Gn2Ea: - Escola de Limitação de Avarias

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GN2EA - ESCOLA DE LIMITAÇÃO DE AVARIAS

ÍNDICE

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA ....................................................................1


1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................1
2. CLASSIFICAÇÃO ...................................................................................................................2
2.1. APARELHOS FILTRANTES............................................................................................2
2.1.1. Filtros anti-gás ou filtros químicos.............................................................................3
2.1.2. Filtros físicos, mecânicos ou de partículas.................................................................3
2.1.3. Filtros mistos ou combinados.....................................................................................3
2.2. APARELHOS ISOLANTES..............................................................................................5
2.2.1. Aparelhos de ar fresco ou de tomada de ar à distância ..............................................5
2.2.2. Aparelhos com fornecimento de ar comprimido ........................................................6
2.2.3. Aparelhos de Respiração Autónomos ........................................................................6
3. APARELHOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMOS (ARA’S)..............................................7
3.1. TIPOS DE ARA’S..............................................................................................................8
3.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ARA'S .......................................................................................8
3.2.1. De Circuito Fechado...................................................................................................8
3.2.2. De Circuito Aberto .....................................................................................................9
3.3. O.B.A..................................................................................................................................9
3.3.1. Generalidades .............................................................................................................9
3.3.2. Descrição dos componentes .......................................................................................9
3.3.3. Sistema de circulação ...............................................................................................13
3.3.4. Utilização do equipamento.......................................................................................13
3.3.5. Limpeza e arrumação do equipamento.....................................................................19
3.3.6. Acções correctivas....................................................................................................19
3.3.7. Cargas de exercício ..................................................................................................20
3.4. FENZY (55) .....................................................................................................................22
3.4.1. Generalidades ...........................................................................................................22
3.4.2. Dados técnicos..........................................................................................................22
3.4.3. Descrição dos componentes .....................................................................................22
3.4.4. Sistema de circulação ...............................................................................................25
3.4.5. Utilização do equipamento.......................................................................................25

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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3.4.6. Acessórios:............................................................................................................... 26
3.4.7. Manutenção.............................................................................................................. 27
3.5. SABRE CENTURION .................................................................................................... 27
3.5.1. Generalidades .......................................................................................................... 27
3.5.2. Dados técnicos ......................................................................................................... 27
3.5.3. Descrição dos componentes..................................................................................... 28
3.5.4. Sistema de circulação .............................................................................................. 30
3.5.5. Utilização do equipamento ...................................................................................... 31
3.5.6. Acessórios................................................................................................................ 35
3.5.7. Limpeza ................................................................................................................... 36
3.6. DRÄGER ......................................................................................................................... 37
3.6.1. Generalidades .......................................................................................................... 37
3.6.2. Dados técnicos ......................................................................................................... 37
3.6.3. Descrição dos componentes..................................................................................... 38
3.6.4. Utilização do equipamento ...................................................................................... 40
3.7. E. L. S. A. ........................................................................................................................ 44
3.7.1. Generalidades .......................................................................................................... 44
3.7.2. Dados técnicos ......................................................................................................... 44
3.7.3. Descrição dos componentes..................................................................................... 45
3.7.4. Utilização do equipamento ...................................................................................... 47
3.7.5. Verificações periódicas............................................................................................ 47
3.7.6. Procedimentos gerais de segurança ......................................................................... 48

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA

1. INTRODUÇÃO

O Homem assim como todos os seres vivos necessitam do Oxigénio para poderem viver.
No caso dos seres humanos as trocas gasosas são efectuadas essencialmente ao nível dos
pulmões e em menor escala, através da pele (Fig. 1).

Actualmente a qualidade do ar tem


vindo a degradar-se,
principalmente em zonas
fortemente industrializadas,
sujeitando assim as nossas vias
respiratórias a uma exposição
permanente a vários tipos de
agentes agressivos. Além da
poluição ambiental, a poluição
industrial constitui uma das
preocupações da patologia
respiratória pois são as doenças
provocadas pelo empoeiramento
ocupacional aquelas que mais
facilmente se poderão controlar e
prevenir.

Fig. 1 – Actividade Respiratória


Poeiras, fumos, gases e vapores
provocam danos irreparáveis nos pulmões e vias respiratórias, contribuindo para o aumento
do número das doenças pulmonares. A incidência destes casos podem no entanto ser
drasticamente reduzidos, pela utilização diária de protecção respiratória.

Se houver um controlo nos locais de trabalho na fase inicial, fazendo a detecção precoce dos
contaminantes e tomando medidas de prevenção, será possível evitar consequências gravosas
ao nível das doenças profissionais.

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Como consequência destas acções, o rendimento aumenta, o absentismo diminui e fica a


satisfação de cumprir as normas de Higiene e Segurança no Trabalho.

A protecção das vias respiratórias é efectuada através de Dispositivos de Protecção


Respiratória.

Engloba-se neste grupo, todo o material destinado à protecção individual em atmosferas


tóxicas, provenientes de gases de guerra, de combustões de diversas substâncias, de
emanações perigosas ou, ainda, em ambientes com falta de Oxigénio.

2. CLASSIFICAÇÃO

Classificação dos dispositivos de protecção respiratória (segundo a NP - 2191: 1996)

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA

Dependentes da atmosfera ambiente Independentes da atmosfera ambiente


(Aparelhos filtrantes) (Aparelhos isolantes)

Filtros antigás Aparelhos de ar fresco Aparelhos com fornecimento Aparelhos autónomos


de ar comprimido

Filtros mistos
Sem insuflação De débito Circuito Circuito
contínuo aberto fechado
Filtros físicos
com insuflação De chamada
manual De ar comprimido Com oxigénio
tipo de chamada comprimido
Com insuflação De chamada com
motorizada pressão positiva
De ar comprimido Com oxigénio
tipo de chamada líquido
com pressão positiva

Com gerador
de oxigénio

Fig. 2 – Dispositivos de Respiração Autónoma


2.1. APARELHOS FILTRANTES

Aparelhos de protecção individual que protegem as vias respiratórias, depurando o ar


inspirado, retendo e neutralizando os produtos tóxicos ou nocivos contidos na

2 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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atmosfera, através de filtros. Estes aparelhos só devem ser utilizados quando a


concentração de oxigénio na atmosfera seja pelo menos 18% em volume.

Por sua vez, a concentração dos contaminantes não poderá exceder um determinado
valor, que é função do seu grau de toxicidade.

Os aparelhos filtrantes dividem-se em :

2.1.1. Filtros anti-gás ou filtros químicos


• Destinam-se à retenção de gases e vapores do ar.

2.1.2. Filtros físicos, mecânicos ou de partículas


• Para protecção das partículas em suspensão no ar; (líquidos ou aerossóis).

2.1.3. Filtros mistos ou combinados


• Resultam da combinação dos dois anteriores, e destinam-se à retenção de
partículas sólidas ou líquidas, bem como de vapores e gases do ar.

Nota: Nas figuras 3 e 4, está patente a classificação dos filtros anti-gás segundo a
Norma Portuguesa NP-2625; na figura 5, está patente a classificação dos filtros de
partículas.

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Tipo de Filtro Cor Protecção contra


A Castanho Gases e vapores orgânicos
B Cinzento Gases e vapores inorgânicos ( com exclusão do
Dióxido de Carbono)

Grupo 1 E Amarelo Dióxido de Enxofre e outros gases e vapores


ácidos ( Ex: Cloreto de Hidrogénio )

K Verde Amoníaco e derivados orgânicos aminados


Especial Compostos especiais de baixo ponto de ebulição

CO Preto Monóxido de Carbono


Hg Vermelho Vapor de Mercúrio
Grupo 2 NO Azul Óxido de Azoto
Substâncias Laranja Ex: Iodo radioactivo, Iodometano etc...
radioactivas

Fig. 3 - Classificação dos Filtros Anti-Gás segundo o tipo de contaminante a reter

TIPO CONCENTRAÇÃO TEMPO MÍNIMO DE


GÁS DE
DE DE COLMATAGEM (Min)
ENSAIO
FILTRO COLMATAGEM (PPM) Classe 1 Classe 2 Classe 3
A Tetracloreto de Carbono 10 20 20 30
Cloro
B Sulfureto de Hidrogénio 0,5 a 10,10 20 20 30
Cianeto de Hidrogénio
Dióxido de Enxofre e
E 5 20 20 30
Cloreto de Hidrogénio
K Amoníaco 25 40 40 60

Fig. 4 - Classificação dos Filtros Anti-Gás segundo a sua Capacidade ( grupo 1)

4 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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CLASSE MÁX.
PROTECÇÃO CONCENTRAÇÃO
DO ESPECIFICAÇÕES
CONTRA ADMISSÍVEL PARA
FILTRO UTILIZAÇÃO
Poeiras e outras partículas inertes,
incluindo poeiras com um teor em
P1 Partículas sólidas. 5 x NAC* sílica livre inferior a 1% em peso.
(NAC = 10 mg/m3 **)
Poeiras nocivas para a saúde (de
Partículas sólidas toxicidade média) incluindo fibras de
10 x NAC amianto.
P2 e líquidas.
(NAC ≥ 0,1 mg/m3)

50 x NAC Poeiras perigosas (tóxicas e muito


(semi-máscaras) tóxicas), incluindo poeiras e outras
Partículas sólidas partículas cancerígenas (excepto
P3 Amianto)
e líquidas.
200 x NAC (NAC < 0,1 mg/m3) e ainda bactérias,
(máscaras integrais) vírus etc.
* Nível Admissível de Concentração: concentração para a qual a quase totalidade dos
trabalhadores pode estar exposta dia após dia sem efeitos prejudiciais para a saúde, avaliados
pelos melhores meios de diagnóstico disponíveis.
** Segundo NP – 1796 (1983)

Fig. 5 - Classificação dos filtros de partículas

2.2. APARELHOS ISOLANTES

Aparelhos de protecção individual que protegem as vias respiratórias, criando e


mantendo uma atmosfera respirável isolada da atmosfera exterior contaminada.

Dividem-se em três grandes grupos:

2.2.1. Aparelhos de ar fresco ou de tomada de ar à distância


• Destinam-se a proteger as vias respiratórias e olhos canalizando o ar puro de
uma distância apreciável até ao utilizador que se encontra em local de ar
poluído ou contendo produtos nocivos.

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• Estes aparelhos dispõem uma capacidade praticamente ilimitada uma vez que
aproveita o ar puro proveniente de um local afastado, destinando-se o filtro
apenas a reter as impurezas sólidas (poeiras grossas).
• Apresenta no entanto a desvantagem de a resistência respiratória aumentar à
medida que cresce a distância entre o local de trabalho e o ponto de tomada de
ar fresco.

2.2.2. Aparelhos com fornecimento de ar comprimido


• Destinam-se a proteger as vias respiratórias e os olhos, canalizando ar
comprimido até ao utilizador que se encontra a distância considerável. Desta
forma não há o inconveniente de a resistência respiratória aumentar quando o
comprimento do tubo de fornecimento de ar atinge o limite de 10 a 20 metros.
Nestes tipos de aparelhos não existem filtros de poeiras, mas em compensação,
dispõem de outros meios que evitam que o ar fresco chegue ao utilizador com
pressões exageradas ou com partículas nocivas para os pulmões.

2.2.3. Aparelhos de Respiração Autónomos


• Destinam-se a proteger as vias respiratórias e os olhos garantindo uma
autonomia total em relação ao ambiente, permitindo a maior mobilidade
possível aos utilizadores nos locais onde haja insuficiência de oxigénio ou
exagerada percentagem de produtos nocivos. Estes tipos de equipamento criam
para a respiração, uma atmosfera artificial à custa de ar puro ou Oxigénio
comprimido, contidos em garrafas que fazem parte dos aparelhos, ou ainda,
utilizando cargas geradoras de Oxigénio.

• Os aparelhos autónomos classificam-se em:


1. Circuito Aberto
o São aqueles em que os produtos da respiração são lançados na
atmosfera exterior, sem serem regenerados. Nestes aparelhos utilizam-
se garrafas de ar comprimido para fornecer o ar necessário à respiração.
Estão munidos de uma válvula redutora e uma outra de segurança.

o Possuem, além disso, um manómetro e um dispositivo de alarme


acústico, que é accionado quando a pressão da garrafa é cerca de 1/5 da
pressão de carga.

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2. Circuito Fechado
o São aqueles em que os produtos da respiração não são lançados no
exterior, sendo o Dióxido de Carbono expirado absorvido. O Oxigénio
pode constituir uma provisão adicional ou ser obtido através de uma
reacção química entre o CO2 expirado e um preparado contendo
Peróxido de Potássio como componente activo.

3. APARELHOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMOS (ARA’S)

Os aparelhos de respiração autónomos são os equipamentos que tem maior utilização


tanto no combate a incêndios, como no caso de equipas de auxílio e salvamento em que
o factor tempo de resposta e a autonomia total em relação ao ambiente são
fundamentais; para além do facto de permitirem a maior mobilidade do utilizador.

Para se fazer uso destes aparelhos, torna-se necessário que todos os utilizadores sejam
sujeitos a intenso treino não se devendo regatear meios para que a instrução se faça com
pleno êxito, afim de evitar dissabores, nos casos de improvisações.

A utilização de aparelhos de circuito aberto de ar comprimido; é mais prático uma vez


que o utilizador sente maior comodidade consumindo ar nas mesmas condições em que
respira normalmente.

Nos aparelhos de circuito fechado, são usadas temperaturas mais elevadas, devido à
regeneração do ar expirado à custa da adição de oxigénio aos produtos expirados, depois
de purificado do dióxido de carbono e do vapor de água que contém.

Não pode contudo, pôr-se de lado os aparelhos isolantes de circuito fechado de modelos
de maiores capacidades; é o caso, por exemplo de o utilizador necessitar de se manter
muito tempo, 2 ou mais horas em atmosferas nocivas, pois que, para esses casos, os
aparelhos de circuito aberto seriam excessivamente pesados.

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Volume de ar Volume de O2
Natureza do trabalho Volume de CO2
inspirado consumido
efectuado expirado (l/min)
(l/min) (l/min)
Homem deitado e imóvel 7,7 0,237 0,197
Homem em pé e imóvel 10,4 0,328 0,264
3,2 km/hora 18,6 0,780 0,662
Homem a andar

4,8 km/hora 24,8 1,065 0,922


6,4 km/hora 37,3 1,595 1,389
7,2 km/hora 46,5 2,005 1,788
8,0 km/hora 60,9 2,543 2,686

Fig. 6 - A tabela indica as características médias das mudanças


respiratórias de um indivíduo normal e efectuando trabalhos
diferentes, O utilizador deve portanto, saber moderar os seus
esforços para que possa tirar o máximo da autonomia do aparelho
e cumprir a tarefa que lhe foi atribuída.

3.1. TIPOS DE ARA’S

Como já vimos, existe uma vasta gama de material portátil destinado à protecção
individual contra atmosferas agressivas.

Na Marinha de Guerra Portuguesa os dispositivos de protecção respiratória mais


utilizados são os aparelhos de respiração autónomos e os aparelhos filtrantes. No
entanto, a nossa abordagem vai incidir unicamente sobre os Aparelhos de Respiração
Autónomos (ARA's) uma vez que os aparelhos filtrantes são abordados no módulo de
NBQ.

3.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ARA'S

3.2.1. De Circuito Fechado


• O.B.A
• Fenzy (55)

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3.2.2. De Circuito Aberto


• Sabre Centurion
• Dräger
• E.L.S.A.1

3.3. O.B.A.2

3.3.1. Generalidades
• Aparelho de Respiração Autónomo que se encontra distribuído, de uma forma
geral, por todas as Unidades Navais e Terrestres.
• O O.B.A. funciona em circuito fechado, sendo o Dióxido de Carbono e o vapor
de água da nossa expiração absorvido pelos produtos químicos da carga
regeneradora.
• Da reacção química resulta a libertação de Oxigénio e de calor.
• É uma unidade independente, portátil e está concebida para proteger o
utilizador em atmosferas irrespiráveis devido à presença de gases tóxicos, gases
combustíveis, vapores, poeiras,
fumos e ainda em locais com
deficiência de Oxigénio.

3.3.2. Descrição dos componentes

• Máscara:
o Em borracha moldada e tratada a
quente, com visor em plástico e
diafragma de disco em mica,
para poder comunicar com o
exterior; possui tirantes para
ajuste à cabeça.

Fig. 7 - Máscara

1
Emergency Life Support Apparatus
2
Oxigen Breathing Apparatus

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• Conjunto combinado de válvulas:


o Estão instaladas num
tubo em T que se
encontra logo abaixo do
diafragma de fala. Existe
uma válvula de
inspiração e uma válvula
de expiração que
controlam a direcção do
fluxo, através da carga, Fig. 8 – Tubo em T
para os pulmões.

o Existe ainda uma válvula de descarga manual nos modelos A1, A2 e A3;
que permite reduzir a quantidade de oxigénio nos pulmões; situação em que
se não está a fazer esforços.

• Pulmões e Traqueias:
o Os sacos respiratórios (pulmões) e os
tubos respiratórios (traqueias),
armazenam o Oxigénio e permitem a sua
circulação para o/e do aparelho.

o As traqueias são de ligação rápida e os


acoplamentos estão marcados com um
código de cores.

o As traqueias tem medidas diferentes para


evitar qualquer hipótese de ligação
incorrecta. Fig. 9 - Pulmões

• Alarme Sonoro:
o É um órgão muito
importante e está
localizado em posição
facilmente visível para o
utilizador.

o O som emitido é do tipo


relógio despertador, e tem
divisões de 0 a 60 min. A
sua activação é feita
manualmente.

Fig. 10 – Alarme

10 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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• Conjunto de Peito:
o Aloja o conjunto perfurante, o
alojamento para a carga e o
grampo. O conjunto perfurante
rompe a membrana protectora
da carga, colocando esta em
contacto directo com o
aparelho. O grampo actua no
mecanismo de assentamento,
posicionando a carga no
alojamento. O alojamento
protege o utilizador do calor
desenvolvido na carga.

• Correias de ombros e de cintura:


o As correias de ombros são Fig. 11 – Conjunto de peito
ajustáveis e são fixadas em
olhais em forma de "D",
suportando o peso do aparelho colocado ao
peito.

o A correia de cintura é também ajustável e


actua como um cinto, impedindo que o
aparelho oscile.

• Tubos de arrefecimento:
Estão localizados no interior dos pulmões.
Estes dois tubos têm duas funções:

o Sustentar internamente os pulmões Fig. 12 - Correias de fixação


evitando que se contraiam completamente. do aparelho

o Controlar o fluxo de Oxigénio de


modo a se conseguir uma melhor
acção de arrefecimento dos
pulmões. Assim, o oxigénio
respirado pelo utilizador sofrerá
uma diminuição de temperatura.

Fig. 13 - Tubos de arrefecimento

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 11


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• Cargas geradoras de Oxigénio:


o O aparelho respiratório O.B.A. pode utilizar cargas geradoras de Oxigénio
de dois tipos:
De activação rápida
De activação lenta
o As cargas de activação rápida, tem cor verde e possuem uma vela de
activação (Fig. 14 e 15).

o O vapor de água e o Dióxido de Carbono


provenientes da expiração são absorvidos
pelo Peróxido de Potássio (K2O2), produto
granulado de cor amarela que se encontra
no interior da carga; resultando da reacção
química a libertação de Oxigénio e calor.

o O Oxigénio produzido na carga permite ao


utilizador respirar aproximadamente 60
minutos, quando efectuar trabalhos
moderados. Contudo, se efectuar trabalhos
pesados, como por exemplo combater um
incêndio; o Oxigénio fornecido na melhor
das hipóteses, dará para cerca de 30 min. Fig. 14 - Carga de
activação rápida
o A vela de activação da carga (de clorato),
produz Oxigénio para os cinco primeiros minutos de uso da carga; tempo
considerado necessário para se reunirem produtos da expiração suficientes
para produzirem na carga, oxigénio em quantidade razoável.

o As cargas de activação lenta actualmente já não são fabricadas, no entanto


ainda poderão ser encontradas em alguns serviços. Estas cargas são de cor
cinzenta e não possuem a vela de clorato. Para activar a carga é necessário
que se respire numa atmosfera
"limpa" e se enviem os produtos da
respiração para o circuito de
expiração do aparelho pelo menos
durante cinco minutos. Ao fim
deste tempo, já existe uma
produção de Oxigénio suficiente
para que o utilizador respire
confortavelmente. O tempo de
utilização é idêntico aos das cargas
de activação rápida.
Fig. 15 - Secção da carga de
activação rápida

12 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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3.3.3. Sistema de circulação


• A Fig.16 representa um O.B.A. com a carga colocada.

Fig. 16 - Sistema de circulação

• Quando se expira, o ar passa através da válvula de expiração (4) e da traqueia


de expiração (6), para o fundo da carga. Daí, sobe através do produto químico
dando-se a reacção química em que o Dióxido de Carbono e o vapor de água
são absorvidos libertando-se o Oxigénio. O Oxigénio produzido é encaminhado
para os pulmões.
• A traqueia de inspiração (7) conduz então o Oxigénio, que irá passar pela
válvula de inspiração (3), até à máscara (1).
• Uma válvula de escape, montada no "tubo em T" alivia o excesso de pressão
dos pulmões.
• As setas indicam a circulação de ar através do aparelho.

3.3.4. Utilização do equipamento

• Envergar:
o Com uma mão, agarre a máscara pelo conjunto combinado de válvulas e o
aparelho pelo grampo. Com a outra, agarre as correias de ombro e eleve-as
acima da cabeça, enquanto coloca o aparelho ao peito.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 13


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o Deixe que as correias caiam livremente para trás. Prenda o fecho existente
na extremidade de cada uma delas no respectivo olhal.

o Ajuste o conjunto de peito de modo a que as traqueias fiquem ligeiramente


abaixo dos ombros. A movimentação da cabeça não deverá ser limitada
quando envergar a máscara. Ajuste as duas correias até o aparelho assentar
confortavelmente.

o Coloque a máscara por cima da cabeça, em posição de espera, até estar


pronto para activar a carga.

o Aperte a correia de cintura num dos olhais situados no canto inferior do


conjunto de peito. Ajuste-a de modo a que o aparelho fique bem apertado.

o Para prender a folga da correia, passe-a por baixo da parte fixa da correia.
Prenda as extremidades das correias de ombros debaixo da correia de
cintura, após estarem ajustadas.

• Colocar a carga:
o Retire a tampa de protecção da carga de modo a ficar exposta a membrana
de cobre.

o Retire a tampa da vela de clorato, rodando a patilha triangular de 180º,


puxando-a de seguida.

o Deixe a tampa suspensa do cabo de nylon1.

o Introduza a carga no alojamento (com a parte do orifício para cima e o lado


côncavo para o lado do corpo). A carga ficará colocada na posição de
espera, com a película de cobre ainda intacta2.

• Colocar a máscara:
o Apoie o queixo na cavidade existente na máscara destinada a esse fim.

o Passe os tirantes pela cabeça.

o Ajuste os tirantes laterais superiores.

o Verifique se não fica cabelo entre a sua face e a zona de vedação da


máscara.

1 Quando retirar a tampa da vela não puxe o cabo de nylon até a cavilha sair. A remoção da cavilha provoca a ignição da vela e começa a
ser gerado oxigénio. Se isso acontecer quando a película de cobre está intacta, a pressão da carga aumenta dando a sensação de rotura da
película de cobre ou da carga.

2 Se a película de cobre for perfurada ao colocar a carga na posição de espera, ajuste a espera da carga. NÃO USE o aparelho respiratório
O.B.A. quando a carga seja perfurada na posição de espera.

14 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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o Após a activação da carga, proceda ao ajuste dos tirantes laterais inferiores


e, se necessário, ajuste o tirante superior.

o Proceda aos ajustes finais de todos os tirantes.

o Proceda aos ajustes finais de todas as correias de fixação do aparelho ao


corpo, de modo que possa olhar em todas as direcções sem a máscara se
deslocar ou prender no alarme ou no conjunto de válvulas.

o Se vai ficar em posição de espera, alivie apenas os tirantes laterais inferiores


e retire-a. Passe então a máscara para trás das costas, passando a cabeça por
entre as traqueias. Mantenha a máscara nesta posição até estar pronto a
activar a carga. Em caso de emergência, elimine este passo.

• Activação da carga:
Quando estiver pronto para entrar na área contaminada active a carga do
seguinte modo:

o Se tiver a máscara em posição de espera, coloque-a novamente antes de


activar a carga. Reaperte os tirantes laterais inferiores.

o Faça a Prova de Vedação da Máscara. Para isso, aperte firmemente ambas as


traqueias de forma a ficarem estranguladas, e inspire devagar, para que a
máscara se contraia ligeiramente, e contenha a respiração durante 10
segundos. Se houver uma boa vedação, a máscara continuará contraída
enquanto contiver a respiração. Se detectar alguma fuga ao redor da
máscara, reajuste os tirantes. Se se verificar qualquer outra fuga, investigue
a causa e elimine-a.

o Faça subir a carga geradora dentro do seu alojamento através do aperto do


grampo. A membrana de cobre será perfurada e o anel de borracha efectuará
a vedação no aparelho. Verifique se o grampo fica bem apertado.

o Prepare o dispositivo de disparo para activação da carga. Quando o cabo de


nylon for puxado, provocará a remoção da cavilha, dando início à ignição da
vela e ao enchimento dos pulmões com oxigénio. Por vezes, aparece um
pouco de fumo enquanto a vela "arde".

o Verifique se o conjunto cavilha, cabo de nylon e tampa protectora do


dispositivo de disparo sai completo.

o Enquanto a vela arde, carregue na válvula de escape com a mão esquerda e


volte a estrangular as traqueias com a mão direita, carregando no pulmão
direito com o cotovelo. Deste modo, é possível verificar a vedação das
traqueias, carga e pulmões. Durante este teste os pulmões devem continuar
cheios; se isto não acontecer, existe uma fuga no aparelho que deve ser
localizada e corrigida antes de este ser utilizado.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 15


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o Respire normalmente. A reacção química na carga produz Oxigénio


suficiente para efectuar trabalho moderado. Numa situação de repouso o
excesso de Oxigénio que se acumula nos pulmões, deverá ser removido
através de actuação manual na válvula de escape, (modelos A1, A2 e A3).
No caso de se efectuarem grandes esforços, a carga não produzirá a
quantidade de Oxigénio necessária para se poder respirar de uma forma
confortável.

• Activação da carga sem utilização da vela:


o Se a vela não arder, terá que se activar a carga através da inspiração de ar
numa atmosfera limpa e, descarregar os produtos da expiração para o
interior do circuito do aparelho. Esta operação demorará aproximadamente
cerca de cinco minutos, tempo necessário para se gerar um volume de
produtos da expiração suficientes para iniciarem a produção de oxigénio no
interior da carga.

o Deve ser seguido o seguinte procedimento:

Meta um dedo entre a sua face e a zona de vedação da máscara,


afastando-a ligeiramente, de forma a possibilitar a sua respiração.

Inspire ao mesmo tempo que agarra e aperta as traqueias com a outra


mão.

Alivie as traqueias, retire o dedo da máscara e expire para o interior do


aparelho.

Repita este ciclo até os pulmões ficarem completamente cheios. Deixe


sair o ar dos pulmões exercendo pressão sobre o pulmão direito até ele se
esvaziar.

Este processo permite que o ar por si expirado passe através da carga e


inicie a reacção química.

Repita estes procedimentos cerca de cinco vezes. Depois, sem luvas


toque com cuidado no fundo da carga. Se o fundo da carga estiver
ligeiramente quente, estará a ser produzido oxigénio e poderá regular o
alarme e proceder ao teste de vedação.

Se a carga não tiver aquecido, volte a repetir as operações atrás referidas,


isto é; repetir os ciclos.

16 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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• Regulação do alarme sonoro:


o Para regular o alarme, rode o botão até indicar 60 minutos. Rode-o então em
sentido contrário até marcar 30 min. (Fig. 17).

o O botão é rodado inicialmente até aos 60 min.


para que seja dado a corda completa à mola.
Quando expirar os 30 min. a campainha
avisadora tocará durante 8 ou mais segundos.
Embora a carga produza oxigénio para uma
hora, o alarme deve ser ajustado para 30 min.
de modo a ficar uma margem de tempo
suficiente para abandonar o local contaminado
e, ao mesmo tempo, contemplar as situações
em que se efectuarem esforços consideráveis,
em que o consumo de oxigénio é mais elevado. Fig. 17 - Regulação
do Alarme
• Remoção da carga usada:
o Antes de retirar uma carga quente, proteja as mãos com luvas apropriadas.

o Quando a carga já não for mais utilizada, retire a máscara e passe-a por cima
da cabeça, em posição de espera. Desaperte o grampo até à máxima
abertura, isto é; coloque-a na posição de carregamento e espera.

o Afaste as pernas, incline o tronco ligeiramente para trás e puxe o manípulo


do grampo para cima; a carga pela acção da gravidade irá cair. Por vezes ela
fica presa no interior do seu alojamento mas, dando um pequeno salto esta
acaba por cair.

• Inutilização das cargas:


As cargas usadas apresentam os seguintes perigos:

o Devido ao calor libertado pela reacção química que se dá no interior da


carga, estas ficam sujeitas a um aquecimento muito acentuado; potencial
fonte de ignição.

o Por outro lado, há um perigo de natureza química; tem um comportamento


semelhante à soda cáustica, de onde poderão advir graves e dolorosas
queimaduras se atingir os olhos ou a pele húmida. Com a carga intacta, os
produtos químicos não podem sair; contudo, se a carga for perfurada
acidentalmente, os produtos químicos poderão atingir uma pessoa
desprevenida, podendo facilmente queimá-la.

o Finalmente, e talvez o mais grave, existe o perigo de explosão da carga, pois


o oxigénio puro reage violentamente ao contacto com óleos e massas
lubrificantes.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 17


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o Em função dos perigos atrás descritos, é preciso ter o cuidado de os


neutralizar, submergindo as cargas em água que não contenha óleos.

o As cargas podem ser lançadas ao mar ou colocadas num balde com água,
conforme o navio se encontre no mar ou no porto. É importante que as
cargas se afundem o mais rapidamente possível depois de serem colocadas
na água.

o O primeiro passo na destruição de uma carga consiste em colocar luvas e


óculos de protecção. Depois deverá fazer alguns orifícios no fundo da carga.

o Com a grande abertura da carga e os vários orifícios (3 ou 4) no fundo, a


água poderá circular livremente, provocando a rápida imersão da carga.

o O fundo da carga é de folha de cobre fina pelo que será facilmente perfurada
com auxílio de um machado L.A. ou uma picadeira.

o Quando se deita a carga ao mar deve haver o cuidado de verificar se não


existem manchas de óleo à superfície da água.

o Em porto, as cargas não devem ser lançadas à água. Para destruir a carga
usada, ela deverá ser imersa num balde com água limpa durante 24 horas,
após ser perfurada a sua base. Após as 24 horas os produtos químicos
estarão totalmente neutralizados e frios pelo que, poderá ser colocada em
qualquer recipiente vulgar para lixo. A água que se encontra dentro do balde
deve ser deitada fora com cuidado, pois estará cáustica, podendo provocar
queimaduras se contactar com a pele. O balde deve ser cuidadosamente
limpo, de modo a eliminar todos os traços da solução alcalina.

• Desenvergar o aparelho:
o Retire a máscara, aliviando os tirantes com auxílio das pontas dos dedos,
antes de a puxar para trás.

o Com a carga ainda colocada no alojamento do aparelho, ponha a máscara


por cima da cabeça em posição de espera, e retire a carga. NUNCA
desenvergar o aparelho com a carga colocada. Com carga já retirada, deixe a
máscara pender para a frente do aparelho.

o Alivie e desprenda a correia de cintura.

o Alivie as correias dos ombros e desprenda-as. Agarre na máscara e no


grampo com uma mão, e com a outra as correias dos ombros e retire o
aparelho.

o Se o aparelho estiver sujo, proceda á sua limpeza.

o Se o aparelho estiver molhado ou húmido, deixe-o secar antes de o guardar.

18 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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3.3.5. Limpeza e arrumação do equipamento


• Depois de cada utilização, o aparelho deve ser limpo com uma solução fraca de
sabão em água morna.
• Antes de se proceder à arrumação, o aparelho deverá ser protegido para se
evitar possíveis riscos ou corrosões.
• Todos os aparelhos e cargas O.B.A. devem ser
guardados em local seco e fresco. Nestas condições,
a duração do aparelho será aumentada. O termo
“fresco" implica temperaturas até 43º C. O termo
"seco" significa que, no local de arrumação o
aparelho não será atingido pela humidade.
• As cargas devem ser arrumadas com o lado côncavo
virado para baixo (Fig. 18).
Fig. 18 - Arrumação de
cargas O.B.A.
3.3.6. Acções correctivas

Existem anomalias de funcionamento que são habituais nos aparelhos O.B.A.. Uma
resenha dessas anomalias, assim como as possíveis causas e as acções correctivas a
efectuar são enumeradas de seguida.

• Enchimento excessivo dos pulmões:


o A vela de clorato pode fornecer demasiado oxigénio. O oxigénio em excesso
pode ser evacuado actuando na válvula de escape.

o Se activar a carga sem utilizar a vela, pode encher demasiado os pulmões


por estar a enviar-lhes ar continuamente sem o remover. Para evacuar o ar
em excesso, actue na válvula de escape.

• Fumo no interior da máscara:


o Ao arder, a vela de clorato liberta fumo. Se o fumo incomodar, introduza
dois dedos entre a máscara e a cara (só de um dos lados) e expire devagar.

o Se estiver a trabalhar numa área com fumo e a vela de clorato já expirou,


retire-se para um local não contaminado e investigue a causa da má vedação.

• A máscara não se comprime contra a face ao fazer a prova de vedação:


o Não seguiu a ordem correcta de ajustamento da máscara. Retire-a alivie
todos os tirantes e repita o procedimento de novo.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 19


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o A barba ou outros pelos faciais interferem com a vedação.

o Pode não ter detectado uma fuga na máscara quando a inspeccionou. Retire-
a e inspeccione-a de novo.

• Pulmões contraídos:
o O seu controlo respiratório não é bom. Retire-se para um local não
contaminado e active o aparelho; (necessário apenas para encher os
pulmões).

o Há uma fuga em qualquer parte do circuito. Retire-se para um local não


contaminado e detecte-a.

o A vela de clorato não ardeu. Se tiver tempo e tiver outra carga disponível,
coloque-a no aparelho. Caso contrário, active a carga com a sua expiração.

• As válvulas de expiração e inspiração colam:


o Entrou humidade no tubo T quando a máscara estava sendo limpa. Deixe a
humidade evaporar-se. Introduza dois dedos num dos lados da máscara para
deixar entrar ar no circuito. Introduza a carga e active-a.

o A máscara esteve colocada durante muito tempo sem a carga ser activada.
Proceda como indicado no primeiro item.

• Os visores embaciam-se:
o Isto acontece porque a carga está a terminar. Retire-se para um local não
contaminado e proceda à sua substituição.

• A vela de clorato não é activada ao puxar o cabo de nylon:


o O cabo de nylon partiu-se. Retire a parte restante com um alicate.

o Deficiência de funcionamento. Se tiver mais cargas disponíveis, substitua a


carga.

3.3.7. Cargas de exercício


• As cargas de exercício foram concebidas para a execução de 40 treinos práticos
com os aparelhos O.B.A. (Fig. 19).
• Só podem ser usadas para efeitos de instrução e treino. As cargas de exercício,
quando activadas, funcionam de modo idêntico às cargas de activação rápida.

• Componentes:
o As cargas de exercício são fornecidas em conjuntos.

o Cada conjunto contém:

20 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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Uma carga de cor vermelha com dispositivo de disparo amovível.

40 velas geradoras de oxigénio.

4 tampas de protecção.

Diversos sobressalentes, incluindo um bujão de armazenamento e cinco


tampas de protecção do mecanismo.

o O produto químico usado é Baralima. Este produto apenas absorve o


Dióxido de Carbono expirado. A produção do Oxigénio não é feita por este
produto mas sim pela vela.

o A carga tem produto em quantidade suficiente para 40 treinos de 5 minutos


cada; (sem esforço físico). Após os 40 treinos ou quando a cor do produto,
visível pela janela da carga, mudar de cor de rosa para azul escuro, a carga
deverá ser deitada fora.

o Em cada treino é utilizada uma vela de clorato.

o Cada vela fornece Oxigénio para 5 minutos, começando a produzir 15 seg.


depois de percutida.

o Produz cerca de 10 litros de Oxigénio.

Fig. 19 - Carga O.B.A. de exercício

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 21


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3.4. FENZY (55)

3.4.1. Generalidades

Aparelho utilizado nos nossos submarinos. Funciona em circuito fechado utilizando


oxigénio sob pressão, contido numa garrafa; sendo o aparelho transportado às
costas. Possibilita a respiração do utilizador, em intervenções de longa duração
numa atmosfera agressiva. A sua utilização abrange um leque muito grande de
solicitações tais como a Industria Química, Mineira, Siderurgias, Bombeiros,
Navios de Guerra ou Mercantes, bem como em todos os casos onde a permanência
se julga ir ser superior a 30 minutos.

3.4.2. Dados técnicos


• Pressão de carga: 200 bar
• Pressão de prova: 250 bar
• Autonomia: 90 min (em caso de esforços importantes)
• Peso do aparelho pronto a usar: 9 Kg
• Dimensões:

o Comprimento = 450 mm

o Largura = 320 mm

o Altura = 110 mm

3.4.3. Descrição dos componentes

Os componentes principais do aparelho respiratório FENZY 55 mostrado na Fig.


20, são:

22 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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1. Garrafa de Oxigénio
2. Válvula redutora HP/BP
3. Difusor
4. Sistema Venturi
5. Saco respiratório
6. Máscara
7. Carga regeneradora
8. Manómetro
9. Alarme sonoro
10. Válvula de segurança

Fig. 20 – Componentes do aparelho “FENZY 55”

• Garrafa de Oxigénio:
o Manufacturada em liga de alumínio resistente à pressão de prova de 250 bar. A
garrafa de O2 pode ser carregada sem
necessidade de compressor, (ver Fig. 21),
bastando ligar a outra garrafa de maior
capacidade e carregada a uma pressão mais
elevada (> 200 bar), (ver Fig. 20, item 1).

• Válvula redutora AP/BP:


o Intercalada no circuito entre a garrafa de O2 e Fig. 21 - Carregamento por
o saco respiratório (pulmão) existe uma garrafa de maior capacidade
válvula, cuja função é reduzir a pressão
existente na garrafa, para uma pressão mais baixa. O O2 chega então à máscara
com uma pressão ligeiramente acima da pressão atmosférica (ver Fig. 20, item
2).

• Sistema venturi:
o Este sistema é constituído por um difusor e tubo Venturi que tem por função
deixar passar o O2 vindo da garrafa para o circuito. Esta circulação de O2
mantém-se durante todo o período de utilização (ver Fig. 20, item 4).

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 23


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• Saco respiratório:
o Destinado a armazenar o O2 vindo da garrafa permite a sua circulação para a
máscara através das traqueias. Contém uma válvula de diafragma que
mantém o aparelho sob uma ligeira pressão. Este dispositivo interdita a
utilização do aparelho logo que a garrafa é fechada. Na parte inferior existe
uma válvula com a finalidade de purgar a água resultante da respiração (ver
Fig. 20, item 5).

• Máscara:
o Componente que permite isolar as vias respiratórias e os olhos dos agentes
agressivos.

o Dispõe de um visor panorâmico e de um diafragma de conversação. É


ajustado à face do utilizador por intermédio de cinco tirantes de borracha. O
diafragma permite ao utilizador comunicar com o exterior.

o Recebe o O2 vindo do saco respiratório através das traqueias, que dispõem


de um dispositivo de fixação ao orifício existente na parte frontal da
máscara. (ver Fig. 20, item 6)

• Reservatório metálico:
o Tem por finalidade armazenar o granulado de Cal Sodada que irá fixar o
Dióxido de Carbono. Este deve ser sempre substituído após cada 90 minutos
de uso; isto é, quando a garrafa atingir a reserva (ver Fig. 20, item 7).

• Alarme sonoro:
o Sinal sonoro que indicará automaticamente que se entrou no últimos 15
minutos de utilização. Após o alarme tocar o utilizador deve abandonar
imediatamente e com calma, o local onde se encontra. Este alarme necessita
de ser activado manualmente (rodando um botão), logo que a garrafa de O2 é
aberta (ver Fig. 20, item 9).

• Manómetro:
o Colocado em sup:orte próprio, tem por função indicar permanentemente a
pressão disponível após a abertura da garrafa (ver Fig. 20, item 8).

• Válvula de segurança:
o Situada no saco respiratório, deixa passar o excesso de pressão por avaria da
válvula redutora (ver Fig. 20, item 10).

24 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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3.4.4. Sistema de circulação


• Na Fig. 20 está representado o percurso efectuado pelo O2 através do aparelho.
• Ao abrir a válvula da garrafa, o O2 armazenado chega ao difusor, passando pelo
tubo Venturi, e chega à máscara. Os produtos da respiração do utilizador (CO2,
vapor de água e ainda algum O2 não utilizado) passam então pelo produto
regenerador, retornando ao saco respiratório já isentos de CO2 , que ficou retido
no granulado de cal soldada. Esta circulação em circuito fechado mantém-se
durante todo o período de utilização.
• Nota: Este dispositivo automático que fornece O2 de uma forma franca após
a abertura da garrafa, interdita a utilização do aparelho logo que a garrafa de O2
é fechada.

3.4.5. Utilização do equipamento

• Envergar:
o Verificar o estado geral da máscara.

o Limpar a máscara se tal for necessário.

o Verificar se os tirantes da máscara estão na máxima abertura.

o Passar os braços entre as duas correias de fixação do aparelho às costas e


ajustar a correia da cintura, de forma a que fique confortável.

o Passar as traqueias por cima da cabeça.

o Abrir a garrafa verificando a pressão e certificar-se de que o produto


regenerador está em condições.

o Colocar o queixo na parte inferior da máscara e passar os tirantes pela cabeça.


Apertar em primeiro lugar os dois tirantes de baixo, depois os dois de cima e
por último, ajustar o de topo.

o Fazer a prova de vedação; inspirando profundamente com o orifício de entrada


tapado com a palma da mão, deverá sentir a máscara colar-se à face.

o Abrir a garrafa de O2 completamente e fazer o acoplamento das traqueias à


máscara.

o Armar imediatamente o alarme sonoro, rodando de 1/4 de volta o respectivo


botão.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 25


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o Verificar se está respirando correctamente, antes de entrar na zona de


atmosfera agressiva.

Fig. 22 - Aparelho de Respiração Autónomo


Fenzy 55 envergado

• Desenvergar:
o Desapertar o grampo que liga as traqueias à máscara.

o Passar as traqueias por cima da cabeça.

o Retirar a máscara tendo o cuidado de deixar os tirantes na máxima abertura.

o Fechar a garrafa de O2.

o Desapertar as correias de suporte e arrumar o equipamento.

3.4.6. Acessórios:
• Estojo para efectuar reparações periódicas.
• Granulado regenerador. (Cal Sodada)
• Sobressalentes.

26 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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3.4.7. Manutenção
• Limpar e lavar com água e sabão; nunca utilizar produtos voláteis ou óleos para
efectuar limpezas.
• Evitar a entrada de qualquer substância nos componentes do circuito.
• Fazer provas periódicas de estanqueidade.
• Efectuar a manutenção das garrafas de acordo com o "PTESTMAT 502".

3.5. SABRE CENTURION

3.5.1. Generalidades
• Aparelho utilizado na maioria das Unidades Navais e em algumas Unidades em
Terra. Funciona em circuito aberto usando o ar comprimido, contido numa
garrafa, sendo o aparelho colocado às costas.
• Possibilita a respiração do utilizador, em intervenções numa atmosfera
agressiva. Uma pressão positiva é mantida no interior da máscara durante a sua
utilização, permitindo assim, um alto grau de protecção contra a contaminação
interna da máscara. Dispõe de um sistema de redução de pressão de duas fases
formado por uma válvula redutora e uma válvula de chamada de alto
rendimento que se ajusta à máscara através de um encaixe tipo baioneta. Este
aparelho está aprovado para uso em navios de guerra ou mercantes.

3.5.2. Dados técnicos


• Pressão de carga: 207 bar1
• Capacidade da garrafa: 1200 l
• Autonomia efectiva: 30 min.
• Autonomia em trabalho: 20 min.2
• Peso do aparelho pronto a usar: 13,3 Kg
• Toque do alarme sonoro: quando é atingido aproximadamente 20% da carga
total de ar comprimido; quando a pressão é de 68±5 bar.

1 1 bar = 14,5 lb/pol2 207 bar = 20.7 Mpa = 3000 lb/pol2


;
2 A autonomia em trabalho é obtida através do cálculo da autonomia efectiva baseado no consumo de 40 l/min de ar, e subtraindo um
período de reserva de 10 min.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 27


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Capacidade da garrafa (l) = Autonomia Efectiva (min)


Consumo de 40 l/min

Autonomia Efectiva – Período de Reserva = Autonomia de Trabalho

Exemplo:

1200 l = 30 min (Autonomia Efectiva)


40 l/min

30 min – 10 min = 20 min (Autonomia de Trabalho)

3.5.3. Descrição dos componentes


• Os componentes principais do aparelho respiratório SABRE CENTURION,
mostrado na Fig. 23, são:

Fig. 23 - Componentes do “Sabre Centurion”

28 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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• Garrafa de ar comprimido:
o O aparelho dispõe de uma garrafa manufacturada em aço que pode ser
carregada a qualquer pressão, até ao limite de 300 bar. Tem uma capacidade
de 1200 litros e está fixada num suporte próprio, existente numa armadura
em aço inóx por meio de uma cinta metálica ajustável (ver Fig. 23, item 1).

• Válvula redutora AP /BP:


o Consiste num sistema de embolo simples onde se efectua o primeira fase de
redução da alta pressão existente na garrafa. A válvula redutora é automática
e auto regulável não necessitando de ajustamentos; sendo a pressão reduzida
para 7 bar.

o Além de fornecer ar para a válvula de chamada, dispõe ainda de outro


orifício de onde sai uma mangueira que envia constantemente um sinal de
alta pressão para o conjunto formado por um manómetro e um alarme
sonoro ( ver Fig. 23, item 2).

• Manómetro:
o Recebe constantemente um sinal de alta pressão, desde que a válvula da
garrafa se encontre aberta. Dispõe de uma protecção em borracha e está
graduado em bar; de 0 a 350 bar, com intervalos de 10 bar. As marcações no
painel assim como o ponteiro são revestidos por uma tinta fluorescente que
permite fazer leituras em locais de fraca visibilidade (ver Fig. 23, item 3).

• Alarme sonoro:
o É um apito que se encontra acoplado ao manómetro e que é accionado
automaticamente quando é atingido aproximadamente 20% da capacidade
total da garrafa, isto é; quando a pressão atinge os 68 bar (ver Fig. 23, item
4).

• Válvula de chamada:
o Permite efectuar a ligação do conjunto à máscara. Dispõe de um mecanismo
actuante para dar início ao ciclo respiração, facilitando assim, os
procedimentos de colocação e testes com o equipamento. É neste local que
se dá a segunda fase de redução da pressão sendo a pressão reduzida de 7
bar para cerca de 1,5 a 1,8 bar. Acoplado a esta válvula existe ainda uma
válvula de by-pass, actuada manualmente e que permite obter um fluxo
contínuo de ar, quando for preciso.

o O by-pass só deve ser usado sempre que a válvula de chamada não permita o
volume de ar necessário para respirar, isto é; quando se fazem esforços
muito grandes. Neste caso a autonomia da garrafa diminui bastante (ver Fig.
23, item 5).

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 29


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• Máscara:
o É concebida em materiais não irritantes à pele e é moldada à face do
utilizador através de um conjunto de cinco tirantes ajustáveis. Uma semi-
máscara onde as vias respiratórias ficam isoladas do interior da máscara,
permite reduzir o teor de dióxido de carbono na zona do visor panorâmico
além de impedir o embaciamento do mesmo. É na semi-máscara que se
encontra montada a válvula de expiração e o diafragma. Uma pressão
positiva é mantida no interior da máscara durante a sua utilização,
providenciando assim, um alto grau de protecção contra contaminação
interior. Em trabalhos que requeiram esforços físicos elevados a pressão na
máscara pode-se tornar negativa nas grandes inspirações. Para colmatar
esta situação, deve ser operada manualmente a válvula de by-pass de off
para on (ver Fig. 23, item 6).

3.5.4. Sistema de circulação


• Na Fig.23 está representado o percurso efectuado pelo ar comprimido através
do aparelho.
• Ao abrir a válvula da garrafa, o ar comprimido armazenado com uma pressão
que deve variar entre 207 e 180 bar, dirige-se pela mangueira de alta pressão
até à válvula de AP/BP onde a pressão é reduzida para 7 bar. O ar comprimido
de baixa pressão é então encaminhado através de uma mangueira de maior
diâmetro, para o conjunto válvula de chamada/válvula de by-pass. Na válvula
de chamada o ar sofre a segunda redução de pressão; para cerca de 1,5 bar. O
ar comprimido entra então na máscara, sendo direccionado por intermédio de
um difusor que o lança contra a parte interna do visor panorâmico. Como a
pressão no interior da máscara é positiva, o ar vai passar para a zona da semi-
máscara através de umas válvulas de disco em borracha existentes na semi-
máscara, permitindo assim a respiração do utilizador. Quando é efectuada a
respiração, os produtos da expiração são lançados para o exterior através da
válvula de expiração.
• Para dar início ao primeiro ciclo de respiração, é necessário actuar o
dispositivo de primeira respiração, que é obtido com uma forte inspiração
por parte do utilizador.

30 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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3.5.5. Utilização do equipamento

• Verificações prévias:
o Colocar a garrafa no respectivo berço e proceder à sua correcta fixação.

o Conectar a mangueira de AP à válvula da garrafa. Apertar a união roscada à


mão, até ao fim.

o Verificar se o by-pass está fechado, isto é,


rodar no sentido contrário dos ponteiros do
relógio de modo a que fique na posição off,
(fechado).

o Verifique o mecanismo de primeira


respiração, premindo o botão preto que se
encontra no corpo da válvula de chamada
(Fig. 24).

o Verificar a pressão da garrafa, abrindo


Fig. 24 - Verificação da
lentamente a válvula da garrafa até ao fim.
Válvula de Chamada
o Verificar o valor que marca o manómetro
tendo em atenção que a pressão não deve ser inferior a 180 bar.

o Fechar novamente a válvula da garrafa.

o Efectuar o teste de fugas; após ter realizado a acção anterior, ler a pressão no
manómetro, não devendo esta baixar mais do que 10 bar por minuto.

o Testar o alarme sonoro. Abrir o by-pass


ligeiramente de forma a expulsar lentamente o
ar comprimido do circuito, verificando então
se o alarme sonoro toca bem à pressão
correcta; (68±5 bar).

o Quando todo o ar tiver saído, feche o by-pass.

o Verificar se o o-ring de vedação da válvula de


chamada está em boas condições antes de
proceder ao encaixe; se for necessário
lubrifique-o.
Fig. 25 - Montagem da
o Rode a válvula de chamada em ambas as Válvula de Chamada
direcções para verificação da segurança do
acoplamento. (Fig. 25)

o Se algumas destas verificações falhar, anote as anomalias e ponha o


equipamento de parte para ser reparado.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 31


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• Envergar:
o Verificação visual

Correias de peito e cintura aliviadas.

Tirantes aliviados.

Máscara ligada à válvula de chamada,


(redutor de BP).

o Colocar o aparelho às costas, passar a


correia de suporte da máscara pelo
pescoço e ajustar as correias de peito e de
cintura tendo o cuidado de evitar deixar
pontas soltas. Fig. 26 - Colocação e ajustes
do equipamento
o Verificar se a válvula de by-pass se
encontra na posição de fechada (off), e premir o botão do mecanismo de
primeira respiração.

o Abrir lentamente a garrafa até


ao fim. Verificar no
manómetro se a garrafa está
totalmente carregada a 207
bar, ou então, se a pressão
não é inferior a 180 bar.

o Colocar a máscara na cara e


apertar os tirantes laterais
superiores (Fig. 27).

o Apertar os tirantes laterais


inferiores e proceder aos
ajustes finais, de uma forma
Fig. 27 - Colocação da suave, não havendo a
Máscara necessidade de apertar com
força os tirantes (Fig. 28).

o Testar a pressão positiva, introduzindo dois dedos entre a sua face e a máscara
(Fig. 29). Um forte fluxo de ar irá sair indicando pressão positiva. Volte à
situação de vedação da máscara.

32 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


GN2EA - ESCOLA DE LIMITAÇÃO DE AVARIAS

Fig. 28 - Ajustes da Máscara Fig. 29 - Teste da pressão positiva

o Efectuar a prova de fugas da máscara, fechando a válvula da garrafa e não


deixando de segurar no volante da mesma, respire normalmente. Observe se o
manómetro confira que o alarme sonoro toca à pressão correcta; 68±5 bar
(Fig. 30).

o Quando a pressão do manómetro indicar zero, continue a respirar até que a


máscara se contraia contra a sua face. Sustenha a respiração durante 10
segundos.

Fig. 31 - Teste da válv. de by-pass


Fig. 30 - Testes de fugas da
Máscara

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 33


GN2EA - ESCOLA DE LIMITAÇÃO DE AVARIAS

o Se houver fuga, ela será detectada pela tendência da máscara em se afastar da


face do utilizador.

o Se não for detectada nenhuma fuga, abra a válvula da garrafa totalmente e


verifique o bom funcionamento da válvula de by-pass, rodando o botão
vermelho no sentido dos ponteiros do relógio; posição on.

o Após verificar se sai um forte fluxo de ar, volte a fechar a válvula de by-pass;
posição off (Fig. 31).

o Com a válvula da garrafa totalmente aberta, confirme se esta está cheia,


verificando novamente a pressão no manómetro.

o O aparelho está pronto a ser utilizado.

o Se algum destes testes falhar, anote as anomalias, dispa o equipamento e


envie-o para ser reparado.

• Desenvergar:
Aviso: Não desenvergar o equipamento sem ter abandonado o local onde existem
agentes agressivos.

o Inspire profundamente e pressione o botão do mecanismo de 1ª respiração da


válvula de chamada, de modo a interromper a saída do ar (Fig. 32).

o Aliviar os tirantes laterais inferiores até à máxima abertura. Repetir a mesma


operação para os tirantes laterais superiores. Retirar a máscara (Fig. 33).

o Colocar a máscara ao peito e fechar a garrafa (Fig. 32).

Fig. 32 - Interrupção do Fig. 33 - Remoção da Máscara


mecanismo de 1ª respiração

34 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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o Desapertar as correias de peito e de cintura.

o Retirar o equipamento. Remover o ar existente no circuito, abrindo a válvula


de by-pass; on.

o Voltar a colocar a válvula de by-pass na posição de fechada; off (Fig. 32).

o Libertar a válvula de chamada da máscara rodando-a 90º para a frente.

o Retirar a garrafa do aparelho e assinalar que se encontra vazia, para posterior


carregamento.

Fig. 34 - Preparativos para retirar o equipamento

3.5.6. Acessórios
• O aparelho "Sabre Centurion" dispõe
dos seguintes acessórios:

o Kit de teste de pressão positiva.

o Kit de ferramentas.

o Mistura detectora de fugas e


pequeno pincel.
Fig. 35 - Despressurização do
o Gluconato de Clorohexidine. circuito de ar comprimido
• Na posse deste equipamento é possível
efectuar os testes requeridos pela lista de manutenção periódica e efectuar a
inspecção e/ou substituição dos componentes.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 35


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Nota: Para mais informações, consultar o manual de Manutenção do "Sabre


Centurion".

3.5.7. Limpeza

Aviso: Não mergulhe o alarme sonoro (apito) ou a válvula de chamada na água.

• Limpeza da máscara:
o Retire a válvula de chamada do encaixe da máscara.

o Lave a máscara com água tépida e sabão. Não utilize detergente. Enxaguar
em água corrente, tendo atenção particular ao fluxo abundante que sai pela
válvula de expiração.

o Após a lavagem, abane a máscara vigorosamente para retirar o excesso de


água, e evite a sua exposição directa ao calor ou ao sol. Evite riscar o visor,
não o colocando sobre superfícies abrasivas.
Aviso: Se o equipamento for guardado em locais em que a temperatura seja
muito baixa, a máscara deverá ser muito bem seca e pulverizada com pó de
talco, tendo cuidado com as válvulas.

o Depois de seca, limpe bem ambas as faces do visor com um pano macio de
flanela.

o Coloque os tirantes na posição de maior abertura, ficando a máscara


preparada para ser utilizada.

• Limpeza do equipamento:
o As correias de peito e de cintura devem estar na máxima abertura. Remova a
possível sujidade com uma escova de pêlo duro ou uma esponja. Mantenha o
vidro do manómetro bem limpo.
Nota: Se tiver necessidade de limpar o exterior da válvula de chamada,
deverá ter muito cuidado de forma a evitar a entrada de água para o seu
interior. Existe uma tampa protectora que pode ser usada; não é fornecida
com o equipamento.
Aviso: Não pressurize o equipamento quando a válvula de chamada tiver
montada a tampa protectora, ou estiver tapada por qualquer outro meio.
o De modo a conseguir uma máxima resistência à corrosão, as superfícies de
aço deverão estar sempre limpas, evitando assim a formação de depósitos e
de contaminantes superficiais. Para a limpeza destas superfícies, use um
detergente suave ou sabão e água; seguido de um enxaguamento com água
limpa. Quando o aço estiver muito sujo ou estiver sujeito a ambientes

36 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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agressivos, pode ser usado a título excepcional, um abrasivo médio tipo


escova de nylon. Esfregões de lã de aço nunca deverão ser usados devido a
deixarem partículas sobre as superfícies, causando áreas localizadas de
ferrugem.

3.6. DRÄGER

3.6.1. Generalidades
• Aparelho utilizado nas Fragatas da Classe "Vasco da Gama". O ar respirado de
pressão positiva, é proveniente de duas garrafas de ar comprimido, sendo o
equipamento transportado ás costas. Uma válvula de chamada fornece
automaticamente a quantidade de ar necessário em função do esforço
despendido. O ar expirado é enviado para o exterior pela válvula de expiração,
situada no corpo da válvula de chamada. Este tipo de aparelho respiratório
permite ao utilizador respirar em locais em que a atmosfera contenha produtos
tóxicos, gases ou se houver insuficiência de Oxigénio.

3.6.2. Dados técnicos


• Pressão de carga: 200 bar
• Capacidade /garrafa: 800 l
• Autonomia efectiva: 40 min.
• Autonomia em trabalho: 30 min.
• Peso do aparelho pronto a usar: 16,2 kg
(com duas garrafas de 800 l /200 bar, sem máscara)
• Volume /garrafa: 4 l
• Toque do alarme sonoro: 50±5 bar
• Dimensões:

o Comprimento: 620 mm

o Largura: 280 mm

o Altura: 150 mm

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 37


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3.6.3. Descrição dos componentes

Os componentes principais do aparelho respiratório Dräger podem ser observados


na figura 36:

Fig. 36 - Componentes da Dräger

1. Válvula de chamada 6. Garrafa de ar comprimido


2. Correias de peito 7. Mangueira de BP
3. Faixas de fixação 8. Encaixe rápido
4. Armadura 9. Mangueira de AP
5. Válvula redutora /alarme 10. Manómetro

38 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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• Garrafa de ar comprimido:
o O aparelho dispõe de duas garrafas manufacturadas numa liga de aço
resistente à pressão de prova.

o Cada garrafa tem uma capacidade de 4 l e está fixada num suporte próprio,
existente numa armadura em liga de alumínio por meio de uma cinta metálica
(Fig. 36, item 6).

• Válvula redutora AP/BP:


o Encontra-se fixada na armadura através de parafusos. Está em comunicação
directa com as duas uniões de alta pressão, que permitem a ligação das duas
garrafas de ar comprimido. No corpo da válvula redutora está também
montado o alarme sonoro. Do corpo da válvula redutora saem duas
mangueiras, uma de alta pressão que termina no manómetro e uma outra de
baixa pressão que leva o ar comprimido à pressão de 4,5 bar. Para evitar
que exista uma pressão elevada no caso de avaria da válvula redutora, a
parte de BP da válvula redutora dispõe de uma válvula de segurança que
sofre uma ruptura quando a pressão de segurança é atingida (Fig. 36, item
5).

• Máscara:
o Permite isolar as vias respiratórias e os olhos dos agentes agressivos. Dispõe
de um visor panorâmico e de um diafragma de conversação. Adapta-se à
face por intermédio de cinco tirantes ajustáveis em borracha. O diafragma
permite ao utilizador comunicar com o exterior e usar equipamento de
comunicação. A união da válvula de chamada à máscara é efectuada na parte
frontal, através de uma união roscada do tipo DIN 3183 M45x3. Existe
ainda outra máscara, do tipo "Panorama Nova PE", em que o sistema de
união da válvula de chamada é efectuada através de uma união de encaixe
rápido.

• Alarme sonoro:
o Sinal do tipo apito, em que se faz ouvir sempre que a pressão atinge 50±5
bar. Encontra-se montado junto da válvula redutora e alerta o utilizador de
que entrou na reserva de ar (Fig. 36, item 5).

• Manómetro:
o Colocado na extremidade da mangueira de AP, tem por função indicar
permanentemente a pressão do conjunto das garrafas, uma vez abertas (Fig.
36, item 10).

• Armadura:
o Componente com secção em "T", feito de uma liga de alumínio resistente à
corrosão. Suporta todos os outros componentes do equipamento. A armadura
tem uma forma anatómica, adaptando-se às costas do utilizador de forma a

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 39


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permitir o transporte confortável. A fixação do aparelho às costas é


efectuado por intermédio de duas correias de peito e uma de cintura (Fig. 36,
itens 2 e 4).

• Válvula de chamada:
o Permite efectuar a ligação da mangueira de BP à máscara, fornecendo a
quantidade de ar em função do esforço despendido. No corpo da válvula de
chamada está também montada a válvula de expiração e uma válvula de não
retorno.

o O dispositivo de fornecimento de ar é ligado automaticamente quando se


inspira, isto é, a pressão positiva é obtida sem haver actuação por parte do
utilizador. A pressão positiva é sempre mantida no interior da máscara,
protegendo assim contra uma possível entrada de agentes agressivos. O
botão de cor vermelha situado no topo do corpo da válvula de chamada,
permite interromper a descarga contínua de ar quando se activa a máscara
com a válvula de chamada já montada (Fig. 36, item 1).

3.6.4. Utilização do equipamento

• Verificações prévias:
o Colocação das garrafas

o Verificar a superfície de vedação nas válvulas das garrafas e os "o-rings" de


vedação nas uniões de ligação.

o Colocar as garrafas nos berços da armadura


e efectuar as ligações à válvula redutora.

o Apertar as uniões à mão.

o Colocar os elementos de travamento nos


volantes das válvulas das garrafas, após as
abrir.

o Coloque o aparelho no chão, passe a faixa


de fixação à volta da garrafa, prenda o
parafuso e aperte-o à mão (Fig. 37).
Fig. 37 - Fixação da
garrafa

40 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


GN2EA - ESCOLA DE LIMITAÇÃO DE AVARIAS

• Ligação da válvula de chamada:


o Montar a união de encaixe rápido da
mangueira da válvula de chamada na
mangueira de BP do aparelho.

o Verificar se o encaixe ficou bem feito.

o Desligar a válvula de chamada, pressionando


o botão vermelho (Fig. 38).

• Preparação da máscara:
o Verificar se os tirantes estão em boas
condições e na máxima abertura.
Fig. 38 - Interrupção da saída de ar
o Verificar se a máscara está limpa e não se
encontra danificada.

• Verificação do aparelho:
o Verificar a pressão das garrafas. A leitura da pressão no manómetro não deverá
ter um valor inferior a 180 bar.

o Efectuar o Teste de Fuga de AP. Fechando as válvulas das garrafas, observar a


pressão no manómetro. A pressão indicada não deve baixar mais do que 5 bar
em um minuto.

o Verificar o Alarme Sonoro. Pressionar o centro da capa protectora da válvula


de chamada, (de forma a ser obtido a descarga de ar comprimido) e ao mesmo
tempo tapar a saída de ar com uma mão. Retire o ar, aliviando ligeiramente a
mão; o apito deverá tocar quando a pressão no manómetro for de
aproximadamente 50 bar (Fig. 39).

o Efectuar o teste de fugas BP (pressão


negativa).

o Com a válvula da garrafa fechada e o


aparelho despressurizado, não deverá
ser possível aspirar nenhum ar.

Fig. 39 - Verificação do Alarme


Sonoro

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 41


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• Preparação do Aparelho
o Colocar o equipamento às costas tendo o cuidado de ter as correias de peito na
máxima abertura.

o Ajustar as correias de forma a que o


aparelho fique bem fixo e seja cómodo de
transportar (Fig. 40).

o Colocar as extremidades das correias de


peito por dentro do cinto e prender a ponta
deste, de forma a não ficarem pontas
soltas.

o Colocar os tirantes da máscara na máxima


abertura.

o Colocar a máscara devendo o queixo


assentar no apoio existente na máscara de
forma a que as vias respiratórias fiquem Fig. 40 - Colocação
envolvidas pela semi-máscara. do Aparelho

o Passar os tirantes pela cabeça, apertando em primeiro lugar os tirantes laterais


superiores e depois os laterais inferiores. Caso seja necessário ajuste também
o tirante superior.

• Efectuar a prova de vedação:

o Tape o orifício de encaixe da válvula de chamada com a palma da mão e inspire


até ser produzida uma pressão negativa no
interior da máscara (Fig. 41).

o O ar exterior não deverá entrar na


máscara, se tal acontecer reajuste os tirantes
e volte a repetir a prova de vedação.

o Uma boa vedação só será conseguida quando


o aro de borracha da máscara está
completamente em contacto com a pele da
cara; isto é, se não existir barba, patilhas,
pêra ou outra situação idêntica na zona de
Fig. 41 - Prova de Vedação
vedação.

42 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


GN2EA - ESCOLA DE LIMITAÇÃO DE AVARIAS

o Abrir totalmente a válvula da garrafa e verificar a pressão no manómetro.


Usar garrafas que tenham pelo menos 180 bar.

o Verificar o bom funcionamento da válvula de chamada, respirando


profundamente várias vezes. Deverá existir um bom fluxo de descarga pela
válvula de expiração.

• Utilização:
o Ter em conta o tempo que demora a chegar ao local de trabalho e o que
levará na retirada.

o Efectuar leituras da pressão das garrafas com frequência. Quando a pressão


atingir cerca de 50 bar, o alarme sonoro irá tocar de uma forma contínua até
que o ar comprimido praticamente não exista nas garrafas.

o Quando o alarme sonoro é activado, o utilizador dispõe de aproximadamente


de 8 min. de ar para empreender a retirada.

• Retirar o aparelho:
o Desligar a válvula de chamada da máscara.

o Interromper a saída de ar na válvula de chamada, pressionando o botão


vermelho (Fig. 42).

o Fechar a válvula das garrafas.

o Retirar a máscara da cabeça,


aliviando os tirantes laterais
inferiores e superiores.

o Abrir a correia de cintura.

o Aliviar os fechos das correias de


peito de modo a que o próprio peso
do equipamento, leve as correias de
peito à máxima abertura. Fig. 42 - Interrupção da saída do ar
na válvula de chamada
o Retirar o aparelho com cuidado,
limpar caso seja necessário e arrumar no local habitual.

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 43


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3.7. E. L. S. A.1

3.7.1. Generalidades
• O aparelho " E.L.S.A.", é um equipamento de fuga que possibilita a respiração
do utilizador quando este for confrontado com uma atmosfera agressiva. Assim,
em situações de risco em espaços fechados; onde poderão existir gases tóxicos,
gases inertes, fumos provenientes de um incêndio ou haver insuficiência de
oxigénio, são criadas condições em que se respira artificialmente. Em caso de
emergência, são salvaguardadas as vias respiratórias e os olhos, reduzindo o
pânico do utilizador e possivelmente, evita a sua morte.
• Funciona em circuito aberto usando ar comprimido, armazenado numa garrafa.
O aparelho usado nas Unidades Navais é do tipo 10B, isto é; tem ar para 10
minutos e é do tipo bolsa.
• É importante ter em conta, que o aparelho E. L. S. A. não se destina em caso
algum, para substituir os aparelhos de respiração autónoma referidos
anteriormente.

3.7.2. Dados técnicos

• Modelo 10B:
o Pressão de carga: 200 bar

o Capacidade da garrafa: 2,2 l

o Duração: 10 min

o Peso: 4,2 kg

o Fluxo: 41 l/min

1
Emergency Life Support Apparatus

44 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


GN2EA - ESCOLA DE LIMITAÇÃO DE AVARIAS

3.7.3. Descrição dos componentes


• Os componentes principais do aparelho E. L. S. A. mostrado na Fig. 43 são:

1 - Capuz 5 - Válvula Redutora


2 - Bolsa 6 - Válvula da Garrafa
3 - Garrafa de ar compr. 7 - Mangueira
4 - Manómetro

Fig. 43 - Componentes do aparelho E. L. S. A.

• Garrafa de ar comprimido:
o O aparelho dispõe de uma garrafa manufacturada em aço que deve estar
carregada a 200 bar, permitindo assim uma autonomia de 10 minutos.
Encontra-se acondicionada no interior do saco de transporte (ver Fig. 43,
item 3).

• Válvula redutora:
o Consiste num sistema onde se efectua a redução da alta pressão existente na
garrafa. A válvula redutora é automática e auto regulável não necessitando
de ajustamentos; sendo a pressão reduzida para 2 bar (ver Fig. 43, item 5).

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 45


GN2EA - ESCOLA DE LIMITAÇÃO DE AVARIAS

• Bolsa:
o Destina-se a alojar todos os outros componentes, permitindo o transporte
fácil do equipamento. É construído em PVC retardador de fogo e tem uma
cor verde fluorescente de forma a ser
facilmente detectado no escuro ou em
locais de fraca luminosidade. Quando da
sua utilização, a alça de que dispõe,
permite a colocação ao pescoço (ver Fig.
43. item 2).

• Capuz:
o Destina-se a proteger as vias
respiratórias e os olhos contra uma
atmosfera agressiva. É construído em
PVC retardador de fogo e é transparente. Fig. 44
Possui um difusor na zona frontal e uma
banda elástica ajustável ao pescoço do utilizador. A banda elástica evita
fugas significativas de ar respirável para o exterior e como a pressão no
interior é positiva, não permite a entrada de substâncias agressivas para o
seu interior.

o Permite a respiração em segurança, mesmo no caso em que o utilizador use


óculos e/ou barba (ver Fig. 43, item 1).

• Mangueira:
o Tem como função transportar o ar comprimido (2 bar) da válvula redutora
para o interior do capuz. Consiste num tubo de borracha flexível com cerca
de 50 cm. Está ligada a válvula redutora através de uma braçadeira e ao
capuz através de uma união roscada. Possui um filtro silenciador que evita o
ruído de descarga do ar no interior do capuz (ver Fig. 43, item 7).

• Manómetro:
o Está fixado à válvula redutora através de uma união roscada e indica
constantemente a pressão da garrafa independentemente de a válvula desta
estar aberta ou fechada. O corpo do manómetro é metálico, dispondo de um
vidro inquebrável que protege um painel com uma escala, sendo as divisões
de 10 em 10 bar, até ao máximo de 270 bar (ver Fig. 43, item 4).

• Válvula da garrafa:
o Faz parte do conjunto que se encontra montado no topo da garrafa, (válvula
redutora, manómetro, válvula garrafa); e permite a passagem do ar para o
capuz, quando é aberta manualmente (ver Fig. 43, item 6).

46 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA


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3.7.4. Utilização do equipamento


• Verificar a pressão no manómetro.
• Vestir conforme a Fig. 44 ou Fig.45.
• Abrir a bolsa (Fig. 46).
• Retirar o capuz (Fig. 46).
• Abrir a válvula da garrafa (Fig. 46).
• Pôr o capuz (Fig. 47).
• Empreender a fuga para o exterior.

Fig. 45

Fig. 46

3.7.5. Verificações periódicas

• Semanalmente:
Fig. 47
o Verificar a pressão da garrafa. (Não deixar
descer abaixo de 180 bar)

o Recarregar a garrafa, se necessário.

• Mensalmente:
o Verificar a ligação correcta entre capuz e mangueira de ar.

o Verificar a ligação correcta entre mangueira e garrafa.

o Verificar o bom estado de conservação do capuz, mangueira e bolsa.

o Verificar a limpeza do equipamento.

NOTA: Efectuar a manutenção das garrafas de acordo com o "PTESTMAT 502".

DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA 47


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3.7.6. Procedimentos gerais de segurança


• Antes de utilizar o aparelho, deverá ler atentamente as instruções do fabricante
seguindo-as à risca. Estes equipamentos devem ser utilizados somente por
pessoas com conhecimento destes aparelhos e serem unicamente utilizados para
os fins descritos.
• Os aparelhos devem ser objecto de inspecção e manutenção por parte de
pessoal treinado e de acordo com as cartas de manutenção de cada um dos
modelos. Deve ser efectuado um registo destas acções.
• Os reservatórios sob pressão (Oxigénio ou Ar Comprimido), devem ser sujeitos
às provas periódicas (cinco em cinco anos); de acordo com o "PTESTMAT
502".
• Utilizar peças genuínas quando for necessário efectuar substituições.

48 DISPOSITIVOS DE RESPIRAÇÃO AUTÓNOMA

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