Lógica Proposicional-Exercícios-PhilippeThiry-8pp-23-51

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PHILIPPE THIRY

NOÇÕES
DE LÓGICA
TRADUÇÃO: ANTONIO HALL

(zo±o)
Lógica das proposições ________________________________________ 23

11. —p <=> p
Princípio da dupla-negação = afirmação.
12. (p a p) <=> p
Idempotência da conjunção.
13. p a (q vr) « (p a q) v (p a r)
Distributividade da conjunção em relação à disjunção.
14. p v (q a r) « (p v q) a (p v r)
Distributividade da disjunção em relação à conjunção.
15. (~p => p) => p
Lei da retorsão.
16. I (p => q) <t=> (~q => ~p)
Contraposição.
17. (p a ~p) => q
Ex falso sequitur quodlibet.
18. [p => (q => r)] <=> [(p a q) => r ]
Lei da importação.

1.4 Exercícios

1. Avaliar a função seguinte pelo método das tabelas de verdade:


l(P => d) a (~p => q)J <=> q
Resposta:

p q ~p p=>q ~p=>q (p => q) * (~p =* q) 1(P =* q) A (~p => q)] <=> q


1 1 0 1 1 1 1
1 0 0 0 1 0 1
0 1 1 1 1 1 1
0 0 1 1 0 0 1

Conclusão: Trata-se de uma leijógica, quer dizer, de uma função de verdade que é
verdadeira em todos os casos? ”
Comentário: A construção da tabela de verdade pode ser maís rápida fixando imediata­
mente os valores de verdade debaixo dos conectores (ou operadores) e das variáveis
(ou argumentos).

A conclusão (*) corresponde ao operador principal (o último a ser avaliado). Este processo
é menos metódico, mas mais rápido. Em todo o caso, com o hábito, um simples olhar
deve bastar para que o principiante de lógica reconheça esta lei lógica corrente a que
chamamos «o dilema».
_______ Noções de Lógica
24

2. A mesma questão: [(p => q) a (q => m)] => (p => m)


Resposta:
(p => q) A (q => m) (p=>m) [(p =» q) a (q => m)] => (p => m)l
p q m p => q q => m
1 1 1
1 1 1 1 1
0 0 1
1 1 0 1 0
0 1 1
1 n 1 0 1
0 0 1
1 n 0 0 1
1 1 1 1 1
0 1 1 1
0 1 1
0 1 n 1 0
1 1 1
0 0 1 1 1
1 1 1
0 0 0 1 1
Conc/usão; Lei lógica: transitividade da implicação. Uma vez que existem 3 argumentos
(p, q, m), é preciso encarar oito possibilidades (23).

3. Mesma questão: (p => p) => p

P p => P (P =» P) => P
1 1 1
0 1 0
Conclusão: Função contingente. Só é verdadeira se p for verdadeiro.
Comentário: Um único argumento. Só há duas possibilidades a encarar (2 ).

4. Mesma questão: p => (p => p)


Resposta:
p => p p => (p => Pl
P
1 1 1
0 1 Z4.
Conclusão: Lei lógica. _ .
Comentário: Comparando os exercícios 3 e 4, apercebemo-nos da importância primordial
dos parêntesis numa expressão preposicional. Antes de se efectuar qualquer analise, e
preciso atender à posição dos parêntesis na expressão para situar bem as subformulas
dentro da fórmula global. Alguns lógicos consideram que toda a expressão preposicional
(ou fórmula) correcta deve ser fechada entre parêntesis.

5. Avaliar a função de verdade sabendo que p, q e r são verdadeiros e que s e t são


falsos.
(p <=> q) <=> [(t => r) v p]
Resposta:
(p <=> q) <=> [(t => r) v p]
11 0 11
1
1 <=> 1
Comentário: Atenção. Nafejaova que esta.^n^ojejerdadeseja MmaJeitog^. Neste
exercício, a análise autoriza-me a dizer que é verdadeira no caso preciso em que p q
r são verdadeiros e t falso. Existem ainda 15 outras possibilidades a estudar: (2) -1.

6. Outros exercícios possíveis: basta retomar as leis lógicas mencionadas mais acima:
a última coluna da tabela de verdade só deve comportar o valor 1. E se a sede de
exercícios ainda não estiver saciada, basta colocar em equivalência todas estas leis
lógicas entre si para obter novas leis lógicas. Ou então avance-se um pouco na materia
para abordar temas mais refinados...
40 Noções de Lógica

3.4.2 As proposições seguintes são equivalentes (a biconditional


é uma lei lógica)?
Verifique-o através de uma tabela de verdade ou de uma
lei de equivalência.

1. A. A Margarete não toma decisões importantes se não sonhar que é Cleópatra.


B. A Margarete não toma decisões importantes ou sonha ser Cleópatra.
Resposta:
p: A Margarete toma decisões importantes.
c: A Margarete sonha ser Cleópatra.
A. p => c
B. ~p v c.

A tabela de verdade confirma a equivalência destas duas expressões:

p c p => c ~p ~p V C (p => c) <=> (~p v C)


1 1 1 0 1 1
1 0 0 0 0 1
0 1 1 1 1 1
0 0 1 1 1 1

2. A. Leibniz_ou Newton descobriram a gravitação.


B. Não podemos dizer que nem Leibniz nem Newtonjn&odescobriram a gravitação.
Resposta:
I: Leibniz descobriu a gravitação.
n: Newton descobriu a gravitação.
A. I v n
B. ~(~l a ~n)

A tabela de verdade confirma a equivalência destas duas expressões.

I n I v n -I a ~n ~(~l a ~n) ~(~l a ~n) <=> (I v n)


1 1 1 0 0 1
1 0 1 0 1 1
0 1 1 0 1 1
0 0 0 1 0 1

As soluções dos exercícios seguintes encontram-se no fim do livro.

4. Basta ser magistrado para não se poder ir ao casino. Ser magistrado é incompatível
com o facto de se jogar no casino.
5. Se há vida em Marte, existe uma atmosfera sobre Marte e há seres vivos. É
impossível haver vida em Marte e não haver atmosfera ou não haver seres pen­
santes.
6. O Roberto janta em casa do Paulo ou em casa da Sofia. É falso que o Roberto
jante em casa do Paulo se e somente se ele janta em casa da Sofia.
7. O Rui não é pequeno ou então não é forte. Se o Rui é pequeno, então não é
forte.
8. A Maria é grande e é bela. Não é possível que simultaneamente a Maria não seja
grande e não seja bela.
48 ____________________________________________ Noções de Lógica

4.4 Exercícios

1. Avaliar a função de verdade: (p => q) v (q => m)

(1) (F) (P => q) v (q => m)


(2.1) (F)p=>q
(3.1.) (F) q => m
(4.2) (V) p
(5.2) (F) q
(6.3) (V) q
(7.3) (F) m
Conclusão: O resultado da decomposição) é: (V) p a (F) q a (V) q a (F) m.
Há uma contradição (~q a q). Só há uma decomposição contraditória. Esta função
de verdade é, portanto, uma lei lógica.
Comentário: a numeração (2.1) faz referência à expressão n.° 2 que resulta da
decomposição de 1. Com efeito, (2.1) e (3.1) são o resultado da eliminação do
operador disjunção de (1). Do mesmo modo, (6.3) e (7.3) são o resultado da
decomposição do implicador (3.1). Note-se também que podemos decompor
(2.1) antes de (3.1) ou inversamente.

2. Avaliar a função de verdade: (p => p) => p.

(1) (F) (P => P) => P


(2.1) (V) p => p
(3.1) (F) p

(4.2) (F) p (5^ (V) p

Conclusão: existem duas decomposições possíveis: ~p a ~p' (3.1) a (4.2)


-pAp (3.1) a (5.2)

A primeira decomposição não é contraditória; portanto, é correcto admitir (F) para


Ça fúnção)no caso em que p é falso. É uma proposição factualmente verdadeira.
Só é verdadeira se p for verdadeiro, e falsa se p for falso.

Comentário: o mesmo resultado aparece claramente numa tabela de verdade:

p p => p (p => p) => p


1 1 1
0 1 0

3. Avaliar a função de verdade: [(p => q) => p] => p

(1) (F) [(P => q) => p] => p


(2.1) (V) (p => q) => p
(3.1) (F)p

(4,2 (F) p => q (5.2) (V) p


(6.4) (V) p
(7.4) (F) q

Conclusão: duas decomposições contraditórias: ~p a p (3.1) a (6.4)


~pAp (3.1) a (5.2)
Lei lógicá.
Lógica das proposições ________________________________________ 49

4. Avaliar a função de verdade: (p a q) => q

(1) (F) (p a q) => q


(2.1) (V) Mq
(3.1) (F) q
(4.2) (V) p
(5.2) (V) q

Conclusão: Só uma decomposição ê contraditória: ~q a p a q (3.1) a (4.2) a (5.2)

Comentário: A infância da arte!

5. Avaliar a função de verdade: [(p => q) a p] => q

(1) (F) [(p => q) a p] => q


(2.1) (V) (p => q) a p
(3.1) (F) q
(4.2) (V) p => q
(5.2) (V) p

(6.4) (F) p (7.4) (v) q

Conclusão: duas decomposições contraditórias: ~q a p a ~p


~q a p a q
É a lei lógica do condicional ponendo ponens.

Comérifánô:Podemos simplificar concluindo simplesmente da seguinte maneira:


1,a contradição: (6.4) (5.2), 2.a contradição: (3.1) (7.4).

6. Avaliar a função de verdade: [(p => q) a (q => m)] => (~m => ~p)

(12.9) (F) q (13.9) (V) m (14.9) (F) q (15.9) (V) m


(1) (2) (3) (4)

Conclusão: 4 decomposições: (1) ~m a p a ~p a ~q


(2) ~m a p a ~p a m
(3) ~m a p a q a ~q
(4) ~m a p a q a m

As 4 decomposições são contraditórias, trata-se de urda lei lóaicã. É a transiti­


vidade da implicação, pois a 3.a parte é a contraposta de (p => m).

Comentário: Aqui, o grafo é um pouco mais complicado, uma vez que tem 4
ramos. Com efeito, é necessário encarar duas possibilidades para tratar (8.2) e
Noções de Lógica

ainda preciso encarar duas para tratar (9.2). Estas duas possibilidades devem
ser sempre mencionadas respectivamente sob (10.8) e sob (11.8). Porquê? É
uma aplicação pura e simples do princípio de distributividade. O princípio de
distributividade pode ser ilustrado em aritmética por: 5 x (2 + 4) = (5 x 2) + (5 x 4).
Em lógica, «e» (intersecção) desempenha o papel de «x», e «ou» (reunião)
desempenha o papel de «+». A passagem de uma linha para a outra correspon­
de a «x» (e): (1) e (2.1) e (3.1) e (4.3) e ... Pelo contrário, a abertura de duas
possibilidades corresponde a + (ou): (10.8) ou (11.8).

7. Avaliar a função de verdade: (p => m) <=> (~m => ~p)

(1) (F) (p => m) <=> (~m => ~p)

(2.1) (F) p => m (4.1) (V) p => m


(3.1) (V) ~m => ~p (5.1) (F) -m => ~p
(6.2) (V) p (8.5) (V) -m
(7.2) (F) m (9.5) (F) ~p
(10.8) (F) m
(11.9) (V)p
(14.3) (F) ~m (15.3) (V) ~p
(16.14) (V) m (17.15) (F) p
(1) (2) (12.4) (F) p (13.4) (V) m
(3) (4)

Conclusão: 4 decomposições contraditórias: (1) p a ~m a m


(2) p a ~m a -p
(3) ~m a p a -p
(4) ~m a p a m
É a lei lóqica da contraposição.

8. Avaliar a função de verdade: [(p => m) v (q => m)] => [(p v q) => m]

(1) (F) [(P => m) v (q => m)J =* [(p v q) => m]


(2.1) (V) (p => m) v (q => m)
(3.1) (F) (p v q) => m
(4.3) (V) p v q
(5.3) (F) m

(8.2) (V) p => m (9.2) (V) q => m (10.2) (V) p => m (11.2) (V) q => m

(12.8) (F) p (13.8) (V)m (14.9) (F) q (15.9) (V)m (16.10) (F) p (17.10) (V)m (18.11) (F)q (19.11(v)m

1 2 3 4 5 6 7 8

Conclusão:

(1) ~m a p a ~p (5) ~m a q a ~p
(2) ~m a p a m (6) ~m a q a m
(3) ~m a p a ~q (7) ~m a q a

(4) ~m a p a m (8) ~m a q a m

Existem 8 decomposições. A (3) e a (5) não são contraditórias.


Lógica das proposições ________________________________________ 51

Não se trata, portanto, de uma lèílóaica, mas de uma proposição contingente. É


faTsa quando m é falso, q é falso, p é verdadeiro (3); e quando m é falso, q é ver­
dadeiro, p é falso (5). Isto concorda evidentemente com a tabela de verdade.

p q m p => m q => m p V q (p v q) => m V =>

1 1 1 1 1 1 1 1 1

1 1 0 0 0 1 0 0 1

1 0 1 1 1 1 1 1 1

1 0 0 0 1 1 0 1 0

0 1 1 1 1 1 1 1 1

0 1 0 1 0 1 0 1 0

0 0 1 1 1 0 1 1 1

0 0 0 1 1 0 1 1 1

9. Avaliar a função de verdade: [p v (p a ~q)] «s> p

(1) (F) [P v (p a ~q)J « p

(2.1) (F) p v (p a ~q) (4.1) (V) p v (p a ~q)


(3.1) (V) p (5.1) (F) p
(11.2) (F)p
(12.2) (F) p a ~q

(6.4) (V) p (7.4) (V) p a ~q


(8.7) (V) p
0-7) (V) ~q
(10.9) (F)q

Conclusão: 3 decomposições contraditórias. Lei lógica.


Comentário: É inútil continuar a decomposição em (12.2), uma vez que já existe
contradição em (3.1) e (11.2).

10. Avaliar a função de verdade: [(p => q) a (p => ~q)J => ~p

(7.5) (F) p (8.5) (V) q

(9-6) (F) p (10.6) (V) ~q (11.6) (F)p (12.6) (V) ~q


(13.10) (F) q (14.12) (F) q

Conclusão: As 4 decomposições são contraditórias. É a lei lógica da refutação


por absurdo.

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