Modelos de Trabalho
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TAYLORISMO
Taylor entendeu como prejudicial esse modo de levar as coisas, visto que pensava que
quanto maior a produtividade obtida no trabalho, mais altos seriam os lucros
empresariais — assim, consequentemente, maiores seriam os investimentos e chances de
gerar melhores empregos e renda.
Frederick Taylor propôs isso à gerência da fábrica em que trabalhava, como forma de
otimização da produção, que aceitou e o incumbiu de aplicar pessoalmente seus
métodos. Após dificuldades para implantar este método, finalmente ele desenvolveu um
sistema de organização que acabou sendo implantado em muitos estabelecimentos pelos
mais diversos ramos industriais.
Inserido no contexto histórico entre o fim do século XIX e início do século XX, Taylor
percebia que dentro da divisão do trabalho nas fábricas havia um acúmulo desmedido de
tarefas, e isso impossibilitava o cumprimento destas com a rapidez e precisão
necessárias.
Partia daí a necessidade da subdivisão das funções e suas respectivas atividades, tanto
da produção quanto na administração, o que possibilitaria a cada responsável o
cumprimento completo desta, sem a necessidade de conhecimentos e habilidades que
fossem além de um nível mínimo.
a) Estudo do tempo;
f) Ideia de “tarefa” na administração, associada a alto prêmio para os que toda a tarefa
com sucesso;
FORDISMO
Tempos depois, em 1896, ele montou sua primeira fábrica de carros, com sócios que
posteriormente o abandonaram. Continuou suas pesquisas praticamente sozinho, num
galpão na mesma cidade, e dali saíram dois carros de corrida — o segundo vencedor de
um campeonato em 1903. Duas semanas depois estabeleceu ali a primeira planta da
Ford Motor Company, por muito tempo a maior fabricante mundial de veículos
automotores.
Cada trabalhador deveria ser especializado em uma única tarefa, e o ritmo era ditado
pela velocidade da linha de produção. Ao repetir movimentos iguais incessantemente, o
operário atuava como uma peça da máquina, alienado do conjunto de seu trabalho.
Apesar de não ter citado Taylor — ao menos em seu texto mais popular, Minha vida e
minha obra –, Ford não deve tê-lo ignorado. Suas experiências, em termos de
organização de trabalho com o objetivo da produção em massa, somente puderam ser
realizadas sobre a plataforma da divisão técnica e minuciosa das funções e atividades
entre numerosos agentes, conforme desenvolvido pelo sistema taylorista.
A intervenção criativa dos trabalhadores é praticamente nula, tal como sua possibilidade
de conhecer o processo produtivo como um todo, pois cada qual é fixado num mesmo
ponto da produção o tempo inteiro, de modo que se possibilite à linha de montagem
trazer, automaticamente e numa cadência exata à sua frente, o objeto de seu trabalho,
estando cada trabalhador equipado em seu posto com todas as ferramentas e
instrumentos necessários ao alcance da mão.
Esta era a principal diferença do sistema taylorista/fordista para o taylorista, visto que
no primeiro há uma total negação do processo de aprendizado no trabalho, gerando uma
enorme desqualificação nas linhas de frente da produção. No mais, toda a separação o
espaço da fábrica em departamentos ou setores específicos, desde a administração até a
produção direta, foi mantida próxima aos moldes tayloristas — exceto o surgimento de
um departamento especificamente voltado aos atualmente denominados “recursos
humanos”, no qual havia a incumbência de manter a ordem dentro e fora da empresa,
restabelecendo psicológica e fisicamente os trabalhadores cansados da rotina estafante
no ambiente de trabalho e, especificamente, de organizar sua vida pessoal a fim de que
não se tornassem improdutivos em suas funções diárias.
TOYOTISMO
O cenário de crise econômica global nos anos 1970 e 1980 desferiu um duro golpe nos
investimentos produtivos industriais, concomitantemente à expansão as atividades
ligadas ao setor de serviços. Isso fez com que a indústria tivesse de se reorientar em
relação a um mercado consumidor mais segmentado, que passou a exigir maior oferta,
maior qualidade e menor preço. O modelo fordista, que havia se desenvolvido para
atender ao mercado de massa com produtos padronizados e com pouca possibilidade de
flexibilização, passou a sofrer críticas.
A crise que atingiu o capitalismo a partir da década de 1970 criou um ambiente
favorável ao surgimento de mudanças que representam o afastamento radical dos
princípios fordistas, caracterizado como pós-fordismo. Nesse contexto, passa a se
destacar um sistema de organização do trabalho denominado toyotismo (ou ohnismo),
desenvolvido pelo engenheiro Taiichi Ohno, da Toyota Motor Company.
Segundo palavras de Taiichi Ohno: “O sistema Toyota teve sua origem na necessidade
particular em que se encontrava o Japão, de produzir pequenas quantidades de
numerosos modelos de produtos; em seguida, evoluiu para tornar-se um verdadeiro
sistema de produção. Enquanto o sistema clássico de produção de massa planificado é
relativamente refratário à mudança, o sistema Toyota, ao contrário, revela-se muito
plástico; ele adapta-se bem às condições de diversificação mais difíceis”.
Em 1949, a Toyota enfrentou uma séria crise financeira e o resultado disso foi a
demissão de 1.600 funcionários em 1950. Em sequência a isso, iniciou-se a Guerra da
Coreia, resultando em encomendas em massa — porém, em pequenas séries de
diferentes artigos — pelas tropas estadunidenses à empresa, sujeitando-a a sofrer multas
caso não cumprisse os prazos fixados para as entregas. Viu-se a necessidade de
aumentar a capacidade produtiva sem recorrer à admissão de novos trabalhadores.
Como a primeira implantação havia obtido êxito, Ohno perseguiu o objetivo de agregar
no mesmo posto de trabalho máquinas de diferentes finalidades, o que lhe permitiria
concentrar no mesmo local diferentes funções de trabalho, antes limitadas a
departamentos distintos no espaço da fábrica pelo sistema taylorista/fordista. Dentre
essas funções estavam a de programação de máquinas, o planejamento e a coordenação
da produção, além da manutenção do aparato produtivo e do controle de qualidade dos
produtos.
À medida em que Ohno foi conseguindo fundí-las em poucos postos de trabalho, grupos
diferentes de atividades adquiriram o aspecto de uma “multifuncionalidade”, o que
exigiu somarem-se neles todas as atividades antes subdivididas em várias funções,
exigindo dos trabalhadores ali empregados a responsabilidade por sua execução dentro
da mesma jornada. Designou-se “multifuncionais” ou “polivalentes” os trabalhadores
responsáveis por estes postos.
e) estoques baixos;
A produção passou a ter uma relação muito mais estreita com a demanda do mercado
consumidor, possibilitando a pronta entrega e o estoque mínimo. Foi estabelecida uma
filosofia de atendimento ao mercado: só é produzido se algo é pedido por vendas.
O sistema just in time (em tradução literal, no tempo certo; porém, tem um significado
mais abrangente que fala em produzir somente o necessário, na quantidade necessária e
no momento necessário) adotado pelo toyotismo baseia-se na coordenação minuciosa de
entrega de produtos ou matérias-primas para a produção, um sistema de terceirização
pelo qual não é preciso estocar produtos. Essa produção sob demanda permite que a
empresa venda o produto antes de comprar as matérias-primas necessárias para fabricá-
lo.
REFERÊNCIAS