Argumento Ontológico (S. Anselmo)
Argumento Ontológico (S. Anselmo)
Argumento Ontológico (S. Anselmo)
–
10º
Ano
A
religião,
a
razão
e
a
fé:
argumentos
a
favor
da
existência
de
Deus
SANTO
ANSELMO
(1033-‐1109):
Nasceu
em
Aosta,
na
Itália.
Em
1060
entrou
para
o
Mosteiro
de
Bec,
do
qual
veio
a
tornar-‐se
abade
em
1078.
Durante
a
sua
estadia
nesse
mosteiro
que
escreveu
o
Proslogion
(1077-‐1078),
no
qual
apresenta
o
argumento
ontológico.
Anselmo
é
geralmente
considerado
como
o
maior
teólogo
do
seu
tempo.
ARGUMENTO
ONTOLÓGICO
“Portanto,
Senhor,
Tu
que
dás
o
teu
entendimento
da
fé,
concede-‐me
que,
quando
sabes
ser-‐me
conveniente,
entenda
que
existes
como
acreditamos
que
és
o
que
acreditamos
e
que
és
o
que
acreditamos
[seres].
E
na
verdade
acreditamos
que
Tu
és
algo
maior
do
que
o
qual
nada
pode
ser
pensado.
Acaso
não
existe
uma
tal
natureza,
pois
o
insensato
disse
no
seu
coração
“não
há
Deus”?
Mas
com
certeza
esse
mesmo
insensato,
quando
ouvir
isto
mesmo
que
digo,
algo
maior
do
que
o
qual
nada
pode
ser
pensado,
entende
o
que
ouve
e
o
que
entende
está
no
seu
intelecto,
ainda
que
não
entenda
que
isso
exista.
Com
efeito,
uma
coisa
é
algo
estar
no
intelecto,
outra
é
entender
que
esse
algo
existe.
Com
efeito,
quando
o
pintor
concebe
previamente
o
que
vai
fazer,
tem
isso
mesmo
no
intelecto,
mas
ainda
não
entende
que
exista
o
que
não
fez.
Mas
quando
já
pintou,
não
só
o
tem
no
intelecto
como
entende
que
existe
aquilo
que
já
fez.
E,
de
facto,
aquilo
maior
do
qual
nada
pode
ser
pensado
não
pode
existir
apenas
no
intelecto.
Se
está
apenas
no
intelecto,
pode
pensar-‐se
que
existe
na
realidade,
o
que
é
ser
maior.
Se,
portanto,
aquilo
maior
do
que
o
qual
nada
pode
ser
pensado
está
apenas
no
intelecto,
aquilo
mesmo
maior
do
que
o
qual
nada
pode
ser
pensado
é
aquilo
relativamente
ao
qual
pode
pensar-‐se
algo
maior.
Existe,
portanto,
sem
dúvida,
algo
maior
do
que
o
qual
nada
é
possível
pensar
não
apenas
no
intelecto,
mas
também
na
realidade.
“
ARGUMENTO ONTOLÓGICO
P:
Se
Deus
existe
apenas
no
entendimento,
então
podemos
conceber
um
ser
maior
do
que
Deus,
nomeadamente
um
que
exista
também
na
realidade.
P:
Mas,
por
definição,
Deus
é
o
ser
maior
do
que
o
qual
nada
pode
ser
pensado.
(contradição)
C:
Logo,
a
suposição
de
que
Deus
apenas
existe
no
entendimento
é
falsa.
Conclusão
final:
Deus
existe
na
realidade!