Horta Na Escola - Passo A Passo
Horta Na Escola - Passo A Passo
Horta Na Escola - Passo A Passo
1a edição
Florianópolis/SC
2021
COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO: ILUSTRAÇÕES:
FICHA TÉCNICA: Claudia Soar Gustavo Barreto
AUTORAS: FOTOS:
Karina de Lorenzi Acervo Cepagro
Gisa Garcia EDIÇÃO E REVISÃO:
Paula Desgualdo
COLABORADORAS:
Claudia Soar PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO:
Cristine Garcia Gabriel Fernanda do Canto
E-book (PDF)
ISBN 978-85-8328-065-1
CDU: 635.1/.8
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Sumário
A horta na escola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
O que você vai encontrar aqui . . . . . . . . . . . . . 7
Passo a passo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1. Mobilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2. Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3. Identificação do local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Luminosidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Acesso a água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Como funciona uma cisterna? . . . . . . . . . . . . . . . . 16
O terreno e seu entorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Tipos de solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4. Construção dos canteiros . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Canteiro elevado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Canteiro em caixotes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Canteiro instantâneo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Espiral de ervas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5. Plantio (para todos os tipos de canteiro!) . . . . . . . . . 36
Diversificar as plantas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Revolver menos o solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Cobertura de matéria seca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Semeadura direta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Plantio por muda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Plantio por estaquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
6. Colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
7. Manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Irrigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Adubação orgânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Presença de insetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Plantas doentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Condução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Rotação de cultura e mudança do local . . . . . . . . . . . 47
Proteção para as plantas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
8. Como fazer? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Mudas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Estacas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Durante as férias escolares . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Calendário agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . 55
Links para inspirar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
A horta na escola
Onde quer que seja implantada, uma horta abre um mundo de
possibilidades e interações. Na escola, ao ensinar sobre a vida e
seus ciclos, pode ser uma ótima ferramenta pedagógica, capaz de
conectar o meio ambiente aos conteúdos escolares de todas as disci-
plinas. Ajuda também a resgatar o vínculo entre o alimento e a na-
tureza, algo central para a educação alimentar e nutricional.
Mas não é só isso. Mais que um instrumento de ensino, esse espa-
ço cheio de vida se torna um meio de convivência e trabalho coleti-
vo para estudantes, professores e toda a comunidade escolar. Nes-
se sentido, contribui para preservar histórias, fortalecer as relações
e o respeito entre todos. Aprender em grupo, com as mãos na terra, é
um prazer que só pode ser experimentado na prática – não está des-
crito em nenhum livro!
Algo que você deve saber sobre a horta escolar é que sua finalida-
de não é produtiva, mas educativa. Por isso, cada etapa é importante,
desde a mobilização das pessoas até a pós-colheita. Os aprendizados
mais significativos estão nas entrelinhas, nos “erros”, nos dese-
quilíbrios que precisam ser verificados e que despertam o espíri-
to investigador da turma. Como em qualquer espaço de experimen-
tação, tudo isso faz parte do processo de aprendizagem.
Nas próximas páginas, vamos mostrar, passo a passo, como cons-
truir uma estrutura de canteiros agroecológicos em sua escola – tam-
bém vale para outros espaços, como praças e centros comunitários.
Um dos principais objetivos é incentivar os estudantes e a comu-
nidade escolar a adquirirem hábitos alimentares mais saudáveis.
Esperamos que todos desfrutem dessa vivência rica e cheia de novos
sabores!
6
O que você vai encontrar aqui
Este material está dividido em oito passos. A primeira etapa diz
respeito à Mobilização dos estudantes, equipe, vizinhos, parceiros e
pessoas dispostas a colaborar com o projeto. O item seguinte reúne
os Materiais que serão necessários tanto antes como depois da
construção dos canteiros. Na sequência, damos algumas orientações
para a Identificação do local mais adequado, pensando em fatores
como luminosidade, acesso a água e tipo de solo. Então, chegamos à
Construção dos canteiros, propriamente, onde são indicados quatro
tipos diferentes (elevado, em caixotes, instantâneo e espiral de ervas),
que podem se aplicar a espaços variados. O quinto capítulo tem como
foco o Plantio, que serve para todos os tipos de canteiro. Isso inclui
dicas para proteger o solo, formas de plantio e colheita. No sexto
passo, sobre Manutenção, você vai ver algumas orientações básicas
para uma irrigação adequada, para lidar com a presença de insetos e
eventuais plantas doentes. O capítulo seguinte traz algumas formas
de aumentar a sua autonomia, mostrando Como fazer as próprias
mudas e estacas. Ali você também pode conferir como garantir a
manutenção da horta durante o período de férias escolares. Por
fim, apresentamos um Calendário agrícola com a melhor época de
plantio de algumas espécies em diferentes regiões do país.
Bom trabalho!
7
Passo a passo
1. Mobilização
Antes de colocar a mão na massa, o foco é engajar a comunida-
de escolar! Quanto mais pessoas estiverem envolvidas, maiores são
as possibilidades de trocas e aprendizados. Uma sugestão é promover
uma conversa entre professores, estudantes, diretoria e outros fun-
cionários. Pode ser formada uma equipe interessada no tema, que
vai coordenar as ações e atividades iniciais do projeto.
É importante que os estudantes participem de todo o processo.
Que tal ouvir um pouco sobre as suas vontades?
• O que gostam de comer?
• O que gostariam de plantar?
• Quais frutas e verduras costumam comer em casa e na escola?
• Quais frutas e verduras gostam de comer mas não encontram
em casa e nem na escola?
Mesmo que não dê para aplicar todas as ideias em um primeiro
momento, elas contribuem de alguma forma, e podem ser transfor-
madas em metas de médio e longo prazo.
E em relação à cultura alimentar local, quais características
podem ser aproveitadas no projeto? Em uma região típica de en-
genhos de farinha, por exemplo, o cultivo da mandioca pode render
bons estudos!
8
Envie um convite aos familiares, vizinhos e comerciantes locais,
para que eles conheçam a proposta e colaborem da maneira
que puderem – não é preciso ter experiência com agricultura
para participar! Doações de material de jardinagem, adubo
orgânico, mudas e sementes também podem ser bem-vindas.
UMA
As palavras em destaque estão no glossário, no final do livro! IDEIA!
LEVE EM CONTA!
SEMANA • Apresentar o projeto a profes- Profª. Olívia; Preparar apre- Conversar com a
02 sores, diretores, e servidores; Prof. Lírio. sentação do pessoa responsá-
• Incluir no PPP as atividades de Projeto de cons- vel pelos serviços
horta escolar; trução da escola gerais.
para identificar
• Verificar materiais disponíveis;
encanamentos e
• Identificação dos locais possí- fiações no pátio.
veis para implantação da horta.
SEMANA • Apresentar o projeto às turmas Profª. Olívia; • Convite para Pensar sobre o
03 da escola e definir alguns estu- Prof. Lírio; os pais par- canal de comuni-
dantes articuladores; ticiparem da cação com pais e
Merendeira
• Conversar com pais e comuni- implantação/ comunidade no
Cecília;
dade no entorno da escola; atividades; entorno da escola.
Serviços
• Pedir doações de materiais; • Identificar o
gerais, João.
tipo mais ade-
• Arrecadar fundos para os mate-
quado de com-
riais que faltam;
posteira.
• Projetar croqui do espaço;
• Iniciar os estudos sobre com-
postagem.
SEMANA • Organizar todos os materiais Profª. Olívia e • Definir local Talvez seja preciso
04 para a implantação da horta; Rose; para armaze- uma orientação
• Iniciar uma composteira para Prof. Lírio; nar as ferra- mais específica so-
produção de adubo. mentas; bre compostagem.
Merendeira
Cecília; • Orientar as
cozinhas sobre
Romeu, pai de
a separação
aluno;
dos resíduos
Estudantes orgânicos. 10
articuladores.
2. Materiais
A etapa seguinte é fazer um levantamento dos materiais disponí-
veis para a construção da horta. Verifique se a escola possui os mate-
riais listados a seguir e acione a rede de parceiros locais se necessário:
Estacas de madeira
Barbante Trena ou fita métrica Carrinho de mão
ou pedaços de bambu
Pá quadrada Pá de corte
Enxada Pá de bico pequena
(para juntar) (para cavar)
Material para estrutura dos canteiros Solo Restos de poda, galhos secos, corte
(algumas opções: toco de madeira, bambu, de grama, folhas e outros materiais
caixas de feira de madeira, madeiras orgânicos secos
descartadas em obras, telhas, tijolo, pedras) 11
Para usar depois de fazer os canteiros:
Kit de jardinagem
(garfo, ancinho Mangueira Regador
e pazinha larga)
12
Anote tudo de forma organizada, para saber o que está disponível
e o que falta. No item 4, “Construção dos canteiros”, você encontra
uma lista detalhada dos materiais necessários para cada tipo de can-
teiro.
3. Identificação do local
Para escolher o espaço mais adequado, algo que também pode ser
feito em conjunto com os estudantes, é preciso conhecer as neces-
sidades básicas de uma planta, como luz solar, água, segurança
e nutrientes. A seguir, reunimos algumas informações para você se
guiar:
Luminosidade
As plantas precisam da luz do sol para se desenvolver e realizar a
fotossíntese. Um local favorável para a horta deve ter pelo menos 4
horas de incidência solar por dia. Uma dica é construir os canteiros
virados para o norte, pois essa é a face que recebe mais sol ao longo
do dia e do ano.
13
Você pode usar uma bússola ou identificá-la observan-
do o movimento do sol, como mostra a ilustração. Aponte o
seu braço direito na direção onde o sol nasce. Esse é o leste.
Depois, aponte o braço esquerdo na direção oposta, onde ele se põe.
Esse é o oeste. Às suas costas está o sul e à sua frente, o norte.
14
LEVE EM CONTA!
Caso não haja uma área com bastante incidência solar na sua
escola, não desanime! É possível utilizar espécies adaptadas a con-
dições mais úmidas e sombreadas. Você também pode fazer um ex-
perimento e testar se as plantas que pretende cultivar se adaptam ao
ambiente disponível.
Acesso a água
Próximo aos canteiros, deve haver água limpa para a rega diá-
ria das plantas. Se não houver, uma possibilidade é usar mangueiras
extensas conectadas a uma fonte ou desenvolver um sistema simples
de captação de água da chuva.
A água de chuva é um recurso natural disponível a todos.
Ela pode ser armazenada em reservatórios ou cisternas e utiliza-
da como manancial abastecedor. Essa é uma alternativa susten-
tável para economizar na conta de água e resolver problemas de
abastecimento.
15
Como funciona uma cisterna?
Existem vários modelos, mas o mecanismo básico
consiste em conduzir a água da chuva por calhas até um
filtro, que elimina mecanicamente impurezas como fo-
lhas e galhos. Um freio reduz a velocidade da entrada
da água e impede que o conteúdo no interior da cisterna
seja agitado. Assim, as partículas sólidas ficam deposi-
tadas no fundo. A água obtida não é considerada potá-
vel, pois pode conter desde poeira até partículas de sul-
fato, amônio e nitrato, que a tornam inapropriada para
o nosso consumo. Mas ela pode ser usada para lavar a
calçada ou panos de chão, e também para regar a horta.
16
Se o local escolhido tiver resíduos ou problemas de
acesso, essa é uma boa oportunidade de reunir a
turma para fazer um mutirão de limpeza ou pensar
junto em adaptações possíveis, como a construção
de rampas para que todos possam chegar à horta.
UMA
O terreno não é plano? Não tem problema. Os canteiros
IDEIA!
podem ser construídos em curvas de nível:
17
Tipos de solo
O solo é o que fornece às plantas os nutrientes que elas necessi-
tam para crescer e produzir alimentos.
Um solo saudável deve ser:
• Rico em todo tipo de vida, de micro e macro-organismos (fun-
gos, bactérias, minhocas, centopéias e tatus-bola, por exemplo);
• Fofo e aerado, para facilitar a circulação de água e ar para as
raízes;
• Coberto por uma boa camada de matéria seca, para protegê-lo.
Mesmo que o solo da escola não se encontre nessas condições,
é possível fazer um manejo para melhorá-lo. Mas, antes, é preciso
conhecer seu solo!
18
Solo arenoso: é o que contém mais areia
em sua composição. Os grãos de areia são
relativamente grandes e leves. Eles ficam
mais separados entre si, permitindo que o
ar e a água passem com facilidade e alcan-
cem camadas mais profundas. Sua colora-
ção geralmente é clara e seu aspecto, mais
seco.
19
Um solo ideal deve equilibrar esses três componentes: argila,
areia e matéria orgânica. Se houver argila em excesso, por exemplo,
ele pode ficar compactado e comprometer a circulação de ar até as
raízes das plantas. Já no caso de muita areia, o solo não consegue re-
ter os nutrientes.
Uma forma de manter o equilíbrio é misturar a mesma quantida-
de dos três tipos de solo, ou seja:
⅓ de solo argiloso, ⅓ de solo arenoso, ⅓ de solo orgânico.
Depois de identificar qual é o solo no local da horta, basta adicionar a
mesma medida dos outros tipos para equilibrá-lo.
Mas lembre-se: é uma sugestão. É possível trabalhar com o solo
disponível na sua escola! As hortaliças também podem ser plantadas
em composto puro, desde que esteja maturado.
O estudo da formação e do
UMA
tipo de solo pode ser realizado
DICA!
em conjunto de alunos nas
aulas de geografia.
20
COLOQUE AS IDEIAS NO PAPEL
Registre todas as informações coletadas sobre o local onde a horta
será construída (o professor ou a professora de geografia pode ajudar!):
situação do solo, topografia, drenagem, de onde vem o sol, áreas
que ficam mais sombreadas, se há muro ou construções perto e quais
plantas já cresceram ali. Esse mapeamento vai permitir conhecer
melhor e fazer uma boa análise do espaço. Depois disso, pode ser
feito um desenho ou croqui da área junto com a turma, usando essas
informações todas. Não se esqueça de tirar fotos do local onde a horta
será construída, assim é possível acompanhar as transformações ao
longo do tempo.
21
4. Construção dos canteiros
Sabemos que nem sempre é possível encontrar nas escolas as con-
dições ideais para a construção da horta. Mas, na maior parte das ve-
zes, podemos nos adequar ao espaço disponível. Aqui, vamos indicar
quatro tipos diferentes de canteiros. Veja qual se aplica melhor à es-
trutura da sua unidade.
LEVE EM CONTA!
22
Canteiro elevado
Nesse tipo de canteiro, também conhecido como leira, as plan-
tas são cultivadas em algumas camadas acima do solo, o que exige
um investimento considerável em materiais, mão de obra, tempo e es-
paço. É um tipo de horta favorável para hortaliças, plantas que pos-
suem raízes profundas, como cenoura, beterraba, mandioca e batata
doce, plantas tuberosas, como batata e inhame, ou aquelas que não
suportam excesso de água, como babosa e suculentas.
* Lembrando sempre de dar preferência aos materiais de origem vegetal, que po-
dem ser incorporados pelo solo ao se degradarem, ou os de alta durabilidade,
que não prejudicam o meio ambiente e não geram lixo.
23
Para delimitar o canteiro:
A quantidade de material vai depender do tamanho do canteiro.
Como calcular o tamanho?
1. Desenhe o formato do canteiro em uma folha de papel.
2. Reproduza o desenho no solo, no local da horta, usando barbante.
3. Com uma fita métrica, meça o perímetro do canteiro.
4. Agora será possível estimar a quantidade de material necessário.
24
É muito comum vermos canteiros quadrados
ou retangulares, mas eles podem ter qualquer
formato, inclusive relacionado a algum tema que
esteja sendo trabalhado em sala de aula. Inspire-
se na natureza para criar canteiros com formas
curvilíneas e explore a criatividade da turma.
25
Em nossos canteiros agroecológicos, antes de
adicionar a terra, forramos o espaço com uma
camada espessa de matéria orgânica (galhos, folhas
secas, restos de podas e troncos). Ela dá volume aos
canteiros, impede que a terra se compacte, melhora
a estrutura do solo e possibilita maior circulação de UMA
ar. Além disso, a decomposição da matéria fornece DICA!
nutrientes para a vida do solo.
Como montar:
1. Desenho: Nos dois primeiros passos, o procedimento é o mesmo
usado para calcular o perímetro do canteiro. Em uma folha A4,
faça um desenho da disposição e do formato dos canteiros. O for-
mato pode ser escolhido em conjunto com a turma!
LEVE EM CONTA!
A largura dos canteiros não deve ser maior que 80 cm, para
que as crianças consigam alcançar o centro pelos dois lados. Se
houver mais de um canteiro, deixe um espaço de 50 cm a 1 m
entre eles para facilitar a circulação.
26
4. Montagem: Disponha o material escolhido (tijolo, pedra, bambu,
madeira) seguindo o desenho do barbante *. Atenção! A altura
das paredes deve ser de no mínimo 30 cm para que as raízes pos-
sam se desenvolver.
* Caso utilize tijolos ou pedras, recomendamos não cimentar uns nos ou-
tros. Com o tempo, podemos mudar o formato ou o local dos canteiros,
colocar canteiros onde haviam caminhos de circulação e vice-versa.
27
Canteiro em caixotes
Esse canteiro pode ser construído em locais com pouco espaço ou
cobertos com concreto. Para pessoas com restrição de mobilidade e
dificuldade de se abaixar, os caixotes podem ser colocados em cima
de uma bancada. Ele é indicado para plantas com raízes curtas e mé-
dias. Há diversas formas de fazê-lo, com tábuas de madeira, caixas de
isopor e até canos de PVC. Aqui, vamos usar um modelo de caixa de
feira.
28
Você vai precisar de:
Materiais Quantidades para 1 caixa
Caixote de madeira 1
Tecido bidim 1 m²
Grampeador (opcional) 1
Argila expandida
(pode ser substituída por 2 kg
pedrinhas)
Adubo orgânico
15 kg
(composto ou esterco animal)
Solo * 15 kg
29
Como montar:
1. Forre o interior da caixa com o tecido (você pode utilizar um
grampeador para madeira, se tiver em casa ou na escola). Isso
serve para que a terra não escorra pelas laterais e pelos vãos da
caixa. Se preferir, é possível reutilizar materiais para fazer a for-
ração, como banners e faixas. Neste caso, será preciso fazer furos
no banner para escoamento da água.
30
Canteiro instantâneo
Como indica o nome, essa é uma horta fácil e rápida de construir.
Ideal para escolas sem disponibilidade de recursos ou para contextos
em que falte tempo para implantar e fazer a manutenção dos cantei-
ros. Podem ser cultivadas folhosas, temperos, chás e algumas plantas
de lavoura, como girassol, feijão, abóbora, melão, melancia, além de
raízes menos profundas.
31
Como montar
1. Limpe o local e capine as plantas espontâneas predominantes.
2. Delimite a área do canteiro. Considere uma largura de até 80 cm,
para facilitar o acesso das crianças a partir das laterais.
3. Preencha toda a área delimitada com a palhada e molde as pa-
redes (dê leves batidinhas para firmar). A altura deve ser de no
mínimo 40 cm, para que as raízes das plantas possam se desen-
volver.
4. Faça cavidades ou “berços” de acordo com as plantas que serão
cultivadas. Se forem raízes, como beterraba ou cenoura, as cavi-
dades devem ser maiores e mais profundas, com 25 cm. No caso
de folhosas e temperos, que possuem raízes menores, elas podem
ter em torno de 15 cm de profundidade. Lembre-se de deixar um
espaço entre os berços, para que uma planta não sombreie a ou-
tra quando elas crescerem.
5. Preencha os berços com solo e composto.
O passo seguinte será realizar o plantio
de sementes ou mudas, descrito a par-
tir da página 36.
32
Espiral de er vas
Esse tipo de canteiro, construído em níveis, é uma boa opção para
otimizar espaço. O formato em espiral permite aproveitar diferentes
graus de incidência de sol e umidade – o topo recebe mais sol e é mais
seco, enquanto a base fica mais úmida. Outra vantagem é que tanto
a montagem quanto a manutenção são fáceis. O exemplo a seguir é
feito com tijolos, mas também é possível usar outros materiais como
madeira, pedras ou bambu.
33
Você vai precisar de:
Materiais Quantidades para espiral de 1m de diâmetro
Barbante 1 rolo pequeno
Tijolos 80 tijolos de 6 furos
Solo* 150 kg
Adubo orgânico (composto
150 kg
ou esterco animal)
O suficiente para uma camada de pelo menos
Matéria orgânica seca
15 cm de altura (pode ser maior na parte mais
para a base
alta do canteiro)
Como montar:
1. Limpe o local escolhido, retirando plantas e outros materiais.
2. Com o barbante, desenhe no chão uma espiral de 1 m de diâ-
metro – comece pelo centro (você pode usar uma estaca para
marcá-lo).
3. Acomode uma camada de tijolos sobre o barbante e depois
vá empilhando-os de forma intercalada, erguendo uma pare-
de de pelo menos 30 cm. Não é necessário usar argamassa.
Continue a montagem da parede, de modo que a altura vá
aumentando conforme se aproxima do centro.
34
4. Hora de preencher o canteiro! Forre a base com
uma camada de matéria orgânica seca, como
restos de poda, folhas e palhada. Depois preen-
cha com o solo e, por fim, adicione o composto.
5. O passo seguinte será o plantio. Veja no próxi-
mo tópico como fazer.
Di versificar as plantas
Seu canteiro de hortaliças e ervas pode ser tão diverso quanto uma
floresta. Lembre-se que, quanto mais espécies, maior a variedade de nu-
trientes disponíveis para as plantas. As diferentes raízes ajudam ainda
na descompactação do solo. Portanto, procure misturar hortaliças, tem-
peros e flores em um mesmo canteiro. Também é saudável deixar cres-
cer algumas plantas espontâneas, pois elas atuam como barreira para
insetos e fungos, e conservam a umidade do solo.
SAIBA MAIS
36
Cobertura de matéria seca
Qualquer que seja o tipo de canteiro, uma cobertura de matéria
orgânica seca (palha ou folhas) vai nutrir e proteger o solo das chuvas
fortes e da incidência solar, além de mantê-lo úmido mesmo nas esta-
ções mais quentes do ano.
LEVE EM CONTA!
39
Use um caderno como diário de campo para
anotar as datas de plantio. Assim, será possível
planejar uma rotina de irrigação, manutenção e
colheita, dividindo as tarefas entre o grupo.
UMA
IDEIA!
UMA Lembre-se que as ferramentas precisam ser
DICA!
limpas após o uso. Isso contribui para não levar
doenças de uma planta a outra.
40
6. Colheita
Tendo como referência o calendário agrícola da página 52, é pos-
sível prever aproximadamente o tempo de colheita de cada espécie.
Mas isso vai depender da planta cultivada, de seu estado nutricional e
de fatores como clima e quantidade de água disponível.
41
Os melhores horários para a colheita são o começo da manhã ou o
fim da tarde. Evite os períodos mais quentes e secos do dia, quando as
plantas perdem água.
7. Manutenção
Irrigação
A irrigação da horta pode ser feita com regadores, mangueiras,
mangueiras furadas, gotejadores ou aspersores. A quantidade de
água e a frequência variam de acordo com a região, o tipo de solo, a
espécie e a fase de crescimento das plantas.
Confira algumas informações gerais:
Os melhores horários: Assim como a colheita, a indicação é irrigar
os canteiros nos horários mais frescos do dia, ou seja, no começo da
manhã ou no fim da tarde (duas vezes nos dias quentes e uma vez nos
dias frios). Assim, a perda de água por evapotranspiração é menor.
Em períodos de chuva, não é necessário regar a horta.
Os tipos de solo: Conhecer o solo é fundamental para saber a quan-
tidade de água que ele precisa. Os argilosos, por exemplo, tendem a
42
reter líquido. Nesse caso, as irrigações podem ser mais volumosas e
espaçadas. Já os solos arenosos, por terem fácil lixiviação, podem re-
ceber regas mais frequentes e com menos água.
Fases da vida: Mudas recém-transplantadas precisam de água com
mais frequência, de duas a três vezes por dia. Na fase adulta das plan-
tas, quando acontece a floração e formação de frutos, as irrigações po-
dem ser mais espaçadas, de uma a duas vezes por dia, dependendo da
estação e do clima do dia.
43
Adubação orgânica
Uma primeira adubação, chamada de adubação de base, já é rea-
lizada na hora do plantio, quando adicionamos o composto orgânico
à terra. Mas outras podem ser feitas conforme as plantas se desen-
volvem. Essas são as adubações de cobertura: o adubo deve ser colo-
cado próximo à base da planta ou na linha de plantio da horta. Além
do composto orgânico, a adubação pode ser feita de diversas formas:
com húmus de minhoca, esterco de animais herbívoros, como aves e
bovinos, ou através da adubação verde.
SAIBA MAIS
44
Veja três presenças bem comuns nas hortas, que podem interferir
no desenvolvimento das plantas, e saiba o que fazer para controlá-las:
Plantas doentes
As plantas são como os animais: se não estão em um local favorá-
vel ou não recebem uma nutrição adequada, podem adoecer. Elas ma-
nifestam esse desequilíbrio de muitas formas, mudando por exemplo
o aspecto das folhas, do caule ou das raízes.
45
As causas também podem ser diversas: muito ou pouco sol, muito
vento, solo encharcado ou muito seco, excesso ou falta de algum nu-
triente, presença de vírus, bactérias e nematóides (vermes que mo-
ram no solo). Segundo a Teoria da Trofobiose, desenvolvida na déca-
da de 1970 pelo francês Francis Chaboussou, a condição ambiental de
crescimento da planta está diretamente relacionada à sua saúde.
Veja a seguir algumas doenças comuns, suas causas e medidas
que podem ser tomadas:
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Uma planta nutricionalmente equilibrada está mais protegida do
ataque de pragas e doenças. É essencial conhecer o ciclo de vida de
cada espécie cultivada em sua horta para oferecer condições e cuida-
dos específicos, como quantidade de luz, água, adubação adequada e
companhias aliadas.
SAIBA MAIS
O site da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA) tem um acervo sobre “sistema de produção” de diversas
espécies, com informações técnicas para seu cultivo.
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8. Como fazer?
Mudas
Produzir as próprias mudas é uma forma de a escola se tornar
mais independente em relação à compra de insumos.
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Irrigação:
No início, regue algumas vezes ao dia, mas sem deixar o solo en-
charcado. Essa frequência constante de irrigação deve ser realizada
até as sementes desenvolverem suas primeiras raízes, o que pode le-
var uma média de duas semanas, dependendo da espécie. Quando a
planta já estiver com 3 ou 4 folhas, é hora de transplantá-la para o
canteiro definitivo.
Estacas
1. Escolha uma planta adulta e saudável, sem sinais de doença ou
falta de nutrientes.
2. Com uma tesoura de poda limpa, corte um pedaço do caule (20
cm). O corte deve ser em diagonal, sem deixar feridas ou rasgos
na estaca.
3. Se houver folhas no caule, retire cerca de ⅓ delas, deixando a par-
te inferior limpa. Retire flores e botões, se for o caso, e corte a
ponta caso haja folhas grandes, para que não consumam energia.
Para enraizar:
• Coloque hortaliças de caule macio (como manjericão e hortelã)
em um recipiente de vidro com água limpa – se ficarem folhas
submersas, retire-as. Mantenha em local fresco e luminoso,
mas sem luz do sol direta, e troque a água a cada três dias. O
tempo de enraizamento será de uma a duas semanas, depen-
dendo da planta.
• Plantas com caule lenhoso ou fibroso (frutíferas e temperos
como o alecrim) podem ser colocadas diretamente no solo fér-
til. Escolha uma dessas plantas, retire um galho novo e use a
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parte verde como estaca. Prepare um recipiente com terra fér-
til. Faça uma cavidade, coloque a estaca – com a parte cortada
em contato com a terra – e firme o solo ao redor dela. Esse pro-
cedimento também pode ser feito diretamente no canteiro.
Quando plantar?
Antes do início das férias, mantendo-as até o início das aulas.
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Calendário agrícola
Confira a melhor época para o plantio de algumas espécies em
diferentes regiões do país.
Regiões do Brasil
Colheita
Planta Norte Nordeste Centro-oeste Sudeste Sul
(dias)
Abóbora Abr-Ago Mar-Out Ano todo Set-Mar Out-Fev 90 a 120
Abobrinha Italiana Abr-Ago Mar-Out Ano todo Ago-Maio Set-Maio 45 a 60
Acelga Abr-Jun Fev-Jul Fev-Jul 60 a 70
Agrião Abr-Jul Mar-Set Mar-Jul Fev-Jul Fev-Out 60 a 70
Alface de inverno Mar-Jul Mar-Set Mar-Set Fev-Jul Fev-Out 60 a 80
Alface de verão Ano todo Ano todo Ano todo Ano todo Ano todo 50 a 70
Alho Maio Mar-Abr Mar-Abr Mai-Jun 150 a 180
Alho-poró Mai-Jun Abr-Jun Mar-Jun Mar-Jun 90 a 120
Almeirão Abr-Ago Fev-Ago Fev-Ago Fev-Ago Fev-Out 60 a 70
Batata Abr-Mai Abr-Mai Nov-Dez 90 a 120
Batata- doce Ano todo Ano todo Out-Dez Out-Dez Out-Dez 120 a 150
Berinjela Abr-Ago Ano todo Ago-Fev Ago-Mar Ago-Jan 100 a 120
Beterraba Abr-Ago Abr-Ago Ano todo Ano todo 60 a 70
Brócolis de inverno Fev-Mai Fev-Jul Fev-Set 90 a 100
Brócolis de verão Abr-Jul Out-Fev Out-Jan Set-Jan Out-Dez 80 a 100
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Regiões do Brasil
Colheita
Planta Norte Nordeste Centro-oeste Sudeste Sul
(dias)
Capuchinha Abr-Mai Abr-Mai Abr-Mai Ago-Out Ago-Out 70
Cebola Fev-Mai Fev-Abr Fev-Mai Fev-Mai Jul-Ago 120 a 180
Cebolinha Abr-Out Mar-Jul Abr-Ago Ano todo Ano todo 80 a 100
Cenoura de inverno Abr-Jul Mar-Jul Fev-Ago 90 a 110
Cenoura de verão Out-Mar Out-Mar Out-Mar Out-Mar Nov-Jan 85 a 100
Chuchu Abr-Jul Ano todo Set-Out Set-Out Set-Out 100 a 120
Coentro Abr-Out Ano todo Ago-Abr Ago-Fev Set-Jan 50 a 60
Couve Manteiga Abr-Jul Abr-Ago Fev-Jul Fev-Jul Fev-Jul 80 a 90
Ervilha Abr-Mai Abr-Mai Abr-Mai 60 a 70
Espinafre Mar-Mai Mar-Ago Mar-Ago Fev-Set Fev-Set 60 a 80
Feijão Vagem Abr-Jul Ano todo Mar-Ago Ago-Mar Set-Mar 60 a 70
Gengibre Ano todo Ano todo Ago-Dez Ago-Dez Ago-Dez 240 a 300
Melancia Abr-Ago Mar-Set Set-Dez Ago-Mar Set-Jan 85 a 90
Melão Abr-Ago Mar-Set Set-Dez Set-Fev Out-Fev 80 a 120
Milho Mar-Mai Out-Mar Set-Jan Set-Dez Ago-Fev 80 a 110
Moranga Mar-Jun Set-Dez Set-Dez Set-Dez 120 a 150
Morango Fev-Mar Mar-Abr Mar-Abr 70 a 80
Mostarda Fev-Jul Mar-Jul Mar-Ago Jul-Dez 45 a 50
Pepino Abr-Set Ano todo Jul-Nov Set-fev Set-Fev 45 a 60
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Regiões do Brasil
Colheita
Planta Norte Nordeste Centro-oeste Sudeste Sul
(dias)
Pimentão Abr-Jul Mai-Set Ago-Dez Ago-Mar Set-Fev 100 a 120
Quiabo Ano todo Ano todo Ago-Fev Ago-Mar Out-Dez 70 a 80
Rabanete Mar-Ago Mar-Jul Abr-Set Mar-Ago Mar-Ago 25 a 30
Rúcula Mar-Jul Mar-Jul Mar-Ago Mar-Ago 40 a 60
Salsinha Mar-Ago Mar-Ago Mar-Set Mar-Set 60 a 70
Tagete Ano todo Ano todo Ano todo Ano todo Ano todo 70 a 85
Taioba Ano todo Ano todo Set-Fev Set-Nov Set-Nov 70 a 100
Tomate Mar-Jul Ano todo Ano todo Ano todo Set-Fev 100 a 120
Fonte: Guia de Atividades Educando com a Horta (Cepagro, 2019)
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Referências bibliográficas
ARAÚJO, Roberto. Manual natureza de hortaliças e temperos. São
Paulo: Editora Europa, 2009.
BIANCO, Saul; ROSA, A. C. M. Hortas escolares: o ambiente horta
escolar como espaço de aprendizagem no contexto do ensino funda-
mental - livro do professor. Florianópolis: Instituto Souza Cruz, 2005.
BLAINSKI, Juliane. Controle Biológico de pragas: dicas de como
atrair joaninhas. Site Maneje Bem, 2019.
EPAGRI. O que são plantas de cobertura ou adubos verdes: conhe-
ça as vantagens. Epagri, 2020.
GOMES, G. Plantio direto de hortaliças orgânicas: estudo de caso
em uma propriedade periurbana em Florianópolis, SC. Florianó-
polis: UFSC, 2004.
IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Manual para escolas: a escola pro-
movendo hábitos alimentares saudáveis. Coordenação Elisabetta
Recine. Brasília: UnB, 2001.
LEGAN, Lucia. Criando habitats na escola sustentável: livro do edu-
cador. Pirenópolis: Ecocentro IPEC, 2009.
REYES, Caroline Pinheiro et al. Hortas pedagógicas: Manual prático
para instalação. Brasília (DF): Embrapa Hortaliças, 2019.
SILVA, Andreia C. da (org). Guia hortas pedagógicas: Mais um espa-
ço para aprendizagem. São Paulo: Associação Paulista de Gestores
Ambientais (APGAM), 2018.
SOFFNER, M. L. A. P. Produção de polpa celulósica a partir de en-
gaço de bananeira, 2001. 56 f. Tese (Mestrado em Ciências) – Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP, Piracicaba, 2001.
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Links para inspirar
6 passos para iniciar uma horta escolar. CicloVivo, mar. 2017.
Guia de atividades Educando com a horta. CEPAGRO, 2019.
Horta em casa: uma conexão com a natureza durante o isolamento.
Greenpeace Brasil, mar. 2020.
Manual para escolas: a escola promovendo hábitos alimentares
saudáveis. Universidade de Brasília, 2001.
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Glossário
Acícula: Folha fina e pontiaguda, Berço: Abertura no solo destinada a
com formato semelhante ao de uma receber uma muda de planta.
agulha.
Biota: Conjunto de todos os seres vi-
Adubação orgânica: Técnica para vos de um determinado lugar.
fertilizar a terra a partir de resíduos
de origem animal e vegetal (folhas Cisterna: Reservatório para armaze-
secas, grama, restos vegetais, restos nar e conservar a água.
de alimentos e esterco animal), por
meio da decomposição. Croqui: Desenho ou esboço feito à
mão, sem a necessidade de traços pre-
Adubação verde: Técnica de aduba- cisos.
ção através do cultivo de plantas que
melhoram as características físicas, Decomposição: Processo realizado
químicas e biológicas do solo. por fungos e bactérias, que transfor-
mam a matéria orgânica (fauna/flora)
Agroecológico: Ou agroecologia é em compostos orgânicos e minerais.
uma forma de fazer agricultura que
respeita o meio ambiente, a diversi- Desbaste: Retirada de mudas mal-
dade e as relações, incluindo questões formadas e menores, para que as
culturais, políticas e sociais. mais saudáveis tenham espaço para
se desenvolver.
Agrotóxicos: Substâncias químicas
utilizadas em produções agrícolas Drenagem: Escoamento da água.
para o controle de pragas (animais e
vegetais) e doenças. Seu uso está as- Estacas: Mudas de plantas geradas a
sociado a problemas ambientais e de partir de um pedaço de caule, raízes
saúde. ou folhas. 57
Evapotranspiração: Processo Mudas: Nome popular para os
que envolve a evaporação da água primeiros estágios da vida de uma
do solo e a transpiração das plan- planta.
tas.
Óleo de neem: Óleo extraído
Folhosas: Folhas que consumi- da planta Neem (Nim) e utilizado
mos como alimento, como alface, como antifúngico, antibacteriano,
rúcula, almeirão, acelga, couve, antiviral, antiséptico e anti-infla-
repolho. matório.
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Este livro é um dos produtos do projeto “Fortalecimento da Educação
Alimentar e Nutricional no Ambiente Escolar: ações multidisciplinares
e intersetoriais”, do Departamento de Nutrição/Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC) em parceria com o Centro de Estudos e Promoção
da Agricultura de Grupo (CEPAGRO). A história do nosso grupo iniciou
em 2017 com o projeto “Rede de Fortalecimento da Segurança Alimentar
e Nutricional no âmbito da alimentação escolar: ações intersetoriais e
multidisciplinares de pesquisa, ensino e extensão – ReforSAN Escolar”,
que permitiu a aproximação de pessoas com experiência e paixão em
educação alimentar e nutricionalcom a comunidade escolar.