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Material de Apoio UFCD 9203

1) O comércio evoluiu desde que as pessoas começaram a trocar bens que tinham em excesso por bens de que precisavam. 2) A Teoria da Roda do Comércio descreve como os formatos comerciais passam por fases de emergência, desenvolvimento, maturidade e declínio. 3) Em Portugal, o comércio moderno começou a desenvolver-se nas décadas de 1970 e 1980, com a abertura da economia e a chegada dos primeiros hipermercados.

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1) O comércio evoluiu desde que as pessoas começaram a trocar bens que tinham em excesso por bens de que precisavam. 2) A Teoria da Roda do Comércio descreve como os formatos comerciais passam por fases de emergência, desenvolvimento, maturidade e declínio. 3) Em Portugal, o comércio moderno começou a desenvolver-se nas décadas de 1970 e 1980, com a abertura da economia e a chegada dos primeiros hipermercados.

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1.

Setor do comércio

UFCD 9203
Setor do comércio
e serviços -
conceitos e
princípios gerais 1.1.Evolução histórica do comércio e serviços
Material de Apoio e
Desenvolvimento
Desde tempos imemoriais que existem atividades comerciais. Poderá dizer-se que o comércio
nasceu quando duas pessoas descobriram que se trocassem entre si o que cada uma tinha a mais
pelo que cada uma tinha a menos poderiam ambas ganhar.

A troca, uma das componentes fundamentais da atividade comercial, é uma afirmação de


inteligência, em que seres humanos decidem obter bens de que necessitam - ou que têm a
vontade ou o desejo de possuir - não pela força, não pela coação, não pela intimidação, não pelo
furto, mas através de comunicação e de negociação.

A História do Comércio confunde-se com a História da Humanidade, como se confunde com


muitas outras realidades que fazem parte da vida quotidiana das pessoas. O comércio e a
distribuição estão presentes em quase tudo: na paisagem, no povoamento, nas compras, na
ocupação do tempo, no emprego, na economia.

Neste sentido, a evolução do comércio é um assunto com vastas conotações e implicações que
despertou naturalmente a atenção dos académicos.

A investigação e a produção teórica são demasiado vastas para que tenhamos a pretensão de
fazer uma revisão minimamente consistente neste manual. Vale porém a pena fazer uma breve
referência à Teoria da Roda do Comércio (TRC), que tem sido a mais influente.
Na fase de vulnerabilidade, o formato vai-se gradualmente aproximando da saturação e, perante
Esta teoria assenta, tal como todas as outras teorias evolucionárias, de uma premissa a diminuição do crescimento, os operadores tendem a diversificar ainda mais a oferta, a
fundamental: a de que a evolução segue um determinado padrão, que explica o passado e aumentar ainda mais a complexidade e os custos.
permite antecipar o futuro.
Face ao risco de erosão das margens, o formato deixa de poder ser tão competitivo em preço, o
que o torna vulnerável a retalhistas inovadores abrindo caminho à emergência de um novo
Fase inicial formato e a um novo ciclo da roda do comércio.

Na primeira fase uma nova forma de comércio emerge em resposta a oportunidades não Voltando ao exemplo dos hipermercados, a partir dos anos 90 a possibilidade de crescimento
satisfeitas no mercado. A fórmula comercial é simples, os serviços são mínimos e os custos são começa a ser mais reduzida, porque os melhores espaços já estão ocupados e as vendas de novas
baixos, o que, permitindo praticar preços agressivos, contribui para acelerar a penetração no lojas começam a acontecer mais por canibalização das vendas de outros hipermercados do que
mercado. por conquista a outros formatos.

O crescimento dos pioneiros é muito rápido mas, como é natural, o sucesso da nova forma A concorrência intensifica-se entre as insígnias que procuram atrair consumidores com mais
desperta imitadores, aumentando a oferta e a concorrência. oferta de serviços, o que aumenta os custos e coloca as margens sob pressão.

Por exemplo, os hipermercados surgiram devido a uma oportunidade criada pela reunião de um A evolução histórica providencia exemplos de ciclos consecutivos da roda do comércio: lojas de
conjunto de condições favoráveis, que incluem a prosperidade dos anos 60 na Europa, o surto de departamentos, vendas por catálogo, supermercados, lojas de desconto, hipermercados, centros
natalidade, a crescente taxa de motorização, a rede de autoestradas e a generalização do comerciais…
frigorífico como equipamento doméstico.
A sequência e os tempos de duração de cada ciclo variam no tempo e no espaço.
Dirigindo-se a famílias relativamente jovens e relativamente numerosas, o hipermercado
providenciava uma solução de "one stop shopping" e preços imbatíveis com a qual nenhuma
outra forma de comércio podia rivalizar. Evolução recente em Portugal

Fase de desenvolvimento A vaga de modernização do comércio em Portugal foi tardia, o que está relacionado com o atraso
económico português ao longo do século XIX e da primeira metade do século XX.
Na fase de desenvolvimento, a concorrência é cada vez mais intensa, o que conduz a tentativas
de diferenciação por oferta de novos produtos e serviços e/ou por melhoria das lojas. A principal diferença em relação aos nossos parceiros europeus é que o processo, tendo
começado mais tarde, a partir de meados da década de 80, ocorreu de forma mais rápida. O
Estas iniciativas provocam no entanto um aumento de complexidade e de custos operacionais. modelo de desenvolvimento adotado foi o predominante na Europa do Sul, sob a influência
No entanto, a quota de mercado do formato continua a aumentar, bem como as vendas e os predominante da distribuição francesa.
lucros dos principais operadores.
Os primeiros sinais de que a longa letargia do comércio em Portugal poderia estar a terminar
Ao longo dos anos 70 e 80, o formato hipermercado foi crescendo e ganhando quota de mercado apareceram na sequência da adesão de Portugal à EFTA em 1959. Surgiram então os primeiros
a outros tipos de estabelecimentos. A concorrência foi-se intensificando e começaram a registar- supermercados mas, em geral, o comércio alimentar continuou pulverizado, antiquado e
se as primeiras operações de fusão e aquisição. As lojas aumentaram de tamanho, os espaços anémico.
tornados mais atrativos, o layout aprimorado.
Até à década de setenta o comércio, em Portugal, caracterizou-se por uma grande estabilidade.
Fase de vulnerabilidade O seu funcionamento numa economia fechada justifica a sua pouca competitividade e falta de
inovação e, contribuiu para o atraso que ainda hoje se sente.
O fator preponderante para enfrentar a concorrência era, principalmente, a relação pessoal que
o comerciante estabelecia com o seu cliente, já que o preço estava, na prática, muito
regulamentado. Foi também a época do "comprar fiado".

O retalho era constituído praticamente por microempresas que funcionavam de uma forma
tradicional onde o balcão era uma barreira para os produtos.

Tratava-se de um comércio essencialmente local, limitando-se o comerciante, na maior parte


dos casos, a vender aquilo que lhe chegava através dos grossistas seus fornecedores (que o
apoiavam financeiramente) num papel extremamente passivo quanto à escolha do seu sortido.

Uma economia muito fechada que dificultava as importações, com forte proteção quer à
agricultura quer à indústria portuguesas, restringia a possibilidade de escolha dos produtos, em
grande parte, à produção nacional.

Uma nova era surge, no final dos anos sessenta, com alguma abertura no campo da atividade
económica, coincidindo com o aparecimento do primeiro supermercado.

A primeira geração de hipermercados surge nos anos 70. Em 1975 eram contabilizados 4
hipermercados, todos eles com menos de 5.000 m2.

Foi, aliás, uma novidade difícil de introduzir, em Portugal, já que houve, na ocasião, um
movimento muito forte contra a abertura desta forma de comércio, alegando os grémios e os
próprios comerciantes que a população estava ajustadamente servida.

Foi assim, também, no caso dos grandes armazéns e, recentemente, com as grandes superfícies.

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