Apostila Manuseio de Carnes, Aves e Pescados - 2020
Apostila Manuseio de Carnes, Aves e Pescados - 2020
Apostila Manuseio de Carnes, Aves e Pescados - 2020
FACULDADE DE HOSPITALIDADE
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GASTRONOMIA
APOSTILA
MANUSEIO DE CARNES,
AVES E PESCADOS
(Prática)
ITU
2020
APRESENTAÇÃO
_________________________________
Caro (a) Aluno (a):
E-mails: [email protected]
[email protected]
LISTA DE MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ESSA DISCIPLINA
LEVAR EM TODAS AS AULAS
Individual Grupo
• Faca de chef de 8 ou 10 polegadas sem ser de cabo de madeira • Sacos plásticos p/ alimentos
• Faca de legumes • Papel manteiga
• Faca de desossa 6 ou 8 polegadas (Mondial ou Tramontina) • Papel alumínio
• Descascador de legumes • Termômetro digital
• Agulha e linha grossa para carnes • Filme plástico
• Pinça para remoção de espinha do peixe
• Tesoura para cozinha
• Mandolin ou fatiador de legumes
• Bisnaga de plástico
• Pincel médio pode ser de silicone
• Fouet
• Uniforme completo e asseio pessoal adequado de acordo com os padrões CEUNSP – Gastronomia.
• Plano de ataque - reunir todo o material e ingredientes necessários antes de começar o trabalho – mise-en-place.
• Cada utensílio utilizado deve estar limpo e seco, posteriormente colocado no seu respectivo lugar, evitando a
desorganização.
• É proibido COMER e provar os alimentos com as mãos durante o preparo. Ao experimentar (para ajustar o tempero)
deve-se utilizar colher ou garfo limpos sempre que necessário.
• As preparações só poderão ser degustadas quando o último grupo concluir a sua receita. Todas as preparações devem
ser expostas na bancada e somente após autorização do professor os alunos podem experimentá-las. Todos os alunos
devem provar todos os pratos da aula.
• O único líquido a ser ingerido durante as preparações é ÁGUA, não é permitido que os alunos bebam refrigerantes ou
sucos, apenas ao final da aula, junto com a degustação dos pratos elaborados.
• Manter a sua unidade de trabalho (praça) sempre organizada e completa, checando seus equipamentos e utensílios
individuais antes e após o uso.
• Comunicar o professor ou técnico do laboratório imediatamente, no caso de quebra, inutilização ou defeito de algum
utensílio ou equipamento.
• Cada grupo é responsável pela organização e higiene de sua respectiva bancada e materiais nela contida.
• Cada grupo é responsável por trazer os insumos referentes a cada aula prática. TODOS os insumos da(s) preparação
(ões) do grupo devem ser trazidos no dia da aula e na falta de qualquer item da receita ou da ausência do grupo, os
integrantes serão penalizados.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 4
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 52
INTRODUÇÃO
____________________________________________________________
Os seres humanos apreciam a carne desde
a antiguidade. Há 2 milhões de anos, nossos
ancestrais viviam exclusivamente de plantas.
As mudanças climáticas e a redução da
vegetação levaram o homem a utilizar
carcaças de animais. A dieta foi ampliada
devido ao início da caça e ao consumo de
renas, cabras, porcos e galinhas entre outros.
A carne é um músculo, ou seja, são todos os tecidos comestíveis dos animais de açougue,
englobando músculos, com ou sem base óssea, gorduras e vísceras, podendo os mesmos ser in
natura ou processados.
Classificações da carne
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AULA PRÁTICA 1 – PESCADOS (PEIXES)
Os peixes, bem como outros animais aquáticos, são classificados pelo termo genérico pescados,
que se refere a todo animal que vive normalmente em água doce ou salgada, e que sirva para
alimentação; sendo considerado fresco aquele que não sofreu qualquer processo de conservação,
exceto pelo resfriamento, e que mantém suas características organolépticas inalteradas.
A carne de pescado apresenta atualmente um grande potencial de mercado, pois esse produto
industrializado ou in natura pode atender as necessidades do consumidor em aspectos: a)
nutricionais (rico em proteínas e ácidos graxos poli-insaturados); b) sensoriais (sabor agradável,
suave e característico); c) conveniência (fácil preparo ou pré-pronto).
No Brasil, o baixo consumo de peixes e frutos do mar e dos rios deve-se a diversos fatores: é um
país com tradição de uso de carne bovina; altos preços de pescados de melhor qualidade; falta de
conhecimento sobre as diversas formas de preparo. Entretanto, a procura por alimentos saudáveis
tem aumentado significativamente, e a carne vermelha vem sendo substituída pela carne branca,
aumentando assim o consumo de peixes.
- ESTRUTURA:
Peixes Roliços: Têm espinha ao longo da extremidade superior, dois filés
(um de cada lado), além de um olho de cada lado da cabeça. Têm uma
carne mais firme e de gosto mais pronunciado. Ex: bagre, cação, cavala,
salmão, truta, atum, sardinha, tainha, vermelho, badejo.
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Peixes Achatados: Têm espinha no centro e quatro filés (2 em cima e 2
embaixo), os olhos ficam no mesmo lado da cabeça. Têm sabor mais
delicado, ficam melhores quando cozidos rapidamente e utilizando o mínimo
de ingredientes. Ex: linguado, arraia, cherne, garoupa.
- COMPOSIÇÃO:
Peixes sem ossos: Têm cartilagem ao invés de ossos. Ex: arraia, tubarão.
Compra correta
Odor: Cheire o peixe. Este deve ter aroma “de mar” fresco
e limpo, próprio do peixe. Odores muito fortes são uma
indicação clara de que o peixe está velho ou de que não foi
manuseado de forma adequada.
Textura: Passe a mão pela pele. Esta deve ser lisa e
úmida. As escamas, se houver, devem estar bem presas ao
corpo. Olhe as barbatanas e a cauda. Devem estar úmidas,
frescas, flexíveis e macias; não podem estar machucadas ou
secas. Aperte a carne. Deve estar firme e elástica; se ficar
uma marca visível do dedo, o peixe não está fresco.
Olhos: Devem estar claros e arredondados, brilhantes e salientes. À medida que o peixe fica
velho, os olhos começam a perder umidade e afundam.
Guelras: Verifique as guelras. Devem estar róseas ou vermelhas e úmidas, sem traços de
coloração cinza ou marrom e devem estar úmidas e frescas. O tom exato de vermelho vai depender
do tipo de peixe.
Barriga: Verifique a barriga. Não deve haver sinais de “queimadura”, que ocorrem quando as
vísceras não foram retiradas logo; as enzimas do estômago começam a comer a carne, fazendo
com que essa descole dos ossos. A carne não deve apresentar quebras ou rasgos.
Armazenagem
Sob condições adequadas de armazenagem, os peixes podem durar vários dias sem perder a
qualidade. Quando o peixe chega, deve-se seguir os procedimentos abaixo:
Verifique cuidadosamente o frescor e qualidade do peixe. Pode-se enxaguar o peixe neste ponto;
deve-se limpá-lo e prepará-lo mais tarde, perto da hora do serviço.
Coloque o peixe sobre gelo picado ou moído num recipiente com furos, de preferência de plástico
ou de aço inoxidável. A barriga deve ficar para baixo e a cavidade da barriga deve conter gelo picado
também.
Cubra com mais gelo. Coloque o recipiente com furos dentro de outro recipiente. Desta forma, à
medida que o gelo derrete, a água vai escorrer.
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A Deterioração do Pescado
A deterioração é um fenômeno que ocorre devido à atividade
metabólica de microrganismos. O pescado é um dos alimentos
altamente perecíveis devido:
a) aos fatores microbiológicos;
b) a rápida instalação da fase de rigidez post-mortem (endurecimento
do peixe);
c) a liberação de muco;
d) a alta quantidade de água nos tecidos;
e) a constituição frouxa do tecido conjuntivo;
f) tecido rico em proteínas, fosfolipídios e ácidos graxos polinsaturados que servem de substrato para
as bactérias.
A fase de rigidez (rigor-mortis), que ocorre algumas horas após a morte do peixe, se caracteriza
por apresentar uma redução do pH da carne, resultado de reações bioquímicas que utilizam o
glicogênio muscular como energia e produzem o ácido lático. As reservas de glicogênio,
normalmente, estão associadas a quantidade de ácido lático produzido. Quanto maiores as reservas
de glicogênio, maior é a acidificação do músculo e maior a proteção do mesmo contra o ataque
bacteriano.
Assim, a movimentação excessiva dos peixes por ocasião da captura, diminui consideravelmente
as reservas de glicogênio de seus músculos, o que proporciona uma menor redução do pH. Por esse
motivo, a fase de rigor-mortis em pescado inicia-se rapidamente e tem curta duração. Sabe-se que as
alterações bacteriológicas só iniciam após esta fase, e como ela é de curta duração em peixes, a vida
comercial dos pescados, é menor que a dos outros animais.
Com relação ao fator microbiológico, um grupo grande de bactérias existem na superfície corporal,
trato gastrointestinal e respiratório (guelras) dos peixes vivos coexistindo em equilíbrio biológico. Com
a despesca, as defesas naturais do pescado deixam de existir e as bactérias atravessam as barreiras
da parede intestinal e das brânquias em busca de alimento. A liberação de muco por glândulas
situadas sob a pele dos peixes ocorre como uma reação do organismo ao ambiente adverso
encontrado fora da água. Outro fator envolvido na rápida decomposição do pescado é o de que as
estruturas do tecido muscular e conjuntivo são demasiadamente frouxas, tornando-se facilmente
permeável as bactérias. Os lipídios (gorduras) do pescado são formados em sua maioria por ácidos
graxos de cadeia longa (polinsaturados) que, interagindo com o oxigênio do ar, resultam em oxidação
desses lipídios, ou seja, “rancificação do pescado”.
Anatomia do peixe
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Método para limpar, cortar e/ou conservar
peixes
Cortes de peixes
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Goujonette (goujon ou emincé ou iscas): Nome que vem do
francês para um peixe pequeno, o goujon. São tiras cortadas
de um filé em diagonal, com aproximadamente 6-7 cm de
comprimento. É um corte apropriado para peixes magros, de
carne branca, servido com molho ou empanado. Em geral
serve-se 160 g, mas não é uma regra.
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Métodos de cocção indicados para peixes
PEIXES ROLIÇOS
É uma família de peixe que oferece ampla gama de tamanhos e formatos. Sua carne é tipicamente firme e
de gosto forte, o que significa que combinam bem com ingredientes fortes.
Peixes Preparo
Caranho, mahi mahi, vermelho Cozinhar, fritar, grelhar, fazer churrasco e assar.
Peixe-espada, atum, tubarão Grelhar, fazer churrasco, fritar, assar, fazer ensopado, refogar.
PEIXES ACHATADOS
Variedade de peixe com textura fina e sabor leve, dê preferência a um processo rápido de cozinhar,
utilizando o mínimo de ingredientes. É particularmente indicado o refogar, pois esse modo de cozinhar
ajuda a concentrar o sabor natural e delicado desses peixes.
Peixes Preparo
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NA PRÁTICA – EVISCERAÇÃO E CORTES DO PEIXE
Atenção!
- Nesta aula CADA ALUNO deverá trazer 2 peixes inteiros (tilápia), com escamas e com
as vísceras (que será escamado, eviscerado e cortado em aula) + Pinça para remoção
de espinha do peixe + Tesoura para cozinha.
- Cada GRUPO deverá trazer 1 peixe adicional (tilápia) que será para substituir algum
que não esteja tão fresco ou para as outras demonstrações de cortes.
Receita 1
Receita 2
Goujonette frito
Temperar os goujonettes com sal e pimenta. Passar na farinha de trigo temperada com as
especiarias (apalpar bem). Fritar sob imersão em óleo a 180ºC.
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AULA PRÁTICA 2 – PESCADOS (FRUTOS DO MAR)
São assim denominados vários animais que vivem em águas salgadas ou doces. Estão incluídos
nesta classificação:
Os crustáceos são seres invertebrados aquáticos, tem seu corpo protegido por uma carapaça
dura. A resistência de suas carapaças dependem da espécie à que pertencem e da necessidade de
defesa de cada espécie. A grande maioria é encontrada nos oceanos, mas existem também espécies
de água doce, como é o caso dos pitus.
Os crustáceos decápodes, tem cinco pares de membros e se movimentam no fundo dos oceanos
e rios. Inclui camarões, siris, lagostas e caranguejos, sendo o grupo de crustáceos mais conhecido.
Limpeza de camarões
- Para limpar os camarões devemos iniciar separando a cabeça do
corpo, logo após retiramos as patas, em seguida retiramos a casca.
Para retirar a tripa dele, entre seus gomos enfie a ponta de um palito
de dente e puxe a tripa para fora ela sai inteira ou faça um corte não
profundo ao longo do dorso do camarão com uma faca pequena,
expondo a tripa. Com cuidado solte qualquer membrana presa à tripa.
- Podemos manter os camarões com o rabo ou podemos retira-los
de acordo com o preparo que faremos.
Moluscos Bivalves: São moluscos com duas conchas ligadas por uma
articulação. Ex: vôngole, mexilhão, ostra, vieiras e mariscos. A maioria dos
bivalves se movem pouco e vivem presos a rochedos ou enterrados na areia, o
seu maior predador depois do homem é a estrela do mar.
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Para elegermos os moluscos de melhor qualidade devemos estar atentos para o que se segue:
Limpeza da lula
O primeiro passo é separar os tentáculos do corpo da lula com as mãos.
Ainda com as mãos devemos retira a pele. Com uma faca de oficio corte a
cabeça da lula logo abaixo dos olhos, tomando cuidado para não estourar a
bolsa de tinta. Com muito cuidado, para não separar os tentáculos, retire o
bico da lula. Lavar.
Limpeza do polvo
O primeiro item a ser feito para limpar um polvo antes de prepará-lo, será
lavá-lo sob a torneira de água fria. É importante concentrar-se nos tentáculos
e outros orifícios para evitar a permanência de qualquer sujeira ou resíduo.
Em seguida, você deve virar a cabeça do polvo para limpar o interior. Você
deve fazê-lo na pia ou bacia, uma vez que é possível que vaze tinta e
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manche. No caso de você não ter eviscerado o polvo na peixaria, chegou a hora de fazê-lo. Desse
modo, você deve tirar o saco de tinta, bico ou boca e os olhos com uma faca ou tesoura. Lavar.
Estrutura do polvo
Estrutura da lula
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Como comprar e preparar frutos do mar
Camarões Carne firme e cheia enquanto na Fritar, fritar por imersão, grelhar,
casca. Aparência úmida e churrasco, assar, cozinhar e no
cheirando a fresco. Rejeite os que vapor
recendem a cloro e manchas
pretas na casca.
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NA PRÁTICA – LIMPEZA E COCÇÃO FRUTOS DO MAR
Atenção!
- Nesta aula cada GRUPO deverá trazer: 20 camarões G rosa (devem estar com casca,
cabeça e cru) + 12 lulas inteiras e sujas. Trazer palitos de dente.
Receita 1
Camarão tempurá
Receita 2
Lula à milanesa
Metade das lulas limpas cortadas em anel Sal, pimenta e páprica picante QB
2 ovos batidos 1 limão siciliano
1 xícara de chá de farinha de trigo Óleo de soja para fritura QB
1 xícara de chá de farinha de panko 300 g de maionese de alho – levar pronta (misturar
300 g de maionese de boa qualidade com 4 dentes de alho ralado
finamente e ½ maço de salsinha bem picado)
Tempera as lulas limpas já cortadas em anel com o sal, pimenta. Passe as lulas na farinha de
trigo, depois no ovo batido e em seguida na panko. Frite em óleo quente. Sirva com a maionese, a
páprica salpicada e o limão fatiado.
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Receita 3
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AULA PRÁTICA 3 – AVES (DESOSSA E RECHEIO)
As aves podem ser adquiridas vivas ou abatidas. Quando adquiridas abatidas, poderão estar
inteiras ou porcionadas. As duas situações dependem das finalidades que serão dadas às carnes.
Por exemplo, caso não seja descartada nenhuma parte, é mais interessante, inclusive
economicamente, a aquisição da ave inteira, onde as partes nobres farão parte das preparações e
outras, como os pés e ossos, poderão ser utilizadas para os fundos, e os miúdos para recheios.
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Aves Como comprar Preparo
Frango Pele cor creme e macia, aparência fresca e Assar, assar na panela, refogar, no
úmida. vapor, cozinhar, fritar em bastante
óleo, fritar mexendo
Pato Pele flexível e lisa. Aparência seca. Corpo Assar (inteiro) Fritar, grelhar (peito)
comprido com peito estreito. Use sua gordura para assar batatas
Ganso Peito cheio com osso dorsal flexível. Pele clara Assar, assar na panela Refogar,
e lisa. Gordura amarela na cavidade do corpo. ensopados (pedaços)
Tetraz Pele úmida e fresca. Carne vermelha escura, Assar, assar na panela. Refogar, na
sem qualquer marca de "tiro". caçarola, ensopada
Galinha D'angola Peito longo e magro. Pele dourada e carne Assar com toucinho, assar na
gorda e escura. panela, caçarola
Perdiz Cheia, carne clara e macia. Cheiro de caça. Assar, assar na panela refogar,
caçarola, ensopada
Faisão Boa forma e sem marcas de "tiro". Membros Assar no toucinho, ensopado,
intactos e não quebrados. Cheiro forte de refogar
caça.
Frango de leite Pele úmida e cor de creme. Coxas grossas e Assar (inteiro) Grelhar, fazer
peito magro. churrasco (aberto/achatado)
Codorna Bastante carne. Forma arredondada e carne Assar, assar na panela, refogar,
cheia. caçarola, grelhar, fazer churrasco
Peru Cheio, peito e coxa gordos. Carne úmida e Assar (inteiro). Assar, refogar, na
sem marcas. Pouco cheiro. caçarola (pedaços). Fritar
levemente, fritar (peito)
Classificação do frango
• Frango: entre as aves domésticas, o frango é o mais comercializado: vivo, fresco, resfriado
(semicongelado), congelado e defumado, inteiro ou em cortes específicos, já preparado, pronto
para ser consumido após regeneração. O frango pode ser classificado de acordo com o seu
tamanho e idade em cinco categorias:
•
✓ Frango de leite ou galeto - com até 3 meses de idade e pesa entre 400 e 800g. A
carne é macia com sabor suave e pouca gordura. Método de cocção ideal:
grelhar, fritar ou assar.
✓ Frango comum - geralmente machos entre 3 e 7 meses que pesam 1 a 1,5 Kg.
Possuem carne suculenta e pode-se aplicar praticamente todos os métodos
de cocção.
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✓ Frango caipira - é o frango criado solto com alimentação natural ou mista. A carne é
muito saborosa, entretanto bem rija. A pele é mais amarela, com um tom mais forte
que os demais. Pode-se utilizá-lo para ensopados, guisados, assados no forno ou no
espeto.
✓ Frango capão - é a ave castrada. O costume de capar frango vem da Grécia antiga,
sendo ainda hoje muito difundido no Brasil. A ave é gorda, suculenta e possui uma
camada de gordura que derrete durante o cozimento, sendo melhor para assados.
Outras aves consumidas pelo homem: Peru, Pato, Marreco, Ganso, Faisão, Galinha-
d’angola/capote, Codorna, Perdiz, Pombo e Chester.
Anatomia do frango
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✓ Faça o mesmo procedimento na outra asa: localize a junta e corte. Segure o pescoço da ave
com uma mão e, com a outra, puxe as asas para baixo, descolando a carne dos ossos,
cuidadosamente para não rasgar a pele.
✓ Para descolar a pele do peito da ave, insira dois dedos em cada lado da cartilagem central e
puxe para baixo. A carne do peito ficará colada ao osso. Não se preocupe com ela neste
momento, você vai retirá-la mais tarde.
✓ Sempre segurando o pescoço ou parte superior do frango, continue puxando a pele para baixo,
até chegar no fim do osso do peito.
✓ Depois de retirar a pele do osso do peito você vai localizar as juntas das pernas.
✓ Insira a lâmina da faca na parte interna da coxa do frango, cortando exatamente na região da
junta ("virilha").
✓ Corte, abrindo a perna do frango com a outra mão. Continue cortando até separar a junta da
perna do quadril da ave.
✓ Faça o mesmo procedimento na outra perna: localize a junta e corte. Segure o corpo da ave
com uma mão e, com a outra, segure a pele, asas e pernas e pux e, descolando o resto carne
da carcaça, cuidadosamente para não rasgar a pele.
✓ Retire os dois filés do peito, que ficaram na carcaça. Você vai recolocá -los no frango, no final.
✓ Desossando as coxas: segure com uma mão a coxa, pela ponta que você cortou. C om a faca,
raspe o osso de cima para baixo, descolando toda carne. Continue raspando depois do
"joelho".
✓ Você, agora, desossou uma perna. Corte o osso com a faca, deixando apenas um pequeno
pedaço no final da perna. Faça o mesmo com a outra perna, com as duas asas. Desvire o
frango cuidadosamente.
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NA PRÁTICA – DESOSSA E RECHEIO
Atenção!
- Nesta aula CADA ALUNO deverá trazer: 1 frango inteiro resfriado (depenado,
eviscerado e higienizado). Faca de desossa + agulha e linha grossa para amarrar o
frango + 1 saco plástico para levar o frango recheado para casa.
Receita 1
O GRUPO deverá escolher a farofa para rechear o frango – LEVAR A FAROFA PRONTA,
a receita será suficiente para todos os integrantes!
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200 g de ervilha fresca 2 pimentão vermelho ou amarelo picado em cubos
de 0,5 cm
2 dentes de alho brunoise
1 kg de farinha de milho amarela
2 cebola brunoise
Sal, pimenta e cheiro verde QB
400 g de palmito (macio) picado
Refogar os legumes na manteiga. Misturar o requeijão. Temperar e misturar a farinha aos poucos.
Verificar a necessidade. Deverá ficar firme, mas não muito seco. Obs. Levar mais farinha de
milho na aula para ajustar, se necessário.
Derreter a manteiga e colocar a cebola e o alho, refogar, adicionar o milho, a ervilha, a azeitona,
deixar cozinhar um pouco. Em seguida colocar a farinha de milho e os temperos. Obs. Levar mais
farinha de milho na aula para ajustar, se necessário.
Derreter a manteiga e colocar as cebolas, refogar, acrescentar as frutas picadas (pode ser que
precise de um pouco de calda). Deixar cozinhar um pouco. Em seguida colocar a farinha de milho e
os temperos. Obs. Levar mais farinha de milho na aula para ajustar, se necessário.
Bater o leite com metade do milho e o amido. Reservar. Derreter a manteiga e colocar as cebolas,
refogar, adicionar o restante do milho. Deixar cozinhar um pouco. Adicionar a mistura do leite na
panela. Deixar engrossar. Juntar o requeijão e temperar. Em seguida colocar a farinha de milho aos
poucos. Verificar a necessidade. Deverá ficar firme, mas não muito seco. Obs. Levar mais farinha
de milho na aula para ajustar, se necessário.
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Receita 2
OBSERVAÇÃO DA AULA: Cada ALUNO levará o seu frango recheado para assar em casa. Em
aula degustaremos apenas o frango recheado e assado da DEMO do professor.
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AULA PRÁTICA 4 – AVES (CORTES CLÁSSICOS)
Utensílios utilizados na
manipulação da carne de aves
Peito: Carne branca e macia, utilizada para grelhar, fritar, empanar e saltear
- Supreme: Corte feito a partir do peito (meio peito, filé maior)
- Sassami: Pequeno filé retirado da parte interna do peito, próximo do osso (filézinho)
- Emincé: Corte em tiras do sassami ou do supreme
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Sobrecoxa: Carne saborosa e um pouco mais escura. Ideal para assar, guisar, fritar e grelhar.
Esse último depois de desossar.
Coxa: Assim como a sobrecoxa, possui carne muito saborosa. Recomendada para guisados,
assados, frituras e grelhados
- Manchonner (limpar o osso da coxa, mantendo-o aparente, livre de carne)
Asa: Formada de uma coxa pequena, meio e ponta. Por possuir carne macia, é ideal para
assar, grelhar e fritar.
- Tulipa: meio da asa, sem a ponta – popular no mercado brasileiro
- *Tulipa*: também pode receber o nome da tulipa a limpeza da coxinha da asa, com a carne virada e osso
aparente e limpo
- Drumet: coxinha da asa, no geral faz a mesma limpeza do osso, mas a carne não é vir ada, também
chamado de Lollipop. *Obs. no mercado popular brasileiro drumet se refere a coxinha inteira*
Outros cortes:
Pé: Na gastronomia os pés do frango são muitos utilizados na preparação de sopas e caldos.
Miúdos: O fígado, o coração e a moela são ideais para utilizar como recheios de muitas
preparações, bem como salteados.
Pescoço: Parte da ave também com muito sabor, é ideal para sopas e fundos.
Ostra do frango: Faz parte do filé de sobrecoxa, pedaço pequeno e escuro, tem o sabor da
coxa e a textura do peito, cada frango tem apenas duas. Como muitas pessoas cortam a
sobrecoxa antes dela (deixando-a na carcaça), ela acaba sendo mal aproveitada.
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NA PRÁTICA – CORTES CLÁSSICOS DO FRANGO
Atenção!
- Nesta aula CADA ALUNO deverá trazer: 1 frango inteiro resfriado (depenado,
eviscerado e higienizado). Faca de desossa + Faca do chef.
Receita 1
Receita 2
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Receita 3
OBSERVAÇÃO DA AULA: Todos os cortes executados em aula, serão utilizados nas receitas
supracitadas.
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AULA PRÁTICA 5 – BOVINO (FILÉ MIGNON)
O boi normalmente é cortado em quartos, que, por sua vez, são divididos em cortes menores. No
Brasil, a Portaria n.º 5, de 8 de novembro de 1983, da Secretaria de Inspeção de Produto Animal
(Sipa), regulamentou os cortes de carne bovina. No entanto, as denominações podem variar de
estado para estado, ou mesmo de uma região para outra. A carne bovina é largamente utilizada na
culinária; a variedade de textura, sabor e apresentação permite o desenvolvimento e a criação de
muitas receitas. Contudo, sendo o boi um animal grande, sua carne varia enormemente de acordo
com o corte e, consequentemente, requer diferentes métodos de preparo e cocção. Os corte mais
utilizados atualmente são:
• Corte americano
É feito através de ossos e fibras sem respeitar a anatomia do animal.
• Corte tradicional
Respeita a separação natural dos músculos e a direção das fibras.
Por essa razão, é muito difícil, quase impossível, a tradução de alguns cortes de um idioma para
outro, devendo-se procurar o equivalente, ou mesmo conservar o original. Também é muito discutida
a divisão dos cortes em carnes de primeira e Segunda; alguns especialistas afirmam que existe
animais de primeira e outros de Segunda, variando conforme o tipo de pastagem, alimentação e
atividades físicas.
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O organismo animal contém cerca de um terço dos cem elementos químicos existentes. Destes
elementos, aproximadamente vinte são essenciais a vida. Os elementos mais abundantes (em peso)
no organismo são aqueles presentes na água e nos compostos orgânicos, como as proteínas, lipídios
e carboidratos: oxigênio, carbono, hidrogênio e nitrogênio. Estes quatro elementos juntos constituem
aproximadamente 96% da composição química do animal.
Minerais: possui vários minerais, destacando-se a presença de ferro, fósforo, potássio, sódio,
magnésio e zinco, e estão mais ligados ao tecido magro. Entre as funções importantes que exercem
pode-se destacar: o cálcio e o magnésio desempenham papel importante na contração muscular; os
compostos orgânicos do fósforo intervêm nas modificações post-mortem, no processo de maturação
da carne e hidratação da carne. A carne apresenta-se como fonte expressiva de ferro, de 40% a 60%
desse elemento é altamente absorvível, quando comparado ao ferro proveniente dos vegetais. A
carne possui quase todos os minerais de importância para a nutrição humana. Em termos
quantitativos, o fósforo e o potássio são os mais importantes. A relação entre potássio e sódio é
favorável na carne, considerando que o sódio se encontra em quantidade escassa. Entretanto, os
produtos cárneos processados são ricos em sódio devido à adição de sal refinado, na proporção de 2
a 3% durante a elaboração.
Proteínas: são formadas de aminoácidos, que são unidades químicas a partir das quais o corpo
humano sintetiza suas próprias proteínas durante o crescimento e a renovação dos tecidos e dos
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órgãos. O excedente de aminoácidos é utilizado como fonte de energia. A carne é uma excelente
fonte de proteínas tanto em quantidade como em qualidade. Em quantidade, 100 g de carne magra
coxão mole, por exemplo, depois do cozimento, contêm 30 g de proteína, o que corresponde a 50%
das necessidades diárias do ser humano adulto. Em qualidade, as proteínas da carne são as mais
completas por apresentarem um perfeito equilíbrio de aminoácidos essenciais, isto é, aqueles que o
corpo humano não sintetiza a partir dos demais e que, por isso, devem estar presentes nos alimentos
ingeridos. Outros produtos de origem animal, como os ovos ou o leite e derivados, também são fontes
de proteínas completas. Já as proteínas encontradas nos alimentos de origem vegetal são deficientes
em um ou mais aminoácidos essenciais e, portanto, devem ser consumidas em combinações de
cereais (arroz, trigo, milho) com leguminosas (feijão, soja, ervilhas). A digestibilidade da fração
protéica da carne varia de 95% a 100% e a proteína da carne contém todos os aminoácidos
essenciais ao ser humano. Existem variações no teor protéico da carne em relação aos cortes
cárneos, idade, alimentação, sexo e raça do animal, embora não sejam significativas.
Enzimas: entre outras, encontram-se catepsinas, fosforilases, catalases e peroxidases. São muito
importantes nos fenômenos postmortem. A maior parte encontra-se no sarcoplasma. Entre os fatores
que influem na ação das enzimas podem ser destacados:
• Temperatura: atuam numa faixa de temperatura que vai de -20 ºC a +60ºC. Em
temperaturas inferiores sua ação é retardada. Acima de 60ºc, inicia-se sua inativação. A
100ºC há destruição total.
• pH: a faixa ótima de atuação está entre pH 5-7.
• Umidade: a reação enzimática ocorre quando os componentes estão em meio
aquoso. Diminuindo-se o teor de umidade, diminui também a ação enzimática.
Lipídios: a fração lipídica da carne talvez seja a mais variável do ponto de vista qualitativo e
quantitativo devido à influência de fatores intrínsecos (raça, idade, sexo), quanto mais adulto o
animal, maior a proporção de lipídio, e o sexo afeta o conteúdo intramuscular, as fêmeas apresentam
maior teor de gordura, e animais castrados podem apresentar maior conteúdo lipídico que aqueles
não castrados; e extrínsecos, como alimentação que influencia diretamente na concentração de
gordura no tecido animal. A carne tem sido classificada dentro da categoria de alimentos ricos em
gordura sendo apontada de maneira muito crítica, quanto ao aspecto de alimentação saudável. As
tabelas de composição química da carne divulgadas normalmente são antigas e ultrapassadas e
apresenta um teor de lipídios elevado, o que não é observado atualmente. A gordura fornece ácidos
graxos essenciais, colesterol, além de hormônios e vitaminas lipossolúveis que estão envolvidas no
funcionamento do organismo , também proporcionam estrutura e funcionamento da membrana
celular, energia para outras células e aspectos organolépticos (sabor e textura).
A gordura está armazenada no tecido animal de quatro modos:
- extracelular, constituída dos depósitos de tecido adiposo subcutâneo e demais depósitos no
organismo animal;
- intramuscular, conhecida como marmorização, constituídas de fibras muito finas no tecido
muscular;
- intermuscular, entre os músculos;
- pequenas gotículas, no líquido intercelular.
Colesterol: na carne estão presentes também substâncias indesejáveis, como colesterol, que
deve ser evitado o consumo em elevadas concentrações. O colesterol é uma substância encontrada
na membrana celular de toda célula animal, sendo necessária para sua existência, e atua em
diversos processos orgânicos (formação de hormônios, vitamina D, ácidos biliares e etc). Origina-se
de alimentos (a ingestão diária do ser humano deve ser de até 300mg) ou são formados no
organismo.
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Fatores que influem na
composição da carne
Sexo: em geral os machos possuem menor quantidade de gordura subcutânea do que as fêmeas.
Idade: de maneira geral, ao aumentar a idade, aumentam quase todos parâmetros químicos, com
exceção da água. Animais jovens possuem pouca quantidade de gorduras subcutâneas e
intramuscular, e não apresentam marmorização.
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Anatomia do boi (principais cortes)
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Filé mignon (traseiro do animal)
Também conhecido como filé, pode ainda ser chamado de lomo (espanhol), filet (francês) ou
tenderloin (inglês). É o corte mais macio de carne bovina, uma vez que não tem contato com as
partes de movimentação. Um filé mignon inteiro tem aproximadamente 2 kg. Tem sabor suave e
menos acentuado que a alcatra e o contra filé, é suculento e tem pouca gordura. A peça inteira, após
o corte, leva os nomes de chateaubriand, tournedos, escalope, medalhão, saltimbocca e paillard.
Com as aparas são feitos estrogonofe, emincés e picadinhos. Fica bem acompanhado de vários tipos
de molhos. Para churrasco, pode entrar como um ingrediente do espetinho misto ou xixo, ou
preparado em bifes grossos na grelha ou inteiro no espeto.
a) Cabeça
b) Coração
c) Ponta/Rabo
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1. Chateaubriand: grelhado mal passado, serve duas pessoas. Geralmente é finalizado no forno
devido a altura. Geralmente descansa 5 minutos tampado antes de servir: concentração do suco.
2. Tournedo: grelhado mal passado ou ao ponto. Geralmente descansa 5 minutos tampado antes de
servir: concentração do suco. Variações: Tournedos Piqué: recheado com bacon; Tournedos Bardé-
Au-Lard: envolto com bacon; Plati alto: tournedo colocado em pé e levemente achatado; Plati baixo:
tournedo colocado em pé e bastante achatado.
3. Medalhões: grelhado ao ponto.
4. Escalopes: corta-se em rodela e bater levemente. Grelhar, saltear, empanar. Ao ponto. Variações:
Saltimboca: intercalado com folhas de sálvia e presunto Parma.
5. Paillard: é um bife bem fino obtido a partir do tournedor ou da parte da ponta/rabo do mignon, em
que batemos a peça com um batedor de carne ou com a palma da mão, em meio a duas folhas de
papel plástico grosso para não rasgar a carne. Grelhado ao ponto.
6. Emincé: corte em diagonal formando tiras: strogonoff ou salterar ou empanar e fritar. Desta parte do
mignon também pode-se fazer cubos (brochete) utilizado para ragoût e porções. Para ser utilizado
em pratos A la carte (molhos para massa, risotos, etc), utiliza-se 120 g aproximadamente por
pessoa. Salteados e cozidos.
Segredos do grelhado:
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NA PRÁTICA – LIMPEZA E CORTES DO FILÉ MIGNON
Atenção!
- Nesta aula cada GRUPO deverá trazer: 1 peça de filé mignon suja e inteira (com o
cordão) embalada à vácuo.
- A TURMA deverá trazer: 1 peça de filé mignon suja e inteira (com o cordão) embalada à
vácuo para a demo do professor.
Receita 1
Receita 2
Azeite para grelhar a carne QB Ervas frescas (alecrim, tomilho, salvia, louro) QB
1 dente de alho ralado 1 colher de chá de açúcar
1 cebola pequena, brunoise Sal e pimenta do reino preta moída na hora QB
400 ml de Vinho tinto seco 50 gramas de manteiga e 20 gramas de farinha de
trigo para beurre manié
50 ml de molho inglês
Selar a carne em fogo alto com azeite, temperar dos dois lados com sal e pimenta do reino. Depois
de selar todos os lados, retirar a carne e reservar. Na mesma frigideira adicionar um fio de azeite,
refogar a cebola e o alho, acrescentar o molho inglês e o vinho com as ervas, deixar reduzir e
adicionar o açúcar para corrigir a acidez, se necessário temperar com sal. Espessar com o beurre
manié até atingir o ponto nappé.
Receita 3
Estrogonofe “abrasileirado”
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1 cebola brunoise 500 ml de creme de leite fresco ou lata nestlé
2 dentes de alho ralado Sal e pimenta do reino QB
2 tomates concassé cortado em brunoise 80 ml de cognac ou outro brandy
50 ml de molho inglês 200 g de batata palha pronta
100 g de catchup de boa qualidade Arroz branco cozido 1 xicara
1 colher de sopa de mostarda dijon QB
Em uma panela quente adicionar a manteiga e um fio de azeite e selar a carne aos poucos,
temperar com sal e pimenta. Retirar a carne e refogar a cebola e o alho, adicionar o tomate, o
molho inglês, o catchup e a mostarda, adicionar os cogumelos, refogar e flambar com o cognac.
Acrescentar o creme de leite e juntar a carne. Servir com o arroz e a batata.
OBSERVAÇÃO DA AULA: Os cortes TOURNEDO e MEDALHÃO serão servidos com o molho de vinho, o
CHATEAUBRIAND com a manteiga de ervas. Os cortes ESCALOPES e EMINCÉ serão repicados para o
Estrogonofe.
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AULA PRÁTICA 6 – BOVINO (CONTRA FILÉ E
PICANHA)
Desse grande corte do animal saem variações com nome, sabor e textura bem diferentes.
Variação do Ancho: Ojo de bife (olho de bife) corte retirado do miolo do ancho.
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Prime rib também chamado de ancho com osso, é o corte feito na
transversal das cinco primeiras vértebras do boi. Concentra tanto o marmoreio
da gordura como o sabor que o osso empresta à carne. Grelhar ou assar na
brasa.
Curiosidade: Quando estiver retirando os pedaços repare que fica bastante carne entre
os ossos e para o lado de fora deles. É a bananinha, que recebe este nome devido ao
formato parecido à uma banana. São porções de carne que ficam entre os ossos do
contra filé, ideal para churrasco ou cozidas. Se ao invés de tirar a bananinha do osso,
cortarmos tudo junto na transversal teremos o Asado de Tira ou bife de tira, um dos
cortes mais tradicionais na Argentina e Uruguai, é extraído da costela traseira do boi,
no sentido transversal ao dos ossos. Sua localização atribui sabor e textura únicos à
carne. Deve ser assado. Também chamado de short rib.
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parte de coxão duro que não foi separada do corte sendo vendida junto. Entretanto, essa ideia é um
pouco antiga, se originou em uma época onde animais eram criados soltos, no pasto, sujeitos a
intempéries, racionamento de comida, e com constante exercício. Estes animais, por sua rotina ativa
e alimentação menos farta, engordavam menos e cresciam menos, por isso, nessa época, de fato
uma picanha dificilmente passava de um quilo. Assim, este ensinamento foi passado de geração para
geração. Porém a realidade mudou. A criação de gado se sofisticou, permitindo uma melhor
alimentação, saúde e repouso dos animais. Não é difícil perceber que com uma alimentação mais
calórica e menos atividade física temos animais mais pesados, maiores e com mais gordura. Quando
o boi aumenta de tamanho, por consequência, a picanha aumenta de tamanho. Então, talvez em
1900 não existisse uma picanha de mais de um quilo. Hoje certamente existe e pode ser encontrada
inclusive nas melhores boutiques de carne do país.
Como a maior parte da carne que comemos vem de animais criados em confinamento, é natural
que boa parte das picanhas tenha um tamanho que ultrapasse um quilo. Portanto, para comprar de
forma correta, analise a anatomia da carne.
Em vez de focar no tamanho, observe a carne. Quanto mais gordura entre as fibras musculares,
mais macia e saborosa ela será. A carne deve ter um aspecto “marmorizado”, ou seja, vermelho
permeado pelo branco da gordura. O tipo de gado pode ajudar, algumas raças, como o Angus, tem
uma propensão genética a acumular mais gordura entre as fibras da carne, o que gera uma picanha
mais macia e saborosa.
Ao avaliar a capa de gordura, não foque no tamanho. Observe que ela não tenha falhas, ou seja,
ela deve cobrir toda a carne sem buracos. Não precisa ser grande ou grossa, precisa ser homogênea.
Observe a cor, uma camada de gordura amarelo escuro (quase marrom) é sinal de que o animal é
envelhecido, o que pode comprometer sua maciez.
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NA PRÁTICA – CORTES DO CONTRA FILÉ E
PICANHA: CRIAÇÃO DE PRATOS
Atenção!
- Nesta aula cada GRUPO deverá trazer: 1 peça (sem cortar) de contra filé sem osso
(média de 2 dedos de espessura por aluno).
Obs. Contra filé: procure por regiões do início (ancho) e centro (chorizo) da peça. Deve
estar extremamente fresca, não deve estar cortada.
- A TURMA deverá trazer: 1 peça de picanha sem cortar (1 kg) para a demo do professor.
A picanha será recheada com: 1 cenoura + 1 cebola + 200 g de bacon fatiado + 100 g de
provolone fatiado ou ralado.
Azeite para grelhar a carne QB Ingredientes para uma guarnição (amido e vegetais –
levar pré-pronto: ex.: arroz, massa, purê, legumes etc)
Sal e pimenta do reino preta moída na hora
QB Flores comestíveis e brotos para finalização dos
pratos QB - opcional
Ingredientes para um molho (a escolha)
OBSERVAÇÃO DA AULA: A receita deverá ser igual para todos os integrantes do grupo porque
todos os pratos precisam estar padronizados na apresentação. A picanha da demo do professor
será degustada por toda a turma.
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AULA PRÁTICA 7 – SUÍNO
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Anatomia do porco e suas aplicações na cozinha
Paleta, braço ou pá: possui mais gordura que o pernil, além de nervos e tendões, o que resulta
num corte econômico e muito utilizado na indústria alimentícia na composição de embutidos de porco.
Pode ser assada com ou sem osso, cortada em cubos para guisados, moída e em recheios.
Lombo: situa-se na parte superior do dorso do animal, sendo considerado sua parte nobre. Carré
é o lombo com osso, abrangendo todo o dorso e as costelas (sete de cada lado). Abaixo do carré
está o lombinho ou filé mignon. Lombo, carré e costelas são geralmente assados ou grelhados. O
carré desossado e fatiado transforma-se em medalhões e o lombinho, em escalopes.
Costela: a costela ou costelinha não deve ser confundida com costeleta. A costela é a parte de
carne retirada da caixa torácica, enquanto as costeletas são da parte traseira da coluna. Costelas e
costeletas (cutlet – côtelettes) podem ser fritas ou assadas.
Pernil: é a parte traseira do porco. Pode ser preparado inteiro com osso e couro ou desossado.
Do pernil fazem-se os diversos tipos de presunto e também o tender.
Barriga: situada no lado de trás das costelas, é uma das peças mais gordurosas do porco. Extrai-
se dela a banha, que é usada para óleos, massas e recheios de pães. Serve como matéria-prima
para toucinho, bacon e algumas das mais famosas especialidades da cozinha italiana (pancetta).
Toucinho: é a gordura que envolve o dorso do porco, logo abaixo do couro, podendo ser fresco,
salgado, curado ou defumado. O toucinho e o bacon diferenciam-se pela maneira de apresentação –
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toucinho em pedaços grandes e bacon em fatias finas. Ambos podem ser mais magros ou gordos,
dependendo da parte do animal de que foram retirados e dos processos que foram submetidos.
Joelho: o joelho de porco ou jarret ou jarreta, quando defumado, é conhecido como einsbein. É a
parte logo acima do pé. Além da típica preparação alemã, o joelho também pode ser utilizado em
sopas e cozidos.
Cabeça: podem ser utilizada inteira com bochecha, língua e os miolos, cortada na metade ou em
preparação de patês ou aspics.
Papada: é constituída por banha e pouca carne; após derretida a banha aproveita-se o torresmo.
Contém muito colágeno, sendo utilizada em fiambres.
Rabo e Pé: muito apreciado pelos franceses, devem ser cozido lentamente com temperos.
Juntamente com a língua, orelha, focinho, salgados são utilizado na feijoada. Pés dianteiros e
traseiros são suculentos e devem ser cozidos lentamente, com temperos.
Receita 1
50 g de manteiga Salsinha QB
1 colher de sopa de farinha de trigo 200 ml de creme de leite fresco
250 ml de vinho branco seco 2 colheres de sopa de mostarda de Dijon
1 litro de caldo de carne (levar pronto) Sal e pimenta do reino preta moída na hora QB
2 dentes de alho brunoise Suco de 1 limão
Ervas frescas (alecrim, tomilho, salvia) QB 20 ml de shoyu
1 Acompanhamento à escolha do grupo (criação)
Desenvolver a receita baseando-se nos ingredientes supracitados.
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Receita 2
Receita 3
OBSERVAÇÃO DA AULA: As receitas deverão ser criadas pelo grupo, respeitando as técnicas
solicitadas.
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AULA PRÁTICA 8 – LINGUIÇA
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NA PRÁTICA – PREPARAÇÃO DE LINGUIÇA
Atenção!
- Nesta aula todos os GRUPOS farão a receita base abaixo + o ingrediente adicional,
conforme informado.
- No final, as linguiças serão usadas para produzir um sanduíche escolhido pelo grupo e
o restante para levar para casa, portanto, levar saco plástico para embalar e transportar.
NESTA AULA A RECEITA BASE SERÁ IGUAL PARA TODOS OS GRUPOS. OS INGREDIENTES
ADICIONAIS PARA COMPOR O SABOR, FICARÁ A CARGO DO GRUPO!
Receita Base
Linguiça suína
Sanduíche
OBSERVAÇÃO DA AULA: Dependendo do local da compra da tripa, será mais viável adquirirem
enquanto turma, pois a quantidade mínima de compra (em alguns estabelecimentos) poderá
abastecer a sala toda.
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AULA PRÁTICA 9 – OVINOS E CAPRINOS
A ovelha é a fêmea adulta que fornece o leite e a lã. Os métodos modernos de alimentação e
criação melhoraram o gosto e a textura de cordeiro, atendendo à demanda por cortes mais magros,
com menos gordura. A carne de filhote de cordeiro é bem clara e parecida com a de vitela; a carne de
carneiro com menos de um ano (cordeiro da primavera) tem um tom rosado um pouco mais escuro e
sabor delicado. Embora não se encontre facilmente, a carne de carneiro com mais de dois anos tem
sabor mais forte de caça e é mais escura. A carne de carneiro é de textura lisa, coloração rosa, com
pouca gordura, envolta em uma pele fina e transparente.
Deve-se comprar animais recém abatidos, vistos que a carne do carneiro torna-se rançosa
facilmente. A alimentação influencia bastante o sabor da carne. Um exemplo são os carneiros criados
nas costas agrestes da Bretanha (França), alimentando-se de grama com ar marinho: possuem carne
levemente salgada, sendo conhecidos com pré-salé (pré-salgado). Normalmente, o carneiro é
vendido inteiro ou em metades, podendo também ser encontrado em cortes.
Este tipo de carne abrange desde cortes que não são caros, que ficam melhores quando
refogados, ensopados e assados na panela, pois dão umidade e maciez a sua carne menos
suculenta, até as refinadas postas e costeletas e os elegantes "coroa assada" e “guarda de honra”
preparados para ocasiões especiais — existe sempre um corte de cordeiro adequado para cada
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ocasião. Embora haja carne de cordeiro o ano inteiro, a carne da primavera é a mais tenra e
adocicada.
Peito e Pescoço – são geralmente preparados em receitas típicas e deixadas em vinha d’alho,
assados ou ensopados.
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Gado Caprino (Bode, Cabra e Cabrito)
A carne comercializada como caprina é geralmente a do
cabrito, animal jovem de dois a três meses de idade. Deve ser
muito bem lavada para se retirar uma gosma que a envolve e
extrair glândulas, manchas e coágulos. A carne do cabrito e a do
carneiro (animal adulto) são parecidas.
Cabra e bode são respectivamente a fêmea e o macho adultos. São apreciados em algumas
cozinhas regionais, principalmente o bucho do bode, na famosa buchada ou no seu equivalente
escocês – haggis. O leite de cabra é excelente substituto do leite de vaca e dá origem a muitos
queijos. Seu pêlo produz as lãs mohair e cashmere.
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NA PRÁTICA – CORTES E PREPARAÇÕES COM
CABRITO E CORDEIRO
Atenção!
- Nesta aula a TURMA deverá trazer:
- 1 Pernil de cabrito (inteiro) – não pode estar congelado – Demo do prof.
- 1 Paleta de cordeiro (inteira) – não pode estar congelada – Demo do prof.
- Ingredientes da receita 1 (a qtdd será o suficiente para a turma toda) – Demo do prof.
Obs.: Se não encotrarem, poderá ser paleta de cabrito e pernil de cordeiro. O importante
é trabalharmos com a carne dos dois animais.
Carré de cordeiro
OBSERVAÇÃO DA AULA: A receita do carré deverá ser criada pelo grupo, respeitando as
solicitações, entretnato poderão incluir mais componentes no prato.
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REFERÊNCIAS
KÖVESI, Betty. 400 G, Técnicas de cozinha. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2007.
WRIGHT, Jeni; TREUILLE, Eric. Le cordon bleu: todas as técnicas culinárias. 5ª ed. São
Paulo: Marco zero, 2004.
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