Arte de Tecer Ebook-1
Arte de Tecer Ebook-1
Arte de Tecer Ebook-1
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-65-5637-192-4.
CONSELHO EDITORIAL:
Angela B. Kleiman
(Unicamp – Campinas)
Edleise Mendes
(UFBA – Salvador)
Rogério Tilio
(UFRJ - Rio de Janeiro)
Suzete Silva
(UEL - Londrina)
PONTES EDITORES
Rua Dr. Miguel Penteado, 1038 – Jd. Chapadão
Campinas - SP - 13070-118
Fone 19 3252.6011
[email protected]
www.ponteseditores.com.br
Sumário
Prefácio 9
Apresentação – A ARTE DE TECER O TEMPO:
perspectivas feministas 13
PARTE I
Homenagem à Neuma Aguiar
“Ela e Elas” - construindo a história dos estudos de uso do
tempo no Brasil: entrevista com Neuma Aguiar 25
Lorena Lima de Moraes
Hildete Pereira de Melo
Precursores dos Estudos de Usos do Tempo no Brasil 49
Neuma Figueiredo de Aguiar (UFMG)
PARTE II
Artigos
A importância das informações de uso do tempo para os
estudos de gênero no Brasil: algumas considerações
sobre as pesquisas domiciliares oficiais 75
Cristiane Soares (IBGE)
Uso do tempo e valoração do trabalho não
remunerado no Brasil 109
Hildete Pereira de Melo (UFF)
Lucilene Morandi (UFF)
Ruth Helena Dweck (UFF)
Trabalho doméstico não remunerado e as transferências
intergeracionais de tempo no Brasil 141
Jordana Cristina de Jesus (UFRN)
Simone Wajnman (UFMG)
Cassio M. Turra (UFMG)
Metodologias, Trabalho e Uso do tempo: compreendendo
a rotina de mulheres rurais 171
Lorena Lima de Moraes (UFRPE – UAST)
Nicole L. M. T. de Pontes (UFRPE – UAST)
Shana Sampaio Sieber (UFRPE-UAST-DADÁ)
Juliana Funari (UFRPE-UAST-DADÁ)
Nathália Marques da Silva Nascimento (UFRPE – UAST)
Patrícia de Lira Marques (UFRPE-UAST-DADÁ)
Rotinas de Mulheres Ribeirinhas da Região Amazônica:
Atividades e Papéis na Família, no Trabalho e na Comunidade 207
Neuzeli Maria de Almeida Pinto (UEMA)
Fernando Augusto Ramos Pontes (UFPA)
Simone Souza da Costa Silva (UFPA)
Classificação do uso do tempo em atividades e trabalhos
diários das mulheres rurais (CATMUR) 235
Lorena Lima de Moraes (UFRPE- UAST)
Shana Sampaio Sieber (UFRPE – UAST - DADÁ)
Juliana Funari (UFRPE – UAST - DADÁ)
Nicole Pontes (UFRPE - UAST)
Jessica Caitano
Poetisa e cantora do Alto Sertão do Pajeú
Prefácio
9
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
10
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
11
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
12
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Apresentação
A ARTE DE TECER O TEMPO
perspectivas feministas
13
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
14
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
2 É válido lembrar o papel das pesquisas de Amaury de Souza também nos anos 1970 sobre
esta temática.
15
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
16
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
17
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
18
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
19
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
20
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Boa leitura!
As organizadoras
21
PARTE I
Trajetória
25
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Entrevista
26
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
27
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
28
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
1 Neuma Aguiar, junto com Heleieth Saffioti estão entre as pioneiras das Ciências Sociais
no Brasil. Heleieth defendeu sua tese na USP em 1967, sob a orientação de Florestan
Fernandes – A mulher na sociedade de classes: mito e realidade, e Neuma Aguiar defendeu
a sua em 1969 – intitulada The Mobilization and Bureaucratization of the Working Class in
Brazil (1930-1964), sob a orientação de Irving Louis Horowitz.
29
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
30
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
31
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
32
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
33
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
34
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
35
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
36
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
37
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
da mulher. Não imaginei que iria ter essa repercussão toda, mas ti-
veram controvérsias na época, ciúmes dentro do próprio feminismo,
algumas do próprio Centro da Mulher Brasileira. Eu não fui do Centro
porque estava no exterior, quando foi fundado. Cheguei aqui e o CMB
já existia. Minha aproximação se deu com a Rose Marie Muraro que
militava no Centro da Mulher Brasileira. Ela foi minha amiga por toda
a vida. Eu apoiava as ideias dela e ela me apoiava também. Foi assim
a vida inteira. Tive dificuldades para realizar as pesquisas, por vezes
me deparei com a ciumeira e os desafios de alguns colegas. Num pri-
meiro momento fiquei na casa da Rua Paulino Fernandes (Botafogo)
em lugar de me mudar para a sede da Rua da Matriz. Tomei conta
daquele espaço, arrumei um xerox, um telex com o qual conseguia
me comunicar com a América Latina, e também com as mulheres em
outros lugares: até na África e na Ásia. Consegui recursos pra manter a
pesquisa no terceiro andar daquele prédio. De repente, ocupamos não
só o terraço, mas outros locais do imóvel: só não ocupei o primeiro
andar, onde ficava a recepção. Consegui bolsas para trazer pesquisa-
dores de fora, foi um trabalho muito intenso e produtivo. Era bom ficar
em um local mais resguardado: poderia, assim, evitar invejas e ciúmes,
pelo montante de financiamentos que conseguia, para os projetos que
tiveram início com o Seminário “A Mulher na Força de Trabalho na
América Latina”.
38
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
campo. Foi um treino pesado, porque o grupo tinha que ficar nas casas
mesmo sem saber falar direito a língua portuguesa, observando e ano-
tando o que faziam na vida cotidiana. Alguns desenvolveram bastante a
capacidade de comunicação. As pesquisadoras ficavam algumas horas,
selecionadas aleatoriamente, observando casas também selecionadas
por um sorteio, anotando o que era realizado nessas casas.
2 A pesquisa na qual Neuma Aguiar se refere foi realizada na zona rural do município de
Campos, no estado do Rio de Janeiro.
39
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
40
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
41
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
42
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
43
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
N - E na hora de dormir?
L - Dormimos nas casas delas. Elas nos recebem já sabendo que já vamos
dormir no local. Teve uma casa que eu nunca me esqueço: uma aluna fez
a pesquisa numa casa com 14 pessoas, era uma casa com dois cômodos.
Ela dormiu com um monte de criança ao redor, porque as crianças ficam
no pé da entrevistadora, para elas é uma novidade e nós conversamos,
rola um momento de preparação antes, porque sabemos que vamos ficar
esse tempo todo e há uma interferência obviamente no ambiente fami-
liar. Chamamos muita atenção para que a rotina delas não mude. Não
façam nada especial, como, por exemplo, um bolo, como normalmente
se faz quando chega uma visita. Como se passa 24 horas na residência,
leva-se uma quantidade de comida, para que a família não gaste nada
com as pesquisadoras. Como algumas de nossas alunas são filhas ou ne-
tas de agricultores, elas ajudavam em pensar a metodologia e nisso elas
despreocuparam a gente, “não porque na minha avó sempre tem comida
a mais” indo lá fazer pesquisa ou não, sempre vai ter comida a mais, e isso
vimos no campo, elas sabem que estão nos recebendo, mas a vizinhança
que chega para comer, tomar café de surpresa, almoçar de surpresa, é
muito recorrente, é o tempo inteiro, então sempre tem comida a mais,
independente de ter visitante ou não lá, vai ter comida sobrando e vai ter
alguém visitando sem avisar. E outra coisa que avisamos também que,
mesmo levando aquela comida, não necessariamente é para fazer naque-
le dia, é pra ficar para elas à disposição: temos essa preocupação.
H - Todas estas preocupações são porque as distâncias são razoáveis e
não dava para ir e voltar, no mesmo dia.
L - Também percebemos que, visita desavisada, é só o que tem; alguém
que está passando e toma um cafezinho, chega um primo come e vai
44
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
embora, alguém que chega e tira a rotina da mulher, que estava fazendo
alguma coisa, e de repente chega uma visita para conversar e fica as-
sim meia hora, uma hora conversando, sendo alguém que ela não estava
nem esperando receber. Reconhecendo esta sociabilidade rural falamos
o seguinte: vamos acompanhar você, para onde você for... já fomos para
posto de saúde acompanhando as mulheres porque elas tinham exame
marcado, acompanhou-se outra indo para a aula, porque ela estudava a
noite, acompanhou-se outra indo trabalhar numa casa como cozinheira,
porque era possível levar também a entrevistadora. Elas podem negociar
ali com a nossa presença. Tem sido muito bacana, porque elas recebem
muitas pessoas. Teve uma comunidade quilombola com um grupo de
mulheres e 19 delas quiseram participar da pesquisa, e ficavam cobrando,
“cadê vocês?” Porque a gente tem essa coisa do nosso tempo e da nossa
disponibilidade, porque nós temos que distribuir a pesquisa ao longo da
semana, porque não dá pra ir só no final de semana, porque tem-se que
cobrir todos os dias da semana. Esta pesquisa tem algumas particularida-
des, porque já fomos para municípios que possuem um grande problema
com água que é escassa; como em Triunfo, por exemplo, que é onde eu
moro, tem muita água ao longo do ano, então percebe-se essa mudança
da rotina, que depende da estação do ano, mas também do município,
porque a questão da água é crucial no sertão, sobretudo na nossa re-
gião. Outro ponto refere-se à formação das alunas, por mais que elas
não sejam da área de Sociologia (tem alunas da área de Letras da área de
Humanas, e da Economia), penso que é uma experiência de formação de
pesquisadoras, de forma ampla. Tenho também estudantes de iniciação
científica, o que amplia as possibilidades de nossas pesquisas.
H - Cada um se vira como pode!
N - É.
L - Temos alunas da Zootecnia, da Agronomia, estas têm outro olhar, ten-
tam relacionar o tema com a área delas, sempre a gente aplica um ques-
tionário e também coloca a questão da observação.
45
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
46
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
47
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
uma síntese geral da pesquisa. Sei que este piloto serviu de teste para a
mudança na PNAD anual para a PNAD contínua.
N - A pesquisa teve alguns testes de campo, umas cinco ou seis regiões
foram delineadas, algumas das pesquisas planejadas foram realizadas
e outras não. Mas, houve um problema político e pararam as pesquisas
todas do IBGE, não foi só essa. Parou tudo, não foi só com as pesquisas
de uso do tempo. Parou tudo e as pesquisas de uso do tempo foram
embora nesse processo.
L - Neuma, agradecemos muito a sua disponibilidade em nos receber
para contar um pouco da sua história, que também é a história das
Ciências Sociais brasileira e uma importante perspectiva para o desen-
volvimento do pensamento científico feminista na pesquisa nacional.
48
Precursores dos Estudos de Usos do
Tempo no Brasil
Introdução
49
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
50
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
51
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
52
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
53
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
54
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
55
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
56
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
57
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
58
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
59
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
60
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
61
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Estudos Organizacionais
62
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
63
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
64
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
65
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
66
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
67
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
68
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
69
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
70
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Referências
ACHARYA, Meena. Time Use and the Living Standars Mesurement Study.
The World Bank: Development Research Department. Working Paper
#18, 1982.
AGUIAR, Neuma. Tempo de Transformação no Nordeste. Petrópolis,
Vozes, 1980.
AGUIAR, Neuma (Org.) Mulheres na Força de Trabalho na América
Latina. Petrópolis: Editora Vozes, 1984.
AGUIAR, Neuma. Rio de Janeiro Plural: Um Guia para Políticas sociais
por Gênero e Raça. Rio de Janeiro: IUPERJ e Rosa dos Tempos, 1994, p.
55-60.
AGUIAR, Neuma. “Time Use Analysis in Brazil: How Far Will have Time
Use studies Advanced in Brazil by the Year 2000”. In: “Conferência da
International Association for Time Use Research” 1999, Colchester,
Inglaterra, intitulada “The State of Time Use Research at the End of the
Century”, 1999.
AGUIAR, Neuma. Múltiplas Temporalidades de Referência; Trabalho
Doméstico e Trabalho Remunerado em uma Plantação Canavieira.
Revista Gênero. 1, 2001.
AGUIAR, Neuma, “Metodologias para o levantamento do uso do tempo
na vida cotidiana no Brasil” In: Revista Econômica, UFF, Niterói, Vol. 12,
nº 1, junho de 2010, p. 64-82.
BRITTO, Alda e MACHADO NETO, Zahidé. “Tempo de Mulheres, Tempo
de Trabalho: Um Estudo de Caso entre Mulheres Proletárias de Salvador.”
Espaço e Tempo de Mulher, Cadernos de Pesquisa n. 4, maio, 1983.
71
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
72
PARTE II
Artigos
A importância das informações de uso do
tempo para os estudos de gênero no Brasil:
algumas considerações sobre as pesquisas
domiciliares oficiais1
Cristiane Soares
(IBGE)
Introdução
75
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
76
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
77
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
78
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
79
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Figura 1
Tabela 1
População ocupada de 14 anos ou mais de idade por sexo e posição na ocupação - 2018
(x1000)
Posição na ocupação Total Homens Mulheres
Empregado no setor privado 43915 27145 16770
Trabalhador doméstico 6264 484 5780
Empregado no setor público 11248 4767 6481
Empregador 4351 3080 1271
Conta-própria 23042 14926 8116
Trabalhador familiar auxiliar 2096 750 1346
Fonte: IBGE/PNADC 2018. Elaboração própria.
80
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
81
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
82
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
83
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 2
Taxa de realização e jornada média com afazeres doméstico segundo o
sexo do informante - Brasil - 2015
Homens
Próprio morador 62,0 11,9
Outro morador 42,3 8,7
Não morador 46,6 11,3
Mulheres
Próprio morador 93,5 25,9
Outro morador 79,3 18,2
Não morador 79,8 21,1
Fonte: IBGE, PNAD 2015. Elaboração própria.
84
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
6 Ver Barbosa (2018) como exemplo de estudo sobre alocação do tempo e as limitações na
definição de lazer.
7 De uma lista de 18 países da América Latina que já produziram informações sobre o uso
do tempo, 61% deles tiveram como modalidade uma pesquisa independente (AGUIRRE E
FERRARI, 2014).
85
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
86
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 3
Pessoas de 14 anos ou mais de idade que realizam afazeres domésticos e
cuidados, total e percentual em relação a população total - Brasil - 2018
(x1000)
87
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
88
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 4
Tabela 5
89
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 6
90
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 7
91
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 8
92
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
93
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 9
Taxa de realização de afazeres domésticos das pessoas de 14 anos ou mais de
idade segundo a condição de ocupação - Brasil - 2018
Tabela 10
Jornada média semanal com afazeres domésticos e cuidados das pessoas de 14
anos ou mais de idade segundo a condição de ocupação - Brasil - 2018
94
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
11 Na PNAD Contínua 2018 a taxa de frequência bruta das crianças de 0 a 3 anos é de 34,2%.
95
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
para as pessoas não ocupadas acerca do motivo pelo qual a pessoa não
procurou trabalho ou não gostaria de ter trabalhado ou não estava dis-
ponível para iniciar um trabalho e 35,5% das mulheres declaram que o
principal motivo era o cuidado com afazeres, filhos ou outros parentes.
Tabela 11
96
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
97
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
enquanto informação, esta última como conhecimento que, por sua vez,
implica em decisão política (CEPAL, 2017). Nesse sentido, este documento
aprovado na XIII Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina
e do Caribe reforça o quanto é necessário o fortalecimento da produção
estatística nos países, como uma importante estratégia para a promoção
da igualdade de gênero.
Na América Latina e Caribe, as pesquisas de uso do tempo têm mos-
trado que o tempo gasto das mulheres com afazeres domésticos e cui-
dados é significativamente superior ao tempo observado para os homens
nessas atividades. Embora os países apresentem metodologias distintas
no cálculo do tempo gasto com afazeres domésticos e cuidados, o que
faz com que as estimativas não sejam comparáveis, é possível mensurar
a desigualdade entre homens e mulheres em relação ao tempo dedicado
a essas atividades. Uma maior jornada em trabalho não remunerado im-
plica não somente um menor tempo para o trabalho remunerado e lazer,
mas uma redução do bem-estar e da autonomia econômica, pois limita a
participação das mulheres no trabalho remunerado.
Os dados apresentados na tabela 12 indicam o percentual do tempo
que é dedicado à realização de afazeres domésticos e cuidados de uma
jornada de 24 horas. Um resultado que pode ser extraído desse indica-
dor é a diferença do percentual do tempo dedicado das mulheres em
relação ao percentual do tempo dos homens. É possível verificar que o
Brasil apresenta a menor diferença entre os sexos no percentual do tem-
po dedicado aos afazeres domésticos e cuidados (6.5 pontos percentu-
ais). A maior diferença, por sua vez, é observada na Guatemala (17 pontos
percentuais). Por outro lado, buscando evitar os efeitos das diferenças
metodológicas das pesquisas, outra forma de analisar esse indicador é
através da desigualdade relativa entre homens e mulheres no percentual
do tempo gasto com afazeres domésticos e cuidados. Os resultados indi-
cam que a desigualdade varia de 1.7 em Cuba a 6.9 na Guatemala, ou seja,
nesse último país o tempo gasto pelas mulheres com afazeres e cuidados
é quase 7 vezes mais o tempo gasto pelos homens.
98
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 12
99
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
14 O primeiro custo está relacionado ao salário que se poderia obter no mercado dadas as
qualificações. O segundo custo considera o salário médio do profissional especializado.
Por fim, o terceiro custo corresponde ao salário médio do trabalhador doméstico no
mercado. A título de exemplo, no Peru, a estimação do valor do trabalho não remunerado
no PIB apresentou o maior percentual utilizando o método 2 do custo do profissional
especializado.
15 Vale ressaltar que nesses dois países a PNUT foi conduzida como pesquisa independente e
de abrangência nacional.
16 Ver Melo et al. (2016).
100
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Tabela 13
Países %
Colômbia 2012 2,4
Costa Rica 2011 15,7
Equador 2012 15,2
El Salvador 2010 21,3
Guatemala 2014 18,8
México 2014 24,2
Peru 2010 20,4
Uruguai 2013 22,9
Fonte: Cepal, 2019.
101
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Considerações finais
102
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
103
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
104
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Referências
105
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
106
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
107
Uso do tempo e valoração do trabalho não
remunerado no Brasil
Introdução
109
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
110
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
O Valor Econômico (2005), Folha de São Paulo, com o artigo “Falta mãe
nas estatísticas”, do jornalista Luís Nassif. Até mesmo a Câmara Federal
promoveu discussões em plenário (NASSIF, 2005).
A pesquisa sobre a importância do trabalho não remunerado para
o desvendamento das desigualdades e discriminações, principalmente
relacionadas às mulheres, na sociedade contemporânea, teve prosse-
guimento no âmbito da Faculdade de Economia (UFF) e, atualmente, é
desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia (NPGE),
já tendo gerado diversos livros, capítulos e artigos publicados e apre-
sentados em congressos nacionais e internacionais.
Todavia, o tema não era novo na literatura internacional das ciên-
cias sociais. Pesquisas de uso do tempo já vinham sendo debatidas nos
EUA e Europa. No Brasil, a referência eram os trabalhos da professora
Neuma Aguiar, desde o histórico seminário que coordenou, em 1978,
realizado no IUPERJ, no Rio de Janeiro. Este seminário reuniu pesquisa-
doras pioneiras sobre os diferentes olhares do trabalho feminino.1
Na atualidade, há um maior entendimento sobre a importância das
pesquisas de uso do tempo e a criação de um indicador social do traba-
lho não remunerado para o Brasil. Isso obedece às diretrizes das reco-
mendações definidas nas Metas do Milênio da ONU como uma medida
necessária para a redução da desigualdade entre os sexos (CEPAL, 2018;
IPEA, 2016). A mensuração do trabalho não remunerado deve ser feita
através da incorporação de uma Conta-Satélite ao Sistema de Contas
Nacionais (SCN). O objetivo desta conta é explicitar o valor do trabalho
não remunerado, mostrando sua relevância social para a geração de ri-
queza. Este trabalho é realizado por pessoas em favor dos membros de
sua família, sem receberem por isso qualquer remuneração. Por não ser
comercializado no mercado e, portanto, por não ter um preço explicita-
do, esse trabalho torna-se invisível à sociedade. O valor oficial da pro-
dução agregada (Produto Interno Bruto – PIB) está representado pelas
1 Ver mais detalhes no capítulo deste livro que traz a entrevista com a professora Neuma
Aguiar.
111
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
112
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
113
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
2 Após a publicação do primeiro manual, “Definition and measurement of the national income
and related totals”, coordenado por Richard Stone, em 1947, a divisão de estatísticas da ONU
passa a exigir padrões estatísticos internacionais para a compilação e atualização dos dados
econômicos, com a finalidade de torná-los comparáveis e serem fonte para a definição de
políticas públicas. Em 1953 foi publicado “A system of national accounts and supporting
tables”, ou SNA-53, o primeiro manual amplamente adotado para a elaboração do SCN,
com revisões em 1960, 1964 e 1968 (SNA-68). Em 1982 a ONU publicou o “Intersecretariat
Working Group on National Accounts” (ISWGNA), que modernizou as regras de elaboração
do SCN, incorporando todas as evoluções metodológicas, com versões atualizadas em
1993 (SNA-93) e em 2008 (SNA-2008). Ver Hallak Neto (2014).
3 Como bem destaca Waring (1988), a árvore viva, linda sobre a colina, que produzia alimento
e residência a vários animais e beleza para ela, por embelezar a vista desde sua casa, tinha
valor zero nas contas nacionais. Mas se ela subisse a colina e cortasse a árvore, o valor da
lenha ou toras apareceria nas contas nacionais.
114
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
criação de lixo, etc.). Na realidade este custo será coletivo e toda a socie-
dade pagará pela recuperação/limpeza do que foi destruído ou poluído.
Apesar de esse ser um item importante, este texto tratará apenas da au-
sência, nas contas nacionais, da produção relativa ao trabalho realizado
pelas famílias.
Por outro lado, no caso do trabalho não remunerado, a relação é
invertida. O custo é individual enquanto o benefício é público. Nesse
caso, o custo é quase todo de uma classe específica, diferenciada por
seu sexo, ou seja, as mulheres e meninas. Estatísticas mostram que em
todo o mundo as mulheres são as principais responsáveis pela manu-
tenção da casa, disponibilização a tempo e a hora de alimentação e
comida pronta, roupa lavada e passada, criação e educação das crianças
até a idade em que se tornam mais autônomas, pelo cuidado e disponi-
bilização de bem-estar para todos os membros da família, que têm um
trabalho remunerado ou não.
O trabalho das mulheres permite, de um lado, que as empresas se
beneficiem do fato de existir pessoas com disponibilidade de horas para
trabalhar, favorecidas pelo fato de existir alguém em casa para cuidar
das crianças e dos afazeres domésticos, sem custo para a empresa. De
outro lado, algumas pessoas da família podem se empregar e ganhar
salário porque têm garantia de ter roupa lavada, comida preparada,
casa arrumada e filhos/as cuidados/as, serviços que são realizados pe-
las pessoas que não estão trabalhando no mercado remunerado, em
geral mulheres, e que não têm nenhuma remuneração. E, por último,
a sociedade como um todo também ganha, porque a humanidade se
reproduz, as crianças nascem, são alimentadas, educadas e assistidas.
Também a sociedade tem esse benefício sem nenhum custo. Nessa es-
trutura produtiva, as únicas pessoas que têm custo – usam seu tem-
po diário para estas tarefas – e pouco benefício com a realização do
trabalho não remunerado são as mulheres. Em geral, para a realização
desse trabalho as mulheres deixam ou são impedidas, dependendo da
cultura e/ou religião local, de participar do mercado de trabalho remu-
nerado. Com isso tornam-se dependentes de quem trabalha: maridos/
115
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
4 Segundo IBGE (2018), em 2060, 25,5% da população brasileira (58,2 milhões) terá mais de
65 anos e 14,7% (33,6 milhões) será de jovens (0 a 14 anos). Essa projeção dá uma ideia do
número de pessoas que precisará de algum tipo de atenção e cuidado. O número de idosos
é crescente (era de 19,2 milhões em 2018) e o número de jovens é decrescente (eram 44,5
milhões em 2018), decorrente do aumento da expectativa média de vida e da redução da
taxa de fecundidade das mulheres. Uma questão importante é que o envelhecimento da
população e a não disponibilidade clara e efetiva dos governantes de conter a destruição
do meio ambiente, promovendo produções menos nocivas á natureza e bem-estar e mais
sustentável no tempo, elevará a carga sobre a população jovem no futuro.
5 Segundo dados do IBGE (2010), 37,3% das famílias eram chefiadas por mulheres em 2010.
Além disso, as mulheres comandavam 87% das famílias sem cônjuge e com filhos. Dados
da PNAD-C (IBGE) mostram que, em 1995, 22,9% das famílias eram chefiadas por mulheres
e, em 2015, esta proporção aumentou para 40,5%.
116
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Gráfico 1: Trabalho remunerado e não remunerado: tempo gasto por sexo, 2016
117
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
118
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
119
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
120
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
121
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
122
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
123
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
124
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
125
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
126
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
✔ Crianças
✔ Produção de outros ✷ Ócio e entretenimento
✔ Idosos
bens para uso próprio ✔ Mídia
✔ Outros
✔ Produção de serviços ✔ Jogos
✔ Uso de transportes
de moradia imputados ✔ Relações sociais
✷ Desenvolvimento
✔ Produção de bens em ✔ Esportes
pessoal
atividades de voluntariado ✔ Passeios
✔ Educação e formação
✔ Serviços domésticos ✔ Espetáculos
✔ Uso de transporte
remunerados ✔ Transporte relacionado
✷ Atividades de
voluntariado
✷ Produção destinada à
Empresas
PIB convencional
PIB Ampliado
127
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
11 Uma pergunta feita muitas vezes às crianças sobre “o que sua mãe faz”, é respondida com
“ela não trabalha”, quando na verdade a mãe é a responsável pelo cuidado e preparação
da alimentação, roupa, casa para toda a família, além de ser a responsável pelo cuidado e
educação das crianças. Ela apenas não tem um trabalho remunerado, mas é considerada
“não trabalhadora” (D’ALESSANDRO, 2016).
12 O conceito de trabalho não remunerado, como definido pela ONU, também inclui
o trabalho voluntário realizado para membros fora da família e em entidades sem fins
lucrativos, definidas pela Eurostat (2003), como organizações privadas sem fim lucrativo,
que não distribuem excedente aos controladores ou dirigentes, é autogerida e garante a
liberdade de adesão e contribuição.
128
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
129
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
130
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
131
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
13 Por convenção, a taxa de depreciação utilizada para bens de consumo duráveis é de 20% e
a taxa de retorno de 4% ao ano (GEE, 2015).
132
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
133
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Considerações Finais
134
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Referências
BIYANI, Neeti. Think tax is gender neutral? Think again: Why countries
need to put women at the heart of their tax regimes. International Politics
and Society, 05 October 2017. Disponível em: http://www.ips-jopurnal.
eu/about/human-rights/article/show/lets-not-lose-our-thread-2155/
Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL). Los
cuidados en América Latina y el Caribe, Textos seleccionados
2007-2018, Bidegain, Nicole y Calderón, Coral (compiladoras), Páginas
135
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
136
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
137
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
138
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
NASSIF, L. Falta mãe nas estatísticas. Folha de São Paulo, Folha Dinheiro,
28 outubro, 2005. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/
dinheiro/fi2810200516.htm
Oxford Committee for Famine Reliefe, OXFAM. Tempo de cuidar:
o trabalho de cuidado não remunerado e mail pago e a crise global
da desigualdade. Documento Informativo da OXFAM, Janeiro, 2020.
Disponível em: https://rdstation-static.s3.amazonaws.com/cms/
files/115321/1579272776200120_Tempo_de_Cuidar_PT-BR_sumario_
executivo.pdf
SCHEELE, Alexandra. Gender Payback in Europe. Social Europe Dossie.
2017.
Disponível em: https://www.socialeurope.eu/focus/inequality-in-europe.
SOARES, Cristiane. Os desafios (para as mulheres do trabalho reprodutivo
no Brasil) com o processo de envelhecimento populacional. In: ITABORAI,
Nathalie Reis & Arlene Martinez RICOLDI (Org.). Até onde caminhou
a revolução de gênero no Brasil – implicações demográficas e
questões sociais. Belo Horizonte/MG: Ed. ABET, 2016.
SOARES, Cristiane, A distribuição do tempo dedicado aos afazeres
domésticos entre homens e mulheres no âmbito da família. GÊNERO,
UFF, Niterói, v. 9, n. 1, p. 9-29, 2. Semestre, 2008.
SPONGENBERG, Helena. Only one fifth of tech workers in Europe are
women – and the number is declining in Europe’s fastest growing
industry. IT Girls. International Politics and Society, 10 April 2017.
Disponível em: http://www.ips-journal.eu/storage/regions/europe/
article/show/it-girls-1958/
TEIXEIRA, Marilane Oliveira. Sistema de indicadores de gênero:
instrumento para conhecer e reconhecer a experiência das mulheres.
In: CARRASCO, Cristina. Estatísticas sob suspeita – Proposta de
novos indicadores com base na experiência das mulheres. Ed.
Sempreviva Organização Feminista: SP, 2012, pp. 13-30. Disponível
em: http://www.ips-journal.eu/about/human-rights/article/show/
lets-not-lose-our-thread-2155/
139
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
140
Trabalho doméstico não remunerado e as
transferências intergeracionais de tempo no Brasil
Introdução
141
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
142
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
1 http://www.ntaccounts.org/web/nta/show
2 https://www.countingwomenswork.org/
143
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
144
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
3 Segundo Jesus (2018), na PNAD 2013, o tempo de trabalho doméstico de uma mulher
média de 25 anos deveria ser 30% maior do que o observado, dada a sub-declaração
da carga de cuidado com filhos. Aos 35 anos, o tempo de trabalho doméstico declarado
pelos homens deveria ser corrigido em 55%, pela mesma razão. Note-se que não se trata
de a carga de cuidados com os filhos ser maior para os homens adultos do que para as
mulheres, mas porque, com as pouquíssimas horas dedicadas às outras formas de trabalho
doméstico pelos homens, os cuidados com os filhos acrescentam a eles proporcionalmente
mais tempo do que às mulheres.
145
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
146
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Onde:
T(x): déficit de horas de trabalho doméstico não remunerado na idade x
C(x): consumo de horas de trabalho doméstico não remunerado na idade x
P(x): produção de horas de trabalho doméstico não remunerado na idade x
4 Jesus (2018) recorreu a uma análise dos microdados da Pesquisa Nacional de Uso do Tempo
da Colômbia (2012-2013), bem como a uma revisão da literatura e demonstrou que, quando
comparados os padrões etários de trabalho doméstico não remunerado do Brasil com
essa pesquisa de uso do tempo e com várias publicações, é possível verificar que a falta
de detalhamento do questionário brasileiro resultou na subnotificação das horas dedicadas
ao cuidado de crianças. Foi proposta, portanto, uma metodologia para corrigir essa
informação de modo a incorporar as horas de cuidados de crianças. Utilizando o método de
padronização indireta, “tomou-se emprestado”, dos dados da Colômbia, a relação existente
entre o número de horas de cuidado e o número de horas dedicadas às demais atividades
domésticas. Estimou-se uma razão de correção que representa o número médio de horas
diárias de cuidado realizadas para cada hora de demais atividades domésticas feitas. A
razão foi estimada considerando um conjunto de variáveis sociodemográficas que estão
relacionadas de modo direto ao tempo gasto no trabalho doméstico. Essa razão foi estimada
para o caso colombiano, e, posteriormente, utilizada para o ajuste dos dados brasileiros, para
estimar o número diário de horas de cuidados esperado com base no mesmo conjunto de
variáveis sociodemográficas utilizadas na estimativa da razão na Colômbia.
147
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Fonte: elaborado a partir da PNAD 2013, dados corrigidos por Jesus (2018)
148
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
149
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Fonte: elaborado a partir da PNAD 2013, dados corrigidos por Jesus (2018)
150
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Fonte: elaborado a partir da PNAD 2013, dados corrigidos por Jesus (2018)
151
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
152
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Fonte: elaborado a partir da PNAD 2013, dados corrigidos por Jesus (2018)
153
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
154
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
7 Esse mesmo resultado foi observado por Budlender e Brathaug (2008) e Fraumeni (2008).
155
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
156
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
157
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
158
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
159
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Onde:
DS : valor econômico da produção doméstica anual pelo método de custo
de substituição
WkiAD = mediana do rendimento-hora das especialistas em atividades
domésticas em cada uma das K Unidades da Federação
TiAD = número de horas de atividades domésticas por semana
WkiAC = mediana rendimento-hora das especialistas em atividades de
cuidado em cada uma das K Unidades da Federação
TiAC = número de horas de atividades de cuidado por semana
160
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Onde:
DG = valor econômico da produção doméstica anual pelo método de
custo de substituição por generalista com carteira assinada
WkiG = mediana do rendimento-hora das trabalhadoras domésticas com
carteira assinada em cada uma das K Unidades da Federação
Ti = número de horas de trabalho doméstico não remunerado por
semana
161
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Fonte: elaborado a partir da PNAD 2013, dados corrigidos por Jesus (2018)
162
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
163
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Fonte: elaborado a partir da PNAD 2013, dados corrigidos por Jesus (2018)
Conclusões
164
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
165
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Referências
166
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
ANXO, D. et al. Gender Differences in Time Use over the Life Course in
France, Italy, Sweden, and the US. Feminist Economics, v. 17, n. 3, p.
159–195, 2011.
ARTHUR, W. B.; MCNICOLL, G. Samuelson, population and intergenerational
transfers. Samuelson, population and intergenerational transfers, v. 19, n.
1, p. 241‐246, 1978.
BRUSCHINI, M. C. A. Trabalho doméstico: inatividade econômica ou
trabalho não remunerado? Revista Brasileira de Estudos de População,
v. 23, n. 2, p. 331–353, 2006.
BUCHELI, M.; GONZÁLEZ, C.; LARA, C. Gender Differences in Home
Production and Consumption in Uruguay. Time Use and Transfers in
the Americas. Cham: Springer International Publishing, 2019. p. 97–118.
Disponível em: http://link.springer.com/10.1007/978-3-030-11806-8_6.
Acesso em: 29 jan. 2020.
BUCHELI, M.; LARA, C. Revealing gender gap changes in home
production and labor income in Uruguay. v. 5090, 2018.
BUDLENDER, D. Why we should care about unpaid work? Harare:
Unifem, 2004.
BUDLENDER, D.; BRATHAUG, A. Cómo valorar el trabajo no remunerado.
La economía invisible y las desigualdades de género. La importancia
de medir y valorar el trabajo no remunerado. Washington:
ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 2008.
CARDIA, E.; NG, S. Intergenerational time transfers and childcare.
Intergenerational time transfers and childcare, v. 6, p. 431–454, 2003.
CWW. Counting Women’s Work in India, 2016.
DONEHOWER, G. Incorporating Gender and Time Use into NTA:
Estimating NTA and National Time Transfer Accounts by Sex. , 2014
DONEHOWER, G. Counting Women’s Work in an Aging World. Working
Papers, 2019.
FRAUMENI, B. Cuentas de producción domésticas de los hogares para
Canadá, México y Estados Unidos: aspectos metodológicos, resultados
167
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
168
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
169
VELAZCO, J.; VELAZCO, J. Estimativa do valor econômico do trabalho não
remunerado: Uma aplicação para o Peru. In: FONTOURA, N; ARAÚJO, C.
(Org.). Uso do Tempo e Gênero. Rio de Janeiro: UERJ e IPEA, 2016. p.
139–166.
WILLIS, R. J. Life cycles, institutions and population growth: A theory of
the equilibrium interest rate in an overlapping‐generations model. In:
LEE, R. D.; ARTHUR, W. B.; RODGERS, G. (Org.). Economics of Changing
Age Distributions in Developed Countries. Oxford: Oxford University
Press, 1988. p. 106‐138.
ZAGHENI, E. et al. A comparative analysis of European time transfers
between generations and genders. [S.l: s.n.], 2014.
Metodologias, Trabalho e Uso do tempo:
compreendendo a rotina de mulheres rurais1
Introdução
1 O presente texto serviu como base para a construção do ensaio premiado em terceiro
lugar no Concurso Anual para Jovens (até 35 anos) do Instituto para el Desarrollo Rural
de Sudamérica sobre “Mujeres Rurales: Innovando estrategias, transformando realida-
des”. Para acessar o texto premiado, ver em: https://www.sudamericarural.org/index.php/
nuestra-produccion/exploraciones
171
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
172
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
173
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
174
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
175
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
176
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
2 No caso da nossa pesquisa, quando nos referimos ao trabalho doméstico, trata-se do tra-
balho doméstico não remunerado. Na situação em que a mulher é empregada doméstica,
o trabalho doméstico remunerado será contemplado no item da Classificação que se refere
ao trabalho remunerado destinado ao mercado.
177
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
178
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
179
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
180
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
181
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
182
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
183
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
184
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
185
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
186
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Nome da pesquisadora:
Horário de chegada: Horário de partida:
Nome da mulher acompanhada:
Município: Comunidade:
Data: Dia da semana:
187
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
188
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
189
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
alimentos para cada unidade domiciliar visitada, uma vez que a pesqui-
sadora estará presente em sua casa para as três refeições. A cesta, com-
posta por ovos, carne, goma de tapioca, cuscuz, arroz, feijão, macarrão,
café e papel higiênico, é entregue diretamente à mulher acompanhada
pela pesquisadora no momento de sua chegada à unidade domiciliar
para que ela utilize os mantimentos como e quando achar conveniente.
Com base na classificação da Pesquisa Piloto do IBGE 2009-2010
(CAVALCANTI et al., 2010), na International Classification of Activities for
Time-Use Statistics (ICATUS) e na Classification of Time-Use Activities for
Latin America and the Caribbean (CAUTAL) construímos a nossa classifi-
cação intitulada como Classificação do Uso do Tempo em Atividades
e Trabalhos Diários das Mulheres Rurais (CATMUR), que leva em con-
sideração a realidade das mulheres rurais, especialmente as nordestinas,
que nos inspiraram e compartilharam as suas vivências conosco. No en-
tanto, a CATMUR foi desenvolvida de maneira que possa ser utilizada
em distintos contextos rurais. Segue abaixo a lista de trabalhos e ativi-
dades da CATMUR9 que orienta metodologicamente e analiticamente a
nossa pesquisa:
1. Trabalho remunerado destinado ao mercado
2. Trabalho não remunerado destinado ao mercado
3. Trabalho destinado ao autoconsumo familiar
4. Trabalho doméstico destinado aos membros da unidade
domiciliar
5. Trabalho doméstico destinado aos membros da família que
residem fora da unidade domiciliar
6. Trabalho doméstico destinado às pessoas que não são da
família e residem fora da unidade domiciliar
7. Trabalho de cuidado destinado aos membros da unidade
domiciliar
190
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
191
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
192
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
193
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
194
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
195
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
196
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
197
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
198
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
199
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Considerações finais
200
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
201
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Referências
202
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
203
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
204
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
205
Rotinas de Mulheres Ribeirinhas da Região
Amazônica: Atividades e Papéis na Família, no
Trabalho e na Comunidade
Introdução
207
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
208
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
209
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
210
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
MÉTODO
Participantes
211
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
No de Filhos -
Mulheres No total de No de agregados
moram com a
agroextrativistasa Filhosb familiar
família
Aparecida
6 3 3 (1 nora e 2 netos)
(Ilha do Combu)
Beatriz
4 - 1(neto)
(Ilha Grande)
Nota: a Por questões éticas os nomes utilizados são fictícios. b Os filhos
que não moram com a família, na maioria das vezes, moram na mesma
comunidade e no mesmo terreno, ou alguns deles moram em Belém-PA.
Ambiente: Comunidade
212
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Instrumentos e Técnicas
213
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Procedimento
214
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
RESULTADOS
215
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
216
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
217
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Família de Aparecida
218
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
219
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
220
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
221
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Família de Beatriz
222
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
223
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
224
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
225
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
DISCUSSÃO
226
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
227
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
228
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
229
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Considerações finais
230
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Referências
231
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
232
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
233
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
234
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
235
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
236
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
237
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
1 Essa classificação pode ser utilizada para análise do uso do tempo de mulheres urbanas,
homens rurais e urbanos, em seus diversos contextos e recortes. Entretanto, as especifi-
cações, a intenção primária, os detalhamentos e exemplos aqui citados são baseados nas
rotinas de mulheres rurais da região semiárida de Pernambuco, Brasil.
238
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
239
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
240
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
241
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
• Grandes grupos
242
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
243
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
• Subitens
244
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
245
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
246
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
247
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
248
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
249
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
250
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
251
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
12 Trabalho voluntário
252
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
253
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
15 Atividades de lazer
254
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
16 Atividades de autocuidado
255
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
20 Deslocamento
256
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
257
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
258
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
259
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
260
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
261
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
262
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
263
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
264
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
265
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
266
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
267
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
268
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
269
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
270
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
271
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
272
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
273
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
274
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
275
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
276
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
277
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
278
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
279
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
280
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
281
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
282
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
283
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
284
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
285
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
286
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
287
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
288
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
289
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
290
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
291
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
292
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
293
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
294
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
295
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
296
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
297
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
298
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
299
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
300
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
301
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
302
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
303
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
304
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
305
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
306
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
307
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
308
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
309
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
310
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
311
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
312
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
313
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
314
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
315
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
316
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
317
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
318
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
319
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
320
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
321
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
322
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
323
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
12 Trabalho voluntário
324
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
325
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
326
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
327
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
328
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
329
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
330
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
331
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
332
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
333
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
334
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
335
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
336
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
337
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
338
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
339
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
340
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
341
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
342
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
343
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
344
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
345
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
346
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
347
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
348
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
349
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
15 Atividades de lazer
350
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
351
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
352
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
353
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
16 Atividades de autocuidado
354
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
355
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
356
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
357
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
358
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
359
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
360
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
361
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
362
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
363
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
364
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
365
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
366
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
367
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
368
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
369
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
20 Deslocamento
370
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
371
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Referências
372
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Cassio M. Turra
Economista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre
em Demografia pelo Cedeplar/UFMG e doutor em Demografia pela
University of Pennsylvania (2004). Foi pesquisador associado no Office
of Population Research, Princeton University (2004-2006). Atualmente, é
Professor Associado do Departamento de Demografia, Cedeplar/UFMG
onde leciona cursos e conduz pesquisas sobre demografia econômica,
métodos demográficos, mortalidade e saúde adulta. Turra é bolsista
de produtividade do CNPq e tem dezenas de trabalhos publicados em
periódicos, livros e anais de congressos nacionais e internacionais. É
membro de associações científicas na área de estudos populacionais
no Brasil e no mundo (Abep, Alap, PAA e IUSSP). Assim que se formou
em economia, Turra trabalhou no Bank Boston e na Procter & Gamble.
Recentemente, durante sua trajetória acadêmica, foi Diretor do Cedeplar,
UFMG (2014-2016), Presidente da Associação Brasileira de Estudos
Populacionais (2012-2014; 2014-2016), e membro de vários conselhos
e comissões, incluindo o Conselho Universitário da UFMG, o Conselho
Técnico-Científico do Parque Tecnológico de BH, a Comissão Nacional
de População e Desenvolvimento ligada à Secretaria de Assuntos
Estratégicos do Governo Federal, e o Conselho Curador da Fundação
Ipead da UFMG.
Cristiane Soares
Possui graduação (1998) e mestrado em Economia pela Universidade
Federal Fluminense (2001) e doutorado em Economia pela Universidade de
Brasília (2012). Atualmente é tecnologista da Fundação Instituto Brasileiro
373
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
374
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
375
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Juliana Funari
Bacharela em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo (2012),
mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade
Federal de Pernambuco (2016). Possui experiência profissional no campo
socioambiental, onde trabalhou por três anos na equipe de Direitos
das Mulheres da ONG ActionAid Brasil, e por um ano na ONG Centro
de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá como assessora técnica,
entre outros trabalhos como consultora socioambiental junto a ONGs,
movimentos sociais e de mulheres. Foi integrante do NEPPAG-Ayni
(Núcleo de Estudos Pesquisa e Práticas em Agroecologia e Geografia) da
UFPE (2014-2016) e bolsista do Projeto Rede de Núcleos de Agroecologia
do Nordeste-RENDA. Atualmente integra o Dadá- Grupo de Pesquisa
em Relações de Gênero, Sexualidade e Saúde (UFRPE/UAST) e contribui
com o núcleo JUREMA: Feminismos, Agroecologia e Ruralidades (UFRPE/
DECISO). Atua principalmente nos seguintes temas: agroecologia,
feminismo, ecologia política, relações sociedade-natureza, água, gestão
de recursos hídricos, convivência com o semiárido, desenvolvimento
rural, tecnologias socioambientais, agricultura urbana, movimentos de
mulheres, mulheres rurais, povos e comunidades tradicionais.
376
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Lourdes Bandeira
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (1973), mestrado em Sociologia pela Universidade de Brasília
(1978) e doutorado em Antropologia pela Université René Descartes - de
Paris V (1984). Realizou Pós-Doutorado na área de Sociologia do Conflito
com o Profº. Michel Wieviorka, na École des Hautes Études en Sciences
Sociales (2001-2002). A partir de 2005 é Professora Titular no Departamento
de Sociologia da Universidade de Brasília. Tem experiência acadêmica e
docente, além de publicações e orientações, na área de Sociologia, com
ênfase em Sociologia Urbana e da Cultura - Gênero, Feminismo, Violência
de Gênero, e Políticas Públicas. Atua principalmente nos seguintes temas:
Conflito e violência nas relações de gênero, cidadania, mulheres, feminismo
e políticas públicas. Exerce a docência no ensino de metodologia e das
técnicas de pesquisa. É atualmente coordenadora do Núcleo de Estudos
e Pesquisas da Mulher - NEPEM e Chefe do Departamento de Sociologia
da Universidade de Brasília e membro do Conselho de Direitos Humanos
da Universidade de Brasília - CDHUnB. Foi Secretária de Planejamento e
Gestão da Secretaria de Políticas para Mulheres-SPM/PR de fevereiro de
2008 a janeiro de 2011 e Secretaria Adjunta a partir de março de 2012
até janeiro de 2015. Atualmente é membro do comitê editorial da Editora
da Universidade de Brasília. É Pq-1B do CNPq e desenvolve projetos de
pesquisa: “Feminicídio no Brasil” e Relações de cuidado e cuidadoras nas
redes interinstitucionais de apoio às mulheres vítimas de violência. Atuou
por uma década como Editora-chefe da Revista Sociedade e Estado.
Lucilene Morandi
Graduada em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo
(1984), Especialização pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa
377
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
378
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
379
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Nicole Pontes
Graduada em Ciências Sociais (1999) e mestra em Sociologia pela
Universidade Federal de Pernambuco (2002) e pela The New School
For Social Research (2004) e Doutora em Sociologia pela Universidade
Federal da Paraíba (2014). Atualmente é docente de Sociologia da
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de
Serra Talhada, onde é membro fundante e vice-coordenadora da
Comissão de Direitos Humanos da UAST/UFRPE Vanete Almeida. Em
conjunto com outras colegas, coordena o Dadá - Grupo de Pesquisa
em Relações de Gênero, Sexualidade e Saúde (UFRPE/UAST/CNPq).
Atua ainda como pesquisadora colaboradora do Grupo de Estudos e
Pesquisas em Sociologia Política (GRESP-UFPB). É membro fundador
do Comitê Técnico para Implementação de Políticas de Saúde LGBT em
Serra Talhada. Tem experiência nas áreas de Sociologia da Saúde, Saúde
Pública, Teoria Sociológica Clássica e Contemporânea, Sociologia da
Moralidade e metodologias qualitativas.
380
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
381
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
382
A ARTE DE TECER O TEMPO – PERSPECTIVAS FEMINISTAS
Simone Wajnman
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de
Minas Gerais (1983), mestrado em Demografia pela Universidade Federal
de Minas Gerais (1989), doutorado em Demografia pela Universidade
Federal de Minas Gerais (1995) e estágio pós-doutoral na Universidade
de Princeton (2001-2). É Professora Titular do Departamento de
Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais. Já coordenou
o Programa de Pós-graduação em Demografia do CEDEPLAR/UFMG
e foi secretária e vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos
Populacionais (ABEP). Foi representante da área de Demografia no
Comitê de Assessoramento de Ciências Sociais Aplicadas do CNPq até
junho de 2017. Foi editora da Revista Brasileira de Estudos de População
(REBEP) (2017 - 2019). Atua principalmente nos seguintes temas: análise
da dinâmica demográfica, demografia econômica, demografia da
família, e participação feminina no mercado de trabalho.
383
As organizadoras
eira de Melo
Este livro tece fios de tempos diver- Desvelar, reconhecer e conhecer o tra
Hildete Pereira de Melo
ma de sos:
Moraes
a trajetória feminista de estudos espaço doméstico tem sido um desafi
izadoras)
sobre trabalho e usos do tempo, seus e ações em torno do feminismo e dos
desdobramentos nas estatísticas ofi- Desta forma, mobilizar as categorias
ciais e, como linha mestra, as rotinas
cer o tempo
nhecer as relações de poder, e que, so
de mulheres rurais nordestinas e ri- tos de denúncia, de proposição de p
beirinhas amazônicas. Esta tessitura e econômicos que contribuam para
as nos mostra que o feminismo é extre- autonomia das mulheres, tem sido
mamente atual porque vem de longe. pesquisas. Divisão sexual do trabalho
Desde sempre as mulheres seguem trabalho pago e não pago, uso do tem
reinventando gestos cotidianos para Possuimobilizam
graduaçãoasCiências
mulheres Econômicas
pesquisadora
fazer valer o que realmente importa: pela lentes
Universidade Federal da Paraíba
de análises para os problemas d
sustentar a vida no círculo de famí- (1966), Curso de Especialização em De-
ação política dos movimentos e orga
senvolvimento Econômico pela Univer-
lias expandidas, em comunidades e OsToulouse
sité de textos aqui apresentados
(França), Mestrado trazem
em
intergerações. O tempo das mulheres desenvolvimento de
Engenharia de Produção pela pesquisas e obte
Universi-
tem sido utilizado como variável de dade rados
Federalpor
dogrupos
Rio de de pesquisadoras/es
Janeiro (1979) e
ajuste entre as contraditórias lógi- Doutorado
to comoem Economia,
Economia da Indústria Estat
Sociologia, e
cas e tempos do capital e as lógicas da Tecnologia pela Universidade Fede-
a necessidade do olhar complexo e
e tempos da vida. Olhar atentamen- ral do Rio de Janeiro (1993). Desde 1972
deste tema como prática fundamenta
é professora da Universidade Federal
te para a forma como as mulheres o livro faz uma importante homenagem
Fluminense.
organizam nos dá pistas para uma reconhecimento da contribuição de s
organização econômica, social e po- Lorena
tória dos Lima
estudosdedo
Moraes
uso do tempo, co
lítica que supere esta contradição e e feminista que contribui para um pro
expanda tempos de liberdade. da vida das mulheres no Brasil e no m
Miriam Nobre
Sempreviva Organização Feminista Universi