Resumo Fundações

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 12

Fundações

Fundação superficial (rasa ou direta): elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas
tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno
adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação.

Fundação profunda: elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de
ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta
ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0
m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.

Reconhecimento inicial

Devem ser considerados os seguintes aspectos na elaboração dos projetos e previsão do desempenho das
fundações:

a) visita ao local;

b) feições topográficas e eventuais indícios de instabilidade de taludes;

c) indícios da presença de aterro (bota-fora) na área;

d) indícios de contaminação do subsolo por material contaminante lançado no local ou decorrente do tipo de
ocupação anterior;

e) prática local de projeto e execução de fundações;

f) estado das construções vizinhas;

g) peculiaridades geológico-geotécnicas na área, tais como: presença de matacões, afloramento rochoso nas
imediações, áreas brejosas, minas d'água etc.

Em planta, as sapatas isoladas ou os blocos não devem ter dimensões inferiores a 0,60 m.

Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, tal profundidade não deve
ser inferior a 1,5 m. Em casos de obras cujas sapatas ou blocos estejam majoritariamente previstas com
dimensões inferiores a 1,0 m, essa profundidade mínima pode ser reduzida.

A cota de apoio de uma fundação deve ser tal que assegure que a capacidade de suporte do solo de apoio não
seja influenciada pelas variações sazonais de clima ou alterações de umidade.

Todas as partes da fundação superficial (rasa ou direta) em contato com o solo (sapatas, vigas de equilíbrio
etc.) devem ser concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de espessura, a
ser lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação.

No caso de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e, portanto, pode ter espessura
variável, no entanto observado um mínimo de 5 cm.

Fundações em cotas diferentes

No caso de fundações próximas, porém situadas em cotas diferentes, a reta de maior declive que passa pelos
seus bordos deve fazer, com a vertical, um ângulo α como mostrado na Figura 2, com os seguintes valores:

a) solos pouco resistentes: α ≥ 60°;

b) solos resistentes: α = 45°; e

c) rochas: α = 30°.

A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar, a não ser que se tomem
cuidados especiais, durante o processo executivo, contra desmoronamentos.
Os tubulões devem ser dimensionados de maneira que as bases não tenham alturas superiores a 1,8 m. Para
tubulões a ar comprimido, as bases podem ter alturas de até 3,0 m, desde que as condições do maciço
permitam ou sejam tomadas medidas para garantir a estabilidade da base durante sua abertura.

Havendo base alargada, esta deve ter a forma de tronco de cone (com base circular ou de falsa elipse),
superposto a um cilindro de no mínimo 20 cm de altura, denominado rodapé, conforme a Figura 5

As estacas de aço que estiverem total e permanentemente enterradas, independentemente da situação do


lençol d'água, dispensam tratamento especial, desde que seja descontada a espessura indicada na Tabela 5.

Tabela 5 – Espessura de compensação de corrosão

Anexos NBR 6122: Dados importantes

Estacas de madeira – Procedimentos executivos:

Estacas de madeira são empregadas usualmente para obras provisórias. Se forem usadas para obras
permanentes, terão que ser protegidas contra ataque de fungos, bactérias aeróbicas, termitas etc. A ponta e o
topo devem ter diâmetros maiores que 15 cm e 25 cm, respectivamente, e o segmento de reta que une os
centros das seções da ponta e do topo deve estar compreendido integralmente no interior do perímetro da
estaca.
O topo das estacas deve ser protegido por cepos ou capacetes menos rígidos para minimizar danos durante a
cravação. Entretanto, quando, durante a cravação, ocorrer algum dano na cabeça da estaca, a parte afetada
deve ser cortada.

Quando se tiver que penetrar ou atravessar camadas resistentes, as pontas devem ser protegidas por ponteiras
de aço.

Estacas metálicas ou de aço – Procedimentos executivos:

Elemento estrutural produzido industrialmente, podendo ser constituído por perfis laminados ou soldados,
simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos (com ou sem costura) e trilhos.

A cravação de estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. A escolha do equipamento deve
ser feita de acordo com o tipo, dimensão da estaca, características do solo, condições de vizinhança,
características do projeto e peculiaridades do local. A estaca deve ser levada até a profundidade prevista sem
danificá-la. Para essa finalidade, o uso de martelos mais pesados e com menor altura de queda, é mais
eficiente do que o uso de martelos mais leves e com grande altura de queda.

Estacas hélice contínua monitorada – Procedimentos executivos:

É uma estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um
trado helicoidal contínuo. A injeção de concreto é feita pela haste central do trado simultaneamente à sua
retirada. A armadura é sempre colocada após a concretagem da estaca.

A colocação da armadura em forma de gaiola deve ser feita imediatamente após a concretagem. Sua descida
pode ser auxiliada por peso ou vibrador. A armadura deve ser enrijecida para facilitar a sua colocação

O concreto a ser utilizado deve satisfazer as seguintes exigências:

a. Consumo de cimento não inferior a 400 kg/m3;


b. Abatimento ou slump test igual a 22 ± 3 cm, conforme ABNT NBR NM 67;
c. Fator água/cimento ≤ 0,6;
d. Agregado: areia e pedrisco;
e. % de argamassa em massa: ≥ 55 %;
f. Traço tipo bombeado;
g. fck ≥ 20 MPa aos 28 dias

Estacas moldadas in loco Strauss – Procedimentos executivos:

A estaca Strauss é uma estaca de concreto moldada in loco, executada através da escavação, mediante
emprego de uma sonda (também denominada piteira), com a simultânea introdução de revestimento metálico
em segmentos rosqueados, até que se atinja a profundidade projetada.

A concretagem é realizada lançando-se o concreto e retirando-se gradativamente o revestimento com o


simultâneo apiloamento do concreto.

O revestimento integral assegura a estabilidade da perfuração e garante as condições para que não ocorra a
mistura do concreto com o solo ou o estrangulamento do fuste da estaca.

Este tipo de estaca não deve ser utilizado em areias submersas ou em argilas muito moles saturadas. A ponta
da estaca deve estar em material de baixa permeabilidade para permitir as condições necessárias para limpeza
e concretagem.

A execução é iniciada através da aplicação de repetidos golpes com o pilão ou a piteira para formar um pré-furo
com profundidade de 1,0 m a 2,0 m, dentro do qual é colocado um segmento curto de revestimento com coroa
na ponta. A seguir prossegue-se a perfuração com repetidos golpes da sonda e eventual adição de água que
vai removendo o solo. Na medida em que o furo é formado, os tubos de revestimento vão sendo introduzidos
até que a profundidade prevista seja atingida. Concluída a perfuração, é lançada água no interior dos tubos
para sua limpeza. A água e a lama são totalmente removidas pela piteira e o soquete é lavado.
Devem ser feitas tantas manobras quanto necessárias para que os tubos desçam livremente.

No caso das estacas não sujeitas a tração ou a flexão, a armadura é apenas de arranque sem função estrutural
(conforme Tabela 4) e as barras de aço podem ser posicionadas no concreto, uma a uma, sem estribos,
imediatamente após a concretagem, deixando-se para fora a espera prevista em projeto. Para estacas
armadas, a gaiola de armadura deve ser introduzida no revestimento antes da concretagem. Neste caso o
soquete deve ter diâmetro menor que o da armadura. Nas estacas dimensionadas para suportar tração ou
flexão, o projeto da armadura deve obedecer aos seguintes critérios:

a) O diâmetro mínimo para execução de estacas armadas é de 32 cm;


b) Os estribos devem ter espaçamento entre 15 cm e 30 cm.

O concreto a ser utilizado deve satisfazer as seguintes exigências:

a) Consumo de cimento não inferior a 300 kg/m3;


b) Abatimento ou slump test conforme ABNT NBR NM 67 entre 8 cm e 12 cm para estacas não armadas e
de 2 cm a 14 cm para estacas armadas;
c) Agregado: diâmetro máximo 19 mm (brita 1);
d) fck ≥ 20 MPa aos 28 dias

Estacas Franki – Procedimentos executivos:

As estacas Franki são executadas através da cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes de um pilão
em uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo. Atingida a cota de apoio, procede-se à expulsão da
bucha, execução de base alargada, instalação da armadura e execução do fuste de concreto apiloado com a
simultânea retirada do revestimento.

A execução da estaca pode apresentar alternativas executivas em relação aos procedimentos da estaca padrão
como, por exemplo: perfuração interna (denominado “cravação à tração”), fuste pré- moldado, fuste encamisado
com tubo metálico perdido, fuste executado com concreto plástico vibrado ou sem execução de base alargada.

Atingida a cota de projeto e obtida a nega especificada, expulsa-se a bucha através de golpes do pilão com o
tubo preso à torre. A seguir introduz-se um volume de concreto seco (fator água/cimento = 0,18), formando
assim a base.

A seguir são relacionados alguns aspectos da estaca tipo Franki, que fazem parte do método de execução, e
que a diferencia dos outros tipos de estacas concretadas no local contribuindo para a elevada carga de trabalho
da estaca:

• a cravação com ponta fechada isola o tubo de revestimento da água do subsolo, o que não
acontece com outros tipos de estaca executada com ponta aberta;
• a base alargada dá maior resistência de ponta que todos os outros tipos de estaca;
• o apiloamento da base compacta solos arenosos, bem como, aumenta o diâmetro da estaca em
todas as direções, aumentando sua a resistência de ponta. Em solos argilosos o apiloamento da
base expele a água da argila, que é absorvida pelo concreto seco da mesma, consolidando e
reforçando seu contorno;
• o apiloamento do concreto contra o solo para formar o fuste da estaca compacta o solo e
aumenta o atrito lateral;
• o comprimento da estaca pode ser facilmente ajustado durante a cravação.

Ao final da execução da base, coloca-se a armadura que deve ser nela ancorada.

A armadura é integral, pois faz parte do processo executivo da estaca e também é fundamental para permitir o
controle executivo. É constituída de no mínimo quatro barras de aço CA-50 de acordo com a Tabela 4. A
extremidade inferior da ferragem é feita com aço CA-25 (em forma de cruzeta) soldado
à armadura principal.

O concreto a ser utilizado deve satisfazer as seguintes exigências:


a) Consumo de cimento não inferior a 350 kg/m3;
b) fck ≥ 20 MPa aos 28 dias.

Tubulões a céu aberto – Procedimentos executivos:

Trata-se de uma fundação profunda, escavada manual ou mecanicamente, em que, pelo menos na sua etapa
final, há descida de pessoal para alargamento da base ou limpeza do fundo quando não há base.

Neste tipo de fundação as cargas são transmitidas essencialmente pela base a um substrato de maior
resistência.

Este tipo de fundação é empregado acima do lençol freático, ou mesmo abaixo dele, nos casos em que o solo
se mantenha estável sem risco de desmoronamento e seja possível controlar a água do interior do tubulão,
respeitando-se as Normas de segurança, em particular conforme a Portaria 3 214 do Ministério do Trabalho e
Emprego - NR 18.

O fuste pode ser escavado manualmente por poceiros ou através de perfuratrizes até a profundidade prevista
em projeto. Quando escavado a mão, o prumo e a forma do fuste devem ser conferidos durante a escavação.

A base pode ser escavada manual ou mecanicamente. Quando mecanicamente, é obrigatória a descida de
poceiro para remoção do solo solto que o equipamento não consegue retirar.

Quando previstas cotas variáveis de assentamento entre tubulões próximos, a execução deve ser iniciada pelos
tubulões mais profundos, passando-se a seguir para os mais rasos.

Não pode ser feito trabalho simultâneo em bases alargadas em tubulões cuja distância, de centro a centro, seja
inferior a 2,5 vezes o diâmetro da maior base.

O concreto a ser utilizado deve satisfazer as seguintes exigências:

a) Consumo de cimento não inferior a 300 kg/m3;


b) Abatimento ou slump test conforme ABNT NBR NM 67 entre 8 cm e 12 cm;
c) Agregado: diâmetro máximo 25 mm (brita 2);
d) fck ≥ 20 MPa aos 28 dias

Tubulões a ar comprimido – Procedimentos executivos:

Trata-se de uma fundação profunda, escavada manual ou mecanicamente, em que, pelo menos na sua etapa
final, há descida de pessoal para alargamento da base ou limpeza do fundo quando não há base. Neste tipo de
fundação as cargas são transmitidas essencialmente pela base a um substrato de maior resistência.

Este tipo de solução é empregado sempre que se pretende executar tubulões abaixo do nível d'água em solos
que não atendam às condições de J.2. A escavação do fuste destes tubulões é sempre realizada com auxílio de
revestimento que pode ser de concreto ou de aço (perdido ou recuperado).

Trabalho sob ar comprimido

Em qualquer etapa de execução dos tubulões, deve-se atender à legislação trabalhista em vigor para trabalho
em ambiente sob ar comprimido (Portaria 3 214 do Ministério do Trabalho e Emprego – NR 18).

Só se admitem trabalhos sob pressões superiores a 0,15 MPa quando as seguintes providências forem
tomadas:

1) Equipe permanente de socorro médico à disposição na obra;


2) Câmara de descompressão equipada disponível na obra;
3) Compressores e reservatórios de ar comprimido de reserva;
4) Renovação de ar garantida, sendo o ar injetado em condições satisfatórias para o trabalho humano.

O concreto a ser utilizado deve satisfazer as seguintes exigências:


a) Consumo de cimento não inferior a 300 kg/m3;
b) Abatimento ou slump test conforme ABNT NBR NM 67 entre 8 cm e 12 cm;
c) Agregado: diâmetro máximo 25 mm (brita 2);
d) fck ≥ 20 MPa aos 28 dias

Estacas raiz – Procedimentos executivos:

A estaca raiz é uma estaca moldada in loco, em que a perfuração é revestida integralmente, em solo, por meio
de segmentos de tubos metálicos (revestimento) que vão sendo rosqueados à medida que a perfuração é
executada. O revestimento é recuperado. A estaca raiz é armada em todo o seu comprimento e a perfuração é
preenchida por uma argamassa de cimento e areia.

A perfuração em solo é executada por meio de perfuratriz rotativa ou rotopercussiva que desce o revestimento
através de rotação com o uso de circulação direta de água injetada no seu interior.

Quando ocorrerem solos muito duros ou muito compactos, pode-se executar pré-perfuração avançada por
dentro do revestimento.

Após o término da perfuração e antes do início do lançamento da argamassa, limpa-se internamente o furo
através da utilização da composição de lavagem e posteriormente procede-se à descida da armadura, que
pode ser montada em feixe ou em gaiola, que é apoiada no fundo do furo.

O furo é preenchido com argamassa mediante bomba de injeção, através de um tubo descido até a ponta da
estaca. O preenchimento é feito de baixo para cima até a expulsão de toda a água de circulação contida no
interior do revestimento.

Após o preenchimento do furo, inicia-se a extração do revestimento. Periodicamente, coloca-se a cabeça de


injeção no topo do revestimento e aplica-se pressão que pode ser de ar comprimido ou através da bomba de
injeção de argamassa. Após a aplicação da pressão e retirada dos tubos de revestimento, o nível da argamassa
é completado.

A argamassa a ser utilizada deve ter fck ≥ 20 MPa e deve satisfazer as seguintes exigências:

a) Consumo de cimento não inferior a 600 kg/m3;


b) Fator água/cimento entre 0,5 e 0,6;
c) Agregado: areia e/ou pedrisco.

A estaca raiz é uma estaca escavada que integra o grupo de estacas utilizadas em fundações profundas,
podendo atingir profundidade maior que 50 metros e com diâmetro de 80 a 500 mm, tanto em solo como em
rochas.

As principais características da estaca raiz que realmente solucionam com êxito os problemas de fundações,
reforços de fundações e consolidação do terreno são:

 Alta capacidade de carga (até 140 tf)

 Recalques muito reduzidos

 Possibilidade de execução em área restritas e alturas limitadas

 Perturbação mínima do ambiente circunstante

 Podem ser executadas em qualquer tipo de terreno e em direções especiais (inclinadas)

 Podem ser executadas com utilização a compressão ou a tração

 São moldadas in loco

 São inteiramente armadas ao longo de todo seu comprimento


 Possui elevada tensão de trabalho do corpo da coluna (fuste)

Você também pode gostar