ROWLEY, J. A Biblioteca Eletronica
ROWLEY, J. A Biblioteca Eletronica
ROWLEY, J. A Biblioteca Eletronica
é)
K t ç.) ~ e_ . ?~·
jennifer Rowley
School of Management and Social Sciences
Edge Hill University College
Ormskirk, Lancashire (Reino Unido)
A biblioteca eletrônica
Segunda edição de Informática para bibliotecas
Ili 1111111111111111111111111111111
61880905
NÃO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA
~ _:..,. /! <
\ J_'/..;. .. .- ~
BRIQUET DE LEMOS
UVROS
35~451
© Jennifer Rowley 1980, 1984, 1993, 1998
Sumário
Direitos autorais desta tradução© 2002 Lemos Informação e Comunicação Ltda.
Todos os direitos reservados
Agradecimentos vii
Título original: The efectronic library (Library Assodation Publishing, 1998)
Prefácio da quarta.edição IX
Da primeira até a terceira edição original esta obra intitulou-se Compurers for Jibraries
(1980, 1985 e 1993). A primeira ediçáo em português, baseada na terceira ediçao inglesa, Parte 1: Introdução à tecnologia da informação
chamou-se Informática para bibliotecas (Briquet de Lemos/ livros, 1994).
Esta tradução da quarta edição inglesa adotou o mesmo título do original. l Introdução à biblioteca eletrônica 3
2 Equipamento 24
De acordo com a !ei n." 9 61 O, de 19/2/1998, nenhuma parte deste livro pode ser
fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada num sistema de recuperação
3 Sistemas e redes 47
de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio 4 Estrutura da informação e programas de computador 71
eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do 5 Bases de dados ·106
detentor dos direitos autorais, do tradutor e do editor. 6 Projeto e gerenciamento de sistemas de informação 130
Revisão: Maria Lucia Vilar de Lemos
Parte 2: Recuperação da informação 159
Capa: Formatos Design e lníormática Ltda.
7 Fundamentos da recuperação da informação 161
8 A Internet 187
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 210
9 Serviços de buscas em linha
(Departamento Nacional cio Livro/Biblioteca Nacional, Rio de janeiro, RJ)
!O Cederrons 239
11 Sistemas de gerenciamento de documentos 263
R884b Rowley, jennifer
12 Índices impressos e serviços de notificação corrente 292
A biblioteca eletrônica/ Jennifer Rowley; tradução de Antonio Agenor
Briquet de Lemos. - Bra.s11ia : Briquet de Lemos/ Livros, 2002.
399 p.; 22 cm Parte 3: Sistemas de gerenciamento de bibliotecas 313
·2.ed. de Informática para bibliotecas•
ISBN 85-85637-20-X
1. Bibliotecas -Automação. 1. Titulo. 13 Funções dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas 315
coo
~'
025.4 14 Panorama do mercado de sistemas de gerenciamento
de bibliotecas 337
15 Fornecimento de documentos 366
BIBLIOTECA UNIVERSITARIA
J_{__! s..!t.....I E..Í Índice 393
618809-05
-.......--·-LOOT
. --
·
Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para a criação deste traba-
lho. Sendo este um livro que t~ata de práticas atuais, recorri amplamente à bi-
bliografia de outros autores e a contatos com pessoas do mundo das bibliotecas
e da informação. Agradeço especialmente a todas as editoras, aos produtores de
bases de dãdos, fornecedores de sistemas e autores que me permitiram utilizar
excertos de suas obras. O reconhecimento a eles será feito separadamente à
medida que forem citados.
Os últirrios anos propiciaram-me o ensejo de entreter debates acadêmicos e
profissionais com inúmeras pessoas pertencentes a um amplo leque de disci-
plinas. Em momentos diversos, senti-me como se fosse membro de várias equi-
pes. É dificil identificar, no meio de tantos, os que sejam merecedores de uma
menção específica, pois isso poderia parecer que alguns mereceriam menos
apreço de minha parte. Inegavelmente, a influência mais importante que tive
em minha vida de docente universitária partiu de meus colegas e amigos da
Crewe and Alsager Faculty da Manchester Metropolitan University, princi-
palmente do seu Department of Business and Management Studies. Esta última
edição foi redigida exatamente quando me havia transferido para um novo
cargo na Crewe and Alsager, na esperança de que seria o último. Todos nós
somos superados pelos acontecimentos, e agora parece que estamos apenas no
começo.
I
Prefácio da quarta edição
Ao longo dos anos decorridos desde 1993, quando a edição anterior deste livro
foi publicada, 1 tenho estado en_volvidade modo menos intenso do que antes com
as especificidades da operação de sistemas de informação, em particular com os
sistemas que são vistos como componentes de uma biblioteca eletrônica. Por
outro lado, tenho me concentrado mais no ambiente em que esses sistemas
funcionam. Essa visão contextual tomou-se cada vez mais importante. Não
somente os profissionais da informação e muitos outros grupos precisam de fato
compreender as implicações que a sociedade da informação traz para a comu-
nidade e as instituições em que vivem e trabalham_, mas também, de modo mais
imediato, precisam.compreender seus clientes. Os últimos anos do século XX
caracterizaram.se por uma cultura de clientes e contratos na qual as organiza·
ções se dão conta de que, para sobreviverem e serem bem·sucedidas, têm de
compreender sua clientela e os beneficias que ela busca, ou pode ser persuadida
a buscar, em bens ou serviços específicos. As bibliotecas sempre reconheceram
o imperativo de servir aos clientes e levaram a sério iniciativas voltadas para a
atenção com eles. Ademais, preocupam-se para que seu acervo e seus serviços
atendam às necessidades de sua clientela. Esta cultura orientada para os clien-
tes, intimamente atrelada à orientação para a informação, a ela subjacente,
constitui uma das contribuições mais valiosas que os bibliotecários podem
aportar a uma profissão ampliada da informação. Um serviço efic·az voltado
para os clientes depende não apenas dos serviços prestados, mas tainbém, de
modo mais importante, dos sistemas em que se apóia a prestação desses servi-
ços. Este livro trata das funções, técnicas e gerenciamento desses sistemas. A
prestação eficaz de serviços de biblíoteca e informação depende de sistemas e
pessoas e da integração dessas duas· fontes capitais.
O prefácio da terceira edição desta obra acentuava a crescente importância
da formaçãO de redes de bibliotecas e o deslocamento, a ela associado, da ênfase
no gerenciamento e desenvolvimento de acervos para políticas baseadas no
acesso e que se preocupam c~m a disponibilidade do documento ou da infomia-
ção. A presente edição adotou um titulo novo em reconhecimento, talvez, de
mais uma fase do desenvolvimento do impacto da tecnologia da informação nas
bibliotecas. As funções de todos os provedores de informação estão sendo
reavaliadas e reformuladas diante do advento de oportunidades oferecidas pela
tecnologia da informação e, especificamente, o amplo processo de interligação
de redes que é característico da Internet. Caíram as inuralhas que cercavam a
1
Edição brasileira: /nformálica para bibliotecus. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros. 1994. 307
p.
X A BIBLIOTECA ELETRÔNICA PREFÁCIO DA QUARTA EDIÇÃO XI
rede de bibliotecas. Até recentemente, a tecnologia da infonnação era utilizada as a outras fontes. Apesar de ter me valido de inúmeras das referências relacio-
basicamente para facilitar a maneira como, há séculos, temos processado a in- nadas no final de cada capítulo, o estilo deste texto não é o de uma revisão
formação, seja como pessoas, seja como instituições ou sociedades. Agora, bibliográfica formal. Além de outros textos publicados, o conteúdo deste livro
n1al começa a despontar a era em que essa tecnologia põe em xeque a forma baseou-se de modo significativo numa ampla gama de outras fontes de infor-
como vivemos, as atividades que desempenhamos, o processo de criaç_ão de mação. Em geral, a legibilidade do texto sairia prejudicada se fôssemos citar
conhecimentos e o modo como esses conhecimentos são avaliados para o do- conceitos específicos. Nas ocasiões em que se usaram fontes especificas ou se
1nínio do público. A publicação de periódicos constitui uma das áreas impor- incluíram citações, as referências são indicadas no texto e as citações comple-
tantes que podem exemplificar esses problemas num contexto mais concreto. tas são relacionadas no final de cada capítulo. Muitos dos temas abordados
Isso é particularmente significativo, uma vez que os periódicos têm sido há neste livro poderiam ser ainda mais explorados com o emprego de recursos
muitos séculos uma fonte importante de informações primárias e constituem eletrônicos de informação, como periódicos e boletins eletrônicos, e, de modo
uma respeitável base de conhecimentos para as ·gerações' subseqüentes. ainda mais importante, por meio do acesso aos sítios da Rede (websites) de
Os sistemas e conceitos apresentados neste livro formam uma estranha inúmeras instituições citadas neste texto. Não se incluem no presente texto os
mescla daquilo que é futurista com o que é tradicional. Isso reflete a maneira endereços de sítios da Rede e da Internet, pois são demasiado voláteis para que
como a tecnologia da informação vem sendo implantada nas bibliotecas e ou- mereçam inserção num texto desta natureza. Por outro lado, inclui nwnerosas
tros ambientes informacionais. É fácil cogitar sobre o inconsútil mundo ele- referências às principais marcas da indústria da informação, que são muito
trônico do futuro, porém toda nossa experiência em matéria de gerenciamento mais estáveis do que os endereços de sítios da Rede. Os leitores que desejarem
da informação e talvez mais especificamente de controle bibliográfico nos en- obter as novidades mais recentes ligadas a essas marcas poderão rapidamente
sina que a criação e o processamento de informações desafiam essa ordem. O localizar o sítio atual da respectiva empresa na Rede mediante a inclusão des-
desafio concreto está na identificação das providências - e haverá inúmeras ses nomes comerciais como termos de busca num mecanismo de busca da
- que as organizações da indústria da infonnação deverão e poderão adotar Internet. Esta é a solução que adoto num ambiente híbrido de informação.
de modo a criar bibliotecas eletrônicas eficientes que ofereçam acesso adequa- Espero que seja aceitável para meus leitores.
do à informação, junto com a preservação do patrimônio cultural, num mundo O livro divide-se em três partes. A parte l contém uma breve introdução
em que as infonnações são armazenadas e recuperadas em inúmeros formatos. sobre a tecnologia da informação. A parte 2 examina várias aplicações no
Os críticos de Computers for libraries TInformática para bibliotecas] assi- campo da recuperação da informação, e a parte 3 apresenta uma visão geral
nalaram que se tratava de uma síntese muito ampla para caber num único dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas e aspectos correlatos do forneci-
texto. O prefácio da terceira edição acentuava a preocupação desse texto em mento de documentos. A parte 1 apresenta as plataformas onde se montam as
identificar questões fundamentais e apresentar uma estrutura que servisse de aplicações. As partes 2 e 3 referem-se às próprias aplicações. Os termos em-
base para estudos adicionais. Embora aparentemente tal enfoque haja sido pregados para descrever essas aplicações evoluíram bastante durante os últi-
sempre bem-recebido pelos leitores, os principais feitos dos últimos anos tor- mos anos, e a relação entre sistemas destinados a servir a diferentes funções
naram-no cada vez mais difícil, mas ao mesmo tempo cada vez mais impor- tornou-se ainda mais nebulosa. Existe certa validade no argumento segundo o
tante. Dadas as fronteiras movediças entre as funções das diferentes organiza- qual se deveria ter tentado um tratamento mais integrado. Embora haja diver-
ções do mercado da informação - ilustradas talvez pela complexidade de sos modelos em vários pontos do texto que ilustram os vínculos entre os dife-
achar respostas a perguntas do tipo 'O que é um serviço de buscas em linha?' rentes sistemas, todos os documentos precisam de uma estrutura e a que apre-
ou 'O que é uma editora?'- ficou mais difícil discernir uma estrutura. Este sento aqui serve a meus propósitos, tanto quanto qualquer outra, enquanto ao
livro, portanto, oferece, em seus capítulos e exemplos, uma dessas estruturas. mesmo tempo reflete a fonna como a literatura é dividida. Espero que tome o
Essa estrutura reflete a forma como eu compreendo o mercado da informação texto acessível ao leitor. Talvez a próxima edição deste livro precise ser mais
e o papel do profissional bibliotecário e de informação nesse mercado. As revolucionária, se livros como este (em formato impresso ou eletrônico) ainda
bibliografias no final dos capítulos oferecem informações adicionais ou os pontos tiverem lugar na sociedade da informação do futuro.
de vista de outros autores. Espero que em seu conjunto ajudarão os leitores a
ter um melhor entendimento do ambiente em que atuam e dos sistemas que Professora JENNIFER RowLEY
podem ser empregados para construir uma biblioteca eletrônica eficiente.
Dois outros aspectos devem ser salientados no que diz respeito a referênci-
J
Parte 1
OBJETIVOS
estará ciente das formas como abiblioleca eletrônica pode ser entendida
terá uma noção dos sistemas da biblioteca eletrônica
estará familiarizado com as principais tendências do desenvolvimento de sistemas
de informação em bibliotecas durante os últimos 20 anos
poderá refletir sobre arelação entre os sistemas de hoje e visões de sistemas futuros
terá percebido que as visões do futuro implicam mudança nas funções de mercado
para todos os participantes einteressados'
estará ciente das amplas implicações sociais epolíticas do processamento eletrônico da
infonmação.
1 No origina!, stakeholders, vocábulo que designa todos os atores sociais envolvidos num
centro nervoso de informações, centro de gerenciamento de informações mas e fonnatos que sua comunidade de usuários julgue conveniente para
(Corrall, 1995) e biblioteca digital. A expressão 'biblioteca eletrônica' é ampla- comunicação e armazenamento de informações. Nem todas as infonnações ou
mente empregada e se ajusta mais aos conceitos que serão abrangidos neste documentos estarão em forma digital, e nem todos estarão disponíveis para
livro. Mas, qual seu significado? Este é um tema que tem sido muito discutido na acesso em redes digitais. O verdadeiro desafio não diferirá grandemente daque-
literatura. Por exemplo, Oppenheim (! 997) descreve-a como "uma coleção le que as bibliotecas hoje enfrentam: administrar um acervo multimídia para sua
organizada e administrada de informações numa variedade de meios (texto, comunidade ou clientes. Por outro lado, as opções e ferramentas disponíveis
imagem fixa, imagem em movimento, som, ou suas combinações, porém todos para apoiar esse processo terão que inegavelmente vir a passar por novas e
em formato digital". A coleção é organizada e administrada para beneficiar uma grandes mudanças.
população de usuários, reais ou potenciais, sendo especialmente estruturada
para quê se tenha fácil acesso a seu conteúdo. Normalmente, essa biblioteca Reflexão Faça uma lista de tópicos que mostrem como você entende
eletrônica incluirá vários recursos auxiliares de busca ou navegação que o conceito de biblioteca eletrônica.
atuarão tanto no interior dela quanto permitirão o acesso a outras coleções de
informações ligadas em rede em todo o mundo. Trolley(l995) define biblioteca 1.2 Sistemas na biblioteca eletrônica
eletrônica como "a vísão comum que bibliotecários, editores, tecnólogos e
Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas concentram-se nas atividades de
pesquisadores têm acerca do acesso a todas as informações, em qualquer lugar,
processamento de encomendas e aquisição de materiais, catalogação, catálo-
a qualquer instante". Esse conceito de universalidade de acesso é compar-
gos em linha de acesso público (OPACS), 1 controle de circulação, controle de
tilhado por muitos autores, mas també1n suscita a questão da distinção entre
periódicos, informação gerencial, empréstimos entre bibliotecas e informação
biblioteca eletrônica e biblioteca virtual. Por exemplo, Collier et ai. ( 1993) vêem a
comunitária. A introdução de sistemas informatizados nas bibliotecas resultou
biblioteca eletrônica corno uma biblioteca fisicamente identificável, mas que não
em padronização, aumento da eficiência, interligação por redes e melhores ser-
possui material impresso, e que faz parte de uma biblioteca virtual. Beckman
viços. Os sistemas informatizados foram considerados, de início, particular-
( 1993) argumenta que a diferença entre biblioteca eletrônica e biblioteca virtual
mente apropriados para aquelas organizações ou redes onde houvesse um
está em que a eletrônica ainda pode ter uma presença física, enquanto a biblio-
volume muito grande de transações relativas ao gerenciamento bibliotecário. Os '
teca virtual, posto que é percebida como transparente, possuirá instalações
primeiros sistemas baseavam-se em computadores de grande porte ou mini-
físicas transparentes e bibliotecários transparentes. Poulter( 1993), por exemplo,
computadores. Mais tarde, a disponibilidade cada vez maior de equípamentos e
considera a Internet uma biblioteca virtual, embora se possa argumentar que ela
programas de microinformática fez com que aumentasse o uso de sistemas de
não atende a alguns dos outros critérios exigidos por uma biblioteca, como uma
gerenciamento de bibliotecas, que incluíam todos os tamanhos e categorias de
população definida de usuários e recursos auxiliares de busca suficientemente
bibliotecas. Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas podem ser vistos
complexos. Outros dirão que a verdadeira biblioteca eletrônica não é uma biblio-
como sistemas que administram o acesso aos documentos em acervos de bi-
teca, 1nas utn repositório de dados.
bliotecas, ~u, de modo mais limitado, documentos que podem ser tempora-
Este livro não trata das bibliotecas eletrônicas em formato totalmente digital,
riamente colocados no acervo mediante, por exemplo, o empréstimo interbiblio-
no sentido das definições que aqui apresentamos de modo conciso. Há dois
tecário. A preocupação fundamental é com a manutenção do acervo e com o
motivos para isso. Em priineiro lugar, e talvez de modo mais concreto, ele lida
1nonitoramento do paradeiro dos documentos, de modo que o pessoal e os
co1n o catninho que leva à biblioteca eletrônica. Estando baseado na prática de
clientes da biblioteca conheçam a disponibilidade e a situação deles. Cada vez
hoje, tem as -limitações impostas pelos sistemas e bibliotecas atuais. Em se-
mais, os catálogos en1 linha de acesso público vêm melhorando os recursos de
gundo lugar, continuo incrédula quanto à possibilidade de que o acesso ideal à
busca, a fim de incluir muitas das características originalmente encontradas
informação e a documentos por parte de todos os diferentes segmentos dos
apenas em aplicativos de recuperação de informações, de maneira que, se os
clientes das bibliotecas, ou, de modo mais amplo, usuários de informações,
registros catalográficos contiverem informações suficientes, e \es também pro-
possa vir a ser oferecido por meio de coleções inteira1nente digitais em futuro
porcionarão uma recuperação rudimentar da informação, ao identificar as infor-
previsível. hnportantes acervos que p·recisa1n ser preservados continuam exis-
tindo em formato impresso e em outros formatos, e a informação eletrônica tem
estado ligada a um significativo aumento da quantidade de 1naterial impresso em 1
Nesta tradução, foi adotada a grafia por extenso - catálogos em linha de acesso público -
papel. Minha visão é de uma biblioteca 1nultimídia que reflita as diferentes for- e não a sigla da expressão inglesa (OPAC =online public access catalogue). (N.T.)
6 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 7
mações contidas nos documentos. Além disso, muitos catálogos em linha de modo como as informações ou os documentos são recuperados dependerá das
acesso público funcionam co1no janelas de acesso a uma coleção de recurs.os necessidades do grupo de clientes que se tem em mente e não de uma caracte-
maior do que a encontrada numa única biblioteca, o que inclui recursos da rística circunstancial, como seria o tipo da publicação (por exemplo, periódico,
Internet e acervos de outras bibliotecas. livro ou cadastro) ou forma de publicação (por exemplo, impressa ou eletrônica)
Os aplicativos de recuperação de informações foram projetados tradicional- ou localização (por exemplo, numa base de dados local ou remota). Em tal
mente para proporcionar acesso a informações e não a documentos. Isso foi ob- ambiente, também será preciso refletir sobre a natureza do acesso. O conceito de
tido, originalmente, por meio de bases de dados bibliográficos, que incluíam empréstimo possui algo de anacrônico, mas a cópia e a posse (que parecem ser
registros de artigos de periódicos e outros documentos. Mais recentemente, os a única alternativa viável no mo1nento) talvez tampouco sejam a solução ideal.
apllcatívos de recuperação da informação proporcionam acesso a informações Tão logo muitos desses problemas sejam solucionados não haverá distinção
constantes de documentos eletrônicos. Hoje, isso é conseguido de modo mais alguma entre sistemas de gerenciamento de bibliotecas e sistemas de recupe-
eficaz com documentos essencialmente textuais, porém a maioria dos sistemas ração de informações, mas nesse ínterim é provável que continuem coexistindo,
também inclui recursos para acesso a documentos multimídia, e o acesso a in- com funções duplicadas, mas em grande parte coinp!ementares.
formações e objetos dentro de documentos multiinídia (como filmes e videocli-
pes) tornar-se-á mais importante à medida que aumentar o número de docu- Tabela 1.1 Sistemas na biblioteca elerrônica
mentos multimídia.
Os aplicativos destinados à recuperação da infonnação incluem sistemas de Recursos locais Recursos externos
gerenciamento de documentos, serviços de buscas em linha, na Internet e em
Documentos Sistemas de gerenciamento Fornecimento de documentos
cederrons. Outros exemplos de sistemas de recuperação da informação com
de bibliotecas
finalidades especiais são os serviços de notificação corrente e os índices im- Sistemas de gerenciamento
pressos. É possível criar sistemas de gerenciamento de documentos para gerir a de documentos
coleção de documentos internos de uma organização. O sistema de geren- Informações Cederrom Hospedeiros em linha
cia1nento de documentos pode armazenar os documentos em formato eletrôni- A Internet
co e proporcionar mecanismos apropriados de recuperação, de modo que docu-
mentos independentes ou conjuntos de documentos sobre temas específicos
sejam recuperados. Em alguns sistemas, os documentos são conservados em Reflexão A tabela 1.1 mostra um esquema simplificado dos sistemas
microfichas ou etn forma impressa, e apenas o índice e1n forma eletrônica. A de uma biblioteca. Você conhece exemplos de aplicativos
Internet é u1na rede mundial de redes de telecomunicações, que proporciona que sugiram que nessa tabela a Internet também poderia
acesso a inúmeros computadores ou servidores. Mecanismos de busca facili- ser colocada em lugar diferente?
tam a recuperação nesse indefinido e gigantesco banco de informações. Alguns
dos computadores ou servidores pertencem a serviços de buscas em linha que, Quando a primeira edição deste livro foi redigida, a nonna era tratar os sistemas
com propósito comercial, oferece1n acesso a bases de dados devidamente sele- de gerenciamento de bibliotecas e a recuperação da informação como dois
cionadas e avaliadas. Outra forma de acessar algumas das 1nesmas bases de da- campos bastante distintos. Argu1nentei então, e acredito que isso ainda seja
dos e també1n outras que não estejam disponíveis na rede internacional con- verdade nos dias atuais, que a tecnologia em que se apôiam ambos os tipos de
siste em adquirir cederrons que contenham apenas as bases que sejam de inte- sistemas é a mesma, e que melhoramentos similares apresentam-se simultanea-
resse. Certas instituições, especialmente as bibliotecas, poderão optar por colo- mente nas diferentes categorias de sistemas.
car em rede esses cederrons, que vêm com programa de busca ou recuperação
Reflexão Que é um documento? Por que este conceito é importante
da informação, que pennite localizar informações específicas na base de dados.
nos sistemas de gerenciamento de bibliotecas?
Com o advento da biblioteca eletrônica, a distinção entre sistemas de geren-
cia1nento de bibliotecas e sistemas de recuperação da informação vai aos
1.3 Melhoramentos surgidos nos últimos 20 anos
poucos se diluindo. Isso con1eçou coin os melhoramentos introduzidos nos
recursos de recuperação da infonnação disponíveis nos catálogos em linha de Este é u1n te1npo de empolgação e 1nudanças. Às vezes, quando a rede entra em
acesso público, mas ainda é preciso avançar muito mais. Em última análise, o pane ou o correio eletrônico não transmite de 1nodo satisfatório arquivos ane-
·j.
)
-1 8 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 9
1
xados a uma mensagem, o progresso talvez pareça irritantemente lento, mas a Sentado à sua escrivaninha, joe acaba de voltar de uma reunião com seu
realidade é que o ritmo de mudanças nas possibilidades que os avanços tecno- supervisor, o gerente de pesquisas, que lhe pediu pesquisar sobre o estado
lógicos proporcionaram aos administradores da infonnação é um desafio até da tecnologia dos testes não-destrutivos de tubos de alumínio e redigir um
mesmo para o mais entusiasta dos agentes de mudança. Afigura 1.1 apresenta um relatório que lhe permita estudar as práticas adotadas numa nova subsi-
exemplo do uso de infonnações eletrônicas em 1998. diária, para orientá-la na permanente melhoria do produto. Joe liga o com-
Esta e as três edições anteriores de Informática para bibliotecas mapeiam a putador e começa as buscas pelo catálogo de importante biblioteca univer-
relação entre a tecnologia da informação e as bibliotecas (ver tabela 1.2). No sitária, localizada ali perto, e à qual a empresa paga taxa de usuário institu-
contexto, por exemplo, dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas (outrora cional. Digita a expressão 'testes não-destrutivos' e insere o operador lógi-
co booleano ANO que especifica a busca, para que só inclua alumínio. Uma
chamados sistemas de administração de bibliotecas), a primeira edição revelava
janela com o resultado mostra que esse conjunto de busca é vazio. Joe apa-
uma série de sistemas separados em apoio às funções isoladas de, por exemplo, ga 'alumínio' e volta a tentar. Agora identifica três livros, cujas informações
aquisição, catalogação e controle de circulação, reminiscentes do método bibliográficas aparecem em outra janela. Decide que todos seriam úteis e
baseado em arquivos dos antigos sistemas de transações. Os estudos de casos seleciona a opção de empréstimo interbibliotecário para encomendá-los.
reais apresentados naquela edição eram de sistemas desenvolvidos basicamen- Amanhã, a qualquer hora, serão entregues. Entrementes, joe faz uma busca
te por cooperativas de bibliotecas, em geral atuantes nos limites de uma região em linha no Metais lndex 1988, por meio de ligação com o DIALOG, hospe-
ou país. Os sistemas infonnatizados eram uma novidade e alvo de profissionais deiro de bases de dados, e de sua interface na Internet. A empresa está
curiosos que visitavam as instituições que os possuíam. Ao ser publicada a registrada no DIALOG como usuária, e, sendo Joe um assíduo redator de·
relatórios sobre assuntos especializados, é um pesquisador· experiente,
terceira edição, a variedade de módulos e funções crescera de modo acentuado,
conhece as melhores estratégias de busca e a terminologia metalúrgica.
as funções de cada módulo eram muito mais elaboradas e o funcionamento em
Digita os termos 'non-destructive', 'aluminium and tubes' e 'testing'1 ligan-
linha com estações de trabalho em todo o sistema da biblioteca constituía a do-os com o operador ANO. Recupera cerca de 100 documentos. Joe não
norma dominante. Os sistemas eram comercializados por empresas especiali- quer ler tudo isso e passa os olhos nas referências bibliográficas recupera-
zadas no projeto e implementação de sistemas de gerenciamento de bibliotecas das. Os itens mais recentes estão no alto da lista. Assinala, para consulta
e contavam com razoável experiência na área. Muitas bibliotecas estavam ins- posterior, os itens dos dois últimos anos, em inglês, e que além disso pare-
(
talando seu sistema de segunda ou terceira geração e os administradores delas cem pertinentes; se necessário, abre nova janela e lê o resumo de um artigo;
tornavam-se muito mais exigentes na especificação e seleção do sistema. disso resultam 22 itens. Alguns estão disponíveis por via eletrônica com
Em 1980 (Rowley 1980) era preciso justificar um livro sobre informática e texto completo, e outros tem de encomendar ao serviço especial de forneci-
mento de documentos do serviço de buscas. joe importa para seu servidor
responder à pergunta 'Por que usar computador?' A resposta era então fonnu-
de rede local, para consulta posterior, o texto integral dos documentos que
lada em termos de: parecem úteis, e encomenda alguns deles, indicando que prefere recebê-los
necessidade de lidar com mais informações e maior nível de atividade por fax, para que cheguem no mesmo dia. Pondera se vale a pena fazer nova
busca em outra base de dados, mas conclui que já possui informação
necessidade de maior eficiência
suficiente. A busca inteira durou menos de meia hora. Depois de consultar
oportunidades de oferecer serviços novos ou melhores algumas referências e resumos, agora tem uma idéia sobre algumas ques-
oportunidades de cooperação e centralização na criação e utilização de da- tões importantes sobre o assunto. Abre o processador de textos e faz algu-
dos compartilhados. mas anotações sobre a estrutura do- relatório em que trabalhará amanhã,
depois que houver recebido a maior parte dos documentos que quer con-
Hoje trabalhamos num ambiente em que a utilização inovadora da tecnologia da
sultar.Serve-se de uma xícara de café, responde umas mensagens do cor-
informação nas empresas em geral resultou na criação de novos produtos, reio eletrônico e volta à experiência de laboratório em que está envolvido.
melhores serviços e na drástica redução de custos. Quando começa a escrever, ele o faz com um processador de textos que
Esses tipos de uso da informação podem ser denominados estratégicos e são permite grande flexibilidade na formatação do relatório, além de facilitar a
geralmente gerenciados por sistemas estratégicos de informação. Os sistemas revisão e correção. As referências da bibliografia e algumas citações podem
estratégicos de informação possibilitam às empresas obter vantagens compe- ser importadas dos documentos descarregados. Remete um rascunho ele-
titivas. Tais sistemas diferem dos sistemas tradicionais de tecnologia da infor- trônico para seu supervisor, que faz algumas anotações que podem ser
mação porque seu foco está no tratamento da informação como recurso estra- facilmente incOrporadas à versão final do relatório.
tégico. Especificamente, os sistemas estratégicos de informação: Figura 1.1 Processamento da informação em 1998
10 fNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA fNFORMAÇÃO fNTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 11
são voltados para o exterior tendo como foco o serviço aos clientes migração de dados. Além disso, é cada vez menos freqüente a aquisição de
oferecem beneficias reais aos clientes sistemas prontos, que incluam equipamento e programas, sendo mais cornwn
são capazes de modificar a percepção que a empresa tem do mercado. comprar componentes que precisam ser integrados num sistema operacional.
Naturalmente, essas dimensões destacam as mudanças que se tomaram eviden- Integração
tes entre a terceira edição deste livro e a atual. Passemos em revista os avanços
que ocorreram entre a primeira e a terceira edição, e sintetizemos as mudanças A integração de componentes de sistemas, como num sistema de gerenciamento
que se acham refletidas nesta edição: de bibliotecas, é algo que não se discute. Mediante sistemas abertos (ver a
seguir) o foco da integração voltou-se mais para a integração com outros
Tabela 1.2 Sumários de edições de Computer for libraries sistemas. Assim, por exemplo, uma universidade tratará de utilizar os registros
de dados pessoais dos estudantes para o acesso à biblioteca, acesso a recursos de
Primeira edição Terceira edição tecnologia da informação e o contato com eles sobre desempenho acadêmico e
operações financeiras.
Introdução Introdução
Planejamento e projeto do sistema Computadores
Tecnologia
informatizado para a biblioteca
Computadores Sistemas Os avanços da tecnologia são contínuos. Só é possível armazenar e transmitir
Estrutura da informação e programas Estrutura da informação e programas
documentos multimídia se se dispuser de tecnologias que ofereçam grande ca-
Bases de dados Bases de dados
Sistemas de armazenamento e recupe- Gerenciamento de sistemas de infor- pacidade de armazenamento e comunicação em grande largura de banda. Uma
ração mação vez que não existe mais estação de trabalho funcionando de modo isolado, talvez
Serviços de notificação corrente Hospedeiros externos em linha seja possível resumir as principais tendências da tecnologia mediante uma
Buscas retrospectivas Discos ópticos análise das mudanças por que tem passado o hoje não tão humilde micro-
Índices impressos Sistemas de gerenciamento de infor- computador. Nos últimos cinco anos, novos processadores que adotam dife-
ções textuais rente tecnologia de processamento oferecem capacidade de processamento
Atividades administrativas da Outros tópicos sobre recuperação da maior e mais rápida. A fim de comportarem a utilização de multimídia os mi-
biblioteca e o computador informação crocomputadores trazem placas de som, alto-falantes, unidades de cederrom e
Sistemas de aquisição, encomenda e Funções dos sistemas de gerencia- placas de vídeo. A fim de comportarem recursos de comunicação, modems de
catalogação mento de bibliotecas
alta velocidade constituem hoje um ·item de série.
Sistemas de controle de circulação Panorama do mercado de sistemas
e fornecimento de documentos de gerenciamento de bibliotecas
Controle de publicações seriadas Redes
Sistemas abertos
159 p. 307 p. A Internet é o. sistema aberto por excelência. A ele não se teria chegado se não
houvesse a variedade de normas sobre sistemas abertos que se acham hoje
Comunicações e tecnologia da informação integradas consolidadas e amplamente aceitas. Tendo sido conseguida uma pl<itaforma em
Considera-se isso o principal meio de registrar e gerenciar transações com usu- que muitos sistemas podem comunicar-se entre si, e podendo os usuários bene-
ários e fornecedores. Ademais, wna proporção considerável dos documentos e ficiar-se com a comunicação e o intercâmbio de arquivos em âmbito interna-
informações fornecidos aos usuários apresenta-se em formato eletrônico. cional, relativamente baratos, começam a surgir aplicações em que se torna mais
premente a necessidade de segurança, proteção de dados pessoais e acesso
Gerenciamento de sistemas controlado à informação. Os sistemas abertos oferecem hoje um caminho muito
importante pelo qual as empresas podem comunicar-se com seus clientes.
O desenvolvimento de sistemas tem se concentrado na migração de um sistema
para outro; os sistemas novos são quase sempre atualizações que oferecem me- Interfaces amigáveis com o usuário
lhor funcionalidade; é preciso que os fornecedores de sistemas possam oferecer
uma versão atualizada isenta de proble1nas e que permita, do mesmo modo, a A ampla difusão de interfaces gráficas, o uso de interfaces multimídia e a im-
plementação de outras in.terfaces de acesso público foram pré-requisitos essen-,... ~
12 INTRODUÇÃO Ã TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 13
ciais que contribuíram para maior utilização dos sistemas de informação pelo Governos, empresas e as pessoas darão alta prioridade à informação.
público. Os sistemas de acesso público exigem interfaces auto-explicativas. O Reino Unido será uma sociedade que terá por base a informação/
............................................................
conhecimento, atuando como usina de conhecimentos e eixo da eco-
Reflexão Examine e compare as interfaces de dois sistemas a que te· nomia global da informação.
nha acesso. Possuem recursos especiais que ajudem, sepa· Na economia global da informação o Reino Unido será um líder mun-
radamente, tanto o usuário novato quanto o experiente? dial em matéria de conectividade, normas, desenvolvimento de conteú-
do, competência gerencial e mediação.
A indústria e o comércio serão atividades caracterizadas pela apren-
1.4 Visões do futuro dizagem mais intensiva de conhecimentos.
Haverá uma economia da informação que capacita.rã os cidadãos ao
A seção 1.3 concentrou-se nos sistemas porque tomou como inspiração edições
exercício de seus direitos por meio de uma rede de centros de informa-
anteriores deste texto, que compartilhavam esta perspectiva baseada em siste-
ção/ conhecimento que funcionarão como baluartes de acesso em su.a
mas. Ao situar os avanços desses sistemas num contexto mais amplo e examinar comunidade.
o seu efeito cumulativo no processamento da infonnação, verifica-se que os Haverá um acervo bibliográfico digital, coordenado nacional e interna-
últimos vinte anos foram cenário de: cionalmente, que abrangerá o conhecimento e a criatividade mUndial,
e no qual o patrimônio do Reino Unido em matéria de propriedade in-
mais informação, comunicada a partir de telectual estará disponível globalmente em formato digital.
maior variedade de fontes, por meio de Conteúdo de valor agregado e conectividade universal garantirão a
maior variedade de canais, muitos dos quais oferecem qualquer pessoa ter acesso desimpedido à informação/conh.~Cimento
tempos menores de resposia e retorno. global. · :f
As pessoas precisarão possuir aptidões diversificadas que lhe~rpermi-
A competitividade e eficácia de indivíduos, organizações e sociedades depen- tam ampliar seu potencial individual e coletivamente. ~~~ ·
dem cada vez mais de sua capacidade de processamento de informações e cria-
ção de conhecimentos, o que significa que existe uma maior preocupação com a Figura 1.2 A Visão para 2020 da Library and lnformation Comfnission
competência dos indivíduos, organizações e sociedades em relação à comuni-
cação, processamento da informação e criação de conhecimentos. Reflexão Com referência à figura 1.2, quais aptidões você'acha que
O gerenciamento da ínfonnação lida com a facilitação desse processamento as pessoas precisarão possuir, para poder ampliar seu po-
de informações por meio, no sentido mais amplo dos termos, da criação e evolu- tencial individual e coletivamente numa era de informa~
ção de sistemas. A preocupação desses sistemas tem sido com a imposição de ção?
uma estrutura que lida com seleção, tempo, hierarquia e seqüência. Esses siste-
mas encontram-se em permanente revisão. Não se trata de um processo ou meio que precisarão ser solucionados ao se tratar de concretizar essa visão. São pro-
de processamento da informação que é substituído por outro, mas de uma diver- blemas relativos à estrutura do 1nercado da informação e uma gama de questões
sificação de sistemas, processos e tecnologias. Além disso, os caminhos do sociais ligadas ao acesso e à propriedade da informação. Tais questões serão
progresso e desenvolvimento são diferentes para diferentes disciplinas, indiví- abordadas nas duas seções seguintes.
duos, organiza'ções e comunidades. Os gerentes de informação precisam saber
criar sistemas que evoluam de modo eficaz num ambiente sujeito a rápidas
mudanças. Se forem bem-sucedidos nesse desafio, a Visão para 2020, da Libra- 1.5 Mudanças nas funções do mercado
ry and Information Commission 1 (ver figura 1.2) tornar-se-á uma realidade.
Da mes1na forma que os sistemas de negócios ou comercialização existem num
Existem, porém, inúmeros desafios que precisarão ser enfrentados e problemas
ambiente 1naior, também os contextos em que ocorre o gerencia1nento da infor-
mação podem ser situados num ambiente maior. Traçamos aqui um paralelo
; Comissão criada em 1995 pelo Department for Culture, Media and Sport, do Reino Unido, com entre o ambiente da inform.ação e um ambiente de co1nércio ou negócios. Em-
o objetivo de assessorar o governo inglés em todas as questões do setor de bibliotecas e informa-
bora as forças sociais, tecnológicas e políticas sejam importantes no ambiente da
ção. No documento 2020 Vision, define sua posição quanto à importància dos serviços de biblio-
tecas e informação, o contexto de suas atividades e seu papel para estimular o governo a demons- informação, os fatores que transcendem as fronteiras nacionais e internacionais
trar essa importància na economia, educaçao e política social. (N.T.}
14 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 15
e são comprovadamente os mais importantes na determinação do acesso à interessados podem ser divididas em outras subcategorias. Assim, na função de
informação, com todas as correspondentes ramificações sociais e políticas, são redistribuidor poderíamos também incluir centros nacionais de fornecimento de
os do mercado. De fato, nos últimos anos, a maioria dos governos dos países documentos, serviços cooperativos de empréstimo entre bibliotecas, serviços
desenvolvidos reconheceu a necessidade de criar infra-estruturas que garantam comerciais de fornecimento de documentos, separatas, e fornecedores de servi-
que suas indústrias sejam não apenas competitivas num mercado global, como ços de notificação corrente. Cada categoria de participante/interessado oculta
também suas instituições do setor público se exponham às pressões do mercado. todo um setor de organizações que estarão preocupadas em se manter atuantes e
As questões de mercado desempenham, portanto, papel importante na deter- desenvolver suas competências, gama de produtos e serviços e base de clientes,
minação do acesso à informação e no papel que os profissionais da informação a fim de garantir uma posição no mercado em desenvolvimento. Já existe alguma
desempenham na facilitação desse acesso. Que é o mercado da informação concorrência nas funções de editora e distribuidora entre certas organizações,
eletrônica? Schwuchow (1995) adverte que: "a própria definição do setor da como a Microsoft e algumas empresas de telecomunicações.
informação é fluida. Na realidade, é muito dificil definir esse setor da atividade
econômica devido aos drásticos avanços da tecnologia e a todas as fusões Tabela 1.3 Funções dos participantes/interessados no mercado da
recentes nas indústrias de entretenimento, telecomunicações e informação". informação eletrônica
É importante, entretanto, que os profissionais da informação procurem
compreender as principais características desse mercado, por mais indefiníveis Função Exemplo
e cambiantes que sejam seus limites. As questões mais candentes são a natureza
Produtores de conteúdo intelectual Autores, ilustradores, equipes d~
da informação eletrônica como produto, a identificação dos segmentos do mer-
criação de multimídia '\!·..
cado e os participantes e interessados que formarão a indústria, junto com ques-
Controladores de conteúdo intelectual, Editores, avaliadores, crítiCl)s
tões outras, como, por exemplo, preço e distribuição tecnológica. As oportuni- no que tange a padrões de qualidade
dades oferecidas por melhores sistemas de informação e comunicação eletrôni- e adequabilidade
;.
ca influíram na maneira como os negócios funcionam e estão tendo impacto As editoras estabelecem uma imagem Editoras, gráficas, produtores de
tanto na coinunicação interna quanto na comunicação com os fornecedores e da marca da empresa e atuam como bases de dados -~-
interface entre produtores de conteú- ·-.
clientes. Por exernplo, as vendas feitas por meio da tecnologia da informação
co1neçam a se consolidar com o aparecimento de quiosques multimídia, mar- do intelectual e distribuidores
keting e comercialização de bases de dados na internet (Rowley 1995; Rowley Os distribuidores garantem que o docu- Agentes que fornecem pâ;~· biblio-
mento/informação chegue até os tecas, livreiros, sítios da Rede, ser-
199.6). A aplicação desses sistemas também estimula o impulso rumo a uma
clientes potenciais e se envolvem viços de buscas em linha, serviços
sociedade da informação. Todas as partes da indústria da informação, como na promoção que for adequada de videotexto, de audiotexto, dis-
mostra a tabela l.3, encontram-se na linha de frente dessas mudanças. Enquan- tribuidores de cederrons
to em outras organizações o gerenci.amento eficaz da informação é um meio para Os conservadores guardam um exem- Bibliotecas, colecionadores particu-
alcançar determinado fim, ou um produto interno que serve de apoio para o plar de preservação para recuperação lares
pessoal alcançar os objetivos organizacionais, o produto primário da maioria posterior
dos agentes da indústria da informação é o gerenciam.ente da informação, seja na Os redistribuidores colocam documen- Bibliotecas, instituições de ensino
forma de um serviço, como consultoria em gerenciamento da informação ou toS ou informações à disposição de que fazem cópias para estudan-
serviços. bibliotecários, seja um produto que proporciona informações acon- outros tes, consultores de informação
Usuários Usuários individuais ou institucio-
dicionadas, como uma base de dados ou um cadastro impresso.
nais
A tabela 1.3 relaciona alguns dos principais participantes e interessados do
processo trádicional de edição e descreve seus papéis em termos aplicáveis tanto
a um ambiente baseado no impresso quanto a um ambiente eletrônico, em que o Reflexão Relacione algumas das funções que o bibliotecário de uni-
ambiente influencia tanto a maneira como o produto é criado, como, por versidade desempenha hoje em dia. Como tais funções se-
exemplo, avaliação ou edição eletrônica de originais, quantq_ a natureza do rão executadas num mundo que seja compatível com a Vi-
produto final, como, por exemplo, uma enciclopédia multimidía. Em certos são para 2020 da figura 1.2?
contextos algu1nas dessas funções podem ser fundidas, ou uma organização
pode assumir mais de uma função .. Muitas das categorias de participantes e
:
··.
~..;;..:_
INTRODUÇÃO Á BIBLIOTECA ELETRÔNICA 17
16
1.6
·.--·
INTRODUÇÃOA'TECNÕLOGIA DA INFORMAÇÃO
Desafios à sociedade da informação em termos de qualificações. Essas mudanças estão criando novas categorias,
inclusive as dos que trabalham conectados a redes [networkers], dos que têm
o·s sistemas de informação estão mudando a sociedade. O cenário mais radical horário flexível [flexitimers] e dos desempregados.
da sociedade virtual, em que todas as comunicações são eletrônicas, e prácessos
como teletrabalho, te\eaprendizagem e teleconferência ou mesma videoconfe- A empresa em rede
rência substituem o contato real entre pessoas, terá implicações importantes na
forma como os seres humanos satisfazem a necessidade de interagir un_s com os A natureza das empresas está sujeita a mudanças. Assistiu-se a modificações no
outros. Ade1nais, numa sociedade desse tipo, as tradições que se desenvolveram sentido de urna produção flexível, bem como o processo de trabalho entre em-
ao longo de séculos no que concerne às convenções que cercam os encontros presas, com as correspondentes alianças estratégicas empresariais, tem tido um
com outras pessoas, a serendipidade relativa a novos contatos sociais e o impacto de peso nos mercados, no emprego e nas economias nacionais. A
emprego de comunicação não-verbal, tudo isso será posto à prova. A maioria de tecnologia da informação aumentou a capacidade de as empresas formarem
nós sentirá alívio ao perceber que essa nova era não surgirá da noite para o dia. redes de negócios e emp!esas conectadas em rede.
Atualtnente, a informação e os sistemas de informação, bem como a comuni-
cação a isso inerente, vêm aumentando, graduahnente, seu impacto sobre a Ricos em informação, pobres em informação - ou quem paga pela infor-
sociedade e os valores que €;Sposamos. As questões essenciais são: mação?
Existe o temor de que, à medida que o valor da informação obtenha reconhe-
-clobalização cimento mais amplo e o acesso a ela se torne mais imediato, segmentos inteiros
Melhores teleco111unicações permitírão âs pessoas formar suas próprias cómu- da sociedade ver-se-ão privados dela. Isso talvez nos faça retroceder ao concei-
nidades independenteinente da localização geográfica. Isso ajuda a formação de to original de biblioteca pública, ou, nesse caso, biblioteca pública eletrônica!
grupos de pessoas que tenham interesses, políticas ou objetivos comuns. Nesse
nível existe potencia\ para o desenvolvimento da aldeia global. Outra conse- Propriedade intelectual e questões de direito autoral
qüência da aldeia global é que melhores comunicações mudam os horizontes e Estas são questões que não são estranhas às questões de mercado. Infonnação de
expectativas de estilos de vida das pessoas. É provável que isso tenha impacto qual~dade, seja textual, estatística ou multimídia, custa tempo, esforço e dinheiro
em outro aspecto da globalização: a econo1nia global. Há várias ca'racterísticas para criar. Os produtores procuram recuperar seu investimento. No entanto, é
da economia global q'ue provavelinente se encontram num estado de evolução. difícil fazer com que seja respeitada a proteção ao direito autoral no caso de
Entre elas ternos: documentos eletrônicos. É muito fácil copiar ou importar partes de bases de ,
a diferenciação regional da econo111ia global
dados. '
...... a segmentação da economia global
Segurança e proteção dos dados
as fontes de competitividade nu1na econo1nia global.
Alguns dados, inclusive, por exemplo, transações financeiras, dados relativos à
Mudanças nos padrões de emprego segurança nacional e dados comerciais sigilosos, precisam ficar protegidos.
Ademais, é com razão que nos preocupamos com os dados a respeito de nossas
De início, a tecnologia da informação foi vista como algo que desafiava a ordem
pessoas que são armazenados em inúmeras bases de dados. A proteção de dados
estabelecida no local de trabalho e como um meio de elin1inar tarefas rotineiras.
preserva a privacidade do indivíduo.
Previu-se, portanto, que a introdução da tecnologia da informação seria o pre-
núncio de desemprego e 1nenos postos de trabalho. Isso provavelmente ocorreu
Padrões
em certa medida, mas o quadro geral não é assim tão simples. Uma conseqüên-
cia da era da informação foi abrir a concorrência global e acelerar o ritmo das Essa é uma questão com a qual a iniústria de computadores tem-se debatido,
mudanças. Os trabalhadores precísa111 adaptar-se a essas mudanças. Dá-se cada incansavelmente, há muito tempo. Basicamente, se uma empresa importante
vez mais atenção a esque1nas flexíveis de trabalho e a u111a variedade de es- pode obter un1a vantagem competitiva ela fará com que seuS padrões para uma
quemas contratuais entre empregados e einpregadores. Quem espera encontrar nova tecnologia acabem tomando-se de facto os padrões para o resto da indús-
um novo. einprego precisa assu111ir a responsabilidade de se 1nanter atualizado tria. Por outro lado, todas as partes reconhecem a necessidade de padrões. Este
r
tos práticos não poderiam ser previstos. Seis anos depois aprendemos muito A biblioteca virtual, porém, não implica localização física, seja para o
e a Internet e a World Wide Web desenvolveram-se muito além do previsto. usuário final, seja para a fonte. O usuário pode acessar a informação a partir
Desde nosso primeiro projeto EUNOR, que lidava com métodos de processa· de qualquer ponto e a informação estar em qualquer lugar. Há um sentido
menta de imagens de documentos, temos trabalhado com imagens gráficas de aleatoriedade, pois é irrelevante para o usuário saber onde a informação
e recuperação (ELISE 1) SGML (ELSA) PDF (Phoenix). No ELISE 11 trabalhamos é mantida.
com pacotes de vídeo, áudio e multimídia no contexto da biblioteca eletrô- Para mim, portanto, a biblioteca virtual independe de local, é acessada
nica. Aprendemos e estimulamos desenvolvimentos no licenciamento de e fornecida pelas redes de comunicações, enquanto a biblioteca eletrônica
produtos eletrônicos, em questões e interfaces concernentes aos usuários, e pode ser visitada fisicamente pelo usuário. A biblioteca virtual, é claro, pode
avançamos em matéria de normas, principalmente a Z39.50 para imagens. ser oferecida pela biblioteca eletrônica, mas a recíproca não é verdadeira.
Para se chegar a uma definição é útil admitir q·ue a biblioteca eletrônica É discutível se tal distinção é importante ou só interessa aos puristas.
não se refere à automação da biblioteca. Não se trata apenas da Internet, Espero que a maioria continue usando essas denominações indiscriminada-
pois todos concordam que a Internet é anárquica. Não se trata de conjuntos mente.
de dados secundários. Tudo isso são aspectos ou componentes pertinentes,
porém a característica necessária e suficiente da biblioteca eletrônica é ser A visão
formada por material primário essencialmente em formato eletrônico. Em Bem, depende. A biblioteca de uma indústria farmacêutica, em 2005, será
1995 aperfeiçoamos nossa definição de modo a levar em conta as pesquisas bem diferente de uma biblioteca-ramal de bairro, mas, como exemplo, veja-
realizadas e chegamos ao seguinte: 'um ambiente administrado de materiais mos a biblioteca de uma universidade nova de tamanho médio, com cerca
multimídia em formato digital, destinado a beneficiar a população de usuá- de 10 000 estudantes, cuja receita se deve ao ensino 180%1 e à pesquisa
rios, estruturado para facilitar o acesso a seu conteúdo e equipado com (20%). O cenário seguinte é bastante viável:
recursos de auxílio à navegação na rede global'.
Não esperávamos que nossa definição tivesse vida longa, mas por Todos os recursos didáticos para cursos, materiais de apoio, vídeOs, si-
enquanto parece que ela vem resistindo bem. mulações e textos importantes são mantidos na biblioteca eletrônica.
2 Os programas universitários são ministrados basicamente por m.eio de
Biblioteca eletrônica e biblioteca virtual métodos baseados em recursos pedagógicos e centrados no estudante.
Na De Montfort University acabamos de concluir uma extensão da 3 A biblioteca faz parte do consórcio da biblioteca nacional digita'! e, por
Kimberlin Library construída na década de 1970. São 4 000 m' de área, com intermédio desta, da biblioteca global digital.
600 lugares para leitores devidamente ligados à rede de comunicações, sem 4 O quadro de empregados compõe-se de pessoal de apoio pedagógico,
acomodação para livros. Acha-se em desenvolvimento a instalação de uma com múltiplas habilitações, abrangendo conhecimentos em informa-
biblioteca digital que utiliza um supercomputador IBM SP 2, para fornecer ção, tecnologia da informação e competência acadêmica.
produtos eletrônicos a essa nova extensão e a outros campi descentralizados 5 O tempp de acesso à informação/estudo por estudante é 70% eletrônico
da universidade. De certa maneira, poder-se-ia alegar que essa é uma e 30o/o impresso.
verdadeira biblioteca eletrônica, mas, por outro lado, talvez ainda demore 6 O espaço.da biblioteca é composto de 70% de espaço de estudo ligado
até que a maior parte das informações seja fornecida aos estudantes em à rede de telecomunicaçóes e 30% de acervo de livros.
formato eletrônico. Com certeza estamos um tanto distantes de gastar mais 7 As despesas são 70% com recursos eletrônicos e 30% com impressos.
com informação eletrônica do que com produtos impressos. 8 O uso é controlado com cartões inteligentes que permitem ao usuário
Num contexto universitário é claro para mim que espaço para informa- acessar serviços gratuitos no ponto de uso e também serviços pagos.
9 Todos os dormitórios estudantis são ligados à rede de telecomunicações.
ção e estudo será sempre importante, mesmo que surja um substancial
mercado novo para ensino à distância no lar ou no local de trabalho. A 1O Todos os serviços são acessíveis de casa, do local de trabalho e de biblio-
biblioteca como espaço conducente ao ensino é importante para os tecas públicas.
estudantes, ainda que esteja repleta de computadores, não de livros. A
biblioteca eletrônica, portanto, é urna biblioteca, que atende à definição Mel Collier
formulada acima, mas que está ligada a um espaço físico ao qual as pessoas De Montfort University
recorrem em bu$ca de serviços fornecidos de forma eletrônica.
!
'
l
'I
f
22 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Referências
INTRODUÇÃO Á BIBLIOTECA ELETRÔNICA 23
·' Barker, P. Electronic libraries: visions ofthe future. The electronic library, v. 12, n. 4,
\i1 Beckman, M.; Pearson, E.M. Understanding the needs ofusers: the timeliness factor. p. 221-229, 1994.
1 ln: Helal, AH.; Weiss, J. (ed.) Opportunity 2000: understanding and serving users - - . Living books and dynamic electronic libraries. The electronic library, v. 14, n. 6,
i in an e/ectronic library: J5th /nternational EssenSymposium. Essen: Universitãtsbi- p. 491-501, 1996.
bliothek. 1993, p. 307-321. Benn, T. Infonnation and democracy. The electronic library, v. 13, n. 1, p. 57-62,
Collier, M. W.; Ramsden, A.; Wu, Z. The electronic library: virtually a reality? ln: Helal, 1994.
·-.í
A.H.; Weiss, J. {ed.) Opportunity 2000: understanding and serving users in an Bloch, R.H.; Hesse, C. Future libraries. Berkeley: University ofCalifornia, 1993.
electronic library: l 5th Jnternational Essen Symposium. Essen: Universitãtsbiblio- Bradley, P. The information mix: Internet, online or CD·ROM. Managing information,
othek. 1993, p. 136-!46. V. 4, n. 9, p. 35-37, 1997.
Corrall, S. Academic libraries in the information Society. New libraryworld, v. 96, p. Castells, M. The rise of the network society. Oxford: Blackwe!l, 1996.
35-42. 1995. Cornish, G Copyright: interpreting lhe faw for fibrary, archrve and information services.
Day, J. 'êt ai. Higher education, teaching, learning and the e!ectronic library: a review of London: Library Association Publishing, 1997.
the literature for the IMPEL2 project: monitoring organizational and cultural change. - - . Copyright, libraries and the e!ectronic information environment: discussions and
The new review ofacademic librarianship, v. 2, p. 131-204. 1996. developments in the United States. IFl.Ajournaf, v. 23, n. 4, p. 280-283, 1997.
Lord Phillips ofEt\esmere. Information society: agenda for action in the UK. Journal of Cox, J. Publishers, publishing and the Internet; how journal publishing will survive
information science, v. 23, n. 1, p. 1-8, 1997. and prosper in the electronic age. The electronic library, v. 1"5, n. 2, p. 125-
Oppenhein1, e. Editorial. fnternationaijourna[ ofelectronic library research, V. 1, 131, 1997.
n. 1, p. 1-2, 1997. Eisenschitz, T.; Turner, P. Rights and responsibilities in the digital age: problems with
Poulter, A. The virtual library: virtually a reality? Aslib information, v. 21, n. 4, p. stronger copyright in an information society. Journal of information science, v. 23,
159-160, 1993. n. 3, p. 209-224, 1997. ·
Risher, C. Libraries. copyright and the electronic environment. The electronic library. King, H. Walls round the e\ectronic library. The electronic library, v. 11, n. -3, p. 165-
V. 14, n. 5, p. 449-452. 1996. 174, 1995.
Rowley, J. Computersfor libraries. London: Bingley, 1980. Martin, WJ. The global information soc1ety. Aldershot Aslib; Gower, 1995:
- - . Multiinedia kiosks in retailing. fnternationaf journal of retaii and distribution Malinconico, S.M.; Worth, tC. Electronic libraries: how soon? Program, v. 30, n. 2, p.
management, v. 23, n. 5, p. 32-40, 1995. 133-148, 1996.
- - . Retailing and shopping on the Internet Internet research: networking app/ications Mi ido, H. The librarian and the library user: what the future holds. The efectronic
andpa/icy, v. 6, n. I, p. 81-91. 1996. líbrary, V. 15, n. 1, p. 15-22, 1997.
Sack, J.R. Open systems for open minds: building the libraries without \valls. College Myhill, M. The electronic library and the former Soviet Union and Mongol ia. Program,
and research libraries, v. 47, n. 6, p. 535-544, 1986. v.31,n. l,p.23-32, 1997.
Schwuchow, W. Measuring the information market(s): a personal experience. Journal Norman, S.· Copyright and fair use in the electronic age. IFLA jot1rnal, v. 23, n. 4, p.
of lnformation science, v. 21, n. 2, p. 123-132, 1995. 295-298, 1997.
Sheppard, E.; East, H. Access to wide area networked bib!iographic databases:
end-users behaviour and perceptions. ln: Online information 95: 19th /nterna-
tional Online lnformation !v!eeting Proceedings. London: Learned lnformation,
!995,p.109-125.
Trolley, J. Planning the electronic library. Bulfetin ofthe American Society for Infor-
mation Science, v. 21, p. 17-20, 1995.
Webb, T.D. The frozen library: a model for twenty first century libraries. The electronic
Ubrary, v. 13, n. 1, p. 21-26, 1995.
Bibliografia
Arnold, S. E. Marketing electronic information: theory, practice and challenges 1980-
1990. Annuaf review ofinformation science and technology, v. 25, p. 87-144, 1990.
Baldwin. e. Superjournals deliver the goods. Library Association record. V. 98, n. 1, p.
37-38, 1996.
f
!í
! EQUIPAMENTO 25
OBJETIVOS '
l
t
~
armazena1nento e os dispositivos de saída, que se combinam entre si na forma
mostrada na figura 2.1.
Este capítulo focaliza aconfiguração básica de um computador e seus componentes. Ao Figura 2 ..1 Configuração básica do computador
término deste capitulo você terá:
Funções dos componentes de um computador
compreendido a função dos componentes básicos do computador
Cada um dos vários componentes do computador desempenha funções especí-
conhecido a importância da unidade central de processamento ou processador
ficas, que podem ser assim resumidas:
para se definir o processador do sistema
conhecido os dispositivos externos de armazenamento Os dispositivos de entrada aceita1n dados, que convertem para uma forma le-
conhecido a variedade de dispositivos de entrada de dados e do contexto em gível por computador e transinitem para a unidade processadora, a qual com-
que cada um deles é apropriado preende unidade de controle, unidade aritmética e lógica e memória principal.
conhecido a variedade de dispositivos de saída e impressoras Suas funções são:
conhecido os diferentes modos de processamento.
A unidade de controle decodifica e executa instruções do programa, con-
2.1 Introdução trola e coordena os movimentos dos dados no processador, e entre este e
outros componentes do computador.
Para compreender os sistemas que serão descritos 1nais adiante é preciso co- 2 A unidade aritmética e lógica executa operações aritméticas e opera-
nhecer um pouco sobre o equipamento básico ou co1nponentes fisicos dos com- ções lógicas.
putadores. Este capítulo contém uma breve visão dos principais componentes 3 A memória principal armazena programas durante sua execução, armazena
desses siste1nas. Começa examinando a configuração básica do computador e dados que esteja1n sendo usados pelo programa corrente, e armazena o sis·
em seguida trata de seus componentes de modo mais minucioso. A configura- tema operacional, que controla o funcionamento do computador.
ção básica descrita abaixo aplica-se igualmente a todos os tipos de computador, 4 A memória secundária ou auxiliar mantém um registro permanente de
sejam eles de grande porte, 1ninicon1putadores ou microcomputadores. As dife- dados e progra1nas, armazena o programa e os dados que estejam sen-
renças entre esses tipos de siste1Tias são resumidas no capítulo seguinte. Este do processados, se a memória principal não os coinportar, e serve de dispo·
capítulo termina com uma breve revisão dos modos de processamento. sitivo de entrada e saída se estiverem em formato legível por computador.
----,.,,.,....'-~.~
26 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EQUIPAMENTO 27
5 Os dispositivos de saída aceitam dados procedentes do processador e os 2.3 O processador
convertem para o fonnato de saída desejado.
O processador varia de um sistema para outro, embora todos os processadores
Hoje em dia, o computador raramente é constituído de uma só máquina, mas de possuam três componentes: a memória principal, a unidade aritmética e lógica e
um grupo de máquinas interligadas que são usadas para executar certas tarefas. a unidade de controle. A seguir examinaremos cada um desses componentes.
Num ambiente de rede, o usuário pode ter acesso a inúmeros processadores, A memória principal, também chamada memória de acesso imediato ou
impressoras e outros periféricos. Mesmo na configuração de um único compu- memória de acesso direto, annazena o sistema operacional. Também armazena
tador isolado, onde só existe um processador, os usuários podem ter a opção de dados e programas enquanto estão sendo utilizados. A memória principal ba-
ligar uma variedade de periféricos, inclusive, por exemplo, uma unidade de ce- seia-se em microprocessadores de silício, que empregam técnicas de integração
derrom ou dois tipos diferentes de impressora. A combinação particular de em grande escala. Um microprocessador é um pequeno quadrilátero de material
equipamentos a que um usuário pode ter acesso é conhecida como configuração semicondutor que contém centenas de milhares de circuitos eletrônicos. Cada bit
do computador. Sistemas pequenos são muitas vezes comprados como um presente no microprocessador mantém-se numa célula individua[ de dois esta-
pacote completo. A figura 2.2 mostra a especificação típica de um microcom- dos que pode, portanto, conter um zero ou a unidade. É possível escrever em
putador multimídia. Note que ela inclui uma unidade de cederrom, uma placa de cada célula individualmente e ler o que ali está escrito. O tenno \ILSI [very large-
som, placa de gráficos e um modem interno. 1 scale integration (integração em escala muito grande)] é empregado para
Em seguida, tratamos de alguns dos dispositivos que se enquadram em cada identificar microprocessadores de mais de um milhão de bits.
uma dessas categorias e examinamos alguns dos critérios a serem levados em A memória divide-se em áreas separadas de armazenamento, cada uma das
conta quando da seleção dos vários componentes. Dispositivos e configurações quais dispõe de um endereço e guarda determinada quantidade de bits de
diferentes são apropriados para tipos diferentes de aplicações e isso, em certa informações.
medida, responde pela variedade de opções disponíveis. Cada célula consiste num dispositivo de dois estados capaz de conter a uni-
dade ou um zero. É preciso, portanto, empregar um grupo de células para arma-
Processador Intel Pentium li P300 zenar símbolos como números ou letras. As diferentes combinações de valores
Conjunto de chips Intel 440FX nas células de um grupo serão, assün, empregadas para representar diferentes
Placa-mãe Form Factor
símbolos. O capítulo 4 examina os códigos que são usados para que símbolos
RAM de 64 MB EDO
possa1n ser armazenados.
Unidade de cederrom de 24 x
Unidade de disco rígido de 5,25 GB Há três tipos de microprocessador de memória: RAM, ROM e PROM. As R.Mis,
Unidade de disco flexível de 3,5 polegadas/1,44 MB ou microprocessadores de meinória de acesso aleatório, são usadas para gravar
Exabyte Eagle Nest (IDE) programas e dados que serão armazenados temporariamente. Dados novos po-
Placa de som de 16 bits dem ser gravados sobre dados existentes. Os dados se conservam como estados
Memória cache pipeline burst de 512 K elétricos temporários nos 1nicroprocessadores. O conteúdo da RAM desaparece
Placa de gráficos de 8 MB ao se deslig.ar a máquina, por isso se diz tratar-se de uina memória volátil. Cada
Modem interno de 56 K computador possui uma quantidade diferente de RAM. A RAM é importante para
Teclado PS2 e mouse
determinar a potência do processador. A quantidade de RAM exigida para dife-
Gabinete minitorre
rentes aplicações vem aumentando, à 1nedida que surgem programas mais
Windows95
Garantia de 12 meses (disponível por três anos no endereço do cliente) complexos que exigem maiores RAMs para que possam rodar com eficiência.
Alguns computadores também empregam memórias apenas de leitura ou
Figura 2.2 Exemplo de especificação de uma estação de trabalho com ROM, as quais armazenam os dados de modo permanente, e os dados nelas
microcomputador registrados no 1nomento da fabricação do computador não podem ser alterados.
Às vezes são e1npregadas para o armazenamento de programas usados com
1 A velocidade com que evolui a tecnologia da informação exige a leitura atenta dos dados relativos freqüência, além do sistema operacional, de modo que não precisam ser
às características de equípamentos, sistemas operacionais e programas, pois os recursos atuais carregados a partir de uma memória secundária.
podem haver superado os limites que eram comuns no momento da redação do texto. Para dados Os PROMs são memórias programáveis apenas de leitura. São não-voláteis,
atuais, recomenda.se a consulta a fornecedores ou especialistas. (N.T.}
porém o usuário pode a\teqi.r os itens nelas presentes, se necessário, por meio de
1
28 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
1 EQUIPAMENTO 29
um gravador PROM. Uma EPROM é uma PROM apagável, isto é, podem ser 1
t
armazenar dados em formato legível por computador. Para tanto existem os
apagados os padrões de bits na PROM. dispositivos de armazenamento secundários, externos ou de segurança. Os
Além da RAM, os computadores podem utilizar memória virtual. Se a RAM dados e programas são guardados no dispositivo auxiliar de armazenamento a~é
for muito pequena para armazenar um progra1na grande, partes dele serão ar- que venham a ser necessários, quando então serão transferidos para a memóna
1nazenadas em memória virtual e trazidas para a memória principal sempre que principal. Existem atualmente apenas três tipos importantes de meios externos
necessário. Em geral, o armazenamento viÍtual tem a forma de uma memória de armazenamento: fita magnética, disco magnético e disco óptico. Alguns dos
auxiliar, como um disco magnético. critérios para a seleção desses dispositivos de armazenamento são:
Reflexão Explique as diferenças entre ROM e RAM. custo, em tennos de MB de dados armazenados
capacidade total de armazenamento
A unidade aritmética e lógica realiza operações lógicas e aritméticas. Por durabilidade do meio de armazenamento dos dados
exemplo, talvez seja preciso realizar alguns cá leu tos para obter o total de mul- natureza física do meio de armazenamento
tas aplicadas pela biblioteca, ou (nu1n sistema de recuperação) recuperar todos características funcionais, tais como facilidade de apagamento ou existên-
os registros que possuain data de publicação posterior a 6.1.1997. A unidade cia de acesso direto
aritmética e lógica consiste em várias localizações de armazenamento chama- velocidade de recuperação de dados, tais corno tempo de acesso e taxa de
das registradores, que se destinam a armazenar dados antes, durante e depois da transferência de dados (da me1nória para o computador)
execução de uma instrução de prograina que envolva u1na operação aritmética métodos disponíveis de organização de arquivos
ou lógica. robustez do meio durante o manuseio e pro~essamento
',~
A unidade de controle é o centro nervoso do computador. Exerce controle portabilidade entre sistemas.
sobre o funcionamento do sistema. Decodifica e executa instruções de progra-
mas, uma a u1na, e controla e coordena os 1novimentos dos dados no processa- Reflexão Por que~ ~~;t~bilidade é às v~~~s i~~~rt~~t~ ~-~ ~~J~ d~.
dor e entre este e outros componentes do computador. um dispositivo externo de armazenamento? .._~
. .. ·;·,;._·
O processador trabalha a uma velocidade n1uito maior do que a de um peri-
férico, como un1a impressora. A unidade de controle garante que o processador Fita magnética
envie uma mensagem de impressão para a impressora, continue trabalhando A fita 1nagnética chegou a ser amplainente utilizada corno meio de armazena-
enquanto esta imprime, e e1n seguida envie dados adicionais a serem impressos mento, mas vem sendo gradativamente substituída pelo disco magnético. Na fita
depois que a impressora tiver tenninado o primeiro trabalho. magnética os dados são annazenados e1n forma de fileiras de pontos mag-
Os melhoramentos introduzidos na arquitetura do processador são funda- netizáveis. A fita é feita de plástico recoberto de óxido de ferro. A fim de .ler ou
1nentais para o desenvolvi111ento de computadores mais potentes. Os trabalhos gravar na fita magnética é necessário passá-la por cabeças de leitura/gravação.
nesse sentido têm se concentrado e1n: aumentar a velocidade de funcionamento Estas cabeças a Iteram ou captam a magnetização dos pontos, e os dados podem
do processador, a fim de que os programas seja1n executados de fonna mais ser gravados, lidos, apagados ou gravados por ciina. Os dados, uma vez grava-
rápida, e em liberar para o processador maior quantidade de RAM, de modo que dos, permanecem na fita indefinidamente, e podem ser lidos quantas vezes for
progra1nas mais extensos e mais complexos sejam nele guardados durante a preciso. A fita é b,obinada de um carretel para outro durante a leitura ou a gra-
execução, eliminando assim a necessidade de ir buscar programas numa me- vação, com o auxílio de uma unidade de fitas.
mória secundária durante o processa1nento. Outros aperfeiçoamentos incluem o O acesso aos dados armazenados em fita é seqüencial. N u1n dispositivo de
processamento paralelo, que pennite a realização de trabalhos em modo para- acesso seqüencia 1 os dados só serão recuperados se for feita urna busca no
lelo e não em seqüência, bem como microprocessadores com conjunto de dispositivo inteiro. Naturalmente, só é possível fazer buscas nuina fita subme-
instruções reduzidas [RISC, de reduced instruction set computers]. tendo-a a u1na var!°edura pelas cabeças de leitura/gravação. As fitas funcionam
bem no 1nodo de operação e111 lotes, quando é aceitável o acesso seqüencial.
2.4 Dispositivos externos de armazenamento Dentre suas aplicações 1nais comuns estão os registros acumulados de transa-
Como se mostrou acima, a memória do processador é volátil, e também é relati- ções, itnpressão de faturas, classificação e processainento de registros editados.
vainente cara. É precis~ contar con1 u1n meio tnais pennanente e mais barato de As fitas apresentam duas vantagens principais: são baratas e portáteis, o que
30 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Os discos ópticos são lidos por uma unidade de disco óptico, que pode estar
lioada a uma máquina isolada ou estação de trabalho local ou estar acessível em
31
0
guardados para segurança. re de. Nas configurações isoladas, as unidades de disco ficavam originalmente
separadas da estação de trabalho. Há um número cada vez maior de ~stações d:
Disco magnético- 1 trabalho em que a unidade de cederrom é parte integrante dela. Muitas vezes e
0 disco magnético possui uma superfície magnetizável onde os dados são ar-
1 preciso acessar uma variedade de discos, o que se obtém com o emprego de:
mazenados em anéi~ concêntricos chamados trilhas. Os dados são gravados i unidades de disco reunidas em forma de colar, onde várias leitoras são li-
como um padrão de pontos magnetizáveis. As trilhas dividem-se em setores ou t gadas em série .
blocos. O padrão de trilhas e setores é determinado pelo fabricante da unidade sistemas empilhados de torres, onde vários acionadores são alojados numa
de disco e pelo programa que controla o movimento da cabeça de leitura/gra- mes1na unidade
vação. A combinação de um núqiero de trilha com um número de setor é deno- sistemas de caixas de conexão [jukeboxeS], que funcionam como uma des-
minada endereço. As cabeças de leitura/gravação vão passando sobre o disco. sas vitrolas automáticas, encontradas em recintos públicos, em que os clien-
enquanto ele gira no acionador, assim localizando endereços específicos. Os ! tes escolhem os discos que ouvirão.
discos, portanto, são dispositivos de armazenamento de acesso direto.
Os conjuntos de discos, também chamados 'panelas de discos', são grava-
t As caixas de conexão de múltiplos acionadores, que permitem que mais de um
dos ou lidos por meio de dispositivos periféricos chamados unidades de discos. ' disco seja lido pelos usuários ao mesmo te1npo, são particularmente flexíveis.
As unidades acham-se ligadas permanentemente ao processador do compu- Ver 0 capítulo 1Osobre informações adicionais a respeito de redes de cederrons.
tador, mas os conjuntos de discos são, geralmente, intercambiáveis ou removí- Há três categorias de discos ópticos: .., . "':--
,_
veis. A maioria dos conjuntos de discos de máquinas de grande porte são inter-
cambiáveis, ou seja, podem ser removidos da unidade de discos. Os conjuntos Discos ópticos apenas de leitura
que são fixos costuma1n possuir maior capacidade. Uma vez instalados, a uni- Neste caso a editora codifica os dados no disco e o usuário final receb~ um disco
dade faz co1n que os discos girem continua1nente a uma velocidade muito alta. que só serve para leitura, que é colocado numa leitora especial, se_me~_hante ~um
A unidade possui cabeças de gravação/leitura, em geral uma cabeça por super- toca.discos onde serão lidos os dados, textos e informações e1n aud10 ou v1deo
ficie do disco, montadas em braços 1nóveis de acesso. As cabeças não tocam no que nele es,tiveretn gravados. Estes discos são u1n r:neio de pub!ic"aç~o e vêin
disco, mas flutuam no colchão de ar criado por sua rotação. A alternativa é usar encontrando enorme aplicação. Há vários tipos de discos apenas de leitura.que
uma unidade selada de disco, conhecida como Winchester ou disco rigido. são utilizados em inúineras aplicações. Os videodiscos fora1n desenvolvidos
Os discos flexíveis ou disquetes são amplamente empregados nos micro- para a distribuição de ilnagens de vídeo pré-gravadas. Os vide?disc~s híbridos
co1nputadores. Atua!Jnente, os disquetes co1nuns tên1 3 Yi polegadas de diâme- armazenain, num mesino disco, vários tipos de infonnações, 1nclus1ve textos,
tro, e apresentam diferentes capacidades de armazenamento. Um disquete de dados e imagens de alta qualidade; a falta de padronização e o alto custo do
alta densidade de 31h. polegadas tem capacidade para 1,44 MB. equipamento tê1n restringido sua adoção. Os discos. compact?s _(cedês~ são
produtos de consuino multo populares no mercado de discos mus1cals. ~sd1~cos
Discos ópticos compactos de memória apenas de leitura (cederrons) são uma adaptaçao dlfeta
Nos siste1nas de memória óptica e1nprega-se um raio laser focalizado para criar do siste1na cedê para a publicação e aplicações em processamento de dados. O
uma depressão ou cavidade num disco de f!!Odo que os dois estados de cavidade cederroin é também usado como meio de distribuição de suít~s de program~s,
(vazio) e não-cavidade (cheio) possam ser usados para armazenar um zero ou a que exigiriam muitos disquetes se fossem assim distribuí~as. E cada vez ~ator
unidade. Vazios e cheios apresentam propriedades diferentes de reflexão da luz, 0 número de cederíons que são 1nulti1nídia ( voltare1nos 1na1s tarde ao conceito de
as quais são detectadas pelo raio laser ao fazer a leitura do disco. Os pontos são multimídia). Progressos mais recentes procuraran1 oferecer pad.rões que com-
muito menures do que os gravados em disco magnético e, por isso, são maiores portem informações multimídia em disco compacto, como o disco co1np~cto
as densidades de gravação. Não existe contato físico entre o disco e a cabeça de interativo (CD-1) e a arquitetura a1npliada de cederrom (CD-ROM XA). O v1deo
leitura. Os meios ópticos são, portanto, mais robustos do que os meios digital interativo (DV!) é um siste1na potente de co1npressão e descom~ressão
magnéticos para o armazena1nento de informações a longo prazo. para vídeo e áudio digitais, que permite gravar num único cederrom 1na1s de 60
minutos de vídeo co1n tela coinpleta e in1agens em movimento.
! EQUIPAMENTO 33
!
32 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇAO
O cedê de vídeo e o cedê de vídeo digital (DVD, devedê) são meios de arma- do processador, há memórias intermediárias que funcionam como interface
zenar vídeos completos de filmes. Os devedês, por exen1plo, têm capacidade de entre os periféricos relativamente lentos e o processador. As memórias inter-
pelo menos 4,7 GB, que pode ser dobrada com discos de face dupla. É provável mediárias guardam os dados de entrada (e de saída) até que o processador ou o
dispositivo de saída esteja pronto para manipulá-los.
que suas aplicações ocorram principalmente no setor do entretenimento, e talvez i
Os dispositivos de entrada são os meios pelos quais tanto os dados quanto os
o devedê venha a substituir os videocassetes e respectivos aparelhos de i1 programas são inseridos no sistema, e, ein geral, são responsáveis pela con-
gravação/reprodução na exibição de filines. Os devedês também comportariam
num único disco arquivos retrospectivos completos de grandes bases de dados versão dos dados para um fonnato legível por computador. As pessoas lidam
bibliográficos, como ER.!C e MEDLINE. com letras, nú1neros e palavras, mas os dados são annazenados no co1nputador
como dígitos binários. Os dispositivos de entrada servem de ponte, atuando
Discos ópticos graváveis - (WORM e CD-R)
como tradutores ou interface. Há vários e diferentes dispositivos de entrada, e a
natureza dos dados a serem inseridos no sistema é que definirá qual o mais
Os discos WORM (Write Once Read Many) [escreve u1na vez, lê muitas vezes] adequado para detenninada aplicação. Os dados podem ser caracteres, núme-
são usados para arquivamento, feito no local, de dados que as organizações ros, gráficos, vídeo ou voz, e sua quantidade pode variar bastante. O método
'·' queiram armazenar e consultar, mas não alterar. Os usuários dos discos WORM específico a adotar depende da configuração do computador instalado e, em
grava1n seus próprios dados no disco, que será lido quantas vezes for necessá- certa medida, da natureza da operação a ser executada. Por exemplo, ao regis-
rio. Em bibliotecas, por exemplo, os discos WORM têm sido utilizados para o trar as transações de empréstimos numa biblioteca, é importante que o acesso
arquivamento de jornais. As editoras podem também desenvolver bases de da- seja em linha, poré1n a quantidade de dados a sere1n inseridos se:á reiativa-
dos de imagens em discos WúRM e distribuí-las em cederrom. 1nente liinitada. Outras operações, co1no a criação de bases de dad9s, podem
U1na presença 1nais recente no mercado é a do cedê gravável (CD-R), tec- envolver a entrada de u1n grande voluine de dados.
nologia que é bastante barata para ser usada por fabricantes de programas de Alguns dispositivos de entrada insere111 os dados diretamente no compu-
co1nputador destinados a pequenos nichos de mercado, produtores de multi- tador, enquanto outros primeiro inserein os dados num suporte intermediário.
1nídia e publicação de 1naterial institucional. O cedê gravável comparado co1n a Por exetnplo, ceitas dispositivos portáteis pennite1n ao usuário armazenar os
prensagem de çedês torna acessível a criação de u111 cederro1n. O cedê 2.ravável dados inicialmente ein disco. Esse disco pode em seguida ser colocado numa
é um 1neio de annazenamento seguro e fácil de guardar. ._ unidade de disco de u1n co1nputador e os dados dali transferidos para a unidade
central de processamento. A seleção do método apropriado pode ter um im-
Disco compacto apagável pacto sensível na exatidão, velocidade e eficácia da entrada de dados. Eis al-
Ê possível gravar, ler, apagar e regravar dados e1n discos compactos apagáveis guns dos dispositivos de entrada comuns:
[CD-E: co111pact disk - erasable ], para que seja1n usados em aplicações que hoje
utilizam discos magnéticos. O CD-E emprega, como suporte de gravação, uma Teclado
liga de mudança de fase quaternária, baseado no princípio de mudança de fase O teclado é o dispositivo mais comu1n de entrada de dados. Pode apresentar-se
do material de gravação entre um estado cristalino altamente reflexivo e um no padrão QWERTY ou ser desenhado para atender a aplicações específicas. Os
estado amorfo de baixa reflexão. É produto relativamente novo. teclados são freqilente1nente utilizados junto co1n uina te!a na qual são mostra-
dos os dados que vão sendo digitados. Os teclados são usados para:
i
Reflexão Em quais tipos de aplicação os discos ópticos podem subs-
entrada de dados a partir de um docuinento-fonte, como uma fatura
tituir os discos magnéticos?
uso interativo em que o usuário, por exeinplo, insere con1andos ou termos
de busca, a fim de consultar uma base de dados
2.5 Dispositivos de entrada, meios e métodos de captura de dados
entrada de dados textuais, co1110 e1n processamento de textos
1 Os dispositivos de entrada e saída, junto co1n a nien1ória auxiliar, são conhe- criação de iinagens e gráficos
cidos co1110 periféricos. Os dispositivos de entrada leva1n dados ao processador o uso de gráficos
para que seja1n processados, enquanto os dispositivos de saída apresentam os entrada de dados nu1na base de dados.
resultados do processa1nento aos usuários. A velocidade de operação dos perifé-
1. ricos é 1nais lenta do que a do processador. A fim de obter o máxi1no de proveito
f
!
34 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ! EQUIPAMENTO 35
Os teclados têm ampla utilização porque são um método flexível de entrada de gindo equipamentos capazes de reconhecer maior variedade de fontes e até de
dados .• s~ndo empregados na maioria das aplicações da informática, apesar de f textos manuscritos. Em geral, quanto mais padronizado e de melhor qualidade
suas limitações, pois a digitação é uma fonna lenta de inserir dados, sujeita a
erros, além de às vezes sair cara. 1 for o original, melhor será a cópia por escaneamento óptico. Os índices de erro
ainda são inaceitáveis em algumas aplicações, mas o OCR tem grande potencial
...................................................... para entrada de textos e criação de documentos eletrônicos. A entrada de dados
Reflexão Quais são as limitações dos teclados como dispositivos de f por OCR sai muito mais barata do que a digitação, chegando a ser mais rápida.
entrada de dados? Usa-se microfilme como meio de entrada de dados em computador, se forem
l codificados numa fonte de tipos OCR ou outra que seja apropriada.
Reconhecimento de caracteres impressos com tinta magnética
O reconhecimento de caracteres impressos com tinta magnética [MICR: mag- Leitoras de códigos de barras
~etic inkcharacter recognition] é um meio empregado para decifrar caracteres Os códigos de barras são empregados extensamente em lojas de varejo e biblio-
impressos co1n tinta feita com material magnetizável. Antes de sua leitura, tecas. Cada código de barras representa um número. É formado por um padrão
passa-se o documento sob um dispositivo que cria um campo magnético; estas de barras espessas ·e finas separadas por espaços espessos e finos. Somente são
magnetizações são então detectadas pelo aparelho de leitura. Os caracteres importantes as separações e espessuras relativas das barras. Os códigos de bar-
devem obedecer a um desenho especial. O MICR é amplamente adotado em ras pode1n ser impressos e1n diferentes tamanhos e cores. São lidos passando-se
cheques, e o desenho dos caracteres empregado pe.lo sistema bancário britânico uma caneta óptica sobre eles ou passando-se os códigos sobre um escâner plano.
é o El3B. Outro formato-padrão internacional é o CMC7. O MICR é especial- Os códigos de barras prestam-se para a entrada de dados quarido se t.~ata apenas
~ente útil no caso de documentos-resposta, que, embora sejam produzidos e de identificar um item, e os dados compreendem simplesmente Um código. A
lidos por computador, também podem ser lidos por seres hu1nanos. Nos bancos, leitura do código de barras registra uma transação. e a informação· correspon-
os cheques são impressos com o emprego de tv11CR com tinta feita com material dente é repassada para uma base de dados em cÜmputador. Os sistem·as de códi-
magnetizável. Assün, a codificação do número seqüencial, banco, agência e gos de barras são fáceis de operar e apresentam índices de erros muit~, baixos. Se
número da conta do cliente se dá antes de a transação ser feita, evitando demora as leitoras estivere1n ligadas a um computador, será fácil alt"erar ~~]i:as infor-
no ~recessamento. Quando um cheque é utilizado como pagamento_. a quantia é mações e controlar as transações; por exemplo, os preços podem ser, modifica-
codificada por meio de um codificador MICR de cheques. Assim, apenas um dos de modo centralizado, ou, nu1na bib!íoteca, os prazos de empré~timo conce-
campo de dados é pós-codificado depois de a transação ser efetuada. didos aos leitores pode1n ser alterados. As transações também atualizam a base
O MICR é de operação rápida e barata quando se tem um grande volume de de dados e indiretainente proporcionam informações gerenciais.
documentos, além de apresentar baixa incidência de erros, e só não é mais em-
pregado devi?o ao alto preço do equipamento e as fontes de tipos não serem de Leitoras ópticas de marcas
fácil leitura. E bem-aceito nos bancos porque todas as partes envolvidas chega-
ram a acordo quanto aos padrões adotados, o indice de erros ser baixo e as fal- As leitoras.ópticas de marcas [OMR: aplicai mark readers] são similares às lei-
sificações difíceis devido à dificuldade de alterar os caracreres sem rasurá-los. toras de reconhecimento óptico de caracteres, exceto pelo fato de reconhecer
marcas, mas não caracteres, colocadas dentro de quadrículas posicionados de
Leitoras ópticas de caracteres forma apropriada. Normalmente, prepara-se um documento impresso que ofe-
rece várias alternativas ao usuário. O documento a ser marcado divide-se em
O reconhecimento óptico de caracteres [OCR: optical character recognition] é co \unas, cada uma com dez dígitos i1npressos. O usuário marca os quadriculas
conceituahnente similar ao MICR e, do mestno modo, logo encontrou aplicação correspondentes a determinada alternativa, e, depois, o documento é passado
em documentos-resposta, como nos sistemas de emissão de contas de consumo por uma leitora óptica de 1narcas que faz a varredura dos quadrículas e detecta
de eletricidade e água. Os caracteres de uma fonte especial são impressos no onde as marcas foram feitas. Emprega-se o sistema de reconheci1nento óptico de
documento, que é escaneado por uma leitora, para localizar certos padrões de luz marcas ein levantamentos e testes de múltipla escolha, fo!has de ponto, for-
refletidos, os quais são traduzidos para um padrão de sinais elétricos que são mulários de enco1nendas e nos volantes de apostas de loterias. Presta-se bem
transferidos para a me1nória do computador. OCR-A e OCR-B são exemplos de para aplicações padronizadas quando é possível fazer uma escolha entre poucas
fontes-padrão. São recusados os caracteres que não são reconhecidos. alternativas. Nessas circunstâncias, é fácil de usar, rápido e relativa1nente isen-
Começou-se a perceber o potencial real do OCR à medida que foram sur- to de erros.
36 INTRODUÇÃO Ã TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ÉQUIPAMENTO 37
Reflexão atrativos, não apenas porque liberta o usuário da necessidade de usar o te-
Identifique algumas aplicações das leitoras ópticas de mar-
clado, mas também porque ele fica com as mãos livres e pode movimentar-
cas. Explique por que esta tecnologia é interessante nessas
aplicações. se. A entrada de dados também é potencialmente mais rápida e mais barata
do que outros métodos. Entretanto, os sistemas de voz ainda se acham em
Escâneres de imagens desenvolvimento e existem dificuldades para projetar sistemas que reéo-
nheçam de modo adequado os sotaques e dialetos de uma língua.
Se uma página de texto já existe, que talvez também inclua desenhos e fotogra- 2 O mouse é um pequeno dispositivo, com uma esfera na parte inferior e um
fias, ela pode ser colocada direta1nente no computador por meio de um escâner. ou dois botões seletores na parte de cima, que_ movimenta o cursor ou pon-
Ao escanear um texto, o aparelho compara cada caractere com uma fonna ou teiro no espaço da tela. Quando ó ponteiro é posicionado no local apropria-
padrão conhecido, de modo que o código apropriado a esse caractere possa dar 1 do, seleciona-se o item ou a opção desejada pressionando-se um dos bo-
entrada no computador. Trata-se, de fato, de u1n sistema de reconhecimento tões. Normalmente o mouse clássico é movimentado sobre urna superfície
óptico de caracteres mais aperfeiçoado. plana ao lado do monitor. Fora1n desenvolvidas diversas variações domou-
Ao escanear gráficos, o escâner converte o padrão de luz e imagens escuras
de uma página nu1na série de pontos denominados elementos de imagem ou
1i se básico, principalmente para ser usadas co1n computadores portáteis.
Neste caso, nonnalmente, o mouse é seguro na mão e a esfera é movimenta-
pixéis.. .Tais elementos podem então ser annazenados como dioitos
a
binários na da com os dedos, ou faz parte integrante do teclado na forma de uma esfera
memona do co1nputador e em me1nória auxiliar, e recuperados quando neces- rotativa e dois botões. O mouse é um componente essencial das interfaces
sário. Essa é a base da tecnologia de processamento de imagens. O principal 1
l gráficas. Nonnalmente usa-se o mouse conjugado com o teclad.o.
problema está em que as iinagens ocupam muita memória. Assim, os aperfei- t 3 As mesas gráficas funcionam de fonna parecida co1n a das canehi.s ópticas,
ç~rune~~os nesse campo têm avançado a passo acelerado, à medida que os co1n a exceção de que o movimento é feito com u1na caneta elétiica sobre
d1spostt1vos de armazenainento se tornam 1nais disponíveis. Os escâneres pos- uma lousa plana especialmente preparada e instalada diante do rn~onitor.
sue1n atualmente ampla variedade de aplicações, inclusive o escaneatnento de 4 As telas sensíveis ao toque permitem ao usuário selecionar um \~em no mo-
fotografias e logoinarcas em bases de dados e documentos. 1 nitor ao tocá-lo com o dedo. O toque é detectado ao interceptar.uma trama
Os escâneres achain-se disponíveis e1n versões portáteis e de 1nesa. . 1 de raios infravermelhos horizontais e verticais. Essas telas foram testadas
O digitalizador é u1n dispositivo que pennite que uma ilnagern seja escanea- nas primitivas aplicações de catálogos e1n linha de acesso público e, mais
da, convertendo-a em dados digitais para annazena1nento em computador. recente1nente, tornaram-se populares em vários ambientes de acesso públi-
A prancheta de digitalização incorpora uina caneta especial que permite ao co, como em quiosques niultimídia (voltaremos aos quiosques multimí-
usuário desenhar ou traçar iinagens de modo que possa1n ser convertidas e1n dia mais adiante neste capítulo).
formato legível por con1putador. As mesas de digitalização são empregadas em 5 Alavancas de comando, manches [joysticks], esferas de rastreamento
projeto assistido por co1nputador [CAD: con1puter aided design] e fabricação [trackerballs ], etc. são bastante usados em jogos de computador para movi-
assistida por co111putador [CAM: con1puter aided 111anufacturing]. mentar D sensor no espaço da te la.
6 Os cartões ou crachás magné.ticos apresentam-se em forma de cartões
Outros meios de entrada plásticos do tamanho de um cartão de crédito. Os dados são codificados
nu1na tarja magnética. São usados como cartões de crédito em sistemas de
l A entrada de dados por voz ou fala envolve sua captação por meio de um
terminais de ponto de venda e e1n caixas eletrônicos que permite1n aos clien-
1nicrofone, a conversão desses dados em sinais eletrônicos e sua conversão
tes efetuar transações bancárias, como consulta de saldo ou saque de di-
final e1n forma eletrônica. As palavras ao serem enunciadas são reconheci-
nheiro. Devido à facilidade de falsificação . foram desenvolvidos substi-
das com o en1prego de uina técnica de coincidência, em que o computador
tutos na fonna de cartões inteligentes, nos quais as informações são codi-
compara o padrão da fala com o padrão armazenado na máquina. Mostra-se
na tela a coincidência 1nais próxi1na. Se estiver incorreta, a palavra deverá ficadas num tnicroprocessador en1butido na estrutura do cartão. Os car-
tões inteligentes tainbéin podem conter saldos de contas e dados de transa-
ser enunciada de novo. O co111putador somente reconhece sons para os
ções anteriores. Esses cartões estão cada vez mais sendo usados como 1neio
quais possui dados em sua 1ne1nória, e as pessoas portanto devetn pronun-
de identificação.
ciar a palavra de modo igual ao dos dados de referência, de modo que a pa-
lavra seja reconhecida corretainente. A entrada de dados por voz tem seus 7 As fitas e discos magnéticos e discos ópticos podem ser considerados
1neios de entrada e saída, pois os dados são neles registrados e, em seguida,
J
outro meio de produzir grandes quan,tidades de dados. A microforma não é um fonna de fala. Essas unidades armazenam frases pré-gravadas enunciadas por
meio de saída direta do computador. Este reúne e edita as informações, gravan- voz humana ou empregan1 um simulador de voz. Consultas ou transações podem
do-as em seguida em fita magnética ou mostrando-as diretamente no monitor. ser apresentadas ao processador por meio de tela sensível ao toque ou teclado.
Quando é usada fita, esta é colocada num gravador ou transcritor COM, que exibe Quando o programa está pronto para responder, o dispositivo seleciona as
a saída no monitor. A saída é fotografada em microfilme. O COM é então palavras apropriadas e transmite uma mensagem para o usuário, possivelmente
produzido a partir da fita, num processo fora de linha. A saída COM tanto pode por linha telefônica. Esses sistemas são úteis no processamento de transações à
ser utn microfilme quanto uma microficha. É 1nais barata e de produção mais distância quando o volume de saida é pequeno.
rápida do que uma saída impressa, e seu armazenamento é fácil e de baixo custo.
O COM trunbém armazena diagramas, gráficos e cores, sendo fácil gerar cópias Quiosques multimídia
múltiplas. Sua única desvantage1n é exigir uma leitora, para se ter acesso ao
Os quiosques multiinídia são esta.ções de traba"lho projetadas para o acesso por
conteúdo da microforma. Parã a recuperação é preciso que os microfilmes sejam
parte do público. Podem ser independentes ou estar ligadas em rede a um
indexados. A saída COM tem sido usada na produção de catálogos de bibliotecas
computador 1naior. A expressão 1nultitnidia implica que apresentam a infor-
e índices, bem co1no em catálogos de peças de reposição.
mação numa variedade de meios, inclusive, por exemplo, texto, som, gráficos,
imagens e vídeo. Em vários ambientes onde convétn oferecer o acesso público
Monitores
a uma base de dados, o quiosque, com a estação de trabalho apenas mostrando
O monitor é um dos componentes de uma estação de trabalho, e é um dispo- a tela para o usuário, é uin formato robusto e atraente. A tela em _gerat é do tipo
sitivo de saída comum porque apresenta as informações de forma rápida e prati- sensível ao toque. Alguns quiosques também possue1n teclados compactos e
camente sem custo. A tela mostra tudo que é digitado no teclado, além de men- e
leitoras de cartões. Os quiosques 1nultimídia são UITI meio atraent~ interes-
sagens enviadas pelo computador. Algumas 111áquinas, coino os notebooks, têm sante de apresentar infonnações, e começam a encontrar a1npla a·plicação na
telas acopladas, mas, na maioria dos casos, elas são independentes. publicidade, comércio, bancos, educação e capacitação profissional,· forneci-
O monitor clássico consiste num tubo de raios catódicos. Elétrons são dis- mento de infonnações e orientação, bem co1no acesso público a informação
parados na tela e fazem brilhar, por um curto período, minúsculos pontos de comunitária e catálogos em linha. Os fornecedores de sistemas par~. bibliotecas
fósforo. Cada ponto é chamado elemento de image1n ou pixel. A qualidade da estão colocando quiosques (às vezes multimídia) com telas sensívei~ ao toque
imagein, ou sua resolução, depende do número de pixéis na tela. Os monitores em serviços de acesso público e auto-atendimento, que também podem·conter
coloridos possuem três canhões eletrônicos e uês fósforos diferentes que bri- recursos de in1pressão, funcionar com moedas ou cartão, controles de acesso
lham nas cores vermelho, verde e azul. Urna vez que o fósforo brilha apenas por (por exe1nplo, por meio de uina leitora de crachá de leitor) e 1nensagens. As
um momento, a velocidade com que o canhão volta a disparar o mesmo sinal é infonnações 111ultilnídia exibidas pode1n incluir áudio, docuinentos, fotogra-
uma outra característica que a tela deve apresentar. A isso se denomina índice de fias, objetos, jornais, 1napas e vídeo. Embora essas telas e1n geral utilizem me-
renovação, normalmente medido em Hz (hertz) ou ciclos por segundo. Um nus, algumas possuem teclados integrados na tela que permitem diálogos mais
índice de renovação baixo provoca o aparecimento de imagens tremidas. flexíveis, co1no, por exemplo, na entrada de tennos de busca. Alguns quiosques
Em geral os monitores possuein placas de gráficos, que suportam a exibi- tainbé1n possuein teclados e teclados nu1néricos integrados. Terminais de auto-
ção de i1nagens gráficas, ou seja, in1agens não-textuais. O padrão é o Super VGA. atendiinento para emprésti1no pode1n e111pregar uma caneta óptica ou um
As dimensões físicas da tela variam para 1nais desde o tan1anho comu1n de 12 ou escâner plano, que ta1nbé111 serve para escanear imagens para a base de dados.
14 polegadas. Esses terminais liberam os funcionários das atividades de rotina, permitindo-
A tecnologia de telas planas é utilizada e1n coinputadores portáteis, que lhes que participe1n de modo mais amplo de serviços para os usuários, como
empregam telas de cristal líquido e de plasma de gás. prestar orientação e informação.
usuário é simulada ou virtual. Há muitos anos vêm sendo desenvolvidas resultados serão i1npressos ou os arquivos atualizados estarão disponíveis para
simulações com diversos graus de complexidade para, por exemplo, treina- consulta. O processamento em lotes continua servindo para aplicações em que
! mento de pilotos de aviação. Existem agora iniciativas que visam a criar mais seja processada u1na grande quantidade de dados; os tempos de processamento
experiências de realidade virtual para o mercado consumidor. Os jogos de sejam relativamente longos; a eficiência de processamento seja obtida com esse
computador empregam técnicas de realidade virtual. Poderemos também ter tipo de processamento; ou uma seqüência de programas deva processar um
bibliotecas, educação e férias virtuais. A questão é quais as experiências que conjunto de dados. O processamento em lotes é utilizado para classificar, inter-
merecem ser vividas n9 estado virtual? A simulação e o treinamento são inega- calar e atualizar arquivos, e para aplicações que necessitem de processamento
velmente benéficos, mas em que medida o são as experiências simuladas de em períodos determinados, como, por exemplo, folhas de pagamento, emissão
prazer e lazer? de avisos de atrasos na devolução de livros de uma biblioteca, faturamento e
Para se experimentar a realidade virtual é necessário usar um dispositivo de emissão de enco1nendas de aquisições.
exposição visual. Isso se consegue com:
Reflexão Relacione alguns serviços que se prestariam a ser proces-
o uso de visores e luvas de captura de dados sados em lote numa aplicação que seja de seu conhecimen-
projeções de imagens em grande tamanho, inclusive animação que pennite to. Quais características esses serviços têm em comum?
aos clientes ver o que está acontecendo quando se movem para a esquerda
ou a direita ou se aproximam das imagens Processamento em linha
dispositivos que empregam animação numa tela-padrão ou mesmo num
O processamento em linha oferece a oportunidade de comunicação ou diálogo
computador de mão, para usuários que preferem assistir à realidade virtual,
com o computador, além da recepção iinediata ou quase imediata de uma res-
ao invés de estar nela.
posta. O processainento e1n linha é a técnica de processamento informatizado de
A animação necessária é um desafio para os designers gráficos. A criação de dados por meio de terminais ligados e controlados por um processador central.
imagens toma tempo e é um trabalho especializado, mas à medida que os pro- A principal vantagem dos sistemas em linha é seu rápido tempo de tésposta e,
gramas de criação e rotação, corte e colagem de imagens ficam mais elabora- por isso, é possível formular e apresentar um pedido de informações· e receber
dos, a criação da realidade virtual fica menos cara. Ainda falta realizar grandes uma resposta imediata. Uma base de dados de controle de circulaSão numa
avanços em matéria de entrada e saída de som e outras sensações, corno incli- biblioteca, na qual os empréstimos são registrados no modo em linha, Õferece ao
nação, vibração e odores. Outra possibiliQade é compartilhar experiências de usuário a oportunidade de verificar a existência de empréstimos anteriores. A
realidade virtual, talvez com dois ou mais usuários longe um do outro. comunicação com o computador para o processamento em linha requer a
existéncia de U1na estação de trabalho e conexões adequadas por telecomu-
2.7 Modos de processamento nicações com o processador principal. Um sistema como esse oferece as
seguintes va_ntagens:
Os computadores podem funcionar Segundo vários modos. Em muitos sistemas
determinado modo se prestará a uma função, e outro modo a outra função. Ao centralização e integração de arquivos, funções e decisões que se achem
optar por um modo de operação, deve-se ter em mente o tempo de resposta separados
exigido para diferentes funções, bem como o custo para obter esse tempo de bases de dados mais atualizadas
resposta. encaminhamento de informações para quem delas necessite
alterações e leitura mais rápidas das infonnações, além de entrada de dados
Processamento em lotes mais eficiente -.
um 1naior número de localidades terá acesso aos recursos da informática, e
A maioria dos computadores de grande porte mais antigos funcionava no tnodo
de forma mais barata
de processamento em lotes. Hoje em dia, geralmente se adota este tipo de
redução das rotinas burocráticas.
processamento 'nos bastidor.es'. dando-se prioridade a todas as atividades em
linha executadas pelo computador. No 1nodo de operação em lotes, a entrada de Siste1nas de teinpo real são sistemas em linha cujo te1npo de resposta é extre-
dados e seu processamento se fazem de forma agrupada, quando o computador 1namente rápido. São usados, por exe1nplo, no controle de processos químicos,
não está totalmente ocup":do com outra atividade. Concluído o serviço, os no acompanhamento do fluxo de trabalho numa fábrica e no controle do trânsito
....
44 - INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
~
com· semâforos. E1n certo sentido, por exemplo, os microprocessadores de
aparelhos eletrodoinésticos funcionam em modo de 'tempo real. A expressão
'tempo real' refere-se a sistemas e1n que os arquivos são. atualizados com os
EQUIPAMENTO
-' 3
~
~·~ .,.~ -~
termina com um bre'.ve panorama dos modos~~ processamento do,(omputador, '
r:t·:;
~
.";•
inclusive;especificamente configurações'clienle-servidor. .. l ~
,.
QUESITOS DE REVISÃO 3 Sistemas e redesJ
" '
~.
Burton, P.F.; Petrie, J.H. /nformation management techn"'o!ogy:__Qlibrarian 's guide. 3.1 lntroôução
London: Chapman and Hall, 1991. .
Curtis, G. Business information syst€~1s: ãria!ysis, design ând practice. Wokingham: o capítulo-2 versou sq.~e oS-fcomponentes aos ~~.mputadores, considerando sua
Addison-Wesley, 1989. configuração básica _êp tfÕnos de um iíJOde.lô autônomo, ou seja, de um
Clifton, H.D.; Sutcliffe, A.G. Business J·~formation sys_i;ms.:New York; London: computador que trabaÍha sérTi estar ligado ~:Out(o. A maioria dos computadores
Prentice Hall, 1994. ; · faz parte de um siste~ou:íJde, sendo coiYeni~.~te, portanto, que sejam vistos
French, C.S. Computer studies. LondÜn: DP Publications. (9.92. ~· como parte de uma re·cte, ;iíl.terligada, foí~ad11 ·por vários computadores ou
- - . Oliver and Chapman 's data processing and info~',,.ation techno!ogy. Lon- processadores. Este c.if;'ítul~; começa com Ú"m bíeve exame dos diferentes tipos
don: DP Publications, 1990. de computadores e suas funções, passando, em seguida, a tratar, mais detida-
Lester, G. Business informalion systems. London: Pitman, 1992. (V. 1: Hardware and
mente, das redes de telecomunicações ou conexões entre computadores. Uma
programming)
West, 8. (ed.) Basic comp11ting prJnciples. Oxford: Blackwell, 1994. análise dos fundamentos da transmissão de dados, como velocidade de trans-
West, C.; Lording, R. /nformation technologyapplications. Oxford: HeinemannNew- missão de dados, transmissão dúplex e semidúplex, modos de sincronização,
nes, 1989. multiplexação, !11odems e comutação de redes é seguida de considerações sobre
1
Zokorczy, P.; Heap, N. lnformation technoíogy: an introduction. London: Pitman, algumas das ca(acterísticas dos sistemas de comunicação de dados. Isso incluí
1995. arquiteturas e protocolos de redes e tipologias de redes. O capítulo termina com
48 SISTEMAS E REDES 49
,, .. u
'·
u1n breve exame deis redes,locais e de longa distância e outras aplicações de putador q'íle.se,preste a determinada aplicação, é comum hoje em dia projetar um
redes, corno yideotexto, redes de valor agregado, transmissão de fac-símiles, sistemgtformad~;·por uma série de unidades de processamento interligadas. Uma
1
transferência;~letrônica çjé.{undos e inti!i'câmbio .eJetrônico:de dados. . pa;(t~ dÔ.pro~~s~amento s~r~_.Jeita em.. ~stiiçÇi_es.de trabalho individuais, outra
g;" ~:- <1 ;~ "~~- _; .-~ ·~~ . . . ~· . . pãh_e em ·nóS.;p~Ocessadores~Que se co'rrlunicafn~~om um grupo de estações de
3.2 Co~p,9tadores..-d~:.·"grandé·p.ort~ 1 minicoJn:Put~dO"res e ~.ir~6alho, e ~in~·a uma oó~~--parte do::·prÇ>~çe·ê~agiento será executada num nó
míCrc:>~.omputa_.~or.. ~s · ..... ~ ·· · L.diferente oÚ·:rilifu comptÍÚ1d_êfr central•=d~~~râfidé~ porte. O projeto do sistema
.i
I~
-( ~ ·~ ~ :~ '
A históri<i·:Oa -informátiC:a:p_ode ser vista em termõs das gerações de computa-
'e
· ~pr.écisa lev;t.:e;?i conta oJde quais b~eS~de~dadOs serão armazenadas, e onde
· f:ós~diferente~tiP~s de prOce~amento Serã_P exeg.Hados com mais eficácia. Se
dores. As>:í~ês1primeirai-gerações pOOen\ ser clar~m~Ílte' identificadas em ter-
'! mos das u'iildâÓes
., .... ·- -
eletr~~ic'as
........ básicaS'q.Úe ..
aliinent;m -;ua".caPãcidade aritmética
'!afuhém lertibráimos que7qu~Iquer. conjpu·t-ádQÍ de grande porte, ou mesmo um
i
t e lógica e;qúe.São, resP:êctiVainente::;. 1:i
~. .,;· .,
i:· · ~
.... ~~if,rocompii.fa4~_r autônqfnO±·pode s~ l~a~?,@or i~termédio das redes de
: ::--~·--.• :;
.;. .: .;-tel.ecornunica_ções, a outràS cêimputado~esr~~s ~ezes situados do outro lado do
primeita:ge.ração ,...-. válvulas eletrônicas: · ·m~~do - Wrríâ-se evidént_~"..a dificÚidãd_e~de:.identificar os limites de um
~ .-··<
segund~· g~ração .. ~: transísto:,es ~ ~ ?.fo~putado;:,Ma.is tarde yoú7iremos n~sttfê~pít~Jo à questão das redes e suas
1
terceir~-'~e·tação
' .::· ... _
t·· ~~··circuitos :i~tegrados. •_.
....~ -:._,. . ~' -
· - r'
•.
.. ~qa~~:çterísticáS .•Ém prime'j~o~t!igar, ap~sar]aitfifi.~uldade de identificar as dife-
: ~~Ç-as, vale '.~~·P,~na exarrii~a[.tuin pouÇà tfi~i~·'as;características essenciais dos
A transiçãp .de un1a ger.aÇão· para.outra trouxe beneficloS em· tennos de:
~. -~_;_·.. ~·!"- ~ -~ :-,: ' ~e·
r ~,o!~putadoref d§.gran:te P.P~~, minico,n:ipütappr~.s e microcomputadores.
meno'r tam<;inho ~ :..~ : >- •
{,.
••
-
--
-.
~
.
~-- .:.~ ~:· .
~;. ::~ t; .:. : ~-: 8 ~~' ..., ~"';
maio~ ccinfiabilidàd~*- i~ .: . " 1 ~- :€q.mput~~q·r·~~~de g:~nde'.p?rte ~:i' ~'~ ~3·;
,.
~ ;Q·s~{'omp{!tadit~~ de Íí~11~·e 1~brte i~º~:~o!9oj6 ~~me indica, o tipo ~aior, que,
o ,_ - ,. ·;.,, .,
governo .:-e._grandes
. ~
centros
'
de pesq1,1isa;·priQcipal_mente
·- ' -
no. setor da-defesa.e na
-
.montada numa j:>laca de:_circuito junto,. co~- mi~rop~o~ess,a,dor_e~ de 1nem6ria
J área espacial em grand_es aplicaçõ~s 'deYora.doras de números', como.as que são ·(fniciqprocessaddre~··de ~ÜM.{RAM). Iri~erfaCes Permitem ~Coriêxão de impres-
i necessária~~ ei_TI'.projetÔs de ae~ona.Yes,'.V·eículos êspaciais e peSguis.l·nucl;ar. ·Sora?.unidades de éfiscó~ stréamêrs dê fit~~ un,idadeS de':Ceq.e_from, mouses,
A maiOria d~Os_computadores at'Uais ~XecÚ_ta sú3s o_PeraÇões ~ina aPó~ia àutra. · :~ê;nei~,s óptica; e oÜtros~beriféricQS. ~9 infCio, ·~~- m3-ioria~:~os ~_ícrocomputa
Os proc.~~Sadór~'s Paralelo'.~ erppregam ru1na ·:séri~ de>p~9cess)idore~'. que ;9_oreS:~ra do tipo au_t_~no~_o, ~~_hoj~em:~!~ P.~edoJnin~;~eu ~~~~r~~o c9mo parte
funcionain em:.paralelo, a fim_ de acelerar as opera_ções. Ce~tena.s de;roilhares de ·de uma• rede. As redes mais sunpl~s d~ ,tn1cr9coqi.puta9ore~. vao;.desde duas ou
~-, 1 _e \. .,_ lb-: - •
processa~Çires,::separados pàden:i_:.operar e_m paralelo. '".Por exe~plp;_~ cada
,.. .._,.. •"'.: . ...
'-três àté uma centen_à dé:}náqtiinaS'inter\io-adas:e que<se cOrnun1cam com um
processa~9r pg_pe avaliar, de~·!Yloç!9 in~~pe~,dente, u~a parte d~fererite d~- uma .;Servi~Or de arqulvo$~ueÍ~nt!2 la ~;ed~-E~s;E. prÓft.:rio~~-e rvi~~or d~arq uivos pode
equação ~pmpJexa, e os resul_tadoS.e1n seguida ser re~nidós para o ex,arne final. r$er tirfl• microcompútadó~ mªi.S pofente:,·Em-;·out_ras •.7
~p)icaç~es,,. .
:~ssa
."
rede
•.
pode
Há uma P.isc~s:~ão sobre qual ser~a a melh.or arquitêtura .para ·.esses· sistemas.
. , ., ' . "?
.,!i "\.~sta{-Conectada a Uffi p(oce~s~dor;:. cen!ral/, que _.!_ant_o, po~ Se'i_ Um rTilíliCOm-
Foram eXf)loraOos do.is enfoques fundamentahnente difere'ntes:
'·- -
·
- ;~utad.Õr quanto um ~~om;riuta~,pr d~;'gra~de· pOrt~ qü)~alte~~-ativâmente, micro-
-éompÜtadores indiV(duâi_s Jigados~:.ao~~iniCom(?.tita~C?r o~~ ao -.$.ornputador de
SIMD-{siniÍ~ instruction ~~1utÓPte -~ata Tum~· instÍUçã·d~ r11~ltiplÜs d~dos}), irand~. porte. A in~~rlig~ção-~de t'.DicrÔco1nP.UtadOre~·~m r~e,de -c;ferece a opor-
e1n qy~ o píOcessaçlor.con~.iste'·em !Otes de pr.ocessado~es ca.da uin do.S quais
ocupa.do de•_· -u1na únic~ instruçã_o- ~·. (__' ,.__
'.:: ;.. --·-.·- ·:-. .·. .e, _ jµni~§de ·de c~ijiP~í.filh'~i- d~~_os :~ bar~s g_~· dâ_9os,~Pro~(~~aS'. e periféricos,
• : - ,._ .-
MJMr5t(1nuitip{l instr.'uction muttiple çiata.['"mú!tiplâ.s in$truç.ões, múlti-
çom9, por exernPto~~-.imp_ressQtas ':~ais~ç~ra~_e ctr;__meJ~or ~~.aild~sfe .
~2"' G_S microcofuptiJad_Qfes !p"brt~teis s_ão éômpú~tadõr~s I~:ves etompactos que
plos d3cto{f), em que.Cada co~_-pon~nte.s~ O('.Üpa.de v~rias)nstr~ç~es·:. ~·funCi~n~~Jio-ãdos:à re:a"é-de_·elef-r-icid8de :ou a~~m'cirbàté'~ia r;carregável que
. . JF; :-~ ;~-· . ·:.
EncontrarTI.-se'.d.isponíveiS n1áqui~~s dç processament? pa_r~lel? que·:.c_omeçam a ~PossiSilita ·vií~iâs h~~aS ~ê··u~Ó~ D~pendendQ do7?a1TI~hho _Poderji~Ser élassifica-
ter impac.t~ nç.qUadro dominante __da informática: •. · -·,_- ;·.- · ~ ;~dos ~Õ1no .lap;'Óp, ~8teQ~ok·~O~ pd(nzt~"p. ÇÕm .,~~-a.P.laca:~e r~e aI)ropriada,
( ~ - ·''· ~. : ;·pod~ se, ~omhÍlic~Ç etri~redé': 0 esta.ndd'.Seu·u~uáf[o rlçi-'tra~~lho~ou em casa. AI-
.
; .~'o-uns,usuários .&àlerb-sé~'àe ~ITT cdijiput.ador·:po&átil~quançlp estão em trânsito,
'
Minicomput~~ores ~({ ·~. .- -. f
: _;,,J. : .- .:( • .. . -. .' i) -.. - .-.: _:::: ~~on~~rando-o·ii~m~est.~·~ão'.de t~~~al~} qu~~·ofef~ce:Jin t~~ladf'm~i~r e um v~
Os sistemas baseados e1TI:•mi_iíicomputadores furicionam com proce:Ssadot.es de tdeo .:..i
õie!hor, paia entradã e saídá;de dados:no pr9ce~?ado,qe 1n~1nona do equ1-
médio p~r'te. Os minico'rÍlp~l~do~es são emPregados· po~.~estãbelecimentÓs de ~~ ..,.,. ;;
r~ -·! .c.'1
~
.. ensino, i.iTiobiliárias .. bibliotf:cas .-~· esta"be!e"cimentos:Co1-r;erci~'i~. ~~- suport~ a ~: ...t'., .. :~ .. ::--:. .. ''.·....~-'.; .. ::'.....\. ·i··. :~;.: .. :é'~· .."":· . . . . . . . . . . . .
operações'·\ corri~
.
emissãÓ;de
. -·~btaSfisc;·a'is,
.
ro.tin13:S·de
.
éonta"bilidade,~contcO!e
. ·~
de ~;R~ritão ~oc~'-ac€Ssa
'.1' ··' ~
a-"1ouma
_,, b ~;1'
r-gde·âe
~·- ·.,_
cbmpttado"res?:·Em
·._ I{; ::.~~
caso afir- !ó.r ,
estoque eJo!ha de paganient~. O,~ minicoriÍputa~ores po~em ·ser l\~Jliza~os de .:;;' ~·: :~at!~o, fl'uar·g tiP,9' de[má§uirJ_;;l q4.t·vo~~ u~~.para acessa-
modo 'auiônoirio', a fim·de suporicir UIT!aaplicação especí.fica,_Çomó; por exem- ·"7' 1.ã e b qúe furiêiona có·íno;servidor"c,le a);quiVos?
plo, um~sistema de ger~11ciã;ent~ de 'bibliõÍecaS. Nesta ãpÚcaç-âo·o idvé~to dos
minico1~Putadores permi~iu ààs gerei:ites de bibliotecas~realil::ar ú.Ín controle ~'. .~· _·; 'ii·~· '~ -~- '~:.:; ~}. ~~·· ~:-; ...
muito maí~ rigoroso de sJ;,as próprias necessJdades de Computa_Çào e r_e-spect.ivos ~tabela 3.1 re~"'ume~alaumas'1!as princiPais.CaraCteríSticas·dos computadores de
~ . ~.,., ... t:l:-;,: '.!'í ·~ .-_ ,.; - '-1.. c--
sistemas.;~Tais sistemas :.rorãm denominados sisteril:as Prorito.s ~para u'sar, _ ·~rande porte, niinic9mp~utadp:res1e·microc9_1)lpQtador. .~s. ~é
porque e~1 geral as orgã~izaÇÕes :usuárias ~dquiriam ·.uma~soli:fÇ:ãô .flum pacote :.•·
t'· -
;.q
;~-
'Y<
~·
,-
,_;
t9 '
J: Cf- rt- ct ::\ ~l r~
Oi ~'.!!f <:.: ,-.;.._
integradd,':que já. incluía~tantcl o equipame_rito qÜantÔ os,prog~arõis. Os mini- ~3.3 Comuriié:ação dà"infórmàçãq~~e redes:,,~ "" ~
computadôres pode!TI taí~bé1n"ser USadcis COITIO t~nnifiais remõtós j}Íincipais OU -..,.._ ·.; '::,'1- t :;; ·-1 ::;- ~ ·:· .:-_ i; •'"
~~ combinaçã~~ntfe" infõnniil'ica ie~tel~~ori\UniC-âçõe;.'"'~ fr'-teiemática- ~pré
processadores auxiliares [ 'front-end'J de computadores de grande porte, po-
dendo ainda ser interligados para que se tenha o equivalenie aos recursos de requisito indispensável ~ u1na sociedade desenvolvida baseada na in_formação.
processa1nento de um computador de grande porte. Originalmente as teleconlunicações cuídava1n da transmissão de informações, e
os computadores se dedicavam ao processamento de informações. Hoje em dia,
Microcomputadores os sistemas de co1nunicação de dados conectados a computadore~:processam
. . <?~ ~M~O ~'O;~~ ~/\\ t .~\OI:
Os microcomputadores ou computadores pessoais são-maquinas de pequeno attlU- l~ - M""· .,
infonnações e transmitem dados para qualquer lugar instantã.íleamente.
" 11 ..JJ2 Ademais, a,combinação entre computadores e telecomunicações melhorou a
· ,,
..
porte que consiste1n num processador instalado nu1na única pastilha de silício, tecnologia de ainbas as áreas, passando a oferecer novos meios de comunicação
J'
..
' 52 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SISTEMAS E REDES 53
Tabela 3.1 Características dos computadores de grande porte, e armazenamento de dados, como correio eletrônico, perió#_icos ~}e(:.Ç_.ôQ!cos.b
;.· m~nicomputadores e micr~computadores videot~xto. O emprego conjunt-q dess~s tecnologi~_s oferec'~:um~irrjP~.rtant;.
"
1;: oportunidade de influir sobre a:Jçrrna "cómo as informações,_são giaQ.ip~ladas;·
';!
' Característica Grande porte Minicomputador Microcomputador ·~
armazenadas, processadas e corTibnicadas. ~ '.:7 ~· f' g
Todos os sistemas de telecomif_íli~ações t~m certos compoilentes~çsg_efi~iais:-~
I'.1 Dimensão Grande Pequena, p: ex., u·ma '7 Menor ainda, pi-ex., - ·. -;:;-; ~~ $ r~~ tf_~, ~ f;
li configuração grande ~ do tamanhoA4-para cima.
um transmissor que envia ici[óX1.naçõe~ .,_; Í ~- ~· i
' caberia ém 3 ou 4 m 1
-~ =: ~ ·5. d :
"
,!_Ll
11,
Capacidade de Depende da natureza da aplicação, mas-em~ geral os de grand~ f>orte~
~
-·
·•
um receptor que as aceita
um meio de transmissão atiãv~_:s do-qU5'.1a1nensage1n tràfega-S 7-~. ~
processamento são os mais poderosos, seguidos dps míni ~'microcomputadores u '*"...,. ~
~i
i Processador Múltiplos micro- Múltiplos micro- Um único microproc.es-. ·~
-
e! • .a '8 5
w
n-
;: ' processadores processa_ dores sador controles de rede que garante~que a @ensagem cheg.ue_:á setfd~tiri.o. ~
Periféricos Maior variedade Menores, mais lentos, Mais baratos e ainda ~~ .:r . # sr . ~1 ~ ~ ;_-
e menos coinplexos, __ menos complexos, e ~ As redes de computadores pos~l}~lD uma ~.anedade de !Lª~.§.mtssgrl~"~cep~.
mas muito bons em geral adequados tores, meios de traq~missão, sin~,ts.;~Çódigoi~ controles _del~~~e. g j ~ ;;
Programas Grande variedade Também gr~nde Boa variedade de cert~s ? Os computadores·- mais elem_eíl.tar_ts são 0-
os modelos autonomos:_com~,rnont:·
1 . - ~- - . ,., ~· ~-
de ut~!tários e ~pli- variedadé· de
À· .-,.,_ -1..· •
tipos de proira!."as, ryias...::; tores de vídeo integrados, co1no~acôntece com os inicroCbniputadóres de us·o' ·
cativos, coníorITTe utilitário~- e costumam não ser tão ·~ ._, .-1._; -~i-- -. ~iJ- :-,. ~ ,;-,': .-..:;. ~
-·.
a maqwna
.
aplicativ?s . .:::~
especializadós q-uant~:os;~ ' . ,...-pessoal. Qµando passamos -para t.i1n:comput_ador maior, ql}e ~porta VJI.n~_s ter-.
.'IJ_~~ ~ _., ··-' ~
Operação
.,
- Requer operadores
.
~:
\:, ., ,;
Mais simples~· porém:;.~
.
~·- das máquin~~ g~andes
Sem proble~as, em boi-a
·'
• •
~
'#J-
"'
,r.
~-·
'.<
.....
.
..
,, .-
: minais, .torna-se ne:cessana uma_oreOe de te-rm1na1s,_ devendo'ser usadasicone..:·
- ·- . :;. ".'" :~. ~: .!.:
t·;·Xões _JJOr 111eio de t_elecornunicaÇõ'e_s-~para ligá-los ao. comp,utador. :I_g~alrnenttt_~
•J:
em te_mpo inteirai, o grau de- suf>ervisão ·· seja provável q~e o ge- ?""• ··ÓITÍ_gruPo d~ mic'roÊomputadorei.'qUe tenhcifu de se cÕmunicàr~,enirC~ si .oif'corn::· ·
qualificados exigido depende do ta- rente/usuár_io pi-ecise.ter
J • -:-· l..-.. rc~·- ... '-r ~
. . . . . { __ !-
Preço (em US$) De 150 000 a De 15 000 a 70 000 De 700 a 7 000 redes nacionais de dados e voz para acessar ser~iços de videotexto
3 000 ººº redes de voz nacionais e internacionais para chamadas telefônicas
serviços de radiodifusão para a recepção de tel~texto.
3.4 Transmissão e comunicação de dados fegam pela linha telefônica como um tom modulado numa freqüência, e retor-
nam em freqüência diferente, antes de serem canalizados para a tela. Portanto, o
Transmissão de dados é o movimento de informações com o emprego de uma que se vê na tela é exatamente o que chegou ao computador remoto, que pode ser
forma de representação apropriada ao meio de transmissão. Isso pode incluir ou não o que foi digitado. Nos canais semidúplex os dados trafegam pela linha
sinais elétricos, sinais ópticos ou ondas eletromagnéticas. nos dois sentidos, mas não em ambos os sentidos simultaneamente.
A comunicação de dados inclui a transmissão de dados, porém é mais 1 Se o computador remoto estiver esperando dúplex completo e o tenninal
ampla, pois também diz respeito a: estiver configurado para semidúplex, o mesmo caractere aparecerá duas vezes
na tela, a primeira vez vindo diretamente do teclado e a segunda quando o com·
circuitos e redes de transmissão fisica putador remoto ecoá-lo.
o equipamento e os programas que suportam a comunicação de dados Muitas redes que, na realidade, não exigem que os dados sejam transmitidos
procedimentos para a detecção e correção de erros em ambos os sentidos simultaneamente, utilizam, não obstante, canais de dados
padrões para interfacear equipamento do usuário com a rede ou meio dúplex completos, pois o tempo de retorno do canal causaria tempos de resposta
regras e protocolos para controlar o intercâmbio de informações. do computador excessivamente longos. Este é um problema específico de
sistemas que precisam ser compatíveis com canais de satélites de comunicação,
Esta seção examina algumas características da transmissão de dados, enquanto
que possuem retar.dos de transmissão relativamente longos e, portanto, -não
a seção seguinte trata das características do sistema de comunicação de dados.
podem ter um retorno rápido; isto significa que a maioria utilizará técnicas
dúplex completas.
Velocidade de transmissão de dados
Os sistemas símplex empregam transmissão .s9mente num único sentido.
A velocidade de transmissão de dados por uma linha de telecomunicações é uma 1 Quando informações digitais são enviadas por meio de uma rede comutada, a
importante característica das conexões por telecomunicações. Essa velocidade sincronização deve ser mantida para que o receptor rec_eba o fluxo de bits da
é medida em bauds e expressa como taxa de bauds. A taxa de bauds é igual ao forma como foi transmitido.
número de elementos de sinais transmitidos a cada segundo. O termo 'baud'
deriva do nome de Henri Baud, criador de um antigo código de comunicação. A Modos de sincronização
1
taxa de baud é, em geral, o mesmo que quantidade de bits de informação trans- • É necessário que o receptor de dados possa separar em grupos de bits de infor-
mitidos por segundo, uma vez que o ele1nento do sinal é normalmente um bit.
Assim, por exemplo, uma linha de 2 400 bauds transmite um máximo de 2 400
bits por segundo. Linhas de voz, como as de telefone, podem transmitir dados a
i mação o fluxo de bits que recebe, de modo a traduzi-los em dados. Existem dois
meios de realizar isso, que se designam como modos de sincronização: trans-
missão assíncrona e transmissão síncrona.
600 ou 1 200 bits por segundo (bps). Com modems mais rápidos é possível
A transmissão assíncrona é mais sünp!es, destinada a sistemas onde a
transmitir até 4 800 bps nessas linhas. Em linhas de banda larga podem ser
informação tem de passar por extensos enlaces de comunicação. A transmissão
alcançadas velocidades de 50 000 bps.
assíncrona exige que na ponta onde ocorre a recepção exista um método para
A velocidade de transmissão depende da largura de banda do canal. A
detectar o começo de cada caractere, a fim de garantir que nenhu1n pulso se per-
largura de banda é medida em hertz, ou ciclos por segundo. Velocidades relati-
ca.Consegue-se isso circundando cada caractere com um código de início e um
vamente lentas são aceitáveis para correio de voz e outros sistemas de mensa-
ou mais códigos de parada, a saber:
gens, mas serão necessárias velocidades mais altas se o volume de dados a
transmitir for maior, como no caso de transferência de arquivos ou na transmis- código de início caractere 1
são de dados multimídias. Se as velocidades de transmissão não forem altas, o código de parada caractere 2.
grande volu1ne de dados usará toda a capacidade da rede durante um longo
perlodo de tempo, deixando-a atravancada para outros usuários. Tanto os códigos de início quanto os de parada são representados como um bit
de dados cada um. Assim, na transmissão de dados assíncrona, um caractere que
Transmissão completa e semidúplex seja representado por um código de 8 bits (ver capítulo 4) será transmitido com
10 ou 11 bits. Desse modo, por exeinplo, 300 bauds equivalem a cerca de 30
Os termos completa e semidúplex referem-se à forma co1no os dados são envia-
caracteres por segundo, e 1 200 bauds, a 120 caracteres por segundo.
dos entre computadores. No modo dúplex completo os caracteres digitados tra-
56 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SISTEMAS E REDES 57
guardá-los em sua memória intermediária até que haja bits ein quantidade sufi- 1 ções, a saber: v34 até 33 600 bps, v35 até 48 000 bps e v90 até 56 000 bps. (N.T.)
ciente que justifique a transmissão.
1
1
1
1
ss INTRODUÇÃO Á TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
SISTEMAS E REDES 59
A emissão a partir de um único transinissor para muitos receptores que
de comutação de pacotes: o método de datagramas e a técnica de circuito vir-
possam 'sintonizar' as mensagens constitui a rede não-comutada mais comum.
tual. No método de datagramas cada pacote é endereçado individualmente, e os
Outro método não-comutado é quando um terminal se acha diretamente ligado
datagramas podem percorrer diferentes caminhos da rede. Na técnica de circui-
a um computador central.
to virtual, todos os pacotes são encaminhados através do circuito virtual.
A rede nacional de comutação de pacotes da companhia britânica Te\ecom
Reflexão Por que a comutação é necessária em redes de telecomuni-
é a Packet Switch Stream (PSS). As tarifas baseiam-se no uso e nas velocidades
cações?
de transmissão, independentemente da distância. A PSS proporciona acesso ao
l
International Packet Switched Service (IPSS) para a transmissão internacional de
A comutação de circuitos é adotada nas redes públicas tradicionais de telefo- dados.
nia. Neste caso, o mecanismo de comutação estabelece uma conexão tisica, par- A comutação de pacotes utiliza as redes de modo mais eficiente do que a
J tindo do transmissor para o receptor. A fim de alcançar seu destino uma cha- comutação de circuitos, pois as mensagens podem ser intercaladas para elimi-
mada pode ser roteada por intennédio de muitas estações (ou nós de rede). As nar os espaços vazios. A sincronização é também manipulada pelos nós da rede.
primitivas centrais telefônicas era1n manuais e, mais tarde, dispositivos eletro- No entanto, a comutação de pacotes requer mais recursos de computação e1n
mecânicos passaram a conectar as chamadas em cada nó. Desde a década de cada nó.
1970, acha1n-se em Operação estações totalment(;'! informatizadas. Estas tanto Em algumas da estações mais recentes, tanto a rede de comutação quanto a
fazem as conexões de circuito comutado tjuanto executam várias funções de estação são infonnatizadas. Este tipo denomina-se estação de comutação digi-
controle, como completar uma chamada, acionar os sinais de discagem ou de tal, e etn todas as estações desse tipo todos os sinais, inclusive o de voz, estão em
ocupado, monitorar e registrar despesas. Essas estações são chamadas estações forma digital. A maioria das empresas de telecomunicações planeja converter as
de controle por programa armazenado (SPC). O sistema X da British Telecorn é atuais redes analógicas de transmissão de sinais em redes totalmente digitais. A
do tipo SPC. conversão, entretanto, é gradual, devido à escala e ao custo do empreen- . ·~·.
Algumas grandes__ organizações contam com suas próprias centrais telefô- dimento, e poderá levar de 20 a 30 anos.
nicas, conhecidas corno PABX (private automatic branch exchange) ou PBX
1
(private branch exchange). É possível dispor de linhas alugadas ou dedicadas Reflexão Explique, com suas próprias palavras, a diferença entre co·
nas redes públicas de telefonia. mutação de circuitos e comutação de pacotes.
Os siste1nas de comutação de mensagens superam o problema das linhas
ocupadas ao permitir que as mensagens sejam enViadas para o centro de comu- 3.5 O sistema de comunicação de dados
tação e ali armazenadas temporariamente. Elas são depois transferidas, por meio Esta seção examina três características importantes das redes: os meios de
de uma chamada, do centro de comutação para o número que foi chamado. transmissão, as arquiteturas de redes e· os padrões de protocolos, e as topologias
A comutação de pacotes é um tipo de comutação de mensagens que envol- de redes.
ve a comutação e a transmissão de dados em quantidades distintas chamadas
pacotes. Ao contrário de um sistema de circuito comutado (como a rede pública 1 Meios de transmissão
de telefonia), não se exigem caminhos de transmissão ponto a ponto, perma-
nentemente alocados, durante o período de uma chamada. Cada pacote contém
em si mesmo tanto os dados quanto as infonnações necessárias para seu enca-.
!! As redes de telecomunicações usadas para a transmissão de dados compreen-
dem um ou alguns dos seguintes meios físicos de.transmissão:
minhamento pela rede.
Todos os centros de comutação de pacotes ou nós são informatizados. Eles .1 Fios ou cabos trançados de cobre, como nas linhas telefônicas comuns.
interpreta1n as informações de controle incluídas e1n cada pacote. Os pacotes são
1 Um cabo de pares trançados é um pouco n1ais barato do que um cabo coaxi-
armazenados durante uin breve período na rne1nória principal de cada nó, antes al, porém é vulnerável a· ruídos. Ainda é amplamente empregado e é satis~
de serem encaminhados para o nó ou receptor seguinte. Embora a mensagem fatório co1n baixas velocidades de transmissão de dados.
original seja fragmentada e1n pacotes que podem chegar em momentos -2 Cabo coaxial: possui 1nuitos fios isolados no 1nesmo cabo, com maior ca-
diferentes, o sistema de cotnutação de pacotes garante que todos chegarão ao pacidade do que o cabo de pares trançados, sendo utilizado para transmitir
destino exato e serão remontados de modo correto. Existem duas modalidades diferentes serviços etn diferentes bandas de freqüência. Assim, um único
1
1
l
1
l
l
'1 60 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SISTEMAS E REDES 61
j
cabo serve para transmitir dados, voz e vídeo. O cabo coaxial é usado como capacidade (isto é, a taxa com que os dados são transmitidos sem erro), fideli-
meio de transmissão para a comunicação de dados local e internacional. dade de transmissão, e custo. Na prática, uma rede internacional de comunica-
3 Fibra óptica, fonnada por fibras de vidro da espessura de um fio de cabelo, ção de dados vale-se de uma combinação dos meios acima citados. Os dados
através das quais se transmitem ondas luminosas que representam impulsos podem passar por fios trançados de cobre ou cabo coaxial ao saírem da estação
elétricos. A luz provém de uma fonte luminosa, como, por exemplo, um de trabalho, daí por um cabo de fibras ópticas e em seguida por uma rede de mi-
laser, e é vermelha ou infravennelha. Um cabo forte e impermeável contém croondas, antes de serem transmitidos para um satéliteporuma estação de rádio.
grande número de fibras paralelas, por onde passa a luz que é recebida por O satélite poderá então retransmitir a mensagem para a estação receptora. A
H um dispositivo conhecido como transdutor, que converte os impulsos elétri- seguir, a mensagem passará por outra série de redes de microondas, fibras
i cos em luz, e vice-versa. A fibra óptica apresenta várias vantagens em com- ópticas e cabo coaxial antes de chegar ao destino.
paração com os fios trançados de cobre ou o cabo coaxial, e que são: Ao escolher um meio de transmissão para uma dada aplicação, é importante
1 buscar alta capacidade e boa fidelidade, além do custo---eficácia. A capacidade
grande largura de banda, de várias centenas de megabits por segundo de um canal é determinada por sua largura de banda. Diferentes tipos de infor-
l baixa atenuação ou pequena perda de sinal; a luz pode viajar por até
cinco quilômetros sem necessidade de repetidor que reamplifique a in-
tensidade da luz
não há interferência de equipamento externo elétrico ou eletrônico
mação (por exemplo, voz, transmissão de televisão colorida) requerem o envio
de diferentes volumes de informações. A largura de banda do canal, portanto,
determina os tipos de aplicações que uma rede pode executar.
1
62 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
SISTEMAS E REDES 63
Tabela 3.2 Os níveis da ISO para interconexão de sistemas abertos (OS/)
Outra recilização da os1, de especial relevância para as bibliotecas, foi o
Grupo Nível Função de Tipo de atividade neste nível estabelecimento d"os protocolos de empréstimo entre bibliotecas baseados no
051 controle trabalho desenvol:vido pela National Library of Canada, e o protocolo de busca
e recuperaçãÜ. A.norma z39.50 e o protocolo de busca e recuperação (SR) serão
Usuário 7 Aplicação Inicia e executa tarefas de aplicação examinados .de modo mais completo no capítulo 4.
com a informação captada pelo
usuário, como transferência de arquivos, Topologias,de redes
processamento de mensagens e emulação
de terminal A topologia .é um dos aspectos da arquitetura de redes. A topologia da rede é a
6 Apresentação Apresenta a informação para o usuário, forma como os enlaces de comunicações conectam o equipamento. A figura 3 .1
numa forma apropriada de aplicação, mÔstra algumas topologias de redes comuns. Na prática, muitas redes ~ão com-
talvez convertendo os caracteres de postas, interligando redes de diferentes topologias e protocolos. A 1nte~face
controle empregados por diferentes entre redes é proporcionada por um comutador de passagem [gateway sw1tch],-
tipos de terminais, usando os protoco- As redes em estrela têm em seu centro um único nó de rede, o qual esta
los OCA-DIA e x-400
5 Sessão diretamente ligado a várias estações de trabalho de assinantes. As estaç_ões de
Estabelece, mantém e encerra as cone-
xões lógicas e a interação para transfe- trabalho não podem se comunicar diretamente entre si, devendo comunicar-se
rências de dados vistas pelo usuário pór intermédio do nó central. Essa tipologia é adequada, quando as e_~~~ç~es de
Transporte 4 Transporte Gerencia as transferências de dados trabalho precisam acessar uma base de dados central. E, porém, ~-1.Qeravel a
entre os nós da rede, inclusive endere- defeitos do processador central ou da transmissão. ·_ ~
çamento do controle de fluxo As redes em anel ou laço são aquelas em que todos os nós são ·in~~ligados
3 Rede Encaminha mensagens e executa outros em base igllai. Os dados são enviados por meio de qualquer nó e corrtunicad~s
controles minuciosos de gerenciamento
a toda a rede. O nó apropriado aceita os dados. :; .
da rede (a norma x.25 encaixa-se neste
nível) As redes de multipontos contam com muitas estações de tra~al~_-que ~1s
2 Conexão de Controla a transmissão de sinais e forma- putam entre si enlaces com um nó central. A multiplexação p~nn1te.qy~ muitas
dados tos de mensagens em conexões entre estações de trabalho compartilhem o mesmo canal. Esta t1polog1a reduz os
terminais e redes custos de linha porque emprega somente um circuito ramificado para conectar
Física Lida com interconexões elétricas, mecâ- todos os nós. Presta-se para conectar estações de trabalho a um computador
nicas e outras de natureza física; certos hospedeiro ou servidor. Os nós não p~dem se comunicar diretamente entre si:
fatores são definidos, como meio de Uma rede em barra é constituída de um único cabo ponto a ponto, a partir
transmissão, níveis de voltagem e do qual são feitas conexões com os periféricos. Todas as estações de tr~balho
número de pinos da tomada
estão em contato direto entre si. A topologia é adequada para redes locais por-
nection), é constitu[da de sete camadas e sintetiza recomendações concernentes que os nós podem ser ligados e desligados à vontade.
Numa rede, como uma rede local, é preciso assegurar transmissões de dados
à visão que Ó usuário tem do sistema (níveis 5 a 7) e os controles de teleco-
isentas de' erros. Nas redes locais há três sistemas que proporcionam acesso à
municações (níveis 1 a 4), como mostra a tabela 3.2. O modelo da ISO foi
importante para facilitar a comunicação sobre normalização entre diferentes rede Por parte de cada estação, ou protocolos de acesso: um sinal ~e pennis~ã-o;
conector vaoo· acesso múltiplo de detecção de portadora/detecçao de cohsao
fabricantes e usuários de redes. O Comitê Consultivo Internacional de Telegra-
cCsM_A/CD). N~s dois primeiros, uma estação da rede ou recebe (regularmente)
fia e Telefonia (CC!TI) estabeleceu importantes normas neste campo, com seu
protocolo X.25, por exemplo, que cobre os níveis 1 a 3, para redes interconecta- um sinal que a autoriza a transmitir, ou espera até que passe um conector vago
i
das de sistemas abertos por comutação de pacotes. Esta norma cobre o meca- t e o preencha com um pacote de dados. O método CSMA/CD baseia-se em que to~
nismo atual de passagem de um pacote de um nó para outro) a maneirei co1no os das as estações estejam ouvindo a rede e transmitindo quando o tráfego esta
pacotes são reunidos e seg1nentados, o estabelecimento das conexões entre os 1 livre. Quando transmitem continuam ouvindo e, se detectam uma colisão (duas
nós e o método de conectar o teITTJinal ao.computador hospedeiro. ou mais estações transmitindo simultaneamente), para1n de transmitir e voltam
a tent~r daí a pouco.
1
64 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SISTEMAS E REDES 65
1
"
putador possa ser conectado a uma rede local é preciso instalar nele uma placa ·~.
de interface de rede. Para controlar o funcionamento da rede local Cfnecessário
um sistema operacional de redes. Emprega-se uma ponte ou ro_teador ·para
conectar duas redes locais diferentes, de modo que um nó de Ur11:f:l rede local
possa se comunicar com um nó de outra rede local. Uma ponte cabeª.da conecta,
rede em anel ou laço por exemplo, uma rede local com um computador de grande porte:·-
0
estação de trabalho Os recursos compartilhados numa rede local são controlados por proces-
!
1
sadores conhecidos como servidores de arquivos. Existem programas especiais
para controlar as redes locais. Muitas vezes, determinada organização pode
1
possuir mais de uma rede local. Essas redes locais podem ser ínterconectadas
h por meio de uma ponte ou roteador.
/:
Dá~se o nome de topologia ao projeto físico de uma rede local. As topologias
i' possíveis (mostradas na figura 3.1) são em estrela, em anel e em barra.
1
l Eis_ algumas das aplicações comuns das redes locais:
I I I rede em barra
transferência e acesso de arquivos
processamento de textos
1 Il 0
estação de trabalho manipulação de mensagens eletrônicas
manipulação de arquivos e informações pessoais com programas de base de
dados
criação de informações gráficas
acesso a base de dados remota
transmissão e armazenamento digital de voz.
Figura 3. 1 Topo/agias de redes
1'l
J'
!
l
66 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SISTEMAS E REDES 67
Redes de longa distância Transmissão fac-similar (fax)
!.
1 ~s_redes de longa distância empregam enlaces de telecomunicações para possi- Um aparelho de fax parece-se com uma fotocopiadora pequena. Coloca-se o do-
biltta.r aos computadores que se comuniquem entre si independentemente de sua cumento a ser transmitido na máquina e se disca o número do aparelho de fax do
localização. As topologias em estrela, anel e barra podem ser adotadas para tal destinatário. Em seguida, o aparelho faz a varredura do documento para
.,.,' fim.
. . As redes locais e de longa distância podem ser interliaadas
o fonnando uma convertê-lo à forma digital. Concluída a transmissão, o original é recomposto na
~nica_ rede universal. A Internet é uma série de redes de longa distância outra ponta como uma cópia exata ou fac-símile. Podem ser transmítidos texros,
interligadas. (No capítulo 8 examinam-se mais detalhadamente a Internet e a gráficos, documentos manuscritos e desenhos. O fax é uma opção de acesso a
recuperação de infonnação.) documentos de bibliotecas. Com uma placa de fax instalada no microcom-
............................................................... putador é possível transmitir textos e gráficos gerados P?r ele sem necessidade
Reflexão Quais as diferenças entre redes locais e redes de lonoa de criar antes uma cópia em papel. O CC!TI desenvolveu vários padrões para a
0
distância? transmissão de fax que especificam infonnações como:
venda a varejo. Os serviços de compensação interbancária lidam com alo-uns A principal desvantagem do fax é a lentidão de conversão. Uma página A4 leva
milhões de transações por dia útil, muitas das quais envolven1 a preparaç~o e de 40 segundos a vários minutos para ser convertida, porque existe uma grande
manipulação de documentos de papel. A transferência eletrônica de fundos per- quantidade de dados quando a página é registrada como imagem.
mite que as informações sobre as transações financeiras sejam representadas por
meio eletrônico ou magnético ao invés de documentos de papel. Além disso, as Videotexto
contas são atualizadas simultaneamente na memória do computador. É possível A denominação videotexto aplica-se a urna gama de sistemas eletrônicos que >
fazer a transferência eletrônica de fundos com um cartão magnético de crédito utilizam um receptor de televisão adaptado ou outro tipo de terminal para a
ou débito, que é inserido num terminal de ponto de vendas de uma loja de varejo, apresentação de informação textual e gráfica diretamente para os usuários fi-
ou usado a partir de casa, por meio de um microcomputador ou televisor ligado nais. Os sistemas de videotexto que também empregam linhas telefônicas ou
à Internet. A transferência eletrônica de fundos feita da residência é em geral outros canais de comunicação para oferecer uma conexão bidirecional são co-
denominada banco em casa [home banking]. É também importante componente nhecidos como videotexto interativo (ou às vezes simplesmente videotexto) ou
dos sistemas eletrônicos de compras entre empresas. sistemas de videodados [viewdata]. Os sistemas de transmissão são conhecidos
como teletexto.
Redes de valor agregado O primeiro sistema de teletexto a ser implementado, por iniciativa da British
Uma organização que oferece serviços de comunicação ao público em geral é Broadcasting Corporation, em 1973, foi o Ceefax. O Ceefax oferece um número
-denominada transportador comum ou empresa postal, telegráfica e de teleco- de páginas de informação para o pUblico em geral sobre temas atuais, esportes,
municações. Quando uma organização aluga linhas de um transportador co- previsão do tempo, dados financeiros, relatórios sobre o tráfego de veículos e
muin e acrescenta a esse serviço melhoramentos informatizados denomina-se a 1
1
programação de televisão.
O primeiro serviço de videotexto foi o Prestei, criado pelo serviço de cor-
isso uma rede de valor agregado. Entre os melhoramentos 1nais comuns têm-se: 1
; reios do Reino Unido em 1979. O Prestei foi inicialmente introduzido como um
melhor detecção de erros; tempos de resposta mais rápidos; e resolução de
incompatibilidades entre diferentes tipos de equipamentos. Esses melhoramentos
1
; serviço público, porém, hoje em dia, é utilizado principalmente para fins co-
merciais, além de ser amplamente usado na indústria de viagens. Muitos países
li
simplificam o intercâmbio de dados eletrônicos entre os usuários do serviço. O
usuário simplesmente liga-se a uma interface e a rede resolve quaisquer incom- desenvolveram seus sistemas nacionais de videotexto, inclusive:
patibilidades de protocolos.
68 INTRODUÇÃO Ã TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SISTÉMAS E REDES 69
Telidon, no Canadá
Captain, no Japão RESUMO
Bildschinntext, na Alemanha.
A maioria dos computadores opera como parte de um sistema ou rede. Os
O sistema francês, conhecido como Minitel, foi particularmente bem-sucedido. computadores podem ser de grande porte, minicomputadores e microcom-
Isso se deve principalmente ao fato de o governo francês, por intermédio de sua putadores. Essas unidades de processamento interligam-se por meio de redes ou
empresa estatal de correios e telefones, ter fornecido gratuitamente terminais de enlaces de telecomunicações. São várias as características das redes que influem
videotexto aos usuários do serviço e passado a distribuir as listas telefônicas da em seu funcionamento, a saber:
França como um serviço do videotexto.
velocidade de transmissão dos dados
opção de envio·dos dadas em dúplex completo ou semidúplex
Correio eletrônico
modos de sincronização • <.'.)
O correio eletrônico pennite que se enviem mensagens por uma rede de teleco- uso de multiplexação 4:~
~ LI..
municações, entre dois cotnputadores·, sem precisar de papel. Um sistema de necessidade de modems - ::>
correio eletrônico pode ser um sistema local que faz com que as mensagens cir- técnicas de comutação das redes. _J "'
<1'. -o
culem num lugar onde exista uma rede local, ou um sistema nacional ou inter- Zo
nacional que utilize a rede do serviço nacional de telecomunicações. A princi- É importante examinar o sistema de comunicação de dados, o meio de trans-
missão, as arquiteturas de redes e os padrões de protocolo, bem como a >
_J ""
<>
pal vantagem do correio eletrônico em comparação com o telefone é que as l.U
topologia. As redes locais e as redes de longa distância são importantes meios de 1- "'
E
mensagens podem ser enviadas e recebidas pelo computador estando ou não l.U õ
presente o destinatário. Este pode ler as mensagens segundo sua conveniência. comunicação dentro das organizações ou entre elas. Atransferência eletrônica de ti; • "E
·u..-
fundos, as redes de valor agregado, a transmissão fac-similar, videoconferências
Videoconferência e teleconferência º"'
e teleconferências, correio eletrônico e intercâmbio eletrônico de dados, tudo a:'. -o
isso contribui para comunicação eficaz da informação. f1- -~
Em muitos contextos, as conferências por ielefone podem ter interesse. Esse re- <! .~
U·-
curso encontra-se disponível em muitas centrais telefônicas privadas e também UJ (.)
na rede pública. A teleconferência envolve a conexão de mais de duas partes QUESITOS DE REVISÃO 1- Q)
o-o
nu1na única chamada. Uma teleconferência pode ser combinada com uma co-
nexão de videoconferência (por televisão), de modo que os participantes podem Faça um quadro que mostre de forma sintética as diferenças entre -"'
_J _
Cl o
- <.)
ver-se mutuamente e assistir às apresentações. Atualmente, o custo das video- computadores de grande porte, míni e microcomputadores. CD L[j
conferências é alto, porém, com a mais ampla utilização de redes digitais de 2 Quais os componentes essenciais de qualquer sistema de telecomu-
banda larga e centrais telefônicas informatizadas por parte da rede pública de nicações?
telecomunicações começam a crescer as aplicações nas empresas. Esta tecno- 3 Explique o significado dÓs seguintes termos:
logia pode vir a mudar a forma como nos comunicamos. taxa de baud
dúplex completo
Intercâmbio eletrônico de dados transmissão síncrona
1 multiplexação
l O intercâmbio eletrônico de dados é cada vez mais empregado como um meio de
compra de mercadorias. O intercâmbio eletrônico de dados permite que o
modulação
comutação de pacotes.
compurador de um comprador se comunique diretamente com o computador do 4 Por que a norma ost é importante?
i
fornecedor por meio de uma· conexão de telecomunicações, de modo que as 5 Desenhe os diferentes tipos de topologia de redes. Dê alguns exem-
Í' compras são feitas diretamente:· (Para maiores informações sobre compra de plos de quando determinadas topologias podem ser apropriadas.
i: documentos e fornecimento eletrônico de documentos ver o capítulo 15.)
::
1:.,
6 Explique o significado dos seguintes termos no contexto de uma
rede local:
'
!.
70 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
nó [nade]
ponte [bridge]
roteador [router]
4
porta [gateway].
7 Qual a diferença entre viodeorexto e teletexto?
8 Por que o intercâmbio eletrônico de dados poderá ter um efeito im-
Estrutura da informação e
portante nas operações comerciais? programas de computador
Bibliografia
Nota: Vários dos livros relacionados no final do capítulo 2 contêm uma introdução bási- OBJETIVOS
ca sobre os tópicos tratados neste capítulo.
1 Este capitulo abrange dois tópicos afins: os meios de representar os dados nos
Breeding, M. (ed.) library l.ANs: case studies inpractice and application. London: computadores e os programas e linguagens de programação. Os programas são as
Meckler, 1992. instruções que dizem ao computador quais as tarefas que deve executar. No final deste
Devargas, M. Local area networks. Oxford: Blackwells, 1992. capitulo você terá: '
Harries, S. Networking and teíecommunicationsfor information systems. London:
Library Association, 1993. 1 compreendido como os dados são representados nos computadores
Hodson, P. Local area networks. London: DP Publications, 1992. ' entendido a natureza das linguagens de programação
Marks, K.; Nielsen, S. Local area networks in libraries. London: Meckler, 1991. 1
compreendido a diferença entre distintas categorias de linguagens de programa-
National Coinputing Centre. Handbook o/data communications. Oxford: Blackwells, i ção
1992.
Pastine, M.; Kacena, C. Library automation, networking and other online and new conhecido as etapas do desenvolvimento de programas e a importância da progra-
technology costs in academic libraries. Library trends, v. 42, p. 524-536, 1994. mação estruturada
Robinson, L. fnstalling a local area network. London: Aslib, 1995. entendido a função de um sistema operacional
Zuck, G.; Flanders, B. (ed.) Wide are a networks in libraries: technology, applications conhecido as funções de alguns tipos importantes de programas aplicativos
and trends. Westport; London: Meckler, 1992. examinado algumas das questões relativas à seleção de programas aplicalivos
conhecido algumas das questões fu~damentais relativas ao projeto de interfaces
entre o homem e o computador.
4.1 Introdução
Qualquer sistema, seja de uma biblioteca ou de uma empresa, é representado no
computador da seguinte fonna:
gadas pelos computadores para informar o equipamento sobre a tarefa a ser digas de sete bits e o código EBCDIC. O código ASCH de sete bits comporta 128
executada. Os programas levam aos computadores as instruções, traçadas por diferentes caracteres (2 7 = 128). Também existe um código ASCII de oito bits.
seres humanos, que são necessárias para que realizem determinada tarefa. Um código de oito bits permite a representação de 256 (2ª) caracteres diferentes.
A uma introdução sobre linguagens de programação segue-se uma análise de Muitos tipos diferentes de dados podem ser representados por um byte de
alguns tipos importantes de aplicativos e um exame das características a levar em infonnação. Um byte de armazenamento pode conter:
conta quando da seleção de aplicativos. Por fim, tecem-se considerações sobre
alguns aspectos da interface entre seres humanos e o computador. um ou mais caracteres
uma instrução ao processador
4.2 A representação dos dados em computador o endereço de algum outro item de dados
o endereço de uma instrução
A unidade mais simples de dados com que o computador pode lidar é um dígito um número inteiro
binário simples chamado bit. Um bit pode ser zero ou um. Como cada célula é um número de vírgula flutuante.
um dispositivo de dois estados, é preciso empregar um grupo de células para
comportar um símbolo. Todos os dados presentes no computador são represen- Uma palavra é um grupo de bits que representam um número em forma binária,
tados em grupos de bits. O bit é armazenado no computador de forma eletrôni- uma instrução ao computador ou um ou mais caracteres. Os diversos 1nodelos de
ca, magnética ou óptica, e é transmitido pelas linhas de telecomunicações como computador possuem diferentes números de bits por palavra. Uma palavra pode
sinais sonoros, elétricos, magnéticos ou ópticos. Por exemplo, um pulso elétri- ser dividida em grupos de bits, de modo que, uma palavra de 24 bits por exem-
co representa um 'l' e a ausência de pulso representa um 'O'. plo, pode ser dividida em três bytes. Quanto mais longa a palavra, mais potente
Um grupo de oito bits constitui um byte. A capacidade de armazenamento será a instrução que ela pode conter. · ·
dos computadores (inclusive memória, fitas e discos) é comumente expressa em Bits de paridade são bits adicionais, acrescentados a cada caractere na me-
bytes. Como se trata de números grandes, são expressos em quilobytes (KB) ou mória do computador, para permitir que ele realize uma verificação rudimentâ.r
megabytes (MB). Neste contexto da informática, quilo =2w = 1 024, emega= 22º quanto à exatidão da representação de dados. Quando um símbolo é gravado
= 1 048 576. Um byte é em geral empregado para armazenar um caractere. Isso pela primeira vez numa localização de memória, o bit de paridade para essa
ocorre porque O? caracteres são armazenados como códigos que abrangem um localização é fixado em zero ou um. Na paridade ímpar:
número de bits; são comuns os códigos de sete ou oito bits.
Assim, um disquete com 1,44 MB de capacidade pode armazenar 1 048 576 se o número de bits de dados no caractere que forem fixados em 'l' for um
x 1,44 = l 509 949 caracteres. Um computador com 32 MB de RAM pode conter
número ímpar (1, 3, 5, 7), então o bit de paridade será fixado em 'O'
na memória 32 x 1 048 576 ~ 33 554 432. se o número de bits de dados no caractere que forem fixados em '1' for um
Avançou-se bastante na padronização de sistemas de códigos alfanumé- número par (O, 2, 4, 6, 8), então o bit de paridade será fixado em 'l '.
ricos. Dois códigos importantes para a representação de caracteres são o Ame- Objetos, como gráficos, figuras, clipes de som e vídeo, são armazenados como
rican Standard Cede for Information Interchange (ASCH) e o Extended Binary arquivos de imagens. As i1nagens escaneadas de documentos, que incluem
Coded Decimal Interchange Code (EBCDJC). O ASCII é um código de sete ou oito Jeiaute de página, também podem ser armazenadas como arquivos de imagens.
bits. A figura 4.1 mostra alguns exemplos de caracteres no formato ASCII de có- Há vários formatos de arquivos de imagens. Um é o arquivo bitmap (.bmp), no
qual a imagem é fragmentada em inúmeros quadrículas diferentes, sendo regis-
Tabela 4.1 Alguns exemplos de códigos ASCII e EBCDIC trado um valor para cada um deles. No caso de reproduções em preto-e-branco
letra ASCII EBCDIC é preciso registrar somente o preto ou o branco, porém no caso de reproduções
coloridas é preciso registrar também a cor do quadrículo.
A 1000001 11000001
B 1000010 11000010 Reflexão Quantos caracteres uma memória cache de 512 KB con-
e 1000011 11000011 segue armazenar?
D 1000100 11000100
E 1000101 11000101
ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 75
74 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Código de máquina
4.3 Programas - algumas definições
O código ou linguagem de máquina é a mais fundamental das linguagens de
Os computadores são máquinas de uso genérico que, em princípio, podem rea-
programação. Trata-se de uma codificação binária de instruções no mesmo for-
lizar ampla variedade de tarefas, desde registrar o empréstimo de livros, pro-
mato em que as instruções serão mantidas no computador. Assim, um programa
cessar estatísticas administrativas, escriturar despesas e até manter os registros
em código de máquina é simplesmente uma seqüência organizada de zeros e uns.
do pessoal. Para executar as tarefas especificas deles exigidas em momentos
Tanto urna operação quanto um endereço de localização de memória podem,
determinados, é preciso fornecer-lhes instruções apropriadas, que indicam as
portanto, ser armazenados como uma seqüência de zeros e uns.
tarefas a executar, e que são con_hecid_as como programas ou software. Os pro-
Os programas escritos em código de máquina são específicos de detenni-
gramas especificam, por exemplo, como as informações são armazenadas, for-
nado modelo ou série de modelos de computador, porque a maneira como os
matadas, ordenadas e processadas para atender aos requisitos da saída.
zeros e uns serão interpretados num detenninado código dependerá dos circui-
As instruções de programa são mantidas na memória principal e passadas
tos internos do computador. Isso significa que:
uma por vez para a unidade de controle, onde são decodificadas, de modo que
esta unidade ative os circuitos e unidades apropriados para que a instrução seja 1 Programas escritos em código de máquina não são portáveis entre diferen-
cumprida. Os computadores cumprem essas instruções a uma velocidade de tes máquinas.
milhões por segundo, sendo comum indicar-se a vel~cidade interna do compu- 2 Para programar em código de máquina o programador deve ter um profun-
tador em mips (milhões de instruções por segundo). E importante, porém, reco- do conhecimento do modo de funcionamento do respectivo computador.
nhecer que um mesmo cálculo pode levar um número diferente de mips, depen- 3 Os programas são em geral mais longos do que os programas equivalentes
dendo tanto do processador quanto da linguagem de programação em que esteja escritos em linguagem de alto nível.
codificado. 4 O código de máquina é dificil para as pessoas lerem e escreverem.
Um pacote de programas é um conjunto de programas destinados a executar 5 O código de máquina é rapida1nente processado pelo computador e utiliza·
urna função específica ou um conjunto de funções. Normalmente, um pacote de forma econômica sua capacidade de processamento.
desses incorpora diversos programas e, com freqüência, abrange um grande
número de diferentes funções. Existem muitos pacotes à venda no comércio. Código de montagem ou linguagens de baixo nível '.
As linguagens em código de montagem empregam seqüências mnemônicas de
4.4 Linguagens de programação
letras que designam códigos de máquina e localizações de memória de referên-
Todos os programas são escritos numa linguagem de programação, que consti- cia. Assim, num exemplo similar ao que foi citado acima, se
tui um meio de representar ações que serão executadas pelo computador. A lin- lNC representa uma operação, como 'somar l a',
guagem de programação é formada por uma série de códigos que são interpre- e B representa um endereço de lotalização de memória,
tados pelo computador como instruções relativas ao processamento dos dados. então I ~CB significará somar i ·ao número armazenado no endereço B:
Como os dados são armazenados como pulsos elétricos, a linguagem de progra- por exemplo, converter 6 em 7 no endereço B.
mação é um dispositivo de codificação de instruções relativas à passagem de As linguagens em código de montagem não são, portanto, interpretáveis
pulsos elétricos pela máquina, de modo que o padrão de pulsos, em determina- diretamente pelo computador. Um programa em código de montagem (progra-
do ponto no tempo, seja reinterpretado numa forma inteligível para o usuário. ma-fonte) deve ser traduzido para o código de máquina (programa-objeto)
Há uma variedade de linguagens de programação, cada uma delas elaborada antes de ser rodado. Os programas em linguagem de código de montagem são
com o objetivo de facilitar a codificação de uma modalidade de aplicação traduzidos em código de máquina por meio de uma linguagem de programação
específica. Existem basicamente três tipos de linguagens de programação: conhecida como assembler.
Uma vez traduzido, ocorre a execução por meio do programa-objeto. O pro-
código de máquina, que os con1putadores entendem, mas não as pessoas grama-fonte, no entanto, é preservado para permitir que se façam mudanças.
(sem ajuda) Qualquer atualização do programa é feita no programa-fonte, que é então
linguagens de alto nível, que as pessoas entendem, mas não os computado- remontado para gerar um novo programa-objeto.
res (sem ajuda) Embora o código de montagem seja mais mnemônico do que o código cte·· 1
código de montage1n, que fica num nível intermediário entre o código de máquina, ele ainda é específico de um grupo de máquinas.
máquina e as linguÇ1.gens de alto nível.
•>
76 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 77
Linguagens de terceira geração ou de alto nível gravado num meio de armazenamento e poderá ser colocado na memória prin-
cipal quando for necessário executá-lo. Assim, depois de traduzido, poderá ser
A maioria dos programas aplicativos são escritos em linguagens de programa-
executado por meio do programa-objeto.
ção denominadas linguagens de alto nível ou de terceira geração. 'Alto nível'
Ainda que, em princípio, possa haver tantas linguagens de programação
refere-se ao fato de as linguagens estarem muito distantes do código de máqui-
diferentes quantos programadores houver, felizmente nos defrontamos com um
na no que concerne à maneira como codificam instruções. É bastante grande o
razoável grau de padronização no que concerne às linguagens de programação.
número de linguagens de programação de alto nível, cada uma delas tendo sido
O quadro 4.2 apresenta uma lista com algumas das linguagens mais aceitas.junto
elaborada para uma área de aplicação específicci. Cada linguagem codifica as
com a área de aplicação para a qual foram projetadas. Algumas linguagens
operações de forma diferente, e cada linguagem costuma executar com mais
existem em várias versões diferentes. Naturalmente, uma linguagem que venha
rapidez as tarefas que são comuns na área de aplicação à qual se destina. As lin-
sendo usada há 20 ou 30 anos terá passado por revisões e dela estarão sendo
guagens de programação são elaboradas tendo em vista a comodidade do usuá-
usadas versões antigas e mais recentes; as versões mais novas contarão com
rio e para que o programador possa lê-las e compreendê-las com relativa facili-
características adicionais e talvez sejam de utilização mais fácil. Além disso,
dade, embora haja programas em algumas linguagens de programação que são
certas linguagens, como BASIC e COBOL, poderão existir em diferentes versões
mais fáceis de compreender do que outros.
ou dialetos. Evidentemente, é in1portante dispor do compilador para a versão da
Antes de ser executado, um programa escrito em linguagem de alto nível
linguagem que estiver sendo utilizada.
deve ser convertido para o código de máquina. Essa conversão é efetuada com
Os programas escritos em linguagens de alto nível são:
o auxilio de um compilador ou interpretador. Assim,
menos extensos do que os programas escritos em linguagens de baixo nível
Programa em lingua- -7 compilador ou Programa em (normalmente, uma declaração numa linguagem de alto nível pode desdo-
gem de alto nível interpretador ~ código de máquina brar-se em várias instruções e1n linguagem de máquina)
Um compilador ou interpretador converte as linguagens de alto nível em código mais fáceis de usar e, portanto, menos propensos a erros, além de serem
de máquina. Assim que o programa estiver em código de máquina ele será também mais fáceis de manter (a capacitação do programador é menos peno-
sa)
Tabela 4.2 Algumas linguagens de programação independentes de máquina, o que acarreta boa portabilidade entre máquinas
e permite que partes do programa sejam reutilizadas em aplicativos dife-
linguagem de programação Área de aplicação rentes.
Algol (ALGOrithmic Language) Problemas matemáticos e ciências Por outro lado, devido a que os programas não permitem ao programador aco-
BASIC, QBASIC, GW·BASIC, VBASIC Iniciantes modar as pecu Jiaridades do computador em que o programa será executado, os
(Beginners' All-purpose programas-objeto produzidos por um compilador não serão tão econômicos em
symbolic lnstruction code) termos de memória principal utilizada e tempo de execução quanto um progra-
COBOL Aplicações comerciais, inclusive muitos ma em código de máquina ou código de montagem.
(Common susiness oriented sistemas para bibliotecas
Language)
Fortran (FORmula TRANslator) Problemas matemáticos e ciências Linguagens de quarta geração
Pascal, Turbo Pascal Iniciantes Embora n1uitos dos sistemas atuais estejam escritos em linguagens de alto nível,
PL/1 (Programming Language 1) Aplicações comerciais e científicas, textos existem três problemas concernentes a essas linguagens:
LISP (ust Programming) Inteligência artificial (inclusive sistemas
especialistas) altos custos da produção de programas
PROLOG (PROgramming in LOGic) Inteligência artificial (inclusive sistemas a necessidade de produzir sistemas rapidamente
especialistas)
cec++ a necessidade de os sistemas atenderem aos requisitos exigidos pelo usuá-
Programação de sistemas
MOOULA3 Programação de sistemas rio.
Java Aplicações gráficas, Internet
As linguagens de quarta geração procuram sanaras probleinas das linguagens de
VRMl ".'--plicações de realidade virtual
•
alto nível. Não há uma definição consensual sobre o que constitui uma lin- ramente funcional, que pode ser adotada para escrever aplicativos que não
guagem de quarta geração, embora uma diferença importante que se pode traçar tenham relação com a Internet, porém a neutralidade de sua arquitetura (que
entre as linguagens de quarta geração e as linguagens anteriores é que estas são significa que ela pode rodar em qualquer platafonna de equipamento ou sistema
linguagens procedimentais. Nos programas escritos em linguagens procedi- operacional) e suas características de segurança tomam-na atraente para ser
mentais, o programador emprega a linguagem para instruir o computador passo usada em ambientes da Internet. O interpretador Java, usado para interpretar o
a passo exatamente sobre como executar uma dada tarefa. As linguagens de código Java, está disponível atualmente na maioria dos navegadores da Rede.
quarta geração são essencialmente linguagens não-procedimentais ou decla- Isso significa que o código executável, muitas vezes na forma de miniapli-
rativas. Os programas escritos nessa linguagem dizem à máquina o que ela deve cativos [applets] Java, que podem ser importados da Internet e usados para criar
fazer e a linguagem formula como fazer. A maior parte das linguagens de quarta páginas dinâmicas na Rede. Como exemplos, podemos ter uma faixa que pisca
geração gira em torno de aplicações de bases de dados e pode ajudar na espe- atravessando a página, outra que mostra as últimas notícias, e um mapa meteoro-
cificação de telas de entrada e saída, relatórios, conteúdo de registros, menus e lógico ligado a uma base de dados meteorológicos; ao se passar o cursor sobre
interfaces, e como tal inclui recursos para descrição de dados, elaboração de o nome de uma cidade, aparecem no alto da tela a temperatura, umidade e
relatórios e desenho de telas. As linguagens são projetadas para o rápido velocidade do vento dessa cidade.
desenvolvimento de aplicativos e muitas destinam-se a serem usadas pelo
usuário final experiente. As linguagens de quarta geração trouxeram para o Reflexão Qual a diferença fundamental entre uma linguagem de
usuário final um certo grau de capacidade de projetar sistemas, mas são de programação orientada a objetos e uma linguagem de pro-
execução lenta e exigem processadores potentes. gramação de quarta geração?
-
80 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 81
Em seguida, os programadores elaboram os programas identificando a seqüên- exemplo 1 uma solicitação de fatura pro-fonna é um tipo de especialização de
cia lógica das operações. Pode-se usar um fluxograma para ajudar na identi- urna encomenda geral.
ficação de todas as ações necessárias para a tarefa a ser executada. Em seguida 3 Atributos são itens de dados que descrevem o objeto.
os prograrnas são c9dificados, compilados e testados, antes de serem imple- 4 Operações são ações que criam, mudam ou apagam os atributos do objeto.
mentados e, se for o caso, comercializados. 5 Métodos (às vezes chamados serviços) são procedimentos, algoritmos ou
Os programas precisam ser compreensíveis, porque muitas vezes exigem cálculos que executam a atividade dentro dos objetos. Os métodos são a par-
mudanças durante seu ciclo de vida, e é importante que outros programadores te processante dos objetos, e são especificados em inglês estruturado ou
possam perceber a intenção do programador original. A fim de tornar os pro- pseudocódigo.
gra1nas mais fáceis de compreender e modificar, surgiu o conceito de progra- 6 As mensagens são comunicada5 por objetos. As mensagens podem conter
mação estruturada. Os programas estruturados consistem em vários módulos. dados a serem processados pelo objeto ou solicitações de serviços.
Estes módulos são grupos de instrµções ou declarações afins. O objetivo é que
esses módulos dev~m, tanto quanto possível, ser independentes um do outro. Os conceitos de hereditariedade, encapsulamento e polimorfismo são também
. . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . importantes para a compreensão dos métodos orientados a objetos:
Reflexão Dê alguns exemplos de situações em que uma especifica-
ção de programa seria útil. 1 Hereditariedade. As classes de nível inferior herdam propriedades (corno
atributos, operações e métodos) das classes de nível superior; isso facilita a
Programação orientada a objetos reutilização de objetos mais gerais de nível superior por especialização, o
que cria uma nova classe mediante o acréscimo de novas infonnações. As-
A programação o~ientada a objetos (POO) exígiu o desenvolvimento de metodo- sim, por exemplo, um código poderia ser escrito para um botão SEGUINTE. ",
logias específicas de análise de sistemas e projeto orientadas a objetos. Essas O botão OK poderá então ser simplesmente escrito, sendo ele definido como
metodologias são relativamente novas, mas provave !mente se tornarão cada vez um caso da classe de objetos botão, quando então ele herda todas as proprie·-
mais importantes. Em certo sentido, a programação orientada a objetos é uma dades da classe botão. O código de um botão somente precisa ser escrito
extensão da programação estruturada. A motivação fundamental da POO é . uma vez. Se, em etapa posterior, o programador decidir mudar alguma
facilitar o desenvolvitnento de programas por meio da criação de componentes característica, como cores predefinidas, será possível fazê-lo para todos os
que possam ser reutilizados. O método básico consiste em criar objetos, agrupá- botões mudando-se as propriedades da definição da classe botão.
los em hierarquias de classes e definir suas propriedades e métodos. As lin- 2 Encapsulamento é o conceito segundo o qual os objetos devem ocultar, de
guagens de POO contêm características tais como hereditariedade, encapsu- outros componentes dos sistemas, seu conteúdo interno, a fim de melhorar
lamento e polimorfismo que as tornam particularmente adequadas para o desen- a manteneabilidade. As partes encapsuladas dos objetos são ocultadas para
volvimento de interfaces. Permitem a fácil construção de objetos de tela com o isolá-las dos efeitos de modificações nos objetos de nível superior.
emprego de céidigo existente, são menos propensas a erro, e o programador não 3 Polimorfismo refere-se à capacidade de definir procedimentos gerais; por
precisa dominar nos mínimos detalhes como é que o código funciona. Em ambi- exemplo, IMPRIMIR, sem a necessidade de definir parâmetros específicos. O
entes visuais, de manipulação direta, isso penníte ao desenvolvedor concentrar- mesmo comando é interpretado de modo diferente segundo o contexto e o
se no projeto das interfaces. destinatário do comando. Assim, embora as operações detalhadas relativas
Talvez valha a pena definir-de modo mais explícito alguns dos termos que à impressão, digamos, de um gráfico, uma planilha ou um arquivo de texto
foram usados acima: sejam muito diferentes, nos aplicativos do Windows todas podem ser execu-
tadas escolhendo-se o ícone ou opção IMPRIMIR.
1 Objetos são uma combinação de entidades com métodos (ver a seguir).
Assi1n, um objeto inclui tanto u1na entidade quanto os processos aos quais A virtude dos métodos orientados a objetos está em que a especificação torna-
ela pode estar sujeita. Um objeto pode ser um fonnulário, tabela, relatório ou se a imple1nentação. A análise e o projeto avançam pelo acréscimo gradativo de
controle, como o botão na tela que se pode manipular como se fosse urna informações aos objetos. O sistema é modelado como uma coleção de objetos
unidade. conectados por canais de passagem de mensagens. Os objetos passam mensa-
2 Classes são categorias às quais pertencem os objetos. Classes de nível infe- gens de um para o outro, a fim de solicitar um serviço, como a atualização de_
rior são especializações de classes de nível superior, de m~do que, por atributos do objeto, ou para pedir um relatório. Acrescentam-se mais infor-·
1 82 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 83
mações aos objetos até que a especificação se torne suficientemente detalhada
para ser programada numa linguagem orientada a objetos. rido nos últimos anos, levou ao predomínio de dois sistemas operacionais: UNIX
e Windows (em várias versões). O Solaris, da Sun Microsystems, também ocu-
4.6 Pacotes de programas pa posição de destaque. As gerações antigas de computadores de grande porte e
minicomputadores dependiam de sistemas operacionais de propriedade dos
Um pacote de programas é um conjunto de programas que são embalados juntos fabricantes, sistemas esses que somente rodavam numa série específica de
P?rque executam uma função específica. O conceito de pacote de programas máquinas do mesmo fabricante. No campo dos microcomputadores, o MS-DOS e
ªJ ust~-se mais a u~ ambiente comercial, onde os programas são empacotados e PC DOS (às vezes mencionado como DOS) são padrões estabelecidos há muitos
vendidos. Os conjuntos de programas desenvolvidos no próprio local podem anos e, de diferentes formas, servem de apoio a sistemas baseados no Windows.
passar por uma evolução contínua, sendo talvez dificil identificar as fronteiras
de um conjunto desse tipo. Programas utilitários
Há três tipos diferentes de pacotes de programas:
Os programas utilitários são desenvolvidos por fabricantes de equipamentos de
sistemas operacionais infonnática ou empresas de desenvolvimento de programa co1n a finalidade de
programas utilitários possibilitar a execução de determinadas funções básicas. comuns a muitas apli-
programas aplicativos. cações. Às vezes é dificil diferenciar urna função de sistema operacional de uma
função de utilitário, e, na realidade, alguns sistemas operacionais incluem fun-
Sistemas operacionais ções de utilitários. Os programas utilitários incluem, por exem.plo:
O sister:ia operacional constitui um tipo de pacote de programas. É formado por classificação - reúne os registros numa seqüência
um conjunto de programas-mestre que supervisiona a operação e uso de todos os intercalação - intercala dois arquivos
outros programas, além de controlar a entrada e a saída nos periféricos e a cópia de arquivos - copia num meio um arquivo mantido em outro meio.~·.
compilação de programas. (Em sistemas de grande porte isso é fornecido pelo n1anipulação e processamento de arquivos - apresenta os arquivos em or-
fabncante.) Destina-se a controlar as atividades da configuração do computa- de1n alfabética ou outra ordeni, renomeia arquivos, exibe arquivos
dor como um todo. Em certo sentido, o sistema operacional é o conjunto de
programas que 'diz ao computador co1no trabalhar' e gera um ambiente em que
1 rotinas de descarga e reiniciação- para armazenar dados durante uma lon-·
ga rodada de processamento, a fim de garantir que os dados não se percam
o computador começa a compreender e executar outros programas mais orien- durante uma pane
tados a aplicações. O sistema operacional pode variar, dependendo da função do 1 rotinas de edição - converte dados de saída para o formato exigido pela
computador. Por exemplo, se o co1nputador estiver conectado a outro com- salda visual ou impressa
putador por meio de linha telefônica, o sistetna operacional terá de conter um rotinas de diagnóstico ou rotinas de depuração e recuperação de arquivos
programa para estabelecer esse enlace. O usuário do sistema comunica-se com programa antivírus - detecta· vírus e desinfeta os discos.
o sistema operacional por intermédio de um conjunto de comandos do sistema
operacional que pertencem a uma linguagem especial. Normalmente, esses co- Reflexão Resuma a diferença entre sistema operacional e programa
m~ndos instruem o computador a mostrar um diretório de arquivos, copiar ar- utilitário.
quivos de um diretório em outro diretório, enviar arquivos para impressão, lis-
tar arquivos na tela, etc·. As funções do sistema operacional podem ser agru-
Programas aplicativos
padas em:
Progra1nas aplicativos são progra1nas escritos exclusivamente para gerir pro-
comunicação com o operador cessos e sistemas específicos, tais como sistemas de contabilidade, de folhas de
controle de entrada/saída pagamento, de controle de estoques, de controle de circulação em bibliotecas .. de
programa de comunicação~ processamento de textos, etc. Encontram-se alguns programas aplicativos no
gerenciamento de programas. mercado sob a forma de pacotes ou pacotes de programas. Em algumas
aplicações há vários requisitos que são comuns a vários usuários diferent~s.
O movimento em prol da conectividade e padronização de plataformas, ocor- Indicam-se, a seguir, alguns tipos comuns de pacotes de programas que se
revestem de interesse para os gerentes da informação.
84 fNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA fNFORMAÇÃO ESTRUTURA DA fNFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 85
Ao procurar um pacote de aplicativos, temos as seguintes opções: requisitos do usuário. Sua aceitabilidade depende da facilidade com que o
pacote ou os requisitos podem ser modificados para que se chegue a uma
adquirir um pacote de programas previamente escritos, prontos para usar solução satisfatória.
adquirir um pacote fechado integrado por equipamento e programa 2 O usuário depende da competência e da confiabilidade do fornecedor de
escrever os próprios programas programas, tanto no que concerne ao pacote inicial quanto à manutenção e
encomendar externamente a elaboração dos programas suporte subseqüentes. A qualidade do suporte pode variar durante o tempo
participar de um empreendimento cooperativo que ofereça acesso a progra- de vida útil do sistema.
mas e/ou ~equipamento e/ou bases de dados. 3 Existe a possibilidade de o pacote de programas ser meno.s eficiente do que
outro desenvolvido sOb medida, em termos de tempo de processamento do
Em muitas situações, é mais sensato escolher um pacote disponível no comér-
computador e utilização do processador.
cio, pois sai muito caro desenvolvê-lo na própria instituição ou encomendá-lo a
alguém, apesar de um pacote sob medida, projetado para detenninada aplica- Mesmo quando um pacote de programas já está implementado, é importante
ção, talvez atender melhor a todas as necessidades dessa aplicação. lembrar que ainda existe a necessidade de pessoal treinado e experiente, que o
As vantagens de utilizar pacotes prontos são as seguintes: conheça profundamente, e que continua sendo necessário reconhecer a impor-
tância de uma abordagem sistemática do estudo e implementação dos sistemas
1 São econômicos, pois o custo do investimento inicial com sua criação e pos-
conforme vimos no capítulo 6.
terior manutenção se dilui entre diversos usuários.
Existem vários tipos de pacotes de programas. Limitar-nos-emos aqui a al-
2 O pacote é fornecido como um conjunto de programas satisfatoriamente
guns aplicativos e pacotes de programas de uso genérico.
testados, e o fornecedor conta com um número suficiente de clientes que
justifica a existência de esquemas de manutenção adequados.
Programas administrativos
3 O produtor provaveln1ente é um especialista nesse tipo de programa e deve, ·.-~
portanto, criar um produto de melhor qualidade com características úteis Os programas administrativos de caráter geral incluem processadores de textos,
cuja importância talvez o usuário inexperiente não viesse a perceber. planilhas eletrônicas, gráficos, editoração eletrônica, e programas de bases de
4 Os pacotes são fornecidos com boa documentação, inclusive com especifi- dados e comunicação. Os progra1nas de bases de dados e comunicação são
cação minuciosa do sistema, identificação dos requisitos de equipamento, tratados brevemente mais adiante. Primeiro, identificaremos as funções dos
especificações sobre entradas, saídas e arquivos, além de sincronização dos programas de processamento de textos, planilhas eletrônicas e de recursos grá-
sistemas e manuais para os usuários. ficos. Os programas administrativos genéricos encontram ampla aplicação em
5 Os pacotes são entregues pouco tempo depois de encomendados e, assim, todas as organizações e oferecem a possibilidade de ser utilizados em bibliote-
o sistema pode ser implementado mais rapidamente. cas ao lado de produtos especializados para o gerenciamento de funções típicas
6 O fornecedor do pacote deve colocar à disposição dos consumidores servi- de bibliotecas e serviços de informação.
ços de suporte e orientação.
7 Os pacotes incorporam conhecimentos especializados que são de dificil ob- Programas de processamento de textos
tenção e que, de outra fonna, não estariam disponíveis para.a instituição.
Destinam-se a suportar a criação de documentos textuais, seu armazenamento,
8 Os pacotes podem ser avaliados numa situaçao de usuários e comparados
posterior recuperação, modificação e eventual reutilização. Entre as aplicações
com outros.
comuns está a elaboração de correspondência, relatórios, formulários, listas e
manuais. Os programas de processamento de textos devem suportar a manipu-
Reflexão Pense um exemplo, baseado em sua experiência, em que o
lação de textos, inclusive, por exemplo, alinhamento das margens, apagamento
curto prazo de entrega de um pacote de programas pelo
e inserção de palavras, linhas e parágrafos, criação de arquivos de segurança,
fornecedor era uma característica particularmente atra-
sublinhamento de palavras, diferentes famílias de tipos, planejamento visual e
ente desse pacote.
diagramação de documentos em geral. São comuns nos pacotes atuais os corre-
tores ortográficos, tesauros e uma rica variedade de características concernen-
As desvantagens dos pacotes são:
tes ao projeto gráfico do documento.
É provável que o pacote não se ajuste exatamente ao sistema atual ou aos
86 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 87
Programas de planilhas eletrônicas desvantagem desses pacotes é que nem todos seus componentes são neces-
Suportam o annazenamento e tratamento de dados numéricos. Uma planillia sariamente tão bons quanto os programas existentes isoladamente para cada uma
eletrônica pode ser empregada para armazenar dados financeiros e de produção de suas funções. No entanto, muitos pacotes atuais oferecem um poderoso
e também para avaliar a situação existente ou planejar para o futu_ro. Uma pla- conjunto de aplicativos de alta qualidade com características comuns de inter-
nilha eletrônica é uma grande tabela que contém várias células dispostas em face que suportam a facilidade de uso. Além disso, esses pacotes oferecem a
fileiras e colunas. Números, textos e fórmulas podem ser inseridos nas células da transferência direta de dados entre, por exemplo, as funções de processamento
planilha. O programa permite ao usuário reorganizar os dados ·e realizar de textos e de planilha eletrônica.
operações matemáticas com .eles. Cada vez mais os pacotes de planilhas ele-
trônicas oferecem recursos para apresentação gráfica dos dados. Reflexão Quais dos tipos de programas acima encontram-se num
computador que lhe seja acessível?
Programas gráficos
Programas para bases de dados e sistemas de gerenciamento
Destinam-se a atividades administrativas, suportam a criação de gráficos, his- de bases de dados
togramas, gráficos em forma de pizza e outras análises gráficas de dados. Os
dados podem então ser empregados em docuinentos e outras formas de comu- Os programas para bases de dados suportam a criação de bases de dados e
nicação, ca1no, por exemplo, conferências. arquivos. Em geral, os dados são mantidos na forma de registros compostos de
campos. A qualidade de uma base de dados reside na sua capacidade de sele-
Programas de editoração eletrônica cionar registros conforme critérios determinados e, em seguida, imprimir ou
exibir os dados segundo diferentes ordenações e formatos. O capítulo seguinte
Servem para aplicações no campo editorial, como, por exemplo, a preparação de analisa, mais detidamente, as bases de dados e os formatos de registro, particu-
revistas de empresas, 1naterial de publicidade, folhetos, prospectas e trans- larmente sobre suas aplicações em bibliotecas e serviços de informação.
parências para retroprojetores. Os pacotes para editoração eletrônica permitem Há uma variedade de programas genéricos para bases de dados. Alguns dos
ao usuário criar documentos, que incluam texto e ilustrações, ou importar docu- sistemas mais baratos para microcomputadores podem ser descritos co1no sis-
mentos, por exemplo, de um pacote de processamento de textos. O programa de temas de arquivo simples: somente processam um único arquivo por vez. Os
editoração eletrônica permite ao usuário definir a página e outras características programas mais complexos assumem a forma de um sistema de gerenciamento
do projeto gráfico do docuinento, de modo que o mesmo seja preparado para de base de dados, que oferece a possibilidade de relacionar entre si duas ou mais
impressão na própria instituição ou entregue a uma gráfica comercial. Muitos bases, de modo que seja possível, por exemplo, examinar simultaneamente os
pacotes de processamento de textos oferecem atualmente algumas caracterís- dados de mais de uma base, para impressão de uma nota fiscal. Um sistema de
ticas de 'editoração eletrônica'. gerenciamento de bases de dados suportaria, por exemplo, a criação de duas
bases relacionadas entre si, sendo que uma delas conteria as informações sobre
Pacotes de apresentação audiovisual fornecedores e a outra conteria as especificações completas dos itens enco-
Apóiam a criação de recursos audiovisuais que animam conferências e outras mendados. Ao lançar mão simultaneamente de dados de ambas as bases, infor-
apresentações, como leitura de relatórios ou apresentações de marketing. Estes mações sobre os itens solicitados aparecerão junto com o nome e o endereço do
pacotes estão se tornando mais populares para a criação de conjuntos de pro- fornecedor, por exemplo, num formulário de encomenda.
jeções e exibições automáticas de diapositivos. Os sistemas de gerenciamento de bases de dados podem ser considerados
como ferramentas de desenvolvimento de sistemas. Muitos ·deles incorporam
Pacotes integrados de programas administrativos uma linguagem de quarta geração que permite aos usuários desenvolverem seu
próprio sistema. Alguns sistemas de gerencia1nento de bibliotecas contê1n um
Normalmente abrangem, num único pacote, várias funções dos programas sistema de gerenciamento de bases de dados.
administrativos, tais como processamento de textos, bases de dados, planilha
eletrônica e gráficos. Os principais atrativos de um pacote integrado são a Programas de comunicação
facilidade de criação de documentos que contenham texto, números e gráficos,
bem como a interface comum a todas as áreas de aplicação. Em geral, a principal Os programas de comunicação são usados tanto no interior de uma organização,
•
Reflexão Por que a confiança de que goza o fornecedor é um aspecto tantes à natureza da interação, e o desenvolvimento de novos dispositivos flsi-
importante a ser levado em conta quando da escolha de um cos oferece novas oportunidades para diferentes estilos de interação. A varie-
pacote de programas? dade de dispositivos de interação continua a crescer, e cada um deles está en-
............................................................... contrando seu nicho de mercado. O objetivo de qualquer avanço nesta área é
4.8 Projeto da interface homem-máquina criar dispositivos de entrada e saída que maximizem as vantagens das caracte-
rísticas tisicas e cognitivas dos seres humanos, e, assim, promovam uma intera-
Em todos os sistemas de informação, o projeto da interface é essencial para o uso ção com o sistema que seja eficiente, confiável e, se possível, até agradável.
eficiente do sistema. O objetivo do projetista é criar uma interface que suporte
toda a variedade de usuários potenciais com a gama completa de tarefas Componentes e estilos de diálogo
potenciais que o usuário poderá procurar para executar com esse sistema. Um
bom projeto de interface resulta em: Grande parte do que se tem dito sobre o projeto de interfaces do ser humano com
a máquina tem focalizado o estilo da interação, em que a tela é o principal dis-
aumento da aceitação do sistema por parte do usuário positivo de saída. Há vários estilos diferentes de projeto de diálogo. Vários de-
aumento da freqüência de uso do sistema les podem ser usados em qualquer sistema, possivelmente para atender a dife~
diminuição dos índices de erros cometidos pelo operador rentes funções ou diferentes grupos de Usuários. Além disso, as categorias não
redução do tempo de treinamento do operador são exclusivas ou mutuamente dependentes. Os sistemas de voz poderão vir a
aumento da velocidade de desetnpenho. tornar-se uma forma de interface e1n linguagem natural, e os ícones são uma
forma diferente de apresentar menus. O projetista deve ponderar sobre qual
Em geral, o projeto de interfaces para o ser humano lidar com a máquina tornou- combinação de estilos de interface usará e como aplicar os componentes desse
se mais importante nos últimos l O ou 15 anos, à medida que se expandia o estilo no projeto de uma interface eficaz. Isso deve ser examinado no contexto
número e a variedade de usuários. Os primeiros usuários dos computadores eram do usuário e da tarefa que ele deseja executar com o sistema.
geralmente programadores ou projetistas, que assim podiam ser classificados
corno usuários especialistas, enquanto que hoje em dia a maioria é formada por Linguagens de comandos
pessoas de quem não se exige requisito algum.
Inexiste uma teoria unificada ou quadro elucidativo sobre a interface do ser As linguagens de comandos são um dos estilos de diálogo mais antigos e mais
humano com a máquina. Não obstante, admitem-se vários conjuntos de diretri- utilizados. Nos diálogos baseados em comandos os usuários inserem as ins-
zes gerais para o projeto de diálogo. Shneiderman ( 1987) sugere oito regras: truções na forma de comandos. O computador reconhece tais comandos e exe-
cuta a ação apropriada. Por exemplo, se o usuário digitar IMPRIMIR l-2, o com-
1 Os diálogos devem ser consistentes. putador responderá com uma roens.agem, indicando que o comando foi exe-
2 Os sistemas devem permitir aos usuários utilizar atalhos em algumas partes cutado, ou uma outra informando por que o comando não pôde ser executado. A
de diálogos bem-conhecidos. linguagem de comandos para determinado sistema é uma característica do
3 Os diálogos devem reagir com respostas informativas. programa em que o sistema roda. Há linguagens de comandos ligadas a sistemas
4 As seqüências de diálogos devem ser organizadas em grupos lógicos. operacionais e a programas aplicativos. Os serviços de buscas em linha utilizam
5 Os sistemas devem oferecer uma possibilidade simples de lidar com erros. amplamente interfaces baseadas em comandos e muitos dos primeiros sistemas
6 Os sistemas devem permitir a reversão de ações. de recuperação de textos baseavam-se em comandos.
7 Os sistemas devem permitir que usuários experientes se sintam corno se As linguagens de comandos deve1n incluir comandos para todas as funções
estivessem exercendo controle, e não o sistema. que o usuário queira executar e, portanto, uma vez que sistemas diferentes exe-
8 Os sistemas devem ter como objetivo reduzir a necessidade de descargas na cutam funções diferentes, é inevitável que as linguagens de comandos variem de
memória temporária. Em outras palavras, não é natural que os usuários te- um sistema para óutro. Foram feitas algumas tentativas para adotar linguagens
nham de se lembrar de algo corri ·muita freqüência. de comandos padrÕnizadas para sistemas que executem funções similares, e
coino resultado disso surgiu a Coinmon Command Language utilizada por
É importante recordar que os dispositivos físicos pelos quais pode ocorrer a in- alguns dos serviços de buscas em linha. A nonnalização, no entanto, é dificil, e-··
teração- isto é, os dispositivos de entrada e saída- impõem restrições impor- uma característica inerente aos diálogos baseados em comandos é a neces-
94 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 95
sidade de os usuários se familiarizarem com a linguagem de comandos utilizada. dirigida muito de perto para o usuário. Isso envolve cuidadosa análise da estru-
Uma opção intermediária, amplamente utilizada, sendo apropriada para usuá- tura do menu, toques de teclas necessários e técnicas de atalho de menus. Por
rios que tenham algum domínio do sistema, consiste no- uso de comandos em exemplo, os usuários especialistas devem contar com a opção de acessar deter-
menus, em que estes lembram aos usuários o uso dos comandos. Isso, contudo, minada tela ou fazer urna seleção sem terem necessariamente que passar por
não é eficiente quando se trata de usuários neófitos, porque eles mal podem ·todas as seleções de menus anteriores.
adivinhar qual é o significado dos comandos mostrados nos menus. · Quando existem muitos comandos possíveis e a exibição de todos pode ser
As linguagens de comandos são potencialmente a interface mais rica, mas difícil, eles às vezes são organizados em estruturas hierárquicas. Em outras
isso implica o sacrificio da dificuldade de aprendê-las. O usuário deve aprender palavras, um menu pode não só conter comandos, mas também caminhos para
não apenas os comandos propriamente ditos mas também sua sintaxe, inclusive outros menus. Por exemplo, um comando FORMATO num pacote de processa-
a ordem em que devem ser escritos. O posicionamento e a escolha de separa- mento de textos, ao ser selecionado dentro de um menu, poderá mostrar um outro
dores, como espaços, vírgulas, pontos-e-vírgulas e dois pontos, são muitas vezes menu em que se acham relacionadas as opções de itens a serem formatados,
cruciais para que o sistema aceite e execute um comando. Por exemplo, para corno, por exemplo, caracteres ou parágrafos.
mostrar na tela o arquivo invertido de nomes de autores que circundem o autor Embora os menus possam ser muito úteis na recuperação, eles de fato pos-
J. Keen, no banco de dados DIALOG, o consulente precisa saber que a sintaxe suem algumas limitações:
correta desse enunciado de busca é 'AU=KEEN ,J'.
As principais vantagens das linguagens de comando são: economia de 1 Não se prestam para entrada de dados como números ou textos.
espaço da tela, endereçamento direto de objetos e funções pelo seu nome, e a 2 São muitas as informações que aparecem na tela, que tomam tempo para
flexibilidade de funções de um sistema que uma combinação de comandos pode serem lidas.
proporcionar. 3 Numa tela somente pode ser apresentado um número limitado de_ opções, e
a fim de oferecer um número maior de opções é preciso elaborar uma h ierar-
Interfaces baseadas em menus ~~ =m -
4 Quando se inclui uma hierarquia de menus e submenus, é importante forne-
Os menus apresentam ao usuário várias alternativas, ou então um menu na tela, cer os menus ao usuário para que ele possa saber onde se encontr~m e assim
e lhe pedem que selecione uma opção, a fim de prosseguir. As opções dos menus traçar seu caminho na hierarquia. ~
são nonnalmente exibidas na forma de comandos, o que é particularmente
adequado para usuários mais experientes, ou como breves textos explicativos. As interfaces atuais valem-se de vários tipos diferentes de menus, muitas vezes
Figuras ou ícones são também empregados para representar opções do menu. combinados entre si. Os tipos de menus mais comuns incluem:
Seleciona-se a opção apropriada digitando-se um código (em geral um número
1 Menus de uma única opção, em geral usados para solicitar a confirmação
ou letra) correspondente àquela opção, ou apontando-se a opção desejada com
um mouse ou outro dispositivo apontador. Em geral, admite-se que os menus são de uma resposta apresentada pelo usuário.
2 Menus instantâneos, que surgem subitamente, muitas vezes no centro da
um método razoável para o usuário eventual ou novato. Raramente se precisa de
tela, solicitando que o usuário dê uma resposta ou faça uma seleção.
ajuda suplementar e se exige pouca entrada de dados por parte do usuário. O
3 Menus descendentes encontram~se com freqüência ligados a um menu
projetista do sistema restringiu o total de opções e, assim, o usuário novato tem
principal no alto da tela. Quando o usuário clica numa opção de menu na
menos propensão a cometer erros. Igualmente, os usuários que não dominem a
barra principal de menus, surge um outro menu com várias opções.
terminologia da interface podem receber auxílio, pois os menus limitam o
4 Menus em cascata são uma série de menus. Assim, por exemplo, o usuário
conjunto de opções. Se forem estruturados de modo adequado, e os itens
clica numa opção da barra principal de menus no alto da tela e exibe um
cuidadosamente selecionados, os menus podem ser de uso rápido e fácil,
menu em cascata. As opções neste menu que remetem para a exibição de ou-
geralmente exigindo apenas q1:1e se acionem uma ou duas teclas ou o mesmo
tros menus poderão estar identificadas, por exemplo, por reticências:' Ad-
número de cliques no mo use para çompletar uma seleção. Além de tudo, uma vez
quirir imagem ... ' Ao clicar nessa opção chegamos a outro menu. Isso é co-
que qualquer que seja a entrada ela deve corresponder a uma das opções
nhecido como menu em cascata. Esse tipo de menu é particularmente útil
oferecidas, os sistemas baseados em menus são fáceis de programar.
quando há u1na série de ações para serem executadas, pois podem lembrai
Para usuários 1nais experientes, os menus podem ser frustrantes e limita-
ao usuário a seqüência em que essas ações devem ser completadas.
dores. As interfaces baseadas em menus devem ser definidas com a atenção
96 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 97
5 Barras de menus principais surgem na parte superior ou inferior da tela Diálogos por meio do preenchimento de formulário
e ali permanecem enquanto o usuário executa outras funções e exibe outros
menus. Podem conter, ligados aos principais, menus descendente$, como Neste tipo de diálogo o usuário trabalha na imagem de um formulário na tela, que
indicado acima, ou podem simplesmente exibir algumas opções comuns de terá rótulos e espaços livres para neles serem inseridos dados. Convém que se
menus, como 'ajuda', 'salvar' e 'sair'.: possa mover o cursor para qualquer posição adequada para a entrada de dados.
........................... Em geral, os rótulos são protegidos contra alterações ou a possibilidade de outro
Reflexão Examine os diferentes tipos de menus usados num paco- texto se sobrepor a eles, e certos usuáríos podem estar autorizados para alterar
te de programas ao qual você tenha acesso. Explique as alguns campos enquanto outros permanecem protegidos. O preenchimento de
vantagens desses tipos para a aplicação correspondente. formulário é uma forma útil de diálogo para inserção de registros e blocos de
dados, sendo usado em interfaces do tipo consulta por meio de exemplo em
Teclas de funções operações de busca. Todas as entradas de dados devem ser validadas e os erros
comunicados ao usuário. Como o preenchimento de formulário envolve, às
As teclas de funções são um equívalente dos menus, proporcionado pelo equi- vezes, grande volume de entrada de dados, pode tomar muito tempo e causar
pamento, com opções atribuídas a teclas especiais do teclado. As teclas de fun- frustração e erros. Nos diálogos por meio do preenchimento de formulário o
ções podem, por exeinplo, abranger opções como 'copiar', 'inserir', 'apagar', usuário exerce pouco controle do diálogo, mas esse método tem a vantagem de
'ajudar', 'exibir registro' ou 'chamar menu'.
o usuário raramente precisar lembrar-se de comandos ou sua sintaxe.
As teclas de função com código fechado ou rígido exercem uma função que
lhes foi atribuída de modo permanente e são localizadas desta maneira. No caso Interfaces gráficas e manipulação direta
das teclas de código aberto ou flexível, a chamada de comando é atribuida à
tecla de função pelo programa aplicativo. A maioria dos teclados possui de 10 A idéia de manipulação direta é que as ações do usuário devem afetar direta-
a 12 funções, de modo que é extremamente limitado o número de opções que mente o que acontece na tela, no sentido de haver a sensação de estar manipu-
podem ser abrangidas por essas teclas. lando fisicamente os objetos na te la. Em geral, os sistemas de manipulação direta
possuem ícones que representam objetos que podem ser movidps e mani-
Diálogos de perguntas e respostas pulados ao se controlar o cursor com o mouse. É possível, por exen1.plo, mover
um arquivo clicando no ícone que o representa e arrastando-o para.outro local.
O usuário do diálogo baseado em perguntas e respostas é orientado durante a Uma interface gráfica não é o mesmo que interface de manipulação direta.
interação por meio de perguntas ou mensagens mostradas na tela. O usuário Em sentido estrito, significa interface que usa imagens mapeadas em bits e não
responde com a inserção de dados pelo teclado. Em geral, as perguntas exigem caracteres. Muitas vezes os termos são usados de forma recíproca, embora seja
uma simples resposta afirmativa ('sim') ou negativa ('não'), mas em outras possível haver uma interface gráfica que não adota manipulação direta, e algu-
ocasiões o usuário será solicitado a fornecer alguns dados, c~mo um código, uma mas das interfaces de acesso público mais fáceis, baseadas em telas sensíveis ao
senha, seu nome ou outros dados textuais. Em geral, no entanto, o natural é as toque, são interfaces gráficas sem recursos de manipulação direta.
respostas constarem de uma só palavra. Ao receber a resposta do usuário, o As interfaces de manipulação direta, lideradas pelo Windows da Microsoft,
computador a avaliará e agirá da forma adequada, o que pode envolver a exi- tornaram~se ainplamente difundidas. Shneiderman ( 1982) identifica as seguin-
bição de dados, perguntas adicionais ou a execução de uma tarefa, como salvar tes características positivas dos sistemas de manipulação direta:
um arquivo. A informação contida na mensagem é facilmente personalizada
conforme os requisitos do usuário, e este estilo de diálogo pode ser útil, portan- Os nov.atos podem aprender rapidamente o essencial do funcionamento do
to, para usuários inexperientes e ocasionais. Sua principal desvantagem está i;:m sistema (de modo que podem começar facilmente e irem aprendendo mais
que a interação pode ser lenta, pois todo item a que se der entrada deverá ser sobre o funcionamento à medida que vão trabalhando).
validado a cada passo antes de continuar o diálogo. O diálogo por meio de per- 2 Os usuários experientes podem trabalhar de 1nodo extremamente rápido
guntas e respostas é muito utilizado, numa forma simples, em interfaces gráfi- para executar uma ampla variedade de tarefas.
cas, em que uma pergunta pode ser apresentada numa caixa de diálogo e o usuá- 3 Os usuários podem ver rapidamente se suas ações estão ou não levando aos
rio deve responder clicando o botão de 'sim' ou 'não'. objetivos que têm em mira, e, se preciso, adotar as medidas corretivas.
4 Os usuários sentem-se menos ansiosos porque o sistema é compreensível e .
as ações são reversíveis.
98 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 99
5 Os usuários adquirerri confiança e proficiência porqlle podem iniciar urna normalmente" mostrados como pequenos círculos. Quando clicados e sele-
ação e prever as respostas do sistema.
cionados, o ~írculo vazio é preenchido com· um círculo menor cheio.
As interfaces gráficas são especialmente úteis quando se sabe que a população Caixas de confirmação são visualizadas çomo pequenas caixas. Ao ser sele-
cionada, a caixa aparece preenchida com um X, e ao ser clicada, liga ou desliga
de usuários contará com a.!ta proporção de neófitos, ou alternativamente quan-
do contém uma mescla de novatos e usuários mais experientes. a opção. Muitas vezes, uma série de caixas de confirmação pode ser mostrada na
caixa de diálogo para o usuário selecionar várias opções ou configurações.
As ferramentas disponíveis para o desenho de interfaces em ambiente
Windows e outros ambientes baseados em interfaces gráficas são determinadas
Ícones
pelos componentes clássicos desse tipo de interface. Esses componentes são
empregados para projetar o programa em seu estado nativo e no projeto de Os ícones são representações gráficas de vários elementos numa interface gráfi-
quaisquer interfaces em aplicativos baseados nesse programa. Os componentes ca, tais como unidades de disco, aplicativos, objetos e documentos incorpo-
clássicos das interfaces gráficas são janelas, caixas de diálogos, menus e co- rados e vinculados. Pode-se escolher um ícone clicando-se duas vezes sobre ele.
mandos, botões e caixas de confirmação, e ícones. (Os menus e comandos foram Por exemplo, a janela principal do Windows mostra os principais aplicativos
vistos anteriormente neste capítulo.) incluídos no Windows, como gerenciador de arquivos, painel de controle,
gerenciador de impressão, visualizador da memória temporária, aviso do MS-
/anelas oos, instalação do Windows, editor P!Fe leia-me. Ícone~ de grupos representam
Janela e uma área retangular da tela em que se pode ver um aplicativo ou um outros grupos de ícones.
documento. A maioria das janelas podem ser abertas, fechadas, movidas e au-
1nentadas ou diminuídas. Várias podem ser abertas simultaneamente, e quase
Diálogos em linguagem natural
todas podem ser reduzidas ao tamanho de um ícone ou ampliadas para encher As interfaces em linguagem natural.permitem aos usuários comunicarem-se em
toda a tela. Algumas vezes janelas são exibidas dentro de outras janelas. Há dois sua língua materna, como o português, por exemplo. O sistemap'recisa estar apto
tipos de janelas: lado a lado e em cascata. As janelas lado a lado ocorrem quando tanto a interpretar entradas feitas pelo usuário em linguagem natural e reagir a
a tela aparece dividida de formaregulare1n subtelas sem qualquer superposição. elas, quanto, preferencialmente, . também gerar enunciados em linguagem
As janelas e1n cascata P?dem ser acomodadas uma em cima da outra. As janelas natural em resposta aos do usuário. A fim de conseguir manter esse diálogo o .
têm múltiplos usos. Areas da tela podem ser separadas para apresentar sistema deve incluir recursos tanto de compreensão quanto de geração do
mensagens de erro, menus· de controle, área de trabalho e ajuda. português. Em geral, ainda não é possível projetar interfaces em linguagem
natural que interpretem corretamente qualquer solicitação que lhes seja feita,
Caixas de diálogo porém podeiri ser utilizadas de mo~o eficiente em ambientes mais estruturados
onde seja conhecido o conjunto de toda a tenninologia, seu uso, fraseologia e os
Caixa de diálogo é uma janela especial que aparece temporariamente para soli-
pedidos mais comuns. Assim, foran1 projetados alguns sistemas de recuperação
citar informação. Muitas delas possuem opções que se podem selecionar para
de informação em que o usuário faz as buscas mediante a entrada de frases em
comunicar ao programa que execute um comando. Uma caixa de diálogo solíci-
linguagem natural. O sistem~· possui algoritmos para decompor ~ssas frases nos
ta informação ao usuário. :Por exemplo, os usuários podem precisar selecionar
termos de b_usca que as compõem, realizar buscas e fornecer respostas para os
certas opções, digitar u1n texto ou especificar determinadas configurações.
usuários sobre o conjunt~)di;: ~ocumentos recuperados.
Botões e caixas de confir[71ação Ainda há muitas dificU l_dades p3ra gerar interfaces que possam lidar com a
linguagem i:iatural. Entre e"lás temos:.
Botões e caixas de confirmação são similares, pois clica-se neles para sele-
cionar uma opção ou escolher um comando. AmbigQ.idade. Os seres humahos podem dar-se ao luxo de ser ambíguos
Há dois tipos de botõe~: de coi'nando e de opção. Os botões de coinando per- porque ~tnpregamos diferentes formas de comunicação, como gestos, lin·
mitem-nos escolher um comando, do tipo 'salvar' ou 'ajuda'. Aparecem como guagem'.corporal e relaçQes pronominais antecedentes que auxiliam naco-
imagens de teclas. Botões ~e comando exibidos com ' ... ',como em 'instalar',
mostrarão outra caixa de diálogo ao serem clicados. Os botões de opção são 2
=~~ .
Múltiplos significados .. As palavras possuem múltiplos significados, ·de-
pendendo de sua posição na frase ou do contexto da comunicação.
l 00 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR l 0]
3 Imprecisão. Há inúmeras palavras empregadas na linguagem natural, Esses componentes precisam ser integrados de modo que, por exemplo, as cores
como 'em média', 'um bocado de', 'poucos' e 'muitos', que são imprecisas complementares do desenho sejam empregadas para se combinarem tom urna
e difíceis para o sistema interpretar como um número específico ou determi- imagem fixa, ou a iluminação de uma seqüência de vídeo se combine com a
nada faixa de números. aparência e a impressão transmitida pelo resto da produção do trabalho.
Há muitas perguntas ainda não respondidas sobre como as pessoas usariam
As interfaces em linguagern natural são, em geral, vistas como sendo úteis para as interfaces multimldia. Isso pode depender da natureza da aplicação para a
usuários pouco informados, porque eles podem acercar-se do sistema sem qual se esteja usando multimídia. As áreas de sua aplicação abrangem entrete-
conhecimento algum a ·seu respeito, do conteúdo da base de dados ou das nimento, vendas, fornecimento de informações e educação.
estratégias de recuperação que o sistema empregará. Usuários mais exp_erientes
talvez achem frustrantes as interfaces em linguagem naturali caso queiram es- Combinação de estilos de projetos de interfaces com o usuário
pecificar a gama de recursos de recuperação usados numa busca. Por exemplo,
podem querer especificar se será usado truncamento. Os usuários muitas vezes Um sistema deve ser projetado para:
precisam de assistência para expressar suas hipóteses ou questões como um
abranger todas as tarefas que precisam ser executadas com o sistema
enunciado de busca, mesmo com interfaces em linguagem natural.
ser utilizado por diferentes tipos de usuários.
Diálogos baseados na voz Alguns sistemas de recuperação de informação, como os que utilizam ceder-
rons ou serviços externos de buscas em linha, podem em algumas aplicações ser;~
Todos os diálogos vistos até agora referem-se à comunicação baseada em telas efetivamente autôno1nos, pois as únicas tarefas que o usuário executará serã~5·
com auxílio de teclados, mouses, telas sensíveis ao toque e dispositivos simila- orientadas para a recuperação. Outros sistemas de recuperação de informação;:;-
res. Há muitas circunstâncias cm que um diálogo baseado na voz seria mais principalmente os catálogos em linha de acesso público, podem fazer parte de~:
conveniente para o usuário. Isso seria atraente para o usuário ocasional que um sistema maior. É preciso adotar um método coerente para o projeto de inter-:.-·
estivesse inserindo apenas respostas monovocabulares, como 'sim' e 'não' e faces em todos os componentes do sistema. Um sistema de gerenciamento de.....
também para quem inserisse grande volume de dados textuais. Esses diálogos bibliotecas, por exemplo, suporta as operações de rotina de empréstimo e devo-:
podem ser voz-a-voz (isto é, o computador e o usuário conversam entre si) ou lução de livros, além da entrada de dados relativos ao catálogo e registros do ·
tela-a-voz (isto é, o computador fala e o usuário opera o teclado). leitor e a recuperação da informação no catálogo em linha de acesso público.
Nos diálogos voz-a-voz, a comunicação pode ser remota, de uma estação de As interfaces gráficas lançam mão de uma ampla variedade de diferentes
trabalho, por meio de um receptor telefônico e uma conexão de telecomu- estilos de interface e demonstram que é possível combiná-los entre si. No en-
nicação. Todas essas modalidades têm suas aplicações, e os modos de diálogo tanto, é importante utilizar uma metçdologia apropriada para projeto de inter-
esboçados acima (por exemplo, menu, comando, preenchimento de formulá- faces, a fim de garantir que o estilo da interface combina com a gama de usuá-
rios) seriam usados num diálogo baseado na voz. Embora haja algumas aplica- rios e com as tarefas que provavelmente haverão de querer executar.
ções para esses sistemas, são limitadas, e se devem aguardar novos progressos. A tabela 4.4 resume algumas das vantagens e desvantagens de diferentes
estilos de projeto de interfaces.
Interfaces _multimídia
As interfaces multimídia apresentam desafios interessantes para seus proje- Cor no projeto de interface
tistas no que concerne a como melhor incorporar som, vídeo, imagens fixas, A cor encontra uma de suas aplicações fundamentais. no fundo de tela e no texto
gráficos, texto, números e animação. Pode-se dizer que as interfaces multiµlídia ali exibido. Muitas aplicações também fazem amplo uso de cores nas barras de
possuem dois componentes: status, menus e outras áreas da tela. A cor pode ser um mecanismo eficaz para
comunicar mensagens de alerta, chamar a atenção e definir relações. Em vários
a interface de navegação, que exibe muitas das características de uma inter-
siste1nas de bases de dados a cor é utilizada para atrair a atenção para partes
face gráfica, co1no botões e janelas
específicas dos registros. Em geral, a cor pode ser usada para: "
os elementos gráficos que contribuem para a aparência do aplicativo, inclu-
sive fundos de tela, texturas, cores, a forma como a tipografia é mostrada na chamar a atenção para mensagens de advertência
tela, e como as imagens fixas, gráficos e vídeos sã? exibidos.
'
melhorar a legibilidade e reduzir o cansaço visual Não obstante, as cores devem ser utilizadas com cautela, reconhecendo as
destacar diferentes partes da imagem na tela, como barras de status e menus diferenças que os usuários potenciais apresentam na fonna de ver as distinções
agrupar elementos em menus ou barras de status, de modo que, por exem- cromáticas e obter informações das cores. Se usada de modo inadequado, a cor
plo, uma instrução seja associada ao número de sua tecla de função. pode ser um elemento de distração, confusão ou desagrado.
Estilo Vantagens Desvantagens z39.50 e SR são normas relativas à recuperação da infonnação. A z39.50 é um
protocolo nacional norte-americano desenvolyido pelo ANSI (American Natiw
Menus Fáceis de aprender; fáceis de De uso lento em sistemas gran- onal Standards !nstitute), enquanto a SR, ou !SÓ 1O162/3 Search and Retrieve, é
usar; fáceis de programar; des; opções limitadas por a norma internacional oriunda da International Standards Organisation. A
adequados para novatos menu; cu~to de transmissão; z39.50 e a SR são compatíveis, mas a 239.50 é utilizada com mais freqüência
ao acessarem as opções podem ser irritantes para devido à sua maior funcionalidade.
do sistema usuários experientes A Z39.50 constitui um protocolo de camada de aplicações que suporta a
Ícones Muito fáceis de aprender; fá- Antieconômicos em matéria de
construção de aplicações distribuídas de recuperação da informação (ver o mo-
ceis de usar; independem da espaço da tela; precisa de su-
língua; relativamente fáceis porte textual; requer equipa- delo OS! no capítulo 3, em que a camada de aplicações é a camada superior, ou
de programar; adequados mento gráfico; precisa de pro- a camada que processa os dados). A implementação da norma z39 .50 permite a ~
para usuários novatos no grama de criação de ícones usuários de diferentes produtos de software se comunicarem entre si e inter-··.~·
acesso ao sistema e em cambiar dados. E, o que é mais iinportante, a interface local, plenamente cow·..'~··
interfaces de comandos nhecida, pode ser utilizada para fazer buscas em outras bases de dados remotas: ::
Pergunta e Fácil de usar; fácil de apren- Sem complexidade; uso lento Isso significa que o usuário, por exemplo, pode fazer buscas num catálogo em-~·
resposta der; fácil de programar linha de acesso público remoto, montado num sistema diferente de gerencia- · ~
Preenchi- Rápido de usar; fácil de usar; O formulário somente serve mente de bibliotecas, adotando a interface disponível na biblioteca local. ·•
mento de fácil de aprender; serve para para entrada de dados
A Z39.50 funciona em ambiente de cliente-servidor (ver capítulo 2), con--::.-
formulá- todos os tipos de usuários,
rios texto em que o cliente é a origem e o servidor o alvo. Do lado do cliente, um
entrada de dados, visualização
e interfaces de recuperação pedido oriundo do aplicativo do usuário é traduzido para a Z39.50 na origem e
Linguagens Rápidas de usar; complexas; Difíceis de aprender; difíceis enviado para o alvo. Do lado do servidor, o alvo traduzo pedido para uma fonna
de coman- adequadas para usuários de usar por novatos; difíceis de compreensível pelo aplicativo da base de dados, que processa o pedido, localiza
dos com necessidades complexas programar a informação e a devolve ao alvo, qué, por sua vez, devolve-a à orige1n. O prow
linguagem Comunicação natural; não Difícil de programar; requer cesso recíproco de tradução contém informações de retorno.
natural requer aprendizagem; adequa- base de conhecimentos; Muitos fornecedores de sisternas, mas nem todos, oferecem clientes e/ou
da para usuários novatos num entrada prolixa; pode ser servidores z39.50. Esta norma é utilizada em vários sistemas_ de gerenciamento
domíniorestriio ambígua
de bibliotecas, no serviço FirstSearch do OCLC (fornecimento de documentos e
Multimídia Fácil e interessante de Requer memória do tipo de
disco óptico e canais de comu- empréstimo entre bibliotecas) e nos serviços de buscas em linha oferecidos por
usar; atrai a atenção;
suporta aprendizado e nicação de grande largura de Mead Data Central e DIALOG; a Si!verPlatter incorporou-a em sua Electronic
compreensão num modo banda; relativamente caro Reference Library. Embora a Z39.50 pennita o uso de urna interface local de
multidimensional para criar bases de dados e busca, isso não significa que todos os recursos de busca normalmente ofere-
interfaces de boa qualidade cidos por essa interface estejam disponíveis. Uma vez que a aplicação da base de
dados remota executa a busca, o usuário está limitado aos recursos desse
sistema. Também há algumas limitações impostas pelo próprio protocolo. Por
Reflexão Use a tabela 4.4 para comparar duas interfaces que este- exemplo, o protocolo não abrange a classificação por ordem de relevância. .~
jam facilmente disponíveis para você.
t
i'
..........................................................
Referências
RESUMO
Shneiderman, 8. The future of interaction systems and the emergence of direct manipu-
Este capítulo iniciou explicando a maneira como os dados são representados no lation. Behaviour and information technology, v. 1, p. 237-256, 1982.
J computador. As linguagens de programação com as quais podem ser enviadas
instruções para o computador incluem código de máquina, linguagem de mon-
- - . Designing the user interface: strategies for ejfective human-computer interac-
tion. Reading, MA: Addison-Wesley, 1987.
tagem, linguagens de alto nível, linguagens de quarta geração e linguagens orien·
Bibliografia
tadas a objetos. O desenvolvimento de programas precisa levarem conta os prin-
cípios da programação estruturada. Os sistemas operacionais respondem pelo Nota: A maioria dos livros citados no final do capítulo 2 contém uma breve introdução
gerenciamento do funcionamento básico do computador. Pacotes de aplicativos sobre os temas abrangidos neste capítulo.
foram desenvolvidos para atender a diferentes aplicações, como gerenciamento
Booth, P.A. An introduction to human-compurer interaction. Hove: Erlbaum, 1989.
de bases de dados, processamento de textos e gráficos. Muitas vezes um pacote
Dempsey, L. Distributed Jibrary and information systems: the significance ofz39.50.
é uma solução com melhor relação custo-eficácia do que o desenvolvimento de Managing informalion, v. 1, n. 6, p. 41-42, 1994.
programas pela própria organização usuária a fim de suportar aplicações espe- Hobart, J. Principies ofgood GUI design. UNIX review, p. 37-46_. 1995.
cíficas de bases de dados, como o gerenciamento das transações de uma bi- Large, A. The user interface to CD-ROM .databases. Journaf oflibrarianship and infor-
blioteca. O projeto da interface entre seres humanos e computador é uma carac- mation science, v. 23, n. 4, p. 203-217, 1981.
terística importante dos pacotes de programas e pode ter um efeito marcante na McGraw, C.L. Designing and evafuating user interfaces for knowledge based systems.
eficácia do sistema. Os estilos de diálogo incluem interfaces gráficas, em multi- New York; London: El!is Horwood, 1992.
mídia, menus, comandos, preenchimento de formulários, perguntas e respostas Mohan, L.; Byrne, J. Oesigning intuitive icons and toolbars. UN!Xreview, p. 49-54,".
1995.
e diálogo em linguagem natural.A Z39.50 e asR contribuíram em muito para uma
Powell, J.E. Designing user interfaces. San Marcos, CA: Microtrend, 1991. ..;
maior padronização do projeto de interfaces. Preece, J. et ai. Human computer interaction. Wokingham: Addison-Wesley, 1994.
Rowley, J.; Slack, F. Public access 1'nterface design. Aldershot: Gower, 1998.
QUESITOS DE REVISÃO Russell, R. (ed.) Z39.50 and SR. Ll7C report, 7, 1996.
Dê alguns exemplos dos tipos de dados que um byte de memória Shackel, B. Human-çomputer interaction: whence and whither. Journal o/the Ameri-
can Society for Jnformation Science, v. 48, n. 11, p. 970-986. 1997.
pode armazenar.
Shaw, D. The human-<:omputer interface for information retrieval. Annuaf review o/
2 Explique a diferença entre código de máquina e uma linguagem in/ormation science and technology, V. 26, p. 155-195, 1991.
de programação de alto nível. Temple, Barker and Sloane Inc. The benefits ofthe graphica[ user interface. lv/ultimedia
3 Quais as funções básicas de um sistema operacional? review, p. 10-17, 1990.
4 Por que uma instituição deve sempre levar em conta a possibili- Vickery, 8.; Vickery, A. On-line search interface design. Journal o[documentation, v.
dade de adotar pacotes de programas aplicativos já existentes 49, n. 2, p. 103-187, 1993.
antes de decidir-se por desenvolver um pacote especial para suas
necessidades?
5 O que é programa utilitário e quais as funções que executa?
6 Descreva os diferentes tipos de programas administrativos.
7 Quais as formas de suporte que existem quando se adotam
programas aplicativos?
8 Quais as diferentes formas de componentes no projeto de inter-
faces?
9 Diferençar entre mariipulação direta e interfaces gráficas.
10 Quais as características especiais do projeto de interfaces e1n
multimídia?
1t Explique a importância do protocolo z39.50.
BASES DE DADOS 107
USMARC record estudadas neste capítulo empregam uma mistura de campos fixos e variáveis, a
fim de poderem comportar os diferentes tipos de dados. Além disso, objetos
001 Sa94-790547
005 Sa19950106130304.3
como fotografias e videoclipes podem ser armazenados como arquivos separa-
008 950106s1994####dcun#######m########eng## dos ligados a registros que contenham campos de tamanho essencialmente fixo
040 SaDLC ScDLC $dOLC ou variável.
050 OOSaZ69S.615
082 10Sa025.JS212
111 2SaSerninaronCataloging Digital Documems Sd(l994 ScUniv~r..ityofVirginia Reflexão Examine os campos do registro bibliográfico dafiguraS.2.
Library and Library of Congress)
245 10$aProceedingsoftheSeminaron CatalogingDigital Documents, October 12·
Por que cada um deles foi incluído? Quais desses itens de
14.1994$h{computerfile} . dados poderiam ser acomodados satisfatoriamente em
/$cUniversity ofVirginia Library, Charlonesville, and the library of campos de tamanho fixo?
Cüog=
256 SaComputerdataandprogram.
260 $a{ Washington, D.C. :$blibraryofCongress,$cl 994 }. Dentro de cada campo, os elementos específicos de dados ou unidades de
538 $aAccess: !nternetAddress:
ho.pJ/lcweb.loc.gm/ratdir/semdigdocso'seminar.html. informação podem ser denominados subcampos. Estes subcampos precisa1n
-
500 $aTitle from title screen. ser sinalizados, a fim de que possam ser identificados pelo computador.
500 $a"Sponsor: Sarah Thomas, directorforcataloging. LibraryofCongress" •• Home
Os registros de uma base de dados podem ser recuperados por mei_o da
520 #Sa Text, graphics, and audiofiles, indudlnga summaryoftheseminarbySarah inserção de séries de caracteres e solicitando-se ao computador que as localize.
Thomas, colar photographs of the presenters anel various events, textsof the Isso permitirá que sejam selecionados subconjuntos da base de dados conforme
presentations, notes taken by UbraryofCongress staff, recordsofthe panet
discussion, an adion plan, anel a listof participants. um critério de consulta. Evidentemente, o que se pode recuperar dé.P.ende do
650 #Q$aCatalogingof computer files $xCongresses SxDatabases. que existe na base de dados e da forma como as informações tiverem "sido estru-
700 1 # $a Thcmas, Sara li.
710 2#$aUniversityofVirginia. SbLibrary. turadas. Comumente, são feitas buscas em certas partes dos registros e seu
710 2#$alibraryofCongress. conteúdo é usado como chaves de busca. É comum haver uma gáma razoável
856 7$uhttp://loveb.loc.gov/c.atclir/semcligdoa/seminar.htm1$2http
de tipos de chaves de busca, bem como diferentes maneiras pelas quais se pode
fazer uma busca numa base de dados. Também é possível, usualment_e, selecio-
Figura 5.2 Campos de um registro bibliográfico (USMARC; ver também nar os campos de u1n registro que são apresentados numa determin'!-da aplica-
seção 5.4) ção e formatar essa apresentação de várias maneiras diferentes.
Existem dois tipos de campos: campos de tamanho fixo e campos de tamanho 5.3 Tipos de bases de dados
variável. U1n campo de tamanho fixo contém o mesmo número de caracteres ...:\s bases de dados podem ser armazenadas em meios magnéticos ou ópticos,
em cada registro. Como os tamanhos fixos são previsíveis, não é preciso sina- como discos, e acessadas local ou remotamente. Isso inclui o acesso à base de
lizar para o computador onde co1neça e termina cada campo. Os campos de dados da instituição, que abranja transações e registros financeiros, ou a outras
tamanho fixo permitem um armazenamento econômico e os registros que os bases de dados que possam ser acessadas à distância. Algumas dessas bases de
adotam podem ser codificados rápida e facilmente. No entanto, os campos de dados conterão informações de acesso público, como resumos e índices, textos
tamanho fixo talvez não comportem de forma adequada dados de tamanho va- completos de relatórios, enciclopédias e cadastros, enquanto outras serão com-
riável. Os campos de tamanho fixo são excelentes para serem usados com códi- partilhadas no âmbito de uma instituição ou grupo de instituições.
gos, como ISBNs, códigos de leitores, códigos de produtos, números de contas
bancárias, datas e códigos de idio1nas, cuja extensão da informação será igual Bases de dados de referências e de fontes
em cada registro. Quando se trata de dados de tamanho variável tornam-se ne-
cessários ca1npos de tamanho variável. Um campo de tamanho variável terá Classificam.se como de referências e de fontes as bases de dados disponíveis
diferentes tamanhos em diferentes registros. Neste caso, o computador não para os usuários da informação em âmbito público e que sejam acessadas à dis-
pode reconhecer quando um campo termina e outro começa, tornando-se neces- tância, por meio de um serviço de buscas em linha, ou localmente em cederrom.
sário, portanto, sinalizar o início e o fim dos campos. A análise do formato de As bases de dados de referências remetem ou encaminham o usuário a ou-·
registro MARC trata de uma das formas de se realizar isso. As bases de dados tra fonte, como um documento, uma pessoa jurídica ou pessoa física, para que
l] 0 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO BASES DE DADOS ll!
obtenha informações adicionais. ou o texto completo de um documento. Como As bases de dados bibliográficos contêm uma série de registros bibliográficos
exemplos ternos: ligados entre si, onde cada um em geral apresenta uma combinação dos seguin-
tes componentes:
1 Bases de dados bibliográficos, que incluem citações ou referências biblio-
gráficas e. às vezes, resumos de trabalhos publicados. Informam ao usuário número do documento
sobre o que foi publicado e onde se publicou (por exemplo, se num perió- titulo
dico, nos anais de um congresso) e, na hipótese de a base conter resumos, autor
àpresentarão urha síntese do conteúdo do documento original. referência da fonte
2 Bases de dados catalográficos, que mostram o acervo de determinada bi- resumos
blioteca ou rede de bibliotecas. Comumente, essas bases de dados relacio- texto integral
nam quais os livros, títulos de periódicos e outros itens que a biblioteca termos ou expressões de indexação
possui em seu acervo, porém não proporcionam informações adicionais so- citações ou quantidade de referências
bre o conteúdo desses documentos. As bases de dados catalográficos são um instituição de origem do documento, ou endereço do autor, ou ambos
· tipo especial de base de dados bibliográficos, porém, em virtude de sua ori- língua do documento-fonte
entação ser bastante diferente da de outras bases de dados bibliográficos, infonnação de uso interno, como números de classificação ou localização.
merecem ser identificadas como uma categoria à parte.
Esses componentes podem ser denominados como uma referência ou citação
3 Bases de dados referenciais, que referenciam infonnações ou dados, como
documental, e cada um deles geralmente será representado por Uf!I Ç::irnpo dife-
nomes e endereços de instituições, e outros dados típicos de cadastros.
rente. Há notável variabilidade entre os formatos de registro de basés de dados
Reflexão Examine um dos registros encontrados no catálogo da bi- bibliográficos, de modo que a lista acima menciona apenas os coinponentes
blioteca que lhe seja· mais acessível. Quais os campos que mais co1nuns, que não fornecem as infonnações ou o texto do docuniénto-fonte,
ele apresenta e que podem ser visualizados por você como mas somente indicam onde as informações podem ser encontradas~·.É possível
usuário? também encontrar em muitas bases de dados um resumo junto a· cada refe-
rência, que, se for um bom resumo informativo, proporcionará, im"ediatamen-
As bases de dados de fontes contêm os dados originais e constituem um tipo te, informações úteis, mesmo se tratando de uma base de dados bibliográficos.
de documento eletrônico. Após ter feito uma consulta bem-sucedida numa base Empregam-se alguns desses componentes, mais comumente, como chaves
de dados de fontes, o usuário terá em mãos as informações de que precisa, sem de recuperação primárias (por exemplo, nome do autor, palavras do titulo,
ter de ir buscá-las numa fonte original (como seria obrigado a fazer no caso das termos de indexação), enquanto outros serão mais úteis como chaves de recu-
bases de dados de referências). Os dados encontram-se disponíveis tanto em peração secundárias (por exemplo; para limitar o conjunto de registros recu-
fonnato legível por computador, quanto em fonnato impresso. As bases de perados numa busca sobre um termo de indexação temática). As chaves de
dados de fontes podem ser agrupadas, segundo seu conteúdo, em: recuperação secundárias usuais são: língua, informações de uso interno, título
de periódico. Os elementos restantes do registro só são exibidos no vídeo ou
Bases de dados numéricos, que contêm dados numéricos de vários tipos, impressos para oferecer ao usuário informações adicionais sobre o d0cumento,
inclusive dados estatísticos e de levantamentos. sendo úteis na avaliação da relevância ou na localização do documento-fonte.
2 Bases de dados de texto integral, que contêm noticias de jornal, especifica- Embora, há mais de vinte anos, haja inúmeras bases de dados bibliográfi-
ções técnicas e programas de computador. cos informatizadas, seus elementos básicos ainda retêm a marca de sua origem
3 Bases de dados textuais e numéricos, que contêm uma mistura de dados tex- no produto impresso, o qual, geralmente, era uma publicação de resumos ou um
tuais e numéricos (como, por exemplo, relatórios anuais de empresas) e da- índice aos quais essas bases estavam vinculadas. Muitas vezes foram original-
dos de manuais. mente construídas para servir de apoio à produção mais eficiente de um serviço
4 Bases de dados multimídià, que incluem informações armazenadas nu- de resumos ou índice impresso, e, com freqüência, é ainda o produto impresso
ma mescla de diferentes tipos de meios, inclusive, por exemplo, som, ví- que responde por uma parcela significativa da receita do produtor da base de'-'
deo, fotografias, textcis e animação. dados. Uma das vantagens da manutenção de registros em formato legível por
computador era a possibilidade assim criada de se gerar uma série de produ!~S
112 JNTRODUÇÃOÀTECNOLOGJADAJNFORMAÇÃO BASES DE DADOS 113
SciSearch
Índices multidisciplinares
Social SciSearch
Science Citation lndex
Arts and Humanities Search
Social Sciences Citacion lndex Computer and Mathematics Search
Arts and Humanities Cication fndex ISTP Search
Disponíveis nos formatos: impressos, acumulações impressas, discos compac· ISTP&B Search
tos, discos compactos com resumos, fitas magnéticas, em linha, lntranet
Sumários correntes (Current contents) em diversos campos, por exemplo,
CompuMath Citation tndex
ciências da vida; agricultura; biologia e ciências ambientais
Disponível nos formatos: impresso, acumulação impressa, em linha, cederrom
Impressos, disquetes, cederrons, em linha, fitas magnéticas, -Internet
Índices específicos de uma disciplina em disco compacto Outros produtos que incluem:
Biochemistry and Biophysics Citation lndex The Cenuine Article (fornecimento de documentos)
Biotechnology Citation lndex 1s1 Oocument So/uUon
Chemistry Citation lndex Request-A-Print (cartões impressos de 'Pedidos de separatas)
, Neuroscience Citation lndex
Pro-Cite e Reference Manager (pacotes de programas bibliográficos)
Materiais Science Citation lndex Journal Citation Reports
Índices do conteúdo de livros, anais e recensões Social SciSearch
fndex to Scientific Book Contents Arts and Humanities Search
lndex to Scientific and Technical Proceedings Research Alert
fndex to Social Sciences and Humanities Proceedings
Jndex to Scientific Reviews Figura 5.3 Continuação
Serviços por encomenda que incluem: Tabela 5.1 Algumas bases de dados bibliográficos do STN lnternational
Research Alert
Medical Documentalion Sentice Base de dados Produtor Conteúdo
Contract Research
Science Watch ABl·INFORM University Microfilms lnc. Negócios e administração
s1os1s Previews 810515 Biociências
Produtos na área da química que incluem: CA CAS (Chemical Abstracts) Química
Current Chemical Reactions (impresso) COMPENDEX Engineering lnformation lnc. Engenharia
Current Chemical Reactions fn-House Database (fitas magnéticas, acumulação DISSABS University Microfilms lnc. Bibliográfica especializada em
em fitas magnéticas) teses da América do Norte
fndex Chemicus (impresso e em cederrorn) EMBASE Elsevier Science Publishers Biomedicina e fármacos
ChemPrep on CD-ROM EVENTUNE Elsevier Sçi~nce Publishers Congressos e eventos multi-
Fitas magnéticas que incluem: disciplinares
Current Contents Search INPADOC European Patent Office Patentes internacionais
SciSearch INSP(C lnstitution of Electrical Engenharia, física e eletrônica
Sociaf SciSearch Engineers
Arts and Humanities Search JGRlP lhe Japan Science and Pesquisas multidisciplinares de
Research Alert Technology Corporation instituições públicas do Japão
MEDUNE us National Library of Medicina
Bases de dados em linha que incluem: Medicine
Currenl Contents Search SCISEARCH lnstitute for Scientific Ciência e tecnologia, bibliográ-
Continua ao lado lnformation fica de citações
WOll:LDCAT ÜCLC Online Computer Multidisciplinar, com os catá-
Figura 5.3 Produtos de um grupo de bases de dados afins de um produ- Library Center tálogos integrados de biblio-
tor: o lnstitute for Scientific lnformation (ISO tecas de vários países
114 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO BASES DE DADOS 115
ca1npos de controle das secundárias de título, indicar o número de caracteres a serem desprezados na
campos de dados de tamanho variável. alfabetação dos títulos, e mostrar se certas informações, como edição e im-
prenta, se relacionam com urna parte ou com o todo de obra em múltiplas par-
Os campos abrangidos pela seção 2 e que, portanto, contêm os dados bibliográ- tes. Por exemplo, no campo destinado ao cabeçalho de entrada principal de au-
ficos, são todos de tamanho variável. Por isso, é preciso sinalizar o começo e o tor-entidade, utilizam-se os seguintes indicadores junto com o parágrafo 110:
fim de cada campo. Assim, cada campo é precedido de um parágrafo [tag] de
três caracteres e dois indicadores nu1néricos, e termina com um delitnitador 110.00 Entrada invertida de autor coletivo
especial. Os parágrafos consistem em três algarismos, situados na faixa 000- 110.10 Entrada de governo
945, e têm uma estrutura mnemônica, pois obedecem à mesma seqüência do II0.20 Entrada em ordem direta de autor-entidade.
registro catalográfico, e os parágrafos das entradas secundári~s ~efletem os
Muitos campos num registro catalográfico contêm unidades distintas menores,
parágrafos dos cabeçalhos principais. Os ca1npos de tamanho variável são
conhecidas como subcampos. Os usuais na área de publicação (imprenta) são:
agrupados em blocos de acordo com o primeiro caractere do parágrafo:
lugar de publicação, publicador (editora) e data de publicação. Todos os sub-
lxx Entradas principais campos são precedidos de um código de subcampo, que consiste num único
2xx Títulos e parágrafo do titulo (título, edição, imprenta) símbolo {por exemplo, '$')e uma única letra. Uma área de publicação seria
3xx Descrição física, etc. codificada assim: '260.00 $a São Paulo $b Melhoramentos $c 1993'.
4xx indicação de série Os códigos de subcampo são definidos no contexto do campo em que são
5xx Notas empregados, mas códigos similares são usados em situações paralelas. Por
6xx Campos de acesso de assuntos exe1nplo, os códigos de subcarnpo para um nome pessoal são conS"t~ntes, inde-
7xx Entradas secur.dárias exceto assunto ou série pendentemente de ele ou ela ser autor ou assunto, principal ou se~~ndário.
8xx Entradas secundárias de série Concluída esta explicação sobre campos de dados de tamarihO variável,
9xx Dados de local. voltemos à seção 1. Os campos de controle são a única parte da Seção l que é
inserida pelo catalogador. Contêm dados como: número de cqntrole.do registro
Criam-se parágrafos para campos específicos pela inserção de dígitos nas duas (por exemplo, ISBN), língua do texto, código de nível intelectuãl, có~igo do país
últi1nas posições. Assim, por exemplo, adota1n-se os seguintes parágrafos: de publicação, e o controle do acesso ao registro principal. ~J;"-.
Cada registro co1neça co1n um rótulo e um diretório, ambos fornecidos pelo
100 Entrada principal de autor pessoal programa. O rótulo contém informações sobre o registro, como, por exemplo,
110 Entrada principal de no1ne-entidade [autor coletivo] seu tamanho e situação (novo, modificado, etc.), tipo e classe. O diretório é uma
240 Título uniforme lista de localização que relaciona, para cada parágrafo, o parágrafo, o número
245 Título e indicação de responsabilidade de caracteres do campo e a posição do caractere inicial dentro do registro.
250 Edição e indicação de autor, organizador, etc. da edição A estrutura do registro fvlARC é deliberadamente complexa, para pennitir o
260 Imprenta. máximo de flexibilidade. Quase todo elemento pode ser usado como ponto de
acessó, é cada elemento ter qualquer tamanho. Tal complexidade foi prevista
Além disso, o nome de_ um autor pessoal em geral leva '00' na segunda e numa época em que a norma eram os catálogos impressos ou em microfilme.
terceira posições, de modo que, por exemplo, Esse formato deu enorme contribuição à padronização e à comunicação porre-
des, 1nas há quem crei? que chegou a hora de reavaliá-lo. Talvez um formato
100 é usado para uma entrada principal de autor pessoal
diferente seja mais apropriado num ambiente onde predominem os catálogos
600 é usado para uina entrada de autor pessoal como cabeçalho de assunto
em linha de acesso público. A figura 5.2 (p. 108) mostra um registro MARC.
700 é usado para uma entrada secundária de autor pessoal.
Cada um dos campos principais contém també1n dois indicadores de can1po, Reflexão Qual a função de cada um dos itens de codificação do for-
que são algarismos de um dígito colocados em seguida ao parágrafo e exclusi- mato de registro MARCl
vos do ca1npo ao qual são atribuidos. E1npregam-se os indicadores para distin-
guir tipos diferentes de infonnações inseridas no 1nesmo campo, acolher entra-
120 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO BASES DE DADOS 121
O Formato Comum de Comunicação encontram-se duas categorias diferentes de sistemas: bases de dados que se
acham disponíveis para o público e sistemas de uso localizado suportados por
Existem muitos formatos de registros bibliográficos. As descrições bibliográ-
pacotes de programas.
ficas adotadas por esses formatos diferem grandemente entre si, dependendo de
No caso das grandes bases de dados acessíveis ao público, são poucas as
sua origem. Os serviços de indexação e resumos empregam regras de descrição
pressões no sentido de que seja aceito um formato-padrão, e cada produtor,
bibliográfica diferentes das adotadas na catalogação feita em bibliotecas. O
geralmente, escolhe um formato de registro que seja adequado a essas bases de
formato MARC, que é utilizado como formato de intercâmbio por importantes
dados. Até mesmo pode ocorrer que uma mesma base de dados se apresente
bibliotecas, pressupõe como norma a Descrição Bibliográfica Internacional
com diferentes formatos de registro conforme o serviço de buscas em linha que
Normalizada [lnternatianal Standard Bibliographic Description (ISBD)]. Por
a torne disponível. As decisões em cada caso são tomadas tendo em vista os
outro lado, os serviços de indexação e resumos (mas não todos) adotam o
campos a serem incluídos e a indexação temática oferecida. Contudo, outra va-
manu~I de referência UNISIST, que prescreve seus próprios designadores de
riável que se coloca é a presença de bases de-dados de texto integral, e. mais
conteudo para as descrições bibliográficas de vários tipos de materiais. Esses
recentemente, de multi1nídia, que pedem um formato de registro um tanto dife~
dois importantes fonnatos definem, organizam e identificam os elementos de
rente dos registros bibliográficos para que as informações sejam apresentadas
dados de modo diferente e se baseiam em diferentes conjuntos de códigos.
de forma adequada.
Dessa forma, tem sido dificil ou praticamente impossível reunir num único ar-
Os formatos de registro que se encontram em sistemas locais suportados po~
quivo registros bibliográficos procedentes de origens distintas. O Formato
pacotes de programas são inúmeros e variados. A maioria desses pacotes de
Comum de Comunicação [Comnion Communication Format (CCF)] foi proje·
programas oferece sistemas de catalogação que aceitarão um formato de regis- 1
tado, então, com o objetivo de facilitar a comunicação de dados bíbliográficos
tro MARC ou que produzirão registros que sejain compatíveis com o mesmo
entre setores da área de informação. Em comum com o MARC, o CCF constitui
formato ~IARC. Já outros não oferecem essa opção. Praticamente todos os paco-
uma implementação especifica da norma ISO 2709. Assim, ele:
tes de programas oferecem a seus compradores a oportunidade de desenvolver
especifica um pequeno número de elementos de dados obrigatórios, aceitos um formato de registro que seja adequado a uma aplicação específica. Assim,
co1no essenciais para à identificação de um item é possível haver em sistemas locais uma grande variabilidade de formatos de_.
proporciona elementos obrigatórios que são suficientemente flexíveis para registro, á medida que se implementam projetos de acordo com os parâmetros
comportar diferentes maneiras adotadas na descrição bibliográfica
proporciona vários elementos optativos
estabelecidos pelos vários pacotes de progra1nas.
..
permite à instituição onde se origina o registro incluir elementos não- Metada dos
padronizados mas que sejam considerados úteis em seu sistema Metadados quer dizer dados relativos a dados. Os registros bibliográficos são
proporciona um mecanismo para ligação de registros e segmentos de regis- um tipo de metadados. Cada vez mais, porém, eles vêm sendo empregados no
tros sem impor à instituição que lhes dá origem um método unifonne rela- contexto mais especializado de dados que se referem a recursos digitais dispo-
tivo ao tratamento de grupos de registros ou elementos de dados afins. níveis numa rede. Os metadados também difere1n dos dados bibliooráficos ou
ô
O objetivo da descrição acima é oferecer uma introdução simples ao con- Uma base de dados é uma coleção geral e integrada de dados junto com a
ceito básico de arquivo invertido. Na prática, as estruturas de arquivos podem descrição deles, gerenciada de forma a atender a diferentes necessidades de
ser mais complexas. Por exemplo, para que seja possível fazer buscas de termos seus usuários.
que guardem proximidade com outros termos (por exemplo, termos separados 2 Um sistema de gerenciamento de bases de dados {SGBD) é o sistema que
por duas outras palavras), o arquivo de índice deverá conter infonnação sobre gera, opera e mantém bases de dados, e, como tal, deve incluir todos os
as posições das palavras dentro de um campo para cada termo. programas necessários para essa finalidade.
Muitas vezes os arquivos invertidos são criados para vários campos dentro 3 Um modelo de dados especifica as regras segundo as quais os dados são
de um registro. No entanto, nem todos os campos são em geral indexados, pois estruturados, bem como as operações correlatas que são permitidas. Po-
cada índice ocupa espaço de memória no disco; os índices são criados para de ser também visto como uma técnica para a descrição formal de dados,
aqueles campos em que regularmente se realizam buscas. Usualmente criam-se relações entre dados e limitações de uso.
arquivos invertidos para nomes de autores, palavras dos títulos, termos de
indexação de assuntos e formas abreviadas de autor e título. Características das bases de dados
A estratégia de recuperação acima descrita depende de sua possibilidade de Uma das finalidades principais de uma base de dados é que os dados que ela
recuperar registros específicos e subseqüentemente identificar campos dentro contém sirvam a uma variedade de aplicações distintas. Para que isso seja pos-
desses registros. Extensos registros de texto integral precisam ser subdivididos sível, é importante que a base de dados apresente as seguintes características:
em parágrafos e a estes devem ser atribuídos identificadores, antes de se come-
çar a indexar. Alternativamente, as posições de palavras específicas no arquivo Ser substancialmente não-redundante, isto é, possuir o mínimo de duplici-
podem ser usadas como identificadores. dade de dados idênticos, de preferência nenhuma. Essa duplicidade acar-·:~:
Algumas bases en1pregam arquivos de autoridade, na forma de listas de en- reta dificuldade para se 1nanter a consistência de dados, principalmente du-,~
~
tradas de autor ou cabeçalhos de assuntos, ou tesauros. Neste caso, haverá uma rante a atualização, e o desperdício de espaço de armazenamento. .~
ligação entre o arquivo de índice ou o arquivo de termos e a lista de autoridade, 2 Ser independente de determinado programa (conceito conhecido como·.~.
de modo que sejam exibidos os termos autorizados e as relações entre eles. independência de dados), de modo que os dados possam ser transferidos ou").
reestruturados se1n a necessidade de fazer alterações nos programas. ·
Reflexão São necessários arquivos de autoridade para criação de 3 Ser utilizável por todos os programas. .. .·
índices de documentos textuais? 4 Incluir todas as inter-relações de dados que forein necessárias, de modo a•··
suportar a variedade de usos que podem ser atribuídos aos dados.
O desenvolvimento de estruturas de bases de dados 5 Possuir um método co1nu1n de recuperação, inserção e correção de dados.
........
Nos primórdios da informática, os sistemas destinados a empresas e bibliotecas Por que existe a possibilidade de a duplicidade de dados
Reflexão
funcionavam com uma série de arquivos-mestre específicos., abrangendo, por causar inconsistências nos registros de dados? (Pense no
exemplo, no caso de bibliotecas, leitores registrados e livros do acervo, ou, no processo de atualização.)
caso de empresas, folha de pagamento, vendas e inventário. Quando as empre-
sas utilizavam computadores em diferentes aplicações e ne1n todas as ativida-
des que poderiam ter sido estavam informatizadas, isso funcionava satisfato- Dados lógicos e físicos
riamente. No entanto, logo ficou evidente que programas destinados, por exem- No método de base de dados. embora a base propriamente dita possa estar arma-
plo, ao controle de circulação numa biblioteca precisavam acessar dois arqui- Zenada fisicamente como u~ conjunto de arquivos, os usuários e os aplicativos
vos diferentes, ou até mais, e que seria apropriado começar a examinar as rela- não precisam saber sobre o annazenamento fisico dos dados. Armazenada com
ções entre esses arquivos. Isso levou à introduÇão do conceito de base de dados, os dados encontra-se uina descrição da base de dados que permite ao SGBD
junto com o programa destinado a gerenciá-la, conhecido como sistema de recuperar informações e armazenar novos dados em lugares apropriados da
gerenciamento de bases de dados. Tornou-se então necessário estudar a melhor base, estabelecendo relações co1n outros dados, se forem pertinentes. Os
maneira de estruturar os dados ou desenvolver modelos de dados que supor- aplicativos não acessa1n diretamente a base de dados; ao contrário, transferem
tassem aplicações específicas. De modo mais formal: as consultas ao SGBD para que recupere ou armazene os dados. Em essência, o
saoB é orientado aos dados. Essa 111udança para a orientação aos dados atribuiu
126 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO BASES DE DADOS 127
muito maior importância à modelagem de dados e ao projeto de base de dados, Bases de dados relacionais
ficando o armazenamento tisico dos dados por conta do SGBD e não do projetista
de aplicativos ~o sistema. As bases de dados relacionais empregam um tipo de estrutura de base de dados
que tem sido amplamente utilizado em sistemas de bases de dados. Nos siste-
.Reflexão Explique a diferença entre estruturas físicas e lógicas de mas relacionais, as informações são mantidas num conjunto de relações ou
bases de dados. tabelas. As fileiras das tabelas equivalem a registros, e as colunas, a campos. Os
dados nas várias relações são interligados mediante uma série de chaves. A
Estruturas lógicas de bases de dados figura 5.7 mostra uin exemplo simples de uma relação conhecida como
catalogação-livro. Nesta relação o ISBN é a chave primária e pode ser usado em
Quando é preciso acessar u1na série de arquivos interligados, como num sistema outras relações para identificar um livro específico. Por exemplo, se manti-
de gerenciamento de bibliotecas, deve-se dispor de diretrizes para alocar dados vermos a relação encomenda-livro, o ISBN funcionará como um vínculo com a
a arquivos específicos no sistema da base de dados e definir os melhores relação encomenda-livro. Se desejarmos preencher um formulário de enco-
vínculos ou chaves entre os arquivos. São três os principais tipos estruturais de menda com informações do arquivo de encomendas, será possível extrair do
bases de dados e SGBD correlato: hierárquicas, em rede e relacionais. arquivo de catálogo dados relativos a cada livro, que serão impressos nos for-
mulários de encomenda junto com dados oriundos do arquivo de enco1nendas.
Bases de dados hierárquicas As bases de dados relacionais são construídas com o emprego de uma
As bases de dados hierárquicas são estruturadas como um arranjo arborescente. técnica de análise de dados chamada 'norma"iização'. A normalização é usada
Cada item de dados localiza-se num item de dados de nível superior. Assim, se para decompor os dados em tabelas de modo que os campos de cada tabela-~~.:-.·~,'
a base de dados contiver informações sobre os empregados da empresa, elas sejam dependentes apenas do campo-chave e não se vinculem a qualquer outra -:;
serão organizadas por fábricas, departamentos e em seguida os empregados dos chave. As relações são representadas por duplicação dos itens de dados. A -~;
diferentes escalões. Tal método permite a rápida recuperação dos dados, desde normalização permite que seja1n feitas inserções, eliminações e correções de
que se conheçam as informações de nível superior, como o departamento onde~ dados sem conseqüências indesejáveis.
o empregado trabalha. Se essas informações não forem conhecidas, será difícil
fazer buscas numa estrutura hirárquica. Para todo livro catalogado haverá in-
formações relativas a cada exemplar e cada reserva no primeiro nível da hierar- Ocorrências da relação catalogaçãe>--livro
quia. Para cada exemplar do livro, haverá informações sobre empréstimo bem ISBN Título Autor Ano
co1no sobre a pessoa a quem o livro foi emprestado, que incluirão dados sobre 0·82112-462-3 Organic chemistry A.J. Brown 1989
a situação do e1npréstimo. Para cada reserva haverá informações sobre em 0-84131-460·7 Alchemy R.M. Major 1987
nome de.que1n foi feita a reserva, e, novamente, dados sobre a situação do em- 0-69213-517-8 Expert systems· S. Estelle 1988
0-93112-462-1 Computer science S. Estelle 1989
préstimo. Nesse modelo os dados serão acessados por intermédio de 'livro
0-71143·526-6 Bibliography J. johns 1991
catalogado'. Para encontrar dados sobre determinada pessoa, por exemplo, será
preciso vasculhar a base inteira, pois não haverá acesso direto pela pessoa. Ocorrências da relação encomenda-livro
As bases de dados multimídia colocam novos desafios no que tange à sua estru- 1 Explique a diferença entre estruturas de registro baseadas em
tura. Como fotografias, animação, som, texto e tabelas de dados possuem ne- campos de tamanho variável e as de campos de tamanho fixo.
cessidades de armazenamento muito diferentes, os sistemas de gerenciamento 2 Relacione os diferentes tipos de bases de dados bibliográficos.
de bases multimídia procuram empregar uma gama de tecnologias, como a tec- 3 Por que o fonnato MARC é importante?
nologia relacional para tabelas, bases de dados textuais para documentos, e 4 Descreva sucintamente:
dispositivos de armazenamento de imagem para gráficos e animação. Um pro- uma lista en_laç_ada unidirecional
blema crucial é processar itens não-textuais, como desenhos e imagens em um arquivo invertido.
movi1nento. Em mídia de te1npo variável, os padrões de vídeo digital interativo 5 Quais as principais estruturas lógicas de bases de dados? Quais as
proporcionam acesso por quadros. Para acesso mais elaborado, as imagens têm vantagens e desvantagens de cada uma?
de ser indexadas com palavras-chave, cotno se fossem documentos textuais.
Bibliografia
Estruturas de bases de dados orientadas a objetos Formato de registro MARC
Os sistemas de gerenciamento de bases de dados orientadas a objetos (SGBD- Anderson, D. Standard practices in the preparation o/bibiiographic records. London:
00) oferecem recursos para armazenamento de itens criados por programas IFLA UBCIM, 1989. (UBC!M Occasional Papers 13)
orientados a objetos. Uma vez que objeto é u1na coleção complexa de itens de BEDIS. Report o/the Working Party o/the UK Book Trade Electronic Data lnterchange
dados, que se definem corno estando relacionados com outros objetos, os SGBD- Standards Committee. London: Whitaker, 1990.
oos precisam oferecer recursos para grandes objetos que são organizados em Bierbaum, E.G. MARC in museums: app!icability ofthe revised visual materiais fonnat.
hierarquias segundo suas relações com outros objetos. Essas estruturas fn/ormation technology and libraries, v. 9, n. 4 p. 291-299, Dec. 1990.
Boume, R. UKMARC - a format for the 21st century. New library world, v. 93, n. 1101,
possuem algo em comum com o modelo hierárquico. A tecnologia SGBD-00
p. 4-8, 1992.
ainda está em desenvolvimento, sendo improvável que venha a tomar o lugar Gredley, E.; Hopkinson, A. Exchanging bibliographic data: MARC and other internat-
da tecnologia relacional nas aplicações comerciais tradicionais, pois não ional/ormats. Ottawa: Canadian Library Association; London: Library A.ssociation,
oferece as mes1nas vantagens de gerenciamento de dados. No entanto, quando 1990.
os itens de dados são complexos e heterogêneos, como ocorre nas bases de Holt, 8.P. et ai. (ed.) UNIMAUC manual. London: !FLA UBCIM, 1987.
dados multimídia, talvez os SGBD-00 sejam uma possibilidade interessante. McCallum, S.H.; Roberts, W.D. (ed.) UNIMARC in theory andpractice: papersfrom the
UNJMA!lC iVorkshop, Sydney, Australia, August 1988. London: IFLA, 1989.
RESUMO Plessard, M.-F. The Universal Bibliographic Contrai and lnternational MARC Program-
me. Jnternationaí cataloguing and bibliographic control, p. 35-37, 1990.
Os dados no computador são armazenados em arquivos, que abrangem uma sé- Sweeney, R. Survey of the use of UKMARC 1991: selected results. New library world, v.
rie de registros subdivisíveis em campos. Chama-se base de dados um grupo des- 92, n. 1097, p. 5-9, 1991.
ses arquivos ou determinado arquivo que suporte aplicação específica. Há vários
tipos de bases de dados, inclusive as bibliográficas e de fontes.As bases de dados Outros formatos de registro e estruturas de bases de dados
de referências incluem as de dados bibliográficos e de dados catalográficos. Aes- Ashford, J.A.; Willet, P. Text retrieval and document databases. Bromley: Chartwel!
trutura do regist~o influi na forma como os dados serão posteriormente recupe- Bratt, 1989.
rados. Os formatos MARC e CCF são formatos de registro especiais encontrados em Dierickx, H. The UNISIST reference manuais and UNIBID standardisation for develop-
bases de dados bibliográficos. Há vários formatos de registro em outras aplica- ment Program, v. 17, n. 2, p. 68-85, 1983. .
ções. Para recuperar os dados é preciso que as bases sejam estruturadas e inde- - - ; Hopkinson, A. Re/erence manual for machine-readable bibliographic descrip-
tions. Paris: Unesco/General Information Programme and UNISIST, 1981.
xadas adequadamente. Os arquivos invertidOs são bastante adotados em siste-
Flynn, R. An introduction to in/ormation science. New York: Dekker, 1987.
mas de gerenciamento de bases de dados, que adotam um de três métodos na es-
Kemp, A. Knowledge based systems. London: Aslib, 1990.
truturação lógica das bases: hierárquico, em rede e relacional. As bases multi- Oxborrow, E.A. Databases and database systems: concepts and issues. Bromley:
mídia e orientadas a objetos são importantes em aplicações especiais. Chartwell Bratt, 1991.
PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 131
talvez o mesmo venha a estar orientado principalmente para ajustar um sistema quaisquer problemas encontrados no sistema atual
pronto aos requisitos de uma organização específica. Do mesmo modo, ·quer se soluções possíveis
venha a desenvolver um sistema novo a partir do zero, quer se venha a adotar e ordem de magnitude dos custos das soluções possíveis
adaptar um sistema já comprovado, continua sendo importante que haja benefícios dos novos sistemas
implementação e avaliação cuidadosas. trabalho necessário antes que se possa escolher um sistema
É importante lembrar que muitas organizações realizam vários projetos de cronograma aproximado para implementação do novo sistema
sistemas, ou partes deles, em diferentes momentos e com relação a diferentes impacto em matéria de espaço, pessoal e outras questões.
áreas de atividade. É claro que uma análise relativamente abrangente das ativi-
dades da organização contribui para que se visualize a gama dessas atividades O passo seguinte destina-se a começar a reunir infonnações sobre coino atingir
como um todo, aumentando a probabilidade de os vários subsistemas, que os objetivos identificados durante a primeira fase. Esta etapa consiste essencial-
executam diferentes funções, serem compatíveis entre si. Qualquer que seja a mente em coletar informações, tanto de fontes internas quanto externas. As
situação, a escolha, elaboração do projeto e implementação do sistema são infonnações coletadas devem facilitar a toinada de decisão quanto ao tipo de
atividades que demandam tempo, e esse tempo deve ser alocado, mesmo que o sistema que se ache disponível para satisfazer aos requisitos da organização.
sistema a ser implementado seja relativamente modesto. Dentre as conclusões possíveis temos:
lista preliminar de características dos sistemas que sejam de maior interesse. midos numa especificação de sistema ou especificação de requisitos opera-
Catálogos de pacotes de programas, sistemas prontos para serem usados e equi- cionais. A natureza exata da especificação dependerá de como será usada.
pamentos contêm listas de características básicas, que podem ser usadas como Contudo, normalmente, essa especificação incluirá:
modelo para elaboração de uma lista loca!, que facilitará um exame minucioso
e útil das informações reunidas, bem como a tomada de decisões. Devem ser antecedentes acerca da organização
levados em conta os aspectos relativos ao equipamento e aos programas. infonnações sobre os recursos a serem proporcionados pelo sistema infor-
Além de reunir infonnações concernentes às opções de sistemas, esta fase matizado, identificando os que são obrigatórios e os que são opcionais
pode incluir o desenvolvimento de uma descrição de sistema lógico para o infonnações sobre o ambiente em que o sistema funcionará, inclusive quais-
sistema existente. Se este já estiver bem compreendido e bem documentado, ou, quer normas, protocolos de comunicação e regulamentos concernentes à
alternativamente, vier a ser substituído por um novo sistema que ofereça fun- saúde e à segurança
ções completamente diferentes das do sistema antigo, talvez então seja desne- as dimensões do sistema em termos dos números de registros e transações
cessário estudar mais a fundo o que existe. Se, no entanto, o novo sistema tiver a serem processados, a quantidade de estações de trabalho e as taxas de
de executar muitos dos mesmos pr.ocessos do antigo, então uma análise do crescimento
sistema existente será um pré-requisito útil para o estudo em profundidade dos um cronograma de implementação do sistema
requisitos dos usuários, o qual leva ao projeto lógico do novo sistema. Caso um questões que devam ser obrigatoriamente respondidas pelos fornecedores,
novo sistema deva ser projetado, um estudo de viabilidade incluirá a avaliação tais como o tamanho do equipamento, requisitos em tennos de eletricidade,
de aspectos específicos de qualquer sistema potencial e, possivelmente, a mecanismos de suporte ao sistema, custos, etc.
criação de pequenos subsistemas de caráter experimental. informações relativas a quaisquer limitações especiais, tais como proble-
mas com o cronograma
Definição dos requisitos do sistema (estudo e especificação de informações quanto a expressões constantes do contrato ou a fonna deste,
requisitos) bem como testes de aceitação.
Dispondo-se de um conhecimento mais completo quanto às opções disponíveis São três as funções básicas da especificação dos requisitos do sistema:
e de unia certa percepção sobre como as várias soluções se aplicariam ao aten-
1 Trata-se de documento destinado à comunicação e que serve de apoio a
dimento dos requisitos de uma aplicação específica, é preciso dar um passo atrás
qualquer discussão e aprofundamento por parte daqueles envolvidos com o
e desenvolver uma especificação completa do sistema. Normalmente, a fase de
sistema.
definição deve procurar responder a questões do tipo:
2 Trata-se de documento para consulta durante a implementação, a manuten-
Quais as operações que o sistema deve abranger? ção e a revisão.
Quais as bases de dados que precisam ser criadas? 3 Pode ser um documento de valor legal, uma vez que faça parte do contrato
Como serão criadas essas bases de dados? com o fornecedor.
Quais os tipos de registros que a base de dados conterá?
Diferentes níveis de informações podem servir a diferentes especificações, mas
Quais as informações que serão procuradas na base de dados?
a especificação em si constitui sempre um documento essencial. A fase de
Como serão apresentadas as informações encontradas na base de dados?
definição levará naturalmente à fase de elaboração do projeto.
Quais as características imprescindíveis e quais aquelas que são simples-
mente acréscimos opcionais?
. ... . . ..... . .... ......
Reflexão Explique por que a especificação d~· ;equisit~," d~· sist~,;;~
Quem usará regularmente o sistema?
poderá ser útil como documento de consulta durante a im-
Qual o nível de experiência que se deve esperar dos usuários?
plementação.
Especificação dos sistemas
Fase do projeto (detalhamento do projeto e programação)
O objetivo da fase de análise de utn exercício de análise e projeto de sistemas é
Caso seja preciso escrever um novo programa, a fase de elaboração do projeto
o estabelecimento dos requisitos que deve ter o sistema a ser adquirido, desen-
estará voltada para a análise, elaboração de fluxogramas e outros gráficos das
volvido e instalado. A análise e o projeto lógico do siste_ma podem ser resu-
138 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 139
funções e operações que o sistema deverá executar, antes de os programas serem houver sido executada uma análise exaustiva durante as etapas iniciais do
escritos. Em geral, quando se trata de escolher um sistema ou um pacote de exercício de análise de sistemas, muitas das dificuldades, problemas e outras
aplicativos já existente, não é preciso fazer uma análise tão minuciosa, embora questões relativas à instalação já terão sido identificadas e planejadas. A essa
uma especificação detalhada do sistema seja essencial para servir de base para altura é preciso montar um quadro quantitativo dos trabalhos a serem exe-
a seleção final do pacote e alicerçar a implementação do sistema. A especi- cutados para se atingir a implementação, e identificar as responsabilidades
ficação detalhada delineia todas as características que se exigem do sistema, específicas do pessoal.
sendo importante nas negociações com o fornecedor. A especificação de requi- É necessário chegar a um acordo conclusivo quanto a um cronograma
sitos do sistema desenvolvida na fase anterior desempenha.fá essa função. detalhado das atividades de treinamento, instalação e outras. O cronograma
Se se estiver cogitando, por exemplo, de um grande sistema para o geren- abrangerá os vários aspectos da implementação, examinados a seguir. A se-
ciamento de um sistema de biblioteca, uma carta-convite será enviada nessa qüência em que são abordados não é importante. De fato, muitas dessas ativi-
etapa a um número limitado (por exemplo, de três a seis) de fornecedores de dades podem ocorrer paralelamente.
sistemas, com a solicitação de que apresentem, dentro de detenninado prazo,
uma cotação para os itens especificados. Quando partes isoladas de equipamen- Preparação e planejamento
to e programas estiverem sendo adquiridas de diferentes fornecedores, talvez Várias atividades preparatórias serão necessárias. Embora a maioria dessas
seja preciso conseguir várias cotações. Algumas organizações, corno as do setor
questões tenha sido analisada exaustivamente, será preciso examinar quaisquer
público, adotam um processo de licitação específico, de caráter obrigatório, que
fatores ou opções novas que ficaram em aberto; concluir os formulários de
pode vir a exigir assessoramento jurídico na redação dos contratos. registros e os arquivos para várias aplicações e bases de dados; preparar, se for
Recebidas as propostas, ou, no caso de sistemas menores, à medida. que as o caso, os locais para instalação do computador central e das estações de tra-
cotações estejam sendo negociadas, cabe aos fornecedores fazer demonstrações
balho, bem como fazer as ligações adequadas com a rede de telecoII1:unicações.
dos respectivos sistemas. As demonstrações de grandes sistemas devem, de
preferência, ser feitas in loco, e, evidentemente, permitir que vários membros do Instalação do equipamento
pessoal, que serão afetados pelo novo sistema, possam inspecionar aquele que
estiver sendo proposto. Inclui tanto o computador propriamente dito quanto as várias estações de traba-
As demonstrações facilitam a comunicação e podem servir de ensejo para lho, além de outros periféricos e as ligações com as redes de telecomunicações.
que o pessoal que participará da operação diária do sistema aprenda um pouco
sobre e ele e faça perguntas. Depois das demonstrações, novas discussões leva- Instalação do programa
rão à escolha do sistema, inclusive equipamento e programas, e, posterior- Uma vez instalado o equipamento, a etapa seguinte será instalar o programa;
mente, serão feitas as encomendas, assinados os contratos, etc. rodá-lo e testá-lo tm pequenas bases de dados de caráter experimental.
Reflexão O que uma demonstração permite que o gerente de infor- Criação das bases de dados
mação aprenda sobre o pacote de aplicativos! Faça uma
lista de algumas das perguí!tas que você faria durante essa Tendo sido verificado que o equipamento e os programas estão funcionando
demonstração. satisfatoriamente, dá-se início à construção das bases de dados completas para
o sistema. Quando se está migrando de um para outro sistema, é importante
Fase de implementação converter as bases de dados que estavam em formatos anteriores. Os registros
para essas bases de dados podem ser extraídos de uma variedade de fontes
Normalmente, feitas as encomendas, haverá um período de calmaria enquanto o diferentes. Devem ser definidos procedimentos para a criação de registros de
gerente de informação aguarda para ver se as datas de entrega serão cumpridas. novos itens, inclusive, por exemplo, de leitores novos, livros novos, citações
Esse tempo se.rá ocupado com o planejamento da instalação e implementação do novas, pessoal novo. Se um sistema de controle de empréstimos estiver sendo
sistema. A implementação pode ser demorada e é importante não subestimar o implementado pela primeira vez, a etiquetagem dos livros (com códigos de
impacto que a implementação de um novo sistema poderá causar nas rotinas de barras) será um trabalho de vulto.
trabalho e no serviço aos clientes. A fase de instalação tem início com uma
revisão da forma como o sistema afetará as atividades atuais da i~stituição. Se
PROJETO E GERENCfAMENTO DE srSTEMAS DE INFORMAÇÃO 141
140 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÁO
Isso significa que é preciso levar em conta a cadeira e a mesa que fazem parte da tráfego externo. Os níveis de ruído dependem das características acústicas da
estação de trabalho. A ajustabilidade é importante, pois nem todos os usuários sa!a. Normalmente, carpetes e mobiliário estofado absorvem o ruído e ajudam a
são do mesmo tamanho ou querem se posicionar da mesma forma na estação de reduzir a reverberação sonora. ·
trabalho. Entretantoi o projeto de estação de trabalho não deve restrinair-se a
ambientes fechados de escritório. Por exemplo, com quiosques multimÍdia de Reflexão Quais os tipos de ruído que, a seu ver, podem distrair o
uso do público, ou caixas eletrônicos de bancos, é importante ter em conta a usuário de um catálogo em linha numa biblioteca? Quais
questão de acesso, por exemplo, de usuários em cadeiras de rodas. as possíveis conseqüências?
As fontes de ruído incluem conversas, trânsito de pessoas, campainhas de 1Acrescente-se, para regiões de temperatura naturalmente alta, o ar-condicionado. (N.T.)
telefone, i?1pressoras, ar-condicionado e calefação, fotocopiadoras e o ruído de
144 INTRODUÇÃO Ã TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 145
A instituição pode escolher a criação de uma comissão de gerenciamento de cionais e também na execução de encargos para os quais o pessoal do quadro não
projetos que lide com cada um dos projetos individuais, ou alternativamente dispõe de tempo. Também ocupam uma posição que lhes permite ser imparciais
uma comissão ou grupo de trabalho, com papel consultivo ou decisório. que trate e muitas vezes estimular o pessoal do quadro a aclarar detalhes que talvez não
de todos os projetos. Neste caso, é provável que determinadas pessoas sejam queiram explicar para um colega. A única grande desvantagem dos consultores
convidadas para o grupo quando este for examinar projetos específicos. está em que não têm um compromisso permanente com a organização, sendo em
O cumprimento no dia-a-dia das decisões tomadas por um grupo decisório, geral contratados para executar um serviço, rompendo o vínculo com a insti·
como a comissão de gerenciamento de projetos, constitui tarefa do projetista de tuição assim que o serviço termina. Isso pode implicar que:
sistemas ou da equipe de sistemas, que trabalham junto com outros membros do
p~s~oal cujo trabalho será afetado por eventuais mudanças no sistema. O espe- seus conhecimentos somente estarão disponíveis para a instituição durante
c1al1sta em sistemas é importante como fonte de experiência em sistemas infor- um breve período
matizados e suas aplicações, e oferece orientação e informação à comissão de o consultor precisará de algum tempo para se familiarizar com a instituição,
gerenciamento de projetos ou seu equivalente. sua cultura e seus objetivos.
Exceto nas organizações muito pequenas, pelo menos um membro do qua-
Essas desvantagens potenciais podem ser reduzidas, quando conveniente, se a
dro de pessoal, de tempo integral, precisa ser designado como responsável pelos
instituição desenvolver um vínculo duradouro com o consultor.
sistemas de informação. Numa grande empresa ou numa administração munici-
pal, talvez haja todo um departamento dedicado ao desenvolvimento desiste-
6.6 Metodologias de sistemas de informação
mas. Podem ser contratados consultores para colaborar com projetos especí-
ficos. Inúmeras organizações têm utilizado amplamente o recurso da terceiri- Uma metodologia de sistemas de informação é um enfoque metódico do plane-
i:açâo. A terceirização consiste em utilizar uma organização externa que, neste jamento, análise e projeto desses sistemas. Inclui recomendações sobre:
caso, é especializada na manutenção e desenvolvimento de sistemas de infor-
mação. É negociado um contrato com a instituição externa que prestará os ser- fases, subfases e tarefas
viços de fornecimento e suporte dos sistemas informatizados. Isso elimina a quando usar uma delas e em qual seqüência
necessidade de a instituição envolver-se com os sistemas. O único conhecimento qual o tipo de pessoal que executará cada tarefa
de informática exigido da instituição é aquele que for necessário para manter um quais os documentos, produtos e relatórios que resultarão de cada fase
diálogo eficaz com a organização contratada. gerenciamento, controle, avaliação e planejamento de mudanças futuras.
Os encargos de um desenvolvedor de sistemas são: As metodologias de sistemas de informação foram elaboradas por desenvol·
pesquisar e assimilar informações sobre a forma como o sistema funciona vedares e projetistas como uma ferramenta auxiliar na modelagem de sistemas
atualmente de informação e no desenvolvimento ~e projetos de sistemas informatizados que
analisar seu desempenho à luz dos objetivos do sistema que sejam identifi- atendam aos requisitos dos usuários da informação. Contribuem para uma
cados pela administração análise de sistemas eficiente e eficaz e para o projeto e desenvolvimento efica-
desenvolver e avaliar idéias sobre como o sistema pode ser melhorado ou zes de sistemas e programas. As metodologias de sistemas de informação não
reorganizado foram elaboradas com a finalidade de ajudar o usuário de um sistema informati-
projetar detalhadamente um novo sistema que atenda aos requisitos que zado a especificar requisitos. Existen1, porém, boas razões para que o usuário
hajam sido identificados lance mão dos instrumentos e métodos das metodologias aceitas como auxílio
implemenrar o novo sistema que tiver sido desenvolvido. numa análise sistemática dos requisitos e da especificação de um sistema.
Com certeza, quando se trata de um sistema grande e complexo,. a adoção de
A função básica do analista de sistemas é atuar corno intermediário entre usuá- uma metodologia claramente definida resultará em sistemas mais eficazes.
rio e sistema informatizado. Nesta função, o especialista em sistemas deve ser Existem várias metodologias no mercado, cada uma delas com característi-
um catalisador e agente de 1nudança, um orientador, educador, vendedor e cas diferentes e englobando diferentes aspectos do processo de análise, projeto
comunicador. A fim de ser bem·sucedido, o especialista em sistemas precisa ter e implementação de sistemas. O emprego desses métodos torna.se dificil sem o
uma mescla apropriada de qualidades pessoais 1 habilidades e conhecimentos. apoio da informática para o desenho dos gráficos necessários e o projeto lógico
Os consultores podem ser uma solução útil para obter experiências adi- do sistema. Para tal finalidade foram desenvolvidas ferramentas CASE.
146 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 147
Os rriétodos de análise e projeto de sistemas dividem-se em duas categorias: da maioria das ferramentas estruturadas é que se baseiam no conceito de árvore.
rígidos e flexíveis. Normalmente, os métodos rígidos procuram desenvolver Muitas dessas ferramentas são componentes característicos de suas respectivas
uma solução técnica para os problemas por meio da implantação de um sistema metodologias de desenvolvimento de sistemas, e algumas são diagramas hie-
informatizado. Pressupõem a possibilidade de um enunciado claro e consensual rárquicos, diagramas de fluxo de dados, diagramas de relação entre entidades,
tanto da situação atual e seus problemas quanto do estado de coisas que se almeja históricos da vida das entidades e dicionários de dados. Mais especificamente:
alcançar. Para o desenvolvimento de sistemas considera-se que o problema
consiste em projetar uma solução que nos levará do ponto onde nos encontramos 1 Gráficos hierárquicos mostram a estrutura organizacional. Registram a
agora para onde queremos estar no futuro. Os usuários são tratados como fontes divisão de responsabilidades e funções no seio da organização.
de informação sobre o sistema e vistos em função de seus requisitos de 2 Diagramas de fluxos de dados representam sistemas em termos dos fluxos
informação e como dispositivos de entrada de dados. O papel do analista é o do de dados entre memórias, processos e fontes ou receptores de dados.
especialista que é responsável pelo projeto do sistema. 3 Dicionários de dados são simplesmente dicionários de dados ou coletâneas
Os métodos flexíveis reconhecem o impacto dos seres humanos na área de de dados sobre dados. Nonnalmente, um dicionário de dados contém infor-
análise e projeto de sistemas. Em primeiro lugar, estas metodologias negam a mações sobre memórias, fluxos de processos, elementos e estruturas de da-
premissa de que seja fácil especificar as soluções atuais e as almejadas, e afir- dos, e em cada caso armazena um nome e informações adicionais no verbete
mam que as situações problemáticas são complicadas. Em segundo lugar, o do dicionário. A figura 6.3 mostra os dados que um elemento de dados com-
papel do analista é mais o de algué1n que participa de urna equipe, e o papel dos portaria.
participantes do sistema existente é indispensável para que seu desenvolvi- 4 Históricos da vida das entidades proporcionam um meio de representar
mento seja bem-sucedido. Com o advento de ferramentas de projeto mais elabo- como as entidades 1nudam dentro de um sistema com o passar do tempo.
radas e em face das especificações de projeto mais complexas exigidas por cer- Esses históricos começam com a criação da entidade, registram a seqüência
tas interfaces, como as interfaces gráficas e multimídia, tornaram-se mais im- de mudanças que ocorrem durante sua existência no sistema e terminam
portantes as metodolcgias que integram análise e projeto, como as de prototi- com sua retirada do sistema.
pagem e as orientadas a objetos. 5 Diagramas de relações entre entidades constituem um meio de represen-
tar as entidades num sistema e mostrar as relações entre essas entidades.
Metodologias estruturadas de sistemas de informação
Descrição do nome - do elemento de dados
_l\s metodologias de sistemas mais renomadas podem ser consideradas como Outros nomes - termos alternativos usados para o mesmo elemento de
metodologias estruturadas. dados
As metodologias estruturadas apresentam algumas características em co- Tipo - isto é, numérico, caractere ou alfanumérico
mum. Todas utilizam modelos gráficos, dão ênfase à comunicação com o usuá- Formato
rio e incluem a repetição da(s) fase(s), passo(s) e revisão(ões) anterior(es). Na Valores - a gama de valores que o elemento pode assumir
análise e projeto do tipo estruturado os modelos representam as funções do Segurança - quem tem permissão para modificar, acrescentar ou apagar
sistema, ao invés de mostrar como executá-las. A ênfase está nos componentes determinado item de dados
Edição
lógicos do sistema, e não em seus componentes fisicos. Mais especificamente, a
Comentários - qualquer informação especial.
maioria dos métodos apresenta os seguintes componentes:
um conjunto de modelos, normalmente expressos como diagramas que ser- Figura 6.3 Componentes de um verbete relativo a elemento de dados
vem de apoio à especificação e ao projeto num dicionário de dados
técnicas para realização da análise e especificação
diretrizes e procedimentos para realização da análise e do projeto Reflexão Por que é útil empregar uma metodologia estruturada no
procedimentos para gerenciar o processo de desenvolvimento dos sistemas. desenvolvimento de sistemas?
Todas as metodologias são inconfundíveis, porém existem- algumas caracte- Análise de Sistemas e Metodologia de Projeto Estruturadas (SSADM)
rísticas que lhes são coinuns. Todas utilizam ferrainentas estruturadas, muitas
Para exemplificar a natureza das metodologias estruturadas de modo mais de-
das quais tê1n em co1num a propriedade de sere111 gráficas. Outra característica
148 INTRODUÇÃO Ã TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 149
talhado, esboçaremos as etapas de uma metodologia. A SSADM talvez seja a nação da visão de cima para baixo da organização, obtida na terceira etapa, com
metodologia de sistemas de informação mais usada no Reino Unido em virtude a visão de baixo para cima, obtida dos agrupamentos de dados.
de ter sido adotada pelo governo britânico. Foi originalmente desenvolvida pela
Leannouth and Burchett Management Systems para a Computer and Tele- Sétima etapa: projeto do processo
communication Agency (CCTA). É uma metodologia orientada a dados quedes- Executa-se junto com a etapa de projeto de dados. Define-se o processamento
taca a modelagem de dados, mas também recomeÍ1da a análise e especificação de lógico ligado às consultas e atualização. O projeto lógico é validado por meio da
aspectos dÜ processo com diagramas de fluxos de dados e comportamento com revisão de comprovação de qualidade antes de se passar para o projeto fisico.
o emprego de históricos de vida das entidades. _A SSADM estrutura-se em três
fases: estudo de viabilidade, análise de sistemas e-Projeto de sistemas. Cada uma Oitava etapa: projeto físico
das três fases subdivide-se em vários passos. A SSADM abrange oito etapas,
cinqüenta passos e cerca de 230 tarefas. As oito etapas, resumidamente, são: Traduz-se o projeto lógico em programas e no conteúdo da base de dados. Atua~
liza-se o dicionário de dados e se ajusta o projeto para atender aos objetivos de
Primeira etapa: definição do problema desempenho. Testam-se os programas e sistemas. Criam-se as instruções ope-
Seu objetivo é obter uma definição precisa do problema global ou resolução pelo racionais. Elabora-se plano de implemenração e define-se o manual de proce-
sistema a ser desenvolvido. São feitas descrições gerais dos sistemas e estrutura dimentos.
de dados existentes, além de identificados os problemas atuais.
Metodologias holísticas e prototipagem
Segunda etapa: identificação do projeto O enfoque convencional de desenvolvimento de sistemas adota ·.os tipos de
Tem por objetivo criar várias opções para lidar com os problemas identificados métodos esboçados acima, muitos dos quais exigem cuidadosa comunicação
na primeira etapa. As opções são avaliadas e formalizadas para inclusão no entre usuário e desenvolvedor. Quarido a comunicação não é bem-sucedida
relatório de viabilidade. torna-se muitas vezes necessário inrroduzir mudanças em aspectos do projeto
anterior, o que pode originar várias versões do projeto. A prototipagem é um
Terceira etapa: análise do sistema e problemas atuais conjunto de técnicas que facilitam o entendimento dos requisitos durante o pe-
ríodo de estudo do sistema e durante o projeto dos sistemas. As ferramentas de
Analisa o sistema existente e o documenta na forma de diagramas de fluxos e protOtipagem permitem ao desenvolvedor criar rapidamente um protótipo, de
estruturas lógicas de dados. Além disso, a identificação do problema é aprimo- modo que os usuários possam testá-lo e corrigi-lo. Os protótipos ensejam uma
rada além da segunda etapa. boa comunicação entre desenvolvedor e usuário, e são especialmente úteis em
aplicações muito novas quando é dificil para o usuário visualizar o sistema e,
Quarta etapa: especificação de requisitos portanto, apresentar uma especificação eficaz e completa.
Nesta etapa os requisitos do usuário, determinados na etapa anterior, são defi- As ferramentas de prototip11gem incluem qualquer uma que permita a rápida
nidos mais detalhadamente. Define-se uma estrutura de dados baseada na do- construção de protótipos. As linguagens de quarta geração e as ferramentas a
cumentação produzida na terceira etapa. Definem-se os aspectos de auditoria, elas associadas, como pintores de tela, gráficos e geradores de relatórios, são
segurança e controle. Como produto disso tem-se a especificação dos sistemas. exemplos de ferramentas de prototipagem.
O ciclo de vida em forma de estrela (figura 6.4) é a base de uma metodologia
Quinta etapa: seleção das opções físicas em que a ordem das etapas e atividades é irrelevante. O desenvolvimento do sis-
tema inicia em qualquer etapa (indicada pelas setas de entrada) e é seguido por
Envolve os usuários e o pessoal de sistemas no objetivo de selecionar um siste- qualquer uma das outras etapas (setas de duas pontas). O modelo também admi-
ma tisico adequado. Na maioria dos casos, é possível decidir sobre a configu- te o papel central da avaliação e é bastante adequado para os métodos holísticos
ração do equipamento e as características do programa apropriado. de elaboração de projetos, como a prototipagem, onde há um desenvolvimento
incrementa[ do produto final, também conhecido como projeto interativo.
Sexta etapa: projeto de dados Os enfoques holísticos procuram encarar a elaboração de projetos como um
Projetam-se as estruturas de dados para o sistema proposto mediante a combi- todo. Essa é uma atividade frouxamente estruturada sem uma seqüência rigoro-
152 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 153
1 Pesquisar o mercado mação, mas a diferença está em que sua atenção se concentra no tratamento da
2 Conceituar o projeto, inclusive aspectos técnicos informação como recurso estratégico. Os sistemas de informação estratégica são
3 Identificar recurso, por exemplo, conteúdo disponível orientados para as atividades econômicas e se concentram no ambiente em que
4 Estruturar o produto elas ocorrem. Mais especificamente; o~ sistemas de infonnação estratégica:
5 Projetar a interface
6 Reunir recursos inclusive equipe e conteúdo são voltados para fora, dando destaque ao serviço aos clientes
7 Construir protótipo oferecem beneficios concretos aos clientes
8 Testar junto ao usuário são capazes de modificar a percepção que o mercado tem da empresa.
9 Rever o projeto
1O Criar componentes multimídia O planejamento estratégico de sistemas de informação é uma metodologia que
11 Programa e autor procura desenvolver sistemas de informação estratégica. É o processo de esta-
12 Testar e fixar a funcionalidade belecer um programa para implementação e uso de sistemas de informação que
13 Teste beta otimize a eficácia dos recursos informacionais da organização e os utilize em
14 Criar a matriz
apoio, tanto quanto possível, dos objetivos da empresa. Os resultados desse
15 Fornecer ao mercado
planejamento são, em geral, um plano de curto prazo, para um período imedia-
to de 12 a 18 meses, e um de longo prazo para três a quatro anos. Esse tipo de
Figura 6.6 Etapas de metodologia para projeto de interface multimídia
planejamento tem natureza dúplice, pois abrange minucioso planejamento e
minuciosa elaboração orçamentária dos sistemas de informação, num nível, e,
4 A criação de áudio, vídeo, fotografias, gráficos e animação implica conside-
em outro, questões e formulações estratégicas.
rável trabalho de projeio.
O planejamento estratégico de sistemas de informação é uma atividade
complexa que requer uma pequena equipe de projeto, apoiada por insumos
Planejamento estratégico de sistemas de informação
trazidos por um núniero relativamente grande de membros do pessoal e pos-
Nenhuma das metodologias acitna adota uma visão estratégica da função dos sivelmente consultores. Em geral é executado como um projeto que dura de três
sistemas de infonnação na empresa. Podem assumir como pressuposto que os a seis meses. É ilnportante definir desde o início o alcance do projeto, que pode
objetivos comerciais são relevantes. O planejamento de sistemas de informação abarcar toda a organização ou, de modo mais restrito, referir-se a um produto
estratégica é importante devido a seu foco específico no uso de sistemas de específico. O planejamento estratégico de sistemas de informação oferece um
infonnação para alcançar os objetivos da organização, possivelmente em rela- amplo contexto para se examinar e planejar o desenvolvimento de produtos
ção com o fornecimento de informações gerenciais ou serviços aos clientes. informacionais que darão à organização uma vantagem competitiva. Embora
A utilização inovadora da tecnologia da informação nas atividades produ- diga respeito basicamente a sistemas de informação no seio das organizações,
tivas levou à criação de novos produtos, melhores serviços e drástica redução de pode ser também adotado para informar o planejamento de sistemas ou produ-
custos. Em outras palavras, essa tecnologia alterou o modo de fazer negócios e tos que apóiam serviços aos clientes, pois engloba a consideração de fatores de
a posição competitiva da indústria. Por exemplo, normalmente as empresas mercado, como fatores críticos de sucesso e análise de custo-beneficio.
pagam suas contas com cheques ao receber as faturas. Com a tecnologia da A figura 6.7 relaciona 20 passos que podem levar à criação de um plane-
informação é possível ao comprador enviar uma ordem eletrônica de paga- jamento estratégico de sistemas de informação. Tais passos podem ser agru-
mento para seu banco ao receber a mercadoria. O valor é debitado em sua conta pados em sete fases:
e creditado na do vendedor. Nesse contexto, a tecnologia elimina a burocracia e
em geral pennite antecipar o pagamento, com as implicações daí decorrentes. Os passos 1 a 3 referen1-se ao desencadeamento do planejamento estratégico
Esses tipos de uso da informação podem ser denominados estratégicos e são de sistemas de informação.
geralmente gerenciados por sistemas de informação estratégica, que permi- Os passos 4 a 8 referem-se à identificação e formulação de metas, objetivos,
tem às atividades econômicas c6nquistar vantagem competitiva. missões e estratégias da organização. O processo inclui a identificação de
Os sistemas de informação estratégica destinam-se a proporcionar às ativi- fatores críticos de sucesso ou que sejam capitais para o êxito da organização.
dades econômicas uma vantagem competitiva. Tecnicamente, esses sistemas Os passos 9 a 11 examinam os sistemas de informação existentes por meio
podem ser muito parecidos com sistemas tradicionais de tecnologia da infor- de uma auditoria de sistemas.
154 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 155
Bibliografia
Nota: Alguns dos textos relacionados no final do capítulo 2 contêm uma introdução
simples e útil sobre análise e projeto de sistemas. Parte 2
Avison, D.E.; Fitzgerald, G. !nformation systems devefopment: methodologies, techni-
ques and toais. Oxford: Blackwell, 1988.
Checkland, P. Systems thinking. systems practice. Chichester: Wiley, 1991. Recuperação da informação
C~_innion, J.E. Evolutionary systems devefopment. London: Pitman, J 99,?.
Ci.itts, G. Structured systems anaiysis and design methodology. Oxford: Blackwell,
1991.
Harbour, R.T. Managing library automation. London: Aslib, 1994.
Holloway, S. Methodology handbookfor information managers. Aldershot: Gower,
1989.
Hughes, M.J. A practicaí introduction to systems analysis and design: an aclive learn-
ing approach. London: DP Publications, 1992.
Lester, G. Business information systems. V. 2: Systems anaíysis and design. London:
Pitman, 1992.
Mandelbaum, J. Small project automation ofíibraries and information centres. West-
port, CN: Meckler, 1992.
Mason, O.; Willcocks, L. Systems analysis, systems design. Henley-on-Thames: Alfred
Waller, 1994.
National Computing Centre. Systems training library. Oxford: Blackwell, 1990.
Pachent, G. Network '95: choosing a third generation autornated information system for
Suffolk Libraries & Heritage. Progran1, v. 30, n. 3, p. 213-228, 1996.
Preece, J. Human-computer interaction. Wokingham: Addison-Wesley, 1996.
Remenyi, D.S.J. /ntroducing strategic information systems pianning. Oxford: B!ack-
well, 1991.
Robb, A.F. The management guide to the se!ection and implementation o[ computer
systems. Oxford: Blackwel!, 1992.
Rowley, J. Basics ofsystems anafysis and design. London: Library Association Publish-
ing, 1990.
Schuyler, M. (ed.) The systems librarian 's guide to computers. Westport, CN: Meckler,
!991.
Senn, J.A. Anaíysis and design of inforn1ation systems. New York; London: McGraw-
Hill, 1989.
Skidmon;::, S. /ntroducing systems analysis. Mancht:slt:r; Oxford: NCC; Blackwdl, 1994.
- - ; Wroe, B. lntroducing systems design. Oxford: Blackwell, 1990.
Ward, I. et a!. Strategic p!anningfor information systems. Chichester: Wiley, 1990.
Wilson, B. Systems concepts, methodoiogies and applications. Chichester: Wi!ey,
1990.
7
fundamentos da recuperação
da informação
OBJETIVOS
indexação
FUNDAMENTOS DA RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 163
162 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Tabela 7.2 Sistemas locais versus sistemas externos Tabela 7.3 Gerações de sistemas de recuperação da informação
Aspecto Sistemas locais Sistemas externos
Primeira geração Metadados Interfaces baseadas em comandos, usuários
Cobertura Inclui tanto documentos Provavelmente cobrem um maior número especialistas e intermediários; número limitado
produzidos localmente de documentos da bibliografia publicada, de sistemas em linha nas instituições e
quanto dados de transações, oferecendo uma perspectiva mais ampla disponíveis externamente por meio de
e documentos externos da disciplina serviços de busca em linha
Custos Os custos são prefixados, inclu- Em termos gerais os custos incidem sobre Segunda geração Dados com Interfaces baseadas em menus e comandos;
sive os custos de manutenção, o uso embora haja ampla variedade de
texto integral recursos de recuperação adicionais, como
<JUe podem ser muito altos e estratégias de preços desde pagamento
hipertexto e buscas em texto completo; inter-
é mais provável que se refiram por consulta até assinaturas
faces baseadas em oos; previsto o acesso
mais ao tamanho da base de
pelo usuário final, mas nem sempre possível
dados do que à amplitude de
seu uso ou alcançado; sistemas em linha, com os
Recursos Serão adequados aos Podem ter uma gama similar à da base primeiros sistemas baseados em cederrom
de recupe. requisitos locais, no que de dados local, sendo, porém, mais Terceira geração Multimídia Interfaces gráficas; foco no acesso pelo usuário
ração tange a termos de indexação, provável que exista um leque maior final; orientada para o mercado e com ênfase
campos recuperáveis e de recursos mais elaborados; o usuário em pacotes de produtos; armazenamento e
. formato dos registros precisa de mais perícia na seleção; distribuição em cederrom ou em redes de alta
os esquemas de treinamento gozam capacidade; multimídia; intermediário com a
de boa reputação, mas são caros função de instrutor; maior uso no lar e em
Treinamento Variará a depender do Os esquemas de treinamento têm boa ambientes de acesso público
dos usuários ambiente local; pode ser reputação, mas são caros
uma função importante dos
profissionais da informação
7.3 Projeto de interface
Produtos Comumente uma gama de Uma variedade de produtos tão ampla
quanto forem as possibilidades do
O capitulo 4 tratou dos estilos de diálogo básico ou de projeto de interface que
produtos mais limitada, uma
vez que as necessidades dos mercado podem ser adotados em sistemas informatizados. Hoje em dia, a maioria dos sis·
usuários podem ser menos temas funciona com uma interface gráfica que inclui:
diversificadas
Usuários Um grupo menor, mais homo- Crupo maior, muitas vezes classificado manipulação direta
gêneo com menor diversi· por disciplina e grupo empregador
dade de interesses seleção de menus
linguagens de comandos
Gerações de sistemas de recuperação da informação preenchimento de formulários
perguntas e respostas.
Os sistemas informatizados de recuperação da informação, em comum com
muitos outros sistemas, passaram por várias gerações nos últimos 20 anos, as Ainda existem algumas aplicações que empregam um ou vários desses estilos
quais fizeram-se sentir em todos os tipos de sistemas de informação. A tabela de diálogo em interfaces não·gráficas. Nos sistemas antigos predominavam as
7 .3 resume algumas características das gerações. Embora a última ou a terceira interfaces baseadas em comandos e as baseadas em menus. Até há poucos anos,
sejam de interesse primordial, ·as gerações anteriores são importantes porque todos os sistemas de recuperação da informação baseavam-se em comandos.
Tais sistemas eram considerados impenetráveis pelo usuário inexperiente. A
vários sistemas operacionais podem estar baseados em tecnologia antiga e necessidade de aprender a linguagem de comando era agravada pelo fato de que
pertencem à segunda geração quase todo pacote de programa adotava uma diferente linguagem de comandos.
constituem os alicerces dos sistemas mais avançados de hoje em dia. As interfaces baseadas em menus surgiram como um meio de tornar os sistemas
Cada uma dessas gerações que se sucederam no tempo baseou-se na tecnologia :mais acessíveis para o usuário inexperiente e ocasional. Surgiram primeira-
mais avançada de sua época, o que acarreta implicações para a maneira como mente em bases de dados em cederrom e em catálogos em linha de acesso pú·
os sistemas são utilizados. Assim, como cada geraçã!? surge da anterior, os tipos blico, além de algumas aplicações especializadas em linha. Mais tarde, foram
de dados armazenados nos sistemas, a conectividade de sistemas, a interface do adotadas pelos serviços de buscas em linha como interfaces desses serviços
usuário e a natureza do grupo de usuários passaram por mudanças gradativas. comercializados diretamente junto aos usuários finais. Os primeiros sistemas
·./
~·.
~
;
168 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO FUNDAMENTOS DA RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 169
baseados em menus eram constituídos de menus muito simples de tela com- uma necessidade de busca. Se os termos ou códigos forem atribuídos por um
pleta, porém muitos sistemas, atualmente, contam com interfaces gráficas. Os indexador quando a base de dados é criada, então a linguagem de indexação
sistemas baseados em menus às vezes trazem embutido o emprego de comandos estará sendo usada na indexação. Os mesmos termos ou códigos também po-
num ambiente baseado em menus, proporcionando ao usuário uma ·lista de dem ser empregados como pontos de acesso aos registros durante as buscas.
comandos dentre os quais ele pode selecionar os que forem apropriados. Isso Ainda que a linguagem de indexação possa ser diferente da linguagem de bus·
ainda exige.do usuário que ele possua alguma noção do efeito que terá a apli-: c.a, é evidente que, para que a recuperação tenha êxito, as duas devem estar inti~
cação de determinado comando, porém elimina a necessidade de ele ter de !em.:. mamente relacionadas. Mais tarde voltaremos a esta questão.
brar a forma exata de um comando num. dado Sistema de recuperação da -infor- As linguagens de indexação podem ser de três tipos diferentes: linguagens
mação. Nas aplicações de recuperação da informação, as características de controladas de indexação ou Sistemas de termos atribuídos, linguagens naturais
interfaces gráficas que facilitam o proc_esso de busca incluem as seguintes: de indexação ou sistemas de. termos derivados, e linguagens livres de indexa-
ção. A seguir, examinaremos brevemente cada uma delas.
1 A facilidade de mover-se mais facilmente entre aplicações, de mOdo que,
por exemplo, com a mesma interface o usuário-possa realizar buscas numa Linguagens controladas de.indexação ou sistemas de termos atribuídos
base de dados externa, importar algumas informações, entrar no pacote de
No caso destas linguagens a pessoa controla os termos que são empregados
processamento de texto para reformatar essas informações e, finalmente,
como termos de indexação. As linguagens controladas podem ser utilizad~
enviar os dados reformatados a um colega por meio do correio eletrônico.
para nomes e outros rótulos, porém dá-se mais atenção às que descrev~_rp assun·~
2 A utilização de janelas, de modo que o usuário possa construir uma estra-
tos. Comumente, uma lista de autoridade identifica os termos que -RQ.dem ser
tégia de busca numa janela enquanto consulta um tesauro ou um sistema de
atribuídos. A indexação requer que uma pessoa atribua termos ~xtra@gs des~a
ajuda em outra janela. Tenninada a busca, a janela com a estratégia de bus-
lista a documentos específicos, tomando por base interpr_etações ·subjê!jvas dos
ca pode permanecer ativa na tela enquanto os registros vão sendo exibidos.
conceitos presentes no documento. Nesse processo, o indexador Pri{lca uma
3 O emprego de manipulação direta e a possibilidade de clicar em vínculos de
certa discriminação intelectual ao escolher os termos que julga aprPPriados~
hipertexto num ·documento.
Há dois tipos de linguagens controladas de indexação baseadas,_~di assun·
4 O emprego de interfaces visualmente mais atraentes e de fácil compreensão.
tós: linguagens alfabéticas de indexação e sistemas de classificaçãO~Nas lin-
5 Facilidade de navegação em diferentes menus e ações disponíveis no siste-
guagens alfabéticas de indexação, como os tesauros e listas de cabeÇa!hos de
ma.
assuntos, os tennos que correspondem aos assuntos são os nomes dos assuntos
6 Oportunidades para a exibição de documentos multimídia com, por exem-
postos em ordem alfabética. Exerce-se controle sobre os termos a serem usados
plo, apresentação na tela de fotografias e vídeos.
e se indicam as relações entre termos, mas os próprios tennos são palavras
Em geral, portanto, as interfaces gráficas tornaram os sistemas de recuperação usuais. Nos sistemas de classificação cada assunto é representado por um
da informação muito mais amigáveis para o usuário, mas existem alguns ambi- código ou notação. Eles têm como principal finalidade localizar os assuntos
entes de acesso público, principalmente onde um quiosque é empregado com dentro de uma estrutura que cristaliza as relações que eles mantêm entre si.
essa finalidade, em que a utilização de todos os recursos de uma interface grá- Os tesauros sempre foram uma característica dos sistemas de gerencia-
fica seriam considerados confusos por uma grande proporção de usuários. mento de documentos projetados para a gestão de grandes acervos. Cada vez
mais se destacam em catálogos em linha de acesso público e outros ambientes
Reflexão Faça uma lista dos aspectos da interface gráfica que, em de recuperação da informação, despertando interesse sua utilidade em apli-
sua opinião, poderiam apresentar dificuldades para o usu- cações na Internet. Os tesauros normalmente mostram o termo controlado de
ário que fosse inexperiente no uso dessas interfaces. indexação, junto com termos relacionados, específicos e genéricos. Podem ser
exibidos numa janela durante a formulação da estratégia de busca para ajudar
o usuário na escolha dos termos. Muitas vezes é possível escolher os termos na
7 .4 Linguagens de indexação e busca lista do tesauro simples1nente clicando sobre eles. Nos tesauros é possível usar
Define-se uma linguagem de indexação como sendo os termos ou códigos que vínculos de hipertexto a fim de nos movermos entre diferentes ocorrências do
podem ser usados como pontos de acesso num índice. Define-se uma lingua- mesmo tenno na lista. Outra aplicação dos tesauros é como base para a inde-
gem de busca como sendo os termos.usados por um consulente ao especificar xação automática. Todos os termos dos documentos que apareçam no tesauro
·-----
170 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO FUNDAMENTOS DA RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO. 171
gerarão urna entrada no arquivo invertido. Encontram-se aplicações dos tesau- faz em cederrons ou por intermédio dos serviços de buscas em linha, em siste-
ros na criação de redes e bases semânticas de conhecimentos. mas de gerenciamento de documentos e em catálogos em linha de acesso públi-
co. Os exemplos de buscas realizadas nesses ambientes, mostrados em capí-
Linguagens naturais de indexação ou sistemas de termos derivados tulos subseqüentes, demonstram a utilizaçãó dessas linguagens. Alega-~e que
as linguagens controladas de indexação são mais sistemáticas e, portanto, mais
Não se trata efetivamente de linguagens precisas ou invariáveis em si mesmas, eficientes e de fácil compreensão para quem faz a busca. As experiências feitas
mas da linguagem 'natural' ou corrente do documento que estiver sendo inde- a esse respeito não conseguiram, no entanto, comprovar tal alegação de modo
xado. Falando de modo estrito, os sistemas baseados em linguagem natural são convincente. O dilema com que se defrontam os projetistas de sistemas está em
apenas um tipo de sistema de termos derivados, que é aquele em que todos os que, se oferecessem, no contexto dos gigantescos bancos de dados disponíveis
termos de indexação são extr~ídos do documento que está sendo indexado. Por na Internet, algo além da indexação baseada em linguagem natural, o· custo
isso, os índices de autores, índices de títulos e índices de citações, bem como ín- disso seria proibitivo. Por outro lado, a indexação com linguagem controlada é
- dices de assuntos baseados em linguagem natural, são sistemas de termos deri- considerada útil num ambiente estimulante para os usuários neófitos porque
vados. Quaisquer tennos presentes no documento são candidatos a termos de não terão que navegar por todas as variantes inerentes à linguagem n~turaL
indexação. Tradicionalmente, dá-se preferência aos termos presentes nos títu- Grandes esforços vêm sendo feitos no sentido de desenvolver interfaces de
los e resumos, porém, cada vez mais se utiliza o texto integral do documento sistemas que lidem com essa variabilidade, tanto implícita quanto explicita-
como base para a indexação ..Ai. indexação baseada em linguagem natural que mente, em beneficio do usuário. Muitas bases de dados incluem termos extraí-
se vale do texto integral do documento pode resultar muito minuciosa. Há dos de linguagens controladas de indexação (com freqüência incluindo não só
sistemas em que convém adotar um mecanismo que decida quais termos são os linguagens alfabéticas de indexação, mas também esquemas de classificação),
mais importantes na indexação dos documentos. Esses mecariisrnos muitas além de suportar a realização de buscas nos textos dos registros, abrangendo
vezes se basejam na análise estatística da freqüência relativa de oçorrência dos assim todas as opções. A tabela 7 .4 relaciona as opções.
termos. A indexação baseada em linguagem natural pode ser realizada por um
indexador humano, ou automaticamente pelo computador. O computador inde~ Tabela 7.4 Comparação entre linguagens de indexação controladas
_ xa cada termo presente no documento, exceto os de uma lista de termos proi- e não-controladas
bidos, de extensão limitada, com palavras muito comuns, ou indeXa apenas os
termos qlle se encontrem num tesauro armazenado em sua memória. Vantagens Desvantagens
booleanatde buscas é utilizada na maioria dos sistemas. Pode ser empregad~ para 1representar E e o sinal + para representar ou. É comum usar-se mais de um
ligar termos de linguagens controladas ou de linguagens naturais de indexação, 1operador num enunciado de busca, como, por exemplo, em:
ou amba~. A lógica é empregada para ligar os termos que descrevem os conceitos
. PROCURAR TELENOVELA? OU TELE( )NOVELA E POLiTICA
presentei no enunciado de busca. De vinte a trinta ou mais termos de busca
podem ser ligados mediante a lógica de busca, a fim de expressar o enunciado de 1Uma vez introduzida uma seqüência de operadores, é preciso levar em conta a
busca. A :lógica de buscas permite a inclusão no enunciado de busca de todos os l prioridade de execução. No exemplo acima, convém especificar se a busca deve
sinônimo~s e tennos relacionados, além de espeCificar combinações aceitáveis e j ser realizada assim:
inaceitáveis de termos de busca. As estratégias de busca-muitas vezes precisam 1
ser mais çomplexas, no caso de termos da linguagem natural, a fim de expressar '
! PROCURAR TELENOVELA? OU (TELENOVELA E POLiTICA)
todas as possíveis variantes ortográficas e os quase-sinônimos. Os operadores 1 .
lógicos booleanos são E, ou e NÃO. A figura 7.2 emprega diagramas de Venn ·ou assim:
para mostrar como se usa cada um desses operadores.
PROCURAR (TELENOVELA? OU TELE( )NOVELA) E POLiTICA
Numa busca em linha os enunciados de busca são apresentados um de cada 1
vez. have_ndo a possibilidade de retroalimentação a cada etapa. A pessoa que faz i' Cada pacote de programas (ou serviço de busca) possui suas próprias regras de
a busca especifica um enunciado de busca e o computador responde indicando J prioridade (por exe1nplo, E pode ser sempre processado antes de ou), e uma
a quantidade de registros relevantes. Com esse tipo de recurso de busca, a. l busca, para ser bem-sucedida, vai depender da observância dessas regras ou do
estratégi~ pode ser refinada para se chegar a uma saída satisfatória. i uso adequado dos parênteses. Os parênteses forçam a prioridade e muitas vezes
'.oferecem uma especificação clara da perspectiva de quem faz a busca.
Opera- Tipo de Diagramas de Venn Significado
dor busca
l Reflexão Analise os dois enunciados de busca acima e explique adi-
Conjuntiva
m .
Produto lógico, simbolizado por A Ee, A, a, A x B
01.1 (A) (e). Ambos os termos A e edevemseratri-
b1.1ídos ao documento para ele ser recuperado,
p. ex., Palco x Iluminação x Salão de baile
implica que todos esses termos foram atribuí-
dos ao documento para que fosse recuperado
!.
ferença entre eles.
')Lógica de busca com classificação por ordem de relevância
\e maior coincidência
!Na maior parte dos enunciados de busca é possível indicar que certos conceitos
ou Aditiva Soma lógica, simbolizada por Aou 8, ou A+ B.
Apenas um dos dois termos de indexação, A ou : são mais imponantes do que outros que estejam próximos. A lógica de termos
8, deve estar associado ao documento para ser !ponderados pode ser incluída na formulação de perfis de buscas, desernpe-
recuperado. Este operador é comumente in-
cluído quando A e a são considerados equiva- : nhando, por si mesma, a função de lôgica de busca ou servindo de meio para
lentes para o objetivo da busca, p.ex., Bilhar+ \di1ninuir ou ordenar (classificação por relevância) o resultado cte buscas cuja
Sinuca recuperaria os documentos a que hou-
vesse sido atribuído o termo 'Bilhar' ou Sinuca'.
: lógica básica é booleana. .
[ Numa aplicação em que a lógica de termos ponderados seja a principal lógi-
NÃO Subtrativa Diferença lógica, simbolizada por A NÃO a, ou 1cade busca, a cada tenno de busca de um perfil de busca será atribuído um peso.
! A- e. O termo de indexação Adeve ser atribuí- JEste peso pode ser atribuído pela pessoa que faz a busca, porém ó mais comum
do_, e atribuído na ausência do termo B, para
que o documento seja recuperado, p.ex.,
jé ser atribuído automaticamente. A atribuição automática de pesos baseia-se
Jogos de bola-Golfe pede todos os documen- iem geral no algoritmo de freqüênci~ inversa que pondera os [ermos de acordo
tos sobre jogos de bola exceto aqueles onde !Com a freqüência inversa de sua ocorrência na base de dados. Assim, palavras
'Golfe' também foi atribuído.
i icoinuns são desprezadas por não terem Serventia algu1na na identificação
Figura 7:2 Operadores lógicos booleanos (precisa de documentos. Se os pesos forem atribuídos por quem faz a busca eles
1são ligados a uma classificação da relevância do documento que for encontrado
Os oper~dores booleanos E, ou e NÃO também estão sujeitos a algumas -contendo esse termo cômo termo de busca. Os perfis de buscas combinam os
variações. Por exemplo, alguns sistemas utilizam E NÃO. Também muitas vezes ;termos e seus respectivos pesos numa soma simples, e os itens classificados
podem .ser_ abreviados, de modo que, por exemplo, um a$terisco * é usado para tcomo adequados para recuperação serão os que apresentarem pesos superiores
_J .
----··-· -·
.... ,.
a determinado limiar de ponderação. Mostra-se abaixo um perfil simples de selecionados para exibição ou impressão. Nessa aplicação, a classificação por
disseminação seletiva de informação que adota a lógica de tennos ponderados: ordem de relevância é mais comumente alcançada por meio de uma análise do
número de ocorrências de termos de busca ou acertos no documento.
Descrição da busca: O emprego de isótopos radioativos na medição da São diferentes os índices invertidos que precisam ser criados para suportar
produtividade do solo. Um perfil de busca simples (que não explore todos os buscas booleanas e classificação por ordem de relevância, respectivamente. Um
sinônimos possíveis) seria: índice invertido pode ser armazenado na forma de uma grande matriz, em que
cada fileira corresponde a um único tenno, e cada coluna a um único registro.
8 Solo 4 Plantas Uma busca boole.ana exige simRles_men~.e que cada uma das células dessa ma-
7 Radioisótopos 3 Alimento triz te~a valqr igual a um ou zero. Um mecanismo que adote algum tipo de es-
7 [sótopos 2 Meio ambiente quema de ponderação de termos precisará que a célula da matriz tenha um va-
6 Radioativo 2 Agricultura lor, digamos, igual a n, sendo n o resultado de uma função mais complexa de
5 Radiação 1 Produtividade diversas variáveis. Esses valores podem ser calculados com base nas ocorrên-
5 Química agrícola Água. cias de terinos. Cada registro é considerado um vetor ou seqüência de valores.
Deve-se estabelecer um limiar de peso que seja apropriado à especificidade da
consulta formulada pelos usuários. Por exemplo, um limiar de peso igual a 12 7.6 Recursos de buscas
recuperaria documentos que teriam as seguintes combinações de termos atri- A maioria das aplicações de recuperação de informação dispõe de recursos usu-
buídos, e esses documentos ou registros seriam considerados relevantes: ais de recuperação, desenvolvidos com a finalidade de atender a um ambiente
baseado em textos, onde o usuário não sabe de antemão quais são qs documen-
Solo e Plantas tos ali existentes e/ou desconhece os termos a partir dos quais o~· registros
Solo e Radioisótopos podem ser recuperados. Em outras aplicações de bases de dados, ·effi,que os re-
Solo e Química agrícola gistros são recuperados por meio de códigos atribuídos previamente;ffiuitos dos
Radioisótopos e Química agrícola recursos relacionados a seguir não são necessários. Esses recursos atendem à
Solo, Alimento e Agricultura. incerteza encont~ada en1 sistemas baseados em documentos, corrlo c_>s de ser-
Seriam rejeitados os documentos que contivessem os seguintes termos atri- viços externos de buscas em linha, sistemas de gerenciamento de doCumentos,
buídos, em virtude de os pesos combinados de cada um dos tennos identificados muitas aplicações em cederrom e catálogos em linha de acesso público. Na
nos registros não ultrapassar o limiar preestabelecido: tabela 7 .5 encontra-se uma lista dos principais recursos e suas funções. Nos
sistemas baseados em comandos tais recursos são acessados por meio de um
Produtividade e Água comando apropriado; em interfaces gráficas, as opções podem estar embutidas
Alimento e Solo em menus descendentes, botões ou caixas de verificação em caixas de diàlogo.
Radioativo e Agricultura.
Recursos de configuração
Alternativamente, é possível não usar qualquer limiar de ponderação e, nesse
caso, os usuários simplesmente receberão registros em ordem decrescente de Configuram o ambiente no qual ocorrerá a b1:1sca e, portanto, dependem dele.
valores, podendo fazer sua própria opção sobre até onde poderão chegar no São comuns recursos de ajuda e mensagens, bem como de conexão, às vezes na
exame da lista desses registros. forma de recursos de entrada [log-on] e saída [log-oJl]. Interfaces baseadas na
Pode-se também adotar a lógica de busca com termos ponderados para com- Rede muitas vezes também oferecem acesso a informações sobre o serviço de
plementar a lógica booleana. Aí, a lógica de tennos p_onderados constitui uma buscas, suas bases de dados e condições para prestação de serviço aos clientes.
forma de limitar ou classificar os resultados de uma busca feita com o eniprego A seleção da base de dados geralmente representa outra função preliminar.
de um perfil de busca formulado em termos de operadores lógicos booleanos.
Na busca, e antes de ser exibida no vídeo ou impressa, as referências ou regis- Seleção dos termos de busca
tros são classificados pela ponderação alcançada, e os registros que apresen- A exibição de listas de termos de busca ajuda a identificar estes termos, e pode
tarem classificações suficientemente altas serão julgados mais relevantes e mostrar termos de indexação ou busca e às vezes o número de lançamentos.
176 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO FUNDAMENTOS DA RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 177
Tabela 7.5 Recursos de busca usuais auxílio de uma lógica de busca, confonne vimos na seção 7.5. É comum adotar
Recurso Função a lógica booleana de buscas ou a classificação por ordem de relevância.
Os tennos de busca podem ser combinados em enunciados de busca com o Muitas vezes a descrição de um assunto fica mais clara com o emprego de urna
178 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO FUINDAMENTOS DA RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 179
expressão composta de duas, três ou mais palavras. Certos assuntos, como Exibição dos registros
Informação Científica ou Vantagem Competitiva, precisam de duas palavras
para serem expressos. Convém que seja possível fazer buscas dessas expres- Concluída com êxito uma busca, é preciso exibir os registros correspondentes.
sões. Uma opção óbvia é fazer urna busca em que as duas palavras estejam Os catálogos em linha de acesso público exibem em primeiro lugar uma linha
unidas por E. Por exemplo: de cada registro, deixando que o usuário detennine a exibição do registro com-
pleto. Os serviços de buscas em linha oferecem uma variedade de comandos
Informação E Científica para a exibição dos registros na tela, impressão fora de linha e importação de
dados. A nonna são os formatos predefinidos, porém estão ficando c~_9a vez
Assim seriam recuperados registros com essa expressão, mas outros também mais comuns os formatos definidos pelo usuário. Além de especificar o formato
Seriam recuperados onde ocorrem as duas palavra·s, mas não juntas uma da de registro, é preciso que os usuários possam especificar os registros que deve1n
outra. Este método, portanto, só permite uma busca rudimentar de expressões. ser exibidos. A tendência dos catálogos em linha de acesso público é deixar que
Outra opção é arm_azenar esses tennos unidos, por exemplo, com hífens, os usuários selecionem os registros e façam sua exibição um a um. Os cederrons
que assinalam que os mesmos formam uma expressão. Assim, Informação- e os serviços de buscas em linha possuem comandos ou opções que pennitem
Científica seria armazenado como um único termo no arquivo invertido. Este indicar qual conjunto de registros será exibido.
método é satisfatório, mas se aplica principalmente à indexação controlada; as
expressões são assinaladas na etapa de entrada, e quem faz as buscas deve inse- Gerenciamento das buscas
rir o termo obedecendo exatamente à mesma forma com que ele originalmente
teve entrada na base de dados. O gerenciamento das buscas inclui a possibilidade de rever a es_J!atégia de
Uma opção mais flexível consiste em usar operadores de proximidade. Há busca que foi adotada e salvar, permanente ou temporariamente, up-i perfil de
vários tipos de operadores de proximidade. Eles podem determinar que: busca para utilização subseqüente. ~:
·~~
Exibição de buscas ou conjuntos de resultados Consultas conjugadas ou combinadas e buscas em múltiplos arquivos
Mostra ao usuário quantos documentos e termos de buscas e referências foram Se houver várias bases de dados que gerem registros pertinentes em resposta a
encontrados, indicando, assim, quando seria apropriado especificar ainda mais uma consulta, co1no acontece nos serviços de consulta em linha, talvez valha a
a busca. pena dispor de recursos de buscas em múltiplos arquivos. A opção de busca e1n
múltiplos arquivos mais amigável para o usuário é a que permite que se façam
buscas em diversas bases de dados 'sem ser preciso refonnular a estratégia ori-
·.:.,;
. '
~O .->'V
.. f ..
..., 18Ó RECÚPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO FUNDAMENTOS DA RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 181
ginal. .Is.se exige q~e O_sistema faça: .os ajustes necessários nos tennos. e campos mais metódicas do que outras na fonnulação das estratégias de busca, porém, o
· cte:busca a sérem.Pesquisados. As técnicas mais aperfeiçoadas de buscas em objetivo de cada uma deve ser:
· inúltiploS arquivos produzirão, então;.. um ~onjunto iritegrado de registros ex-
traídos .d·e· váíias bases. de dados, ·sendo eliminá.dos os. registros em duplicata: • recuperar um número suficiente de registros relevantes
· • evitar que sejam recuperados registros irrelevantes
Exibição dó tesáuro · · • evitar recuperar um número excessivo de registros
· • evitar recuperar um número insignificante de registros.
Quando se: adota lima linguagem_ co_ntrolada· de indexação para a obtenção ~e
. remias de ·1ncte;açã6, é pÍeciso, em·gefaI, Ciue baja ~~·.teSauÍq disponível- effi Muitas vezes S"erá preciso .ampliar oU·'restriílgir uma b~Sca com base no êxito d~-=
. foçmato _inipresso· Ou em linha. Ele contém o vocabuláxiq controla.do emp.re:- ·-enunciado de busca inicial. Isso é feito com o emprego de vários dos recursos
e·
. gado as relações entre terinos,.Sendo, portanto, 1:1ma.ferramentcl útÜ para· re~ de recuperação examinados na seção 7.6 ou com a inclusão de tennos de busca
. tringir ou ampliar os .assuntos das buscas. ConVérirque o.~esauro sej<i exibido diferentes. A formulação eficaz de uma estratégia de busca exige conhecimento
' '1"~»-'!..~ ' 1
numa janela para ajudar os usuários na elaboraçãO das éStratégiáS de bu.S:ca. do assunto, das bases de dados e da bibliografia que é objeto da busca.
· ·Alguns sistemas cÚntam com tesauros de ·linguaie"m livre que mostrai:n rela- Diferentes estratégias de busca prestam-se a diferentes· tipos de buscas.
çõ~s· entre te.rinos, pÚrém .exigem considerável esforÇÔ p·ar~ s~rem ~riadoS ... As . For~m propostos quatro tipos de estratégias de busca:
inteÍfaCes grá.ficas ofe"recem possjbilid.ades fascinantes ·para a exibiçã~.de:te:-.
sauros em forma de diagramas, que -mo'str.am múltiPias eStruiUrªs hierárquicas 1 Busca ·rápida é a que emprega E para recuperar apenas alguns artigos. Isso
e opções de abertUra automática de conjuntos de clasSes e subclasses. talvez corresponda a tudo que é necessário, ou o registro .localizado pode ser
usado como base para uma ~µsca subseqüente.
Hipervínculos 2 Elementos.construtivos é aquela em que a consulta origirial é expandida
tomando-se cada um dos conceitos numa consulta sucessivamente e in-
Muitos sistemas, inclusive a Rede Mundial, oferecem buscas baseadas em cluindo seus sinônimos e tennos relacionados usando ou. Todos os concei-
· hiperv(nculos. As .verdadeiras buscas._em hipertexto dependem do estaQele- tos são em seguida cotejados por meio do operador E, a fim de chegar ao ·cclfi-
ciniento; ·POr Parte de um indexador, ·cte Vínculos coriceitüais entre .os docu- . junto final. Esta estratégia é exaustiva, mas toma tempo.
me_n~os. OS·.criadores· de páginas· da.Rede mUiias vez_es' ~dotãffi ·issó quçi.rido..in- 3 Fraçõ"es ·sucessivas é um método para diminuir um conjunto grande me-
dicam.qUa.iS os tennoS q.ue devem.se:r usad.os como:ligações·coni·outras págihas. diante a seleção a que é submetido com o emprego de E e NÃO .
. Num.a grfiliâe base !ie; dados>en·tretantó;' eSsa é uiná atiVidad~ que requer- mão- 4 Desdobramento de uma citação-matriz, que emprega um pequeno con-
de::obraJQten.siva. Urria··aitemativa 'é. ipoi8r-se ·n·b conteúdo, ·inclusive o texto e junto de registros ou somente um registro como inspiração de termos de
. oi,itrqs o_bjetóS do . re'giStr,Ó·, ~ tisáf ·a ocorrê.ncia de objet~s ou tennos como base busca adequados, realizando-se en,tão as buscas sob esses tennos.
·pá.r~·:os VíriCuJo~·de hipe_rffiídia: Assim, se·o mesmotermo ou objeto aparecer em
·dófs-r.êiiS.irOs :·b~:;~Oc~m~en~Qs, o. _usuário poderá passar de um registro para Reflexão Apresente alguns exemplos de históricos de buscas que
o.Utr~, .CU~"!rido:.no te.íriiO -'?~- 9bjt:t~, s~~ voltar explicitamente ao índice. ilustrem cada um dos quatro tipos de estratégias de busca
.·r.··.' .' .;·. ,= ... ·:: .. :- . . . . ·. ·; . ·........ •.• ....... ·. ,.. ' ; ........ .
apontados acima.
1 ~ef!e~ão, Q~ai~:·d.os··;~~ur~~~ de b·us~~- acima indi(ados que um usu-
j ~/:Y··, 'áiió inexperiente teria dificuldade de compreender? Por 7.8 Usuários
1 . ,, <J~ê)' .· . .
! . .. ::·: ~-: ~ .. ..,. . ,. As seções anteriores deste capítulo concentraram~se nos sistemas, especifica-
' :?:/ EStratégfas d~ b~s<as mente os elementos concernentes ao programa dos sistemas de recuperação da
informação. O objetivo de qualquer sistema de recuperação da infonnação é ser
!, . . As seções aíl.teriores eXaminara·m sÚcintamente os componentes de um sistema usado pelo grupo de pessoas para as quais foi projetado. Os projetistas defini-
de recuperação cte infonnações:· As ferramentas oferecidas por esses sistemas ram o conceito de usabilidade, que reflete essa preocupação com os usuários:
.devem ser usadas, pelo consulente de fonna tal que lhe pennita realizar buscas ·
' ' _.,.".-.
•;;·
~ .. bem-sucedidas. O cor.junto de decisões e ações tomadas durante uma busca é A usabilidade de um produto é o grau com que usuários específicos podem alcançar
.cOnhecido como kstratégia de busca. Algumas. pessoas que fazem buscas são metas específicas em determinado an1biente; com eficácia, eficiência, con1odidade
e de maneira aceitável. [Booth 1989]
182 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO FUNDAMENTOS DA RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 183
Mais especificamente, os componentes de usabilidade que foram identifica- q.ue pode~ ser portadores de deficiências visuais ou audiÚvas, ou fer neces-
dos por Bennett (1984) e mais tarde operacionalizados por Shackel (1990), de sidades físicas específicas ou distúrbios de aprendizagem. o sistema deve ter
modo que pudessem ser testados, podem ser expressos em termos de: condições para suportar a necessidade especial do usuário. Assim, por exem-
plo, no caso de um usuário que seja deficiente auditiva a interface deverá ofere-
aprendibilidade ou facilidade de aprender- o tempo e o esforço exigidos cer informações visuais nítidas.
para alcançar detenninado nivel de desempenho de uso Os gerentes e intermediários da informação, que fazem busca~ em sistemas
produção ou facilidade de uso - as tarefas concluídas por usuários expe- em ?ome de, outros usuári~s, em geral são vistos como usuários experientes,
rientes, a velocidade de-cumprimento da tarefa e os erros cometidos porem tambem poderão exigir funções adicionais, de modo que possam facil-
flexibilidade - a amplitude com que o sistema pode comportar mudanças mente reformatar e comunicar informações para o usuário final. ·
das tarefas e ambientes além dos que foram inicialmente especificados
atitude - a atitude positiva que o sistema-produz nos usuários. 7.8 O futuro da recuperação da informação
Esses projetistas também reconheceram que existem categorias diferentes de Cada um dos capítulos subseqüentes desta parte do livro concÍui com 0 exame
usuários, sendo mais comuns as seguintes: novatos, experientes, ocasionais, d~ progressos recentes e com a identificação de alguns rumos p6ssiveis de aper-
freqüentes, crianças, idosos e usuários com necessidades especiais. MuitoS usu- . fe1çoamento. Qualquer análise que procure identificar as principais tendências
ários podem enquadrar-se em mais de uma dessas categorias e nenhuma delas no campo da recuperação da infonnação deverá ter em cont.a esse~ progressos
é rriutuamente exclusiva. As categorias são usadas como estereótipos para fai- em cada uma das áreas de aplicação. Contudo, muitos desses: progressos são
xas de experiência com sistemas de acesso público. Mais especificamente: desencade~dos pelas mesmas motivações. O pesquisador preOcupa-se com 0
Os usuários novatos são os que nunca usaram detenninado sistema. Preci- desenv~lv1mento do melhor sistema de recuperação e se esforç'ará por projetar
sam aprender como executar tarefas de recuperação da informação, com rapi- novos sistemas e avaliá-los. Os fornecedores de sistemas estão intereSsados em
dez e facilidade. São preferíveis as interfaces simpi€:s e intuitivas. É importante oferecer um pacote de programa ou um serviço que seja sUperior ao de seus
lembrar que sempre que um sistema passa por mudanças todos seus usuários se concorr~ntes, de modo que possam auferir uma vantagem comercial. Ambos
tornam novatos relativos, embora possam acercar-se do novo sistema com um compartilham de um mesmo empenho por melhores sistemas. No entanto nes-
quadro conceituai baseado no conhecimento de outros sistemas. Do mesmo se esforço é preciso levar em conta um fator importante. TiadÍcionalme~te a
modo, usuários novatos de um sistema que tenham usado sistemas similares recuperação tem estado envolvida,com informações razoavelmente estrutu;a-
aportarão ao seu aprendizado um quadro conceituai subjacente. d~s contidas em bases de da~os razoavelmente bem-definid~s., A atual expan-
Os usuários experientes utilizam o sistema regularmente e, portanto, estão sao do acesso a redes por meio da Internet oferece uma vasta. qllantidade de in-
familiarizados com a maioria de suas funções e podem lidar com qualquer pro- formações mal-definidas, que se alteram rapidamente, a um grande número de
blema que venha a surgir no sistema. O usuário experiente pode executar a usuárjos que são relativamente neófi~os no campo da recuperação da informa-
tarefa rapidamente, mas talvez fique frustrado com assistentes [wizards] e me- ção. E possível alcançar melhores sistemas de recuperação para esse ambiente
nus, bem como outras características que retardam a interação com o sistema. por meio de:
Muitos sistemas têm mais de um modo de interação para atender a essas
1 Melhor projeto de sistemas, onde exista um esforço por melhorar a efici-
diferente-s categorias de· usuários. Por exemplo, diversos sistemas de catálogos
ência e a eficácia, inclusive características tais coma reqllisitos de annaze-
em linha de acesso público e cederrons permÍtem a usuários experientes uti-
namento, velocidade de recuperação e eficácia do sistema. Os trabalhos
lizar teçlas de atalho e não menus, além de oferecer 'modos para usuários expe-
nesta área procuram superar as limitações do arquivo in~ertido (ver capí-
rientes', de modo que as pessoas possam executar buscas complexas.
tulo 5) ao desenvolver métodos rápidos de exploração do conteúdo da base
Os usuários ocasionais geralmente podem ser vistos co1no usuários quase-
de dados. Duas linhas de desenvo!Vimento vêm sendo investigadas. A pri-
novatos, pois utilizam o sistema de modo tão infreqüente que, quando o fazem,
meira correspond.e aos algoritmos de exploração de texto, com 0 objetivo de
precisam reaprender a usá-lo. Os usuários freqüentes, por outro lado, em geral
melhorar a velocidade de busca em arquivos seriais. A alternativa consiste
são tidos como experientes, embora alguns continuem a limitar a variedade de
em encontrar soluções baseadas em equipamento, a· maioria das quais ace-
funções que utilizam e, por isso, nunca se tomam usuários verdadeiramente
lera a expio~ª?ªº de textos com o emprego de processadores paralelos, de
experientes.
modo que varias operações sejam executadas simultaneamente.
Outra categoria importante é a dos usuários com necessidades especiais,
/ 184 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
de especificar combinações de termos que devem coincidir para se obter uma re-
185
os métodos de cottjo das descrições dos documentos com as descrições das cuperação bem-sucedida. A lógica de buscas booleana e a classificação por
consultas. Uma importante linha de pesquisa é a procura de uma alternativa ordem de relevância são duas das principais abordagens. Os principais recursos
para a lógica de buscas booleana. Os trabalhos nesta área resultaram em de busca são os que permitem: seleção dos termos de busca; entrada dos termos
maior difusão do emprego de buscas de melhor coincidência e vínculos de de busca; combinação dos termos de busca; especificação dos campos onde
hipermídia. Em última análise o usuário está interessado em poder interagir serão feitas as buscas; truncamento; uso de expressões, operadores de adjacên-
com o sistema empregando linguagem natural e quer um mecanismo de cia e proximidade; buscas de amplitude e limitação de amplitude; exibição de
recuperação que ofereça não um número muito grande de acertos, mas uma registros; gerenciamento das buscas; opções avançadas de exibição; consultas
proporção razoável de acertos relevantes, mesmo em grandes bases de conjugadas ou combinadas e buscas em múltiplos arquivos; exibição de tesauro;
dados não-estruturadas. Ademais, cada resposta à interação não deve durar e hipermídia. Os usuários podem empregar várias estratégias de busca dife-
mais de dez segundos para ser completada, por assim dizer. Existem vários rentes com o objetivo de obter um conjunto relevante de registros ou docu-
produtos que empregam urna combinação de consulta em línguagem natu- mentos. Usuários diferentes possuem necessidades diferentes e em geral con-
ral, classificação baseada no conteúdo ou hierarquias conceituais e técnicas vém distinguir entre usuários experientes e novatos. Sistemas melhores poderão
de sistemas especialistas com o fito de obter um ambiente de busca que de- vir a surgir das pesquisas orientadas para melhorar a eficiência e a eficácia dos
penda da indexação automática. sistemas, aperfeiçoar os recursos e as estratégias de recuperação, além de tornar
3 Melhor projeto de diálogo e maiores cuidados com a qualidade da interfa- mais aperfeiçoado o projeto de diálogo.
ce homem-máquina. Os trabalhos neste campo têm se concentrado em duas
áreas distintas: interfaces gráficas que sejam mais amigáveis, e sistemas QUESITOS DE REVISÃO
auto-explicativos e auxiliares ou intennediários que se interpõem entre o Quais são as três etapas da recuperação da informação?
sistema e o usuário. Os trabalhos mais recentes têm focalizado s~stemas 2 Por que as instituições precisam ter acesso tanto a sistemas de
auxiliares [fron1-ends] que simulam buscas baseadas na maior coiilcidên- recuperação de informação locais quanto a sistemas externos?
cia, ou modelam as ações de um intermediário humano. Estas pesquisas 3 Quais as vantagens da indexação com linguagem controlada para
empregam técnicas oriundas do campo da inteligência artificial e baseadas usuários inexperientes de sistemas de recuperação de infonnação?
-
no conhecimento. 4 Na lógica booleana de buscas, qual a diferença entre a combinação
de dois conjuntos com o emprego de ou e a combinação de dois con-
É difícil prever qual dessas linhas de investigação virá a ser a mais bem-suce-
juntos com o emprego de E?
dida a longo prazo. Ao fazer previsões quanto aos avanços futuros, é também
5 Explique os seguintes termos:
importante reconhece"r que as bases de dados existentes e os serviços delas
derivados constituem uma força inercial importante, e os progressos poderão truncamento,
ser lentos. Não obstante, essas três linhas de desenvolvimento representam as buscas por proximidade,
buscas por amplitude, e
principais maneiras pelas quais os sistemas poderão vir a ser melhorados.
hipervínculos.
RESUMO
Referências
São várias as características comuns a todos os sistemas de recuperação da infor- Bennett, J.L. Managing to meet usability requirements. [n: Bennett, J.L.; Case, D.;
mação, que incluem cederrons, Internet, serviços de consulta em linha, sistemas Sandelin, J.; Smith, M. ( ed.) Visual disp!ay terminais: usability issues and health
de gerenciamento de documentos e catálogos em linha de acesso público. Os sis- concerns. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hal!, 1994.
temas de recuperação da informação encontram aplicação tanto local quanto ex- Booth, P. An introduction to human-computer interaction. Hove: Lawrence Erlbaum,
terna. O projeto de interfaces é particularmente importante em aplicações nas 1989.
quais um grande número de usuários, cada um com uma formação diferente, rea- Shackel, B. Human/actors and usability. ln: Preece, J.; Keller, L. (ed.) Human-com-
puter interaction: selected readings. London: Prentice-Hal!, 1990.
liza buscas numa base de dados. linguagens de indexação são os termos ou códi-
gos que podem ser usados como pontos de acesso num índice. As opções são as
linguagens de indexação naturais, controladas e livres. Alógica de buscas é o meio
186 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Bibliografia
Aitchison, J.; Gilchrist, A.; Bawden, D. Thesaurus construction and use: a practical
manual. London: Aslib, 1997.
8
Basch, R. The seven deadly sins offul! text searching. Database, v. 12, n. 4, p. 15-23,
Aug. 1989.
- - . My most difficult search. Database, 65-67, 1991.
A Internet
Bates, M.J. Re-thinking subject cataloguing in the online environment. library resour-
ces and technical services, v. 33, p. 403-411, 1989.
Cleverdon, C. W. The Cranfield tests on· index language <levices. Aslib proceedings, v. OBJETIVOS
19, p. 173-194, 1967.
Cousins, S.A. Enhancing subject access to OPAC's: controlled vocabulary versus natural
A Internei oferece novas oportunidades para a comunicação internacional e tem
language. Journal ofdocumentation, v. 48, n. 3, p. 291-309, 1992.
merecido, apropriadamente, muita alenção nos últimos anos. Muilos livros foram escri-
Ellis. D. The physical and cognitive paradigms in information retrieval research. Jour-
nal ofdocu.men1ation. v. 48_. p. 45-64, 1992. tos sobre a Internei. Oferecemos aqui uma breve introdução, que visa a explicar um
- - . Progress andprob!ems in information retrieval. London: Library Association pouco da terminologia essencial e algumas das questões ligadas ao acesso à Internei
Publishing, 1996. por parte das bibliotecas. Ao término deste capitulo, você estará:
- - ; Furner-Hines, J.; Willett, P. On the creation of hypertext links in full text docu-
ments: measurements of inter-linker consistency. Journa! of documentation, v. 50, compreendendo a natureza básica da Internei
p. 67-98, 1994. ciente dos tipos de serviç.os e recursos que estão disponíveis na Internei
Fidel, R. Who needs controlled vocabu!ary? Specia! libraries, v. 83, n. 1, p. 1-9, 1992. ciente das questões relativas à localização e avaliação dos recursos da Internei
Ingwersen, P. lnformation retrieval interaction. London: Taylor Graham, 1992. apto a propor algumas aplicações do acesso da Internei em bibliotecas
Lancaster, F. W. lndexing and abstracting in theory and practice. London: Library ciente das possibilidades que as inlranets oferecem nas bibliotecas.
Association Publishing, 1991. (Edição brasileira: Indexação e resumos: teoria e
prática. Brasília: Briquet de Lemos I Livros, 1993]
8.1 O que é a Internet?
Meadows, J. Text retrieval - dead or alive?: the active management oftext. Journal of
docuntent and texr management, v. 2, n. l, p. l-9, 1994.
Rowley, J. The controlled versus natural indexing languages debate revisited: a pers- Reflexão A mídia tem dado enorme atenção à Internet. O que você
pective on information retrieval practice and research. Journal ofinformation sci- já sabe a respeito dela l
ence, v. 20, n. 2, p. 108-119, 1994.
Smeaton_, A.F. Retrieving information from hypertext: issues and problems. European A Internet é um conjunto de redes de computadores, interligadas, ou seja, uma
fournal ofinformation systems, v. 1, p. 239-247, 1991. rede de redes. Atualmente conecta mais de um milhão de computadores e sua
Srinivasan, P. Optimat document indexing vocabulary for MEDLINE. !nformation pro- velocidade de crescimento em tennos de uso e novos assinantes aumenta a cada
cessing and management, v. 32, n. 5, p. 503-514, 1996. mês. A Internet oferece conectividade mundial por meio de uma malha de redes
baseadas nos protocolos TCP/IP e Open Systems Interconnection (os!). que apre-
sentamos em capítulo anterior. Outros protocolos podem também ser enviados
pela Internet, inclusive Systems Network Architecture (SNA), Decnet/rv,
Appletalk e Noveil IPx/SPX.
Historicamente, era, em essência, uma rede acadêmica, mas seu uso em ati-
vidades econômicas cresceu tanto que deixou de ser uma mera rede elitista de
L.. @omunicação entre grandes centros de pesquisa, tomando-se acessível a peque-
'/ Gias faculdades e empresas, além de bibliotecas do mundo todo. A Internet abre
acesso em linha a uma miríade de bases de dados, catálogos e acervos de biblio-
tecas, arquivos de programas de computador e documentos, além de serviços
de mensagens de uso freqüente, como userNet News e correio eletrônico.
Como surgiu a Internet? Ela começou como uma rede exclusiva, chamada
188 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO A INTERNET 189
ARPANET, cuja origem está numa experiência realizada, em 1969, pelo governo Ligação com a Internet
norte-americano, na área de redes por comutação de pacotes. A DARPA (Depart-
As redes locais podem se ligar à Internet por meio da instalação de programas de
ment ofDefence Advanced Research Project Agency) inicialmente interligava
redes TCP/!P no servidor de rede local e fazendo-se uma conexão entre essa rede
pesquisadores a centros de processamento de dados remotos, nos EUA, per-
e a Internet. Uma ampla variedade de máquinas que são conectadas à rede local
mitindo-lhes compartilhar recursos de informática, como espaço em disco e
podem acessar a Internet, inclusive computadores Pessoais que rodem com oos
bases de dados, além de programas. Outras redes experimentais que utilizavam
ou Windows, computadores Macintosh e estações de trabalho UNIX.
transmissão de pacotes por rádio e satélite foram conectadas por intennédio da
Há três tipos de conexão com a Internet:
ARPANET com o emprego da tecnologia de interconexão de redes patrocinada
pela DARPA. No começo, a interconexão de redes, experimentais e de caráter conexão completa, quando há uma ligação permanente por telecomuni-
comercial, recebeu a denominação de DARPA Internet, depois encurtada para cações, e o computador tem nome e endereço registrados na Internet
Internet. A contribuição mais importante que esse projeto trouxe para o futuro conexão por discagem, por meio de uma ligação temporária por telecomu-
das redes de computadores foi a pesquisa e desenvolvimento de um conjunto de nicações com uma máquina que disponha de acesso completo
códigos de comunicação que permitiam aos computadores da 'rede' 'falarem' conexão por meio de portal, quando a conexão é feita por intermédio de
entre Si. Tais códigos foram denominados protocolo da Internet (!nternet pro- outra rede ou provedor de serviço corno a CornpuServe.
tocol, abreviadamente IP). Na década de 1980 o IP e o sistema operacional UNIX
tomaram-se sinônimos. A maioria dos principais fornecedores adotava o proto- 8.2 Serviços e recursos disponíveis na Internet
colo IP protocolo-padrão de comunicação entre os sistemas UNIX interligados
em rede local. Isso suscitou a demanda pela possibilidade de conectar computa- Os recursos disponíveis na Internet mudam constantemente, de modo que qual-
dores ligados a uma rede local cornos grandes computadores da ARPANET e quer lista que se faça estará sujeita à rápida obsolescência. No entanto, a fim de
outras redes emergentes que utilizavam o protocolo IP. indicar o alcance das informações disponíveis na Internet, apresentamos um
O acesso à ARPANET estava inicialmente restrito às empreiteiras norte-ame- rápido panorama dos tipos de bases de dados e outros serviços ali oferecidos.
ricanas que atuavam na área militar e de defesa, bem como às universidades que A Internet presta-se a diferentes tipos de utilização:
faziam pesquisas de interesse militar. Os avanços no fornecimento de sistemas correio eletrônico - permite aos usuários enviar mensagens ou arquivos
em rede de alcance nacional possibilitaram maior comunicação entre computa- entre si
dores no seio da comunidade acadêmica de pesquisa. A criação da National Sci- notícias - informa aos usuários sobre informações disponíveis
ence Foundation Network (NSFNET) em 1988 permitiu a ligação de pesquisa- ligação remota - permite aos usuários a ligação com sítios remotos
dores dos EUA com 12 centros dotados de supercomputadores. A conexão com transferência de arquivos - permite aos usuários acessar e recuperar arqui-
a NSFNET geralmente se fazia por inrermédio de centros regionais, cada um vos localizados em sítios distantes.
servindo de suporte a uma rede regional. Essa solução teve tanto êxito que não
só pennitiu a conexão com um centro onde havia um supercomputador, mas As informações e serviços disponíveis em sítios remotos incluem:
também, inadvertidamente, possibilitou a conexão de todos os centros regio-
nais. Assim, a Jntemet surgiu como uma rede cooperativa de computadores Servidores de listas e grupos de discussão sobre uma ampla variedade de
sem um órgão central que supervisionasse suas atividades. A NSFNET passou a temas. Os. participantes têm a oportunidade de trocar informações atuais e
substituir a ARPANET como rede de pesquisa, e esta acabou sendo desmontada travar uma conversa. Alguns servidores de listas revestem-se de particular
em 1990. Na época em que a NSFNET estava sendo construída, a Internet co- interesse p!lra os gerentes de informação.
meçou a crescer de modo notável, mostrando avanços exponenciais no número 2 Bases de dados temáticas, principarmente de instituições acadêmicas. Utn
de redes, participantes humanos e computadores. A Internet atual interliga número cada vez maior de instituições, especialmente acadêmicas e de pes-
mais de dois milhões de computadores e mais de 10 000 redes, estendendo-se quisa, está colocando disponíveis na Rede bases de dados sobre temas de
por mais de 50 países. Calcula-se que atenda a mais de 15 milhões de usuários. suas especialidades. A Indiana University, por exemplo, montou vários ar-
É precursora da 'superauto-estrada da infonnação',.a National Research and quivos na área da biologia.
Education Network, que interligará instituições dos EUA e do mundo inteiro, 3 Informação comunitária. Em geral por meio de suas bibliotecas públicas,
possibilitando-lhes compartilhar informações e realizar videoconferências. as comunidades proporcionam acesso, por discagem ou pela Internet, a
dados locais, como o catálogo da biblioteca pública, visitas à galeria de arte,
190 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
AINTERNET 191
informações turísticas, boletins meteorológicos e outras informações, in-
clusive demográficas. formato- que inclui o fonnato ASCII comum, ou com o leiaute tisico especi-
4 Recursos de governo. Tanto os governos nacionais quanto locais fornecem ficado num arquivo PostScript ou Acrobat, ou com a estrutura lógica assina-
informações. Por exemplo, a Indiana State Library montou um servidor lada explicitamente por meio de um esquema como o da Standard Genera-
que proporciona acesso ao Indiana Code (a legislação estadual)_, e o govern~ lized Markup Language (SGML) ou a HyperText Markup Language (HTML)
federal norte-americano criou seu sítio na Rede. método de transferência- um documento pode ser transferível por meio de
5 Catálogos de bibliotecas. Um número cada vez maior de bibliotecas está um dentre vários protocolos-padrão de transferência na Internet, como o
colocando à disposição do público seus catálogos na Internet. Embora a File Transfer Protocol (FTP) ou o HyperText Transfer Protoco! (HTTP)
maioria dos catálogos disponíveis seja de grandes bibliotecas universitá- tamanho ou volume - que varia de uns poucos bytes ou palavras até muitos- -
rias, as públicas também começam a colocar na Rede seus catálogos. megabytes
6 ~ec~rsos comerc~ais. As bases de dados comerciais de informação dispo- assunto ou tema
n1ve1s na Internet incluem: D!ALOG, Lexis/Nexis, Dow Jones News/Retrie- profundidade de cobertura
val e muitas outras. O DIALOG oferece ao usuário mais de 400 bases de freqüência de atualização e atualidade
dados sobre qualquer assunto e a Dow Jones News/Retrieval oferece a seus língua
usuários o acesso a mais de 1 300 publicações e 70 bases de dados. origem - organizações comerciais, governamentais, profissionais e acadê-
7 Quadros de avisos, ou o equivalente eletrônico dos boletins de notícias. micas ou usuários individuais
8 Compras e outras transações comerciais. Existe atualmente um grande público- os documentos podem ser destinados a pessoas ou membros de de-
número de centros de compras e outros sítios da Rede, criados por empresas terminados grupos ou podem esiar à disposição de qualquer um.
de vendas a varejo,' que oferecem aos clientes a possibilidade de fazer com- Além daS ferramentas ou mecanismos de busca e navegadores que servem ao
pras sem sair de casa. É possível comprar pela Internet quase qualquer arti- usuário para encontrai seu caminho na Internet, existem numerosos cadastros
go, embora várias das empresas que foram pioneiras nesse tipo de negócio de recursos disponíveis na Internet. Um dos mais úteis é o BUBL (BulletinBoard
vendessem basicamente computadores e .programas de computador, além for Libraries). O BUBL é um serviço de informação cuja finalidade é atender a
de outros produtos de informação, como livros e acesso a bases de dados. profissionais de biblioteconomia e ciência da infonnação. Entre a ampla varie-
Outros grupos de produtos importantes incluem discos musicais, presen- dade de serviços que oferece estão cadastros de recursos, usuários e dicas,
tes, brinquedos e outras mercadorias que antes eram compradas por reem- sumários correntes de periódicos de biblioteconomia e ciência da informação,
bolso posta 1. bem como periódicos e textos eletrônicos.
9 Fornecimento de documentos. Várias bibliotecas importantes e serviços
de fornecimento de documentos também oferecem serviços de localização e 8.3 Buscas na Internet
fornecimento de documentos (ver capítulo 15).
Diante de tão grande variedade de bases de dados e outros serviços disponíveis
Reflexão Quais dos serviços acima descritos você acha que lhe se- na Internet, tornou-se importante projecar interfaces que ajudem os usuários a
riam úteis? · consultar as fontes e serviços de informação disponíveis na Rede. Sabe-se que
a recuperação constitui um problema sério na Internet, que possui bases de
Diversos desses serviços oferecem acesso a registros ou documentos em bases dados numa enorme variedade de fonnatos, aléin de numerosos 'programas de
de dados. Esses documentos podem ser divididos em categorias ou coleções recuperação diferentes instalados em diferentes plataformas de computador e
com base nas seguintes características (que também servem para demonstrar a oferecendo acesso, por intermédio de diferentes interfaces, a subconjuntos
diversidade dos documentos): dessas bases de dados. Vários similes impressos têm sido empregados para des-
crever a sítuação1 e um deles é que a situação atual da Internet pode ser com-
localização física - documentos agrupados com base em seu armazena- parada com a de uma biblioteca pública à qual cada um dos membros da co·
mento tisico numa área geográfica ou em determinado computador ou rede munidade doou um livro, largando-o no meio do salão de leitura.
de computadores As ferramentas usadas para fazer buscas na Internet muitas vezes funcio-
tipo de dados - um documento pode ser constituído de símbolos textuais na1n no modo cliente-servidor. Em muitos computadores ligados à Internet
~uméricos, gráficos, visuais ou auditivos ou de uma combinação deles ' foram instalados programas servidores que permitem ao usuário fazer buscas
A fNTERNET 193
192 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
nas bases de dados de uma maneira mais intuitiva. O sistema do usuário local embutidas, essas funções. Um plug-in num programa-cliente da Rede é o mes-
roda o programa-cliente equivalente que se comunica com o programa-servidor mo que um add-on, exceto que esse plug-in não pode rodar sozinho. Exemplos
e apresenta uma interface homogênea com os dados. O usuário não precisa de add-ons são o Adobe Acrobat e o Portable Document Format (PDF). Este é
saber onde os dados são armazenados ou como gerir a estrutura do sistema de muitas vezes empregado para distribuir documentos em formato legível por
arquivos do servidor. computador, com uma aparência de alta qualidade muito próxima da do origi-
São dois os tipos de instrumentos disponíveis para fazer buscas na Rede: nal em papel. O Microsoft PowerPoint Animation Player é outro add-on, que
navegadores e mecanismos de buscas. Os navegadores suportam as buscas ao permite a publicação de apresentações em Microsoft Power Point na Rede.
acaso, o que implica a recuperação sucessiva de dOCu1iiéiitõs te'rido como baS·e Embora os navegadores estimulem que se percorra uma rede de documentos
alguma relação existente entre um e outro documento. Isso é possível por meio vinculados, esse tipo de consulta a esmo .não constitui um método eficaz para
de sistemas de hipertexto que oferecem a representação de vínculos. O sistema a identificação de infonnações específicas. Para issb é preciso um mecanismo
de hipertexto mais empregado é a Rede. A consulta ao acaso é possibilitada por: de busca.
Um mecanismo de busca é uma ferramenta de recuperação que executa o
um sistema de endereçamento que permite que a localização de qualquer trabalho básico de recuperação, a aceitação da consulta, o cotejo desta com cada
objeto armazenado num computador ligado à rede seja identificada de mo- um dos registros existentes na base de dados, bem como a apresentação, resul-
do inequívoco por um endereço conhecido co1no Uniform Resource Locator tante disso, de urµ conjunto de itens recuperados. Ainda que a aplicação prin-
(URL) cipal desses mecanismos de busca seja proporcionar acesso aos recursos dis-
uma linguagem de marcação (HTML) que permite aos autores de um docu- poníveis na Rede e armazenados em inúmeros servidores diferentes, existe uma
mento identificar determinados pontos desse documento como fontes de área correlata de aplicação, com probabilidade de crescer nos próximos anos,
vínculos, alétn de especificar a localização do alvo desses vínculos que é utilizar mecanismos de busca como ferramentas de recuperação em am-
um protocolo de transferência (HTIP) que possibilita que exemplares de bientes de intranet para a recuperação de documentos de um acervo local. É
documentos-alvo armazenados em servidores re1notos sejam recuperados provável que essa aplicação direcione o desenvolvimento das funções dos
e exibidos mecanismos de busca até que reproduzam o que já é oferecido pelos sistemas de
um programa-cliente ou navegador da Rede, como o Netscape Navigator ou gerenciamento de documentos.
o Internet Explorer, que proporciona ao usuário o controle do processo de Uma vez que as ferramentas de busca precisam oferecer acesso a um enorme
recuperação e dos vínculos a serem ativados. acervo de documentos, disperso em vários lugares, o processo de recuperação ·
deve ser eficiente. Essa eficiência é obtida pelas ferramentas de busca que
Tanto as pessoas fisicas quan[O as jurídicas criam páginas onde apresenta1n atuam com uma representação ou registro do documento e não com a fonte
suas próprias infonnações ou serviços. Un1 conjunto de páginas localizadas no original. Esse registro pode conter dois tipos de dados:
mesmo servidor recebe o nome de sítio [site]. O acesso a essas páginas dá-se por
meio do URL e com o emprego de um navegador. Exemplos de navegadores são dados equivalentes às informações contidas no documento que o registro
Lynx, Mosaic e Netscape. Esses endereços ligam o usuário ao computador onde representa
se hospedam os arquivos, os quais são exibidos na estação de trabalho pessoal metadados sobre o documento que o registro representa.
do usuário. Com programas adequados os usuários podem ler documentos, ver
São híbridos os registros que contêm ambos os tipos de dados; os que contêm
imagens, ouvir sons e recuperar informações.
apenas metadados são registros bibliográficos. Cada um dos registros contidos
Quanto à indexação, os hipervínculos na Rede, que constituem a base da
na base de dados mantida por um serviço de buscas na rede mundial é criado
navegação, são termos de indexação não-controlados porém atribuídos por
automaticamente por um programa denominado aranha. Toda vez que um pro-
seres humanos. Em geral, não há controle algum dos termos que serão usados
grama-aranha é rodado, ele é inicialmente emitido com os URLs de um pequeno
como hipervíncutos, mas cada hipervínculo é codificado um a um pelo criador
conjunto-matriz de páginas-alvo da Rede; ele recupera e importa cópias dos
da página HTML da Rede que conté1n o hipervínculo. Um acessório [add-on] de
alvos desses vínculos; em seguida ativa cada vínculo contido nessas páginas; e
navegador incluído num programa-cliente da Rede é uin programa externo que
assim por diante, até que tenha importado cópias de cada uma das páginas que
roda individualmente sem o auxílio do programa-cliente da Rede. Muitos cli-
pôde encontrar. O conteúdo de cada página é armazenado nu1n registro que
entes da Rede permitem um vínculo com outro programa, a fim de representar
tambérn contén1 outros campos com metadados básicos, como o título do doeu-
o conteúdo de um ~rquivo em que o programa-cliente da Rede não possui,
194 RECUPERAÇÃO DA rNFORMAÇÃO A rNTERNET 195
mento, data da última alteração, tamanho em megabytes e respectivo URL. Os disso, a possibilidade de o usuário avaliar a relevância de um documento depen-
valores desses atributos são determinados automaticamente a pa_rtir do docu- de decisivamente dos metadados sobre o documento que sejam exibidos nas
mento. As buscas nesses registros são facilitadas com a criação de um índice telas onde aparece o conjunto recuperado. Várias tentativas estão em curso para
invertido. A natureza desse índice depende de as buscas serem feitas com avaliar o grau ideal desse conjunto de elementos de me.tadados.
operadores booleanos ou pelo método de maior coincidência (ver capítulo 7). O Tão logo a busca é processada, o servidor da rede responde ao pedido de
índice invertido é annazenado com o emprego de técnicas de compressão que 'pesquisar' com o envio ao usuário de uma página da Rede que será exibida no
reduzem grandemente a capacidade de memória que exigem. lugar do formulário de busca original, cujo conteúdo inclui o produto do pro-
A interface do usuário suporta a interação entre ele e o sistema. Para a foi-- grama de-busca: A apresentação do conjunto recuperado comumente assume a
mulação de consultas, a página da Rede que é exibida ao usuário de um meca- forma de uma lista de sucedâneos que representam os registros recuperados,
nismo de buscas comumente traz um ·formulário' constituído de uma caixa ordenados pela sua relevância potencial para consulta e apresentados em certa
para inserção de texto e que contém um convite para que o usuário ali coloque quantidade por vez, digamos, em grupos de dez; cada um deles incorpora um
os termos de busca, possivelmente acompanhada de quadrículas para marcação vínculo de hipertexto com o documento-fonte apresentado pelo registro e, ao
ou caixas de menus que permitem a inclusão de delimitações de campos ou o clicar nesse vínculo, chamamos o documento-fonte.
emprego de operadores. Uma vez formulada a consulta, aciona-se um botão Os mecanismos de busca diferem entre si no que concerne aos seguintes
denominado 'pesquisar', ou algo parecido, o que desencadeia um pedído- aspectos importantes:
padrão HTTP para procurar uin docu1nento de determinado URL do servidor do
serviço de buscas. Os dados inseridos pelo usuário são anexados ao URL como Cobertura da base de dados. Alguns mecanismos somente proporcionam
~ma seqüência de caracteres que representam certos parâmetros e seus valores, acesso a recursos da Rede, enquanto outros o fazem para uma ampla varie-
Junto com uma especificação do programa de buscas a ser rodado e aos quais dade de recursos disponíveis na Internet.
esses valores devem ser passados, antes de ser atendido o pedido de pesquisar. 2 Recursos e processo de busca. Os mecanismos de busca pesquisam em di- ·
A maioria dos serviços de buscas na Rede utiliza um processo de maior ferentes partes dos documentos HTML. Alguns fazem buscas apenas nos tí- '
coincidência, que envolve: tulos e cabeçalhos, 1nas não no texto integral de documentos HTML. Tam-
bém varia a gama de recursos de busca. Alguns mecanismos oferecem
converter a consulta para o formato de um vetor de valores, cada valor indi- apenas buscas simples com palavras-chave, enquanto outros oferecem bus-
cando presença, ausência ou 'peso' de determinado termo naquela consulta cas booleanas e até mesmo buscas por proximidade.
computar escores com o emprego de uma de várias fórmulas matemáticas 3 Lista de resultados. Alguns mecanismos apresentam uma simples lista de
simples conhecidas como coeficientes de similaridade, a fim de expressar o recursos, enquanto outros incluem o contexto do que foi encontrado, resul-
grau de similaridade entre esse vetor de consultas e os vetores de registros tados ponderados e opções de ligação com páginas similares.
que constituem o índice invertido da base de dados
ordenar todos os registros da base de dados segundo seu escore e exibi-los Tabela 8.1 Algumas das mais importantes redes de pesquisa na Internet
em ordem hierárquica, em primeiro lugar os de escore mais elevado.
Sigla Nome
O pressuposto em que isso se baseia é que, quanto mais parecido com a consulta
for o registro, maior será a probabilidade de o documento que ele representa vir ACSNET Australian Computer Science Network
a ser relevante para a necessidade de informação do usuário. BITNET Recause lt's Time Network
CDNNET ·Canadian National Network
Alguns mecanismos de busca, como o Yahoo, atribuem esses valores por
CSNET Computer Science Network
meio de intervenção humana na atribuição de cabeçalhos de assuntos a re- Deutsche Forschung Netz
DFN
gistros em bases de dados. Esse é um processo que exige muita mão-de-obra, o EARN European Academic Research Network
que significa que o mecanismo de buscas precisa ser seletivo em face dos regis- JANET Joint Academic Network (Reino Unido)
tros que tem de indexar. No entanto, essa intervenção humana levaria a resulta- JUNET Japanese UNIX Network
dos de buscas com maíor grau de coincidência com as necessidades dos usuá- NSFNET National Science Foundation Network
rios. Estão sendo realizadas experiências nas áreas de bases semânticas de co- Usenet Largely UNIX Network (US)
nhecimentos e o uso de tesauros a fim de melhorar a eficácia das buscas. Além
196 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO A INTERNET 197
Quando se procuram recursos na Internet é importante conhecer os pontos for- 4 Acessibilidade do sítio. Alguns sítios são de dificil acesso, seja porque se
tes e fracos dos diferentes mecanismos de busca. Se uma biblioteca estiver pro- encontram num vínculo sobrecarregado de uso, seja porque se encontram
jetando a colocação de uma página na Rede, será importante que esteja a par dos num vínculo lento na Internet.
-mecanismos de busca que os usuários podem usar para acessar esse sítio. 5 Os serviços pagos constituem um caso especial, sendo necessário avaliar os
méritos relativos do acesso à Internet e o acesso em cederrom. A tabela 8.2
Reflexão O que é a World Wide Web e como ela funcional resume quais foram as principais questões defrontadas ao se fazer essa es-
colha.
8.4 Avaliando recursos da Internet 6 ~e~ursos já exi~_~entes em outros formatos. Vale a pena estimular o acesso
a tais recursos? Os recursos da Internet precisam ser avaliados a fim deve-
Uma biblioteca, se estiver interessada em lançar mão dos recursos da Internet
rificar o que podem proporcionar que já não esteja disponível nos recursos
para atender a consultas dos usuários, ou oferecer serviços que os orientem para
existentes. Talvez as razões potenciais para que sejam utilizados os recursos
recursos específicos da Internet, precisa avaliar os recursos da Rede. Apesar da
da Internet se devam ao fato de oferecerem:
preocupação com a potencial falta de estrutura da informação eletrônica, os
critérios tradicionais usados na avaliação de produtos impressos aplicam-se informações mais atuais
igualinente nesse contexto. Resumamos, primeiramente,_ alguns desses crité- melhores recursos de busca
rios tradicionais que podem ser aplicados na avaliação de recursos da Internet: acesso rnúltiplO e em rede
alguma combinação dos itens acima.
1 Qual o público-alvo? É de nível universitário ou formado de leigos?
2 Qual a freqüência de atualização? Mostra informação sobre a atualização?
8.5 Usos do acesso à Internet em bibliotecas
3 A qual instituição está ligado?
4 Quais as áreas de especialização do desenvolvedor do recurso? Existe uma As bibliotecas que instalam um servidor e um sítio na Rede podem oferecer
seção 'sobre' que identifique o autor/criador? qualquer combinação das sugestões que se seguem a fim de melhorar os ser-
5 Qual a relação entre esses recursos e outros recursos sobre o mesmo tema? viços prestados aos usuários:
Existe1n vínculos ou remissivas para esses recursos correlatos?
6 Existem críticas ou avaliações do sítio? O que dizem? 1 Informações básicas sobre a biblioteca, como horário de funcionamento,
7 É necessária permissão para ter acesso e ele é cobrado? pessoas para contato, endereços e normas regulamentares. Existe então o
ensejo de tornar essa informação mais interessante do que quando veiculada
Yip ( 1997) oferece alguns critérios-adicionais de seleção baseado em sua expe- por outros meios, incluindo, por exemplo, fotografias do pessoal, um breve
riência na Hong Kong Uníversity of Science and Technology. Ao identificar os arquivo sonoro ou vínculos diretqs de correio eletrônico que pennitam aos
recursos para os quais ofereceria acesso orientado na Internet, foi constatado usuários enviar suas mensagens.
que seria útil levar em conta os seguintes fatores:
2 Novas formas de acesso aos recursos da biblioteca, tais corno:
1 Tipo de acesso ao sítio. Pode incluir sítios de FTP, sítios de gopher, sessões
de telenet e useNet. Os usuários preferiam sítios da Rede de.v~do aos víncu- formulários de pedido de aquisição de livros que podem ser preenchidos pe-
los de hipertexto e às características de multimídia desses sítios. los usuários e depois convertidos em dados catalográficos
2 Nível de seleção. Os usuários deveriam ser orientados, por exemplo, para acesso remoto a catálogos
sítios de jornais especificas ou para sítios que ofereciam acesso a um con- melhores interfaces de busca em catálogos em linha de acesso público
junto de jornais? É importante aqui ter em mente a coincidência entre as ne- exposição dos recursos da biblioteca, como, por exemplo, visitas guiadas ou
cessidades dos usuários e a forma de apresentação de recursos que estiver um vídeo de hora do conto
disponível, e decidir caso a caso. novos serviços de informação, como uma página vinculada a uma coleção
3 Requisitos de programas. Foram evitados sítios que exigiam que os usuá- de textos eletrônicos, bases de dados e outros recursos da Internet (esse
rios tivessem programas especiais em seus microcomputadores, como pro- acesso pode ser destinado a grupos específicos de usuários, como, por exem-
gran1as para processar caracteres chineses, uma vez que o acesso a esses plo, crianças ou adultos que não podem sair de casa)
sítios não seria possível para todos os usuários. acesso aos recursos dos hospedeiros em linha.
198 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
AINTERNET 199
Equipamento Atualidade Os recursos da Rede são em geral mais atuais do que os ce-
Para montar um sítio na Rede não é preciso equipamento muito dispendioso ou derrons
Recuperação Os cederrons em geral possuem melhores recursos de busca
complexo. Os componentes básicos de uma configuração são:
Facilidade de Quando o acesso à Internet é lento isso afeta as bases de
acesso dados da Rede, mas as redes montadas com cederrons são
Computador imunes a isso
Um computador apropriado, em que rodem quase todos os sistemas operacio- Manutenção O acesso à Internet requer menos manutenção
Dependência A Rede independe de plataforma, enquanto os cederrons ro-
nais, e que funcionará como servidor. Todos os sistemas que funcionam com
de plataforma dam em plataformas específicas.
DOS, Windows, Macintosh e UNIX podem ser usados como servidores para a
criação de documentos na Rede ..
A lista de problemas que Yip (1997) encontrou na seleção de recursos da
Internet também serve como lista de advertência para outros que estejam
Acesso à rede
optando pelo mesmo caminho:
O acesso à rede pode ser feito por meio de linha discada ou de acesso direto. As
linhas diretas dedicadas são mais rápidas e confiáveis do que as discadas. Além uma enorme quantidade de lixo
200 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
A INTERNET 201
Sua estratégia, que talvez seja adequada em outros contextos, consistiu em Promoção
seleCiõnar um número limitado de fontes de alta qualidade que tivessem inte-,
A promoção diz respeito à atração de_visitantes para o sítio. Isso pq~~.-s.~r_conse
resse potencial para os usuários, tomá-las facilmente disponíveis por meio da
guido por meio de oficinas, cartazes e na própria Rede.
interface, e em seguida oferecer oficinas sobre buscas de modo a permitir aos
usuários que desenvolvessem suas próprias aptidões para identificar, avaliar e
Avaliação
selecionar fontes adicionais especificamente pertinentes para seus interesses.
Trata-se de monitorar se o sítio na Rede está alcançando seus objetivos. A
8.6 Gerenciamento de um sítio na Rede quantidade de visitas é uma das medidas de êxito, porém é possível obter uma
melhor avaliação das buscas por meio de avaliação feita pelos usuários.
Quais são as principais questões envolvidas no estabelecimento e ulterior ma-
nutenção de um sítio na Rede para que tal sítio possa oferecer um serviço útil
Manutenção
aos usuários e servir de vi trine adequada para os serviços da organização? As
•.'
questões relacionadas sucintamente a seguir são um lembrete de que um sítio
na Rede precisa ser administrado exatamente como qualquer outra iniciativa ou
serviço promocional. Antes de se iniciar um projeto de criação de um sítio na
Rede é preciso identificar com clareza seus objetivos, que definirão o conteúdo
Pode ser uma tarefa de vulto. As informações precisam ser atualizadas, e, à me-
dida que isso ocorre, devem ser revistos os vínculos que remetem para outras
páginas. Um projeto novo requer uma revisão completa do desenho d~ toda:s as
páginas que o sitio contiver. · •
1
-~.i
.."·&
e desenho da página. Numa explosão de entusiasmo é fácil imaginar um sítio ....................... ·.·s.,·
~-':..~-
na Rede como· um projeto que se faz de urna vez por todas. Para que tenha uma Reflexão Identifique algumas estratégias que o gerente de informa- >~
eficácia permanente, é preciso que os recursos estejam disponíveis para çã? possa adotar para equacionar algumas das questões'~ ..~
atualização, avaliação e manutenção. KI~ •
Diretrizes 8. 7 1ntranets
A definição genérica de intranet é: 'sistema de comunicação interna de-uma or-
A criação de um sítio na Rede começa com a identificação dos objetivos que ele
ganização que emprega tecnologia da Internet'. As intranets ·utilizam duas das
terá. lsso estará ligado à cobertura e aos serviços que oferecerá.
aplicações principais da Internet: os navegadores da Rede, com suas interfaces
gráficas, e o correio eletrônico. São adotadas no apoio a uma grande variedade
Envolvimento do pessoal de serviços de informação, que incluem, por exemplo, acesso a coleções de
O pessoal deverá estar identificado com o sítio e consciente dos objetivos que documentos em sistemas de gerenciamento de documentos, e correio eletrônico.
pretende atingir. Isso pode ser alcançado de modo mais eficaz se se mantiver o
pessoal comprometido com o desenvolvimento do sítio. Benefícios
cessárias para a interrogação de sistemas proprietários, como bancos de da- boletins de notificação corrente, boletins de alerta
dos, sistemas de recuperação de infonnação bibliográfica e sistemas de in- fornecimento· de periódicos eletrônicos
formação gerencial. O usuário, além do que, somente precisará dominar o listas por assuntos de recursos na Internet
uso de uma única interface. horário de abertura e atendimento em bibliotecas e outras infonnações
3 Comparadas com o custo da utilização de sistemas de informação proprie- material de suporte ao desempenho de atividades de infonnação.
tários, ou groupware, as intranets são de instalação muito barata. Ademais,
As intranets interativas oferecem muitas oportunidades para a comunicação
os pacotes proprietários também utilizam protocolos p_róRrios, que muitas
bid!recional n_o âmbito d& organização. Sua COQ_figuração, porém, é um pouco
vezes resultam em dependência do distribuidor do programi além do que
mais complexa. Quando o usuário quer enviar, mudar, responder ou eriCWl-
as atualizações e utilitários só podem ser adquiridos do fornecedor original.
nhar qualquer tipo de informação a outro local ou pessoa, precisa de um pro-
4 Oferecem melhor acesso em relação a diversos pontos:
grama ou script específico para processar essa informação. Esses scripts têm de
os documentos podem ser compartilhados entre as principais platafonnas ser mantidos num servidor interno da Rede que use TCP/IP. Se a rede da oraa-
de redes nização não rodar com TCP/IP, então talvez seja preciso um gateway ou prog~a
a informação é acessível independentemente da localização do usuário ma de parede corta-fogo [/irewall] como interface entre o protocolo de rede da
wna estação de trabalho configurada para ser usada numa intranet também organização e o protocolo TCP/IP. Aplicações com essa configuração incluem:
encontra-se pronta para uso na Internet se os gateways necessários forem
correio eletrônico, inclusive mensagens e documentos anexos
incorporados na rede
treinam~n~o e aprendizado informatizado (os pacotes podem ser produzi.:
é possível inonitorar o acesso e uso por grupos que estejam usando a intra-
dos e m1n1strados no próprio local)
net, possibilitando avaliar a utilidade dos serviços e recursos oferecidos na videoconferências
intranet
serviços interativos, como sistemas de reservas, documentos de encomenda
é possível incorporar sistemas de autenticação de usuários, de modo que o
e compra, relatórios e levantamentos, facilitados pelos comandos HTML de
acesso à infonnação pode ser controlado.
'processamento de formulários' e 'encaminhar para'
5 Pennitem a manutenção de documentos atuais, oferecendo acesso a docu- áreas de quadros de avisos ou conferências em linha
mentos eletrônicos que serão sempre a versão mais recente. Isso elimina um serviços de suporte técnico
grande volume de trabalho reprográfico, bem como o tempo despendido na serviços de consulta em linha
tentativa de encontrar documentos em papel. renovação de empréstimos
acesso a catálogos de bibliotecas na Rede.
Aplicações das intranets
8.8 O futuro
As aplicações que podem ser dadas às intranets dependem de seu tipo, sendo
dois os principais: intranets de conteúdo unidirecional e intranets interativas. Encontram-se, em numerosas fontes, projeções sobre o crescimento do número
Nas intranets unidirecionais, os arquivos são simplesmente solicitados a de servidores e usuários que acessam os recursos da Internet. Essas estimativas
um local ou servidor onde ficam annazenados, recebidos no microcomputador se alteram com tal rapidez que se toma inviávet"resumi-las em livro. Por isso,
e vistos com o auxílio do navegador da Rede. Eis algumas de suas aplicações: nenhuma será reproduzida aqui. Mas a Internet poderá vir a concretizar a etapa
final da curva exponencial que era parte das especulações feitas por diversos
guias de viagens, mapas autores, há alguns anos, sobre a explosão da infonnação. Isso em si colocará
listas telefônicas ainda mais problemas para a gestão da informação. Entrementes, há várias
boletins o~tras questões relativas ao intercâmbio de informações na Internet que pre-
calendários de eventos cisam ser enfrentadas. Algumas são menos prementes, ·se a Internet for vista
manuais de diretrizes principalmente corno uma ferramenta para uma comunidade de entusiastas da
sistemas de qualidade tecnologia da informação e meio de comunicação entre indivíduos. Hoje, po-
apontadores para ofertas de trabalho veiculadas na Internet rém, ~uan~o as aplicações comerciais se tomam mais importantes, tais questões
distribuição e atualização de documentos terão 1nev1tavelrnente de ser solucionadas.
204 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO AINTERNET 205
A 'Rede Mundial da Espera' de mecanismos de busca para atender às necessidades de diferentes grupos de
clientes. Elemento importante no desenvolvimento profissional dos gerentes da
Uma das características mais enervantes da Internet é a velocidade com que as
informação será a abrangência e as características dos mecanismos de busca.
páginas aparecem na tela. Os elementos gráficos incluídos em inúmeras pági-
nas exigem enorme capacidade de transmissão e há inúmeros servidores e cli-
RESUMO
entes que padecem de ligações relativamente lentas. Os atrasos podem piorar
devido ao tráfego intenso em alguns setores da Internet. Isso piorará ainda mais AInternet- uma série de redes interligadas-funciona com base em protocolos-
se o volume de tráfego aumentar, a menos-que se tornem disponíveis ligações padrão d". redes. AWorld Wide Web-Rede Mundial [de computadores]-é um
de maior capacidade em mais elementos das redes que constituem a Internet, e/ componente importante da Internet. Entre os serviços e recursos disponíveis na
ou melhores algoritmos de compressão de dados pennitam que uma quantidade Internet temos: servidores de listas e grupos de discussão, bases de dados temá-
maior de dados seja transmitida pela mesma largura de banda. ticas, informação comunitária, recursos governamentais, catálogos de bibliote-
cas, recursos comerciais, quadros de avisos, transações financeiras e comerciais
Reflexão Descreva situações em que tenha sofrido as conseqüências e fornecimento de documentos. Com uma gama tão vasta de recursos e bases de
de uma largura de banda inadequada na Internet. Quais dados disponíveis na Internet, tornou-se importante projetar interfaces que aju-
eram as características dessas situações? dem os usuários a localizar os recursos informacionais e serviços disponíveis.
Dois tipos de ferramentas - navegadores e mecanismos de busca - são utili-
Segurança e propriedade zados para fazer buscas na Internet. Os navegadores servem para percorrer a
As questões rela tivas aos direitos autorais e à propriedade intelectual têm Rede e mover-se entre sítios e páginas com base em hipervínculos, porém a iden- . .;=--
particular relevância para a indústria da informação, pois os problemas de tificação de recursos específicos requer um mecanismo de busca. As aplicações · !~f,
propriedade são intrínsecos às questões de direitos e responsabilidades e de potenciais da Internet em bibliotecas incluem: novas formas de acesso aos recur- · 1.\
quem detém a autoridade para pactuar acordos comerciais concernentes à in- sos da biblioteca, páginas interativas, ligação com informações remotas, desen- :_·.::
formação. Tais questões devem ser enfrentadas com base nu1na mescla de nor- volvimento de recursos humanos, aquisição, catalogação e classificação. As intra: .:}{
mas legais que sejam pertinentes a uma rede internacional (e isso, em si, já é um nets reíletem o emprego da tecnologia da Internet no sistema de comunicação in- _,;.7_
verdadeiro desafio) bem como a práticas, licenças e tratados também interna- terna das organizações. Os tipos de aplicações dependem do que estiver sendo -~i:
cionais. Além disso, para que as pessoas possam realizar transações comerciais usado: intranets de conteúdo unidirecional ou intranets interativas. Para que as
pela Internet de modo eficaz, é crucial que exista a possibilidade de preservar tecnologias incorporadas à Internet possam desenvolver-se mais será preciso
o sigilo das informações financeiras e outras informações comerciais (como buscar a solução de alguns problemas, .como os de segurança, propriedade e
informações sobre compras) que trafegam pela Internet, bem como a necessi- estrutura, além dos que a transformam às vezes numa 'Rede Mundial da Espera'.
dade de autenticar a qualificação e a identidade do remetente.
QUESITOS DE REVISÃO
Estrutura Qual a diferença entre Internet e Rede Mundial [World Wide Web)?
Os usuários não conseguirão localizar a informação ou o sítio que desejam na 2 Explique o significado de HTIP, HTML e URL.
Internet se não fizerem a busca com um endereço específico, e até mesmo esses 3 Faça uma lista de algumas bases de dados e serviços disponíveis na
endereços sofrem mudanças. Sabe-se que até mesmo os mais empedernidos Internet.
tecnocratas já andaram testando as maravilhas da classificação de De\vey e 4 Qual a diferença entre navegador e mecanismo de busca? Explique
outros sistemas de classificação. Como vimos acima, alguns dos mecanismos como funciona um mecanismo de busca.
de busca oferecem a possibilidade de avaliação, classificação e indexação dos 5 Relacione alguns critérios para avaliação das bases de dados dispo-
recursos da Internet. A função que os mecanismos de busca desempenham na níveis na Internet.
provisão de acesso aos recursos da Internet haverá de evoluir ao longo dos 6 Explique como uma biblioteca poderá utilizar a tecnologia da Inter-
próximos anos. Cada vez 1nais eles serão essenciais para identificar quais os net para oferecer acesso à informação para sua clientela.
sítios que os usuários visitarão; como uma espécie de guia para os consuini- 7 O que é uma intranet? Por que as organizações estão se valendo da
dore~ seu potencial é muito grande. Além disso, será preciso um número maior tecnologia intranet?
A INTERNET 207
206 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
OUtros serviços implantados incluem:
ESTUDO DE CASO DE IMPLEMENTAÇÃO: CAMBRIDGESHIRE
LIBRARIES ANO INFORMATION SERVICE 1 O Cambridgeshire Libraries and lnformation Se1Vice possui uma página
dedicada a cada uma de suas bibliotecas. A página da Cambridge Central
Natureza do projeto Library inclui informações básicas sobre como usar a Internet e lista de
O projeto baseia-se no reconhecimento de que a tecnologia da informação sítios preferidos. .
é essencial à gestão, desenvolvimento e prestação de se1Viços em bibliotecas 2 O Input Output Centre aluga computadores e vende cursos de treina-
públicas. A convergência de sistemas e a crescente predominância de infor- mento.
-mações em formato ·eletrônico ~são fatores que toíham~a-·tecnologia da 3 O pessoal do Input Output Centre poderá ministrar treinamento gratuito
informação cada vez mais viável em bibliotecas públicas. sobre um sistema de informação geográfica que contém o mapa de Cam-
Isso suscita uma preocupação com a possibilidade cada vez maior de bridgeshire.
virmos a ter grupos que são 'pobres em informação' e os que são 'ricos em 4 A Cambridge Central Library e seu pessoal têm endereços eletrônicos
informação'. As bibliotecas públicas têm um papel fundamental a desem- que permitem e estimulam os clientes a entrar em contato conosco por
penhar para garantir o livre acesso à informação independentemente de seu esse meio.
formato. 5 Um terminal de auto-atendimento, para empréstimos, marca Plescon,
Isso levou ao desenvolvimento da seguinte política: foi instalado em julho de 1997.
A biblioteca lançará mão da tecnologia da informação sempre que isso Acesso público à Internet .__,.
contribuir para melhorar o serviço ou aumentar a eficiência. A Internet, simplesmente, mostra como a informação será coletada, "~~..
2 A biblioteca proporcionará acesso a programas de computador que administrada e disseminada no futuro. Se o público não dispuser de acesso "[·
ajudem as pessoas a ter acesso à tecnologia da infc,>rmação, disso obten- às redes, poderá deixar de ter acesso às informações atualmente disponíveis :~~
do o maior proveito. em outros formatos. ,,. ::
3 A biblioteca proporcionará acesso a computadores para aquelas pes- A Internet é apenas uma ferramenta - um formato. O público deve ter, ·:.~
soas que, de outra forma, não teriam acesso a eles. tanto acesso às informações veiculadas na Internet quanto tem a qualquer ';i:)
4 A biblioteca oferecerá capacitação para aquelas pessoas que não pos- outra fonte de informação disponível. ',.:
,·
suam conhecimentos de informática.
Serão as bibliotecas públicas o caminho apropriado?
Fez-se uma comparação com as bibliotecas públicas de antigamente, que
Sim, simplesmente porque para a maioria das pessoas elas são a p(incipal
proporcionavam acesso aos livros - o formato da época - e estimulavam
fonte gratuita de informações imp~rciais que são essenciais ao funciona-
o alfabetismo de modo que a comunidade usufruísse o máximo de bene-
mento eficaz da democracia e de uma sociedade livre.
fícios da biblioteca. No futuro, a instrução em informática terá uma função
Deve continuar existindo o livre acesso à informação, qualquer que seja
adesempenhar tão importante quanto o alfabetismo. seu formato. De fato, a Internet e a tecnologia das redes poderão colocar um
Os seNiços introduzidos em consonância com essa política incluem:
desafio para o futuro das bibliotecas. Embora o livro, como tal, possa ~ão se
rede de cederrons para uso do pessoal e do público tornar obsoleto, poderá, para certas finalidades, ser superado. Chegara o dia
empréstimo de cederrons (por intermédio da empresa Ramesis) em que a informação será distribuída a todos os lugares, do mesri:o mo?o
banco de disquetes (shareware para venda, também por intermédio da que a água e a eletricidade são hoje distribuídas. O problema entao sera o
Ramesis) acesso e a cobrança pelo serviço.
• parceria com o projeto Cambridge Online City, a fim de proporcionar Os serviços que as bibliotecas públicas atualmente oferecem, inclusive a
informação local com o emprego de terminais públicos de acesso à informação, estão em grande parte baseados num edifício. Embora uma
Internet, um deles localizadQ na Cambridge Central Library e outro na rede possa eliminar a necessidade de a pessoa locomover-se até um edifício,
Arbury Court Library o acesso à informação propriamente dita precisará ser mantido. Isso pode-
Oito terminais públicos ligados à Internet para acesso só à Rede: quatro e deve - fazer parte do papel futuro do se1Viço de bibliotecas públicas:
na sala de referência e informações, e quatro no centro de aluguel de coleta, gestão e edição de informações na Rede.
computadores.
r
l
\,;.
A TNTERNET 209
208 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Para garantir que esse futuro venha a se tornar realidade, a Internet Oawson, A. The Internet for library and information professionais. London: Library
deverá ser acolhida com convicção e utilizada sempre que possível. Na Association Publishing, 1997.
Dong, X.; Su, L.T. Search engines on the world wide web and information retrieval
mente do público, a biblioteca deve ser tão sinônima de dados eletrônicos from the Internet: a review and evaluation. Online and CD-ROM review, v. 21, n. 2,
quanto atualmente é de livros.
p. 67- 81, 1997.
Falk, H. Working the Web. The electronic library, v. 14, n. 5, p. 453--469, 1996.
Suporte aos usuários Fishenden, J. Managing intranets to improve business process. Aslib proceedings, v.
As bibliotecas públicas devem reconhecer que os clientes precisam de 49, n. 4, p. 90-96, 1997.
assistência quando vão utilizar fo_r_m_a_t_9s com qs quais não estão acos- Garlock, K.L.; Piontek, S. Building the service based library Website: a step-by-step
tumados. Também devem admicir que a maioria das pessoas, tão logo.se ~.~.,,.....iU1'de to design and dptions. Chicago; London: ALA, 1996.
acostumam, preferem o auto-atendimento. Da mesma forma que as biblio- Harrison, S. NHSWeb: a health intranet. Aslib proceedings, v. 49, n. 2, p. 36-37, 1997.
Heery, R. Review ofmetadata formats. Program, v. 30, n. 4, p. 345-373, 1996.
tecas do séc1,.do XIX promoveram o alfabetismo, as bibliotecas públicas
Helm, P. Hew\ett Packard and the intranet- case study and alliances. Aslib proceed-
devem hoje fomentar a instrução sobre o uso do computador e oferecer
ings, v. 49, n. 2, p. 32-35, 1997.
capacitação básica gratuitamente. O mesmo deverá ser feito em relação à Jasco, p. The Internet as a CD-ROM a!ternative. lnformation today, v. 13, n. 3, p. 29-31,
Internet, com a oferta gratuita de ajuda e suporte, de modo a capacitar os 1996.
clientes ao auto-atendimento, que terão sempre a seu alcance pessoal Jeffcoate, G. Gabriel: gateway to European national libraries. Program, v. 30, n. 3, p.
especializado, para auxiliar e servir de intermediário quando necessário. 229-238, 1996.
Kalin, S.; Wright, C. Internexus: a partnership for Internet instruction. ln: Kinder, R.
Martyn Wade (ed.) Libraries on the Internet: impact on reference services. New York: Haworth ,.,.,;
Cambridgeshire Libraries and lnformation Service Press, p. 29-41, 1994.
MacLeod, R.; Kerr, L. EEVL: past, pres~ntand future. The electronic /ibrary, v. 15, n.
Referência 4, p. 279--286, 1997.
McMahon, K. Using the BUBL information service as an Internet reference resource.
Yip, K.F. Selecting internet resources: experienct:; at the Hong Kong University of Managing information, v. 2, n. 4, p. 33-35, 1995.
Science and Technology (HKUST) Library. The electronic library, v. 15, n. 2, p. 91- Merchant, B.; Winters, N. Sma!l libraries on the Internet. Libra1y technology, v. 2, n. \.
98, 1997.
4, p. 78-79, 1997.
Morrei, P. Building intranet-based information systems for international companies
Bibliografia
etc. As/ib proceedings, v. 49, n. 2, p. 27~3 l, 1997.
Nota; Existe ampla variedade de recursos sobre Internet e intranet, tanto em forma im- Pai, A.; Ring, K.; Downes, V. lntranetsfor business applications. London: Ovum Re-
pressa quanto eletrônica. Eis uma pequena amostra desses recursos que oferecem orien- ports, 1996.
tação prática ou descrevem experiências de estudos de casos que também podem pro- Rowley, J. Retailing and shopping on the Internet. Internet research: electronic nel-
porcionar orientação a outras pessoas que estejam participando de projetos similares. working applications and po/icy, v. 6, n. 1, p. 8 l-91, 1996.
Still, J. (ed.) The Internet /ibrary: case studies of/ibrary internet management and use.
Biddiscombe, R.; Knowles, K.; Upton, J.; Wilson. K. Deve!oping a web library guide Westport: Mecklermedia, 1994.
for an academic library: problems. solutions and future possibilities. Program, v. Storey, T.; Dalrymple, T. On the Web with OCLC FirstSearch and Netfirst. oac News-
31, n. 1, p. 59-74, 1997. letter, n. 220, p. 26-29, 1996.
- - ; Watson, M. Developing a hypertext guide to an academic library: problems and Tedd, L.A. An introduction to sharing res6urces via the Internet in academic libraries
progress. Program, v. 28, n. !, p. 29--41, 1994. and infonnation centers in Europe. Program, v. 29, n. 1, p. 43-61, 1995.
Blackmore, P. The development ofan intranet within a college offurther and higher Tseng, G.; Pou\ter, A.; S?rgent, G. The library and infonnation professional's guide to
education. Aslib proceedings, v. 49, n. 3, p. 67-72, 1997. the World Wide Web. London: Library Association Publishing, 1998.
Bradley, P.; Smith, A. Worid ~Vide ~Veb: how to design and construct home pages. Woodward, J. Cataloguing and classifying informatlon resources on the Internet.
London: Aslib, 1995. Annual review of information science and technology, v. 31, p. 189-219, 1996.
Cawkel!, T. The information superhighway: a review of some determining factors.
Journal ofinformation science, v. 23, n. 3, p. 187-208, 1997.
Davenport, E.; Proctor, R.; Goldenberg, A. Distributed expertise: remate reference ser-
vice on a metropolitan area network. The e/ectronic library, v. 15, n. 4, p. 271-278,
1997.
SERVIÇOS DE BUSCAS EM LINHA 211
porte, bem como a gerência das operações de faturamento e atividades o catálogo em linha de acesso público de uma biblioteca próxima
financeiras conexas. Os produtores de bases de dados pagavam aos serviços de diversas fontes disponíveis na Internet, inclusive outros sítios da Rede.
buscas em linha para que realizassem esse serviço para eles. Hoje em dia, com
equipamentos muito mais baratos, maior padronização e acesso mais amplo às A fonte primordial a que os serviços de buscas em linha proporcionam acesso
redes, quase qualquer pessoa física ou jurídica pode lançar-se no mercado de são as bases de dados. Elas incluem tanto bases de dados bibliográficos quanto
venda de infonnações eletrônicas e proporcionar acesso a suas próprias bases de bases de documentos. Muitas das outras fontes relacionadas acima podem
dados. A sobrevivência de organizações que possam continuar atuando com oferecer acesso aos dados ou ao próprio documento, ou a locais, fontes ou docu-
êxito como serviços de.buscas em linha dependerá_ d~:_ mentos onde a informação se encontrar. A lista 9.1 indica alguns dos principais
fatores-a serem considerados quando da seleção de uma fonte de infonnação_
acesso a uma bas~ definida e consolidada de clientes
a qualidade e eficácia das atividades de marketing (a marca será importante LISTA 9.1
como símbolo de qualidade tanto do serviço quanto das bases de dados)
Fatores a serem considerados ao selecionar uma fonte de informação
opções no fornecimento de documentos e a rapidez com que esses documen-
tos sejam entregues ao cliente 1 A cobertura de assuntos e fontes deve ser adequada.
retornos altos para os produtores das bases de dados, combinados com baixo 2 Tipo de busca. Em algumas buscas é bom contar com flexibilidade na
preço para os usuários· finais estratégia de busca e talvez seja conveniente poder mudá-la ou alterá-
acessibilidade, no sentido de que os serviços de buscas sejam fáceis de aces- la à luz dos conhecimentos adquiridos durante o processo de busca.
sar na Internet As estratégias iniciais podem ser modificadas à medida que a pessoa
disponibilidade de facilidades de buscas de modo a contemplar diferentes que faz as buscas aprende mais sobre o assunto, os termos que são efi-
categorias de usuários cazes na recuperação e a bibliografia do assunto.
disponibilidade de diversas opções de interface, inclusive a possibilidade de 3 Termos de busca. As buscas informatizadas podem ser feitas tanto nos
acesso por meio de catálogos em linha de acesso na biblioteca local termos controlados de indexação quanto nos termos da linguagem na-
parcerias a fim de aprimorar a qualidade e variedade do serviço que os pro- tural, não sendo, portanto, limitadas apenas aos termos atribuídos pelo
vedores de serviços podem oferecer aos· usuários. indexador, podendo também valer-se de outros termos que ocorram no
texto do documento.
9.2 Quando acessar um serviço de buscas em linha 4 A necessidade de formular expressões de busca. Algumas buscas exigem
enunciados de busca complexos, abrangendo vários conce\!OS interli-
A situação mais evidente em que se deve examinar a possibilidade de acesso a
gados, a fim de especificar um assunto de modo adequado. Por exem-
um serviço de buscas em linha é quando se suspeita que a infonnação de que se
plo: oportunidades de mercado da· indústria de serviços financeiros na
precisa foi publicada em algum lugar e não se tem, localmente, acesso direto à
Alemanha. Talvez seja impossível procurar enunciados de busca desse
fonte que fornece essa informação. Falando mais claramente, existem prova-
tipo num índice impresso, porém, são facilmente procurados mediante
velmente várias fontes principais de informação a serem consultadas durante
a formulação de uma estratégia que combine os termos numa busca
uma busca de informações:
em linha. Ademais, se a primeira combinação de termos não der resul-
documentos impressos e publicados, como periódicos, livros, anais de even- tado, poder-se-á, sem grande dificuldade, testar uma forma alternativa.
tos e relatórios, que podem encontrar-se em seu próprio acervo pessoal ou 5 Resultados esperados da busca. Os resultados das buscas em linha po-
numa biblioteca a que se tenha acesso dem ser impressos, n1uitas vezes de acordo com um formato e numa or-
um colega ou amigo dem especificada, ou importados. Uma vez importados, os registros
documentos eletrônicos ou impressos, que sejam confidenciais, de uma ins- podem ser modificados e acrescentados a uma base de dados local,
tituição, como relatórios, correspondência e arquivos internos, e que podem ou simplesmente reformatados e impressos para enviar aos usuários ou
ser geridos por meio de um sistema de gerenciamento de documentos consultar. Isso é particularmente conveniente quando se precisa pro-
bases de dados disponíveis e1n cederrom ou outros meios ópticos cessar uma grande quantidade de registros, que é o caso das bibliogra·
bases de dados disponíveis numa instituição e que abranjam infonnações de fias. Esses registros importados podem ser integrados com outros regis-
uso interno, como as de um sistema de gerenciament~ de informações tros de modo a formar o núcleo de uma base de dados pessoal.
214 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO SERVJÇOS DE BUSCAS EM UNHA 215
6 Custo das buscas. Existem vários custos a serem examinados quançfo se. 9.3 Buscas feitas por intermediários ou pelo usuário final
avalia o custo final de uma busca. A despesa faturada é algo difícil de Até agora nos esquivamos da questão de quem é que faz as buscas. Há duas
ignorar: alguém tem de pagá-la! Outros custos dizem respeito ao tempo categorias potenciais de pessoas que podem fazê-las:
consumido pela pessoa que faz a busca e seu treinamento. Ademais 1
talvez seja difícil estimar antecipadamente o custo de determinada bus- 1 O usuário final, isto é, a pessoa que realmente quer usar a informação. O
ca. O percurso mais eficaz em termos de custo para se chegar à recupe- usuário final, na condição de quem faz a busca, deve ter uma boa idéia da
ração da informação dependerá do custo da busca, do custo do tempo informação de que precisa e também compreender a terminologia do tema
da pessoa que faz a-busca, da disposição e capacidade de pagar do sobre o_qual a busca será feita.
usuário final, do grau de atualidade da informação solicitada e da quan- 2 O intermediário, comumente um profissional da infonnação, como um bi-
tidade de usuários que utilizam o serviço. Embora o custo seja importan- bliotecário ou gerente de informação. O intermediário às vezes realiza a
te, cada gerente de informação deve estabelecer políticas gerais e ava- busca para o usuário. O ideal é que o intermediário tenha um treinamento
liar cada busca no contexto delas. adequado acerca dos recursos de busca dos serviços de buscas em linha,
7 Acesso a recursOs adicionais. O acervo de todas as bibliotecas é limitado. mantendo-se a par dos melhoramentos introduzidos nesses recursos e da
As buscas em linha em bases de dados externas proporcionam acesso disponibilidade das bases de dados. O intermediário deve ser uma pes-
aos recursos de uma rede de bibliotecas, os quais não se encontram soa experiente em buscas e estar apto a adotar estratégias eficientes e efica-
em sua totalidade numa única biblioteca. Se os recursos com que conta zes, além de conhecer, tanto quanto possível, a linguagem de indexação
uma biblioteca forem particularmente limitados, as buscas em linha se- adotada pelas bases de dados que consulta regulannente.
rão uma dádiva especial para aqueles usuários que precisam de outros
documentos, mas a biblioteca deverá estar preparada para um aumento O usuário final e o intermediário, portanto, aportam diferentes experiências ao
no volume de solicitações de empréstimos a outras bibliotecas e de contexto em que se realizam as buscas. Ambos têm algO a contribuir e há muitas
encomendas de fornecimento de documentos. pessoas que argumentam que as melhores buscas são aquelas que se realizam na
8 Grau de atualidade e período de tempo abrangido pelas buscas. Embora presença dos dois, embora o diálogo que isso enseja torne mais lento o processo
o período de tempo coberto por muitas bases de dados seja hoje em dia de busca. É claro que a experiência de ambos geralmente pode ser aproveitada
bastante substancial, ainda há limitações, sendo importante verificar por ocasião das buscas.
qual a cobertura cronológica oferecida pela base de dados. Algumas, Este livro destina-se a profissionais da informação e, por conseguinte, incli ..
como as de dados bibliográficos, cobrem longos períodos que remon- na-se por dar mais atenção ao papel desses profissionais. Assim sendo, neste
tam a 20 anos ou mais. Em outras, a atualidade é de suma. importância. capítulo, tratamos um pouco da função do intermediário, se bem que n1uitas das
No caso de algumas bases de dados.financeiros e comerciais sua atua- decisões a serem tomadas, como, por exemplo, aquelas concernentes à seleção
lização se dá em tempo real (isto é, à medida que as informações se de uma base de dados ou serviço de buscas, sejam da competência de quem faz
tornam disponíveis), pois é importante para o usuário obter as infor- as buscas, não importa quem seja.
mações mais recentes. Nos primórdios das buscas em linha os intermediários eram aceitos pelos
9 Experiência com buscas. Os usuários podem apreciar as buscas em li- usuários finais porque os sistemas eram muito complexos, além de haver outros
nha e não estar dispostos a se envolver na maçada de uma busca manual. obstáculos a superar, como as precárias ligações das redes de telecomunica-
ções. Além disso, só um número relativamente limitado de buscas podia ser fei-
Os critérios apresentados na lista acima podem ser aplicados para identificar to em linha; outras dependiam das habilidades do profissional da infoimação
situações em que seja vantajosa a busca num serviço de buscas em linha. Tendo que as fazia manualmente. Esse profissional era, com freqüência, quem tinha
em vista que a maioria dos critérios relacionados ta1nbém se aplica a outros am- melhores condições para julgar se uma busca em linha seria mais frutífera. Na
bientes onde se fazem buscas em linha, como as feitas em cederrom e numa base década de 1990, os serviços de buscas defrontaram-se com a ameaça que paira
de dados da própria instituiç'ão, talvez também possam ser utilizados nesses sobre seu mercado, ameaça essa representada pelo cederrom, o qual é, de modo
ambientes. Este tema será examinado com mais atenção nos capftulos 10 e 11 ainda mais drástico, uma ferramenta destinada ao usuário final. Outro aspecto a
que tratam de cederrons e sistemas de gerenciamento e edição de documentos. considerar é que tem sido dada mais atenção ao projeto de diálogo nos sistemas
informatizados e111 geral. Além disso, se muitas das primeiras bases de dados
eram bibliográficas e, diriam alguns, adoradas pelos bibliotecários, mas miste-
216 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO SERVIÇOS DE BUSCAS EM LINHA 217
riosas para os demais, hoje en1 dia encontra-se um número acentuado de bases de 1 Os serviços tradicionais de buscas em grande escala, estilo supermer-
dados de fontes. Os serviços de consulta em linha passaram a se concentrar em cado da informação, que oferecem de 50 a 300 ou mais bases de dados, por
grande medi.da no usuário final e nos serviços a ele destinados. Tanto a Internet delegação dos produtores. Exemplos: DIALOG, DataStar e Questel-Or-
quanto as interfaces gráficas são amigáveis para o usuário e muitos serviços de bit. Embora esses serviços de buscas em linha possam oferecer muitas bases
buscas em linha oferecem pacotes de serviços destinados a atender a uma parcela de dados, e alimentem a expectativa de serem notados como uma presença
significativa das necessidades de informação de grupos-alvo específicos. Do marcante na indústria da informação, a continuidade de seu êxito comercial
mesmo modo, as estratégias de definição de preços foram simplificadas de modo depende da capacidade de segmentar seu mercado e desenvolver bases espe-
a atrair o usu_ário_ fi_n_ª!, tanto com opções de assinatura quanto de pagamento por cializadas que atendam a esses segmentos. É cada vez maior o número de
serviço prestado. ·- .,_ .. ·serviços oferecidos sob medida, como o KR ScienceBase, bem como-outros,
O papel desempenhado pelos intermediários passa por constantes trans- baseados na Rede, com acesso a vários serviços, como o DIALOG Web.
formações, e a demanda e a necessidade deles variam, dependendo dos usuários 2 Serviços especializados de buscas em linha, como o DBE-Link que oferece
e suas necessidades de informação. Algumas bases de dados são notoriamente bases de dados em língua alemã e outras bases européias, além dos serviços
dificeis de consultar de modo eficaz, e neste caso é provável que o usuário que proporcionam acesso a bases de dados comerciais e financeiras, corno o
sempre venha a atuar como responsável pelas buscas. Uma das funções do. JCC, que fornece dados em linha (com uma interface Windows), fora de linha
intermediário é alertar os usuários quanto a mudanças ocorridas nos recursos ou em cederrom. Alternativamente, os dados podem ser entregues por ataca-
oferecidos pelos serviços, manter uma perspectiva abrangente e adestrar os do para serem integrados na própria base de dados ou intranet do compra-
usuários no domínio dos recursos recém-incorporados às bases de dados, além dor, em fita magnética ou por meio de fornecimento eletrônico de dados
de capacitar os novos usuários. (EDD). Alguns serviços de buscas, como a lnformation Access Company,
que tiveram início com um catálogo de base de dados centrado em um assun-
Reflexão Haverá, nesse contexto, um papel no futuro para o inter- to. começara1n a diversificar.
mediário da informação? 3 Editoras como serviços de buscas. Muitas editoras importantes ingressa-
ram no mercado de serviços de buscas. Algumas haviam adquirido experiên-
9.4 Serviços de buscas em linha cia em edição eletrônica com a publicação de cederrons, enquanto outras for-
maram parcerias com outros provedores de serviços em linha, a fim de ofe-
Os serviços de buscas em linha, às vezes denominados fornecedores de sistemas
recer uma solução integrada para a questão da inform~ção, abrangendo tan- ·
em linha, serviços de buscas ou distribuidores de serviços em linha, são respon-
to bases de dados bibliográficos para localização de infonnações quanto ba-
sáveis pela instalação de bases de dados em computador e pelos mecanismos
ses de texto completo para fornecimento de documentos. Exemplos: serviço
necessários para que sejam consultadas a partir de um grande número de esta-
de busc·as EBSCO, lnformation Access Search Bank e ProQuest Direct da UM!.
ções de trabalho remotas. Os serviços de buscas em linha que oferecem acesso
4 Serviços de buscas que independem do tipo de plataforma, que propor-
a um grande número de bases de dados convertem-nas para um formato unifor-
cionam acesso a bases de dados em cederrom, à Rede, bem como platafor-
me, incluindo certo grau de padronização nos nomes dos elementos de dados, de
mas cliente-servidor, possivelmente por meio de uma interface para usuários
modo que os comandos básicos e as técnicas de busca sejam aplicados a todas
que seja comum. A Ovid Technologies é um bom exemplo desse tipo de ser-
as bases oferecidas pelo mesmo distribuidor. A pessoa que pretende fazer buscas
viço de buscas. A SilverPlatter caminha nessa direção.
numa base de dados precisa e"star ciente da variedade de serviços de buscas que
5 Utilitários bibliográficos que oferecem acesso, destinado a comunida-
existem. É cada vez mais comum uma base estar disponível em vários serviços.
des específicas, a uma gama selecionada de bases de dados, muitas vezes
O acesso a ela pode ser sensivelmente mais barato num serviço d<? que em outro,
com a cobrança de tarifas especiais. Exemplos são Firstsearch do OCLC e
principalmente se se levam em conta as tarifas de telecomunicações. Alternati-
BIDS (para maiores informações ver o capítulo 15).
vamente, um serviço pode oferecer recursos de buscas que suportam consultas
muito mais eficazes sobre dete.rminado assunto do que seria possível em outro Em geral, os fornecedores de serviços em linha começam a ter condições de
serviço. Os serviços de buscas n.ão podem mais ser diferençados uns dos outros responder à necessidade, há tanto tempo sentida, de interfaces comuns a
com base na oferta de bases específicas, mas, sim, pelos benefícios adicionais diferentes ferra1nentas, como bases de dados bibliográficos e cadastros (inclu-
que ofereçam ao usuário, como facilidade de execução das buscas, velocidade sive cadastros de sítios da Rede) que mostrem a localização da informação e o
de processa1nento e preços competitivos. Há vários tipos de serviços: texto integral do documento que contém a informação. Estamos cada vez mais
2l8 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
SERVIÇOS DE BUSCAS EM LINHA 219
próximos da integração, num serviço inconsútil, da identificação e fornecimento
uma solução integrada para todas as necessidades de informação da engenharia.
do documento. As propostas mais complexas oferecem acesso a outros canais de
Os serviços oferecidos pela Ei incluem:
infonnação, como bases de dados instaladas em outros serviços, conteúdo de
outros sítios da Rede, acervos de informações, como bibliotecas, e pessoas
Ei Village Directory, que proporciona acesso rápido a sítios pertinentes da
físicas como canais de informação. Isso pode ser descrito como urna solução
Rede
integrada em matéria de informação.
Ei Tech Alert - buscas de novos progressos com base em conceitos em
linguagem natural
Alguns exemplos de soluções integradas em matéria de informação
Filtered News - acesso a boletins de disciplinas especiais
Eis quatro exemplos de serviços que procuram criar essa solução integrada. Tais Ei Corporate Gallery
soluções devem ter como objetivo a satisfação das necessidades de grupos espe- Ei Spotlights - atualizações semanais sobre assuntos
cificas, e o fornecedor deve compreender essas necessidades, n.ão apenas em Ei Annotation - guias de sítios da Rede
termos do tipo de base a ser acessada, mas também em termos das características Articles on Call - acesso imediato a artigos selecionados e previamente es-
específicas das interfaces e as estratégias de preços mais aceitáveis. caneados
EiDDS - fornecimento de documentos por correio eletrônico
KR ScienceBase for the WWW Ei Connexion- interface fácil e portal de acesso a 150 bases de dados do
DIALOG
Este é um produto moldado sob medida, que apresenta:
Ei Compendex*Web - acesso ilimitado por um preço fixo
acesso a periódicos da indústria, documentos de patentes, periódicos cientí- Ask a Librarian/Ask an Engineer - orientação sobre busca de informação
ficos, trabalhos apresentados em eventos, manuais, documentos de referên- Ask your Peers - servidores de listas e grupos de discussão selecionados.
cia e regulamentação em ciências
O Ei Yillage com o Ei Compendex*Web podem ser adquiridos como um pacote,
cobertura de notícias em química, bioquímica, ciência tisica, comércio e in-
dústria ou, alternativamente, ser comprados separadamente. O Ei também edita várias
de suas bases de dados em cederrom, e o Engineering índex Monthly e o Engi-
acesso a bases de dados, como BIOSIS, CAS, Derwent, Dun & Bradstreet, e à
neering índex Annual em formato impresso.
National Library of Medicine.
Literature Online (Lion) from Chadwyck Healey
DIALOG Web
Lion oferece acesso a milhares de textos literários, obras de referência, biblio-
Este é um serviço disponível na Rede que contém:
grafias e catálogos em seu sítio na Rede. Textos adicionais estão sendo conver-
um cadastro de base de dados que funciona como um mecanismo de busca tidos para formato eletrônico pela empresa Chadwyck Healey, e licenças vêm
da Rede para suportar a localização de bases de dados sendo negociadas com outras editoras; estão sendo identificados textos e recur-
acesso a mais de 450 bases no DIALOG sos em outros sítios da Rede, com a criação dos vínculos respectivos e incluídos
instruções especiais (Web Bluesheets) que proporcionam acesso, atualiza- no Master Index. Atualmente, o Lioncontém mais de 210 OOOtextos de poesias,
díssimo, ao conteúdo do DIALOG, seus recursos e preços peças teatrais e romances em formato SGML que pennitem a realização de buscas
Electronic Redistribution and Archiving (ERA), que permite a distribuição erri todos eles. Além disso, oferece vínculos de hipertexto para apioximada-
por correio eletrônico ou pela intranet local mente 15 000 outros textos literários localizados em sítios gratuitos na Internet
interface da Rede para Alert (um serviço de notificação corrente) Contém dicionários e outras obras de referência, bem como bibliografias reno-
um vínculo para KR SourceOne, serviço de fornecimento de documentos madas no campo da literatura inglesa e norte-americana, inclusive obras que
retroalimentação de correio eletrônico para comentários e sugestões. antes não se encontravam em fonnato eletrônico. Proporciona acesso estru-
turado a grupos de discussão, periódicos eletrônicos, metapáginas, páginas de
Engineering lnformation Vil/age autor, sítios literários da Rede em geral e catálogos de bibliotecas. O Master
Index é uma lista abrangente de autores e obras disponíveis em fonnato eletrô-
Ei Yillage é uma comunidade virtual com base na Internet, projetada para ser nico em Lion e na Internet como um todo. As buscas são feitas com base no noine
220 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO SERVIÇOS DE BUSCAS EM LINHA 221
do autor ou palavra-chave do título, com operadores booleanos de proximi- FT lnformation Londres Mais de 400 Informações em texto inte-
dade. O acesso é permitido por meio de assinatura e os preços se baseiam na gral, fontes sobre adminis·
quantidade de usuários simultâneos e nas bases de dados especificas para as tração inclusive os princi-
pais jornais, outros serviços
J
·I
quais se necessita de acesso. Há reduções substanciais nos preços das assina-
turas para instituições que tenham adquirido licença de uso de bases de texto
internacionais de notícias,
revistas internacionais de
integral em cederrom ou fita magnética. negócios, empresas, indús·
",,
1
Tabela 9.3 Variedade de serviços disponíveis num grande serviço de lente experiente, por exemplo, estará habituado ao estilo da linguagem de inde-
buscas: DIALOG xação, o período de tempo abrangido pela base de dados e como é feita a seleção
dos itens-ali incluídos. Muitas vezes talvez não exista uma só base de dados que
Serviço de buscas em linha
DIAlOG
proporci~ne uma busca exaustiva, quando então será preciso consultar duas ou
DataStar Serviço de buscas em linha
KR OnDisc mais bases até se chegar a uma busca que seja completa. As listas 9.2 e 9.3
Serviço de fornecimento de cederrons
DIALOGe DataStar Alert Services Serviços personalizados de notificação
apresentam alguns dos fatores a serem ponderados pelo consulente experiente
corrente quando da seleção de uma base de dados.
KR ProBase Serviço-em linha, baseado em Windows,
para usuários finais LISTA 9.2
DataMail Serviço de correio eletrônico
DataMail Bulletin Boards Quadro de avisos A avaliação de serviços de buscas em linha
OneSearch e StarSearch Elimina duplicatas que ocorrem em buscas Bases de dados oferecidas. A quantidade de bases de dados oferecidas
feitas em múltiplas bases de dados pelos diversos serviços de buscas é variável, do mesmo modo que a co-
DIALOGLink Programa de comunicações que também
bertura temática e a língua das bases de dados disponíveis. Além disso,
suporta a exibição de imagens de algumas
bases de dados
diferentes serviços de buscas oferecem períodos diferentes abrangidos
DIALOG ERA (Electronic Redistri- Cobre as questões de direito autoral para pelas bases de dados disponíveis para buscas em linha.
bution and Archiving) importação e redistribuição de documentos 2 Recursos de busca. Os elementos de registros em que podem ser feitas
Report Comando que facilita seleção e formatação buscas variam de um serviço de buscas para outro. Écerto que os for-
de dados, para fornecer resultados de bus· matos de campos podem variar e os nomes de campo~ ser diferentes.
cas, em tabelas, fax e correio eletrônico Alguns sistemas oferecem recursos mais amplos no que concerne às bus-
KR SourceOne/UnCover Fornecimento de documentos cas contextuais ou por proximidade e truncamento. No caso de bases de
D/ALO ROER Fornecimento de documentos dados de fontes e de texto integral são necessários vários recursos espe-
KR ScienceBase Guia inteligente de buscas baseado' na Rede
ciais. A KR ScienceBase possui interfaces que exigem apenas ciue o con-
DJALOGWeb Serviço em linha baseado na Rede
sulente digite um termo de busca. A resposta é apresentada em ordem
de relevância. A desvantagem desses se1Viços está em que o consulente
9.5 Revisão das bases de dados em linha não pode compreender o processo de busca, bem como a recu peraçáo
A variedade de bases de dados disponíveis nos diversos serviços de buscas em de conjuntos de busca estritamente definidos pode suscitar problemas.
linha expandiu-se grandemente nos últimos anos. O capítulo 5 tratou dos tipos 3 As interfaces destinadas ao uso de especialistas ainda apresentam co-
básicos de bases de dados e mostrou exemplos de cada uma das categorias. As mandos de buscas. Houve época em que os consulentes precisavam me-
bases de dados podem ser de referências ou de documentos, e a amplitude de sua morizar uma linguagem de comandos antes de começar uma busca. Atu-
cobertura temática varia desde um campo relativamente específico até a inter- almente, é possível embutir em menus ou oferecer como opções em
disciplinaridade. Certos tipos de bases de dados são mais comuns em algumas interfaces gráficas mensagens que pedem os comandos apropriados.
áreas do que em outras. Por exemplo, as bases de texto integral predorninam no Embora o consulente não precise len1brar-se dos con1andos, ainda é
campo dos negócios e do direito, sendo, porém, menos evidentes nas áreas cien- necessário ter alguma noção do efeito de sua aplicação nas buscas.
tíficas e tecnológicas. Os cadastros produzidos pelos grandes serviços de bus- Serviços de buscas diferentes possuem diferentes linguagens de co-
cas, disponíveis tanto em linha quanto em formato impresso, como o DIALOG, mandos, a depender do programa de buscas.
servem como listas importantes de bases de dados. 4 Formatos dos registros. Existem v~rios formatos de apresentação dos da-
As primeiras etapas de uma busca em linha são a escolha do serviço de buscas dos das referências recuperadas. E possível, às vezes, a pessoa que faz as
e a base de dados. Para a maioria dàs buscas apenas poucas bases são pertinentes, buscas selecionar os elementos de que necessita, porém há serviços de
e, por exemplo, uma vez identificadas as que cobrem a área temática desejada, buscas que somente oferecem alguns formatos padronizados.
a escolha seguinte talvez se restrinja a duas ou três bases. Em geral, não se trata 5 Recursos adicionais. Muitos se1Viços oferecem outras facilidades além do
simplesmente de conhecer a cobertura temática de uma base de dados. O consu- recurso básico de buscas em linha. Muitas vezes incluem se1Viços de OS!
ou fornecimento de documentos (ver o capítulo 12 para mais detalhes).
SERVIÇOS DE BUSCAS EM LINHA 225
224 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
tipos de bases com conteúdo completo: arquivos ASCII (que incluem
6 Seiviços de suporte. A maioria dos serviços de buscas oferece suporte e
somente texto} e bases de imagens (que incluem imagens, gráficos e a
treinamento. Serviços de atendimento por telefone, cursos de treina-
formatação original do artigo). O mesmo serviço pode mesclar ambos
mento, manuais, boletins de notícias e outros instrumentos auxiliares os tipos de bases de dados ou, alternativamente, o texto ASCII pode estar
influem na eficácia das buscas. Muitas vezes, um treinamento compe-
disponível para buscas e localização de documentos, enquanto a base de
tente e uma formação esmerada possibilitam eficácia mesmo quando se
imagens é fornecida por meio de um pedido de fornecimento de docu-
fazem buscas em sistemas e bases de maior complexidade. É preciso ter
mentos. É tan1bém importante constatar que os textos eletrônicos in-
em conta a disponibilidade dos serviços de suporte, mas este não é o tegrais variam, mesmo no caso de um único título; a versão em texto
único fat~r_. Devem ser efic_azes, acessíveis (por exemplo, cursos de trei-
integral pode conter apenas artigos importantes ou apenas aqueles dos
namen~o feitos no próprio lácal do usuário), e Íazoavelmente ba~atos. quais o autor cedeu os direitos autorais para a editora, ou artigos publi-
7 Custo. E d_ifícil fazer uma estimativa de quanto custará uma busca numa cados durante determinado período de tempo; alguns gráficos, tabelas
base de dados, pois o custo é formado por inúmeros componentes. Di-
e fotografias podem ser omitidos. O problema mais sério consiste em
ferentes serviços de buscas adotam diferentes estratégias de preços. Al-
tentar identificar o que foi deixado de fora.
guns estão disponíveis por meio de assinatura, enquanto outros cobram
3 Atualidade. Qual a atualidade da base de dados e a freqüência de atua-
por transação efetuada. Outros adotam uma mescla das duas modali- lização' Algumas bases, como as que contêm dados de cotações de bol-
dades, em que certos clientes, como as bibliotecas, fazem assinatura
sas de valores, são atualizadas em tempo real, isto é, à medida que as in-
de bases utilizadas com maior freqüência e pagam por transação no ca- formações são modificadas, as cifras constantes da base são atualizadas.
so das de uso menos assíduo. Há tarifas especiais para serviços adicio- As bases de referências muitas vezes são atualizadas mensalmente. Elas,
nais, como DSI ou fornecimento de documentos. É preciso observar o
assim como outras, são acumulativas, mas existem algumas que contêm
custo .~as .telecomun.i_'.=aç.ões, que varia entre países e no mesmo país.
apenas as informações mais recentes.
8 Exper1enc1a. A experiencia de quem faz a busca num serviço pode ser 4 Facilidade de uso. Será influenciada por vários fatores, inclusive a in-
fator importante na determinação de sua eficácia. Assim, do ponto de teríace, a linguagem de indexação e a estrutura da base. Outro fator
vista dessa pessoa, é importante não só avaliar as características especí-
será a experiência do consulente com a base de dados. ·
... ~'.fi~a·s· ~~ .s~~i~:~ mas também ex~~.i~~~ ~~~s próprias aptidões. 5 Tipo de saída. Éevidente que a saída proporcionada pela base de da?os
dependerá muito do tipo de informação que a base con_t1ver, pore,m,
além disso, pode haver opções quanto ao formato dos reg1Stros de saida
USTA 9.3 e a disponibilidade de formatos de impressão e importação de dados.
Características a considerar quando da avaliação das bases de dados 6 Linguagem de indexação. Há muitas características da linguagem de in-
dexação a serem levadas em conta. Na seção 7 .4 trata-se brevemente
1 Cobertura temática. A maioria dos cadastros de bases de dados indica
dessas características. A linguagem é controlada ou natural? Qual a pro-
s~a cobertura temática. Isso identifica claramente a área principal ser-
fundidade e a exaustividade da indexação? Encontram-se na linguagem
vida pela base de dados, porém talvez seja mais difícil estabeleceria de indexação da base de dados os termos de busca que descrevem o
qualidade ou profundidade de cobertura de áreas periféricas. Talvez
também valha a pena examinar quais os critérios de seleção adotados assunto da busca?
7 Custo. As estratégias de preço muitas vezes são o que distingue os tipos
pela base de dados. Nas de referências talvez sejam incluídos todos os de bases de dados. Por exemplo, os preços de bases de texto integral
artigos publicados nos periódicos indexados, ou somente aqueles que podem depender da extensão da base de dados que esteja sendo con-
ultrapassem certa extensão; cartas de leitores e comentár_ios da redação
serão ou não .incluídos.. Uma vez definida a cobertura da base de dados , sultada ou importada.
8 Documentação e instrumentos auxiliares de busca. Talvez haja vários
o passo seguinte consiste em comparar essa cobertura com a de outras
instrumentos auxiliares de busca, principalmente para ajudar em bus-
que abranjam a mesma área. cas em grandes bases de dados. Dentre eles temos os sistemas de classi-
2 Tipo de base de dados e tipo de informação que oferece. Dentre as pos- ficação, tesauros impressos ou visíveis na tela, e outros meios de ajuda.
s1bil1dades, temos referências, textos integrais de documentos, aconte-
9 Viés. Deve-se avaliar se existe algum tipo de viés, como, por exemplo,
cimentos, gráficos, imagens e multimídia. Com a utilização cada vez
excesso injustificável de informações européias ou norte-americanas.
maior de bases de texto integral, é importante reconhecer que há dois
\ ,
226 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
SERVIÇOS DE BUSCAS EM LINHA 227
1 O Cobertura cronológica. O período de tempo coberto pela base de da- estratégia de busca. O segundo passo será a seleção da base ou bases de dados
dos desde quando se acha disponível em linha. e dos serviços de buscas pertinentes. Depois de superadas essas etapas preli-
11 Serviço de buscas. O serviço onde a base de dados se acha disponível. minares de planejamento, a pessoa que faz a busca estabelece conexão com o
..................... . ......................... ' ....... .
serviço escolhido, podendo, então, ler eventuais notícias ou mensagens numa
9.6 A busca em linha
tela de boas-vindas ou página de abertura. Uma vez selecionada a base de dados,
O capítulo 7 apresentou os fundamentos das buscas em sistemas em linha. Nos~ ou conjunto de bases, a busca prossegue quando o usuário insere uma série de
so objetivo aqui é simpl~smente mostrar o caminho usual para fazer uma busca parâmetros de busca e o sistema responde mostrando a quantidade de registros
-num ser:'i?o de buscas em linha, bem como apresentar alguns exemplos de que coincidem com os critérios da busca. O usuário pode ter a opção de fazer
caractensucas dessas buscas. Esta seção mostra o emprego de: com que sejam mostradas na tela as informações que os-registros contêm . .Se a
busca for por uma informação ou documento específicos, existe a possibilidade
• linguagens de indexação e de busca de leitura em linha. O mais comum é o usuário avaliar a relevância dos registros
• lógica de buscas com base nos resumos e registros bibliográficos e só depois efetuar as outras
•recursos de busca operações, como importação de arquivos, impressão dos registros ou exibiçãO
• interfaces.
do texto completo. É preciso acrescentar aos comentários introdutórios do
capítulo 7 outros comentários sobre o uso de alguns recursos importantes.
Textos como os de Armstrong e Large ( 1988) e Hartley et ai. ( 1990) examinam
com profundidade as estratégias de busca e a otimização das técnicas de busca.
Termos de busca ou de indexação
Alguns aspectos das buscas em linha merecem comentários adicionais. O
prim_eiro pa~so ao realizar uma busca consiste em preparar uma especificação Os termos de busca ou termos de indexação são os termos empregados para
precisa das informações solicitadas. Isso pode ser feito pelo usuário final sozi- descrever os assuntos durante o processo de recuperação. Dependendo das bases
nho ou com.ª cooperação de um intermediário. Talvez não seja possível, às de dados e do sistema do serviço de buscas, é possível fazer buscas de termos de
vezes, especificar exatamente, antes de fazer a primeira busca, qual a infonna- indexação em diversos campos. Em algumas bases há campos especiais onde se
ção que está sendo procurada, porém, sempre é possível fazer um esforço para encontram termos da linguagem controlada de indexação, os quais são comu-
chegar a uma especificação tão precisa quanto o pennitir o conhecimento de mente empregados para representar o assunto do documento. As buscas feitas
quedisponha no momento o usuário final. Essa especificação pode incluir uma nesses termos costumam proporcionar maior precisão do que as feitas nos ter-
tentativa preliminar de expressar a busca com o emprego dos termos da lin- mos que aparecem, por exemplo, no texto integral ou no resumo do documento.
guagem de indexação da base de dados a ser consultada, e assim formular urna Em algumas bases de dados há uma ampla gama de campos recuperáveis, que
incluem o campo de autor, o texto do resumo, o texto integral do documento e
Ta bela 9.4 Exemplos de bases de dados acessíveis no Questel-Orbit vários elementos da referência bibliográfica, como data de publicação e título do
periódico. A maioria dos serviços de buscas permite ao consulente especificar o
Base de dados Assunto campo onde deve aparecer um termo de busca.
As buscas, portanto, baseiam-se numa lin.guagem controlada de indexação
Duns Switzerland Negócios ou na linguagem natural do documento. Mu.~tas das linguagens controladas de
Derwent Biolechnology Abstracts Biotecnologia
PASCAL (Science & Technology)
indexação adotadas por bases de dados ach.am-se registradas e publicadas como
Energia e ciências da Terra
INSPEC tesauros ou listas de cabeçalhos de assuntos. Assim, existe o tesauro JNSPEC, que
Engenharia
RAPRA Trade Names Ciência dos materiais relaciona os tennos que aparecerão como termos de indexação nos registros da
Chemical Abstracts Informação química base INSPEC. De igual maneira, o SHE - Subject Headings for Engineering -
Predicasts Overview of Markets & Technology Notícias contém os cabeçalhos de assuntos adotados nas bases de dados Ei. A maioria
ABl/lnform (Business & Management) Notícias desses tesauros encontra-se em forma impressa e muitos podem ser consultados
CLAIMS (US Patents) Patentes em linha durante as buscas. Com interfaces gráficas é possível exibir numa jane-
Derwent World Patents lndex Patentes la partes do tesauro, podendo os usuários clicar nas palavras mostradas, corno
Weldasearch Ciência e tecnologia forma de selecionar a que lhe convier. O tesauro ainda pode oferecer termos
UKMARK (UK Trademarks) Marcas afins adicionais, além de ajudar na escolha dos termos de busca pertinentes.
228
Tabela 9.5
RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
entre varias bases, nelas realizando a busca solicitada. O usuário, porén1, precisa
estiver habituado ao correio eletrônico. Cada vez mais os serviços de buscas em
de u111serviço1nuito 1nais integrado, no qual informações e registros possa 1n ser
linha, em bibliotecas e empresas, serão realizados com interfaces de catálogos extraídos de uma variedade de fontes e integrados num arquivo em formato que
234 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO SERVIÇOS,DE BUSCAS EM LINHA 23S
suporte a criação de bases de dados ou documentos locais. Um começo disso ao avaliar serviços ~e buscas em linha e as bases a que oferecem acesso. As
está na eliminação de registros em duplicata que aparecem em mais de uma base, bus~as podem ser feita~ por .intermediários ou pelos usuários finais. Os tipos de
mas, em geral, essas questões somente têm sido examinadas em relação a bases s~rv1ços de buscas em .linha incluem o tradicional serviço em grande escala, ser-
de dados bibliográficos, ainda faltando muito trabalho a ser feito nessa área. As v1~~s de buscas especializa~os, editoras e utilitários bibliográficos. Uma busca
novas soluções integradas em matéria de infonnação são uma abordagem que u~hza term~s de busca ou indexação e linguagens de comandos e interfaces.
provavelmente atrairá as comunidades de usuários finais. Varias ques~oes devem ser levadas em conta no gerenciamento de um serviço de
bus~as em hnha. Os futuros avanços serão nas áreas de interfaces, telecomuni·
Estratégias de preços caçoes, bases de dados, integração, definição de preços e aliança~ estratégicas.
. . .. - ........ ' . . . . . . . . . . . . . - ' ...... - ........ - . - .... ·.. - ..
As estratégias de preços continuarão em evolução. Houve mudanças impor-.
QUESITOS DE REVISÃO
tantes ao longo dos últimos anos, uma vez que os serviços vêm buscando, final-
mente, ajustar os preços tanto às necessidades da biblioteca quanto dos usuários 1 Descreva as diferentes categorias de serviços de buscas ém linha.
finais. Provavelmente acabará vingando uma mescla de preços baseados em 2 Quais critérios adotaria ao comparar serviços de buscas em linha?
transações e assinaturas, mas ainda sobra muito espaço para que se apliquem 3 Explique corno são usadas as linguagens de indexação na realização
descontos e arranjos especiais que cubram a licença de acesso ao sítio e assi- de uma busca em linha.
naturas com direito de impressão paralela. Algumas das mudanças nas estraté- 4 Quais as principais questões relacionadas com o gerenciamento de
gias de preços são relativamente recentes, e os serviços de buscas ainda estarão um serviço de buscas em línha?
avaliando as conseqüências disso em suas receitas: A definição de preço da in- 5 Quais as mudanças por que vêm passando as funções e os serviços •,
fonnação eletrônica é uma área notoriamente difícil e não se tornará mais sim- prestados pelos serviços de buscas em linha?
ples enquanto autores, editores e editoras continuarem, de modo crescente, a . . . . . . . . . -. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
' ' ' ' ' ' '
fazer valer seus direitos ao lucro pelo uso de sua propriedade intelectual. ESTUDO DE CASO DE IMPLEMENTAÇÃO: A UTILIZAÇÃO DO
Firstsearch DO OCLC
Alianças e integração
Antecedentes
Alianças e integração andam de mãos dadas. A fim de oferecer um serviço inte-
grado os serviços de buscas em linha cada vez mais adquirem ou se fundem com Oxford é~ mais antiga universidade do mundo de língua inglesa. Sua data
outras empresas da indústria da informação. Importantes entre esses outros par- de fundaçao é desconhecida, mas ali já se ensinava desde 1096. Éformada
ceiros são (e continuarão sendo) os serviços de fornecimento de documentos, os por 36 colleges, seis ha//s permanentes particulares e uma School for Mana-
gement Studies.
fornecedores de sistemas de gerenciamento de bibliotecas e as redes de biblio-
tecas. Por outro lado, a relação tradicional entre produtor de base de dados e ser-
Conta c?m uma população de cerca de 1O000 estudantes de graduação,
viço de buscas em linha começa a parecer menos mutuamente benéfica. No 4 000 de pos-graduação e um quadro de docentes e outros funcionários que
futuro, os produtores avaliarão cuidadosamente os canais de distribuição, a fim
chega a 6 ;;oo pessoas. Aproximadamente 3 000 membros do corpo dis-
de identificar os que sejam mais compensadores nas comunidades a que servem. cente provem de um total de 11 O países estrangeiros. Cerca de 1o000 estu-
Essa evolução do formato do mercado de informação em linha produzirá novos dantes matriculam-se todo ano nos cursos oferecidos pelo Department for
serviços de buscas, como os lançados, por exemplo, p"eia SilverPlatter lnforrna- Continuing Education. Oxford conta com um serviço de bibliotecas extre-
tion, e produtores de bases de dados. Fusões, corno a que ocorreu entre DJALOG mamente rico, diversificado e disperso, oferecido por mais de 100 biblio-
tecas administradas de modo independente.
e Maid, além de aquisições, proVavelmente serão urna característica de uma
indústria cujo mercado e cujos produtos estão em constante fluxo.
A escolha do Firstsearch
RESUMO
O Oxford University Repor! on Technical Strategy afirma que:
Um serviço de buscas em linha procura montar uma gama de bases de dados para Uma universidade como Oxford, que aspira à liderança na pesquisa, nas ciências
atender às necessidades de um público específico, e atuar como intermediário e _na ~ublica.ç_ão e_ disseminação de informações, deve situar-se na vanguarda
entre o produtor da base e o usuário final. São vários os fatores a levar em conta nao soda ut1hzaçao da tecnologia da informação, mas também do desenvolvi-
mento de seu uso em novas áreas.
SERVIÇOS DE BUSCAS EM LINHA 23 7
236 RECUPERAÇÃO DA rNFORMAÇÃO
As três principais vantagens de se ter o Firstsearch em Oxford são:
A universidade espalha-se por uma grande área de Oxford, em virtude de
sua estrutura colegiada. Por conseguinte, os serviços de biblioteca são neces- facilidade de uso para leitores muito ocupados
sariamente organizados e distribuídos da mesma forma. Como foi dito aci- informação muito atual com atualizações regulares
ma, Oxford concentra esforços para ser um centro de pesquisa científica e, excelentes telas de ajuda em linha.
por conseguinte, é grande sua demanda em matéria de informação. .
As bibliotecas têm função importante na oferta desses serviços e vêem na A implementação do Firstsearch
tecnologia da informação uma ferramenta que atende à demanda. sempr'.' Como existem mais de 100 bibliotecas em Oxford, os bibliotecários foram
crescente por informação. Devido à estrutura dispersa da un1vers1dade, e o primeiro alvo, recebendo correspondência com informações básicas sobre
essencial que a informação esteja facilme_nte acessível num formato com~m, o serviço, instruções e senhas para fazer as conexões. As informações foram
independente de localização, e que exija o mínimo de suporte. Ademais, a ainda difundidas por meio eletrônico no Oxford Libraries lnformation Sys-
implementação de uma solução que atenda a tais requisitos deve envolver tem iOLIS), catálogo coletivo bastante usado pelo pessoal docente e discente.
o menor investimento possível de tempo de pessoal e ater-se aos limites da Dois contatos técnicos foram escolhidos para responderem a consultas
infra-estrutura tecnológica disponível. dos bibliotecários sobre o se1Viço em seu local de trabalho. Junto com o
O Firstsearch foi avaliado durante os testes feitos, antes do lançamento no pacote veio um dia grátis de treinamento anual, ministrado pelo pessoal d?
Reino Unido, em 1993, com a colaboração do Combined Higher Education OCLC Europe, dia esse a ser organizado e ajustado segundo nossas necessi-
Software Team (CHEST), que é uma organização criada em 1988 com a finali- dades. Foram organizadas, em junho de 1994, duas sessões de treinamento
dade de atuar em nome da comunidade de ensino superior do Reino Unido com a duração de meio dia cada, que tiveram freqüência muito boa. A
no sentido de obter dos fornecedores preços competitivos para programas reação foi muito positiva e foram poucas as consultas de natureza técnica.
de computador e conjuntos de dados. Por meio do CHEST, um preço de con- Esses indícios sugerem que os usuários estão sentindo n1uito poucas dificul-
sórcio foi apresentado para certos conjuntos de dados pelo Firstsearch. dades com o serviço.
Oxford selecionou uma opção, que continha aproximadamente 25 bases Depois que os bibliotecários foram apresent.ados a~ FirstFearch e já se
de dados, que oferecia acesso a bases exclusivas, como worldwat e sentiam seguros, o acesso foi expandido para a comunidade universitária.
ArticleFirst do OCLC, bem como muitas bases sobre assuntos específicos e Hoje em dia, todos os membros da universidade podem ter acesso ao
muito procuradas. Graças ao mecanismo de preços adotado, uma vez assi- Firstsearch. Em algumas bibliotecas existe um terminal dedicado ao uso do
nada determinada opção surge a oportunidade de 'acrescentar' outras bases Firstsearch, oferecendo aos estudantes o acesso fácil ao serviço.
que sejam necessárias. Recentemente,. tornamos disponível no Firstsea~ch a Os usuários contam com ajuda adicional na forma de guias instalados no
MlA Bibliography. Assim que surgem, fazemos um exame de novos arquivos: .se1Vidor do OCLC e descarregados e adaptados às práticas de Oxford.
por exemplo, vemos com interesse a base de dados NetF1rst do OCLC, que e
um índice bastante completo de recursos da Internet. Referências
Tomamos a decisão de implantar em Oxford o Firstsearch, por inter- Armstrong, C.J .; Large, J.A. ( ed.) Manual of online search strategies. Aldershot:
médio de assinatura, devido aos segu_intes motivos: Gower, 1988.
Hartley, R.J. et aL Online searching: principies and practice. London: Bowker-Saur,
O serviço é grátis nÜ ponto de uso graças ao contrato de assinatura ne- 1990.
gociado com o OCLC. Isso significa que as pessoas podem usá-lo sem se
preocupar com o pagamento de uma fatura cada vez maior. Bibliografia
2 As áreas temáticas abrangidas são bem diversificadas, o que é adequa- Amor, L. The online manual: a practical guide to business databases. Oxford: Learned
do para uma instituição do porte de Oxford. A mescla de bases de dados lnformation, 1996.
dá acesso, em toda a universidade, a informações sobre artes e huma- - - . Online company information 1997: the directory o[financia/ and corpora te data-
nidades, negócios, engenharia e tecnologia, ciências da vida, administra- bases worldwide. Oxford: Learned Information, l 997.
ção pública e direito, medicina e ciências da saúde, ciências sociais, etc. Armstrong, C.J.; Medawar, K. lnvestigation into the quality ofdatabases in general use
3 O serviço complementa e se integra bem com os recursos em cederrom in the UK. British Library,research and innovation report, n. \ l, p. 1-149, 1996.
e acesso em linha já existentes e disponíveis na universidade. Basch, R. Annual review of data base deve\opment. Database, v. 16, n. 6, p. 29-41,
1993.
238 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Bates, M.E. What's behind the pretty face? New user interfaces, v. 19, n. 4, p. 24-32,
1996.
Bates, M.J. The Getty end-user online searching project in the humanities: report no. 6:
10
overview and conclusions. College and research libraries, v. 57, n. 6, p. 514-523,
1996.
Bjomer, S. Get ready, get SET, go for more contrai on DIALOG. Online, v. 18, n. 1, p. 103- Cederrons
108, 1994.
Christi, S.H. CD-ROM vs online: a comparison of PsycL!T (CD-ROM) and PsycINFO
(DIALOG). Reference librarian, v. 40, p. -131-155, 1993.
Convey, J. Online information retrieval: an introductory manual to principies and OBJETIVOS
practice. London: Library Association Publishing, 1992.
Foore, J.B.; Harrison, M.M.; Watson, M. Electronic library resources: managing the Este capitulo passa em revisla os tipos e aplicações dos cederrons. No final, você:
maze. Resource sharing and information networks, v. 12, n. 2, p. 5-17, 1997.
Foster, A.; Foster, P. On-line business sourcebook. Headland, CL: Headland Press, estará familiarizado com as configurações para colocação de cederrons em redes
1990. estará ciente da variedade de tipos diferentes de produtores de cederrons
Foster, P. (ed.) On-line business information. Headland, CL: Headland Press, 1990. estará familiarizado com a variedade de bases de dados disponiveis em ceder-
Head, A.J. A question ofinterface design: how do online search service our's measure rons
up? Online, v. 21, n. 3, p. W--29, 1997. estará a par de alguns dos problemas enfrentados quando se fazem buscas numa
Jeffcoate, J. Mu!timedia in the business market: is there a multimedia market? lnforma- base de dados em cederrom
tion management and technology, v. 26, n. 5, p. 222-225, 228, 1993. lerá examinado algumas das questões fundamentais relativas ao gerenciamento
Online Information. Proceedings ofthe 17th-20th International On-line Infomiation
de um serviço de cederrom para os usuários finais.
Meeting, London December 1993-1996. Oxford; New Jersey: Learned Informa-
tion, 1993--1996.
Online Information. Online company information. Oxford: Learned Information, 1997. 10.1 Introdução
Parker, N. On-line management and marketing databases. London: Aslib, 1991 (e Os discos ópticos, especificamente na fonna de cederrons, tomaram-se pr~
outros da mesma série sobre bases de dados de construção, engenharia e arquite- gressivamente importantes como meio de annazenarnento e disseminação de
tura, meio ambiente, medicina, direito e negócios, e empresas).
informações durante a década de 1990. Os cederrons podem ser comprados
Poynder, R. Elsevier moves ful! text onto the Web. lnformation world review, v. 119,
n. 5, 1996. pelos usuários e consultados em suas próprias estações de trabalho. Seu preço,
- - . STN International: the scientific and technical search service. Business information atualmente, é de tal ordem que os usuários não pOdem comprá-los para seu uso
review, v. 13, n. 2, ~· 183-190, 1996. pessoal, porém organizações e bibliotecas têm condições de adquiri-los para
Rehkop, B.L. Cypress: aGUI interface to Dow Jones News/Retrieval. Online, v. 18, n. serem utilizados pelos usuários finaiS. Neste contexto, os cederrons represen-
1, 72--75, 1994. tam um meio de acesso à infonnação que funciona como alternativa ao acesso
Scott, J. Online access to internationa\ newspapers & wires: a status report. Database, em linha a bases de dados externas por meio de redes de telecomunicações,
V. 19, íl. 4, p. 42--49, 1996. inclusive a Internet. Quando a base de dados gravada em cederrom contém o
Storey, T.; Da!rymple, T. On the Web with OCLC First Search and NetFirst. OCLC news- texto integral do documento, seja um cadastro ou uma enciclopédia, o disco
lelter, n. 220, p. 34-35, 1996.
passa a constituir um desafio à posição que o livro impresso ocupa no mercado.
Tenopir, e. Generations of online searching. Library journal, V. 121, n. l 4, p. 128, I 30,
1996. É provável que todos os três meios continuem coexistindo, cada um encontran-
- - . Moving to the information village. Libraryjournal, v. 121, n. 4, p. 29-30, do seu nicho no mercado. A tabela 10.1 resume algumas das aplicações em que
1996. hoje o cederrom constitui 1:1m meio apropriado, bem corno outras em que o aces-
- - ; Bergland, S. Full text searching on major supermarket systems: DIALOG, DATA- so em linha e pela Internet é mais apropriado.
STAR and NEXIS. Database, V. 16, n. 5, p. 32-42, 1993. Este capítulo contém breve apanhado sobre as configurações de cederrons
Vickery, B.; Vickery, A. Online search interface design. Journal of documentation, v. em rede. Segue-se uma seção que trata dos fornecedores e outra que examina os
49, n. 2, p. 103--187, 1993. tipos de bases de dados a que se pode ter acesso em discos ópticos. As duas
Webber, S. et a!. UKOJ,UG quickguide to online commands. London: UK Online User seções seguintes versam sobre vários aspectos da realização de buscas e do
Group, 1994.
240 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO CEDERRONS 241
gerenciamento de um serviço de informação baseado em cederrons. Uma seção Ligação em rede de leitoras locais de cederrom
final debruça-se sobre o potencial futuro do cederrom.
Há duas maneiras de ligar em rede leitoras independentes:
10.2 Configurações em rede colocar as máquinas com suas leitoras internas ligadas a uma rede; é preciso
As configurações em rede causam sensível impacto no modo como o cederrom que os usuários, antes de usar· um disco, coloquem-no na leitora
pode ser utilizado, especialmente em ambiente multiusuário. A estação de tra- rede não-hierárquica, em que há uma máquina hospedeira, com a leitora de
balho básica, independente, proporciona a um só usuário o acesso a um único cederrom, e outros microcomputadores podem solicitar acesso à base de
disco. É- claro que tal configuração é incompa"iível com um ambiente em rede, - dados; é solução fácil de implementar com o Windows for Workgroups,
quando os usuários estão habituados a acessar bases de dados compartilhadas, mas talvez menos fácil em .outras plataformas; o desempenho também de-
a partir de suas próprias estações de trabalho. A configuração ideal de ceder- pende das tarefas que o hospedeiro estiver executando.
rons é a que oferece acesso multiusuário a muitas bases de môdo a pennitir a
integração de bases em cederrorn com outras bases utilizadas pelo consulente. A utilização de servidores de arquivos e caixas de conexão
Vejamos, em primeiro lugar, a configuração básica independente. Pode-se utilizar o servidor de arquivos de uma rede para acessar os discos e
programas, ao invés de instalar os programas em máquinas independentes.
Leitora de cederrom ligada a um microcomputador independente Esse servidor de arquivos pode ser o servidor-padrão de arquivos da rede, ou um
Os componentes básicos da configuração independente são: servidor dedicado de cederrons, ou um servidor óptico de arquivos. Este pode
ser ligado diretamente ao servidor ou ligado logicamente ao servidor por meio
um microcomputador independente da rede. É preferível um servidor dedicado. Talvez a sobrecarga no servidor da
uma leitora de cederrom rede seja muito grande e nem todos os títulos em cederrom ativarão o servidor
programa apropriado e, se necessário, se não estiverem avisados da rede. Com um servidor de cederrons fica mais fácil
urna impressora. ter todos os discos e seus programas num lugar para atualização e manutenção
geral, além do que a configuração é expansível e oferece suporte pâra sistemas
A maior p~rte dos microcomputadores possui leitora de cederrom, mas, se isso de caixas de conexão [jukeboxes] de maior capacidade.
não ocorrer, o computador precisará ter um encaixe de expansão onde se ligará Uma caixa de conexão é um dispositivo que oferece acesso a um·grande nú-
a leitora. Será essencial uma impressora, se for preciso fazer cópia em papel dos mero de cederron~. Ao contrário das leitoras comuns, as caixas de conexão não
resultados das buscas feitas em cederrom, e sua escolha dependerá do ambien- possuem uma cabeça de leitura disponível para cada disco. Quando o usuário
te e das prioridades relativas quanto a ruído, qualidade de impressão e preço. deseja acessar determinado título, este será carregado e devolvido à sua posição
Nos primórdios do cederrom, a compatibilidade era um problema muito depois de usado, automaticamente, da mesma forma que as vitrolas automá-
sério. Hoje em dia, porém, o grau de padronização é muito maior, embora ainda ticas de .discos musicais. No entanto, se houver demanda simultânea por uma
seja de bom alvitre confirmar se todos os componentes de equipamento e pro- quantidade de discos superior ao n_úmero de leitoras, a necessidade de trocar os
gramas podem funcionar juntos. O caso dos programas é um pouco complexo. discos poderá tornar lento o desempenho do sistema.
Além do sistema operacional do microcomputador também é preciso ter:
Pré-armazenamento temporário de provisão
programa controlador do dispositivo, que informa ao microcomputador que
existe uma leitora de cederrom conectada e como se comunicar com ela O pré-armazenamento temporário de provisão [pre-caching]é um método rela-
programa de recuperação, que suporta as buscas na base de dados, e que é tivanlente novo que oferece acesso mais rápido aos cederrons. Algumas edi-
fornecido pelo produtor do cederrom toras permitem que o usuário copie os dados do cederrom diretamente numa
programa de instalação, que controla a instalação do produto no equipa- unidade grande de discos rígidos. O pré-armazenamento temporário reduz a
mento do usuário e supona a definição das opções de configuração, como necessidade de múltiplas leitoras de cederrom, sendo possível a mais usuários
senhas definidas pelo usuário e especificação do equipamento. acessar a base de dados a qualquer momento. Há, porém, certas desvantagens:
2 Nem todas as editoras oferecem o pré-armazenamento temporário. um número limitado de editoras de cederrons, mas talvez se tome mais impor-
3 As bases de dados precisam ser atualizadas. Quando se usam cederrons isso tante. Esta solução possui muitas das vantagens do pré-annazenamento tempo-
é obtido com uma si~ples substituição do disco antigo; num sistema de pré- rário e, ademais, o departamento de suf!orte técnico da editora fica incumbido
armazenamento, o disco tem de ser copiado. de manter o sistema ligado e funcionando 24 horas por dia e sete.dias por sema-
na. A atualização das bases de dados é responsabilidade da editora e pode ser
Acesso pela Internet feita muito mais rapidamente e, quando conveniente, com maior freqüência,
pois a editora pode simplesmente carregar os dados. A única desvantagem é que
?~tro tip~ ~e p~é-armazenamento pode ser feito com o acesso à Internet. Em
o acesso aos dados fica sujeito a qualquer problema que ocorra na Internet.
ultima anahs~, rsso pouco tem a ver com cederrons, pois os dados não estão
num_ cederrom, mas, ao contrário, são mantidos num sítio remoto, que pertence
a editoras ou a um de seus agentes autorizados. O programa para acessar a base 10.3 Editoras e edição de cederrons
~e dados é instalado localmente, com um apontador para onde na Internet a
A empresa Sirnba Information Inc. relatou que nos EUA as vendas de unidades
interface de recuperação estará procurando. Esta opção é oferecida apenas por de leitura de cederrons saltaram de 2 milhões em 1992 para 8,5 milhões em
............... 1993 e 27,8 milhões em 1994. A Forester Research predisse que as vendas de
Reflexão Você tem acesso a alguma base de ·d~d~~ ~,;,·~~d~;;~~? discos cederrons a varejo quase triplicariam, passando de 584 milhões em 1994
Qual das configurações acima citadas é utilizada nela? para l 476 milhões em 1996 e quase 4 000 milhões em 1999 (Tenopir 1996).
Cerca de 95o/o de todos os novos microcomputadores vêm equipados com leito-
ras de cederrom, do que resulta urna enorme capacidade instalada de unidades
de leitura. O grosso das vendas de cederrons no varejo é de multimídia, seildo
os mais vendidos os jogos e títulos para crianças, seguidos de obras de refe-
Casos em que é melhor o cederrom Casos em que é melhor a busca em rência para adultos. Ás bibliotecas complementam essas compras por pessoas
linha
físicas mediante a oferta de acesso a múltiplos títulos. Cerca de 70% das biblio-
Multimídia, como livros, jogos e obras Grandes bases de dados bibliográfi- tecas possuem bases de dados bibliográficos em cederrom, 59o/o possuem outros
de referência cos usadas e atualizadas com titulas de referência e 32o/o contam com títulos especializados (LibraryJournal
freqüência 1995). No Reino Unido, um relatório encomendado pela Tinsley Robor previu
Títulos independentes, como livros Cadastros, especialmente os que que a produção de discos compactos (cedês) pelos fabricantes ingleses aumen-
isolados são atualizados com freqüência taria de 272,8 milhões de unidades em 1995 para 505 milhões em 2000, com a
Coleções de livros em disco Texto integral ASCII, principalmente proporção de cederrons aumentando de 25% para 35% no mesmo período. Os
grandes bases de dados títulos para uso pessoal e ensino conStituem a maior categoria de cederrons. O
Quando conteúdo, interface e técnicas Coleções de imagens e textos fixos, relatório antevê mais avanços na hibridização do cederrom com o acesso em
de busca estão interligados como artigos de revistas, se só fo-
linha, em que o disco é utilizado para armazenamento de dados e o acesso em
rem usados poucos itens do acervo
Quando o aprendizado {e não a mera Grandes bases de dados linha para as atualizações, e o disco digital versátil (devedê).
resposta a questões factuais) faz A edição em cederrom constitui mercado de fácil acesso e, por conseguinte,
parte da experiência há grande número de editoras desse suporte. A maior parte não publica muitos
Quando atende ;;t uma população rela- Muitos usuários simultâneos títulos, e muitas contam com um ú.nico produto. As editoras podem participar
tivamente homogênea, como numa de vários outros aspectos da indú.stria da infonnação. Os fornecedores de
biblioteca escolar cederrons podem ser divididos, de modo geral, nas seguintes categorias:
Quando as editoras não publicam em Quando se pedem buscas complexas
outro formato, devido a razões em arquivos cruzados Editoras de cederrons de grande porte, que contam com um catálogo
de segurança e direito autoral Quando uma população heterogênea muito importante de bases de dados produzidas por outras organizações.
requer grande variedade de fontes, Exemplos são lnformation Technology Supply Ltd. e SilverPlatter. Outro
assuntos ou temas, como em grupo é formado pelos serviços de buscas em linha, como o DIALOO com seu
bibliotecas públicas e universitárias
KR OnDisc.
1'
244 RECUPERAÇÃO OA INFORMAÇÃO CEDERRONS 245
2 Produtores de bases de dados que, provavelmente, também estarão ofere-
British Pharmacopoeia Social Sciences Citation Index
cendo suas bases de dados em linha e pela Internet. Exemplos são CA (Che- -..-E-D------"'-------- ts/ss
mical Abstracts) on CD, Wilson Business Abstracts, Mintel CD e Biosis Editora: HMSO 'E-d1-·10-ra-,---1ns-1-;ni-1-c-Iil_r_Sc_;-,n-o-·fi-c-1n-fi-onn_at_;_on
GenRef on Compact Disc. As~~,-,~nt~0~5'--~q,~;-m-;c~a-;m-ed";c~1~na-c~b~;o-m~c-d";c~;,""• -----~(~15~1)_________
3 Editoras como Blackwell, Wiley e Chadwyck Healey, que começaram pu- fannacologia; ciência veterinária ;As;:::'"o;""'ºo:(s'.!.);_.-·o:';iê:::"'::i::as'.'sO'.oc::i;::ª;c;s=====
blicando suas próprias bases em cederrom, mas que agregaram outras, Platafonna(s): IBM-PC 486 ou compativel, com 4 Plataforma(s): m1crocomputadorcompa!1vel com
MB de RAM e sistema Windows IBM-PC, sêrie9800da NEC; Apple
como a do Her Majesty's Stationery Office (HMSO) e documentos afins.
3.1 ou superior, executável em Macintosh, MS-DOS 3.1 ou supe-
4 Centros de fornecimento de documentos (como a British Library), que~ rede rior; extensões de MS-DOS em
oferece em cederrom publicações seriadas, livros e anais de eventos. Cobertura: Reino Unido cederrom; NEC 9800; Apple
Periodicidade: anual System 6.0.2 ou superior, 640K
Preço: f 500,00 com 4 l 7K livres (DOS); 1 MB
O mercado ainda é iil.stável, com novos produtos surgindo e outros desapare.
f 970,00 no caso de primeira (Mac), executável em rede
cendo, mas, continua a crescer a quantidade de títulos e respectivas editoras. compra Cobertura: mundial
-----=="--------- Periodicidade: trimestral
Reflexão Será que a publicação de enciclopédias em cederrom leva- Contém o texto integral da edição impressa da Preço: us$ 5 930.00
British Pharmacopoeia e British Pharmacopoeia
rá ao desaparecimento do mercado de enciclopédias im- Veterinary desde 1993. Acesso a mais de 2 300 Proporciona cobertura de mais de 1 400 dos prin-
pressas? Se você acha que isso poderá acontecer, quais as monografias,cadaumadasquaisdefineasnormas cipais periódicos de ciências sociais do mundo
vantagens importantes que o formato cederrom apresenta legais vigentes para substâncias e preparados por palavra do título, autor citado, obra citada,
para o usuário e que propiciariam essa mudança? médicos. Roda em \Vindows e oferece vínculos de título do periódico, nome e endereço do autor. A
................................. ' . ' .................... ' .... . hipertexto, gráficos de estruturas quimicas e característica chamada 'Related Records' inter-
espectros do infravennelho, fórmulas qulmicas liga e exibe todos os artigos que possuem uma
10.4 Bases de dados em cederrom apresentadascomonaversãoimpressa. ou mais de uma referência em comum. Inclui
itens de 3 200 periódicos especializados.
As bases de dados existentes em cederrom são extraídas da maioria das princi-
pais categorias de bases que foram relacionadas no capítulo 5. Mais especi.fica-
British Standards on CO-RO~I Social Sciences Index
mente, as bases atualmente disponíveis em cederrom podem ser agrupadas nas ·c~&-T-~~-~~-~~~--- ~
2 Procurar introduzir alguma coerência nas interfaces, por meio de diretrizes Funções de alto nível
padronizadas ou com o emprego de uma configuração cliente-servidor. Ajudar (apresenta informações explicativas)
Pesquisar no índice (mostra termos nos índices)
Fizeram-se alguns avanços com ambas as opções. As interfaces gráficas, em Buscar (procura informação que satisfaça ao enunciado de busca)
particular, oferecem uma variedade de menus, ajuda e suporte. As diretrizes do Mostrar (apresenta informações na tela)
Special lnterest Group on CD-ROM Applications and Technology (SlGCAT), Imprimir (orienta a saída para dispositivo de cópia em papel)
divulgadas em 1992, constituíram uma primeira tentativa de introduzir alguma Importar (orienta a saída para um meio eletrônico)
padronização no projeto de interfaces de cederron_s, e pelo menos conseguiram Reiniciar (vai para o começo do aplicativo)
identificar 13 funções básicas na interação do usuário com os sistemas em Escolher (muda discos ou bases de dados)
cederrom, que são mostradas na figura 10.2. A tecnologia intranet e a·adoção Sair (encerra o aplicativo)
do protocolo Z39 .50 sustenta o emprego de configurações cliente-servidor. Isso Funções operacionais
permite à biblioteca oferecer uma interface-padrão para todos os cederrons a Executar (alerta o aplicativo para iniciar o processamento)
que seus usuários tenham acesso, embora. se estiverem acessando os serviços de Interromper (interrompe a atividade de um programa)
mais de uma biblioteca, possam ainda defrontar-se com interfaces diferentes; o Escapar (recuar um passo por vez)
usuário conectado em rede então está sujeito a se defrontar com uma grande
variabilidade.
Funções navegacionais .
Navegação (movimento numa base de dados ou con1unto de busca)
O projeto de interfaces continuará a melhorar. Os recursos gráficos e os
ícones contêm potencial que permite interfaces mais atraentes e abrangentes. Figura 10.2 Funções identificadas pelas diretrizes do SICCAT
Eventualmente, o usuário desejará controlar certos aspectos do projeto de
interface, e a utilização da linguagem natural nos diálogos afetará muitos as- quer seja al.guma outra fonte de receita, levando-se também cm cont~ even-
pectos do desenho de interfaces. tuais conseqüências sobre os recursos disponíveis para outros serv~ços.
3 Impacto sobre o quadro de pessoal. A introdução do cederrom ena uma
·10.7 O gerenciamento de um serviço de informação baseado em oportunidade ideal para que o usuário final aprenda a execurar suas ~ró
cederrons prias buscas em grandes bases de dados informatizad~s. Cada vez mais o .
Uma ·biblioteca ou serviço de informação que ofereça serviços baseados em especialista em informação percebe~~ que seu papel de1x~u de ser o de um
vários produtos e1n cederrom terá de levar em conta todos Os fatores relacio- intermediário, ou especialista em buscas, para ser o de um instrutor e educa-
nados na lista 10.1, quando da seleção de bases de dados que sejam apropria- dor. A fim de desempenhar adequadamente este papel, é importante capa-
das para sua clientela. O desenvolvimento desse tipo de serviço também suscita citar convenientemente o pessoal, tanto no que concerne à utilização e~caz
várias outras questões que precisam ser resolvidas. Algumas são questões práti- do equipamento e dos programas quanto no ~ue conce~e a _como _ensinar.
cas da rotina diária que, se forem negligenciadas, acarretarão uma situação di- 4 Treinamento dos usuários. Conforme mencionado acima, e provavel que
ficil para o gerente de informação. Outras implicam decisões gerenciais mais o pessoal de informação se veja envolvido no treinamento de usuários fi?ais
estratégicas e exigem que o gerente examine como o serviço com cederrons se para a realização de suas buscas. As interf~ce: em ceder;~m são r_elat.1va-
integra com outros serviços de informação que a biblioteca coloca à disposição mente amigáveis para o usuário, mas a ma1ona dos usuanos fi~a1s ainda
dos usuários. Essas questões podem ser agrupadas nas seguintes categorias: tem a ganhar com algum tipo de suport.e. Se h~uver ~ expect~tiva ~e que
muitos usuários finais utilizarão o servtço, sera preciso planejar e imple-
Condições para utilização. Deve-se examinar a questão da propriedade do mentar um programa de treinamento destinado a eles. . .
cederrom. Muitos cederrons são apenas arrendados pelos seus fornecedo- 5 Gerenciamento. Todos os cederrons precisam ser adqu1ndos, catalogados
res. Assim, se uma assinatura for cancelada, a biblioteca perderá não só o e postos ein circulação. A aquisição precisa cuidar do recebimento de atua-
arquivo corrente, mas também todos os arquivos retrospectivos. Também lizações regulares. Certa1nente será necessária alguma forma de controle e
pode haver restrições quanto à importação de dados. circulação, para evitar que os discos sejam extraviados. Convém haver um
2 Recursos. Qualquer serviço baseado em cederrons custa dinheiro para ser siste1na de reservas se os discos vierem a ser muito solicitados.
mantido. Deve-se identificar a fonte dos recursos, quer sejam os usuários, 6 Outros serviços. Constatou-se, em geral, que a implantação de um serviço
254 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO CEDERRONS 255
baseado em cederrons traz consequências positivas para a imagem da bi- dutos diferentes. Isso em parte dependerá do conteúdo, de modo que, por
blioteca como disseminadora de informações. Essa melhoria da imagem exemplo, enciclopédias e dicionários tenham seu preço de~ni~o c~mo pro-
acarreta outras oportunidades e recursos adicionais, sendo também prová- dutos de consumo individual, enquanto as bases de dados b1bhograficos te-
vel que leve ao aumento da demanda dos serviços da biblioteca. Uma base rão seu preço definido para venda a bibliotecas e empresas ..º~ consu.mido-
de dados bibliográficos em cederrom alertará os usuários para documentos res exigirão maior transparência e simplicidade das estrateg1as de preços
cuja existência, em caso contrário, passaria despercebida. Isso terá como para o caso de utilização dos cederrons em redes. .
conseqüência uma utilização mais intensiva dos recursos existentes na bi- 3 Maior integração de tecnologias, de modo que o cederrom se!a usado para
blioteca e maior demanda de documentos_a serem obtidos por meio dos ser- a provisão de informações essenciais, enquanto o_ ace:so em .linha, e~ geral
viços de fornecimento de documentos e do empréstimo interbibliotecário. por meio da Rede, será adotado para informações mais atuais ou ~m tempo
Talvez haja algum impacto sobre a demanda de buscas em linha, porém real para atualizar os dados disponíveis em cederrom. Os. consum1d~r~s pa-
muitas vezes os dois serviços continuarão funcionando simultaneamente, garão pelo acesso urgente a informações que somente ~eJam n~.c~ess~n.~s de
atendendo a diferentes necessidades. forma ocasional. O material de que se precisa com maior frequenc1a Jª es-
7 Integração. É provável que o serviço prestado com cederrons seja apenas tará pago e disponível em disco. Além disso, a grande capacidade dos deve-
um de uma série de serviços informatizados de informação que se acham à dês poderá ser um atrativo em algumas aplicações. _
disposição do usuário ou em funcionamento na biblioteca. É importante in- 4 Crescente aprimoramento das interfaces de buscas, com sua adaptaçao aos
tegrar o cederrom num ambiente mais amplo. O usuário talvez queira aces- requisitos de grupos. de usuários especificas e tipos de .bases de .dados. Um
sar um cederrom por intermédio da mesma estação de trabalho que ele uti- desses modelos para 0 futuro poderá ser o Search Adv1~or d~ S1lv.erPlatter
liza com outras finalidades, como, por exemplo, para ter acesso a bases de que funciona com uma interface gráfica. Sendo um cliente 1nteltgente de
dados da própria instituição. O gerente de informação talvez queira provi- recuperação, 0 Search Advisor oferece as.ferramentas usadas p~r pessoal
denciar algumas interfaces comuns para realizar buscas nas diferentes ba- profissional no desenvolvimento de estratégias de buscas, e assiste o pes-
ses de dados disponíveis para os usuários. soal novato na utilização dessas ferramentas. As bases de dados em ceder-
rom estarão na vanguarda do aperfeiçoamento do projeto de interface~. .
Reflexão Qual a melhor maneira de estimular os usuários a avaliar a 5 Os fornecedores oferecerão a seus clientes suporte técnico cada vez mais di-
gama de fontes de informação que existem à sua disposi- versificado. Por exemplo, a KR lançou recentemente o Crossroads, um ser-
ção, ao invés de somente usar as que sejam de acesso mais viço instalado na Rede, que oferece um fórum onde os usuários podem c~m
cômodo? partilhar sua experiência e conhecimento, bem como um c~ntro de ensino,
que liga seus visitantes a uma variedade de opções .d.e tre1na~ento. ~ntre
10.8 O futuro dos cederrons elas estão sessões de treinamento-pela Rede, transmitidas ao vivo, alem de
É crescente o número de editoras e produtos no mercado de cederrons. Uma módulos didáticos previamente preparados.
questão importante quanto ao futuro desse meio diz respeito ao contínuo de- 6 A utilização da tecnologia intranet para proporcionar aces.so a c:derrons em
senvolvimento do mercado consumidor. A tabela 10.1 resume os pontos fortes rede. Por exemplo, a KRSite oferece acesso à coleção Kn1ght R1dder de ce-
das tecnologias concorrentes. dêrrons por meio de intranets de empresas.
Os aperfeiçoamentos específicos que já estão a caminho e que certamente
terão continuidade ·incluem: RESUMO
o cederrom é cada vez mais importante como meio de armazenamento e d~sse
Contínuo aumento do número de títulos de cederrons. O crescimento mais
1
minação de informações. As configurações de ce~errons inclue~: uma leitora
importante nos últimos anos foi o que ocorreu no mercado de negócios e no ligada a um microcomputador independente, sei;i1_dores de arquivos em. rede e
mercado profissional; isso pode ter continuidade ou haverá uma ressurgên- caixas de conexão, pré-armazenamento temporano e acesso pela Internet. As
cia da ênfase em títulos de mÜ\timídia e um desenvolvimento renovado do editoras de cederrons incluem editoras em grande escala, produtores de bases de
mercado consumidor.
dados, editoras e centros de fornecimento de documentos. As bases de dados d1;·
2 É provável que as estratégias de preços se consolidem de tal forma que ve- poníveis em cederrom são também variadas. Podem ser classificadas co~o:. bi-
nham a reconhecer a existência de setores diferentes de mercado para pro- bliográficas, cata lográ ficas e da indústria editorial, de fontes, de consulta rap1da,
256 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO CEDERRONS 257
Resposta disponíveis na rede, de modo que será possível carregar um número maior
As estações de trabalho foram colocadas, em cada um dos campi, no lugar de cederrons e também acessar discos disponíveis em todas as estações de
mais perto possível do balcão de circulação da biblioteca. Uma questão im- trabalho ligadas à rede da faculdade. O MMU Library Service empenha-se em
portante era a disponibilidade de segurança, supervisão e suporte. Além dis- reexaminar a questão do acesso aos cederrons e os esquemas de licen-
so, era importante que houvesse tomadas elétricas e de ligação com a rede. ciamento para a instituição como um todo, e futuros progressos que ocor-
rerem na facu Idade serão afetados pelo resultado desse reexame.
Pergunta
Quais os problemas com que você se deparou? Entrevistadora
Obrigada por falar acerca da implementação dos cederrons em sua
Resposta biblioteca. Isso de fato exemplifica inúmeras questões que cercam a
Foram poucas as dificuldades iniciais. Uma boa relação com os serviços de implementação de cederrons numa gama de bibliotecas diferentes.
informática, forjada parcialmente por meio de um especialista em tecno-
logia da informação que faz parte do pessoal da biblioteca, fez com que não Entrevista realizada em 1994
ocorressem problemas técnicos graves e até mesmo questões de somenos
eram rapidamente solucionadas. A implantação da rede de cederrom tor- Referência
nou-se ativa enquanto' eram dados os retoques finais na reforma do prédio
Tenopir, e. Has online made CD-ROM obsolete? Library journaí, V. 121, n. 16, p. 33-
da biblioteca de Crewe. Era uma época atarefada: os problemas iniciais com 34, 1996.
as impressoras foram rapidamente superados orientando-se os estudantes a
salvar os resultados das buscas que tinham feito no espaço em disco de que Bibliografia
dispunham na rede e mais tarde imprimi-los em estações de trabalho no
Adkins, S.L. CD-ROM: a review ofthe 1992 literature. Computers in libraries, v. 13 . n.
laboratório de livre ingresso.
8, p. 20-53, 1993.
Um problema mais persistente foi a geração de um número muito maior Akeroyd, J. CD-ROM usage and prospects: an overview. Program, v. 23, ~- 4, p. 367-
de pedidos de empréstimos entre bibliotecas. De início isso absorveu o 376, 1989.
tempo do pessoal, mas deixou de ser problema desde que se automatizou Armstrong, C.J.; Large, J.A. CIJ-RO.W information products: an evaíuative guide and
o serviço de empréstimo entre bibliotecas. Tornou-se, porém, evidente que directory. Aldershot: Gower, 1990.
os estudantes nem sempre conseguem ser adequadamente seletivos na es- Batterbee, C.; Nichotas, D. CD-ROMs in public libraries: a survey. Aslib proceedings, v.
colha de itens a serem solicitados a outras bibliotecas. Atualmente, estamos 47, n. 3, p. 63-72, 1995.
Bevan. N. Transient technology? The fature of CD· ROM in libraries. Program, v. 28, n.
fazendo uma experiência em que os orientadores fazem a triagem dos
1, p. 271-281, 1994.
pedidos de empréstimos a outras bibliotecas. Biddiscombe, R. Networking CD-ROMS in an academic library environment. British
journal o/ academic íibrarianship, v. 6, n. 3, p. 175-83, 1992.
Pergunta
Black, K. co-Rom networking: the Leicester Polytechnic experience. Aslib informa-
Existe algo que você faria de outra forma caso estivesse vivendo de novo essa
tion, v. 20, n. 7/8, p. 288-290, 1992.
experiência? Brackel, P .A. Implications of networking CD-ROM databases in a research environment.
South Africanjournal o/ library and information science, v. 61, n. 1, p. 26-34,
Resposta
1994.
Não muito. Talvez tivéssemos podido prever os problemas com as impres- Bryanl, G. Combining online and disc. Online and CJJ-ROM review, v. 17, n. 6, p. 396-
soras e evitado as dificuldades que ocorreram bem no início nessa área. 398, 1993.
Budd, J.M.; Williams, K.A. CD-ROMS in academic !ibraries: a survey. College and res-
Pergunta earch libraries, v. 54, n. 6, p. 529-535, 1993.
Quais são seus planos para o futuro desenvolvimento desse serviço? Carlton, T. CD-R on the cheap? CD-llOM professional, v. 8, n. 4, p. 20-27, 1995.
Cawkell,.T .. lhe mu!timedia handbook. London: ~o-~t!_edge, 1996.
Resposta CD·ROM indexing and authoring syslems. Digital p-ub!ishini technoíogies, v. 1, n. 12,
Publicamos recentemente alguns guias sobre cederrom destinados aos 12-16, 1996.
usuários. Em futuro próximo, esperamos aumentar o número de conectores
262 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
trônicos na Internet e intranets até o acesso a bases de dados em cederrons e ar- Tabelall.1 Fases do processo de gerenciamento e publicação de
quivos pessoais e institucionais. Muitas das aplicações vistas em outros capí- documentos na Internet
tulos deste livro adotam sistemas de gerenciamento de documentos. Aqui, dá-se
atenção às suas características e ·sua aplicação em organizações com o objetivo Fase Descrição Iniciada por
de gerenciar seus acervos documentais. Este é o contexto em que é multo pro-
vável que os gerentes de informação tenham de tomar decisões quanto à seleção Identificar Identificar um subconjunto de do- Administrador dos
o conteúdo cumentos a serem indexados sistemas
e gestão de sistemas ç:ie gerenciamento de documentos. Em outras aplicaçQes, as
e colocados na Internet
características do sistema, como os recursos de recuperação a ele associados, Criar a base Definir um modelo ou estrutura de Administrador dos
influem na eficácia com que se pode acessar um recurso de infonnação, mas a de dados base de dados para a base de sistemas
escolha relativa ao sistema em uso está nas mãos do produtor da base de dados. textos que armazenará os índices
Muitos sistemas de gerenciamento de documentos se relacionam de perto dos documentos processados
com os sistemas de gerenciamento de bibliotecas e surgiram dos primeiros síste- Alimentar a Fazer a indexação e alimentar a Administrador dos
mas de recuperação de textos desenvolvidos em bibliotecas especializadas e base de dados base de dados com os índices sistemas
unidades de informação. Eram programas usados em sistemas antigos, para criar dos documentos processados
serviços de ·resumos e indexação e outras bases de dados institucionais. Habilitar/ Assim que os documentos tive- Usuário/cliente
publicar na rem sido processados e feitas
Apesar da importância crescente das soluções baseadas em multimídia,
Internet as devidas conexões na Internet
muitos documentos que constam desses acervos são em grande medida de na- (isto é, TCP/IP) será criado um for-
tureza textual. O volume de informações desse tipo cresce a um ritmo alarmante mulário de entrada MTML como
e sua diversidade de forma, desde o memorando, carta ou artigo de periódico, interface pela qual os usuários po-
que, relativamente, carecem de estrutura, até documentos formalmente mais dem inserir os pedidos de busca
estruturados, como relatórios, cadastros ou livros, vem se ampliando continua- Processar os Quando os critérios de busca Usuário/cliente
mente. Os documentos textuais eram antes gerenciados com as primeiras gera- pedidos de são fornecidos ao formulário HTML,
ções de sistemas de gestão de documentos, então denominados sistemas de busca o mecanismo de recuperação no
gerenciamento de textos ou sistemas de recuperação de textos. Os sistemas de texto faz uma busca no repositó-
rio, que comumente inclui a
gerenciamento de textos diferençavam-se de outros programas de gerencia-
construção da lógica para a busca
mento de bases de dados devido a um conjunto de características que supor- e sua tradução (se for SQL) numa
tavam a gestão eficaz de aplicações baseadas em textos. Essas características linguagem de programação nativa
ainda se aplicam a sistemas de gerenciamento de documentos: Apresentar os Mostrar os resultados da busca na Usuário/cliente
resultados forma de uma lista de ocorrências
a capacidade de trabalhar com campos de tamanho varíável e a expectativa na qual os usuários podem fazer
de que muitos dos campos dos registros serão de tamanho variável as seleções a fim de ver determi-
o acesso aos registros é normalmente feito por intermédio de um arquivo in- nado documento
vertido de chaves de índice ou palavras do texto dos registros que compõem Ver/importar Quando o usuário seleciona um Usuário/cliente
a base de dados o original item da lista de ocorrências, o
uma série de recursos, que suportam a recuperação por palavras dos regis- mecanismo de recuperação de
tros, recursos que se fazem necessários a fim de atender ao fato de existir um textos transmite o documento so·
licitado desde sua localização
controle limitado quanto à forma como a chave de busca aparece no registro
original e apresenta-o ao cliente
ênfase no gerenciamento de uma ou várias bases diferentes, quando a capa- num formato visível; se o usuário
cidade de extrair dados de várias bases afins não é essencial à aplicação quiser importar o documento, faz
aplicações relativamente fixas, que exigem recursos limitados de progra- um pedido ao servidor, que ajuda
mação ou desenvolvimento de sistemas. o navegador na Internet do cliente
a descarregar o arquivo
Os sistemas de gerenciamento de documentos são cada vez mais utilizados
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS 267
266 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
registros das organizações encontra-se em fonnato eletrônico. Com freqüência,
para confeccionar publicações de instituições, bem como distribuir e armazenar a organização e recuperação adequadas desses registros são facilitadas por um
documentos. As etapas do processo relativo à preparação dos documentos para sistema de gerenciamento de documentos. É igualmente importante reconhe-
que neles se façam as buscas estão representadas na tabela 11. l. Em primeiro cer que esse sistema não será empregado isoladamente no âmbito das ativi-
lugar, o criador do sistema projetará um ambiente de base de dados apropriado dades dos sistemas de informação da organização. Talvez seja necessário trans-
e implantará ferramentas de suporte às buscas dinâmicas e à indexação, como os ferir mutuamente dados do sistema de gerenciamento de documentos para
tesauros. A seguir os documentos serão incluídos, marcados e convertidos aos outras bases de dados e sistemas afins que também funcionem na mesma orga-
formatos apropriados. A seguir, a indexação, provavelmente com texto integral, nização. O sistema de gerenciaf!_lento_de documentos é mera parte do ambiente
Criará uina ba'se de dados, que será desCõm.pactada e ajustada para sér-ãpre--,. global dos sistemas de informação.
sentada no formato apropriado. Isso pode incluir a Internet, cederrom, uma rede
local ou uma de longa distância. 11.3 Análise dos sistemas de gerenciamento de documentos
Os principais pontos para os quais deve atentar um sistema de gerencia-
mento de documentos são Existem mais de 200 pacotes de gerenciamento de documentos nos mercados
europeu e norte-americano. É difícil apresentar um total exato, uma vez que,
a integração de platafonnas mistas de computador numa mesma instituição embora alguns pacotes se enquadrem claramente na categoria de sistema de
controle dos documentos a partir de quando são publicados, inclusive ques- gerenciamento de documentos, existem outros que contêm apenas algumas das
a
tões relativas segurança e atualização características desejáveis. Existe uma grande variedade de pacotes, que rodam
acesso e recuperação eficazes quando os documentos são solicitados. principalmente em plataformas UNIX ou Windows. Alguns destinam-se a su-
portar o gerenciamento de grandes bases de dados, distribuídas e compar-
Reflexão Examine um conjunto de atas de reuniões de uma comis- tilhadas, de organizações internacionais, além de possivelmente oferecerem
são preparadas numa instituição que você conheça. Quais acesso a usuários externos à organização. Outros destinam-se ao uso indi- ·
os tipos de controle que precisam ser exercidos sobre o vidual. Alguns têm sua origem na criação de bases de dados bibliográficos e
acesso a esses documentos? posteriormente de texto integral, que antigamente se denominavam sistemas de
gerenciamento de textos ou de recuperação de textos. Outros têm uma linha-
11.2 Aplicações de sistemas de gerenciamento de documentos gem cujas raízes remontam à criação de documentos e editoração eletrônica.
A figura 11.2 relaciona alguns dos principais sistemas de gerenciamento de
A figura 11. l relaciona algumas das mais variadas áreas de aplicação dos sis-
documentos, bem como os respectivos fornecedores. Muitas vezes o preço é um
t~mas de gerenciamento de documentos. A figura 11.2 mostra as aplicações
bom indicador do mercado potencial e do tamanho da base de dados que o
disponíveis de um sistema de gerenciamento de.documentos. Cada instituição
programa consegue gerenciar. Pacotes baratos destinados a microcomputadores
é diferente e sua necessidade de gerenciamento e publicação de documentos
monousuário podem custar algumas centenas de dólares. Os sistemas multiu-
será exclusiva. Algumas instituições possuem várias aplicações espec[ficas,
suário de grande porte, destinados a suportar imensas bases de dados, custam
como, por exemplo, manuais de manutenção, que precisam ser atualizados e
desde alguns milhares de dólares até mais de cento e cinqüenta mil dólares.
publicados numa rede de centros de manutenção ou fornecedores; outras
Essa grande variedade ressalta a ampla gama de aplicações para as quais um
possuem um grande arquivo institucional de registros relativos a pessoas, como
programa como esse é adequado. A maioria dos sistemas grandes não é vendida
os arquivos mantidos pelo serviço da receita federal. Ambos os tipos de estru-
por um preço fixo. Especifica-se uma faixa de preços, mas o preço final de
tura são importantes para a organização, mas, no segundo, o sistema pode ser
determinada configuração dependerá dos requisitos desse sistema. Com todas
mais essencial para seus processos operacionais e de funcionamento. Há tam-
as complexidades que lhes são inerentes, o preço dos cederrons e do acesso em
bém aplicações de pequena escala que são usadas, por exemplo, por pesqui-
linha são fáceis de compreender quando comparados com os preços dos pro-
sadores para criarem suas próprias bases de dados bibliográficos. É importante
dutos SGD. A grande questão é a necessidade que o desenvolvedor do programa
reconhecer que muitos dos dados com que lida uma organização são de natu-
tem de abranger todo tipo de aplicação para a qual pode ser usado um produto
reza textual, embora nem todos estejam disponíveis em formato eletrônico. Não
com considerável conectividade. A figura 11.3 mostra os preços do Personal
obstante, com a ampla utilização nos escritórios de práticas que requerem o uso
Library Software. Isso mostra a necessidade de quotar preços para cada um dos
de equipamentos eletrônicos, como o processamento de textos, correio eletrô-
nico e intercâmbio eletrônico de dados (EDI), um número cada vez maior dos
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS 269
268 RECUPERAÇÃO OA INFORMAÇÃO
manualmente), indexação manual com palavras-chave e indexação relacional. 1 Produção da base de dados, inclusive a estrutura e compilação da base; são
São importantes a construção e manutenção de tesauros, que podem, por importantes a exatidão e sistematização.
exemplo, possibilitar o lançamento automático de termos preferidos e macro- 2 Implementação em computador, ou especificamente o sistema que toma
termos (grupo genérico). O emprego de interfaces gráficas facilita a edição das os dados disponíveis.
estrã.tégias de buscas, recuperação de conjuntos anteriores de buscas, pesquisa 3 Recuperação e utilização em linha, ou o sistema pelo qual os dados são
a esmo, bem como seleção e destaque de documentos relevantes para impressão selecionados e empregados; isso será afetado pela experiência do usuário fi-
posterior ou importação para uma base de dados pessoal. nal nas áreas de tecnologia, metodologia e conhecimento do assunto.
Para aqueles sistemas de gerenciamento de documentos que antigamente
não ofereciam buscas de hipertexto, essa foi uma das grandes inovações intro- 11.6 Gerenciamento e publicação de documentos, e tecnologia de
duzidas nos últimos anos. Esse recurso é importante em qualquer interface de intranet e Internet
busca para clientes e em outros contextos em que o sisterria de gerenciamento
À mudança de ênfase, do acervo para o acesso, seguiu-se uma mudança de foco
de documentos seja usado na Internet ou numa intranet. Normalmente, chega-
nos aplicativos de gestão de documentos para publicação. Muitas dessas
se ao hipertexto mediante um clique no vínculo de hipertexto. Numa base de
atividades de publicação ocorrerão agora em ambiente de Internet ou intranet.
dados multimídia, esses vínculos de hipertexto podem ser figuras, imagens,
Que atrativo oferece um sistema de gerenciamento de documentos nesse
planilhas eletrônicas e documentos elaborados com processadores de textos.
ambiente? Qual a diferença entre esses produtos de recuperação de textos na
Outros recursos recentes incluem a <busca de anotações' [note search], que
Internet e mecanismos de busca, como Yahoo e Lycos, os quais funcionam em
permite ao usuário coletar termos selecionados no resultado de uma busca e
acervos de documentos HTML? Contudo, as ferramentas de indexação e recu-
utilizá-los como base para outra busca.
peração que funcionarn exclusivamente com HTML têm. limitações. No ambiente .
As fases identificadas na tabela 11.1 são uma boa representação dos ele-
empresarial, há enorme quantidade de documentos que não estão estruturados
mentos da edição de documentos neste contexto, porém os elementos· da apli-
em formato HTML, como os gerados com processadores de textos e planilhas
cação do gerenciamento e edição de documentos variam de um sistema para
eletrônicas. Se tais acervos forem grandes talvez não seja viável convertê-los
outro. Especificamente, há variações:
para HTML, ou, se estiverem sendo mudados, não convenha gerir um processo de
na localização dos índices dos documentos, que podem ser colocados local- conversão em curso. Nesses casos, Yahoo e Lycos não podem indexar ou reali-
mente no servidor do aplicativo ou remotamente com os dados zar buscas nos documentos. Os produtos para recuperação de textos na Internet
na forma como as consu \tas são submetidas; os pedidos -podem ser apresen- suportam a indexação de documentos não-estruturados e oferecem aos usuários
tados num formato de pergunta que pode ser interpretada pelo mecanismo desses índices recursos de busca em texto completo. É possível fazer buscas
de recuperação de textos, que varia desde bases de dados comerciais até diretamente no formato original do documento que também pode ser posto na
bases que adotam a conectividade aberta para bases de dados (ODBC) que Internet com um formulário de buscas e1n HTML. Tais recursos facilitam a edição
aceitam consultas-padrão em SQL de documentos produzidos pela organização para uso na Internet ou intranet.
no suporte de funções administrativas, como segurança, faturamento e en- Os programas-cliente de buscas podem ser instalados em qualquer micro-
trada no sistema e administração de bases de dados computador remoto conectado por meio de rede à base de dados central do sis-
apresentação e visualização de documentos; os documentos seriam conver- tema de gerenciamento de documentos. Qualquer que seja a quantidade de
tidos para o formato HTML e então indexados, ou convertidos de modo dinâ- clientes, eles devem poder realizar buscas.simultanean1ente na base de dados do
mico durante a recuperação, ou não convertidos, mas visualizados com tec- sistema de gerenciamento de documentos, sem que isso interfira na atualização
nologia apropriada de visualizáção ou outras atividades que estejam sendo executadas na base de dados. Os siste-
a gama de recursos de busca. mas de gerenciamento de documentos, ao contrário de outros sistemas de recu-
peração de informações, como os catálogos públic"os ou documentos eletrônicos
11.5 Qualidade da base de dados publicados em cederrom (ver a seguir) e sistemas de buscas em linha, precisam
ter condições para suportar clientes que permitam a execução de funções de ad-
À medida que se expande a quantidade de bases de dados, tomam-se cada vez ministração da base de dados e dos sistemas. Além disso, certas opções, como a
mais exigentes as expectativas acerca da sua qualidade, que deve ser alcançada seleção, pelo usuário, de cores e fontes, podem suportar variações no ambiente
em três domínios: de busca de modo a adaptá-lo a um usuário específico do microcomputador.
278 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS 279
4 Manutenção da competência dos usuários na utilização eficaz do sistema. É levantes, como os que visitam exposições. As bases de dados também preci-
necessário que a documentação se mantenha atualizada e que cursos regu- sam ser incluídas em cadastros de bases de dados e guias de recursos dispo-
lares de treinamento estejam à disposição dos novos usuários e daqueles que níveis na Internet. Os discos de dernonstração têm sua utilidade.
precisam atualizar seus conhecimentos.
5 Manutenção de programas. Há uma parelha de preocupações nesta área: a É dificil fazer generalizações relativas à gestão de sistemas de gerenciamento de
implementação de versões atualizadas dos programas, e a negociação dos informações textuais devido à ampla variedade de áreas de aplicação, que vão
problemas decorrentes das utilizações desses programas com finalidades desde pequenos sistemas de uso pessoal até sistemas multiusuário muito maiores
um pouco diferentes daquelas para as quais-foram testados e analisados. e que atendem a milhares de usuários. Os grandes sistemas funcionam em
6 Manutenção do equipamento. É importante, para a conquista de confiança ambiente onde outros sistemas de informação também si...,,...iicham em funciona-
no sistema, que a reparação dos defeitos que surjam se faça de modo eficaz. mento. Talvez disponham de processadores dedicados, mas as bases de dados
7 Manutenção das bases de dados. É preciso incluir regularmente novos da- suportadas por sistemas de gerenciamento de informações textuais quase com
dos nas bases que foram criadas. Uma das principais atividades durante a certeza serão acessadas por intermédio de uma rede no âmbito da organização,
evolução operacional do sistema será a atualização, edição e eliminação de através da qual os usuários também acessam outras bases de dados e aplicações.
registros das bases de dados. No caso de violação da segurança ou se as ba- Neste contexto, a gestão do sistema de gerenciamento de informações textuais
ses forem avari"adas, deverão ser envidados esforços para sanar a situação. deverá estar integrada ou ter interface com a gerência dos sistemas de informa-
8 O monitoramento dos avanços tecnológicos constitui um.a das fases preli· ção da organização como um todo. O ideal é que a instituição se valha do plane-
minares do planejamento, visando a incorporar novas características ao sis· jamento estratégico de sistemas de informação com a finalidade de desenvolver
tema local. uma estratégia de sistemas de infonnação que suportará os objetivos dessa ins-
9 O planejamento de qualquer sistema importante sofre alterações à medida tituição. Os sistemas de gerenciamento de documentos ocuparão lugar de desta- -
que se alteram os objetivos da organização, e os sistemas precisam adaptar- que nessa estratégia de sistemas de infonnação.
se para incorporar essas mudanças. Num ambiente onde a instituição haja desenvolvido uma estratégia dt: siste-
mas de informação, a gestão de sistemas de gerenciamento de documentos esta-
Dentre as questões específicas que precisam ser levadas em conta quando da rá incluída na gerência geral dos sistemas de informação da instituição. Isso
publicação de bases de dados na Internet temos: influirá na atuação do gerente de informação e no grau de controle passível de ·
ser exercido sobre o sistema de gerenciamento de documentos, para melhor ou
1 Acesso. Garantir não só que o acesso às bases de dados seja estável, mas para pior. Não obstante, as questões relacionadas acima ainda precisam ser
também que os usuários somente tenham acesso aos arquivos no servidor objeto de exa1ne, caso se queira manter um sistema eficaz.
para os quais esteja1n autorizados. Deve haver segurança que impeça o aces-
so a informações sigilosas, como os registros de pessoal e de finanças. A 11.9 Dois exemplos de sistemas de gerenciamento de documentos
velocidade de busca é também crucial, o que exige um servidor de arquivos
suficienEemente poderoso. CAIRS
2 Qualidade e manutenção da base de dados, inclusive indexação apropria- Há muito tempo o CAIRS vem oferecendo recursos que abrangem tanto o geren-
da, precisam, no a1nbiente da Internet, exatamente da mesma atenção que ciamento de documentos quanto de bibliotecas. Suas opções abrangem:
merecem em outros contextos.
3 Suporte, muitas vezes na forma de ajuda em linha, mas possivelmente tam- CAIRS-IMS - sistema de indexação e recuperação em textos livres
bém aco1npanhado de documentação impressa. Muitas vezes também é ne- CAIRS-LMS - sistema de gerenciamento de bibliotecas
cessário que haja a opção de contato por telefone ou correio eletrônico quan- CAIRS-MDS, que oferece um sistema de vínculos de hipertexto entre dados
do as coisas não dão certo. É importante, também, que haja comunicação mantidos num sistema CAIRS e um recurso multimidia externo no mesmo
com os usuários acerca de 11ovos avanços. coinputador ou rede local
4 Marketing. É preciso fazer a promoção das bases de dados. Os canais dis- CAIRS-TMS e CAIRS-ARC - gerenciamento de textos e imagens para coleções
poníveis para isso incluem mala direta e quadros de avisos eletrônicos. Ou- de arquivos e museus
tros canais. como as notícias para a imprensa e recepções, ainda são impor- CAIRS-TLMS - sistema combinado de gerenciamento de bibliotecas e de tex-
tantes, do mesmo modo que quaisquer contatos com grupos de usuários re- tos para bibliotecas industriais, universitárias e públicas de grande porte
282 RECUPERAÇÃO DA rNFORMAÇÃO SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS 283
É preciso que os documentos que contenham objetos mistos com texto, ima- À medida que um número cada vez maior de organizações reconhece o valor do
gens e gráficos sejam visualizados, desde que o terminal suporte sua exibição. gerenciamento eficaz de seus acervos de documentos eletrônicos, torna-se cada
As estações de trabalho, desde os terminais mais simples não-programáveis até vez mais importante o papel dos sistemas de gerenciamento de documentos. É
os altamente inteligentes, devem permitir a exibição dos documentos. provável que u1n número considerável dessas aplicações será suportado por
Outra forma de distribuição é a extração de seções formatadas dos docu- tecnologia intranet, em virtude de ela oferecer o enorme atrativo representado
mentos a serem compartilhadas ·com uma população de usuários. Por exemplo, pela independência em matéria de plataforma. Organizações de grande porte e
com o BASISPLUS podem-se recuperar todos os documentos criados ao lonoo dos de âmbito internacional sempre contarão co1n uma mescla de plataformas e
últimos doze meses, e de cada um deles extrair o autor, título e data. fss~ será, gerações de estações de trabalho. Por conseguinte, a questão crucial que se
então, apresentado em formato de relatório e distribuído por meio de correio coloca para os fornecedores de sistemas de gerenciamento de documentos é
eletrônico ou exportado para u1n arquivo externo. saber se essas aplicações utilizarão as versões mais recentes de sistemas canso-
286 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS 287
lidados de gerenciamento de documentos ou se os novos produtos intranet
absorverão uma parcela importante do mercado. retamente para as bases de dados. Para que o texto do· documento seja reco-
Nos últimos anos, as preocupações com o desenvolvimento de novos recur- nhecido caractere por caractere, a exatidão do processo de escaneamento é
sos têm se concentrado em: crucial. Hoje, as melhores máquinas oferecem boa precisão, mas, para al-
gumas aplicações, talvez ainda seja preciso submeter o texto escaneado a
1 Projeto de interface. Ao longo de menos de uma década houve uma transi- um trabalho de edição e verificação. O reconhecimento óptico de caracteres
sição das interfaces extremamente hostis baseadas em comandos, acompa- está alimentando a criação de grandes coleções de documentos eletrônicos
nhadas de manuais de instruções impressos igualmente tediosos, para inter- das organizações. Essas coleções exigem sistemas de gerenciamento de do-
fac~s coloridas: multimídia e gráficas, que incorporam recursos de ajuda, os cumentos que administrem não só a publicação e recuperação, mas também
quais podem vir na forma de um tutorial a ser lioado e deslioado ao oosto as funções de arquivamento e descarte.
do usuário. S~o bastante comuns tipos diferente~ de interfa~es que s~por 5 Edição na Internet e em intranets. Existe tecnologia que suporta a ampla
tam buscas feitas por néofitos e usuários experientes. Embora os sistemas publicação de documentos das organizações, não só para os usuários de
atuais constituam um avanço importante em comparação com os antieras instituições globais, mas também para comunidades de clientes e fornece-
ainda há espaço para a realização de pesquisas mais aprofundadas qu; re~ dores internacionais. Ao longo dos próximos anos as organizações haverão
sultem em melhorias do projeto, à medida que se reúnam mais informações de tomar decisões sobre como utilizar essa tecnologia. Isso exigirá a formu-
sobre as formas como os usuários interagem com essas interfaces. Com o lação ou revisão de políticas de acesso à informação, bem como cuidados
tempo, certos conceitos, como o de lógica booleana, serão do domínio até com as diretrizes e práticas relativas a segurança.
~:s~o de us.uários novatos de determinado sistema, que terão menos pa- 6 Edição de trabalhos feitos em grupo. Os fornecedores começam a reexa-
c1enc1a com interfaces que não ofereçam total funcionalidade no caso de minar a faceta de criação de documentos do gerenciamento documental e a
buscas que exijam alta precisão e revocação. Os usuários estarão dispostos incorporar características que suportam a criação de documentos baseada
a aprender, e as interfaces deverão suportar o aprendizado que forneces- em equipes. À medida que cresce a demanda pela criação de mais documen-
sário para que todas as pessoas que façam buscas lancem mão de t~da a fun- tos em formato multimídia, também deverão tomar-se mais complexos os
cionalidade dos recursos de recuperação. Será necessário que o sistema de recursos para edição de trabalhos de grupos.
ajuda incorporada à interface avalie o nível de compreensão do usuário e 7 Aumento do uso de publicações híbridas, inclusive o emprego de caracte-
reaja de modo compatível. rísticas encontradas em discos e em linha, necessárias para suportar a inte-
2 Sist~~as abertos. Os sistemas iniciais de gerenciamento de informações gração de acesso a dados em formatos diferentes. Isso incluirá recursos de
textuais rodavam numa gama impressionante de sistemas operacionais e indexação que dêem acesso a dados armazenados nos diferentes formatos.
plataformas de equipamento, e, para o fornecedor de programas, a manu- 8 As estratégias de preços dos sistemas de gerenciatnento de documentos
tenção de todas as versões do pacote constituía verdadeiro desafio. Ao lon- são impressionantemente complexas, refletindo tanto os aplicativos de ges-
go dos últimos anos verificou-se uma tendência geral no sentido de desen- tão quanto de edição desses sistemas. Outros segmentos da indústria da
volver sistemas que rodem sob sistemas operacionais padronizados como informação começam a reconhecer que a complexidade das estratégias de
UNIX e Windows. Isso facilitou a manutenção dos programas e aumentou a preços não goza de popularidade junto aos clientes, sejam eles empresas ou
portabilidade entre diferentes plataformas de equipamento. Outro elemen- usuários individuais. Essa questão precisará ser reexaminada.
to de portabilidade é a capacidade de mover documentos entre sistemas. 9 Crescente globalização, com aplicativos que suportem organizações que
Aguarda1n-se novos avanços que suportem sistemas abertos. funcionem em mais de um país. É cada vez mais premente a necessidade
3 Manipulação de multimídia e imagens. O armazenamento de dados em de gerenciar documentos em múltiplos idiomas.
cederrons e suportes afins melhora bastante as possibilidades de integração 10 Maior integração dos recursos de edição e gerenciamento de documentos,
do armazenamento e recuperação de textos, gráficos, imagens e vídeo. A a fim de criar um processo inconsútil de reunião, gestão, recuperação, dis-
maioria dos sistemas mais avançados oferece recurso de multimídia. Área tribuição e publicação. Para alguns produtos isso estará ligado à maior
de grande interesse para pesquisa, que trará inovações para os sistemas nos complexidade de recursos de entrada de dados e criação de documentos.
próximos anos, é a de indexação do conteúdo de documentos multimídia. 11 Maior integração com a tecnologia de servidor da Web, para oferecer
4 O reconhecimento óptico de caracteres (ver capítulo 2) melhorou sensi- oportunidades na Rede que proporcionem acesso inconsútil à informação.
velmente nos últimos anÇ>s. Os documentos podem agora ser escaneados di- Por exemplo, a porta de comunicação BASIS WEBserver é totalmente inte-
grada co~ o Microsoft Internet Server (115) e o Netscape Enterprise Server.
288 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS 289
................................................
ESTUDO DE CASO DE IMPLEMENTAÇÃO: MERCK, SHARP ANO
RESUMO DOHME
Os sistemas de gerenciamento de documentos são um tipo de programa de com- A Merck, Sharp and Dohme (MSD), subsidiária briiânica da empresa norte-
putador destinado a suportar a criação, manutenção e utilização de bases de da- americana Merck and Co. lnc., incorpora o Neurosciences Research Centre
dos. Para suportar a recuperação rápida em bases de dados textuais e multimídia (NRC), em Harlow, divisão especializada dedicada ao descobrimento e de-
os siste~as de gerenciamento de documentos caracterizam-se pela capacidad~ senvolvimento de medicamentos para doenças neurológicas. O NRC é uma
~e manipula~ ~adas de tamanho variável, índices baseados em arquivos inver- ., ,. das mais importantes unidades de pesquisa da MSD. Ao defrontar o pro-
tidos., uma serie de recursos de recuperação muito aperfeiçoados e aplicações blema da gestão da informação, o NRC solicitou à lnformation Dimensions
relativamente fixas. Os sistemas variam desde aplicações baseadas em micro- implantar um sistema informatizado de gerenciamento de informação.
computadores monousuário até aquelas baseadas em computadores de grande O sistema foi projetado com a adoção do BASIS. O BASIS 1ntranet Solutions
porte que servem a vários milhares de usuários. As aplicações do gerenciamento é o acréscimo mais recente ao sistema e dota o MSD de uma rede de comu-
de d~cu'."entos incluem publkações eletrônicas, arquivos de documentos de pes- nicação interna segura, com busca inconsútil em seu próprio acervo de do-
soas 1urid1cas e sistemas de informações de pessoas físicas. Aspectos importan- cumentos internos bem como na Internet. Esse acréscimo do BASIS constitui
tes desses sistemas são: preço, suporte, recursos de entrada e de saída de dados, uma integração do BASIS Document Manager da lnformation Dimensions
recursos de recuperação da informação, interfaces e o grau com que esses siste- com o Netscape Server, e permite, no âmbito da empresa, o acesso a re-
mas podem ser integrados ou interfaceados com outros programas. Exigem-se cursos das bases de dados BASIS e IMAGE que armazenam e manipulam infor-
características especiais para aplicações de lnternet/intranet e publicação de ce- mações textuais e materiais de pesquisa formados por imagens. Este melho-
derrons. As questões relativas à gerência concentram-se no monitoramento, ma- ramento é o estádio mais recente do desenvolvimento do sistema de infor-
nutenção e planejamento. Aestabilidade e o marketing são questões de interesse mação que começou no Library and Research lnformation Centre do NRC.
específico das aplicações na Internet. O capítulo termina com a descrição de dois A ampla biblioteca local atende ao departamento de química, bio-
sistemas de gerenciamento de documentos: CAIRS e BASISPLUS. química e farmacologia e gerencia os milhares de publicações científicas
............................................................... solicitadas pelos leitores. Além de gerir material existente na própria biblio-
QUESITOS DE REVISÃO teca, o pessoal coordena o acesso a materiais existentes em bibliotecas e
centros de informação fora da instituição. Antigamente, os registros e proce-
Quais as características que definem os sistemas de gerenciamento dimentos internos para solicitar material junto a outras fontes eram predomi-
de documentos? nantemente baseados em papel, sendo o catálogo em linha de livros da
2 Relacione as principais questões envolvidas na seleção de sistemas biblioteca a única base de dados. Após os estudos iniciais da lnformation
de gerenciamento de documentos. Dimensions, o sistema de empréstimo entre bibliotecas foi totaln1ente i~for
3 Quais as duas principais categorias de sistemas de gerenciamento de matizado em março de 1993. O lnformation Dimensions BILLplus -ferra-
documentos? menta de armazenamento e formatação de dados do BASIS - foi perso-
4 Relacione algumas áreas de aplicação dos sistemas de gerencia- nalizado para atender às necessidades da biblioteca. Essa aplicação obe-
mento de documentos. Explique como um sistema desses seria em- deceu aos requisitos de formato do NRC e os de outras bibliotecas, embora
pregado para proporcionar acesso à base de dados ou docu1nento rodasse na rede VN< existente. Essa flexibilidade inicial facilitou desenvolver
criado com o suporte do sistema de gerenciamento de documentos. o sistema passo a passo. A partir desse desenvolvimento, o BASIS tem geren-
5 Analise
.
a questão da segurança em relação a um sistema de Doeren- ciado pedidos de material que não se acha disponível internamente e pro-
c1amento de documentos. porcionado aos usuários da biblioteca uma interface simples em Windows
6 Por que é preciso um sistema de gerenciamento de documentos no para fazer encomendas a fontes usuais externas, como a British Library,
acesso a bases de dados pela Internet? Royal Society of Chemistry e British Medical Association. O pessoal tem
7 Identifique algumas das questões a serem levadas em conta quando condições de utilizar o sistema para monitorar a situação do empréstimo e
da publicação de bases de dados ·na Internet. dos pedidos. De modo crítico, a informatização facilitou muito mais a avalia-
8 Analise o desenvolvi1nento futuro dos siste1nas de gerencia1nento de ção do uso dos materiais, o que permitiu ao pessoal tomar decisões funda-
documentos. mentadas sobre quais periódicos e livros adquirir. A retroalimentação afere-
t\
1
notificação corrente Reflexão Relacione alguns tipos de documentos que utilizam índi-
ces impressos.
OBJETIVOS Apesar do crescimento das buscas em linha, por algum tempo ainda haverá
buscas para as quais a consulta a um índice impresso será mais barata e mais
A tecnologia da informação tem sido empregada em inúmeras novas áreas de aplicação simples. Vários pontos de acesso são usados nos índices impressos. Os mais im-
com a finalidade de oferecer serviços específicos. Os índices impressos são uma das portantes são assunto e autor. Outros possíveis pontos de acesso são fórmulas
aplicações em que a tecnologia da informação é uUlizada para gerar um produto químicas, marcas comerciais_. nomes de empresas e números de patentes.
impresso. Em outras aplicações, cerno notificação ccrrente, o produto pode ser tanto Todos os índices consistem numa série de tennos de entrada, geralmente em
impresso quanto eletrônico. Ao término deste capitulo você: ordem alfabética. Cada termo pode ter um qualificativo, sendo preciso um elo de
ligação que encaminhe o usuário a outras listas ou documentos. O índice de urna
terá compreendido algumas das maneiras como a tecnologia da informação pode única etapa é o que possui um elo de ligação com dados bibliográficos sufi-
ser empregada para gerar índices impressos cientes para localizar o documento original, como, por exemplo, a referência
estará a par dos tipos de serviço de notificação corrente e dos processos de sua completa de um artigo de periódico_ Um elo de ligação num índice de duas
criação. etapas simplesmente encaminha o consulente para outra lista, onde geralmente
se encontram infonnações mais completas acerca do documento original.
12.1 Introdução Os índices gerados por computador podem estar baseados em termos de
Este capítulo reúne dois tópicos diferentes que merecem ser examinados nesta indexação atribuídos automaticamente ou por um processo de análise intelec-
parte do livro sobre recuperação da informação. Não há espaço su.ficiente, numa tual. Cada uma dessas possibilidades será examinada em seguida.
obra desta natureza, para dedicar um capítulo a cada um desses tópicos, porém
os princípios em que eles se baseiam não podem ser deixados de lado. Este KWIC, KWOC, KWIT E KWAC
capítulo, portanto, trata de índices impressos e serviços de notificação corrente. Um índice do tipo KWIC (Keyword-in'Context [Palavra-Chave no Contexto]) é
Esses índices e serviços podem ser derivados de uma base de dados que, por o mais elementar dos índices baseados em linguagem natural. Os índices KWIC
exemplo, esteja instalada num dos serviços de buscas em linha ou que seja ou KWJT (Keyword-in-Title [Palavra-Chave no Título]) são populares por serem
mantida numa organização com a ajuda de um sistema de gerenciamento de de criação fácil e relativamente barata. Nos índices KWJC mais simples, as
documentos. São, portanto, produtos de bases de dados. Os índices impressos palavras de um título são cotejadas com uma lista de palavras proibidas, com a
são, por definição, produtos impressos. As notificações correntes podem tam- finalidade de impedir a geração de entradas inúteis. A lista de palavras proi-
bém ser produtos impressos, porém os usuários podem optar por notificações bidas contém palavras sob as quais não precisa haver entradas, como: eles, elas,
gravadas em disquetes, em cederrom, em linha ou pela Internet. seus, suas, outros, e, etc. Cada palavra do título é cotejada com as da lista de
palavras proibidas, e sempre que ocorrer u1na coincidência dar-se-á a supressão·
12.2 Índices impressos da palavra. Se, porém, não houver nenhuma coincidência, o termo será desig-
Uma das primeiras aplicações do computador na recuperação da informação nado uma palavra-chave. Estas palavras-chave são usadas como termos de
consistiu na produção de índices impressos. Ele foi empregado tanto para a entrada, sendo atribuída a cada uma delas uma entrada relativa ao documento. A
circulação interna de índices de listas de relatórios, boletins internos de resumps palavra. é impressa no contexto junto com o restante do título (que inclui as
e indexação, listas de patentes, etc., quanto para a produção de índices publi- palav.Ías proibidas). Os tennos de entrada são dispostos em ordem alfabética e
cados de muitos dos principais periódicos de resumos. No caso parti~ular das alinhados pelo centro ou pela coluna da esquerda. Produz-se uma entrada forma-
..
294 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO ÍNDICES IMPRESSOS E SERVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 295
Literatura e língua falada/ 00999 de controle terminológico. São inevitáveis as entradas irrelevantes e redun-
juvenis nas literaturas de língua portuguesaJPersonagens 02543 dantes. A mera ocorrência de um termo num título não expressa, necessaria-
bibliográficas como linguagem de indexação/Classificações 00181 amente, que determinado assunto mereceu tratamento de certa extensão no
línguas naturais e linguagens documentáriasJ 00166 corpo do texto. Além disso, mesmo quando o termo atribuído é relevante
voltam à tona, na ausência de controle terminológico, todos os problema~
Bibliografia das línguas anglo-saxónicas) 01975
documentáriasJ línguas naturais e linguagens 00166
Aplicações da lingüística em documentação/ 00169 que uma linguagem controlada procura contornar. Os assuntos estarão dis-
Introdução à lingüistica generativa} 01234 persos sob urna variedade de termos com significados similares. Não se in-
ciências sociais/ Listagem dos periódiços em 00173 clu~m remissivas entre assuntos afins.
Dispersão da literatura agrícola brasileira} 00095
língua falada} Literatura e 00999 <?s ~rogram~s mais aperfeiçoados do tipo KWIC procuram superar essas quatro
Personagens juvenis nas literaturas de língua portuguesa./ 02543
limitações. E possível melhorar a legibilidade co1n a simples alteração do for-
mato impresso. Um índice KWOC (Keyword-out-of-Context [Palavra-Chave
Figura 12.1 Exemplo do formato de um índice KWJC
fora do Contexto]), por exemplo, extrai a palavra-chave do títúlo, que é usada
como cabeçalho à parte, vindo sob ela os títulos e os números dos documentos.
da por uma única linha, que inclui o título e a referência-fonte, para cada palavra
Um asterisco às vezes substitui a palavra-chave no título impresso. Os índices
significativa do título. A referência-fonte em geral não passa de um número de
onde a palavra-chave aparece tanto como cabeçalho quanto no título são, falan-
documento ou de resumo, mas pode chegar a se ruma referência abreviada de um
do estritamente, índices KWAC (Keyword-and-Context [Palavra-Chave e Con-
periódico. Alternativamente, uma descrição bibliográfica completa, com ou sem
texto]), distinção raramente feita, sendo KWOC a designação geralmente usada.
resumo, encontra-se numa lista à parte. As entradas sob urna palavra são
O subarranjo dos tennos de entrada melhora ainda mais a consulta ao texto.
dispostas em ordem alfabética de título. A figura 12. J mostra um exemplo do
O usuário do índice fica liberado da necessidade de examinar cada entrada rela-
formato de um índice KWIC.
tiva a um termo de indexação, podendo selecionar entradas pertinentes segundo
Os méritos dos índices baseados em títulos derivam principalmente da pouca
a ordem alfabética dos termos qualificativos. Tanto os índices PermutenTI quan-
participação humana em sua elaboração. Uma vez que um índice KWIC simples
to os KW!C duplos oferecem essa solução.
é totalmente gerado pelo computador, é possível processar rapidamente e a custo
O índice Permutenn (adotado pelo Science Citation Jndex e pelo Social
reduzido uma grande quantidade de títulos. A eliminação de interpretações de
Scie.nces Citation lndex) baseia-se em pares de palavras significativas extraídas
cunho pessoal melhora a coerência e a previsibilidade. A indexação baseada em
do titulo. Todos os pares de termos significativos de um título são usados como
palavras dos títulos reflete a terminologia corrente, e evolui automaticamente
base das entradas do índice; esses pares são dispostos em ordem alfabética um
confonTie o uso dessa tenTiinologia. Ademais, com o processamento informa-
em relação ao outro. Cada par é segui~o do número do documento, mas não do
tizado, a criação de índices acumulados (por exemplo, que abranjam cinco volu-
título. Os números dos documentos, títulos e outras informações são impressos
mes anuais) fica mais fácil e não requer esforço intelectual adicional, a não ser
numa lista à parte. Também podem ser usadas listas similares de pares de termos
um novo processamento pelo computador. nas buscas feitas em bases de dados eletrônicas vinculadas ao Science Citation
No entanto, apesar de toQas essas vantagens, os índices baseados em títulos lndex e outros índices de citações.
estão sujeitos a críticas que se baseiam nos seguintes argumentos: O KWIC duplo também apresenta subarranjo dos tennos de entrada, sendo
l . Os títulos não refletem com precisão o conteúdo dos documentos. Sempre porém, mais completo do que o índice Permuterm, pois o título é mostrado com~
se encontram títulos ambíguos ou atraentes, mas nada infonTiativos, como, parte das entradas no índice. A primeira palavra-chave significativa é extraída
por exemplo, 'A linha divisória branco-preto' (polltica ou arte gráfica?). do título e tratada como o principal t~rmo de indexação. A posição deste termo
2 Os índices KWIC simples têm um visual desagradável e de leitura incômoda, no título é então ocupada por um asterisco e as palavras restantes do t[tulo são
devido à sua disposição e aparência das letras com que são impressos. rotadas para permitir que cada palavra-chave significativa remanescente seja
3 O subarranjo dos termos de entrada também melhoraria a qualidade dos destacada, num formato circundante, sob o tennoprincipal. Um processo similar
índices KWIC para fins de consulta e busca, ao subdividir longas seqüências em relação a todas as palavras significativas do título gera uma série de termos
de entradas sob a mesma palavra-chave. principais com subarranjos, para cada título. As entradas do índice são dispostas
4 As outras críticas aos índices baseados em tltulos dizem respeito à ausência em ordem alfabética pelo termo principal e, dentro de um termo principal, em
ordem ai fabética de subtermos.
296 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
iNDICES IMPRESSOS E SERVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 297
Pacotes de indexação por computador mais elaborados introduzem um certo qüência que se segue faria com que os programas empregados pelo Wor!d Tex-
grau de controle na seleção dos termos de indexação. Ao ampliarem o campo de tile Abstracts gerassem o seguinte tipo de entradas:
indexação, permitem que sejam acrescentados ao título termos extraídos de
vocabulários livres ou controlados, que serão tratados do mesmo modo que os Seqüência de indexação
termos do título. Alternativamente, termos específicos constantes do resto do <<So íl-res is tan t< fi nish in g> >of<carpets> and <wal 1-coverings >.
registro, como, por exemplo, o resumo, podem ser marcados pelo indexador
para serem usados como termos que ampliarão as opções_ de termos de indexa- Entradas do índice
ção no título. Pode-se ampliar o controle fazendo com que todas as palavras-
1 F-inishing ·
chave sob as quais serão encontradas entradas no índice sejam designadas soil-resistant, of carpets and wal!-coveríngs
manualmente, antes da inserção dos dados. Ao se praticar tal intensidade de 2 Wall-coverings
controle corre-se o risco de anular a maior parte das vantagens da indexação soil-resístant finishing of
3 Carpets
baseada nos títulos. Por outro lado, isso permite que os termos sejam atribuídos
com base no documento que está sendo indexado e em seu conteúdo, ao con- soil-resistant finishing of
trário de se lançar arbitrariamente um termo como termo de indexação simples- 4 Soil-resistant, Finishing
mente porque aparece no registro. Além disso, com esse controle, podem ser of carpets and wall-coverings.
assinalados termos que compreendem mais de um vocábulo, como, por exem- A estrutura das expressões é analisada e vários conectivos e preposições geram
plo, 'economia internacional', uma vez que se torna possível marcar essas duas diferentes disposições de entradas. Observe-se que as preposições são rhantidas
palavras como se estivessem ligadas entre si. oo~i~ -
Índices baseados em manipulação de seqüências Reflexão Escreva as entradas de índice que seriam criadas píl'ra o tí-
As linguagens controladas de indexação (como as que se acham registradas em tulo seguinte, adotando primeiro a indexação KWIC e em se-
tesauros e listas de cabeçalhos de assuntos) ainda são preferidas por muitos guida a indexação articulada de assuntos: O uso de video-
produtores de índices, inclusive, por exemplo, Index Medicus, Science Abs- conferência em treinamento sobre saúde e segµran.ça.
tracts, Engineering Index e a British National Bibliography. Não obstante, o
computador ainda tem sua função na produção de índices baseados em termos de Índices de asssuntos baseados em deslocamento e rotação
indexação atribuídos intelectualmente. Além de imprimir e fonnatar esses índi- O PREC!S e o algoritmo de geração de índices usados no Abstracts in New Tech-
ces, ele é de particular valia na preparação de índices acumulados. Além disso, nologies and Engineering {ANTE) são índices rotados ou deslocá.dos, e que se
o computador participa da geração de índices baseados em manipulação de baseiam numa estrutura de análise conceituai mais rígida do que a indexação
seqüências. Neste caso, o indexador humano seleciona uma seqüência de termos articulada de assuntos. Escolhe-se uma série de termos extraídos de um vocabu-
de indexação a partir da qual o computador, co1n base em instruções apropria- lário controlado de termos uniconceituais para representar um documento. Esses
das, imprime uma série de entradas para o documento com que se relaciona essa termos são combinados numa seqüência, ou cadeia, de índice, que também pode
seqüência de termos de indexação. incluir delimitadores que denotam a fonna como cada termo será tratado nas
entradas do índice, como, por exemplo, se deverá aparecer como um termo-O"uia
Índices articulados de assuntos ou termo de entrada. . " '
Num índice articulado de assuntos, a entrada consiste num cabeçalho de assun- O índice de ANTE é gerado mediante a rotação dos termos no cabeçalho de
to e uma expressão modificadora, que podem ser combinados para formar uma assunto sob o qual os resumos foram mostrados na 1is ta principal de resumos. A
frase semelhante a um titulo. As expressões modificadoras são dispostas em or- lista principal de resumos é ordenada sob cabeçalhos de assuntos numerados 1 e
dem alfabética sob um cabeça Ih Óde assunto. As palavras ou seqüências de pala- a seqüência de assuntos é empregada como um cabeçalho de destaque nes sa
vras são selecionadas pelo computador ou extraídas manualmente de um voca- lista. As entradas de índice num índice separado remetem de volta para os
bulário controlado. Na indexação, as palavras ou expressões que aparecerão números adotados na lista principal. O exemplo abaixo mostra as entradas de
como termos de entrada serão indicadas pelo indexador. Por exemplo, a se- índice que seriam geradas a partir de uma seqüência de assuntos:
298 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO ÍNDICES IMPRESSOS E SERVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 299
Seqüência de indexação Existem três posições numa entrada de índice - Guia, Qualificador e
Computerized production management- Scheduling - Graphical methods Exposição-e os tennos são deslocados nessas posições, de modo a criar a série
de entradas do índice. Note-se que cada entrada mostra o termo-guia no
Entradas de índice e remissivas contexto, tratando-se, com efeito, de um resumo [précis, em inglês] do assunto
1 Scheduling do documento.
Computerized production management Tanto no PRECJS quanto no ANTE, é possível inserir, como uma operação
2 Graphical methods independente, remissivas do tipo 'ver' e 'ver também' entre os termos de per si
Scheduling: Computerized production management e os termos relacionados. Se essas relações forem indicadas da primeira vez que
3 ProductJon management se usar um tenno de indexação, a partir dai a presença desse termo acionará a
Narrower term: Computerized production management impressão das remissivas apropriadas. Por exemplo:
O PRECIS é um conjunto similar de procedimentos; Sua principal utilização deu- Preconceito ver também Machismo
se nos índices da British National Bibliography, onde foi empregado como Imprensa ver também Jornalismo
índice de assuntos de um catálogo sistemático, porém seus princípios prestam- Filatelia ver também Selos postais.
se a outros ambientes. Ele é mencionado aqui para ilustrar um método que se A indexação PRECIS representa uma contribuição importante à teoria da indexa-
baseia na análise profunda de conceitos e suas relações. As seqüências de índice ção temática. No entanto, os índices baseados no PRECIS exigiam muita mão-de-
do PRECIS são construídas a partir de uma série de tennos de indexação (extraí- obra. Em janeiro de 1991, ele foi substituído pelo COMPASS na British National
dos de um vocabulário controlado), interligados de modo a formar uma seqüên- Bibliography, que se baseia no PRECJS, mas só emprega seus corrlponentes
cia por meio de operadores de funções. Estes operadores de funções definem a básicos como um sistema de autoridade de assuntos. A maior parte da complexa
função do conceito representado pelo termo ao qual se aplicam na seqüência de codificação foi abandonada.
índice. Os operadoi;es de funções são muitas vezes representados numa seqüên-
cia entre colchetes, e são usados para ordenar os conceitos na seqüência. Os Outros índices
principais operadores numéricos são dispostos em ordem numérica. Para exem-
plificar este método, mostramos abaixo a seqüência de indexação e as entradas Há vários outros sistemas de indexação rotacional. Demonstraremos três deles,
de índice para um trabalho sobre 'O emprego de barcos na pesca de truta, com para isso lançando mão de A, B e e que representarão três tennos de indexação.
anzol, em águas lacustres': A indexação Selective listing in Combination (SL!C) [Listagem Seletiva em
Combinação] envolve a combinação de elementos somente num único sentido.
Seqüência de indexação Em outras palavras, as entradas do índi~e extraídas de.uma seqüência de índice
(O) Águas lacustres (1) Truta (2) Pesca com anzol (3) Barcos. ABC seriam ABC, AC, se e e. A indexação por alternação (cyc/ic indexingJ
Entradas de índice baseia-se no deslocamento do tenno de entrada para a última posição até que
cada elemento tenha ocupado a posição de entrada. As entradas seriam assim:
1 Águas lacustres
Pesca com anzol Barcos ABC, BCA, CAB. A indexação rotacional é obtida Conservando-se a mesma ordem
Truta
2 Truta Águas lacustres de citação, mas sublinhando os elementos que funcionam como termos de
Pesca com anzol Barcos entrada. Por exemplo: ABC, A.6,C, ABÇ.
3 Pesca com anzol Truta Águas lacustres A indexação de citações é um meio de produzir um índice eficaz mediante a
utilização da capacidade do computador de arranjar e refonnatar entradas. A
Barcos
Pesca com anzol Truta Águas lacustres entrada no sistema de indexação compreende as referências de artigos recentes
4 Barcos
publicados numa lista básica de relativamente poucos periódicos, e, para cada
Nota: Este exemplo foi codificado com operadores de funções de modo relativa- artigo, a lista de trabalhos a que ele se refere. O índice de citações relaciona então
mente simples. O emprego de operadores diferenciadores permitiria a geração os documentos 'citados' junto com uma lista daqueles itens que os citaram
de maior número de entradas e, por exemplo, que palavras como 'lacustres' (artigos citantes). Essa é uma maneira eficaz de abranger um campo de assuntos
assumissem a posição de termo-guia. Não obstante, esta codificação demonstra relativamente amplo, quase sem intervenção humana. Os principais exemplos de
os princípios básicos da indexação PR~CIS. índices de citações são os produzidos pelo lnstitute for Scientific Information
300 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO ÍNDICES IMPRESSOS E SERVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 30 !
{!SI)_, a saber, o Social Sciences Citation Jndex, Arts and Humanities Citqtion terá um perfil individual. Alternativamente, a notificação pode ser agrupada em
lndex e o Science Citatian índex. Assim, conhecido um documento sobre boletins, que atendam às necessidades de certo número de usuários, e se manter
determinado assunto, o consulente poderá localizar outros documentos com ele assim um perfil mais genérico. Depois que os usuários tiverem examinado as
relacionados. No entanto, as inúmeras incoerências das norn1as de referências notificações, o provedor do serviço precisará conhecer a reação deles quanto à
bibliográficas causam proble1nas, e_, além disso, as razões que levam à citação de utilidade ou pertinência do serviço, a fim de que a cobertura da base de dados e
um documento nem sempre têm a ver com um conteúdo temático afim. Embora os perfis de interesse dos usuários sejam alterados, de modo a comportar
os índices de citaç_~es hajam surgido como produtos impressos, a rilaioria dos mudanças nos interesses dos usuários. Estes solicitarão o fornecimento do texto
usuários atualmente encontra citações em bases de dados (como as produzidas integral de documentos ou -o acesso a outras fontes de infonnação tão. logo
pelo JS!) que incluem vínculos de citações. Nesse contexto, os vínculos de cita- tenham identificado as notificações que suscitem seu interesse.
ções poden1 proporcionar u1n método adicional que é útil para a identificação de Embora os componentes e processos básicos continuem estáveis, os últimos
documentos afins. cinco anos presenciaram várias mudanças nas características dos serviços de
notificação corrente. Estes serão exemplificados com mais detalhes em partes
Reflexão Por que os vínculos de citações seriam úteis nas buscas em subseqüentes deste capítulo. Aqui temos urna visão sucinta deles em termos de
bases de dados em linha? seus componentes:
-- Base de
rlõ1ciO$ __..
Regislros novos cotejados
com perfis de interesses
dos U$u;irios ~
~ Nolific;açõcs de DSI
~ para os usuários •
uma por perfil
~~
manipulados. Num dos extremos, serviços de grande porte, como o B!OSIS e o
.....,t.""''º""'
1
clefinirmud;inç~1sa
INSPEC, vendem a uma clientela internacional serviços que abrangem uma am-
pla variedade de assuntos no âmbito de uma disciplina de grande extensão. No 1 1
serem feitas nos perfis
outro extremo, unidades de informação de pequenas e1npresas talvez atendam
apenas a umas poucas centenas de usuários, sobre uin assunto relativamente
restrito e bem-definido. Rl'\ruahml'nt.11,;.iu par;i. definir rl'gistru~ 11ut: scr;i.o
oic:resc;entados no futuro
segundo a relevância, baseada em complexos algoritmos estatísticos, que se Avaliação dos serviços de notificação corrente
baseiam na freqüência de ocorrência de termos em documentos ou registros, é As características que tornam útil qualquer serviço de notificação corrente
adotada por alguns serviços de notificação corrente. Além disso, quando estão variam de um usuário para outro. As mais comuns são custo, atualidade e
sendo feitas buscas em bases de dados de texto integral ou em sítios da Rede, cobertura. A maioria dos usuários pesará esses critérios junto com outros ao
podem ser utilizados recursos de recuperação de informação que suportam avaliar os serviços de notificação corrente. Um exemplo comum é o apresen-
buscas nesses ambientes. Recursos de buscas aperfeiçoados permitirão que se tado na lista 12. l. O critério final - pertinência dos resultados para as neces-
consiga alcançar m~ior precisão na resposta aos i_nteresses dos usuários. sidades do usuário - constitui o argumento definitivo. Se forem atendidos
todos os demais critérios, então esse também estará atendido, mas ainda Vãle a
Notificações pena especificá-lo como um critério em separado.
São fornecidas, de preferência, em formato eletrônico, freqüentemente envia- Os serviços de notificação corrente podem ser divididos, grosso modo, nos
das para uma caixa postal eletrônica, e menos usualmente em formato impresso. que são administrados por uma organização em beneficio de sua comunidade
Isso facilita o aproveitamento das notificações para criar bases de dados locais, usuária, ou notificação corrente da institutição, e serviços externos que podem
de uso pessoal, aproveitáveis na criação de outros documentos eletrônicos e, ser adquiridos com a· intenção de satisfazer às necessidades de usuários finais
especialmente, para contribuir para a criação de bibliografias de documentos e específicos. Normalmente, os serviços de notificação corrente da própria insti-
fontes. A notificação eletrônica é fácil de usar para encomendar um documento tuição estarão mais ajustados às necessidades dela, podendo incluir fontes que
a um serviço de fornecimento de documentos, ou ser reencaminhada para estejam disponíveis interna e externamente, tanto por meio de sua intranet
colegas, de !JlOdo a servir de apoio a algum trabalho em grupo. quanto da Internet. Outro atrativo dos serviços de notificação corrente da
instituição é o sigilo e a segurança. No uso de serviços externos é preciso tomar
Retro alimentação público, fora da instituição, um perfil de seus interesses. Outro ponto a ter em
mente é o custo da provisão de serviços apropriados a uma grande comunidade
Desde que o fornecedor do serviço de notificação corrente esteja a par dos usuária. Muitas instituições utilizam, de algum modo, tanto serviços de notifi-
pedidos de fornecimento de documentos que são desencadeados pelo serviço de cação corrente internos quanto externos.
alerta, as encomendas de documentos podem constituir um mecanism.o útil de
retroalimentação. No entanto, há várias outras atividades que podem resultar de Reflexão O que você entende pelos conceitos de 'novidade' e 'atuali-
um serviço de alerta e que talvez sejam muito mais dificeis de monitorar por um zação'?
fornecedor de serviço. Os formulários de avaliação em linha são um meio
relativamente simples de reunir informações de modo ocasional. LISTA 12.1
A área de fornecimento de documentos é onde houve as mudanças mais notá- Cobertura da base de dados, ou seja, os assuntos e (no caso ·de bases de
veis. O fornecimento rápido e confiável de documentos foi sempre um desafio dados bibliográficos) a literatura abrangida pelo serviço.
para os primeiros serviços de alerta. O fornecimento dos documentos era feito Oportunidade ou atualidade da informação fornecida.
por correio ou, na melhor das hipóteses, fax, e a cadeia de abastecimento entre Custo do serviço.
serviço de notificação corrente, usuário e serviço de fornecimento de documen- Mecanismos de criação e manutenção de perfis, inclusive quaisquer li-
tos era em geral um tanto fragmentada, de eficácia variável, a depender do do- mitações e o grau em que as interfaces que suportam essas atividades
cumento que era solicitado. A digitalização de documentos permite hoje um são amigáveis para o usuário.
atendimento muito mais rápido e eficaz, embora o serviço de correios e o fax Variedade de formatos em que os registros estão disponíveis.
permaneçam como opções. Ademais, os grandes fornecedores de serviços de Serviço de fornecimento de documentos, especialmente para suportar
alerta criaram vínculos ou alianças estratégicas com serviços de fornecimento de notificação corrente relacionada com bases de dados bibliográficos.
documentos, vínculos que são evidentes em certos serviços, como o BIOSIS Pertinência dos resultados aos requisitos dos usuários.
Document Expresse o Genuine Article do ISL Outros serviços são o Document
Supply Centre da British Library, INDIVIDUAL Inc., 1nfostore da UMI e uncover.
304 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO ÍNDICES IMPRESSOS E SERVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 305
Serviços de notificação corrente internos situação competitiva da empresa. O 13 Live Alert monitora o recebimento de
noticias, corno as distribuídas pelas agências Reuters e Bloomberg, e alerta os
A notificação corrente impressa, no contexto seja da DSI, seja de boletins, usuários por correio eletrônico ou telefone celular assim que surge uma notícia
abrangendo, por exemplo, páginas de sumários e recortes de jornais, está se
de interesse ..
tornando menos importante, pois é possível confiar mais na pesqu_isa feita pelo Muitas versões recentes de sistemas de gerenciamento de bibliotecas que
computador e usá-la como substituto de uma dispendiosa análise feita por oferecem acesso à Rede também incorporam recursos que suportam serviços de
pessoas. No entanto, serviços básicos, como a circulação de periódicos e bole- alerta. Por exemplo, no lnheritance da Heritage Library Management Sys-
tins internos, pode1n continuar a satisfazer a algumas necessidades de notifica-
tems, os usuários que consultam o catálogo e1n linha de acesso público podem
ção corrente (e programas de editoração eletrônica podem ser usados em ·sua
salvar buscâs anteriores para que voltem a ser utilizadas.-
criação). É cada vez maior o número de boletins que são divulgados por meio A British National Bibliography em cederrom é publicada mensalmente e
de quadros de avisos eletrônicos. serve para identificação de títulos de livros novos. Pode-se fazer uma busca
O Personal Agent, do Personal Library Software, é um bom exemplo do tipo New Record [registro novo] a fim de identificar publicações recentes, a serem
de programa que se acha disponível para suportar serviços eficazes' de notifica- examinadas, na seleção de aquisições, pelos usuários ou o pessoal da biblioteca.
ção corrente, baseados em perfis que os usuários podem facilmente criar e É possível salvar as buscas, para que o pessoal da biblioteca ou o público
personalizar. O Personal Agent funciona com o PL Web, sistema de buscas e disponham de atualizações regulares sobre determinado assunto.
edição na Rede do Pe-rsonal Library Software, para criar um serviço de notifi-
cação corrente baseado na Rede. O Personal Agen~ permite aos usuários sub- Reflexão Tendo como objeto uma instituição que lhe seja conheci-
meter, por intermédio da Rede, 'consultas inteligentes' em forma permanente da, quais os tipos de informação nova que traria11.1_benefí·
chamadas agentes. Estes agentes fazem pe.Squisas, periodicamente, em bases cios para os usuários se fossem avisados de sua existência?
de dados de texto integral, como noticiários e textos enviados por correio ele- . .. ........ . . . . . . . ... .... . . . ....... . .................... .
trônico. O Personal Agent em seguida envia automaticamente uma notificação Serviços externos de notificação corrente
por correio eletrônico. O correio eletrônico contém um URL onde se pode encon-
trar uma lista de vínculos para os novos documentos. Os usuários utilizam seu Os serviços externos de notificação corrente acham-se disponíveis em inúme-
navegador na Rede para visitar o URL e visualizar os resultados das buscas. A ras fontes, pentre as quais temos:
informação pode então ser compartilhada internamente na intranet da insti-
serviços de páginas de sumários, disponíveis na British Library (lnside) e
tuição e externamente com os clientes, estitnulando-os dessa forma a visitar o
na Blackwe\I (Uncover)
sítio da instituição na Rede se quiserem informações atualizadas e possivel-
serviços disponíveis nos serviços de buscas em linha
mente personalizadas.
O Personal Library Software também inclui recursos de consulta em lingua-
JI serviços disponíveis nos produtor~s de bases de dados.
gem natural e buscas avançadas. Entre outros parâmetros que podem ser espe-
cificados estão os relativos à quantidade de informação que se requer, a fre- /Serviços de páginas de sumários
qüência com que o usuário deseja manter-se atualizado e o limite aceitável de I
·'
Em 1994, surgiram no mercado novas serviços de notificação corrente, que, em
criticalidade temporal. grande medida, valiam-se das grandes bases de dados de periódicos que seus
Dois produtos comparáveis são o 13 Daily Briefing e 13 Live Alert que
proporcionam notificação corrente em intranets de empresas. Fornecidos pela
jf fornecedores já produziam com outras finalidades. O Inside, do Document
Supply Centre da British Library, fornece uma lista sucinta dos principais
. Autonomy Systems, monitoram e fornecem informações relevantes extraídas l ' I. aspectos de cada artigo dos mais importantes periódicos científicos do mundo.
das inúmeras fontes acessíveis numa intranet de empresa, inclusive a Rede, ..
f
j '
Swetscan, do Swets Subscription Service, alimenta-se da base de dados que a
noticiários, correio eletrônico, memorandos da empresa, arquivos e depósitos Swets mantém como suporte a seu serviço de assinatura de periódicos. O
de documentos. O 13 Daily .~riefing utiliza agentes de conceitos, definidos uncover é uma in!ciativa conjunta da Blackwell e CARL, oferecendo acesso a
pelos usuários, a fim de monitorarem fontes específicas de informação,. internas 1 uma base de dados multidisciplinar, alimentada pelos acervos de periódicos das
ou externas. Na intranet de uma grande empresa isso poderia ser usado para j bibliotecas participantes e títulos adicionais dos quais a B\ackwell é a agência de
coletar e distribuir informações internas, como memorandos, normas de saúde e assinatura. uncover Reveal é o serviço de alerta baseado na base de dados
segurança, questões regulatórias, notícias de pessoal e atualizações sobre a
t uncover. Por uma pequena tarifa anual os usuários recebem os sumãrios de até
...
1>
306 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO iNDICES IMPRESSOS E SERVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 307
50 periódicos e os resultados de até 25 estratégias de busca enviados automa- mentas do JS!. Esta empresa também oferece o Keyword Plus, que é um ser-
ticamente por correio ele.trônico de forma regular. O acesso propriamente dito viço de DSI que utiliza palavras do título/nomes de autores e palavras-chave
à base de dados uncover é gratuito, sendo cobrados os documentos encomen- dos nomes de autores na elaboração de perfis avançados e buscas por refe-
dados. Nesse contexto, pode-se considerar o uncover como um serviço de alerta rências citadas.
grátis que é utilizado para comercializar ou promover os recursos disponíveis 4 ServiÇos dos Current Contents, que oferecem os sumários de fascículos re-
por meio de um serviço de fornecimento de documentos. Um dos aspectos centes de periódicos, e que são produzidos e comercializados pelo Institute
importantes desses serviços é que a notificação acha-se ligada a um serviço for Scientific Information. Os Current Contents existem para diversas áreas
rápido de fornecimento de documentos. O -Swetscan, por exemplo, utiliza o temáticas e podem ser adquiridos em diferentes formatos.
serviço do Document Supply Centre da British Library. Esses serviços são
oferecidos com várias opções. O Swetscan, por exemplo, acha-se disponível em· A· tabela 12.1 relaciona os serviços de notificação corrente disponíveis no CAS,
disquete, papel, FTP e {por meio da Daraswers) num serviço em linha, bem como que é um típico produtor de base de dados.
podem ser formatados para. se ajustar ao cliente institucional.
Reflexão Vcicê preferiria um serviço de notificação corrente em esti-
ProdulOres de bases de dados lo de boletim numa área ampla que lhe permitisse com-
pulsá-lo aleatoriamente ou Um serviço mais orientado ba-
Vários produtores de bas_es de dados comercializam serviços ~e notificação seado em seu perfil individual?
corrente direta1nente para os usuários finais. Embora serviços de notificação
corrente em formato impresso, como listas de sumários correntes ou temas Ta bela 12.1 Serviços de notificação corrente de um grande produtor de
importantes, existam há muitos anos, feitos por alguns dos principais produ- bases de dados: o CAS
tores de bases de dados, a experiência comercial, voltada para usuários finais,
com informação eletrônica em formato de cederrom propiciou a vários produ- Serviço Descrição
tores de bases de dados um alicerce mais sólido para o lançamento de serviços Serviço de perfil de grupo1. quinzenal, que gera uma
CA Selects
destinados aos usuários finais. O grande nú1nero desses serviços significa que é gama de 231 publicações impressas
diflcil generalizar, mas comumente abrangem tanto produtos básicos do tipo dos CA Selects Plus Perfil de grupo quinzenal sobre uma gama limitada de
boletins quanto DSI. Os produtos comuns são: assuntos que apresenta a cobertura expressa de 1 300
periódicos
CA BioTech Updates Boletim quinzenal sobre assuntos selecionados
Periódicos de resumos e índices, tanto em formato i1npresso quanto eletrô-
CA Surveyor Bases de dados temáticas em cederrom que abrangem
nico, e disponíveis em linha {por meio de um hospedeiro ou diretamente do assuntos como ressonância magnética e síntese de
produtor da base de dados na Rede) e em cederrom. polímeros; atualizadas mensalmente
2 Serviços clássicos de DSI que cobrem um conjunto de assuntos. Dois exem- CA Section Groupings CA Abstracts em cinco subconjuntos (impressos)
Chemical lndustry Notes fascículos semanais sobre tem.as ligados à indústria
plos são Food Science Ale_rts do IFJS e INSPEC Topics da lnstitution ofElec-
Chemical Titles Títulos de artigos de 800 periódicos de químicà
trical Engineers. Boletins de cobertura mais ampla são oferecidos por al- Corporate Updates Boletins impressos personalizados
guns produtores de bases de dados, como Key Abstracts do INSPEC, Select Individual Search Service (ISS) DSI individual com emissões quinzenais
Plus do CAS (uma série de 17 boletins semanais) e BioTech Updates do CAS.
3 Ta1nbém estão disponíveis serviços de DSI. O Corporate Alert, do Institute O Engineering lndex lançou recentemente um interessante produto inte-
for Scientific lnfonnatlon, envia as notificações pela Internet. Um especia- grado, chamado Engineering Village, que oferece acesso, numa aldeia metafó-
lista em informação estabelece um pe_rfil-mestre que contém todos os perió- rica, a um leque de bases de dados de engenharia, outras fontes de informação
dicos que os usuários queiram monitorar. À medida que os periódicos são e sítios na Rede. Entre seus serviços estão Ei Spotlights e Ei Page One. O Ei
processados para inclusão nas bases de dados multidisciplinares, os sumá- Spqtlights oferece resumos atualizados se1nanais com referên~ias bibliográficas
rios que coincidam com os perfis dos usuários individuais são recuperados sobi-e avanços nos temas presentes no perfil do usuário, e que são entregues na
e encaminhados a eles pela Internet. Os usuários podem exa1ninar os sumá- caixa postal eletrônica do usuário. O Ei Page One refere-se aos sun1ários de mais
rios, ler os resumos e encaminhar os pedidos dos artigos à sua biblioteca lo- de 5 000 periódicos, anais de eventos, relatórios técnicos e publicações comer-
cal, a um fornecedor de docui:ientos ou ao serviço de fornecimento de doeu- ciais. 6isponível em cederrom ou para \lcenciamentode uso local, o Ei P_age One
pode constituir a base de um serviço interno de notificação corrente.
308 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO ÍNDlCES IMPRESSOS E SERVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 309
Serviços de buscas em linha ções a :que esse provedor oferecer acesso serão as últimas disponíveis. Os ser-
A terceira categória de produtores de DSI são os tradicionais serviços de buscas viços ~e alerta dividir-se-ão em duas categorias: os de suporte à consulta alea-
em linha, como DtALOG, Data-Star e Questel-Orbit. A maioria dos principais tória (boletins eletrônicos) e os de suporte a buscas especificas (DSI eletrônica).
serviços oferece. o recurso de DSI. Como acontece com uma base de dados local, Tais serviços cobrirão todas as fontes às quais o provedor de serviços em linha
a DSI pode obviamente ser compilada por um usuário diligente que reprocesse oferecêr acesso. Os usuários poderão modificar seus perfis em linha, bem como
um perfil de buscas a intervalos regulares a fim de verificar se foram recupera- escolher o estilo e o periodo de tempo para recebimento do serviço de alerta. As
dos itens novos ..A_maioria dos serviços de buscas em linha oferece um comando bibllot"ecas e serviços de informação poderão oferecer acesso institucional a
que permite que_ os perfis sejam salvos, e alguns oferecem um recurso especial esses $erviços por meio de interfaces com seu sistema de gerenciamento de
bibliotecas. Sua seleção será feita dentre aqueles serviços que possam atender
para DSI que garante que, se um perfil for salvo como um perfil de OS!, então ele
às neckssidades de seus vários grupos de clientes. Normalmente, um incentivo
será rodado todas as vezes em que a base de dados for atualizada (por exemplo,
mensalmente). Esse tipo de recurso encontra-se em muitas das bases de dados importante para que os usuários finais se utilizem da biblioteca ao contrário de
em que é possível pesquisar por meio dos serviços de buscas em linha, mas se val~rem direta e independentemente do provedor do serviço em linha será a
possibilidade que a biblioteca tem de negociar tarifas mais competitivas, bem
nonnalmente não em todas as bases de um dado hospedeiro. Os serviços de
alerta do DIALOG e da Data-Star, por exemplo) fornecem infonnações correntes como garantir o fornecimento inconsútil de um leque de serviços de informação
(inclu$ive .docufi)entos .impressos) ao usuário final.
a partir de bases de dados específicas e de acordo com um perfil determinado.
Este é Um dos cenários! O outro já se acha embutido no serviço oferecido por
As notificações são fornecidas diretamente a uma caixa postal eletrônica inter-
na ou pelo correio. O Questel-Orbit oferece serviço similar. A entrega eletrôni- uncover e Inside: Os serviços de alerta poderão tornar-se o braço promocional
das editoras e serviços de fomecimentü" de dOcumentos, chegando a ser ofere-
ca de resultados encontra-se tanto no sistema Questel quanto no Orbit, bem
cidos gratuitamente. Uma editora ou serviço de fornecimento de documentos, se
como por correio eletrônico. Nesses ambientes os perfis podem lançar mão de
forem: grandes e poderosos, haverão de compreender as necessidades dos vários
buscas em arquivos múltiplos e possibilidades de busca por estrutura química.
Os documentos são fornecidos pelos canais normais que mantêm associação grupo.s de clientes e terão condições de ajustar os serviços às suas necessidades
com o serviço em linha, como o recurso ORBDOC do Orbite o ORDER do Questel. específicas. O valor agregado gratuito, embutido num serviço de alerta, talvez
Com freqüência, os serviços de buscas em linha também oferecem acesso a possa eliminar a necessidade de serviços intermediãrios, como as bibliotecas.
jornais e agências de notícias. Por exemplo, o New York Times, o Financial
RESU"10
Times, Fortune, Asiaweek e PR Newswire podem ser acessados por meio do
DfALOG. O FT Profile, um hospedeiro mais especializado na área de informa- Os ín,aices impressos foram dos primeiros produtos dos sistemas informatiza-
ções financeiras, oferêce acesso a uma ampla gama de jornais e agências de dos. São utilizados em serviços impressos de indexação e resumos, livros, perió-
notícias. Muitas dessas fontes são atualizadas diariamente ou em tempo real. dicos:e uma série de outros contextos. São duas as categorias principais de índi-
Outro tipo de serviço de alerta é mantido por hospedeiros de infonnações ces impressos: os ·~aseados na manipulação de termos constantes de títulos, e os
empresariais, como a Dun & Bradstreet. Seus serviços de monitoramento aler- baseados· na manipulação de seqüências de termos de indexação atribuídos inte-
tam os usuários quanto a mudanças na situação das empresas e no momento em lectu~lmente. Essas seqüências também são usadas nos mecanismos de busca da
que ocorrem. Dow Jones, que oferece acesso a várias agências exclusivas de lnter~et. Os índices de citações são um tipo especial de índice impresso.
notícias, bem como a uma ampla gama de outras fontes industriais e empre- Os serviços de notificação corrente são importantes no estabelecimento da
sariais, tem o '.customClips, que é um serviço de DSI baseado em palavras- inteligência competitiva. Os componentes básicos de um serviço de notificação
chave. O serviço é atualizado continuamente e as notícias podem ser lidas em corrente são:~~·áses de dados, perfis de interesses dos usuários, notificações,
linha ou por Correio el~trônico. A Oow Jones também possui um serviço no retro~lim~eritaÇ~ó e fornecimento de documentos·. Esses serviços podem ser divi-
formato de boletim, Current News This Just ln, que traz as mais importantes didoS, géôe~iéárTI~nte, em serviços de notificação corrente internos e externos.
notícias do dia sobre economia.~ acontecimentos mundiais. Os fÇlrneCedàr~S~·fXternos incluem: serviços de páginas de sumários, produtores
de b~ses de dados e serviços de buscas em linha. O futuro dos serviços de alerta
O futuro dos serviços de notificação corrente faz p,arte de uma solução integrada para a área da informação.
Os serviços de notificação corrente desenvolver-se-ão como parte integrante
dos serviços oferecidos por qualquer provedor de serviços em linha. As informa-
ÍNDICES IMPRESSOS E SÇRVIÇOS DE NOTIFICAÇÃO CORRENTE 311
310 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Serviço~ de notificação corrente
QUESITOS DE REVISÃO
Beeson; A. Text reformatting and current awareness services in a medical library using
1 Identifique três tipos diferentes de índices impressos. Explique as Reform. library micromation new;, v. 34, p. 12-14, Oec. 1991.
diferenças· entre eles. Cropley, J. The practice of intelligence: adding value. The intel!igent enterprise, v. 1, n.
2 Que é um índice de citações? Como os vínculos entre citações pode- 1, p.. 25, Mar. 1991.
riam ser úteis num ambiente de buscas em linha? Ellis, E: Bulletin production using CAIRS. Library micromation news, v. 34,- p. 9-12,
3 Quais são .os componentes básicos de um serviço de notificação cor- Dec.. 1991.
Hall, A.'. The Social Work Information Bulletin: current awareness for social scientists.
rente?
ASS!ÇfzO.tion: As!ib Social Sciences ínformation Group newsleit'er, v_ 7, n. 2, p. 30-
4 Que é um serviço interno de nOtificação corrente? Analise como um
31, Jan. 1990.
serviço desse tipo seria utilizado para atender às necessidades dos Kemp, A. Current awareness services. London: Bingley, 1979.
usuários de informações institucionais. RichardS, O. Dissem!nation of information. ln: Dossett, Patti (ed.) Handbook o/special
5 ldentifique os vários Úpos de serviço externo de notificação corrente. fibrarianship and information work. London: Astib, 1992.
6 Qual a finalidade de serviços de alerta num ambiente baseado na Rowley, J. Bibliographic curreryt awareness services. Aslib proceedings, v. 37, n. 9, p.
Rede? Como esse serViço se integraria com o acesso a recursos de 345-353, Sept. 1985.
informação? • . - - . C~rrent-a\vireness services and the online hosts. ln: Online informalion 92, 8-1 O
December 1992. London: Learned Information, 1992, p. 251-262.
- - . Current awareness or competi tive intelligence: a review of the options. Aslib pro-
Bibliografia ceedíngs, v. 44, n. 11112, p. 367-372, 1992 ..
- - . Revolution in current-awareness services . ./oUrnaí oflibrarianship and informa-
Índices impressos tion Science, v. 26, n. 1, p. 7-13, 1994.
Nota: A maioria daS obras importantes que descrevem os conceitos relativos aos índices Whitehall, T. Practical current-awareness services for !ibraries. Aldershot Gower,
·impressos. foi escrita há alguns anos. Os princípios ainda pennanecem válidos. 1986.
Wiggins, T.; Miller, N. Reference Update and Current Contents on Diskette: a review
American National Standards Institute. American standard for library and information oftWo new current-awareness services. Medical ref~rence services quarterly, v. 9,
sciences and related publishing practices: basic criteriafor indexes. New York: n. 1, p. 1-12, Spring 1990.
ANSI, 1984. (ANSI Z39.4-1984)
Anderson, J.D.; Radford, G. Back ofthe book indexing with the nested phrase indexing
system (NEPHIS). /ndexer, v. 16, n. 2. p. 79-84, 1988.
Armitage, J.E.; Lynch, M.F. Aniculation in the generation ofsubject indexes by com-
puter. Journa! ôf chemical documentation, v. 7, n. 3, p. 170-178, 1967.
Austin. D.; Digger, J.A. PRECIS: the PREserved Context Index System. Library resour-
ces and technical services, n. 1, p. 13-30, 1977.
- - ; Dyksrra, M. PRECIS: a manual ofconcept analysis and subject indexing. London:
British Library, 1984.
Bawden, D. Citation indexing. In: Manual ofonline search strategies. Boston, MS: G.K.
Hall, 1988, p. 44-83.
Craven, T.C. String indexing. Orlando, FL: Academic Press, 1986.
Farradane, J. Relational indeXing. Journal ofinformation science, v. l, p. 267-276,
313-324, 1980.
Garfield, E. Citati~n indexing, its theory and application in science, techno/ogy and
humanities. New York: Wiley, 1979.
- - . Science Citation lndex: a newélimension in indexing. Science, v. 144, n. 3619, p.
649-{;54, 1964.
Martyn, J. Citation analysis. Journal ofdocumentation, v. 31, n. 4, p. 290-297, 1975.
Weintraub, O.K. An·extended·review of PRECIS. Library resources and technical servi·
ces, v. 23, n. 2, p. 1O1-115, 1979.
)
Parte 3
., ! i
~='
! 1
Si~teéias de gerenciamento de bibliotecas
• e!-_-
1
'
1
. '
·-~
13
Funções dos sistemas de gerenciamento
de bibliotecas
OBJETIVOS
Este capitulo identifica as funções básicas que costumam estar presentes em qualquer
sistema de gerenciamento de bibliotecas, e examina a natureza das informações e dos
controles q·ue um sistema desses oferece. Ocapitulo seguinte -capitulo 14-trata do
mercado dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas e focaliza mais detidamente
alguns exemplos desses sistemas. NJ ténmino deste capitulo você estará a par da
variedade de funções dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas em cada uma das
seguintes áreas: ·
e
encomenda aquisição
catalogação
catálogos em linha de acesso público e outras formas de catálogos
controle de circulação ·
controle de publicações seriadas
informações gerenciais
empréstimos entre bibliotecas
informação comunitária
acesso à lnternel
13.1 Introdução
Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas acham-se hoje consolidados como
ferramenta essencial no suporte a serviços eficazes para os clientes, gestão de
acervos e, em geral, administração dos serviços prestados por bibliotecas e ou-
tras instituições que prevêem acesso a coleções de documentos. O foco desses
sistemas está na manutenção, desenvolvimento e controle do acervo. Suportam
seleção, encomenda, aquisição, confecção de etiquetas, catalogação e controle
de circulação do acervo da biblioteca. A lista 13. l traz uma indicação útil de al-
gumas das funções que um sistema de gerenciamento de bibliotecas precisa
possuir. Em muitas delas o sistema funciona basicamente como uma fonte de
infonnação sobre o estado do acervo e, por isso, conterá registros que descre-
vam os itens desse acervo e sua localização. Essas informações serve1n para
responder a perguntas do tipo 'O que existe no acervo?' ou 'O que está em-
3 !6 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 3 l7
13.2 Sistemas de aquisição registro de encomenda de cada item nonnalmente inclui: número do livro (por
O processo de realização de compras presta-se muito bem à infonnatização, uma exemplo, o ISBN), informações bibliográficas sucintas, número de exemplares
vez que se trata de procedimento administrativo relativamente simples, no qual encomendados, preço estimativo, moeda, livreiro, recursos orçamentários. Es-
operações similares se aplicam a todas as categorias de bibliotecas. A maioria ses registros bibliográficos correspondem ao arquivo principal das encomendas
dos sistemas de aquisição Concentra-se em livros e outros tipos de material que em curso. Um segundo arquivo conterá os nomes e endereços dos livreiros que
são comprados uma única vez. fornecem para a biblioteca, o qual deve permitir alterações. O arquivo de enco-
As funções de um sistema de aquisição são especificadas basicamente da mendas deve aceitar alterações à medida que os livros vão sendo recebidos ou
seguinte fonna: que os livreiros informem sobre a impossibilidade de fornecê-los, etc. Convém
que exista a possibilidade de a biblioteca definir os tipoS"de encomendas, como,
receber registros de itens a sere1n adquiridos por exemplo, compras automáticas, livros para exame, assinaturas, doações,
verificar se os itens solicitados já fazem parte do acervo ou se estão enco- intercâmbio e sugestões de futuras aquisições. É passivei também dispor de
mendados controle das encomendas de múltiplos exemplares destinados a diferentes locais
imprimir pedidos de compra ou enviar encomendas eletrônicas aos fornece- e adquiridos com recursos financeiros de diferentes origens.
dores ou, então, encomendar itens O processo tem início com a inserção dos pedidos no arquivo de enco-
verificar se .as encomendas estão em atraso e fazer seu acompanhamento mendas. Isso aciona o despacho dos pedidos para o fornecedor, seja em forma
manter arquivo de registros de itens que foram encomendados impressa ou por via eletrônica. Depois que o material é recebido, os registros de
anotar a chegada de itens adquiridos e providenciar seu pagamento encomenda passam a constituir a base dos registros catalogrâficos. Num sis-
manter estatísticas e a contabilidade do orçamento para a compra de mate- tema integrado de aquisição e catalogação, os registros de encomendas são
rial bibliográfico. examinados e melhorados de modo a atender aos padrões catalográficos. Nesta
etapa, também é possível gerar os cartões do livro para utilização no sistema de.
Algumas bibliotecas preferem que o sistema de aquisição notifique as pessoas, circulação. A intervalos regulares o computador verifica quais são as enco-
por via eletrônica ou em papel, quanto ao recebimento dos itens adquiridos e mendas que ainda não foram atendidas. Em síntese, as saídas de um sistema de
produza várias listas de livros encomendados ou adquiridos recentemente. aquisição são comumente as seguintes:
Para que os dados inseridos num sistema de aquisição atendam às funções
acima citadas é preciso que incluam: listas impressas e eletrônicas do arquivo de encomendas
listas de novas aquisições
informações sobre as novas encomendas balancetes contábeis
acréscimos ou correções das encomendas feitas reclamações
relatórios dos livreiros sugestões de futuras aquisições
informações sobre os livros recebidos. estatísticas
cartões do livro
Todos os pedidos de compra feitos à biblioteca devem ser verificados, a fim de papeletas para processamento.
se comprovar se o item respectivo já existe no acervo ou foi encomendado, além
de certificar que o registro bibliográfico correspondente está correto. Algumas A contabilidade de custos faz o controle das despesas. É preciso que o sistema
dessas verificações são feitas cotejando-se os itens pedidos com os arquivos verifique os saldos financeiros quando da criação de cada encomenda. A biblio-
residentes no computador relativos ao acervo existente ou com outros registros teca pode ter a opção de deixar que os recursos sejam gastos além do limite. Sã.o
bibliográficos. A probabilidade de isso funcionar a contento depende de que a necessários relatórios financeiros completos, e convém dispor de registros mi-
referência fornecida pelo solicitante esteja pelo menos parcialmente correta. A nuciosos para fins de auditoria.
esse respeito, os ISBNs são particularmente importantes. Com a ajuda do com- Nos sistemas de aquisição, as operações processadas em lotes são em geral
putador, os registros bibliográficos correspondentes a encomendas novas satisfatórias no que tange a certas atividades. A iniciativa de fazer funcionar em
podem ser extraídos de um arquivo de registros MARC, de um arquivo de itens linha os sistemas de aquisição se deu, geralmente, no âmbito de sistemas inte-
que existam na biblioteca, de um arquivo de registros cooperativos, de um orados
º em linha . É bastante satisfatório fazer as inserções no arquivo de enco-
arquivo criado por um fornecedor de livros, ou serem inseridos localmente. O roendas na forma de lotes, bem como verificar o andamento das encomendas e
320 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 321
a situação financeira· a intervalos, desde que o espaço de tempo entre o proces- se totalmente no MARC, outros aceitam registros nesse fonnato e os convertem
samento de lotes adjacentes seja razoavelmente curto. A entrada da encomenda para um fonnato interno. Quando se dispõe de formatos alternativos, os sis-
~az-se em linha, e o intercâmbio eletrônico de dados facilitou os pedidos em temas comumente permitem que as bibliotecas definam campos para o registro
linha de documentos aos fornecedores de material para bibliotecas. bibliográfico. A maioria dos sistemas atualiza automaticamente os arquivos de
................................................
índices assim que um registro é acrescentado ao arquivo, de modo que a recu-
Reflexão Há diferenças entre os sistemas de aquisição de material peração seja feita imediatamente. É possível que apresentem uma grande
para bibliotecas e os sistemas de compras em outros am- variedade de tipos de indexação.
bientes?
................... Os registros oriundos de bases de dados externas são acrescentados a partir
de fita magnética ou por meio de importação direta dos arquivos dos utilitários
13.3 Sistemas de catalogação bibliográficos. Outra opção é adquirir registros em cederrom e fazer a importa-
O objetivo de qualquer sistema informatizado de catalogação é criar catálogos ção de registros a partir de bases de dados em cederrom.
adeq~ados. Com essa finalidade. os registros podem ser extraídos de uma das O controle de autoridade é importante quando for preciso controlar a forma
seguintes fontes: dos termos de indexação ou dos cabeçalhos, como os de autor, ou os termos de
indexação de assuntos. As bibliotecas mantêm um arquivo de autoridade, a fim
arquivos de registros MARC disponíveis comercialmente de melhorar a coerência da indexação. Os registros constantes desse arquivo são
catálogo coletivo do acervo de várias bibliotecas, ou outra base de dados criados localmente ou extraídos de arquivos disponíveis em outras instituições,
compartilhada
como, por exemplo, os arquivos de autoridade de nomes pessoais e assuntos da
arquivo de registros mantido pela biblioteca (isto é, os registros abrangidos Library ofCongress. O arquivo de autoridade normalmente é consultado durant.e
pelo catálogo existente na biblioteca) ·
o processo de indexação e catalogação, possivelmente visualizando-o numa
sistema de aquisição da biblioteca
janela à parte, a ele acrescentando-se, imediatamente, novos cabeçalhos, com a
catalogação local.
possibilidade de, posteriormente, fazer-se sua revisão e validação. Às vezes é
Os registros pertinentes e apropriados, depois de modificados para se confor- também possível acrescentar ao arquivo de autoridade remissivas ou termos
marem às necessidades locais (por exemplo, indicação de entradas secundárias relacionados, que serão mostrados no catálogo em linha de acesso público. O
remissivas) e a inclusão de dados locais (por exemplo, números de classifi~ arquivo de autoridade de assuntos pode ter a forma de tesauro, que mostra toda
cação, ~ocalização), são acrescentados ao arquivo-mestre ou arquivo principal a gama de empregos dos termos relacionados, específicos e genéricos.
dos registros catalográficos do acervo da biblioteca.
As principais características de um módulo de catalogação são: Perspectiva histórica
entrada de dados Ao longo dos últimos 20 anos as bases de dados e os catálogos em linha de
importação acesso público foram gradativamente substituindo os catálogos em fichas, em
controle de autoridade. folhas soltas e em microfichas. O efeito dessa evolução foi uma mudança notá-
vel na natureza e função do registro catalográfico. Vale a pena enumerar O im-
~importante q.ue a entrada de dados para a criação local dos registros seja fácil. pacto dessas mudanças, pois ilustra o impacto geral da informática nos proces-
E comum ~s s1ste~_as empregarem para a função de encomenda e aquisição o sos bibliotecários:
mesmo registro utilizado no módulo de catalogação. Faz-se a entrada por meio
de telas formatadas com recursos semelhantes ao do processamento de textos. É Os registros catalográficos passaram a ser o registro bibliográfico funda-
preciso proteger os rótulos de campos e outras áreas da tela, e a entrada de dados mental do sistema de gerenciamento de bibliotecas. Esses registros são uti-
em alg_uns ~ampos, como o do ISBN, deve ser validada para assegurar que os lizados no subsistema de catalogação, controle de circulação e de aquisi-
dados 1nsendos estejam no formato correto. ções. Inversamente, isso tornou necessário ter em conta os requisitos desses
No _que concerne ao fonnato do registro, o MARC merece especial atenção. sistemas quando se projeta a forma do registro catalográfico.
Os registros externos dos utilitários bibliográficos apresentam-se geralmente 2 O intercâmbio de registros catalográficos levou a urna maior padronização
num ?~s fonnatos_de registro MARC. Os sistemas locais devem, pelo menos, ter deles. As ferramentas empregadas como suporte à criação de registros cata-
cond1çoes de manipular o fonnato de registro MARC. Alguns sistemas baseiam- \ográficos, como as Anglo-American Cataloguing Rules, o sistema de elas-
322 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 323
sificação decimal de Dewey, o sistema de classificação da Library ofCon- apropriada de acordo com a etapa alcançada na busca. Alguns sistemas também
gress, e as Descrições Bibliográficas Internacionais Normalizadas (ISBDs) permitem que a biblioteca defina, para seu pessoal e o público, quais os campos
foram adotadas de modo muito mais amplo e muito mais fidedigno do que a serem indexados. Muitas vezes o pessoal utiliza comandos como atalhos aos
se deu com seus antecessores até o advento dos computadores. Ademais, menus e para mostrar informações que não estejam disponíveis para o público.
essas ferramentas tomaram-se mais importantes para a criação de registros A maioria dos sistemas oferece a possibilidade de buscas tanto por expres-
catalográficos eficazes e, por sua vez, passaram a ser aperfeiçoadas de modo sões quanto por palavras-chave. No caso de buscas por expressões em geral
mais rigoroso do que o exigido por seus antecessores. encontra-se implícito o recurso de truncamento à direita. No caso de buscas por
3 A disponibilidade de catálogos coletivos em forma mais completa contri- palavras-chave, nonnalrnente se insere, quando necessário, um símbolo indi-
buiu para empréstimos entre bibliotecas, políticas de aquisição cooperativa cativo de truncamento. As buscas por palavras-chave podem existir para todos
e iniciativas de armazenamento cooperativo mais eficazes, além de outras os campos ou estar limitadas a determinados campos. Há outros recursos de
atividades de cooperação no que tange aos recursos das bibliotecas e sua busca que são variados e diferem bastante de um sistema para outro. O sistema
utilização regional ou nacional, que também se tornaram muito mais efica- pode oferecer a possibilidade de uso de operadores booleanos para a manipu-
zes. O registro presente num catálogo coletivo é pré-requisito importante lação de frases e termos de busca fonnados de duas ou três palavras. Às vezes
para o melhoramento dos sistemas de fornecimento de documentos. esses recursos são aplicados de forma implícita- em outras palavras, quem faz
4 Os catalogadores não precisam fazer a intercalação de fichas, nem qualquer as buscas não precisa digitá-los. Se inserir uma expressão formada por duas ou
outra rotina de manutenção dos catálogos, exceto quando for preciso alterar três palavras, o sistema automaticamente efetuará uma busca do tipo E [AND].
~s registros do acervo devido a mudanças no próprio acervo.
Cada vez se tornam mais comuns os símbolos de truncamento e os qualificado-
5 E possível escolher diferentes formatos de catálogos para difere.ntes locali- res que identificam o campo no qual um tenno de busca será encontrado. Com
zações, o que permite fonnatos de registro diferentes, acesso a diferentes o advento das interfaces gráficas, tornou-se possível incluir uma gama de recur-
subconjuntos da base de dados e diferentes formas físicas de catáloaos sos de recuperação da informação em menus ou como opções em botões ou
6 O processo de catalogação tornou-se mais estruturado, com uma ~ra.nde caixas de confirmação.
parte do acervo sendo processada rapidamente. A amplitude do uso com- Uma vez identificados os registros, existem várias maneiras de exibi-los.
partilhado de registros caralográficos significou tanto o compartilhamento Alguns sistemas exibem o índice ou uma lista de registros abreviados antes de
de experiência profissional quanto uma redução do trabalho de catalogação exibir o registro completo; outros, no caso de só ter sido localizado um item.
e, portanto, dos recursos financeiros destinados à catalogação. mostrarão diretamente o registro correspondente. Comumente a exibição do re~
gistro co1npleto inclui informações de acervo relativas a cada exemplar, bem
.................................
Reflexão Quais as características do processamento infor~~Ú~~d~ como os dados bibliográficos essenciais. No caso de estarem disponíveis para o
de registros catalográficos e de outros tipos que são essen- público, 1nuitas vezes é necessário consultar outra tela para descobrir a situação
ciais para as mudanças descritas acima em relação à fun- do documento no que se refere a seu empréstimo. As exibições dos registros
podem ser definidas pela biblioteca. São adotadas medidas de segurança para
........... ção d_o regisfro _catalográfico? ...... . ocultar infonnações sigilosas. Alguns sistemas, quando não conseguem iden-
tificar documentos que coincidam com as buscas, mostram o índice. Como essa
13.4 Catálogos em linha de acesso público e outras formas de
catálogos situação pode ocorrer com relativa freqüência. é comum oferecer-se o recurso
que pennite compulsar o índice e/ou uma lista de registros abreviados.
O módulo de catálogo vem geralmente com um catálogo em linha de acesso Inovações importantes recentes nos catálogos em linha de acesso público
público pré-programado que pode ser utilizado como ponto de partida. A maio- referem-se a terminais abertos ao público, no fonnato de quiosques, e vínculos
ria das bibliotecas preferirá aproveitar a oportunidade para adequar o catálooo com a Internet. Estes terminais geralmente funcionam com telas sensíveis ao
em linha de acesso público à sua situação específica, e para isso existe com:- toque. Essas interfaces em geral dependem bastante de menus em que o usuário
~ente um recurso que permite a cada biblioteca projetar seu próprio catálogo em seleciona uma opção ao tocar na tela. A gama de recursos de busca é mais limi-
l!~ha de acesso público. A biblioteca pode identificar e projetar menus espe- tada do que no caso de tenninais que incluam acesso por teclado. Os quiosques
cificas para uso de seu pessoal e do público, inclusive a definição de diálogos e destinam-se a ser usados em qualquer local onde haja bastante trânsito de pes-
mensagens, bem co1no qualquer informação e textos de ajuda. A ajuda normal- soas, como bibliotecas públicas, centros coinerciais e estações ferroviárias.
mente é específica de um contexto, e assim é possível exibir uma mensagem
324 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE'BIBLIOTECAS 325
Várias interfaces para catálogos em linha de acesso público oferecem uma As bibliotecas diferem quanto às prioridades que atribuem a cada urna dessas
opção que permite acesso à Internet mediante a mesma interface utilizada para funções, dependendo, em certa medida, do nível de demanda a que estejam
fazer buscas no catálogo da biblioteca. sujeitas e da urgência dos pedidos com que lidam. Além disso, alguns grupos de
Além do acesso em linha às bases de dados catalográficos, a maioria dos material e de usuários podem ser diferençados; as bibliotecas universitárias, por
sistemas também suporta a geração de catálogos inipressos em papel, que podem exemplo, muitas vezes administram coleções destinadas a empréstimos de curto
ser usados como cópia de segurança ou em momentos de alta demanda, que são prazo, formadas por textos didáticos de elevada demanda, e oferecem períodos
úteis em certos locais, como sucursais pequenas ou coleções especiais situadas de empréstimo diferençados para estudantes e professores.
em lugares afastados e que não estejam conectadas a um sistema em linha. Além dessas três funções básicas, também convém à maior parte das
Normalmente, as cópias em papel são produzidas na forma de fichas, catálogos bibliotecas que seus sistemas de controle de circulação:
impressos, índices e outras listas, possivelmente seletivas, e saída de compu-
tador em microforma (COM). É importante que o sistema, no caso de listagens reconheçam e possivelmente interceptem, quando de sua devolução, livros
impressas, suporte a geração de uma variedade de diferentes seqüências de que foram reservados enquanto estavam emprestados
catálogos ou índices, por exemplo, por autor, título e assuntos. É claro que essas preparem (inclusive imprimam e despachem) notificações de atraso e pedi-
versões impressas também precisam ser formatadas ou diagramadas na página dos de devolução
ou na ficha. É útil contar com várias opções, de modo que a biblioteca possa mantenham registros da quantidade de livros que se acham emprestados a
definir seu próprio formato. Alguns sistemas contam com um recurso adicional cada leitor e comuniquem quando o limite máximo for ultrapassado e infor-
que oferece a opção de criar um catálogo em cederrom. Isso será útil para mem acerca de leitores problemáticos
aquelas bibliotecas que queiram dar ampla divulgação a seus catálogos, ou que facilitem as renovações de empréstimos
considerem que o cederrom oferece melhor relação custo-eficácia do que o uso facilitem o cálculo e o recebimento de multas
extensivo das telecomunicações. reúnam estatísticas sobre empréstimos feitos
sejam confiáveis.
Reflexão Os catálogos em linha de acesso público foram considera- Dentre os aprimoramentos das funções básicas de empréstimo, renovação,
dos a vitrina da biblioteca. Quais as implicações disso para devolução, multas e reservas, que suportarão uma biblioteca onde haja grande
o projeto desses catálogos? afluência, com múltiplos pontos de atendimento, temos:
t Um número preexistente e que é utilizado em toda a instituição, como, por 13.6 Controle de publicações seriadas
exemplo, o número de matrícula de aluno ou funcionário. A utilização desse Uma publicação seriada, segundo definição do lnternational Seriais Data Sys-
número contribui para a integração de todas as bases de dados que tratam de tem (ISDS), de Paris, é "uma publicação editada em partes sucessivas e que se
pessoal e/ou estudantes na instituição. destina a continuar indefinidamente~'. E ainda: "as publicações seriadas abran-
2 Um número aleatório exclusivo, que seja fácil de atribuir. gem periódicos, jornais, anuários, revistas, memórias, atas e relatórios, etc. de
3 Um número estruturado que contenha informações, como a sucursal onde.o instituições, bem como séries monográficas. Uma publicação seriada pode ser
usuário esteja registrado e sua categoria (por exemplo, residente, não-resi- impressa ou utilizar técnicas sucedâneas da impressão, e suas partes comumente
dente, estudante, etc.). apresentam designações numéricas ou cronológicas." A maioria das bibliotecas
.................. ' .. concorda, pelo menos em parte, com essa definição, porém a expressão 'publi-
Reflexã~ ... ·E~~~j~~ -~ ~-ú·~~~~ ·d~ ~~gi~t~~ -~~-seu cartão de matrícula cação seriada' com certeza nem sempre é empregada por todos os profissionais
na biblioteca e os números de documento presentes em al- da informação para indicar precisamente as mesmas categorias de publicações.
guns livros ou outros itens que tenha reti'.ado por emprés- As publicações seriadas se distinguem dos livros devido à sua natureza de
timo. Dos tipos de números acima mencionados quais fo- publicações contínuas. Qualquer sistema de controle de publicações seriadas
ram usados? nonnaltnente, em comparação com um sis_tenia de controle de livros, lida com
um número menor de títulos, no entanto registrará mais informações sobre cada
Os sistemas em linha oferecem bom controle do acervo. É possível registrar os título e com certeza terá de se defrontar com um número maior de transações por
empréstimos por tenninal, com a imediata atualiz~ção d~ ba~es de dad?s. A título. Por esse motivo, entre outros, os sistemas de controle de publicações
consulta subseqüente às bases de dados pode ser feita de 1med1ato e elas infor- seriadas são freqüentemente diferentes dos sistemas destinados a livros, vol-
marão a situação atual. Assim, é possível identificar no balcão de circulação os tando-se exclusivamente para os problemas típicos dessas publicações. Um sis-
pedidos de empréstimo que ultrapassem a quota permitida, be~ como os u~uá tema integrado de controle de publicações seriadas, não obstante, apresenta
rios problemáticos. As multas podem ser calculadas em atendimento a ped1d~s todos os três subsistemas já mencionados para os livros, a saber:
dos usuários, bem como é possível fazer instantaneamente ou no momen_to mais
apropriado as reservas e outras alterações nos registros dos livros. Os sistemas sistema de aquisição - para controlar a seleção, encomenda e recebimen-
em linha em geral dispõem de algum sistema de segurança para o cas_o de pane to das publicaçõe seriadas, pagamento e emissão de reclamações quando os
nas telecomunicações ou no equipamento de infonnática. Esse s1stem~ de índices ou alguns fascículos não forem recebidos
segurança deverá contar com dispositivo que re_gistre o que ocorre no t~nn1nal, catalogação - ou manutenção de registros das coleções
mostrando vários dados sobre os empréstimos, etc., em modo fora de linha. controle de circulação- ou manutenção de registros sobre a disponibilidade
das publicações seriadas, inclusive circulação e encadernação.
Dispositivos de captura de dados
Também é importante que sejam geradas estatísticas de caráter administrativo.
Diversos dispositivos de captura de dados que permitem a leitura fácil de núme- A figura 13.1 apresenta breve apanhado das funções dos sistemas de controle de
ros de registro de documentos e usuários, de modo que as diversas transações, publicaçõe seriadas.
como as de empréstimo, possam ser efetuadas, são importantes nos siste~as de
controle de circulação. A captura de dados baseia-se, geralmente, em códigos de Problemas exclusivos das publicações seriadas
barras, que são empregados para codificar tanto os números de ~egistro dos
usuários quanto dos documentos, e que podem ser lidos com um escaner de mesa Em traços gerais, os siste1nas de aquisição e catalogação de publicações seria-
colocado na superficie de uma estação de serviço do controle de circulação, ou das têm muito em comu1n com os que se destinam a livros. Contudo, os pontos
com o emprego de um escâner portátil ou uma caneta óptica. que se seguem resumem algumas das características que são peculiares ao
...................... ' ........................................ . controle das publicações seriadas:
Reflexão Por que é importante, na administraç_ão dos servi?º~ aos 1 Fascículos sucessivos são recebidos a intervalos regulares ou irregulares,
usuários da biblioteca, que as transaçoes de emprest1mos s~ndo in1portante garantir que seu recebimento se dê tão logo tenham sido
sejam feitas rapidamente? publicados (verificar se os fascículos foram efetivamente editados pode
ser uma tarefa árdua).
.. - \ ~-
' -
-,r
'
..
330 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FUNÇÕES DOS SJSTEMAS DE GERENCJAMENTO DE BIBLIOTECAS 331
2 As assinaturas devem ser renovadas repetidamente. seriadas. As renovações devem ser definidas e encaminhadas no momento apro-
3 Os dados catalográficos descrevem tanto a publicação s·eriada quanto sua priado. Por isso, a encomenda precisa infonnar sobre as datas de renovação e os
coleção existente na biblioteca e, portanto, são relativamente extensos. níveis de assinatura, e o processamento deve incluir a possibilidade de exa-
4 As publicações seriadas mudam de título, são editadas com títulos variantes minar os registros para verificar as datas de renovação. Além disso, é preciso
(por exemplo, títulos traduzidos) e alteram sua periodicidade. É preciso in- incluir dados suficientes que facilitem a identificação do fornecedor ou da ins-
cluir remissivas para títulos de periódicos que tenham vinculação entre si. tituição à qual a publicação será encomendada.
5 O sistema deve colaborar com o serviço de encadernação, mantendo e im· Como os fascículos se publicam regulannente, a aquisição é uma das prin-
primindo nas ocasiões oportunas instruções relativas à encadernação. cipais funções de qualquer sistema de controle de publicações seriadas. A fun-
6 As publicações seriadas mudam de editora. ção de aquisição pode ser dividida em recebimento e_ r_ecl_arnação. O recebi-
7 Os índices, números especiais e suplementos devem ser controlados. mento implica um grande volume de verificações. Ao receber um fascículo, é
8 Algumas publicações seriadas são recebidas não por assinatura, mas, prin- preciso examiná-lo para se certificar de que se trata do item correto e então alte-
cipalmente em bibliotecas especializadas e coleções especiais, por meio rar os registros-mestre para que dele constem as novas incorporações. A funçã9
de doação ou pennuta. de reclamação é uma atividade menor, mas talvez mais complexa. O momento
em que se devem desencadear os processos de reclamação constitui matéria
É preciso manter uma grande quantidade de dados de cada publicação seriada, subordinada ao discernimento profissional do gerente de informação. O compu-
e há necessidade de registrar, freqüente e repetitivamente, acréscimos ou alte- tador pode ajudar, fornecendo listagens com informações de que o gerente de
rações. Só por esse motivo a infonnatização constitui uma proposta atraente informação precisa para exercer esse discernimento.
para o controle das publicações seriadas. No entanto, os sistemas de controle de Outra função também ligada à de aquisição é o controle de assinaturas. A fim
publicações seriadas têm sofrido menos influência das soluções cooperativas e de desei:npenhar esta função, o registro-mestre deve incluir informações sobre
centralizadas, devido em parte ao fato de se encontrarem no contexto de biblio- quando as assinaturas serão renovadas. A intervalos regulares, uma lista de
tecas universitárias e especializadas. assinaturas que estejam no ponto de ser renovadas será impressa para que o
O desenvolvimento de sistemas de controle de publicações seriadas ficou bibliotecário a examine atentamente. Depois de tomada a decisão sobre as reno-
atrasado e~ comparação com sistemas similares destinados a livros. Esse pro-
1
vações a serem feitas, serão geradas notificações de renovação, impressas ou
gresso mais lento deveu-se em parte à complexidade inerente a um sistema eletrônicas. Nesse contexto, a outra função do sistema será a manutenção de
completo de controle de publicações seriadas, mas também resultou da menor registros contábeis e sua impressão, quando necessário.
prioridade dada ao controle dessas publicações em comparação com o controle
de livros. O desenvolvimento de sistemas de controle de publicações seriadas Sistemas de catalogação
tem sido uma questão de maior prioridade em bibliotecas universitárias e espe-
cializadas, onde esse material representa uma proporção do acervo maior do Os formatos de catálogos, encomendàs, processos, etc. são basicamente simi-
que, por exemplo, nas bibliotecas públicas que realizam empréstimos. lares tanto para publicações seriadas quanto para livros. A partir do arquivo-
mestre são geradas listas em diversas ordens, por exemplo, de títulos, assuntos,
Reflexão Quantas transações serão necessárias por ano para garantir localização, fornecedores. Os catálogos de publicações seriadas são impressos
o recebimento de todos os fascículos de um periódico publi- em formato de livro ou em microfo1111a ou estão acessíveis por meio de catálo-
cado mensalmente, com um índice anual, e que será enca- gos em linha de acesso público. A freqüência de atualização dessas listas é
dernado formando volumes anuais? variável, mas costuma ser mensal ou anual, ou se situar entre estas duas fre-
qüências. O conteúdo e o formato do registro bibliográfico das publicações
Subsistemas de controle de publicações seriadas seriadas variam consideravelmente entre os diferentes sistemas. Alguns catá-
logos baseiam-se na ISBD(S) e outros nos formatos JSDS, enquanto há sistemas
Sistemas de aquisição que adotam formatos próprios. Um dos problemas a serem resolvidos por todos
A encomenda inicial de uma publicação seriada é afim à encomenda de um livro. -os catalogadores diz respeito às mudanças e variações de títulos. É preciso
A efetivação de uma encomenda inclui processos de solicitação, aprovação, estabelecer remissivas entre títulos que guardem alguma relação entre si.
verificação, pagamento e contabilidade, para cada novo título. As principais
dificuldades se devem à natureza contínua das assinaturas das public~ções
332 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 333
Controle de circulação e encadernação Esses dados formam a base de um conjunto de listas, que auxilia no controle das
várias funções, e que incluiriam registros de recebimento, controle de faturas e
A circulação, no que concerne às publicações seriadas, adota freqüentement.e do serviço de encadernação, lista de erros, reclamações e pedidos de renovação,
esquemas diferentes dos adotados para livros. Caso seja permitido o emprés~1- listas de novas aquisições e de coleções existentes e sinopses estatísticas.
mo de publicações seriadas, bastará adotar o mesmo sistema de controle de cir-
culação empregado para os livros. Muitas vezes, contudo, as publicações seria- 13.7 Informações gerenciais
das destinam-se apenas à leitura no local. Em bibliotecas especializadas, é co-
mum encontrar sistemas especiais de circulação, que, se forem suficientemente Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas contêm muitos dados que, se
extraídos, resumidos e analisados adequadamente, servirão de apoio ao procesM
ºcrrandes , poderão ser informatizados. Certos periódicos circulam entre os leito-
res que expressaram seu interesse por eles. Um sistema informatizado de c~n so decisório administrativo. A maior parte dos sistemas de gerenciamento de
trole dessa atividade terá uma lista dos periódicos retirados e outra de usuános bibliotecas oferece três tipos de recursos que produze1n informações gerenciais:
e respectivos endereços, bein como alguma indicação das publicações a serem
recursos para processar consultas específicas
encaminhadas a usuários específicos. Convém que o computador imprima uma
recursos para geração padronizada de relatórios
lista de leitores, que será apensa a cada fascículo de cada título.
geradores de relatórios, ou melhor, módulos de informações gerenciais para
a criação de relatórios específicos ou definidos pelo usuário.
Informações gerenciais
Seleção para aquisição
As consultas podem ser feitas em qualquer arquivo do sistema. Por exemplo,
Aquisição (inclusive renovação de assinatui-as) _ .
Recebimento dos fascículos e emissão de reclamações dos nao recebidos talvez seja útil fazer uma con.Sulta em linha no arquivo de aquisição por autor,
Registro das coleções existentes e possibilidade de acesso a suas listas título, ou número de encomenda, à procura de informações sobre uma encoM
Circulação e empréstimo de fascículos menda. Comumente existe a possibilidade, no arquivo de controle de circula-
Encadernação ção, de acesso ao.s rt:gistros de usuários pelo nome ou pelo número, à procura de
dados sobre os docu1nentos que se acham emprestados, renovados ou em atraso,
Figura 13.1 ·Funções a serem desempenhadas por um sistema de além de informações sobre multas e reservas feitas.
controle de publicações seriadas A maioria dos sistemas oferece um conjunto de relatórios· padronizados
relativos a transações em vários módulos desses sistemas. A amplitude dos re-
Bases de dados latórios padronizados disponíveis é influenciada pela disponibilidade e quali-
dade de qualquer gerador de relatórios. Se este for de fácil utilização, pode-se
A fim de desempenhar as funções acima, um sistema de controle de publicações argumentar que se toma menos necessário oferecer relatórios padronizados. No
seriadas contará com várias bases de dados que lhe são essenciais. Todo o entanto, mesmo com um gerador de rélatórios amigável para o usuário, os relaM
sistema depende da base de registrosMmestre, que inclui registros-mestre de tóríos padronizados continuam sendo úteis. Esses relatóriosMmodelo demons-
dados das publicações seriadas, mantidos numa série de arquivos interligados. tram os tipos de relatórios que são comuns. Como exemplos temos:
Cada registro de um sistema abrangente de publicações seriadas incluirá:
relatórios sobre fornecedores, que apresentam prazo de entrega, desempeM
dados catalográficos (os registros baseiamMse no formato MARC ou outro for-
nho, alterações de preços, custo médio por item e análise orçamentária a
mato, provavelmente mais simples)
intervalos
dados sobre aquisição, inclusive datas de renovação, nomes e endereços de
relatórios sobre circulação, com estatísticas de circulação, e análises por
editoras, códigos dos fornecedores, custos
item, sucursal, categoria e usuário.
dados sobre recebimento, tais como periodicidade da publicação, irregulari-
dades, critérios para emissão de reclamações
Os geradores de relatórios são ferramentas necessárias para que o gerente da
dados sobre encadernação, tais como cor e estilo. número de fascículos por
biblioteca possa gerar relatórios específicos ou projetar relatórios pessoais para
tomo encadernado, tipo de encadernação
dados sobre as coleções existentes no acervo uso regular. A complexidade dos geradores de relatórios existentes varia gran-
dados sobre circulação, isto é, nomes e endereços aos quais serão enviadas demente de um sistema para outro. Na avaliação dos geradores de relatórios
convém ter em conta as seguintes características importantes:
as publicações.
e
334 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
;°?fUNÇÔES DOS SISTEMAS D§ ÇiERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 335
. ., 1 .
serem amigáveis para,,.Q,usu.áno impr:;~o~;o~avisos de che{ad!fara:tjuem solicitou o empréstimo e ano-
i..,:,;." " ... :- .• ~
t.t9r~9::ôe·circul~ção que·con~iyesse estatísticas de circula- .6: .t.ReriçvaÇões. P.rocessarrlçnto~di pedidos de renovação para as bibliot~cas
::· ~ ~ .;;,.. ,.· ··!r , •• ,-1 ·u~ i·~· "::
:_-ÇãQ~· ~~~~gr·eg~-~as por.item, sucurs~J; categoria e usuário ;;: :qúe:e:'l!prestar~am o matef'ª . . ·:!"'."'.i };;: · ~ 2.
«- ~·~;J[-. .... ·.i'.: .- - ·~ ~-- ~-·-· - ....
r resp~~tivâiTieote? Quais a_s sínteses estatísticas que ajuda- 1. tR_êCJflni'açõ_es,:para as bibljot'écas•qúe~não atendem aos pedidos. "~ t
,. •• •<> ~--~ .... ~'J'~.··-' ''· ___ .. _' • • :..
~ ,-. ,_
~· r)am:.:-a· inforin~f a toma:da de de_ÇiSõe.S? 8:-}Canêêlâmentos. Anotaç·ão,dê cancelamentos e geração de cartas ou.mensa-
~,... .:;, . -'~ J1',~ ,..,.- • ' .;.4--o- ,;_!,, ~
..,,,.··.~gens de cance.Lé!-mento. ;'7' t!S ;:-:- ~ J
13.8 Sistenias de empréstimos entre bibliotecas-- ~ Consultas,__ fo~numero
. .,i. '
fº
- *. -~ .. •!!'. '
pe.?1:dºi·~~~ titulo~~ solicitante.
• . JI,•
~ ..-?
Os sistemas de empréstimos eri·tre bibliotecas execütafií"O processamento decor- A maioria dos .siStemas também DproPõrc'i-Ona_in(ollTiações gerenciais e_~alguns
t-·· !~~ -·- -"' - .... .~ - · · •'1
rente de pedidos de empréstimó de material pe_rtencente a outros acervos. Isso podem até me$moJidar com:~mprést.imos feitos~a o.Utras bibliotecas. ~ t_.-.
inclui a geração de pedidos iniéiais a outi::as bibliotecas, a notificação dos usuá- É claro que um sistema êfi~ierire,Oe empréstifno-_entre bibliotecas cqn;titui
rios sobre a disponibilidade dÔ material, a manutenção de registros dó material c.omponente esse~éial de qua'1êiue·r ãriVidade de côinP,artiihamento de red~rsõ§ e,
solicitado, a manutenção de registros do material que se ach~ emprestado, o à medida que as r~des se consolidam, esses sist~ITTa:s_:-pro~avelmente pa$Sarão a
controle de devoluções, e o m~Óitoramento em geral dos usuário$ e doS pedidos. ser. mais fund.~m~'íltais para o funci~namento ~f ~ma r'ede de bibliot.e.cas.: A
• '1- ·-· ...... t ' •.. -
O desenvolvimento de. sistemas de empréstimos entre biblioteca; teffi ·sido ·integração
..
com outras
-
funções, como os catálogõs.~m
' .~
Jii::iha de~ acesso público,
(J,
, .. relativamente lento. A função·.-~º empréstimo interbibliotecário ·pre~ta-se_ para está se tomarido rrlais importante, e a utilizaçãc{de_ i"ed_es de telecomunic~Ções
ser processada de fonna isolada e não pn::cisa estar integrada às principais 'bases ·' Para a transmissãó de pedidos cada vez mais sUbstÍtui ;; ~~m;$sa de cart~s.~
;··
de dados da biblioteca. Ep_tr~têinto, a integração pode efetivamente.-acarrerar
."!\
•• • • • • •-- . . . . • ''úº ·~· • • • • • . . . • • • • • • • • • • • • • 2·
t;.·!·:·; .. ; ,_ .... : .:~:: .?;~ ...
alg,ns benefiC:ios. É possíYel·-ysar o módulo de controle de·ciréulação de um RefleXã~ '."C:Oril o acesso mais fácil a bases de dados:externas-em:ce-
sistema integrado, e assim·:ütiilZar o mesmo arquivo de leitor~s. com seus <lã.dos ~'ifef:rom,
.,.. :.,J_i
na Internet e por mei.o d~_serviço~··em
, • ' •
linh~,
.....
~~vo- < l
básicos e infÚrmações sobÍe a ·C~tegoria e a confiabilidade doS leitores. Ta~bém ,lui:r].e de pedidos de emprés!_i.m,o, entre biblioteca's pro- ·,_,,-,.
é possível utilizar um catáÍOg5 em linha de acesso público ·p~ra solicitar um \le$_sados por rTJUitas bibliot~ça·~ universitárias fem au-
empréstimo a ol:Itra-bibliote·ca~Uma das razões pelas quais os fornecedores de "' ~!_llf.ntado progressivamente. Qua'_LS as grandes imp!i_Caçóes
~ ·" ~· 'i, g
sistemas de gerenciamentó-·de'bibliotecas têm mostrado relutância em se envol-
ver com sistemas de eri;'PréStifuo interbibliotecário talvez seja por que os siste- ~ . . ·-~: ~;:~.f!.
-tdeSsa mudança?
.......... ·.~' .. -......... . .
·~
mas se paut~m p~los req'ui~~ito·~ do Document Supply Centre da British Library, 13.9 Outros recursos ..,.~
.' ,. -~ i -~· :.:1 .. ~.}'
no Reino Unido, eriqu~nto1;m.~outros países adotam-se práticas diferentes.
'··A1ºém(dos!fuÓ_áu1bs padronizad~s típicos de um sistema de gerenciarri~nto de
A maior parte dos=-~us~áriQ~ encontra-se em bibliotecas especializadas e ».. , ,, .'.'.:< .. - .,,. -
·._biblioteca~; àl1ne'.(j_ida que o mercado se tomou mais competitivo muitçs siste-
universitárias, e. os sisf~m~'.s d_e empréstimos entre bibliotecas amiúde pressu- .. mas fo~rar@·ac'f;esCentando outros recursos, que podem ser divididos~_€m três
põem o pràce,ssamen~Õ.:·éênt~,alizado desses empréstimos. Alguns sistemas
contam com recur~o:; p{:l_rc(iTiúitiPlos locais. ' . ' .. -·~ .
·' }:caJegPfias':Í>riR'cijiaif infonnação comunitária, boletins e escritório elelrônico.
:: ·'!AJgUnS'~sisteffias.>incluem um módulo de informação comunitária, que é
...
Nonnalffie~te Ç.l~o:siit~.dia$).l~ empréstimos entre bibliotecas oferecem as ·-..-: ·~.~ :~- ._:. ...... :;~ . ~ . . .
..,freqü\,'.:ntemente s11:n1lar ao modulo do catalogo em hnha de acesso pu~hco, no
' ..
seguintes fu~Ções: . qúe. . c;Íicern~ às buscas e visualização dos registros. É Preciso que o foITnato de
registro apresente certa flexibilidade, de modo que comporte diferentes tipos de
1 So.licitação ao D9cu_~en..t Supply Centre da British Library e comumente
infonna~.Qes~·_'t\S: buscas pode~ ser feitas em vários campos do: registro: Por
também a outras bibliOteCas.
exemplo~~ ~~é~s;·º a informações laçais pode ser feito pelo nome· da instituição,
2 Transmissão dos p;didos ~ a existência de um pacote de comunicação para
palavra-chave dentro do nome ou categoria de assunto. -
a transmissão desses pedidos.
Alguns sistemas, principalmente os que têm origem em bibliotecas especi-
3 Recebimento e empréstimo. Isso implica a estimativa da data apropriada,
336 . SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
se tomar adequada apenas para aquelas que apresentem requisitos muito raros. Sistemas os Ltd ClASS 2000
Este capítulo, portanto, não se deterá nesses sistemas. pequenos Oolphin Computer Services lexicon
Eurotec Consultants Librarian
Head Software lnternational HRONO
14.2 O mercado
Floyd Ratdiffe LICON
O mercado dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas está hoje amadure- Micro-librarian Systems MICRO llBRARlAN
Softlink Europe Ltd Alice
cido, com elevada saturação no que concerne aos grandes sistemas. Quase todas LIMES
Micoll Computing Ltd
as grandes bibliotecas universitárias adotaram um sistema informatizado. A
1naioria das bibliotecas públicas também se infonnatizou, embora vários gover- A tabela 14.1 mostra os principais competidores nos mercados de sistemas
nos locais de menor porte tenham sido mais lentos nesse processo. No mercado grandes, médios e pequenos. Vários dos sistemas pequenos são comercializa-
de grandes sistemas há uma crescente concentração de fornecedores, que con- doS especificamente no setor de bibliotecas escolares. Originalmente os siste-
servam os clientes atuais e continuam a melhorar seu produto, de modo que essa mas se dividiam em sistemas destinados a computadores de grande porte e
clientela não muda de sistema. Certamente os administradores de bibliotecas minicomputadores, e os destinados a microcomputadores. Com a crescente
mudam de sistema e provavelmente continuarão agindo assim, mas somente se importáncia dos sistemas UNIX, esta categorização deixa de ser totalmente váli-
tiverem uma forte razão. É claro que qualquer biblioteca pode fazer uma avalia- da. Ainda é possível, porém, classificar, grosso modo, os sistemas em relação
cão dos sistemas e decidir melhorá-los mudando de fornecedor de tempos em aos setores do mercado onde predominam e os conjuntos de funções oferecidas.
tempos. O mercado de sistemas de port~ médio para baixo é onde ainda há lugar Os fornecedores cada vez mais conhecem o mercado e procuram orientar com
para expansão. Bibliotecas universitárias pequenas e bibliotecas especializadas maior precisão a funcionalidade de seus sistemas para setores específicos desse
de vários setores ainda estão ingressando no mercado, havendo mais instabili- mercado. De fato, diversos fornecedores oferecem produtos diferençados que se
dade entre os fornecedores. Mesmo aí, porém, alguns dos atores de renome estão coadunam com requisitos de diferentes setores do mercado. ·'
consolidando não só seu produto, mas também sua posição no mercado. . ...... .
Reflexão Como as funções exigidas de um sistema de geren"c:~amen
Reflexão Por que você acha mais instável o mercado de sistemas pe- to para uma biblioteca escolar podem ser diferentes das
quenos? que se exigem de um sistema destinado a bibliotecas públi-
cas de porte médiol · •.
Tabela 14.1 Alguns sistemas de gerenciamento de bibliotecas 14.3 As quatro gerações de sistemas para bibliotecas
Fornecedor Sistema
Todos os fornecedores continuam a melhorar seus produtos. A tabela 14.2
Sistemas Automated Library Systems ltd. Meritus apresenta um resumo útil das diferenças entre as quatro gerações de sistemas
grandes BLCMP TALIS para bibliotecas. As últimas versões em geral situam-se em algum ponto entre
os Ltd. Galaxy2000 os sistemas de terceira e quartà geração, dependendo da complexidade de seus
DYNJX Library Systems UK Ltd. OYNIX, Horizon
GEAC PLUS, ADVANCE recursos para integração e interconectividade. Em _certa medida a quarta gera-
lnformation Oimensions TECHUBplus çãO ainda não chegou a se completar. Este esboço sobre as quatro gerações de
Sl5 (lnformation Systems) Ltd LIBERTAS sistemas de gerenciamento de bibliotecas oferece uma síntese útil da maneira
Sistemas CAIRS CAIRS-IMS, lMS, TMS como eles se desenvolveram ao longo dos últimos anos.
médios lnheritance Systems Heritage library Management System
Soutron Sydney PLUS A primeira geração de sistemas de gerenciamento de bibliotecas desenvol-
os ltd CALM 2000 veu-se módulo a módulo. A integração entre os módulos era muito limitada,
1
MISYS Education and Library sendo dada prioridade ao desenvolvimento do controle de circulação ou à cata-
Systems Ltd Genesis logação. Assim, a primeira edição do presente livro dividia os sistemas segundo
Fretwell-Oowning lnformatics ltd OJ;b
ODE (Great Britain) ltd SUPERMAX library Solution
sua função mais importante. Gradativainente os fornecedores passaram a
SIRSJ UNICORN desenvolver u111 conjunto de módulos, e, no curso desse processo, co1neçaram a
Soutron c2, Soutron Library System perceber os beneficias que adviriam da interligação desses módulos. Os
sistemas desenvolviam-se a partir de um ponto focal inicial, como, por exem-
340 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 34 !
plo, o controle de circulação. As estruturas de bases de dados diferiam entre si, a partir de uma interface multimídia. Essa interface do usuário bastante melho-
podendo ser descritas como proprietárias. Era dificil fazer qualquer generaliza- rada simboliza a mudança na atenção dada aos usuários ou clientes ao longo das
ção sobre a estrutura da base de dados. Os sistemas de terceira e quarta geração gerações dos diferentes sistemas. Os sistemas primitivos eram projetados
são integrados e se baseiam em estruturas de bases de dados relacionais. essencialmente para serem acessados pelo pessoal técnico. Os catálogos em
Também em outros aspectos, os sistemas de primeira geração deixavam linha de acesso público começaram a surgir com os sistemas de segunda gera-
evidente sua origem. Haviam sido desenvolvidos para rodar em plataformas de ção. Os sistemas de terceira geração trouxeram interfaces gráficas muito mais
equipamento específicas e utilizavam linguagens de programação e sistemas elaboradas. Os catálogos em linha de acesso público da quarta geração desiste-
operacionais proprietários. Alguns sistemas foram projetados especificamente mas são acessados por meio de uma variedade de interfaces que só dependem da
para serem vendidos corno parte de um pacote integrado de equipamentos e estação de trabalho cliente e do usuário. Essa variedade abrange tanto os tenni-
programas na forma de um sistema pronto para ser usado. Os sistemas de segun- nais de acesso púb.lico com funções limitadas quanto as complexas interfaces
da geração rodavam numa maior variedade de plataformas, mas.. foi só com o gráficas que contam com poderosa gama de recursos de busca.
aparecimento dos sistemas baseados em UNfX e DOS que eles se tomaram muito
mais portáveis. Os sistemas de quarta geração baseiam-se geralmente em UNIX Tabela 14.2 Sistemas de gerenciamento de bibliotecas, por geração
ou Windows. Característica 1 ! geração 2! geração J! geração 4! geração
Geralmente inexistia comunicação entre os primeiros sistemas. As ligações
entre sistemas voltadas para funções específicas foram uma característica dos Linguagem de Proprietária e, Assembler Linguagens de linguagens orientadas a
sistemas de segunda geração. Era então possível importar ou exportar dados programação quarta geração objetos
entre sistemas específicos, mas não de fonna genérica. Os sistemas de terceira Sistema Proprietário Específico do UNIX, DOS UNIX, Windows
operacional
geração incorporavam uma série de padrões que representavam um passo
importante rumo à intercc;>nexão de sistemas abertos, mas ainda restavam inú-
Sistema de ge· Proprietário
renciamento
fornecedor
Proprietário Relacional de
entidades
Orientada a objetos I
meras questões relativas ao acesso do usuário final, e interfaces que estavam a de bases de
exigir uma solução. Além disso, a implementação de sistemas que empregavam dados
todos os padrões apropriados ocorria apenas de modo gradativo. Os sistemas de Comunicação Limitada Algumas Maiores possi- Conectividade total
quarta geração apresentam arquitetura de cliente-servidor e módulos que interfaces bilidades de na Internet
padrões e
facilitam o acesso a outros servidores na Internet.
interfaces
À medida que os sistemas foram evoluindo, ao longo dessa série de gerações,
Importação/ Nenhuma limitada Presente Totalmente integradas;
a interação do usuário com eles também se tornou mais proveitosa e direta. Para exportação registros acrescentados
as necessidades dos administradores, nos sistemas primitivos os relatórios eram com um mero clique
muito limitados e havia reduzida possibilidade de os usuários definirem seus Plataformas de Fechadas família do Vários forne· Vários fornecedores
próprios relatórios. Nos sistemas de terceira geração há uma ampla dispo- equipamento fornecedor cedores
nibilidade de relatórios padronizados, e, além disso, os usuários podem definir Relatórios Formato Formato Definidos pelo Definidos pelo usuário;
seus próprios relatórios. Os módulos mais recentes do Executive Infonnation fixo fixo usuário também recursos de EIS
System permitirão aos administradores manipular dados e investigar vários Ca. Nenhuma Nenhuma Sim Multimídia total
cenários, o que lhes proporcionará o potencial de uma ferramenta completa de Capacidade Limitada Melhorada Ilimitada lnconsútil
suporte ao processo decisório: Integração Nenhuma Pontes lnconsútil lnconsútil
de módulos
A interface com o usuário também melhorou, superando todas as expecta-
Arquitetura Comparti- Comparti- Distribuída Cliente-servidor
tivas. As cores são uma característica comum nos sistemas de terceira geração.
lha da Ih ada
Características de interface gráfica, tais como janelas, ícones, menus e manipu-
Interface Baseada em Baseada em Baseada em Escolha de interface,
lação direta, passaram a ser a nonna. Isso contrasta totalmente com as toscas comandos menus interface inclusive da Rede, e
interfaces baseadas em comandos dos primeiros sistemas em linha, em que os gráfica iriterface gráfica que
usuários precisavam envolver-se com o processamento em lotes e relatórios incorpora multimídia
impressos. Os sistemas de quarta geração permitem o acesso a mú.ltiplas fontes
342 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 343
Informação gerencial vidas. Continuava sendo dificil compulsar a esmo os registros e era preciso
Em geral, como os sistemas de processamento de transações alcançaram certa percorrer diferentes telas de menus, eríquanto as grandes dimensões e a variada
estabilidade, a atenção volta-se agora para as informações gerenciais que tais cobertura das bases de dados catalográficos muitas vezes acarretavam inúme-
sistemas podem produzir. Alguns sistemas de gerenciamento de bibliotecas in- ras recuperações erradas.
troduziram módulos separados de informação gerencial. Em outros, as infor- Os catálogos em linha de acesso público de terceira geração empregam uma
mações e os relatórios gerenciais estão associados com cada um dos módulos, interface em linguagem natural, de modo que os usuários podem apresentar
de modo que, por exernplo, há um conjunto de relatórios padroniZados que suas estratégias de busca na forma de uma frase em linguagem natural. As
podem ser gerados em associação com o módulo de controle de circulação. Os interfaces e os recursos de buscas começaram a melhorar com o aparecimento
sistemas sempre ofereceram alguns relatórios padronizados, porém, cada vez dos primeiros catálogos em linha de acesso público baseados em interfaces
mais, tem aumentado a variedade de relatórios, e os geradores de relatórios têm gráficas. Os catálogos desse tipo mais recentes oferecem tanto telas sensíveis ao
evoluído rumo a um sistema mais complexo de informações gerenciais. A gera- toque quanto interfaces gráficas completas com total funcionalidade para usuá-
ção de relatórios antes exigia um conhecimento profundo de uma linguagem de rios mais experientes que desejem executar estratégias de buscas complexas em
consulta baseada em comandos. Os sistemas agora empregam cada vez mais várias fontes diferentes. Está se tornando comum um amplo leque de recursos
um sistema de informação gerencial baseado em menus que é fácil de usar e de buscas, como buscas por truncamento e proximidade; embutidos na inter-
pode estar baseado numa interface gráfica. É provável que esse tipo de sistema face encontram-se o acesso a esses recursos bem·como avisos sobre seu uso.
de informação gerencial ofereça uma gama de recursos estatísticos para a As interfaces gráficas oferecem os recursos de apontar e clicar, ícones, me-
análise de dados que identifiquem tendências e correlações entre variáveis. nus descendentes, funções de recortar, copiar e colar, bem como de multitarefa.
Assim, conforme foi explicado no capítulo 4, os usuários podem desenvolver
Questões relativas a serviços para os clientes uma estratégia de busca numa janela, chamar uma parte do tesauro noutra
janela, consultar a função de ajuda, ou visualizar os resultados de sua busca
Catálogos em linha de acesso público, interfaces gráficas e conectividade numa janela adicional. Ao ser concluída uma busca bem-sucedida, os compo-
Há pelo menos dez anos que os catálogos em linha de acesso público estão dis- nentes dos documentos podem ser integrados em outros documentos por meio
poníveis em alguns sistemas, principalmente o GEAC. Durante esse período, de um pacote de processamento de textos, ou alternativamente é possível en-
eles atravessaram três gerações. Os da pri1neira geração derivavam dos catálo- comendar documentos mediante um serviço de fornecimento de documentos.
gos tradicionais ou de sistemas infonnatizados de circulação. O acesso se dava Os catálogos em linha de acesso público podem ser melhorados ainda mais
por autor, ou título (na forma de uma frase), número de classificação e possivel- com a oferta de interfaces multimldia e acesso a informação multimídia. Isso é
mente o cabeçalho de assunto (na forma de uma frase), e chave de abreviaturas, conseguido com objetos multimídia ligados a citações bibliográficas de modo
como as abreviaturas de autor-título. Os catálogos em linha de acesso público que tais objetos multimídia sejam chamados com o clicar de um botão nessas
da primeira geração contavam com que houvesse a coincidência exata de ter- citações. .
mos e eram intolerantes aos erros dos usuários. Esses catálogos eram aceitáveis As opções de múltiplos clientes, que significam que o cliente pode variar
para buscas de itens conhecidos e ofereciam acesso baseado em menus, que, desde um terminal burro, microcomputador ou tenninal de rede de configu-
porém, empregava limitados recursos de busca. ração limitada até um microcomputador de configuração máxima, com progra-
Os catálogos em linha de acesso público de segunda geração corneçaram a ma-cliente, facilitarão o acesso a partir de uma variedade maior de estações de
sanar algumas das limitações dos primeiros sistemas. Os projetistas de sistemas trabalho ligadas em rede. A interface se mostrará de modo diferente para cada
passaram a incorporar alguns dos rec.ursos encontrados em outros sistemas de cliente, mas, por outro lado, o cliente poderá acessar vários aplicativos por meio
gerenciamento de informações textuais e nos programas utilizados pelos servi- da mesma interface, facilitando assi1n pãra o usuário familiarizar-se com a in-
ços de buscas em linha. Os catálogos de segunda geração ofereciam recursos terface que estiver disponível em seu cliente específico. Em compensação,
muito melhores, baseados em buscas com palavras-chave e pós-coordenação de quando os usuários movem-se entre estações de trabalho para ter acesso à
palavras-chave. Usualmente, esses catálogos eram consultados tanto por meio mesma base de dados, essa variação pode causar confusão.
de uma linguagem de comandos quanto por meio de uma interface baseada em
menus. Embora os catálogos em linha de acesso público de segunda geração Informação comunitária
tivessem sido um grande ~vanço, ainda restavam dois problemas a serem resol- Muitas bibliotecas, principalmente as públicas, vêm proporcionando a seus
346 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 347
privacidade de dados no que concerne a informação sobre o usuário xão dedicada, às bases de dados do BLCMP, sendo também possível importar
identificadores de itens de modo a garantir que sejam exclusivos registros para o sistema local com um simples roque de tecla.
arquitetura dos edificios, a fim de aumentar a segurança do equipamento e
dos usuários. Sistemas expansíveis
Existe uma via aberta para melhoramentos, que permite urna implementação
Reflexão Você, na qualidade de usuário, como procuraria resolver a escalonada com o mínimo de redundância de equipamentos. Ao ritmo acele-
questão do auto·atendimento? Qual a conseqüência, em rado do desenvolvimento de novos equipamentos, o investimento neles toma-se
sua opinião, que isso teria sobre suas percepções acerca do cada vez mais compensador.
serviço das bibliotecas?
..............................
Base de dados em linha
Aumento da funCiorialidade em sistemas .de médio porte
O BLCMP mantém uma ampla base de dados com 17 milhões de registros J\i!ARC.
Ao descrever as funções que se encontram nos sistemas mais modernos de Toda a catalogação da British Nationa/ Bibliography da British Library desde
grande porte, é fácil transmitir a impressão de que as mesmas funções existem 1950 encontra-se em linha, junto com os arquivos da Library ofCongress a partir
em todos os sistemas. Naturalmente, isso não acontece, apesar de um dos avan- de 1975, além de toda a catalogação fora do MARC feita pelas bibliotecas
ços importantes ocorridos nos últimos anos haver sido o desenvolvimento dos participantes do BLCMP. Esta última categoria inclui uma quantidade conside·
sistemas de porte pequeno e médio. Muitos deles oferecem hoje em dia catalo- rável de registros, muitos dos quais se referem a materiais audiovisuais, parti-
gaç~o baseada no formato de registro MARC além de recursos para importar turas musicais e publicações seriadas. A publicação Whitaker's Books in Print,
registros neste formato. Incluem uma série completa de módulos, inclusive de também está incluída na base de dados do BLCMP.
aquisição e controle de circulação, e possivelmente informação gerencial. As A base de dados é consultada por m~io de várias chaves de autor/título e
interfaces dos catálogos em linha de acesso público geralmente são gráficas e, numéricas. Opcionalmente, é possível fazer buscas na base de dados completa
amiúde, existe uma opção para a Rede, além de outros recursos que permitem ou em determinados arquivos. A base de dados pode ser acessada a partir de
conectividade. O estudo de caso sobre o Heritage, a seguir, ilustra as funções qualquer microcomputador ou terminal conectado ao TALIS, e ser usada como
presentes num sistema de porte médio. ferramenta de referência e também de auxílio à aquisição e catalogação.
Reflexão Compare o estudo de caso do Heritage IV com o estudo so- Conversão retrospectiva de catálogos
bre o BLCMP. Quais as características que têm em comum?
A base de dados BLCMP pode ser utilizada para auxiliar na conversão, tanto no
Em que aspectos esses sistemas são diferentes?
............................................................. modo fora de linha quanto em linha. No modo fora de linha os dados são cole-
tados com o emprego de microcomputadores compatíveis com o IBM PC. O
14.5 Estudos de casos
BLCMP também oferece recursos de preparação de dados para ajudar na conver-
BLCMP são de catálogos em fichas ou entrada de formulários.
O BLCMP foi fundado em 1969 como um esforço coopera.tiva de três importantes
bibliotecas de Birmingham: as das universidades de Aston e de Birminghaffi, Conjunto integrado e abrangente de módulos
além da Binningham Public Libraries. O BLCMP atualmente oferece serviços a O TALIS constitui um conjunto integrado de módulos que abrangem aquisição,
um grande número de bibliotecas de todos os tipos e tamanhos. Entre seus catalogação, acesso em linha, controle de circulaçao e publicações seriadas. Há
participantes acham-se representadas bibliotecas públicas, universitárias e es- também um sistema de empréstimo interbibliotecário, e a contabilidade de re-
pecializadas. O BLCMP oferece uma série completa de aplicações informati- cursos orçamentários serve a vários módulos, oferecendo, portanto, um enfo-
zadas e mantém uma ampla base de.dados e uma rede de telecomunicações que que integrado do controle orçamentário. Um sistema flexível de infonnação ge-
suportam a biblioteca eletrônica. rencial permite aos gerentes obter dados administrativos. Além disso, o BLCMP
TALIS é o sistema para bibliotecas, baseado no UNIX, do BLCMP. Está total- oferece um sistema de informação comunitária conhecido como TALIS Jnform.
mente integrado com a base de dados do BLCMP que contém mais de 17 milhões
de registros. Todos os clientes têm acesso ilimitado, pela Internet ou por cone-
350 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 351
geração automática de relatórios padronizados ções pode processar as encomendas permanentes de publicações seriadas, além
potente linguagem de consulta de também manter cadastro de endereços eletrônicos e URLs de fornecedores, os
recursos de seleção e recuperação para arquivos baseados no MARC quais pode!ll ser usados nas telas de encomendas para enviar mensagens ou
formatação de saídas impressas conforme as necessidades da biblioteca. consultar sítios na Rede.
O VISTA permite criar vínculos de imagens com os registros catalográficos ou
7 Informação comunitária (TALIS Inform) dos leitores com a finalidade de melhorar as buscas ou aumentar a segurança.
1
baseada na Rede Podem ser acr~scentados aos registros catalográficos fotografias, mapas e
1
buscas em texto completo com ordenação por relevância exames aolicados anteriormente. O Heritage pode então abrir automaticamente
montagem em linha dos registros pelos fornecedores da infonnação o disposiÍivo apropriado de visualização no catá!Ogo em linha de acesso pú-
colocação de datas nos registros e geração de cartas de advertência. 1
blico, como o Netscape no caso de um URL, Word no caso de um documento, e
Excel no caso de uma planilha eletrônica.
1
Heritage IV
Catálogo em linha de acesso público
Este estudo de caso do Heritage é aqui incluído a fim de ilustrar o nível de
funções que se pode encontrar em sistemas de porte médio. 1
O catálogo em 1inha de acesso público do Heritage possui um projeto de tela
O Heritage foi desenvolvido e é conlercializado pela empresa Inheritance simples, mas funções de buscas relativamente complexas que incluem: busca;;
Systems, que surgiu com o nome de Logical Choice, em 1982 . envolvida no em frases, buscas por proximidade, truncamento e curingas. Outras car.acte-
1
desenvolvimento do Bookshelf. No período subseqüente, ela desenvolveu e rísticas do catálogo em linha de acesso público incluem vínculos com outros
comercializou o produto BookshelfPC. Em 1991, foi lançado o Heritage como sistemas, além de recursos que suportam o acesso do usuário, inclusive:
sucessor do Bookshelf PC. O Heritage é um produto de porte médio, destinado um mapa da biblioteca que permite ao usuário encontrar a localização dos
a bibliotecas que precisem de boa variedade de funções a um preço acessível. itens de seu interesse sem ter que se reportar ao sistema de classificação
Seus módulos incluem: boletins de alerta, baseados em perfis dos usuários, sobre novos itens incor-
catalogação 1 porados ao acervo
catálogo em linha de acesso público acesso do usuário por meio de um número de identificação pessoal (NIP) a
1
controle de circulação certas informações, como empréstimos atuais e anteriores e mensagens en-
informação gerencial viadas pelos bibliotecários
aquisições. .acesso por intermédio do módulo V!STA a itens afins
acesso à Internet; os usuários ativam.o Netscape ou outros navegadores a
Catalogação partir da tela do catálogo em linha de acesso pUblico e visitam sítios na Rede.
É possível catalogar uma grande variedade de suportes, com o nível de detalhes Um módulo especial de catálogo em linha de acesso público na Rede pennite às
que for desejado. Outros dispositivos que poupam trabalho incluem arquivos de bibliotecas oferecer seus catálogos aos usuários na Internet ou intranet. Os
autoridade, um tesauro que permite ao usuário consultar tennos alternativos, um usuários registrados podem realizar buscas, imprimir resultados e reservar itens
recurso de calendário e um de calculadora que sorna valores e faz ajustes de por correio eletrônico.
imposto sobre valor agregado. O Quickcat é um cederrom co111 mais de um
milhão de registros da British Library, recuperáveis pelo ISBN. Podem ser feitos Controle de circulação
acréscimos e alterações nos registros cata!ográficos com a utilização dos arqui- Todos os aspectos da circulação, inclusive en1préstimos, devoluções, reservas,
vos de autoridade, e os registros transferidos para o sistema da biblioteca. cobranças, 1nultas, histórico do cliente, etc., acham-se disponíveis a partir de
O recurso de catalogação de publicações seriadas proporciona o meio de uma única tela, que pode ser controlada mediante uma leitora de código de bar-
incluir informações catalográficas em três níveis diferentes: títulos, fascículos e ras. A mesma tecnologia pode ser adotada para operar um sistema de auto-aten-
artigos. Quando se trata de artigos é possível incluir palavras-chave. O módulo dimento se1n teclado, que ainda conta com segurança aperfeiçoada. Existe se-
de gerencia1nento de publicações seriadas ta1nbém oferece o controle de en- gurança adicional co1n a possibilidade de arquivar fotografias dos usuários na
comendas, recebimento, reclamações e circulação de itens. O recurso de aquisi-
[
!
MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 355
354 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
O ADV ANCE compreende os seguintes módulos:
base de dados, a serem visualizadas no local do empréstimo, o que elimina o
constrangimento causado pela exigência de comprovação de identidade. catálogo em linha de acesso público
O módulo avançado de reserva permite ao Heritage oferecer recursos aquisição e controle financeiro
avançados. Os recursos comuns de reserva guardam o item para o leitor assim circulação e empréstimo entre bibliotecas
que o primeiro se toma disponível. Este módulo, ademais, permite que o leitor catalogação e controle de autoridade
indique a data a partir da qual ele precisa do item e o período em que será usado. controle de publicações seriadas
redator de relatórios.
Informação gerencial
O PLUS tem os seguintes módulos:
É possível gerar uma variedade de relatórios estatísticos. O Heritage possui
enonne quantidade de relatórios predefinidos. Além disso, há recursos para a circulação e contabilidade de empréstimos
redação de relatórios especiais, levantamentos sobre os usuários e inventário do catalogação e controle de autoridade . , .
acervo. catálogo em linha de acesso público e informação comun1tana
controle de publicações seriadas
DYNIX aquisição e contabilidade de receitas orçamentárias
informação gerencial.
Este estudo de caso limita-se a focalizar precipuamente o módulo de emprés-
timo entre bibliotecas que é oferecido como parte do sistema integrado DYNIX, o GEAC possui três módulos de catalogação associados: GeoPac, Geocat e
que é comercializado pela Ameritech Library Services, que também comercia-
Geoweb.
liza o Horizon e outros produtos. o GeoPac é um sistema de catálogo em linha de acesso pu·br1co basead.ºem
Esse módulo relativamente novo de empréstimo interbibliotecário suporta o interface gráfica, que oferece a possibilidade de busca em qualquer quant1.d~de
DYNIX, Horizon e outros sistemas do fornecedor. Informatiza as atividades de de bases de dados locais ou remotas em paralelo, com o e~pr~go de uma un1c,a
solicitação e atendimento dos empréstimos na biblioteca mediante sua conexão interface. Isso pode incluir 0 catálogo em linha de acesso publico local, os cata-
a sistemas locais, catálogos remotos de bibliotecas, utilitários de envio de men- looos de outras bibliotecas e bases de dados bibliográficos e recurs?s em t~xto
sagens e fornecedores comerciais de documentos, com o emprego de uma inter- coQmpleto, em linha ou em cederrom. Recursos de rn~ltimídia pemut~m a t~te
face inconsútil. Permite que bibliotecas que adotam diferentes sistemas de em- gração de recursos eletrônicos, como clipes sonoros, imagens fixas, v1deochpes
préstimo interbibliotecário se comuniquem independentemenre de programa ou e texto integral, independentemente de sua \ocalizaç~o. O GeoPac pod~ _s~r
equipamento. Os usuários podem formular os próprios pedídos, o que evita também empreoado para fazer buscas e recuperar registros de grandes utthta-
digitação por parte do pessoal. Podem criar pedidos no WEBPAC (o catálogo em rios bibliográfi~os, como OCLC, RLIN e SLS. Os reg_istros importados podem ser
linha de acesso público na Rede, do DYNIX), em formulários da Rede desen- editados ou imediatamente transferidos para o serv1dor_ Iocal ADV ANC.E ou PLUS.
volvidos no próprio local, no Horizon, em sistemas DYNIX e de outros forne- o Geocat é um módulo de criação e edição de registros catalograficos, que
cedores, no OCLC ILL, Decline e correio eletrônico comum da Internet. Os utiliza totalmente recursos de interface gráfica, como recortar e _colar, arrastar e
pedidos são transmitidos para a unidade colaboradora que fará o empréstimo no soltar corretor ortográfico multilíngile, além de poder definir, armazenar e
fonnato exigido por ela. O sistema suporta vários formatos de transmissão ele- inseri~ dados repetitivos por meio de seqüências e opç~es de ma~ro. As ~ara~
trônica, inclusive o padrão da Internet, correio eletrônico, fax, Z39.50, FTP e ISO terísticas de segurança incluem verificação compulsóna no .arquivo de autor~
10161 {protocolo de comunicação para empréstimo entre bibliotecas). dade ao ser criado um cabeçalho, verificação de erros em reg1st~os MARC e ven-
ficações de consistência. O controle de autoridade total permite que ?s cabe-
GEAC çalhos sejam editados no local de uso, ou independenteme~te, e da acesso
Este estudo de caso é aqui incluído . para··itustrar as funções disponíveis para completo -3 todas as obras relativas a qualquer cabeçalho selec1onado, de modo
catálogos em linha de acesso público em sistemas avançados de grande porte. A que se pode estabelecer 0 uso correto. Os registros podem ser recuperados
empresa GEAC Computers Ltd. produz dois sistemas de gerenciamento de diretamente da base de dados local, de qualquer arquivo.ISO 2709 (MARC) e .de
bibliotecas: ADVANCE, destinado a bibliotecas universitárias, e o PLUS, para qua 1quer servi·d or z"9
J .
50 , como qualquer um dos pnnc1pa1s ut1l1tanos b1bho-
bibliotecas públicas. gráficos.
356 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE.BIBLIOTECAS 357
O Geoweb oferece recursos completos de catálogo em linha de acesso pú- novatos quanto dos usuários experientes. Existem opções separadas para pes-
blico para usuários que tenham acesso ao sistema PLUS ou o ADVANCE por quisas livres e com palavras-chave. Existe um índice para texto completo. Os
intermédio da Rede. É possível criar facilmente vínculos de modo direto a par- recursos de busca incluem truncamento, operadores booleanos, relacionais, de
tir da página da instituição ou da biblioteca. O usuário precisa apenas de um adjacência e proximidade. O módulo também inclui uma mesa de informações,
navegador da Rede baseado em fonnulários, como o Netscape ou o internet uma mesa de pedidos e uma mesa de atendimento aos usuários.
Explorer. O Geoweb proporciona a tradução entre as páginas baseadas em HTML
da Rede e o ambiente z39.50. O Geoweb pode ser também utilizado para que o Circulação
sistema de biblioteca se comunique e funciona como porta de acesso a outros
O controle de circulação abrange empréstimo, devolução, renovações, suspen-
catálogos e serviços baseados í}ª Z39.50. Desta forma, as bibliotecas podem
sões e pagamentos, cada função destas estando disponível imediatamente.
criar catálogos virtuais: uma coleção de serviços baseados na Z39.50 em que
podem ser feitas consultas de modo eficaz com uma única busca. Isso of~rece um
14.6 A gerência de um sistema de gerenciamento de bibliotecas
potencial importante para abrir o catálogo da biblioteca como fonte valiosa de
informação e não apenas como mera ferramenta referencial. A gerência dos sistemas é influenciada por vários fatores. Relacionamos em
seguida, sucintamente, algumas das questões certamente peculiares à gerência
UNICORN desses sistemas.
O UN!CORN é comercializado pela SIRSI. É um sistema integrado de gerencia-
O ambiente
mento de acervos, baseado no UNIX, em que todos os módulos funcionam de
modo inconsútil numa base comum de dados bibliográficos, que pode ser aces- As bibliotecas existem em vários tipos de organizações. As limitações impostas
sada por meio de uma interface de operador comum. A SIRSI possui várias op- pelos responsáveis pela política dessas organizações influirão nas opções rela-
ções de clientes, que podem ser terminais, computadores pessoais com Win- tivas aos sistemas informatizados e nos procedimentos a serem adotados no
dows ou navegadores da Rede. Entre seus módulos específicos temos: desenvolvimento e evolução dos siste1nas. A maioria dos ambientes onde fun-
cionam as grandes bibliotecas, como governos locais e instituições universitá-
Controle do catálogo bibliográfico rias, contam atualmente com vasta experiência em matéria de sistemas infor-
Além de recursos completos de importação e exportação de registros MARC, o matizados e estabelecerão padrões para diversas áreas.
UN!CORN incluí técnicas complexas para o tratamento de coleções especiais,
itens não-catalogados e títulos encadernados com outros títulos. A biblioteca
Define-se uma biblioteca pelo seu acervo e seus usuários. Acervo e usuários
Controle de autoridade influem no sistema ideal para uma dada biblioteca. Os usuários, por exemplo,
Este módulo estabelece uma única. forma de cabeçalho. O suporte para autoria podem determinar o tipo de interface apropriada para o catálogo em linha de
múltipla é componente obrigatório, e qualquer tipo de cabeçalho bibliográfico acesso público, ou se há necessidade de um módulo para serviços de extensão.
pode ser controlado, sendo feita a validação imediatamente após a alimentação A natureza do acervo pode determinar a prioridade a ser dada ao acesso a outros
do dado. Para ajudar nas consultas ao catálogo_, é gerado também um tesauro recursos da Internet e os tipos de suporte que seriam oferecidos aos usuários
completo em código ANSI que executa remissivas do tipo VER e VER TAMBÉM. nesse contexto.
Este é um recurso totalmente integrado com o catálogo bibliográfico e o arquivo A maioria das bibliotecas acha preciso identificar alguém que atue como ge-
de autoridade. Utiliza o protocolo Z39.50 para facilitar a captura de registros rente de sistemas. Em grandes bibliotecas, essa gerência talvez venha a merecer
MARC para a aquisição e catalogação. as atenções de uma equipe, que desempenhará papel fundamental no planeja-
mento de qualquer novo sistema ou aperfeiçoamento dos já existentes, e atuará
Acesso público aprimorado na sua manutenção. Esta envolverá não só a parte técnica, mas também suporte
ao usuário, por meio de serviço de atendimento voltado para a solução de pro-
O catálogo de acesso público destina-se a atender às necessidades tanto dos
358 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBUOTECAS
MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 359
avanços tecnológicos para o futuro das bibpotecas e outras organizações que de membros do pessoal
participam da indústria da informação. Esses cenários também têm muitas de assinantes da Internet
implicações para o desenvolvimento futuro dos sistemas de gerenciamento de de membros de um clube local que publica páginas da Rede no servidor da
bibliotecas. Na realidade, a própria natureza desses sistemas poderá vir a se biblioteca.
modificar, à medida que as bibliotecas e organizações selecionam módulos para
Trabalho em grupo
o desempenho de funções específicas e se concentram, de modo mais acentuado
do que hoje em dia, em compras regulares anuais e atualizações de equipa- Muitos dos sistemas atuais pressupõem usuários isolados. Será necessário
mentos e programas, ao invés das grandes atualizações de projeto que ocorriam desenvolver ferramentas de trabalho em grupo, como, por exemplo, quando um
antes a cada cinco ou dez anos. As bibliotecas cada vez mais tendem a procurar grupo estiver realizando uma busca complexa na Inremet.
soluções talhadas às suas próprias necessidades com o emprego de ferramentas
de programas para tarefas especificas, possivelmente· com participação impor- Melhoramento das operações existentes
tante dos usuários. Esses sistemas exercerão muitas das funções atuais, como
As bibliotecas continuarão envolvidas com aquisição . catalogação e circulação
aquisição e catalogação, mas terão de realizá-las de modo um pouco diferente a
ou controle de acesso, porém, num ambiente multimídia, que abarque tanto
depender das funções adicionais que passarão a existir.
fontes impressas quan~o eletrônicas, há lugar para muitos aperfeiçoamentos
potenciais.
Funções extraordinárias
Acesso a recursos comerciais Aquisição
Os sistemas devem facilitar o acesso do usuário a bases de dados comerciais, Ainda há muito terreno para o aprimoramento da aquisição. Os usuários pode-
recursos de outras bibliotecas e acervos documentais. Os sistemas devem riam sub1neter seus pedidos por via eletrônica, incluindo neles a menção de
procurar resolver questões relativas a responsabilidade, controle de direito fontes apropriadas, como livrarias na Internet ou serviços de alerta de editoras.
autoral, licenciamento e recebimento dos pagamentos correspondentes. Devem Os pedidos serão validados ao serem recebidos e os usuários imediatamente
ser negociados, ao longo da cadeia informacional, acordos financeiros compen- informados sobre eventuais documentos que não são aceitos ou não estão dispo-
sadores. Esses sistemas também podem precisar acomodar a avaliação de re- níveis, ou qualquer informação que esteja faltando. O intercâmbio eletrônico de
cursos por parte de quem deseje adquiri-los. É preciso que os sistemas tenham dados facilitará a comercialização, inclusive o processamento, faturamento e
condições de administrar a quem está pennitido acesso a quê, quando, por embalagem dos pedidos. O registro precisará acomodar tanto documentos ele-
quanto tempo ou até uma despesa máxima, estratégia de pagamento e direitos trônicos quanto impressos. Os perfis pennitirão a notificação aos usuários sobre
conexos. Precisarão gerenciar questões de direito autoral, função que deve ser novos itens. Os aspectos físicos doS processos de encomenda podem ser
inerente a eles, e terão de estar ligados a sist~mas de empresas editoriais, melhorados co1n o emprego do intercâmbio eletrônico de dados para sincro-
editores, indexadores, bibliotecas de imagens e autores. nizar a informação em ambas as pontas de um vínculo de suprimento, de tal
modo que ambas possam compreender corr~tamente os códigos de barras.
Metainformações sobre fontes da Rede
Catalogação
Precisam ser de fácil acesso, possivelmente ao clicar de um botão do mouse.
Alguém precisará manter estas infonnações e os sistemas deverão dispor de É possível melhorar mais a consistência da catalogação por meio de corretores
recursos que suportem a manutenção pelos originadores da informação. ortográficos e de estilo, e ferra1nentas de eliminação de duplicatas. Se os regis-
tros vierem a ser compartilhados será preciso saber qual corretor ortográfico foi
Registro personalizado do usuário usado. A qualidade das bases de dados catalográficos será melhorada com pro-
Os sistemas atuais costumam alocar os usuários a grupos ligados a direitos de gramas de organização e correção global de catálogos. A catalogação de docu-
circulação. O registro dos usuários precisará ser mais complexo, e precisarão mentos eletrônicos ainda coloca muitos desafios, mas, também, oportunidades.
poder participar como membros de diversos grupos, como de fato já participam, A busca por tennos livres no texto de documentos eletrônicos oferece vias de
mas esses grupos tendem a estar vinculados a sistemas distintos. Grupos co- acesso que não se encontram tradicionalmente nos registros catalogrãficos de
muns seriam: documentos impressos. Há ainda espaço para novos aperfeiçoamentos dos
MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 363
362 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
vínculos entre registros de citações e tipos de documentos multimídia, e em Catalogue [catálogo para crianças], da Dynix. Recursos para deficientes físicos
outros trabalhos no campo da indexação, por exemplo, imagens ou videoclipes. e, especialmente, deficientes da visão terão de ser incorporados aos sistemas de
catálogos em linha de acesso público. Em todos esses casos, o usuário terá de
Evolução dos sistemas contar com a opção de escolher a interface que usará ao consultar o catálogo.
A maior parte das bibliotecas oferece hoje serviços de informação comuni-
Os sistemas devem ser capazes de evoluir, e não deverá mais haver necessidade tária em páginas da Rede, ao invés de fazê-lo com um sistema de gerenciamento
de substituir completamente os sistemas depois de decorrido um certo número de bibliotecas, o que pode implicar, cada vez mais, a publicação de documen~
de anos. Na realidade, à medida que os sistemas se tomam mais complexos, mais tos e até periódicos na Rede, exigindo a conversão de textos para o forrnato
interligados e com funções mais integradas, mudá-los por completo de tempos HTML ou o uso de um sistema de gerenciamento de documentos. A mesma má-
em tempos será procurar confusão. quina acessará essas páginas, o sistema de gerenciamento da biblioteca e apli-
cativos na rede local, como cederrons, intranet e Internet. É importante haver
'Cibertecários' coerência na aparência e funcionalidade das interfaces dos vários recursos.
O bibliotecário do futuro começa a se delinear, porém o futuro dos bibliotecá- O outro lado do acesso é a segurança, que deve estar embutida no sistema e
rios no ciberespaço somente estará garantido se houver notável adaptação e basear-se num sistema abrangente de direitos, permissões, regras e parâmetros
desenvolvimento. Isso haverá de exigir um compromisso com o desenvolvi- de acesso. A segurança também inclui amplo, eficiente e rápido sistema de
mento profissional permanente, tanto por parte do indivíduo quanto por parte recuperação e restauração de dados perdidos. Cada vez mais a segurança estará
das organizações que o empregam. vinculada a processos de cobrança. A provisão de acesso à vastidão de recursos
.da Internet é dispendiosa. Cartões inteligentes que registrem as transações fei-
Melhoramento do acesso para o usuário tas pelo usuário provavelmente serão usados cada vez mais como. sui)orte ao
processo de cobrança e poderão ser também adotados como dispositivo de
As bibliotecas estarão aptas a estimular a utilização paga de recursos eletrô- segurança para acesso a uma variedade de recursos de informação internos e
nicos por parte de um grande número de usuários remotos, ou terão condições de externos. Podem ser usados em quiosques de auto-atendimento.
limitar o acesso a usuários específicos. O usuário externo poderá consultar o Em suma, o futuro oferece inúmeras opções, mas não é provável que haja
catálogo em linha de acesso público de uma biblioteca, mas, além disso, o usu- soluções genéricas que sirvam para qualquer função e tarefa do gerenciamento
ário da própria biblioteca poderá usar esse catálogo para acessar uma ampla de bibliotecas e da informação. O usuário continuará a escolher as fontes de
gama de outros recursos da Internet. O catálogo em linha ·de acesso público infonnação com base na comodidade, acesso e custo. Embora os futuros siste-
poderá funcionar como uma janela para o mundo dos recursos da informação. mas venham a oferecer ao usuário muitas oportunidades de participar do pro-
Cada usuário disporá de uma ou várias senhas pessoais de acesso, que permitam jeto dos sistemas e personalizar as interfaces e o acervo de recursos a que terá
que preferências, direitos e atividades sejam armazenados para reutilização. acesso, a localização de iflformações boas, confiáveis e validadas está, em ai~
Enunciados de buscas poderiam s~r compartilhados entre usuários. Conceitos de guns casos, ficando mais trabalhosa e demorada, não mais fácil, e ainda restará
navegação na Rede, como páginas favoritas estruturadas e procura retrospectiva um papel para o gerente de info1T11ação, para cujo arsenal os sistemas de
tomar-se-ão bastante difundidos. O usuário utilizará o catálogo em linha de gerenciamento de bibliotecas serão uma ferramenta importante.
acesso público como um de vários métodos para manter arquivos de uso pessoal
sem ter de redigitar dados, e precisará ter condições de armazenar e reutilizar RESUMO
enunciados e resultados de buscas. Documentos pessoais poderão ser vincu-
lados diretamente a referências bibliográficas ou documentos eletrônicos exis- Há uma variedade de sistemas grandes, médios e pequenos de gerenciamento de
tentes na biblioteca, bem como poderão ser submetidos como uma aquisição bibliotecas. Podem ser agrupados em quatro gerações, com as últimas versões
potencial pela biblioteca ou fornecidos em resposta a um pedido de documento dos sistemas de grande porte caminhando rumo à quarta geração. Os melho-
da biblioteca. A arquitetura cliente-servidor permitirá ao usuário selecionar ramentos recentes introduzidos nesses sistemas podem, em geral, ser agrupados
uma interface de busca para detenninada tarefa, ao invés de ter de aceitar um nas áreas de: aquisição em linha, criação mais rápida de catálogos, melhor con-
conjunto padronizado de opções. trole de autoridade, controle de circulação, empréstimos entre bibliotecas, infor-
As interfaces de catálogos em linha de acesso público precisarão ser proje- mação gerencial, catálogos em linha de acesso público e informação comunitária.
tadas para diferentes tipos de usuários. Um dos primeiros exemplos é o Kids O empréstimo por auto-atendimento é uma opção nova interessante. A gerência
364 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS MERCADO DE SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS 365
dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas é influenciada por vários fatores, Eleccronic public information/one-stop shops/kiosks. Vine, n. 102, 1996.
que incluem: o ambiente, os recursos e usuários da biblioteca, o papel do gerente Fisher, S.; Rowley, J. Management information and library management systems: an
do sistema, localizações múltiplas, atualizações e desenvolvimento dos sistemas, overview. The electronic /ibrary, v. 12, n. 2, p. 109-117, 1994.
bem como a necessidade de promover a capacitação e o treinamento do pessoal Fletcher, M. The CATRIONA project: feasibility study and outcomes. Program, v. 30, n.
e dos usuários; Um futuro para os sistemas de gerenciamento de bibliotecas é . 2, p. 99-107, 1996.
Furness, K.L ..: Graham, M.E. The use of information technology in special libraries in
que, por intermédio dos catálogos em linha de acesso público, poderão suportar
the UK. Pr:ogram, v. 30, n. L p. 23-37, 1996.
o acesso a uma ampla gama de recursos de informação e documentos por meio Griffiths. J.-M.; Kertis, K. Automated system marketplace. libraryjournal, v. 119, n.
da Internet. Isso exigirá que se dê atenção a: metainformações, registro perso- 6. 1994.
nalizado, trabalho em grupo e segurança e cobrança. Estamos testemunhando o Grosch, A.N. library information technologies and networks. New York: Marcel
nascimento do 'cibertecário', mas sua chegada à idade adulta dependerá de seu Dekker, 1995.
desenvolvimento profissional, apropriado e permanente. Harbour, R. T. Managing library aucomation. London: Aslib, 1994.
Heseltine. R. Library automation. /njormation UK outlooks 9. 1994.
QUESITOS DE REVISÃO - - . New perspectives on library management systems. Program, v. 28, n. 2, p. 53-
61, 1994.
Descreva a diferença entre as quatro gerações de sistemas de geren- Leeves, J. Library systems then and now. Vine, n. 100, p. 19-23, 1995.
ciamento de bibliotecas. - - ; Russell, R. libsys.uk: a directory o/library systems in the United Kingdom.
2 Como um sistema de gerenciamento de biblioteca pode melhorar o London: LITC, South Bank University, 1995.
serviço prestado aos clientes? Mandelbaum, J.B. Small projeci auiomationfor library and information centers. West·
3 Analise a aplicabilidade e conseqüências da questão do auto-atendi- port; London: Meckler, 1992.
mento em bibliotecas. Matthews, J. Moving to the next generation: Asron University's selection and imple·
mentation ofGa!axy 2000. Vine, n. 101, p. 42-49, 1995.
4 Descreva as características de um catálogo em linha de acesso públi-
Muirhead, G. The systems librarian. London: Libraty Association Publishing, 1994.
co do futuro. Murray. I.R. Assessing the effect of new generation libra!)' management systems. Pro-
5 Identifique as questões que precisam ser solucionadas para que haja g,am, v. 31, n. 1-4, p. 313-327, 1997.
u1na gerência eficaz do sistema de gerenciamento de biblioteca. Rowley, J.; Fisher, S.M. BOOKSH/:"/.1-": a guidefor librarians and systems managers.
Aldershot: Ashgate, 1992.
Referência Saffady, W. lntroduction to automationfor librarians. Chicago: American Library
Association, 1994.
Lageborg, H. Selfservice in libraries: an overview. Vine, 105. 1997.
Self service in libraries. Vine, n. 105, 1997.
Stafford, J. Selfissue the management implications. The introduction ofselfservice at
Bibliografia
the University ofSunderland. Program, v. 30, n. 4, p. 375-383, 1996.
Adams, R.J. Minstrel: management information software toai for European libraries. Tedd, L.A. An introduction to sharing resources via the Internet in academic libra!)' and
Program. v. 31, n. 1, p. 33-45, 1997. information centres in Europe. Program, v. 29, n. l, p. 43-61, 1995.
Alper, H. Selecting Heritage/Bookshelf·PC for the District Library, Queen Mary's Uni· Wilson, M. TAUS at Nene: an experience in migration in a college library. Program, v.
versity Hospital, Roehampton. Program, v. 27, n. 2, p. 173-182, 1993. 28, n. 3, p. 239-251. 1994.
Batt, C. lnformation technology in pub/ic libraries. London: Library Association Publi- Wood, J. (ed.) European directory of soffware for libraries and information centres.
shing, 1994. Aldershot: Ashgate, 1993.
- .-. The last mígration. Public libraryjo11rnal, v. 10, n. 6, p. 159-161. 1995. Wright. K.C. Computer reíated technoíogies in library operations. Aldershot: Gower, 1995.
Cibbarelli, P. Library automation alternatives in 1996 and user satisfaction ratings of Yeates, R. Librruy automation: the way forward? Program, v. 30. n. 3, p. 239-253, 1996.
library users by operating system. Contputers in libraries, v. 16, n. 2, p. 26-35, 1996.
Cortez, E.M.; Smorch, T. P!anning second generation automated library systenis.
Westport: Greenwood Press. 19.93.
Cousins. S. COPAC: new research library union catalogue. The electronic library, v. 15,
n. 30, p. 185-188, 1997.
Dempsey, L.; Russell, R.; Kirriemuir, J. Towards distributed library systems: z39.50 in
a European context. Program, v. 30, n. 1, p. 1-22, 1996.
FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 367
1 Se o documento é fornecido diretamente para o usuário final em seu gabine- 2 Fornecedores de cederrons com bases de dados de texto integral e multimí-
te ou para a biblioteca que serve de intermediária. dia, corno cadastros e enciclopédias.
2 O formato do documento. Os problemas serão diferentes se forem livros, 3 Serviços de fornecimento de documentos, inclusive serviços comerciais e a
periódicos, artigos de periódicos e obras de referência, como cadastros. British Library, podem oferecer acesso a documentos anunciados nas bases
3 O suporte em que, ou pelo qual, o documentó é distribuído. Pode incluir ce- de dados disponíveis nos serviços de buscas em linha ou outras fontes. O
derrom, fax ou em linha/Rede. O fornecimento em formato impresso pode destaque é para artigos de periódicos, trabalhos apresentados em eventos e
também ser conseqüência de um pedido ou encomenda submetido por via relatórios de pesquisas, mas também inclui livros.
eletrônica. 4 Fornecedores de materiais para bibliotecas e agências de assinaturas ofere-
4 A natureza do contrato de fornecimento. O fornecimento pode ser conside- cem encomenda eletrônica tanto de documentos impressos quanto eletrôni-
rado como equivalente a compra (como quando um livro é comprado por cos. Em geral, há uma linha divisória entre agências de assin~turas de publi-
um usuário), ou empréstimo (como quando um livro é retirado por emprés- cações seriadas e fornecedores de livros no que concerne aos documentos
timo de uma biblioteca pelo usuário ou por intermédio de uma rede de em- abrangidos e, portanto, com relação à natureza dos serviços oferecidos.
préstimo interbibliotecário). Muitos contratos de fornecimento de documen- 5 Fornecedores de periódicos eletrônicos, inclusive várias editoras. Os perió-
tos eletrônicos são licenças de uso, respeitadas determinadas condições. O dicos pode.m ser fornecidos em cederrom ou para acesso em linha. O acesso
direito de autor e a licença de uso são questões capitais em qualquer sistema pode ser tanto para o periódico no todo, do jeito Como foi publicado, ou
de fornecimento de documentos eletrônicos. tendo como base o artigo, a pedido.
mostrar o conteúdo de um grande número de bibliotecas ou de um grande of Congress, que deu sua primeira contribuição ao estabelecimento de redes ao
número de publicações, principalmente por meio do acesso a bases de dados atuar como serviço de catalogação centralizada e distribuir fichas catalográfi-
catalográficos, com emprego de interfaces de catálogos em linha de acesso cas impressas, a partir de 190 l. As experiências com sistemas infonnatizados,
público que tiveram início na década de 1960 com o projeio MARC, levaram à criação do
1
fazer com que os recursos mostrados nessas bases de dados catalográficos se MARC Distribution Service. A base de dados LCMARC é essencial aos serviços de
tornem disponíveis para bibliotecas e usuários, onde e quando sejam neces- catalogação da Library ofCongress. Baseia-se na catalogação de suas coleções,
sários
feita pela LibraryofCongress, com registros adicionais fornecidos por bibliote-
compartilhar custos e esforços despendidos na criação de bases de dados 1 cas cooperantes. A base de dados é acessada em linha por meio de diversos ser-
catalográficos, por meio do intercâmbio de registros e atividades correlatas. viços de consulta. A Library of Congress também tem desempenhado impor-
tante papel na coordenação de redes, e participou de vários projetos que de-
As redes também podem desempenhar funções de apoio, tais como: monstram seu compromisso com a cooperação. Dois projetos importantes a
distribuição e publicação de periódicos eletrônicos e outros documentos ele- ressaltar são o CONSER e o Linked Systems Project. O CONSER (Cooperative
trônicos 1 Online Seriais) era um esforço cooperativo a fim de montar uma base de dados
acesso do usuário final a outras bases de dados, como as que se acham dispo- informatizada de informações sobre catalogação de publicações seriadas. O
níveis nos serviços de buscas em linha e em cederrons Linked Systems Project (LSP), iniciado em 1980, visava a estabelecer uma rede
serviços de valor agregado. tais como correio eletrônico, serviços de cadas- nacional de serviços e utilitários interligados por interface comum.
tros e transferência de arquivos Outra instituição em matéria de redes nos EUA, cuja contribuição foi muiro
intercâmbio de registros bibliográficos e de autoridade, em geral no formato 1 importante, é o OCLC, fundado em 1967 por um grupo de bibliotecas univer-
MARC. sitárias do estado de Ohio, e tem desempenhado importante papel, tanto nos EUA
quanto em outros países, em matéria de fornecimento de registros, pesquisa e
No começo, estabeleciam-se redes com objetivos limitados e bem-definidos. À compartilhamento de experiência. Atualmente, mais <le 37 1nil bibliotecas de 74
medida que o uso das redes se torna mais difundido e que se conta com uma países utilizam seus serviços. 1 Sua base de dados é a maior base de registros
infra-estrutura que torna mais comum a transferência de dados, consórcios e catalográficos do mundo. Vários serviços estão relacionados com essa base, e
participantes de consórcios ligam-se a outros consórcios ou membros de con- são mencionados resumidamente na figura 15.1.
sórcios. O usuário pode escolher mais de um caminho no labirinto de redes, a fim
de localizar determinado documenro. As barreiras existentes já são menos Catálogo coletivo em linha do OCLC
determinadas pelas limitações fisicas das redes do que pelos mecanismos de Catalogação PRISM: inclui fornecimento de registros, controle de autori-
obtenção de licenças e acesso. São poucas as restrições impostas pela tecno- dade, formato de exportação, programa Passport, catalogação em ceder-
logia, porém a política e a economia estão começando a definir as fronteiras. rom, Promptcat (fornecimento de cópias de registros catalográficos de
As principais instituições atuantes nas redes de bibliotecas classificam-se em livros), e Promptselect (serviço de aquisição ligado ao PRISM e Firstsearch)
duas categorias principais:
Compartilhamento de recursos: inclui PRISM ILL (empréstimos entre biblio-
1 Grandes bibliotecas nacionais ou serviços de catalogação centralizada que tecas baseados no catálogo coletivo em linha do OCLC) e acesso a centros de
criam grandes bases de dados bibliográficos e em alguns casos estão na li- fornecimento de documentos
derança do fornecimento de documentos. Serviços de referência: inclui Firstsearch e EPIC (serviço de buscas em linlia
2 Cooperativas estabelecidas por grupos de bibliotecas que acham que elas e para profissionais especializados em pesquisas bibliográficas)
seus usuários têm a ganhar com o compartilhamento dos recursos, corno o
Fornecimento de documentos: inclui conexões diretas a partir das bases de
decorrente dos empréstimos entre bibliocecas, e sua participação na criação dados no Firstsearch e PRISM lll.
de uma base de dados de catálogo. coletivo.
Os EUA ocupam posição internacional importante no que tange a redes de bi- Figura 15 .1 Serviços proporcionados pelo OCLC
bliotecas, e, portanto, examinaremos primeiramente suas realizações. Entre os.
pioneiros nos EUA, e responsável por muito do sucesso das redes, está a Library 1 Dados de abril de 2002. {N.T.)
372 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 373
Outras redes dos EUA e Canadá são:
Da mesma forma que nos EUA, as primeiras atividades de interligação por
WLN, antes conhecida como Western Library Network' e, em suas orioens redes no Reino Unido estiveram associadas ao serviço de catalogação centrali-
o '
como Washington Library Network zada. A British Natianal Bibliagraphy (BNB), que é atualmente da responsa-
RLG, ou Research Libraries Group bilidade da Bibliographic Services Division da British Library, foi criada em
UTLAS International, anteriormente denominada University ofToronto l 950. Inicialmente, era um produto impresso que relacionava os livros recebi-
Library Automation System, que é importante iniciativa canadense. dos como depósito legal. A partir de 1991, a seção Classificada principal con-
tém duas partes: urna lista de títulos a serem publicados e uma lista de títulos
~ma iniciativa recente importante da RLG foi o programa Ariel, que é uma recebidos recentemente como depósito legal. Em 1969 foi lançado um serviço
implementação do FTP para fornecimento de documentos. Trata-se de um sis- de distribuição MARC, inicialmente baseado em versões legíveis por compu-
tema de escaneamento e transmissão. O programa reside num microcompu- tador dos registros da BNB, denominado base de dados BNBMARC. Atualmente,
tador que roda com o protocolo de rede TCP/IP e interface gráfica Windows. os registros BLMARC são empregados para a catalogação local e objetivos afins.
Controla um escâner e impressora ligados no local e pode reconhecer e receber A base de dados BLMARC inclui hoje em dia muitos outros registros gerados por
documentos escaneados via FTP. Os registros para empréstimo entre bibliotecas outras seções da British Library. BLAISE, o British Library Automated Infonna-
e solicitaç~o de documentos não são processados por esse sistema, precisando tion Service, constitui um caminho importante pelo qual são acessados os
ser gerenciados separadamente. O Ariel tem sido muito utilizado entre biblio- registros BLMARC. Junto com essas realizações, o Document Supply Centre da
tecas participantes de consórcios. No Reino Unido foi adotado no projeto British Library firmou-se como um dos principais agentes de fornecimento de
LAMDA, com quatro bibliotecas do M25 Consortiume cinco do consórcio CALIM. documentos. Ele fornece quatro milhões de documentos por ano. Os pedidos são
A versão 2 do programa, liberada em 1997, inclui a opção de transmitir docu- encaminhados eletronicamente por intermédio do sistema ART, que é um sistema
mentos como anexos MIME de correio eletrônico na Internet (Multimedia Inter- proprietário do Document Supply Centre, embora esteja aumentando o número
net Mail Extension). 1 Isso, junto com outros recursos, foi um dos elementos do de pedidos enviados por correio eletrônico. Os pedidos recebidos por qualquer
projeto JEDDS. Os trabalhos desenvolvidos pelo JEDDS alimentaram o EDDIS um desses caminhos são armazenados no Automated Request Processing, que os
[Electronic Document Delivery - The Integrated Solution]. encaminha para a área pertinente onde os documentos solicitados estão armaze-
O EDDIS é um projeto que vem procurando integrar todo o processo de acesso nados. Os periódicos são então retirados das estantes para serem copiados,
à infonnação, desde seu descobrimento até seu fornecimento. Este projeto estará escaneados ou escolhidos no ADONIS (mais informações a seguir). Embora 94%
concluído em 1998 e a expectativa é de que dele resulte um sistema operacional dos documentos sejam fornecidos na forma de fotocópia, a tecnologia do fax
em que os usuários se conectem a um servidor local que gerencie o acesso a bases está sendo mais desenvolvida. O Digital Library Programme da British Library
d.e dados e fornecedores remotos. Esses sistemas remotos poderiam ser outros deu prioridade à notificação corrente de artigos e à melhoria dos pedidos e forne-
sistemas EDDIS ou qualquer outro compatível com o EDDIS no sentido de estar cimento a partir de um repositório digital.
imp!e.mentando os ~esmos padrões. O EDDIS destina-se a ser um serviço para o Inside Science Plus e Inside Social Sciences and Humanities Plus oferecem
us~a~10 final, que integra o descobrimento do documento, sua localização_. conjuntamente acesso aos sumá.rios de 20 mil periódicos, sendo possível a en-
sohcrtação e recebimento por intermédio de uma interface Web. Além disso, comenda eletrônica de qualquer artigo recuperado da base de dados. As opções
permitirá ao bibliotecário conttolar as atividades do usuário final de modo de entrega incluem transmissão por fax num prazo de duas horas, mensageiro
tran~p~rente, configurando o sistema segundo as decisões de política comercial especial e correio.
da biblioteca e oferecendo níveis variados de mediação como parte do serviço. O Document Supply Centre também contribuiu para o projeto EDIL (Elec-
? catálogo em linha de acesso público local permanecerá externo ao seryidor, tronic Document lnterchange between Libraries), com parceiros na França,
Junto com catálogos semelhantes e outras bases de dados remotas. O sistema Países Baixos e Alemanha, que estudam um mecanismo para o rápido inter-
pod.e~á p~oporcionar acesso a livros e artigos de periódicos em forma impressa câmbio de documentos eletrônicos entre bibliotecas. Este projeto levou ao
e d1gttahzada. Esses projetos demonstraram que é possível o fornecimento EDDIS e um serviço X400 experimental para a utilização do correio eletrônico no
eletrônico de documentos, mas suà implementação depende da aceitação de fornecimento de documentos. O EDIL identificou o mecanismo disponível para
padrões e de uma massa crítica de usuários. o fornecimento eletrônico de documentos e fortaleceu a opinião crescente de que
os padrões da Internet e o correio eletrônico são os métodos mais apropriados
1
Foi liberada a versão 3.0, com novos recursos, como a transmissão de imagens coloridas. (N.T.) para o fornecimento eletrônico de documentos.
374 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 375
O BLAISE, British Library Automated Information Service, proporciona provisão de serviços bibliotecários e de informação pela rede. Seus partici-
acesso a mais de 22 bases de dados que contêm mais de 17,5 milhões de re- pantes correspondem a mais de 50% das bibliotecas públicas do Reino Unido.
gistros bibliográficos. Como um serviço de buscas em linha, pode ser acessado Exemplos de iniciativas do EARL são a EARL Web, uma rede de recursos de
por. meio de uma linguagem de comandos ou uma interface gráfica na Rede. A informação em bibliotecas públicas, e um mecanismo consorciado de aquisição
existência de um vínculo direto com o Document Supply Centre significa que os do serviço Firstsearch do OCLC.
clientes podem apresentar com muita facilidade suas encomendas de docu- O intercâmbio de experiências e os planos de ampliação das redes no Reino
mentos. A figura 15.2 mostra os arquivos bibliográficos que se acham dispo- Unido também foram estimulados por vários outros grupos, instituições e ativi-
níveis no BLAISE. Neles podem ser feitas buscas por assuntos, verificação dades. O CURL (Consortium of University Research Libraries), por exemplo,
bibliográfica, aquisição, compilação de listas de livros ou obtenção de registros. conseguiu criar uma importante base de dados catalográficos infonnatizada, que
BLAISE também oferece acesso a várias bases de dados especializadas, além dos abrange os registros catalográficos das sete maiores bibliotecas universitárias do
catálogos das coleções da Brilish Library. Reino Unido. Os registros estão disponiveis para catalogação compartilhada e
são distribuídos em fita, utilizando sessões de transferência e captura de arqui-
Reflexão Resuma a contribuição que a British Library trouxe para o vos. A base de dados está disponível para outras bibliotecas por intermédio da
fornecimento de documentos. Como isso se compara com JANET e da interface COPAC de desenvolvimento mais recente.
o papel desempenhado pela Library of Congress nos EUA? JANET (Joint Academic Network) não é uma rede de bibliotecas, mas uma
rede de telecomunicações que permite a comunicação entre usuários de recur-
sos de informática de mais de cem universidades, estabelecimentos de pesquisa
British National Bibliography 1950· e outras instituições. A JANET tem sido amplamente utilizada por bibliotecas
Library oi Congress 1968· para o acesso recíproco a catálogos em linha de acesso público, bem como para
British Books in Print 1965- transferência de arquivos e correio eletrônico. Conta com gateways para outras
The Stationery Office 1976- redes, como a EARN (European Academic Research Network), Internet e redes
ISSN UK Centre for Seriais, 1974-
públicas de dados.
BIDS é um serviço oferecido pelo UK Office for Library Networking, criado
Figura 15.2 Arquivos bibliográficos do BIAISE
em 1989 com recursos financeiros da British Library~ com sede na University of
Bath. Tem como função suportar o desenvolvimento de atividades de interli-
Também há várias redes de bibliotecas no Reino Unido. Duas organizações que
gação por redes entre bibliotecas do Reino Unido, ao representar as necessi-
já existem há bastante tempo são o BLCMP e LASER.
dades das bibliotecas junto à indústria de informática e telecomunicações, e
O BLCMP, antes conhecido como Birmingham Libraries Cooperative Me-
promover o uso eficaz das infra-estruturas de redes, existentes e em desenvol-
chanization Project, é um empreendimento cooperativo que abrange uma série
vimento, no Reino Unido e outros países. O BIDS tem desempenhado importante
de serviços que são usados por um grande número de bibliotecas. O BLCMP
papel ao tornar disponíveis bases de dados eletrônicas por um preço competitivo
mantém extensas bases de dados MARC, que incluem registros de livros, peças
para a comunidade acadêmica do Reino Unido. As bases de dados mais
audiovisuais, partituras musicais e publicações seriadas. Existe um extenso
importantes são: BIDS !SI Service, BJDS EMBASE Service, BIDS COMPENDEX
arquivo de autoridade. TALIS é Osistema de gerenciamento de bibliotecas do
service, BIDS uncoverservice e BIDS Inside Inforrnation Service. O BIDS teve um
BLCMP (ver capitulo 14).
papel excepcional ao ser um dos primeiros serviços nacionais a oferecer, no
O LASER, que significa London and South Eastern Region, surgiu dando
local de atendimento do usuário, acesso gratuito a bases de dados.
destaque aos empréstimos entre bibliotecas e ao compartilhamento de recursos,
Outros consórcios se formaram para desenvolver projetos relativos a
e não à catalogação. No entanto, a fim de alcançar seus objetivos, desenvolveu
periódicos eletrônicos. Entre eles citam-se:
um grande catálogo coletivo e posterionnente uma base de dados bibliográ-
A UK Pilot Site License Initiative, fomentada pelo Joint Information Sys-
ficos. Este é o coração do serviço v3.0nline do LASER, que prpporciona acesso
tems Committee (JISC) dos Higher Education Funding Councils. As editoras
a essa base de dados e a um sistema eletrônico de empréstimo entre bibliotecas.
tornam seus periódicos disponíveis, por meio de servidores próprios, a todas as
Um avanço recente e importante do LASER foi o EARL (Electronic Access to
universidades e faculdades do Reino Unido. O acesso aos servidores é propor-
Resources in Libraries). O consórcio EARL de bibliotecas públicas do Reino
cionado pelo serviço JournalsOnLine, hospedado pelo BIDS. JournalsOnLine
Unido foi criado em 1995 para desenvolver a função das bibliotecas públicas na
376 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 377
oferece acesso pela Rede a um formulário de busca em que o usuário seleciona serão então negociadas caso a caso. O sistema pode ser acessado por meio de
a editora e coloca sua estratégia de busca. Esta é feita num arquivo de cabeça- programa-cliente que roda em múltiplas plataformas ou com navegadores da
lhos no BIDS, que é compilado com dados .fornecidos pelas editoras. Ao desco- Rede. Isso deverá facilitar a integração de informações dos sistemas nos siste-
brir documentos que lhe sejam úteis, o usuário tem a opção de solicitá-los e mas de gerenciamento de periódicos adotados pelas bibliotecas assinantes.
recebê-los em linha. As editoras annazenam seus periódicos eletrônicos em
formato de documentos portáveis (PDF), que preserva a aparência do produto 15.5 Serviços comerciais de fornecimento de documentos
impresso ao ser exibido na área de trabalho do computador. Este projeto será
encerrado em 1998. Se continuar como um mecanismo auto-sustentável, terá um
Hoje quase não se nota a linha divisória que havia entre a busca em bases de
dados feita por intermédio dos serviços de buscas em linha e a obtenção dos
grande impacto nos serviços.de fornecimento de documentos, dos quais o mais
documentos e que começou a se apagar quando os principais serviços de acesso
notável é o da British Library.
em linha passaram a colocar em suas bases registros com textos completos.
Muitos dos novos serviços comerciais de forn'ecimento de documentos estão
15.4 Fornecimento de documentos em cederrom
direcionados para os usuários finais. Em sua maioria envolvem parcerias ou
O capítulo l Odefine o c·ederrom como um suporte para o fornecimento de infor- alianças estratégicas entre fornecedores de documentos e serviços em linha.
mação. As bases de dados que poderiam ser fornecidas em cederrom incluem Muitas vezes baseiam-se numa combinação de tecnologias ou em tecnologias
tanto bases·bibliográficas quanto de fontes. Normalmente, certos documentos, alternativas, como fax, Internet, ou um sistema dedicado de quadro eletrônico de
como c~dastros, enciclopédias, dicionários, coleções de relatórios anuais, cole-· avisos. Embora nenhum desses mecanismos Seja tão aperfeiçoado quanto q
ções_~e obras literárias, podem ser gravados em cederrom e fornecidos direta- fornecimento eletrônico de documentos completos, a maioria aceita pedidos de
me.nte ao consumidor ou ao mercado das bibliotecas. Quando a biblioteca ad- documentos como parte integrante do processo de busca, e a experiência con-
qúire um documento em cederrom pode fornecer acesso a ele por meio de uma siste em buscar e recuperar.
rede, desde que para isso negocie a respectiva licença de uso em rede. As infor- O Firstsearch do OCLC, por exemplo, é um serviço de buscas ern._Iinha am-
/ mações sobre esses caminhos para fornecimento de documentos jã foram vistas plamente Usado pela comunidade acadêmica. Proporciona acesso é!- uma ampla
no capítulo l O. Neste contexto, porém, é válido lembrar o sistema ADONJS. variedade de bases de dados de escopo geral, com urna interface de menus fácil
O ADONIS é um sistema de fornecimento de artigos baseado em cederrons. de usar, com controle de custos por meio da definição de preços sobre o uso
Os artigos são publicados em 680 títulos de periódicos de mais de 70 editoras da final. O fornecimento de documentos no caso de artigos identificados durante
área biomédica. Pode ser visto como uma alternativa ao empréstimo entre bi- acesso às bases de dados bibliográficos do Firstsearch do OCLC pode ser feito de
bliotecas no contexto de uma grande biblioteca de pesquisa. Os documentos no várias fonnas:
ADONIS são gravados como imagens, o que significa que é impossível fazer
buscas no texto do artigo. Apenas os itens incluídos no índice têm validade como texto integral em linha no padrão i:-.scn ·
tennos de busca. Mais recentemente foram incluídos arquivos SGML que in- imagens de documentos impressos, enviadas por fax, havendo a opção de
cluem sumários, buscas bibliográficas e no texto, pelo menos dos resumos. Esse uma hora de demora
índice é pesquisável por meio de buscas booleanas, buscas comparativas e de imagens de documentos eletrônicos integrantes de um conjunto de 1 000
proximidade e com a utilização de curingas. A impressão de um artigo gera a periódicos de interesse geral, da área de saúde e também de negócios, que
cobrança de direitos de cópia por parte das editoras (Publishers Copyrights estão disponíveis para visualização na tela e impressão na impressora liga-
Charges (PCC)). Essa cobrança é fixada por cada editora. As atúalizações dos da ao terminal ou microcomputador por intermédio da Rede
cederrons são liberadas logo após o processamento dos fascículos dos periódi- documentos da Internet: é possível localizar em registros da base de dados
cos pelo ADONJS e que são recebidos numa média de 100-120 por semana. NetFirst do OCLC endereços URL de recursos na Internet; hipervínculos na
Na versão mais recente, as editoras apresentarão e armazenarão os docu- Rede permitem a ligação imediata com os documentos em destaque
mentos em formato PDF, com o que a qualidade das imagens será melhorada. O PRISM ILL - vínculos com 5 500 bibliotecas no mundo inteiro para pedidos
programa-cliente permitirá aos leitores preparar e annazenar perfis de notifi- de empréstimo interbibliotecário.
cação corrente, contendo uma lista de títulos, e recuperar os sumários dos títulos
escolhidos, sempre que ocorrer uma atualização. Os assinantes podem sele- A lista 15. l relaciona os centros de fornecimento de documentos acessíveis por
meio dos serviços de buscas em linha do OCLC.
cionar Üm núcleo básico de periódicos a serem assinados e as licenças de uso
378 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS
FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 379
Um dos desafios é integrar o intercâmbio eletrônico de dados com os siste- Ambos os tipos de periódicos são analisados nesta seção.
mas de gerenciamento de bibliotecas, especificamente com as funções de aqui- O projeto BLEND ( 1980-1985) identificou os fatores necessários para o êxito
sição. O projeto europeu ED!LIBE (Electronic Data Interchange for Libraries and dos periódicos eletrônicos. Alguns deles continuam sem solução e embora mui-
Booksellers) realizou estudos recentemente sobre essas questões. tos periódicos exclusivamente eletrônicos hajam sido lançados. apenas uns
Muitas agências de assinaturas de publicações seriadas, como Swets, EBSCO poucos foram bem-sucedidos. O projeto BLEND conseguiu com que fossem
e Blackwell, desenvolveram uma variedade de outros serviços, que têm origem 'depositados' artigos em quarro tipos de periódico: um periódico sujeito a ava-
em bases de dados de periódicos e ligações com editoras e bibliotecas, que foram liação pelos pares, um periódico no estilo de pôster, um periódico de revisão da
necessárias para os serviços de assinaturas de publicações seriadas. É impor- literatura sobre programas de computador e um periódico bibliográfico. O pro-
tante assinalar, porém, que um componente de seus serviços refere-se ao geren- jeto Quartet projetou e executou um periódico eletrônico em hipertexto. Outros
ciamento de assinaturas de publicações seriadas impressas. A maioria dos projetos incluem ADONIS e ELVYN. O ELVYN fornecia um periódico totalmente
agentes, como a Swets, emite documentos como faturas, listas de controle, listas novo pela Internet para acesso imediato pelo usuário por intermédio de redes
de despachos e relatórios de análise financeira em formato legível por com- instaladas em campi universitários. Vários periódicos foram criados mais re-
putador, e o intercâmbio eletrônico de dados é uma característica essencial das centemente na Rede, seja com o financiamento de diversas fontes em apoio à sua
transações com editoras e também com bíbliotecas. Esses dados podem ser for- criação, seja como empreendimentos sem fins lucrativos. Cada um deles pode
necidos em disquetes, fitas magnéticas ou por correio eletrônico ou FTP da ser visto como uma experiência. A função dos periódicos eletrônicos tomar-se-
Internet ou em formatos compatíveis com os sistemas de gerenciamento de á mais evidente à medida que for identificado um número maior de casos de
bibliotecas. Além disso, serviços como o oataswets, que dão acesso eletrônico periódicos eletrônicos bem-sucedidos e conceituados.
à base de dados de assinaturas, permitem aos usuários procurar informações Grande parte do interesse atual por periódicos eletrônicos foi alimentada
bibliográficas e preços, bem como obter informações sobre as assinaturas. Os pela necessidade comercial das editoras de periódicos de se manterem em dia
usuários podem verificar dados da fatura, processar encomendas e reclamações com os progressos mais recentes. Isso provocou várias experiências com a digi-- :l
e visualizar respostas a suas reclamações. talização de periódicos impressos nos últimos anos. Algumas dessas experiên-
As agências de assinaturas diversificaram grandemente suas atividades. A cias referem-se ao fornecimento de artigos a pedido, enquanto outras tratam, o
EBSCO é um bom exemplo dessa diversificação, oferecendo quatro serviços: periódico como uma unidade. Os primeiros projetos de periódicos eletrôniç_os ;-' . . ,
foram conduzidos por editoras, no entanto, mais recentemente, houve um reco-
EBSCO Subscription Services. que gerencia assinaturas de publicações seri- nhecimento da necessidade de um trabalho em colaboração, e os projetos mais
adas bem-sucedidos são aqueles que, como acontece com o Pilot Site License Ini-
EBSCO Publishing, que publica bases de dados eletrônicas com índices, re- tiative, do Reino Unido, mediado pelo BIDS, envolvem importantes bibliotecas
sumos e texto completo, tanto em linha quanto em cederrom universitárias e mecanismos de licen.ciamento com as editoras.
EBSCOdoc, que é um serviço de fornecimento de documentos que trabalha A Academic Press lançou o APPEAL, projeto de desenvolvimento com três
com artigos impressos (o ALERT do EBSCOdoc é o serviço associado de noti- anos de duração ~o qual as bibliotecas ou um consórcio delas podem optar pelo
ficação corrente) acesso a um ou vários titules de periódicos publicados pela Academic Press. O
EBSCOhost, que é um sistema em linha de éliente-servidor que oferece busca APPEAL permite visualização sem limite, buscas, cópias, importação e impres-
e recuperação de resumos e artigos com texto completo em múltiplas bases são com a finalidade de atender a necessidades de pesquisa pessoal ou assuntos
de dados. internos da organização e para empréstimo entre as bibliotecas do c~nsórcio. O
acesso à base de dados IDEAL, formada por sumários de periódicos, pode ser
15.7 Editoras e fornecedores de periódicos eletrônicos feito com qualquer navegador comum da Rede. Usuários autoriz~dos em locaís
que estejam dentro de redes licenciadas de bibliotecas do projeto poderão exibir,
Os periódicos eletrônicos assumem dois fonnatos diferentes:
imprimir e importar artigos completos no formato Acrobat da Adobe.
periódicos publicados em formato_ impresso e disponíveis também em for-
O LINK é um serviço de periódicos eletrônicos da Springer, que proporciona
mato digital ·
acesso a algumas centenas de periódicos dessa editora, na maior parte versões
periódicos exclusivamente eletrônicos, que não precisam necessariamente
eletrônicas de periódicos impressos, embora também haja um número crescente
de uma editora, e que podem ser administrados por um editor responsável e
de periódicos que só existem em formato eletrônico. Incluem-se também livros.
uma comunidade de especialistas.
As vantagens desse esquema são:
qualidade comprovada, em virtude do sistema de avaliação editorial e pelos e de provas, publicação (inclusive marketing e distribuição), e arquivamen-
pares
to e indexação.
publicação rápida- a Springer tem como objetivo tomar disponível a versão
3 Os autores devem submeter trabalhos novos que não dupliquem de modo
el~trônica antes da versão impressa e possivelmente tão logo a versão final marcante textos apresentados anteriormente e devem estabelecer a ligação
Seja aprovada pelo autor
que existe entre suas contribuições e outras que lhes sejam afins.
buscas avançadas ou simples - busca os resultados na exibição de uma lista 4 Mediante esse processo, periódicos e autores conquistam reputação e prestí-
de ocorrências, dispostos por ordem de relevância
gio, e as editoras acumulam lucros.
suplementos multimídia, inclusive imagens coloridas, som, vídeo, conjun-
tos de dados e programas de computador. - A transição para as revistas eletrônicas apresenta desafios em várias áreas da·
produção de periódicos:
Os serviços básicos do LINK, como buscas, metainformação, sumários e resu-
mos, são gratuitos. O acesso ao acervo de periódicos é feito mediante assina- 1 As editoras precisam desenvolver novas aptidões em material multimídia,
tura, embora seja inicialmente grátis para quem já é assinante da versão im- bem como facilitar a interação entre os cientistas.
pressa. A maioria dos artigos encontra-se disponível em diferentes formatos de 2 As editoras precisarão adquirir um conhecimento muito mais profundo so-
arquivos. O tipo de formato difere de um periódico para outro. O formato mais bre as oportunidades de direito autoral e licenciamento, especialmente em
utilizado é o de documento portável (.PDF). No formato PDF os artigos no moni- relação ao cenário internacional.
tor ap~rec:m exatame~te como na versão impressa. Outros formatos de apre- 3 O processo de avaliação pelos pares precisa ser reavaliado, a fim de abi-~ es-
sentaçao sao o Postscnpt, Tex e HTML. O usuário pode escolher facilmente o paço para metodologias de avaliação e autenticação de mater~aI T.B}!imíd_ia.
formato de arquivo. 4 O pessoal acadêmico, particularmente os autores, precisa reQUpciaràs
Vária_s editoras de periódicos estão tomando seus títulos disponíveis em tradições de publicação de resultados de pesquisas relativas aos,p~riódícos.
fonnato impresso e eletrônico, ainda que se mostrem preocupadas com uma impressos, que estão intimamente vinculadas à conquista de esta~~Udade no-
! • ..
eventual e significativa mudança rumo aos periódicos eletrônicos em detri- cargo, promoção e obtenção de financiamento para pesquisas. ~~·· -- · .
'•
).:1 me?to dos periódico~ impressos, pois não têm como prever qual o efeito que isso 5 As instituições precisam convencer-se de que os periódicos eletr~rijcos têm.
tera sobre suas receitas. As estratégias de preços ideais, tanto em termos de boa relação custo-eficácia e podem ser colocados em redes para.~f!le sejam .
questões básicas - se os periódicos serão fornecidos por meio de assinatura ou acessados por múltiplos usuários a um preço aceitável. Em part~\g_ula"r,.no
se o pagamento será feito cada vez que forem usados - quanto em termos de presente momento, os periódicos eletrônicos em geral aiiida se ên"''contram
?í~eis ?e preços, não são óbvias. A Internet proporciona uma oportunidade . em fase experimental, e as bibliotecas continuam mantendo a asSinatura da
~n1guaA!ave.I para. a publicação feita pelos próprios autores (auto-edição) e para o versão impressa com o objetivo de preservação.
1ntercamb10 de informações dentro das comunidades científicas, acadêmicas e
profissionais que poderiam evitar por completo os intermediários tradicionais Ainda existe espaço para desenvolvimentos tecnológicos:
como os editores e os bibliotecários. Para que as editoras sobrevivam ness~
O texto impresso ainda é o melhor meio para a leitura de matéria narrativa.
ambiente, é importante reconhecer a contribuição delas para a disseminação e
A maior parte dos trabalhos científicos é produzida predominantemente na
~gregação de valor ao conhecimento e à pesquisa, separando isto do artefato
forma de textos, que são de leitura difícil na tela dos computadores.
impresso que, tradicionalmente, tem sido considerado corno o principal pro-
duto das editoras. 2 As ilustrações coloridas impressas em papel apresentam melhor qualidade.
3 Símbolos matemáticos e sinais diacríticos ficam melhor em papel.
Nesse contexto, talvez seja possível encarar o trabalho de publicação como
4 Os documentos impressos são portáteis e não exigem equipamento especial
sen.do a preparaç,ão e acondicionamento de informações num formato que seja
facilmente acess1vel para o usuário: de leitura.
5 Os periódicos impressos em papel possuem uma certa 'imutabilidade' que
Um perió_dico é criado como um produto ou marca. O alcance do periódico, facilita a estruturação dos conhecimentos no que tange à recuperação, cita-
sua autoridade e conteúdo dependem do conselho editorial. ção, arquivamento e, em última instância, a própria ciência.
2 Um artigo de periódico passa por diversos processos: preparação e encami-
Os desafios colocados pelos periódicos eletrônicos para todos os participantes,
nhamento, avaliação pelos pares, preparação editorial, correção do original
e interessados envolvidos na validação e disseminação do conhecimento são
384 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 385
importantes em termos de suas futuras funções, mas são também essenciais para serviço de alerta e fornecimento de texto completo de artigos eletrônicos di-
a forma como a sociedade da informação administrará e compreenderá sua base retamente para o microcomputador do usuário.
de conhecimento.
Além de tudo, a transição dos periódicos impressos para os eletrônicos Serviço comparável é o Electronic Media Service da Microinfo, que fornece e
suscita várias questões críticas, que são assim resumidas por Bames (1997): gerencia acesso aos serviços de várias editoras. Oferece acesso a publicações em
diferentes meios eletrônicos, inclusive cederrom. A Microinfo oferece geren-
1 A versão eletrônica dos periódicos custará mais ou menos do que a versão ciamento avançado de assinaturas, notícias sobre meios eletrônicos, cadastro de
em papel?
meios eletrônicos e negociação sobre licenças de redes.
2 Quais serão as condições de licenciamento e quem as negociará?
3 Com que velocidade farei a transição para os periódicos eletrônicos? Reflexão Em que medida o Electronic Navigator da Blackwell atende
4 Deverei cancelar a assinatura da versão impressa? às preocupações que rondam as bibliotecas quanto à subs-
5 Quais serviços de periódicos eletrônicos estarão em condições de me ofere- tituição dos periódicos impressos por periódicos eletrôni·
cer uma massa crítica de títulos que sejam relevantes para meus usuários? cos?
6 Será preciso conectar-me a vários serviços diferentes de periódicos eletrôni-
cos?
15.8 O futuro do fornecimento de documentos
7 Terei condições de selecionar os periódicos que desejo que estejam presen-
tes em meu acervo ou eles serão vendidos em forma de pacotes pela editora Os documentos continuarão a ser fornecidos numa variedade de diferentes
ou o vendedor? formatos, sejam eletrônicos ou impressos, ainda por muitos anos qu,e. virão.
8 Co~o o periódico eletrônico será integrado com meu catálogo local e outros Fonnatos diferentes prestam-se a finalidades diferentes. No entanto, Pode ha-
ver uma mudança entre o volume da demanda por documentos em di_ferentes
,, serviços de referência, como bases de dados bibliográficos, serviços de su-
mários e de fornecimento de documentos? formatos e uma avaliação cada vez mais complexa da função dos docU)nentos ·
eletrônicos. Igualmente, poderá haver mudanças nos meios de acesso aos· docu-
O Electronic Journal Navigator da Blackwell e outros serviços iguais procuram mentos e nas instituições envolvidas na oferta desse acesso. Este capítulo iden-
resolver algumas dessas questões ao oferecer um único ponto de acesso refe- tificou uma série de serviços diferentes, muitos dos quais são novos, sendo que
rência, controle e gestão financeira de todas as assinaturas de periódicos ~letrô alguns ainda estão passando por uma avaliação inicial, tanto técnica qu_anto de
nicos feitas pela biblioteca. Esse serviço inclui: mercado. A situação é extremamente volátil. Pior, a natureza e função dos docu-
mentos no acesso à informação e os caminhos de acesso a eles são fundamentais
gerenc~amento de assinaturas de periódicos eletrônicos, inclusive aquisição para muitos dos serviços e sistemas descritos antes neste texto. Deve-se anteci-
centra~1~ada, faturamento consolidado e um ponto central para reclamações par que haverá evolução ao invés de revolução, mas, para alguns ou possivel-
e adm1n1stração (também lida com a questão da multiplicidade de preços e mente para muitos, as limitações de recursos imporão limites ao desenvol-
modelos de licenciamento oferecidos por diferentes editoras) vimento apropriado para aco1npanhar as oportunidades tecnológicas e de mer-
relatórios gerenciais exaustivos 'lue·facilitam o acompanhamento do uso cado. Para esses a evolução poderá ser tão rápida que lhes parecerá uma revo-
um arquivo eletrônico (a Blackwe!J está negociando com editoras e empre- lução. Algumas das forças atuantes nessa evolução, que poderão ter impacto
sas de armazenamento de arquivos eletrônicos a preservação desses arqui- direto no fornecimento de documentos, incluem:
vos de modo permanente)
tanto o acesso por assinatura quanto o acesso pago quando se usam artiO'OS Aumento das informações disponíveis. Sem considerar as novas informa-
de periódicos eletrônicos que as bibliotecas não recebam por assinaturaº ções que se tornam disponíveis diariamente nos sítios da Rede, os últimos
um único ponto de acesso e autenticação para todos os periódicos eletrôni- anos testemunharam notável aumento da quantidade de títulos de periódicos
cos, em múltiplos servidores, inclL!_sive gestão simplificada de senhas e do número de artigos publicados por cada periódico. Isso, por sua vez, levou
acesso a aumentos de preços que impuseram desafios às bibliotecas, que lidam
uma única interface que suporta consultas e buscas (que aceita todos os pro- com recursos limitados para o pagamento de assinaturas. Tomaram-se cada
gramas de visualização adotados pelos periódicos, inclusive HTML, PDF e vez mais populares as políticas de aquisição cooperativa envolvendo grupos
RealPage) de bibliotecas, mas o futuro a longo prazo desses mecanismos virá a suscitar
interessantes dilemas.
386 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 387
2O reconhecimento da natureza internacional do fornecimento de docu- tras bibliotecas, mas o processo como um todo ainda apresenta muitas lacu-
mentos terá maior impacto. Todas as entidades mencionadas neste capítulo nas. O acesso integrado implica que as bibliotecas atuem como um grupo,
atuam co~o organizações i.nternacionais. À medida que aumenta a quanti- em que tanto os catálogos em linha de acesso público quanto o fornecimento
dade de pa1ses a que os serviços são fornecidos, também a complexidade das de documentos se mostrem inconsúteis para o usuário. Este não precisa pen-
operações através de fronteiras culturais, línguas, sistemas jurídicos e moe- sar sobre o local onde se encontra o documento.
das_ tornar-se-á uma realidade econômica mais importante para um número 8 Grande parte do debate sobre documentos eletrônicos tem se concentrado
maior de atores do comércio de fornecimento de documentos. nos periódicos. O fornecimento de certas categorias de livros, como enciclo-
3 Os avanços tecnológicos que acomodem a recuperação e fornecimento de pédias, dicionários e cadastros, já migrou para o cederrom. Muitos desses
documentos em formato de imagem, como arquivos .PDF, ao contrário do produtos atraem um mercado consumidor, e as questões de preço e acesso,
emprego de arquivos ASCII como intermediários e como base para busca e que são importantes nesse mercado, determinarão o futuro modo de forneci-
recuperação, constituirão mudanças importantes. mento desses documentos. As bibliotecas precisarão contar com acesso ele-
4 A mudança de políticas baseadas no acervo para políticas baseadas no trônico apropriado a esses documentos, simultaneamente, por exemplo,
acesso tem sido incentivada em certa inedida pelas mudanças na economia com o acesso a bases de dados bibliográficos e periódicos eletrônicos.
d~ aquisição de periódicos. Isso causou maior demanda por canais de acesso 9 Os serviços de notificação corrente já constituem característica de muitas
à informação, inclusive serviços de fornecimento de documentos eletrôni- editoras de periódicos eletrônicos e agências de assinaturas. Esses serviços
cos, periódicos eletrônicos e outros serviços, que têm como base a Internet, tendem a ser vistos cada vez mais como serviços de valor agregado que são
que foram descritos neste capítulo. oferecidos gratuitamente a fim de estimular o acesso a bases de dados ou co-
5 Ainda permanecem sem resposta questões fundamentais relativas às fun- leções específicas. São uma vitrina ou oportunidade de negócios .. Os servi-
ções dos autores, particularmente os autores acadêmicos, e das editoras. ços oferecidos pelas agências de assinaturas são bastante fortes, póis cobrem
Por exemplo, se os autores acadêmicos puderem obter reconhecimento com uma variedade de editoras. Mas possivelmente há necessidade de um metas-
a circulaç_ão de seus trabalhos num 'colégio invisível', sem que deles se faça serviço que examine o conteúdo de vários desses serviços e ofereça um ser-
uma publicação formal, poderão deixar de submecer seus artigos às editoras. viço de notificação corrente mais integrado para usuários individuais. Tal-
E~t~s preoc~~an:-se com seu papel no futuro, e atualmente participam de vez possa basear-se em assuntos, oferecendo, por exemplo, perfis de DSI nas
vanas expenenc1as com periódicos eletrônicos e outras formas de aoreoar áreas de bioquímica ou psicologia.
~alar às infori:"~ções ou documentos criados pelos autores. Existe atpa;e1
1
~•.-.----+----~.,....;:
Concentração no cliente ,1.·
centralizada. O potencial das redes é grande. A natureza, função e evolução
Cooperação Competição
das redes e consórcios não serão limitadas por fatores tecnológicos, mas,
antes, por questões sociais e políticas. Controle
7 Acesso integrado e mais amplo entre as bibliotecas. Os usuários de uma
bíbliotecajá podem acessar os catálogos em linha de acesso público de ou- Figura 15.3 Os seis cês
388 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 389
Como conclusão mente com relação aos periódicos eletrônicos. Há diversos agentes atuantes no
fornecimento de documentos, que incluem:
Os canais e caminhos descritos neste capítulo para o fornecimento de docu-
mentos abrangem tanto documentos eletrônicos quanto impressos. O forneci- redes e consórcios de bibliotecas, inclusive bibliotecas nacionais e serviços
mento de documentos encontra-se no coração da biblioteca híbrida ou, na de fornecimento de documentos, que têm como foco central o compartilha-
biblioteca sem paredes, o gerenciamento híbrido de informação nos níveis indi- mento de recursos e a criação de bases de dados bibliográficos e catalográfi-
vidual, sistêmico, organizacional e social. Os desafios para o gerenciamento da cos, de modo compartilhado, embora também ofereçam uma varieda~e _de
informação nesse ambiente são resumidos na figura 15.3. outros serviços de valor agregado, como sistemas de gerenoamento de b1bho-
Existe tensão entre conectividade e controle. A conectividade propicia aces- tecas e serviços de buscas em linha
so mais amplo à informação, mas esse acesso ampliado deve ser acompanhado fornecimento de documentos em cederrom, o que é especialmente adequado
de decisões sobre quem e corno as pessoas podem acessar informações ou docu- no contexto de livros, enciclopédias e outros documentos extensos
mentos específicos. Isso implica atenção às estruturas de segurança, permissão serviços comerciais de fornecimento de documentos, qu~ muitas vezes fun-
e preços. cionam por meio de alianças com serviços de buscas em linha e se valem dos
O impulso no sentido da concentração no cliente e as oportunidades que a recursos de várias bibliotecas
tecnologia oferece para produtos mais amigáveis para o usuário, que são asses- fornecedores de materiais para bibliotecas e agências de assinaturas de publi-
tados para atender a requisitos de um grupo específico, vê-se permanentemente cações seriadas, que têm utilizado redes e intercâmbio eletrônico de docu-
desafiado pela complexidade inerente ao mercado da informação. Alguns pro- mentos para melhorar o processo de encomenda de documentos e processos
dutos tomaram-se mais amigáveis para o usuário graças a melhores interfaces, afins, tais como notificação sobre lançamentos, faturamento e processamento
suporte apropriado e estruturas de preços simplificadas. Certos produtos po- de livros
dem ser amigáveis para o usuário, mas a p!etora cada vez maior de produtos fornecedores e distribuidores de periódicos eletrônicos; existe atualmente
numa variedade de formatos eletrônicos, além do formato impresso, todos com um número limitado de períódicos eletrônicos, mas um interesse considerá-
diferentes vias de acesso e estratégias de preços, devem resultar em complexi- vel na digitalização de periódkos_a_ntes distribuídos em fmrnato impresso..
dade no acesso à informação.
As organizações que estão envolvidas na criação de produtos e serviços de QUESITOS DE REVISÃO
informação em geral precisam resolver a tensão entre cooperação e competição.
Podem ser persuadidas a cooperar como resultado de iniciativas governamen- Explique a diferença entre fornecimento de documentos impressos e
tais, e de fato a cooperação e alianças estratégicas podem ter sentido comercial fornecimento de documentos eletrônicos.
em relação a parcerias verticais ou, por exemplo, o intercâmbio de registros 2 Relacione os critérios que pod~m diferençar entre diversos tipos de
bibliográficos. Por outro lado, essas organizações devem competir entre si no serviço de fornecimento de documentos.
mercado, naquilo que tange ao fornecimento de documentos e outros serviços de 3 Explique, do ponto de vista do fornecimento de docu~entos, a fun-
informação para os usuários. As tensões que isso gera podem ser muito dificeis ção das bibliotecas nacionais e dos serviços de fomec1mento de do-
de administrar num ambiente sujeito a rápidas mudanças, onde a inovação cumentos.
tecnológica pode elimirlar a necessidade de certas funções na cadeia de abaste- 4 Descreva algumas das características que você esperaria encont~ar
cimento, ou fundir algumas dessas funções numa nova função. num serviço de encomenda eletrônica de documentos baseado no in-
tercâmbio eletrônico de dados que estivesse disponível num fornece-
RESUMO dor de livros para bibliotecas.
O fornecimento de documentos sempre esteve no cerne dos serviços oferecidos s Analise a função dos serviços comerciais de fornecimento de docu-
a seus usuários por bibliotecas, editoras e outros agentes da indústria da infor- mentos.
mação. O fornecimento de documentos precisa incluir tanto documentos impres- 6 Analise as questões fundamentais enfrentadas pelas bibliotecas no
sos quanto eletrônicos. Embora os mecanismos de fornecimento de documentos que concerne à transição dos periódicos impressos em papel para os
impressos estejam bem-consolidados, eles se tornaram mais eficientes graças à periódicos eletrônicos.
introdução dos pedidos feitos por meio eletrônico. Houve rápido desenvolvi-
mento do fornecimento eletrônico de documentos nos últimos anos, principal-
390 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE BIBLIOTECAS FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS 391
r
Referência Kidd, T. Electronic journals management: some problems and solutions. Managing
Sarnes, J. Electronic archives: an essential element in complete electronic journals so- information, v. 4, n. 10, p. 25-26, 1997.
lution. lnformation services and use . v. 17, p. 37, 1997. Landes, S. ARIEL document delivery: a cost effective altemative to fax. /nterlending and
document supply, v. 25, n. 3, p. 113-117, 1997.
Bibliografia . Larbey, D. Project EDDIS: an approach to integrating document discovery, location,
request and supply. lnterlending ar.d document supply, v. 25 •. n. 3, p. 96-102. 1997.
Adams, R. Communication and de/ivery systems for librarians. Aldershot: Gower, ~ectronic document de/ivery. London: Library and Information Technology
1991. "' Cenn-s 1997. (Library and infonnation briefing 77/78)
ADONIS: a new era in document delivery. lnterlending and document supply, v. 16, n. Mo'n'Gw,'°T. BIDS and electronic publishing. ln/ormation services use, v. 17, p. 53-
2, p. 65--69, 1988. - 60, 1997.
Barwick, M. Interlending and document suppty: a review of recent literature - XXXIL tilio R.; Tuck, 8. Document delivery using x.400 electronic mail. Journal o/infor-
lnterlending and document supply, v. 25, n. 3, p. 126-132, 1997. tion networking, v. 1, n. 3, p. 191-203, 1994.
Basch, R. Electronic information delivering: ensuing quality and va/ue. Aldershot: , S. The ADONIS experience: some views. Seriais, v. 7, n. 3, p. 249-252, 1994.
Gower, 1995. r, D. Journals published on the Net. Seriais, v. 7, n. 3, p. 243-248, 1994.
Blunden-Ellis, J. LAMDA: a project investigating new opponunities in document delive- The SuperJournal Project: eiectronicjournals on Super.JANl;T. London: Institu-
ry. Program, v. 30, p. 385-390, 1997. t of Physics Publishing, 1994. (London report, no. 6126)
Boss, R.W. Linked systems and the online catalog: the role ofOSI. Library resources ; Howey, K. The deve!opment ofthe References Abstracts and Annotations
and technical services, v_. 34. n. 2, p. 217-228, 1990. ournal on the BLEND system. Journa! oflibrarianship. v. 16, n. 1, p. 19-33, 1984.
Boyd, N. Towards access services: supply times, quality contrai and performance rela- ep rt on Phase 1 ofthe evaluation ofthe UK Pilot Site License Initiative. Bris101:
ted services. lnterlending and document supply, v. 25, n. 3, p. 118-123, 1996. (llmmonwealth Higher Education Management Service, 1997. . ·•
Braid, A. Standardisation in electronic document delivery: a practical example. fnterlen- Rowjand, F.; McKnight, C.; Meadows, J. (ed.) Project 1~·v1.YN. London: Bow.ker-Saur,
ding and document supply, v. 24, n. 2, p. 12-18, 1996. 1995.
Brown, D.J. Electronic publishing and libraries: planningfor the impact and growth to Shackel, B. fJ!.l:"NIJ-9: overview and appraisa!. London: British Library, 1991. (British
2003. London: Bowker-Saur, 1996. 'brary research paper, 82)
Buckland. M.K.: Lynch, C.A. National and international impliéations ofthe Linked Sto\í' , NhT: a report on its use for libraries. London, British Library Research and
Syscems Pro toco! for online bibliographic systems. Cataloging and classificalion velopment Department, 1990. (British Library research paper 77)
quarterly, v. 8, n. 314, p. 15-33. 1988. ck, B. Document delivery in an electronic wortd. lnterlending and document supp/y,
Campbell, R.M.; Stern. B. ADONlS: a new approach to documentdelivery. Microcompu- 25, n. 1, p. 11-17, 1997.
Y.
tersfor in/ormation managemenr, v. 4, n. 2, p. 87-107, 1987. uc W.: McKnight, C.; Hayer, M.; Archer, D. Project Quartel. London: British Libra-
Cawkell, A.E. Electronic document supply systems. Journal o/documentation, v. 4 7, n. 1990. (Library and information research report 76)
1,p.41-73, 1991. Tur er, F. Document ordering standards: the ILL protocol and Z39.50 item.arder. Libra-
Compier, H.; Campbell, R. ADONIS gathers momentum and faces some problems. /nter- ryhi-tech, v. 13, n. 3, p. 25-38, 1995.
lending and document supply, v. 23, n. 3, p. 22-25, 1995. w· r, M. EDI between libraries and their suppliers: requirements and first experien-
i
Cousins. S.A. COP AC: the new national OPAC service based on the CURL database. -Oased on the ED!LIBE project. Program, v. 31, n. 2, p. l l?-129, 1997.
Program,v.31,n.1,p. l-21. l997. man, J. Electroni~journal formats. Program, v. 30, n. 4, p. 319-343, 1996.
Dempsey. L. libraries networks and OS!: a review with a repari on North Anterican t
developments. Bath: UK Office for Library Networkíng, 1991. ' . .
Greenaway, J. Inter!ending and document supply in Australia: the way forward. Interlen-
ding and document supply, v. 25, n. 3. p. 103-107, 1997.
Harnard. S. lmplementing peer review on the net. ln: Peek, R.; Newby, G. (ed.) Acade-
n1ia and electronic publishing: confronting the year 2000. Cambridge, MA: MIT
Press, 1995, p. 121-132 (ASIS monograph)
Hyams, E.; Green, B. Bringing systems to book: EDI in the book world. library and
in/ormation briefings, 31, May 1992.
Kelly, P. !RIS: study in cooperation, collaboration and funding in the information field.
Seriais, v. 9, n. 3, p. 227-281, 1996.
Ker, M. NewsAgent for libraries. Vine, n. 104, p. 51-53, 1997.
"<&. /.
Índice
Nota. Todos os conceitos importantes são indexados, mas a indexação de nomes pró-
prios só ocorre quando se trata de estudos de casos, figuras ou outros elementos de
destaque. Quando os nomes de serviços de buscas em linha, bases de dados etc. são
citados apenas a título de exemplo, sua ocorrência no texto não é citada no índice.
ADONIS 376, 381 relacionais 127
agências de assinaturas 378-380, 386, 387 BASISPLUS 283-287
alavancas de comando 37 biblioteca
alerta, serviços de 300-309 digital 4
American Standard Code for Information eletrônica 3-21
Interchange 72-73 multimídia 4-5
análise e projeto de sistemas 131-134 virtual 4, 20-21
APPEAL 381 BIDS 375
aquisição, sistemas de 318-320, 330-331 BLAISE 374
ar-condicionado 143 (nota) BLCMP 348-352, 374
ARPANET 187-188 BLEND 381
arquitetura ampliada de cederrom 31 BNBMARC 373
arquiteturas de redes 61-63 botões e caixas de confirmação 98-99
arquivamento e conservação 18 British Library 373
arquivos l 07 Automated Information Service 374
de autoridade 124 Document Supply Centre 373
de imagens 73 British National Bibliography 373
invertidos 123-124 buscas
ASCII 72-73 buscas de amplitude 178
auto-atendimento 346-348 emlinha210-237
avaliação de sistemas 140-141 em múltiplos arquivos 179-180
no contexto 177-178
bases de dados !06-128 pelo usuário final 215-216
avaliação 224-226 . por intermediários 215-216
bibliográficos 11 O, 111, 113 por proximidade 177-178
buscas em linha 216-224
catalográficos 11 O cabo
de fontes l IO, 114 coaxial 59-60
definição 125 de cobre 59
de referências 109-119 de fibra óptica 60
de texto integral 11 O CAIRS 281 ·282
em cederrom 244-249 caixas
em rede 126 de conexão de cederrons 31, 241
estruturas 128 de confirmação e botões 98-99
externas 163-164, 166 de diálogo 98
hierárquicas 126 calefação e ventilação I 43
locais 163-164, 166 Cambridgeshire Libraries and
multimídia 11 O, 128 Information Services 206-208
orientadas a objetos: estruturas 128 campos 107-109
referenciais 11 O cartões magnéticos 37 ,., .
394 A BIBLIOTECA ELETRÔNICA ÍNDICE 395
CAS 307 comunicação de dados 54, 59-64 direito autoral 17 de sistemas 136-137
catalogação comutação discos estação de trabalho, projeto 26, 141-143
na publicação 379 de circuitos 58 compactos apagá•1eis 32 estilos de diálogo 93-103
sistemas de 320-322, 33 l de mensagens 58 compactos interativos 31 estratégias de buscas 180-181
catálogos em linha de acesso público de pacotes 58-59 magnéticos 30, 37-38 estrela: ciclo de vida 149-150
322-324 de redes 57-58 ópticos 30-31 estrutura
CCF 120 digital 59 ópticos apenas de leitura 31-32 da infonnação 71-73
CD ver cedê concentradores de redes 56 ópticos graváveis 32 de bases de dados 128
CD-E 32 configuração do computador 25-26 dispositivos Extended Binary Coded Decimal
CD-erasable 32 CONSER 371 de armazenamento 28-32 Interchange Code 72-73
CD-! 3 l conservação dos documentos 18 de captura de dados 32-38
CD-R 32 consórcios de bibliotecas 369-376 de entrada de dados 32-38 fax 67
CD-recordabfe 32 Consortium of University Research de saída 38-42 FDM 56
CD-ROM ver cederrom Libraries 375 Document Supply Center ver British · ferramentas de busca na Internet ver
cedê 31 consultas conjugadas 179-180, 283 Library · mecanismos de busca
apagável 32 consultores 144-145 documentação fibra óptica 60
de vídeo 32 controle bibliográfico 18 de programas 90 fios trançados de cobre 59
gravável 32 correio eletrônico 68 de sistemas 155 Firstsearch do OCLC 235-237, 371
cederrom 31, 32, 239-261 crachás magnéticos 3 7 dúplex completo 54-55 fita magnética 29-30, 37-38
bases de dados 244-248 criação de documentos 275-276 DVD 32 fluxo de trabalho 275
editoras 243-244 CURL 375 DV! 31 FonnatoComum de Comunicação 120
saida em 278 DYNJX 354 fonnatos
versus Internet 242 dados de registro 116-121
XA 31 lógicos e tisicas 125-126 EARL 374-375 MARC 117-119
Ceefax 67 proteção 17 EBCD!C 72-73 fonecedores de materiais de biblioteca
chaves de busca l 09 transmissão 54-64 EDI ver intercâmbio eletrônico de dados 378-380
'cibertecários' 364 De Montfort University 19-21 EDIL 373 fornecimento de documentos 366-391
ciclodevidadossistemas 131, 149, 150 definição de objetivos 134-135 EDD!S 372, 373 funções
C!P 379 desenvolvedor de sistemas 144 editoras de cederrons 243-244 de computadores 48-49
circulação, sistemas de 324-328, 332 desenvolvimento de sistemas 131-134 Electronic Access to Resources in de serviços de buscas em linha 211-
classificação por ordem de relevância devedê 32 Libraries 374-375 212
173-174, 195 diagramas Electronic Journa! Navigator 384 de sistemas de gerenciamento de
cliente-servidor 45 de fluxos de dados 147 ELVYN 381 bibliotecas 339-344
clubes de usuários 91 de relações entre entidades 147 e-mail 68 de sistemas de recuperação de
códigos hierárquicos 14 7 empresa em rede 17 informação 166-167
ASCII 72-73 D!ALOG 217, 218, 228, 229 empréstimo entre bibliotecas 334-335 do mercado 13-15
de barras 35 diálogo 93-103 entrada de dados dos participantes e interessados
de máquina 75 baseado na voz 100 por telefone 38 3, 14-15, 368
de montagem 75 · caixas de 98 por voz 36-37
EBCDIC 72 componentes do 93-103 remota 44 GEAC 354-356
COM 39-40 em linguagem natural 99-100 EPROM 28 gerenciamento
comissão de gerenciamento do projeto estilos de 93-103 equipamento 24-46 de bibliotecas 315-365
143-144 por meio de perguntas e respostas 96 ergonomia 141-143 de sistemas de infonnação 130-158
componentes do diálogo 93-103 por meio do preenchimento de escâneres de imagens 36 globalização 16
computador (equipamento) 24-46 formulário 97, 194 esferas de rastreamento 37 gráficos hierárquicos 147
configuração 25-26 dicionários de dados 147 especificação grava uma vez lê muitas vezes 32
de grande porte 48-50 Digital Video Interactive 31 de requisitos operacionais 136-137 grupos de usuários 91
396 A BIBLIOTECA ELETRÓNICA ÍNDICE 397
GU!s ver interfaces gráficas publicação na 265-266, 277 MARC 108, 117-119, 121 navegadores da Rede 192-193
intranets 201-203, 277 mecanismos de buscas 191-196 normas
hardware ver equipamento IPSS 59 meios de transmissão 59-61 de protocolo 61-63
Heritage IV 352-354 !SI 112-113, 299-300 memória de redes 61-63
hipertexto 192 apenas de leitura 27 notebook 51
hipervínculos 180, 192 janelas 98 de acesso aleatório 27 notificação corrente 300-309
históricos da vida das entidades 147 JANET 375 principal 27 números de registro
hospedeiros em tinha 215~238 Joint Academic Network 375 programável apenas de leitura 27-28 de documentos 327-328
HTML 192 joysticks 37 programável, apagável, apenas de de usuários 327-328
HTTP 192 jukeboxes 241 leitura 28
hyperlinks ver hipervínculos mercado objetivos
/aptap 51 de informação 13-15 definição 134-135
ícones 97. 99 LASER 374-375 de sistemas de gerenciamento de projeto de sistemas 133-136
iluminação 142 leitoras bibliotecas 338 objetos 73
implementação 138-140 de códigos de barras 35 Merck, Sharp and Dohme 289-291 OCLC 235-237, 371
impressoras 39-40 ópticas de marcas 35 mesas gráficas 37 OCR 34-35
indexação de citações 299-300 Library and Infonnation Commission 12- metadados 121-122, 193 0MR35
índices 13 metalnformações 360 DPACs ver catálogos em linha de acesso
articulados de assuntos 296-297 Library ofCongress 370-371 metodologias público
baseados em manipulação de seqüên- linguagem de marcação de hipertexto 192 de projeto de interfaces multimídia Open Systems Interconnection (OS!) 61-
cias 296 linguagens de buscas 168-171, 227 151-152 62
impressos 292-300 linguagens de comandos 93-94, 228-230 de sistemas 145-155 Oxford University 235-237
KWJC, KWOC, KWIT e KWAC 293-295 linguagens de indexação 168-169, 227 de infonnação 145-155
PRECIS 297-299 controladas 169-170 estruturadas 147-149 pacotes de
rotados de assuntos 299-300 livres 170-171 holísticas 149-150 apresentação audiovisual 86-87
sue 299 íl<!-turais 170 orientadas a objetos 150-151 de programas 82-91
informação linguagens de programação 74-79 MICR 34 padrões 17-18
comunitária 345-346 de alto nível 76-77 microcomputadores 50-51, 52 de emprego 16-17
estratégica 152-153 de quarta geração 77- 78 portáteis 51 pafmtop 51
infonnações gerenciais 333-334 de terceira geração 76-77 microprocessadores RISC 28 participantes e interessados 3, 14-15, 368
INSIGHT 268 orientadas a objetos 78-79 microondas 60 periódicos eletrônicos 375-376, 380-385
Institute for Scientific Information LINK 381-382 MIMO 50 Personal Library Software 267, 268, 269,
112-113, 299-300 links ver vínculos minicomputadores 50, 52 304
integração em escala muito grande 27 lista de palavras proibidas 273, 293 modelo de dados 125 planejamento estratégico de sistemas de
intercâmbio eletrônico de dados 68. 380 listas enlaçadas unidirecionais 122-123 modems 57 informação 152-154
interconexão de sistemas abertos 61-62 lógica de buscas 171-175 modos PLS 267, 268, 269, 304
interfaces 92-103, 167-168, 228-230, booleana 171-175 de processamento 42-45 pobres em informação, ricos em informa-
232-233, 286 de maior coincidência 173-175, 194 de sincronização 55-56 ção 17
baseadas em menus 94-96 de transmissão 56 ponderação das buscas 173-174
coloridas 1O1, 102, 103 monitores 40 pré-armazenamento temporário de
de cederrons 250-251 manches 37 mouse 37 provisão [pre-caching] 241-242
gráficas 97-99 Manchester Metropolitan University mudança 140 PRECIS 297-299
multimídia l 00-1 OJ 256-261 multiplexação 56 Prestei 67
intermediários 215-216 manipulação direta e interface 97 por divisão de freqüência 56 processador 27
Internet 187-209 manipulação de seqüência: índices por divisão de tempo 56 processadores paralelos 50
cederrom versus Internet 242 impressos 298 multiprogramação 44 processamento
estrutura 204-205 manutenção de sistemas 155-156 multitarefa 44 distribuído 44-45
398 A BIBLIOTECA ELETRÔNICA ÍNDICE 399