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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

ALINE PIRES QUINTANILHA

CONTROLE DA OBESIDADE INFANTIL EM ESCOLAS MUNICIPAIS


DA CIDADE DE BURITIS – MINAS GERAIS

UBERABA – MINAS GERAIS


2014
ALINE PIRES QUINTANILHA

CONTROLE DA OBESIDADE INFANTIL EM ESCOLAS MUNICIPAIS


DA CIDADE DE BURITIS – MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Especialização em Atenção Básica em Saúde da
Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para
obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora: Prof.ª Virgínia Resende Silva Weffort

UBERABA – MINAS GERAIS


2014
ALINE PIRES QUINTANILHA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Núcleo de


Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da
UFMG aos integrantes do Curso de Especialização em Atenção
Básica em Saúde da Família.

Banca examinadora

Prof.ª Virgínia Resende Silva Weffort – Orientadora

Profa. Dra. Matilde Meire Miranda Cadete - UFMG

Aprovado em Belo Horizonte, 13 de janeiro de 2014.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me concebido força e ânimo para continuar
com mais uma conquista em minha vida, dando - me oportunidade para adquirir novos
conhecimentos.

À minha mãe Conceição, ao meu pai Raimundo, ao meu irmão Alípio, à minha
cunhada Angélica e ao meu namorado Sanderley, pelo apoio, dedicação e compreensão
durante todo o processo do curso de especialização.

Ao PSF Israel Pinheiro e São João pela recepção, ensinamentos e compreensão


durante o período, permitindo colocar em prática o aprendizado adquirido pelo curso de
especialização.

À minha companheira de PROVAB, Munique Rocha pelo apoio, mostrando


disposição e auxílio nos momentos difíceis ocorridos durante a permanência no município de
Buritis – MG.

A todos os tutores, em especial à tutora Sybelle de Souza Castro Miranzi pelo apoio,
compreensão, presteza e paciência.

À minha orientadora Virgínia Resende Silva Weffort pela presteza e orientação para
realização deste trabalho.
RESUMO

O presente trabalho foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica em material escrito na


língua portuguesa, com a finalidade de analisar a importância do crescente número da
população infantil que está acima do peso ideal. Todavia, já se sabe que isto se tornou um
problema de saúde pública e que apresenta caráter multifatorial. No bairro São João no
município de Buritis – Minas Gerais foi observado, através do levantamento realizado pelo
Programa Saúde da Família (PSF) em junho de 2012, que de 361 crianças examinadas na rede
pública de ensino, 100 apresentaram alteração no Índice de Massa Corporal (IMC), ou seja,
apresentaram obesidade, instigando a realização do plano de ação voltado para o
enfretamento do problema. Assim, este estudo objetivou elaborar um plano de ação com
vistas á diminuição da obesidade infantil encontrada em escolares do bairro. A pesquisa
apontou que o número de crianças obesas é alarmante e continua crescendo de forma
descontrolada, em todo Brasil. A unidade de saúde e a escola têm papel fundamental ao
modelar as atitudes e comportamentos das crianças sobre atividade física e nutrição. Deve-se
dar atenção à prevenção com desenvolvimento de estratégias preventivas para todas as idades,
tendo início preferencial na infância.

Palavras-chave: Obesidade, Hábitos alimentares, Programa Saúde da Família.

.
ABSTRACT

The present study was drawn from literature written in the Portuguese language, in order to
analyze the importance of the growing number of child population that is overweight material.
However, we know that this has become a public health problem and presents multifactorial.
In Saint John neighborhood in the city of Buritis - Minas Gerais was observed through the
survey conducted by the Family Health Program (PSF) in June 2012, which examined 361
children in public schools, 100 have changes in Body Mass Index (BMI), or were obese,
prompting the implementation of the action plan focused on the coping of the problem. Thus,
this study aimed to develop an action plan aiming to reduce childhood obesity found in the
school district. The survey showed that the number of obese children is alarming and growing
uncontrollably all over Brazil. The health and school play a fundamental role in shaping the
attitudes and behaviors of children on physical activity and nutrition. One should pay
attention to prevention with development of preventive strategies for all ages, with
preferential early childhood.

Keywords: Obesity, Eating Habits, Family Health Program.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pirâmide alimentar para crianças acima de 6 meses de idade .................................25


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Número de porções diárias recomendadas, de acordo com a faixa etária, por grupo
da Pirâmide Alimentar..............................................................................................................26

Quadro 2: Quantidade de alimentos que correspondem a 1 porção........................................26

Quadro 3: IMC em crianças de 2 a 12 anos.............................................................................29

Quadro 4: Identificação dos recursos críticos do problema de obesidade infantil do bairro São
João no município de Buritis – MG..........................................................................................32

Quadro 5: Viabilidade dos projetos para o problema de obesidade infantil do bairro São João
no município de Buritis – MG..................................................................................................32

Quadro 6: Operação do plano..................................................................................................34


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAED – Centro de Apoio à Educação à Distância


CD – Crescimento e Desenvolvimento
CEABSF - Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família
ESF – Equipe de Saúde da Família
HIPERDIA – Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC – Índice de Massa Corporal
NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família
NESCON – Núcleo De Educação Em Saúde Coletiva Da Faculdade De Medicina
PCCU – Prevenção do Câncer de Colo de Útero
PSE – Programa Saúde na Escola
PSF – Programa Saúde da Família
SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria
Séc. - Século
SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UMS – Unidade Mista de Saúde
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 12
2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 14
3 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 15
4 METODOLOGIA .............................................................................................................. 16
5 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 17
6 PLANO DE AÇÃO ............................................................................................................ 31
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 39
8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 40
12

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho versa sobre a obesidade infantil, considerada hoje uma


preocupação em nível de saúde pública. A obesidade pode ser definida, de forma resumida,
como o grau de armazenamento de gordura no organismo associado a riscos para a saúde,
devido a sua relação com várias complicações. A base da doença é o processo indesejável do
balanço energético positivo, resultando em ganho de peso (BRASIL, 2006).
A obesidade, ou aumento da adiposidade, é geralmente atribuída a um desequilíbrio
entre a energia ingerida (padrão alimentar) e a energia gasta (atividade física e metabolismo
basal) (DUNCAN, 2004).
O desenvolvimento precoce da obesidade vem apresentando dados alarmantes entre
crianças e adolescentes em todo o mundo, que tende a se manter em todas as fases da vida. A
obesidade infantil pode gerar consequências em curto e longo prazo e é importante preditivo
da obesidade na vida. Sendo assim, a prevenção desde o nascimento é necessária, tendo em
vista que os hábitos alimentares são formados nos primeiros anos de vida. Uma vez habituada
a grande concentração de açúcar ou sal, a tendência da criança é rejeitar outras formas de
preparação do alimento (BRASIL, 2002).
Alguns fatores podem ser correlacionados para tal estado, como: doenças genéticas,
endócrino-metabólicas, alterações nutricionais, sedentarismo e fatores psicológicos. Assim,
podemos afirmar que a obesidade é uma patologia crônica, caracterizada pelo acúmulo
progressivo de gordura corporal, podendo causar complicações em diversos sistemas do
organismo (ARAÚJO, 2007).
Esse tema se tornou foco deste estudo a partir do diagnóstico situacional feito por
ocasião da realização de atividades do Módulo de Planejamento e Avaliação das Ações em
Saúde (CAMPOS; FARIA ; SANTOS, 2010), abrangendo o bairro São João no município de
Buritis – Minas Gerais , durante o Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da
Família (CEABSF). Teve o intuito de identificar os problemas mais comuns na comunidade e,
desta forma, realizar um plano de ação para melhor o enfrentamento do problema. Os
problemas mais valorados pela equipe foram: baixa compreensão da função/diretrizes do
Programa Saúde da Família(PSF) pelos usuários adultos residentes na área de abrangência do
PSF; a não utilização do PSF com caráter preventivo; qualidade do atendimento da equipe de
saúde da família.
13

A quantidade de usuários obesos também obteve destaque nos problemas levantados,


sendo identificada a obesidade em crianças da rede municipal de ensino. Tal levantamento foi
realizado durante o Programa Saúde na Escola, no período de junho de 2012. De 361 crianças
100 foram identificadas com o problema.
O problema enfrentado está relacionado principalmente à falta de informação dos pais
quanto à alimentação básica e essencial para os filhos, falta de diversificação alimentar,
alimentação no âmbito escolar, falta de projetos voltados para o enfretamento da situação e a
cumplicidade deficiente entre saúde e educação.
De acordo com os dizeres anteriores , o PSF considerou importante o fato de elaborar
um plano de ação abordando o problema de obesidade infantil para serem desenvolvidas no
bairro, atentando-se às condições sociais, culturais e principalmente financeiras da população
local, buscando, assim, uma assistência de maneira eficiente por parte da unidade de saúde,
criando condições para uma boa qualidade de vida da população a ser abordada.
14

2 JUSTIFICATIVA

A importância do estudo sobre a obesidade infantil nos revela uma série de fatores e
nos faz pensar no presente (crianças apresentando doenças de adulto) e futuro (cresce uma
população despreocupada com a saúde e mais dependente de recursos hospitalares e
farmacológicos), sendo que precauções simples no dia a dia evitariam inúmeros transtornos.
Sabemos que há atitudes de promoção e prevenção da obesidade infantil em nosso
país, mas existe uma contradição quando vemos ou lemos noticiários que nos mostram os
índices cada vez mais aumentados. Os hábitos bons ou ruins começam em casa primeiramente
e isso nos mostra que deve haver uma relação entre profissional e pais; assim, o profissional
pode se tornar orientador e parceiro com os pais de crianças obesas ou fazendo a prevenção.
A intervenção de um profissional de saúde ajudará os pais a entenderem o que está
acontecendo, o porquê aconteceu e o que pode ser feito para reverter essa situação. A criança
se beneficiará, pois, a doença é mais rapidamente reversível por causa da idade e com a ajuda
do profissional qualificado a criança não passará por mudanças abruptas, seus hábitos
destrutivos serão mudados aos poucos, fazendo com que sejam mantidos ao longo do seu
desenvolvimento e assim levar uma vida mais saudável.
O PSF encontra dificuldades para enfrentar o problema, já que a identificação das
crianças com a obesidade foi visualizada no ambiente escolar e, por diversas vezes, a não
aceitação de intervenções feitas pelos profissionais de saúde no ambiente escolar são
rejeitadas pelos profissionais da educação, mesmo com o compromisso do PSE.
Assim, justifica-se a intervenção proposta de promoção e prevenção da saúde em
crianças para melhorar a qualidade de vida, gerando mais confiabilidade, por parte dos pais e
da própria escola, na atenção dada ao problema pelos profissionais da área da saúde,
salientando que com tal ação pode-se evitar transtornos futuros para essa população alvo.
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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral:

Elaborar um plano de ação com vistas á diminuição da obesidade infantil encontrada


em escolares do bairro.

3.2 Objetivo específicos:

Orientar os familiares sobre a importância da adoção de hábitos alimentares mais


saudáveis e as consequências geradas pela doença;
Propor um cardápio balanceado para a merenda escolar;
Criar vínculo escola-pais;
Criar vínculo pais-PSF;
Criar vínculo escola-PSF; e
Propor programa de educação permanente aos funcionários da saúde e escola.
16

4 METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão bibliográfica da literatura das obras publicadas em


periódicos nacionais através da busca eletrônica de artigos indexados nas bases de dados:
Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS). Foram incluídos os artigos: a) publicados em periódicos
indexados; b) escritos em língua portuguesa; c) publicados entre o ano 2000 e 2010.
Diante da diversidade dos trabalhos encontrados, fez-se necessário estabelecer alguns
critérios de exclusão: a) trabalhos que tiveram como foco a pesquisa de campo; b) trabalhos
que não estavam na íntegra; c) trabalhos que não abordavam o tema escolhido; d) estudos que
abordaram os adultos como foco principal; e) artigos com datas muito antigas; f) artigos que o
acesso é restrito para assinantes. Foi realizada, também, pesquisa nas literaturas disponíveis
em livros e publicações realizadas pelo Ministério da Saúde e IBGE.
Um plano de ação foi elaborado para melhor enfrentamento da situação, consistindo
no levantamento dos problemas e elencando os com maior necessidade de intervenção de
acordo com seu objetivo, necessitando sempre de uma reavaliação do plano para certificar a
eficiência das ações propostas anteriormente.
Assim o diagnóstico situacional foi elaborado através da estimativa rápida,
identificando e priorizando problemas que seriam enfrentados. É importante lembrar que para
idealização das ações diversos setores devem estar envolvidos no planejamento, já que em
algumas situações o auxílio de outras competências pode ser necessário para o andamento das
ações.
A equipe do PSF optou em priorizar o problema da obesidade infantil em escolares do
bairro São João, realizando assim um plano de ação.
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5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Diagnóstico situacional bairro São João localizado em Buritis-MG

O diagnóstico situacional é uma ferramenta que auxilia conhecer os problemas e as


necessidades sociais como: necessidade de saúde, educação, saneamento, segurança,
transporte, habitação, bem como permite conhecer como é a organização dos serviços de
saúde (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).
O município de Buritis – MG possui dois distritos (São Pedro do Passa Três e Serra
Bonita), além de diversas Vilas e pequenos povoados, (Vila Cordeiro, Vila Rosa, Vila
Maravilha, Vila São Vicente, Vila Serrana e Vila Palmeira), e a Zona Rural, composta por
Fazendas, Sítios e Chácaras (AMNOR, 2012).
A região onde está localizado o município é conhecida como Chapadões do Paracatu,
onde nos primórdios foi habitada pelos índios de tribos nômades. No séc. XVIII a região foi
explorada pelos bandeirantes em busca de ouro, diamante e terras produtivas (IBGE, 2010).
O nome de batismo da cidade adveio do exacerbado número de buriti, árvore nativa
da região (IBGE, 2010).
A área tem nascentes que integram o rio São Francisco e uma grande bacia, a do rio
Urucuia, nome dado pelos índios sendo a sinonímia de urucum (planta nativa cujas sementes
produzem uma tinta vermelha). Possui quedas d'água como a cachoeira dos Confins e a do
Ribeirão Barriguda que mede mais de 50 metros de altitude (PORTAL BURITIS, 2012).
A grande variedade de rios (Urucuia, Piratinga, Fetal, São Vicente, São Domingos,
Palmeiras, e muitos outros) aumenta o potencial pesqueiro, tendo um destaque especial para o
já famoso Rio Urucuia, todos esses rios são amplamente navegáveis por pequenas
embarcações (PORTAL BURITIS, 2012).
O município faz divisa com Goiás, contém em sua área uma parte do Planalto
Central Brasileiro, localizando-se a 240 km de Brasília e a 750 km de Belo Horizonte
(AMNOR, 2012).
A região preserva algumas datas comemorativas, sendo festejadas todos os anos,
como por exemplo: as tradicionais folias de Reis e do Divino; os arraiás públicos em junho
(com as quadrilhas, casamento na roça e muito forró); a exposição agropecuária que ocorre
entre junho e julho; as festas de setembro, realizadas para homenagear a padroeira do
município, Nossa Senhora da Pena; e as cavalgadas e festas do carro de boi que relembram a
vida dos precursores do município (PORTAL BURITIS, 2012).
18

Grande parte da população é formada por pessoas de baixa condição


socioeconômica, sendo que poucos possuem emprego fixo e uma renda mensal, muitas
famílias vivem apenas dos benefícios fornecidos pelo governo. O município conta com 19
assentamentos, destes, 09 estão regularizados. O número de propriedades rurais é de 1.050
tendo como predominância os pequenos agricultores familiares. Além destes existem 02
projetos de assentamentos agrários denominados cédula da Terra ou Para Terra, constando um
total de 571famílias (IBGE, 2010).
A economia do município gira em torno da pecuária de corte, da produção de leite,
do comércio local, além de pequenas indústrias. Porém, o que há de mais forte é a
agropecuária sendo considerado o terceiro maior produtor de grãos do estado mineiro. Este é
beneficiado pela fertilidade do solo, facilitando a cultura de diversas espécies (PORTAL
BURITIS, 2012).
Buritis encontra-se em constante desenvolvimento, com um processo gradativo de
urbanização, que tem sido subsidiado pelo Governo Federal, com o programa minha casa
minha vida (PORTAL BURITIS, 2012).
A população calculada, em 2010 pelo IBGE, foi de 22.737 habitantes, dividido da
seguinte forma:
 População de 0 a 19 anos foi de 8.751 habitantes.
 População de 20 a 49 anos foi de 9.845 habitantes
 População de 50 em diante foi de 4.141 habitantes

A área de unidade territorial é de 5.225,18 Km2, a densidade demográfica foi de 4,35


hab/km2 (PORTAL BURITIS, 2012).
A educação fornecida no município é do ensino fundamental ao ensino médio, tendo
centros de ensino públicos e privados. Existe uma escola que oferta os cursos de técnico de
enfermagem, técnico em saúde bucal e técnico em radiologia. Além do curso de pedagogia
realizado à distância e vinculado a CAED/UFMG.
O município conta com 05 Postos de Saúde da Família e 01 Unidade Mista de Saúde
(UMS).
A unidade básica do bairro São João em Buritis, Minas Gerais, recebe 794 famílias
em um total de 2462 pessoas, distribuídas em 5 microáreas (microárea 22 com 157
famílias/478 pessoas); (microárea 23 com 151 famílias/447 pessoas); (microárea 25 com 154
famílias/483 pessoas); (microárea 26 com 164 famílias/585 pessoas); (microárea 27 com 168
famílias/518 pessoas).
19

A equipe é composta por: um médico; uma enfermeira do município; uma técnica de


enfermagem; uma recepcionista; uma dentista; uma auxiliar de saúde bucal; uma técnica em
saúde bucal; cinco agentes comunitários de saúde; uma auxiliar de serviços gerais.
As marcações para consulta médica são realizadas todos os dias, sendo que o
atendimento é realizado das 07h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. O
município conta com algumas especialidades, como cardiologia, psiquiatria, ginecologia,
pediatria, ortopedia e dermatologia, mas necessitam de encaminhamento, que irão para a
central de regulação e são marcadas de acordo com a disponibilidade de vagas.
As especialidades que não possuem no município, são encaminhadas para locais
conveniados com a prefeitura para realização do atendimento específico, como é o caso de
Brasília, Belo Horizonte, Paracatu, Uberlândia e Barretos.
A unidade conta com os grupos de HIPERDIA (Sistema de Cadastramento e
Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos), CD (Crescimento e Desenvolvimento - para
crianças de 0 a 1ano), PRÉ-NATAL, PCCU (Prevenção do Câncer de Colo Uterino), NASF
(Núcleo de Apoio da Saúde da Família) contendo em sua equipe: duas fisioterapeutas; uma
assistente social; uma psicóloga; e uma nutricionista, presentes no PSF apenas às quintas-
feiras e com atividades programadas para diversos dias da semana com propósito de
incentivar e manter os pacientes presentes nas reuniões.
De modo geral, o PSF é bem equipado, possuindo grande oferta de medicamentos,
procedimentos e materiais básicos necessários. As consultas são bem acessíveis ao público,
sendo que os casos específicos são encaminhados para a unidade mista de saúde, a qual
atende todos os dias 24 horas.
De acordo com o questionário feito à comunidade do Bairro São João, podemos
concluir que a grande maioria possui casa própria, conta com uma renda de até um salário
mínimo, 70% não são alfabetizados, a maioria possui abastecimento de água pela rede
pública, utiliza a televisão como meio de comunicação, a bicicleta como meio de transporte, o
tratamento de água mais usado é a filtração, o destino das fezes/urina é a fossa e 100%
possuem fornecimento de energia elétrica.
A coleta de lixo convencional e a coleta seletiva são realizadas de maneira eficaz.
Sendo assim, eles não se queixam deste serviço. Já a rede de esgoto é alvo de insatisfações,
pois a prefeitura iniciou o projeto e implantou apenas em alguns pontos da cidade, assim a
grande maioria do bairro ainda possui fossas em casa. A rede de abastecimento é feita para
todo o bairro, porém na época da seca, a população reclama que o surto de viroses é grande,
20

achando eles que o tratamento da água não é realizado antes do abastecimento, facilitando a
manifestação de pessoas com vômitos e diarreias.
De modo geral, a população do bairro é desprovida de conforto. As noções de
limpeza e higiene são precárias, o número de animais de estimação em casa (gato e cachorro)
é exagerado, sendo que a maioria não vacina seus animais. A alimentação é ineficiente, sendo
que a maioria alimenta apenas com arroz e feijão, pois nem sempre o dinheiro é suficiente
para comprar ovo, verduras, frutas e carnes. A energia possui um valor exacerbado,
endividando mais ainda a população local, pois com instalações precárias a energia aumenta
ainda mais.
Em respeito à qualidade do serviço prestado pela equipe de saúde do PSF II, 90%
dos usuários dizem estar satisfeitos com a qualidade de atendimento prestada pela equipe, mas
a Unidade Mista de Saúde (UMS) não proporciona um serviço adequado, já que quase todos
os casos de emergência são encaminhados para hospitais de Brasília.
Quando perguntados se sabem o que é um PSF, 70% dizem entender a serventia de
uma unidade de atendimento e a utiliza para os devidos fins, 20% dizem entender o que é um
PSF, mas ainda não utilizaram dos serviços oferecidos, 10% diz não saber o que é um PSF.
Todos os entrevistados, quando perguntados qual serviço de saúde procuram em
primeira instância em caso de urgência, responderam procurar o PSF. No município de Buritis
é padronizado que o paciente sempre procure o PSF mais próximo para, se necessário, ser
encaminhado à unidade Mista de Saúde e/ou hospital.
Quando questionados se utilizam dos serviços como forma de prevenção, 80%
relatam que só procuram atendimento de saúde quando enfermos, os outros 20% utilizam do
PSF preventivamente.
E ainda sugerem que para uma boa qualidade de atendimento, esperam de uma
equipe, agilidade, educação, respeito e equipamentos.
A partir dos problemas identificados foi estabelecida, junto com a equipe, uma
ordem de prioridades:

Problema 1: Baixa compreensão da função/diretrizes da ESF pelos usuários adultos


residentes na área de abrangência da ESF;
Problema 2: A utilização do PSF como método preventivo;
Problema 3: Qualidade do atendimento da equipe de saúde da família;
Problema 4: Grande número de usuários hipertensos e/ou diabéticos;
Problema 5: Gravidez na adolescência e/ou planejamento familiar;
21

Problema 6: Grande número de usuários obesos; e


Problema 7: Aceitação a coleta do exame preventivo.

Depois da seleção dos problemas primordiais foi escolhido o que mais preocupa em
relação em longo prazo de vida com a doença, a obesidade.
Desta maneira os escolhidos para análise dos dados devido à facilidade de acesso por
conta do PSE (Programa Saúde na Escola), foram os discentes das 7 escolas de
responsabilidade de acompanhamento pelo PSF II do bairro São João.

5.2. PSE - Programa Saúde Na Escola

As políticas de saúde reconhecem o espaço escolar como espaço privilegiado para


práticas promotoras da saúde, preventivas e de educação para saúde, contribuindo na
construção de valores pessoais, crenças, conceitos e maneiras de conhecer o mundo (BRASIL,
2011).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2011, p. 4)
As práticas em educação e saúde devem considerar os diversos contextos com o
objetivo de realizar construções compartilhadas de saberes sustentados pelas
histórias individuais e coletivas, com papéis sociais distintos – professores,
educandos, merendeiras, porteiros, pais, mães, avós, entre outros sujeitos –,
produzindo aprendizagens significativas e ratificando uma ética inclusiva. Desse
modo, dimensionando a participação ativa de diversos interlocutores/sujeitos em
práticas cotidianas, é possível vislumbrar uma escola que forma cidadãos críticos e
informados com habilidades para agir em defesa da vida e de sua qualidade e que
devem ser compreendidos pelas Equipes de Saúde da Família (ESF) em suas
estratégias de cuidado.

O Programa Saúde na Escola (PSE), do Ministério da Saúde e do Ministério da


Educação, foi instituído em 2007 pelo Decreto Presidencial n.º 6.286. Fruto do esforço do
governo federal em construir políticas intersetoriais para a melhoria da qualidade de vida da
população brasileira (OLIVEIRA, 2013).
Nas escolas, o trabalho de promoção da saúde com os educandos, e também com
professores e funcionários, precisa ter como ponto de partida “o que eles sabem” e
“o que eles podem fazer”. É preciso desenvolver em cada um a capacidade de
interpretar o cotidiano e atuar de modo a incorporar atitudes e/ou comportamentos
adequados para a melhoria da qualidade de vida. Desse modo, profissionais de saúde
e de educação devem assumir uma atitude permanente de emponderamento dos
princípios básicos de promoção da saúde por parte dos educandos, professores e
funcionários das escolas (BRASIL, 2012, p. 12).
22

Para que as ações do PSE sejam implementadas deve-se atentar a formação inicial e
continuada dos profissionais da área de saúde e educação. O programa prevê a
responsabilidade dos ministérios em subsidiar a formulação das propostas de educação
permanente dos profissionais de saúde e da educação básica para implementação das ações do
PSE (BRASIL, 2011).
Para que o PSE alcance seus objetivos, é primordial a prática cotidiana da
intersetorialidade nos campos da gestão, do planejamento, dos compromissos dos dois setores
e da abordagem nos territórios onde se encontram as unidades escolares e as equipes de Saúde
da Família (BRASIL, 2011).
A saúde, como produção social, exige a participação ativa de todos os sujeitos na
construção de ações que visam às escolhas mais saudáveis. Dar visibilidade aos
fatores que colocam a saúde em risco e desenvolver estratégias para superar os
problemas e adversidades identificados e vivenciados pela comunidade são
propostas de ações em saúde (BRASIL, 2011, p. 9).

Quando a entrada da ESF na escola é organizada de maneira coletiva entre saúde e


educação, com a inclusão dos pais e responsáveis e o envolvimento dos educandos,
aumentamos o compromisso dessa comunidade com o enfrentamento das fraquezas sociais
(BRASIL, 2011).

Linha de ação: Avaliação Antropométrica

Ação: realizar avaliação antropométrica.


Orientações gerais: O controle do crescimento é consensualmente aceito como importante
instrumento na avaliação do estado de saúde e nutricional da criança. É importante a
monitoração do ganho de peso, aumento de estatura e a aceleração da idade óssea dela, sendo
importante a realização anual do controle do estado nutricional (BRASIL, 2012).
Após inserção dos dados antropométricos deles no Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (SISVAN), o sistema realizará os cálculos identificando as situações de baixo
peso, excesso de peso e obesidade, que deverão ser comunicadas aos pais e responsáveis e
encaminhadas para a Unidade Básica de Saúde de referência para acompanhamento e a gestão
do cuidado a ser realizado pela equipe de Saúde da Família (ESF) de referência da escola e
pela equipe escolar (BRASIL, 2011).

Resultados esperados segundo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011):


23

 Educandos com sinais de obesidade ou sobrepeso identificados;


 Educandos com sinais de desnutrição identificados;
 Educandos com sinais de deficiência física identificada;
 Educandos identificados encaminhados para a Unidade Básica de Saúde de
referência; e
 Acompanhamento dos educandos encaminhados para a Unidade Básica de
Saúde de referência e/ou equipe de saúde de referência.

5.3. Etiologia

5.3.1. Fisiopatologia

Hoje, a obesidade infantil transformou-se num problema sério de saúde, numa


epidemia que se alastra e já atinge parte expressiva da população nessa faixa de idade. Pode
apresentar efeitos específicos em longo prazo sobre o estado físico e psicológico. Este está
sendo um dos problemas contemporâneos de grande desafio (VARELLA, 2011).
“A obesidade resulta de uma ingesta calórica que excede, de forma consistente, aos
requisitos e ao gasto calórico” (WHALEY e WONG, 2000, p. 359).
“O tecido adiposo, constituído por células conhecidas como adipócitos, sendo mais
distribuída sob a pele, na cavidade abdominal, no músculo esquelético, ao redor dos vasos
sanguíneos e nas glândulas mamárias” (VOET, 2006, p. 1059).
A habilidade de armazenar gordura no tecido adiposo em quantidades além das
necessárias para uso energético imediato foi fundamental para a sobrevivência na
escala evolutiva. Para exercer essa função, o adipócito se adaptou para armazenar
excessos de gordura na forma de triglicerídeos e para liberá-los na forma de ácidos
graxos livres de acordo com as necessidades energéticas do corpo. Esse controle
fisiológico é capaz de garantir a sobrevivência do homem por longos períodos sem
alimento. Na abundância crônica deste, no entanto, permite deposição excessiva de
gordura, com consequências adversas à saúde, hoje considerada uma doença,
chamada obesidade (DUNCAN, 2004, p. 285).

Ganhos excessivos de peso ocorrem por erro no mecanismo de regulação energética.


Sabe-se que um balanço energético positivo crônico leva ao ganho de peso e, eventualmente,
à obesidade. Esse balanço positivo pode resultar de excessos de ingestão, da redução da
atividade física ou, o mais comum, de ambos os comportamentos (DUNCAN, 2004).
A velocidade de formação de novas células adiposas é especialmente rápida nos
primeiros anos de vida, e quanto maior o grau de armazenamento de gordura, maior
24

o número de células adiposas. Em crianças obesas, o número de células adiposas é


quase sempre três vezes maior do que nas crianças normais. Depois da adolescência,
o número de células adiposas permanece quase o mesmo durante todo o restante da
vida. Por conseguinte, foi sugerido que a alimentação excessiva de crianças,
sobretudo na lactância, pode resultar em obesidade pelo resto da vida (GUYTON,
1998, p. 524).

5.3.2. Fatores que colaboram para o desenvolvimento da obesidade

“A obesidade infantil atinge níveis epidêmicos nos países desenvolvidos, onde começa
a substituir patologias como, a desnutrição e as doenças infecciosas, tornando-se fator
significativo em problema de saúde” (LUIZ, 2005, p. 35).
Existem alguns fatores que colaboram para a etiologia da obesidade. Fatores
genéticos, culturais, econômicos, emocionais e comportamentais atuam em
diferentes combinações nos indivíduos obesos. Os fatores genéticos e as alterações
endocrinológicas são responsáveis por apenas 1% dos casos de obesidade endógena;
os 99% restantes são considerados de causa exógena, ou seja, resultantes de ingestão
exacerbada de alimentos, quando comparada ao consumo energético ideal do
indivíduo (LUIZ, 2005, p. 35).

Os fatores exógenos estão diretamente ligados ao excesso de ingestão alimentar,


sedentarismo, desmame precoce e dificuldade no relacionamento familiar.

a) Fatores genéticos

Os genes podem provocar a ingesta desordenada de alimento de diferentes maneiras,


incluindo (1) anormalidade genética do centro neurogênico da alimentação, que eleva ou
reduz o nível de guarda de energia ou (2) fatores psíquicos hereditários anormais, que aguçam
o apetite ou induzem o indivíduo a ingerir alimento como mecanismo de liberação (COSTA,
2008).
Segundo Marcondes (2003), quando os dois cônjuges são obesos, o filho tem
probabilidade de 80% para a obesidade. Quando apenas um dos dois é obeso, a probabilidade
cai para 50% e, quando nenhum deles é obeso a probabilidade cai para 9%. Estudos mostram
que crianças adotadas guardam relação com a composição corpórea da família de origem.

b) Hábitos alimentares
25

O padrão alimentar vem apresentando mudanças consideráveis, sendo que cada vez
mais as pessoas vêm trocando os alimentos saudáveis, tais como: cereais, frutas, verduras, até
mesmo a água e sucos naturais; por alimentos com excesso de gordura, açúcar, tais como:
sanduíches, refrigerantes, cachorro-quente e frituras (MARCONDES, 2003).
Este tipo de alimentação pode provocar repercussões metabólicas de grande
importância perdurando até a fase adulta, assim entende-se que o organismo recebe energia na
forma de alimento, em quantidades excessivas, ocorre aumento do peso corporal. Dessa
maneira a obesidade tem como causa o fornecimento exagerado de energia em relação ao seu
gasto (DUNCAN, 2004).
“Outro fator importante hoje é a facilidade de acesso a alimentos prontos ou de
preparo rápido, o que, somado à falta de limites e de ritmo da vida diária, abre caminho fácil e
farto para o consumo inadequado” (MARCONDES, 2003).
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2011) através do Departamento de
Nutrologia lançou uma pirâmide alimentar e as tabelas que explicam a quantidade necessária
para uma alimentação balanceada (levando em consideração cada caso), auxiliando no
entendimento dos alimentos que devem ser mais utilizados para crianças acima de 6 meses de
idade, como demonstrado logo abaixo na Figura 1 e tabelas 1 e 2:

Figura 1: Pirâmide alimentar para crianças acima de 6 meses de idade:

Fonte: SBP, 2011.


26

Quadro 1: Número de porções diárias recomendadas, de acordo com a faixa etária, por
grupo da Pirâmide Alimentar.
Idade pré-
Nível Grupo Idade 6 a 11 Idade 1 a 3 Adolescentes
escolar e
Pirâmide Alimentar meses anos e adultos
escolar
Cereais,
pães,
1 3 5 5 5a9
tubérculos e
raízes
Verduras e
3 3 3 4a5
2 legumes
Frutas 3 4 3 4a5
Leites,
Leite
queijos e 3 3 3
materno*
iogurtes
3 Carnes e
2 2 2 1a2
ovos
Feijões 1 1 1 1
Óleos e
2 2 1 1a2
gorduras
4
Açúcar e
0 1 1 1a2
doces
*Na impossibilidade do leite materno oferecer uma fórmula infantil adequada para a idade.
Fonte: SBP, 2011.

Quadro 2: Quantidade de alimentos que correspondem a 1 porção.


Carboidratos Leguminosas Açúcares – após 1 ano de idade
• 2 colheres de sopa de: aipim • 1 colher de sopa de feijão cozido • 1 colher de sopa de açúcar
cozido ou macaxeira ou mandioca (26g) ou ervilha seca cozida (24g) refinado (14g)
(48g) ou arroz branco cozido (62g) ou grão de bico cozido (12g) • 1 colher de sopa de doce de leite
ou aveia em flocos (18g). • 1/2 colher de sopa de feijão cremoso (20g) ou açúcar mascavo
• 1 unidade de batata cozida (88g) branco cozido (16g) ou lentilha (18g)
• 1/2 unidade de pão tipo francês cozida ou soja cozida (18g) • 2 colheres de sobremesa de geleia
(25g) Carnes em Geral (23g)
• 3 unidades de biscoito de leite ou • 1/2 unidade de bife bovino • 3 colheres de chá de açúcar cristal
tipo “cream craker” (16g) grelhado (21g) ou filé de frango (15g)
• 4 unidades de biscoito tipo grelhado (33g) ou omelete simples
“maria” ou “maisena” (20g) (25g) ou ovo frito (25g) ou
Frutas sobrecoxa de frango cozida (37g) Observação:
• 1/2 unidade de banana nanica ou hambúrguer (45g) Estas porções são destinadas para
(43g) ou caqui (50g) ou fruta do • 1 unidade de espetinho de carne crianças de 6 meses a 3 anos.
conde (33g) ou pera (66g) ou maçã (31g) ou ovo cozido (50g) ou Para Crianças em idade pré-
(60g) moela (27g) escolares, escolares e adolescentes
• 1 unidade de caju (40g) ou • 2 unidades de coração de frango considera-se 1 porção dos grupos
carambola (110g) ou kiwi (60g) ou (40g) de carboidratos, leguminosas,
laranja lima ou pera (75g) ou • 1/2 fatia de carne bovina cozida carnes, óleos e açúcares o dobro
nectarina (69g) ou pêssego (85g) ou assada (26g) destas medidas.
• 2 unidades de ameixa preta • 2 colheres de sopa rasas de carne
(15g)/vermelha (70g) ou limão bovina moída refogada (30g)
(126g) Leite e derivados Quantidade de água de acordo
• 4 gomos de laranja bahia ou • 1 xícara de chá de leite fluido com DRI
seleta (80g) (182g) • 0 a 6 meses – 700 mL (incluindo
• 6 gomos de mexerica ou • 1 pote de bebida láctea ou iogurte leite materno ou fórmula infantil)
tangerina (84g) de frutas ou iogurte de frutas • 7 a 12 meses – 800 mL (incluindo
• 9 unidades de morango (115g) (120g) ou iogurte de polpa de leite materno, fórmula e
Hortaliças frutas (130g) alimentação complementar)
27

• 1 colher de sopa de beterraba crua • 2 colheres de sopa de leite em pó • 1 a 3 anos – 1300 mL (900 mL
ralada (21g) ou cenoura crua (20g) (30g) como sucos, outras bebidas e água)
ou chuchu cozido (28g) ou ervilha • 3 fatias de mussarela (45g) • 4 a 8 anos – 1700 mL (1200 mL
fresca (10g) ou couve manteiga • 2 fatias de queijo minas (50g) ou como bebidas e água)
cozida (21g) pasteurizado ou prato (40g) • 9 a 13 anos – 2400 mL (meninos,
• 2 colheres de sopa de abobrinha • 3 colheres de sopa de queijo 1800 mL como bebidas e água) e
(40g) ou brócolis cozido (27g) parmesão (30g) 2100 mL (meninas, 1600 mL como
• 2 fatias de beterraba cozida (15g) Óleos e gorduras bebidas e água)
• 4 fatias de cenoura cozida (21g) • 1 colher de sobremesa de azeite • 14 a 18 anos – 3300 mL
• 1 unidade de ervilha torta ou de oliva (4g) ou óleo de soja ou (meninos, 2600 mL como bebidas
vagem (5g) canola ou milho ou girassol (4g) e água) e 2300 mL (meninas, 1800
• 8 folhas de alface (64g) • 1 colher de sobremesa de mL como bebidas e água)
manteiga ou margarina (5g)
Os exemplos utilizados são para crianças maiores de um ano de idade. Para melhor compreensão da pirâmide
deve-se ler o Manual de alimentação do DC de Nutrologia da SBP.
Fonte: SBP, 2011.

c) Inatividade física

Crianças e adolescentes tem se comportado de maneira sedentária se aliando a maus


hábitos nutricionais com a diminuição de alimentos saudáveis como frutas, verduras, legumes,
e aumento na ingesta de alimentos ricos em gorduras, como sanduíches, salgadinho e frituras
provocando elevação de doenças crônicas na idade adulta (MACHADO, 2011).
“A falta de atividade física da criança urbana de hoje é considerada pelos especialistas uma
das principais causas da epidemia de obesidade infantil que se dissemina em diversos países,
inclusive no nosso” (VARELLA, 2011, p. 1).
O número de horas que a criança passa diante da TV, entretida com programas
infantis ou videogames, está diretamente ligado ao aumento de peso. Pesquisadores
americanos e ingleses contaram o número de comerciais na televisão que anunciam
doces, balas, chocolates, refrigerantes, biscoitos e outros alimentos de conteúdo
energético alto e chegaram à conclusão de que, nos seus países, cada criança fica
exposta a dez desses comerciais por hora. Outro trabalho comprovou que crianças de
três a cinco anos submetidas a esse bombardeio diário dos anunciantes costumam
escolher as guloseimas apregoadas na TV, quando são oferecidas como opção frutas
e outros alimentos saudáveis (VARELLA, 2011, p. 1).

Nas escolas a situação é agravada, uma vez que os alunos dependem dos professores
para realização das atividades físicas. Embora grande parte das doenças esteja relacionada
com sedentarismo e manifestam na vida adulta, é evidente que se desenvolva ou inicie na
infância ou adolescência, desta maneira, o estímulo à prática de atividade física na infância e
na adolescência deve ser uma prioridade para das políticas públicas educacionais de saúde e
lazer (MACHADO, 2011).

d) Bolsa-Família
28

Segundo Nunomura ( 2009, p. 1), “a obesidade infantil passou a atingir mais crianças
atendidas pela Bolsa-Família nas Regiões Sul e Sudeste do País do que a desnutrição. É o que
aponta mapeamento feito com base em dados do programa”.
Em dezembro de 2006, 11% das crianças de 0 a 9 anos atendidas pelo Bolsa-Família
estavam desnutridas no Sul e no Sudeste, ante 10,4% com risco de sobrepeso. Essa
relação se inverteu em dezembro do ano passado – 10,2% ante 11,3%. Com a renda
mínima oferecida pelo programa, que vai de R$ 20 a R$ 182, milhões de famílias
passaram a comprar mais tipos de alimento, o que nem sempre se traduz em
qualidade nutricional. Quase 300 mil crianças brasileiras do programa estão com
sobrepeso. Equivalem a 11,2% dos avaliados. O avanço do fenômeno, chamado de
transição nutricional, preocupa, já que o Brasil tem de lidar com as duas situações –
obesidade e desnutrição (NUNOMURA, 2009, p. 1).

No Brasil a taxa de obesidade infantil crianças pobres estão cada vez mais obesas. O
aumento de peso é frequente na população de baixa renda, pois além da má informação
nutricional, existe o custo elevado dos alimentos saudáveis (carnes, vegetais e frutas) e a cesta
básica, que alimenta muitas famílias, é composta de alimentos gordurosos como açúcar,
farináceos e grãos (GAZETA PINHEIROS, 2013).

5.4 Parâmetros antropométricos

É de suma importância a qualidade da medida levantada para que não ocorram


inferências incorretas sobre o estado nutricional de uma população-alvo. Ainda neste
contexto, há de se ressaltar a importância da metodologia empregada na tomada de medidas
antropométricas, especificamente as medidas de peso e altura (IBGE, 2006).
A medida antropométrica utilizada em crianças das escolas avaliadas em Buritis-MG,
foi unicamente o IMC.

5.4.1 Índice de Massa Corporal – IMC

O Índice de Massa Corporal (IMC) é a relação entre o peso e a altura elevada ao


quadrado (veja a fórmula abaixo). Através desse índice, é possível ter o diagnóstico de como
está seu peso de acordo com as seguintes faixas: normalidade, sobrepeso, obesidade e baixo
peso (BRASIL, 2008).
29

Esse índice é de fácil obtenção, varia muito com a idade, aumentando rapidamente na
infância, caindo no período pré-escolar, e aumentando novamente na adolescência. O IMC é o
índice mais simples e o mais utilizado. É suficiente para o acompanhamento clínico individual
básico e para a pesquisa clínica, porém não especifica os compartimentos corpóreos
(MARCONDES, 2003).
O IMC não registra a ampla variação que ocorre na composição corporal de
indivíduos, relação entre IMC e indicadores de composição corporal, como por exemplo, a
gordura corporal. Assim, estes critérios podem significar pouca especificidade em termos de
associação de risco de saúde entre diferentes indivíduos ou populações (PINHEIRO, 2004).
“Esses valores são considerados atualmente como referência pela OMS para
identificar sobrepeso e obesidade em crianças a partir de 2 anos e adolescentes, não sendo
recomendados para crianças abaixo dos 24 meses” (DÂMASO, 2003).
De acordo com Dâmaso, 2003, no caso de crianças, o resultado obtido deve ser
comparado com os valores de referência específicos para idade e sexo. Os valores do IMC dos
quais a criança e o adolescente podem ser considerados com sobrepeso ou obesidade estão na
tabela a seguir:

Quadro 3: IMC em crianças de 5 a 12 anos.


TABELA DE CONTROLE DE PESO EM CRIANÇAS
Sobrepeso Obesidade
Idade Meninos Meninas Meninos Meninas
2 18,4 18,0 20,1 20,1
2,5 18,1 17,8 19,8 19,5
3 17,9 17,6 19,6 19,4
3,5 17,7 17,4 19,4 19,2
4 17,6 17,3 19,3 19,1
4,5 17,5 17,2 19,3 19,1
5 17,4 17,1 19,3 19,2
5,5 17,5 17,2 19,5 19,3
6 17,6 17,3 19,8 19,7
6,5 17,7 17,5 20,2 20,1
7 17,9 17,8 20,6 20,5
7,5 18,2 18,0 21,1 21,0
8 18,4 18,3 21,6 21,6
8,5 18,8 18,7 22,2 22,2
9 19,1 19,1 22,8 22,8
30

9,5 19,5 19,5 23,4 23,5


10 19,8 19,9 24,0 24,1
10,5 20,2 20,3 24,6 24,8
11 20,6 20,7 25,1 25,4
11,5 20,9 21,2 25,6 26,1
12 21,2 21,7 26,0 26,7
Fonte: DÂMASO ( 2003, p. 20).

5.5. Prevenção

O interesse na prevenção da obesidade infantil se justifica pelo aumento de sua


prevalência com permanência na vida adulta, pela potencialidade enquanto fator de risco para
as doenças crônico-degenerativas. Por isso nos faz direcionar para a formulação e avaliação
de estratégia de prevenção das repercussões futuras na saúde de crianças portadoras ou não de
obesidade (COSTA, 2008).
A obesidade infantil é um sério problema de saúde pública, que vem aumentando em
todas as camadas sociais da população brasileira. Prevenir a obesidade infantil significa
diminuir, de uma forma racional e menos onerosa, a incidência de doenças crônico-
degenerativas (MELLO, 2004).
Para alcançar uma alimentação saudável, além de fornecer informações corretas
sobre alimentação e saúde (promoção), é preciso evitar que informações incorretas e
contraditórias alcancem indivíduos (proteção) e, ao mesmo tempo, propiciar a esses
indivíduos condições que tornem factíveis as adoções das orientações que recebem
(apoio). Isso significa que uma política consistente de prevenção da obesidade deve
compreender não só ações de caráter educativo e informativo (como campanhas
veiculadas por meios de comunicação de massa), como também medidas legislativas
(como controle da propaganda de alimentos não-saudáveis, especialmente os
dirigidos ao público infantil), tributárias (isentando alimentos saudáveis e onerando
os preços dos não-saudáveis), treinamento e aperfeiçoamento de profissionais de
saúde, medidas de apoio à produção e comercialização de alimentos saudáveis e
mesmo medidas relacionadas ao planejamento urbano (por exemplo, privilegiando o
deslocamento de pedestres em contraposição ao de automóveis e dotando áreas
carentes de recursos mínimos para a prática de atividades físicas de lazer) (MELLO,
2004, p. 176).
31

6 PLANO DE AÇÃO

O problema foi priorizado através da ordem de importância impostas pela equipe,


de fato foi colocado de maneira geral, identificando usuários obesos, porém com a vinda do
PSE conseguimos visualizar que existem crianças com pré-disposição à obesidade e com a
doença já instalada. O município não possui os dados epidemiológicos no que diz respeito à
obesidade em adultos ou em crianças.
Assim, notamos que o problema advém em grande parte de dentro de casa,
hábitos instalados e impostos pela família, tornando-se relevante o enfrentamento da situação.
Foram verificadas sete escolas de responsabilidade do PSF II – São João,
identificando crianças, de faixa etária entre 05 e 12 anos de idade, com sobrepeso e com
obesidade, assim foi decidido que o foco principal no momento era a priorização das crianças
com obesidade.
Foi realizado análise de 361 crianças da rede pública, constatando 100 crianças
com obesidade instalada, ou seja, 27,7% das crianças apresentam a doença.
Em princípio pode ser considerado um valor pequeno, porém em longo prazo e
com uma ação iniciada agora os valores podem quase zerar e a conscientização ser algo para a
vida toda, prevenindo complicações futuras.

6.1 Nós Críticos

 Alimentação inadequada nas escolas;


 Falta de exames de rotina;
 Educação física ineficiente;
 Má alimentação no âmbito familiar;
 Inexistência de uma avaliação nutricional eficiente.
32

6.2. Operações

Quadro 4: Identificação dos recursos críticos do problema de obesidade infantil do bairro São
João no município de Buritis – MG.
Operação/Projeto Recursos críticos

Alimentação nas Político – Articulação entre os setores da saúde e educação; adesão de profissionais;
escolas retirar alimentos inadequados do ambiente escolar.
Financeiro – Compra de materiais para realização de uma alimentação balanceada e
saudável.
Organizacional – Mobilização da comunidade escolar sobre a importância das mudanças
de hábitos alimentares.
Exames de rotina Organizacional – Agendamento de consultas médicas e agilidade laboratorial dos alunos
selecionados para realização de exames.
Político – Articulação entre setores da saúde e educação; adesão profissional.
Financeiro – Confecção de panfletos explicativos sobre a importância dos exames
periódicos.
Educação Física Político – Aprovação de projetos; adesão dos profissionais.
Financeiro – Aquisição de materiais esportivos; consertos de quadras esportivas;
construção de locais para práticas esportivas.
Organizacional – Capacitação de profissionais.
Conscientização Político – Mobilização da rádio local; apoio intersetorial.
no âmbito Financeiro – Aquisição de material educativo.
familiar Organizacional – Adequação da agenda; locais para realização das palestras.
Cognitivo – Conhecimento sobre o tema; estratégias de comunicação.
Avaliação Político – Adesão profissional.
nutricional Financeiro – Compra de materiais necessários para realização da avaliação.
Organizacional – Marcação de avaliações constantes para alunos que necessitam de
apoio.
Fonte: Autoria própria, 2012.

Quadro 5: Viabilidade dos projetos para o problema de obesidade infantil do bairro São João
no município de Buritis – MG.
Operação/ Recursos críticos Ator que controla Motivação Ação estratégica
projeto
-Secretaria Municipal - Indiferente
Político – Conseguir apoio de Educação;
da secretaria da educação e
-Apresentar
da secretaria de saúde. -Secretaria Municipal
projeto e
de Saúde. - Favorável
sensibilizar a
Financeiro – Compra de
-Secretaria Municipal - Favorável Secretaria
materiais para realização de
de Saúde. Municipal de
Alimentação nas uma alimentação balanceada
Educação quanto
escolas e saudável.
-Secretaria Municipal - Indiferente ao impacto social
de Educação. que pode vir a
causar.
Organizacional - - Equipe
- Alguns são
Mobilização da comunidade multiprofissional,
favoráveis e
escolar sobre a importância incluindo
outros são
das mudanças de hábitos funcionários do setor
indiferentes.
alimentares. escolar.
33

Organizacional –
Secretaria Municipal
Agendamento de consultas Favorável.
de Saúde;
Exames de médicas e agilidade
Não é necessário.
rotina laboratorial dos alunos
Equipe
selecionados para realização Favorável.
multiprofissional.
de exames.
Secretaria Municipal
Político - Articulação entre Favorável.
de Saúde.
setores da saúde e educação;
adesão profissional.
Secretaria Municipal
Favorável.
de Educação.
Financeiro – Confecção de
panfletos explicativos sobre Secretaria Municipal
Favorável.
a importância dos exames de Saúde.
periódicos.

Político – Mobilização da
Setor de
rádio local; apoio Favorável.
comunicação.
intersetorial.

Cognitivo – Conhecimento
Equipe
sobre o tema; estratégias de Favorável.
multiprofissional.
comunicação.
Conscientização
no âmbito Financeiro – Aquisição de Secretaria Municipal Não é necessário.
familiar Favorável.
material educativo. de Saúde.

Secretaria Municipal
Favorável.
de Saúde.
Organizacional –
Secretaria Municipal
Adequação da agenda; locais Favorável.
de Educação.
para realização das palestras.
Equipe
Favorável.
multiprofissional.
- Prefeito.
Político – Aprovação de
projetos e adesão dos - Secretaria Favorável.
profissionais. Municipal de
Educação.

- Secretaria Apresentar
Organizacional –
Municipal de Favorável. projeto e
Capacitação de profissionais.
Educação física Educação. sensibilizar
lideranças e
Financeiro – Aquisição de - Poder Executivo. comunidade.
materiais esportivos;
consertos de quadras - Secretaria de obras.
esportivas; construção de - Indiferente.
locais para práticas - Secretaria
esportivas. Municipal de
Educação.
Político – Adesão - Secretaria
Favorável.
profissional. Municipal de Saúde.
Avaliação Organizacional – Marcação Não é necessário.
nutricional de avaliações constantes - Secretaria
Favorável.
para alunos que necessitam Municipal de Saúde.
de apoio.
34

Financeiro – Compra de
materiais necessários para - Secretaria
Favorável.
realização da avaliação. Municipal de Saúde.

Fonte: Autoria própria, 2012.

Quadro 6: Operação do plano.


Ações
Operações Resultados Produtos Responsável Prazo
estratégicas
Tentar - Equipe de
melhorar Saúde
Realização de - 4 meses (01
hábitos (Nutricionista,
palestras -Apresentar mês para
alimentares Enfermeiro,
educativas para os projeto e adesão de todos
dentro das Médico,
funcionários da sensibilizar a os envolvidos;
escolas, Secretário
escola como Secretaria 03 meses para
levando as Municipal de
forma de inserir Municipal de separação de
Alimentação nas dicas de Saúde).
alimentação Educação materiais
escolas alimentação
saudável dentro quanto ao necessários para
para dentro do - Equipe de
das escolas e impacto social a mudança e
âmbito Educação
retirar que pode vir a início da
familiar. (Secretário
alimentação causar. preparação
Ensinar sobre Municipal de
inadequada à alimentar
os malefícios Educação e
venda nas escolas. necessária).
das Funcionários da
guloseimas. Escola)
Realização de - 5 meses (02
exames de rotina meses para
e seleção dos
Equipe de
complementares, alunos e
Saúde (médico,
se necessário, marcação das
enfermeiro,
para iniciar consultas
Monitorar a ACS’s, equipe
tratamento médicas; 02
Exames de saúde das de laboratório).
específico em - meses para
rotina crianças
cada caso. realização de
selecionadas. Equipe de
Demonstrando exames e
Educação
através de entrega de
(Professores e
panfletos resultados; 01
diretor)
explicativos a mês para
importância dos retorno
mesmos. médico).
- Realização de Equipe de
palestras Saúde (médico,
demonstrativas, enfermeiro e
03 meses (01
incluindo a nutricionista).
mês para
maneira de
preparo das
acondicionamento Equipe de
Modificar palestras e
Conscientização e etapas de Educação
hábitos marcação das
no âmbito preparo dos - (professores,
alimentares reuniões com os
familiar alimentos. diretor).
das famílias. pais; 02 meses
para realização
- Demonstrar de Secretário
de todas as
maneira interativa Municipal de
palestras).
os malefícios das Educação.
guloseimas.
Secretário
35

- Demonstrar que Municipal de


as mudanças Saúde.
devem ser feitas
por toda a família,
tornando-se mais
fácil a adesão das
crianças por
alimentos
saudáveis.

Capacitação de
profissionais para
adaptação de
Promover a
técnicas de Secretaria 1 ano e 2 meses
sociabilização
ensino, Municipal de (4 meses para
entre os alunos
adequando para as Educação elaboração do
e incorporação
crianças na idade (Secretário da projeto e
de exercícios Apresentar
escolar. educação, apresentação do
físicos entre os projeto e
professores, mesmo;
Educação física mesmos, sensibilizar
Construção de diretores). 2 meses para
modificando lideranças e
locais adequados aprovação do
hábitos de comunidade.
para esta prática, Engenheiro projeto;
vida
incluindo seus responsável 8 meses para
sedentários e
aparatos pelas obras do execução da
solitários.
(materiais município. obra).
esportivos) para a
prática
satisfatória.
- 07 meses (01
mês para
listagem dos
alunos; 02
meses para
realização da
Análise do estado avaliação
nutricional de nutricional dos
cada criança, selecionados;
Determinar o
realizando 03 meses para
estado - Secretária de
Avaliação verificação de análise dos
nutricional de - Saúde
nutricional peso, altura, resultados e
cada criança - Nutricionista
percentual de realização de
selecionada.
gordura e cardápio e
circunferências do ações
paciente. necessárias para
cada caso; 01
mês para
colocar em
prática todos os
cardápios
adaptados).

6.3. Projeto “Alimentação nas escolas”


36

6.3.1. Descrição

 Realização de palestras educativas para os funcionários da escola como forma


de inserir alimentação saudável dentro das escolas;
 Retirar alimentação inadequada à venda nas escolas;
 Preparar professores e funcionários das escolas para exercerem o papel de
motivadores e multiplicadores de bons hábitos alimentares.

6.3.2. Produtos esperados

 Melhoria dos hábitos alimentares dentro das escolas;


 Fazer com que as crianças sejam multiplicadores dos novos hábitos alimentares
dentro do âmbito familiar;
 Instruir os funcionários sobre os malefícios das guloseimas, atingindo assim a
consciência das crianças.

6.4. Exames de rotina

6.4.1. Descrição

 Marcação de consultas médicas para que seja solicitados exames de rotina e


complementares, se necessário, para análise da situação de saúde de cada criança,
com o procedimento pode-se iniciar tratamento específico em cada caso.
 Distribuição de panfletos explicativos que demonstrem a importância dos
procedimentos a serem realizados nas consultas e no laboratório.

6.4.2. Produtos esperados

 Acompanhar a saúde das crianças selecionadas para que desta forma sejam
tomadas as providências que necessitarem.
 Evitar descoberta tardia de possíveis doenças.
37

6.5. Conscientização no âmbito familiar

6.5.1. Descrição

 Executar palestras demonstrativas, evidenciando a maneira correta de


acondicionamento e etapas de preparo dos alimentos.
 Evidenciar de maneira clara e interativa a nocividade das guloseimas
consumidas desordenadamente pelas crianças.
 Demonstrar a influência que a alimentação familiar provoca nos hábitos
nutricionais das crianças.

6.5.2. Produtos esperados

 Modificar hábitos nutricionais de toda a família.


 Conscientizar pais e responsáveis pelas crianças a importância de uma
alimentação correta.
 Evitar problemas futuros, decorrentes da obesidade.

6.6. Educação física

6.6.1. Descrição

 Capacitação de profissionais para adaptação de técnicas de ensino, adequando


as aulas ministradas para as crianças na idade escolar, sabendo reconhecer a
necessidade de cada um, inclusive em relação a detecção de possíveis problemas
motores.
 Realizar atividades em locais adequados para a prática desportiva.

6.6.2. Resultados esperados


38

 Desenvolver a consciência corporal, fazendo com que a criança se interesse por


um estilo de vida saudável possibilidades de êxito no decorrer da vida.
 Promover a interatividade entre os alunos, ensinando trabalho em equipe e
motivação.

6.7. Avaliação nutricional

6.7.1. Descrição

 Avaliar o estado nutricional de cada criança, realizando verificação de peso,


altura, percentual de gordura e circunferências do paciente.

6.7.2. Resultados esperados

 Obter um diagnóstico nutricional preciso.


 Análise correta do risco nutricional
 Implementação precisa da dieta prescrita.
39

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o que foi visualizado, nota-se que para o enfrentamento da doença
não existe uma política pública eficaz que dê conta dos avanços provocados pela obesidade.
Existem falhas no sistema, no quesito de diagnóstico e acompanhamento dos pacientes que
necessitam de tratamento.
A obesidade pode causar complicações ainda quando crianças ou perdurar até a fase
adulta, sendo que quanto mais tardio o tratamento mais complicado é o controle ou
erradicação de doenças secundárias e da obesidade propriamente dita.
No município de Buritis – MG, a problemática não é vista como fator de risco futuro,
sendo que os investimentos e a atenção devem ser maiores, pois com amplos cuidados evitam-
se gastos maiores com atenção secundária ou até mesmo terciária. Diminui -se, também,
consultas no âmbito primário.
O nível de informação da população também possui influência para promoção da
saúde, tendo impacto favorável para a prevenção de situações desnecessárias, que podem ser
evitadas por uma opção no estilo de vida.
Diante destes estudos sabe-se que o número de crianças obesas é alarmante e
continua crescendo de forma descontrolada, onde o governo não consegue acompanhar o
ritmo do aumento das taxas de incidência da doença em todo Brasil.
Desta maneira ações de prevenção devem ter início durante amamentação materna,
que deve durar no mínimo seis meses. A introdução de alimentos saudáveis e em quantidades
não exageradas após o desmame, além do hábito de praticar atividades físicas desde criança.
A escola tem papel fundamental ao modelar as atitudes e comportamentos das crianças
sobre atividade física e nutrição. Deve-se dar atenção à prevenção com desenvolvimento de
estratégias preventivas para todas as idades, tendo início preferencial na infância.

.
40

8 REFERÊNCIAS

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