História Da Gaita
História Da Gaita
História Da Gaita
A Gaita se espalhou pela Alemanha e o mundo com a imigração em massa dos alemães
na segunda metade do século XIX. Nos tempos da guerra civil americana a gaita já
estava bem estabilizada nos Estados Unidos, que é o lugar de onde o blues se originou.
A princípio o repertório neste país se consistia em música folk, músicas para violino,
marchas, hinos e semelhantes; mas em algum lugar pelo caminho ela foi tomada pelos
negros, onde previamente o potencial de um instrumento de Blues começou a aparecer;
pois não há dúvidas de que as notas "Blue" da escala vocal africana, o gemido e o choro
dos cortadores dos campos, poderiam ser reproduzidos com sucesso por este
instrumento. Pelos anos 20, a Gaita Diatônica, também conhecida como Gaita Blues, já
era muito conhecida no sul dos EUA.
Após a 2º Guerra Mundial houve uma grande mudança da população negra da zona
rural para os centros urbanos, especialmente Chicago. Começando pelos anos 30, quatro
gigantes da Gaita Blues gravaram e tocaram em Chicago: Sonny Boy Williansom, Little
Water, Big Walter e Rice Miller.
Depois disso muitos músicos famosos como Mick Jagger, John Lennon, Neil Young,
Bob Dilan, utilizaram a Gaita em suas músicas, ajudando assim estabilizá-la como um
instrumento de Blues e Rock. Com o recém ressurgimento do interesse pelo Blues (após
os anos 80), o fato é que a Gaita Blues está seguramente plantada no cultura musical.
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Os tipos mais comuns de gaitas
Existem muitos tipos de gaita, porém as mais comuns são as diatônicas, cromáticas, e
oitavadas. As palavras "harmônica" e "gaita" são sinônimos, significam exatamente a
mesma coisa.
Cromática
Oitavada
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O básico da gaita diatônica
Os tons
As gaitas diatônicas recebem este nome porque possuem apenas as 7 notas da escala
diatônica, que no caso do tom de C, são as seguintes: C, D, E, F, G, A e B. Isto significa
que a gaita diatônica é fabricada para ser tocada em apenas um tom específico. Sendo
assim, você encontrará gaitas diatônicas em 12 tons diferentes:
Grave Agudo
G Ab A Bb B C Db D Eb E F F#
O Tom mais grave é o G e o mais agudo é o F#. A Gaita mais utilizada é a no tom de C,
por possuir uma tonalidade média, além de ser usada como referência nos estudos.
Quando você aprende a tocar uma música em sua gaita, você pode tocá-la em outro tom
simplesmente mudando de gaita. Você irá tocar exatamente da mesma forma que tocava
antes, mas a música vai estar no tom da nova gaita.
Você pode também usar uma gaita de um determinado tom para tocar uma música em
um tom diferente da sua gaita. Nas verdade este recurso é muito utilizado e se chama
Cross Harp.
Como segurar
Segure a Gaita com a mão equerda, apoiando-a entre seus dedos polegar, indicador e
médio. Deixe relaxados os outros dedos. A mão direita entra por baixo formando uma
concha com a esquerda.
Como tocar
Você deve obter uma única nota de cada vez. Para ouvir o som limpo de uma única
nota, você pode tampar, com os dedos, os orifícios em torno daquele que você quer
tocar, e então soprar. Existem basicamente 3 formas de embocadura para se obter uma
única nota:
1. Embocadura de Bico
Essa é a mais usada. Você deve cobrir apenas um buraco com a boca, mas com os lábios
cobrindo bem as placas de cima e de baixo da gaita. Você deve envolver o bocal com
seus lábios, e não apenas encostar o bico no bocal. O bico deve estar bem alinhado com
o orifício para que saia apenas uma nota.
2. Língua em "U"
Você cobre com os lábios aproximadamente três orifícios e, com a língua em forma de
"U",bloqueia os orifícios laterais da gaita permitindo que o ar passe pelo meio deste
"U". A ponta da língua (vértice do "U") é colocada abaixo do orifício que será tocado.
Porém, a capacidade de dobrar a língua em U é uma característica genética, e nem todas
pessoas conseguem fazer.
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3. Bloqueio de Língua
Você irá colocar seus lábios cobrindo 3 orifícios e irá bloquear com a língua 2 orifícios
laterais, deixando uma extremidade (direita ou esquerda) livre para a passagem do fluxo
de ar. Uma das grandes vantagens deste método está no uso de articulações percursivas
com a língua.
Cada orifício produz 2 notas. Uma quando se sopra e outra quando se aspira. O esquema
de distribuição das notas mostrado abaixo é conhecido como "Sistema Richter".
Gaita em C (DO)
nº do orifício 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
sopradas C E G C E G C E G C
aspiradas D G B D F A B D F A
A Gaita Diatônica é formada por 3 oitavas (grave, média e aguda ou 1ª, 2ª e 3ª).
A primeira escala a estudarmos será a segunda oitava da gaita (escala média), que vai do
orifício 4 ao 7, pois é a única completa, isto é, possui todas as notas (ver diagrama
acima). As outras duas oitavas são incompletas.
4 -4 5 -5 6 -6 -7 7
C D E F G A B C
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Exercícios
Apresento abaixo alguns exercícios para seu desenvolvimento. Todas as notas devem
ser tocadas com a mesma duração.
4 -4 5 -5 6 -6 -7 7
7 -7 -6 6 -5 5 -4 4
4 5 6 -4 -5 -6 5 6 -7 -5 -6 7
7 -6 -5 -7 6 5 -6 -5 -4 6 5 4
4 5 -4 -5 5 6 -5 -6 6 -7 -6 7
-6 -7 6 -6 -5 6 5 -5 -4 5 -4 7
4 -4 5 -4 5 -6 5 -5 6 -5 6 -6 6 -6 -7 -6 -7 7
7 -7 -6 -7 -6 6 -6 6 -5 6 -5 5 -5 5 -4 5 -4 4
Primeira oitava:
1 -1 2 -2 3 -3 4
C D E G G B C
1 2 3 2 3 -3 -2 -3 -4 -3 -4 -5 -4 -5 6
6 -5 -4 -5 -4 -3 -4 -3 -2 -3 3 2 3 2 1
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Terceira oitava:
7 -8 8 -9 9 -10 10
C D E F G A C
7 8 -8 -9 8 9 -9 -10 9 -10 10 10
10 10 -10 9 -10 -9 8 8 -9 -8 8 7
Técnica: começe aspirando suavemente no orifício 4 até obter uma nota límpida. Então
abaixe ligeiramente seu queixo e leve sua língua para traz, em direção à garganta. Isso
fará com que a palheta se flexione, alterando o som e reduzindo o tom da nota.
O bend é aplicado mais frequentemente às palhetas que são aspiradas, mas é possível
também nas sopradas. Os orifícios que podem produzir o bend quando aspiradas são o
1, 2, 3, 4 e 6. Os orifícios que podem produzir o bend quando soprados são o 8, 9 e 10.
A seguir você tem a lista dos bends disponíveis na diatônica. Esses bends foram
gravados utilizando uma gaita no tom de C (dó).
Aspirados: 1 - 2 - 3 - 4 - 6
Soprados: 8 - 9 - 10
Note que no orifício 3 podem ser obtidos 3 bends. Passando de B para Bb, A e Ab. Ou
seja, 3 intervalos de meio-tom. Outros orifícios produzem bends de 1 ou 2 intervalos de
meio-tom e os orifícios 5 e 7 não produzem bend algum.
Mais que um efeito e que uma técnica para obter novas notas, o bend é o que dá o som
característico da Gaita no Blues. Por isso ele é essencial. E fazer os bends pela
primeira vez não é nada fácil, leva tempo. Por isso não se preocupe se você está
sentindo dificuldades, é assim mesmo.
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Aqui vão algumas dicas para tentar lhe ajudar:
• Primeiro, tenha certeza de que você é capas de produzir uma nota simples,
limpa, pura e forte antes de seguir adiante.
• Utilize a respiração abdominal, ou seja, quando você aspirar, sua barriga deve se
elevar, e quando você soprar, sua barriga de se retrair. Respirando assim, você
estará usando seu diafragma, e só dessa forma você conseguirá respirar com a
profundidade necessária.
• Tente primeiramente no orifício 4. Aspire como se estivesse dizendo
"iiiiiiiiiiiiii" depois mude a forma de sua boca, como se dissesse "ôôôôôôôô". O
bend ocorre na mudança do "i" para o "ô".
• Quando você mudar a forma da boca para dizer "ô", sua gargante deve abrir-se,
como se você fosse bocejar, seu queixo deve abaixa, e sua língua vai para a parte
de tras de sua boca.
• Não deixe vazar ar pelo seu nariz.
• Não deixe vazar ar pelos cantos de sua boca.
• Não force. Não é preciso aspirar com mais força para fazer o bend. Se sua
boca/garganta/lingua assumirem a forma correta, o bend acontecerá
naturalmente.
• Tente gaitas de tons diferentes.
• Pratique, pratique, pratique.
Se nada disso der certo, não se desespere, é difícil mesmo. Continue tentando que uma
hora você acerta.
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Cross Harp
A Gaita é fabricada para tocar em um determinado tom. Por exemplo, se você está
acompanhando um guitarrista e a música está no tom de "C", a Gaita também deve estar
no mesmo tom. Por isso é que a Gaita está disponível em todos os diferentes tons. Esse
modelo de afinação é chamado de "Sistema Richter".
É possível tocar uma Gaita em mais de um tom usando um método conhecido como
"Cross Harp". Este estilo é o preferido pelos gaitistas de Blues. Hoje muitos gaitistas
não tocam a gaita da forma que ela foi originalmente desenvolvida para ser tocada!
A Gaita foi originalmente desenvolvida para tocar músicas folclóricas simples do século
XIX e seu layout de notação era adequado a esse propósito. O estilo original de tocar,
conhecido como Straigth Harp, é apropriado para tocar melodias simples, músicas
folclóricas e vários outros tipos de música que seguem por linhas melódicas exatas. O
Straigth harp é usado ainda hoje por muitos gaitistas, mas devido à simplicidade de seu
som, não é tão popular quanto o "Cross Harp".
Cross Harp
Isso resultou em um novo e mais fluido estilo de tocar, conhecido como Cross Harp.
90% dos gaitistas de hoje usam o Cross Harp no Blues, Rock, Country e no Pop.
O Cross harp é mais expressivo por causa de um tipo diferente de "escala de blues" que
está disponível muito mais nas notas aspiradas, onde podem ser feitos bends.
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Tom da gaita para toca em Tom da gaita para tocar em
Tom da música
Straight Harp Cross Harp
C C F
D D G
E E A
F F Bb
G G C
A A D
B B E
O iniciante precisa recorrer à tabela para saber qual Gaita utilizar para tocar uma
determinada música em Cross Harp. Para evitar este trabalho a Lee Oskar possue uma
linha de Gaitas chamada Melody Maker desenvolvida especialmente para tocar em
Cross Harp. Estas Gaitas tem algumas notas diferentes das comuns e já vem com a
indicação do tom para tocar em Cross Harp. Por exemplo, uma Melody Maker em G, é
equivalente a uma gaita comum em C. Interessante, não?
Tocando em Cross
2 aspirado é o
Harp:
Tom Cross Harp
Use uma Gaita em C
(2ª posição)
para tocar em G
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Acordes na diatônica
C (Dó Maior)
Considere uma gaita em C. Soprando nos orifícios 1 2 3 ou 4 5 6 ou 7 8 9 você tem as
notas C E G, que formam o acorde de C maior. Na 1ª posição o acorde de C maior é a
tonica ou fundamental ou acorde I da escala de C. Em 2ª posição o acorde de C maior é
a sub-dominante ou acorde IV da escala de G, o qual é parte da progressão de Blues I,
IV, V.
G (Sol Maior)
Nos orifícios 2 3 4 aspirados você tem as notas D, G e B, que formam o acorde de G
maior. Na 1ª posição o acorde de G é a dominante ou acorde V da escala de C. Na 2ª
posição o G é o acorde fundamental ou acorde I.
Dm (Ré Menor)
Aspirando nos orifícios 4 5 6 ou 8 9 10 produzimos as notas D, F e A, que formam o
acorde de Dm. As quatro notas aspiradas entre os orifícios 3-6 ou 7-10 são B, D, F e A,
que é um acorde de Bm7b5. Note que este acorde é o mesmo Dm com a 6ª adicionada
(chamado Dm6), mas em uma inversão diferente - ao invés da 6ª (B) ser a nota mais alta
do acorde, ela é a mais baixa.
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Acorde Parciais
A diatônica pode tocar apenas estes poucos acordes. Muitas vezes, gaitistas tocam
"acordes parciais" consistindo de apenas 2 notas, uma vez que o acorde inteiro não está
disponível. Por exemplo, o acorde Em cujas notas são E G B não existe em uma gaita
em C. Mas soprano nos orifícios 2&3, 5&6 ou 8&9 temos as notas E&G, as duas
primeiras do acorde de Em. Similarmente o acorde de F é F A C, e não existe na gaita -
mas as notas F&A estão nos orifícios 5&6 e 9&10.
Uma observação: o 3º grau da escala (a nota do meio na tríade) controle se o acorde soa
como Maior ou Menor, e determina o tom. Algumas vezes a 3ª é deixada de fora do
acorde, o que resulta em um efeito meio estranho, pois a nota que determina se o acorde
é maior ou menor não é ouvida. Porém, quando há outros instrumentos tocando junto,
como uma guitarra, baixo ou teclado, eles determinam a impressão geral do som e pode-
se tocar os acordes incompletos.
Acordes Quebrados
Uma outra técnica pode ser usada para simular acordes que não existem na gaita é toca-
los em partes. Usando o exemplo do Em, você pode apirar no 5&6 que são E&G, e
depois soprar no 7 que é a nota B. Muitas outras combinções são possíveis.
Curiosidade: esta técnica é muito usada no Violino, que não produz mais de 2 notas
simultâneas.
Finalmente, um acorde quebrado pode ser tocado uma nota por vez, o que chamamos de
arpegio.
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Blues
A Progressão do Blues
Compasso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acorde I I I I IV IV I I V IV I I
Acordes
Tom da Música
I IV V
C C F G
D D G A
E E A B
F F A# C
G G C D
A A D E
B B E F#
A Escala Blues
A escala blues possue notas enfatisadas que são chamadas "notas blues". Aprenda a
escala e apoi-se nessas notas. "Aprender" as notas da escala blues significa usá-las com
muita frequência ou tocá-las com mais intenssidade.
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As escalas blues são assim formadas:
1, 3b, 4, 5b, 5, 7b e 8.
Essas notas são algumas vezes chamadas de 1º grau ou Tônica; 3º grau bemol ou
Mediante bemol; 4º grau ou Subdominante; 5º grau bemol ou Dominante bemol; 7º grau
bemol ou Sensível bemol. Ex: C, Eb, F, Gb, G, Bb, C.
A segunda posição é de longe a mais utilizada por músicos de blues, rock e country
music. A escala blues na 2ª posição começa on orifício 2 aspirado. (o orifício 3 é a
mesma nota, mas o 2 deve ser usado no lugar dele quase sempre.)
Boogie Woogie
O Boogie Woogie é a frase mais básica no blues. Familiarizando-se com ele você vai ter
uma boa base para fazer suas próprias improvisações no blues. Ele é muito familiar,
virtualmente todo mundo o conhece, e é muito frequente e apropriado incluir pedaços
dele em várias canções blues. Clique aqui para ouvi-lo.
Tablatura
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A boa notícia é que neste riff não tem bends! O mais popular riff de blues não está na 2ª
escala. Isto faz dele um ótimo 12 compassos para iniciantes praticarem. Você pode
torná-lo mais "blues" trocando todos os 3 aspirados por bends de 1/2 tom. Outra coisa
que você pode fazer é trocar os 7 soprados no compasso 6 pelo overblow do orifício 6.
Se você não tem um amigo para te acompanhar, utilize o arquivo MID abaixo. Ele
contém a progressão de 12 compassos do blues (twelve bar blues) no tom de G, para
você treinar com sua gaita em C. Acompanhamento
Riffs de blues
Primeiro domine a técnica de soprar e aspirar uma nota única e límpida, depois domine
todos os bends e somente depois tente os riffs. Depois de tocar bem alguns desses riffs,
você estará pronto para tentar pegar de ouvido aquele blues que você curte.
.Observações:
-1 aspirar no orifício 1.
1 sopara no orifício 1.
-123 aspirar nos orifícios 1, 2 e 3 ao mesmo tempo.
123 soprar nos orifícios 1, 2 e 3 ao mesmo tempo.
3´ bend de meio tom no orifício 3
3´´ bend de 1 tom no orifício 3
3´´´ bend de 1 tom e meio no orifício 3.
Posições
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Posição é a relação que existe entre o tom da música que você está tocando e o tom da
gaita que você está usando para tocar.
1ª Posição - Inicialmente a gaita era usada para tocar somente músicas bem simples e
no mesmo tom do instrumento. Esta forma de tocar é chamada de 1ª posição (também
chamada Straight Harp). Ou seja, tocar em 1ª posição significar usar uma gaita em C
para tocar músicas no tom de C.
Esta posição é mais utilizada para tocar músicas de melodia bem simples, como músicas
folclóricas, mas pode ser utilizada também para tocar blues. Neste caso, utiliza-se a 3ª
oitava da gaita, onde uma escala blues completa está disponível com a utilização de
bends soprados. Observa-se a predominância de notas sopradas.
3ª Posição - Esta posição é mais usada para tocar músicas em tom menor. O tom da 3ª
posição está uma quinta acima do tom da 2ª posição. Ou seja, para uma gaita em C a 3ª
posição é D, pois a o D está uma quinta acima do G, que é a 2ª posição de C. Assim
usamos a gaita em C para tocar em Dm, em 3ª posição.
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Como você acabou de ver, é possível executar pelo menos uma escala de blues
completa para cada uma das 5 primeiras posições usando apenas as notas naturais e os
bends. As demais posições requerem o over blow e o over draw.
O círculo de 5as e as 12 Posições - Você pode usar sua gaita tocar em qualquer tom,
mas para isso você precisa dominar as técnicas do bend, over blow e over draw.
Apresento abaixo o círculo de quintas, atravez do qual você pode determinar as 12
posições para qualquer gaita.
Como ler o círculo: Imagine que você tenha uma gaita em E. A 1ª posição é E, a 2ª é B,
a 3ª é F#, a 4ª é Db, etc. Observe que é só ir seguindo as posições do gráfico em sentido
horário.
Afinações especiais
As gaitas com afinação especial tem palhetas afinadas de forma diferente do padrão
(sistema Richter). Essas afinações oferecem notas naturais (sem bends ou overbends)
diferentes da afinação padrão. Essas notas diferentes criam acordes diferentes, e podem
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ser úteis para tocar canções ou melodias que precisam das novas notas mais que das que
foram substituidas, e suportam a produção de notas via bends ou overbends. Afinações
especiais podem diferir do padrão em uma única nota (como no caso da afinação
Country) , ou até em todas as notas (alguns gaitista, por exemplo, transformam uma
gaita normal em C em uma gaita em D padrão). Uma vez que os bends disponíveis
dependem do tom das notas naturais do orifício, afinações especiais tem bends
diferentes da afinação padrão, além das notas naturais diferentes.
É interessante experimentar uma dessas afinações para sentir seus sons característicos.
Essas afinações podem trazer novas músicas para seu repertório e te ajudar a sair da
rotina, e até mesmo seus antigos riffs soarão renovados com as novas notas e acordes.
Afinação Country
A afinação Country, também chamada de "jazz" pela Huang, é a afinação especial mais
simples e também a mais comum. A única diferença do padrão Richter é a nota do
orifício 5 aspirado aumentada em um semitom. Apenas esta nota é afinada diferente.
Isto é muito útil em muitas canções cujas melodias usam a nota 7ª maior do acorde
fundamental na segunda posição - ex. G na gaita em C. Na afinação padrão, esta nota
requer um overblow no orifício 5, o qual não é fácil de executar.
Além disso, muitas canções se harmonizam melhor com o acorde de 7ª maior do que
com o acorde de 7ª dominante encontrado na afinação padrão (2345 aspirados). Em
adição, o acorde V para a 2ª posição (acorde D na gaita em C) é agora maior ao invéz de
menor (456 aspirados).
O resultado de aumentar a nota do orifício 5 aspirado em meio tom é que você adiciona
um bend aspirado neste orifício - em uma afinação normal o bend do 5 aspirado é
menos de um semiton completo - o qual é a mesma nota natural do orifício 5 aspirado
em uma afinação padrão. Em outras palabras, você não perde esta nota por ter
aumentado a nota da palheta em meio tom - ela apenas se move para um novo bend no
orifício 5 que é fácil de executar.
Sopradas C E G C E G C E G C
Orifícios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aspiradas D G B D F# A B D F A
A afinação Melody Maker leva a afinação country um passo a frente e muda o tom de 3
palhetas da afinação padrão. Além de aumentar em meio-tom o orifício 5 aspirado para
a nota 7ª maior da escala da 2ª posição, ela também aumenta a sua oitava, o 9 aspirado,
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em meio tom. Em adição, a nota do orifício 3 soprado é aumentada em 1 tom. E desta
forma perde-se 2 bends neste orifício. O acorde soprado dos orifícios 123 muda, pois
agora você tem uma 6ª no lugar da 5ª, e um acorde menor em 345 aspirados. Com o
acorde fundamental com 7ª maior (ao invés de 7ª dominate), e 2 acordes V maiores (ao
invéz de menores) no 456 e 8910 aspirados, o conjunto de acordes desta afinação é bem
diferente de uma afinação padrão.
Sopradas C E A C E G C E G C
Orifícios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aspiradas D G B D F# A B D F# A
Sopradas C Eb G C Eb G C Eb G C
Orifícios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aspiradas D G Bb D F A Bb D F A
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também são reduzidas em meio tom para prover a 6ª menor usada na escala menor
harmônica.
Sopradas C Eb G C Eb G C Eb G C
Orifícios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aspiradas D G B D F Ab B D F Ab
Afinação Espanhola
A afinação espanhola recebe este nome por causa da escala e dos acordes que ela
produz. É uma afinação muito interessante porque possibilita tocar 3 oitavas cromáticas
sem o uso de overblows ou overdraws. Existem variações desta afinação mas a que eu
acho mais interessante é a apresentada abaixo:
Sopradas C Eb G# C Eb G# C Eb G# C
Orifícios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aspiradas D G B D F Gb A Db E A
Conclusão
O mais interessante é que como o padrão Richter não foi desenvolvido pensando-se em
bends ou overblows, nenhuma dessas afinações especiais tiveram aplicação geral
superior ao padrão Richter, e este continua sendo a afinação preferida para a grande
maioria dos gaitistas.
Uma vez que se tenha dominado a técnica do Overblow, a grande vantagem das
afinações especiais não está nas notas isoladas que elas oferecem, embora elas facilitem
a execução de certas músicas, mas está em seus conjuntos de acordes para tocar certas
canções e estilos musicais.
Manutenção
Este é apenas um resumo sobre a manuteção de gaitas diatônicas. Se você quiser
informações mais completas e aprofundadas, recomendo adquirir o "Manual de
Manuteção Geral de Gaitas" do Prof. Ulysses Cazallas. Veja maiores informações na
sessão "Métodos".
Fazer a manutenção de suas próprias gaitas dará a você instrumentos mais duráveis, que
tocam melhor e soam mais agradavelmente. Assim como guitarristas tem que mudar as
cordas de suas guitarras e afina-las constantemente, os gaitistas devem estar aptos a
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ajustar seus instrumentos para soarem e tocarem bem. A manutenção da gaita
geralmente se concentra nas palhetas (reeds), que são mostradas na figura abaixo.
Ferramentas
Existem no mercado alguns kit de ferramentas para manutenção de gaitas. Eles trazem
várias ferramentas, tais como limas, suportes, centralizadores e extratores de palhetas,
microparafusos, microporcas, mini-chaves , martelinhos e outras. A Lee Oskar,
comercializa um kit com 7 ferramentas que custa U$ 30,00. Mas você pode e deve
montar seu próprio Kit com ferramentas improvisadas.
Afastamento da Palheta
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irá vibrar. Por outro lado, se o afastamento for grande demais, a palheta permitirá muito
vazamento de ar, e não responderá no tempo.
Uma vez que o afastamento da palheta é tão importante para a ação da gaita, cada
instrumentista deve aprender a ajusta-lo para sua própria forma de tocar.
O afastamento deve ser maior para as palhetas mais longas do que para as palhetas mais
curtas para uma ação uniforme. Em outras palavras, as notas graves devem ter um
afastamento levemente maior entre a palheta e a placa de vozes do que as notas agudas.
Desta forma a gaita irá tocar mais suave e uniformemente, a resposta deverá ser
consistente para todas as palhetas, com as pequenas diferenças de altura aplicadas para
os diferentes comprimentos de palhetas. A altura normal para o afastamento é de
aproximadamente a expessura da palheta. Faça um ajuste fino a partir daí.
Ajustar o afastamento das palhetas é fácil, seguro, e um requerimento básico para fazer
a gaita tocar bem. As palhetas normalmente vem muito afastada de fábrica e ajustadas
de forma inconsistente ao longo da gaita. É extremamente recomendável re-ajustar a
altura das palhetas de sua gaita de acordo com seu estilo pessoal de tocar.
Centralização da Palheta
Quando uma palheta está descentralizada, parte dela pode encostar na abertura (slot) da
placa de vozes, impedindo que a palheta vibre livremente. Você deve segurar a placa de
vozes contra a luz para verificar o alinhamento. É preciso que a palheta esteja
centralizada em seu slot, em todo o seu comprimento. Se a palheta estiver
descentralizada, use uma lâmina fina para empurrar a palheta de volta para o centro,
mas com muito cuidado para não danificá-la. .
Afinação
Com o passar do tempo, as palhetas tendem a perder a afinação e ficar com o som mais
grave. Normalmente você pode voltar à afinação correta. Porém, se a palheta estiver
desafinada em um semitom ou mais, ela provavelmente está trincada, e a afinação não
irá resolver. Neste caso a palheta deverá ser substituida.
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• Para aumentar a frequência do som produzido pela palheta (tornar o som mais
agudo), remova um pouco do metal (limar, raspar) próximo da extremidade livre
da palheta (veja a figura). Isso deixa mais leve a ponta da palheta, fazendo com
que ela vibre mais rápido, aumentando o tom.
• Para baixar o tom da palheta, remova um pouco do metal (limar, raspar)
próximo da base da palheta (veja a figura). Isso torna a extremidade mais
pesada em relação à base, e faz a palheta vibrar mais lentamente, diminuindo o
tom.
Antes de limar a palheta, você deve apoiá-la com uma lâmina ou espátula. Ao limar a
palheta, tenha cuidado para não desalinhá-la lateralmente, pois assim ela não irá vibrar
livremente.
Você precisará usar um afinador cromático para checar a afinação. Uma boa opção é o
software TuneIt. Para usa-lo, basta ligar um microfone à placa de som e tocar a gaita, o
software apresenta a nota que está sendo executada, sua frequência e o grau de desvio
da frequência padrão. Aí é só ir ajustando a afinação até obter o frequência desejada.
Tipos de Afinação
Se você afinar cada nota exatamente de acordo com seu afinador, o resultado obtido
será a afinação conhecida como "temperada". Este tipo de afinação é comum em muitos
modelos de gaita, como as Lee Oskar Major e a Hohner Golden Melody. Esta afinação é
própria para tocar notas sozinhas (melodias), mas os acordes soam um pouco
desafinados. Para que os acordes soem melhor, muitas gaitas usam a afinação "justa".
Este tipo de afinação consiste em modificar a frequência de certas notas para fazer
alguns acordes soarem melhor - mas as notas na melodia soarão um pouco fora do tom.
Além destas, várias afinações especiais podem ser feitas para prover diferentes notas
(sem requerer técnicas especiais como bend e overbend) e diferentes acordes. Exemplos
incluem as afinações Natural Minor, Country e Melody Maker (veja detalhes na sessão
"Afinações Especiais"). Usando os procedimentos já descritos, é relativamente fácil
fazer sua própria gaita com afinação especial.
A afinação justa é uma adaptação da afinação temperada para fazer os acordes soarem
melhor. Há muitas variações de afinação justa, e o modelo apresentado a seguir é apenas
uma das muitas possibilidades. Os valores são desvios (em percentual) da afinação
temperada (frequência exata do afinador cromático). Os valores negativos indicam que a
frequencia deve ser diminuida e números positivos, indicam que a frequência deve ser
aumentada.
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Ajuste (%) 0 -14 +2 -32 +4
Note o quanto deve ser bemolizada a dominante (grau 7, orifício 5 aspirado) - quase
meio semiton. É muito bemolizado e pode soar meio desafinado quando tocando
melodias ao invés de acordes. Há muitos meios de combinar a afinação temperada e a
justa. A idéia é obter uma afinação boa para melodias mas sem comprometer os acordes
e vice versa. Aí vai uma sugestão:
Ajuste (%) 0 -8 0 -8 0
Substituição de Palheta
Se for necessário substituir uma palheta, você pode usar uma palheta retirada de uma
outra gaita. Escolha na gaita velha a palheta que você quer usar no lugar da que
quebrou.Ela pode ser de comprimento maior do que a que quebrou, assim você poderá
cortá-la para o tamanho desejado, mas nunca deverá ser de comprimento menor, pois
ficará deixando um vazamento de ar e isso prejudica a execução das notas daquele
orifício.
Lime o rebite na parte posterio (inversa a da palheta) até que fique um pouco abaixo do
plano da pla de vozes. Com a parte limada para cima, coloque a placa de vozes sobre
um desnível como se fosse de uma escada. O rebite deve ficar bem perto do degrau.
Com o auxilio de um martelinho e um punção bem agudo retire a palheta velha.
Coloque a palheta retirada no lugar da que quebrou. Sobre um plano de aço ou ferro,
bata com pancadas leves na parte posterior do rebite até que ele fique um pouco
amassado. Centre a palheta e da mesma forma bata na parte anterior. Se por ventura,
não conseguir fixar bem a palheta, use uma gotícula de cola instantâne só na cabeça da
palheta. Cuidado com essa gotícula que poderá ser colocada também na parte posterior
do rebite.
Vedação da Gaita
A gaita pode apresentar vazamento de ar, dificultando a execução. Vazamentos podem
ocorrer por vários motivos:
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• Pode ocorrer vazamento também pelas laterais da palheta, caso exista muita
folga entre a largura da palheta e o rasgo (slot) da placa de vozes. Neste caso a
melhor solução é substituir a palheta.
• Vazamentos podem ocorrer também entre o corpo da gaita (pente) e a placa de
vozes. Neste caso você pode fazer a vedação utilizando cola de silicone ou cola
branca. Passe a cola em toda a superfície do corpo da gaita que entra em contato
com as placas de vozes. Muito cuidado para não utilizar cola em excesso e não
deixar a cola escorrer para outras partes, que não aquelas que entram em contato
com as placas.
Valvulas
Valvulas são abas atachadas à placa de vozes, na posição do rebite, sobre o slot no lado
oposto à palheta. Veja a figura acima. Elas são feitas de uma fina lâmina de plástico. As
válvulas são mais frequentemente encontradas em gaitas cromáticas, onde são usadas
para evitar o vazamento de ar.
Uma vez que as válvulas bloqueiam o vazamento de ar pela palheta oposta, menos ar é
necessário para acionar a palheta, o que é muito importante nas cromáticas devido ao
vazamento que ocorre no bocal e nos mecanismos deslizantes. As válvulas são
normalmente empregadas em todas as palhetas da gaita cromática.
Este não é o caso da diatonica, que geralmente possue melhor vedação que a cromática.
As válvulas na diatonica não são usadas para evitar vazamentos de ar. Elas são usadas
para possibilitar bends valvulados.
• Sobre o lado oposto dos slots das palhetas aspiradas dos orifícios 1 ao 6.
• Sobre o lado oposto dos slots das palhetas sopradas dos orifícios 7 ao 10.
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As valvulas para os orifícios 1-6 ficam do lado de dentro do corpo da gaita, então a
placa de vozes inferior deve ser removida para que as válvulas possam ser instaladas.
A instalação é simples. Basta usar cola instantânea para fixar a válvula à placa de vozes
na posição do rebite, do lado oposto ao que estão fixadas as palhetas. Apenas uma
pequena quantidade de cola deve ser aplicada à válvla, e tome muito cuidado para não
aplicar cola nas palhetas. Tenha cuidado ao remontar a gaita para que o corpo da gaita
não interfira no funcionamento da vávula.
Você pode comprar válvulas de fabricantes de gaitas como Hohner ou Hering, ou até
mesmo fazer suas próprias válvulas.
Com um pouco de prática, você poderá fazer sua própria gaita valvulada em 10 ou 15
minutos.
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