Apostila Ondas e Antenas
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SUMÁRIO
1. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS..................................................................3
1.1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3
1.1.1. Efeitos da Corrente Elétrica........................................................................................3
1.1.2. Campo Magnético......................................................................................................3
1.2. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS.....................................................................................................3
1.2.1. Leis de Maxwell .........................................................................................................4
1.3. A GERAÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS.............................................................................5
1.4. CARACTERÍSTICAS DA ONDAS ELETROMAGNÉTICAS.....................................................................7
1.4.1. Espectro Eletromagnético..........................................................................................8
1.5. CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS RADIAÇÕES...........................................................................9
1.5.1. Ondas de Superfície ..................................................................................................9
1.5.2. Ondas Ionosféricas ..................................................................................................10
1.5.3. Ondas Diretas ou de Visada Diretas.........................................................................10
1.5.4. Ondas Difratadas......................................................................................................11
1.5.5. Ondas Espalhadas...................................................................................................11
1.6. CLASSIFICAÇÃO POR USO........................................................................................................12
1.6.1. Ondas de rádio Propriamente Ditas..........................................................................12
1.6.2. Ondas de TV............................................................................................................12
1.6.3. Microondas...............................................................................................................12
1.6.4. Luz visível.................................................................................................................13
1.6.5. Raios X.....................................................................................................................13
1.6.6. Raios Gama.............................................................................................................14
1.7. CLASSIFICAÇÃO POR FREQÜÊNCIA...........................................................................................15
1.8. EXERCÍCIOS...........................................................................................................................17
2. ANTENAS.........................................................................................................20
2.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................20
2.2. IMPORTÂNCIA DAS ANTENAS...................................................................................................21
2.2.1. Comprimento de Onda.............................................................................................22
2.2.2. Diagrama de Irradiação............................................................................................22
2.2.3. Antena Isotrópica......................................................................................................23
2.3. GANHO DE UMA ANTENA........................................................................................................23
2.3.1. Coeficiente de Onda Estacionária............................................................................24
2.4. ANTENA DIPOLO....................................................................................................................25
2.4.1. Antena Dipolo Dobrado............................................................................................26
2.4.2. Como Instalar uma Antena Dipolo para HF..............................................................26
2.5. ANTENAS – OUTROS MODELOS...............................................................................................27
2.5.1. Dipolos de Meia-Onda..............................................................................................28
2.5.2. Dipolos Bobinados/Multibanda.................................................................................28
2.5.3. Long Wire/Unifilar.....................................................................................................28
2.5.4. Windon/Zeppelin/G5RV............................................................................................28
2.5.5. Vertical ¼ de Onda...................................................................................................29
2.5.6. Vertical Multibanda Bobinada...................................................................................29
2.5.7. Loop Onda Completa...............................................................................................29
2.5.8. Antenas com Elementos Parasitas (Yagis, Quagis, quadra cúbica).........................29
2.5.9. Yagis Multibanda......................................................................................................30
2.5.10. Log Periódica.........................................................................................................30
2.5.11. Beverage................................................................................................................30
2.5.12. Cornetas, Discos, Guias de Onda..........................................................................30
1. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
1.1. Introdução
1.1.1. Efeitos da Corrente Elétrica
Na passagem de uma corrente por um condutor observam-se alguns efeitos, que
veremos a seguir.
Efeito térmico ou efeito Joule: Qualquer condutor sofre um aquecimento ao ser
atravessado por uma corrente elétrica. Esse efeito é a base de funcionamento dos
aquecedores elétricos, chuveiros elétricos, secadores de cabelo, lâmpadas térmicas etc.
Efeito luminoso: Em determinadas condições, a passagem da corrente elétrica através
de um gás rarefeito faz com que ele emita luz. As lâmpadas fluorescentes e os anúncios
luminosos. são aplicações desse efeito. Neles há a transformação direta de energia
elétrica em energia luminosa.
Efeito químico: Uma solução eletrolítica sofre decomposição, quando é atravessada por
uma corrente elétrica. É a eletrólise. Esse efeito é utilizado, por exemplo, no
revestimento de metais: cromagem, niquelação etc.
Efeito magnético: Um condutor percorrido por uma corrente elétrica cria, na região
próxima a ele, um campo magnético. Este é um dos efeitos mais importantes,
constituindo a base do funcionamento dos motores, transformadores, relés etc.
Este último é o que nos desperta interesse de estudo. Vemos que a corrente elétrica
pode produzir um campo magnético.
1.1.2. Campo Magnético
"Campo magnético é toda região ao redor de um imã ou de um condutor percorrido por
corrente elétrica."
Os pólos magnéticos de mesmo nome se repelem e de nomes contrários se atraem. Se
seccionarmos um imã ao meio, surgirão novos pólos norte e sul em cada um dos pedaços,
constituindo cada um deles um novo imã.
"Segure o condutor com a mão direita de modo que o polegar aponte no sentido da
corrente. Os demais dedos dobrados fornecem o sentido do vetor campo magnético, no
ponto considerado. (Regra da mão direita)".
µ .i
B=
2π .r
sendo: B é a intensidade do vetor campo magnético em um ponto (T); µ a permeabilidade
magnética do meio ( µ 0 = 4 π .10-7 Tm/A no vácuo); r é a distância do ponto ao fio (m).
A unidade de B no SI é o Tesla (T). Mas o que se deve notar é que uma campo
magnético variável produz um campo elétrico. Isto é, a partir do campo magnético podemos
produzir o elétrico, e o inverso também.
Essas radiações são tão importantes que deram origem a uma nova ciência, a
Radioastronomia, que se preocupa em captar e analisar essas informações obtidas do
espaço através de ondas. Há ainda as fontes terrestres de radiação eletromagnética: as
estações de rádio e de TV, o sistema de telecomunicações à base de microondas, lâmpadas
artificiais, corpos aquecidos e muitas outras.
A primeira previsão da existência de ondas eletromagnéticas foi feita, em 1864, pelo
físico escocês, James Clerk Maxwell . Ele conseguiu provar teoricamente que uma
perturbação eletromagnética devia se propagar no vácuo com uma velocidade igual à da luz.
E a primeira verificação experimental foi feita por Henrich Hertz, em 1887. Hertz
produziu ondas eletromagnéticas por meio de circuitos oscilantes e, depois, detectou-se por
meio de outros circuitos sintonizados na mesma freqüência. Seu trabalho foi homenageado
posteriormente colocando-se o nome "Hertz" para unidade de freqüência.
1.2.1. Leis de Maxwell
Maxwell estabeleceu algumas leis básicas de eletromagnetismo, baseado nas já
conhecidas anteriormente, como a Lei de Coulomb, a Lei de Ampère, a Lei de Faraday, etc.
Na realidade , Maxwell reuniu os conhecimentos existentes e descobriu as correlações
que havia em alguns fenômenos, dando origem à teoria de que eletricidade, magnetismo e
óptica são de fato manifestações diferentes do mesmo fenômeno físico.
O físico inglês Michael Faraday já havia afirmado que era possível produzir um campo
a partir de um campo magnético variável.
Ao crescerem as cargas das placas, o campo elétrico aumenta, produzindo uma campo
magnético (devido a variação do campo elétrico).
Embora Maxwell tenha estabelecido quatro equações para descrever os fenômenos
eletromagnéticos analisados, podemos ter uma noção de sua teoria baseados em duas
conclusões:
Um campo elétrico variável no tempo produz um campo magnético.
Um campo magnético variável no tempo produz um campo elétrico.
Na extremidade da antena existe um fio ligado pelo seu centro a uma fonte alternada
(que inverte o sentido a intervalos de tempo determinados). Num certo instante, teremos a
corrente num sentido e, depois de alguns instantes, a corrente no outro sentido.
ou
(valor exato)
que é igual a velocidade da luz. Nisso Maxwell se baseou para afirmar que a luz também é
uma onda eletromagnética. Podemos resumir as características das ondas eletromagnéticas
no seguinte:
São formadas por campos elétricos e campos magnéticos variáveis.
O campo elétrico é perpendicular ao campo magnético.
São ondas transversais (os campos são perpendiculares à direção de propagação).
Propagam-se no vácuo com a velocidade "c" .
Podem propagar-se num meio material com velocidade menor que a obtida no vácuo.
Com isto, o campo elétrico E ao redor do fio em um certo instante estará apontando
num sentido e, depois, no sentido contrário.
Esse campo elétrico variável E irá gerar um campo magnético B, que será também
variável. Por sua vez, esse campo magnético irá gerar um campo elétrico. E assim por
diante. Cada campo varia e gera outro campo que, por ser variável, gera outro campo: e
está criada a perturbação eletromagnética que se propaga através do espaço, constituída
pelos dois campos em recíprocas induções.
`
De maneira geral, sua propagação é similar à uma onda produzida na superfície de um
lago. A grande diferença é que as ondas em um lago se propagam de maneira longitudinal
(oscilações estão na direção de propagação), enquanto as ondas eletromagnéticas são
transversais (oscilações perpendiculares à direção de propagação). Também a direção do
campo elétrico e magnético são perpendiculares entre si em uma onda eletromagnética.
Quando nenhum obstáculo está presente, a onda eletromagnética se propaga
livremente, dizemos assim que a propagação se dá no espaço livre. As ondas se
propagando no espaço livre espalham sua energia de maneira uniforme em todas as
direções como uma fonte pontual.
1.6.3. Microondas
Microondas correspondem à faixa de mais alta freqüência produzida por osciladores
eletrônicos. Freqüências mais altas que as microondas só as produzidas por oscilações
moleculares e atômicas.
As microondas são muito utilizadas em telecomunicações. As ligações de telefone e
programas de TV recebidos "via satélite" de outros países são feitas com o emprego de
microondas.
1.6.5. Raios X
Os raios X foram descobertos, em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Röntgen. Os raios
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Ondas e Antenas 14
X têm freqüência alta e possuem muita energia. São capazes de atravessar muitas
substâncias embora sejam detidos por outras, principalmente pelo chumbo.
Esses raios são produzidos sempre que um feixe de elétrons dotados de energia
incidem sobre um obstáculo material. A energia cinética do feixe incidente é parcialmente
transformada em energia eletromagnética, dando origem aos raios X.
Os raios X são capazes de impressionar uma chapa fotográfica e são muito utilizados
em radiografias, já que conseguem atravessar a pele e os músculos da pessoa, mas são
retidos pelos ossos.
1.8. Exercícios
1. Comparadas com a luz visível, as microondas tem:
(A) velocidade de propagação menor no vácuo.
(B) fótons de energia maior.
(C) freqüência menor.
(D) comprimento de onda igual.
(E) comprimento de onda menor.
2. A tabela mostra os comprimentos de onda de três ondas eletromagnéticas.
Ondas λ
X 10
Y 5.000
Z 10.000
Para essas três ondas, qual a alternativa correta ?
(A) No vácuo, a velocidade de propagação da onda X é menor do que a da onda Y.
(B) A energia de um fóton da onda Z é maior do que a de um fóton da onda X.
(C) A energia de um fóton da onda Y é igual à de um fóton da onda X.
(D) No vácuo, as três ondas têm a mesma freqüência.
(E) A freqüência da onda X é maior do que a da onda Y.
3. A velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas no ar é de aproximadamente
(A) 1 - 2 - 3
(B) 1 - 3 - 2
(C) 2 - 1 - 3
(D) 2 - 3 - 1
(E) 3 - 2 - 1
12. Selecione a alternativa que, pela ordem preenche corretamente as lacunas:
Uma onda transporta ....... de um ponto a outro do espaço No vácuo, todas as ondas
eletromagnéticas possuem mesma .........As ondas sonoras propagam-se em uma direção .......... a
direção das vibrações do meio
(A) energia - freqüência - paralela
(B) matéria - velocidade - perpendicular
(C) energia - amplitude - perpendicular
(D) matéria - intensidade - paralela
(E) energia - velocidade - paralela.
2. ANTENAS
2.1. Introdução
As antenas são dispositivos destinados a transmitir ou receber ondas de rádio. Quando
ligadas a um transmissor (de rádio, TV, radar, etc.) convertem os sinais elétricos em ondas
eletromagnéticas. Quando ligadas a um receptor, captam essas ondas e as convertem em
sinais elétricos que são amplificados e decodificados pelo aparelho receptor (de rádio,
televisão, radar, etc.).
13 dB = 10 dB + 3 dB = 10 x 2 = 20 vezes
16 dB = 10 dB + 3 dB + 3 dB = 10 x 2 x 2 = 40 vezes
26 dB = 10 dB + 10 dB + 3 dB + 3 dB = 10 x 10 x 2 x 2 = 400 vezes
e assim por diante.
Como podemos perceber, é até mais fácil do que usar a calculadora e com um pouco
de prática pode ser feito até de cabeça. Não devemos, porém, confundir os dB de potência e
de tensão. Este último é dado por outra relação semelhante, expressa pela seguinte
equação:
V2
N(dB) = 20 log
V1
Voltando às antenas, podemos aplicar esse conceito ao que já vimos. Como referência
podemos usar qualquer valor, mas na prática consagrou-se o uso do isotrópico ou do dipolo
meia onda.
Se compararmos a antena com uma fonte de luz, a antena isotrópica eqüivaleria a uma
lâmpada que ilumina igualmente a superfície interna de uma esfera que a envolve. Já uma
antena direcional, que irradia preferencialmente em uma dada direção, seria comparada com
uma lanterna que ilumina somente uma parte da área da esfera considerada.
Podemos então perceber que um modo de medir o ganho seria dividir a área total da
esfera pela área "iluminada" pela antena. Quanto menor for essa área, maior o quociente e
tanto maior o ganho. Como a luz da lanterna não ilumina só aquela área, mas sim uma área
difusa, sem contornos definidos, foi escolhida a área iluminada a meia potência como aquela
que seria usada como referência.
Quando comparamos a área total com a área referenciada estamos fazendo a
comparação entre uma antena real e o isotrópico, e isso deve ser observado. No caso de
usar o dipolo meia onda como referência, teríamos diferentes áreas, o que daria números
diferentes para o mesmo valor do ganho. Por isso é importante indicar em qual referência o
ganho é dado.
2.3.1. Coeficiente de Onda Estacionária
Toda antena tem uma determinada impedância, que é igual à resistência de irradiação
mais uma componente reativa, acontecendo o mesmo com os cabos coaxiais (ou outra linha
de transmissão qualquer), só que esses não apresentam a parte reativa. Acontece que se
não houver casamento entre a impedância da antena e a do cabo, ao alimentarmos tal
conjunto com um sinal de radiofreqüência, teremos um efeito que se chama onda
estacionária, efeito esse que será tanto maior quanto maior for o descasamento entre o cabo
e a antena.
Um dipolo ou outro tipo qualquer de antena apresenta uma certa impedância entre
seus terminais na freqüência de ressonância. Vamos considerar que nesse ponto sua
impedância esteja perfeitamente casada com a do cabo. Se mudarmos um pouco a
freqüência do sinal para cima ou para baixo em relação à freqüência de ressonância, a
impedância da antena também será alterada ocasionando assim um descasamento entre ela
e o cabo de alimentação, o que nos leva a um aumento do coeficiente de ondas
Para uso omni-direcional, o dipolo deverá ser montado verticalmente, com o centro do
cabo coaxial alimentando o fio que fica para o alto.
A figura 1 mostra a antena usada com uma conexão simples a um cabo coaxial de
75 Ohms. Como a impedância característica de uma antena dipolo de ½ L é
aproximadamente de 75 Ohms, pode-se ligar a mesma diretamente ao radio. Claro que, se
trata de uma alternativa, mas pode alimentar o dipolo diretamente com o cabo de 50 Ohms.
A figura 2 mostra o dipolo com um balun de 1:1 (transformador
equilibrado/desequilibrado) inserido no centro da antena. Este é o método preferido de
construção, e normalmente tem uma melhor performance que o método de isolador central
previamente mostrado.
A impedância a um determinado ponto na antena é determinada pela relação da
voltagem pela corrente àquele ponto. Por exemplo, se tiver 100 V e 1.4 A de RF a um ponto
especificado em uma antena e se elas estiverem em fase, a impedância seria
aproximadamente 71 Ohms.
O tamanho de uma antena dipolo de ½ L depende do diâmetro do condutor utilizado,
bem como da distancia da antena com relação ao solo e outros, onde o ideal seria acima de
½ L em metros.
O Dipolo Dobrado é outra variação do Dipolo de 1/2 onda, mas tem uma banda
passante um pouco maior quando comparada a um Dipolo de 1/2 onda. Há dois modos
principais para construir a antena conforme mostrado acima.
A figura 1 mostra o Dipolo Dobrado construído de arame. O raio dos fins realmente não
importa muito, mas o que é importante é que a antena é alimentada com tira de 300 Ohms.
Isto é porque o Dipolo Dobrado, como todos o outros dipolos, é uma antena equilibrada e
tem um impedância de cerca de 250 ohms. Novamente, como todos os dipolos, um balun
alimentado com cabo coaxial pode ser usado, mas ao contrário do dipolo de 1/2 onda ou o V
"Invertido", devem ser usados um balun de 4:1 e cabo coaxial de 75 Ohms.
A figura mostra o método preferido de construção, com alimentador de 300 Ohms que
é usado para a própria antena. Isto é porque é mais fácil de utilizar no cumprimento a
mesma fita geminada. Não há nenhuma dificuldade com manter os dois comprimentos da
antena separadamente, e eles sempre manterão na posição relativo para um ao outro.
Como a maioria dos radioamadores tem um acoplador de antena é muito mais barato,
(muito mais simples) utilizar a fita geminada de 300 Ohms na antena e na descida e fica
mais leve a montagem final da antena.
2.4.2. Como Instalar uma Antena Dipolo para HF
A instalação desse tipo de antena é muito fácil, mas deve-se ter alguns cuidados para
evitar campos parasitas e valores de ROE indesejáveis. Como ela é uma das mais usadas,
vale a pena nos aprimorarmos um pouco mais no assunto.
A primeira coisa a fazer é o cálculo do comprimento da antena pelas equações vistas
anteriormente. Por exemplo, para calcularmos um dipolo que funcione em 7060 MHz, temos:
L = 1/2 = 142,5 /7,060 (MHz) = 20,18 metros
Feito isso, o próximo passo é a escolha do fio a ser empregado. Na maioria das vezes
o que se costuma fazer é utilizar uma bitola de fio que sirva para os casos mais freqüentes,
ou seja, casos em que temos potências envolvidas relativamente pequenas. Essa bitola
pode ser 12 ou 14 AWG para potências de até 1 kW (1000 watts). Estações de
radioamadores, faixa do cidadão e alguns serviços comerciais se enquadram perfeitamente
nessa categoria. Os QRPistas não enfrentam tal problema, mas a bitola do fio maior será
interessante, pois assegura boa resistência mecânica. Utilize preferencialmente o fio
12 AWG, pode ser encapado mesmo.
A maneira tecnicamente correta de se instalar um dipolo de 1/2 onda é pendurá-lo por
suas extremidades, deixando o cabo coaxial sair em ângulo reto para baixo de seu centro ou
então prendê-lo em sua parte central pelo isolador, fazendo com que as duas metades
formem um V invertido, num ângulo de 90 graus. Essa configuração chama-se justamente V
invertido.
Qualquer que seja a configuração escolhida, vemos que o fio ficará tracionado, o que
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acabará por alongá-lo, principalmente porque a liga geralmente empregada nos condutores
não é pura. Devemos então compensar um pouco esse efeito, alongando um pouco o fio
antes de fazer a antena. Isso evitará que com o passar do tempo o próprio peso do cabo
coaxial acabe por deformar o dipolo. Para alongá-lo , amarra-se uma das pontas do fio a ser
usado em uma árvore ou poste, e por meio de um apoio amarrado na outra ponta puxa-se o
fio até que tenhamos um alongamento de uns 5% do tamanho original.
Um outro detalhe, posso mesmo utilizar fio encapado? Sim, não há motivo para
preocupação, pois tanto o fio encapado como esmaltado se prestam igualmente a isso. O
único detalhe é que no caso do fio esmaltado devemos raspá-lo antes de soldá-lo.
Quando efetuar a soldagem, procure raspar bem todas superfícies antes de juntá-las
para a solda. Uma boa idéia seria a de dar uma estanhada nos dois lugares antes de uni-los,
para garantir que a solda faça contato quando as superfícies são bem limpas.
Depois de esticar o fio, com auxílio de uma trena medimos o comprimento l e, deixando
uma certa folga (mais ou menos 1 metro) para ambos os lados, cortamos o fio no seu ponto
central.
O cabo coaxial deverá ter a sua extremidade desencapada (capa preta de vinil) uns
cinco centímetros; a malha deve ser desfiada e agrupada como um único condutor. O
condutor central deverá ter o isolante do coaxial removido um centímetro a partir da ponta,
soldando-se a malha e o fio interno do coaxial num dos extremos de cada fio utilizado um
isolador central que pode ser comprado em casas especializadas ou feito de madeira ou
plástico.
Como último detalhe temos as pontas extremas da antena. poderemos usar castanhas
de cerâmica ou isoladores de material plástico, vendido em casas do ramo.
A antena está pronta para ser instalada entre dois pontos previstos para essa
finalidade. Não devemos esquecer que essa é uma antena direcional e que o máximo
desempenho, tanto na transmissão como recepção, se dá nas direções perpendiculares ao
eixo do fio condutor.
2.7.1. Considerações
Na escolha do modelo de antena mais adequado para a sua aplicação wireless, alguns
cuidados devem ser considerados fortemente, pois o sucesso do projeto depende
fundamentalmente do sistema irradiante.
Distância: A antena a ser escolhida deve cobrir uma distância maior que a aplicação
necessária. Caso seja utilizada uma antena operando em sua capacidade máxima,
(a) Campo devido ao radiador isotrópico , (b) campo devido ao radiador isotrópico.
Se for usado uma antena com ganho G1 na última equação será:
30 Pt G t
E rms = (V/m)
r
O valor de pico do campo é dado por:
60 Pt G t
E pico = (V/m)
r
e o valor instantâneo é dado por:
60 Pt G t 60 Pt G t
E= cos ω ( t − r / c) = cos(ω t − k / c)
r r
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onde k = ω / c = 2π / λ .
Uma fórmula mais conveniente para expressar a equação dos campos seriam:
173 Pt kw G t
E rms = (mV/m)
rkm
245 Ptkw G t
E pico = (mV/m)
rkm
As equações acima nos dão a intensidade do campo elétrico a uma distância r do
transmissor.
Em um enlace de rádio é conveniente calcular a potência recebida. Os dados do
problema são normalmente: freqüência de transmissão f, distância do enlace r, o ganho da
antena transmissora Gt, o ganho da antena receptora Gr e a potência de transmissão Pt
Na teoria das antenas existe uma relação entre área efetiva da antena e ganho da
mesma que é dado por:
Gλ 2
A eff = (m2) – área efetiva da antena
Aπ
A área efetiva Aeff é aquela sob a qual a antena recebe a energia vindo da onda
eletromagnética. Para o caso de antenas em abertura como é o caso da antena parabólica a
área efetiva é aproximadamente igual a área física (A) da parábola, e depende da eficiência
da antena, A área efetiva e dada por, Aeff = ρA, onde ρ é a eficiência.
Considerando agora uma antena receptora localizada em um ponto qualquer, a
densidade de potência neste ponto é dada por:
Pt G t
Sr = 2
(W/m2) – densidade de potência
4π r
A potência na recepção é dado por:
Pr = Sr Aeffr – potência na recepção
sendo:
Gr λ 2
A effr =
4π
é a área efetiva da antena receptora. Substituindo as duas últimas, em S r :
Pt G t G r λ 2
Pr = (W) – potência na recepção
(4π r) 2
ou ainda
Pr G t G r λ 2
= (W) – relação de potência
Pt (4π r) 2
Podemos definir a perda de transmissão Lfs como:
2
4π r 1
L fs = - perda da transmissão
λ Gt Gr
e perda básica ou perda básica no espaço livre como:
2
4π r
L b (fs ) = - perda no espaço livre
λ
A equação de relação de potência pode se ser expressa em decibels:
Nas próximas figuras são mostrados alguns dos modelos de antenas mais usados nos
diversos serviços de comum.
Aqui nota-se a posição dos quatro elementos que formam o terra em um ângulo de 45
graus em relação ao mastro. Desta forma, a impedância é de 50 ohms.
3.5.2. Projeto: Antena Direcional de 4 Elementos
Este projeto é mais indicado para aqueles que já detêm uma certa experiência em RF,
visto que o bom desempenho vai depender fundamentalmente dos ajustes. Trata-se de uma
antena direcional formada por quatro elementos cujo ganho é de 5 dB. O acoplador é do tipo
Gama Match o que garante uma ótima transferência de sinal e o correto ajuste da
impedância que deve ser de 50 ohms. A potência máxima para esta antena é de 100 W. A
seguir encontra-se o esquema elétrico.
Como você pode observar, existe um conector que recebe o sinal do cabo e o aplica à
antena. O pino central é ligado a um trimmer de 0 - 60 pF que por sua vez é ligado ao
elemento irradiante através de um tubo de menores proporções. Este conjunto forma o
Gama Match. Note que os elementos são aterrados, inclusive o irradiante. Todos são ligados
à gôndola metálica que é ligada ao terra do conector. Na próxima figura é possível ver como
fica a antena montada.
Observe as conexões dos elementos e do Gama Match. Os elementos são fixados por
meio de parafusos. Abaixo o Gama Match é visto em detalhes.
O forno de microondas não fornece calor, ele atua exclusivamente sobre as moléculas
de água dos alimentos. Alimentos secos ou recipientes não são aquecidos pelo microondas,
embora, com o tempo, o alimento aquecido possa aquecer o recipiente por condução.
As microondas têm alta capacidade de penetração na comida, o que possibilita o
cozimento por dentro e não a partir da superfície, como ocorre nos fornos convencionais.
Além disso, não fazem vibrar as moléculas de vidro ou plástico, que não se aquecem no
interior do forno.
Como as moléculas de água dos alimentos têm uma carga elétrica diferente em seus
pólos, giram com a polaridade variável (direção) do campo elétrico. A fricção entre as
moléculas giratórias produz calor e assim cozinha os alimentos.
Os recipientes metálicos não podem ser usados num forno de microondas porque o
metal refletirá as ondas, impedindo que cheguem até o alimento.
É importante lembrar que o nosso organismo tem alta porcentagem de água e pode ser
seriamente prejudicado pelas radiações dos fornos de microondas. No entanto esses
aparelhos são blindados, isto é, as radiações, produzidas internamente, não atravessam
suas paredes. É colocada uma grade de metal junto ao vidro da porta: os espaços entre as
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malhas dessa grade são menores que as microondas. Além disso, as portas possuem um
mecanismo de segurança que impede a sua abertura durante o funcionamento.
Como essas ondas eletromagnéticas (microondas) se propagam na atmosfera de
forma praticamente retilínea, elas são amplamente utilizadas nas telecomunicações, como
na transmissão de sinais de televisão via satélite ou na troca de mensagens telefônicas de
uma cidade para a outra.
4.2. Radar
Muito tempo antes da invenção do radar já se conhecia o princípio da reflexão de
ondas de rádio, que teve grande importância nos primeiros estudos das camadas ionizadas
da atmosfera superior. Foi na década de 30 que o radar começou a ser usado para descobrir
e localizar objetos longínquos pela reflexão de ondas de rádio, principalmente por
necessidades militares. Para preparação de defesa, era necessário ter conhecimento dos
ataques aéreos muito tempo antes de os aviões serem vistos ou ouvidos.
O princípio da reflexão aproveitado pelo radar é basicamente muito simples. Pode-se,
por exemplo, fazer uma comparação com o fenômeno da reflexão acústica: as ondas
sonoras refletidas por um edifício, montanha ou qualquer outro obstáculo, são recebidas
pelo observador após um pequeno intervalo de tempo. Se a velocidade com que as ondas
sonoras se deslocam é conhecida, pode-se determinar a distância da superfície refletora
medindo-se o intervalo de tempo entre o som inicial e seu eco.
O som ouvido por um observador tem sua freqüência aumentada ou reduzida conforme
a aproximação ou o afastamento da fonte que o produz. Este fenômeno, conhecido como
efeito Doppler, também ocorre com ondas de rádio; a freqüência de um sinal refletido estará
acima ou abaixo da freqüência do pulso emitido se o alvo estiver se aproximando ou se
afastando.
O efeito Doppler pode ser aproveitado de várias maneiras no radar. Em um radar de
busca, por exemplo, serve para cancelar a presença de alvos fixos, como casas, árvores ou
colinas. Sendo captados somente os alvos de grande mobilidade. No transito serve para
determinar a velocidade de um carro.
Atualmente os radares são usados no controle de tráfego aéreo, navegação, sistemas
antiflogísticos, detecção de intempéries e nas viaturas policiais.
4.3. Radioastronomia
A radioastronomia se desenvolveu principalmente depois do avanço do sistema
computacional ocorrido nas últimas décadas, possibilitando o armazenamento e
manipulação de um grande número de dados colhidos pelos radiotelescópios terrestres e
satélites lançados pelo homem.
Além disto, o ar faz diminuir a velocidade das ondas eletromagnéticas, retardando seu
tempo de chegada. Este atraso e inclinação dependem de uma série de fatores, dentre eles
destacam-se a pressão e umidade do ar e o ângulo de incidência do feixe de ondas, o qual
sofre um desvio maior para ângulos pequenos. As variações atmosféricas podem ser
mapeadas através do uso em conjunto de diversos radiotelescópios como o projeto
atualmente desenvolvido em Maryland-Virginia no Goddard Geophysicla and Astronomical
Observatory.