Apostila Cnpi Técnico
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Fundamentos da Análise Técnica
Principais premissas
Para que as oscilações de preços passadas possam orientar decisões futuras é necessária
uma premissa básica: os preços apresentam padrões que se repetem. Aceitar essa
premissa implica concordar com a violação de uma das hipóteses de mercado eficiente,
considerada por muitos estudiosos das finanças clássicas.
1
A análise técnica implica considerar a violação da hipótese mais básica das três citadas:
eficiência fraca. A principal justificativa utilizada é a de que os investidores não agem
totalmente independentes uns dos outros, ou seja, eles observam as ações dos demais,
apresentam padrões de escolhas baseadas em vieses psicológicos e são sugestionáveis.
Esses padrões e recorrências do comportamento dos investidores permite ao analista
técnico identificar movimentos do mercado que antecedem tendências nos preços.
Portanto, toda essa dinâmica culmina em três princípios básicos:
Análise Gráfica
A análise gráfica, como o próprio nome diz, objetiva a identificar padrões das séries
financeiras em gráficos de preços e, assim, apontar tendência de queda ou de crescimento
dos preços. Entre as ferramentas mais utilizadas, podem ser destacadas: gráficos de
barras, linhas de suporte, linhas de resistência, ondas de Elliot, entre outras. É comum a
atribuição do termo “grafista” aos analistas que utilizam essas técnicas.
Já análise técnica computadorizada utiliza indicadores técnicos baseados nas medidas das
séries de preços: média, mínimo, máximo, variância, entre outros. Essa técnica é
considerada menos subjetiva que a análise gráfica.
2
investidor. Portanto, o analista deve saber as vantagens e desvantagens de cada técnica,
assim como o uso mais apropriado de cada uma delas. Principalmente, é preciso destacar
que há duas escolas principais de análise de investimentos:
Já a análise técnica não se preocupa com a qualidade do investimento realizado, mas sim
com o momento do investimento. Portanto, ela ignora todos os demonstrativos
financeiros e se preocupa com a identificação da melhor oportunidade para a venda ou
compra.
É possível perceber que as duas escolas não se opõem; ao invés, elas se complementam.
Por exemplo, o investidor que busca longo prazo pode utilizar a análise fundamentalista
para selecionar o ativo e a análise técnica para determinar o momento da compra. No
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entanto, essa análise em conjunto nem sempre é necessária, isso dependerá de:
• Ativo: a análise fundamentalista não pode ser aplicada a determinados ativos, como
os derivativos de commodities agrícolas, ao contrário da análise técnica. E mesmo que seja
uma ação, uma empresa em situação financeira ruim ainda pode oferecer ganhos em
relação a oscilação de preços.
Tipos de Gráficos
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anual). Para isso, são adotados diferentes gráficos. Entre eles, podem ser destacados
quatro gráficos principais:
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Figura – Gráfico de Barras e Volume.
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Figura – Gráfico de Candlestick.
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Figura – Exemplo de Candlestick.
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Cada um apresenta suas vantagens e desvantagens e foram elaborados para agregar
informações ao observador. Os gráficos geralmente são apresentados segundo um eixo
vertical de valor e um eixo horizontal de tempo. Porém, também há gráficos que observam
o volume (quantidade) negociado na vertical. Nesse caso, geralmente é demonstrado
abaixo do gráfico de preços.
O gráfico de linha é o mais comum entre eles. Nele são demonstrados os preços dos ativos
analisados. Para uma ação, por exemplo, podem ser adotados os preços de encerramento
do dia (o mais comum), aberta do dia, máxima do dia ou mínima do dia. Observe o exemplo
da empresa Pão de Açúcar:
As escalas utilizadas em um gráfico podem interferir na decisão tomada, pois elas realçam
ou diminuem determinados movimentos e, assim, alteram o foco do observador.
9
Nesse gráfico, a distância entre as unidades é idêntica, ou seja, a distância entre 2,00 e
4,00 é a mesma que entre 28,00 e 30,00. Essa escala nem sempre é útil, pois os ganhos
auferidos com os investimentos se dão em percentual. Por exemplo, uma ação que
valorizou de 2,00 para 4,00 teve ganho maior em porcentagem do que uma que valorizou
de 28,00 para 30,00. Pois de 2,00 para 4,00 houve um ganho de 100%; e de 28,00 para
30,00 houve um ganho de 7,14%.
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Figura – Gráficos em diferentes escalas para um mesmo ativo.
O analista técnico deve atentar às variações ocorridas nos ativos. Caso elas sejam
exponenciais, é recomendável utilizar a escala logarítmica, que realça esses
comportamentos. Além disso, é importante ressaltar que essa escala tende a dar menos
ênfase aos eventos atípicos e realça mais as tendências de longo prazo.
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Períodos Gráficos
Os gráficos que utilizam o tempo como um dos eixos podem utilizar diferentes intervalos.
São alguns deles:
• Diário;
• Semanal;
• Mensal.
Figura – Exemplo de gráfico diário com ações da PETR4 – Diário (também pode ser
representado por 1D).
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Figura – Exemplo de gráfico semanal com ações da PETR4 – Semanal (também pode ser
representado por 1S).
Figura – Exemplo de gráfico mensal com ações da PETR4 – Mensal (também pode ser
representado por 1M).
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Note que à medida que o intervalo de tempo aumenta, o gráfico anterior é incorporado
como parte do gráfico posterior.
Indexação
Já quando se trata de uma ação, por exemplo, pode ser utilizada outra ação ou um índice,
a fim de avaliar o comportamento da ação em relação ao setor ou o próprio mercado como
um todo.
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• o ativo desvalorizar mais que o indexador dele.
Considere como ativo a ação VALE5 e como indexador a ação PETR4. O gráfico indexado
deve ser analisado da seguinte forma:
15
Nesses casos, a continuidade observada, por exemplo, no gráfico apresentado para a
PETR4 para diferentes anos não pode ser observada claramente para um derivativo. Nesse
caso, é realizada uma espécie de “emenda” entre as séries.
Para que esse processo seja corretamente realizado, é preciso respeitar alguns critérios,
como:
• A liquidez do contrato não pode estar muito baixa. Portanto, o dia de vencimento
não pode ser utilizado para interconectar as séries;
Esse trâmite aumenta as séries e torna-as perpétuas, possibilitando que o analista técnico
utilize uma variedade maior de ferramentas e possa trabalhar com séries contínuas.
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Teoria De Dow
Ideias básicas
A teoria de Dow é um dos principais alicerces da análise gráfica, que é baseada em seis
princípios, são eles:
17
Figura – Teoria de Dow.
É importante ter em mente que a teoria de Dow (e a análise técnica como um todo) se
baseia inteiramente no princípio básico de tendência. É através da tendência que é
possível definir a direção dos movimentos no mercado, as mudanças de percurso e se
haverá reversões. A tendência apresenta força e direção.
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Figura – Tendência varia conforme o tempo.
A primeira delas é considerada a principal por ser de longo prazo. Ela representa um longo
movimento de alta ou baixa de ativos. Não há uma definição clara do tempo de duração
de uma tendência primária, porém, ela tende a durar mais de um ano. Observe um
exemplo:
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Figura – Exemplo de tendência primária.
É importante destacar que a tendência primária não se realiza em forma de “linha reta”.
O movimento do mercado “caminha”, entretanto, em uma direção específica. Veja:
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Cada um desses impulsos isolados vem a ser a tendência secundária (médio prazo), que
interrompem momentaneamente a primária, mas não a altera em modo algum. A
tendência secundária pode durar entre três semanas a três meses aproximadamente; e
tende a corrigir entre 1/3 e 2/3 do movimento de preços da tendência primária, da qual
faz parte:
Por sua vez, tendência terciária (curto prazo) faz parte da tendência secundária assim
como a secundária faz parte da primária. Elas tendem a ser movimentos de até 3 semanas.
Esta tendência é composta por pequenas oscilações, de curta duração (menor a três
semanas), e é a única que pode ser influenciada pelos big players.
Cada uma das tendências apresentadas acima é mais adequada para operações
específicas.
Regra da Confirmação
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• Em uma tendência de alta: na tendência de alta é esperado que o volume aumente
com a valorização dos ativos (manutenção da pressão de compra) e diminua com a
desvalorização do ativo (diminuição da pressão de compra).
O volume deve confirmar a tendência, pois, caso contrário, é um indicio de perda de força
da tendência observada.
Como o volume é uma terceira dimensão da análise, após o preço e o tempo, ele deve ser
bem entendido para que não haja equívocos. Como é sabido, o volume é o total de ativos
negociado em um determinado período. Ele é geralmente apresentado conjuntamente
com o preço, logo abaixo dele.
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O volume é demonstrado logo abaixo do preço por meio de colunas verdes para os
volumes no momento de alta e por meio de colunas vermelhas para os momentos de
baixa. Observe que os círculos azuis foram posicionados para indicar algumas das altas.
Importância do Volume
O tipo de volume escolhido não é o principal fator da análise baseada no volume, mas sim
a relação entre o volume observado e os demais volumes históricos para o ativo. Isto é, só
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é possível afirmar se o volume está alto ou baixo através da comparação com o histórico
do ativo.
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Conceito de Tendência
Alta
Baixa
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pessimismo identificado na primeira fase. Novamente, cabe ao analista gráfico identificar
essa fase antes de entrar na terceira.
Confirmação
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Figura – Direções tendência de alta e de baixa.
Suporte e Resistência
Já a resistência indica o contrário. Essa é uma região do gráfico na qual o preço do ativo
negociado encontra uma resistência para subir, ou seja, é uma área na qual a pressão
vendedora supera a pressão compradora.
27
Figura – Topo, “crista” ou “pico” do gráfico.
28
Figura – Fundo ou “vale” do gráfico.
Em uma tendência de alta, a resistência é apresentada como pausas para as altas, porém
podem ser superadas por movimentos bruscos de alta em momentos posteriores.
Analogamente, o suporte “segura” os movimentos de queda e são capazes de interrompê-
los por um período. Observe um exemplo de resistência (em azul):
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Figura – Exemplo de resistência.
Para que a tendência de alta representada seja mantida, é preciso que o fundo sucedido
esteja em um patamar mais elevado que o fundo anterior. Observe os fundos demarcados
em vermelho para o mesmo ativo apresentado anteriormente:
30
Figura – Exemplo de fundos.
As linhas de tendência são linhas traçadas de modo que os fundos de uma tendência de
alta sejam ligados aos topos de uma tendência de baixa. Ela permite identificar onde se
encontram os fundos/topos do ativo e, assim, apontar o melhor momento para entrar ou
sair do mercado.
31
Para se criar uma linha de tendência, é preciso primeiramente constatar a existência da
tendência em si. Para tanto:
Tendência de alta: identificar pelo menos dois topos (com o segundo maior que o
primeiro) com dois fundos (sendo o segundo fundo mais alto que o primeiro). Observe que
a tendência é apresentada por uma linha laranja A e demonstra claramente as
características citadas, enquanto a linha B não apresenta a sequência de fundos/topos
seguidos. Apesar disso, ambas representam momentos de alta:
De forma análoga, para traçar uma linha de tendência de queda é preciso identificar com
clareza a sequência em que há dois fundos seguidos, de modo que o segundo fundo seja
mais baixo que o primeiro e haja dois topos seguidos, sendo o segundo topo mais baixo
que o primeiro.
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observada no ponto A da figura apresentada anteriormente.
Para traçar uma linha de canal para uma alta é preciso, primeiramente, traçar a linha de
tendência e, após isso, ligar os topos dessa tendência com uma linha que se inicie no
primeiro topo. Esse canal é confirmado se, no próximo topo, os preços “esbarrarem” na
linha e se retraírem.
Analogamente, para uma tendência de baixa, o canal ligará os fundos e formará uma linha
paralela à da tendência. A principal utilidade do canal é identificar o momento de entrada
e saída do papel. Em uma tendência de alta, por exemplo, o investidor deverá comprar o
ativo quando o preço estiver próximo da linha de tendência e vendê-lo quando estiver
próximo da linha do canal.
O mais comum é que o mercado apresente tendências claras e, todavia, canais menos
claros. Será considerado um canal de alta quando a estrutura se assemelhar a:
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Consolidação e Correção
Um dos princípios da teoria de Dow é o de que para que seja confirmada uma reversão ou
rompimento de uma resistência ou suporte para o mercado como um todo é preciso que
haja dois indicadores que se confirmem. No caso do Brasil pode ser o Ibovespa e o IBRX.
Assim, se há rompimento no suporte de ambos os índices é um indício forte de que há
reversão no mercado, o mesmo vale para a resistência.
A ideia anterior se apoia no pressuposto levando por Dow de que uma tendência continua
até surgir um sinal claro e definitivo de reversão. O mercado não cairá só por ter valorizado
demais e não irá subir só porque caiu demais. Para isso é necessário identificar com o
maior nível de certeza possível o movimento analisado.
Esse rompimento é ratificado pelo volume, o que serve de reforço à ideia de reversão forte
ou fraca. Caso o movimento perto da tendência apresente pouco volume, o analista deve
ficar atento, há indícios de possibilidade de rompimento. Se o mercado anda de “lateral”,
ou seja, os preços se comportam horizontalmente, o rompimento só será realmente
considerado pelo analista se o volume for alto, caso contrário os preços podem retornar
ao movimento horizontal identificado anteriormente. Esse movimento lateral é chamado
de “box range”.
34
Figura – Exemplo de rompimento: blow-off.
Rompimento
É comum que a linha de tendência seja brevemente quebrada por oscilações durante o
dia. No entanto, nem sempre essa quebra representa uma mudança na tendência. Desse
modo, utiliza-se o preço de encerramento do dia como critério de identificação de uma
quebra na tendência.
Outro aspecto importante é a adequação da linha de tendência, visto que nem sempre a
linha traçada será mantida ao longo do tempo. Em uma tendência de alta, por exemplo, é
possível que haja topos que mudem o grau de inclinação da reta. Nesse caso, a linha
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anterior é abandonada e adota-se uma nova linha com um afastamento maior que a
anterior, de modo haja um acompanhamento melhor dos fundos e topos. Isso ocorre
devido ao fato de os preços não apresentarem um comportamento em linha reta, mas sim
oscilatório.
A partir disso, surge uma dúvida: qual é o percentual de correção que pode ser utilizado
para que uma linha de tendência não seja descaracterizada? Quando um ativo varia de R$
15 para R$ 20, espera-se uma correção de até dois terços do movimento anterior, sendo
o usual 50%. Nesse caso, espera-se uma queda para até R$ 17,50. As correções, que são
os movimentos secundários, tendem a ser proporcionais ao movimento que as antecedeu:
quanto mais brusco é o movimento, mais brusca é sua correção.
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Figuras Gráficas
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Figura – Continuidade de baixa.
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Além de indicar continuidade, os padrões também podem indicar uma reversão da
tendência anterior. Entre os principais padrões de reversão é possível destacar:
Padrões e Volume
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Os grandes lucros possibilitados decorrem dos movimentos longos e amplos que
precedem essas figuras. Essas formações são caracterizadas por apresentar uma sinergia
entre os preços e o volume. O topo arredondado (rounding top) é caracterizado por uma
parábola côncava em relação a base:
No fundo arredondado (rounding bottom) o preço cai mas perde força em termos de
volume até que volte a crescer com o apoio do volume. A recuperação do preço é
respaldada pela quantidade de investidores e um “rally” pela valorização é iniciado. Veja
um exemplo real:
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Figura – Exemplo de rounding bottom.
Esses movimentos são difíceis de atribuir suporte ou resistência, porém, são muito visíveis
após a conclusão. A seguir, outra amostra de fundo arredondado (rounding bottom):
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Outro padrão, similar ao fundo arredondado é a chamada copo e alça, ou xícara e alça (cup
and handle), que é um padrão de continuidade, veja-se o padrão destacado na figura a
seguir:
O uso dos padrões exige uma disciplina peculiar em relação aos momentos de entrada e
saída de um ativo. O investidor deve ser orientado a manter a estratégia definida que
consiste em um ponto de entrada (preço de entrada) e um ponto de saída (preço de saída).
A ansiedade para comprar ou vender um ativo pode significar a perda de oportunidades e
a realização de prejuízos.
Assim, a melhor maneira para que o investidor se atende a estratégia é através da ordem
de stop, que deve ser programada logo ao se posicionar no mercado. Lembre-se: a ordem
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se stop é uma ordem programada conforme o preço atinge um determinado patamar
previsto pela estratégia.
Ombro-Cabeça-Ombro
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Caso a tendência inicial seja de alta, os ombros e a cabeça serão topos que correspondem
a máximas da cotação do título (topos). Já caso a tendência inicial seja de baixa, os ombros
e a cabeça serão mínimos (fundos). Observe um caso prático:
Os topos duplos (double top) e fundos duplos (double bottom) são outras formas de
reversão. No fundo duplo há dois mínimos intercalados por um máximo e que são seguidos
de um rompimento (também chamado de Breakout) de uma linha de resistência. Esse
padrão marca a saída de uma tendência de queda para uma tendência de alta. Veja o
exemplo:
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Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).
O fundo duplo, composto pelos dois mínimos e um máximo ocorre após a tendência de
queda demonstrada. O primeiro mínimo é a cotação mais baixa da tendência de baixa e
precede um movimento de alta representado pelo máximo. Esse máximo geralmente tem
uma cotação que chega a ser 10% superior à dos mínimos e é acompanhado por aumentos
do volume. No entanto, a alta não é mantida e ocorre um novo mínimo acompanhado com
cotação semelhante à do primeiro. Os investidores sentem que há oportunidade de auferir
os ganhos do máximo anterior e a pressão compradora volta ainda mais forte e quebra a
resistência anterior. Isso gera uma nova tendência. Observe um exemplo:
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Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).
Essa formação é mais evidente quanto maior é a diferença entre os mínimos e máximos
no gráfico, ou seja, quanto maior é o percentual entre os preços do mínimo e do máximo
maior é a pressão compradora que romperá a resistência. É importante destacar que os
mínimos devem estar claramente separados para que a formação deles não seja apenas
um suporte.
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Figura – Exemplo de topo duplos (double top).
O gráfico de topo duplo é composto por um primeiro máximo que é a cotação mais alta
do período de tendência de alta. Após isso há uma queda, que serve como referência para
traçar a linha de suporte. Ela é acompanhada de uma alta, devido à memória do mercado.
Essa alta apresenta outro máximo semelhante ao primeiro (não precisa ser idêntico, mas
a diferença deve ser mínima). Após a última alta, há uma nova queda acompanhada pelo
aumento do volume. Ultrapassada a linha de suporte, ela se torna a nova linha de
resistência a ser utilizada.
Assim como no fundo duplo, quanto mais perceptível for a dos máximos e mínimos, mais
forte é a tendência observada. É importante destacar que em ambas formações o volume
é essencial para confirmar o rompimento da linha de suporte/resistência, caso contrário,
poderá haver uma nova recuperação sem que a reversão de tendência se confirme.
Os topos triplos (triple top) e fundos triplos (triple bottom) são padrões gráficos de
reversão que demoram meses para serem formados (caso seja utilizada a frequência diária
– cada candle corresponde a um dia).
No fundo triplo há três mínimos que precedem um rompimento de resistência que duram
47
meses. Nesse padrão, há uma tendência inicial de baixa que culmina na forma que
antecede uma tendência de alta. Essa formação é composta por três mínimos que são
aproximadamente iguais e que são acompanhados de pequenos aumentos no volume
negociado.
Nessa formação há uma linha de resistência que deve ser rompida após o terceiro mínimo.
Essa resistência passa a ser então uma linha de suporte. Quanto mais clara é a formação,
maior é a tendência de alta que precederá a formação.
48
Figura – Exemplo de linha de resistência de fundos triplos (triple bottom).
Já o topo triplo segue a lógica inversa do fundo triplo. Ele é composto por uma primeira
linha de tendência de alta que forma uma três máximos seguidos em preços semelhantes.
Após isso, há um rompimento do suporte criado e então há uma reversão de tendência
para uma baixa. Exemplo:
49
Nessa formação gráfica de topo triplo há três máximos que devem ser semelhantes em
nível de preço. Essa formação cria uma linha de suporte aos três pontos. Pequenas
diferenças de preço são aceitáveis, porém, para que não haja dúvida, deve-se consultar o
volume transacionado para confirmar se a tendência tende a um rompimento.
Analogamente ao fundo triplo, a linha de suporte se torna a linha de resistência após o
rompimento.
Triângulos
Essa formação pode ser utilizada para avaliar formações em poucas semanas a até meses
e, geralmente, é confirmada pelo volume. Nessa formação o volume tende a diminuir junto
com a formação do triângulo até que ele rompa a resistência. Nesse ponto, o volume
50
aumenta drasticamente, confirmando a continuidade da tendência. Ou seja, essa não é
uma figura de reversão. Observe um exemplo real:
51
Figura – Triângulos descendentes (descending triangle).
Essa é uma formação que depende do volume para confirmação. Caso ele aumente, é um
grande indício de rompimento do suporte. Geralmente se usa como cotação alvo a
diferença entre a cotação máxima do triângulo e a linha de suporte, ou seja, após o
rompimento se fixa um valor abaixo do rompimento cuja diferença seja igual à do suporte
até o máximo do triângulo.
Por fim, há o triângulo simétrico (symmetric triangle), que não apresenta uma tendência
definida após sua formação. Ele é formado por uma linha de resistência e uma linha de
suporte, cada uma delas formada por no mínimo dois pontos (dois máximos e dois
mínimos). A linha de suporte é formada por mínimos consecutivos, que aumenta de
altitude ao longo da linha. Já a linha de resistência é formada por máximos consecutivos
que diminuem de altitude ao longo da linha. Exemplo:
52
Figura – Triângulos simétrico (symmetric triangle).
53
Ambas formações ocorrem em períodos curtos de tempo que corriqueiramente vão de 1
a 3 semanas em períodos de quedas ou altas bruscas, porém, também podem ser
observados em até 8 semanas. Nessas formações o volume tende a diminuir até o
momento de quebra do padrão, onde ele aumenta.
A diferença crucial entre os dois padrões é o formato da segunda etapa das formações
(correção do movimento). Observe a figura que representa a bandeira:
Na bandeira há pelo menos dois mínimos e dois máximos que se formam na horizontal em
preços semelhantes. Observe que a tendência inicial é mantida após a formação. É
importante destacar que ela pode se conformar com mais topos e fundos.
A seguir são apresentados exemplos de bandeira baixista (bearish flag) e bandeira altista
(bullish flag).
54
Figura – Bandeira baixista (bearish flag).
55
Figura – Flâmula (pennant).
Geralmente, é definido o preço alvo (momento de sair do ativo) conforme a distância entre
os pontos mais distantes da formação (tanto para a bandeira quanto para a flâmula). Nesse
caso, após o rompimento é estabelecido o preço de venda (no caso de uma tendência de
alta) conforme o preço do rompimento mais a distância citada anteriormente.
Assim como as duas formações citadas anteriormente, a cunha (wedge) também indica
continuação de tendência. Essas formações se assemelham ao triângulo simétrico pois
nelas há duas linhas (suporte e resistência) que convergem para o mesmo ponto.
Em tendência de alta uma cunha irá se posicionar “afunilando” as oscilações para baixo.
Ou seja, nessa formação os preços se comportam contrariamente à tendência inicial até
que há o rompimento da formação e volte à tendência inicialmente indicada. Exemplo de
cunha de alta:
56
Figura – Cunha (wedge) de alta.
Retângulos
Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura de
consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que o
57
retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para, assim, o
retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento.
Figura – Retângulo.
É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato,
sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados
entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si.
58
Figura – Exemplo de retângulo.
O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo
da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a direção
do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode durar de
semanas a meses.
59
é conhecida por ser uma área de consolidação das cotações.
Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura de
consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que o
retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para, assim, o
retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento.
Figura – Retângulo.
É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato,
sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados
entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si.
60
Figura – Exemplo de retângulo.
O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo
da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a direção
do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode durar de
semanas a meses.
Os gaps (que significam “intervalos”), também conhecidos como price gaps (que significa
“intervalos de preços”) são áreas do gráfico em que não há negociação. Por exemplo,
61
quando há uma tendência de alta, os preços tendem a se elevar de um pregão para o
outro, no entanto, há diferenças entre o preço de encerramento de um pregão e a cotação
de abertura do pregão posterior, essa diferença é um exemplo de gap. Da mesma forma,
os gaps podem existir em tendências de baixa, analogamente, nesse caso há um gap
quando o pregão inicia o dia com um preço muito abaixo do encerramento do dia anterior.
Exemplo:
Figura – Gaps.
62
Figura – Exemplo de fechamento de um gap.
Gap comum (commom gap): ocorre geralmente quando o mercado tem baixa liquidez
(pouco volume transacionado) ou em momentos de consolidação. Nesses casos, o gap
significa a falta de interesse do lado vendedor ou do lado comprador no mercado.
Geralmente, esses gaps são fechados (movimentos contrários que retornam o preço) em
pouco tempo e têm pouca influência sobre o comportamento como um todo do ativo
analisado.
63
Figura – Exemplo de gap comum (commom gap).
Esses gaps são raramente revertidos em períodos posteriores e caso o sejam indicam um
falso rompimento anterior ou uma reversão de tendência. Exemplo de gap de
rompimento:
64
Figura – Exemplo de gap de rompimento (breakaway gap).
Gap de continuação (Midway Gap): também conhecido como gap de fuga (runaway gap),
ele ocorre quando há movimentos no meio de uma tendência sem que haja rompimento
dela. Esses movimentos geralmente são consecutivos e demonstram a força da tendência
observada. Esses gaps são geralmente acompanhados de alto volume e apresentam preço
de fechamento próximos do máximo do dia (para uma tendência de alta) ou apresentam
preços de fechamento próximos da mínima (para uma tendência de baixa). Esses gaps não
são fechados em períodos posteriores.
65
Figura – Exemplo de gap de continuação (midway gap).
Gap de exaustão (Exhaustion gap): esse gap ocorre ao final de uma tendência, logo após
um rápido declínio ou alta dos preços. Ele representa uma forte alta (no caso de uma
tendência de alta) ao final da tendência e é prontamente fechada pelo rompimento da
tendência. Já em uma tendência de baixa, ele representa uma forte baixa que é
prontamente fechada pelo rompimento da tendência. Ele é facilmente confundido com o
Midway Gap, pois se apresenta após um rápido avanço dos preços.
66
Figura – Exemplo de gap de exaustão (exhaustion gap).
Ilha de reversão (island reversal): Esse é um gap raro que delimita “ilhas” de preços. Essas
ilhas de preços antecedem descontinuidade das tendências observadas antes dessas ilhas.
O formato pode durar muito ou pouco, ou seja, pode se conformar com candles isolados
(curto prazo) ou se assemelhar aos fundos ou topos arredondados, porém, com gaps nas
laterais (longo prazo). É importante destacar que:
67
Fonte: Elaborada pelo autor.
68
Teoria das Ondas de Elliott
Dessa forma, os movimentos identificáveis nada mais são do que a precificação das
emoções das massas que seguem padrões psicológicos possíveis de serem identificados
nos gráficos. Assim, parte dos movimentos no mercado decorre de o comportamento em
manada devido aos investidores tomarem decisões baseadas na observação dos demais
investidores ao invés da sua própria análise independente dos fatos. Ou seja, as decisões
realizadas pelos participantes do mercado não são completamente independentes e, por
serem correlacionadas, podem gerar efeitos em cascata. No entanto, não são todos os
investidores suscetíveis a tomar decisões não racionais. Dessa forma, é possível dividir os
participantes do mercado em dois grandes grupos:
Diante disso, Elliott desenvolveu uma teoria para o comportamento em ciclos das séries
históricas de preços de ativos cotados em bolsas (ações, commodities, índices, Exchange
Traded Funds – ETFs etc.). Essa teoria pode ser comparada com a teoria de DOW em alguns
quesitos, são eles:
69
Tabela – Comparação entre a Teoria de Dow e a Teoria das Ondas de Elliott.
As decisões tomadas por analista que se utiliza da teoria de Elliott geralmente são:
70
Segundo Elliott os padrões gráficos se repetem em diferentes escalas e com proporções
semelhantes (intervalos de minutos, intervalos de horas, intervalos de dias, etc.). Nesse
sentido, o mercado financeiro é composto por fractais que são suas imagens e
semelhanças em diferentes escalas. Um exemplo de fractal é os brócolis, cada ramo dele
se assemelha aos brócolis como um todo, e se “quebrar” um ramo e dividir em pequenos
ramos menores é possível observar semelhança entre o formato do ramo e do vegetal
como um todo.
A repetição de padrões nos preços adotada pela teoria é conhecida como o padrão
12345abc da teoria das ondas de Elliott e se repete em diferentes tamanhos e escalas no
gráfico.
71
Figura – Exemplo de padrão imperfeito 12345abc da teoria das ondas de Elliott.
A forma de tendência de alta é chamada de pivô de alta, enquanto a forma que representa
uma tendência de baixa é chamada de pivô de baixa. Segundo essa teoria, todo momento
do mercado está em uma das ondas apresentadas. Portanto, são 8 ondas definidas como:
• Onda 1
• Onda 2
• Onda 3
• Onda 4
• Onda 5
• Onda A
• Onda B
• Onda C
São no total cinco ondas consideradas da fase de impulso (na direção da tendência da
formação) e 3 ondas da fase de correção. Resta ao analista identificar em qual onda o
72
mercado está e se posicionar corretamente conforme a próxima onda que se segue.
O ciclo completo (pivô de alta ou pivô de baixa) possui ciclos dentro de si mesmo e é parte
de um ciclo ainda maior. Isso pode ser observado a seguir:
Como pode ser observado, uma onda maior é composta por ondas menores e elas por
ondas ainda menores, assim em diante. Essa é a ideia de fractais apresentada
anteriormente. Cada uma das áreas circuladas são ondas distintas, compostas pelos
pontos 12345abc e formam o mesmo padrão em escala maior, observe:
73
Figura – Fractais dentro do ciclo completo de padrão 12345abc da teoria das ondas de
Elliot.
Através da identificação da onda em que os preços estão é possível prever a próxima onda
e assim tomar decisões de compra ou venda do ativo. As primeiras 5 ondas são chamadas
de ondas impulsivas ou impulsoras, pois elas compõem a direção do pivô (alta ou baixa).
As últimas 3 ondas são da fase de correção, portanto, são corretivas.
74
Assim os pontos 12345 do gráfico pertencem ao momento de impulso e os pontos ABC ao
momento de correção. Se o pivô for de alta, ABC será para baixo. Se o pivô for de baixa, o
ABC será para cima.
• Terceira Onda: é a onda na qual a confirmação do pivô (seja de alta, seja de baixa)
gera uma euforia de compra. Nela há um forte impulso, que pode gerar a maior das ondas
75
da formação. Dica: Ela nunca é menor das 5 ondas da fase impulsiva, se for, ela não é a
terceira onda.
• Quarta Onda: nessa onda há uma correção de cerca de 38,2% da terceira onda,
porém, o otimismo ainda é grande e, portanto, ela não cai abaixo da terceira onda.
• Quinta Onda: é formado mais um impulso que é marcado por um baixo volume. O
otimismo diminui e pode surgir figuras como cunhas ou flâmulas. É possível que o mercado
esteja muito “desanimado” com o ativo e o topo seja a preços semelhantes aos do topo
da terceira onda. Nesse caso, é possível observar figuras como topos duplos. Caso isso
ocorra, é esperada uma forte reversão de tendência nas próximas ondas.
Fase corretiva
• Onda A: é marcada por um período de forte baixa (no pivô de alta) ou um período
de forte alta (no pivô de baixa). Essa onda marca a mudança de fase do pivô. Alguns
investidores no mercado acreditam que é uma correção da onda 5, porém, se trata de um
impulso contrário. Importante: Essa é uma onda classificada como corretiva, contudo, ela
gera um impulso que reverte toda a onda anterior, caso ela gerasse apenas uma correção,
o fundo dela estaria significativamente acima do topo da onda 4.
• Onda B: Alguns investidores ainda acreditam que o ativo não reverteu a tendência
da primeira fase e entram comprado no ativo. Há um pequeno período de alta, mas com
volume fraco. Essa alta apresenta um topo inferior ao patamar da quinta onda. Fica claro
para os investidores que a tendência mudou e que a Onda B não se trata de um impulso,
mas de uma correção da Onda A.
• Onda C: Período intenso no qual há forte queda (no pivô de alta) ou forte alta (no
pivô de baixa). Nesse momento o mercado percebe que o movimento de baixa é sólido e
não é apenas uma correção da onda B. Ou seja, consolida a direção da segunda fase.
Os pivôs são observáveis ao final de tendências de alta ou de baixa. Por exemplo, ao final
76
de uma tendência de baixa o pivô de alta apresenta um fundo mais alto que o anterior. É
possível destacar três pontos que permitem a identificação de um pivô de alta:
Ponto 0: Fundo
Ponto 1: Topo
Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior
É quando ela alcança o fundo mais alto que é possível identificar claramente a formação
do pivô. Esses três pontos são os seguintes:
Ponto 0: Topo
Ponto 1: Topo
Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior
77
Figura – Três pontos que permitem a identificação de um pivô de baixa.
Porém, para projetar os preços pode ser utilizado Fibonacci. Nesse caso são utilizadas as
variações dos preços como referência para a tomada de decisão. Anteriormente, foi dito
que a variação das ondas equivale a 38,2% e a 61,8%. Esses valores se baseiam nas medidas
encontradas por esse método (Fibonacci). Para isso, o cálculo é simples, observe para a
primeira onda:
Observe:
78
Quadro – Série de Fibonacci.
0+1=1
1+1=2
1+2=3
2+3=5
3+5=8
5 + 8 = 13
…
Fonte: Elaborado pelo autor.
Essa série cresce indefinitivamente, porém, apresenta uma característica peculiar. A razão
entre dois números consecutivos tende a se estabilizar em 0,618. Observe:
1/2 = 0,5
2/3 = 0,66
3/5 = 0,60
5/8 = 0,625
8/13 = 0,615
13/21 = 0,619
21/34 = 0,618
34/55 = 0,618
…
Fonte: Elaborado pelo autor.
Dessa forma, as ondas obedecem às relações básicas da série de Fibonacci, que são: 0,618
(61,8%) e 0,382 (38,2% = 100% – 61,8%). Outros percentuais fornecidos pela série também
são utilizados, como 50% e 23,6%/78,6%, porém, o usual é utilizar 38,2%/61,8%.
79
Figura – Ondas e relações básicas de Fibonacci.
80
Padrões Candlestick
Tamanho da sombra;
A observação desses três fatores indicará se houve força de algum grupo de participantes
do mercado (compradores/vendedores), fraqueza de um deles
(compradores/vendedores) ou equilíbrio entre eles.
A seguir será representada cada uma dessas características considerando cada candle um
pregão (candle diário). Caso haja força dos compradores, haverá assim um candle de alta.
Nesse caso, o fechamento do pregão será próximo da máxima do dia, além disso, o corpo
do candle será grande em relação à sombra. Observe:
81
Figura – Candle de alta.
Já caso o candle represente a força dos vendedores o corpo também será grande em
relação à sombra, porém, o fechamento será próximo da mínima. Observe:
82
No entanto, os candles podem indicar fraqueza de um dos grupos de negociadores. Caso
a fraqueza seja do grupo de compradores, o candle será curto com uma grande sombra
superior e com fechamento próximo da mínima do dia. Observe o exemplo:
A fraqueza também pode advir dos vendedores. Nesse caso, o candle apresenta um corpo
pequeno, sombra inferior alongada e fechamento próximo da alta. Veja:
83
Padrões de Reversão Altistas
Os padrões de reversão são figuras compostas por dois ou mais candles que indicam a
mudança da tendência dos preços. Os padrões de reversão de alta são aqueles que
sinalizam o encerramento de um período de baixa e a reversão para um de alta. Já os
padrões de reversão de baixa sinalizam o encerramento de um período de alta e a reversão
para um de baixa.
Para ilustrar esses métodos, segue uma demonstração. Nela os candles vermelhos
representam baixa, os candles azuis representam alta e os candles verdes significam que
pode ser um candle de baixa ou de alta. Além disso, os riscos retos indicam que pode ser
qualquer candle que se posicione na forma apresentada.
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
84
Figura – Bebê engolido de alta (Concealing Baby Swallow).
Características:
• Padrão: reversão
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
85
Figura – Três por dentro de Alta (Three Inside Up).
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
86
Figura – Chute de Alta (Bullish Kicking).
Características:
• Padrão: reversão.
Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.
87
Figura – Três Soldados Brancos (Three White Soldiers) – (confiabilidade alta).
Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: continuação.
88
Figura – Bebê abandonado de baixa (Abandoned Baby Bearish).
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
89
Figura – Três Corvos Idênticos (Identical three crows bearish).
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
90
Figura – Engolfo de baixa (Engulfing Bearish).
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
91
Figura – Estrela da noite de baixa (Evening star bearish).
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: reversão
92
Padrões de Continuidade
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: continuação
93
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: continuação
Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Alta (Side By Side White Lines) – (confiabilidade
alta).
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: continuação
94
Características:
• Confiabilidade: moderada
• Padrão: continuação
Características:
• Confiabilidade: moderada
• Padrão: continuação
95
Características:
• Confiabilidade: baixa
• Padrão: continuação
Características:
• Confiabilidade: baixa
• Padrão: continuação
96
Figura – Três Métodos de Baixa (Falling three methods bearish).
Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: continuação
Características:
• Confiabilidade: moderada
• Padrão: continuação
97
Figura – Três Métodos de Queda (Downside Three Methods).
Características:
• Confiabilidade: moderada
• Padrão: continuação
Figura – Gap de Baixa de Tasuki (Downside Tasuki Method Bearish ou Downside Tasuki
Gap).
Características:
• Confiabilidade: moderada
• Padrão: continuação
98
Figura – On Neck Bearish
Características:
• Confiabilidade: moderada
• Padrão: continuação
Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Baixa (Side By Side White Lines Bearish).
99
Características:
• Confiabilidade: moderada
• Padrão: continuação
Características:
• Confiabilidade: baixa
• Padrão: continuação
100
Indicadores
Uma das formas de captar essas características dá-se através de indicadores, que fazem
parte da análise computadorizada, e que também são aproveitados pelos analistas gráficos
para estabelecer padrões de compra e venda. Esses indicadores são calculados conforme
o movimento dos preços, e cabe ao analista avaliar qual será o possível movimento dos
preços com base nos padrões anteriores.
Esses indicadores são chamados de indicadores técnicos. São obtidos através das
propriedades matemáticas das séries de preços dos ativos. As principais informações
utilizadas para a elaboração dos indicadores técnicos são:
• média;
• desvio-padrão;
• máximos; e
• mínimos.
Através dos indicadores, torna-se possível determinar uma estratégia para os preços de
compra e venda dos ativos. Entre os indicadores mais utilizados, é possível listar:
• Média móvel;
• Momento;
101
• Entre outros.
Em que:
• M é a média móvel;
• t é o instante observado; e
A média móvel é basicamente uma fila de médias em que os preços mais recentes
substituem os mais antigos. Quando uma média móvel cresce, significa que o último preço
a ser incorporado à média é maior que o mais antigo.
Quanto maior o τ, mais a média móvel será defasada em relação ao instante observado.
No entanto, essa defasagem permite que seja observado se existe uma tendência, pois
quanto maior é o prazo da média móvel, maior é a o prazo da tendência observada. Para
ilustrar, usaremos a PETR4 para todos os exemplos posteriores de média móvel. Observe
a diferença entre uma linha desenhada para a média móvel para 5 dias (verde) e para 20
dias (amarelo):
102
Figura – Média móvel para 5 e 20 dias.
Usá-la permite que a análise de preços dê menos peso às oscilações momentâneas e mais
peso ao comportamento da série como um todo. Quanto maior o período analisado,
menos peso as oscilações momentâneas possuem. Veja de modo destacado:
103
Figura – Oscilações momentâneas.
É comum a utilização de duas médias móveis para a análise: uma de período curto e outra
de período longo. A média móvel de período curto (MC) indica o consenso do mercado no
curto prazo (5 dias, por exemplo), e a média móvel de período longo (ML) indica o
consenso de longo prazo (20 dias, por exemplo).
104
crossover e, caso estivessem sendo usadas três medias móveis, triple crossover).
Basicamente:
Quando uma MC cruza a ML de baixo para cima, um ponto de compra é indicado. Observe
um ponto de compra:
Já para a venda, a média móvel de curto prazo cruza de cima para baixo a de longo prazo:
105
Figura – Exemplo de ponto de venda.
A média móvel exponencial se diferencia da média móvel simples (ou aritmética) apenas
no cálculo da média. Ela existe para diminuir a quantidade de cruzamentos e deixar mais
claro os momentos de compra e venda. Basicamente é uma média ponderada dos
106
instantes passados. Ela pode ser representada por:
Da mesma forma que a média móvel simples, a média móvel exponencial emite sinais de
compra ou venda conforme a dinâmica apresentada para o cruzamento entre a linha de
curto prazo e de longo prazo.
Bandas de Bollinger
107
Figura – Exemplo de Bandas de Bollinger.
108
Para o cálculo das Bandas de Bollinger, geralmente são utilizadas as médias móveis simples
de até 20 dias. Para o cálculo das Bandas se Bollinger, pode ser utilizada a seguinte
nomenclatura:
• t: instante observado;
• Σ é o somatório; e
109
Entre os indicadores que utilizam essas informações, podem ser destacados os seguidores
de tendência e os osciladores. Alguns dos principais exemplos são:
Para que o momentum seja utilizado corretamente é preciso comparar o valor atual com
o seu histórico. Para isso, é preciso saber que:
110
diz-se que está sobrevendido.
Quando o momentum está no fundo e começa a subir, indica compra; já quando está no
topo e começa a cair, o momentum indica venda. Para se ter clareza de como identificar
esses momentos, no gráfico é apresentada uma linha superior e inferior à linha de
momentum. Se o momento cruza a linha superior (que representa a zona de
sobrecompra), é o momento de venda; caso ele cruze a linha inferior (que representa a
zona de sobrevenda), trata-se do momento de compra. Observe:
111
Desse modo, é possível traçar linhas de tendência para o próprio indicador de momentum
e antecipar movimentos de preços. A tendência é observada quando o indicador
acompanha o próprio preço.
Divergência altista
De maior força (tipo A): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo que o anterior
(tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo mais alto que o antecedente.
Portanto, indica uma possível alta em momentos posteriores (reversão de tendência).
Obs.: Maior confiabilidade.
De maior força (tipo B): quando os preços fazem um fundo duplo enquanto o indicador
não faz um fundo mais baixo que o anterior. Assim, indica uma possível alta em momentos
posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média confiabilidade.
De maior força (tipo C): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo que o anterior
(tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo duplo. Esse indicador indica mais
uma estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa confiabilidade para reversão.
Divergência baixista
De maior força (tipo A): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o anterior
(tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo mais baixo que o anterior. Portanto,
indica uma possível baixa em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Maior
confiabilidade.
De maior força (tipo B): quando os preços fazem um topo duplo, enquanto o indicador
112
não faz um topo mais alto que o anterior. Desse modo, indica uma possível baixa em
momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média confiabilidade.
De maior força (tipo C): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o anterior
(tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo duplo. Isso indica mais uma
estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa confiabilidade para reversão.
Rate of Change
Assim, ROC é a razão entre o preço de fechamento no instante atual em relação aos preços
de fechamentos dos períodos anteriores. Para analisar esse indicador, geralmente são
utilizadas três linhas de referência:
113
ROC > 0: há uma tendência de alta ou perda de força de uma tendência de baixa.
ROC < 0 : há uma tendência de baixa ou perda de força de uma tendência de alta.
Assim, é sinalizada a oportunidade de compra quando o ROC cruza a linha 0 de baixo para
cima. Já quando o ROC cruza a linha 0 de cima para baixo, indica oportunidade de venda.
Estocástico
114
Nessa fórmula, xt representa o preço de fechamento de um pregão, enquanto Mínτ
equivale à mínima de um período τ anterior a ele, e Mαx representa a máxima de um
período τ anterior.
Já a linha lenta (ou suave) é uma média móvel da linha rápida. Ela pode ser escrita da
seguinte forma:
Ou:
Diferentes períodos podem ser adotados para a soma representada pela linha lenta, mas
geralmente são realizadas as somas de 3 dias (n=3) da %K. Ou seja, são somados 3 dias da
%K, que são divididos por 3. Dessa forma, a linha suave desconsidera mais as oscilações de
curto prazo e representa melhor a tendência de longo prazo; enquanto a linha rápida
representa melhor as oscilações de curto prazo, visto que concede maior atenção aos
últimos acontecimentos.
Essa análise usualmente é aplicada em períodos curtos, de 5 dias para a linha %K e 3 dias
para a linha %D, indo geralmente até no máximo 10 dias observados.
Estocástico rápido: é construído com base em duas linhas, %K e a %D, traçadas (mais sujeita
às oscilações).
Estocástico lento: é construído com base na linha %D traçada e em sua média móvel, que
chamaremos de %M (a qual também pode ser de 3 dias).
115
A fim de analisar o estocástico, são utilizadas linhas para determinar as sobrecompras e
sobrevendas. Como o estocástico oscila entre 0 e 100%, é comum a utilização de zonas
próximas desses limites, como 10/90, 15/85, 20/80, 30/70, entre outras.
O Índice de Força Relativa (IFR) é um dos indicadores mais utilizados. Esse indicador mede
a “força do ativo”, ou seja, é utilizado para encontrar o ponto de exaustão do preço de um
ativo. É calculado conforme a seguinte expressão:
Geralmente são adotados períodos de 9, 14 e 25 dias, mas esse critério é subjetivo e, assim
como os demais indicadores citados, deve ser testado para diferentes períodos a fim de
avaliar qual é mais adequado para o ativo analisado. Geralmente, o IFR é utilizado em
conjunto com outras formas de análise.
116
Figura – Sobrecompra e sobrevenda.
117
Moving Average Convergence Divergence (MACD)
Isto é, a linha do MACD é composta pela diferença entre uma média móvel de curto prazo
e uma média móvel de longo prazo. Geralmente, a média móvel utilizada é exponencial,
sendo a MME de 12 dias utilizada para o curto prazo e a MME de 26 dias utilizada para o
longo prazo.
Além disso, há um outro elemento: uma linha de sinalização (Ms) que é composta por uma
média móvel exponencial de prazo ainda mais curto (geralmente 9 dias). Essa linha pode
apresentar pontos com três valores distintos:
118
Figura – Moving Average Convergence Divergence (MACD).
Caso o MACD cruze de baixo para cima a linha de sinalização, é apontado um momento
para a compra; já quando o MACD cruza a linha de sinalização de cima para baixo, um
momento para a venda é indicado. Uma das formas de compará-las é através do
histograma:
O histograma é positivo quando a linha MACD está acima de sua linha de sinalização e é
negativo quando a linha MACD está abaixo desta linha.
119
On Balance Volume (OBV)
120
A ideia de divergência também é aplicada a ele. Caso o preço apresente topos mais altos
que os anteriores e o OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão para uma
baixa. Além disso, caso o preço apresente um fundo mais abaixo que o anterior, mas o
OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão para uma alta.
121
Gerenciamento de Risco
Observe que o analista determinou um preço mínimo a ser tolerado. Caso o ativo caia até
determinado nível, ele vende o ativo e assim diminui o risco de maiores perdas. Todavia,
caso ele tivesse uma tolerância maior, ele poderia ter alcançado o preço alvo maior e assim
ter tido o ganho almejado. Veja o exemplo:
122
Figura – Tolerância maior de volatilidade.
Assim, fica claro que o aumento do risco tolerado pelo analista aumenta
consequentemente as chances de maiores retornos do investimento. Porém, essa
estratégia poderia não ser bem-sucedida, ou seja, os sinais do ativo poderiam ser falsos e
em seguida ter uma reversão para baixa.
Sempre deve ter um limite para as perdas toleradas pelo analista. Ou seja, toda estratégia
de investimento deve considerar o limite para as perdas dela. Como no caso do
investimento em períodos curtos o investidor tem pouco tempo para constantemente
acompanhar o ativo, é aconselhável determinar limites automáticos para as perdas. Esses
são os chamados stops (paradas). Os Stops são as ordens utilizadas para limitar as perdas
ou garantir os lucros das operações realizadas. Há diversas ordens programáveis pelo
investidor no home-broker, entre elas:
Start
As ordens de Start são aquelas que indicam um momento de compra quando houver
reversão de tendência em um ativo. Nela é definido uma diferença de preço que efetuará
o disparado da ordem (irá iniciar a ordem programada). Por exemplo, um ativo estava em
123
queda e o analista identifica uma possibilidade de reversão, portanto, ele orienta os
investidores que programem uma ordem de compra para quando o ativo subir de R$17,00
para R$ 17,60. Essa ordem será então a ordem de Start. Assim, o Start sinaliza uma entrada
em um determinado momento. Dessa forma há dois preços:
• Preço limite (ou preço de compra): o valor em que será realizada a compra.
Stop Loss
Os stops são, portanto, formas de limitar perdas em uma única operação. Perdas essas que
poderiam ser transformadas em um investimento em outro ativo que possa dar retorno.
Ou seja, quanto mais tempo se “gasta” esperando o ativo se recuperar de uma perda, mais
oportunidades são perdidas. Portanto, há um custo de oportunidade em “afundar” junto
com um ativo. O principal deles é o Stop Loss, em que também há dois preços a serem
definidos:
• Preço limite (ou preço de venda): o valor da venda mínimo a ser realizado.
Stop Loss é uma ordem para vender uma ação caso ela atinja determinado preço, com o
objetivo de limitar as perdas incorridas. Por exemplo, imagine que você comprou uma ação
quando ela estava cotada em R$ 20,00, você pode colocar uma ordem stop loss para que
ela seja vendida caso o seu preço se reduza para R$ 15,00, limitando as suas perdas em
25%. Similar ao stop loss, também é possível estabelecer uma ordem que define o
montante de valorização de uma ação. Por exemplo, se você comprar uma ação a R$ 20,00,
é possível emitir uma ordem para que ela seja vendida caso o seu valor supere os R$ 25,00.
Stop Gain
Já o Stop Gain objetiva assegurar um lucro definido pelo analista. Nela também é definido
um preço limite inferior ao disparo, contudo, o objetivo nesse caso é limitar a queda na
124
lucratividade, portanto, esses preços estão acima do preço no instante em que a ordem é
colocada (diferente do Stop Loss, em que os preços limite/disparo estão abaixo do preço
no instante em que são colocados). Por exemplo, o investidor comprou uma ação por R$
15,00 e há uma previsão de chegue até no máximo R$ 18,00, portanto, ele define um Stop
Gain com disparo em R$ 18,00 e uma venda em R$ 17,80.
Stop Simultâneo
Por fim, há o Stop Simultâneo que consiste em colocar tanto uma ordem de Stop Gain
quanto uma ordem de Stop Loss, assim, definindo uma faixa para a variação do ativo
conforme uma estratégia definida. Observe que todas as ordens citadas anteriormente
não são colocadas por acaso. Todas elas dependem de uma estratégia definida para as
operações.
Para se definir o Stop, é preciso estabelecer qual é o preço que sinaliza que a operação
fracassou. Esse preço pode ser definido de diversas formas. Entre elas:
Stop rígido
O Stop rígido pode ser definido como a determinação de um valor fixo abaixo da cotação
no instante da compra do ativo. Esse valor é uma diferença de preço fixo abaixo da cotação
do ativo. Por exemplo, o analista pode determinar que o Stop Loss estará sempre R$ 2,00
abaixo do preço de entrada em um ativo específico. Essa é a forma mais simples de
determinar o Stop, mas uma das menos eficientes, posto que nem sempre um valor fixo
adequa-se à volatilidade do ativo e a seu nível de preço.
125
Average True Range (ATR)
126
Stop com Saída Confirmada por um Indicador
Por fim, no caso do Stop com saída confirmada por um indicador, define-se o Stop
conforme um indicador de força ou fraqueza do mercado, como um indicador de
momentum (IFR, por exemplo).
Stop Móvel
O Stop Móvel é uma alternativa de stop para os analistas que desejam definir uma regra
para que o stop loss se movimente conforme mudanças nos preços do ativo. Por
exemplo, suponha um ativo que se valorize constantemente durante vários dias, é
interessante então ajustar a ordem de stop conforme prossegue a tendência de alta.
Nesse caso, stop móvel ajusta automaticamente o stop conforme essa tendência ocorra. É
importante destacar que esse ajuste só ocorre para cima quando se opera comprado em
um ativo. Assim, no stop móvel você precisa definir 4 fatores:
Para ilustrar isso, suponha um ativo cujo preço de compra é de R$ 10,00 e se valorize para
R$ 12,00. Ao chegar nesse patamar de preço ao invés de vender é decidido atribuir um
stop móvel, ou seja, é esperado que o ativo se valorize ainda mais. Através dessa ação é
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garantida parte da lucratividade adquirida e, além disso, é aproveitada a oportunidade de
maior valorização.
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Estratégias Operacionais
Ambos os indicadores são osciladores que variam entre 0 e 100 e são calculados para
períodos de, em média, 14 dias. Se a diferença entre o DI- e o D+ for pequena (cerca de
20 pontos ou menos) o mercado está na “horizontal”, ou seja, não há uma tendência
bem definida. Caso haja diferenças significativas (cerca de 40 pontos ou mais) entre eles,
é indicado uma tendência. É importante destacar que esse oscilador não é indicado para
a definição de pontos de compra, mas sim, para a definição da direção do mercado.
Contudo, alguns analistas utilizam o cruzamento entre o DI+ e o DI- para indicar momentos
de compra ou venda. Nesse caso, se o D+ cruzar o DI- de baixo para cima é indicado
compra. Já caso o D- cruzar o D+ de baixo para cima é indicada venda. Mas como é
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encontrado o DI- e o D+? Para responder, primeiro é preciso saber se movimento é
direcional para cima ou para baixo. Para isso, basta comparar a diferença entre dois
máximos consecutivos e a diferença entre os dois mínimos consecutivos. Quando:
• a diferença entre os máximos for maior que a diferença entre os mínimos é dito que
o movimento é direcional positivo;
• a diferença entre os mínimos for maior que a diferença entre os máximos é dito que
o movimento é direcional negativo.
Se [máx (D2) – máx (D1)] _gt_ [min (D2) – min (D1)]: O Movimento é considerado
“Movimento Direcional Positivo – MDP” e é considerado [máx (D2) – máx (D1)] e
descartado o [min (D2) – min (D1)].
Se [máx (D2) – máx (D1)] _lt_ [min (D2) – min 9D1)]: O Movimento é considerado
“Movimento Direcional Negativo – MDN” e é considerado [min (D2) – min (D1)]. e
descartado o [máx (D2) – máx (D1)].
Contudo, isso só vale se pelo menos um dos valores não é negativo. Caso (máxD2 – máxD1)
ou (minD2 – minD1) dê um valor negativo, o valor negativo é desconsiderado. Caso ambos
deem negativo, o movimento não é considerado direcional. Veja os candles a seguir:
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Figura – Candles.
131
Então o cálculo será:
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Estratégias de Longo, Médio, Curto e Curtíssimo Prazo
Tabela – Estratégias.
Período Rentabilidade
Curtíssimo Prazo (Scalper) Minutos, horas Centavos de Ações
133
Diante do exposto anteriormente, fica claro que saber o prazo das operações realizadas é
fundamental para a estratégia a ser definida. Assim, há conceitos comumente aplicados
para diferenciar as operações conforme os prazos delas. Entre os termos utilizados é
comum observar:
Position
Swingtrade
Já no swing trade são utilizados prazos menores que o position (poucos dias) e é
considerada de médio prazo. Nessas operações são buscados ganhos inferiores ao
position, porém, ainda maiores que nas demais modalidades: entre 5% a 8% de retorno.
Nessas operações são utilizados gráficos diários. O swing trade é considerado uma
operação de médio prazo e se foca em observar momentos de reversão. A liquidez se
torna mais importante nessas operações. Nessa operação há uma maior necessidade de
observação do mercado do que no position, pois apesar de não precisar se “focar”
exclusivamente no ativo adquirido, há uma necessidade maior de observação do mercado
para encontrar oportunidades.
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Daytrade
No day trade as operações ocorrem ao longo do próprio dia, ou seja, são abertas e
encerradas no mesmo dia. Assim, não há day trade que comece em um determinado
pregão e encerra no pregão do dia seguinte. Para as operações desse gênero são utilizados
períodos gráficos de até 60 minutos e se foca em ativos com maior liquidez pois a
diferença de minutos em um ativo pode significar a perda da lucratividade na operação.
Devido a isso, é considerada de curto prazo. Os ganhos das operações de day trade são
menores, entre 0,5% e 3% em um único dia e exige dedicação quase que exclusiva para o
acompanhamento do mercado. O day trade oferece maior risco do que as operações
anteriormente citadas, pois depende mais da liquidez e é passível de tributação e
corretagem que podem inviabilizar os ganhos. Contudo, o ganho acumulado ao longo de
diversos dias de operação tende a ser bom.
Scalper
Por fim, o scalping é uma operação mais ativa que o day trade. Portanto, o scalper é
considerado um investidor ainda mais agressivo que os demais. O scalper tende a fazer
cerca de 15 vezes mais operações que um day trader comum (investidor que faz day
trade). O maior foco dos scalpers está na redução considerável da exposição às
perdas. Para realizar operação desse gênero o investidor deve ter dedicação exclusiva às
operações realizadas. No scalping o foco está em variações mínimas, como centavos em
ações. Dessa forma, observam prazos curtíssimos e se utilizam de gráficos de poucos
minutos e são altamente dependentes do volume negociado.
135
uma técnica) e as pretensões do investimento.
Por exemplo, um investidor busca fazer um position. Nesse caso é possível definir um
objetivo de ganho conforme uma ferramenta como o Fibonacci, que demonstrará a
posição do ativo no auge da estratégia e pode utilizar as médias móveis para observar a
direção da tendência. Além disso, pode-se observar a movimentação dos preços através
dos padrões candlestick. Ou seja, um método é utilizado para definir a meta e outro
método é utilizado para acompanhar a evolução do ativo.
Depois disso, esse mesmo investidor decide fazer outra operação, porém, um day trade.
Segundo o tópico anterior, ele pode substituir os padrões candlestick por osciladores e
assim identificar o momento mais adequado para desfazer a posição através deles. Além
disso, ele pode observar a evolução do ativo através de simples suportes e resistência.
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Trading Systems
As operações recomendadas por analistas técnicos tendem a ter períodos mais curtos que
as operações recomendadas por analistas fundamentalistas. Muitas vezes, essas
operações apresentam prazos médios, curtos ou curtíssimos. Devido a essas
características, é exigido um tempo considerável para acompanhar as operações e, além
disso, o investidor está suscetível aos erros de decisão diante das oscilações. Uma solução
para esse problema é a adoção de “robôs” programados conforme as estratégias
definidas pelo analista. Dessa forma, o negociador pode se ocupar apenas em escolher as
melhores estratégias e stops e deixar o acompanhamento com o robô programado.
Porém, para que essa técnica dê certo é preciso que o robô seja corretamente orientado.
Ou seja, eles dependem da capacidade crítica do analista. Assim sendo, esses robôs
observam os níveis de preços do mercado e através deles identificam as características das
séries e os padrões gráficos decorrentes delas. Esses robôs são chamamos tecnicamente
de Trading Systems (TS). Os TS, como o próprio nome diz, são ferramentas de operação
sistema no mercado financeiro e economizam tempo (observação e realização de ordens)
e dinheiro (prejuízos decorrentes de fatores emocionais). Para que o TS funcione, são
definidos parâmetros para os indicadores mais utilizados na análise técnica, como:
• Média Móvel;
• Bandas de Bollinger;
• MACD;
• On Balance Volume;
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Uma programação simples de TS é estabelecer que será executada uma compra quando
as médias móveis de diferentes períodos cruzarem (preços iguais) e estabelecida a ordem
de venda quando descruzarem. Identificar o indicador que será usado no TS é uma etapa
crucial do TS. Para isso, é preciso estudar com afinco as características do ativo e as
características do indicador utilizado. Devido à facilidade, os mais utilizados são as médias
móveis. Isso realça o papel do analista na definição dos parâmetros utilizados. Mas essa é
apenas uma das diversas etapas da construção do TS. Entre as etapas é possível listar:
• Escolha de quais indicadores técnicos serão utilizados (Média móvel, IFR, etc.);
• Definição dos parâmetros dos indicadores (Período observado pela média móvel,
etc.);
• Definição das regras para entrada no ativo (Em que momento é realizada a posição
comprada ou vendida);
• Definição das regras de saída do ativo (Tipo de stop, preço de disparo, preço alvo,
reversão da posição, etc.);
• Realização do backtest; e
Observe que ao utilizar um TS é preciso definir uma série de regras que são parâmetros
básicos das operações e estão vinculadas à estratégia. Por exemplo, o tempo dos gráficos
maiores cobrem períodos de tempo maiores e, por englobarem oscilações maiores, são
menos suscetíveis a ordens de compra ou venda (são realizadas menos operações). Isso
está intimamente vinculado ao quanto se gastará com a execução das ordens de compra
ou venda. Os TS são divididos em dois tipos:
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adequado para momentos de congestão do mercado – por utilizar osciladores como o IFR)
Antes colocar em prática um TS, há a necessidade de realizar testes sem colocar capital
em risco, para avaliar a estratégia elaborada e realizar as adaptações necessárias. Uma das
formas de realizar esses testes é avaliar o desempenho que a estratégia teria no
comportamento passado dos preços do ativo a ser operado, através de um método
chamado de Back Testing.
O backtest é mais confiável quando mais dados são inseridos nele. Ou seja, estratégias
baseadas em históricos maiores têm maiores chances de serem eficientes do que aquelas
baseadas em históricos menores. Assim, TS testados em períodos longos do passado de
um ativo têm maior confiabilidade de funcionarem no futuro.
Através do backtest são testados os parâmetros e caso eles não se adequem corretamente
ao histórico é possível alterar o TS sem que haja prejuízo com operações erroneamente
executadas pelo TS.
• Otimizador: trata o código para que ele seja o mais eficiente possível.
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Dessa forma, após o backtest é realizada a avaliação do resultado e são melhorados os
parâmetros (otimização) para que o TS funciona conforme os dados da amostra da série
de dados.
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