Mandado de Segurança Repressivo

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA

COMARCA DE … ESTADO DE…

BOM CAFÉ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº, com endereço eletrônico
e com endereço na rua, nº, bairro, cidade, Estado, CEP, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com escritório
na rua, nº, bairro, cidade, Estado, CEP, onde recebe intimações, impetrar, com fulcro no artigo
5º XXXV CF e Lei 12.016/09 o presente

MANDADO DE SEGURANÇA REPRESSIVO C/C LIMINAR

em face do ato praticado pelo fiscal da Fazenda estadual que integra o quadro de servidores do
Estado, pessoa jurídica de direito público, com endereço eletrônico e com endereço na rua, nº,
pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos

I- SÍNTESE DOS FATOS

A impetrante é exportadora de grãos de café e por esta razão teve um auto de infração
que foi notificada a respeito em março de 2020, mas por não concordar com este auto de
infração da cobrança do ICMS não lhe restou outra alternativa senão buscar a tutela
jurisdicional.

Il- DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE

Nos termos do artigo 1º da Lei 12.016/09 é cabível mandado de segurança sempre que
houver lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo do contribuinte por parte da
autoridade coautora. No presente caso, houve violação a direito líquido e certo pois houve a
lavratura de auto de infração para cobrar tributo que não existe nessa situação.
Por esta razão, é cabível o presente mandado de segurança repressivo, pois houve a
violação ao direito líquido e certo do contribuinte uma vez que exporta grãos e não deve
recolher o ICMS na exportação.
Ressalta-se ainda que é tempestivo nos termos do artigo 23 da Lei 12.016/09 pois o
prazo para impetrar mandado de segurança é de 120 dias a contar da ciência do ato coautor,
como o contribuinte teve ciência do ato coator em março de 2020, o presente mandado de
segurança é tempestivo

Ill- DO DIREITO

Nos termos do artigo 155 §2º X a CF não incide ICMS sobre mercadorias e serviços
destinados ao exterior.
No presente caso, o contribuinte é exportador de grãos de café e por esta razão não
deve incidir a tributação.
Assim, tendo em vista a imunidade prevista no artigo 155 §2º X a CF não deve incidir o
ICMS nessa operação realizada pelo contribuinte.

IV- DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

De acordo com o artigo 7º lll da Lei 12.016/09 é possível ao juiz conceder liminar desde
que estejam presentes o periculum in mora e fumus boni iuris.
No presente caso, a fumaça do bom direito está presente conforme todo dito acima,
uma vez que não deve incidir ICMS na exportação, e quanto ao periculum in mora está presente
haja vista as consequências fiscais que o contribuinte pode vir a sofrer.
Assim sendo, presentes os requisitos do artigo 7º lll da Lei 12.016/09 para concessão de
liminar, o contribuinte faz jus uma vez presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, a fim
de suspender a exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151 lV CTN.

V- DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto, requer-se

a) concessão da liminar, uma vez presentes os requisitos do art. 7º lll da Lei 12.016/09, quais
sejam, fumus boni iuris e periculum in mora, a fim de ser suspensa a exigibilidade do crédito
tributário nos termos do artigo 151 lV CTN;
b) seja notificada a autoridade coautora nos termos do artigo 7º l da Lei 12.016/09 para prestar
informações;
c) seja cientificada a pessoa jurídica de representação para querendo apresentar-se nos autos
nos termos do artigo 7º ll da Lei 12.016/09;
d) seja intimado o órgão do Ministério Público nos termos do artigo 12 da Lei 12.016/09;
e) seja julgada procedente a ação a fim de conceder a segurança a fim de desfazer o auto de
infração uma vez que eivado de inconstitucionalidade, presente a imunidade no caso em
concreto;
f) a condenação da outra parte ao pagamento de custas processuais.

Vl- VALOR DA CAUSA

Dar-se a causa o valor de R$…

Nestes termos, pede-se deferimento

Local, data

Advogado
OAB nº

Questão 1- É possível à Fazenda Pública, mediante o pagamento, abater a dívida tributária mais
antiga, ainda que não seja essa a intenção do contribuinte. O artigo 163 lll CTN permite a
imputação em pagamento, na hipótese de confronto de débitos mais antigos com outros mais
recentes. A imputação em pagamento é na ordem crescente dos prazos de prescrição, ou seja,
permite a quitação das dívidas mais antigas em primeiro lugar.

b) Se a dívida englobar 3 tributos (imposto, taxa e contribuição de melhoria), a ordem de


quitação obedece ao disposto no artigo 163 ll CTN, ou seja, primeiro seria apropriado o valor da
contribuição de melhoria, após, o valor das taxas e, finalmente, o valor dos impostos.

Questão 2- Apenas quem cumprir as exigências legais para o desfrute do benefício fiscal da
isenção que consta da Lei nº 999/19.

b) Os não beneficiados pela isenção a exigência do imposto será realizada com base no art. 125
ll CTN, segundo o qual a isenção pessoal exonera os beneficiários, porém o saldo deverá ser
exigido dos contribuintes não contemplados. A cobrança em solidariedade tributária ocorrerá
sem benefício de ordem (art. 124 §único CTN)

Questão 3- É constitucional a isenção de ICMS veiculada em tratado internacional. O artigo 151


lll CF proíbe as isenções heterônomas, ou seja, aquelas concedidas pela União quanto aos
tributos da competência dos Estados e Municípios. Ocorre que a isenção veiculada no Tratado
não é uma isenção heterônoma. A União, ao celebrar o tratado, não se mostra como pessoa
política de direito público interno, mas como pessoa política internacional, ou sujeito de direito
na ordem internacional, passando ao largo da restrição constitucional. Daí se assegura que a
concessão da isenção na via do tratado não viola o dispositivo constitucional. O STF entende que
o Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de
Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo artigo 151,
lll CF

Questão 4- Terá direito à certidão de regularidade fiscal (certidão positiva com efeitos de
negativa), com base no art. 206 CTN, o qual garante a expedição do documento quando o crédito
tributário estiver suspenso. Débitos tributários federais, em fase de recurso administrativo ainda
não julgado, fica com a exigibilidade suspensa (art. 151 lll CTN).

b) O ISS será devido para o município onde será realizada a prestação de serviço de vistoria de
obras. O art. 3º lll da LC 116/2003 c/c subitem 7.19 estatui que o ISS será recolhido na hipótese
ao município do local da prestação e não ao município do estabelecimento prestador.

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