Bruna Piazza - PROJETO DE ESTRUTURA DE CONTENÇÃO

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL


ÁREA DO CONHECIMENTO DAS CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

BRUNA PIAZZA

PROJETO DE ESTRUTURA DE CONTENÇÃO E ANÁLISE DE CUSTO PARA UM


TALUDE DE CORTE EM UMA RODOVIA

Caxias do Sul
2018
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BRUNA PIAZZA

PROJETO DE ESTRUTURA DE CONTENÇÃO E ANÁLISE DE CUSTO PARA UM


TALUDE DE CORTE EM UMA RODOVIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Engenharia Civil da Universidade de
Caxias do Sul, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Jaqueline Bonatto, MSc.

CAXIAS DO SUL
2018
3

BRUNA PIAZZA

PROJETO DE ESTRUTURA DE CONTENÇÃO E ANÁLISE DE CUSTO PARA UM


TALUDE DE CORTE EM UMA RODOVIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de


Engenharia Civil da Universidade de Caxias do Sul, como
parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Aprovado em 22/11/2018.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Prof. Carolina Becker Pôrto Fransozi
Univates

_________________________________________________
Prof. Msc. Matheus Lemos Nogueira
Universidade de Caxias do Sul

__________________________________________________
Prof. Msc. Jaqueline Bonatto
Universidade de Caxias do Sul
4

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Cátia e Valdesir, pelo amor, dedicação, confiança e incentivo durante
os longos anos de graduação. Pelo esforço sem medida para me proporcionar uma excelente
educação, permitindo que eu realizasse este curso. Em especial à minha mãe, que nunca me
deixou desistir de meus sonhos mesmo quando deixei de acreditar neles.
Ao meu irmão, Pedro, pelo apoio, compreensão e motivação em todos os momentos
em que achei que não era capaz.
À minha orientadora, Jaqueline Bonatto, por estar sempre presente, me auxiliando e
ensinando. Por participar desta etapa importante para minha graduação, dedicando seu tempo
e me fornecendo a orientação necessária.
A todos os professores que contribuíram para minha formação profissional.
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RESUMO

PIAZZA, B. Projeto de estrutura de contenção e análise de custo para um talude de corte


em uma rodovia. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil –
Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul/RS.

Grandes maciços de terra são extremamente vulneráveis a ações externas como intempéries,
ou a ação do homes, causando diversos danos financeiros e pondo em risco a vida e o bem
estar da população. Para que não ocorram esses tipos de acidentes, técnicas de contenção de
solo são utilizadas para garantir a segurança e estabilidade de taludes. O projeto e
dimensionamento dessa estrutura deve garantir a estabilidade externa e interna, trabalhando
sempre de acordo com fatores de segurança. Este trabalho apresenta um conjunto de obras de
engenharia em um talude na cidade de Cotiporã – RS, com a aplicação de duas técnicas
construtivas, muro de gabião e muro de flexão em concreto armado. A partir do método do
equilíbrio limite, calculou-se a estabilidade das estruturas propostas visando a segurança dos
mesmos, também foi possível determinar as dimensões finais das mesmas com base nos
cálculos da segurança. Busca-se a estabilidade de um talude de corte e a viabilidade
econômica da obra, para isso fez-se uma comparação orçamentária entre as diversas obras de
contenção. Com base no orçamento encontrado, juntamente com dados obtidos, observou-se a
maior viabilidade econômica e técnica do muro de gabião.

Palavras-chave: Taludes, Estruturas de contenção, Muro de Gabião, Muro de Flexão em


Concreto Armado.
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ABSTRACT

PIAZZA, B. Containment structure design and cost analysis for a cutting slope on a
highway. 2018. Completion of a course in Civil Engineering – University of Caxias do Sul,
City of Caxias do Sul / RS, Brazil.

Large earth masses are extremely vulnerable to external actions such as weathering, or the
action of humans, causing various financial damage and compromising the life and well-being
of the population. To ensure that these types of accidents do not occur, soil containment
techniques are used to guarantee the safety and stability of the soil. The design and sizing
structure should ensure external and internal stability, always working in favor of safety
factors. This work presents a set of engineering works in a slope in the city of Cotiporã – RS,
with the application of two constructive techniques, gabion wall and reinforced concrete
bending wall. Based on the equilibrium limit method, the stability of the proposed structures
was calculated to ensure their safety, and it was also possible to determine their final
dimensions based on safety calculations. It seeks the stability of a cutting slope and the
economic viability of the work, so a budget comparison between the various containment
works was made. Based on the budget found, along with data obtained, the highest economic
and technical viability of the gabion wall was observed.

Keywords: Slopes, containment structures, gabion wall, reinforced concrete bending wall.
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LISTAS DE SÍMBOLOS

W – força peso
X1 – distância da base do muro ao centro
Eav – componente vertical do empuxo
X2 – base do muro
Eah – componente horizontal do empuxo
Y1 – altura de aplicação do empuxo
γ1 – peso específico do solo
H – altura do maciço reforçado
q – sobre carga uniformemente distribuída sobre o terrapleno
Lr – comprimento do reforço ou largura da base da massa de solo reforçado
Ye – altura de aplicação do empuxo
Wmuro – peso do muro ou do solo sobre o tardoz (kN/m)
Ep – empuxo passivo (kN/m)
Ea – empuxo ativo (kN/m)
𝛿– ângulo de atrito solo-muro (°)
∅–ângulo de atrito do solo (°)
8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estrutura de talude..................................................................................................... 15


Figura 2. Seção transversal de talude de aterro. ....................................................................... 16
Figura 3. Seção transversal de talude de corte em rodovias. .................................................... 16
Figura 4. Rastejo, movimento lento e contínuo. ....................................................................... 18
Figura 5.Movimento de massa com propriedade fluida. .......................................................... 19
Figura 6. Queda, desprendimento de fragmentos do terreno. ................................................... 19
Figura 7. Escorregamento, movimento de massa por deslocamento. ....................................... 20
Figura 8. Muros de concreto ciclópico ..................................................................................... 23
Figura 9. Muro de alvenaria de pedra ....................................................................................... 24
Figura 10. Contenção em solo cimento. ................................................................................... 25
Figura 11. Contenção com muros de pneus .............................................................................. 26
Figura 12. Muro Cribwall. ........................................................................................................ 26
Figura 13. Esquema de tirante. ................................................................................................. 27
Figura 14. Cortina cravada ....................................................................................................... 28
Figura 15. Parede diafragma. .................................................................................................... 29
Figura 16. Execução parede diafragma .................................................................................... 29
Figura 17. Detalhamento do grampo. ....................................................................................... 30
Figura 18. Seção transversal de muro com reforço de geossintético........................................ 31
Figura 19. Plano transversal e perspectiva do sistema de terra armada. .................................. 32
Figura 20. Gabião caixa............................................................................................................33
Figura 21. Gabião manta...........................................................................................................33
Figura 22. Gabião saco ............................................................................................................. 33
Figura 23. Muro de flexão para corte. ...................................................................................... 34
Figura 24. Segurança contra o tombamento ............................................................................. 35
Figura 25. Segurança contra o Deslizamento ........................................................................... 37
Figura 26. Localização do talude. ............................................................................................. 39
Figura 27. Localização do talude. ............................................................................................. 39
Figura 28. Talude de estudo. .................................................................................................... 40
Figura 29. Pré-dimensionamento do Muro de Gabião. ............................................................ 43
Figura 30. Pré-dimensionamento da estrutura. ......................................................................... 43
Figura 31. Corte esquemático do perfil de estudo. ................................................................... 45
Figura 32. Fatias utilizadas no Método de Bishop Simplificado. ............................................. 47
9

Figura 33. Determinação da altura e ângulo de inclinação de cada fatia. ................................ 48


Figura 34. Talude com movimentação de massa. ..................................................................... 51
Figura 35. Corte esquemático do muro de gabião. ................................................................... 52
Figura 36. Corte esquemático do muro de flexão em concreto armado. .................................. 53
Figura 37. Estrutura muro de gabião. ....................................................................................... 57
Figura 38. Estrutura muro de flexão em concreto armado. ...................................................... 57
10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características dos métodos de equilíbrio limite. ..................................................... 22


Tabela 2. Umidade do solo. ...................................................................................................... 46
Tabela 3. Limite de Plasticidade. ............................................................................................. 46
Tabela 4. Limite de liquidez. .................................................................................................... 46
Tabela 5. Método de Bishop simplificado................................................................................49
Tabela 6. Método de Bishop simplificado (continuação).........................................................50
Tabela 7. Fator de segurança.....................................................................................................50
Tabela 8. Valor do empuxo passivo para ambas estruturas. ..................................................... 51
Tabela 9. Valor do empuxo passivo para o muro de flexão em concreto armado.................... 51
Tabela 10. Pré-dimensionamento do muro de gabião. ............................................................. 52
Tabela 11. Pré-dimensionamento do muro de flexão em concreto armado. ............................ 53
Tabela 12. Valores para a verificação da estabilidade do muro. .............................................. 54
Tabela 13. Valores para a verificação da estabilidade do muro. .............................................. 55
Tabela 14. Planilha orçamentária – muro de gabião.................................................................59
Tabela 15. Composições unitárias – muro de gabião................................................................60
Tabela 16. Planilha orçamentária – muro de flexão em concreto armado................................61
Tabela 17. Composições unitárias – muro de flexão em concreto armado...............................62
11

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13
1.1. OBJETIVO ........................................................................................................................ 14
1.1.1. Objetivo principal ......................................................................................................... 14
1.1.2. Objetivos específicos .................................................................................................... 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 15
2.1. TALUDES ......................................................................................................................... 15
2.1.1. Talude de aterro ........................................................................................................... 15
2.1.2. Talude de corte ............................................................................................................. 16
2.1.3. Tipos de movimento de massa ..................................................................................... 17
2.1.3.1. Rastejo..........................................................................................................................17
2.1.3.2. Corrida.........................................................................................................................18
2.1.3.3. Queda ou desprendimento...........................................................................................19
2.1.3.4. Escorregamento...........................................................................................................20
2.1.4. Estabilidade de taludes ................................................................................................. 21
2.1.4.1. Equilíbrio limite...........................................................................................................21
2.2. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ................................................................................. 22
2.2.1. Tipos de estrutura de contenção ................................................................................. 23
2.2.1.1. Muro de gravidade com concreto ciclópico................................................................23
2.2.1.2. Muro de gravidade em alvenariade pedra...................................................................23
2.2.1.3. Muro de saco de solo cimento......................................................................................24
2.2.1.4. Muro de pneus..............................................................................................................25
2.2.1.5. Cribwall.......................................................................................................................26
2.2.1.6. Cortina atirantada.......................................................................................................27
2.2.1.7. Cortina cravada...........................................................................................................26
2.2.1.8. Parede diafragma........................................................................................................27
2.2.1.9. Solo grampeado...........................................................................................................30
2.2.1.10. Solo reforçado............................................................................................................30
2.1.1.11. Muro de gabião..........................................................................................................32
2.1.1.12. Muro de flexão em concreto armado.........................................................................33
2.2.2. Estabilidade da estrutura ............................................................................................. 34
2.2.2.1. Estabilidade contra tombamento.................................................................................34
2.2.2.2.Estabilidade contra deslizamento................................................................................36
12

2.3. ORÇAMENTAÇÃO ......................................................................................................... 37


2.3.1. Tipos de orçamentos ..................................................................................................... 37
2.3.1.1. Orçamento paramétrico...............................................................................................37
2.3.1.2. Orçamento descriminado.............................................................................................37
3. METODOLOGIA............................................................................................................... 39
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL.................................................................................. 39
3.2. CARACTERIZAÇÃO DO SOLO .................................................................................... 40
3.3. ANÁLISE DE ESTABILIDADE DO TALUDE .............................................................. 41
3.4. PRÉ - DIMENSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ..................... 41
3.4.1. Cálculo do coeficiente de empuxo ............................................................................... 41
3.4.2. Muro de Gabião ............................................................................................................ 42
3.4.3. Muro de Flexão em Concreto Armado ....................................................................... 43
3.5. ANÁLISE DA ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS .................................................. 44
3.6. ORÇAMENTAÇÃO ......................................................................................................... 44
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 45
4.1. CARACTERIZAÇÃO DO SOLO .................................................................................... 45
4.2. ANÁLISE DA ESTABILIDADE DO TALUDE ............................................................. 47
4.3. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ...................... 51
4.3.1. Coeficientes de empuxo ................................................................................................ 51
4.3.2. Muro de gabião ............................................................................................................. 52
4.3.3. Muro de flexão em concreto armado .......................................................................... 53
4.4. ANÁLISE DA ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS .................................................. 54
4.4.1. Muro de Gabião ............................................................................................................ 54
4.4.1.1. Análise da estabilidade ao tombamento......................................................................54
4.4.1.2. Análise da estabilidade ao deslizamento.....................................................................54
4.4.2. Muro de flexão em concreto armado .......................................................................... 55
4.4.2.1. Análise da estabilidade ao tombamento......................................................................55
4.4.2.2. Análise da estabilidade ao deslizamento.....................................................................55
4.5. ESTRUTURA DE CONTENÇÃO ................................................................................... 56
4.6. ORÇAMENTO .................................................................................................................. 58
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 63
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 64
13

1. INTRODUÇÃO

As estruturas de contenção são obras construídas com o intuito de fornecer a


estabilidade contra a ruptura de maciços de terra ou rocha. São estruturas que fornecem
suporte a estes maciços, evitando o movimentos de terra causados pelo seu peso próprio ou
por carregamentos externos (BARROS, 2004). As estruturas de contenção possuem grande
importância para implementação de rodovias pois, ao retirar o material para a construção da
via, são criados taludes naturais de corte que, por sua vez, não conseguem adquirir
estabilidade suficiente para manter sua base intacta.
Para Mattos (2009) os impactos negativos no meio ambiente são ocasionados pela
construção de rodovias, que influenciam os movimentos de massa e as erosões. A importância
de estudos geotécnicos na fase de projeto se nota quando se analisa as obras de engenharia
que existem atualmente, as quais apresentam diversos casos de movimentos de massa e cujo
custo para recuperação é extremamente elevado, além dos transtornos gerados com
interdições de pistas e congestionamentos quilométricos.
O estudo de uma estrutura de contenção, dimensionamento e execução, envolve a
avaliação de vários fatores, entre eles, o ônus financeiro. Diante disso, ressalta-se a
importância de se desenvolver um projeto considerando diferentes opções de estruturas de
contenção de forma a atender a segurança necessária ao empreendimento com os menores
custos envolvidos.
A partir disso, no presente trabalho foram estudados dois tipos de contenção, muro de
gabião e muro de flexão de concreto armado, além da comparação orçamentária entre as duas
alternativas estudadas para verificação da técnica mais adequada para a área de estudo. A
composição do primeiro se dá por caixas de arame, preenchidas com pedra britada ou seixos,
que são colocadas justapostas e costuradas umas às outras por arame, formando muros de
diversos formatos (Barros, 2008). Já o segundo se caracteriza pelo fato de serem projetados de
modo a suportar os empuxos por flexão, utilizando parte do peso próprio da estrutura (Pinto,
2013).
14

1.1. OBJETIVO

A seguir são apresentados os objetivos deste estudo.

1.1.1. Objetivo principal

O objetivo principal deste estudo consiste em apresentar uma comparação


orçamentária entre dois tipos de obras de engenharia para contenção de um talude localizado
em uma rodovia municipal na cidade de Cotiporã/RS.

1.1.2. Objetivos específicos

Este trabalho tem como objetivos específicos:

a. Analisar a estabilidade do talude de corte de uma rodovia localizado em Cotiporã/RS;


b. Dimensionar e analisar a estabilidade de um muro de gabião;
c. Dimensionar e analisar a estabilidade de um muro de flexão;
d. Apresentar a comparação orçamentária através de um cômpulo referencial por metro
linear das duas obras projetadas.
15

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. TALUDES

Para Gerscovich (2016) a definição de taludes pode ser dada como qualquer superfície
inclinada de um maciço de solo ou rocha. Essas estruturas, quando construídas pelo homem,
podem ser divididas em taludes de aterro e corte. Esta definição também é dada por Das
(2007), que afirma que toda superfície de solo exposta que não possa ser classificada como
horizontal é denominada talude, como observa-se na Figura 1.

Figura 1. Estrutura de talude.

Fonte (Dyminski, 2010).

Para a avaliação da estabilidade de taludes de grande porte, em geral, são empregadas


algumas metodologias, como: método empírico, análise por equilíbrio limite, análise
probabilística e a modelagem numérica (VENTURA, 2009).

2.1.1. Talude de aterro

Para Andrade (2013), talude de aterro é aquele que se forma como resultado da
deposição de materiais, de terraplenagem e bota-foras. A Figura 2 demonstra este tipo de
estrutura. Gerscovich (2016) afirma que o projeto de taludes de aterros se deve à necessidade
de implementação de barreiras de terra ou rocha, quando o solo de fundação possui baixa
capacidade de suporte ou para nivelamento do terreno.
16

Figura 2. Seção transversal de talude de aterro.

Fonte (DNIT, 2010).

2.1.2. Talude de corte

Talude de corte é aquele que se forma como resultado de um processo de retirada do


material presente no local a ser realizada uma estrutura de contenção (ANDRADE, 2013).
Castelo (1986 apud SILVA, 2008) afirma que a instabilidade em taludes de corte tem relação
com os fatores topográficos do solo e com sua resistência ao cisalhamento e independem das
alterações antrópicas na geometria do maciço ou ainda de movimentos de massa.
O projeto deste tipo de estrutura depende das propriedades mecânicas do solo ou rocha
e da condição de fluxo, para que assim seja executado com altura e inclinação adequada para
sua sustentação (GERSCOVICH, 2016). A Figura 3, demonstra este tipo de talude.

Figura 3. Seção transversal de talude de corte em rodovias.

Fonte (DNIT, 2010)


17

2.1.3. Tipos de movimento de massa

De acordo com Press e Siever (1965), qualquer movimento de massa é usualmente


referido a deslizamento ou escorregamento, porém os geólogos classificam esses movimentos
de acordo com as seguintes características:
a. Natureza da matéria;
b. Velocidade do movimento;
c. Natureza do movimento – deslizamento ou fluxo;
A ocorrência de movimentos de massa pode ser influenciada por fenômenos
meteorológicos, como precipitações de maior intensidade com períodos curtos de duração,
além da ocupação inadequada do solo, como próximo a encostas (AUGUSTO FILHO, 1995;
AUMOND; SEVEGNANI, 2009).
A partir disso, Press e Siever (1965) elencam os diferentes movimentos de massa:

2.1.3.1.Rastejo

Também conhecido como fluência, é um movimento lento e contínuo que não


apresenta uma superfície de ruptura bem definida que pode englobar grandes áreas. Ocorre
devido à ação da gravidade em conjunto à mudança de temperatura e umidade. Seu
deslocamento se dá em um estado de tensões inferior à resistência ao cisalhamento
(GERSCOVICH, 2016).
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (2014) define rastejo como movimento
relativamente lento quando comparado ao escorregamento/deslizamento, que pode ocorrer em
terrenos com baixa declividade, como pode ser observado na Figura 4. Também afirma que
devido ao movimento lento da massa, é possível detectar previamente a presença de
instabilizações no solo, como trincas, deformações na superfície e aparecimento de água na
base da encosta.
18

Figura 4. Rastejo, movimento lento e contínuo.

Fonte (Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998).

2.1.3.2.Corrida

Gerscovich (2016) caracteriza este movimento de massa como:


São movimentos de alta velocidade (≥10 km/h) gerados pela perda
completa das características de resistência do solo. A massa de solo
passa a se comportar como um fluido e os deslocamentos atingem
extensões significativas.

Para Augusto Filho (1992) este movimento é caracterizado pelo deslocamento interno
e externo da massa, pela grande quantidade de material movimentado e por possuir a fluidez
de um líquido viscoso. O autor também afirma que por possuir uma alta velocidade de
deslocamento, consegue alcançar grandes distâncias, mesmo em áreas planas.
Ocorre principalmente em solos argilosos moles que se movem como um fluido
viscoso. Esse movimento de fluxo também pode ser visto em solos de areia seca
(DYMINSKI, 2007). A Figura 5 esquematiza este movimento.
19

Figura 5.Movimento de massa com propriedade fluida.

Fonte (Dyminski, 2007).

2.1.3.3.Queda ou desprendimento

As quedas envolvem blocos rochosos que se deslocam livremente em queda livre ou


em um plano inclinado, como afirma Gerscovich (2016) e é mostrado na Figura 6. Para
Dyminski (2007), as quedas ou desprendimentos são o destacamento de solo ou rocha de um
talude com grande inclinação. A autora ainda salienta que “a rotação de massa de solo ou
rocha em um ponto ou eixo abaixo do centro de gravidade da massa deslizante” pode levar ao
movimento de queda.
Para Fernandes (2000) o desprendimento se caracteriza pelo movimento de queda livre
de uma massa de qualquer tamanho a partir de um talude de grande inclinação, de modo
rápido e pode ou não ser subsequente a algum movimento anterior à separação final do
maciço.

Figura 6. Queda, desprendimento de fragmentos do terreno.

Fonte (Dymiski, 2007).


20

2.1.3.4. Escorregamento

De acordo com Gerscovich (2016) "escorregamentos são movimentos de massa


rápidos, com superfície de ruptura bem definida”, os quais ocorrem quando as tensões do solo
são superiores à resistência ao cisalhamento da massa, esquematizados na Figura 7.

Figura 7. Escorregamento, movimento de massa por deslocamento.

Fonte (Dyminski, 2007)

Também chamado de deslizamento, se desenvolve em encostas com declividade e com


amplitude de média à alta. Para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (2014) pode ser
dividido em circulares, nos quais há uma superfície de ruptura curva na qual se dá o
movimento rotacional do maciço de solo. Este tipo de movimento está associado à existência
de solos espessos e homogêneos, decorrentes da alteração de rochas argilosa (LEITE, 2011).
Este movimento também pode ser caracterizado como planar, onde Guidicini e Nieble
(1984) explicam que esta ruptura ocorre em superfícies já existentes, como falhas, juntas
tectônicas ou ainda estratificações. Os escorregamentos planares, ou translacionais, são os
mais frequentes e geralmente ocorrem em taludes de menor inclinação e com a capacidade de
atingir alturas elevadas.
Podem ser divididos em escorregamentos translacionais de solo e rocha e
escorregamentos translacionais remontantes, cuja causa é os sucessivos escorregamentos em
uma única face do talude. Bautista (2008) ainda afirma que a condição básica para a ruptura
planar é a presença de uma descontinuidade, que siga a favor do talude e com mesma direção,
sendo que o ângulo de queda do talude deve ser maior do que a descontinuidade (ᴪ>ω) e este
maior que o ângulo de atrito interno (ω>∅).
21

E, por fim, em formato de cunha, que segundo Infanti Jr. e Fornasari Filho (1998, apud
LEITE, 2011) tal tipo de superfície de ruptura ocorre com frequência em taludes de corte ou
encostas que sofreram algum tipo de confinamento, sendo ele natural ou antrópico. Leite
(2011) afirma que geralmente ocorrem em regiões que apresentam um relevo controlado por
estruturas geológicas, que apresentam algum grau de alteração e estão associados a maciços
rochosos. Nestes tipos de escorregamentos, existem duas estruturas planares desfavoráveis à
estabilidade que condiciona o deslocamento de uma parcela ao longo do eixo de intersecção
destes planos.

2.1.4. Estabilidade de taludes

Pode-se classificar como talude não restrito toda superfície de solo exposta que forma
um ângulo com a superfície horizontal, este podendo ser natural ou artificial. Se a superfície
do solo não for horizontal, o solo tenderá a mover-se para baixo devido a força da gravidade
que, superando a resistência de cisalhamento do solo, acarretará na ruptura do talude (DAS,
2007).
A estabilidade pode ser avaliada de diversos métodos, porém Ventura (2009) afirma
que o método comumente utilizado é o equilíbrio limite, pois possui uma precisão satisfatória,
além de ser um método simples e rápido de ser calculado.

2.1.4.1. Equilíbrio limite

Esse método assume como hipótese um tipo e um critério de ruptura, em sua maioria o
de Mohr-Coulomb. Nele, a deformação do material não é levada em consideração, e “a
condição de equilíbrio é normalmente satisfeita pelo equilíbrio de forças e momentos”
(VENTURA, 2009). Algumas características desse método são:
a. assume-se a existência de uma superfície de ruptura bem definida, além de utilizar um
coeficiente de segurança constante e único ao longo da superfície de ruptura
(DYMINSKI, 2007);
b. consideram como hipótese genérica que os maciços se comportam mecanicamente
como materiais rígidos-perfeitamente plásticos, não sendo feitas quaisquer
considerações sobre os campos de tensão e deformação gerados pelo carregamento
externo, de acordo com Skempton (1949) citado por ZeaHuallanca (2004).
22

A análise por equilíbrio limite é feita pelos métodos apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Características dos métodos de equilíbrio limite.

Método Características

A força entre fatias não é considerada em cálculo, somente a pressão


Fellenius (1927)
neutra atuante ao longo da superfície de ruptura.

Bishop Simplificado (1955) A resultante das forças entre fatias é horizontal.


A resultante das forças entre fatias é horizontal, é utilizado um fator de
Jambu Simplificado (1968)
correção 𝑓𝑜 para considerar os efeitos das forças tangenciais.
Uma linha de empuxo arbitrária define a localização da força normal
Jambu Generalizado (1968)
entre fatias.
As resultantes das forças entre fatias têm inclinações constantes ao longo
Spencer (1967)
da massa de solo.
Existe uma parcela arbitrária, f(x), que define a direção da resultante das
Morgenster-Price (1965)
forças entre fatias, que deve ser calculada.
Assume que a resistência interna entre fatias é mobilizada, e a
Sarma (1973) distribuição das resultantes das forças tangenciais é definida com base em
uma função arbitrária.
Fonte (Autor, adaptado de Ventura. 2009)

Para a escolha do método de análise de estabilidade de taludes, de acordo com Sayão


(2001), deve ser considerado o modo de ruptura provável do talude. Ventura (2009) ainda
afirma que:
Para projetos preliminares e classificados como de risco desprezível, é
aceitável o uso de métodos convencionais e simplificados, com
superfícies circulares de ruptura, como por exemplo, o Bishop
Simplificado. E, para projetos classificados com risco elevado, são
requeridos estudos geológico-geotécnicos da área e análise rigorosa de
estabilidade a partir de métodos como o de Morgenstern&Price,
Spencer e Sarma.

2.2. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO

Estruturas de contenção proporcionam a estabilidade da encosta quando analisada


como um todo, portanto a contenção do maciço é uma combinação de proteção superficial,
drenagem e retaludamento (ALHEIROS et al, 2003). Para Barros (2008) a finalidade das
estruturas de contenção é auxiliar na estabilidade de maciços, prevenindo sua ruptura através
de movimentos de massa causados por seu peso próprio ou ainda por carregamentos externos.
23

2.2.1. Tipos de estrutura de contenção

2.2.1.1.Muro de gravidade com concreto ciclópico

São estruturas constituídas por agregados grandes juntamente com concreto. Sua
execução se dá no preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de dimensões
variadas. É imprescindível o uso de drenos neste tipo de muro por se tratar de um material
impermeável (DA SILVA, 2012).
Bonatto (2015) afirma que a largura da base deste muro deve ser 50% da altura da
estrutura. Para gerar uma economia de material, recomenda-se especificá-lo com faces de
certo grau de inclinação ou, quando não for possível, deve-se incliná-lo para trás com pelo
menos 2 graus em relação à vertical, evitando a sensação de tombamento para frente. A autora
também explana sobre a necessidade de execução de furos de drenagem, os quais devem ser
posicionados de modo a minimizar o impacto visual provenientes das manchas que o fluxo de
água causa na estrutura. Uma solução é realizar a drenagem na região posterior do muro
através de uma geossintético, como mostrado na Figura 8.

Figura 8. Muros de concreto ciclópico

Fonte (BONATTO, 2015)

2.2.1.2. Muro de gravidade em alvenaria de pedra

Para Dyminski (2010) e Gerscovich (2013) a utilização de muros de pedra é uma


forma econômica de estruturar uma contenção, pois possui uma maneira simples de
construção, uma vez que são arrumados manualmente; sua resistência está diretamente ligada
24

à disposição das pedras. Da Silva (2012) ressalta uma desvantagem significativa em relação a
este método, na qual para assegurar uma instabilidade interna os blocos devem possuir
dimensões regulares, o que diminui o atrito entre as pedras.
Muros de pedra podem atingir até 2 metros de altura sem a utilização de argamassa,
porém a sua base deve ter largura mínima de 0,5 m e deve ser apoiada em uma cota inferior à
do terreno, assim o risco de ruptura no contato muro-fundação é reduzido. Já para estruturas
com alturas superiores a 3 metros recomenda-se o uso de argamassa para preenchimento dos
vazios, a utilização da argamassa auxilia na rigidez do muro, porém diminui drasticamente
sua capacidade drenante, fazendo necessário a implementação de dispositivos drenantes como
areia ou geossintéticos, como pode ser visto na Figura 9 (BONATTO, 2015).

Figura 9. Muro de alvenaria de pedra

Fonte (BONATTO, 2015)

2.2.1.3. Muro de saco solo-cimento

Qualquer tipo solo pode ser estabilizado com a adição cimento, mas antes de optar-se
por esse método é necessário verificar se a tipologia do solo na região e se há presença de
jazidas do mesmo material nas proximidades. Para garantir a economia e durabilidade do
solo-cimento, recomenda-se a utilização de solos que possuam 50 a 90% de areia, pois solos
finos, como argila, apresentam desvantagens como maior consumo de cimento (SANTANA,
2006). Nessa situação, aconselha-se misturar o solo argiloso com um solo granular, para
atender os requisitos de resistência mecânica, durabilidade e economia.
Domingues (1997) afirma que funcionam por gravidade, são executados a partir do
preenchimento de sacos de aniagem ou geossintéticos com solo cimento com teores de 8% a
25

10% de volume de cimento. Sua montagem pode ser vista na Figura 10, onde são empilhados
para a formação da contenção.

Figura 10. Contenção em solo cimento.

Fonte (Domingues, 1997).

2.2.1.4. Muro de pneus

Para Jesus (2013), os muros de pneus, assim como os muros de gravidade, possuem
grande flexibilidade e acomodam os recalques sofridos pelo solo. Devido a isso, não são
indicados a taludes que suportem cargas de edificações, ferrovias e rodovias, uma vez que
estes tipos de obras não admitem deformações em suas bases.
Por não sustentarem grandes cargas, recomenda-se utilizar esse método de contenção
apenas para taludes de até 5 metros de altura, trabalhando assim somente com seu peso
próprio. Sua base deve variar entre 40 a 60 % de sua altura total e possuir um acabamento de
concreto projetado para evitar que erosões do solo e danificações por intempéries
desestabilizem a estrutura (CARMO, 2009), como pode-se ver na Figura 11.
26

Figura 11. Contenção com muros de pneus

Fonte (SIEIRA, 1998)

2.2.1.5. Cribwall

É executado a partir de elementos pré-moldados de concreto ou peças de madeira


pregadas, como visto na Figura 12, para vencer pequenos desníveis. Seu interior é preenchido
com terra compactada para atingir o equilíbrio do sistema (DOMINGUES, 1997).
Corsini (2011) também define cribwall como uma estrutura montada através de uma
sobreposição de peças de concreto, com preenchimento de terra ou brita que geralmente é
utilizada em obras de rodovias. É uma estrutura de contenção de baixo custo, pois as peças
são pré-fabricadas em concreto armado.

Figura 12. Muro Cribwall.

Fonte (Domingues, 1997).


27

2.2.1.6. Cortina de concreto atirantada

Constituído de tirantes incorporados ao maciço através de uma parede de concreto. A


qual o furo por onde as barras são inseridas é preenchido com uma nata de cimento que é
lançada a uma alta pressão, criando assim um bulbo responsável pela ancoragem das barras no
talude, como mostrado na Figura 13 (FERREIRA, 2011).
Para Hachichet al. (1998), esse tipo de contenção é uma estrutura mista em concreto,
blocos de concreto ou tijolos, com a inserção de barras quase horizontais, que funcionam
como tirantes, amarrando o maciço a outros elementos como vigas e estacas. O autor salienta
que são estruturas de baixo custo quando aplicadas em pequenas alturas, além de poderem
apoiar-se em estacas ou sapatas corridas, dependendo do solo na qual estará apoiada.

Figura 13. Esquema de tirante.

Fonte (Corsini, 2011).

2.2.1.7. Cortina cravada

Carvalho (1991) explana que estas estruturas são comumente utilizadas para obras
provisórias de contenção de taludes, devido a sua falta de fundações que lhe permitiria
sustentar grandes alturas. Seu método construtivo se baseia na introdução de perfis metálicos,
peças de madeira ou estacas pré-moldadas para apoiar verticalmente a construção dos muros
de arrimos. A distância nas quais essas peças são colocadas varia com o tipo de solo e a altura
da estrutura. A Figura 14 demonstra esse tipo de contenção.
28

É uma estrutura que se caracteriza pelo uso de estacas cravadas no terreno, que trabalham
à flexão e resistindo pelo apoio da ficha - parte enterrada no perfil. Podem ser obras
contínuas, quando se faz uso de estacas pranchas, ou descontínuas, quando há um
espaçamento entre os perfis, sendo o mesmo preenchido por chapas de madeira ou placas e
concreto. Por serem comumente utilizados em obras provisórias, faz-se o uso de perfis
metálicos cravados com chapas de madeira; porém para obras de longa duração e as
definitivas, recomenda-se revestir os perfis metálicos com um material anticorrosivo, além de
não utilizar pranchas de madeira para preenchimento entre perfis (LEITE, 2011).

Figura 14. Cortina cravada

Reaterro

Drenos de areia Barbacãs


Fonte (LOTURCO, 2004)

2.2.1.8. Parede diafragma

Domingues (1997) afirma “São cortinas de concreto armado, moldadas no solo, em


painéis sucessivos, dando origem a uma parede bastante rígida e forte”. É executada a partir
da escavação de trincheiras, com aplicação de lama bentonítica para evitar desmoronamentos,
colocação da armadura e lançamento do concreto. Por fim, escava-se o restante do solo em
frente à estrutura. O processo é esquematizado na Figura 15.
29

Figura 15. Parede diafragma.

Fonte (Domingues, 1997)

Roman (2013) explica que a escavação para este tipo de contenção é feita através de
uma garra hidráulica (clamshell) e tem a capacidade de executar paredes de espessuras de 30 a
140 cm, com larguras variando entre 2,5 a 3,8 metros. A sequência de montagem desta parede
pode ser visualizada na Figura 16.

Figura 16. Execução parede diafragma

Fonte (Adaptado de ROMAN, 2013)


30

2.2.1.9. Solo grampeado

É uma técnica constituída pela inserção de barras semirrígidas em taludes, seguida


pelo preenchimento do furo com uma calda de cimento e fixação com concreto projetado,
como pode ser visto na Figura 17. Os grampos atuam na redistribuição dos esforços no
interior da contenção e podem ser de diferentes materiais, como barras de aço, micro estacas
ou ainda estacas (GERSCOVICH, 2013).
Para Dutra (2013), é um método de contenção muito eficiente na estabilização de
taludes originários de escavações por meio de reforços do solo no próprio local. Devido à
resistência à flexão presente nesses elementos, os grampos transferem tensões de tração e
cisalhamento para o solo ao longo de toda a sua extensão.

Figura 17. Detalhamento do grampo.

Fonte (Gerscovich, 2013).

2.2.1.10. Solo reforçado

Este método atua para redistribuir as tensões e deformações globais do maciço, visando
aumentar sua resistência. São executados da base para o topo do talude, usualmente em
camadas, e fazendo uso de revestimento externo para diminuir os impactos causados por
intempéries (PLÁCIDO e KAMIJ, 2011; DYMINSKI, 2010).
Pedroso (2000) ainda afirma que:
As estruturas de solo reforçado caracterizam-se pela associação de dois
materiais com comportamentos mecânicos distintos: o solo, que pode
31

apresentar resistências à compressão e ao cisalhamento relativamente


elevadas, e o geossintético, que possui elevada resistência à tração.

Existem vários materiais que podem ser utilizados neste método, os quais são
apresentados seguir:

a. Geossintéticos

A Sociedade Internacional de Geossintéticos (International Geosynthetics Society –


IGS) afirma que, quando utilizado como reforço de solo, os geossintéticos como geotêxtis e
geogrelhas acrescentam resistência à tração na massa de solo, de forma a possibilitar paredes
de solo reforçado verticais ou aproximadamente verticais. O emprego deste reforço possibilita
a construção de aterros sobre fundações de solos extremamente moles, assim como de muros
íngremes improváveis de serem viabilizados em solos não-reforçados.
Alexandre e França (2005) explicam que o método construtivo é consistido
primeiramente na regularização e compactação da primeira camada de solo, seguido pela
adição de uma faixa de reforço drenante geossintético e, por fim, a adição da segunda camada
de solo compactado; este processo é repetido até o atingimento da cota desejada. Para garantir
a durabilidade e segurança da estrutura, pode ser executado um revestimento externo, como o
envelopamento com geotêxtil ou ainda jateamento de concreto, como pode ser vista na Figura
18.

Figura 18. Seção transversal de muro com reforço de geossintético.

Fonte (Alexandre e França, 2005).


32

b. Terra armada

O objetivo deste sistema é redistribuir a pressão no interior do talude a partir da


inserção gradativa de placas de concreto pré-moldadas juntamente com tiras metálicas presas
às placas (HIGHLAND e BOBROWSKY, 2008; CORSINI, 2012). Dyminski (2010) ressalta
que essas placas não possuem função estrutural, apenas auxiliam a proteção na face do talude.
O corte esquemático do sistema se encontra na Figura 19.

Figura 19. Plano transversal e perspectiva do sistema de terra armada.

Fonte (Gerscovich, 2013).

,
2.2.1.11. Muro de gabião

Barros (2008) explana que o muro gabião é um muro de gravidade flexível constituído
de elementos metálicos feitos com telas de malha hexagonal de dupla torção, preenchidos
com pedras basálticas e granito. Este tipo de contenção é construído com o intuito de suportar
permanentemente, através de seu próprio peso, uma massa de solo que se encontra em risco
de movimentação do solo (HIGHLAND e BOBROWSKY, 2011).
Suas dimensões atingem normalmente 2 metros de altura com 1 metro de largura em
suas arestas; caracterizados por serem “estruturas relativamente deformáveis e drenadas” (DA
SILVA, 2012). São divididos em: gabião caixa, com formato de prisma retangular e revestido
por uma malha metálica hexagonal; gabião manta, que possui formato de prisma retangular
com grande superfície e pouca altura e é empregado na preservação de taludes, canalizações,
plataformas de deformação e em margens; gabião saco, utilizado, em sua maioria, em obras
33

emergenciais hidráulicas onde o local necessita de uma intervenção rápida ou ainda quando a
água não permite acesso ao local. Seus detalhamentos se dão na Figura 20, Figura 21 e Figura
22, respectivamente.

Figura 20. Gabião caixa. Figura 21. Gabião manta.

Fonte (Maccaferri, 2018). Fonte (Maccaferri, 2018).

Figura 22. Gabião saco

Fonte (Maccaferri, 2018).

2.2.1.12. Muro de flexão em concreto armado

Para Ranziniet al. (1998), os muros de flexão possuem seção em “L” e são estruturas
esbeltas que resistem aos empuxos por flexão através do apoio de sua base utilizando parte de
seu peso próprio para tal feito. Para Gerscovich (2013) este tipo de contenção não é
econômica para grandes alturas, pelo alto custo de seus materiais e pela necessidade da
utilização de contrafortes para aumentar sua estabilidade ao tombamento.
Pinto (2013) afirma que existem dois tipos de muros de flexão: para aterro, onde são
projetados de modo a suportar os empuxos por flexão, utilizando parte do peso próprio da
estrutura, sobre a base do “L”, para manter-se em equilíbrio; e à flexão para corte, nos quais
transmitem as pressões geradas pelos empuxos ativos ao solo de apoio pela sapata de
34

fundação dos muros sem a contribuição de parte do maciço a ser estabilizado. A Figura 23
mostra a última estrutura mencionada.

Figura 23. Muro de flexão para corte.

Fonte (Pinto, 2013).

2.2.2. Estabilidade da estrutura

2.2.2.1. Estabilidade contra o tombamento

Segundo Gerscovich (2009), o momento resistente deve ser maior do que o momento
solicitante para que o muro não sofra tombamento em torno da extremidade externa. Sendo o
momento resistente correspondente ao momento gerado pelo peso do muro e o momento
solicitante definido como o momento do empuxo total atuante, como mostrado na Figura 24.
Com isso, o coeficiente de segurança contra o tombamento é definido pelas Equações 1 e 2.

MRES
FStomb = ≥ 2,0 (1)
MSOLIC

w. x1 + Eav . x2
FStomb = ≥ 2,0 (2)
Eah . y1
Onde:
W: força peso;
X1; distância da base do muro ao centro;
Eav: componente vertical do empuxo;
X2: base do muro;
35

Eah: componente horizontal do empuxo;


Y1: altura de aplicação do empuxo.

Figura 24. Segurança contra o tombamento

Fonte (Gerscovich, 2009).

A segurança contra tombamento da massa reforçada é definida pela razão entre o


momento estabilizante proporcionado pelo peso do muro e momento instabilizante gerado
pelo empuxo de solo, sendo determinado pela Equação 3.

(γ1 H + q). (Lr )2


FSt = ≥ 2,0 (3)
2E. yE

Onde:
γ1: peso específico do solo;
H: altura do maciço reforçado;
q: sobrecarga uniformemente distribuída sobre o terrapleno;
Lr: comprimento do reforço ou largura da base da massa de solo reforçado;
E: empuxo ativo;
Ye: altura de aplicação do empuxo.
Pode-se determinar a largura da massa reforçada a partir da Equação 4.

2FSt . E. yE (4)
Lr = √
(γ1 H + q)
36

FSt : fator de segurança ao tombamento;


E: empuxo ativo;
Ye: altura de aplicação do empuxo.
γ1: peso específico do solo;
H: altura do maciço reforçado;
q: sobrecarga uniformemente distribuída sobre o terrapleno;

2.2.2.2. Segurança contra o deslizamento

Barros (2015) determina o fator de segurança contra o deslizamento verificando o


equilíbrio das componentes horizontais das forças atuantes, com o auxílio de um fator de
segurança, calculado segundo a Equação 5.
Ep
Wmuro . tan δ + 2
FSdesliz = ≥ 1,5 (5)
Ea
Onde:
Wmuro = peso do muro ou do solo sobre o tardoz (kN/m);
Ep = empuxo passivo (kN/m);
Ea = empuxo ativo (kN/m);
𝛿 = ângulo de atrito solo-muro (°).

As forças atuantes são mostradas na Figura 25 e o ângulo de atrito solo-muro pode ser
calculado conforme a Equação 6.
2 (6)
tan δ = . tan θ
3
Sendo:
𝛿 = ângulo de atrito solo-muro (°);
∅ = ângulo de atrito do solo (°).
37

Figura 25. Segurança contra o Deslizamento

Fonte (Barros et al, 2015).


2.3. ORÇAMENTAÇÃO

O controle de custos da construção civil é feito a partir de orçamentos, nos quais se


identificam as variáveis que estarão presentes nas etapas de projeto e execução da obra de
engenharia. No decorrer da execução, é necessário realizar um controle de custos que é
caracterizado pela identificação de variações negativas entre custos orçados e custos reais,
podendo assim interferir na qualidade dos empreendimentos (KNOLSEISEN, 2003).
Welsch (2002) afirma que orçamento é “um enfoque sistemático e formal à execução
das responsabilidades de planejamento, coordenação e controle da administração”. O autor
afirma que esta é uma fermenta muito importante na administração da obra, pois é
responsável pela tomada de decisões. Já Pini (1999) comenta que o orçamento “consiste na
determinação do custo de uma obra antes de sua realização, elaborado com base em
documentos específicos, tais como, projetos, memorial descritivo e caderno de encargos”.

2.3.1. Tipos de orçamentos

2.3.1.1.Orçamento paramétrico

O orçamento paramétrico é ideal para as verificações iniciais de uma obra, por se tratar
de uma análise aproximada dos valores, ou ainda quando não se tem acesso a todos os
projetos referentes à obra em questão, podendo definir o custo da construção por sua área. A
média do custo utilizado por esse tipo de orçamento é obtido pelo CUB (Custo Unitário
Básico), que é um índice que representa a variação mensal dos custos para a realização de
uma construção. Tal índice é definido pela NBR 12.721 (MARTINS, 2012).
38

A NBR 12.721:2006 descreve que alguns itens – como fundações, elevadores, ar


condicionado, calefação, entre outros, não são considerados na formação dos custos unitários
básicos, mas “devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de
construção”. A norma ainda determina que o objetivo do CUB é disciplinar o mercado
imobiliário, servindo como parâmetro na determinação dos valores de imóveis.

2.3.1.2. Orçamento descriminado

O orçamento discriminado utiliza dados provenientes da TCPO e do SINAPI,


apresentados a seguir:

a. A TCPO13ª Edição (2010): apresenta uma série de considerações situando o leitor no


contexto de custos e despesas que se pode encontrar em uma determinada obra. É feito
um comentário a respeito do orçamento e, em seguida, é subdividido em duas classes,
orçamento estimativo e orçamento definitivo. O orçamento estimativo é aquele
calculado com base em projetos básicos e é um orçamento que com certeza sofrerá
alteração, devido a sua falta de precisão. Já o orçamento definitivo é calculado levando
em consideração todos os projetos executivos, apresentando assim um melhor
detalhamento nos gastos. Apresenta os insumos necessários para todas as etapas da
obra, desde mão de obra necessária até o material que será utilizado na respectiva
tarefa. Porém, não apresenta nenhum valor, somete fatores de correção;

b. O SINAPI (2018): tem como objetivo a produção, com abrangência nacional, de


informações de custos e índices a serem utilizados pela construção civil. É utilizado
como complemento a TCPO devido ao fato de informar os valores básicos para os
insumos e sua mão de obra, com base na programação da obra.

Para Martins (2012), o orçamento é composto por custos diretos, que dependem da
quantidade de bens e serviços produzidos. Enquadram-se nesses custos as despesas com
materiais, equipamentos e mão de obra. O orçamento também abrange o custo indireto, que
são aqueles que não dependem dos bens produzidos, e sim as despesas com a instalação do
canteiro, gastos com escritório e veículos da administração.
39

3. METODOLOGIA

Neste trabalho foram dimensionadas duas estruturas de contenção, um muro de gabião


e um muro de flexão em concreto armado para um talude de corte no município de Cotiporã –
RS, para fins de comparação e análise econômica.

3.1. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

O objeto do estudo está localizado em uma rodovia municipal que liga Bento Gonçalves
a Cotiporã. Esta rodovia está dentro do domínio do município de Cotiporã no Rio Grande do
Sul, sob as coordenadas geográficas: latitude 29º4’9.33”S e longitude 51º40’23.81”O, como
pode ser observado nas Figuras 26, 27 e 28.

Figura 26. Localização do talude.

Fonte (Google Earth).

Figura 27. Localização do talude.

Fonte (Google Earth).


40

Figura 28. Talude de estudo.

Fonte (Autor).

3.2. CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

A amostra de solo foi coletada no dia 18/08/2018, de forma manual com auxílio de pá, e
a partir dela foram realizados os ensaios previstos na NBR 6459/2016 – Determinação do
Limite de Liquidez de Solo e NBR 7180/2016 – Determinação do Limite de Plasticidade de
Solos. Obtendo-se o limite de liquidez e o limite de plasticidade, assim pode-se determinar o
índice de plasticidade do solo, como mostrado na Equação 7.

𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 (7)

Onde:
IP = índice de plasticidade
LL = limite de liquidez
LP = limite de plasticidade

A partir da umidade natural do solo (w), obteve-se o índice de consistência (IC) do


solo, como pode ser observado na Equação 8. A partir da definição da consistência do solo
41

estudado, foi possível definir o peso específico natural do solo (ϒ), o ângulo de atrito (ϕ) e a
coesão (c).

𝐿𝐿 − 𝜔
𝐼𝐶 = (8)
𝐼𝑃

3.3. ANÁLISE DE ESTABILIDADE DO TALUDE

A análise de estabilidade do talude foi feita através do Método de Bishop


Simplificado, que considera superfícies circulares e é baseado no método das fatias. O método
de Bishop é complexo e necessita de uso computacional, por isso utilizou-se a simplificação
com solução iterativa, onde poucas iterações são necessárias para se obter o fator de
segurança, o qual deve ser maior que 1,5. A Equação 9 foi utilizada para esse cálculo.

1 1
FS = ∑{[𝑐 ′ 𝑏 + (𝑊 − 𝑢𝑏)𝑡𝑔∅′ ] } (9)
∑ 𝑊 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑚𝑖

3.4. PRÉ - DIMENSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO

3.4.1. Cálculo do coeficiente de empuxo

Para o cálculo do coeficiente do empuxo, utilizou-se a Teoria de Coulomb, que


considera o atrito interno do solo e fornece valores mais realistas que as demais teorias,
tornando-se mais vantajoso financeiramente. O valor do coeficiente de empuxo ativo foi
calculado conforme apresentado na Equação 10 e o valor do coeficiente de empuxo passivo
foi calculado conforme apresentado na Equação 11.

cosec β. sin(β − ∅)
Ka = (10)
sin(∅+δ).sin(∅+i)
√sin(β + δ) + √
[ sin(β−i) ]

𝑠𝑖𝑛²(𝛼 − 𝜙)
Kp = (11)
sin(𝜙+𝛿).sin(𝜙+𝛽)
𝑠𝑖𝑛2 𝛼. sin(𝛼 + 𝛿) . [1 − √ sin(𝛼+𝛿).sin(𝛼+𝛽) ]²
42

A Teoria de Coulomb tem como hipóteses básicas que a superfície de deslizamento é


plana e ocorre deslizamento relativo entre o solo e o muro. A escolha pela utilização desta
teoria se deu pelo fato de o conjunto de estrutura a ser estudado ser oneroso, favorecendo
valores mais baixos a favor da economia da obra. O empuxo passivo foi considerado pois
possui sua base abaixo do nível do solo. Para obtenção do valor de empuxo ativo utilizou-se a
Equação 12 e o valor do empuxo passivo conforme Equação 13.

1 (12)
Ea = . γ. H 2 . Ka
2

1 (13)
Ep = . γ. H 2 . Kp
2

Onde:
Ep = empuxo passivo (kN/m);
Ea = empuxo ativo (kN/m);
Ka = coeficiente de empuxo ativo;
Kp = coeficiente de empuxo passivo;
H = altura de solo sobre o muro (m);
γ = peso específico do solo.

3.4.2. Muro de Gabião

O muro de gabião, proporciona flexibilidade ao terreno sem a necessidade de um


sistema de drenagem. O muro foi pré-dimensionado conforme Loturco (2006), onde calcula-
se a base da estrutura em função da sua altura, conforme a Figura 29 e Equação 14.

1 (14)
𝑏= × (1 + 𝐻)
2
43

Figura 29. Pré-dimensionamento do Muro de Gabião.

Fonte (Conde & Ribeiro, 2017).

A Figura 29 apresenta que as bermas de equilíbrio dos muros de gabião podem ser
dimensionadas com largura variando de 0,15 m a 0,50 m. A largura da base (B) é função da
altura (H).

3.4.3. Muro de Flexão em Concreto Armado

O pré-dimensionamento da estrutura foi realizado conforme Marchetti (2007), com a


sua altura (H) definida através do perfil do terreno. As dimensões que foram calculadas são a
base do muro (di), o topo do muro (do), a largura da sapata (bs), a altura da sapata (ds), ponta
da sapata (r) e o talão (t), conforme Figura 30.

Figura 30. Pré-dimensionamento da estrutura.

Fonte (Adaptado de Marchetti, 2007).


44

3.5. ANÁLISE DA ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS

Para a análise de estabilidade das estruturas utilizou-se o Método do Equilíbrio


Limite. Neste método é testada a estabilidade contra o tombamento e o deslizamento,
devendo-se obter um Fator de Segurança maior do que 2,0 e 1,5, respectivamente, conforme
as Equações 2 e 5 apresentadas no capítulo 2 deste trabalho e expostas a seguir novamente.

w. x1 + Eav . x2
FStomb = ≥ 2,0
Eah . y1

Ep
Wmuro . tan δ + 2
FSdesliz = ≥ 1,5
Ea

3.6. ORÇAMENTAÇÃO

Nesta etapa foram levantados os custos diretos e indiretos para a construção dos dois
tipos de obra de contenção:
▪ custos diretos (de construção): referem-se aos gastos diretos gerados a partir da
construção da obra de contenção;
▪ custos indiretos (de manutenção): referem-se aos custos que serão gerados ao
longo da vida útil do projeto.
A orçamentação apresentada se refere a 1 metro linear de cada estrutura projetada.
Desta forma a diferença entre os custos de cada uma deve ser multiplicado pelo comprimento
total de cada construção. Os valores considerados foram embasados no SINDUSCON-RS -
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul e no SINAPI -
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Caixa - IBGE, na
vigência do segundo semestre de 2018 para o Estado do Rio Grande do Sul, juntamente com a
tabela TCPO 13ª edição de 2010. Os custos apresentados são expressos em valores presentes.
Para efeito comparativo, foram abordados somente os custos para execução e
manutenção das estruturas, contemplando: material, equipamentos e mão de obra. Não foram
inclusos custos para preparação do local, laudo geológico, instalações provisórias e custos que
não estiverem diretamente ligados à obra de execução das contenções.
45

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos a partir dos ensaios de


caracterização do solo, os cálculos para verificação do talude, assim como pré-
dimensionamento das estruturas de contenção e os respectivos orçamentos. A Figura 31
mostra o corte esquemático do talude de estudo, onde pode-se verificar a altura do mesmo e
seu ângulo de inclinação.

Figura 31. Corte esquemático do perfil de estudo.

Fonte (Autor, 2018)

4.1.CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

Através dos ensaios previstos na NBR 6459/2016 – Determinação do Limite de Liquidez


de Solo e NBR 7180/2016 – Determinação do Limite de Plasticidade de Solos, obteve-se o
limite de liquidez e o limite de plasticidade. Assim determinou-se o índice de plasticidade do
solo.
Na Tabela 2 pode-se observar a umidade média do solo, cujo resultado foi 23,98%. Na
Tabela 3 pode-se observar o limite de plasticidade do solo, que se configura pelo menor valor
encontrado no ensaio, neste caso foi de 28%. Por fim, na Tabela 4 é verificado o limite de
liquidez da amostra cujo valor de umidade para 25 golpes é de 41,86%, o qual foi encontrado
conforme apresentado no Gráfico 1, onde “x” representa o número de golpes.
46

Tabela 2. Umidade do solo.


ENSAIOS DE UMIDADE DO SOLO – AMOSTRAS EM 08/2018

msolo úmido com msolo seco com cápsula msolo úmido sem msolo seco sem cápsula Umidade
Amostras mcápsula (g)
cápsula (g) (g) cápsula (g) (g) (%)

W1 16,23 56,15 48,72 39,92 32,49 22,87


W2 15,96 56,01 47,83 40,05 31,87 25,67
W3 16,12 56,09 48,51 39,97 32,39 23,40
Média 23,98
Fonte (Autor, 2018)
Tabela 3. Limite de Plasticidade.
LIMITE DE PLASTICIDADE – AMOSTRAS EM 08/2018

msolo úmido com msolo seco com cápsula msolo úmido sem msolo seco sem cápsula Umidade
Amostras mcápsula (g)
cápsula (g) (g) cápsula (g) (g) (%)

LP1 17,50 18,84 18,54 1,34 1,04 28,85


LP2 17,11 18,07 17,86 0,96 0,75 28,00
LP3 17,81 18,93 18,68 1,12 0,87 28,74
Limite de Plasticidade 28,00
Fonte (Autor, 2018)
Tabela 4. Limite de liquidez.
LIMITE DE LIQUIDEZ: AMOSTRA DE SOLO

mcápsula msolo úmido com msolo seco com msolo úmido sem msolo seco sem Nº de Umidade
Amostras
(g) cápsula (g) cápsula (g) cápsula (g) cápsula (g) Golpes (%)

LL1 15,81 62,61 49,98 46,8 34,17 55 36,96


LL2 17,11 58,79 47,28 41,68 30,17 41 38,15
LL3 17,11 57,91 46,76 40,8 29,65 39 37,60
LL4 16,39 62,58 49,68 46,19 33,29 37 38,75
LL5 17,41 61,76 48,18 44,35 30,77 19 44,13
Valor de umidade para 25 golpes: 41,86%
Fonte (Autor, 2018)
Gráfico 1. Equação da reta determinante do limite de liquidez.

60
55
50
45 y = -0,2058x + 46,982
UMIDADE (%)

40
35
30
25
20
5 15 25 35 45 55 65
NÚMERO DE GOLPES

Fonte (Autor, 2018)


47

A partir dos dados obtidos dos limites de liquidez e de plasticidade, assim como a
umidade relativa do solo, pode-se chegar aos valores de índice de plasticidade e índice de
consistência, conforme as Equações 7 e 8, respectivamente, apresentadas no capítulo 3 deste
trabalho.

𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃
𝐼𝑃 = 41,86 − 28
𝑰𝑷 = 𝟏𝟑, 𝟖𝟔 %

𝐿𝐿 − 𝜔
𝐼𝐶 =
𝐼𝑃
41,86 − 23,98
𝐼𝐶 =
13,86
𝑰𝑪 = 𝟏, 𝟐𝟗

4.2.ANÁLISE DA ESTABILIDADE DO TALUDE

Conforme mostra a Figura 32, para a aplicação do Método de Bishop Simplificado o


talude foi dividido em 15 fatias, onde a largura média de cada uma corresponde a 0,60 m.

Figura 32. Fatias utilizadas no Método de Bishop Simplificado.

Fonte (Autor, 2018)


48

O próximo passo foi definir a altura (h) e o ângulo de inclinação (α) de cada fatia. O
valor da altura é medido do centro da fatia até o topo do talude e o ângulo de inclinação é
determinado através do ângulo da base da fatia com a horizontal. A Figura 33 exemplifica a
obtenção destes valores.

Figura 33. Determinação da altura e ângulo de inclinação de cada fatia.

Fonte (Autor, 2018)

Com as determinações realizadas, foi possível aplicar o Método de Bishop


Simplificado, conforme Equação 9 explanada no capítulo 3 deste trabalho. Os valores obtidos
por este método podem ser verificados nas Tabelas 5, 6 e 7. Foram necessárias 20 iterações
para que o valor do fator de segurança (FS) convergisse.
49
50
51

O Fator de Segurança obtido foi de 1,97, enquadrando o talude como estável conforme
a norma NBR 11.682. Porém, conforme observado na Figura 34, o talude apresenta
características de instabilidade, visto que já ocorreram deslocamentos de massa no talude e,
para efeitos de cálculo, não foram considerados valores de poro-pressão. Portanto, há
necessidade de implantação de estruturas de contenção no local.

Figura 34. Talude com movimentação de massa.

Fonte (Autor, 2018)

4.3. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO

4.3.1. Coeficientes de empuxo

Através da Teoria de Coulomb, obteve-se o valor de empuxo ativo (Equação 12) e de


empuxo passivo (Equação 13). O valor do empuxo ativo manteve-se constante no pré-
dimensionamento de ambas estruturas de contenção, porém somente o muro de flexão possui
valor do empuxo passivo, pois é a única estrutura que possui sua base abaixo do nível do solo,
conforme pode ser visto nas Tabelas 8 e 9, respectivamente.

Tabela 5. Valor do empuxo passivo para ambas estruturas.


 21 kN/m³
H 5 M
Ka 0,339

Ea 89,02 kN/m
Fonte (Autor, 2018)
52

Tabela 6. Valor do empuxo passivo para o muro de flexão em concreto armado.

 21 kN/m³
H 0,5 M
Kp 0,741

Ep 1,944 kN/m
Fonte (Autor, 2018)

4.3.2. Muro de gabião

O pré-dimensionamento da estrutura foi realizado conforme Loturco (2006), a altura


da estrutura (H) é 400,00 cm e sua base foi adotada como 300,00 cm. Os valores obtidos,
juntamente com o adotado, podem ser vistos na Tabela 10.

Tabela 7. Pré-dimensionamento do muro de gabião.


H= 400 cm
base:
b = (1/2)*(1+H)
b= 200,5 cm
Base adotada= 300 cm
Fonte (Autor, 2018)

Na Figura 35 pode-se observar um corte esquemático da estrutura.

Figura 35. Corte esquemático do muro de gabião.

Fonte (Autor, 2018).


53

4.3.3. Muro de flexão em concreto armado

O pré-dimensionamento da estrutura foi realizado conforme Marchetti (2007), sua


altura (H) é 450,00 cm. Os valores obtidos podem ser vistos na Tabela 11.

Tabela 8. Pré-dimensionamento do muro de flexão em concreto armado.

Di BASE (bs)
8%H a 10%H 40%H a 70%H
Adotado (cm) 50 Adotado (cm) 400
Ds R
8%H a 10%H 10%H a 12%H
Adotado (cm) 50 Adotado (cm) 30
Do PROFUNDIDADE
Adotado (cm) 50 Adotado (cm) 0
Fonte (Autor, 2018)

Na Figura 36 pode-se observar um corte esquemático da estrutura.

Figura 36. Corte esquemático do muro de flexão em concreto armado.

Fonte (Autor, 2018).


54

4.4. ANÁLISE DA ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS

4.4.1. Muro de Gabião

Para a verificação da estabilidade da estrutura, foi determinado inicialmente o peso e o


centro de gravidade do muro e do solo sobre a estrutura. A Tabela 12 apresenta estes valores.

Tabela 9. Valores para a verificação da estabilidade do muro.


Centro de
Peça Peso (kN/m)
Gravidade (m)
Retângulo 1 90 1,5
Retângulo 2 85,5 1,425
Retângulo 3 81 1,35
Retângulo 4 76,5 1,275
Fonte (Autor, 2018)

4.4.1.1. Análise de estabilidade ao tombamento

A verificação da estabilidade quanto ao tombamento foi feita pela Equação 15. O


valor do fator de segurança (FS) segundo a Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009)
deve ser maior ou igual a 2,0. O cálculo pode ser vislumbrado na Equação 15.

30. (1,5 + 1,425 + 1,35 + 1275) (15)


FStomb = ≥ 2,0
56,97.1,33

𝐅𝐒𝐭𝐨𝐦𝐛 = 𝟐, 𝟏𝟗 ≥ 𝟐, 𝟎

A estrutura está segura ao tombamento, pois seu coeficiente de segurança é maior


que o determinado na Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009).

4.4.1.2. Análise de estabilidade ao deslizamento

A verificação da estabilidade quanto ao tombamento foi feita pela Equação 16. O


valor do fator de segurança (FS) segundo a Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009)
deve ser maior ou igual a 1,5.
55

30 . tan 25,02 + 0 (16)


FSdesliz = ≥ 1,5
56,97

𝐅𝐒𝐝𝐞𝐬𝐥𝐢𝐳 = 𝟐, 𝟕𝟑 ≥ 𝟏, 𝟓

A estrutura está segura ao deslizamento, pois seu coeficiente de segurança é maior


que o determinado na Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009).

4.4.2. Muro de flexão em concreto armado

Para a verificação da estabilidade da estrutura, foi determinado inicialmente o peso e o


centro de gravidade do muro e do solo sobre a estrutura. A Tabela 13 apresenta estes valores.

Tabela 10. Valores para a verificação da estabilidade do muro.

Centro de
Peça Peso (kN/m)
Gravidade (m)
Peça 1 53,75 2,15
Peça2 90 0,7
Solo 302,4 2,7
Fonte (Autor, 2018)

4.4.2.1. Análise de estabilidade ao tombamento

A verificação da estabilidade quanto ao tombamento foi feita pela Equação 17. O


valor do fator de segurança (FS) segundo a Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009)
deve ser maior ou igual a 2,0.

(53,75.2,15) + (90.0,7) + (302,4.2,7)


FStomb = (6/3)
≥ 2,0 (17)
56,97. (6 − )
3

𝐅𝐒𝐭𝐨𝐦𝐛 = 𝟐, 𝟎𝟗 ≥ 𝟐, 𝟎

A estrutura está segura ao tombamento, pois seu coeficiente de segurança é maior


que o determinado na Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009).
56

4.4.2.2. Análise de estabilidade ao deslizamento

A verificação da estabilidade quanto ao tombamento foi feita pela Equação 18. O valor
do fator de segurança (FS) segundo a Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009) deve ser
maior ou igual a 1,5.

(18)
1,94
(53,75 + 90 + 302,4) . tan 25,02 + 2
FSdesliz = ≥ 1,5
89,02

𝐅𝐒𝐝𝐞𝐬𝐥𝐢𝐳 = 𝟐, 𝟐𝟔 ≥ 𝟏, 𝟓

A estrutura está segura ao deslizamento, pois seu coeficiente de segurança é maior que
o determinado na Norma de Taludes (ABNT NBR 11682/2009).

4.5. ESTRUTURA DE CONTENÇÃO

Após a realização de todos os cálculos para verificação da estabilidade, é possível


apresentar a disposição final da estrutura de contenção para o talude de corte. A Figura 37
demonstra o muro de gabião e a Figura 38 demostra o muro de flexão em concreto armado.
Como o talude possui uma altura elevada, é recomendado que ocorra uma retaludamento em
ambas opções, para extinguir a possibilidade de movimento de solo do talude restante. O
sistema de drenagem é apenas uma representação, sugere-se para trabalhos futuros que se
realize o dimensionamento deste sistema.
57

Figura 37. Estrutura muro de gabião.

Fonte (Autor, 2018)

Figura 38. Estrutura muro de flexão em concreto armado.

Fonte (Autor, 2018)


58

4.6. ORÇAMENTO

A orçamentação foi realizada referindo-se a 1 metro linear de cada estrutura projetada.


Desta forma, os custos de cada obra devem ser multiplicados pelo comprimento total de cada
contenção. Os custos apresentados são expressos em valores presentes.
Os resultados para a estrutura de gabião podem ser observados nas Tabelas 14 e 15, as
quais representam o custo de cada etapa e suas composições unitárias, respectivamente,
totalizando R$ 33.525,09/metro linear. Já os valores para a estrutura de flexão em concreto
armado podem ser visualizados nas Tabelas 16 e 17, as quais representam o custo de cada
etapa e suas composições unitárias, respectivamente, totalizando R$ 186.217,50/metro linear.
59
60
61
62
63

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o estudo realizado sobre os projetos de um muro gabião e de muro de


flexão em concreto armado, para contenção de um talude em uma rodovia municipal em
Cotiporã, primeiramente foi realizada a análise da estabilidade do maciço. Apesar do Fator de
Segurança obtido ser superior ao mínimo indicado na norma NBR 11.682/2009, o talude
apresenta características de instabilidade, visto que já ocorreram deslocamentos de massa no
maciço e pelo fato de não ter sido considerado a poro pressão do maciço para este estudo.
Portanto, há necessidade de implantação de estruturas de contenção no local.
Optou-se pelas estruturas escolhidas devido à altura necessária para contenção, além
de serem as duas estruturas mais comumente usadas. Para o pré-dimensionamento, diversas
interações foram necessárias para se chegar a uma estrutura que atendesse ao que foi
relacionado e, além disso, se mostrasse positiva para as verificações de estabilidade.
A partir do pré-dimensionamento de ambas estruturas, fez-se a verificação da
estabilidade de ambas, em relação à segurança quanto ao tombamento e ao deslizamento.
Todas as verificações atenderam o fator mínimo estipulado pela NBR 11682/2009, que é de
2,0 para tombamento e 1,5 para o deslizamento.
Por meio do pré-dimensionamento pode-se gerar o orçamento preliminar das
estruturas. Foi observado que, somente a partir deste orçamento, a estrutura de gabião se
mostra mais economicamente viável, por apresentar o orçamento de menor valor. Além de ser
a estrutura de maior facilidade de montagem, pois o acesso à região é restringido por uma
estrada e pontes estreitas.
Para trabalhos futuros, recomenda-se o dimensionamento estrutural do muro de
flexão e orçamento detalhado de todas as etapas das obras.
64

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