Revista-2 (1956)
Revista-2 (1956)
Revista-2 (1956)
Ano 2 N°. 2
TIPOGRAFIA IMPERIAL-CRATO
1956
BANCO CAIXEIRAL DO CRATO
( SOCIEDADE COOPERATIVA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA)
Rua Dr. João Pessoa, S /N
Ch a t o — c e a r a
C A P I T A L . . . . . . . . . . . . . . Ci$ 1.814.480,11
R E S E R V A S . . . . . . . . . . . . . . Cr $ 1.096.909,20
Operações de Crédito Ativo
Empréstimos populares avalizados. Descontos de notas
promissórias de letras de câmbio internas, de bilhetes de
mercadorias, de conhecimentos, duplicatas, etc.
D E P Ó S IT O S PO PU LA RES.
D E F Ó S IT C S A PRAZO F lX O .
O perações A c e s s ó 'i a s
IT A Y T E R A
ÜRGÁO DO
Ano 2 r. 2
TIPOGRAFIA IM PERIAL-CRATO
1956
INSTITUTO CULTURAL 00 CARIRI
Fundado em 17 de outubro de 1953
Diretoria de 1956
J. de Figueiredo Filho
Otacílio Anselmo e Silva
Francisco de Sousa Nascimento
de seus colaboradores.
A Jornada Prossegue, Incentivada
Pelas PrímeírasVítórías
Foi o aparecimento do ptimeiro número de «ITA Y TER A »
autêntica vitória para o Instituto Cultural do Cariri. Fomos recebidos
com os aplausos unânimes da imprensa e da crítica literária nordes
tinas. Esgotou-se a edição em poucos dias, não mais nos permitindo
atender os inúmeros pedidos de exemplares que chegaram a esta re
dação de diversas paragens. Tudo isso nos animou para o prosse
guimento da jornada que iniciámos no ano passado, um tanto ou
quanto receiosos-
O segundo número de «ITA Y TER A » ainda possui maior
quantidade de páginas do que o inicial e sua colaboração está firma
da por valores reais do Cariri, não só residente nesta privilegiada
região, como por muitos que se mudaram para outras terras, mas
que conservam intacto o amor acendrado à gleba natal. Um dos pon
tos principais do programa de ação do Instituto Cultural do Cariri
é o contacto com os intelectuais caririenses, disseminados por êste
Brasil afora. E ’ a voz da terra que conclama a todos para o traba
lho comum de seu engrandecimento. Não queremos, no entanto, fazer
obra de regionalismo estanque. Pugnamos, sem desfalecimento, para
o alevantamento moral, intelectual e material da região, dentro do
escado, da nação e mesmo da humanidade, aos quais estaremos pre
so? por laços indestrutíveis, e agora mais cimentados, nesta época de
sofrimentos coletivos.
Incontestàvelmente está o progresso a penetrar pelo inte
rior na carroceria dos caminhões. Encontram se as distância com a
recém penetração do avião pela interiândia. Já se pode viver em mui
tas cidades sertanejas, desfrutando-se muitas das vantagens da mo
derna civilização, o que não acontecia até há bem pouco- O Brasil
continua, no entanto, a pulsar bem vivo no interior, a despeito de
muitas mazelas que nos chegam com o progresso. Nos grandes cen
tros litorâneos há muito de arficialismo que não pertence às verda
deiras raizes da nacionalidade. Se de lá extravasa a civilização para
tcdo o Paí3, mesmo por imperativo do momento, pois, o processo de
descentralização do progresso é fenômeno universal, chega-nos igual
mente venenos letais, responsáveis exclusivos pelo desajustamento
econômico e moral, que infelizuiente reina no Brasil. Grande maioria
do orçamento é consumida em obras suntuárias do litoral, enquanto
outra parte é delapidada pelos gozadores que precisam de aumento
gigantesco de rendas para os gastos, com as atrações múltiplas das
capitais. Até a literatura da moda está vindo dos grandes centros, com-
-2— I T A Y T E R A
v,
< 10\ »
X X X
A EN TREV ISTA
.F O R M U L Á R IO e PA N O S— TA BÚ -
«FORMULÁRIO e E M B U S T E
N I T R A T O de PRATA
v.
I T A Y T E R A —9—
X X X
O S E G R Ê D O
DOM Q U IN T IN O R O D R IG U E S
"G O L E A GO LE”
DISTAN CIA . . .
TESTE SUICIDA . . .
DAS O RIG EN S AO FU R TO
UMA PISTA
CAEM MÁSCARAS
cia oficial procedia a êsses exames, numa carta dirigida ao Bispo Dio
cesano, escrita de Icó com data de dezesseis de outubro de mil oito
centos e noventa e dois. Transcrevo o trecho que interessa ao assun
to : «Convidado pela Comissão de Inquérito para dar meu parecer
sôbre os fatos em questão, aceitei a incumbência convencido de
que pela mesma Comissão me seriam facultados todos os meios de
exames tendentes ao descobrimento das causas fisicas que os produ
ziam. Mas assim não aconteceu- Primeiro, o exame teve lugar na Ca
pela e em um quarto da Casa de Caridade de Crato, onde além da
falta de luz, eu e meu colega dr- Marcos Madeira nos achavamos
cercados de uma multidão de pessoas de todas as classes, cujo inte-
rêsse em que os fatos fossem declarados milagrosos levava a introdu
zir no ato a maior desordem e confusão- Segundo, tratando-se de exa
minar um fenômeno que ocorria em uma partícula depois de consagra
da (o médico ignorava o truque da particula-burla, observo, eu, o
transcritor) nos foi negada pelos padres presentes a permissão de to
cá-la, prová-la e submetê-la aos processos de exame, o mesmo suce
dendo com o exame procedido por ocasião da estigmatização de M a
ria de Araújo, em cujo corpo não foi permitido proceder às devidas
investigações- Findos, pois, os ditos exames, encontrei-me em comple
ta dúvida e portanto sem as necessárias habilitações para emitir meu
juizo, o qual todavia me era pedido pela Comissão de Inquérito, e
tendo fortes razões de receiar desacatos de um povo cujo fanatismo
transluzia em todas as suas ações e palavras.. . »
Que valôr têm laudos clínicos resultantes de exameS reali
zados em semelhantes ambientes conturbados ?
De modo que não se pode falar dum sangue natural que,
na boca de Maria de Araújo, ruborizou partículas e panos, ou do
sangue de seu organismo a serviço dêsse truque, sangue aliás não
ocorrente (não é ocioso relembrar) naqueles exames realizados pelo
dr. Marcos Madeira e por ocasião dos citados três testes desmasca-
radores. »
Em resumo, a solerte Maria de Araújo, o «instrumento do
poder divino», de )osé Marrocos (caluniava a Divindade, pois a atriz
era instrumento do poder dêle mesmo), usou processos químicos no
embuste do supotto ensanguentamento sobrenatural da particula-burla,
de origem estranha àquela do mistério sacerdotal a qual ela consumia
antes de usar a particula-burla, conduzida esta, ocultamente e mano
brada por trás do manto e dos lábios cerrados.
A atriz de José Marrocos fabricava milagres em série. Na
segunda quizena do mês de outubro de mil oitocentos e noventa e
um, o vigário da freguesia paraibana de Princesa, Pe. Cícero Torres,
abalado pela fama dos M ILA G RES de Maria de Araújo, do Juazei
I T A Y T E R A --19-
D E P O IS DA Q U ED A DAS M A SC A RA S
X X X
nhoreava o sitio '«C; breiros», hoje como naquele ano, encravado nês-
te município — Alexandre Leite de Oliveira. (Livro de «Notas», 1770-
85, f. 76 e se g s., Cartório de Antonio Machado, Crato-Ce.) em com
panhia de Teresa de Jesus Maria José, «No momento de morrer êle
declarou ser jesuita egresso . (Apontamentos Genealógicos da Família
Alencar, ora em mãos do deputado federal Antonio de Alencar Araripe,
residente nesta cidade, à Praça da Sé), Era natural de Lisboa, da fre
guesia de S. Raimundo. (Livro de reg. de Batisados, 2.° v o l,, 1816-
21, f. 88, paróquia de Crato-Ce.)*
Alexandre Leite de Oliveira e sua companheira Teresa ca
saram a filha, Bárbara Maria de Oliveira, com José Joaquim Teles,
(Livro citado, f. cit.).
De José Joaquim Teles e Bárbara Maria de Oliveira, nasceu
o padre João Marrocos Teles e, dêste, José Joaquim Teles Marrocos,
objeto dêste tralho. (Livro de reg. de B a t,, 1841-42, f. 87. par. cit ).
O labéu de infamador da memória de José Marrocos, a mim
atribuído e emergente — EM D E F E S A D E UM A BO LIC IO ISTA ,
envolve quanto está escrito à nota 10a. da secção Notas» de minha
citada monografia Daí a razão de ser da nota supra. Portanto a pro •
va está feita, como produzida ficou, no curso dêste trabalho, a de que
as mulheres do embuste— químico— M A R R O Q U IN O colocavam na
língua particulas branco—vermelha, cerravam a boca, velavam o rosto'
e as mãos com o manto, simulavam alheiamento dos sentidos e, cha
mado o sacerdote, êste pronunciava as palavras de revocação, e eis
o milagre 1 Como, por igual, ficou veemente indiciada a atuação de
José Marrocos como agente na elaboração do complexo do embuste
dos M ILA G RES de Maria de Araújo.
2.“
3*
4.1
7.*
9.*
10.*
C A RTA E X P R E S S IV A
I I .4
12.“
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26.“
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53. “
54."
55*
56."
X X X
X X X
X X X
R E P U B L IC A N IS M O M A R R O Q U IN O . . .
continentes.
Tive razão quando afirmei a certa altura dêste trabalho,
que Zé Marrocos pretendia uma igrejola cismáíica para Juazeiro.
C RA TO NÃO C O M PA REC EU
Já em 1910, Crato já se inteirara do umbuste dos MILA
G R E S M A RRO Q U IN O S.
Arrolando meia dúzia de pessoas dos vizinhos municípios,
presentes ao sepultamento do embusteiro, 15.8.1910, «O Rebate»,
21.8.1910, escreve que afora um sobrinho do morto, capitão Abel Luis
Arnaud, nioguém mais de Crato compareceu ao enterro. É que Cra
to, advertido do lôgro de que fõia vítima, repelira o embuste do em
busteiro quando êste ainda vivo, e selou o protesto ignorando o se
pultamento do aventureiro.
A BÍBLIA DO EM BU STE
cebeu os conhecimentos
DA M E D I C I N A
Dr. PINHEIRO M ONTEIRO
C Ó L E R A -M O R B O
BOTICÁRIOS
M ÉD IC O S N O S Ú L T IM O S T E M P O S DO SÉC U LO PA SSA D O
1901 - 1910
1911 - 1955
I T A Y T tE R A lt. -77-
SO C IED A D E M ÉDICA
ESTATÍSTICA
SER V IÇ O DE HOSPITALIZAÇÃO
CIRURGIA GERAL
C LÍN IC A O D O N T O L Ó G IC A
C LÍN IC A O R T O P É D IC A
P Ô S T O D E P U E R IC U L T U R A
M A T E R N ID A D E
L A B O R A T Ó R IO R A IO S X
SE R V IÇ O D E TR A C O M A
O U T R O S S E R V IÇ O S P R O FILÁ TIC O S
ANO D E 1952
ANO DE 1953
ANO D E 1954
ANO DE 1955
SER V IÇ O DE F E B R E AMARELA
2) M U N IC ÍPIO DO CRATO
O B SE R V A Ç Õ E S
%
CON CLU SÕ ES
«U n itário 5'—15/jan./1956.
Café JACIRA
Primeira Qualidade
P u r o , G a r a n t i d o
Mercearia Honor
d; HNT0HI0 HONOR DE BRITO
Rua Santos Dumont. 51 — C R A T O -C E A R À ’
euvolve e que desata em tédio é
F . C P I E R R E
PENEUS, CÂMARAS
E
ACESSÓRIOS
PARA CAMINHÕES
I T A Y T E R A — 101 —
HÂ CÊRCA DE UM SÉCULO...
Soma G eial do Inventário da Viscondessa do Icó, Proce
dido em Santo Antônio, Município de Saboeiro. em 4 de Fevereiro de
1859, a Qual Falecera a 2 de Dezembro de 1857.
Dinheiro 100:526$000
45 Escravos 25:1503'>00
12.357 Rêses 490:7001000
2.019 Animais 103:3905000
96 Lcguas de terras e 76 posses de terras
nas províncias do Ceará e Paraiba. 210:0005000
Ações do Novo Banco de Pernambuco 5:0005000
Seis casas cm Saboeiro e Tauá 6:0005000
Em Dividas 8>: 3065000
SO M A 1.024:427$000
(Dados colhidos no arquivo de Francisco Gomes de Oliveira Braga).
AVE LI BERTAS
Saudação ao Congresso Abolicionista Cea
rense, o primeiro celebrado no Brasil, na ci
dade de Maranguape, em 26 de maio de 1881.
Lima, Juiz Municipal de sua terra natal, um tutor e mestre, que logo
lhe descobriu o gênio poético. Após colher os conhecimentos necessários
ao manejo das letras, matriculou-se no Seminário de Fortaleza, onde
recebeu completa instrução em matérias do primeiro curso de huma
nidades, tendo abandonado a carreira eclesiástica por falta de vocação.
O fato causou profunda mágoa à sua mãe, Maria Barbosa da Silva,
cuja afeição pelo filho jamais feneceu, mesmo quando o poeta se
transformou em boêmio 9rrante. Barbosa de Freitas faleceu na manhã
do dia 2 4 de janeiro de 1883, no hospital da Santa Casa de miseri
córdia de Fortaleza, contando apenas 23 anos e 2 dias de idade. Sua
pebreza não lhe permitia comprar nem o papel em que lançava suas
inspirações. Tendo tomado o caminho das tavernas, nada lhe restaria,
senão a morte pelo álcool. Dos amigos que teve, apenas um acorreu
em seu auxílio depois de morto; José Teixeira de Miranda, que se in
cumbiu do seu entêrro.
Serraria Monteiro
de J. Mcnteiro & Cia.
interior cearense.
CRATO — CEARÁ
Emancipação Econômica do Ceará
Abelardo F. M o n te n e g ro
1- A EC O N O M IC A C E A R E N S E .
A economia cearense fundamenta-se, ainda, no sistema tra
dicional de exportação de produtos primários para os mercados es
trangeiros. Permanece como fornecedora de matérias primas.
E ’ essa uma das características da própria economia na
cional. Como salienta autorizado historiador econômico, tudo está dis
posto no objetivo do eficiente funcionamento do precepitado sistema
tradicional. A disposição da população, a estrutura agrária, os cen
tros urbanos e os fatores sociais e politicos agem em tal sentido.
Não devemos esquecer que êsse sistema tradicional do
minou pelo espaço de quatro séculos, e que, hoje, ainda vigora, difi
cultando que a economia se volte para a satisfação das necessidades
da população.
Quando os produtos primários se desvalorizam, a economia
cearense entra em crise, acarretando desastres e ruinas.
Área de sêca, com uma economia alicerçada na exportação
de produtos tropicais, o Ceará está sujeito aos azares dos mercados
internacionais.
O sistema tradicional de economia de que vimos falando
ainda encontra, entre nós, certas dificuldades, quais sejam a ausência
de um porto devidamente aparelhado, bem como meios de comunica
ção e transportes, que liguem as várias regiões do Estado.
A s ’nossas indústrias lutam com a carência de energia elé
trica. Sem a so ução do problema fundamental da sêca que nos afli
ge. periòdicamenie. o fortalecimento do sistema econômico que deve
voltar-se para as necessidades da população, a economia cearense
permanecerá sujeita a imprevisíveis dessoramentos-
O parque industrial cearense é muito reduzido, limitando-se,
quase exclusivamente, aos texteis e às oleaginosas.
2 - A R EA S U B -D E S E N V O L V ID A .
3 - T R A T A M E N T O DESIGUAL.
T A V á R E S & FI LHO
= Vendem pelos menores preços da praça: =====
Camas P A T E N T E
Fogões T IE T Ê
Arame FA RPA D O
Balanças FILIZO LA
2 — Causas-
Conquistanto sua Pátria ao m3r e «passando a viver no
mar e do mar», tornaram-se os holandeses navegadores mercantes ou
sados e corsários temíveis. E o mesmo destino que a posição maríti
ma no litoral europeu assegurava a P O R T U G A L , caberia à HOLAN
DA, possuidora de um instinto de comércio igualmente inteligente e
desenvolvido.
Pretendendo portugueses e espanhóis terem aberto o Orien
te, fechado pelos turcos, ao Ocidente e ao mundo, estabeleceram o
monopólio do comércio. E os governos europeus o reconheciam, por
impotência, muito embora auxiliassem, secretamente, as tentativas con
tra aquêle previlégio.
Nasceu, então, a luta renhida em que franceses, ingleses e
sobretudo, holandeses, pela pirataria e o corso, fizeram aos previlegia-
dos, para a conquista da liberdade de comércio. E , para tanto, im-
punha-se a organização de um poder naval que superaria o dos rivais.
Por outro lado, consequência das lutas religiosas decorren
tes da «reforma», povos oprimidos por perseguições constantes, aspi
ravam fugir, à procura de alivio em novas terras
Além de tudo, anexada a Corôa Portuguesa à Espanhola,
e sendo esta inimiga e achando-se em beligerância com a H O LA N
DA, natural seria que êsse estado se refletisse ou repercutisse nas
colônias daquela.
E, resumindo, temos as causas primordiais das principais
invasões ao B R A SIL colônia:
—reação contra o monopólio;
—guerra entre a HOLANDA e a ESPA N H A ;
— necessidade de bases aquém Atlântico, por forma a per
mitirem o apresameato das riquezas carriadas para os cofres espanhóis;
—fuga às perseguições religiosas e busca de asilo e refúgio;
— cobiça às riquezas já conhecidas e às prováveis, e dese
jo à posse da terra, privilégio exclusivo, até então, de P O R T U G A L
e ESPA N H A .
3 — Principais invasões-
A — Francesas,
a — no R IO .
Nicolau Durand Villegagnon, por experiência de suas via-
118 I T A Y T E R A
b — Em Pernambuco.
Fm 1629, teve conhecimento o govêrno espanhol de que os
holandeses pretendiam invadir e conquistar P ER N A M BU C O , apetre-
chanio para tal emprêsa grande esquadra. Matias de Albuquerque, go
vernador de PER N A M B ICO, então na E U R O P A , foi despachado
para a séde do seu govêrno com o desprezível auxilio de 3 cara
velas e 27 soldados.
Efetivamente, a 14 de fevereiro de 1630, grande esquadra
com mais de 50 navios, com 1.200 canhões e 7.200 homens, coman
dada por Loncq. defrontou O L lN D n , desembarcou tropas na região
de PA U A M A RFLO , um pouco ao Norte da cidade, e investiram por
t-rra e, não obstante a h e r ó i c a resistência de Salvador Azevedo
com um punhado de soldados, toinaram-na. Fizeram o mesmo, a se
guir, com o R E C IF E , cujos naturais, por falta de defesa, haviam obs-
truido a enseada do porto com velhos navios, incendiado os trapiches
com depósitos no valor de 4.000-000 de cruzados, por ordem de M a
tias de Albuquerque, e retirado para o interior, após tenaz resistência.
Como já ocorrera na BAHIA, foram criadas emboscadas
e guerrilhas, que se organizaram a meio caminho entre as duas cida
des conquistadas, no local que se então, denominou A RRAIAL DE
BO M JE S U S , ao qual acorreram guerrilheiros já nototáveis como Luis
Barbalho, Lourenço Cavalcanti e outros, iniciando se uma luta que,
— 124- IT A Y T E R A
N ORTE. f
Quando essa notícia chegou ac R E C IF E , Nassau estava de
regresso à H OLAN DA, o que fez embarcando na PA RA ÍBA aos 22
de maio de 1644.
Encorajados pela vitória do M A RA N H Ã O e animados por
Vidal de Negreiros, a alma do movimento restaurador, formaram os
luso-brasíleiros, o «grupo dos Independentes», com o compromisso for
mal de expulsar os holandeses do BRA SIL, apesar dos entendimen
tos, marchas e contca-marchas do governo português que pretendeu
atender à pretensão da H OLAN DA , deixando-a com a posse da terra.
Entre outros, compunham-no João Fernandes Vieira em
P E R N A M B U C O , André Vidal de Negreiros na PA RA ÍBA , o gover
nador Teles da Silva na BAHIA.
E as conspirações e preparativos se sucederam ativamente...
Enviando os holandeses ao interior um destacamento com
o objetivo de bater o que êles chamavam insurretos, decidiu Antônio
Dias Cardoso enfrentá-los, e bateu-os no monte das T A B O C A S, pró
ximo da atual V IT Ó R IA D E S A N T O a N i ÃO. Era o começo do fim.
Para invesdr contra O L N DA e R E C IF E , os contingentes
vitoriosos reuniram-se acs índios de Camarão e Podela e do preto Hen-
íique Dias, enquanto na BAHIA, Vidal de Negreiros e Soares Mo
reno organizaram 2 Terços, transportaram-nos por mar, desembarca
ram em T A M A N D A k É , ocuparam SE R IN H A E N a 4 de agosto de
1645 e bateram os defensores da região.
Do monte das T A B O C A S, os contingentes reunidos se
guiram para incorporarem-se aos de Vidal de Negreiros do CA
BO, para captura do qual foi destacado Soares Moreno, ao mesmo
tempo que o grosso perseguiu os holandeses na direção do R E C IF E ,
alcançando-os no engenho C A SA F O R T E , onde foram batidos por
Vidal e Fernandes Vieira .a 17 de agosto, ao mesmo passo que a
fortalaleza do C A BO capitulava para as forças de Soares Moreno
reforçadas pelas de Vidal, a 3 de setembro.
E a tempestade se desencadeou por toda a parte e o fla
mengo foi batido: na PA RA ítiA a 11 de setembro, em A LA GO A S
em 17 e 19 de setembro, em OLIN DA a 20 de setembro, no RIO
G R A N D E DO N O T E e v_ E A R A ’ em outubro. Os nossos estabele
ceram novo A RRAIAL D E BO M JE-iU S, ou pouco aô Sul do pri
meiro, em 1646, donde continuaram o hostilizar os holandeses, nova
mente circuscritos ao R E C IF E .
A partir de 1648 entrou-se na fase decisiva da luta liber-
—128— I T A Y T E R A
A U T O R E S C O N SU LTA D O S:
— Capistrano de Abreu.
— João Ribeiro.
— Brigadeiro Lysias Rodrigues,
—Gen. Tasso Fragoso.
—Maj. Antônio de Souza Júnior.
—Engel Seuiter.
— Manoel Diegues Júnior.
U M ÊRRO H ISTÓRfCO
Os revolucionários do Forte de Copacabana, cujo número a
crônica manteve em 18, somavam, na realidade, 28- Eis os leus no
mes: l.°s tenentes Antôn>o de Siqueira Campos e Hduardo G-mus, 2
ten. Mário Carpenter, 2° ten intendente Newton Brado, Io. mecânico
eletricista José Pinto de Oliveira, auxiliar mecânico Artur Bereira da
Silva, cabo Raimundo de Lima Cruz e soldados Manuel Antônio di s
Reis. Benedito José do Nascimento, Antônio Camilo de Freitas, José
Rodrigues da Silva, |osé Joaquim da Costa. José Olímpio de Oliveira,
Manuel Ananias dos Santos, Heitor Ventura da Silva, Pedro Ferreira de
Melo, Marcelo Miranda, José Rodrigues Marmeleiro, Hildebrando da Sil
va Nunes. Francisco Ribeiro de Freitas, Rosendo Cardoso, Alberto Alves
oa Cunha Machado, Sandoval Alexandre Vicente e os civis Lounval
Moreira da Silva, Joaquim Pereira Júnior, Amônio Luciano da Silva.
Manuel Felipe da Costa e João Anastácio Falcão de Melo.
«O tenente Siqueira Campos reuniu então os seus compa
nheiros. no total de 28 HOM EN S, partiu em 28 pedaços uma ban
deira brasileira, entregando um pedaço a cada combatente e, com êles,
abandonou o forte, vindo atacar as forças legais na praia.
Em caminho, juntou-se ao grupo o civil Otávio Corrêa,
que foi ferido mortalmente em combate, vindo a falecer pouco depois»,
—General de Divisão Abílio de Noronhi, «Narrando a
Verdade», páginas 27, 28 e 29. São Paulo — 1924.
MOSAICOS LEÃO
Fabricado em distintas e variadas padronagens
• i» l if) ' f *r 1/' ' (
-P O K -
_ *
gado jornalista.
NO JO RN A L— Desavindo que esteve de Antônio Bezer
ra com êste terçava armas em forte e memorável entrevêro jornalís
tico a propósito de fatos históricos e, conquanto João Brígido não
fôsse tão exato quanto Antônio Bezerra, venceu, sem contudo me
convencer. João Brígido como jornalista era superior ao autor de
«Algumas Origens do Ceará». Disto não há duvida.
Imagino-o com aqueles seus 26 anos a fundar no Crato,
o «Araripe» e a lançar no Cariri as primeiras sementes do jornalismo
regional. Disse João Climaco, em interessante artigo sôbre João Brí
gido, que um jornal no Cariri, naquele tempo, só podia ser muito
atrasado. E ’ um engano. O «Araripe» foi superior intelectualmente,
segundo o testemunho de Irineu Pinheiro que m’o lia na sua cole
ção, aos jornais que possuímos agora.
João Brígido, se era valente por um mero acidente do seu
caráter indomável, acontece ainda que era o fruto da mentalidade do
seu tempo, o que quer dizer, tempo bárbaro.
Naquele tempo, os jornais instilavam puro veneno. Pore-
javam ódio. Através da ipinosis da imprensa já se sabia matar no
sertão. Para dar uma idéia aproximada da bruteza do tempo, veja
mos como muito depois ainda escrevia o Pe. Joaquim de Alencar
Peixoto a propósito do espólio de José Marrocos em cujo espólio es
tavam «os panos sagrados»* Êstes panos da beata Maria de Araújo
foram queimados pelo Monsenhor Joviniano Barreto- Porque o Juiz
do Crato, que era o Dr. Raul de Sousa Carvalho, os apreendesse
para só entregá-los a um seu herdeiro sobrevivente, o Pe. Peixoto
escreveu a seguüite verrina pelo «Rebate», de Juàzeiro:
«Turiba sem vergonha, escoria da magistratura cearense, en
trega o furto, ladrão!»
O furto eram os panos. E Turiba era Raul. Sendo o juiz
homem de baixa estatura, no mato, temos uma abelhinha chamada
Turiba, e vem daí o apelido. A linguagem era essa.
Os jornalistas antigos não só rosnavam, se engalfinhavam
às vezes como cães enfurecidos. No Crato, ao prof. Penha foi atri
buída a autoria de certo artigo que ofendia aos potíticos dominantes.
Não era dele o artigo, soube-se depois. No entanto, custou-lhe cara a
imputação.
Foi derribado em plena rua e, deitado do cavalo abaixo,
esfregaram-lhe um jornal na cara.
Os políticos mais do que isto faziam pela posse do mando,
— 134- I T A Y T E R A
O S E U N A SC IM E N T O
Jo r n a lis ta Jo ã o B rígid o
d o s S a n to s , h o m e n a g e a
d o, em C ra to , por o c a
s iã o do c e n te n á rio do
« 0 A R A R IP E » , dirigido
d u ran te 18 a n o s p e la
su a m a g istra l p e n a .
PERGUNTA
LUIZ SAMPSON
J. Lindemberg de Aquino
\
I T A Y T E R A — 14-1 —
Pedro ferreira
(Jbajara— 1955
P
1 or ocasião da chegada do poeta Patativa à ca-
p tal paraense, houve o seguinte diálogo entre o repen-
tista de Assaré e o escritor José Carvalho:
JO SÉ C A R V A L H O :
«Você. que agora chegou
Do sertão do Ceará,
Me diga que tal achou
Da cidede do Pará?»
P A T A T IV A :
«Quando eu entrei no Pará,
Achei a terra maior.
Vivo debaixo de chuva,
Mas pingando de su o r»
Nota da Redação : De fato. em Belém, cidade de calor abrasador, chove pontual
e diàriamente às 15 horas.
-Casa Campinense-
— EDSON CASTRO —
Ó tarde de verão,
ó rosa do crepúsculo,
derrama tuas pétalas
de suave ternura
sôbre a minha saudade !
Em todas as roseiras
ex stem mãos rezando
preces de eternidade ! ! !
dicatórias, embora não seja muito fan de sua poesia. BA N D EIRA es
tá chegando aos 70 e ültimamente declinou da mais alta honra que
um homem poderia almejar, a de ser Presidente da Academia. O lu
gar era seu, por direito de quem ocupou no ano anterior o lugar de
Secretário Geral. M as êle preferiu repouso e numa entrevista aos jo r
nais afirmou que vai se aposentar do cargo de Catedrático na U ni
versidade do Brasil. E conclue: «mas da Poesia jamais me aposenta
rei». Alceu Amoroso Lima, Gustavo Barroso, Cassiano Ricardo, Levy
Carneiro e outros conheci ligeiramente, como professores.
Rio, 6 - 1 - 5 6 .
A L F AI AI AR I A CARVALHO
DE
C íce ro G a rb o sa de C crv alh o
★
Confecção perfeita de
roupas para homens.
★
D a capital cearense ao vasto
Cariri, só uma flLFAIflTCRIA se
impõe pela execução dos
seus traba'hos.
★
Rua Dc. Jo ã o Pessoa, 65
C R A T O -C E A R Á
CASA ALENCAR
— (F IL IA L ) -
M . A L E N C A R & Cia.
Rua Dr. João Pessoa, 106—T e le g r. A LEN C A R - Crato-Ceará
Nota Prévia
O preseste trabalho é apenas uma singela contribuição ao
estudo do Município do Crato, para cuja colaboração não nos anima
ram pretensões literárias-
Conquanto seja um estudo objetivo, onde avultam o as
pecto geográfico e os dados estatísticos, não poderiamos tentar fazê-lo
sem uma referência à evolução histórica e social do Municipio.
Dêsse modo, dividimos o ensaio em quatro partes: A pri
meira se refere aos acontecimentos sociais e políticos que aqui se
desenrolaram; a segunda focaliza o aspecto geográfico do Município;
a terceira se apoia na linguagem- eloquente dos números e a quarta,
finalmente, apresenta aspectos fotográficos.
As duas primeiras partes foram elaboradas com elementos
esparsos de diferentes documentos (anuários, monografias, e outras
publicações) nos quais podemos constatar divergências de opinião,
aliás, comuns em assuntos de tal natureza. Todavia, tivemos o cui
dado de selecionar o mais verdadeiro.
Quanto à terceira parte, cuidámos, sobretudo, de atuliazar
todas as informações obtidas sôbre estatística, de modo a propor
cionarmos aos estudiosos do assunto, meios que lhes pirmitam, além
do conhecimento, confrontar o Município do Crato com os de todo
o Estado, principalmente com os da região caririense-
Temos, pois, a satisfação de apresentar dados e fatos po
sitivamente reais. Expomos o Crato na sua verdadeira grandeza, no-
tadamente no seu aspecto cultural moral, material e religioso, pois,
somos dos que compreendem que o gráu de adiantamento de uma
cidade e de um povo é conhecido, em primeiro lugar, pela sua civi
lização, levando-se em conta, antes o gráu da sua cultura intelectual
e formação moral que sua situação topográfica ou densidade demo-
I T A Y T E R A — 151 —
gráfica-
Enquadrado neste critério, Crato aqui está com uma in-
conteste hegemonia religiosa, educacional, econômica e social, reafir
mando sua justa denominação de M E T R Ó P O L E D O CARIR1.
Por último, formulamos nossos agradecimentos às reparti
ções e pessoas gradas, graças às quais podemos colher os dados
necessários à efetivação dêste trabalho: Prefeitura Municipal, Coleto-
ria Estadual, Coletoria Federal, Cartórios do Registro Civil e Auxi
liares da Justiça, Sr. Agente da Estatística, meu Ilustre chefe de re
partição, Senhores diretores de Estacelecimentos de Ensino e, final-
lente, os Rvmos. vigários locais-
ASPECTOS HISTÓRICOS
«A história, diz Cicero, é a testem unha
dos tempos, m estra da vida, luz da ver
dade.»
TA’BUA — INTINERA’RIA:
D is tâ n c ia d o M u n icíp io à C a p ita l do E s ta d o :
a) P ela E strada de ferro (R . V .C .) 600 kms- e 633 ms.
b) Em linha reta. 399 kms.
c) D ireção: S S O .
D is tâ n c ia do M u n icíp io à s C id a d e s V iz in h a s :
a) C rato a Juazeiro do N orte. 13 kms-
b) C rato a Barbalha (via Juàzeiro
do N orte). . 27 kms.
c) C rato a Jardim (via Ju àzeiro-B ar-
balha. . . . . 69 kms.
d) C rato a Caririaçú (via Juàzeiro
do N orte. . . . . 40 kms-
e) C rato a F arias Brito. 56 kms.
f) C rato a Santana do Carirí. 44 kms.
g) C rato a E xú (Pernam buco). 63 kms.
A SP E C T O S EST A T ÍST IC O S
P r e ç o s M é d io s d e A lg u n s G ê n e ro s A lim e n tíc io s n o C o m é rc io V a r e jis ta
- 31 - X II - 955 (Cr$/kg):
Açúcar- • . . i 8,00
A rroz descascado (tipo médio) . 7,50
Banha. . . . . . 45.00
Batata inglesa. . . . . 6.00
C afé em pó. . . . . . 48,00
C arne fresca (sem ôsso) I a qualidade- 35.00
C arne fresca (sem ôsso) 2a qualidade- 30,00
C arne de sol- . . . . 35,00
M anteiga (enlatada) . • . 84,00
Toucinho salgado. . . . 20.00
F e ijã o (de corda) . . . . 6,50
Farinha de mandioca . ■ • 2,50
P ão de trigo. . . . . 12.00
G alinha ou frango. . . . 40,00
O vos de galinha (dúzia) . . 12,00
SITUAÇÃO DEMOGRA’FICA — Recenseamento Geral de 1950
POPULAÇAO P R E S E N T E
M u n ic íp io e
T O T A 1 s Segundo a situação do domicílio
D is t r it o s
Quadro urbano Quadro suburba Quadro rural
TO TA L Homens Mulhers. Homens. Mulhers. Homens Mulhers. Homens Mulhers.
CRATO 57.266 26.591 30.635 1 2.973 4.346 6.382 7-972 17.236 18.317
Crato 31.291 14 017 17.274 2.489 3.775 6.177 7-705 5.391 5-794
Lameiro 7.490 3.5U6 3.894 188 219 110 128 2.298 3.547
Murití 6.892 3 354 3-358 123 154 78 81 3.153 3.303
Santa Fé 7.940 3.866 4.074 33 34 13 13 3.820 4.027
Dom Quintino 3.613 1.758 1.855 140 164 44 45 1.574 1 646
População da Cidade e das Vilas— Estimativa— 31-XII-955
POPUL4ÇAO PRESENTE
Segundo a situação do dom icílio T O T A 1 S
C ID A D E E V IL A S Quadro urbano Quadro suburba.
C ID A D E :
V IL A S :
Santa Fé 33 34 13 13 Santa Fé 93
1955
R E G IS T R O C IV IL : Dados numéricos
a) - Casamentos :
I —Crato 116
2 — Lameiro 28
( C o n t in u a ç ã o )
3— Muriti 19
4— Santa Fé 13
5— Dom Quintino 29
TO TAL 205
N ".
NOME DA DOENÇA
O rd <
1 2 3 4 5 To tal
8 2 1 1 — 12
3 1 — — — 4
14 1 3 — 16 34
1 — — — 1
1 — — — 1
3 1 — — 3 7
1 — — — — 1
1 — — — 1 2
1 — — — 1
1 " 1 1 — 3
1 1
ó — — — — 6
/
I
14 — — — 14
( C o n tin u a ç
3 4 6 1 26
— — — — 14
8 4 3 8 72
( C o n t in u a ç ã o ) '
31 Acidentes 7 — — — 8
32 Envenenamento 1i — — — 1
33 Câncer 6 — — 6
34 Debilidade 26 í — l 28
35 Homicídio 1 — — — 1
36 Congestão 12 í 1 2 19
37 Afogomento 1 — 1
38 Volvo 1 — — 1
39 Hemorragia 2 — — — 2
40 Crise renal 1 — — — 1
41 Intoxicação 6 — — — 6
42 Hidropisia 1 — — — 1
43 Queimadura 1 — — *--- 1
44 Asma — — " í — 1
45 Verminose — i • — 1 2
46 Coqueluche _. — 1 2 5
Abastecimento D agua:
| 1—Número de mananciais captados 1
a) — CaptaÇãO e adução | 2 — Capacidade total e captação em
m/3 24/horas < 1.260
1 Extenção total das linhas adut. (mts). 6.000
Número 1
b) — Dislribuição e f Reservatório:
abastecimentos: i
2 Capacidade total (m/3) 420
3 Extenção total das li
nhas distribuidoras 3.925
Base Econômica:
Agricultura. (Cana de açúcar, arroz, feijão, milho, farinha
de mandioca, algodão e frutas diversas).
Estabelecimentos Bancários:
a) — Banco 3
b) — Cooperativa 3
Comérci o.
a) — atacadista 28
b) — varegista 323
Estabelecimentos Escolares:
a) — Estabelecimentos que ministram ensino primário geral.
1— Grupos Escolares 3
2 — Escolas Reunidas 2
3 —Escolas Auxiliares 33
4 — Cursos de Alfabetização de Adultos 14
5 — Escolas Municipais 83
6 —Escolas Particulares 7
TO TA L' 142
Imprensa:
ã)— Jornais 2,
b)— Revistas 2
R a d i o fu s ã o:
Rádio Araripe—Z Y H -2 0 —Diários e Rádios Associados.
Amplificadora^:
á ) —Amplifiçadora Cratense __ rj
b)—Emprezà de Propaganda Cariri
A s s o c ia ç õ e s 1 E sp o rtiv a s e C u ltu ra is :
á )—Esportivas 6
6 )—Culturais . 16
TO TA L ~22
A s sistê n c ia a D e s v a lid o s :
a ) —Associações deAssistência 5-
b ) —Estabelecimentosde Assistência 7
)
A ssistê n c ia M é d ic o -S a n itá ria :
I T A Y T E R A —163—
a) —Ambulatórios 2
b) —Casa de Saúde 1
c ) —Hospital Geral 1
d) —Hospital Infantil I
e) —Maternidade 1
f ) —Policlínica 1
g) — Pôsto de Puericultura 1
h) —Lactários 2
0 —Centro de Endemias Rurais f
j) — Pôsto Móvel de Tracoma 1
k) —Pôsto de Saúde 1
l) —Serviço Nacional de Peste 1
Diversões:
4*
a) —'Cinemas
b) —Clubes recreativos
Ui (nJ
c) —Parques Infantis
d) — Auditórios
C o n g re g a çõ e s e A s so c ia çõ e s R e lig io s a s :
a) —Diocese do Crato 5
b) — Paróquia N. S. da Penha 11
c) —Paróquia São Miguel Arcanjo 7
TO TA L 23
c )—Aéreo 2
Cadastro Profissional:
a ) —Médicos 20
b) —Dentistas 8
c ) —Farmacêuticos 10
d) —Agrônomos 4
e ) —Agrimensor 1
f) —Veterinário 1
g) —Advogados 9
h) —Pessoal Técnico de Comunicações 14
0 —Relojoeiros 5
j) — Pessoal de Manutenção e Reparação
de Automóveis 8
k) —Protético 1
l) —Parteiras 2
TO TA L 83
Casa de P a s t o :
a ) —Hotéis 6
b ) -P en sões 8
c ) —Bares e Sorveterias 12
TO TA L 26
F o m e n t o da P r o d u ç ã o
Serviços existentes 5
k)—Bicicletas 119
TO TA L 451
Vias de C o m u n i c a ç ã o :
£ )-C O R R E IO S E T E L É G R A F O S:
Agência PostalTelegráfica-Telefônica 1
b) —S E R V IÇ O T E L E G R Á F IC O DA R. V. C :
Estação da Rêde de Viação Cearense - 1
c) —E M P R E Z A T E L E FÔ N IC A 1
POLÍ TI CA
P a rtid o s P o lític o s fx is te n te s e R e g is tr a d o s :
a) —União Democrática Nacional (U .D .N .)
b) —Partido c-ocial Democrático (P.S.D.)
c) —Partido Social Progressista (P .S.P .)
d) —Partido Trabalhista Brasileiro (P .T .B .)
e) —Partido de Representação Popular (P-R.P.)
Eleitores:
al—Número de inscrições 17.145
b)~Zona eleitoral 27a.
Número de vereadores 11
Criação de, D i s t r i t o s :
Crato (séde) 6 de maio de 1758
Lameiro 4 de fevereiro de 1858
Murití 20 de dezembro de 1938
Santa Fé 20 de dezembro de 1938
Dom Quintino 16 de julho de 1906.
Cri ação de C a r t ó r i o s :
Cartório de Registro Civil (Cumulativo) 1891.
Os demais Cartórios de Registro Civil das 4 V ilas acima
aludidas, foram criados num só ano: — 1939-
Culto Católico:
I - D IO C E S E D O C R A T O :
a)—Bispos 2
b)—Sacerdotes 29
c)—Vigários 28
d)—Vigários Coadjutores 8
Histórico
A Diocese do Crato, sufragânia da Arquidiocese de Forta
leza, da qual foi desmembrada, foi criada pela Bula de SS. o Papa
Bento X V , «Catholicas Ecclesiac» de 20 de outubro de 1914. Seu
primeiro Bispo foi Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, elei
to a 10-3-1915. Tomou posse da Diocese em Fortaleza, aos 25-12-1915,
Falecendo o primeiro Bispo, foi governada pelo Vigário Capitular
Mons- Vicente Sóter de Alencar, desde dezembro de 1929 até 10 de
janeiro de 1932, quando tomou posse o segundo Bispo Dom Francis
co de Assis Pires que graças a Deus, ainda dirige as nossas almas,
auxiliado pelo Sr. Dom Vicente de Paula Araújo Matos, cuja posse
se deu a 15 de agosto de 1955.
-168- I T A Y T E R A
I I — Paróquia 0 o Crato:
1) Paróquia de Nossa Senhora da Penha
2) Paróquia de São Miguel Arcanjo
2 — Limites:
a) AO N O R T E : Paióquia de Nossa Senhora da Conceição
de Farias Brito, Paróquia de São Pedro de Caririaçú e P a
róquia de São Miguel Arcanjo de Crato:
b) À L E S T E : Paróquia de São Miguel Arcanjo de Crato
e Paróquia de Santo Antônio de B aP alh a;
c) A O E S T E : Paróquia de Senhora Santana de Santana do
Cariri:
d) AO SU L: Paróquia do Menino Jesus de Exú Pernam
buco.
N O T A : A Paróquia de N- S. da Conceição de Farias Brito, in
vade esta Paróquia no distrito de Dom Quintino, apcde-
, rando-se dos seguintes sítios: Cachoeira, Caninana, Mu-
lungú e Sanharól e a Paróquia de São Pedro de Caririaçú,
no mesmo distrito, invade os sítios Folguedo da Onça,
Jaburú e Jenipapeiro.
I I I — Histórico:
A maioria dos historiadores, contando-se entre cies Barão
I T A Y T E R A — 169—
M ov im en to R e lig io so D u ran te o a n o : (1 9 5 5 )
Nascido em 1955 1504
TO TA L: 1645
2. Crisma 1129
3. Comunhões 193679
4. Casamentos 304
5. Extrema-Unções 187
6. Encomendações 17
7. Procissões 19
bro de 1841. »
6) Pe. M ancei Joaquim do Nascimento, no exercício
maio de 1838. Colocado por carta de 11 de junho de 1842 e empos
sado a 31 de julho do mesmo ano. Faleceu a 2 de setembro de 1883.
Pe. Antônio Fernandes Távora: nomeado a 19 de setembro
de 1883 e empossado a 14 de outubro- Exonerado a 11 de Janeiro
de 1892-
8) Pe. Antônio Alexandrino de Alencar: nomeado a 11 de
janeiro e empossado a 14 de fevereiro de 1892- Exonerado a 23 de
maio de 1900.
9) Pe. Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva: nomeado a
23 de traio e empossado a 10 de junho de 1900, foi eleito Bispo do
Crato a 10 de março de 1915.
10) Pedro Esmeraldo Gonçalves: nomeado a 5 de janeiro
de 1916 e exonerado a 20 de janeiro de 1917.
11) Pe- Joviniano Barreto: nomeado a 20 e empossado a
21 de janeiro de 1917 e exonerado a 20 de fevereiro de 1919.
12) Pe- Plácido A. de Oliveira: nomeado a 10 de março de
1919 e exonerado a 8 de janeiro de 1921.
13) Pe. Francisco de Assis Feitosa (M ons-): nomeado a 8
de janeiro e empossado a 12 de março 1921. Faleceu a 30 de abril
de 1952.
a) G A L E R IA D O S C O A D J U r O R E S : (a partir de 1870).
2 — Limites:
a) A O E S T E : Paróquia de N. Senhora da Penha do Crato:
b) A L E S T E : Paróquia de N. S. das Dôres de Juàzeiro do
Norte e Santo Antônio de Barbalha;
c) A O N O R T E : Paróquia de N. S. da Penha do Crato:
b) A O SU L: Paróquia de N. S. da Penha do Crato, P aró
quia de Santo Antônio de Barbalha e Paróquia do M e
nino Jesus de Exú-Pernambuco-
_1 7 4 — i T A Y T E R A
Histórico:
A Paróquia de São Miguel Arcanjo tem sua matriz na Igre
ja de São Vicente Ferrer-
O templo toi construido pelo Padre Lauro Pita e josé Eu-
rico, os quais atenderam ao desejo do Sr. Bispo Dom Francisco de
Assis Pires.
Trata-se de um reprodução de antiga igreja erigida na pra
ça Siqueira Campos pela genitora do Rvmo. Padre Pedro Ribeiro da
Silva, fundador da Igreja de Nossa Senhora das Dóres do Sítio T a-
boleiro, atual Juàzeiro do Norte.
Cêrca de um têrço da população urbana e suburbana per
tence a paróquia de São Miguel- É separada da Paróquia de Nosso
Senhora da Penha por uma linha divisória que se inicia no rio Gran-
jeiro, segue a rua José de Alencar, atravessa a Praça Siqueira Cam
pos e continua na rua Mons. Assis Feitosa até o fim.
(*) Zona rural aqui quer dizer: parte do distrito Crato todo
0 distrito de Murití e sua respectiva Vila e o povoado de Baixio dos
Ferreiros e os sítios São José, Cabo Verde, Leite, Pau Sêco. Sítio
Novo, Trapalhada, Logradouro e Mangueiras, da Paróquia de Nos
sa Senhora das Dôres de Juàzeiro do Norte.
M ovimento Religioso: ( 1 9 5 5)
Nascidos em 1955 622
Nascidos em 1954 197
1) Batizados
Nascidos antes de 1954 129
TO TA L 948
2) Crismas 381
3) Comunhões 60.782
4) Casamentos 124
5) Extrema-unções 289
6) Encomendaçôes 121
7) Procissões 3
Cristo R e d e n t o r
Imagem de Cristo constituída de ferro e cimento armado,
em tamanho ampliado, assentada sôbre uma torre denominada «Colu
na da Hora». Sua base é de pedra e cal.
S a m a rit a na
I T A YT.ERA -177-
O ratório de « N o s s a S e n h o ra de F á tim a »
Imagem de gesso em nicho de mármore-
Inscrição — Lado Norte: «Homenagem dos Motoristas do
Crato»- Lado Oeste: «Inaugurada com a presença da Peregrina Mun
dial. 14-XI-1953». Lado Leste: «Jardim Nossa Senhora do Rosário de
Fátima».
Ato inaugural — 14 de novembro de 1953.
Localização — Jardim Nossa Senhora de Fátima, entre a Sé
Catedral e Casa Paroquial.
Escultor — Ignora-se.
Construtor do Nicho — Vicente Marques-
O b e lisco do « C e n te n á rio do C ra to »
Monumento constituído de um obelisco representado por
uma pirâmide de tijolo e cal, com 16 metros de altura. Encerra na
sua base uma urna onde foram depositados documentos e objetos a-
lusivos ao ato e à época.
Localização— Centro do Jardim 3 de maio.
Ato inaugural — 17 de outubro de 1953.
Iniciativa — Oficial (Govêrno Municipal).
Construtor—Vicente Marques — Cratense.
Inscrição — Lado Norte: «Jardim e obelisco construídos na
administração do Dr. Décio Teles Cartaxo e inaugurados em 17-X -
1953». Lado Sul: »Resolução 623. Art- Único: A Vila de Crato fica
elevada à cathegoria de Cidade com a mesma denominação: Revoga
das as Leis em contrário. A) Dor. Joaquim Vilella de Castro Tava
—178— I T A Y T E R A
Edifício do GRANDE—HOTEL
Vista parcial da Praça Siqueira Campos, onde outrora
existiu a Igreja de São Vicente Ferrer, referida nos
dados sôbre a Paróquia de São Miguel
Arcanjo.
Edifício do C R A T O -H O T E L
PRAÇA JUAREZ TflVO-
RA, vendo-se o obe
lisco comemorativo
do centenário da ci
dade e a nova Igreja
de S. Vicente Ferrer,
Matriz de São Miguel
Arcanjo.
X X X
X X X
X X X
X X X
A tradição não menciona a époc3 em que se acostou àque
las terras o seu primeiro habitante. Sendo absolutamente certo que
o fato aconteceu antes de 17H, atribui-se que o evento se verificou
no limiar do século X V III.
Quanto à última indagação, é historicamente certo que o
povoamento de Brejo Santo começou simultaneamente no atual sítio
Nascença e na região do Poço, que é um novo distrito da Comuna.
O Poço, por motivo de ordem geográfica, não se desen
volveu. O estabelecimento da estrada dos boiadeiros, que partindo de
Vela Bela para o Carirí passava no páteo da fazenda Nascença,
distanciou-o da nova rota dos povoadores da região caririense.
Num documento muito antigo figura o nome de um dos
primeiros barões feudais, cujos domínios se estendiam àquelas para
gens.
Trata-se do testamento de Matias de Lima Taveira, lavrado
no sítio «Tabocas», aos 17 dias do mês de agosto de 1750, pelo qual
se vê que o testador possuia terras no <Poço», «Canna Braba» e «Can-
na Brabinha». (11)
Outro opulento possuidor de terras no Poço, depois de T a-
A casa da «Nas
sa de fachada es
cura foi o ponto
inicial do povoa
mento de Brejo
Santo.
X X X
O longo período da crônica de Brejo Santo que se esten
de do ano de 1714 a sexta década do século passado, caracterizou-se
pela inoperância dos grandes proprietários daquelas terras férteis, no
sentido espiritual, orgânico e construtivo.
Realmente, dentro daquela área cujos limites são o arco do
valente riacho dos Porcos (17) e a corda interrompida da serra do
Araripe, a civilização claudicou por espaço de 146 anos, não ultra
passando o ciclo curraleiro. Era o apêgo à vida rural, que ainda so
brevive em certos ramos dos antigos fazendeiros, entravando a for
mação urbana.
Alí vivia «uma população rarr feita, constituída de assalaria
dos, meieiros e rendeiros, gente humilde, mas heróica.» (18)
Jardim, cuja autonomia administrativa foi inaugurada em 3
de janeiro de 1816, (19) era a séde do poder civil e religioso. Por
outro lado, o rincão estava subordinado à comarca de Crato.
X X X
Até o ano de 1858, «na área da atual cidade de Brejo San
to, recortavam-se os perfis de duas casas apenas, o prédio-logradouro
dum curral de gado bovino, de propriedade do coronel Antonino Car
doso dos Santos, e a vivenda de Antônio José de Souza e sua esposa
Senhorinha Pereira Lima, bisneta do aludido patriarca do sítio «Bre
jo», Francisco Pereira Lima». (21)
Foi exatamente naquele ano que se iniciou a formação ur
bana do antigo domínio da discutida viúva Maria Barbosa, com a
chegada do varão José Francisco da Silva, procedente de Águas Be
las, Estado de Pernambuco, que veio acompanhado de mulher e fi
lhos. Entre êstes havia Basílio Gemes da Silva, que mais tarde se
tornaria o chefe de maior prestígio da futura comunidade, como se
verá no curso do presente trabalho.
Logo depois, sobretudo por motivo de grave inimizade com
o coronel Clementino Cavalcanti, chefe político de Águas Belas, vie
ram jutar-se a José Francisco da Silva numerosos parentes seus, acom
panhados das respectivas famílias.
Assim é que, em datas sucessivas, aportaram em Brejo San
to Inãcio Gonçalves Bezerra, «Inacinho», com seus filhos adultos João
(22) Do casal José Florentino de Araújo Lima — Antônia Gomes de Araújo, res
pectivamente,• fiihos de Amaro Florentino de Araújo e JoSo Gomes da Silva,
nasceram Francisco de Araújo Lima, Maria Gomes de Araújo, Amaro Floren-
tino de Araújo Lima, Leopoldina de Araújo Lima, Joaquim Florentino de Araú
jo, José de Araújo Lima Ana, de Araújo Lima e Antonio de Araújo Lima.
_198— I T A V T E R A
(35) I d ., ob..cit.
(36) Logo depois do episódio de Cana Brava, João Gomes da Silva foi ao lugar
Piçarra, informado que fôra da presença de Calangro naquele sítio. Não o
encontrou porém. No dia seguinte, recebeu um recado do famoso bandido,
aconselhando-o a ficar em casa e deixar a perseguição a cargo dos seus
cabras. De sua tocaia, Calangro deixou João Gomes passar em paz, reservan
do a carga do seu trabuco para os indivíduos do seu nível.
IT A Y T E R A -203—
(37) Reza a tradição que na cauda do grupo de Calangro marchava um cabra mu
nido de ramagem, com o fim de apagar a pista dos companheiros. Os bandi
dos iludiam as sentinelas das aguadas com o bater de chocalhos nas horas
mortas da noite.
(38) Abelardo F. Montenegro, ob. cit.
(39) Id .. id.
—204— I T A Y T E R A
{40) A casa aludida é situada ra rua Velha, que pertenceu, depois, a Antônio de
Zuza Gabriel, vulgo Medalha. Os grupos referidos pelo cronista eram o de
João Calangro e o dos Quirinos. Àquela época, exercia as funções de sacristão
Antônio Simplício do Nascimento, natural de Goianinha, atual Jamacarú. Foi
êle o primeiro sacristão de Brejo Santo.
I T A Y T E R A —205-
X X X
(41) Ps. Pelarmino José de Souza, «Visita Pasto-al de D. Joaquim José -Vjieira ao
Sul da Província», Fortaleza-1884.
(42) «Sinopse Estatística do Município de Brejo Santo», I.B.G. E ., Rio-1948
— 206— I T A Y T E R A
X X X
(45) Mestre Ferraz faleceu no sítio Canafístula, perto de Ba'Xio do Couro, atual
Getúlio Vargas. Seu cadáver foi o primeiro a ser sepultado no cemitério de
Jati.
(46) «Almanaque do Ceará», 1897, pág. 11.
(47) D. Balbina nasceu era Lavras da Mangabeira, no dia 5 de dezembro de 1862.
Prestou concurso para o Magistério Público no antigo Liceu do Ceará, em
1884, sendo aprovada com distinção. Em janeiro do ano seguinte, foi nomea
da para o cargo de professora da cadeira do sexo feminino de S. Pedro do
Crato (Caririassú), no govêrno de Carlos Honorio Benedito Otoni. Exerceu o
professorado em Várzea Alegre, Lavras. Barbalha e Iguatú. Desta cidade voltou
à V . Alegre, e dali foi removida para Brejo Santo, em 25 de junho de 1898,
ao tempo do Presidente Antônio Pinto Nogueira Acióli. Sua escola foi insta
lada numa ampla casa do coronel Basílio Gomes da Silva, à rua da Tabo
queira, transferindo-se, depois, para o centro da cidade. Era casada com Li-
dio Dias Pedroso, que faleceu em Brejo. Espirito cristão por excelência, ca
ráter sem jaça e equilíbrio moral à toda prova, D. Balbina faleceu aos 89
anos, no dia 28 de fevereiro de 1951, depois de haver instruído nas letras duas
gerações.
— 208- I T A Y T E R A
(48) Em 1883, duas escolas particulares funcionaram por algum tempo, as quais
eram dirigida', respectivamente, por Joaquim de Souza e Antônio Simplicio
do Nascimento.
! T A Y T E R A - 2 0 9 -
X X X
X X X
(50) O primeiro ci iadão que exerceu função policial no Brejo foi o aguabelense
V ictor José Modesto. No Natal de 1872, ao entrar na C-pela, ouviu o seguin
te conceito que lhe fez Joaquim Cardoso dos S an to s: «Delegado forte para
os fracos.» No d>a seguinte, Modesto cercou-lhe a casa e aprisionou uns cri
minosos ali homisiados.O ato não foi apoiado por Basílio Gomes, que censurou
o irmão. Modesto, homem temperamental, retrucou-lhe s «Tome sua merda. Eu
não trabalho com covardes» Foi após tal incidente que V ictor José Modes
to se estabeleceu em Araripina, como já se viu atrás
(51) «O Rebate», de 19-12-1939. transcrevi t a s guinte notícia social de Brejo, pu
blicada em «A União», de Barbalha, de 12 do mencionado mês: «Em sua fa
zenda Q U *1M A D A DO M E IO o major Manuel Inácio Bezerra festejou con-
dignamente o casamento de duas filhas suas, deixando seus convivas penho-
rados pela gentileza com que foram tratados.» Nota do autor:— As nubentes
eram Luzia e Carmina, que se casaram, respectivamente, com Francisco Go
mes da Silva Basílio e Casúano Inácio Bezerra Sobrinho.
I T A Y T E R A — 211 —
(52) Pe. Viaua era irmão de D. Balbina. Nasceu em Lavras, a 7 de set. de 1876.
Iniciou seus estudos em 1893, no Seminário Episcopal de Fortaleza. Em 1897,
transferiu-se para o Seminário Arquiepiscopal da Bahia, onie terminou o seu
curso. Nomeado censor daquele estabelecimento em 14-2-1898, Pe. Viana re
cebeu a primeira tonsura em 29-9, as ordens menores a 1-5-1901 e as ordens
sacras de Presbítero no dia 29 de set. do mesmo ano. Logo depois celebrou
sua primeira missa em Brejo Santo. Designado para coadjutor do vigário de
Itapipoca, assumiu suas funções em 2-2-1902. Foi pároco de T rairi, a contar
de 16-5-1902, durante 9 mêses, onde o autor, em 1928, obteve referências e lo
giosas à sua passagem por aquela antiga vila. De lá viera para Brejo. Foi
grande colaborador de «Cetama», de Birbalha.
(53) Aquela máquina pioneira, cujo locomovei de 24 HP foi trazido do porto de
Aracati por 24 juntas de boi, pôs fim ao sistema rudimentar das bolandeiras,
das qnais toram precursores Manuel Estevão, Manuel Inácio de Luccna e Lou-
renço Gomes da Silva.
-2 1 2 — I T A Y T E R A
(64) I d ., íd._
(65) Em 1917, foram expedidos 556 telegramas num total de 9,616 palavras, e re
cebidos 505, somando 8.000.
(66) Misael F . Pinheiro é o atual Coletor Fstadual. Em ordem cronológica, foi
antecedido por Antônio Silião Bispo, João Alves de Moura, T iago Inácio Be
zerra e José Inácio da Silva.
(67) Nerú, de Barbalha, fcl o primeiro mestre da banda de música. Sucederam-
Jhe João Alberto, Francisco Pereira Lima (B aião), O lívio Lopes Angelim e
João Cândido de Sousa.
I T A Y T E R A 217—
(68; Joaquim, mais conhecido por Quinzô, foi contemporâneo do irmão Antônio
Gom es.no Seminário de Fortaleza. Êste, nascido aos 13-2-1887, faleceu em
Brejo a 15-2-19 !6 , às vésperas do sacerdócio, menos de dois mêses após ter
recebido a ordem maior do subdiaconato Espirito intel gente e culto. p. is do-
— 218 I T A Y T E R A
Nos últimos dias daquele ano, uma peça teatral foi levada
à sena, cujo palco foi armado no salão da Prefeitura Municipal. A
organizadora do arrojado empreendimento foi a professora diplomada
Luiza Grangeiro (D. Lili), que escolheu para galã o moço Manuel
Alves de Moura-
Foi nessa época que apareceu em Brejo a primeira lan
terna de pilha, nas mãos de um cunhado do tenente Peregrino
Montenegro, então ali estacionado.
(73) Até o fim do terceiro lustro déste século, a medicina popular em B. Santo foi
exercida por «Seu» Lino, antigo vaqueiro do cel. Basilio. Com rara habilida
de, aquêle medicastro arrancava dentes, curava punhaladas, tratava de fratu
ras, extraia balas, aplicava clisteres etc. Seus instrumentos cirúrgicos eram ape
nas um boticSo e um fino canudo de borracha, com o qual localizava proje-
tis. Entre os antigos clientes do velho Lino figuram Anselmo Teles de Carvalho,
avô paterno do autor, cujos dentes foram extraídos a dedo, e o Rev. Pe. An
tônio Gomes, cujo antebraço direito fraturado em criança, é hoje 100% p e r
feito.
-2 2 0 — I T A Y T E R A
X X X
X X X
X X X
Louças, Miudezas.
Tintas e Óleos.
íe le f t r .: AD ERVA RES - C a ix a P o s ta l, 24
CRATO - C EA RÁ
A CRATENSE DE
EUCLIDES F. LIMA
T ecid os - C h a p é u s - S o m b r i n h a s Guarda
C h u v a s • C a m i s a s - P i j a m a s - R o u p a s feitas
— L in h a s - B o r d a d o s - R e n d a s — ■
çadora.
Os latifúndios serranos, sopesseranos e ribeirinhos foram
assim povoados, especialmente depois de 1914. As feiras caririenses
ficaram anualmente abarrotadas de produtos agrícolas, que passaram
a ser exportados em larga escala, e o Carirí grangeou o título de
celeiro do Estado.
Na serra do Araripe, pertencente á União, onde não ha
via ãgua e sim onças, os bravos romeiros se fixaram em pequenas
frentes aforadas por intermédio dos municípios, cobriram-nas de
mandioca e abacaxis, abriram barreiros e montaram aviamentos ma
nuais. Foi épica a sua luta inicial porque se alimentavam pouco e
mal e bebiam água apanhada a duas e cinco léguas de distância.
Mais tarde parecia ter sido executado alí um plano de reforma agrá
ria tal era o sistema de ocupação coletiva da chapada.
Na serra de São Pedro operou-se o mesmo fenômeno com
a diferença de que, não sendo devolutas as suas terras, os romeiros
compraram aos latifudiários pequenas frentes de 10 a 100 braças e
nelas se fixaram, cultivando ceriais, As terras do sopé da mesma ser
ra e parcialmente dos Carás foram igualmente retalhadas e cultiva
das pelos romeiros.
Temos após a devastação das matas do planalto araripa-
no uma densa pastagem alí se desenvolveu despertando a ambição dos
sitiantes e criadores do vale que, a pretexto de «despastar» seu gado,
mandavam soltar na serra as suas manadas que destruíam a lavoura
dos posseiros. Êstes procuraram mas não encontraram justiça e ter
minaram vencidos p e l o s prepotentes invasores de suas S IT U A
ÇÕES. Uns foram esbulhados e outros premidos a vender barato
os seus direitos.
Hoje a serra do Araripe está quase despovoada e suas ter
ras devolutas «pertencem» a êsses invasores, havendo dêles que «pos
suem» até quatro léguas quadradas sob cêrca de arame em cujas
mangas o pequi ou carne vegetal nativa já não pode ser colhido li
vremente. À lenha e as madeiras de construção são vendidas por
preços elevados. Alguns dêsses grandes «proprietários» serranos têm
boa cultura de mandioca com aviamentos a motor e pessoal assala
riado.
As terras da serra de São Pedro, dos taboleiros de seu
sopé e dos baixios caraenses estão voltando também ao regime do
latifúndio, mediante outro processo dos abastados. A história come
ça assim: um pequeno proprietário, esmagado pela carestia e desaju-
dado pelo poder públ co, vende sua posse de terra a um rico. Êste
espera que o vizinho entre também em agonia e assim vai alargando
I T A Y T E R A -229—
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Meias e uma infinidade de artigos que só o freguês
pode ver melhor.
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FLORESTA NACIONAL ARARIPE-APODI — CRIA
ÇÃO E FINALIDADE - SUA A1UAÇAO NA
CHAPADA DO ARARIPE.
Antonio Alves de Queiroz
(Engenheiro-Agrônomo)
j) IN STA LA Ç A O D E P O S T O S D E R E F L O R E S T A M E N -
T O . —N c Setor Araripe da F.N .A.A . já foram instalados os seguintes
Postos: 1) Posto de Reflorestamento de Barbaiha, cujo terreno foi doado
peia Prefeitura Municipal; dispõe de um cacimbão com bomba instala
da, um tanque, dezoito canteiros, um ripado, escritório e residência
construída recentemente para o encarregado do serviço; 2) Posto de
Reflorestamento de Juazeiro do Norte, cujo terreno foi doado pela
Escola Rural do Juazeiro; dispõe de instalações idênticas
às do Posto de Barbaiha; 3) Posto de Reflorestamento de Iguatu, cu
jo terreno no perímetro urbano foi doado pela Prefeitura Municipal
ao Serviço Florestal do Ministério da Agricultura, por mim repre
sentado, em 28 de junho de 1954; dispõe de todas as instalações ne
cessárias; e 4) Viveiro Florestal de Crato, na séde do Escritório do
Setor Araripe, da Floresta Nacional.
A produção total de mudas florestais já se eleva, em mé
dia, por ano.^a oitenta mil, sendo distribuidas entre particulares espé
cies de eucalipto, cedro, craiba, nogueira, cajueiro, cumaru, jaqueira,
sabiá, canafistula, algaroba, oitizeiro, oiticica, adenantera, flamblu-
aiã, ficus retusa, etc.
Outros postos de reflorestamento poderão ser instalados,
desde que os prefeitos dos municípios da região do Cariri tomem in
teresse pelo problema de arborização. em larga escala, nas terras de
vastadas. A exigência minima do Serviço Florestal do Ministério da
Agricultura é de que cada prefeitura faça a doação do terreno no pe
rímetro urbano da cidade. Todas as instalações necessárias ao posto
serão feitas por conta do govêrno federal; e os trabalhos de viveiro
florestal serão executados por funcionários da União.
Floresta de Rendimento
Nas florestas nacionais se promovem serviços de ecologia
e economia florestal, estudos de silvicultura (florestamento e refloresta
mento), conservação do solo e sua proteção contra a erosão, trabalhos
de ordenamento, dendrometria, desbastes, cortes, avaliação, contabili*
dade, venda dos produtos e subprodutos da floresta e utilização das
pastagens de modo adequado; ainda temos a considerar: preparo de
aceiros para prevenir o fogo, instalação de «torres de alerta* e com
bate aos incêndios e às pragas; abertura de estradas de acesso da
floresta, inclusive controle de descidas da serra para municípios vizi
nhos; levantamento topográfico, fitográfiço, e de talhões, cujo volume
de madeira possa ser cortado; proteção à flora e à fauna regionais;
distribuição do policiamento por meio de guardas florestais; organi
zação e controle das recreações públicas.
Todos os povos, que cuidam das matas, possuem florestas
—2 4 2 - IT A Y T E R A
L IV R A R IA E P A P E L A R IA R A M IR O
Mantém uma secção gráfica.
FO N E : 21-73
J . D E F IG U E IR E D O F IL H O
C a s a 0 NEQUINHO
DE
M A N O E L P E R E IR A D E A L E N C A R
F u a B á r b a r a d e A le n c a r , 20 1
C ra to — C eará
- Estação Rodoviária do Crato -
D IR E Ç Ã O D E :
CHAGAS BEZERRA
Praça Francisco Sá, 26
P A R T ID A S D E Ô N IB U S P A R A ;
M A T R I Z :
CRATO — Praça Francisco Sá, 26 — CEARÁ
F I L I A L :
S. P A U L O — Rua Cavalheiro, 58 (Braz) — S- P A U L O
Telegram a: CEARENSES
%
L I NHA NORTE:
D e C R A IO a R E C IF F, SÃ O PAULO e RIO .
IG U A T U — Rua 7 da Setembro, 288
flGENCIflS:— Acopiara, M. Velha, Juazeiro-Rua Pe. Cícero
LIlHflS:- CRATO—CRATO—
CRATO—
— Recife 3a. Feira—
4a.
Campos Sales— 2a. e
Floriano— 6a. Feira
Feira —
CRATO— V. A le gre — Diáriamente.
No calendário social da Metrópole do Cariri, figura como
um dos mais significativos acontecimentos a fundação do «Lions Clube
de Crato», auspicioso fato ocorrido a 8 de setembro p. p.
Por outro lado, o advento do Leonismo nesta Cidade cons
tituiu mais uma prova do alto grau de cultura intelectual e do espí
rito associativo do seu povo.
Naquele dia, Crato hospedou os principais líderes do Leo
nismo no País, como Nivaldo Navarro, Delegado Internacional, M i
guel V ita e drs. Paulo Cabral de Araújo e José Edmilson Barros de
Oliveira, Governador do Distrito L— Norte, Vice-Governador e P re
sidente de Divisão, respectivamente.
As festividades, que tiveram lugar no Crato Tenis Clube,
foram orientadas pelos represententantes do Clube padrinho— «Lions
Clube de Fortaleza»— cujo Presidente, Sr. Mário Câmara V ieira,
aqui veio acompanhado dos Srs. Pedro Coelho de Araújo, Gustavo
Silva, W ilson Miranda e Rômulo Siqueira, Diretores daquele con
ceituado Clube.
No decorrer do jantar inaugural, ao qual compareceram o
representante do Exmo. e Rvmo. Sr. Bispo Diocesano, Comissão do R o-
tary Clube do Crato, autoridades do Município e pessoas gradas, foi
empossada a Diretoria Provisória prèvíamente aclamada e assim cons
tituída: Presidente— Dr. Raimundo Quixadá Felicio; 1/ V ic e — Pedro
Felício Cavalcanti: 2 : V ice— José W ilson Machado Borges: 3.' Vice
—José Maria Cruz: 1/ Secretário— T en . Otacílio Anselmo e Silva. 2 '
S e c.— Francisco de Sousa Nascimento: Tesoureiro - Francisco Tavares
Bezerra: Adj.— Espedito Gomes Silva: Diretor Social— Edson Castro;
Diretor Animador— Cândido Figueiredo; V ogais— Antônio Machado,
José W ilson Marques, José Leandro ( orreia e Ernani Brígido e Silva.
Na lista de sócios fundadores constam ainda os nomes dos
Srs. Edson Donizetti Coelho, Manuel Mauricio Almeida, Cícero B ar
bosa de Carvalho, Dr. Otaviano Dustan Pessoa Monteiro Filho, Jayme
D orcy Bezerra e Dr. Antônio Alves de Queiroz. Posteriormente, foram
admitidos os seguintes sócios: José Alencar Albuquerque, Newton
— 248— ITA Y T E R A
V O L T A IR E
GRANDE HOTEL
Situado no ponto mais central da cidade
Aristides Cisne
Praça Siqueira C am pos—Edifício Eilqueiras T eles
FJBRO OE « M 1 H S M M IO '
de V IC E N T E M ARQ U ES
E S P E C IA L ID A D E S E M :
B. Bezerra S Cia.
(Somente artigos de q jalidade)
Ferragens e Estíuas.
M á q u i n a s :
Crosley e Danubía.
0 Barão de Studart
Moacir Mota
(Palavras proferidas no Rotary Club
de Crato, a 5 de janeiro de 1956).
Luigi BattistelH ,
Serraria Lucas
— DE -
CRATO - CEARA
A preferência que os senhores
construtores dão aos materiais
DA
Serraria Lucas
A testa a bôa procedência
dos seus trabalhos.
Armazém do Norte
- DE —
Eduardo Solon
Grande esfoque de medicamentos
nacionais e extrangeiros.
Praça Francisco Sá
Crato - Ceará
.[Siucns HO EH i «.»
DROGARIA PASTEUR
Crato — Ceará
-REMINJSCÊNCIAS-
TIPOS POPULARES DO CRATO ANTIGO.
Especial para FTAYTERA
■■■ • ----- = J . B . B rito — . — — -
X X X
dos e vadios.
As duas primeiras eram escolas publicas; a última era par
ticular.
Pagava-se U M M (L R E IS (1$000) por mês, com dois ex
pedientes: de 7 ás 11 e de 1 ás 5 da tarde.
A cidadezinha, descalça, sem luz nem de cadieiro, sem te
légrafo, sem cinemas nem outras diversões modernas, não oferecia distra
ções e vivia calmamente como qualquer cidade sertaneja.
Escolas 3; farmácias 3; — A do Capitão Benedito da Silva
Garrido, na praça de São Vicente, hoje «Siqueira Campos»; a do Co
ronel Joaquim Secundo Chaves, na casa onde está hoje a Livraria Ca
tólica; e a do Coronel José Antônio de Figueiredo, entregue a Dário
Duarte Correia Guerra, na esquina onde depois funcionou a Farmá
cia «Central» de José Alves de Figueiredo.
Padaria só existia uma, a de Joaquim José de Santana Mu-
ritiba. Esse cidadão era compadre e amigo do Cel. Secundo. Explo
rava o ramo de padaria.
Chegou a economizar RS. 6.000$000 (SE IS C O N TO S
D E REIS); entendeu de mudar de ramo.
Consultou ao amigo e compadre se conviría estabelecer-se
com tecidos.
O velho farmacêutico, prudente e prático, ponderou-lhe:—
C O M PA D R E, NAO SAIA DA SU A M ASSA ; você entende é de
fazer pães; não fuja do seu ambiente.»
Muritiba, não seguiu o conselho. Deixou a padaria e esta
beleceu-se com tecidos. Dentro de um ano, estava aruinado: vendeu
fiado; o tecido estragou-se, aperriou-se o improvisado logista.
Nesta conjuntura, voltou ao velho amigo, expoz a situação
e pediu-lhe conselhos.
O velho farmacêutico cofiando a venerável barba, com um
risozinho significante, alvitrou-lhe:— «Compadre, volte para a sua mas
sa; você entende é de fazer pães». Muritiba, desta vez, aceitou o con
selho e se saiu bem.
X X X
curso regular para a família que ainda hoje conserva o que herdou.
X X X
X X X
X X X
X X X
Sia Sofia, negociava com frutas e tinha UM P É D E M EIA.
Excedia-se em bebidas alcoólicas e ia prêsa quase todas as
semanas.
Por medida da economia, pagava adiantadamente as car-
ceragens aos carcereiros José Muritiba e João Guefes. Dizia que be-
bia porque não havia de morrer de sêde.
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
Outros tipos populares do Crato antigo foram : Zé Tora,
Mané Pansa, Pedro Perú, João da Burrinha, José Pinheiro, mestre da
banda de couro, Guedereo, preto velho quase centenário, Aninha alei
jada, Tomé de Sá, José Gomes Crispim e Antonio Bisca.
X X X
G r a t o — Ho t e l
Situ ad o à P raça Fran cisco S á
Num d o s p o n to s m a is a p ra z ív e is da cid a d e , n a s p ro x im id ad es da
e s ta ç ã o ro d o v iária e da g a re da E strad a de Ferro de B atu rité.
Asseio — Quartos Amplos «— Bom Tratamento.
P R O P R IE T Á R IO :
X X X
X X X
X X X
X X X
t
IT A Y T E R A é uma revista que causa boa impressão. Tem
defeitos, e por que negá-los ? M as as falhas que apresenta são so
bretudo de ordem técnica, que o tempo e a experiência ajudarão a
corrigi-las, de conformidade com os recursos materiais de que se dis
ponha, numa cidade que ainda não conta com modernos processos
tipográficos noutros centros existentes. Patenteia-se, na publicação pe
riódica do Insiituto Cultural do Cariri, a vitalidade intelectual dos fi
lhos dessa região do Ceará. E não causa surpresa a observação do
fenômeno, que não é de agora, porque se registra desde épocas re
cuadas.—J. C. A LEN C A R A R A R IP E , em «O Povo» — 13-5-55.
X X X
viais e arrojo das águas que brotam das entranhas da serra e se es
palham pelos baixios num lençol de bonança, perene e farto. O seu
primeiro número é, sem favor, um código de responsabilidade, é um
compromisso solene de cometer à posteridade um patrimônio cultu
ral rico de relíquias históricas, e iluminado pelo talento e primores in
telectuais de uma geração nova, vinculada, pelo amor à gleba e culto
patriótico, à terra e ao espírito da gente que se arrebanha na ferti
lidade e na inspiração de uma natureza privilegiada.—L E IT E M A R A -
N H A O . «Correio do C eará»— 11-5-55.
X X X
«
Permita Deus que à IT A Y T E R A , tão seivosa e promissora
como surgiu, não caiba o fado das muitas revistas literárias que aqui
têm nascido e que, sem ambiente propicio, morrem mal se implumam
e tentam os primeiros vôos. E ’ possível e muito provável que outra se
ja a sua sorte, porque a arrancada feliz em que vai o Crato, deixan
do na retaguarda todo o resto do Ceará, é um grande incentivo para
que os seus filhos, dele se ufanem e procurem elevar sempre o renome
de sua terra e de sua intelectualidade. — P E D R O SA M P A IO . (T re
cho duma carta ao cel. R. T eles Pinheiro).
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
O Objetivo do Rotary
O objetivo do Rotary é estimular e fomentar o ideal de ser
vir como base de todo o empreendimento digno, promovendo e apoiando:
Io.) o desenvolvimento do companheirismo como elemento capaz
de proporcionar oportunidade de servir:
2o.) O reconhecimento do mérito de toda a ocupação útil e a
difusão das normas da ética profissional:
3o.) A melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada
um na sua vida pública e privada: e
4o.) A aproximação dos profissionais de todo o Mundo, visando
a consolidação das bôas relações, da cooperação e da paz
entre as Nações.
a gradecimento
Ao concluirmos os trabalhos desta edição, formulamos
ção.
A. Direção
SUMÁRIO
A Jornada Prossegue, Incentivada Pelas Primeiras Vitórias J. F, F. 1
Apostalado do Embuste— Pe. Antônio Gomes de Araújo 3
Horácio Jácome— José Alves de Figueiredo 64
O Cariri Através da Medicina— Dr. Pinheiro Monteiro 65
Brasil de Sueds e Jacintos .. .— Quixadá Felício 86
Comemorações, em Crato, do Centenário do Barão de Studart-Red. 88
Feira-Retrato Econômico do Crato— J. de Figueiredo Filho 90
«Ave Libertas»— Barbosa de Freitas 104
Emancipação Econômica do Ceará— AbelardoF. Montenegro 106
Reminiscência — Pedro Sampaio 111
Invasões Francesas e Holandesas no Brasil — Ten. Cel. R. Teles
Pinheiro 114
Um Êrro Histórico— Redação 130
João Brígido— Celso Gomes de Matos 132
Pergunta — Luiz Sampson 137
Vicente, Èsse Desconhecido— J. Lindemberg de Aquino 138
M ãe_Pedro Ferreira 142
Amizades Valiosas— Maria Alaide Macedo 144
Isto É Crato— Moacyr Gondim Lóssio 150
Canção de Pai Joaquim — Meton Barreto de Marais 185
Esbôço Histórico do Município de Brejo Santo— O. A. e Silva 187
A Contribuição do Romeiro na Construção Econômica do Cariri
— José de Figueiredo Brito 227
Floresta Nacional Araripe-Apodi— Antônio Alves de Queiroz 234
Fundação do «Lions Clube do Crato»— Redação 247
O Barão de Studart— Moacir Mota 251
A Ração do Trabalhador Caririense e a Cárie Dentária— Raimundo
Lucena 255
Reminiscências— Tipos Populares do Crato Antigo — José Bezerra
de Brito 259
Depoimentos Sôbre a Primeira Edição de IT A Y T E R A — Vários 265
Rotary Club do Crato— Sec. do Rotary 269
Agradecimento 270
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