Apostila Tratamento de Água - Sandro Filippo - 2004
Apostila Tratamento de Água - Sandro Filippo - 2004
Apostila Tratamento de Água - Sandro Filippo - 2004
TRATAMENTO DE ÁGUA
Sandro Filippo
2004
Saneamento Básico - Tratamento de Água
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§ INTRODUÇÃO.
Ø Decantação
Ø Filtração
§ TESTE SIMULADO
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Saneamento Básico - Tratamento de Água
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TRATAMENTO DE ÁGUA
1. Introdução
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Os requisitos de qualidade de uma água são função de seus usos previstos, conforme
mencionado anteriormente. Porém além dos requisitos de qualidade, que traduzem de
uma forma generalizada e conceitual a qualidade desejada para a água, há uma
necessidade de se estabelecer também padrões de qualidade fixados por dispositivos
legais.
Existem três tipos de padrão de interesse direto no que se refere à qualidade da água
:
padrões de lançamento no corpo receptor e padrões de qualidade do corpo
receptor (Resolução n. 20 do CONAMA de 18/06/86);
padrões de qualidade para determinado uso imediato (ex: padrões de
potabilidade da Portaria 36/GM de 19/01/1990 e Portaria 1469 de 29/12/2000)
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Padrões de Potabilidade
São as quantidades limites que, com relação aos diversos elementos, podem ser
toleradas nas águas de abastecimento ou também “o conjunto de valores máximos
permissíveis, das características das águas destinadas ao consumo humano.” Os
padrões de potabilidade são fixados, em geral, por decretos, regulamentos ou
especificações. São definidos no Brasil pelo Ministério da Saúde, através da recente
Portaria 1469 de 29 de Dezembro de 2000. Essa portaria estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade,
substituindo a antiga portaria 36/90.
Água Potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos,
químicos e radioativos atendam a padrão de potabilidade e que não ofereça risco a
saúde.
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Os parâmetros mais usuais, que permitem inferir a qualidade da água, bem como
seus significados, são os seguintes :
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Cor :
Responsável pela coloração da água;
Originada pela existência de substâncias dissolvidas, que na grande maioria
dos casos, são de natureza orgânica (folhas e matéria turfosa);
Unidade de medida : uH (Unidade Hazen – escala de platina-cobalto);
De origem natural não provoca risco à saúde, porém de origem industrial
pode apresentar toxicidade.
Deve-se distinguir a cor aparente da cor real. A cor aparente corresponde à
aquela apresentada pela água devido também a presença de turbidez, ou seja,
devido também as partículas em suspensão. A cor real é aquela produzida
somente pelas partículas em dissolvidas. Por isto, é importante indagar se o
teor de cor traduzido no laudo de análise refere-se à cor aparente ou real.
Turbidez :
Representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água,
conferindo uma aparência turva à mesma;
Originada principalmente devido a existência de sólidos em suspensão e de
organismos microscópicos;
Unidades de medidas : uT (Unidade de Turbidez ), Unidade Jackson, e
Unidade Nefelométrica de Turbidez (UNT)
Pode estar associada a compostos tóxicos e organismos patogênicos.
Sabor e odor :
São consideradas em conjunto, pois o sabor é a interação entre o gosto
(salgado, doce, azedo e amargo) e o odor (sensação olfativa);
Originado por sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos e gases dissolvidos;
É difícil a adoção de medidas de odor e sabor. As águas quanto ao sabor e
odor devem ser inobjetáveis, ou seja, deve haver ausência de sabor e odor;
Não representa risco à saúde, porém questiona-se a confiabilidade da água.
pH :
+
Indica o potencial de íons hidrogênio H . A faixa de pH vai de 0 a 14. Indica
a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água.
pH baixo : corrosividade e agressividade nas águas de abastecimento;
pH alto : possibilidade de incrustações nas águas de abastecimento;
O padrão de potabilidade estabelece a faixa de 6,5 a 8,5 para o pH. A nova
portaria de potabilidade estabelece que, no sistema de distribuição, o pH da
água seja mantido entre 6,0 e 9,5.
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Alcalinidade :
§ É uma medição da capacidade da água de neutralizar os ácidos;
É devida a presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos, quase sempre
alcalinos ou alcalinos terrosos (sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc). A
distribuição entre as três formas na água é função do pH.
Não tem significado sanitário para a água potável, mas em elevadas
concentrações confere um gosto amargo para a água;
Causado pela dissolução de rochas minerais, reação do CO2 com a água e
efluentes industriais;
Unidade : mg/l de CaCO3;
Acidez ou Agressividade:
§ Característica causada principalmente pela presença em solução, de
oxigênio, gás carbônico e gás sulfídrico;
Responsável pela corrosão de tubulações e materiais;
Unidade : mg/l de CaCO3.
Dureza:
Característica conferida á água pela presença de sais alcalinos-terrosos
(cálcio, magnésio, etc.) e alguns metais de menor intensidade;
É caracterizada pela extinção da espuma formada pelo sabão, o que dificulta
o banho e a lavagem de utensílios domésticos e roupas, criando problemas
higiênicos;
Originado pela dissolução de rochas minerais (calcáreas, gipsita e dolomita)
e efluentes industriais;
As águas duras, principalmente em temperaturas elevadas, podem incrustar
as tubulações, devido as precipitação de cátion Ca2+ e Mg2+ que reagem
com os ânions na água, formando os precipitados;
Unidade : mg/l de CaCO3.
Ferro e Manganês :
Na ausência de oxigênio dissolvido (ex : água subterrânea) o ferro e o
manganês se apresentam na forma solúvel (Fe2+ e Mn2+). Quando expostas
ao ar atmosférico o ferro e o manganês voltam a se oxidar às suas formas
insolúveis (Fe3+ e Mn4+), o que pode causar cor na água, além de manchar
roupas durante a lavagem;
Pouco significado sanitário, possível coloração, sabor e odor;
Usualmente encontrado nas águas naturais;
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Unidade : mg/l.
Iodo e Flúor :
São substâncias que presentes na água dentro de determinados limites de
concentração, apresentam benefícios para a saúde humana;
Os iodetos são necessária para a prevenção do bócio endêmico;
Os fluoretos são necessários para a prevenção da cárie dentária, porém em
concentração excessiva podem causar a fluorose dental das crianças;
No Brasil, a fluoretação da água em tratamento de água é obrigatória, de
acordo com a Lei Federal n. 6050, de 1974.
Unidade : mg/l.
Cloro residual :
O cloro é adicionado a água em tratamento com a finalidade primordial de
desinfetá-la, isto é, matar os microorganismos patogênicos que
eventualmente escapem dos processos anteriores da estação de tratamento de
água.
Ao se clorar a água com a finalidade de desinfetá-la, normalmente adiciona-
se um excesso de cloro, responsável pelo surgimento do denominado cloro
residual. Esse cloro garante à água distribuída um desejável efeito residual.
A Portaria 1469 de 29/12/2000 do Ministério da Saúde recomenda que o
teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto do sistema de
abastecimento, seja de 2,0 mg/l.
Oxigênio Dissolvido :
O oxigênio dissolvido (OD) é de essencial importância para os organismos
aeróbios (que vivem na presença de oxigênio). Durante a estabilização da
matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos
respiratórios, podendo vir a causar uma redução da sua concentração no
meio. Dependendo da magnitude deste fenômeno, podem vir a morrer
diversos seres aquáticos, inclusive os peixes. Caso o oxigênio seja totalmente
consumido, tem-se as condições anaeróbias (ausência de oxigênio), com
geração de maus odores;
O oxigênio dissolvido é o principal parâmetro de caracterização dos efeitos
da poluição das águas por despejos de matéria orgânica;
Unidade : mg/l.
Micropoluentes inorgânicos :
Uma grande parte dos micropoluentes inorgânicos são tóxicos, entre eles os
metais pesados como o arsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio e prata;
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Dura ou salobre : é a água que possui teor acentuado de certos sais que a
tornam desagradável para a bebida, inconveniente para a limpeza corporal e
lavagem de roupas e imprópria para o cozimento de legumes. Os sais
causadores da dureza são geralmente os bicarbonatos, sulfatos, cloretos e
nitratos de cálcio e magnésio. Possui um sabor característico;
Salgada ou salina : é a água que, além de sais causadores de dureza, possui
elevado teor de cloreto de sódio, como a água do mar;
Mineral : é a água que provém do interior da crosta terrestre, contendo
substâncias em solução que lhe dão valor terapêutico, tais como cloretos,
brometos, iodetos, sulfatos e os sais neutros de magnésio, potássio e sódio;
Termal : é a água mineral originada de camadas profundas da crosta terrestre
e que atinge a superfície com temperatura elevada;
Radiativa : é toda água mineral ou termal possuidora naturalmente de
radioatividade;
Doce : á a água de gosto agradável e que, por exclusão, não é dura, salgada,
mineral, termal ou radiativa;
Poluída : é toda água de características alteradas devido à presença
indesejável de substâncias estranhas e/ou pequenos organismos que a tornam
imprópria para consumo;
Contaminada : é a água poluída por germes patogênicos;
Colorida : água que deixa de ser límpida devido à presença de substâncias
geralmente dissolvidas ou em estado coloidal. A cor da água normalmente é
produzida por substâncias orgânicas, como os corantes vegetais (ex: boa
parte dos rios da Amazônia);
Turva : é a água que não é límpida em decorrência, sobretudo, da presença
de substâncias em suspensão. A turbidez é geralmente causada pela areia,
silte e argilas (partículas em suspensão e coloidais);
Ácida : toda água que possui teor acentuado de gás carbônico ou ácidos
minerais. Seu pH (potencial de hidrogênio) é inferior a 7. É denominada de
agressiva ou corrosiva por ser capaz de provocar a corrosão de metais;
Alcalina : é a água que contém quantidade elevada de bicarbonatos de cálcio
e magnésio ou carbonatos ou hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e
magnésio. Seu pH é superior a 7. Toda água dura é alcalina porém a
reciproca não é verdadeira;
Bruta : é o termo empregado para caracterizar á água antes de sofrer
qualquer tipo de tratamento;
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dy
v2
P2
dV
Início Final
G elevado (Máx 70 s -1) G reduzido (Mín 10 s -1)
Início Final
Muitas partículas desestabilizadas a Flocos menos numerosos e mais
serem reunidas. volumosos.
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Não sendo possível a realização de ensaios com a água a ser tratada, a NBR
12.216/92 recomenda para G e T, os seguintes valores :
Para Misturas Rápidas :
G entre 700 e 1.100 s-1
Tempo de Mistura (T) de 1 s (no Máximo 5 s).
Para Floculadores :
G entre 70 s-1 (primeiro compartimento) e 10 s-1 (último compartimento).
Floculadores Hidráulicos : Tempo de detenção total (T) entre 20 e 30
min.
Floculadores Mecânicos : Tempo de detenção total (T) entre 30 e 40 min.
A norma ainda recomenda que deve ser previsto dispositivo que possa
alterar o gradiente de velocidade aplicado, ajustando-o às características da
água e permitindo variar de pelo menos 20 % a mais e a menos do fixado para
o compartimento.
Misturador Mecânico
Fórmula Geral do Gradiente de Velocidade (G) para Misturadores Mecânicos :
Exemplo de Cálculo :
Um dispositivo de mistura rápida, instalado em uma estação de
tratamento de água que trata uma vazão de 100 l/s, permite conter 500 litros de
água e é equipado com um misturador mecanizado que dissipa, na água
contida em seu interior, a potência de 0,5 KW. Qual o valor do gradiente de
velocidade (G) correspondente ? Atende aos valores preconizados por norma ?
N
Solução : P 0,5 kW 500 W V 500 litros 0,5 m 3 10 3 s
m2
P 500
G 1000 s 1 (entre 700 e 1.100 s-1 ) Logo atende a norma
.V 3
10 .0,5
!!!
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Q 0,70
G 1000.
W 1,2
onde :
G = gradiente de velocidade (s -1 )
Q = vazão, expressa, em (m3 /s);
W = garganta do medidor (m).
Com relação ao tempo de detenção, verifica-se que ele é muito pequeno,
freqüentemente inferior a 1 segundo. Assim sendo, não é necessário preocupar-
se com esse parâmetro, pois os medidores Parshall atendem à NBR 12.216/92.
Exemplo de Cálculo : Calcule o Gradiente de Velocidade para um Medidor
Parshall de W = 1’ (30,5 cm) e altura medida (h) de 15 cm no ponto de medição
de vazão.
Solução :
Para W = 1’ e h = 15 cm tem-se : Q = 38,4 l/s
Q0,70 0,0380,70
Logo : G 1000 . G 1000. 421 s 1
1,2 1,2
W 0,305
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n
n
Floculadores Mecânicos l l3
b
l2
Agitadores do Tipo Paletas – r1 Gradiente
l1
de Velocidade : b
1) Paletas paralelas ao eixo r2
Floculadores Hidráulicos
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FLOCULADOR DE
CHICANAS VERTICAIS
Velocidade dentro dos canais : mínima de 0,10 m/s (para evitar decantação
dos flocos no floculador) e máxima de 0,30 m/s (para evitar a quebra dos
flocos formados).
espaçamento mínimo entre chicanas deve ser de 0,60 m, caso não seja
dotado de dispositivo de fácil remoção (na prática adotam-se espaçamentos
menores do que este pois os dispositivos são removíveis para limpeza e
variação do gradiente hidráulico).
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e e
1,5 e
v2 2 .v 2
hf 3 (perda de carga localizada para uma volta) h' f L.
2.g R4 3
v2 2 .v 2
Logo h (n 1). 3 L.
2.g R4 3
onde :
n = número de canais do floculador;
(n –1) = número de voltas (180o ) no floculador
v = velocidade de escoamento nos canais do floculador;
R = raio hidráulico da seção do canal;
L = comprimento total dos canais do floculador (percurso médio da água);
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4.2 Decantação
Classificação dos Decantadores :
Decantadores Clássicos
(baixa taxa de aplicação superficial)
Módulos Tubulares
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Decantador Clássico
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Outro detalhe fixado pela norma diz respeito a vazão máxima das calhas
coletoras de água decantada, que não deve ser superior a 1,8 l/s por metro de borda
vertente.
Decantador Tubular
Nos decantadores tubulares, a água floculada é introduzida sob (por baixo) das
placas. Ao escoar entre elas, ocorre a sedimentação dos flocos. A água decantada sai
pela parte de cima do decantador, após haver escoado entre as placas paralelas, e é
coletada por calhas coletoras. Em algumas situações, em que se faz necessário ampliar a
capacidade de tratamento de ETAs, cujos decantadores são clássicos, e em que não há
interesse, ou possibilidade, de se construir novos decantadores desse tipo, eles podem
ser convertidos para decantadores tubulares. Com isto é possível, muitas vezes, dobrar a
vazão tratada pelo decantador, ou até mesmo mais do que isto.
O adequado funcionamento dos módulos tubulares depende, entre outros fatores :
- Do ângulo de inclinação dos módulos em relação à horizontal. Embora, do ponto
de vista teórico, o melhor ângulo seja o de 2 graus e 54 minutos, do ponto de
vista prático ele não funciona, pois seria difícil efetuar a limpeza dos flocos que
ficariam retidos em seu interior. Por este motivo, utiliza-se um ângulo superior a
50 graus (quase sempre 60 graus, por facilidades construtivas). Com esse
ângulo, a maioria dos flocos sedimentados consegue, por seu peso próprio,
despregar-se das placas e cair para o poço de lodo, localizado no fundo do
decantador.
- Da combinação dos fatores da velocidade de escoamento, do espaçamento entre
os dutos ou placas e do comprimento dos dutos.
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4.3 Filtração
Filtração pode ser definida como a passagem da água por um leito de material
granular, através do qual ocorre a separação das partículas presentes na água. Os filtros
são classificados, de acordo com a velocidade de filtração e de acordo com o sentido do
fluxo da água que passam por eles.
Leito Filtrante
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Materiais Empregados :
Filtro Lento : areia;
Filtro Rápido : antracito e areia (estratificada : os grãos maiores ficam em baixo,
logo o tamanho dos grãos vai decrescendo de baixo para cima no interior do leito
filtrante).
Areia : pode ser obtida em rios ou lagos, devendo ser limpa, sem barro ou matéria
orgânica. A norma NBR 12216/92 fixa as condições e características
granulométricas para as areias como leito filtrante :
Camada Suporte
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Taxas de Filtração
Corresponde a Vazão Diária Filtrada por Área de Filtro (em planta) expressa
normalmente em m3 /m2 .dia. As disposições da Norma NBR 12216/92 são :
Filtros Lentos - A taxa de filtração pode ser determinada por experiências em filtros
pilotos, em períodos superiores ao necessário para ocorrência de todas as variações de
qualidade da água. Não sendo possível realizar essas experiências a taxa de filtração não
deve ser superior a 6 m3 /m2 .dia. Os filtros lentos pela baixa taxa de filtração necessitam
de grandes áreas para tratamento de grandes vazões. Nestes filtros ocorre a ação
biológica, feita através de uma camada gelatinosa (Schumtzdecke) formada pelo
desenvolvimento de certas variedades de bactérias, que envolvem os grãos de areia na
superfície do leito, que por adsorção retém microorganismos e partículas finamente
divididas. Logo os filtros lentos possuem excelentes índices de remoção de
microorganismos patogênicos.
Filtros Rápidos - Não sendo possível proceder a experiências piloto as taxas máximas
recomendadas são as seguintes : filtros com camada simples - 180 m3 /m2 .dia; filtros
com camada dupla - 360 m3 /m2 .dia. A taxa máxima em filtros de fluxo ascendente é
de 120 m3 /m2 .dia. Alguns estudos dizem que pode chegar à 300 m3 /m2 .dia..
Exemplo : Uma estação de tratamento de água tem 4 filtros rápidos, de leito filtrante
simples de areia, com as seguintes dimensões em planta : Comprimento de 2,50 m e
Largura de 1,00 m. Deseja-se ampliar sua capacidade que passará para 40 l/s. Se os
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leitos filtrantes alterados para o tipo camada dupla com areia e antracito, os filtros assim
reformados terão condições de suportar a nova vazão ?
Solução :
Nova vazão em m3/dia = 40 x 86400/1000 = 3.546 m3/dia (Q)
Área filtrante dos 4 filtros = 4 x 2,50 x 1,00 = 10 m2 (A)
Taxa de filtração = Q/A = 3.456/10 = 345,6 m3 /m2 .dia
345,6 m3 /m2 .dia < taxa máxima = 360 m3 /m2 .dia
Assim eles podem suportar a nova vazão de acordo com a norma.
Bocais
Tubulações Perfuradas
Blocos
Lavagem de Filtros
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q Quando o nível d’água atingir um certo limite (aumento da perda de carga do leito
filtrante ), lava-se o filtro que estiver operando a mais tempo;
q Se houver controle de turbidez no efluente de cada filtro, lava-se o filtro que
apresenta pior resultado.
Os filtros rápidos são lavados a contracorrente (por inversão de fluxo) com uma
vazão capaz de assegurar uma expansão adequada do meio filtrante. Na prática
consideram expansões entre 25 e 50 % como satisfatórias, sendo 40 % um valor
comum. A lavagem pode ser realizada através de um reservatório ou com auxílio de
bombas que garantam a velocidade ascencional de lavagem para expansão do leito
filtrante, conforme a seguir.
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Devem ser projetadas sobre o leito filtrante de forma a assegurar a coleta da água
de lavagem no leito filtrante de modo mais uniforme possível. A altura do fundo da
calha em relação ao topo filtrante é muito importante. O ideal é colocá-la um pouco
acima da altura atingida pelo topo do leito filtrante expandido, algo em torno de 15 cm.
15 cm
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FILTROS
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Para Coagulação
As partículas que desejamos remover da água em tratamento apresentam cargas
elétricas negativas. Quando neutralizamos as partículas, através da correta adição de
floculante, praticamente zeramos seu potencial zeta.
A determinação da dosagem correta do floculante é feita através da realização de
ensaios de jarros - Jar Test.
Existem basicamente duas formas de desestabilizar as partículas presentes na
água bruta, sob forma de suspensão ou solução coloidal : a desestabilização por adsorção
e a desestabilização por varredura.
Na desestabilização por adsorção - que ocorre em faixas estreitas do pH da água
floculada e na qual, como sabemos, é importante misturar energicamente o floculante à
água bruta e efetuar essa mistura em tempo muito curto – as partículas presentes na água
bruta adsorvem, em suas superfícies, íons metálicos, de carga positiva, capazes de
neutralizá-las.
Na desestabilização por varredura, a desestabilização das partículas é feita pelo
hidróxido metálico, que é o composto que se forma quando adicionamos o floculante à
água bruta. Este composto forma pequenas partículas, sob forma de gel, que chocam-se
com as partículas que desejamos remover da água em tratamento, e as adsorvem.
O produto químico mais empregado na coagulação é o Sulfato de Alumínio -
Al2 (SO4 )3 . Além deste, podem ser empregados :
§ Sulfato Ferroso;
§ Sulfato Férrico;
§ Cloreto Férrico;
§ Aluminato de Sódio.
Existem ainda os produtos auxiliares da coagulação, tais como :
§ Bentonita;
§ Carbonato de cálcio;
§ Silicato de sódio;
§ Produtos orgânicos denominados Polieletrólitos; e
§ Gás carbônico.
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Para Fluoretação
A fluoretação das águas como forma de prevenção da cárie é obrigatória no
Brasil, de acordo com a Lei Federal n. 6050, de 24 de maio de 1974, que foi
posteriormente regulamentada pelo Decreto Federal n. 76.872, de 22 de dezembro de
1975.
O composto de flúor é aplicado a meio caminho entre a entrada e a saída do
tanque de contato após a introdução do desinfetante.
Os principais produtos empregados na fluoretação das águas são: o Fluorsilicato
de Sódio, o Ácido Fluorsilícico e o Fluoreto de Sódio (Fluorita). Destes, o Fluorsilicato
de Sódio é o mais empregado, sendo um produto fornecido sob a forma sólida, de baixa
solubilidade em água. Corresponde a um pó branco, muito fino, que é fornecido
embalado em sacas plásticas de 50 kg.
As sacas do produto devem ser estocadas sobre estrados de madeira para evitar
que o contato com a umidade “empedre” o produto. A altura máxima da pilha de sacas
deve ser de 1,80 m. A dosagem do produto pode ser por via seca ou úmida.
Para Desinfecção
Grande parte dos microorganismos patogênicos, especialmente vírus e bactérias,
que, porventura, estejam presentes na água bruta, é atraída pelos flocos. Por este motivo,
quase todos eles são removidos da água em tratamento na decantação e na filtração.
Entretanto alguns deles podem ainda estar presentes na água filtrada, logo, é necessário
realizar a desinfecção. Os principais produtos empregados na desinfecção são :
§ Cloro;
§ Hipoclorito de Sódio;
§ Hipoclorito de Cálcio;
§ Dióxido de cloro;
§ Amônia anidra;
§ Hidróxido de amônia;
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§ Sulfato de amônia; e
§ Ozona.
Destes, os mais empregados são o cloro gasoso, o hipoclorito de sódio e o
hipoclorito de cálcio. O cloro e seus derivados, possuem uma vantagem interessante que
é o denominado efeito residual. Dessa forma, se a água tratada vier a contaminar-se no
sistema distribuidor (redes e reservatórios), ou mesmo na instalação predial, o teor
adicional de cloro presente na água tratada assegurará a destruição dos organismos
patogênicos.
O cloro gasoso (mais empregado nas grandes e médias estações), é um gás
amarelo-esverdeado, tóxico, de odor irritante e sufocante. Sozinho o mesmo não é
corrosivo, porém ao entrar em contato com a água forma os ácidos clorídrico e
hipocloroso, tornando-se então muito corrosivo para todos os metais comuns. Ele é
embalado em cilindros de aço sob alta pressão, com capacidades para conter 45 kg
(conhecido pelos operadores como “cilindro de 50 kg”), 70 kg e 900 kg (conhecido
como “cilindro de 1 tonelada”). A armazenagem dos cilindros deve ser feita em local
separado das demais unidades da casa de química, abrigados do calor e da incidência
dos raios solares, em local ventilado e livres da ação da umidade.
Para que a desinfecção seja eficiente, a água deve permanecer em contato com o
cloro durante algum tempo. Esse tempo de contato entre o cloro e a água filtrada é
conseguido fazendo permanecer a água em tratamento no interior de um tanque, por
isto denominado de tanque de contato.
O tempo que a água deve ficar em contato com o cloro depende de diversos
fatores, entre os quais, são muito importantes : a forma química em que o cloro estiver
presente na água e o pH da água.
De um modo geral, nas ETAs brasileiras, o cloro desinfetante está sob a forma
de ácido hipocloroso e íon hipoclorito. O ácido hipocloroso é mais eficiente que o íon
hipoclorito como agente bactericida. Em determinadas condições, o íon hipoclorito é
apenas cerca de 2 % tão bactericida quanto o ácido hipocloroso.
Quanto mais baixo o pH, maior a concentração de ácido hipocloroso, que
desinfeta melhor que o íon hipoclorito. Por este motivo, é melhor deixar corrigir o pH
da água tratada a jusante do tanque de contato, após a desinfecção.
O cloro residual pode estar presente sob duas formas : livre e combinado. O
cloro residual combinado, em que o cloro está presente combinado com a amônia ou
outros compostos de nitrogênio apresenta menor eficiência para destruir os
microorganismos patogênicos do que o cloro residual livre.
Além da cloração efetuada após a filtração, pode também ser realizada a pré-
cloração, que é a adição de cloro à água bruta antes do tratamento propriamente dito.
Em alguns casos a pré-cloração pode ser interessante pois propicia a oxidação do ferro e
do manganês tornando-os insolúveis e passíveis de serem removidos através da mistura
rápida, floculação, decantação e filtração.
Entretanto, a necessidade da pré-cloração precisa ser avaliada cuidadosamente,
pois ele reage com alguns compostos orgânicos resultantes da decomposição dos
vegetais. Esses compostos, especialmente os ácidos húmicos e fúlvicos, ao reagirem
com o cloro, poderão formar os compostos denominados de trihalometanos, que
suspeita-se que sejam cancerígenos.
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Solução :
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33. Filtros russos e clarificadores de contato são denominações também utilizadas para
designar os filtros ascendentes, em cujo interior no meio granular, ocorrem
simultaneamente, a floculação, a decantação e a filtração. ( )
34. O cloro é quase sempre o desinfetante utilizado no Brasil, embora outros métodos
podem ser utilizados para a desinfecção, tais como : ozonização, raios ultra-violeta
e compostos alternativos de cloro. ( )
35. Quanto mais baixo o pH, maior a concentração de ácido hipocloroso, que desinfeta
melhor que o íon hipoclorito. ( )
36. A correção do pH permite eliminar características corrosivas ou incrustativas da
água tratada. ( )
37. A correção do pH é efetuada antes da entrada da água no tanque de contato, ou seja,
antes da cloração e da fluoretação. ( )
38. O cloro residual pode estar presente sob duas formas : livre e combinado. O cloro
residual combinado, em que o cloro está presente combinado com a amônia ou
outros compostos de nitrogênio apresenta maior eficiência para destruir os
microorganismos patogênicos do que o cloro residual livre. ( )
39. O preparo da solução de sulfato de alumínio é realizado no interior de tanques
apropriados, usualmente em concentrações variando entre 2 e 10 %.
40. A introdução de oxigênio na água (aeração) permite a oxidação de compostos
ferrosos e manganosos e a sua conseqüentente redução e eliminação por
precipitação de tais metais.
41. Certos produtos orgânicos denominados polieletrólitos podem ser utilizados como
auxiliares da desinfecção da água. ( )
42. O carvão ativado pode ser utilizado para remoção de odor e sabor. ( )
43. Os padrões de potabilidade são fixados, em geral, por decretos, regulamentos ou
especificações. São definidos no Brasil pelo Ministério da Saúde, através da recente
Portaria 1469 de 29 de Dezembro de 2000. Essa portaria estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade,
substituindo a antiga portaria 36/90. ( )
44. O tempo de contato não influencia na eficiência da desinfecção. ( )
45. A decomposição da matéria orgânica contribui para o aumento da cor, do odor e do
sabor da água. ( )
46. A portaria de potabilidade 1469 do Ministério da Saúde recomenda que a
concentração mínima de cloro residual livre em qualquer ponto do sistema de
abastecimento, seja de 2,0 mg/l. ( )
Respostas :
1. F 11. V 21. V 31. V 41. F
2. V 12. V 22. F 32. F 42. V
3. V 13. F 23. V 33. V 43. V
4. F 14. V 24. V 34. V 44. F
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Certo.
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