FCC 2018 Sec Ba Professor Padrao P Arte Prova
FCC 2018 Sec Ba Professor Padrao P Arte Prova
FCC 2018 Sec Ba Professor Padrao P Arte Prova
ASSINATURA DO CANDIDATO
No do Documento
0000000000000000
Conhecimentos Gerais
P R O VA Conhecimentos Interdisciplinares
Conhecimentos Específicos
Discursiva
INSTRUÇÕES
Quando autorizado pelo fiscal
de sala, transcreva a frase
ao lado, com sua caligrafia Entender o passado ajuda a melhorar o presente e o futuro.
usual, no espaço apropriado
na Folha de Respostas.
VOCÊ DEVE
- Procurar, na FOLHA DE RESPOSTAS, o número da questão que você está respondendo.
- Verificar no caderno de prova qual a letra (A,B,C,D,E) da resposta que você escolheu.
- Marcar essa letra na FOLHA DE RESPOSTAS, conforme o exemplo: A C D E
- Ler o que se pede na Prova Discursiva e utilizar, se necessário, o espaço para rascunho.
ATENÇÃO
- Marque as respostas com caneta esferográfica de material transparente de tinta preta ou azul. Não será permitida a utilização de
lápis, lapiseira, marca-texto, borracha ou líquido corretor de texto durante a realização da prova.
- Marque apenas uma letra para cada questão. Será anulada a questão em que mais de uma letra estiver assinalada.
- Responda a todas as questões.
- Não será permitida qualquer espécie de consulta ou comunicação entre os candidatos, nem a utilização de livros, códigos,
manuais, impressos ou quaisquer anotações.
- Em hipótese alguma o rascunho da Prova Discursiva será corrigido.
- Você deverá transcrever sua Prova Discursiva, a tinta, no caderno apropriado.
- A duração da prova é de 4 horas e 30 minutos para responder a todas as questões objetivas, preencher a Folha de Respostas e
fazer a Prova Discursiva (rascunho e transcrição) no caderno correspondente.
- Ao término da prova, chame o fiscal da sala e devolva todo o material recebido.
- É proibida a divulgação ou impressão parcial ou total da presente prova. Direitos Reservados.
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
CONHECIMENTOS GERAIS
Educação Brasileira: Temas Educacionais e Pedagógicos e Noções de Igualdade Racial e de Gênero
1. A escola atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema
produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse
imediato é o de produzir indivíduos "competentes" para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente, informações
precisas, objetivas e rápidas.
Numa concepção de educação tecnicista,
(A) a essência do ensino é a criação de ambientes propícios à autoeducação; ao professor cabe a tarefa de estimular o aluno
a estudar de forma autônoma e autodisciplinada.
(B) a ação do professor tem como foco principal o interesse espontâneo do aluno, a ser alcançado por meio de atividades
significativas que levem à concentração natural nos estudos.
(C) o professor transmite os conteúdos conforme um sistema instrucional eficiente e efetivo em termos de resultados da
aprendizagem; o aluno recebe, aprende e fixa as informações.
(D) o professor tem o papel de ser mediador do processo de ensino-aprendizagem, levando o aluno a ser sujeito ativo e
participante da construção do conhecimento.
(E) o ensino é direcionado às questões sociais, visando possibilitar uma inteira participação do aluno nos processos de
formação de sua própria cultura.
2. Planejamento é o processo de
(A) análise crítica que o educador faz de suas ações e intenções, onde ele procura ampliar a sua consciência em relação aos
problemas do seu cotidiano pedagógico, à origem deles, à conjuntura na qual aparecem e quais as formas para a
superação dos mesmos.
(B) definição de metas e objetivos da aprendizagem que se quer alcançar ao final de cada ano letivo, bem como a escolha de
metodologia, estratégias e técnicas que garantam eficientemente um aprendizado uniforme para todos os alunos.
(C) discussão sobre a concepção de educação de um trabalho pedagógico, com a finalidade de definir a prática educativa que
se espera dos professores em cada área do conhecimento.
(D) escolha de objetivos prescritivos e procedimentos metodológicos que alcancem o ensino de qualidade previsto nos
projetos político-pedagógicos de cada escola.
(E) estabelecimento de objetivos predeterminados para o projeto educativo de cada escola, de acordo com a cultura e
condições de aprendizagem dos alunos.
3. Na organização curricular encontramos, muitas vezes, uma valorização diferente entre os conhecimentos escolares. Exemplo
disso é a prioridade dada à matemática em detrimento da língua estrangeira ou da geografia. Nessa hierarquia se
supervalorizam as chamadas disciplinas científicas, secundarizando-se os saberes referentes às artes e ao corpo; silenciam-se
as vozes de muitos indivíduos e grupos sociais e classificam-se seus saberes como indignos de entrarem na sala de aula e de
serem ensinados e aprendidos.
Em vista disso, é correto afirmar que
(A) a área das ciências exatas é valorizada pela importância que significa para o mundo do trabalho.
(B) os saberes são igualmente reconhecidos e selecionados na organização curricular da escola.
(C) o conhecimento científico é desconsiderado e o saber prático reconhecido na organização curricular.
(D) os conhecimentos do ensino fundamental e médio são uma adaptação do conhecimento científico.
(E) os saberes socialmente reconhecidos são legitimados e os saberes populares estigmatizados.
4. Sobre a formação inicial dos docentes que atuarão na educação básica, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei
o
n 9.394/1996 orienta que aquela formação:
I. deva ocorrer em nível superior, em curso de licenciatura plena.
II. se dê única e exclusivamente no ensino superior, em cursos de licenciatura plena ou de formação de bacharéis, em
universidades ou centros universitários.
III. se realize no ensino médio, modalidade Normal, para os profissionais que atuarão na educação infantil, e no ensino
superior para aqueles que atuarão no ensino fundamental, no ensino médio e em funções técnicas.
IV. possa também ocorrer em nível médio, na modalidade Normal, como formação mínima para o exercício do magistério da
educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e IV.
(B) III.
(C) II e III.
(D) I e IV.
(E) I.
2 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
5. A aprovação do Plano Nacional de Educação, em 2014, inaugurou uma nova fase para as políticas educacionais brasileiras.
Além das diretrizes que são sinalizadoras de busca de maior organicidade para a educação nacional no decênio 2014/2024,
o PNE
(A) apresenta 20 metas e estratégias que englobam a educação básica e a educação superior, a discussão sobre qualidade,
avaliação, gestão democrática, financiamento educacional e valorização dos profissionais da educação.
(B) contribui para a viabilização do Projeto “Uma ponte para o futuro”, a garantia da vinculação de recursos orçamentários
para as áreas de educação e maior qualificação do ensino básico.
(C) propõe um currículo mínimo unificado a todos os cursos de licenciaturas, objetivando a melhoria desse nível de ensino e
sua expansão, bem como garantindo o direito à aprendizagem em toda a educação básica.
(D) condiciona a organização dos sistemas de ensino dos entes federados, assim como determina os objetivos e metas que
deverão ser utilizados pelas políticas públicas.
(E) estabeleceu que o acesso ao ensino fundamental e médio é um direito subjetivo e um dever ser atendido por estados,
Distrito Federal e municípios.
6. As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (2013) reafirmaram que em todo território nacional ela
compreende
(A) dois níveis e duas etapas educacionais, sendo eles: a educação básica, o ensino superior, a educação da infância e o
ensino médio.
(B) três etapas educacionais, a saber: educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio.
(C) quatro etapas educacionais, sendo elas: a educação da infância, o ensino fundamental, o ensino médio e o ensino
superior.
(D) três níveis educacionais, identificados com a educação da criança pequena, a educação do pré-adolescente e a educação
do adolescente-jovem.
(E) dois níveis educacionais, duas etapas de educação e duas modalidades de ensino – a Educação de Jovens e Adultos e a
Educação Especial.
8. O trabalho não é emprego, não é apenas uma forma histórica do trabalho em sociedade, ele é a atividade fundamental pela qual
o ser humano se humaniza, se cria, se expande em conhecimento...
Considerar o trabalho como princípio educativo equivale a dizer que
(A) o principal papel da escola é a preparação da criança para o trabalho na vida adulta.
(B) a escola precisa atender às necessidades do mercado de trabalho e da vida produtiva do país.
(C) o ensino médio precisa ter como objetivo central a formação técnica do aluno.
(D) o ser humano é produtor de sua realidade e, por isto, dela se apropria e pode transformá-la.
(E) a educação formal deve estar voltada fundamentalmente à preparação profissional.
11. Uma das marcas das reformas educacionais realizadas no país nas últimas décadas foi a de incorporar e pôr em movimento
uma agenda de avaliações em larga escala, a partir de uma retórica político-pedagógica de que tais modalidades de avaliação
têm o poder de contribuir para:
II. a alocação mais justa e pertinente de recursos financeiros aos sistemas e unidades escolares.
III. a atribuição de responsabilidades públicas aos gestores dos sistemas de ensino pelos resultados de suas escolas, junto
ao Ministério Público.
IV. a competição entre as unidades escolares de modo a valorizar aquelas que obtém os melhores resultados nas avaliações
nacionais.
V. fortalecer o papel dos estudantes como protagonistas e responsáveis pelo sucesso ou fracasso de seus pares nas
avaliações em larga escala.
(A) IV e V.
(B) II, IV e V.
(C) III e V.
(D) I e II.
(E) I, III e IV.
12. A Constituição Federal brasileira (1988) determina que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia,
dentre outras, de
(A) educação básica gratuita sempre que a família não dispuser de recursos financeiros.
(B) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando.
(C) escolarização pública gratuita na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio a todas as pessoas de zero
a 18 anos, se moradoras na zona rural.
(D) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede privada de ensino.
(E) acesso aos níveis mais elevados do ensino, correspondente à nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio − ENEM.
o o
13. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n 9.394/1996 (Art. 3 ), em consonância com o estabelecido na
Constituição Federal estabelece que o ensino será ministrado com base, dentre outros, nos seguintes princípios:
(A) I, II e III.
(B) II, III e IV.
(C) I e VI.
(D) IV, V e VI.
(E) II e V.
4 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
o o
14. A Lei Federal n 13.415, de fevereiro de 2017, introduz alterações na Lei n 9.394/1996 − LDBEN, tais como a que estabelece
que a Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, em conformidade com
diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento:
(A) parte comum do currículo e parte diversificada, respeitada a diversidade regional e local.
(B) ciências humanas e sociais; ciências exatas e da terra; ciências biológicas e da saúde.
(C) ciências humanas, filosofia e sociologia; artes e línguas modernas (inglês e espanhol).
(D) ciências exatas e da terra; ciências biológicas e da saúde; literatura, línguas modernas e educação artística.
(E) linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias e ciências
humanas e sociais aplicadas.
o
15. Em relação ao direito à educação da criança e do adolescente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n 8.069/1990),
estabelece que
(A) é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais.
(B) o acesso à escola pública e gratuita deverá ser em escolas definidas pelo órgão competente da Administração.
(C) a definição dos critérios avaliativos da escola são de competência da equipe gestora da escola, podendo o conselho
escolar acompanhar o processo de atribuição de notas.
(D) a oferta de ensino noturno regular destinada aos adolescentes se dará no período noturno, visando às condições de
estudo do aluno trabalhador.
(E) os pais ou responsáveis têm a obrigação de acompanhar os estudos de seus filhos ou pupilos na rede regular de en-
sino.
o
16. O Estatuto do Magistério Público do Ensino Fundamental e Médio do Estado da Bahia (Lei n 8.261/ 2002) estabelece que o
desenvolvimento do ensino deverá respeitar, dentre outros, o princípio da
(B) crença no poder da educação que contemple todas as dimensões do saber e do fazer no processo de humanização
crescente e de construção da cidadania desejada.
(C) garantia de padrão da qualidade do ensino, definido por exames nacionais referendados por organismos internacionais,
destinados a cuidar dos assuntos pertinentes à educação.
(D) autonomia da Administração pública para organizar um currículo único para as escolas da rede pública e privada de en-
sino.
(E) gratuidade do ensino às famílias de crianças e adolescentes de baixa renda, visando à garantia de frequência nas
diferentes etapas da educação básica.
o
17. A Lei Federal n 7.716/1989, define os crimes resultantes do preconceito de raça ou de cor no território nacional. No conjunto
dos crimes tipificados um deles diz respeito às interações de indivíduos negros ou pretos, homens e mulheres, com a educação
escolar e quando houver
(A) processos recorrentes de reprovação e retenção de aluno em cursos sequenciais e presenciais de educação escolar –
básica ou superior.
(C) a recusa, a negação ou tolhimento da inscrição de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer
grau.
(D) a recusa do estabelecimento público ou privado de ensino em disponibilizar documento comprobatório do rendimento
escolar e de percentuais de frequência do aluno.
(E) a denegação de certificado de conclusão ou diploma de níveis ou etapas de educação básica ou superior em
estabelecimentos públicos de ensino.
GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1 5
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
18. A escola é um lugar privilegiado de aprendizagem, socialização e combate às várias formas de discriminação, assim como
elemento fundamental para
(A) a prevenção de conflitos e de desvios de comportamentos que prejudicam o convívio harmônico entre os alunos.
(B) o desenvolvimento da autonomia, da capacidade crítica e aquisição/ampliação da consciência sobre os direitos humanos.
(C) desenvolver mecanismos de compensação das desigualdades sociais e culturais dos alunos oriundos de famílias com
baixa escolarização.
(D) a formação geral do indivíduo de acordo com sua capacidade intelectual e sua condição social.
(E) a preparação dos alunos à vida adulta e produtiva, objetivando sua inserção no mercado de trabalho.
19. A fim de impedir a discriminação contra a mulher por razões de casamento ou maternidade e assegurar a efetividade de seu
o
direito a trabalhar, o Decreto n 4.377/2002 determina que os Estados-Partes deverão tomar as medidas adequadas para:
I. Proibir, sob sanções, a demissão por motivo de gravidez ou licença de maternidade e a discriminação nas demissões
motivadas pelo estado civil.
II. Implantar a licença maternidade, com salário pago ou benefícios sociais comparáveis, sem perda do emprego anterior,
antiguidade ou benefícios sociais.
III. Estimular o fornecimento de serviços sociais de apoio necessários para permitir que os pais combinem as obrigações
para com a família, com as responsabilidades do trabalho e a participação na vida pública.
IV. Dar proteção especial às mulheres durante a gravidez nos tipos de trabalho comprovadamente prejudiciais para elas.
20. As estatísticas de feminicídio só aumentaram em nosso país desde a década de 1980, especialmente entre mulheres negras,
cujas taxas cresceram 54,8%, ao lado da redução, em relação às brancas, em 9,8%.
o
Segundo a Lei Maria da Penha (Lei n 11.340), a política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher
far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações
não governamentais, tendo por diretrizes, dentre outras:
I. O respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os
papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar.
II. A implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à
Mulher.
III. A capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais
pertencentes aos órgãos e às áreas, previstas na presente legislação, quanto às questões de gênero e de raça ou etnia.
IV. A promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa
humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia.
V. O estudo, nas escolas do ensino médio da rede pública de ensino, de conteúdos relativos ao comportamento feminino
esperado pela sociedade.
(A) I, II, IV e V.
(B) I, III, IV e V.
(C) II, IV e V.
(D) I, II e III.
(E) I, II, III e IV.
6 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
CONHECIMENTOS INTERDISCIPLINARES
21. Vários termos e palavras da matemática também são utilizados na linguagem cotidiana com alguma referência ao seu signifi-
cado matemático como, por exemplo, “Júlia e eu chegamos a um denominador comum”, “o círculo do poder em Brasília tem
vários meandros”, “eles apararam as arestas e se entenderam”. Na frase “Jair saiu pela tangente quando questionado sobre sua
posição política”, o contexto de uso da palavra tangente está associado com a ideia matemática de
(A) espaço e plano no contexto da simetria.
(B) contradição entre razões trigonométricas e o conceito de infinito.
(C) razão entre catetos em um triângulo retângulo.
(D) uso do teorema de Pitágoras em problemas trigonométricos.
(E) reta tangente à uma curva qualquer.
Atenção: Para responder às questões de números 22 e 23 considere o cartaz abaixo, que faz parte de uma campanha publicitária.
Considere atentamente os recursos de que tal campanha se serve para veicular sua mensagem.
Todo ser humano tem um direito legítimo ao respeito de seus semelhantes e está, por sua vez, obrigado a respeitar todos os
demais. A humanidade ela mesma é uma dignidade, pois um ser humano não pode ser usado meramente como um meio por
qualquer ser humano (quer por outros quer, inclusive, por si mesmo), mas deve sempre ser usado ao mesmo tempo como um
fim. É precisamente nisso que sua dignidade [...] consiste, pelo que ele se eleva acima de todos os outros seres do mundo que
não são seres humanos e, no entanto, podem ser usados e, assim, sobre todas as coisas. Mas exatamente porque ele não pode
ceder a si mesmo por preço algum (o que entraria em conflito com seu dever de autoestima), tampouco pode agir em oposição à
igualmente necessária autoestima dos outros, como seres humanos, isto é, ele se encontra na obrigação de reconhecer, de um
modo prático, a dignidade da humanidade em todo outro ser humano.
(KANT, Immanuel. A metafísica dos costumes (Doutrina dos elementos da ética, § 38 e 39). Bauru: Edipro, 2003. p. 306-307)
A relação entre a propaganda e o texto de Kant é possível, porque em ambos vemos a defesa implícita do seguinte pres-
suposto:
24. A sequência de Fibonacci começa com os números 1 e 2 e, em seguida, cada novo número da sequência é a soma dos dois
números imediatamente anteriores, como se vê a seguir:
1, 2,
3,
5,
8 ,
13 ,
21 , ...
1+2 2+3 3+5 5+8 8+13
Se um pianista decide tocar apenas as teclas marcadas com números da sequência de Fibonacci nesse piano, dentre as
60 teclas indicadas na figura, ele tocará apenas
(A) 7 teclas.
(B) 9 teclas.
(C) 13 teclas.
(D) 8 teclas.
(E) 55 teclas.
25. O conceito de “pulsação” costuma ser utilizado como medida em diferentes áreas do conhecimento. O conceito de pulsação
utilizado com correção e propriedade, em artes (I) e ciências (II), respectivamente, corresponde a:
(B) I. O tempo da música utilizado para fazer uma comparação da duração das notas e dos silêncios.
II. Ciclo de movimentos de expansão e relaxamento das artérias do corpo.
8 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
26. Considere o diálogo escrito por Brecht entre Galileu e seu jovem criado e aluno Andrea.
G – Você vê! O que é que você vê? Você não vê nada! Você arregala os olhos e arregalar os olhos não é ver. (Galileu põe uma
bacia de ferro no centro do quarto.) Bem, isto é o Sol. Sente-se aí. (Andrea se senta na única cadeira; Galileu está de pé,
atrás dele.) Onde está o Sol, à direita ou à esquerda?
A – À esquerda.
G – Como fazer para ele passar para a direita?
A – O Senhor carrega a bacia para a direita, claro.
G – E não tem outro jeito? (Levanta Andrea e a cadeira do chão, faz meia volta com ele.) Agora, onde é que o Sol está?
A – À direita.
G – E ele se moveu?
A – Ele, não.
G – O que é que se moveu?
A – Eu.
G – (berrando) Errado! A cadeira!
A – Mas eu com ela!
G – Claro. A cadeira é a Terra. Você está em cima dela. Esta aqui é a Terra; seus pés estão sobre ela; note que ao meio-dia o
sol está sobre sua cabeça. Você entendeu isto?
(Disponível em: http://wwwp.fc.unesp.br/~lavarda/galileu/a_vida_de_galileu_2012_03_19.pdf)
A teoria que Galileu tentava explicar para seu jovem aluno e que Brecht representa de forma dramática no ato da peça é o
(A) Antropocentrismo.
(B) Geocentrismo.
(C) Heliocentrismo.
(D) Evolucionismo.
(E) Criacionismo.
27. A figura abaixo ilustra a sombra projetada de uma mesma árvore, no solo em que está plantada, em diferentes horários de um
mesmo dia.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.
GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1 9
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
28. Escolher o alimento adequado nos mercados nem sempre é tarefa fácil. Para ter controle sobre a quantidade e o que se come, é
preciso identificar as informações nutricionais dos alimentos, apresentadas nos rótulos abaixo.
Alimento 1 Alimento 2
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção 36 g Porção 37 g
Quantidade por porção %VD (*) Quantidade por porção %VD (*)
Valor energético 112 kcal = 470 Kj 6 Valor energético 92 kcal = 386 Kj 5
Carboidratos 19 g 6 Carboidratos 10,4 g 3
Proteínas 3,3 g 4 Proteínas 1,3 g 2
Gorduras totais 2,7 g 5 Gorduras totais 5,0 g 9
Gorduras saturadas 1,2 g 5 Gorduras saturadas 0,87 g 4
Gorduras trans 0g − Gorduras trans 0,13 g −
Fibra alimentar 2,5 g 10 Fibra alimentar 2,5 g 10
Sódio 20 mg 1 Sódio 446 mg 19
(*) %Valores Diários com base em uma dieta de (*) %Valores Diários com base em uma dieta de
2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários poderão
poderão ser maiores ou menores dependendo de ser maiores ou menores dependendo de suas
suas necessidades energéticas. necessidades energéticas.
Alimento 3 Alimento 4
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção 37 g Porção 38 g
Quantidade por porção %VD (*) Quantidade por porção %VD (*)
Valor energético 121 kcal = 506 Kj 6 Valor energético 124 kcal = 521 Kj 6
Carboidratos 22 g 7 Carboidratos 15 g 5
Proteínas 4,3 g 6 Proteínas 1,9 g 3
Gorduras totais 1,8 g 3 Gorduras totais 6,4 g 12
Gorduras saturadas 0,4 g 2 Gorduras saturadas 2,9 g 13
Gorduras trans 0g − Gorduras trans 0g −
Fibra alimentar 3,2 g 13 Fibra alimentar 1,2 g 5
Sódio 234 mg 10 Sódio 124 mg 5
(*) %Valores Diários com base em uma dieta de (*) %Valores Diários com base em uma dieta de
2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários poderão
poderão ser maiores ou menores dependendo de ser maiores ou menores dependendo de suas
suas necessidades energéticas. necessidades energéticas.
Alimento 5
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção 36 g
Quantidade por porção %VD (*)
Valor energético 107 kcal = 449 Kj 5
Carboidratos 15 g 5
Proteínas 4,0 g 5
Gorduras totais 3,5 g 6
Gorduras saturadas 1,9 g 9
Gorduras trans 0g −
Fibra alimentar 0g 0
Sódio 51 mg 2
(*) %Valores Diários com base em uma dieta de
2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários
poderão ser maiores ou menores dependendo de
suas necessidades energéticas.
Para uma pessoa com hipertensão arterial como síndrome, qual dos 5 alimentos, cujos rótulos são mostrados, seria a opção
mais saudável?
(A) Alimento 1.
(B) Alimento 2.
(C) Alimento 3.
(D) Alimento 4.
(E) Alimento 5.
10 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
29. O potencial eólico baiano é suficiente para superar a capacidade de geração de energia das maiores hidrelétricas do mundo.
Sendo assim, mais do que o fluxo das águas, o movimento constante dos ventos pode se constituir numa fonte limpa e reno-
vável de energia para a população baiana. Numa usina eólica, ocorre principalmente a transformação de energia
O nosso espaço tridimensional é a única realidade que conhecemos. A bidimensionalidade é tão fictícia como a
tetradimensionalidade, porque nada é plano, nem mesmo o espelho mais polido. Mas mesmo que partamos do princípio de que
uma parede ou uma folha de papel é plana, não deixa de ser estranho que nós, como se desde sempre fosse a coisa mais
normal do mundo, representemos ilusões de espaço sobre uma tal superfície. Não é muitas vezes absurdo desenhar meia dúzia
de linhas e depois afirmar: Isto é uma casa?
(ESCHER, M. C. Gravuras e Desenhos. Hamburgo: Taschen (Trad. Maria Odete Conçalves – Koller, 1994, p. 15)
A gravura do artista holandês Maurits Cornelis Escher ilustra claramente o que ele afirma no texto, porque tanto a gravura
quanto o texto se referem à
GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1 11
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
31. Considere a obra do artista baiano Ruben Valentin apresentada abaixo.
32. Patchwork consiste na confecção de objetos por meio da costura com retalhos. A figura abaixo indica uma toalha de mesa, de
formato quadrado, feita com retalhos de tecidos. Nessa figura, números iguais indicam tecidos de uma mesma cor.
Considere que essa toalha tenha sido confeccionada, em escala, com base em um desenho sobre papel milimetrado, como o
indicado na figura abaixo.
0 1 2 3 4 5
A respeito desse projeto de toalha em patchwork, é correto afirmar que se gastou
(A) mais tecido da cor 3 do que da cor 2.
(B) mesma quantidade de tecidos das cores 1 e 3.
(C) mesma quantidade de tecidos das cores 1 e 2.
(D) mais tecido da cor 1 do que da cor 2.
(E) mais tecido da cor 2 do que da cor 1.
12 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
33. Juntamente com o pintor Frans Post, o artista holandês Albert Eckhout (1610-1666) integrou a comitiva de João Maurício de
Nassau a Pernambuco em 1637. No Brasil, o pintor realizou diversas pinturas e inúmeros desenhos. Entre as obras deste pe-
ríodo, o artista compôs quatro pares de pinturas que representavam as principais etnias brasileiras.
Considerando a representação da mulher tupi na pintura de Eckout, é correto afirmar que a obra
(A) possui um registro exclusivamente realista tanto na forma de representar a figura central como também na paisagem que
compõe o ambiente.
(B) apresenta, além de um caráter documental sobre a cultura tupi, elementos marcantes de uma representação alegórica das
etnias.
(C) parte de uma observação superficial das características específicas das etnias ao retratar a indígena com traços faciais
característicos dos afrodescendentes.
(D) retrata com precisão os costumes tradicionais da etnia indígena tupi ao documentar seus objetos manufaturados de uso
cotidiano e sua vestimenta.
(E) apresenta o indígena como um elemento da natureza selvagem e hostil brasileira, igualando sua importância a de outros
elementos da composição como o sapo e a bananeira.
GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1 13
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
34. O poeta Augusto de Campos é um dos precursores da poesia concreta no Brasil. Em sua poesia pluvial/fluvial o poeta faz uma
composição com duas palavras que se diferenciam apenas pela primeira letra. Além disso, as palavras são escritas nas direções
vertical e horizontal, uma referência simbólica à direção em que cai a chuva (vertical) e em que corre o rio (horizontal).
Duas outras palavras que poderiam ser utilizadas em uma poesia concreta com proposta semelhante à de Augusto de Campos
com referência à orientação espacial são
De acordo com os dados apresentados no infográfico é correto concluir que, nessa avaliação em questão,
(A) menos de 50% dos alunos da rede pública obtiveram desempenho suficiente em matemática.
(B) menos de 25% dos alunos da rede pública obtiveram 5 na escala de desempenho em matemática.
(C) mais de 75% dos alunos da rede pública obtiveram desempenho suficiente em matemática.
(D) mais de 50% e menos do que 75% dos alunos da rede pública obtiveram desempenho suficiente em matemática.
(E) menos de 25% dos alunos da rede pública obtiveram 3 na escala de desempenho em matemática.
14 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
36. Considere o texto e a figura abaixo.
No século XVII, Galileu Galilei inaugura a Ciência Moderna estabelecendo uma nova linguagem de acesso ao conhecimento
da natureza:
A filosofia é escrita neste enorme livro que temos continuamente aberto diante de nossos olhos (quero dizer, o universo), mas
não é possível compreendê-lo, se primeiro não se compreende sua língua e os caracteres nos quais está escrito. Ele está
escrito em língua matemática, e os caracteres são triângulos, círculos, e outras figuras geométricas, sem recurso às quais é
impossível compreender dela uma palavra; sem isso, perdemo-nos inutilmente em um obscuro labirinto.
(GALILEI, Galileu. O ensaiador. 1a edição: 1623. Trad. Vinicius Figueiredo et alii. Edição de referência: Il Saggiatore. Coleção Ricciardi
[org. F. Flora] 1953, cap. VI, pp. 16-17)
A imagem abaixo apresenta um exemplo que ilustra a relação estabelecida, no Renascimento, por Galileu, entre a matemática e
a natureza.
Tal relação continua até hoje movendo biólogos, físicos, matemáticos e químicos, na construção de um entendimento acerca da
natureza, no que se refere à sua
(A) beleza e objetividade.
(B) perfeição e origem divina.
(C) regularidade e organização.
(D) harmonia e imprevisibilidade.
(E) versatilidade e enigmática aparência.
37. Os conceitos físicos são criações livres do espírito humano; eles não são, como se poderia acreditar, determinados unicamente
pelo mundo exterior. No esforço que fazemos para compreender o mundo, nós parecemos um pouco com uma pessoa que tenta
compreender o mecanismo de um relógio completamente fechado: ela vê o mostrador e os ponteiros em movimento, ouve o
tique-taque, mas não tem nenhum meio de abrir o relógio. Se ela for criativa, poderá construir uma imagem do mecanismo,
considerando-o responsável por tudo o que ela observa; mas ela nunca estará segura de que sua imagem é a única capaz de
explicar suas observações. Ela nunca estará em condições de comparar sua imagem com o mecanismo real e sequer poderá
representar a possibilidade ou a significação de tal comparação. Assim o pesquisador também crê certamente que, à medida
que seus conhecimentos aumentarão, sua imagem da realidade se tornará cada vez mais simples e explicará campos de
impressões sensíveis sempre mais amplos. Ele poderá, assim, crer na existência de um limite ideal do conhecimento, que o
espírito humano pode alcançar. Ele poderá chamar esse limite ideal de verdade objetiva.
(EINSTEIN, Albert. INFELD, Léopold. L’ évolution des idées en Physique. Trad. M. Solovine. Paris: Payot, 1978, p. 34-35)
Segundo o texto escrito no século XX, a partir de uma concepção contemporânea de ciência,
(A) na Física os conceitos formulados pelos cientistas são independentes dos fenômenos do mundo exterior.
(B) a prática científica constrói imagens do mundo que devem ser rigorosamente idênticas à realidade.
(C) os dados observados por um cientista são suficientes para se ter certeza na ciência.
(D) abordagens científicas mais amplas e mais simples dependem do grau de conhecimento do mundo.
(E) verdade objetiva é fruto de uma investigação neutra, isenta de interpretações e estimativas.
GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1 15
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
38. É fundamental permanecer atento no combate à dengue, mas determinadas épocas do ano merecem ainda mais atenção. O
gráfico a seguir mostra o número de casos de dengue ocorridos na Bahia entre os anos de 2002 e 2010 em função das semanas
epidemiológicas. Por convenção internacional, semanas epidemiológicas são contadas de domingo a sábado, sendo que a
primeira semana epidemiológica do ano é aquela que contém o maior número de dias do novo ano.
A partir da análise do gráfico, é correto afirmar que os meses mais críticos para as notificações de dengue na Bahia entre os
anos de 2002 e 2010, foram:
39. Boris Hessen foi o primeiro cientista a apresentar uma visão materialista sobre o desenvolvimento da ciência, sendo bastante
questionado e até ridicularizado quando assim o fez. Em 1931, o cientista soviético apresentou seu trabalho "As Raízes Sociais
e Econômicas dos Principia de Newton" no II Congresso Internacional de História das Ciências, em Londres. Ao final de sua
tese, ele afirmou que na época em que Newton formulou e formalizou as leis da mecânica (século XVIII):
“Havia necessidade de meios de comunicação convenientes, uma medida de tempo mais exata – especialmente devido ao
contínuo aumento do ritmo das transações −, e de métodos exatos para contabilidade e medida (...) Comparando os principais
problemas técnicos com os temas que dominavam a física desse período, chegamos à conclusão de que esses temas eram
determinados principalmente pelas tarefas econômicas e técnicas que interessavam à nascente burguesia.”
(HESSEN, B. “As raízes sociais e econômicas dos Principia de Newton”. Revista de Ensino de Física, v. 6, n. 1, p. 37-55, 1984)
40. O ofício das baianas de acarajé, registrado como Patrimônio Imaterial Brasileiro pelo Iphan é a prática tradicional de produção e
venda nos espaços públicos, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê... .
(Disponível em: http://portal.iphan.gov.br)
(A) encenação teatral com objetivo comercial e turístico sem qualquer vínculo religioso.
(B) elementos de miscigenação e sincretismo religioso que contemplam rituais africanos, indígenas e europeus.
(C) costume originário como forma de sustento das escravas alforriadas no final do século XVIII.
(D) prática tradicional de venda de alimentos em geral em feiras na Bahia.
(E) expressão cultural de continuidade histórica, que envolve comércio e ritos do candomblé.
16 GOVBA-Conhec.Gerais e Interdisciplinares1
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
41. Se considerarmos, a título de recorte temático, a apropriação de objetos do cotidiano um procedimento recorrente na produção
da arte do século XX, é possível ordenar uma série de artistas que, por meio deste procedimento, criaram trabalhos relevantes,
principalmente para pensarmos as transformações culturais ocorridas a partir da primeira revolução industrial, visto que boa
parte destes objetos são industrializados e, em um primeiro momento, não eram associados às técnicas ligadas às artes de
modo geral. Um exemplo seria I , que cunha o termo ready-made para objetos de arte, cuja denominação e conceituação,
enquanto arte, pode prescindir do fazer manual. A ideia de um conjunto de objetos que recolhidos passam a abrigar novos
significados também está presente na obra de II , em que uma espécie de inventário do mundo vai sendo organizado,
segundo ele próprio, para o dia do Juízo Final, por meio não apenas do recolhimento e apropriação de objetos, mas também
pela ordenação das coisas por meio de listas de seus nomes.
42. É esse o nome que dei às minhas obras desse período pois seu caráter é fundamentalmente orgânico. [...] Cada Bicho é uma
entidade orgânica que se revela totalmente dentro de seu tempo interior de expressão. [...] É um organismo vivo, uma obra
essencialmente atuante. Entre você e ele se estabelece uma interação total, existencial.
(Excerto de Bichos, texto de Lygia Clark)
Nos Bichos, obra fundante, Clark realiza plenamente o espaço neoconcreto como campo de experiência e da alteridade. A obra
espera o Outro. [...] O Bicho é o indeterminado.
(Excerto de Lygia Clark, de Paulo Herkenhoff)
Os dois excertos acima, um da própria artista e outro do crítico de arte Paulo Herkenhoff, possibilitam interpretações de uma
mesma série, “Bichos”. Os dois excertos afirmam e concordam entre si sobre:
(A) A relação entre a série Bichos e a noção de individualidade, visto que cada trabalho se distingue dos demais por sua
proposta única e irrepetível estruturante do trabalho de Clark.
(B) A analogia formal entre a série Bichos e os organismos vivos no sentido biológico do termo, dada a pretensão naturalista
que é reconhecidamente uma marca do trabalho de Lygia Clark.
(C) A importância da participação de outros artistas na série Bichos, como por exemplo Ferreira Gullar, estruturante para o
diálogo propositivo que marca o trabalho de Lygia Clark.
(D) A proposição, fundante para a série Bichos, de uma relação de interação com o outro, de uma experiência singular,
embora não individualista.
(E) A proposição de um novo manifesto neoconcreto em oposição ao escrito por Ferreira Gullar e Amílcar de Castro, entre
outros, por funcionar, na prática, como transposição do espaço bidimensional para a do espaço tridimensional.
43. Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida em má direção, se notam
tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe-se, de qualquer daqueles quadrinhos, como a sua autora é independente,
como é original, como é inventiva, em que alto grau possui umas tantas qualidades inatas, das mais fecundas na construção
duma sólida individualidade artística.
Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios de um impressionismo
discutibilíssimo, e pôs todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura.
O trecho acima pertence à crítica “Paranóia ou mistificação”, publicada em O Estado de São Paulo em 20/12/1917, escrita por
Monteiro Lobato.
GOVBA-Prof.PP-GIA-Ling.-Arte-A01 17
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
44. E é esse programa inicial que funda o pensamento e a prática das “vanguardas” dos anos 1920: suprimir a arte enquanto
atividade separada, devolvê-la ao trabalho, isto é, à vida que elabora seu próprio sentido.
(Adaptado de: RANCIÈRE, Jaques. A partilha do sensível: estética e política)
45. O conhecimento dos outros sujeitos do processo, os alunos, não deve se restringir às questões psicológicas. Como indivíduos,
eles fazem parte de segmentos culturais diferenciados, com seus códigos e articulações particulares que precisam ser
localizados e respeitados. Trabalhar com a alternância de valores culturais e sociais é um exercício salutar e democrático.
Aprendemos também com Paulo Freire que a hegemonia cultural é uma arma que deve ser conhecida para ser combatida e
desmascarada tanto quanto possível.
(Adaptado de: COUTINHO, Rejane. A formação de Professores de Arte)
O conceito de “hegemonia cultural” a que se refere Coutinho se relaciona com a atuação do professor de artes como um tipo de
dominação
(A) do professor pelos alunos que pode ser rompido pela atividade artística e cultural por meio da alternância de valores
culturais e sociais.
(B) psicológica do aluno pelo professor que pode ser evitado pela articulação de códigos culturais e sociais.
(C) ideológica de uma classe ou grupo social por outro que deve ser enfrentada e revelada pelo conhecimento.
(D) pedagógica dos alunos por valores e estratégias planejadas para objetivos equivocados.
(E) cultural de indivíduos por alunos que não fazem parte de segmentos culturais diferenciados.
46. O ensino de arte na escola, quando abordado de maneira intercultural, possibilita uma educação na qual são valorizadas as se-
guintes características:
(A) Tolerância e assimilação das diferentes culturas que coabitam uma mesma nação de maneira a extinguir conflitos gerados
a partir das diferenças.
(B) Compreensão e respeito à existência de uma hierarquia natural que regula a importância das diferentes formas de cultura
internacionais.
(C) Constatação da presença de várias culturas num determinado meio e a procura da compreensão das suas especificidades.
(D) Ações pedagógicas voltadas ao reconhecimento das diferenças raciais, sociais e de gênero com o objetivo de uma
regulação moral.
(E) Respeito e cooperação entre diferentes culturas e sujeitos, com o objetivo de propiciar a troca de experiências, e o
enriquecimento mútuo.
o
47. De acordo com o Artigo 26-A da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, nos estabelecimentos de ensino fundamental e de
ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
(A) imprescindivelmente, no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística, de literatura e de
história brasileira.
(B) em toda e qualquer disciplina na qual o docente sinta-se à vontade para abordar a multiculturalidade de forma respeitosa e
democrática.
(C) exclusivamente por representantes diretos de tais raças e etnias a fim de evitar distorções históricas, bem como garantir a
inclusão de professores indígenas e afrodescendentes.
(D) de maneira a evitar o aprendizado escolar de características que remetam a rituais religiosos que façam parte de cultos,
festas ou cerimoniais, sejam estes afrodescendentes, africanos ou indígenas.
(E) por opção da direção escolar, nas diferentes disciplinas escolares, a partir de acordo comunicado previamente em cada
unidade escolar por sua equipe diretora, garantindo, assim, o direito à autonomia e à livre escolha.
18 GOVBA-Prof.PP-GIA-Ling.-Arte-A01
Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001
48. A Base Nacional Curricular Comum − BNCC centraliza o componente curricular de artes voltado para o ensino fundamental nas
linguagens de artes visuais, dança, teatro e música. Tal documento propõe que a abordagem das quatro linguagens citadas
articule de maneira indissociável e simultânea às seguintes dimensões do conhecimento: criação, crítica, estesia, expressão,
fruição e reflexão.
(A) Domínio das normas cultas escritas e orais de maneira a aprimorar a expressividade comunicativa entre os indivíduos para
otimização do ambiente escolar.
(B) Procedimento pedagógico no qual a criação artística é reconhecida de maneira indissociável da capacidade crítica de
fruição reflexiva e estésica no âmbito escolar.
(C) Manifestação artística criativa e inovadora que valorize os princípios éticos, almejando uma sociedade mais justa, con-
forme as diretrizes constitucionais.
(D) Posicionamento reflexivo a respeito das diferentes expressões artísticas em suas qualidades específicas no âmbito for-
mativo.
(E) Possibilidades de exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito
individual quanto coletivo.
Caro Mário
Atualmente estou escrevendo coisas que te vão interessar muito (...). "Escrevi uma longa série de 20 peças cujas formas e
processos novos dei o nome de Cirandas. São todas para piano ou pequena orquestra; e por fim, uma outra série para canto e
piano, intitulada Serestas. (...)
A partir dos dados apresentados na carta, o nome do remetente e o movimento artístico que ambos fizeram parte são:
50. O termo “apreciação” costuma ser utilizado na arte educação como processo ou ato de designar e decodificar a obra de arte. De
acordo com a Abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, o termo “leitura” de obra de arte seria mais preciso que o anterior
evitando, desta maneira, possíveis erros interpretativos.
Ante os argumentos de Barbosa a favor da substituição da nomenclatura “Apreciação” por “Leitura”, é INCORRETO afirmar:
(A) A palavra leitura pressupõe as etapas de alfabetização e letramento suficientes para a compreensão da obra de arte.
(B) O termo apreciação pode ser interpretado como um mero deslumbramento que vai do arrepio ao suspiro romântico.
(C) A palavra leitura sugere uma interpretação para a qual colaboram uma gramática, uma sintaxe, um campo de sentido
decodificável e a poética pessoal do decodificador.
(D) A apreciação já foi utilizada historicamente como estratégia para modelar o gosto do povo de acordo com o gosto das
elites.
GOVBA-Prof.PP-GIA-Ling.-Arte-A01 19