CLT Normas Correlatas 4ed
CLT Normas Correlatas 4ed
CLT Normas Correlatas 4ed
do Trabalho – CLT
e normas correlatas
4a edição
Atualizada até setembro de 2021
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2021 – 2022
Senador Romário
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador Irajá
PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Senador Weverton
QUARTO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Jorginho Mello
Senador Luiz do Carmo
Senadora Eliziane Gama
Senador Zequinha Marinho
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
4a edição
Brasília – 2021
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas. – 4. ed. – Brasília, DF :
Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2021.
171 p.
CDDir 342.6981
7 Apresentação
19 Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Normas correlatas
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação
Apresentação
7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde,
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
Art. 1o A República Federativa do Brasil, for- te, o lazer, a segurança, a previdência social, a
mada pela união indissolúvel dos Estados e proteção à maternidade e à infância, a assistência
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se aos desamparados, na forma desta Constituição.
em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos
I – a soberania; e rurais, além de outros que visem à melhoria
II – a cidadania; de sua condição social:
III – a dignidade da pessoa humana; I – relação de emprego protegida contra des-
IV – os valores sociais do trabalho e da livre pedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
iniciativa; de lei complementar, que preverá indenização
V – o pluralismo político. compensatória, dentre outros direitos;
Parágrafo único. Todo o poder emana do II – seguro-desemprego, em caso de desem-
povo, que o exerce por meio de representan- prego involuntário;
tes eleitos ou diretamente, nos termos desta III – fundo de garantia do tempo de serviço;
Constituição. IV – salário mínimo, fixado em lei, nacio-
nalmente unificado, capaz de atender a suas
Art. 2o São Poderes da União, independentes e necessidades vitais básicas e às de sua família
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo com moradia, alimentação, educação, saúde,
e o Judiciário. lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe pre-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da servem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
República Federativa do Brasil: vinculação para qualquer fim;
I – construir uma sociedade livre, justa e V – piso salarial proporcional à extensão e
solidária; à complexidade do trabalho;
II – garantir o desenvolvimento nacional; VI – irredutibilidade do salário, salvo o dis-
III – erradicar a pobreza e a marginalização posto em convenção ou acordo coletivo;
e reduzir as desigualdades sociais e regionais; VII – garantia de salário, nunca inferior ao
IV – promover o bem de todos, sem pre- mínimo, para os que percebem remuneração
conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e variável;
quaisquer outras formas de discriminação. VIII – décimo terceiro salário com base na
������������������������������������������������������������������������������� remuneração integral ou no valor da aposen-
tadoria;
TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias IX – remuneração do trabalho noturno su-
Fundamentais perior à do diurno;
������������������������������������������������������������������������������� X – proteção do salário na forma da lei, cons-
tituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados,
10 desvinculada da remuneração, e, excepcional-
mente, participação na gestão da empresa, con- XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes
forme definido em lei; das relações de trabalho, com prazo prescricio-
XII – salário-família pago em razão do de- nal de cinco anos para os trabalhadores urbanos
pendente do trabalhador de baixa renda nos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
termos da lei; do contrato de trabalho;
XIII – duração do trabalho normal não su- a) (Revogada);
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro b) (Revogada);
semanais, facultada a compensação de horários XXX – proibição de diferença de salários, de
e a redução da jornada, mediante acordo ou exercício de funções e de critério de admissão
convenção coletiva de trabalho; por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho XXXI – proibição de qualquer discriminação
realizado em turnos ininterruptos de reveza- no tocante a salário e critérios de admissão do
mento, salvo negociação coletiva; trabalhador portador de deficiência;
XV – repouso semanal remunerado, prefe- XXXII – proibição de distinção entre tra-
rencialmente aos domingos; balho manual, técnico e intelectual ou entre os
XVI – remuneração do serviço extraordi- profissionais respectivos;
nário superior, no mínimo, em cinquenta por XXXIII – proibição de trabalho noturno,
cento à do normal; perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
XVII – gozo de férias anuais remuneradas de qualquer trabalho a menores de dezesseis
com, pelo menos, um terço a mais do que o anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
salário normal; de quatorze anos;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do XXXIV – igualdade de direitos entre o traba-
emprego e do salário, com a duração de cento lhador com vínculo empregatício permanente
e vinte dias; e o trabalhador avulso.
XIX – licença-paternidade, nos termos fi- Parágrafo único. São assegurados à categoria
xados em lei; dos trabalhadores domésticos os direitos pre-
XX – proteção do mercado de trabalho da vistos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
mulher, mediante incentivos específicos, nos XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
termos da lei; XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo estabelecidas em lei e observada a simplificação
de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos do cumprimento das obrigações tributárias,
termos da lei; principais e acessórias, decorrentes da relação
XXII – redução dos riscos inerentes ao tra- de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
balho, por meio de normas de saúde, higiene nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
e segurança; bem como a sua integração à previdência social.
XXIII – adicional de remuneração para as
atividades penosas, insalubres ou perigosas, Art. 8o É livre a associação profissional ou
na forma da lei; sindical, observado o seguinte:
Dispositivos constitucionais pertinentes
12
Consolidação das Leis do Trabalho
Índice sistemático do
Decreto-lei no 5.452/1943
19 Título I – Introdução
21 Título II – Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho
21 Capítulo I –Da Identificação Profissional
21 Seção I – Da Carteira de Trabalho e Previdência Social
21 Seção II – Da Emissão da Carteira
22 Seção III – Da Entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social
22 Seção IV – Das Anotações
22 Seção V – Das Reclamações por Falta ou Recusa de Anotação
23 Seção VI – Do Valor das Anotações
23 Seção VII – Dos Livros de Registro de Empregados
24 Seção VIII – Das Penalidades
24 Capítulo II – Da Duração do Trabalho
24 Seção I – Disposição Preliminar
24 Seção II – Da Jornada de Trabalho
26 Seção III – Dos Períodos de Descanso
27 Seção IV – Do Trabalho Noturno
28 Seção V – Do Quadro de Horário
28 Seção VI – Das Penalidades
28 Capítulo II-A – Do Teletrabalho
29 Capítulo III – Do Salário Mínimo
29 Seção I – Do Conceito
29 Seção II – Das Regiões, Zonas e Subzonas
30 Seção III – Da Constituição das Comissões
30 Seção IV – Das Atribuições das Comissões de Salário Mínimo
30 Seção V – Da Fixação do Salário Mínimo
30 Seção VI – Disposições Gerais
30 Capítulo IV – Das Férias Anuais
30 Seção I – Do Direito a Férias e da Sua Duração
31 Seção II – Da Concessão e da Época das Férias
32 Seção III – Das Férias Coletivas
32 Seção IV – Da Remuneração e do Abono de Férias
33 Seção V – Dos Efeitos da Cessação do Contrato de Trabalho
33 Seção VI – Do Início da Prescrição
33 Seção VII – Disposições Especiais
34 Seção VIII – Das Penalidades
34 Capítulo V – Da Segurança e da Medicina do Trabalho
34 Seção I – Disposições Gerais
35 Seção II – Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição
35 Seção III – Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas
36 Seção IV – Do Equipamento de Proteção Individual
36 Seção V – Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho
37 Seção VI – Das Edificações
37 Seção VII – Da Iluminação
37 Seção VIII – Do Conforto Térmico
37 Seção IX – Das Instalações Elétricas
38 Seção X – Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
38 Seção XI – Das Máquinas e Equipamentos
38 Seção XII – Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão
39 Seção XIII – Das Atividades Insalubres ou Perigosas
40 Seção XIV – Da Prevenção da Fadiga
40 Seção XV – Das Outras Medidas Especiais de Proteção
41 Seção XVI – Das Penalidades
41 Título II-A – Do Dano Extrapatrimonial
42 Título III – Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho
42 Capítulo I – Das Disposições Especiais sobre Duração e Condições de Trabalho
42 Seção I – Dos Bancários
42 Seção II – Dos Empregados nos Serviços de Telefonia, de Telegrafia
Submarina e Subfluvial, de Radiotelegrafia e Radiotelefonia
43 Seção III – Dos Músicos Profissionais
43 Seção IV – Dos Operadores Cinematográficos
44 Seção IV-A – Do Serviço do Motorista Profissional Empregado
46 Seção V – Do Serviço Ferroviário
49 Seção VI – Das Equipagens das Embarcações da Marinha Mercante Nacional,
de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego nos Portos e da Pesca
50 Seção VII – Dos Serviços Frigoríficos
50 Seção VIII – Dos Serviços de Estiva
50 Seção IX – Dos Serviços de Capatazias nos Portos
50 Seção X – Do Trabalho em Minas de Subsolo
51 Seção XI – Dos Jornalistas Profissionais
52 Seção XII – Dos Professores
53 Seção XIII – Dos Químicos
57 Seção XIV – Das Penalidades
57 Capítulo II – Da Nacionalização do Trabalho
57 Seção I – Da Proporcionalidade de Empregados Brasileiros
59 Seção II – Das Relações Anuais de Empregados
59 Seção III – Das Penalidades
60 Seção IV – Disposições Gerais
60 Seção V – Das Disposições Especiais sobre a Nacionalização da Marinha Mercante
60 Capítulo III – Da Proteção do Trabalho da Mulher
60 Seção I – Da Duração, Condições do Trabalho e da Discriminação contra a Mulher
61 Seção II – Do Trabalho Noturno
61 Seção III – Dos Períodos de Descanso
61 Seção IV – Dos Métodos e Locais de Trabalho
62 Seção V – Da Proteção à Maternidade
64 Seção VI – Das Penalidades
64 Capítulo IV – Da Proteção do Trabalho do Menor
64 Seção I – Disposições Gerais
65 Seção II – Da Duração do Trabalho
66 Seção III – Da Admissão em Emprego e da Carteira de Trabalho e Previdência Social
66 Seção IV – Dos Deveres dos Responsáveis Legais de Menores
e dos Empregadores. Da Aprendizagem
68 Seção V – Das Penalidades
69 Seção VI – Disposições Finais
69 Título IV – Do Contrato Individual do Trabalho
69 Capítulo I – Disposições Gerais
71 Capítulo II – Da Remuneração
74 Capítulo III – Da Alteração
75 Capítulo IV – Da Suspensão e da Interrupção
77 Capítulo V – Da Rescisão
79 Capítulo VI – Do Aviso Prévio
80 Capítulo VII – Da Estabilidade
81 Capítulo VIII – Da Força Maior
81 Capítulo IX – Disposições Especiais
82 Título IV-A – Da Representação dos Empregados
83 Título V – Da Organização Sindical
83 Capítulo I – Da Instituição Sindical
83 Seção I – Da Associação em Sindicato
84 Seção II – Do Reconhecimento e Investidura Sindical
85 Seção III – Da Administração do Sindicato
86 Seção IV – Das Eleições Sindicais
87 Seção V – Das Associações Sindicais de Grau Superior
89 Seção VI – Dos Direitos dos Exercentes de Atividades ou Profissões e dos Sindicalizados
90 Seção VII – Da Gestão Financeira do Sindicato e Sua Fiscalização
92 Seção VIII – Das Penalidades
93 Seção IX – Disposições Gerais
94 Capítulo II – Do Enquadramento Sindical
95 Capítulo III – Da Contribuição Sindical
95 Seção I – Da Fixação e do Recolhimento da Contribuição Sindical
98 Seção II – Da Aplicação da Contribuição Sindical
99 Seção III – Da Comissão da Contribuição Sindical
99 Seção IV – Das Penalidades
100 Seção V – Disposições Gerais
101 Título VI – Das Convenções Coletivas de Trabalho
105 Título VI-A – Das Comissões de Conciliação Prévia
106 Título VII – Do Processo de Multas Administrativas
106 Capítulo I – Da Fiscalização, da Autuação e da Imposição de Multas
108 Capítulo II – Dos Recursos
108 Capítulo III – Do Depósito, da Inscrição e da Cobrança
109 Título VII-A – Da Prova de Inexistência de Débitos Trabalhistas
109 Título VIII – Da Justiça do Trabalho
109 Capítulo I – Introdução
109 Capítulo II – Das Juntas de Conciliação e Julgamento
109 Seção I – Da Composição e Funcionamento
110 Seção II – Da Jurisdição e Competência das Juntas
111 Seção III – Dos Presidentes das Juntas
112 Seção IV – Dos Vogais das Juntas
113 Capítulo III – Dos Juízos de Direito
114 Capítulo IV – Dos Tribunais Regionais do Trabalho
114 Seção I – Da Composição e do Funcionamento
115 Seção II – Da Jurisdição e Competência
116 Seção III – Dos Presidentes dos Tribunais Regionais
117 Seção IV – Dos Juízes Representantes Classistas dos Tribunais Regionais
118 Capítulo V – Do Tribunal Superior do Trabalho
118 Seção I – Disposições Preliminares
118 Seção II – Da Composição e Funcionamento do Tribunal Superior do Trabalho
119 Seção III – Da Competência do Tribunal Pleno
120 Seção IV – Da Competência da Câmara de Justiça do Trabalho
120 Seção V – Da Competência da Câmara de Previdência Social
120 Seção VI – Das Atribuições do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
121 Seção VII – Das Atribuições do Vice-Presidente
121 Seção VIII – Das Atribuições do Corregedor
121 Capítulo VI – Dos Serviços Auxiliares da Justiça do Trabalho
121 Seção I – Da Secretaria das Juntas de Conciliação e Julgamento
122 Seção II – Dos Distribuidores
122 Seção III – Do Cartório dos Juízos de Direito
122 Seção IV – Das Secretarias dos Tribunais Regionais
123 Seção V – Dos Oficiais de Justiça
123 Capítulo VII – Das Penalidades
123 Seção I – Do Lock-out e da Greve
124 Seção II – Das Penalidades contra os Membros da Justiça do Trabalho
124 Seção III – De Outras Penalidades
124 Capítulo VIII – Disposições Gerais
125 Título IX – Do Ministério Público do Trabalho
125 Capítulo I – Disposições Gerais
125 Capítulo II – Da Procuradoria da Justiça do Trabalho
125 Seção I – Da Organização
126 Seção II – Da Competência da Procuradoria-Geral
126 Seção III – Da Competência das Procuradorias Regionais
126 Seção IV – Das Atribuições do Procurador-Geral
127 Seção V – Das Atribuições dos Procuradores
127 Seção VI – Das Atribuições dos Procuradores Regionais
127 Seção VII – Da Secretaria
127 Capítulo III – Da Procuradoria de Previdência Social
127 Seção I – Da Organização
128 Seção II – Da Competência da Procuradoria
128 Seção III – Das Atribuições do Procurador-Geral
128 Seção IV – Das Atribuições dos Procuradores
129 Seção V – Da Secretaria
129 Título X – Do Processo Judiciário do Trabalho
129 Capítulo I – Disposições Preliminares
129 Capítulo II – Do Processo em Geral
129 Seção I – Dos Atos, Termos e Prazos Processuais
130 Seção II – Da Distribuição
131 Seção III – Das Custas e Emolumentos
132 Seção IV – Das Partes e dos Procuradores
133 Seção IV-A – Da Responsabilidade por Dano Processual
133 Seção V – Das Nulidades
134 Seção VI – Das Exceções
134 Seção VII – Dos Conflitos de Jurisdição
135 Seção VIII – Das Audiências
136 Seção IX – Das Provas
137 Seção X – Da Decisão e Sua Eficácia
138 Capítulo III – Dos Dissídios Individuais
138 Seção I – Da Forma de Reclamação e da Notificação
139 Seção II – Da Audiência de Julgamento
140 Seção II-A – Do Procedimento Sumaríssimo
141 Seção III – Do Inquérito para Apuração de Falta Grave
141 Seção IV – Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
142 Capítulo III-A – Do Processo de Jurisdição Voluntária para Homologação de Acordo Extrajudicial
142 Capítulo IV – Dos Dissídios Coletivos
142 Seção I – Da Instauração da Instância
142 Seção II – Da Conciliação e do Julgamento
143 Seção III – Da Extensão das Decisões
144 Seção IV – Do Cumprimento das Decisões
144 Seção V – Da Revisão
144 Capítulo V – Da Execução
144 Seção I – Das Disposições Preliminares
145 Seção II – Do Mandado e da Penhora
146 Seção III – Dos Embargos à Execução e da Sua Impugnação
146 Seção IV – Do Julgamento e dos Trâmites Finais da Execução
147 Seção V – Da Execução por Prestações Sucessivas
147 Capítulo VI – Dos Recursos
152 Capítulo VII – Da Aplicação das Penalidades
153 Capítulo VIII – Disposições Finais
153 Título XI – Disposições Finais e Transitórias
Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
ser acrescida de horas extras, em número não quando estabelecida mediante acordo tácito,
excedente de duas, por acordo individual, con- não implica a repetição do pagamento das ho-
venção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. ras excedentes à jornada normal diária se não
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo ultrapassada a duração máxima semanal, sendo
menos, 50% (cinquenta por cento) superior à devido apenas o respectivo adicional.
da hora normal. Parágrafo único. A prestação de horas ex-
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de tras habituais não descaracteriza o acordo de
salário se, por força de acordo ou convenção compensação de jornada e o banco de horas.
coletiva de trabalho, o excesso de horas em
um dia for compensado pela correspondente Art. 60. Nas atividades insalubres, assim consi-
diminuição em outro dia, de maneira que não deradas as constantes dos quadros mencionados 25
no capítulo “Da Segurança e da Medicina do I – os empregados que exercem atividade
Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas externa incompatível com a fixação de horário
por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e de trabalho, devendo tal condição ser anotada
Comércio, quaisquer prorrogações só poderão na Carteira de Trabalho e Previdência Social e
ser acordadas mediante licença prévia das auto- no registro de empregados;
ridades competentes em matéria de higiene do II – os gerentes, assim considerados os exer-
trabalho, as quais, para esse efeito, procederão centes de cargos de gestão, aos quais se equi-
aos necessários exames locais e à verificação param, para efeito do disposto neste artigo, os
dos métodos e processos de trabalho, quer di- diretores e chefes de departamento ou filial;
retamente, quer por intermédio de autoridades III – os empregados em regime de teletra-
sanitárias federais, estaduais e municipais, com balho.
quem entrarão em entendimento para tal fim. Parágrafo único. O regime previsto neste
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência capítulo será aplicável aos empregados men-
de licença prévia as jornadas de doze horas de cionados no inciso II deste artigo, quando o
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas salário do cargo de confiança, compreendendo
de descanso. a gratificação de função, se houver, for inferior
ao valor do respectivo salário efetivo acrescido
Art. 61. Ocorrendo necessidade imperiosa, de 40% (quarenta por cento).
poderá a duração do trabalho exceder do limite
legal ou convencionado, seja para fazer face Art. 63. Não haverá distinção entre emprega-
a motivo de força maior, seja para atender à dos e interessados, e a participação em lucros e
realização ou conclusão de serviços inadiáveis comissões, salvo em lucros de caráter social, não
ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo exclui o participante do regime deste Capítulo.
manifesto.
§ 1o O excesso, nos casos deste artigo, pode Art. 64. O salário-hora normal, no caso de
ser exigido independentemente de convenção empregado mensalista, será obtido dividindo-se
coletiva ou acordo coletivo de trabalho. o salário mensal correspondente à duração do
§ 2o Nos casos de excesso de horário por trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta)
motivo de força maior, a remuneração da hora vezes o número de horas dessa duração.
excedente não será inferior à da hora normal. Parágrafo único. Sendo o número de dias
Nos demais casos de excesso previstos neste inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo,
artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% em lugar desse número, o de dias de trabalho
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 70. Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, Art. 72. Nos serviços permanentes de meca-
é vedado o trabalho em dias feriados nacionais nografia (datilografia, escrituração ou cálculo),
e feriados religiosos, nos termos da legislação a cada período de noventa minutos de trabalho
própria. consecutivo corresponderá um repouso de dez
minutos não deduzidos da duração normal de
Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja trabalho.
Consolidação das Leis do Trabalho
Parágrafo único. Quando o salário mínimo lhador em domicílio, considerado este como o
mensal do empregado a comissão ou que tenha executado na habitação do empregado ou em
direito a percentagem for integrado por parte oficina de família, por conta de empregador
fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido que o remunere.
o salário mínimo, vedado qualquer desconto
em mês subsequente a título de compensação.
SEÇÃO II – Das Regiões, Zonas e Subzonas
1
Nota do Editor (NE): a Constituição Federal es- Arts. 84 a 86. (Revogados)
tabelece, em seu art. 7o, IV, que o salário mínimo é
nacionalmente unificado. 29
SEÇÃO III – Da Constituição das Comissões Art. 126. O Ministro do Trabalho, Indústria
e Comércio expedirá as instruções necessárias
Arts. 87 a 100. (Revogados) à fiscalização do salário mínimo, podendo co-
meter essa fiscalização a qualquer dos órgãos
componentes do respectivo Ministério, e, bem
SEÇÃO IV – Das Atribuições das Comissões assim, aos fiscais dos Institutos de Aposentado-
de Salário Mínimo ria e Pensões na forma da legislação em vigor.
Art. 128. (Revogado)
SEÇÃO V – Da Fixação do Salário Mínimo
32
§ 1o O abono de férias deverá ser requerido completo de férias, de conformidade com o
até 15 (quinze) dias antes do término do período disposto no artigo anterior.
aquisitivo.
§ 2o Tratando-se de férias coletivas, a con- Art. 148. A remuneração das férias, ainda
versão a que se refere este artigo deverá ser ob- quando devida após a cessação do contrato de
jeto de acordo coletivo entre o empregador e o trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos
sindicato representativo da respectiva categoria do art. 449.
profissional, independendo de requerimento
individual a concessão do abono.
§ 3o (Revogado) SEÇÃO VI – Do Início da Prescrição
Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo Art. 149. A prescrição do direito de reclamar
anterior, bem como o concedido em virtude de a concessão das férias ou o pagamento da res-
cláusula do contrato de trabalho, do regulamen- pectiva remuneração é contada do término do
to da empresa, de convenção ou acordo coletivo, prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso,
desde que não excedente de vinte dias do salário, da cessação do contrato de trabalho.
não integrarão a remuneração do empregado
para os efeitos da legislação do trabalho.
SEÇÃO VII – Disposições Especiais
Art. 145. O pagamento da remuneração das
férias e, se for o caso, o do abono referido no Art. 150. O tripulante que, por determinação
art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do armador, for transferido para o serviço de
do início do respectivo período. outro, terá computado, para o efeito de gozo de
Parágrafo único. O empregado dará quitação férias, o tempo de serviço prestado ao primeiro,
do pagamento, com indicação do início e do ficando obrigado a concedê-las o armador em
termo das férias. cujo serviço ele se encontra na época de gozá-las.
§ 1o As férias poderão ser concedidas, a pe-
dido dos interessados e com aquiescência do
SEÇÃO V – Dos Efeitos da Cessação do armador, parceladamente, nos portos de escala
Contrato de Trabalho de grande estadia do navio, aos tripulantes ali
residentes.
Art. 146. Na cessação do contrato de trabalho, § 2o Será considerada grande estadia a per-
qualquer que seja a sua causa, será devida ao manência no porto por prazo excedente de seis
empregado a remuneração simples ou em dobro, dias.
conforme o caso, correspondente ao período de § 3o Os embarcadiços, para gozarem férias
férias cujo direito tenha adquirido. nas condições deste artigo, deverão pedi-las, por
Parágrafo único. Na cessação do contrato escrito, ao armador, antes do início da viagem,
de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o no porto de registro ou armação.
empregado, desde que não haja sido demitido § 4o O tripulante, ao terminar as férias, apre-
Consolidação das Leis do Trabalho
por justa causa, terá direito à remuneração rela- sentar-se-á ao armador, que deverá designá-lo
tiva ao período incompleto de férias, de acordo para qualquer de suas embarcações ou o adir a
com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze algum dos seus serviços terrestres, respeitadas
avos) por mês de serviço ou fração superior a a condição pessoal e a remuneração.
14 (quatorze) dias. § 5o Em caso de necessidade, determinada
pelo interesse público, e comprovada pela auto-
Art. 147. O empregado que for despedido ridade competente, poderá o armador ordenar a
sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho suspensão das férias já iniciadas ou a iniciar-se,
se extinguir em prazo predeterminado, antes ressalvado ao tripulante o direito ao respectivo
de completar 12 (doze) meses de serviço, terá gozo posteriormente.
direito à remuneração relativa ao período in- 33
§ 6o O Delegado do Trabalho Marítimo po- I – estabelecer, nos limites de sua competên-
derá autorizar a acumulação de 2 (dois) períodos cia, normas sobre a aplicação dos preceitos deste
de férias do marítimo, mediante requerimento Capítulo, especialmente os referidos no art. 200;
justificado: II – coordenar, orientar, controlar e super-
I – do sindicato, quando se tratar de sindi- visionar a fiscalização e as demais atividades
calizado; e relacionadas com a segurança e a medicina do
II – da empresa, quando o empregado não trabalho em todo o território nacional, inclu-
for sindicalizado. sive a Campanha Nacional de Prevenção de
Acidentes do Trabalho;
Art. 151. Enquanto não se criar um tipo espe- III – conhecer, em última instância, dos re-
cial de caderneta profissional para os marítimos, cursos, voluntários ou de ofício, das decisões
as férias serão anotadas pela Capitania do Porto proferidas pelos Delegados Regionais do Tra-
na caderneta-matrícula do tripulante, na página balho, em matéria de segurança e medicina do
das observações. trabalho.
as providências que deverão ser adotadas para d) as demais características e atribuições
prevenção de infortúnios de trabalho. dos serviços especializados em segurança e em
§ 1o As autoridades federais, estaduais e mu- medicina do trabalho, nas empresas.
nicipais darão imediato apoio às medidas deter-
minadas pelo Delegado Regional do Trabalho. Art. 163. Será obrigatória a constituição de
§ 2o A interdição ou embargo poderão ser Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
requeridos pelo serviço competente da Delegacia (CIPA), de conformidade com instruções expe-
Regional do Trabalho e, ainda, por agente da didas pelo Ministério do Trabalho, nos estabele-
inspeção do trabalho ou por entidade sindical. cimentos ou locais de obra nelas especificados.
§ 3o Da decisão do Delegado Regional do
Trabalho poderão os interessados recorrer, no 35
Parágrafo único. O Ministério do Trabalho ofereçam completa proteção contra os riscos
regulamentará as atribuições, a composição e de acidentes e danos à saúde dos empregados.
o funcionamento das CIPAs.
Art. 167. O equipamento de proteção só pode-
Art. 164. Cada CIPA será composta de re- rá ser posto à venda ou utilizado com a indicação
presentantes da empresa e dos empregados, de do Certificado de Aprovação do Ministério do
acordo com os critérios que vierem a ser adota- Trabalho.
dos na regulamentação de que trata o parágrafo
único do artigo anterior.
§ 1o Os representantes dos empregadores, SEÇÃO V – Das Medidas Preventivas de
titulares e suplentes, serão por eles designados. Medicina do Trabalho
§ 2o Os representantes dos empregados, ti-
tulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio Art. 168. Será obrigatório exame médico, por
secreto, do qual participem, independentemente conta do empregador, nas condições estabe-
de filiação sindical, exclusivamente os empre- lecidas neste artigo e nas instruções comple-
gados interessados. mentares a serem expedidas pelo Ministério
§ 3o O mandato dos membros eleitos da do Trabalho:
CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida I – na admissão;
uma reeleição. II – na demissão;
§ 4o O disposto no parágrafo anterior não III – periodicamente.
se aplicará ao membro suplente que, durante o § 1o O Ministério do Trabalho baixará ins-
seu mandato, tenha participado de menos da truções relativas aos casos em que serão exigíveis
metade do número de reuniões da CIPA. exames:
§ 5o O empregador designará, anualmente, a) por ocasião da demissão;
dentre os seus representantes, o Presidente da b) complementares.
CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o § 2o Outros exames complementares pode-
Vice-Presidente. rão ser exigidos, a critério médico, para apura-
ção da capacidade ou aptidão física e mental
Art. 165. Os titulares da representação dos do empregado para a função que deva exercer.
empregados nas CIPAs não poderão sofrer des- § 3o O Ministério do Trabalho estabelecerá,
pedida arbitrária, entendendo-se como tal a que de acordo com o risco da atividade e o tempo de
não se fundar em motivo disciplinar, técnico, exposição, a periodicidade dos exames médicos.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Parágrafo único. As disposições relativas ao gurança das caldeiras, fornos e recipientes sob
transporte de materiais aplicam-se, também, pressão, especialmente quanto ao revestimento
no que couber, ao transporte de pessoas nos interno, à localização, à ventilação dos locais e
locais de trabalho. outros meios de eliminação de gases ou vapores
prejudiciais à saúde, e demais instalações ou
Art. 183. As pessoas que trabalharem na movi- equipamentos necessários à execução segura
mentação de materiais deverão estar familiariza- das tarefas de cada empregado.
das com os métodos racionais de levantamento
de cargas. Art. 188. As caldeiras serão periodicamente
submetidas a inspeções de segurança, por en-
genheiro ou empresa especializada, inscritos no
SEÇÃO XI – Das Máquinas e Equipamentos Ministério do Trabalho, de conformidade com as
instruções que, para esse fim, forem expedidas.
Art. 184. As máquinas e os equipamentos de- § 1o Toda caldeira será acompanhada de
verão ser dotados de dispositivos de partida e “Prontuário”, com documentação original do
parada e outros que se fizerem necessários para fabricante, abrangendo, no mínimo: especifica-
a prevenção de acidentes do trabalho, especial- ção técnica, desenhos, detalhes, provas e testes
38 mente quanto ao risco de acionamento acidental. realizados durante a fabricação e a montagem,
características funcionais e a pressão máxima Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regio-
de trabalho permitida (PMTP), esta última in- nais do Trabalho, comprovada a insalubridade,
dicada, em local visível, na própria caldeira. notificar as empresas, estipulando prazos para
§ 2o O proprietário da caldeira deverá orga- sua eliminação ou neutralização, na forma deste
nizar, manter atualizado e apresentar, quando artigo.
exigido pela autoridade competente, o Registro
de Segurança, no qual serão anotadas, sistemati- Art. 192. O exercício de trabalho em condições
camente, as indicações das provas efetuadas, ins- insalubres, acima dos limites de tolerância esta-
peções, reparos e quaisquer outras ocorrências. belecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura
§ 3o Os projetos de instalação de caldeiras, a percepção de adicional respectivamente de
fornos e recipientes sob pressão deverão ser 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cen-
submetidos à aprovação prévia do órgão re- to) e 10% (dez por cento) do salário mínimo
gional competente em matéria de segurança da região, segundo se classifiquem nos graus
do trabalho. máximo, médio e mínimo.
embaraço ou resistência à fiscalização, empre- emergentes, não interfere na avaliação dos danos
go de artifício ou simulação com o objetivo extrapatrimoniais.
de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu
valor máximo. Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo con-
siderará:
Arts. 202 a 223. (Revogados) I – a natureza do bem jurídico tutelado;
II – a intensidade do sofrimento ou da hu-
milhação;
III – a possibilidade de superação física ou
psicológica;
41
IV – os reflexos pessoais e sociais da ação § 1o A duração normal do trabalho estabe-
ou da omissão; lecida neste artigo ficará compreendida entre
V – a extensão e a duração dos efeitos da sete e vinte e duas horas, assegurando-se ao
ofensa; empregado, no horário diário, um intervalo de
VI – as condições em que ocorreu a ofensa quinze minutos para alimentação.
ou o prejuízo moral; § 2o As disposições deste artigo não se apli-
VII – o grau de dolo ou culpa; cam aos que exercem funções de direção, gerên-
VIII – a ocorrência de retratação espontânea; cia, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que
IX – o esforço efetivo para minimizar a desempenhem outros cargos de confiança, desde
ofensa; que o valor da gratificação não seja inferior a
X – o perdão, tácito ou expresso; um terço do salário do cargo efetivo.
XI – a situação social e econômica das partes
envolvidas; Art. 225. A duração normal de trabalho dos
XII – o grau de publicidade da ofensa. bancários poderá ser excepcionalmente pror-
§ 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo rogada até oito horas diárias, não excedendo de
fixará a indenização a ser paga, a cada um dos quarenta horas semanais, observados os precei-
ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, tos gerais sobre duração do trabalho.
vedada a acumulação:
I – ofensa de natureza leve, até três vezes o Art. 226. O regime especial de 6 (seis) horas
último salário contratual do ofendido; de trabalho também se aplica aos empregados
II – ofensa de natureza média, até cinco vezes de portaria e de limpeza, tais como porteiros,
o último salário contratual do ofendido; telefonistas de mesa, contínuos e serventes, em-
III – ofensa de natureza grave, até vinte vezes pregados em bancos e casas bancárias.
o último salário contratual do ofendido; Parágrafo único. A direção de cada banco
IV – ofensa de natureza gravíssima, até cin- organizará a escala de serviço do estabelecimen-
quenta vezes o último salário contratual do to de maneira a haver empregados do quadro
ofendido. da portaria em função meia hora antes e até
§ 2o Se o ofendido for pessoa jurídica, a meia hora após o encerramento dos trabalhos,
indenização será fixada com observância dos respeitado o limite de 6 (seis) horas diárias.
mesmos parâmetros estabelecidos no § 1o deste
artigo, mas em relação ao salário contratual do
ofensor. SEÇÃO II – Dos Empregados nos Serviços
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 228. Os operadores não poderão trabalhar, SEÇÃO III – Dos Músicos Profissionais
de modo ininterrupto, na transmissão manual,
bem como na recepção visual, auditiva, com Art. 232. Será de seis horas a duração de tra-
escrita manual ou datilográfica, quando a ve- balho dos músicos em teatro e congêneres.2
locidade for superior a vinte e cinco palavras Parágrafo único. Toda vez que o trabalho
por minuto. contínuo em espetáculo ultrapassar de seis ho-
ras, o tempo de duração excedente será pago
Art. 229. Para os empregados sujeitos a horá- com um acréscimo de 25% (vinte e cinco por
rios variáveis, fica estabelecida a duração máxi- cento) sobre o salário da hora normal.
ma de sete horas diárias de trabalho e dezessete
horas de folga, deduzindo-se desse tempo vinte Art. 233. A duração normal de trabalho dos
minutos para descanso, de cada um dos em- músicos profissionais poderá ser elevada até
pregados, sempre que se verificar um esforço oito horas diárias, observados os preceitos gerais
contínuo de mais de três horas. sobre duração do trabalho.3
§ 1o São considerados empregados sujeitos
a horários variáveis, além dos operadores, cujas
funções exijam classificação distinta, os que SEÇÃO IV – Dos Operadores
pertençam a seções de técnica, telefones, revisão, Cinematográficos
expedição, entrega e balcão.
§ 2o Quanto à execução e remuneração aos Art. 234. A duração normal do trabalho dos
domingos, feriados e dias santos de guarda e operadores cinematográficos e seus ajudantes
às prorrogações de expediente, o trabalho dos não excederá de seis horas diárias, assim dis-
empregados a que se refere o parágrafo ante- tribuídas:
rior será regido pelo que se contém no § 1o do a) cinco horas consecutivas de trabalho em
art. 227 desta Seção. cabine, durante o funcionamento cinemato-
gráfico;
Art. 230. A direção das empresas deverá orga- b) um período suplementar, até o máximo
nizar as turmas de empregados, para a execução de uma hora, para limpeza, lubrificação dos
dos seus serviços, de maneira que prevaleça aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.
sempre o revezamento entre os que exercem a Parágrafo único. Mediante remuneração adi-
mesma função, quer em escalas diurnas, quer cional de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
em noturnas. salário da hora normal e observado um intervalo
§ 1o Aos empregados que exerçam a mesma de duas horas para folga, entre o período a que
função será permitida, entre si, a troca de tur- se refere a alínea “b” deste artigo e o trabalho
Consolidação das Leis do Trabalho
mas, desde que isso não importe em prejuízo dos em cabine de que trata a alínea “a”, poderá o
serviços, cujo chefe ou encarregado resolverá trabalho dos operadores cinematográficos e seus
sobre a oportunidade ou possibilidade dessa ajudantes ter a duração prorrogada por duas
medida, dentro das prescrições desta Seção. horas diárias, para exibições extraordinárias.
§ 2o As empresas não poderão organizar
horários que obriguem os empregados a fazer Art. 235. Nos estabelecimentos cujo funciona-
a refeição do almoço antes das 10 (dez) e de- mento normal seja noturno, será facultado aos
pois das 13 (treze) horas e a de jantar antes das
16 (dezesseis) e depois das 19:30 (dezenove e
trinta) horas.
2
NE: ver Lei no 3.857/1960.
3
NE: ver Lei no 3.857/1960. 43
operadores cinematográficos e seus ajudantes, ser utilizado para esse fim o exame obrigatório
mediante acordo ou contrato coletivo de traba- previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro de
lho e com um acréscimo de 25% (vinte e cinco 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, desde que
por cento) sobre o salário da hora normal, exe- realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.
cutar o trabalho em sessões diurnas extraordi- Parágrafo único. A recusa do empregado em
nárias e, cumulativamente, nas noturnas, desde submeter-se ao teste ou ao programa de controle
que isso se verifique até três vezes por semana de uso de droga e de bebida alcoólica previstos
e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o no inciso VII será considerada infração disci-
intervalo de uma hora, no mínimo, de descanso. plinar, passível de penalização nos termos da lei.
§ 1o A duração de trabalho cumulativo a
que alude o presente artigo não poderá exceder Art. 235-C. A jornada diária de trabalho do
de dez horas. motorista profissional será de 8 (oito) horas,
§ 2o Em seguida a cada período de trabalho admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas)
haverá um intervalo de repouso no mínimo de horas extraordinárias ou, mediante previsão em
doze horas. convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro)
horas extraordinárias.
§ 1o Será considerado como trabalho efetivo
SEÇÃO IV-A – Do Serviço do Motorista o tempo em que o motorista empregado esti-
Profissional Empregado ver à disposição do empregador, excluídos os
intervalos para refeição, repouso e descanso e
Art. 235-A. Os preceitos especiais desta Seção o tempo de espera.
aplicam-se ao motorista profissional empregado: § 2o Será assegurado ao motorista profissio-
I – de transporte rodoviário coletivo de pas- nal empregado intervalo mínimo de 1 (uma)
sageiros; hora para refeição, podendo esse período
II – de transporte rodoviário de cargas. coincidir com o tempo de parada obrigatória
na condução do veículo estabelecido pela Lei
Art. 235-B. São deveres do motorista profis- no 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código
sional empregado: de Trânsito Brasileiro, exceto quando se tratar
I – estar atento às condições de segurança do motorista profissional enquadrado no § 5o
do veículo; do art. 71 desta Consolidação.
II – conduzir o veículo com perícia, prudên- § 3o Dentro do período de 24 (vinte e qua-
cia, zelo e com observância aos princípios de tro) horas, são asseguradas 11 (onze) horas de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
via permanente, o tempo efetivo do trabalho será de custo para atender a tais despesas.
contado desde a hora da saída da casa da turma § 3o As escalas do pessoal abrangido pelo
até a hora em que cessar o serviço em qualquer presente artigo serão organizadas de modo que
ponto compreendido dentro dos limites da res- não caiba a qualquer empregado, quinzenal-
pectiva turma. Quando o empregado trabalhar mente, um total de horas de serviço noturno
fora dos limites da sua turma, ser-lhe-á também superior às de serviço diurno.
computado como de trabalho efetivo o tempo § 4o Os períodos de trabalho do pessoal a
gasto no percurso da volta a esses limites. que alude o presente artigo serão registrados
§ 4o Para o pessoal da equipagem de trens, em cadernetas especiais, que ficarão sempre em
só será considerado esse trabalho efetivo, depois poder do empregado de acordo com o modelo
de chegado ao destino, o tempo em que o fer- 47
aprovado pelo Ministro do Trabalho, Indústria ou para substituições de outros empregados que
e Comércio. faltem à escala organizada.
§ 1o Considera-se “extranumerário” o em-
Art. 240. Nos casos de urgência ou de acidente, pregado não efetivo, candidato à efetivação, que
capazes de afetar a segurança ou regularidade se apresentar normalmente ao serviço, embora
do serviço, poderá a duração do trabalho ser só trabalhe quando for necessário. O extranu-
excepcionalmente elevada a qualquer número merário só receberá os dias de trabalho efetivo.
de horas, incumbindo à Estrada zelar pela in- § 2o Considera-se de “sobreaviso” o empre-
columidade dos seus empregados e pela pos- gado efetivo, que permanecer em sua própria
sibilidade de revezamento de turmas, assegu- casa, aguardando a qualquer momento o cha-
rando ao pessoal um repouso correspondente mado para o serviço. Cada escala de “sobrea-
e comunicando a ocorrência ao Ministério do viso” será, no máximo, de vinte e quatro horas.
Trabalho, Indústria e Comércio, dentro de dez As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos,
dias da sua verificação. serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do
Parágrafo único. Nos casos previstos neste salário normal.
artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte § 3o Considera-se de “prontidão” o empre-
de qualquer empregado, à execução de serviço gado que ficar nas dependências da estrada,
extraordinário será considerada falta grave. aguardando ordens. A escala de prontidão será,
no máximo, de doze horas. As horas de pronti-
Art. 241. As horas excedentes das do horário dão serão, para todos os efeitos, contadas à razão
normal de oito horas serão pagas como serviço de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
extraordinário na seguinte base: as duas primei- § 4o Quando, no estabelecimento ou depen-
ras com o acréscimo de 25% (vinte e cinco por dência em que se achar o empregado, houver
cento) sobre o salário-hora normal, as duas sub- facilidade de alimentação, as doze horas de
sequentes com um adicional de 50% (cinquenta prontidão, a que se refere o parágrafo anterior,
por cento) e as restantes com um adicional de poderão ser contínuas. Quando não existir essa
75% (setenta e cinco por cento). facilidade, depois de seis horas de prontidão,
Parágrafo único. Para o pessoal da categoria haverá sempre um intervalo de uma hora para
c, a primeira hora será majorada de 25% (vinte e cada refeição, que não será, nesse caso, compu-
cinco por cento), a segunda hora será paga com tada como de serviço.
o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) e as
duas subsequentes com o de 60% (sessenta por Art. 245. O horário normal de trabalho dos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
cento), salvo caso de negligência comprovada. cabineiros nas estações de tráfego intenso não
excederá de oito horas e deverá ser dividido em
Art. 242. As frações de meia hora superiores a dois turnos com intervalo não inferior a uma
dez minutos serão computadas como meia hora. hora de repouso, não podendo nenhum turno
ter duração superior a cinco horas, com um
Art. 243. Para os empregados de estações do período de descanso entre duas jornadas de
interior, cujo serviço for de natureza intermi- trabalho de quatorze horas consecutivas.
tente ou de pouca intensidade, não se aplicam
os preceitos gerais sobre duração do trabalho, Art. 246. O horário de trabalho dos operadores
sendo-lhes, entretanto, assegurado o repouso telegrafistas nas estações de tráfego intenso não
contínuo de dez horas, no mínimo, entre dois excederá de 6 (seis) horas diárias.
períodos de trabalho e descanso semanal.
Art. 247. As estações principais, estações de
Art. 244. As estradas de ferro poderão ter em- tráfego intenso e estações do interior serão clas-
pregados extranumerários, de sobreaviso e de sificadas para cada empresa pelo Departamento
prontidão, para executarem serviços imprevistos Nacional de Estradas de Ferro.
48
SEÇÃO VI – Das Equipagens das § 1o O trabalho executado aos domingos e
Embarcações da Marinha Mercante Nacional, feriados será considerado extraordinário, salvo
de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego se se destinar:
nos Portos e da Pesca a) ao serviço de quartos e vigilância, movi-
mentação das máquinas e aparelhos de bordo,
Art. 248. Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte limpeza e higiene da embarcação, preparo de
e quatro) de cada dia civil, o tripulante pode- alimentação da equipagem e dos passageiros,
rá ser conservado em seu posto durante oito serviço pessoal destes e, bem assim, aos socorros
horas, quer de modo contínuo, quer de modo de urgência ao navio ou ao pessoal;
intermitente. b) ao fim da navegação ou das manobras
§ 1o A exigência do serviço contínuo ou para a entrada ou saída de portos, atracação,
intermitente ficará a critério do comandante e, desatracação, embarque ou desembarque de
neste último caso, nunca por período menor carga e passageiros.
que uma hora. § 2o Não excederá de 30 (trinta) horas se-
§ 2o Os serviços de quarto nas máquinas, manais o serviço extraordinário prestado para
passadiço, vigilância e outros que, consoante o tráfego nos portos.
parecer médico, possam prejudicar a saúde do
tripulante serão executados por períodos não Art. 250. As horas de trabalho extraordinário
maiores e com intervalos não menores de qua- serão compensadas, segundo a conveniência do
tro horas. serviço, por descanso em período equivalente,
no dia seguinte ou no subsequente, dentro das
Art. 249. Todo o tempo de serviço efetivo, do trabalho normal, ou no fim da viagem, ou
excedente de oito horas, ocupado na forma do pelo pagamento do salário correspondente.
artigo anterior, será considerado de trabalho Parágrafo único. As horas extraordinárias
extraordinário, sujeito à compensação a que se de trabalho são indivisíveis, computando-se a
refere o art. 250, exceto se se tratar de trabalho fração de hora como hora inteira.
executado:
a) em virtude de responsabilidade pessoal Art. 251. Em cada embarcação haverá um livro
do tripulante e no desempenho de funções de em que serão anotadas as horas extraordinárias
direção, sendo consideradas como tais todas de trabalho de cada tripulante, e outro, do qual
aquelas que a bordo se achem constituídas em constarão, devidamente circunstanciadas, as
um único indivíduo com responsabilidade ex- transgressões dos mesmos tripulantes.
clusiva e pessoal; Parágrafo único. Os livros de que trata este
b) na iminência de perigo, para salvaguarda artigo obedecerão a modelos organizados pelo
ou defesa da embarcação, dos passageiros, ou Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
da carga, a juízo exclusivo do comandante ou serão escriturados em dia pelo comandante da
do responsável pela segurança a bordo; embarcação e ficam sujeitos às formalidades
c) por motivo de manobras ou fainas gerais instituídas para os livros de registro de empre-
que reclamem a presença, em seus postos, de gados em geral.
Consolidação das Leis do Trabalho
49
SEÇÃO VII – Dos Serviços Frigoríficos Parágrafo único. A duração normal do traba-
lho efetivo no subsolo poderá ser inferior a seis
Art. 253. Para os empregados que trabalham horas diárias, por determinação da autoridade
no interior das câmaras frigoríficas e para os de que trata este artigo, tendo em vista condições
que movimentam mercadorias do ambiente locais de insalubridade e os métodos e processos
quente ou normal para o frio e vice-versa, depois do trabalho adotado.
de uma hora e quarenta minutos de trabalho
contínuo, será assegurado um período de vinte Art. 296. A remuneração da hora prorrogada
minutos de repouso, computado esse intervalo será no mínimo 25% (vinte e cinco por cento)
como de trabalho efetivo. superior à da hora normal e deverá constar do
Parágrafo único. Considera-se artificialmen- acordo ou contrato coletivo de trabalho.4
te frio, para os fins do presente artigo, o que for
inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas Art. 297. Ao empregado no subsolo será for-
climáticas do mapa oficial do Ministério do necida, pelas empresas exploradoras de minas,
Trabalho, Indústria e Comércio, a 15° (quinze alimentação adequada à natureza do trabalho,
graus), na quarta zona a 12° (doze graus), e nas de acordo com as instruções estabelecidas pelo
quinta, sexta e sétima zonas a 10° (dez graus). Serviço de Alimentação da Previdência Social e
aprovadas pelo Ministério do Trabalho, Indús-
tria e Comércio.
SEÇÃO VIII – Dos Serviços de Estiva
Art. 298. Em cada período de três horas con-
Arts. 254 a 284. (Revogados) secutivas de trabalho, será obrigatória uma
pausa de quinze minutos para repouso, a qual
será computada na duração normal de trabalho
SEÇÃO IX – Dos Serviços de Capatazias nos efetivo.
Portos
Art. 299. Quando nos trabalhos de subsolo
Arts. 285 a 292. (Revogados) ocorrerem acontecimentos que possam com-
prometer a vida ou saúde do empregado, deverá
a empresa comunicar o fato imediatamente à
SEÇÃO X – Do Trabalho em Minas de autoridade Regional do Trabalho, do Ministério
Subsolo do Trabalho, Indústria e Comércio.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 293. A duração normal do trabalho efe- Art. 300. Sempre que, por motivo de saúde,
tivo para os empregados em minas no subsolo for necessária a transferência do empregado, a
não excederá de seis horas diárias ou de trinta juízo da autoridade competente em matéria de
e seis semanais. segurança e medicina do trabalho, dos serviços
no subsolo para os de superfície, é a empresa
Art. 294. O tempo despendido pelo empregado obrigada a realizar essa transferência, assegu-
da boca da mina ao local do trabalho e vice-versa rando ao transferido a remuneração atribuída
será computado para o efeito de pagamento ao trabalhador de superfície em serviço equi-
do salário. valente, respeitada a capacidade profissional
do interessado.
Art. 295. A duração normal do trabalho efetivo Parágrafo único. No caso de recusa do em-
no subsolo poderá ser elevada até oito horas pregado em atender a essa transferência, será
diárias ou quarenta e oito semanais, mediante ouvida a autoridade competente em matéria de
acordo escrito entre empregado e empregador segurança e medicina do trabalho, que decidirá
ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa a respeito.
prorrogação a prévia licença da autoridade
50 competente em matéria de higiene do trabalho. NE: ver Constituição Federal, art. 7o, XVI.
4
Art. 301. O trabalho no subsolo somente será único do artigo anterior, não poderão ser remu-
permitido a homens, com idade compreendida neradas com quantia inferior à que resulta do
entre vinte e um e cinquenta anos, assegurada quociente da divisão da importância do salário
a transferência para a superfície nos termos mensal por 150 (cento e cinquenta) para os
previstos no artigo anterior. mensalistas, e do salário diário por 5 (cinco)
para os diaristas, acrescido de, pelo menos, 25%
(vinte e cinco por cento).
SEÇÃO XI – Dos Jornalistas Profissionais
Art. 306. Os dispositivos dos arts. 303, 304 e
Art. 302. Os dispositivos da presente Seção 305 não se aplicam àqueles que exercem as fun-
se aplicam aos que nas empresas jornalísticas ções de redator-chefe, secretário, subsecretário,
prestem serviços como jornalistas, revisores, chefe e subchefe de revisão, chefe de oficina, de
fotógrafos, ou na ilustração, com as exceções ilustração e chefe de portaria.
nela previstas. Parágrafo único. Não se aplicam, do mesmo
§ 1o Entende-se como jornalista o trabalha- modo, os artigos acima referidos aos que se
dor intelectual cuja função se estende desde a ocuparem unicamente em serviços externos.
busca de informações até a redação de notícias
e artigos e a organização, orientação e direção Art. 307. A cada seis dias de trabalho efetivo
desse trabalho. corresponderá um dia de descanso obrigatório,
§ 2o Consideram-se empresas jornalísticas, que coincidirá com o domingo, salvo acordo
para os fins desta Seção, aquelas que têm a seu escrito em contrário, no qual será expressa-
cargo a edição de jornais, revistas, boletins e mente estipulado o dia em que se deve verificar
periódicos, ou a distribuição de noticiário, e, o descanso.
ainda, a radiodifusão em suas seções destinadas
à transmissão de notícias e comentários. Art. 308. Em seguida a cada período diário de
trabalho haverá um intervalo mínimo de dez
Art. 303. A duração normal do trabalho dos horas, destinado ao repouso.
empregados compreendidos nesta Seção não
deverá exceder de cinco horas, tanto de dia Art. 309. Será computado como de trabalho
como à noite. efetivo o tempo em que o empregado estiver à
disposição do empregador.
Art. 304. Poderá a duração normal do trabalho
ser elevada a sete horas, mediante acordo escrito, Art. 310. (Revogado)
em que se estipule aumento de ordenado, cor-
respondente ao excesso do tempo de trabalho, e Art. 311. Para o registro de que trata o artigo
em que se fixe um intervalo destinado a repouso anterior, deve o requerente exibir os seguintes
ou a refeição. documentos:5
Parágrafo único. Para atender a motivos de a) prova de nacionalidade brasileira;
força maior, poderá o empregado prestar ser- b) folha corrida;
Consolidação das Leis do Trabalho
viços por mais tempo do que aquele permitido c) prova de que não responde a processo
nesta Seção. Em tais casos, porém, o excesso ou não sofreu condenação por crime contra a
deve ser comunicado à Divisão de Fiscalização segurança nacional;
do Departamento Nacional do Trabalho ou às d) Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Delegacias Regionais, do Ministério do Traba- § 1o Aos profissionais devidamente registra-
lho, Indústria e Comércio, dentro de cinco dias, dos será feita a necessária declaração na Carteira
com a indicação expressa dos seus motivos. de Trabalho e Previdência Social.
§ 2o Aos novos empregados será concedido
Art. 305. As horas de serviço extraordinário, o prazo de 60 (sessenta) dias para a apresen-
quer as prestadas em virtude de acordo, quer as
que derivam das causas previstas no parágrafo NE: ver Decreto-lei no 972/1969.
5
51
tação da Carteira de Trabalho e Previdência Art. 314. (Revogado)
Social, fazendo-se o registro condicionado a
essa apresentação e expedindo-se um certificado Art. 315. O Governo Federal, de acordo com
provisório para aquele período. os governos estaduais, promoverá a criação de
escolas de preparação ao jornalismo, destinadas
Art. 312. O registro dos diretores-proprietários à formação dos profissionais da imprensa.
de jornais será feito, no Distrito Federal e nos Es-
tados, e independentemente da exigência cons- Art. 316. A empresa jornalística que deixar de
tante do art. 311, letra “d”, da presente Seção.6 pagar pontualmente, e na forma acordada, os
§ 1o A prova de profissão, apresentada pelo salários devidos a seus empregados, terá sus-
diretor-proprietário juntamente com os de- penso o seu funcionamento, até que se efetue
mais documentos exigidos, consistirá em uma o pagamento devido.8
certidão, fornecida nos Estados e Território do Parágrafo único. Para os efeitos do cum-
Acre, pelas Juntas Comerciais ou Cartórios, primento deste artigo deverão os prejudicados
e, no Distrito Federal, pela seção competente reclamar contra a falta de pagamento perante
do Departamento Nacional de Indústria e Co- a autoridade competente e, proferida a conde-
mércio, do Ministério do Trabalho, Indústria nação, desde que a empresa não a cumpra, ou,
e Comércio. em caso de recurso, não deposite o valor da
§ 2o Aos diretores-proprietários regular- indenização, a autoridade que proferir a con-
mente inscritos será fornecido um certificado, denação oficiará à autoridade competente, para
do qual deverão constar o livro e a folha em que a suspensão da circulação do jornal. Em igual
houver sido feito o registro. pena de suspensão incorrerá a empresa que
deixar de recolher as contribuições devidas às
Art. 313. Aqueles que, sem caráter profissio- instituições de previdência social.
nal, exercerem atividades jornalísticas, visando
fins culturais, científicos ou religiosos, poderão
promover sua inscrição como jornalistas, na SEÇÃO XII – Dos Professores
forma desta Seção.7
§ 1o As repartições competentes do Ministé- Art. 317. O exercício remunerado do magisté-
rio do Trabalho, Indústria e Comércio manterão, rio, em estabelecimentos particulares de ensino,
para os fins do artigo anterior, um registro espe- exigirá apenas habilitação legal e registro no
cial, anexo ao dos jornalistas profissionais, nele Ministério da Educação.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Educação e Saúde fixar os critérios para a deter- leiros naturalizados está subordinado à prévia
minação da condigna remuneração devida aos prestação do serviço militar, no Brasil.
professores bem como assegurar a execução do § 4o Só aos brasileiros natos é permitida a re-
preceito estabelecido no presente artigo. validação dos diplomas de químicos, expedidos
por institutos estrangeiros de ensino superior.
Art. 324. (Revogado)
Art. 326. Todo aquele que exercer ou pretender
exercer as funções de químico, é obrigado ao uso
da Carteira de Trabalho e Previdência Social,
devendo os profissionais, que se encontrarem
nas condições das alíneas “a” e “b” do art. 325, 53
registrar os seus diplomas de acordo com a le- lho e Previdência Social, de conformidade com
gislação vigente. o disposto nas alíneas do mesmo artigo e seu
§ 1o A requisição de Carteiras de Trabalho parágrafo único.
e Previdência Social para uso dos químicos, § 3o Reconhecida a validade dos documentos
além do disposto no capítulo “Da Identificação apresentados, o Serviço de Identificação Profis-
Profissional”, somente será processada mediante sional do Departamento Nacional do Trabalho,
apresentação dos seguintes documentos que no Distrito Federal, ou os órgãos regionais do
provem: Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
a) ser o requerente brasileiro, nato ou natu- nos Estados e no Território do Acre, registrarão,
ralizado, ou estrangeiro; em livros próprios, os documentos a que se
b) estar, se for brasileiro, de posse dos direi- refere a alínea “c” do § 1o e, juntamente com a
tos civis e políticos; Carteira de Trabalho e Previdência Social emi-
c) ter diploma de químico, químico indus- tida, os devolverão ao interessado.9
trial, químico industrial agrícola ou engenheiro
químico, expedido por escola superior oficial Art. 327. Além dos emolumentos fixados no
ou oficializada; Capítulo “Da Identificação Profissional”, o regis-
d) ter, se diplomado no estrangeiro, o res- tro do diploma fica sujeito à taxa de 30 (trinta)
pectivo diploma revalidado nos termos da lei; cruzeiros.10
e) haver, o que for brasileiro naturalizado,
prestado serviço militar no Brasil; Art. 328. Só poderão ser admitidos a registro
f) achar-se, o estrangeiro, ao ser promulgada os diplomas, certificados de diplomas, cartas
a Constituição de 1934, exercendo legitima- e outros títulos, bem como atestados e certifi-
mente, na República, a profissão de químico, ou cados, que estiverem na devida forma e cujas
concorrer a seu favor a existência de reciproci- firmas hajam sido regularmente reconhecidas
dade internacional, admitida em lei, para o re- por tabelião público e, sendo estrangeiros, pela
conhecimento dos diplomas dessa especialidade. Secretaria do Estado das Relações Exteriores,
§ 2o A requisição de que trata o parágrafo acompanhados estes últimos da respectiva tra-
anterior deve ser acompanhada: dução, feita por intérprete comercial brasileiro.
a) do diploma devidamente autenticado, no Parágrafo único. O Departamento Nacional
caso da alínea “b” do artigo precedente, e com do Trabalho e as Delegacias Regionais do Mi-
as firmas reconhecidas no país de origem e na nistério do Trabalho, Indústria e Comércio, nos
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, ou Estados, publicarão, periodicamente, a lista dos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
da respectiva certidão, bem como do título de químicos registrados na forma desta Seção.11
revalidação, ou certidão respectiva, de acordo
com a legislação em vigor; Art. 329. A cada inscrito, e como documento
b) do certificado ou atestado comprobatório comprobatório do registro, será fornecida pelo
de se achar o requerente, na hipótese da alínea Departamento Nacional do Trabalho, no Distri-
“c” do referido artigo, ao tempo da publicação to Federal, ou pelas Delegacias Regionais, nos
do Decreto no 24.693, de 12 de julho de 1934, Estados e no Território do Acre, uma Carteira
no exercício efetivo de função pública, ou par- de Trabalho e Previdência Social numerada,
ticular, para a qual seja exigida a qualidade de que, além da fotografia, medindo 3 (três) por
químico, devendo esses documentos ser auten- 4 (quatro) centímetros, tirada de frente, com a
ticados pelo Delegado Regional do Trabalho, cabeça descoberta, e das impressões do polegar,
quando se referirem a requerentes moradores conterá as declarações seguintes:12
nas capitais dos Estados, ou coletor federal, no
caso de residirem os interessados nos municí- 9
NE: ver Lei no 2.800/1956.
pios do interior;
c) de três exemplares de fotografia exigida
10
NE: ver Lei no 2.800/1956.
pelo art. 329 e de uma folha com as declarações
11
NE: ver Lei no 2.800/1956.
54 que devam ser lançadas na Carteira de Traba- 12
NE: ver Lei no 2.800/1956.
a) o nome por extenso; Art. 333. Os profissionais a que se referem
b) a nacionalidade e, se estrangeiro, a cir- os dispositivos anteriores só poderão exercer
cunstância de ser ou não naturalizado; legalmente as funções de químicos depois de
c) a data e lugar do nascimento; satisfazerem as obrigações constantes do art. 330
d) a denominação da escola em que houver desta Seção.
feito o curso;
e) a data da expedição do diploma e o nú- Art. 334. O exercício da profissão de químico
mero do registro no Ministério do Trabalho, compreende:
Indústria e Comércio; a) a fabricação de produtos e subprodutos
f) a data da revalidação do diploma, se de químicos em seus diversos graus de pureza;
instituto estrangeiro; b) a análise química, a elaboração de pare-
g) a especificação, inclusive data, de outro ceres, atestados e projetos da especialidade, e
título ou títulos de habilitação; sua execução, perícia civil ou judiciária sobre
h) a assinatura do inscrito. essa matéria, a direção e a responsabilidade de
Parágrafo único. A carteira destinada aos laboratórios ou departamentos químicos, de
profissionais a que se refere o § 1o do art. 325 indústria e empresas comerciais;
deverá, em vez das declarações indicadas nas c) o magistério nas cadeiras de química dos
alíneas “d”, “e” e “f ” deste artigo, e além do tí- cursos superiores especializados em química;
tulo – licenciado – posto em destaque, conter d) a engenharia química.
a menção do título de nomeação ou admissão § 1o Aos químicos, químicos industriais e
e respectiva data, se funcionário público, ou químicos industriais agrícolas que estejam nas
do atestado relativo ao exercício, na qualidade condições estabelecidas no art. 325, alíneas “a”
de químico, de um cargo em empresa particu- e “b”, compete o exercício das atividades defi-
lar, com designação desta e da data inicial do nidas nos itens “a”, “b” e “c” deste artigo, sendo
exercício. privativa dos engenheiros químicos a do item “d”.
§ 2o Aos que estiverem nas condições do
Art. 330. A Carteira de Trabalho e Previdência art. 325, alíneas “a” e “b”, compete, como aos
Social, expedida nos termos desta Seção, é obri- diplomados em medicina ou farmácia, as ati-
gatória para o exercício da profissão, substitui vidades definidas no art. 2o, alíneas “d”, “e” e
em todos os casos o diploma ou título e servirá “f ”, do Decreto no 20.377, de 8 de setembro de
de carteira de identidade. 1931, cabendo aos agrônomos e engenheiros
agrônomos as que se acham especificadas no
Art. 331. Nenhuma autoridade poderá receber art. 6o, alínea “h”, do Decreto no 23.196, de 12
impostos relativos ao exercício profissional de de outubro de 1933.
químico, senão à vista da prova de que o in-
teressado se acha registrado de acordo com a Art. 335. É obrigatória a admissão de químicos
presente Seção, e essa prova será também exigida nos seguintes tipos de indústria:
para a realização de concursos periciais e todos a) de fabricação de produtos químicos;
os outros atos oficiais que exijam capacidade b) que mantenham laboratório de controle
Consolidação das Leis do Trabalho
termos do art. 325, alíneas “a” e “b”, poderão ser exibidos para os fins de que trata esta Seção,
nomeados ex officio para os exames periciais de incorrerão os seus autores e cúmplices nas pe-
fábricas, laboratórios e usinas e de produtos aí nalidades estabelecidas em lei.14
fabricados. Parágrafo único. A falsificação de diploma
Parágrafo único. Não se acham compreendi- ou outros quaisquer títulos, uma vez verificada,
dos no artigo anterior os produtos farmacêuticos será imediatamente comunicada ao Serviço de
e os laboratórios de produtos farmacêuticos. Identificação Profissional, do Departamento
Nacional do Trabalho, remetendo-se-lhe os
Art. 341. Cabe aos químicos habilitados, con- documentos falsificados, para instauração do
forme estabelece o art. 325, alíneas “a” e “b”, a processo que no caso couber.
execução de todos os serviços que, não especifi-
cados no presente regulamento, exijam por sua Art. 346. Será suspenso do exercício de suas
natureza o conhecimento de química. funções, independentemente de outras penas
em que possa incorrer, o químico, inclusive o
Art. 342. A fiscalização do exercício da pro-
fissão de químico incumbe ao Departamento
Nacional do Trabalho no Distrito Federal e às
13
NE: ver Lei no 2.800/1956.
56 autoridades regionais do Ministério do Trabalho, 14
NE: ver Lei no 2.800/1956.
licenciado, que incidir em alguma das seguintes fábrica, ou laboratório industrial ou de análise
faltas: deverá, dentro de 24 (vinte e quatro) horas e
a) revelar improbidade profissional, dar fal- por escrito, comunicar essa ocorrência ao ór-
so testemunho, quebrar o sigilo profissional e gão fiscalizador, contraindo, desde essa data, a
promover falsificações, referentes à prática de responsabilidade da parte técnica referente à
atos de que trata esta Seção; sua profissão, assim como a responsabilidade
b) concorrer com seus conhecimentos cientí- técnica dos produtos manufaturados.
ficos para a prática de crime ou atentado contra § 1o Firmando-se contrato entre o químico
a pátria, a ordem social ou a saúde pública; e o proprietário da usina, fábrica ou laborató-
c) deixar, no prazo marcado nesta Seção, de rio, será esse documento apresentado, dentro
requerer a revalidação e registro do diploma do prazo de 30 (trinta) dias, para registro, ao
estrangeiro, ou o seu registro profissional no órgão fiscalizador.
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.15 § 2o Comunicação idêntica à de que trata
Parágrafo único. O tempo de suspensão a a primeira parte deste artigo fará o químico,
que alude este artigo variará entre um mês e quando deixar a direção técnica ou o cargo de
um ano, a critério do Departamento Nacional químico, em cujo exercício se encontrava, a fim
do Trabalho, após processo regular, ressalvada de ressalvar a sua responsabilidade e fazer-se o
a ação da justiça pública.16 cancelamento do contrato. Em caso de falência
do estabelecimento, a comunicação será feita
Art. 347. Aqueles que exercerem a profissão pela firma proprietária.
de químico sem ter preenchido as condições do
art. 325 e suas alíneas, nem promovido o seu
registro, nos termos do art. 326, incorrerão na SEÇÃO XIV – Das Penalidades
multa de 200 (duzentos) cruzeiros a 5.000 (cinco
mil) cruzeiros, que será elevada ao dobro, no Art. 351. Os infratores dos dispositivos do
caso de reincidência. presente Capítulo incorrerão na multa de cin-
quenta a cinco mil cruzeiros, segundo a natureza
Art. 348. Aos licenciados a que alude o § 1o da infração, sua extensão e a intenção de quem
do art. 325 poderão, por ato do Departamento a praticou, aplicada em dobro no caso de rein-
Nacional do Trabalho, sujeito à aprovação do cidência, oposição à fiscalização ou desacato à
Ministro, ser cassadas as garantias asseguradas autoridade.
por esta Seção, desde que interrompam, por Parágrafo único. São competentes para im-
motivo de falta prevista no art. 346, a função por penalidades as autoridades de 1a (primeira)
pública ou particular em que se encontravam instância incumbidas da fiscalização dos precei-
por ocasião da publicação do Decreto no 24.693, tos constantes do presente Capítulo.
de 12 de julho de 1934.17
excluídos os que neles trabalhem por força de Art. 358. Nenhuma empresa, ainda que não
voto religioso; sujeita à proporcionalidade, poderá pagar a bra-
o) nas empresas de mineração. sileiro que exerça função análoga, a juízo do
§ 2o Não se acham sujeitas às obrigações da Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
proporcionalidade as indústrias rurais, as que, à que é exercida por estrangeiro a seu serviço,
em zona agrícola, se destinem ao beneficiamen- salário inferior ao deste, excetuando-se os casos
to ou transformação de produtos da região e seguintes:
as atividades industriais de natureza extrativa, a) quando, nos estabelecimentos que não
salvo a mineração. tenham quadros de empregados organizados em
carreira, o brasileiro contar menos de dois anos
Art. 353. Equiparam-se aos brasileiros, para de serviço, e o estrangeiro mais de dois anos;
os fins deste Capítulo, ressalvado o exercício b) quando, mediante aprovação do Ministé-
de profissões reservadas aos brasileiros natos rio do Trabalho, Indústria e Comércio, houver
ou aos brasileiros em geral, os estrangeiros que, quadro organizado em carreira em que seja
residindo no País há mais de dez anos, tenham garantido o acesso por antiguidade;
cônjuge ou filho brasileiro, e os portugueses. c) quando o brasileiro for aprendiz, ajudante
ou servente, e não o for o estrangeiro;
58
d) quando a remuneração resultar de maior § 3o Quando não houver empregado far-se-á
produção, para os que trabalham à comissão declaração negativa.
ou por tarefa.
Parágrafo único. Nos casos de falta ou ces- Art. 361. Apurando-se, das relações apresenta-
sação de serviço, a dispensa do empregado das, qualquer infração, será concedido ao infra-
estrangeiro deve preceder à de brasileiro que tor o prazo de dez dias para defesa, seguindo-se
exerça função análoga. o despacho pela autoridade competente.
Art. 378. (Revogado)
SEÇÃO IV – Dos Métodos e Locais de
Trabalho
SEÇÃO II – Do Trabalho Noturno
Art. 387. (Revogado)
Art. 379. (Revogado)
Art. 388. Em virtude de exame e parecer da
Art. 380. (Revogado) autoridade competente, o Ministro do Traba-
lho, Indústria e Comércio poderá estabelecer
Art. 381. O trabalho noturno das mulheres derrogações totais ou parciais às proibições a
Consolidação das Leis do Trabalho
terá salário superior ao diurno. que alude o artigo anterior, quando tiver desa-
§ 1o Para os fins desse artigo, os salários se- parecido, nos serviços considerados perigosos
rão acrescidos duma percentagem adicional de ou insalubres, todo e qualquer caráter perigoso
20% (vinte por cento) no mínimo. ou prejudicial mediante a aplicação de novos
§ 2o Cada hora do período noturno de traba- métodos de trabalho ou pelo emprego de me-
lho das mulheres terá cinquenta e dois minutos didas de ordem preventiva.
e trinta segundos.
Art. 389. Toda empresa é obrigada:
I – a prover os estabelecimentos de medi-
das concernentes à higienização dos métodos
e locais de trabalho, tais como ventilação e ilu- 61
minação e outros que se fizerem necessários à governamentais, pelos próprios empregadores
segurança e ao conforto das mulheres, a critério ou por qualquer órgão de ensino profissiona-
da autoridade competente; lizante, serão oferecidas aos empregados de
II – a instalar bebedouros, lavatórios, apare- ambos os sexos.
lhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em
número suficiente, que permitam às mulheres Art. 390-C. As empresas com mais de cem
trabalhar sem grande esgotamento físico; empregados, de ambos os sexos, deverão manter
III – a instalar vestiários com armários in- programas especiais de incentivos e aperfeiçoa-
dividuais privativos das mulheres, exceto os mento profissional da mão de obra.
estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos
e atividades afins, em que não seja exigida a Art. 390-D. (Vetado)
troca de roupa, e outros, a critério da autoridade
competente em matéria de segurança e higiene Art. 390-E. A pessoa jurídica poderá asso-
do trabalho, admitindo-se como suficientes as ciar-se a entidade de formação profissional,
gavetas ou escaninhos, onde possam as empre- sociedades civis, sociedades cooperativas, órgãos
gadas guardar seus pertences; e entidades públicas ou entidades sindicais, bem
IV – a fornecer, gratuitamente, a juízo da como firmar convênios para o desenvolvimento
autoridade competente, os recursos de proteção de ações conjuntas, visando à execução de proje-
individual, tais como óculos, máscaras, luvas e tos relativos ao incentivo ao trabalho da mulher.
roupas especiais, para a defesa dos olhos, do
aparelho respiratório e da pele, de acordo com
a natureza do trabalho. SEÇÃO V – Da Proteção à Maternidade
§ 1o Os estabelecimentos em que traba-
lharem pelo menos 30 (trinta) mulheres, com Art. 391. Não constitui justo motivo para a
mais de 16 (dezesseis) anos de idade, terão local rescisão do contrato de trabalho da mulher o
apropriado onde seja permitido às empregadas fato de haver contraído matrimônio ou de en-
guardar sob vigilância e assistência os seus filhos contrar-se em estado de gravidez.
no período da amamentação. Parágrafo único. Não serão permitidos em
§ 2o A exigência do § 1o poderá ser suprida regulamentos de qualquer natureza, contratos
por meio de creches distritais mantidas, dire- coletivos ou individuais de trabalho, restrições
tamente ou mediante convênios, com outras ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo
entidades públicas ou privadas, pelas próprias de casamento ou de gravidez.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
licença-maternidade ou pelo tempo restante a artigo exerça suas atividades em local salubre
que teria direito a mãe, exceto no caso de fale- na empresa, a hipótese será considerada como
cimento do filho ou de seu abandono. gravidez de risco e ensejará a percepção de sa-
lário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213,
Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o dis- de 24 de julho de 1991, durante todo o período
posto no art. 392-A e 392-B ao empregado que de afastamento.
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de
adoção.
19
NE: ver ADI no 5.938.
NE: ver ADI no 6.327.
18 20
NE: ver ADI no 5.938. 63
Art. 395. Em caso de aborto não criminoso, multa de cem a mil cruzeiros, aplicada, nesta
comprovado por atestado médico oficial, a mu- Capital, pela autoridade competente de 1a (pri-
lher terá um repouso remunerado de 2 (duas) meira) instância do Departamento Nacional do
semanas, ficando-lhe assegurado o direito de Trabalho, e, nos Estados e Território do Acre,
retornar à função que ocupava antes de seu pelas autoridades competentes do Ministério do
afastamento. Trabalho, Indústria e Comércio ou por aquelas
que exerçam funções delegadas.
Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive § 1o A penalidade será sempre aplicada no
se advindo de adoção, até que este complete 6 grau máximo:
(seis) meses de idade, a mulher terá direito, du- a) se ficar apurado o emprego de artifício
rante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos ou simulação para fraudar a aplicação dos dis-
especiais de meia hora cada um. positivos deste Capítulo;
§ 1o Quando o exigir a saúde do filho, o pe- b) nos casos de reincidência.
ríodo de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a § 2o O processo na verificação das infrações,
critério da autoridade competente. bem como na aplicação e cobrança das multas,
§ 2o Os horários dos descansos previstos no será o previsto no título “Do Processo de Mul-
caput deste artigo deverão ser definidos em acor- tas Administrativas”, observadas as disposições
do individual entre a mulher e o empregador. deste artigo.
cia aos empregadores que se distinguirem pela Parágrafo único. O trabalho do menor re-
organização e manutenção de creches e de ins- ger-se-á pelas disposições do presente Capítulo,
tituições de proteção aos menores em idade exceto no serviço em oficinas em que trabalhem
pré-escolar, desde que tais serviços se recomen- exclusivamente pessoas da família do menor e
dem por sua generosidade e pela eficiência das esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor,
respectivas instalações. observado, entretanto, o disposto nos arts. 404,
405 e na Seção II.
Art. 400. Os locais destinados à guarda dos
filhos das operárias, durante o período da ama- Art. 403. É proibido qualquer trabalho a meno-
mentação, deverão possuir, no mínimo, um res de dezesseis anos de idade, salvo na condição
berçário, uma saleta de amamentação, uma de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
cozinha dietética e uma instalação sanitária. Parágrafo único. O trabalho do menor não
poderá ser realizado em locais prejudiciais à
sua formação, ao seu desenvolvimento físico,
SEÇÃO VI – Das Penalidades psíquico, moral e social e em horários e locais
que não permitam a frequência à escola.
Art. 401. Pela infração de qualquer dispositivo a) (Revogada);
64 deste Capítulo, será imposta ao empregador a b) (Revogada).
Art. 404. Ao menor de 18 (dezoito) anos é I – desde que a representação tenha fim edu-
vedado o trabalho noturno, considerado este cativo ou a peça de que participe não possa ser
o que for executado no período compreendido prejudicial à sua formação moral;
entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas. II – desde que se certifique ser a ocupação
do menor indispensável à própria subsistência
Art. 405. Ao menor não será permitido o tra- ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir
balho: nenhum prejuízo à sua formação moral.
I – nos locais e serviços perigosos ou insalu-
bres, constantes de quadro para esse fim apro- Art. 407. Verificado pela autoridade compe-
vado pelo Diretor-Geral do Departamento de tente que o trabalho executado pelo menor é
Segurança e Higiene do Trabalho; prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento
II – em locais ou serviços prejudiciais à sua físico ou à sua moralidade, poderá ela obrigá-lo
moralidade. a abandonar o serviço, devendo a respectiva em-
§ 1o (Revogado) presa, quando for o caso, proporcionar ao menor
§ 2o O trabalho exercido nas ruas, praças e todas as facilidades para mudar de funções.
outros logradouros dependerá de prévia autori- Parágrafo único. Quando a empresa não to-
zação do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar mar as medidas possíveis e recomendadas pela
se a ocupação é indispensável à sua própria autoridade competente para que o menor mude
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos de função, configurar-se-á a rescisão do contrato
e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo de trabalho, na forma do art. 483.
à sua formação moral.
§ 3o Considera-se prejudicial à moralidade Art. 408. Ao responsável legal do menor é
do menor o trabalho: facultado pleitear a extinção do contrato de
a) prestado de qualquer modo, em teatros trabalho, desde que o serviço possa acarretar
de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, para ele prejuízos de ordem física ou moral.
dancings e estabelecimentos análogos;
b) em empresas circenses, em funções de Art. 409. Para maior segurança do trabalho
acrobata, saltimbanco, ginasta e outras seme- e garantia da saúde dos menores, a autoridade
lhantes; fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos
c) de produção, composição, entrega ou períodos de repouso nos locais de trabalho.
venda de escritos, impressos, cartazes, dese-
nhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens Art. 410. O Ministro do Trabalho, Indústria e
e quaisquer outros objetos que possam, a juízo Comércio poderá derrogar qualquer proibição
da autoridade competente, prejudicar sua for- decorrente do quadro a que se refere a alínea “a”
mação moral; do art. 405 quando se certificar haver desapare-
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas cido, parcial ou totalmente, o caráter perigoso
alcoólicas. ou insalubre, que determinou a proibição.
§ 4o Nas localidades em que existirem, ofi-
cialmente reconhecidas, instituições destinadas
Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 406. O Juiz de Menores poderá autorizar Art. 412. Após cada período de trabalho efeti-
ao menor o trabalho a que se referem as letras vo, quer contínuo, quer dividido em dois turnos,
“a” e “b” do § 3o do art. 405: haverá um intervalo de repouso, não inferior a
onze horas. 65
Art. 413. É vedado prorrogar a duração normal vidência Social além das referentes ao salário,
diária do trabalho do menor, salvo: data da admissão, férias e saída.
I – até mais 2 (duas) horas, independente-
mente de acréscimo salarial, mediante conven-
ção ou acordo coletivo nos termos do Título SEÇÃO IV – Dos Deveres dos Responsáveis
VI desta Consolidação, desde que o excesso Legais de Menores e dos Empregadores. Da
de horas em um dia seja compensado pela di- Aprendizagem
minuição em outro, de modo a ser observado
o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas Art. 424. É dever dos responsáveis legais de
semanais ou outro inferior legalmente fixado; menores, pais, mães, ou tutores, afastá-los de
II – excepcionalmente, por motivo de força empregos que diminuam consideravelmente
maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com o seu tempo de estudo, reduzam o tempo de
acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte repouso necessário à sua saúde e constituição
e cinco por cento) sobre a hora normal e desde física, ou prejudiquem a sua educação moral.
que o trabalho do menor seja imprescindível ao
funcionamento do estabelecimento. Art. 425. Os empregadores de menores de 18
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação (dezoito) anos são obrigados a velar pela obser-
do trabalho do menor o disposto no art. 375, vância, nos seus estabelecimentos ou empresas,
no parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no dos bons costumes e da decência pública, bem
art. 384 desta Consolidação. como das regras de segurança e medicina do
trabalho.
Art. 414. Quando o menor de 18 (dezoito)
anos for empregado em mais de um estabe- Art. 426. É dever do empregador, na hipótese
lecimento, as horas de trabalho em cada um do art. 407, proporcionar ao menor todas as
serão totalizadas. facilidades para mudar de serviço.
18 (dezoito) anos, sem distinção de sexo, em- distância que dois quilômetros, e que ocuparem,
pregados em empresas ou estabelecimentos permanentemente, mais de trinta menores anal-
de fins econômicos e daqueles que lhes forem fabetos, de 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos,
equiparados. serão obrigados a manter local apropriado em
Parágrafo único. (Revogado) que lhes seja ministrada a instrução primária.
natureza são obrigados a empregar e matricular por outras entidades qualificadas em formação
nos cursos dos Serviços Nacionais de Apren- técnico-profissional metódica, a saber:
dizagem número de aprendizes equivalente a I – Escolas Técnicas de Educação;
cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, II – entidades sem fins lucrativos, que te-
no máximo, dos trabalhadores existentes em nham por objetivo a assistência ao adolescente
cada estabelecimento, cujas funções demandem e à educação profissional, registradas no Con-
formação profissional. selho Municipal dos Direitos da Criança e do
a) (Revogada); Adolescente;
b) (Revogada). III – entidades de prática desportiva das di-
versas modalidades filiadas ao Sistema Nacional
67
do Desporto e aos Sistemas de Desporto dos Art. 433. O contrato de aprendizagem extin-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. guir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz
§ 1o As entidades mencionadas neste artigo completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada
deverão contar com estrutura adequada ao de- a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta
senvolvimento dos programas de aprendizagem, Consolidação, ou ainda antecipadamente nas
de forma a manter a qualidade do processo de seguintes hipóteses:
ensino, bem como acompanhar e avaliar os re- a) (Revogada);
sultados. b) (Revogada).
§ 2o Aos aprendizes que concluírem os I – desempenho insuficiente ou inadaptação
cursos de aprendizagem, com aproveitamen- do aprendiz, salvo para o aprendiz com defi-
to, será concedido certificado de qualificação ciência quando desprovido de recursos de aces-
profissional. sibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio
§ 3o O Ministério do Trabalho fixará normas necessário ao desempenho de suas atividades;
para avaliação da competência das entidades II – falta disciplinar grave;
mencionadas nos incisos II e III deste artigo. III – ausência injustificada à escola que im-
§ 4o As entidades mencionadas nos incisos II plique perda do ano letivo; ou
e III deste artigo deverão cadastrar seus cursos, IV – a pedido do aprendiz.
turmas e aprendizes matriculados no Ministério Parágrafo único. (Revogado)
do Trabalho. § 2o Não se aplica o disposto nos arts. 479 e
§ 5o As entidades mencionadas neste artigo 480 desta Consolidação às hipóteses de extinção
poderão firmar parcerias entre si para o desen- do contrato mencionadas neste artigo.
volvimento dos programas de aprendizagem,
conforme regulamento.
SEÇÃO V – Das Penalidades
Art. 431. A contratação do aprendiz poderá
ser efetivada pela empresa onde se realizará a Art. 434. Os infratores das disposições deste
aprendizagem ou pelas entidades mencionadas Capítulo ficam sujeitos à multa de valor igual a
nos incisos II e III do art. 430, caso em que 1 (um) salário mínimo regional, aplicada tantas
não gera vínculo de emprego com a empresa vezes quantos forem os menores empregados
tomadora dos serviços. em desacordo com a lei, não podendo, todavia,
a) (Revogada); a soma das multas exceder a 5 (cinco) vezes o
b) (Revogada); salário mínimo, salvo no caso de reincidência
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 442-A. Para fins de contratação, o em- gado portador de diploma de nível superior e
pregador não exigirá do candidato a emprego que perceba salário mensal igual ou superior a
comprovação de experiência prévia por tempo duas vezes o limite máximo dos benefícios do
superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de Regime Geral de Previdência Social.
atividade.
Art. 445. O contrato de trabalho por prazo
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cum- determinado não poderá ser estipulado por mais
pridas por este todas as formalidades legais, com de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
ou sem exclusividade, de forma contínua ou Parágrafo único. O contrato de experiência
não, afasta a qualidade de empregado prevista não poderá exceder de 90 (noventa) dias.
no art. 3o desta Consolidação. 69
Art. 446. (Revogado) meses, a outro contrato por prazo determinado,
salvo se a expiração deste dependeu da execução
Art. 447. Na falta de acordo ou prova sobre de serviços especializados ou da realização de
condição essencial ao contrato verbal, esta se certos acontecimentos.
presume existente, como se a tivessem estatuído
os interessados, na conformidade dos preceitos Art. 452-A. O contrato de trabalho intermiten-
jurídicos adequados à sua legitimidade. te deve ser celebrado por escrito e deve conter
especificamente o valor da hora de trabalho,
Art. 448. A mudança na propriedade ou na que não pode ser inferior ao valor horário do
estrutura jurídica da empresa não afetará os con- salário mínimo ou àquele devido aos demais
tratos de trabalho dos respectivos empregados. empregados do estabelecimento que exerçam a
mesma função em contrato intermitente ou não.
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empre- § 1o O empregador convocará, por qualquer
sarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 meio de comunicação eficaz, para a prestação de
e 448 desta Consolidação, as obrigações traba- serviços, informando qual será a jornada, com,
lhistas, inclusive as contraídas à época em que pelo menos, três dias corridos de antecedência.
os empregados trabalhavam para a empresa § 2o Recebida a convocação, o empregado
sucedida, são de responsabilidade do sucessor. terá o prazo de um dia útil para responder ao
Parágrafo único. A empresa sucedida respon- chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.
derá solidariamente com a sucessora quando § 3o A recusa da oferta não descaracteriza a
ficar comprovada fraude na transferência. subordinação para fins do contrato de trabalho
intermitente.
Art. 449. Os direitos oriundos da existência § 4o Aceita a oferta para o comparecimento
do contrato de trabalho subsistirão em caso de ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo
falência, concordata ou dissolução da empresa. motivo, pagará à outra parte, no prazo de trin-
§ 1o Na falência, constituirão créditos pri- ta dias, multa de 50% (cinquenta por cento)
vilegiados a totalidade dos salários devidos ao da remuneração que seria devida, permitida a
empregado e a totalidade das indenizações a compensação em igual prazo.
que tiver direito. § 5o O período de inatividade não será con-
§ 2o Havendo concordata na falência, será siderado tempo à disposição do empregador,
facultado aos contratantes tornar sem efeito a podendo o trabalhador prestar serviços a outros
rescisão do contrato de trabalho e consequente contratantes.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
indenização, desde que o empregador pague, § 6o Ao final de cada período de prestação
no mínimo, a metade dos salários que seriam de serviço, o empregado receberá o pagamento
devidos ao empregado durante o interregno. imediato das seguintes parcelas:
I – remuneração;
Art. 450. Ao empregado chamado a ocupar, II – férias proporcionais com acréscimo de
em comissão, interinamente, ou em substituição um terço;
eventual ou temporária, cargo diverso do que III – décimo terceiro salário proporcional;
exercer na empresa, serão garantidas a contagem IV – repouso semanal remunerado; e
do tempo naquele serviço, bem como volta ao V – adicionais legais.
cargo anterior. § 7o O recibo de pagamento deverá conter a
discriminação dos valores pagos relativos a cada
Art. 451. O contrato de trabalho por prazo uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo.
determinado que, tácita ou expressamente, for § 8o O empregador efetuará o recolhimento
prorrogado mais de uma vez passará a vigorar da contribuição previdenciária e o depósito do
sem determinação de prazo. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na
forma da lei, com base nos valores pagos no
Art. 452. Considera-se por prazo indetermi- período mensal e fornecerá ao empregado com-
70 nado todo contrato que suceder, dentro de seis provante do cumprimento dessas obrigações.
§ 9o A cada doze meses, o empregado ad- inadimplemento daquelas obrigações por parte
quire direito a usufruir, nos doze meses sub- do primeiro.
sequentes, um mês de férias, período no qual Parágrafo único. Ao empreiteiro principal
não poderá ser convocado para prestar serviços fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação
pelo mesmo empregador. regressiva contra o subempreiteiro e a retenção
de importâncias a este devidas, para a garantia
Art. 453. No tempo de serviço do emprega- das obrigações previstas neste artigo.
do, quando readmitido, serão computados os
períodos, ainda que não contínuos, em que Art. 456. A prova do contrato individual do
tiver trabalhado anteriormente na empresa, trabalho será feita pelas anotações constantes
salvo se houver sido despedido por falta grave, da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou
recebido indenização legal ou se aposentado por instrumento escrito e suprida por todos os
espontaneamente. meios permitidos em direito.
§ 1o Na aposentadoria espontânea de em- Parágrafo único. À falta de prova ou inexis-
pregados das empresas públicas e sociedades tindo cláusula expressa a tal respeito, enten-
de economia mista é permitida sua readmissão der-se-á que o empregado se obrigou a todo e
desde que atendidos aos requisitos constantes qualquer serviço compatível com a sua condição
do art. 37, inciso XVI, da Constituição, e con- pessoal.
dicionada à prestação de concurso público.21
§ 2o O ato de concessão de benefício de apo- Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o
sentadoria a empregado que não tiver completa- padrão de vestimenta no meio ambiente laboral,
do 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomar-
ou trinta, se mulher, importa em extinção do cas da própria empresa ou de empresas parceiras
vínculo empregatício.22 e de outros itens de identificação relacionados
à atividade desempenhada.
Art. 454. Na vigência do contrato de trabalho, Parágrafo único. A higienização do uni-
as invenções do empregado, quando decorren- forme é de responsabilidade do trabalhador,
tes de sua contribuição pessoal e da instalação salvo nas hipóteses em que forem necessários
ou equipamento fornecidos pelo empregador, procedimentos ou produtos diferentes dos uti-
serão de propriedade comum, em partes iguais, lizados para a higienização das vestimentas de
salvo se o contrato de trabalho tiver por objeto, uso comum.
implícita ou explicitamente, pesquisa científica.23
Parágrafo único. Ao empregador caberá
a exploração do invento, ficando obrigado a CAPÍTULO II – Da Remuneração
promovê-la no prazo de um ano da data da
concessão da patente, sob pena de reverter em Art. 457. Compreendem-se na remuneração
favor do empregado a plena propriedade desse do empregado, para todos os efeitos legais, além
invento. do salário devido e pago diretamente pelo em-
pregador como contraprestação do serviço, as
Consolidação das Leis do Trabalho
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, ção, por motivo de deficiência física ou mental
próteses, órteses, despesas médico-hospitalares atestada pelo órgão competente da Previdência
e outras similares, mesmo quando concedido Social, não servirá de paradigma para fins de
em diferentes modalidades de planos e cobertu- equiparação salarial.
ras, não integram o salário do empregado para § 5o A equiparação salarial só será possível
qualquer efeito nem o salário de contribuição, entre empregados contemporâneos no cargo
para efeitos do previsto na alínea “q” do § 9o do ou na função, ficando vedada a indicação de
art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. paradigmas remotos, ainda que o paradigma
§ 4o Observado o disposto neste Capítu- aos Municípios e às suas autarquias e fundações
lo, é vedado às empresas limitar, por qualquer públicas.
forma, a liberdade dos empregados de dispor
do seu salário.
CAPÍTULO III – Da Alteração
Art. 463. A prestação em espécie do salário
será paga em moeda corrente do país. Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho
Parágrafo único. O pagamento do salário só é lícita a alteração das respectivas condições
realizado com inobservância deste artigo con- por mútuo consentimento, e, ainda assim, des-
sidera-se como não feito. de que não resultem, direta ou indiretamente,
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade
Art. 464. O pagamento do salário deverá ser da cláusula infringente desta garantia.
efetuado contra recibo, assinado pelo emprega- § 1o Não se considera alteração unilateral a
do; em se tratando de analfabeto, mediante sua determinação do empregador para que o res-
impressão digital, ou, não sendo esta possível, pectivo empregado reverta ao cargo efetivo,
a seu rogo. anteriormente ocupado, deixando o exercício
Parágrafo único. Terá força de recibo o com- de função de confiança.
74 provante de depósito em conta bancária, aberta
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste § 1o Para que o empregado tenha direito a
artigo, com ou sem justo motivo, não assegura voltar a exercer o cargo do qual se afastou em
ao empregado o direito à manutenção do paga- virtude de exigências do serviço militar ou de
mento da gratificação correspondente, que não encargo público, é indispensável que notifique
será incorporada, independentemente do tempo o empregador dessa intenção, por telegrama ou
de exercício da respectiva função. carta registrada, dentro do prazo máximo de
trinta dias, contados da data em que se verificar
Art. 469. Ao empregador é vedado transferir a respectiva baixa ou a terminação do encargo
o empregado, sem a sua anuência, para locali- a que estava obrigado.
dade diversa da que resultar do contrato, não se § 2o Nos contratos por prazo determinado,
considerando transferência a que não acarretar o tempo de afastamento, se assim acordarem
necessariamente a mudança do seu domicílio. as partes interessadas, não será computado na
§ 1o Não estão compreendidos na proibi- contagem do prazo para a respectiva terminação.
ção deste artigo: os empregados que exerçam § 3o Ocorrendo motivo relevante de interesse
cargos de confiança e aqueles cujos contratos para a segurança nacional, poderá a autoridade
tenham como condição, implícita ou explícita, competente solicitar o afastamento do emprega-
a transferência, quando esta decorra de real do do serviço ou do local de trabalho, sem que se
necessidade de serviço. configure a suspensão do contrato de trabalho.
§ 2o É lícita a transferência quando ocorrer § 4o O afastamento a que se refere o pará-
extinção do estabelecimento em que trabalhar grafo anterior será solicitado pela autoridade
o empregado. competente diretamente ao empregador, em
§ 3o Em caso de necessidade de serviço o representação fundamentada com audiência da
empregador poderá transferir o empregado para Procuradoria Regional do Trabalho, que provi-
localidade diversa da que resultar do contrato, denciará desde logo a instauração do competente
não obstante as restrições do artigo anterior, inquérito administrativo.
mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamen- § 5o Durante os primeiros 90 (noventa) dias
to suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e desse afastamento, o empregado continuará
cinco por cento) dos salários que o empregado percebendo sua remuneração.
percebia naquela localidade, enquanto durar
essa situação. Art. 473. O empregado poderá deixar de com-
parecer ao serviço sem prejuízo do salário:
Art. 470. As despesas resultantes da transfe- I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso
rência correrão por conta do empregador. de falecimento do cônjuge, ascendente, des-
cendente, irmão ou pessoa que, declarada em
sua Carteira de Trabalho e Previdência Social,
CAPÍTULO IV – Da Suspensão e da viva sob sua dependência econômica;
Interrupção II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude
de casamento;
Art. 471. Ao empregado afastado do emprego, III – por um dia, em caso de nascimento de
Consolidação das Leis do Trabalho
são asseguradas, por ocasião de sua volta, to- filho, no decorrer da primeira semana;
das as vantagens que, em sua ausência, tenham IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses
sido atribuídas à categoria a que pertencia na de trabalho, em caso de doação voluntária de
empresa. sangue devidamente comprovada;
V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não,
Art. 472. O afastamento do empregado, em para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
virtude das exigências do serviço militar ou de lei respectiva;
outro encargo público, não constituirá motivo VI – no período de tempo em que tiver de
para a alteração ou rescisão do contrato de tra- cumprir as exigências do Serviço Militar refe-
balho por parte do empregador. ridas na letra “c” do art. 65 da Lei no 4.375, de
17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar); 75
VII – nos dias em que estiver comprovada- Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser
mente realizando provas de exame vestibular suspenso, por um período de dois a cinco meses,
para ingresso em estabelecimento de ensino para participação do empregado em curso ou
superior; programa de qualificação profissional oferecido
VIII – pelo tempo que se fizer necessário, pelo empregador, com duração equivalente à
quando tiver que comparecer a juízo; suspensão contratual, mediante previsão em
IX – pelo tempo que se fizer necessário, quan- convenção ou acordo coletivo de trabalho e
do, na qualidade de representante de entidade aquiescência formal do empregado, observado
sindical, estiver participando de reunião oficial o disposto no art. 471 desta Consolidação.
de organismo internacional do qual o Brasil § 1o Após a autorização concedida por in-
seja membro; termédio de convenção ou acordo coletivo, o
X – até 2 (dois) dias para acompanhar con- empregador deverá notificar o respectivo sin-
sultas médicas e exames complementares du- dicato, com antecedência mínima de quinze
rante o período de gravidez de sua esposa ou dias da suspensão contratual.
companheira; § 2o O contrato de trabalho não poderá ser
XI – por 1 (um) dia por ano para acompanhar suspenso em conformidade com o disposto no
filho de até 6 (seis) anos em consulta médica; caput deste artigo mais de uma vez no período
XII – até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) me- de dezesseis meses.
ses de trabalho, em caso de realização de exames § 3o O empregador poderá conceder ao em-
preventivos de câncer devidamente comprovada. pregado ajuda compensatória mensal, sem na-
tureza salarial, durante o período de suspensão
Art. 474. A suspensão do empregado por mais contratual nos termos do caput deste artigo, com
de 30 (trinta) dias consecutivos importa na res- valor a ser definido em convenção ou acordo
cisão injusta do contrato de trabalho. coletivo.
§ 4o Durante o período de suspensão con-
Art. 475. O empregado que for aposentado tratual para participação em curso ou programa
por invalidez terá suspenso o seu contrato de de qualificação profissional, o empregado fará
trabalho durante o prazo fixado pelas leis de jus aos benefícios voluntariamente concedidos
previdência social para a efetivação do benefício. pelo empregador.
§ 1o Recuperando o empregado a capacidade § 5o Se ocorrer a dispensa do empregado
de trabalho e sendo a aposentadoria cancela- no transcurso do período de suspensão con-
da, ser-lhe-á assegurado o direito à função que tratual ou nos três meses subsequentes ao seu
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
ser efetuados até dez dias contados a partir do -se-á na base de 200 (duzentas) horas por mês.
término do contrato. § 4o Para os empregados que trabalhem a
a) (Revogada); comissão ou que tenham direito a percenta-
b) (Revogada). gens, a indenização será calculada pela média
§ 7o (Revogado) das comissões ou percentagens percebidas nos
§ 8o A inobservância do disposto no § 6o últimos 12 (doze) meses de serviço.
deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 § 5o Para os empregados que trabalhem por
BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento tarefa ou serviço feito, a indenização será calcu-
da multa a favor do empregado, em valor equi- lada na base média do tempo costumeiramente
valente ao seu salário, devidamente corrigido gasto pelo interessado para realização de seu
pelo índice de variação do BTN, salvo quando, 77
serviço, calculando-se o valor do que seria feito g) violação de segredo da empresa;
durante trinta dias. h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
Art. 479. Nos contratos que tenham termo j) ato lesivo da honra ou da boa fama pra-
estipulado, o empregador que, sem justa causa, ticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
despedir o empregado, será obrigado a pagar- ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em
-lhe, a título de indenização, e por metade, a caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
remuneração a que teria direito até o termo k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou
do contrato. ofensas físicas praticadas contra o empregador
Parágrafo único. Para a execução do que e superiores hierárquicos, salvo em caso de le-
dispõe o presente artigo, o cálculo da parte va- gítima defesa, própria ou de outrem;
riável ou incerta dos salários será feito de acordo l) prática constante de jogos de azar;
com o prescrito para o cálculo da indenização m) perda da habilitação ou dos requisitos
referente à rescisão dos contratos por prazo estabelecidos em lei para o exercício da pro-
indeterminado. fissão, em decorrência de conduta dolosa do
empregado.
Art. 480. Havendo termo estipulado, o empre- Parágrafo único. Constitui igualmente justa
gado não se poderá desligar do contrato, sem causa para dispensa de empregado, a prática,
justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar devidamente comprovada em inquérito ad-
o empregador dos prejuízos que desse fato lhe ministrativo, de atos atentatórios à segurança
resultarem. nacional.
§ 1o A indenização, porém, não poderá ex-
ceder àquela a que teria direito o empregado Art. 483. O empregado poderá considerar
em idênticas condições. rescindido o contrato e pleitear a devida inde-
§ 2o (Revogado) nização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas
Art. 481. Aos contratos por prazo determina- forças, defesos por lei, contrários aos bons cos-
do, que contiverem cláusula assecuratória do tumes, ou alheios ao contrato;
direito recíproco de rescisão antes de expirado b) for tratado pelo empregador ou por seus
o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido superiores hierárquicos com rigor excessivo;
tal direito por qualquer das partes, os princípios c) correr perigo manifesto de mal consi-
que regem a rescisão dos contratos por prazo derável;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
consideradas pela lei como justas para a rescisão, de atividade, sem ocorrência de motivo de força
perde o direito ao restante do respectivo prazo. maior, é assegurado aos empregados estáveis,
que ali exerçam suas funções, direito à indeni-
zação, na forma do artigo anterior.
CAPÍTULO VII – Da Estabilidade
Art. 499. Não haverá estabilidade no exercício
Art. 492. O empregado que contar mais de dez dos cargos de diretoria, gerência ou outros de
anos de serviço na mesma empresa não poderá confiança imediata do empregador, ressalvado
ser despedido senão por motivo de falta grave o cômputo do tempo de serviço para todos os
ou circunstância de força maior, devidamente efeitos legais.
comprovadas. § 1o Ao empregado garantido pela estabili-
Parágrafo único. Considera-se como de ser- dade que deixar de exercer cargo de confiança,
viço todo o tempo em que o empregado esteja é assegurada, salvo no caso de falta grave, a
à disposição do empregador. reversão ao cargo efetivo que haja anteriormente
ocupado.
Art. 493. Constitui falta grave a prática de qual- § 2o Ao empregado despedido sem justa
quer dos fatos a que se refere o art. 482, quando causa, que só tenha exercido cargo de confian-
80 ça e que contar mais de dez anos de serviço
na mesma empresa, é garantida a indenização podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e
proporcional ao tempo de serviço nos termos cinco por cento), respeitado, em qualquer caso,
dos arts. 477 e 478. o salário mínimo da região.
§ 3o A despedida que se verificar com o fim Parágrafo único. Cessados os efeitos decor-
de obstar ao empregado a aquisição de estabili- rentes do motivo de força maior, é garantido o
dade sujeitará o empregador a pagamento em restabelecimento dos salários reduzidos.
dobro da indenização prescrita nos arts. 477
e 478. Art. 504. Comprovada a falsa alegação do mo-
tivo de força maior, é garantida a reintegração
Art. 500. O pedido de demissão do empre- aos empregados estáveis, e aos não estáveis o
gado estável só será válido quando feito com complemento da indenização já percebida, as-
a assistência do respectivo Sindicato e, se não segurado a ambos o pagamento da remuneração
o houver, perante autoridade local competente atrasada.
do Ministério do Trabalho e Previdência Social
ou da Justiça do Trabalho.
CAPÍTULO IX – Disposições Especiais
CAPÍTULO VIII – Da Força Maior Art. 505. São aplicáveis aos trabalhadores ru-
rais os dispositivos constantes dos Capítulos I,
Art. 501. Entende-se como força maior todo II e VI do presente Título.
acontecimento inevitável, em relação à vontade
do empregador, e para a realização do qual este Art. 506. No contrato de trabalho agrícola é
não concorreu, direta ou indiretamente. lícito o acordo que estabelecer a remuneração
§ 1o A imprevidência do empregador exclui in natura, contanto que seja de produtos obtidos
a razão de força maior. pela exploração do negócio e não exceda de um
§ 2o À ocorrência do motivo de força maior terço do salário total do empregado.
que não afetar substancialmente, nem for sus-
cetível de afetar, em tais condições, a situação Art. 507. As disposições do Capítulo VII do
econômica e financeira da empresa, não se apli- presente Título não serão aplicáveis aos empre-
cam as restrições desta Lei referentes ao disposto gados em consultórios ou escritórios de profis-
neste Capítulo. sionais liberais.
Parágrafo único. (Revogado)
Art. 502. Ocorrendo motivo de força maior que
determine a extinção da empresa, ou de um dos Art. 507-A. Nos contratos individuais de traba-
estabelecimentos em que trabalhe o empregado, lho cuja remuneração seja superior a duas vezes
é assegurada a este, quando despedido, uma o limite máximo estabelecido para os benefícios
indenização na forma seguinte: do Regime Geral de Previdência Social, poderá
I – sendo estável, nos termos dos arts. 477 ser pactuada cláusula compromissória de arbi-
e 478; tragem, desde que por iniciativa do empregado
Consolidação das Leis do Trabalho
II – não tendo direito à estabilidade, metade ou mediante a sua concordância expressa, nos
da que seria devida em caso de rescisão sem termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de se-
justa causa; tembro de 1996.
III – havendo contrato por prazo determi-
nado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei, Art. 507-B. É facultado a empregados e em-
reduzida igualmente à metade. pregadores, na vigência ou não do contrato de
emprego, firmar o termo de quitação anual de
Art. 503. É lícita, em caso de força maior ou obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos
prejuízos devidamente comprovados, a redução empregados da categoria.
geral dos salários dos empregados da empresa, Parágrafo único. O termo discriminará as
proporcionalmente aos salários de cada um, não obrigações de dar e fazer cumpridas mensal- 81
mente e dele constará a quitação anual dada e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas
pelo empregado, com eficácia liberatória das legais e contratuais;
parcelas nele especificadas. V – assegurar tratamento justo e imparcial
aos empregados, impedindo qualquer forma
Art. 508. (Revogado) de discriminação por motivo de sexo, idade,
religião, opinião política ou atuação sindical;
Art. 509. (Revogado) VI – encaminhar reivindicações específicas
dos empregados de seu âmbito de representação;
Art. 510. Pela infração das proibições constan- VII – acompanhar o cumprimento das leis
tes deste Título, será imposta à empresa a multa trabalhistas, previdenciárias e das convenções
de valor igual a 1 (um) salário mínimo regional, coletivas e acordos coletivos de trabalho.
elevada ao dobro, no caso de reincidência, sem § 1o As decisões da comissão de represen-
prejuízo das demais cominações legais. tantes dos empregados serão sempre colegiadas,
observada a maioria simples.
§ 2o A comissão organizará sua atuação de
TÍTULO IV-A – Da Representação dos forma independente.
Empregados
Art. 510-C. A eleição será convocada, com
Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzen- antecedência mínima de trinta dias, contados do
tos empregados, é assegurada a eleição de uma término do mandato anterior, por meio de edital
comissão para representá-los, com a finalidade que deverá ser fixado na empresa, com ampla
de promover-lhes o entendimento direto com publicidade, para inscrição de candidatura.
os empregadores. § 1o Será formada comissão eleitoral, inte-
§ 1o A comissão será composta: grada por cinco empregados, não candidatos,
I – nas empresas com mais de duzentos e até para a organização e o acompanhamento do
três mil empregados, por três membros; processo eleitoral, vedada a interferência da
II – nas empresas com mais de três mil e até empresa e do sindicato da categoria.
cinco mil empregados, por cinco membros; § 2o Os empregados da empresa poderão
III – nas empresas com mais de cinco mil candidatar-se, exceto aqueles com contrato de
empregados, por sete membros. trabalho por prazo determinado, com contrato
§ 2o No caso de a empresa possuir emprega- suspenso ou que estejam em período de aviso
dos em vários Estados da Federação e no Dis- prévio, ainda que indenizado.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
trito Federal, será assegurada a eleição de uma § 3o Serão eleitos membros da comissão de
comissão de representantes dos empregados por representantes dos empregados os candidatos
Estado ou no Distrito Federal, na mesma forma mais votados, em votação secreta, vedado o voto
estabelecida no § 1o deste artigo. por representação.
§ 4o A comissão tomará posse no primeiro
Art. 510-B. A comissão de representantes dos dia útil seguinte à eleição ou ao término do
empregados terá as seguintes atribuições: mandato anterior.
I – representar os empregados perante a ad- § 5o Se não houver candidatos suficientes,
ministração da empresa; a comissão de representantes dos empregados
II – aprimorar o relacionamento entre a em- poderá ser formada com número de membros
presa e seus empregados com base nos princípios inferior ao previsto no art. 510-A desta Con-
da boa-fé e do respeito mútuo; solidação.
III – promover o diálogo e o entendimento § 6o Se não houver registro de candidatura,
no ambiente de trabalho com o fim de prevenir será lavrada ata e convocada nova eleição no
conflitos; prazo de um ano.
IV – buscar soluções para os conflitos decor-
rentes da relação de trabalho, de forma rápida
82
Art. 510-D. O mandato dos membros da co- § 3o Categoria profissional diferenciada é
missão de representantes dos empregados será a que se forma dos empregados que exerçam
de um ano. profissões ou funções diferenciadas por força
§ 1o O membro que houver exercido a fun- de estatuto profissional especial ou em conse-
ção de representante dos empregados na comis- quência de condições de vida singulares.
são não poderá ser candidato nos dois períodos § 4o Os limites de identidade, similaridade
subsequentes. ou conexidade fixam as dimensões dentro das
§ 2o O mandato de membro de comissão de quais a categoria econômica ou profissional é
representantes dos empregados não implica sus- homogênea e a associação é natural.
pensão ou interrupção do contrato de trabalho,
devendo o empregado permanecer no exercício Art. 512. Somente as associações profissionais
de suas funções. constituídas para os fins e na forma do artigo
§ 3o Desde o registro da candidatura até um anterior e registradas de acordo com o art. 558
ano após o fim do mandato, o membro da co- poderão ser reconhecidas como sindicatos e
missão de representantes dos empregados não investidas nas prerrogativas definidas nesta Lei.
poderá sofrer despedida arbitrária, entenden-
do-se como tal a que não se fundar em motivo Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos:
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. a) representar, perante as autoridades admi-
§ 4o Os documentos referentes ao processo nistrativas e judiciárias, os interesses gerais da
eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as respectiva categoria ou profissão liberal ou os
quais permanecerão sob a guarda dos empre- interesses individuais dos associados relativos
gados e da empresa pelo prazo de cinco anos, à atividade ou profissão exercida;
à disposição para consulta de qualquer traba- b) celebrar contratos coletivos de trabalho;
lhador interessado, do Ministério Público do c) eleger ou designar os representantes da
Trabalho e do Ministério do Trabalho. respectiva categoria ou profissão liberal;
d) colaborar com o Estado, como órgãos
técnicos e consultivos, no estudo e solução dos
TÍTULO V – Da Organização Sindical problemas que se relacionam com a respectiva
CAPÍTULO I – Da Instituição Sindical categoria ou profissão liberal;
SEÇÃO I – Da Associação em Sindicato e) impor contribuições a todos aqueles que
participam das categorias econômicas ou profis-
Art. 511. É lícita a associação para fins de es- sionais ou das profissões liberais representadas.
tudo, defesa e coordenação dos seus interesses Parágrafo único. Os sindicatos de emprega-
econômicos ou profissionais de todos os que, dos terão, outrossim, a prerrogativa de fundar
como empregadores, empregados, agentes ou e manter agências de colocação.
trabalhadores autônomos, ou profissionais li-
berais, exerçam, respectivamente, a mesma ati- Art. 514. São deveres dos sindicatos:
vidade ou profissão ou atividades ou profissões a) colaborar com os poderes públicos no
similares ou conexas. desenvolvimento da solidariedade social;
Consolidação das Leis do Trabalho
limitada à fiscalização da gestão financeira do sede do sindicato, a mesa apuradora para a qual
sindicato. serão enviadas, imediatamente, pelos presiden-
§ 3o Constituirá atribuição exclusiva da Di- tes das mesas coletoras, as urnas receptoras e as
retoria do Sindicato e dos delegados sindicais a atas respectivas. Será facultada a designação de
que se refere o art. 523, a representação e a defesa mesa apuradora supletiva sempre que as pecu-
dos interesses da entidade perante os poderes liaridades ou conveniências do pleito a exigirem.
públicos e as empresas, salvo mandatário com § 3o A mesa apuradora será presidida por
poderes outorgados por procuração da direto- membro do Ministério Público do Trabalho,
ria ou associado investido em representação ou pessoa de notória idoneidade, designado
prevista em lei. pelo procurador-geral da Justiça do Trabalho
ou procuradores regionais. 85
§ 4o O pleito só será válido na hipótese trabalho e de previdência social, inclusive o
de participarem da votação mais de 2/3 (dois direito de associação em sindicato.
terços) dos associados com capacidade para
votar. Não obtido esse coeficiente, será reali- Art. 527. Na sede de cada sindicato haverá
zada nova eleição dentro de 15 (quinze) dias, a um livro de registro, autenticado pelo funcio-
qual terá validade se nela tomarem parte mais nário competente do Ministério do Trabalho,
de 50% (cinquenta por cento) dos referidos Indústria e Comércio, e do qual deverão constar:
associados. Na hipótese de não ter sido alcan- a) tratando-se de sindicato de empregado-
çado, na segunda votação, o coeficiente exigido, res, a firma, individual ou coletiva, ou a de-
será realizado o terceiro e último pleito, cuja nominação das empresas e sua sede, o nome,
validade dependerá do voto de mais de 40% idade, estado civil, nacionalidade e residência
(quarenta por cento) dos aludidos associados, dos respectivos sócios ou, em se tratando de
proclamando o presidente da Mesa apuradora sociedade por ações, dos diretores, bem como
em qualquer dessas hipóteses os eleitos, os quais a indicação desses dados quanto ao sócio ou
serão empossados automaticamente na data do diretor que representar a empresa no sindicato;
término do mandato expirante, não tendo efeito b) tratando-se de sindicato de empregados
suspensivo os protestos ou recursos oferecidos ou de agentes ou trabalhadores autônomos ou
na conformidade da lei. de profissionais liberais, além do nome, idade,
§ 5o Não sendo atingido o coeficiente le- estado civil, nacionalidade, profissão ou função e
gal para a eleição, o Ministério do Trabalho, residência de cada associado, o estabelecimento
Indústria e Comércio declarará a vacância da ou lugar onde exerce a sua profissão ou função,
administração, a partir do término do mandato o número e a série da respectiva Carteira de
dos membros em exercício, e designará admi- Trabalho e Previdência Social e o número da
nistrador para o Sindicato, realizando-se novas inscrição na instituição de previdência a que
eleições dentro de seis meses. pertencer.
§ 1o Quando se tratar de associações de grau Art. 560. Não se reputará transmissão de bens,
superior, as penalidades serão impostas pelo mi- para efeitos fiscais, a incorporação do patrimô-
nistro de Estado, salvo se a pena for de cassação nio de uma associação profissional ao da entida-
da carta de reconhecimento de confederação, de sindical, ou das entidades aludidas entre si.
caso em que a pena será imposta pelo Presidente
da República. Art. 561. A denominação “sindicato” é priva-
§ 2o Nenhuma pena será imposta sem que tiva das associações profissionais de primeiro
seja assegurada defesa ao acusado. grau, reconhecidas na forma desta Lei.
respectiva atividade.
Art. 584. Servirá de base para o pagamento da
contribuição sindical, pelos agentes ou trabalha- Art. 588. A Caixa Econômica Federal manterá
dores autônomos e profissionais liberais, a lista conta corrente intitulada “Depósitos da Arreca-
de contribuintes organizada pelos respectivos dação da Contribuição Sindical”, em nome de
sindicatos e, na falta destes, pelas federações cada uma das entidades sindicais beneficiadas,
ou confederações coordenadoras da categoria. cabendo ao Ministério do Trabalho cientificá-la
das ocorrências pertinentes à vida administra-
Art. 585. Os profissionais liberais poderão tiva dessas entidades.
optar pelo pagamento da contribuição sindical § 1o Os saques na conta corrente referida
unicamente à entidade sindical representati- no caput deste artigo far-se-ão mediante ordem 97
bancária ou cheque com as assinaturas conjun- contribuição sindical será creditada, integral-
tas do presidente e do tesoureiro da entidade mente, à “Conta Especial Emprego e Salário”.
sindical. § 4o Não havendo indicação de central sin-
§ 2o A Caixa Econômica Federal remete- dical, na forma do § 1o do art. 589 desta Conso-
rá, mensalmente, a cada entidade sindical, um lidação, os percentuais que lhe caberiam serão
extrato da respectiva conta corrente, e, quando destinados à “Conta Especial Emprego e Salário”.
solicitado, aos órgãos do Ministério do Trabalho.
Art. 591. Inexistindo sindicato, os percentuais
Art. 589. Da importância da arrecadação da previstos na alínea “c” do inciso I e na alínea “d”
contribuição sindical serão feitos os seguintes do inciso II do caput do art. 589 desta Consolida-
créditos pela Caixa Econômica Federal, na for- ção serão creditados à federação correspondente
ma das instruções que forem expedidas pelo à mesma categoria econômica ou profissional.
Ministro do Trabalho: Parágrafo único. Na hipótese do caput deste
I – para os empregadores: artigo, os percentuais previstos nas alíneas “a” e
a) 5% (cinco por cento) para a confederação “b” do inciso I e nas alíneas “a” e “c” do inciso II
correspondente; do caput do art. 589 desta Consolidação caberão
b) 15% (quinze por cento) para a federação; à confederação.
c) 60% (sessenta por cento) para o sindicato
respectivo; e
d) 20% (vinte por cento) para a “Conta Es- SEÇÃO II – Da Aplicação da Contribuição
pecial Emprego e Salário”; Sindical
II – para os trabalhadores:
a) 5% (cinco por cento) para a confederação Art. 592. A contribuição sindical, além das
correspondente; despesas vinculadas à sua arrecadação, recolhi-
b) 10% (dez por cento) para a central sin- mento e controle, será aplicada pelos sindicatos,
dical; na conformidade dos respectivos estatutos, vi-
c) 15% (quinze por cento) para a federação; sando aos seguintes objetivos:
d) 60% (sessenta por cento) para o sindicato I – Sindicatos de empregadores e de agentes
respectivo; e autônomos:
e) 10% (dez por cento) para a “Conta Espe- a) assistência técnica e jurídica;
cial Emprego e Salário”; b) assistência médica, dentária, hospitalar
III – (Revogado); e farmacêutica;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
que o Sindicato tenha se desincumbido do en- quela que, nas mesmas condições, seja estipulada
cargo recebido, poderão os interessados dar para a empresa.
conhecimento do fato à Federação a que estiver
vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à corres- Art. 623. Será nula de pleno direito disposi-
pondente Confederação, para que, no mesmo ção de Convenção ou Acordo que, direta ou
prazo, assuma a direção dos entendimentos. indiretamente, contrarie proibição ou norma
Esgotado esse prazo, poderão os interessados disciplinadora da política econômico-financeira
prosseguir diretamente na negociação coletiva do Governo ou concernente à política salarial
até final. vigente, não produzindo quaisquer efeitos pe-
§ 2o Para o fim de deliberar sobre o Acordo, rante autoridades e repartições públicas, inclu-
a entidade sindical convocará assembleia geral sive para fins de revisão de preços e tarifas de
dos diretamente interessados, sindicalizados ou mercadorias e serviços.
não, nos termos do art. 612. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, a
nulidade será declarada, de ofício ou mediante
Art. 618. As empresas e instituições que não representação, pelo Ministro do Trabalho e Pre-
estiverem incluídas no enquadramento sindical vidência Social, ou pela Justiça do Trabalho em
a que se refere o art. 577 desta Consolidação processo submetido ao seu julgamento.
104 poderão celebrar Acordos Coletivos de Trabalho
Art. 624. A vigência de cláusula de aumento ou convocado para atuar como conciliador, sendo
reajuste salarial, que implique elevação de tarifas computado como tempo de trabalho efetivo o
ou de preços sujeitos à fixação por autoridade despendido nessa atividade.
pública ou repartição governamental, depen-
derá de prévia audiência dessa autoridade ou Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito
repartição e sua expressa declaração no tocante do sindicato terá sua constituição e normas
à possibilidade de elevação da tarifa ou do preço de funcionamento definidas em convenção ou
e quanto ao valor dessa elevação. acordo coletivo.
res e suplentes, é de um ano, permitida uma gador ou seu preposto e pelos membros da Co-
recondução. missão, fornecendo-se cópia às partes.
§ 1o É vedada a dispensa dos representantes Parágrafo único. O termo de conciliação
dos empregados membros da Comissão de Con- é título executivo extrajudicial e terá eficácia
ciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano liberatória geral, exceto quanto às parcelas ex-
após o final do mandato, salvo se cometerem pressamente ressalvadas.
falta grave, nos termos da lei.
§ 2o O representante dos empregados de- Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Pré-
senvolverá seu trabalho normal na empresa, via têm prazo de dez dias para a realização da
afastando-se de suas atividades apenas quando
NE: ver ADIs nos 2.237, 2.160 e 2.139.
27
105
sessão de tentativa de conciliação a partir da b) em se realizando a primeira inspeção dos
provocação do interessado. estabelecimentos ou dos locais de trabalho, re-
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a centemente inaugurados ou empreendidos.
realização da sessão, será fornecida, no último
dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2o Art. 627-A. Poderá ser instaurado procedi-
do art. 625-D. mento especial para a ação fiscal, objetivando
a orientação sobre o cumprimento das leis de
Art. 625-G. O prazo prescricional será sus- proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o
penso a partir da provocação da Comissão de saneamento de infrações à legislação mediante
Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo Termo de Compromisso, na forma a ser discipli-
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de nada no Regulamento da Inspeção do Trabalho.
conciliação ou do esgotamento do prazo previsto
no art. 625-F. Art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A,
a toda verificação em que o Auditor-Fiscal do
Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersin- Trabalho concluir pela existência de violação
dicais de Conciliação Trabalhista em funcio- de preceito legal deve corresponder, sob pena
namento ou que vierem a ser criados, no que de responsabilidade administrativa, a lavratura
couber, as disposições previstas neste Título, de auto de infração.
desde que observados os princípios da paridade § 1o Ficam as empresas obrigadas a possuir
e da negociação coletiva na sua constituição. o livro intitulado “Inspeção do Trabalho”, cujo
modelo será aprovado por portaria ministerial.
§ 2o Nesse livro, registrará o agente da inspe-
TÍTULO VII – Do Processo de Multas ção sua visita ao estabelecimento, declarando a
Administrativas data e a hora do início e término da mesma, bem
CAPÍTULO I – Da Fiscalização, da Autuação como o resultado da inspeção, nele consignando,
e da Imposição de Multas se for o caso, todas as irregularidades verificadas
e as exigências feitas, com os respectivos prazos
Art. 626. Incumbe às autoridades competentes para seu atendimento, e, ainda, de modo legível,
do Ministério do Trabalho, Indústria e Comér- os elementos de sua identificação funcional.
cio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, § 3o Comprovada má-fé do agente da ins-
a fiscalização do fiel cumprimento das normas peção, quanto à omissão ou lançamento de
de proteção ao trabalho. qualquer elemento no livro, responderá ele por
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Parágrafo único. Os fiscais dos Institutos de falta grave no cumprimento do dever, ficando
Seguro Social e das entidades paraestatais em passível, desde logo, da pena de suspensão até
geral dependentes do Ministério do Trabalho, 30 (trinta) dias, instaurando-se, obrigatoria-
Indústria e Comércio serão competentes para a mente, em caso de reincidência, inquérito ad-
fiscalização a que se refere o presente artigo, na ministrativo.
forma das instruções que forem expedidas pelo § 4o A lavratura de autos contra empresas
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. fictícias e de endereços inexistentes, assim como
a apresentação de falsos relatórios, constituem
Art. 627. A fim de promover a instrução dos falta grave, punível na forma do § 3o.
responsáveis no cumprimento das leis de prote-
ção do trabalho, a fiscalização deverá observar Art. 629. O auto de infração será lavrado em
o critério de dupla visita nos seguintes casos: duplicata, nos termos dos modelos e instruções
a) quando ocorrer promulgação ou expedi- expedidos, sendo uma via entregue ao infrator,
ção de novas leis, regulamentos ou instruções contra recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de
ministeriais, sendo que, com relação exclusiva- 10 (dez) dias da lavratura, sob pena de respon-
mente a esses atos, será feita apenas a instrução sabilidade, em registro postal, com franquia e
dos responsáveis; recibo de volta.
106
§ 1o O auto não terá o seu valor probante sejam os mesmos apresentados em dia e hora
condicionado à assinatura do infrator ou de previamente fixados pelo agente da inspeção.
testemunhas, e será lavrado no local da inspe- § 5o No território do exercício de sua função,
ção, salvo havendo motivo justificado que será o agente da inspeção gozará de passe livre nas
declarado no próprio auto, quando então deverá empresas de transportes, públicas ou privadas,
ser lavrado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, mediante a apresentação da carteira de identi-
sob pena de responsabilidade. dade fiscal.
§ 2o Lavrado o auto de infração, não poderá § 6o A inobservância do disposto nos §§ 3o,
ele ser inutilizado, nem sustado o curso do res- 4 e 5o configurará resistência ou embaraço à
o
§ 3o A notificação de que trata este artigo expedidas pelo Ministro de Estado, promover a
fixará igualmente o prazo de 10 (dez) dias para cobrança amigável das multas antes do encami-
que o infrator recolha o valor da multa, sob pena nhamento dos processos à cobrança executiva.
de cobrança executiva.
§ 4o As guias de depósito ou recolhimento Art. 641. Não comparecendo o infrator, ou
serão emitidas em 3 (três) vias e o recolhimento não depositando a importância da multa ou
da multa deverá proceder-se dentro de 5 (cinco) penalidade, far-se-á a competente inscrição
dias às repartições federais competentes, que em livro especial, existente nas repartições das
escriturarão a receita a crédito do Ministério quais se tiver originado a multa ou penalidade,
do Trabalho e Previdência Social. ou de onde tenha provindo a reclamação que
§ 5o A segunda via da guia do recolhimento a determinou, sendo extraída cópia autêntica
será devolvida pelo infrator à repartição que a dessa inscrição e enviada às autoridades com-
emitiu, até o sexto dia depois de sua expedição, petentes para a respectiva cobrança judicial,
para a averbação no processo. valendo tal instrumento como título de dívida
§ 6o A multa será reduzida de 50% (cinquen- líquida e certa.
ta por cento) se o infrator, renunciando ao re-
Art. 642. A cobrança judicial das multas im-
108 NE: ver ADPF no 156.
28
postas pelas autoridades administrativas do
trabalho obedecerá ao disposto na legislação TÍTULO VIII – Da Justiça do Trabalho
aplicável à cobrança da dívida ativa da União, CAPÍTULO I – Introdução
sendo promovida, no Distrito Federal e nas capi-
tais dos Estados em que funcionarem Tribunais Art. 643. Os dissídios oriundos das relações
Regionais do Trabalho, pela Procuradoria da entre empregados e empregadores, bem como
Justiça do Trabalho, e, nas demais localidades, de trabalhadores avulsos e seus tomadores de
pelo Ministério Público Estadual e do Território serviços, em atividades reguladas na legislação
do Acre, nos termos do Decreto-lei no 960, de social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho,
17 de dezembro de 1938. de acordo com o presente Título e na forma es-
Parágrafo único. No Estado de São Paulo a tabelecida pelo processo judiciário do trabalho.
cobrança continuará a cargo da Procuradoria do § 1o As questões concernentes à previdência
Departamento Estadual do Trabalho, na forma social serão decididas pelos órgãos e autorida-
do convênio em vigor.29 des previstos no Capítulo V deste Título e na
legislação sobre seguro social.
§ 2o As questões referentes a acidentes do
TÍTULO VII-A – Da Prova de Inexistência trabalho continuam sujeitas à justiça ordinária,
de Débitos Trabalhistas na forma do Decreto no 24.637, de 10 de julho
de 1934, e legislação subsequente.
Art. 642-A. É instituída a Certidão Negati- § 3o A Justiça do Trabalho é competente,
va de Débitos Trabalhistas (CNDT), expedida ainda, para processar e julgar as ações entre
gratuita e eletronicamente, para comprovar a trabalhadores portuários e os operadores por-
inexistência de débitos inadimplidos perante a tuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra
Justiça do Trabalho. – OGMO decorrentes da relação de trabalho.
§ 1o O interessado não obterá a certidão
quando em seu nome constar: Art. 644. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o inadimplemento de obrigações estabe- a) o Tribunal Superior do Trabalho;
lecidas em sentença condenatória transitada em b) os Tribunais Regionais do Trabalho;
julgado proferida pela Justiça do Trabalho ou c) as Juntas de Conciliação e Julgamento ou
em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no os Juízos de Direito.
concernente aos recolhimentos previdenciários,
a honorários, a custas, a emolumentos ou a re- Art. 645. O serviço da Justiça do Trabalho é
colhimentos determinados em lei; ou relevante e obrigatório, ninguém dele podendo
II – o inadimplemento de obrigações decor- eximir-se, salvo motivo justificado.
rentes de execução de acordos firmados perante
o Ministério Público do Trabalho ou Comissão Art. 646. Os órgãos da Justiça do Trabalho
de Conciliação Prévia. funcionarão perfeitamente coordenados, em
§ 2o Verificada a existência de débitos ga- regime de mútua colaboração, sob a orientação
rantidos por penhora suficiente ou com exi- do presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
gibilidade suspensa, será expedida Certidão
Consolidação das Leis do Trabalho
do Trabalho da Região, válido por dois anos e que não estiver substituindo o Juiz-Presidente
prorrogável, a critério do mesmo órgão, por de Junta, poderá ser designado para atuar nas
igual período, uma só vez, e organizado de acor- Juntas de Conciliação e Julgamento.
do com as instruções expedidas pelo Tribunal § 1o Para o fim mencionado no caput deste
Superior do Trabalho. artigo, o território da Região poderá ser dividido
§ 4o Os candidatos inscritos só serão admi- em zonas, compreendendo a jurisdição de uma
tidos ao concurso após apreciação prévia, pelo ou mais Juntas, a juízo do Tribunal Regional do
Tribunal Regional do Trabalho da respectiva Trabalho respectivo.
Região, dos seguintes requisitos: § 2o A designação referida no caput deste
a) idade maior de 25 (vinte e cinco) anos e artigo será de atribuição do Juiz-Presidente do
menor de 45 (quarenta e cinco) anos; Tribunal Regional do Trabalho ou, não haven- 111
do disposição regimental específica, de quem de qualquer vogal a três reuniões consecutivas,
este indicar. sem motivo justificado, para os fins do art. 727;
§ 3o Os Juízes do Trabalho Substitutos, VI – despachar os recursos interpostos pelas
quando designados ou estiverem substituindo partes, fundamentando a decisão recorrida antes
os Juízes-Presidentes de Juntas, perceberão os da remessa ao Tribunal Regional, ou submeten-
vencimentos destes. do-os à decisão da Junta, no caso do art. 894;
§ 4o O Juiz-Presidente do Tribunal Regional VII – assinar as folhas de pagamento dos
do Trabalho ou, não havendo disposição regi- membros e funcionários da Junta;
mental específica, que este indicar, fará a lotação VIII – apresentar ao presidente do Tribunal
e a movimentação dos Juízes Substitutos entre Regional, até 15 de fevereiro de cada ano, o
as diferentes zonas da Região na hipótese de relatório dos trabalhos do ano anterior;
terem sido criadas na forma do § 1o deste artigo. IX – conceder medida liminar, até decisão
final do processo, em reclamações trabalhis-
Art. 657. Os presidentes de Junta e os presi- tas que visem a tornar sem efeito transferência
dentes substitutos perceberão a remuneração disciplinada pelos parágrafos do art. 469 desta
ou os vencimentos fixados em lei. Consolidação;
X – conceder medida liminar, até decisão
Art. 658. São deveres precípuos dos presidentes final do processo, em reclamações trabalhis-
das Juntas, além dos que decorram do exercício tas que visem reintegrar no emprego dirigente
de sua função: sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo
a) manter perfeita conduta pública e privada; empregador.
b) abster-se de atender a solicitações ou
recomendações relativamente aos feitos que
hajam sido ou tenham de ser submetidos à sua SEÇÃO IV – Dos Vogais das Juntas30
apreciação;
c) residir dentro dos limites de sua jurisdi- Art. 660. Os vogais das Juntas são designados
ção, não podendo ausentar-se sem licença do pelo presidente do Tribunal Regional da respec-
Presidente do Tribunal Regional; tiva jurisdição.
d) despachar e praticar todos os atos de-
correntes de suas funções, dentro dos prazos Art. 661. Para o exercício da função de vogal
estabelecidos, sujeitando-se ao desconto cor- da Junta ou suplente destes são exigidos os se-
respondente a um dia de vencimento para cada guintes requisitos:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 674. Para efeito da jurisdição dos Tribu- Art. 676. O número de regiões, a jurisdição e
nais Regionais, o território nacional é dividido a categoria dos Tribunais Regionais, estabele-
nas 24 (vinte e quatro) regiões seguintes:
Art. 678. Aos Tribunais Regionais, quando Art. 679. Aos Tribunais Regionais não divi-
divididos em Turmas, compete: didos em Turmas, compete o julgamento das
I – ao Tribunal Pleno, especialmente: matérias a que se refere o artigo anterior, exceto
a) processar, conciliar e julgar originaria- a de que trata o inciso 1 da alínea “c” do item I,
mente os dissídios coletivos; como os conflitos de jurisdição entre Turmas.
b) processar e julgar originariamente:
1) as revisões de sentenças normativas; Art. 680. Compete, ainda, aos Tribunais Re-
2) a extensão das decisões proferidas em gionais, ou suas Turmas:
dissídios coletivos; a) determinar às Juntas e aos juízes de direito
3) os mandados de segurança; a realização dos atos processuais e diligências
4) as impugnações à investidura de vogais necessárias ao julgamento dos feitos sob sua
e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e apreciação;
Julgamento; b) fiscalizar o cumprimento de suas próprias
c) processar e julgar em última instância: decisões;
1) os recursos das multas impostas pelas c) declarar a nulidade dos atos praticados
Turmas; com infração de suas decisões;
2) as ações rescisórias das decisões das Jun- d) julgar as suspeições arguidas contra seus
tas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de membros;
direito investidos na jurisdição trabalhista, das e) julgar as exceções de incompetência que
Turmas e de seus próprios acórdãos; lhes forem opostas;
3) os conflitos de jurisdição entre as suas f) requisitar às autoridades competentes as
Turmas, os juízes de direito investidos na ju- diligências necessárias ao esclarecimento dos
risdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e feitos sob apreciação, representando contra
Julgamento, ou entre aqueles e estas; aquelas que não atenderem a tais requisições;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
d) julgar em única ou última instâncias: g) exercer, em geral, no interesse da Justiça
1) os processos e os recursos de natureza do Trabalho, as demais atribuições que decorram
administrativa atinentes aos seus serviços au- de sua Jurisdição.
xiliares e respectivos servidores;
2) as reclamações contra atos administra-
tivos de seu presidente ou de qualquer de seus SEÇÃO III – Dos Presidentes dos Tribunais
membros, assim como dos juízes de primeira Regionais
instância e de seus funcionários;
II – às Turmas: Art. 681. Os presidentes e vice-presidentes dos
a) julgar os recursos ordinários previstos no Tribunais Regionais do Trabalho tomarão posse
art. 895, alínea “a”; perante os respectivos Tribunais.
b) julgar os agravos de petição e de instru- Parágrafo único. (Revogado)
mento, estes de decisões denegatórias de recur-
sos de sua alçada; Art. 682. Competem privativamente aos pre-
sidentes dos Tribunais Regionais, além das que
forem conferidas neste e no título e das decor-
NE: ver os arts. 96 e 113 da Constituição Federal
32 rentes do seu cargo, as seguintes atribuições:
116 de 1988. I – (Revogado);
II – designar os vogais das Juntas e seus su- profissional ou econômica do representante e
plentes; a ordem de antiguidade dos suplentes desim-
III – dar posse aos presidentes de Juntas e pedidos.
presidentes substitutos, aos vogais e suplentes § 3o Na falta ou impedimento de qualquer
e funcionários do próprio Tribunal e conceder Juiz representante classista e seu respectivo Su-
férias e licenças aos mesmos e aos vogais e su- plente, é facultado ao Presidente do Tribunal
plentes das Juntas; Regional designar um dos Vogais de Junta de
IV – presidir as sessões do Tribunal; Conciliação e Julgamento para funcionar nas
V – presidir audiências de conciliação nos sessões do Tribunal, respeitada a categoria pro-
dissídios coletivos; fissional ou econômica do representante.
VI – executar suas próprias decisões e as
proferidas pelo Tribunal; Art. 683. Na falta ou impedimento dos presi-
VII – convocar suplentes dos vogais do Tri- dentes dos Tribunais Regionais, e como auxilia-
bunal, nos impedimentos destes; res destes, sempre que necessário, funcionarão
VIII – representar ao presidente do Tribunal seus substitutos.
Superior do Trabalho contra os presidentes e § 1o Nos casos de férias, por trinta dias, licen-
os vogais, nos casos previstos no art. 727 e seu ça, morte ou renúncia, a convocação competirá
parágrafo único; diretamente ao presidente do Tribunal Superior
IX – despachar os recursos interpostos pelas do Trabalho.
partes; § 2o Nos demais casos, mediante convocação
X – requisitar às autoridades competentes, do próprio presidente do Tribunal ou comunica-
nos casos de dissídio coletivo, a força necessária, ção do secretário deste, o presidente substituto
sempre que houver ameaça de perturbação da assumirá imediatamente o exercício, ciente o
ordem; presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
XI – exercer correição, pelo menos uma vez
por ano, sobre as Juntas, ou parcialmente, sem-
pre que se fizer necessário, e solicitá-la, quando SEÇÃO IV – Dos Juízes Representantes
julgar conveniente, ao Presidente do Tribunal Classistas dos Tribunais Regionais33
de Apelação relativamente aos juízes de Direi-
to investidos na administração da Justiça do Art. 684. Os juízes representantes classistas
Trabalho; dos Tribunais Regionais são designados pelo
XII – distribuir os feitos, designando os vo- Presidente da República.
gais que os devem relatar; Parágrafo único. Aos juízes representantes
XIII – designar, dentre os funcionários do classistas dos empregadores e dos empregados,
Tribunal e das Juntas existentes em uma mes- nos Tribunais Regionais, aplicam-se as dispo-
ma localidade, o que deve exercer a função de sições do art. 661.
distribuidor;
XIV – assinar as folhas de pagamento dos Art. 685. A escolha dos juízes e suplentes dos
vogais e servidores do Tribunal. Tribunais Regionais, representantes dos empre-
Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 692. (Suprimido)
118 NE: ver os arts. 111 a 116 da Constituição Federal.
34
profissão, e dois, dentre membros do Ministério Art. 701. As sessões do Tribunal serão públicas
Público da União junto à Justiça do Trabalho.35 e começarão às 14 (quatorze) horas, terminando
às 17 (dezessete) horas; mas poderão ser pror-
Art. 695. (Suprimido) rogadas pelo presidente, em caso de manifesta
necessidade.
Art. 696. Importará em renúncia o não compa- § 1o As sessões extraordinárias do Tribunal
recimento do membro do Tribunal, sem motivo só se realizarão quando forem comunicadas aos
justificado, a mais de três sessões ordinárias seus membros com 24 (vinte e quatro) horas,
consecutivas.36 no mínimo, de antecedência.
§ 1o Ocorrendo a hipótese prevista neste § 2o Nas sessões do Tribunal os debates po-
artigo, o Presidente do Tribunal comunicará derão tornar-se secretos, desde que, por motivo
imediatamente o fato ao Ministro da Justiça de interesse público, assim resolva a maioria de
e Negócios Interiores, a fim de que seja feita a seus membros.
substituição do juiz renunciante, sem prejuízo
das sanções cabíveis.
§ 2o Para os efeitos do parágrafo anterior, SEÇÃO III – Da Competência do Tribunal
a designação do substituto será feita dentre os Pleno
nomes constantes das listas de que trata o § 2o
do art. 693. Art. 702. Ao Tribunal Pleno compete:
I – em única instância:
Art. 697. Em caso de licença, superior a trinta a) decidir sobre matéria constitucional,
dias, ou de vacância, enquanto não for preenchi- quando arguido, para invalidar lei ou ato do
do o cargo, os Ministros do Tribunal poderão poder público;
ser substituídos mediante convocação de Juízes, b) conciliar e julgar os dissídios coletivos
de igual categoria, de qualquer dos Tribunais que excedam a jurisdição dos Tribunais Regio-
Regionais do Trabalho, na forma que dispuser nais do Trabalho, bem como estender ou rever
o Regimento do Tribunal Superior do Trabalho. suas próprias decisões normativas, nos casos
previstos em lei;
Art. 698. (Suprimido) c) homologar os acordos celebrados em dis-
sídios de que trata a alínea anterior;
Art. 699. O Tribunal Superior do Trabalho não d) julgar os agravos dos despachos do pre-
poderá deliberar, na plenitude de sua composi- sidente, nos casos previstos em lei;
ção, senão com a presença de, pelo menos, nove e) julgar as suspeições arguidas contra o pre-
de seus juízes, além do Presidente. sidente e demais juízes do Tribunal, nos feitos
Parágrafo único. As turmas do Tribunal, pendentes de sua decisão;
compostas de 5 (cinco) juízes, só poderão de- f) estabelecer ou alterar súmulas e outros
liberar com a presença de, pelo menos, três de enunciados de jurisprudência uniforme, pelo
seus membros, além do respectivo presidente, voto de pelo menos dois terços de seus membros,
cabendo também a este funcionar como relator caso a mesma matéria já tenha sido decidida de
Consolidação das Leis do Trabalho
ou revisor nos feitos que lhe forem distribuídos, forma idêntica por unanimidade em, no míni-
conforme estabelecer o regimento interno. mo, dois terços das turmas em pelo menos dez
sessões diferentes em cada uma delas, podendo,
Art. 700. O Tribunal reunir-se-á em dias pre- ainda, por maioria de dois terços de seus mem-
viamente fixados pelo presidente, o qual poderá, bros, restringir os efeitos daquela declaração ou
sempre que for necessário, convocar sessões decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua
extraordinárias. publicação no Diário Oficial;
g) aprovar tabelas de custas e emolumentos,
nos termos da lei;
NE: ver os arts. 111 a 116 da Constituição Federal.
35
b) julgar, em última instância, os recursos de b) superintender todos os serviços do Tri-
revista interpostos de decisões dos Tribunais Re- bunal;
gionais e das Juntas de Conciliação e Julgamento c) expedir instruções e adotar as providên-
ou juízes de direito, nos casos previstos em lei; cias necessárias para o bom funcionamento
c) julgar os agravos de instrumento dos do Tribunal e dos demais órgãos da Justiça do
despachos que denegarem a interposição de Trabalho;
recursos ordinários ou de revista; d) fazer cumprir as decisões originárias do
d) julgar os embargos de declaração opostos Tribunal, determinando aos Tribunais Regionais
aos seus acórdãos; e aos demais órgãos da Justiça do Trabalho a
e) julgar as habilitações incidentes e argui- realização dos atos processuais e das diligências
ções de falsidade, suspeição e outras, nos casos necessárias;
pendentes de sua decisão. e) submeter ao Tribunal os processos em
§ 3o As sessões de julgamento sobre estabele- que tenha de deliberar e designar, na forma
cimento ou alteração de súmulas e outros enun- do regimento interno, os respectivos relatores;
ciados de jurisprudência deverão ser públicas, f) despachar os recursos interpostos pelas
divulgadas com, no mínimo, trinta dias de an- partes e os demais papéis em que deva deliberar;
tecedência, e deverão possibilitar a sustentação g) determinar as alterações que se fizerem
120 oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo necessárias na lotação do pessoal da Justiça do
Trabalho, fazendo remoções ex officio de ser- III – (Revogado).
vidores entre os Tribunais Regionais, Juntas § 1o Das decisões proferidas pelo Correge-
de Conciliação e Julgamento e outros órgãos; dor, nos casos do artigo, caberá o agravo regi-
bem como conceder as requeridas que julgar mental, para o Tribunal Pleno.
convenientes ao serviço, respeitada a lotação § 2o O Corregedor não integrará as Turmas
de cada órgão; do Tribunal, mas participará, com voto, das ses-
h) conceder licenças e férias aos servidores sões do Tribunal Pleno, quando não se encontrar
do Tribunal, bem como impor-lhes as penas em correição ou em férias, embora não relate
disciplinares que excederem da alçada das de- nem revise processos, cabendo-lhe, outrossim,
mais autoridades; votar em incidente de inconstitucionalidade,
i) dar posse e conceder licença aos membros nos processos administrativos e nos feitos em
do Tribunal, bem como conceder licenças e que estiver vinculado por visto anterior à sua
férias aos presidentes dos Tribunais Regionais; posse na Corregedoria.
j) apresentar ao Ministro do Trabalho, In-
dústria e Comércio, até 31 de março de cada
ano, o relatório das atividades do Tribunal e dos CAPÍTULO VI – Dos Serviços Auxiliares da
demais órgãos da Justiça do Trabalho. Justiça do Trabalho
Parágrafo único. O Presidente terá um se- SEÇÃO I – Da Secretaria das Juntas de
cretário, por ele designado dentre os funcioná- Conciliação e Julgamento
rios lotados no Tribunal, e será auxiliado por
servidores designados nas mesmas condições. Art. 710. Cada Junta terá uma Secretaria, sob
a direção de funcionário que o presidente de-
signar, para exercer a função de secretário, e
SEÇÃO VII – Das Atribuições do Vice- que receberá, além dos vencimentos correspon-
Presidente dentes ao seu padrão, a gratificação de função
fixada em lei.
Art. 708. Compete ao Vice-Presidente do Tri-
bunal: Art. 711. Compete à Secretaria das Juntas:
a) substituir o Presidente e o Corregedor a) o recebimento, a autuação, o andamento,
em suas faltas e impedimentos; a guarda e a conservação dos processos e outros
b) (Suprimida). papéis que lhe forem encaminhados;
Parágrafo único. Na ausência do Presidente b) a manutenção do protocolo de entrada e
e do Vice-Presidente, será o Tribunal presidido saída dos processos e demais papéis;
pelo juiz togado mais antigo, ou pelo mais idoso c) o registro das decisões;
quando igual a antiguidade. d) a informação, às partes interessadas e seus
procuradores, do andamento dos respectivos
processos, cuja consulta lhes facilitará;
SEÇÃO VIII – Das Atribuições do e) a abertura de vista dos processos às partes,
Corregedor na própria Secretaria;
Consolidação das Leis do Trabalho
uma Junta, respeitado o disposto no parágrafo juízo do cumprimento desta e da aplicação das
anterior, a atribuição para o cumprimento do penalidades cabíveis, ordenar o afastamento dos
ato deprecado ao Oficial de Justiça ou Oficial de administradores responsáveis, sob pena de ser
Justiça Avaliador será transferida a outro Oficial, cassada a concessão.
sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, § 3o Sem prejuízo das sanções cominadas
sem razões que o justifiquem, não tiver sido neste artigo, os empregadores ficarão obrigados
cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário a pagar os salários devidos aos seus empregados,
às penalidades da lei. durante o tempo de suspensão do trabalho.
Arts. 723 a 725. (Revogados)
123
SEÇÃO II – Das Penalidades contra os § 2o Na mesma pena do parágrafo anterior
Membros da Justiça do Trabalho incorrerá o empregador que dispensar seu em-
pregado pelo fato de haver servido como vogal
Art. 726. Aquele que recusar o exercício da ou prestado depoimento como testemunha, sem
função de vogal de Junta de Conciliação e Jul- prejuízo da indenização que a lei estabeleça.
gamento ou de Tribunal Regional, sem motivo
justificado, incorrerá nas seguintes penas: Art. 730. Aqueles que se recusarem a depor
a) sendo representante de empregado- como testemunhas, sem motivo justificado,
res, multa de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) a incorrerão na multa de Cr$ 50,00 (cinquenta
Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) e suspensão do cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros).
direito de representação profissional por dois
a cinco anos; Art. 731. Aquele que, tendo apresentado ao
b) sendo representante de empregados, mul- distribuidor reclamação verbal, não se apresen-
ta de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) e suspensão tar, no prazo estabelecido no parágrafo único do
do direito de representação profissional por art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por
dois a cinco anos. termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo
de seis meses, do direito de reclamar perante a
Art. 727. Os vogais das Juntas de Conciliação Justiça do Trabalho.
e Julgamento, ou dos Tribunais Regionais, que
faltarem a três reuniões ou sessões consecutivas, Art. 732. Na mesma pena do artigo anterior
sem motivo justificado, perderão o cargo, além incorrerá o reclamante que, por duas vezes se-
de incorrerem nas penas do artigo anterior. guidas, der causa ao arquivamento de que trata
Parágrafo único. Se a falta for de presidente, o art. 844.
incorrerá ele na pena de perda do cargo, além
da perda dos vencimentos correspondentes aos Art. 733. As infrações de disposições deste
dias em que tiver faltado às audiências ou sessões Título, para as quais não haja penalidades comi-
consecutivas. nadas, serão punidas com a multa de Cr$ 50,00
(cinquenta cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil
Art. 728. Aos presidentes, membros, juízes, cruzeiros), elevada ao dobro na reincidência.
vogais e funcionários auxiliares da Justiça do
Trabalho, aplica-se o disposto no Título XI do
Código Penal. CAPÍTULO VIII – Disposições Gerais
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
c) requerer prorrogação das sessões do Tri- b) funcionar nas sessões do Tribunal Supe-
bunal, quando essa medida for necessária para rior do Trabalho, pessoalmente ou por inter-
que se ultime o julgamento; médio do procurador que designar;
d) exarar, por intermédio do procurador- c) exarar o seu “ciente” nos acórdãos do
-geral, o seu “ciente” nos acórdãos do Tribunal; Tribunal;
e) proceder às diligências e inquéritos soli- d) designar o procurador que o substitua nas
citados pelo Tribunal; faltas e impedimentos e o chefe da secretaria da
f) recorrer das decisões do Tribunal, nos Procuradoria;
casos previstos em lei; e) apresentar, até o dia 31 de março, ao
g) promover, perante o Juízo competente, a Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
cobrança executiva das multas impostas pelas relatório dos trabalhos da Procuradoria-Geral
autoridades administrativas e judiciárias do no ano anterior, com as observações e sugestões
trabalho; que julgar convenientes;
h) representar às autoridades competentes f) conceder férias aos procuradores e demais
contra os que não cumprirem as decisões do funcionários que sirvam na Procuradoria e im-
Tribunal; por-lhes penas disciplinares, observada, quanto
i) prestar às autoridades do Ministério do aos procuradores, a legislação em vigor para o
126 Trabalho, Indústria e Comércio as informações Ministério Público Federal;
g) funcionar em Juízo, em primeira instância, h) designar o procurador que o substitua
ou designar os procuradores que o devem fazer; nas faltas e impedimentos e o secretário da
h) admitir e dispensar o pessoal extranume- Procuradoria.
rário da Secretaria e prorrogar o expediente re-
munerado dos funcionários e extranumerários. Art. 751. Incumbe aos procuradores adjuntos
das Procuradorias Regionais:
a) funcionar, por designação do procurador
SEÇÃO V – Das Atribuições dos regional, nas sessões do Tribunal Regional;
Procuradores b) desempenhar os demais encargos que
lhes forem atribuídos pelo procurador regional.
Art. 749. Incumbe aos procuradores com exer-
cício na Procuradoria-Geral:
a) funcionar, por designação do procura- SEÇÃO VII – Da Secretaria
dor-geral, nas sessões do Tribunal Superior do
Trabalho; Art. 752. A Secretaria da Procuradoria-Geral
b) desempenhar os demais encargos que funcionará sob a direção de um chefe designado
lhes forem atribuídos pelo Procurador-Geral. pelo Procurador-Geral e terá o pessoal desig-
Parágrafo único. Aos procuradores é faculta- nado pelo Ministro do Trabalho, Indústria e
do, nos processos em que oficiarem, requerer ao Comércio.
procurador-geral as diligências e investigações
necessárias. Art. 753. Compete à Secretaria:
a) receber, registrar e encaminhar os pro-
cessos ou papéis entrados;
SEÇÃO VI – Das Atribuições dos b) classificar e arquivar os pareceres e outros
Procuradores Regionais papéis;
c) prestar informações sobre os processos
Art. 750. Incumbe aos procuradores regionais: ou papéis sujeitos à apreciação da Procuradoria;
a) dirigir os serviços da respectiva Procu- d) executar o expediente da Procuradoria;
radoria; e) providenciar sobre o suprimento do ma-
b) funcionar nas sessões do Tribunal Re- terial necessário;
gional, pessoalmente ou por intermédio do f) desempenhar os demais trabalhos que
procurador adjunto que designar; lhe forem cometidos pelo procurador-geral,
c) apresentar, semestralmente, ao procu- para melhor execução dos serviços a seu cargo.
rador-geral um relatório das atividades da
respectiva Procuradoria, bem como dados e Art. 754. Nas Procuradorias Regionais os tra-
informações sobre a administração da Justiça balhos a que se refere o artigo anterior serão
do Trabalho na respectiva região; executados pelos funcionários para esse fim
d) requerer e acompanhar perante as auto- designados.
ridades administrativas ou judiciárias as dili-
Consolidação das Leis do Trabalho
128
SEÇÃO V – Da Secretaria permitam também justa retribuição às empresas
interessadas.
Art. 760. A Procuradoria da Previdência So-
cial terá uma Secretaria dirigida por um chefe Art. 767. A compensação, ou retenção, só po-
designado pelo Procurador-Geral. derá ser arguida como matéria de defesa.
Art. 761. A Secretaria terá o pessoal desig- Art. 768. Terá preferência em todas as fases
nado pelo Ministro do Trabalho, Indústria e processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser
Comércio. executada perante o juízo da falência.
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título Art. 780. Os documentos juntos aos autos
serão contados em dias úteis, com exclusão do poderão ser desentranhados somente depois
dia do começo e inclusão do dia do vencimento. de findo o processo, ficando traslado.
§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo
tempo estritamente necessário, nas seguintes Art. 781. As partes poderão requerer certidões
hipóteses: dos processos em curso ou arquivados, as quais
I – quando o juízo entender necessário; serão lavradas pelos escrivães ou secretários.
II – em virtude de força maior, devidamente Parágrafo único. As certidões dos processos
comprovada. que correrem em segredo de justiça dependerão
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos de despacho do juiz ou presidente.
processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades Art. 782. São isentos do selo as reclamações,
do conflito de modo a conferir maior efetividade representações, requerimentos, atos e processos
à tutela do direito. relativos à Justiça do Trabalho.
arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das diante cópia reprográfica apresentada pelas
custas processuais. partes – por folha: R$ 0,55 (cinquenta e cinco
§ 3o Sempre que houver acordo, se de outra centavos de real);
forma não for convencionado, o pagamento das II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28
custas caberá em partes iguais aos litigantes. (vinte e oito centavos de real);
§ 4o Nos dissídios coletivos, as partes venci- III – autenticação de peças – por folha:
das responderão solidariamente pelo pagamento R$ 0,55 (cinquenta e cinco centavos de real);
das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na IV – cartas de sentença, de adjudicação, de
decisão, ou pelo Presidente do Tribunal. remição e de arrematação – por folha: R$ 0,55
(cinquenta e cinco centavos de real);
131
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco reais estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça
e cinquenta e três centavos). do Trabalho.
§ 2o O juízo poderá deferir parcelamento
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de dos honorários periciais.
Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior § 3o O juízo não poderá exigir adiantamento
do Trabalho, a forma de pagamento das custas e de valores para realização de perícias.
emolumentos obedecerá às instruções que serão § 4o Somente no caso em que o beneficiário
expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
§ 1o Tratando-se de empregado que não te- créditos capazes de suportar a despesa referida
nha obtido o benefício da justiça gratuita, ou no caput, ainda que em outro processo, a União
isenção de custas, o sindicato que houver inter- responderá pelo encargo.
vindo no processo responderá solidariamente
pelo pagamento das custas devidas.
§ 2o No caso de não pagamento das custas, SEÇÃO IV – Das Partes e dos Procuradores
far-se-á execução da respectiva importância,
segundo o procedimento estabelecido no Ca- Art. 791. Os empregados e os empregadores
pítulo V deste Título. poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgado- do Trabalho e acompanhar as suas reclamações
res e presidentes dos tribunais do trabalho de até o final.
qualquer instância conceder, a requerimento ou § 1o Nos dissídios individuais os empregados
de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclu- e empregadores poderão fazer-se representar
sive quanto a traslados e instrumentos, àqueles por intermédio do sindicato, advogado, solici-
que perceberem salário igual ou inferior a 40% tador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos
(quarenta por cento) do limite máximo dos be- Advogados do Brasil.
nefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 2o Nos dissídios coletivos é facultada aos
§ 4o O benefício da justiça gratuita será interessados a assistência por advogado.
concedido à parte que comprovar insuficiên- § 3o A constituição de procurador com po-
cia de recursos para o pagamento das custas deres para o foro em geral poderá ser efetivada,
do processo. mediante simples registro em ata de audiência,
a requerimento verbal do advogado interessado,
Art. 790-A. São isentos do pagamento de cus- com anuência da parte representada.
tas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo
aquele que: às partes litigantes.
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto
expresso de lei ou fato incontroverso; Art. 795. As nulidades não serão declaradas
II – alterar a verdade dos fatos; senão mediante provocação das partes, as quais
III – usar do processo para conseguir obje- deverão argui-las à primeira vez em que tiverem
tivo ilegal; de falar em audiência ou nos autos.
IV – opuser resistência injustificada ao an- § 1o Deverá, entretanto, ser declarada ex
damento do processo; officio a nulidade fundada em incompetência
V – proceder de modo temerário em qual- de foro. Nesse caso, serão considerados nulos
quer incidente ou ato do processo; os atos decisórios. 133
§ 2o O juiz, ou tribunal, que se julgar in- nhas serem ouvidos, por carta precatória, no juí-
competente determinará na mesma ocasião zo que este houver indicado como competente.
que se faça remessa do processo, com urgência, § 4o Decidida a exceção de incompetência
à autoridade competente, fundamentando sua territorial, o processo retomará seu curso, com
decisão. a designação de audiência, a apresentação de
defesa e a instrução processual perante o juízo
Art. 796. A nulidade não será pronunciada: competente.
a) quando for possível suprir-se a falta ou
repetir-se o ato; Art. 801. O juiz, presidente, ou vogal, é obri-
b) quando arguida por quem lhe tiver dado gado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado,
causa. por algum dos seguintes motivos, em relação à
pessoa dos litigantes:
Art. 797. O juiz, ou tribunal, que pronunciar a a) inimizade pessoal;
nulidade declarará os atos a que ela se estende. b) amizade íntima;
c) parentesco por consanguinidade ou afi-
Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará nidade até o terceiro grau civil;
senão os posteriores que dele dependam ou d) interesse particular na causa.
sejam consequência. Parágrafo único. Se o recusante houver pra-
ticado algum ato pelo qual haja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção
SEÇÃO VI – Das Exceções de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A
suspeição não será também admitida, se do pro-
Art. 799. Nas causas de jurisdição da Justiça cesso constar que o recusante deixou de alegá-la
do Trabalho, somente podem ser opostas, com anteriormente, quando já a conhecia, ou que,
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou depois de conhecida, aceitou o juiz recusado, ou,
incompetência. finalmente, se procurou de propósito o motivo
§ 1o As demais exceções serão alegadas como de que ela se originou.
matéria de defesa.
§ 2o Das decisões sobre exceções de sus- Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição,
peição e incompetência, salvo, quanto a estas, o juiz ou tribunal designará audiência, dentro
se terminativas do feito, não caberá recurso, de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e
podendo, no entanto, as partes alegá-las nova- julgamento da exceção.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
mente no recurso que couber da decisão final. § 1o Nas Juntas de Conciliação e Julgamento
e nos Tribunais Regionais, julgada procedente
Art. 800. Apresentada exceção de incompetên- a exceção de suspeição, será logo convocado
cia territorial no prazo de cinco dias a contar da para a mesma audiência ou sessão, ou para a
notificação, antes da audiência e em peça que seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual
sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á continuará a funcionar no feito até decisão final.
o procedimento estabelecido neste artigo. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum
§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o dos membros se declarar suspeito.
processo e não se realizará a audiência a que se § 2o Se se tratar de suspeição de juiz de direi-
refere o art. 843 desta Consolidação até que se to, será este substituído na forma da organização
decida a exceção. judiciária local.
§ 2o Os autos serão imediatamente conclusos
ao juiz, que intimará o reclamante e, se exis-
tentes, os litisconsortes, para manifestação no SEÇÃO VII – Dos Conflitos de Jurisdição
prazo comum de cinco dias.
§ 3o Se entender necessária a produção de Art. 803. Os conflitos de jurisdição podem
prova oral, o juízo designará audiência, garan- ocorrer entre:
134 tindo o direito de o excipiente e de suas testemu-
a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juí- Art. 809. Nos conflitos de jurisdição entre as
zos de direito investidos na administração da Juntas e os Juízos de Direito observar-se-á o
Justiça do Trabalho; seguinte:
b) Tribunais Regionais do Trabalho; I – o Juiz ou presidente mandará extrair dos
c) Juízos e tribunais do Trabalho e órgãos autos as provas do conflito e, com a sua infor-
da Justiça Ordinária; mação, remeterá o processo assim formado,
d) Câmaras do Tribunal Superior do Tra- no mais breve prazo possível, ao presidente do
balho.40 Tribunal Regional competente;
II – no Tribunal Regional, logo que der en-
Art. 804. Dar-se-á conflito de jurisdição: trada o processo, o presidente determinará a
a) quando ambas as autoridades se consi- distribuição do feito, podendo o relator ordenar
derarem competentes; imediatamente às Juntas e aos Juízos, nos casos
b) quando ambas as autoridades se consi- de conflito positivo, que sobrestejam o anda-
derarem incompetentes. mento dos respectivos processos, e solicitar,
ao mesmo tempo, quaisquer informações que
Art. 805. Os conflitos de jurisdição podem julgue convenientes. Seguidamente, será ouvida
ser suscitados: a Procuradoria, após o que o relator submeterá
a) pelos juízes e tribunais do Trabalho; o feito a julgamento, na primeira sessão;
b) pelo procurador-geral e pelos procurado- III – proferida a decisão, será a mesma comu-
res regionais da Justiça do Trabalho; nicada, imediatamente, às autoridades em con-
c) pela parte interessada, ou o seu repre- flito, prosseguindo no foro julgado competente.
sentante.
Art. 810. Aos conflitos de jurisdição entre os
Art. 806. É vedado à parte interessada suscitar Tribunais Regionais aplicar-se-ão as normas
conflitos de jurisdição quando já houver oposto estabelecidas no artigo anterior.
na causa exceção de incompetência.
Art. 811. Nos conflitos suscitados na Justiça do
Art. 807. No ato de suscitar o conflito deverá Trabalho entre as autoridades desta e os órgãos
a parte interessada produzir a prova de exis- da Justiça ordinária, o processo do conflito,
tência dele. formado de acordo com o inciso I do art. 809,
será remetido diretamente ao presidente do
Art. 808. Os conflitos de jurisdição de que Supremo Tribunal Federal.
trata o art. 803 serão resolvidos:
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados Art. 812. A ordem processual dos conflitos
entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre de jurisdição entre as Câmaras do Tribunal Su-
umas e outras, nas respectivas regiões; perior do Trabalho será a estabelecida no seu
b) pelo Tribunal Superior do Trabalho, os regimento interno.42
suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre
Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição
Consolidação das Leis do Trabalho
Parágrafo único. Do registro das audiências quiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser
poderão ser fornecidas certidões às pessoas que reinquiridas, por seu intermédio, a requerimen-
o requererem. to dos vogais, das partes, seus representantes
ou advogados.
SEÇÃO IX – Das Provas Art. 821. Cada uma das partes não poderá
indicar mais de três testemunhas, salvo quando
Art. 818. O ônus da prova incumbe: se tratar de inquérito, caso em que esse número
I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo poderá ser elevado a seis.
de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de Art. 822. As testemunhas não poderão sofrer
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do qualquer desconto pelas faltas ao serviço, oca-
direito do reclamante. sionadas pelo seu comparecimento para depor,
quando devidamente arroladas ou convocadas.
Art. 826. É facultado a cada uma das partes Art. 832. Da decisão deverão constar o nome
apresentar um perito ou técnico.45 das partes, o resumo do pedido e da defesa,
a apreciação das provas, os fundamentos da
Art. 827. O juiz ou presidente poderá arguir decisão e a respectiva conclusão.
os peritos compromissados ou os técnicos, e § 1o Quando a decisão concluir pela pro-
rubricará, para ser junto ao processo, o laudo cedência do pedido, determinará o prazo e as
que os primeiros tiverem apresentado. condições para o seu cumprimento.
§ 2o A decisão mencionará sempre as custas
Art. 828. Toda testemunha, antes de prestar o que devam ser pagas pela parte vencida.
compromisso legal, será qualificada, indicando o § 3o As decisões cognitivas ou homologató-
nome, nacionalidade, profissão, idade, residên- rias deverão sempre indicar a natureza jurídica
cia, e, quando empregada, o tempo de serviço das parcelas constantes da condenação ou do
prestado ao empregador, ficando sujeita, em acordo homologado, inclusive o limite de res-
caso de falsidade, às leis penais. ponsabilidade de cada parte pelo recolhimento
Parágrafo único. Os depoimentos das tes- da contribuição previdenciária, se for o caso.
temunhas serão resumidos, por ocasião da au- § 3o-A. Para os fins do § 3o deste artigo, sal-
diência, pelo secretário da Junta ou funcionário vo na hipótese de o pedido da ação limitar-se
para esse fim designado, devendo a súmula ser expressamente ao reconhecimento de verbas
assinada pelo presidente do tribunal e pelos de natureza exclusivamente indenizatória, a
depoentes. parcela referente às verbas de natureza remu-
neratória não poderá ter como base de cálculo
Art. 829. A testemunha que for parente até valor inferior:
Consolidação das Leis do Trabalho
o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo I – ao salário mínimo, para as competências
de qualquer das partes, não prestará compro- que integram o vínculo empregatício reconhe-
misso, e seu depoimento valerá como simples cido na decisão cognitiva ou homologatória; ou
informação. II – à diferença entre a remuneração reco-
nhecida como devida na decisão cognitiva ou
Art. 830. O documento em cópia oferecido homologatória e a efetivamente paga pelo em-
para prova poderá ser declarado autêntico pelo pregador, cujo valor total referente a cada com-
próprio advogado, sob sua responsabilidade petência não será inferior ao salário mínimo.
pessoal. § 3o-B. Caso haja piso salarial da categoria
definido por acordo ou convenção coletiva de
NE: ver Lei no 5.584/1970.
45
trabalho, o seu valor deverá ser utilizado como 137
base de cálculo para os fins do § 3o-A deste Parágrafo único. A execução da decisão pro-
artigo. ferida em ação rescisória far-se-á nos próprios
§ 4o A União será intimada das decisões autos da ação que lhe deu origem, e será instruí-
homologatórias de acordos que contenham par- da com o acórdão da rescisória e a respectiva
cela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei certidão de trânsito em julgado.
no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada
a interposição de recurso relativo aos tributos
que lhe forem devidos. CAPÍTULO III – Dos Dissídios Individuais
§ 5o Intimada da sentença, a União poderá SEÇÃO I – Da Forma de Reclamação e da
interpor recurso relativo à discriminação de Notificação
que trata o § 3o deste artigo.
§ 6o O acordo celebrado após o trânsito em Art. 837. Nas localidades em que houver ape-
julgado da sentença ou após a elaboração dos nas uma Junta de Conciliação e Julgamento ou
cálculos de liquidação de sentença não preju- um escrivão do cível, a reclamação será apre-
dicará os créditos da União. sentada diretamente à Secretaria da Junta ou ao
§ 7o O Ministro de Estado da Fazenda po- Cartório do Juízo.
derá, mediante ato fundamentado, dispensar a
manifestação da União nas decisões homologa- Art. 838. Nas localidades em que houver mais
tórias de acordos em que o montante da parce- de uma Junta ou mais de um Juízo, ou escrivão
la indenizatória envolvida ocasionar perda de do cível, a reclamação será, preliminarmente,
escala decorrente da atuação do órgão jurídico. sujeita à distribuição na forma do disposto no
Capítulo II, Seção II, deste Título.
Art. 833. Existindo na decisão evidentes erros
ou enganos de escrita, de datilografia ou de Art. 839. A reclamação poderá ser apresentada:
cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, a) pelos empregados e empregadores, pes-
ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos soalmente ou por seus representantes, e pelos
interessados ou da Procuradoria da Justiça do sindicatos de classe;
Trabalho. b) por intermédio das Procuradorias Regio-
nais da Justiça do Trabalho.
Art. 834. Salvo nos casos previstos nesta
Consolidação, a publicação das decisões e sua Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou
notificação aos litigantes, ou a seus patronos, verbal.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
consideram-se realizadas nas próprias audiên- § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá
cias em que forem as mesmas proferidas. conter a designação do juízo, a qualificação
das partes, a breve exposição dos fatos de que
Art. 835. O cumprimento do acordo ou da resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser cer-
decisão far-se-á no prazo e condições estabe- to, determinado e com indicação de seu valor,
lecidos. a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.
Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida
Trabalho conhecer de questões já decididas, a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
excetuados os casos expressamente previstos escrivão ou secretário, observado, no que couber,
neste Título e a ação rescisória, que será ad- o disposto no § 1o deste artigo.
mitida na forma do disposto no Capítulo IV § 3o Os pedidos que não atendam ao dispos-
do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro to no § 1o deste artigo serão julgados extintos
de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao sem resolução do mérito.
depósito prévio de 20% (vinte por cento) do
valor da causa, salvo prova de miserabilidade Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação,
jurídica do autor. o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta
138 e oito) horas, remeterá a segunda via da petição,
ou do termo, ao reclamado, notificando-o, ao reclamado importa revelia, além de confissão,
mesmo tempo, para comparecer à audiência do quanto à matéria de fato.
julgamento, que será a primeira desimpedida, § 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o
depois de cinco dias. juiz suspender o julgamento, designando nova
§ 1o A notificação será feita em registro pos- audiência.
tal com franquia. Se o reclamado criar embara- § 2o Na hipótese de ausência do reclamante,
ços ao seu recebimento, ou não for encontrado, este será condenado ao pagamento das custas
far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal calculadas na forma do art. 789 desta Consoli-
oficial ou no que publicar o expediente forense, dação, ainda que beneficiário da justiça gratuita,
ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. salvo se comprovar, no prazo de quinze dias,
§ 2o O reclamante será notificado no ato da que a ausência ocorreu por motivo legalmente
apresentação da reclamação ou na forma do justificável.
parágrafo anterior. § 3o O pagamento das custas a que se refere
§ 3o Oferecida a contestação, ainda que ele- o § 2o é condição para a propositura de nova
tronicamente, o reclamante não poderá, sem o demanda.
consentimento do reclamado, desistir da ação. § 4o A revelia não produz o efeito mencio-
nado no caput deste artigo se:
Art. 842. Sendo várias as reclamações e haven- I – havendo pluralidade de reclamados, al-
do identidade de matéria, poderão ser acumula- gum deles contestar a ação;
das num só processo, se se tratar de empregados II – o litígio versar sobre direitos indispo-
da mesma empresa ou estabelecimento. níveis;
III – a petição inicial não estiver acompa-
nhada de instrumento que a lei considere in-
SEÇÃO II – Da Audiência de Julgamento dispensável à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo
Art. 843. Na audiência de julgamento deverão reclamante forem inverossímeis ou estiverem
estar presentes o reclamante e o reclamado, in- em contradição com prova constante dos autos.
dependentemente do comparecimento de seus § 5o Ainda que ausente o reclamado, pre-
representantes, salvo nos casos de Reclamatórias sente o advogado na audiência, serão aceitos
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os a contestação e os documentos eventualmente
empregados poderão fazer-se representar pelo apresentados.
Sindicato de sua categoria.
§ 1o É facultado ao empregador fazer-se Art. 845. O reclamante e o reclamado com-
substituir pelo gerente, ou qualquer outro pre- parecerão à audiência acompanhados das suas
posto que tenha conhecimento do fato, e cujas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as
declarações obrigarão o proponente. demais provas.
§ 2o Se por doença ou qualquer outro motivo
poderoso, devidamente comprovado, não for Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presi-
possível ao empregado comparecer pessoal- dente proporá a conciliação.
Consolidação das Leis do Trabalho
mente, poderá fazer-se representar por outro § 1o Se houver acordo lavrar-se-á termo,
empregado que pertença à mesma profissão, assinado pelo presidente e pelos litigantes, con-
ou pelo seu sindicato. signando-se o prazo e demais condições para
§ 3o O preposto a que se refere o § 1o des- seu cumprimento.
te artigo não precisa ser empregado da parte § 2o Entre as condições a que se refere o pará-
reclamada. grafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar
a parte que não cumprir o acordo obrigada a
Art. 844. O não comparecimento do recla- satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma
mante à audiência importa o arquivamento indenização convencionada, sem prejuízo do
da reclamação, e o não comparecimento do cumprimento do acordo.
139
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas,
terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após contado da audiência de julgamento, e assinada
a leitura da reclamação, quando esta não for pelos vogais presentes à mesma audiência.
dispensada por ambas as partes.
Parágrafo único. A parte poderá apresentar Art. 852. Da decisão serão os litigantes noti-
defesa escrita pelo sistema de processo judicial ficados, pessoalmente, ou por seu representan-
eletrônico até a audiência. te, na própria audiência. No caso de revelia, a
notificação far-se-á pela forma estabelecida no
Art. 848. Terminada a defesa, seguir-se-á a § 1o do art. 841.
instrução do processo, podendo o presidente,
ex officio ou a requerimento de qualquer juiz
temporário, interrogar os litigantes. SEÇÃO II-A – Do Procedimento
§ 1o Findo o interrogatório, poderá qualquer Sumaríssimo
dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instru-
ção com o seu representante. Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor
§ 2o Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
os peritos e os técnicos, se houver. vigente na data do ajuizamento da reclamação fi-
cam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
Art. 849. A audiência de julgamento será con- Parágrafo único. Estão excluídas do proce-
tínua; mas, se não for possível, por motivo de dimento sumaríssimo as demandas em que é
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz parte a Administração Pública direta, autárquica
ou presidente marcará a sua continuação para e fundacional.
a primeira desimpedida, independentemente
de nova notificação. Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no
procedimento sumaríssimo:
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as I – o pedido deverá ser certo ou determinado
partes aduzir razões finais, em prazo não ex- e indicará o valor correspondente;
cedente de dez minutos para cada uma. Em II – não se fará citação por edital, incumbindo
seguida, o juiz ou o presidente renovará a pro- ao autor a correta indicação do nome e endereço
posta de conciliação, e, não se realizando esta, do reclamado;46
será proferida a decisão. III – a apreciação da reclamação deverá ocor-
Parágrafo único. O presidente da Junta, rer no prazo máximo de quinze dias do seu
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
após propor a solução do dissídio, tomará os ajuizamento, podendo constar de pauta especial,
votos dos vogais e, havendo divergência entre se necessário, de acordo com o movimento ju-
estes, poderá desempatar ou proferir decisão diciário da Junta de Conciliação e Julgamento.
que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao § 1o O não atendimento, pelo reclamante, do
justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao disposto nos incisos I e II deste artigo importará
interesse social. no arquivamento da reclamação e condenação
ao pagamento de custas sobre o valor da causa.
Art. 851. Os trâmites de instrução e julgamento § 2o As partes e advogados comunicarão
da reclamação serão resumidos em ata, de que ao juízo as mudanças de endereço ocorridas
constará, na íntegra, a decisão. no curso do processo, reputando-se eficazes
§ 1o Nos processos de exclusiva alçada das as intimações enviadas ao local anteriormente
Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, indicado, na ausência de comunicação.
o resumo dos depoimentos, devendo constar
da ata a conclusão do tribunal quanto à matéria Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito su-
de fato. maríssimo serão instruídas e julgadas em au-
§ 2o A ata será, pelo presidente ou juiz, junta diência única, sob a direção de juiz presidente
ao processo, devidamente assinada, no prazo
140 NE: ver ADIs nos 2.237, 2.160 e 2.139.
46
ou substituto, que poderá ser convocado para § 6o As partes serão intimadas a manifestar-
atuar simultaneamente com o titular. -se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.
§ 7o Interrompida a audiência, o seu pros-
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com seguimento e a solução do processo dar-se-ão
liberdade para determinar as provas a serem no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo
produzidas, considerado o ônus probatório de relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
cada litigante, podendo limitar ou excluir as
que considerar excessivas, impertinentes ou Art. 852-I. A sentença mencionará os elemen-
protelatórias, bem como para apreciá-las e dar tos de convicção do juízo, com resumo dos fatos
especial valor às regras de experiência comum relevantes ocorridos em audiência, dispensado
ou técnica. o relatório.
§ 1o O juízo adotará em cada caso a decisão
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá que reputar mais justa e equânime, atendendo
as partes presentes sobre as vantagens da conci- aos fins sociais da lei e as exigências do bem
liação e usará os meios adequados de persuasão comum.
para a solução conciliatória do litígio, em qual- § 2o (Vetado)
quer fase da audiência. § 3o As partes serão intimadas da sentença
na própria audiência em que prolatada.
Art. 852-F. Na ata de audiência serão regis-
trados resumidamente os atos essenciais, as
afirmações fundamentais das partes e as infor- SEÇÃO III – Do Inquérito para Apuração de
mações úteis à solução da causa trazidas pela Falta Grave
prova testemunhal.
Art. 853. Para a instauração de inquérito para
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos apuração de falta grave contra empregado ga-
os incidentes e exceções que possam interferir rantido com estabilidade, o empregador apre-
no prosseguimento da audiência e do processo. sentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo
As demais questões serão decididas na sentença. de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados
da data da suspensão do empregado.
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas
na audiência de instrução e julgamento, ainda Art. 854. O processo do inquérito perante a
que não requeridas previamente. Junta ou Juízo obedecerá às normas estabele-
§ 1o Sobre os documentos apresentados por cidas no presente Capítulo, observadas as dis-
uma das partes manifestar-se-á imediatamente posições desta Seção.
a parte contrária, sem interrupção da audiência,
salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz. Art. 855. Se tiver havido prévio reconhecimen-
§ 2o As testemunhas, até o máximo de duas to da estabilidade do empregado, o julgamento
para cada parte, comparecerão à audiência de do inquérito pela Junta ou Juízo não prejudicará
instrução e julgamento independentemente de a execução para pagamento dos salários devi-
Consolidação das Leis do Trabalho
delegada encaminhará o processo ao tribunal, Art. 870. Para que a decisão possa ser estendi-
fazendo exposição circunstanciada dos fatos e da, na forma do artigo anterior, torna-se preciso
indicando a solução que lhe parecer conveniente. que três quartos dos empregadores e três quartos
dos empregados, ou os respectivos sindicatos,
Art. 867. Da decisão do Tribunal serão no- concordem com a extensão da decisão.
tificadas as partes, ou seus representantes, em § 1o O tribunal competente marcará prazo,
registrado postal, com franquia, fazendo-se, não inferior a trinta nem superior a sessenta
outrossim, a sua publicação no jornal oficial, dias, a fim de que se manifestem os interessados.
para ciência dos demais interessados. § 2o Ouvidos os interessados e a Procura-
Parágrafo único. A sentença normativa vi- doria da Justiça do Trabalho, será o processo
gorará: submetido ao julgamento do tribunal. 143
Art. 871. Sempre que o tribunal estender a CAPÍTULO V – Da Execução
decisão, marcará a data em que a extensão deva SEÇÃO I – Das Disposições Preliminares
entrar em vigor.
Art. 876. As decisões passadas em julgado ou
das quais não tenha havido recurso com efeito
SEÇÃO IV – Do Cumprimento das Decisões suspensivo; os acordos, quando não cumpridos;
os termos de ajuste de conduta firmados perante
Art. 872. Celebrado o acordo, ou transitada o Ministério Público do Trabalho e os termos
em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumpri- de conciliação firmados perante as Comissões
mento, sob as penas estabelecidas neste Título. de Conciliação Prévia serão executados pela
Parágrafo único. Quando os empregadores forma estabelecida neste Capítulo.
deixarem de satisfazer o pagamento de salários, Parágrafo único. A Justiça do Trabalho
na conformidade da decisão proferida, poderão executará, de ofício, as contribuições sociais
os empregados ou seus sindicatos, independen- previstas na alínea “a” do inciso I e no inciso II
tes de outorga de poderes de seus associados, do caput do art. 195 da Constituição Federal,
juntando certidão de tal decisão, apresentar e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da
reclamação à Junta ou Juízo competente, obser- condenação constante das sentenças que proferir
vado o processo previsto no Capítulo II deste e dos acordos que homologar.
Título, sendo vedado, porém, questionar sobre
a matéria de fato e de direito já apreciada na Art. 877. É competente para a execução das
decisão. decisões o juiz ou presidente do tribunal que
tiver conciliado ou julgado originariamente
o dissídio.
SEÇÃO V – Da Revisão
Art. 877-A. É competente para a execução de
Art. 873. Decorrido mais de um ano de sua título executivo extrajudicial o juiz que teria
vigência, caberá revisão das decisões que fixa- competência para o processo de conhecimento
rem condições de trabalho, quando se tiverem relativo à matéria.
modificado as circunstâncias que as ditaram,
de modo que tais condições se hajam tornado Art. 878. A execução será promovida pelas
injustas ou inaplicáveis. partes, permitida a execução de ofício pelo juiz
ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
Art. 874. A revisão poderá ser promovida por em que as partes não estiverem representadas
iniciativa do tribunal prolator, da Procuradoria por advogado.
da Justiça do Trabalho, das associações sindicais Parágrafo único. (Revogado)
ou de empregador ou empregadores interessados
no cumprimento da decisão. Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento
Parágrafo único. Quando a revisão for pro- imediato da parte que entender devida à Pre-
movida por iniciativa de tribunal prolator ou vidência Social, sem prejuízo da cobrança de
da Procuradoria, as associações sindicais e o eventuais diferenças encontradas na execução
empregador ou empregadores interessados se- ex officio.
rão ouvidos no prazo de trinta dias. Quando
promovida por uma das partes interessadas, Art. 879. Sendo ilíquida a sentença exequenda,
serão as outras ouvidas também por igual prazo. ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que
poderá ser feita por cálculo, por arbitramento
Art. 875. A revisão será julgada pelo tribunal ou por artigos.
que tiver proferido a decisão, depois de ouvida § 1o Na liquidação, não se poderá modificar,
a Procuradoria da Justiça do Trabalho. ou inovar, a sentença liquidanda, nem discutir
matéria pertinente à causa principal.
144
§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, contribuições sociais devidas à União, para que
o cálculo das contribuições previdenciárias o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta
devidas. a execução, sob pena de penhora.
§ 1o-B. As partes deverão ser previamente § 1o O mandado de citação deverá conter a
intimadas para a apresentação do cálculo de decisão exequenda ou o termo de acordo não
liquidação, inclusive da contribuição previden- cumprido.
ciária incidente. § 2o A citação será feita pelos oficiais de
§ 2o Elaborada a conta e tornada líquida, diligência.
o juízo deverá abrir às partes prazo comum § 3o Se o executado, procurado por duas
de oito dias para impugnação fundamentada vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) ho-
com a indicação dos itens e valores objeto da ras, não for encontrado, far-se-á a citação por
discordância, sob pena de preclusão. edital, publicado no jornal oficial ou, na falta
§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos deste, afixado na sede da junta ou juízo, durante
órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz cinco dias.
procederá à intimação da União para manifes-
tação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de Art. 881. No caso de pagamento da importân-
preclusão. cia reclamada, será este feito perante o escrivão
§ 4o A atualização do crédito devido à Previ- ou secretário, lavrando-se termo de quitação,
dência Social observará os critérios estabelecidos em duas vias, assinadas pelo exequente, pelo
na legislação previdenciária. executado e pelo mesmo escrivão ou secretário,
§ 5o O Ministro de Estado da Fazenda po- entregando-se a segunda via ao executado e
derá, mediante ato fundamentado, dispensar a juntando-se a outra ao processo.
manifestação da União quando o valor total das Parágrafo único. Não estando presente o
verbas que integram o salário de contribuição, na exequente, será depositada a importância,
forma do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho mediante guia, em estabelecimento oficial de
de 1991, ocasionar perda de escala decorrente crédito ou, em falta deste, em estabelecimento
da atuação do órgão jurídico. bancário idôneo.
§ 6o Tratando-se de cálculos de liquidação
complexos, o juiz poderá nomear perito para Art. 882. O executado que não pagar a impor-
a elaboração e fixará, depois da conclusão do tância reclamada poderá garantir a execução
trabalho, o valor dos respectivos honorários mediante depósito da quantia corresponden-
com observância, entre outros, dos critérios de te, atualizada e acrescida das despesas proces-
razoabilidade e proporcionalidade. suais, apresentação de seguro-garantia judicial
§ 7o A atualização dos créditos decorrentes ou nomeação de bens à penhora, observada a
de condenação judicial será feita pela Taxa Re- ordem preferencial estabelecida no art. 835 da
ferencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 – Código
Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de Processo Civil.
de 1991.47
Art. 883. Não pagando o executado, nem ga-
Consolidação das Leis do Trabalho
por incompatíveis com a Constituição Federal. anunciada por edital afixado na sede do juízo ou
§ 6o A exigência da garantia ou penhora não tribunal e publicado no jornal local, se houver,
se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles com a antecedência de 20 (vinte) dias.
que compõem ou compuseram a diretoria dessas § 1o A arrematação far-se-á em dia, hora e
instituições. lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo
maior lance, tendo o exequente preferência para
a adjudicação.
SEÇÃO IV – Do Julgamento e dos Trâmites § 2o O arrematante deverá garantir o lance
Finais da Execução com o sinal correspondente a 20% (vinte por
cento) do seu valor.
Art. 885. Não tendo sido arroladas testemu- § 3o Não havendo licitante, e não requerendo
nhas na defesa, o juiz, ou presidente, conclusos o exequente a adjudicação dos bens penhorados,
os autos, proferirá sua decisão dentro de cinco poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro
dias, julgando subsistente ou insubsistente a nomeado pelo Juiz ou Presidente.
penhora. § 4o Se o arrematante, ou seu fiador, não
pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço
da arrematação, perderá, em benefício da exe-
146 NE: ver Lei no 9.494/1997.
48
cução, o sinal de que trata o § 2o deste artigo, CAPÍTULO VI – Dos Recursos
voltando à praça os bens executados.
Art. 893. Das decisões são admissíveis os se-
Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo guintes recursos:
da execução são aplicáveis, naquilo em que não I – embargos;
contravierem ao presente Título, os preceitos que II – recurso ordinário;
regem o processo dos executivos fiscais para a III – recurso de revista;
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda IV – agravo.
Pública Federal. § 1o Os incidentes do processo são resolvidos
pelo próprio juízo ou tribunal, admitindo-se a
Art. 889-A. Os recolhimentos das importân- apreciação do merecimento das decisões in-
cias devidas, referentes às contribuições sociais, terlocutórias somente em recurso da decisão
serão efetuados nas agências locais da Caixa definitiva.
Econômica Federal ou do Banco do Brasil S.A., § 2o A interposição de recurso para o Supre-
por intermédio de documento de arrecadação mo Tribunal Federal não prejudicará a execução
da Previdência Social, dele se fazendo constar do julgado.
o número do processo.
§ 1o Concedido parcelamento pela Secretaria Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho
da Receita Federal do Brasil, o devedor juntará cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
aos autos a comprovação do ajuste, ficando a I – de decisão não unânime de julgamento
execução da contribuição social correspondente que:
suspensa até a quitação de todas as parcelas. a) conciliar, julgar ou homologar conciliação
§ 2o As Varas do Trabalho encaminharão em dissídios coletivos que excedam a compe-
mensalmente à Secretaria da Receita Federal tência territorial dos Tribunais Regionais do
do Brasil informações sobre os recolhimentos Trabalho e estender ou rever as sentenças nor-
efetivados nos autos, salvo se outro prazo for mativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos
estabelecido em regulamento. casos previstos em lei; e
b) (Vetada);
II – das decisões das Turmas que divergirem
SEÇÃO V – Da Execução por Prestações entre si ou das decisões proferidas pela Seção de
Sucessivas Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior
Art. 890. A execução para pagamento de pres- do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo
tações sucessivas far-se-á com observância das Tribunal Federal.
normas constantes desta Seção, sem prejuízo Parágrafo único. (Revogado)
das demais estabelecidas neste Capítulo. § 2o A divergência apta a ensejar os embargos
deve ser atual, não se considerando tal a ultra-
Art. 891. Nas prestações sucessivas por tempo passada por súmula do Tribunal Superior do
determinado, a execução pelo não pagamen- Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou
Consolidação das Leis do Trabalho
to de uma prestação compreenderá as que lhe superada por iterativa e notória jurisprudência
sucederem. do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 3o O Ministro Relator denegará seguimen-
Art. 892. Tratando-se de prestações sucessivas to aos embargos:
por tempo indeterminado, a execução com- I – se a decisão recorrida estiver em conso-
preenderá inicialmente as prestações devidas nância com súmula da jurisprudência do Tri-
até a data do ingresso na execução. bunal Superior do Trabalho ou do Supremo
Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e
atual jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la;
147
II – nas hipóteses de intempestividade, de- Individuais do Tribunal Superior do Trabalho,
serção, irregularidade de representação ou de ou contrariarem súmula de jurisprudência uni-
ausência de qualquer outro pressuposto extrín- forme dessa Corte ou súmula vinculante do
seco de admissibilidade. Supremo Tribunal Federal;
§ 4o Da decisão denegatória dos embargos b) derem ao mesmo dispositivo de lei esta-
caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. dual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo
Coletivo, sentença normativa ou regulamento
Art. 895. Cabe recurso ordinário para a ins- empresarial de observância obrigatória em área
tância superior: territorial que exceda a jurisdição do Tribunal
I – das decisões definitivas ou terminativas Regional prolator da decisão recorrida, inter-
das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e pretação divergente, na forma da alínea “a”;
II – das decisões definitivas ou terminativas c) proferidas com violação literal de dispo-
dos Tribunais Regionais, em processos de sua sição de lei federal ou afronta direta e literal à
competência originária, no prazo de 8 (oito) Constituição Federal.
dias, quer nos dissídios individuais, quer nos § 1o O recurso de revista, dotado de efeito
dissídios coletivos. apenas devolutivo, será interposto perante o
§ 1o Nas reclamações sujeitas ao procedi- Presidente do Tribunal Regional do Trabalho,
mento sumaríssimo, o recurso ordinário: que, por decisão fundamentada, poderá rece-
I – (Vetado); bê-lo ou denegá-lo.
II – será imediatamente distribuído, uma vez § 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é
recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo ônus da parte:
no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do I – indicar o trecho da decisão recorrida que
Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em consubstancia o prequestionamento da contro-
pauta para julgamento, sem revisor; vérsia objeto do recurso de revista;
III – terá parecer oral do representante do II – indicar, de forma explícita e fundamenta-
Ministério Público presente à sessão de julga- da, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou
mento, se este entender necessário o parecer, orientação jurisprudencial do Tribunal Superior
com registro na certidão; do Trabalho que conflite com a decisão regional;
IV – terá acórdão consistente unicamente III – expor as razões do pedido de reforma,
na certidão de julgamento, com a indicação impugnando todos os fundamentos jurídicos da
suficiente do processo e parte dispositiva, e decisão recorrida, inclusive mediante demons-
das razões de decidir do voto prevalente. Se a tração analítica de cada dispositivo de lei, da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
sentença for confirmada pelos próprios funda- Constituição Federal, de súmula ou orientação
mentos, a certidão de julgamento, registrando jurisprudencial cuja contrariedade aponte;
tal circunstância, servirá de acórdão. IV – transcrever na peça recursal, no caso
§ 2o Os Tribunais Regionais, divididos em de suscitar preliminar de nulidade de julgado
Turmas, poderão designar Turma para o julga- por negativa de prestação jurisdicional, o trecho
mento dos recursos ordinários interpostos das dos embargos declaratórios em que foi pedido
sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao o pronunciamento do tribunal sobre questão
procedimento sumaríssimo. veiculada no recurso ordinário e o trecho da de-
cisão regional que rejeitou os embargos quanto
Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma ao pedido, para cotejo e verificação, de plano,
do Tribunal Superior do Trabalho das decisões da ocorrência da omissão.
proferidas em grau de recurso ordinário, em § 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais
dissídio individual, pelos Tribunais Regionais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em
do Trabalho, quando: execução de sentença, inclusive em processo
a) derem ao mesmo dispositivo de lei fe- incidente de embargos de terceiro, não caberá
deral interpretação diversa da que lhe houver Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa
dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no direta e literal de norma da Constituição Federal.
148 seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios § 3o (Revogado)
§ 4o (Revogado) irregularidade de representação ou de ausência
§ 5o (Revogado) de qualquer outro pressuposto extrínseco ou
§ 6o (Revogado) intrínseco de admissibilidade.
§ 7o A divergência apta a ensejar o recurso
de revista deve ser atual, não se considerando Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho,
como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal no recurso de revista, examinará previamente se
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal a causa oferece transcendência com relação aos
Federal, ou superada por iterativa e notória ju- reflexos gerais de natureza econômica, política,
risprudência do Tribunal Superior do Trabalho. social ou jurídica.
§ 8o Quando o recurso fundar-se em dissen- § 1o São indicadores de transcendência,
so de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de entre outros:
produzir prova da divergência jurisprudencial, I – econômica, o elevado valor da causa;
mediante certidão, cópia ou citação do reposi- II – política, o desrespeito da instância re-
tório de jurisprudência, oficial ou credenciado, corrida à jurisprudência sumulada do Tribunal
inclusive em mídia eletrônica, em que houver Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
sido publicada a decisão divergente, ou ain- Federal;
da pela reprodução de julgado disponível na III – social, a postulação, por reclamante-re-
internet, com indicação da respectiva fonte, corrente, de direito social constitucionalmente
mencionando, em qualquer caso, as circuns- assegurado;
tâncias que identifiquem ou assemelhem os IV – jurídica, a existência de questão nova em
casos confrontados. torno da interpretação da legislação trabalhista.
§ 9o Nas causas sujeitas ao procedimento § 2o Poderá o relator, monocraticamente,
sumaríssimo, somente será admitido recurso denegar seguimento ao recurso de revista que
de revista por contrariedade a súmula de juris- não demonstrar transcendência, cabendo agravo
prudência uniforme do Tribunal Superior do desta decisão para o colegiado.
Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo § 3o Em relação ao recurso que o relator
Tribunal Federal e por violação direta da Cons- considerou não ter transcendência, o recorrente
tituição Federal. poderá realizar sustentação oral sobre a questão
§ 10. Cabe recurso de revista por violação da transcendência, durante cinco minutos em
a lei federal, por divergência jurisprudencial e sessão.
por ofensa à Constituição Federal nas execuções § 4o Mantido o voto do relator quanto à não
fiscais e nas controvérsias da fase de execução transcendência do recurso, será lavrado acórdão
que envolvam a Certidão Negativa de Débitos com fundamentação sucinta, que constituirá
Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
de 7 de julho de 2011. § 5o É irrecorrível a decisão monocrática
§ 11. Quando o recurso tempestivo contiver do relator que, em agravo de instrumento em
defeito formal que não se repute grave, o Tribu- recurso de revista, considerar ausente a trans-
nal Superior do Trabalho poderá desconsiderar cendência da matéria.
o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. § 6o O juízo de admissibilidade do recurso de
Consolidação das Leis do Trabalho
§ 12. Da decisão denegatória caberá agravo, revista exercido pela Presidência dos Tribunais
no prazo de 8 (oito) dias. Regionais do Trabalho limita-se à análise dos
§ 13. Dada a relevância da matéria, por pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo,
iniciativa de um dos membros da Seção Espe- não abrangendo o critério da transcendência
cializada em Dissídios Individuais do Tribunal das questões nele veiculadas.
Superior do Trabalho, aprovada pela maioria
dos integrantes da Seção, o julgamento a que se Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista,
refere o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. no que couber, as normas da Lei no 5.869, de 11
§ 14. O relator do recurso de revista poderá de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
denegar-lhe seguimento, em decisão monocráti- relativas ao julgamento dos recursos extraordi-
ca, nas hipóteses de intempestividade, deserção, nário e especial repetitivos. 149
Art. 896-C. Quando houver multiplicidade da controvérsia, a serem prestadas no prazo de
de recursos de revista fundados em idêntica 15 (quinze) dias.
questão de direito, a questão poderá ser afetada § 8o O relator poderá admitir manifestação
à Seção Especializada em Dissídios Individuais de pessoa, órgão ou entidade com interesse na
ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria controvérsia, inclusive como assistente simples,
simples de seus membros, mediante requeri- na forma da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
mento de um dos Ministros que compõem a 1973 (Código de Processo Civil).
Seção Especializada, considerando a relevância § 9o Recebidas as informações e, se for o caso,
da matéria ou a existência de entendimentos após cumprido o disposto no § 7o deste artigo,
divergentes entre os Ministros dessa Seção ou terá vista o Ministério Público pelo prazo de
das Turmas do Tribunal. 15 (quinze) dias.
§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Es- § 10. Transcorrido o prazo para o Ministério
pecializada, por indicação dos relatores, afetará Público e remetida cópia do relatório aos demais
um ou mais recursos representativos da contro- Ministros, o processo será incluído em pauta
vérsia para julgamento pela Seção Especializada na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno,
em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre os
sob o rito dos recursos repetitivos. demais feitos.
§ 2o O Presidente da Turma ou da Seção § 11. Publicado o acórdão do Tribunal Su-
Especializada que afetar processo para julga- perior do Trabalho, os recursos de revista so-
mento sob o rito dos recursos repetitivos deverá brestados na origem:
expedir comunicação aos demais Presidentes de I – terão seguimento denegado na hipótese de
Turma ou de Seção Especializada, que poderão o acórdão recorrido coincidir com a orientação
afetar outros processos sobre a questão para a respeito da matéria no Tribunal Superior do
julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão Trabalho; ou
julgador visão global da questão. II – serão novamente examinados pelo Tribu-
§ 3o O Presidente do Tribunal Superior do nal de origem na hipótese de o acórdão recorrido
Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais divergir da orientação do Tribunal Superior do
Regionais do Trabalho para que suspendam Trabalho a respeito da matéria.
os recursos interpostos em casos idênticos aos § 12. Na hipótese prevista no inciso II do
afetados como recursos repetitivos, até o pro- § 11 deste artigo, mantida a decisão divergente
nunciamento definitivo do Tribunal Superior pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de
do Trabalho. admissibilidade do recurso de revista.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
§ 4o Caberá ao Presidente do Tribunal de § 13. Caso a questão afetada e julgada sob o
origem admitir um ou mais recursos repre- rito dos recursos repetitivos também contenha
sentativos da controvérsia, os quais serão en- questão constitucional, a decisão proferida pelo
caminhados ao Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal Pleno não obstará o conhecimento
ficando suspensos os demais recursos de revista de eventuais recursos extraordinários sobre a
até o pronunciamento definitivo do Tribunal questão constitucional.
Superior do Trabalho. § 14. Aos recursos extraordinários inter-
§ 5o O relator no Tribunal Superior do Tra- postos perante o Tribunal Superior do Traba-
balho poderá determinar a suspensão dos re- lho será aplicado o procedimento previsto no
cursos de revista ou de embargos que tenham art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
como objeto controvérsia idêntica à do recurso 1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao
afetado como repetitivo. Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
§ 6o O recurso repetitivo será distribuído a selecionar um ou mais recursos representativos
um dos Ministros membros da Seção Especia- da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo
lizada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro Tribunal Federal, sobrestando os demais até o
revisor. pronunciamento definitivo da Corte, na forma
§ 7o O relator poderá solicitar, aos Tribunais do § 1o do art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de
150 Regionais do Trabalho, informações a respeito janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do § 4o Na hipótese da alínea “b” deste artigo,
Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais o agravo será julgado pelo Tribunal que seria
do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da competente para conhecer o recurso cuja inter-
Seção Especializada do Tribunal para que sus- posição foi denegada.
pendam os processos idênticos aos selecionados § 5o Sob pena de não conhecimento, as par-
como recursos representativos da controvérsia tes promoverão a formação do instrumento do
e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, agravo de modo a possibilitar, caso provido,
até o seu pronunciamento definitivo. o imediato julgamento do recurso denegado,
§ 16. A decisão firmada em recurso repe- instruindo a petição de interposição:
titivo não será aplicada aos casos em que se I – obrigatoriamente, com cópias da decisão
demonstrar que a situação de fato ou de direito agravada, da certidão da respectiva intimação,
é distinta das presentes no processo julgado sob das procurações outorgadas aos advogados do
o rito dos recursos repetitivos. agravante e do agravado, da petição inicial, da
§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em contestação, da decisão originária, do depósito
julgamento de recursos repetitivos quando se recursal referente ao recurso que se pretende
alterar a situação econômica, social ou jurídi- destrancar, da comprovação do recolhimento
ca, caso em que será respeitada a segurança das custas e do depósito recursal a que se refere
jurídica das relações firmadas sob a égide da o § 7o do art. 899 desta Consolidação;
decisão anterior, podendo o Tribunal Superior II – facultativamente, com outras peças que
do Trabalho modular os efeitos da decisão que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria
a tenha alterado. de mérito controvertida.
§ 6o O agravado será intimado para ofere-
Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) cer resposta ao agravo e ao recurso principal,
dias: instruindo-a com as peças que considerar ne-
a) de petição, das decisões do Juiz ou Pre- cessárias ao julgamento de ambos os recursos.
sidente, nas execuções; § 7o Provido o agravo, a Turma delibera-
b) de instrumento, dos despachos que de- rá sobre o julgamento do recurso principal,
negarem a interposição de recursos. observando-se, se for o caso, daí em diante, o
§ 1o O agravo de petição só será recebido procedimento relativo a esse recurso.
quando o agravante delimitar, justificadamente, § 8o Quando o agravo de petição versar
as matérias e os valores impugnados, permiti- apenas sobre as contribuições sociais, o juiz
da a execução imediata da parte remanescente da execução determinará a extração de cópias
até o final, nos próprios autos ou por carta de das peças necessárias, que serão autuadas em
sentença. apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e
§ 2o O agravo de instrumento interposto remetidas à instância superior para apreciação,
contra o despacho que não receber agravo de após contraminuta.
petição não suspende a execução da sentença.
§ 3o Na hipótese da alínea “a” deste artigo, Art. 897-A. Caberão embargos de declaração
o agravo será julgado pelo próprio tribunal, da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias,
Consolidação das Leis do Trabalho
presidido pela autoridade recorrida, salvo se devendo seu julgamento ocorrer na primeira
se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1a audiência ou sessão subsequente a sua apresen-
Instância ou de Juiz de Direito, quando o julga- tação, registrado na certidão, admitido efeito
mento competirá a uma das Turmas do Tribunal modificativo da decisão nos casos de omissão e
Regional a que estiver subordinado o prolator contradição no julgado e manifesto equívoco no
da sentença, observado o disposto no art. 679, exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
a quem este remeterá as peças necessárias para § 1o Os erros materiais poderão ser corri-
o exame da matéria controvertida, em autos gidos de ofício ou a requerimento de qualquer
apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido das partes.
determinada a extração de carta de sentença. § 2o Eventual efeito modificativo dos em-
bargos de declaração somente poderá ocorrer 151
em virtude da correção de vício na decisão em- § 8o Quando o agravo de instrumento tem
bargada e desde que ouvida a parte contrária, a finalidade de destrancar recurso de revista
no prazo de 5 (cinco) dias. que se insurge contra decisão que contraria a
§ 3o Os embargos de declaração interrom- jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
pem o prazo para interposição de outros re- do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas
cursos, por qualquer das partes, salvo quando ou em orientação jurisprudencial, não haverá
intempestivos, irregular a representação da parte obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido
ou ausente a sua assinatura. no § 7o deste artigo.
§ 9o O valor do depósito recursal será re-
Art. 898. Das decisões proferidas em dissídio duzido pela metade para entidades sem fins
coletivo que afete empresa de serviço público, lucrativos, empregadores domésticos, microem-
ou, em qualquer caso, das proferidas em revi- preendedores individuais, microempresas e em-
são, poderão recorrer, além dos interessados, presas de pequeno porte.
o presidente do tribunal e a Procuradoria da § 10. São isentos do depósito recursal os
Justiça do Trabalho. beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação
Art. 899. Os recursos serão interpostos por judicial.
simples petição e terão efeito meramente devo- § 11. O depósito recursal poderá ser subs-
lutivo, salvo as exceções previstas neste Título, tituído por fiança bancária ou seguro garantia
permitida a execução provisória até a penhora. judicial.
§ 1o Sendo a condenação de valor até 10
(dez) vezes o salário mínimo regional, nos dis- Art. 900. Interposto o recurso, será notificado
sídios individuais, só será admitido o recurso, o recorrido, para oferecer as suas razões, em
inclusive o extraordinário, mediante prévio de- prazo igual ao que tiver tido o recorrente.
pósito da respectiva importância. Transitada
em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o Art. 901. Sem prejuízo dos prazos previstos
levantamento imediato da importância de de- neste Capítulo, terão as partes vistas dos autos
pósito, em favor da parte vencedora, por simples em cartório ou na secretaria.
despacho do juiz. Parágrafo único. Salvo quando estiver cor-
§ 2o Tratando-se de condenação de valor rendo prazo comum, aos procuradores das
indeterminado, o depósito corresponderá ao que partes será permitido ter vista dos autos fora
for arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou do cartório ou secretaria.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
154
Normas correlatas
Lei no 12.506/2011
Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências.
156
Lei no 10.101/2000
Dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras
providências.
Faço saber que o Presidente da República adotou II – a entidade sem fins lucrativos que, cumu-
a Medida Provisória no 1.982-77, de 2000, que lativamente:
o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio a) não distribua resultados, a qualquer título,
Carlos Magalhães, Presidente, para os efeitos ainda que indiretamente, a dirigentes, adminis-
do disposto no parágrafo único do art. 62 da tradores ou empresas vinculadas;
Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei: b) aplique integralmente os seus recursos
em sua atividade institucional e no País;
Art. 1o Esta Lei regula a participação dos tra- c) destine o seu patrimônio a entidade con-
balhadores nos lucros ou resultados da empresa gênere ou ao poder público, em caso de encer-
como instrumento de integração entre o capital ramento de suas atividades;
e o trabalho e como incentivo à produtividade, d) mantenha escrituração contábil capaz de
nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. comprovar a observância dos demais requisitos
deste inciso, e das normas fiscais, comerciais e
Art. 2o A participação nos lucros ou resultados de direito econômico que lhe sejam aplicáveis.
será objeto de negociação entre a empresa e seus § 3o-A. A não equiparação de que trata o
empregados, mediante um dos procedimentos inciso II do § 3o deste artigo não é aplicável às
a seguir descritos, escolhidos pelas partes de hipóteses em que tenham sido utilizados índices
comum acordo: de produtividade ou qualidade ou programas
I – comissão paritária escolhida pelas par- de metas, resultados e prazos.
tes, integrada, também, por um representante § 4o Quando forem considerados os critérios
indicado pelo sindicato da respectiva categoria; e condições definidos nos incisos I e II do § 1o
II – convenção ou acordo coletivo. deste artigo:
§ 1o Dos instrumentos decorrentes da nego- I – a empresa deverá prestar aos represen-
ciação deverão constar regras claras e objetivas tantes dos trabalhadores na comissão paritária
quanto à fixação dos direitos substantivos da informações que colaborem para a negociação;
participação e das regras adjetivas, inclusive II – não se aplicam as metas referentes à saúde
mecanismos de aferição das informações per- e segurança no trabalho.
tinentes ao cumprimento do acordado, perio- § 5o As partes podem:
dicidade da distribuição, período de vigência I – adotar os procedimentos de negociação
e prazos para revisão do acordo, podendo ser estabelecidos nos incisos I e II do caput deste
considerados, entre outros, os seguintes critérios artigo, simultaneamente; e
e condições: II – estabelecer múltiplos programas de parti-
I – índices de produtividade, qualidade ou cipação nos lucros ou nos resultados, observada
lucratividade da empresa; a periodicidade estabelecida pelo § 2o do art. 3o
II – programas de metas, resultados e prazos, desta Lei.
pactuados previamente. § 6o Na fixação dos direitos substantivos e
Normas correlatas
§ 2o O instrumento de acordo celebrado das regras adjetivas, inclusive no que se refere
será arquivado na entidade sindical dos tra- à fixação dos valores e à utilização exclusiva de
balhadores. metas individuais, a autonomia da vontade das
§ 3o Não se equipara a empresa, para os fins partes contratantes será respeitada e prevalecerá
desta Lei: em face do interesse de terceiros.
I – a pessoa física; 157
§ 7o Consideram-se previamente estabeleci- coletivas de trabalho atinentes à participação
das as regras fixadas em instrumento assinado: nos lucros ou resultados.
I – anteriormente ao pagamento da anteci- § 4o A periodicidade semestral mínima refe-
pação, quando prevista; e rida no § 2o poderá ser alterada pelo Poder Exe-
II – com antecedência de, no mínimo, 90 cutivo, até 31 de dezembro de 2000, em função
(noventa) dias da data do pagamento da parcela de eventuais impactos nas receitas tributárias.
única ou da parcela final, caso haja pagamento § 5o A participação de que trata este artigo
de antecipação. será tributada pelo imposto sobre a renda ex-
§ 8o A inobservância à periodicidade es- clusivamente na fonte, em separado dos demais
tabelecida no § 2o do art. 3o desta Lei invalida rendimentos recebidos, no ano do recebimento
exclusivamente os pagamentos feitos em desa- ou crédito, com base na tabela progressiva anual
cordo com a norma, assim entendidos: constante do Anexo e não integrará a base de
I – os pagamentos excedentes ao segundo, cálculo do imposto devido pelo beneficiário na
feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano Declaração de Ajuste Anual.
civil; e § 6o Para efeito da apuração do imposto
II – os pagamentos efetuados a um mesmo sobre a renda, a participação dos trabalhado-
empregado, em periodicidade inferior a 1 (um) res nos lucros ou resultados da empresa será
trimestre civil do pagamento anterior. integralmente tributada com base na tabela
§ 9o Na hipótese do inciso II do § 8o deste progressiva constante do Anexo.
artigo, mantém-se a validade dos demais pa- § 7o Na hipótese de pagamento de mais de 1
gamentos. (uma) parcela referente a um mesmo ano-calen-
§ 10. Uma vez composta, a comissão paritá- dário, o imposto deve ser recalculado, com base
ria de que trata o inciso I do caput deste artigo no total da participação nos lucros recebida no
dará ciência por escrito ao ente sindical para que ano-calendário, mediante a utilização da tabela
indique seu representante no prazo máximo de constante do Anexo, deduzindo-se do imposto
10 (dez) dias corridos, findo o qual a comissão assim apurado o valor retido anteriormente.
poderá iniciar e concluir suas tratativas. § 8o Os rendimentos pagos acumuladamente
a título de participação dos trabalhadores nos
Art. 3o A participação de que trata o art. 2o não lucros ou resultados da empresa serão tributa-
substitui ou complementa a remuneração devida dos exclusivamente na fonte, em separado dos
a qualquer empregado, nem constitui base de demais rendimentos recebidos, sujeitando-se,
incidência de qualquer encargo trabalhista, não também de forma acumulada, ao imposto sobre
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
se lhe aplicando o princípio da habitualidade. a renda com base na tabela progressiva constante
§ 1o Para efeito de apuração do lucro real, a do Anexo.
pessoa jurídica poderá deduzir como despesa § 9o Considera-se pagamento acumulado,
operacional as participações atribuídas aos em- para fins do § 8o, o pagamento da participação
pregados nos lucros ou resultados, nos termos nos lucros relativa a mais de um ano-calendário.
da presente Lei, dentro do próprio exercício de § 10. Na determinação da base de cálculo da
sua constituição. participação dos trabalhadores nos lucros ou re-
§ 2o É vedado o pagamento de qualquer sultados, poderão ser deduzidas as importâncias
antecipação ou distribuição de valores a título pagas em dinheiro a título de pensão alimentí-
de participação nos lucros ou resultados da cia em face das normas do Direito de Família,
empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo quando em cumprimento de decisão judicial,
ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) de acordo homologado judicialmente ou de
trimestre civil. separação ou divórcio consensual realizado por
§ 3o Todos os pagamentos efetuados em de- escritura pública, desde que correspondentes a
corrência de planos de participação nos lucros esse rendimento, não podendo ser utilizada a
ou resultados, mantidos espontaneamente pela mesma parcela para a determinação da base de
empresa, poderão ser compensados com as obri- cálculo dos demais rendimentos.
158 gações decorrentes de acordos ou convenções
§ 11. A partir do ano-calendário de 2014, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
inclusive, os valores da tabela progressiva anual Federal.
constante do Anexo serão reajustados no mesmo Parágrafo único. O repouso semanal remu-
percentual de reajuste da Tabela Progressiva nerado deverá coincidir, pelo menos 1 (uma)
Mensal do imposto de renda incidente sobre vez no período máximo de 3 (três) semanas,
os rendimentos das pessoas físicas. com o domingo, respeitadas as demais normas
de proteção ao trabalho e outras a serem esti-
Art. 4o Caso a negociação visando à participa- puladas em negociação coletiva.
ção nos lucros ou resultados da empresa resulte
em impasse, as partes poderão utilizar-se dos Art. 6o-A. É permitido o trabalho em feriados
seguintes mecanismos de solução do litígio: nas atividades do comércio em geral, desde que
I – mediação; autorizado em convenção coletiva de trabalho
II – arbitragem de ofertas finais, utilizando- e observada a legislação municipal, nos termos
-se, no que couber, os termos da Lei no 9.307, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
de 23 de setembro de 1996. Federal.
§ 1o Considera-se arbitragem de ofertas fi-
nais aquela em que o árbitro deve restringir-se Art. 6o-B. As infrações ao disposto nos arts. 6o
a optar pela proposta apresentada, em caráter e 6o-A desta Lei serão punidas com a multa
definitivo, por uma das partes. prevista no art. 75 da Consolidação das Leis do
§ 2o O mediador ou o árbitro será escolhido Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei no 5.452,
de comum acordo entre as partes. de 1o de maio de 1943.
§ 3o Firmado o compromisso arbitral, não Parágrafo único. O processo de fiscalização,
será admitida a desistência unilateral de qual- de autuação e de imposição de multas reger-se-á
quer das partes. pelo disposto no Título VII da Consolidação
§ 4o O laudo arbitral terá força normativa, das Leis do Trabalho.
independentemente de homologação judicial.
Art. 7o Ficam convalidados os atos praticados
Art. 5 A participação de que trata o art. 1
o o
com base na Medida Provisória no 1.982-76, de
desta Lei, relativamente aos trabalhadores em 26 de outubro de 2000.
empresas estatais, observará diretrizes especí-
ficas fixadas pelo Poder Executivo. Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua
Parágrafo único. Consideram-se empresas publicação.
estatais as empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas Congresso Nacional, 19 de dezembro de 2000;
e demais empresas em que a União, direta ou 179o da Independência e 112o da República.
indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES
159
Anexo
Valor da PLR anual (em R$) Alíquota Parcela a deduzir do IR (em R$)
de 0,00 a 6.000,00 0% -
de 6.000,01 a 9.000,00 7,5% 450,00
de 9.000,01 a 12.000,00 15% 1.125,00
de 12.000,01 a 15.000,00 22,5% 2.025,00
acima de 15.000,00 27,5% 2.775,00
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
160
Lei no 7.998/1990
Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao
Trabalhador – FAT, e dá outras providências.
§ 1o Nos casos previstos nos incisos I a III tenham exercido atividade remunerada pelo
deste artigo, será suspenso por um período de menos durante 30 (trinta) dias no ano-base;
2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, II – estejam cadastrados há pelo menos 5
o direito do trabalhador à percepção do segu- (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-Pa-
ro-desemprego, dobrando-se este período em sep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.
caso de reincidência. § 1o No caso de beneficiários integrantes do
§ 2o O benefício poderá ser cancelado na Fundo de Participação PIS-Pasep, serão compu-
hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a tados no valor do abono salarial os rendimen-
condicionalidade de que trata o § 1o do art. 3o tos proporcionados pelas respectivas contas
desta Lei, na forma do regulamento. individuais.
§ 2o O valor do abono salarial anual de que
Art. 8o-A. O benefício da bolsa de qualifica- trata o caput será calculado na proporção de
ção profissional será cancelado nas seguintes 1/12 (um doze avos) do valor do salário míni-
situações: mo vigente na data do respectivo pagamento,
I – fim da suspensão contratual e retorno multiplicado pelo número de meses trabalhados
ao trabalho; no ano correspondente.
II – por comprovação de falsidade na presta-
164 ção das informações necessárias à habilitação;
§ 3o A fração igual ou superior a 15 (quinze) IV – o produto da arrecadação da contribui-
dias de trabalho será contada como mês integral ção adicional pelo índice de rotatividade, de que
para os efeitos do § 2o deste artigo. trata o § 4o do art. 239 da Constituição Federal;
§ 4o O valor do abono salarial será emitido V – outros recursos que lhe sejam destinados.
em unidades inteiras de moeda corrente, com a
suplementação das partes decimais até a unidade Arts. 12 a 14. (Vetados)
inteira imediatamente superior.
Art. 15. Compete aos Bancos Oficiais Federais
Art. 9o-A. O abono será pago pelo Banco do o pagamento das despesas relativas ao Programa
Brasil S.A. e pela Caixa Econômica Federal do Seguro-Desemprego e ao Abono Salarial
mediante: conforme normas a serem definidas pelos ges-
I – depósito em nome do trabalhador; tores do FAT.
II – saque em espécie; ou Parágrafo único. Sobre o saldo de recursos
III – folha de salários. não desembolsados, os agentes pagadores re-
§ 1o Ao Banco do Brasil S.A. caberá o pa- munerarão o FAT, no mínimo com correção
gamento aos servidores e empregados dos monetária.
contribuintes mencionados no art. 14 do De-
creto-lei no 2.052, de 3 de agosto de 1983, e Art. 16. (Revogado)
à Caixa Econômica Federal, aos empregados
dos contribuintes a que se refere o art. 15 desse Art. 17. (Revogado)
Decreto-lei.
§ 2o As instituições financeiras pagadoras Gestão
manterão em seu poder, à disposição das auto-
ridades fazendárias, por processo que possibilite Art. 18. É instituído o Conselho Deliberativo
sua imediata recuperação, os comprovantes de do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat,
pagamentos efetuados. composto por representação de trabalhadores,
empregadores e órgãos e entidades governamen-
Do Fundo de Amparo ao Trabalhador tais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
§ 1o (Revogado)
Art. 10. É instituído o Fundo de Amparo ao § 2o (Revogado)
Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério § 3o Os representantes dos trabalhadores se-
do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio rão indicados pelas centrais sindicais e confede-
do Programa de Seguro-Desemprego, ao paga- rações de trabalhadores; e os representantes dos
mento do abono salarial e ao financiamento de empregadores, pelas respectivas confederações.
programas de educação profissional e tecnoló- § 4o Compete ao Ministro do Trabalho a
gica e de desenvolvimento econômico. nomeação dos membros do Codefat.
Parágrafo único. O FAT é um fundo contábil, § 5o (Revogado)
de natureza financeira, subordinando-se, no que § 6o Pela atividade exercida no Codefat seus
couber, à legislação vigente. membros não serão remunerados.
Normas correlatas
167
Lei no 7.783/1989
Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.
Art. 17. Fica vedada a paralisação das ativi- Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de
dades, por iniciativa do empregador, com o sua publicação.
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o
atendimento de reivindicações dos respectivos Brasília, 28 de junho de 1989; 168o da Indepen-
empregados (lockout). dência e 101o da República.
Parágrafo único. A prática referida no caput
assegura aos trabalhadores o direito à percepção JOSÉ SARNEY
dos salários durante o período de paralisação.
Promulgada em 28/6/1989 e publicada no DOU de
Art. 18. Ficam revogados a Lei no 4.330, de 29/6/1989.
1o de junho de 1964, o Decreto-lei no 1.632, de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas
170
Lei no 4.090/1962
Institui a gratificação de Natal para os trabalhadores.
Normas correlatas
171
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pelo Senado Federal
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Esta obra apresenta a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelecida pelo Decreto-lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943, que unificou a legislação trabalhista existente à época.
Desde então, a norma passou a regular as relações individuais e coletivas de trabalho no
país, tendo sido objeto de diversas modificações e reformas.