Texto - 2 Resumo - RCNEI
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REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
• o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças
individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.;
• o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento,
interação e comunicação infantil;
• o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o
desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao
pensamento, à ética e à estética;
• a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais
diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma;
• o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao
desenvolvimento de sua identidade.
A estes princípios cabe acrescentar que as crianças têm direito, antes de tudo, de viver
experiências prazerosas nas instituições.
• desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente,
com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
• estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto-
estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
• estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a
articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo
atitudes de ajuda e colaboração;
Saber o que é estável e o que é circunstancial em sua pessoa, conhecer suas características e
potencialidades e reconhecer seus limites é central para o desenvolvimento da identidade e para a
conquista da autonomia. A capacidade das crianças de terem confiança em si próprias e o fato de
sentirem-se aceitas, ouvidas, cuidadas e amadas oferecem segurança para a formação pessoal e social. A
possibilidade de desde muito cedo efetuarem escolhas e assumirem pequenas responsabilidades favorece
o desenvolvimento da autoestima, essencial para que as crianças se sintam confiantes e felizes.
O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os
processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças
podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do
outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o
enriquecimento de si próprias.
Isso pode ocorrer nas instituições de educação infantil que se constituem, por excelência, em
espaços de socialização, pois propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de várias origens
socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um
campo privilegiado da experiência educativa.
O trabalho educativo pode, assim, criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem e
ressignificarem novos sentimentos, valores, idéias, costumes e papéis sociais.
A instituição de educação infantil é um dos espaços de inserção das crianças nas relações éticas e
morais que permeiam a sociedade na qual estão inseridas.
OBJETIVOS
• experimentar e utilizar os recursos de que dispõem para a satisfação de suas necessidades essenciais,
expressando seus desejos, sentimentos, vontades e desagrados, e agindo com progressiva autonomia;
• familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo progressivamente seus limites, sua unidade
e as sensações que ele produz;
• interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo, executando ações simples
relacionadas à saúde e higiene;
• brincar;
• relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus professores e com demais profissionais da
instituição, demonstrando suas necessidades e interesses.
Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos deverão ser
aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
• ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez
mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com elas;
• identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais,
respeitando as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade;
• valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e
colaboração e compartilhando suas vivências;
• brincar;
• adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene,
alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência;
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• identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam,
respeitando suas regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõe.
CONTEÚDOS
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CONHECIMENTO DE MUNDO
Movimento
OBJETIVOS
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Crianças de quatro a seis anos
Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos deverão ser
aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
CONTEÚDOS
A organização dos conteúdos para o trabalho com movimento deverá respeitar as diferentes
capacidades das crianças em cada faixa etária, bem como as diversas culturas corporais presentes nas
muitas regiões do país.
Os conteúdos deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do
movimento, possibilitando a apropriação corporal pelas crianças de forma que possa agir com cada vez
mais intencionalidade. Devem ser organizados num processo contínuo e integrado que envolve múltiplas
experiências corporais, possíveis de serem realizadas pela criança sozinha ou em situações de interação.
Os diferentes espaços e materiais, os diversos repertórios de cultura corporal expressos em brincadeiras,
jogos, danças, atividades esportivas e outras práticas sociais são algumas das condições necessárias
para que esse processo ocorra.
Os conteúdos estão organizados em dois blocos. O primeiro refere-se às possibilidades expressivas
do movimento e o segundo ao seu caráter instrumental.
EXPRESSIVIDADE
• Reconhecimento progressivo de segmentos e elementos do próprio corpo por meio da exploração, das
brincadeiras, do uso do espelho e da interação com os outros.
• Expressão de sensações e ritmos corporais por meio de gestos, posturas e da linguagem oral.
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EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO
MÚSICA
OBJETIVOS
O trabalho com Música deve se organizar de forma a que as crianças desenvolvam as seguintes
capacidades:
• ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais;
• brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais.
Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos deverão ser
aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
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• explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu
conhecimento do mundo;
• perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições
e interpretações musicais.
CONTEÚDOS
A organização dos conteúdos para o trabalho na área de Música nas instituições de educação
infantil deverá, acima de tudo, respeitar o nível de percepção e desenvolvimento (musical e global) das
crianças em cada fase, bem como as diferenças socioculturais entre os grupos de crianças das muitas
regiões do país.
Os conteúdos deverão priorizar a possibilidade de desenvolver a comunicação e expressão por
meio dessa linguagem. Serão trabalhados como conceitos em construção, organizados num processo
contínuo e integrado que deve abranger:
Os conteúdos estarão organizados em dois blocos: “O fazer musical” e “Apreciação musical”, que
abarcarão, também, questões referentes à reflexão.
O FAZER MUSICAL
O fazer musical é uma forma de comunicação e expressão que acontece por meio da
improvisação, da composição e da interpretação. Improvisar é criar instantaneamente, orientando-se por
alguns critérios pré-definidos, mas com grande margem a realizações aleatórias, não-determinadas.
Compor é criar a partir de estruturas fixas e determinadas e interpretar é executar uma composição
contando com a participação expressiva do intérprete.
Nessa faixa etária, a improvisação constitui-se numa das formas de atividade criativa. Os jogos de
improvisação são ações intencionais que possibilitam o exercício criativo de situações musicais e o
desenvolvimento da comunicação por meio dessa linguagem. As crianças de quatro a seis anos já podem
compor pequenas canções. Com os instrumentos musicais ainda é difícil criar estruturas definidas, e as
criações musicais das crianças geralmente situam-se entre a improvisação e a composição, ou seja, a
criança cria uma estrutura que, no entanto, sofre variações e alterações a cada nova interpretação. A
imitação é a base do trabalho de interpretação. Imitando sons vocais, corporais, ou produzidos por
instrumentos musicais, as crianças preparam-se para interpretar quando, então, imitam expressivamente.
• Exploração, expressão e produção do silêncio e de sons com a voz, o corpo, o entorno e materiais
sonoros diversos.
• Interpretação de músicas e canções diversas.
• Participação em brincadeiras e jogos cantados e rítmicos.
Nesta fase ampliam-se as possibilidades de trabalho que já vinham sendo desenvolvidas com as
crianças de zero a três anos. Os conteúdos podem ser tratados em contextos que incluem a reflexão sobre
aspectos referentes aos elementos da linguagem musical.
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• Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais das diferentes
características geradas pelo silêncio e pelos sons: altura (graves ou agudos), duração (curtos ou longos),
intensidade (fracos ou fortes) e timbre (característica que distingue e “personaliza” cada som).
• Reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade na organização e
realização de algumas produções musicais.
• Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança e/ou a improvisação
musical.
• Repertório de canções para desenvolver memória musical.
APRECIAÇÃO MUSICAL
• Escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira
e de outros povos e países.
• Reconhecimento de elementos musicais básicos: frases, partes, elementos que se repetem etc. (a
forma).
• Informações sobre as obras ouvidas e sobre seus compositores para iniciar seus conhecimentos sobre a
produção musical.
ARTES VISUAIS
OBJETIVOS
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A instituição deve organizar sua prática em torno da aprendizagem em arte, garantindo
oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
• ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e
materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em
contato com formas diversas de expressão artística;
• utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar
suas possibilidades de expressão e comunicação.
Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos deverão ser
aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
• interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas diversas obras
artísticas (regionais, nacionais ou internacionais) com as quais entrem em contato, ampliando seu
conhecimento do mundo e da cultura;
• produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da
modelagem, da colagem, da construção, desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo
de produção e criação.
CONTEÚDOS
Os conteúdos estão organizados em dois blocos. O primeiro bloco se refere ao fazer artístico e o
segundo trata da apreciação em Artes Visuais.
A organização por blocos visa a oferecer visibilidade às especificidades da aprendizagem em artes,
embora as crianças vivenciem esses conteúdos de maneira integrada.
O FAZER ARTÍSTICO
OBJETIVOS
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• participar de variadas situações de comunicação oral, para interagir e expressar
desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas vivências;
• interessar-se pela leitura de histórias;
• familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação em situações nas
quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos etc.
Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos deverão ser
aprofundados e ampliados, promovendo-se, ainda, as seguintes capacidades nas crianças:
CONTEÚDOS
• Uso da linguagem oral para conversar, comunicar-se, relatar suas vivências e expressar
desejos, vontades, necessidades e sentimentos, nas diversas situações de interação presentes no
cotidiano.
• Participação em situações de leitura de diferentes gêneros feita pelos adultos, como
contos, poemas, parlendas, trava-línguas etc.
• Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da leitura e da
escrita.
• Observação e manuseio de materiais impressos, como livros, revistas, histórias em
quadrinhos etc.
FALAR E ESCUTAR
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PRÁTICAS DE LEITURA
• Participação nas situações em que os adultos lêem textos de diferentes gêneros, como
contos, poemas, notícias de jornal, informativos, parlendas, trava-línguas etc.
• Participação em situações que as crianças leiam, ainda que não o façam de maneira
convencional.
• Reconhecimento do próprio nome dentro do conjunto de nomes do grupo nas situações
em que isso se fizer necessário.
• Observação e manuseio de materiais impressos, como livros, revistas, histórias em
quadrinhos etc., previamente apresentados ao grupo.
• Valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento.
• PRÁTICAS DE ESCRITA
NATUREZA E SOCIEDADE
OBJETIVOS
A ação educativa deve se organizar para que as crianças, ao final dos três anos, tenham
desenvolvido as seguintes capacidades:
• explorar o ambiente, para que possa se relacionar com pessoas, estabelecer contato
com pequenos animais, com plantas e com objetos diversos, manifestando curiosidade e interesse;
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Crianças de quatro a seis anos
Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos deverão ser
aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
CONTEÚDOS
Os conteúdos aqui indicados deverão ser organizados e definidos em função das diferentes
realidades e necessidades, de forma a que possam ser de fato significativos para as crianças.
Os conteúdos deverão ser selecionados em função dos seguintes critérios:
O trabalho nessa faixa etária acontece inserido e integrado no cotidiano das crianças.
Não serão selecionados blocos de conteúdos, mas destacam-se idéias relacionadas aos objetivos
definidos anteriormente e que podem estar presentes nos mais variados contextos que integram a rotina
infantil:
• participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às
tradições culturais de sua comunidade e de outros grupos;
• exploração de diferentes objetos, de suas propriedades e de relações simples de causa e efeito;
• contato com pequenos animais e plantas;
• conhecimento do próprio corpo por meio do uso e da exploração de suas habilidades físicas, motoras e
perceptivas.
Nesta faixa etária aprofundam-se os conteúdos indicados para as crianças de zero a três anos, ao
mesmo tempo em que outros são acrescentados. Os conteúdos estão organizados em cinco blocos:
“Organização dos grupos e seu modo de ser, viver e trabalhar”; “Os lugares e suas paisagens”; “Objetos e
processos de transformação”; “Os seres vivos” e “Fenômenos da natureza”.
A organização dos conteúdos em blocos visa assim a contemplar as principais dimensões contidas
neste eixo de trabalho, oferecendo visibilidade às especificidades dos diferentes conhecimentos e
conteúdos. Deve-se ter claro, no entanto, que essa divisão é didática, visando a facilitar a organização da
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prática do professor. Os conteúdos, sempre que possível, deverão ser trabalhados de maneira integrada,
evitando-se fragmentar a vivência das crianças.
Os procedimentos indispensáveis para a aprendizagem das crianças neste eixo de trabalho e que
se aplicam a todos os blocos foram abordados de forma destacada. São eles:
• formulação de perguntas;
• participação ativa na resolução de problemas;
• estabelecimento de algumas relações simples na comparação de dados;
• confronto entre suas idéias e as de outras crianças;
• formulação coletiva e individual de conclusões e explicações sobre o tema em questão;
• utilização, com ajuda do professor, de diferentes fontes para buscar informações, como
objetos, fotografias, documentários, relatos de pessoas, livros, mapas etc.;
• utilização da observação direta e com uso de instrumentos, como binóculos, lupas,
microscópios etc., para obtenção de dados e informações;
• conhecimento de locais que guardam informações, como bibliotecas, museus etc.;
• leitura e interpretação de registros, como desenhos, fotografias e maquetes;
• registro das informações, utilizando diferentes formas: desenhos, textos orais ditados ao
professor, comunicação oral registrada em gravador etc.
As crianças, desde que nascem, participam de diversas práticas sociais no seu cotidiano, dentro e
fora da instituição de educação infantil. Dessa forma, adquirem conhecimentos sobre a vida social no seu
entorno. A família, os parentes e os amigos, a instituição, a igreja, o posto de saúde, a venda, a rua entre
outros, constituem espaços de construção do conhecimento social. Na instituição de educação infantil, a
criança encontra possibilidade de ampliar as experiências que traz de casa e de outros lugares, de
estabelecer novas formas de relação e de contato com uma grande diversidade de costumes, hábitos e
expressões culturais, cruzar histórias individuais e coletivas, compor um repertório de conhecimentos
comuns àquele grupo etc.
• observação da paisagem local (rios, vegetação, construções, florestas, campos, dunas, açudes, mar,
montanhas etc.);
• utilização, com ajuda dos adultos, de fotos, relatos e outros registros para a observação de mudanças
ocorridas nas paisagens ao longo do tempo;
• valorização de atitudes de manutenção e preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente.
Há uma grande variedade de objetos presentes no meio em que a criança está inserida, com
diferentes características, naturalmente constituídos ou elaborados em função dos usos e estéticas de
diferentes épocas, com maior ou menor resistência, que se transformam ao longo do tempo, que reagem
de formas diferentes às ações que lhes são impressas, que possuem mecanismos que consomem energia
etc.
Conhecer o mundo implica conhecer as relações entre os seres humanos e a natureza, e as formas
de transformação e utilização dos recursos naturais que as diversas culturas desenvolveram na relação
com a natureza e que resultam, entre outras coisas, nos diversos objetos disponíveis ao grupo social ao
qual as crianças pertencem, sejam eles ferramentas, máquinas, instrumentos musicais, brinquedos,
aparelhos eletrodomésticos, construções, meios de transporte ou de comunicação, por exemplo.
São conteúdos deste bloco:
OS SERES VIVOS
O ser humano, os outros animais e as plantas provocam bastante interesse e curiosidade nas
crianças: “Por que a lagartixa não cai do teto?”, “Existem plantas carnívoras?”, “Por que algumas flores
exalam perfume e outras não?”, “O que aconteceria se os sapos comessem insetos até que eles
acabassem?”. São muitas as questões, hipóteses, relações e associações que as crianças fazem em torno
deste tema. Em função disso, o trabalho com os seres vivos e suas intricadas relações com o meio
oferece inúmeras oportunidades de aprendizagem e de ampliação da compreensão que a criança tem
sobre o mundo social e natural. A construção desse conhecimento também é uma das condições
necessárias para que as crianças possam, aos poucos, desenvolver atitudes de respeito e preservação à
vida e ao meio ambiente, bem como atitudes relacionadas à sua saúde.
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• percepção dos cuidados com o corpo, à prevenção de acidentes e à saúde de forma
geral;
• valorização de atitudes relacionadas à saúde e ao bem-estar individual e coletivo.
OS FENÔMENOS DA NATUREZA
MATEMÁTICA
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OBJETIVOS
Para esta fase, o objetivo é aprofundar e ampliar o trabalho para a faixa etária de zero a três,
garantindo, ainda, oportunidades para que sejam capazes de:
CONTEÚDOS
Os domínios sobre os quais as crianças de zero a seis anos fazem suas primeiras incursões e
expressam idéias matemáticas elementares dizem respeito a conceitos aritméticos e espaciais.
Propõe-se a abordagem desses conteúdos de forma não simplificada, tal como aparecem nas
práticas sociais. Se por um lado, isso implica trabalhar com conteúdos complexos, por outro lado, traz
implícita a idéia de que a criança vai construir seu conhecimento matemático por meio de sucessivas
reorganizações ao longo da sua vida.
Complexidade e provisoriedade são, portanto, inseparáveis, pois o trabalho didático deve
necessariamente levar em conta tanto a natureza do objeto de conhecimento como o processo pelo qual
as crianças passam ao construí-lo.
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• Manipulação e exploração de objetos e brinquedos, em situações organizadas de forma a existirem
quantidades individuais suficientes para que cada criança possa descobrir as características e
propriedades principais e suas possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvasar, encaixar etc.
Nesta faixa etária aprofundam-se os conteúdos indicados para as crianças de zero a três anos,
dando-se crescente atenção à construção de conceitos e procedimentos especificamente matemáticos. Os
conteúdos estão organizados em três blocos: “Números e sistema de numeração”, “Grandezas e medidas”
e “Espaço e forma”.
A organização por blocos visa a oferecer visibilidade às especificidades dos conhecimentos
matemáticos a serem trabalhados, embora as crianças vivenciem esses conteúdos de maneira integrada.
GRANDEZAS E MEDIDAS
ESPAÇO E FORMA
• Explicitação e/ou representação da posição de pessoas e objetos, utilizando vocabulário pertinente nos
jogos, nas brincadeiras e nas diversas situações nas quais as crianças considerarem necessária essa
ação.
• Exploração e identificação de propriedades geométricas de objetos e figuras, como formas, tipos de
contornos, bidimensionalidade, tridimensionalidade, faces planas, lados retos etc.
• Representações bidimensionais e tridimensionais de objetos.
• Identificação de pontos de referência para situar-se e deslocar-se no espaço.
• Descrição e representação de pequenos percursos e trajetos, observando pontos de referência.
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A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO
A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou seja, o
tempo de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as
brincadeiras e as situações de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos conteúdos às crianças
requer sempre as mais diferentes estruturas didáticas, desde contar uma nova história, propor uma técnica
diferente de desenho até situações mais elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvimento de um
projeto, que requer um planejamento cuidadoso com um encadeamento de ações que visam a
desenvolver aprendizagens específicas. Estas estruturas didáticas contêm múltiplas estratégias que são
organizadas em função das intenções educativas expressas no projeto educativo, constituindo-se em um
instrumento para o planejamento do professor. Podem ser agrupadas em três grandes modalidades de
organização do tempo. São elas: atividades permanentes, seqüência de atividades e projetos de trabalho.
ATIVIDADES PERMANENTES
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SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
São planejadas e orientadas com o objetivo de promover uma aprendizagem específica e definida.
São seqüenciadas com intenção de oferecer desafios com graus diferentes de complexidade para que as
crianças possam ir paulatinamente resolvendo problemas a partir de diferentes proposições. Estas
seqüências derivam de um conteúdo retirado de um dos eixos a serem trabalhados e estão
necessariamente dentro de um contexto específico.
Por exemplo: se o objetivo é fazer com que as crianças avancem em relação à representação da
figura humana por meio do desenho, pode-se planejar várias etapas de trabalho para ajudá-las a
reelaborar e enriquecer seus conhecimentos prévios sobre esse assunto, como observação de pessoas,
de desenhos ou pinturas de artistas e de fotografias; atividades de representação a partir destas
observações; atividades de representação a partir de interferências previamente planejadas pelo educador
etc.
PROJETOS DE TRABALHO
Os projetos são conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos específicos construídos
a partir de um dos eixos de trabalho que se organizam ao redor de um problema para resolver ou um
produto final que se quer obter. Possui uma duração que pode variar conforme o objetivo, o desenrolar das
várias etapas, o desejo e o interesse das crianças pelo assunto tratado. Comportam uma grande dose de
imprevisibilidade, podendo ser alterado sempre que necessário, tendo inclusive modificações no produto
final. Alguns projetos, como fazer uma horta ou uma coleção, podem durar um ano inteiro, ao passo que
outros, como, por exemplo, elaborar um livro de receitas, podem ter uma duração menor.
Por partirem sempre de questões que necessitam ser respondidas, possibilitam um contato com as
práticas sociais reais. Dependem, em grande parte, dos interesses das crianças, precisam ser
significativos, representar uma questão comum para todas e partir de uma indagação da realidade. É
importante que os desafios apresentados sejam possíveis de serem enfrentados pelo grupo de crianças.
Um dos ganhos de se trabalhar com projetos é possibilitar às crianças que a partir de um assunto
relacionado com um dos eixos de trabalho, possam estabelecer múltiplas relações, ampliando suas idéias
sobre um assunto específico, buscando complementações com conhecimentos pertinentes aos diferentes
eixos. Esse aprendizado serve de referência para outras situações, permitindo generalizações de ordens
diversas.
A realização de um projeto depende de várias etapas de trabalho que devem serplanejadas e
negociadas com as crianças para que elas possam se engajar e acompanhar o percurso até o produto
final. O que se deseja alcançar justifica as etapas de elaboração. O levantamento dos conhecimentos
prévios das crianças sobre o assunto em pauta deve se constituir no primeiro passo. A socialização do que
o grupo já sabe e o levantamento do que desejam saber, isto é, as dúvidas que possuem, pode se
constituir na outra etapa.
Onde procurar as informações pode ser uma decisão compartilhada com crianças, familiares e
demais funcionários da instituição. Várias fontes de informações poderão ser usadas, como livros,
enciclopédias, trechos de filmes, análise de imagens, entrevistas com as mais diferentes pessoas, visitas a
recursos da comunidade etc. O registro dos conhecimentos que vão sendo construídos pelas crianças
deve permear todo o trabalho, podendo incluir relatos escritos, fitas gravadas, fotos, produção das
crianças, desenhos etc. Os projetos contêm seqüências de atividades e pode-se utilizar atividades
permanentes já em curso.
A característica principal dos projetos é a visibilidade final do produto e a solução do problema
compartilhado com as crianças. Ao final de um projeto, pode-se dizer que a criança aprendeu porque teve
uma intensa participação que envolveu a resolução de problemas de naturezas diversas. Soma-se a todas
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essas características mais uma, ligada ao caráter lúdico que os projetos na educação infantil têm. Se o
projeto é sobre castelos, reis, rainhas, as crianças podem incorporar em suas brincadeiras conhecimentos
que foram construindo, e o produto final pode ser um baile medieval. Há muitos projetos que envolvem a
elaboração de bonecos do tamanho de adultos, outros a construção de circos, de maquetes, produtos que
por si só já representam criação e diversão para as crianças, sem contar o prazer que lhes dá de conhecer
o mundo.
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Referência Bibliográfica:
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