Impressora 3D de Baixo Custo
Impressora 3D de Baixo Custo
Impressora 3D de Baixo Custo
Toledo
2019
Leonardo Alves Antonelli
Toledo
2019
Leonardo Alves Antonelli IMPRESSORA 3D DE BAIXO CUSTO/ Leonardo Alves
Antonelli. – Toledo, 2019- 60 p. : il.(alguma color.); 30 cm.
Orientador:Prof. Dr. Marcos Roberto Bombacini
– , 2019.
1. Impressora 3D. 2. Baixo-custo. I. Orientador Prof. Dr. Mar-
cos Roberto Bombacini. II.Universidade Tecnologica Federal do Pa-
raná. III.Engenharia Eletronica. IV. Impressora 3D de Baixo Custo
CDU 02:141:005.7
Leonardo Alves Antonelli
Toledo
2019
RESUMO
Impressoras 3D também podem ser descritas como manufatura aditiva. Trata-se de um
processo em que se fabrica uma peça através da adição de material em várias camadas
até obter o formato desejado. O principal motivo para sua utilização está na produção
rápida e capacidade de atingir geometrias não obtidas pela manufatura convencional. Este
tipo de manufatura vem facilitando a entrada de usuários e até de pequenas empresas
no mercado, possibilitando a qualquer pessoa criar seu próprio protótipo da forma que
desejar. Atualmente, esta técnica têm demonstrado um grau de inovação a tal ponto de ser
considerada como uma das bases da nova revolução industrial, a industria 4.0. Nos últimos
anos, máquinas de prototipagem por deposição têm se popularizado devido a quebra de
algumas patentes e do desenvolvimento de técnicas como a RepRap, uma tecnologia de
impressão 3D desenvolvida em conjunto, open source. Este Projeto de Conclusão de Curso
tem como objetivo principal: projetar, montar e testar uma impressora 3D de baixo custo.
Dentre objetivos específicos do projeto estão: obter uma estrutura de qualidade, utilizar
materiais reciclados, implementar um sistema de controle por meio de Arduino, montar,
realizar testes e ensaios almejando eficiência, qualidade de impressão e baixo-custo de
fabricação.
3D Três Dimensões
A Amperes
GND Ground
PID Proporcional-Integral-Derivativo
PLA poli–hidróxi-ácido
RS Resistor de Detecção
SLA Estereolitografia
V Volts
Vref Tensão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Conceito de Impressão 3D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.1 Obtenção de um modelo 3D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.2 Modelo de malha 3D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.3 Software de fatiamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.4 Firmware . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3 Cinemática das impressoras do tipo Delta . . . . . . . . . . . . . 21
3 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Extrusora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3 Fonte de Alimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.4 Sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.5 Unidade de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.6 Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.7 Material de Impressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.1 Montagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.1.1 Movimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2 Hardware . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2.1 RAMPS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2.2 Driver A4988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2.3 Cabeamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3 Configurando Firmware . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3.1 Configurações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.3.2 Configurações Térmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.3.3 Configurações Mecânicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.3.4 Configurações Sensores de Fim de Curso . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.3.5 Configurando Movimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.3.6 Configurações Dimensionais da Impressora . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.3.7 Seção Extra . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.4 Interface com o usuário . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.5 Software de Fatiamento . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.5.1 Preparação . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.5.1.1 Parâmetros de Qualidade . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.5.1.2 Parâmetros de Perímetro . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.5.1.3 Parâmetros de preenchimento . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.5.1.4 Parâmetros de Material . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.5.1.5 Parâmetros de velocidade . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.5.1.6 Parâmetros de Percurso . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.5.1.7 Parâmetros de suporte . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.5.1.8 Parâmetros de Aderência a Mesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.5.2 Aba de Visualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.5.3 Iniciando Impressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.1 Cuidados relacionados a mesa de impressão . . . . . . . . . . . . 54
5.2 Cuidados relacionados ao filamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.3 Cuidados relacionados ao cabeçote extrusor . . . . . . . . . . . . 54
5.4 Cuidados durante o projeto da peça . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
11
1 INTRODUÇÃO
Azevedo et al. (2013) destaca que este tipo de técnica favoreceu uma queda dramática
no preço das impressoras nos últimos anos contribuindo para o aumento do mercado e
difusão das impressoras 3D. Outro fator que contribuiu para sua popularização se da ao
fato de que surgiram diversas iniciativas para compartilhamento da tecnologia. Surgiram
projetos que produzem software livre e de código aberto, free and opensoftware, onde es-
pecificações são liberadas sobre uma General Public License, além disso, arquivos digitais
de desenhos em três dimensões são cada vez mais compartilhados na internet.
Para que seja possível o processo de impressão em 3D, softwares específicos são res-
ponsáveis pela segmentação em inúmeras camadas de uma imagem tridimensional, as
quais são impressas. Estes softwares realizam a segmentação dos arquivos em formato
“STL”, Stereolithography, também conhecido como Standard Tesselation Language. Este
formato descreve as superfícies de um objeto através dos vértices que compõem cada
uma de suas camadas (AZEVEDO et al., 2013). O processo de segmentação do objeto é
programado em formato de um arquivo eletrônico que informa a impressora qual será o
trajeto necessário de cada camada para impressão.
Uma unidade de controle recebe os comandos e controla a posição do bico extrusor
por meio de motores de passo esistemas de transmissão até que todas as camadas estejam
sobrepostas e a fabricação do objeto esteja concluída (ALCAIDE; WILTGEN, 2018). A
Figura 3 descreve as principais etapas necessárias no processo de confecção de objetos
Capítulo 1. Introdução 13
1.1 JUSTIFICATIVA
Para Jong e Bruijn (2013), as primeiras máquinas de manufatura aditiva eram produ-
zidas principalmente para atender grandes clientes multinacionais e indústrias de grande
porte. Atualmente outro segmento começou a surgir, onde as empresas passaram a ob-
jetivar tornar a impressão 3D viável para pequenas empresas, engenheiros e designers
autônomos.
Motivada pela quebra de patentes e o surgimento de plataformas de compartilhamento
de projetos Open-Source, surgiram diversas empresas interessadas em produzir uma má-
quina de baixo custo que seja voltada para uso doméstico.
A tecnologia de impressão 3D traz diversos benefícios a seus usuário, dentre as princi-
pais destacamos: economia de matéria prima na produção de peças, economia de tempo
na aquisição de material, superação de limitações de logística e consequentemente redução
do tempo de produção de peças, melhor gerenciamento de produção, liberdade de design
Capítulo 1. Introdução 14
1.2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste projeto de conclusão de curso é projetar e construir uma impres-
sora 3D baseada na tecnologia FDM visando minimizar o aspecto financeiro do projeto
como contribuição para que mais pessoas também passem a ter acesso a essa tecnologia.
Os objetivos específicos são:
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A evolução da impressão 3D ao longo dos anos contribuiu para que hoje seja possível
a construção de uma máquina de prototipagem de baixo custo. Este capítulo tem como
objetivo descrever um breve histórico dessa evolução e de que forma esta foi capaz de
contribuir para execução do projeto. Em seguida, será descrito os conceitos envolvidos
máquinas do tipo Delta e quais são as etapas necessárias para iniciar a confecção de um
objeto camada por camada.
2.1 HISTÓRICO
O Processo histórico da tecnologia da impressão 3D se iniciou ainda no século XIX,
onde as necessidades do mercado já impulsionaram pesquisadores a criar diferentes téc-
nicas de manufatura. Uma das primeiras técnicas desenvolvidas foi em 1860, o artista
François Willéme criou o processo em que usava um pantógrafo ligado a um cortador
para reproduzir os perfis de imagens obtidas por 24 câmeras dispostas de maneira orde-
nada, ele batizou este processo de Fotoescultura. Já em 1890, surgiram outras ideias que
foram desenvolvidas no campo da topografia como, por exemplo, J.É.Blanther sugeriu um
método de camadas para criar mapas topográficos de terrenos, vale ressaltar que nesta
época os processos eram feitos de forma manual e destacam a importância deste tipo de
manufatura (SAMPAIO, 2017).
Ao longo dos anos no século XX, diversas outras ideias foram desenvolvidas, como
um método que fabricava peças tridimensionais pela cura seletiva do plástico aplicando
feixes de laser em um polímero fotossensível, a Matsubara da Mitsubishi Motors em 1972
passou a usar feixes de luz para fazer a polimerização de um líquido monomérico para
desenvolver peças de Automóveis. Mas foi nos anos 80 em que as principais técnicas de
impressão 3D , as primeiras formas de descrição de um objeto camada por camada foram
desenvolvidas por Hideo Kodama no Instituto de de Pesquisas Industriais Municipal de
Nagoya, no Japão.
Em 1984, um engenheiro norte-americano chamado Chuck Hull, desenvolveu a técnica
de estereolitografia (SLA), patenteando sua ideia (Patente U.S. 4575330) e fundando a
empresa 3D Systems Inc(Rock Hill, SC). Dois anos depois desenvolveu a primeira máquina
de Impressão 3D, a SLA-1. Seu princípio de funcionamento consistia em utilizar um
polímero líquido que se solidifica quando exposto a um feixe de luz, além disso. Hull
também desenvolveu um novo formato para arquivos digitais que facilita o processamento
para computadores, este formato recebeu o nome de STL e é muito utilizado até os dias
de hoje.
Capítulo 2. Referencial Teórico 16
Em 1987, Carl Deckard, registrou uma patente da técnica que chamou de sinterização
seletiva por laser (“Selective Laser Sintering”- SLS), esta consistia na utilização de um
material em pó, que ao se aquecer com o laser se sintetizam tomando a forma do objeto ne-
cessário. Anos depois, esta patente foi comprada pela 3D Systems Corporation. Segundo
Srivatsan T. (2016), esta técnica usa um laser de alta potência para fundir as partículas de
um material que possa ser facilmente pulverizado (vidro, polímeros, cerâmica, etc).Utiliza-
se então um laser para sintetizar cada camada desejada até obter o formato do objeto, o
pó não utilizado pode ser então limpo e reutilizado em outro processo. Esta técnica ficou
conhecida por oferecer a liberdade de construir peças mais complexas e duráveis.
Poucos anos depois, em 1989 Scott Crump, co-fundador da empresa Stratasys, Inc.,
Capítulo 2. Referencial Teórico 17
A representação deste objeto no plano tridimensional pode ser feita de forma sólida,
que se dá pelo volume que ele ocupa, sendo bastante realista e de difícil processamento,
ou pode-se representar um objeto através de suas superfícies, tornando a aplicação mais
fácil.
Existem diversas maneiras para obtenção de formas tridimensionais, elas podem ser
criadas por softwares modeladores sólidos SolidWorks e FreeCAD, por modeladores de
malha Blender e Sketchup, por linguagem de programação 3D OpenSCAD, modeladores
matemáticos MathLab e MAthCAD, ou até mesmo na internet onde diversos arquivos
Capítulo 2. Referencial Teórico 19
digitais são fornecidos gratuitamente (SAMPAIO, 2017). A empresa Makerbot criou o site
Thingiverse onde usuários compartilham arquivos digitais personalizados e disponibilizam
para download sem custo algum.
Quase todos os sistemas CAD atuais são capazes de realizar o processamento matemá-
tico para produzir um arquivo STL, para o usuário, o processo geralmente é tão simples
quanto selecionar Arquivo, Salvar como e STL.
extrusor também são definidas nesta etapa. Dentre os softwares fatiadores mais utili-
zados destacam-se Slic3r, Cura e Pronterface os quais são gratuitos e de código aberto
(open-source), possuem interfaces bem simples e intuitivas e são compatíveis para diversas
formas de aplicação.
Comandos são as palavras chave compostas por letras e números os quais definem
qual operação a impressora vai realizar, os mais utilizados são o "G"e o "M"que esta
relacionado a movimentação e extrusão da máquina . Os parâmetros também são dados
por letras e números, os tipos mais comuns são: "S"usado para designar um parâmetro
genérico para distância ou temperatura, sendo usado em comandos de retração e ajuste
de hotend e mesa; "F"usado para designar velocidade; "X", "Y"e "Z": coordenadas e
distâncias; "E": quantidade de filamento do extrusor; "P": parâmetro para comandos
variados. O comentário serve apenas para orientação dos desenvolvedores e não influencia
no comando da impressora.
Exemplos:
Capítulo 2. Referencial Teórico 21
2.2.4 FIRMWARE
A unidade de controle a qual será mencionada na Seção 3.5 é responsável receber e
interpretar o gcode gerado pelo software fatiador. Para realizar as operações necessárias
de controle dos motores e taxa de extrusão, a unidade de controle da máquina possui uma
programação embutida que possui a função de executar as tarefas específicas desejadas.
Este software é conhecido no meio eletrônico como Firmware, e no caso deste projeto
poderá ser configurado usando a IDE do microcontrolador utilizado. Existem diversos
Firmwares disponíveis de forma gratuita na internet para controle de impressoras 3D, o
projeto RepRap originou o firmware FiveD e o Marilin Firmware.
Por se tratar de uma plataforma open-source seu uso passou a ser mais amplo e do-
cumentado. Atualmente, este firmware caracteriza a impressora 3D em cinco dimensões:
os três eixos de deslocamento ("X","Y","Z"), o comprimento extrudado("E"), sendo con-
troladas por um DDA (Analisador Diferencial Digital) implementado (RAULINO, 2011).
"É no firmware onde se configura quantos extrusores a impressora tem, se ela tem mesa
aquecida, quais são as dimensões máximas, que sistema de eixos usa (delta, cartesiana,
etc.), se terá autonivelamento e com que tipo de sensor, quantas voltas de motor equivalem
a quantos milímetros de movimento, qual a velocidade máxima que ela aceita e muito
mais"(SAMPAIO, 2017).
Embora os objetos são descritos pelo sistema cartesiano, este projeto em específico
utiliza a um sistema diferente para realizar a movimentação da impressora, por se tratar
de um mecanismo paralelo.
As impressoras Delta se baseiam no processo de determinação dos parâmetros das suas
juntas articuladas para realizar a movimentação desejada, para Finotti (2008) a melhor
forma de interpretar este tipo de mecanismo se da através da cinemática inversa. A partir
dela, o controlador consegue realizar a conversão das coordenadas e acionar os motores
correspondentes.
As impressoras Delta realizam o acionamento dos motores em conjunto para que o
movimento do bico da impressora seja realizado e as dimensões da impressora determinam
a relação de acionamento dos motores.
A Figura 9 apresenta os principais elementos de uma impressora delta, bem como o
posicionamento dos motores e do cabeçote extrusor destacando as juntas esféricas.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MOVIMENTO
Os atuadores responsáveis por gerar o movimento do bico extrusor (Hotend ) da im-
pressora são descritos como motores de passo. Para Silveira (2018) o principio de fun-
cionamento dos motores de passo se da pelo deslocamento angular elementar o qual é
executado toda vez que o circuito de controle realiza a comutação da corrente elétrica que
passa nas bobinas do motor.
O motor que será utilizado neste projeto será um NEMA17 ilustrado na Figura 10,
ele possui cerca de duzentas bobinas e gera um controle de passo de cerca de 1,8 graus.
Estes motores são característicos por não possuírem escovas ou comutadores o que
aumenta sua vida útil e também por rotacionar em ângulos (chamados passos) que podem
ser controlados por sistemas de controle com muita precisão. Eles atendem às necessidades
do projeto pois eles permitem o controle de velocidade e posicionamento muito precisos
além de possuir torque máximo em baixa velocidade.
O motor a ser utilizado é formado por duas bobinas internas caracterizando-o como
motor bipolar e também possuindo quatro terminais sendo eles dois pares positivo e
negativo para cada bobina.
Para o acionamento desses motores é preciso um driver que seja capaz de inverter a
polaridade da tensão aplicada nas bobinas e limitar a corrente enviada para o motor, para
isso, serão utilizados drivers de motores de passo A4988 desenvolvidos para trabalhar em
conjunto com o shield para Arduino “RepRap Arduino Mega Pololu Shield” conhecido
também como “RAMPS”, mais detalhes serão esclarecidos na Seção 3.5.
Os atuadores elétricos precisam de um sistema mecânicos de transmissão, para que
possa gerar a movimentação da impressora. Visando um baixo custo foi ecolhido para a
Capítulo 3. Materiais e Métodos 24
aplicação um sistema de fuso de barra roscada de 8mm e castanha, este tipo de transmissão
realiza um deslocamento de 8mm por rotação do motor.
3.2 EXTRUSORA
Para que seja realizada a fusão do material termoplástico será utilizado um bico que
é aquecido a temperaturas próximas a 200 ºC. O material ainda no estado sólido é traci-
onado até este bico que é responsável então por derreter o material e depositar na mesa
de impressão. Esta função é realizada pelo conjunto extrusor. Podemos então caracteri-
zar que em impressoras 3D de baixo custo baseadas na tecnologia por fusão e deposição
(FDM), o conjunto extrusor pode ser dividido em duas partes diferentes:
O tracionador representado na figura 11 é responsável por transportar o material ainda
no estado sólido para o bico. Consiste em um motor acoplado a uma engrenagem dentada,
cuja função é dar força e a velocidade ideal ao filamento do material.
O tracionador tem sua classificação dependendo de como a engrenagem dentada faz
o contato com o material. Neste trabalho será usado um extrusor do tipo engrenado, ou
seja, existe uma relação entre o número de voltas do motor e engrenagem dentada, o que
gera maior controle e força de tração (SAMPAIO, 2017).
O bico responsável por aquecer o material é chamado de hotend (extremidade quente),
representado na Figura 12 é um dos componentes mais importantes de toda máquina. A
qualidade do bico, temperatura, e dimensões são determinantes na qualidade da impres-
são.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 25
Fonte – Fabricante
Fonte – Fabricante
3.4 SENSORES
Sensor é um termo empregado para designar dispositivos sensíveis a alguma forma
de energia do ambiente, relacionando informações sobre uma grandeza física que pode
ser mensurada, com um sensor podemos obter informações tais como posição e desloca-
mento. Neste trabalho utilizaremos sensores digitais de fim de curso, este tipo de sensor
pode assumir apenas dois valores no seu sinal de saída ao longo do tempo, podendo ser
interpretados por zero ou um. A variação destes valores irá representar o acionamento
dos mesmos enviando essa informação para a unidade lógica da máquina. Este tipo de
sensor será utilizado para atuar no controle do movimento dos motores, delimitando os
limites de capacidade de tamanho dos protótipos nos eixos. O modelo a ser utilizado será
o Snap Action Switch SS-5GL, representado na Figura 14, ele é um interruptor instantâ-
neo econômico que apresenta uma vida útil de mais de 30 milhões de operações e possui
ampla capacidade de comutação(OMRON ELECTRONIC COMPONENTS LLC, 2009).
3.6 ESTRUTURA
Impressoras do tipo Delta produzem movimento no cabeçote extrusor através de um
sistema mecânico composto por barras lineares ligadas por juntas esféricas. Estas barras
são acionados pela rotação dos fusos acoplados a sua base, elas geram movimentos angula-
res e extremamente sincronizados que possibilitam a movimentação do cabeçote extrusor
até as posições desejadas.
As juntas esféricas podem ser descritas como articulações posicionadas nas extremida-
des das barras, possibilitam que o cabeçote não sofra inclinação durante a execução dos
movimentos, para esta aplicação, foram utilizadas barras de alumínio com perfil circular
de 2 mm de diâmetro, e nas suas extremidades foram utilizadas peças impressas conforme
pode ser demonstrado na Figura 18.
Figura 18 – Braço.
para servir de suporte para os motores e eixos e servir como união das chapas de acrílico,
também foi utilizado uma peça impressa que servirá de suporte para o hotend extrusor.
4 DESENVOLVIMENTO
4.1 MONTAGEM
Para realizar a operação das juntas esféricas, foram impressas separadamente duas
peças as quais formam a extremidade das hastes definidas na Seção 3.6. A Figura 23
demonstra as peças impressas que formam o conjunto utilizado como articulação das
hastes.
Figura 23 – Junta Esférica Impressa
Após a montagem das seis hastes, foi realizado a ligação de ambas ao flange e ao
suporte do cabeçote conforme demonstrado na Figura 24.
A montagem da base se da através da união entre as peças impressas com acrílico
conforme demonstrado na Figura 25.
4.1.1 MOVIMENTAÇÃO
Para permitir a movimentação do flange foram adicionados rolamentos lineares e a cas-
tanha por onde o fuso de barra roscada vai transmitir o movimento conforme demonstrado
na Figura 26, que permitem o deslocamento no sentido dos eixos.
Capítulo 4. Desenvolvimento 34
4.2 HARDWARE
4.2.1 RAMPS
A Figura 27 demonstra o diagrama do circuito proposto, apresentando como foram
realizadas as ligações dos atuadores, sensores e fonte de alimentação na shield além disso,
é possível notar onde serão acoplados os drivers A4988.
4.2.3 CABEAMENTO
A ligação dos da placa aos motores será feita através através de cabos flat os quais
foram adicionados as extremidades terminais do tipo DS10660 e seu respectivo conec-
tor conforme demonstrado na Figura 30. As conecções dos motores ao arduino foram
feitas por meio dos terminais JS2001 e seus respectivos conectores de 4 vias conforme
demonstrado na Figura 31.
Os Sensores de temperatura e de fim de curso também foram ligados ao Arduíno
usando fios de cabo flat, e terminais JS2001.
TEMP_HYSTERESIS. Neste projeto não foi utilizado mesa aquecida, portanto todos os
parâmetros relacionados a mesa foram adotados com o valor zero.
O ajuste PID representa os parâmetros de um algorítimo de controle proporcional-
integral-derivativo usado em repetições para extremidades quentes.
O PID precisa ter um valor de P, I e D definidos para que seja realizada o controle
da temperatura do bico. Estes parâmetros definem, por exemplo, a velocidade com que a
temperatura aumenta a medida que se aproxima da temperatura alvo. Os valores podem
ser obtidos através do Auto tunning, para isto foi realizado o seguintes procedimentos,
inicialmente executamos o seguinte código G através do Repetier Host que será mencio-
nado na Seção 4.4 com o bico ainda frio: M303 E0 S200 C8. Este código aquece o bico
(E0) a temperatura desejada oito vezes(C8) a uma temperatura de 200 °C (S200), isso
retornará os valores P, I e D. Esses valores obtidos indicam as contagens do controle de
potencia da resistência. A constante proporcional Kp = 22,2 representa a alteração na
saída por cada grau de erro, Ki= 1,08 representa a alteração por cada unidade de erro
integrado no tempo e Kd= 114 representa a mudança na produção esperada devido a a
taxa atual de variação da temperatura.
Também é possível definir temperaturas máximas e mínimas nas linhas 557 e 550 para
que a máquina possa realizar extrusão, isso previne que ocorram danos na máquina caso
ela sobreaqueça ou até mesmo tente realizar extrusão com o material ainda frio.
4.5.1 PREPARAÇÃO
O primeiro passo necessário preparar o software fatiador é configurar as dimensões da
impressora e apresentar informações como a altura do bico em relação a mesa e o raio
máximo de impressão pois isso é levado em consideração para a geração do gcode.
A aba de preparação é onde são realizados os ajustes da máquina acessando o Menu
Preferências > Configurações do Cura > Impressoras > Ajuste de Máquina, são estabe-
lecidas todas as configurações mecânicas da máquina, ajustes da cabeça de impressão e
offset do bico. Cada impressora possui ajustes específicos, a Figura 36 apresenta a janela
do programa com os valores adotados no projeto.
Após inserir os ajustes, é possível inserir o arquivo com o desenho em formato ".stl",
o programa então importa o arquivo e apresenta seu posicionamento sobre a superfície
correspondente a mesa de impressão, além disso o programa apresenta ferramentas que
possibilitam um posicionamento da peça, rotação ou até mesmo modificar suas dimensões
conforme demonstrado na Figura 37.
É possível configurar vários parâmetros que influenciam diretamente na qualidade das
peças. As Seções a seguir descrevem o que se deve levar em consideração na hora de
decidir quais parâmetros são determinantes na elaboração do projeto.
O software gera por padrão 0.8mm de contorno nas paredes, ou seja, utilizando um bico
de diâmetro 0,4mm, serão utilizadas duas camadas na parede de impressão. Nesta aba
é possível realizar alterações nas espessuras das camadas nas superfícies, base e paredes
de impressão, bem como o número de camadas nos mesmos. Está aba também apresenta
a opção de passar a ferro, se habilitado o software gera no gcode o movimento do bico
aquecido sem extrusão sobre a superfície da peça a fim de contribuir com seu acabamento
deixando a peça mais lisa. A Figura 39 apresenta os parâmetros adotados neste projeto.
Capítulo 4. Desenvolvimento 47
Este parâmetro realiza a manutenção do percurso traçado pelo bico a fim de manter
o trajeto do bico dentro de áreas já impressas. Isso evita que o material seja depositado
em regiões indesejadas e também proporciona a redução do número de vezes em que se é
necessário utilizar a retração permitindo maior qualidade de impressão a um tempo um
pouco mais elevado.
Para que não ocorra o fenômeno de Bridging conhecido também como fenômeno de
Ponte, é necessário a utilização suportes em determinadas partes da peça. Esta aba possui
a função de gerar automaticamente estes suportes considerando como fator de relevância
Capítulo 4. Desenvolvimento 51
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte – 3Dfila
Para se obter um bom resultado de impressão 3D, é necessário que seja tomado alguns
cuidados durante sua realização, existem diversas situações em que a qualidade do objeto
impresso pode ser comprometida por problemas mecânicos ou erros na configuração do
software durante a geração do gcode.
Capítulo 5. Resultados e Discussões 54
bico, isso ocorre principalmente quando a impressora foi usada anteriormente e algum
resto de material ficou alojado no mesmo impedindo a extrusão, para corrigir este tipo de
problema pode-se utilizar filamentos específicos para fazer limpeza de bicos ou aquecer o
bico para provocar a saída do material.
Podem ocorrer também, situações em que o bico deposita material a mais que o
necessário (Over-Extrusion), ou até mesmo momentos em que o material extrudado é
pouco (Under-Extrusion), isso pode ser ajustado controlando os níveis de fluxo de extrusão
na aba de parâmetros de materiais conforme descrito na Seção 4.5.1.4.
Figura 47 – Pillowing
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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JONG, J. P. D.; BRUIJN, E. de. Innovation lessons from 3-d printing. MIT Sloan
Management Review, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, MA, v. 54,
n. 2, p. 43, 2013.
RUSSELL, J. Reprap arduino mega pololu shield arduino mega based modular reprap
electronics. RepRap, 2019.
SILVA, A. F. B. M. da. Impressora fdm tipo delta: estudo de impressão de cor e compa-
ração de propriedades. 2018.