Padrões de Qualidade.
Padrões de Qualidade.
Padrões de Qualidade.
Conselho de Enfermagem
Dezembro de 2001
ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................3
1.1. DO CONTEXTO..........................................................................................................3
1.2. DA OE E DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE.....................................................................3
2. ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL....................................................................5
2.1. A SAÚDE ..................................................................................................................5
2.2. A PESSOA .................................................................................................................5
2.3. O AMBIENTE.............................................................................................................5
2.4. OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM ...............................................................................6
1. introdução
Com a criação da Ordem dos Enfermeiros (OE), a enfermagem viu atingido um dos seus
desafios importantes. Entre as várias competências estatuídas, definir padrões de qualidade
dos cuidados de enfermagem configura um enorme desafio – quer pelo reflexo na melho-
ria dos cuidados de enfermagem a fornecer aos cidadãos, quer pela, inerente e vantajosa,
necessidade de reflectir sobre o exercício profissional dos enfermeiros.
1.1. do contexto
A necessidade de implementar sistemas de qualidade, está hoje assumida formalmente,
quer por instâncias internacionais como a Organização Mundial da Saúde e o Conselho
Internacional de Enfermeiros, quer por organizações nacionais como o Conselho Nacio-
nal da Qualidade e o Instituto da Qualidade em Saúde.
Criar sistemas de qualidade em saúde revela-se uma acção prioritária. Assim, as associa-
ções profissionais da área da saúde jogam um papel fundamental na definição dos padrões
de qualidade em cada domínio específico característico dos mandatos sociais de cada uma
das profissões envolvidas. É este o contexto no qual o Conselho de Enfermagem (CE) da
OE enquadra os esforços tendentes à definição estratégica de um caminho que vise a me-
lhoria contínua da qualidade do exercício profissional dos enfermeiros.
Por sua vez, às instituições de saúde compete adequar os recursos e criar as estruturas
que obviem ao exercício profissional de qualidade. Neste contexto, as instituições de saúde
desenvolvem esforços para proporcionar condições e criar um ambiente favorecedor do
desenvolvimento profissional dos enfermeiros.
O maior desafio passa por reformar métodos e técnicas que demonstraram não beneficiar
os cidadãos. Assim, a qualidade exige reflexão sobre a prática – para definir objectivos
do serviço a prestar, delinear estratégias para os atingir – e isso evidencia a necessida-
de de tempo apropriado para reflectir nos cuidados prestados.
Estamos certos, que não basta aprovar projectos de qualidade, as instituições de saúde de-
vem comprometer-se a criar um ambiente favorável à sua implementação e consolidação,
de forma a que os projectos de qualidade se tornem parte da rotina em vez de entrarem em
conflito com ela.
2. Enquadramento conceptual
Adoptando o enquadramento conceptual aqui ensaiado visa constituir-se numa base de tra-
balho da qual emergem os enunciados descritivos de qualidade do exercício profissional
dos enfermeiros.
2.1. A saúde
A Saúde é o estado, e simultaneamente, a representação mental sobre a condição individual
o controlo do sofrimento, o bem-estar físico e o conforto, emocional e espiritual. Na medi-
da em que se trata de uma representação mental, trata-se de um estado subjectivo; portanto,
não podendo ser tido como conceito oposto ao conceito de doença.
2.2. A pessoa
A Pessoa é um ser social e agente intencional de comportamentos baseados nos valores,
nas crenças e nos desejos da natureza individual, o que torna cada pessoa num ser único,
com dignidade própria e direito a auto determinar-se. Os comportamentos da pessoa são in-
fluenciados pelo ambiente no qual ela vive e se desenvolve. Toda a pessoa interage com o
ambiente: modifica-o e sofre a influência dele durante todo o processo de procura inces-
sante do equilíbrio e harmonia. Na medida em que cada pessoa, na procura de melhores ní-
veis de saúde, desenvolve processos intencionais baseados nos seus valores, crenças e de-
sejos da sua natureza individual, permite-nos um entendimento no qual – cada pessoa vi-
vencia um projecto de saúde. A Pessoa pode sentir-se saudável quando transforma e inte-
gra as alterações da sua vida quotidiana, no seu projecto de vida, podendo não ser feita a
mesma apreciação desse estado pelo próprio e pelos outros.
2.3. O ambiente
O Ambiente no qual as pessoas vivem e se desenvolvem, é constituído por elementos: hu-
manos, físicos, políticos, económicos, culturais e organizacionais, que condicionam e in-
fluenciam os estilos de vida e que se repercutem no conceito de saúde. Na prática dos cui-
dados os enfermeiros necessitam focalizar a sua intervenção na complexa interdependência
Pessoa/Ambiente.
Os cuidados de enfermagem tomam por foco de atenção a promoção dos projectos de saú-
de que cada pessoa vive e persegue. Neste contexto, procura-se ao longo de todo o ciclo
vital, prevenir a doença e promover os processos de readaptação, procura-se a satisfa-
ção das necessidades humanas fundamentais e a máxima independência na realização
das actividades da vida, procura-se a adaptação funcional aos défices e a adaptação a
múltiplos factores – frequentemente através de processos de aprendizagem do cliente.
1
No texto utilizaremos o termo cliente, como forma de referir a pessoa que é alvo dos cuidados de enferma-
gem. Em todo o caso, designações como: utente, doente ou consumidor de cuidados, dependendo do contexto
da utilização, não colidem com os princípios que pretende aqui, clarificar-se.
A opção pelo termo cliente, relaciona-se com a conotação que este termo tem com a noção de papel activo no
quadro da relação de cuidados. Cliente, como participante activo. Cliente como aquele que troca algo com
outro, e, não necessariamente, aquele que, numa visão meramente economista: paga. Cliente-pessoa-
individual, ou cliente-família, ou cliente-comunidade.
Do ponto de vista das atitudes que caracterizam o exercício profissional dos enfermeiros,
os princípios Humanistas de respeito pelos valores, costumes, religiões e todos os demais
previstos no código deontológico enformam a boa prática de enfermagem. Neste contexto,
os enfermeiros têm presente que bons cuidados significam coisas diferentes para dife-
rentes pessoas e, assim, o exercício profissional dos enfermeiros requer sensibilidade para
lidar com essas diferenças perseguindo-se os mais elevados níveis de satisfação dos clien-
tes.
3. enunciados descritivos
Nesta fase, foram definidas seis categorias de enunciados descritivos; relativas: à satisfação
dos clientes, à promoção da saúde, à prevenção de complicações, ao bem estar e ao auto
cuidado dos clientes, à readaptação funcional e à organização dos serviços de enfermagem.
2
BEDNAR, D – Developing clinical guidelines: an interview with Ada Jacox, ANNA Journal 20(2), 121-126
3
GRIMSHAW, J; RUSSEL, I – Achieving health gain through clinical guidelines. Developing scientifically
valid guidelines, Quality in health care 2, 243-248
• A responsabilização do enfermeiro pelas decisões que toma, pelos actos que pratica e
que delega.
São elementos importantes face ao bem estar e ao auto cuidado, entre outros:
• A responsabilização do enfermeiro pelas decisões que toma, pelos actos que pratica e
pelos que delega.
São elementos importantes face à organização dos cuidados de enfermagem, entre outros: