Atividade Português
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[...] Lúcia estava tão agitada que todos a acompanharam à sala. Ela correu à
frente, abriu a porta do guarda-roupa e gritou:
— Vamos, entrem, vejam com os seus próprios olhos!
— Mas que pateta! — disse Susana, metendo a cabeça lá dentro e afastando os
casacos. — É um guarda-roupa comum. Olhem: lá está o fundo.
Olharam todos, depois de afastarem os casacos, e viram — Lúcia também —
um guarda-roupa muito comum. [...] Pedro entrou e bateu com os dedos, certificando-
se da solidez da peça.
— Boa brincadeira, Lúcia — disse ao sair. — Você nos pregou uma boa peça. Quase
acreditamos.
[...]
Lúcia ficou vermelha até a raiz dos cabelos. [...] E assim foram correndo as coisas até
que chegou um novo dia de chuva.
Naquela tarde, como o tempo continuasse ruim, resolveram brincar de esconder. Susana
era o pegador e, mal se dispersaram para se esconder, Lúcia dirigiu-se à sala do guarda-roupa.
Não queria esconder-se lá dentro [...]. Mas queria pelo menos dar uma espiada, porque,
naquela altura, ela própria já começava a se perguntar se Nárnia e o fauno não passavam de um
sonho. A casa era tão grande e complicada, tão cheia de esconderijos, que ela pensou que teria
tempo de dar uma espiada e se esconder em outro lugar. Mas, mal tinha se aproximado, ouviu
passos no corredor, e não teve outro remédio: pulou para dentro do guarda-roupa e
segurou a porta, pois sabia muito bem que era uma idiotice alguém fechar-se num guarda-roupa,
mesmo num guarda-roupa mágico. Eram os passos de Edmundo, que entrou na sala ainda a
tempo de ver Lúcia sumir dentro do móvel. Sem hesitar*, resolveu entrar também — não porque o
considerasse um bom esconderijo, mas porque tinha vontade de continuar a chateá-la com o seu
mundo imaginário. Abriu a porta. [...] Chegou a gritar: “Lúcia! Lu! Onde você está? Sei que está aí,
sua boba!”.
Mas ficou sem resposta. Notou até que a própria voz tinha um som curioso — não o som
que é de esperar dentro de um armário, mas um som ao ar livre. Observou também que de
repente estava sentindo frio; depois viu uma luz.
— Graças a Deus! A porta se abriu sozinha.
Esquecendo-se completamente de Lúcia, começou a andar em direção à luz, julgando
ser a porta do guarda-roupa. Mas, em vez de dar na sala vazia, ficou espantado ao passar
da sombra de umas árvores grossas para uma clareira no meio de um bosque. Sentia sob os
pés a neve dura, e havia neve também nos ramos. O céu era azul-pálido, céu de uma bela
manhã de inverno. Na frente dele, entre os troncos, o sol nascia, vermelho e brilhante.
Pairava uma calma enorme, como se ele fosse o único ser vivo naquela terra desconhecida.
Nem sequer um passarinho ou um esquilo por entre as árvores. [...] Edmundo tiritava de
frio. Lembrou-se então de que andava à procura de Lúcia. Lembrou-se também de que a
tratara mal por causa desse país imaginário, que de imaginário nada tinha.
C. S. Lewis. As crônicas de Nárnia. São Paulo: Martins Fontes, 2009. p. 14-16.
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Ø Não é necessário copiar as atividades, apenas numerar os exercícios para organizá-los no caderno ou folha avulsa. Somente
copie, se o exercício solicitar.
Ø Lembre-se de colocar no início de cada atividade o cabeçalho e a data, a matéria e o número da ficha atividade, em seguida,
inicie os exercícios.
Língua Portuguesa 11
1. Qual é a reação de Susana, Pedro e Edmundo diante do guarda-roupa?
2. Depois de ver a reação dos irmãos, Lúcia “ficou vermelha até a raiz dos cabelos”. O que
você entende dessa afirmação?
Dica de
filme!
Vocabulário