Movimento Oscilatório, 6.3. Movimento Oscilatório
Movimento Oscilatório, 6.3. Movimento Oscilatório
Movimento Oscilatório, 6.3. Movimento Oscilatório
3- 1
Fig.: 6.3-1
6.3- 2
Para distender a mola de uma distância y, sem aceleração, aplicamos a força F = ky. O
trabalho realizado é
(8)
Este é o trabalho realizado para qualquer deslocamento y. Introduzindo os valores
numéricos para y e k, obtemos o trabalho requerido para distender a mola por 3 cm,
que é 0.0661 J. (A constante de mola é k =mg/y1=1.2kg·9.8ms-2/0.08m = 147 N/m.)
O cálculo do trabalho foi fácil porque conhecíamos a força como função da posição (F =
ky). Geralmente conhecemos a força como função do tempo e não podemos calcular o
trabalho diretamente por W = ∫Fdy. Neste caso determinamos primeiro o deslocamento
como função do tempo, usando a equação do movimento, F = ma.
Consideremos um
Exemplo:
Uma força F = 15t N age sobre uma massa de 5 kg. Se a massa parte do repouso,
acha o trabalho realizado pela força durante os primeiros 5 s. x será a variável da
posição.
A força é uma função do tempo, portanto calculamos primeiro também o deslocamento
como função do tempo.
Sabemos que v = v0 + ∫0..t a·dt = 0 + ∫0..t 3t·dt, já que a = F/m = 15t N/5 kg = 3t ms-2
Integrando, obtemos v = 3t2/2. Usando x = x0 + ∫o..t v dt = t3/2.
Resolvendo para t, obteremos t = (2x)1/3, e a força em termos da posição fica
F = 15 t = 15·21/3·x1/3. Usando, agora, W = ∫0..x F·dx, obteremos W = 15·21/3· 3x4/3/4 ou
seja W ≈ 14,174·x4/3.
Depois de t = 5s temos x = 0.5 ·53 m = 62,5 m. O trabalho é W ≈ 14,174·(62,5)4/3 J =
3515,6 J.
6.3- 4
Estes cálculos podemos fazer com MuPAD, por exemplo assim:
• reset():
v:=int(3*t,t):
x:=int(%,t):
solve(x=X,t):
t:=%[2];
F:=15*%:
W:=int(%,X):
X:=5^3/2:
subs(W,X=%):
float(%)
Na maioria dos casos é difícil exprimir a força como função da posição. Podemos, em
tal caso, proceder da seguinte maneira: de x = t3/2 temos dx = 3t2/2·dt. Usando isso e
F= 15t, podemos escrever
W = ∫0..t15t·1,5t2 dt = 5,625 t4 J, e se substituirmos t = 5s, resulta W = 3515,625 J, em
concordância com o resultado anterior.
A equação do movimento oscilatório de uma coluna de água num tubo U deve conter o
diâmetro D do tubo, o comprimento L da coluna, um fator de perturbação Z devido aos
dois cotovelos de 90 graus e a viscosidade cinemática V do líquido. Nos textos da
dinâmica dos líquidos podemos encontrar o desenvolvimento da seguinte equação do
movimento, veja p. ex. W. Kalide, Aufgabensammlung zur techn. Strömungslehre,
Hanser Vlg. München 1937.
6.3- 5
Fig.: 6.3-2
6.3- 6
A figura 6.3-3 mostra uma massa m que pode deslizar sem atrito sobre um trilho fixo. O
corpo está ligado por uma mola a uma barra que se encontra numa distância l0 do
trilho. Também a mola tem o comprimento l0 quando não fica esticada.
m
Fig.: 6.3-3
Para um deslocamento x pequeno podemos fazer (x/l0)2 <<1 e substituir a raíz por 1 +
0.5 (x/l0)2. Com esta aproximação a força da mola sobre o corpo deslizante será
F = k x2/ (2l0) (11)
Falta a componente da força elástica na direção horizontal Fx = -Fcosφ. (O sinal menos
indica que a componente da forηa produzida pela mola é dirigida para a esquerda
quando o corpo está deslocado para a direita.
Temos cosφ = x/(l02 + x2)1/2 ≈ x/l0. A força de restituição é proporcional à terceira
potência do deslocamento x:
Fx = - k/(2l02) · x3 (12)
Introduzindo a abreviatura c:= k/(2l02), obtemos a seguinte equação do movimento
x" = -c/m ·x3 (13)
Este oscilador-x3 foi descrito e realizado experimentalmente por A. Cromer, veja o seu
artigo The x3 Oscillator, The Physics Teacher 30(1992) 249.
Interessante é o fato de o período deste oscilador anarmônico ser inversamente
proporcional à amplitude, ou seja de T aumentar com A decaindo. Isso pode ser
explicado pelo fato de Fx ser muito pequeno na proximidade do ponto de equilíbrio e
que tem como conseqüência que o período é grande. Para deslocamentos grandes
vemos que φ diminui e Fx crescer, o que resulta num período pequeno.
Já em 4.7.3 encontramos um oscilador anarmônico (compare Fig.: 4.7-4 do potencial
de Lennard-Jones.). O movimento harmônico simples é provocado por uma força F = -
kx, correspondente a uma energia potencial Ep = k x2/2, quando x é medido a partir da
posição de equilíbrio O. Quando a posição de equilíbrio não está na origem, mas em
x0, como na figura 4.7-4, devemos escrever Ep = k(x-x0)2/2.
Consideremos agora uma partícula que efetua um movimento oscilatório anarmônico
ao longo do eixo-x. A energia potencial é
Ep = ax2 - bx3 (14)
A força que atua sobra a partícula será
F = -dEp/dx·i = (-2ax + 3bx2)·i (15)
ou
F = F·i = -2ax + 3bx2 (16)
6.3- 8
• a:=4.5:b:=5:
Ep:=a*x^2-b*x^3:
Ep0:=a*x^2:
Etot:=0.4:
F:=-2*a*x+3*b*x^2:
plotfunc2d(Ep,Etot,XRange=-0.5..0.8,YRange=-0.5..0.8,
Title="x1",TitlePosition=[-0.24,0.41])
Fig.: 6.3-4
6.3- 9
• a:=4.5:b:=5:
Ep:=a*x^2-b*x^3:
Ep0:=a*x^2:
F:=-2*a*x+3*b*x^2://força
plotfunc2d(Ep,Ep0,F,XRange=-0.5..0.8,YRange=-1.5..0.8,
Title="F",TitlePosition=[0.4,-1.2])
Fig.: 6.3-5
Fig.: 6.3-6
Sendo Eq. (18) a forma angular da lei de Hooke, podemos suspeitar que a equação
equivalente a T = 2π(m/k)1/2 será
T = 2π (I/D)1/2 (20)
Eq. (20) é a equação correta para o período do pêndulo de torção sem amortecimento.
Isso segue da solução da equação Iφ" = -Dφ que reza φ(t) = φ0 cos(ω0t) com
ω0 = (D/I)1/2 = 2π/T (20a)
Este resultado podemos utilizar para determinar experimentalmente o momento de
inércia de um corpo, se a constante D do fio é conhecida.
Quando a esfera oscilar submergida num líquido de viscosidade η, temos a seguinte
forma da segunda lei de Newton:
Iφ" = -Dφ - bφ' (21)
cuja solução é
O feixe refletido cai sobre uma escala que se encontra numa distância de alguns
metros do espelho. Com este aparato, Cavendish pôde obter o valor de G com
precisão razoável.
6.3- 12
Qualquer corpo rígido pode realizar oscilações em torno de um eixo horizontal que não
passa pelo centro de massa do corpo (o pivô, o ponto de articulação, não pode estar no
centro de massa C).
Fig.: 6.3-7