças trabalhadoras
mediam em média menos 12 centímetros do que as crianças aristocráticas e burguesas.[32] Além disso, as
crianças eram açoitadas se a sua produtividade diminuísse. No Reino Unido, as crianças desfavorecidas
pertenciam à igreja que as vendiam às fábricas através de anúncios publicados em jornais quando elas
começavam a ser demasiadas e já não havia condições para tratar delas. Em muitos casos, as crianças eram
vendidas sem o consentimento dos pais.[33]

Algumas crianças da época trabalhavam como moços de recados, varredores, engraxadores de sapatos e
vendiam artigos de baixo preço nas ruas tais como fósforos e flores. Outras aprendiam certas aptidões, tais
como construção e serviço doméstico. As horas de trabalho eram longas: os trolhas chegavam a trabalhar
64 horas por semana no verão e 52 horas no inverno, enquanto que os empregados domésticos chegavam a
trabalhar 80 horas por semana. Muitas jovens trabalhavam como prostitutas (a maioria das prostitutas em
Londres tinham entre 15 e 22 anos).[34]

Um dos pioneiros na investigação do trabalho infantil e das suas consequências, foi o cirurgião e
farmacêutico Charles Turner Thackrah, que publicou vários estudos onde revelou os seus riscos para a
saúde e propôs medidas preventivas. Na sua obra, The Effects of Arts, Trades and Professions and of Civic
p p p , ff f , f f
States and Habits of Living, on Health and Longevity, revela, num tom de preocupação, os longos horários

que as fábricas têxteis deviam cumprir, principalmente as mais pequenas. A sua opinião e diversas obras
contribuíram para a criação de reformas nas leis.[35] O Estado inglês tomou medidas em 1833 que
regulavam o trabalho infantil. O Factory Act impedia que crianças com menos de 9 anos trabalhassem e
obrigava que as fábricas registassem os seus horários e fornecessem apoio escolar. O facto de as crianças
terem uma profissão impedia que fossem para a escola e, em 1828, 2 em cada 14 crianças britânicas tinham
andado na escola.[30]

Em Inglaterra, 44% dos ladrões e 23% dos agressores tinham menos de 21 anos de idade.[30]

A cultura do ópio e de outras drogas

Apesar da rigorosa moral vitoriana, eram muitas


as práticas não tão morais como a cultura do ópio,
cujo relato mais significativo foi o de Thomas de
Quincey no livro autobiográfico Confessions of
an English Opium-Eater, que foi amplamente
difundido e traduzido em várias línguas e no qual
se retrata o uso e vício do ópio. Quincey
consumiu ópio em forma de láudano para tratar
uma nevralgia dental e ficou viciado.[36] Tal não é
muito estranho, uma vez que o ópio era
distribuído livremente na corte real e até a própria
rainha Vitória o consumia misturado com cocaína
na forma de pastilhas e, na ficção, Sherlock Representação de um grupo de homens a fumar ópio
Holmes (cujas histórias venderam milhões de em 1874
cópias) injetava cocaína frequentemente, uma vez
que esta droga era receitada a pessoas que pensavam demais e eram muito nervosas. O ópio era consumido
como uma “droga social” e com o tempo a sua conceção mudou e passou a ser consumido nos mesmos
locais onde se praticava a prostituição.[37]

Os britânicos não só viam no ópio benefícios medicinais, como também benefícios económicos, uma vez
que o exportavam. Em 1830, a situação crítica da sociedade chinesa fez com que fosse ordenado um
combate ao ópio e, em 1839, o representante chinês Lin Hse Tsu enviou uma carta à rainha Vitória a pedir-
lhe para não autorizar a comercialização de substâncias tóxicas: “(…) Parece que esta mercadoria
envenenada é fabricada por algumas pessoas diabólicas em locais que estão sob a lei de Sua Majestade (…)
Ouvi dizer que é proibido fumar ópio no seu país. Isso significa que não ignora até que ponto ele pode ser
nocivo. Porém, em vez de proibir o consumo de ópio, era melhor proibir a sua venda ou, melhor ainda, o
seu fabrico”.[38] Obviamente, a rainha rejeitou o pedido. Entre 1839 e 1842, teve lugar a Primeira Guerra
do Ópio que terminou com a China a render-se, a entrega da ilha de Hong Kong ao Reino Unido e a
subsequente abertura das importações. Entre 1856 e 1869, teve lugar a Segunda Guerra do Ópio, na qual a
Grã-Bretanha e a França eram aliadas e que teve consequências ainda mais catastróficas para a China que
não aceitou os primeiros tratados que ditavam que devia, quando terminasse a guerra, legalizar o comércio
do ópio, indemnizar a Grã-Bretanha e a França, abrir o seu comércio, indemnizar os comerciantes
britânicos e abrir a cidade de Pequim ao comércio.

O ópio era de tal forma aceito pela sociedade que os grandes autores da era vitoriana, como Charles
Dickens, Oscar Wilde e Sir Arthur Conan Doyle fazem referências à droga em muitas das suas obras.[36]

A obsessão para com a morte


p

A morte era algo que estava bastante presente na sociedade


vitoriana. A esperança média de vida de 1830 em Londres das
classes mais altas era de 44 anos, a dos homens de negócios era de
25 anos e a das classes trabalhadoras não ultrapassava os 22 anos
de idade. Além disso,
57% das crianças das classes trabalhadoras
morriam antes de completarem 5 anos.[39]

Ao contrário do que acontece nos dias de hoje, em que cerca de


80% das mortes ocorre em hospitais, na era vitoriana a maioria das
pessoas morria em casa, o que fazia com que houvesse uma maior
proximidade com a morte e que se criassem certos rituais em seu
redor. Quando alguém estava às portas da morte, era costume
As cinco filhas da rainha Vitória em chamar toda a família que se reunia à volta da cama e aguardava
luto após a morte do seu pai, o com expectativa as últimas palavras do falecido.[39] Devido à
príncipe Alberto elevada mortalidade infantil e ao facto de esta ser, em muitos casos,
uma das poucas ocasiões em que a família estava toda reunida,
começou a surgir o costume de tirar fotografias aos falecidos. No
caso das crianças, estas fotografias eram muitas vezes a única recordação que a família tinha dos seus filhos
e era costume colocá-las em locais de destaque da casa, como a sala de visitas.[40]

Havia ainda regras bastante restritas no que diz respeito ao luto. As viúvas tinham de usar vestimentas de
luto durante dois anos e meio após a morte dos maridos e não podiam socializar durante esse período.[41] A
própria rainha Vitória manteve um luto de 40 anos quando o seu marido, o príncipe Alberto, faleceu.

Esta ligação à morte estendia-se ainda ao entretenimento. Os espectáculos de espiritismo atraiam multidões
e em privado as sessões de espíritos com a presença de médiuns estavam em voga, principalmente nas
classes mais altas. A popularidade do espiritismo nesta época é atribuída ao declínio na crença religiosa ao
mesmo tempo que o prestígio da ciência aumentava. Muitos vitorianos achavam que este fenómeno
apresentava uma explicação mais racional para o que sucedia após a morte e procuravam nas sessões de
espíritos provas de vida após a morte.[42]

Cultura e entretenimento
O reflorescimento da arquitetura gótica sob a forma conhecida como neo-gótica tornou-se cada vez mais
significativo nesse período, levando ao conflito entre os ideais góticos e clássicos. A arquitetura para o
novo Palácio de Westminster (destruído em 1834 por um incêndio) planejada pelo arquiteto Charles Barry
traz elementos góticos, inspirados nas partes intactas do edifício. A intenção foi construir uma narrativa de
continuidade cultural, em oposição aos violentos rompimentos culturais e artísticos como a Revolução
Francesa. O estilo gótico era apoiado pelo crítico John Ruskin, que argumentou que o mesmo sintetizava os
valores sociais de comunidade e inserção, em contraste com o Classicismo, que o crítico considerava ser o
epitomo da estandardização mecânica.

Em meados do século XIX, Londres acolheu a Grande Exposição de 1851, a primeira Exposição Mundial
que mostrou as maiores inovações do século. No seu centro esteve o Palácio de Cristal, uma estrutura
modular de vidro e ferro que foi a primeira do género a nível mundial. John Ruskin criticou a
desumanização mecânica do seu desenho, mas esta estrutura acabou por ser considerada o protótipo da
arquitetura moderna. Na Grande Exposição, foram mostrados os primeiros exemplares da fotografia, algo
que acabou por influenciar a arte vitoriana, tendo sido a rainha Vitória a primeira monarca britânica a ser
fotografada. John Everett Millais foi bastante influenciado pela fotografia (principalmente no seu retrato de
John Ruskin), assim como outros artistas pré-rafaelitas. Mais tarde, a
Teatro
fotografia foi associada às técnicas impressionistas e de realismo social
que dominariam os últimos anos de atividade de artistas como Walter
Sickert e Frank Holl.

A era vitoriana foi pródiga na literatura. Enquanto que no período


romântico que a precedeu a poesia foi dominante, o romance foi o género
mais importante na época vitoriana. Charles Dickens (1812-1870)
dominou a primeira metade do reino de Vitória: o seu primeiro romance, Representação de Charles
Pickwick Papers, foi publicado em 1836 e o seu último, Our Mutual Dickens com as suas
Friends, entre 1864 e 1865. O famoso romance Vanity Fair de William personagens
Thackeray (1811-1863) foi publicado em 1848 e as três irmãs Brontë,
Charlotte (1816-55), Emily (1818-48) e Anne (1820-49) também
publicaram obras importantes na década de 1840. Mais tarde, em 1872,
surgiu o romance Middlemarch de George Eliot (1819-80) e o maior
romancista dos últimos anos do reinado de Vitória foi Thomas Hardy
(1840-1928) que publicou o seu primeiro romance, Under the
Greenwood Tree, em 1872 e o seu último, Jude the Obscure, em 1895.

Os romances vitorianos são, no geral, retratos idealizados de vidas


difíceis nas quais o trabalho duro, a perseverança, o amor e a sorte
vencem no final. A virtude é recompensada e os vilões são punidos. No
decorrer do romance, as personagens melhoram, no geral, o seu caráter e
há uma lição moral. Ainda que esta fórmula tenha sido a base de muitos
dos primeiros romances da era vitoriana, as situações foram-se tornando
mais complexas à medida que o século progredia.
Outros autores notáveis
Cartaz a promover o Astley's
da época incluem: Thomas Love Peacock, sir Arthur Conan Doyle,
Amphitheatre
Wilkie Collins, Lewis Carroll e Robert Louis Stevenson.

Robert Browning (1812-89) e Alfred Tennyson (1809-92) foram os


poetas mais famosos da era vitoriana, apesar de o público mais recente
preferir a poesia de Thomas Hardy que, apesar de ter escrito poemas
durante toda a sua vida, só viu o seu trabalho nesse género ser publicado
em 1898. Gerard Manley Hopkins (1844-89), cujos poemas foram
publicados após a sua morte, em 1918, também ganhou mais
reconhecimento mais recentemente. Os primeiros poemas de W.B. Yeats
foram publicados ainda durante o reinado de Vitória.

Outros poetas de destaque incluem: William Morris, Dante Gabriel


Rossetti, Algernon Charles Swinburne, Matthew Arnold, Christina
Rossetti, Emily Brontë, Lionel Johnson, Ernest Dowson e Alfred Edward
Housman.

A década de 1890 é de particular interesse, onde viram-se as primeiras


tentativas por parte dos escritores ingleses de adotar os métodos e ideais Oscar Wilde
dos simbolistas franceses.

No que diz respeito a textos dramáticos, não foram publicadas obras de destaque até às últimas décadas do
século XIX. Na década de 1870, foram publicadas as óperas cómicas de Gilbert e Sullivan, na de 1890,
foram publicadas várias peças de George Bernard Shaw (1856-1950) e Oscar Wilde (1854-1900) publicou
a sua peça The Importance of Being Earnest em 1895.
Outras peças e autores da época incluem: adaptações para os palcos do Frankenstein de Mary Shelley e do
novo gênero de romances sobre vampiros. Em 1849 as histórias de Frankenstein e dos vampiros são
finalmente combinadas em Frankenstein; ou A Vítima do Vampiro. Em 1887, The Model Man, uma peça
teatral na qual o monstro Frankenstein e um vampiro estão no Ártico, aparece em Londres. As peças de
Henrik Ibsen causam controvérsia no palco de Londres, com homens como James Joyce e George Bernard
Shaw apoiando o novo estilo dramático oriundo da Noruega.

A nível musical, as brass bands eram bastante populares. Uma vez que a gravação de música ainda não era
uma realidade, muita gente tinha apenas acesso à mesma quando estas bandas tocavam em coretos.

A era vitoriana foi ainda a era dourada do


circo britânico. O Astley's Amphitheatre em
Lambeth, Londres um circo com mais de 1000
metros de largura, estava no epicentro dos
circos do século XIX. A estrutura era
permanente e durou um século. Os circos
ambulantes dominaram nas províncias
britânicas, na Escócia e na Irlanda.[43]
Casas em estilo vitoriano em São Francisco, Califórnia,
Estados Unidos. Foi na era vitoriana que o desporto foi
sistematicamente introduzido nas escolas
privadas (public schools) inglesas. Desta forma
reiniciava-se a era das atividades físicas que fora interrompida por Teodósio no século IV. Este movimento
está intimamente ligado ao renascimento dos jogos olímpicos, que aconteceria em 1896 em Atenas, e este
foi idealizado pelo Barão de Cobertin, mas o mérito deve ser partilhado aos primórdios da educação física
inglesa que já idealizava a formação do homem como um todo, nem só intelectual e nem só físico.

O futebol também surgiu nesta época. A primeira liga de futebol foi criada pelo diretor do Aston Villa,
William McGregor em 1888. O Aston Villa foi a equipa de futebol de maior sucesso na era vitoriana, uma
vez que foram campeões da liga por cinco vezes e venceram três taças FA. Outros clubes proeminentes da
época foram o Blackburn Rovers, o Sunderland e o Preston North End. No final do século XIX, o futebol
era já um fenómeno de massas, atraindo grandes multidões maioritariamente constituídas por homens da
classe trabalhadora.

Outros desportos modernos que foram introduzidos ou desenvolvidos nesta época incluem: o críquete, o
ciclismo, o croquet, o skate, o hipismo e desportos aquáticos. O ténis moderno teve origem em Birmingham
entre 1859 e 1865. O torneio de ténis mais antigo do mundo, o de Wimbledon, foi disputado pela primeira
vez em Londres em 1877.

Cronologia
1832 - Aprovação do primeiro Ato de Reforma.
1838 - Ascensão da rainha Vitória para ao trono.
1839 - Tem início a Primeira Guerra do Ópio na China.
1839 - Tem inicío a Primeira Guerra Anglo-Afegã no Emirado do Afeganistão (atual
Afeganistão).
1840 - A Nova Zelândia se torna uma colônia britânica, através do Tratado de Waitangi.
1842 - Ocorre a assinatura do Tratado de Nanquim, que simbolizou o fim da Primeira
Guerra do Ópio e cessão da soberania de Hong Kong ao Império Britânico por parte da
China.
1842 - Termina a Primeira Guerra Anglo-Afegã.

1842 - Massacre do exército Elphinstone pelos afegãos


no Emirado do Afeganistão, resultando na morte ou
prisão de 16 500 soldados e civis.
1842 - O "Ato das Minas" de 1842 proíbe as mulheres e
as crianças trabalhem em minas de carvão, ferro,
chumbo e estanho.
1842 - O "Illustrated London News" foi publicado pela
primeira vez.
A Grande Exposição de Londres, em
1845 - A grande fome irlandesa. A pior catástrofe
humana do Reino Unido, a morte por inanição e a 1851. O Reino Unido foi o primeiro
emigração em massa reduziu a população da Irlanda país do mundo a ter se
em mais de 50%. Essa tragédia definitivamente mudou industrializado.
a demografia da Irlanda e se tornou um ponto
culminante do sentimento nacionalista que permeou
política britânica durante a maior parte do século
seguinte.
1848 - 2.000 pessoas morrem por semana, em uma
epidemia de cólera.
1850 - Restauração da hierarquia católica-romana na
Grã-Bretanha.
1851 - A Grande Exposição (considerada a 1° Grande
Feira Mundial), realizada no Hyde Park em Londres
apresentou as maiores inovações do século XIX. Em
seu centro, havia o Palácio de Cristal, um enorme
módulo de vidro e estrutura de ferro (a primeira do seu
tipo). Essa estrutura foi condenada por John Ruskin
como o modelo de desumanização no desenho, mas
mais tarde veio a ser apresentado como o protótipo da
arquitetura moderna.O aparecimento da fotografia, que O explorador britânico David
foi demonstrada na Grande Exposição, resultou em Livingstone, famoso por ter sido o
mudanças significativas na arte vitoriana. primeiro europeu a ter explorado o
1851 - A Corrida do Ouro vitoriana. Em dez anos, a interior da África subsaariana.
população australiana quase triplicou. Livingstone descobriu as Cataratas
Vitória em 1855, tendo se tornado
1852 - Ocorre a Segunda Guerra Anglo-Birmanesa na
em uma das principais
Birmânia (atual Myanmar).
personalidades do Império Britânico
1854 - Guerra da Crimeia: O Reino Unido declara guerra
durante a era vitoriana.
à Rússia.
1855 - David Livingstone descobre as Cataratas Vitória.
1856 - Tem início a Segunda Guerra do Ópio na China.
1856 - Tem início a Guerra Anglo-Persa na Pérsia (atual Irã).
1857 - Termina a Guerra Anglo-Persa.
1857 - O Motim dos Indianos: Uma revolta generalizada na Índia contra a Companhia
Britânica das Índias Orientais, foi impulsionado pelos Sipais (Soldados indianos a serviço
da Coroa Britânica). A rebelião, que não envolveu apenas Sipais, mas muitos setores da
população indiana, durante um ano. Em resposta ao motim, a Companhia Britânica das
Índias Orientais foi abolida em Agosto de 1858 e se inicia o período do Raj britânico.
1858 - É inaugurado no dia 16 de agosto o primeiro cabo telegráfico transatlântico que ligou
a Europa às Américas. Nesta ocasião a Rainha Vitória enviou um telegrama de
congratulações ao então presidente dos Estados Unidos, James Buchanan, o qual levou 16
horas para ser enviado.
1859 - Charles Darwin publica "A Origem das Espécies".

1860 - Termina a Segunda Guerra do Ópio na China.


1861 - Morte do príncipe Alberto. A rainha se recusa a sair em público por muitos anos.
1871 - Henry Morton Stanley encontra David Livingstone em Ujiji, na atual Tanzânia, após
anos sem notícias de seu paradeiro.
1875 - O Reino Unido compra do Egito ações do canal de Suez.
1877 - Ocorre o Delhi Durbar de 1877.
1878 - Tratado de Berlim é assinado. Chipre se torna uma colônia Britânica.
1878 - Tem início a Segunda Guerra Anglo-Afegã no Emirado do Afeganistão (atual
Afeganistão).
1880 - Termina a Segunda Guerra Anglo-Afegã.
1881 - Tem início a Guerra Mahdista na África.
1882 - Ocorre a Guerra Anglo-Egípcia no Egito.
1882 - As tropas britânicas começam a ocupação do Egito, a fim de assegurar uma rota
comercial e a passagem para a Índia. O Egito se torna um protetorado.
1885 - Ocorre a Terceira Guerra Anglo-Birmanesa na Birmânia (atual Myanmar).
1888 - O assassino em série conhecido como "Jack o Estripador" matou e mutilou
prostitutas nas ruas de Londres, levando a uma e histeria e cobertura internacional da
imprensa. Os jornais usaram as mortes para trazer maior foco na situação difícil dos
desempregados e para atacar líderes políticos e da polícia. Apesar do assassino nunca ter
sido capturado, o caso levou a renúncia de sir Charles Warren.
1896 - Ocorre a Guerra Anglo-Zanzibari em Zanzibar, no dia 27 de agosto.
1898 - Ocorre a Segunda Convenção de Pequim, onde a China estendeu por 99 anos a
cessão de Hong Kong ao Império Britânico.
1898 - Ocorre o Incidente de Fachoda na cidade de Fachoda (atual Kodok), no Sudão
Mahdista (atual Sudão do Sul).
1899 - Termina a Guerra Mahdista na África.
1901 - Com a morte da rainha Vitória, Eduardo, seu filho, ascende ao trono e dá início ao
período eduardiano.

Ver também
Belle Époque

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