Embrapa ES Cultivares
Embrapa ES Cultivares
Embrapa ES Cultivares
CIRCULAR TÉCNICA
Indicação de cultivares de
café arábica para o estado
6
do Espírito Santo e avaliação
comparativa com o conilon
em altitude elevada
Maria Amélia Gava Ferrão
Elaine Manelli Riva-Souza
Brasília, DF Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca
Abril, 2021 Romário Gava Ferrão
Walter Guedes dos Santos
José Spadeto
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação 1
comparativa com o conilon em altitude elevada
Introdução
No Espírito Santo, a cafeicultura está presente em todos os municípios e
abrange 60 mil propriedades rurais e 130 mil famílias, das quais cerca de
70% são de base familiar. A cultura se destaca como a principal atividade
socioeconômica capixaba. O estado, tradicional produtor de café, encontra-
se na segunda posição do ranking nacional na produção da cultura,
ocupando a primeira posição entre os estados produtores de café conilon;
e a terceira, de café arábica. A estimativa capixaba de produção total de
café em 2020 foi de 13,95 milhões de sacas (65,86% de conilon e 34,14%
de arábica), numa área total em produção de 400,28 mil hectares (Conab,
2020). Nesse ano, o estado alcançou recorde de produtividade (30,49 sc/
ha) e de produção (4,76 milhões de sacas) de café arábica.
1
Maria Amélia Gava Ferrão, engenheira-agrônoma, D.Sc. em Genética e Melhoramento de
Plantas, bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, pesquisadora da Embrapa Café/
Incaper, Vitória, ES; Elaine Manelli Riva-Souza, engenheira-agrônoma, D.Sc. em Genética e
Melhoramento de Plantas, pesquisadora do Incaper, Venda Nova do Imigrante, ES; Aymbiré
Francisco Almeida da Fonseca, engenheiro-agrônomo, D.Sc. em Fitotecnia/Melhoramento
de Plantas, pesquisador aposentado da Embrapa Café/Incaper, Vitória, ES; Romário Gava
Ferrão, engenheiro-agrônomo, D.Sc. em Genética e Melhoramento de Plantas, pesquisador
aposentado do Incaper, Vitória, ES; Walter Guedes dos Santos, graduado em Administração
Rural e Técnico, bolsista do Consórcio Pesquisa Café/Incaper, Domingos Martins, ES; José
Spadeto, engenheiro-agrônomo, técnico do Incaper, Venda Nova do Imigrante, ES.
2 Circular Técnica 6
Produtividade
Área total
150
3,0
Produção
20
100
2,0
50 10
1,0
0 0,0 0
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Ano Ano
A B
Produção Produtividade Área Produção Produtividade Área
100
(%)
100
50
50
-25,7% 0
-17,9%
0
-50 -50
2004 – 2020 2008 – 2020
Ano Ano
Regiões produtoras de
Café Arábica
Caparó
Centro-Serrana
Noroeste
Sul
Sooretama
Faz. Exp. de Sooretama
(62 m de altitude)
Domingos Martins
Faz. Exp. Mendes da Fonseca
Nordeste Centro–Serrana Sul/Caparaó
(950 m de altitude)
70
Venda Nova do Imigrante
60
Faz. Exp. de Venda Nova 50
(700 m de altitude)
40
Iuna
30
(650 m de altitude) 20
10
0
Área colhida (%) Produção (%) Produtividade (Sacas/ha)
Santa Teresa
Rio Perdido
(650 m de altitude)
Marechal Floriano
Rio Fundo
(650 m de altitude)
Produção Produtividade
60 40
35
50
Produção (mil sacas)
Produtividade (sc/ha)
30
40
25
30 20
15
20
10
10
5
0 0
a
na
pi
re
io
lis
Su
çu
ub
ib
m
Iru
ud
ei
po
Iú
at
ua
ra
Fr
et
do
lá
nó
Ib
iti
G
ej
C
iz
Ib
o
te
Br
un
so
os
an
M
on
im
M
M
Af
alta e baixa produção. Essa variação ocorre por causa da diminuição das
reservas das plantas após a colheita em anos de alta produtividade, o que
faz com que, em razão do menor crescimento dos ramos plagiotrópicos e
outros fatores fisiológicos, a produção no ano seguinte seja baixa (DaMatta
et al., 2007).
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
Topázio
5,4a 5,5bc 6,8b 7,3b 29,6ab 36,9a 3,4b 4,0b 11,4b 13,4b 12,4
MG 1190
Iapar 59 5,2a 8,4abc 11,1ab 12,0ab 33,5ab 38,2a 6,8ab 6,9b 14,2ab 16,4ab 15,3
Tupi
6,5a 6,6abc 11,2ab 12,2ab 37,1ab 40,7a 12,3ab 13,8a 16,8ab 18,3ab 17,6
IAC 1669-33
Obatã
9,8a 9,8ab 18,4a 15,7ab 46,8a 51,8a 8,5ab 9,8ab 20,9a 21,8a 21,4
IAC 1669-20
Média 6,3 7,6 12,6 13,1 33,7 41,9 9,5 7,8 15,5 17,6 16,6
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação
• Iúna: Catucaí Amarelo 20/15 cv479, Catucaí Amarelo 2SL, IPR 103,
Catucaí Amarelo 24/137, Paraíso, Pau Brasil, IPR 105, Catiguá MG1,
Sacramento e Acauã. As médias foram superiores a 40 sc/ha.
Na média geral dos quatros locais (sete safras por local, que totalizam 28
safras), observou-se superioridade das cultivares IPR 103 (50,45 sc/ha),
Catucaí Amarelo 24/137 (49,37 sc/ha), Catucaí Amarelo 2SL (48,30 sc/ha),
Araponga MG1 (45,54 sc/ha), Paraíso H419-10-6-2-10-1 (45,28 sc/ha),
Catucaí Amarelo 20/15 CV 479 (44,29 sc/ha), Acauã (42,79 sc/ha), Paraíso
H419-10-6-2-5-1 (42,48 sc/ha), Obatã 1669-0 (40,59 sc/ha), Palma II (40,03
sc/ha) e Oeiras MG6851 (39,20 sc/ha).
14
Tabela 3. Produtividade de 30 cultivares de café arábica, avaliadas em sete colheitas (quatro antes da recepa e três após
a recepa) em quatro locais do estado do Espírito Santo (Ensaio Nacional Rede 1).
Produtividade (sc/ha)
Venda Nova do Imigrante
Marechal Floriano Domingos Martins (CRDR/CS) Iúna
(FEVN)
Trata-
Cultivar Média
mento Média Média Média Média Média Média
Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média Geral
7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras
Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa
Catucaí
1 Amarelo 42,96 b 43,86 a 41,77 b 59,94 a 59,36 a 60,7 a 39,72 a 42,6 a 35,89 a 50,59 a 48,3
2SL
Catucaí
2 Amarelo 42,39 b 42,19 a 42,66 b 67,65 a 64,13 a 72,34 a 38,51 a 38,48 a 38,55 a 48,91 a 49,37
24/137
Catucaí
Amarelo
3 41,23 b 41,29 a 41,16 b 50,29 a 47,66 a 53,78 a 28,32 a 22,86 b 35,61 a 57,3 a 44,29
20/15 cv
479
Catucaí
4 Vermelho 25,62 b 22,2 a 30,18 c 41,04 b 44,08 a 36,98 b 23,19 a 18,16 b 29,9 a 28,97 b 29,71
785/15
Catucaí
Vermelho
5 33,03 b 37,62 a 26,9 c 43,17 b 44,79 a 41,01 b 28,91 a 28,32 b 29,69 a 37,88 a 35,75
20/15 cv
476
Sabiá
6 36,69 b 42,99 a 28,28 c 46,08 b 51,36 a 39,03 b 25,51 a 22,68 b 29,28 a 28,96 b 34,31
398
7 Palma II 46,28 a 48,96 a 42,69 b 49,19 a 47,91 a 50,9 a 29,78 a 27,1 b 33,35 a 34,87 b 40,03
Circular Técnica 6
Continua...
Tabela 3. Continuação.
Produtividade (sc/ha)
Venda Nova do Imigrante
Marechal Floriano Domingos Martins (CRDR/CS) Iúna
(FEVN)
Trata-
Cultivar Média
mento Média Média Média Média Média Média
Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média Geral
7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras
Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa
8 Acauã 55,42 a 62,87 a 45,49 b 51,35 a 51,27 a 51,47 a 23,6 a 20,6 b 27,59 a 40,78 a 42,79
Oeiras
9 43,68 b 46,74 a 39,59 b 51,5 a 49,54 a 54,1 a 26,44 a 24,68 b 28,79 a 35,17 b 39,2
MG6851
Catiguá
10 37,71 b 42,77 a 30,98 c 28,2 b 26,65 b 30,28 b 27,63 a 24,65 b 31,6 a 42,62 a 34,04
MG1
Sacra-
comparativa com o conilon em altitude elevada
11 mento 47,7 a 60,71 a 30,35 c 33,6 b 27,09 b 42,29 b 24,81 a 21,89 b 28,69 a 41,37 a 36,87
MG1
Catiguá
12 43,49 b 48,21 a 37,19 b 37,97 b 37,39 b 38,74 b 20,74 a 16,21 b 26,79 a 38,51 a 35,18
MG2
Araponga
13 47,59 a 53 a 40,38 b 70,36 a 69,29 a 71,8 a 27,97 a 27,85 b 28,13 a 36,22 b 45,54
MG1
H-419-3-
14 3-7-16- 40,3 b 49,05 a 28,64 c 53,28 a 48,14 a 60,13 a 37,81 a 34,68 a 41,99 a 36,17 b 41,89
4-1
Pau Brasil
15 33,66 b 39,52 a 25,86 c 29,94 b 26,85 b 34,05 b 22,96 a 22,14 b 24,05 a 46,44 a 33,25
MG1
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação
Bourbon
Amarelo
16 40,46 b 48,87 a 29,24 c 42,19 b 42,19 a 42,19 b 42,4 a 37,05 a 49,54 a 25,52 b 37,64
88 L.
Cassini
15
Continua...
Tabela 3. Continuação.
16
Produtividade (sc/ha)
Venda Nova do Imigrante
Marechal Floriano Domingos Martins (CRDR/CS) Iúna
(FEVN)
Trata-
Cultivar Média
mento Média Média Média Média Média Média
Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média Geral
7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras
Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa
Obatã
17 IAC 39,76 b 39,91 a 39,58 b 60,64 a 57,4 a 64,95 a 28,53 a 29,76 b 26,88 a 33,43 b 40,59
1669-20
18 Iapar 59 20,48 b 29,69 a 8,19 d 50,34 a 54,54 a 44,74 b 29,09 a 22,83 b 37,43 a 21,39 b 30,33
19 IPR 98 23,54 b 32,84 a 11,14 d 42,05 b 54,09 a 25,98 b 24,76 a 20,85 b 29,98 a 22,96 b 28,33
20 IPR 99 30,61 b 39,32 a 19 d 53,94 a 58,25 a 48,2 b 27,39 a 27,79 b 26,87 a 24,4 b 34,09
21 IPR 105 36,02 b 41,9 a 28,18 c 49,04 a 45,06 a 54,33 a 23,52 a 20,74 b 27,22 a 46,38 a 38,74
22 IPR 103 62,09 a 65,51 a 57,54 a 56,85 a 54,04 a 60,6 a 33,92 a 22,8 b 48,75 a 48,94 a 50,45
23 IPR 104 24,6 b 33,68 a 12,48 d 42,29 b 45,24 a 38,35 b 24,46 a 23,59 b 25,62 a 27,38 b 29,68
Bourbon
24 amarelo 18,7 b 24,06 a 11,57 d 29,06 b 32,92 b 23,91 b 22,88 a 25,43 b 19,5 a 22,17 b 23,2
IAC
Paraíso
25 H419-10- 59,78 a 59,68 a 59,92 a 44,23 b 48,27 a 38,84 b 24,79 a 24,34 b 25,38 a 41,14 a 42,48
6-2-5-1
Paraíso
26 H419-10- 60,38 a 56,38 a 65,7 a 43,65 b 41,96 a 45,9 b 28,31 a 22,12 b 36,56 a 48,8 a 45,28
6-2-10-1
Paraíso
27 H419-10- 57,18 a 49,26 a 67,74 a 29,05 b 28,26 b 30,12 b 20,03 a 16,72 b 24,44 a 47,49 a 38,44
6-2-12-1
Circular Técnica 6
Continua...
Tabela 3. Continuação.
Produtividade (sc/ha)
Venda Nova do Imigrante
Marechal Floriano Domingos Martins (CRDR/CS) Iúna
(FEVN)
Trata-
Cultivar Média
mento Média Média Média Média Média Média
Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média 4 Safras 3 Safras Média Geral
7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras Antes Após 7 Safras
Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa Recepa
Catuaí
28 Vermelho 36,57 b 39,79 a 32,28 c 50,93 a 55,58 a 44,72 b 35,014 b 30,63
IAC 44
Catuaí
29 Amarelo 59,93 a 56,73 a 64,2 a 62,29 a 56,9 a 69,48 a 32,763 b 38,75
IAC 86
comparativa com o conilon em altitude elevada
Seleção-
30 37,06 b 47,56 a 23,08 c 44,64 b 48,66 a 39,28 b 26,878 b 27,15
FEVN
Média 40,83 44,9 35,4 47,16 47,3 46,97 28 25,44 31,41 36,98 38,24
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo agrupamento de Scott Knott, a 5% de probabilidade.
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação
17
18 Circular Técnica 6
Catiguá MG1
de chuvas no ano
Paraíso H419-10-6-2-5-1 Catucaí Vermelho IAC 44
Seleção FEVN Oeiras MG6851
Sabiá 398 H-419-3-3-7-16-4-1
Média Araponga MG1
IPR 105 Média
Palma II Catucaí Vermelho 20/15 cv 476
Catucaí Amarelo 20/15 cv 479 Catiguá MG2
Iapar 59 Acauã
Catuaí Vermelho IAC 44 Paraíso H419-10-6-2-5-1
Acauã Sacramento MG1
Oeiras MG6851 Catiguá MG1
H-419-3-3-7-16-4-1 IPR 105
IPR 99 Pau Brasil MG1
IPR 103 Paraíso H419-10-6-2-12-1
Catucaí Amarelo 2SL Paraíso H419-10-6-2-10-1
Obatã IAC1669-20 Catucaí Amarelho 24/137
Catucaí Amarelo IAC 86 IPR 103
Catucaí Amarelo 24/137 Catucaí Amarelho 2SL
Araponga MG1 Catucaí Amarelo 20/15 cv 479
80
70
60
50
40
30
20
10
0
80
70
60
50
40
30
20
10
0
26 13 10 20 9 6 11 25 19 23 8 21 4 15 24 12 27
3 16 141710 30 6 28 2115 5 20 4 2319 1824
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Catucaí Amarelo 2SL
Araponga MG1
H-419-3-3-7-16-4-1
Pau Brasil MG1
Bourbon Amarelo 88 L.Cassini
Obatã IAC1669-20
Iapar 59
IPR 98
IPR 99
IPR 105
IPR 103
IPR 104
Bourbon Amarelo IAC
Paraíso H419-10-6-2-5-1
Paraíso H419-10-6-2-10-1
Paraíso H419-10-6-2-12-1
Catuaí Vermelho IAC 44
Catucaí Amaralho IAC 86
Seleção FEVN
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Venda Nova do Imigrante Marechal Floriano Domingos Martins
Iúna Média Global Linear (Média Global)
O trabalho teve início nos anos de 2014 e 2015 com a definição das
cultivares a serem avaliadas em âmbito nacional, o delineamento estatístico,
o espaçamento de plantio, a colheita e preparo de sementes, a produção
de mudas, o preparo de área e o plantio em campo (2016). O experimento
é composto por 27 cultivares desenvolvidas em diferentes instituições
brasileiras e registradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do Mapa.
Arara 34,1 a 19,7 b 50,93 a 63,33 a 44,66 a 43,57 b 55,3 a 12,15 a 37,01 a 39,87 1,24
Continua...
Tabela 4. Continuação.
Produtividade (sc/ha)
Venda
Cultivar Iúna Santa Teresa Média
Nova Índice(1)
geral
2019 2018 2019 2020 Média 2018 2019 2020 Média
Sabiá
20,37 a 24,1 a 72,5 a 72,6 a 56,56 a 61,57 a 89,53 a 15,65 a 55,58 a 50,9 1,58
Amarelo
Catucaí
Amarelo 15,48 a 27,33 a 61,88 a 43,73 b 44,31 a 48,8 a 39,25 a 5,72 a 31,26 a 34,6 1,07
24/137
Acauã Novo 19,31 a 19,23 b 46,73 b 38,4 b 34,79 a 42,37 b 39,73 a 8,64 a 30,25 a 30,63 0,95
Guará 22,57 a 18,78 b 51,33 a 86,43 a 52,18 a 42,32 b 48,85 a 10,48 a 33,88 a 40,11 1,24
MGS
18,06 a 13,18 b 43,03 b 61,13 a 39,11 a 43,52 b 35,4 a 11,76 a 30,23 a 32,3 1
Paraíso 2
comparativa com o conilon em altitude elevada
Sarchimor
17,05 a 22,08 a 51,13 a 48,1 b 40,02 a 45,3 b 55,5 a 19,44 a 40,08 a 36,94 1,15
MG8840
Catinguá
26,14 a 17,93 b 66,23 a 75,6 a 53,26 a 56,27 a 65,5 a 12,98 a 44,92 a 45,81 1,42
MG2
MGS
29,58 a 30,5 a 69,5 a 67,9 a 55,97 a 61,62 a 73,58 a 14,56 a 49,92 a 49,61 1,54
Arañas
MGS
12,09 a 23 a 37,88 b 89,67 a 49,78 a 38,37 b 69,8 a 25,27 a 44,48 a 42,3 1,31
Liberdade
MGS
10,56 a 10,5 b 21,78 c 34,37 b 21,81 a 44,05 b 45,63 a 20,43 a 36,7 a 26,76 0,83
Araponga 2
Catuaí
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação
Vermelho 19,58 a 12,48 b 63,73 a 39,47 b 38,56 a 34,3 b 44,8 a 11,26 a 30,12 a 32,23 1
IAC 81(Test)
Média 22,55 21,25 49,2 64,16 44,84 43,59 54,89 18,26 39,22 39,13
23
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo agrupamento de Scott Knott a nível de 5% de probabilidade.
(1)Índice de produtividade em relação à Testemunha Catuaí Vermelho IAC 81.
24 Circular Técnica 6
ca
ua S ibe as
IP 05
IP 99
Am A ara
IA tã -33
at G 2
M GS G2
IA 2
tã 0
IP N
lo
hi Par rá
m on e
12 9
Sa GS G o
81
IP 05
IP 07
IP 6
R 02
ã l
52
A y
a ão
au no
gu 4
au 13
ba 9-
p d
3
ov
19
5R
ho ga
el are
an
añ
in 88
1
ua
Ja
í V Ar rda
IA 47
C
1
1
7/
As zul
aí biá Ar
M áM
ba 669
or ís
Ac uxi
O 66
Ac 24/
N
R
Br
Ar
R
R
m a
m
1
ã
o
M
1
o
C
a
AC
G L
el
ar
S
iI
uc Sa
G
C
er
M
p
rc
Tu
M
at
at
C
C
Figura 8. Comportamento ilustrativo da interação entre 27 cultivares de café arábica
em três ambientes do estado do Espírito Santo. Ensaio Nacional Rede 2 – média
geral de sete safras (três em Santa Teresa, três em Iúna e uma em Venda Nova do
Imigrante).
•
Catiguá MG1 e MG2: apresentaram expressiva interação com o
ambiente e produtividade média. A cultivar Catiguá MG2, embora
apresente produtividade média e grãos de menor tamanho, vem se
destacando em Minas Gerais pela excelência na qualidade de bebida.
Para produtores que não realizam controle químico de ferrugem nas suas
lavouras, recomenda-se o plantio com cultivares resistentes à doença. O uso
26 Circular Técnica 6
Continua...
28 Circular Técnica 6
Tabela 5. Continuação.
Novas cultivares de café arábica recomendadas para o estado do Espírito Santo
Cultivar Origem Características agronômicas Indicação de adaptação
Produtividade de média a
elevada
Catuaí Porte baixo, maturação inter- Adaptação a locais de
Catiguá Amarelo mediária, alto vigor vegetativo, temperatura amena e
MG1 e x resistência à ferrugem, peneira clima chuvoso/seco,
MG2 Híbrido média, fruto de cor vermelha geralmente abaixo de
Timor Catiguá MG2 apresenta grãos 800 m de altitude
menores e se destaca na exce-
lente qualidade da bebida
Produtividade elevada em local
Catuaí de clima chuvoso/seco Adaptação a locais de
Vermelho
Pau Porte baixo, maturação precoce, temperatura mais ele-
x
Brasil alto vigor vegetativo, resistên- vada e clima chuvoso/
Híbrido
cia parcial à ferrugem, peneira seco
Timor
média, fruto de cor vermelha
Cultivares de café arábica indicadas e que permanecem na relação de
cultivares recomendadas para o estado do Espírito Santo
Cultivar Origem Características agronômicas Indicação de adaptação
Produtividade média a elevada
Vila
Porte baixo, maturação tardia, Adaptação a locais de
Obatã Sarchir
alto vigor vegetativo, resistência temperatura amena e
IAC1669- x
à ferrugem, peneira alta, fruto clima chuvoso Exigente
20 Híbrido de
de cor vermelha, excelente em nutrição
Timor
qualidade de bebida
Produtividade média a elevada
Caturra Porte baixo, maturação precoce Adaptação a locais de
Oeiras x a intermediária, alto vigor vege- temperatura amena/fria
MG6851 Híbrido de tativo, moderada resistência à e clima chuvoso
Timor ferrugem, peneira média a alta,
fruto de cor vermelha
Produtividade média a elevada
Catuaí Porte baixo, maturação precoce Adaptação a locais de
Paraíso x a intermediária, alto vigor vege- temperatura amena/fria
MGS Híbrido de tativo, resistência à ferrugem, e clima chuvoso
Timor peneira média a alta, fruto de
cor amarela
Continua...
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação 29
comparativa com o conilon em altitude elevada
Tabela 5. Continuação.
Cultivares de café arábica indicadas e que permanecem na relação de
cultivares recomendadas para o estado do Espírito Santo
Cultivar Origem Características agronômicas Indicação de adaptação
Mundo Produtividade elevada
Novo Porte baixo, maturação precoce
Rubi
x a intermediária, alto vigor vege- Ampla adaptação
MG1192
Catuaí tativo, suscetível à ferrugem, pe-
Vermelho neira alta, fruto de cor vermelha
Produtividade elevada
Mundo
Novo Porte baixo, maturação precoce
Topázio a intermediária, alto vigor ve-
x Ampla adaptação
MG1192 getativo, suscetível à ferrugem,
Catuaí
Amarelo peneira média a alta, fruto de
cor amarela
Produtividade elevada
Catuaí Caturra Porte baixo, maturação inter-
Vermelho x mediária, alto vigor vegetativo, Ampla adaptação
IAC 81 e Mundo suscetível à ferrugem, penei-
IAC 44 Novo ra média a alta, fruto de cor
vermelha
Produtividade elevada
Catuaí Caturra
Amarelo x Porte baixo, maturação intermedi-
ária, alto vigor vegetativo, suscetí- Ampla adaptação
IAC 62 e Mundo
IAC 86 Novo vel à ferrugem, peneira média a
alta, fruto de cor amarela
Novas cultivares de café arábica promissoras para o estado do Espírito Santo(1)
(em avaliação experimental no estado)
Cultivar Origem Características agronômicas
Icatu Porte baixo, maturação intermediária, alto vigor vege-
MGS Vermelho tativo, resistência à ferrugem, fruto de cor vermelha,
Aranãs x grãos graúdos, excelente qualidade de bebida, elevada
Catimor produtividade
Porte baixo, maturação tardia, alto vigor vegetativo, resis-
Obatã
tência à ferrugem, tolerância à baixa temperatura, grãos
Arara x
graúdos, boa qualidade de bebida, fruto de cor amarela,
Catuaí
elevada produtividade
Porte baixo, frutos grandes e amarelos, maturação inter-
IAC mediária a tardia, alto vigor vegetativo moderada resis-
Obatã Sarchimor tência à ferrugem, exigente em nutrição e mais sensível
4739 à falta de água que ‘Catuaí’, boa qualidade de bebida e
elevada produtividade
Continua...
30 Circular Técnica 6
Tabela 5. Continuação.
Novas cultivares de café arábica promissoras para o estado do Espírito Santo(1)
(em avaliação experimental no estado)
Cultivar Origem Características agronômicas
Porte baixo, maturação precoce, alto vigor vegetativo,
resistência à ferrugem, tolerância à baixa temperatura,
IAC 125 grãos grandes, boa qualidade de bebida, fruto de cor
Sarchimor
RC vermelha, elevada produtividade
Exigente em nutrição e em boa distribuição de chuvas
Catimor Porte baixo a médio, maturação intermediária, alto vigor
Sabiá
x vegetativo, resistência à ferrugem, grãos médios, fruto de
Amarelo
Acaiá cor amarela, elevada produtividade
(1)
Cultivares promissoras podem ser avaliadas em pequenos talhões como Unidades
de Observação.
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
40. Catuaí Vermelho IAC 44
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
1. Obatã IAC 1669-20
Figura 9. Produtividade média de grãos (sc/ha) de cinco colheitas, por local e média
global da qualidade sensorial de 38 progênies e duas cultivares (testemunhas) de café
arábica, avaliadas em dois ambientes no estado do Espírito Santo.
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação 33
comparativa com o conilon em altitude elevada
100
80
60
40
20
0
V 1 V 2 V 3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 R1 R2 R3 R6 R7 R8 R9 R10 Test
Nos três locais de avaliação das cultivares de café arábica (Iúna, Santa Teresa
e FEVN), no Ensaio Nacional Rede 2 (descrito no item Comportamento de
Cultivares de Café arábica – Ensaio Nacional Rede 2), foram implantados
simultaneamente aos experimentos de café arábica, um experimento de
café conilon, com o objetivo de comparar a performance agronômica e a
viabilidade técnica das duas espécies em ambientes de altitude e temperatura
amena a fria. Os experimentos de café arábica e conilon, com cultivares e
clones promissores, respectivamente, foram compostos de 27 tratamentos,
distribuídos da seguinte forma:
Continua...
Tabela 6. Continuação.
Experimento Experimento
Café arábica Café conilon
Trata- Trata- Média da
Genótipo 2018 2019 Média Clone 2018 2019 Média
mento mento cultivar
Amarelo
Catucaí
18 Amarelo 48,8 a 39,25 a 44,02 a 18 209 I 26,25 b 78,9 a 52,57 f
24/137
Acauã
19 42,37 b 39,73 a 41,05 a 19 301 T 29,75 b 62,75 b 46,25 i
Novo
20 Guará 42,32 b 48,85 a 45,58 a 20 302 T 23,57 b 114,1 a 68,83 b
Sarchimor
22 45,3 b 55,5 a 50,4 a 22 304 T 34,27 b 53,87 b 44,07 j
MG8840
Catinguá
23 56,27 a 65,5 a 60,88 a 23 305 T 35,82 b 61,8 b 48,81 h
MG2
39
Continua...
40
Tabela 6. Continuação.
Experimento Experimento
Café arábica Café conilon
Trata- Trata- Média da
Genótipo 2018 2019 Média Clone 2018 2019 Média
mento mento cultivar
MGS
24 61,62 a 73,58 a 66,91 a 24 306 T 42,2 a 50,85 b 46,52 i
Aranãs
MGS
25 38,37 b 69,8 a 54,08 a 25 307 T 35,35 b 58,57 b 46,96 i
Liberdade 53,64 sc/ha
MGS ‘Centenária
26 44,05 b 45,63 a 44,84 a 26 308 T 39,37 a 83,15 a 61,26 d ES8132’
Araponga 2
Catuaí
27 Vermelho 34,3 b 44,8 a 39,55 a 27 309 T 46 a 76,65 a 61,32 d
IAC 81
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo agrupamento de Scott Knott, a 5% de probabilidade.
Circular Técnica 6
Indicação de cultivares de café arábica para o estado do Espírito Santo e avaliação 41
comparativa com o conilon em altitude elevada
100
80
60
40
20
0
Tupi IAC 1669-33
Obatã 1669-0
IAC Obatã 4739
IAC 125 RN
IPR105
IPR107
IPR103
IPR196
IPR199
IPR102
Rouxinol
Acauã 7/52
Japy
Azulão
Asa Branca
Arara
Sabiá Amarelo
Catucaí Amarelo 24/137
Acauã Novo
Guará
MGS Paraíso2
Sarchimor MG8840
Catinguá MG2
MGS Arañas
MGS Liberdade
MGS Araponga 2
Catuaí Vermelhp IAC 81
Média
Café Conilon – Produtividade média de grãos (sc/ha)
301 T
302 T
303 T
304 T
305 T
306 T
307 T
308 T
309 T
201 I
202 I
203 I
204 I
205 I
206 I
207 I
208 I
209 I
Média
Considerações finais
O Espírito Santo, tradicional produtor de café, encontra-se na segunda
posição do ranking nacional da produção da cultura. O estado ocupa,
respectivamente, o primeiro e o terceiro lugar como produtor de café conilon
e de café arábica. Este último tem grande importância econômica e social no
estado, e sua produção se concentra nas montanhas das regiões Nordeste,
Serrana e Sul/Caparaó.
Agradecimentos
A todos que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização do
trabalho.
Aos produtores que cederam área e toda estrutura para condução e colheita
dos experimentos fora das Fazendas Experimentais do Incaper, como César
Abel Krolling, em Marechal Floriano (Rio Fundo – Ensaio Rede 1), Walfride
César, em Iúna (Perdigão – Ensaio Rede 1), Paulo Márcio Reis Fernandes,
em Iúna (Figueira – Ensaio Rede 2), e Luís Carlos Gomes, em Santa Teresa
(Várzea Alegre – Ensaio Rede 02).
Referências
CONAB. Acompanhamento da safra brasileira: café, v. 5, safra 2020, n. 6, quarto
levantamento, dez. 2020a.
FERRÃO, M. A. G.; FONSECA, F. A. F.; RIVA-SOUZA, E. M.; SANTOS, W. G.; VOLPI, P. S.;
FERRÃO, R. G.; VERDIN FILHO, A. C.; FELIX, E. R.; COMÉRIO, M.; SPADETO, J.; FILHO, W.
O. Avaliação comparativa da adaptação de café Arábica e Conilon em local de transição entre
as duas espécies no Espírito Santo. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL,
10., 2019, Vitoria, ES. Genética, melhoramento e biotecnologia. Vitória: Consórcio Brasileiro
de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, 2019. 5 p.
FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A. de; FERRÃO, M. A. G.; VERDIN FILHO, A. C.; VOLPI, P.
S.; MUNER, L. H. de; LANI, J. A.; PREZOTTI, L. C.; VENTURA, J. A.; MARTINS, D. dos S.;
MAURI, A. L.; MARQUES, E. M. G.; ZUCATELI, F. Café Conilon: técnicas de produção com
variedades melhoradas. 4. ed. Vitória, ES: Incaper, 2012. (Incaper. Circular Técnica, 03-I).
PINHEIRO, C. A.; PEREIRA, L. L.; FIORESI, D. B.; OLIVEIRA, D. S.; OSORIIO, V. M.; SILVA,
J. A.; FERRÃO, M. A. G.; RIVA-SOUZA, E.; FONSECA, A. F. A.; PINHEIRO, P. F. Physico-
chemical properties and sensory profile of Coffea canephora genotypes in high-altitudes.
Australian Journal of Crop Science, v. 13, n. 12, p. 2046-2052, 2019.
RIVA-SOUZA, E. M.; FERRÃO, M. A. G.; FONSECA, A. F. A.; VERDIN FILHO, A. C.; FERRÃO,
R. G.; MOURA, W. de M.; SPADETO, J.; SANTOS, W. G. dos; OLIVEIRA FILHO, W. de. Café
Conilon na região serrana do Estado do Espírito Santo. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS
CAFÉS DO BRASIL, 10., 2019, Vitória, ES. Genética, melhoramento e biotecnologia. Vitória:
Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, 2019. 5 p.
VERDIN FILHO, A. C.; VOLPI, P. S.; FERRÃO, M. A. G.; FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A.;
ALIXANDRE, F. T.; COMÉRIO, M.; KAULZ, M. Poda programada de ciclo em Café Arábica -
PPCA. Vitória, ES: DCM/Incaper, 2018. 6 p. (Incaper. Documentos, 242).
Exemplares desta edição Comitê Local de Publicações
podem ser adquiridos na: da Embrapa Café
Parceria
Embrapa Café Presidente
Parque Estação Biológica (PqEB) Lucas Tadeu Ferreira
Av. W3 Norte (final), Ed. Sede Vice-Presidente
CEP: 70770-901, Brasília, DF Jamilsen Freitas Santos
Fone: +55 (61) 3448-4378 / 4010
Fax: +55 (61) 3448-1797 Secretária-Executiva
www.embrapa.br Adriana Maria Silva Macedo
www.embrapa.br/fale-conosco/sac
Membros
Anísio José Diniz, Carlos Henrique Siqueira
1ª edição
1ª impressão (2021): 3.500 exemplares de Carvalho, Helena Maria Ramos Alves,
Lucilene Maria de Andrade, Mauricio Sergio
Zacarias, Milene Alves de Figueiredo
Carvalho, Omar Cruz Rocha, Rogério Novais
Teixeira, Roseane Pereira Villela
Revisão de texto
Jane Baptistone de Araújo
Normalização bibliográfica
Iara Del Fiaco Rocha (CRB-1/2169)
Tratamento das ilustrações
Thiago Farah Cavaton
CGPE 016813